aplicaÇÃo da produÇÃo mais limpa em uma empresa de ... · portes e conceitos em todo o brasil e...
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APLICAÇÃO DA PRODUÇÃO MAIS
LIMPA EM UMA EMPRESA DE
EMBALAGENS PARA JÓIAS
Paula Salomao Martins (UFJF)
DOUGLAS DOS REIS DUARTE (UFJF)
Lucas Fernandes Elmor (UFJF)
Robson Carvalho de Oliveira (UFJF)
Bruno Milanez (UFJF)
O principal objetivo do trabalho é reforçar empiricamente o
argumento de que a metodologia da Produção Mais Limpa pode
melhorar o desempenho ambiental dos processos produtivos e, ao
mesmo tempo, diminuir custos de produção. Além disso, o teexto
defende que os principais obstáculos a uma adoção mais ampla da
metodologia estão mais relacionados a uma percepção equivocada das
barreiras do que a dificuldades reais de sua implementação e, assim,
argumenta que a promoção desta idéia parece depender dos campeões
ambientais para sua divulgação e implementação. O artigo é baseado
na aplicação de uma versão simplificada da metodologia em uma
empresa fabricante de caixas e estojos de jóias, setor caracterizado por
intensa concorrência por preço e pouco sensível ao desempenho
ambiental. O estudo consistiu na avaliação do desempenho ambiental
do setor de corte e vinco de papel e possibilitou a geração de três
alternativas de melhoria. A opção proposta, o aprimoramento do
desenho das facas de corte, permitiu a redução da quantidade de papel
desperdiçado resultando em economias significativas do consumo de
matéria prima.
Palavras-chaves: Produção Mais Limpa, Desempenho Ambiental,
Redução de Custos
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
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1. Introdução
O principal objetivo do trabalho é reforçar empiricamente o argumento de que propostas
baseadas na metodologia Produção Mais Limpa podem aprimorar o desempenho material de
empresas gerando a diminuição dos desperdícios de processos produtivos e, ao mesmo tempo,
acarretando em diminuição de custos. Além disso, defendemos que os principais obstáculos a
uma adoção mais ampla deste método estão mais relacionados a uma percepção equivocada
das barreiras do que a dificuldades reais de implementação da Produção Mais Limpa.
Ao longo do artigo, apresenta-se uma aplicação de um método derivado da Produção Mais
Limpa em uma empresa fabricante de caixas e estojos de jóias. Este setor é caracterizado por
uma intensa concorrência por preço e, até o momento, vem se mostrando pouco sensível ao
desempenho ambiental de seus fornecedores. Apesar disso, propõe-se que a Produção Mais
Limpa poderia gerar um aumento da competitividade das empresas do setor, pelo menos
devido à redução de custos de produção.
O artigo é decorrente da realização de um trabalho de avaliação proposto para alunos de
graduação da disciplina Engenharia da Sustentabilidade II do Curso de Engenharia de
Produção. Tal trabalho consistia em uma aplicação simplificada da metodologia Produção
Mais Limpa proposta pelo Compromisso Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento
Sustentável (CEBDS, 2004). Para sua realização, foi solicitado aos alunos que escolhessem
uma empresa, fizessem sua caracterização, seguida da descrição de seu macro-fluxograma de
produção, da definição do escopo de atuação e do levantamento do balanço de massa de um
departamento ou atividade da empresa. Em seguida, foi requisitado que definissem e
quantificassem os aspectos ambientais mais relevantes do setor estudado, gerassem e
avaliassem três opções de mudanças de processo ou produto conforme os instrumentos
Produção Mais Limpa, estimassem os benefícios gerados por uma das opções e ainda
propusessem um plano de monitoramento. A estrutura do artigo segue a mesma ordem da
metodologia utilizada.
2. Aspectos conceituais
“Produção Mais Limpa é uma estratégia ambiental para prevenção da poluição que objetiva a
otimização do uso de matéria-prima, de modo a minimizar perdas, reduzir riscos e criar
benefícios econômicos para as organizações” (CEBDS, 2004, p. 9). Essa estratégia, ao se
basear nos princípios de inovação e prevenção, aproxima-se do conceito de eficiência de
material, ou eficiência de recursos (PORTER & VAN DER LINDE 1995) e possui três
objetivos centrais: (1) aumentar a eficiência do uso de matéria-prima; (2) promover melhor
performance ambiental; e (3) reduzir os impactos ambientais dos produtos através do
desenvolvimento de uma produção ecologicamente correta e economicamente favorável
(UNIDO, 2002).
