apostila_historia do cristianismo

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    Todos os direitos reservados ao autor do texto. Nenhuma parte desta obra poder ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios, sem permisso do

    autor, exceto textos mencionados como extrados das fontes citadas. A presente obra est autorizada a ser utilizada pelo IBET Instituto Batista de Ensino Teolgico exclusivamente como material de apoio s aulas, o qual se responsabilizar

    pela observncia da Lei de Direitos Autorais e usado por alunos devidamente matriculados.

    INSTITUTO BATISTA DE ENSINO TEOLGICO Rua Rosal, 94, Pacincia, Rio de Janeiro, RJ

    www.ibet.com.br [email protected]

    021. 3292.6560

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    A autora

    O SEMINRIO TEOLGICO BATISTA GUENTHER KRIEGER tem a alegria de apresentar aos seus alunos e demais estudiosos da teologia, mais um fascculo do seu Curso de FORMAO TEOLGICA, no programa de ensino semi-presencial Histria do Cristianismo I. Seu texto foi elaborado pela professora Rosngela Moraes, professora da rea histrica de nosso Seminrio. Professora Rosngela Licenciada em Histria pela FEUC e Ps-Graduada em Histria pela Universidade Cndido Mendes. Atua como professora do ensino pblico estadual, bem como na rea de ensino em sua Igreja, na Assemblia de Deus Artur Rios. Casada com Eliel, pais de Ana Caroline e Pedro Henrique. Pr. Jayr dos Santos Filho Coordenador Acadmico do SGK.

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    SEMINRIO TEOLGICO BATISTA GUNTHER KRIEGER Mantenedor: IBET Instituto Batista de Ensino Teolgico Curso: FORMAO TEOLGICA Disciplina: Histria do Cristianismo I Orientadora: Profa. Rosngela Moraes Ementa: Viso panormica da Histria Geral e como o Cristianismo se estabelece em Jerusalm (sc. I) at o movimento reformista (sc. XVI), destacando a formao da Igreja primitiva, a Igreja Imperial, a Queda do Imprio romano, a igreja medieval: conclios cisma do oriente, o perigo do Islamismo, as cruzadas, e os movimentos que antecederam a Reforma e a contra-Reforma, buscando o dilogo dos principais personagens e acontecimentos histricos com a perspectiva crist neste sculo. Objetivo Geral: Refletir sobre o papel desempenhado pela Igreja na sociedade atual e como fomos alicerados a partir dos exemplos deixados no passado. Objetivos especficos: - Estabelecer as relaes de influncia entre a sociedade e a Igreja em cada perodo histrico. - Entender a Igreja como uma Instituio governada por homens, que demonstraram vitalidade crist e a fraqueza em cada poca.

    Programa da Disciplina CONTEDO Unidade I A Igreja Apostlica e a Igreja Imperial (sc. I ao IV) Unidade II A Igreja medieval, sua formao (sec. V ao X) Unidade III - A Igreja medieval, decadncia (sec. XI ao XIV) Unidade IV Reforma e Contra Reforma, renascimento (sc. XV ao XVII) METODOLOGIA 1. O aluno participa de quatro encontros presenciais semanais, com os seguintes contedos: exposio da matria, debates e reflexes, trabalhos em grupos; 2. O aluno desenvolve durante a semana: frum, atividade acadmica e dois relatrios de leituras complementares.

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    AVALIAO . Trs tipos de exerccios semanais e uma prova presencial, sendo: ATIVIDADES: Uma Atividade semanal, valendo 07 pontos, totalizando trs atividades com a soma de at 21 pontos; FRUNS: Um frum por semana, valendo 4 pontos, totalizando trs fruns com a soma de at 12 pontos; RELATRIOS DE LEITURAS: Duas leituras semanais, valendo cada leitura 2 pontos, totalizando seis leituras com a soma de 12 pontos. PROVA PRESENCIAL: 55 pontos. Total: 100 pontos. Bibliografia: Bblia Sagrada ARRUDA, Jos Jobson de A. A Histria Moderna e Contempornea. So Paulo. Ed. tica. BINGHAM, Jefrey. Histria da Igreja. Rio de Janeiro. CPAD. 1 ed. 2007. CAIRNS, Earle E. Cristianismo atravs dos sculos. Vida Nova. 3 ed. SP.tt HURLBUT, Jess Lyman. Histria da Igreja Crist. So Paulo: Ed. Vida. 10 ed. 1998. JUNIOR, Hilrio Franco. O Feudalismo. So Paulo. Ed. Brasiliense. 15Ed. 1997. ____________________. O Ano 1000 Tempo de medo ou de esperana. So Paulo. Cia das Letras. 1999. PERES, Alcides Conejeiro. A Inquisio e os instrumentos de tortura da Idade Mdia. Rio de Janeiro. CPAD. 5 Ed. 2000. SHELLEY. BruceL. Histria do Cristianismo ao alcance de todos. So Paulo: Shedd Publicaes. 2004.

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    HISTRIA DA IGREJA Como tambm nos elegeu nele antes da fundao do mundo,

    para que fssemos santos e irrepreensveis diante dele em amor. Ef. 1.4

    Podemos, perceber que o plano de Salvao estava traado por Deus desde a eternidade. O sacrifcio fora feito antes da fundao do Universo, isto , antes mesmo de ser efetuada no calvrio. Em uma ordem cronolgica podemos estabelecer que Deus fundou a Igreja, Jesus Cristo formou a Igreja e o Esprito Santo confirmou a Igreja. Assim, o projeto no corao de Deus, a formao pelo ministrio de Cristo e a confirmao, no dia de Pentecostes, pelo poderoso derramamento do Esprito Santo.

    Portanto, temos o dilogo entre diversas correntes historiogrficas a fim de estabelecer um marco para a Histria da Igreja e seu estabelecimento e transformaes atravs dos sculos.

    Fundao da Igreja

    A palestina ocupava uma posio geogrfica privilegiada, uma encruzilhada das rotas comerciais que unio Egito Mesopotmia a Arbia com a sia Menor, portanto rea cobiada por diversos imprios atravs da histria.

    A lngua predominante na poca era o grego, herdada da cultura helnica; o Imprio Romano unia em um s governo boa parte do mundo conhecido, sendo um governo prspero e suas cidades estavam progresso. A poltica romana era tolerante religio e costumes dos povos conquistados, mas o mundo estava repleto de muitas religies e filosofias, mas vazio espiritualmente, portanto pronto para a recepo de uma nova religio.

    Ef. 3.8 Tendo a escritura prevista que Deus havia de justificar pela f..., a igreja que outrora estava oculta, revela-se atravs do ministrio terreno de Cristo e do Esprito Santo. Jo1.36.

    Nascimento da Igreja

    At. 1.8 Mas recebereis a virtude do Esprito Santo ..., a igreja inicia sua histria, cinqenta dias aps a ressurreio de Cristo, e dez dias aps a ascenso do Senhor Jesus Cristo.

