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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA UFSC CENTRO TECNOLÓGICO CTC ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS - EPS Julia Thomas Cuellar APLICAÇÃO DO LEAN STARTUP PARA A DEFINIÇÃO DOS ATRIBUTOS DE UM SERVIÇO DA ECONOMIA COLABORATIVA Florianópolis 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC

CENTRO TECNOLÓGICO – CTC

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS - EPS

Julia Thomas Cuellar

APLICAÇÃO DO LEAN STARTUP PARA A DEFINIÇÃO

DOS ATRIBUTOS DE UM SERVIÇO DA

ECONOMIA COLABORATIVA

Florianópolis

2017

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JULIA THOMAS CUELLAR

APLICAÇÃO DO LEAN STARTUP PARA A DEFINIÇÃO

DOS ATRIBUTOS DE UM SERVIÇO DA

ECONOMIA COLABORATIVA

Trabalho de conclusão de curso submetido ao

Departamento de Engenharia de Produção e

Sistemas da Universidade Federal de Santa

Catarina como requisito parcial para obtenção do

título em Engenharia, área civil e habilitação

Produção Civil.

Orientador: Prof. Dr. Diego de Castro Fettermann

Florianópolis, 12 de junho de 2017.

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Julia Thomas Cuellar

APLICAÇÃO DO LEAN STARTUP PARA A DEFINIÇÃO

DOS ATRIBUTOS DE UM SERVIÇO DA

ECONOMIA COLABORATIVA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado e aprovado

em sua forma final pelo Curso de Graduação em Engenharia de

Produção Civil, da Universidade Federal de Santa Catarina.

Florianópolis, 12 de junho de 2017.

________________________

Prof. Dr. Marina Bouzon

Coordenador do Curso

Banca Examinadora:

________________________

Prof. Dr. Diego de Castro Fettermann

Orientador

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________

Prof. Dr. Artur Santa Catarina

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________

Prof. Dr. Guilherme Ernani Vieira

Universidade Federal de Santa Catarina

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Dedicado à todas as pessoas que

me permitiram chegar até aqui, especialmente

Maria Inês Thomas e Jorge Orlando Cuellar Noguera

meus pais.

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AGRADECIMENTOS

Este trabalho representa mais um passo rumo ao futuro

profissional que desejo traçar. Por isso, gostaria de agradecer a todos

aqueles que de alguma forma me motivaram e me guiaram neste

caminho.

À Deus, qυе iluminou о mеu caminho durante esta caminhada.

Aos meus pais, Jorge Orlando Cuellar Noguera e Maria Inês

Thomas, por todos os ensinamentos dados ao longo de meus 23 anos de

vida, pelas noites mal dormidas e, principalmente, pelo amor que

passaram a mim. Vocês são minha força para seguir sempre em frente.

Obrigada por tudo, amo vocês.

A Iuri Araújo, pelos momentos de apoio, conforto e crescimento

que já tivemos e ainda teremos.

A Mayara Garcia, por todo o carinho, força e aprendizado que

proporcionou. Esta etapa da minha vida não seria a mesma sem você.

Ao meu orientador Diego de Castro Fettermann, por todo apoio

dado para o desenvolvimento deste trabalho.

À EJEP, que proporcionou meus primeiros passos profissionais e

me permitiu conhecer amigos que levarei para toda a vida.

Ao GLean, que oportunizou diversas maneiras de

desenvolvimento profissional, deixando-me mais preparada para o

mercado de trabalho.

À CAPES, pela oportunidade extremamente enriquecedora de

realização da graduação sanduíche na University of Missouri, EUA.

Ao Colégio Militar de Santa Maria, que foi fator extremamente

importante para minha formação pessoal e profissional, que lapidou

muitas de minhas características e me permitiu encontrar pessoas

exemplo em todos os aspectos da vida.

A todos os meus amigos que, direta ou indiretamente, me

auxiliaram e apoiaram no alcance de meus objetivos.

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As nuvens mudam sempre de posição,

mas são sempre nuvens ao céu.

Assim devemos ser todo dia, mutantes,

porém leais ao que pensamos e sonhamos

(Paulo Baleki)

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo a realização de um ciclo do Lean

Startup para a definição dos atributos de um serviço de economia

colaborativa direcionados a uma maior agregação de valor ao cliente. O

serviço tem a funcionalidade de apresentar opções de serviço de beleza

para os clientes de acordo com a sua localização. Utilizando o sensor de

localização do smartphone e a disponibilidade de atendimentos dos

prestadores do serviço o aplicativo apresenta os serviços de beleza

disponíveis mais próximos e o seu custo, facilitando a seleção do

prestador de serviço por parte do cliente.

Palavras-chave: Aplicativo. Economia Colaborativa. Mínimo Produto

Viável. Lean Startup.

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ABSTRACT

This paper aims to perform the Lean Startup cycle by defining the

attributes of a service of the collaborative economy, leading to a greater

aggregation of value to the client. The service provides beauty service

options to customers according to their location. Using the location

sensor of the smartphone and the availability of calls from service

providers the application presents the nearest available beauty services

and their cost, making it easier for the customer to select the service

provider.

Keywords: App. Collaborative Economics. Minimum Valuable

Product. Lean Startup.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Evolução da atividade empreendedora no Brasil segundo

estágio do empreendimento ................................................................... 27

Figura 2 – Cinco princípios do pensamento enxuto ............................. 33

Figura 3 – Ciclo de feedback Construir-Medir-Aprender .................... 35

Figura 4 – Exemplo de tela inicial de interação com a cliente ............. 44

Figura 5 – Persona do aplicativo Lótus ............................................... 45

Figura 6 – Imagem parcial do questionário .......................................... 47

Figura 7 – Modelo conceitual proposto para estudo ............................ 54

Figura 8 – Análise da Curva ROC para verificação do ajuste do modelo

............................................................................................................... 58

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LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 1 – Faixa etária da pesquisa..................................................... 52

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Planejamento experimental utilizado na pesquisa .............. 46

Tabela 2 – Dados descritivos da pesquisa ............................................ 53

Tabela 3 – Análise de regressão logística para as variáveis do público-

alvo ........................................................................................................ 55

Tabela 4 – Análise de regressão logística com as funcionalidades do

aplicativo ............................................................................................... 56

Tabela 5 – Análise de regressão logística de todas as variáveis do

modelo ................................................................................................... 57

Tabela 6 – Área sobre a Curva ROC .................................................... 58

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LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 – Função Utilidade Total .................................................... 39

Equação 2 – Probabilidade de um evento ocorrer ................................ 41

Equação 3 – Resultado do modelo de regressão logística .................... 56

Equação 4 – Função utilidade do modelo ............................................ 57

