apostila do curso - escolagov.ms.gov.br · 2.4 legislação básica ... 5.6 adimplência financeira...
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PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS, ORÇAMENTÁRIAS E
FINANCEIRAS NO ÂMBITO DO GOVERNO DE ESTADO
DE MATO GROSSO DO SUL
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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL FUNDAÇÃO ESCOLA DE GOVERNO DE MATO GROSSO DO SUL
ESCOLAGOV
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS GERENCIAIS
PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS, ORÇAMENTÁRIAS E
FINANCEIRAS NO ÂMBITO DO GOVERNO DE ESTADO
DE MATO GROSSO DO SUL
CAMPO GRANDE – MS 2015
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SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO E DESBUROCRATIZAÇÃO
FUNDAÇÃO ESCOLA DE GOVERNO DE MATO GROSSO DO SUL
Av. Monte Castelo, 269 • Monte Castelo. CEP: 79.010-400 • Campo Grande-MS
Fone/fax: (67) 3321- 6100
REINALDO AZAMBUJA SILVA Governador do Estado de Mato Grosso do Sul
CARLOS ALBERTO DE ASSIS
Secretário de Estado de Administração e Desburocratização
CARLOS ALBERTO DE ASSIS Diretor-Presidente da Fundação Escola de Governo de Mato Grosso do Sul
MAYSA FERREIRA DA SILVA
Gerente de Qualificação e Formação de Recursos Humanos da Fundação Escola de Governo de Mato Grosso do Sul
Permitida a reprodução total ou parcial desde que não se destine para fins comerciais e que seja citada a fonte
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SUMÁRIO
1. NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ...................................................................... 6
1.1 Estado e Administração Pública Aspectos Conceituais ............................................. 6
1.2 Poderes do Estado ........................................................................................................ 6
1.3 Governo: Conceito e Estrutura ..................................................................................... 7
1.3.1 Estruturas de Governo ............................................................................................... 7
1.3.2 Estrutura de cargos no serviço público .................................................................... 9
1.3.3 Formas de prestação do serviço público .................................................................. 9
1.3.4 Diferença entre descentralização e desconcentração ........................................... 10
1.4 Estrutura Organizacional do Governo de Mato Grosso do Sul ................................ 10
1.5 Formas de Administração Pública.............................................................................. 11
1.5.1 Princípios Gerenciais ............................................................................................... 11
1.5.2 Administração Pública Gerencial ............................................................................ 13
1.6 A melhoria na Administração Pública ........................................................................ 13
Bibliografia ......................................................................................................................... 15
2. PROCESSO ORÇAMENTÁRIO ...................................................................................... 16
2.1 Conceitos Orçamentários ........................................................................................... 16
2.2 Esfera Orçamentária .................................................................................................... 17
2.2 PPA, LDO e LOA .......................................................................................................... 19
2.3 Receitas da Administração Indireta ............................................................................ 20
2.4 Legislação Básica ........................................................................................................ 20
2.5 Sistema de Planejamento e Finanças – SPF .............................................................. 21
3. CONTABILIDADE ........................................................................................................... 22
3.1 Programação da Contabilidade .................................................................................. 22
3.2 Sistema de Planejamento e Finanças do Estado de Mato Grosso do Sul (SPF) ..... 27
4. SISTEMA DE COMPRAS/ LICITAÇÃO ........................................................................... 29
4.1 História e Evolução Legal ........................................................................................... 29
4.2 Obrigação de Licitar .................................................................................................... 29
4.3 Conceito de Licitação .................................................................................................. 30
4.3.1 O que é Licitação Pública? ....................................................................................... 30
4.3.2 Características da Licitação ..................................................................................... 30
4.3.3 Obrigação de Licitar ................................................................................................. 30
4.4 Administração Pública X Administração .................................................................... 31
4.5 Princípios da Licitação ................................................................................................ 31
4.6 Divulgação da Pesquisa de Preços ............................................................................ 32
4.7 Formas da Administração Pública comprar .............................................................. 33
4.8 Licitar ou Não Licitar ................................................................................................... 33
4.9 Exceção a Regra de Licitar ......................................................................................... 33
4.9.1 LIMITES na Lei n° 8.666/93 ....................................................................................... 34
4.9.2 Contratação Direta – Art. 24 ..................................................................................... 34
4.9.3 Contratação Direta – Licitação Dispensável ........................................................... 36
4.10 Os casos mais frequentes Licitação Dispensável em Razão de Situações
Excepcionais ...................................................................................................................... 36
4.10.1 Emergência ou Calamidade Pública (inciso IV do art. 24) ................................... 36
4.10.2 – Não acudirem interessados à licitação anterior (inc. V do art. 24) ................... 37
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4.10.3 Propostas com preço superior ao do mercado – inciso VII da Lei 8.666/93 ....... 38
4.10.4 Licitação Fracassada .............................................................................................. 38
4.10.5 Aquisição de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade
pública (inc. VIII do art. 24) ................................................................................................ 38
4.10.6 Compra ou locação de imóvel (Inciso X do art. 24) .............................................. 39
4.11 Os casos mais frequentes Licitação dispensável em razão do objeto .................. 39
4.11.1 Compra hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis (Inciso XII do art.
24) ....................................................................................................................................... 39
4.11.2 Inexegibilidade ........................................................................................................ 40
4.11.3 Da Publicidade ........................................................................................................ 41
4.11.4 Modalidades de Licitação ....................................................................................... 41
4.11.5 Planejamento das compras, serviços e obras ...................................................... 48
4.11.6 Fases da formalização do processo ...................................................................... 51
4.11.7 Por onde anda o processo de compras ................................................................ 60
4.11.8 Registro cadastral ................................................................................................... 62
5. SERVIÇO DA DÍVIDA/ CONTRATOS E CONVÊNIOS .................................................... 66
5.1 Relação dos contratos da dívida, objeto e legislação ............................................... 66
5.2 Estoque da dívida em 31/12/2014 ............................................................................... 68
5.3 Serviço da dívida de MS – Previsão 2015 ................................................................... 69
5.4 Dívida Pública .............................................................................................................. 71
5.5 Serviços auxiliar de informações para transferências voluntárias .......................... 72
5.6 Adimplência financeira ................................................................................................ 73
6. RECURSOS HUMANOS – GESTÃO DE PESSOAL E FOLHA DE PAGAMENTO ........ 79
6.1 Conceitos ..................................................................................................................... 79
6.2 Orientações sobre deveres, direitos e vantagens, com base na legislação vigente
do regime jurídico. ............................................................................................................. 79
6.3 Formas de provimento de cargo público ................................................................... 79
6.4 Estágio probatório/estabilidade .................................................................................. 80
6.5 Do vencimento e remuneração ................................................................................... 81
6.6 Das gratificações e adicionais .................................................................................... 81
6.7 Da movimentação ........................................................................................................ 82
6.8 Das férias...................................................................................................................... 82
6.9 Dos deveres ................................................................................................................. 82
6.10 Da aposentadoria ....................................................................................................... 83
6.11 Da vacância ................................................................................................................ 84
7. SISTEMAS RACIONALIZAÇÃO E MONITORAMENTO DE GASTOS ........................... 85
8. REDAÇÃO OFICIAL ....................................................................................................... 92
8.1 Correspondências Oficiais:......................................................................................... 92
8.2 Estrutura do Ofício: ..................................................................................................... 93
8.3 Observações importantes: .......................................................................................... 94
8.4 Emprego dos pronomes de tratamento: .................................................................... 94
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1. NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
(PRODUZIDO POR BORIS VERBISCK)
1.1 Estado e Administração Pública Aspectos Conceituais
Estado
Constitui-se em um território habitado por um povo que possui uma identidade
histórica-cultural própria (nação) e uma organização político-administrativa que o torna
soberano e reconhecido como independente perante as outras nações do mundo.
Elementos Componentes do Estado:
O Estado, para ser considerado em sua plenitude, é composto de:
Povo
Território
Governo
Administração Pública - segundo Hely Lopes Meirelles é o conjunto de órgãos instituídos
para a execução dos objetivos que visam à satisfação das necessidades da coletividade.
Princípios da Administração Pública
Princípios Básicos
Legalidade:.agir de acordo com a Lei
Moralidade: conduta
Impessoalidade: o interesse público
Publicidade: divulgação oficial do ato
Eficiência: competência, presteza, perfeição e rendimento funcional
1.2 Poderes do Estado
O Estado, para exercitar suas funções dispõe de dois conjuntos de poderes.
(arcabouço político-institucional).
Estruturais – Formado pelo Executivo, Legislativo e Judiciário. São os
responsáveis pela gestão do Estado, cada um com suas responsabilidades específicas.
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Poder Executivo – representado pelo presidente, pelos governadores de Estado
e pelos Prefeitos. A eles, em suas respectivas esferas, cabe administrar os recursos
arrecadados de acordo com as destinações previstas, bem como fiscalizar a ação de
entidades que prestam serviços à comunidade.
Poder Legislativo – É a representação política do Estado, em seus três níveis
hierárquicos formados pelos senadores, deputados federais, deputados estaduais e
vereadores. A competência desse poder traduz-se em fiscalizar o executivo e elaborar as
leis que devem regê-lo.
Poder Judiciário – é o corpo jurídico do Estado, presente também nos três níveis
hierárquicos, e a ele compete arbitrar sobre questões em que o Estado esteja envolvido,
seja como réu, seja como reclamante de direito.
Instrumentais – Composto por leis, decretos e demais normas regulamentares,
cuja lei maior é a Constituição.
1.3 Governo: Conceito e Estrutura
É a expressão política do comando, da fixação dos objetivos do Estado e da
manutenção ou invocação da ordem pública. Pode-se ainda, definir Governo como o
conjunto de pessoas que exercem o poder político e que determinam a orientação política
de uma determinada sociedade.
Por consequência, pela expressão “governante” se entende o conjunto de
pessoas que governam o Estado e pelo termo “governados”, o grupo de pessoas que estão
sujeitas ao poder de Governo da esfera estatal.
1.3.1 Estruturas de Governo
A estrutura organizacional do setor público compreende:
Órgãos Públicos:
Os órgãos públicos são os centros de competência instituídos por lei, ou seja,
são as entidades que detêm delegação para a execução de tarefas determinadas. Executam
suas tarefas em organismos que estão agrupados em dois grandes segmentos:
Administração Direta:
É composta do grupamento de órgãos, ligados diretamente ao maior mandatário,
nos diversos níveis de Governo:
País: presidência, secretarias especiais, ministérios.
Estados: governador, secretarias de Estado.
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Municípios: prefeitos, secretarias de Município.
Administração Indireta
É composta por entidades que possuem personalidade jurídica própria e são
responsáveis pela execução de atividades de Governo que necessitam ser desenvolvidas
de forma descentralizada, estando mais distanciadas do Governo central. Estas entidades,
criadas para dar maior mobilidade às ações do Estado, já que operam com atribuições
específicas e vinculação ao poder central, a quem se subordina e presta contas de suas
ações, são:
Autarquias: criadas por leis específicas, com personalidade jurídica de direito
público, patrimônio e receitas próprias, para executar atividades típicas da Administração
Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira
descentralizada.
Fundação Pública: entidade dotada de personalidade jurídica de direito público,
sem fins lucrativos, criados em virtude de lei autorizativa e registro em órgão competente,
para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de
direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos
órgãos de direção e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.
Empresa Pública: entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado,
com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, se federal, criada para exploração de
atividade econômica que o governo seja levado a exercer por força de contingência ou
conveniência administrativa.
Sociedade de economia mista: entidade dotada de personalidade jurídica de
direito privado, instituído mediante autorização legislativa e registro em órgão próprio para
exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com
direito a voto pertençam em sua maioria, à União ou a entidade da administração indireta.
Agentes Públicos: são pessoas físicas incumbidas do exercício de alguma
função estatal, podendo ser classificados em:
Agentes Políticos: aqueles que exercem mandatos eletivos ou aqueles que
participam das decisões mais importantes e fundamentais de Governo. São senadores,
governadores, deputados, ministros e secretários de diferentes níveis hierárquicos. Exercem
tarefas em caráter temporário.
Empregados Públicos (regime de CLT): Concursados ou não que trabalham
na administração direta e, principalmente, na indireta.
Servidores públicos: trabalham para a Administração Pública em caráter
profissional, não eventual, sob vínculo de subordinação e dependência, recebendo
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remuneração paga diretamente dos órgãos públicos. Compreende a grande massa de
trabalhadores, desde as pessoas que exercem funções burocráticas até trabalhos técnicos
de grande complexidade.
No âmbito dos servidores públicos encontram-se dois tipos de trabalhadores: os
funcionários públicos, aqueles que ingressaram no serviço público em caráter profissional e
permanente através de concurso público e o grupo de servidores temporários, que são
aqueles que foram contratados para executar tarefas tidas como temporárias pela
administração pública.
1.3.2 Estrutura de cargos no serviço público
Cargo Efetivo: a efetivação decorre da aprovação em concurso público e nos
três anos do estágio probatório.
Cargo Vitalício: o ocupante permanece definitivamente no cargo. O
desligamento só ocorre por meio de processo judicial a cargo do CSM. Os ocupantes de
cargos vitalícios são os magistrados e os ministros do Tribunal de Contas.
Cargo em Comissão: que é preenchido por ocupante transitório, de confiança
da autoridade que o nomeou.
1.3.3 Formas de prestação do serviço público
A execução do serviço público pode ser realizada de forma direta (centralizada)
ou de forma indireta (descentralizada)
Execução Direta ou Centralizada: Ocorre quando a execução do serviço público
for realizada pela Administração direta, isto é, pelo próprio titular do serviço público.
Execução Indireta ou Descentralizada: Ocorre quando a execução do serviço
público for realizada por terceiro que não se confunde com o titular do serviço público.
Descentralizar significa tirar do centro, tirar a execução da Administração Direta.
A execução descentralizada pode ser feita por terceiros que se encontrem dentro
ou fora da Administração:
Terceiros que estão dentro da Administração: Administração Indireta: Autarquias,
Fundações, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e ainda as Agências
reguladoras e Executivas.
“A administração pública, direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...” (art. 37 da CF).
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1.3.4 Diferença entre descentralização e desconcentração
A descentralização é uma forma de transferir a execução de um serviço público
para terceiros, que se encontram dentro ou fora da Administração – Cria uma nova pessoa
jurídica
A desconcentração é uma forma de se transferir a execução de um serviço
público de um órgão para outro dentro da Administração direta (também pode ocorrer
transferência de competência dentro do mesmo órgão). Assim, a diferença está na
amplitude da transferência.
1.4 Estrutura Organizacional do Governo de Mato Grosso do Sul
Órgãos da Administração Direta
Governador;
Secretaria de Estado da Casa Civil
Controladoria-Geral do Estado
Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica;
Secretaria de Estado de Fazenda;
Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização;
Procuradoria-Geral do Estado
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico;
Secretaria de Estado de Saúde ;
Secretaria de Estado de Infraestrutura;
Secretaria de Estado de Habitação;
Secretaria de Estado de Diretos Humanos, Assistência Social e Trabalho;
Secretaria de Estado de Educação;
Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública;
Secretaria de Cultura, Turismo e Empreendedorismo e Inovação;
Secretaria de Estado de Produção e Agricultura Familiar.
Órgãos da Administração Indireta
Na estrutura organizacional do Estado as ações desenvolvidas pelos órgãos
públicos podem ser classificadas em:
Atividade - fim: aquela que caracteriza o objetivo principal do Estado - Políticas Públicas;
Atividade - meio: não é inerente ao objetivo principal, porém é serviço necessário -
Administração, Finanças e Planejamento.
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EXEMPLOS:
Autarquias – Agepan, Agepan, Agraer, Iagro, Imetro etc;
Fundações Públicas – Fundtur, Fundação de Cultura, Fundesporte, Funtrab, Fundect,
Escolagov;
Empresas Públicas – Sanesul
Sociedades de economia mista – a MSGÁS é uma Sociedade de Economia Mista,
composta pelo Estado de Mato Grosso do Sul com 51% das ações e pela Gaspetro –
Petrobrás Gás S.A, com 49% das ações.
1.5 Formas de Administração Pública
Administração Pública designa o conjunto das atividades diretamente destinadas
à execução concreta das tarefas ou incumbências consideradas de interesse publico ou
comum.
A Administração pública é identificada essencialmente como uma função, ou
como atividade-fim – condicionada a um objetivo, e como organização, isto é, como uma
atividade voltada para assegurar a distribuição e a coordenação do trabalho dentro de um
escopo coletivo.
Três formas de Administração Pública:
Administração Pública Patrimonialista
Administração Pública Burocrática – Estado Liberal – sec XIX
Administração Pública Gerencial
O que as diferencia, efetivamente, é a forma de controle que passa a concentrar-
se nos resultados, ao invés de concentrar-se nos processos e na procura de redução do
grande ônus da administração que é repassado ao contribuinte, buscando eficiência ao
reproduzir aspectos da administração privada (daí o nome gerencial), sem contudo perder a
característica específica que a faz ser administração pública: uma administração que não
visa ao lucro, mas à satisfação do interesse público.
Embora a Administração gerencial inspire-se nos métodos da administração de
empresas, não pode ser confundido com esta, visto que, enquanto a receita das empresas
depende dos pagamentos que seus clientes fazem livremente na compra de produtos e
serviços, a receita do Estado deriva-se de impostos, taxas e outras contribuições
obrigatórias, sem que haja contrapartida direta de prestação de serviços.
1.5.1 Princípios Gerenciais
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Estratégia: Estratégia, palavra de origem grega usada para indicar a função
administrativa do militar que formulava e projetava as ações de seu exército. Este conceito
foi associado à administração na formulação das diretrizes governamentais e formatação de
seu planejamento. Assim, pode-se dizer que estratégia é a técnica utilizada para alcançar
um objetivo (individual ou coletivo, privado ou público, pacífico ou bélico-militar).
Eficiência: A eficiência impõe a todo agente público realizar suas atribuições
com presteza, perfeição, rendimento e rapidez. O administrador público deve exercer sua
competência com rapidez de modo a evitar que de sua inércia decorra danos pra o
administrado, além disso, deve exercer suas atribuições com rendimento e presteza, isto é,
com resultados satisfatórios para a coletividade. A Administração Pública responde pelos
danos e pela inação de seus agentes quando da prestação de serviços públicos.
Eficácia: É a adoção de um curso de ação que garanta o alcance dos planos,
objetivos ou metas determinadas previamente, para entidades ou projetos públicos a custos
razoáveis e dentro de um prazo estabelecido ou conveniado. Motivo constante de equívocos
entre os termos pode-se explicar que: Eficácia é uma medida normativa de alcance de
resultados, enquanto eficiência é uma medida normativa de utilização dos recursos nesse
processo. Eficiência é uma relação entre custos e benefícios.
