livro (2007) direito administrativo brasileiro - hely lopes meirelles

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1 1 DI REI TO ADMI NI STRATI V O BRASI LEI R O HELY LoPES MEI RE LL ES 14. * edi ção L- edi ção: 1964; 2. 1 edl çgo: 1966. Rei mpr essões da 2. - edi ção: 1968, 1969, 1970, 1971, 1972, 1973 (2 vezes) e 1974; 3. - edi ção: 1975; 4. - edi ção: 1976; S. - edi ção: 1977; 6. - edi ção: 1978; 7. * edi ção: 1979; 8. - edi ção: 1981; 9. - edi ção: 1982, 2. - t i r agem : 1983; 10. - edi ção: 1984; 11. - edi ção: 1985; 12. , edi ção: 1986; 13. - edi ção: 1987; 2. a t i r agem : 1988. Pr od ução Edi t ori al: Afro Marcondes dos Santos Pr od ução Gr áf i ca: En y1 X avi er de Mendonça Capa: Roberto Luti e dest a edi ção: 1989 EDI TO R A R EVI STA DOS TRI BUN AI S L TD A. Rua Conde do Pi nhal , 78 01501 - São Paul o, SP, Br asi l  TeL ( 011) 37- 2433 - Cai xa Post al , 678  TO DOS OS DI R EI TOS RESERVADOS. Pr oi bi da a r epr odução t ot al j u par ci al , por qual quer mei o ou pr ocesso, especi al ment e por si st emas gr áf i cos, m I crof f i nt i c os , f ot ogr áf i c os , r epr ogr áf i cos, f onogr áfico s, vi deogr áf i c os . V edada a memori zação e/ ou a recu pe r ação t ot al ou pa rci al bemcomo a I ncl usão de qual quer part e dest a obr a em qual quer si st ema de pr ocessamento de dados. Essas proi bi ções apl i cam - se t ambém às caracter í st i cas gráfi cas da obra e à sua edi t or ação. A violação dos di r ei t os aut or ai s é puní ve l como cri me (art. 184 e parágr af os, do Códi go Penal , cf. Lei n. 6. 895, de 17. 12. 80) compena de pri são e mul t a, con j unt ament e com busca e apreensão e indeni zações di ver sas ( ar t s. 122, 123, 124, 126, da Lei n. 5. 988, de 14. 12. 73, Lei dos Di r ei t os Aut or ai s) . I mpr esso no Br asi l ( 07- 1989) I SBN 85- 203- 0771 - X A m i nha dedi cada esposa, Consuel o, pel as i nf i ndávei s horas de est udo roubadas ao seu convívio. 1~ o .1 AO LEI TO R

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    DI REI TO ADMI NI STRATI VO BRASI LEI RO

    HELY LoPES MEI RELLES

    14. * edi o

    L- edi o: 1964; 2. 1 edl go: 1966. Rei mpr esses da 2. - edi o: 1968,1969, 1970, 1971,1972, 1973 (2 vezes) e 1974; 3. - edi o: 1975; 4. - edi o: 1976; S. -edi o: 1977;6. - edi o: 1978; 7. * edi o: 1979; 8. - edi o: 1981; 9. - edi o: 1982,2. - t i r agem: 1983;10. - edi o: 1984; 11. - edi o: 1985; 12. , edi o: 1986; 13. -edi o: 1987; 2. a t i r agem: 1988.

    Produo Edi t or i al : Af r o Marcondes dos Sant os

    Produo Gr f i ca: Eny1 Xavi er de MendonaCapa: Robert o Lut i

    e dest a edi o: 1989EDI TORA REVI STA DOS TRI BUNAI S LTDA.Rua Conde do Pi nhal , 7801501 - So Paul o, SP, Br asi lTeL ( 011) 37- 2433 - Cai xa Post al , 678

    TODOS OS DI REI TOS RESERVADOS. Pr oi bi da a r eproduo t ot al j u parci al , porqual quer mei o ou pr ocesso, especi al ment e por si st emas gr f i cos,mI crof f i nt i cos, f ot ogr f i cos, r epr ogr f i cos, f onogr f i cos, vi deogr f i cos.Vedada a memor i zao e/ ou a r ecuper ao t ot al ou par ci al bem como aI ncl uso de qual quer part e dest a obr a em qual quer si st ema deprocessament o de dados. Essas proi bi es apl i cam- se t ambm scar act er st i cas gr f i cas da obr a e sua edi t or ao. A vi ol ao dosdi r ei t os aut or ai s pun vel como cri me ( ar t . 184 e pargr af os, do Cdi goPenal , cf . Lei n. 6. 895,de 17. 12. 80) com pena de pr i so e mul t a, conj unt ament e com busca eapr eenso e i ndeni zaes di ver sas ( ar t s. 122, 123, 124, 126, da Lei n.5. 988, de 14. 12. 73, Lei dos Di r ei t os Aut or ai s) .

    I mpr esso no Br asi l ( 07- 1989)

    I SBN 85- 203- 0771- X

    A mi nha dedi cada esposa, Consuel o, pel as i nf i ndvei s horas de est udor oubadas ao seu conv vi o.

    1~ o. 1

    AO LEI TOR

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    Est e l i vr o pr et ende ser uma s nt ese do Di r ei t o Admi ni st r at i vo Br asi l ei r o.Tem obj et i vos prt i cos e di dt i cos. Af ast a_se, proposi t adamente, dot eor i smo em que vai descambando o ensi no do Di r ei t o no Br asi l .

    0 Di r ei t o - para ns - i nst r ument o de t r abal ho, e no,ter t l i a d i c i m l ta te, r i a, l i dade iDa porque col ocamos ao l ado da dout r i na a l egi sl ao e a j ur i spru-dnci a. No compr eendemos o Di r ei t o di vor ci ado da l ei e da or i ent ao dos

    t r i bunai s .A exposi o l but r i nr i a e o di r ei t o compar ado s so ut i l i zados, porns, at o l i mi t e necessr i o compr eenso e sol uo dos probl emas danossa Admi ni st r ao Pbl i ca. 0 que nos preocupa o est udo door denament o j ur di co- admi ni st r at i vo naci onal .Procur amos no ser pr ol i xo no bvi o e no i nt i l . Evi t amos o superado e oi napl i cvel ao Br asi l . No di scut i mos t eor i as obsol et as,nem pol emi zamos quest es bi zant i nas. Fomos ao que ocor r e cot i di anament ena nossa Admi ni st r ao, na nossa Legi sl ao e na nossa j ust i a.Pode no ser o mel hor mt odo para o est udo do Di r ei t o Admi ni st r at i vo. ,porm, o mai s t i l e o mai s consent neo com a real i dade.No l i vro par a mest r es, nem par a os t er i cos do Di r ei t o. um modestocompndi o para est udant es e par a os que se def r ont am, na pr t i ca, compr obl emas j ur di cos de Admi ni st r ao Pbl i ca.

    aca m a. , s u nea en t eo r ea e v vnci a

    Na 3. a edi o - depoi s de nove anos da ant er i or e com nove t i r agens sematual i zao - t i vemos que reescrever quase t odos os cap t ul os paraaj ust - l os ao pr ogr esso do Di r ei t o e s subst anci ai s modi f i caes danossal egi sl ao, segui da das nat ur ai s var i aes da j ur i spr udnci a.Par a tant o, acr escent amos um cap t ul o - o XI I - sobr e a or gani zaoadmi ni st r at i va br asi l ei r a, a f i m de apr eci - l a em pr of undi dade l i t z daConst i t ui o da Repbl i ca ( Emenda 1169) e da Ref orma da Admi ni st r aoFeder al , i ni ci ada pel o Decret o- l ei 200167.

    11

    8

    DI REI TO ADMI NI STRATI VO BRASI LEI RO

    Ampl i amos o cap t ul o da Admi ni st r ao Pbl i ca para est udarmos seus rgose agent es; r ef ormul amos o dos cont r atos admi ni st r at i vos, di ant e da novasi st emt i ca das l i ci t aes; demos especi al t r at ament oao dos ser vi dor es pbl i cos, emf ace das i novaes const i t uci onai s sobr e amatr i a e reuni mos num s cap t ul o os cont r ol es da Admi ni st r ao.De um modo geral , t odos os t ext os f oram r evi st os e ampl i ados na medi da emque o assunt o f oi at i ngi do pel as modi f i caes da or dem j ur di ca i nt er na,a par t i r de 1964, e pel o i mpact o do desenvol _vi ment o

    naci onal que passou a apr esent ar desconheci dos pr obl emas par a . a -Admi ni st r ao Pbl i ca e a pedi r i ndi t as sol ues gover nament ai s.No de est r anhar , port ant o, que t enhamos r epudi ado dout r i nas superadase i novado concei t os para si nt oni z- l os com a evol uo de nossa era e como pr ogr esso do Pa s, poi s o Di r ei t o no pode per -manecer al hei o nem r etardat r i o na apr esent ao de sol ues que dependamde suas nor mas e de seus pr i nc pi os. Par a uma nova r eal i dade naci onal ,i mpe- se um Di r ei t o Admi ni st r at i vo r enovado e compat i -

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    bi l i zado com as cont emporneas exi gnci as e necess i dades da Admi ni st r aoe dos admi ni st r ados. Foi o que pr ocur amos f azer com mai s medi t ao eexper i nci a.0 l i vro o mesmo, apenas r ej uvenesci do em suas i di as.

    Nest a 14 a edi o revi samos o t ext o, adequando- o Const i t ui o de 1988 es r ecent es nor mas admi ni st r ati vas per t i nent es.

    Desde j pedi mos escusas ao Lei t or por event uai s omi sses, poi s al egi sl ao da Admi ni st r ao Pbl i ca se sucede to r api dament e que nemsempr e podemos i ndi c- l a ou subst i t u - l a na nova edi o.Por f i m, queremos consi gnar nossos agr adeci ment os col ega e companhei r ade escr i t ri o, Dr a. I zabel Camar go Lopes Mont ei r o, pel a i nest i mvelcol aborao que nos f oi dada para est a 14. edi o.

    So Paul o, j anei r o de 1989.

    0 Aut or

    1 NDI CE SI STEMTI CO DA MATRI A *

    CANTULO 1NOES PRELI MI NARES

    1. 0 Di r ei t o . . . . . .

    11. Di r ei t o Pbl i co e Di r ei t o Pr i vado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .111. Di r ei t o Admi ni st r at i vo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .I V. Concei t o de Di r ei t o Admi ni st r at i vo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .V.v i .v i l .

    Rel aes com out r os r amos do Di r ei t o e com as Ci nci as Soci ai s Di r ei t oAdmi ni str at i vo e Ci nci a da Admi ni str ao . . . . . . . . . . . . . . Di rei t oAdmi ni st r at i vo e Pol t i caVI I I , Font es do Di r ei t o Admi ni st r at i voI X. Codi f i cao do Di r ei t o Admi ni s t r at i vo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . X.I nt erpret ao do Di r ei t o Admi ni st r at i vo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .XI . Evol uo Hi s tr i ca do Di rei to Admi ni s t rat i vo . . . . . . . . . . . . . . . . . . XI I .0 Di r ei t o Admi ni st r at i vo no Br asi l . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .XI I I . Si st emas Admi ni st r at i vos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .XI V. 0 Si s t ema Admi ni st r at i vo Bras i l ei r o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    CAP TULO 11

    ADMI NI STRAO PBLI CA

    1. A est r ut ur a admi ni st r at i va . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Concei t o de Est ado . . . . . . . . . . . . . . . .

    - El ementos do Estado . . . . . . . . . . . . . .- Poder es do Est ado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Or gani zao do Est ado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Or gani zao da Admi ni st r ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Gover no e Admi ni st r ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Ent i dades pol t i cas e admi ni st r at i vas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- r gos pbl i cos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Agent es pbl i cos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- I n v e s t i d u r a d o s a g e n t e s p b l i c o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11. A at i vi dade admi ni st r at i va . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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    - Concei t o de Admi ni st r ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Nat ur eza da Admi ni st r ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    * Vej a- se o ndi ce al f abti co r emi ssi vo pgi na 679.

