apostila - direito do trabalho e previdenciário

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Prefeitura Municipal de SantosESTNCIA BALNERIASecretaria Municipal de Educao

U.M.E.P. ACCIO DE PAULA LEITE SAMPAIO

CURSO TCNICO EM CONTABILIDADE Mdulo I

Direito do Trabalhado e Previdencirio

ASPECTOS GERAIS DO DIREITO

O homem por excelncia um ser gregrio, no vivendo, portanto fora de um grupo. Isoladamente, o homem no alcana os seus objetivos. Desde a aurora da humanidade os homens, vivendo em grupo formavam uma sociedade incipiente, tendo algumas normas para disciplinar as relaes entre si. A sociedade, como a definiu Jacques Leclercq, uma unio durvel, em vista de um fim comum. H vrios tipos de sociedades e o homem insere-se, via de regra, em mais de uma delas. De modo geral, as sociedades podem ser perfeitas e imperfeitas, as primeiras das quais, em oposio as segundas, podem satisfazer a todas as necessidades do homem. A famlia, a universidade, sociedades imperfeitas, porque s podem atender a fins parciais do homem. O Estado e a Igreja so, respectivamente, nos mbitos natural e sobrenatural, sociedades perfeitas. A organizao da sociedade est submetida a um sistema de regras que possibilita, a todos, viver em paz com os seus semelhantes. Uma boa parte destas normas produzida pelo Estado e dotada de sano, por isso, imposta, coativamente, obedincia de todos, inclusive do prprio Estado. atravs destas normas que, em seu conjunto recebem o nome de Direito, que o Estado procura atingir o seu fim jurdico, realizando ele a ao jurdica: a) declarando o direito; b) distribuindo justia; c) mantendo a ordem interna; d) promovendo a defesa nacional exterior. A par das normas de direito ou das regras jurdicas, comumente conhecidas por leis, h outras de natureza no jurdicas. Entre elas destacamos as de natureza moral. Para traar a linha de distino entre o direito e a moral, basta observao de que, naquele, h o carter normativo obrigatrio, ou seja, imposto pela fora, s pessoas que constituem a sociedade e assim dispe de sano para coagir os homens, enquanto que a norma moral possui, apenas, uma espcie de sano interna (remorso, arrependimento, sentimento de reprovao geral, etc.). A palavra moral deriva do latim mores, que significa costumes, hbitos. Representa o conjunto de princpios que regem a conduta, lcita ou ilcita, aceita numa poca por determinada comunidade. O desrespeito das regras de conduta moral pode provocar, tcita ou manifesta atitude de desaprovao por

parte da sociedade; sendo essas normas de natureza artificial, sua sano ineficaz, pois a ela no se submetem indivduos sem conscincia e sem religio. Moral e tica se identificam. tica vem do termo grego ethos, que significa costume, uso, A tica, portanto, pode ser definida como uma doutrina disciplinadora dos costumes ou da boa formao, ou seja, que cria e consagra os princpios bsicos que regem a conduta, os costumes dos homens. Enquanto a moral procura objetivar o bem, o direito procura objetivar o justo. Nem todos os imperativos morais so, assim, imperativos jurdicos. Diante disso, cada classe profissional procura ter seu Cdigo de tica ou de Moral, a fim de orientar a profisso, obrigando todos os seus membros a manterem um nvel de conduta profissional digno. Somente um Cdigo de tica, contendo normas revestidas de invlucro legal para serem coercitivamente aplicadas, poder orientar a profisso e, ao mesmo tempo, assegurar o bom nvel cultural, profissional e moral da classe. tica profissional, portanto, o conjunto de prescries que dizem respeito ao comportamento funcional de determinada profisso. Conceito de Direito Direito um conjunto de normas impostas coercitivamente impostas pelo Estado para regular a vida e as relaes das pessoas. O Direito de um indivduo termina onde comea os dos seus semelhantes. Ex: Posso, usar a vontade o meu aparelho de som no meu apartamento, contudo, no poderei aumentar o volume de tal modo que os vizinhos possam dormir ou sejam perturbados de forma ilegal. H necessidade, por conseguinte do direito para solucionar os conflitos resultantes da coexistncia humana. No Direito devem ser considerados dois aspectos: O aspecto objetivo a regra obrigatria que se impe, que deve ser obedecida por todos para que haja harmonia social. O aspecto subjetivo o poder de agir de cada indivduo e que encontra limite no poder de ao de seu semelhante como vimos h pouco. o interesse individual protegido pela Lei. Os elementos constituintes do Direito Sujeito o titular do Direito. aquele que o tm e pode faz-lo valer. S a pessoa fsica ou jurdica, pode ser sujeito do direito. Uma vez que as coisas no podem.

Objeto aquilo sobre que recai o Direito, sobre o Direito, se aplica. So em geral os bens, tanto materiais como o patrimnio, por exemplo, os imateriais como a honra, a glria, a liberdade, a f, as aes humanas e as condies de vida. Relao Jurdica o vnculo que une o sujeito ao objeto, a relao assegurada pelo ordenamento jurdico, pode ser: Absoluto contra todos, exemplo a propriedade. Relativo - com referncia a determinadas pessoas. Ex: Relao de famlia. Coao a fora coercitiva que tem a sociedade para fazer valer o Direito e imp-lo a todos. Ela existe em estado latente quando o Direito respeitado. Manifesta-se no momento em que o Direito violado ou ameaado. Diviso do Direito O Direito divide-se em Direito Pblico e Direito Privado. Direito Pblico o ramo do Direito que se rege as relaes dos Estados entre si ou dos Estados para com as pessoas. Direito Pblico Externo o conjunto de normas que diz respeito s relaes entre dois ou mais pases, o chamado Direito Internacional Pblico. Direito Pblico Interno o conjunto de normas que se refere s relaes entre determinado pas e seus semelhantes. Divide-se em: Direito Constitucional: so normas que regulam a organizao poltica do Estado, sua origem, sua estrutura, seu funcionamento. Tais normas encontram-se consubstanciadas na constituio, que a Lei Bsica. Direito Administrativo: o conjunto de normas que regulam a organizao e o funcionamento dos rgos do Estado, suas atribuies e direitos. Direito Penal: o conjunto de normas que regulam a conduta das pessoas dentro da sociedade, aplicando a pena em caso da prtica de ato ilcito. Direito Processual: o conjunto de normas que regulam aplicao da Lei, divide-se em civil e penal. Direito Tributrio: so normas da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos municpios no que diz respeito arrecadao de impostos, taxas, tarifas, e contribuio de melhoria. Direito Privado o ramo do Direito que rege as relaes de natureza privada estabelecida entre as pessoas fsicas ou jurdicas.

Direito Privado Externo so normas que regulam as relaes entre pessoas de pases diferentes. a aplicao de normas do Direito Nacional no estrangeiro e vice-versa. o Direito Internacional Privado. Direito Privado Interno so normas que regulam as relaes entre pessoas de um mesmo pas.

Fontes do Direito So os meios pelos quais o Direito se manifesta. A Fonte principal do Direito a Lei. Lei um preceito jurdico, escrito, obrigatrio para todos, elaborado e publicado em forma solene pela competente autoridade legislativa do Estado, sua inobservncia resulta em sanes. As Leis podem ser: Bsicas ou Fundamentais: so aquelas que contm preceitos gerais, so as constitucionais. A Constituio a Lei suprema de uma nao ou associao humana politicamente organizada. Leis Ordinrias: so as que ampliam, desenvolvem ou interpretam princpios consagrados na Lei Fundamental. A Lei , portanto a fonte imediata de obrigaes para todas as pessoas, pois ningum obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa se no em virtude de Lei. Diviso das Leis Quanto ordem: Pblicas so obrigatrias e se impe para manter a paz e a ordem social. No podendo ser modificadas pela vontade das pessoas, so, portanto imperativas. Privadas so as que regulam as relaes entre particular, disciplinando-lhes vontade. Elas podem ser supletivas quando completam essa vontade e quando permitem que essa vontade se concretize. Quanto matria as Leis so: Constitucionais regulam os preceitos contidos na constituio

Administrativas regem a administrao pblica. Penais refere-se matria criminal. Civis regulam as relaes entre as pessoas. Comerciais dizem respeito s relaes de comrcio. Trabalhistas regulam as relaes de trabalho. Quanto natureza as Leis so: Substantivas tambm chamadas materiais, so as que dizem respeito ao Direito propriamente dito. Adjetivas so as que regulam a forma de se fazer valer o Direito, o processo. Tambm so chamadas processuais. Quanto ao territrio que abrangem: Federais so aplicveis em todo a Federao. Estaduais so aplicveis no estado de onde emanam. Municipais so aplicveis na esfera municipal.

Hierarquia das Leis Dentro da nossa hierarquia e organizao poltica a Lei Federal tem preferncia sob a Lei Estadual e esta sobre a Municipal. Esta hierarquia determinada pela Lei Bsica. Vejamos a ordem: Constituio Leis Decretos Regulamento e assim por diante. Elaborao das leis O povo brasileiro representado na Cmara dos Deputados e no Senado. Vejamos qual o caminho trilhado por um projeto de lei. Primeiramente ele pode iniciar em qualquer das duas Casas, ou ser de iniciativa do Poder Executivo, indo neste caso a Cmara dos Deputados. O projeto objeto de uma primeira discusso com a finalidade de verificar se a Casa pode deliberar sobre a matria contida; em linhas gerais o projeto aprovado nesta fase. Logo a seguir, ele distribudo a uma das comisses tcnicas, para a formao de pareceres, voltando depois ao plenrio para a segunda discusso. Nesta etapa haver deliberao propriamente dita,

incluindo as emendas apresentadas. Em caso de aprovao o projeto ser remetido comisso de redao, voltando aps ao plenrio para a ltima discusso, visando forma de redao. O itinerrio do nosso projeto est quase terminado. Se ele for aprovado em uma Casa ser levado outra. Se houver modificao a ser feita, o projeto ser encaminhado Casa de origem, para exame. Se no houver problema algum da segunda Casa, o projeto ser submetido sano do Presidente da Repblica que tem o prazo de 15(quinze) dias para tal. Sano, Promulgao, Veto e Publicao Caso o Presidente da Repblica manifestar sua aprovao ao projeto pelo Congresso ele o sancionar e, concomitantemente, o converter em lei. Este ato chama-se promulgao. A seguir a lei publicada no Dirio Oficial da Unio, dos Estados, dos Municpios, no jornal de maior circulao da regio. Se o Presidente da Repblica no concordar total ou parcialmente com o projeto, ele vet-lo-, total ou parcialmente. Se o veto for parcial parte sancionada ser promulgada. O projeto vetado retornar ao Congresso, que mediante o quorum de dois teros poder rejeitar o veto, devendo o Presidente da Repblica promulga-lo em 48(quarenta e oito) horas. Em caso de recusa, estar a cargo do presidente ou vice-presidente do Congresso a promulgao da lei. Mas insto raramente acontece. Eficcia das leis A eficcia da lei considerada sob duplo aspecto: 1 No tempo: a) A lei entra em vigor 45(quarenta e cinco) dias aps a sua publicao no Dirio Oficial, tornando-se obrigatria para todos, ningum se escusando de cumprir a lei, alegando que no a conhece. b) - A lei vlida para o futuro, no retroage. O princpio da irretroatividade da lei consagrado pelo nosso Direito, que no permite a violao do ato jurdico perfeito, que aquele consumado de acordo com a lei vigente poca em que se verificou; do direito adquirido, que ocorre quando o titular ou algum por ele pode exerce-lo, cumprida certa condio ou satisfeito determinado termo inaltervel pela vontade das partes; e da coisa julgada ou caso julgado, que a deciso judicial de que no cabe mais recurso algum. H exceo: a lei retroage sempre que beneficiar o ru. 2 No espao:

Em princpio, a aplicao da lei feita dentro do territrio do Estado a que pertence. Tal fato decorre da soberania dos Estados que seria violada pudesse um Estado impor sua legislao em outro. H exceo quando houver razo de ordem internacional em caso de ameaa de harmonia das naes. A eficcia da lei cessa quando ela revogada. Acrescentamos, ainda, que: Sano o ato de aquiescncia do Poder Executivo ao projeto aprovado pelo Legislativo. Pode ser expressa, quando o chefe do Executivo declara o seu assentimento, ou tcita, quando deixa transcorrer o prazo para o veto sem se opor ao projeto, pelo que fica aprovado. Veto a oposio do Executivo ao projeto. Deve ser expresso. Uma vez vetado, o projeto volta ao Legislativo que poder aceita-lo ou rejeitalo, do que depende a aprovao da lei. Promulgao o estgio sucessivo, consistente na declarao pelo chefe do Executivo ou Presidente do Congresso de que a lei foi incorporada ao Direito do pas. O Presidente do Congresso promulgar a lei no caso de sano tcita ou de rejeio do veto. Publicao o meio de tornar a lei conhecida e vigente. D-se atravs do rgo oficial, mas onde inexistir ser feita em jornal local, ou mesmo com a afixao do texto da lei em local determinado. A promulgao da lei obriga o Estado a cumprir a lei porque a torna obrigatria para os rgos pblicos que devem cumpri-la. Com a publicao, a lei torna-se obrigatria para todos os cidados. Fontes do Direito Diretas: Lei. Costumes. Indiretas: Doutrina. Jurisprudncia. Costume: a norma que no faz parte da legislao. criado espontaneamente pela sociedade, sendo produzido por uma prtica geral, constante e prolongada. Nas sociedades primitivas o costume era a principal fonte do Direito. No existiam leis escritas. As normas se fixavam pelo uso repetido de uma regra, que se transmitia oralmente, de gerao em gerao.

Doutrina: o conjunto sistemtico de teorias sobre o Direito elaborado pelos juristas. A doutrina produto da reflexo e do estudo que os grandes juristas desenvolvem sobre o Direito. Jurisprudncia: o conjunto de decises reiteradas ou repetidas sobre determinadas questes. A jurisprudncias dinmica vai se formando a partir das solues adotadas pelos rgos judiciais ao julgar casos jurdicos semelhantes. Ao longo do tempo o sentidos dos julgados variam, adequado o Direito as mudanas estricas sociais. Alm disso, conforme a situao, no h um consenso dos julgados, mas apenas uma tendncia que vai formando uma jurisprudncia dominante. Analogia: o processo de interpretao da norma jurdica extensiva a casos no previstos pelo legislador, permitindo a formao de leis. Princpios Gerais do Direito: so normas gerais, amplas, que formam a estrutura do Direito. So imutveis. Equidade: o princpio pelo qual, embora no haja norma explcita, se deve dar a cada um o que seu, fazendo-se justia. Constituio: Conceito e Classificao A Constituio Federal a lei mxima e fundamental do Estado. Ocupa o ponto mais alto da hierarquia das normas jurdicas. Na Constituio encontram-se, geralmente, as normas bsicas que compe a estrutura poltica, social, econmica e jurdica do Estado. A Constituio Federal estabelece no seu art. 3 que so objetivos fundamentais do estado brasileiro garantir o desenvolvimento nacional, promover o bem comum, constituir uma sociedade livre, justa e solidria, e radicar a pobreza e a marginalizao, reduzir as desigualdades sociais e regionais.

Classificao das Constituies Quanto forma podem ser: Escritas: quando expressas em leis escritas Costumeiras: quando se expressa em prticas constantes, consagradas pelo uso e pela tradio histrica de um povo. Quanto origem podem ser:

Dogmticas ou votadas: quando elaboradas por uma Assemblia Constituinte, composta por representantes do povo. Outorgadas: quando impostas pelo Chefe do Estado, sem a devida consulta prvia ao povo. Quanto consistncia podem ser: Rgidas: quando no podem ser alteradas com facilidade. As normas constitucionais sendo superiores as demais, nascem de processo legislativo mais complexo e especial que aquele destinado s leis comuns. Resulta disso o carter mais rgido das normas constitucionais. Flexveis: quando podem ser alteradas com relativa facilidade.

Direito Civil o ramo do Direito Privado que regula a capacidade jurdica das pessoas e suas relaes jurdicas referentes famlia, as coisas (bens), as obrigaes e a sucesso patrimonial. Pessoa Natural: o ser humano. A personalidade civil do homem comea do nascimento com vida e sua existncia termina com a morte. Pessoa Fsica: so pessoas individualmente consideradas. A pessoa fsica tambm recebe o nome pessoa natural. Pessoa Jurdica: so as empresas, instituies e entidades como, por exemplo, as fundaes, autarquias, sociedades civis e comerciais e o prprio Estado. As pessoas jurdicas tambm so capazes de assumir direitos e deveres. As pessoas jurdicas de direito privado comeam a existir legalmente com a inscrio dos seus contratos, estatutos ou atos constitutivos no registro pblico competente conforme o artigo 45, do Cdigo Civil e deixam de existir atravs da dissoluo nas formas do art. 51 da mesma lei. Classificao das Pessoas Jurdicas Podemos dividir as pessoas jurdicas em: Pessoas Jurdicas de Direito Pblico Unio, Estado, Municpios e Distrito Federal. Pessoas Jurdicas de Direito Privado Sociedades comerciais, partidos polticos, etc. Capacidade Jurdica

Consiste no poder de agir, praticar os atos da vida civil, exercer os direitos que a lei confere, contrair obrigaes, que a pessoa possui. A palavra capacidade tem dois entendimentos: Capacidade de Gozo: a faculdade que toda pessoa tem de tornarse sujeito do direito, isto , adquire direitos e obrigaes, confunde-se com a personalidade civil, pois comea com o nascimento com vida. Ex.: Assim o menor que recebe uma herana adquire o direito em virtude da sua capacidade civil, de direito e de gozo, mais no pode exercer esse direito, pois no possui a capacidade de fato ou de exerccio. Capacidade de Exerccio: tambm chamada capacidade jurdica, a faculdade que toda pessoa tem de poder exercer direitos e obrigaes. O menor no tem essa capacidade, pois no pode exercer direitos e obrigaes. Capacidade jurdica assume modalidades diversas conforme o fim para o qual se torne necessrio, assim temos: Capacidade matrimonial, processual, poltica, contratual, etc. Aquisio da Capacidade Do nascimento aos dezesseis anos - absolutamente incapaz, no pode praticar os atos da vida civil, quando tiver de faze-lo ser representado por seus pais ou tutores. Dos dezesseis aos dezoito anos ser considerado relativamente incapaz, pode o menor praticar os atos da vida civil, desde que assistido por seus representantes legais, isto , pais ou tutores. Dos vinte e um anos em diante a pessoa tem capacidade plena, a pessoa ser habilitada para todos os atos da vida civil. Entre os dezesseis e dezoito anos o menor poder adquirir a capacidade civil plena atravs da emancipao, que a aquisio da plena capacidade aps os dezoito e antes dos vinte e um anos nos seguintes casos: Pelo consentimento paterno ou materno (se pai for falecido) ou sentena do juiz ouvido o tutor; a) - Pelo casamento; b) - Pelo exerccio de emprego pblico efetivo; c) - Pela colao de grau cientfico em curso superior; d) - Pelo estabelecimento comercial, ou economia prpria. Incapacidade Absoluta So absolutamente incapazes os menores de 16 anos;

a) - Os loucos de todos os gneros; b) - Os surdos-mudos que no puderem exprimir a sua vontade; c) - Os ausentes declarados tais por ato do juiz. Incapacidade Relativa Possuem esta incapacidade os maiores de 16 anos e os menores de 18 anos; a) - Os prdigos; b) - Os silvcolas; c) - Os menores de 16 anos so representados pelos pais, e os demais absolutamente incapazes, so representados pelos curadores, especialmente designados para esse fim. Relativamente Incapazes So assistidos na prtica dos atos da vida civil, por seus pais ou tutores. Domiclio o lugar onde a pessoa tanto fsica como jurdica exerce sua atividade de modo contnuo e permanente e onde consequentemente responde pelas obrigaes legalmente constitudas. De acordo com o art. 70 do cdigo civil, domiclio o lugar onde a pessoa natural estabelece sua residncia com nimo definitivo. O domiclio importante porque a pessoa quer fsica ou jurdica deve designar um local onde possa oficialmente ser encontrada. Poder haver pluralidade de domiclios no caso da pessoa Ter diversas residncias onde alternadamente viver. Se a pessoa natural no tiver residncia fixa ter-se- por domiclio seu ponto central de negcios ou o lugar onde for encontrada na situao de uma pessoa que viaja. O domiclio pode ser: Voluntrio: quando escolhido e fixado pelo particular voluntariamente. Necessrio ou legal: aquele que decorre de lei. Neste ltimo caso tendo em vista o que determina o cdigo civil teremos: a) - O menor no emancipado, o domiclio do pai, ou da me, ou tutor; b) - O do interdito ou do seu curador;

c) - Da mulher casada, o do seu marido salvo se for separada, divorciada ou assumir a direo da sociedade conjugal; e) - Os funcionrios pblicos, no local onde exercem a funo; f) - O militar em servio no lugar onde servir; g) - Os oficiais ou tripulantes da marinha mercante, no lugar onde o navio estiver matriculado; Os presos ou desterrados, no lugar onde cumprem a sentena ou o desterro. Quanto pessoa jurdica ter seu domiclio no lugar onde funciona a respectiva administrao, salvo se for determinado ou fixado outro domiclio no estatuto ou no contrato. Se ela tiver vrios estabelecimentos, em lugares diversos, cada um deles ser considerado para os atos jurdicos o seu domiclio final. Finalmente as pessoas jurdicas de Direito Pblico tem seus domiclios assim estabelecidos: A Unio no Distrito Federal, os Estados nas respectivas capitais, os Municpios no lugar onde funcione a administrao municipal. Bens Em tcnica jurdica, a noo de bem no se identifica com a de coisa embora as coisas consideradas pela utilidade que nos proporcionam sejam designadas pela palavra bens, como acontece no caso do Direito Civil. A diferena de Direito no sentido econmico como segue no sentido geral. Bens no sentido econmico so todas as coisas teis e objetos que o homem procura para satisfazer as suas necessidades. Bens no sentido jurdico so todas as coisas materiais e todos os valores imateriais que servem de objeto a uma relao jurdica. Os bens podem assim ser classificados: Corpreos: so os que ocupam um lugar no espao. Ex.: uma cadeira, uma casa, edifcio. Incorpreos: so os que no ocupam lugar no espao. Ex.: a liberdade, a honra, os direitos hereditrios, etc. Imveis: so os que no podem ser transferidos de um lugar para o outro sem destruio, danos ou modificaes. Ex.: edifcios, solo, etc. Estes podem ser : Por natureza: Ex.: a superfcie

