portugal - do autoritarismo à democracia

53
PORTUGAL : DO AUTORITARISMO À DEMOCRACIA

Upload: vanessa-pedro

Post on 29-Dec-2014

402 views

Category:

Education


0 download

DESCRIPTION

História_9.ano

TRANSCRIPT

Page 1: portugal - do autoritarismo à democracia

PORTUGAL : DO AUTORITARISMO À DEMOCRACIA

Page 2: portugal - do autoritarismo à democracia

Perpetuação do autoritarismo

e a Luta contra o regime

Page 3: portugal - do autoritarismo à democracia

Com o fim da 2.GM e a queda das ditaduras, as forças opositoras ao regime de Salazar acreditaram no possível derrube deste e na implantação da democracia em Portugal.

Países como os EUA e a Grã-Bretanha pressionaram Salazar nesse sentido.

A Recusa da Democratização

Page 4: portugal - do autoritarismo à democracia

Pol í t ico nacional ista português e professor catedrático da universidade de Coimbra.

Page 5: portugal - do autoritarismo à democracia

A Recusa da Democratização

Dissolver a Assembleia Nacional;

Marcar eleições legislativas para o dia 18 de novembro de 1945• prometeu serem «tão livres como as da livre Inglaterra»

Libertar alguns presos políticos

Condenar o regime nazi

Neste contexto, Salazar adotou um conjunto de medidas:

Page 6: portugal - do autoritarismo à democracia

Com a intensão de participar nas eleições de 1945, foi formado o MUD – Movimento de Unidade Democrática – que reunia elementos do meio intelectual, militar e fabril.

A Oposição Democrática

Page 7: portugal - do autoritarismo à democracia

Como o governo de Salazar Proibiu os comícios, reforçou a censura à imprensa e não acedeu ao pedido da oposição para adiar as eleições, o MUD foi obrigado a desistir das Eleições.

A Oposição Democrática

Page 8: portugal - do autoritarismo à democracia

PÁGINA DE JORNAL CENSURADO

Page 9: portugal - do autoritarismo à democracia

Assim sem adversários políticos, a União Nacional elegeu todos os candidatos da Assembleia Nacional, continuando assim a ditadura salazarista em vigor.

A Oposição Democrática

Page 10: portugal - do autoritarismo à democracia

Em 1946, o MUD foi ilegalizado e os seus apoiantes perseguidos, pela PIDE, e/ou exilados. Muitos dos apoiantes funcionários públicos, como

professores e militares, foram despedidos.

A Oposição Democrática

Page 11: portugal - do autoritarismo à democracia

Em 1949, ano de eleições para a Presidência da Republica, o general Norton de Matos foi candidato pela oposição.

A Oposição Democrática

Page 12: portugal - do autoritarismo à democracia

Mesmo com a grande popularidade, acabou por desistir por não se cumprirem as exigências de eleições justas e fiscalizadas pela oposição. Isto permitiu a vitória do candidato do regime, o

general Carmona.

A Oposição Democrática

Page 13: portugal - do autoritarismo à democracia

O general Carmona morre pouco tempo depois, em 1951. Realizam-se então novas

eleições presidenciais, sendo eleito novamente, um candidato do regime, desta vez o general Craveiro Lopes.

A Oposição Democrática

Page 14: portugal - do autoritarismo à democracia

O candidato da Oposição, General Norton de Matos, foi forçado a desistir, mas como foi conseguindo grande adesão popular tornando-se um marco de contestação ao regime.

A Oposição Democrática

Page 15: portugal - do autoritarismo à democracia

Em 1958, deu-se a maior oposição ao regime salazarista, nas eleições para a Presidência da Republica, com a candidatura do general Humberto Delgado.

A Oposição Democrática

Page 16: portugal - do autoritarismo à democracia

Em 1945, a economia portuguesa registava um atraso significativo em relação aos restantes países da Europa Ocidental.

Vários fatores explicam esta situação:

O tardio Desenvolvimento económico

Page 17: portugal - do autoritarismo à democracia

Agricultura como principal atividade :• Mecanização insuficiente;• Solos inadequados ao cultivo de cereais;• Não se adubavam as terras com fertilizantes;• Clima irregular;• Desequilíbrio na distribuição:

• Latifúndios a sul;• Excesso de parcelamento a norte.

