apostila do curso de iluminaÇÃo avanÇada

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CURSO DE ILUMINAO AVANADO

SUMRIO

INTRODUO: A IMPORTNCIA DA ILUMINAO ARTIFICIAL HISTRICO DA LUZ E SUAS CARACTERSTICAS FSICAS ILUMINAO NATURAL SISTEMAS DE ILUMINAO CONCEITOS E GRANDEZAS FONTES DE LUZ (LMPADAS; EQUIPAMENTOS; LUMINRIAS) O PROJETO DE ILUMINAO: O PROCESSO DE LIGHTING DESIGN ILUMINAO CORPORATIVA

02 03 06 09 17 23 30 34

DEPRECIAO E MANUTENO ILUMINAO COMERCIAL MTODOLOGIA DE CLCULO MTODO DOS LUMENS MTODOLOGIA DE CLCULO MTODO DO PONTO A PONTO EXERCCIOS MTODO DOS LUMNES E PONTO A PONTO ANEXOS BIBLIOGRAFIA

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A IMPORTNCIA DA ILUMINAO ARTIFICIALO uso da luz na arquitetura Quando pensamos na iluminao de um espao, de um edifcio, talvez primeiro pensemos em uma soluo funcional para o correto desempenho de uma tarefa. Mas a iluminao muito mais que isso. A iluminao nos revela o mundo, mostra-nos a arquitetura, sua forma, cor e textura. Assim ela que nos oferece a experincia do espao e a sensao da forma, seja de dia ou de noite, tanto interior como exteriormente. Luz, forma e textura so elementos inseparveis na definio e compreenso do feito arquitetnico. 0 espao interno em particular, definido pela estrutura e articulao plstica dos elementos que o compe, tem na luz algo mais do que um meio capaz de apenas retratar o ambiente para o observador. A luz revela-se como um elemento criativo, de importncia primordial, manifestando sua virtude configuradora de formas, sem a qual no possvel valorizar as massas, os espaos ou superfcies, e com a qual o carter do ambiente totalmente modificado. Nesse ponto de vista, a iluminao um poderoso instrumento na configurao de espao, pois, pode modific-lo visualmente, sem faze-lo, fisicamente. Da mesma maneira que pode ser usada para revelar, pode disfarar ou surpreender, aumentar ou diminuir as suas dimenses reais. Enfim, a luz pode ser usada para manipular os ambientes de diferentes maneiras, auxiliando no estabelecimento da atmosfera dos recintos e, conseqentemente, nas atitudes e no humor dos ocupantes. A percepo do mundo nos dado atravs de nossos sentidos: tato, audio, olfato, paladar e principalmente a viso. Alguns especialistas colocam que 80% de nossos estmulos sensoriais so principalmente visuais. Podemos dizer que nosso mecanismo de viso um decodificador das informaes trazidas pela luz. A luz a parte visvel do espectro eletromagntico que todas as coisas emitem ou refletem, em outras palavras, a luz uma forma de energia. O sol, que nossa fonte maior de luz emite energia em infinitos comprimentos de onda. Uma pequena frao dessa energia refletida pelos objetos e decodificada por nossos olhos como luz, que torna os objetos visveis. Assim, atravs da luz o mundo fsico passa a ter existncia para ns. As partculas de luz nos apresentam o mundo, e quando iluminam folhas e rvores, paredes e pisos, edifcios e cidades estas passam a ter vida, alma. Atravs da luz descobrimos que pertencemos a um mundo maravilhoso e compreendemos que no somos seres isolados, no podemos ficar alienados, pois no podemos ficar indiferentes a um espao animado pela luz: algo acontece l e temos que reagir a esse acontecimento: o que brilha mais parece mais prximo e chama nossa ateno, o que mais escuro parece mais distante, e s isso j aciona nossa ateno, a j comeamos a fazer a leitura do nosso entorno. Nossa reao, se no fsica, pelo menos um julgamento de valor gosto ou no gosto, e se gostamos, podemos atiar nossa imaginao, podemos sonhar ou podemos a sentir medo do que est nas sombras... A sensao de bem estar no espao est intimamente relacionada com sua percepo, aspecto tambm diretamente influenciado pela iluminao. A luz pode tanto mascarar como realar elementos do espao, facilitando ou dificultando sua compreenso, reiterando os desgnios do projeto arquitetnico; a esse estudo chamamos de lighting design.

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0 estabelecimento de condies ideais de conforto - acuidade visual, bem estar e correta percepo do espao - atravs da aplicao de premissas da luminotcnica e do lighting desgn, passa pela considerao aos aspectos humanos (fisicos e psicolgicos), consideraes cientficas e tecnolgcas a respeito do tema e pelo entendimento da responsabilidade da luz na modelagem/desenho do ambiente. Dentro desta totalidade, encontra-se tambm o conhecimento das ferramentas necessrias para avaliar e comparar os diferentes produtos oferecidos - j que os fabricantes desses equipamentos (lmpadas, luminrias, reatores, ignitores, etc.) esto constantemente desenvolvendo novos produtos que conseguem a melhor performance com o menor consumo de energia - bem como selecionar os mais adequados s diferentes reas do empreendimento em que se estiver trabalhando. fundamental ainda o entendimento a respeito das limitaes econmicas, tanto de instalao inicial., como de custo operacional, em particular do consumo de energia. Destaca-se assim, a avaliao da importncia de cada critrio na especificao da iluminao para um edifcio. A busca por sistemas de iluminao, cada vez de melhor qualidade, assim como a opo pelas fontes artificiais de luz de maior eficcia energtica, devem ser atualmente considerados como um dos principais pontos a serem observados, quando do desenvolvimento de um projeto de iluminao. Finalmente importante salientar que, paralelo apreenso de todas essas situaes, devem estar presentes a todo tempo, noes sobre a interdisciplinaridade entre as reas que envolvem, ou influenciam, a estruturao de um pr o j e t o de iluminao. Em particular, ressaltando a importncia do trabalho de equipe e da cooperao simultnea com os projetos de arquitetura , eltrico e ar condicionado. Uma nova etapa da histria da iluminao artificial est surgindo, baseada em um trip: em um dos vrtices esto na ampla oferta de lmpadas, luminrias e de equipamentos de controle que so oferecidas pelas indstrias do setor; no segundo vrtice est a realidade criada pelos computadores e softwares especficos que facilitam amplamente os antigamente complicados clculos de iluminao. Porm pouco adianta termos nas mos todo esse equipamento se no se souber utilizlos. A entre o terceiro vrtice: a formao. Da a proposta desse curso: oferecer formao em iluminao artificial, estudando conceitos e novas tendncias, com enfoque em projetos de iluminao residenciais e comerciais.

Histrico da Luz e Suas Caractersticas FsicasNatureza da Luz Foi no sculo XVI, graas necessidade de se aprimorar os meios de observao dos astros, que surgiu a tica e com ela a noo de programao do campo luminoso que tem importante papel no estudo da teoria da luz. Com o transcorrer dos anos, depois de percorrer um longo caminho, o complexo estudo da natureza fsica da luz, passando por controvrsias de teorias postuladas pelos maiores nomes da histria da cincia - Galileu Galilei, Descarte, Isaac Newton, Huynges, Eistein conseguiu estabelecer conceitos que hoje fornecem a base para a compreenso de seus fenmenos e de suas aplicaes. A luz uma forma de energia radiante (proveniente de uma fonte de radiao eletromagntica) que manifesta pela sua capacidade de, estimulando o olho humano, produzir a sensao da viso. As fontes luminosas emitem uma quantidade de radiao que possui diversos comprimentos da onda. 0 olho humano sensvel a parte desta radiao cujos limites de comprimento de onda encontram - se entre 380 e 780 nanometros Cada faixa de comprimento de onda corresponde urna luz de determinada cor. A luz branca , portanto, formada pela reunio de numerosas radiaes coloridas. Essas radiaes podem ser

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separadas quando um feixe de luz branca atravessa um prisma de vidro, formando uma imagem conhecida com espectro. 0 restante da energia luminosa, no visvel, e consiste em raios ultravioletas (que variam de 100 a 400 nanmetros ) e raios infravermelhos ( que variam de 780 a 3000 nanmetross). Esta radiao manifesta atravs da transmisso de calor e submete aos mesmos fenmenos observados na propagao da luz nos diferentes meios. Caractersticas Fsicas da Luz. Compreende - se por radiao a transmisso de energia atravs do espao, sem necessidade de um suporte material. Existem diferentes manifestaes da energia resultante da radiao (calor, luz, ondas de rdio, raio X, etc) 1. Os elementos que diferenciam e caracterizam cada uma delas so os seguintes: A) Comprimento de onda () a distncia entre dois pontos que se encontram na mesma posio relativa na curva senode que representa uma onda. B) Perodo (T) o tempo que leva a onda para ocupar duas posies idnticas. C) Freqncia (F) o nmero de perodos pr segundos. D) Velocidade de propagao (V) a velocidade com que a onda se propaga no meio. Composio da Luz A luz se propaga no vcuo com uma velocidade de 300.000 quilmetros por segundos, em todas as direes do espao. A luz se propaga segundo uma linha reta, j que os ftons cumprem trajetrias retilneas. A radiao luminosa s ser visvel quando o olho humano diretamente atravs da viso direta da fonte- ou por meio de reflexo das superfcies. A luz uma radiao eletromagntica que pode ser decomposta de acordo com diferentes comprimentos de onda. A faixa que vai de 380 a 780 nanmetros produz a luz visvel ao olho humano, e que varia de cor conforme as seguintes oscilaes; o o o o o o Cor violeta- 380 a 430 nanmetros; Cor azul 430 a 490 nanmetros; Cor verde 490 a 540 nanmetros; Cor amarela 540 a 570 nanmetros; Cor laranja 570 a 670 nanmetros; Cor vermelha 670 a 780 nanmetros;

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Fenmenos Relacionados com a luz A luz, como modalidade de energia, emitida, se reflete, absorvida e se transmite. A partir do fenmeno da emisso da luz, por uma fonte qualquer, o controle do seu comportamento de importncia vital. 0 controle do comportamento da luz pode ser conseguido de vrias formas, todas resultantes das aplicaes de seus fenmenos: Reflexo Transmisso Absoro Quando se ilumina uma lmina de um material qualquer, uma parte do fluxo luminoso que incide sobre a mesma, se reflete, outra pode atravessa-la ( transmitindo a para o outro lado), e uma terceira parte do fluxo luminoso absorvida pela prpria lmina, transformando - se em calor. Portanto, o fluxo luminoso incidente, neste caso, dividi- se em 3 partes em uma dada proporo que depende das caractersticas da substncia sobre a qual estiver incidindo. Esta proporo obtida pelos fatores de reflexo, absoro e transmisso de cada material. Reflexo o fenmeno no qual parte da luz que atinge uma superfcie, e muda de direo, voltando para o seu meio de origem. A reflexo da luz depende qualitativa e quantitativamente das condies das superfcies refletoras e do ngulo de incidncia dos raios luminosos. Quanto mais aberto, em relao a normal, for o ngulo de incidncia do raio luminoso, menor a parcela que ser refletida. Segundo a lei fundamental da reflexo a luz, o ngulo de incidncia igual ao ngulo de reflexo. Isso acontece quando a superfcie absolutamente lisa e brilhante - neste caso ocorre chamada reflexo especular. No caso de superfcies rugosas e sem brilho o raio de luz incidente se reflete em todas as direes - ocorre, ento, a chamada reflexo difusa.