Por acesso: que podem ser, ou seja, tudo aquilo que for acrescentado ao solo pelo homem. Natural: so os acrescentados naturalmente ao solo. Ex.: as rvores, o subsolo, o espao areo e os frutos pendentes. Por fora da Lei: embora no sejam imveis por natureza a Lei assim o determina. Ex.: a hipoteca. Os rsticos: so os que se encontram na zona rural. Urbanos: so os que se encontram na zona urbana. Materiais de Construo: quando passa a fazer parte integrante da mesma. Mveis: so os que tem movimento prprio ou os que podem ser removidos por foras alheias sem destruio. Ex.: mesa, cadeira, lpis, etc. Estes se dividem: Pela natureza: so os que podem ser transportados por movimento prprio ou alheio; os por fora da Lei e os materiais de construo. Fungveis: so os bens que podem ser substitudos por outros da mesma espcie, qualidade e quantidade. Ex.: saco de feijo, uma nota de R$ 100,00. Infungveis: so aqueles que no podem ser substitudos por outros da mesma espcie, qualidade e quantidade. Ex.: um quadro, uma escultura. A fungibilidade caracterstica dos bens mveis, no se verificando nos imveis. Consumveis : so os bens que se extinguem pelo uso ou em virtude de alienao. Ex.: os medicamentos e gneros alimentcios. Divisveis: so os que podem ser distribudos em propores reais e distintas, formando cada qual um todo perfeito. Ex.: uma pea de tecido. Indivisveis: so os que no podem ser distribudos em pores sem alterao de sua substncia. Ex.: quadro, uma garrafa, etc. Direito das Coisas parte do Direito Civil que trata das relaes jurdicas entre as pessoas e as coisas, ou melhor, entre o sujeito de direito e as coisas. O objeto principal do Direito das Coisas a prioridade, o direito real propriamente dito. Direito Real o direito que uma pessoa tem sobre uma coisa. Da propriedade derivam os demais direitos reais que so: A posse, o uso, a habitao, a servido, o penhor, a hipoteca e a anticrese.

O uso o direito de servir-se da coisa na medida das necessidades prprias e da famlia, sem dela retirar as vantagens. Difere do usufruto, portanto, mesmo porque importa numa limitao, j que o usufruturio retira das coisas todas as utilidades que ela pode produzir e o usurio no. Pode recair sobre mveis e imveis. A habitao um uso limitado, porque referente apenas a um prdio de habitao. Consiste no direito de se servir da casa residencial com sua famlia. Portanto, a faculdade de residir ou abrigar-se num determinado edifcio. Anticrese a transferncia da posse do imvel para receber os frutos e rendimentos e com isso dar por cumprida uma dvida. Propriedade o direito de usar, gozar e dispor livremente dos bens e de reve-los de quem os detenham injustamente; a propriedade ampla e constitui o poder de algum dispor livremente do prprio patrimnio e reclamar de quem venha a apoderar-se dele. Proprietrio a pessoa que tem o direito de usar, gozar e dispor dos bens. A propriedade s encontra limites e restries no direito dos outros e que deve ser respeitado, e em razo de ordem social. Desse modo, ningum poder usar o que seu prejudicando o que de terceiros. DIVISO DA PROPRIEDADE a) -ILIMITADA Quando o proprietrio tem todos os direitos sobre a coisa, ou seja, o uso, gozo e disposio da coisa. Ex: o proprietrio que adquiriu uma coisa sem quaisquer restries, ou seja, sem nus. Presume-se sempre que a propriedade seja plena, at prova em contrrio. b) b)- LIMITADA Quando da propriedade se desintegra um dos direitos a ela inerentes um dos direitos para constituir nus encargos em favor de outrem, o que tolhe ao proprietrio o pleno uso, gozo e disposio da coisa. Ex: o proprietrio que adquire uma coisa sobre a qual pesa uma hipoteca, em penhor.Tambm ilimitada a propriedade, quando resolvel, isto , quando adquirida sobre determinada condio, podendo ser revogada. Tal limite se refere ao, prazo de durao da propriedade de algum sob condio resolutiva. AQUISIO DA PROPRIEDADE

A aquisio da propriedade se verifica atravs das seguintes formas: a) - SE OS BENS FOREM IMVEIS Pela transcrio do ttulo de transferncia no registro de imveis. o registro da escritura de aquisio. Adquiri-se tambm pela acesso, que o acrscimo de uma propriedade outra; O proprietrio primitivo passa a Ter a propriedade que se acrescentou a sua. Ex: formao de ilhas, acrscimo de terras, rio que abandonou o leito natural. Pelo usucapio que a forma de aquisio da propriedade pela posse, sem interrupo, durante certo perodo de tempo. Se o possuidor no tem ttulo algum e boa-f, so necessrios vinte anos para adquirir a propriedade. Tem-se algum ttulo e boa-f, adquire a propriedade em dez anos de posse ininterrupta e incontestada, se o proprietrio legtimo residir no mesmo municpio; e em quinze anos, se o proprietrio residir em outro municpio. Pelo direito hereditrio adquire-se a propriedade atravs de sucesso, herana que se d pela morte do proprietrio, passando a propriedade a pertencer aos herdeiros na ordem estabelecida pelo cdigo civil no artigo 1603, ou seja: a) aos descendentes; b) aos ascendentes; c) ao cnjuge sobrevivente; d) aos colaterais; e) Unio, aos Estados ou ao Distrito Federal. Perde-se a propriedade imvel: a) - PELO USUCAPIO em relao ao proprietrio anterior que deixou o novo proprietrio a adquirir o imvel mediante aps mansa e pacfica; b) - PELA ACESSO tambm em relao ao proprietrio anterior, deixando que sua propriedade se acrescentasse a de outro; c) - PELA ALIENAO isto , cesso ou doao, nestes casos, h necessidade de transcrever-se o ttulo no registro de imveis; d) - PELA RENNCIA quando h manifestao expressa do proprietrio desfazendo-se o imvel, neste caso, tambm h necessidade de registrar-se o ato de renncia no registro de imveis. e) - PELO ABANDONO quando o proprietrio deixa o imvel com inteno de no mais t-lo para si, sem entretanto manifestar tal inteno. Neste caso, o imvel passar para o domnio do Estado, do Distrito Federal ou da Unio, depois de decorridos 10(dez) anos da data do abandono;

f) -PELA DESAPROPRIAO feita pelo poder pblico: em casos de utilidade pblica e interesses sociais, quando estes forem assim declarados; g) - PELO PERECIMENTO DO IMVEL quando desaparece por destruio.

POSSE o estado de fato que corresponde ao exerccio pleno, ou no, de algum dos poderes inerentes ao domnio ou propriedade; chama-se possuidor ao que tem o exerccio da posse sobre alguma coisa. ESPCIES DE POSSE

a) - DIRETA Exerce-se imediata e diretamente; exercido por quem tem direito real sobre as coisas alheias. Ex: inquilino, locatrio. b) - INDIRETA Exerce-se mediata e indiretamente exercida pelo proprietrio da coisa sobre a qual algum exerce um direito real. Ex: o proprietrio possuidor indireto de uma coisa alugada. Uma posse no exclui a outra, podendo coexistir como na locao, no usufruto, no uso, nos quais o possuidor indireto o proprietrio e o possuidor direto o locatrio, o usufruturio, o usurio. ELEMENTOS DA POSSE SUBJETIVO o nimo, a inteno de Ter a coisa. OBJETIVO a deteno material da coisa. AQUISIO DA POSSE

a) - FORMAS a posse de alguma coisa se adquire. 1 - pela apreenso fsica ou deteno manual; 2 - pelo exerccio do direito subjetivo, isto , pela inteno de Ter a coisa para si;

3 - por quaisquer modos de aquisio em geral. b) - REQUISITOS para aquisio da posse so exigidos os seguintes requisitos: 1 - agente capaz; 2 - objeto lcito; 3 - manifestao inequvoca da vontade; 4 - forma prescrita e no vedada em lei. a) QUEM PODE ADQUIRIR A POSSE 1 - a prpria pessoa; 2 - seu procurador com poderes, para tal; 3 - terceiros, sem poderes, mas com posterior ratificao. 4 - constituto possessrio algum adquire a posse por intermdio de terceiro, quando este, j a possua anteriormente, e continua com ela em virtude de fato novo. Ex: o proprietrio que vende uma casa, mas continua residindo nela, como inquilino do novo proprietrio.

HIPOTECA Hipoteca o direito real que se constitui a favor do credor sobre imvel do devedor. A finalidade garantir-se o credor do pagamento da dvida assumida pelo devedor. O credor ter preferncia em relao aos demais credores, por ocasio da execuo da dvida. O proprietrio continua na posse do imvel, no podendo, todavia, dele dispor, sem a interferncia do credor. E um contrato acessrio do principal, que a dvida propriamente dita. A hipoteca abrange todo o imvel, suas acesses, melhoramentos, construes, etc. PODE SER OBJETO DA HIPOTECA 1 os imveis suscetveis de alienao; 2 os acessrios dos imveis conjuntamente com eles; 3 as estradas frreas; 4 as minas, pedreiras, independentemente do solo onde se encontram; 5 os navios.

A hipoteca pode constituir-se sobre um mesmo imvel, ou seja, uma segunda hipoteca, desde que ele garanta, pelo valor, as dvidas correspondentes. A hipoteca pode ser: a) - CONVENCIONAL quando decorre de um contrato pelo qual o proprietrio do imvel assegura ao credor seu ou de terceiro, o direito de se fazer pagar preferencialmente sobre o seu valor. A hipoteca legal quando em determinados casos fixados pelo cdigo civil, a lei estabelece a hipoteca obrigatoriamente. Ex: a hipoteca dos bens imveis do marido, que a mulher faz garantir-se; a hipoteca dos bens dos tutores ou curadores para garantir a administrao dos bens dos tutelados ou curatelados. As hipotecas para serem vlidas so inscritas no registro do lugar do imvel ou no de cada um deles, se o ttulo se referir a mais de cada um imvel. Extingue-se a hipoteca atravs das seguintes formas: 1 - pelo desaparecimento da obrigao principal. 2 - pela destruio da coisa. 3 - pela sentena passada em julgado. 4 - pela prescrio. 5 - pela arrematao. 6 - por acordo ou renncia. A extino da hipoteca s comea a ter efeitos sobre terceiros, depois de averbada no respectivo registro. PENHOR o direito real que se constitui a favor do credor, sobre coisa mvel do devedor, mediante a sua passagem da posse desde para a daquele, com a finalidade de garantir o pagamento. Tal como a hipoteca, o penhor um contrato acessrio do principal que a dvida propriamente dita. O bem entregue ao credor que tem o direito de vend-lo, para pagar-se, preferencialmente, se a dvida no for satisfeita pelo devedor. H exceo no penhor agrcola, em que as mquinas ficam com o devedor. OBJETO DO PENHOR S podem ser objeto do penhor as coisas alienveis, pela razo de serem transferidas para terceiros, no caso de execuo da dvida.

