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APRENDENDO E ENSINANDO COM OFICINAS PEDAGÓGICAS

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APRENDENDO E ENSINANDO COM

OFICINAS PEDAGÓGICAS

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APRENDENDO E ENSINANDO COM OFICINAS PEDAGÓGICAS

O que são Oficinas Pedagógicas?

São roteiros de estudo e reflexão sobre o ensino da leitura e da escrita,

para serem realizados presencialmente com grupos de professores.

“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua

própria produção ou a sua construção.” (Paulo Freire)

A oficina é uma metodologia de trabalho que prevê a formação coletiva.

Ela prevê momentos de interação e troca de saberes a partir da

uma horizontalidade na construção do saber inacabado. Sua dinâmica toma

como base o pensamento de Paulo Freire no que diz respeito à

dialética/dialogicidade na relação educador e educando.

Isso diz respeito a uma dinâmica democrática, participativa e reflexiva

que toma como fundamento do processo pedagógico a relação teoria-prática,

sem enaltecer a figura do educador como única detentora dos conhecimentos.

Como defendia Paulo Freire: Se, na verdade, o sonho que nos anima é

democrático e solidário, não é falando aos outros, de cima para baixo,

sobretudo, como se fôssemos os portadores da verdade a ser transmitida aos

demais, que aprendemos a escutar, mas é escutando que aprendemos a falar

com eles (Freire, 1998, p.127).

Uma oficina se estrutura em momentos distintos: inicialmente, tem-se

uma dinâmica de acolhida e entrosamento, para facilitar o conhecimento mútuo

e a interação entre os participantes. Posteriormente, tem-se a reflexão de um

tema específico, de interesse do grupo, que busca refletir a realidade, e suas

inter-relações com os níveis individual, grupal e coletivo. Utiliza-se músicas,

poesias, relatos de vida, desenhos, dramatizações, gravuras, contos, cartazes,

fotografias que falem da vida cotidiana das crianças e adolescentes, que

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facilitem a aprendizagem, a troca de saberes e que articule conteúdo,

embasamento teórico e metodológico.

No decorrer da oficina, os participantes compartilham a própria história

de vida, onde este cotidiano é inserido no contexto mais amplo, referindo à

realidade local, estadual, nacional e mundial. A oficina é concluída, através da

avaliação e encerramento dos trabalhos do dia.

As oficinas pedagógicas possibilitam um processo educativo composto

de sensibilização, compreensão, reflexão, análise, ação, avaliação.

A articulação entre teoria e prática é sempre um desafio, não apenas na

área da educação. Entre pensar e fazer algo, há uma grande distância que, no

entanto, pode ser vencida. Um dos caminhos possíveis para a superação

dessa situação é a construção de estratégias de integração entre pressupostos

teóricos e práticas, o que, fundamentalmente, caracteriza as oficinas

pedagógicas.

A oficina pedagógica atende, basicamente, a duas finalidades:

(a) articulação de conceitos, pressupostos e noções com ações concretas,

vivenciadas pelo participante ou aprendiz; e

b) vivência e execução de tarefas em equipe, isto é, apropriação ou

construção coletiva de saberes.

O professor ou coordenador da oficina não ensina o que sabe, mas vai

oportunizar o que os participantes necessitam saber, sendo, portanto, uma

abordagem centrada no aprendiz e na aprendizagem e não no professor.

Desse modo, a construção de saberes e as ações relacionadas decorrem,

principalmente, do conhecimento prévio, das habilidades, dos interesses, das

necessidades, dos valores e julgamentos dos participantes.

A oficina, como qualquer ação pedagógica, pressupõe planejamento,

mas é na execução que ela assume características diferenciadas das

abordagens centradas no professor e no conhecimento racional apenas. O

planejamento prévio caracteriza-se por ser flexível, ajustando-se às situações-

problema apresentadas pelos participantes, a partir de seus contextos reais de

trabalho. A partir de uma negociação que perpassa todos os encontros

previstos para a oficina, são propostas tarefas para a resolução de problemas

ou dificuldades existentes, incluindo o planejamento de projetos de trabalho, a

produção de materiais didáticos, a execução de materiais em sala de aula e a

apresentação do produto final dos projetos, seguida de reflexão crítica e

avaliação. As técnicas e os procedimentos são bastante variados, incluindo

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trabalhos em duplas e em grupo para promover a interação entre os

participantes, sempre com foco em atividades práticas.

