apostila de gestão de recursos patrimoniais e logisticos

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  • 8/14/2019 Apostila de Gesto de Recursos Patrimoniais e Logisticos

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    2009

    IPESU

    Ianara R.T.S. Santos

    GESTO DE RECURSOS

    PATRIMONIAIS E LOGSTICOSAPOSTILA RESUMO DE AULAS

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    O que logstica?

    Logstica a funo que estuda a melhor maneira de facilitar o fluxo de produtos entreprodutores e consumidores, de forma a obter o melhor nvel de rentabilidade para aorganizao e maior satisfao dos clientes. Seu objeto a armazenagem e amovimentao de produtos, visando a diminuir o hiato entre produo e demanda.

    Em uma definio: a misso da logstica colocar os produtos e servios certos, notempo certo, no lugar correto, na condio ideal, ao menor custo possvel.

    Faz parte do universo da logstica tudo o que se refere s atividades de transporte,manuteno de estoques e processamento de pedidos.

    Transporte. Engloba os vrios mtodos para se movimentar produtos: rodovirio,ferrovirio, dutovirio, martimo e areo. a atividade mais importante, pois envolvede um tero a dois teros dos custos logsticos totais.

    Manuteno de estoques. Normalmente invivel a produo instantnea deprodutos para atender os clientes. Para se atender a demanda no momento em queela ocorre preciso dispor de estoque. Os estoques evitam perdas de vendas, queocorreriam se os clientes fossem procurar o produto e no o encontrasse, mastambm impactam no custo financeiro, j que um certo valor dispendido para manterprodutos armazenados. O ideal conciliar um nvel mnimo de estoque com ademanda e no deixar de atender a nenhum pedido. A manuteno de estoques podesignificar at dois teros do custo total de logstica.

    Processamento de pedidos. Os custos de processamento de pedidos tendem a serpequenos comparados com os dois itens anteriores. Sua importncia reside em ser oprimeiro passo para a movimentao de produtos.

    Outras atividades.

    Existem vrias atividades internas que apiam a logstica, permitindo atingir seusobjetivos organizacionais.

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    Armazenagem e manuseio. preciso dimensionar corretamente o espao paramanter estoque e sua localizao, arranjo fsico, acesso de pessoas ou de mquinas atoda sua rea, entrada e sada de caminhes para carga e descarga, uso ou no deprateleiras e sua altura ou uso de pallets, forma de recebimento dos pedidos etc.

    Embalagem. Um bom projeto de embalagem facilita o manuseio e protege osprodutos de quebras e danos. As dimenses adequadas permitem umarmazenamento mais eficiente.

    Compras e produo. Ainda que no diretamente ligada logstica, so duas reasde fundamental importncia para o fluxo de movimentao. Compras odepartamento que trata da entrada de insumos, suprimentos e produtos naorganizao. As decises deste departamento influem nos custos logsticos. Aproduo, por sua vez, quem disponibiliza os produtos para atender os pedidos.Manter um fluxo de informao eficiente sobre os prazos de Compras e a chegada dosprodutos outro fator importante para o planejamento correto.

    Desde a dcada de 1970 que a importncia da logstica vem crescendo para oresultado das organizaes. Hoje, ocupa a posio intermediria entre produo emarketing. Como pode ser observado na figura 1.2, existem algumas reas onde aadministrao se sobrepe. Por exemplo, na determinao de preo e embalagem,logstica e marketing trabalham conjuntamente. J compras e programao deproduo so reas de sobreposio com o departamento de Produo.

    A Distribuio Fsica

    A distribuio fsica a funo primria da logstica. Da produo entrega aocomprador, todos os passos so de sua responsabilidade. A figura abaixo mostraalgumas formas de distribuio. H basicamente dois mercados para ser atendidos.Um o de usurios finais, que usam o produto para satisfazer suas necessidadesfinais, seja de consumo ou para criar novo produto, no caso de mercado industrial. Ooutro formado pelos que usam o produto para revender: so os distribuidores,atacadistas e varejistas.

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    A diferena entre os dois mercados est no volume e no perfil da compra.Consumidores finais compram em menor quantidade e so em maior nmero. Suascompras so mais freqentes do que as dos intermedirios.

    Para atender os diversos mercados existem vrias configuraes.

    1. Entrega direta a partir do estoque da fbrica.2. Entrega direta a partir de vendedores ou da linha de produo.3. Entrega feita a partir de um sistema de depsitos.

    As entregas podem ser feitas por veculos prprios ou terceirizados. As opes variamde setor para setor. Mas o princpio bsico entre as duas que as grandes cargas,que lotam os transportes, diluem o custo do frete e, assim, so mais lucrativas do queas entregas em pequenas quantidades. Por isso, sempre que possvel, se busca lotaro meio de transporte utilizado e evitar o envio de pequenas cargas.

    A responsabilidade sobre a movimentao de produto, porm, no se encerra com aentrega. A mercadoria pode ser devolvida por questo de pedido errado, dano fsico,prazo de validade vencido e outros. O administrador deve estar preparado parareceber e estocar essas devolues

    Planejamento e Controle de Estoques

    O controle de estoque um dos grandes dilemas da administrao. No manterestoque suficiente para atender a demanda se arriscar a perder vendas. Manterestoque acima da demanda comprometer uma parte substancial do capital daorganizao. E prever com exatido a demanda futura uma tarefa quase impossvel.Como equacionar esses fatores?

    A funo do estoque

    O armazenamento de mercadorias importante para atender uma srie de finalidades.

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    1. Melhora o nvel do servio ao cliente. Os clientes valorizam a disponibilidadeimediata dos produtos.

    2. Permite menores custos nas compras e no transporte. Ao produzir em maiorquantidade a organizao pode negociar menores preos nas matrias-primas. O

    produto acabado, por sua vez, ao ser enviado em grande quantidade dilui o custo dofrete, diminuindo seu impacto no custo. Menores custos significam que a organizaopode vender mais barato ou ter maior margem de rentabilidade.

    3. Amortece o impacto na oscilao de demanda. Todos os setores passam porperodos de variao na quantidade vendida. Ao trabalhar com estoque, a organizaopode ter uma produo mais constante e dessa forma minimizar os efeitos de terperodos em que no consegue atender os pedidos e perodos de sub-ocupao demo-de-obra, mquinas e instalaes.

    4. Permite se antecipar a aumentos. As compras podem ser antecipadas para evitar

    aumentos programados nos fornecedores.

    5. Diminui o risco de desabastecimento. Dificilmente se consegue prever ademanda futura ou o tempo de ressuprimento. Ao trabalhar com estoque desegurana, a organizao evita os custos de perda de vendas.

    6. Protege contra contingncias. Greves, inundaes, incndios so algumascontingncias que fogem do controle da administrao. A organizao, porm, podese antecipar a elas, fazendo estoque e evitando o desabastecimento.

    Uma das formas de medir a correta dimenso do estoque a razo entre as vendas e

    o estoque mdio. Quanto maior a rotatividade do estoque maior a lucratividade daempresa. Veja o quadro abaixo:

    A companhia ABC investiu 100 milhes em estoque no ltimo ano e este girou duasvezes (100 em relao a 200). No ano corrente, a ABC teve um incremento nasvendas e girou trs vezes o estoque (80 em relao a 240). Supondo que o custo demanuteno do estoque de 25% ao ano, a ABC teve uma economia de 5 milhes.Se aplicasse esse montante em ttulos do tesouro, que a aplicao financeira com

    menor rendimento do mercado, a uma taxa de 14,5%, a organizao teria lucrado 725mil.

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    Tipos de Demanda

    Um fator que determina o nvel ideal de estoque a demanda. Existem basicamentecinco tipos de demanda.

    1. Permanente. Muitos produtos tm ciclo de vida muito longo, como por exemploo leite em p Nestl, e outros ficam no mercado por pelo menos cinco anos.Estes produtos podem ser considerados de demanda permanente. Para elesno existem picos de venda ou queda brusca de procura. Dessa forma pode-setrabalhar com um ressuprimento peridico e quantificar o volume de estoque.

    2. Irregular. Alguns produtos tm comportamento irregular, o que dificultaenormemente as previses de venda. Um exemplo foi o lanamento de umacoleo de revista de culinria. A venda de coleo tem uma curva conhecida eprevisvel para as editoras. Os primeiros nmeros sempre vendem mais e osltimos vendem muito pouco. Desse modo, as editoras determinam as tiragensbaseadas na venda do primeiro nmero. No caso desta revista, a vendasuperou as expectativas e obrigou a editora a fazer uma nova impresso antes

    de lanar o nmero seguinte. Lanado o segundo nmero, houve um encalheda ordem de 80%. O motivo foi que a revista trazia receitas com ingredientesque no eram facilmente encontrados e isso desmotivou a maioria doscompradores iniciais de continuar comprando a coleo.

    3. Derivada. A venda de automveis em um perodo indica como ser a demandapor pneus. A demanda de pneus dita derivada. O estoque necessrio paraatender a demanda derivada tambm derivado. Quanto e quando comprar eproduzir determinado pela demanda.

    4. Em declnio. Todo produto tem um ciclo de vida. Alguns so mais longos,outros mais curtos. Mas de modo geral, a queda na venda gradual e pode seradministrada. A exceo so os produtos com vida til planejada, como chipsde computadores e softwares, que ao serem lanados j tm determinado

    quanto tempo duraro no mercado.5. Sazonal. Alguns produtos praticamente s tm procura em determinadaspocas, como por exemplo os livros didticos, ovos de pscoa, rvores deNatal. Outros so produtos de moda ou de ciclo de vida muito curto, como porexemplo camisas da seleo brasileira de futebol na poca da Copa do Mundo.Esses produtos podem ser tratados como tendo um nico pico de vendas. Se ociclo , por exemplo, anual, errar muito na previso da demanda significaassumir um grande nus financeiro, seja pelo capital parado ou pelo fato doprazo de validade ser curto.

    Controle de estoque

    Antes de estudarmos o controle de estoque, propriamente, vamos analisar ascaractersticas comuns a administrao de estoques, seja de matria-prima ou deproduto acabado.

    1. Custo. H trs tipos de custo para os estoques: compra, manuteno e falta.a) Manuteno. Manter estoque de produtos ou de matrias-primas imobiliza

    capital da organizao, que poderia ser usado em outras atividades ou seraplicado em bancos para render juros. Tambm faz parte do custo o preo doespao fsico onde est ocorrendo o armazenamento e o preo do segurocontra incndio ou roubo. Outro custo associado a manuteno de estoque o

    risco de obsolescncia, deteriorao, furto ou dano.

