“proposta de parametrização para o fluxo de carga ......4.2 - o problema do fluxo de carga...

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Campus de Ilha Solteira PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA “Proposta de Parametrização para o Fluxo de Carga Continuado Visando Redução de Perdas na Transmissão e o Aumento da Margem Estática de Estabilidade de Tensão” FRANCISCO CARLOS VIEIRA MALANGE Orientador: Prof. Dr. Dilson Amancio Alves Tese apresentada à Faculdade de Engenharia - UNESP – Campus de Ilha Solteira, para obtenção do título de Doutor em Engenharia Elétrica. Área de Conhecimento: Automação. Ilha Solteira – SP Novembro/2008

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Page 1: “Proposta de Parametrização para o Fluxo de Carga ......4.2 - O problema do fluxo de carga ótimo 71 4.3 - Metodologia proposta 75 4.3.1 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas

Campus de Ilha Solteira

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENGENHARIA ELEacuteTRICA

ldquoProposta de Parametrizaccedilatildeo para o Fluxo de Carga Continuado Visando Reduccedilatildeo de Perdas na Transmissatildeo e o Aumento da Margem Estaacutetica de Estabilidade de Tensatildeordquo

FRANCISCO CARLOS VIEIRA MALANGE Orientador Prof Dr Dilson Amancio Alves

Tese apresentada agrave Faculdade de

Engenharia - UNESP ndash Campus de Ilha

Solteira para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de

Doutor em Engenharia Eleacutetrica

Aacuterea de Conhecimento Automaccedilatildeo

Ilha Solteira ndash SP Novembro2008

FICHA CATALOGRAacuteFICA

Elaborada pela Seccedilatildeo Teacutecnica de Aquisiccedilatildeo e Tratamento da InformaccedilatildeoServiccedilo Teacutecnico de Biblioteca e Documentaccedilatildeo da UNESP-Ilha Solteira

Malange Francisco Carlos VieiraM237p Proposta de parametrizaccedilatildeo para o fluxo de carga continuado visando reduccedilatildeo de perdas na transmissatildeo e o aumento da margem estaacutetica de estabilidade de tensatildeo Francisco Carlos Vieira Malange -- Ilha Solteira [sn] 2008 139 f il color Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira Aacuterea de conhecimento Automaccedilatildeo 2008 Orientador Dilson Amancio Alves Bibliografia p 129-137

1 Sistemas de energia eleacutetrica ndash Estabilidade 2 Energia eleacutetrica ndash Transmissatildeo ndash Perdas 3 Meacutetodos de continuaccedilatildeo 4 Fluxo de carga ndash Potecircncia ndash Tese 5 Margem de carregamento - Curva PV

A DEUS pelas oportunidades e a

minha matildee Nair a minha esposa Isabel

e aos meus filhos Pedro e Mariana que

satildeo responsaacuteveis por grande parte delas

AGRADECIMENTOS

A Deus acima de tudo

A todos aqueles que direta ou indiretamente influenciaram positivamente em

minha vida tanto pessoal como profissional

Ao amigo orientador professor Dr Diacutelson Amacircncio Alves pela confianccedila

compreensatildeo e principalmente paciecircncia durante a evoluccedilatildeo deste trabalho

Aos Docentes e funcionaacuterios do DEEFEISUNESP que de alguma forma

contribuiacuteram para que mais esta etapa fosse vencida

Em particular aos Docentes Joseacute Paulo Fernandes Garcia Luiz Fernando

Bovolato Joseacute Carlos Rossi e Falcondes Joseacute Mendes Seixas pela ajuda nas disciplinas

da graduaccedilatildeo nos momentos em que precisei

A outros que involuntariamente foram esquecidos

RESUMO

Este trabalho apresenta uma metodologia alternativa para a melhoria da margem de

carregamento e reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa com base no meacutetodo da continuaccedilatildeo

Para atingir esta meta uma equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo baseada na perda de potecircncia ativa

total e as equaccedilotildees da potecircncia reativa nas barras de geraccedilatildeo satildeo acrescentadas agraves equaccedilotildees de

fluxo de carga convencional As tensotildees nas barras PV satildeo consideradas como variaacuteveis de

controle e um novo paracircmetro eacute escolhido para reduzir as perdas de potecircncia ativa nas linhas

de transmissatildeo Os resultados mostram que este procedimento em geral conduz a um

aumento no ponto de maacuteximo carregamento e por conseguinte melhoria na margem estaacutetica

da estabilidade de tensatildeo Este procedimento tambeacutem leva a uma reduccedilatildeo nos custos

operacionais e simultaneamente uma melhoria no perfil da tensatildeo

Palavras Chave Meacutetodo da continuaccedilatildeo fluxo de potecircncia margem de carregamento

margem de estabilidade de tensatildeo e reduccedilatildeo de perdas

ABSTRACT

This work presents an alternative methodology for loading margin improvement and

total real power losses reduction by using a continuation method In order to attain this goal a

parameterizing equation based on the total real power losses and the equations of the reactive

power at the slack and generation buses are added to the conventional Power Flow equations

The voltages at these buses are considered as control variables and a new parameter is chosen

with to reduce the real power losses in the transmission lines

The results show that this procedure leads to maximum loading point increase and

consequently in static voltage stability margin improvement Besides this procedure also

takes to a reduction in the operational costs and simultaneously to voltage profile

improvement

LISTA DE FIGURAS

Figura 21 - Classificaccedilatildeo da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia 28

figura 22 - Curva pv geneacuterica 38

Figura 23 ndash Curva qv geneacuterica 40

Figura 24 ndash Definiccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e da margem de carregamento 43

Figura 31 - Processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em sistemas parametrizados 56

Figura 32 - Sistema de trecircs barras 59

Figura 33 - Comparaccedilatildeo entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo com preditor tangente e com

preditor secante 59

Figura 34 - Controle automaacutetico do passo σ 62

Figura 41 - Sistema de duas barras 71

Figura 42 - Sistema de trecircs barras ndash caso base 74

Figura 43 - Sistema de trecircs barras - caso otimizado 74

Figura 44 - Desempenho do fccp para o sistema de duas barras 83

Figura 45 - Curvas pv efeito da reduccedilatildeo das perdas sobre o ponto de maacuteximo carregamento

para o sistema de duas barras 83

Figura 46 - Desempenho do sistema de trecircs barras (a) vtimespa (b) qgtimespa (c) potecircncia ativa

gerada pela barra de folga timespa (d) curvas pv 86

Figura 47 - Variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga e das barras de controle de tensatildeo (pv) em

funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras 90

Figura 48 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de folga e de controle de

tensatildeo (pv) em funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras 91

Figura 49 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras

(a) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo

(pv) (b) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts das linhas de

transmissatildeo (c) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts de barra

(banco de capacitores eou reatores) (d) somatoacuterio das variaccedilotildees de perda de potecircncia reativa

nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo e (e) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias

reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo pvrsquos mais a barra de folga 93

Figura 410 ndash Variaccedilotildees das magnitudes de tensatildeo das barras do sistema ieee-14 em funccedilatildeo de

pa 94

Figura 411 - Curvas pv do sistema ieee-14 barras 98

Figura 412 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-14 barras 98

Figura 413 - Curvas pv do sistema ieee-30 barras 99

Figura 414 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-30 barras 99

Figura 415 - Curvas pv do sistema ieee-57 barras 100

Figura 416 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-57 barras 100

Figura 417 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-57 barras 103

Figura 418 - Perfil de acircngulo do sistema ieee-57 barras 104

Figura 419 - Curvas pvacutes da barra criacutetica (barra 31) do sistema ieee-57 barras 107

Figura 420 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

69 como barra de folga 109

Figura 421 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

27 como barra de folga 110

Figura 422 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

26 como barra de folga 110

Figura 423 - Perfil da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-118 barras

considerando a barra 26 como barra de folga 111

Figura 424 - Variaccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo ao caso base da magnitude de tensatildeo das barras

de geraccedilatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga 111

Figura 425 - (a) Variaccedilatildeo da magnitude de tensatildeo e (b) da potecircncia reativa gerada pelas

barras de geraccedilatildeo 26 27 e 69 do sistema ieee-118 barras considerando a barra 26 como barra

de folga 112

Figura 426 - Curvas pvacutes do sistema ieee-118 barras (a) curva pv da barra 9 e (b) curva pv da

barra 13 114

Figura 427 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema ieee-57 116

Figura 429 - Curvas pv inicial e final para o sistema ieee-57 119

Figura 430 - Curvas pv inicial e final para o sistema ieee-118 119

Figura 431 - Curva pvacutes do sistema ieee-300 barras 122

Figura 432 - Curvas pvacutes do sistema ots-904 barras 123

LISTA DE TABELAS

Tabela 41 - Soluccedilotildees do fluxo de carga oacutetimo para o sistema da figura 41 73

Tabela 42 - Soluccedilotildees para o sistema da figura 42 75

Tabela 43 - Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa 96

Tabela 44 - Margem de carregamento 96

Tabela 45 - Reserva de reativos 101

Tabela 46 - Magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-57 barras 104

Tabela 47 - Potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-57 barras 105

Tabela 48 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema ieee-57 barras 105

Tabela 49 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as pvs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema ieee-57 barras 106

Tabela 410 - Margem de carregamento 106

Tabela 411 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema ieee-118 barras109

Tabela 412 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as pvs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema ieee-118 barras 109

Tabela 413 - Margem de carregamento para o sistema ieee-118 barras 113

Tabela 414 ndash Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais 121

Tabela 415 ndash Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga e pvs com a reduccedilatildeo da perda

ativa total 121

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 - INTRODUCcedilAtildeO 16

11 - Introduccedilatildeo geral 16

12 ndash Estrutura do trabalho 22

CAPIacuteTULO 2 - ANAacuteLISE DA ESTABILIDADE ESTAacuteTICA DE TENSAtildeO 25

21 - Introduccedilatildeo 25

22 ndash Estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia 25

23 ndash Estabilidade estaacutetica de tensatildeo 33

24 ndash Meacutetodos de estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo 34

25 ndash Avaliaccedilatildeo do colapso de tensatildeo baseado nas curvas PV e QV 36

251 ndash Curvas PV 37

252 ndash Curvas QV 39

26 - Margem de carregamento 40

CAPIacuteTULO 3 - MEacuteTODO DA CONTINUACcedilAtildeO E SUAS TEacuteCNICAS DE

PARAMETRIZACcedilAtildeO 46

31 ndash Introduccedilatildeo 46

32 - Fluxo de carga convencional 48

33 - Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de prediccedilatildeo parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo 53

331 ndash Teacutecnicas de prediccedilatildeo 56

3311 - Preditor tangente 56

3312 ndash Preditor secante 58

3313 - Preditor polinomial modificado de ordem zero 60

332 - Controle do passo preditor 61

333 ndash Teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo 62

3331 - Parametrizaccedilatildeo local 64

3332 ndash Teacutecnica do comprimento de arco 66

3333 ndash Teacutecnica da perpendicularidade 67

CAPIacuteTULO 4 - METODOLOGIA PROPOSTA 69

41 - Introduccedilatildeo 69

42 - O problema do fluxo de carga oacutetimo 71

43 - Metodologia proposta 75

431 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas de duas e trecircs barras 80

4311 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

de duas barras 81

4312 - Resultados obtidos com o FCCP para o sistema de trecircs barras 84

44 ndash Resultados da reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa 87

441 ndash Balanccedilo de reativos durante o procedimento de reduccedilatildeo da perda total de potecircncia

ativa 88

442 - Anaacutelise de desempenho do meacutetodo proposto para os sistemas IEEE 94

443 - Influecircncia da barra de folga na reduccedilatildeo das perdas 101

4431 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-57 barras 102

4432 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-118 barras 107

45 - Comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga oacutetimo e o

fluxo de carga continuado proposto 115

46 ndash Desempenho do fluxo de carga continuado proposto para sistemas de grande porte 120

CAPIacuteTULO 5 - CONCLUSOtildeES 124

51 Introduccedilatildeo 124

52 Contribuiccedilotildees 124

53 Sugestotildees para futuros trabalhos 127

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 129

APEcircNDICE A 138

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

16

Capiacutetulo 1

INTRODUCcedilAtildeO

11 - Introduccedilatildeo geral

Nas uacuteltimas deacutecadas os sistemas eleacutetricos de potecircncia (SEP) tecircm passado por vaacuterias

experiecircncias tais como mudanccedilas no comportamento socioloacutegico da populaccedilatildeo crises

econocircmicas restriccedilotildees ecoloacutegicas progressos tecnoloacutegicos desregulamentaccedilatildeo do setor

eleacutetrico entre outras

Estas experiecircncias chamam a atenccedilatildeo sobre alguns aspectos natildeo considerados no

passado Dentre tais aspectos estatildeo a procura por seguranccedila no sistema (confianccedila) e as

incertezas no futuro uma vez que os planejadores se baseiam em uma visatildeo de longo prazo

levando em conta previsotildees como a demanda de potecircncia a disponibilidade de geraccedilatildeo a

possibilidade de interconexatildeo de equipamento eou de novos sistemas e o desenvolvimento

de novas tecnologias

Estas previsotildees satildeo por sua proacutepria natureza incertas e qualquer divergecircncia entre o

planejamento e a realidade experimentada algum tempo depois deve ser equalizada por meio

de um impacto capaz de ser absorvido pelo sistema

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

17

Dentre os impactos de diversas naturezas podem-se citar por exemplo a crise do

petroacuteleo as restriccedilotildees ambientais que impedindo a construccedilatildeo de novos parques geradores e

linhas de transmissatildeo a privatizaccedilatildeo de concessionaacuterias estatais de energia os blecautes e o

racionamento de energia eleacutetrica

Com o crescente aumento do parque industrial haacute naturalmente um aumento

subsequumlente no carregamento do sistema e por conseguinte um aumento na potecircncia que flui

por entre as linhas de transmissatildeo ou seja no fluxo de potecircncia

Em consonacircncia com as leis de Ohm e as leis de Kirchhoff a energia eleacutetrica que flui

em uma rede eacute distribuiacuteda entre os ramos de acordo com as suas respectivas impedacircncias ateacute

que um equiliacutebrio de tensatildeo seja alcanccedilado

O fluxo de energia poderaacute sofrer mudanccedila de direccedilatildeo em qualquer instante caso a

configuraccedilatildeo da rede sofra alteraccedilotildees em consequumlecircncia de contingecircncias de linhas de

transmissatildeo de manobras em transformadores ou ainda quando estes satildeo retirados do sistema

para manutenccedilatildeo ou substituiccedilatildeo

Estes fluxos tambeacutem mudaratildeo devido a variaccedilotildees na geraccedilatildeo ou conforme a

solicitaccedilatildeo de carga isto eacute alteraccedilatildeo no carregamento do sistema

O aumento no fluxo de potecircncia tem como consequumlecircncia direta um aumento nas

perdas ativas e reativas nas linhas de transmissatildeo

As impedacircncias dos equipamentos de rede tais como geradores transformadores e

linhas de transmissatildeo provocam natildeo soacute perdas de potecircncia ativa e reativa como tambeacutem

queda de tensatildeo nestes elementos Assim as mudanccedilas no fluxo de potecircncia podem levar a

um baixo perfil de tensatildeo e em perdas mais altas nos sistemas podendo piorar particularmente

sob condiccedilotildees de carga pesada

Esta situaccedilatildeo pode ser melhorada atraveacutes da escolha de um baixo valor para a

reatacircncia seacuterie durante o processo de planejamento dos sistemas eleacutetricos de potecircncia Poreacutem

