apontamentos de ciência política

8
Introdução à Ciência Política LenaR – 2007-2008 1 A ciência política é a disciplina, na actualidade, que se ocupa do estudo dos problemas do Estado e do poder político, através da observação dos factos e da sua explicação. A Ciência Política divide-se em 2 ramos: Ciência Política Interna ou do Estado e Ciência Política Internacional. A ciência política deve incluir sempre 3 dimensões de análise do estudo do poder ou sistema político: Forma (como se apresenta); Sede (onde reside); Ideologia (forma de actuação). Na óptica da Ciencia Política, o Parlamento pode definir-se como a assembleia ou sistema assembleias articuladas para o exercício de funções legislativas, de fiscalização do executivo e da administração pública, assentes na legitimidade da representação política decorrente de eleições competitivas. A classificação dos sistemas de partidos em: sistemas de partido único, partido hegemónico, bipartidarismo, pluralismo e atomização deve-se a G. Sartori. Para Giovanni Sartori um partido político “é qualquer grupo político identificado por uma etiqueta oficial que se apresenta a eleições e pode fazer eleger, em eleições livres ou não, candidatos a cargos públicos.”. Segundo Sartori, para que um sistema seja multipartidário é necessário que nenhum partido se aproxime, ou que mantenha, a maioria absoluta. O conceito de partido “catch-all-party” é atribuído a Otto Kircheimer. A teoria da circulação das elites é atribuída a Vilfredo Pareto. De acordo com Maurice Duverger, o escrutínio maioritário a duas voltas promove alianças eleitorais em ambiente multipartidário. De acordo com Maurice Duverger a representação proporcional tende a gerar sistemas multipartidários. De acordo com Maurice Duverger, o escrutínio maioritário a uma volta tende para o dualismo partidário. Quando Maurice Duverger chamou ao Senado francês a “câmara da agricultura” referia- se a uma segunda câmara composta tendo em conta a representação das regiões, departamentos e comunas. De acordo com Lijphart os “parlamentos híbridos” correspondem a orgãos legislativos eleitos unitariamente, cindindo-se depois em duas câmaras distintas. Em regra, de acordo com Lijphart, as dimensões dos países e o federalismo estão, claramente, relacionados com o bicamaralismo. Loewenstein afirma que a separação de poderes “não é senão a forma clássica de expressar a necessidade de distribuir e controlar respectivamente o exercício do poder político”. De acordo com Norberto Bobbio, a teoria da separação dos poderes pode, na interpretação moderna, assemelhar-se à teoria clássica do governo misto.

Upload: lenarbr4237

Post on 08-Jun-2015

9.166 views

Category:

Documents


5 download

DESCRIPTION

Resumo chave de alguns conceitos da disciplina de Introdução à Ciência Política do Curso de Ciências Sociais

TRANSCRIPT

Page 1: Apontamentos de Ciência Política

Introdução à Ciência Política

LenaR – 2007-2008 1

� A ciência política é a disciplina, na actualidade, que se ocupa do estudo dos problemas do Estado e do poder político, através da observação dos factos e da sua explicação.

� A Ciência Política divide-se em 2 ramos: Ciência Política Interna ou do Estado e Ciência Política Internacional.

� A ciência política deve incluir sempre 3 dimensões de análise do estudo do poder ou sistema político: Forma (como se apresenta); Sede (onde reside); Ideologia (forma de actuação).

� Na óptica da Ciencia Política, o Parlamento pode definir-se como a assembleia ou sistema assembleias articuladas para o exercício de funções legislativas, de fiscalização do executivo e da administração pública, assentes na legitimidade da representação política decorrente de eleições competitivas.

� A classificação dos sistemas de partidos em: sistemas de partido único, partido hegemónico, bipartidarismo, pluralismo e atomização deve-se a G. Sartori .

� Para Giovanni Sartori um partido político “é qualquer grupo político identificado por uma etiqueta oficial que se apresenta a eleições e pode fazer eleger, em eleições livres ou não, candidatos a cargos públicos.”.

� Segundo Sartori , para que um sistema seja multipartidário é necessário que nenhum partido se aproxime, ou que mantenha, a maioria absoluta.

� O conceito de partido “catch-all-party” é atribuído a Otto Kircheimer .

� A teoria da circulação das elites é atribuída a Vilfredo Pareto.

� De acordo com Maurice Duverger, o escrutínio maioritário a duas voltas promove alianças eleitorais em ambiente multipartidário .

� De acordo com Maurice Duverger a representação proporcional tende a gerar sistemas multipartidários.

