aprendizagem

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Aprendizagem, Transtorno TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM - DSM.IV A seção sobre Transtornos da Aprendizagem inclui: 1 - Transtorno da Leitura, 2 - Transtorno da Matemática, 3 - Transtorno da Expressão Escrita e 4 - Transtorno da Aprendizagem Sem Outra Especificação. Características Diagnósticas Os transtornos da aprendizagem são diagnosticados quando os resultados do indivíduo em testes padronizados e individualmente administrados de leitura, matemática ou expressão escrita estão substancialmente abaixo do esperado para sua idade, escolarização e nível de inteligência. Os problemas de aprendizagem interferem significativamente no rendimento escolar ou nas atividades da vida diária que exigem habilidades de leitura, matemática ou escrita. Variados enfoques estatísticos podem ser usados para estabelecer que uma discrepância é significativa. Substancialmente abaixo da média em geral define uma discrepância de mais de 2 desvios- padrão entre rendimento e QI. Uma discrepância menor entre rendimento e QI (isto é, entre 1 e 2 desvios-padrão) ocasionalmente é usada, especialmente em casos onde o desempenho de um indivíduo em um teste de QI foi comprometido por um transtorno associado no processamento cognitivo, por um transtorno mental comórbido ou condição médica geral, ou pela bagagem étnica ou cultural do indivíduo. Em presença de um déficit sensorial, as dificuldades de aprendizagem podem exceder aquelas habitualmente associadas com o déficit. Os Transtornos da Aprendizagem podem persistir até a idade adulta. Características e Transtornos Associados Desmoralização, baixa auto-estima e déficits nas habilidades sociais podem estar associados com os transtornos da aprendizagem. A taxa de evasão escolar para crianças ou adolescentes com Transtornos da Aprendizagem é de aproximadamente 40% (cerca de 1,5 vezes a média). Os adultos com Transtornos da Aprendizagem podem ter dificuldades significativas no emprego ou no ajustamento social. Muitos indivíduos (10-25%) com Transtorno da Conduta, Transtorno Desafiador Opositivo, Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade, Transtorno Depressivo Maior ou Transtorno Distímico também têm Transtornos da Aprendizagem. Existem evidências de que atrasos no desenvolvimento da linguagem podem ocorrer em associação com os Transtornos da Aprendizagem (particularmente Transtorno da Leitura), embora esses atrasos possam não ser suficientemente severos para indicarem o diagnóstico adicional de Transtorno da Comunicação. Os Transtornos da Aprendizagem também podem estar associados com uma taxa superior de Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação. Anormalidades subjacentes do processamento cognitivo (por ex., déficits na percepção visual, processos lingüísticos, atenção, memória ou uma combinação destes) freqüentemente precedem ou estão associadas com os Transtornos da Aprendizagem. Os testes estandardizados para a medição desses processos em geral são menos confiáveis e válidos do que outros testes psicopedagógicos. Embora predisposição genética, danos perinatais e várias condições neurológicas ou outras condições médicas gerais possam estar associados com o desenvolvimento dos Transtornos da Aprendizagem, a presença dessas condições não o prediz, invariavelmente, e existem muitos indivíduos com Transtornos da Aprendizagem sem essa história. Esses transtornos, entretanto, freqüentemente são encontrados em associação com uma variedade de condições médicas gerais (por ex., envenenamento por chumbo, síndrome alcoólica fetal ou síndrome do X frágil). Características Específicas à Cultura

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Page 1: Aprendizagem

Aprendizagem, Transtorno

TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM - DSM.IV

A seção sobre Transtornos da Aprendizagem inclui:

1 - Transtorno da Leitura,

2 - Transtorno da Matemática,

3 - Transtorno da Expressão Escrita e

4 - Transtorno da Aprendizagem Sem Outra Especificação.

Características Diagnósticas

Os transtornos da aprendizagem são diagnosticados quando os resultados do indivíduo em

testes padronizados e individualmente administrados de leitura, matemática ou expressão

escrita estão substancialmente abaixo do esperado para sua idade, escolarização e nível de

inteligência.