OBRIGAO DO CREDOR PIGNORATCIO O credor responde pela coisa penhorada ao devedor, como seu depositrio, sendo obrigado a guard-la, conserv-la e devolv-la no estado em que a recebeu; e a ressarcir o dono da coisa de perda ou deteriorao da mesma, se por isso for culpado. ESPCIES DE PENHOR 1 LEGAL o penhor que a lei estabelece obrigatoriamente. Ex: penhor sobre bagagem de hspedes em favor do dono do hotel, para garantir as despesas. 2 AGRCOLA o penhor que o cdigo civil admite sobre mquinas agrcolas, colheitas pendentes, frutas armazenadas, lenha cortada. Tal penhor deve ser transcrito no Registro de Imveis. EXTINO DO PENHOR Extingue-se o penhor: 1 - extinguindo-se a obrigao; 2 - perecendo a coisa; 3 - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor e dono da coisa; 4 - renunciando o credor. DIFERENAS ENTRE HIPOTECA E PENHOR 1 - A hipoteca recai sobre bem imvel; o penhor recai sobre bem mvel. 2 - Na hipoteca, o bem imvel permanece nas mos do devedor; no penhor o bem mvel passa s mos do credor. DIREITO DAS OBRIGAES Direito das Obrigaes parte do Direito Civil que trata das relaes entre pessoas, pelas quais umas se comprometem para com as outras, espontaneamente ou por fora de lei, a dar, fazer ou no fazer alguma coisa referente ao seu patrimnio e possuindo valor economicamente aprecivel.

OBJETO DO DIREITO DAS OBRIGAES Obviamente a obrigao, que nada mais do que o compromisso formal de dar, fazer ou no fazer alguma coisa em proveito de outrem. So estudados na unidade referente ao Direito das Obrigaes: a) os contratos, que constituem manifestao bilateral da vontade; b) a manifestao unilateral da vontade; c) os atos ilcitos. CARACTERSTICAS DAS OBRIGAES 1 - transitria, porque uma vez cumprida, desaparece; 2 - Constrange porque implica em restrio liberdade; 3 - As modalidades de obrigao que se podem apresentar so trs: dar fazer no fazer; 4 - A coisa a que se refere diz respeito ao patrimnio, por isso tem valor economicamente aprecivel; 5 - realizada por algum em favor de outrem; 6 - So exigidas duas pessoas: o devedor e o credor. FONTES DAS OBRIGAES As obrigaes provm dos contratos, das declaraes unilaterais da vontade e dos atos ilcitos. Os contratos constituem a principal fonte e em torno deles gira todo o direito obrigacional. Contrato um acordo de vontades. tambm a conveno estabelecida entre duas ou mais pessoas, em virtude da qual uma delas(sujeito ativo) obriga a outra(sujeito passivo) a dar, fazer ou abster-se de algo. Ex. contrato de compra e venda. Os contratos so denominados tambm de conveno, ajuste, pacto, etc. Declaraes unilaterais de vontade Estas diferem dos contratos porque so obrigaes emanadas de manifestaes de vontade de uma parte e no discriminam desde logo a pessoa do credor, que s surgir aps a constituio da obrigao. Os atos ilcitos tambm so fontes de obrigaes civis. Quando algum produz leses corporais em outrem est obrigado a pagar uma indenizao civil. Surge, portanto, desse ato ilcito uma obrigao, embora no havendo nem contrato nem declarao de vontade para tal fim.

Culpa a impreviso do presumvel. Exterioriza-se atravs da imprudncia (ao), negligncia (omisso), e impercia (inabilitao tcnica). FIGURAS DO DIREITO OBRIGACIONAL Arras ou sinal a quantia em dinheiro, ou outra coisa fungvel, entregue por um a outro contratante, a fim de assegurar o pontual cumprimento da obrigao. Firma presuno de acordo final e torna obrigatrio o contrato. confirmao do contrato, princpio de pagamento e prvia determinao de perdas e danos. Podem as partes estipular o direito de arrependimento e, em tal caso, exercido por quem der o sinal perd-lo, direito exercido por quem recebeu restitu-lo em dobro. Evico - deriva do latim (evincere que significa ser vencido numa demanda relativa a coisa adquirida de terceiros) a garantia jurdica resultante da perda, por fora de deciso judicial, da coisa alienada. Evicto o adquirente que vem a perder a coisa. Alienante quem transferiu a coisa por contrato. Evictor o terceiro que move a ao e vem a ganhar a coisa. Compra e venda o contrato pelo qual um dos contratantes se obriga a transferir o domnio de coisa certa e outro a pagar-lhe certo preo em dinheiro. Assim, seus elementos so a coisa, o preo e o consentimento. A coisa deve ser lcita. O preo pode ser indeterminado. Ex. preo de custo, preo vigorante no dia da expedio, etc. Se o preo de um contrato no pago, a sua resciso ainda assim s se dar atravs de uma declarao judicial. No entanto, se as partes estipularem no contrato a possibilidade de resciso automtica, isto vlido. A essa clusula d-se o nome de pacto comissrio. Locao o contrato pelo qual uma das partes, mediante remunerao que a outra se obriga a pagar, se compromete a fornecer-lhe o uso, posse e gozo de uma coisa(locao de coisa), a prestao de um servio(locao de servio) ou a execuo de um trabalho determinado(empreitada). Locatrio ou inquilino o que se obriga a pagar o aluguel. Locador a pessoa que recebe o aluguel. Mtuo o contrato pelo qual algum transfere a propriedade de coisa fungvel a outrem que se obriga a lhe pagar coisa do mesmo gnero, qualidade e quantidade. Ex. dinheiro. Depsito o contrato pelo qual uma das partes recebe de outra uma coisa mvel, obriga-se a guarda-la temporariamente para futura restituio. Mandato Verifica-se quando algum recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procurao o instrumento do mandato. Mandante a pessoa que confere os poderes. Mandatrio ou procurador quem os recebe. O instrumento pblico para os

atos que o exigirem, particular em vrios casos. Ex. comerciantes ou negcios de comrcio. Gesto de negcio a administrao espontnea de negcio alheio, sem procurao. Contrato de sociedade o contrato consensual em que duas ou mais pessoas combinam a conjuno de seus esforos ou recursos para obteno de um fim comum. Ex. contrato de sociedades civis e sociedades comerciais. Parceria rural o contrato entre o proprietrio e o agricultor para conjunta explorao de atividade agrcola ou pecuria. Contrato de seguro aquele pelo qual uma das partes se obriga para com a outra, mediante paga de um prmio, a indeniza-la do prejuzo resultante de riscos futuros de incndio, abalroamento, colises, naufrgio, falncia, etc. O seguro de acidentes do trabalho obrigatrio e passou a ser objeto de monoplio estatal. Fiana D-se o contrato de fiana quando uma pessoa se obriga por outra, para com seu credor, a satisfazer a obrigao, caso o devedor no a cumpra. Existe solidariedade entre os fiadores. A fiana distingue-se do aval porque de natureza civil, enquanto que o aval de natureza comercial; a fiana formal, constituindo-se atravs de contrato ou carta de fiana, enquanto que o aval origina-se de Mara assinatura no verso de um documento; a fiana exige outorga uxria, o aval no.

DIVISO DAS OBRIGAES a) Obrigaes de dar So as que tm por objeto a entrega de uma coisa a algum. Esta pode ser: 1 - Coisa certa determinadas em todas as suas caractersticas; 2 - Coisa incerta determinada apenas em gnero e quantidade. b) Obrigaes de fazer So as que tm por objeto a realizao, a execuo de atos, por parte do devedor em benefcio do credor. c) Obrigaes de no fazer So as que consistem em abster-se o devedor da prtica de determinado ato. So obrigaes negativas. EXTINO DAS OBRIGAES Extinguem-se as obrigaes pelo: a) Pagamento que o cumprimento das obrigaes voluntariamente pelo devedor; pode ser direto ou indireto.

b) Prescrio - que o decurso de prazo, dentro do qual a dvida exigvel, sem que a reclame o credor. c) Execuo que o pagamento forado em virtude de sentena, de vez que o devedor no a satisfez voluntariamente. A prova do pagamento o recibo de quitao mencionado expressamente o valor e a espcie de dvida quitada, de acordo com o artigo n 304 do Cdigo Civil. PAGAMENTO Qualquer pessoa pode efetua-lo. Se o credor recusar recebe-lo, o devedor, ou algum por ele, pode depositar em juzo a importncia devida para pagar a dvida. O pagamento deve ser feito ao credor ou seu representante devidamente habilitado. Quem paga deve exigir quitao do pagamento. Se este for feito em parcelas, a quitao da ltima parcela pressupe a quitao total da dvida at prova em contrrio. O pagamento deve ser feito no domiclio do devedor salvo acordo em contrrio. Quem recebe o que no devido, fica obrigado a restituir. o pagamento indevido. MORA Verifica-se a mora do devedor quando este no efetuar o pagamento no tempo, lugar e formas estabelecidas. Dever ento responder pelos prejuzos resultantes da inexecuo da obrigao. Acontece a mora do credor quando este no quer receber o pagamento no tempo, lugar e forma convencionados. O devedor pode purgar a mora oferecendo ao credor a prestao mais a importncia dos prejuzos resultantes, alm dos juros de mora, correo monetria, custas processuais e honorrios advocatcios que forem arbitrados pelo juiz. A mora do credor isenta o devedor das responsabilidades pela conservao da coisa, e, salvo dolo, obriga o credor a ressarcir as despesas de conservao da mesma.

PERDAS E DANOS Quando a obrigao deixar de ser cumprida e houver necessidade de se recorrer execuo judicial, o devedor responder pelas perdas e danos que por sua culpa causar ao credor. Se houver caso fortuito ou fora maior nas perdas e danos, o devedor no responder por elas. Incluem-se nas perdas e danos, tanto os prejuzos efetivamente sofridos como os lucros cessantes, isto , tudo o que o credor deixou de receber.

Legislao Trabalhista I Introduo II Direito do Trabalho: Conceito, Evoluo histrica, Natureza jurdica, Fontes, Princpios. III - Dos direitos sociais na Constituio Federal de 1988 IV Prtica trabalhista a) Sujeitos da relao trabalhista b) Contrato individual de trabalho: identificao profis sional, admisso do empregado, jornada de trabalho, perodos de descanso, frias, salrio e remunerao salrio mnimo, alterao do contrato de trabalho, suspenso e interrupo advertncia, aviso prvio e abandono de emprego. homologao de resciso de contrato de trabalho; reciso contratual por justa causa; readmisso de empregado; contrato de experincia; documentos obrigados fixao; agenda de obrigaes trabalhistas; estabilidade; FGTS; Segurana e Medicina do Trabalho; Trabalho temporrio; Trabalhador cooperado; Prescrio; Processo do trabalho e Conciliao prvia Legislao Trabalhista I INTRODUO Trabalho, em princpio, qualquer atividade. Quando uma criana brinca, est trabalhando, porque est em atividade. Porm, este trabalho no interessa ao Direito do Trabalho, porque a criana no est ganhando nada com Isto. Da mesma forma, quando seu pai conserta o prprio carro, est trabalhando, mas este trabalho tambm no interessa ao Direito do Trabalho, porque, alm de no estar ganhando nada, est trabalhando para si mesmo. A atividade comea a interessar ao Direito do Trabalho, quando algum trabalha para outra pessoa, e os dois tiram vantagens desse servio. Se, porm, for

chamado um mecnico para consertar o carro do pai daquela criana e ele pagar ao mecnico, a h trabalho que interessa ao Direito por que se operou um contrato; este trabalho Interessar ao direito em geral, se o mecnico trabalhar por conta prpria, sem depender de ningum, no sendo empregado; caso, porm, for ele subordinado ao dono da oficina, passar ento a ser empregado. O trabalho que interessa ao Direito do Trabalho, portanto, o trabalho entre duas pessoas, com vantagens para os dois, remunerado e, subordinado, devendo aquele que trabalha fazer seu servio permanentemente, pois, se somente s vezes trabalhar, sua obrigao no ser constante, no interessando, portanto, ao Direito do Trabalho. II - DIREITO DO TRABALHO 1. Conceito o ramo do Direito que disciplina as relaes de tra balho subordinado. O Direito do Trabalho nasceu na sociedade industrial, com a Revoluo Industrial do Sculo XVIII. No Brasil os primeiros movimentos surgem com a participao dos imigrantes com inspiraes anarquistas no incio de 1900. A elevao do nmero de fbricas amplia a poltica de Getlio Vargas (1930). A primeira Constituio a versar sobre o Direito do Trabalho foi a de 1934. A principal lei ordinria trabalhista a CONSOLIDAO DAS LEIS DO TRABALHO, que data de 1943. Inspirada na Carta del Lavoro da Itlia facista , a Consolidao no um Cdigo, pois mesmo tendo uma ampla dimenso, teve a funo de reunir as leis existentes na poca , e no, cri-las como num Cdigo de leis novas. 2. Evoluo Histrica Nas pocas de transio, como as que estamos vivendo, torna-se imprescindvel o estudo da evoluo do direito. Assim, entenderemos o por qu de muitas coisas que algumas vezes so incompreensveis nos dias atuais, mas que tiveram sua origem baseada nos fatos que ocorriam em um determinado momento como, por exemplo os princpios do direito do trabalho. claro que nada esttico. Os fatos se sucedem vertiginosamente. Novas tcnicas vo-se formando. Costumes centenrios se modificam, ainda que algumas vezes mais lentamente. Hbitos e comportamentos inditos so revelados.