� De acordo com Maurice Duverger, o escrutínio maioritário a uma volta tende para o dualismo partidário.

� Quando Maurice Duverger chamou ao Senado francês a “câmara da agricultura” referia-se a uma segunda câmara composta tendo em conta a representação das regiões, departamentos e comunas.

� De acordo com Lijphart os “parlamentos híbridos” correspondem a orgãos legislativos eleitos unitariamente, cindindo-se depois em duas câmaras distintas.

� Em regra, de acordo com Lijphart , as dimensões dos países e o federalismo estão, claramente, relacionados com o bicamaralismo.

� Loewenstein afirma que a separação de poderes “não é senão a forma clássica de expressar a necessidade de distribuir e controlar respectivamente o exercício do poder político”.

� De acordo com Norberto Bobbio, a teoria da separação dos poderes pode, na interpretação moderna, assemelhar-se à teoria clássica do governo misto.

Page 2: Apontamentos de Ciência Política

Introdução à Ciência Política

LenaR – 2007-2008 2

� A distinção entre um sentido fraco e um sentido forte de ideologia deve-se a Norberto Bobbio.

� O índice de desproporcionalidade de Douglas Rae calcula-se considerando o valor absoluto da diferença entre a % de votos e a % de mandatos de cada partido que recebeu pelo menos 1,5% dos votos e, em seguida, determina-se a média.

� De acordo com Friedrich Tonnies a noção de sociedade corresponde ao resultado da racionalidade assumida de forma consciente, de uma vontade deliberada dos seus membros sem que existam laços reais entre eles.

� De acordo com Friedrich Tonnies a noção de comunidade corresponde ao resultado de sentimentos afectivos e de pertença que conduzem à participação espontânea numa vontade orgânica.

� De acordo com Joseph Palombara e Weiner um partido constitui uma organização durável, com implantação local alargada, com vontade deliberada de exercer o poder e que procura o apoio popular.

� Sistema de partido rígido – forte coesão interna, desempenhando um papel central no funcionamento dos sistemas políticos.

� Sistema de partido maleável – com uma estrutura menos coesa e mais débil, sendo frequente a não disciplina de voto, e não desempenhando, por vezes, um papel central no funcionamento dos sistemas políticos.

� Palombara identifica a “classe política” como “uma proporção relativamente diminuta da população, cujas opiniões e actos de participação têm mais importância, politicamente, do que o resto da população”.

� José Miguel Júdice o conceito de “classe política” deve passar a abranger dirigentes de grupos de interesse, bem como outras estruturas de representação sectorial ou não política no sentido clássico tal como os sindicatos e associações patronais.

� A expressão “classe política” deve-se a Gaetano Mosca.

� Leon Duguit destaca-se entre os autores que defendem a concepção mista de Nação.

� De acordo com Max Weber o “campo político”, em sentido restrito distingue-se do “campo administrativo” porque respeita ao exercício da violência legítima.

� Karl Marx defendeu que as ideologias seriam uma falsa consciência das relações de dominação de classe.

� Do ponto de vista do objecto, a opinião pública deve ser qualificada em primeiro lugar por respeitar à esfera do poder político, visando influenciá-lo ou conquistá-lo.

� A opinião pública, mais do que uma colecção de “opiniões individuais”, tem de ser qualificada de acordo com o seu objecto (assuntos que versa) tendo em conta o(s) grupo(s) social(ais) que a(s) partilha(m).

� A opinião pública não é a opinião de um pequeno grupo, mas a opinião dominante, caracterizada pelo anonimato e a natureza estatística da sua manifestação.

Page 3: Apontamentos de Ciência Política

Introdução à Ciência Política

LenaR – 2007-2008 3

� Há muito menos emissores de opinião do que receptores.

� Embora a opinião pública não seja uma realidade abstracta, o público é uma assembleia abstracta de cidadãos que recebem as suas impressões dos meios de comunicação de massa.

� Segundo Pierre Ansart “[a opinião pública] é sem cessar trabalhada, modelada, por essa empresa gigantesca de inculcação, conduzida, permanentemente, por todos os orgãos de difusão”.

� “Marketing político ” “conjunto de teorias e métodos de que podem servir-se as organizações políticas e os poderes políticos, simultaneamente, para definir os seus objectivos e os seus programas e para influenciar os comportamentos dos cidadãos”.

� Intervalo técnico de confiança é o valor máximo e mínimo, entre o qual oscila uma determinada tendência da opinião pública.