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

18

isto poderia resultar em um aumento nos niacuteveis reais de falhas no sistema Aumentos nos

niacuteveis de corrente de curto-circuito resultariam em um custo operacional maior dos

equipamentos avaliados uma vez que deveratildeo ser majorados seus valores nominais ou ainda

provocar arranjos operacionais inaceitaacuteveis (GLOVER et al 1989)

Por outro lado o operador do sistema tambeacutem pode melhorar esta situaccedilatildeo realocando

a geraccedilatildeo de potecircncia reativa no sistema uma vez que o despacho de potecircncia ativa tambeacutem eacute

controlaacutevel e tem influecircncia na potecircncia reativa que por sua vez altera as perdas na

transmissatildeo

Neste trabalho eacute assumido que o despacho de potecircncia ativa eacute executado antes do

despacho de potecircncia reativa ser considerado

Vaacuterias razotildees favoreceram a opccedilatildeo pelo controle de reativos em vez de despacho de

potecircncia ativa (CIGRE 1989) entre elas

bull O baixo custo inicial investido nas instalaccedilotildees o que normalmente alcanccedila

pequenas porcentagens do custo correspondente para potecircncia ativa em um

sistema de grande porte quando comparado agraves instalaccedilotildees de potecircncia ativa

(geradores ou linhas de transmissatildeo)

bull Sua instalaccedilatildeo pode reduzir investimentos em componentes de rede como

linhas de transmissatildeo e transformadores aleacutem de possibilitar uma maior

confiabilidade no sistema

A realocaccedilatildeo de geraccedilatildeo de potecircncia reativa pode ser feita satisfatoriamente atraveacutes de

ajustes nas variaacuteveis de controle tais como tensotildees terminais dos geradores tap de

transformadores e chaveamento de fontes de potecircncia reativa Qualquer mudanccedila em uma

destas variaacuteveis tem o efeito de mudar o perfil de tensatildeo do sistema a potecircncia reativa gerada

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

19

e a perda total do sistema Os elementos da rede podem transferir potecircncias maiores se por

eles circularem correntes reativas menores

As informaccedilotildees inerentes agraves mudanccedilas de fluxo de potecircncia natildeo soacute satildeo importantes

para que os operadores de sistemas assegurarem uma operaccedilatildeo eficiente mas tambeacutem para

manterem a confianccedila nos serviccedilos prestados Aleacutem disso tal informaccedilatildeo tambeacutem eacute uacutetil para a

reduccedilatildeo de perdas

As perdas na transmissatildeo representam de 5 a 10 da geraccedilatildeo total o que se traduz

em milhotildees de doacutelares por ano (SHARIF et al 2000) Caso se tenha informaccedilotildees de como

estas perdas acontecem eacute possiacutevel efetuar-se accedilotildees de controle com o intuito de reduzi-las

Perdas reativas baixas podem reduzir a potecircncia reativa total das instalaccedilotildees e ainda as

perdas ativas provendo com isto um ganho econocircmico consideraacutevel (CIGRE 1989)

Entatildeo a quantificaccedilatildeo e reduccedilatildeo das perdas ativas satildeo importantes porque

determinaratildeo a operaccedilatildeo econocircmica dos sistemas eleacutetricos de potecircncia Tambeacutem eacute importante

salientar que a reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa natildeo soacute pode representar uma economia

significativa no tocante a parte financeira mas tambeacutem que sua reduccedilatildeo pode ser obtida

atuando-se exclusivamente sobre as variaacuteveis de controle de reativos do sistema isto eacute sem

qualquer investimento adicional em equipamentos ou construccedilotildees

Um outro fato importante conhecido eacute que a margem de estabilidade estaacutetica de tensatildeo

do sistema aumenta em funccedilatildeo da disponibilidade de reservas de potecircncia reativa do sistema

(KUNDUR 1994) Assim ao reduzirem-se as perdas totais na transmissatildeo do sistema eleacutetrico

de potecircncia implicitamente estar-se-aacute aumentando a margem de reativos do mesmo e por

conseguinte a margem de estabilidade estaacutetica seraacute aumentada (ALVES et al 2002-I)

(ALVES et al 2002-II)

Para um ponto de operaccedilatildeo particular a margem de estabilidade estaacutetica de tensatildeo ou

margem de carregamento de colapso de tensatildeo ou simplesmente margem de carregamento eacute

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

20

a quantia de carga adicional em um padratildeo especiacutefico de aumento de carga que causaria um

colapso de tensatildeo (CIGRE 1989) (KUNDUR 1994) A determinaccedilatildeo da margem de

carregamento (MC) e as accedilotildees de controle necessaacuterias para garantir aquela margem eacute uma

tarefa essencial no planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia O Western

System Coordinating Council (WSCC) exige que seus membros garantam pelo menos 5 de

margem na curva PV apoacutes qualquer contingecircncia em um uacutenico elemento (WECC 1998)

No Brasil o operador nacional do sistema eleacutetrico brasileiro (ONS) apresenta em seu

manual de procedimentos de rede sugestotildees de criteacuterios para o planejamento no tocante a

expansatildeo do sistema eleacutetrico visando a manutenccedilatildeo de um niacutevel miacutenimo de margem de

estabilidade estaacutetica da tensatildeo ou seja para situaccedilatildeo de contingecircncia simples a margem de

carregamento seja maior ou igual a 6 (ONS 2001)

Assim as vantagens da reduccedilatildeo de perdas em linhas de transmissatildeo aleacutem de

proporcionarem economias de gastos enquanto impotildee aos equipamentos dos sistemas um

decreacutescimo no carregamento provecirc uma melhoria no perfil da tensatildeo do sistema e na margem

de estabilidade estaacutetica de tensatildeo

O caacutelculo da perda de potecircncia ativa pode ser realizado atraveacutes de vaacuterios meacutetodos jaacute

apresentados na literatura como por exemplo pelo simples produto entre os valores da

resistecircncia eleacutetrica da linha de transmissatildeo pelo quadrado da magnitude da corrente que

circula por ela (em outras palavras R I2)

O caacutelculo pode tambeacutem ser realizado atraveacutes da adiccedilatildeo algeacutebrica do fluxo de potecircncia

ativa nas duas extremidades das linhas de transmissatildeo sendo que a perda total seraacute o

somatoacuterio de todas as perdas nas linhas de transmissatildeo

O meacutetodo do fluxo de carga convencional (FC) eacute utilizado na determinaccedilatildeo da

magnitude da tensatildeo e do acircngulo de fase da tensatildeo de cada barra em um sistema de potecircncia

sob condiccedilotildees equilibradas Uma vez obtidos os fluxos de potecircncia ativa e reativa de cada

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

21

uma das linhas de transmissatildeo e equipamento assim como as potecircncias ativas e reativas

tambeacutem satildeo calculadas as perdas (KUNDUR 1994)

Poreacutem o meacutetodo fluxo de carga convencional eacute considerado inadequado quando o

objetivo for a obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento do sistema uma vez que a matriz

Jacobiana (J) fica singular exatamente neste ponto e assim o fluxo de carga convencional

apresentaraacute problemas de mau condicionamento ao se aproximar desta regiatildeo criacutetica

No meacutetodo do fluxo de carga continuado (FCC) a singularidade da matriz Jacobiana

e por conseguinte os problemas numeacutericos que surgem na vizinhanccedila do ponto de maacuteximo

carregamento do sistema satildeo eliminados atraveacutes da adiccedilatildeo de equaccedilotildees de parametrizaccedilatildeo

(SEYDEL 1994) Assim os meacutetodos fluxo de carga continuado que satildeo baseados nos

algoritmos preditor-corretor podem ser considerados como um melhoramento do fluxo de

carga convencional uma vez que ele natildeo soacute pode ser usado para a obtenccedilatildeo de uma soluccedilatildeo

particular do fluxo de carga mas tambeacutem para

bull O traccedilado de trajetoacuterias de soluccedilotildees (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(CANtildeIZARES et al 1992) (SEYDEL 1994)

bull Anaacutelise do colapso de tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia (KUNDUR

1994)

bull A computaccedilatildeo de soluccedilotildees muacuteltiplas (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(CANtildeIZARES et al 1992) (KUNDUR 1994) (SEYDEL 1994)

bull Investigaccedilatildeo da existecircncia de soluccedilotildees de fluxo de potecircncia (CHIANG et al

1995) (WECC 1998) (FETTE VOSS 1999)

bull Avaliar contingecircncias (FLUECK DONDETTI 2000) (WANG DA SILVA

XU 2000)

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

22

Nesta tese uma nova proposta eacute apresentada como alternativa para a reduccedilatildeo nas

perdas de potecircncia ativa na transmissatildeo usando um meacutetodo de continuaccedilatildeo

Para atingir esta meta uma equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo baseada na perda total de

potecircncia ativa na transmissatildeo e as equaccedilotildees da potecircncia reativa injetada nas barras de geraccedilatildeo

e na barra de folga (slack) satildeo adicionadas agraves equaccedilotildees do fluxo de carga convencional

As tensotildees nas barras de geraccedilatildeo e na barra de folga satildeo consideradas como variaacuteveis

de controle e um novo paracircmetro eacute escolhido para reduzir as perdas de potecircncia ativa Os

resultados mostram que este procedimento natildeo soacute leva a uma reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia

ativa e por conseguinte nos custos operacionais mas simultaneamente contribui para a

melhoria do perfil de tensatildeo Aleacutem disto este procedimento tambeacutem conduz na maioria das

vezes a um aumento na margem de carregamento ou seja na estabilidade estaacutetica de tensatildeo

12 ndash Estrutura do trabalho

Procura-se ao longo deste trabalho criar os subsiacutedios necessaacuterios natildeo soacute para o

entendimento do problema em si mas tambeacutem das teacutecnicas utilizadas em sua anaacutelise entre

estas muitas seratildeo apenas comentadas por natildeo se tratarem de teacutecnicas adotadas neste

trabalho

O capiacutetulo 2 almeja situar o trabalho proposto no contexto geral da estabilidade

estaacutetica da tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia Para tanto satildeo tecidas consideraccedilotildees a

respeito da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia sua divisatildeo em categorias e

dependendo do tempo utilizado para o processamento das informaccedilotildees sua estruturaccedilatildeo em

anaacutelise dinacircmica e anaacutelise estaacutetica Este projeto de pesquisa refere-se especificamente ao

estudo de desenvolvimento de procedimentos de anaacutelises estaacuteticas referentes agrave estabilidade de

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

23

tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia Eacute apresentada a linha de estudo da estabilidade

estaacutetica de tensatildeo atraveacutes da anaacutelise das curvas PV e QV

O capiacutetulo 3 tem por objetivo levar ao leitor a compreensatildeo do meacutetodo da continuaccedilatildeo

e de algumas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo existentes na literatura as quais tecircm como objetivo a

eliminaccedilatildeo dos problemas relacionados com a singularidade da matriz Jacobiana pertinente ao

fluxo de carga convencional

Seraacute apresentado o fluxo de carga convencional que emprega o meacutetodo de Newton-

Raphson objetivando a obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento dos sistemas por meio de

soluccedilotildees do fluxo de carga convencional para sucessivos incrementos na carga Seratildeo entatildeo

apresentadas algumas variaccedilotildees no emprego do meacutetodo da continuaccedilatildeo com suas respectivas

teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo Finaliza-se com a explanaccedilatildeo a respeito do fluxo de carga

continuado com o qual se remove o problema da singularidade da matriz Jacobiana no ponto

de maacuteximo carregamento

A proposta do capiacutetulo 4 eacute apresentar apoacutes a explanaccedilatildeo da metodologia proposta a

aplicaccedilatildeo da abordagem proposta para dois sistemas sendo Um sistema de 2 barras (uma

barra de folga e uma PV) para o qual eacute possiacutevel se obter o ponto oacutetimo a partir das equaccedilotildees

algeacutebricas desenvolvidas em (ALVES et al 2002-II) E o outro um sistema de trecircs barras

(uma barra de folga uma PV e uma PQ) apresentado e analisado em (DOMMEL TINNEY

1968) Os resultados tambeacutem satildeo comparados com os resultados obtidos por um programa de

fluxo de carga oacutetimo (DA COSTA LANGONA ALVES 1998) Satildeo apresentados os efeitos

do redespacho das variaacuteveis de controle nas reduccedilotildees da perda total de potecircncia ativa na

transmissatildeo do sistema aleacutem da investigaccedilatildeo dos efeitos causados por esta reduccedilatildeo na

margem de estabilidade de tensatildeo e no perfil de tensatildeo Atraveacutes do sistema IEEE 14 barras eacute

analisado como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema eleacutetrico de potecircncia durante o processo

de reduccedilatildeo da perda ativa total Em seguida apresentam-se os resultados obtidos para os

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

24

sistemas do Institute of Electrical and Eletronics Engineering (IEEE) 14 30 e 57 barras que

mostram que este procedimento conduz a uma reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa na

transmissatildeo

Adicionalmente mostra-se atraveacutes do traccedilado das curvas PV que a reduccedilatildeo na perda

total na transmissatildeo leva em geral natildeo soacute a uma diminuiccedilatildeo dos custos operacionais do

sistema mas tambeacutem a um aumento da margem de estabilidade de tensatildeo e a uma melhoria

no perfil da tensatildeo Apresenta-se tambeacutem a influecircncia da escolha da barra de folga durante o

processo de reduccedilatildeo da perda ativa total (sistemas IEEE 57 e IEEE 118 barras) Satildeo

apresentadas comparaccedilotildees entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga

oacutetimo e o fluxo de carga continuado proposto Encerrando este capiacutetulo satildeo apresentados o

desempenho da metodologia proposta para sistemas de grande porte isto eacute para o sistema

IEEE 300 barras e o sistema OTS-904

O capiacutetulo 5 apresenta as conclusotildees gerais deste trabalho enfatiza as contribuiccedilotildees

assim como apresenta sugestotildees de estudos para possiacuteveis continuidade do trabalho

Finalizando apresenta-se o apecircndice A onde satildeo listados os artigos publicados com

conteuacutedo especiacutefico referente a esta tese

Capiacutetulo 2

ANAacuteLISE DA ESTABILIDADE ESTAacuteTICA DE TENSAtildeO

21 - Introduccedilatildeo

Este capiacutetulo tem como objetivo prover uma ideacuteia global a respeito da importacircncia do

estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo bem como situar o trabalho proposto no contexto

geral do assunto

Satildeo apresentados conceitos baacutesicos imprescindiacuteveis para a anaacutelise da estabilidade

estaacutetica de tensatildeo Apresenta-se em particular o conceito da margem de estabilidade de

tensatildeo uma vez que tal conceito eacute fundamental aos operadores dos sistemas eleacutetricos de

potecircncia no tocante agrave determinaccedilatildeo dos limites da transferecircncia de potecircncia

22 ndash Estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia

A complexidade dos sistemas eleacutetricos de potecircncia vem agregando cada vez mais

variantes dentre elas destacam-se os possiacuteveis acidentes associados ao comportamento do

sistema e o crescente aumento no nuacutemero de situaccedilotildees a serem exploradas tais como