    A IGREJA APOSTLICA

    Inicia-se por volta do ano 30 d.C. com a Ascenso de Jesus aos Cus e a Descida do Esprito Santo sobre os discpulos no dia de Pentecostes e encerra-se por volta do ano 100 d.C. com a morte de Joo, o ltimo dos 12 Apstolos.

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    A Princpio os discpulos estavam sem saber o que fazer. No dia de Pentecostes enquanto os seguidores de Jesus, 120 ao todo, estavam reunidos orando, o Esprito Santo veio sobre eles de forma maravilhosa. A Descida do Esprito Santo chegou a ser vista como que lnguas de fogo sobre cada um. O efeito foi trplice:

    a. Iluminou as mentes dos discpulos, dando a eles um novo conceito do Reino de Deus.

    b. Compreendera que este reino no era um reino poltico, mas um reino Espiritual, na pessoa de Jesus ressuscitado, que governara de modo invisvel a todos aqueles que aceitassem a F.

    c. Aquele Operar revigorou a todos, repartindo com eles o fervor do Esprito, e o poder de expresso que fazia de cada testemunho um motivo de convico naqueles que ouviam.

    De incio as pregaes eram apenas na Provncia da Judia e somente depois que se espalharam aos gentios, mesmo porque havia dificuldade de se entender o cristianismo alm dos muros judaicos.

    Neste perodo houve na Igreja um grande avivamento com a cura de enfermos, a ressuscitaro de mortos, o batismo com o Esprito Santo, a pregao do evangelho com novas converses, enfim Deus operava grandemente.

    Na poca, os judeus dividiam-se em 3 classes:

    a. Os hebreus: Eram aqueles cujos antepassados haviam habitado a Palestina durante vrias geraes, sendo considerados os verdadeiros israelitas;

    b. Os Judeus gregos ou Helenistas Eram descendentes dos judeus da disperso em pocas anteriores;

    c. Os Proslitos Eram no descendentes dos judeus, porm renunciavam ao paganismo, aceitavam a lei judaica, recebiam o rito de circunciso e tornavam-se judeus.

    Havia os judeus tradicionais que viviam em Israel. A leitura dos 6 primeiros captulos de Atos dos Apstolos d a entender que durante este perodo Pedro era o chefe da Igreja. Em muitas ocasies, era Pedro quem tomava a iniciativa de pregar, de operar milagres e de defender a Igreja, devido ao seu temperamento de se apresentar sempre pronto.

    O governo da Igreja era exercido pelos apstolos e Pedro exercia o papel de porta-voz.

    Nas pregaes de Pedro, podemos observar 3 aspectos principais como o carter messinico de Jesus, a ressuscitaro de Jesus e a segunda vinda de

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    Jesus. No dia de Pentecostes, num apelo de Pedro cerca de 3000 almas se converteram ao Cristianismo.

    Vale lembrar que no era somente Pedro que pregava, mas a Igreja crescia devido ao testemunho e o comprometimento vivo na pregao da palavra, pois cada membro era um mensageiro de Cristo.

    A Pregao de Estevo

    A Pregao de Estevo est registrado no livro de Atos dos Apstolos, Captulo 7. Estevo, possivelmente foi o primeiro membro da Igreja a ter uma viso do Evangelho para o mundo inteiro, e esse ideal levou-o ao martrio.

    A Converso de Saulo.

    De incio, Saulo junto com Tarso perseguiu de forma cruel aos cristos de Israel. Em Atos dos Apstolos 9 relata sobre a converso de Saulo ao ter uma viso de Jesus que lhe perguntava: "Saulo, Saulo, por que me persegues?"- "... Eu sou Jesus, a quem tu persegues.." Aps o seu encontro com Jesus Saulo havia se convertido e se tornaria um grande pregador do Evangelho da Salvao aos gentios.

    O Conclio de Jerusalm.

    O Conclio de Jerusalm foi uma forma na tentativa de continuar mantendo a Unidade da Igreja, visto que elementos conservadores judeus sustentavam que no podia haver salvao fora de Israel e que todos os convertidos deveriam observar a lei judaica e deveriam ser circuncidados e os progressistas que eram encabeados por Paulo e Barnab, que declaravam que o evangelho era para todos, tendo como base a f em Cristo.

    Por deciso deste conclio, a igreja ficou com a liberdade para iniciar uma obra de maior vulto, destinada a levar todas as pessoas para Jesus Cristo. Os gentios poderiam participar da Igreja sem a necessidade do cumprimento da Lei.

    medida que o evangelho ganhava adeptos entre os gentios, os judeus se afastavam dele e crescia cada vez mais o seu dio contra o Cristianismo, ocasionando perseguies, pois o cristianismo apresentava uma ameaa religio judaica e a posio poltica dos saduceus que era sustentada pelas autoridades romanas. As perseguies levaram os cristos a evangelizar entre os gentios fora de Israel.

    Nero e as Perseguies.

    No ano 64 uma grande parte de Roma fora destruda por um incndio. Diz-se que foi Nero quem ateou fogo cidade. Nero, Por sua vez, culpou os cristos

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    pelo fato e moveu uma grande perseguio contra eles. Muitos cristos foram mortos nesta perseguio.

    A Dispora Disperso dos Judeus pelo Mundo.

    No ano de 64 aD, nos deparamos com a concluso do templo judeu e milhares de homens desempregados que se uniram ao descontentamento geral da populao com as prticas do imperador que eclodiu no ano de 66aD com a recusa da realizao do sacrifcio dirio ao imperador.

    Portanto, se seguiu uma sangrenta guerra em que os judeus resistiram com esmagadora desvantagem por quatro anos, mas no suportaram o poder de Roma. Em 70, um cruel ataque atravessou as muralhas de Jerusalm, saqueou e queimou o templo, levando os despojos para Roma. Vespasiano e Tito foram os responsveis por esse ataque. Muitos judeus foram mortos ou escravizados.

    O Coliseu de Roma foi construdo nesta poca pelos escravos judeus. Outros judeus fugiram e se dispersaram por outras terras e somente no sculo XX que retornaram Palestina. A Restaurao deu-se em 15 de maio de 1948.

    J os cristos refugiaram-se em Pela, no Vale do Jordo, pois estavam atentos s revelaes de Jesus Cristo (Mat. 24 e 25), acontecimento que selou a ruptura entre o mundo judaico e o mundo cristo, pois os judeus consideraram a fuga dos cristos um ato de traio.

    A Dispora contribuiu para o avano do cristianismo e colocou fim nas relaes judaicas e crists.

    Prticas crists nesta poca.

    De incio o batismo era realizado por imerso. Entretanto no ano 120 aparecem menes do costume de batismo por asperso.

    Em relao ao Sbado, este era observado pelos cristos enquanto sua maioria era judaica. A partir do momento que os gentios foram entrando na igreja e se convertendo, pouco a pouco, o Domingo foi tomando o lugar do Sbado.

