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1 Comunicação Empresarial Profa. Sany Rios 1º Semestre Ciências Contábeis

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Apostila Comunicação Empresarial Contábeis2016.1

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Comunicação Empresarial

Profa. Sany Rios

1º Semestre

Ciências Contábeis

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COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL – Sany Araújo

Leia o texto com atenção.

A HIPOCRISIA NA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL BRASILEIRA

Quem se dispõe a analisar os discursos e as falas emitidos por importantes executivos de Comunicação Empresarial no Brasil, ou mesmo acompanhar as peças, campanhas ou “releases” das nossas principais organizações, conclui, com facilidade e estupefação, que “as coisas parecem não andar bem por esses lados”. Isso porque há uma completa ruptura entre a teoria e prática.

Organizações que primam pelas hierarquias rígidas, pelo abuso de autoridade de seus chefes e “líderes”, pelo desestímulo à participação interna, pela falta de ética nos negócios e pela tentativa recorrente de manipular a opinião pública ou de desrespeitar os direitos dos cidadãos proclamam, sem qualquer escrúpulo, a sua responsabilidade social.

Um olhar mais atento sobre os “house-organs” escancara o controle interno da informação, o filtro existente nas organizações para privilegiar a “fala do dono”, o estrangulamento do debate e a ausência de pluralidade. Um discurso monocórdico, cansativo, repetitivo e que afronta o jornalismo e a prática da democracia.

As salas de imprensa, com raras exceções, não funcionam, não atendem às expectativas dos jornalistas e se resumem a depósito de “releases” e a apelos publicitários de gosto discutível, como aquele que preconiza “o marketing verde” e o compromisso com a comunidade.

Há uma hipocrisia imensa na Comunicação Empresarial brasileira, mas agências e assessorias, preocupadas em aquinhoar clientes, submetem-se a estas estratégias, buscando manter as suas contas, ainda que estas lhes custem a identidade. Profissionais se curvam a chefes autoritários e a propostas indecorosas para garantirem os seus empregos e repetem discursos vazios (nos quais eles mesmos não acreditam) como porta-vozes sem brilho de uma realidade falsa.

A Comunicação Empresarial brasileira confunde Relações Públicas com o desenvolvimento de estratégias para fazer com que funcionários (hipocritamente tratados como “colaboradores”) “vistam a camisa” ou para “limpar a imagem” das organizações.

A Comunicação Empresarial brasileira apóia-se, prioritariamente, em campanhas publicitárias que não se coadunam com a cultura e a gestão das organizações, buscando mostrar uma face distinta daquela que as empresas efetivamente têm.

A Comunicação Empresarial brasileira pratica o equívoco de analisar a eficácia da comunicação interna (cada vez menos democrática apesar dos discursos em prol da gestão do conhecimento e do capital intelectual) a partir da voz dos gestores da comunicação (os chefes), ao invés de ouvir exatamente os funcionários, que é quem, nesse caso, têm algo concreto para dizer.

A Comunicação Empresarial brasileira é, em geral, asséptica, amorfa e pouco crítica. Está longe de ser integrada ou estratégica (na verdade, a maioria dos executivos nem sabe mesmo o que significam esses termos).

As escolas de Comunicação, a chamada Academia, têm, provavelmente, parcela importante de culpa por esta situação porque respondem, hoje, pela formação do grande contingente de profissionais que atuam nas organizações. Elas reproduzem os equívocos do mercado, porque muitos professores, também pouco críticos, costumam orientar TCCs (trabalhos de conclusão de curso) exaltando os mesmos cases “premiados” e despolitizam o debate sobre Comunicação Empresarial, vista como uma zona neutra, onde o conflito capital x trabalho e os grandes interesses parecem estar ausentes.

Evidentemente, há exceções neste cenário sombrio. Pouco a pouco, profissionais vão descobrindo que existe um descompasso entre a teoria e a prática. Tomam consciência de que os conceitos básicos (comunicação integrada, comunicação estratégica, transparência e ética, responsabilidade social) são muito fluidos e se aplicam a qualquer coisa. Descobrem que muitas entidades se transformaram em redutos de pequenos grupos e de empresas grandes (basta analisar a composição e o tempo que alguns diretores permanecem nos cargos) e que as premiações, apesar dos júris sérios, se endereçam sempre para os mesmos profissionais e organizações (por coincidência, em sua maior parte, dos próprios diretores). Percebem que a estrutura de comunicação continua, com poucas exceções, não tendo poder de decisão nem mesmo em aspectos relativos à comunicação nas organizações e que a censura, a auto-censura e o controle estão presentes para constranger-lhes a liberdade e o exercício profissional.

Algumas organizações (bem poucas, é verdade) já descobriram que a comunicação truncada, controlada, não se afina com os desafios dos novos tempos e que a sociedade (ou pelos menos alguns grupos nela organizados) tenderá a repudiar esta hipocrisia.

A Comunicação Empresarial brasileira reclama um Fórum Social próprio, com pessoas com coragem para denunciar os abusos, as mistificações e a afronta repetida à liberdade de expressão e à cidadania.

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Quando os profissionais, os professores, os pesquisadores e, sobretudo os estudantes, efetivamente se derem conta de que não vale a pena apostar neste modelo de Comunicação Empresarial, estaremos prontos para esta ruptura. E, desta vez, diferentemente dos tempos da ditadura, as organizações não poderão chamar a polícia, como faziam antes, para dispersar os manifestantes.

Em nome de um piquete intelectual, de uma postura crítica, de uma experiência de vida, temos o compromisso de colocar o dedo na ferida, de não ser complacente com profissionais ou organizações que estão contribuindo para forjar uma Comunicação Empresarial retrógrada, ultrapassada, que não conduz ao desenvolvimento pessoal e profissional. Neste fórum ampliado, precisamos incluir os funcionários, os sindicatos e a sociedade para que exista efetivamente um diálogo.

O monólogo “peleguista” de entidades e organizações está criando uma Comunicação Empresarial sem sabor, autoritária, viciada, doente. Devemos reagir a isso enquanto é tempo. Este é o momento de ruptura. A Comunicação Empresarial brasileira precisa de oxigênio, idéias e profissionais descomprometidos com os velhos paradigmas e interesses. Chega de hipocrisia.

*Wilson da Costa Bueno - Professor da UMESP e da ECA/USP, editor do Portal da Comunicação Empresarial on line e da revista digital Comunicação & Estratégia. Diretor da Comtexto Comunicação e Pesquisa. Livros recentes publicados: Comunicação Empresarial: teoria e pesquisa

(2003) e Comunicação Empresarial no Brasil: uma leitura crítica (2005).