O principal objetivo das oficinas foram o de oferecer aos

participantes/alunos um referencial para o desenvolvimento de trabalho

pedagógico com a leitura e a escrita, na perspectiva dos gêneros textuais,

associado à prática de atividades e realização de projetos de trabalho. Todo o

processo foi desenvolvido numa linha crítico-reflexiva, a partir da integração do

conhecimento prévio dos professores à apropriação de novos conhecimentos e

práticas contextualizadas.

Tudo que é novo geralmente gera certa insegurança, porque se trata de

novos desafios que precisam ser enfrentados. Por exemplo, pensar e rever

práticas docentes, abordagens teóricas de ensino, disciplinas sem fronteiras

(interdisciplinaridade), a complexidade da organização social, especializações

que não fechem questões do conhecimento a visões limitadas e distorcidas da

realidade, tudo isso requer predisposição de quem se põe, como meta, a

buscar alternativas de ensino para situações complexas de aprendizagem no

dia a dia.

Trabalhar o processo de formação e organização de crianças e adolescentes, através das oficinas pedagógicas de direitos humanos, cultura popular, cidadania, literatura popular infanto-juvenil, objetivando construir um espaço onde se formem crianças e adolescentes para serem construtoras ativos da sociedade e exerçam sua cidadania. O trabalho de extensão busca contribuir no desenvolvimento de uma prática educativa, participativa e dialógica, a partir da articulação teoria-prática.

A experiência vivenciada nas oficinas com crianças e adolescentes está marcada por um movimento dialético e tem como base o pensamento de Paulo Freire no que se refere ao uso da dialética/ dialogicidade na relação educador e educando. Sendo as oficinas um espaço de interação e troca de saberes, esta ocorre através de dinâmicas, atividades coletivas e individuais que proporciona ao educando expor seus conhecimentos sobre a temática em questão e assimilar novos conhecimentos acrescidos pelos educadores. Esse processo de conhecimento, dar-se a partir da marca da horizontalidade na construção do saber inacabado.

Nessa metodologia, é fundamental a criatividade, a sensibilidade, a amorosidade, a alegria, o envolvimento do educador. Na oficina pedagógica, educadores e educandos são co-criadores na produção do conhecimento.

As crianças e os adolescentes, a partir das oficinas pedagógicas expressam-se de várias maneiras: dramatizando, brincando, desenhando, pintando, escrevendo e contando suas histórias. Os educandos participam emitindo opinião, superam timidez, aumentam a auto-estima quando se percebem conhecedores e capazes de opinar sobre questões complexas. Os meninos e meninas sempre afirmam que a oficina ensina muita coisa. Eles falam do que mais gostam nas oficina, do que acham mais interessante. Apresentamos alguns depoimentos deles sobre o que têm aprendido nas oficinas, sua compreensão de oficina enquanto espaço de construção de uma prática educativa baseada em valores de respeito, diálogo, participação, gosto

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pelo trabalho coletivo, criatividade, exercício da dignidade, entusiasmo pela vida: Gosto de bater todos os instrumentos, gosto de brincar de todas brincadeiras, disso

que todo mundo faz. Gosto de todos os meninos que fica aqui na banda... É tudo

meus amigos...Tenho aprendido a respeitar os outros, tenho aprendido fazer

tudo....Quando tem algum trabalho assim... eu ajudo, como fizeram brechó, eu ajudei,

todo mundo vendeu o brechó e eu vou ajudar, ajudar a comunidade que é onde a

gente trabalha...Oficina é tudo de bom pra mim, porque me ensinou muita coisa e eu

queria que quem não soubesse de nada, viesse pra oficina também. Parque quem

viesse pra oficina aprendia também, que nem a gente tomo aqui na oficina pra

aprendê alguma coisa na vida...quando a gente não tem nada, a gente corre pra

oficina, a gente aprende tudo...Eu aprendi fazer arte, aprendi contribuir com os

meninos, aprendi bater na banda, tudo isso eu aprendi. Camila 11 anos.

Compreendemos que essa ação extensionista se fundamenta na pedagogia proposta por Paulo Freire, uma pedagogia baseada no diálogo, amorosidade, reflexão crítica, rigor metodológico, organização e ação coletiva. Esse jeito de fazer extensão significa um caminho, uma metodologia, que é construído coletivamente, fundamentado numa dimensão ética, técnica, política, cultural. Assim, busca-se desenvolver uma educação, cujo valor central é a instituição de uma nova cultura: da defesa intransigente da humanidade, da dignidade e da felicidade.