Efetividade: Relação entre os resultados (impactos observados) e os objetivos
(impactos esperados). O valor efetivo das ações governamentais deve ser medido com base
nos resultados qualitativos, ou seja, nos impactos sócio-econômicos produzidos. Deve-se
avaliar os impactos gerados para a sociedade, verificando se foram ou não satisfeitas as
suas necessidades, ou seja, se ocorreu a transformação desejada da realidade, bem como
o grau de abrangência, além da continuidade dos resultados alcançados. Há autores que
advogam a imperatividade da eficácia e da eficiência nos serviços públicos como requisito
à sobrevivência e prosperidade das sociedades.
Economicidade: Avaliação da aquisição dos insumos (recursos humanos,
materiais, tecnológicos e financeiros) necessários à implementação das ações
governamentais. Deve-se, portanto, verificar se a aquisição de recursos humanos, materiais
ou financeiros foi realizada no momento oportuno, ao custo mais baixo possível, na
qualidade e quantidade adequadas.
Otimização: Significa fazer com que algo funcione da melhor maneira possível,
pelo balanceamento dos vários fatores envolvidos. Uma técnica para calcular a melhor
distribuição de recursos para um determinado objetivo, levando-se em conta determinadas
limitações.
Produtividade: A aferição da produtividade no setor público deve basear-se na
determinação de um certo número de fatores de medição, para que se tenha uma visão
mais consistente do ambiente avaliado. A produtividade compreende aquele equilíbrio que
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se estabelece entre todos os fatores produtivos para gerar a maior produção com o menor
esforço.
Accountability: O termo accountability, não obstante as tentativas em todos os
níveis ainda não possuem um similar nacional. É um termo abrangente que vai além da
prestação de contas pura e simples, pelos gestores da coisa pública. Accountability diz
respeito á sensibilidade das autoridades públicas em relação ao que os cidadãos pensam, à
existência de mecanismos institucionais efetivos, que permitam chamá-lo à fala quando não
cumprirem suas responsabilidades básicas. Seria um conceito de responsabilidade dos
agentes públicos e da sociedade para com a gestão pública de sorte a entendê-la como “de
todos e para todos”, tendo claro que o verdadeiro controle do Governo é consequência da
cidadania organizada.
1.5.2 Administração Pública Gerencial
Dois modelos organizacionais têm impulsionado o quadro global de reformas da
administração pública nas últimas décadas: a administração pública gerencial (APG) e o
governo empreendedor (GE). Os dois modelos compartilham os valores da produtividade,
orientação ao serviço, descentralização, eficiência na prestação de serviços, marketization;
e accountability (Secchi, 2009).
A eficiência de cada um dos níveis de desempenho é medida de acordo com três
fatores: objetivos, projeto e gerenciamento. Dessa forma, para atingir eficiência e evitar
desperdício de recursos deve-se observar:
Objetivos: cada nível da organização precisa especificar padrões que reflitam as
expectativas dos clientes/usuários quanto à qualidade, quantidade, disponibilidade
e custo do serviço.
Projeto: as rotinas de trabalho devem fluir de maneira ordenada a atingir os
objetivos.
Gerenciamento: cada um dos níveis de desempenho deve ser gerenciado para
garantir que seus objetivos sejam atuais e estejam sendo atingidos.
1.6 A melhoria na Administração Pública
Hood e Jackson (1991) apud Secchi (2009) defendem que a administração
pública gerencial é um argumento administrativo ou uma filosofia de administração, na qual
eficiência e desempenho são valores que prevalecem. Já o livro “Reinventando o Governo”,
escrito por Osborne e Gaebler em 1992, inaugurou o “governo empreendedor” como um
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estilo pragmático de gestão pública. A abordagem foi claramente inspirada na teoria
administrativa moderna, trazendo para os administradores públicos a linguagem e
ferramentas da administração privada contida em livros como The practice of management
(Drucker, 1954) e In search of excellence (Peters e Waterman, 1982) - (Secchi 2009).
Osborne e Gaebler citados por Secchi (2009) sintetizaram em uma lista de 10
mandamentos a receita para transformar uma organização pública burocrática em uma
organização pública racional e eficaz:
1) governo catalisador: os governos não devem assumir o papel de implementador
de políticas públicas sozinhos, mas sim harmonizar a ação de diferentes agentes sociais na
solução de problemas coletivos;
2) governo que pertence à comunidade: os governos devem abrir-se à participação
dos cidadãos no momento de tomada de decisão;
3) governo competitivo: os governos devem criar mecanismos de competição dentro
das organizações públicas e entre organizações públicas e privadas, buscando fomentar a
melhora da qualidade dos serviços prestados. Essa prescrição vai contra os monopólios
governamentais na prestação de certos serviços públicos;
4) governo orientado por missões: os governos devem deixar de lado a obsessão
pelo seguimento de normativas formais e migrar a atenção na direção da sua verdadeira
missão;
5) governo de resultados: os governos devem substituir o foco no controle de inputs
para o controle de outputs e impactos de suas ações, e para isso adotar a administração por
objetivos;
6) governo orientado ao cliente: os governos devem substituir a
autorreferencialidade pela lógica de atenção às necessidades dos clientes/cidadãos;
7) governo empreendedor: os governos devem esforçar-se a aumentar seus ganhos
por meio de aplicações financeiras e ampliação da prestação de serviços;
8) governo preventivo: os governos devem abandonar comportamentos reativos na
solução de problemas pela ação proativa, elaborando planejamento estratégico de modo a
antever problemas potenciais;
9) governo descentralizado: os governos devem envolver os funcionários nos
processos deliberativos, aproveitando o seu conhecimento e capacidade inovadora. Além de
melhorar a capacidade de inovação e resolução de problemas, a descentralização também
é apresentada como forma de aumentar a motivação e autoestima dos funcionários
públicos;
10) governo orientado para o mercado: os governos devem promover e adentrar na
lógica competitiva de mercado, investindo dinheiro em aplicações de risco, agindo como
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intermediário na prestação de certos serviços, criando agências regulatórias e institutos para
prestação de informação relevante e, assim, abatendo custos transacionais.
Bibliografia
SECCHI, L. Modelos organizacionais e reformas da administração pública. Revista de
Administração Pública, Rio de Janeiro, FGV, 43(2):347-69, mar-abr 2009.
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2. PROCESSO ORÇAMENTÁRIO
(PRODUZIDO POR NELSON TSUSHIMA)
2.1 Conceitos Orçamentários
Receita Corrente Líquida
Segundo o art. 2º da LRF, Receita Corrente Líquida é o somatório das receitas
tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços,
transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos principalmente, os
valores transferidos, por determinação constitucional ou legal, aos Estados e Municípios, no
caso da União, e aos Municípios, no caso dos Estados, consideradas ainda as demais
deduções previstas na Lei (Receitas Intra, AGEPREV e FUNDEB).
Resultado Primário
O resultado primário representa a diferença entre as receitas e as despesas
primárias (não financeiras). Sua apuração fornece uma melhor avaliação do impacto da
política fiscal em execução pelo ente da Federação. Superávits primários, que são
direcionados para o pagamento de serviços da dívida, contribuem para a redução do
estoque total da dívida líquida. Em contrapartida, déficits primários indicam a parcela do
aumento da dívida, resultante do financiamento de gastos não financeiros que ultrapassam
as receitas não financeiras.
Resultado Nominal
O Resultado Nominal representa a variação da dívida fiscal líquida num
determinado período. Pelo critério conhecido como “abaixo da linha”, apura-se o resultado
pela variação do endividamento líquido num determinado período (no caso do
demonstrativo, há a apuração da variação da Dívida Fiscal Líquida no período).
Grupo de Despesa
Classificação da despesa quanto à sua natureza, compreendendo os
grupamentos:
1 - Pessoal e encargos sociais;
2 - Juros e encargos da dívida;
3 – Outras Despesas Correntes;
4 - Investimentos;
5 - Inversões financeiras;
6 - Amortização da dívida;
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7 – Reserva do RPPS;
9 – Reserva de Contingência.
Funcional Programática
20.27901.10.122.0010.1959.0001
2.2 Esfera Orçamentária
10 – ORÇAMENTO FISCAL
20 – ORÇAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL
30 – ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO
PROJETO
Instrumento cuja programação deve ser articulada e compatibilizada com outros,
para alcançar os objetivos de um programa, envolvendo um conjunto de operações limitadas
no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou aperfeiçoamento
da ação do governo.
ATIVIDADE
Conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e que concorrem
para a manutenção da ação do governo.
OPERAÇÕES ESPECIAIS
ESFERA ORÇAMENTÁRIA
UNIDADE ORÇAMENTÁRIA
FUNÇÃO
SUBFUNÇÃO
PROGRAMA
PROJETO/ ATIVIDADE
LOCALIZADOR
PROJETO/ ATIVIDADE
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Despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou
aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não resulta um produto e não geram
contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.
NATUREZA DA DESPESA
3 . 3 . 90 . 30 . 16
3 . 3 . 90 . 30 . 16
MODALIDADE DE APLICAÇÃO
Classificação da natureza da despesa que traduz a forma como os recursos
serão aplicados pelos órgãos/entidades, podendo ser diretamente pelos mesmos ou sob a
forma de transferências a outras entidades públicas ou privadas que se encarregarão da
execução das ações.
FONTE DE RECURSOS
I - Recursos do Tesouro:
CATEGORIA ECONÔMICA
GRUPO DE DESPESAS
MODALIDADE DE APLICAÇÃO
ELEMENTO DE DESPESAS
DESDOBRAMENTO DO ELEMENTO
MATERIAL DE EXPEDIENTE
MATERIAL DE CONSUMO
APLICAÇÃO DIRETA
OUTRAS DESPESAS CORRENTES
DESPESAS CORRENTES
19
a) 00 - Recursos Ordinários;
b) 02 - Recursos do Adicional do ICMS-FECOMP, Lei nº 3.337, de 22 de dezembro de 2006;
c) 03 - Recursos Provenientes da Lei Estadual nº 2.105, de 30 de maio de 2000 (FIS);
d) 08 - Cota-Parte do Salário-Educação - Cota Estadual;
e) 12 - Convênios e outras Transferências Federais;
f) 13 - Operações de Crédito Internas e Externas;
g) 15 - Recursos de Alienação de Bens e Direitos da Administração Direta;
h) 18 - Cota-Parte da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE);
i) 20 - Recursos da Emenda Constitucional Federal nº 53, de 19 de dezembro de 2006
(FUNDEB);
II - Recursos de Outras Fontes:
a) 40 - Recursos diretamente arrecadados;
b) 41 - Recursos arrecadados pelo FUNDERSUL;
c) 44 - Receitas de Compensações Ambientais;
d) 45 - Recursos de Alienação de Bens e Direitos da Administração Indireta;
e) 46 - Recursos Arrecadados pelo FUNDEMS;
f) 47 - Receita do Plano Previdenciário, Lei Estadual nº 4.213, de 28 de junho de 2012;
g) 48 - Receitas Fundo a Fundo da Saúde;
h) 51 - Operações de Crédito Internas e Externas;
i) 54 - Recursos da TFRM - Lei Estadual nº 4.301, de 20 de dezembro de 2012;
j) 81 - Convênios e Outras Transferências Federais;
k) 83 - Integralização de Capital, exceto recursos do Tesouro;
2.2 PPA, LDO e LOA
Plano Plurianual (PPA) - metas quadrienais do 1º ano do mandato ao 1º ano do
mandato subsequente.
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) - diretrizes e prioridades para o próximo
exercício, compatível com o PPA
Lei Orçamentária Anual (LOA) - quantificação das metas da LDO
PRAZOS LEGAIS
INSTRUMENTO
PPA 15 de outubro
LDO apreciação na 1º sessão
LOA 15 de outubro
20
2.3 Receitas da Administração Indireta
Receitas provenientes da arrecadação descentralizada, destinadas a finalidades
específicas de entidades e fundos integrantes dos Poderes constituídos, Ministério Público e
Defensoria, tais como: FUNJECC, FUNTC, FIS, FECOMP, FUNDERSUL, DETRAN,
JUCEMS, ETC.
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
Realização de despesas com recursos provenientes de operações de crédito
contratadas.
SERVIÇO DA DÍVIDA
Valores destinados ao pagamento de juros, encargos e amortização da dívida.
OUTROS PODERES
Participação orçamentária conforme artigos 56, 110, 130 e 142-a da Constituição
Estadual.
Recursos vinculados à educação
Recursos vinculados à saúde
Recursos vinculados à ciência e tecnologia
Pagamento de precatórios
Vinculação constitucional da fonte 100
2.4 Legislação Básica
Constituição Federal
Constituição Estadual
Decreto-Lei nº 2.848 – Código Penal
Lei Complementar nº 101 - LRF
Lei Complementar nº 131
Lei Federal nº 4.320
Lei Federal nº 13.019
Lei nº 4.558 – LDO/2015
Lei nº 4.641 – terceira revisão do PPA
Lei nº 4.642 – LOA/2015
Lei nº 4.416 – LAI/MS
Portaria Interministerial STN/SOF nº 163
Portaria MOG nº 42
Orientações PPA-2012/2015 – UNIÃO
21
Manual técnico de MS – LOA/2015
Manual de Demonstrativos Fiscais
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público Parte I – Procedimentos
Contábeis Orçamentários
2.5 Sistema de Planejamento e Finanças – SPF
O Sistema de Planejamento e Finanças – SPF, produto da integração dos
sistemas e processos de Planejamento e Finanças do Estado, otimiza procedimentos, reduz
custos, integra e disponibiliza informações para o gestor público e para os cidadãos.
DIRETORIA GERAL DE ORÇAMENTO
3318-4045
22
3. CONTABILIDADE
(PRODUZIDO POR ORAIDE SERAFIM BAPTISTA KATAYAMA)
3.1 Programação da Contabilidade
1. DOCUMENTOS CONTÁBEIS
1. BALANCETES;
2. BALANÇOS;
3. RELATÓRIOS DE GESTÃO FISCAL E RESUMIDO DA EXECUÇÃO
ORÇAMENTÁRIA.
1. DOCUMENTOS OPERACIONAIS CONTÁBEIS DO SPF
1. Nota de Crédito (NC);
2. Pré Empenho (PE);
3. Nota de Empenho (NE);
4. Nota de Liquidação (LQ);
5. Nota de Lançamento (NL);
6. Programação de Desembolso (PD);
7. Ordem Bancária (OB);
8. Guia de Recebimento (GR);
9. Variação Patrimonial Diminutiva Prévia e Posterior (VPD)
2. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS NA EXECUÇÃO DE DESPESAS;
1. DISPONIBILIDADE ORÇAMENTÁRIA - POF;
2. SOLICITAÇÃO DA UNIDADE ADMINISTRATIVA;
3. ABERTURA DE PROCESSO;
4. AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA DESPESA QUANDO
NECESSÁRIA;
5. PRÉ-EMPENHO;
6. EMPENHO E A REALIZAÇÃO DA DESPESA;
7. LIQUIDAÇÃO DA DESPESA;
8. PROGRAMAÇÃO DE DESEMBOLSO.
DECRETO DE IMPLANTAÇÃO E NORMATIZAÇÃO DO SPF.
PORTARIA Nº 634, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2013
23
Dispõe sobre regras gerais acerca das diretrizes, normas e procedimentos
contábeis aplicáveis aos entes da Federação, com vistas à consolidação das contas
públicas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sob a mesma base
conceitual.
O SECRETÁRIO DO TESOURO NACIONAL, no uso das atribuições que lhe
confere a Portaria do Ministro de Estado da Fazenda nº 244, de 16 de julho de 2012, que
aprova o Regimento Interno da Secretaria do Tesouro Nacional, e tendo em vista o disposto
no § 2º do art. 50 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, e
Considerando o disposto no inciso I do art. 17 da Lei nº 10.180, de 6 de fevereiro
de 2001, e no inciso I do art. 6º do Decreto nº 6.976, de 7 de outubro de 2009, que conferem
à Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda a condição de órgão central do
Sistema de Contabilidade Federal;
Considerando as competências do órgão central do Sistema de Contabilidade
Federal, estabelecidas no art. 18 da Lei nº 10.180, de 2001, no art. 7º do Decreto nº 6.976,
de 2009, e nos incisos XIV, XXI, XXII e XXIII do art. 21 do Anexo I do Decreto nº 7.482, de
16 de maio de 2011;
Considerando a necessidade de elaborar o Balanço do Setor Público Nacional
previsto no inciso VII do art. 18 da Lei nº 10.180, de 2001, com base no Plano de Contas
Aplicado ao Setor Público, a ser utilizado por todos os entes da Federação, conforme o
disposto no inciso II do art. 1º da Portaria do Ministro de Estado da Fazenda nº 184, de 25
de agosto de 2008; e
Considerando a atribuição do Conselho Federal de Contabilidade de regular os
princípios contábeis e editar Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica,
conforme a Lei nº 12.249, de 11 de junho de 2010, que altera do Decreto-Lei nº 9.295, de 27
de maio de 1946, resolve:
Art. 1º As regras gerais acerca das diretrizes, normas e procedimentos contábeis
aplicáveis aos entes da Federação, com vistas à consolidação das contas públicas da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios sob a mesma base conceitual são
estabelecidas por esta Portaria.
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 2º A Secretaria do Tesouro Nacional – STN promoverá a gestão da
implantação, no âmbito da Federação, dos procedimentos contábeis das entidades do setor
público, observadas as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público –
NBCTSP emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade – CFC, por meio de normativos e
24
orientações técnicas, respeitados os aspectos formais e conceituais estabelecidos pela
legislação vigente.
Art. 3º As diretrizes, conceitos e procedimentos contábeis aplicáveis aos entes
da Federação, sem prejuízo de outros atos normativos e outras publicações de caráter
técnico, são consubstanciados nos seguintes instrumentos expedidos pela Secretaria do
Tesouro Nacional:
I - Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – MCASP;
II - Instruções de Procedimentos Contábeis – IPC;
III - Notas Técnicas.
§ 1º O MCASP, cuja edição deve ser aprovada em ato normativo específico, é
de observância obrigatória pelos entes da Federação.
§ 2º As IPC, de observância facultativa e de caráter orientador, são emitidas no
intuito de auxiliar os entes da Federação na aplicação e interpretação das diretrizes, normas
e procedimentos contábeis relativos à consolidação das contas públicas sob a mesma base
conceitual.
§ 3º Podem ser criados subgrupos de estudos de procedimentos contábeis,
coordenados pela Subsecretaria de Contabilidade Pública – SUCON/STN, cujo
funcionamento e composição serão definidos em edital, com o intuito de assegurar a
participação dos entes federativos no processo de revisão e aperfeiçoamento do MCASP e
na elaboração das IPC.