QUESTÕES

1°) Qual sua opinião sobre o tema discutido no texto? Explique. 2°) Qual das ideias discutidas é mais coerente, em sua opinião? Justifique. 3°) Como você avalia seu desempenho no uso da língua portuguesa? Por quê? 4°) Qual a importância de uma disciplina de Comunicação Empresarial num curso de ciências contábeis ? Justifique. 5°) Quais são suas expectativas em relação a essa disciplina?

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COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL - 1º SEMESTRE – NOITE Profa. Sany Araújo

Obs.: Nota de Aula baseada no capítulo 1 do livro: BUENO, Wilson da Costa. Comunicação empresarial: teoria e pesquisa. São Paulo: Manole, 2003.

A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL NO BRASIL

A comunicação empresarial brasileira, enquanto conceito abrangente, tem aproximadamente 25 anos. Antes de 1970 a expressão: “comunicação empresarial” era desconhecida. Nesse período as atividades de comunicação eram percebidas e desenvolvidas isoladamente: a edição de publicações empresariais, a assessoria de imprensa, a organização de eventos, a publicidade e o marketing eram assumidos, em geral, por departamentos e profissionais sem qualquer vinculação administrativa, o que resultava numa “comunicação” difusa e contraditória. Exemplo: uma comunicação interna, marcada pelo autoritarismo, pelo desestímulo à participação e ao diálogo, convivendo com uma publicidade descontraída, que simulava uma empresa democrática e aberta. Vigorava o lema: “manda quem pode, obedece quem tem juízo.” Felizmente, muita coisa mudou e os ares da democratização oxigenaram a Comunicação Empresarial brasileira. Mas essa mudança (evolutiva) tem acontecido de forma gradativa, processual. Em 08 de outubro de 1967 era fundada a ABERJE (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), a mais importante entidade na área em nosso país, com sede e foro na cidade de São Paulo, na Avenida Angélica, 1757, 12º andar, é uma sociedade civil, sem fins lucrativos que tem por objetivo discutir e promover numa perspectiva local e global, a Comunicação Empresarial e Organizacional como função administrativa, política, cultural e simbólica de gestão estratégica das organizações e de fortalecimento da cidadania. Inicialmente, era denominada Associação Brasileira de Editores de Revistas e Jornais de Empresas, mas mudou sua nomenclatura devido à própria evolução de conceito de Comunicação Empresarial.

As ações dessa entidade estão centradas na Informação, Comunicação e Relacionamento: Fomentar a aproximação e o relacionamento de empresas, instituições, gestores e pesquisadores que exerçam atividades relativas à Comunicação Empresarial; instituir e manter veículos que divulguem a atuação e conhecimentos da Associação, disponibilizando espaço permanente para participação dos associados. Aproximar as empresas, instituições, gestores e pesquisadores envolvidos com a Comunicação Empresarial; desenvolver e estreitar as relações da entidade com associações de outros países. Promover encontros dos associados entre si, com especialistas de áreas específicas do mercado e com a comunidade em geral, difundindo o conhecimento da Comunicação Empresarial e compartilhando experiências profissionais.

Contudo, quando foi fundada não apresentava tais objetivos, baseava-se na produção e distribuição de jornais e revistas empresariais. A evolução do conceito de comunicação empresarial no Brasil caminhou próximo ao crescimento de desempenho da ABERJE. Observando a seguinte premissa: a comunicação é o espelho da cultura empresarial e reflete, necessariamente, os valores das organizações.

A EVOLUÇÃO DO CONCEITO A década de 1970 sinalizava para algumas mudanças importantes quanto à implantação de uma cultura de comunicação nas empresas, nos quais se destaca de novo o papel da ABERJE. No final de década de 1970, a semente para implantação desta área no Brasil estava prestes a germinar. Os anos de 1980 deram o impulso que faltava à comunicação empresarial. Talvez seja arriscado dizer que o conceito da comunicação empresarial, como se entende hoje, já tenha sido assumido, neste momento na íntegra, mesmo porque o número de empresas que já planejavam, de modo integrado, suas atitudes de comunicação era bastante reduzido. Os profissionais da área já haviam percebido que o campo era maior do que a simples edição de house-organs, a organização de eventos e a realização de algumas campanhas internas. A própria ABERJE alterou a sua designação, passando a se chamar Associação Brasileira Comunicação Empresarial, embora mantivesse a sigla, que estava identificada com a edição de veículos empresariais. Acompanhando a própria evolução do conceito da Comunicação Empresarial. Na segunda metade da década de 1980, uma experiência marcou profundamente a Comunicação Empresarial brasileira: a “abertura das portas” da Rhodia, com a elaboração da sua Política de Comunicação Social. Tratava-se de iniciativa pioneira do mercado, porque, antes dela, nenhuma outra empresa ou entidade havia sistematizado e tornado público o seu projeto de comunicação. A Política de Comunicação Social (PSC) da Rhodia foi o primeiro best-seller da área, explicitamente, posicionou a Comunicação Empresarial como fundamental no processo de tomada de decisões, situação que iria se consolidar na década seguinte.

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Nos anos de 1990, o conceito da Comunicação Empresarial se refinou: ela passou a ser estratégica para as organizações, o que significa que se vinculava estritamente ao negócio. Deixou de ser um mero conjunto de atividades, desenvolvidas de maneira fragmentada, para constituir-se em um processo integrado que orienta o relacionamento da empresa ou entidade com todos os seus públicos de interesse. Nos dias atuais, a Comunicação Empresarial se prepara para ascender a um novo patamar, tornando-se um elemento importante do processo de inteligência empresarial. Esse novo cenário passa a integrar o moderno processo de gestão e partilhar do conhecimento incorporando sua prática e sua filosofia ao chamado “capital intelectual” das organizações. A Comunicação Empresarial rompe as fronteiras tradicionais que identificavam nas décadas anteriores, deixando de ser um mero apêndice do processo de gestão, algo que se destacava ao despontar da primeira crise. Hoje, encontra-se na linha de frente, situada em posição de destaque no organograma, provendo conhecimentos e estratégias para que as empresas e entidades não apenas superem os conflitos existentes, mas possuam atuar, preventivamente, impedindo que eles se manifestem. OS NOVOS ATRIBUTOS

A Comunicação Empresarial encerra, agora, um conjunto de novos atributos que a tipificam como insumo estratégico, objetivando assumir a comunicação integrada, como uma articulação estreita entre os vários departamentos, áreas e profissionais que exercem atividades de comunicação nas empresas ou entidades. Com isso, as vertentes institucionais e mercadológicas deixam de ser percebidas como distintas porque estão umbilicalmente associadas ao negócio, à visão e à missão da organização. É necessário que o mix global de comunicação em uma empresa ou entidade seja definido com base em uma política comum, com valores, princípios e diretrizes que se mantenham íntegros e consensuais para diversas formas de relacionamento com seus públicos de interesse. É bem verdade que a comunicação integrada, ainda hoje, se constitui em mais um discurso, apropriado pelos especialistas gestores da comunicação, do que em uma prática efetiva no cotidiano das organizações. Tem sido difícil fazer com que os profissionais da área, distribuídos em várias especialidades, com culturas e conhecimentos distintos, abram mão de suas convicções e, sobretudo, que se disponham a trabalhar integradamente em equipe – ou em um time, para usar um termo muito em voga no vocabulário contemporâneo. A Comunicação Empresarial Moderna tem o seu Foco no Negócio.

