apostila de formação de professores

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APOSTILA PARA FORMAÇÃO INICIAL/CONTINUADA DE PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL II DO MUNICÍPIO DE MILAGRES-MA Ministran te: Fra ncisc !e "es#s F$ Li%a "&nir ' (e!a) ) c% *a+i,ita. e% )est. !a e!#ca. +sica 0URCA1 e es(ecia,i2a. e% E!#ca. ! Ca%( 0UEMA1 Milagres - MA 2016

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Coletânea de textos para formação de professores do ensino fundamental.

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7/21/2019 Apostila de Formação de Professores

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APOSTILA PARA FORMAÇÃOINICIAL/CONTINUADA DEPROFESSORES DO ENSINO

FUNDAMENTAL II DOMUNICÍPIO DE MILAGRES-MA

Ministrante: Francisc !e "es#s F$ Li%a "&ni r ' (e!a) ) c %*a+i,ita . e% )est. !a e!#ca . + sica 0URCA1 e es(ecia,i2a .e% E!#ca . ! Ca%( 0UEMA1

Milagres - MA2016

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DIN3MICAS DE GRUPO

45 ' LINGUAGEM

Cate) ria : comunicação verbal

O+6eti7 s : Permitir, através de sensações vividas durante adinâmica, extrair lições sobre a comunicação verbal.

N8 !e (artici(antes : Não há limites

Materia, : Não necessita

Desenr ,ar : O facilitador deve dividir a turma em ru!os de " e#ou$ !essoas. %e!ois o facilitador deve informar &ue cada e&ui!e terá !orob'etivo criar uma nova l(n ua. )ssa nova l(n ua deverá ter uma introdução,

uma descrição !ara os ob'etos da sala, um comentário !ositivo, umcomentário ne ativo e uma saudação.

Te%( : *+ minutos m(nimo- " minutos máximo- !ara !lane'ar ea!render esta nova l(n ua.

)m se uida o facilitador !ede &ue os inte rantes dos ru!osformem !ares com inte rantes de outras e&ui!es. /ada !ar terá então 0"minutos !ara ensinar a nova l(n ua um ao outro.

Aten . 9 1uando um membro de uma determinada e&ui!e forensinar a nova l(n ua ao seu !ar ele deve usar somente este novo idioma,

sem usar &ual&uer outro dialeto.Por fim, !ede2se a todos &ue colo&uem vendas nos olhos e tentemformar novas e&ui!es baseando2se a!enas na l(n ua a!rendida.

E (, rar ( nt s:0 3 sensações vividas durante a reali4ação da dinâmica56 3 lições extra(das sobre comunicação5* 3 facilidade &ue tiveram os !ares !ara a!render as l(n uas uns

dos outros5

;5 ' SU<STANTI=O

Cate) ria : comunicação não2verbal.

O+6eti7 s : desenvolver a criatividade e desinibição5

Materia, : !a!el e caneta

Desenr ,ar : O facilitador distribui o material a todos os alunos e!ede &ue cada um escreva um substantivo, sem !ermitir &ue os outrosve'am o &ue ele escreveu. )m se uida deve2se !edir &ue os alunos !assemo seu !a!el !ara a !essoa da direita. %e!ois da troca de !a!eis o facilitador!ede &ue a !essoa re!resente em forma de m(micas a !alavra &ue estáescrita no !a!el &ue recebera.

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>5 ' APRESENTAÇÃO

Cate) ria : &uebra 3 elo5

O+6eti7 s : !ermitir a a!resentação de um ru!o e !romover umaautoreflexão individual de &uem se a!resenta5

N8 !e (artici(antes : não há limites5

Materia, : diferentes bonecos desenhados em folhas de cartolina ou!a!el sulfite 7 ou Of(cio-, lá!is, hidrocor, i4 de cera ou lá!is de cor5

Desenr ,ar : !edir &ue cada um escolha um boneco com o &ual seidentifi&ue. Pede2se !ara colorirem o boneco da forma &ue &uiserem de!refer8ncia &ue a !intura se'a um auto2retrato. 7o final. Pede2se &ue todos

cada um no seu boneco- res!ondam !or escrito:a- 9aindo da boca do boneco: fa4er um balão com uma frase &uere!resente seu lema de vida5

b- 9aindo do coração do boneco: fa4er uma seta indicando * dosseus valores5

c- Na mão es&uerda do boneco: escrever al o &ue ostaria dereceber5

d- Na mão direita: escrever al o &ue dese'a alcançar5

Para finali4ar, o facilitador !ede &ue cada um faça a a!resentaçãode seu eu; re!resentado !elo seu boneco.

?5 - ROMANCE

Cate) ria : /omunicação verbal e escrita.

O+6eti7 s : oferecer um momento de descontração e, ao mesmotem!o, trabalhar a criatividade5

N8 !e (artici(antes : 0" !ode ser mais ou menos de acordo coma &uantidade de !er untas-5

Materia, : lá!is e !a!el !ara cada um e a lista de !er untas !ara ocoordenador facilitador- da dinâmica5

Desenr ,ar : /ada !artici!ante recebe o material !a!el e lá!is oucaneta-. O facilitador !edirá a todos &ue escrevam, em ordem, o se uinte:

0 3 um nome56 3 um lu ar5* 3 uma idade5

3 um es!aço determinado de tem!o ano, m8s, dia etc.-" 3 um dese'o5< 3 um n=mero5$ 3 sim ou não>? 3 uma cor5

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@ 3 um hábito50+ 3 um hábito500 3 uma &uantia em dinheiro506 3 uma atitude amorosa, cr(tica, brava, ciumenta etc. -0* 3 uma canção5

0 3 nome de uma cidade50" 3 uma !osição5

%e!ois &ue todos tiverem terminado esta eta!a, o facilitador fará asse uintes !er untas, em ordem, !ara cada !artici!ante:

0 3 &ual o nome do seu noivo>6 3 onde se encontraram !ela !rimeira ve4>* 3 &ue idade ele a- tem>

3 &uanto tem!o namoraram>" 3 &uais são os seus !ro!Asitos>< 3 &uantas declarações de amor recebeu>

$ 3 ele a- é convencido>? 3 &ual a cor dos olhos dele a->@ 3 &ual o n=mero de sa!ato &ue ele a- calça>0+ 3 &ual o !ior defeito dele a->00 3 &uanto dinheiro ele a- tem !ara astar com a festa de

casamento e a lua de mel>06 3 &ual a maior virtude dele a->0* 3 &ue m=sica voc8 ostaria de ouvir no dia do seu casamento>0 3 onde vão !assar a lua de mel>0" 3 em &ue !osição>

@5 ' MESTRECate) ria : &uebra2 elo5

O+6eti7 s : desenvolver a criatividade, sociali4ação, desinibição e acoordenação5

N8 !e (artici(antes : não há limites5

Materia, : não necessita material5

Desenr ,ar : em c(rculo os !artici!antes devem escolher uma!essoa !ara ser o adivinhador. )scolhido o adivinhador, o facilitador !ede&ue a !essoa escolhida saia do local. )m se uida os outros !artici!antesdevem escolher um mestre !ara encabeçar os movimentos#m(micas ou!alavras. Budo o &ue o mestre escolhido fi4er ou disser, todos devem imitar.O !a!el do adivinhador é tentar acertar, descobrir &uem é o mestre. )le temduas chances !ara tentar acertar. 9e errar, volta. 9e acertar, o mestre é&uem vai ser o adivinhador.

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Te t I - SENTIR O ALTERNATI=O

Boda !er unta sobre o alternativo é uma !er unta sobre o futuro.

%e nada valeria dedicar uma análise aos ob'etivos de formas diferentes deeducação, se esta análise não estivesse li ada a uma reflexão sobre as!ossibilidades num mundo como o nosso. O alternativo sA é !oss(vel sehouver !ers!ectiva de futuro. C a( &ue encontramos o sentido !ara umaeducação alternativa.

Dma !ro!osta alternativa si nifica:0 3 educar !ara assumir a incerte4a56 3 educar !ara o4ar a vida5* 3 educar !ara a si nificação5

3 educar !ara a ex!ressão5

" 3 educar !ara a conviv8ncia5< 3 educar !ara se a!ro!riar da histAria e da cultura5

)sses seis !ontos são !ara nAs os as!ectos fundamentais do sentidoda educação nesses !oucos anos &ue nos se!aram do fim do mil8nio.%eixamos em aberto a !alavra EsentidoF. )ste conceito servirá de fiocondutor de nossa !ro!osta metodolA ica. 7 !rocura de um sentido, emsistemas tradicionais cheios de sem2sentido, e em situações cada ve4 maisdif(ceis e em cont(nua mudança, é a condição mais im!ortante em &ual&uer!ro!osta alternativa.

O alternativo re!resenta sem!re a tentativa de se achar um sentido

outro !ara relações e situações como !ara !ro!ostas !eda A icas. Barefanada sim!les, com certe4a, !or&ue nela se com!romete o su'eito daeducação &ue, exatamente !or isso, se fa4 su'eito e não ob'eto dela. Gá nãose trata de distribuir EsentidosF H toa isto é, Eob'etivos terminaisF, EmetasF e tudo o mais nesse rumo-, e condicionar todo o !rocesso a esses sentidosim!ostos ao su'eito. Brata2se de construir sentido numa relação em &ue seincluem a criatividade, a novidade, a incerte4a, o entusiasmo e a entre a!essoal.

E!#car (ara ass#%ir a incerte2a$

EO autoritarismo está cheio de certe4asF, afirma Irancisco JioKrossi, e a escola é do mesmo 'eito também. Nin uém nos educa !araassumir incerte4a, é sA a vida &ue se encarre a disso, mas a &ue !reçoL9obretudo !ara &uem carece de recursos &ue lhe !ermitam enfrentar aincerte4a.

7 vida humana or ani4a2se numa luta contra a incerte4a. Nin uém!ode duvidar dessa afirmação: a Iam(lia e as outras instituições sociais,como o )stado, a M re'a, a )scola, a e islação, tratam sem!re de semearal uma se urança num mundo marcado !or todo ti!o de riscos. )normetarefa esta, es!ecialmente &uando é necessário desenvolv82la !ara todos ecada ser humano em !articular.

as a luta não é real como !arece. /omo está em mãos da maioriadas instituições sociais, ela se torna um esforço !ara alcançar a ilusão decerte4a, !or meio de sistemas !eda A icos condicionados e condicionantes,

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de sa(das !ol(ticas má icas, de !ro!ostas EutA!icasF !ara a reali4ação dossonhos e de se uros de vida, de velhice e de morte. O resultado disso é ane ação sistemática da incerte4a, &uando na verdade nin uém esca!a dela.

No éxico anti o, venerava2se uma divindade dona do destino das!essoas e dos deuses: Bexcatli!oca. %ela de!endiam favores e tra édias,

ela !odia fa4er um malvado e infeli4 uma !essoa boa. Bexcatli!oca era tãoca!richosa como é a vida.o'e a coisa não mudou muito, mas tenta2se ocultar a incerte4a !or

todos os meios. 9em d=vida, nunca como ho'e se vive no reino deBexcatli!oca. Pelo menos !ara a maioria da !o!ulação latino2americana essereinado nunca deixou de existir.