Baixos salários;

Condições de habitação e de higiene muito deficientes;

Taxa de mortalidade infantil elevada;

Page 18: portugal - do autoritarismo à democracia

Falta de estímulo à produtividade;

Ausência de investimentos:• Por parte dos dirigentes do pais ;

• Intensão de acumular mais capital nos cofres do Estado;Recusa inicial de Salazar em aceitar ajuda

financeira:• Através do Plano Marshall;

Elevado número de analfabetos:• Agravou com a emigração e a guerra colonial;

• Reduziram a população jovem.

Escassa mão de obra qualificada.

Page 19: portugal - do autoritarismo à democracia

Nos anos de 1950 e de 1960, Portugal conheceu um desenvolvimento industrial. Para essa situação contribuíram vários fatores, tais como:

O tardio Desenvolvimento económico

Criação de Planos de Fomento Nacional a partir de 1953• Traduziram no desenvolvimento da industria química e

metalúrgica e na construção de infraestruturas;

Adesão de Portugal, em 1959, à EFTA*• Levou ao aumento das exportações e ao recuo da política

protecionista do Estado.• Registou-se uma maior liberação da economia, sobre tudo a

nível do investimento estrangeiro em Portugal

* - Associação Europeia de Comércio Livre

Page 20: portugal - do autoritarismo à democracia

Esta política de desenvolvimento posta em prática por Salazar não conseguiu equilibrar a balança comercial, Portugal não recuperou o atraso que o afastava dos países mais desenvolvidos.

O grande surto de emigração

Page 21: portugal - do autoritarismo à democracia

A maior parte da população, sobretudo do meio rural, continuava a viver em condições miseráveis, o que levou a que muita gente abandonasse as suas terras e fosse viver para as cidades mais industrializadas (Porto, Lisboa e Setúbal) ou para o Ultramar português.

O grande surto de emigração

Page 22: portugal - do autoritarismo à democracia

Na década de 1960, registou-se em Portugal um grande surto de emigração sobretudo para França, Alemanha e EUA.

O grande surto de emigração

Page 23: portugal - do autoritarismo à democracia

Até 1974, cerca de 1,5 milhões de portugueses emigraram em busca de melhores condições de vida, atraídos pelos elevados salários.

O grande surto de emigração

Page 24: portugal - do autoritarismo à democracia

Após os anos 1960, Portugal sentiu uma redução do défice da balança comercial, devido, por um lado, ao envio de divisas dos emigrante para o pais, e por outro lado, ao aumento de receitas provenientes do turismo.

O grande surto de emigração

Page 25: portugal - do autoritarismo à democracia

Após a 2. GM, a ONU ofereceu o direito dos povos à autodeterminação e independência, o que levou a que a maioria dos países europeus concedessem gradualmente a independência às suas colónias.

Os movimentos de independência

Page 26: portugal - do autoritarismo à democracia

Portugal tornou-se membro da ONU em 1955, sendo também aconselhado a ter a mesma atitude.

Mas, do ponto de vista de Salazar, Portugal não tinha colónias, mas sim províncias ultramarinas, cujos territórios faziam parte de Portugal, juntamente com os seus habitantes (que eram portugueses).

Os movimentos de independência

Page 27: portugal - do autoritarismo à democracia

Assim sendo, não se justificava a independência destas.

A propaganda da época mostrava Portugal como um Estado multirracial e pluricontinental.

Os movimentos de independência

Page 28: portugal - do autoritarismo à democracia

Em Angola, os primeiros movimentos de independência surgiram em 1956, na Guiné em 1957, e em Moçambique em 1962.

O MPLA *, dirigido, primeiro, por Mário Andrade, e, depois, por Agostinho Neto. Iniciou a luta em Luanda. No norte, a UPA, União dos Povos de Angola, dirigida por Holden

Robert. Depois FNLA **, lutava também pela libertação. Posteriormente, nasceu outro movimento, a UNITA ***

chefi ada por Jonas Savimbi. Na Guiné, surgiu o PAIGC ****, que congregava muitos

cabo-verdianos e era liderado por Amílcar Cabral foi assassinado em 1973,pouco tempo depois de ter proclamado a independência ao seu pais.

Os movimentos de independência

** - Movimento Popular para a libertação de Angola.*** - Frente Nacional de Libertação para a Independência Total de Angola.**** - União Nacional para a Independência total de Angola.***** - Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde.

Page 29: portugal - do autoritarismo à democracia

A FRELIMO******, inicialmente dirigida por Eduardo Mondlane, assassinado em 1969, e depois por Samora Machel, que veio a tornar-se o primeiro presidente da República após a independência.

Estes movimentos tiveram apoio, tanto político como material.