§ 4º As Notas Técnicas são emitidas para elucidar algum ato normativo ou
quando algum órgão ou entidade do setor público demandar o entendimento do órgão
central do Sistema de Contabilidade Federal no caso concreto, desde que não haja
manifestação anterior aplicável ao mesmo, ou nos casos em que a STN julgar necessário
CAPÍTULO II
DO PLANO DE CONTAS APLICADO AO SETOR PÚBLICO
Art. 4º O Plano de Contas Aplicado ao Setor Público – PCASP estabelece
conceitos básicos, regras para registro dos atos e fatos e estrutura contábil padronizada, em
conformidade com os dispositivos legais vigentes e observadas as NBC TSP.
§ 1º A estrutura do PCASP deve possibilitar sua utilização por todos os entes da
Federação, permitir a elaboração das Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público
– DCASP, bem como a geração de base de dados para a consolidação das contas públicas.
§ 2º A relação das contas, a estrutura e as regras de funcionamento do PCASP,
de observância obrigatória pelos entes da Federação, constarão do MCASP.
25
§ 3º Os planos de contas dos entes da Federação somente poderão ser
detalhados nos níveis posteriores ao nível utilizado na relação de contas do PCASP,
ressalvadas as exceções permitidas no MCASP.
§ 4º A versão atualizada da relação de contas do PCASP será disponibilizada no
sítio <www.tesouro.fazenda.gov.br>.
CAPÍTULO III
DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS APLICADAS AO SETOR PÚBLICO
Art. 5º As Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público – DCASP,
estabelecidas no MCASP de acordo com as NBC TSP, devem ser observadas
obrigatoriamente pelos entes da Federação, de modo a permitir a evidenciação e a
consolidação das contas públicas em âmbito nacional, em consonância com os
procedimentos do PCASP.
CAPÍTULO IV
DOS PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS PATRIMONIAIS
Art. 6º Os Procedimentos Contábeis Patrimoniais – PCP compreendem o
reconhecimento, a mensuração, o registro, a apuração, a avaliação e o controle do
patrimônio público.
Art. 7º As variações patrimoniais devem ser registradas pelo regime de
competência, visando garantir o reconhecimento de todos os ativos e passivos das
entidades que integram o setor público, convergir a contabilidade do setor público às NBC
TSP e ampliar a transparência das contas públicas.
Parágrafo único. Nos registros contábeis, os entes da Federação deverão
observar os seguintes aspectos:
I - reconhecimento, mensuração e evidenciação dos créditos, tributários ou não,
por competência, e a dívida ativa, incluindo os respectivos ajustes para perdas;
II - reconhecimento, mensuração e evidenciação das obrigações e provisões por
competência;
III - reconhecimento, mensuração e evidenciação dos bens móveis, imóveis e
intangíveis;
IV - registro de fenômenos econômicos, resultantes ou independentes da
execução orçamentária, tais como depreciação, amortização, exaustão;
V - reconhecimento, mensuração e evidenciação dos ativos de infraestrutura;
VI - demais aspectos patrimoniais previstos no MCASP.
26
CAPÍTULO V
DA INFORMAÇÃO DE CUSTOS
Art. 8º A informação de custos deve permitir a comparabilidade e ser estruturada
em sistema que tenha por objetivo o acompanhamento e a avaliação dos custos dos
programas e das unidades da Administração Pública, bem como o apoio aos gestores
públicos no processo decisório.
§ 1º Os entes da Federação devem implementar sistema de informações de
custos com vistas ao atendimento dos arts. 85 e 99 da Lei nº 4.320, de 17 de março de
1964, e do § 3º do art. 50 da Lei Complementar nº 101, de 2000.
§ 2º O sistema de informações de custos a ser adotado deve observar o disposto
na Resolução nº 1.366, de 25 de novembro de 2011, do Conselho Federal de Contabilidade,
que aprova a NBC T 16.11, e suas alterações posteriores.
CAPÍTULO VI
DOS PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS ORÇAMENTÁRIOS
Art. 9º Os Procedimentos Contábeis Orçamentários – PCO dizem respeito ao
registro da despesa e da receita sob o enfoque orçamentário no âmbito da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. As regras concernentes aos PCO são de observância
obrigatória e deverão constar do MCASP mediante aprovação por Portaria Conjunta da STN
e da Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
– SOF/MPOG, sem prejuízo da legislação e de outros normativos vigentes.
CAPÍTULO VII
DOS PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS
Art. 10º Os Procedimentos Contábeis Específicos – PCE são os concernentes ao
registro e evidenciação de fatos contábeis relacionados a situações que exigem tratamento
diferenciado devido à sua complexidade ou às suas peculiaridades em decorrência da
legislação aplicável.
Parágrafo único. Os PCE são de observância obrigatória pelos entes da
Federação conforme disposto no MCASP.
CAPÍTULO VIII
DOS PRAZOS
Art. 11 O Plano de Contas Aplicado ao Setor Público – PCASP e as
Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público – DCASP deverão ser adotados por
todos os entes da Federação até o término do exercício de 2014.
27
Art. 12 A consolidação nacional e por esfera de governo das contas de 2014, a
ser realizada em 2015, bem como as dos exercícios seguintes, deverão observar,
integralmente, as regras relativas ao PCASP e às DCASP, estabelecidas pelo MCASP.
Parágrafo único. A STN não dará quitação à obrigação prevista no § 1º do art. 51
da Lei Complementar nº 101, de 2000, caso as contas sejam encaminhadas em
descumprimento ao disposto no caput deste artigo.
Art. 13 Os Procedimentos Contábeis Patrimoniais – PCP, definidos no MCASP e
de observância obrigatória pelos entes da Federação, terão prazos finais de implantação
estabelecidos de forma gradual por meio de ato normativo da STN.
CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 14 A consolidação nacional e por esfera de governo das contas nos
exercícios e na forma a que se refere o art. 12 desta Portaria, bem como o Balanço do Setor
Público Nacional – BSPN serão feitos com base nos dados coletados no Sistema de
Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro – SICONFI.
Art. 15 Visando apoiar o processo de convergência às NBC TSP, bem como a
implantação do PCASP, das DCASP e dos procedimentos descritos nesta Portaria, a STN
promoverá o Seminário Brasileiro de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – SBCASP,
sem prejuízo de outras ações de capacitação junto aos entes da Federação.
Art. 16 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 17 Ficam revogados:
I - a Portaria STN nº 828, de 14 de dezembro de 2011;
II - a Portaria STN nº 231, de 29 de março de 2012;
III - os arts. 2º a 9º da Portaria STN nº 437, de 12 de julho de 2012;
IV - a Portaria STN nº 439, de 12 de julho de 2012; e
V - a Portaria STN nº 753, de 21 de dezembro de 2012.
3.2 Sistema de Planejamento e Finanças do Estado de Mato Grosso do Sul
(SPF)
Decreto nº 14.130 de 28/01/15
AUDITORIA E CONTROLE
29
4. SISTEMA DE COMPRAS/ LICITAÇÃO
(PRODUZIDO POR JOSÉ ROBERTO SCARPIN RAMOS)
4.1 História e Evolução Legal
A LICITAÇÃO foi introduzida no Brasil, quase cento e quarenta e nove anos.
Decreto nº 2.926, de 14.05.1862;
Decreto n°4.536/22 – Código de Contabilidade da União (arts. 49-53);
Decreto-Lei nº 200/67 – Reforma Administrativa (arts. 125 a 144);
Decreto-lei nº 2.300, de 21.11.86, atualizado em 1987, pelos Decretos-lei 2.348/87 e
2.360/87 que instituiu Estatuto Jurídico das Licitações e Contratos Administrativos;
Lei 8.666/93 e atualizações;
Lei 10.520/02 – Lei do Pregão.
Decreto nº 3.555/00 (Regulamentação)
Decreto nº 5.450/05 (Pregão Eletrônico)
Decreto nº 5.504/05 (Convênio)
Lei 12.232/10 (Serviços de Publicidade);
Lei Complementar 123/06.
A Constituição Federal conferiu à licitação status de princípio constitucional, de
observância obrigatória pela Administração Pública direta e indireta de todos os poderes da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
4.2 Obrigação de Licitar
Artigo 37, inciso XXI, CF:
“Art. 37.
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o
qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à
garantia do cumprimento das obrigações.”
Artigo 175, CF:
“Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime
de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.”
30
4.3 Conceito de Licitação
4.3.1 O que é Licitação Pública?
Licitação é o procedimento administrativo formal em que a Administração
Pública, mediante ato convocatório (edital ou convite), ofertando idênticas condições de
participação a todos os interessados, convoca interessados na apresentação de propostas
para o oferecimento de bens, serviços ou realização de obras.
4.3.2 Características da Licitação
Propiciar iguais condições para todos aqueles que quiserem contratar com o
Poder Público.
Atuar como fator de moralidade e eficiência nos negócios administrativos, vez
que o procedimento é público e passível de controle pela Administração, pelo Judiciário e
pelo Tribunal de Contas.
Verificar de forma técnica e legal a proposta mais vantajosa para um futuro
contrato de interesse da Administração Pública.
Efetivar-se através de uma série de atos ordenados e vinculantes para a
Administração Pública e para o administrado.
4.3.3 Obrigação de Licitar
Administração Pública Direta
União, Estados, Distrito Federal e Municípios
Poder Executivo, Legislativo e Judiciário
Fundos Especiais
Administração Pública Indireta
Autarquias
Empresas Públicas
Sociedades de Economia Mista
Fundações Públicas
Demais Entidades controladas direta ou indiretamente pelo Poder Pública
31
O QUE DEVE SER LICITADO?
Execução de Obras;
Compra de bens;
Contratação de serviços;
Locações;
Alienações;
Concessões e permissões de serviços públicos;
Concessões e permissões de uso de bens públicos;
4.4 Administração Pública X Administração
Art. 6°. Para os fins desta Lei, considera-se:
Administração Pública – a administração direta e indireta da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade
jurídica de direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas
ou mantidas.
Administração – órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a
Administração Pública opera e atua concretamente.
4.5 Princípios da Licitação
TODA LICITAÇÃO DEVERÁ SER PROCESSADA E JULGADA EM ESTRITA
CONFORMIDADE COM OS PRINCÍPIOS BÁSICOS.
Princípios são regras do sistema jurídico, a partir dos quais emanam as demais
regras, que devem estar com eles sintonizadas, conferindo um conjunto lógico, harmônico e
unitário.
Art 3º Lei 8.666)
32
LEGALIDADE
Nos procedimentos de licitação, os licitantes e a Administração Pública estão vinculados às regras estabelecidas nas normas e princípios em vigor, não podendo delas se afastar, sob pena de prática de ato inválido, suscetível de responsabilidade disciplinar, civil e criminal.
ISONOMIA Significa dar tratamento igual a todos os interessados, sendo condição indispensável para garantir a competição em todas as fases da licitação.
IMPESSOALIDADE
Na condução dos procedimentos de licitação a Administração se obriga a observar nas suas decisões critérios objetivos previamente estabelecidos, afastando a discricionariedade e o subjetivismo.
MORALIDADE E PROBIDADE ADMINISTRATIVA
A conduta dos licitantes e dos agentes públicos tem de ser, além de lícita, compatível com a moral, a ética, os bons costumes e as regras da boa administração.
PUBLICIDADE Significa que qualquer interessado deve ter acesso às licitações públicas, mediante divulgação dos atos praticados pela Administração em todas as fases do processo licitatório.
VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO
A Administração e o licitante ficam obrigados a observarem as normas e condições estabelecidas no ato convocatório, nada podendo ser criado ou feito sem que nele haja previsão.
4.6 Divulgação da Pesquisa de Preços
O TCU entende que a publicidade ou não dos orçamentos é decisão que cabe ao
gestor. Assim, no Acórdão 114/2007 está consignado:
“(..) na licitação, na modalidade Pregão, o orçamento estimativo em planilhas e preços
unitários não constitui um dos elementos obrigatórios do edital, devendo estar inserido
obrigatoriamente no bojo do processo relativo ao certame. Ficará a critério do gestor, no
caso concreto, a avaliação da oportunidade e conveniência de incluir esse orçamento no
33
edital ou de informar, no ato convocatório, a sua disponibilidade aos interessados e os
meios para obtê-lo.”
4.7 Formas da Administração Pública comprar
DISPENSADA DISPENSÁVEL INEXEGÍVEL LICITAÇÃO
MODALIDADES
é aquela cuja
realização é
afastada pela
própria lei –
alienação de
imóveis e de
móveis públicos
(incisos I e II do
art. 17 da Lei
8.666/93)
são casos
enumerados nos
incisos I a XXXII do
art. 24 da Lei 8.666/93
– É DISPENSÁVEL,
ISTO É, NÃO É
OBRIGATÓRIA, e a
Administração, se
assim lhe convier,
pode
dispensar o processo
licitatório.
é aquela em
que existe
inviabilidade de
competição,
diante de total
impossibilidade
de confronto
(art. 25 da Lei
8.666/93)
CONVITE
TOMADA DE PREÇOS
CONCORRÊNCIA
CONCURSO
LEILÃO
PREGÃO PRESENCIAL
PREGÃO ELETRÔNICO
4.8 Licitar ou Não Licitar
LICITAR É A REGRA!
Obras, Serviços, Compras, Alienações e Locações, no âmbito da
Administração Pública, serão contratados mediante Processo de Licitação Pública.
QUANDO NÃO LICITAR?
Quando existir inconveniência ou inviabilidade de competição (nos casos de
dispensa ou de inexigibilidade da licitação) previstos em lei.
4.9 Exceção a Regra de Licitar
34
4.9.1 LIMITES na Lei n° 8.666/93
Modalidades / tipo DISPENSÁVEL CONVITE TOMADA DE
PREÇOS CONCOR- RÊNCIA
Obras e Serviços de Engenharia
Até 15.000,00
Até 150.000,00
Até 1.500,000,00
Acima de 1.500.000,00
Compras e Serviços
Até 8.000,00
Até 80.000,00
Até 650.000,00
Acima de 650.000,00
Estes valores foram divulgados pela Lei 9.648, de 27.05.98
4.9.2 Contratação Direta – Art. 24
LICITAÇÃO DISPENSÁVEL – HIPÓTESES
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite
previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior (R$ 15.000,00), desde que não se refiram
a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma
natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;
CUIDADOS:
Não se pode dividir em várias partes uma obra para dispensa a licitação. Também não pode
dispensar obra idêntica, ou da mesma natureza, que se realize no mesmo local.
EXEMPLO: Pavimentar um trecho de uma avenida e um trecho da rua
paralela a essa avenida, não poderá considerar duas obras e
dividir o valor para dispensar a licitação.
§2° do art. 23 ressalva que: “na execução de obras e serviços e nas compras de bens,
parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas de obras,
35
serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preservada a modalidade
pertinente para a execução do objeto em licitação”.
NO CASO DE OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA, DEVE SER VERIFICADO:
1) O valor estimado inicial corresponde ao total do dispêndio previsto para
a execução da obra ou prestação dos serviços;
2) Os serviços ou obras que ultrapassem o exercício financeiro devem ter dotação
suficiente para a realização da execução da parte prevista do cronograma físico-
financeiro realizável no exercício;
3) Mas, o valor estimado do contrato corresponderá ao somatório do total de
desembolso previsto, inclusive nos exercícios seguintes.
MODIFICAÇÕES DO VALOR:
Se o Administrador utiliza-se do artifício de ajustar o contrato com dispensa de
licitação para depois alterá-lo, acrescendo nos limites permitidos pelo art. 65,§1°, e em
decorrência extrapola o valor do limite do inciso I do art. 24, o que pode acontecer?
SUA CONDUTA PODE SER TIPIFICADA COMO CRIME, ENSEJANDO A PUNIÇÃO SOB
ESSE ASPECTO, ALÉM DA ANULAÇÃO DO CONTRATO E RECOMPOSIÇÃO DO
ERÁRIO, CARACTERIZANDO-SE TAMBÉM PREJUÍZO.
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite
previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior (R$ 8.000,00) e para alienações, nos
casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço,
compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
Nas compras e outros serviços, o valor relativo à estimativa da despesa deve
corresponder ao seu total, durante o exercício, a fim de que o objeto da licitação não venha
a ser fracionado para fugir da modalidade superior ou enquadrar-se na hipótese de
dispensa.
É comum a pergunta: “Podemos comprar mensalmente, material de uso
contínuo, se não ultrapassarmos o limite mensal de R$ 8.000,00?
Se as despesas forem previsíveis (exemplo: gêneros alimentícios, material de
limpeza, material de expediente, medicamentos, material hospitalar e outros), ou seja, se a
Administração tiver condições de prever a quantidade do objeto a ser utilizada no exercício
36
financeiro, a realização de várias dispensas embasadas no art. 24, II, por exemplo, será
reputada ilegal, caracterizando fracionamento de despesa.
4.9.3 Contratação Direta – Licitação Dispensável
FRACIONAMENTO - é o termo empregado para designar a compra ou a
contratação de serviços parcelados, com o objetivo de fugir à modalidade de licitação
pertinente ou provocar a indébita dispensa de licitação (incisos I e II do art. 24).
PARCELAMENTO - é o nome legal utilizado para designar o dever da
Administração de dividir a contratação pretendida, com o objetivo de ampliar a competição
(§1° do art. 23). Parcelar o objeto é a regra;
As hipóteses previstas nos incisos I e II do art. 24 da Lei n° 8.666/93, dispensa a
licitação por considerar que o valor da contratação não compensa os custos, com a
formalização do processo licitatório;
CUIDADO COM O FRACIONAMENTO DE DESPESA
O fracionamento pode caracterizar crime art. 89 e 93 da Lei 8.666/93.
4.10 Os casos mais frequentes Licitação Dispensável em Razão de Situações
Excepcionais
4.10.1 Emergência ou Calamidade Pública (inciso IV do art. 24)
O Administrador pode quando ficar claramente caracterizada urgência de
atendimento a situação, em virtude da possibilidade de ocasionar prejuízo ou comprometer
a segurança das pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens públicos ou
particulares.
Para definir a possibilidade de contratar amparada neste dispositivo, deverão
estar presentes os seguintes requisitos:
Situação emergencial ou calamitosa que não esteja ocorrendo por inércia do
administrador, ou por falta de planejamento;
Extrema urgência de atendimento;
Risco de sérios danos a população ou bens.
Emergência - caracteriza-se pela urgência de atendimento de situação que
possa ocasionar prejuízos ou comprometer a incolumidade ou a segurança de pessoas,
obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, exigindo rápidas
37
providências da Administração para debelar ou minorar suas consequências lesivas à
coletividade.
EXEMPLO: inexistência de remédio suficiente para atender à população por
ocasião de uma epidemia de dengue.
