apostila aefe 08

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  • 8/16/2019 Apostila AEFE 08

    1/143

    ÍNDICE – Avaliação em Educação Física e Esportes 

    PUCC

    AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES

    Talento Esportivo 

    PROF.DR. VAGNER R. BERGAMO - PROF.MS. JOSÉ F. DANIEL - PROF.MS. ADERSON M. MORAES

    Estatística 

    Metabolismo 

    Variáveis Neuromotoras 

    Antropometria 

    Prescrição do Exercício

  • 8/16/2019 Apostila AEFE 08

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    ÍNDICE – Avaliação em Educação Física e Esportes 

    PUCC

    Introdução ........................................................................................................................................................ 1 

    CONTEXTUALIZAÇÃO DA DISCIPLINA NO CURSO: .................................................................................................1 JUSTIFICATIVA..................................................................................................................................................1 

    Capítulo I........................................................................................................................................................... 2 

    INTRODUÇÃO Às MEDIDAS E AVALIAÇÃO ................................................................................................ 2 

    1. CONCEITOS ..................................................................................................................................................2 

    2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA...............................................................................................................................3 

    3. A BIOMETRIA NO BRASIL ...........................................................................................................................4 

    4. PROPÓSITOS DO ESTUDO DE MEDIDAS E AVALIAÇÃO NUM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO FÍSICA5  

    5. TENDÊNCIAS ................................................................................................................................................5 

    6. TESTES..........................................................................................................................................................6 

    Figura 1. Modelo do conceito de aptidão global. .....................................................................................6 Quadro 1. Caracterização dos termos teste, medida e avaliação. ..........................................................7

     7. FILOSOFIA DAS MEDIDAS ..........................................................................................................................8 

    8. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS TESTES....................................................................................................8 

    Tabela 1. Níveis de validade, reprodutibilidade e objetividade para os conceitos excelente, bom,regular e fraco. .........................................................................................................................................8 

    9. TIPOS DE AVALIAÇÃO.................................................................................................................................8 

    10. METODOLOGIA, ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DOS TESTES..................................................9 

    11. CUIDADOS MÉDICOS............................................................................................................................. 11 

    12. CONSTRUÇÃO DE UMA BATERIA DE TESTES .................................................................................. 11 

    Capítulo II........................................................................................................................................................ 13 

    VARIÁVEIS NEUROMOTORAS ..................................................................................................................... 13 

    MEDIDAS DA POTÊNCIA ANAERÓBICA..................................................................................................... 13 

    Victor keihan R. Matsudo .............................................................................................................................. 13 

    1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 13 

    2. DESCRIÇÃO DOS TESTES ....................................................................................................................... 14 

    I - TESTE DE CORRIDA DE 40 SEGUNDOS (POTÊNCIA ANAERÓBICA LÁTICA)...................................................... 14 FIGURA 1 - TESTE DE CORRIDA DE 40 SEGUNDOS ..................................................................................... 14 

    TESTE DE L ACTACIDEMIA............................................................................................................................... 15 

    Figura 2 - Representação gráfica de um teste de lactacidemia. .......................................................... 15 Tabela 1 - Valores Absolutos (m) e % de Maturação de Potência Anaeróbica (m) em escolaresbrasileiros .............................................................................................................................................. 15 

    II - TVPA (TESTE DE VELOCIDADE PARA POTÊNCIA ANAERÓBIA) / ................................................................... 16 RAST (RUNNING – BASED ANAEROBIC SPRINT TEST)..................................................................................... 16 

    Figura 3 - Esquema de aplicação do teste:........................................................................................... 16 3. ZONAS DE INTENSIDADE DE TREINAMENTO ....................................................................................... 17 

    Quadro 1 - Classificação de Cargas de Treino pelas Zonas de Intensidade ....................................... 17 Quadro 2 - Percentual de pessoas que passaram ou encontram-se no limiar anaeróbico em relaçãoao percentual da capacidade máxima .................................................................................................. 17 

    MEDIDAS DA FORÇA MUSCULAR .............................................................................................................. 18 

    Jesus Soares Madalena Sessa..................................................................................................................... 18 

    1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 18 

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    ÍNDICE – Avaliação em Educação Física e Esportes 

    PUCC

    2. DESCRIÇÃO DOS TESTES MOTORES.....................................................................................................20 

    I - TESTE DINÂMICO DE B ARRA .......................................................................................................................20 II - TESTE ESTÁTICO DE B ARRA ......................................................................................................................20 

    Tabela 2 - Valores Absolutos (no de repetições) e % de Maturação de Força Muscular de MembrosSuperiores (dinâmico de barra) em escolares brasileiros .....................................................................21 Tabela 3 - Valores Absoluto (seg.) e Porcentagem de maturação de Teste Estático de Barra emescolares brasileiros ..............................................................................................................................21 

    III - TESTE DE FORÇA E RESISTÊNCIA DE MEMBROS SUPERIORES ......................................................................21 (FLEXÃO DE BRAÇOS EM SUSPENSÃO MODIFICADA)..........................................................................................21 

    Figura 4 – Flexão de Braços em Suspensão.........................................................................................21 IV - TESTE ABDOMINAL ..................................................................................................................................22 

    Tabela 5 - Absoluto (kg) e Porcentagem de Maturação de Resistência Abdominal em escolaresbrasileiros...............................................................................................................................................23 

    V - TESTE DE IMPULSÃO VERTICAL .................................................................................................................23 Tabela 7 - Valores Absolutos(cm) e Porcentagem de Maturação de Impulsão Vertical sem Ajuda dosBraços em escolares brasileiros ............................................................................................................24 Tabela 8 - Valores Absolutos (cm) e Porcentagem de Maturação de Impulsão Vertical com ajuda dosBraços em escolares brasileiros ............................................................................................................24 

    VI - TESTE DE IMPULSÃO HORIZONTAL ............................................................................................................25 Tabela 9 - Valores Absolutos(cm) e Porcentagem de Maturação de Impulsão Horizontal em escolares

    brasileiros...............................................................................................................................................26 VII - TESTE DE PREENSÃO M ANUAL ................................................................................................................26 

    Tabela 10 - Valores Absolutos (kg) e Porcentagem de Maturação de Dinamometria (PreensãoManual) em escolares brasileiros ..........................................................................................................27 

    VIII TESTE DE FORÇA EXPLOSIVA DE MEMBROS SUPERIORES ( ARREMESSO DE MEDICINEBALL)...........................27  Figura 5.5 – Arremesso de MB ..............................................................................................................27 

    IX TESTE DE FORÇA E RESISTÊNCIA MUSCULAR DA AAHPERD.......................................................................27 

    MEDIDAS DE VELOCIDADE ..........................................................................................................................28 

    1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................28 

    2. DESCRIÇÃO DOS TESTES DE VELOCIDADE .........................................................................................29 

    I - TESTE DE 50 METROS P ARADO...................................................................................................................29 II - TESTE 50 METROS LANÇADO .....................................................................................................................30 III - TESTE DE 30 METROS PARADO .................................................................................................................30 IV - TESTE DE 30 METROS LANÇADOS .............................................................................................................30 

    Tabela 12 - Valores Absoluto (seg.) e Porcentagem de Maturação de Velocidade (50m) em escolaresbrasileiros...............................................................................................................................................30 

    V - TESTE DE VELOCIDADE DE 20 METROS.......................................................................................................31 

    MEDIDAS DE AGILIDADE ..............................................................................................................................31 

    I - TESTE "SHUTTLE RUN" ..............................................................................................................................31 Figura 6. Esquema do teste "Shuttle Run" ............................................................................................32 Tabela 13 - Valores Absoluto (seg.) e Porcentagem de Maturação de agilidade em escolaresbrasileiros...............................................................................................................................................33 

    II - TESTE DO QUADRADO...............................................................................................................................33 Figura 7. Esquema do teste do quadrado..............................................................................................33 

    III - TESTE DE AGILIDADE E EQUILÍBRIO DINÂMICO (AAHPERD) ......................................................................33 Figura 8 – Esquema do teste de agilidade e equilíbrio dinâmico da AAHPERD ..................................34 Tabela 14 - Classificação do teste de agilidade e equilíbrio dinâmico (GOBBI, VILLAR e ZAGO, 2005)34 

    MEDIDAS DE FLEXIBILIDADE.......................................................................................................................34 

    I - TESTE DE SENTAR E ALCANÇAR DE WELL’S E DILLON (B ANCO DE WELL’S)...................................................35  Tabela 15 - Classificação por idade e sexo ...........................................................................................35 

    II -  TESTE DE SENTAR E ALCANÇAR DA AAHPERD ........................................................................................36 Tabela 17 - Classificação por categoria de nível de flexibilidade, baseada em resultados obtidos porZago & Gobbi (2003), em idosas de 60 a 70 anos. ...............................................................................36 

    MEDIDAS DE COORDENAÇÃO.....................................................................................................................37 

    CapítuloIIII .......................................................................................................................................................44 

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    ÍNDICE – Avaliação em Educação Física e Esportes 