A ideia equivocada de se distinguir o esforço de formação de imagem daquele que se associa à venda de produtos e serviços não tem mais sentido, se é que efetivamente o teve em algum tempo, pois marca, produto e imagem de uma empresa, como se sabe, compartilham o mesmo “DNA empresarial”. Logo, não se justifica pensar, para uma empresa ou entidade, em implantação ou manutenção de estruturas e/ou filosofias distintas para dar conta dessas vertentes. Fazer isso seria afrontar o conceito de comunicação integrada. Não é lícito supor que devam estar em “caixinhas” (ou feudos?) distintas de uma organização. A comunicação de uma empresa ou entidade se distribui por várias ações ou estratégias, com base em um número – que pode ser grande – de veículos ou canais, reportando-se a um conjunto diversificado de públicos internos e externos, com discursos – e jargões – também variados, mas é, ou deveria ser, uma só. A imagem de uma organização é o amálgama de um grupo diversificado de elementos. Mesmo que alguns comunicadores empresariais resistam em aceitar esta ideia, a imagem de uma empresa ou entidade também é dependente da qualidade dos produtos e dos serviços, bem como da excelência do entendimento que, tradicionalmente são assumidas pelo marketing. Historicamente, a Comunicação Empresarial, pelo menos no Brasil, nasceu como um campo de trabalho à margem de propaganda/marketing e, no início, buscou legitimação na edição dos veículos empresariais, na comunicação interna e na assessória de imprensa, ou seja, em atividades que, pelo menos, diretamente, não estavam focadas na comercialização de produtos e serviços. Os comunicadores – já têm consciência de que a comunicação institucional e a comunicação mercadológica estão organicamente ligadas “como irmãs siamesas”. A comunicação empresarial moderna não pode prescindir do profissionalismo, da ética e da transparência, valores constitutivos de seu novo perfil. A importância do processo de comunicação nas empresas ou entidades está, indissoluvelmente, ligada à capacidade dos profissionais e isto tem a ver com uma formação sólida, que extrapola o aspecto meramente técnico. Ao comunicador empresarial, exige-se o conhecimento do mercado em que a organização atua, o perfil dos públicos com que ela se relaciona e os canais utilizados para promover este relacionamento. Mais ainda: o comunicador empresarial não pode se reduzir a um mero executor de tarefas – redator de releases ou de house-organs, organizador de eventos, criador de banners -, mas tem que estar em sintonia com os novos processos de gestão, com as novas

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tecnologias, sendo capaz de mobilizar pessoas e se integrar a equipes para a remuneração adequada – que o comunicador empresarial seja efetivamente um gestor, capaz de traçar estratégias, fazer leituras dos ambientes internos e externos e agir, de modo proativo, criando espaços e canais para um relacionamento sadio com os públicos de interesse da organização. Nesse contexto, não há lugar para comportamentos que se desviem da ética e que afrontem os interesses dos públicos, em particular, e da sociedade, de maneira geral. A empresa ou entidade deve se pautar por uma comunicação verdadeira, não sendo toleradas manipulações, meias- verdades e vantagens obtidas por meios ilegítimos, como suborno, tráficos de influência, formação de cartéis etc. A empresa ou entidade deve refletir, em sua comunicação, aquilo que ela realmente é, fugindo da tentação equivocada de se posicionar como aquilo que gostaria de ser. Simular, por exemplo, ser protetora do meio ambiente, quando o agride sem dó; alardear sua função social, quando, na prática remunera mal os seus funcionários, atende, precariamente, os seus clientes e discrimina as minorias no momento de recrutar novos colaboradores. A transparência é a arma das organizações modernas, pois estabelece uma relação de confiança com os seus públicos; deve, portanto; ser a tônica de seu esforço de comunicação. Não praticá-la significa desrespeitar os públicos com quem se relaciona, o que leva, mesmo em curto prazo, a abalos, que podem ser fatais, em sua reputação. Na sociedade da informação, não se pode escamotear a verdade, sob pena de comprometer, definitivamente, a imagem. COMUNICAÇÃO COMO INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL A próxima etapa a ser vencida pela Comunicação Empresarial é a de sua consolidação como instrumento de inteligência empresarial. Apesar da crescente profissionalização da área, o empirismo ainda governa pelas empresas ou entidades. A Comunicação Empresarial deve respaldar-se em bancos de dados inteligentes, em um conhecimento mais profundo dos seus públicos de interesses, dos canais de comunicação e da própria mídia, superando o planejamento e o processo de tomada de decisões que se balizam unicamente pela visão impressionista de seus profissionais, por melhores que eles sejam, quase sempre carregada de vieses e preconceitos. Quase sempre será possível redimensionar os conteúdos e desenvolver linguagens apropriadas para que a comunicação se torne efetiva. Para isso é fundamental pesquisar os hábitos de leitura, a demanda de informações e o perfil econômico e sociocultural dos públicos, o que, aliás, as empresas e as agencias de propagandas já fazem, com frequência, quando o foco são seus consumidores. No relacionamento com a mídia, a mudança deverá ser ainda mais drástica. A maioria das empresas ainda se vale de listagens padronizadas de veículos e jornalistas para estabelecer o contato com os profissionais de imprensa. Grande parte das empresas não dispõe de metodologia para avaliar a sua presença – e a dos seus concorrentes – na mídia. Enfim, pregam a comunicação estratégica e “atiram no escuro”. A Comunicação como inteligência empresarial não pode fazer concessão ao improviso. Apoia-se, em metodologias, em pesquisas, em desenvolvimento de teorias e conceitos a serem aplicados a novas situações; apoia-se, sobretudo, na passagem real do tático para o estratégico.