Calamidade Pública – constitui uma situação de perigo e de anormalidade social
que põe em risco a segurança ou a saúde pública, bem como bens particulares, o transporte
coletivo, a habitação e o trabalho em geral.
(Exemplo: enchentes, inundações devastadoras, ciclones, secas assoladoras e
outros).
Todo cuidado deve ser tomado para que nas contratações de emergência, não
fique caracterizado que a ocorrência do fato deve-se a falta de planejamento ou da inércia
do Administrador Público, que tem o dever de agir para prevenir a ocorrência de tal situação.
Contratação dentro do prazo máximo de 180 dias consecutivos e ininterruptos,
contados da ocorrência da emergência ou calamidade.
Não é permitida a prorrogação dos contratos respectivos.
Exemplo: mesmo que o contrato tenha sido firmado por 90 dias, não pode ser
prorrogado por mais 90 dias.
4.10.2 – Não acudirem interessados à licitação anterior (inc. V do art. 24)
LICITAÇÃO DESERTA – Embora tenha cumprido com os prazos de convocação dos
possíveis interessados, mas não houve interesse dos concorrentes em participar do
certame.
REQUISITOS:
a) A ocorrência de licitação anterior;
b) Ausência de interessados;
c) Risco de prejuízo caracterizado ou demasiadamente aumentado pela demora decorrente
de processo licitatório;
d) Evitabilidade do prejuízo mediante contratação direta;
e) Manutenção das condições ofertadas no ato convocatório.
Quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente,
não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as
condições preestabelecidas;
Havendo licitação deserta, deve ser observado que:
38
• o edital consta detalhes desnecessários e que em razão dele não acudir
interessados ao certame licitatório, deve-se alterar o edital e abrir nova licitação,
com publicação do edital.
• o contrato deverá conter todas as condições ofertadas e exigidas no procedimento
licitatório frustrado;
Para abertura de processo de dispensa, a Administração deverá providenciar:
justificativa da impossibilidade de repetir a licitação sem prejuízo para a
Administração;
ato declaratório, observando ainda, no caso de efetuar processo de dispensa, que
deverão ser mantidas todas as condições preestabelecidas anteriormente;
4.10.3 Propostas com preço superior ao do mercado – inciso VII da Lei 8.666/93
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente
superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados
pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48
desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços,
por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;
4.10.4 Licitação Fracassada
Quando os licitantes participam, mas nenhum preenche os requisitos, que
podem ocorrer pela ausência de documentos ou também, a apresentação de documentos
vencidos na fase da habilitação, ou quando apresentam as propostas acima do valor
estimado pela Administração, sendo todos desclassificados.
REQUISITOS:
a) Ocorrência de licitação anterior;
b) Desclassificação (proposta de preço superior) de todos os licitantes
habilitados;
c) Representação das propostas de preços compatíveis aos praticados ao
mercado (art. 48, §3° ). Porém no caso das propostas persistirem no preço
anteriormente considerado excessivo, será então admitida a dispensa.
4.10.5 Aquisição de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou
entidade pública (inc. VIII do art. 24)
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens
produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração
39
Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta
Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
Requisitos necessários à contratação:
ser o contratante pessoa jurídica de direito público interno;
ser o contratado órgão ou entidade que faça parte integrante da Administração
Pública;
que a criação do contratado tenha se dado para atender ao objeto do contrato que
a Administração contratante pretende realizar;
que o órgão ou entidade a ser contratada tenha sido criada em data anterior à
vigência da Lei 8.666/93;
que o preço seja compatível com o praticado no mercado.
4.10.6 Compra ou locação de imóvel (Inciso X do art. 24)
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das
finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização
condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado,
segundo avaliação prévia;
A Administração tem como justificar a dispensa com base na sua necessidade:
Localização do imóvel;
Características necessárias, tornando desta forma o bem singular – não há outro
que possa atender, justificando-se viável a compra ou locação através de dispensa.
CAUTELA – O Administrador deve estar atento ainda, com relação ao valor do imóvel ou da
locação, pois tem que estar compatível com aqueles praticados pelo mercado, segundo
avaliação prévia (Comissão), e que deverá estar anexada ano processo a ser formalizado.
4.11 Os casos mais frequentes Licitação dispensável em razão do objeto
4.11.1 Compra hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis (Inciso XII
do art. 24)
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no
tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas
diretamente com base no preço do dia;
somente poderá ser efetivada durante o lapso temporal necessário para a
realização do procedimento licitatório;
concernente ao objeto, que são gêneros perecíveis;
40
o preço da compra, pois há que ser observado como parâmetro o preço do dia
praticado na praça onde a compra será feita.
NÃO EXISTE JUSTIFICATIVA PARA ADQUIRIR GÊNEROS PERECÍVEIS O ANO TODO
COM FUNDAMENTO NO DISPOSITIVO SUPRA.
4.11.2 Inexegibilidade
Com relação ao art. 25 – é considerado exemplificativo, funcionando o seu
“caput” como um coringa valendo para todas as outras situações não contempladas em
seus três incisos – DESDE QUE COMPROVADA A INVIABILIDADE DE COMPETIÇÃO
O art. 25 da Lei 8.666/93 considera a licitação inexigível quando há inviabilidade
de competição, em especial nos casos enumerados:
1) A aquisição de materiais, equipamentos e gêneros que só tem um produtor,
empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência por marca.
COMO COMPROVAR A A EXCLUSIVIDADE ?
Deverá ser feita através de atestado fornecido por órgão de registro do
comércio local (junta comercial), por sindicato, federação ou confederação patronal ou,
ainda, por entidades equivalentes.
2) Contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13, de natureza singular, com
profissionais ou empresa de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços
de publicidade e divulgação.
SERVIÇOS TÉCNICOS ESPECIALIZADOS – a classificação está relacionada
no art. 13 da Lei 8.666/93 que lista taxativamente sete tipos de “serviços”
1. Estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
2. Pareceres, perícias e avaliações em geral;
3. Assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;
4. Fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
5. Patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
6. Treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
7. Restauração de obras de arte e bens de valor histórico;
3) Contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou através de
empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica ou pela opinião Pública.
- a Administração deverá indicar o fundamento da contratação do artista: consagração
dele pela crítica especializada ou pela opinião pública;
- que sua contratação seja pautada pela impessoalidade e pela moralidade;
- que sua remuneração siga parâmetros do mercado;
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- deve ser examinado se os serviços a serem executados justificam a inexigibilidade de
licitação.
O PROCESSO ADMINISTRATIVO DE DISPENSA OU INEXIGIBILIDADE DEVERÁ TER
OS SEGUINTES DOCUMENTOS:
Abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado, numerado e
a autorização (art. 38, caput);
Perfeita indicação do objeto pretendida pela Administração;
Proposta;
Minuta do contrato a ser firmado;
Parecer técnico ou jurídico;
- justificativa da dispensa ou inexigibilidade – art. 26, caput;
- razão da escolha do fornecedor – art. 26, inciso II;
- justificativa de preço, art. 26, inciso III.
Comunicação e ratificação à autoridade superior, conforme art. 26, caput;
Exigir as certidões do INSS, do FGTS e Trabalhista;
Publicação da decisão ratificadora, art. 26, caput;
4.11.3 Da Publicidade
Como condição de eficácia, os atos enquadrados nos:
§§ 2° e 4 ° do art. 17 - concessão propriedade ou direito real de uso de Imóveis e
doação com encargo;
Incisos III a XXXI do art. 24;
Inexigibilidade (art. 25) e
Retardamento de execução prevista no final do parágrafo único do art. 8° e as
situações referidas
DEVERÃO SER COMUNICADOS DENTRO DE TRÊS DIAS A AUTORIDADE SUPERIOR
PARA RATIFICAÇÃO E PUBLICAÇÃO NA IMPRENSA OFICIAL NO PRAZO DE CINCO
DIAS, CONTADOS A PARTIR DO RECEBIMENTO.
4.11.4 Modalidades de Licitação
Modalidades contidas na Lei 8.666/03:
• CONCORRÊNCIA
• TOMADA DE PREÇOS
• CONVITE
42
• CONCURSO
• LEILÃO
• PREGÃO - Lei. Nº 10.520/02
O art. 22 da Lei 8.666/93 define as modalidades de licitação que são: em função
do valor estimado do objeto a ser contratado, observados os limites do art. 23 da Lei
8.666/93, sendo que cada modalidade possui características próprias que as distinguem
umas das outras, conforme veremos adiante.
CONVITE
Art. 22, III e §3° da Lei 8.666/93
É a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto,
cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade
administrativa ou que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e
quatro) horas da apresentação das propostas;
LIMITE VALORES
Compras e serviços até R$ 80.000,00
Obras e Serviços de Engenharia até R$ 150.000,00
FORMA DE DIVULGAÇÃO
Convidar número mínimo de 03 – disponibilizar local público
PRAZO DE DIVULGAÇÃO
05 dias úteis
Participação de interessado não convidado:
Se o interessado já possuir cadastro
Deve manifestar seu interesse em participar do certame, com 24 horas de antecedência
a data marcada para a apresentação das propostas;
Se o interessado não possui cadastro
Deve protocolar, até 24 horas antes da data marcada para a apresentação das
propostas, toda a documentação necessária ao cadastramento, em envelope lacrado, que
será aberto no momento da habilitação;
TOMADA DE PREÇOS
Art. 22, I e §2° da Lei 8.666/93;
É a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que
atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia
anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação;
LIMITE VALORES
Compras e serviços até R$ 650.000,00
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Obras e Serviços de Engenharia até R$ 1.500.000,00.
Prazos Diferenciados de Publicidade - Mínimo:
Menor Preço:
Prazo mínimo 15 dias
Técnica e Preço - Melhor Técnica
Prazo mínimo 30 dias
Diário Oficial do Estado - Jornal local - Mural
Recurso Federal – Diário Oficial da União
Os interessados deverão estar devidamente cadastrados (possuidores do CRC – Certificado
de Registro Cadastral)...
Cadastro ou Registro é uma certificação, emitida pela Administração, da habilitação jurídica,
da qualificação técnica, da qualificação econômica financeira e da regularidade fiscal da
empresa cadastrada. Essa comprovação é feita por meio de um documento, normalmente
denominado CRC – Certificado de Registro Cadastral – mencionado nos artigos 34 a 37 da
Lei n° 8.666/93
Este certificado tem validade de até 1 ano e deverá ser renovado pelo mesmo
procedimento de obtenção.
Estes cadastros são amplamente divulgados e abertos aos interessados, devendo a
Administração responsável pelo cadastro promover, no mínimo anualmente, através
de imprensa oficial e de jornal diário, o chamamento público para atualização dos
registros existentes e para o ingresso de novos interessados.
Constitui um verdadeiro banco de dados que contém todas as informações
pertinentes à habilitação dos interessados em contratar com o Poder Público. Ex.
Convite.
Visa agilizar o processamento do julgamento das licitações, através da simplificação
da análise da fase de habilitação;
Deve estar sempre atualizado e permanentemente aberto.
O cadastramento não exonera o licitante de comprovar sua habilitação específica
diante das peculiaridades da licitação a que pretende concorrer, ou seja, o CRC não
substitui toda documentação pertinente aos arts. 28 a 31 da Lei n. 8.666/93;
CONCORRÊNCIA
Art. 22, I e §1° da Lei 8.666/93;
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de
habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação
exigidos no edital para execução de seu objeto;
LIMITE VALORES
Compras e serviços acima R$ 650.000,00
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Obras e Serviços de Engenharia acima R$ 1.500.000,00.
Prazos Diferenciados de Publicidade - Mínimo:
Menor Preço:
Prazo mínimo 30 dias
Técnica e Preço - Melhor Técnica
Prazo mínimo 45 dias
Diário Oficial do Estado - Jornal grande circulação - Mural
Recurso Federal – Diário Oficial da União
Universalidade
A possibilidade de participação de quaisquer interessados na concorrência,
independentemente de registro cadastral na Administração que a realiza ou em qualquer
órgão público.
Acórdão/TCU n° 108/99 – Vedação a empresa tão somente cadastradas – observar o
disposto no art. 22,§1°, da Lei 8.666/93, o qual não prevê a distinção entre cadastrados e
não cadastrados nos registros cadastrais da administração.
Ampla Publicidade
Relaciona-se com o Princípio da Universalidade e significa que, na divulgação da abertura
da concorrência a Administração poderá usar de todos os meios de informação disponíveis
e por tantas vezes quantas julgar necessário.
Acórdão/TCU n° 682/2006 - Plenário – Dimensione os prazos entre a publicação do aviso de
edital de licitação e apresentação das propostas pelos licitantes, em função do tempo
efetivamente demandado para o exame do edital e redação das propostas por parte dos
interessados em potencial, uma vez que os prazos referenciados no art. 21, §2°,
representam prazos mínimos que não excluem a necessidade de sua ampliação se assim o
exigir a complexidade do objeto da contratação.
É a fase inicial do processo licitatório, realizada logo após a abertura do procedimento.
Habilitação Preliminar
Habilitação (art. 27 ao 31 da Lei 8.666/93)
I – Habilitação Jurídica (aptidão efetiva de exercer direitos e contrair obrigações);
II – regularidade fiscal (atendimento das exigências do Fisco);
III – qualificação técnica (conjunto de requisitos profissionais);
IV – qualificação econômica financeira (capacidade de satisfazer os encargos
econômicos decorrentes do futuro contrato), e
V – Art. 7°, XXXIII da CF/1988 e Decreto n° 4358.2002.
Julgamento por Comissão
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O Julgamento dos documentos apresentados pelos interessados far-se-á por uma
comissão de, pelo menos, três membros, dos quais dois servidores qualificados
pertencentes aos quadros permanentes do órgão/entidade licitantes.
A concorrência será utilizada, independentemente do valor, nos seguintes casos:
CONCURSO – Art. 22, inciso IV e §4° da Lei 8.666/93
“É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho
técnico, científico ou artístico, mediante instituição de prêmios ou remuneração aos
vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com
antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.”
Esta modalidade será usada para escolha de:
Trabalho Técnico
Trabalho Científico
Trabalho Artístico
Regulamento Próprio
O art. 52 estipula que o concurso deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido
pelos interessados no local indicado no aviso. O regulamento deverá indicar:
I – a qualificação exigida dos participantes;
II – as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
III – a condição de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.
Critérios de Avaliação
• Essa hipótese não é de aplicação irrestrita, pois os inciso III do art. 19 da Lei admite a alienação de bens imóveis mediante LEILÃO, porém desde que a aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento.
Compra ou Alienação de bens imóveis
• §3° do art. 23 da Lei 8.666/1993. Concessões de direito real de uso
• Lei n° 8.987/1995. Concessões de
Serviços Públicos
• Inciso I do §3° do art. 15 da Lei 8.666/93 – Ressalva-se aqui a possibilidade de utilização do pregão, conforme art.s 11 e 12 da Lei 10.520/02.
Sistema de Registro de Preços
• Alínea b do inciso I do art. 21 da Lei n° 8.666/93
Empreitada Integral
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No concurso, o fator criatividade artística tem papel preponderante, sobressaindo e
ultrapassando os limites estritos das outras modalidades licitatórias nas quais a técnica ou o
preço se impõe.
LEILÃO
Art. 22, V e §5° da Lei 8.666/93;
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens
móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou
penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem
oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação;
Destinar-se a venda de bens móveis inservíveis, produtos legalmente apreendidos,
bens dados em penhor e bens imóveis adquiridos judicialmente ou mediante dação
em pagamento. Dispensar, em regra, a habilitação (§1° do art. 32)
Apresentação de propostas verbais
O leilão pode ser realizado por leiloeiro oficial ou a servidor designado pela
Administração. Em qualquer das situações, a sua execução deverá respeitar a
forma da legislação pertinente sobre o assunto.
A profissão de leiloeiro está regulamentada no Decreto Federal n° 21.981/1932, no
art. 1° menciona que a profissão de leiloeiro será exercida mediante matrícula
concedida pelas Juntas Comerciais, do Distrito Federal, dos Estados,...
PREGÃO
Segundo Jorge Ulisses Jacoby Fernandes:
“É uma modalidade de licitação pública e pode ser conceituado como o procedimento
administrativo por meio do qual a Administração Pública, garantindo a isonomia, seleciona
fornecedor ou prestador de serviço, visando à execução de objeto comum no mercado,
permitindo aos licitantes, em sessão publica presencial ou virtual, reduzir o valor da proposta
por meio de lances verbais e sucessivos.”
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O PREGÃO PRESENCIAL E O PREGÃO
ELETRÔNICO
ASPECTO PREGÃO PRESENCIAL PREGÃO ELETRÔNICO
Sessão pública
Lances
Sessão pública com a presença dos licitantes Envio de informações à distância (via internet)
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O licitante autor da menor proposta e os demais que apresentarem preços até 10% superiores a ela estão classificados para fase de lances. Caso não haja pelo menos três licitantes que atendam essas condições, deverão ser convocados para essa fase os demais, obedecida a ordem de classificação das propostas, até o máximo de três, quaisquer que sejam os preços oferecidos por eles.
Todos os licitantes, cujas propostas não foram desclassificadas, podem oferecer lances.
Autoria dos lances
Os presentes na sessão sabem que são os autores dos lances.
É vedada a identificação dos licitantes responsáveis pelos lances.
Ordem dos lances
Os licitantes são classificados, de forma sequencial e apresentam lances verbais, a partir do autor da proposta classificada de maior preço e os demais, em ordem decrescente de valor.
Os licitantes podem oferecer lances sucessivos, independentemente da ordem de classificação.
Término da fase de lances
Ocorre quando não houver lances menores que o último ofertado.
Ocorre por decisão do pregoeiro e o sistema eletrônico encaminha aviso de fechamento iminente dos lances, após o que transcorrerá período de até trinta minutos, aleatoriamente determinado.
Habilitação A documentação de habilitação da vencedora deve ser apresentada em envelope lacrado.
Os documentos de habilitação, e quando houver necessidade de envio de anexos, devem ser apresentados via fax após solicitação do pregoeiro no sistema eletrônico.
Recursos A intenção do licitante de recorrer deve ser feita de forma verbal, no final da sessão, com registro em ata da síntese das razões.
A intenção de recorrer pode ser realizada pelo licitante, de forma imediata e motivada, em campo próprio no sistema eletrônico.
CONCEITO DO PREGÃO
Alguns aspectos importantes:
Pode ser realizado como: Pregão Presencial ou Pregão Eletrônico
Destina-se a aquisição de bens e serviços comuns;
Prazo de publicidade 08 dias úteis da publicação do aviso;
Não tem limite de valor;
Deve ter decreto municipal regulamentador;
48
Propostas escritas e lances verbais;
Fase de julgamento da proposta antecede a fase da habilitação –
Fase de habilitação apenas do vencedor;
Obs: § 1º do art. 2º da Lei Federal n. 10.520/02 permite que o pregão seja realizado por
meio da utilização de recursos de tecnologia de informação - Pregão Eletrônico –
regulamentado, no âmbito da união, através do Decreto n. 5.450/05.