� Na acepção de Max Weber, as bases de legitimidade pode analisar-se no âmbito: � do poder tradicional (deve-se respeito ao poder consagrado pela tradição e a quem o detém); � do poder local (são legais as normas do regime estabelecidas racionalmente); � do poder carismático (assenta nas qualidades reais ou imaginárias atribuídas a um chefe).

� Do ponto de vista social a ideia de legitimidade corresponde ao poder que se faz aceitar ou que não seja contestado pela maioria dos cidadãos, seja qual for a razão em que esse facto se fundamente.

� Legitimidade são as razões que são apresentadas pelo poder político para levar a que seja aceite e que a sua vontade seja acatada.

� A legitimidade de todas as formas de governo depende da conformidade de critérios, objectivos e valores aceites na comunidade.

� A análise da sede efectiva do poder do ponto de vista da sua repartição horizontal reserva-se o conceito de Sede do Poder.

� Para Adriano Moreira os sistemas parlamentares ou mistos parlamentar/presidencial acabaram por se converter em “sistemas de predominância governamental” ou de “presidencialismo de primeiro-ministro”.

� Para Freidrich Koja , os deputados que representam o partido político no Parlamento “estão dependentes dos seus partidos de múltiplas facções e encontram-se subordinados senão a uma disciplina de voto, pelo menos a uma estrita solidariedade”.

� Para Adriano Moreira “o grupo parlamentar deixou de ser a expressão de uma opinião individual (...) para ser com frequência a expressão do acordo que as negociações entre os partidos, fora do Parlamento, conduziram (...) a disciplina de voto pode ser rígida ou flexível, mas é geral”.

� Segundo Maria Rosa Rippollés Serrano, a realidade e o poder dos Grupos Parlamentares nos Parlamentos vão colocar-nos perante “a existência de deputados “empresários” e deputados “peões (...) senhores e vassalos”.

� A concepção objectiva de Nação assenta na identificação a partir de distinções no seio da espécie humana de natureza racial ou étnica.

Page 4: Apontamentos de Ciência Política

Introdução à Ciência Política

LenaR – 2007-2008 4

� A concepção subjectiva de Nação assenta numa opção consciente dos indivíduos e na adesão a princípios de convivência colectiva aceites por todos.

� Em termos gerais, o conceito de ideologia refere-se a um sistema abrangente e articulado de ideias acerca do mundo que é partilhado por grupos sociais mais ou menos amplos.

� Em termos gerais, o conceito de ideologia refere-se ao sistema articulado de ideias que orientam os pressupostos da transformação social.

� Na perspectiva psicológica a ideologia configura-se como uma falsa consciência da realidade.

� O termo “política” (politics) refere-se ao processo de competição pelo poder político, ao seu exercício e à sua manutenção.

� “Político” (Policy) – conjunto de medidas levadas a cabo para atingir objectivos declarados e considerados de interesse comum (Ex: política de educação, saúde, etc.).

� A expressão “política” designa a competição entre partidos ou candidatos para obterem votos numa eleição e através dela o poder ou o exercício deste, na perspectiva de manter ou conquistar apoios e desse modo não o perder.

� De acordo com Adriano Moreira , os partidos políticos são organizações que lutam pela aquisição, manutenção e exercício do poder.

� Entende-se por sistema político o conjunto de instituições, grupos ou processos políticos caracterizados por um certo grau de interdependência recíproca.

� A perspectiva sociológica do Estado destaca um facto social e que está no centro dos factos sociais.

� Regime político é um conceito que diz respeito aos métodos com que o poder é exercido, a forma de dominação do Estado e o modo como este manifesta a sua força.

� O conceito de forma de governo refere-se à forma como se organiza a selecção dos poderes, a sua repartição e modo de relação no plano jurídico.

� Para Jorge Miranda, forma de governo “é a forma de uma comunidade organizar o seu poder, o seu governo ou estabelecer a diferenciação entre governantes e governados. Encontra-se a partir da resposta a 4 problemas fundamentais: o da legitimidade, o da participação dos cidadãos (representação política), o do pluralismo ou da liberdade política e o da unidade ou divisão do poder”.

� O estudo das formas de governo situa-se ao nível do Direito Constitucional, enquanto o sistema de governo se coloca ao nível da Ciência Política.