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

26

estruturaccedilotildees no setor eleacutetrico compensaccedilatildeo de reativos disponibilidade de dispositivos

raacutepidos de controle

Os operadores dos sistemas eleacutetricos de potecircncia devem essencialmente exploraacute-los de

forma econocircmica e com elevados niacuteveis de confiabilidade ou seja eacute necessaacuterio que o sistema

tenha capacidade de estabelecer apoacutes um distuacuterbio um novo ponto de equiliacutebrio sem que

haja violaccedilatildeo agraves restriccedilotildees fiacutesicas de seus componentes Portanto os operadores devem

proceder de forma que o sistema atue corretamente a qualquer tempo evitando atuaccedilotildees

indevidas ou desnecessaacuterias Poreacutem atualmente os sistemas eleacutetricos de potecircncia tecircm sido

operados cada vez mais proacuteximos agrave sua capacidade de transmissatildeo atuando efetivamente com

baixos niacuteveis de seguranccedila

Esta situaccedilatildeo de operaccedilatildeo do sistema de forma estressada se deve a crescente expansatildeo

do mercado consumidor de energia e as imposiccedilotildees de restriccedilotildees de ordens ecoloacutegicas e

econocircmicas ou seja dificuldades de construccedilatildeo de novas usinas de geraccedilatildeo e linhas de

transmissatildeo para o transporte da energia

Particularmente no sistema eleacutetrico brasileiro este problema apresenta-se de forma

mais contundente uma vez que o mesmo possui um parque gerador de energia de base

predominantemente hidraacuteulica Assim o esgotamento dos recursos hidreleacutetricos mais

proacuteximos dos principais centros de carga tem como consequumlecircncia a necessidade de se recorrer

a aproveitamentos hidreleacutetricos cada vez mais distantes exigindo a formaccedilatildeo de um sistema

eleacutetrico complexo caracterizado por linhas de transmissatildeo preponderantemente longas sendo

assim mais propiacutecio agrave ocorrecircncia de problemas de instabilidade de tensatildeo (CIGRE 1992)

A classificaccedilatildeo dos problemas de estabilidade em categorias subcategorias e tempo

utilizado para o processamento das informaccedilotildees visa facilitar a anaacutelise dos problemas de

estabilidade atraveacutes da identificaccedilatildeo dos principais fatores e do desenvolvimento de meacutetodos

para melhorar as condiccedilotildees de operaccedilatildeo dos sistemas eleacutetricos de potecircncia

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

27

As categorias satildeo

bull Estabilidade de acircngulo do rotor

bull Estabilidade de frequumlecircncia

bull Estabilidade de tensatildeo

A estabilidade angular transitoacuteria em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade dos geradores que compotildeem o sistema de se manterem em sincronismo apoacutes o

sistema ser submetido a uma grande perturbaccedilatildeo

A estabilidade de frequumlecircncia em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade do sistema de manter a frequumlecircncia gerada dentro da faixa de toleracircncia em torno

da frequumlecircncia nominal em condiccedilotildees operacionais normais ou mesmo apoacutes o sistema ser

submetido a uma perturbaccedilatildeo

O termo estabilidade de tensatildeo de forma geral envolve problemas de curta meacutedia e

longa duraccedilatildeo sendo neste trabalho utilizado exclusivamente para fenocircmenos de longa

duraccedilatildeo A estabilidade de tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade do sistema de manter as tensotildees em todas as barras que o compotildee em faixas de

toleracircncia da tensatildeo nominal em condiccedilotildees operacionais normais ou mesmo apoacutes o sistema

ser submetido a uma perturbaccedilatildeo Geralmente a instabilidade se daacute na forma de uma queda

progressiva e incontrolada na magnitude da tensatildeo em uma ou mais barras do sistema

eleacutetrico provocada pela tentativa de restabelecimento da carga

A Figura 21 identifica as categorias e subcategorias do problema da estabilidade em

sistemas eleacutetricos de potecircncia (KUNDUR et al 2004)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

28

Figura 21 - Classificaccedilatildeo da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia

Nos sistemas eleacutetricos de potecircncia o aumento de cargas tem como consequumlecircncia direta

a diminuiccedilatildeo nos niacuteveis de tensatildeo em suas barras (nos barramentos) sendo assim um aumento

contiacutenuo de cargas pode eventualmente levar o sistema a um estado instaacutevel caracterizado

pelo raacutepido decreacutescimo nos valores de tensatildeo em seus barramentos Este fenocircmeno eacute

conhecido na literatura especiacutefica como colapso de tensatildeo onde o perfil da tensatildeo nas barras eacute

obtido em funccedilatildeo do carregamento do sistema

O carregamento do sistema pode ser interpretado de uma maneira mais abrangente

isto eacute natildeo somente como um aumento de carga mas tambeacutem como um aumento na

transferecircncia de potecircncia entre aacutereas do aumento da carga de determinadas aacutereas ou da carga

de barras especificas Natildeo obstante o aumento pode tambeacutem ser definido em termos de

potecircncia ativa (P) potecircncia reativa (Q) ou potecircncia aparente (S) (XU MASOUR

HARRINGTON 1993)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

29

Se haacute um aumento na solicitaccedilatildeo de potecircncia reativa a potecircncia reativa adicional

deveraacute ser fornecida atraveacutes das reservas existentes nos geradores eou nos compensadores de

reativos que compotildeem o sistema

Normalmente haveraacute reserva de potecircncia reativa suficiente e o sistema se estabilizaraacute

em um novo ponto de operaccedilatildeo com novos valores de tensatildeo No entanto poderaacute ocorrer que

devido a uma combinaccedilatildeo de eventos e condiccedilotildees do sistema que esta solicitaccedilatildeo adicional

provoque o colapso de tensatildeo

Dentre muitos cenaacuterios que podem levar a rede ao colapso de tensatildeo pode-se citar

bull Sistema operando com muitos geradores proacuteximos aos centros de carga que

estatildeo fora de serviccedilo Neste cenaacuterio as linhas de transmissatildeo estaratildeo

sobrecarregadas e as reservas de potecircncia reativa estaratildeo no miacutenimo

bull Perda de uma linha de transmissatildeo sobrecarregada provocando sobrecarga nas

linhas adjacentes Neste cenaacuterio haveraacute um aumento nas perdas reativas nas

linhas ocasionando um aumento no provimento de potecircncia reativa na rede

bull No cenaacuterio anterior teremos um decreacutescimo na tensatildeo nas cargas adjacentes o

que provocaraacute uma reduccedilatildeo na potecircncia fornecida com consequumlente reduccedilatildeo

no fluxo de potecircncia Neste cenaacuterio os reguladores automaacuteticos de tensatildeo dos

geradores iratildeo tentar repor os niacuteveis de tensatildeo atraveacutes do acreacutescimo na corrente

de excitaccedilatildeo dos geradores A energia reativa injetada pelo gerador na rede

provocaraacute um aumento da queda de tensatildeo nas linhas e nos transformadores

Entretanto os geradores poderatildeo estar operando nos limites da corrente de

excitaccedilatildeo e da corrente do estator sendo necessaacuterio que os reguladores de

velocidade dos geradores regulem a frequumlecircncia diminuindo a potecircncia reativa

injetada no sistema

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

30

bull A reduccedilatildeo da tensatildeo nas cargas reflete-se para a distribuiccedilatildeo Os

transformadores com regulaccedilatildeo automaacutetica de tap sob carga (OLTC) nas

subestaccedilotildees tentam repor os niacuteveis de tensatildeo na distribuiccedilatildeo A cada operaccedilatildeo

dos tapacutes dos transformadores o resultante aumento da potecircncia fornecida faraacute

com que as perdas nas linhas de transmissatildeo aumentem o que por sua vez

aumentaraacute a queda de tensatildeo na respectiva linha Se a linha estiver bastante

sobrecarregada a cada aumento no fluxo de potecircncia provocaraacute um aumento

progressivo das perdas de potecircncia reativa na linha Ainda a cada mudanccedila nos

tapacutes dos transformadores a potecircncia reativa fornecida pelos geradores iraacute

aumentar Os geradores iratildeo aumentar o fornecimento de potecircncia reativa ateacute

seu limite Quando o primeiro gerador atinge o limite da corrente de excitaccedilatildeo

a tensatildeo em seus terminais diminui A distribuiccedilatildeo pelos diferentes geradores

da potecircncia reativa consumida poderaacute provocar a sobrecarga de outros

geradores Com poucos geradores tendo o controle da sua corrente de

excitaccedilatildeo o sistema torna-se ainda mais vulneraacutevel do ponto de vista da

tensatildeo

Mudanccedilas nas configuraccedilotildees do sistema e em sua operaccedilatildeo fazem com que o mesmo

opere na sua faixa maacutexima de capacidade de geraccedilatildeo e transmissatildeo tendo como consequumlecircncia

a ocorrecircncia de vaacuterios problemas de instabilidade de tensatildeo (CIGRE 1992)

Os sistemas de potecircncia estatildeo sujeitados a uma extensiva gama de pequenas e grandes

perturbaccedilotildees Pequenas perturbaccedilotildees na forma de mudanccedilas com incremento de carga

acontecem continuamente o sistema de potecircncia deve ajustar-se agraves novas condiccedilotildees e operar

satisfatoriamente

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

31

O sistema deve tambeacutem ter condiccedilotildees de responder a numerosas perturbaccedilotildees de

natureza severa como decirc curto circuito em uma linha de transmissatildeo ou perda de um grande

gerador Uma grande perturbaccedilatildeo pode conduzir a mudanccedilas estruturais devido ao isolamento

dos elementos de falta

Se apoacutes uma perturbaccedilatildeo passageira o sistema eleacutetrico de potecircncia manter-se estaacutevel

ocorreraacute a um novo estado de equiliacutebrio com praticamente o sistema inteiro permanecendo

intacto ou seja com todos os geradores e cargas conectadas por um uacutenico sistema de

transmissatildeo contiacutenuo

Por outro lado se o sistema for instaacutevel resultaraacute em situaccedilatildeo de estado precaacuterio por

exemplo um aumento progressivo na distacircncia angular dos rotores do gerador ou uma

diminuiccedilatildeo progressiva nas magnitudes das tensotildees de barra Uma condiccedilatildeo de sistema

instaacutevel poderia conduzir a faltas em cascata e ao desligamento de uma parte importante dos

sistemas eleacutetricos de potecircncia

Recentemente a instabilidade de tensatildeo foi responsaacutevel por vaacuterios colapsos de tensatildeo

de redes eleacutetricas Como consequumlecircncias os termos ldquoinstabilidade de tensatildeordquo e ldquocolapso de

tensatildeordquo aparecem mais frequentemente na literatura e na discussatildeo do planejamento e

operaccedilatildeo dos sistemas

Quando sujeito a uma perturbaccedilatildeo a estabilidade do sistema dependeraacute da condiccedilatildeo

operacional inicial e tambeacutem da natureza da perturbaccedilatildeo Na regiatildeo de equiliacutebrio um sistema

de potecircncia pode ser estaacutevel com respeito a uma grande perturbaccedilatildeo fiacutesica e instaacutevel com

respeito agrave outra

Do ponto de vista econocircmico ou seja da avaliaccedilatildeo custo versus benefiacutecio torna-se

impraticaacutevel por ser antieconocircmico projetar sistemas de potecircncia para serem estaacuteveis para

todas as possiacuteveis contingecircncias

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

32

As contingecircncias baacutesicas satildeo selecionadas no projeto Elas apresentam uma

probabilidade razoavelmente alta de ocorrecircncia Consequumlentemente a estabilidade frente a

uma grande perturbaccedilatildeo ocorreraacute em um conjunto de incidentes de perturbaccedilatildeo especifica

O conjunto de incidentes de perturbaccedilatildeo citado anterior descreve como um colapso de

tensatildeo pode evoluir em um sistema Observa-se que o intervalo para que um colapso ocorra

fica portanto dependendo da resposta dos vaacuterios controles envolvidos dependente do tempo

utilizado para o processamento das informaccedilotildees

Por ser representado por meio de um sistema de equaccedilotildees natildeo-lineares os sistemas

eleacutetricos de potecircncia operam com seus principais paracircmetros (potecircncia gerada tensotildees

cargas correntes) sofrendo constantemente variaccedilotildees em seus valores operacionais A

avaliaccedilatildeo da estabilidade frente a uma grande perturbaccedilatildeo envolve efeitos natildeo-lineares que

natildeo permitem aplicar a linearizaccedilatildeo em torno do ponto de operaccedilatildeo atraveacutes da seacuterie de

Taylor das equaccedilotildees do sistema (KUNDUR et al 2004)

Tradicionalmente a anaacutelise dinacircmica quando aplicada ao estudo da estabilidade de

acircngulo limita-se agraves dinacircmicas dos geradores durante os milissegundos da fase transitoacuteria

Contudo o intervalo de tempo para a anaacutelise de estabilidade de tensatildeo eacute muito maior e nesse

caso se as dinacircmicas dos geradores forem consideradas os requisitos computacionais tornar-

se-iam proibitivos (KUNDUR 1994) Em consequumlecircncia do longo intervalo de tempo

envolvido a estabilidade de tensatildeo tem sido analisada como um problema agrave regime

permanente portanto apropriado para a abordagem atraveacutes da anaacutelise estaacutetica

A abordagem estaacutetica pode oferecer uma visatildeo geral para o fenocircmeno e pode de fato

fornecer uma soluccedilatildeo aproximada ainda aceitaacutevel a qual eacute computacionalmente muito mais

simples quando comparada a abordagem dinacircmica Tambeacutem como fator principal no estudo

da estabilidade de tensatildeo estaacute a disponibilidade de potecircncia reativa problema ideal para

anaacutelise de fluxo de carga que eacute um dos focos deste trabalho

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

33

23 ndash Estabilidade estaacutetica de tensatildeo

A estabilidade de tensatildeo envolve anaacutelises em regime permanente antes e depois de um

distuacuterbio no sistema eleacutetrico Satildeo verificados nos sistemas eleacutetricos os niacuteveis das magnitudes

de tesotildees nas barras e a violaccedilatildeo dos limites teacutermicos dos equipamentos que o compotildeem

Os sistemas eleacutetricos de potecircncia estatildeo continuamente experimentando pequenas

flutuaccedilotildees nas magnitudes das tensotildees poreacutem para avaliar estabilidade de tensatildeo quando o

sistema estiver sob uma dada perturbaccedilatildeo especifica eacute normalmente vaacutelido assumir que o

mesmo encontra-se inicialmente em uma condiccedilatildeo operacional estaacutetica

A estabilidade nos sistemas eleacutetricos de potecircncia estaacute relacionada com a propriedade

do sistema em permitir que ele permaneccedila em um estado de operaccedilatildeo de equiliacutebrio sob

condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo e atinja um estado de equiliacutebrio aceitaacutevel apoacutes ser submetido a

um distuacuterbio seja ele pequeno ou grande Recentemente tendo como objetivo prover a

compreensatildeo do termo ldquoestabilidade de sistemas de potecircnciardquo em uma definiccedilatildeo fiacutesica que se

enquadrasse nas definiccedilotildees da teoria de sistemas eleacutetricos KUNDUR et al (2004)

propuseram

ldquoA estabilidade de sistemas eleacutetricos de potecircncia eacute a habilidade de um sistema de

energia eleacutetrica para uma determinada condiccedilatildeo operacional inicial recuperar um estado

de equiliacutebrio operacional depois que estiver sujeito a uma perturbaccedilatildeo fiacutesica com limitaccedilatildeo

das variaacuteveis do sistema de forma que a integridade de sistema seja preservadardquo