    PUCC

     A PRÁTICA DA PESQUISA EM CIÊNCIAS DO ESPORTE.......................................................................... 44 

    TEMA DE INVESTIGAÇÃO ............................................................................................................................ 44 

    O MODISMO E O NOVO................................................................................................................................. 44 

     A BUSCA DO TEMA DE PESQUISA ............................................................................................................. 44 

    OS CAMINHOS DA BUSCA DA VERDADE.................................................................................................. 44 

     AS ETAPAS DO CAMINHO DA BUSCA DA VERDADE .............................................................................. 45 

    O MÉTODO QUANTO Á ESTATÍSTICA ........................................................................................................ 45 

    Quadro 1 – Principais modelos estatísticos paramétricos e não paramétricos em Ciências do Esporte:46 QUESTÕES ÉTICAS EM PESQUISA E NO TRABALHO ACADÊMICO...................................................... 47 

    CINCO ÁREAS DE DESONESTIDADE CIENTÍFICA .................................................................................... 47 

    Capítulo VII ..................................................................................................................................................... 49 

    ESTATÍSTICA ................................................................................................................................................. 49 

    Sandra Caldeira ............................................................................................................................................. 49 

    1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 49 

    2. ESCALAS DE MEDIDA .............................................................................................................................. 49 

    3. CONCEITO DE ESTATÍSTICA ................................................................................................................... 50 

    4. COLETA DE DADOS .................................................................................................................................. 50 

    5. ORGANIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS DADOS................................................................................ 51 

    Tabela 1 - Resultados de 30 escolares em um teste de Impulsão Vertical .......................................... 51 Tabela 2 - Valores médios de Altura (cm) de escolares da rede estadual de ensino .......................... 51 

    6. MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL...................................................................................................... 52 

    7. MEDIDAS DE DISPERSÃO........................................................................................................................ 53 

    8. TESTE DE HIPÓTESE................................................................................................................................ 55 

    9. CORRELAÇÃO ........................................................................................................................................... 59 

    Tabela 1 - Valores de “t” aos níveis de significância de 0,05 e 0,01 .................................................... 62 Tabela 2 - Valores do coeficiente de correlação para os níveis de 0,05 e 0,01 ................................... 62 

    10. MATEMÁTICA BÁSICA............................................................................................................................ 62 

    Capítulo VIII .................................................................................................................................................... 63 

    O ÍNDICE Z...................................................................................................................................................... 63 

    Quadro 5.7 - Componentes Médios e Desvio-Padrão do Modelo ........................................................ 65 

    Capítulo IV ...................................................................................................................................................... 66 

    SISTEMA CARDIOVASCULAR ..................................................................................................................... 66 

    1. COMPONENTES DO SISTEMA CARDIOVASCULAR.............................................................................. 66 

    1. SISTEMA ARTERIAL ................................................................................................................................... 67 2. C APACIDADE FUNCIONAL DO SISTEMA C ARDIOVASCULAR ........................................................................... 69 3. SISTEMA C ARDIOVASCULAR EM REPOUSO.................................................................................................. 70 4. DÉBITO C ARDÍACO EM REPOUSO ............................................................................................................... 70 5. DÉBITO C ARDÍACO DURANTE O EXERCÍCIO ................................................................................................. 71 6. VOLUME DE EJEÇÃO NO EXERCÍCIO ........................................................................................................... 72 

    Efeitos do Treinamento ......................................................................................................................... 72 7. FREQÜÊNCIA C ARDÍACA DURANTE O EXERCÍCIO ......................................................................................... 72 

    Efeitos do Treinamento ......................................................................................................................... 72 8. DISTRIBUIÇÃO DO DÉBITO C ARDÍACO ......................................................................................................... 73 9. FLUXO S ANGÜÍNEO EM REPOUSO .............................................................................................................. 73 

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    ÍNDICE – Avaliação em Educação Física e Esportes 

    PUCC

    10. FLUXO S ANGÜÍNEO DURANTE O EXERCÍCIO ...............................................................................................73 11. DÉBITO C ARDÍACO E TRANSPORTE DE OXIGÊNIO.......................................................................................73 

    Repouso.................................................................................................................................................73 Exercício.................................................................................................................................................73 

    12. DIFERENÇAS NO DÉBITO C ARDÍACO ENTRE HOMENS E MULHERES .............................................................74 13. TREINAMENTO E DÉBITO C ARDÍACO SUBMÁXIMO .......................................................................................74 15. EXTRAÇÃO DE OXIGÊNIO: DIFERENÇA A-VO2 ............................................................................................74 16. RESUMO..................................................................................................................................................75 

    Capítulo V........................................................................................................................................................77 

    TESTES METABÓLICOS ................................................................................................................................77 

     Avaliação de Componente Cardiorespiratório ............................................................................................77 

    1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................77 

    2. AVALIAÇÃO FUNCIONAL..........................................................................................................................77 

    3. OBJETIVOS PARA A REALIZAÇÃO DE UMA AVALIAÇÃO FUNCIONAL .............................................77 

    4. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS PROTOCOLOS DE TESTAGEM .....................................................78 

    5. FORMAS DE OPERACIONALIZAÇÃO ......................................................................................................78 6. FONTE ENERGÉTICA.................................................................................................................................78 

    7. DURAÇÃO TOTAL DO TESTE...................................................................................................................78 

    8. TIPO DE CARGA .........................................................................................................................................78 

    9.  TEMPO DE DURAÇÃO DOS ESTÁGIOS .....................................................................................................78 10.  EXISTÊNCIA DE PAUSAS....................................................................................................................78 

    11. UNIDADES METABÓLICAS .....................................................................................................................79 

    12. PROTOCOLOS DE TESTAGEM UTILIZANDO TÉCNICA DE CAMPO..................................................80 

    Tabela 1 - Definições de Andar, Trotar e Correr ...................................................................................81 

    13. TESTE DE CAMINHADA DE 3 KM...........................................................................................................81 14. ESTE DE ANDAR 880 JARDAS (804,67M) (AAHPERD) ........................................................................81 

    Tabela 2- Normas para classificação da potência aeróbia/habilidade de andar em idosas de 60 a 70anos........................................................................................................................................................82 (Gobbi, Villar e Zago, 2005). ..................................................................................................................82 

    15. TESTE DE ANDAR 4,8 KM (COOPER)....................................................................................................82 

    Tabela 3 - Nível de Capacidade Aeróbica (minutos) - Teste de Andar 4,8 km Cooper .......................82 16. TESTE DE CAMINHADA 1.200 METROS DO CANADIAN AEROBIC FITES TEST..............................82 

    17. TESTE DE CORRIDA DE 2.400 METROS (COOPER) ............................................................................83 

    Tabela 4 - Nível de Capacidade Aeróbica do Avaliado, em função do sexo e idade............................83 

    18. TESTE DE ANDAR E CORRER EM 12 MINUTOS (COOPER) ...............................................................84 Tabela 5 - Nível de Capacidade Aeróbica - Teste de Andar/Correr 12 Minutos (Cooper) ....................84 Tabela 6 - Teste de Nadar 12 Minutos - Distância (em metros) nadada em 12 minutos .....................85 Tabela 7 - Teste de 12 Minutos de Bicicleta (bicicleta com 3 marchas) Distância (em km) percorridaem 12 minutos........................................................................................................................................85 

    19. TESTE DE RESISTÊNCIA GERAL (9 MINUTOS)....................................................................................85 

    20. TESTE DE CORRIDA DE BALKE - 15 MINUTOS....................................................................................86 

    21. TESTE DE CORRIDA DE RIBISL & KACHODORIAN.............................................................................86 

    22. TESTE AERÓBIO MÁXIMO DE CORRIDA DE VAI E VEM DE 20M.......................................................87 

    23.  YOYO INTERMITENT ENDURANCE TEST.........................................................................................88 

    Tabela 11 - valores estimativos do vo2máximo de acordo com a velocidade e idade. ........................................90 Tabela 12 - Yoyo intermitente teste – Esquema para controle do teste................................................91 Tabela 13 - Yoyo intermitente teste – Esquema para controle do teste................................................92 

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    ÍNDICE – Avaliação em Educação Física e Esportes 

    PUCC

    24. TESTE DE CORRIDA DE 1.000 METROS............................................................................................... 92 

    25. EQUAÇÕES GERAIS PARA DETERMINAR O VO2 MAX  EM TESTES DE PISTA ................................. 93 

    26. PROTOCOLOS DE TESTAGEM UTILIZANDO ERGÔMETROS............................................................ 94 

    TESTES DE B ANCO........................................................................................................................................ 94 27. PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO UTILIZANDO BANCO ....................................................................... 95 

    28. PROTOCOLO DE BANCO DE HARVARD.............................................................................................. 95 Tabela 14 - Índice de Aptidão do Banco de Harvard Forma Longa .................................................... 95 Tabela 15 - Índice de Aptidão Banco de Harvard Forma Abreviada ................................................... 96 

    29. PROTOCOLO DE BANCO DE KACTH & MCARDLE............................................................................. 96 