� Monarquia – forma de governo na qual a chefia do Estado é um cargo vitalício e heriditário;

� República – distingue-se da monarquia pelo facto dos governantes não terem cargos vitalícios ou heriditários;

� Presidencialismo – sistema de governo no qual o poder central cabe ao P.R. cabendo ao poder legislativo fazer leis e fiscalizar a administração pública;

� Parlamentarismo – sistema no qual o poder político e administrativo é exercido por um

Page 5: Apontamentos de Ciência Política

Introdução à Ciência Política

LenaR – 2007-2008 5

gabinete de ministros, escolhidos entre os membros do partido ou da coligação que conquista a maioria no Parlamento.

� O conceito de sistema de governo refere-se à sede efectiva do poder, ou seja à repartição horizontal dos poderes e à sua respectiva articulação.

� Nação e Estado são 2 realidades distintas e inconfundíveis:

� A Nação é uma realidade sociológica e tem um conceito subjectivo, sendo anterior ao Estado e pode existir sem ele (Várias Nações podem formar um só Estado. Ex: Suiça – alemão, francês e italiano).

� O Estado é uma realidade jurídica e tem um conceito objectivo, já que é a nação politicamente organizada (Uma Nação pode formar vários Estados. Ex: Médio Oriente – Irão, Iraque, Arábia Saudita, Kuwait).

� Nação – grupos ligados por tradições e lembranças, interesses e aspirações comuns, subordinados a um poder político central que mantém a unidade do grupo.

� Nação, tem carácter tipicamente sociológico. Não se confunde com Estado, já que este envolve um conceito eminentemente jurídico.

� As 3 perspectivas centrais para a abordagem do conceito de Estado são as jurídica , sociológica e filosófica.

� Por forma de Estado entende-se o modo de designação de titulares de orgãos de soberania e a repartição e articulação de poderes entre eles.

� A “estrutura do Estado” ou “forma da unidade estatal”, respeita à divisão do Estado em parcelas territoriais, às suas funções e às relações com os orgãos siperiores de poder.

� O critério relevante a ter em conta na definição de elite é o do poder e/ou autoridade e da influência que resulta da sua acção.

� A teoria do mandato imperativo assemelha-se à representação política em sentido jurídico.

� O princípio do mandato imperativo assenta na ideia de que o representante deve actuar de acordo com as instruções de quem o escolheu.

� Em sentido restrito, a noção de sistema eleitoral respeita aos métodos de conversão de votos em mandatos.

� A concepção subjectiva de Nação assenta numa opção consciente dos indivíduos e na adesão a princípios de convivência colectiva aceites por todos.

� À existência de uma Nação não corresponde, necessariamente, um Estado.

� Os Estados Federados possuem em geral o poder jurisdicional próprio , o que não se verifica nas regiões político-administrativas.

� Estados Federados - � Foram, historicamente, estados soberanos que decidiram criar o Estado Federal; � Estão representados numa das câmaras do parlamento (senadores); � Dispõem, em geral, de poder jurisdicional próprio; � Dispõe de uma margem de auto-organização.

Page 6: Apontamentos de Ciência Política

Introdução à Ciência Política

LenaR – 2007-2008 6

� Regiões políticas ou administrativas - � São criadas ou reconhecidas por um estado unitário; � Podem existir segundas câmaras formadas a partir de orgãos regionais e locais, sem que os representates tenham assento por direito próprio; � Não dispões de poder jurisdicional próprio; � Não dispõe de margem de auto-organização (estabelecido pela constituição do estado unitário).

� Região – “pessoa colectiva pública de população e território cujos orgãos são legitimados pelo sufrágio universal, cujo âmbito territorial corresponde ao maior espaço de exercício de poder abaixo do estado-administração central e cujos poderes e meios financeiros não resultam essencialmente de um poder de auto-organização, mas sim de normas e deliberações emanadas dos orgãos de soberania”.

� Regiões políticas – têm poderes legislativos e uma identidade forte subjacente (natureza próxima de nacionalidades).

� Regiões administrativas – Não dispõem de poderes legislativos (competência meramente regulamentar) e têm subjacentes comunidades sociais de outros tipos.

� Os grupos de pressão, a economia, a força do trabalho e a comunicação social revelam uma forte tendência para a internacionalização, rompendo as tradicionais fronteiras e contribuindo para um sentimento de pertença a uma “aldeia global”.

� São os estados de maior dimensão a terem a última palavra quanto “ao exercício do poder internacional, quer se trate da paz ou da guerra, das relações com os indivíduos, do acolhimento aos investimentos estrangeiros ou das relações diplomáticas”.

� Não há crise do “estado-nação” mas sim do “estado soberano”.

� Em termos gerais, o conceito de ideologia refere-se ao sistema abrangente e articulado de ideias acerca do mundo que é partilhado por grupos sociais mais ou menos amplos.