O método de Produção mais Limpa oferece oito práticas diferentes que podem ser adotadas
pelas companhias. A maioria dessas práticas está relacionada à prevenção. A Figura 1 mostra
a frequência de uso de cada prática por empresas brasileiras no período 1999 – 2004 e indica
uma preferência geral por medidas preventivas simples, como housekeeping e melhorias de
controle de processo.
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Figura 1: Principais iniciativas das PME dentro do Programa da Produção Mais Limpa
Fonte: CEBDS, 2003; CEBDS & SEBRAE, 2004
As informações consolidadas sobre esses projetos, porém, não pouco reveladoras sobre o
potencial das medidas da Produção Mais Limpa. Elas não mostram melhorias e nem
comparam diretamente resultados ambientais e econômicos. A Tabela 1 apresenta algumas
mudanças absolutas nos impactos ambientais das PMEs e mostra que a diminuição no
consumo de recursos (ex. água e energia) está entre os principais ganhos dos projetos
(CEBDS, 2003; CEBDS & SEBRAE, 2004).
Benefício 1999-2000 2001-2002 2003-2004
Redução de emissões atmosféricas (t/ano) 83 5.401 4
Redução no consumo de energia (kWh/ano) 1.354.023 1.630.997 350.129
Redução no consumo de gás (m3/ano) 1.089.301 0 6.727
Redução na produção de resíduos perigosos (t/ano) 0 3.658 147
Redução no consumo de matéria prima (t/ano) 6.016.330 1.507 167
Redução na produção de resíduos sólidos (t/ano) 894.944 15.952 34.538
Redução no consumo de água (m3/ano) 146.487 204.528 111.070
Redução na produção de efluentes (m3/ano) 74.631 81.333 99.706
Reciclagem externa (t/ano) 238 0 0
Fonte: CEBDS, 2003; CEBDS & SEBRAE, 2004
Tabela 1: Principais benefícios dos projetos de Produção Mais Limpa no Brasil
Além desses benefícios ambientais, essas medidas simples criaram benefícios econômicos
para as firmas. Entre 1999 e 2002, as companhias investiram R$2,8 milhões (US$0,8 milhões)
em iniciativas de Produção Mais Limpa e reduziram seus custos de produção em mais de
R$11 milhões (US$3,1 milhões) por ano. Do mesmo modo, no período de 2003 a 2004, com
investimentos de R$2,4 milhões (US$0,9 milhões), a redução de custos alcançou R$5,6
milhões (US$2,1 milhões) por ano. Esses resultados indicam que após o desenvolvimento dos
projetos as organizações obtiveram ganhos econômicos.
Apesar de todos esses aspectos positivos, a literatura indica algumas limitações e desafios
para programas de Produção Mais Limpa. Na Zâmbia, problemas financeiros, falta de
consciência e incompetência técnica significam que “A adoção de Produção + Limpa [...]
continua a ser uma ambição em grande parte a ser preenchida” (SIAMINWE, CHINSEMBU,
& SYAKALIMA, 2005, p. 1037). Na Índia, “a adoção da Produção Mais Limpa pela indústria
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não atingiu a extensão desejada” (RATHI, 2003, p, 588). Avaliações agregadas também
chegaram a conclusões parecidas, e Muchie (2000, p. 283) argumenta que, após cinco anos,
gerentes das PMEs ainda não adotaram a Produção Mais Limpa em diversos países. Quatro
anos depois, Luken & Navratil (2004, p. 200) avaliaram as atividades dos Centros Nacionais
de Tecnologias Limpas em 15 países e concluíram que “impacto real em termos de benefícios
econômicos e ambientais no nível da indústria tem sido bastante modesto se comparado com
o potencial existente em todo o setor industrial.” Estes estudos identificam três causas
principais para o baixo impacto dos programas de Produção Mais Limpa: (1) baixa
preocupação ambiental das PMEs, (2) incertezas e dificuldades para medir redução de custo, e
(3) acesso limitado a financiamentos. No Brasil, o programa Produção Mais Limpa também
parece enfrentar barreiras semelhantes (BARROS, PAIVA & SISINNO, 2003).
3. Metodologia
A metodologia simplificada de Produção Mais Limpa aplicada nesse trabalho foi adotada
segundo as etapas da CEBDS (2004) que foram agrupadas da seguinte forma:
Definição da empresa e do processo a ser analisado: Nesta etapa foi definida a empresa a
ser estudada, elaborado o macro-fluxograma para a identificação de processos críticos e a
definição do escopo de atuação do projeto.