    30. PROTOCOLO DE BANCO DE ASTRAND .............................................................................................. 96 

    31. PROTOCOLO DE BANCO DE BALKE.................................................................................................... 97 

    32. PROTOCOLO DE BANCO DE NAGLE ................................................................................................... 97 

    33. TESTES ERGOMÉTRICOS ...................................................................................................................... 98 

    34. PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO UTILIZANDO CICLOERGÔMETROS............................................. 100 

    Tabela 16 - Conversões e Relações úteis .......................................................................................... 101 35. FORMA DE ATUAÇÃO DOS AVALIADORES ...................................................................................... 103 

    36. PARÂMETROS A SEREM CONTROLADOS DURANTE UM TESTE DE ESFORÇO......................... 103 

    Tabela 17A - Classificação Original (IPE) ou Escala de Borg ............................................................ 104 Tabela 17B - Nova classificação da Escala de Borg .......................................................................... 104 

    Metodologia para mensuração da FC ...................................................................................................... 105 Tabela 18 - Classificação da Pressão Arterial .................................................................................... 105 

    37. PROTOCOLOS SUBMÁXIMOS ............................................................................................................. 106 

    Tabela 19 - Fator de Correção da Idade de Astrand .......................................................................... 107 38. PROTOCOLOS MÁXIMOS..................................................................................................................... 107 

    39. PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO UTILIZANDO ESTEIRA ROLANTE ................................................ 109 

    Tabela 20 - Protocolo de Bruce........................................................................................................... 109 Tabela 21 - Protocolo de Balke .......................................................................................................... 110 Tabela 22 - Protocolo de Naughton .................................................................................................... 111 Tabela 23 - Protocolo de Ellestad ....................................................................................................... 112 Tabela 24 - Protocolo de Dalke – Ware .............................................................................................. 112 Tabela 25 - Estimativa do Consumo Máximo de O2 relacionado a Resultados de Diversos Protocolosde Avaliação da Capacidade Aeróbica ............................................................................................... 112 Tabela 26 - Cálculo do VO2max  Previsto em Relação à Idade, Sexo e Grau de Condicionamento Atual113 Tabela 27 - Equações Preditas para Estimar o VO2max (ml.kg

    -1.min-1)................................................ 113 Tabela 28 - Valores médios da capacidade funcional máxima cardiorespiratória em diferentes faixasetárias.................................................................................................................................................. 113 Tabela 29 - Classificação da Capacidade Aeróbica Baseada no Consumo Máximo de Oxigênio ... 114 (VO2 máx. ml.kg-1.min-1) Obtido........................................................................................................ 114 Tabela 30 - Fórmulas para cálculo da freqüência cardíaca máxima (FCM) ....................................... 115 Tabela 31 - Nível de aptidão física do American Heart Association VO2max em ml.kg

    -1.min-1 ............ 116 Tabela 32 - Nível de Aptidão Física de Cooper VO2max em ml.kg

    -1.min-1 ........................................... 116 

    Capítulo X ..................................................................................................................................................... 118 

    PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS AERÓBICOS .......................................................................................... 118 

    Tabela 33 - Custo Energético de Atividades de Caminhada .............................................................. 119 Tabela 34 - Custo Energético de Atividades de Corrida ..................................................................... 121 Tabela 35 - Custo Energético da Atividade de Trote .......................................................................... 122 Tabela 36 - Cálculo da Velocidade de Caminhada............................................................................. 122 Tabela 37 - Cálculo da Velocidade de Corrida ................................................................................... 123 

    Tabela 38 - Gasto de Energia em Atividades Domésticas, Recreativas e Esportivas (em kcal/min) 125  Anexos .......................................................................................................................................................... 129 

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    ÍNDICE – Avaliação em Educação Física e Esportes 

    PUCC

    ESTIMATIVA DO GASTO ENERGÉTICO DIÁRIO EM REPOUSO .............................................................129 

    Gráfico 5 - índice metabólico basal como uma função da idade e do sexo. (Dados de Altman, P.L., eDittmeer, D.S. Metabolism. Bethesda, MD, Federation of American Societies for Experimental Biology,1968.) In: Nutrição, exercício e saúde. ................................................................................................131 Figura 1 - Nomograma para avaliação da superfície corporal a partir da estatura e da massa .Reproduzido de linical Spitometry,” conforme preparado por Boothby e Sandiford da Clínica Mayo,por cortesia de Warren E. Collins, Inc., Braintree, MA.) In: Nutrição, exercício e saúde. ...................132 

    Figura 2 - Nomograma de Astrand ......................................................................................................132 TABELAS REFERENTES  AO CRESCIMENTO LONGITUDINAL DO CORPO .......................................133 

    Tabela 1 - Valores Absoluto (cm) de Porcentagem da Maturação de Estatura em EscolaresBrasileiros.............................................................................................................................................133 Tabela 2 - Valores Absolutos (kg) e Porcentagem de Maturação de Peso Corporal em EscolaresBrasileiros.............................................................................................................................................133 Tabela 3 - Valores Absoluto (mm) de Dobras Cutâneas (X 3) e (X 7) em Escolares Brasileiros .......133 Tabela 4 - Valores Absoluto (cm) de Porcentagem da Maturação de Circunferência de Braço emEscolares Brasileiros............................................................................................................................134 Tabela 5 - Valores Absoluto (m) e Porcentagem da Maturação de Circunferência de Perna emEscolares Brasileiros............................................................................................................................134 Tabela 6 - Valores Absoluto (cm) e Porcentagem da Maturação de Diâmetro de Úmero em EscolaresBrasileiros.............................................................................................................................................134 

    Tabela 7 - Valores Absolutos (cm) e Porcentagem da Maturação de Diâmetro de Fêmur emEscolares Brasileiros............................................................................................................................135 

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     PUCC – AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES Prof. Dr. Vagner Roberto Bergamo/ Prof. Ms. José Francisco Daniel/ Prof.Ms.Anderson Marques Moras 

    1

    Introdução

    O futuro profissional de Educação Física deverá utilizar seus conhecimentos, entre outrasatividades, na pesquisa em Educação Física, Treinamento Esportivo e Lazer, em academias, em clubes,escolas ou entidades patrocinadoras de diferentes modalidades desportivas, em órgãos governamentaisque coordenam e supervisionam campeonatos ou eventos desportivos ou mesmo colaborando com outrosprofissionais de equipes multidisciplinares.

     A disciplina de  Avaliação em Educação Física e Esporte, de acordo com a ementa, se propõe emdesenvolver junto ao aluno de Educação Física, futuro profissional da Área de Humanas, a consciênciacrítica e ética, por meio do desenvolvimento do projeto de pesquisa específico na área da motricidadehumana, a importância do conhecimento sobre uma série de aspectos relevantes para nossa atuação comoprofissionais da Área de Ciência do Esporte.

    CONTEXTUALIZAÇÃO DA DISCIPLINA NO CURSO:

     A disciplina de Avaliação em Educação Física e Esporte utilizará os conhecimentos adquiridos deoutras disciplinas como: Anatomia; Fisiologia; Crescimento e Desempenho Físico; Esforço na AtividadeFísica; Cineantropometria; Cinésiologia; Treinamento Esportivo Geral; Treinamento Esportivo Específico;Pesquisa I, entre outras e principalmente Pesquisa em Educação Física, Treinamento e Lazer II, ministradaconcomitantemente com a disciplina Avaliação em Educação Física e Esporte, para a construção doconhecimento sobre às necessidades sociais. Acreditamos que a escolha do teste para cada situação

    específica deve obedecer aos princípios da reprodutibilidade e objetividade comprovada, sendo condiçãosine qua non para o sucesso da interpretação dos resultados.

     ASSIM, AO TÉRMINO DAS ATIVIDADES DA DISCIPLINA, O ALUNO DEVERÁ SER CAPAZ DE RECONHECER QUE OSCONHECIMENTOS ADQUIRIDOS SÃO FERRAMENTAS QUE SERÃO UTILIZADAS PARA O SEU DESEMPENHO PROFISSIONAL, COMPREENSÃO DE OUTRAS DISCIPLINAS CORRELATAS E SER CAPAZ DE AUMENTAR O CONHECIMENTO ADQUIRIDO

     ATRAVÉS DE ATUALIZAÇÕES CONTINUADAS QUE SE FAZEM NECESSÁRIAS PARA UM BOM DESEMPENHO DA PROFISSÃO

    ESCOLHIDA.

    JUSTIFICATIVA 

    Como esta disciplina se destina aos futuros profissionais que pretendem iniciar uma abordagemcientífica da Educação Física, vale lembrar que o conhecimento da área a ser investigada corresponde aoprimeiro e fundamental passo. E quando falamos de conhecimento da área, não devemos entender apenaso conhecimento técnico científico, mas sua dimensão e relevância social.

     A consciência e a reflexão ampla dos problemas que envolvem uma área, por certo facilitarão odiagnóstico e a elaboração de perguntas mais adequadas sobre o mundo em que vivemos. E é aí, nesseponto, que o futuro profissional de Educação Física deve exercitar uma das suas características básicas: aarte de saber observar analiticamente e não apenas ver ou enxergar.