Os problemas de aprendizagem interferem significativamente no rendimento escolar ou nas

atividades da vida diária que exigem habilidades de leitura, matemática ou escrita. Variados

enfoques estatísticos podem ser usados para estabelecer que uma discrepância é significativa.

Substancialmente abaixo da média em geral define uma discrepância de mais de 2 desvios-

padrão entre rendimento e QI.

Uma discrepância menor entre rendimento e QI (isto é, entre 1 e 2 desvios-padrão)

ocasionalmente é usada, especialmente em casos onde o desempenho de um indivíduo em um

teste de QI foi comprometido por um transtorno associado no processamento cognitivo, por um

transtorno mental comórbido ou condição médica geral, ou pela bagagem étnica ou cultural do

indivíduo.

Em presença de um déficit sensorial, as dificuldades de aprendizagem podem exceder aquelas

habitualmente associadas com o déficit. Os Transtornos da Aprendizagem podem persistir até a

idade adulta.

Características e Transtornos Associados

Desmoralização, baixa auto-estima e déficits nas habilidades sociais podem estar associados

com os transtornos da aprendizagem. A taxa de evasão escolar para crianças ou adolescentes

com Transtornos da Aprendizagem é de aproximadamente 40% (cerca de 1,5 vezes a média).

Os adultos com Transtornos da Aprendizagem podem ter dificuldades significativas no emprego

ou no ajustamento social. Muitos indivíduos (10-25%) com Transtorno da Conduta, Transtorno

Desafiador Opositivo, Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade, Transtorno Depressivo

Maior ou Transtorno Distímico também têm Transtornos da Aprendizagem.

Existem evidências de que atrasos no desenvolvimento da linguagem podem ocorrer em

associação com os Transtornos da Aprendizagem (particularmente Transtorno da Leitura),

embora esses atrasos possam não ser suficientemente severos para indicarem o diagnóstico

adicional de Transtorno da Comunicação.

Os Transtornos da Aprendizagem também podem estar associados com uma taxa superior de

Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação.

Anormalidades subjacentes do processamento cognitivo (por ex., déficits na percepção visual,

processos lingüísticos, atenção, memória ou uma combinação destes) freqüentemente

precedem ou estão associadas com os Transtornos da Aprendizagem.

Os testes estandardizados para a medição desses processos em geral são menos confiáveis e

válidos do que outros testes psicopedagógicos. Embora predisposição genética, danos

perinatais e várias condições neurológicas ou outras condições médicas gerais possam estar

associados com o desenvolvimento dos Transtornos da Aprendizagem, a presença dessas

condições não o prediz, invariavelmente, e existem muitos indivíduos com Transtornos da

Aprendizagem sem essa história.

Esses transtornos, entretanto, freqüentemente são encontrados em associação com uma

variedade de condições médicas gerais (por ex., envenenamento por chumbo, síndrome

alcoólica fetal ou síndrome do X frágil).

Características Específicas à Cultura

Page 2: Aprendizagem

O profissional deve assegurar-se de que os procedimentos de testagem da inteligência refletem

uma atenção adequada à bagagem étnica ou cultural do indivíduo.

Isto geralmente pode ser conseguido com o uso de testes nos quais as características

relevantes do indivíduo são representadas na amostra de estandardização do teste ou pelo

emprego de um examinador familiarizado com aspectos da bagagem étnica ou cultural do

indivíduo. A testagem individualizada sempre é necessária, para fazer o diagnóstico de

Transtorno da Aprendizagem.

Prevalência

Estimativas da prevalência dos Transtornos da Aprendizagem variam de 2 a 10%, dependendo

da natureza da averiguação e das definições aplicadas. Um Transtorno da Aprendizagem é

identificado em aproximadamente 5% dos estudantes de escolas públicas americanas.

Diagnóstico Diferencial

Os Transtornos da Aprendizagem devem ser diferenciados das variações normais na realização

acadêmica e das dificuldades escolares devido à falta de oportunidades, ensino fraco ou fatores

culturais. A escolarização inadequada pode resultar em fraco desempenho em testes

estandardizados de rendimento escolar.