Países como os EUA e a URSS, em plena Guerra Fria, procuravam anular mutuamente as tentativas de hegemonia no continente africano, ajudando os movimentos de independência consoante as suas ideologias politicas

Os movimentos de independência

****** - Frente de Libertação de moçambique

Page 30: portugal - do autoritarismo à democracia
Page 31: portugal - do autoritarismo à democracia

Amílcar Cabral (1924-1973)Fundador e líder do PAIGC

Agostinho Neto (1922-1979)Líder de MPLA

Samora Machel (1933-1986)

Líder da FRELIMO

Page 32: portugal - do autoritarismo à democracia

A guerra colonial iniciou-se em 1961 e só terminaria em 1974.

Esta guerra teve graves consequências para Portugal:Elevado nº de mortos

Cerca de 9000Elevado nº de feridos

Mais de 25 000Elevado nº de deficientes

Mais de 30 000Diminuição de mão de obra ativa;

Devido à redução da população jovem.

A guerra colonial

Page 33: portugal - do autoritarismo à democracia

Elevadas despesas com o equipamento militar; Em vez de modernizar o país.

Isolamento do país a nível internacional.

Apesar da condenação dos outros países, o Governo de Salazar continuou com a guerra colonial e continuou a defender a sua posição.

Esta situação veio s contribuir para a queda do Estado Novo, em 1974.

A guerra colonial

Page 34: portugal - do autoritarismo à democracia

Em 1989, Salazar adoeceu e foi substituído no Governo por Marcello Caetano. Inicialmente a «primavera marcelista» adotou uma política de renovação e liberalização com as seguintes medidas:A ação de censura e a DGS abrandaram;

O marcelismo

http://www.youtube.com/watch?v=Uz5viojYv14

Page 35: portugal - do autoritarismo à democracia

A ação de censura: Designada de Exame Prévio

DGS (Direção-Geral de Segurança)antiga PIDE

O marcelismo

Page 36: portugal - do autoritarismo à democracia

Em 1989, Salazar adoeceu e foi substituído no Governo por Marcello Caetano. Inicialmente a «primavera marcelista» adotou uma política de renovação e liberalização com as seguintes medidas: A ação de censura e a DGS abrandaram; Foi autorizado o regresso de alguns exilados

políticos; Entrada na Assembleia Nacional de

deputados.

O marcelismo

Page 37: portugal - do autoritarismo à democracia

Entrada na Assembleia Nacional de deputados.Na sequência das eleições legislativas de 1969, permitiu-se a entrada na Assembleia Nacional de deputados da designada “ala liberal”, como Francisco Sá Carneiro, Miller Guerra, Pinto Leite e Pinto Balsemão.

O marcelismo

Page 38: portugal - do autoritarismo à democracia

No domínio da economia, o Governo de Marcello Caetano facilitou a entrada de capitais estrangeiros e aumentou a industrialização do país.

O marcelismo

Page 39: portugal - do autoritarismo à democracia

Apesar de o marcelismo ter mostrado alguma abertura, a democratização do regime não aconteceu.

A repressão, a censura e a PIDE continuaram, mudando apenas o nome.

O mesmo se passou com a União Nacional (UN), que se passou a chamar Ação Nacional Popular (ANP).

A liberalização fracassada

Page 40: portugal - do autoritarismo à democracia

Nas eleições legislativas de 1969 a oposição, formada pela CDE(Comissão Democrática Eleitoral) controlada pelos comunistas e pela CEUD (Comissão Eleitoral de Unidade Democrática) controlada pelos liberais e socialistas, não pôde fiscalizar o ato eleitoral.

Nenhum candidato da oposição conseguiu ser eleito.

A Ação Nacional Popular ganhou as eleições, elegendo todos os deputados.

A liberalização fracassada

Page 41: portugal - do autoritarismo à democracia

Em 197, muitos elementos da oposição foram presos e agredidos, tendo alguns que se exilar. Ex.: Mário Soares.

Continuavam a não ser permitidos outros partidos políticos.

Com Marcello Caetano a guerra colonial continuou num impasse e não se apresentavam soluções para breve.

Também o atraso económico persistiu, assim como o isolamento do pais.

A insatisfação generalizou-seEstavam criadas as condições para o fim do

Estado Novo.

A liberalização fracassada

Page 42: portugal - do autoritarismo à democracia

A revolução do 25 de abril pôs fim à ditadura e instituiu a democracia em Portugal.

