aprendizagem de inglês mediada por computador

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66 Pedagog. Foco, Iturama, v. 11, n. 5, p. 66-80, jan./jun. 2016 APRENDIZAGEM DE INGLÊS MEDIADA POR COMPUTADOR EM SITES GRATUITOS: A ORALIDADE EM FOCO Diana Vasconcelos LOPES 1 Eduardo BARBUIO 2 Layanne Roberta de Araújo SILVA 3 RESUMO Não é de hoje que a tecnologia faz parte do cotidiano de todos. Por sua agilidade, os recursos tecnológicos mais modernos têm um papel fundamental nos mais diversos segmentos de atividades do mundo globalizado. Desse modo, também se faz necessário acompanhar as novas mediações, introduzidas pela tecnologia, na área da educação. Estudiosos como Leffa, 2006, e Paiva, 2006, analisam o impacto na educação do chamado CALL (Computer-Assisted Language Learning) ou aprendizagem de línguas mediada pelo computador. A prática do CALL vem sendo apontada não como solução, mas como um caminho facilitador para o processo de ensino/aprendizado de uma língua estrangeira (LE). Nessa perspectiva, este trabalho objetiva investigar como ocorrem as práticas do CALL, através de alguns sites gratuitos para a aprendizagem da língua inglesa e de que modo esses sites pretendem promover o desenvolvimento da habilidade da oralidade no aprendiz do inglês como LE. Para a investigação, selecionamos três sites que se propõem ensinar o inglês. São eles: Livemocha, Busuu e Duolingo. Procedemos às análises das atividades ancoradas nos conceitos de oralidade defendidos por Brown (2000), Green (2011) e Nunan (1998). Buscamos investigar, nas atividades apresentadas nesses três sites, se houve alguma proposta de continuidade para a prática da oralidade, assim como se houve a integração entre as quatro macro habilidades (listening, speaking, reading and writing). Os resultados revelaram que a oralidade não é efetiva e satisfatoriamente trabalhada nos supracitados sites, no sentido de promover uma necessidade real de comunicação entre os interlocutores. Palavras-chave: Ensino/Aprendizagem. Oralidade. Sites. ENGLISH LEARNING MEDIATED BY COMPUTER IN FREE SITES: FOCUS ON ORALITY ABSTRACT Technology has long ben is part of everyday life. Due to its agility, the most modern technological resources have a vital role in the most diversified walks of life in our globalized world. Thus, it is also necessary to monitor these new mediations, introduced by technology, in the area of education. Scholars, such as Leffa, 2006; Paiva, 2006 have analyzed the impact on education of the so-called CALL (Computer-Assisted Language Learning) or the learning of language Learning mediated by computers. The practice of CALL has been identified not as a solution but as a way of facilitating the teaching-learning process of a foreign language (FL). In view of this, this paper aims at investigating in what ways and how effectively the practices 1 Professora Doutora em Linguística pela UFPE, atualmente vinculada em regime DE à UFRPE/UAG. [email protected] 2 Professor doutorando em Linguística pela UFPB, atualmente vinculado em regime de DE à UFRPE/UAG. [email protected] 3 Professora de língua inglesa pelo Bridge School e bolsista no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC). [email protected]

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Pedagog. Foco, Iturama, v. 11, n. 5, p. 66-80, jan./jun. 2016