    A Ceia do Senhor era observada universalmente. A Ceia de incio era celebrada no lar. Porm nas igrejas gentlicas apareceu o costume realizar-se uma reunio na igreja, na qual cada membro trazia de casa a prpria proviso. O Apstolo Paulo repreendeu a igreja pelo abuso que isso tinha causado. J no final do sculo I, a Ceia era realizada em reunies secretas por causa das perseguies possivelmente.

    Nesta poca liam-se o Antigo Testamento, os evangelhos e algumas cartas apostlicas.

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    Nero chegou ao poder em 54, todos que se opunham sua vontade, ou morriam ou recebiam ordens d suicidar, logo aps nos deparamos com o incndio em Roma, que quando Nero percebe que a opinio pblica o responsabiliza, ele aponta para os cristos como culpados pelo incndio, que durou seis dias e sete noites, voltando a acender em diversos lugares p mais trs dias.

    Milhares de cristos foram torturados e mortos, muitos serviram de iluminao para a cidade, amarrados em postes e ateado fogo, outros atirados aos ces, datamos desse perodo a morte de Pedro crucificado (67), Paulo decapitado (68) Tiago foi morto dentro do templo (62).

    As Perseguies da poca.

    As Perseguies no eram constantes. Variavam de acordo com cada imperador que entrava no poder de Roma.

    Destacamos alguns motivos que impulsionavam as perseguies:

    O Cristianismo rejeitava qualquer forma ou objeto de adorao, inclusive, ao Imperador; considerava todos os homens iguais; e oferecia perigo a unidade do Imprio Romano, pois estava fora do domnio do Estado.

    Perseguies por Nero (66-68).

    Domiciano, sucedeu no ano de 81 o Imperador Tito, que invadiu e destruiu Jerusalm no ano 70. Com a destruio de Jerusalm Dimiciano ordenou que todos os judeus devssemos enviar a Roma ofertas anuais, que eram enviadas a Jerusalm, estes por sua vez n ao obedeceram desencadeando a segunda perseguio aos judeus, como tambm aos cristos (

    Do reinado de Trajano ao de Antnio Pio (98-161), o Cristianismo no era reconhecido, mas tambm no foi perseguido de modo severo.

    Simeo (ou Simo; Marcos 6:3), o sucessor de Tiago, bispo da Igreja de Jerusalm e tambm irmo de Jesus. Possivelmente alcanou a idade de 120 anos. Foi crucificado por ordem do governo romano na Palestina , ano 107, durante o reinado de Trajano.

    Marco Aurlio, imperador de Roma (161-180) perseguiu os cristos. Procurou restaurar a antiga religio romana. Muitos cristos formam mortos nas arenas de Roma ou decapitados. Considerava os cristos inovadores. Entre os martirizados estavam Policarpo, bispo de Esmirna que foi queimado vivo. Policarpo e tambm Justino Mrtir.

    Aps a morte de Marco Aurlio, as perseguies deram uma pausa, pois os imperadores estavam ocupados com guerras civis. Porm Septmio Severo, no ano 202, iniciou uma terrvel perseguio aos cristos que durou at 211

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    na sua morte. Houve cristos que o consideraram o anticristo. Em Alexandria, Lenidas , pai do telogo Orgenes, foi decapitado.

    A seguir um novo perodo de cerca de 40 anos sem perseguies, mas no governo de Dcio (249-251) iniciou outra terrvel perseguio de curta durao. ps esse tempo, houveram algumas investidas contra os cristos. Cipriano, bispo de Cartago, foi morto nestas investidas.

    Dioclesiano (303-310) perseguiu novamente os cristos de forma terrvel. Determinou que todos os exemplares da Bblia fossem queimados e os templos cristos destrudos. Quem no renunciasse ao cristianismo perderia a proteo da lei e a cidadania romana.

    Vale lembrar que quanto mais os cristos eram perseguidos, mas o seu nmero crescia. A princpio conseguiam adeptos entre as classes mais baixas e desamparadas. Mas aos poucos foram ganhando adeptos entre os mais ricos.

    A Igreja se organiza, o cnon Bblico inicia sua formao, a f gradativamente se torna intelectual, acreditando em um sistema rigoroso inflexvel de doutrinas. Nesta poca surgiram as trs escolas teolgica: uma em Alexandria, outra na sia Menor, e outra na frica.

    Junto ao desenvolvimento da doutrina teolgica, surgem as seitas/heresias:

    Os Gnsticos Do Grego Gnosis= sabedoria, conhecimento, Acreditavam que Deus supremo o esprito absoluto e causa de todo bem, enquanto a matria m criada por um ser inferior. O propsito escapar deste corpo que aprisiona o esprito.

    Os Ebionitas Do hebraico que significa Pobre eram judeus cristos, que insistiam na observncia da lei e dos costumes judaicos. Rejeitavam as cartas escritas por Paulo.

    Os Maniques De origem persa, acreditavam que o universo compe-se do reino das trevas e da luze ambos lutam pelo domnio do homem. Rejeitavam Jesus, porm criam em um Cristo Celestial.

    Ao findar o perodo das perseguies a igreja era numerosa para constituir a instituio mais poderosa do imprio

    Os pais da Igreja.

    Policarpo 69-156 AD discpulo de Joo e bispo de Esmirna, foi queimado vivo;

    Incio 67-110AD, discpulo de Joo e bispo de Antioquia, O Imperador Trajano sentenciou que fosse lanado as feras;

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    Papias --155 AD, outro discpulo do apstolo Joo e bispo de Hierpolis, cerca de 160Km a leste de feso, sofreu martrio em Prgamo na mesma poca que Policarpo;

    Justino 100-167-Aps sua converso escreveu uma carta em defesa do cristianismo ao Imperador e morreu como mrtir em Roma;

    Irineu 130-100AD Discpulo de Policarpo e Papias, veio a se tornar Bispo de Lio, na Glia, escreveu seus livros confrontando o gnosticismo;

    Orgenes 185-254 AD, viveu em Alexandria, o homem mais ilustrado da poca, em seus escritos esto citados dois teros do Novo Testamento; preso e torturado, morreu na Palestina, durante o governo do Imperador Dcio;

    Tertuliano 160-220, de Catargo, Pai do Cristianismo Latino;

    Eusbio 264-340 Bispo de Csaria, no tempo da converso de Constantino. Escreveu uma Histria Eclesistica, desde Cristo at o Conclio de Nicia;

    Fundao de Constantinopla

    O Imperador Constantino compreendeu que a cidade de Roma estava intimamente ligada a adorao pag e desejava uma capital onde a igreja seria honrada e considerada.

    Logo aps a fundao da nova capital, deu-se a diviso do imprio. Pois as fronteiras eram to vastas que um imperador no conseguia administrar e defender o territrio das constantes invases.