    1920

    2021

    25

    28

    313335394248

    50 50 51 51 52 54 55 57 58 66 72

    74 74 76

    10 DI REI TO ADMI NI STRATI VO BRASI LEI RO

    - Fi ns da Admi ni st r ao 77- Pr i nc pi os bsi cos da Admi ni st r ao 78- Legal i dade 78- Moral i dade 79- Fi nal i dade 81- Publ i ci dade . _1, * * - - , * * * , - - * * * *81111- Os poderes e deveres do admi ni st r ador pbl i co 84- Poderes e deveres 84- Poder- dever de agi r 85- Dever de ef i ci nci a 86- Dever de probi dade 87- Dever de pr est ar cont as 88I V - 0 uso e o abuso do poder 89

    - Uso do poder 89- Abuso do poder 90- Excesso de poder 91- Desvi o de f i nal i dade 92- Omi sso da Admi ni st r ao 93

    CAPf TUL0 I I I

    PODERES ADMI NI STRATI VOS

    I . Consi der aes ger ai sI I . Poder vi ncul ado . . .I I I . Poder di scr i ci onr i oI V. Poder hi er r qui coV. Poder di sci pl i nar . . .VI . Poder r egul ament ar .

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    VI I . Poder de pol ci a . . .- Concei t o . . . . . . .

    - Razo e f undament o - Obj et o e f i nal i dade - Extenso e l i mi t es . . . -At r i but os . . . . . . . . . . . - Mei os de at uao . . . . - Sanes . . . . . . . . . . . . -Condi es de val i dadVI I I . Pol ci a sani t r i a .

    CAPf TULO I VATOS ADMI NI STRATI VOS

    959697100103106109 110 i l l 112 113 114 117 118 119120

    1. Concei t o e r equi si t os do at o admi ni st r at i vo

    - Concei t o . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Requi si t os . . . . . . . . . . . . . . . . .- Mr i t o do at o admi ni st r at i vo

    - At os de di r ei t o pr i vado pr at i cados pel a Admi ni st r ao . . . . . . . .- Pr ocedi ment o admi ni st r ati vo

    . . . . . . . . . . . . .

    125 126 127 131 132 133

    I NDI CE SI STEMTI CO DA MATRI A

    I I . At r i but os do at o admi ni st r at i vo 134- Presuno de l egi t i mi dade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134- I mperat i vi dade 137- Auto- execut or i edade 137I I I . Cl assi f i cao dos at os admi ni st r at i vos 139- At os gerai s 139- At os i ndi vi duai s 140- At os i nt er nos 141- At os ext ernos 141- At os de i mpr i o 142- Atos de gest o 142- At os de expedi ent e 143- At os vi ncul ados 143- At os di scri ci onr i os 144- Out r as cl assi f i caes 147I V. Espci es de at os admi ni st r at i vos . . 154

    - At os normat i vos 154- At os or di nat r i os 159- At os negoci ai s 162- At os enunci at i vos 168- At os puni t i vos . . . . . . . . . . . . . 170V. Mot i vao dos atos admi ni st r at i vos 173- Teor i a dos mot i vos det ermi nant es 175VI . I nval i dao dos at os admi ni st r at i vos 176- Revogao 178- Anul ao 180

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    - Anul ao pel a pr pr i a Admi ni st r ao 183- Anul ao pel o Poder J udi ci r i o . . . . . . . . . . . . 184

    CAP TULO V

    CONTRATOS ADMI NI STRATI VOS

    1. Consi der aes Ger ai s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- I di a ger al sobr e cont r at o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Concei t o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Pecul i ar i dades do cont r ato admi ni s t rat i vo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    - Al t er ao e r esci so uni l at er al do cont r at o 1 1- Equi l br i o f i nancei r o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Reaj ust ament o de preos e t ar i f as . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Exceo de cont r ato no cumpr i do . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    - Cont r ol e do cont r at o .- Apl i cao de penal i dades cont rat uai s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- I nterpretao do cont r ato admi ni s t rat i vo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .I I . Formal i zao do cont r at o admi ni st r at i vo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    - Normas r egedoras do cont rat o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- I nst r ument o e cont edo do cont r at o admi ni st r at i vo . . . . . . . . . .

    - Cl usul as essenci ai s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Garant i as para a execuo do cont r ato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .I I I . Execuo do cont rat o admi ni st r at i vo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Di r ei t os e obr i gaes das par t es . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    - Normas t cni cas e mat er i al apropr i ado . . . . . . . . . . . . . .

    18b 186 187 189 190 192 192 193 193 194 195

    196 196 197 200 200

    203 203 204

    12 DI REI TO ADMI NI STRATI VO BRASI LEI RO

    - Var i aes de quant i dade . - Execuo pessoal . . . . . . . . . - Encar gos daexecuo . . . . - Manut eno de pr epost o .

    . .- Acompanhament o da execuo do cont r at o e recebi ment o do

    seu obj et o 206- Ext i no, pr orr ogao e r enovao do cont r ato 209I V. I nexecuo, r evi so e r esci so do cont r at o 212- I nexecuo, do cont r ato 212- Causas j ust i f i cadoras da i nexecuo do cont r ato 213- Conseqnci as da i nexecuo 218- Revi so do cont r ato 220

    - Resci so do cont r ato 222- Resci so admi ni st r at i va 222- Resci so ami gvel 224- Resci so j udi ci al 225- Resci so de pl eno di r ei t o 226V. Cont r atos admi ni st r ati vos em espci e 226a) Cont r at o de obr a pbl i ca 226b) Cont r ato de servi o 230c) Cont r at o de t r abal hos ar t st i cos 232d) Cont r at o de f orneci ment o 233

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    e) Cont r at o de concesso 234f ) Cont r at o de gerenci ament o 237

    VI . Li ci t ao 239- Consi deraes gerai s 239- Concei t o e f i nal i dades da l i ci t ao 241- Pr i nc pi os da l i ci t ao 242

    - Obj et o da l i ci t ao 245- Obr i gat or i edade de l i ci t ao 246- Di spensa de l i ci t ao 247- I nexi gi bi l i dade de l i ci t ao 249- Procedi ment o da l i ci t ao 255- Edi t al 255- Car t a- convi t e 259- Recebi ment o da document ao e propost as 260- Habi l i t ao dos l i ci t ant es 263- j ul gament o das pr opost as 266- Adj udi cao e homol ogao 273- Anul ao e r evogao da l i ci t ao 274

    VI I . Modal i dades de l i ci t ao 276- Concorr nci a 277

    - Concor r nci a i nt er naci onal 280- Consr ci o de empresas 28 1- Pr - qual i f i cao 282- Tomada de pr eos 283- Regi st r os cadast r ai s; 283- Convi t e 284- Concurso 285- Lei l o

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 286

    1

    NDI CE SI STEMTI CO DA MATRI A

    CAPf TULO VI

    SERVI OS PBLI COS

    1. Consi der aes ger ai s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Concei t o . . . . . . . .- Cl assi f i cao . . .- Regul ament ao e cont r ol e . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Requi si t os do ser vi o e di r ei t os do usur i o- Competnci a para pr est ao do servi o . . .- For mas e mei os de pr est ao do ser vi o . . .

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

    I l . Aut arqui as

    - Concei t o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Car act er es . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    - Pr i vi l gi os .- Cont rol e . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    - Aut ar qui a de r egi me especi al .

    I I I . Ent i dades par aestatai s :- Concei t o e car act er es .- Cont r ol e .

    - Espci es de ent i dades paraest at ai s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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    - Empr esas pbl i cas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Soci edades de economi a mi st a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Fundaes i ns t i tu das pel o Poder Pbl i co . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Ser vi os soci ai s aut nomos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    I N. Ser vi os del egados a par t i cul ar es .a) Ser vi os concedi dos .

    b) Ser vi os per mi t i dos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    c) Ser vi os aut or i zados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .V. Convni os e consrc i os admi ni s t rat i vos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Convni os . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Consr ci os . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    CAP TUW Vi l

    SERVI DORES PBLI COS

    1. Consi der aes ger ai s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Regi me t r abal hi st a j ur di co ni co . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .I I . Or gani zao do f unci onal i smo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Or gani zao l egal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Car gos e f unes . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    - Cr i ao de car gos . . . . . . . . . . . . . . . . .- Provi mento de cargos . . . . . . . . . . . . . .- Di r ei t os do t i t ul ar do car go . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Compet nci a para organi zar o f unci onal i smo . . . . . . . . . . . . . . . .- Observnci a das normas const i tuci onai s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Nor mas const i t uci onai s pert i nent es ao f unci onal i smo .- Acessi bi l i dade aos car gos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Concur so . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    13

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    288 288 290 292 293 295 297

    300 300 302 305 307 309

    310 310 315 316 317 323 329 335

    336 337 350 352

    353 354 356

    357 358

    359 359 359 361 363 365 365 368

    371 372 374

    14

    DI REI TO ADMI NI STRATI VO BRASI LEI RO

    - Pari dade de venci ment os - * ' ' *- Vedao de equi parao e vi ncul aes . . .- Proi bi o de acumul ao de car gos e f ur i es- Est abi l i dade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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    377378379380

    - Aposent ador i a . . . . . . . . . . . . : * ' ' , ***' ' **"***** ' ****1111*' ' ** 385

    - Cmput o do t empo de ser vi o 388Exer c ci o de mandatos el et i vos 388Demi sso de vi t al ci os e est vei s 389Rei ntegr ao 390Responsabi l i zao ci vi l de servi dor es 391Abr angnci a das normas const i t uci onai s 392

    Dever es e di r ei t os dos f unci onr i os 392- Deveres 393- Rest r i es f unci onai s 394- Di r ei t os 394- Venci ment os e vant agens pecuni r i as 395- Adi ci onai s 402- Gr at i f i caes 408

    Responsabi l i dades dos servi dores 411- Responsabi l i dade admi ni st r at i va 412- Responsabi l i dade ci vi l 414- Responsabi l i dade cr i mi nal 416- Mei os de puni o 418- Pr i so admi ni st r at i va 419- Seqest r o, per di ment o e conf i sco de bens 420- Enr i queci ment o i l ci t o 421- Abuso de aut or i dade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 421

    CAPf TULO VI I I

    DOMI NI O PBLI CO

    I . Consi der aes ger ai s 423- Dom ni o pbl i co 423- Concei t o e cl assi f i cao dos bens pbl i cos 426- Admi ni st r ao dos bens pbl i cos 429- Ut i l i zao dos bens pbl i cos 430- Al i enao dos bens pbl i cos 440- I mpr escr i t i bi l i dade, i mpenhor abi l i dade e oper ao dos benspbl i cos 447- Aqui si o de bens pel a Admi ni st r ao 450

    I I . Ter r as pbl i cas 451- Ter r as devoI ut as . . . . . . . . . . . . . . . . . . i 455

    456457458

    458459460462462462

    - Pl at af or ma cont i nent al . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Ter r as ocupadas pel os si l v col as . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Ter r enos de mar i nha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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    - Ter r enos acr esci dos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Ter r enos r eser vados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- I l has . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- l veos abandonados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Fai xa de f r ont ei r a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Vi as e l ogr adour os pbl i cos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    NDI CE SI STEMTI CO DA MATRI AI I I . guas pbl i cas . . .

    - guas i nt er nas- guas ext ernas

    I V. j azi das . . . . .- Pet r l eo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Mi nr i os nucl eares . . . . . . . . . . . .

    V. Fl or est asv i .VI I .

    Fauna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Espao areo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .VI I I . Pat r i mmo hi s tr i co: Tombamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    I X. Pr ot eo ambi ent al . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Cont r ol e da pol ui o . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Pr eser vao dos recur sos nat ur ai s . . . . . . . .- Restaur ao dos el ement os dest r ui dos . . . .