Análise ambiental do processo a escolhido: O processo definido na etapa anterior foi então
analisado em profundidade pelas seguintes atividades: definição do fluxograma do
processo, análise de seus inputs e outputs, e a elaboração do seu balanço de massa.
Análise de alternativas para melhoria: Foi levantado pela análise do processo do problema
a ser solucionado, definindo a oportunidade de melhoria do processo. Nesse ponto, a
oportunidade de melhoria foi avaliada em termos de viabilidade técnica, econômica e
ambiental. Foram ainda geradas opções de diferentes soluções para resolver o problema
identificado. Essas opções foram avaliadas por critérios técnicos, econômicos e ambientais,
e então foi selecionada a opção que melhor atenda a esses critérios.
Plano de monitoramento e indicadores de desempenho: O plano de monitoramento foi
proposto a partir da definição de Indicadores de Desempenho, que identificam
quantitativamente o desempenho do processo em questão, incluindo características
ambientais. O plano de monitoramento contempla ainda as responsabilidades e métodos de
coleta e análise.
3. Projeto de Produção Mais Limpa
3.1 Caracterização da empresa
O estudo realizou-se em uma empresa que iniciou suas atividades confeccionando estojos
artesanais para jóias, produzidos sob encomenda. Atualmente ela é líder nacional em
embalagens e mostruários voltados para joalherias, atendendo clientes dos mais diversos
portes e conceitos em todo o Brasil e alguns países da América Latina, oferecendo
aproximadamente 70 linhas de produtos, dentre as quais se destacam:
Estojos para jóias: Estojos confeccionados em madeira, plástico ou papel, com
revestimento interno ou externo em tecido, couro ou papel.
Porta jóia: Porta jóia confeccionados em madeira, com diversos tamanhos e acabamentos.
Expositores: Expositores de madeira para vitrines de lojas com diversos tamanhos e
acabamentos.
Purses: Embalagens para jóias confeccionadas em couro, tecido ou napa.
Bandejas de atendimento e mostruários: Bandejas e estojos de diversos tamanhos e
acabamentos utilizados pelas lojas para atendimento ao público.
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Devido à grande exigência do mercado, a companhia possui alto grau de flexibilidade e
inovação, desenvolvendo, junto de seus clientes, projetos de embalagens totalmente
personalizados e exclusivos, com a principal finalidade de agregar valor ao produto de seu
cliente. Apesar da posição de destaque no mercado nacional, a empresa não possui política
ambiental formalizada e a questão ambiental apenas começa a ser incorporada em seu modelo
de negócios.
3.2 O Macro-fluxograma
O Macro-fluxograma do processo produtivo está representado na Figura 2.
Figura 2 - Macro-fluxograma da empresa
Na manufatura, a maioria dos componentes é fabricada dentro da própria empresa. A
preparação de componentes é realizada através de diversos setores, como o setor de
marcenaria, de corte e de injeção. Além disso, a maioria dos produtos produzidos possui uma
logomarca exclusiva do cliente, sendo o processo de gravação realizado através de
hotstamping ou silkscreen.
Na etapa de montagem e acabamento, é feita a união de todos os componentes para a
formação dos produtos finais. O setor de acabamento é dividido em células de produção sendo
cada uma destas responsáveis por uma linha específica de produto, cada qual com suas
particularidades. Na maioria das vezes os componentes são agrupados através da utilização de
cola a base de solvente, que é aplicada utilizando uma pistola de ar comprimidos ou através de
cola quente.
Depois de confeccionado, o produto final passa por um processo de limpeza para retirada de
resíduos como cola, poeira, manchas, entre outros. Essa limpeza é realizada através de
pistolas de ar, retalhos de pano e solvente. Paralelamente a essa limpeza, os produtos são
inspecionados, para a detecção de possíveis falhas de material ou acabamento, sendo que,
quando uma destas é encontrada o produto retorna para a linha de produção para ser
retrabalhado.
Após limpos e revisados, os produtos são embalados e então despachados para o cliente final.
3.3 Definição do escopo de atuação
A preparação de componentes é a etapa do macro-fluxo que gera a maior quantidade de
resíduos e este é um grande problema da empresa, pois afeta outras áreas, gerando perdas no
processo e insatisfação dos funcionários.