    A igreja Imperial

    Em 313, o Edito de Milo, colocou fim s perseguies aos cristos no governo de Constantino, que mostrou-se favorvel ao Cristianismo, fazendo ofertas valiosas para a construo de igrejas, manuteno do clero e isentado-o de impostos, decretou leis de carter social e moral, mas o fato de maior importncia foi a destruio dos dolos e a exaltao de Cristo. O Fim da Perseguio trouxe vantagens e desvantagens para a igreja e Estado.

    Silvestre I, era bispo de Roma, quando a Igreja se tornou uma Instituio de importncia na poltica do mundo.

    O Governo de Teodsio.

    Em 380 AD, o Imperador Teodsio baixou um decreto em que todos os sditos deveriam a aceitar a f crist, ou seja, tornou o cristianismo religio oficial do Estado. Tal fato trouxe pessoas de forma obrigada para a igreja

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    sem verdadeiras converses. Duzentos anos mais tardes o culto ao santo e a Virgem Maria estavam na Igreja.

    Em 395 d.C. aps a morte do Imperador Teodsio, a unidade do imprio definitivamente quebrada com a diviso feita pelos seus dois filhos: Arcdio (383), o mais velho, obteve o oriente, com sede em Constantinopla; Honrio (393), recebeu o ocidente, com sede em Milo. Sua estratgia no teve o resultado esperado e em 476 AD, o Imperador Rmulo Augusto, rendeu-se ao lder Germnico Odoacro.

    Dirigentes do Perodo.

    Atansio, 293-373 foi um ativo defensor da f no incio do perodo. Tornou-se a principal figura no Conclio de Nicia onde se levantou contra a controvrsia de rio. Foi escolhido bispo de Alexandria. 5 vezes foi exilado por causa da f, mas lutou fielmente durante a sua vida.

    Ambrsio de Milo, 340-397 foi eleito bispo enquanto era leigo, e nem assim ao menos era batizado. Repreendeu o imperador Teodsio pelo seu ato cruel e obrigou-o a confessar. Ele foi autor de vrios livros, mas a maior distino para ele foi receber na igreja Agostinho sobre quem iremos falar.

    Joo Crisstomo, 345-407 "a boca de ouro", em razo de sua eloqncia inigualvel, foi o maior pregador desse perodo. Foi bispo de Constantinopla em 398 onde pregou na Catedral de Santa Sofia( Sagrada Sabedoria). A corte da poca no se agradou dele e acabou sendo exilado onde morreu.

    Jernimo, 340-420 Estudou literatura e oratria em Roma. Viveu no mosteiro de Belm por vrios anos. Traduziu a Bblia para o latim, obra que ficou conhecida por vulgata latina, atualmente a bblia aceita pela igreja Catlica. Para esse trabalho levou cerca de 25 anos.

    Agostinho, 354-430 Nasceu em 354 no norte da frica. Quando jovem era amante dos prazeres, mundano e ambicioso. Aos 33 anos, tornou-se cristo por influncia de sua me Mnica, pelos ensinos de Ambrsio e pelos estudos das cartas de Paulo. Foi eleito bispo de Hispona, no norte da frica, ao tempo que comeavam as invases brbaras. Escreveu livros como "A Cidade de Deus" e "Confisses". A fama de Agostinho est nos seus escritos sobre teologia crist, da qual ele foi o maior expositor desde o tempo de Paulo. Mais do que outro moldou as doutrinas da Igreja na Idade Mdia.

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    O Surgimento do Monacato.

    Aps o mundanismo ter entrado na igreja, muitos dos que alvejavam de vida espiritual elevada, estavam descontentes dos costumes que cercavam e afastavam-se para longe das multides. Em grupos ou isoladamente, retiravam-se para cultivar a vida espiritual, atravs de meditao, orao, e costumes ascticos. Iniciou-se no Egito, favorecido pelo clima clido e pelas escassas necessidades de vida.

    Na primitiva igreja crist houve casos de pessoas que viviam isoladas do mundo. Porm, no ano 320, ficou conhecido pela pureza e simplicidade de seu carter. Viveu no Egito em uma caverna. Esses que assim viviam eram chamados de "anacoretas". J os que formavam essa comunidade eram chamados de "cenobitas". Do Egito esse movimento espalhou-se pelas igrejas onde a vida monstica foi adotada por muitos homens e mulheres.

    Na Europa, o monacato, surgiu mais lentamente. A Lei da Ordem dos Beneditinos foi em 529. O monacato na Europa desenvolveu-se ao longo da Idade Mdia.

    Os mosteiros guardavam muitas das mais antigas obras greco-romanas e crists. Os monges copiavam livros, escreviam as biografias de personalidades importantes, crnicas de seu tempo e histria do passado. A maioria das escolas e universidades formam criadas pelos mosteiros.

    O monacato tambm teve resultados maus. O monacato apresentava o celibato como a vida mais elevada, o que contrrio s escrituras. Imps a adoo da vida monstica a milhares de homens e mulheres das classes nobres da poca. Os lares foram constitudos no pelos melhores homens e mulheres, mas por aqueles de ideais inferiores.

    O crescimento dos mosteiros acabou levando ao luxo, indisciplina, ociosidade e imoralidade.

    Em tempos de guerra os homens de quem o Estado mais precisavam estavam nos mosteiros.

    No Oriente os ascetas primitivos viviam isolados. Entretanto na Europa Central formavam comunidades e viviam juntos. Foram organizadas ordens medida que a ordem anterior se corrompia:

    a. Os Beneditinos, 529, fundada por Bento. b. Os Cistercenses, 1098, fundado por Roberto e Bernardo. c. Os Franciscanos, 1209. Por Francisco de Assis. d. Os Dominicanos, 1215. Por Domingos.

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    A Igreja fora do territrio do Imprio Romano

    Na Etipia o evangelho entrara antes do ano 350. J no sculo III estava na Irlanda. Por volta do ano 550, alcanara a Esccia.

    O Imprio Romano e o seu declnio.

    Na poca do ministrio de Jesus na Terra, o imprio romano dominava vrias regies entre elas: Pennsula Ibrica, A Atual Frana, A Pennsula Itlica, As Ilhas Britnicas, A Pennsula Balcnica, A Atual Turquia, a Mesopotmia, Israel, Lbano, Egito, Norte da frica, Armnia, Regio da Dcia (Romnia). Enfim Roma dominava todo o mundo conhecido da poca. lgico que fora dessa faixa de terras havia muito mais terras, mas para os romanos era quase o mundo inteiro.

    Por Cerca de 200 anos houve um perodo chamado de Pax Romana, na qual Roma procurava seu desenvolvimento interno evitando guerras externas e internas.

    Fora do Imprio Romano, havia vrias tribos, chamados pelos romanos de brbaros no norte da Europa e na sia. A Princpio as relaes com os brbaros eram amigveis.

    Os Germanos impulsionados pelos Hunos (povos expulsos do habitat da sia Central) comearam a atacar o Imprio Romano.

    A Queda de Roma e o Estabelecimento dos Reinos Brbaros.

    Deu-se em 476 quando Odoacro conquistou Roma e a Itlia depondo o Imperador Rmulo Augusto. Este fato considerado pelos historiadores a transio da Idade Antiga para a Idade Mdia.