    - Ao Ci vi l Pbl i ca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    CAP TULO I X

    I NTERVENO NA PROPRI EDADEE NO DOMI NI O ECONOMI CO

    15

    465 466 469

    471 473 473

    475478480482487 488 492 494 495

    1. Consi deraes gerai s 496

    - Propr i edade e dom ni o econmi co 497- Bem- est ar soci al 498- Compet nci a par a a i ntervenao 499- Mei os de i nt erveno 499I I . I nt er veno na pr opr i edade 500a) Desapr opr i ao 500- Concei t o 501- Car acter st i cas 501- Requi si t os const i t uci onai s 508- Nor mas bsi cas 509

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    - Casos de desapropr i ao 510- Decl ar ao expr opr i at r i a 512- Pr ocesso expr opr i at r i o 514- I mi sso na posse 515- I ndeni zao 517- Pagament o 521- Desvi o de f i nal i dade 521

    - Anul ao da desapropr i ao 522- Ret r ocesso 523- Desi st nci a da desapr opr i ao 523h) Ser vi do admi ni st r at i va 524C) Requi si o 528d) Ocupao pr ovi sr i a 530e) Li mi t ao admi ni st r ati va 531

    111. I nterveno no dom ni o econmi co . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Monopl i o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Repr esso ao abuso do poder econmi co - .- Cont r ol e do abast eci ment o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    540

    541543544

    i ~

    1

    16 DI REI TO ADMI NI STRATI VO BRASI LEI RO

    - Tabel ament o de preos 546- Cr i ao de empr esas par aest atai s 547

    CAP TULO X

    RESPONSABI LI DADE CI VI L DA ADMI NI STRAO

    1. Consi deraes gerai s 548- Evol uo dout r i nr i a 549I I . Responsabi l i dade ci vi l da Admi ni st r ao no Di r ei t o Br asi l ei r o552- 0 ar t . 15 do Cdi go Ci vi l 552- 0 6. " do ar t . 37 da Const i t ui o da Repbl i ca 553- Responsabi l i dade por at os l egi sl at i vos e j udi ci ai s 556

    I I I . Reparao do dano 558- Ao de i ndeni zao 558

    - Ao r egr essi va 560

    CAPf TULO XI

    CONTROLE DA ADMI NI STRAO

    - Concei t o . . . . . . . . . . . . . . . . . . - Mei os de cont r ol e . . . . . . . . . -Fi scal i zao hi errqui ca . . . . - Recursos admi ni str at i vos . . . . -Representao . . . . . . . . . . . . . - Recl amao . . . . . . . . . . . . . . . - Pedi do de

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    r econsi der ao . . . - Recur sos hi er r qui cos . . . . . . - Coi sa j ul gadaadmi ni st r at i va -Pr escr i o admi ni str at i va . . . - Pr ocesso admi ni st r at i vo . . . . . - Pr ocessoe pr ocedi ment o . . . - 0 pr ocesso admi ni st r at i vo e suas espci es -Pr i nc pi os do pr ocesso admi ni st r at i vo . . . - Fases do pr ocessoadmi ni st r at i vo . . . . . . . . - Modal i dades de pr ocessoadmi ni str at i vo . Pr ocesso admi ni st r at i vo di sci pl i nar . . . . . . Mei os

    sumr i os . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pr ocesso admi ni st r at i vo t r i but r i o. . . . . . .

    1. Consi der aes ger ai s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- A necessi dade de cont r ol e- Concei t o de cont rol e . . . . . .- Ti pos e f ormas de cont r ol eI I . Cont r ol e admi ni st r at i vo 569

    569570570571574574

    575576578580581581582582585588590593594598598599601602

    564. . 564

    565566

    . Cont r ol e l egi sl at i vo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Concei t o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Fi scal i zao dos at os da Admi ni st r ao- Fi scal i zao f i nancei r a e or ament r i a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- At r i bui es dos Tr i bunai s de Cont as . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    NDI CE SI STEMTI CO DA MATRI A

    I V. Cont r ol e j udi ci r i o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Concei t o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- At os suj ei t os a cont r ol e comum . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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    - At os suj ei t os a cont r ol e especi al . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Mei os de cont r ol e j udi ci r i o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    V. A Admi ni str ao em j u zo . . . . . .- Represent ao em j ui zo . . . . . .- At uao processual . . . . . . . . . . .- Execuo do j ul gado . . . . . . . . .- Despesas j udi ci ai s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    - Pr escr i o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .CAPf TULO XI I

    17

    603 603 604 606 612

    616 617 618 619 622 622

    ORGANI ZAO ADMI NI STRATI VA BRASI LEI RA

    1. Consi der aes ger ai s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11. A Admi ni st r ao Federal e a Ref orma Admi ni st r at i va de 1%7 . .

    111. Admi ni str ao Di reta e Admi ni str ao I ndi reta . . . . . . . . . . . . . . . .I V. Os pr i nc pi os f undament ai s da Ref or ma . . . . . .- Pl anej ament o . . .- Coor denao -- Descent ral i zao . . . . . .- Del egao de compet nci a . . . . . . . . . .- Cont r ol e . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    V. Os r gos di r i gent es da Admi ni st r ao Feder al . . . . . . .- Pr esi dnci a da Repbl i ca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Mi ni st r i os . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    VI . r gos de assessor ament o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- r gos de assessor ament o do Pr esi dent e da Repbl i ca . . . . . .- r gos de assessor ament o dos Mi ni st r os de Est ado . . . . . . . . . .

    VI I . Out r os rgos da Admi ni s t rao Federal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Tr i bunai s admi ni st r at i vos . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Pr ocur ador i as . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- r gos aut nomos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    . E n t e s d e c o o p e r a o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    VI I II X.X. A Admi ni st r ao dos Est ados, Muni c pi os, Di st r i t o Feder al e

    Ter r i t r i os . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .- Admi ni st r ao estadual . . . . . . . . . . . .- Admi ni st r ao muni ci pal . . . . . . . . . .- Admi ni st r ao do Di st r i t o Feder al .

    - Admi ni str ao dos Ter r i t r i os . . . . . .

    Si st emas de at i vi dades auxi l i ar es . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    625

    627

    629

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    633 633 635 636 638 638

    640 641 642652 653 658

    661 661 662 665

    666667

    670 670 671 674 676

    1 1

    ~ i ~11ABREVI ATURAS E SI GLAS USADAS 1

    AP - Ao popul ar

    BI - Bol et i m do I nt er i or ( SP)CC - Cdi go Ci vi lCP - Cdi go Penal

    CPC - Cdi go de Pr ocesso Ci vi lCLT - Consol i dao das Lei s do Tr abal hoDJ U - Di r i o da J ust i a da Uni oDOU - Di r i o Of i ci al da- Uni oEDP - Est udos de Di r ei t o Pbl i co ( SP)

    MS - Mandado de seguranaRDA - Revi st a de Di r ei t o Admi ni st r at i vo (RJ )RDI - Revi st a de Di r ei t o I mobi l i r i o ( SP)RDP Revi st a de Di r ei t o Pbl i co ( SP)RDPG Revi st a de Di r ei t o da Procur adori a Geral ( RJ )RI L Revi st a de I nf or mao Legi sl at i va ( DF)RJ TJ SP Revi st a de j ur i spr udnci a do Tr i bunal de J ust i a de So Paul o(SP)

    RE Recur so ext r aor di nri oRF - Revi st a For ense ( RJ )

    RPGE - Revi st a da Pr ocur ador i a Geral do Est ado de So Paul o (SP) RT -Revi st a dos Tri bunai s ( SP)RTCU - Revi st a do Tr i bunal de Cont as da Uni o ( DF)RTFR - Revi st a do Tr i bunal Federal de Recur sos ( DF)

    RTJ - Revi st a Tr i mest r al de j ur i spr udnci a ( DF)STF - Supremo Tr i bunal Federal

    TA - Tr i bunal de Al adaTFR - Tr i bunal Federal de Recur sos

    TJ - Tr i bunal de J ust i a

    NOTAS:

    Nas ci t aes de l i vros e r evi st as, o pr i mei r o nmer o i ndi ca ovol ume, e o

    segundo, aps a bar r a, a pgi na. Par a f aci l i dade de consul t a, r epet i mos a i ndi cao de acrdosquando

    publ i cados em di ver sas r evi st as. Na i ndi cao de acrdos da j ust i a est adual , adi t amos si gl a doFri bunel

    a do Est ado a que per t ence.

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    CAP TULO 1

    NOES PRELI MI NARES

    SUMRI O: 1. 0 DI REI TO - I I . DI REI TO POBLI CO E DI REI TO PRI VADO - I I I .DI REI TO ADMI NI STRATI VO -

    I V. CONCEI TO DE DI REI TO ADMI NI STRATI VO - V. RELAES COM OUTROS RAMOS DODI REI TO E COM AS CI N-CI AS SOCI AI S - VI . DI REI TO ADMI NI STRATI VO E CI NCI A DA ADMI NI STRAO -VI I . DI REI TO ADMI NI STRATI VO EPOLI TI CA - VI I I . FONTES DO DI REI TO ADMI NI STRATI VO - I X. CODI FI CAO DODI REI TO ADMI NI STRATI VO - X.I NTERPRETAO DO DI REI TO ADMI NI STRATI VO - XI . EVOLUO HI STRI CA DODI REI TO ADMI NI STRATI VO - X11. 0 DI REI TO ADMI NI STRATI VO NO BRASI L - XI I I .SI STEMAS ADMI NI STRATI VOS - XI V. 0 SI STEMA ADMI NI S-TRATI VO BRASI LEI RO.

    1. 0 DI REI TO

    0 est udo do Di r ei t o Admi ni st r at i vo h de par t i r , necessari ament e, da

    noo geral do Di r ei t o - t r onco de onde se esgal ham t odos os ramos daCi nc i a f ur di ca.0 Di r ei t o, obj et i vament e consi derado, o conj unt o de regr as de condut acoat i vament e i mpost as pel o Est ado. Na cl ssi ca concei t uao de J heri ng, o compl exo das condi es exi st enci ai s da soci edade,assegur adas pel o Poder Pbl i co. Em l t i ma anl i se, o Di r ei t o se t r aduz empr i nc pi os de condut a soci al , t endent es a real i zar a j ust i a. 1Quando esses pr i nc pi os so sust ent ados em af i r maes t er i cas f ormam aCi nci a f ur di ca, em cuj a cpul a est a Fi l osof i a do Di r ei t o; quandoesses mesmos pr i nc pi os so concr et i zados em norma j ur di ca,t emos o Di r ei t o Posi t i vo, expr esso na l egi sl ao. A si st emat i zao dessespr i nc pi os, em nor mas l egai s, const i t ui a Or dem J ur di ca, ou sej a, osi st ema l egal adotado para assegur ar a exi st nci a do Est ado e acoexi st nci a pac f i ca dos i ndi v duos na comuni dade.

    1 , Carl os Mouchet - Zorr aqui n Becu, I nt r oducci n al Derecho, Buenos i r es,1959, pgs. 24 e segs.

    i

    1 1 ~ 1

    20 DI REI TO ADMI NI STRATI VO BRASI LEI RO

    Da a pr esena de duas or dens j ur di cas: a i nt er na e a i nt er naci onal ;aquel a f or mada pel os pr i nc pi os. j ur di cos vi gent es em cada Est ado;est a se mant m pel as regr as superi ores acei t as r eci pr ocament e p . el os

    Est ados,par a a coexi st nci a pac f i ca das Naes ent r e si , e dos i ndi v duos que ascompoem, nas suas r el aes ext ernas.

    11. DI REI TO PBLI CO E DI REI TO PRI VADO

    0 Di r ei t o di vi di do, i ni ci al ment e, em doi s gr andes r amos: Di r ei t oPbl i co e Di r ei t o Pr i vado, consoant e a sua dest i nao. 0 Di r ei t o Pbl i co,por sua vez, subd vi de- se em I nt er no e Exter no.

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    0 Di r ei t o Pbl i co I nt er no vi sa regul ar , pr eci puament e, os i nt er essesestat ai s e soci ai s, cui dando s r ef l exament e da condut a i ndi vi dual .Repar t e- se em Di r ei t o Const i t uci onal , Di r ei t o Admi ni st r at i vo, Di r ei t oTr i butr i o,Di r ei t o Penal ou Cr i mi nal , Di r ei t o Pr ocessual ou J udi ci r i o ( Ci vi l ePenal ) , Di r ei t o do Tr abal ho, Di r ei t o El ei t or al , Di r ei t o Muni ci pal . Estasubdi vi so no est anque, admi t i ndo o despont ar de out r os r amos, com o

    evol ver da Ci nci a j ur di ca que ensej a, a cada di a, a especi al i zao doDi r ei t o e a conseqent e f ormao de di sci pl i nas aut nomas, bemdi ver s f i cadas de suas co- i r ms.

    0 Di r ei t o Pbl i co Exter no dest i na- se a r eger as r el aes ent r e

    I - no i nter -

    os Est ados Soberanos e as at i vi dades i ndi v uas no pnaci onal .

    0 Di r ei t o Pr i vado t ut el a pr edomi nant ement e os i nt er esses i ndi vi duai s, demodo a assegur ar a coexi st nci a das pessoas emsoci edade e a f r ui o deseus bens, quer nas r el aces de i ndi v duo a i ndi v duo, quer nas r el aes

    do i ndi v duo com ~ Est ado. Bi par t e- se o Di r ei t o Pr i vado em Di r ei t o Ci vi le Di r ei t o Comer ci al .