� O termo ideologia surge associado à ciência, no quadro da Revolução Francesa.

� Augusto Comte defendia a necessidade da observação empírica dos factos presidir ao funcionamento da sociedade, em vez de quimeras ou divagações.

� Entende-se por regime político os métodos com que o poder político é exercido, a forma de dominação do Estado e o modo como este manifesta a sua força.

� A classificação tradicional de sistemas partidários distingue entre sistemas bipartidários, sistemas multipartidários e sistemas de partido dominante.

� Os chamados sistemas de “presidencialismo de Primeiro-Ministro” caracterizam-se por uma liderança forte do Primeiro-Ministro, apoiado por uma partido coeso e por uma maioria parlamentar.

� O conceito de sistema de governo refere-se à sede efectiva do poder, ou seja, à repartição horizontal dos poderes e à sua respectiva articulação.

� De acordo com a teoria do mandato representativo (i.e. na relação de representação política) os representantes não estão vinculados por nenhum mandato dos representados.

� No sentido técnico e jurídico utilizado no Reino Unido, a forma de governo denominada de

Page 7: Apontamentos de Ciência Política

Introdução à Ciência Política

LenaR – 2007-2008 7

“modelo de Westminster” designa os 3 orgãos legislativos: a Câmara dos Comuns, a Câmara dos Lordes e a Coroa.

� Direitos humanos – inerentes à natureza humana, devendo ter um carácter inviolável, intemporal e universal.

� Direitos fundamentais – direitos de liberdade e de defesa dos cidadãos, face ao Estado e ao poder político.

� Por direitos fundamentais entende-se direitos vigentes numa ordem jurídica concreta.

� Os direitos fundamentais podem ser considerados como direitos dos cidadãos face ao Estado e ao poder público limitando e condicionando a acção destes.

� Em sentido restrito, a noção de sistema eleitoral respeita aos métodos de conversão de votos em mandatos.

� Em sentido amplo, a noção de sistema eleitoral tem em vista todas as normas jurídicas que regulam a eleição de representantes do povo.

� Sistemas eleitorais maioritários – é eleito o candidato com maior número de votos (ex: presidente da república, é um orgão uninominal e necessita de maioria absoluta.

� Sistemas eleitorais proporcionais – equivalência, maior ou menor consoante as variantes, entre a percentagem dos votos e a percentagem dos mandatos atribuídos a determinada força política (ex: A.R., sistema proporcional e o método da média mais alta de Hondt, com circunscrições plurinominais; autarquias locais, orgãos autárquicos directamente eleitos é o sistema de representação proporcional).

� Atendendo ao sistema económico dominante na área de cada Estado, podemos classificar os Estados como esclavagistas, feudais, capitalistas, socialistas.

� Poder – capacidade de estabelecer a conduta alheia, através de qualquer processo, impondo o que foi estabelecido, nomeadamente pela via coerciva.

� Autoridade é a capacidade de suscitar a vontade de obedecer, acatando ordens e regras estabelecidas, recorrendo a meios não coercivos.

� Grupo de interesse - conjunto de indivíduos que estão estavelmente ligados ou organizados para acções concretas para prosseguir objectivos comuns.

� Grupo de pressão existe quando um conjunto de indivíduos estavelmente organizados procura prosseguir objectivos comuns através da tentativa de, por qualquer meio, intervir no processo de decisão política, de modo a influenciar a a seu favor a decisão final do Estado.

� Todos os grupos de pressão são grupos de interesse mas nem todos os grupos de interesse são grupos de pressão.

� Para João Bettencourt da Câmara, elites “são grupos ou agregados sociais que, por deterem o poder e/ou autoridade, exercem influência criando, conservando, modificando ou extinguindo condutas sociais relevantes e/ou alterando as suas posições relativas no sistema de poder em que participam”.

� Guy Roche diz que a elite “compreende as pessoas e os grupos que, graças ao poder que

Page 8: Apontamentos de Ciência Política

Introdução à Ciência Política

LenaR – 2007-2008 8

detêm ou à influência que exercem, contribuem para a acção histórica de uma colectividade seja pelas decisões tomadas, seja pelos ideais, sentimentos ou emoções que exprimem ou simbolizam”.

� A ideia de elite tem a ver com a superioridade dentro de um determinado grupo, um critério defendido por Pareto, para quem a elite define-se pelo poder/autoridade e a influência que daí resulta.

� A abordagem elitista defende a concepção das ideologias enquanto sistemas de pensamento que têm como função essencial a defesa de um grupo social é tributária.