A integridade do sistema eacute preservada quando praticamente todo sistema de potecircncia

restante permanece intacto sem sofrer desligamento de geradores ou cargas com exceccedilatildeo

daqueles desconectados atraveacutes do isolamento dos elementos sob falta ou intencionalmente

desconectados para preservar a continuidade da operaccedilatildeo do restante do sistema

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

34

24 ndash Meacutetodos de estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

Alguns fatos importantes tecircm marcado o planejamento e a operaccedilatildeo de sistemas

eleacutetricos de potecircncia nas uacuteltimas deacutecadas

bull O nuacutemero de conexotildees entre companhias de eletricidade tem aumentado muito

Por exemplo paiacuteses como o Brasil e os Estados Unidos entre outros possuem

praticamente um uacutenico sistema de potecircncia composto de um grande nuacutemero de

companhias de geraccedilatildeo transmissatildeo e distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica Por um

lado isto aumenta a confiabilidade de atendimento da demanda do sistema jaacute

que a energia pode ser repassada pelas companhias que a tem em excesso para

aquelas que apresentam deacuteficit Em consequumlecircncia a necessidade de reserva

girante (spinning reserve) de cada companhia diminui diminuindo seus custos

de geraccedilatildeo Por outro lado os efeitos de perturbaccedilotildees na aacuterea de uma

companhia podem se propagar e serem notados em todo o sistema Logo do

ponto de vista de seguranccedila da operaccedilatildeo o sistema pode ficar mais vulneraacutevel

bull Os novos investimentos na expansatildeo do sistema e instalaccedilatildeo de novos

equipamentos tecircm sido em sua maioria adiada e as causas satildeo vaacuterias

incluindo desde as econocircmicas ateacute as ambientais Como a demanda tem

aumentado consistentemente ao longo dos anos os equipamentos jaacute existentes

passaram a operar cada vez mais proacuteximo de seus limites Em consequumlecircncia a

habilidade do sistema em manter condiccedilotildees aceitaacuteveis de operaccedilatildeo apoacutes

perturbaccedilotildees tem diminuiacutedo bastante

Naturalmente os fatos descritos anteriormente tecircm um impacto direto sobre a

estabilidade do sistema e em particular sobre a estabilidade de tensatildeo Tem se verificado a

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

35

ocorrecircncia de perfis de tensatildeo normalmente altos ou baixos e incidentes de tensatildeo que

levaram ao colapso de tensatildeo (TOGNETE 1997)

O colapso de tensatildeo que eacute um processo pelo qual a instabilidade de tensatildeo leva uma

parte significativa da rede a um perfil de tensotildees baixas tem ocorrido em sistemas com

torques sincronizante e de amortecimento suficientes mas com problemas relacionados ao

controle de potecircncia reativa

Estas ocorrecircncias tecircm sido mais frequumlentes em sistemas muito interconectados

altamente carregados e com falta de um suporte de reativos adequado Eles operam portanto

com pequenas margens de seguranccedila ou seja com pouca capacidade de manter o sistema

estaacutevel sob condiccedilotildees de variaccedilatildeo de carga ou sob contingecircncia

Desta forma uma vez que os problemas de estabilidade de tensatildeo satildeo identificados a

natildeo ser que se tenha um estudo preacutevio de accedilotildees de controle eficientes preventivas ou

restaurativas incluindo a alocaccedilatildeo de reativos a reduccedilatildeo de potecircncia transferida se faz

necessaacuteria Assim a anaacutelise do problema de estabilidade de tensatildeo vem ganhando maiores

destaques jaacute que ele tem se mostrado um fator de limitaccedilatildeo na operaccedilatildeo de redes

Existem hoje diversos meacutetodos de anaacutelise de estabilidade de tensatildeo propostos na

literatura para o estudo do problema de estabilidade de tensatildeo (FLATABO OGNEDAL

CARLSEN 1990) (AJJARAPU CHRISTY 1992) (WGVS 1993) (YONG-HUEI

CHING-TSAI WEN-WEI 1997) (MOGHAVVEMI JASMON 1997) incluindo vaacuterias

teorias que procuram explicar o fenocircmeno do colapso de tensatildeo e os mecanismos para sua

ocorrecircncia Estes meacutetodos permitem que se avaliem as condiccedilotildees de operaccedilatildeo do sistema e de

seu niacutevel de seguranccedila em termos de estabilidade de tensatildeo

A anaacutelise estaacutetica da estabilidade de tensatildeo pode ser realizada em princiacutepio com as

equaccedilotildees de fluxo de carga ou alguma generalizaccedilatildeo adequada destas Estas anaacutelises

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

36

relacionam a ocorrecircncia do colapso de tensatildeo com o problema conhecido das equaccedilotildees de

fluxo de carga de apresentarem muacuteltiplas soluccedilotildees

SEKINE et al (1989) estudaram a natureza das soluccedilotildees do fluxo de carga com

meacutetodos algeacutebricos baseados na natureza quadraacutetica das equaccedilotildees de fluxo de carga com as

tensotildees representadas em coordenadas retangulares

GALIANA et al (1992) identificaram o colapso de tensatildeo como um ponto em que ao

se variar a carga do sistema deixa de haver soluccedilatildeo para o fluxo de carga

Alguns meacutetodos estaacuteticos buscam a definiccedilatildeo de iacutendices de proximidade ao colapso de

tensatildeo para a comparaccedilatildeo entre diferentes pontos de operaccedilatildeo de modo a se obter uma

seleccedilatildeo qualitativa das condiccedilotildees criacuteticas

Dentre as abordagens estaacuteticas tecircm-se os meacutetodos baseados na obtenccedilatildeo das curvas PV

e QV para barras de interesse do sistema Essas curvas satildeo obtidas atraveacutes de caacutelculos do

fluxo de carga convencional ou atraveacutes do fluxo de carga continuado (IBA et al 1991)

(CANtildeIZARES et al 1992) (AJJARAPU CHRISTY 1992) (CHIANG et al 1995) (ALVES

et al 2000) (GARBELINI et al 2005) e que seratildeo vistos no capiacutetulo 3 e 4 por se tratar do

meacutetodo proposto

25 ndash Avaliaccedilatildeo do colapso de tensatildeo baseado nas curvas PV e QV

Uma tarefa que vem se tornando essencial nas etapas de planejamento e operaccedilatildeo de

sistemas eleacutetricos de potecircncia eacute a avaliaccedilatildeo da estabilidade de tensatildeo O aspecto mais

importante dessas anaacutelises eacute a determinaccedilatildeo da margem de estabilidade de tensatildeo e as accedilotildees

de controle necessaacuterias para se garantir essa margem As margens de estabilidade devem ser

determinadas no planejamento e durante a operaccedilatildeo em tempo-real objetivando um melhor

aproveitamento dos recursos de geraccedilatildeo e de capacidade de transmissatildeo Portanto a margem

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

37

de estabilidade de tensatildeo e as accedilotildees de controle devem ser obtidas natildeo soacute para as condiccedilotildees

normais de operaccedilatildeo identificada como caso base mas tambeacutem para um conjunto de

diferentes condiccedilotildees de contingecircncia Isto eacute realizado atraveacutes do traccedilado de curvas PV QV

ou SV para cada contingecircncia e vaacuterias condiccedilotildees operativas

O operador nacional do sistema eleacutetrico brasileiro (ONS) considera o levantamento

das curvas PV como sendo a metodologia mais adequada para se determinar as margens de

estabilidade de tensatildeo utilizando o levantamento da curva QV como metodologia

complementar em subsiacutedio agrave avaliaccedilatildeo das margens de reativos (ONS 2001)

Tradicionalmente empregados pelas concessionaacuterias de energia eleacutetrica estes meacutetodos

satildeo utilizados na determinaccedilatildeo da demanda maacutexima que o sistema pode atender conhecido

como ponto ldquonarizrdquo das curvas PV e QV identificando assim a condiccedilatildeo em que o colapso de

tensatildeo poderaacute ocorrer A distacircncia de um dado ponto de operaccedilatildeo para o ldquonarizrdquo das curvas

PV e QV indica a margem estaacutetica de estabilidade de tensatildeo do sistema (TAYLOR 1994)

251 ndash Curvas PV

A caracteriacutestica de transferecircncia de potecircncia tambeacutem denominada curva PV eacute

definida como sendo a relaccedilatildeo entre a magnitude da tensatildeo e a potecircncia ativa em um

determinado barramento para uma condiccedilatildeo especiacutefica de fator de potecircncia e tensatildeo no

mesmo barramento

As curvas PV satildeo utilizadas

bull Na anaacutelise estrateacutegica de planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos de

potecircncia

bull Na determinaccedilatildeo de limites de transferecircncia de potecircncia

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

38

bull No ajuste das margens

O levantamento da curva PV consiste em realizar caacutelculos de fluxo de potecircncia a

partir de um ponto de operaccedilatildeo inicial identificado como caso base considerando sucessivos

aumentos de carga em uma uacutenica barra numa aacuterea ou em todo o sistema

O aumento de carga pode ou natildeo ser realizado com o fator de potecircncia constante

sendo que a cada incremento de carga satildeo realizados novos caacutelculos de fluxo de carga

determinando-se assim os pontos de operaccedilatildeo que formaratildeo a curva PV

Portanto a curva PV mostra a variaccedilatildeo da tensatildeo numa barra em funccedilatildeo do aumento de

carga considerado no sistema

Figura 22 - Curva PV geneacuterica

Empregada principalmente em anaacutelises conceituais de estabilidade de tensatildeo a curva

PV fornece o ponto de maacuteximo carregamento ou ponto de colapso de tensatildeo ou ponto criacutetico

ou ldquonoserdquo (nariz) da curva (Figura 22)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

39

O ponto de maacuteximo carregamento eacute identificado apoacutes a obtenccedilatildeo da curva PV eacute por

meio dele que se identifica a margem de estabilidade do sistema

Na Figura 22 o valor do maacuteximo carregamento da rede para uma dada condiccedilatildeo

especifica eacute representado pela potecircncia (Pcrit) com o respectivo valor da tensatildeo (Vcrit) para as

quais este maacuteximo carregamento ocorre

Uma desvantagem deste meacutetodo eacute que a soluccedilatildeo do fluxo de carga convencional

diverge na regiatildeo do ldquonarizrdquo da curva PV impossibilitando a obtenccedilatildeo de curvas PV

completas atraveacutes deste meacutetodo (TAYLOR 1994)

252 ndash Curvas QV

O procedimento para se obter as curvas de QV eacute semelhante ao utilizado na obtenccedilatildeo

das curvas de PV

A curva QV pode ser obtida plotando-se a tensatildeo na barra no eixo das abscissas

contra a potecircncia reativa injetada na mesma barra no eixo das ordenadas

Atraveacutes desta curva obteacutem-se a variaccedilatildeo da magnitude da tensatildeo em uma determinada

barra em funccedilatildeo da injeccedilatildeo de potecircncia reativa

A injeccedilatildeo de potecircncia reativa pode ser feita acoplando-se agrave barra uma fonte fictiacutecia de

potecircncia ativa nula e de potecircncia reativa variaacutevel ou seja um condensador siacutencrono sem

limite de reativos

Diminui-se gradativamente a tensatildeo na barra agrave medida que se calcula a injeccedilatildeo de

reativos atraveacutes da soluccedilatildeo de sucessivos fluxo de carga convencional Computacionalmente

isto eacute realizado convertendo-se a barra de geraccedilatildeo (PV) em questatildeo em barra de carga (PQ)

sem limites de injeccedilatildeo de reativos (TAYLOR 1994) Para grandes sistemas as curvas satildeo

obtidas por meio de seacuteries de simulaccedilotildees de fluxo de carga convencional

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

40

Pode-se observar na Figura 23 que a margem de reativos disponiacutevel na barra eacute a

diferenccedila entre a potecircncia reativa de saiacuteda nula do compensador siacutencrono e a potecircncia de saiacuteda

do mesmo na base da curva QV que representa o limite de estabilidade de tensatildeo (dQdV=0)

Q

V

Ponto de Operaccedilatildeo

Margem de Reativos

Figura 23 ndash Curva QV geneacuterica

Como vantagem deste meacutetodo tem-se que a determinaccedilatildeo da margem reativa em

barras criacuteticas eacute simples e raacutepida Poreacutem uma das suas limitaccedilotildees eacute o fato de aumentar a carga

reativa em apenas uma barra do sistema podendo assim levar a resultados enganosos

(KUNDUR 1994)

A seguranccedila estaacutetica esta intrinsecamente relacionada com a potecircncia reativa e a curva

QV nos daacute a margem de potecircncia reativa na barra escolhida para anaacutelise

26 - Margem de carregamento

Os operadores de sistemas eleacutetricos de potecircncia monitoram toda a topologia da rede

com seus atuais fluxos de potecircncia ativa e reativa concomitantemente com os niacuteveis de tensatildeo

nos barramentos Estas grandezas satildeo monitoradas com o claro intuito de se garantir sua

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

41

permanecircncia dentro de limites aceitaacuteveis na atual configuraccedilatildeo ou em qualquer outra das

possiacuteveis configuraccedilotildees subsequumlentes a uma contingecircncia predefinida

O operador deve estar sempre ciente da capacidade de transmissatildeo do sistema sendo

que uma quantificaccedilatildeo mais direta da capacidade de transmissatildeo eacute a margem estaacutetica de

estabilidade de tensatildeo tambeacutem definida como margem de carregamento

A definiccedilatildeo da margem dependeraacute da aplicaccedilatildeo a que se destina De uma forma geral

procura-se estabelecer a margem em funccedilatildeo da diferenccedila entre o valor de um paracircmetro

correspondente a um evento e o seu atual valor

A margem de estabilidade mede a distacircncia a um evento que cause a instabilidade e

deve ser definida de forma a ser facilmente compreendida pelo operador

Para o colapso de tensatildeo a margem de estabilidade eacute definida como o maior aumento

de carga que o sistema pode ter sem provocar o colapso de tensatildeo

A estabilidade de tensatildeo tem se tornado um assunto relevante pelo fato de que o

desequiliacutebrio existente entre os aumentos contiacutenuos de carga e as restriccedilotildees econocircmicas e

ambientais impostas agrave construccedilatildeo de novas usinas de geraccedilatildeo bem como da construccedilatildeo de

novas linhas de transmissatildeo levar os sistemas a operarem proacuteximos de seus limites com

reduzida margem de estabilidade

Na anaacutelise estaacutetica de estabilidade de tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia o ponto

de maacuteximo carregamento define em particular a fronteira entre as regiotildees operacional estaacutevel

e instaacutevel como observado na Figura 22

A determinaccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento eacute importante natildeo somente para a

obtenccedilatildeo de margens estaacuteticas de estabilidade de tensatildeo como tambeacutem para sua aplicaccedilatildeo em

anaacutelise modal uma vez que eacute nesse ponto que a curva PV fornece as informaccedilotildees para a

determinaccedilatildeo de medidas efetivas para se obter um aumento da estabilidade de tensatildeo do

sistema (KUNDUR 1994) (TAYLOR 1994)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