    0 Di r ei t o Admi ni st r ati vo, como vi mos, um dos r amos do D r ei t o Pbl i coI nt er no. Sua concei t uao dout r i nr i a, ent r et ant o, t em ensej adoacent uadas di ver gnci as ent r e os publ i ci st as.

    I I I . DI REI TO ADMI NI STRATI VO

    A escol a f r ancesa, capi t aneada por Ducr ocq, Batbi e e Gi anqui n-t o, sust ent a que o Di r ei t o Admi ni st r at i vo se det mno est udo do si st emade l ei s que regem a Admi ni st r ao Pbl i ca. ' Tal concei t o

    1. Ducrocq, Cour s de Dr oi t Admi ni st r at i t et de Legi sl at i on Franai se desFi nances, 1881, pg. 5; Bat bi e, Tr ai t Thor i que et Prat i que du Dr oi t

    NOES PRELI MI NARES

    21

    i nacei t vel , j porque reduz a mi sso desse r amo j ur di co decat al ogar a l egi sl ao admi ni st r at i va, j por que i nver t e a posi o daCi nci a do Di r ei t o, subor di nando- a s nor mas l egai s exi st ent es, quando,na real i dade, ospr i nc pi os dout r i nr i os que i nf or mam ou devem i nf or mar a l egi sl ao.

    A escol a i t al i ana, ou subj et i vi st a, i nt egr ada, dent r e out r os, por Meucci ,Ranel l et t i , Zanobi ni e Raggi , s concede ao Di r ei t o Admi ni st r at i vo oest udo dos atos do Poder Execut i vo. 2 Par t em, assi m, os seus adept os, do

    suj ei t o de onde emana o at o admi ni st r at i vo e no do ato em si mesmo, paraconcei t uao da ci nci a que o di sci pl i na. Desse pont o- de- vi st a r esul t aque o Di r ei t o Admi ni st r at i vo excl ui r i a de suas cogi t aes os at osadmi ni st r at i vos prat i cados, embor a em r eduzi da escal a, pel o Legi sl at i vo epel o J udi ci r i o, na organi zao e execuo de seus ser vi os merament eadmi ni st r at i vos. A escol a subj et i vi St a, por t ant o, no at ende i nt ei r ament er eal i dade.

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    Out r os aut or es, no f i l i ados a escol as, encar am o Di r ei t o Admi ni st r at i vopor f acetas di ver sas, acent uando- l hes os t r aos pr edomi nant es. Assi m,Foi gnet ent ende que o Di r ei t o Admi ni st r at i vo r egul a os r gos i nf er i or es,r el egando ao Di r ei t o Const i t uci onal a at i vi dade dos rgos superi or es daAdmi ni st r ao Pbl i ca. 3 Na opi ni o de Bert hl emy esse r amo do Di r ei t ocui da de t odos os ser vi os pbl i cos que secundam a execuo das l ei s,excl u dos os da j ust i a. 4 0 cl ssi co Laf er r i r e al ar ga esse concei t o

    par a at r i bui r ao Di r ei t o Admi ni st r at i vo a or denao dos servi os pbl i cose a regul ament ao das r el aes ent r e a Admi ni st r ao e osadmi ni st r ador es. 5

    I V. CONCEI TO DE DI REI TO ADMI NI STRATI VO

    A di ver si dade das def i ni es est a i ndi car o desencont r o dout r i nr i osobr e o concei t o de Di r ei t o Admi ni st r at i vo, var i ando o en-

    Publ i c et Admi ni st r at i f , 1893, 111/ 8; Gi anqui nt o, Cor so di Di r i t t oPubbl i co Ammi ni st r at i vo, 1877, 1/ 8.2. Meucci , I st i t uzi oni di Di r i t t o Ammi ni st r at i vo, 1892, pg. 2;RaneI l et t i , Pr i nci pi i di Di r i t t o Ammni st r at i vo, 1912, pg. 268; Zanobi ni ,Cor so di Di r i t t o Ammi ni st r at i vo, 1936, pgs. 21 e segs. ; Raggi , Di r i t t o

    Ammi ni st r ati vo, 1936, 1/ 20.3. Foi gnet , Manuel l ment ai w de Dr oi t Admi ni st r ati f , 1901, pgs. 1 esegs.4. Bert hl emy, Tr ai t l ment ai r e de Dr oi t Admi ni st r ati f , 1923, pgs. 1 esegs.5. Laf er r i r e ( M. F. ) , Cour s Thor i que et Pr at i que de Dr oi t Publ i e etAdmi ni st r at i f , 1854, pg. 578.

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    DI REI TO ADMI NI STRATI VO BRASI LEI RO

    t endi ment o consoant e' a escol a e o cri t r i o adotado pel os aut ores quepr ocur amcaract eri zar o seu obj eto e demarcar sua rea de at uao. 1A dout r i na est r angei r a no nos parece habi l i t ada a f ornecer o exat oconcei t o do Di r ei t o Admi ni st r at i vo Br asi l ei r o, porque a conceponaci onal desse r amo do Di r ei t o Pbl i co I nt erno , na j ust a observao deBarr os J ni or , "al go di ver sa, pr opendendo mai s para uma combi nao decr i t ri os subj eti vo e obj et i vo do concei t o de Admi ni st r ao Pbl i ca, comomatr i a suj ei t a regnci a desse r amo

    ~

    1. Vej am- se as mai s modernas def i ni es no di r ei t o pt r i o: "conj unt o dospr i nc pi os que r egul am a at i vi dade no cont enci osa do Est ado, e aconst i t ui o dos r gos e mei o de sua ao em geral " ( Mr i o Masago,Concei t o de Di r ei t o Admi ni st r at i vo, 1926,

    pg. 21) - "si st ema de pr i nc pi os j ur di cos que regul am a at i vi dade doEst ado, sal vo as par t es ci vi l e penal , nel e compr eendi da a const i t ui odos r gos de sua at i vi dade" ( J os Matos de Vasconcel os, Di r ei t oAdmi ni str at i vo, 1936, 1/ 12) - "di sci pl i na j ur di car egul adora da at i vi dade do Est ado, exceto no que se r ef ere aos at osl egi sl at i vos e j ur i sdi c i onai s, i nst i t ui o de r gos essenci ai s est r ut ur a do regi me e f orma necessri a da at i vi dade dest es r gos"( Ti t o Pr at es da Fonseca, Di r ei t o Admi ni st r at i vo, 1939, pg. 49)- "r amo do Di r ei t o Posi t i vo que especi f i ca e pr i vat i vament e rege aadmi ni st r ao pbl i ca como f orma de at i vi dade, def i ne as pessoas

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    admi ni st r at i vas e a organi zao e os agent es do Poder Execut i vo daspol i t i cament e const i t u das e l hes r egul a, enf i m, os seusdi r ei t os e obr i gaes, em suas rel aes, umas com as out r as e com ospart i cul ares, por ocasi o do desempenho daquel a at i vi dade" ( Rui Ci r neLi ma, Pr i nc pi os de Di r ei t o Admi ni st r at i vo Br asi l ei r o, 1954, pg. 26) -" r amo do Di r ei t o Pbl i co que r egul a a est r ut ur a eo f unci onament o da admi ni st r ao pbl i ca bem como dos organi smos cr i ados

    para execut ar os servi os pbl i cos; r egul a, t ambm, as rel aes ent r e aadmi ni st r ao e t er cei r os, quando vi ncul ados s f i nal i dades pr pr i as dosser vi os pbl i cos" ( Them st ocl esBr ando Caval cant i , Tr at ado de Di r ei t o Admi ni st r ati vo, 1955, 1/ 14) - "0r amo do di r ei t o pbl i co i nt erno que r egul a a at i vi dade das pessoasj ur di cas pbl i cas e a i nst i t ui o de mei os e r gos r el at i vos aodessas pessoas" ( J os Cr et el l a I r . , Cur so de Di r ei t oAdmi ni st r at i vo, 1977, pg. 41) - "conj unt o de pr i nc pi os j ur di cos quedi sci pl i nam a or gani zao e a at i vi dade do Poder Execut i vo, i ncl usi ve dosrgos descent r al i zados, bem como as at i vi dades t i pi cament eadmi ni st r ati vas exer ci das pel os out r os Poder es" ( Car l osS. de Bar r os J ni or , Compndi o de Di r ei t o Admi ni st r at i vo, 1963, 1/ 81) -ordenament o j ur di co da at i vi dade do Est ado- poder , enquant o tal , ou dequem f aa as suas vezes, de cr i ao de ut i l i dade pbl i ca, de manei r a

    di r et a e i medi ata" ( Oswal do Ar anha Bandei r a de Mel l o, Pr i nc pi os Ger ai sde Di r ei t o Admi ni st r at i vo, 1969, 1/ 176) -" r amo do Di r ei t o Pbl i co que est uda os pr i nc pi os e normas que r egem asat i vi dades j ur di cas do Est ado e de seus del egados e as rel aes desubordi nao e de coordenaco del as der i vadas, excl u das a cr i ao danor ma l egal e sua apl i cao j ur i ; di ci onal cont enci osa,na pr ossecuo dos f i ns do Est ado" ( Di ogo de Fi guei r edo Morei r a Neto,Cur so de Di r ei t o Admi ni st r at i vo, 1974, pg. 52) - "conj unt o de normasj ur di cas que presi dem or gani zao e ao f unci onament o dos ser vi ospbl i cos" ( Henr i que de Carval ho Si mas,Manual El ement ar de Di r ei t o Admi ni st r at i vo, 1974, pg. 59) .Na dout r i na est r angei r a: "conj unt o de r egr as r el at i vas aos servi cospbl i cos" ( Gast on J ze, Dr oi t Admi ni st r at i l , 1914, 1/ 1) - "0 di r ei t oadmi ni st r ati vo t em por obj et o dar s pessoas admi ni st r at i vas, e a seusagent es, os poderes necessr i os ao desempenho desua mi sso que a de ger i r os i nt eresses pbl i cos

    NOES PRELI MI NARES

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    gdo Di r ei t o", o que l evou o mesmo publ i ci st a. a concl ui r que "abr aneraPoi s, 0 Di r ei t o Admi ni st r at i vo, ent r e ns, t odas as f unesexer ci dasi ' ~el as aut or i dades admi ni st r ati vas de qual quer nat ur eza quesej am; emai s: as at i vi dades, que, pel a sua natur eza e f orma de ef et i vao, possamser consi deradas como t i pi cament e admi ni st r at i vas" . 2Apl audi mos i nt ei r ament e essa or i ent ao, por que o Di r ei t o Admi ni st r ati vo,como ent endi do e pr at i cado ent r e ns, r ege ef et i vament e no s os at os

    do Execut i vo, mas t ambm os do Legi sl at i vo e doJ udi ci r i o, prat i cados como at i vi dade paral el a e i nst r ument al das que

    e assegur ar a sat i sf ao das necessi dades col et i vas" ( Mar cel Wal i ne,Manuel l ment ai r e de Dr oi t Admi ni st r at i l , 1946, pg. 239) - "0 di r ei t oadmi ni st r ati vo r ege os conf l i t os ent r e a admi ni st r ao e osadmi ni st r ados, or i gi nados do i nt er esse ger alem pr esena do i nt eresse pr i vado" ( Paul Duez e Guy Debeyr e, Trai t deDr oi t Admi ni st r at i f , 1952, pg. 4) - "0 ramo do di r ei t o pbl i co i nt er no