APRENDIZAGEM DE INGLÊS MEDIADA POR COMPUTADOR EM SITES GRATUITOS: A ORALIDADE EM FOCO

Diana Vasconcelos LOPES1

Eduardo BARBUIO2 Layanne Roberta de Araújo SILVA3

RESUMO

Não é de hoje que a tecnologia faz parte do cotidiano de todos. Por sua agilidade, os recursos tecnológicos mais modernos têm um papel fundamental nos mais diversos segmentos de atividades do mundo globalizado. Desse modo, também se faz necessário acompanhar as novas mediações, introduzidas pela tecnologia, na área da educação. Estudiosos como Leffa, 2006, e Paiva, 2006, analisam o impacto na educação do chamado CALL (Computer-Assisted Language Learning) ou aprendizagem de línguas mediada pelo computador. A prática do CALL vem sendo apontada não como solução, mas como um caminho facilitador para o processo de ensino/aprendizado de uma língua estrangeira (LE). Nessa perspectiva, este trabalho objetiva investigar como ocorrem as práticas do CALL, através de alguns sites gratuitos para a aprendizagem da língua inglesa e de que modo esses sites pretendem promover o desenvolvimento da habilidade da oralidade no aprendiz do inglês como LE. Para a investigação, selecionamos três sites que se propõem ensinar o inglês. São eles: Livemocha, Busuu e Duolingo. Procedemos às análises das atividades ancoradas nos conceitos de oralidade defendidos por Brown (2000), Green (2011) e Nunan (1998). Buscamos investigar, nas atividades apresentadas nesses três sites, se houve alguma proposta de continuidade para a prática da oralidade, assim como se houve a integração entre as quatro macro habilidades (listening, speaking, reading and writing). Os resultados revelaram que a oralidade não é efetiva e satisfatoriamente trabalhada nos supracitados sites, no sentido de promover uma necessidade real de comunicação entre os interlocutores. Palavras-chave: Ensino/Aprendizagem. Oralidade. Sites. ENGLISH LEARNING MEDIATED BY COMPUTER IN FREE SITES : FOCUS ON

ORALITY

ABSTRACT Technology has long ben is part of everyday life. Due to its agility, the most modern technological resources have a vital role in the most diversified walks of life in our globalized world. Thus, it is also necessary to monitor these new mediations, introduced by technology, in the area of education. Scholars, such as Leffa, 2006; Paiva, 2006 have analyzed the impact on education of the so-called CALL (Computer-Assisted Language Learning) or the learning of language Learning mediated by computers. The practice of CALL has been identified not as a solution but as a way of facilitating the teaching-learning process of a foreign language (FL). In view of this, this paper aims at investigating in what ways and how effectively the practices

1 Professora Doutora em Linguística pela UFPE, atualmente vinculada em regime DE à UFRPE/UAG. [email protected] 2 Professor doutorando em Linguística pela UFPB, atualmente vinculado em regime de DE à UFRPE/UAG. [email protected] 3 Professora de língua inglesa pelo Bridge School e bolsista no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC). [email protected]

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of CALL, through the free sites designed for the learning of English, develop the oral ability in the learner of English as a FL. For the research, we selected three sites that attempts to teach the English language. They are: Livemocha, Busuu and Duolingo. We have analyzed the activities, with basis on the concepts of oral skills defended by (Brown, 2000); (Green, 2011) and (Nunan, 1998). We have sought to investigate, in the activities offered by these three sites, whether there was any proposal of continuity to the practices of oral skills, as well as if there was integration among the four macro skills (listening, speaking, reading and writing). Results have shown that oral skills are not effective and satisfactorily developed in the abovementioned sites, in such a way as to actually promote a real need for communication between the interlocutors. Keywords: Teaching/learning. Oral skills. Sites.

1 INTRODUÇÃO

Muitos professores já perceberam que a escola tem passado por um processo de

mudança, e, cada vez mais, tem atrelado seu papel à sociedade da informação. A escola tem

sentido a urgente necessidade de reinventar as formas de ensinar e de aprender, a partir de

metodologias que possam dar conta de inserir as chamadas novas Tecnologias de Informação e

Comunicação (TICs) na sala de aula.

Com vistas a isso, a maioria das escolas brasileiras tem demonstrado esforços no

sentido de tornar-se mais dinâmica e contextualizada, no que diz respeito às tecnologias. No

entanto, a solução está longe de ser alcançada, pois apesar da construção de laboratórios de

informática e a distribuição de laptops para os alunos4, em algumas escolas isso ainda se mostra

insuficiente. É preciso que o professor conheça e insira as TICs em suas práticas de sala de aula,

para que a apropriação das tecnologias pelos alunos seja completa. A tendência, com isso, é que

se desencadeie um processo de letramento digital para que os alunos possam de fato fazer uso

dos ambientes virtuais no seu dia a dia.

Por sua interatividade e agilidade no trato das informações, as tecnologias se

impuseram e, portanto, a sala de aula transformou-se no que antes poderia ser visto apenas

como laboratórios de línguas. Hoje temos acesso à comunicação com outros falantes pelo

computador, navegação por bibliotecas digitais, plataformas de aprendizagem e cursos de

Educação a Distância (EAD).