Para isso, foi necessário mudar as instituições e elaborar uma nova Constituição.

A entrada em vigor da Constituição de 1976 assinalou a verdadeira democratização do país, já que garantiu o direito de todos os cidadãos elegerem diretamente o Presidente da República e os deputados à Assembleia da República.

A constituição de 1976

Page 43: portugal - do autoritarismo à democracia

Além disso, estabeleceu um conjunto de princípios dos quais se destacam: Igualdade de todos os cidadãos perante a lei;Liberdade de expressão, reunião, associação e de imprensa;

Direito à greve e organização sindical;Direito ao voto;Direito à educação;Direito ao trabalho, à segurança social e à proteção na saúde.

A constituição de 1976

Page 44: portugal - do autoritarismo à democracia

A nova Constituição também consagrou uma nova organização do Estado português e um regime democrático e pluralista, semelhante ao de outros países da Europa Ocidental.

Assim instituíram-se os órgãos de soberania, que são independentes uns dos outros: Presidente da República.

As novas instituições democráticas

Page 45: portugal - do autoritarismo à democracia

A nova Constituição também consagrou uma nova organização do Estado português e um regime democrático e pluralista, semelhante ao de outros países da Europa Ocidental.

Assim instituíram-se os órgãos de soberania, que são independentes uns dos outros: Presidente da República.

Representa o país e garante a independência nacional;

As novas instituições democráticas

Page 46: portugal - do autoritarismo à democracia

A nova Constituição também consagrou uma nova organização do Estado português e um regime democrático e pluralista, semelhante ao de outros países da Europa Ocidental.

Assim instituíram-se os órgãos de soberania, que são independentes uns dos outros: Presidente da República. Assembleia da República.

As novas instituições democráticas

Page 47: portugal - do autoritarismo à democracia

A nova Constituição também consagrou uma nova organização do Estado português e um regime democrático e pluralista, semelhante ao de outros países da Europa Ocidental.

Assim instituíram-se os órgãos de soberania, que são independentes uns dos outros: Presidente da República. Assembleia da República.

A quem compete aprovar as leis e fiscalizar o seu cumprimento.

As novas instituições democráticas

Page 48: portugal - do autoritarismo à democracia

A nova Constituição também consagrou uma nova organização do Estado português e um regime democrático e pluralista, semelhante ao de outros países da Europa Ocidental.

Assim instituíram-se os órgãos de soberania, que são independentes uns dos outros: Presidente da República. Assembleia da República. Governo.

As novas instituições democráticas

Page 49: portugal - do autoritarismo à democracia

A nova Constituição também consagrou uma nova organização do Estado português e um regime democrático e pluralista, semelhante ao de outros países da Europa Ocidental.

Assim instituíram-se os órgãos de soberania, que são independentes uns dos outros: Presidente da República. Assembleia da República. Governo.

Formado por elementos do partido que obtém mais votos nas eleições legislativas para a Assembleia da república, a quem compete propor leis e governar o país.

As novas instituições democráticas

Page 50: portugal - do autoritarismo à democracia

A nova Constituição também consagrou uma nova organização do Estado português e um regime democrático e pluralista, semelhante ao de outros países da Europa Ocidental.

Assim instituíram-se os órgãos de soberania, que são independentes uns dos outros: Presidente da República. Assembleia da República. Governo. Tribunais.

As novas instituições democráticas

Page 51: portugal - do autoritarismo à democracia

A nova Constituição também consagrou uma nova organização do Estado português e um regime democrático e pluralista, semelhante ao de outros países da Europa Ocidental.

Assim instituíram-se os órgãos de soberania, que são independentes uns dos outros: Presidente da República. Assembleia da República. Governo. Tribunais.

Aplicam a justiça.

As novas instituições democráticas

Page 52: portugal - do autoritarismo à democracia

Coma aprovação da constituição de 1976 consagrou-se a descentralização política.

Estabeleceu-se o poder autárquico, pois as autarquias locais passaram a dispor de órgão eleitos palas respetivas populações. Câmara Municipal Junta de Freguesia Assembleia de Freguesia

Estas são independentes do Governo.

As novas instituições democráticas

Page 53: portugal - do autoritarismo à democracia

A Constituição previa, ainda, a autonomia regional dos arquipélagos da Madeira e dos Açores.

Apesar de submetidos á constituição Portuguesa e ás leis gerais do país, os arquipélagos passaram a dispor de assembleias legislativas e de governos regionais próprios para resolver a maioria dos seus problemas.

As novas instituições democráticas