Esta etapa é subdivida em três partes:
Injeção de termo-plásticos: consiste na injeção de poliestireno através de uma máquina
injetora de termoplásticos para a formação de componentes para os estojos utilizando
diversos moldes com tamanhos específicos. O processo de injeção, dependendo dos
moldes utilizados, gera algumas rebarbas que são utilizadas na produção de novos estojos,
não havendo perda significativa de material.
Corte e vinco: A etapa de corte e vinco consiste na preparação de componentes de papel e
tecido através de máquinas e equipamentos como facões de corte, balancim, máquina de
corte e vinco horizontal e vertical, e também do corte manual com estilete. Na maioria das
vezes são utilizados “facas” ou moldes que possuem a forma do componente a ser
produzido.
Marcenaria: é o setor responsável pela preparação de componentes de madeira, para
diversas linhas de produtos, como estojos, expositores, bandejas, entre outras. Para a
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fabricação dos componentes são utilizadas máquinas como serra circular, serra de fita,
desengrosso, lixadeira, tupia, entre outras.
Tendo em vista as características das etapas apresentadas acima, conclui-se que a etapa de
injeção é aquela que apresenta menor potencial de ganhos advindos da aplicação da
metodologia utilizada pelo presente trabalho. A marcenaria apresenta potenciais ganhos,
porém no momento da realização deste trabalho, o setor já vinha sendo alvo de um projeto de
otimização de uso de recursos em parceria com o SENAI. Sendo assim, optou-se em utilizar o
setor de corte vinco como foco para aplicação de ferramentas de Produção Mais Limpa.
3.4 Fluxograma e balanço de massa da etapa de corte e vinco
A etapa de corte e vinco é dividida em corte bruto, corte fino e corte final, como especificado
na Figura 3.
Figura 3 - Fluxograma da etapa de corte e vinco
O corte bruto consiste na transformação de rolos e folha de papel, em tiras ou “peças” de
papel em tamanhos pré-determinados. Este procedimento é realizado sobre uma mesa de
corte, através de uma guilhotina manual acoplada a mesa, ou pelo uso de estilete. Logo após é
realizado o corte fino, onde as peças retiradas na primeira etapa são cortadas em facões de
corte nos tamanhos adequados aos moldes (facas) que possuem a forma final do componente
a ser produzido. Por fim as placas de papel são cortadas utilizando-se uma máquina de corte e
vinco horizontal ou vertical, obtendo-se assim o componente pronto.
A Tabela 1 representa o balanço de massa mensal da etapa de corte e vinco antes da
implantação do projeto de Produção Mais Limpa no setor.
Etapa Entradas Quantidade Saídas Quantidade
Corte Bruto Folhas ou rolos de papel 3.000 kg Tiras de Papel 3.000 kg
Corte Fino Tiras de Papel 3.000 kg Placas de Papel 2.850 kg
Aparas 150 kg
Corte Final Placas de Papel 2.850 kg Componente do Estojo 2.130 kg
Rebarba 720 kg
Fonte: Dados coletados pelos autores
Tabela 1 - Balanço de massa da etapa de corte e vinco
4. Resultados
4.1 Definição e quantificação dos aspectos ambientais mais relevantes
Dentre os aspectos ambientais levantados nessa etapa, destacam-se aqueles relativos à geração
de resíduo, que não é reaproveitado e é descartado no lixo comum, e à baixa eficiência
material, que utiliza uma quantidade de material superior à necessária para finalização do
produto final.
O impacto gerado pelo resíduo pode ser contabilizado pelo volume de resíduos de papel
gerado pela etapa de corte e vinco, que representa, em média, 22% da matéria prima utilizada
ou 660 kg de papel por mês. Esses resíduos são descartados no lixo comum e destinados ao
aterro municipal da cidade.
4.2 Geração das opções, avaliação técnica, ambiental e econômica
Com a finalidade da redução do consumo e desperdício de papel, algumas opções para
otimização do desempenho ambiental do processo foram propostas.
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4.2.1 Primeira opção: compra de insumos adequados aos moldes
A primeira opção estudada foi a compra de insumos já adequados ao tamanho dos moldes,
pois assim a quantidade de aparas de papel seria diminuída. Como principais vantagens desta
opção, observam-se a diminuição da quantidade de aparas de papel geradas na etapa de corte
fino, além da eliminação das duas etapas anteriores.