Observando essas mudanças no cenário escolar, esse trabalho investiga como se dá o

processo de ensino/aprendizagem de língua inglesa por meio de sites que se propõem a praticar

o ensino de uma língua estrangeira (doravante LE), e como eles podem contribuir para o ensino

4 Diversos programas foram implantados pelo governo em prol da inclusão digital, como a construção de telecentros e a distribuição de laptops para alunos do ensino médio das escolas públicas em Pernambuco.

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de LE nas escolas públicas. De forma mais específica, pretendemos analisar de que maneiras

as atividades dos sites se constituem, e, particularmente, como são elaboradas as atividades

voltadas para o trabalho com a oralidade. Para tanto, buscaremos discutir a prática do CALL5,

como ferramenta no ensino de uma LE, assim como as possibilidades oferecidas pelos sites

para que o usuário desenvolva sua habilidade de produção oral.

2 CALL E O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: PRIMEIRAS APROXIMAÇÕES

CALL é uma área de investigação que tem o objetivo de analisar o impacto do

computador na construção do ensino/aprendizagem de línguas. Atualmente, esse campo de

investigação é foco de vários estudiosos entre eles Leffa (2006), Warschauer (2004), Chapelle

(2006) e Paiva (2006), que defendem o ensino de línguas mediado pela tecnologia, tendo em

vista que o uso do computador e, em especial da Internet, há muito já faz parte do nosso

cotidiano.

Para que o domínio das tecnologias digitais e a informações que circulam na rede não

seja apenas monopólio dos mais abastados, a escola facilita esse acesso às tecnologias,

explorando seu potencial para o ensino/aprendizagem. Porém, a inserção da tecnologia ao

ensino não aconteceu rapidamente. Segundo Warschauer (2004), a evolução histórica do uso

dos computadores para o ensino de línguas foi impulsionada em função de dois fatores: o

primeiro deles deve-se às diferentes fases do CALL, que modificaram a forma de ensino e,

consequentemente, a concepção de língua a cada época. E o outro fator refere-se ao crescimento

do número de computadores, à comercialização de computadores portáteis e à facilidade de

acesso e conhecimento de uso dessa ferramenta.

2.1 Breve Histórico da Inserção do CALL nas Escolas e Universidades Públicas

No Brasil, o uso do computador na educação teve início com algumas experiências em

universidades, nos primórdios da década de 70. Em 1971, foi realizado na Universidade Federal

de São Carlos um seminário intensivo sobre o uso de computadores no ensino de Física,

ministrado por E. Huggins (SOUZA, 2004). Nesse mesmo ano, o Conselho de Reitores das

Universidades Brasileiras promoveu, no Rio de Janeiro, a Primeira Conferência Nacional de

5CALL é uma sigla já consolidada em língua inglesa, correspondente à Computer-Assisted Language Learning e é uma área de investigação que tem por objetivo pesquisar o impacto do computador no ensino e aprendizagem de línguas, tanto maternas quanto estrangeiras.

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Tecnologia em Educação Aplicada ao Ensino Superior (I CONTECE). Durante essa

conferência, um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), conectou, via

modem, um terminal no Rio de Janeiro a um computador localizado no campus da USP

(SOUZA, 2004). Já nas escolas, os primeiros contatos com o computador foram no Programa

Nacional de Informática na Educação (ProInfo), ligado à Secretaria de Educação a Distância

(SEED), vinculada ao MEC. Esse programa capacitou, por intermédio de cursos de

especialização em informática na educação, 1.419 professores para atuarem nas escolas.

Ao longo das duas últimas décadas, a escola tem assumido o papel facilitador de

mediar o uso das tecnologias com a inserção do CALL no processo de ensino/aprendizagem.

Como reflexo desse trabalho, os pesquisadores têm divulgado iniciativas de aprendizado de

línguas mediado pelo E-mail (PAIVA, 2004), Orkut (OLIVEIRA, 2009) e Blogs

(GONÇALVES, 2010). Dentre as várias inciativas, destacamos o projeto de sistema de Ensino

de Línguas Online (ELO), de autoria do professor Vilson Leffa, que permite a elaboração de

atividades de recursos audiovisuais, acompanhado de tutoriais, os quais ensinam o professor a

preparar suas atividades pela plataforma.