    Os Brbaros eram de natureza rurais, ou seja, tinham uma vida simples no campo, tambm os ricos de Roma foram morar nas suas propriedades no campo. Esses fatores contriburam para o Surgimento do Feudalismo Medieval.

    O Imprio Bizantino e a Igreja Grega.

    Vale lembrar que apenas o Imprio Romano ocidental que havia cado, mas o Imprio Romano do Oriente cuja capital era Constantinopla, ainda mantia suas foras.

    Aos poucos os costumes gregos foram sendo introduzidos dentro da Igreja. Tal fato veio levar a mais tarde a separao da Igreja Catlica.

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    Justiniano, Imperador Bizantino, iniciou as lutas pela reconquista do antigo Imprio Romano. Conquistou a regio de Cartago, a Itlia e Algumas regies da pennsula Ibrica.

    O Surgimento do Papa.

    O perodo de crescimento do poder papal comeou com o pontificado de Gregrio I, o Grande, e teve o apogeu no tempo de Gregrio VII, mais conhecido por Hildebrando.

    Gregrio resistiu com xito s pretenses de patriarca de Constantinopla, que desejava o ttulo de bispo Universal, mesmo tendo surgido num tempo de anarquia poltica e de grandes perturbaes pblicas por toda Europa, a influncia de Gregrio teve efeito estabilizador, decidindo exercer completo domnio sobre as igrejas da Itlia, Espanha, Glia e Inglaterra. Trabalhou pela purificao da igreja, deps bispos negligentes ou indignos, e ops-se prtica da simonia.

    As Fraudes Pias ou Falsas decretais.

    Foram falsificaes que ajudaram a fortalecer o poder do papa de Roma. Constituram uma coleo de decises de Conclios eclesisticos, decretos e cartas do papa. Numa poca como hoje, essas farsas jamais seriam acreditadas, mas devido a ignorncia da poca foram aceitas. Entre as falsidades estavam:

    Constantino, imperador cristo havia doado ao bispo de Roma Silvestre I (314-335) autoridade suprema sobre o imprio.

    Afirmavam que eram decises dos apstolos em transformar a figura do papa em chefe supremo da igreja.

    Conclios:

    Nicia 325, condenou o arianismo

    Constantinopla 381, a natureza de Cristo;

    feso 431, controvrsia nestoriana;

    Calcednia 451, Roma conquista o primeiro lugar

    Constantinopla 553, para acabar com as controvrsias monofisistas

    Constantinopla 681, doutrina das duas vontades de Cristo;

    Nicia 787, sancionou o culto s imagens;

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    Constantinopla 869, motivou o cisma entre oriente e ocidente, os conclios posteriores sero apenas romanos.

    O Surgimento do Islamismo.

    A Arbia (para onde foram os descendentes de Ismael) era uma regio cuja religio era Politesta, ou seja, adoravam vrios deuses. No era um Estado organizado, mas viviam em tribos.

    No Sculo VII marcada pelo surgimento do Islamismo, religio monotesta, que pregava que os "infiis" deveriam ser conquistados pela chamada Guerra Santa, fundada por Maom no comeo do referido sculo.

    Maom era seguidor do Judasmo, do Cristianismo e de uma religio da Prsia que criam em dois deuses: Um deus do bem e outro deus do mau. Segundo os islmicos, Maom teve uma viso do anjo Gabriel que havia revelado os princpios da nova religio.

    Iniciou sua carreira como profeta no ano 610. De incio havia poucos discpulos, porm o suficiente para sofrerem perseguies. Maom fugiu de Meca para Medina no ano 622. Tal fuga ficou conhecida como Hgira e marcou o incio da contagem do calendrio muulmano. Maom consegui xito na conquista das tribos rabes, impondo-lhes sua religio. Voltou a Meca como conquistador. Em 632, quando morreu ele era reconhecido por toda a Arbia.

    Os islmicos pregavam que havia um s deus Al. Este havia enviado profetas sobre a Terra como Abrao, Moiss e Jesus. Porm o destaque estava para Maom e no para Jesus. Os profetas bblicos, os apstolos so at reconhecido pelos maometanos. No futuro haver um julgamento entre o cu e o inferno.

    Aps a morte de Maom partiram para as conquistas. Conquistaram a Palestina e a Sria. Provncia por provncia, o imprio bizantino havia perdendo seus territrios para os rabes. Porm os rabes no conseguiram conquistar a regio de Constantinopla. No Oriente, o imprio de califas estendia para a Prsia, at a ndia. A capital ficou sendo Bagd. No Ocidente foram conquistando o Egito, o norte da frica e quase toda a Espanha. Penetraram no Reino dos Francos, mas foram derrotados por Carlos Martel na batalha de Poitiers, em 732. Nos domnios islmicos havia restries aos cultos cristos

    Apesar de Ter algumas semelhanas com as doutrinas Bblicas, possua diferenas em relao doutrina de Cristo. Eram sensuais. Inclusive o conceito de cus para eles era inteiramente destitudo de espiritualidade e completamente sensual. Neste aspecto a degradao da mulher era comum, pois eram considerados escravas ou objetos para o divertimento dos

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    homens. Queriam impor sua religio pela fora e nunca pelo amor, como foi o Cristianismo primitivo.

    A Separao da Igreja romana e da grega.

    Ocorreu na Idade Mdia separao das igrejas em: Igreja Catlica Romana com a chefia do papa e Igreja Ortodoxa Grega subordinada ao patriarca de Constantinopla.

    A diviso denominada Cisma do Oriente ocorreu devido s diferenas e questionamentos de alguns aspectos da doutrina romana. Duas questes tornaram-se srias: o monofisismo (crena que Jesus teria natureza nica, e no duas naturezas divina e humana) e o iconoclastismo (culto s imagens sacras), destacamos, ainda, a disputa pelo poder entre patriarca e o papa. Roma havia feito os imperadores, ao passo que os imperadores fizeram Constantinopla.

    Alm disso Roma apresentava um cristianismo prtico. Nenhuma outra igreja a sobrepujava no cuidado para com os pobres, no somente com os seus membros, mas tambm com os pagos. Foi assim que Roma , comeou a ser considerada como autoridade principal de toda Igreja, podemos destacar que um dos elementos que permitiram a ascenso da igreja romana foi o desaparecimento das instituies de Estado que governavam a social e civil (aps a queda do Imp. Romano do Ocidente).

    A Igreja Catlica Medieval e os principais Papas.

    Entre os papas, aparece Hildebrando no comeo do segundo milnio. Um papa que reformou o clero que havia se corrompido e interrompeu por pouco tempo o exerccio da Simone, ou seja, a compra de cargos na igreja.