Na visão do educador, são muitas as contribuições dessa metodologia dialógica e participativa para sua formação humana e profissional. Através dessa ação, busca-se não só a construção de uma prática de denúncia e indignação, mas também de utopia, esperança e ação. Portanto, a partir da realização desse trabalho, queremos compreender a própria realidade e modificá-la, através de pequenas ações individuais e coletivas. Despertar sentimentos, atitudes, esperanças, fazeres, na perspectiva de que é possível construir uma sociedade mais humana e solidária, onde todos tenham vida e dignidade.

São muitos os aprendizados, as reflexões que este estudo nos possibilitou.

A metodologia da oficina pedagógica se coloca como participativa, criadora,

coletiva e crítico-reflexiva, através de um jeito novo do fazer educativo, onde

este aconteça num espaço de ação, reflexão e ação, articulando o cotidiano e a

história. Possibilitando que o educando contextualize sua realidade,

problematizando-a, e se coloque nela, como sujeito da sua própria história e

da história da humanidade.

Ler não se reduz à decodificação dos sinais gráficos dispostos no papel, mas,

bem além disso, implica em compreender o mundo e em recriá-lo a partir da

consciência formada a partir do novo aprendizado. Estudar, por sua vez, exige

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disciplina, empenho e resolução para enfrentar os obstáculos e conflitos

inerentes ao processo de aprendizagem.

Decorre, do diálogo sobre a vida (e da leitura sobre o mundo), que a

transformação permeia todo o trabalho do(a) educador(a): a educação é, por

definição, transformação do(a) educando(a), de um estado de menos poder

para outro de mais poder criativo e crítico em face da realidade.

É esse o jogo dialético entre o que ele denomina “leitura do mundo” e

“leitura da palavra”, ou seja, entre o desenvolvimento do senso crítico e a

aprendizagem dos conteúdos transmitidos pela escola, ambos dependentes da

qualidade de ensino que decorre da competência técnico-científica e ético-

política do(a) educador(a). A proposição do diálogo é, no plano comunicacional,

equivalente à proposição do ensino e da aprendizagem como um processo

interativo de elaboração do conhecimento: quem ensina oferece um saber que

deve estar aberto às transformações e criações promovidas por quem aprende

Para agir como coordenador(a), o(a) educador(a) progressista precisa,

portanto, assumir o diálogo como princípio orientador de sua prática. Isto, em

outras palavras, implica na abertura, antes referida, ao conhecimento e ao

universo dos educandos, a fim de melhor compreender-lhes e com eles trocar

saberes. Implica igualmente na cooperação que decorre da diminuição de

distâncias entre educadores e educandos, provocando sua transformação.

Possibilidade que pode ser exercitada no contexto escolar principalmente no

espaço da construção do conhecimento nas oficinas pedagógicas

A avaliação negativa recai, por sua vez, sobre o aspecto moral: os jogos

são motivadores potenciais da violência e necessitam de uma escolha que

elimine essa possibilidade. Exemplo: “Videogames: que mundo é esse?” e

“Videogames: o que a escola tem com isso?”, respectivamente. Deve-se

chamar a atenção para o fato de que a avaliação negativa expressa a

predominância, no senso comum do professorado, de uma teoria psicológica

específica sobre o aprendizado da violência (a behaviorista social).

Em sintonia com as oficinas de seus professores e professoras, alunos e

alunas, em uma oficina, também produziram um material rico em diversidade e

expressividade. Por meio de seus desenhos, palavras e da música que

compuseram, responderam às mesmas questões apresentadas nas oficinas

com educadores, revelando uma compreensão das temáticas abordadas

bastante semelhante à do professorado.

As intervenções apresentadas pelos alunos e alunas para as escolas em

face da violência e dos jogos eletrônicos convergem: em relação a ambos os

problemas, a escola é representada positivamente, como lugar de limpeza e do

convencimento (Exemplo: um subgrupo desenhou alunos fazendo uma

passeata contra a violência), onde o estudo é contraposto ao “vício de jogar”. O

melhor exemplo dessa contraposição com que os alunos e alunas percebem a

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relação entre jogos eletrônicos e escola encontra-se na letra do “rap” chamado

“Starteando ”.

Consequentemente, as oficinas pedagógicas são situações de ensino e

aprendizagem por natureza abertas e dinâmicas, o que se revela essencial no

caso da escola pública - instituição que acolhe indivíduos oriundos dos meios

populares, cuja cultura precisa ser valorizada para que se entabulem as

necessárias articulações entre os saberes populares e os saberes científicos

ensinados na escola.