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    b) Compra. Os custos de aquisio incluem o processamento do pedido nosdepartamentos internos, produo, manipulao e envio. Alm, claro, do custoda mercadoria propriamente.

    c) Falta. Quando o cliente faz um pedido e no h estoque do produto, podehaver dois tipos de perda. Um o da venda perdida, que acontece quando ocliente cancela o pedido no atendido. lucro perdido e comprometimento derelacionamento com o cliente, que buscar outro fornecedor. O outro o custode atraso, que ocorre quando o cliente se dispe a esperar a chegada doproduto e a empresa incorre em gastos extras de reprocessamento do pedido,transporte e manipulao.

    Custo Estoques

    O armazenamento de produtos produz basicamente quatro tipos de custos.

    1. Custos de capital (juros, depreciao)

    2. Custos com pessoal (salrios, encargos sociais)

    3. Custos com edificao (aluguel, impostos, luz, conservao)

    4. Custos com manuteno (deteriorao, obsolescncia, equipamento)

    A quantidade estocada e o tempo de estocagem so dois fatores que determinam oaumento ou diminuio do custo total do estoque, chamado de custo dearmazenagem.

    Custo de armazenagem: o resultado da soma de uma parcela fixa, como por

    exemplo o aluguel do armazm, que ser constante independente da quantidadearmazenada, e uma parcela varivel, como por exemplo os gastos com salrios, jque o dimensionamento da mo-de-obra est ligado quantidade de produtosestocados.

    A localizao dos armazns outro fator importante para formao do custo total, umavez que o preo do metro quadrado de edificao est relacionado com sualocalizao. Quanto mais prximo dos centros consumidores, mais alto ser o seuvalor. As empresas, entretanto, raramente podem economizar neste item, pois estarperto dos centros consumidores fundamental para diminuir o custo de fretes e otempo de entrega dos pedidos. Assim, como no recomendvel ficar longe doscentros consumidores para economizar no preo do aluguel, s resta s empresasotimizar o uso do espao.

    A otimizao do espao do armazm conseguida atravs de layouts adequados e dautilizao de meios de movimentao compatveis com o volume armazenado.

    Custo do Pedido: Ao processar um pedido, a empresa incorre em gastos de material(papel, impressora, envelope etc.), despesas indiretas como uso do telefone, luz,Internet etc. e despesas com mo-de-obra. Geralmente, este item ignorado por norepresentar um custo alto em relao aos outros custos.

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    Custo de falta de estoque: Este custo o mais difcil de ser calculado, pois s vezesenvolve componentes de difcil estimativa. Os mais comuns so:

    1. Lucros cessantes. Perda de lucros por cancelamento de pedidos.2. Custos adicionais. Custos causados por fornecimento em substituio com

    materiais de terceiros.3. Dano imagem. O cliente fica insatisfeito com a falta de produtos e pode

    mudar de fornecedor.4. Multas. Muitas vezes o fornecimento est estabelecido em contrato com

    previso do pagamento de multas por atraso.

    Custo total: O resultado do bom planejamento de estoque balancear os custos demanuteno, aquisio e faltas. Estes custos tm comportamentos conflitantes.Quando a quantidade estocada grande, menor o custo de perda de vendas, masmaior o custo de manuteno. Quando o custo de manuteno baixo, maior ocusto de perda de vendas e de aquisio. O grfico a seguir mostra essas relaes. A

    curva em forma de u mostra o custo total. O ponto R mostra o custo mnimo para olote de reposio.

    Nveis de Estoque: O grfico a seguir mostra a movimentao (entrada e sada) deum item no estoque. No eixo x esto os meses e no eixo y as quantidades. Estegrfico chamado dente de serra.

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    Como se v, o estoque iniciou com 140 unidades e foi sendo consumido, de modo queno ms de junho o estoque foi zerado e automaticamente reposto em 140 unidades.Por questo didtica, estamos supondo que a sada tenha sido uniforme nos meses de

    janeiro a junho.Na prtica, porm, sabemos que existem falhas nas operaes de qualquer sistema.Na relao entre consumidor e fornecedor o atraso na entrega ou a entrega de itemerrado ou defeituoso no raro. No nosso exemplo, se ocorrer um atraso de trsmeses entre os meses de junho a setembro, nosso grfico ficar assim:

    A linha pontilhada mostra que deixamos de vender 20 unidades devido ao atraso. Paraevitar isso existem dois caminhos. Um aumentar o nvel de estoque que no muito adequado devido ao aumento nos custos de manuteno. Outro criarmos umponto de reposio antes que o estoque v a zero. A figura a seguir mostra isto:

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    Como observamos, estabelecemos um estoque mnimo de 20 unidades e nossareposio passar a ser de 120 unidades e no mais de 140. o que chamamos deestoque de segurana. preciso ser muito cauteloso para definir o estoque desegurana, pois este um estoque que representa capital investido e inoperante ano ser que ocorram casos de atraso na entrega.

    Outro fator importante o tempo de reposio do pedido. Este tempo a soma dotempo que leva a emisso do pedido, a separao e a embalagem e o tempo dotransporte do fornecedor at nosso estoque. Observe a figura a seguir:

    V-se no grfico 3.5 que a emisso do pedido, preparao e transporte leva um

    espao de tempo denominado TR (tempo de reposio). Por isso, quando o estoquechegar no ponto PP (ponto de pedido) devemos fazer o pedido de reposio. Repareque o ponto PP est acima da linha de estoque mnimo. Ou seja, como existe umtempo que chamamos de TR entre meu pedido e a chegada do produto no estoque,devo disparar o pedido antes que o estoque chegue no estoque de segurana ouestoque mnimo.

    Para calcularmos este ponto tambm devemos levar em conta os chamados saldos depedidos. Saldos de pedidos so as diferenas entre o que peo e o que efetivamenteentra no meu estoque, seja porque o fornecedor no enviou tudo, seja porque parte dopedido veio danificado. Portanto o ponto PP (ponto do pedido) determinado peloestoque fsico mais o saldo do pedido a receber. Este estoque denominado estoquevirtual.

    Fazemos uma nova reposio sempre que o estoque virtual ficar igual ou abaixo doponto PP (ponto do pedido).

    O ponto PP pode ser calculado segundo a frmula a seguir:

    PP = (C x TR) + EM

    O grfico a seguir mostra esta relao:

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    Vamos a um exemplo: o consumo de bancos de jardim de 100 unidades por ms.Seu tempo de reposio (pedido mais processamento e embalagem mais tempo detransporte) de dois meses. Sendo o estoque mnimo de um ms, qual seu ponto depedido?

    PP = (C x TR) + EM

    PP = (100 x 2) + 100

    PP = 300 unidades necessrio se comparar sempre o ponto de pedido com o estoque virtual, pois, noexemplo acima, se existir pedido a chegar, o ponto de pedido no ser de 300unidades, uma vez que no se est considerando o saldo que chegar.

    Consumo mdio

    Um dado importante para avaliao do nvel do estoque o consumo mdio mensal.Este a mdia aritmtica das retiradas mensais do estoque, durante certo tempo. Aexpresso a seguir indica o consumo mdio.

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    Estoque mdio

    O grfico anterior mostra o nvel mdio do estoque que representamos como Q/2. Nogrfico, Q representa o estoque mximo, estoque inicial que compramos. Comofalamos anteriormente, para no incorrermos em perda de vendas, projetamos umestoque de segurana, um estoque mnimo. Se considerarmos o estoque mnimo ouestoque de segurana agregado ao estoque mdio, teremos a seguinte expresso:

    Estoque Mdio (EM) = estoque mnimo (EMin) + Q/2Isto significa que o estoque de venda oscila acima do estoque mnimo, que umestoque morto, pois s tem utilidade em caso de problemas com o ressuprimento.

    Sistemas de Controles de Estoques

    Dimensionar adequadamente os estoques e control-los tarefa de enormeimportncia. O objetivo principal dos sistemas determinar o estoque de menor custoque no comprometa o processo produtivo. As frmulas clssicas, como a do loteeconmico - que priorizava o custo de aquisio -, tinham a falha de no levar emconta os recursos disponveis e a poltica financeira da empresa.

    A maioria das organizaes no est enfatizando o quanto comprar, mas o quandocomprar. De nada resolve ter a quantidade correta na poca errada. Existem algunssistemas que do, com razovel preciso, os volumes a serem comprados paraperodos determinados. Examinaremos alguns deles.

    Lote econmico: Os princpios que norteiam o sistema de lote econmico so:

    1. O consumo mensal constante.2. A reposio acontece quando o estoque chega a zero.

    Supondo o perodo de um ano, o custo total do estoque seria a soma dos custos

    unitrios, mais o custo dos pedidos e o custo da armazenagem.

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    Sistema de duas gavetas: um sistema muito simples e engenhoso, muito usado novarejo. Imagine duas caixas. Uma chamamos de A e a outra de B. A caixa A acumulao estoque suficiente para atender o perodo de reposio mais o estoque desegurana. A caixa B tem o estoque para o consumo previsto no perodo. Todas asrequisies so atendidas pelo estoque da caixa B. Quanto este chega a zero, passa-

    se a atender com o estoque da caixa A e faz-se o pedido de reposio.

    Sistema de quantidades fixas: Se fosse possvel determinar o consumo exato emcertos perodos, seria fcil fixar o ponto do pedido. Entretanto o consumo sempreflutuante. Alm disso, o perodo de reposio tambm tem variao. Em vista disso,usa-se o sistema de quantidades fixas ou sistema de mximos e mnimos.

    O sistema consiste nos seguintes passos:

    1. Previso do consumo.

    2. Fixao do perodo de consumo.

    3. Determinao do ponto do pedido em funo do tempo de reposio.

    4. Clculo dos estoques mnimos e mximos.

    5. Clculo dos lotes de compra.

    A figura a seguir mostra esse sistema.

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    Sistema de reviso. Neste sistema, o estoque reposto em perodos iguais. Aquantidade a ser pedida ser determinada pela previso da demanda feita ao fim decada ciclo. Os estoques mximos e mnimos so fixados para prevenir excesso dedemanda e atrasos na entrega. A maior dificuldade do mtodo determinar osperodos ideais para a reviso. Se forem curtos, geram um estoque mdio alto e um

    conseqente aumento no custo de armazenagem. Se forem longos, ocorre um maiorrisco de faltar mercadoria para atender a demanda.