Não é necessário a&ui a!resentar cifras sobre !obre4a e desnutrição&ue 'á não comovem nin uém. Bambém não é necessário insistir na falta deo!ortunidade &ue oferecem H sociedade estes irresist(veis !rocessos dea'ustes estruturais im!ostos !elo I M Iundo onetário Mnternacional-, &uemais !arecem a&uele ditado &ue di4: Ea o!eração foi um sucesso, mas o

doente faleceuF. 1uanto maior é a busca de se urança nos as!ectosmacroeconQmicos, tanto maior é a incerte4a !ara a vida em !e&uenaescala. as será &ue há outra escala de vida além dessa vivida e sentida acada dia>-.

Bodavia, há momentos em &ue se nos a!resenta !rioritariamente aincerte4a. Dm exem!lo disso foi a uerra do Kolfo Pérsico. Nin uém discutea&ui as intenções e as ações de ussein dentro e fora de seu !a(s. Porém,de re!ente, ele se converteu no homem mais odiado da Berra, dono do&uarto exército mais !oderoso do mundo, ca!a4 de nos arrastar a todos auma catástrofe nuclear e, de!ois, de re!ente, toda essa ameaça acabou2secomo um ti re de !a!el. Os meios de comunicação de massa não eles,

mas os &ue controlam- !rivile iam certe4as e incerte4as de acordo com ovaivém dos interesses !ol(ticos.

#e si)niBica e!#car (ara ass#%ir a incerte2a n#%as cie!a!e c % a n ssa

Primeiro: )ducar !ara &uestionar de forma !ermanente a realidadede cada dia sem ensinar nem inculcar res!ostas.

Não se trata de uma !eda o ia de re!osta, mas de uma !eda o iada !er unta, como bem disse Paulo Ireire.

7 incerte4a atual é tamanha &ue nin uém, muito menos ainda umeducador, tem as res!ostas. 1uando elas a!arecem, são sem!re res!ostasdo !assado, tal como mostram, até não bastar mais, os textos e boa !artedo discurso escolar. 9e essa &uestão da incerte4a vale no cam!o dosconhecimentos sistemati4ados, muito mais vale no acontecer cotidiano.

9e undo: )ducar !ara locali4ar5 reconhecer5 !rocessar e utili4ar ainformação.

Gá na década de 0@ +, Nobert Riener, em sua obra /ibernética e9ociedade, insistiu como toda clare4a na relação entre informação eincerte4a: &uanto menos for a&uela, maior a dimensão desta. Nossascrianças, nossos 'ovens, crescem ho'e com a maior desinformação nummundo movido e saturado de informação. esmo &uando se conta com umvolume de informação, isso não arante sua utili4ação !ara resolver a!rA!ria vida. O drama de nossa escola não é tanto sua crQnicadesinformação, mas o fato de não oferecer recursos, metodolo ias !ara

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trabalhar com uma informação existente, !resente !or toda a !arte ima,0@$?-.

Berceiro: )ducar !ara resolver !roblemas. Numa sociedade em &uea incerte4a cresce dia a dia, a cada um se a!resentam !roblemas diários aserem resolvidos, desde as relações imediatas até a !rocura de maneiras de

sobreviver. 7 !rática de solução de !roblemas é orientada sem!re !ara umfuturo, toda ve4 &ue essa !rática si nifica o dia nAstico, a com!reensão, atomada de decisão entre mais de uma alternativa. Passa a !rimeiro !lanoentão a !rática. 7 acumulação de res!ostas certas e de informação mortanem sem!re ou &uase nunca- servem !ara resolver os novos !roblemascotidianos &ue sur em. 7 solução de !roblemas !ode se ver em sentidodu!lo:

• )nfrentamento da incerte4a de cada dia5• /om!ortamento ativo diante de uma situação nova &ue !ede

criatividade, ca!acidade de relacionar os conhecimentos ad&uiridos e debuscar outros novos.

1uarto: )ducar !ara saber reconhecer as !ro!ostas má icas decerte4a, !ara desmistificá2las e resi nificá2las.

)ssas !ro!ostas, como 'á assinalamos acima, a!arecemdiariamente em es!aços tais como a vida cotidiana lu ares2comuns sobre oamor, a ri&ue4a, o 8xito-, a escola com um maior consumo de anosescolares tem2se direito a maior salário-, o )stado a iniciativa !rivada !orsi mesma, com seu !rA!rio im!ulso cria democracia e liberdade-, os meiosde comunicação a &ueda de ussein será arantia da nova ordeminternacional-, a !ublicidade tudo vai melhor com /oca2/ola-.

9aber reconhecer, desmistificar e dar o si nificado real Hs coisas é!oder enfrentar os diferentes textos sociais, !ara os ler criticamente. Brata2se de !assar de consumidor de textos a leitor cr(tico e, assim, tambémcr(tico das intenções de seus autores se'am estes indiv(duos, setoressociais ou instituições-.

1uinto: educar !ara criar5 recriar e utili4ar recursos tecnolA icos emescala humana.

9e há um es!aço !rivile iado de difusão de formas ilusArias decerte4as, este é o da tecnolo ia. Jamos !ensar em toda a lista de ob'etoseletrQnicos, nos com!utadores, nos !ro ramas difundidos massivamente.

Nin uém !retende re'eitar uma realidade, a tecnolo ia é !arte de nossasociedade, &ueiramos ou não. as a&ui se &uer oferecer alternativas !aracom!reender seu sentido, suas limitações e suas !ossibilidades.)ntendemos tecnolo ia num am!lo sentido do termo, desde os m(nimosrecursos dis!on(veis no meio rural até os mais sofisticados de com!utação.

E!#car (ara ) 2ar a 7i!a$7ntes de receber a avalanche de cr(ticas a esta !ro!osta, tentamos

clarear as coisas !or meio de uma sim!les !er unta:#an! rea,%ente ) 2as a 7i!a

1uando te entusiasmas5 isto é, &uando sentes um %eus dentro

de ti, como di4 a etimolo ia da !alavra entusiasmo5 &uando tens a ale riade ser e de viver5

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1uando te sentes =til, &uando reconheces teus !ro ressos5&uando brincas com a !alavra, !artilhando2a no diálo o e construindo comela5

1uando !artilhas os alimentos, um co!o de vinho, uma x(carade café, a intimidade, os sentimento5

1uando crias, recrias e !rocrias, &uando v8s nascer e crescertua obra5 1uando cantas !ara e entre os outros5

1uando v8s um amanhecer ou a costa dourada do mar no !Qr2do2sol5

1uando te encontras com ex!ressões, tais como Esou rata Hvida !or ter me dado tantoF, de nossa &uerida Jioleta Parra, e muitas outrasda !oesia latino2americana5

1uando trabalhas na&uilo &ue te a rada e te reali4a como serhumano5

1uando vives intensa e livremente tua afetividade.

Por &ue não se educa em, !or e !ara o o4o> Por&ue a escola temne ado até sua !rA!ria etimolo ia, 'á &ue !ara os anti os ela era o lu ar dodesfrute na criação e no diálo o.

Nestes tem!os de incerte4as, de a'ustes estruturais e de novasordens internacionais, nossas randes maiorias estão sendo condenadas aviver no sofrimento, contra o !rinc(!io básico da vida: o o4o. 7 realidadeatual 'á nos im!õe tantas coisas ruins &ue se torna o c=mulo acrescentaruma educação inimi a do o4o.

A (er)#nta ent. : c % e!#car e% ( r e (ara ) 2)ducar no o4o si nifica entusiasmo. Kerá2lo sem!re, em todas e

cada uma das atividades, dos exerc(cios, das !ráticas, dos ambientes, dasrelações, dos resultados, dos !ro ressos e inclusive dos erros. 1ue si nificaum !rocesso educativo sustentado !elo entusiasmo> 9i nifica &ue todos osseus !artici!antes sintam2se vivos, !artilhem sua criatividade, eremres!ostas ori inais, divirtam2se, brin&uem, o4em.

)ducar !elo o4o si nifica mobili4ar as ener ias numa aventurabrincalhona !artilhada5 sentir e fa4er sentir5 !artici!ar entre ando o melhorde si e recendo o melhor dos outros. Budo isso im!lica necessariamente umambiente o4oso, tanto em recursos materiais como no encontro humano.)ntra a&ui a ri&ue4a dos sentidos, da ima inação e da criação coletiva.

9e nascemos !ara o4ar, temos todo o direito de a!render a o4ar.Msso vai diretamente contra os modelos ilusArios do o4o, como sãodifundidos de maneira massiva !ela !ublicidade. á outras formas, comoindicam as res!ostas H !er unta antes formulada: #an! ) 2as a 7i!a)mbora a escola atual não ensine a o4ar, o sentido de uma educaçãoalternativa é educar !ara o o4o. O o4o é um !onto de !artida e deche ada, um incentivo !ara viver e a chave da !rA!ria vida.

E!#car (ara a si)niBica . $)m educação não há nada insi nificante, mesmo &ue a tarefa de

si nificar este'a, &uase sem!re, em mãos da instituição e de seusfuncionários. Dma !ro!osta alternativa !rocura !rocessos si nificativos &ueenvolvam educadores e educandos.

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#e si)niBica si)niBicar0S %ar sentido ao &ue fa4emos6S Mncor!orar o meu sentido ao sentido da cultura e do mundo*S /om!artilhar e dar sentido

S /om!reender o sem2sentido de certas !ro!ostas educativas,!ol(ticas e culturais."S Telacionar e contextuali4ar ex!eri8ncias<S Telacionar e contextuali4ar discursos$S Mm!re nar de sentido as diversas !ráticas e a vida cotidiana.

)sses sete !ontos não são casuais. 1uando al um deles falta eoutros não mencionados a&ui-, o trabalho educativo !erde sentido, isto é,não si nifica nada !ara &uem o fa4, convertendo em ob'eto o verdadeirosu'eito da educação.

Dma tarefa sem sentido acontece em sistemas carcerários. á uns

anos, uma das ilhas Kalá!a os funcionava como !risão. á ainda há restosde uma construção levantada !elos reclusos: um muro no meio de uma!aisa em desértica. Os uardas divertiam2se com isso: construir um muro&ue começava em &ual&uer !arte e não terminava em nenhuma. %e!ois demeses de trabalho tinham o &ue destruir e começar de novo,continuamente.

Msso era um sem2sentido total. Porém há outros tantos exem!los,como o do sentido centrali4ado em al uns !oucos es!ecialistas, en&uantoos estudantes e os trabalhadores são a!enas instrumentos deles.

Dma educação com sentido educa su'eitos, seres !ara os &uaistodas e cada uma das atividades, todos e cada um dos conceitos e dos

!ro'etos si nificam al o !ara a sua vida. C essa si nificação o !onto de!artida !ara o sentido do mundo e dos demais semelhantes.7 ca!acidade de dar sentido, de si nificar o mundo e a !rA!ria

ex!eri8ncia !assa !ela ca!acidade de criticar os sentidos e os sem2sentidosalheios. Nada mais distante da educação, assim entendida, &ue umaobedi8ncia ce a a um mando su!erior. Je'amos um exem!lo muito comumna 7mérica atina:

1uem manda deve estar sA, certamente5 mas também deve estarassim !ara manter o se redo de seus motivos. Não deve ex!licar nada. 7téa ordem mais desatinada deve ser cum!rida sem &ue nin uém ouse&uestioná2la... Pois o &ue obedece não !ode duvidar &ue seus su!erioressão os mais sábios e ca!a4es: a menor sus!eita do contrário écatastrAfica... ) essa convicção sA !ode se basear no mistério &ue rodeia&uem manda, cu'os motivos devem estar fora do alcance dos subordinados

una, 0@@+, !. "+-.O sentido não re!arte na base de ordens nem de mistério, mas

constrAi2se numa relação solidária.