QUESTIONÁRIO

1) Leia o texto individualmente e em seguida (individualmente ou em dupla) responda: a) A partir das informações do texto, o que você entendeu por Comunicação Empresarial? Explique. b) A mudança de nomenclatura da sigla ABERJE tem a ver com a evolução do conceito de Comunicação Empresarial? Justifique. c) Apesar do conceito de Comunicação Empresarial, no Brasil, já ter evoluído significativamente, você considera que já estamos vivendo numa época em que as empresas brasileiras se comunicam eficazmente? Por quê? d) De acordo com o texto, o que você entendeu por Comunicação Integrada? Explique. e) Qual o significado da expressão “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, de acordo com texto? Explique. f) Há algum tipo de ironia na utilização da palavra “feudos”? Qual o seu significado, de acordo com o texto? Argumente. g) Liste todas as suas dúvidas sobre o texto. h) Elabore 03 perguntas que considera importantes em relação ao tema Comunicação Empresarial.

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COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL – Profa. Sany Araújo

NOTA DE AULA - O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

Capítulo 1 do Livro: Comunicação empresarial sem complicação. Autor: Gustavo Gomes de Matos. Ed. Manole.

Comunicação é vida, é emoção, é sentimento, é plenitude humana. Não perca a oportunidade de ouvir e falar com todo

o seu ser: ouvidos, boca, consciência, coração, corpo e espírito. • Comunicação x Informação

• Comunicar bem NÃO é só transmitir ou só receber bem uma informação.

Comunicação é troca de entendimento e sentimento e ninguém entende outra pessoa sem considerar, além de palavras, as emoções e a situação em que fazemos a tentativa de tornar comuns conhecimentos, ideias, instruções ou qualquer outra mensagem.

• A informação acontece quando um emissor passa a um receptor um conjunto de dados codificados. Ou seja, a

informação pressupõe um emissor, uma mensagem e um receptor.

Assim, o dado foi emitido, mas não há nenhum indício de que foi plenamente compreendido. Não há retorno. • Já a comunicação acontece somente quando a informação recebida pelo receptor é compreendida,

interpretada e encaminhada de volta ao emissor.

Esse retorno da informação recebida – conhecido como feedback – é o principal elemento que caracteriza e dinamiza o processo da comunicação.

• Muitos conflitos e desentendimentos humanos, problemas de gestão, erros e acidentes nas empresas são

ocasionados pela deficiência ou simplesmente pela falta de comunicação.

• O processo da comunicação pode ser resumido em: emissor + mensagem + receptor + feedback. – Principais

elementos da comunicação.

• O FEEDBACK é o principal elemento da comunicação, pois garante o retorno.

• Qualquer que seja o meio usado para a comunicação, a primeira questão a ser levada em conta é se o ato da

comunicação está sendo realizado dentro dos limites de percepção do receptor.

• Nenhuma tecnologia, por mais sofisticada que seja, garante a eficiência comunicativa.

• O feedback eficaz é aquele que ajuda pessoas ou grupos a melhorarem seus desempenhos e alcançar suas

metas.

• Perceber é conhecer através dos cinco sentidos.

• Dificuldades ao receber FEEDBACK.

• Dificuldades ao dar FEEDBACK.

• Reações ao FEEDBACK.

• Como receber FEEDBACK.

Essas questões garantem a comunicação, que é o fio condutor de todas as atividades e relacionamentos humanos. Literalmente, nada acontece sem que haja prévia comunicação.

• A comunicação clara resulta num encontro de ideias em vez de apenas uma troca de palavras.

Quantas vezes nos questionamos: “por que não conseguem compreender o que digo?”; “por que fulano complica tudo?”; por que não fizeram como orientei?”; “não tinha entendido dessa forma?”; “será que estamos falando em línguas diferentes?” etc. É preciso considerar que as pessoas percebem e interpretam as coisas e situações conforme sua carga de experiências, conhecimentos, crenças, valores, sentimentos, condicionamentos e vivência pessoal. Dessa forma, saber conviver com as diferenças e adequar o ato comunicativo aos limites de percepção do receptor, são imprescindíveis para uma boa comunicação.

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Segundo o psicólogo americano Jesse Nirenberg, cada linha de comunicação transmite várias mensagens simultaneamente. Uma delas é comunicada pelo sentido das palavras. É a mensagem explícita ou denotativa que tem valor comum aos usuários da língua, pois reflete a compreensão solidificada pelo ambiente cultural e independe de interpretações individuais. Já na mensagem conotativa o sentido das palavras é constituído por elementos subjetivos, variáveis conforme o contexto e capacidade de interpretação do interlocutor. Opondo-se à denotação - significação de base comum aos falantes -, a conotação abrande o conjunto de significações associadas que cada palavra desperta num indivíduo, grupo, classe ou comunidade.

• Em geral, ao tentar comunicar, o emissor espera que o receptor selecione sua mensagem, a compreenda, a

aceite e, finalmente, a aplique.

• Por sua vez, o receptor ao decodificar a mensagem deseja selecionar o que é importante para ele, para assim,

direcionar sua compreensão e avaliação, para depois decidir se aceita, para ainda aplicar o que achar válido.

• As intenções de uma mensagem são as mais variadas: informar, ensinar, divertir, dar ordens, chocar,

amedrontar, preocupar, advertir, mostrar, pedir, relatar, definir, etc.

• A meta é que essas intenções afetem o comportamento do receptor, mas cada pessoa tem um julgamento

peculiar e sua impressão subjetiva sobre situações e interlocutores, assim só o feedback pode averiguar o

nível de compreensão da mensagem.

• Um dos principais empecilhos para a qualidade dos processos de trabalho nas empresas é a falta de feedback,

que garante a realimentação da comunicação e o prosseguimento do fluxo de mensagens.

• Diariamente somos intérpretes de mensagens, se todos compreendêssemos de acordo com objetivo do

emissor, haveria poucos problemas de relacionamento entre pessoas.

• Mas como chegar a esse nível se sequer damos chance ao emissor de saber como, de fato, foi compreendida

a mensagem?

• Se o emissor tem o retorno de que sua mensagem NÃO foi plenamente compreendida (feedback negativo),

tem a chance de refazê-la quantas vezes forem necessárias para haja o pleno entendimento (feedback

positivo).

• Assim, a percepção é o filtro da comunicação – a compreensão mútua só se dá quando somos capazes de

compreender as diferenças.

• Não há percepção sem sensação. Perceber é conhecer através dos sentidos. Toda informação é transmitida e

recebida por meio dos 5 sentidos sensoriais. E como a percepção é filtro, então, primeiramente, é preciso

desenvolver nossa capacidade de percepção sensorial.

• É preciso abrir mão de crenças e valores limitantes e reaprender a ver, a ouvir e a sentir o outro com

profundidade.

• “A verdadeira comunicação é reaprender a se relacionar.”

• Se as diferenças são aceitas e tratadas em aberto, a comunicação flui em dupla direção, as pessoas ouvem as

outras, falam o que pensam e sentem e têm possibilidades de dar e receber feedback.