    Curva ABC

    O princpio da curva ABC o de que 20% dos produtos respondem por 80% dofaturamento. Em outras palavras, 80% do total de itens do catlogo de vendascontribuem com apenas 20% do volume de dinheiro que ingressa na empresa atravs

    das vendas. Por isso, uma deciso razovel tomar mais cuidado para que no falteestoque dos produtos mais vendveis, pois sua importncia para o faturamento muito grande.

    Usualmente, os itens menos rentveis so divididos em outros dois grupos, tomandopor base a contribuio para o faturamento. Assim, formamos a curva ABC, quemostrar no campo A os produtos mais rentveis (20% dos itens totais), no campo Bos de retantabilidade intermediria e no campo C os menos rentveis. Umadistribuio muito encontrada no mercado A ter 20% dos itens, B ter 30% e C ter50%. Ou seja, normalmente, metade dos produtos em catlogo tm pouca sada.

    Da mesma forma que devemos ter mais cuidado com os itens mais vendidos, para noincorrermos em perdas de vendas, podemos estabelecer um nvel de servio para osoutros produtos. Por exemplo, queremos manter um estoque que atenda 99% dospedidos feitos para os itens A. Para os produtos que compem o item B, queremosatender 95% dos pedidos. E para o terceiro item, somente 85% dos pedidos seroatendidos de imediato. Dessa forma, o custo de perda de vendas seria compensadopelo menor custo total de estoque. Em outras palavras, o que a empresa perderia emvendas no atendidas por falta de estoque seria menor do que se ela mantivessetodos os itens em estoque o tempo todo.

    A experincia e a anlise de cada caso que determina como dever ser a gesto de

    estoque.

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    Conceito Just-in-time

    O just-in-time o suprimento de produtos para a linha de produo, depsito ou clientesomente quando so necessrios. Procura-se no trabalhar com estoque, ms paraisso preciso ter uma previso exata da demanda e conhecer o tempo de

    ressuprimento. Alm do mais, no pode haver falhas nos produtos ou atrasos naentrega, muito menos surpresas na previso da demanda.

    Por isso, o conceito just-in-time nem sempre leva ao estoque zero. Caso haja algumaincerteza quanto aos parmetros, a cautela indica a necessidade de haver algumestoque de segurana. Alm disso, a empresa pode se beneficiar de vantagens emdescontos para compras maiores. A tcnica just-in-time vantajosa quando:

    1. Trabalha-se com produtos de valor unitrio e controle altos.2. H certeza sobre o nvel da demanda.3. O tempo de reposio curto e conhecido.4. No h vantagem em realizar compras de altos volumes.

    Programao da Produo

    As trs perguntas bsicas da programao da produo quando, onde e quantoproduzir. A produo otimizada aquela que prov o produto no instante e localnecessrio. Aparentemente uma funo simples, mas na realidade envolve umaconjuno complexa de fatores. A capacidade de produo, por exemplo, limitada.Para produzir necessrio ter os materiais necessrios disposio e muitas vezes oprocesso produtivo disperso em vrias unidades distantes.

    A programao da produo deve prever o fluxo de materiais e determinar aseqncia pela qual os produtos devem ser fabricados.

    Entradas.

    O primeiro passo para a programao da produo a estimativa da demanda futurae o conhecimento do estoque disponvel no presente. a diferena entre demanda eestoque que determina o quanto dever ser produzido e, conseqentemente, omontante de material a ser adquirido. Esta regra funciona tanto para a operao fabril

    mais complexa como para o funcionamento de um salo de cabeleireiro. A Fiat fabricamilhares de carros diariamente e conta com centenas de fornecedores de peas,equipamentos e matrias-primas, alm de milhares de funcionrios. Para funcionarcom eficincia, preciso prever nveis de estoques dos diferentes materiais ecomponentes, fazer escalas de trabalho, certificar-se que os equipamentos estejamfuncionando adequadamente etc. No muito diferente do que o gestor de um salode cabeleireiros tem de fazer para atender a clientela com qualidade a complexidadedo planejamento que muito diferente.

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    Lista de materiais.

    O segundo passo importante saber com preciso quais peas e materiais sonecessrios para o processo produtivo. No s saber quais, mas tambm em queparte do processo eles so requeridos, pois alguns materiais fazem parte do processo

    desde o incio e outros entram somente no final da produo. No nosso exemplo dosalo de beleza, podemos supor que seja parte do servio lavar os cabelos dosclientes antes de comear o corte e sec-los ao final. O shampoo, a gua e a poltronapara lavar so materiais e equipamentos que tm de estar disponveis no incio doservio. J o secador de cabelos e a eletricidade tm de estar no final.

    Tempo de carncia.

    Para ter o produto no tempo certo preciso prever o tempo que os fornecedores

    demoram para fazer as entregas. chamado em ingls de lead time. Se aorganizao consegue prever com preciso esses tempos e fazer os pedidos desuprimento nas datas ideais, obtm o menor custo possvel com as compras, pois osestoques sero sempre mnimos.

    Custos.

    Como dissemos acima, o nvel ideal de suprimento aquele que trabalha com oestoque mnimo. Existe uma relao excludente entre custo de estoque e custo deparada de produo. Quanto maior o estoque, menor o risco da produo serinterrompida por falta de material. Inversamente, quanto menor o estoque, maior orisco de interrupo da produo, mas menor ser o custo de manuteno de estoque.Cabe ao administrador logstico estabelecer o ponto ideal.

    Mtodos de programao.

    Cada ramo de atividade tem uma caracterstica prpria. A demanda pode serconstante, derivada, sazonal ou irregular (relembre os tipos de demanda relendo omdulo 2). A produo pode ser contnua, intermitente ou estar localizada em uma

    nica ou em vrias unidades.

    Existem vrios mtodos de previso de produo. Um considerado o mtodoclssico e foi desenvolvido em 1917 por H. L.Gantt. chamado grfico de Gantt ougrfico de barras.

    Como outros mtodos, reconhece que algumas atividades s podem ser executadasdepois de outras. E h atividades que so independentes entre si e que podem serexecutadas paralelamente.

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    Analisando o grfico da figura 5.1 notamos que as paredes laterais s podem seriniciadas aps a concluso da estrutura e do telhado. J as partes hidrulica e eltricapodem ser executadas paralelamente. Se houver atraso na entrega do materialhidrulico ou no seu tempo de execuo, as paredes internas no podero serconcludas, nem a pintura e a colocao do papel de parede podem ser feitos. A obraatrasar.

    MRP.

    MRP, material requirement planning em ingls ou planejamento das necessidades demateriais em portugus, uma ferramenta usada quando se tem muitos produtos ouservios feitos no mesmo local. Alguns componentes ou materiais so usados emvrios produtos e deve-se definir a quantidade e o tempo em que cada um sernecessrio.

    Se a demanda de certo item derivada de outro e o processo de fabricao envolvecentenas de itens, o calculo das necessidades bastante complexo. Por isso, ossistemas informatizados de clculo so fundamentais para um bom planejamento dasnecessidades de materiais.

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    Aquisio.

    A aquisio a atividade entre a empresa e os fornecedores. uma atividade que seconfunde com compras e que seleciona os fornecedores com base no trip: preo,qualidade e disponibilidade.

    Os custos de aquisio podem chegar a 60% da receita de vendas e ter impactoimpressionante sobre o lucro. Veja no exemplo a seguir:

    Receita de vendas: $ 100.

    Compras de bens e servios: $ 60.

    Mo-de-obra: $ 20.

    Custos indiretos: $ 15.

    Lucro: $ 5.Supondo que a empresa queira dobrar o lucro diminuindo despesas, ela dever alterarcada item da seguinte forma:

    1. Reduzir os salrios em 25% ou2. Reduzir os custos indiretos em 33% ou3. Aumentar os preos em 15% ou4. Diminuir as compras em apenas 8,5%.

    Ainda analisando o exemplo dado, percebe-se que, para cada diminuio de 1% noscustos das compras, h um aumento de 12% nos lucros:

    Receita de vendas: $ 100.

    Compras de bens e servios: $ 59,40.

    Mo-de-obra: $ 20.

    Custos indiretos: $ 15.

    Lucro: $ 5,60.

    A aquisio pode ser encarada com extenso da produo, mas cabe logsticaadministr-la, principalmente nos aspectos:

    1. programao de compras,2. localizao dos fornecedores,3. quantidades a serem compradas e4. forma fsica das mercadorias.

    Programao. O volume e a freqncia esto relacionados, como j vimos, e adosagem de ambos tem impacto no custo logstico total. Um maior volume de compraimplica em pedidos menos freqentes, mas causa um aumento no custo dearmazenagem.

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    Localizao dos fornecedores. A distncia que separa o fornecedor da linha deproduo o fator principal para determinar o tempo de entrega do material. Aproximidade um dos quesitos importantes para a escolha dos fornecedores.

    Quantidade. A quantidade comprada afeta a estrutura de custos. A deciso sobre o

    volume de aquisio tomada tendo em vista vrios aspectos: nmero defornecedores, descontos extras por quantidade comprada, preo de frete, mtodo deprogramao de produo e outros.

    Forma fsica. importante manter a compatibilidade total entre os sistemas dofornecedor e do comprador, para evitar perda de tempo e retrabalho. Aincompatibilidade ocorre com freqncia quando se usam pallets de tamanhosdiferentes, a forma ou o peso do produto excede a capacidade dos equipamentosdisponveis, para acondicionar a mercadoria preciso reembal-la, o modal detransporte inadequado (usa-se ferrovia, por exemplo, e a empresa compradora temde fazer o transbordo para caminho).

    Armazenamento de Materiais

    Estocar material adequadamente a forma de diminuir custos e otimizar o trabalhologstico. O almoxarifado o local onde o processo de estocagem e movimentaointerna de carga ocorre.

    A eficincia do sistema de estocagem e a demanda de capital necessrio variam deacordo com cada atividade e no h uma frmula nica. Deve-se determinarcorretamente os tipos de mquinas e equipamentos a serem utilizados. A escolhacorreta leva a diminuio de riscos de acidentes de trabalho e permite a recuperaodo investimento com o aumento da produtividade em pouco tempo. Ao contrrio, odimensionamento errado de necessidades ou a escolha equivocada de equipamentosleva a despesas elevadas de operao, manuteno etc., quando superdimensionada, ou, ao contrrio, quando subdimensionada, dificulta aampliao da produo e das vendas.