E!#car (ara a e (ress. $ Te ra de ouro: 9em ex!ressão não há educação.Urin&uemos com as !alavras: re2!ressão, su2!ressão, im2!ressão,

com2!ressão, de2!ressão e ex2!resssão.• Te2!ressão: ação e ato de re!rimir, controlar, ordenar, coa ir.• 9u2!ressão: ação e ato de su!rimir, eliminar, tirar.

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• Mm2!ressão: ação e ato de im!rimir, fixar, !Qr um selo em umamatéria macia, deixar marcas, ravar.

• /om2!ressão: ação e ato de com!rimir, o!rimir, a!ertar,estreitar, redu4ir.

• %e2!ressão: ação e ato de de!rimir, ou de!rimir2se, fundir

al uma !arte de um cor!o, humilhar, rebaixar, ne ar as &ualidades de uma!essoa, !rodu4ir uma decad8ncia de ânimo.• )x2!ressão: ação e ato de se ex!ressar, exteriori4ar, tirar fora o

&ue se tem dentro, comunicar, manifestar, tornar !=blico.

1uem não se ex!ressa, re!rime2se, é su!rimido, está su'eito a &uelhe im!rimam o sentido como uma matéria frá il, a &ue o com!rimam e ode!rimam.

Jale a&ui um exem!lo: o mestre, nas anti as formulações &uenunca ficam ultra!assadas, é o modelador dos 'ovens, é &uem escul!e amatéria do futuro.

O dar sentido; não é a!enas um !roblema de com!reensão, massobretudo de ex!ressão. e el afirmava: &uando faltam as !alavras, falta o!ensamento. 9e'amos mais drásticos: &uando faltam as !alavras falta aliberdade. 7 ca!acidade ex!ressiva si nifica um dom(nio do tema

si nificado- e da matéria discursiva si nificante-, e manifesta2se !or meiode clare4a, coer8ncia, se urança, ri&ue4a, bele4a no mane'o das formas dasdiferentes lin ua ens.

7 ca!acidade ex!ressiva é uma con&uista. Nem a sociedade emeral e muito menos a escola dão isso ratuitamente a nin uém.

%eixemos esses ar umentos como base de nossa !ro!ostaalternativa: uma educação a distância &ue não !assa !ela constante e rica

ex!ressão de seus interlocutores !ermanece submersa nos velhos modelosde res!osta es!erada e dos ob'etivos sem sentido.

E!#car (ara a c n7i7Hncia$)ducar, então, !ara viver com, !or&ue estamos no mundo !ara

Eentrea'udar2nosF a'udar2nos mutuamente-, não !ara Eentredestruir2nosF destruir2nos mutuamente-, como di4ia %om 9imon Todri ue4. Por isso,

toda a!rendi4a em é uma intera!rendi4a em.)ssa frase foi também cunhada !or 9imon Todri ue4. 7 chave disso

é a !artilha, o &ue !ode ser a!rendido dos outros. Iica im!oss(vel aintera!rendi4a em &uando se começa !or des&ualificar os outros. C

im!oss(vel a!render de al uém em &uem não se acredita.1uando se acredita nos outros, se é co2res!onsável5 a obra, a!rA!ria formação e a dos outros, são !rodutos de interação, comunicação ecolaboração.

)sses conceitos, como se sabe, não costumam a!arecer nasorientações da escola atual, exceto &uando o fa4em de maneira va a nosob'etivos. Porém, são !arte de realidade e de situações da 7mérica atina.

)m resumo, não se !ode educar !ara conviver se não se educa nacoo!eração e !artici!ação coletiva, na intera!rendi4a em.

7 escola está or ani4ada !ara isolar o!s estudantes, de maneira&ue não trabalhem entre si, mas a!enas com o docente. )sse isolamento

costuma ser a!resentado como um dos elementos básicos da situação de&uem se ue um !rocesso de educação a distância. Iala2se de !essoas

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dis!ersas, &ue se uem materiais de instrução sem conexão al uma entreelas.

Dma !ro!osta alternativa reivindica necessidades humanas tãobásicas como a conviv8ncia, as relações inter!essoais, a !artici!ação, oafeto, e tudo isso é !oss(vel em ex!eri8ncias de educação a distância,

sem!re &ue o sistema corres!ondente or ani4e2se !ara !ermitir o trabalhoem ru!os, !ara dar o!ortunidade ao intercâmbio de ex!eri8ncias e deinformação.

Budo isso !or&ue E7 solução dos !roblemas e a satisfação dasnecessidades es!era2se do autodesenvolvimento dos !rA!rios su'eitosor ani4ados.F Ta4eto, 0@@+-

7 !ro!osta alternativa considera o ru!o como um es!aço!rivile iado !ara a intera!rendi4a em, entendido como recriação e!rodução de conhecimentos, !ela dinâmica e a ri&ue4a &ue a!resenta !ormeio da confrontação de idéias e o!iniões !rA!rias das ex!eri8ncias !réviasde cada !artici!ante: a !ossibilidade de se alcançar consensos e

discordâncias numa dinâmica de ação2reflexão2ação.E!#car (ara se a(r (riar !a istJria e !a C#,t#ra$9omos seres histAricos. )ssa afirmação 'á foi e não é novidade. as

vale a !ena insistir no seu sentido: somos !rodutos de ex!eri8nciasanteriores, de conhecimento, viv8ncias, tecnolo ias, cultura, acertos, erros,viol8ncia, encontros e desencontros entesourados ao lon o de erações.9omos !roduto dessa istAria Keral e de nossa bio rafia, da maneira em&ue o eral é vivido em nossa vida cotidiana.

7 escola também é istAria. /omo &ual&uer instituição res!onde acondicionamentos sociais5 é uma acumulação de formas de !erceber o ser

humano e de situá2lo no mundo. as, !or sua ve4, a escola trabalha comose a histAria não existisse e, em todo caso, encarre a2se de des2histori4aros !rocessos de ensino2a!rendi4a em.

)stranho !aradoxo: a escola é histArica no sentido de seuscondicionamentos- e, ao mesmo tem!o, Ea2histAricaF, !or estar voltada !arao !assado, tanto em seus conte=dos como em seus métodos. 9ua !aixão éo colecionamento de cadáveres e não há nada menos histArico do &ue umcadáver.

Pelo mesmo motivo, a escola fecha es!aços H cultura vivida, tanto ade cada dia como a !rodu4ida nas relações sociais. 9ua cultura é a dostextos e a das refer8ncias a sistemas cient(ficos e art(sticos atrasados emrelação H dinâmica social do !resente. Msso acontece, mesmo &ue de ve4 em&uando a!areçam recursos tecnolA icos, como os meios audiovisuais, ou atelevisão e até mesmo a com!utação. 7 escola doméstica incor!ora tudo aoseu discurso an8mico, sem vida. Não i noramos ex!eri8ncias valiosas na7mérica atina5 !orém, a tend8ncia H inércia tem mais força do &ue muitastentativas de mudança.

C % e!#car (ara a a(r (ria . !a istJria e !a C#,t#raNa medida em &ue uma !ro!osta centrali4a2se na a!rendi4a em

auto2a!rendi4a em e intera!rendi4a em- e não no ensino, o !a!el desu'eito do !rocesso sai do docente e vai !ara o educando. 7!enas esse fato

'á abre o caminho !ara o ato educativo, entendido como construção deconhecimentos, intercâmbio de ex!eri8ncias, criação de novas formas. C!recisamente esse ser su'eito, essa tarefa educativa, o &ue !ermite uma

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a!ro!riação da istAria e /ultura no futuro, mas conse ui2las 'á a&ui ea ora, fa4endo istAria e fa4endo /ultura em cada ato educativo.

Na cultura educa2se !ela !rodução cultural, !or&ue todo !rodutocultural e seu !rocesso são educativos. Msso vale tanto !ela a!ro!riação docriado !or !essoas como !ela criação inerente ao ato educativo.

)duca2se !ara a a!ro!riação, oferecendo caminho Hs virtudesativas. 7 escola !rivile ia virtudes !assivas: obedi8ncia, submissão, ordem,memAria, !ontualidade. Por outro lado, casti a as virtudes ativas:criatividade, risco, cr(tica, ima inação, intuição. 9ão exatamente essas=ltimas &ue fa4em istAria. Brata2se de ele er entre uma !essoa submetidaH istAria e uma !essoa &ue fa4 istAria.

7 educação a distância tradicional, !resa em eral na obsessão !elares!osta correta, !rocura acomodar seus estudantes a uma histAria 'á feitaem &ue não há nenhuma novidade, nem aventura da ima inação ou dainteli 8ncia. Dma !ro!osta alternativa orienta2se !or meio da mediação!eda o ia a !romover e cultivar as virtudes ativas. 7l uém se a!ro!ria da

histAria e da cultura na intera!rendi4a em, no &uestionamento da !rA!riasituação, na invenção e na !ro!osta de alternativas, na a!licação, na!rática, na ale ria de construir e de ima inar.

Te t II - TRANSFORMAÇKES NA EDUCAÇÃO E C DIGOS DAMODERNIDADE$

7 confer8ncia &ue me foi encomendada tem dois !ro!Asitos: falarsobre as transformações fundamentais na educação, neste momento detransição, !ara todos os !a(ses da 7mérica atina, e a!rofundar umareflexão sobre os cAdi os da modernidade.

7 45 TransB r%a . indis!ensável é &ue mudemos a nossa!rA!ria !erce!ção de educadores como ru!o !rofissional. Ialandoes!ecificamente de Urasil, seus educadores constituem o maior ru!o!rofissional de Pa(s. 9ão 6 milhões de educadores5 nenhuma outra !rofissãoatin e se&uer a metade do n=mero de !rofissionais em educação. 7lém domais, os !rofissionais da educação estão distribu(dos em todo o territArionacional. C a =nica !rofissão !resente em todos os munic(!ios, todos osbairros, todos os lu are'os mais lon (n&uos. 7 audi8ncia da educação noUrasil é maior do &ue a audi8ncia de &ual&uer rede de televisão. 7lém disso,os educadores t8m !ermissão !ara fa4er coisas &ue sA a eles são !ermitidasnuma sociedade, a saber, mudar a maneira de !ensar, mudar os modos desentir, mudar os modos de a ir de toda uma !o!ulação. O educador é o=nico !rofissional a &uem a sociedade solicita &ue modifi&ue os modos de!ensar, sentir e a ir das !essoas. Por ser a !rofissão de maior contin ente,a mais bem distribu(da, a &ue tem mais acesso H sociedade e sobretudo a&ue !ode mudar o !ensamento, as ações e o sentimento das !essoas,!ode2se arriscar a se uinte afirmação: &ual&uer coisa !ara o bem ou !ara omal do Urasil é !oss(vel se os educadores a irem articuladamente. 7educação não !ode odu4ir, !or si mesma, as modificações, mas nenhumamodificação é !oss(vel na sociedade sem os educadores.

O !ro'eto de desenvolvimento do Urasil não é !oss(vel somente !ormeio da educação, mas sem a educação também não é !oss(vel.

)ntão, a !rimeira transformação consiste em &ue os educadores seentendam, a indo articuladamente.

