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OS DOIS EIXOS DO CRISTIANISMOUm Guia Para a Vida Piedosa.

CHAGAS, Weber, 2018.

Material desenvolvido por ICNV | Vila e Teodoxa.

Para mais recursos, acesse www.icnvvila.com.br

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OS DOIS EIXOS DO CRISTIANISMO | 01

LIÇÃO 1

Os Dois Eixos do Cristianismo

Introdução

Um dos piores males que uma geração pode sofrer é o da falta de conhecimento. O Brasil temum número expressivo de analfabetos funcionais, isto é: sabem ler, mas não compreendem o conteúdodos textos, nem sabem fazer uma avaliação crítica do que lêem. Em linhas gerais, a igreja também sofredesta triste patologia social, levando-nos ao pior de todos os analfabetismos, o bíblico.

O texto sagrado em diferentes passagens, sugere que o conhecimento é luz (Salmos 36:9;119:105; Isaías 2:5). Em outras palavras, quem tem conhecimento tem recursos para ver onde pisa,consegue evitar acidentes e não se perde pelo caminho. Além disso, “o conhecimento do Santo éprudência” (Pv 19:10). Portanto, é prudente buscar conhecer a Deus pelas vias escriturísticas, bemcomo a Sua vontade e os Seus propósitos. Mas, quem despreza a sabedoria e recusa o conhecimento, éseduzido por novidades, atraído pelo erro e dominado por toda espécie de mecanismo religioso viciado.Para qualquer observador atento, este é um problema a ser enfrentado e combatido na igreja brasileira,esta, contaminada pelas mais diferentes teologias. Defnitivamente, é preciso ativarmos todas asestruturas de ensino para mudarmos essa realidade.

Se você pudesse mensurar o seu conhecimento bíblico, como você o qualifcaria? Diria sersuperfcial, mediano ou profundo? Se tal conhecimento pudesse ser avaliado, levando em consideraçãoapenas os fundamentos da fé cristã, como você mesmo o avaliaria? Você sabe o que é arrependimento deobras mortas? Saberia expor com facilidade o que signifca ter fé em Deus; a doutrina de batismo; o juízoeterno e a ressurreição dos mortos?

Pessoalmente, tenho observado que a maioria dos cristãos contemporâneos tem séria defciênciade formação. Quanto aos conceitos elementares da fé, mesmo os convertidos a mais tempo não sãocapazes de transmitir com exatidão todos os pontos que defnem cada tema considerado básico dentrodo Cristianismo. Este fato por si só já seria sufciente para que nos mobilizássemos em torno da missãode ensinarmos efcientemente a mensagem bíblica à todos. Mas, o ensino relevante dos conteúdossagrados ainda continua a ser uma tarefa não cumprida, em virtude do despreparo das lideranças e dototal desinteresse e preguiça dos crentes. Como o autor aos Hebreus conclama, precisamos “prosseguiraté a perfeição” (Hebreus 6:1), usufruindo de todos os recursos que hoje podem ser acessados atégratuitamente – como este e-book – para crescermos enquanto discípulos do nosso Senhor Jesus Cristo,não nos conformando com a apatia e superfcialidade reinante em nossa cristandade contemporânea.Imbuídos desta inconformidade, os reformadores do séc. XVI, defendiam como elementar o “sacerdóciouniversal de todo o crente”, princípio do qual decorre o fundamento da Escritura como norma de fé evida. Isso proporcionou uma transformação defnitiva na Igreja há 500 anos. Precisamos olhar oexemplo dos nossos irmãos do passado e perceber que hoje, em pleno século XXI, chegou a hora demudar.

1) Leia 1Tm 2:3, 4 e responda: Qual a vontade expressa de Deus para com todos os homens?

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OS DOIS EIXOS DO CRISTIANISMO | 02

2) Você acredita já possuir “pleno conhecimento da verdade”?

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3) Leia 1Tm 3:16 e 17 e descubra como você pode crescer no conhecimento da Verdade. Agoraresponda, como alguém pode crescer no conhecimento pleno da Verdade?

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4) Leia Mateus 7:24-27. Esta é uma história sobre a importância de se construir sobre sólidofundamento. Jesus qualifcou o bom construtor, como alguém que constrói sua casa sobre a rocha. Oque deve fazer a pessoa que tem o desejo de construir sua vida espiritual sobre sólidos fundamentos?

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5) Leia Mateus 22:29. Como Jesus defniu o desconhecimento das Escrituras?

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Acredito que já tenhamos sido convencidos de que: precisamos conhecer as Escrituras e colocá-la emprática; que é um grande erro desconhecer os conteúdos da fé; e que Deus deseja que todos os homensconheçam o seu plano e sua vontade expressa. Diante disso, estamos prontos para entender quais são osdois grandes eixos do Cristianismo e como os nossos irmãos do primeiro século os defniram.

Leia Atos 2:42-47 e tente responder:

6) O verbo “perseverar” no verso 42 indica uma certa ênfase em quatro práticas distintas, quaissão? ...............................................; ..................................................; .....................................; .............................................................................................................................................................................

7) Você deve ter observado que as tais quatro ênfases, estão divididas em dois pares de ações arrumadasde maneira bastante peculiar: ação para com Deus e ação para com o próximo. Você acha que seriacapaz de apontar quais as ações dirigidas à Deus e quais as dirigidas aos homens? Então classifque-asabaixo:

Ações para com Deus: ............................................................. e ...............................................................Ações para com os homens: ...................................................... e ...............................................................

8) Os primeiros irmãos interpretaram a vida cristã prática de uma forma muito simples. Tratava-se deuma fé cujas ênfases estavam em Deus e nos homens. As ênfases em Deus chamaremos de eixo verticaldo Cristianismo, e as ênfases para com o próximo ou os homens, de eixo horizontal do Cristianismo.

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OS DOIS EIXOS DO CRISTIANISMO | 03

Fazendo um diagrama simples dessas ênfases, chegaríamos à seguinte fgura:

9) O verso 43 sugere uma expressão sobrenatural da fé, afrmando que muitos prodígios e sinais eramfeitos por intermédio dos apóstolos. Embora a era apostólica tenha terminado, não é errado esperar queDeus haja sobrenaturalmente em nossos dias. Isto deve nos fazer lembrar que Cristianismo é tambémuma fé de ação em favor dos necessitados. Assim, onde houver uma necessidade, devemos orar e esperarque Deus atue sobrenaturalmente. Dessa forma, querer pregar o Evangelho sem considerar as mazelas esofrimentos humanos, sem qualquer tipo de enfrentamento do mal que aprisiona e encerra milhões depessoas na miséria absoluta, na ignorância absoluta e na escuridão absoluta, é um erro absoluto. Pensenas pessoas pelas quais você poderia começar a orar imediatamente; nas famílias que você poderiadiretamente ajudar a livrar-se das suas prisões; daqueles para quem os seus esforços pessoais poderiamser interpretados como um autêntico milagre. Concentre-se em cinco famílias. Escreva seus nomes nascinco linhas a seguir e proponha evangelizá-las, visitá-las com alguma regularidade, convidá-las a estarnos cultos e eventos da igreja, municiá-las de boa literatura cristã e apresentar seus nomes nos nossoscultos de oração.

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10) O verso 44 afrma: Todos os que creram estavam juntos... Mostrando que a fé cristã traz consigo umcompromisso comunitário. É na comunidade que adoramos a Deus, servimos aos Seus propósitos esomos estimulados a servir ao próximo. Não existe Cristianismo fora da comunidade. A boa comunhãodos santos, expressa no ato intencional de aprofundar relacionamentos e crescer em amor, reúne o poderde atrair pessoas, especialmente numa época de tamanha solidão como a que vivemos. Mas, estar junto,só é positivo se explorarmos os territórios comunitários com sabedoria, graça e um certo sentimento deafeição e cuidado pelo outro. Observe o seu próprio comportamento e responda:

A) Numa escala de “1 a 5” como você qualifcaria a sua postura comunitária? .....................

B) Você ora pelas pessoas do seu círculo de relacionamento diariamente? ............................

C) Além da sua família, quantas pessoas você intencionalmente cuida, orando por elas, telefonando umaou duas vezes durante a semana e procurando encorajá-las a servir a Cristo com fdelidade? Escrevaabaixo os seus nomes. Caso ainda não esteja envolvido nessa missão pastoral, escreva o nome de maiscinco pessoas com as quais você manterá esse vínculo na congregação.

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OS DOIS EIXOS DO CRISTIANISMO | 04

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11) O verso 46 mostra que a vida comunitária pode ser empolgante e cheia de alegria, umaoportunidade para se fazer novos amigos e trocar convites para estreitamento de comunhão. Assim, oCristianismo é uma fé gregária e relacional. Não se isole na comunidade. Faça amigos e os estimule aconvidarem-se mutuamente para pequenas refeições na companhia de outros a quem vocês tencionaremcontagiar com a fé. Jesus usou exaustivamente esta estratégia evangelística.

12) O verso 47 afrma que eles contavam com a simpatia de todo o povo, mostrando que o Cristianismofoi uma fé atraente no seu nascedouro. Pense em como você poderia atrair a simpatia de seus amigos evizinhos não crentes; em como poderia e deveria viver sua fé, para que eles se sentissem encorajados aserem cristãos ou a visitarem sua comunidade. Seria um bom exercício espiritual. Escreva abaixo demodo propositivo e intencional o que você poderia fazer:

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Conclusão

Na verdade, é exatamente sobre esses dois eixos que vamos estudar todo tempo neste guia.Vamos aprender a ter um relacionamento com Deus, porque como já vimos, conhecer a Deus é sinal deprudência. Depois, vamos tratar de verdades que tocam o nosso relacionamento com o próximo e decomo podemos crescer em amor genuíno pelas pessoas que estão à nossa volta. Por fm, vamos estudarcomo a fé em Cristo afeta a nossa vida diária: nossa maneira de fazer a leitura dos fatos; construircaráter; conviver em família; e como tudo isto contribui para a Glória de Deus.

Bem-vindo a esse programa discipular que visa capacitá-lo à obra do ministério e levá-lo a umnível de conhecimento mais profundo de Deus e Sua Palavra. Por se interessar em ler este material, vocêdemonstra ser zeloso para com Deus e verdadeiramente interessado em ser um instrumento nas Suasmãos. Prepare-se para crescer espiritualmente e ser um membro ativo do corpo de Cristo.

Esteja sempre munido da sua Bíblia. A medida que for ganhando confança, eu o encorajo areunir um núcleo de estudos no trabalho, entre amigos da vizinhança ou simplesmente usar cada liçãopara consolidar a fé da sua própria família.

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OS DOIS EIXOS DO CRISTIANISMO | 05

LIÇÃO 2

Eixo Vertical do Cristianismo

O grande vício da raça humana é a superfcialidade. Quanto mais avançamos no tempo, oestado das sociedades e das instituições não mostram qualquer evolução nessa matéria. Naverdade, estamos mergulhados num oceano de tanta futilidade que ninguém se sente estimuladoa ter uma vida mais profunda, refetir sobre os grandes temas da existência humana e fazer umacrítica sábia sobre o histórico de catástrofes e horrores produzidos pelo homem ao longo dotempo. Confrmando a suspeita de que a grande maioria ama esta postura “ensimesmada” eautocentrada.