Entretanto, a maioria dos papéis utilizados pela empresa consiste em papéis importados da
China. Produtos deste tipo possuem um alto grau de padronização dificultando assim a
negociação para que o fornecedor ofereça a matéria-prima em tamanhos específicos. Além
disso, não há um padrão bem definido de consumo de tipos e tamanhos de papel, sendo a
demanda de difícil previsão e dependente da necessidade do cliente. No que tange a
viabilidade ambiental, esta opção é inadequada, pois a mesma estaria apenas transferindo os
resíduos para o elo anterior da cadeia produtiva.
Dessa forma, conclui-se que esta opção seria inviável técnica, econômica e ambientalmente,
pois a compra de papéis em tamanhos pré-definidos seria muito onerosa devido ao grande
número de facas diferentes e não seria gerado um benefício advindo da diminuição da geração
de resíduos.
4.2.2 Segunda opção: compra de uma máquina de corte e vinco plana maior
A segunda opção estuda foi compra de uma nova máquina de corte de vinco horizontal que
permita moldes de tamanhos maiores.
A máquina de corte e vinco existente atualmente na fábrica é o modelo RC-700 da fabricante
BENDA. Este modelo é bem antigo e permite apenas o uso de moldes com tamanho máximo
de 72 cm x 58 cm. A maioria dos papéis utilizados possui dimensões maiores que o tamanho
do suporte desta máquina, causando necessidade de adequá-los às dimensões da mesma.
Foi realizada uma pesquisa de mercado, e constatou-se a existência de máquinas que
suportam facas maiores. A Tabela 2 mostra, dos três modelos selecionados, a área máxima de
corte e o preço de algumas máquinas de corte e vinco:
Modelo (No) Área Útil de Corte Preço
1 120 x 180 R$14.500
2 260 x 360 R$20.000
3 100 x 120 R$15.500
Fonte: Dados coletados pelos autores
Tabela 2 - Modelos de máquinas de corte e vinco
Como principal vantagem, essa opção apresenta o aumento da capacidade instalada e o
melhor aproveitamento da área do papel, pois seria possível a confecção de facas maiores que
garantem uma redução no desperdício de papel. A principal desvantagem é a necessidade de
um investimento elevado para a implantação desta opção, havendo restrição de orçamento
para aquisição de novas máquinas. Além da aquisição da máquina, seria necessário
investimento para compra de facas adequadas ao tamanho da nova máquina. Dessa forma
conclui-se que, a curto prazo, essa opção seria inviável devido a restrições orçamentárias.
4.2.3 Terceira opção: otimizar desenhos das facas e dos produtos
A terceira opção estudada foi a otimização do desenho das facas e dos produtos de forma a
gerar uma maior eficiência material.
Uma faca de corte é composta por uma tábua de madeira e lâminas que formam o desenho do
componente desejado. A otimização da faca é o seu melhor desenho incorporando diferentes
componentes de maneira a ocupar a maior superfície do material possível, através de encaixes
geométricos entre as facas.
A principal vantagem dessa opção é o aumento da eficiência material, ao utilizar materiais
que seriam descartados como aparas. Em conseqüência, elimina-se a necessidade de compra
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de outros materiais para a produção dos componentes que foram incorporados à faca anterior.
Outra vantagem é a eliminação de etapas de produção no processo de corte e vinco do
componente incorporado no processo anterior. Por outro lado, a principal desvantagem é a
necessidade de um investimento médio compra de novas facas. O valor estimado para tal
opção é de R$150.
4.3 Seleção da opção e estimativa dos benefícios
A opção selecionada para a proposição de medidas para redução de desperdício é a de
otimizar o desenho das facas. Como forma de ilustrar os potenciais benefícios ambientais e
econômicos desta, foi realizado um estudo da viabilidade de utilização de novas facas na
fabricação de componentes da linha de cartuchos. O modelo estudado foi o cartucho black,
nas medidas 5x5, 6x6 e 8x8, cuja produção mensal média é de cerca de 4.500 peças/mês do
5x5, 600 peças/mês do 6x6 e 900 peças/mês do 8x8.
O cartucho black consiste em uma caixinha de papelão com tampo e fundo que é utilizada
para acomodar o estojo onde a jóia será colocada. O tampo e o fundo do estojo são fabricados
separadamente, e estes necessitam dos seguintes componentes para sua fabricação: base de
papelão para o tampo do cartucho, base de papelão para o fundo do cartucho, papel de
forração para o tampo do cartucho, papel de forração para o fundo do cartucho, arremate do
tampo do cartucho e arremate do fundo do cartucho. A forração do cartucho é confeccionada
com papel escolhido pelo cliente. Já o arremate é fabricado em um papel padronizado
(Colorplus 240G) para todos os tipos de papel de forração, sendo diferenciada apenas a cor do
mesmo.