Reflexo Especular / Reflexo Difusa(Fonte: PONTUAL, Maria do Rosrio. Projeto de graduao: Iluminao Artificial em Arquitetura, 1993 p, 16)

0 fenmeno de reflexo pode ser expresso atravs do fator de reflexo que a relao entre o fluxo luminoso incidente em uma superfcie e o fluxo luminoso refletido pela mesma. Este valor,

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denominado refletncia, dado normalmente em porcentagem, correspondendo a um valor mdio de todo o espectro visual.

Anexo - Tabela 01 Refletncia de alguns materiais e coresAbsoro o fenmeno no qual parte do fluxo luminoso incide sobre uma superfcie absorvido, em maior ou menor grau, dependendo das caractersticas da mesma. Baseia - se na capacidade das superfcies dos corpos de exercerem uma ao seletiva em relao aos raios luminosos: podendo absorve - los ou refleti - los. Praticamente todos os objetos devem suas cores absoro seletiva da luz. a conseqncia mais importante dos fenmenos absoro / reflexo. Os objetos ditos coloridos no passam de meros refletores / absorvedores de uma ou mais das cores que compe a luz A luz solar e a maioria das fontes artificiais de luz, contm radiaes de quase todos os comprimentos de onda, sendo , portanto, brancas ou quase branca- Se a superfcie iluminada por uma luz branca reflete igualmente todas as radiaes que incidem sobre ela, o fluxo refletido ter a mesma composio espectral do fluxo incidente: a luz refletida ser branca . Se a superfcie refletir melhor determinados comprimentos de onda , absorvendo os demais, no fluxo refletido haver predominncia desses comprimento de onda: a luz refletida ser colorida. E se, a superfcie do objeto absorver totalmente os diversos comprimentos de onda, no refletindo nenhum deles, o olho no captar radiao alguma, e o objeto ser visto totalmente preto. As letras pretas de um livro diferem do papel branco sobre o qual esto impressas unicamente pela reflexo e absoro da luz. Ambos refletem a luz branca, mas em porcentagens bem diversas; a cor negra absorve quase todo o fluxo luminoso incidente. A absoro expressa atravs do fator de absoro que e a relao entre o fluxo luminoso absorvido e o fluxo luminoso incidente sobre uma superfcie, dado normalmente em porcentagem. Transmisso uma caracterstica dos corpos transparentes ou translcidos, de deixar passar luz. expressa atravs do fator de transmisso que a relao entre o fluxo luminoso transmitido por um corpo e o fluxo luminoso incidente sobre o mesmo. totalmente influenciada pela reflexo observada em cada superfcie do material e pela absoro dentro do material, estando os 3 fenmenos, reflexo , absoro e transmisso ntima e constantemente ligadas.

Anexo - Tabela 2 Coeficientes de reflexo, absoro e transmisso

Iluminao NaturalA iluminao sempre esteve presente em todos os momentos da sua histria, s vezes de forma desapercebida por ser considerada algo natural, parte da natureza. Sua presena estar em qualquer obra de arquitetura, pois inerente ao prprio ato de criar.

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"Forma e cor determinam a percepo do entorno fsico atravs dos olhos, e nos do uma mais clara e vvida impresso do espao do que os sensos tteis, auditivos e olfativos, so o que descreve Walter Kholer em seu livro sobre iluminao. 1 A preocupao com a luz veio a partir da realizao das necessidades e dos desejos do homem na arquitetura- 0 homem cria a concretizao dos seus prprios sentimentos atravs do espao-luz. A arquitetura, enquanto arte, manifesta-se atravs da forma-espao concebida como expresso mais verdadeira do esprito humano, que se configura pelo tratamento da luz, da sua cor, da cor da forma, dos vazios coloridos. A arquitetura clssica, de clima quente-seco, trata a luz como se esta fosse algo precioso e ao mesmo tempo perigoso. As formas simples e macias denotam um clima de altas temperaturas e com excesso de claridade do cu. As pequenas e bem localizadas aberturas propiciam o tratamento do espao interior atravs de uma luz filtrada, controlada pela construo. Assim, favorece um intermdio entre o exterior luminoso e seu interior, espao-abrigo agradvel- Da uniformidade dos materiais e cor nica se faz imponente, retrato de uma poca onde era smbolo marcante do poder e da crena. No Renascimento, h uma retomada dos valores clssicos, que se evidencia na arquitetura. Na busca de novos meios de expresso, a cor e o uso de texturas e diferentes materiais, torna-se importante dentro da nova concepo da forma. Os arquitetos da Renascena utilizam a forma e da cor, conseguindo os efeitos atingidos na arquitetura tropical atravs da luz e da sombra, que em a expresso plstica marcante da forma-volume. No clima tropical quente e seco, as janelas se apresentavam em menor quantidade e dimenso. Alm de barrar o calor serviam de elementos de controle da luz (difuso). No clima tropical quente e mido, a janela se abre e representa um elemento primordial na ventilao dos espaos e no conforto trmico dos indivduos. Contribuem tambm para o controle da radiao solar. Em ambos os casos as solues estavam comprometidas com a tcnica construtiva, ou seja, obteno de condies hbeis ao homem. A tcnica construtiva se estruturava em funo das necessidades do prprio ser humano. A quebra ocasionada pela Revoluo Industrial da relao entre concepo e produo da arquitetura, leva a pensar a obra arquitetnica de uma forma dissociada- Este fato acarretou na assimilao de inmeras tcnicas e materiais desenvolvidos, mais preocupados com o processo construtivo e no com os resultados da arquitetura. A conseqncia imediata foi uma quebra no compromisso entre o material e a tcnica construtiva e as necessidades humanas ditadas pelas condicionantes climticas. Estava rompida a relao direta que existia entre tcnica e arte, prejudicando assim o nvel de qualidade da ~a arquitetura. 0 desenvolvimento de tcnicas construtivas, do vidro e da iluminao eltrica trouxe os meios para cobrir os novos requisitos de dia e noite- Mesmo com os progressos cientficos do sculo passado, a iluminao eficiente s se afirmou recentemente. A iluminao h muito tem influenciado nosso modo de construir. 0 uso cada vez maior de materiais como concreto, ao e vidro nos levaram a configurar novas formas e espaos. A sociedade moderna, exigente e complexa, condicionou o seu prprio progresso no campo da iluminao.1

VIANNA , Nelson Solano. GONALVES , Joana Carla . Iluminao e Arquitetura. Virtus s/c Ltda, So Paulo, SP, 2001

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No sculo 20, a iluminao teve que responder cada vez mais s exigncias da produo. Isso ocorreu em todos os lugares em que a iluminao comeava a se tornar um elemento indispensvel para que o progresso se tornasse vivel. Nos edifcios contemporneos o uso da luz est mais restrito criao de boas condies de trabalho. Na maioria das vezes, a iluminao encarada como mais um requisito funcional. Os novos mtodos construtivos e as funes dos edifcios dificultam o uso da luz natural como parte fundamental do espao criado. A arquitetura at o sculo XXI, sempre fez uso da prpria construo como primeiro meio para tratar a luz natural, as grandes espessuras das paredes possibilitam a filtragem da luz difundindo-o por todo o ambiente. Com a tendncia moderna da arquitetura em tornar as paredes mais leves possveis, as finas espessuras que resultam no mais possibilitam o manuseio da luz pela construo de uma forma to rica, como ocorria anteriormente. Com a diversificao de atividades (industriais e administrativas), fez com que os requisitos de produo, colocassem a iluminao como dependente de critrios racionalistas. A essncia do pensamento que nos diz que com a luz se cria o espao est contida na relao fundamental entre a luz, sombra e cor.2 A funo do ambiente um dos fatores mais importantes para a determinao da relao entre espao e luz, pois nos fala de nossas possibilidades e limitaes. Atravs da relao entre forma e funo podemos extravasar nossos sentimentos mais profundos, atravs da arte de criar o espao. A tcnica se funde com a criao. A compreenso desta funo nos leva a propor a melhor forma para cumprir o papel da iluminao. Alm de aspectos funcionais devemos considerar os aspectos de ordem humana. Quando se projeta, se projeta para algum. A tcnica e a tecnologia so ferramentas que nos oferecem subsdios necessrios para que a Iluminao enquanto arte tambm se concretize. 0 conceito da individualidade do espao se toma fundamental na relao entre arquitetura e Iluminao. 0 resultado que se obtm composto de todas as inter-relaes entre luz, cores, texturas, forma e espao; relao de harmonia e criao. A uniformidade na distribuio de luz dentro de um ambiente pode causar uma sensao de monotonia e insensibilidade. Em alguns edifcios como igrejas por exemplo, percebe-se que o tratamento da luz seja um dos aspectos mais fundamentais na concepo da iluminao, pelas sensaes que esta podem causar, como simplicidade e misticismo. Assim pode-se perceber como despertado em ns o sentido da diferena por meio da utilizao da luz. Iluminao Artificial Relao Iluminao Natural / Artificial importante a integrao de ambas, pois os espaos usufruem desta dupla condio de iluminao. Ao solucionar um sistema de iluminao artificial de um projeto deve-se levar em conta a iluminao natural existente. A luz natural no pode substituir por completo o sistema de iluminao artificial, mas na maioria das construes a luz natural pode contribuir

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substancialmente. A economia atravs do uso da luz natural est determinada pelos fatores de localizao geogrfica, clima, uso e caractersticas fsicas do projeto. Alm da preocupao mais comum, entre os arquitetos, com questes de aspecto exterior de edifcios, deve-se levar em conta a iluminao natural, que pode ser controlada juntamente com os sistemas artificiais: de climatizao e iluminao. Projetos desenvolvidos, considerando a busca da luz natural, chegam a alcanar requisitada nos interiores de 80% a 90% de horas diurnas do ano. iluminncia

Sistemas de IluminaoQualquer que seja o sistema adotado, este sempre deve ser escolhido vinculado funo a ser exercida no local. Toda luz converge, na sua maior parte, para o plano de trabalho. As luminrias ficam no teto, podendo ser embutidas. Os tetos e as paredes recebem quantidade reduzida de luz. A distribuio do facho de luz, concentrado ou aberto, varia de acordo com o desenho da luminria ou lmpada. A modelagem do espao caracterizada a partir da especificao de lmpadas e luminrias, definindo-se a quantidade, qualidade e distribuio da luz nos ambientes. A definio da modelagem ideal para ambiente poder ser obtida por meio de diferentes sistemas de iluminao, que por sua vez, podero tomar partido de inmeras opes dentre as tipologias de uso do equipamento. Os sistemas e tipologias so as ferramentas de trabalho do lighting designer, somente atravs do domnio destas ferramentas que os efeitos luminosos desejados podero ser obtidos. Definir quais sero os mais apropriados to importante quanto quantidade e qualidade da luz necessria para o local. A iluminncia adequada para determinado espao e seus usurios e apenas um dado nesta escolha. quase sempre possvel obter iluminncia altas e baixas com a aplicao dos mesmos sistemas. Os sistemas de iluminao podem obedecer a duas classificaes primordiais, uma mais geral, que se baseia na concentrao de luz necessria para realizao das atividades no local - iluminao geral, geral localizada e suplementar (local) e uma Segunda classificao, criada pela CIE (Comission Internationalte de l EcIarage), mais especfica, que diz respeito a distribuio do fluxo luminoso pela luminria iluminao direta semi-direta, geral-direta; geral difusa;semi-indireta e indireta. Os sistemas podem ser classificados de duas maneiras: 0 primeiro, de acordo com a classificao segundo distribuio luminosa das luminrias e o outro, de acordo com a classificao segundo a concentrao de luz no local.