A loucura vem sendo a principal companheira da criatura humana desde sempre. Guerrasapós guerras; litros e litros de sangue derramados numa exibição da burrice expressa nodesperdício de vidas; horas e horas investidas no nada, na condução do coração à territóriosimpróprios; lutas e mais lutas em busca de satisfação pessoal e prazer... A loucura é mesmo umaintrusa que ganhou legitimidade entre nós. Pior, não a expulsamos nem a resistimos; suspeito quenão a notamos. Na maior parte das vezes, nem mesmo a reconhecemos, deixando a incômodasensação de que a maioria segue ouvindo os seus conselhos sem qualquer discernimento.

Quando Jesus afrmou ser o caminho, a verdade e a vida (João 14:6), estava se colocandonão como o companheiro que segue junto pelo caminho, mas como o próprio caminho, e por talé bom que se diga que por ele a loucura não passa e a futilidade não transita. A vida cristãportanto é o antídoto contra o envenenamento mortal dos vícios humanos; é o jeito celestial desermos gente como Deus planejou que fôssemos; é a maneira sagrada de encararmos a ímparoportunidade de viver; é o ensino divino sobre como podemos investir nossas vidas no que ésanto, amável, profundo, relevante e de boa fama. Assim, se alguém pensa estar em Cristo, agindoindiscriminadamente como um “louco”, pense outra vez consigo mesmo. Afnal, o que nosnorteia é a “sã doutrina” (Tito 2:1) - exploraremos esse conceito melhor na lição 4 - portanto,sanidade é uma benção concedida pelo próprio Senhor, fruto do nosso relacionamento com Ele emanifesta em nosso convívio com as pessoas ao nosso redor. Em tempos que consultóriosterapêuticos têm suas agendas lotadas e a indústria dos medicamentos ansiolíticos e anti-depressivos regulam as interações humanas, podemos encontrar na sã doutrina um caminho maisexcelente para a vida.

Conseguimos visualizar na lição anterior, a partir das práticas apostolares registradas emAtos 2:42-47, que a fé cristã era vivida a partir de dois eixos fundamentais: um vertical (queaponta para o relacionamento com Deus) e outro horizontal (que sugere sobre como deveriaacontecer o relacionamento com o próximo dentro da comunidade). Atos 2:42 demonstra deuma forma geral a prática cristã do primeiro século. O texto refere-se a dois pares de ações quedefnem os eixos vertical e horizontal, acompanhados do verbo perseverar (que nesse caso indicaênfase). Logo, eram as ênfases dos primeiros cristãos: doutrina dos apóstolos e comunhão; partir dopão e orações.

1) Escreva abaixo as práticas que defnem o eixo vertical (Relacionamento com Deus)

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OS DOIS EIXOS DO CRISTIANISMO | 06

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2) Agora, escreva as que defnem o eixo horizontal (Relacionamento com o próximo)

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Portanto, de uma forma geral, a fé cristã é um conjunto de práticas que tocam orelacionamento com Deus e o relacionamento com o próximo. A partir dessas práticas, virtudessão geradas e o caráter cristão é edifcado no aprendizado do ensino apostolar, nas orações e navida em comunhão. Seguindo essa trilha, sentiremos desejo de um aprofundamento, reagindoassim à superfcialidade comum ao homem desde sempre. Isto signifca passar a viver comsignifcado, focando em Deus e no próximo. Esta lição nos ajudará a compreender as barreirasque nos separam de uma vida mais íntima com o Senhor; demos a ela o título de Introdução àdevoção, porque ninguém desenvolve qualquer relacionamento com Deus sem primeiro percebera sua condição e quais foram as instruções divinas nesse particular.

3) O relacionamento com Deus só é real se ele existir de fato e de verdade. Intenções, tradiçõesou fé labial, não são características de uma relação real com o Pai. Na verdade, tudo isto podetornar-se num grande obstáculo à vivência do cristianismo na sua mais pura essência. Porque nãohá melhor ambiente para escondermos as nossas iniquidades do que o ambiente religioso. Assim,não se apegue a rituais, artefatos ou práticas religiosas habituais como se fossem pontes seguraspara se atravessar o grande abismo que nos separa do Criador. Busque ser sincero e entender osdesdobramentos espirituais da questão. Leia Isaías 59:2 e responda: O que causa a separaçãoentre o homem e Deus? E nesse sentido, qual é o causador dessa separação?......................................................................................................................................................

4) Pecados e iniqüidades nos separam do Criador. Mas, o que seria na verdade uma vida empecado ou dominada por iniqüidade? Leia 1João 3:4 e descubra. Viver em pecadoé ...................................................................................................................................................

5) À qual “lei” o apóstolo João está se referindo? ...........................................................................

6) Observe em Salmos 19:7-9 as virtudes da Lei de Deus e descubra todas as riquezas que umavida no pecado nos impede de experimentar. Leia o texto e complete as lacunas abaixo:

A lei do Senhor é ......................................................... e ............................................................;o testemunho do Senhor é ...........................................................................................................

e dá ................................................. ................................................. aos símplices.

Os preceitos do Senhor são retos e .................................................................................; omandamento do Senhor é puro e ..................................................................................

O temor do Senhor é límpido e ......................................................................................; osjuízos do Senhor são verdadeiros e .............................................................................

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7) Leia 1João 2:3 e observe a importância entre conhecer a Deus e guardar os seusmandamentos. Agora, leia o verso 4 e responda: Como Deus chama aquele que diz conhecê-lomas que não guarda a sua Palavra?

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Relacionar-se com Deus, começa pela compreensão e seguida admissão de que somos pecadores etransgressores dos Seus ensinamentos. Essa admissão sozinha não muda a nossa condição,precisamos ainda nos arrepender dos nossos atos de desobediência e transgressão. Observe qualfoi a mensagem de Jesus aos homens do seu tempo. Leia Marcos 1:15 e escreva abaixo o que oSalvador estimulou os homens a fazerem:

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8) Mas, como ter a garantia de que fui perdoado? Leia 1João 1:9 e observe o que esta passagemassegura sem sombra de dúvida?

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A) No que está apoiada essa tal segurança?

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B) Podemos desconfar da fdelidade de Deus? ......... Da mesma forma, não podemos desconfardo seu perdão e acolhimento absoluto. Pois, ao termos nossos pecados perdoados, toda separaçãofoi removida.

C) Leia 1Jo 1:7 e descubra onde está apoiado o perdão de todos os seus pecados

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9) Uma vez os pecados perdoados, que outros passos precisam ser dados por todos os homenssegundo Romanos 10:9?

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10) Os cristãos contemporâneos chamam isto de “aceitar Jesus”. Pessoalmente, prefro o termo“confessar Jesus como Senhor”, porque afnal, ser um discípulo de Cristo signifca ser umaprendiz de Cristo, alguém que está inteiramente sob sua instrução a fm de tornar-se como Ele.Depois dessa compreensão trazida pelo Espírito Santo e nossa eventual resposta pessoal deconfssão, há outros passos a serem dados para consolidar o nosso relacionamento com Deus. LeiaMarcos 16:15, 16 e responda: Qual o passo seguinte ao crer no Evangelho?

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A) O batismo nas águas é o testemunho público da nossa identifcação com Cristo na sua morte eressurreição. Signifca que dali para frente viveremos como novas criaturas (2Co 9:17); morremospara os velhos hábitos, conceitos e práticas iníquas passadas, sabendo que elas nos separavam doPai; ressurgimos como flhos da ressurreição, pessoas que abraçaram a promessa da vida eterna emCristo, por isso não encontrará o menor problema para condenar as obras infrutíferas do passadoe viver a nova e abundante vida que Jesus prometeu.

B) Outra graça proveniente do batismo é o revestimento de Cristo (Gálatas 3:27). Não dá paranegar que o grande alvo do discípulo é tornar-se semelhante ao seu Senhor. O batismo nos inicianessa vida de crescimento rumo à plena estatura de Jesus. Nesse sentido, ele sinaliza o caminho desubida, o que Paulo chama de desenvolvimento da salvação (Filipenses 2:12). Logo, há algo deCristo em nós. O próprio apóstolo Paulo afrma que passamos a exalar o “bom perfume deCristo” (2Coríntios 2:15). Esse é um processo que seguirá até a morte.

Conclusão

O “eixo vertical” da fé cristã, defnido pelos apóstolos como a doutrina e as orações, apontapara a necessidade da construção de um relacionamento pessoal com Deus. Para tal, alguns passossão necessários, pois, ninguém percebe a riqueza da Palavra ou a necessidade de buscá-lo emoração perseverante, até que sejam removidos os impedimentos causados pelo pecado e seja feita aconfssão de Jesus como o SENHOR absoluto. Feito isto, o convite divino é para que venhamosa conhecê-lo através da devoção, crescendo no conhecimento da Verdade.

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OS DOIS EIXOS DO CRISTIANISMO | 09

LIÇÃO 3

Eixo Vertical do Cristianismo II

Muito já se tem dito e escrito sobre o ritmo veloz da vida contemporânea, os possíveisresultados gerados pelas novas demandas e as diversas tendências de comportamento resultantesdesse ambiente. Embora esta refexão não chegue a alterar absolutamente nada na vida damaioria, uma coisa é certa, há quem esteja sentindo-se desconfortável com tudo isto e procurandopensar mais demoradamente sobre a esterilidade e superfcialidade, causadas por hábitosmarcados por um ativismo fútil e desprezível.

Ativismo fútil não é o mesmo que se estar ocupado com coisas importantes. Mas, a viveroprimido por responsabilidades que poderiam ser descartadas sem nenhum prejuízo. Tratam-sede atividades que entopem as agendas, mas não conseguem pôr fm ao tédio. A variedade de“produtos” é grande. Atende desde os famintos por entretenimento aos sedentos por banalidades.Todavia, o resultado é o mesmo: irrelevância. Vida irrelevante; religiosidade irrelevante; igrejairrelevante. Certamente hoje em dia o auge do mundanismo, ou como diziam os nossos antigosirmãos “imitar o mundo”, é a lógica da sociedade da informação ditar o ritmo de muitas igrejasevangélicas. Nesta trilha, líderes cristãos superfciais fazem uso desmedido da tecnologia,entregam-se à mentalidade do mercado a ponto de importar descaradamente a linguagem domarketing para os púlpitos, e cada vez mais desejam tornar-se sub-celebridades em redes sociais.Por mais que tais empreendimentos alcancem um enganoso e temporário resultado quantitativo,a triste realidade é que no afã por serem relevantes para os homens, tais crentes tornam-seirrelevantes por perderem a conexão com aquilo que é o propósito defnitivo na vida de quem énova criatura em Cristo Jesus: a glória de Deus.