Analisando as facas de forração do cartucho constatou-se uma grande perda de material,
quando estas eram utilizadas. A Figura 4, Figura 5 e Figura 6 representam as facas utilizadas
para o corte das forrações dos cartuchos.
Figura 4 - Faca para forração do cartucho black 8x8 Figura 5 - Faca para forração do cartucho black 6x6
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Figura 6 - Faca para forração do cartucho black 5x5
Conforme mencionado anteriormente, na fase de corte fino, deve-se adequar o tamanho do
papel ao da faca. Este procedimento é realizado fazendo a medição da mesma e colocando 1,0
cm de folga no tamanho do papel para que este possa ser processado corretamente na máquina
de corte e vinco plana. A Tabela 3 mostra os tamanhos que as placas de papel devem ser
cortadas e a perda de papel resultante de cada faca.
Tamanho Área de corte (m2) Área perdida (m
2) Perda percentual
5x5 340,20 193,89 57%
6x6 56,95 33,52 59%
8x8 81,00 38,31 47%
Fonte: Dados coletados pelos autores
Tabela 3 - Perda das facas atuais
Para a confecção do cartucho devem-se fabricar também os arremates. Está operação é
realizada manualmente no facão de corte, através do uso de moldes pré-estabelecidos. Na
Figura 7, Figura 8 e Figura 9 são apresentados os tamanhos dos arremates para os modelos em
estudo.
Figura 7 - Arremates do cartucho
5x5
Figura 8 - Arremates do cartucho
6x6
Figura 9 - Arremates do cartucho
8x8
Estes componentes são cortados a partir de um papel padronizado, cuja folha mede 96 cm x
66 cm. Com estas informações pode-se obter o consumo mensal de papel para a fabricação de
arremates, conforme dados da Tabela 4.
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Componente Consumo Unitário (cm2) Quantidade Produzida Consumo mensal (m
2)
Arremate tampo 5x5 48,74 4500 21,93
Arremate fundo 5x5 44.30 4500 19,94
Arremate tampo 6x6 60,92 500 3,05
Arremate fundo 6x6 48,74 500 2,44
Arremate tampo 8x8 105,60 900 9,50
Arremate fundo 8x8 60,51 900 8,15
Fonte: Dados coletados pelos autores
Tabela 4 - Consumo de material para fabricação do arremate
A proposta de melhoria desenvolvida consiste na padronização do uso de papéis para o
arremate e para a forração do cartucho, sendo que os dois componentes sairiam numa mesma
faca de forração, como representado na Figura 10.
Figura 10 - Propostas de faca para forração dos cartuchos
Com essa medida a perda total de papel por cada faca seria reduzida e, além disso, não
haveria necessidade do corte de outro tipo de papel para a fabricação do arremate. Sabendo-se
que o preço médio do papel de forração é R$4,50/m² e o preço do Colorplus é R$3,15/m²,
estas mudanças poderiam também gerar ganhos financeiros significativos, conforme as Tabela
5 e Tabela 6.
Tamanho
Atual Futuro Ganho
Mensal
(R$) Área de
Corte
Área
Perdida
Perda
Percentual
Área de
Corte
Área
Perdida
Perda
Percentual
5x5 340,20 m² 193,89 m² 57% 340,20 m² 115,30 m² 33,89% 353,65
6x6 56,95 m² 33,52 m² 59% 56,95 m² 23,05 m² 40,48% 47,11
8x8 81,00 m² 38,31 m² 47% 81,00 m² 12,20 m² 15,06% 117,53
Total 518,29
Fonte: Dados coletados pelos autores
Tabela 5 - Ganhos relativos à forração
Componente Consumo mensal (m2) Ganho Mensal (R$)
Arremate tampo 5x5 21,81 76,34
Arremate fundo 5x5 19,94 69,77
Arremate tampo 6x6 3,05 10,66
Arremate fundo 6x6 2,44 8,53
Arremate tampo 8x8 9,50 33,26
Arremate fundo 8x8 8,15 28,51
Total 227,08
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Fonte: Dados coletados pelos autores
Tabela 6 - Ganhos relativos ao arremate
4.4 Plano de monitoramento e indicadores de desempenho
O monitoramento ambiental pode ser definido como um processo de coleta de dados, estudo e
acompanhamento contínuo e sistemático das variáveis ambientais, visando identificar e
avaliar qualitativa e quantitativamente as condições dos recursos naturais em um determinado
momento, assim como as tendências ao longo do tempo (variações temporais). As variáveis
sociais, econômicas e institucionais também são incluídas, por exercerem influências sobre o
meio ambiente. Neste contexto, foi proposto um plano de monitoramento ambiental do
processo de corte e vinco a fim de que se mantenha sob controle a geração e o descarte
adequado das perdas deste processo.