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7 ;5 TransB r%a . seria uma redefinição da !rofissão deeducador. C uma tese dif(cil a &ue vou ex!or. 7 doc8ncia não é a !rofissãodo educador5 dar aulas numa sala não é nossa !rofissão. O &ue é um!rofissional> C uma !essoa &ue domina os conhecimentos, as habilidades,

as ca!acidades, as com!et8ncias, os instrumentos e os valores !araresolver sistematicamente um !roblema im!ortante !ara a sociedade. C aim!ortância desse !roblema &ue confere valor a uma !rofissão, se'a essaim!ortância real ou uma crença da sociedade. No Urasil, um 'o ador defutebol é bem !a o !or&ue a sociedade valori4a o futebol. arcar ols éresolver um !roblema im!ortante !ara a sociedade brasileira. 1ual é o!roblema im!ortante &ue o educador tem de resolver na sociedade>/ertamente não será dar aulas. O !roblema &ue ele deve resolver é um sA:

arantir &ue as crianças a!rendam o &ue t8m de a!render, no momentocerto, e &ue o façam com felicidade. )ssa é a nossa !rofissão. %ar aulas éa!enas uma estraté ia !rofissional5 não é a nossa !rofissão. %evemos fa4er

o &ue for necessário !ara resolver nossos !roblemas como educadores. 9e énecessário dar aulas, demos aulas. as como a consulta médica não é a!rofissão do médico, mas a!enas uma estraté ia !rofissional, também adoc8ncia não é nossa !rofissão.

7 >5 TransB r%a . está relacionada com a se unda: a sociedadebrasileira e nAs, educadores, em es!ecial, temos de asse urar &ue ha'amuito mais tem!o !ara a a!rendi4a em. Poder(amos chamar essatransformação de Eam!liação do tem!o de a!rendi4a emF. Bodos nAs,educadores, devemos entender, em !rimeiro lu ar, &ue o tem!o escolar nãoé nosso, mas dos alunos. C um !rinc(!io da ética !rofissional res!eitar esse

tem!o &ue não é nosso. Não é ético nem l(cito tomar o tem!o dos alunos!ara &ual&uer atividade nossa e não deles. O Urasil, e a /olQmbia também,t8m um dos !er(odos escolares mais curtos do mundo. 7 criança 'a!onesatem o tri!lo do tem!o !ara a!render. Não é !oss(vel sair da !obre4a e dosubdesenvolvimento com o tem!o de a!rendi4a em de !a(ses como o Urasile a /olQmbia. Não se trata de sim!lesmente estar mais tem!o na escola,mas de o tem!o escolar ser mais rico em todos os sentidos. 9A umasociedade &ue não se !re4a, não se res!eita, diminui o tem!o dea!rendi4a em de suas crianças.

7 ?5 TransB r%a . refere2se ao enfo&ue !eda A ico. Bemos de!assar da a!rendi4a em frontal !ara a a!rendi4a em coo!erativa em ru!o.7 educação frontal, o ensino ma istral, são um modelo &ue foi bomhistoricamente, mas 'á não servem mais. 7 educação como sistema é umainvenção relativamente recente. 1uando os livros eram raros e caros, oconhecimento era locali4ado em 4onas muito distanciadas. Não haviacomunicação de conhecimentos como ho'e. )ra necessário formar umeducador &ue conhecesse tudo5 era !reciso centrar todo o conhecimento emuma !essoa5 tudo era muito oneroso. V medida &ue a sociedade a!rendeu a!lasmar o conhecimento em matéria de custo ra4oável, não fe4 sentido &ueuma !essoa se sobrecarre ue de conhecimentos. O conhecimento, ho'e, éfacilmente materiali4ado em ob'etos. 7 educação demanda &ue as criançase 'ovens a!rendam a !rodu4ir conhecimentos e a dominar a&ueles &ueestão materiali4ados em ob'etos. ) &ue a!rendam a usar sua inteli 8ncia!ara relacionar esses conhecimentos, não !ara re!rodu4i2los. 7 educação

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demanda !essoas ca!a4es de lidar com os conhecimentos, de assumir!osições de ar umentar, de enfrentar uma ar umentação. Pessoas &uese'am ca!a4es de construir o conhecimento e de construir realidades. ) issosomente se conse ue !or meio do trabalho em ru!o de a!rendi4a emcoo!erativa. )ssa transformação é muito dolorosa !ara nAs, educadores,

acostumados a ser o centro da educação. C !reciso aceitar &ue o centro daeducação é o aluno. Passar do modelo ma istral ao da a!rendi4a emcoo!erativa é o rande desafio do Urasil e de toda a 7mérica atina emrelação e seus sistemas educacionais.

7 @5 TransB r%a . consiste em fa4er da educação um bem!=blico. )m nenhum !a(s da 7mérica atina existe uma educação !=blica,incluindo o Urasil. )x!li&uemos nosso !ensamento. )m !rimeiro lu ar, nãoexiste educação ratuita. Boda educação é !a a5 nenhum !rofessor !=blicotrabalha ratuitamente. Bodos recebem seus salários5 se são bons ou não,isso é uma outra histAria. O cidadão &ue !a a uma escola !articular !ara

seu filho está !a ando duas ve4es a educação: uma ve4 nos im!ostos,outra ao colé io. )m se undo lu ar, se aceitamos como !=blico a&uilo &ueconvém a todos de i ual forma, a educação será !=blica no dia em &ue forde i ual &ualidade !ara todos. 9e aceitamos &ue a educação !articular é demelhor &ualidade do &ue a !=blica, estamos aceitando também &ue não háeducação !=blica. Dm serviço !=blico não !ode discriminar a !o!ulação. Porisso, os !a(ses da 7mérica atina não !odem ser considerados !a(ses comeducação !=blica. 7 7mérica atina aceita a discriminação: uma educaçãode !ior &ualidade !ara &ue os &ue vivem na !obre4a. 9omente !oder(amosdi4er &ue temos uma educação !=blica no dia em &ue ela tivesse a mesma&ualidade da educação !articular. Dm indicador disso seria &ue os

!rofessores !usessem seus filhos na escola !=blica. Podemos estabelecerleis, normas, estraté ias e !ol(ticas de &ualidade, mas somente a decisão detodos os educadores oficiais é &ue !ode tornar !oss(vel a boa &ualidade daeducação !ara os filhos das classes !o!ulares. 7 educação !=blica tem deser sem!re de &ualidade, !recisamente !or&ue é a educação das classes!o!ulares &ue tem o !roblema de não !oder substituir a&uilo &ue a escolanão lhes oferece, a&uilo &ue a escola lhes sone a. Os alunos !rovenientesdas classes dominantes t8m recursos !ara com!ensar a má &ualidade daescola. )ssa é uma das randes transformações &ue devemos fa4er: tornar!oss(vel a educação !=blica na 7mérica atina e, em es!ecial, no Urasil. 7téo momento ela não existe. á !rofessores !a os com recursos !=blicos,mas isso não é suficiente !ara caracteri4ar a educação !=blica.

7 5 transB r%a . consiste em formar nos alunos uma menteinternacional. NAs somos a =ltima eração semi2rural ou semi2urbana.Bemos uma cultura rural &ue se foi urbani4ando, mas não somos aindaurbanos de todo. Por isso, !ara nAs é dif(cil aceitar &ue o mundo realmentese lobali4ou. o'e tudo se internacionali4ou: as finanças, o mercado, ascomunicações. O conhecimento circula assim como o ar, existe um =nicomercado, um =nico mundo. Ia42se necessário, então, &ue nossos alunoscomecem a se formar com uma mente internacional. /ada !rofissão, cadatrabalho, cada !rofissional, !or mais re ional &ue !ossa !arecer, deve tercom!etitividade mundial. Os 'o adores brasileiros de futebol !odem !rovirde bairros de !eriferia, de fam(lias !au!érrimas, !orém, !elo fato de teremum futebol de com!etitividade internacional, eles são o &ue são !erante o

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mundo. 1ual&uer !rofissão a &ue uma !essoa se dedi&ue, ela deve fa4e2locom uma visão internacional. ) isso deve ser formado. 9ob esse !onto devista, são muito im!ortantes os !rofessores de Keo rafia, istAria e del(n uas estran eiras. /ostumamos dar muito relevo ao estudo da )uro!a,da Wsia, da 7mérica do Norte 3 e de seus !ersona ens histAricos, e &uando

estudamos a 7mérica atina não o fa4emos com o mesmo em!enho, com amesma !aixão. Bemos a consci8ncia de ne armos a nAs mesmos5continuamos &uerendo ser como os outros e não como nos decidimos a sercomo somos. C im!ortante &ue a istAria se'a mostrada como tendo sidofeita !or nossos i uais, !elo !ovo. 7 criança deve descobrir &ue a sociedadese fa4 com trabalho, com a vida cotidiana. ) &ue isso é feito !or !essoascomuns5 assim, a criança se sentirá também ca!acitada e res!onsável !eloseu !a(s. ) !elo mundo. %o !onto de vista das l(n uas, os alunos estudamanos de in l8s e no final não sabem nem falar, nem ler, nem escrever.9obretudo &uando se trata das classes !o!ulares. C com as crianças dasclasses !o!ulares &ue devemos nos !reocu!ar. )las !recisam do Mn l8s !ara

!ertencerem ao mundo. 1uer &ueiramos &uer não, o Mn l8s é o es!erantodo século XXM5 é a l(n ua internacional em todos os setores da vida. Msso éuma res!onsabilidade dos !rofessores de l(n ua in lesa.

7 5 TransB r%a . refere2se H criação de uma cultura de&ualidade, de !recisão e de bele4a. Gá falei de &ualidade e de !recisão.7 ora falo da bele4a. 7 estética, a bele4a, não é !oss(vel !ara umasociedade até &ue ela aceite a si mesma. 1uando uma sociedade &uer sercomo a outra e não como ela é, não há como construir a sua !rA!riaestética. O !roblema de muitos !a(ses da 7mérica atina é não aceitarcultural e eneticamente &ue são uma mistura da )uro!a, da Wfrica,

7mérica e Wsia. Não aceitamos &ue somos mestiços, &ue somos (ndios, &uesomos africanos. Iomos con&uistados não sA !or Portu al e )s!anha.7ceitemos o &ue somos. 7ssumamos nossa consci8ncia mestiça.)x!ressemos isso na educação, nos nosso livros, na decoração de nossasescolas. 9A aceitamos nossa mestiça em na m=sica, na dança e no futebol.) somos excelentesL C necessário fa4er uma educação &ue ex!resse o &uesomos esteticamente. 7 icono rafia dos textos escolares e a decoração dasescolas não ex!ressam nossa estética. Nunca nos ensinam sobre a culturaafricana &ue herdamos. C como se isso não existisse. /onstruir uma culturaestética im!lica uma transformação na nossa consci8ncia: aceitamos &uesomos mestiços.