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    que regul a a or gani zao e at i vi dade da admi ni st r ao, i st o , o conj unt ode aut ori dades, agent es e organi smos,encar r egados, sob o i mpul so do poder pol t i co, de assegur ar as ml t i pl asi nt ervenes do Est ado moderno" ( Andr de Laubadre, Trai t l ment ai r ede Dr oi t Admi ni st r at i f , 1953, pg. 11) -"Compl exo das normas j ur di cas i nt ernas que regul amas r el aes ent r e aAdmi ni st r ao Pbl i ca, enquant o at uam par a a consecuo de suas prpr i as

    f i nal i dades, e os suj ei t os a el a subor di nados" ( Francesco D' Al essi o,I s t i t uz i oni di Di r i t to Ani mi ni st rat i vo I tal i ano,1949, 1/ 21) - "A par t e do Di r ei t o Pbl i co que t em por obj eto aorgani zao, os mei os e as f ormas de at i vi dade da Admi ni st r ao Pbl i ca eas conseqent es r el aes j ur di cas ent r e el a e os out r os sui ei t os" ( Gui doZanobi ni , Cor so di Di r i t t o Ammi ni st r at i vo, 1950,1/ 22) - "Si st emas das nor mas j ur di cas que di sci pl i nam as r el aes pel asquai s o Est ado, ou pessoa que com el e coopere, exera a i ni ci at i va deper segui r i nt er esses col et i vos ut i l i zando o pr i vi l gi o da execuopr vi a" ( Marcel o Caet ano, Manual de Di r ei t oAdmi ni st r ati vo, 1947, Pg. 17) - "Ramo do Di r ei t oPbl i co que regul a a at i vi dade do Est ado que se real i za em f orma def uno admi ni st r at i va" ( Gabi nci Fr aga, Der echo Admi ni st r at i vo, 1948, pg.3) - "Conj unt o de normas posi t i vas e de pr i nc pi os de Di r ei t o Pbl i co de

    apl i cao concret a i nst i t ui o ef unci onament o dos ser vi os pbl i cos e ao conseqent econt r ol e j ur i sdi ci onal da Admi ni st r ao Pbl i ca" ( Raf ael Bi el sa,Compendi o de Der echo Pbl i co, 1952, 11/ 1) - "Compl exo de normas epr i nc pi os deDi r ei t o Pbl i co I nt erno que r egul amas r el aes ent r e os ent es pbl i cos eos par t i cul ar es, ou aquel es ent r e si , par a a sat i sf ao concret a, di r et ae i medi at a das necessi dades col et i vas, dependent es da or demj ur di caestat al " ( Benj ami n Vi l l egas Basavi l baso, Der echoAdmi ni st r at i vo, 1948, 1/ 77) - "0 di r ei t o admi -ni st r at i vo o di r ei t o comum do Poder Pbl i co" ( Geor ges Vedel , Dr oi tAdmi ni st r ati f , 1961, pg. 44) - "0 conj unt o de normas e de pr i nc pi os dedi rei topbl i co i nt erno, que t em por obj eto a organi zao e o f unci onament o daAdmi ni st r ao Pbl i ca, assi m como a r egul ament ao das r el aesi nt er or gni cas, i nt er admi ni st r at i vas e as das ent i dades admi ni st r at i vascom os admi ni st r ados"( Mi guel S. Mar i enhof f , Tr at ado de Der echo Admi ni st r at i vo, 1965, 1/ 149) -"0 r amo do di r ei t o pbl i co que est uda o exerc ci o da f unoadmi ni st r at i va e a pr ot eo j udi ci al exi st ent e cont r a est a" ( Agust i n A.Gor di f i o, Tr at ado de Der echo Admi ni st r ati vo, 1974,t omo 1, I V/ 19) .2. Car l os S. de Bar r os j ni or , I nt r oduo ao Di r ei t o Admi ni st r at i vo,1954, pgs. 85 e segs.

    . 1

    24 DI REI TO ADMI NI STRATI VO BRASI LEI RO

    l he so espec f i cas e pr edomi nant es, i st o , a de l egi sl ao e a dej ur i sdi o.i0 concei t o de Di r ei t o Admi ni st r at i vo Br asi l ei r o, par a ns, si r i t et i za- seno conj unt o har mni co de pr i nc pi os j ur di cos que regem os rgos, osagent es e as at i vi dades pbl i cas t endent es ar eal i zar con cr et a, di r et a e i medi at ament e os f i ns desej ados pel o Est ado.Anal i semos os el ement os desse concei t o.

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    Conj unt o har mni co de pr i nc pi os j ur di cos . . . si gni f i ca a si st emat i zaode normas dout r i nr i as de Di r ei t o ( e no de Pol t i ca ou de ao soci al ) ,o que i ndi ca o car t er ci ent f i co da di sci pl i na emexame, sabi do que no h ci nci a sem pr i nc pos t er i cos prpr i os,or denados, e ver i f i cvei s na pr t i ca;

    que r egem os r gos, os agent es . . . i ndi ca que ordena a est r ut ur a e opessoal do ser vi o pbl i co;

    e as ati vi dades pbl i cas . . . i st o , a ser i ao de at os da Admi ni st r aoPbl i ca, pr at i cados nessa qual i dade, e no quando at ua, excepci onal ment e,em condi es de i gual dade com o par t i cul ar ,suj ei t o s nor mas do Di r ei t o Pr i vado;

    t endent es a r eal i zar concr et a, di r et a e i medi at ament e os f i ns desej adospel o Est ado. A est a car act er i zao e a del i mi t ao do obj et o doDi r ei t o Admi ni st r at i vo. Os t r s pr i mei r os t er mos - con-cr eta, di r eta e i medi atament e - af ast am a i ngernci a desse ramo doDi r ei t o na at i vi dade est at al abst r at a que a l egi sl at i va, na at i vi dadei ndi r et a que a j udi ci al , e na at i vi dade medi at a que a ao

    soci al do Est ado. As l t i mas expr esses da def i ni o - f i ns desej adospel o Est ado - est o a i ndi car que ao Di r ei t o Admi ni st r at i vo no competedi zer quai s so os f i ns do Est ado. Out r as ci nci as sei ncumbi r o di st o. Cada Est ado, ao se or gani zar, decl ara os f i ns por el evi sados e i nst i t ui os Poderes e r gos necessr i os sua consecuo. 0Di r ei t o Admi ni st r at i vo apenas passa a di sci pl i nar asati vi dades e os rgos est at ai s ou a el e assemel hados, par a o ef i ci ent ef unci onament o da Admi ni st r ao Pbl i ca. Per cebe- se, poi s, que o Di r ei t oAdmi ni st r at i vo i nt eressa- se pel o Est ado, mas no seuaspect o dnmi co, f unci onal , r el egando par a o Di r ei t o Const i t uci onal apar t e est r ut ur al , est t i ca. Um f az a f i si ol ogi a do Est ado; o out r o, a suaanatomi a.0 Est ado moderno, para o compl eto at endi ment o de seus f i ns, atua em t r ssent i dos - admi ni st r ao, l egi sl ao e j ur i sdi o - e em t odos el es pedeori ent ao ao Di r et o Admi ni st r at i vo, no queconcerne organi zao e f unci onament o de seus ser vi os, admi ni st r aode seus bens, regnci a de seu pessoal e f ormal i zao dos seus at os deadmi ni st r ao. Do f unci onament o est atal s seaf ast a o

    NOES PRELI MI NARES

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    Di r ei t o Admi ni st r at i vo quando empr esena das at i vi dades especi f i cament el egi sl at i vas (f ei t ur a da l ei ) ou car acter i st i cament e j udi ci r i as( deci ses j udi c i ai s t p; cas) .A l argueza do concei t o que adotamos permi t e ao Di r ei t o Admi ni st r at i vor eger , como ef et i vament e r ege, t oda e qual quer at i vi dade de

    admi ni st r ao, pr ovenha el a do Execut i vo, do Legi sl at i vo ou doJ udi ci r i o.E, na real i dade, assi m , por que o at o admi ni st r ati vo no se desnat ur apel o s f at o de ser pr at i cado no mbi t o do Legi sl at i vo ou do J udi ci r i o,desde que seus rgos est ej am at uando como admi ni st r adores de seusservi os, de seus bens, ou de seu pessoal . Dessas i ncur ses necessr i asdo Di r ei t o Admi ni st r at i vo em t odos os set or es do Poder Pbl i co, or i gi nam-se as suas r el aes comos demai s r amos do Di r ei t o e atmesmo com as ci nci as no j ur di cas, como passaremos a anal i sar .

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    V. RELACES COM OUTROS RAMOS DO DI REI TOE CO~1 AS CI NCI AS SOCI AI S

    Com o Di r ei t o Const i t uci onal o Di r ei t o Admi ni st r at i vo mant m est r ei t aaf i ni dade e nt i mas r el aes, uma vez que ambos cui dam da mesma ent i dade:o Est ado. Di ver si f i cam em que o Di r ei t o Const i t uci onal sei nt er essa pel a est r ut ur a est at al e pel a i nst i t ui o pol t i ca do gover no,

    ao passo que o Di r ei t o Admi ni st r at i vo cui da, t o- soment e, da organi zaoi nt erna dos rgos da Admi ni st r ao, de seu pessoal e dof unci onament o de seus ser vi os, de modo a sat i sf azer as f i nal i dades quel he so const i t uci onal ment e at r i bu das. Da t er mos af i r mado que o Di r ei t oConst i t uci onal f az a anatomi a do Est ado, cui dando de suasf or mas, de sua est r ut ur a, de sua subst nci a, no aspect o est t i co,enquant o o Di r ei t o Admi ni st r at i vo est uda- o na sua movi ment ao, na suadi nmi ca. Encont r am- se, mui t as vezes, em set ores comuns, o que osl eva ao ent r osament o de seus pr i nc pi os, e, sob cer t os aspect os, assemel hao de ' suas normas. Mas bem de ver que no se conf undem: umd os l i neament os ger ai s do Est ado, i nst i t ui os rgos essenci ai s,def i ne os di r ei t os e gar ant i as i ndi vi duai s; o out r o ( Di r ei t oAdmi ni st r at i vo) di sci pl i na os servi os pbl i cos e r egul ament a as r el aesent r e a Admi ni st r ao e os admi ni st r ados dent r o dos pr i nc pi os

    const i t uci onai spr evi ament e est abel eci dos.

    Com o Di r ei t o Tr i but r i o e com o Fi nancei r o so sens vei s as r el aes doDi r ei t o Admi ni st r at i vo, dado que as at i vi dades vi ncul adas a i mposi ao earr ecadao de t r i but os, r eal i zao da r ecei t a e ef et i vaodas despesas pbl i cas, so emi nent ement e admi ni st r at i vas.

    ~ i i 1~ i ~ h

    26 DI REI TO ADMI NI STRATI VO BRASI LEI RO

    Com o Di r ei t o Penal a i nt i mi dade do Di r ei t o Admi ni st r at i vo per si st e sobmui t os aspect os, a despei t o de atuarem emcampos bem di f erent es. Cert o que o i l ci t o admi ni st r at i vo no se conf unde com o i l ci t o penal ,assentando cada qual em f undament os e normas di ver sas . Mas no menosver dade que a pr pr i a Lei Penal , em mui t os casos, t ai s como nos cr i mescont r a a Admi ni st r ao Pbl i ca (Cdi go Penal , ar t s. 312 a 327) , subordi naadef i ni o do del i t o concei t uao de at os e f at os admi ni st r at i vos.Nout r os casos, chega mesmo a rel egar Admi ni st r ao pr err ogat i vas doDi r ei t o Penal , como ocor r e nas pr i ses admi ni st r ati vas e nacar act er i zao dei nf r aes dependent es das chamadas normas penai s em branco.

    Com o Di r ei t o Pr ocessual ( Ci vi l e Penal ) o Di r ei t o Admi ni st r at i vo mant mi nt er cmbi o de pr i nc pi os apl i cvei s a ambas as di sci pl i nas, na

    r egul ament ao de suas r espect i vas j ur i sdi es. Se, por um l ado, aj ust i a comumno di spensa al gumas nor mas admi ni st r at i vas na movi ment ao dos f ei t os,por out r o, a j ur i sdi o admi ni st r at i va se ser ve de pr i nc pi os t i pi cament epr ocessuai s par a nort ear o j ul gament o de seus r ecur sos. No r aro so aspr pr i as l ei s admi ni st r at i vas que det er mi nam a apl i cao de nor maspr ocessuai s comuns e pr i nc pi os ger ai s do Di r ei t o J udi ci r i o, aos casosanl ogos da Admi ni st r ao.

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    Com o Di r ei t o do Tr abal ho e especi al ment e comas i nst i t ui es depr evi dnci a e assi st nci a ao assal ar i ado, o Di r ei t o Admi ni st r at i vo mant msens vei s rel aes, j por que t ai s or gani zaes so i nst i t u das, ent r ens,como aut arqui as admi ni st r at i vas, j porque as r el aes ent r e empr egadorese empregados, em boa part e, passaram do mbi t o do Di r ei t o Pr i vado para ocampo do Di r ei t o Pbl i co, com o f i m pr ec puo de mant - l as sob a

    r egul ament ao e f i scal i zao do Est ado. Essa publ i ci zao do Di r ei t o doTr abal ho mui t o o aproxi mou do Di r ei t o Admi ni st r at i vo pr i nci pal mente agoraque o Est ado e suas aut arqui as cont r at am empregados no regi me daConsol i dao das Lei s do Trabal ho, para at i vi dades de natur ezaempr esar i al .