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Classificao segundo a Distribuio luminosa das luminrias:

Iluminao Direta Na iluminao direta, as luminrias emitem 90% a 100% de seu fluxo para o hemisfrio inferior. A distribuio das intensidades luminosas poder variar de acordo com os ngulos de abertura dos fachos (que variam dos ultra-abertos at concentrados), de acordo com os objetivos da iluminao em questo. No propicia uma boa comodidade ao usurio devido as grandes diferenas entre o local de trabalho e o entorno. Iluminao Semi-Direta A distribuio luminosa obtida por unidade de iluminao semi-direta , como no caso anterior, predominantemente dirigida para o hemisfrio. A parte restante do fluxo, direcionada para a iluminao de teto e paredes. As caractersticas so essencialmente as mesmas da iluminao direta, exceto pelo fato de que o direcionamento do fluxo para a reflexo em tetos e paredes minimiza os contrastes pelas sombras e permite maior uniformidade de luminncias do recinto, reduzindo as possibilidades de ofuscamento. Iluminao Difusa A iluminao difusa obtida com luminrias que distribuem o fluxo luminoso uniformemente em todas as direes. Como no caso anterior, os contrastes so minimizados pela reflexo de parte do fluxo que ser refletida por teto e paredes. Iluminao Semi-Indireta o sistema onde a maior parte do fluxo (60 a 90% do rendimento) direcionada para o hemisfrio superior. Com isso, esta poro de luz s incide nas superfcies aps a reflexo em teto e paredes. Apenas uma pequena parte do fluxo enviada diretamente sem sofrer reflexo.

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Esse sistema apresenta uma considervel perda no aproveitamento da luz emitida pela luminria (em face das sucessivas reflexes), entretanto, permite grande conforto, atravs de contrastes suaves e praticamente nenhum ofuscamento. Os sistemas semi-indiretos em muitos aspectos apresentam maiores vantagens do que totalmente diretos. Eles oferecem maior economia (menores em funo da poro de luz direta), melhor controle antiofuscamento (em funo de a distribuio luminosa ser mais equilibrada e da luz no estar concentrada em uma s regio) e melhores contrastes (pois no elimina por completo as sombras). Iluminao indireta Os sistemas de iluminao indireta so no qual 90 a 100 % do fluxo da luminria so direcionados para o hemisfrio superior. A fonte de luz fica totalmente oculta e a iluminao obtida apenas por reflexo de tetos e paredes. 0 aproveitamento destes sistemas bastante reduzido, especialmente se no houver acabamentos claros nas superfcies de reflexo. Como os sistemas de iluminao semiindireta, os sistemas de iluminao indireta podem ser uma boa opo no controle antiofuscamento. No entanto, no verdade que estes sistemas sejam necessariamente capazes de eliminar por completo o problema, podendo haver reflexo inadequada no teto, nos planos horizontais, e mesmo em monitores de vdeo e computador, sobretudo se a distribuio no teto no for simtrica. Os sistemas de iluminao indireta proporcionam uma luz difusa, uniforme, igualmente distribuda nas superfcies verticais e horizontais. Com isso, os contrastes tambm estaro totalmente equilibrados, j que as fontes primrias de luz concentrada em teto e paredes e com sombras so praticamente extintas A falta de contrastes poder inclusive ser um problema, pois muitas vezes chega a ser montona.

Classificao segundo a Concentrao de luz no local: Iluminao geral: distribuio aproximadamente regular das luminrias pelo teto; iluminao horizontal de um certo nvel mdio; uniformidade. A grande vantagem que estai iluminao permite maior flexibilidade na disposio interna do ambiente. A desvantagem que no atende s necessidades especficas de locais que requerem nveis de iluminncia mais elevados. Iluminao direcional: a luz predominantemente de uma direo preferida como iluminao de nfase e para iluminao de superfcies que funcionam como fontes de luz secundrias (iluminao indireta). Iluminao localizada: concentra-se a luminria em locais de principal interesse. As luminrias devem ser instaladas suficientemente altas para cobrir as superfcies adjacentes, possibilitando altos nveis de iluminncia sobre o plano de trabalho, ao mesmo tempo em que asseguram uma iluminao geral suficiente para eliminar fortes contrastes. Iluminao local: luminrias perto da tarefa visual; ilumina-se uma rea muito pequena, ocupada pela tarefa e seu entorno imediato. Deve ser complementada por outro tipo de iluminao. Apresenta menor flexibilidade na alterao da disposio dos planos de trabalho. um reforo para iluminao geral, consistindo em um mtodo econmico, j que proporciona iluminao individual.

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Para prevenir contrastes excessivos, que acarretam dificuldade de adaptao, deve-se tomar cuidado com as diferenas entre as iluminncias da luz local e geral. A iluminao geral dever ser, no mnimo 20% do nvel da suplementar. Lmpadas Diz respeito fixao das caractersticas das lmpadas (tipo, potncia, reproduo de cor, temperatura de cor, vida til, rendimento e custo) em funo do sistema e efeitos que se quer criar com a luz. Luminrias Diz respeito forma de distribuio da luz, distribuio da luminria segundo o sistema adotado, posio em relao ao usurio (ofuscamento), rendimento, manuteno. Qualquer sistema escolhido tem relao direta com a escolha das lmpadas e luminrias, pois so estas que o determinam.

As tipologias de aplicao do equipamento Classificao: As tipologias de aplicao do equipamento de iluminao, podem ser divididas em trs categorias genricas, que so subdivididas em outras especificas. As duas principais categorias correspondente aos grupos de equipamentos de iluminao que so sobrepostos nos elementos estruturais da edificao e aos que so integrados a construo como um elemento participante e inseparvel do todo. A terceira categoria engloba o universo de um efeito de luz com ampla aplicao, chamado wall washer (lavagem de parede) e pode ser obtida a partir dos elementos sobrepostos ou dos elementos integrados a arquitetura. Sobrepostos Os sistemas acoplados correspondem aos equipamentos de iluminao montados sobre as superfcies de paredes, tetos e demais elementos estruturais da edificao. Possuem a vantagem de adaptao ao conjunto da construo e de poderem ser colocados em pontos de luz j existentes, o que muito til em edifcios que no contaram com um projeto de iluminao desde o inicio. As tipologias dos sobrepostos podem ser divididas em quatro categorias especficas, dependendo do seu mtodo de fixao:

a) diretamente montado - tetos: sistemas de iluminao direta e serni-direta. - paredes: sistemas de iluminao diversos.

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b) pendentes - sistemas diversos.

c) fixados em trilhos - sistema semi- direto e direto.

d) portteis - sistemas diversos.

a) Diretamente Montados

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Esta tipologia se caracteriza pelos dispositivos sobrepostos diretamente aos elementos estruturais (tetos, paredes, pilares, estruturas de telhado, etc ) fazendo parte, ao mesmo tempo, do corpo da luminria. Permite a utilizao de todos os tipos de lmpada, com variadas opes de ngulos de abertura, resultando em diferentes fachos. b) Pendentes Nesta tipologia, as luminrias encontram-se suspensas por cabos ou fios a partir das superfcies de teto e paredes e, como no caso anterior, admitem variados tipos de lmpadas e fachos com aberturas diversificadas. Poder ser mais eficiente do que os diretamente montados, pois o plano luminoso formado pelo equipamento estar mais prximo s superfcies a serem iluminadas. c) Fixado em Trilhos Os equipamentos fixados em trilhos, so formados, primordialmente, de duas partes principais, os trilhos e as luminrias. 0 trilho (geralmente em alumnio), funciona como condutor eltrico que fornece energia para as unidades que esto dispostas ao longo de sua extenso. As luminrias normalmente tm possibilidade de movimento horizontal e vertical. Um trilho pode ser instalado diretamente sobre as superfcies da edificao, pode ser pendente ou ainda embutidos. Os mais comuns so instalados diretamente sobre as superfcies . Os embutidos, nos casos de tetos muito baixos ou para a complementao de um esquema decorativo, que d preferncia para uma aparncia mais discreta. A maior limitao para o uso dos trilhos, o fato de que constituem, quase que elementos participativos da decorao. d) Portteis Esta tipologia amplamente utilizada pelos sistemas de iluminao suplementar (local). Toda a distribuio do fluxo luminoso podem ser obtida, embora a mais comum seja de natureza direta e semi-direta. Geralmente, a poro da luz dirigida em uma direo, para auxlio de uma atividade especifica, e uma poro menor dirigida para o teto ou rea do entorno imediato. Integrados A tipologia dos integrados inclui o equipamento que faz parte do detalhamento da construo. As luminrias so previamente encaixadas nos elementos arquitetnicos, constituindo uma parte inseparvel do conjunto. Os sistemas integrados podem se divididos em trs categorias especficas, de acordo como mtodo de fixao: a) Fontes Escondidas A tipologia das fontes de luz escondidas constitui-se de dispositivos incorporados aos elementos estruturais da edificao (normalmente paredes ou pilares) que ao mesmo tempo suportam a lmpada e a protegem do ngulo normal de viso. Esta classificao engloba todos os tipos de sancas. Sua principal caracterstica que utiliza as superfcies internas destes dispositivos para distribuir a luz por meio de reflexo, portanto, estas superfcies devem estar preparadas para refletir o melhor possvel a luz das lmpadas. Como a maior parte do seu fluxo luminoso

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direcionada para o hemisfrio superior, so utilizadas normalmente para sistemas de iluminao indireta .

b) Embutidos A tipologia dos embutidos caracteriza-se por uma fixao completa, ou parcialmente localizada alm a linha de elementos estruturais da edificao (teto, paredes, etc.). Com a intensificao do uso de tetos rebaixados para as diversas necessidades, houve um grande desenvolvimento das instalaes luminosas embutidas e, conseqentemente, da variedade dos equipamentos luminosos que auxiliam este servio. Existem muitas vantagens no uso das instalaes embutidas quando estas so bem desenhadas e quando sua aplicao apropriadamente coordena com outros componentes da edificao. 0 mtodo de rebaixamento utilizado muito importante. Uma instalao de iluminao embutida normalmente depende de que a profundidade disponvel seja suficiente para o equipamento e para as suas necessrias trocas trmicas. A caracterstica mais importante dos embutidos a diferena de luminncia, entre a luminria e o plano no qual esta se encontra, j que este um fator que pode levar ao desconforto atravs do ofuscamento. As solues mais comuns para o problema so: Aumentar o nmero de unidades. Para o mesmo nvel de iluminao a luminncia de cada unidade seria menor, enquanto que a luminncia do teto permanece a mesma. Iluminar o teto (ou plano) de forma independente. Reduzir a luminncia da luminria nos ngulos normais de viso, atravs da proteo para controle antiiofuscamento. c) Planos Iluminados Os planos iluminados normalmente constituem de superfcies contnuas de material difusor translcido, ou com utilizao de louvers, suspensas sob um sistema de lmpadas. Normalmente estas superficies localizam-se em tetos e paredes e, mais raramente, em estruturas de telhados ou assoalhos.