    Hildebrando imps supremacia da igreja sobre o Estado. O imperador Henrique IV, havendo se ofendido com o papa Gregrio convocou um snodo de bispos alemes induzindo-os a votar pela deposio do papa. Hildebrando (Gregrio VII) decretou a Excomunho do imperador e isentou todos os seus sditos da lealdade para com o imperador. Henrique viu-se impotente diante da punio do papa e por isso em janeiro de 1077, o imperador pondo de lado todas as possesses reais, com os ps descalos e vestidos de l, permaneceu 3 dias de p porta do castelo do papa, em Canosa, no norte da Itlia, a fim de receber perdo do papa. Porm certo tempo depois guerreou contra o papa.

    Vale lembra que o medo da excomunho era grande entre as pessoas da Idade Mdia. A Excomunho significava a perda da salvao. As pessoas sempre ignoravam o excomungado. Em certas regies eram violentados e at mesmo imperadores temiam a tal bula papal.

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    O papa era considerado entre o homem e Deus. Superior ao homem e inferior a Deus. Os decretos no eram questionados devido ausncia de pessoas cultas nessa poca. Alm disso o povo cria em fbulas que eram estrias miraculosas, e fantasiosas.

    O papado de Inocncio III foi tambm um governo forte. Em sua posse chegou a declarar "O Sucessor de S.Pedro ocupa uma posio intermediria entre Deus e o Homem. inferior a Deus, porm superior ao homem. juiz de todos, mas no julgado por ningum."

    Inocncio III elegeu para desempenhar as funes de imperador a Otto Brunswick, o qual declarou publicamente que alcanara a coroa "pela graa de Deus e da sede apostlica". Em virtude da insubordinao de Otto, este foi deposto e outro imperador foi eleito. O papa assumiu o governo da cidade de Roma, decretando leis para seus funcionrios. Com esse ato, estabeleceu um Estado sob o governo direto do Papa, governo que foi o precursor dos "Estados da Igreja". O papa obrigou Filipe Augusto, rei da Frana, a aceitar novamente sua esposa a qual tinha se divorciado injustamente. Excomungou o rei Joo Sem Terra da Inglaterra e obrigou-o a entregar a coroa ao legado papal, e a receb-la de novo, mas com o sdito do papa.

    Inquisio.

    Para combater as heresias, o para Gregrio IX, criou em 1231, os Tribunais da Inquisio, que tinham como objetivo, caar a todos que julgasse herticos, isso , que se pronunciavam o que era institudo pela igreja. As penas aplicadas eram desde o confisco de bens at a morte na fogueira, sempre em lugares pblicos.

    A ao dos tribunais se estendeu pelas regies cristianizadas (atualmente Frana, Alemanha, Portugal e Espanha), e posteriormente, com as grandes navegaes, nas regies da Amrica e sia, onde o catolicismo implantado.

    As Cruzadas.

    As Cruzadas foram expedies militares organizadas pelas autoridades da igreja catlica e pelos nobres mais poderosos da Europa, entre os sculos XI e XIII, com o objetivo de libertar os cristos e a terra santa do poder dos mulumanos.

    O papa Urbano II, em 1095, faz um apelo aos nobres cristos para que as cruzadas sejam organizadas, que tiveram como motivao o hbito guerreiro dos senhores feudais, o desejo de retomar importantes cidades que faziam parte da rota comercial e o religioso, pois muitos acreditavam que a peregrinao aos lugares santos oferecia possibilidade de salvao da alma que se submetesse a esse sacrifcio.

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    Foram sete cruzadas realizadas durante esse perodo, entre elas a mais importante dessas ordens foi a dos Templrios, pois construram uma fortaleza nos stios do Templo, em Jerusalm. Os Templrios montavam guarda no percurso das cruzadas, ofereciam abrigos e atendiam as necessidades dos peregrinos.

    Conseqncias:

    - Empobrecimento dos senhores feudais;

    - fortalecimento do poder real;

    - reabertura do mar Mediterrneo;

    - ampliao do universo cultural europeu, promovida pelo contato com os povos do oriente;

    - reprimiu um pouco as agresses muulmanas.

    A Decadncia do Poder Papal.

    No ano de 1303, comeou a decadncia do poder papal com Bonifcio VII. Ele, assim como os demais papas possuam altas pretenses, porm no eram obedecidas. Bonifcio proibiu o rei da Inglaterra de promulgar leis de impostos sobre as propriedades da igreja e sobre as receitas em tesouros sacerdotais, mas foi obrigado a recuar. Questionou com Filipe, o Belo, da Frana, o qual lhe declarou guerra, apoderou-se do papa e encarcerou-o. Apesar de mais tarde haver sido liberto, morreu de tristeza.

    O perodo de 1305 a 1377 conhecido como "Cativeiro Babilnico". Por ordem do rei da Frana a sede do papado foi transferida de Roma para Avinho no Sul da Frana.

    Em 1377, o Papa reinante Gregrio XI voltou a Roma, e em 1414 foi realizado o Conclio de Constana a fim de decidir sobre as reclamaes dos quatro papas existentes. O conclio deps os quatro papas e escolheu um novo dirigente. Desde 1378, os papas continuaram em Roma, porm incapazes de exercer to grande autoridade como antes.

    O Incio da Reforma Religiosa na Idade Mdia.

    Destacaremos agora alguns movimentos de Reforma na Idade Mdia:

    Albigenses, 1170 Conseguiram campo no sul da Frana. Eles rejeitavam a autoridade da tradio, distriburam o Novo Testamento e opunham-se s doutrinas romanas do purgatrio, adorao de imagens e s pretenses sacerdotais, apesar de terem algumas idias semelhantes s dos antigos maniqueus, alm de rejeitarem o antigo

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    testamento. O papa Inocncio III, organizou uma cruzada contra eles e foram dissolvidos com a morte de quase toda os habitantes da regio, inclusive catlicos.

    Valdenses, 1170 Apareceram simultaneamente em 1170, com Pedro Valdo, um comerciante de Lyon. Ele lia, explicava e distribua as escrituras, as quais contrariavam os costumes e as doutrinas dos catlicos romanos. Pedro Valdo fundou uma organizao de evangelistas, "os pobres de Lyon", que viajavam pelo centro e sul da Frana, ganhando adeptos. Foram perseguidos e expulsos da Frana; contudo encontraram abrigo nos vales do norte da Itlia. Apesar de perseguies, eles permaneceram firmes, e atualmente constituem um pequeno grupo de protestantes da Itlia.

    Joo Wyclif, 1324-1384 Iniciou o movimento na Inglaterra, a favor da libertao do domnio da igreja de Roma e da Reforma. Wyclif nasceu em 1324, educou-se na Universidade de Oxford, onde foi telogo e chefe dos conselhos que dirigiam aquela instituio. Atacava os frades mendicantes e o monacato. Foi contra a transubstanciao e considerava o po e o vinho meros smbolos. Insistia que os servios da igreja fossem mais simples, conforme dizia o Novo Testamento. Se ele fizesse isso em outro pas, seria logo martirizado, no entanto na Inglaterra era protegido pelos nobres mais influentes. Traduziu o Novo Testamento para o ingls em 1380. O Antigo Testamento, no qual foi publicado em 1384(ano de sua morte) foi com a ajuda de alguns amigos. Os discpulos de Wyclif chegaram a ser numeroso. Porm, no tempo de Henrique IV e Henrique V foram intensamente perseguidos e por fim exterminados. A traduo da Bblia e as pregaes de Wyclif prepararam caminho para a Reforma.