42

Independentemente de qual metodologia se utiliza para levantar as curvas PV de um

sistema em qualquer uma delas o objetivo seraacute determinar a maacutexima carga possiacutevel a ser

atendida

Para sistemas com cargas do tipo PQ constante o ponto de colapso de tensatildeo eacute o ponto

de operaccedilatildeo correspondente ao maacuteximo carregamento do sistema A diferenccedila entre tal ponto

e o ponto de operaccedilatildeo do sistema (em MW ou pu) eacute denominada como sendo agrave margem de

carregamento

O conhecimento preciso da margem de carregamento para o ponto de operaccedilatildeo atual eacute

fundamental para que o operador de sistemas avalie se para um distuacuterbio o sistema encontraraacute

um outro ponto de operaccedilatildeo estaacutevel (WECC 1998)

Para ilustrar o exposto considere a Figura 24 na qual satildeo apresentadas duas curvas

PV obtidas para o sistema 14 barras do IEEE

A curva 1 resulta da condiccedilatildeo normal de operaccedilatildeo considerada como curva de preacute-

contingecircncia enquanto que a curva 2 resulta da condiccedilatildeo de poacutes-contingecircncia da linha de

transmissatildeo entre as barras 1 e 2

Os pontos de maacuteximo carregamento satildeo representados nas curvas 1 e 2 como Pmax-preacute e

Pmax-poacutes respectivamente

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

43

Figura 24 ndash Definiccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e da margem de carregamento

O ponto ldquoOrdquo foi obtido por meio de um programa de fluxo de carga convencional e

representa o ponto de operaccedilatildeo estaacutevel do sistema denominado caso base

Conforme foi definido a margem de carregamento para as curvas 1 e 2 satildeo os valores

em pu entre o ponto ldquoOrdquo e os pontos Pmax-preacute e Pmax-poacutes respectivamente

Caso o sistema esteja operando no ponto ldquoOrdquo da curva 1 e o mesmo for submetido por

exemplo a um aumento de carga ele passaria a operar no ponto ldquoOacute rdquo Nesse caso o sistema

entraria em colapso se ocorresse agrave contingecircncia conforme mostra a curva 2 poreacutem

permaneceria operando com uma margem reduzida na condiccedilatildeo normal conforme mostrado

pela curva 1

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

44

Nas anaacutelises de planejamento e operaccedilatildeo sistemas eleacutetricos de potecircncia o caacutelculo da

margem de carregamento eacute efetuado por meio do fluxo de carga convencional e mais

recentemente do fluxo de carga continuado

Observa-se que o meacutetodo fluxo de carga convencional eacute considerado ineficiente na

obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento devido agraves dificuldades numeacutericas apresentadas agrave

medida que o carregamento do sistema se aproxima deste ponto criacutetico pois para sistemas

com cargas do tipo PQ constante a matriz Jacobiana torna-se singular no ponto de maacuteximo

carregamento Dessa forma a sua obtenccedilatildeo torna-se ineficiente e imprecisa devido agraves

dificuldades numeacutericas apresentadas pelo fluxo de carga convencional agrave medida que o

carregamento do sistema se aproxima de sua vizinhanccedila

De um modo geral a divergecircncia de um fluxo de carga convencional pode estar

associada ao meacutetodo utilizado na resoluccedilatildeo agrave estimativa inicial agraves muacuteltiplas soluccedilotildees

existentes e agrave inexistecircncia da soluccedilatildeo ou agrave existecircncia de singularidades

Uma vez que o ponto de maacuteximo carregamento estaacute associado agraves limitaccedilotildees fiacutesicas do

sistema eleacutetrico de potecircncia sua determinaccedilatildeo natildeo deve ser baseada numa limitaccedilatildeo

matemaacutetica de um meacutetodo numeacuterico Assim haveraacute sempre a necessidade de se investigar se

a divergecircncia eacute devida a problemas numeacutericos ou a limitaccedilotildees fiacutesicas do sistema geralmente

as diferenccedilas natildeo satildeo tatildeo oacutebvias

Observa-se que a singularidade da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo

carregamento eacute devido agrave reduccedilatildeo de seu posto ou seja do seu rank Isto natildeo significa que no

ponto de maacuteximo carregamento o fluxo de carga convencional natildeo tenha nenhuma soluccedilatildeo

Na realidade esta soluccedilatildeo existe eacute uacutenica e eacute bem definida poreacutem eacute necessaacuterio reformular a

informaccedilatildeo perdida com a reduccedilatildeo do posto da matriz Jacobiana para se obter a soluccedilatildeo

Normalmente esta compensaccedilatildeo de informaccedilatildeo seraacute realizada atraveacutes da adiccedilatildeo de

equaccedilotildees algeacutebricas parametrizadas (CHIANG et al 1995)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

45

Para carregamentos maiores que o do ponto de maacuteximo carregamento no entanto as

equaccedilotildees de fluxo de carga convencional natildeo tecircm soluccedilatildeo

Os meacutetodos da continuaccedilatildeo vecircm sendo utilizados por longa data na anaacutelise de sistemas

de equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares parametrizadas (SEYDEL 1994) Mais recentemente foi

proposta a sua utilizaccedilatildeo para o traccedilado das curvas de carregamento obtenccedilatildeo de muacuteltiplas

soluccedilotildees e do ponto de colapso de tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia (ALVES et al

2000) (FLUECK DONDETTI 2000) (WANG DA SILVA XU 2000) (ALVES et al

2002-I) (ALVES et al 2002-II)

Em funccedilatildeo de sua crescente utilizaccedilatildeo na anaacutelise de sistemas eleacutetricos esses meacutetodos

jaacute fazem parte de livros textos (KUNDUR 1994) (SEYDEL 1994) (TAYLOR 1994)

A reformulaccedilatildeo das equaccedilotildees de fluxo de carga convencional visa agrave remoccedilatildeo da

singularidade da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo carregamento e por conseguinte dos

problemas numeacutericos que surgem em sua vizinhanccedila Como resultado algoritmos de precisatildeo

simples podem ser usados para obter o ponto de maacuteximo carregamento

Capiacutetulo 3

MEacuteTODO DA CONTINUACcedilAtildeO E SUAS TEacuteCNICAS DE

PARAMETRIZACcedilAtildeO

31 ndash Introduccedilatildeo

Os sistemas de equaccedilotildees natildeo-lineares tecircm na formulaccedilatildeo matricial do meacutetodo de

Newton-Raphson um algoritmo com uma enorme versatilidade para sua soluccedilatildeo O conjunto

de soluccedilotildees se daacute atraveacutes do estabelecimento de uma estimativa inicial com posteriores

execuccedilotildees do meacutetodo atraveacutes de um processo que envolve sucessivas variaccedilotildees de um

determinado paracircmetro do sistema

O algoritmo eacute executado atraveacutes de uma sequumlecircncia de etapas sendo a mais complexa

do ponto de vista computacional a obtenccedilatildeo da matriz Jacobiana a partir da linearizaccedilatildeo do

sistema de equaccedilotildees e a posterior inversatildeo explicita ou natildeo dessa matriz para o caacutelculo de

aproximaccedilotildees para a soluccedilatildeo

Com a execuccedilatildeo do meacutetodo de Newton-Raphson obtem-se uma uacutenica soluccedilatildeo para o

sistema de equaccedilotildees desde que se estime adequadamente a soluccedilatildeo inicial e que

consequumlentemente a soluccedilatildeo desejada natildeo corresponda a um ponto singular

Os meacutetodos conhecido como path following methods (SEYDEL 1994) no qual se

inclui o meacutetodo da continuaccedilatildeo satildeo capazes de reformular o problema do fluxo de carga

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

47

convencional nos sistemas eleacutetricos de potecircncia de uma maneira tal a definir as soluccedilotildees

como funccedilotildees contiacutenuas de um determinado paracircmetro λ

O fluxo de carga continuado pode ser usado para resolver qualquer conjunto de

equaccedilotildees de equiliacutebrio ou regime permanente de sistemas eleacutetricos de potecircncia Consiste na

consecuccedilatildeo de sucessivas soluccedilotildees de equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares objetivando traccedilar

trajetoacuterias de soluccedilatildeo a partir de um caso base mudando o valor de um paracircmetro escolhido

automaticamente

A proposta do fluxo de carga continuado eacute a de encontrar uma continuidade de

soluccedilotildees do fluxo de carga convencional para uma dada condiccedilatildeo de mudanccedila de carga O

objetivo do meacutetodo eacute traccedilar perfis de tensatildeo das barras a partir de uma soluccedilatildeo inicial

conhecida identificada como caso base usando um esquema preditor-corretor para encontrar

as subsequumlentes soluccedilotildees ateacute o ponto de maacuteximo carregamento Deste processo podem ser

obtidas a margem de estabilidade de tensatildeo e as informaccedilotildees adicionais sobre o

comportamento das tensotildees das barras do sistema com o aumento do niacutevel de carregamento

Os estudos pertinentes agrave anaacutelise estaacutetica de tensatildeo mostram que a aplicaccedilatildeo do fluxo

de carga continuado consegue superar as dificuldades numeacutericas (no ponto de maacuteximo

carregamento) por meio da adiccedilatildeo de equaccedilotildees parametrizadas

Este capiacutetulo tem por objetivo introduzir os conceitos baacutesicos gerais do fluxo de carga

convencional e do fluxo de carga continuado Satildeo tambeacutem apresentadas algumas variaccedilotildees no

emprego do meacutetodo da continuaccedilatildeo com suas respectivas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo Dentre

as diversas teacutecnicas muitas seratildeo apenas comentadas por natildeo se tratarem de teacutecnicas

empregadas neste trabalho

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

48

32 - Fluxo de carga convencional

Na formulaccedilatildeo do problema fluxo de carga convencional as equaccedilotildees (G) para um

sistema podem ser escritas como

0)Vθ(G = (31)

Onde

θ eacute o vetor dos acircngulos de fase nodais das barras de carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV)

V eacute o vetor das magnitudes das tensotildees nodais das barras de carga (PQ)

G eacute o vetor que conteacutem as equaccedilotildees dos balanccedilos de potecircncias ativa e reativa nodais

De acordo com Monticelli (MONTICELLI 1983)

bull A barra PV conhecida como barra de geraccedilatildeo eacute aquela onde satildeo conhecidas as

variaacuteveis independentes isto eacute a potecircncia ativa (P) e a tensatildeo (V) sendo

desconhecidas as variaacuteveis dependentes ou seja a potecircncia reativa (Q) e o

acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

bull A barra PQ tambeacutem denominada barra de carga eacute aquelas onde satildeo

conhecidas a potecircncia ativa (P) e a potecircncia reativa (Q) sendo desconhecidas a

tensatildeo (V) e o acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

bull A barra Vθ conhecida como barra de folga (slack) ou barra de referecircncia eacute

aquela onde satildeo conhecidas a tensatildeo (V) e o acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

sendo desconhecidas a potecircncia ativa (P) e a potecircncia reativa (Q)

No fluxo de carga utilizando o meacutetodo de Newton-Raphson para a resoluccedilatildeo das

equaccedilotildees do fluxo de carga convencional obtem-se os valores de kV e kθ para todas as

barras atribuindo-lhe a denominaccedilatildeo de caso base e seguindo o algoritmo apresentado a

seguir (MONTICELLI 1983)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

49

A Equaccedilatildeo (31) pode tambeacutem ser reescrita como

PQbarrasaspara

PVePQbarrasaspara

0

0

=minus=

=minus=

V)Q(θespQΔQ

V)P(θespPΔP (32)

onde G(θV) satildeo as equaccedilotildees baacutesicas do fluxo de carga V eacute o vetor das magnitudes das

tensotildees nodais e θ eacute o vetor do acircngulo das tensotildees nodais Pesp = Pgesp - Pc

esp eacute a diferenccedila

entre as potecircncias ativas geradas e consumidas para as barras de carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV)

e Qesp = Qgesp - Qc

esp eacute a diferenccedila entre as potecircncias reativas geradas e consumidas para as

barras PQ

As equaccedilotildees de injeccedilatildeo de potecircncia ativa e reativa na barra k obtidas pela primeira Lei

de Kirchhoff satildeo

sum

sum

isin

isin

minus=

+=

κ

κ

mkmkmkmkmmk

mkmkmkmkmmk

)θBθ(GVV

)θBθ(GVV

kQ

kP

cossen

sencos

)(

)(

Vθ (33)

Onde Pk eacute a potecircncia ativa na barra k Qk eacute a potecircncia reativa na barra k Vk e Vm satildeo as

magnitudes das tensotildees terminais do ramo k-m θkm eacute a defasagem angular entre as tensotildees das

barras terminais no ramo k-m Gkm eacute a condutacircncia do ramo k-m Bkm eacute a susceptacircncia do ramo

k-m κ eacute o conjunto formado pela barra k mais todas as barras m conectadas a ela

)i Fazer 0=v e escolher os valores iniciais do acircngulo das tensotildees das barras PQ e

PV )θθ( 0= e as magnitudes das tensotildees das barras PQ )VV( 0=

)ii Calcular )V( vvθP para as barras PQ e PV e )V( vvθQ para as barras PQ e

determinar os mismatches vPΔ e vQΔ

)iii Testar convergecircncia se PvMax εleP Δ e Q

vMax εleQ Δ o processo

iterativo convergiu para a soluccedilatildeo )V( vvθ caso contraacuterio passar para )( iv

)iv Calcular a matriz Jacobiana

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

50

=

)Vθ(L)Vθ(N

)Vθ(M)Vθ(H)V(θ

vv

vv

vv

vvvvJ (34)

Os componentes das submatrizes Jacobianas H N M e L correspondem agraves derivadas

das potecircncias ativa e reativa em relaccedilatildeo ao acircngulo de fase das tensotildees das barras PQ e PV e

em relaccedilatildeo agrave magnitude das tensotildees nas barras PQ

minusminusminus=partpart=

minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Hkmkmkmkm

Kmlkkkkkkkk

kmkmkmkmmklkkm

BsenGVVBVPH

BsenGVVPH

θθθ

θθθ

2 (35)

++=partpart=

+=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Nkmkmkmkm

Kmmkkkkkkk

kmkmkmkmkmkkm

senBGVGVVPN

senBGVVPN

θθ

θθ

(36)

++minus=partpart=

+minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Mkmkmkmkm

Kmmkkkkkkkk

kmkmkmkmmkmkkm

senBGVVGVQM

senBGVVQM

θθθ

θθθ

2 (37)

minus+minus=partpart=

minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Lkmkmkmkm

Kmmkkkkkkk

kmkmkmkmkmkkm

BsenGVBVVQL

BsenGVVQL

θθ

θθ

(38)