QUEM CONDUZ A LICITAÇÃO
COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO
COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO
PREGOEIRO
COMISSÕES
COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO
Vedada recondução após um ano
Em número mínimo de 3, sendo 2/3 do quadro permanente
São nomeados pelo Gestor;
Responsabilidade solidária;
No caso de convite, pequenas unidades, apenas 1 servidor.
COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO
Caráter temporário;
Objeto específico.
PREGOEIRO
SERVIDOR DO ÓRGÃO OU ENTIDADE PROMOTORA DA LICITAÇÃO (Pode ser
ocupante exclusivo de cargo em comissão)
CAPACITAÇÃO ESPECÍFICA PARA ATUAR;
DESIGNAÇÃO OFICIAL DO GESTOR;
ÚNICO RESPONSÁVEL.
PESSOAL DE APOIO
4.11.5 Planejamento das compras, serviços e obras
ONDE INICIAR O PLANEJAMENTO?
Todo processo de compra, serviço ou obra que pode resultar ou não em licitação – TEM
QUE SER INICIADO DENTRO DE UM TEMPO HÁBIL – para que a execução de seu objeto
possa atender adequada e satisfatoriamente a necessidade pública que lhe deu causa.
Para isso é necessário que, periodicamente todas as unidades requisitantes EFETUEM O
PLANEJAMENTO DE SUAS ATIVIDADES.
Noções Gerais – Planejamento
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PLANO PLURIANUAL DE GOVERNO
PROGRAMA DE TRABALHO ANUAL
ORÇAMENTO PÚBLICO
EXECUTAR AS AÇÕES PROGRAMADAS
DESPESA PÚBLICA
POR ONDE COMEÇAR?
ORÇAMENTO:
Órgão Orçamentário: 05.00 – Secretaria de Educação
Unidade Orçamentária: 05.01 – Gabinete do Secretario de Educação
12.365.404 – Manutenção e Revitalização da Educação Infantil
2.019 – Manutenção da Educação Infantil :
33.90.30.00 – Material de cosumo R$ 214.000,00
- Material escolar e didático
- Material expediente
- Gêneros alimentícios e material de limpeza :
33.90.39.00 – Outros serviços de terceiros – pessoa jurídica R$ 62.000,00
- Locação máquina fotocopiadora
- Treinamento
Verificar dentro das suas atividades e de acordo com o seu orçamento, o que irá precisar
para o exercício, devendo ser por tipo de classe de material/produto e de serviço.
Combustíveis (diesel, álcool e gasolina) Material de laboratório
Óleos lubrificantes Material odontológico
Gêneros alimentícios (perecíveis) Material ambulatorial
Gêneros alimentícios ( não perecíveis) Material de construção
Merenda Escolar Material de pintura
Material de expediente (Manut. Secretarias)
Material elétrico
Material de informática Material hidráulico
Material didático (escolas/creche) Material esportivo
Material higiene, limpeza e desinfecção Pães
Medicamentos Peças para veículos e maquinários
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Material médico hospitalar Pneus, câmaras e protetores
Gás de cozinha de 13kg e 45kg Utensílios de cozinha
TIPOS DE SERVIÇOS
Locação de ônibus e/ou veículo transporte escolar
Agência de Propaganda
Locação de van para transporte de pacientes
Serviços de gráfica
Locação de software (contabilidade) Serviços funerários
Locação de prédios Serviços de borracharia
Oficinas (prestação de serviços) Serviços de lavagem dos veículos da frota
Publicidade – Atos Oficiais (jornal) Serviços de consultoria
Publicidade – Rádio Serviços de manutenção de equipamentos
Confecção de Uniformes Serviços de exame de sangue e outros
Serviços de coleta de lixo Serviços de alimentação
Serviços de limpeza de praças Serviços de hospedagem
Serviços de limpeza de ruas e logradouros Serviços de recauchutagem
Serviços de celular Serviços de Manutenção de Iluminação Pública
Serviço de locação de fotocopiadora
OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA
Reforma das escolas municipais
Reforma dos postos de saúde
Reforma das pontes
Serviço de Iluminação pública
51
Construção de Posto de Saúde
Pavimentação Asfáltica
Serviços de Drenagem e pavimentação
Reforma de Praça Pública
Implantação de Iluminação Pública
4.11.6 Fases da formalização do processo
Previsão Legal:
Artigo 38 e seguintes da Lei 8.666/93;
Artigo 3º da Lei 10.520/02
Todo processo é composto de duas etapas distintas:
Fase Interna;
Fase Externa;
Para planejar e realizar o levantamento das futuras compras temos que observar o
art. 14 da Lei 8.666/93, que define:
“Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu objeto e indicação dos
recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e
responsabilidade de quem lhe tiver dado causa”.
E ainda, no inciso I do art. 15, §7° da Lei n ° 8.666/93 veda a indicação de marca, no
momento da especificação do bem. E no inciso II, estabelece que a definição das unidades
e das quantidades serão em função do consumo e utilização prováveis.
DEFLAGRAÇÃO (SOLICITAÇÃO)
Determinada Secretaria (setor) verifica a necessidade de certo bem, de determinado
serviço, caracterizados como comum.
É a formalização do pedido feito pela unidade requisitante à autoridade competente
para decidir pela contratação, devidamente justificada.
TODAS AS SOLICITAÇÕES/REQUISIÇÕES DEVEM SER MOTIVADAS;
CADA SECRETARIO É RESPONSÁVEL SOLIDÁRIO COM O PREFEITO COM
RELAÇÃO A TODAS AS CONTRATAÇÕES EFETUADAS NO ÂMBITO DA SUA
SECRETARIA.
AS AUTORIZAÇÕES VERBAIS NÃO TÊM VALIDADE NA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA... TUDO DEVE SER FORMALIZADO (PRINCÍPIO MOTIVAÇÃO).
52
SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS DEVERÃO SER EXCEÇÃO MESMO OU SEJA
SITUAÇÕES IMPOSSÍVEIS DE SEREM PREVISTAS.
ESPECIFICAÇÃO DO OBJETO
Especificação incompleta acaba ocasionando em péssimas compras, bem como
prejudica a comissão e o pregoeiro quando do julgamento das propostas, pois fica sem
parâmetro para poder comprar produtos de melhor qualidade.
Obras/Serviços - caracterização do objeto
(Art. 7 °, §2° da Lei 8.666/93)
No caso de obras e serviços de engenharia, a solicitação deverá estar acompanhada do
projeto básico, devendo ser observado ainda:
o projeto básico deve estar aprovado pela autoridade competente;
existir orçamento detalhado em planilhas – composição de todos os seus custos
unitários;
haver previsão de recursos orçamentários – de acordo com o respectivo cronograma
de desembolso;
produto contemplado no PPA ;
exigência de licença ambiental prévia aprovada órgão competente como requisito
para licitação é essencial em face de ser elemento para perfeita definição do projeto
básico.
CARACTERIZAÇAO DO OBJETO – OBRAS/SERVIÇOS PROJETO BÁSICO
PROJETO BÁSICO – é o documento que propicia a Administração conhecimento pleno do
objeto que se quer licitar, de forma detalhada, clara e precisa. Se o projeto básico for falho
ou incompleto, a licitação estará viciada e a contratação não atenderá aos objetivos da
Administração.
DEVE POSSIBILITAR A AVALIAÇÃO DO CUSTO DA OBRA E A DEFINIÇÃO DOS
MÉTODOS E DO PRAZO DE EXECUÇÃO.
PROJETO BÁSICO COMPÕE:
Desenhos;
Memorial Descritivo:
Especificação Técnica;
Planilha de Custo;
Cronograma.
IMPORTANTE:
Pela Lei n. 8.666/93, é possível deduzir que a exigência de projeto básico refere-se apenas
à contratação de obras e serviços de engenharia. Mas este não tem sido o entendimento
53
dos tribunais, por que a lei incluiu qualquer tipo de serviço a ser prestado, sem fazer
distinção.
TERMO DE REFERÊNCIA
Art. 8°, II do Decreto n° 3.555/00
“O Termo de Referencia deve especificar o objeto a ser licitado, ainda que possa haver
alguma complementação posterior. Deve-se no mínimo definir o que a Administração
Pública necessita, o que ela pretende com a futura contratação, como deve ser executado,
prazo, entrega, deveres do contratado, do contratante, fiscalização, ..”
MODELO DE TERMO DE REFERÊNCIA
CONTEÚDO FUNDAMENTO LEGAL (PREENCHER)
1.Unidade requisitante Lei 10.520/02, art. 3º, I
2.Objeto Lei 10.520/02, art. 3º, I e II
3.Justificativa Lei 10.520/02, art. 3º, I e III
4.Condições de garantia assistência Técnica do Objeto
Lei 10.520/02, art. 3º, III
5.Valor estimado da contratação Lei 10.520/02, art. 3º, III
6. Dotação orçamentária Lei nº101/00 art. 16
7.Prazo de Entrega Art. 3º, I da Lei 10.520/02
8.Local de Entrega
9. Garantia Art. 51 da Lei 8.666/93
9.Amostras
( ) Sim ( ) Não
Art. 43,§3˚ da Lei 8.666/93
Local e data
_____________________________
Nome e nº CPF do responsável
-Órgão Requisitante-
A quem compete elaborar a solicitação e o termo de referencia?
Por que a Administração Pública tem que fazer a pesquisa de preços?
54
O gestor público tem que observar um dos princípios que norteiam a ação
administrativa que é o da economicidade, previsto no art. 70 da Constituição Federal.
IMPORTANTE: Toda contratação, não importa se será através de dispensa, inexigibilidade
ou licitação, deverá ser efetuada a análise quanto ao aspecto econômico, ou seja, tem o
dever de avaliar os preços a serem praticados com os vigentes no mercado.
Deverá ser com pelo menos 03 fornecedores do ramo pertinente, em vista de obter o
preço médio;
No formulário que encaminhar ao fornecedor deve constar a quantidade total
estimada de cada item para o período solicitado (vantagem no valor ofertado);
Pode regulamentar como será procedida a pesquisa de preços, para dar uma maior
amplitude e legalidade a forma usada.
Os cuidados que deve ser tomados quando da análise da pesquisa de preços (preenchidas
pelos fornecedores), para se obter a média:
verificar se não existe diferença de qualidade dos produtos ofertados por cada
fornecedor;
verificar se o fornecedor não alterou a descrição do produto/ embalagem.
“TODO ESTE CUIDADO É PARA PROPICIAR AO PREGOEIRO, SEGURANÇA E
CONFIABILIDADE NA HORA DE NEGOCIAR COM OS FORNECEDORES”
É importante destacar que esta fase permitirá decidir sobre:
→ a obrigatoriedade de adoção de licitação, caso positivo, qual a modalidade de
licitação que será adotada;
→ a disponibilidade orçamentária e financeira para arcar com a despesa;
→ o julgamento das propostas, pois servirá para desclassificar as propostas que dela
destoem (inexeqüível – valor muito baixo ou superfaturada – valor muito além do
preço de mercado), desde que a estimativa, esteja compatível com a realidade do
mercado (art. 43, inciso IV da Lei n° 8.666/93);
Concluído o trabalho de especificação, de quantificação e posteriormente da pesquisa de
preços, é que o gestor público terá condição de passar para a etapa de definição de qual
procedimento irá executar, ou seja:
Licitação (qual modalidade?);
Dispensa de licitação (embasada em qual inciso?); ou
Inexigibilidade.
A quem compete efetuar a pesquisa de preços?
DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA
É condição obrigatória, a indicação dos recursos orçamentários.
Obras e serviços de engenharia; art. 7º, § 2º, III
55
Compras e serviços: art.14
Anteriormente à realização da licitação ou à formalização do processo de dispensa
ou inexigibilidade que dará origem ao contrato, deve existir previsão de recursos
orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes da contratação,
sob pena de nulidade dos atos ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes
tenha dado causa.
Todos os atos (dispensa, inexigibilidade e de licitação) serão reunidos em processo
administrativo previamente instaurado nos moldes previstos no art. 38 da Lei n° 8.666/93.
No processo administrativo os documentos serão:
autuados e devidamente (numerados);
protocolo geral ou protocolado do Órgão
A autuação, o protocolo e a numeração = seriedade e a confiabilidade da atividade
administrativa.
A documentação por escrito e a organização dos documentos em um único volume
asseguram a fiscalização e o controle da legalidade do procedimento.
ANÁLISE E APROVAÇÃO JURÍDICA DO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO
As análises da minuta do instrumento convocatório e da minuta do Contrato é
requisito essencial para a validade jurídica do documento. (Parágrafo único do art. 38 da Lei
n° 8.666/93).
Temos a comentar que a Lei não obriga a aprovação das cartas-convite e do edital
(pregão), mas se formos considerar que a finalidade desta análise é a de prevenir erros e
ilegalidades, concluímos que, também devam ser devidamente analisadas.
DIVULGAÇÃO
Aprovada, pelo setor jurídico, a minuta do instrumento convocatório, elabora-se o
documento definitivo, providenciando então a numeração definitiva, o agendamento da data
para abertura, passando-se à fase de divulgação, conforme determina o art. 21 da Lei n°
8.666/93. (a ser comentado em cada tópico da modalidade).
PRAZOS DE PUBLICIDADE
MODALIDADE TIPO VEÍCULO DE DIVULGAÇÃO (IMPRENSA)
QUANDO PUBLICAR
DOU DOE JORNAL MUNICÍPIO
CONVITE Menor Preço Afixar em mural na Prefeitura
Até 5 dias úteis
TOMADA DE Menor Preço X X 15 dias
56
PREÇOS TP – Proveniente de Recurso Federal
X X X
15 dias
TP – Melhor técnica e Técnica Preço
X X 30 dias
CONCORRÊNCIA Menor Preço X X 30 dias
Concorrência - Recurso Federal
X X X 30 dias
Concorrência – MelhorTécnica, Técnica Preço e empreitada integral
X X 45 dias
PREGÃO Menor Preço X
DO
do ente (não existindo)
No jornal de circulação local
08 dias úteis
FACULTATIVO INTERNET
LEILÃO Maior Lance X X 15 dias
CONCURSO Critérios estabelecidos no Edital
X X 45 dias
DISPENSAS E INEXIGIBILIDADE
Art. 24 – Incisos III a XXIV e Art. 25
Imprensa Oficial do Município
Até 5 dias
RATIFICAÇÃO
DESPESAS DE BAIXO VALOR
Art. 16 Imprensa Oficial do Município ou MURAL
Dispensa – Inciso I e II
LEI COMPLEMENTAR N˚123/2006
Definição Legal de ME e EPP
Art. 3˚ Para efeitos da Lei Complementar consideram-se microempresas ou empresas de
pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário, devidamente
registrado no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas,
conforme o caso, desde que:
57
I – no caso de microempresa, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada,
aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$240.000,00 (duzentos e
quarenta mil reais);
II – no caso de empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela
equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$240.000,00
(duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$2.400.000,00 (dois milhões e
quatrocentos mil reais
DOS PROCEDIMENTOS DA COMISSÃODE LICITAÇÃO
ART. 43 LEI 8.666/93
Sessão Pública - a abertura dos envelopes deve ser pública, podendo a comissão
após rubrica pelos membros e para rubrica e análise dos licitantes, suspender (caso
necessário) para análise em separado.
FASE EXTERNA – DOS PROCEDIMENTOS
ABERTURA DOS ENVELOPES DE HABILITAÇÃO.
Objetivo: verificar a capacidade do licitante
Habilitação jurídica (art. 27, I e art. 28).
Habilitação técnica (art. 27, II e art. 30)
Qualificação Econômico-financeira (art. 27, III e art. 31)
Regularidade Fiscal (art. 27, IV e art. 29)
§ 1º do art. 32 prevê a possibilidade de dispensa, no todo ou em parte, nos casos de
convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão
Habilitação Jurídica
Objetivo: Impedir que seja contratados aqueles que não possuem existência jurídica
reconhecida pelo direito positivo
cédula de identidade;
registro comercial, no caso de empresa individual;
ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, e, no
caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus
administradores;
inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova
de diretoria em exercício;
decreto de autorização, quando se tratar de empresa ou sociedade estrangeira em
funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento
expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.
58
O ato constitutivo ou contrato social devem estar acompanhado de todas as alterações que
foram efetuadas.
Qualificação Técnica
Objetivo: Domínio de conhecimentos e habilidades teóricas e práticas para execução do
objeto a ser contratado.
Registro ou inscrição na entidade profissional competente;
Comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em
características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das
instalações, e do aparelhamento e do pessoal técnico adequado e disponível para a
realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos
membros da equipe que responsabiliza pelos trabalhos;
Comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e,
quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das
condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;
Prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.
A comprovação de aptidão, no caso de licitações pertinentes a obras e serviços, será
feito por atestado fornecido por pessoas jurídicas de direito público ou privado,
devidamente registrado nas entidades profissionais competentes.
Domínio de técnicas, existência de pessoal especializado, disponibilidade de
equipamentos
Capacitação técnica operacional - refere-se à estrutura que a empresa possui para
realizar o empreendimento (equipamentos, equipe técnica, conhecimento do
problema, fornecedores, etc.) e deve ser comprovada por meio da experiência da
empresa na realização de contratos de obras similares.
Capacitação técnica profissional – está relacionada ao aspecto intelectual dos
profissionais que compõem o quadro permanente da empresa, ou seja, a experiência
que esses profissionais possuem na execução anterior de empreendimentos
similares em complexidade à obra licitada.
Qualificação Econômico-financeira
Balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social
Sociedades anônimas: Lei 6.404/76:
Registrados e arquivados na Junta Comercial;
Exigências de publicidade.
Demais empresas: cópia do balanço deve ser acompanhada de cópia dos termos de
abertura e encerramento do Livro Diário registrado na Junta Comercial.
Microempresas: pode apresentar Declaração do contador, acompanhada da cópia do
59
Imposto de Renda do Último exercício social;
Empresas constituídas a menos de um ano: Balanço de abertura e Declaração do contador.
Certidão negativa de falência ou recuperação judicial expedida pelo distribuidor da sede da
pessoa jurídica ou, de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física.
Regularidade Fiscal
Inscrição em Cadastro CNPJ ou no CPF.
Inscrição em Cadastro CNPJ ou no CPF.
Prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao
domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o
objeto contratual;
Prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou
sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei .
Prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais
instituídos por lei. Art. 195, §3º da CF/88
EXAME DE CONFORMIDADE – é para avaliar se os requisitos exigidos no edital, estão
sendo atendidos pelos licitantes ou não (proposta apresentada), tais como:
PRODUTO OFERTADO ATENDE A DESCRIÇÃO FEITA NO EDITAL, SE FOR
EXIGIDA AMOSTRA, O EXAME SERÁ NESTA FASE;
PRAZO DE ENTREGA DO PRODUTO;
CONDIÇÕES DE GARANTIA, QUANDO FOR O CASO.
CONSEQÜÊNCIAS DO EXAME DE CONFORMIDADE
A PROPOSTA QUE FOR REJEITADA NO EXAME DE CONFORMIDADE, OU EM
SE TRATANDO DE ITEM DA PROPOSTA, SERÁ DESCLASSIFICADA.
A SUA PROPOSTA (PREÇO) NAO SERÁ CONSIDERADA – POIS NAO SE PODE
COMPARAR PREÇOS DE PRODUTOS DIFERENTES.
JULGAMENTO E CLASSIFICAÇÃO DA PROPOSTA
Avaliação deve ser pública?
Em conformidade com “tipo de licitação” prevista no instrumento convocatório
Rubricados pelos membros da comissão e pelos licitantes presentes (sessão
pública).
Os tipos de licitação estão divididos em quatro categorias:
MENOR PREÇO – quando o fator determinante para a escolha da proposta mais
vantajosa for o preço;
60
MELHOR TÉCNICA – quando critérios de ordem técnica sobrepesem o preço no
julgamento da proposta mais vantajosa;
TÉCNICA E PREÇO - quando o preço e fatores de natureza técnica forem
considerados na escolha da proposta mais vantajosa;
MAIOR LANCE OU OFERTA – quando o preço ou outros fatores que resultem em
benefícios forem predominantes no julgamento. Nesse caso, porém, ao invés do
menor preço, a Administração busca o preço mais elevado ou o maior benefício, que
corresponderá à proposta mais vantajosa.
HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO
No momento em que o procedimento licitatório é encaminhado à autoridade superior
para homologação e adjudicação, dá-se a oportunidade de:
aprová-lo, conferindo-se eficácia ao ato classificatório/adjudicatório;
- retornar à Comissão de Licitação para eventuais correções;
- anulá-lo, por vício insanável no procedimento;
- revogá-lo por razões de interesse público decorrente de fato superveniente
comprovado, pertinente e suficiente para justificá-lo.
4.11.7 Por onde anda o processo de compras
TRÂMITE PROCESSUAL
FA
SE
CO
MU
M
Passo Setor Ação
1 Interessado Formaliza o Pedido
2 Setor Compras Efetua a cotação de preços de, no mínimo, três empresas .
3 Setor Contabilidade Indica a Dotação Orçamentária
4 Ordenador Despesa Autoriza abertura do processo
5 Protocolo Formaliza o processo
61
COMPRA DIRETA LICITAÇÃO
FA
SE
ES
PE
CIF
ICA
6 Setor de Licitação
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Elabora o edital de licitação de acordo com projeto básico, memorial descritivo ou termo de referência elaborado pelo interessado.
TRÂMITE PROCESSUAL
FA
SE
CO
MU
M
Passo Setor Ação
1 Interessado Formaliza o Pedido
2 Setor Compras Efetua a cotação de preços de, no mínimo, três empresas .
3 Setor Contabilidade
Indica a Dotação Orçamentária
4 Ordenador Despesa
Autoriza abertura do processo
5 Protocolo Formaliza o processo
COMPRA DIRETA LICITAÇÃO
FA
SE
ES
PE
CIF
ICA
6 Setor de Licitação
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Elabora o edital de licitação de acordo com projeto básico, memorial descritivo ou termo de referência elaborado pelo interessado.
62
TRÂMITE PROCESSUAL
COMPRA DIRETA LICITAÇÃO
F A
S E
C O
M U
M
10 Setor de Compras/ Licitação Providencia o encaminhamento para emissão da
Nota de Empenho, quando for o caso também do contrato.
11 Jurídico/Gestão do Contrato Formaliza o contrato e providencia assinatura e
publicação
12 Setor de Contabilidade Emite Nota de Empenho
13 Setor de Compras Entrega Nota de Empenho ao fornecedor
14 Secretaria solicitante Recebe formalmente o material e a nota fiscal
do fornecedor/ atesta que produtos foram entregues e serviços foram prestados
15 Finanças/ Tesouraria Realiza pagamento do fornecedor, emitindo uma
Ordem Bancária, no valor da Nota Fiscal devidamente atestada.
4.11.8 Registro cadastral
REGISTRO CADASTRAL
63
arts. 34 ao 37 da Lei n. 8.666/93 .
O que é? São assentamentos que se fazem nas repartições administrativas, dos
interessados em contratar com o Poder Público segundo o ramo de suas atividades.
Existe obrigatoriedade? Sim. O art. 34 dispõe que todas as entidades e órgãos da
Administração Pública que realizem freqüentemente licitações “manterão registros
cadastrais”.
Qual é a finalidade? Cadastrar e habilitar parcialmente pessoas físicas ou jurídicas,
interessadas em participar nas licitações.
Como instituir? Deve ser instituído através de regulamento (Decreto), o qual deverá ficar
permanentemente aberto aos interessados (§1º do art. 34 da Lei n. 8.666/93).
O Ato instituidor deve estabelecer obrigatoriamente:
A documentação a ser apresentada para obter cadastro ou renovação;
O prazo que o pedido de cadastramento será analisado;
A divisão por ramos de atividades, a subdivisão em grupos de conformidade com a
capacidade técnica e econômica dos interessados;
As regras para a renovação dos cadastros;
Cadastro fique permanente aberto a qualquer interessado;
A disciplina dos Recursos Administrativos.
Publicidade: é ampla.
O chamamento deverá ser afixado no mural, publicado no jornal local de circulação no
município e também no Diário Oficial do Estado.
Organização do Registro Cadastral:
- Deve ser atualizado ao menos uma vez ao ano;
- Cabe ao cadastrado providenciar a atualização toda vez que venham a ocorrer
modificações nos assentamentos;
- O registro deve corresponder às reais necessidades da Administração e que os
dados constantes do CRC devem refletir as reais condições do cadastrado.
Quem deve apreciar o pedido, alteração ou cancelamento de inscrição no Registro
Cadastral?
Em conformidade com o art. 51 da Lei n. 8.666/93 serão processadas e julgadas por
comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2
(dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da
Administração responsáveis pela licitação.
A Comissão de Cadastramento tem as seguintes funções:
atualizar o cadastro, pelo menos uma vez por ano;
promover ampla publicidade e divulgação do cadastro;
anotar a atuação nos contratos firmados do cadastro contratado;
64
alterar, suspender ou cancelar, quando e conforme seja o caso, o registro cadastral
dos fornecedores nele inscritos;
analisar e julgar o recurso previsto no art. 109, inc. I, alínea “d”;
assessorar a comissão de licitação em questões pertinentes ao registro cadastral,
esclarecendo inclusive o conteúdo dos certificados de registro cadastral.
Da Alteração e Suspensão
- Alteração de registro - adviria, por exemplo, de mudança de contrato social de
pessoa jurídica, de modo a deslocá-la para outro grupo de classificação cadastral,
seja pela supressão ou pelo acréscimo de ramo de atividade ao objeto descrito em
seu ato constitutivo.
- Suspensão do registro – penalidade de suspensão temporária de participação em
licitação e impedimento de contratar com a
Administração, por prazo não superior a dois anos, aplicada com fulcro no art. 87, III.
- Cancelamento do registro – decorrerá da imposição da pena de declaração de
inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública, entre outras
hipóteses.
- DOCUMENTOS PARA CADASTRO
- Art. 35 – Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qualquer tempo,
o interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação das exigências do
art. 27 da Lei.
- Art. 27 – Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados,
exclusivamente, documentação relativa a:
- Habilitação jurídica (art. 28, I ao V)
Regularidade Fiscal (art. 29, I ao IV)
- Habilitação técnica (art. 30, I ao IV)
Qualificação Econômico-financeira (art. 31, I e II)
DA DOCUMENTAÇÃO – PESSOA FÍSICA
As pessoas físicas também poderão cadastrar-se como fornecedoras da Administração
Pública Municipal. Para tanto, o profissional deverá apresentar a documentação a seguir:
cédula de identidade;
prova de inscrição no Cadastro de Pessoa Física – CPF;
prova de inscrição no Cadastro de Contribuintes Estadual ou Municipal, se houver;
registro ou inscrição na entidade profissional competente, se houver;
certidão negativa de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;
inscrição como contribuinte do ISS, no caso de possuir;
65
certidão de regularidade junto à Fazenda Municipal
certidão negativa da Dívida Ativa da União – Procuradoria da Fazenda Nacional;
no caso de produtor rural, apresentar também inscrição de regularidade junto ao
INCRA.
Conclusão:
- Constitui um verdadeiro banco de dados que contém todas as informações
pertinentes à habilitação dos interessados em contratar com o Poder Público. Ex.
Convite;
- Visa agilizar o processamento do julgamento das licitações, através da simplificação
da análise da fase de habilitação;
- Deve estar sempre atualizado e permanentemente aberto;
- O cadastramento não exonera o licitante de comprovar sua habilitação específica
diante das peculiaridades da licitação a que pretende concorrer, ou seja, o CRC não
substitui toda documentação pertinente aos arts. 28 a 31 da Lei n. 8.666/93;
- A autoridade responsável pelo processamento dos pedidos de inscrição e
atualização do registro cadastral é a comissão de licitação, se a comissão específica
para essa finalidade não tiver sido criada.
66
5. SERVIÇO DA DÍVIDA/ CONTRATOS E CONVÊNIOS
(PRODUZIDO POR ELAINE LEÃO FERNANDES DOS REIS)
5.1 Relação dos contratos da dívida, objeto e legislação
CONTRATOS 0BJETO LEIS
AUTORIZATIVAS
INTRALIMITE
LEI 9496/97 - NORMAL E
RESÍDUO
Refinanciamento Geral da Dívida
Interna-Parte da div.interna originária
de ARO contraída junto a bancos
privados e assumidos pela CEF com
base no voto CMN 162/95, da
Div.Interna contraída diretamente com
a CEF ao amparo do Voto 162/95, da
div. mobiliária e da div.contraída pela
ENERSUL/SANESUL junto ao
Bamerindus. O Resíduo é
Refinanciamento excedente ao limite
de pagamento da RLR .
LEIS ESTADUAIS N.º
1.708/96, N.º 1.736/97
E LEI FEDERAL
9496/97
LEI 8727/93 - CDHU
VINCENDA
Refinanciamento da Div.da CDHU
vencida até 30/06/1993 e vincenda
após 30/06/1993 contraída com a CEF
LEI ESTADUAL N.º
1.402/93 E LEI
FEDERAL N.º
8.727/93
LEI 8727/93 - PREVISUL
VINCENDA
Refinanciamento Dívida do Instituto de
Previdência Social de Mato Grosso do
Sul - PREVISUL - Vincenda após
30/06/93 - Contraída com A CEF
LEI ESTADUAL N.º
1.402/93 E LEI
FEDERAL N.º
8.727/93
67
EXTRALIMITE
FONPLATA
BR05/01
Rodovia Antonio João/Bela
Vista/Porto Murtinho
LEI ESTADUAL N.º 1.481/94 E LEI N.º
1.626/95
FONPLATA
BR09/06
Melhoria da Infra-estrutura viária
da Região Sul-Fronteira
LEI ESTADUAL N.º 2.920/04
BID - PNAFE Modernização da Secretaria de
Fazenda
LEI ESTADUAL N.º 1.729/96
BNDES - PMAE Modernização da Administração
das Receitas e da Gestão Fiscal,
Financeira e Patrimonial das
Administrações Estaduais
LEI ESTADUAL N.º 3.393/07
BNDES
ESTADOS
Modernização da Administração
das Receitas e da Gestão Fiscal,
Financeira e Patrimonial das
Administrações Estaduais
LEI ESTADUAL N.º 3.393/07
BNDES -
SIGA/MS
Implantação do Sistema Integrado
de Gestão Ambiental do Estado
de Mato Grosso do Sul SIGA/MS,
NO ÂMBITO DO Programa de
Modernização da Administração
das Receitas e da Gestão Fiscal,
Financeira e Patrimonial das
Administrações Estaduais.
LEI ESTADUAL N.º 3.711/09
BNDES -
PROINVEST
Execução de ações de Programa
de Apoio ao Desenvolvimento
regional constante do Plano
Plurianual (PPA) e Lei
Orçamentária do MS
LEI ESTADUAL N.º 4.243/2012
BNDES
ESTADOS
MODAL
RODOVIÁRIO
Execução de ações de Programa
de Apoio ao Desenvolvimento
regional constante do Plano
Plurianual (PPA) e Lei
Orçamentária do MS, no âmbito
da linha de Financiamento
Logístico Modal Rodoviário
LEI ESTADUAL N.º 4.243/2012
68
EXTRALIMITE
BIRD - PDE
Modernização da Administração das
Receitas e da Gestão Fiscal, Financeira e
Patrimonial das Administrações Estaduais
LEI ESTADUAL N.º
3.393/07
BID - PROFISCO
Modernização da Administração das
Receitas e da Gestão Fiscal, Financeira e
Patrimonial das Administrações Estaduais
LEI ESTADUAL N.º
3.393/07
PARCELAMENTO DO
INSS LEI 11.941/09
Parcelamento de Débitos administrados
pela RF e PGFN, inclusive saldos de REFIS
LEI ESTADUAL N.°
3.816/09
PARCELAMENTO
PASEP MP 574/2012
Parcelamento de diferença de PASEP 2008
a 11/2011 por força de fiscalização da
Secretaria da Receita Federal
Lei Estadual 4.283/2012
5.2 Estoque da dívida em 31/12/2014
INTRA LIMITE 6.090.201.231,71 74,7%
LEI 9496/97 - NORMAL E RESÍDUO 5.917.573.434,90 72,6%
LEI 8727/93 - PREVISUL VINCENDA 84.479.344,69 1,0%
LEI 8727/93 - CDHU VINCENDA 88.148.452,12 1,1%
EXTRA LIMITE 2.065.613.447,67 25,3%
FONPLATA BR05/01 15.178.285,84 0,2%
FONPLATA BR09/06 57.019.760,05 0,7%
BID - PNAFE 11.047.138,10 0,1%
BNDES - PMAE 3.792.675,97 0,0%
69
BNDES - ESTADOS 54.993.867,81 0,7%
BNDES - SIGA/MS 7.788.919,28 0,1%
BNDES - PROINVEST 345.697.999,99 4,2%
BNDES ESTADOS MODAL
RODOVIÁRIO 665.100.000,00 8,2%
BIRD - PDE 787.275.999,03 9,7%
BID - PROFISCO 23.594.996,28 0,3%
PARCELAMENTO DO INSS LEI
11.941/09 18.094.254,53 0,2%
PARCELAMENTO PASEP MP 574/2012 76.029.550,79 0,9%
TOTAL GERAL 8.155.814.679,38 100,0%
Mato Grosso do Sul dedica 15% de sua Receita Liquida para pagamento de
juros, encargos e amortização da dívida refinanciada com a União, chamados de
pagamentos da divida intralimite.
Os pagamentos atuais cobrem as prestações da Price da Lei 9496 normal e
amortizam parte do resíduo.
A STN prevê que o resíduo seja quitado em 2020. A partir de então os
pagamentos deixam de obedecer ao limite de comprometimento e passam a ser pagos pela
prestação Price.
Esta diferença representa uma média de R$ 48 milhões mês.
5.3 Serviço da dívida de MS – Previsão 2015
INTRA LIMITE 1.010.397.731,93 87,6%
LEI 9496/97 - NORMAL E RESÍDUO 948.616.550,74 82,2%
LEI 8727/93 - PREVISUL VINCENDA 30.253.664,16 2,6%
LEI 8727/93 - CDHU VINCENDA 31.527.517,03 2,7%
EXTRA LIMITE 143.629.900,40 12,4%
FONPLATA BR05/01 7.370.740,99 0,6%
70
FONPLATA BR09/06 7.764.498,40 0,7%
BID - PNAFE 5.284.740,08 0,5%
BNDES - PMAE 2.745.114,96 0,2%
BNDES - ESTADOS 13.462.987,22 1,2%
BNDES - SIGA/MS 3.468.561,10 0,3%
BNDES - PROINVEST 42.705.132,64 3,7%
BNDES ESTADOS MODAL RODOVIÁRIO 43.180.126,24 3,7%
BIRD - PDE 6.576.168,24 0,6%
BID - PROFISCO 1.974.855,77 0,2%
PARCELAMENTO DO INSS LEI 11.941/09 2.857.711,84 0,2%
PARCELAMENTO PASEP MP 574/2012 6.239.262,92 0,5%
TOTAL GERAL 1.154.027.632,33 100,0%
74
1.1 Regularidade quanto a Tributos e Contribuições Federais e à Dívida Ativa da União
PGFN/RFB
• Emissão de Certidão Negativa Conjunta da Receita Federal e Procuradoria da
Fazenda Nacional – (Validade de 180 dias)
Base Legal: Art. 25, § 1º, inciso IV, alínea “a” da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de
2000, e art. 27, inciso IV, art. 29 e art. 116 da Lei º 8666, de 21 de junho de 1993.
Legislação que regulamenta a apresentação da DCTF
IN RFB nº 1110, de 24/12/10, com as alterações da IN 1478, de 07/07/2014 - Art. 2º - Item II
RESTRIÇÕES MAIS FREQUENTES:
Não entrega da DCTF dentro do Prazo;
Multas por entrega de Obrigação Acessória fora do Prazo;
Apresentação de Obrigação Acessória com divergência;
Recolhimento de Tributos Federais fora do prazo;
Diferença de Tributo recolhido a menor.
1.2 Regularidade quanto a Contribuições Previdenciárias
• Emissão de Certidão Negativa Débitos Previdenciária – (Validade de 180 dias)
Base Legal: Art. 195, § 3º da Constituição Federal, e art. 25, § 1º, inciso IV, alínea “a” da Lei
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000,1993.
RESTRIÇÕES MAIS FREQUENTES:
Não entrega da GFIP;
Divergência entre a Gfip enviada e o valor recolhido;
Recolhimento de INSS, fora do prazo;
Recolhimento de INSS com código incorreto;
Matrícula C E I
1.3 Regularidade quanto às Contribuições para o FGTS
• Emissão de Certidão Negativa do FGTS – CRF (Validade de 30 dias)
Base Legal: Arts. 29, inciso IV, e 116 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e art. 25,
inciso IV da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.