Porm, s pela histria adquirimos a conscincia das conquistas sociais que devem ser preservadas, como tambm das falhas e omisses que no podem deixar de ser corrigidas. O Trabalho e o Mundo do Trabalho A palavra trabalho vem do latim tripalium, que era uma espcie de instrumento de tortura ou uma canga que pesava sobre os animais o que d a idia de como o trabalho na antiguidade era considerado algo indigno ao homem livre. O Cdigo de Hamurabi revelou que, na Mesopotmia de 2000 anos antes de Cristo, havia norma jurdica regulando o direito ao salrio mnimo dirio, ou salrio profissional. Escravido A primeira forma de trabalho na qual um homem tra balhava para outro foi a escravido. Antes disso, o trabalho exercido era apenas uma atividade individual, ou seja, para a prpria sobrevivncia. O escravo no era considerado sujeito de direito, pois era propriedade do dominus. Era considerado como coisa vez que podia ser vendido ou trocado. Cabia-lhe apenas trabalhar. Muitos escravos vieram, mais tarde, a se tornar livres, no s porque os senhores os libertavam como gratido a servios relevantes ou em sinal de regozijo em dias festivos, como, tambm ao morrer declaravam livres os escravos prediletos. Ganhando a liberdade, esses homens no tinham outro direito seno o de trabalhar nos seus ofcios habituais ou alugando-se a terceiros, mas com a vantagem de ganhar o salrio para si prprios. Foram esses os primeiros trabalhadores assalariados. Ainda nos tempos atuais a escravido ainda existe em algumas tribos do nordeste e do noroeste da frica e, tambm de modo meio encoberto na Arbia e Regies do Oriente Mdio. Servido Depois encontramos a servido. Era a poca do feudalismo. Os senhores feudais davam proteo militar e poltica aos servos que no eram livres, eram escravo da terra da qual dependia para sobreviver. Tinham que prestar servios na terra do senhor feudal e entregar parte da produo rural como forma de pagamento pela proteo e uso da terra. O desrespeito pelo trabalhador no caso o servo era grande. Inclusive existia um costume denominado DIREITO DE PRIMCIAS, que dava ao senhor feudal o direito de passar a noite de npcias com qualquer mulher que tivesse contrado matrimnio. A servido comeou a desaparecer no final da Idade Mdia. As grandes perturbaes, ora decorrentes das epidemias, ora das Cruzadas, davam ensejo no s fuga de servos como alforria regular.

Corporaes de Ofcio Num terceiro momento encontramos as Corpo raes de Ofcio. Neste ponto o homem deixa o campo para instalar-se nas reas urbanas em torno dos castelos. As Corporaes de Ofcio j contavam com uma certa organizao e era composta por trs graus: MESTRES, COMPANHEIROS E APRENDIZES. Nessa fase da histria h um pouco mais de liberdade ao trabalhador, mas o objetivo ainda era o interesse das corporaes, mais do que a proteo aos trabalhadores. Assim, a caracterstica das corporaes de ofcio eram: a) estabelecer uma estrutura hierrquica; b) regular a capacidade produtiva e c) regulamentar a tcnica de produo. A jornada de trabalho era muito longa. Chegava a ser de 18 horas no vero, mas na maioria das vezes terminava com o por do sol para preservar a qualidade do trabalho. Com a inveno do lampio a gs, em 1792, o trabalho passou a ter durao de 12 a 14 horas por dia, inclusive no perodo noturno. As corporaes estabeleciam suas prprias leis profissionais e recebiam, por outro lado, privilgios concedidos pelos reis, desejosos de enfraquecer o poderio dos nobres senhores da terra, e tambm, pelo servio que prestavam ao errio, como rgos de arrecadao de certos impostos. Mais tarde, entretanto, os prprios reis e imperadores sentiram a necessidade de restringir os direitos das Corporaes, fosse para evitar sua influncia, fosse para amenizar a sorte dos aprendizes e trabalhadores. A Revoluo Francesa em 1789 ps fim as corporaes de ofcio vez que eram incompatveis com os ideais de liberdade do homem. Nesse momento da histria, a relao ideal era a direta entre o indivduo e o Estado e as Corporaes seriam corpos intermedirios. Outras causas de extino foram a liberdade de comercio e o encarecimento dos produtos das corporaes. Logo aps a Revoluo Francesa houve na Frana o incio da liberdade contratual. O Decreto D Allar de suprimiu as corporaes de ofcio permitindo a liberdade contratual. O liberalismo do sculo XVIII pregava um Estado alheio rea econmica que quando muito seria arbtro nas disputas sociais. Foi a Revoluo Industrial que acabou transformando o trabalho em emprego. Os empregados, de uma maneira geral, passaram a perceber salrios. Alguns doutrinadores sustentam que o direito do trabalho e o contrato de trabalho passaram a desenvolver-se com o surgimento da Revoluo Industrial. A mquina vapor como fonte de energia e a mquina de fiar, conforme previsto por Estagirita, tornaram o trabalho mais rpido e tambm tornou dispensvel a

mo-de-obra de vrios trabalhadores. A agricultura tambm experimentou avanos tecnolgicos e conseqentemente o aumento do desemprego no campo. Por outro lado havia necessidade de mo-de-obra especializada para operar as mquinas. Esse movimento foi positivo porque levou os trabalhadores a reunirem-se para reivindicarem melhores condies de trabalho, de salrios, diminuio da jornada de trabalho que era de 12 a 14 horas, contra a explorao do trabalho de menores e mulheres (o trabalho adulto era substitudo pelo das crianas e mulheres que percebiam salrios menores). O trabalho nas minas de carvo da Inglaterra, em situao deplorvel, escravizavam famlias inteiras que viviam e laboravam em condies absolutamente insalubres. Aqui o Estado passou a intervir diretamente nas relaes de trabalho para procurar melhorar as condies de trabalho e o bem estar social. O trabalhador passa a ser protegido jurdica e economicamente. Passam a existir leis que estabelecem normas mnimas sobre condies de trabalho que devem ser respeitadas pelo empregador, tais como: limitar a jornada de trabalho a 12 horas, excluindo-se os intervalos para refeio; proibir o trabalho de menores de 9 anos; proibio de trabalho em domingos e feriados. Nos primrdios do Direito do Trabalho esse foi confundido com poltica social. Era estudado pelos cientistas sociais e por aqueles com idias revolucionrias. At mesmo a igreja passou a preocupar-se com o assunto. A Encclia Rerum Novarum traa regras para a interveno do Estado na relao entre trabalhador e Patro. Aos poucos os reformadores (parlamentares e pensadores) foram substitudos pelos juristas voltados para o estudo da prpria norma. A partir do trmino da Primeira Guerra Mundial surge o que se pode chamar de Constitucionalismo Social, que a incluso nas Constituies de preceitos relativos defesa social da pessoa, de normas de interesse social e de garantia de certos direitos fundamentais, incluindo o Direito do Trabalho. A primeira Constituio que tratou do tema foi a do Mxico de 1917 e depois a Constituio de Weimar, 1919. Tambm, em 1919, nasce o Tratado de Versalhes prevendo a criao da OIT (Organizao Internacional do Trabalho) que iria incumbir-se de proteger as relaes entre empregados e empregadores no mbito internacional, expedindo convenes e recomendaes nesse sentido. Nosso sistema poltico foi inspirado na Carta del Lavoro, de 1927, que instituiu um sistema corporativista-fascista. O corporativismo visava organizar a economia em torno do Estado. O Estado interfere em tudo, regula tudo, diz o que melhor ou pior para cada um. As diretrizes bsicas do corporativismo eram: a) nacionalismo; b) necessidade de organizao; c) pacificao social; d) harmonia entre o capital e o trabalho.

Em 1948 surge a Declarao Universal dos Direitos dos Homens prevendo alguns direitos aos trabalhadores, como limitao razovel do trabalho, frias remuneradas peridicas, repouso e lazer, etc... Surge nova teoria pregando a necessidade de separao entre o econmico e o social, o que verificado hoje na Constituio de 1988 que trata dos dois temas separadamente e preconiza um Estado neo-liberalista, ou seja, com menor interveno nas relaes entre as pessoas. EVOLUO DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL Inicialmente, as Constituies brasileiras versavam apenas sobre a forma do Estado, o sistema de governo. Posteriormente, passaram a tratar de todos os ramos do direito, inclusive do direito do trabalho como ocorre com a atual constituio. A Constituio de 1824 apenas tratou de abolir as corporaes de ofcio (art. 179, XXV), pois deveria haver liberdade no exerccio de ofcios e profisses. A Constituio de 1891 reconheceu a liberdade de associao ( art. 72, $ 8o.) J a formao do direito do trabalho no Brasil foi influenciado por: a) Fatores Externos: as transformaes ocorridas na Europa influenciaram e pressionaram, de certa forma, o Brasil a elaborar Leis Trabalhistas de proteo aos trabalhadores, o que j ocorria naquele continente. Tambm pesou o compromisso internacional assumido pelo nosso Pas ao ingressar na Organizao Internacional do Trabalho, criada pelo Tratado de Versalhes, em 1919 propondose a observar normas trabalhistas. b) Fatores Internos: Os fatores internos mais influentes foram: a) movimento operrio de que participaram imigrantes com inspiraes anarquistas, caracterizado por inmeras greves em fins de 1800 e inicio de 1900; b) o surto industrial, efeito da Primeira Guerra Mundial, com elevao do nmero de fbricas e de operrios e, c) a poltica trabalhista de Getlio Vargas 1930. A primeira Constituio brasileira a tratar especificamente do Direito do Trabalho a de 1934. a influncia do Constitucionalismo social, que em nosso pas s veio a ser sentida em 1934. Garantia a liberdade sindical (art. 120), isonomia salarial, salrio mnimo, jornada de oito horas de trabalho, proteo do trabalho das mulheres e menores, repouso semanal, frias anuais remuneradas ( art. 121, & 10.) J a Constituio de 1937 marca uma fase intervencionista do Estado, decorrente do golpe de Getulio Vargas. Era uma Constituio de cunho eminentemente corporativista, inspirada na Carta del Lavoro, de 1927 e na Constituio Polonesa. O prprio artigo 140 da referida Carta era claro no sentido de que a