“O maior problema da comunicação é a ilusão de que ela foi consumada.” George Bernard Shaw

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COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL – Sany Rios

INFORMAÇÕES IMPORTANTES

Em Dupla e Pesquisado / Correção Gramatical e Textual + Legibilidade. Todas as respostas devem estar relacionadas à leitura do texto.

QUESTIONÁRIO 1 - REFLEXIVO SOBRE A LEITURA DO CAPÍTULO 3:

“Comunicação Interna Externa e Interna e Estratégia de Relações Humanas” – Carolina Tomasi e João Bosco Medeiros

1) As definições defendidas por Pimenta e Cahen são divergentes ou complementares? Por quê? (p.55) 2) Com que sentido Cahen utilizou a palavra “sistêmico” em sua definição? Explique. (p.56) 3) Segundo o texto, o poder da propaganda em relação as outras linguagens mudou. A que se deve essa mudança? Esclareça. 4) Explique, com suas palavras, o que entendeu por “frentes de batalha”? 5) De acordo com o texto, qual o significado da palavra “multidisciplinar”? 6) Por que “uma boa comunicação empresarial é condição fundamental para construção de uma imagem institucional consistente”? Explique. 7) Por que as empresas devem evitar frases, como: “a empresa se recusou a falar sobre o assunto.”? 8) Você concorda com a afirmação “A comunicação é o espelho da cultura empresarial e reflete, necessariamente, os valores das organizações.”? Justifique sua resposta com argumentos convincentes.

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QUESTIONÁRIO – 2

RELATIVO AO CAPÍTULO 3 DO LIVRO: TOMASI, Carolina. & MEDEIROS, João Bosco. Comunicação

Empresarial. São Paulo: Atlas, 2007. (pp.60 a 73)

CAPÍTULO 3 – “Comunicação externa e interna e estratégia de relações humanas”

Obs.: As questões a seguir foram elaboradas de modo claro e objetivo, é necessário, pois, que o aluno faça uma análise comparativa entre as questões e o texto, de modo que possa produzir respostas igualmente claras e

objetivas.

1) Por que o trabalhador não pode ser catalogado como público interno? (p.60) 2) Que riscos a empresa corre quando usa suas mídias internas para calar problemas ou varrê-los para debaixo do tapete? (p.60) 3) Qual seria a função do Ombudsman, visto que ele é um representante do consumidor dentro da empresa? (p.61) 4) O que o autor quis dizer com a expressão: “A ouvidoria não pode ser considerada apenas um canal para atendimento do consumidor.” (p.61) Explique. 5) De acordo com a resposta acima, qual seria, então, a diferença entre a ouvidoria e o SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente)? 6) O que você entendeu por “público formador de opinião”? Explique. (p.61) 7) Explique o que é lobby? 8) Como definir um comunicação empresarial “politicamente correta”? (p.62) Explique. 9) Há relação entre o item 2.3. e o conceito de feedback? Explique. (p.63) 10) O item 2.4. se relaciona com a citação de Elizabeth K. Simão? Por quê? (p.64) 11) Segundo o texto, por que o comunicador deve ser visto como um estrategista? Explique. (p.65) 12) Por que a Comunicação Empresarial é vista, também, como Comunicação Social? Explique. (p.66) 13) Segundo o texto, quais são as 04 modalidades que sistematizam a Comunicação Empresarial? Explique cada uma delas. 14) De acordo com o texto, qual o significado da palavra “feudos”? (p.68) 15) Explique, resumidamente, cada um dos problemas das Comunicações Gerenciais. (pp.68 a 73)

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QUESTIONÁRIO 3

acerca das pp. 62 a 74, referentes aos itens 2.2. objetivos da comunicação empresarial a 2.7. comunicação administrativa; do livro TOMASI, Carolina e MEDEIROS, João Bosco. Comunicação empresarial. SP: Atlas, 2007.

1) Dentre os objetivos da comunicação empresarial, estudados do item 2.2., saliente dois que julga ser muito importantes para o desenvolvimento da comunicação empresarial brasileira. Justifique sua resposta. 2) De que maneira os objetivos da comunicação empresarial colaboram para uma comunicação eficaz e eficiente? Explique. 3) Qual o papel da comunicação empresarial na constituição da imagem da empresa? Explique. 4) Qual a diferença entre uma comunicação estratégica e uma não estratégica? Explique. 5) Segundo o texto, “os empresários entendem que a comunicação deve dar lucro, resultados imediatos”; e “raramente têm a percepção de que a comunicação é fator estratégico, de efeitos a longo prazo.” Por que a comun icação estratégica deve ser vista como um processo de longo prazo? 6) O que os autores quiseram dizer com a frase “é preciso mudar o seu jeito de relacionar-se com a sociedade, suas atitudes, seu comportamento.” Explique. 7) Os autores afirmam que há 04 áreas essenciais de atuação: comunicação gerencial, comunicação administrativa, comunicação social e sistemas de informação. Qual a relação delas com a comunicação integrada? 8) Qual a área de atuação específica da comunicação gerencial? Explique detalhadamente. 9) A comunicação gerencial subdivide-se em alguns níveis ligados a análise de problemas comunicacionais: atitude, níveis de comunicação, fluxos, mensagens, canais e receptor. Explique cada um deles. 10) Qual a diferença entre comunicação gerencial e comunicação administrativa?

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QUESTIONÁRIO 4

acerca das pp. 74 a 94, referentes aos itens 2.8. Comunicação social a 2.14. Endomarketing; do livro TOMASI, Carolina e MEDEIROS, João Bosco. Comunicação empresarial. SP: Atlas, 2007.