    Neste aspecto ressaltamos alguns pontos importantes:

    •   A Dis tância Avaliação-Realidade  – problema que deveremos observar é a distância entre aavaliação e a realidade que o cerca;

    •  Integração Campo-Laboratório – desenvolver atitude científica frente as maravilhas queacontecem no seu dia a dia de trabalho com a atividade física e esportiva; 

    •   A Busca do Tema de Avaliação – a busca do tema a ser investigado deve atender àsprioridades das áreas de aprofundamento como: pedagógica; saúde e treinamento; 

    •  O caminho da Busca da Pesquisa – como deveremos responder a pergunta base, à hipóteseestabelecida no objetivo do trabalho?; 

    •   As Etapas do Caminho da Busca da Verdade – essa procura poderá ser feita basicamente deacordo com o método estatístico utilizado: 

    •  O Método Quanto à Estatística – conforme a variável a ser medida e de acordo com àconstituição da amostra podemos ter uma idéia, a priori, da distribuição dos seus resultados,portanto, o método estatístico deve ser adequado a distribuição dos resultados: 

    o  Teste de hipótese para amostras independentes - permite comparar os resultadosencontrados em sua amostra com os resultados encontrados por outro grupo ;

    o  Teste de hipótese para amostras dependentes – caracteriza-se pela comparação deduas médias, pertencentes a uma mesma amostra, em um mesmo teste, realizados em

    momentos distintos: teste e reteste. 

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    o  Teste de Correlação –  é uma técnica estatística utilizada para determinar orelacionamento entre duas ou mais variáveis

    •  O Método Quanto ao Ambiente – atender ao binômio “material não sofisticado – técnicas nãocomplexas”. 

     Assim definida como ciência, a Avaliação em Educação Física Esporte, irá contribuir na formaçãodo profissional de Educação Física, de modo que os conhecimentos de cada assunto ministrado deverãoproporcionar ao aluno o desenvolvimento no trato com o conhecimento específico e aplicação do mesmo,

    sem, contudo perder a noção de que os modelos que se baseiam em sociedades em outro estágio dedesenvolvimento tecnológico e que nem por isso garantiram para seus membros uma vida mais feliz. Porisso, urge que o desenvolvamos em nossa área uma tecnologia que atenda as nossas prioridades deTerceiro Mundo, estando sempre atentos contra o “cientificismo dos laboratórios de muitas máquinas epoucos neurônios”.

    Capítulo I

    INTRODUÇÃO Às MEDIDAS E AVALIAÇÃO

    1. CONCEITOS

    Desde que o homem está sobre a terra uma luta contínua vem se desenvolvendo, a da vida contra amorte. Para manter a vida um critério natural de seleção instalou-se, comum a todas as espécies vivas - oda vitória do mais forte em prejuízo do mais fraco, garantindo desta forma a sobrevivência e a reproduçãoaos vitoriosos.

    Progressivamente de um modo empírico no início, para tornar-se científico, numa evolução constantecom o correr dos séculos, procurou o homem aumentar seu período de vida, garantir sua vida, garantir suaaparência externa, e a atividade física transformou-se num dos meios fisiológicos mais válidos com talfinalidade, sendo hoje um dos mais eficientes métodos de combate ao envelhecimento precoce e amanutenção da saúde: Tais fatos são verdades, hoje, incontestáveis, bastando lembrar o conceito atual dadoença hipocinética, isto é, do déficit de movimento.

    Se, contudo, pensarmos nestas situações propostas, alguns fatos se destacam de saída,sobrevivência do mais forte, prolongamento da vida, etc., envolvendo necessariamente um conceito dequantificação de grandezas que necessita ser comprovado por comparação, análise e tomada de medidas,

    dentro de certas bases. Paralelamente fazemos uma afirmação:- O exercício físico funciona como métodode combate ao envelhecimento. Como comprovamos esta situação? A resposta óbvia será fornecida, parahaver precisão na hipótese levantada, através do emprego de métodos de pesquisa e da quantificação,dentro de normas pré-determinadas: o método científico.

    Em Educação Física qual será o melhor ou os melhores fatores para obter o resultado anteriormentecitado? Necessária se faz a experimentação de programas, o seu reajuste às necessidades de cada ser, averificação cuidadosa dos dados obtidos em observações bem conduzidas. Surgem, pois, no raciocíniobiológico, mesmo numa linha ainda primária, a noção de quantidade, medida, análise, avaliação ecomprovação, por comparação, de fatos que se supõe sejam verdadeiros. Nasceu uma Biologia quantitativa- a BIOMETRIA, hoje englobada na CINEANTROPOMETRIA.

    De seu conceito de "medida da vida" ou, em um sentido mais elástico - medida dos fenômenosbiológicos - podemos hoje dizer que a BIOMETRIA é o ramo da Biologia que estuda e mede oscomponentes biológicos e suas correlações. VANDERVAEL a define como sendo "a ciência que tem por

    objetivo a medida dos grupos humanos e de seus problemas, usando a matemática e a estatística". Já acineantropometria foi apresentada pela primeira vez como uma especialidade emergente no CongressoInternacional das Ciências da Atividade Física, realizado em Montreal, em 1976, na tentativa de reunir emuma só disciplina, profissionais das áreas de biometria, antropologia, física, biologia e biotipologia (DeRose, 1981).

    “O termo cineantropometria é de origem grega sendo que KINES significa movimento, ANTHROPOsignifica homem e METRY medida. Seu conceito é o do uso da medida no estudo do tamanho, forma,proporcionalidade, composição e maturação do corpo humano, com o objetivo de ampliar a compreensãodo comportamento humano em relação ao crescimento, à atividade física e ao estado nutricional” (De Rose,1981).

    Em termos de Educação Física e de Desporto lidamos com numerosas valências, específicas aoaspecto físico, e outros comuns às demais áreas da educação. Hoje não se admite um desenvolvimentofísico desacompanhado do desenvolvimento intelectual e vice-versa. Estando os 2 elementos altamente

    interligados nas estruturas psicológicas, sociais, etc., do indivíduo e da sociedade. O conceito de afastar o

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    incapaz, de selecionar o mais forte, perde seu sentido tornando-se necessário transformar o fraco em umforte e fazer, de ambos, elementos cada vez mais fortes e mais capazes. Como porém avaliar o que é débile em que área está situada a debilidade? Como e com quem deverá ser comparado para que seja eletransformado num ser   forte? Como traçar seu programa de recuperação e avaliar seu progresso? Aresposta será fornecida pela utilização dos elementos que a Biometria nos coloca nas mãos - o uso detestes precisos e adequados, analisando corretamente os resultados obtidos e dando um perfeito empregoaos dados.

    2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA

     As divisões históricas da Biometria apresentam uma característica eminentemente didática, devez que a preocupação com o todo sempre existiu. Ao dizermos que o período de verificação da forçacomeça por volta de 1880, estamos dando uma margem didática ou esquecendo-nos que ao usar, na Antigüidade Clássica, um novilho sobre os ombros para correr, visando aumentar a sua capacidade namedida que o animal aumentava de peso, MILON realizava uma avaliação de seu estado; ao colocarmos noPeríodo que vai, em média até 1890 à época das medidas antropométricas estaríamos cometendo um errose não fosse puramente didática a nossa catalogação, de vez que elementos como VALSAVA, por volta de1707, já se preocupavam com a aptidão cardíaca e posteriormente ao ano de 1890, praticamente nametade do século XIX surge o trabalho de classificação biotipológica de SHELDON, e outras medidasestudadas e analisadas posteriormente, em atletas que participam dos Jogos Olímpicos, como se fez emRoma no ano de 1960, em Tóquio, no México, etc., sendo hoje ainda motivo de pesquisa.

    Podemos, para sistematizar nossos estudos, dizer que 9 são os períodos básicos da evoluçãobiométrica:1. Medidas Antropométricas.........................................................................................(1860-1890)2. Medidas da Força .....................................................................................................(1880-1910)3. Medidas Cardiovasculares .......................................................................................(1900-1925)4. Medida da Habilidade Motora...................................................................................(1900-1920)5. Medidas Sociais........................................................................................................(1920)6. Medidas de Habilidade Esportiva Específica ...........................................................(1920)7. Período da Avaliação................................................................................................(1920)8. Medidas do Conhecimento .......................................................................................(1940)9. Conceito de Aptidão Física.......................................................................................(1940)

    O termo Antropologia foi criado por QUETELET, entretanto desde a mais remota antigüidade o corpo

    era medido usando-se parte dele como unidade, entre os egípcios, por exemplo, empregava-se o dedomédio da mão como medida e algumas correlações eram traçadas e um braço media 8 dedos, um membroinferior, 10 dedos etc. Foi, entretanto, na Grécia Clássica que as medidas antropométricas iniciam sua faseáurea, trazidas a nós pelas estátuas dos atletas, comparáveis em beleza às dos deuses. HIPÓCRATES,cerca de 400 a.C., traça-nos a primeira classificação biotipológica, dividindo os indivíduos em físicos(esbranquiçados, em que predominava o comprimento) e os apopléticos (Vultosos, avermelhados).Entretanto, somente com estudos de LEONARDO DA VINCI e MICHELANGELLO, na Renascença, voltariao assunto à tona. Bem mais tarde, na Inglaterra, MACLAREN desenvolveu suas técnicas de medidas,incluindo nelas as antropométricas.