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Wall Washer 0 efeito wall washer se caracteriza por um banho de luz sobre uma superfcie vertical. A formao de um plano uniformemente iluminado fornece a sensao de amplitude aos usurios (o olho humano percebe uma superfcie vertical iluminada mais facilmente do que urna horizontal) a partir de uma iluminao suave, com contraste atravs da silhueta, o que torna a sua viso bem mais agradvel, se comparada situao onde o destaque se d atravs da luminncia (brilho) superior nestas superfcies em relao aos planos de fundo. Dentro do conjunto de efeitos wall washer podem ser obtidas diferentes padronagens de desenhos da luz nos planos verticais. Esta variedade se d pela diferena entre as tipologias (acoplados ou integrados) aplicadas (variando desde trilhos at embutida, dependentes, montadas em tetos, etc.) pela variedade de lmpadas (praticamente todo os modelos de incandescentes e de descarga, utilizados em iluminao interna) e de fachos obtidos (aberto, ultra-aberto ou mdio). Quanto ao tipo de refletor: Refletores tem como finalidade modificar a distribuio espacial do fluxo luminoso, dirigindo a luz na direo desejada, reduzindo a mesma nas direes que podero causar ofuscamento desconfortvel; podem ser classificados quanto forma, isso , se so circulares, parablicos e elpticos.

Quanto ao acabamento, os refletores podem ser construdos de vidro espelhado, alumnio polido, chapa de ao esmaltada ou simplesmente pintada de branco.

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Uma outra maneira de redirecionar os raios de luz atravs de refratores e lentes; ambos so dispositivos que modificam a distribuio do fluxo luminoso de uma fonte utilizando o fenmeno da transmitncia. Em muitas luminrias esses dispositivos tem como finalidade a vedao da luminria protegendo os componentes internos contra poeira, chuva e poluio.

Quanto ao controle de ofuscamento: A classificao das luminrias quanto ao rigor de controle de ofuscamento ser estudada em captulo especfico. Esse controle de ofuscamento feito por difusores, que so elementos colocados em frente fonte de luz com a finalidade de diminuir sua luminncia, reduzindo as possibilidades de ofuscamente. Costumam tambm ser chamadas de louvres. Basicamente podemos observar 3 tipos de louvres: colmeias quadradas, colmias em forma de diamante e aletas. Os dois primeiros tipos, geralmente usados nas luminrias sem refletores, proporcionam proteo no sentido transversal e longitudinal. Aletas so colocadas verticalmente em ngulo reto ao longo do eixo da(s) lmpada(s), proporcionando proteo no sentido longitudinal. Quanto ao tipo de uso: A grosso modo podemos classificar as luminrias para uso em interiores em uso comercial, uso industrial e luminrias de pequeno porte. Em iluminao comercial uma das luminrias mais utilizadas a luminria de uma ou mais lmpadas fluorescentes tubulares o tipo mais utilizado, com uma grande variedade de tipos, que vo do mais simples, uma simples chapa dobrada com uma lmpada at o opticamente sofisticado, como a luminria que funciona como retorno de ar condicionado, com uma ou mais lmpadas, composta por refletores, louvres metlicos ou difusores prismticos. Na iluminao industrial a fonte de luz preferida at uma altura de montagem de 6 metros a fluorescente, acima disso utiliza-se luminrias para lmpadas de descarga de fluxo maior, com refletores espelhados. Luminrias de pequeno porte geralmente so utilizadas na iluminao residencial, na iluminao de lojas, e parcialmente na iluminao de escritrios. So tambm chamadas luminrias para iluminao decorativa, mas esse nome pode ser questionado, pois elas claramente cumprem uma funo, seja de criar uma luz geral, como os embutidos para fluorescentes compactas, ou uma luz de destaque, como os spots. Quanto proteo eltrica: Classe da luminria Proteo Eltrica 0 Uma luminria com isolamento funcional, sem ser duplo, ou isolamento reforado, e sem proviso para terra. 1 Uma luminria com pelo menos isolamento funcional completo, com contato ou terminal terra e para luminrias projetadas para ligao por cabo flexvel ou corda, provida com dispositivo de entrada em contato terra ou um cabo flexvel fixo ou corda com condutor terra e um plug com contato terra. 2 Uma luminria com isolamento duplo, e/ou isolamento reforado completo e sem proviso para a ligao terra. 3 Luminria projetada para a ligao a circuitos de tenso muito baixa, ou no tendo circuitos, interna ou externamente, operando numa tenso de segurana diferente dessa tenso.

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Conceitos e GrandezasAs principais grandezas em relao iluminao artificial so: - Fluxo Energtico;

- Fluxo Luminoso; - Intensidade Luminosa; - Iluminncia, - Eficincia Luminosa; - Luminncia, - Contraste; - Indice de Reproduo de Cor; - Temperatura de Cor. - Vida til. - Vida mediana.As principais grandezas em relao iluminao natural so:

- Iluminncia; - Luminncia; - Contraste.

Grandezas :

0 Fluxo Energtico (P) tambm conhecido como Potncia. - a potncia transportada por todas as formas de radiao presentes no feixe energtco, incluindo a luz visvel, a infravermelha e a uItravioleta. Unidade: Watts (W). A potncia do sistema artificial de iluminao ser determinada em funo do sistema de iluminao e do nvel de iluminncia desejado.

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Fluxo Luminoso () conhecido como a radiao total emitida por uma fonte luminosa, dentro dos limites que produzem estmulos visuais. Sua unidade lumens. As fontes de luz artificiais emitem ondas eletromagnticas e o olho humano sensvel somente a um certo intervalo de comprimento. Os comprimentos de onda esto compreendidos no intervalo de 380 a 780nm. 0 fluxo luminoso determinado pelo sistema de iluminao artificial adotado e pelo tipo de lmpada, em funo do nvel de iluminncia que desejamos obter em nosso projeto. Smbolo : Unidade: lmen (lm)

Anexo 3 Tabela de Fluxo Luminoso de algumas fontes

Intensidade Luminosa (I) a intensidade da radiao visvel medida de uma determinada direo. o fluxo luminoso por unidade de ngulo slido em tomo de uma dada direo. Smbolo: I Unidade: Candela (cd).

Anexo 4 - Tabela de intensidades luminosas de algumas fontes

Iluminncia (E) o nvel de iluminao ou nvel de iluminamento, considerada a mais importante grandeza fotomtrica da iluminao. o fluxo luminoso que incide sobre uma superfcie situada a uma certa distncia da fonte. Ela a relao entre a intensidade luminosa e o quadrado da distncia (I/d 2) . Na prtica, a quantidade de luz dentro de um ambiente, e pode ser medida com o auxlio de um luxmetro. Para obter conforto visual, considerando a atividade que realiza, so necessrios certos nveis de iluminncia mdios. Eles so recomendados por normas tcnicas: ABNT- NBR 5413 Smbolo : E Unidade: lux (lx) E= (lm) rea (m2 ) = Lux

Anexo 5 Tabela com as Iluminncias de Interiores NBR 5413

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Eficincia luminosa ou energtica () a relao entre o fluxo luminoso em lumen emitido por uma fonte e seu fluxo energtico (potncia) consumido para produzi-lo. Uma lmpada proporciona uma maior eficincia luminosa quando a energia consumida para gerar um determinado fluxo luminoso menor do que uma outra fonte luminosa. Smbolo: Unidade: lm/ W (lmen/watt) Anexo 6 Tabela de Eficincia Luminosa de algumas fontes

Luminncia (L) o quociente entre a intensidade luminosa em uma dada direo e a rea aparente da fonte nesta mesma direo. Das grandezas mencionadas , nenhuma visvel, isto , os raios de luz no so vistos, a menos que sejam refletidos em uma superfcie e a transmitam a sensao de claridade aos olhos. Ela esta associada a contrastes excessivos ( ofuscamento). Smbolo: L Unidade: candela/m 2 (cd/m2) A equao que permite sua determinao : L= I A . cos Onde: L = Luminncia, em cd/m2 I = Intensidade luminosa, em cd A = rea projetada, em m2 = ngulo considerado, em graus Em caso de desconhecimento do valor da intensidade luminosa, usa-se a equao: L = ( x E ) /B = coeficiente de reflexo E = Iluminncia sobre essa superfcie em Lux O coeficiente de reflexo a relao entre o fluxo luminoso incidente e o refletido pela superfcie . Este coeficiente varia de acordo com a cor e a textura. Importante: Iluminncia luz incidente, no visvel Luminncia luz refletida, visvel.

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Contrate (C) a diferena relativa de luminncias entre um determinado objeto e seu entorno. Sem unidade. C= (L obj L fundo)/ L fundo

Temperatura de cor/ tonalidade de cor /ou aparncia de cor (K): expressa a aparncia de cor da luz, sendo a sua unidade o KELVIN. Quanto mais alta a temperatura de cor, mais branca a cor da luz.

a grandeza que

Quando vemos a luz do sol esta varia de uma aparncia quente branca dourada ao raiar do dia ou ao entardecer quando o sol est prximo ao horizonte, a uma aparncia branca azulada quando o sol est a pino. H uma variao na sua aparncia de cor ao longo do dia que ainda depende da umidade da atmosfera e das nuvens. As lmpadas tambm so construdas de tal maneira a reproduzir a luz do sol em suas variadas aparncias. Para aquilatar se a aparncia mais quente ou fria utilizamos a comparao da aparncia de cor da lmpada e a comparamos com a de um pedao de metal aquecido (corpo negro) que em sua temperatura real serve de referencia para indicar a aparncia da lmpada. A LUZ QUENTE a que tem aparncia amarelada e a temperatura de cor baixa: 3.000 K ou menos. A LUZ FRIA, ao contrrio, tem aparncia azul-violeta, com temperatura de cor elevada: de 6.000 K ou mais. A LUZ BRANCA NATURAL aquela emitida pelo sol em cu aberto ao meio-dia, cuja temperatura de cor de 5.800 K. Note, que no h relao entre a fonte de luz e a temperatura em Kelvins, e sim a aparncia de cor da fonte de luz com a respectiva temperatura que o corpo negro deve ser aquecido para emitir luz com aparncia equivalente. Temos ento, lmpadas com 3.000 K, 4.000 K, 5.000K, de aparncia de cor e, no caso das lmpadas fluorescentes, com temperaturas baixas que podemos at toca-las. Esta confuso bem freqente, pois no caso das lmpadas halgenas, a temperatura de cor prxima da temperatura de operao, ou seja, 3.000K. As diversas variaes de aparncia de cor das fontes de luz, principalmente as fluorescentes so conseguidas atravs das diferentes composies do p fluorescente que utilizado para converter luz ultravioleta em luz visvel.