economia era organizada em corporaes, sendo consideradas rgos do Estado, exercendo funo delegada de poder pblico. Foi criado o imposto sindical, como uma forma de submisso das entidades de classe ao Estado. Estabeleceu-se a competncia normativa dos tribunas do trabalho que tinham por objetivo principal evitar o entendimento direito entre trabalhadores e empregadores. A greve e o lockout foram considerados recursos anti-sociais, nocivos ao trabalho e ao capital e incompatveis com os interesses da produo nacional ( art. 139). Existiam vrias normas esparsas sobre os mais diversos assuntos trabalhistas. Houve a necessidade de sistematizao dessas regras. Para tanto, foi editado o Decreto-Lei 5.452, de 1/05/1943, aprovando a Consolidao das Leis do Trabalho. O objetivo da CLT foi apenas o de reunir as leis esparsas existentes na poca, consolidando-as. No se trata de um cdigo, pois este pressupe um direito novo e a CLT apenas reuniu a legislao existente. J a Constituio de 1946 considerada uma norma democrtica, rompendo com o corporativismo da Constituio anterior. Nela encontramos a participao dos trabalhadores nos lucros (art. 157, IV), repouso semanal remunerado (art.157, VI), estabilidade (art. 157, XII), direito de greve (art. 158) e outros direitos que se encontravam na anterior e a incluso da Justia do Trabalho entre os rgo do Poder Judicirio. Tambm a legislao ordinria comea a instituir novos direitos, como repouso semanal remunerado (Lei 605/490; regulamentao das atividades dos empregados viajantes, vendedores e pracistas (Lei 3207/57); o 13 salrio (Lei 4090/62); salrio-famlia. (Lei 4266/63). A atual Constituio de 1988 trata dos direitos trabalhistas nos artigos 7o. a 11. Na Carta Magna os direitos trabalhistas foram includos no Captulo II, Dos Direitos Sociaise do Ttulo II, Dos Direitos e Garantias Individuais. Para alguns o art. 7o. da CLT considerado como uma mini CLT, tantos os direitos trabalhistas nele albergados. 3. Natureza jurdica 1. Corrente pblica: O Direito do Trabalho possui varias normas de natureza administrativa, suas normas so imperativas, no podem deixar de serem observadas pelo empregador, principalmente com o objetivo de impedir , fraudar, aplicao dos preceitos trabalhistas. Art. 9 da Consolidao das Leis de Trabalho, se no observadas o ato ser nulo. 2. Corrente Privada: O Direito do Trabalho tem a sua origem ao Direito Civil ( nas locaes de servios ) que pertence ao Direito Privado. As partes ( empregador e empregados), no Direito do Trabalho so particulares,

Concluso, predomina o entendimento de que o Direito do Trabalho pertence s ao ramo do Direito Privado. Justificativa: existe preponderncia das normas ao Direito Privado como se verifica, por exemplo (aquelas enceradas no CT de Trabalho) e as partes contratantes so particulares, portanto , Direito do Trabalho uma relao privada. 4. Fontes Tipos de Fontes: FONTES FORMAIS: So as fontes de exteriorizao do Direito. Exp. A Lei. FONTES MATERIAIS: So as fontes que ocasionam o surgimento de normas. Costume exp. 13. salrio. FONTES HETERNOMAS: So aquelas impostas por agentes externos. Constituio Federal , e outras Leis FONTES AUTONMAS: So aquelas produzidas impostas pelos interessados . Ex. CT de trabalho conveno, acordo coletivo de trabalho. Acordo, sindicato e Empresa. Conveno, Sindicatos entre Sindicatos. FONTES ESTATAIS: So proveniente do Estado. FONTES EX-ESTATAIS: So provenientes de grupos que no pertencem ao Trabalho. Regulamento Interno. uma fonte de regimentos. FONTES PROFISSIONAIS: So aquelas estabelecidas pelos empregadores e empregados interessados. Ex. Conveno e Acordo Coletivo. FONTES VOLUNTRIAS: Quando dependem da vontade das partes para sua elaborao. Ex. Contrato, conveno ou acordo. FONTES IMPERATIVAS: So aquelas alheias as vontades das partes. Ex. Constituio Federal e leis. FONTES COMUM A TODOS OS RAMOS DE DIREITO: Constituio Federal , Leis, costumes, analogia, jurisprudncia, doutrina, equidade, Fontes do Direito do Trabalho Constituio - como comum a todos os ramos do Direito, so as Leis Constitucionais, principal fonte, pois contm regras bsicas de um determinado ordenamento jurdico. Costumes -no podendo ser desprezado, pois de vital importncia no contexto social. As leis so criadas ao seu redor.

Sentenas Normativas - decises prolatadas pelos Tribunais Regionais do Trabalho no caso de conflito entre as partes. Conveno Coletiva e Acordo Coletivo tambm constituem importante fonte do Direito do Trabalho. Conveno Coletiva Sindicato dos empregados x Sindicato Patronal. Acordo Coletivo - Sindicato dos empregados x Empresa. Laudo Arbitral - deciso proferida por um rbitro escolhido pelas partes num conflito coletivo do trabalho. Ter o efeito de deciso irrevogvel, de natureza no judicial, mas cujo cumprimento exigvel. Jurisprudncia - conjunto de decises proferidas por um Tribunal, reiteradamente e de forma a construir uma diretriz de soluo para os casos futuros e iguais. Analogia -quando um juiz vale-se dos demais ramos do Direito para proferir uma sentena. Eqidade -quando na ausncia da lei, o juiz decide, "criando a lei ", como se legislador ele o fosse. Princpios do Direito do Trabalho"in dbio, pro operario": consiste no critrio que de o juiz ou o interprete para escolher entre vrios sentidos possveis de uma mesma norma, aquela que seja mais favorvel ao trabalhador. necessrio que haja dvida real sobre o alcance e interpretao da norma. Outro requisito no sentido de que a interpretao no deve contrariar a vontade do legislador Da Regra mais favorvel: a aplicao deste princpio deve dar-se quando existirem mais de uma norma aplicveis ao mesmo caso, devendo ser escolhida aquela que for mais benfica ao trabalhador. 3. Da condio mais benfica: pressupe a existncia de uma norma anterior concreta e reconhecida, que j foi aplicada e que deve ser respeitada. De acordo com esse princpio, os direitos que os trabalhadores adquiriram integram o seu patrimnio e deles no podem ser mais retirados. Artigo 468 CLT; Artigo 5 inciso XXXVI CF/88. 4. Princpio da Irrenunciabilidade: consiste na impossibilidade jurdica do trabalhador privar-se voluntariamente de uma ou mais vantagens concedidas pelo Direito do Trabalho em seu benefcio. Ex.: Nenhum trabalhador pode renunciar ao direito previsto na Lei, desta forma o adicional de horas extras por exemplo, nenhum trabalhador pode recusar-se a receb-lo, pois isto no tem tm validade. Tudo que o Estado oferece de garantias ao trabalhador no pode ser renunciado. Artigo 7 inciso IV CF/88. 5. Princpio da Continuidade da Relao de Emprego: o contrato de trabalho um contrato de trato sucessivo, ou seja, a relao

de emprego no se esgota mediante a realizao instant-nea de certo ato, mas perdura no tempo. H a preferncia no Direito do Trabalho, pelo con-trato de durao indeterminada e pela manuteno do emprego. Desta forma, os contratos prazo determinado constituem a exceo, somente podendo ser firmados nas hipteses pre-vistas no Artigo 443, 2 CLT e da Lei 9.061 de 21 de janeiro de 1998. 6. Princpio da Primazia da Realidade: quando h discrdia entre o que ocorre na prtica e o que emerge de documentos, deve-se dar preferncia realidade dos fatos efetivamente comprovados. A realidade atua sempre que os registros em documentos no estejam de acordo com os fatos, seja em relao a qualificao do trabalhador, seja em funo do hor-rio, e seja em funo do salrio e do local de trabalho. Ex.: Quando uma pessoa contrata outra (contrato de servios autnomos) e decorrente disso verifica-se depois que toda as ca-ractersticas do contrato estavam revelando-se uma relao de emprego, portanto, pede-se que seja mudado o contrato para o vnculo trabalhista. 7. Princpio da Razoabilidade: este princpio consiste em afirmar que o ser humano, nas suas relaes, deve proceder conforme a razo (de forma justa, razovel e equnime). A razoabi-lidade atua como obstculo a certas faculdades ("jus variandi", poder disciplinar - o empre-gador pode punir o empregado mas no de forma exacerbada), cuja amplitude pode dar margem a arbitrariedade. Ex.: o trabalhador que nunca faltou e por coincidncia deu-se num acaso de ter que faltar devido a um problema ocorrido e por via disso no outro dia o patro j o espera com a carta de demisso. Neste caso seria uma conduta exacerbada por para do empregador. Da mesma forma que o empregado no pode cumprir ordens ilcitas dada pelo patro. Neste caso incide a norma do Artigo 483 da CLT, na qual a justa causa para o em-pregado pedir a resciso e indenizao do vnculo trabalhista. 8. Princpio da Boa F: significa que as pessoas devem ao celebrar os seus negcios, cumprir com as suas obrigaes, e ter com os demais uma conduta leal, tica e honesta. 9. Princpio da No Discriminao: este princpio atua no sentido de que o empregador deve tratar de forma igualitria todos os empregados que se encontram nas mesmas condies. Este princpio veda que venham a ser concedidos benefcios a apenas alguns trabalhadores, em detrimento de outros que se encontram exatamente na mesma situao. Base legal: Artigo 3, pargrafo nico da CLT, Artigos 5 e 7, incisos XXX, XXXI e XXXII CF/88. Artigo 461 CLT, Lei 9.799 de 26 de maio de 1999 - visa proteger a mulher contra a discriminao.

10. Princpio da Dignidade do trabalhador Humano: o Direito do Trabalho deve servir como instrumento de melhoria da condio social do trabalhador, buscando sempre o respeito dignidade deste, bem como, aos princpios fundamentais. Base Legal: Artigo 1, inciso III CF/88, Artigo 170, 193 CF/88. 11. Princpio da Auto Determinao Coletiva: que d primazia a negociao coletiva. Base legal est nos Artigos 7 incisos VI, XII,XXVI e 8 inciso III da CF/88. III - DOS DIREITOS SOCIAIS NA CONSTITUIO FEDERAL DE 1988 I) "Relao de emprego protegida contra despedida arbitrria ou sem justa causa, nos termos de lei complementar que prever indenizao compensatria, dentre outros direitos ". Indenizao correspondente a 40% do montante do FGTS. IX) "Remunerao do trabalho noturno superior do noturno correspondente a 20% da hora diurna". O horrio noturno nas atividades urbanas compreendido entre 22h s 5h. A hora noturna uma fico jurdica na razo de 52' 30". XI) "Participao nos lucros ou resultados, desvinculada da remunerao,...". A legislao atual leva para a negociao coletiva entre empregado e empregador tal dispositivo. Isenta de tributao, no dando tratamento salarial, no incorporando assim ao salrio. XII) "Durao do trabalho normal no superior a 8 horas dirias e quarenta e quatro horas semanais ". XIV) Jornada de 6 horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociao coletiva. O turno h que ser de revezamento, turnos fixos, jornada de 8 horas. XVI) Remunerao de servio extraordinrio superior no mnimo, em 50% do normal. Via de regra, de 2a. a sbado => 50 %. Domingos e feriados => 100 %. XVII) Gozo de frias anuais com pelo menos 1/3 a mais que o salrio normal. XVIII) Licena gestante de 120 dias. XIX) Licena paternidade de 5 dias corridos. XXI)Aviso prvio proporcional ao tempo de servio no mnimo de 30 dias. A proporcionalidade ainda no foi regulamentada. XXII)