    Joo Huss, 1369-1445 Foi um dos leitores dos escritos de Wyclif, pregou as mesmas doutrinas, e especialmente proclamou a necessidade de se libertarem da autoridade de Roma. Chegou a ser reitor da Universidade de Praga na regio da Bomia. O papa excomungou Joo Huss, e determinou que a cidade de Praga fosse sujeitas s censuras eclesisticas enquanto ele morasse ali. Huss retirou-se para um local desconhecido. Porm de seu esconderijo, enviava cartas confirmando suas idias. Ao fim de dois anos, concordou em comparecer a um conclio catlico de Constana, que se realizou em Badem, na fronteira da Sua, havendo para isso recebido um salvo-conduto do papa Sigismundo. Entretanto o salvo-conduto foi violado sob alegao de que "No se deve ser fiel a hereges". Assim foi Huss foi morto na fogueira.

    Jernimo Savonarola, 1452-1498 Foi um monge da Ordem dos Dominicanos, em Florena, Itlia, e chegou a ser prior do Mosteiro de S. Marcos. Pregava, tal qual um dos profetas antigos, contra os males sociais, eclesistico e polticos de seu tempo. A grande Catedral enchia at transbordar de multides ansiosas em ouvir e obedecer a seus ensinos. Durante muito tempo ficou em Florena onde efetuou evidente Reforma. Foi excomungado pelo papa, preso, enforcado e seu corpo foi em seguida queimado na Praa de Florena. O martrio deu-

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    se 13 anos antes que Lutero pregasse as teses na porta da Catedral de Wittenberg.

    A Queda de Constantinopla.

    Aps a tomada de Constantinopla pelos cruzados em 1204, o Imprio Grego nunca se recuperou.

    Na Idade Mdia, apareceram os turcos otomanos, povos que haviam sido expulsos do seu habitat no Oriente. Aos poucos organizaram um imprio que passou a ser islmico. Atacaram o Imprio Bizantino, conquistaram quase todo o territrio do Imprio Grego. Aps muita luta conseguiram tomar Constantinopla em 1453 sob as ordens de Maom II. Este chegou a declarar que Constantinopla era uma monstruosa cabea sem corpo.

    A Tomada de Constantinopla marca o fim da Idade Mdia e o inicio da Idade Moderna. A Catedral de Santa Sofia havia se transformado em Mesquita muulmana at 1920. Atualmente, a igreja grega continuou com seu Patriarca, despojado de tudo, menos de sua autoridade eclesistica, com residncia em Constantinopla (Istambul).

    Renascimento e a Reforma Protestante.

    Durante a Idade Mdia, a igreja, assumiu o papel do Estado, educando as pessoas, arbitrando nas questes legais, direcionando a economia. O mundo era visto sob o prisma simblico sobrenatural e cuja compreenso era alcanada somente pelo clero catlico, tido como intermedirios entre Deus e a humanidade. Nesse perodo a igreja conquistou um vasto imprio territorial e acumulou enorme riqueza com as doaes dos fiis.

    O pensamento renascentista, prope uma nova forma de entender o mundo, valorizando o homem e suas realizaes, que se confronta com o pensamento da igreja, que defendia o sofrimento humano, a pobreza e a submisso s injustias como condies para alcanar o paraso. Ainda, no sc. XV, o alemo Johann Gutenberg desenvolveu um processo de impresso com tipos movei de metal, contribuindo para aumentar a produo de Bblias, favorecendo a novas interpretaes dos textos cristos que nem sempre estavam de acordo com o estabelecido pela igreja.

    Portanto, a inveno da imprensa foi forte aliada no processo de Reforma, pois possibilitou o uso comum das escrituras, e incentivou a traduo e a circulao da Bblia em outros idiomas. As pessoas que liam a Bblia, prontamente se convenciam que igreja papal distanciada dos padres estabelecidos por Cristo.

    Ampliou-se a crtica a certas prticas do clero, como: a simonia, indulgncias, bolo ds Pedro.

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    O patriotismo dos povos comeou a manifestar-se, mostrando-se inconformados com a autoridade estrangeira, mostrando-se inconformados com a autoridade estrangeira sobre suas prprias igrejas nacionais; resistindo a nomeao de bispos, abades e dgnitrios da igreja, realizadas por um papa que vivia em um pas distante e no conhecia a realidade de cada localidade.

    A Reforma Por Martinho Lutero.

    Percebemos algumas manifestaes que confrontavam as prticas da Igreja Catlica Romana com as Escrituras durante a Baixa Idade Mdia, mas pouco influenciaram, mas prepararam caminho para a Reforma.

    Martinho Lutero era um monge e professor da universidade. Tentou seguir o caminho da Salvao pelos ensinos da igreja catlica. Mas percebeu que tais ensinos eram totalmente ineficazes para que sua alma esperava.

    Lutero era ardente leitor da Bblia e de outras obras literrias, at que descobriu que Deus salva os homens pela f em Jesus Cristo. Sentiu a necessidade de reformar a igreja que estava romanizada e paganizada.

    O Papa reinante era Leo X, em razo de necessitar de muitas somas de dinheiro para a construo da Baslica de S.Pedro em Roma, permitiu que Joo Tetzel, percorresse a Alemanha vendendo bulas, assinadas pelo papa que dizia possuir a virtude de conceder o perdo dos pecados, no s os possuidores da bula, mas tambm os amigos, mortos ou vivos, em cujos nomes fossem as bulas compradas, sem a necessidade de confisso, nem absolvio pelo sacerdote. Tetzel afirmava ao povo: "To depressa o vosso dinheiro caia no cofre, a alma de vossos amigos subiro do purgatrio ao cu." Lutero, por sua vez, comeou a pregar contra a Venda de Indulgncias.

    A data exata fixada pelos historiadores como o inicio da grande Reforma foi registrada no dia 31 de Outubro de 1517. Na manh desse dia, Martinho Lutero afixou na porta da catedral de Wittenberg um pergaminho que continha 95 teses ou declaraes, quase todas relacionadas com a venda de Indulgncias; porm em sua aplicao atacava a autoridade do papa e do sacerdcio. Os dirigentes da igreja procuraram em vo restringir e lisonjear Lutero. Porm ele permaneceu firme, e os ataques que lhe dirigiam, apenas serviam para tornar mais resoluta sua oposio s doutrinas no apoiadas nas escrituras sagradas.