Crianças de bagagens étnicas ou culturais diferentes daquelas dominantes na cultura da escola

ou cuja língua materna não é a língua do país, bem como crianças que freqüentaram escolas

com ensino inadequado, podem ter fraca pontuação nesses testes. As crianças com essas

mesmas bagagens também podem estar em maior risco para faltas injustificadas à escola, em

virtude de doenças mais freqüentes ou ambientes domésticos empobrecidos ou caóticos.

Um prejuízo visual ou auditivo pode afetar a capacidade de aprendizagem e deve ser

investigado, por meio de testes de triagem audiométrica ou visual. Um Transtorno da

Aprendizagem pode ser diagnosticado na presença desses déficits sensoriais apenas quando as

dificuldades de aprendizagem excedem aquelas habitualmente associadas aos mesmos. As

condições médicas gerais ou neurológicas concomitantes devem ser codificadas no Eixo III.

No Retardo Mental, as dificuldades de aprendizagem são proporcionais ao prejuízo geral no

funcionamento intelectual. Entretanto, em alguns casos de Retardo Mental Leve, o nível de

realização na leitura, matemática ou expressão escrita está significativamente abaixo dos níveis

esperados, dadas a escolarização e a gravidade do Retardo Mental do indivíduo. Nesses casos,

aplica-se o diagnóstico adicional de Transtorno da Aprendizagem.

Um diagnóstico adicional de Transtorno da Aprendizagem deve ser feito no contexto de um

Transtorno Invasivo do Desenvolvimento apenas quando o prejuízo escolar estiver

significativamente abaixo dos níveis esperados, levando em conta o funcionamento intelectual e

a escolarização do indivíduo.

Em indivíduos com Transtornos da Comunicação, o funcionamento intelectual pode precisar ser

avaliado por medições estandardizadas da capacidade intelectual não-verbal. Em casos nos

quais o rendimento escolar estiver significativamente abaixo desta medida de capacidade,

aplica-se diagnóstico de Transtorno da Aprendizagem.

O Transtorno da Matemática e o Transtorno da Expressão Escrita ocorrem, com maior

freqüência, em combinação com o Transtorno da Leitura. Quando são satisfeitos os critérios

para mais de um Transtorno da Aprendizagem, todos devem ser diagnosticados.

F81.0 - 315.00 TRANSTORNO DA LEITURA - DSM.IV

Características Diagnósticas

A característica essencial do Transtorno da Leitura consiste em um rendimento da leitura (isto

é, correção, velocidade ou compreensão da leitura, medidas por testes padronizados

administrados individualmente) substancialmente inferior ao esperado para a idade cronológica,

a inteligência medida e a escolaridade do indivíduo (Critério A).

A perturbação da leitura interfere significativamente no rendimento escolar ou em atividades da

vida cotidiana que exigem habilidades de leitura (Critério B). Na presença de um déficit

sensorial, as dificuldades de leitura excedem aquelas habitualmente a este associadas (Critério

C).

Caso estejam presentes uma condição neurológica, outra condição médica geral ou outro déficit

sensorial, estes devem ser codificados no Eixo III. Em indivíduos com Transtorno da Leitura

Page 3: Aprendizagem

(também chamado "dislexia"), a leitura oral caracteriza-se por distorções, substituições ou

omissões; tanto a leitura em voz alta quanto a silenciosa caracterizam-se por lentidão e erros

na compreensão.

Características e Transtornos Associados

Consultar a seção "Características e Transtornos Associados" referente aos Transtornos da

Aprendizagem.

O Transtorno da Matemática e o Transtorno da Expressão Escrita em geral estão associados ao

Transtorno da Leitura, sendo relativamente rara a apresentação de qualquer destes transtornos

na ausência do Transtorno da Leitura.

Características Específicas ao Gênero

Dos indivíduos diagnosticados com Transtorno da Leitura, 60 a 80% são do sexo masculino. Os

procedimentos de encaminhamento podem com freqüência apresentar a tendência à

identificação de indivíduos do sexo masculino, uma vez que estes exibem, com maior

freqüência, os comportamentos diruptivos associados aos Transtornos da Aprendizagem.

O transtorno ocorre em proporções mais equilibradas entre ambos os sexos quando se

empregam cuidadosa determinação diagnóstica e critérios rígidos, ao invés dos procedimentos

tradicionais de encaminhamento realizados por escolas.