    A natureza do material a ser estocado determina os problemas e as caractersticas dosistema de almoxarifado. Pode-se armazenar gases, lquidos ou slidos, cada um comvrias subcategorias. Os gases, por exemplo, podem ser produtos de baixa ou alta

    presso, serem corrosivos, txicos ou inflamveis. Estas caractersticas determinamos tipos de armazenagem e manipulao.

    Em alguns casos, necessrio se alterar o estado fsico do material para facilitar aestocagem ou aproveitar algum equipamento j existente ou mesmo a usar umequipamento mais conveniente economicamente.

    A quantidade de material manipulado e a freqncia da manipulao sodeterminadas muitas vezes pelas caractersticas do prprio material. Vrias reaesqumicas ocorrem com produtos industriais aps certo tempo e devem ser evitadascom o rpido processamento ou despacho do material. Produtos perecveis, por sua

    vez, pedem tempo de processamento curto. Por outro lado, produtos envelhecidos,como whisky, ganham valor quanto maior for o perodo de estocagem.

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    Um sistema otimizado de estocagem leva em conta todos estes fatores e busca evitara rejeio de material ou mercadoria por dano no manuseio.

    Layout

    O layout uma preocupao presente desde a escolha do local de estoque at adeciso se o armazm ser climatizado ou no. Uma vez definido, o layout pode sofreralteraes no decorrer do tempo em vista da aquisio de novos equipamentos,mudanas nos itens estocados, aumento ou diminuio da quantidade guardada,mudana nas embalagens. Em certos casos, as mudanas so planejadas, em outros,adaptam-se a situaes inesperadas.

    As alteraes de layout podem ser alteradas para atender a oito situaes:

    1. Demanda. O aumento ou a reduo das vendas altera o ritmo da produo e adimenso do estoque de vendas. Pode gerar capacidade ociosa, custo extra,quando h queda na demanda, ou pode estar atrapalhando o ritmo docrescimento, gerando perda de vendas ou gargalo de produo, no caso decrescimento de demanda.

    2. Custo. O aproveitamento ideal do armazm, a utilizao plena da mo-de-obra, o uso intensivo dos equipamentos geram reduo de custos.

    3. Obsolescncia. As instalaes podem ficar pequenas em relao ao aumentoda rea de estocagem e pedir ampliao, reforma, ou mesmo mudana delocal. Em sentido inverso, tambm podem ficar grandes demais, obrigando aescolha de local mais apropriado ao novo ritmo de vendas ou de produo.

    4. Produto. Mercados competitivos exigem constantemente alteraes nosprodutos para melhor se adequar s exigncias dos consumidores. Essas

    alteraes quase sempre acarretam em mudanas nas exigncias dosdepsitos.5. Novo produto. Para manter a competitividade, as indstrias esto

    constantemente lanando novos produtos e deixando de fabricar outros. Essasmudanas no mix de produtos altera as exigncias do depsito.

    6. Ambiente de trabalho. Os depsitos devem ser planejados de forma aotimizar o rendimento do trabalho. Dessa forma, devem evitar rudo emexcesso, temperaturas anormais, contato dos trabalhadores com agentesagressivos e prejudiciais sade. No mnimo, deve atender as normas oficiaisde Segurana do Trabalho, editado pelo Ministrio do Trabalho.

    7. Acidentes. Uma das funes do planejamento de layout contribuir para evitaracidentes. Deve demarcar reas de isolamento, corredores, passagens, de

    trfego de veculos, fazer obstrues etc. Deve prever, ainda, a existncia deinstalaes para atender, em carter emergencial, os trabalhadores que seacidentam.

    8. Mercado consumidor. fundamental para a organizao estar perto domercado consumidor. Muitas vezes, a mudana na linha de produtos leva aempresa a atuar em novo segmento e a ter de mudar a localizao do depsitoou da fbrica.

    Layout de processo produtivo.

    Existem basicamente trs processos produtivos: contnuos, repetitivos e intermitentes.

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    Contnuos. Os contnuos so comuns a indstrias da rea qumica, de cimento, papeletc. O layout muito especfico para cada tipo de atividade.

    As operaes repetitivas so as que se processam em lotes, como na indstriaautomobilstica. Uma rea da fbrica dedicada a produzir apenas um item, que tem

    uma perfeita padronizao.Repetitivos. A matria-prima entra em uma extremidade e o produto acabado ousemi-acabado sai na outra ponta. A estocagem de material dentro do processo mnima. Este tipo de arrumao chamado layout por produto. Veja a figura a seguir.

    Intermitentes. O terceiro tipo de processo o intermitente. Ele tpico de fabricaode lotes sob encomenda. Diferente do anterior, a produo flexvel e no requergrande padronizao na linha de produo. Algumas mquinas podem fazer duas oumais peas e as operaes semelhantes so agrupadas em reas. Este processoocorre, por exemplo, com soldagem, banhos anti-corroso, pintura e outros.

    Na prtica, raramente os processos so puros. O mais comum encontr-loscombinados em maior ou menor grau.

    Embalagens para Transporte

    As perdas ocorridas no transporte de cargas somam bilhes de dlares anuais, nomundo. No Brasil no se tem estatstica confivel sobre esse valor, mas estima-se que

    seja alto. A Associao Brasileira de Normas Tcnicas, ABNT, possui um grupoespecial para estudar e fixar normas para a fabricao de embalagens para transporte.

    O papelo ondulado o material mais usado em embalagens devido a relao decusto x benefcio. Segundo a ABNT, o papelo ondulado resultado da colagem deelementos ondulados de papel entre elementos lisos. Veja a figura abaixo.

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    A onda mostrada na figura que exerce o papel de amortecedor de batidas ouquedas, preservando o material embalado. Ela pode ser baixa, 3 milmetros, ou alta,4,7 milmetros.

    A caixa de papelo pode ter parede simples ou dupla, como mostrado na figura a

    seguir.

    Internamente, a caixa pode ter divises ou colmias para proteger o produto, conformevisto na figura 7.3.

    As embalagens de papelo devem ter algumas caractersticas relevantes.

    1. Resistncia ao arrebentamento. O Mullen Test um ensaio que mede a

    resistncia do papelo presso2. Resistncia ao esmagamento. O ensaio consiste em aplicar pressoperpendicularmente superfcie para medir a resistncia da ondulao.

    3. Resistncia compresso. O ensaio feito com a caixa vazia e fechada emede a resistncia ao empilhamento.

    O papelo ondulado vem substituindo as outras formas de embalagens,particularmente as de madeira, devido ao custo muito menor. Mas ainda enfrentaresistncias, principalmente de empresas de transporte. As principais razes so:

    1. Estado precrio das estradas, que expe a carga a atritos e solavancos.

    2. M qualidade de algumas embalagens.

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    3. Selagem inadequada, causando vazamento do contedo e facilitando o furto.

    4. Dificuldade em agentar redespachos e transbordos.

    Tambores.

    Os tambores metlicos gozam de grande prestgio no Brasil. Produtos lquidos,pastosos, em p, granulados so transportados em tambores. Seu sucesso deriva dafacilidade de manipulao, armazenagem, transporte e a proteo que d mercadoria. E tambm a sua enorme resistncia ao impacto, o que o torna favoritopara o transporte martimo e onde a fora humana ainda o grande instrumento demovimentao de carga um nico homem pode rolar um tambor de 200 quilosfacilmente e para tir-lo de um caminho basta uma rampa feita de madeira.

    Fardo.

    O enfardamento reduz o volume ocupado por algumas mercadorias, como por

    exemplo o algodo. Isso acarreta uma diminuio no custo do frete, cobrado porcubagem, alm de facilitar seu manuseio e empilhamento. Para realizar oenfardamento usam-se prensas hidrulicas e fitas de amarrao.

    Plstico.

    As embalagens de polietileno vm ganhando espao no transporte de lquidos eslidos e substituindo o vidro, madeira e metal, devido a versatilidade do material, quepode adotar diversas formas. Sua utilizao, porm, tem restries. Produtos volteisdevem ser estocados por curtos perodos devido permeabilidade do polietileno aosgases e vapores. Alm disso, a embalagem no deve ser exposta ao sol, pois sensvel ao ataque de raio ultravioleta.

    Fechamento de embalagens.

    Grampos. Os grampos metlicos so usados no fechamento de embalagens demadeira, fibra e papelo. H dois tipos de equipamentos: os que operam com fios dearame, que fabricam seus grampos, e os que operam com grampos prontos. Osgrampos podem ser redondos, ovalados ou chatos.

    Fitas. As fitas ou cintas alm de fechar reforam as embalagens. So usadas tanto empapelo quanto em madeira. As fitas mais comuns so as metlicas, mas tambm

    podem ser de polietileno.

    Outro tipo de fita muito usado para fechamento do tipo adesivo. Podem ser:

    1. Fita gomada: utilizam um adesivo ativado por gua ou solvente.2. Fita de presso: usam um adesivo que adere sobre presso, sem ser

    necessrio molh-lo.3. Fita ativada por calor: calor e presso provocam a aderncia.

    Costura. Mtodo mais usado para fechamento de sacos de papel e tecido. Pode ser:

    1. Simples, quando costurado diretamente sobre o papel ou tecido.2. Sobre fita, a costura feita sobre uma fita de papel colocada na boca do saco.

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    3. Fita sobre costura, uma fita adesiva colocada sobre a costura para impedirque o produto escape pelos furos feitos pela agulha.

    Existem diversos tipos de pontos de costura, sendo o mais comum o chamado cadeia:formado por um nico fio que permite que a embalagem seja aberta puxando uma dasextremidades.

    Os equipamentos de costura podem ser estacionrios ou portteis.

    Embalagens e marketing.

    A administrao de marketing encara a embalagem do ponto de vista de vendas. Nobasta ser til para proteo do produto, mas deve trazer um apelo visual que colaborepara despertar um impulso de compra no ponto de venda ou transmitir uma imagemdo produto. A embalagem usada como se fosse como reforo de publicidade.