)v Determinar a nova soluccedilatildeo )V(θ 1v1v ++

vvv

vvv

ΔVVVΔθθθ+=

+=+

+

1

1

(39)

sendo vθΔ e vVΔ determinados resolvendo-se o sistema linear

=

v

v

vv

vv

vv

vv

vv

vv

LN

MH

)Vθ()Vθ(

)Vθ()Vθ(

)Vθ()Vθ(

ΔΔ

ΔQΔP (310)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

51

)vi Fazer vv rarr+1 e voltar para o passo )(ii

A dimensatildeo do sistema de equaccedilotildees (31) eacute

n = 2nPQ + nPV

Onde nPQ representa o nuacutemero de barras PQ nPV representa o nuacutemero de barras PV n

representa o nuacutemero de incoacutegnitas

Isto normalmente eacute suficiente para a resoluccedilatildeo do problema fluxo de carga

convencional contanto que a matriz Jacobiana tenha posto completo ou seja natildeo deve ser

singular

No fluxo de carga convencional uma barra PV eacute usada para representar a barra de

geraccedilatildeo com controle de tensatildeo

Em cada interaccedilatildeo a geraccedilatildeo de reativo de cada barra PV eacute comparada com seu

respectivo limite (Q-limite) no caso de violaccedilatildeo a barra PV eacute alterada para tipo PQ onde Q eacute

especificado no valor limite alcanccedilado ou seja torna-se uma variaacutevel independente e V se

torna uma incoacutegnita no problema isto eacute torna-se uma variaacutevel dependente Estas barras

podem voltar a ser PV nas iteraccedilotildees futuras Em geral mudanccedilas no tipo das barras natildeo

afetam a soluccedilatildeo

As curvas PV podem ser traccediladas atraveacutes de sucessivas soluccedilotildees do fluxo de carga

convencional a partir de um caso base ateacute proacuteximo ao ponto de maacuteximo carregamento para

incrementos graduais de carga (λ)

A expressatildeo (311) corresponde agraves equaccedilotildees de balanccedilo de potecircncias definidas em

(31) acrescida da dependecircncia contiacutenua da carga (resistiva indutiva ou capacitiva) com o

paracircmetro escalar λ

0VθG =)( λ (311)

Ou ainda

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

52

PQ

PVPQ

barras para0)Q(esp

e barras para0)P(esp

=minusλ

=minusλ

VQ

VP

θ

θ (312)

Onde

c-g esp PPP = eacute a diferenccedila entre as potecircncias ativas geradas e consumidas para as barras de

carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV) c- esp QQ = eacute potecircncia reativa consumida para as barras PQ

Observa-se que quando o tipo da barra PV eacute alterado para PQ deve-se tomar o

cuidado de natildeo multiplicar suas potecircncia reativas geradas ( gQ ) por λ

No sistema de equaccedilotildees (312) assume-se que o aumento de carga do sistema eacute

proporcional ao caso base (λ=1) e que o fator de potecircncia eacute mantido constante (Costa et al

(1998)) (TAYLOR 1994) As potecircncias ativa espkP e reativa esp

kQ podem tambeacutem ser

definidas como espkcosesp

kSesppkC ϕ e esp

ksenespkSesp

qkC ϕ respectivamente Assim dependendo

do valor de espqkCeesp

pkC pode-se obter as curvas PV QV ou SV

Portanto eacute possiacutevel realizar-se uma variaccedilatildeo de carregamento individual isto eacute para

cada barra do sistema considerando para cada uma um crescimento de carga com fatores de

potecircncia diferentes aos do caso base

Tradicionalmente entretanto assume-se que o aumento de carga de uma determinada

aacuterea eacute feito com fator de potecircncia constante e proporcional ao carregamento do caso base com

modelo de carga de potecircncia constante visto que este fornece a condiccedilatildeo de operaccedilatildeo mais

segura para o sistema (WECC 1998) (TAYLOR 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

53

Em geral λ eacute considerado uma variaacutevel dependente e entatildeo variado automaticamente

Dessa forma o sistema de equaccedilotildees (312) cuja dimensatildeo eacute n = 2nPQ + nPV agora tem 1n +

incoacutegnitas e uma equaccedilatildeo adicional eacute necessaacuteria

Por outro lado qualquer uma das 1n + incoacutegnitas pode ser definida como paracircmetro

seus valores podem ser especificados e entatildeo esta equaccedilatildeo pode ser usada para calcular a

nova variaacutevel dependente λ Assim o sistema (312) ficaraacute com n equaccedilotildees e n incoacutegnitas

Nestas condiccedilotildees a nova matriz Jacobiana diferiraacute da original na coluna k onde as derivadas

das potecircncias em relaccedilatildeo ao novo paracircmetro seratildeo substituiacutedas pelas correspondentes

derivadas em relaccedilatildeo agrave nova variaacutevel dependente (λ)

A adiccedilatildeo de equaccedilotildees parametrizadas tem se tornado um procedimento padratildeo

(SEYDEL 1994) Entretanto isto implicaraacute em um aumento na dimensatildeo da matriz Jacobiana

Aplicando-se a teacutecnica do meacutetodo do fluxo de carga convencional para resolver a

Equaccedilatildeo (312) para o caso base (Vo θo λο = 1) obtem-se como resultado o primeiro ponto

da curva PV correspondente ao ponto ( )ax λ visualizado na Figura 31 Emprega-se entatildeo o

meacutetodo da continuaccedilatildeo para calcular as soluccedilotildees adicionais ateacute que o ponto de maacuteximo

carregamento seja alcanccedilado No iniacutecio do processo um passo preditor eacute executado para

encontrar uma estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo

A diferenccedila entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo estaacute na forma como esta nova variaacutevel eacute

tratada e em como a singularidade da nova matriz Jacobiana eacute evitada

33 - Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de prediccedilatildeo parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo

O traccedilado das curvas PV e QV para uma uacutenica barra a soluccedilatildeo do fluxo de carga

convencional dependeraacute dentre outros fatores da existecircncia da soluccedilatildeo das muacuteltiplas

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

54

soluccedilotildees existentes do meacutetodo utilizado na resoluccedilatildeo das equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares

da existecircncia de singularidades da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo carregamento da

estimativa inicial Todas estas caracteriacutesticas satildeo comuns aos processos de soluccedilatildeo de

equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares em geral

O meacutetodo da continuaccedilatildeo pode ser implementado com qualquer conjunto de equaccedilotildees

de equiliacutebrio ou seja em regime permanente de um sistema eleacutetrico de potecircncia embora nas

anaacutelises de estabilidade de tensatildeo tecircm sido empregados mais especificamente para o caacutelculo

da trajetoacuteria de soluccedilotildees

A denominaccedilatildeo de fluxo de carga continuado (do inglecircs Continuation Power Flow)

adveacutem do uso das equaccedilotildees padrotildees do fluxo de carga convencional como modelo das redes

eleacutetricas (KUNDUR 1994) (VAN CUTSEM 1998)

O meacutetodo da continuaccedilatildeo abaliza-se fundamentalmente na determinaccedilatildeo de uma

estimativa atraveacutes de um processo de prediccedilatildeo a partir de uma soluccedilatildeo conhecida

A estimativa representa a condiccedilatildeo inicial para o processo de correccedilatildeo que por sua vez

e o responsaacutevel pela convergecircncia agrave nova soluccedilatildeo

Dentre os inuacutemeros meacutetodos descritos na literatura especiacutefica o mais amplamente

empregado consiste de quatro procedimentos baacutesicos

I Um procedimento de prediccedilatildeo necessaacuterio na ponderaccedilatildeo de uma estimativa para

o proacuteximo ponto de soluccedilatildeo

Dentre as diversas teacutecnicas de previsatildeo destaca-se o meacutetodo da tangente

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994) e o

meacutetodo da secante (CHIANG et al 1995) (CHIANG et al 1999)

Uma outra teacutecnica de previsatildeo eacute a denominada de previsatildeo trivial ou polinomial

modificada de ordem zero (CHIANG et al 1995)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

55

II Um procedimento estrateacutegico de parametrizaccedilatildeo necessaacuterio para evitar a

singularidade da matriz Jacobiana

As teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo mais frequumlentemente utilizadas nos fluxo de carga

continuado satildeo a local a geomeacutetrica e a que utiliza o comprimento de arco

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994)

(SEYDEL 1994) (CHIANG et al 1995) (CHIANG et al 1999)

III Um controle de tamanho de passo usado para obter um bom desempenho global

IV Um procedimento corretor necessaacuterio para corrigir a soluccedilatildeo aproximada do

passo preditor a fim de se evitar acumulo de erros

A teacutecnica mais aplicada eacute a da interseccedilatildeo perpendicular (AJJARAPU

CHRISTY 1992) (IBA et al 1991)

O meacutetodo da continuaccedilatildeo tem como objetivo encontrar soluccedilotildees consecutivas a a+1

para um sistema de equaccedilotildees natildeo-lineares de tal forma que

( ) ( ) ( )correccedilatildeoprediccedilatildeo

xxx aaeea 11 ++rarrrarr λλλ

A partir da soluccedilatildeo conhecida ( )ax λ atraveacutes de um processo de prediccedilatildeo eacute possiacutevel

se determinar uma estimativa ( ) 1

+aeex λ Tal estimativa eacute a condiccedilatildeo inicial para o processo

de correccedilatildeo responsaacutevel pela convergecircncia agrave nova soluccedilatildeo ( ) 1 +ax λ

A Figura 31 ilustra de forma geneacuterica os processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em

sistemas parametrizados

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

56

Figura 31 - Processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em sistemas parametrizados

331 ndash Teacutecnicas de prediccedilatildeo

3311 - Preditor tangente

No passo preditor tangente a estimativa da proacutexima soluccedilatildeo pode ser encontrada

dando-se um passo de dimensatildeo apropriadamente escolhida na direccedilatildeo do vetor tangente agrave

curva PV calculado na soluccedilatildeo atual do processo

O caacutelculo do vetor tangente (t) pode ser obtido tomando-se as derivadas parciais do

sistema de equaccedilotildees (311)

Diferenciando-se a Equaccedilatildeo (311) e colocando-a na sua forma matricial pode-se

calcular o vetor tangente atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

[ ] [ ]

=minus=

minus

000

tVθ

GG λV

ddd

GG λθ Jλ

(313)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

57

Onde

Gθ satildeo as derivadas parciais de G em relaccedilatildeo agrave θ Gv satildeo as derivadas parciais de G em

relaccedilatildeo agrave V Gλ satildeo as derivadas parciais de G em relaccedilatildeo agrave λ

Gθ e GV compotildeem a matriz Jacobiana do Fluxo de carga convencional

Incrementa-se uma coluna ndashGλ em J correspondente a nova variaacutevel λ Atraveacutes do

incremento da nova coluna o nuacutemero de incoacutegnitas passa a ser maior do que o nuacutemero de

equaccedilotildees uma variaacutevel do vetor t deve ser especificada com um valor diferente de zero A

variaacutevel escolhida daacute-se a denominaccedilatildeo de ldquoparacircmetro da continuaccedilatildeordquo

Com a especificaccedilatildeo do paracircmetro da continuaccedilatildeo deve-se acrescentar uma nova

equaccedilatildeo (ek t = tk = plusmn 1) ao sistema (32)

O sistema de equaccedilotildees (314) com as devidas modificaccedilotildees passa a ser

plusmn==

minus=

minus

100GG

ttGG

VθGG

mJee kk

λθλθ VV

dλdd

(314)

Na Equaccedilatildeo (314) ek eacute um vetor linha devidamente dimensionado com todos os

elementos nulos exceto o k-eacutesimo que seraacute igual a 1

A identificaccedilatildeo do iacutendice ldquokrdquo eacute realizada de forma tal que o vetor tangente t tenha uma

norma natildeo-nula e garanta que a matriz Jacobiana modificada (Jm) seja natildeo-singular no ponto

de maacuteximo carregamento

O nuacutemero 1 deveraacute ser posto na coluna da variaacutevel escolhida como paracircmetro da

continuaccedilatildeo (Vk θk ou λ) A introduccedilatildeo do sinal + ou ndash dependeraacute de como a variaacutevel

escolhida como paracircmetro da continuaccedilatildeo estaraacute sendo alterada positivo se ela estiver

crescendo de valor e negativo se estiver decrescendo

Uma vez obtido o vetor t a estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo seraacute dada por

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

58

+

=

dλλλ a

a

a

dVdθ

σe

e

e

(315)

O sobrescrito ldquoerdquo indica estimativa isto eacute o vetor tangente eacute usado para obter uma

estimativa para θ V e λ a partir da soluccedilatildeo atual ldquoardquo

O escalar σ eacute o tamanho do passo preditor apropriado

A dimensatildeo do passo deve ser tal que a soluccedilatildeo prevista esteja dentro do raio de

convergecircncia do passo corretor

3312 ndash Preditor secante

O meacutetodo do preditor secante de ordem um eacute uma aproximaccedilatildeo do vetor tangente e

utiliza a soluccedilatildeo anterior e a soluccedilatildeo atual para fazer a estimativa da proacutexima soluccedilatildeo Estes

dois primeiros pontos satildeo obtidos pelo meacutetodo do preditor tangente

Os meacutetodos polinomiais estatildeo baseados em um polinocircmio de ordem variada que

ldquocortardquo a soluccedilatildeo atual e as soluccedilotildees preacutevias )( aa λx )( 1minusminus aa λ1x para prover um ponto de

aproximaccedilatildeo para a proacutexima soluccedilatildeo )( 11 ++ aa λx

)()()( 111 minusminus++ minusminus+= aaaaaaaa λλσλλ xxxx 1 (316)

O sistema da Figura 32 apresentada em (ALVES 2000) para ilustrar os passos do

meacutetodo da continuaccedilatildeo com preditor tangente e secante

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

59

r12 + j x12 r23 + j x23

(slack)

2 3

P2 + jQ2 P3 + jQ3

y12 = g12 + j b12 y23 = g23 + j b23

V1 = V1 0o pu

V2 = V2 θ2o pu

V3 = V3 θ3

o pu

1

Figura 32 - Sistema de trecircs barras

Os valores adotados para o sistema de trecircs barras da Figura 32 foram

01911 upV oang=amp 33010012 upjz += 67020023 upjz += 0022 upjQjP +=+

toleracircncia de 10-5

A Figura 33 (ALVES 2000) obtida para o sistema da Figura 32 ilustra os passos da

previsatildeo pelo vetor tangente por meio da reta contiacutenua e pelo vetor secante por meio da reta

tracejada respectivamente obtidas utilizando λ como paracircmetro da continuaccedilatildeo

Figura 33 - Comparaccedilatildeo entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo com preditor tangente e com preditor secante

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

60

Observa-se na Figura 33 que no ponto ldquoArdquo o passo corretor natildeo encontraraacute soluccedilatildeo

se λ for o paracircmetro utilizado Aleacutem disso o uso deste paracircmetro natildeo eliminaraacute a

singularidade da matriz Jacobiana modificada (Jm) no ponto de maacuteximo carregamento tanto

no passo preditor quanto no corretor

Assim para obter-se o ponto de maacuteximo carregamento com maior precisatildeo o passo

teraacute que ser reduzido agrave medida que os pontos se aproximam do ponto de maacuteximo

carregamento

3313 - Preditor polinomial modificado de ordem zero

Uma outra teacutecnica de previsatildeo que seraacute adotada para o passo preditor na metodologia

proposta nesse trabalho eacute a denominada de previsatildeo trivial ou polinomial modificada de

ordem zero (CHIANG et al 1995)