Com as oficinas, além de interagir, os (as) profissionais tanto ensinam

quanto aprendem: ensinam, certamente, conteúdos formais de cuja

transmissão são encarregados; aprendem, porque, como se sabe, essa

transmissão não é automática, mas supõe uma construção cognitiva individual

de cada aluno e aluna, favorecida pelo trabalho coletivo. Aprendem, por

conseguinte, como pensam seus alunos - conhecimento esse indispensável

para que possam cumprir uma tarefa complexa, a de facilitar a aproximação

entre os saberes prévios do alunado e o saber sistematizado da escola.

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AS OFICINAS PEDAGÓGICAS

As oficinas pedagógicas são espaços de reflexão e aprendizagem sobre

a prática pedagógica, onde os acadêmicos de Normal Superior - Anos Iniciais e

Educação Infantil, terão a oportunidade de desenvolver competências e

habilidades para atuar na sua vida profissional.

São modalidades de ação que promovem a investigação, produção e utilização

de materiais pedagógicos, como recursos indispensáveis ao enriquecimento do

processo de ensino aprendizagem, combinando o trabalho individual com as

tarefas socializadas sempre buscando a unidade entre teoria e prática

permitindo aos alunos desenvolver projetos nos diversos campos da

educação.

São estratégias que supõem o aprender fazendo. O pensar, o sentir, é a

ação e a reflexão sobre a ação, construindo assim uma teia de formação,

através de um processo sistemático que permite a ação-reflexão-ação na

constituição de um cidadão, capaz de posicionar-se criticamente e

criativamente na sociedade.

Nas Oficinas Pedagógicas, haverá sempre uma preocupação com a construção

de ações interdisciplinares, integradas ao projeto pedagógico do curso.

Além de ser um espaço de construção coletiva de conceitos e saberes, as

Oficinas Pedagógicas desenvolvem um trabalho social junto à rede pública de

ensino, através dos convênios firmados com estas instituições para a

realização de estágio supervisionado dos acadêmicos de Normal Superior.

Muitos desses professores participam dessas oficinas como convidados, sendo

assim um espaço de aprimoramento da prática docente.

As temáticas abordadas durante as Oficinas procuram contextualizar-se com a

realidade vivenciada na globalidade do país e do mundo. Suas propostas vêm

de encontro as necessidade dos futuros educadores buscarem diferentes

práticas para a ação pedagógica junto aos educandos, pois o nosso maior

desafio é refazer a competência do docente e para isso é absolutamente

indispensável refazer o seu trajeto formativo.

Gestão democrática da educação

1) O mediador se apresenta ao grupo e convida a todos a se apresentar;

determina 30 segundos para cada participante. Em seguida, explica qual

o tema da oficina e os objetivos, procurando fazer uma ligação com o

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conteúdo da palestra. Explica também a forma como serão realizadas as

atividades.

Após a apresentação e o acolhimento, os participantes são distribuídos em

quatro subgrupos. A cada subgrupo será atribuído um dos quatro temas

referentes aos mecanismos de gestão democrática constantes na Folha de

Trabalho. Cada subgrupo elege um coordenador e um relator. Ao coordenador

compete dinamizar as discussões, incentivando todos a contribuírem com

idéias, a fim de evitar a monopolização por algum participante e visando manter

o foco do problema em discussão. O relator é responsável pela integração das

idéias desenvolvidas no seu subgrupo, pelo registro em fichas e em textos-

síntese das discussões, conforme o caso, e pela apresentação desse registro

em plenária.

Os subgrupos, sob a orientação do coordenador, fazem a leitura e o debate

das questões integradoras constantes na Folha de Trabalho. Espera-se que as

questões tenham um papel mobilizador, para propiciar um debate amplo e a

troca de experiências.

2) Leitura e debate sobre a construção do mecanismo de gestão

democrática atribuído ao grupo, com a orientação dos roteiros

constantes na Folha de Trabalho.

A idéia é a de que o roteiro seja apenas um orientador da discussão e que o

grupo possa fazer formulações mais abrangentes e diversificadas. Cada

subgrupo trabalha com um mecanismo de gestão participativa indicado

previamente pelo mediador.

Como auxílio do subgrupo, o relator registra, em papel metro, de forma

resumida, os resultados do trabalho.

3) O relator de cada subgrupo faz a apresentação das conclusões. Os

trabalhos são afixados nas paredes para uma maior socialização.

Os participantes respondem ao instrumento de avaliação que deve ser

entregue, posteriormente, ao mediador.

Após a discussão sobre o mecanismo de gestão indicado pelo mediador,

cada subgrupo, conforme o roteiro sugerido a seguir, concretiza uma proposta

de construção do seu mecanismo. O relator registra as conclusões do

subgrupo em papel metro. Em seguida, cada subgrupo apresenta o resultado

do trabalho aos colegas.