Prevalência

A prevalência do Transtorno da Leitura é difícil de estabelecer, pois muitos estudos se

concentram na prevalência dos Transtornos da Aprendizagem, sem uma cuidadosa separação

em transtornos específicos da Leitura, Matemática ou Expressão Escrita.

O Transtorno da Leitura, sozinho ou em combinação com o Transtorno da Matemática ou

Transtorno da Expressão Escrita, responde por aproximadamente quatro em cada cinco casos

de Transtorno da Aprendizagem.

A prevalência do Transtorno da Leitura nos Estados Unidos encontra-se em torno de 4% entre

as crianças em idade escolar, conforme estimativas. Estatísticas inferiores da incidência e

prevalência do Transtorno da Leitura podem ser encontradas em outros países nos quais são

usados critérios mais rígidos.

Curso

Embora os sintomas de dificuldade de leitura (por ex., incapacidade de distinguir entre letras

comuns ou de associar fonemas comuns com as letras) possam ocorrer já na pré-escola, o

Transtorno da Leitura raramente é diagnosticado antes do final desta ou no início da primeira

série, já que a instrução formal da leitura geralmente não se inicia até este ponto na maioria

dos contextos escolares.

Particularmente quando o Transtorno da Leitura está associado com alto QI, a criança pode

funcionar adequadamente ou quase tão bem quanto seus colegas durante os primeiros anos

escolares, podendo o Transtorno da Leitura não se manifestar totalmente até a quarta série ou

depois dela. Com a identificação e intervenção precoces, o prognóstico é bom em uma

percentagem significativa dos casos. O Transtorno da Leitura pode persistir até a idade adulta.

Padrão Familial

O Transtorno da Leitura apresenta agregação familial, tendo maior prevalência entre parentes

biológicos em primeiro grau de indivíduos com Transtornos da Aprendizagem.

Diagnóstico Diferencial

Consulte a seção "Diagnóstico Diferencial" relativa aos Transtornos da Aprendizagem .

Critérios Diagnósticos para F81.0 - 315.00 Transtorno da Leitura

A. O rendimento da leitura, medido por testes padronizados, administrados individualmente, de

correção ou compreensão da leitura, está acentuadamente abaixo do nível esperado,

considerando a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade apropriada à idade do

indivíduo.

B. A perturbação no Critério A interfere significativamente no rendimento escolar ou atividades

da vida diária que exigem habilidades de leitura.

C. Em presença de um déficit sensorial, as dificuldades de leitura excedem aquelas geralmente

a este associadas.

Nota para a codificação: Se uma condição médica geral (por ex., neurológica) estiver presente,

codificá-la no Eixo III.

Page 4: Aprendizagem

F81.2 - 315.1 TRANSTORNO DA MATEMÁTICA - DSM.IV

Características Diagnósticas

A característica essencial do Transtorno da Matemática consiste em uma capacidade para a

realização de operações aritméticas (medida por testes padronizados, individualmente

administrados, de cálculo e raciocínio matemático) acentuadamente abaixo da esperada para a

idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade do indivíduo (Critério A).

A perturbação na matemática interfere significativamente no rendimento escolar ou em

atividades da vida diária que exigem habilidades matemáticas (Critério B). Em presença de um

déficit sensorial, as dificuldades na capacidade matemática excedem aquelas geralmente a este

associadas (Critério C).

Caso esteja presente uma condição neurológica, outra condição médica geral ou déficit

sensorial, isto deve ser codificado no Eixo III. Diferentes habilidades podem estar prejudicadas

no Transtorno da Matemática, incluindo habilidades "lingüísticas" (por ex., compreender ou

nomear termos, operações ou conceitos matemáticos e transpor problemas escritos em

símbolos matemáticos), habilidades "perceptuais" (por ex,. reconhecer ou ler símbolos

numéricos ou aritméticos e agrupar objetos em conjuntos), habilidades de "atenção" (por ex.,

copiar corretamente números ou cifras, lembrar de somar os números "levados" e observar

sinais de operações) e habilidades "matemáticas" (por ex., seguir seqüências de etapas

matemáticas, contar objetos e aprender tabuadas de multiplicação).