O que você faz, pensa, produz, e principalmente quem você é, tem alguma relevância?Para quem? Para quantos? A simples meditação a respeito do maior propósito da existênciahumana - viver para a glória de Deus - exige considerar e ponderar sobre a importância de se viverde modo relevante. Afnal, não foi isto que Jesus tinha em mente quando afrmou que éramos osal da terra e a luz do mundo (Mateus 5:13-16)? Estas metáforas descritivas do discípulo,encerram o conceito de relevância. Assim, vida no reino, é vida que infuencia e provocatransformação. Pois, a irrelevância nos reprova como discípulos. Se há um certo ar de insipidezno nosso jeito de viver e encarar a fé, um ar de descompromisso, de vazio e de falta de inspiração,então é sinal de que devemos revisitar nossos fundamentos, principalmente nossa defnição dediscípulo, discipulado e missão.

Outro fato digno de nota está na distância entre o que acreditamos e vivemos. Uma coisaé termos consciência da nossa vocação para a relevância, outra coisa é sermos relevantes. Esta éuma das inconfundíveis marcas do discipulado: o discípulo de Cristo é aquele que por meio dasua fé e das suas posturas, muda as características do meio em que vive e está. Sal e luz são fgurasdessa capacidade inerente ao salvo de causar interferências positivas no universo à sua volta, o quedeveria nos conscientizar de que não basta termos um discurso religiosamente coerente, masprecisamos exercer de fato, infuência.

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OS DOIS EIXOS DO CRISTIANISMO | 10

A igreja em Atos tinha consciência da sua fraqueza. Tratava-se de um grupo de pessoassimples, gente sem visibilidade e sem voz, dominada por forças estrangeiras. Não eramliteralmente escravos, mas eram quase isso. Naqueles dias, sem qualquer intenção consciente, osapóstolos iniciaram uma revolução pacífca, sem armas, sem protestos, sem faixas e cartazes,fundamentada apenas na devoção à Deus e ao próximo (eixo vertical e horizontal, Atos 2:42,lembra?). Foi a primeira demonstração de infuência pela devoção na história cristã.

De lá para cá o mundo mudou. Porém, as necessidades humanas continuam as mesmas.O homem continua escravo da sua pecaminosidade; sofrendo sob a opressão de outros homens;convivendo num estado de permanente violência; imerso num contexto político corrupto... AIgreja também mudou: seus alvos, valores e consciência de missão foram alterados. Se a igrejarecém-nascida de Atos ousou perseverar na oração e na doutrina dos apóstolos como meio deviver a fé em Jesus, e com isto, inexplicavelmente, acabaram por cair na graça e simpatia de todos,a igreja em nossa geração escolheu a mercantilização da fé, mostrando que foi seduzida pelo lucroe por projetos marcados por um gigantismo indecente. Porém, o exemplo fcou para aqueles queanseiam por viver um Cristianismo bíblico. Devoção traz relevância, transformação e avançoevangelístico. Você tem vida devocional?

Em linhas gerais, vida devocional trata da prática da oração, do estudo das Escrituras, dojejum e outras que podem ser encontradas na vida de Jesus e dos apóstolos, como a solitude e osilêncio. Delas depende a saúde espiritual dos indivíduos e da Igreja. Um cristão que não ora nãocresce espiritualmente nem chega a ser sensibilizado para os ideais divinos. Além disso, é orandoque se constrói um relacionamento efciente com o Senhor.

1. Entre muitos conselhos qual foi o mais importante, dado por Paulo aos Colossenses? Escreva-onas linhas abaixo. Está em Colossenses 4:2 ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................

2. Perseverar em oração é fundamental para uma igreja local, mas a vigilância segue a oração.Como Paulo sugeriu que a vigilância fosse feita? ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................

3. Leia 1Timóteo 2:1-4. Nesta passagem, Paulo assevera a importância da oração e exorta oscristãos a fazerem uso dela de diferentes formas, quais são essas formas?

......................................................................................................................................................

......................................................................................................................................................

4. Observe no verso 1 a expressão “Antes de tudo”. O que ela signifca para você? Signifca quedentre todas as práticas espirituais, a oração deve vir em ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................

O que vem “antes de tudo” na sua vida? ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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5. A oração deve ser tanto uma prática comunitária, quanto pessoal. Leia Mateus 21:12, 13 e vejacomo Jesus descreveu o ponto de encontro comunitário. O templo foi defnido por Ele como

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6. O encontro coletivo deve ser um encontro entre os crentes e Deus. Chamamos este encontrod e culto, porque o objetivo é prestar culto à Deus. Observe a importância dessa reunião, leiaMateus 18:20.

7. A oração é na verdade uma maneira de confessarmos a nossa incapacidade. Mas, quandooramos, estamos transferindo confança na habilidade divina. Observe as palavras de Jesus emJoão 15:5. Sem Ele, o que você pode fazer? .................................

8. Agora, leia João 15:7 e perceba o poder da oração quando estamos em verdadeira comunhãocom o Senhor Jesus. Este texto assevera que não há limites para o alcance de uma vidaconsagrada.

9. Dissemos que a oração também é uma prática pessoal a ser vivida na intimidade dos nossosaposentos. Em Mateus 6:6 Jesus ensinou que deveríamos ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................

10. A razão de Jesus ensinar o lado secreto da oração, visa nos defender da vaidade espiritual, fatomuito comum no meio religioso. Leia Mateus 6:5-8 e observe o conselho de Jesus no verso 8. Eleordena a que não nos assemelhássemos aos ........................................................................................................... porque .............................................................................

11. Procure orar diariamente. Seria muito bom encontrar um horário calmo e sem interrupções.Também seria conveniente manter um registro de nomes e necessidades dos seus amigos,parentes e irmãos na fé. Outra prática bastante saudável é a de orar pela igreja, suas atividades esaúde espiritual. Ter um grupo de pessoas orando em favor da igreja é uma bênção; mas, ter todaigreja orando é uma bênção imensurável! Mesmo porque, ninguém pode prever o que virá aacontecer enquanto a igreja ora. Para isto, não importa se você é um novo convertido ou se já éconvertido a mais tempo. Ouse orar. Deus quer que você ore. Todos precisam e são chamados aorar.

Na minha trajetória cristã não tenho encontrado aberta resistência à prática devocional edisciplinada da oração. Geralmente, todos manifestam uma certa sensibilidade sobre anecessidade de se manter uma prática de oração disciplinada. O que encontro com frequência sãojustifcativas vazias para a perigosa falta do hábito da oração, gente que se defende e tentaconstruir argumentos para justifcar a injustifcável falta da presença da oração nas suas agendas.Com discípulos mais achegados assumo um tom mais confrontador e descubro que a falta de

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oração deles está relacionada a uma vida “cheia”, inundada de atividades vazias. Horas e horas sãogastas diante da TV, do computador ou do smartphone, navegando especialmente entre as redessociais como facebook, instagram ou twitter.

Entenda de uma vez por todas que a mediocridade da vida cristã está relacionada àmediocridade da vida devocional. Outro detalhe, é que a nossa relevância como discípulos édiretamente proporcional à nossa devocionalidade. Se não nos deixarmos convencer danecessidade de nos humilharmos perante o Senhor, pereceremos na nossa vaidade. Deixar de oraré uma forma vaidosa de se dizer à Deus de que somos sufcientes e de que sua intervenção érelativa. Não tenho a menor dúvida de que tal postura é pecaminosa e como tal cabearrependimento.

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LIÇÃO 4 Eixo Vertical do Cristianismo III

Envolvimento com as Escrituras

As primeiras comunidades de discípulos são os únicos modelos bíblicos de igreja quetemos para estudar. Se quisermos entender como os apóstolos viveram comunitariamente a fé,temos que recorrer a eles. Não se tratam de protótipos que responda a todas as nossas perguntassobre operação e organização estrutural de uma igreja local, porém, expõem com muitapropriedade as prioridades que um grupo de cristãos deve considerar para o crescimento e oexercício da fé. Tais prioridades estão em Atos 2:42.

Temos feito a leitura desse texto sob a ilustração de dois eixos. Nós os temos chamado deeixos fundamentais da fé cristã. O eixo vertical, sugerido pelas práticas devocionais e estimuladaspelos apóstolos (oração & ensino doutrinário) e o eixo horizontal, sugerido pelas práticasrelacionais (comunhão & partir do pão).

Complementando o eixo vertical do Cristianismo, também chamado de “eixodevocional”, vamos estudar nessa lição sobre a importância da “sã doutrina” para oestabelecimento e o desenvolvimento de uma comunidade sadia. Nosso objetivo será encorajá-loa estudar com mais afnco e aplicação as Escrituras, mostrando-lhe o valor do conhecimentodoutrinário para a construção de uma espiritualidade aprovada.

I. JESUS E AS ESCRITURAS

Os Evangelhos ressaltam com muita riqueza a relação de Jesus com as Escrituras. Há umafartura de material que por si só já endossaria a importância de todo discípulo de Cristo a ter umarelação estreita com os textos sagrados. Muito provavelmente, inspirados por essa aproximação evalorização de Jesus à Lei e aos profetas, os primeiros cristãos tornaram o conhecimentodoutrinário um dos pilares básicos da espiritualidade. Observe em linhas gerais como Jesusrelacionou-se com as Escrituras.

1. Leia Lucas 2:39-52. Quais as peculiaridades desse texto? Examinemos a passagem sob trêsimportantes perspectivas: idade, templo e inteligência. Anote ao lado de cada um aquilo que lhesoar mais interessante.

a) Idade – Com que idade uma pessoa deve ser despertada para estudar as Escrituras?......................................................................................................................................................

b) Templo – O que o levou ao templo? Você cultiva a mesma motivação?

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c) Inteligência – (Gr) sunesis - 1) ato de correr junto com, ato de fuir ao mesmo tempo. Que napassagem em questão signifca ter capacidade para acompanhar o diálogo teológico. 2)conhecimento 2a) entendimento – Toda relação entre templo e exame das Escrituras é sinal deinteligência (sunesis).

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2. De acordo com João 5:39, para Jesus as Escrituras deveriam ser .........................................., dogrego ereunao, que signifca pesquisar.

3. Na sua opinião este é um conselho só para pastores ou para todo cristão? Ao longo da sua vidavocê o tem acatado?

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4. O que o texto de Mateus 22:23-29 tem a acrescentar no contexto do que Jesus pensava sobre aimportância das Escrituras?

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5. Em qual matéria doutrinária os Saduceus mostravam defciência?

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6. Em Hebreus 6:1, 2 o escritor classifca a ressurreição dos mortos entre as doutrinas básicas da fécristã. Ele chama tais doutrinas de

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7. O que você entende como um princípio elementar?

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II. PAULO E AS ESCRITURAS

Tenho conhecido diversas pessoas ao longo da minha caminhada com Cristo. Embora eunão tenha autoridade nem direito de rotulá-las ou classifcá-las em grupos, se tivesse que o fazer,diria que quanto as Escrituras os cristãos se dividem em: conhecedores, supostos conhecedores edesconhecedores. Com os conhecedores sempre tive profunda comunhão; com os supostosconhecedores, longas argumentações; e com os desconhecedores, o prazer de lhes ensinar. Ogrupo que mais dá trabalho é o dos supostos conhecedores. Esses são os que depois de terem ouvidouma pregação qualquer na internet, lido um livro de conteúdo suspeito ou ter participado deuma dessas inúmeras conferências oferecidas pelo mundo religioso, chega pra conversar tentandomostrar os conhecimentos recém adquiridos. Geralmente lêem pouco a Bíblia, não frequentamnúcleos de estudo bíblico, mas são altamente interessados por novidades.