IV PRTICA TRABALHISTA 1. Sujeitos da relao trabalhista O empregado a pessoa que trabalha para outra habitualmente, recebendo mediante salrio e subordinada s ordens de como trabalhar. Empregado o sujeito de uma relao de trabalho subordinado. toda a pessoa fsica que prestar servios de natureza no eventual a empregador, sob dependncia deste e mediante salrio (CLT). Ele no pode ser tratado com desprezo pelo empregador porque trabalha com as mos sendo que outros usam mais de inteligncia. A lei probe que o empregador faa distines em razo do trabalho ser manual, tcnico ou intelectual. O empregador a pessoa que contrata e paga ao empregado dirigindo a prestao dos servios. Ele pode ser uma pessoa fsica, mas, na maioria das rezes, pessoa jurdica. A CLT considera o empregador uma empresa, individual e coletiva, expresso muito criticada. Empresa o conjunto de bens materiais, imateriais e pessoais para a obteno de certo fim. Juridicamente, a empresa uma universalidade, compreendendo duas universalidades parciais, a de pessoas e a de bens, funcionando em direo a um fim. O vocbulo empresa (no sentido imprprio, mas usual) pode Ter vrios estabelecimentos em diversos bairros e cidades ou materializar-se em um s. Empregador toda a entidade que se utiliza de trabalhadores subordinados (Mangano, Manual, v.2). So tambm considerados empregadores os pro fissionais liberais, as instituies de beneficncia, as associaes recreativas e outras instituies sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. A empresa uma pessoa jurdica que utiliza o trabalho alheio para a consecuo de seus fins. O conceito de empresa no direito do trabalho diferente do conceito econmico. A empresa considerada com relao mo-de-obra utilizada, sendo empresas tambm as Instituies de beneficncia, as associaes recreativas, literrias e outras. A lei trabalhista no aplicvel a todos os que trabalham, corno podemos verificar nos casos a seguir: a) se eu trabalhar para mim mesmo, no meu escritrio, no dependerei de ningum para comandar o trabalho e, portanto. no serei empregado, diz-se que sou autnomo: b) os funcionrios pblicos representam o Governo e so regidos por lei prpria, isto , o Estatuto dos Funcionrios Pblicos:

c) existem trabalhos especiais, como o das domsti cas e dos avulsos, que so regulados por leis especiais. Essas leis regulam somente casos especais. Exemplificando: o normal a pessoa trabalhar oito horas por dia. O mdico, porm, tem seu trabalho regulamentado por lei que fixa seu horrio entre duas a quatro horas dirias. Esta uma lei Especial. A vontade do Governa representa a vontade dos empregados e dos empregadores, e, por isso, vale mais. Assim todos os direitos e deveres so reconhecidos pelo Governo que, sendo o maior interessado na paz social, representa a vontade superior. Podemos citar, como caractersticas da relao de emprego, ocorre: Pessoalidade - pessoa fsica Prestao de servios - que presta servios Esprito de continuidade ou necessidade - de natu reza "no eventual" Empregador - que admitem trabalhadores como emprega dos Dependncia - sob a dependncia deste Subordinao - sob a dependncia deste e que dirige Salrio - mediante salrio 2. Contrato individual de trabalho J sabemos quem o empregador e quem o em- pregado. Quando o empregador e o empregados fazem um acordo, no sentido de um trabalhar para outro, seja este acordo feito por escrito ou verbalmente, temos um contrato de trabalho. Este contrato, quase sempre, tem prazo de durao que o tempo que as partes quiserem podendo tambm ser por prazo certo. O contrato por prazo certo quando o ser vio para fazer alguma coisa que termine logo, como uma ponte, ou quando a atividade empresarial tiver carter transitrio, ou ainda, quando depender a contratao de um conhecimento inicial das habilidades do empregado (prazo de experincia). O prazo mximo destes contratos de experincia no pode exceder de noventa dias, sendo que os outros podem ser fixados at por dois anos. O contrato de trabalho por prazo determinado poder ser prorrogado s mais uma vez, mas essa prorrogao no admitida dentro do prazo limite de dois anos. Se houver mais de uma prorrogao ficar entendido, por fora da lei, que o prazo de contrato passar a ser indeterminado. No poder, tambm, serem feitos vrios contratos, por prazo determinado, em

intervalos pequenos. Pouca importa a durao do contrato por prazo determinado. S pode haver uma prorrogao. A lei, para evitar a fraude, considera como por prazo indeterminado, todo contrato que suceder, dentro de seis meses, a outro contrato por prazo determinado, a no ser que, o primeiro, tenha terminado em razo de execuo de servios especializados ou por motivo de realizao de acontecimentos previstos. No contrato de trabalho, as partes podem fixar quaisquer clusulas, desde que respeitados os direitos legais que visam proteger os trabalhadores na relao de emprego. A mudana na propriedade ou na estrutura jurdica da empresa no modifica o contrato do empregado. O contrato de trabalho, com relao pessoa do empregador, impessoal, isto , o empregado, desde que no seja prejudicado, no pode modificar ou rescindir seu contrato em razo de alterao na pessoa do empregador. Neste caso, empregador pode ser substitudo e o empregado no. Este ltimo no pode ser substitudo, pois, uma das caractersticas do contrato a pessoalidade com relao ao trabalhador. Se a empresa falir, entrar em concordara ou se dissolver os empregados no perdem seus direitos pois, esses subsistem em casa de falncia, concordara ou dissoluo da empresa, sendo que o total de seus salrios e indenizao constituiro crdito privilegiado. O empregado prova o contrato de trabalho apre sentando a Carteira de Trabalho e Previdncia Social, ou outros documentos, ou mesmo, atravs de depoimento de pessoas que conheam sua situao funcional e declarem que ele trabalha para o empregador. a) IDENTIFICAO PROFISSIONAL Quando algum trabalha, recebe do Governa uma carteira que lhe d direito a comprovar seu trabalho, onde esto acertadas as condies em que ele deve exercer sua atividade laboral. a Carteira de Trabalho. Titulares da carteira de trabalho: a)os empregados; b)quem exerce atividade profissional remunerada por conta prpria (profissionais liberais, avulsos e autnomos); c)o rural no empregado, que trabalhe pessoalmente (individualmente ou em famlia); d)quem, sem trabalhar pessoalmente a terra, explora-a com a famlia, sem empregados, desde que superior a um mdulo; e)empregadores. Os documentos que o empregado precisa apresentar para tirar a Carteira de Trabalho e Previdncia Social so duas fotografias 3x4, certido de idade ou

outro documento que a comprove os dados pessoais, e prova de alistamento ou quitao de servio militar. Se o empregado no tiver estes documentos, poder obter a Carteira atravs de declaraes verbais, desde que confirmadas por duas testemunhas. Quando eu trabalho para algum, este trabalho realizado de determinada forma, em determinado horrio, tendo eu alguns direitos e algumas obrigaes derivados do meu trabalho. Estas so as condies de trabalho. Ser anotado na Carteira de Trabalho e Previdncia Social todas as condies de trabalho como: a)elementos bsicos ajustados pelas partes quando da contratao: salrio e sua composio (tarifa horria ou de produo, o valor da utilidade, habitao etc.), data da admisso, condies especiais, se houver (contrato por tempo determinado, experincia, aprendizado); b)frias; c)perodos em que o contrato tenha permanecido suspenso ou interrompido; d)acidentes do trabalho, alterao no estado civil e dependentes; e)banco depositrio do FGTS f)dados relativos ao PIS; g)CGC do empregador e nmero da Comunicao de dispensa para Seguro de Desemprego, quando da reciso sem justa causa; h)Servio rural intermitente; Anotaes desabonadoras conduta do empregado so vedadas. Quem anota o empregador que tem quarenta e oito horas para devolver a Carteira anotada, aps a apresentao da mesma pelo empregado. As anotaes tm um valor muito grande. Formam a prova principal do contrato de trabalho, razo pela qual todo empregado precisa ter sua Carteira em ordem; podem ser contrariadas por outras provas. Isto porque a empregador poder de boa ou m f, anotar erradamente as condies de trabalho. Neste caso, o empregado poder comprovar que a anotao prejudicial errada. Para o empregado, tambm grande o valor das anotaes. Sendo as anotaes feitas pelo empregador, o valor das mesmas, com relao ao empregado, absoluto, no podendo ser contestadas pelo empregador. Qualquer alterao da verdade, mesmo as no p[revistas em lei, ser punvel se configurada no Cdigo Penal. Se a empresa se recusar a devolver a Carteira anotada o empregado pode reclamar na Delegacia Regional do Trabalho, que abrir um processo administrativo contra o empregador convocando-o para dizer as razes porque no assinou.

Se ele negar a relao de emprego dizendo que o reclamante no seu empregado o Delegado enviar o processo Justia do Trabalho para conhecer e decidir o assunto. O Governo tem vrias questes nos diversos setores, e um dirigente para cada setor. Tudo que existir sobre trabalho ser orientado pelo Ministrio do Trabalho, que dispe de uma organizao chamada Ministrio. O Ministrio do Trabalho no o mesmo que o da Previdncia Social. Antigamente, era um s Ministrio. Hoje, so dois Ministrios com funes especficas diversas. A funo do Ministrio do Trabalho cuidar de tudo que se refere ao trabalhador. Desde sua Preparao para o trabalho, at quando no mais puder trabalhar. O Ministro do Trabalho dirige a setor trabalhista do Governo, organizando as condies de trabalho, fiscalizando se esto sendo aplicadas as normas legais, preparando o trabalhador atravs de ensino profissional, garantindo ao empregado o direito ao emprego e que o patro lhe pague, pela menos, o necessrio para ele e sua famlia viverem. As funes do Ministrio da Previdncia e Assistncia Social cuidar da segurana do homem que j no pode mais trabalhar ou por doena, acidente ou idade, dar segurana a seus dependentes assim como, assistncia mdica a todos. O ensino profissional na escola faz com que o aluno aprenda a ter, a escrever e tudo que necessrio para ter uma base para alguma profisso tcnica ou superior. O ensino profissional procura dar conhecimentos tcnicos aos trabalhadores para que utilizem melhor os seus instrumentos de trabalho o tenham noes mais precisas das operaes que vo realizar, fazendo com que se coloquem melhor no mercado de trabalho, produzam mais e ganhem mais. b) ADMISSO DO EMPREGADO Carteira de trabalho e previdncia social - A Carteira de Trabalho e Previdncia Social ser obrigatoriamente apresentada, contra recibo, pelo trabalhador ao empregador que o admitir, o qual ter o prazo de 48 (quarenta e oito) horas para nela anotar, especificamente: 1) a data de admisso; 2) a remunerao e as condies especiais, se houver. Livro ou ficha de registro de empregado - Em todas as atividades ser obrigatrio para o empregador o registro dos respectivos trabalhadores, no livro ou ficha individual respectivo. Exame mdico - Os exames mdicos so obrigatrios na admisso, na demisso e periodicamente no curso do vnculo empregatcio.