a) Segundo o texto, “a comunicação social ocupa-se do jornalismo empresarial, assessoria de imprensa, relações públicas, marketing cultural e eventos, publicidade institucional e comercial, identidade visual”. Sem deixar de considerar as comunicações interna e externa. Afinal, quais as especificidades desse tipo de comunicação? b) Vários autores de comunicação defendem a ideia de que “a imagem de uma empresa é o seu maior patrimônio”. Essa ideia de imagem tem o viés interno e externo. Até que ponto o setor de comunicação estratégica tem responsabilidade sobre a construção dessa imagem? c) Com relação ao Planejamento Integrado de Comunicação Empresarial (PICE), quais os pontos que se deve destacar? Por quê? d) Para Blikstein a comunicação escrita depende de três elementos básicos: produzir uma resposta, tornar o pensamento comum aos outros e persuadir. Exemplifique cada um deles a partir de um contexto empresarial. e) O que os autores quiseram dizer com a frase “nunca é demais lembrar que as pessoas tendem a rejeitar mensagens quando estão em desacordo com o comportamento de quem as elabora.” (p.88) f) Quais os principais fatores positivos para uma boa apresentação oral em público? g) O que você entendeu por comunicação não-verbal? Explique com exemplos. h) Segundo o texto, “já no final de 1920 a importância da comunicação interna era vista como essencial à administração”. De acordo com o que estudamos na história da comunicação empresarial brasileira, essa afirmação pode ser aplicada ao Brasil? Por quê? i) É certo afirmar que “a comunicação interna é um processo diretamente relacionado com a cultura da empresa”? Justifique com argumentos convincentes. j) Escolha um dos itens estudados e relacione-o (semelhança, complemento ou divergência) com a frase “Não há nenhum exagero em afirmar que a comunicação é absolutamente indispensável para que uma empresa se reorganize internamente de acordo com as exigências da economia contemporânea.” l) Escolha um dos itens estudados e relacione-o (semelhança, complemento ou divergência) com a frase “a comunicação contribui decisivamente para que uma empresa possa ampliar sua produtividade, reduzir custos e responder em tempo hábil às rápidas transformações de um mercado globalizado, em constante ebulição.”

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AP2

MODERNIZAÇÃO DO TEXTO EMPRESARIAL ATIVIDADE DE PRODUÇÃO E CORREÇÃO TEXTUAL

Vimos, durante as aulas, que Comunicação Escrita das Empresas continua praticamente a mesma de 40, 50 anos atrás, ou seja, antiquada, rebuscada, imprecisa, redundante, longa e cansativa. Como é possível perceber no texto abaixo:

TEXTO ORIGINAL

CARTA DE UM BANCO RURAL A UM AGRICULTOR

Prezado Senhor, Tendo em vista ter chegado ao nosso conhecimento que V.Sa. deixou de cultivar um alqueire da lavoura de trigo financiado pelo empréstimo em tela, vimos por meio desta solicitar que, com a máxima urgência, seja-nos ressarcida a importância correspondente ao não-cumprimento do plano orçado. Alertamo-lo, outrossim, de que irregularidades como a acima descrita poderão prejudicá-lo em futuras operações com esta ou qualquer outra entidade monetária. Sem outro particular, subscrevemo-nos.

Fulano de tal Chefe da carteira de Empréstimos

AGORA LEIA A RESPOSTA DO AGRICULTOR

Caro Chefe, Queria por demais troca umas palavra com o senho mais tenho doença na família e não poço iaí. Num compreendi o aviso de planta trigo em tela. Num comprei tela. Acho que o senho se engano tomém quando disse que o vizinho Osvardo não cumpriu o prano que o senho falo. Ele disse que num tem empréstimo aí e disse que pode até leva pra cadeia, que ele num vai pagá prazo nenhum. Notra semana vo ai.

José Brasil

Como é possível perceber, o Sr. José Brasil, cliente-receptor do Banco Rural, não conseguiu entender a carta que recebeu. Mas, também, isso já era de se esperar, afinal, a carta do Banco foi escrita de uma forma muito prolixa e ultrapassada. 1) Faça uma análise atenta da carta do banco e responda aos itens a seguir: a) Aponte um trecho da carta do Banco Rural em que se possa verificar a presença de verbosidade. b) Transcreva duas palavras ou expressões que possam ser consideradas chavões. c) Há algum trecho ou palavra da carta que indique imprecisão? Qual? Justifique. d) De acordo com o capítulo 3: “trabalhando ideias”, uma das sugestões para escrevermos um bom texto é a fixação do objetivo. Qual seria o principal o objetivo pretendido pelo emissor da carta do banco? Explique. e) Com quais das 6 qualidades, (Cap. 1) para a elaboração do moderno texto empresarial, a terceira técnica (Cap.3): “escolha do vocabulário” tem relação de complemento? 2) Utilizei, também, essa mesma carta em outros cursos e duas propostas de “adequação corretiva” de meus alunos foram colocadas abaixo. Analise as cartas propostas como “correção”, leia-as atentamente procurando compará-las ao conteúdo estudado como proposta de modernização do texto empresarial. Em seguida, proponha um texto mais modernizado.

PROPOSTA 1

Vimos por meio desta, solicitar que nos seja ressarcida a importância correspondente ao empréstimo financiado pelo Banco em tela, tendo em vista que V. Sa. Deixou de cultivar um alqueire da lavoura de trigo, não cumprido pelo plano orçado.

Alertamo-lo de que as irregularidades acima especificadas, poderão prejudicá-lo em futuras operações de outras entidades monetárias. Subscrevemo-nos Fulano de tal

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PROPOSTA 2

Prezado Sr. José Brasil, Verificamos que o senhor fez conosco um financiamento que tinha como garantia o cultivo de um alqueire da

sua lavoura de trigo. Tendo descumprido essa condição, solicitamos seu comparecimento com a máxima urgência nessa agência

bancária para tratarmos de como seu ressarcimento a este Banco pela importância que recebeu. Fulano de Tal Chefe da Carteira de Empréstimos

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REVISÃO - QUESTIONÁRIO SOBRE OS CAPÍTULOS 1, 2 e 3 do livro:

GOLD, Mirian. Redação Empresarial. Pearson, 2010.

1) De acordo com o Cap. 1, por que é necessário modernizar a escrita dos textos empresariais? Explique.

2) Em sua opinião, quais os principais tipos de problemas que um texto mal escrito pode causar no ambiente empresarial? 3) Qual a influência da globalização no processo de modernização da escrita empresarial? Explique. 4) O que você entendeu por eficácia no texto empresarial? Liste as principais qualidades textuais que a favorecem.

5) De maneira geral, que tipo de aspectos negativos os vícios podem causar ao Texto Empresarial? Explique.

6) O que você entendeu por Verbosidade?

7) O que você entendeu por Rebuscamento?

8) O que você entendeu por Chavão? 9) Qual a relação entre os conceitos: chavão e simplicidade? Explique. 10) O que você entendeu por Tautologia? 11) O que você entendeu por Coloquialismo? 12) O que você entendeu por Jargão? 13) Seria correto afirmar que ideias confusas prejudicam ainda mais o texto empresarial do que a presença de coloquialismo e tautologia? Justifique. 14) Por que a fixação do objetivo orienta a redação do texto? Explique. 15) Que benefícios diretos a identificação da ideia-núcleo pode trazer ao texto empresarial? Explique.

ATIVIDADE DE RECONSTRUÇÃO TEXTUAL

Reconstrua o texto de modo a torná-lo adequado aos novos conceitos da Redação Empresarial.