Assim, a entrada dos computadores à escola “impõe” ao professor, novas e diferentes

atribuições. Apesar desses esforços e contribuições dos professores, em trabalhar com a prática

do CALL, essa ainda não chegou a todas as escolas públicas. Isto se deve a diversos fatores, a

saber: (1) número insuficiente de computadores, (2) professores que não são letrados

tecnologicamente6, (3) laboratórios pequenos, (4) falta de internet, (5) poucas aulas de língua

inglesa e (6) falta de entendimento dos professores da importância de encorajar os alunos a

aprender pelo computador.

Apesar dessas dificuldades, nos últimos cinco anos houve avanços em investimentos

governamentais para a sistematização do ensino de línguas estrangeiras nas universidades

públicas e privadas do país, como é o caso do programa “Idiomas sem Fronteiras” (IsF). Esse

programa oferece suporte de aulas presenciais para que os estudantes possam dominar a língua

nativa do país no qual deseje participar de projetos de mobilidade internacional para o

aprimoramento acadêmico. Atualmente, o IsF conta com o respaldo do My English Online,

curso de inglês em forma de plataforma virtual de ensino, elaborada pela National Geographic

Learning em parceria com a CENGAGE Learning. Essa plataforma, construída em 2012, visa

oferecer acesso a cerca de 2 milhões de estudantes de graduação e pós-graduação das

universidades públicas e privadas. Podemos inferir, com isso, que os softwares mudam todo o

6 Isto é, que focaliza saber operar o sistema da tecnologia e da linguagem a serviço de uma prática social (ARAÚJO,

2006).

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conceito de ensino presencial, mostrando que é possível a aprendizagem, mesmo sendo a

distância, fato que, em última análise, não a compromete.

Com a era da multimídia e da internet, evidenciou-se o desenvolvimento de uma nova

perspectiva de aprendizagem atrelada à tecnologia, denominada por Warschauer (1996) de

CALL integrativo. Em diversas Instituições de Ensino Superior, as atividades tinham por

objetivo a cooperação e a colaboração entre os estudantes da mesma ou de diferentes

instituições, a fim de publicar trabalhos online.

A exemplo disso, temos o Projeto-driven (projeto dirigido) de aprendizagem de LE,

que integra ferramentas de multimídia para a aprendizagem de línguas orientada por projetos e

em que os alunos compartilham os resultados com os outros aprendizes, participantes do

projeto, em outros centros de ensino superior. Por sua rapidez nas informações e comunicações

Levy (apud SOUZA, 2004) afirma que a internet é considerada a Tecnologia da Informação e

Comunicação (TIC) de maior relevância e maior impacto para a prática do CALL em projetos

cooperativos de alunos universitários.

3 A ORALIDADE NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA

Nunan (1998) afirma que a interação oral pode ser aplicada em nossa rotina na busca

de informações. O autor explica que, na interação oral, os participantes precisam

constantemente de algo significativo, que é fundamentalmente gerenciado na interação do que

dizer, para quem, quando e sobre o que dizer.

Brown (2000) afirma que as habilidades (listening, speaking, reading e writing)

precisam estar integradas, para que haja um processo bem-sucedido de ensino/aprendizagem de

língua inglesa. No entanto, argumenta que em textos e livros apenas uma ou duas das quatro

habilidades é trabalhada em detrimento das outras. O referido autor também afirma que existe

um curso específico para cada habilidade e que juntas devem trabalhar a comunicação não-

verbal, como gestos, expressões faciais e elementos prosódicos.