7 5 TransB r%a . consiste em orientar todas as ações e !lanos!ara fortalecer o !ro'eto ético !ro!osto !ela /onstituição Urasileira.

istoricamente, a educação na 7mérica atina esteve se!arada dodesenvolvimento e do !ro'eto de nação. O Pa(s vai !ara um lado, aeducação !ara outro. Dma /onstituição é, antes de tudo, um !ro'etocultural. 7 melhor /onstituição de um !a(s é a&uela &ue o !ovo mesmoconstrAi. 7 /onstituição Urasileira sinteti4a a consci8ncia brasileira, e aeducação deve contribuir !ara !ossibilitar esse !ro'eto, &ue é de cidadania ede !rodutividade e desenvolvimento. Bodo o sistema educativo deve estarorientado !ara contribuir com o !ro'eto contido na /onstituição. 7 educaçãodeve contribuir !ara a soberania. ) soberania é a ca!acidade &ue tem umasociedade de dar a si mesma a ordem social e as leis &ue ela mesma &ue!ara si. 7 educação deve contribuir !ara fundar essa soberania, baseada na

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/onstituição &ue a !rA!ria nação se im!Qs, !or isso é le (tima. /idadão nãoé a!enas a&uele &ue !ode votar. Jotar é um direito seu, mas não écidadania. O cidadão é uma !essoa ca!a4 de criar, como as demais, aordem social &ue ela mesma &uer viver, cum!rir e !rote er. 1uando o!rofessor, com seu aluno, era na escola as re ras a serem ali cum!ridas

!or todos, ele está ensinando e o aluno a!rendendo a ser cidadão, a sersoberano. 7 di nidade da !essoa humana é outro !ro'eto da /onstituição. Omaior !ro'eto ético do século XX não foram os satélites, nem a televisão,nem o com!utador. 7 invenção maior do século XX foi a Tevolução Dniversaldos %ireitos umanos, no dia 0+ de de4embro de 0@ ?. Nossa revoluçãoa!enas começa 3 !ela !rimeira ve4 um !ro'eto de umanidadeL Nossodever é vi iar !ara &ue os %ireitos umanos se'am res!eitados&uotidianamente5 eles estão na /onstituição. Não é !oss(vel fa4er uma/onstituição divorciada dos %ireitos umanos. Dma rande transformação é&ue todas as nossas ações na escola se orientem !ara fa4er da )ducaçãoum instrumento !ara consecução do !ro'eto !ro!osto na /onstituição.

7 5 TransB r%a . di4 res!eito H arantia da a!ro!riação doconhecimento, no momento certo. 7 educação existe !or&ue oconhecimento não é natural, mas artificial. Bodo conhecimento é artificial,inclusive o mais im!ortante de todos: a l(n ua, o falar. uria di4 &ue acriança &ue fala corretamente !ara sua idade está em condições dea!render &ual&uer coisa. 9e ela não a!rende, não é !roblema deinteli 8ncia, mas no ensino. O 8xito escolar é !oss(vel !ara todos. Oconhecimento é um !roduto. NAs temos de a!render a ensinar a uardar, aacumular o conhecimento. )is a im!ortância das bibliotecas, dos museus,ar&uivos, !ublicações de toda ordem. Para não se ter de começar sem!re

do 4ero. Msso é formado na escola. O sistema educacional é umaor ani4ação &ue a sociedade criou !ara arantir &ue as novas erações sea!ro!riem do melhor conhecimento !rodu4ido !ela eração antecedente. Cum le ado, uma herança &ue se deixa. Msso im!lica aceitar &ue oconhecimento é um !roduto. ) a educação deve arantir &ue a eração!ossa se a!ro!riar do conhecimento no momento certo.

C DIGOS DA MODERNIDADE

7 ora !odemos abordar os cAdi os da modernidade, ou se'a, o &ueum educando deve a!render !ara o século XXM. )xiste um acordointernacional sobre isto: o &ue ele deve a!render ao lon o de sua formação.O &ue ele deve a!render não são conte=dos, mas habilidades, ca!acidadese com!et8ncias. 7 !ers!ectiva é de &ue o século XXM será um séculourbano: a era rural acabou. No cam!o, mani!ula2se a realidadediretamente. Na cidade, mani!ulam2se os s(mbolos dessa realidade.

Pri%eir cJ!i) ' Para !artici!ar do século XXM, todos oseducandos devem ter altas com!et8ncias em leitura e escrita. 7 diferençaatual entre essas com!et8ncias !or !arte dos educandos da )uro!a e da7mérica atina é abismal. O fracasso não é dos alunos, mas da escola, dos!rofessores, dos métodos. NAs é &ue devemos mudar. 7 leitura e a escritasão ho'e !roblema de sobreviv8ncia. Não se admitem mais descul!as !ara ofato do analfabetismo. Msso transforma o !rofessor da educaçãofundamental no mais im!ortante da escola, e toda a atenção da diretoria

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deve estar voltada !ara essa rande meta da educação: a alfabeti4açãour ente de todos os educandos.

Se)#n! cJ!i) ' Tefere2se a altas com!et8ncias em cálculomatemático e em solução de !roblemas de toda ordem. NAs não temos

ensinado aos nossos educandos a resolução de !roblemas, e é isso &ue!recisa ser ensinado em várias áreas de conhecimento. O !rofissionalismoconsiste em resolver !roblemas. 7 leitura e a escrita, o cálculo matemáticoe a resolução de !roblemas são a!rendi4a ens &ue todos os educandosdevem ter.

Terceir cJ!i) ' Tefere2se a altas com!et8ncias em ex!ressãoescrita, em tr8s as!ectos: !recisão !ara descrever fenQmenos e situações5!recisão !ara analisar e com!arar5 e !recisão !ara ex!ressar o !rA!rio!ensamento. )ssas com!et8ncias são tidas como os indicadores maisim!ortantes da com!et8ncia !rofissional. )las são fundamentos !ara a vida

urbana, entre s(mbolos e si nos. C essencial &ue os educandos das!rimeiras séries escrevam, todos os dias, !elo menos de seis a de4 linhasde sua !rA!ria criação. Bemos de erar uma tradição de leitura e escrita,não a!enas uma habilidade. O educando deve, diariamente, ex!or seu!ensamento !or escrito.

#art cJ!i) - /onsiste na ca!acidade !ara analisar o ambientesocial e criar overnabilidade5 isso si nifica formação !ol(tica e democracia.Kovernabilidade é a ca!acidade de um !a(s de elaborar suas leis e cum!ri2las, e a ca!acidade de um !ovo de solucionar seus !rA!rios conflitos semviol8ncia. Msso é !oss(vel &uando o educando a!rende a analisar, criticar e

com!arar ambientes sociais. Msso é formação !ol(tica, e é fundamental !araa !rodutividade. C !reciso não confundir formação !ol(tica com formação!artidária. Iormação !ol(tica si nifica formar !essoas ca!a4es de, 'unto comoutras, criar a ordem &ue elas mesmas vão viver, cum!rir e !rote er.

#int cJ!i) ' C a ca!acidade !ara a rece!ção cr(tica dos meiosde comunicação em massas. 7tualmente cul!amos a televisão !elo não2a!rendi4ado dos educandos. Pes&uisas, entretanto, !rovam &ue a televisãodesenvolve habilidades de a!rendi4a em, o alto n(vel auditivo, o alto n(velde discriminação visual, a ca!acidade de estabelecer se&Y8ncias, deformular hi!Ateses, de tirar conclusões !arciais e totais. Budo isso atelevisão desenvolve em alto n(vel. Não fa4 sentido desli ar a televisão. Osvalores, os 'ovens, as crianças e os adultos a!rendem no contato comoutras !essoas, !rinci!almente com &uem as rodeiam. O sistema de valoresde uma sociedade emer e de seu sistema de !unições e recom!ensas. Oseducandos vão valori4ar a coo!eração, a ami4ade, a solidariedade se undoo sistema de !remiações dos educadores, não de acordo com os discursosdesses educadores. )sse sistema de recom!ensas e !unições !ode serex!l(cito ou im!l(cito. )ntão, o &ue temos de fa4er é observar e discutir!ro ramas de televisão com os educandos. 7l uns minutos !or dia sãosuficientes !ara desenvolver nos educandos esse es!(rito cr(tico.

Se t cJ!i) ' Tefere2se H ca!acidade !ara !lane'ar, trabalhar edecidir em ru!o. )sse cAdi o exi e a !assa em do método frontal !ara ométodo da a!rendi4a em coo!erativa em ru!os. Bodo o Ocidente admira a

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ca!acidade 'a!onesa !ara trabalhar em ru!o. )ssa ca!acidade não sea!rende na em!resa5 a!rende2se na escola. Msso é uma cultura &ue não seensina !elo discurso, !ela aula ma istral, mas !ela a!rendi4a emcoo!erativa dos ru!os.

S ti% cJ!i) ' Telaciona2se H ca!acidade !ara locali4ar, acionare usar a informação acumulada. No futuro, as !essoas não !recisarão ter oconhecimento no cérebro. O conhecimento estará materiali4ado nos livros,com!utadores, v(deos, filmes, fibras Aticas. O &ue as !essoas !recisarão éde ter ca!acidade !ara locali4ar, acionar e usar essa informação acumulada.

Extraído da Revista Dois Pontos Jul./Ago. 96.

TEQTOS SO<RE PLANE"AMENTO ESCOLAR

Ensinar +e% $$$ sa+er (,ane6arO !lane'amento é a eta!a mais im!ortante do !ro'eto !eda A ico, !or&ue énela &ue as metas são articuladas Hs estraté ias e ambas são a'ustadas Hs!ossibilidades reais. )xistem tr8s ti!os de !lane'amento escolar: o !lano daescola, o !lano de ensino e a se&Y8ncia ou !ro'eto didático. O !rimeiro tra4orientações erais &ue vinculam os ob'etivos da escola ao sistemaeducacional mais am!lo. O !lano de ensino se divide em tA!icos &uedefinem metas, conte=dos e estraté ias metodolA icas de um !er(odoletivo. 7 se&Y8ncia didática é a !revisão de conte=do de um con'unto deaulas e o !ro'eto um trabalho mais lon o e com!lexo.

O !lane'amento escolar é um !rocesso de racionali4ação, or ani4ação ecoordenação da atividade do !rofessor, &ue articula o &ue acontece dentroda escola com o contexto em &ue ela se insere. Brata2se de um !rocesso dereflexão cr(tica a res!eito das ações e o!ções ao alcance do !rofessor. Porisso a idéia de !lane'ar !recisa estar sem!re !resente e fa4er !arte detodas as atividades Z senão !revalecerão rumos estabelecidos emcontextos estranhos H escola e#ou ao !rofessor.

Para Gosé /erchi Iusari, da Iaculdade de )ducação da Dniversidade de 9ãoPaulo, não há ensino sem !lane'amento. [9e a escola é o lu ar onde !orexcel8ncia se lida com o conhecimento, não !odemos a ir sA com base no

im!roviso[, di4. [)nsinar re&uer intencionalidade e sistemati4ação.[ O !oderde im!rovisação é sem!re necessário, mas não !ode ser considerado re ra.

TRA<AL O COLETI=O

Plane'ar é um ato coletivo &ue envolve a troca de informações entre!rofessores, direção, coordenadores, funcionários e !ais. Msso não &uerdi4er &ue o !roduto final venha a ser um documento com!licado. 7ocontrário, ele deve ser sim!les, funcional e flex(vel.

) não adianta elaborar o !lane'amento tendo em mente a!enas alunos

ideais. 7valie o &ue sua turma 'á sabe e o &ue ainda !recisa a!render. 9Aassim voc8 !oderá !lane'ar com base em necessidades reais dea!rendi4a em.

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)ste'a aberto !ara acolher o aluno e suas circunstâncias. ), é claro, !araa!render com os !rA!rios erros e caminhar 'unto com a classe.