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LISTA DE ABREVIATURA

MVP – Mínimo Produto Viável

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 27

1.1 OBJETIVOS ................................................................................... 29

1.1.1 Objetivo geral ............................................................................. 29

1.1.2 Objetivos específicos .................................................................. 29

2 REVISÃO DA LITERATURA ....................................................... 31

2.1 ECONOMIA COLABORATIVA ................................................... 31

2.2 LEAN THINKING ........................................................................... 32

2.2.1 Os cinco princípios ..................................................................... 32

2.3 LEAN STARTUP ............................................................................. 34

2.3.1 O ciclo Construir-Medir-Aprender .......................................... 35

2.4 ANÁLISE CONJUNTA .................................................................. 38

2.5 REGRESSÃO LOGÍSTICA.............................................................41

2.6 ANÁLISE DE PERSONAS.............................................................41

3 METODOLOGIA ............................................................................ 43

3.1 DESCRIÇÃO DO PRODUTO ........................................................ 43

3.2 DEFINIÇÃO DO PÚBLICO-ALVO .............................................. 45

3.3 MODELO DE ANÁLISE ............................................................... 45

4 RESULTADOS ................................................................................. 51

4.1 CONSTRUIR .................................................................................. 51

4.2 MEDIR ............................................................................................ 52

4.2.1 Características do público-alvo ................................................. 54

4.2.2 Funcionalidades do atributo ...................................................... 55

4.2.3 Análise de todas as variáveis do modelo ................................... 57

4.3 APRENDER .................................................................................... 58

5 CONCLUSÃO .................................................................................. 61

REFERÊNCIAS .................................................................................. 63

APÊNDICE A – PESQUISA DE ATRIBUTOS ............................... 69

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1 INTRODUÇÃO

Novas ideias surgem a todo o momento em várias partes do

mundo. Muitas delas são colocadas em prática com a abertura de novos

negócios ou modificação de negócios existentes. Destas, muitas

fracassam ou não atingem seu objetivo por diversos motivos, dentre eles

a má gestão de aplicação destas ideias no mercado (ELISABETH;

CALADO, 2015). Uma pesquisa realizada pela Global

Entrepreunership Monitor (GEM), realizada em 2015, aponta um

aumento das taxas de atividades empreendedoras no país, segundo o

relatório executivo Empreendedorismo no Brasil (GEM, 2016). Tal fato

pode ser observado na Figura 1.

Figura 1 – Evolução da atividade empreendedora no Brasil segundo estágio do

empreendimento

Fonte: GEM, 2016.

Apesar disso, outra pesquisa, realizada pelo Serviço Brasileiro de

Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), aponta que cerca de

70% dos novos negócios fecham antes de completarem um ano de

existência. Em termos globais, esta taxa é de 60% (ELISABETH;

CALADO, 2015). Ou seja, apesar do grande número de novas ideias desenvolvidas no país, poucos são os empreendedores que obtêm

sucesso ao lançar essa ideia no mercado. Elisabeth e Calado (2015)

apontam, que o principal motivo para o insucesso de novos negócios é a

falta de conhecimento do mercado, ou seja, a falta de informação sobre

as reais necessidades dos clientes-alvo.

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Atualmente, a abordagem do Sistema Toyota de Produção,

também conhecido como filosofia Lean, já é amplamente aplicada em

diversas empresas com o objetivo de aumentar a competitividade da

organização (OHNO, 1997). No entanto, somente a partir de 2011 com o

lançamento do livro “A Startup Enxuta”, escrito por Eric Ries, é que

esta filosofia foi mais amplamente explorada para também aumentar a

competitividade e chances de sucesso de novos negócios.

A filosofia Lean tem por objetivo aumentar a eficiência da

produção pela eliminação consistente e completa de desperdícios

(OHNO, 1997). Em uma abordagem contemporânea, Wilson (2010)

apresenta o conceito Lean como sendo uma forma de reduzir incertezas

da organização, permitindo com que as pessoas envolvidas trabalhem de

maneira mais confiante nos resultados que irão alcançar. Em ambos os

conceitos apresentados, observa-se o foco da filosofia Lean em

apresentar resultados para a organização poder progredir e alcançar seus

objetivos. O presente trabalho utilizará conceitos provenientes do Lean

Thinking para aumentar a probabilidade de sucesso de um novo negócio

classificado como Startup.

A abordagem que vincula práticas da filosofia Lean com a

criação de novos negócios é denominada de Lean Startup, ou Startup

Enxuta. A metodologia do Lean Startup consiste em um conjunto de

práticas para ajudar os empreendedores a aumentar suas chances de

desenvolver um novo negócio de sucesso (RIES, 2012). Apesar de a

metodologia Startup Enxuta ser abordada na literatura por alguns

autores, como, por exemplo, Ries (2012), Maurya (2010), Elisabeth e

Calado (2015), Blank e Dorf (2012), Behrens (2015), Caroli (2015), e

Rodrigues, Oliveira e Souza (2013) são verificados poucos estudos

sobre a sua aplicação em casos de sucesso.

A literatura na área, entretanto, aborda muito sobre os conceitos

gerais do Lean Startup e pouco sobre as ferramentas técnicas que podem

ser utilizadas para aumentar as chances de sucesso em cada etapa de

aplicação. A falta deste repertório de práticas e ferramentas também

prejudica a aplicação da metodologia por empreendedores, visto sua

dificuldade em selecionar os melhores procedimentos para o seu caso

específico.

Desta forma, o presente trabalho busca definir os atributos de um

serviço da economia colaborativa por meio da aplicação da metodologia

proposta do Lean Startup, acrescentando ferramentas técnicas para

embasar as decisões tomadas ao longo do processo. Assim sendo, este

trabalho irá auxiliar e disseminar a aplicação da metodologia por outros

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empreendedores, buscando aumentar, então, a taxa de sucesso de novos

negócios que vivem em um ambiente de incertezas.

A aplicação do trabalho será realizada no desenvolvimento de

um aplicativo de serviços de beleza, que se enquadra como sendo da

economia colaborativa. Nesta monografia, somente serão abordadas

questões relacionadas a quais atributos os clientes estão dispostos a

utilizar por meio do aplicativo, sendo que as demais definições de

público-alvo, investimento, e operacionalização do aplicativo não serão

abordados.

1.1 OBJETIVOS

Os objetivos dividem-se em:

1.1.1 Objetivo geral

O presente trabalho tem como objetivo principal definir os

atributos que agregam valor para o cliente no desenvolvimento de um

serviço de economia colaborativa.

1.1.2 Objetivos específicos

Com o objetivo de cumprir com o objetivo geral deste trabalho,

os seguintes objetivos específicos foram estabelecidos:

Aplicar a metodologia do Lean Startup no momento de

concepção de um novo negócio de economia colaborativa e

Identificar os atributos do produto com maior agregação de

valor para o cliente para a definição do Mínimo Produto Viável

(MVP).

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo serão abordados conceitos relacionados ao tema

deste trabalho, com o objetivo de proporcionar um maior entendimento

sobre o assunto ao leitor. Os principais temas abordados neste trabalho

estão relacionados à economia colaborativa, ao pensamento enxuto, o

modelo Lean Startup proposto por Ries (2012) e a técnica Análise

Conjunta para a análise de mercado.

2.1 ECONOMIA COLABORATIVA

Novas relações entre consumidores e empresas geradoras de

produtos e serviços estão se estabelecendo, de modo que cada vez mais

a sociedade busque a colaboração entre indivíduos como fator gerador

de novas empresas (MARTIN, 2015).

Santos (2016) afirma que a chamada economia colaborativa surge

como uma “forma inovadora de ofertar produtos e serviços”, permitindo

que empreendedores atribuam aos conceitos de compartilhamento uma

visão mercadológica que vem apresentando bons resultados. Empresas

como Uber, Shippify e BoraJunto são alguns dos exemplos de empresas

que têm se inserido no mercado utilizando a economia colaborativa

(SANTOS, 2016).

Martin (2015), então, define economia colaborativa como uma

forma de geração de valor onde o que é comercializado não é o produto

ou o serviço em si, mas a utilidade que estes são percebidos pelo

consumidor.