    Em conseqncia, o papa excomungou-o em junho de 1520. Pediram ento ao eleitor Frederico da Saxnia que entregasse preso Lutero, a fim de ser julgado e castigado. Entretanto, em vez de entregar Lutero, Frederico deu-lhe ampla proteo, pois se simpatizava com suas idias. Martinho Lutero recebeu a excomunho como um desafio classificado como de "bula execrvel do anticristo". No dia 10 de dezembro, Lutero queimou a bula, em

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    praa pblica, porta de Wittemberg, diante de uma assemblia de professores, estudantes, e do povo. Juntamente com a bula, Lutero queimou tambm cpias dos cnones ou leis estabelecidas por autoridades romanas. Este ato constituiu a renncia definitiva de Lutero Igreja Catlica.

    Em 1521, Lutero foi citado a comparecer ante a Dieta do Conclio Supremo do Reno. O novo imperador Carlos V concedeu um salvo-conduto a Lutero, para comparecer em Worms. Apesar de advertido por seus amigos de que poderia Ter a mesma sorte que teve Joo Huss que fora morto em 1415. Lutero Respondeu "Irei a Worms ainda que cerquem tantos demnios quantas so as telhas dos telhados".

    Finalmente no dia 17/04/1521 Lutero comparece a Dieta, presidida pelo imperador. Em resposta a um pedido de que se retratasse, e renegasse o que havia escrito, aps algumas consideraes respondeu que no podia retratar-se, a no ser que fosse desaprovado pelas Escrituras e pela razo, e terminou com essas palavras: "Aqui estou. No posso fazer outro fazer outra coisa. Que Deus me ajude. Amm". Instaram com o imperador Carlos para que prendesse Lutero, apresentando-o como razo, que a f no podia ser confiada a hereges. Contudo, Lutero pode deixar Worms em paz.

    Mas, no seu regresso, Lutero foi cercado e levado por soldados do eleitor Frederico para o castelo de Wartzburg, na Turngia. Ali permaneceu Lutero guardado, em segurana e disfarado, durante um ano, enquanto as tempestades de guerra e revoltas rugiam no imprio. Neste perodo, Lutero traduziu o Novo Testamento para a lngua alem, obra que por si s o teria imortalizado, pois essa verso considerada como o fundamento do idioma alemo escrito. Isto em 1521. O Antigo Testamento s foi completado alguns anos mais tarde. Ao Voltar do castelo de Wartzburg a Wittenberg, Lutero reassumiu a direo do movimento a favor da igreja Reformada, exatamente a tempo de salv-la de excessos extravagantes.

    A Reforma, levou a diviso de Estados alemes, em reformados e luteranos, Norte e Sul. Em 1529, a Dieta reuniu na cidade de Espira, com o objetivo de reconciliar as partes em lutas. Nessa dieta, os governantes catlicos que eram a maioria condenavam as doutrinas de Martinho Lutero. Os prncipes resolveram proibir qualquer ensino luterano nos pases em cujo domnio fosse catlico. Ao mesmo tempo determinaram que em Estados que governassem luteranos, os catlicos poderiam exercer livremente sua religio. Os prncipes luteranos protestaram contra essa lei desequilibrada e odiosa. A partir desta poca, ficaram conhecidos como protestantes, e as doutrinas que defendiam ficaram conhecidas como religio protestante.

    Contra Reforma

    Diante da difuso do protestantismo e das presses de muitos clrigos exigindo o retorno da Igreja Catlica a seus princpios originais, uma srie de

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    mudanas foram colocadas em prtica. Essa reforma interna, levou a igreja rever seus dogmas, valores e princpios.

    Empenha-se em recuperar o terreno perdido para os protestantes e arrebanhar novos fiis, criando ordens evangelizadoras, como a Companhia de Jesus, em 1540. Seus integrantes, desempenhariam importante papel na difuso do cristianismo em terras da sia, frica e Amrica.

    Conclio de Trento

    Em 1545, iniciou-se na cidade de Trento uma reunio de bispos e telogos para estabelecer regras para Igreja Catlica e reforar seus princpios de f.

    Entre outras medidas, o conclio decidiu criar seminrios para formao de futuros sacerdotes, reforou a atuao da Inquisio, criou o Index Librorum Prohibitorum, lista de livros proibidos aos catlicos.

    A Reforma por Ulrico Zunglio.

    Na Sua, a Reforma iniciou-se com Zunglio que em 1517, atacou a "remisso de pecados", que muitos procuravam mediante peregrinaes a um altar da Virgem de Einsieldn. Em 1522, Zunglio rompeu com a Igreja Catlica Romana.

    A Reforma Por Joo Calvino.

    A Reforma iniciada pr Zunglio foi continuada pr Joo Calvino, o maior telogo da igreja, depois de Agostinho. A sua obra "Instituies da Religio Crist", publicada em 1536, tornou-se regra da doutrina protestante.

    O Reino Escandinavo (Dinamarca, Sucia e Noruega), sob um mesmo governo recebeu os ensinos de Lutero, os quais tiveram a simpatia do rei Cristiano II.

    A Reforma na Inglaterra.

    A Reforma na Inglaterra passou por vrios perodos de progresso e retrocesso. A reforma inicia-se no reinado de Henrique VIII, com um grupo de estudantes de literatura clssica e da Bblia.

    Um dos dirigentes da Reforma foi Joo Tyndale, que traduziu o Novo Testamento em ingls. Esta traduo modelou todas as outras tradues, a partir da. Tyndale foi martirizado em Anturpia, em 1536.

    Toms Cranmer, arcebispo de Canturia tornou-se um lder protestante. Retratou-se contra a rainha catlica Maria, na esperana de salvar a vida. Entretanto ao ser condenado a morrer queimado, revogou a retratao.

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    O rei Henrique VIII pediu ao papa a anulao de seu casamento com a rainha Catarina para se casar com outra. Tal pedido foi negado pelo papa. O fato do papa de Roma negar o divrcio do rei serviu como pretexto para se separar de Roma e fundar a Igreja Anglicana, sendo ele mesmo o chefe. Quem no aceitasse suas idias era condenado morte tanto catlicos, como protestantes.

    Durante o governo de Eduardo VI, a causa protestante progrediu muito. Dirigida por Cranmer e outros, na Igreja Anglicana foi organizada e o Livro de Orao foi compilado, com sua rica e rtmica forma de linguagem.

    Porm a Rainha Maria Tudor, catlica fantica, tentou restabelecer a Igreja de Roma, mediante perseguies. Durante seus 5 anos de governo, 300 protestantes foram mortos.

    J o reinado de Elisabeth, fora diferente. A bblia foi novamente honrada no plpito e no lar, e durante seu longo governo, a igreja inglesa firmou-se novamente.

    A Reforma na Esccia e a fundao da Igreja Presbiteriana.

    Na Esccia, a Reforma teve um progresso lento, devido aos governos da poca. Joo Knox, em 1559, assumiu a direo do movimento reformador. Lutou contra a rainha escocesa catlica Maria, com idias radicais e inflexveis. Knox conseguiu fazer desaparecer os vestgios de Roma. Fundou a Igreja Presbiteriana.