    Analise, por exemplo, a embalagem da batata frita Pringles: um canudo de papelo,resistente a impacto, de formato mais regular que o saquinho, que d maior vida tilao produto e permite uma melhor relao volume e peso. Alm desses fatoresutilitrios, permitiu uma diferenciao do produto no ponto de venda.

    Na figura a seguir, temos um resumo das vrias aplicaes da embalagem.

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    Manuseio de Materiais

    Mercadorias raramente so produzidas nos locais onde sero consumidas. Parachegar ao consumidor, as mercadorias devem ser transportadas e armazenadas. Parater eficincia no processo de produo e consumo, o manuseio dos produtos deve

    evitar perdas e ser de baixo custo.O manuseio interno de produtos sempre de pequenas quantidades e em pequenostrajetos. uma atividade executada internamente em depsitos, lojas, mas tambmpode ser externo como no transbordo de modais de transporte: do caminho para onavio. E repetida muitas vezes. Como h muitas repeties, pequenas imperfeies noprocesso podem levar a grandes prejuzos em determinado perodo de tempo.

    Equipamentos de movimentao.

    Existem muitos equipamentos para movimentao de carga, com vrias capacidades.Os mais comuns so:

    1. Empilhadeiras e tratores.2. Transportadores e esteiras.3. Guinchos.4. Carrinhos

    H vrios tipos de empilhadeiras. Elas podem ser classificadas quanto a suacapacidade de carga, altura mxima de elevao, capacidade de operar emcorredores estreitos, operao manual ou motorizada e velocidade. H ainda projetosespeciais de empilhadeiras para cargas especficas.

    Uma variao da empilhadeira o trator, que puxa pequenas carretas formando umcomboio. Uma empilhadeira tambm pode puxar um comboio. Tradicionalmente, usa-se o comboio para transporte de produtos acabados da produo para o estoque.

    Alm das empilhadeiras, um equipamento muito importante para movimentao decarga dentro dos depsitos a paleteira.

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    As paleteiras movimentam pallets, que so plataformas de madeira onde os produtosso empilhados. A finalidade do pallet facilitar a movimentao do lote, que se tornauma carga nica. Suas dimenses foram padronizadas em 1,10 m por 1,10 m. Existemdiversos tipos de pallets, que podem ser agrupados:

    1. Quanto ao nmero de entradas: duas entradas ou quatro entradas.2. Quanto ao nmero de faces: de uma face ou de duas faces.

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    Os pallets de quatro entradas so usados quando necessrio o cruzamento deequipamentos e a quantidade de faces determinada pelo peso do material a serestocado.

    O pallet o meio mais usado para estocagem de produtos com formato regular, mas

    imprprio para material a granel, como por exemplo parafusos e peas de grandecomprimento, como tubos de ao. No primeiro caso, recipientes de coleta, comocaambas, so mais indicados, e, no segundo caso, beros.

    Os guinchos, pontes rolantes e prticos so outros equipamentos de manuseio decarga. Estes equipamentos no ficam limitados a operar do cho, como asempilhadeiras, e por isso no so limitados pelos corredores. Operam sobre a rea dearmazenagem e so capazes de operar cargas extremamente pesadas. Podemtrabalhar tanto em estoques como em linha de produo, no carregamento edescarregamento de navios e em transbordo entre trens e caminhes.

    No caso de produtos a granel, a movimentao feita em grandes volumes, semembalagem de qualquer tipo. o caso de carvo, petrleo, leite, sucos etc. O princpioque norteia a movimentao a granel transportar a mxima quantidade de carga ato ponto mais prximo do consumidor antes de fracion-la para distribuio final. Pode-se usar qualquer tipo de transporte, inclusive dutos subterrneos.

    As esteiras transportadoras so usadas para manuseio de carga contnua, seja agranel ou embaladas.

    Carrinhos: O carrinho o equipamento mais simples para movimentao de cargadentro dos depsitos. Pode ter duas ou quatro rodas algumas conformaes

    colocam rodas extras para superar degraus com mais facilidade -, de plataforma oucaamba, ter vrios nveis ou um s, para empilhamento de caixas ou movimentaode tambores. o meio mais verstil para transporte de pequenas cargas em trechoscurtos.

    Arranjo fsico: O arranjo fsico do depsito um dos itens importantes para dar maiseficincia ao manuseio das mercadorias e, portanto, gerar menor custo. Sempre quepossvel, o planejamento geral deve ser feito antes da construo do armazm.Quando isso no possvel, deve-se adaptar a forma do prdio configurao ideal,

    que facilite a carga e a descarga e o uso de equipamentos.

    A altura do depsito uma caracterstica importante para otimizar o armazenamentopor prateleiras, j que, quanto mais alto, mais prateleiras podem ser construdas narea.

    Um sistema de localizao de material eficiente outro item fundamental para amovimentao do depsito. Os produtos podem chegar a granel ou paletizados,podem permanecer estocados por um longo perodo ou ter alto giro, ter formatoregular ou irregular, ser leve ou pesado, inflamvel ou no. Como manusear taldiversidade com eficincia?

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    Existem vrios mtodos de organizao, que variam de atividade para atividade.Pode-se, por exemplo, dividir o depsito em sees de produtos similares. Ou, deoutro modo, por rotatividade. Um terceiro jeito a combinao dos dois mtodos, ouseja, divide-se os produtos por similaridade e, dentro das sees, por rotatividade.

    Baixa rotao de estoque: Se o depsito estoca produtos de baixa rotao, o arranjofsico de reas o mais indicado. Neste caso, os pontos de armazenagem so largose de grande produtividade e o empilhamento pode ser to alto quanto permitir o pdireito ou a estabilidade da pilha. Os corredores internos podem ser estreitos e oprojeto deve privilegiar a plena utilizao do espao.

    Alta rotao de estoque: Quando os produtos no permanecem muito tempo noestoque, o custo de manuseio maior do que o custo de armazenagem. Paraminimizar tempo e esforo no manuseio, os itens devem ser postos em locais de baixaaltura e com pouca profundidade.

    Uma vez estocado um produto, sua localizao deve ser precisa e rpida. Para isso,usa-se um conjunto de cdigos para indicar at a menor unidade estocada. O sistemaalfanumrico, que combina nmeros e letras, o mais comum para identificar ruas,prateleiras e baias.

    Inventrio fsico.

    Periodicamente as empresas devem realizar contagens fsicas de seus itens deestoque para verificar:

    1. Discrepncias entre estoque fsico e contbil.2. Apurao do valor total do estoque para efeito de balano.

    Os inventrios podem ser anuais ou peridicos. Os anuais, normalmente, acontecemperto do encerramento do ano fiscal e geral. Os peridicos se distribuem pelo anoentre as vrias categorias de estoque. Podem, por exemplo, estar divididos emgrupos:

    Grupo 1. Itens mais significativos, que sero inventariados trs vezes por ano, porserem mais caros ou estratgicos.

    Grupo 2. Itens de importncia intermediria, que sero inventariados duas vezes porano.

    Grupo 3. Demais itens, que representam pequeno valor de estoque, seroinventariados uma vez por ano.

    Todos os itens inventariados devem ser contados duas vezes, por equipes diferentes.Se houver divergncia, deve ser feita uma terceira contagem. Se ainda no houverigualdade nos nmeros das trs contagens, deve-se realizar tantas outras quantasforem necessrias para que existam duas iguais.

    Aps as contagens, feito o relatrio de contagem. As diferenas encontradas entre o

    estoque contbil e o estoque fsico devem ser justificadas e lanadas em um mapa,

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    normalmente chamado de controle de diferenas de inventrio. feito, ento, o ajustede inventrio, que consiste em atualizar o arquivo contbil.

    Distribuio e Atendimento ao Cliente

    A funo do planejamento logstico projetar e especificar as maneiras pelas quais ademanda e a produo podem ser harmonizadas. Cabe logstica fazer com que asmercadorias cheguem ao local correto, no tempo desejado pelo cliente e emcondies ideais de consumo.

    O planejamento estratgico procura montar o sistema de distribuio com armazns,rotas de transporte, nveis de estoque e procedimentos para processar os pedidos. Asoperaes de grande escala so bastante complexas, pois envolvem regies comdiferentes necessidades. Cabe ao planejamento determinar as seguintes questes:

    1. Quantos depsitos devem existir?2. Onde devem estar?3. Qual a rea fsica de cada um?4. Cada depsito atende a quais regies?5. Se existem vrias fbricas, como ser o atendimento?

    As respostas a essas questes afetam bastante os custos totais de transporte,estoque e processamento de pedidos. A localizao dos depsitos, por exemplo, influino tempo de entrega, no custo do frete, no tempo e custo de reposio dos produtos.Por isso a localizao dos depsitos e a existncia ou no de centrais de distribuio uma das primeiras questes a ser resolvidas pelo planejamento estratgico.

    Outras questes paralelas tambm so importantes, tais como:

    1. Quando e em quais quantidades os estoques devem ser repostos?2. Que tipo de transporte deve ser usado?3. Que meios sero usados para processamento dos pedidos?4. Quais produtos devem ser entregues diretamente e quais devem ser entregues

    a partir dos depsitos?

    Geografia: Decidir a forma de atender as diferentes regies uma das primeirasquestes a ser respondidas. O nmero de depsitos, dispostos estrategicamente,alteram as relaes entre custo de transporte e de manuteno de estoque e o tempode entrega.

    Tempo: Ao trabalhar com a questo temporal, o planejamento logstico procuraotimizar a operao diria. O problema temporal requer a avaliao de mtodosalternativos de transporte, plano para gerenciar estoques e meios para processar ospedidos.

    A anlise temporal acompanha o fluxo do produto desde a linha de produo at oponto de venda, passando pelo depsito. Diferentes alternativas interferem nos custose no tempo e afetam o nvel de servio.

    Num estudo realizado num distribuidor, constatou-se que o valor mdio do pedido erade $ 100 e que demorava em mdia 15 dias para ser atendido. O atendimento era feito

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    por oito depsitos, que no mantinham uma linha completa de produtos. O custo totalda operao era de $ 1 milho por ano. Realizando testes e simulaes emcomputadores, chegou-se a concluso que os clientes poderiam ser atendidos porapenas dois centros de distribuio, que manteriam estoque completo dos produtos, eos pedidos seriam atendidos em um tempo mdio de 7 dias. O custo total da operao

    com a mudana diminuiria $ 200 mil por ano.

    Dessa forma, a mudana de sistema de distribuio, alm de reduzir custo,aumentaria o nvel do servio, representado pelo menor tempo de atendimento dospedidos.