Sendo assim, a economia colaborativa se apresenta como uma

nova forma de fazer negócio, onde plataformas integram pessoas que de

alguma forma possuem algum produto/serviço a ser oferecido e pessoas

que necessitam desses produtos e serviço, de modo a aumentar o valor

agregado para os consumidores.

O presente trabalho é baseado em um aplicativo da economia

colaborativa justamente pela tendência na preferência dos consumidores

que este tipo de negócio tem nos próximos anos (ZHUO, 2015).

Zhuo (2015) também apresenta três questões importantes a serem

consideradas para o sucesso deste tipo de negócio:

Manter baixos custos fixos;

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32

Realizar parcerias que agreguem valor ao cliente,

mantendo o foco da empresa no que ela se propõe a

agregar valor ao cliente;

Obter relacionamento de longo prazo com o cliente,

proporcionando excelentes experiências de consumo.

2.2 LEAN THINKING

O Lean Thinking, ou pensamento enxuto, poder ser aplicado em

qualquer tipo de empresa, em qualquer área desta, colocando o cliente

como foco principal de todas as atividades desenvolvidas (WOMACK;

JONES, 1997). Segundo Salgado (2009, p. 345):

O pensamento enxuto é uma forma de fazer

cada vez mais com menos, ou seja, menos

esforço humano, equipamento, tempo e espaço

e, ao mesmo tempo, aproximar-se cada vez

mais de oferecer aos clientes exatamente o que

eles desejam.

2.2.1 Os cinco princípios

Os cinco princípios do pensamento enxuto demonstram a

importância do cliente como centro principal das atividades

desenvolvidas por uma organização. São eles: especificar o valor,

identificar a cadeia de valor, criar o fluxo, puxar a produção e a busca

incessante pela perfeição (WOMACK; JONES, 1997). A partir da

Figura 2, pode-se observar uma representação dos princípios.

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Figura 2 – Cinco princípios do pensamento enxuto

Fonte: WOMACK; JONES, 1997.

Para atingir o primeiro princípio, especificar valor, inicialmente

deve-se identificar quem é o cliente da organização (WOMACK;

JONES, 1997), ou seja, para quem a organização está empregando

esforços para entregar um produto ou serviço. Feito isso, é de extrema

importância que se identifique qual é o valor esperado por este cliente,

ou seja, o que o cliente realmente valoriza em relação a preço,

qualidade, quantidade e prazo de entrega (TEIXEIRA, 2015).

Identificado o cliente e o valor que a organização entrega para

ele, é necessário identificar a cadeia de valor. Este segundo princípio

tem como foco a organização em si, observando quais são os processos

e atividades desempenhadas que realmente estão modificando o produto

ou serviço de forma entregar o valor definido no primeiro princípio

(WOMACK; JONES, 1997). Teixeira (2015) afirma que esta é a etapa

que a empresa deve analisar quais dos seus processos estão agregando

valor ao que foi identificado no princípio anterior, e reduzir ao máximo

aqueles que estão sendo desnecessárias.

O terceiro princípio, criar o fluxo, busca reduzir o tamanho dos

lotes de forma a criar um fluxo dentro da cadeia, reduzindo desperdícios

Especificar o Valor

Identificar a Cadeia de

Valor

Criar o Fluxo

Puxar a Produção

Buscar a Perfeição

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e o lead time de produção (WOMACK, JONES, 1997). Desta forma, o

produto ou serviço poderá entregar o valor ao cliente de forma mais

eficiente, ou seja, realizando mais com menos. Jones e Mitchell (2006)

também apontam que criando o fluxo é possível gerenciar a cadeia de

valor de forma integrada, aumentando a eficácia e eficiência do

processo.

A puxada da produção tem como principal objetivo produzir

somente quando o cliente efetivamente requisitar, ou seja, ao invés de

produtos serem empurrados para o cliente, é o cliente quem dá a ordem

para a produção de mais um tipo de produção (WOMACK; JONES,

1997). Desta forma, elimina-se a produção de itens desnecessários e

foca-se a produção, ou interação de um serviço, no que o cliente

realmente deseja para aquele momento (JONES; MITCHELL, 2006).

Por fim, o quinto e último princípio proposto por Womack e

Jones (1997) é a busca incessante pela perfeição. Este conceito visa

orientar a empresa a buscar constantemente por melhorias que podem

ser realizadas com o objetivo de reduzir os desperdícios e aumentar a

efetividade e eficácia da empresa.

Ou seja, o Lean Thinking prega que toda a organização esteja

voltada para o que o cliente enxerga de valor em seus produtos ou

serviços e trabalhe na busca pela eliminação dos diferentes desperdícios

da organização.

2.3 LEAN STARTUP

Uma Startup pode ser entendida como uma instituição humana,

projetada para criar novos produtos e serviços sob condições de extrema

incerteza (RIES, 2012). Além disso, uma Startup é uma organização

formada para a pesquisa de um modelo de negócio repetível e escalável

(BLANK; DORF, 2012). Tais definições apontam para duas

características principais: o fato de uma Startup estar inserida em um

ambiente de incerteza, e o fato de que ela em algum momento deverá ser

escalável, a fim de permitir seu crescimento. É neste contexto que as

metodologias presentes na abordagem Lean Startup se inserem.

Ries (2012) menciona que para aumentar a probabilidade de

sucesso de uma Startup, ela deve ser orientada de três formas: Visão,

Direção e Aceleração. Inicialmente, a Startup deve buscar metodologias

de interação com o cliente que garantam níveis de aprendizagem cada

vez maiores das reais necessidades dos clientes, ou seja, que permita ver

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quais são tais necessidades. Esse processo é denominado de

Aprendizagem Validada. A Direção é marcada pelo ciclo Construir-

Medir-Aprender, onde o feedback das interações realizadas

anteriormente permite o progresso contínuo da Startup rumo ao

crescimento. Por fim, o momento de aceleração permitirá que a Startup

alcance seus objetivos de crescimento e se torne financeiramente

sustentável (RIES, 2012).

2.3.1 O ciclo Construir-Medir-Aprender

O processo de criação de uma Startup é proposto em um ciclo

de projeto de três etapas: Construir-Medir-Aprender (RIES, 2012). Este

ciclo tem como objetivo potencializar a probabilidade de sucesso de

uma Startup, e pode ser observado, a seguir, na Figura 3.

Figura 3 – Ciclo de feedback Construir-Medir-Aprender

Fonte: RIES, 2012.

Ideias

Construir

Produto

Medir

Dados

Aprender

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Caroli (2015) firma que este ciclo deve ser rápido e frequente,

para que desta forma haja aprendizados de maneira muito rápida e com

baixos custos de experimentação.

Etapa 1: Construir

A primeira etapa do ciclo de feedback proposto por Ries (2012)

é a construção de um modelo para a ideia inicial de criação da Startup.

Este modelo deve ser construído com base em hipóteses de validação,

que deverão atestar, ou não, a aceitação destas pelos clientes. Ries

(2012) sugere que o modelo construído seja um produto minimamente

viável (MVP), permitindo a análise de aceitação antes mesmo do

produto estar completamente finalizado. Desta forma, reduz-se o tempo

de feedback e ações de correções podem ser realizadas mais

rapidamente, reduzindo o retrabalho.