Esta teacutecnica usa a soluccedilatildeo atual e um incremento fixo no paracircmetro (λ θk ou Vk)

como uma estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo Observa-se que as soluccedilotildees sucessivas de (32)

pelo meacutetodo de Newton com a prefixaccedilatildeo de vaacuterios valores para o paracircmetro em uso (λ θk

ou Vk) satildeo casos particulares dessa teacutecnica de previsatildeo

Uma vez especificado um incremento fixo no paracircmetro (λ θk ou Vk) como uma

estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo torna-se necessaacuterio realizar a correccedilatildeo a partir da soluccedilatildeo

atual para obter a soluccedilatildeo correta final

Em geral o incremento adotado pelo passo preditor exige poucas iteraccedilotildees para que a

proacutexima soluccedilatildeo seja obtida dentro da precisatildeo desejada

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

61

332 - Controle do passo preditor

A adoccedilatildeo do controle de passo eacute de fundamental importacircncia para a eficiecircncia do

meacutetodo da continuaccedilatildeo Uma boa opccedilatildeo eacute na medida do possiacutevel definir o menor passo entre

a soluccedilatildeo conhecida ( )ax λ e a soluccedilatildeo estimada ( ) 1

+aeex λ Esta opccedilatildeo apesar de garantir a

convergecircncia do meacutetodo nos trechos da trajetoacuteria de soluccedilatildeo com curvatura mais acentuada

tem como agravante o elevado dispecircndio de tempo nos trechos planos

O controle de passo ideal deve se adaptar agrave topologia da trajetoacuteria de soluccedilatildeo

tornando-se um algoritmo com consideraacutevel grau de sofisticaccedilatildeo

Para sistemas pouco carregados aplicam-se passos maiores jaacute para sistemas altamente

carregados aplicam-se passos menores O ideal seria se o tamanho do passo se adaptasse agraves

condiccedilotildees reais de convergecircncia Um meacutetodo simples baseado no nuacutemero de iteraccedilotildees do

passo corretor eacute utilizado para controlar o tamanho do passo preditor se o nuacutemero de

iteraccedilotildees do passo corretor for pequeno indica que a carga ainda eacute leve ou normal e o passo

pode ser maior Aumentando o nuacutemero de iteraccedilotildees o sistema estaraacute numa regiatildeo de alto

carregamento e o tamanho do passo deve ser reduzido

Uma opccedilatildeo eacute o uso da tensatildeo (Vk) como paracircmetro durante todo o traccedilado da curva

PV pois isso acarretaraacute em um controle automaacutetico do passo Isto porque em geral um passo

fixo na tensatildeo corresponde a passos largos no fator de carregamento durante carga leve e

normal e em passos reduzidos para altos carregamentos conforme mostrado na Figura 34

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

62

05 1 15 2 25 3 35 4 45 5 550

02

04

06

08

1

12

14 Te

nsatildeo

[pu

]

Fator de carregamento λ

Figura 34 - Controle automaacutetico do passo σ

Outro meacutetodo de controle do tamanho do passo eacute baseado na norma do vetor tangente

(ZAMBRONI et al 1997) O tamanho do passo eacute definido como

2

t0σσ = (317)

Onde σ0 eacute um escalar predefinido || t ||2 eacute a norma Euclidiana do vetor tangente t

Agrave medida que o sistema torna-se carregado a magnitude do vetor tangente aumenta e

consequumlentemente σ diminui

333 ndash Teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo

A parametrizaccedilatildeo na anaacutelise estaacutetica da tensatildeo eacute a forma matemaacutetica usada para

identificar cada soluccedilatildeo na curva correspondente agrave trajetoacuteria de soluccedilotildees (curva PV) de forma

que a proacutexima soluccedilatildeo ou a soluccedilatildeo prevista possa ser quantificada

Carga leve passos maiores

Alto carregamento passos menores

A correccedilatildeo eacute feita horizontalmente paracircmetro Vk

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

63

A estrateacutegia de parametrizaccedilatildeo eacute quem define a robustez do meacutetodo da continuaccedilatildeo

em relaccedilatildeo agrave eliminaccedilatildeo dos problemas numeacutericos relacionados aos meacutetodos de soluccedilotildees das

equaccedilotildees e a obtenccedilatildeo das muacuteltiplas soluccedilotildees

O processo da parametrizaccedilatildeo eacute normalmente efetuado atraveacutes da aplicaccedilatildeo de

paracircmetros fiacutesicos tais como magnitude de tensatildeo fator de carregamento potecircncia ativa

potecircncia reativa etc eou paracircmetros artificiais cabendo destacar equaccedilotildees geomeacutetricas

comprimento de arco

As teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo fiacutesica podem resultar em dificuldades de convergecircncia

do meacutetodo inerentes aos pontos de transiccedilatildeo

Consegue-se evitar tais dificuldades efetuando-se uma avaliaccedilatildeo local em cada

soluccedilatildeo e caso o processo neste ponto convirja efetua-se a troca desse paracircmetro Essa

teacutecnica de parametrizaccedilatildeo eacute chamada de parametrizaccedilatildeo local (AJJARAPU CHRISTY

1992)

Jaacute as teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo artificial favorecem as convergecircncias uma vez que

natildeo encontram problemas nos pontos de transiccedilatildeo sendo por este motivo consideradas mais

robustas e apropriadas em relaccedilatildeo agraves teacutecnicas baseadas em paracircmetros fiacutesicos (WGVS 1993)

Com o passo preditor realizado isto eacute com o ponto estimado ( ) 1

+aeex λ encontrado

existe nesta soluccedilatildeo um erro uma vez que o ponto (estimado) natildeo se encontra na soluccedilatildeo real

da funccedilatildeo definida portanto torna-se necessaacuterio realizar a correccedilatildeo desta soluccedilatildeo aproximada

para se obter a soluccedilatildeo correta evitando-se desta forma um acuacutemulo de erros

Uma vez que o ponto obtido encontra-se muito proacuteximo da soluccedilatildeo correta reduzido

nuacutemero de iteraccedilotildees geralmente e torno de duas ou trecircs seratildeo necessaacuterias para se alcanccedilar a

curva trajetoacuteria de soluccedilotildees (curva PV) dentro da precisatildeo desejada

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

64

Qualquer meacutetodo numeacuterico pode ser utilizado na aplicaccedilatildeo do passo corretor Para o

sistema eleacutetrico de potecircncia o mais frequumlentemente utilizando eacute o meacutetodo de Newton-

Raphson (ALVES et al 2004-I)

Uma equaccedilatildeo adicional eacute acrescentada ao sistema de equaccedilotildees (311) definindo um

hiperplano perpendicular ao vetor de prediccedilatildeo Assim o sistema de equaccedilotildees da etapa de

correccedilatildeo passa a ser

0

0)(

=minus

=eppλVG θ

(318)

Onde p corresponde agrave variaacutevel escolhida como o paracircmetro de continuaccedilatildeo pe corresponde a

valor estimado do paracircmetro de continuaccedilatildeo obtido no procedimento de prediccedilatildeo

Linearizando-se em torno do ponto de operaccedilatildeo (318) vem

=

∆λ=

∆λ

minus

0

λQP

eGG

mk

ΔΔ

ΔΔ

ΔΔ

GVθ J (319)

sendo que o vetor ek conteraacute a unidade apenas na coluna correspondente ao novo paracircmetro p

3331 - Parametrizaccedilatildeo local

Uma outra forma de contornar o problema da singularidade eacute usar em ambos os

passos preditor e corretor uma teacutecnica muito simples conhecida por parametrizaccedilatildeo local

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994) e (SEYDEL 1994)

que consiste na troca de paracircmetro proacuteximo ao ponto de maacuteximo carregamento

Na parametrizaccedilatildeo local avaliam-se os incrementos em cada uma das variaacuteveis e

seleciona-se a que apresentar o maior desvio relativo (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(AJJARAPU LAU BATTULA 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

65

O ponto criacutetico para o processo de parametrizaccedilatildeo passa a ser a escolha adequada do

iacutendice k

∆∆∆∆

=∆

λλmax

2

2

1

1

n

n

k

K

xx

xx

xx

xx

(320)

No meacutetodo do vetor tangente apoacutes o processo de escolha da variaacutevel que seraacute aquela

que apresentou a maior variaccedilatildeo λ passa a ser a partir daiacute tratado como variaacutevel dependente

enquanto que a variaacutevel escolhida passa a ser o novo paracircmetro p do conjunto de n+1

variaacuteveis

O novo paracircmetro p seraacute dado por

1 n 21 max +larr tttp L (321)

O uso deste meacutetodo para a escolha automaacutetica de p natildeo tem apresentado dificuldades

mesmo para sistemas altamente compensados (CANtildeIZARES et al 1993)

A experiecircncia com o meacutetodo do vetor tangente tem demonstrado que ao aproximar-se

do ponto de maacuteximo carregamento p muda de λ para Vk aquela tensatildeo que apresenta a maior

variaccedilatildeo retornando novamente para λ apoacutes alguns pontos

Jaacute no meacutetodo baseado no preditor secante a escolha do paracircmetro p natildeo mais se

processa com a variaacutevel que apresentar a maior variaccedilatildeo mas sim com aquela que apresentar

a maacutexima variaccedilatildeo relativa (SEYDEL 1994)

minus

minus

minuslarr

+

+

+

+

+

+

1

1

maxj

jj

λλ1j

j1j

1j

j1j

V

VV

θ

θθ (322)

Onde j refere-se ao ponto da curva

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

66

O preditor secante apresenta um alto grau de confiabilidade poreacutem o mesmo natildeo

garante que o paracircmetro p escolhido agilize o processo (SEYDEL 1994)

Almeja-se que a escolha do paracircmetro p com base em qualquer uma das equaccedilotildees

(321) ou (322) resulte em um bom desempenho do algoritmo

3332 ndash Teacutecnica do comprimento de arco

Em CHIANG et al (1995) os autores propuseram uma teacutecnica para eliminar a

singularidade da matriz Jacobiana baseada no paracircmetro do comprimento do arco (s) Os dois

primeiros pontos satildeo obtidos pelo vetor tangente e ao inveacutes de acrescentar a equaccedilatildeo (ek t =

plusmn 1) acrescenta-se agrave Equaccedilatildeo (313) do passo preditor a Equaccedilatildeo (323)

sum =

+

=

n

i

2i

dsdλ

dsdx

1

2

1 (323)

Para a correccedilatildeo eacute adicionada agrave Equaccedilatildeo (311) a seguinte equaccedilatildeo

sum =∆minusminus+minus==

n

iii ssλλsxxsλ

1

222 0)())(())(()(R x (324)

O comprimento de arco ∆s vale

50

1

22 ))((]))([(sum minus+minus=∆=

n

iii sλλsxxs (325)

A expansatildeo das equaccedilotildees (311) e (324) em seacuterie de Taylor considerando somente as

condiccedilotildees de primeira ordem resulta na seguinte equaccedilatildeo linearizada

=

partpart

partpart

minus

R

Gx

x

G x

Δ

Δ

Δ

Δ

RRG

λλ

λ

(326)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

67

Onde xG representa a matriz Jacobiana

A Equaccedilatildeo (323) assegura que o paracircmetro s seja o comprimento do arco sobre a

curva de soluccedilatildeo As equaccedilotildees (313) e (323) juntas formam um conjunto n + 1 equaccedilotildees a n

+ 1 incoacutegnitas

A estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo eacute obtida da Equaccedilatildeo (315) onde σ representaraacute

o passo do comprimento de arco s

A Equaccedilatildeo (323) eacute natildeo-linear e o sistema formado por esta equaccedilatildeo e a Equaccedilatildeo

(313) natildeo pode ser linearizada sendo que a sua soluccedilatildeo pode consumir muito tempo

computacional

A opccedilatildeo sugerida em (CHIANG et al 1995) eacute a obtenccedilatildeo de dois pontos da curva

atraveacutes do preditor tangente sendo utilizado depois o preditor secante De acordo com os

autores esta teacutecnica de parametrizaccedilatildeo eacute mais robusta possibilitando que sejam dados maiores

passos do que a teacutecnica utilizando parametrizaccedilatildeo local

3333 ndash Teacutecnica da perpendicularidade

Uma outra teacutecnica utilizada para contornar a singularidade sem a necessidade de

parametrizaccedilatildeo foi utilizada primeiramente por (IBA et al 1991) e posteriormente associada

a um controle de passo aplicada com sucesso em vaacuterios sistemas em (CANtildeIZARES et al

1992)

A teacutecnica consiste na adiccedilatildeo ao equacionamento do sistema de uma nova equaccedilatildeo

( ( )[ ] ( )[ ] 0)()()()( 11 =∆minusminus∆+∆minusminus∆ ++ aaaTaaaaTa xxxx λσλλλσ ) Tal procedimento deveraacute

definir um hiperplano perpendicular ao vetor de prediccedilatildeo que se inicia na soluccedilatildeo conhecida

( )ax λ e passa pela soluccedilatildeo estimada ( ) 1

+aeex λ e um outro que se encontra sobre a curva da

trajetoacuteria de soluccedilotildees soluccedilatildeo ( ) 1 +ax λ (SEYDEL 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

68

Destarte a equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo a ser acrescida ao sistema (311) seraacute dada pelo

produto escalar

0ΔΔΔ

a

a

a

=

minusminusminusminusminusminus

bull

aa

aa

aaT

λ λλλ∆∆

∆VVVθθθ

(327)

Onde (∆θa ∆Va ∆λa)T = (θ e ndash θa Ve ndash Va λe ndash λa)

Partindo da soluccedilatildeo fornecida pelo passo preditor o sistema resultante da expansatildeo em

seacuterie de Taylor do sistema (311) acrescido da equaccedilatildeo anterior converge para o ponto (θ V

λ) da curva PV

∆∆∆

=

∆∆∆

partpart

partpart

partpart

minus

HH

VHH

GQP

VθGG Vθ

λλθ

λ

(328)

Capiacutetulo 4

METODOLOGIA PROPOSTA

41 - Introduccedilatildeo

A maioria das anaacutelises nas aacutereas de planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos

envolve caacutelculos de fluxo de carga fluxo de carga continuado e fluxo de carga oacutetimo

Como mencionado no capiacutetulo 1 as simulaccedilotildees de fluxo de carga satildeo utilizadas para

determinar nas condiccedilotildees de regime permanente as magnitudes de tensatildeo e os acircngulos de

cada barra em um sistema eleacutetrico de potecircncia Uma vez obtidas essas grandezas satildeo

utilizadas natildeo soacute para a determinaccedilatildeo da margem de carregamento e do caacutelculo dos fluxos de

potecircncia ativa e reativa em todas as linhas de transmissatildeo e equipamentos conectados as

barras mas tambeacutem para quantificar as perdas nos sistemas de energia eleacutetrica

(MONTICELLI 1983)

Jaacute um fluxo de carga oacutetimo natildeo somente resolve as equaccedilotildees do fluxo de carga como

tambeacutem determina um conjunto de valores oacutetimos para as variaacuteveis de estado da rede levando

em conta a demanda e os paracircmetros do sistema Os valores oacutetimos satildeo calculados

objetivando minimizar uma funccedilatildeo objetivo tal como o custo de geraccedilatildeo ou as perdas de

transmissatildeo sujeitos as restriccedilotildees de igualdade e desigualdade (DOMMEL TINNEY 1968)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