P,ane6ar re #er:

Pes #isar se%(re Ser criati7 na e,a+ ra . !a a#,a

Esta+e,ecer (ri ri!a!es e ,i%ites

Estar a+ert (ara ac ,*er a,#n e s#a rea,i!a!e

Ser B,e 7e, (ara re(,ane6ar se%(re #e necess ri $

Le7e se%(re e% c nta:

As caracter sticas e necessi!a!es !e a(ren!i2a)e% ! sa,#n s

Os +6eti7 s e!#caci nais !a esc ,a e se# (r 6et (e!a)J)ic

O c nte&! !e ca!a s rie

Os +6eti7 s e se# c %(r %iss (ess a, c % ensin

As c n!i es +6eti7as !e tra+a,* $C % +ase niss !eBina:

O #e 7ai ensinar

C % 7ai ensinar

#an! 7ai ensinar

O #e c % e #an! a7a,iar$

O #e s. +6eti7 c nte&! e c nceit

Ob'etivo é o &ue se es!era &ue a turma a!renda em determinadascondições de ensino. C ele &ue orienta &uais conte=dos devem sertrabalhados e &uais encaminhamentos didáticos são necessários !ara &ueisso ocorra. /onte=do é o con'unto de valores, conhecimentos, habilidades eatitudes &ue o !rofessor deve ensinar !ara arantir o desenvolvimento e asociali4ação do estudante. Pode ser classificado como conceitual &ueenvolve a aborda em de conceitos, fatos e !rinc(!ios-, !rocedimental saberfa4er- e atitudinal saber ser-. ) conceito é a definição de um determinadotermo. Dm exem!lo: se o ob'etivo é o aluno identificar o &ue é um inseto nocontexto dos demais invertebrados, o !rofessor deve ele er como conte=do

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animais invertebrados, a!resentar o conceito de inseto e ex!licar o as!ecto&ue o diferencia dos animais &ue não !ossuem ossos. Observe &ue é !recisodefinir !rimeiro os ob'etivos de ensino e a!rendi4a em !ara de!oisselecionar e or ani4ar os conte=dos.

Consultoria Ivaneide da Silva, do Instituto Singularidades, e Magali Silvestre, da niversidade de Mogi das Cru!es.

Te t ;

O #e+ra-ca+e a !as % !a,i!a!es r)ani2ati7as

Joc8 'á sabe o &ue ensinar ao lon o do ano com base nas ex!ectativas dea!rendi4a em de cada disci!lina. Ialta a ora saber como colocar tudo isso

em !rática no dia2a2dia da sala de aula. 7 !es&uisadora ar entina %eliaerner classificou o trabalho em classe em tr8s randes blocos 2 atividades!ermanentes, se&u8ncias didáticas e !ro'etos didáticos 2, &ue ho'e sãoconhecidos como modalidades or ani4ativas. /omo em um 'o o de encaixar!eças, !lane'ar o uso dos tr8s ao lon o do ano exi e visão lobal do!rocesso e ca!acidade de !ro'etar cenários e encadear situações, !ois elessão mAdulos com!lementares &ue !odem ser interli ados ou usadosse!aradamente, em monta ens &ue devem levar em consideração osob'etivos e os conte=dos a trabalhar.

[Boda essa rede de atividades tem de estar desenhada antes mesmo de

começar o ano letivo. %e !refer8ncia, numa tabela. O ideal é começar dotodo e ir aos !oucos, criando as ramificações. Ia4er esse ti!o de !revisãoa'uda a uiar os !assos, evita a sobre!osição de assuntos e clareia o !ontode !artida e o de che ada[, ex!lica 7ndrea Kuida, coordenadora !eda A icado /entro de )ducação e %ocumentação !ara 7ção /omunitária.

Para ela, esse ti!o de or ani4ação deve ser com!artilhado !or todos os!rofessores, inde!endentemente de série ou disci!lina. [Plane'ar dessaforma a'uda a !ensar o !ro resso dos alunos e favorece a retomadaconsciente de conte=dos durante a vida escolar. 9e determinada turma leumuitos contos de fadas no 0S ano, vai reali4ar mais facilmente um !ro'eto

de !rodução de um livro &uando che ar ao 6S[, exem!lifica. [ asestabelecer esse ti!o de rotina não si nifica criar uma camisa de força. 7ideia é !ro ramar cada detalhe, com materiais e aborda ens !ré2analisadase estudadas, mas saber &ue im!revistos !odem sur ir.[

7s definições e es!ecificidades de cada uma das modalidades or ani4ativassão bem claras. 7s atividades !ermanentes devem ser reali4adasre ularmente todo dia, uma ve4 !or semana ou a cada 0" dias-.Normalmente, não estão li adas a um !ro'eto e, !or isso, t8m certaautonomia. 7s atividades servem !ara familiari4ar os alunos comdeterminados conte=dos e construir hábitos. Por exem!lo: a leitura diária

em vo4 alta fa4 com &ue os estudantes a!rendam mais sobre a lin ua em edesenvolvam com!ortamentos leitores. 7o !lane'ar esse ti!o de tarefa, é

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essencial saber o &ue se &uer alcançar, &ue materiais usar e &uanto tem!otudo vai durar. Jale sem!re contar !ara as crianças &ue a atividade em&uestão será recorrente 2 ao lon o do semestre ou mesmo do ano todo.

Gá a se&u8ncia didática é um con'unto de !ro!ostas com ordem crescente

de dificuldade. /ada !asso !ermite &ue o !rAximo se'a reali4ado. Osob'etivos são focar conte=dos mais es!ec(ficos, com começo, meio e fim!or exem!lo, a re ularidade orto ráfica-. )m sua or ani4ação, é !reciso

!rever esse tem!o e como distribuir as se&u8ncias em meio Hs atividades!ermanentes e aos !ro'etos. C comum confundir essa modalidade com o&ue é feito no dia2a2dia. 7 &uestão é: há continuidade> 9e a res!osta fornão, voc8 está usando uma coleção de atividades com a cara de se&u8ncia.

Por fim, temos o !ro'eto didático, modalidade &ue muitas ve4es se confundecom os !ro'etos institucionais &ue envolvem a escola toda-. 9uas !rinci!aiscaracter(sticas são a exist8ncia de um !roduto final e ob'etivos mais

abran entes. Os erros mais comuns em sua execução são certo descaso!elo !rocesso de a!rendi4a em, com um excessivo cuidado em relação Hchamada culminância.

[7 feira de ci8ncia ou a olim!(ada escolar são exem!los marcantes. Ccomum encontrar muita torcida nas &uadras sem &ue os estudantes tenhamde fato a!rendido /i8ncias ou desenvolvido habilidades es!ortivas. 7!ro!osta não é fa4er al o bonito, mas condu4ir uma série de tarefas &ueresultem em al o concreto[, orienta 7ndrea. [7 inte ração com outros!rofessores é indicada em al uns !ro'etos !or !ermitir a troca deex!eri8ncias. as é essencial sem!re envolver a coordenação !eda A ica.[

Nos !ro'etos de ensino, há ainda a !retensão de atin ir !ro!Asitos didáticose sociais. Dm exem!lo é o !ro'eto de leitura e escrita em &ue a classe!rodu4 um livro de receitas além de a!render a ler e escrever, a criançatem a o!ortunidade de mostrar aos familiares como a!roveitar melhor osalimentos-. /onfira nas !rAximas !á inas al uns exem!los de comoconciliar as modalidades or ani4ativas em cada uma das disci!linas do)nsino Iundamental.

L n)#a P rt#)#esa

Pr 6et (ara Ba2er #% 6 rna, !a c,asse (re7H %#ita ,eit#ra 7 leitura e a !rodução de textos são conte=dos a ser trabalhados durantetodo o ano. Bextos 'ornal(sticos, es!ecificamente, !odem ser abordados emum !ro'eto anual com alunos de ?S e @S anos. O !roduto final é o 'ornal daclasse. Dma atividade !ermanente de leitura desse ti!o de m(dia é essencial!ara !ermear todo o !rimeiro semestre. [O !rofessor ou os estudantes!odem tra4er diária ou semanalmente 'ornais !ara serem lidos e debatidosem con'unto[, su ere eloisa Tamos, formadora do !ro'eto etras de u4,da Iundação Jictor /ivita. %essa forma, os estudantes vão a!render os

'ar ões 'ornal(sticos e as !articularidades dessa !rodução, como o uso de

le endas, subt(tulos e olhos de !á ina.

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No se undo semestre, eloisa su ere tratar de diferentes 8neros: not(cia,entrevista, crQnica ou editorial. 7 ordem !ode variar desde &ue se asse ure&ue as eta!as não se'am feitas em !aralelo. [/ada uma !ode levar cerca dedois meses. O im!ortante é ter consci8ncia de &ue elas são inde!endentes et8m seu fim[, ar umenta. Para &ue os alunos a!rendam efetivamente a

escrever os &uatro ti!os de texto, é necessário !lane'ar diversas se&u8nciasdidáticas em &ue são abordados os !erfis de cada um.

No estudo sobre as not(cias, !or exem!lo, a se&u8ncia !ode começar comuma discussão sobre o &ue os estudantes 'á sabem sobre o 8nero. )mse uida, o ideal é, com base nesses diversos modelos, analisar ascaracter(sticas do 8nero e elencá2las. %e!ois, v8m as !roduções textuaiscom esse modo de escrita 'ornal(stica, em &ue são trabalhados conte=dos,como a !ontuação. [7 avaliação é !rimordial !ara saber se houve avanço.[%e!ois de se&u8ncias sobre os outros ti!os de texto a ser abordados, osalunos devem estar a!tos a com!reender os formatos e !ro!Asitos e

!rodu4ir dentro de suas caracter(sticas. 7 monta em do 'ornal, !roduto finaldo !ro'eto serve !ara comunicar o &ue foi a!rendido.

Para trabalhar a !rodução e análise de textos 'ornal(sticos com alunos de ?Se @S anos, é !oss(vel fa4er um !ro'eto !ara criar um 'ornal. %ele, derivamse&u8ncias didáticas !ara estudar not(cia, entrevista, crQnica etc. Dmaatividade !ermanente de leitura a'uda a criar familiaridade com esse!ortador

atemáticaTra+a,*ar c ,c#, %enta, se% !ec rar res#,ta! s

7o trabalhar o cálculo mental com turmas de S ano, o !rofessor !recisa terem mente &ue é necessário or ani4ar o tem!o em atividades !ermanentese se&u8ncias didáticas. Na !rimeira modalidade, entram situações &uefavorecem a memori4ação de resultados 2 como as tabuadas 2 e a'udam oaluno a res!onder, ra!idamente, os resultados de al umas contas.

No momento da atividade !ermanente, o !rofessor !ode or ani4ar, !orexem!lo, situações &ue envolvam a multi!licação !or 0+. [Para as crianças,é mais sim!les reali4ar cálculos com n=meros &ue tenham a unidadese uida de 4eros, os chamados n=meros redondos[, ex!lica Priscila

onteiro, formadora de !rofessores e selecionadora do Premio Jictor /ivita)ducador Nota 0+. C im!ortante deixar, !or um tem!o, os resultados dessescálculos dis!on(veis !ara a consulta de!ois fa4er atividades &ue !ermitamsistemati4á2los e or ani4á2los, !rocurando sem!re a memori4ação.