TEXTO INADEQUADO

Em razão do Clube funcionar normalmente aos sábados e domingos, comunicamos a todos os sócios que a partir de 1.6.01 o clube permanecerá fechado às segundas-feiras para manutenção. Outrossim, informamos que todos os serviços inclusive a secretaria não funcionarão nestes dias, com exceção do restaurante. Apreciaríamos muito a compreensão de todos.

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ATIVIDADE DE REVISÃO AP2

1) O texto abaixo deve ser lido com atenção para que se possa responder aos itens que se seguem:

OS DESAFIOS DE SE FAZER ENTENDER

Marcio Gonçalves A cada dia que passa reflito sobre as dificuldades que enfrentamos na comunicação empresarial. E a conclusão que chego não é das mais animadoras. As barreiras e ruídos que impedem os indivíduos de manterem uma comunicação saudável estão sempre presentes. Nas empresas, principalmente, haveria algum antídoto que pudesse eliminar os “vírus” que contaminam as pessoas durante as fases e processos de comunicação? Acredito que é hora de parar de culpar o coitado do receptor e começar a refletir se eu, você, nós (emissores) estamos sabendo nos fazer entender. Percebo que estamos pouco preocupados em ser claros na transmissão da mensagem e muito exigentes em tê-la entendida por quem nos ouve ou lê. A tecnologia está aí e com o passar dos dias tem contribuído para que usemos poucas palavras em nossa comunicação. Não defendo quantidade em detrimento da qualidade, mas, sim, clareza, coesão, coerência e concisão em nossas mensagens. Quem está na ponta do processo de comunicação (o receptor), não tem o dever de saber o que estamos pensando e/ou de conhecer nossas experiências ou compartilhar de nosso conhecimento prévio. Diria, também, que nem mesmo deva adivinhar o que queremos. É importante que, sobretudo nas empresas – local que se exige uma comunicação eficaz devido ao alto grau de responsabilidade embutido nas palavras – o emissor assuma mais responsabilidade na transmissão das mensagens a fim de garantir um total (ou será utopia?) entendimento do que pretende comunicar. Se cada um de nós começar a se preocupar com a qualidade das mensagens que emite, acredito ser o primeiro passo para a criação de um antídoto que inicie a diminuição de constantes “ruídos viróticos” que andam soltos por aí. Devemos deixar de culpar aquele que tem o privilégio de nos ouvir. É hora de não mais deixarmos a culpa sempre para o outro e refletirmos: será que a mensagem foi mal interpretada ou estava mal redigida? Esse posicionamento pode ser o primeiro passo.

Fonte: www.aberje.com.br

a) Transcreva do 1º parágrafo do texto, um trecho que possa ser utilizado para responder a pergunta “por que é necessária a modernização dos textos empresariais brasileiros”?. Justifique sua resposta com argumentos

convincentes. b) Podemos afirmar que os estudos sobre o Cap. 2 “Os principais empecilhos: os vícios” complementam a ideia do autor em relação à frase: “Quem está na ponta do processo de comunicação (o receptor), não tem o dever de saber o que estamos pensando e/ou de conhecer nossas experiências ou compartilhar de nosso conhecimento prévio.” Justifique sua resposta com argumentos convincentes. c) Poderíamos afirmar que a frase: “se cada um de nós começar a se preocupar com a qualidade das mensagens que emite, acredito ser o primeiro passo”, proposta pelo penúltimo parágrafo do texto, seria mais fácil de ser atingida se levássemos em conta as ideias discutidas no Cap. 2 “Os principais empecilhos: os vícios”? Justifique sua resposta com argumentos convincentes.

d) Seria correto afirmar que o antídoto, citado pelo texto no penúltimo parágrafo, pode ser, de certa forma encontrado,

nos capítulos 1 e 3 estudados. Explique.

e) De acordo com os capítulos estudados, que relação podemos estabelecer entre os conceitos: jargão e

rebuscamento? Explique. f) Escolha e identifique um dos parágrafos do texto que tenha relação de semelhança temática com o capítulo 1 “Estilo e linguagem do moderno texto empresarial”. Justifique sua resposta com argumentos convincentes. g) De acordo com os capítulos estudados, que relação podemos estabelecer entre os conceitos: vocabulário sofisticado e clareza? Explique.

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2) Utilizando os conhecimentos discutidos durante as aulas sobre as qualidades do texto administrativo: clareza,

objetividade, concisão, impessoalidade, formato e correção gramatical. Corrija (melhore) o texto abaixo, de maneira a

torná-lo adequado ao Moderno Texto Empresarial.

DICA – Leia o texto quantas vezes forem necessárias, até conseguir entender o objetivo principal pretendido pelo

emissor. Só assim, será possível uma “correção” adequada.

TEXTO INADEQUADO

Caríssimo Diretor Executivo, É com imenso orgulho e satisfação que vimos por meio desta informar que a média de produção para o último ano fiscal é maior do que ano anterior, porque aquele foi o ano em que se instalaram as novas prensas de estamparia, automáticas e hidráulicas, portanto aumentando os números de peças estampadas durante o período, assim como também foi o ano que se introduziram novos métodos de economia de tempo e economia de mão-de-obra, e que também contribuíram para uma média maior de produção. Destarte, reafirmamos nossa posição no mercado como empresa em crescente crescimento. Limitado ao exposto acima,

Fulano de Tal Supervisor de Produção

2.1.) Identifique: 01 chavão –01 verbosidade – 01 tautologia – O objetivo principal do emissor –

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ATIVIDADE DE MODERNIZAÇÃO TEXTUAL

CARTA COMERCIAL 1 – MODELO ULTRAPASSADO

Senhor:

Informamos V. Sa. de que, outrossim anexo a nosso escritório de advocacia, mantemos um Departamento de Cobranças destinado não só à Capital, como também ao Interior e demais Estados do Brasil.

Nossas condições para cobranças amigáveis e especiais são as seguintes:

Para a Capital, 20% do valor da duplicata; Interior e demais Estados do Brasil à base de 35%; todas as despesas correm por nossa conta. Tomamos a liberdade de destacar, em anexo, algumas empresas que poderão atestar a eficiência de nosso escritório. Reafirmando debalde a precípua relação de serviços entre nossas empresas.

Sem outro particular, subscrevemo-nos,

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CARTA COMERCIAL 2 – MODELO ULTRAPASSADO Prezado Sr. José da Silva, Em resposta à sua correspondência, datada de 18 de agosto de 2009, informamos-lhe o que segue. O Acordo operacionalizado em 2003, o qual o senhor e a maioria dos Participantes aderiram por decisão pessoal, foi elaborado em conjunto com um grupo de negociação que estudou várias possibilidades de viabilizar sua continuidade em nossa Operadora de Saúde, bem como garantir os benefícios de seu Plano. Embora sensibilizados com o seu caso, lamentamos profundamente a impossibilidade de atendimento do seu pleito, para ampliação de benefícios, pelos motivos apresentados. Limitados ao exposto, permanecemos sempre ao seu dispor para quaisquer outros esclarecimentos. Sem mais para o momento, subscrevemo-nos.