Na admisso requisito imprescindvel, uma vez que atravs dele se verifica a capacidade fsica ou mental do empregado. vedado exigir atestado ou exame, de qualquer natureza, para comprovao de esterilidade ou gravidez, na admisso ou permanncia no emprego - art. 373A, IV da CLT. Todos os empregadores e instituies que admitam empregados so obrigados a elaborar e implementar o Programa de Controle de Sade Ocupacional PCMSO Contribuio Social - No ato da admisso de qualquer empregado, dele exigir o empregador a apresentao da prova de quitao da contribuio sindical. Os empregados que no estiverem trabalhando no ms destinado ao desconto da contribuio sindical, sero descontados no primeiro ms subsequente ao do reincio do trabalho. De igual forma se proceder com os empregados que forem admitidos depois daquela data e que no tenham trabalhado anteriormente nem apresentado a respectiva quitao. Contrato de trabalho de experincia - Na hiptese da contratao envolver experincia, deve-se proceder ao preenchimento e assinatura do referido contrato, estipulando as condies e o prazo de experincia. O contrato de experincia utilizado para conhecimento das partes e seu prazo limitado legalmente em 90 dias. Celebrado o contrato, a empresa deve providenciar as devidas anotaes na CTPS no campo de Anotaes Gerais Admisso de empregados menores de idade - Para o menor aprendiz efetua-se o contrato de aprendizagem com o SESC/SENAC/SENAI ou na prpria empresa, neste caso deve existir um convnio entre a empresa e a entidade (Decreto 31.546/52 e Portaria MNTIC n 193/58 Acordo de prorrogao de horas - A durao do trabalho normal para os empregados urbanos ou rurais limitado em 44 (quarenta e quatro) horas semanais ou 8 (oito) horas dirias. No entanto, a jornada mxima diria poder ser prorrogada at mais 2 (duas) horas, desde que pagos com adicional de no mnimo 50% (cinqenta por cento) do horrio normal - art. 7, XVI da CF. O acordo dever ser escrito, se individual, assinado pelo empregado, onde o mesmo expressar a sua concordncia em fazer horas extras ou, ainda, por meio de acordo ou conveno coletiva. Acordo de compensao de horas - O Acordo de Compensao documento necessrio para a admisso, nos casos de compensao do horrio do sbado com outros dias da semana Declarao de dependentes - Caso a remunerao do empregado supere o valor da iseno da tabela do imposto de renda na fonte, fazer a declarao por escrito, assinada pelo empregado, dos seus dependentes. Autorizao de descontos - Caso o empregador mantenha convnios, e o empregado queira usufruir dos mesmos, dever ser providenciado a autorizao especfica, assinado pelo empregado. Alm dessa autoriza-

o, deve constar no prprio contrato de trabalho clusula autorizando os citados descontos. Vale transporte- O empregado para passar a receber o Vale-Transporte dever informar ao empregador, por escrito: - seu endereo residencial; - os servios e meios de transporte mais adequados ao seu deslocamento residncia-trabalho e vice-versa; - nmero de vezes utilizados no dia para o deslocamento residncia/trabalho/residncia. A empresa dever obter declarao negativa quando o funcionrio no exercer a opo deste benefcio. Outros documentos complementares - 1 Foto 3 x 4 - CPF - Comprovante de Inscrio do PIS (Carto PIS) - Titulo de eleitor. - Certificado de reservista, ou prova de alistamento militar. - Carteiras profissionais expedidas pelos rgos de classe, por exemplo: OAB, CREA, CRC. - Relao de salrio de contribuio necessrio para os casos de comprovao de carncia quando da solicitao de benefcios previdencirios, por exemplo, auxlio-doena. Salrio famlia- direito constitucional do trabalhador de baixa renda, pago em razo de seu dependente. c) JORNADA DE TRABALHO A jornada normal o lapso de tempo durante o qual o empregado deve prestar servio ou permanecer disposio, com habitualidade, excludas as horas extraordinrios. Em geral, os empregados devem , 8 horas por dia. Oito horas porque como o dia tem vinte e quatro horas e as pessoas precisam se divertir, trabalhar o descansar, dividimos o dia por trs a teremos oito horas para diverso, oito para descanso e oito para trabalho. Essa jornada diria limitada por 44 horas semanais. A jornada de oito horas foi uma das principais conquistas dos trabalhadores. Foi consagrada aps a Primeira Guerra Mundial pelo documento que selou a paz entre as naes, o Tratado de Versalhes. Existem trabalhos com horrios especiais que, por serem muito cansativos, penosos ou Insalubres, desgastam demais o trabalhador, como no caso das tele-

fonistas, ascensoristas, bancrios e outras profisses mais especializadas, e, nestes casos, os empregados devem trabalhar menos. O empregado no pode trabalhar muitas horas alm das oito, mesmo que o trabalhador queira trabalhar todo o tempo, para ganhar mais dinheiro, no deve o empregador deixar, nem o Governo, pois, pensando que vai melhorar a vida dos familiares, com dinheiro, poder o empregado esquecer-se de ficar mais tempo em casa, com a mulher e os filhos, divertir-se mais, prejudicando, inclusive, a sade. A lei, a conveno coletiva ou as partes de comum acordo podero fixar, quando da admisso do empregado, jornada normal inferior legal. No decurso da relao, a jornada normal no poder ser reduzida pelo empregador com diminuio do salrio, mesmo com a concordncia do empregado, salvo se houve efetivo interesse deste ou autorizao em conveno ou acordo coletivo. O empregado pode trabalhar, em certos casos, alm do horrio permitido, ganhando um percentual sobre as horas a mais trabalhadas. Isto o que se chama de horas-extras. O empregado pode trabalhar horas-extras quando existir um acordo escrito entre ele e o empregador para que trabalhe, no mximo, mais duas horas por dia, ganhando um percentual, no mnimo, de 50% sobre a hora normal trabalhada. 1 Se o empregador contratar com o empregado para que ele trabalhe mais em um dia e menos no outro possvel. A compensao de horrios possvel e da o empregador no precisar pagar a mais, no podendo ultrapassar o horrio de trabalho diria de mais de dez horas. O empregador pode exigir que o empregado trabalhe horas-extras, nos: c) a) por fora maior, neste caso, aplica-se para o pagamento o percentual ser de, pelo menos, de 25% sobre a hora normal e no poder exceder de 12 horas dirias. d) b) servios inadiveis ou cuja no-execuo possam produzir prejuzos, neste caso, o percentual a que ter direito a empregado a um acrscimo de 50% sobre a hora normal suplementar e no poder exceder a 10 horas dirias. e) c) a prorrogao poder exceder a duas, em casos excepcionais poder o empregador requisitar a fora de trabalho do empregado por quatro horas, alm da jornada normal de oito horas. Este direito conferido ao empregador de exigir o trabalho extraordinrio pode ser exercido sempre somente aceito nos casos de necessidade imperiosa, justificada esta ao Ministrio do

Trabalho, no prazo de dez dias ou em casos de fora maior. Nos casos de fora maior o empregado ser obrigado a trabalhar horas-extras, at o limite de quatro, sendo o pagamento das mesmas feito com o mesmo valor do das horas normais de trabalho. Fora maior um acontecimento inevitvel e imprevisvel para o qual o empregador no contribuiu o que afeta, diretamente, a Empresa. A durao normal do trabalho e suas prorrogaes no so aplicveis a todos os empregados. H trabalhadores que exercem profisses cujo servio externo, sem controle de horrio, corno vendedores viajantes. Os empregados que chefiam o trabalhador no tm controle de horrio, porque esto em funo de comando; no possuem horrio certo para cumprir. No tm direito, em princpio, a jornada mnima, a remunerao de outras horas alm das normais, e nem adicional por trabalho extraordinrio os seguintes trabalhadores: a) empregados que exercem atividade externa incompatvel com a fixao de horrio de trabalho como o cobrador em domiclio, propagandista; b) os gerentes, diretores, cargos de confiana. d) DOS PERODOS DE DESCANSO Entre jornadas - Entre duas jornadas haver um descanso, de, no mnimo, onze horas, no podendo ser absorvido o descanso semanal. O perodo referido inica-se no momento em que o empregado efetivamente cessa seu trabalho, seja servio suplementar ou normal. Em alguns casos, entretanto, precisa -o empregado trabalhar durante a noite. Se algum fica doente e precisa de um remdio, tem que haver farmcias abertas, assim como hospitais. Os servios mais necessrios no podem ser fechados, da por que h sempre pessoas trabalhando - noite. Quem trabalha, noite, ganha mais do que quem trabalha de dia. o chamado horrio noturno. Antigamente, para o direito, noite era quando escurecia, e dia, quando clareava, trabalhando o empregado de sol a sol. Hoje, a matria regulamentada, considerando-se noite o perodo entre 22 horas o 5 horas da manh. A hora noturna paga com um acrscimo de vinte por cento, pelo menos, sobre a hora diurna. O empregado s pode trabalhar noite sete horas, a proteo ao trabalho noturno dupla: alm do empregado ganhar mais vinte por cento sobre a hora trabalhada, noite, esta hora calculada como se tivesse cinqenta e dois minutos e trinta segundos, ou seja, sete horas noturna, so iguais a oito horas diurnas. Repouso semanal - As pessoas no so mquinas, bastando ligar um boto para comearem a funcionar. Alm de descansarem de um dia para outro, tm que ter, no mnimo, um dia total de descanso, na semana,

para a famlia, devendo o empregador pagar este dia corno se o empregado tivesse trabalhado. Este instituto corresponde ao perodo de folga a que tem direito o empregado, aps um determinado nmero de dias ou de horas de trabalho por semana, com o fim de proporcionar-lhe um descanso higinico, social e recreativo. Todos os empregados tm direito ao repouso semanal de 24 horas consecutivas, preferencialmente aos domingos. O trabalho em Domingo, seja total ou parcial ser sempre subordinado permisso prvia da autoridade competente em matria de trabalho. Por convenincia pblica ou necessidade imperiosa ser concedido a alguns servios como transportes, hotis e hospitais. Os funcionrios pblicos tambm tm direito ao repouso. H servidores pblicos, funcionrios ou empregados. Os funcionrios tm um regime especial de trabalho, sendo regidos pelo Estatuto dos Funcionrios Pblicos. Os empregados, esto sob o regime da Consolidao das leis do Trabalho. Tanto a legislao trabalhista quanto a estatutria asseguram o descanso remunerado nos domingos e feriados. Para o empregado receber o repouso semanal, condio essencial que tenha trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo seu horrio de trabalho. Tornar-se necessrio, assim, a assiduidade e a pontualidade do empregado. Se a falta for justificada por motivos que a lei prev, como nos casos de casamento, nascimento de filho, falecimento de parente, doao voluntria de sangue, alistamento militar ou eleitoral, acidente de trabalho, doena comprovada, no prejudicar o direito ao repouso,- se a falta vier a ser abonada pelo empregado tambm no prejudicar o repouso no caso do atraso. A remunerao do repouso equivale remunerao de um dia de servio, no computadas as horas-extras. Os que trabalham por hora recebem o equivalente sua jornada de trabalho, excludas as horas-extras. Quando o empregado trabalha por tarefa ou pea dever receber o equivalente ao salrio correspondente s tarefas ou peas durante a semana, no seu horrio de trabalho, dividido pelos dias de servio trabalhados na semana. No cmputo do clculo salarial inclui-se as horas- extras habituais. O Prejulgado n. 52 do Tribunal Superior do Trabalho interpretando a lei, determina que sejam. Prejulgado significa a consolidao de decises no mesmo sentido. Quanto aos empregados que trabalham recebendo por produo, fora da empresa devem receber o valor de sua produo na semana dividida por seis. Os empregados que recebem por quinzena ou ms e cujo clculo do salrio feito na base