9imultaneamente, trabalhe com se&Y8ncia didáticas de cálculo mental. )sseti!o de cálculo de!ende de al uns resultados de memAria, &ue devem sertrabalhados !ermanentemente. Por exem!lo, !ara calcular "6" \ *6", osalunos usam resultados !arciais conhecidos: "++ \ *++ ] ?++ e 6" \ 6" ]"+, lo o, "6" \ *6" ] ?"+. [O aluno não !recisa decorar tudo. /abe ao!rofessor trabalhar uma se&Y8ncia didática &ue o a'ude, !or meio do cálculo

mental, a encontrar resultados &ue não foram memori4ados[, afirmaPriscila. Nesse sentido, o arredondamento !ode ser bastante =til. [9e um

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aluno !recisa calcular < x @ e não sabe &uanto é, !ode !ensar em < x 0+ esubtrair <[, exem!lifica.

Para desenvolver essa estraté ia, são necessárias cerca de oito aulas. )mse uida, inicia2se o trabalho com outro conte=do es!ec(fico, em uma nova

se&u8ncia &ue desenvolva outras formas de arredondamento, !or exem!lo.O cálculo mental !ode ser trabalhado com turmas de S série em diversasse&Y8ncia didáticas com duração de oito aulas, &ue vão se sucedendo coma aborda em de conte=dos es!ec(ficos. 7tividades !ermanentes dememori4ação a'udam !or !ermitir &ue as crianças res!ondam ra!idamente

istJria De+ate e e,ei . si%#,a!a (ara c %(reen!er #e !e% cracia

/onstrução de uma sociedade democrática, re!resentatividade e divisão de

!oder são conceitos essenciais da disci!lina. O trabalho com eles 2 comturmas de ?S e @S anos 2 anha força em anos eleitorais. /ontudo, estudossobre a Tevolução Irancesa e a or ani4ação de sociedades como a e (!cia,a re a e a romana também dão abertura !ara introdu4ir os temas erelacioná2los com a atualidade. O trabalho dura dois meses.

uitas escolas a!roveitam !ara simular uma votação !ara !refeito,overnador ou !residente entre os alunos ou mesmo !ara ele er um

re!resentante da classe 'unto ao conselho. Ilavia 7idar, consultora eselecionadora do Premio Jictor /ivita )ducador Nota 0+, afirma &ue essasiniciativas são válidas, !orém não é !reciso forçar uma situação de eleição

se ela não se 'ustificar: [/abem como !roduto de um !ro'eto sobre o temaum debate sobre !lataformas de overno ou uma eleição[.

/omo atividade !ermanente, ocu!ando de 6+ a *+^ de cada aula, Ilaviaindica a leitura de textos de !ensadores de diversas correntes &ue tratemde conceitos de re!resentatividade e ideolo ia. )m !er(odos eleitorais, oacom!anhamento no noticiário é outra excelente forma de o !rofessormostrar como são constru(das as !lataformas dos !artidos e com!ará2las.

9e&u8ncias didáticas devem ser reservadas !ara tratar de conte=doses!ec(ficos, como o conceito de democracia e suas modalidades, sistemas

de overno !arlamentarismo, !residencialismo etc.-, ti!os de !oderaristocracia, ditadura etc.-, classes de estado colQnia, federação etc.-,divisão de !oderes e islativo, Gudiciário e )xecutivo- e de !rocessos

eleição, ol!e, revolução, !lebiscito, referendo, lobb_ etc.-.

Na or ani4ação da eleição ou do debate, é !reciso !rever como uma daseta!as a elaboração de !lataformas !ol(ticas a ser ex!ostas, assim como aconfecção de urnas, cédulas e material de cam!anha.

7 leitura re ular de textos teAricos e do noticiário !ol(tico, 'unto comse&Y8ncias didáticas !ara a!rofundar conceitos como sistemas de overno e

divisão de !oderes, a'uda a turma de ?S e @S anos a entender assuntos

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im!ortantes da disci!lina, num !ro'eto sobre a democracia com duraçãobimestral

Te t >A7a,ia . n. a%ea a

Gul amentos e estimativas são sem!re necessários. Dm sim!les olhar avaliauma va a de estacionamento ou a desele ância de um esto. Dma rá!idao!eração mede a !ressão arterial ou verifica o saldo bancário. 9omente aanálise com!lexa, no entanto, dia nostica um !aciente ou uma randeor ani4ação. 7valiações educacionais, !or sua ve4, verificam habilidades dealunos e o desem!enho de redes escolares. Os ob'etivos, nesse caso, sãotão diferentes &uanto os de exames médicos &ue orientam tratamentos ou

de !rovas !ara certificar !rofissionais e classificar serviços.7s avaliações mais im!ortantes são as &ue orientam o ensino, inte radas ao!rocesso de a!rendi4a em, e não sim!les !rovas !eriAdicas. 7o !ro!or uma

incana em &ue as crianças escrevam bilhetes anQnimos e numerados, cominstruções !ara ações dos cole as, a !rofessora &ue acaba de assumir umaturma desenvolve uma boa sociali4ação en&uanto verifica as com!et8nciasde ler e escrever de cada um. 7tividades desse ti!o, da )ducação Mnfantil ao)nsino édio, revelam mais do &ue !rovas. Porém, o uso delas é tão raro&uanto o de dia nAsticos iniciais. O resultado disso é &ue, Hs ve4es,ex!ectativas de a!rendi4a em e&uivocadas somente são !ercebidas &uando

'á é tarde demais.1uando as turmas são randes, em ve4 de levar !ilhas de trabalhos !aracorri ir e Hs !ressas, !ois a vida é curta-, é melhor o !rofessor instruir osestudantes !ara &ue se auto2avaliem em atividades de classe ou de casa.9abendo contornar !oss(veis limitações, a escola !ode orientar as fam(lias!ara se tornarem !arceiras no !rocesso, mostrando os ob'etivos das eta!asdo ensino e o &ue será verificado em !rovas !arciais. 7s finais anham afunção de confirmar e certificar o trabalho, mas insucessos !õem em&uestão a !rA!ria escola.

7 &ualidade da )ducação deve ser aferida, e as !rovas erais t8m esse!a!el, nem sem!re bem inter!retado. /lassificar escolas lembra [coisa demercado[ e, como !rovocação, eu diria &ue a escola &ue fa4ia o estudantea!render sA !ara tirar boas notas nas !rovas 2 como al uém &ue cuida dasa=de sA !ara !assar no exame médico 2 a ora também ensina !ara elamesma ser a!rovada.

7valiações como a Prova Urasil !ermitem !lane'ar o a!erfeiçoamento deescolas e redes. Gá o )xame Nacional do )nsino édio, o )nem, foiconcebido !ara &ue cada 'ovem, ao fim da )ducação Uásica, !ossa mostraras com!et8ncias ad&uiridas !ara se ex!ressar, com!reender, intervir,

ar umentar e !ro!or, mas também !ode servir !ara a!ontar a uma escolacomo está o desem!enho médio dos estudantes.

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/abe a esses exames orientar, e nunca [carimbar[ uma instituição 2 e ébom evitar com!arações absolutas entre escolas e !rofessores atuando emsituações diversas. 7 sociedade e o )stado !recisam saber &ue &uemtrabalha em condições dif(ceis e com !=blico carente está na trincheira dae&Yidade social e do desenvolvimento, sendo assim a van uarda 2 não a

reta uarda da )ducação.)m s(ntese, em &uais&uer circunstâncias, avaliações são meio ouconfirmação de nosso trabalho, nunca sua ra4ão de ser. 7ssim, devem servistas como recursos !ara a!render e ensinar melhor, nunca temidas comosentenças, nem !elo aluno nem !or nAs.

"ui! Carlos Mene!es # $ísi%o e edu%ador da niversidade de S&o Paulo.

Te t ?

A7a,iar (ara crescer

No ambiente escolar, a avaliação sA fa4 sentido &uando serve !ara auxiliar oestudante a su!erar dificuldades

Notas fechadas, boletins entre ues, diários de classe ar&uivados. issãocum!rida> Não !ara /ristiane Mshihara, !rofessora de atemática das "`sséries no /olé io 7ssunção, em 9ão Paulo. /omo fa4 ao final de cada

bimestre, ela vai !e ar as anotações &ue fe4 em sala, os resultados dosexames e os &uestionários &ue a turma res!onde a!As as !rovas. Budo comum ob'etivo: avaliar o !rA!rio desem!enho. [%ar !rovas, corri i2las eentre á2las não é mais suficiente !ara mim. Preciso saber onde estoufalhando !ara !lane'ar o &ue e como ensinar[, afirma. /ristiane está dandoo !rimeiro e mais im!ortante !asso rumo a um sistema de avaliação escolar

'usto e motivador. /ul!ar a criança !elas notas baixas, o desinteresse ou aindisci!lina nem !assa !ela cabeça dela. [Uasta &ue al uns tenham ido malnas !rovas !ara eu saber &ue !reciso mudar de didática ou reforçarconte=dos[.

7o rever seu trabalho, /ristiane mostrou &ue está mesmo no caminho certo.[Não interessa o instrumento utili4ado. Pode ser !rova, chamada oral,trabalho em ru!o ou relatArio. O im!ortante é ter vontade de mudar e usaros resultados !ara refletir sobre a !rática[, ex!lica o consultor e educador/elso Jasconcelos. Para ele, de nada adianta selecionar novos conte=dos oumétodos diferentes de medir o a!rendi4ado se não houver intencionalidade2 !alavra &ue ele define, em tom de brincadeira, como [a intenção &ue virarealidade[. [)n&uanto as crianças se !er untam o &ue fa4er !ara recu!erara nota, os !rofessores devem se &uestionar como recu!erar aa!rendi4a em[, aconselha.

as !or &ue mudar se tudo está correndo bem> O !rofessor ensina, acriança !resta atenção e fa4 a !rova. 9e foi bem, a!rendeu. 9e foi mal, a4ar2 é !reciso se uir com o curr(culo. )sse sistema, cristali4ado há séculos,

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de!osita nos conte=dos uma im!ortância maior do &ue eles realmente t8m.7té os anos <+, ?+^ do &ue se ensinava eram fatos e conceitos. 7 !rovatradicional avaliava bem o n(vel de memori4ação das crianças. o'e, essacota caiu !ara *+^. 7lém de fatos e conceitos, os estudantes devemconhecer !rocedimentos, desenvolver com!et8ncias. ) a mesma !rova

escrita continua a ser a!licada...9e a missão da escola ao raiar do século XXM é desenvolver as!otencialidades das crianças e transformá2las em cidadãos, a finalidade daavaliação tem de ser ada!tada, certo> [Na minha o!inião, seu !rinci!al!a!el deve ser a'udar a criança a su!erar suas necessidades a !artir demudanças efetivas nas atividades de ensino[, define Jasconcelos. [O ideal é&ue ela contribua !ara &ue todo estudante assuma !oder sobre si mesmo,tenha consci8ncia do &ue 'á é ca!a4 e em &ue deve melhorar[, di4 /harles

ad'i, !rofessor e diretor do %e!artamento de /i8ncias da )ducação daDniversidade de Krenoble, na 9u(ça leia entrevista na se unda !á ina-.