Para Brown (2000) a interação oral exige algumas habilidades. São elas:

� Discurso de conversação: é a real necessidade de se comunicar defendido pelo discurso

interativo. Através do contato o aluno pode expressar o interesse em se comunicar na

língua que está aprendendo;

� Ensinando a pronúncia: é uma questão controversa o ensino da pronúncia, isto porque

pensava-se que o sotaque era incorporado normalmente à fala;

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� Precisão e fluência: processo de ensino para um adulto em uma LE deve ser similar ao

processo de língua materna para criança, no processo “natural” de contato com a língua;

� Fatores afetivos: um dos maiores obstáculos dos aprendizes é ansiedade gerada pelos

riscos de falar algo na língua estudada e que seja considerado errado, estúpido ou

incompreensível;

� Efeito da interação: as comunicações com outros falantes são colaborativas ao

ensino/aprendizagem da língua.

Quanto às dificuldades na oralidade, Brown (2000) cita os tipos em:

� Agrupamento: dificuldade em emitir palavra por palavra;

� Formas reduzidas: o aprendiz tem a oportunidade significativa de aprender por meio das

formas reduzidas da língua (elisões, formas de contração e redução de vogais);

� Linguagem coloquial: fazer os estudantes de forma sensata ter conhecimento da

linguagem coloquial;

� Variáveis: uma das dificuldades da língua é pensar como o aprendiz comunica

oralmente levando consigo pausas e hesitações;

� Dedicação: é importante praticar o conhecimento adquirido, por meio da interação com

outros aprendizes;

� Estresse, ritmo e entonação: o ritmo da fala e a entonação interferem no padrão de

entendimento da conversa com um falante.

Brown (2000) defende também que, apesar de nosso histórico de tratar as quatro

habilidades como segmentos separados de um currículo, existe uma recente tendência de

integração das habilidades. O autor afirma ainda que as técnicas aplicadas em livros e textos

deveriam integrar as habilidades, seguindo as observações: (1) produção e receptividade são

dois lados da mesma moeda, um não pode se separar do outro; (2) interação significa enviar e

receber mensagem; (3) fala e escrita devem andar juntas; (4) para alfabetizar os aprendizes,

deve-se entender a inter-relação da escrita e da fala enquanto língua que veicula a cultura e a

sociedade; (5) o ensino de língua para os aprendizes deve ser prático (agir), para somente depois

trabalhar as formas estruturais do ensino (gramática), podendo trabalhar as quatro habilidades

desse modo; (6) uma habilidade reforça a outra, assim dá-se a importância de integrar as

habilidades e (7) o ensino de língua em visão prática do cotidiano, integrando não apenas uma,

mas todas as habilidades.

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Vale lembrar que a construção de atividades deve enfatizar um dado objetivo, que, por

sua vez, deve ser trabalhado em torno de um tema, tornando-se, assim, um instrumento de

ensino para alcançar o objetivo de aprendizagem. No caso deste trabalho, investigamos as

atividades orais na web, e buscamos respaldo em Nunan (1998) e em Brown (2000) para

compreender o que envolve a oralidade no ensino de línguas, conforme discutido anteriormente.

4 OS SITES ANALISADOS

Na busca pela web, encontramos cerca de 50 sites de ensino de LE que se propunham

a trabalhar o ensino de línguas. Contudo, para essa pesquisa, o número de sites foi reduzido.

Em meio a uma infinidade de sites para o ensino de uma LE, selecionamos o Livemocha, o

Buusu e o Duolingo. A escolha dos sites para análises obedeceu aos seguintes critérios:

� Gratuidade;

� Páginas fixas;

� Sites que propunham trabalhar as quatro habilidades: listening, speaking, reading,

writing;

� Nível básico;

� Acessado por todos os públicos: crianças, jovens e adolescentes.

4.1 O Busuu

O site Busuu oferece o ensino de várias línguas. Após um cadastro, o usuário pode

usufruir de todos os serviços; o painel mostra que estão divididos em níveis: Alfabeto,

principiante A1, principiante A2, Intermediário B1 e Intermediário B2. Cada nível é dividido

em cinco lições, e em cada lição há cinco seções que desenvolvem: vocabulário, diálogo,

escrita, busuu talk e a revisão.

O ensino de língua inglesa pode também estar focado em um objetivo específico do

usuário/aprendiz, dado que são ofertados cursos para negócios, cursos para pessoas que

pretendem viajar, para aprendizagem de gramática e aqueles apenas com o recurso de vídeos

em inglês. Contudo, algumas funções adicionais de estudo e em lições no site são apenas para

os usuários/aprendizes, já frequentadores ou assinantes.