2.3.1.1 Mínimo Produto Viável

O conceito de Produto Mínimo Viável - MVP é uma das

principais características de uma Startup Enxuta. Segundo Ries (2012, p

70):

O MVP é aquela versão do produto que permite

uma volta completa no ciclo Construir-Medir-

Aprender, com o mínimo de esforço e o menor

tempo de desenvolvimento. O produto mínimo

viável carece de diversos recursos que podem

se provar necessários mais tarde.

Ainda, segundo Caroli (2015), o Mínimo Produto Víável “é a

versão mais simples de um produto que pode ser disponibilizada para a

validação de um pequeno conjunto de hipóteses sobre um negócio”. O

autor ainda afirma que este conceito visa o não desperdício de tempo,

dinheiro e esforço para a criação de um produto ou serviço que não

atenda da forma necessária às necessidades e expectavas do consumidor.

Desta forma, o MVP permite com que o aprendizado de cada ciclo proposto por Ries (2012) seja incrementado ao desenvolvimento

do produto de forma a permitir que cada vez novas hipóteses sejam

aprimoradas e, assim, atendendo de forma cada vez mais assertiva o

desejo do consumidor final (CAROLI, 2015).

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37

Neste caso, pode-se fazer uma comparação clara com a

Manufatura Enxuta, que se utiliza de um lote unitário com o objetivo de

flexibilizar a produção, evidenciar problemas e saná-los de maneira

eficiente. O produto mínimo viável seria o menor lote possível que

permita a interação com o cliente de maneira a sanar os problemas

identificados por eles e, assim, progredir rumo a um produto que atenda

de uma melhor forma suas necessidades (RIES, 2012).

Desta forma, o mínimo produto viável permite um feedback

rápido por parte do consumidor, de forma a potencializar os resultados

alcançados e reduzir o retrabalho no momento de concepção do produto

ou serviço. Caroli (2015) também afirma que o Mínimo Produto Viável

deve permitir uma “evolução gradual e contínua” na construção do

produto.

Neste sentido, Rodrigues, Oliveira e Souza (2013, p. 165)

afirmam que:

A ideia por trás do produto mínimo viável é que

uma Startup pode eliminar o desperdício

limitado a primeira versão de um produto para

as funcionalidades absolutamente essenciais

que validam a visão de longo prazo e as

hipóteses fundamentais da Startup.

O presente trabalho fará o uso deste conceito para analisar as

características/serviços que os consumidores julgam importantes

estarem inseridos no aplicativo. Portanto, este trabalho definirá as

características necessárias ao primeiro Mínimo Produto Viável a ser

testado com seus potenciais clientes.

Assim, a partir da construção da ideia, parte-se para a análise da

satisfação do potencial consumidor com a solução proposta. Está é a

fase “Medir” do ciclo do Lean Startup.

Etapa 2: Medir

A segunda etapa é caracterizada pela medição da aceitação por

parte dos clientes e da escalabilidade do produto (RIES, 2012). Portanto, o primeiro passo deve ser identificar qual é o cliente-alvo do produto ou

serviço que se propõe e, através de experimentos de validação das

hipóteses levantadas na construção do Mínimo Produto Viável, aferir a

aceitação do público em relação ao produto proposto e mensurar quais

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características deveriam ser acrescentadas ou não agregam valor ao

público (RIES, 2012).

É de suma importância que a medição das métricas de

desempenho possa conduzir a empresa para tomadas de decisão

posteriores em relação aos seus produtos (RIES, 2012). Em outras

palavras, antes de realizar a medição, é necessário ter claro quais são as

características que irão ser mensuradas e a forma com que esta

mensuração ocorrerá, para que assim os resultados possam ser

analisados posteriormente de forma conclusiva. Furr e Dyer (2014)

apontam que bons experimentos nesta etapa devem ser rápidos,

confiáveis e ter um número relevante de participantes.

A partir da mensuração, passa-se apara a terceira etapa do ciclo:

o aprendizado em relação às medições realizadas.

Etapa 3: Aprender

A partir dos resultados obtidos na etapa de medir, a última etapa

do ciclo poderá ser iniciada. É nesta etapa que a empresa deverá tomar a

decisão de continuar no desenvolvimento do produto construído ou

pivotar para um novo produto que atenda às necessidades reais

observadas nas etapas anteriores (RIES, 2012).

Segundo Behrens (2015), “um pivô é definido como uma

correção de curso estruturada para testar uma nova hipótese fundamental

sobre o produto, estratégia ou motor de crescimento”. Ou seja, a partir

das mensurações da aceitação dos clientes realizadas na Etapa 2,

analisa-se quais características deverão ser mantidas, quais deverão ser

acrescentadas ou modificadas no produto ou serviço proposto.

É de extrema importância salientar que esta etapa só será

efetiva caso as métricas tenham sido bem estabelecidas inicialmente e

novas características essenciais para o produto realmente tenham sido

aprendidas (RIES, 2012).

A partir das decisões realizadas na etapa de aprendizagem,

ocorre a construção de um novo mínimo produto viável para que, desta

forma, o ciclo Construir-Medir-Aprender possa novamente ocorrer.

2.4 ANÁLISE CONJUNTA

A Análise Conjunta é uma técnica utilizada para estimar a

preferência do consumidor utilizando técnicas de análise de

multivariáveis, analisando os trade-offs que as pessoas fazem ao

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escolher diferentes cenários (HAIR JR. et al 2014; SCHAUPP;

BÉLANGER, 2005). Segundo Schaupp e Bélanger (2005), este tipo de

análise permite a comparação dos diferentes efeitos que cada um dos

atributos pode causar na construção do produto ou serviço.

A Análise Conjunta vem sendo cada vez mais utilizada nos

testes em que diferentes cenários devem ser avaliados (KOTLER, 1996,

MALHOTRA; BIRKS, 2007). Segundo Schaupp e Bélanger (2005), a

Análise Conjunta possui diversas vantagens, dentre elas as citadas a

seguir.

Foco em mensuração das preferências do consumidor para

os atributos;

Permite um modelo de tomada de decisão realística, pois

força os clientes a avaliar os produtos ou serviços como um

todo;

O modelo não assume nenhuma suposição sobre a natureza

do relacionamento entre os atributos e as variáveis

dependentes;

Permite a comparação de variáveis quantitativas e

qualitativas como variáveis dependentes.

Esta técnica permite, então, que o pesquisador quantifique a

preferência do entrevistado em relação a atributos pré-definidos, que

podem ou não ter relação entre si (HAUSER; RAO, 2004). Para cada

escolha do entrevistado, são inferidos alguns resultados que, somados,

resultarão em uma função geral que integra as diferentes decisões

realizadas nas comparações individuais (GREEN; SRINIVASAN,

1978). Tal função, denominada de Total Worth ou função utilidade,

pode ser observada na Equação 1 a seguir.

Equação 1 – Função Utilidade Total

𝑦𝑐 = ∑ ∑ 𝛽𝑎𝑙 . 𝑥𝑎𝑙

𝐿𝑎

𝑙=1

𝐴

𝑎=1

Para a função de utilidade total, temos que:

𝑦𝑐: Função utilidade

𝛽𝑎𝑙: Função “parth-worth” do atributo a e nível l

𝑥𝑎𝑙: Variável binária de verificação do atributo (1 caso o atributo estiver

presente e 0 caso contrário)

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40

Fonte: GREEN; SRINIVASAN, 1978.