    Com o Di r ei t o El ei t or al , novo ramo do Di r ei t o Pbl i co que se t emdesenvol vi do l argament e ent r e ns como atest amo Cdi go El ei t oral ( Leif eder al 4. 737, de. 15. 7. 1965) e l ei s compl ement ar es, o Di r ei t oAdmi ni st r at i vot em mui t os pontos de contat o na or gani zaco da vot ao e apur ao dospl ei t os, no f unci onament o dos part i dos pol t i cos, no ordenament o ef i scal i zao da pr opaganda part i dri a e em out r os assunt os de car t erni t i dament e

    admi ni st r ati vo, embora da compet nci a da J ust i a El ei t or al . Pode- seaf i r mar mesmo que t oda a part e f ormal dos at os el ei t orai s permanece sob ar egnci a do Di r ei t o Admi ni st r at i vo, uma vez que aquel e Di r ei t o no di spedemtodos pr pr i os para a execuo das at i vi dades que l he so r eservadas.Seus pr i nc pi os espec f i cos s al canam os aspect os mat er i ai s dos at ose l e i -

    NOOES PRELI MI NARES

    27

    t or ai s e o j ul gament o de seus r ecur sos, sabi do que a J ust i a El ei t or al par t e i nt egr ant e do Poder J udi ci r i o ( Const . Rep. , ar t s. 118 a 121) .

    Com o Di r ei t o Muni ci pal , cr onol ogi cament e o l t i mo esgal ho do Di r ei t oPbl i co I nt er no, o Di r ei t o Admi ni st r at i vo mant m i nt ensas r el aes, umavez que operam ambos no mesmo set or da or gani zao gover nament al ,di ver si f i cando apenas quant o s pecul i ar i dades comunai s. 0 cr escent edesenvol vi ment o e a especi al i zao das f unes l ocai s der amor i gem aut onomi a do Di r ei t o Muni ci pal , mas nem por i sso pr esci nde el e dospr i nc pi osger ai s do Di r ei t o Admi ni st r at i vo. Ao revs, socor r e- se com f r eqnci a dasnor mas admi ni st r at i vas na organi zao de seus servi os, na composi o deseu f unci onal i smo, e no exer c ci o das at i vi dades pbl i cas de seu pecul i ari nt er esse. 0 Muni c pi o, como ent i dade pol t i co- admi ni st r at i va que e, ser ege, f unci onal ment e, pel os cnones cl ssi cos do Di r ei t o Admi ni st r at i vo,mas se or gani za e se aut ogoverna pel os pr i nc pi os do moderno Di r ei t oMuni ci pal . 1 Da a si mbi ose exi st ent e ent r e esses doi s r amos do Di r ei t o

    Pbl i co.

    Com o Di r ei t o Ci vi l e Comer ci al as r el aes do Di r ei t o Admi ni st r at i vo soi nt ens ssi mas, pr i nci pal ment e no que se ref ere aos cont r at os e obr i gaesdo Poder Pbl i co com o par t i cul ar . A i nf l unci a do Di r ei t o Pr i vadosobr e o Di r ei t o Pbl i co chega a t al pont o que, em al guns pa ses, aquel eabsorveu dur ant e mui t o t empo o pr pr i o Di r ei t o Admi ni st r at i vo, i mpedi ndoa sua f or mao e desenvol vi ment o, como agudamente obser vou Di cey nodi r ei t o angl o- nor t e- amer i cano . 2

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    Mas i nevi t vel essa i nf l unci a ci vi l i st a, j pel a ant ecednci a dasi st emat i zao do Di r ei t o Pr i vado, j pel a gener al i dade de seuspr i nc pi os e de suas i nst i t ui es, amol dvei s, sem dvi da, a t odos osr amos do Di r ei t oPbl i co . 3 Mui t os i nst i t ut os e r egr as do Di r ei t o Pr i vado so adot ados nocampo admi ni st r at i vo, chegando mesmo o nosso Cdi go Ci vi l e enumerarent i dades pbl i cas ( ar t . 14) , a concei t uar os bens pbl i cos ( ar t . 66) , a

    di sporsobr e desapr opr i ao (ar t . 1. 150) , a pr over sobr e edi f i caces urbanas( art s. 572 a 587) , af ora out r as di sposi es endereadas r etament e Admi ni st r ao Pbl i ca.

    Ent r e ns, Pa s carent e de est udos admi ni st r at i vos, a apl i cao depr i nc pi os ci vi l i st as ao Di r ei t o Pbl i co t em r ai ado pel o exager ~ ecausado no poucos er r os j udi ci ri os nas deci ses em que i nt eressada aAdmi ni st r aonos conf l i t os com o par t i cul ar, merecendo a

    1. Vej a- se a concei t uao do Muni c pi o Br asi l ei r o no nosso Di r ei t oMuni ci pal Br asi l ei r o, Ed. Revi st a dos Tr i bunai s, So Paul o, Cap. 111.2. Di cey, The Law of t he Const i t ut i on, 3. ' ed. , pgs. 304 e segs.

    3. Raf ael Bi el sa, Rel aci ones del Cdi go Ci vi l con el Der echoAdmi ni st r at i vo, 1923, passi nt .

    ~ i 1 1 1 ~ ~

    28 DI REI TO ADMI NI STRATI VO BRASI LEI RO NOES PRELI MI NARES 29

    j ust a cr t i ca de Bi l ac Pi nt o cont r a "essa i mprpr i a f i l i ao dout r i nr i adas deci ses j ur i sdi ci onai s em mat r i a admi ni st r at i va". 4

    Com as Ci nci as Soci ai s o Di r ei t o Admi ni st r at i vo mant m est r ei t asr el aes, pr i nci pal ment e com a Soci ol ogi a, com a Economi a Pol t i ca, com aCi nci a das Fi nanas e com a Est at st i ca. Como di sci pl i nas soci ai s, ouant r opol gi cas, atuam no mesmo campo do Di r ei t o - a soci edade - apenascom r umos e pr opsi t os di ver sos. Enquant o as Ci nci as j ur di cas vi sam aestabel ecer nor mas coer ci t i vas de condut a, as Ci nci as Soci ai s ( noj ur di cas)pr eocupam- se com a f ormul ao de pr i nc pi os dout r i nr i os, deduzi dos dosf enmenos natur ai s que const i t uem o obj eto de seus est udos, masdespr ovi dos de coao est atal .A est as Ci nci as o Di r ei t o Admi ni st r at i vo pede achegas para oaper f ei oament o de seus i nst i t ut os e de suas nor mas, vi sando aj ust - l os,cada vez mai s e mel hor , aos f i ns desej ados pel o Est ado, na conf ormi dadeda ordemj ur di ca preest abel eci da.

    VI . DI REI TO ADMI NI STRATI VO

    E CI NCI A DA ADMI NI STRAO

    i

    A denomi nada Ci nci a da Admi ni st r ao, que sur gi u de est udos par al el osaos do Di r ei t o Admi ni st r ati vo, per deu hoj e mui t o da sua i mpor t nci a,estando supr i mi da das ct edr as uni ver si t r i as da I t l i a desde 1935. 1Na verdade, no nos parece que tal di sci pl i na possa subsi st i r comoci nci a autnoma, uma vez que seu obj et o se conf unde ora como do Di r ei t oAdmi ni st r at i vo, or a com o do Di r ei t o Const i t uci onal , e no r ar o com o

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    pr pr i o cont edo da Teori a Geral do Est ado. Essa i ndi st i no de obj etosl evou Zanobi ni e Vi t t a a negarema aut onomi a dessa pr etensa ci nci aadmi ni st r at i va. 2Ent r e ns, embora f i gur e com mui t a f r equenci a nos progr amas dasFacul dades de Di r ei t o, j decai u t ambm do concei t o dosadmi ni st r ati vi st as cont empor neos, que passaram a consi der - l a si mpl espart e da Soci ol ogi a ou

    da Pol t i ca ~ 3 ou uma di sci pl i na auxi l i ar da moderna Or gani zaoRaci onal do Tr abal ho . 4 Fal t ando- l he, como l he f al t a,

    4. Bi l ac Pi nt o, Est udos de Di r ei t o Pbl i co, 1953, pg. 2.1. Decret o r eal 2. 044, de 28. 11. 1935.2. Zanobi ni , Cor so di Di r i t t o Ammi ni st r at i vo, 1950, 1146; Ci no Vi t t a,Di r i t t o Ammi ni st r at i vo, 1948, 1/ 23.3. Ti t o Pr at es da Fonseca, Di r ei t o Admi ni st r at i vo, 1939, pg. 65.4. Car l os S. de Bar r os J ni or , I nt r oduo ao Di r ei t o Admi ni st r at i vo,1954, pg. 65.

    cont edo j ur di co, r eput amos i nadequada a sua i ncl uso no cur r cul o dasFacul dades de Di r ei t o. Poder ser mi ni st r ada como t cni ca deadmi ni st r ao, nunca, porm, como ramo do Di r ei t o Pbl i co, em p de

    i gual dade com oDi r ei t o Admi ni st r at i vo.

    VI I . DI REI TO ADMI NI STRATI VO E POLI TI CA

    A concei t uao de Pol t i ca t em desaf i ado a ar gci a dos publ i ci st as, semcol her uma def i ni o concor de. Par a uns ci nci a ( J el l i nck e Br uni al t i ) ,par a out r os art e (Bur ke e Schaef f l e) . A nosso ver , no ci nci a, nemart e. f orma de atuao do homem pbl i co quando vi sa a conduzi r aAdmi ni st r ao a real i zar o bem- comum. A Pol t i ca, como f orma de atuaodo homem pbl i co, no t em r i gi dez ci ent f i ca, nem or i ent ao ar t st i ca.Rege- se - oudeve r eger - se - por pr i nc pi os t i cos comuns e pel as sol i ci t aes do bemcol et i vo. Gui a- se por mot i vos de convemenci a e oport uni dade do i nt eressepbl i co que h de ser o seu supr emo obj et i vo.Como at i t ude do homem pbl i co, a Pol t i ca se di f unde e al cana todos osset ores da Admi ni st r ao, quando os gover nant es - e aqui i ncl u mos osdi r i gent es dos t r s Poder es - t r aam normas ou pr at i cam at os t endent es ai mpr i mi r , por t odos os mei os l ci t os e morai s, os r umos que conduzam aat i vi dade governament al ao encont r o das aspi r aes mdi as da comuni dade.Coer ent ement e com esse entender , negamos a exi st nci a de at o pol t i cocomo ent i dade aut noma. 0 que exi st e, a nosso ver , sempre at oadmi ni st r at i vo, at o l egi sl at i vo ou at o j udi ci r i o i nf or mado de f undament opol t i co. 0 i mpr opr i ament e chamado at o pol t i co no passa de um ato degoverno, pr at i cado di scr i ci onari ament e por qual quer dos agent es quecompem os Poderes do Est ado. A l ei um ato l egi sl at i vo comf undament opol t i co; o vet o um at o execut i vo com f undament o pol t i co; a suspensocondi ci onal da pena um at o j udi ci r i o com f undament o pol t i co. Da a

    exi st nci a de uma Pol t i ca l egi sl at i va, de uma Pol t i ca admi ni st r at i va ede umaPol t i ca j udi ci r i a. Por i dnt i ca r azo se pode f al ar emPol t i caeconmi ca, Pol t i ca mi l i t ar , Pol t i ca agr r i a et c. , conf or me sej a o set orobj et i vado pel a at i vi dade governament al que o pr ocur a or i ent ar no sent i dodo bem- comum.A Pol t i ca no se subor di na aos pr i nc pi os do Di r ei t o, nem se f i l i a aesse r amo do saber humano, embora vi cej e ao l ado das ci nci as j ur di cas esoci ai s, porque est as que l he pr opi ci ammel hor campo de at uao. '

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    1. No se conf unda a Pol t i ca no sent i do em que a concei t uamos - f orma deat uao do homem pbl i co vi sando conduzi r a Admi ni st r ao a

    l i ~~ 1, ~ 1 1~

    ~, ~ ~2,30 DI REI TO ADMI NI STRATI VO BRASI LEI RO

    Moder nament e, mui t o se f al a em Di r ei t o Pol t i co, r ef er i ndo- se spr err ogat i vas do ci dado como part i ci pant e event ual da Admi ni st r aoPbl i ca. Mel hor di r amos Di r ei t o C vi co ( em oposi co aDi r ei t o Ci vi l ) , por que, na verdade, o que se r econhece aos i v duos nasdemocr aci as a f acul dade de at uar como ci dado para compor o go-1ver no, e i nt er vi r na vi da pbl i ca do Est ado, at r avs de at os decor r ent esde sua capaci dade c vi ca ( candi dat ur a, exer c ci o do vot o, ao popul ar ,escol ha pl ebi sci t r i a, cassaco de mandat os etc. ) . Nos pr i mr di osdest e scul o conf undi a- se Di ; ei t o Pol t i co com Di r ei t o Const i t uci onal ,

    sendo cor r ent e a i di a de que per t enci a a est a di sci pl i na t oda a mat r i ar ef er ent e ao Est ado . 2 Essa noo no exat a, nem suf i ci ent e. 0 Di r ei t oPbl i co especi al i zou- se, r epar t i u- se em r amos espec f i cos, def i ni uper f ei t ament e seus campos de est udo, r el egando 11ao denomi nado Di r ei t o Pol t i co soment e a par t e que ent ende com acomposi o do governo e as prerr ogat i vas c vi cas do ci dado, er i gi das emdi r ei t o subj et i vo pbl i co de seu t i t ul ar . 3

    VI I I . FONTES DO DI REI TO ADMI NI STRATI VO

    0 Di r ei t o Admi ni st r at i vo abebera- se para sua f ormao emquatr o f ont espr i nci pai s, a saber : a l ei , a dout r i na, a j ur i spr udnci a e os cost umes.