C consenso entre os educadores &ue o a!rendi4ado, na sala, não se dá deforma uniforme. /ada um de nAs tem seu ritmo, suas facilidades edificuldades. 7final, somos !essoas distintas. O &ue com!lica bastante avida do !rofessor, &ue !assa a ter de avaliar cada criança de um 'eito. [9im,todos merecem ser 'ul ados em relação a si mesmos, não na com!araçãocom os cole as[, afirma o es!anhol 7ntoni abala, es!ecialista em Iilosofiae Psicolo ia da )ducação e !rofessor da Dniversidade de Uarcelona. [Não dá!ara fu ir[, continua ele. [C essencial atender H diversidade dosestudantes.[

)le dá um exem!lo. [1ue altura deve !ular um 'ovem de 00 anos>[ 7res!osta é: [%e!ende...[ %e!ende de sua !ot8ncia motora, de suasca!acidades f(sicas e emocionais, das ex!eri8ncias anteriores e dotreinamento, do interesse !ela atividade e muito mais.

Por isso, al uns saltam ?+ cent(metros. Outros, 0 metro. Poucos, 0,6+metro. [9e estabelecemos uma altura fixa, exclu(mos os &ue nãoconse uirem che ar lá no dia em &ue a habilidade for medida[. %a mesmaforma, [&uanto[ deve saber uma criança> 7 res!osta também é de!ende.%e sua histAria, dos conhecimentos !révios, da relação com o saber e deincontáveis outros fatores. ) não existe nin uém mais ca!acitado do &ue o

!rofessor !ara saber [&uanto[ essa criança domina ou tem a obri ação dedominar- em termos de conte=dos, conceitos e com!et8ncias.

O !a!el do dese'o

1uando a escola não leva isso em conta, o estra o é inevitável. )studosreali4ados !ela !es&uisadora átia 9mole sobre o im!acto da avaliação naauto2estima da criança mostram &ue os boletins baseados no desem!enhoem !rovas t8m a!enas uma função: classificar a arotada em [bons[ ou[maus[, o &ue tem cada ve4 menos utilidade. [O !ressu!osto de &ue existeuma inteli 8ncia !adrão está ultra!assado[, avalia. 9e undo ela, o &ue

acaba ocorrendo são desvios no ob'etivo maior da escola, &ue é ensinar. 7osentenciar &ue uns são mais e outros, menos, o saber fica em se undo

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!lano. [O 'ovem valori4a a nota, não o a!rendi4ado[, exem!lifica. [)m ve4de se relacionar com o mundo, ele sA vai &uerer a!render em troca de!r8mio a nota- e, nesse ambiente, sA sobrevive &uem se ada!ta ao tomalá, dá cá.[

as existe uma conse&Y8ncia mais nefasta: tirar da criança a vontade dea!render. 7final, sA existe motivação &uando há dese'o. 7 criança &ue nãovalori4a o saber não tem motivos !ara cobiçá2lo. [O anti o sistema forma!essoas submissas e intolerantes. 1uem não conse ue atender Hex!ectativa do !rofessor e da sociedade acaba mar inali4ado[, analisa

átia.

7ntoni abala a!resenta exem!los bem !ráticos 2 e recheados decom!arações com fatos do dia2a2dia 2 !ara a'udar a desatar esse randenA. [O !rofessor deve ser um misto de nutricionista e co4inheiro[, di4 ele.[O !rimeiro !reocu!a2se em elaborar refeições saudáveis e o outro &uer

!ratos a!etitosos. No !lane'amento da atividade, devemos a ir comonutricionistas, !ensando nas com!et8ncias &ue a criança deve desenvolver.Na classe, !recisamos atuar como co4inheiros, !ro!ondo atividadesinteressantes e &ue !ossam ser executadas com !ra4er.[

Na sua o!inião, a avaliação com!leta envolve &uatro eta!as, tantas &uantasuma dona2de2casa executa ao fa4er com!ras. [)la v8 o &ue tem nades!ensa, lista o &ue falta, estabelece ob'etivos Z como !re!arar refeiçõesbalanceadas 2 e vai ao mercado[, descreve. [ á, ela começa uma série deobservações, &ue !odem mudar os rumos da tarefa ori inal. 9e um !rodutoestiver muito caro, a sa(da será buscar outro !onto de venda. 9e estiver

estra ado, terá de ser substitu(do !or outro de semelhante valor nutritivo.[Bradu4indo !ara a sala, o !rofessor !recisa de ob'etivos claros, saber o &ueas crianças 'á conhecem e !re!arar o &ue eles devem a!render 2 tudo emfunção de suas necessidades avaliação inicial-. O se undo !asso éselecionar conte=dos e atividades ade&uadas H&uela turma avaliaçãore uladora-. Periodicamente, ele deve !arar e analisar o &ue 'á foi feito,!ara medir o desem!enho dos estudantes avaliação final-. 7o final, todo o!rocesso tem de ser re!ensado, de forma a mudar os !ontos deficientes ea!erfeiçoar o ensino e a a!rendi4a em avaliação inte radora-. /li&ue a&ui!ara conhecer um exem!lo muito ob'etivo de como fa4er isso, com

estraté ias es!ec(ficas !ara vários conte=dos, tendo como !onto de !artidao estudo da Uacia 7ma4Qnica.

7 !rimeira !er unta &ue !rofessores, coordenadores e diretores devemfa4er é: /om &ue ob'etivo vamos avaliar> Para formar !essoas ou futurosuniversitários> Para classificar e excluir crianças ou !ara a'udá2las aa!render> Para humilhá2las com suas dificuldades ou incentivá2las com suascon&uistas> C im!ortante frisar &ue não existe res!osta certa ou errada. )laestá no !ro'eto !eda A ico de cada escola. 9e a o!ção é selecionar osmelhores e excluir os outros, então a melhor sa(da é a boa e velha !rova./aso o com!romisso se'a no sentido de incentivar a criança a enfrentar

desafios, então a conversa muda de rumo.

7/21/2019 Apostila de Formação de Professores

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Mnfeli4mente, não existe uma fArmula má ica. 7o contrário. [7 escola ideal,&ue atenda H formação de cada um individualmente, não existirá nunca.

as estabelecer &ue esse é o hori4onte aumenta as chances de acertar ocaminho[, acredita abala. /elso Jasconcelos também entende &ue osistema tradicional não atende aos ob'etivos da escola do terceiro mil8nio,

mas acha &ue é !oss(vel democrati4á2lo. [9e a nota for dinâmica e servircomo indicadora da situação da criança na&uele momento, ela !ode a!ontarrumos a se uir[.

[%ar !rovas, corri i2las e entre á2las não é mais suficiente !ara mim.Preciso saber onde estou falhando !ara !lane'ar o &ue e como ensinar[

Mncentivo ao a!render

C 'ustamente o &ue fa4 /ristiane Mshihara. )la criou um 'eito !rA!rio demelhor a!roveitar o exame. %ias de!ois de a!licá2lo, ela o distribui

novamente, em branco, e !ede &ue cada criança res!onda, !ara cada!roblema !ro!osto, se:

• fe4 e está se uro de &ue a!rendeu5

• fe4, mas não está se uro de &ue tenha a!rendido5

• fe4, mas tem certe4a de &ue errou !or ter2se confundido naresolução5

• fe4, mas tem certe4a de &ue errou !or&ue não a!rendeu5

• se não fe4, &ual o motivo.

[)ssa foi a maneira &ue encontrei de colocar a !rova a serviço dosestudantes[, ex!lica. %e!ois de tabular as res!ostas, ela detecta asdificuldades erais da turma e as es!ec(ficas de um determinado ru!o,além do n(vel de se urança de cada um em relação aos conte=dos. 9e amaioria a!resentou defici8ncia, /ristiane ensina tudo de outra maneira. 9eal uns não a!renderam, ela !re!ara exerc(cios !ara ser trabalhados emcasa ou na sala.

%e mestre a !arceiro

)sse método é elo iado !or es!ecialistas. [7 dificuldade da criança devemesmo ser encarada como um desafio !elo !rofessor[, endossa ui4 /arlosde ene4es, f(sico, educador e um dos autores da matri4 de com!et8nciasdo )xame Nacional do )nsino édio )nem-. [O im!ortante é &ue aavaliação este'a fundamentada, ex!licando claramente a&ueles tA!icos em&ue o estudante avançou e &uais ele ainda !recisa trabalhar.[ 9emes&uecer, é claro, de mostrar como isso !ode ser feito.

%essa maneira, o educador se torna um !arceiro, &ue &uer e vai a'udar: [C!reciso rom!er definitivamente o estereAti!o do mestre com a fita métricana mão, !ronto !ara medir, 'ul ar e rotular cada um de seus estudantes.[

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7ssim como abala e Jasconcelos, ene4es encara a !rova com muitasrestrições, !ois ela eralmente é centrada na memori4ação e no uso deal oritmos e foca conte=dos cient(ficos com dia e hora marcada !araacontecer.

C !or isso &ue muitos a!ontam o !rofessor de )ducação Mnfantil como ummodelo a ser se uido. Bodos os dias, ele oferece atividades diferentes ecriativas !ara reter a atenção das crianças, orienta todo o trabalho, &ue

eralmente é feito em ru!o, e observa. Observa muito, e a( está ose redo. 7 cada dois ou tr8s meses elabora um relatArio !ara os !ais,enumerando os !ontos em &ue a criança avançou e os &ue !recisam sertrabalhados, tanto no &ue di4 res!eito a conhecimentos como a atitudes

conheça ex!eri8ncia do /olé io Pueri %omus-.

as como olhar atentamente e conhecer bem cada estudante, se as classest8m *+ ou + deles e o !rofessor tem duas ou tr8s atividades !or semana

com diversas turmas, &ue mudam todos os anos> Gá ima inou !ro!oratividades diferentes de acordo com o n(vel de a!rendi4ado e, ainda !orcima, fa4er um relatArio !ersonali4ado no final de cada bimestre>

9im, é !oss(vel fa4er isso. 7 sa(da mais eficiente, di4em os es!ecialistas, é!ro!or trabalhos em ru!o, &ue !ermitem observar melhor as atitudesindividuais e coletivas. ene4es su ere ainda &ue se d8 !rioridade aestudos do meio, com !ro!ostas de atividades variadas, nas &uais todostenham a chance de ex!lorar suas !otencialidades. Dm bom exem!lo dissoé o /olé io ourenço /astanho, &ue or ani4a via ens com finalidadesdidáticas.

Outro consenso é a im!ortância da auto2avaliação. )la está diretamenteli ada a um dos ob'etivos fundamentais da educação: a!render a a!render.C Abvio &ue a !rA!ria criança tem as melhores condições de di4er o &uesabe e o &ue não sabe, se um determinado método de ensino foi ou nãoefica4 no seu a!rendi4ado e de &ue maneira ele acredita &ue !odecom!reender determinados conte=dos com mais facilidade. Para isso, bastaconversar com a turma, de forma sincera e direta, ou fa4er &uestionáriosonde todos !ossam ex!or livremente suas cr(ticas e su estões. 1uanto maisfre&Yentes forem essas conversas mais ra!idamente a!arecerão os!roblemas e, o &ue realmente im!orta, as res!ectivas soluções. Para

caminhar nessa direção, as escolas da rede munici!al de Goão onlevade,em inas Kerais, estão se reinventando.

[%isci!linas, es!aço e tem!o devem ser instrumentos da educação, nãoseus carrascos[, resume abala. ) voc8> Kostou do &ue leu nessare!orta em e &uer transformar sua escola> Ouça o conselho de abala. [9evoc8 &uer mudar as formas de avaliar, !arabéns. O !asso mais im!ortante!ara a mudança acaba de ser dado.[