Unidade: graus Kelvin (K) Aparncia de cor: >5000 K fria (branco-azulada) 3300-5000 K neutra (branca) 85

Anexo 7 Tabela de Equivalncia de Temperatura de cor e ndice de reproduo de cor entre os fabricantes.Nveis de Iluminncia A Iluminncia definida pela luz que uma lmpada irradia, relacionada superfcie da incidncia cuja expresso matemtica j conhecemos, mas como o fluxo luminoso no distribudo uniformemente, a iluminncia no ser a mesma em todos os pontos de um ambiente. Considera-se, por isso, a iluminncia mdia dentre vrios pontos de uma determinada area, para que se afirme se aquela rea est dentro dos limites de iluminncia necessrios, estabelecidos para a funo a ser executada. Existem normas especificando o valor mnimo de iluminncia para ambientes diferenciados pela atividade exercida. Em determinadas tarefas, o modo como o olho nos indica se o nvel de iluminao est ou no est adequado e exatamente atravs da nossa reao fisiolgica, ou seja, o maior ou menor esforo que fazemos para enxergar. 0 desempenho na realizao de uma tarefa se relaciona com a acuidade visual, mas tambm com a complexidade e a dificuldade da prpria tarefa em si, da capacidade e experincia que o prprio indivduo tem em realiz-la- Alguns fatores devem ser levados em considerao para determinao do nvel de iluminao para tarefas visuais: 0 tamanho dos detalhes crticos dessas tarefas; A distncia que esses detalhes so vistos; A luminncia das tarefas (funo do fator de reflexo); Os contrastes entre tarefas/entornos; A velocidade com que essas tarefas devem ser desenvolvidas; 0 grau de preciso exigda nas suas realizaes; Idade de quem realiza.

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Muitas vezes, o nvel de iluminncia pode no ser determinante frente ao carter que desejamos dar ao ambiente, o uso de cores, o jogo entre sombra e luz. sempre a funo do local que nos dir quais os fatores mais importantes que merecem maior preocupao. 0 critrio utilizado para determinar os nveis de iluminao sempre foi o da maior eficincia, que , de certa forma, entendida como maior rapidez no desenvolvimento do trabalho, menor cansao para execuo do mesmo, e eliminao de erros cometidos. "A Iluminao no a cincia do aclaramento e sim da perfeita viso das coisas, que significa a exata informao que o arquiteto quer dar e de que forma isso pode ser conseguido.3

Principais caractersticas de algumas lmpadas :Incandescentes: O funcionamento de uma lmpada incandescente ocorre pela passagem de corrente eltrica por um fio fino (filamento da Lmpada), com alta resistncia eltrica, que levado incandescncia, produzindo calor e luz. PoTncia de 25 W a 300 W No necessita de equipamento auxiliar para seu funcionamento Possui ndice de Reproduo de cor de 100; Temperatura de cor de 2.700 K Dimerizveis Vida til 1.000 h Tenso de127V ou 220V Posio de funcionamento qualquer Depreciao do fluxo luminoso- 20% Halgenas: A lmpada halgena tambm possui filamento, porm trabalha em conjunto com halognio (por exemplo: iodo,cloro e bromo). Atravs dessa composio, as molculas do filamnento de tungstnio, que se desprendem com o uso, so capturadas pelo composto halgeno. Quando este composto fornecido pelo halognio e o tungstnio se aproxima do filamento, decomposto pela alta temperatura do filamento, redepositando a molcula detungstnio sobre o filamento da Lmpada, promovendo uma regenerao do mesmo. O halognio continua sua tarefa no ciclo regenerativo que serve para evitar o escurecimento do bulbo e prolongar a vida til da lmpada. O bulbo da lmpada halgenas em quartzo, que tem a propriedade de absorver todo e qualquer componente que se armazene nele. Portanto, caso necessite manusear o produto sem o uso de luvas, limpe-o com pano seco antes do primeiro acendimento, caso contrrio, a oleosidade da pele ou outras impurezas mancharo o bulbo, e podero inclusive produzir pequenas fissuras no bulbo, reduzindo a vida til da mesma. Temos disponvel no mercado as lmpadas halgenas em baixa tenso, em 12V, que necessitam de um transformador para interface-los na rede eltrica, possibilitando seu funcionamento correto. Os demais modelos funcionam em tenso de rede.

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Potncia de 20W a 500W. Utilizadas nas verses tubulares como wall washer, como refletoras do tipo dicrico cpsula em spots para destaque. So bastante compactas. Permitem excelente reproduo de cores - 100. Aparncia de cor entre 2900 e 3200 K Dimerizaveis. Delicadas Alto brilho. Sem depreciao do fluxo luminoso. Vida til mdia: de 2.000 h at 6.000 h, conforme modelo e fabricante.

e

Lmpadas de descarga a baixa presso : So lmpadas que tem como princpio de emisso de luz, uma descarga eltrica ocorrida em um bulbo com um determinado gs (geralmente vapor de mercrio a baixa presso). Fazem parte desse tipo de lmpada, os modelos fluorescentes, fluorescentes compactas . No caso das lmpadas fluorescentes essa emisso inicialmente uma radiao ultra-violeta que, quando ultrapassar a camada de material fluorescente ir se transformar em radiao visvel (luz).

Fluorescentes: Disponveis em varias potncias de 14 a 110 Watts. Comprimentos de 300 mm a 2400 mm. Dimetros de 16 a 38 mm. Disponveis na verso standard ou com p tri fsforo Aparncia de cor de 2650 a 6000 K Eficincia de 60 a 104 lm/W. Baixo brilho. Vida til mdia 7.500 h ; ou 16.000 h (linha T5) Baixa depreciao 5% (linha T5) a 15%, conforme modelo. Tubulares ou Circulares Necessita do uso do reator eletromagntico ou eletrnico . Uso em 127 V ou 220V, conforme a rede e o reator Permitem a dimerizao atravs do uso de reatores eletrnicos dimerizveis. Fluorescentes compactas: Potncias varaindo de 5W a 80W Vrios pacotes de luz de 200 a 3000 lumens. Diversos formatos Eficientes com variao de 40 a 60 lm/W. Longa vida variando de 3000 a 12000 horas. Seguras em funo da sua baixa temperatura de operao. Tem baixa depreciao.

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Permitem boa reproduo de cores acima de 85. Aparncia de cor variando de 2.700 k a 4.100K. So divididas no mercado como compactas integradas (reator eletrnico incorporado a sua base) e no integradas (reator eletromagntico ou eletrnico de uso remoto). Uso em 127 V ou 220V, conforme a rede e o reator Permitem a dimerizao atravs do uso de reatores eletrnicos dimerizveis.

Lmpadas de descarga a alta presso : A luz destas lmpadas so produzidas no pelo aquecimento de um filamento, mas pela excitao de um gs (um vapor de metal ou a mistura de diversos gases e vapores) dentro de um tubo de descarga. Para que isso ocorra necessria uma voltagem mnima a voltagem de partida da lmpada. Todas as lmpadas de descarga requerem uma maneira de controle ou estabilizao da corrente atravs de um dispositivo chamado reator. Dependendo do modelo ser necessrio para dar a partida na lmpada um ignitor que fornecer um pulso de tenso eltrica para a ionizao dos gases dentro do tubo de arco da lmpada iniciarem o processo de queima dos gases. Vapores metlicos: Fonte luminosa extremamente brilhante e branca Potncias variando de 20W at 3.500W Aparncia de cor variando de 3.000 a 6.000 Kelvin. Eficientes com variao de 60 a 90 lm/W. Emisso da luz em rea compacta que permite dirigir a luz. Diversos formatos e acabamentos: Elipsoidal ou Ovide, Tubular e Refletora e com cobertura luz difusa; sem cobertura alto brilho Reproduo de cores variando de boa a muito boa- acima de 85 at 95 Vida em torno de 8000h Baixa emisso de calor Posio de funcionamento, conforme modelo e determinao do fabricante. Recomendado sempre o uso em luminrias fechadas (com vidro), principalmente para a verso com o tubo de descarga em quarzto. Uso somente em 220V

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EQUIPAMENTOS AUXILIARES:

So chamados de equipamentos auxiliares todos aqueles que, de alguma forma, auxiliam no correto funcionamento do emissor de luz (lmpada). Este auxlio pode ser apresentado para o acendimento da lmpada ou para que ela permanea acesa. Dentro do grupo de lmpadas hoje usualmente utilizadas e que necessitam de equipamentos auxiliares destacamos: lmpada halgenas de baixa tenso e lmpadas de descarga. Equipamentos Auxiliares para lmpadas halgenas de baixa tenso: Fazem parte desse grupo de lmpadas, as lmpadas dicricas, as de cpsulas com base ( e refletores normalmente metlicos) e as bipino. A principal caracterstica dessas lmpadas que sua tenso normal de trabalho no a que normalmente encontramos nas instalaes eltricas comerciais (127/220V) mas sim uma tenso bem mais baixa; 12V. Dessa forma precisamos de um equipamento que faa a transformao dessa tenso alta . Este equipamento o transformador.

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Transformador eletromagntico: Equipamento indutivo (bobina) ou eletrnico que tem como funo bsica a converso da tenso da rede (127 ou 220V) para uma outra mais baixa (normalmente para 12V). Disponvel no mercado na verso eletrnico Como j foi dito ocorre uma descarga eltrica dentro do tubo e/ou bulbo da lmpada. Porm, se essa descarga no for controlada, ela passar a ser to intensa que ir danificar a lmpada e o sistema onde ela estiver ligada. Assim, para limitarmos a corrente na lmpada utilizamos um componente chamado reator. Reatores : So equipamentos auxiliares necessrios para o acendimento das lmpadas de descarga. Servem principalmente para limitar a corrente e adequar as tenses para o perfeito funcionamento das lmpadas. Dispomos de dois tipos de reatores principalmente para as lmpadas fluorescentes tubulares e compactas: os reatores eletromagnticos e os eletrnicos. Reatores eletromagnticos: estes reatores so constitudos basicamente por elementos indutivos (bobinas) e placas de ferro-silcio que (montadas de maneira especfica) funcionam atravs do fenmeno da induo eletromagntica. Ainda largamente utilizados devido ao seu baixo custo possuem alguns inconvenientes: so pesados, geram muitas perdas (calor), quando mal fixados ou projetados podem gerar rudos. Alm disso, por ser um elemento indutivo ele ir gerar no circuito uma potncia indutiva no desejada, o que proporciona perdas de potncia no sistema. Assim, para que no tenhamos perdas no sistema utilizamos junto ao reator um capacitor. Esse capacitor o elemento que serve para corrigir o fator de potncia1 do circuito (funciona juntamente com o reator, porm no tem funo ativa no acendimento da lmpada, serve somente para minimizar as perdas do conjunto lmpada + reator). Reator eletromagntico PARTIDA CONVENCIONAL: O reator oferece por alguns segundos uma tenso nos filamentos da lmpada para pr aquece-lo e, em seguida, com a utilizao de um starter proporciona o acendimento para a lmpada fluorescente. Reator eletromagntico PARTIDA RPIDA (RAPID STARTER) Neste tipo de partida os filamentos so aquecidos constantemente pelo reator, o que facilita o acendimento da Lmpada em um custo espao de tempo. Para este tipo de partida no utilizado o staterm mas o uso de uma luminria (chapa metlica) aterrada necessrio para o perfeito acendimento das lmpadas. (1) Fator de potncia: a relao entre a potncia til do sistema e a potncia total consumida. Quanto maior for esse nmero melhor, pois melhor estaremos utilizando a energia. O ideal seria F.P. = 1. Consideramos Alto Fator de Potncia (AFP) > 0,92. Geralmente os aparelhos de Baixo Fator de Potncia (BFP) tem o seu valor em torno de 0,50. Reatores Eletrnicos: Concebidos sobre um conceito muito mais moderno, estes equipamentos se utilizam alta frequncia para o acendimento das lmpadas e tambm para o seu funcionamento de regime. Por se tratarem de equipamentos de tecnologia mais avanada, so mais compactos, leves, geralmente tem fator de potncia elevado (superior a 0,95), fator de reator igual a 1 (alguns modelos superam em mais de 10%), proporcionam um aumento na vida til da lmpada (devido ao funcionamento em alta freqncia), so ativos (assimilam eventuais alteraes nas condies de tenso de entrada sem alterar o resultado na sada). Alm disso, proporcionam acendimento instantneo ou partida rpida e eliminam o efeito de cintilamento. No entanto, para que esses equipamentos no venham a interferir no funcionamento de outros equipamentos ligados ao mesmo circuito eltrico a que os reatores esto ligados (devido gerao de sujeira de alta freqncia na rede) faz-se necessrio a presena de filtros de entrada no circuito interno dos mesmos para que esses inconvenientes no sejam encontrados.