    A l ei , em sent i do ampl o, a f ont e pr i mr i a do Di r ei t o Admi ni st r at i vo,abr angendo est a expr esso desde a Const i t ui o at os r egul ament osexecut i vos. ' E compr eende- se que assi m sej a, por que t ai s at osi mpondo o seu poder normat i vo aos i ndi v duos e ao pr pr i o Est ado,estabel ecem r el aes de admi ni st r ao de i nt er esse di r et o e i medi at o doDi r ei t o Admi ni st r at i vo.

    A dout r i na, f or mando o si st ema t eri co de pr i nc pi os apl i cve' i s aodi r ei t o posi t i vo, el ement o const r ut i vo da ci nci a j ur di ca qualper t ence a di sci pl i na em causa. A dout r i na que di st i ngue as r egr as queconvm ao Di r ei t o Pbl i co e ao Di r ei t o Pr i vado, e mai s par t i . cul ar ment ea cada um dos sub- r amos do saber j ur di co. I nf l ui el a no

    r eal i zao do bem- comum - com a pol t i ca part i dr i a que l ament avel ment ese pr at i ca ent r e ns como mei o de gal gar e perni anecer no poder , at r avsde pr est gi o el ei t or al . Nesse sent i do car r ei r i smo e no at i vi dade

    pbl i ca, que merea qual querconsi der ao dout r i nr i a.2. C. Gonzal es Rosaa, Tratado de Derecho Pol t i co, 1916, 1/ 14 e segs.3. Lui s l zaga, El ement os de Der echo Pol t i co, 1952, 1/ 17.1. Car l os S. de Bar r os J ni or , Font es do Di r ei t o Admi ni st r at i vo, i n RDA28/ 1; Lui z de Cast r o Net o, Font es do Di r ei t o Admi ni st r at i vo, So Paul o,1977.

    NOES PRELI MI NARES

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    s na el aborao da l ei , como nas deci ses cont enci osas e nocont enci osas, or denando, assi m, o pr pr i o Di r ei t o Admi ni st r at i vo.

    A j ur i sprudnci a, t r aduzi ndo a rei t erao dos j ul gament os num mesmosent i do, i nf l uenci a poder osament e a const r uo do Di r ei t o, e

    especi al ment e a do Di r ei t o Admi ni st r at i vo que se r essent e desi st emat i zaodout r i nr i a e de codi f i cao l egal . A j ur i spr udnci a t em um car t er mai spr t i co, mai s obj et i vo que a dout r i na e a l ei , mas nempor i sso se apar t ade pr i nc pi os t er i cos que, por sua per si st nci a nos j ul gados, acabapor penet r ar e i nt egr ar a pr pr i a ci nci a j ur di ca. Out r a car acter st i cada j ur i sprudnci a o seu naci onal i smo. Enquant o a dout r i na t ende auni ver sal i zar - se, a j ur i spr udnci a tende a naci onal i zar - se, pel a cont nuaadapt ao da l ei e dos pr i nc pi os ter i cos ao caso concr eto. Sendo oDi r ei t o Admi ni st r at i vo menos geral que os demai s r amos j ur di cos,preocupa- se di r etament e com a Admi ni st r ao de cada Est ado, e por i ssomesmo encont r a, mui t as vezes, mai s af i ni dade com a j ur i sprudnci a pt r i a,que com a dout r i na est r angei r a. A j ur i spr udnci a, ent r et ant o, no obr i gaquer a Admi ni st r ao, quer, o j udi ci r i o, porque no vi gor a ent r e

    ns o pr i nc pi o nort e- amer i cano do st are deci ses, segundo o qual adeci so j udi ci al super i or vi ncul a as i nst nci as i nf er i or es, par a os casosi dnt i cos.

    0 cost ume t emperdi do mui t o de sua i mport nci a na const r uo do Di r ei t o,desde a Lei da Boa Razo ( 1769) , que desaut or i zou. o seu acol hi ment oquando cont r r i o l ei , at a pr omul gao de nosso Cdi goCi vi l ( 1916) , - ~ue decl arou r evogados os "usos e cost umes concernent es smat r i as de di r ei t o ci vi l " por el e regul adas ( ar t . 1. 807) . Per si ste,ent r etant o, e com gr ande pr est gi o, no Di r ei t o Comer ci al que os admi t eexpr essament e desde que secundum l egem ( Cdi go Coni erci al , art s. 130 e133) .No Di r ei t o Admi ni st r at i vo Br asi l ei r o o cost ume exer ce ai nda i nf l unci a,em r azo da def i ci nci a da l egi sl ao. A pr t i ca admi ni st r at i va vemsupr i ndo o t ext o escr i t o, e, sedi ment ada na consci nci a dosadmi ni st r ador es e admi ni st r ados, a pr axe bur ocrt i ca passa a supr i r al ei , ou atua como el ement o i nf ormat i vo da dout r i na.

    I X. CODI FI CAO DO DI REI TO ADMI NI STRATI VO

    A questo da codi f i cao do Di r ei t o Admi ni st r at i vo t emcol ocado osdout r i nadores emt r s posi es: os que negam as suas vant agens; os queadmi t em a codi f i cao par ci al ; e os que pr opugnai n pel a codi -f i cao tot al . Fi l i ani o- nos a est a l t i ma cor r ent e, por ent ender mos que ar euni o dos t extos admi ni st r ati vos num s cor po de l ei no s per f ei t ament e exeq vel , a exempl o do que ocor r e com os demai s

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    DI REI TO ADMI NI STRATI VO BRASI LEI RO

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    r amos do Di r ei t o, j codi f i cados, como pr opi ci ar Admi ni st r ao e aosadmi ni st r ados mai or segur ana e f aci l i dade na observnci a e apl i caao dasnor mas admi ni st r at i vas.As l ei s esparsas tornam- se de di f ci l conheci ment o e obt eno pel osi nt eressados, sobr e no permi t i r em uma vi so panormi ca do Di r ei t o a_queper t encem. S o Cdi go r emove esses i nconveni ent es dal egi sl ao f r agment r i a, pel a apr oxi mao e coor denao dos t ext os que se

    i nt er l i gam par a a f ormao do si st ema j ur di co adot ado. Cert o que oCdi go repr esent a o l t i mo est gi o da condensao do Di r ei t o,sendo pr ecedi do, geral ment e, de col etneas e consol i daes das l ei sper t i nent es mat r i a. Ent r e ns, os est gi os ant ecedent es da codi f i caoadmi ni st r at i va j f or am at i ngi dos, e se nos af i gur am super ados pel aexi st nci a de vr i os Cdi gos par ci ai s ( Cdi go da Cont abi l i dade Pbl i ca;Cdi go de guas; Cdi go da Mi nerao; Cdi go Fl orest al etc. ) . De par comesses Cdi gos f l or esce uma i nf i ni dade de l ei s, desgar r adasde qual quer si st ema, mas que bemmereci ami nt egr ar o f ut ur o e necessri oCdi go Admi ni st r at i vo Br asi l ei r o, i nst i t ui o que concor r er par a auni f i cao de pr i nc pi os j ur di cos j ut i l i zados na nossa Admi ni st r aoPbl i ca.Cont emporaneament e, J ul es Lesps, depoi s de assi nal ar os pr ogr essos dacodi f i cao admi ni st r at i va na Eur opa e os notvei s est udos do I nst i t ut o

    Bel ga de Ci nci as Admi ni st r at i vas, concl ui que a codi f i caoof er ece, af i nal , mel hor es possi bi l i dades de cont r ol e e aperf ei oament o er emata af i r mando que "as vant agens se f azem sent i r ai nda em out r osdom ni os: no da j ur i spr udnci a dos t r i bunai s, no das j ur i sdi esadmi ni st r ati vas, no da dout r i na e no ensi no do di r ei t o". 1Esses ar gument os r espondemvant aj osamente aos que t emem a est agnao doDi r ei t o, pel a est r at i f i cao em Cdi gos. A pr t i ca se i ncumbi u dedemonst r ar , em cont r ri o do que sust ent avam Savi gny e seussegui dores, que os Cdi gos no i mpedem a evol uo do Di r ei t o, nemest ancam a sua f ormao; ao r evs, concor r ~m para a di f uso or denada dospr i nc pi os j ur di cos e para seu cr escent e aper f ei oament o. 2Como exempl o de codi f i cao admi ni st r at i va i nvocamos o moderno Cdi goAdmi ni st r ati vo de Port ugal , 3 que bem poder i a servi r

    1. J ul es Lesps, A codi f i cao dos pr i nc pi os ger ai s do Di r ei t oAdmi ni st r at i vo, i n RDA 22/ 24. No mesmo sent i do so as concl uses de J osCr et el l a J ni or , em sua tese, Da Codi f i cao do Di r ei t o Admi ni st r at i vo,1951, pg. 127.2. Car l os S. de Bar r os J ni or , A codi f i cao do Di r ei t o Admi ni st r at i vo,i n RDA 18/ 1, apoi ado em Br occol i , La Codi f i cazi one del Di r i t t oAmmi ni st r at i vo, 1933, pgs. 11 e segs.3. 0 Cdi go Admi ni st r at i vo de Por t ugal f oi post o em vi gor pel o Decreto-l ei 27. 424, de 31. 12. 1936 e at ual i zado por determi nao do Decr eto`*42. 536, de 28. 9. 1959.

    NOES PRELI MI NARES

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    de model o Codi f i cao admi ni st r ati va br asi l ei r a, com as adapt aes snossas t r adi es e ao nosso r egi me pol t i co.

    X. I NTERPRETAO DO DI REI TOADMI NI STRATI VO

    0 est udo da i nt erpretao das normas, atos e cont r atos admi ni st r at i vosno t emcorr espondi do, ent r e ns, ao pr ogr esso ver i f i cado nesse ramo doDi r ei t o. Adi ant ados como est amos em mui t os aspect os da

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    Ci nci a j ur di ca, no cui damos ai nda, com a pr of undi dade devi da, de f i xaras regr as bsi cas da apl i cao desse novel r amo do Di r ei t o Pbl i coI nt er no, o que nos l eva a ut i l i zar , quase que excl usi vament e, daher menut i ca ci vi l i st a em mat r i a admi ni st r at i va.0 Di r ei t o Admi ni st r at i vo no r ef r at r i o, em l i nhas ger ai s, apl i caoanal gi ca das r egr as do Di r ei t o Pr i vado, mesmo porque j no se pode mai sconsi der - l o um di r ei t o excepci onal . Mas, sendo um r amo

    do Di r ei t o Pbl i co, nem t odos os pr i nc pi os de bermenut i ca do Di r ei t oPr i vado l he so adequados. A di ver si dade de seu obj eto, a natur ezaespec f i ca de suas nor mas, os f i ns sexi gem ont r at os a ni t r i vos.