Todo cristão precisa entender que a Bíblia, necessariamente, tem de ser lida, meditada,estudada e vivida. A ideia de que ela não passa de um artefato do culto não encontra sustentaçãoem lugar algum dos seus 66 livros. Logo, se você só toca na Bíblia para vir ao culto, está e estarásempre muito distante do que Deus preparou. Além disso, estará expondo-se a uma infnidade deperigos espirituais e investindo numa vida sem discernimento.

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O apóstolo Paulo chamou atenção para esses perigos. Como homem versado nasEscrituras, conhecia sua importância. Vejamos que perigos são esses:

8. Ficar exposto a heresias de inspiração humana. O texto de Efésios 4:14 afrma que tais homensinduzem ao ....................... . No contexto das suas crenças pessoais você quer acertar ou errar?

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9. Como Paulo chama esses homens em 1Tm 6:3?

9.2) Agora faça a leitura de Tito 1:10-16 e descubra mais sobre o perfl dos falsos mestres.Paulo os chama de insubordinados, palradores frívolos, enganadores, pervertedores, mestres doque não se deve fazer, gananciosos, desviados da verdade, falam do que não sabem e nãovivem.

10. Em Tito 1:5-9, o perigo é apontado nas entrelinhas. Trata-se do perigo de abraçar o ensinode homens despreparados para o ministério. As consequências podem ser desastrosas eirreparáveis. Por isso, ao escrever a Tito, ele tomou cuidado de fazer uma lista de virtudes quetorna alguém capaz de ser um líder. Elas estão dispostas em quatro grupos: família,comportamento, relacionamento e devoção. Dentre as muitas virtudes estão as descritas no verso9. Quais são elas?

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11. Leia 1Timóteo 4:11. Agora contextualize o versículo no tempo. O apóstolo Paulo afrma quea medida que nos aproximarmos do fm, haverá um derrame de doutrinas de origem demoníaca.Sinceramente, você se julga capaz de discernir uma falsa doutrina: se é humana ou demoníaca?

12. Pau lo e a u t i l idade da s Escr i tura s (2Tm 3 :16) . A Escr i tura é ú t i lpara: .............................................................................................................................................

13. Quanto a necessidade de se estudar as Escrituras, o apóstolo, escrevendo a Timóteo em 2Tm3:15 afrmou que as Sagradas letras................................................................................................

Isto signifca que a Bíblia esclarece, torna consciente e bem orientada a pessoa quanto a vidaeterna e tudo que diz respeito ao porvir. Além disso, em Rm 10:14, o apóstolo faz uma relaçãoentre a pregação e o ato de crer, afrmando que à medida que as Escrituras são expostas ecompreendidas, a fé para a salvação é despertada. Leia Rm 10:17 e responda como a fé édespertada? ...................................................................................................................................

14. Ainda quanto a necessidade de se conhecer as Escrituras.

A Bíblia é a “nossa única fonte para afrmações claras e defnitivas acerca da vontade de Deus”(GRUDEM Wayne, 2010, Ed. Vida Nova, p.19). Em outras palavras, se desejamos conhecer aVontade de Deus para cada área específca da vida, precisamos consultar a Bíblia. Nelaencontramos a suprema revelação divina através dos mandamentos e estatutos do Senhor e a

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história de como o povo de Israel lidou com a revelação. Pelos mandamentos conhecemos o queDeus aprova e reprova. Trata-se de declarações objetivas que apontam na direção de como evoluirna relação com Deus e com o próximo. João afrmou que no ato de guardar os mandamentosdemonstramos .............. Leia 1Jo 5:3 para preencher o espaço anterior.

CONSELHOS FINAIS

Em primeiro lugar, os textos bíblicos não são difíceis. Mais de 80% do seu conteúdo sãohistórias e poesias. Logo, Deus escolheu revelar-se através de narrativas simples ou de construçõessimples e belas para que todos tenham acesso à Verdade. Não se omita a ler, meditar e estudar asEscrituras. Busque transformar o conteúdo das suas leituras em atos práticos e depois cultive ohábito de ensinar o que você aprendeu a outrem. Na verdade, essa é a ordem dada por Jesus aosseus discípulos (Mateus 28:19,20) que reverbera para nós até hoje.

Em segundo lugar, depreenda da Bíblia como uma história sendo contada. Muitos de nóstemos consultado as Escrituras como se fosse apenas um mosaico de pequenas porções: porçõesteológicas, porções morais, porções histórico-críticas, porções homiléticas, porções devocionais.Porém quando lemos a Bíblia de um modo tão fragmentado, ignoramos a intenção de seu divinoautor em moldar nossa vida por meio da história que ela narra. Quando permitimos que a Bíbliase torne fragmentada, há o perigo dela ser utilizada como endosso de qualquer outro elemento dacultura. Assim, a Palavra de Deus deixará de moldar nossa vida como deveria.

Comece a lê-la pelo Novo Testamento, com especial referência aos Evangelhos. Leia-osdiversas vezes antes de prosseguir. Todo cristão precisa conhecer bem o ensino de Jesus.Paralelamente, leia inicialmente um Salmo por dia. Leia com atenção! Os salmos ensinarão você aorar, a aproximar-se de Deus. Eles encherão os seus dias da mais refnada poesia, mostrando queDeus se move pelo e através do belo. Depois, leia os livros históricos. Comece por Atos no NT,depois entre pelo livro dos Reis e Crônicas no AT. Finalize com o Pentateuco, o restante do NTe os profetas. Boa leitura!

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LIÇÃO 5Eixo Horizontal do Cristianismo I

Eu não sei como explicar isto, mesmo porque, não existe lógica que justifque abeligerância humana. Todavia, ninguém pode negar o fato de que um dos maiores desafos, tantono âmbito individual quanto no comunitário, é a edifcação de relacionamentos sadios epermanentes. Estudos foram feitos sobre a infuência dos relacionamentos na produtividade detrabalhadores de uma determinada corporação e chegaram à conclusão de que uma equipe onde acompetitividade entre seus membros é alta, eleva a tensão relacional, resultando em perda de focoe de eventuais lucros. Em virtude disso, grandes corporações admitem profssionais cuja a únicafunção é identifcar os pontos de desequilíbrio entre os membros de uma equipe e elaborar planose atividades com o fm de enfrentar crises relacionais antes mesmo que surjam.

Há cem anos atrás, quem em sã consciência, por mais que estivesse à frente do seu tempo,pensaria em contratar alguém para a função de “mediador de crises” ou em linguagem bíblica, um“pacifcador”? Imagino como seria o anúncio para a vaga: “Precisa-se de profssional habilidoso parafazer com que pessoas trabalharem unidas num clima de absoluta paz e amizade” . Bem, que tipo deprofssional estaria qualifcado para um cargo dessa natureza? Outro questionamento interessanteseria: Que tipo de sociedade é esta, que embora seja capaz de produzir avanços extraordinários nocampo da ciência e no da tecnologia, convive com tão profundas difculdades para interagir nocampo humano, que precise sempre da intervenção de um moderador?

Não podemos cometer a injustiça de achar que esta incompetência relacional seja um“privilégio” dessa geração. O passado sangrento e doentio das gerações que nos antecederam nãonos deixa cometer este erro. A verdade é que a despeito de não haver uma explicação lógica para abeligerância humana, não resta dúvida de que se trata de um fato patológico. A desagregaçãorelacional é uma patologia. E tem mais, é uma patologia que atinge desde indivíduos a gruposinteiros. Em outras palavras, há pessoas que por onde passam criam problemas e deixam umrastro de inimizades e relações partidas, ao passo que também existem grupos de pessoas comvocação para a guerra: podem estar organizados em grupos familiares; tribos urbanas; moradoresde um bairro; grupos sociais e até nações inteiras.

A paz sempre foi um bem muito caro. Gozar de paz, viver em paz e proporcionar a paz,sempre foi creditado na conta do sobrenatural. No Velho Testamento, ela era do Senhor, algointerpretado como uma bênção, uma graça do alto. A shalom vinha do céu. No NovoTestamento, Jesus identifcou o pacifcador como um bem-aventurado, u m makarios, umabençoado, agraciado, favorecido de Deus. Mais tarde, Paulo relacionou a paz como fruto ouresultado da ação e obra regeneradora e santifcadora do Espírito Santo. Logo, tanto o Velhoquanto o Novo Testamento referem-se à paz como uma realidade não natural, algo para a qual ohomem não tem habilidade própria, não nasce com ela e não é capaz de aprender, tanto quereferem-se à paz como uma matéria de negociação. É comum nós ouvirmos de governos quenegociam a paz; de casais que frmam a paz através de documentos nos quais prescrevem adistância a ser respeitada entre eles, e em alguns casos, com o fm de preservar a vida de ambos...Defnitivamente, a doença da beligerância é congênita, nascemos com ela. E embora não acompreendamos ou encontremos um desenvolvimento lógico para ela, sabemos que cresce emtodo coração, ao lado de cada leito e infelizmente dentro de toda igreja.

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Esta lição visa defnir o outro eixo do Cristianismo (horizontal): o eixo relacional. Vamosaprender em linhas gerais, que Jesus nos salvou para Deus e para os outros. Qualquer teologia dasalvação (soteriologia) que não inclua a libertação da beligerância é incompleta. Fomosdefnitivamente salvos para a paz. Paulo chega a afrmar que no que dependesse de nós,deveríamos ter paz com todos. O escritor aos Hebreus reforçou a tese de que Deus nos salvoupara Ele e para os outros, ressaltando que para vê-lo na eternidade deveríamos seguir a paz comtodos e a santifcação. Logo, relacionamento não é um tema alternativo da nossa teologia, mas umaárea na qual deveríamos nos debruçar com entusiasmo, afnco e dedicação.

1. Não se esqueça de que o nosso texto base é Atos 2:42. Leia-o e escreva nas linhas pontilhadasas práticas relacionais nas quais os cristãos primitivos perseveravam:............................................................................................................................................................................................................................................................................................................

2. O que você entende por comunhão e como ela deveria ser vivida? ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................

3. Há duas palavras gregas para comunhão: a palavra koinonia, que refere-se a uma expressãorelacional generalizada numa comunidade e a palavra metoché, que refere-se a um estadorelacional íntimo. Encontramos as duas no Novo Testamento. Elas podem defnir níveis derelacionamento, não a qualidade deles. O fato é que para Deus, relacionamento é importante.Leia Mateus 5:43-48 e responda: Como devemos olhar as pessoas à nossa volta?......................................................................................................................................................Este aprendizado nos conduz a quê? .......................................................................................................................................................