A função utilidade, de acordo com Hair Jr. et al (2014) é o

conceito mais importante a ser estudado ao longo da análise conjunta e é

a forma mais utilizada para aferir valor a um atributo. Os autores

também afirmam que ao utilizar a análise conjunta para determinar o

valor a determinado atributo, deve-se considerar os seguintes fatores:

A utilidade engloba todos os aspectos de um atributo, sejam

eles tangíveis ou intangíveis;

A utilidade é aceita de diferentes maneiras de acordo com o

nível de determinado atributo, seja ele preço, marca,

funções, etc. O nível de cada atributo e a combinação que se

encontra varia sua atribuição de valor;

A utilidade é expressa pela relação com que um atributo

possui ao ser relacionado com outros atributos, de diferentes

maneiras. A partir disso, assume-se que atributos com maior

valor apresentam maior chance de serem escolhidos.

Para obtenção do melhor resultado em termos de definição da

utilidade do atributo, deve-se poder descrever o objeto em função de

seus atributos e descrever cada um dos atributos de forma a explicar

como cada um deles agregaria valor ao produto (HAIR JR. et al, 2014).

Desta forma, estes autores afirmam que quatro questões fundamentais

devem ser respondidas pelo pesquisador de forma a obter um melhor

resultado:

Quais são os atributos importantes que podem afetar a

preferência do cliente?

Como os respondentes irão saber o significado de cada fator

atribuído?

Como os respondentes vão realmente avaliar suas escolhas?

Quantos cenários serão avaliados?

A partir da construção destes cenários e deste modelo de

pesquisa, deve-se buscar o público-alvo do produto ou serviço que está

se avaliando e, assim, identificar quais dos atributos apresentam maior

preferência em relação a estes respondentes (HAIR JR. et al, 2014).

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41

2.5 REGRESSÃO LOGÍSTICA

A Regressão Logística é uma forma de prever acontecimentos

utilizando-se da estatística, onde as variáveis de previsão apresentam-se

de forma qualitativa (HAIR JR. et al, 2014).

A regressão logística tem como objetivo determinar a

probabilidade de um evento ocorrer e identificar quais características

são determinantes para essa probabilidade acontecer (FÁVERO et al.,

2009). O mesmo ainda define a probabilidade de um evento ocorrer pela

Equação 2:

Equação 2 – Probabilidade de um evento ocorrer

𝑃(1) = 1

1 + 𝑒−(𝛼+ ∑ 𝛽𝑖𝑋𝑖)

Sendo,

P(1) : Probabilidade do evento (1-escolha do cenário) acontecer

𝛼 𝑒 𝛽: Parâmetros do modelo

Xi : Comportamento das variáveis

Fonte: FÁVERO et al., 2009.

A partir deste cálculo, a forma mais recomendada de verificar a

qualidade do ajuste obtido no modelo desenvolvido é a partir da análise

da curva ROC (FÁVERO et al., 2009).

2.6 DEFINIÇÃO DE PERSONAS

Umas das formas de definição de um público-alvo é a definição

de personas do negócio, ou seja, a caracterização do cliente representada

fisicamente por uma pessoa, de forma a descrever seus comportamentos,

seus objetivos ao utilizar o produto ou serviço, as restrições que podem

impedir esta pessoa de utilizar o produto ou serviço, ou restrições do

cotidiano, e as experiências que essa pessoa gostaria de ter (PRUITT;

ADLIN, 2003).

Palagi (2016) afirma que a definição de personas permite às

empresas compreender de forma mais assertiva quem são os seus

clientes e suas necessidades, permitindo com que as ações a estes

clientes se tornem mais efetivas também.

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42

Ghise (2015) apresenta uma lista de informações que sugere-se

definir em relação a persona criada para o negócio, dentre elas: idade,

estado civil, renda mensal, hábitos, emprego, se há uma formação

específica em que o produto ou serviço será mais utilizado, como ele

busca obter informações e se informar, se utilizam mídias sociais com

frequência, seus sonhos, suas restrições, e as dificuldades do dia-a-dia.

Para criar uma persona, segundo Ghise (2015), é necessário ir a

campo e entender efetivamente como as pessoas que se enquadram

dentro do estereótipo do público alvo realmente vivem e quais os seus

hábitos. Ghise (2015) afirma que deve-se “contar a história da vida

dela”.

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43

3 METODOLOGIA

A obtenção dos resultados deste estudo ocorrerá por meio da

aplicação da metodologia Lean Startup para desenvolvimento de uma

empresa de economia colaborativa, mais especificamente na criação de

um Mínimo Produto Viável inicial para realizar um ciclo Construir-

Medir-Aprender.

O presente trabalho somente irá abordar questões relacionadas a

quais atributos os clientes estão dispostos a utilizar por meio do

aplicativo, sendo que as demais definições de público-alvo,

investimento, e operacionalização do aplicativo não serão abordados.

3.1 DESCRIÇÃO DO PRODUTO

O produto a ser estudado, que recebeu o nome de Lótus, é um

aplicativo que permite que homens e mulheres possam usufruir de

serviços de beleza em qualquer lugar que estejam. Para tanto,

profissionais deste segmento deverão se inscrever no aplicativo e ofertar

seu serviço, definindo seu preço e local de atuação.

O serviço tem a funcionalidade de apresentar opções de serviço

de beleza para os clientes de acordo com a sua localização. Utilizando o

sensor de localização do smartphone e a disponibilidade de

atendimentos dos prestadores do serviço o aplicativo apresenta os

serviços de beleza disponíveis mais próximos e o seu custo, facilitando a

seleção do prestador de serviço por parte do cliente. Um exemplo do que

poderia ser a tela inicial do aplicativo pode ser observado na Figura 4.

O presente trabalho irá definir os atributos do aplicativo, ou seja,

quais funcionalidades ele deverá conter para potencializar sua utilização.

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44

Figura 4 – Exemplo de tela inicial de interação com a cliente

Fonte: autoria própria.

Uma pesquisa de mercado prévia, anterior ao desenvolvimento

deste trabalho, foi realizada em aproximadamente 15 salões de beleza de

Porto Alegre - RS e Florianópolis - SC com o objetivo de descobrir

quais eram os principais serviços de beleza procurados nos respectivos

salões. Esta pesquisa foi realizada em conversas com donos de salões de

beleza das duas cidades mencionadas acima e, a partir dos resultados

encontrados, definiram-se cinco atributos a serem considerados neste

trabalho:

1. Massagem terapêutica

2. Maquiagem

3. Manicure/Pedicure

4. Deslocamento do profissional até a cliente

5. Design de sobrancelha

Dessa forma, a seguinte hipótese de pesquisa foi criada:

H1:“Todos os cinco atributos agregam valor para o cliente”.

Esta etapa de criação de atributos a serem validados com o

cliente é a primeira etapa do ciclo do Lean Startup, a fase de Construir.

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3.2 DEFINIÇÃO DO PÚBLICO-ALVO

O aplicativo Lótus tem como público-alvo mulheres entre 20 e

30 anos, trabalhadoras e com pouco tempo livre para utilizar os serviços

providos pelo aplicativo. Assim, o aplicativo Lótus entraria como uma

forma de conectar e tornar mais fácil a marcação de horários para

desfrutar desses serviços, permitindo também a comparação de preços e

avaliação dos serviços prestados pelos profissionais cadastrados.

Para este trabalho, foi definida uma única persona como

público-alvo deste aplicativo. A Persona chama-se Ana Paula e pode ser

caracterizada fisicamente como na Figura 5.