    No Novo Mundo o movimento dos testes foi lançado por EDWARD HITCHCOK, na Universidade de Amherst, valorizando os dados de altura, peso, idade, envergadura, cintura, capacidade vital e alguns itensde força, procurando avaliar o progresso de seus alunos e, basicamente, definir um tipo físico ideal para ohomem. O assunto foi levado ao Congresso de Educação Física, em 1885.

    Por volta de 1880 começam os estudos de SARGENT, em Harvard, usando mais de 40 medidas,incluindo-se alguns tipos de força, para PRESCREVER UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS FÍSICOSINDIVIDUALIZADO aos alunos da sua Universidade e lançando o seu livro sobre este tema - "Manual deTestes e Medidas". Foi um dos pioneiros no campo dos testes de força, julgando ser a CAPACIDADE DEPERFORMANCE mais importante que o tamanho e a simetria preconizados por HITCHCOK.

     Ainda no campo das pesquisas antropométricas destacam-se os estudos de HASTING, sobre ocrescimento humano, de McCLOY, os quadros de PRYOR, a carta de MEREDITH, os estudos deKRETSCHMER, VIOLA, etc.

    Entretanto, com SARGENT, começa a preocupação com os níveis de força. As verificações feitas porele, junto com BRIGHAM, pesquisando força de braços, pernas, costas e preensão de mão (por meio dadinanometria), da capacidade vital (usando o espirômetro), marcam uma faixa de transição seguindo-se aspesquisas de outros autores - CAPEN, CHUI, BOVARD e COZENS, KELLOG - (que desenvolveu odinamômetro universal, testando 25 grupos musculares), etc. Os trabalhos de RUDGERS, de 2925, sobre

    TESTES DE CAPACIDADE FÍSICA NA ADMINISTRAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA, esquematizam os

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    índices de força e de Aptidão Física, com alto índice de correlação sendo um dos pioneiros no campo dostestes verdadeiramente científicos e utilizando-os com propósito classificatório.

    Entretanto, o próprio SARGENT já começa a se preocupar com um fato - os testes de força nãomediam velocidade nem resistência. A este fato somava-se o conceito de SEAVER que "um homemgrande, nem sempre é um homem de alta resistência".

    Estas opiniões, somadas à descoberta do ergógrafo, feita pelo italiano MOSSO, em 1884, ao ladodos progressos no campo da fisiologia do coração, conduzem para os testes de Avaliação Cárdio-Pulmonar. Surgem os primeiros trabalhos relativos à fadiga, a relação entre atividade muscular e circulatóriae sua utilização em Educação Física.

    Por volta de 1890 surge o trabalho de classificação biotipológica de SHELDON, e outras medidasestudadas e analisadas posteriormente, em atletas que participam dos Jogos Olímpicos, como se fez emRoma no ano de 1960, em Tóquio, no México, etc., sendo hoje ainda motivo de pesquisa.

    Por ocasião da I Guerra Mundial, SCHNEIDER usa seu teste para medir a aptidão dos soldados queiam combater. Em 1931 aparece o teste de relação de pulso de TUTTLE, um dos melhores da época, nãosó usado para aferir aptidão como para detectar doença cardíaca. Em 1943 BROUHA descreveu oconhecido teste do banco (HARVARD). Posteriormente apareceram outros pesquisadores na área, atéatingirmos a sofisticação dos testes atuais realizados em laboratórios altamente aparelhados, resultantesdas pesquisas de SJOESTRAND, WAHLUND, VENERANDO, HOLLMANN, BALKE, ASTRAND,MARGARIA, TAYLOR e muitos outros.

    Entretanto, ainda em 1907, MEYLAN, na Universidade de Columbia, usando idéias de SARGENTdatadas de 1880 a 1901, desenvolveu seu teste de Habilidade Motora, abrindo mais uma janela no campodas medidas, tentando graduar a habilidade de seus alunos, classificando-os para que pudessem participarde um programa supervisionado. Em 1913 a Associação Americana de Parques Infantis lança seu teste; em1920 surgem os primeiros testes femininos, descritos por GARFIELD e BARNARD.

    Não estava, porém, tudo resolvido. Ainda na década de 1920 começam as preocupações com ainterferência dos fatores como o caráter, a personalidade e as valências sociais na performance, sendopioneiros os trabalhos de McCZOY, VAN BUSCKIRK e BLANCHARD. Aparece a biotipologia com PENDE.

    É ainda por volta de 1920 que começam os estudiosos a retomar os trabalhos, suspensos desde1913, surgindo os testes de habilidade esportiva, com a divulgação do teste de BRACE, no Basket, seguindo-se outros, é nesta época, aproximadamente, que se preocupam os pesquisadores com os Testesde Conhecimento, que só viriam a ter tratamento científico a partir de SNELL-COL., na Universidade deMinnesota, embora antes deles, já por volta de 1989, tivesse sido publicado o trabalho de BLISS.

    Foi, entretanto, por volta da década de 1920, com a UTILIZAÇÃO DAS TÉCNICAS ESTATÍSTICAS,que os testes vieram a ter um cunho científico, surgindo a avaliação e a análise. O pioneiro, neste campo,

    foi LAPORT. Pesquisou-se a validade de testes, sua confiabilidade, surgiram meios mais precisos dedesenvolvimento de quadros e índices, aparece a técnica da pontuação T de McCALL e surge a figura deMcCLOY revendo, entre outros, o teste de Habilidade Motora de BRUCE. Apareceram os estudos deCOZENS, ROGERS, e em 1930 sai o número 1 da "Research Quarterly", visando divulgar e estimulartrabalhos em moldes eminentemente científicos. Surgem as primeiras baterias de testes com BRACE. 

    Entretanto a preocupação maior com a Aptidão Física desenvolveu-se a partir dos estudos deCURETON e BOOKWALTER, na época da II Guerra. Hoje, no mundo inteiro, mas com uma ênfasedestacada nos Estados Unidos, o assunto é pesquisado, surgindo a resultante nos trabalhos do próprioCURETON, BALKE, HEBBELINCK, PLAS, VENERANDO, ASTRAND, etc. Todo o mundo volta-se, hoje,para o setor da pesquisa e da medida aplicada.

    3. A BIOMETRIA NO BRASIL

    No Brasil o uso da Biometria já se faz notar no início do século. Fichas antropométricas são usadasno serviço médico do Fluminense Football Club, do Rio de Janeiro, em 1917.

    Por volta de 1930 começa o curso da Escola de Educação Física do Exército. Na década de 1940aparece o livro de Biometria de SETE RAMALHO, divulgando o seu modo de ministrar a disciplina naquelaEscola; surge o livro de biotipologia de BERARDINELLI. Na Escola de Educação Física da antigaUniversidade do Brasil aparecem as figuras de Peregrino Jr. e Armando Peregrino.

    O controle médico desportivo, usando testes simples, difunde-se nos Clubes, sobretudo em relaçãoao futebol.

    Por volta de 1969 cabe a Maurício José Leal Rocha criar, na Escola de Educação Física da UFRJ, oprimeiro centro de Medida e Avaliação moderna, o LABOFISE, difundindo-se e aos outros centros oprograma atual de pesquisas em bases mais científicas. O processo de renovação desta estrutura foiiniciado em 1971, ao introduzir os conceitos fundamentais da composição corporal, difundido adeterminação do percentual de gordura estimado pela medida da dobra cutânea e o cálculo de peso ósseo,através de diâmetros ósseos.

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      Em virtude de não necessitar de equipamentos numerosos ou muito sofisticados, foram suas técnicasrapidamente assimiladas e implantadas em todo país. Já em 1978 o maior número de pesquisasapresentadas por autores brasileiros em jornadas e congressos eram oriundas desta área deconhecimento.

    É  curioso notar que estes centros, erradamente, localizam-se em cadeiras de Fisiologia e não nas deBiometria, sendo a Medida e a Avaliação, ainda hoje consideradas, em muitas áreas, como matériaeminentemente fisiológica.

    Em 1974, surge na cidade de São Caetano do Sul o CELAFISCS (Centro de Aptidão Física de SãoCaetano do Sul), criado pelo Dr. VICTOR K. R. MATSUDO, sendo hoje o “número um” no país em termosde pesquisas realizadas e publicadas no Brasil e no exterior. Este centro se dedica ao estudo decrescimento e desenvolvimento, avaliação física de escolares e atletas de alto nível, detecção de talentos,além é claro do projeto de saúde pública (Exercício e Saúde).