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ATIVIDADE DE MODERNIZAÇÃO TEXTUAL

AVISO - MODELO ULTRAPASSADO

Ilustríssimo Senhor Diretor, Sirvo-me do presente instrumento para informar à Vossa Senhoria que a partir desta data estou me desunindo do quadro de funcionários desta Empresa, não obstante fico a inteira disposição para eventuais novos projetos. Assegurando, outrossim, a mesma excelente qualidade de serviço, todavia, em uma empresa de autoria própria, se for de Vosso devido interesse. Agradeço a atenção dispensada, e renovo meus protestos de elevada estima e distinta consideração, mui atenciosamente, Fulano de Tal Contador

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E-MAIL - MODELO ULTRAPASSADO

Ilustríssimo Senhor Gestor,

Vimos por meio deste informar que conforme decisão unânime de toda a diretoria de nossa empresa. Temos a

satisfação de comunicar que sua honrada e estimada empresa foi a escolhida para fazer parte de nosso projeto de

expansão de vendas. Outrossim, solicitamos o envio do seu catálogo de produtos e lista de preços de todos os

modelos a fazer parte de nossa nova lista de negócios, para assim fecharmos com chave de ouro nossa parceria

de negócios.

Limitados ao exposto acima, subscrevemo-nos.

Fulano de Tal

Chefe do Setor de Vendas

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ATIVIDADE DE REVISÃO

1) Leia o texto com atenção para em seguida responder aos itens propostos.

QUEM PAGA O PATO DOS RUÍDOS DA COMUNICAÇÃO

Marcos Antônio Eid

O competente e premiado publicitário paulistano Ruy Marum enviou-me interessante texto, de autoria, creio, desconhecida, que revela insólito diálogo de um homônimo seu, o antológico Barbosa, e um ladrão que tentava furtar patos no quintal da casa do emérito brasileiro. Na história, provavelmente uma ficção, Rui Barbosa surpreendeu um ladrão no quintal de sua casa e lhe disse: "Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada”. O ladrão, confuso, apenas perguntou: "Dotô, eu levo ou deixo os pato?" Bom humor à parte, a narrativa ilustra muito bem o quanto os ruídos na comunicação podem ser nocivos para empresas, entidades de classe, ONGs, governos, organismos multilaterais e nações. Evidencia, ainda, a importância dos serviços especializados de assessoria de imprensa e Relações Públicas, internos e/ou terceirizados, bem como a atuação dos profissionais do setor. São frequentes os exemplos de graves equívocos na área de comunicação, nos setores público e privado, cujas consequências, invariavelmente, prejudicam as organizações envolvidas, seus dirigentes, colaboradores e, conforme a gravidade e extensão do problema, seus fornecedores, clientes e toda a rede de relacionamento. O comprometimento da imagem corporativa ou governamental, muitas vezes advindo de erros comunicacionais e não de fatos efetivamente concretos, sacrifica empregos, derruba bolsas de valores e desencadeia ondas de desconfiança no mercado, dentre outros problemas, de maior ou menor gravidade. Observando o cotidiano das empresas, do mercado e do noticiário nacional e internacional, é possível verificar que os principais erros de comunicação acontecem no chamado gerenciamento de crises, e normalmente atrelados à falta de transparência. Assim, é preciso que se dissemine a definitiva consciência de que, na era da internet e das mídias sociais, não se consegue esconder a verdade ou parte expressiva dela. A Web é inconfidente, indiscreta, patrulheira e fiscal! Quando uma organização, pública ou privada, tem um problema real, a melhor maneira de extirpá-lo de modo rápido e eficaz da mídia é admiti-lo publicamente, informar as providências tomadas para resolvê-lo e restabelecer os direitos das pessoas eventualmente prejudicadas. Ao agir assim, a empresa, órgão governamental ou entidade coloca um ponto final na questão e sai com a imagem valorizada. Ao contrário, se tenta dissimular e se esquivar, continuará sendo atacada na Web e alvo dos repórteres e meios de comunicação, no cumprimento de sua importante e indispensável missão, nas nações democráticas, de elucidar os fatos que afetam a sociedade. Nunca se deve esquecer algo inexorável: nesta civilização complexa e compulsivamente geradora de informações, conhecimento e notícias, a comunicação é o ponto de referência dos indivíduos em relação ao mundo, ao país e ao bairro em que moram, à empresa em que trabalham e às instituições que regem sua interação com o Estado e a comunidade. Por essa razão, os equívocos nessa área têm consequências cada vez mais graves. Afinal, quando são muitos os ruídos comunicacionais, quem paga o pato é a sociedade, que fica tão desnorteada quanto o ladrão da casa de Rui Barbosa. a) Transcreva do 4º parágrafo do texto, um trecho que possa ser utilizado para responder a pergunta proposta pelo capítulo 1 “Estilo e linguagem do moderno texto empresarial”: Modernizar por quê?. Justifique sua resposta com argumentos convincentes. b) O último parágrafo estabelece relação de complemento com o Cap. 2: “Os principais empecilhos: os vícios”. Aponte esta relação e em seguida justifique sua resposta com argumentos convincentes. c) Estabeleça uma relação de complemento entre o 4º parágrafo e o capítulo 1: “Estilo e linguagem do moderno texto

empresarial”. Justifique sua resposta com argumentos convincentes. d) Poderíamos dizer que o discurso feito por Rui Barbosa ao ladrão de patos pode ser classificado como: prolixo, sofisticado e rebuscado? Justifique sua resposta com argumentos convincentes.

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e) Poderíamos afirmar que o texto falado por Rui Barbosa ao ladrão de patos é um interessante e bem humorado exemplo de como algumas empresas ainda se comunicam atualmente? Justifique sua resposta com argumentos convincentes. f) Ao compararmos a fala de Rui Barbosa com o ladrão de patos ao Cap. 2 “Os principais empecilhos: os vícios” poderíamos considerá-la como: chavão, tautologia ou verbosidade. Justifique sua resposta com argumentos convincentes. g) Seria correto afirmar que a ideia central do texto acima nos ajuda a responder o porquê se faz necessária a modernização dos textos administrativos? Justifique sua resposta com argumentos convincentes. 2) De acordo com os capítulos estudados, que relação podemos estabelecer entre os conceitos: chavão x jargão

Explique. 3) De acordo com os capítulos estudados, que relação podemos estabelecer entre os conceitos: verbosidade x objetividade? Explique.