Características e Transtornos Associados

Consultar a seção "Características e Transtornos Associados" referente aos Transtornos da

Aprendizagem. O Transtorno da Matemática em geral é encontrado em combinação com o

Transtorno da Leitura ou o Transtorno da Expressão Escrita.

Prevalência

A prevalência do Transtorno da Matemática é difícil de estabelecer, uma vez que muitos

estudos se concentram na prevalência dos Transtornos da Aprendizagem, sem o cuidado de

separar transtornos específicos da Leitura, Matemática ou Expressão Escrita.

A prevalência do Transtorno da Matemática isoladamente (isto é, quando não encontrado em

associação com outros Transtornos da Aprendizagem) é estimada como sendo de

aproximadamente um em cada cinco casos de Transtorno da Aprendizagem. Estima-se que 1%

das crianças em idade escolar têm Transtorno da Matemática.

Curso

Embora os sintomas de dificuldade na matemática (por ex., confusão para conceitos numéricos

ou incapacidade de contar corretamente) possam aparecer já na pré-escola ou primeira série, o

Transtorno da Matemática raramente é diagnosticado antes do final da primeira série, uma vez

que ainda não ocorreu suficiente instrução formal em matemática até este ponto na maioria

dos contextos escolares.

O transtorno em geral torna-se visível durante a segunda ou terceira série. Particularmente

quando o Transtorno da Matemática está associado com alto QI, a criança pode ser capaz de

funcionar no mesmo nível ou quase no mesmo nível que seus colegas da mesma série,

podendo o Transtorno da Matemática não ser percebido até a quinta série ou depois desta.

Diagnóstico Diferencial

Consultar a seção "Diagnóstico Diferencial" relativa aos Transtornos da Aprendizagem.

Critérios Diagnósticos para F81.2 - 315.1 Transtorno da Matemática

A. A capacidade matemática, medida por testes padronizados, individualmente administrados,

está acentuadamente abaixo do nível esperado, considerando a idade cronológica, a

inteligência medida e a escolaridade apropriada à idade do indivíduo.

B. A perturbação no Critério A interfere significativamente no rendimento escolar ou atividades

da vida diária que exigem habilidades em matemática.

C. Em presença de um déficit sensorial, as dificuldades na capacidade matemática excedem

aquelas geralmente a este associadas.

Nota para a codificação: Caso esteja presente uma condição médica geral (por ex.,

neurológica) ou déficit sensorial, codificar no Eixo III.

Page 5: Aprendizagem

F81.8 - 315.2 TRANSTORNO DA EXPRESSÃO ESCRITA - DSM.IV

Características Diagnósticas

A característica diagnóstica essencial do Transtorno da Expressão Escrita consiste de

habilidades de escrita (medidas por um teste padronizado individualmente administrado ou

avaliação funcional das habilidades de escrita) acentuadamente abaixo do nível esperado,

considerando a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade apropriada à idade do

indivíduo (Critério A).

A perturbação na expressão escrita interfere significativamente no rendimento escolar ou nas

atividades da vida diária que exigem habilidades de escrita (Critério B).

Em presença de um déficit sensorial, as dificuldades nas habilidades de escrita excedem

aquelas geralmente a este associadas (Critério C). Caso esteja presente uma condição

neurológica, outra condição médica geral ou déficit sensorial, isto deve ser codificado no Eixo

III. Geralmente existe uma combinação de dificuldades na capacidade do indivíduo de compor

textos escritos, evidenciada por erros de gramática e pontuação dentro das frases, má

organização dos parágrafos, múltiplos erros ortográficos e caligrafia excessivamente ruim.

Este diagnóstico em geral não é dado quando existem apenas erros ortográficos ou fraca

caligrafia, na ausência de outros prejuízos na expressão escrita. Em comparação com outros

Transtornos da Aprendizagem, sabe-se relativamente menos acerca dos Transtornos da

Expressão Escrita e sobre seu tratamento, particularmente quando ocorrem na ausência de

Transtorno da Leitura.

À exceção da ortografia, os testes padronizados nesta área são menos acuradamente

desenvolvidos do que os testes de leitura ou capacidade matemática, podendo a avaliação do

prejuízo nas habilidades escritas exigir uma comparação entre amostras amplas do trabalho

escolar escrito do indivíduo e o desempenho esperado para sua idade e QI.