    4. PROPÓSITOS DO ESTUDO DE MEDIDAS E AVALIAÇÃO NUM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

    Cabe-nos, a esta altura, uma indagação - Com que objetivo iremos estudar Medidas e Avaliação numcurso de Educação Física? O que medir? Por que medir? Para que medir?

    NASH  focaliza os objetivos básicos da Educação Física no desenvolvimento orgânico, nodesenvolvimento neuromuscular, no desenvolvimento emocional;

    BROWNEZL e HOGMAN enfocam a aptidão física, as habilidades motoras e sociais, o conhecimentoe o entendimento das coisas da vida e os hábitos, as atitudes e a apreciação da vida;

    WILLIAMS chama a atenção para os objetivos ligados ao desenvolvimento dos sistemas orgânicos,das habilidades neuromusculares, do interesse no jogo e na recreação e de meios padronizados de vidaSadia e adaptada ao ambiente;

    BUCHER ainda acrescenta o fator de desenvolvimento pessoal e social;MATSUDO entende que não levar em consideração o nível de maturação, não seria possível atingir

    nenhum dos objetivos citados acima, propondo portanto, um critério biológico de seleção, baseado em seisitens:1. avaliação da aptidão física; 4. nível de maturação biológica;2. comparação com critério padrão de referência; 5. nível nutricional.3. localização na estratégia Z; 6. curva percentual de maturação funcional;

    Se em Educação Física iremos lidar com a mais perfeita das máquinas - o corpo humano, e com o

    mais precioso dos bens - o desenvolvimento físico e mental de uma criança, Medidas e Avaliação deveráser utilizada com os seguintes objetivos:

    1) avaliar  o estado do aluno ao iniciar a programação;2) detectar  deficiências, permitindo uma orientação no sentido de superá-las;3) auxiliar  o indivíduo a situar-se em uma atividade física que o motive e onde possa desenvolver

    suas aptidões;4) orientar, detectar e acompanhar   a evolução dos problemas posturais, os desajustes

    psicológicos e sociais, transformando um fraco em um indivíduo normal e um normal num sercada vez mais forte;

    5) acompanhar  o progresso de nossos alunos;6) impedir   que atividade física seja um fator de agressão rompendo o equilíbrio orgânico e

    desencadeando doenças;

    7) selecionar  elementos de alto níve1, para integrar equipe de competição;8) estabelecer e recic lar  o programa de trabalho;9) desenvolver  a pesquisa em Educação Física.

    5. TENDÊNCIAS

    Vimos a história mostrar-nos uma evolução nos meios e na filosofia das medidas. Para onde estamosindo?

    O futuro depende basicamente do melhoria nos nossos conhecimentos, pesquisa, ênfase e atençãona filosofia de trabalho.

     Atravessamos uma época de alta sofisticação operacional, de automação e de maravilhastecnológicas. Estamos diante de uma verdadeira explosão de conhecimentos, impondo-nos a

    especialização e mesmo sub-especializações. Aonde chegaremos na área de Medidas e Avaliação aplicadaà atividade física?

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     As tendências mais previsíveis são:

    1) Refinamento nos testes de habilidade;2) Mais testes na área do conhecimento;3) Maior e melhor utilização dos testes subjetivos;4) Técnicas mais sofisticadas e uma transposição mais precisa para sua utilização no campo

    prático, sobretudo em nível escolar;5) Uso de mais testes no diagnóstico, para determinar necessidades individuais;6) Maior utilização de conhecimentos de Biomecânica, Bioquímica e na área dos registros

    elétricos;7) Ênfase contínua aos testes cardiovasculares e de aptidão;8) Destaque e avaliação da percepção motora e psicológica;9) Ênfase na avaliação do professor;10) Maior uso dos testes de capacidade, ênfase no setor da pesquisa da habilidade motora;11) Medida da motivação;12) Uso da avaliação de maturação biológica;13) Técnicas de detecção de talentos esportivos.Torna-se necessário lembrar que a avaliação, objetivo da medida, é um problema dinâmico e

    contínuo. Todo o trabalho conduz à pesquisa e esta nos leva à novas técnicas de medida, aprimorandosempre o sistema.

    6. TESTESVimos a situação da Biometria, as tendências e as fases históricas dos testes. Quais, entretanto, as

    bases de nosso trabalho? Como aplicá-lo?Na filosofia das medidas teremos de ter em mente que lidamos com seres humanos, que devem ser

    integrados sadios para constituir uma sociedade sadia. Esta mesma sociedade irá ditar-nos as bases denosso trabalho, dizendo-nos o que espera de nós.

    Hoje, admite-se que seja esperado do professor de Educação Física produzir indivíduos cada vezmais aptos, mais fortes e mais capazes física e intelectualmente. O produto, isto é, o estudante deve ter ascaracterísticas de uma pessoa fisicamente educada. BARROW  destaca que o produto desejado "é oproduto ideal - o critério de todas as práticas de Educação Física - critério estabelecido através de padrõesderivados da avaliação e da formulação de objetivos". Estes objetivos poderão ser usados como um guia,nunca como um fim, de vez que o processo é eminentemente dinâmico. O professor deve saber o que

    ensinar ao aluno, como ensinar, com que finalidade e dentro de que intensidade, servindo-se dos métodosde Medidas e Avaliação para orientar este trabalho. O programa deve ser cada vez mais individualizado etendo em vista responder às perguntas específicas:- O que medir? Por que medir? Para que medir? Todo odesenvolvimento do produto, isto é - do aluno/atleta - dependerá de 2 fatores: suas necessidades e umponto de referência. Medir torna-se indispensável para planejar o processo, acompanhar sua evolução eavaliar o rendimento. Ter em mente, nesta avaliação, que aquilo que não pode ser medido pode ser julgadoe os níveis e técnicas para realizar este julgamento implicam em numerosos aspectos qualitativos.

    Por outro lado só poderá educar bem quem se mantiver em dia com o avanço da ciência. O métodode trabalho a ser utilizado na avaliação e na programação dependerá diretamente desta evolução científica. Além disto devemos ter em mente, de um modo contínuo, que a época da improvisação já estáultrapassada. Hoje só colhe frutos quem planeja bem, executa bem e recolhe dados precisos para suaanálise e avaliação posterior.

    Modernamente o homem deve ser analisado em sua globalidade resultante que é de sua carga

    hereditária genética e das influências ambientais que sobre ele agem. A meta prioritária passou a ser a aptidão global, cujos fundamentos são analisados por YUHASZ,dentro do seguinte esquema (figura 1):

     Aptidão Global

    Base BaseGenética Ambiental

    Física Intelectual Social Emocional

    Figura 1. Modelo do conceito de aptidão global.

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     Antes de iniciarmos a descrição das variáveis de aptidão física e suas técnicas de medida, devemosconhecer alguns pontos básicos para que este manual possa contribuir para que seu trabalho seja aindamais produtivo.

    Devemos inicialmente ter em mente que antes de aplicarmos qualquer teste devemos responder àstrês perguntas básicas:1. O que vai ser medido?2. Por que vai ser medido?3. Para que vai ser medido?

     Assim, devemos preliminarmente nos conscientizar do que se está querendo medir em termos deaptidão física, por que fazê-lo e com que propósito. A esta altura estão em movimento: teste, medida, avaliação, análise, pesquisa. Conceituemos tais

    fatos para uma linguagem comum.

    Teste: É uma pergunta ou um trabalho específico utilizado para aferir um conhecimento ou habilidadede uma pessoa. Estamos testando nosso conhecimento ao respondermos a um questionário previamenteconstruído, a exemplo das provas realizadas em um vestibular, ou quando executamos um trabalho físicoqualquer, visando obter uma resposta a uma indagação que nos fazemos: como está nossa força, porexemplo.

    Teste, portanto, é um instrumento, procedimento ou técnica usado para se obter uma informação.Essa informação pode ser na forma escrita, observação e performance.

    Medida: É uma técnica capaz de nos dar, através de processos precisos e objetivos, dadosquantitativos que exprimam caracteristicamente, e em bases numéricas, as qualidades que desejamossituar. Qual é minha altura? Quanto obtive de índice na prova de línguas? Qual o meu QI? Qual o meuíndice de força nos membros superiores? A minha velocidade de deslocamento?

    Portanto, medida é o processo utilizado para coletar as informações obtidas pelo teste, atribuindo umvalor numérico aos resultados.

     As medidas devem ser precisas e objetivas. Podem ser coletadas de duas formas: formal (a pessoasabe que irá ser testada) e, informal (a pessoa não sabe que irá ser testada).

     Avaliação : É o processo pelo qual, utilizando medidas, podemos subjetiva, e objetivamente exprimire comparar critérios. Assim, por exemplo, ao iniciarmos um programa de treinamento e medirmos asituação em que se encontram nossos alunos, poderemos, posteriormente, após aplicar o nosso plano detrabalho, repetindo os testes iniciais, comparar os dados e julgar se estamos no caminho certo ou se

    necessitamos reformular, em parte ou no todo, o que vínhamos usando, sabendo se o resultado foi positivoou negativo.