4. Os nossos relacionamentos podem complicar a nossa vida na eternidade. Leia Mateus 5:21, 22e descubra como. Diante disso, você não acha pertinente a proposta dos apóstolos em fazer dosrelacionamentos um eixo importante da fé cristã? Mas, perguntamos: como podemos melhorar osnossos níveis de relacionamento? Vamos dar uma olhada para dentro do próprio coração? Emquais áreas você precisa evoluir?

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5. Nem Jesus pode escapar do ódio e das acusações ilegítimas dos outros. Acusaram-no de ser umcomilão e bebedor de vinho; um amigo dos pecadores; um embusteiro. Qual foi a reação de Jesus atoda esta onda de falsas acusações? Ele se defendeu ou silenciou? Leia Mateus 5:11, 12 e descubrao conteúdo do seu ensino nesse contexto em particular. Escreva nas linhas abaixo um pequenocomentário dessa passagem.

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......................................................................................................................................................

6. Leia Romanos 5:1-5. O tema desse capítulo é a justifcação pela fé, refere-se à nossareconciliação com Deus por meio do sacrifício de Jesus, tendo Deus por Ele, destruído ainimizade e oferecido ao homem comunhão plena através da fé, sem sacrifícios, boas obras ouqualquer outro tipo de esforço humano. No verso 5, diz que para favorecer a comunhão e

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renovar a esperança eterna no nosso coração, o que ele derramou sobre os justifcados? ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................

7. Isto signifca que o salvo é aquele que verdadeiramente provou da graça divina, ao receber umderramamento do..................................................................... Todo homem ou mulher de Deusque o conheceu, foi habilitado por Ele para desenvolver a comunhão no vínculo da paz. Vocêentende que o pecador foi salvo para viver em paz com Deus e com o próximo? Você tem algumadifculdade nessa área?

......................................................................................................................................................

8. Leia Atos 2:40-47. Aceitar a Palavra do Evangelho levou quase três mil almas ao batismo e aamembrar-se à igreja. Isso os levou a perseverar na devoção e no relacionamento. De que maneiraeles fzeram isto? O que fala o texto?............................................................................................................................................................................................................................................................................................................

9. Como podemos estar mais juntos hoje? Eles se juntavam para quê? ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................Você acredita que isto é importante para a qualidade do Cristianismo vivido? ......................................................................................................................................................

10. Qual foi o resultado disso? v.47

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11. Vamos aprender com Paulo: 2Tm 4:9-22; Rm16:1-16. Relacione abaixo os nomes dosirmãos cooperadores e amigos dele no ministério. Enquanto fzer esta lista, refita no quantoprecisamos uns dos outros. Refita também, no quanto fazer uma rede de amigos é importantepara o ministério. Observe também que o sucesso na obra evangelística e missionária está nagrandeza relacional de uma equipe de trabalhadores. Depois disso, peça ao Senhor para aumentara sua rede de amigos, irmãos e cooperadores com quem você possa trabalhar e desenvolver seusdons e chamado. E não se esqueça que relacionamentos é fundamental.

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LIÇÃO 6Eixo Horizontal do Cristianismo II

Comensalidade

Comer, além de ser uma necessidade é também um grande prazer. Eu não me refro àcompulsividade ou à satisfação de comer por comer, mas ao prazer relacional em torno da mesa.Você já percebeu como os chamados “cofee breaks”, as pausas para um café com biscoitos emum determinado evento, costumam se estender? Neste, as pessoas se conhecem, as barreiraspessoais tombam e amizades podem surgir entre pessoas que talvez nunca tivessem falado umascom as outras no ambiente da igreja, mesmo que mecanicamente já tivessem se abraçado,atendendo ao apelo sugerido durante o culto. Talvez esses pequenos momentos se estendamcomo um ensaio da eternidade, denunciando uma fome por relacionamentos em meio à umageração extremamente individualista. Isto é algo realmente sobrenatural!

Compartilhar com alguém uma refeição não se trata apenas de uma experiência social,mas há um ar de espiritualidade no ato do “partir o pão”. Os primeiros cristãos tomavam as suasrefeições com alegria e singeleza de coração. Eles faziam isto tanto sob a ênfase comunitáriaquanto familiar, ora junto com todos ora de casa em casa. Estes foram dias de especial favor daparte do Senhor. Foram dias de mais humildade, humanidade e sensibilidade para o fato de que ajornada da vida se torna bem mais leve se a fzermos acompanhados.

Ponho-me muitas vezes a pensar no número cada vez maior de pessoas que comemsozinhas todos os dias e naquelas que nada têm de comer. Lamento! Lamento também quetenhamos perdido o hábito de compartilhar com outros a nossa própria mesa. Perdemos de vistaa expressão cristã do comermos juntos. Imagino que seja porque não tenhamos aprendido a fazeristo, talvez por razões fnanceiras, comportamentais ou por medo que o ambiente domésticopudesse vir a ser violado de alguma forma. Mas, os nossos receios ou posturas não esvaziam aprática da comensalidade de signifcado e sentido. Ainda há algo de muito especial no entorno damesa.

O mais importante acontecimento do Cristianismo, tomou lugar durante uma refeição.Trata-se do anúncio da Nova Aliança. Enquanto Jesus compartilhava a refeição pascal com osseus discípulos, revelações foram feitas num clima de intimidade tal, que me inspira reverênciatodas as vezes que me assento para fazer as minhas próprias refeições. Por isso a oração sempre caimuito bem nesses momentos. Também não podemos nos esquecer que foi durante aquelarefeição que o Senhor deu aos discípulos o glorioso ensino da vocação cristã ao serviço, lavandoos pés de todos eles. O porquê de Jesus ter feito isto justamente ao redor da mesa eu não sei; masse Ele o fez, alguma razão havia para isto.

Tenho meditado sobre o assunto há muito tempo, e por mais que já tenha pensado arespeito, não acho que tenha chegado nem perto da verdadeira motivação de Jesus em fazer tudoaquilo na última refeição antes da cruz. Mas, gostaria de compartilhar com todos o que tenhoaprendido.

Almoços e jantares são marcos memoriais. Se você buscar na sua lembrança conversas ouencontros tidos com alguém em algum lugar, talvez não se lembre. Todavia, irá lembrar-se de

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algum almoço ou jantar com pessoas queridas, familiares ou mesmo com gente que acabara deconhecer. Jesus sabia disso. Ele sabia que as pessoas têm uma memória gastronômica, e quantomais simples e apetitoso for o prato, melhor. Talvez tenha sido por isso que Ele escolheraeternizar em nossa lembrança, o seu sacrifício e os termos da nova aliança feita no seu sangue,com pão e vinho.

Almoços e jantares acenam como um convite à intimidade. Quem come e bebe com vocêsão aqueles que você julga digno de honra. Agora, repare na beleza da igreja e da experiênciacomensal dos nossos primeiros irmãos. Fazendo suas refeições no plano comunitário, elesproclamavam que todos eram bem-vindos para construírem, com eles, um relacionamentoíntimo; e de casa em casa, celebravam esta intimidade. Imagino quanto ensino havia duranteaqueles encontros! Quanto ensino pode haver durante almoços e jantares! Não é sem razão que oDiabo vem bagunçando com os hábitos familiares durante as refeições, incluindo vozes estranhasde gente estranha enquanto a família se alimenta à frente de um televisor. Defnitivamente,conheceríamos melhor nossos flhos se comêssemos juntos; conheceríamos melhor os nossosirmãos se abríssemos mais as portas da nossa casa.

Almoços e jantares incluem. Quem poderá negar o poder inclusivo de uma refeição? Amaioria de nós repete alguns hábitos sem saber a razão por trás do mesmo. Por exemplo: já notouque pedidos de casamento geralmente são feitos durante uma refeição? A mesa posta é umconvite à inclusão. O barulho dos talheres, o vozerio expressivo, os risos soltos, a alegria dasatisfação causada pelos aromas dos temperos, e a mistura de sabores diversos entremeados...Como eu gosto disso! É como se as distâncias diminuíssem. Pra mim, pessoalmente, é a maisfascinante experiência de unidade. Certamente, é por isso que a ceia é algo tão sério! A santa ceiaé Deus incluindo o pecador na sua intimidade; é Ele chamando o fraco para junto de si; é oconvite a se aproximar àquele que merecia o banimento eterno da sua presença. A ceia somos nósassentando-nos à mesa com Deus. É o Senhor dizendo: chega mais perto!

Almoços e jantares são sagrados. Muitos de vocês já devem ter ouvido esta declaração sema ter entendido muito bem. Após a queda do homem, a terra passou a produzir espinhos. Oalimento, antes da queda, fazia parte da relação de coisas que poderíamos chamar de natural.Após a queda, o homem teve que aprender a retirar da terra o seu alimento. O processo de lançara semente e esperar pelo fruto é um processo que não sofre a intervenção humana. Desde oplantio, a germinação, a foração e a frutifcação, todas essas fases são partes de umdesdobramento sobrenatural, divino. Por isso as refeições são sagradas. Sentados à mesa, o paideveria ensinar a teologia da criação aos flhos, mostrando que por trás da comida não está apenaso seu trabalho, mas a semeadura, a chuva e a graça de Deus.

Agora, observem nas Escrituras a relação entre a revelação divina e a comida. Presteatenção!

01. Leia Atos 2:42 e 46. Você acha que há um jeito cristão de tomar as refeições?

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02. O verso 47 diz que ...acrescentava-lhes o Senhor, DIA A DIA, os que iam sendo salvos. Agora,olhando para o verso 46, quais eram as práticas diárias dos nossos primeiros irmãos?

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Você consegue enxergar a relação entre o crescimento diário da igreja com suas práticas diárias?Você gostaria de resgatar e estabelecer na sua vida as mesmas práticas? ..........................................

03. Leia Gálatas 2:11-13. O texto refere-se a um desacordo entre Paulo e Pedro (que na opiniãode Paulo tornara-se repreensível) e tudo passa-se no entorno da mesa. Observe com cuidado ov e r s o 1 2 . Q u a i s l i ç õ e s p o d e r í a m o s t i r a r d e s s ahistória?...............................................................................................................................................................................................................................................................................................

04. A atitude com a qual nos aproximamos da mesa precisa ser reavaliada. Os primeiros cristãosreuniam-se sob a motivação da comunhão, e isto trazia crescimento à igreja. Todavia, emNúmeros 11:1-9, notamos que uma postura errada às refeições pode desagradar a Deus e nãoalcançar o fm desejado. Quantos almoços e jantares você se lembra, que não terminaram muitobem?! Tente lembrar-se desses acontecimentos para compreender a sacralidade das refeições.

05. Se não tomarmos cuidado, se não tivermos um coração bem formado, a comida pode setransformar em motivo para grandes transtornos e ao mesmo tempo, prova da nossa fé. LeiaÊxodo 16:1-10 e identifque os possíveis transtornos e a prova da fé. Aprendemos nesse texto, quea maneira como reagimos à comida e fazemos as nossas refeições, prova a qualidade da nossa fé.

Conclusão

Comer e beber pode se transformar para nós num ato tão comum que a gente acabe porperder de vista a perspectiva divina. Além disso, é fácil não perceber as oportunidades que oSenhor nos dá a cada refeição, para aprendermos sobre gratidão, comunhão, relacionamento,intimidade, graça, provisão, teologia da criação e ainda, a relação de todos esses temas com ocrescimento da igreja.