A atualização das certidões tem ocorrido de forma automática;
A restrição será apontada automaticamente com inclusão da UG no CAUC;
RESTRIÇÕES MAIS FREQUENTES:
Não recolhimento de tributos;
Não entrega de declarações – GFIP;
Divergência Cadastral .
75
1.4 Regularidade em relação à Adimplência Financeira em Empréstimos e
Financiamentos concedidos pela União
Base Legal: Art. 25, § 1º, inciso IV, alínea “a” da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de
2000
O Estado tem a obrigatoriedade de cumprir os 15% da Receita Liquida Real;
O não cumprimento ocasiona inclusão pela Secretaria do Tesouro Nacional-STN no
CAUC;
Bloqueio de todas as contas de Receita do Estado;
A contratação, acompanhamento, atualização e pagamento das operações de
crédito firmadas pelo Estado de MS são de responsabilidade da Coordenadoria de
Controle de Contratos e Convênios.
1.5 Regularidade perante o Poder Público Federal
•CADIN – Cadastro Informativo de créditos não quitados do setor público federal.
Base Legal: Art. 6º da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002.
• Geralmente quem faz a inclusão do CNPJ da UG:
Empresa de Correios e Telégrafos;
Petrobras;
Órgãos Públicos Federais;
Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.
II – Adimplemento nas Prestações de Contas dos Convênios
Verificação da regularidade na prestação de contas por mediante consulta ao
subsistema TRANSFERÊNCIAS do Sistema de Administração Financeira do
Governo Federal - SIAFI, para os convênios firmados sob a égide da Instrução
Normativa STN nº 1, de 15 de janeiro de 1997, ou ao SICONV, para aqueles
firmados sob a égide da Portaria Interministerial nº 127, de 29 de maio de 2008, ou
por suas alterações.
Base Legal: Art. 25, § 1º, inciso IV, alínea “a” da Lei Complementar nº 101, de 4 de
maio de 2000.
III - Obrigações de Transferência
3.1 Publicação do Relatório de Gestão Fiscal – RGF
Publicação em até 30 dias após o encerramento de cada quadrimestre ou semestre.
Base Legal: Arts. 54, 55 e 63, inciso II, alínea “b” da Lei Complementar nº 101, de 4
de maio de 2000.
3.2 Publicação do Relatório Resumido da Execução Orçamentária – RREO
Publicação em até 30 dias após o encerramento de cada bimestre.
Base Legal: Arts. 52 e 53 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.
76
3.3 Encaminhamento das Contas Anuais (Demonstrativos Contábeis citados na Lei n°
4.320/1964)
Verificação do encaminhamento da contas anuais para a consolidação das contas
dos Entes da Federação relativas ao exercício anterior.
Base Legal: Art. 51 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.
IV - Adimplemento de Obrigações Constitucionais e Legais
4.1 - Exercício da Plena Competência Tributária
Constitui-se no cumprimento da obrigação de instituir, prever e arrecadar os impostos de
competência constitucional do Ente Federativo a que se vincula o Convenente e Contratado.
Base Legal: Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, parágrafo único do art. 11.
4.2 - Aplicação Mínima de Recursos na Área da Educação
Constitui-se na aplicação anual, na manutenção e desenvolvimento do ensino, do percentual
mínimo de vinte e cinco por cento da receita resultante de impostos, compreendida a
proveniente de transferências.
Base Legal: Art. 212 da Constituição Federal e no art. 25, § 1º, inciso IV, alínea “b” da Lei
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.
4.3 - Aplicação Mínima de Recursos na Área da Saúde
Constitui-se na aplicação anual, em ações e serviços públicos de saúde, dos percentuais
mínimos da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências.
Base Legal: Art. 198, § 2º da Constituição Federal, no art. 77 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, e no art. 25, § 1º, inciso IV, alínea “b” da Lei Complementar nº
101, de 4 de maio de 2000. Arts. 6, 7 e 8 da Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de
2012.
4.4 - Regularidade Previdenciária
Constituída pela observância dos critérios e das regras gerais para a organização e o
funcionamento dos regimes próprios de previdência social dos servidores públicos, cujo
Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP) é emitido pela Secretaria de Políticas de
Previdência Social (SPPS) do Ministério da Previdência Social (MPS).
Base Legal: Art. 7º da Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998, e no Decreto nº 3.788, de
11 de abril de 2001.
5.7 TRANSFERÊNCIA VOLUNTÁRIA
Transferências voluntárias são os recursos financeiros repassados pela União aos
Estados, Distrito Federal e Municípios em decorrência da celebração de convênios, acordos,
ajustes ou outros instrumentos similares cuja finalidade é a realização de obras e/ou
serviços de interesse comum e coincidente às três esferas do Governo.
Conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal entende-se por transferência voluntária "a
entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de
77
cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação
constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde."
As informações sobre Transferências Voluntárias obtidas no Sistema Integrado de
Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) são o resultado da subtração das
transferências constitucionais e legais (FPE, FPM, FUNDEF, ITR, IOF-ouro, FPEX, Lei
Complementar 87/96, Cota-parte do Salário-Educação, Compensações Financeiras e
Despesas com Pessoal) do valor global das transferências.
5.8 BASE LEGAL
As legislações que referendam os convênios são:
Federal:
Instrução Normativa 01/97, da STN, atualizada até 03/04/08;
Decreto n° 6.170/07 e suas alterações;
Portaria Interministerial MP/MF/CGU n° 507/2011, e suas as alterações;
Lei nº 8.666/93 e
Lei Responsabilidade Fiscal 101/2000
Lei nº 13.080, de 2 de janeiro de 2015
Estadual
Decreto nº 11.261, de 16 de junho de 2003 e suas alterações.
Resolução/SEFAZ nº 2.093, de 24 de outubro de 2007
Resolução/SEFAZ nº 2.052, de 19 de abril de 2007
Lei n° 4642, de 26 de dezembro de 2014
79
6. RECURSOS HUMANOS – GESTÃO DE PESSOAL E FOLHA DE
PAGAMENTO
(PRODUZIDO POR MARIA LUCÉLIA PEREIRA LIMA)
“Os Servidores Públicos são homens e mulheres, pessoas que dedicam seu tempo,
conhecimento e experiências dia a dia no labor de suas atribuições, quando valorizados e
respeitados terão maior dedicação e comprometimento em servir a sociedade.”
6.1 Conceitos
Recursos Humanos
É a técnica e os mecanismos que o profissional utiliza.
Gestão de Pessoas
É uma associação de habilidades e métodos, políticas, técnicas e práticas
definidas, com o objetivo de administrar os comportamentos internos e potencializar o
capital humano nas organizações.
Gestão humanizada
Substituição da tradicional chefia burocrática para um gestor líder, aplicando a
decisão compartilhada, o trabalho em equipe, a liberdade de expressão e de criatividade e a
delegação de responsabilidades.
6.2 Orientações sobre deveres, direitos e vantagens, com base na legislação vigente
do regime jurídico.
Regime Jurídico
É o conjunto de direitos, deveres, proibições e responsabilidades estabelecidas
com base nos princípios constitucionais pertinentes e nos preceitos legais e regulamentares
que regem as relações entre o Estado e seus servidores.
• ESTATUTÁRIO
• CELETISTA
6.3 Formas de provimento de cargo público
80
Nomeação
Caráter efetivo: concurso público/Posse (30dias prorrogado por mais
30dias)/Exercício (30dias).
Em comissão: cargo de confiança (Posse/exercício imediato).
Promoção
É a passagem do servidor de uma posição no cargo para outra imediatamente
superior dentro da mesma carreira ou categoria funcional pelos critérios de antiguidade ou
merecimento.
Readaptação
Investidura em cargo compatível com a capacidade física ou mental do servidor,
verificada em inspeção médica oficial, em cargo de carreira de atribuições afins.
Reversão
É o retorno à atividade do servidor aposentado por invalidez quando, por junta
médica oficial, forem declarados insubsistentes os motivos determinantes da aposentadoria.
Aproveitamento
É o reingresso no serviço do servidor em disponibilidade.
Reintegração
É a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, às vezes
com ressarcimento de todos os direitos e vantagens.
Recondução
É o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, quando
declarado a vacância.
6.4 Estágio probatório/estabilidade
É o período de avaliação do servidor nomeado através de concurso público, pelo
período de três anos, a contar da sua entrada em exercício.
Quando aprovado na avaliação passa à condição de estável e quando não
aprovado será exonerado e quando estável no serviço público e ocupante de cargo
efetivo em órgão ou entidade do Poder Executivo, será reconduzido ao cargo
anteriormente ocupado.
81
6.5 Do vencimento e remuneração
Vencimento
É a retribuição pecuniária pelo efetivo exercício de cargo público, conforme
símbolos, padrões e referências fixadas em lei.
Remuneração
É o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens permanentes e
temporárias, estabelecidas em lei.
Subsídio
É a parcela única sobre a qual é vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória.
Salário-família
É o benefício pago ao trabalhador com salário mensal de até um salário mínimo,
para auxiliar no sustento dos filhos de até 14 anos de idade ou inválidos de qualquer idade.
Promoção
É a passagem do servidor de uma posição no cargo para outra imediatamente
superior dentro da mesma carreira ou categoria funcional pelos critérios de antiguidade ou
merecimento.
Progressão Funcional
Consiste na movimentação do servidor remunerado por subsídio, do nível que se
encontra para outro imediatamente superior, dentro da respectiva classe obedecido o critério
de antiguidade.
6.6 Das gratificações e adicionais
Além do vencimento, poderão ser atribuídas ao servidor:
gratificação natalina;
adicional por tempo de serviço;
adicional de férias;
adicional de insalubridade e periculosidade;
adicional de plantão de serviço;
adicional de função;
82
adicional de capacitação;
Outras vantagens inerentes ou não ao cargo.
6.7 Da movimentação
Remoção
É o deslocamento do servidor a pedido ou de ofício, com preenchimento de quadro
de lotação com ou sem mudança de sede.
Remanejamento
É a passagem do servidor de uma unidade para outra dentro da estrutura de um
mesmo órgão ou entidade, com ou sem mudança da sede, sem alteração no Quadro de
Pessoal.
Redistribuição
É a movimentação do servidor com o respectivo cargo ou emprego público para
quadro de pessoal de outro órgão ou entidade, para fim de ajustamento da lotação às
necessidades do serviço ou em virtude de criação ou extinção de unidade de órgão ou de
entidade.
6.8 Das férias
Gozo
Após cada período de doze meses de exercício, o servidor terá direito a férias, que
podem ser acumuladas somente até dois períodos, por comprovada necessidade de
serviço.
Parcelamento
Ter período aquisitivo completo; Interesse do servidor (requerimento); Interesse da
Administração Pública, mediante autorização do Titular do órgão ou entidade; Estar em
exercício em órgão ou entidade do Poder Executivo.
O valor do adicional de férias será pago integralmente ao servidor quando ele
usufruir a primeira etapa das férias parceladas.
6.9 Dos deveres
83
São os estabelecidos no art. 218 da Lei n. 1.102, de 10 de outubro de 1990:
Ser assíduo e pontual;
Cumprir às ordens superiores, representando quando forem manifestamente
ilegais;
Desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for incumbido;
Guardar sigilo sobre os assuntos da repartição e, especialmente, sobre
despachos, decisões ou providências;
Representar aos superiores hierárquicos sobre as irregularidades de que tiver
conhecimento em razão do exercício do cargo ou função;
Tratar com urbanidade os companheiros de serviço e as partes;
Providenciar para que esteja sempre atualizada no assentamento individual, a
sua declaração de família;
Zelar pela economia do material do Estado e pela conservação do que for
confiado à sua guarda ou utilização;
Apresentar-se convenientemente trajado em serviço ou com uniforme
determinado, quando for o caso;
Atender prontamente, com preferência sobre qualquer outro serviço, as
requisições de papéis, documentos, informações ou providências que lhe
forem feitas pelas autoridades judiciárias ou administrativas, para a defesa do
Estado, em juízo;
Cooperar e manter espírito de solidariedade com os companheiros de
trabalho;
Estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, instruções e ordens de
serviço que digam respeito às suas funções;
Proceder na vida pública e privada na forma que dignifique o cargo ou a
função que exerce.
6.10 Da aposentadoria
Tipos de Aposentadoria:
Por invalidez;
Voluntária por tempo de contribuição;
Voluntária por idade;
Compulsória por idade;
Reserva Remunerada;
Reforma.
84
6.11 Da vacância
A vacância do cargo público decorrerá:
• exoneração a pedido ou de ofício;
• demissão;
• readaptação;
• aposentadoria;
• falecimento;
• posse em outro cargo inacumulável.
Será concedido ao segurado ativo que tenha completado as exigências para
aposentadoria voluntária estabelecida nos art. 41 e 71 (Lei n. 3.150/2005), que opte por
permanecer em atividade, e será equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até
completar as exigências para aposentadoria compulsória.
“O respeito e reconhecimento à pessoa humana desempenhando o papel de Servidor
Público resgata a paixão e compromisso em servir melhor a sociedade.”
85
7. SISTEMAS RACIONALIZAÇÃO E MONITORAMENTO DE GASTOS
(PRODUZIDO POR JACINTO ANTUNES DE SOUZA)
INTRODUÇÃO
A gestão dos sistemas de racionalização e monitoramento de gastos, conduzida
pelas equipes da Diretoria Geral de Administração da Secretaria de Estado de Administração e
Desburocratização, objetiva em primeiro lugar, contribuir com a boa gestão dos órgãos e
entidades do Poder Executivo, compreende a administração de sete (7) sistemas informatizados,
sendo cinco (5) pela Coordenadoria de Monitoramento de Gastos - CMG e dois (2) pela
Coordenadoria de Gestão de Transporte – CGT. Essas modernas ferramentas de trabalho, em
franca expansão na administração pública e, basicamente, no nosso caso são demandadas
pelos órgãos do Poder Executivo para agilizar o atendimento, facilitar a gestão e o controle de
importantes itens do custeio, como: água, combustível, diárias, energia elétrica, manutenção e
conservação de veículos, passagens, telefonia, vale-transporte.
Os sistemas são desenvolvidos e mantidos pelas equipes da Unidade Gestora de
Sistemas Departamentais – UGSD, da Superintendência de Gestão da Informação –
SGI/SEFAZ.
Como benefício direto do desempenho dos sistemas, podemos destacar a agilidade
e segurança na tramitação das informações, melhor controle do consumo e procedimentos,
redução do gasto com papel, redução do deslocamento de pessoas e de veículos, entre outros.
Na condução de cada Sistema de Racionalização e Monitoramento é necessário,
além de uma coordenação, uma Equipe Operacional descentralizada, formada por
representantes dos órgãos, tendo o bom desempenho do sistema na dependência direta do
empenho de cada representante.
SISTEMAS DE RACIONALIZAÇÃO EMONITORAMENTO DE GASTOS DE GASTOS
- GCP - Sistema Gestor de Contas Públicas – Sistema corporativo via Web, desenvolvido
pela SGI/SEFAZ, utilizado para o monitoramento do consumo e valor gasto com água,
energia elétrica e telefonia, de todas as instalações vinculadas aos órgãos do Poder
Executivo, em todo o Estado. Sistema oficializado através do Decreto n. 12.664, de
03/12/2008, operacionalizado nos órgãos por Operadores indicados pelos gestores dos
órgãos e habilitados pela CMG/SAD.
Resultado do Desempenho do Sistema - A operacionalização do GCP possibilitou: a
alocação de mais de 13.500 matrículas, melhoria na organização e controle das faturas
encaminhadas mensalmente pelas Concessionárias. O sistema disponibiliza: tabelas,
86
gráficos, série histórica, além do recurso, de comparação do consumo ou do valor gasto,
realizados em diferentes períodos do ano. Possibilita também, que os descontroles sejam
detectados e os órgãos responsáveis notificados, para que as providências sejam tomadas.
Dificuldades Operacionais – Falta de maior comprometimento dos Operadores com a
operacionalização do sistema e dos Gestores dos Órgãos, com o aproveitamento das
informações disponibilizadas pelo mesmo.
- SGDEF - Sistema Gestor de Diárias Estaduais e Federais – Sistema corporativo via
Web, desenvolvido pela SGI/SEFAZ, operado diretamente pelos órgãos do Poder Executivo,
facilitando a gestão do referido recurso no dia a dia, dando agilidade, maior controle e
transparência.
O sistema de diárias atual, foi oficializado pelo Decreto n. 13.329, de 22 de
dezembro de 2011, entrou em operação no dia 02/01/2012. O SGDEF é interligado ao
Sistema de Planejamento e Finanças – SPF/SEFAZ, veio superar limitações do sistema
anterior, principalmente com relação a segurança e possibilidades de atualizações das
chamadas regras de negócio. O SGDEF contempla os quatro tipos de diárias praticados
pelo Estado: diárias de natureza estadual, diárias de natureza especial, diárias para o
exterior e diárias de natureza federal. O SGDEF possibilita o pagamento de diárias para
não servidores, prepostos do Estado e, diárias custeadas com recursos federais de
convênios, mediante Decreto do Governador do Estado.
O sistema de diárias é operacionalizado por diferentes “atores”, designado pela
gestão do respectivo órgão, para suas diferentes estruturas, que basicamente, são:
Solicitante de Diárias, Gestor (que aprova a solicitação da diária), Ordenador (que autoriza o
pagamento da diária) e Financeiro (que providencia junto a instituição bancária o
pagamento). Quando tratar-se de diária de convênio, ainda temos o Coordenador do
Convênio, também como um ator habilitado.
O sistema de diárias controla a quantidade de diárias solicitadas por servidor,
dentro dos limites estabelecidos, a saber: dez (10) diárias de Natureza Estadual e de
Natureza Especial e quinze (15) diárias de Natureza Federal.
As operações realizadas no Sistema de Diárias poderão ser acompanhadas
integralmente pela Auditoria Geral do Estado – AGE, facilitando assim as verificações do
interesse. Além disso, a cada quinze (15) dias, aproximadamente, as diárias pagas são
publicadas no Diário Oficial do Estado e postadas no Portal Transparência.
87
Resultado do Desempenho do Sistema – Objetivando dar uma ideia do desempenho do
sistema SGDEF, no período de 2012 a 2014, foram viabilizadas, aproximadamente, 500.000
diárias.
Dificuldades Operacionais - Na condução do sistema de diárias as dificuldades maiores
são: rotatividade de pessoal treinado, falta de maior conhecimento da legislação pelos
“atores” e mudanças das regras de negócio, particularidades de alguns órgãos.