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Tipos de Reatores Eletrnicos: Reator Eletrnico PARTIDA RPIDA: O acendimento controlado eletronicamente pelo sistema de pr-aquecimento dos filamentos da lmpada. O reator gera uma pequena tenso em cada filamento e , em seguida, uma tenso de circuito aberto entre os extremos da lmpada. Esta partida possibilita a emisso de eltrons por efeito termo-inico. O tempo entre a energizao do reator e o acendimento da lmpada ocorre de 1s a 2,5s. Reator Eletrnico PARTIDA INSTANTNEA: Nesse sistema no h o pr-aquecimento dos filamentos. O reator gera diretamente a tenso de circuito aberto para o acendimento da lmpada. Reator Eletrnico PARTIDA PROGRAMADA: Consiste na combinao das duas partidas anteriores, onde o reator controla alm dos valores de tenso, o tempo de pr-aquecimento da lmpada, fornecendo em seguida a tenso de circuito aberto e posterior acendimento. Algumas lmpadas como as lmpadas vapor metlico necessitam alm do reator um outro equipamento para dar a partida, servir de facilitador para o acendimento da lmpada. Esse equipamento o ignitor. Ele tem como funo gerar pulsos de alta tenso - da ordem de 4,0 kV para a lmpada, a fim de facilitar o seu acendimento fazendo uma analogia com um automvel o ignitor seria o motor de arranque que faz com que o motor principal funcione.

LUMINRIASLuminria um aparelho composto de uma ou mais lmpadas, com um sistema tico de distribuio de luz, alm de um sistema de instalao eltrica para a alimentao das lmpadas. A escolha de uma luminria deve levar em considerao sua forma e seu desempenho. Quanto forma, deve-se analisar a integrao necessria com o espao arquitetnico; grosso modo pode-se distinguir luminrias de design neutro, funcionalista, cuja tendncia uma integrao ao ambiente, de luminrias de design mais marcante, cuja proposta se destacar no ambiente. Quanto ao desempenho, deve-se verificar:

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seu projeto tico de distribuio de luz; sua eficincia; a qualidade de sua instalao eltrica; sua capacidade de proteger a(s) lmpada(s); sua resistncia e durabilidade.

Seu projeto tico de distribuio de luz: O controle de distribuio de luz de uma luminria feito pelo seu sistema tico. Conforme esse desenhado, tem-se o direcionamento, o foco e o facho da luz, um facho que pode ser mais aberto ou mais fechado. O sistema tico da luminria pode ser composto pelos seguintes elementos: - refletores - lentes - refratores - difusores - telas - filtros. Por outro lado, a luminria uma fonte potencial de desconforto visual, gerando ofuscamento e reflexes veladoras, assim deve ser verificado que grau de controle oferecido; Sua eficincia luminosa (Rendimento) O rendimento de uma luminria expresso pela relao do fluxo emitido pela luminria dividido pelo fluxo total emitido pelas lmpadas. Geralmente quanto menor a proteo tica da luminria, maior seu rendimento, sendo portanto indicadas onde o controle de ofuscamento no se faz necessrio A qualidade de sua instalao eltrica: As luminrias devem apresentar fiao, soquetes, pinos, interruptores e eventuais equipamentos auxiliares de qualidade. Os soquetes funcionam como contato eltrico entre o circuito de alimentao externo e a lmpada. Os mais comuns so os soquetes tipo rosca E27 e E40, mas existem tambm soquetes tipo baioneta, de pinos, cartucho, flange, entre outros. O um dos problemas que podem surgir a gerao de rudos por reatores e outros equipamentos auxiliares; as luminrias podem transmitir esses rudos para todo o ambiente, alm de entrarem em vibrao com os aparelhos. Para evitar que a luminria entre em vibrao mecnica deve-se usar soquetes antivibratrios. Sua capacidade de proteger a(s) lmpada(s): Deve-se verificar a facilidade de se manipular a lmpada, isso , de se efetuar a troca e a proteo contra choques e corpos estranhos como poeira, sujeiras, chuva e insetos; Sua vida til, resistncia e durabilidade: A vida til de uma luminria depende em parte da qualidade de sua construo e em parte da constituio do meio em que ser instalada. Tipo de material, espessura adequada do mesmo, execuo, qualidade da pintura, alm do aspecto da qualidade da instalao eltrica devem ser analisadas quanto qualidade da construo; a manuteno adequada do espao arquitetnico e limpeza peridica da prpria luminria para minimizar os efeitos da poeira e da sujeira deve ser rotinas peridicas a serem executadas no ambiente onde a luminria for instalada.

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Deve-se verificar que material compe a luminria, pois a prpria energia radiante emitida, especificamente a faixa ultravioleta, pode danificar certos materiais como, por exemplo, plsticos e borrachas. Refletores dicroicos absorvem a faixa infravermelha, concentrando portando o calor em determinados pontos, portanto o projeto da luminria deve prever a dissipao desse calor.

Classificao das Luminrias 1. Quanto ao fluxo luminoso: Luminrias para iluminao de interiores podem ser classificadas de acordo com a porcentagem de distribuio do fluxo luminoso acima ou abaixo do eixo horizontal: Classe da Luminria Direta Semidireta DifusaDireta-indireta Semi-indireta Indireta

% de distribuio do fluxo Acima Abaixo 0 - 10 90- 100 10 40 60 - 90 40 60 40 6040 - 60 60 90 90 100 40 - 60 10 - 40 0 10

OBS: Informaes j analisadas anteriormente

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O PROJETO DE ILUMINAO: O PROCESSO DE LIGHTING DESIGNAntigamente acreditava-se que o projeto de iluminao resumia-se na determinao nas quantidades necessrias de luz, tomando-se um certo cuidado com ofuscamento e reflexes. Hoje a luz considerada um dos componentes do projeto de arquitetura; projetar a luz significa revelar a luz e a sombra, cores, formas, o espao, texturas e proporo, em suma, o ritmo do espao, alm de ressaltar suas caractersticas psicolgicas: sensao de bem estar, conforto, motivao... Em termos de desenvolvimento, o projeto de iluminao segue os mesmos princpios do projeto de arquitetura: levantamento das necessidades; estudo preliminar; projeto executivo memorial descritivo fiscalizao da obra; avaliao ps-ocupao As etapas do projeto de iluminao levantamento das necessidades; Nessa etapa so levantadas necessidades sobre as necessidades do cliente, preferncias, verba disponvel, etc. As informaes podem ser fornecidas pelo cliente, pelo arquiteto do cliente e levantadas in loco. O projeto pode ser iniciado quando se dispuser das seguintes informaes: - projeto completo, com as dimenses; - compreenso da proposta arquitetnica; - funo ou uso de cada espao; - materiais de acabamento do espao; - layout e tipo do mobilirio; - objetos a serem destacados, como obras de arte; - nveis de conforto visual desejado; - necessidades de flexibilidade; - idade mdia dos usurios; - perfil dos usurios; - projeto estrutural; - verificar os nveis de luz natural; - projetos complementares, caso j existam; - informaes detalhadas sobre as instalaes eltricas; - informaes sobre limite de carga; - caso seja uma obra j existente, informaes sobre a iluminao instalada; - comentrios e desejos do proprietrio; - comentrios e desejos da equipe de arquitetura; - verba disponvel. estudo preliminar; Nessa etapa faz-se a escolha do partido de iluminao desejado. Para tanto, deve-se compreender a natureza do espao arquitetnico, sua lgica interna, onde pessoas esto engajadas em uma srie de atividades que ultrapassam a simples questo tcnica de desempenho visual.

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O Lighting Handbook da IES sugere as seguintes perguntas para se detectar a natureza do espao: . . . . . . . . . . . . . . . Quem usa o espao? Como o espao usado? Quo crtica a tarefa a ser desenvolvida? Onde a(s) tarefa(s) est(o) sendo desenvolvida(s)? Quais so as quantidades e as qualidades ideais para o desenvolvimento da tarefa? Quo agradvel o espao dever ser? Est a proposta de iluminao integrada com a arquitetura? Haver integrao com a luz natural? Qual a cor aparente de luz apropriada? O ofuscamento deve ser controlado? Est a proposta de iluminao dentro do oramento previsto? a melhor soluo quanto economia de energia? O sistema de iluminao deve ser flexvel? Como o sistema de iluminao ser controlado? A carga est dentro da prevista pela legislao?

Primeiro decide-se o sistema principal, aquele que resolver as necessidades funcionais e o sistema secundrio, que dar personalidade ao espao. Sistema Principal: pode ser dividido em . Luz Geral; . Luz Localizada . Luz Local (Luz Localizada com Luz Geral)

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. Luz Geral: oferece uma iluminncia horizontal com uma boa uniformidade, com a recomendao de que o resultado mdio seja igual ao nvel de iluminncia especificado. Sua grande vantagem permitir completa flexibilidade do layout do mobilirio, sendo portanto muito utilizado em escritrios panormicos; sua grande desvantagem o grande consumo de energia, pois se tem a mesma iluminncia em todos os pontos do espao, mesmo naqueles que no a necessitam, alm de no levar em considerao necessidades individuais. Como esto distribudas em todo o espao, entram no campo crtico de ofuscamento, portanto deve-se tomar cuidados para controle do mesmo. Podemos obter a luz geral atravs de luz direta, indireta, semidireta, atravs de luminrias embutidas, sobrepostas, pendentes, forros luminoso, sancas, etc. Uma das possibilidades obt-la atravs de downlighting, que como o nome sugere, proveniente de luminrias de luz direta emitida diretamente para baixo. Nesse caso deve-se tomar cuidado com as sombras duras, sendo portanto necessria preocupao com a modelagem. No caso de Uplighting, a fonte de luz deve estar oculta do olhar para evitar ofuscamentos e ser refletida atravs do forro ou das paredes, portanto uma luz indireta e difusa, sem sombras marcantes. As luminrias podem ser colunas de luz indireta, sancas, pendentes ou incorporadas ao mobilirio . Luz Localizada: as luminrias esto estrategicamente localizadas para iluminar as reas onde esto sendo desenvolvidas tarefas. Entre essas reas de interesse a iluminncia est normalmente limitada a 50% da iluminncia estabelecida para as reas de trabalho. Sua grande vantagem a economia de energia, pois iluminam onde realmente a luz necessria, e podem ser posicionadas de tal forma a evitar ofuscamentos, sombras indesejveis e reflexes veladoras, alm de considerar as necessidades individuais; sua grande desvantagem que devem ser reposicionadas com as mudanas de layout. . Luz Local (Luz Localizada com Luz Geral): a luz localizada obtida com o posicionamento de downlighters mas estritamente reas de trabalho, oferecendo um alto iluminamento com controle individual; para complementar a luz localizada tem-se luz geral com um nvel mnimo de 20% da luz local. Esse partido particularmente recomendado quando se necessita iluminncias altas, por volta de 1000 lux. Sistema Secundrio: ultrapassa as simples necessidades funcionais para participar diretamente da criao do espao, do ambiente: . Luz de destaque; . Luz de efeito: . Luz decorativa; . Modulao de intensidade; . Luz arquitetnica; . Luz de destaque: coloca-se nfase em determinados aspectos do interior arquitetnico, como um objeto ou uma superfcie, chamando a ateno do olhar. Geralmente esse efeito obtido com o uso de spot, criando-se uma diferena de iluminncia de 3x, 5x ou at 10x a luz geral ambiente; pode ser obtida tambm se posicionando a luz muito prxima a superfcie a ser iluminada, resultando por exemplo paredes ou cortinas iluminadas. . Luz de efeito: enquanto na luz de efeito procura-se destacar algo, aqui o objeto de interesse a prpria luz: jogos de fachos de luz nas paredes, contrastes de luz e sombra, etc. . Luz decorativa: aqui no o efeito de luz que importante, mas o objeto que produz a luz. Lustras antigos, arandelas coloniais, velas, luminrias de non, criam uma rea de interesse no ambiente, porm no podem ilumin-lo. . Modulao de intensidade: a possibilidade de aumentar ou diminuir a intensidade das vrias luminrias, modificando com isso a percepo ambiental;