Outra importante lição que a comensalidade nos passa é sobre a prova da nossa fé. Amaneira como nos comportamos diante da comida, diz muito ao nosso respeito e revelaelementos ocultos do nosso próprio coração. Israel foi provado diante da mesa que o próprioDeus preparara. Como você se comporta durante as refeições? Sabia que isto também éCristianismo?

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LIÇÃO 7Eixo Vertical do Cristianismo II

Oração Relacional

Todos nós oramos de alguma forma, alguns de uma maneira disciplinada e regular,outros ocasionalmente ou quando estão sob pressão, apontando para o fato de que muitas são asmotivações; muitos os objetivos; e muitas são as intenções dos que interrompem suas atividadesdiárias para orar. Mesmo sabendo que podemos aperfeiçoar esta busca por auxílio divino eentender que a oração é a melhor resposta ao sofrimento, além de também ser uma práticasublime, oração também é um exercício relacional. Assim como as amizades crescem no convívio,a oração também nos ajuda a crescer na relação com Deus, com objetivo de despertar nossaconsciência e aperfeiçoar nossos afetos.

Não precisamos negar de que a nossa primeira aventura no território da oração foi atravésda petição, e em alguns casos, petição desesperada. Inicialmente, procuramos o Senhor por contade uma difculdade ou motivados por um fato ameaçador, que pode ter sido uma doença, umfamiliar em perigo de vida, uma crise fnanceira ou perda do emprego... Na verdade, são raros oscasos de alguém que tenha sido iniciado na prática da oração por outras vias. Agora, pense bem:se eu e você sabemos disso, será que Deus desconhece essa realidade? É claro que não! A dúvidaque a maioria tem, não é se Deus conhece ou não as motivações do seu coração, mas se Ele defato reage positivamente a toda oração. Quer dizer, se Ele concebe que as pessoas se aproximemdo seu trono movidas pelo desespero ou pela difculdade? A resposta é sim! Na verdade, Deusanseia tanto por relacionar-se conosco, que se as difculdades da vida forem a única maneira denos motivar para estar nos aproximarmos, certamente que fará bom uso desse expediente para nosatrair. Porém, uma vez em Sua presença, Deus espera que o apreciemos, ao ponto de passarmos abusca-lo mais vezes, movidos pela única razão que deve preencher o nosso coração: Ele próprio esomente Ele. Quando a oração se transforma no veículo para o encontro entre Pai e flho,dizemos que ela é do tipo relacional.

Se fossemos mais atentos à dimensão trinitária da nossa fé, nos envolveríamos maisavidamente na oração pelo prisma relacional, sobretudo, por seguirmos o ensino do Senhor nosermão do monte: “Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso...” (Mateus 6:9, grifo nosso).

A oração relacional deve ser o alvo permanente do crente. Nela, há espaço para aapresentação de súplicas e pedidos, mas nada é mais relevante do que a pessoa do próprio Deus.Erradamente, grande parte das pessoas não se sente estimulada à prática da oração relacional, porachar que não poderá mais apresentar ao Senhor suas difculdades e por imaginar que as suasorações dão à Deus o conhecimento dos seus sofrimentos. Enganam-se. Deus conhece cada umadas nossas necessidades, cada pequeno detalhe que nos faz sofrer, cada difculdade ou sombra depreocupação do nosso coração. Buscá-lo para de fato conhecê-lo é uma demonstração de fé esegurança no seu cuidado. Como já disse, ninguém deve se sentir tolhido a pedir, chorar eapresentar suas dores ao Senhor, mas se tiverem sensibilidade, ouvirão de Deus: “Eu sei de tudoisto!”

A vida cristã é descrita no Novo Testamento como um processo que vai da infância àmaturidade. Ao nascer de novo, o crente é comparado a uma criança, a um verdadeiro bebê em

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Cristo. Mas, assim como na vida natural esperamos que todo bebê cresça, na vida espiritualtambém. A falta de crescimento indica defciências. Logo, se uma pessoa se converte e com opassar do tempo continua a manifestar características infantis, é sinal de que algo não está bem.

01. Leia 1 Pedro 2:1 e 2. De quais atitudes o crente deve despojar-se? De toda....................... ......................................................................................................................................................

02. O que o cristão precisa desejar? ........................................................................ Paraquê? ......................................................................................................................................................

Notamos nessa passagem, que o crescimento para a salvação vem de uma dietaapropriada, de uma alimentação espiritual. Crescimento para Pedro, era medido pelo desejo comque o cristão buscava o alimento para a sua alma. A intensidade do desejo, sugeriu o apóstolo,deveria ser semelhante a de um recém nascido pelo leite da sua mãe. Esta busca deveria seracompanhada pelo desapego de atitudes capazes de prendê-lo na infância espiritual para sempre:maldade, dolo, hipocrisias, invejas e maledicências. A própria carta exorta ao desapego de outrascoisas. Logo, o crescimento espiritual não é alcançado por tempo de igreja, mas no quanto somoscapazes de desapegar-nos do mal apegando-nos ao bem e da nossa fome espiritual.

O apóstolo Paulo também fez a sua própria analogia do crescimento espiritual,relacionando-o ao cardápio ao qual estaríamos capazes de digerir. À semelhança de Pedro, eletambém afrmou que haviam certas atitudes capazes de travar o nosso crescimento edesenvolvimento.

03. Leia 1 Coríntios 3:1-9 e identifque as atitudes apontadas por Paulo, que mantém o cristãona infância espiritual

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Ciúmes, contendas, preferências, exaltação da personalidade humana à níveis insustentáveis,maldade, dolo, hipocrisias, invejas, maledicências... são verdadeiros entraves na vida espiritual.Mas, o que tudo isto tem a ver com “oração relacional”? Deixe-me explicar. Nossas orações nãoapenas revelam a nossa estatura espiritual como contribuem para permanecermos no estadoinfantil da fé. Acredite, Deus deseja ver o seu crescimento refetido na sua relação com ele.

Quanto melhor conhecermos a Palavra de Deus, melhor oraremos. Quanto melhorconhecermos a Palavra de Deus, mais desejosos por conhecê-lo estaremos. Observe como Jesusorou em João 17.

04. Leia João 17:1 e responda: Qual o desejo de Jesus? ................................................................

0 5 . Em João 17:3, Jesus deixa transparecer que os dois grandes objetivos da conversãosão: ...............................................................................................................................................

Se a maneira como exercemos nossa fé não nos trouxer o conhecimento do Pai e do Filho,existe algo de errado no processo da nossa formação. Conhecimento de Deus é o objetivo. Deusnos salvou para o conhecermos. A oração relacional faz o papel de buscar no Senhor esteconhecimento.

06. Em João 17:4, Jesus afrma que a maneira de glorifcar ao Senhor na terra é consumando aobra confada. Em João 17:6 ele disse que a obra é manifestar o nome de Deus ao mundo. Você

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s a b e o q u e s i g n i f c a m a n i f e s t a r o n o m e d e D e u s a o m u n d o ?Signifca: .......................................................................................................................................

A oração relacional, busca conhecer e vivenciar os atributos de Deus. Dentre todos osSeus atributos, o atributo-mor, aquele que qualifca os demais, é a sua santidade. Deus nossalvou para Ele. Ele nos salva para arrancar-nos da depravação do mundo e do pecado, paracompartilhar conosco a sua natureza (2 Pedro 1:3, 4). Para isso, ele nos dá todo o ferramentalque conduz à vida e piedade, esperando que usemos tudo diligentemente, associando à fé avirtude; à virtude, o conhecimento; ao conhecimento, o domínio próprio; ao domínio próprio, aperseverança; à perseverança, a piedade; à piedade, a fraternidade; à fraternidade, o amor (2 Pedro1:5-7).

Orar de forma relacional não é deixar de pedir, mas pedir segundo o coração de Deus.Examine os pedidos de Jesus em João 17:9-11; 12-19; 20-22; 23; 24. A conclusão da oração deJesus é muito esclarecedora. Observe como Ele resumiu o seu ensino no verso 26: Eu lhes fzconhecer o teu nome. Parece que o grande objetivo do Cristianismo está aqui defnido. Agora, senossas práticas devocionais e de culto não fuírem nessa direção, quem estamos seguindo e quetipo de fé estamos divulgando? Desapegue-se de tudo que impeça um maior conhecimento deDeus e abrace uma vida de oração que demonstre o desejo maior de conhecê-lo. Finalmente, leiaFilipenses 3:2-11 e constate que os santos do passado também tiveram que abrir mão de muitascoisas para chegar a conhecer ao Senhor.

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LIÇÃO 8Consequências da piedade em Atos 2

Unidade

É no mínimo curioso, perceber que o primeiro registro bíblico do poder da unidade é oda torre de Babel em Gênesis 11. A passagem trata sobre a confusão das línguas - “Então, desceu oSenhor para ver a cidade e a torre, que os flhos dos homens edifcavam; e o Senhor disse: Eis que opovo é um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restriçãopara tudo que intentam fazer” (Gn 11:5, 6). Este foi o reconhecimento divino, que num estadode unidade, qualquer coisa pode ser feita. Até mesmo um projeto tão louco quanto a torre deBabel, pode sair do papel.

Unidade é em si mesma uma força propulsora. Nada se pode alcançar sem unidade. Naexposição dos dois eixos do Cristianismo, exploramos os quatro pontos fundamentais da práticacristã e como era simples a agenda de atividades daquela igreja rudimentar que aparece nosprimeiros anos de vida do Cristianismo. É interessante percebermos também, que um dosresultados visíveis que a prática da oração e da comunhão; da perseverança na doutrina dosapóstolos e no partir do pão, foi a unidade (Atos 2:44); isto, apesar daquela comunidade não terum templo suntuoso, grandes somas de dinheiro, atrativos adicionais ou qualquer projeção forade Jerusalém.

A grande diferença entre Gênesis 11 e Atos 2, é que aquele projeto humano de se alcançaro céu através dos próprios esforços foi confundido, interrompido pelo Senhor; enquanto oprojeto da Igreja que aparece em Atos 2 continuou através da história até os nossos dias. O queaprendemos é que juntar esforços no entorno dos projetos divinos, com especial destaque, aIgreja, seremos bem-sucedidos na missão.

Outro importante diferencial é que em Babel as pessoas uniram-se a partir do projeto depoder de um único homem, enquanto em Atos a unidade foi gerada na piedade da comunidade.Aprendemos que Deus não nos quer envolvidos em projetos pessoais de poder, mesmo que tenhaapelo religioso. Atos nos ensina que o projeto é divino e desenrola-se na comunidade.