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SUGESTÕES DE OFICINAS PEDAGÓGICAS

Matemática Rápida

Um dos maiores obstáculos ao aprendizado da Matemática é a lentidão de alguns alunos em fazer os cálculos. Quanto mais rápido você terminar uma operação mais tempo você terá para ver novos assuntos. Em cada técnica são usadas as operações fundamentais por caminhos não tradicionais, caminhos estes descobertos pelos matemáticos que se dedicaram a desenvolvê-las. E a matemática rápida tem o objetivo de deixar o aluno com competências que vai necessitar durante provas, concursos e vestibulares.

Essa é uma ótima sugestão para realizar com os alunos e incentivá-los a estudar tabuada...

Pode ser feita em grupo e cada grupo terá um vencedor, assim os vencedores cuidam para que os outros não continuem escrevendo e isso estimulará o estudo da tabuada, já que os alunos querem vencer.

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Jogar com seus alunos: Provavelmente conhece o JOGO STOP que fazemos com letras. Na parte de cima, onde especificamos os temas, está colocada a tabuada, e separamos em colunas. Depois, a cada nova rodada, um número é sorteado, por exemplo o número 8. A partir desse momento, você terá um tempo determinado para multiplicar esse número por cada um da coluna . O primeiro que preencher as colunas, deverá pedir STOP! e todos os outros não poderão escrever mais nada. Quem preencheu, preencheu. Agora vamos corrigir as contas com as dos demais jogadores.Nesse caso não se perde ponto já que todos os resultados devem ser iguais, então todos ganham 10 pontos. Se errar perde 5 pontos do que já ganhou! Somam-se os pontos de cada um na rodada e esses pontos vão para o ranking do STOP!. Vence quem fizer o maior número de pontos!. Esse jogo estimula estudar e conhecer a tabuada.

O Retrato

Ao olhar para um retrato, um homem disse: "Irmãos e irmãs eu não tenho, mas o pai daquele homem é o filho de meu pai. "

De quem é o retrato ?

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"... o jogo é elemento do ensino apenas como possibilitador de colocar o pensamento do sujeito como ação. O jogo é o elemento externo que irá atuar internamente no sujeito, possibilitando-o a chegar a uma nova estrutura de pensamento" (Moura, 1994, p. 20). Dependendo do papel que o jogo exerce na construção dos conceitos matemáticos, seja como material de ensino, seja como o de conhecimento feito ou se fazendo, tem as polêmicas teóricas entre os autores. Na concepção Piagetiana, o jogo assume a característica de promotor da aprendizagem da criança. Ao ser colocado diante de situações de brincadeira, a criança compreende a estrutura lógica do jogo e, conseqüentemente, a estrutura matemática presente neste jogo.

1. Jogos estratégicos, onde são trabalhadas as habilidades que compõem o raciocínio lógico. Com eles, os alunos lêem as regras e buscam caminhos para atingirem o objetivo final, utilizando estratégias para isso. O fator sorte não interfere no resultado.

2. Jogos de treinamento, os quais são utilizados quando o professor percebe que alguns alunos precisam de reforço num determinado conteúdo e quer substituir as cansativas listas de exercícios. Neles, quase sempre o fator sorte exerce um papel preponderante e interfere nos resultados finais, o que pode frustrar as idéias anteriormente colocadas.

3. Jogos geométricos, que têm como objetivo desenvolver a habilidade de observação e o pensamento lógico. Com eles conseguimos trabalhar figuras geométricas, semelhança de figuras, ângulos e polígonos. Os jogos com regras são importantes para o desenvolvimento do pensamento lógico, pois a aplicação sistemática das mesmas encaminha a deduções. São mais adequados para o desenvolvimento de habilidades de pensamento do que para o trabalho com algum conteúdo específico. As regras e os procedimentos devem ser apresentados aos jogadores antes da partida e preestabelecer os limites e possibilidades de ação de cada jogador. A responsabilidade de cumprir normas e zelar pelo seu cumprimento encoraja o desenvolvimento da iniciativa, da mente alerta e da confiança em dizer honestamente o que pensa. Os jogos estão em correspondência direta com o pensamento matemático. Em ambos temos regras, instruções, operações, definições, deduções, desenvolvimento, utilização de normas e novos conhecimentos (resultados).

PLANEJAMENTO - OFICINAS PEDAGÓGICAS Objetivo Específico: Proporcionar ao aluno atividade de maior utilidade ampliando noção de responsabilidade e de trabalho para sua própria realização pessoal.