A Ana Paula tem 25 anos e tem uma rotina de trabalho intensa,

com pouco tempo que poderia ser destinado para cuidados próprios.

Além disso, ela é uma mulher prática, que gosta de agilidade e busca

sempre adquirir produtos e serviços que proporcionem praticidade e

simplicidade para seu cotidiano. Ana Paula gosta muito de viajar e

conhecer novos lugares e ter novas experiências. Nas poucas horas

livres que possui durante os dias da semana, costuma assistir séries, ir ao

shopping e ler um bom livro.

Figura 5 – Persona do aplicativo Lótus

Fonte: autoria própria.

3.3 MODELO DE ANÁLISE

Como forma de definir e responder a hipótese de pesquisa, foi

utilizada a metodologia de Análise Conjunta. Segundo Siqueira (2000),

este tipo de análise “proporciona uma maneira de medir o impacto de

cada atributo de um produto na preferência do consumidor”. De forma

Persona Lótus

Nome: Ana Paula

Idade: 25 anos

Situação profissional: empregada, com

uma rotina profissional bastante intensa

Principal característica: Prática

Hobbies: viajar, assistir séries TV, ler e

ir ao shopping

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prática, neste trabalho serão analisados quais serviços impactam

positivamente a percepção do consumidor em relação ao aplicativo

proposto.

Para tanto foi realizado um experimento fatorial

(MONTGOMERY, 2012) para a criação dos estímulos (cenários) para

serem incluídos no instrumento de pesquisa (questionário). Ao

planejarmos um experimento fatorial completo com cinco fatores e cada

um em dois níveis (25), temos um total de 32 cenários possíveis

(2x2x2x2x2). Esta quantidade de cenários tende a exigir muito dos

respondentes. Para reduzir esta quantidade cenários a serem incluídos na

pesquisa foi desenvolvido um planejamento experimental fracionado

(MONTGOMERY, 2012). Este tipo de planejamento tem por

característica reduzir a quantidade de combinações do tratamento

mediante limitações da análise da interação entre os fatores analisados

(MONTGOMERY, 2012). Desta forma foi utilizado um delineamento

experimental fracionado com cinco fatores com dois níveis cada (25-1),

resultando em 16 combinações de cenários com a inclusão dos cinco

fatores/atributos analisados. Mesmo assim, a opção de realizarmos um

questionário em que o respondente é perguntado sobre a melhor opção

entre 16 diferentes cenários consiste em uma tarefa complexa. Para

reduzir esta complexidade é recomendada a divisão do planejamento

experimental em blocos, que dividem de forma aleatória a distribuição

dos cenários em cada um dos blocos planejados. Desta forma, optou-se

pela criação de quatro blocos, com a inclusão de quatro cenários por

bloco. Por fim, para o desenvolvimento do questionário foi utilizado um

delineamento experimental fracionado com cinco fatores com dois

níveis cada um, distribuídos em quatro blocos (25-1 blocado).

Para a definição do planejamento experimental dos cenários

para serem incluídos na pesquisa foi utilizado o software estatístico

MINITAB (2000). Como resultado, cada cenário apresenta uma

combinação diferente dos cinco serviços apresentados anteriormente.

Quando um atributo está contido no cenário, ele é representado pelo

número 1 (um), enquanto a ausência do atributo é caracterizada pelo

número -1 (menos um). O resultado do planejamento experimental

aplicado pode ser observado na Tabela 1. Tabela 1 – Planejamento experimental utilizado na pesquisa

Bloco Atributo A Atributo B Atributo C Atributo D Atributo E

Massagem Maquiagem Manicure/

Pedicure

Deslocamento

para o local

Design de

sobrancelha

1 -1 1 1 1 -1

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1 1 -1 -1 1 1

1 -1 1 1 -1 1

1 1 -1 -1 -1 -1

2 -1 -1 1 1 1

2 1 1 -1 -1 1

2 1 1 -1 1 -1

2 -1 -1 1 -1 -1

3 1 -1 1 -1 1

3 -1 1 -1 -1 -1

3 1 -1 1 1 -1

3 -1 1 -1 1 1

4 -1 -1 -1 1 -1

4 1 1 1 1 1

4 -1 -1 -1 -1 1

4 1 1 1 -1 -1

Fonte: autoria própria (dados gerados pelo MINITAB).

No bloco 4, um dos resultados apresentados pelo MINITAB®

foi a inserção somente do Atributo D. No entanto, esta não seria uma

solução possível, pois este atributo é somente um complemento aos

demais atributos, não podendo ser oferecido de maneira isolada. Desta

forma, no bloco 4 foram utilizados somente três cenários de pesquisa, e

não quatro como nos demais blocos.

Com base no planejamento experimental (Tabela 1) foi

desenvolvido o instrumento de pesquisa que permitisse a mensuração da

preferência dos consumidores em relação a estes atributos oferecidos.

Para tanto foi utilizada uma plataforma de pesquisa online, denominada

Qualtrics®. Esta plataforma foi selecionada por oferecer a utilização de

questões em blocos, permitindo, então, que o respondente selecione o

melhor cenário entre os blocos. Além disso, a plataforma não

apresentava custos para registro de 100 ou menos respostas. Uma

imagem parcial do questionário desenvolvido é apresentada na Figura 6.

O questionário em sua totalidade é apresentado no APÊNDICE A e

também pode ser consultado no endereço:

https://qtrial2017q2az1.az1.qualtrics.com/jfe/form/SV_e3cKadqUhZ95n

4F.

Figura 6 – Imagem parcial do questionário

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48

Fonte: autoria própria.

A pesquisa foi divulgada em redes sociais, com foco em grupos

que tenham o perfil do público-alvo descrito anteriormente. No entanto,

não foi restringida a participação de outros perfis na resposta do

questionário.

Em razão de a resposta ser a escolha do melhor cenário pelo

usuário, a mensuração da variável resposta é binária, restrita em 0

(cenário não escolhido) e 1 (cenário escolhido). Este tipo de resposta,

também definido como choice based, é um dos mais utilizado para a

realização de pesquisa de análise conjunta em razão de melhor expressar

o procedimento de escolha do cliente. A partir da mensuração da

variável reposta ser binária, a análise dos dados obtidos na pesquisa

recomenda a utilização do modelo de estimação dos parâmetros

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utilizando a técnica de Regressão Logística (Logit) (HAIR JR. et al,

2014).

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50

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51

4 RESULTADOS

Os resultados foram alcançados neste projeto a partir do ciclo

proposto por Ries (2012) de Construir-Medir-Aprender. Abaixo, serão

apresentados os resultados alcançados em cada uma das etapas do ciclo,

de forma a definir os atributos que deverão ser incluídos no aplicativo

para maior agregação de valor ao cliente.

4.1 CONSTRUIR

A construção do Mínimo Produto Viável a ser utilizado no

experimento teve como objetivo definir quais era os atributos que os

potenciais consumidores gostariam que existissem no aplicativo

proposto. Desta forma, elaborou-se o questionário apresentado no

Apêndice A como forma de avaliar a hipótese criada: “Quais atributos

que direcionam a uma maior agregação de valor ao cliente?”.