Como definição, um indicador é uma ferramenta que permite a obtenção de informações
sobre uma dada realidade, tendo como característica principal a de poder sintetizar diversas
informações, retendo apenas o significado essencial dos aspectos analisados (MITCHELL,
2004). Na NBR ISO 14031, Indicadores de Desempenho Ambiental – IDA são classificados
em dois tipos (ABNT, 2004):
Indicadores de Desempenho de Gestão (IDG) – fornecem informações relativas a todos
esforços de gestão da empresa que influenciam positivamente no seu desempenho
ambiental, por exemplo, reduzindo o consumo de materiais e/ou melhorando a
administração de seus resíduos sólidos, mantendo os mesmos valores de produção.
Indicadores de Desempenho Operacional (IDO) – proporcionam informações relacionadas
às operações do processo produtivo da empresa com reflexos no seu desempenho
ambiental, tais como o consumo de água, energia ou matéria-prima.
A partir desta análise e da área de atuação escolhida, decidiu-se focar na construção de
Indicadores de Desempenho Operacional, no que tange o uso de materiais. Sendo assim, os
seguintes indicadores foram propostos:
Percentual de Perda de Papel
Periodicidade: Diária Unidade de Medida: Porcentagem (%)
1. DEFINIÇÃO Quantidade de resíduos de papel gerados na fabricação de estojos.
2. OBJETIVOS Avaliar o impacto ambiental decorrente de resíduos de papel na produção de
estojos.
3. FÓRMULA DE CÁLCULO Resíduos de papel / Total de papel utilizado
4. DEFINIÇÃO DOS
PARÂMETROS
Resíduos de papel - quantidade total de resíduos de papel gerados no processo
de corte e vinco, no período considerado, em quilogramas.
Papel total utilizado - quantidade total papel que entrou no processo de corte e
vinco, no período considerado, em quilogramas.
5. METODOLOGIA DE
ANÁLISE
Resíduos de papel - quantidades medidas ou estimadas pela quantidade de
tambores alocados para armazenamento de resíduo.
Papel total utilizado - apropriada pela área de produção.
6. ANÁLISE
Comparação com a meta estabelecida para o período, com valores históricos
através de carta de controle.
Valores menores indicam resultados melhores.
7. RESPONSÁVEL Departamento de Produção
Figura 11 - Plano de monitoramento do indicador Percentual de Perda de Papel
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
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Percentual de Papel destinado à reciclagem
Periodicidade: Diária Unidade de Medida: Porcentagem (%)
1. DEFINIÇÃO Quantidade de resíduos de papel separados e encaminhados para postos de
reciclagem de papel
2. OBJETIVOS Acompanhar o descarte das aparas de papel, garantindo que os resíduos
tenham o descarte correto, sendo encaminhados à reciclagem
3. FÓRMULA DE CÁLCULO Resíduos de papel encaminhados para reciclagem / Total de papel utilizado
4. DEFINIÇÃO DOS
PARÂMETROS
Resíduos de papel encaminhado para reciclagem - quantidade total de resíduos
de papel gerados no processo de corte e vinco encaminhados para postos de
reciclagem de papel, no período considerado, em quilogramas.
Papel total utilizado - quantidade total papel que entrou no processo de corte e
vinco, no período considerado, em quilogramas.
5. METODOLOGIA DE
ANÁLISE
Resíduos de papel - quantidades medidas ou estimadas pela quantidade de
tambores alocados para armazenamento de resíduo.
Papel total utilizado - apropriada pela área de produção.
6. ANÁLISE Comparação com a meta estabelecida para o período, com valores históricos.
Valores maiores indicam resultados melhores.
7. RESPONSÁVEL Departamento de Produção
Figura 12 - Plano de monitoramento do indicador Percentual de Papel destinado à reciclagem
5. Conclusão
A metodologia Produção Mais Limpa foi criada para ser aplicada principalmente em
pequenas e médias empresas. Nesse trabalho, foi possível ver na prática como essa
metodologia pode ser empregada com simplicidade, por meio de alternativas geradas que em
nada que fogem da rotina normal das empresas.