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PROGRAMA ESTRATÉGIAS Trabalhos manuais . Tapetes (retalhos) . Crochê . Quadro (tela) . Bordado (ponto cruz) . Cestos (jornal/reciclado) . Biscuit (lembrancinhas, vidros, etc.)

. Conhecimento e utilização do material.

. Preparação e classificação do material

. Pintura em telas

. Bordado em tecido, sacos, toalhas, etc.

.Tecer e trançar

. Noções básicas de costura: riscar, cortar, alinhavar, pregar botões, colchetes, costurar. . Confecções de tapetes. . Acondicionamento.

Horticultura Jardinagem

. Preparação do solo e suas condições;

. Época adequada do plantio;

. Uso adequado de ferramentas;

. Semeadura e plantio;

. Conservação de canteiros;

. Colheita;

. Conservação dos produtos colhidos;

. Comercialização;

. Necessidades da planta (adubo, água, poda, replanta); . Ferramentas adequadas; . Conservação de jardins e vasos; . Seleção de sementes e mudas; . Flores e folhagens para adornos da escola, sala de aula e presentes; . Técnicas de plantio, poda; . Reprodução de viveiros; . Manutenção.

Atividades domésticas . Escola . Oficina de culinária

. Conhecimento e utilização do material de trabalho ou de limpeza; . Ser responsável com os materiais, utilizando-se em quantidades e finalidades adequadas; . Limpeza da oficina de culinária, banheiros, sala de aula, parquinho, assim por diante; . Reconhecer e identificar os cômodos de uma casa; . Limpeza e conservação dos cômodos de uma casa; . Limpeza e conservação dos utensílios domésticos; . Cuidados e conservação de roupas e calçados; . Reconhecer e utilizar adequadamente eletros domésticos que existem na oficina de culinária e no ambiente escolar; . Classificação de alimentos e utensílios (arroz, feijão, verdura, carne);

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. Efetuar pequenas compras (feiras, supermercado, padaria, mercearia); . Preparar e elaborar receitas simples (doces, pães, bolos, salgados);

Produtos feitos com madeira

. Madeira – origem, tipo e finalidade; . Ferramentas e maquinários – conhecer, nomear e utilizar; . Conservação e manutenção de todos os materiais; . Lixar; . Planar; . Medir; . Riscar; . Serrar; . Furar; . Montar; . Pregar; . Colar; . Acabamento; . Consertos e reformas; . Embalar; . Comercializar.

Vários são os motivos para que o educador matemático nunca se considere “pronto”. Entre diversos fatores, podemos destacar: • Avanços e inovações na área de Tecnologias de Informação e Comunicação; • Mudanças nos currículos, na avaliação, na legislação educacional e nos livros didáticos; • Novas perspectivas em pesquisa educacional e nas ciências sociais; • Novas tendências em Educação Matemática; • Novas pesquisas e descobertas em psicologia e pedagogia.

A obtenção de um diploma de curso de formação de professores ou curso superior, já faz muito tempo, não pode ser considerada garantia para a conquista de um emprego e, ao mesmo tempo, esse diploma também não garante eficiência e bom desempenho profissional. Cabe ao professor manter-se atualizado, adquirindo o hábito da leitura, da pesquisa, da busca de informações auxiliares à sua prática pedagógica. Os livros didáticos e paradidáticos têm evoluído muito nos últimos anos, assim como materiais

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pedagógicos, softwares educacionais, vídeos, programas de TV na área de educação e didática da matemática. Cabe destacar que, além dos livros de conteúdo matemático, estão surgindo no mercado excelentes livros, revistas e materiais multimídia com: matemática lúdica, curiosidades, metodologias, história da matemática, resolução de problemas, investigações matemáticas em classe, que são também muito importantes como complementação de formação de professores. Sabemos que os problemas do ensino de Matemática passam também por problemas mais gerais do ensino como um todo e que derivam também das situações desfavoráveis como jornada de trabalho e salários e que devem ser reivindicações constantes dos professores junto aos Governos. Mas por outro lado existem as questões pedagógicas cuja solução só pode ser obtida por nós mesmos, profissionais da Educação, e não é razoável esperar a solução da primeira questão, para que possamos atacar a segunda.