     Avaliação portanto, determina a importância ou o valor da informação coletada; classifica ostestandos; reflete o progresso; indica se os objetivos estão ou não sendo atingidos; indica se o sistema deensino está sendo satisfatório, faz comparação com algum padrão (escalas, médias, desvios padrões,percentuais, etc.). Deve refletir a filosofia, as metas e os objetivos do profissional. No quadro 1apresentamos um exemplo, caracterizando teste, medida e avaliação.

    Quadro 1. Caracterização dos termos teste, medida e avaliação.TESTE  MEDIDA  AVALIAÇÃO 

    Impulsão Vertical com auxílio dos braços Pré Pós A (Márcio) 42 cm 47 cm Pré  : A < BB (Paulo) 44 cm 46 cm Pós   : A > B

    Vemos, pois, que a avaliação é uma parte do processo educacional, medida uma técnica deavaliação e teste um instrumento de medida, como nos lembra BARROW. Enquanto a medida nos dáinformação quantitativa de um trabalho, a avaliação nos posiciona qualitativamente dentro dele. A avaliaçãoé um processo que deve ser permanente para nos criar condições de, partindo de valores básicos,determinar a ação, características, desvios e toda a seqüência do processo. Na análise final a avaliaçãotorna possível julgar a eficiência do método empregado em função do grupo e do indivíduo.

    BERTEUFFER e BREYRER estabeleceram um conceito - a medida focaliza um conhecimento ouhabilidade específica de um momento e a avaliação é um processo dinâmico, uma mudança(preferentemente para melhor) em um período de tempo, fornecendo-nos bases preciosas de diferençasentre estes dois pontos. A medida e a avaliação são meios e fins, mas não uma finalidade básica em simesma.

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    7. FILOSOFIA DAS MEDIDAS

     Assim, para analisarmos o nível de aptidão física precisamos medir o maior número de suas variáveise neste manual descreveremos como podemos fazer isso dentro de uma filosofia de trabalho:1. Material não sofisticado;2. Técnicas não complexas;3. Métodos que possam ser aplicados a grandes grupos.

    No entanto, não devemos confundir a simplicidade dos testes como uma atitude simplista e assimchamamos a atenção de que os testes aqui mencionados tiveram sua validade, reprodutibilidade e/ouobjetividade bem definidos.

    8. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS TESTES

    Os principais critérios da seleção de testes são: validade, reprodutibilidade e objetividade.

    Validade: É a determinação do grau em que o teste mede aquilo que se propõe medir. Exemplo:teste de 50 metros mede velocidade, pois independente do sexo ou faixa etária, o tempo conseguido estádentro da utilização da fonte imediata de energia.

    Determinação:

    •  Comparação com testes de validade conhecida;•  Definição a partir de opiniões de pessoas de reconhecido gabarito no assunto;

    •  Por conhecimento teórico, fundamentados em literatura;•  Através de análise com referência a “Critérios”.

    Reprodutibilidade: É o grau em que esperamos que os resultados sejam consistentes, quandoexaminados pelo mesmo avaliador, em diferentes dias, geralmente próximos entre si.

    - Grau de consistência dos resultados de um teste em diferentes testagens, utilizando-se sempre osmesmos sujeitos.

    Determinação: Pode ser determinada aplicando-se o teste e, nas mesmas condições, o reteste, apósum período determinado de tempo, que normalmente deve ser de 3 dias a uma semana, não devendoultrapassar 15 dias, a não ser em casos especiais e de acordo com o objetivo do trabalho. Nesse espaço detempo o aluno/atleta não deve modificar seus hábitos de vida.

    Calculamos o coeficiente de correlação, que deverá estar acima de 0,7 para que possamos

    considerar o teste como reprodutível.

    Objetividade: É o grau em que esperamos consistência nos resultados, quando o teste é aplicado ouanotado simultaneamente por diferentes indivíduos nos mesmos alunos ou atletas, em diferentes dias,geralmente próximos entre si, não devendo ultrapassar 15 dias. Nesse espaço de tempo o aluno ou atletanão deve modificar seus hábitos de vida.

    - Grau de concordância dos resultados do teste entre os testadores.Determinação: Também é realizada através do cálculo do coeficiente de correlação de Pearson, na

    maioria das vezes. Devemos lembrar que tanto a reprodutibilidade quanto a objetividade podem seraumentadas quando os aplicadores são bem treinados.

    Safrit (1981) sugere a seguinte tabela (tabela 1.1):

    Tabela 1. Níveis de validade, reprodutibilidade e objetividade para os conceitos excelente, bom, regular e fraco.NÍVEL  V ALIDADE  REPRODUTIBILIDADE  OBJETIVIDADE 

    Excelente 0,80 - 1,00 0,90 - 1,00 0,95 - 1,00Bom 0,70 - 0,79 0,80 - 0,89 0,85 - 0,94

    Regular 0,50 - 0,69 0,60 - 0,79 0,70 - 0,84Fraco 0,00 - 0,49 0,00 - 0,59 0,00 - 0,69

    9. TIPOS DE AVALIAÇÃO

    Em geral, quando o termo avaliação é mencionado, pensa-se em administrar testes e atribuir grausaos indivíduos. Como será visto a seguir, a avaliação tem um papel mais amplo do que testar e atribuirgraus. Dependendo do objetivo, o avaliador pode lançar mão de três tipos de avaliação: Diagnóstica,

    Formativa e Somativa.

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    propósitos gerais do teste como dos detalhes técnicos das padronizações. Exercite bem antes de aplicaralguma medida. Treine em você mesmo ou em outros colegas de trabalho. Todos vão sair ganhando.

    B  -  Orientação do Avaliado:  A pessoa que irá ser avaliada precisa estar ciente do processo demedida. Dar conhecimento da execução do teste é fundamental para obtermos o melhor resultado, quealiás só será obtido com uma motivação adequada. Lembremos que em alguns testes desejamos esforçomáximo e, para tal, a boa motivação é básica. Um bom repouso na noite anterior e um intervalo adequadoentre a última refeição e o teste também são importantes, assim como o uniforme, que de preferência deveser constituído de calção, camiseta, meia e tênis.

    C  -  Local:  Deveremos previamente planejar e analisar o espaço disponível (dimensão), o materialespecífico de que dispomos, esclarecendo em que quantidade o temos, traçar um roteiro e uma planta dasestações. Necessário se faz uma análise do local que iremos usar para aplicar o teste (condições do solo,trânsito de pessoal, som, luz), obedecendo ao traçado de marcas, desenhos especiais, etc., conforme o queo teste recomendar. NÃO INVENTAR DEVE SER O LEMA. As marcas no chão, ou nas paredes, serãocuidadosamente colocadas, usando-se tinta lavável ou adesivos. O mesmo procedimento será adotado emrelação a alvos. Esta marcação deverá ser feita de modo a permitir um registro rápido e preciso.

    Nunca devemos planejar a aplicação de um teste se não dispusermos de todo o equipamentonecessário. O material a ser utilizado deve permitir o máximo de segurança na leitura do resultado e emrelação ao indivíduo testado, de modo a que não ocorram acidentes.

    Quando aplicarmos testes em lugar aberto (quadra, pista), devemos tomar cuidado com atemperatura, vento, condição do solo.

    Devemos ainda estar atentos para ter à mão todo o material a ser usado em quantidade suficiente, domais simples ao mais complexo, incluindo-se folhas de protocolo, fitas métricas, adipômetros, paquímetros,e até lápis ou caneta reserva, para que não sejamos interrompidos por uma ponta quebrada, ou uma tintaque se acaba, na hora de uma anotação de índice.

    Resumindo: o local onde o teste será realizado deve ser bem definido com relação às condiçõesadequadas de:

    1. Dimensão 5. Vento2. Luz 6. Condições do Solo3. Som 7. Segurança4. Temperatura 8. Trânsito de Pessoal

    D - Instrumental: Os instrumentos de medida deverão merecer especial atenção quanto à:

    1.  Aquisição :  devemos selecionar aquele equipamento que mais se ajuste as condições reais detrabalho;

    2. Manipulação: procuraremos conhecer o uso adequado do equipamento antes de iniciarmos ostestes propriamente ditos, fato que dará melhor qualidade de medida e um menor tempo deexecução;

    3. Calibração: todo instrumento de medida deverá ter sua calibração conferida antes do início dostestes. Lembre-se que uma simples balança mal calibrada poderá por todo seu trabalho por terra;

    4. Conservação: os equipamentos sempre significam um investimento financeiro e prolongar sua vidamédia de uso é um hábito que o avaliador deve cultivar.

     Assim, devemos ter atenção com:a) limpeza;b) o uso somente por pessoa habilitada ou sob supervisão;c) manutenção em local seguro, com boas condições de ventilação.