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. Luz arquitetnica: posicionar a luz dentro de elementos arquitetnicos do espao, como cornijas, sancas, etc. Deve-se tomar cuidado com esse termo, pois toda a luz deve ser por definio arquitetnica, isso , em perfeita integrao com a arquitetura. Nesse caso se est apenas escolhendo elementos arquitetnicos para servirem de suporte luz. projeto executivo

Escolhidos os sistemas principais e secundrios de iluminao, deve-se partir para os dimensionamentos necessrios, e para tanto devem ser escolhidas lmpadas e luminrias, fazer os clculos, localizar cada luminria no espao e fazer as necessrias verificaes de uniformidade desejada e de ofuscamentos, etc. No esquecer de verificar quais so as possveis integraes com a luz do dia, procurando sempre economia de energia. Depois se deve escolher os vrios sistemas de controle, como dimmers, timmers, controle remoto, etc. Feito isso, deve-se indicar os vrios circuitos, verificar se conveniente integrar a iluminao com o ar condicionado, verificar onde posicionar a luz de emergncia, etc. Outros aspectos a serem considerados: . Est o sistema de iluminao coordenado com os outros sistemas de instalaes? . Est coordenado com o layout do mobilirio? . Como ser a manuteno? . Os produtos especificados esto disponveis no mercado? O produto grfico dessa etapa deve ser desenhos tais como plantas, cortes, detalhes e outros que possam ser levados obra, interpretados sem dificuldades para a correta implantao do projeto. memorial descritivo

O memorial descritivo dever conter: - o cdigo ou smbolo com o que a luminria identificada no projeto; - a quantidade de luminria; - referncia e nome do fabricante; - tipo e quantidade de lmpadas em cada luminria; - descrio sucinta da luminria; - total de potncia em Watts de cada luminria, levando em considerao eventuais perdas no equipamento auxiliar; - nmero total de luminrias; - total da potncia em Watts consumida, j levando em considerao eventuais perdas no equipamento auxiliar. fiscalizao da obra;

Dever ser fiscalizada na obra se a luminria instalada a mesma indicada em memorial, se a locao segue o projeto, se as lmpadas correspondem ao memorial, se a angulao est correta e quaisquer outros problemas pertinentes.

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avaliao ps-ocupao;

Depois do sistema instalado e em uso importante verificar o desempenho do mesmo, isso , se o partido escolhido correspondeu s necessidades do programa, tanto no aspecto quantitativo, como no qualitativo, ou melhor: - a iluminao satisfaz ao desempenho das vrias tarefas? - soube valorizar a arquitetura? - satisfez s necessidades individuais? - confortvel? - estimulante? - agradou aos usurios? Evidentemente, se as respostas so sim, trata-se de um projeto bem sucedido.

Iluminao Corporativa EscritriosO escritrio hoje. Um escritrio no mais um ambiente aberto, com mesas colocadas em fila, com inmeras mquinas de escrever, muitas pessoas transitando,um ambiente visualmente pobre, sem cores, que no visa a performance e a produtividade. Muito diferente desta viso dos escritrios antigos ,temos hoje uma grande preocupao com o conforto ambiental geral do ambiente de trabalho, pois temos profissionais muito bem preparados para a competio, onde a objetividade, minimizao de custos so buscados em pequenos detalhes. Hoje em dia, um escritrio a fachada do negcio, que deve ser um ambiente que auxilia seus ocupantes com idias rpidas,novas, criativas, que deve proporcionar aos profissionais ambientes distintos de trabalho e relaxamento,para os diversos momentos do dia. Estamos chegando j no chamado escritrio personalizado, onde cada profissional cria um pequeno habitat, onde passa controlar desde nvel de rudo quanto ao nvel de iluminao que deseja e se sente melhor.

Visibilidade da Tarefa

Muita luz ou pouca luz pode ser ambas muito custosas

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Quanta luz devemos utilizar para as tarefas normais de um escritrio,nos dias de hoje? IESNA fornece uma tabela de recomendaes bastante completa que orienta os valores de iluminncia mantida (em lux) que devemos levar em considerao nos projetos de iluminao. Porm,estas tabelas no expressam valores exatos de iluminncia, mas sim uma margem que de ser obedecida. Esta margem leva em considerao alguns fatores, tais como: A idade dos ocupantes de uma determinada rea; A importncia da tarefa, o quo critica, rpida ou detalhada a tarefa ; Tamanho da tarefa, seu grau de contrates e detalhes; Algumas recomendaes bsicas podem ser sempre seguidas, como as seguintes: Tipo de Atividade Ambientes de trabalho onde tarefas visuais so ocasionais (IES categoria C). Exemplos: Lobbies, Lavabos, reas de circulao. Tarefas visuais que envolvem performance em grandes contrastes e grandes dimenses (IES Categoria D). Exemplos: leitura de jornais, Digitao de textos (8-10pts), Escrita caneta, sala de reunio Tarefas visuais que envolvem performance em mdio contraste, ou pequenas dimenses (IES Categoria E). Exemplos: seleo de correio, leitura de impresso trmica, leitura fotogrfica com detalhes moderados, Tarefas visuais que envolvem performance em baixo contraste, e muito pequenas dimenses (IES Categoria F). Exemplos: Desenhos de projeto, leitura de grficos detalhados, leitura de fotografias com muitos detalhes. E(min) 100 200 E(med) 150 300 E(max) 200 500

500

750

1000

1000

1500

2000

Devemos nos atentar que estes nveis so recomendados para as tarefas em si, no para todo o ambiente. Entretanto, para evitar grandes contrastes entre tarefas e o ambiente, considerar uma iluminncia de em relao iluminncia da tarefa, para a iluminao do ambiente um procedimento aconselhvel. A produtividade pode ser afetada diretamente pela qualidade da luz. A visibilidade de tarefas pequenas e detalhadas ou apresentam pouco contraste muito afetada pela quantidade de luz e qualidade de luz disponvel no local. Portanto, tambm a produtividade ser afetada pelos mesmos fatores. Inmeros estudos feitos nos EUA indicam uma relao direta entre a iluminao e a produtividade. Estas pesquisas mostram que a produtividade em um escritrio diminui 28% quando a iluminncia mdia passa de 100 lux para 50 lux.

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Um outro dado interessante o fato de que quando a iluminncia era novamente colocada nos nveis iniciais, a produtividade aumentava em valores superiores aos encontrados antes da experincia, voltando aos valores originais em algum tempo, passado o impacto da mudana. Estas informaes so valiosas, pois mostram como podemos transformar o investimento em iluminao em retorno com uma maior produtividade. Um outro ponto importante desta pesquisa foi a concluso que o trabalho em ambientes mal iluminados causa uma fadiga acumulativa, isto , a produtividade tende a diminuir constantemente. Em tarefas no repetitivas, onde no podem ser feitas medidas precisas de produtividade, os estudos estatsticos preferenciais, ou seja, amostras de nveis de iluminao diferentes e selecionadas, mostram que as pessoas preferem nveis superiores aos estabelecidos como mnimo, quando estes nveis so fornecidos sem o ofuscamento. Uma iluminao de baixa qualidade na tarefa diminui a visibilidade. Uma iluminao pode fornecer a quantidade de luz suficiente, porm deve tambm ser uma iluminao de qualidade, ou seja, bem distribuda, com aparncia de cor correta, minimizando sombras indevidas, evitando reflexes indesejadas, ou o chamado ofuscamento velador ou desconfortante, etc... Fontes de luz localizadas erroneamente, poucas em nmero ou muito brilhantes iro criar sombras na tarefa, reflexes, resultando em um ambiente visual pobre e no voltados para a mesma. Quando a imagem da fonte de luz refletida na tarefa, isto diminui a capacidade de anlise da mesma, o contraste, prejudicando muito sua visualizao. Este problema chamado o ofuscamento velador. Este problema muito comumente verificado, onde lojas tem seus Jogotipos prejudicados por lmpadas mal colocadas, ou mesas de reunio feitas em madeira envernzada que simplesmente refletem toda a iluminao instalada no forro, e outros problemas. Os efeitos mais comuns nas pessoas so a perda da concentrao, dores de cabea, cansao visual, desconforto, irritao. Ofuscamentos veladores normalmente so relacionados com ngulos, sim, ngulos de incidncia da luz e ngulos de viso. Estes ngulos, quando trabalhados, seja na emisso de luz, atravs de luminrias VDT, por exemplo, ou na incidncia da luz, na movimentao dos terminais de vdeo, podem resolver a maioria dos problemas normalmente existentes. 0 conforto visual Diferentemente do ofuscamento bvio, ou seja, do efeito claro de ofuscamento na tarefa, um escritrio mal iluminado, com excessivos brilhos no controlados, causa uma sensao geral de "muita luz", mas o problema no est na quantidade de luz e sim na luz no controlada, vinda de luminrias incorretamente utilizadas ou janelas, diretamente para os olhos. A viso, quando focalizada para uma determinada tarefa mantm um campo de viso captado pela viso perifrica, que tem o limite superior aproximadamente a 450 acima da linha de viso. Esta viso no capta com boa qualidade as informaes contidas neste plano, porm percebe e sensibilizada, por exemplo, por luminrias localizadas nesta regio. Porm, no sempre necessria a utilizao de luminrias chamadas "cu off que limitam a emisso de luz em ngulos de 450 ou superiores, luminrias estas utilizadas em ambientes onde um alto grau de controle necessrio, como por exemplo em ambientes com um nmero grande de monitores de computador, que pela prpria localizao e capacidade de reflexo, tornam o ofuscamento mais crtico.