A unidade como virtude gerada pelo Espírito Santo na piedade é admirável! Como ébonito ver uma comunidade de redimidos movendo-se na direção do alcance dos propósitos doSenhor e para a Sua glória. O Salmo 133, descreve a vida em unidade como algo agradável - ּמ נעיna`iym - adj 1) agradável, gracioso, doce, amável, favorável. Poeticamente, pode haver algodeliciosamente doce ao paladar, uma iguaria que nos faça raspar o fundo da taça; porém, nada secompara ao prazer proporcionado pela unidade. A unidade gera uma atmosfera prazerosa edesejável no meio da congregação. Seguindo o mapa de Atos 2, este tipo de unidade não é geradana simples decisão do coração, mas no equilíbrio dos dois eixos espirituais, o vertical e ohorizontal.

O Salmo 133 é uma canção tão arrebatadora, que faríamos muito bem se nosaproximássemos um pouco mais do seu conteúdo para analisar de perto a sua estrutura.Primeiramente, após percebermos o quando é agradável que os irmãos vivam em unidade, eugostaria de confessar que faria qualquer coisa, capaz de convencer e persuadir uma comunidadecristã a viver pacifcamente em busca da glória de Deus. Mas, descobri pelas Escrituras e no trato

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diário com as pessoas, que não existe argumento capaz de vencer o poder de desagregação geradopela nossa pecaminosidade. É por isso que Atos 2 é um texto de referência, porque mostra aunidade como um resultado da piedade. Mas, antes de podermos visualizar a unidade comoconsequência da piedade, vamos nos encantar um pouco mais com o Salmo.

É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a golade suas vestes. Salmos 133:2

Esta é a imagem comparativa que Davi usou para descrever a unidade. Suas palavrasdescrevem a unção sacerdotal, tanto na beleza quanto no que de fato acontece. Uma comunidadevivendo em unidade é bonita, bela, atraente, algo digno de se admirar. Isto não mexe com o seucoração? Não dá vontade de se empenhar ao máximo pela unidade; para que esta obra prima, quemelhor salienta o belo, a graciosidade de Deus, pudesse ser vista na sua família, igreja e rede derelacionamentos afns?

Não forçaríamos em nada uma interpretação tendenciosa do texto se fzéssemos umaconexão com o próprio derramar do Espírito Santo, enxergando unidade como uma realidademanifesta pela ação transbordante do Espírito nas pessoas. Por isso, não devemos pensar em talvínculo, como fruto da união, da iniciativa do homem pra com o homem. Babel é a expressão daunião meramente humanista, enquanto Pentecostes representa a unidade, a comunicaçãorestaurada, onde todos passam a se entender pelo poder do Espírito Santo.

É bom comentarmos também sobre a preciosidade desse óleo. Era uma composição dasmais fnas especiarias: Tu, pois, toma das mais excelentes especiarias: de mirra fuida quinhentossiclos, de cinamomo odoroso a metade, a saber, duzentos e cinqüenta siclos, e de cálamo aromáticoduzentos e cinqüenta siclos, e de cássia quinhentos siclos, segundo o siclo do santuário, e de azeite deoliveira um him. Disto farás o óleo sagrado para a unção, o perfume composto segundo a arte doperfumista; este será o óleo sagrado da unção (Êxodo 30:23-25). Esta era uma composição especial,reservada apenas para a unção dos sacerdotes: Não se ungirá com ele o corpo do homem que não sejasacerdote, nem fareis outro semelhante, da mesma composição; é santo e será santo para vós outros.Qualquer que compuser óleo igual a este ou dele puser sobre um estranho será eliminado do seu povo.Agora, vamos fazer as relações cabíveis:

A unidade mencionada em Sl 133:1 é única e especial. Assim como o óleo era destinadounicamente à unção sacerdotal, a unidade agradável é uma particularidade para os sacerdotes doSenhor, a Igreja.

Esta unidade sobrenatural, é gerada pelo Espírito entre os que andam no Espírito. Tal unidade,constitui-se como o maior sinal de uma vida cheia do Espírito Santo, representada no Salmo, naabundância do óleo que escorre pela barba do sacerdote.

01. De acordo com Atos 2:42, 43 poderíamos afrmar que existe conexões entre uma vida piedosae unidade comunitária?

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02 . A p o n t e , n a s u a o p i n i ã o e e xp e r i ê n c i a , a l g u n s e n t r a v e s à p e r f e i t aunidade: .............................................................................................................................................................................................................................................................................................

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03. Leia Provérbios 6:16 e aponte duas forças ameaçadoras da unidade.

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04. Como deveríamos reagir ao semeador de contendas?

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05. A unidade deveria ser a atmosfera mais “cobiçável” do crente, posto que ela refete uma vidacheia do Espírito Santo. Na sua opinião, quais as razões de haver tão pouco despertamento aoinvestimento da unidade comunitária?

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LIÇÃO 9Consequências da piedade em Atos 2

Cair na Graça de Todo o Povo

Vivemos o tempo dos modelos eclesiológicos bem-sucedidos. Não é raro encontrarmosuma grande oferta de conferências e seminários oferecendo uma nova metodologia para ocrescimento de Igrejas. Multidões de cristãos pagam caro em ajuntamentos que duram apenas umfm de semana, saem com as malas cheias de livros, CD’s, apostilas e material audiovisual, naesperança de poderem dinamizar sua congregação e vida pessoal, no âmbito da evangelização,discipulado, liderança e planejamentos organizacionais. Para além disso, existem os modelosperpetuados pelas igrejas neopentecostais, especialmente as de alta visibilidade na mídia,inspirados em campanhas fundamentadas no ideário religioso nacional, que não se cansam demostrar templos lotados e um número imenso de pessoas testemunhando sobre suas “conquistas”fnanceiras. A grande força motivadora por trás de tudo isto, é o “sucesso”. Esta lição não visadiscutir o teor humanista por trás de cada um desses diversos modelos, nem tentar perscrutar ocoração de alguém nesse particular, mas de constatar que o modelo cruciforme de igreja expressoem Atos 2:42 baseado na piedade, manifestaram alguns importantes frutos, como:

A vida comunitária responsável, uma vez que não havia necessitado entre eles;

A unidade, expressa na palavra “unânime” que aparece várias vezes nos primeiroscapítulos de Atos;

A simpatia com a qual o povo em geral enxergava a eclesiologia simples do períodoapostólico e a sua maneira responsável, amiga e amorosa de cuidarem-se mutuamente;

E tudo isto junto, movendo a mão do Senhor em favor da sua Igreja, fazendo-a crescersobrenaturalmente naquele primeiro momento.

Estamos longe da intenção de querer vender um modelo de crescimento de igreja. Sóqueremos constatar pelo ritmo do texto, que uma igreja que busca a Deus com seriedade; estudasua Palavra com afnco; trabalha voluntariamente a comunhão e lembra-se permanentemente daobra do Calvário no partir do pão, está a caminho de provar dos mesmos frutos que Lucasdescreve em Atos. Assim, refitamos hoje sobre o desafo de se viver o Evangelho para a glória deDeus no mundo, brilhando através do andar nas obras que Deus preparou para que andássemosnelas.

Vamos começar pensando do plano geral para o pessoal. Um olhar panorâmico sobre omundo evangélico nos forçaria, honestamente, a nos envergonharmos da igreja na nossa geração.Envolvida em escândalos sexuais, fnanceiros e éticos de todo feitio, ela não vem despertando asimpatia das pessoas. Quem está dentro dela, embora veja tudo isto, tem um olhar muitocomplacente. Mas, quando lemos as Escrituras, não encontramos qualquer um dos autoresbíblicos fazendo isto. Paulo, Pedro, João e Judas não pouparam os falsos profetas, falsos irmãosou falsos líderes. Na verdade, eles foram muito duros com toda gente que se apresentava comocristão e mantinha um testemunho comprometedor. Vejamos:

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“Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas,avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes,desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores,atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade,negando- lhe, entretanto, o poder. Foge também destes.” II Tm 3:1:5

“Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres,os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o SoberanoSenhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suaspráticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos poravareza, farão comércio de vós, com palavras fctícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo nãotarda, e a sua destruição não dorme.” 2 Pedro 2:1-3

“Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de exercer a primazia entre eles, não nos dáacolhida. Por isso, se eu for aí, far-lhe-ei lembradas as obras que ele pratica, proferindo contra nóspalavras maliciosas. E, não satisfeito com estas coisas, nem ele mesmo acolhe os irmãos, como impede osque querem recebê-los e os expulsa da igreja. Amado, não imites o que é mau, senão o que é bom.Aquele que pratica o bem procede de Deus; aquele que pratica o mal jamais viu a Deus.” 3 João 9-12

“Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras anteriormente proferidas pelos apóstolos de nossoSenhor Jesus Cristo, os quais vos diziam: No último tempo, haverá escarnecedores, andando segundo assuas ímpias paixões. São estes os que promovem divisões, sensuais, que não têm o Espírito. Vós, porém,amados, edifcando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo, guardai-vos no amor deDeus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna.” Judas 17-21

É bastante confortador saber que houve uma geração de cristãos comprometidos emglorifcar a Deus com a sua vida pessoal, simplesmente com o fm de agradar ao Senhor. Tambémé extremamente salutar descobrir que não precisamos de planos mirabolantes para que a Igrejacresça. Mas, o que de fato liberta-nos é saber que o verdadeiro crescimento da igreja está nasmãos do Pai, exclusivamente em suas mãos. É Ele quem acrescenta diariamente o número dossalvos. Todavia, é desafador estar comprometido com a construção de uma vida de temor aDeus. Na verdade, é só isso que a sociedade precisa ver. O dia que uma comunidade cristãencarar seriamente o compromisso de viver para a glória de Deus, a igreja voltará a ganharrespeito e simpatia.

Agora, vamos partir para uma visão pessoal. Pois afnal, é o testemunho de cada um queprovoca críticas ou elogios a respeito de uma igreja local.

1. Leia Mateus 5:16 e perceba o quanto seu modo de viver e exercitar a fé infuencia a vida dequem não conhece a Deus.

2. Que obras são essas a respeito das quais Jesus mencionou? Leia Efésios 2:10 edescubra .................................................................. Tais obras não são para salvação, masrevelam se fomos salvos. A salvação é pela graça, mas uma vez salvos, passamos ao exercício dasobras que Deus preparou para que andássemos nelas.

3. Observe como os primeiros cristãos viviam esta realidade. Leia Atos 9:36 e repare nas palavrasera ela notável. Você também pode ser notável pelo bom testemunho. Sua igreja ganhará respeito

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entre seus amigos e familiares, bem como você será respeitado e ganhará notabilidade entre todos.

4. A igreja recém-nascida foi desenvolvendo critérios assistenciais à medida que crescia. Paulomenciona a Timóteo que ele deveria reconhecer uma viúva crente a fm de prestar-lhe cuidados eauxílio, se a tal preenchesse certos requisitos. Leia 1 Tm 5:9, 10 e descubra. Relacione-os naslinhas abaixo:

......................................................................................................................................................

......................................................................................................................................................

5. Observe que uma mulher deveria ser recomendada por suas boas obras e serviço aos santos paraser considerada digna de assistência. Se usássemos esta regra para considerar toda igreja, vocêacredita que seria alguém digno de tal? ............................. De que maneira você, particularmente,serve aos santos? ............................................................................................................................