Quanto ao ano letivo que se inicia: Para os professores, uma oportunidade ímpar de aprender e crescer, um momento mágico de revisão crítica e decisões corajosas; para os professauros, o angustiante retorno a uma rotina odiosa, o eterno repetir amanhã tudo quanto de certo e de errado se fez ontem. Quanto aos alunos que acolhem: Para os professores, a alegria de percebê-los cada vez mais sabidos e curiosos e a vontade de fazê-los efetivos protagonistas das aulas que ministrarão. A certeza de que não os ensinarão, mas poderão contribuir de forma decisiva para iluminar suas inteligências e afiar suas muitas competências. Para os professauros, nada mais que chatíssimos clientes que transformados em espectadores pensarão sempre mais na indisciplina que na aprendizagem, na vagabundice que no crescimento interior. Quanto às aulas que deverão ministrar: Para os professores, um momento especial para propor novas situações de aprendizagens pesquisadas e através das mesmas provocar reflexões, despertar argumentações, estimular competências e habilidades; para os professores, nada além que a repetitividade de informações que estão nos livros e apostilas e a solicitação de esforço agudo das memórias para acolher o que se transmite, ainda que sem qualquer significação e poder de contextualização ao mundo em que se vive. Quanto aos saberes que se trabalhará: Para os professores, um volume de informações que necessitará ser transformado em conhecimentos, uma série de veículos para que com eles se aprenda a pensar, criar, imaginar e viver; para os professores, trechos cansativos de programas estáticos que precisam ser ditos, ainda que não se saiba por que fazê-lo. Quanto à vida que se vive e os sonhos que se acalanta: Para os professores, desafios a superar, esperanças a aguardar, conhecimentos para

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cada vez mais se aprender, a fim de se fazer da arte de amar o segredo do viver; para os professores, a rotina de se trabalhar por imposição, casar por obrigação, fazer filhos por tradição, empanturrar-se para depressa se aposentar e quanto antes morrer.

Diante da liberdade de pensar e de agir, surge a necessidade do diálogo, do respeito ao tempo de cada um, sem que isto signifique deixar o fraco como fraco, porque é o seu tempo, mas partir do outro como uma pessoa que é um mundo de possibilidades e não um universo de limitações. Exige do educador ir além do seu conteúdo específico, situando este em um contexto mais amplo de questões identificadas com o aprender a aprender, aprender a ser, aprender a fazer e aprender a conhecer.

As historinhas, ou tirinhas sejam apresentadas aos alunos, acompanhadas de perguntas estimulantes ou mesmo de situações problema retiradas das mesmas. São muito úteis também as historinhas sem texto, só com as figuras, para que estimulemos a nossos alunos a criarem suas próprias histórias, desenvolvendo a criatividade, autonomia e capacidade de interpretação.

Dentre todos os jogos que podemos utilizar, devemos preferir os que �possuem as seguintes características: o jogo deve ser para dois ou mais

jogadores, sendo, portanto, uma atividade que os alunos crianças realizam �juntos; o jogo deverá ter um objetivo a ser alcançado pelos jogadores e

�incentivar a busca, a tentativa, a procura por alcançar a meta final; no jogo deve haver a possibilidade de usar estratégias, estabelecer planos, executar jogadas e avaliar a eficácia desses elementos nos resultados obtidos, isto é, o jogo não deve ser mecânico e sem significado para os jogadores. Ao utilizar um jogo com os alunos você não deve realizá-lo uma vez apenas, mas jogar algumas vezes. Esse procedimento permite que os alunos se apropriem do jogo, de suas regras e dos conhecimentos matemáticos nele envolvidos. Algumas vezes, após o jogo, é interessante também propor algum tipo de registro sobre o jogo.

JOGO LIGEIRINHO Idade recomendada: a partir de 6 anos Objetivos: “Ligeirinho!” auxilia os alunos a perceberem a relação entre adição e subtração; realizarem cálculo mental e resolver problemas de adição e subtração. Regras: Número de jogadores: Grupos de 3 alunos. Material necessário: 40 cartas (quatro de cada) de ás à dez.

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1 - As cartas são distribuídas entre dois dos três jogadores, que devem sentar-se frente a frente, com seus montes de cartas viradas para baixo. Ao mesmo tempo os dois retiram a carta de cima de seus montes dizendo: - Ligeirinho! e segurando-as perto de seus rostos, de modo que possam ver apenas a carta do adversário, mas não a própria. O terceiro jogador, nesse momento, anuncia a soma das cartas, e aqueles, entre os dois, que primeiro descobrir o correto valor de sua própria carta leva o par para si. 2 - Ganha aquele que conseguir o maior número de cartas. 3 - Como variação, o “Ligeirinho!” pode ser jogado com multiplicação a partir da 3ª série.