- SGPAR - Sistema Gestor de Passagens Aéreas e Rodoviárias – Sistema corporativo
via Web, desenvolvido pela SGI/SEFAZ, oficializado pela Resolução SAD n. 17, de 13 de
agosto de 2010, que oferece suporte as requisições de passagens aéreas e rodoviárias,
demandadas pelos órgãos do Poder Executivo. O Sistema de Passagens é interligado ao
Sistema de Planejamento e Finanças - SPF/SEFAZ e conta com o serviço de Agência de
Passagem contratada para, basicamente, cotação e emissão de passagens.
Através do SGPAR às passagens aéreas são providenciadas e disponibilizadas
aos beneficiários através da Central de Passagem. A Central de Passagem trata-se de uma
equipe interna desta Coordenadoria, composta por representantes do Estado e da Agência
de Passagens, responsável pelo atendimento da demanda dos órgãos do Poder Executivo.
Com relação às passagens rodoviárias o atendimento é realizado pela Agência de
Passagem diretamente ao órgão requerente, por meio do Sistema de Passagens.
Para a emissão de uma passagem aérea o SGPAR conta com a participação de
quatro “atores”: o órgão solicitante, a agência de passagem, a Governadoria e a CMG/SAD.
Para os atendimentos, eventuais, em horários fora do expediente do Estado, contamos com
o atendimento de plantão, disponibilizados pela Agência de Passagem.
O SGPAR disponibiliza acesso a Auditoria Geral do Estado – AGE para as
verificações e acompanhamentos pertinentes. O SGPAR disponibiliza, mensalmente,
relatório para publicação no Diário Oficial do Estado das passagens aéreas fornecidas pelo
Estado de todos os dos beneficiários.
Assim como os outros sistemas, o SGPAR conta com uma grande equipe,
constituída pelos representantes habilitados em cada órgão, denominados Solicitantes, sob
a coordenação da Secretaria de Estado de Administração.
Resultado do Desempenho do Sistema - O sistema SGPAR permitiu uma maior
racionalização dos gastos com a logística adotada, eliminando a tramitação de papel e
deslocamento de pessoas e veículos, além da redução direta dos gastos nas aquisições de
passagens. Segundo levantamentos realizados pela SGI/SEFAZ a redução dos gastos, é da
ordem de 25% (vinte e cinco por cento) ao ano. Para que se tenha uma noção, no período
88
de 2011 a 2014, foram adquiridas aproximadamente 25.000 passagens aéreas e mais de
100.000 passagens rodoviárias.
Dificuldades Operacionais - As principais dificuldades são: as mudanças das regras de
negócio praticadas pelas Companhias Aéreas e pelos processos licitatórios, solicitação de
aquisição de passagens se o prévio empenho, a rotatividade do pessoal treinado e a
demandas de passagens que envolvem excessos de bagagens.
- SIGTRANSP - Sistema Gestor do Transporte do Servidor Público - Sistema
corporativo via Web, desenvolvido pela SGI/SEFAZ, oficializado pelo Decreto n.14.032, de
12 de agosto de 2014 e pela Resolução SAD n. 44, de 29 de setembro de 2014. Encontra-
se em operação e em fase final de desenvolvimento e de implantação. Visa a melhoria da
gestão dos benefícios Vale-Transporte, Auxílio-Transporte e Transporte Especial,
disponibilizado aos servidores do poder Executivo, em todas as localidades do Estado que
contam com transporte público urbano e interurbano . Os arquivos gerados pelo
SIGTRANSP alimentam diretamente a Folha de Pagamento do Estado, além de
disponibilizar na página da SAD a Consulta Pública com o nome dos beneficiários e outras
informações, objetivando promover a transparência determinada pelo referido Decreto.
Para a emissão de uma passagem aérea o SGPAR conta com quatro “atores”
principais, a saber: o Órgão Solicitante, a Agência de Passagem, a CMG/SAD e a
Governadoria.
O Sistema de Transporte do Servidor também conta com uma grande equipe
descentralizada, constituída pelos Operadores de RH que representam os órgãos e pelos
Monitores de Linhas do Transporte Especial, habilitados pela Secretaria de Administração.
Resultado do Desempenho do Trabalho – Considerando o trabalho conduzido em Campo
Grande, principal polo de concentração dos servidores do Estado, em articulação com a
ASSETUR, destacamos como resultados alcançados, no período de abril de 2003 até
dezembro de 2014, de forma não sistematizada, foram atendidos 663.890 servidores,
envolvendo o fornecimento de mais de 25.000.000 de créditos de vale-transporte e
promovendo uma economia direta de 43,85 %, que representa um valor total economizado
de R$ 49.808.945 (Quarenta e nove milhões e oitocentos e oito mil, novecentos e quarenta
e cinco reais), valor atualizado para os dias de hoje, tendo como base o valor do Vale-
Transporte (R$ 2.70).
Dificuldades Operacionais – As maiores dificuldades estão sendo superadas com a
implantação do SIGTRANSP, mas ainda preocupa a sobrecarga do pessoal de RH,
89
rotatividade de pessoal treinado, dificuldades dos RHs para limitar a quantidade diária de
Vale-Transporte.
- SGEO - Sistema Gestor de Estruturas Organizacionais - Sistema corporativo via Web,
desenvolvido pela SGI/SEFAZ para facilitar a organização, a gestão, os registros e o
controle da estrutura organizacional de cada órgão do Poder Executivo. O SGEO foi
oficializado através do Decreto n. 13.673, de 05 de julho de 2013, ato que também
responsabilizou a Secretaria de Estado de Administração – SAD pela sua administração
geral.
A organização e controle das estruturas organizacionais dos órgãos, mantidas
pelo SGEO, são fundamentais para o funcionamento adequado de quase todos os sistemas
desenvolvidos pela SGI, como: o Sistema de Planejamento e Orçamento, Sistema da Folha
de Pagamento, Sistema de Patrimônio, Sistema de Diárias, Sistema de Passagens, entre
outros.
Resultado do Desempenho do Sistema - Podemos citar como resultado alcançado nesse
primeiro um ano e meio de operação do SGEO sob a responsabilidade da SAD, o
treinamento dos representantes nomeados dos órgãos e a atualização da estrutura
organizacional da maioria dos órgãos do Poder Executivo, somando mais de 5.000
intervenções.
Dificuldades Operacionais - As grandes dificuldades encontradas no cumprimento dos
propósitos do referido sistema, podemos citar: o desprovimento dos órgãos de Decretos de
Estrutura atualizado e falta de Regimento Interno, além da sobre carga de atividade dos
servidores nomeados como representante dos órgãos no SGEO.
- GSAM – Gerenciamento de Sistema de Abastecimento e Manutenção - O
Gerenciamento e o controle corporativo do abastecimento e da manutenção dos veículos
oficiais do Estado estão a cargo da Coordenadoria de Gestão de Transporte – CGT, que é
realizado por meio de dois (2) sistemas corporativos, via web, contratados por licitação na
modalidade – Contrato Corporativo. Os referidos sistemas são: o Sistema de Abastecimento
dos Veículos Oficiais e o Sistema de Manutenção dos Veículos Oficiais.
Cada órgão ou entidade responsabiliza um servidor para controlar e gerir o
abastecimento e a manutenção da respectiva frota, denominado Gestor da Frota ou
Operador de Frota.
O Sistema de Abastecimento dos Veículos Oficiais – tem como recurso
operacional e de controle diário o Sistema Tauruscard, que viabiliza e monitora/controla o
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fornecimento de combustível e produtos lubrificantes, disponibilizando relatórios, seja
comparativos mediante consulta por placa de veículo e de notas fiscais de produtos e
serviços, solicitação de cartões novos e substituição de cartões com defeito e bloqueio de
cartões extraviados. O sistema de abastecimento possibilita também, o cadastro de veículos
para abastecimento e manutenção, bem como, cadastro dos condutores para obtenção de
senha.
O sistema que atende o abastecimento dos veículos oficiais possui uma ampla
rede de postos credenciados, com aproximadamente cento e trinta (130) estabelecimentos
contratados, para o fornecimento de combustível e lubrificante que é controlado por cartão
magnético, individualizado por veículo.
O Sistema de Manutenção dos Veículos Oficiais – tem como recurso
operacional o Sistema SH Informática que viabiliza o controle da manutenção e consertos
dos veículos oficiais, disponibiliza orçamentos, relatórios e notas fiscais, entre outro.
Para o atendimento da demanda de manutenção e consertos, o sistema possui
aproximadamente quatrocentos e cinquenta (450) oficinas credenciadas, em diversos
municípios do Estado, das quais duzentas (200) apresentam serviços mensais, fornecimento
de cotação de preço para a escolha da melhor proposta,que é normalmente definida por
meio de leilão reverso.
Resultado do Desempenho do Trabalho – Como resultado anual desse trabalho de
manutenção, foram executados aproximadamente quatro mil e duzentos (4.200)
orçamentos, referente a troca de peças e outros tipos de serviço de conserto realizados.
Viabilização de uma redução média anual de dez por cento (10%), nos valores dos
orçamentos inicialmente propostos.
Dificuldades Operacionais – As dificuldades mais expressivas, são relacionadas ao
Gestor/Operador de Frota , a saber: falta de regulamentação para a responsabilidade e
dificuldade para o descadastramento quando o mesmo se afasta da função.
- SAGA - Sistema de Acompanhamento de Gastos – Sistema demandado a SGI/SEFAZ,
que se encontra em desenvolvimento, tem como objetivo contribuir com a boa gestão dos
órgãos. Será um sistema via Web, que receberá dados dos outros sistemas de
racionalização, realizará as análises e verificações e emitirá, periodicamente, os relatórios
de desempenho do órgão aos gestores dos mesmos, que será encaminhado pelo Secretário
de Administração.
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O sistema SAGA terá como principais parâmetros básicos, para suas análises e
verificações, as determinações do Senhor Governador do Estado e a média evolutiva de
cada órgão.
Apesar da falta do referido sistema, o trabalho de monitoramento vem sendo
realizado pela equipe da Coordenadoria de Monitoramento de Gastos, utilizando-se do
Excel para gerar as tabelas e gráficos, o que tem limitado muito o desempenho desse
trabalho.
Resultado do Desempenho do Trabalho – Em se tratando de uma fonte externa de
informação, sobre o desempenho do órgão com relação a itens custeio interno, cria uma
oportunidade para apreciação da situação pelo dirigente maior do órgão, com a equipe
administrativa do mesmo, podendo desencadear várias medidas, como: campanhas de
redução de consumo, manutenção geral do sistema de abastecimento, entre outras.
Dificuldades Operacionais – A falta de um sistema informatizado que deixará de existir
com a implantação do sistema SAGA, constitui também uma dificuldade a falta de
compreensão por parte do dirigente do órgão para a importância e objetivos desse trabalho.
- GCA - Sistema de Gestão de Controle de Almoxarifado – Sistema corporativo, via web,
desenvolvido pelo SGI/SEFAZ, regido pelo Decreto n. 12.207, de 14 de dezembro de 2006,
até o momento operado diretamente por cada órgão.
O sistema de almoxarifado vem sendo utilizado pelos órgãos isoladamente, não
contando com uma administração centralizada. Esta situação deverá mudar em breve, pois
o Secretário de Administração já determinou recentemente que a equipe da CMG, assuma
esse papel. Portanto, nos próximos meses deveremos intensificar os trabalhos de
articulação com todos os órgãos, para maximizar os resultados e informações do interesse
de todos.
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8. REDAÇÃO OFICIAL
(PRODUZIDO POR VANESSA TERESINHA DE SOUZA LOPES
OLIVEIRA)
REDAÇÃO OFICIAL
Redação Oficial é “a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e
comunicações”. Deve caracterizar-se pela impessoalidade, pelo uso do padrão culto de
linguagem, pela clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
Nas comunicações oficiais há sempre um único comunicador, que é o serviço
público, e o receptor (o próprio serviço público e particulares). Por seu caráter impessoal e
por sua finalidade de informar com clareza e concisão, os textos oficiais requerem o uso do
padrão culto da língua. O padrão culto é aquele em que se observam as regras da
gramática formal.
A concisão deve ser uma qualidade do texto oficial. Um texto é conciso quando
consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de palavras. Para se redigir
com concisão é essencial conhecer o assunto sobre o qual se escreve e revisar o texto
depois de pronto. É através da releitura que se percebe eventuais redundâncias ou
repetições de ideias. Trata-se de retirar do texto palavras que são consideradas inúteis e
passagens que nada acrescentam ao que já foi dito. Exemplo: “Vimos, através do
presente ofício, informar a Vossa Senhoria que...”. Com concisão, ficaria: “Informamos a
Vossa Senhoria que...”.
Além da concisão, a clareza também é essencial em todo texto oficial. Um texto
é claro quando possibilita a imediata compreensão de seu conteúdo pelo leitor. Para que ela
ocorra é necessário o uso do padrão culto de linguagem, a formalidade, a padronização e a
concisão.
8.1 Correspondências Oficiais:
1.1 - Correspondência Interna é o instrumento utilizado para a formalização da
comunicação no âmbito interno dos órgãos, compreendendo:
a) Comunicação Interna - é o instrumento de comunicação no âmbito de cada
órgão, para solicitar ou prestar informações, solicitar ou adotar providências e encaminhar
documentos. Sua característica principal é a agilidade, devendo sua tramitação pautar-se
pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos.
b) Comunicação Interna-Circular - é o instrumento de comunicação dirigida
simultaneamente a diversos destinatários, com texto idêntico, no âmbito de cada órgão, para
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solicitar ou prestar informações, solicitar ou adotar providências e encaminhar documentos
de interesse comum a vários servidores.
1.2 - Correspondência Externa é o instrumento utilizado para a comunicação
formal com pessoas, entidades privadas e órgãos públicos das esferas federal, estadual e
municipal, compreendendo:
a) Ofício - é o meio usual de comunicação escrita utilizado pelas autoridades
públicas. Mais do que qualquer outro documento ele deve caracterizar-se pela sobriedade,
concisão, clareza e simplicidade.
b) Ofício-Circular - é o instrumento de comunicação formal dirigido
simultaneamente a vários destinatários. Sua característica é o texto idêntico para
destinatários diferentes.
8.2 Estrutura do Ofício:
a) Timbre.
b) Número de ordem de expedição e sigla do Órgão/Entidade e do setor
expedidor: à margem esquerda.
Ex.: Ofício n. ......./GAB/SAD/2015 ou Of. n.. ......./GAB/SAD/2015.
c) Local e data: do centro do papel para a direita e na mesma linha do número
de ordem.
Ex.: Ofício n. .../GAB/SAD/2015 Campo Grande-MS, .. de .... de 2015.
d) Vocativo: coloca-se o pronome de tratamento e a função do destinatário,
seguidos de dois-pontos ( : ) ou vírgula ( , ):
Ex.: Senhor Secretário:
Senhor Diretor-Presidente,
e) Texto: desenvolvimento do assunto que motiva a comunicação. Divide-se em
parágrafo de abertura, onde se apresenta o assunto, e o desenvolvimento, que é o corpo do
documento. Se o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas
em parágrafos distintos.
f) Fecho ou encerramento: há somente dois fechos diferentes para todas as
modalidades de comunicação oficial: inicia-se com letra maiúscula e termina com
vírgula. É também um parágrafo, sendo, portanto, alinhado aos demais.
Ex.: Atenciosamente, (para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia
inferior à autoridade emitente);
Respeitosamente, (se, hierarquicamente, a autoridade a quem se dirige o
ofício é superior a quem o assina).
e) Assinatura: nome civil do emissor, com a respectiva função.
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Ex.: Fulano de Tal
Secretário de Estado de ...
Fulano de Tal
Diretor-Presidente da ...
8.3 Observações importantes:
3.1 - Competência para emissão de ofícios: Secretários Estaduais, dirigentes
(Diretor-Presidente, Presidente, Delegado-Geral, etc.) de Autarquias, Fundações, Empresas
Públicas e demais órgãos que integram o Poder Executivo Estadual.
3.2 - Não inicie o ofício com “chavões”, tais como: “Cumprimentando-o
cordialmente...”, “Venho por meio deste...”.
3.3 - A numeração dos ofícios recomeça a cada ano. Assim, terminado o ano, o
primeiro ofício do ano seguinte deve levar o número 1.
3.4 - Para ofício com mais de uma lauda, na segunda lauda, do lado superior
esquerdo do papel, deverá constar o número de ordem de expedição do documento e o
número de página.
Ex.: Ofício n. .../GAB/SAD/2015-2
3.5 - As datas devem ser escritas por extenso, sem que o algarismo indicativo do
dia do mês seja precedido de zero.
Ex.: 2 de janeiro de 2015 e NÃO 02 de janeiro de 2015.
O primeiro dia do mês deverá ser indicado pelo algarismo seguido do símbolo de
número ordinal.
Ex.: 1º de janeiro de 2015.
3.6 - A indicação do ano não deve conter ponto entre a casa do milhar e a da
centena.
Ex.: 1º de janeiro de 2015 e NÃO 1º de janeiro de 2.015.
8.4 Emprego dos pronomes de tratamento:
4.1 - Vossa Excelência - empregado para as seguintes autoridades:
a) do Poder Executivo: Presidente da República, Vice-Presidente da República,
Ministros de Estado, Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal,
Oficiais-Gerais das Forças Armadas, Embaixadores, Secretários-Executivos de Ministérios e
demais ocupantes de cargos de natureza especial, Secretários de Estado dos Governos
Estaduais, Prefeitos Municipais;
b) do Poder Legislativo: Deputados Federais e Senadores, Ministro do Tribunal
de Contas da União, Deputados Estaduais e Distritais, Conselheiros dos Tribunais de
Contas Estaduais, Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais;
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c) do Poder Judiciário: Ministros dos Tribunais Superiores, Membros dos
Tribunais, Juízes, Auditores da Justiça Militar.
4.2 - Vossa Senhoria - empregado para as demais autoridades e para os
particulares.
4.3 - Exceto para os chefes de Poder, cujo vocativo é Excelentíssimo Senhor,
seguido do respectivo cargo: “Excelentíssimo Senhor Presidente da República”, as
demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do respectivo cargo:
“Senhor Juiz:”, “Senhor Secretário:”, “Senhor Diretor-Presidente:”.
4.4 - Não se usa os tratamentos “Digníssimo” e “Ilustríssimo”.
4.5 - Embora se refiram à segunda pessoa gramatical, os pronomes de
tratamento levam a concordância para a terceira pessoa.
Ex.: “Vossa Senhoria indicará o servidor”, “Vossa Excelência conhece o
problema”.
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento
são da terceira pessoa.
Ex.: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto e NÃO “... vosso substituto.”
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Fonte:
BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República.
Gilmar Ferreira Mendes e Nestor José Forster Júnior. – 2. ed. rev. e atual. – Brasília :
Presidência da República, 2002.
BELTRÃO, Odacir; BELTRÃO, Mariúsa. Correspondência: Linguagem & Comunicação:
Oficial, Comercial, Bancária, Particular. 21. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2002.
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