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Figura 1 – Site Busuu: Área principal.

Fonte: Disponível em: <https://www.busuu.com/pt/>. Acesso em: 12 jul. 2013.

4.1.1 O Busuu e a Oralidade

A oralidade no site Busuu é desenvolvida por meio de várias técnicas. Na seção

“escrita”, temos algumas evidências que indicam a adoção de métodos mais tradicionais de

ensino de LE, como o da gramática e tradução. Em frases na língua-alvo, voltadas para

tradução, os recursos visuais (imagens) auxiliam na construção da tradução. Já na seção

“escrita” temos atividades que remetem à chamada abordagem de Leitura, que consiste na

leitura de textos para, em seguida, instruir com atividades de múltipla escolha.

Os recursos visuais também são fatores explorados nas atividades, buscando sempre

incentivar a oralidade por meio da descrição das imagens. Dentro dessa perspectiva,

encontramos características da abordagem audiovisual.

O bate-papo do Busuu permite enviar mensagens particulares para falantes nativos do

inglês, e assim, o usuário/aprendiz pode perguntar a fim de esclarecer dúvidas. Se o nativo não

estiver on-line, este pode responder, e a mensagem será enviada para o inbox do

usuário/aprendiz.

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Figura 2 – Site Busuu: Seção Gravador de Voz.

Fonte: Disponível em: <https://www.busuu.com/pt/>. Acesso em: 19 set. 2013.

A figura acima mostra uma das atividades da seção “gravador de voz” que se utiliza

de imagens para “incentivar” os usuários a narrarem as ações que estão acontecendo nas fotos.

Para que os alunos se comuniquem e que haja um feedback, eles devem gravar suas falas e

enviar o texto falado também na forma escrita. Assim, os instrutores poderão analisar a escrita

e a pronúncia das palavras.

Essa abordagem apresenta aspecto semelhante a uma técnica chamada de Hipótese

Episódio, que consiste na apresentação da língua por meio de uma história, ou seja, a sequência

da história é usada como instrumento no ensino da língua. Neste caso, as imagens “induzem” à

fala. Isto porque (1) os alunos podem desenvolver os episódios na fala e na escrita; (2) os

episódios podem promover estímulo para a fala e a escrita através de questões para os

estudantes responderem e em retorno expressar-se pela fala e a escrita; ou (3) os estudantes

podem ser encorajados a escrever seus próprios episódios ou completar com o final da história

ou o clímax (BROWN, 2000).

4.2 O Livemocha

Antes de iniciarmos as discussões sobre o Livemocha, é necessário mencionar o fato

de que à época da realização desse trabalho - entre os anos de 2013 e 2014 - o referido site ainda

estava em funcionamento. Em abril de 2016, contudo, as atividades do Livemocha foram

definitivamente encerradas.

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Figura 3 – Site Livemocha: Área Principal.

Fonte: Disponível em: <https://www.livemocha.com/pt/>. Acesso em: 13 jul. 2013.

O Livemocha oferece mais de 32 idiomas, do nível básico ao intermediário. E, para

usufruir do site, basta apenas fazer um cadastro e acessar todas as funções existentes. Essas

funções priorizam a fala sobre a escrita. O site utiliza um recurso chamado mochapoints, os

quais determinam o nível de aprendizado em que o aprendiz está, além de enfatizar a

aprendizagem da compreensão da leitura, produção escrita e compreensão de escuta. O Curso

de Inglês apresenta-se dividido em quatro módulos progressivos. Esses módulos são

distribuídos em dez unidades, cada qual com cinco ou seis lições, em média, e agrupados em

seções: “aprender”, “revisão, “escrever” e “falar”.

4.2.1 O Livemocha e a Oralidade

Dos três sites investigados, o Livemocha é o único que apresenta a metodologia a ser

adotada no ensino da LE. No entanto, as técnicas utilizadas para atingir os objetivos traçados

pelo site não são evidenciadas claramente. Por outro lado, os objetivos podem ser inferidos

através das análises das atividades. Quanto à produção de fala, o site objetiva desenvolver a

habilidade de falar em uma LE dentro de um contexto “real”. Contudo, não é isso o que nos é

efetivamente mostrado no site. Isso porque evidentemente o fato de trabalhar apenas a repetição

e a pronúncia das palavras não poderá desenvolver por completo as habilidades comunicativas.