    E - Mecanismo de Aplicação 

    Existe alguns aspectos que irão influenciar a aplicação do teste e que precisam merecer nossaatenção, tais como:

    1. quanto ao número de avaliados:  pois alguns testes como na maioria deste manual são estritamenteindividuais, enquanto outros podem ser coletivos;

    2. quanto ao número de avaliadores: da mesma forma, a maioria dos testes aqui descritos exigemapenas um avaliador mas há ocasiões que mais de um avaliador é necessário;

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    3. quanto à demonstração:  que poderá ser útil e em muitos casos imprescindível para um perfeitoentendimento do teste;

    4. quanto à ordem: que procurará ser em uma bateria de testes a mais “fisiológica” possível, colocandono princípio os testes que exijam condições próximas às de repouso e deixando para o final os testesque envolvam esforço máximo;

    5. quanto à duração: que poderá estar dentro dos limites da aula, do período de treinamento ou fadiga;6. quanto à coleta dos dados : que deverá ser feita em folha de protocolo adequado e por anotador

    competente.

    11. CUIDADOS MÉDICOS

    Em alguns itens da bateria de testes da aptidão física o esforço máximo é exigido e assim érecomendável que o avaliado tenha se submetido a exame médico que ateste suas condições de saúdecomo compatíveis com as atividades a que será submetido.

    Esse exame deverá de preferência ser feito por médico especializado em Medicina do Esporte oucom experiência na área.

    Os cuidados médicos não se restringem ao exame mas, mesmo com aqueles considerados aptos,devemos observar durante a realização do teste a presença dos sinais ou sintomas, fato que indicaria anecessidade de interrupção do teste e a imediata assistência médica.

     A - Sintomas de Intolerância ao Esforço1 - desmaio eminente; 3 - fadiga não tolerável ou incomum;2 - angina; 4 - dor intolerável.

    B - Sinais de Intolerância ao Esforço  

    1 - confusão mental;2 - cianose ou palidez;3 - náusea ou vômito;4 - dispnéia;5 - queda de pressão arterial máxima com aumento do esforço;6 - não aumento da pressão arterial máxima com o aumento do esforço.

    Sugestão para Leitura:

    MATSUDO, V.K.R., Testes em ciências do esporte. Gráficos Burti Fotolito Editora Ltda., São Paulo, 1984.PINTO, J.R., Caderno de Biometria. Universidade Castelo Branco.

    12. CONSTRUÇÃO DE UMA BATERIA DE TESTES

     Ao lidarmos com uma determinada área esportiva, ou mesmo ao estabelecermos um programa deaulas dirigido no sentido de explorar mais de uma valência, a avaliação deverá ser feita em cada itemutilizado na prática desportiva, ou na programação do treinamento. Assim, ao invés de lidarmos com umteste iremos jogar com vários, distribuídos dentro daquilo que chamamos de uma bateria de testes.

    Como organizá-la?

     A - Analisar as qualidades fís icas a serem desenvolvidas no programa ou necessárias aoesporte em foco

    Torna-se, pois, necessário conhecer quais os fatores que irão interferir na performance e em queintensidade cada um deles terá contribuição direta com o trabalho a ser desenvolvido. Não devemos levarem consideração os fatores dependentes da posição tática, uma vez que poderão variar e são difíceis deserem medidos. Atentar, contudo, para o aspecto biomecânico.

    B - Selecionar itens de testes que se enquadram dentro das qualidades físicas desejadas

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    Trata-se de um dos pontos mais cruciais da construção da bateria, pois do êxito desta escolhadependerá o sucesso do que pretendemos estudar. Itens mal escolhidos levam-nos a ter uma respostafalha e errônea. Se o objetivo é a aplicação esportiva deverão repetir, o mais possível, as situações a seremenfrentadas na prática; se o objetivo é uma programação de aptidão física não devem favorecer a uns ecriar dificuldades a outros. A linearidade de critério torna-se indispensável. Os fatores individuais (comotamanho do corpo) não devem interferir no resultado. Por outro lado, devemos ter em mente que obesidadenão é qualidade física e fatores como este deverão ser usados no sentido de explorar a dificuldade.Exemplifiquemos, - ao se usar um banco, ou uma bicicleta ergométrica, por exemplo, o tamanho domembro inferior não deve facilitar ou dificultar a execução do teste. O mesmo critério não se aplica emrelação ao indivíduo obeso - este deverá, enfrentar todas as dificuldades que sua situação anômala possacausar em relação, por exemplo, a um teste de flexibilidade. Deve-se ter sempre o cuidado de impedir que oemprego de uma variante, pouco ortodoxa do estilo, interfira no resultado do teste. Deve-se levar emconsideração, na escolha, o teste que nos forneça um critério de seleção mais fiel, sobretudo em relaçãoaos itens, validade, reprodutibilidade e objetividade. Ao mesmo tempo, se o objetivo é medir aptidão física,fatores tais como uma maior ou menor facilidade técnica, decorrente de vivências individuais, não deveminterferir. O fato do indivíduo, por exemplo, ser um arremessador ou um saltador, não deve provocardesnível de resultado num teste de aptidão em relação a outro que não execute esta prática esportiva,devido ao domínio de um estilo.

    Deve-se ter cuidado na execução perfeita dos itens do teste e na colheita dos resultados, atendendoao que anteriormente foi citado em relação à aplicação, em suas 3 fases.

    Cada item deverá ter sua realidade, confiança e validade determinadas previamente e, por fim, aconstrução de normas em função da bateria. Evitar erros, decorrentes da aplicação de cada item da bateria,e as falhas ao processo anteriormente citado, em suas 3 fases, é obrigação de quem o utiliza.

    Na administração do teste alguns fatores podem interferir:

    Natureza do teste: Não se deve tirar de um teste uma informação diferente daquela que o elementopode nos fornecer. Devemos estar atentos à perfeita obediência dos critérios determinados e, em setratando de algumas valências específicas, aos fatores internos e externos que podem alterar o resultado. Assim, ao lidarmos com um teste de capacidade aeróbica, não esquecer, por exemplo, a interferência defatores como altitude, umidade, calor, etc.; nas provas em ambiente externos: a luminosidade, a velocidadede vento, são outros tantos a nos levar a resultados falsos.

    Sugestão para Leitura:

    PINTO, J.R., Caderno de Biometria. Universidade Castelo Branco.

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     Capítulo II

    VARIÁVEIS NEUROMOTORAS

    MEDIDAS DA POTÊNCIA ANAERÓBICA

    Victor keihan R. Matsudo

    1. INTRODUÇÃO

     A principal fonte de energia nos exercícios de pequena duração é de origem anaeróbica. Nasatividades de "curtíssima" duração, ou seja, com até 10 segundos, a energia provém principalmente dosestoques de ATP-CP, sendo este mecanismo metabólico denominado de anaeróbico alático. Portanto, sãoexemplos de eventos "anaeróbicos aláticos" as provas de salto em altura, extensão, triplo e com vara, oarremesso de peso, os lançamentos de disco, dardo e do martelo, modalidades de saltos ornamentais,halterofilismo, assim, como todo início de eventos esportivos de qualquer duração.

    Nas atividades de "curta" duração, ou seja, com duração em torno de 40 segundos, a energia provémprincipalmente do metabolismo do glicogênio estocado, sem participação significante do oxigênio, sendo ummecanismo denominado de "anaeróbico lático". Assim, são exemplos de eventos "anaeróbicos láticos" aprova de 400 m, com e sem barreiras, as provas de 100 m nos diferentes estilos da natação, bem como osperíodos de 30 a 60 segundos iniciais de exercícios de qualquer duração.

    Esta variável quando relacionada pelos resultados absolutos em escolares e jovens atletas,

    apresenta maturação precoce, sendo encontrado para as escolares, já aos 7 anos de idade 85% de suamaturação final e 104,8 aos 13 anos de idade, enquanto que para os jovens atletas, aos 13 anosencontramos 96,6% da maturação. Esses valores altos mesmo no período pré-púbere, provocou interesseem alguns pesquisadores entre eles, BAR-OR (1988).

    Esse autor constatou que mesmo quando a capacidade anaeróbica era expressa por quilograma depeso corporal, apresentava valores nitidamente mais baixo que a de grupos mais velhos.

     Através da aplicação de um teste anaeróbico (Wingate) em uma criança de 8 anos, encontrou umaprodução de apenas 45-50% de força mecânica produzida por um menino de 14 anos de idade. Quandocorrigido pelo peso corporal o valor foi ainda baixo, 65-70%.

    Pelo método da biópsia muscular verificou-se que, a concentração de ATP, CP e glicogênio nomúsculo em repouso das crianças são os mesmos, ou apenas levemente menores que aqueles dos adultos jovens, ERIKSSON (1980). Contudo, a não diferença relacionada à idade no índice de utilização do ATP ou

    CP, não corresponde ao índice de utilização de glicogênio, que está bastante diminuído na criança. Oreflexo dessa diminuição na utilização do glicogênio reflete no índice de produção de lactato no músculoque é de 65-70% em meninos de 13 a 15 anos de idade, em comparação a concentração atingida poradultos durante o exercício máximo, ERIKSSON (1974).

    Crianças menores atingem níveis de lactato muscular e níveis de atividade de fosfofrutoquinase maisbaixos comparados com adultos, sendo que a enzima fosfofrutoquinase é considerada limitada n