A literatura indica que a expansão do movimento da Produção Mais Limpa ainda enfrenta
uma série de desafios em países periféricos como o Brasil. Entre esses desafios foram
identificados uma baixa preocupação ambiental das PMEs, incertezas e dificuldades para
medir redução de custo, e acesso limitado a financiamentos. Nosso estudo, porém, sugere que
algumas dessas barreiras estão mais ligadas a problemas de percepção por parte de gerentes e
tomadores de decisão, do que a limitações concretas do método.
Primeiramente, a divulgação da Produção Mais Limpa como uma estratégia de gestão
ambiental deixa de atrair empresas que não sofrem pressões significativas de órgãos de
controle ambiental ou de seus clientes. O setor de embalagens para jóias é um caso desses,
pois as firmas não consideram seus impactos ambientais significativos e seus clientes ainda
não exigem um desempenho ambiental mais adequado. Todavia, a Produção Mais Limpa é
também uma estratégia de redução de custos e uma maior divulgação desse aspecto tenderia a
aumentar a aceitação por parte das empresas.
Em segundo lugar, a literatura apresenta a dificuldade para se medir custos e benefícios.
Apesar de essa limitação ser válida para alguns indicadores ambientais, para uma grande parte
deles, certa dose de criatividade parece ser suficiente para produzir resultados concretos. Em
nosso trabalho, um dos critérios para escolha das aparas de papel (ao invés de, por exemplo,
emissões de compostos orgânicos voláteis) foi a sua viabilidade. Geração de resíduos sólidos,
consumo de água e de energia são visíveis em já possuem um sistema de aferição. Dadas
essas facilidades, a melhoria do desempenho ambiental nestes quesitos, pode ser uma “porta
de entrada” para o mundo da Produção Mais Limpa, de forma a permitir às empresas construir
conhecimento e experiência no tema para, posteriormente, incluir quesitos mais complexos.
Por fim, a questão da dificuldade do financiamento, novamente, parece ser baseada apenas em
parte da realidade. O levantamento das iniciativas implementadas pelas empresas brasileiras
no período 1999-2004 mostra que algumas ações, tais como housekeeping e comercialização
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
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de sub-produtos, podem ser iniciadas independente de recursos financeiros. Da mesma forma
que no caso anterior, essas podem servir como primeiros passos em Produção Mais Limpa,
sendo utilizadas como estratégias de convencimento interno e para desenvolvimento de novas
habilidades pelos gerentes de produção.
Dessa forma, o estudo de caso realizado sugere que, muitas vezes, soluções simples são
negligenciadas nas pequenas empresas por falta de análise, foco das pessoas envolvidas ou
mesmo compreensão dos benefícios da metodologia da Produção Mais Limpa. Nesse sentido,
a promoção desta idéia parece ainda depender dos campeões ambientais (MARKUSSON, 2010)
para sua divulgação e implementação. Os ganhos gerados pela solução encontrada na linha
específica podem ser ampliados com a aplicação aprofundada da metodologia em outras
linhas de produtos da empresa no futuro.
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Técnica. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2004, 32 p.
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Environment, Vol. 26, n. 4, p. 26-28. 2003.
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o Desenvolvimento Sustentável. 2004.
CEBDS. Rede de produção mais limpa: relatório de atividades (1999-2002). Rio de Janeiro: Conselho
Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável. 2003
CEBDS & SEBRAE. PmaisL - Rede brasileira de produção mais limpa: relatório de atividades dos núcleos
regionais (2003-2004). Rio de Janeiro: Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável;
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. 2004
LUKEN, R. A. & NAVRATIL, J. A programmatic review of UNIDO/UNEP national cleaner production
centres. Journal of Cleaner Production, Vol 12, n. 3, p. 195-205. 2004.
MARKUSSON, N. The championing of environmental improvements in technology investment projects. Journal
of Cleaner Production, Vol. 18, n. 8, p. 777-783. 2010.
MITCHELL, G. Problems and Fundamentals of sustainable development indicators. Disponível em: <
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MUCHIE, M. Are the UN programmes of national cleaner production centres necessary for introducing
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SIAMINWE, L., CHINSEMBU, K. C., & SYAKALIMA, M. Policy and operational constraints for the
implementation of cleaner production in Zambia. Journal of Cleaner Production, Vol. 13, n. 10-11, p. 1037-
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UNIDO. Manual on the development of cleaner production policies: Approaches and instruments (PowerPoint
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