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Um sistema que avalia o grau de conforto visual que uma luminria provm o chamado "Visual Confort Probability" ou VCP, definido pelo IES. VCP leva em considerao alguns aspectos, tais como o brilho de uma luminria em determinados ngulos de viso, tamanho da luminria, tamanho do ambiente, nvel de iluminao do ambiente e grau de refletncia das superfcies. Estes valores so colocados em processos computacionais, relacionados com pesquisas referentes resposta humana ao ofuscamento, resultando em tabelas de valores de VCP, normalmente referenciadas ao caso de distribuio geral e uniforme de luminrias, com o observador colocado no centro do ambiente, olhando horizontalmente o ambiente. Estas pesquisas e clculos chegaram aos valores de 70% como mnimos para luminrias a serem utilizadas em escritrios normais. Tabelas padro so calculadas para valores de 1000 lux, porm os valores de VCP no variam consideravelmente com a variao do nvel de iluminao do ambiente. Lembramos que os valores de VCP so fornecidos para luminrias fluorescentes de iluminao direta.

Valores Tpicos de VCP Tamanho do ambiente (Ft) 20 x 20 30 x 30 40 x 40 60 x 60 100 x 100 Obs: 100 Ft = 30 metros 0 ambiente iluminado

Altura de montagem (Ft) 8,5 82 87 90 93 96

10,0 79 83 86 89 93

0 ambiente iluminado pode apresentar uma grande quantidade de elementos, confortveis visualmente ou no, e apropriadamente iluminados ou no, pela prpria funo no espao. Esta variao de possibilidades relacionada com o grau de "brilho" de cada um dos elementos que compem o ambiente, brilhos estes que devem ser bem balanceados, criando assim um ambiente estimulante, atrativo e que possibilite a realizao da tarefa com produtividade. Se o brilho das superfcies que compem o campo visual diferirem excessivamente, o desconforto visual provavelmente ser percebido. Por exemplo, se utilizarmos uma folha de papel branca em uma mesa de madeira preta, esta folha ir brilhar muito mais que no caso desta mesa ser revestida com uma madeira mais clara. Este problema tambm poder ser verificado nos casos de paredes, divisrias, pisos e tetos. Evitar superfcies de refletncias muitas elevadas um bom procedimento, reduzindo assim a possibilidade de ser criado o brilho desbalanceado. Vejamos as recomendaes para algumas superfcies normalmente encontradas em um escritrio:

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Superfcies Tetos Paredes Moveis Mquinas e Equipamentos Pisos

Refletncias (%) 60 a 80 40 a 60 25 a 45 25 a 45 20 a 35

Muitas cores podem ser utilizadas, objetivando propsitos psicolgicos para o ambiente, logicamente, devemos solicitar aos fabricantes uma orientao quanto s refletncias de cada um dos produtos a serem utilizados no projeto do escritrio, cabendo ao projetista de iluminao uma verificao destes valores, participando aos responsveis casos em que entendam ser incompatveis com um bom ambiente, no aspecto visual.

As coresAparncia de cor os comprimentos de onda eletromagntica das demais cores percebidas pelo olho humano, que transforma todos estes comprimentos de onda em uma informao para o crebro. 0 balanceamento dos diversos comprimentos de onda existente em uma luz branco determina a aparncia desta luz, sendo uma luz branca "fria" ou "morna", e como as pessoas e objetos iro ser percebidos, quando iluminadas. Para aparncias de cor, ou temperaturas de cor abaixo de 300OK, usual a definio de aparncia "morna". Aparncias de cor prximas de 350OK, so chamadas de "neutras", e aparncias de cor acima de 4000K so consideradas "frias". A grande variedade de fontes luminosas com aparncias de cor diferentes relacionada diretamente com a quantidade de luz em um determinado ambiente. Pesquisas mostram que para ambientes com nveis mdios de iluminao baixos, h a preferncia por aparncias de cor "mornas", e para ambientes com iluminncias elevadas, esta preferncia se d para lmpadas com aparncia de cor "neutras" e "frias". ndice de reproduo de cores (IRC) Como vimos anteriormente, a caracterstica da luz e a habilidade de reproduzir as cores com fidelidade, que uma medida comparativa a um padro preestabelecido, respondendo questo de quo natural e normal um objeto ou pessoa ser visualizado sob determinada fonte de luz. Um jargo muito comum na iluminao : toda lmpada com aparncia quente reproduz bem as cores... E como podemos verificar, totalmente incorreto, pois no relacionado capacidade de reproduzir as cores com a aparncia das fontes de luz. As lmpadas fluorescentes, at alguns anos atrs, utilizavam na composio do p fluorescente, elementos que possibilitavam alcanarmos altos ndices de reproduo de cores, porm, quanto mais alto esses ndices de IRC fossem, menores eram os fluxos luminosos das lmpadas. Uma lmpada fluorescente de 40W, utilizada na indstria grfica, que apresentava IRC na casa de 90%, produzia um fluxo luminoso de aproximadamente 2.000 lm, sendo uma outra lmpada fluorescente de 40W, com IRC de aproximadamente 60%, produzia um fluxo luminoso de aproximadamente 3.000lm.

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Esta relao inversa foi quebrada com o advento dos ps fluorescentes chamados "tri -ifsforos", que conseguem aliar altos ndices de reproduo de cores com altos valores de fluxo luminoso, possibilitando hoje em dia, uma lmpada fluorescente de 40W, com IRC na casa de 85%, produzir mais de 3.000lm. Portanto, hoje em dia conseguimos proporcionar uma quantidade de luz correta, com eficincia, baixo consumo e com timos ndices de reproduo de cores. Os sistemas de iluminao Uma luminria deve, em via de regra, direcionar a luz produzida pela lmpada de maneira eficaz e eficiente, ao plano de trabalho, proporcionando o efeito desejado para o espao e a ambiente na qual est sendo projetada. Esta definio abrange os aspectos de uniformidade, evitar sombras, evitar ofuscamentos indesejveis, apresentar elevados valores de eficincia, sendo ento um sistema de iluminao correto. A eficincia da luminria a relao entre a quantidade de luz produzida pelas lmpadas contidas e a quantidade de luz emitida pela mesma. A eficincia normalmente inversamente proporcional ao conforto visual produzida pela luminria, isto , quanto maior for o controle ptico de uma luminria, menor ser sua eficincia. Vejamos a tabela abaixo:

Comparao de sistemas utilizados em luminrias fluorescentes Material de controle VCP Louvre parablico (450) 99 Louvre de metal escuro 80-90 Louvre parablico de 65-85 clulas profundas Louvre de metal branco 65-85 Louvre de plstico 50-70 Difusor 40-50

Eficiencia % 35-45 25-40 50-65 35-45 45-55 401~60

Os controles eletrnicos na iluminao Atualmente, os controles eletrnicos aplicados iluminao so utilizados principalmente visando a economia de energia, pois possibilitando o controle do fluxo luminoso das lmpadas fluorescentes, o que no era possvel em termos econmicos, at pouco tempo, reduz o consumo de energia, aumentando a vida das lmpadas. Este controle permite adequar a iluminao proporcionada pelo sistema de luminrias iluminao proporcionada pela luz solar, atravs de sensores e sistemas computacionais. Tambm possvel a utilizao de sensores de presena, evitando assim manter acesas as lmpadas de ambientes onde no h a permanncia de pessoas.

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0 controle individual das luminrias, enfatizando a tendncia do escritrio personalizado, pois cada funcionrio pode adequar a iluminao de seu ambiente conforme lhe convier, possvel atravs de controles infravermelhos, similares aos controles remotos de televises e vdeos.

Solues luminotcnicasIluminao geral uniforme A iluminao geral feita com sistema de luminrias fluorescentes muito utilizada pelo fato de distribuir uniformemente a luz no ambiente, evitando sombras e reflexos indesejveis na tarefa, provendo um nvel correto de luz onde quer que a tarefa ocorra, permite um ambiente mutvel, com vrias possibilidades de layouts. Quando afirmamos ser um sistema que distribui a luz uniformemente, no podemos pensar em um ambiente que apresente todos os pontos com a mesma iluminncia (Lux), e sim um ambiente mais iluminado na regio central e menos iluminado nas regies perifricas. Uma preocupao que devemos observar na iluminao geral a existncia de divisrias altas, que devem ser estudadas em conjunto com a soluo da iluminao, afim de no ocorrerem zonas escuras, devido ao no casamento entre as reas circunscritas pelas divisrias e a distribuio das luminrias. Caso problemas dessa natureza ocorram com freqncia em um determinado escritrio, a soluo de diminuir os espaamentos entre as luminrias, diminuindo tambm a potncia das lmpadas de cada luminria, mantendo-se assim a iluminncia mdia requerida pela tarefa, um procedimento aconselhvel. Outra soluo possvel a utilizao de sistemas de iluminao indireta, que provm uma iluminao difusa e homognea, minimizando assim problemas de sombras. Porm, neste caso, a adoo conjunta de um sistema de iluminao localizada aconselhvel, pois o sistema indireto muito custoso, no sendo economicamente vivel para suprir o ambiente, sozinho, da quantidade de luz suficiente para a realizao da tarefa. Iluminao no uniforme A iluminao voltada para os ambientes destacados de um escritrio, e no para o ambiente geral, descrito anteriormente apresenta uma grande vantagem que a drstica minimizao dos custos de energia e manuteno, alm de criar um aspecto mais decorativo e elegante ao escritrio. Esta soluo recomendada quando h poucas possibilidades de modificaes no layout do escritrio, pois o sistema de iluminao ser particularizado para cada ambiente existente. Uma iluminao decorativa aconselhvel, com destaques para quadros e mveis, devendo sempre evitar o ofuscamento ou reflexes indesejadas, mais crticas neste tipo de sistema, uma vez que existem maiores diferenas de iluminncias. Sistemas chamados "wall washing" so comumente utilizados, pois ampliam os ambientes, provendo-os de uma iluminao agradvel e decorativa Salas de vdeo teleconferncia devem possuir um sistema de iluminao indireto, no sendo recomendveis a iluminao direta das faces dos conferencistas, sendo o forro utilizado para uma iluminao "downlight", isto , um sistema normalmente embutido, que ilumine diretamente os papis e documentos dos conferencistas, com os fachos de luz bem controlados para evitar o ofuscamento das cmeras.

Iluminao para escritrios informatizados

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Projetando escritrios novos A seguir apresentamos algumas recomendaes para os projetos de escritrios novos, que utilizam equipamentos com monitores de vdeo: Determine os tipo e locais dos monitores de vdeo, os ngulos normais de utilizao. Se o sistema de iluminao direta for selecionado, utilize luminrias com louvres parablicos com controle ptico de pelo menos 350 ou com VDT de pelo menos 80%. Se o sistema de iluminao indireta for utilizado, atente para o fato do forro no apresentar uma variao de brilho (luminncia) de 5 para 1 (mx-min), com as luminrias suspensas 115 de suas dimenses mximas. Quando a iluminao localizada for utilizada, certifique-se de que esta proporcionar luz uniforme em toda a tarefa, sendo a luminria prpria para evitar qualquer tipo de ofuscamento nos monitores. Use sistemas complementares indiretos (como colunas ou wall mounted) caso ocorram sombras indesejadas causadas por divisrias ou elementos do escritrio. Utilize algum sistema de controle de brilho das janelas, como persianas metlicas, evitando assim a entrada no controlada da luz solar. Solucionando problemas existentes Se as reflexes existentes no so veladoras, provavelmente um sistema de filtros de tela pode resolver seu problema; Caso haja reflexes severas, identifique-as primeiramente, avalizando a rea de emisso destas reflexes; Determine se estas reflexes podem ser eliminadas alterando o posicionamento dos terminais e a angulao dos monitores. Se a reflexo vm do sistema de iluminao, determine a angulao de incidncia indesejada, considerando a substituio dos louvres ex