6. Todos, indistintamente, para que Deus receba a glória, precisamos estar imbuídos de atos degenerosidade para o engrandecimento do Senhor, especialmente os líderes. Leia Tito 2:7 edescubra esta verdade. Este texto deixa claro que pastor e rebanho devem engajarem-se na missãode glorifcar a Deus através da própria vida.

7. Agora leia Tito 2:14 e responda: Nós nos consideramos povo de Deus, e tal consideração éfato. Fomos gerados pelo sacrifício de Jesus na cruz. A passagem destacada revela que esse povotem duas importantes características, quais são?

......................................................................................................................................................

8. O povo de Deus então precisa manifestar duas importantes características, caso contrário, seriarazoável não considerá-lo de Deus. A primeira característica é demonstrar publicamente osenhorio absoluto de Cristo, isto está demonstrado em Tito 2:14 na expressão exclusivamente seu;a segunda é que este povo seja zeloso de boas obras, ou seja, que encare as boas obras com um certocompromisso. Você se sente pessoalmente chamado para demonstrar publicamente o senhorio deCristo? Acredita que pessoalmente, precisa ser zeloso na prática de boas obras, exatamente comoDorcas, que se notabilizou na comunidade por costurar para crianças e famílias pobres? Agoraresponda: olhando para as pessoas a sua volta e toda circunstância adversa de algumas pessoas efamílias, o que você pode fazer?

9. Geralmente, queremos transferir para o pastor ou para alguém, o nosso chamado na execuçãode boas obras. Achamos que não reunimos condições fnanceiras para tal. Deixe-me colocar algode grande importância aqui. Sua igreja terá prazer em socorrer todos que chegam até ela, afnal étambém para isto que ofertamos e dizimamos. Mas, não se prive de ajudar os que o Senhor trazaté você. Não corra o risco de terceirizar as boas obras, pois caso faça isto, elas não serão suas.

O engajamento numa eclesiologia piedosa, é que gera no coração da gente generosidade edespertamento para glorifcar a Deus na vida. Esforcemo-nos por construir uma igreja com ossinas de Atos 2:42 e acabaremos sendo um povo zeloso de boas obras. O resultado será os de forareconhecerem Jesus no nosso jeito de ser e viver.

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LIÇÃO 10Consequências da piedade em Atos 2

Crescimento

É lógico que eu sou a favor do crescimento da igreja. Todos aqueles que servem a Deusno Espírito, alegram-se em saber que o testemunho do Evangelho de Jesus tem se multiplicadopelo mundo e que várias pessoas têm abraçado a fé. Ninguém que tenha recebido o derramar doamor de Deus por meio do Espírito Santo (Rm 5:5), pode encontrar alegria no defnhamento ouna estagnação de qualquer congregação. Embora saibamos que igrejas nascem e outras morrem, oanseio da alma piedosa é testemunhar a salvação do pecador e sua perseverança na jornada cristã,engajado numa congregação viva. Todavia, a despeito deste nobre desejo, há igrejas que nãocrescem, para desespero dos seus pastores. É aí que está o perigo.

Ninguém quer ser membro ou liderar uma igreja para a sua morte, embora a morte deuma igreja seja algo bem mais complexo para discutir-se numa simples lição de discipulado. Ofato é que numa sociedade competitiva como a nossa, convivemos todo tempo com os conceitoscontemporâneos de sucesso e fracasso. Nascer e viver neste ambiente, cedo ou tarde acaba por noslevar a cair na tentação de dimensionarmos o território eclesiológico, fazendo uso do mesmoexpediente presente no mundo corporativo. É por isso que pastores de igrejas pequenas correm orisco de perderem-se na construção de uma eclesiologia de poder, posto que também querem omesmo tratamento, reverência e respeito, oferecidos aos pastores de grandes congregações, sejanos encontros das suas próprias denominações ou nos congressos nacionais organizados porgrandes editoras.

Depois de mais de trinta anos operando a nível ministerial, vi pastores literalmentedesesperados para fazerem suas igrejas crescerem. Depois do reconhecido movimento decrescimento de igrejas liderado por Donald McGravan na década de 60 e depois popularizado porPeter Wagner após o falecimento de McGravan, todo ministro quebrava a cabeça pra fazermultiplicar sua congregação. Livros e mais livros foram escritos em todos os níveis sob a inspiradapromessa de fazer crescer a igreja. Conceitos como: ministérios conduzidos por dons; igrejas emcélulas; igrejas com células; pequenos grupos; rede ministerial; igreja orgânica; igreja compropósitos... Toda esta imensa produção nasceu de uma legítima preocupação evangelística detornar o Evangelho acessível e relevante a uma sociedade em constante transformação. Comopastor e estudante permanente da teologia em todos os níveis, li sobre tudo e até cheguei a fazeruma pós-graduação em plantação de igrejas. Estudei sobre planejamento estratégico; aprendi adefnir missão, valores e visão de uma comunidade; fui apresentado às técnicas de pesquisa e delevantamento de dados sociais; fui fsgado pela beleza da leitura sociológica de uma cidade e etc...Mas, depois de toda esta trajetória, estou convencido de que crescimento real ainda é algosobrenatural, recoberto por uma camada protetora da economia divina.

Num discipulado coerente, é de extrema necessidade que estudemos as Escrituras sob amotivação de percebermos como as páginas do Novo Testamento descreve o assunto; mesmoporque, a nossa única fonte documental canônica para percebermos o comportamento de igrejassão os livros de Atos, as epístolas e a carta apocalíptica. Deixar o território bíblico para a avaliaçãoe compreensão de qualquer tema é uma imprudência que pode nos custar caro. Então, vejamosalguns pontos:

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I. Os apóstolos não iniciaram as atividades da igreja recém-nascida sob o peso da produtividade.

É extremamente consolador, tanto para a liderança quanto para a membresia de qualquerigreja, saber que os apóstolos não eram consumidos pelos mesmos imperativos que incomodam asigrejas em nosso tempo. Entre eles não havia nenhum projeto de poder religioso, quer fossepessoal ou corporativo. Mesmo porque, todos acreditavam na eminente volta de Jesus. Portanto,a grande motivação com que todos pregavam o Evangelho no primeiro século era a parousia.Logo, não pensavam em construir absolutamente nada, muito menos a própria imagem.

Outro destacável elemento durante o período apostólico foi a completa ausência dequalquer projeto de crescimento. Eles não sabiam o que era isto. Eles entendiam que precisavampregar o Evangelho e que a comunidade cristã precisava se organizar no entorno das práticassimples da oração, da comunhão, do estudo das Escrituras e do partir do pão, que eu chamo deeclesiologia piedosa. O crescimento que provaram, muito provavelmente tenha sido gerado poressa eclesiologia atraente, ponto para o qual todos nós deveríamos atentar.

II. Os apóstolos não esperavam o crescimento que tiveram

Embora eu acredite que eles não esperavam o crescimento que tiveram (Atos 2:47), istonão signifca que devemos abrir mão da intencionalidade de ver o Evangelho ganhar espaço nessemundo perverso. Onde então devemos nos concentrar para provar de um crescimento que tenhaa chancela sobrenatural do céu? Na ação intencional de termos uma igreja simples funcionandosob as mesmas bases eclesiológicas que vemos em Atos.

Pastor e igreja devem juntos esforçarem-se por fortalecer estas quatro áreas simples daoperação congregacional. Devemos nos esforçar para defender a oração comunitária econtagiarmos outros para isto; da mesma forma, toda congregação deveria abraçar o estudobíblico coletivo e fazer uso dessa ferramenta para a evangelização; abrir-se para o convívio estreitoe construção de novas amizades; e jamais, jamais, ausentar-se da mesa do Senhor.

III. Outros elementos salientados em Atos

Para além de uma eclesiologia muito simples, houveram outros fatores destacáveis nahistória descrita por Lucas. Fechar os olhos a eles, seria uma espécie de infdelidade escriturísticaque poderia nos levar a reproduzir um modelo eclesiológico incompleto. Então, quais são osoutros elementos motivadores de crescimento encontrados em Atos?

1. Leia Atos 5:1-16. Que sinais encontramos na congregação apostólica para os quais deveríamosa t e n t a r , n a b u s c a p o r u m c r e s c i m e n t o p r o v e n i e n t e d e D e u sapenas? ..............................................................................................................................................................................................................................................................................................

2. O que a história de Ananias e Safra tem a nos ensinar quanto ao crescimento que procede deDeus? Você frequentaria uma igreja onde o Espírito Santo operasse assim? O que chama a suaatenção no episódio?

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3. Os versos 12-16 fala da ação divina através de sinais e prodígios. Temos razão para crer queDeus parou de atuar dessa forma sobrenatural nos dias de hoje? O que devemos fazer nesseparticular? Onde o culto de oração pode contribuir para isto?

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4. Leia Atos 6:1-7. Esta passagem trata da dor do crescimento e da inserção de uma nova funçãono cenário da igreja recém-nascida. Qual foi o primeiro problema gerado pelo crescimento?Crescimento gera mais trabalho? O que você acha da decisão dos apóstolos?

5. A diaconia é um tema pouco explorado na igreja. Geralmente, diáconos não conseguemperceber sobre o quanto o bom desempenho da sua função coopera para o crescimento dacomunidade de Cristo. Observe o verso 7. O que há na função diaconal de tão importante para ocrescimento da igreja?

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6. Leia Atos 9:31. O que o texto fala de relevante para o crescimento de uma igreja? Aponte osquatro elementos infuenciadores para o crescimento mencionados neste versículo.

P..................................................................

E..................................................................

T..................................................................

C..................................................................

7. Aponte quais as áreas que intencionalmente podemos resguardar e até investir para ocrescimento da nossa igreja local. Como um exercício de meditação, pense no que você poderiafazer para o melhor desempenho de cada uma delas.

8. Em Atos 12:24, lemos que a Palavra crescia. Olhando para a sua própria atitude para com asEscrituras, o que tem feito para que mais e mais pessoas tome conhecimento da Palavra? Vocêconsegue perceber no texto algum investimento fnanceiro para a promoção do crescimento daPalavra? Como poderíamos fazer com que o conhecimento da Palavra crescesse sem investimentofnanceiro? Agora pense com pouco investimento fnanceiro e com substancial envolvimentofnanceiro.

9. Leia Atos 19:1-20 e tente relacionar duas coisas para o crescimento: o livre mover do Espírito eo ato intencional do ensino em outros endereços.

A vida piedosa experimentada pelos primeiros cristãos não pode ser encarada como uma utopiadistante; tampouco, o livro de Atos não pode ser lido como um mero relato histórico, mas comouma inspiração do Espírito Santo que nos impulsiona a não nos conformarmos com a pressão dopresente século. Quanto mais homens e mulheres cheios do Espírito viverem sob essa perspectivacruciforme, mais a igreja retardará o apodrecimento da sociedade e dará sabor ao existencialismoinsípido, iluminando uma geração em trevas. A eclesiologia piedosa não é mais um pacote deprodutos e serviços disponíveis na estante evangélica contemporânea, mas é a aplicação no dia adia, dos princípios descritos em (e inspirados por) Atos dos Apóstolos.

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