Assim como já descrito anteriormente, os produtos analisados

foram os seguintes:

1. Massagem

2. Maquiagem

3. Manicure/Pedicure

4. Deslocamento do profissional até a cliente

5. Design de Sobrancelha

O questionário também questionou os respondentes em relação

a questões socioeconômicas para que, desta forma, pudesse ser

analisado a coerência dos respondentes com o público-alvo do

aplicativo.

Além do questionário, também foi elaborada uma identidade

visual prévia da marca bem como uma proposta do que seria a página

inicial do aplicativo (Figura 4), para que, desta forma, os potenciais

clientes pudessem ter uma impressão mais fidedigna do que seria o

aplicativo.

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4.2 MEDIR

A pesquisa elaborada apresentou 198 respostas válidas, dentre

as quais 158 eram do sexo feminino e 40 do sexo masculino. Entre os

respondentes participantes da pesquisa 67,7% destes estão na faixa

etária de 20 a 25 anos, como pode ser observado no Gráfico 1.

Gráfico 1 – Faixa etária da pesquisa

Fonte: autoria própria (dados da pesquisa).

Na amostra analisada na pesquisa, 120 delas exercem atividade

remunerada atualmente (60,6%), enquanto as demais não.

Correspondendo os dados socioeconômicos da pesquisa com a definição

de público-alvo, conclui-se que os respondentes da pesquisa estavam

primordialmente dentro da faixa etária definida (20 a 30 anos), do sexo

feminino e exercendo atividade remunerada, permitindo com que a

pesquisa, desta forma, seja válida para definição da aceitação do

aplicativo por este público e para definição dos atributos a serem

selecionados para inserção no aplicativo Lótus.

Por meio desta pesquisa, também se observou que o aplicativo

teve uma alta aceitação entre os participantes, com um indicador de

aproximadamente 92%. Quando segregada essa aceitação por sexo, 75%

do público masculino que participou da pesquisa teria interesse em

utilizar o aplicativo assim como 96,2% do público feminino. A Tabela 2

apresenta os dados descritivos da amostra da pesquisa.

22

134

24 12 4 2

Menos de 20

anos

20 a 25 anos 25 a 30 anos 30 a 35 anos 35 a 40 anos Mais de 40

anos

Faixa Etária

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Tabela 2 – Dados descritivos da pesquisa

Gênero Masculino Feminino

40 (20%) 158 (80%)

Exerce atividade profissional Sim Não

120 (61%) 78 (39%)

Utilizaria o aplicativo? Sim Não

182 (92%) 16 (8%)

Faixa

Etária

Menos de 20 anos

20 a 25 anos

25 a 30 anos

30 a 35 anos

35 a 40 anos

Mais de 40 anos

22

(11%)

134

(68%)

24

(12%)

12

(6%)

3

(1,5%)

3

(1,5%)

Fonte: autoria própria (dados da pesquisa).

Para a análise dos dados foi verificada a relação das

características do público-alvo e das funcionalidades do aplicativo. As

características do público-alvo são expressas pelas variáveis gênero

(masculino/feminino) e trabalho (exerce atividade profissional/não

exerce atividade profissional). Ambas as características são expressas

por variáveis qualitativas binárias (0/1). As funcionalidades do

aplicativo são expressas pela presença/ausência de cada um dos

atributos propostos para o aplicativo, sendo: A1(massagem), A2

(maquiagem), A3 (manicure/pedicure), A4 (deslocamento do

profissional), A5 (design de sobrancelha).

No roteiro de análise proposto, primeiramente é analisado o

relacionamento das características do público-alvo e posteriormente dos

atributos do produto. Por fim, são incluídas todas as variáveis no

modelo, incluindo todas as variáveis do público-alvo e referentes aos

atributos do aplicativo (Figura 7). Ao final é verificada a qualidade do

ajuste obtido deste modelo por meio da Curva ROC.

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54

Figura 7 – Modelo conceitual proposto para estudo

Fonte: autoria própria.

4.2.1 Características do público-alvo

O modelo de Regressão Logística para as variáveis referentes ao

público-alvo, gênero e trabalho (realiza atividades profissionais) não se

apresentou significativo para estas variáveis (p-valor<0,010), assim

como pode ser observado na Tabela 3. Este resultado se apresenta de

forma positiva para o estudo realizado, visto que não foi identificada

relação significativa entre o perfil do público-alvo e a opção de escolha

das funcionalidades do aplicativo.

Este resultado pode ser interpretado como uma ausência de

restrição do perfil do público-alvo do aplicativo em relação a estas

variáveis, ou seja, tanto o gênero quanto o exercício de atividades

profissionais não se apresentam como restrição para o aplicativo. Neste

caso, é preciso ressaltar que a amostra analisada apresenta limitação em

relação aos respondentes do gênero masculino (20%), o mesmo se

apresenta em relação aos que não exercem atividade profissional (39%).

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Tabela 3 – Análise de regressão logística para as variáveis do público-alvo

B EP Wald gl Sig. Exp(B)

Constante -

2,639 ,216 149,160 1 0,000*** 0,071

Gênero 0,000 ,207 0,000 1 1,000 1,000

Trabalha 0,000 ,157 0,000 1 1,000 1,000 *significativo a 10%, **significativo a 5% e ***significativo a 1%

Fonte: autoria própria (dados da pesquisa).

4.2.2 Funcionalidades do atributo

O modelo de Regressão Logística para as variáveis referentes aos

atributos do produto, A1(massagem), A2 (maquiagem), A3

(manicure/pedicure), A4 (deslocamento do profissional), A5 (design de

sobrancelha) se apresentam todas significativas (p-valor<0,05) e

positivas para a escolha do cliente.

Entre os atributos analisados, o que apresenta mais efeito sobre a

escolha do cliente é o A1 (massagem), sendo que a sua presença na

configuração do aplicativo aumenta a chance 80% de o cenário ser

selecionado em comparação aos cenários em que não está presente. Da

mesma forma, a presença do atributo A2 (maquiagem) na configuração

do aplicativo aumenta a chance em 18,5% de o cenário ser selecionado

em comparação aos cenários em que não está presente.

A Tabela 4 apresenta os resultados obtidos na realização da

Regressão Logística na atribuição da funcionalidade dos aplicativos.

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Tabela 4 – Análise de regressão logística com as funcionalidades do aplicativo

B EP Wald gl Sig. Exp(B)

Constante -

3,118 0,114 746,395 1 0,000*** 0,044

A1 0,588 0,093 39,567 1 0,000*** 1,800

A2 0,170 0,085 3,998 1 0,046** 1,185

A3 0,380 0,085 19,832 1 0,000*** 1,463

A4 0,435 0,086 25,490 1 0,000*** 1,545

A5 0,519 0,110 22,237 1 0,000*** 1,681

*significativo a 10%, **significativo a 5% e ***significativo a 1%

Fonte: autoria própria (dados da pesquisa)

O resultado do modelo de Regressão Logística analisado pode ser

expresso na Equação 3. Nesta equação, o resultado é expresso na

probabilidade de escolha do cenário a partir da combinação dos atributos

presentes no aplicativo.

Equação 3 – Resultado do modelo de regressão logística

𝑃𝑟𝑜𝑏(1)

=1

1 + 𝑒−(−3,118+0,588𝐴𝑡𝑟𝑖𝑏.1+0,170𝐴𝑡𝑟𝑖𝑏.2+0,380𝐴𝑡𝑟𝑖𝑏.3+0,435𝐴𝑡𝑟𝑖𝑏.4+0,519𝐴𝑡𝑟𝑖𝑏.5)

Fonte: adaptada de Green e Srinivasan (1978) para o modelo proposto.