    Nvel do servio: Um princpio bsico do planejamento logstico que o nvel deservio deve ser varivel para cada tipo de produto e de cliente. Manter o estoque totalem todos os depsitos, uma medida que simplifica o controle administrativo, masque despreza o giro de cada item e de cada regio, o que pode gerar custosdesnecessrios. Muitas vezes, o melhor manter em todos os depsitos os principais

    produtos e em centros de distribuio os outros, ou mesmo atender os clientesdiretamente da fbrica para alguns tipos de pedidos e pelos depsitos para outros. Oudiversas combinaes, como limitar aos depsitos o atendimento at certo valor ediretamente da fbrica os que o excederem.

    De modo geral, entende-se que os produtos com maior venda devem ficar maisprximos do mercado consumidor.

    Entregas: A idia bsica da otimizao entre produo e venda produzir o maistardiamente possvel, para no aumentar o custo dos estoques. Se fosse possvel, asempresas deixariam para produzir somente aps a entrega do pedido. Como no possvel, procura-se adiar ao mximo a produo, mas de modo a no prejudicar avenda.

    A indstria de tintas resolveu parcialmente esse problema ao instalar nos pontos devenda mquinas que fabricam a tinta na cor desejada. Essas mquinas permitiramaos varejistas manter um estoque de cor bsica e outro de pigmentos. O cliente, aochegar na loja, escolhe a tonalidade que quer e a tinta misturada na hora.

    A fbrica, por sua vez, concentra-se na produo da tinta bsica, ao invs de produzire estocar centenas de cores.

    Custos: Como vimos anteriormente, os custos totais so formados por fatores quetm comportamentos conflitantes: produo x venda, estoque x transporte, nvel deservio x custo logstico. O melhor nvel de um , muitas vezes, o pior do outro. Deve-se, por isso, trabalhar com o conceito de compensao de custos, que buscar omenor custo total do sistema logstico.

    Consolidao: Como se sabe, o menor custo de frete a carga completa do veculo.Muitas vezes, porm, o pedido que se tem no lota o transporte. Deve-se, sempre quepossvel, buscar a consolidao. Consolidar criar grandes carregamentos a partir devrios pequenos. Ou seja, o atendimento de pedidos pequenos que chegam para

    determinado destino podem ser atrasados at que completem uma carga econmica.

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    Como atrasos diminuem o nvel de servio prestado, deve-se balancear bem a medidavisando um resultado final otimizado.

    Planejamento: A caracterstica da economia moderna disponibilizar a maiorvariedade possvel de produtos e baixa padronizao entre eles. Quanto maior a

    variedade de produtos, maior o estoque total e menor o tamanho dos lotesmovimentados. Cabe ao planejamento logstico, otimizar o custo total, harmonizando ocusto com a qualidade do servio prestado.

    O projeto logstico deve levar em conta as caractersticas dos produtos, o ciclo de vidae o nvel de fluxo.

    Caractersticas: O valor unitrio do produto, seu peso, sua perecibilidade soalgumas caractersticas dos produtos que influenciam no planejamento. Frutas, carrose chips de computadores pedem sistemas de distribuio completamente diferentes. Oprimeiro perecvel, exigindo na maior parte das vezes transporte e estocagem

    refrigerados, o segundo de alto valor agregado e o ltimo de mdio valor e demuito baixo volume, sendo de fcil estocagem.

    Ciclo de vida: Produtos em final de vida ou na fase de introduo no requereminvestimento em depsitos ou frota prpria. J os que esto na fase madura e tm suademanda previsvel, exigem adequao do sistema de estocagem e distribuio.

    Fluxo de bens: O fluxo de produtos determina o nvel de estoque, seleo do tipo detransporte, arrumao do armazm etc. A movimentao de matrias-primas, porexemplo, mais econmica caso as entregas sejam feitas com carga completa e comelevado grau de automao nos processos de carga, descarga e estocagem. J bens

    com fluxo menor, como equipamentos industriais, tm custo unitrio maior eempregar manuseio manual.

    O Conceito de Trade-off

    Quando se tem de decidir pelo tipo de transporte a usar, leva-se em conta no s ocusto do frete como tambm o tempo de viagem entre o remetente e o destinatrio. NoBrasil predominante o uso de transporte rodovirio. Cerca de 80% das cargasmovimentadas no pas se d por via terrestre. As transportadoras possuem perto de

    60 mil veculos e h 300 mil carreteiros autnomos rodando pelas estradas brasileiras.

    Como o sistema ferrovirio e o martimo so precrios, e o uso de dutos somente paraalguns tipos de produtos, as opes ficam de forma geral entre o rodovirio e o areo.

    O transporte areo o mais rpido. Com a frota de aeronaves existentes no Brasil, possvel fazer uma mercadoria sair do Rio Grande do Sul e chegar a Manaus nomesmo dia. A menor utilizao deste modal devido ao preo bem mais elevado doque todos os outros meios.

    Como vimos nos mdulos anteriores, o custo total da operao logstica dado pela

    soma de vrios custos, incluindo o custo de estoque.

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    Vejamos um exemplo: um cliente que est em So Luiz compra peas em uma fbricaem So Paulo. O transporte terrestre entre as duas cidades leva em mdia sete dias.Se a demanda da pea for de 5 por dia, o cliente ter de manter em estoque 35 peas(5 peas consumidas por dia vezes 7, que o nmero de dias que a pea leva parachegar da fbrica) apenas para atender a demanda durante o tempo de transporte. Se

    o cliente, porm, for atendido por via area, as peas chegaro em 24 horas. O que mais conveniente: esperar 7 dias ou apenas um?

    A resposta : depende. Muitas vezes, o custo de manter estoque de 35 peas ou maisaguardando a chegada da mercadoria menor do que o custo a mais que se pagariapelo frete areo. Em outros casos, no, a vantagem pagar o frete areo e manter umestoque menor, o caso, por exemplo, de peas de alto valor agregado e baixo peso.H ainda os casos de urgncia, quando o cliente no pode esperar e o transporteareo a nica opo.

    Outro custo que deve ser calculado o de mercadorias em trnsito ou estoque em

    trnsito, tambm chamado de pipeline.

    Trade-off o termo ingls usado na logstica para definir esta tomada de deciso. quando se compara opes excludentes (terrestre ou areo, por exemplo) e se decidepelo que mais econmico em termos totais.

    Exemplo: Analise o seguinte exemplo: A empresa CBB Informtica fabricacomputadores na cidade de Campinas, So Paulo. A empresa fabrica a placa-mepara montagem dos computadores em Belo Horizonte, Minas Gerais. A caixa de

    placa-me vale 20 mil. A CBB precisa de 100 caixas por ms para atender suademanda de computadores.

    Se as caixas vierem por via area, o lote mnimo ser de 5 caixas e demorar um diapara chegar. Se as caixas vierem por via terrestre, o lote mnimo ser de 20 caixas edemorar 4 dias para estarem na fbrica.

    O frete areo de $ 100 por caixa, enquanto o terrestre de $ 10 por caixa.

    Qual o meio mais econmico de transporte? A resposta est na anlise do queacontece com o custo de manuteno do estoque.

    A necessidade anual da fbrica de 1200 caixas de placas-me. O custo dotransporte :

    Modal areo Modal terrestre

    1.200 x $ 100 = $ 120.000 1.200 x $ 10 = $ 12.000

    No caso de optarmos pelo transporte areo, o lote mnimo de 5 caixas, enquanto noterrestre de 20. Para atender o pedido, o estoque mximo da fbrica de placas-me

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    dever ser de 5 caixas, no primeiro caso, e de 20 caixas no segundo. Na fbrica decomputadores, o estoque mximo tambm ser idntico, j que supomos que odescarregamento ser imediato e que, quanto chegar a carga, o estoque estarzerado. Dessa forma, podemos estimar o estoque mdio como sendo a metade doestoque mximo.

    Faremos outra suposio: a de que o custo anual de manuteno do estoque 25%do valor mdio das caixas de placas estocadas.

    Vamos ento equao do exposto acima:

    Custo anual de manuteno do estoque (25%) multiplicado pelo valor unitrio doproduto ($ 30.000), multiplicado pelo estoque mdio. Veja abaixo em nmeros:

    Modal areo Modal terrestre

    Estoque na fbricaem BH

    0,25 x 30.000 x 5/2 = $18.750

    0,25 x 30.000 x 20/2 = $ 75.000

    Estoque na fbricaem SP

    0,25 x 30.000 x 5/2 = $18.750

    0,25 x 30.000 x 20/2 = $ 75.000

    Outro custo importante para ser calculado o valor do estoque em trnsito. Isto podeser feito multiplicando o custo anual de manuteno do estoque (25%) pelo valorunitrio do produto ($ 30.000) e pelos dias em trnsito (um dia no caso do frete areoe 4 dias no caso do terrestre) e ainda pela necessidade diria (1200 caixas anuais

    dividida por 365 dias).

    Areo Terrestre

    0,25 x 30.000 x 1 x 1200/365 = $ 24.657 0,25 x 30.000 x 4 x 1200/365 = $ 98.630

    Somando os vrios custos temos:

    Custos Modal areo Modal terrestre

    Transporte $ 120.000 $ 12.000

    Estoque em BH $ 18.750 $ 75.000

    Estoque em SP $ 18.750 $ 75.000

    Estoque em trnsito $ 24.657 $ 98.630

    Custo total anual $ 182.157 $ 260.630

    Como se v no exemplo, apesar do custo do transporte areo ser 10 vezes maior doque o custo do terrestre, o custo total da operao menor usando o avio.

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    Processo de compras no setor industrial

    A funo do departamento de compras suprir as necessidades da organizao demateriais e servios. Qualquer atividade industrial precisa de matrias-primas,componentes, equipamentos e servios para comear a operar. Estes insumos

    precisam estar disponveis para que o processo tenha incio e devem ser adquiridosna quantidade e qualidade requeridas para que no haja interrupes na produo.

    Para ter lucro o montante apurado em vendas deve ser superior aos custos incorridosdurante todo o processo. Por isso, h muita preocupao com os custos em todas asetapas, da compra de insumos entrega ao consumidor.