AS OFICINAS, O PAPEL DA ESCOLA E DO PROFESSOR

A Constituição Federal do Brasil, em seu art. 205, diz: “A educação,

direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

Na educação assim como em outras áreas profissionais, existem dificuldades a serem superadas para que o profissional tenha um bom desempenho. Na escola, essa situação não é diferente, muitos alunos também apresentam dificuldades no aprendizado e no desenvolvimento de suas habilidades. Os motivos, muitas vezes, num primeiro momento não são conhecidos dos professores. É necessário em situações como as anteriormente levantadas, que a escola investigue uma forma alternativa, buscando propiciar a esses alunos com dificuldades atividades que os ajudem a desenvolver as competências indispensáveis à vida em sociedade. Atividades, que possibilitem a essas crianças superar suas dificuldades e tornem o aprendizado algo prazeroso. Assim, evitam-se os “traumas” que os alunos adquirem a partir de suas dificuldades em aprender.

Diante da realidade atual e de tanta violência e desigualdade na sociedade, a escola não pode ficar imparcial, mas deve tomar atitudes para que as crianças tenham menos tempo para conviver com a realidade da violência. Quando se ocupam com brincadeiras, aprendizado de novas

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experiências educativas, as crianças estão fora das ruas, ao mesmo tempo em que aprendem e ensinam como ser cidadão. O papel da escola é o de oferecer a todos os alunos condições necessárias para que eles exerçam plenamente a cidadania, por meio de uma educação de qualidade, e, não apenas o de ensiná-los a ler, a escrever e a contar. A oficina pode apresentar brincadeiras ligadas a canções. São utilizadas algumas cantigas folclóricas e canções. A musicalidade é uma das primeiras formas de comunicação da criança com o mundo. O timbre do choro, a melodia da voz da mamãe, o ritmo da batida do coração, a troca de velocidade e intensidade nas falas são alguns exemplos de como o bebê começa a perceber o mundo. Assim, a musicalidade está intimamente ligada a momentos de brincadeira e de aconchego. A oficina propõe brincadeiras interativas que aliam a sonoridade a diferentes tipos de movimentos, desafiando a coordenação motora e provocando a troca de carinho. Ao envelhecer é importante a retomada do potencial criativo que em muitos idosos pode estar esquecido ou adormecido. Para Neri (2000), o envelhecimento é experimentado de maneira singular, ou percebido de maneira diferente pelas pessoas e depende também da interação de múltiplos fatores bio-psico-sociais e dos próprios conceitos de tempo, idade e envelhecimento. Com o fenômeno da criatividade acontece algo semelhante e as pessoas que costumam exercitar sua criatividade podem desenvolver seu potencial criativo de maneira mais eficiente e flexível. O ser humano cria no intuito de entender seus instintos, seus impulsos (conscientes e inconscientes), e busca desenvolver suas habilidades criativas para revelar suas potencialidades (o que é possível ser feito), seus limites (o que ainda não sabe fazer), bem como a sua própria natureza (PFEIFER, 2001). Esta definição apresenta o ser humano como o centro da criatividade e por isto é relevante para entender a natureza deste trabalho que buscou em cada atividade, o re-conhecimento do idoso quanto aos vários aspectos de si mesmo em relação a sua criatividade. Aspectos que podem ser limitantes, potencializantes e também passíveis de oferecer uma melhor aceitação e compreensão de si mesmos. Apostando na possibilidade de uma velhice criativa, introduziu-se o instrumento e as estratégias didáticas da Oficina Pedagógica para ajudar idosos no despertar da criatividade e buscar corroborar questões de pesquisa que confirmassem a importância da abertura desses espaços. a)aprender fazendo: aprender vendo é mais formador do que aprender por comunicação verbal de idéias; b) metodologia participativa: participar se aprende participando e não teoricamente; c) pedagogia da pergunta: buscar respostas sem certezas absolutas; desenvolver a capacidade de reflexão é ter condições de apropriar-se do saber; d) trabalho interdisciplinar: atuar no âmbito onde muitas áreas do conhecimento se articulam sob diferentes perspectivas; e) visa uma tarefa comum: envolve todos os componentes do grupo de forma autogestionária; f) caráter globalizante e integrador: deve superar a dissociação entre corpo e mente-espírito; buscar o desenvolvimento do ser humano que é ao mesmo tempo ação, cognição e afeto;

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g) implica e exige trabalho grupal: procurar promover a busca de resposta aos problemas, ricas de conteúdo e vivências; h) integração da docência, da investigação e da prática em um só processo: realizar um projeto de trabalho, com reflexão teórica, com teoria iluminando e orientando a prática.

Cada participante assume o papel de quem aprende para mudar. Esta modalidade de ação não se aplica a qualquer conteúdo ou curso. Necessário um mínimo de orientação teórica e serem sujeitos ativos de sua própria formação.