    A nosso ver , a i nt er pr et ao do Di r ei t o Admi ni st r at i vo, al m daut i l i zao anal gi ca das r egr as do Di r ei t o Pr i vado, que l he f or emapl i cvei s, h de consi derar , necessari ament e, - Uses t r es - pr essupostos:1. 0) al e: i gUal dade j ur di ca ent r e a Admi ni st r ao e os aTm- - i ni st r ados;2. 0) a pr esunao de l egi t i mi dade dos at os da Admi ni st r ao; 3. ' ) anecessi J aW- - Er e- poder es di scr i ci o j ' par a a Admi ni st r aco at enderao i nt er esse pbl i co.Comef ei t o, enquant o o Di r ei t o Pri vado r epousa sobr e a i gual dade daspar t es na r el ao j ur di ca, o Di r ei t o Pbl i co assent a em pr i nci pi oi nver so, qual sej a o da supr emaci a do Poder Pbl i co sobr e os ci dados,

    dada a pr eval nci a dos i nt er esses col et i vos sobr e os i ndi vi duai s. Dessadesi gual dade, or i gi nr i a ent r e a Admi ni st r ao e os par t i cul ar es,r esul t am i negvei s pr i vi l gi os e pr er r ogat i vas par a o Poder Pbl i co,pr i vi l gi os e pr err ogat i vas que no podemser desconheci dos nemdesconsi derados pel o i nt rpr ete ou apl i cador das r egr as gem, o Fe- gr asdmi s at

    e pr i nci pi os desse r amo do Di r ei t o. Sempr e que ent r ar em em coni l i t o odi r ei t o do i ndi v duo e o i nt eresse da comuni dade, h de pr eval ecer este,uma vez que o obj et i vo pr i maci al da Admi ni st r ao o bei n-- comum. As l ei s admi ni st r at i vas vi sam, geral ment e, a assegur ar essasupr emaci a do Poder Pbl i co sobr e os i ndi v duos, enquant o necessri a' c~- - - - , l i uo dos f i ns da Admi ni st r ao. Ao apl i cador da l ei compet ei nt er pr et - l a de modo a est abel ecer o equi l br i o ent r vi l gi o' s

    1 1 ~~ i , ~ l , ~1 , - 1~1!

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    1

    DI REI TO ADMI NI STRATI VO BRASI LEI RO

    l egi t i mi dade.nr i o. 2. Vej a- se, adi ant e, no Cap. I I I , i t em I I I , o concei t o de poderdi scr i c o-

    3. Sant i Romano, Cor so di Di r i t t o Ammi ni st r ati vo, 1937, pg. 77.4. Fr ancesco Fer r ar a escl ar ece: "A anal ogi a ( ou i nt er pr et ao anal gi capor compr eenso) di st i ngue- se da i nt er pr et ao extensi va. De f ato, estaapl i ca- se quando um caso no cont empl ado por di sposi o de l ei ,enquant o a out r a pr essupe que ocaso j est compr eendi do na r egul ament ao j ur di ca, ent r ando no sent i dode ur na di sposi o, se bemque f uj a sua l etr a" ( I nt er pr etao eApl i cao das Lei s, 1940, pg. 65) .

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    est at ai s e os di r ei t os i ndi v duai s, sem per der de vi st a aquel asupr emaci a.0 segundo pr i nc pi o, que h de est ar sempr e pr esent e ao i ntr~ pr ete oda pr esuno de l egi t i mi dade dos at os admi ni st r at i vos. ' Essa pr esuno,embora rel at i va ( j ur i s t ant um) , acompanha toda a at i vi dadepbl i ca di spensando a Admi ni st r ao da pr ova da l egi t i mi dade de seusat os. Pr esumi da est a, caber ao par t i cul ar pr ovar o cont r r i o, at

    demonst r ar cabal ment e que a Admi ni st r ao Pbl i ca obr ou f ora ou al m doper mi t i do em l ei , i st o , com i l egal i dade f l agr ant e ou di ssi mul ada sob af orma de abuso ou desvi o de poder .0 t er cei r o pr i nc pi o o de que a Admi ni st r ao Pbl i ca pr eci sa e seut i l i za f r eqent ement e de poder es di scr i ci onr i os na pr t i ca r ot i nei r a desuas at i vi dades. Esses poder~s no - p- de- - mser r ecusados aoadmi ni st r ador pbl i co embor a devam ser i nt er pr et ados r est r i t i vament euando col i dem com os di x 1* *duai s dos l m i n- i s- t r 5s- . l ~e_co

    mpr eat uao, que muni , o i nt er i o da Admit i vo descamba

    par a o ar b t r i o, e o pr pr i o Di r ei t o Admi ni st r at i vo l he nega val i dade,

    por excesso ou desvi o de poder . Por i sso mesmo, advert e Sant i Romano, que as normas admi ni st r at i vas devem ser i nt erpr etadas com o pr opsi t o de reconhecer a out orga do poder l eg t i mo Admi ni st r ao eaj ust - l o s f i nal i dades que condi ci onam a sua exi st nci a e a sua ut i l izao. 3Af or a est as r egr as pr i vat i vas do Di r ei t o Pbl i co, admi t e- se aan de d d ai - s- Uo- - s- ad t r ~a =os. ,I vaZt t1

    1 , r at va, cui - a

    se ua5o,emie snYi dua - ad i nS os 1sI s os i n na da e a m i n I s ~r a,

    u o c011 i n com os 1r i eci da a exi st nci a l egal da di scr c onar i da e a m i t , r p i c r j i t u m pn e r ete e a ad da ei del i m ar cao de aao po

    r , de pbl a, o bem- mumo do nt er ess publ i co. A f l . al i da i c co , oss a cor r i u 1 u e r c o p r i scr * c i o r i . or e e d r i dade q e d ma am ode d 1 na da Ai st r o xt r v S o ess S l i es o t o111 1 1 St 1 t l vo

    2r i a . E a a and d e nd a ad r i a dese,

    ut i l i zao dos mt odos i nt er pr et at i vos do Di r ei t o Ci vi l ( Lei deI nt r oduo ao Cdi go Ci vi l , ar t s. 1. ' a 6. ") , que a l ei de t odos,

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    quando est abel ece pr i nc pi os ger ai s par a apl i cao do Di r ei t o. Ospr i nc pi os do Di r ei t oCi vi l so t r asl adados par a o Di r ei t o Admi ni st r at i vo por vi a anal gi ca, ousej a, por f orca de compr eenso, e no por ext enSo. 4 A di st i no quef azemos - f undament al , e no pode ser conf undi da, sem gr aves danos i nt er pr et ao.

    Vej a- se adi ant e, no Cap. I V, i t em I I , o concei t o de pr esuno deNOES PRELI MI NARES

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    A anal ogi a admi ss vel no campo do Di r ei t o Pbl i co a que permi t e apl i caro t ext o da norma admi ni st r at i va espci e no pr evi st a, mas compr eendi dano seu esp r i t o; a i nt erpr etao ext ensi va, que negamospossa ser apl i cada ao Di r ei t o Admi ni st r at i vo, a que est ende ument endi ment o do Di r ei t o Pr i vado, no expr esso no t exto admi ni st r at i vo,nemcompr eendi do no seu esp r i t o, cr i ando norma admi ni st r at i va nova. Adi st i no sut i l , mas exi st ent e, o que l evou Vanoni a adver t i r que 1edue at t i vi t sono tant o vi ci ne", que exi gem do i nt r pr et e a mxi ma

    caut el a no est abel eci ment o do pr ocesso l gi co que o conduzi r exat aapl i cao do t ext o i nt er pr et ado: '

    XI . EVOLUO HI STRI CA DO DI REI TOADMI NI STRATI VO

    0 i mpul so deci si vo para a f ormao do Di r ei t o Admi ni st r at i vo f oi dadopel a t eor i a da separao dos poderes desenvol vi da por Mont esqui et i( L' Espr i t des Loi s, 1748) e acol hi da uni ver sal ment e pel os Estados deDi r ei t o. At ent o o absol ut i smo rei nant e e o enf ei xament o de t odos ospoder es gover nament ai s nas mos do Soberano no permi t i am odesenvol vi ment o de quai squer t eor i as que vi sassem a r econhecer di r ei t osaos sdi t os, em oposi o s or dens do Pr nci pe. Domi nava a vont adeoni pot ent e do Monarca, cr i st al i zada na mxi ma romana quod pr i nci pipl acui t l egi s habet vi goreme subseqent ement e na expr essoegocent r i st a de Lu s XI V: Vt at c' est moi .Na Frana, aps a Revol uo ( 1789) , a t r i par t i o das f unes do Est adoem execut i vas, l egi sl at i vas e j udi ci ai s, vei o ensej ar a especi al i zaodas at i vi dades do governo, e dar i ndependnci a aos rgosi ncumbi dos de r eal i z- l as. Da surgi u a necessi dade de j ul gament o dosatos da Admi ni st r ao at i va, o que i ni ci al ment e f i cou a car go dosPar l ament os, mas, post er i orment e, r econheceu- se a conveni nci a dedesl i gar - se as at r i bui es pol t i cas das j udi ci ai s. Num est gi osubseqent e f or am cri ados, a par dos t r i bunai s j udi ci ai s, os t r i bunai sadmi ni st r at i vos. Sur gi u, assi m, a j ust i a admi ni st r at i va, e, comocorol r i o l gi co,se f oi est r ut ur ando um di r ei t o espec f i co da Admi ni st r ao e dosadmi ni st r ados par a as suas r el aes r ec pr ocas. Er a o advent o do Di r ei t oAdmi ni st r at i vo.

    Rest aur ada a Monar qui a f r ancesa, Lu s XVI I I cr i ou, em 1817, a cadei r a deDi r ei t o Admi ni st r at i vo na Uni ver si dade de Par i s, cometendo sua regnci a aDe Gerando, o qual edi t ou em 1829 as f amo-

    S. Ezi o Vanoni , Nat ur a ed I nt er pr et azi one del l e Leggi Tr i but ar i e, 1932,pag. 273. Vej a- se t ambm sobr e apl i cago anal gi ca os par ecer es de Carl osMedei r os Si l va. i n RDA 31301 e 61239.

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    DI REI TO ADMI NI STRATI VO BRASI LEI RO

    sas I nst i t ut es du Dr oi t Franai s, que er am mai s um r eposi t 6r i o das l ei sgaul esas que obr a de dout r i na. Da por di ant e sucederam- se os t r abal hosai nda pouco si st emat i zados de Macarel , Cour s d' Admi ni st r at i on et de Dr oi tAdmi ni st r at i f , 1842; Laf er r i r e, Cour s Thor i que et Pr at i que de Dr oi tAdmi ni st r at i f , 1847; Bat bi e, Pr ci s de Dr oi t Publ i c et Admi ni st r at i f ,1860; Ducr ocq, Cour s du Dr oi t Admi ni st r at i f , 1861.Comor i ent ao r i gorosament e ci ent f i ca sucederam- se na Fr ana as obr asmoder nas de Henr i Bert hl emy, Tr ai t l ment ai r e de Dr oi t Admi ni st r ati f ,1889; Maur i ce Haur i ou, Pr ci s de Dr oi t Admi ni st r ati f , 1892; Gast onl ze, Les Pr i nci pes Gnr aux du Dr oi t Admi ni st r at i f , 1904 - Les Cont r at sAdmi ni st r at i f s, 1925; Roger Bonnar d, Pr ci s de Dr oi t Admi ni st r at i f , 1935;Mar cel Wal i ne, Manuel l ment ai r e de Dr oi t Admi ni st r ati f , 1946; PaulDuez et Guy Debeyre, Tr ai t de Dr oi t Admi ni st r at i f , 1952; J ean Ri ver o,

    Dr oi t Admi ni st r at i f , 1960; Geor ges Vedel , Dr oi t Admi ni st r at i f , 1961; Aubyet Ader , Dr oi t Admi ni st r at i f , 1967; Franci s- Paul Benoi t , Le Dr oi tAdmi ni st r at i f Franai s, 1968; Char l es Debbasch, Dr oi t Admi ni st r at i f ,1968; Loui s Tr ot abas, Manuel de Dr oi t Publ i c et Admi ni st r at i f , Par i s,1975; Andr de Laubadre, Manuel de Dr oi t Admi ni st r at i f , Par i s, 1976.Na Al emanha a i nf l unci a f r ancesa penet r ou f undo, ensej ando o advent o doDi r ei t o Admi ni st r at i vo cont emporaneament e comos est udos gaul eses,merecendo r e