    Compras, neste cenrio, to importante para a lucratividade do negcio como odepartamento de vendas. Se vendas traz dinheiro para dentro da empresa, comprasprocura diminuir as sadas ao mximo. So funes do departamento:

    1. Comprar ao menor preo possvel, obedecendo os critrios de qualidadedefinidos.2. Obter dos fornecedores as melhores condies de pagamento.3. Manter um fluxo adequado de produtos e servios para evitar qualquer

    paralisao nas atividades da empresa, em todos os setores, investindo omnimo possvel.

    Para executar eficazmente sua funo, o departamento de compras deve ter umapreviso adequada das necessidades de suprimento e servios.

    A importncia do setor de comprar para as empresas vem crescendo nos ltimosanos. O aumento da concorrncia nos diversos mercados tem provocado diminuiodas margens de lucro. Desse modo, comprar bem (ou seja, pagar menos com prazos

    dilatados) tem sido uma obsesso das empresas.

    Departamento de compras.

    De modo geral, os departamentos de compras esto organizados segundo algumasdiretrizes.

    1. Ter autoridade formal para comprar.2. Registrar todas as compras, os preos, os estoques, o consumo e os

    fornecedores.3. Possuir arquivos atualizados de catlogos de produtos e servios.4. Pesquisar fornecedores.5. Buscar novas fontes de fornecimento.6. Inspecionar as fbricas dos fornecedores.7. Realizar cotaes de preos e atender vendedores.8. Acompanhar o recebimento e a conferncia do material comprado.9. Manter o estoque mnimo e evitar a obsolescncia do material.10. Cuidar das relaes comerciais de modo a no comprometer a sade

    financeira do fornecedor.11. Procurar padronizar o que for possvel.

    No caso da empresa possuir mais de uma fbrica, preciso analisar se o menor custo

    ser obtido centralizando ou descentralizando as compras. Cada situao particular,define o que melhor. Normalmente, a centralizao traz como vantagens:

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    1. Oportunidade de negociar descontos por quantidade.2. Qualidade homognea do material.3. Controle de estoque.

    As compras descentralizadas so preferveis quando:

    1. As distncias entre a matriz e as filiais so grandes.2. O tempo de aquisio menor.3. H maior facilidade de dilogo.

    Pesquisa: A pesquisa uma atividade constante do departamento de compras, sejana busca de fornecedores, de novos produtos, de maior qualidade de insumo ou atmesmo se o item deve ser comprado ou fabricado pela prpria empresa. Estaatividade pode ser dividida da seguinte forma:

    1. Anlise econmica. Tendncias dos preos dos materiais consumidos pelaempresa e o efeito das variaes econmicas sobre os fornecedores e

    concorrentes.2. Anlise do custo e preo. Estudos de peas semelhantes, anlise de custo emargens de lucro do fornecedor, investigao sobre mtodos alternativos defabricao ou mudana nas especificaes dos materiais.

    3. Estudo dos materiais. Anlise das tendncias de consumo dos materiais nocurto e longo prazos e variao da demanda, perspectivas para produtossubstitutos mais baratos, mudana nas especificaes e nos padres.

    4. Anlise de fornecedores. Seleo dos fornecedores baseada no estudo dasinstalaes, avaliao de desempenho, anlise da situao financeira.

    5. Administrativo. Otimizao do registro de informaes e preparao derelatrios.

    6. Embalagens e transporte. Localizao dos fornecedores e seu efeito sobre os

    custos, estudo dos efeitos das embalagens no custo de manuseio eestocagem.

    Por ser um departamento fornecedor dos outros, compras tem intensa relao comtodos os setores da empresa.

    As interaes que influem diretamente no processo produtivo so com:

    1. Produo. Compras e produo possuem o objetivo comum de produzir com amaior agilidade e menor custo possvel.

    2. Contabilidade. Todas as compras geram uma srie de aes na contabilidade,

    por isso importante haver uma sintonia entre os dois departamentos.

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    3. Engenharia. As interaes entre os dois departamentos ocorrem nos assuntosligados ao projeto e especificaes dos produtos.

    4. Vendas. fundamental para o planejamento de compras saber a previso dedemanda e as variaes de previso no decorrer do tempo.

    5. PCP. Planejamento e Controle da Produo, tambm conhecido pela siglaPCP, um departamento que tem um relacionamento extremamente estreitocom compras. Em muitas empresas, esses dois departamentos estocombinados.

    6. Controle de qualidade. Cabe a compras atender todas as especificaes dequalidade requeridas. Ao controle de qualidade cabe testar os lotes adquiridospara confirmar que as especificaes esto sendo atendidas pelosfornecedores.

    A estrutura da empresa que determina o sistema mais adequado de compras. Masas caractersticas bsicas de operao so comuns a todas as empresas. o caso dosistema de vrias cotaes, normalmente trs. Sua finalidade encontrar novosfornecedores e conseguir melhores condies de compra, seja no preo, no prazo ounos servios de ps-venda, j que o vencedor ser aquele que apresentar a propostamais vantajosa para a empresa. Para participar das cotaes, as empresas sopreviamente selecionadas entre aquelas com maior credibilidade.

    Outra forma de ao buscar o preo mdio do mercado e apresent-lo aosfornecedores como forma de garantir um patamar de preo mximo.

    Para aprovar fornecedores, cada vez mais empresas esto usando o sistema de duplaaprovao. Procuram, dessa forma, um melhor julgamento dos fornecedores e nodeixam toda a responsabilidade somente para o comprador.

    A transparncia no processo de compra requer que todas as fases da negociaoestejam documentadas e fiquem arquivadas junto com a solicitao de compra.

    A solicitao de compra o documento interno que d incio ao processo de compra.Nele est discriminado o que se deve comprar, a quantidade, o prazo de entrega, localde entrega e sugestes de fornecedores. Na figura a seguir, temos um modelo dafrente e do verso de um tipo de solicitao de compra.

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    Distribuio e Transporte

    O transporte um dos itens mais importantes no custo total das empresas. Aracionalizao dessa operao vital para o resultado dos negcios. Por isso, mereceateno especial. Principalmente porque as decises corretas variam de empresa para

    empresa. O que para uma uma deciso rentvel para outra pode ser um aumento decusto.

    No Brasil, o transporte rodovirio responde por mais de 70% das cargasmovimentadas. Existem mais de 6 mil empresas atuando no servio de transporte emais de 300 mil carreteiros autnomos. O modal rodovirio, porm, no sempre amelhor alternativa.

    Seja qual for o modal de transporte, ele deve reunir trs caractersticas: custo, prazo equalidade. a anlise dessas caractersticas que tornam este ou aquele meio detransporte ideal.

    Rodovirio: O quase monoplio do transporte rodovirio se deve poltica deinvestimento em estradas, executada por seguidos governos, desde a implantao daindstria automobilstica nacional apesar da conhecida deficincia das estradasbrasileiras. Outro fator foi a criao do monoplio estatal de explorao de petrleo,feito pela Petrobrs. E, ainda, a vasta extenso territorial do pas, que tem centenas demunicpios que s so alcanados atravs de rodovias.

    Cerca de 50% da movimentao de carga por via rodoviria feita por carreteirosautnomos, donos dos seus caminhes. Esses profissionais alugam seus serviospara transportadoras e agenciadores de carga.

    o meio usado para transporte de volumes pequenos e produtos de certasofisticao, que necessitem de relativa velocidade na entrega.

    Ferrovirio: Existem atualmente pouco mais de 29 mil quilmetros de estradasferrovirias no Brasil. Esto distribudas em quatro corredores de exportao:

    1. Vitria: destinado a atender o complexo industrial da Companhia Vale do RioDoce e a produo agrcola do sul de Gois e Minas Gerais.

    2. Santos: atende ao estado de So Paulo e parte dos estados de Minas Gerais,Gois e centro-oeste.

    3. Paranagu: atende aos estados do Paran, Santa Catarina e Mato Grosso.4. Rio Grande: atende rea de influncia do Rio Grande do Sul.

    Este modal usado para cargas com volumes relativamente grandes e de baixo valorunitrio. O fator tempo de transporte no relevante, para esta escolha.

    Martimo: O transporte martimo opera no sistema de oferta e demanda, nopossuindo tabelas fixas de frete. Com exceo dos navios que trabalham para aindstria de minrio e para a indstria siderrgica, os navios de carga geral procuramaproveitar a viagem de volta oferecendo preo menor de frete, pois os produtostransportados substituem o lastro do navio (lastro o peso que d estabilidade aonavio. Se o navio estiver vazio, tanques de lastro so enchidos com gua. Quando

    est transportando cargas, os tanques de lastro so esvaziados na proporo do pesoda carga).

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    Os produtos transportados por este modal so de baixo custo unitrio ou que notenham urgncia para a entrega.

    Dutovirio: As principais caractersticas do transporte por dutos so os elevadosinvestimentos iniciais, elevados custos de capital e baixo custo operacional.

    O investimento inicial a principal barreira para a utilizao deste modal. Os tubosusados chegam a representar at metade do custo total. O lanamento da tubulao outro item que pode gerar custo altssimos, devido ao tipo de solo, clima, relevo etc.

    Devido ao alto investimento inicial, os custos de depreciao e financeiros sotambm altos.

    A grande vantagem do sistema o baixo custo para a operao.

    O transporte por dutos muito usado para petrleo, gs, gua, minrios, carvo ealguns cereais.

    Areo: o modal mais rpido e tambm o mais caro. muito usado para cargas dealto valor e baixo peso, quando o fator tempo for primordial.

    Distribuio: Os custos e a eficincia da distribuio determinam o sucesso donegcio. Como vimos no primeiro mdulo, existem algumas formas de realizar adistribuio.

    Distribuio pela prpria organizao: mais usada para produtos que soproduzidos em grande quantidade e precisam ser distribudos aceleradamente. Etambm para produtos que requeiram uma venda mais tcnica.

    Distribuio por terceiros: indicada para produtos conhecidos, de venda nosvarejos. Muitas empresas de venda, de mbito nacional, distribuem produtos que noconcorrem com os seus, diminuindo os custos de venda.

    Distribuio por representantes: uma distribuio que pode ter em carteira vriasrepresentaes. uma fora de vendas descompromissada com os objetivos daempresa, por isso raramente traz informaes sobre a concorrncia ou apresentamrelatrios.

    Distribuio por empresas especializadas: So muito usadas para a venda de

    produtos especializados. Um distribuidor especializado exclusivo de determinadamarca, adquirindo quantidades determinadas em contrato para revenda ao varejo.