Vale salientar ainda que oferecer um bate-papo, sem a interação visual, apenas com o

uso auxiliar da escrita, não proporciona ao usuário/aprendiz uma vivência real de comunicação

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na língua-alvo. Ou seja, desenvolve apenas uma interação artificial do contato com um falante

nativo. Sobre este fato Leffa (1988) afirma que a língua deve ser analisada não como um

conjunto de frases, mas como um conjunto de eventos.

Em detrimento de tais limitações, importa destacar, como aspecto positivo, o fato que

o site possui outros recursos para o sucesso no aprendizado uma nova língua. Dentre essas

vantagens, observamos eficácia para o ensino de palavras (vocabulário) e o desenvolvimento

da escrita atrelado à gravação de áudio das palavras aprendidas. Tal princípio é defendido por

Brown (2000), quando este afirma que a fala e a escrita devem andar juntas.

Em comparação com o site Busuu, o Livemocha encontra-se em nível equivalente no

que tange ao desenvolvimento da oralidade do usuário/aprendiz. Isto porque ambos possuem

os mesmos objetivos; apenas o nome da seção é diferente. Apesar de corrigir somente a

pronúncia, os dois sites se preocupam com o aprimoramento da habilidade de falar ao lado do

incremento do conhecimento lexical e gramatical do usuário/aprendiz. Isso se explica dada a

interação entre os falantes, em relação à aprendizagem do vocabulário. O desenvolvimento

morfossintático é uma situação prevista por Brown (2000), quando este afirma que este aspecto

da língua pode ser trabalhado satisfatoriamente uma vez que esteja integrado às quatro

habilidades. No caso do Livemocha, estas habilidades são desenvolvidas em cada seção, exceto

a habilidade da leitura, que é negligenciada em detrimento das outras habilidades.

4.3 O Duolingo

O foco do Duolingo é promover a aprendizagem através da tradução. Em uma

abordagem de tradução do português-inglês e do inglês-português, a cada nível que o

usuário/aprendiz avança, são inseridas novas palavras, até que se obtenha a quantidade

estipulada em cada lição (entre 20 e 30 palavras).

Em uma árvore do aprendizado, estão dispostos os quatro níveis que serão realizados

ao longo das lições, que, por sua vez, são subdivididas em temáticas. No entanto, todo o site

propõe a oralidade a partir da prática da pronúncia e da tradução das palavras aprendidas, e com

a inserção de algumas poucas palavras ou flexões verbais novas.

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Figura 4 – Site Duolingo: Aprender.

Fonte: Disponível em: <https://pt.duolingo.com>. Acesso em: 13 jan. 2014.

4.3.1 O Duolingo e a Oralidade

Nas lições, o usuário/aprendiz deve ouvir e repetir a palavra pronunciada. O ensino da

pronúncia é um dos requisitos para o desenvolvimento da oralidade. Não há, entretanto,

garantias de que o aprendiz deva repeti-las, pois a plataforma não recebe um feedback do

usuário/aprendiz, isto é, a atividade de pronunciar as palavras não se torna uma obrigatoriedade,

não havendo retorno do site para que o aluno possa aprender a pronúncia correta das palavras.

Outro aspecto da atividade é a inserção de uma palavra nova, que ainda não havia sido

apresentada entre os vocábulos durante o período de aprendizagem. Com o auxílio de dicionário

on-line, o aluno poderia facilmente pesquisar e descobrir a tradução da palavra e entender, por

exemplo, em que contexto o aprendiz usará “a” (precedido de consoante) e “an” (precedido de

vogal). Importa destacar que a inserção de novos vocábulos dentre das atividades é uma

característica apenas do Duolingo; os demais sites não apresentaram essa técnica.

No Duolingo, o exercício da gravação coloca em prática o que o usuário/aprendiz

aprendeu na lição, permitindo também refazer a atividade. Neste caso, nenhum falante nativo

corrige o que foi gravado; a própria plataforma faz a leitura da sonoridade e responde ao texto

gravado. Antes da gravação, é possível escutar a frase e fazer a própria gravação. O diferencial

dessa atividade é a interação da plataforma com o aprendiz.