O mesmo resultado ainda pode ser expresso de acordo com a

Função Utilidade, como mais frequentemente apresentado nas

aplicações de Análise Conjunta. Neste caso, o resultado é apresentado

de acordo com a sua utilidade para o cliente, sendo que o coeficiente de

cada atributo correspondendo ao seu peso na função (Equação 4).

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Equação 4 – Função utilidade do modelo

𝑈(𝑌) = 0,588𝐴𝑡𝑟𝑖𝑏. 1 + 0,170𝐴𝑡𝑟𝑖𝑏. 2 + 0,380𝐴𝑡𝑟𝑖𝑏. 3 +0,435𝐴𝑡𝑟𝑖𝑏. 4 + 0,519𝐴𝑡𝑟𝑖𝑏. 5 (5)

Fonte: adaptada de Fávero et al (2009) para o modelo proposto.

4.2.3 Análise de todas as variáveis do modelo

Da mesma forma que os modelos parciais, os relacionamentos

das variáveis com a escolha do cliente permanecem os mesmos, ou seja,

a significância das variáveis analisadas permanece sem alteração

(Tabela 5).

Tabela 5 – Análise de regressão logística de todas as variáveis do modelo

B EP Wald gl Sig. Exp(B)

Constante -

3,118 0,237 172,393 1 0,000*** 0,044

Gênero 0,000 0,214 0,000 1 0,999 1,000

Trabalha -

0,001 0,162 0,000 1 0,995 0,999

A1 0,588 0,093 39,567 1 0,000*** 1,800

A2 0,170 0,085 3,998 1 0,046** 1,185

A3 0,380 0,085 19,832 1 0,000*** 1,463

A4 0,435 0,086 25,490 1 0,000*** 1,545

A5 0,519 0,110 22,237 1 0,000*** 1,681

*significativo a 10%, **significativo a 5% e ***significativo a 1%

Fonte: autoria própria (dados da pesquisa).

A partir disso, foi verificada a qualidade do ajuste do modelo de

regressão logística. O resultado da Curva ROC indica uma qualidade de

ajuste satisfatória, apresentando uma área de 0,737. (Figura 8).

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Figura 8 – Análise da Curva ROC para verificação do ajuste do modelo

Fonte: autoria própria (dados da pesquisa).

Este resultado ainda se apresenta altamente significativo (p-

valor<0,001), justificando que o modelo desenvolvido se apresenta

válido e com capacidade de previsão superior a uma classificação

aleatória (área=0,5), assim como pode ser observado na Tabela 6.

Tabela 6 – Área sobre a Curva ROC

Área Erro

Padrãoa

Sig.

assintóticab

Intervalo de Confiança 95%

Assintótico

Limite

inferior

Limite

superior

0,737 0,021 0,000*** 0,697 0,778 *significativo a 10%, **significativo a 5% e ***significativo a 1%

Fonte: autoria própria (dados da pesquisa).

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4.3 APRENDER

A partir do trabalho realizado e dos resultados obtidos, esta etapa

tem como principal objetivo obter conclusões e realizar tomadas de

decisões que proporcionarão uma continuação no desenvolvimento do

aplicativo.

Neste sentido, as medições realizadas na etapa anterior

mostraram-se válidas para validação da hipótese H1 definida neste

trabalho: “Todos os cinco atributos agregam valor para o cliente”. A

partir dos resultados encontrados, decidiu-se continuar com a proposição

inicial, mantendo todos os atributos testados no aplicativo.

Observa-se, também, que o atributo que o cliente mais está

disposto a utilizar por meio do aplicativo é o A1 (massagem), seguidos

do A5 (design de sobrancelha), A4 (deslocamento do profissional), A3

(manicure/pedicure), A2 (maquiagem). Esta ordem de preferência do

consumidor poderá nortear, por exemplo, decisões a respeito da

operacionalização do aplicativo no futuro. Ou seja, segundo a pesquisa,

não há dúvidas sobre a necessidade do aplicativo disponibilizar o

serviço de massagem, mas, caso seja necessário reduzir um atributo para

reduzir o investimento de criação do aplicativo, o serviço escolhido

deverá ser o de maquiagem.

Desta forma, a partir do aprendizado desta etapa, uma nova

hipótese deverá ser gerada para construção de um novo MVP para que,

assim, ela possa ser novamente testada, permitindo com que o produto

entregue mais valor para o cliente.

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5 CONCLUSÃO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso buscou identificar os

atributos que agregam valor ao consumidor, em uma empresa economia

colaborativa, aplicando a metodologia do Lean Startup para definição

deste novo negócio.

A economia colaborativa é uma grande tendência atualmente,

permitindo com que pessoas que possuem algum produto ou serviço a

oferecer possam se conectar com pessoas que estejam em busca destas

ofertas. Grande parte das grandes empresas nascidas nestes últimos 5

anos tiveram como base este pressuposto, como por exemplo o Uber e

Airbnb.

Dentro deste contexto, propôs-se a criação de uma empresa que

conectasse prestadores de serviço de beleza com potenciais clientes, de

modo que o agendamento dos serviços fosse facilitado utilizando a

geolocalização do usuário e do prestador de serviço.

A concepção deste novo negócio foi realizada baseando-se na

metodologia do Lean Startup, buscando identificar os atributos a serem

incorporados pelo aplicativo de forma a aumentar a agregação de valor

do produto ao cliente.

Para tanto, foram construídos cenários de pesquisa, cada um

contendo diferentes atributos combinados para que, desta forma, os

respondentes da pesquisa elaborada pudessem apresentar sua

preferência. A técnica utilizada para realização desta pesquisa foi a

Análise Conjunta. Analisando seus resultados, obteve-se uma aceitação

do aplicativo de aproximadamente 92% dos respondentes, dos quais

elencaram como significantes para conter no aplicativo todos os

atributos propostos. Ou seja, os serviços de manicure/pedicure,

massagem, maquiagem, design de sobrancelha e deslocamento do

profissional até o cliente serão disponibilizados aos usuários pelo

aplicativo. A pesquisa apresentou uma curva ROC no valor de 0,73

fazendo com que a análise seja considerada válida e satisfatória.

A metodologia do Lean Startup foi considerada extremamente

importante para definição dos atributos do aplicativo, pois assim pode-se

validar com os potenciais clientes, ou seja, aqueles que realmente farão

uso do aplicativo, quais seriam os serviços que eles mais teriam

interesse em adquirir. Além da interação com os potenciais clientes, a

metodologia permitiu que essa interação fosse estruturada e realizada

com o máximo de aproveitamento de informações.

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Além disso, a partir das definições realizadas neste trabalho,

poderá se dar, então, continuidade ao desenvolvimento do aplicativo,

buscando identificar novas hipóteses de pesquisas para que, dessa

forma, a realização de um novo ciclo Construir-Medir-Aprender seja

possível. Desta forma, continuar-se-á a aplicação do da metodologia

Lean Startup com o objetivo de sempre aprimorar o valor entregue ao

cliente neste serviço.

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APÊNDICE A – PESQUISA DE ATRIBUTOS

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Questão 1:

Questão 2:

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Questão 3:

Questão 4:

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Questão 5:

OBS: A Questão 5 é a composição das escolhas do respondente nas quatro

questões anteriores.

Fonte: desenvolvido pela autora