    Na figura a seguir vemos um diagrama dos vrios tipos de vias de distribuio.

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    Canais de distribuio.

    Na figura 12.2 vemos as vrias formas de distribuio.

    Com o surgimento da Internet, apareceu uma nova forma de distribuio, que ofabricante vender diretamente ao consumidor, mas este retirar o produto no varejista.

    o caso, por exemplo, da indstria automobilstica: o cliente pode escolher o modelo,

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    O grau de importncia do setor de logstica varia de empresa para empresa. Emalgumas, seu custo pequeno enquanto em outras chega a consumir 25% dofaturamento.

    Indstria extrativista: A indstria extrativista atua na minerao, explorao de

    madeira e agricultura. Seu produto matria-prima para uso industrial. O setor delogstica importante para garantir o suprimento de bens necessrios s operaes econtrole das entregas dos materiais. Os materiais normalmente so entregues agranel, sem embalagem.

    Indstria de transformao: Este segmento caracterizado por empresas quecompram uma grande variedade de itens de muitos fornecedores. Transformam osmateriais em itens de maior valor agregado e vendem a diferentes mercados, atravsde uma rede de canais. Compras e distribuio so duas atividades fundamentais parao sucesso da empresa. Por isso, muitas vezes, logstica um departamentoresponsvel pelas duas reas.

    Empresas distribuidoras: Como o ttulo sugere, compram produtos para distribuir,para revender. Sua preocupao principal vender e entregar. A estrutura daadministrao de logstica grande, pois compram de muitos fornecedores e vendemem vrias combinaes para grande nmero de clientes.

    Empresas de servios: A logstica em empresas prestadoras de servios limita-se agarantir os suprimentos para execuo das tarefas. Sua funo basicamente decompras e administrao de estoques.

    Organizao logstica.

    Dependendo do setor e atividade da empresa, o setor logstico pode atuar como umaorganizao informal, semiformal ou formal.

    Informal: Em algumas empresas, a administrao de transporte separada docontrole de estoque e do processamento dos pedidos. Cada rea est vinculada a umdepartamento. Neste caso, a integrao tem de ser feita atravs de arranjos informais,que no modifiquem a estrutura organizacional. Isto pode ser conseguido com aformao de comits, por exemplo.

    Semiformal: Neste arranjo, o profissional de logstica formalmente responsvel pelacoordenao, mas divide a responsabilidade com os gerentes de cada departamentoenvolvido.

    Formal: Em empresas que adotam esta estrutura, a responsabilidade e autoridade claramente definida. Normalmente, o profissional responsvel pela rea tem funogerencial e atua no mesmo nvel hierrquico dos outros gerentes departamentais.

    Desempenho: Uma das funes da administrao o controle de desempenho. Nodia-a-dia de uma empresa transportadora, podem haver muitas variaes de tempo deentrega. O que no pode ocorrer, que essas variaes fiquem fora de limites pr-

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    determinados no planejamento. Ao administrador cabe acompanhar e medir osdesempenhos das vrias etapas do processo de manuseio e transporte dos produtos.

    Relatrios: O relatrio um dos instrumentos de anlise do trabalho. Atravs deles sepode medir e comparar o desempenho de tempo de entrega, custo de estoque, custo

    de venda, porcentagem de devoluo de produto em relao entrega etc. Umexemplo de relatrio pode ser visto a seguir.

    O relatrio do exemplo compara perodos idnticos em anos anteriores para medir amaior ou menor eficincia alcanada. Compara ainda o perodo com o objetivoplanejado e a mdia do setor. uma boa medida do desempenho.

    Auditoria: A anlise de relatrios uma ferramenta importante, mas pode apresentarfalhas. A auditoria a forma de garantir que a anlise de desempenho est correta.Auditorias de estoque, por exemplo, so feitas periodicamente e visam achar erros deregistro, roubo, lanamentos errados etc.

    H ainda a auditoria de diagnstico, para medir a qualidade do servio, nvel deperdas por problemas no manuseio de produtos, qualidade das embalagens etc.

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    Ao corretiva: Sempre que for identificada falhas no desempenho, deve-se propormedidas corretivas. A base para as medidas corretivas o planejamento.

    As aes corretivas dependem do grau de variao observada. Os custos detransporte, por exemplo, podem variar em vista do perodo, regio, preo dos

    combustveis. J os custos de armazenamento e estocagem variam com a taxa de juros, demanda, maior ou menos tempo de ressuprimento. As medidas corretivaspodem ser temporrias, caso o problema seja atpico, como greves ou inundaes, oupodem ser de natureza definitiva, levando mesmo a um replanejamento das metas.

    Gesto dos Recursos Patrimoniais

    Em busca de maior eficincia administrativa, a direo das empresas estoconstantemente avaliando opes. No nosso campo de estudo, as decises mais

    comuns so sobre temas como: comprar ou alugar o imvel que vai abrigar uma filial eestoque? Quando trocar os equipamentos? Quando adquirir novas mquinas?

    Essas decises gerenciais levam em conta alguns aspectos da gesto financeira econtbil da empresa. Vejamos alguns conceitos:

    Ativo imobilizado: D-se o nome de ativo imobilizado a todos os bens destinados aofuncionamento da empresa, que tenham durabilidade superior a um ano. So, porexemplo, computadores, carros, caminhes, instalaes fsicas, prdios etc. No casode ferramentas, que duram menos do que um ano, as normas contbeis estabelecemque no devem ser registradas como ativo imobilizado.

    Na medida em que vo sendo usados, os bens sofrem desgaste, tornam-se obsoletosou quebram. Em conseqncia, eles perdem valor. Por exemplo, um caminho, depoisde um ano de uso, valer menos do que quando saiu da concessionria. A estadesvalorizao, d-se o nome de depreciao.

    Depreciao: a diminuio do valor dos bens. Como se trata de um valor contbil,que influencia o resultado operacional das empresas, como lucro apurado e omontante de imposto sobre o lucro a ser pago, o percentual de depreciao determinado pela Receita Federal. Tratores e caminhes, por exemplo, tm uma taxade depreciao anual fixada em 25% ao ano. Ou seja, se um trator foi comprado por $

    100, no ano de 2005, em 2006 seu valor contbil ser $ 100 menos 25%, que igual a$ 75. No ano seguinte ser de $ 75 menos $ 25, que dar $ 50. No ano seguinte, ser$ 50 menos $ 25, que dar $ 25. E, finalmente, no ano seguinte, $ 25 menos $ 25, queser zero. Em outras palavras, ao final de quatro anos o caminho estar totalmentedepreciado e, portanto, sem valor contbil. Obviamente, o caminho ainda poder tervalor de revenda no mercado, mas para a contabilidade no. Considera-se que a vidatil do caminho de apenas 4 anos.

    Outros bens tm taxas anuais de depreciao diferentes, como, por exemplo, oscarros de passeio, cuja taxa de 20%. Neste caso, determinou-se que aps cincoanos de uso, o automvel deixar de ter valor contbil.

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    Aquisio: Se as empresas pudessem, no gastariam recursos na compra de novasmquinas ou equipamentos, deixariam o capital para ser apropriado como lucro.Entretanto, de tempos em tempos, as empresas precisam renovar o parque industrial,comprando mquinas e equipamentos, seja porque mquinas se desgastam pelo uso,seja por necessidade de ganhar produtividade ou diminuir custos de produo e

    garantir a sobrevivncia da empresa no mercado competitivo. O investimento narenovao de maquinrios, portanto, uma necessidade peridica. Quando isto serfeito uma deciso a ser tomada aps a anlise das implicaes financeiras,contbeis e mercadolgicas.

    Na anlise da deciso de investimento em maquinrio, um fator com grande peso oretorno esperado. Quanto mais rapidamente a empresa puder recuperar oinvestimento, mais propensa estar a fazer a aquisio. Normalmente, retornos muitodemorados desestimulam os investimentos.

    Comprar ou fabricar? Outra deciso que as indstrias, constantemente, tm detomar se fabricam ou compram determinadas peas que entram no processoprodutivo. Esta uma deciso que pode ser matematicamente calculada. Analise oexemplo a seguir:

    Fabricando a pea Comprando a pea

    Matrias-primas 1.000 ----

    Valor da pea ---- 2.000

    Frete ---- 20

    Mo-de-obra indireta 300 300

    Mo-de-obra direta 1.500 ----

    Outros custos 55 ----

    Total 2.855 2.320

    Neste exemplo, mais caro para a empresa fabricar a pea do que compr-la. Almdesses custos de fabricao, ainda h custos de depreciao das mquinasnecessrias para a produo, alm de seguros etc. Em outros casos, a melhoralternativa pode ser continuar fabricando. Tudo depende do caso especfico que seest analisando.

    Comprar ou alugar? Outra deciso importante para a empresa se deve comprar oualugar o prdio onde ser instalada a fbrica, a filial ou o estoque. Segundo estudosrealizados por importante consultoria de investimento, se a taxa real de juros for maiorque 8,5%, num prazo de 20 anos, melhor alugar do que comprar. No Brasil, a taxa

    real de juros tem ficado bem acima de 8,5% nos ltimos anos. Por isso, segundo o

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    estudo, quem optou por alugar o imvel e aplicar o dinheiro da compra eminvestimento financeiro saiu ganhando.

    Frota prpria ou terceirizada? Algumas empresas optam por ter a prpria frota dedistribuio. A principal razo conseguir menor custo no transporte e maior eficincia

    na entrega.A frota prpria pode ser comprada ou alugada (leasing). Mas nem todas as opesso viveis, por serem muito caras, como por exemplo a ferrovia ou o transportemartimo. Normalmente, a opo de transporte prprio se limita a via terrestre e, maisraramente, a area.

    Quanto opta pode ter o prprio transporte, a empresa monta um departamento detrfego, responsvel pela roteirizao e manuteno da frota.

    A roteirizao envolve o nmero de veculos disponveis, suas capacidades, os pontos

    de parada para coleta ou entrega e a seqncia de paradas. Um bom roteiro deentregas e coletas busca aproveitar o mximo da capacidade de carga de cadaveculo, reduzindo o custo. Alguns atacadistas, por exemplo, fazem o roteiro de suasentregas de modo que o caminho parta cheio de um depsito, v entregando ospedidos pelo caminho e chegue vazio a outro depsito no destino final. L novamente carregado e retorna fazendo novas entregas.