Diferentemente do que ocorre no Duolingo, nos sites Livemocha e Busuu, o

responsável pela correção é um falante nativo do inglês. Já no Duolingo há um padrão de

sonoridade estabelecido, que não compreende estresse, ritmo e entonação e outros aspectos

suprassegmentais.

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Figura 5 – Site Duolingo: Aprender.

Fonte: Disponível em: <https://pt.duolingo.com/>. Acesso em: 13 jan. 2014.

4.4 ATIVIDADES DO BUSUU, LIVEMOCHA E DUOLING ENVOLV ENDO A

QUESTÃO DA ORALIDADE

Podemos concluir que as atividades nos três sites investigados não desenvolvem

adequadamente a oralidade, uma vez que essa habilidade depende antes de mais nada de um

conjunto de princípios defendidos por Brown (2000), quais sejam: (1) discurso de conversação

- é preciso ter o que se dizer; (2) ensinar a pronúncia; (3) fatores afetivos - é preciso querer

aprender; (4) precisão e fluência - ter segurança em pronunciar as palavras; e (5) interação -

fator que aproxima o aprendiz a querer se comunicar com outros falantes.

Os sites até que tentaram criar um ambiente de conversação real, mas devido à

“obrigatoriedade” imposta ao usuário/aprendiz para que este se comunicasse a qualquer custo

e já de início, instalou-se invariavelmente um grau de artificialidade no ensino da produção de

fala na língua-alvo.

Aparentemente, foi este o maior motivo da desistência de muitos dos que se

cadastraram para utilizar um desses sites. Essa hipótese foi levantada em função de termos

constatado um pequeno número de usuários/aprendizes que de fato tiveram sucesso em avançar

do nível básico para níveis intermediários ou mais avançados. Foi possível verificar essa

hipótese, quando detectamos que, na medida em que os usuários/aprendizes avançavam no

nível de conhecimento da língua-alvo nos sites investigados, havia um número gradativamente

menor de registros de cadastros para o acesso desses usuários/aprendizes.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Essa pesquisa aponta principalmente para o fato de que os sites investigados pouco

desenvolvem a habilidade de produção oral do usuário/aprendiz. E, levando-se em consideração

a realidade das escolas brasileiras, a oralidade é um problema ainda maior para o aluno de língua

inglesa da escola pública. Tal fato se deve a inúmeros fatores. Um dos mais relevantes está

relacionado à dificuldade do aluno para argumentar. Ou seja, há em geral uma deficiência do

aprendiz em sua capacidade argumentativa, contra argumentativa, em seu raciocínio lógico, em

suas habilidades inferenciais e em sua capacidade de análise e síntese.

Essa realidade demanda alternativas governamentais, para atenuar os problemas mais

recorrentes, tanto para os alunos como para os professores de inglês LE. Para tanto, uma

possível iniciativa para dirimir tais obstáculos ao aprendizado da oralidade em LE poderia ser

o incentivo à utilização cada vez mais frequente de recursos tecnológicos na rotina das salas de

aula de língua inglesa. Entretanto, não há ainda um trabalho de capacitação adequado para a

maioria dos professores, no sentido de prepará-los para fazer o melhor uso dessas tecnologias

em suas práticas pedagógicas. Em detrimento disso, a oralidade vem sendo o interesse de

investimentos do governo, com a implantação de programas que visam ao ensino de uma LE,

com o objetivo de tornar a língua principalmente um instrumento de interação e conhecimento

de outras culturas.

No entanto, vale uma ressalva importante. Entendemos que cabe ao professor assumir

o papel de norteador e de suporte do aluno, mostrando que o processo de ensino/aprendizagem

é muito mais importante do que o produto final, resultante deste processo. Em outras palavras,

é preciso que o aluno produza, seja por meio de atividades on-line ou presenciais, mantendo,

assim, o equilíbrio entre interação presencial e virtual.

REFERÊNCIAS

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Recebido em: 16 de março de 2016 Aceito em: 11 de maio de 2016