Este é especialmente o caso de crianças pequenas, das séries escolares iniciais. Tarefas nas

quais a criança é solicitada a copiar, escrever um ditado e escrever espontaneamente podem

ser necessárias para o estabelecimento da presença e extensão deste transtorno.

Características e Transtornos Associados

Consultar a seção "Características e Transtornos Associados" relativa aos Transtornos da

Aprendizagem (pp. 46-47). O Transtorno da Expressão Escrita em geral é encontrado em

combinação com Transtorno da Leitura ou Transtorno da Matemática. Existem algumas

evidências de que déficits de linguagem e percepto-motores podem acompanhar este

transtorno.

Prevalência

A prevalência do Transtorno da Expressão Escrita é difícil de estabelecer, uma vez que muitos

estudos se concentram na prevalência dos Transtornos da Aprendizagem em geral, sem ter o

cuidado de separar transtornos específicos da leitura, matemática ou expressão escrita. O

Transtorno da Expressão Escrita é raro, quando não associado a outros Transtornos da

Aprendizagem.

Curso

Embora as dificuldades na escrita (por ex., caligrafia ou capacidade de copiar particulamente

fracas ou incapacidade de recordar seqüências de letras em palavras comuns) possam aparecer

já na primeira série escolar, o Transtorno da Expressão Escrita raramente é diagnosticado

antes do final da mesma, uma vez que a instrução formal da escrita habitualmente ainda não

ocorreu até este ponto na maioria dos contextos escolares.

O transtorno em geral é visível na segunda série. O Transtorno da Expressão Escrita

ocasionalmente pode ser visto em crianças mais velhas ou em adultos, e pouco se sabe sobre

seu prognóstico a longo prazo.

Diagnóstico Diferencial

Consultar a seção "Diagnóstico Diferencial" relativa aos Transtornos da Aprendizagem (pp. 47-

48). Um transtorno apenas de ortografia ou caligrafia, na ausência de outras dificuldades da

expressão escrita, em geral não se presta a um diagnóstico de Transtorno da Expressão

Escrita. Quando a má caligrafia se deve a um prejuízo na coordenação motora, cabe considerar

Page 6: Aprendizagem

um diagnóstico de Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação.

Critérios Diagnósticos para F81.8 - 315.2 Transtorno da Expressão Escrita

A. As habilidades de escrita, medidas por testes padronizados, individualmente administrados

(ou avaliações funcionais das habilidades de escrita), estão acentuadamente abaixo do nível

esperado, considerando a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade apropriada

à idade do indivíduo.

B. A perturbação no Critério A interfere significativamente no rendimento escolar ou atividades

da vida diária que exigem a composição de textos escritos (por ex., escrever frases

gramaticalmente corretas e parágrafos organizados).

C. Em presença de um déficit sensorial, as dificuldades nas habilidades de escrita excedem

aquelas habitualmente a este associadas.

Nota para a codificação: Se uma condição médica geral (por ex., neurológica) ou déficit

sensorial estiverem presentes, codificar no Eixo III.

F81.9 - 315.9 Transtorno da Aprendizagem Sem Outra Especificação

Esta categoria envolve os transtornos da aprendizagem que não satisfazem os critérios para

qualquer Transtorno da Aprendizagem específico, podendo incluir problemas em todas as três

áreas (leitura, matemática, expressão escrita) que, juntos, interferem significativamente no

rendimento escolar, embora o desempenho nos testes que medem cada habilidade

isoladamente não esteja acentuadamente abaixo do nível esperado, considerando a idade

cronológica, a inteligência medida e a escolaridade apropriada à idade do indivíduo.

Esta categoria envolve os transtornos da aprendizagem que não satisfazem os critérios para

qualquer Transtorno da Aprendizagem específico, podendo incluir problemas em todas as três

áreas (leitura, matemática, expressão escrita) que, juntos, interferem significativamente no

rendimento escolar, embora o desempenho nos testes que medem cada habilidade

isoladamente não esteja acentuadamente abaixo do nível esperado, considerando a idade

cronológica, a inteligência medida e a escolaridade apropriada à idade do indivíduo.