70

Sabe-se que o ponto de maacuteximo carregamento de um sistema aumenta em funccedilatildeo da

disponibilidade de reservas de reativo do mesmo (ALVES et al 2002-II) Assim ao

minimizarem-se as perdas no sistema implicitamente estar-se-aacute aumentando a margem de

reativos do sistema e consequumlentemente aumentando a margem de estabilidade estaacutetica ou

seja o ponto de maacuteximo carregamento

Por outro lado o fluxo de carga natildeo foi desenvolvido para minimizar automaticamente

qualquer funccedilatildeo objetivo Dessa forma um processo de tentativa e erro deve ser executado

para otimizar algum criteacuterio desejado escolhendo uma dentre as vaacuterias soluccedilotildees factiacuteveis de

um conjunto muito amplo

A metodologia apresentada em (CHEN HSU 2000) resolve sequumlencialmente o fluxo

de potecircncia oacutetimo seguindo uma dada curva de previsatildeo de carga atendendo restriccedilotildees

operativas do sistema e garantindo que cada gerador atenda metas estabelecidas pelo

planejamento de meacutediolongo prazo ainda que representando algumas restriccedilotildees de

seguranccedila tal como manutenccedilatildeo de um perfil de tensatildeo seguro para todo o sistema natildeo era

levado em conta a avaliaccedilatildeo da margem de estabilidade de tensatildeo para cada horaacuterio Tal

restriccedilatildeo eacute contemplada em (MENEZES 2002) onde a metodologia apresentada leva em

consideraccedilatildeo o modelo do fluxo de potecircncia oacutetimo parameacutetrico o meacutetodo do fluxo de carga

continuado para o caacutelculo das margens de estabilidade e o meacutetodo de anaacutelise modal estaacutetica

expandida para a obtenccedilatildeo dos fatores de participaccedilatildeo dos geradores

Affonso (AFFONSO 2004) baseado na forte relaccedilatildeo entre margem de estabilidade de

tensatildeo e as reservas de potecircncia reativa da rede apresentou metodologia propondo o re-

despacho da geraccedilatildeo de potecircncia ativa e reativa para condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo obtendo

indiretamente um aumento na margem de estabilidade de tensatildeo do sistema atraveacutes da

maximizaccedilatildeo das reservas de potecircncia reativa e da minimizaccedilatildeo das perdas de potecircncia ativa

por meio do fluxo de carga oacutetimo

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

71

No presente trabalho propotildee-se uma nova metodologia que associada ao meacutetodo da

continuaccedilatildeo possibilite obter uma ampliaccedilatildeo na margem de estabilidade do sistema visando

atender os niacuteveis miacutenimos de ampliaccedilatildeo de margem de estabilidade de tensatildeo de acordo com

as recomendaccedilotildees da ForccedilandashTarefa ldquoColapso de Tensatildeordquo do GTADSCELGCOI (FTCT

1999) e do WSCC-Reactive Power Reserve Work Group (WECC 1998) Para se alcanccedilar

essa meta acrescenta-se agraves equaccedilotildees do fluxo de carga a equaccedilatildeo parametrizada da perda

ativa total na transmissatildeo e as equaccedilotildees das potecircncias reativa geradas nas barras PV As

tensotildees nas barras PV satildeo consideradas como variaacuteveis de controle e um novo paracircmetro eacute

escolhido com o intuito de se reduzir a perda ativa nas linhas de transmissatildeo

42 - O problema do fluxo de carga oacutetimo

Considere inicialmente um sistema de duas barras sendo uma barra de folga (slack) e

uma barra PV interligadas por uma linha de transmissatildeo cuja impedacircncia eacute z12 como

ilustrado na Figura 41

z12 = r12 + j x12

barra 1(slack)

barra 2 (PV)

P2 + jQ2

j bsh12 j bsh

12

y12 = g12 + j b12

V1 = V1 0o pu

V2 = V2 θo pu

Figura 41 - Sistema de duas barras

Define-se Pg2 como sendo a potecircncia ativa gerada na barra 2 Pc2 como sendo a potecircncia ativa

consumida na barra 2 Qg2 como sendo a potecircncia reativa gerada na barra 2 Qc2 como sendo a

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

72

potecircncia reativa consumida na barra 2 P2 = Pg2 ndash Pc2 como sendo a injeccedilatildeo de potecircncia ativa

na barra 2 e Q2 = Qg2 ndash Qc2 como sendo injeccedilatildeo de potecircncia reativa na barra 2

O fluxo de carga oacutetimo eacute um problema de otimizaccedilatildeo natildeo-linear em regime

permanente que calcula os valores oacutetimos de um conjunto de variaacuteveis a partir do estado da

rede dos dados da carga e dos paracircmetros do sistema

Os valores oacutetimos satildeo calculados objetivando minimizar uma determinada funccedilatildeo tal

como custo de geraccedilatildeo ou perdas de potecircncia ativa na transmissatildeo sob restriccedilotildees de igualdade

e de desigualdade

O problema do fluxo de carga oacutetimo pode ser apresentado como

minimizar Pa(x) sujeito a G(x) = 0 (41)

H(x) le 0

xmin le x le xmax

Onde

=

Vx

θeacute o vetor composto pelas variaacuteveis de estado e controle do sistema xmax e xmin

satildeo os limites das variaacuteveis de estado e controle do sistema G(x) satildeo as condiccedilotildees de

igualdade do fluxo de carga H(x) satildeo as restriccedilotildees de desigualdade do fluxo de carga

A funccedilatildeo objetivo Pa(x) representa o desempenho do sistema sendo neste trabalho

esta funccedilatildeo representada pela perda total de potecircncia ativa na transmissatildeo (Pa)

As restriccedilotildees de desigualdade H(x) representam as equaccedilotildees funcionais do fluxo de

carga como os limites dos fluxos de potecircncia ativa e reativa nas linhas de transmissatildeo e

transformadores e limites de injeccedilatildeo de potecircncia reativa nas barras de controle de reativos

barras PV

Considere o caso do sistema da Figura 41 onde a barra 2 eacute uma barra de tensatildeo

controlada do tipo PV no caso controlada por um compensador siacutencrono Sua tensatildeo bem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

73

como a da barra de folga variaraacute de forma a reduzir Pa A barra de folga deveraacute ser capaz de

suprir tanto a solicitaccedilatildeo de carga como a perda de potecircncia ativa na linha de transmissatildeo

Sendo a barra 2 do tipo PV sua correspondente equaccedilatildeo Q2(x) deixa de pertencer ao

conjunto de restriccedilotildees de igualdade enquanto natildeo for ativa

A soluccedilatildeo analiacutetica do fluxo de carga oacutetimo desse problema jaacute foi apresentada em

(ALVES et al 2002-II) de onde se tem que as coordenadas do ponto oacutetimo 1

1 eV = e

2

2

2 jfeV += Pa e

2gQ devem satisfazer as seguintes equaccedilotildees

( )

+minusminus=+= lowast

212

21

1

2

2

12 42

e Preetgftgfee φφ

(42)

( ) 212

2212 xfrPa lowastlowast = e ( ) ( )lowastlowastlowast == PatgxfQg φ12

222 (43)

Para o caso base para o qual o fator de carregamento (λ) eacute igual a 1 e considerando

z12 = r12+j x12 = (02+j 1 0) pu e P2 = ndashPc2 = ndash04 pu a Tabela 41 apresenta as soluccedilotildees

obtidas com (42) e (43) e por um programa de fluxo de carga oacutetimo (DA COSTA

LANGONA ALVES 1998) para diversos valores maacuteximos de e1 dentro do intervalo 095

pu le e1 le 110 pu

Tabela 41 - Soluccedilotildees do fluxo de carga oacutetimo para o sistema da Figura 41 1e

(pu)

| 2V |

(pu)

(graus)

Pa

(MW)

gQ

(MVAr)

095 0976 -2860 4361 2181

100 1012 -2567 3845 1922

105 1052 -2315 3420 1710

110 1094 -2097 3066 1533

A Figura 42 mostra o caso base de um sistema de trecircs barras constituiacutedo de uma barra

de folga uma PV e uma PQ A perda ativa total na transmissatildeo eacute igual a 1666 MW

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

74

Este sistema foi apresentado e analisado detalhadamente em (DOMMEL TINNEY

1968)

barra 1 (slack)barra 2 (PV)

Pg2 = 170MWz23 = 0035 + j0086

V2 = 1023 739o pu

z13 = 0098 + j0122

barra 3 (PQ)

Pc3 = 200MWQc3 = 100MVAr

V3 = 0908 -002o pu

V1 = 1022 0o pu

15851+ j 4847

17000+ j 7718

4149+ j 5153

4666+ j 5801

Pa = 1666MW

Figura 42 - Sistema de trecircs barras ndash caso base

Os intervalos adotados para a variaccedilatildeo dos valores da tensatildeo nas barras foram

bull de folga (V1) V1min

le V1 leV1maacutex onde V1

min = 09 pu e V1maacutex = 116344 pu

bull PV (V2) V2min le V2 le V2

max onde V2min = 09 pu e V2

max = 12 pu

barra 1 (slack)barra 2 (PV)

Pg2 = 170MWy23 = 4 - j10

V2 = 120 44o pu

y13 = 4 - j5

barra 3 (PQ)

Pc3 = 200MWQc3 = 100MVAr

V3 = 1092 -068o pu

V1 = 11634 0o pu

16119+ j 6682

17000+ j 8885

3881+ j 3318

4094+ j 3584

Pa = 1094MW

Figura 43 - Sistema de trecircs barras - caso otimizado

Na Figura 43 apresenta-se a soluccedilatildeo obtida otimizada de onde se verifica que a perda

ativa total na transmissatildeo eacute igual 1094 MW Observe que a reduccedilatildeo das perdas em 572 MW

foi obtida atraveacutes da transferecircncia de parte do suprimento de potecircncia reativa efetuado pelo

gerador 1 barra de folga para o gerador 2 barra tipo PV Isto ocorre porque z13 eacute maior que

z23

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

75

A Tabela 42 mostra o ponto oacutetimo obtido por meio do fluxo de carga oacutetimo

apresentado em (DA COSTA LANGONA ALVES 1998) e que reproduziu o mesmo

resultado de (DOMMEL TINNEY 1968) bem como o resultado obtido pelo fluxo de carga

continuado proposto (FCCP) o qual seraacute apresentado a seguir

Observa-se que estes resultados foram obtidos para o caso em que o fator de

carregamento (λ) eacute igual a 1 isto eacute λ do caso base

Tabela 42 - Soluccedilotildees para o sistema da Figura 42

Fluxo de carga oacutetimo Fluxo de carga proposto

Barra V

(pu) θ

(graus) Qg

(MVAr) V

(pu) θ

(graus) Qg

(MVAr) 1 11634 000 3584 11634 000 3571 2 12000 440 8885 12002 439 8898 3 10916 -068 --- 10918 -068 ---

43 - Metodologia proposta

Uma das questotildees importantes em tempo-real relacionada ao controle da potecircncia

reativa eacute a escolha das variaacuteveis de controle Nesta situaccedilatildeo os ajustes de controle (SHARIF

et al 2000)

bull devem ser possiacuteveis de serem executados num intervalo de tempo razoaacutevel

uma vez que o ciclo de tempo do controle de reativo pode ser muito pequeno

1530 minutos e o operador poderaacute natildeo ter tempo suficiente para ajustar todos

os controles

bull natildeo deve causar uma sobrecarga excessiva de trabalho ao operador

bull natildeo devem no caso de controles discretos ser chaveados muito

frequumlentemente

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

76

Por estas razotildees os controles discretos e contiacutenuos satildeo tratados separadamente Aleacutem

do mais ao contraacuterio dos controles discretos que na maioria dos casos satildeo ajustados no valor

mais proacuteximo as variaacuteveis contiacutenuas podem em geral ser ajustadas nos valores calculados

fornecidos pelo programa Estas questotildees tornam a implementaccedilatildeo de tais controles uma

tarefa difiacutecil e pode levar a necessidade de diferentes estrateacutegias de ajustes por exemplo

primeiro se ajusta os bancos em derivaccedilatildeo (shunt) chaveados entatildeo os geradores e finalmente

os transformadores (SHARIF et al 2000) Assim a escolha no meacutetodo proposto dos

controles de potecircncia reativa dos geradores e condensadores siacutencronos para obtenccedilatildeo da

reduccedilatildeo das perdas eacute baseado no fato de que nos geradores o fornecimento de potecircncia

reativa eacute controlado numa faixa contiacutenua e o nuacutemero de operaccedilotildees eacute ilimitado enquanto que

os bancos de capacitores em derivaccedilatildeo apresentam valores fixos e discretos de capacitacircncia e

o nuacutemero de operaccedilatildeo eacute normalmente restrito de duas a quatro operaccedilotildees diaacuterias porque essas

accedilotildees podem causar o desgaste e a reduccedilatildeo da vida do equipamento (CIGRE 1989)

(SHARIF et al 2000)

Uma caracteriacutestica desejaacutevel para um dado sistema eacute que a tensatildeo criacutetica no limite de

estabilidade seja mantida tatildeo baixa quanta esta possa ser em relaccedilatildeo agrave tensatildeo normal de

operaccedilatildeo sem comprometer consequumlentemente o perfil geral de tensatildeo (CIGRE 1989)

Nesse sentido os bancos de capacitores em derivaccedilatildeo tecircm uma caracteriacutestica desfavoraacutevel

que eacute a de prover um baixo suporte de potecircncia reativa quando este eacute mais necessaacuterio isto eacute

proacuteximo ao limite de carregamento Isto ocorre porque o seu fornecimento de potecircncia reativa

eacute proporcional ao quadrado da tensatildeo e assim o suporte de potecircncia reativa dos bancos em

derivaccedilatildeo incluindo os de linha - line charging diminui com a diminuiccedilatildeo da tensatildeo Com a

aplicaccedilatildeo de bancos de capacitores em derivaccedilatildeo a margem de carregamento de um sistema

aumenta conforme a compensaccedilatildeo de reativo aumenta mas a tensatildeo criacutetica fica mais proacutexima

da faixa normal de operaccedilatildeo do sistema (09 le V le 11pu) isto eacute o perfil de tensatildeo tende a

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

77

tornar-se mais e mais plano Dessa forma o sistema poderaacute entrar em colapso para

magnitudes de tensatildeo dentro da faixa normal de operaccedilatildeo do sistema

Ao contraacuterio dos bancos de capacitores em derivaccedilatildeo os geradores produzem seu

pleno fornecimento de potecircncia reativa proacuteximo ao limite de estabilidade de tensatildeo e

efetivamente expande a capacidade de transferecircncia de potecircncia e reduz a magnitude da

tensatildeo criacutetica (ALVES et al 2002-II) (SEKINE et al 1992) Entatildeo num sistema de

potecircncia de todos os controles os geradores (barras PV) satildeo de longe os mais eficientes no

controle das tensotildees das barras quando comparados aos taprsquos e bancos em derivaccedilatildeo (TARE

BIJWE 1997) Portanto para prevenir ou postergar o colapso de tensatildeo deve-se manter uma

reserva de reativos utilizando tanto quanto forem possiacuteveis os bancos de capacitores em

derivaccedilatildeo eou reduzindo as perdas na transmissatildeo a fim de permitir que os geradores

existentes mantenham-se operando com o maacuteximo possiacutevel de margem de reativo (CIGRE

1989)

A metodologia propotildee o uso do meacutetodo da continuaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da perda total

de potecircncia ativa na transmissatildeo Assim ao sistema de equaccedilotildees (21) acrescenta-se aleacutem da

equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo a equaccedilatildeo da potecircncia reativa injetada em cada

uma das barras de controle de tensatildeo (barras PV) escolhidas para participar do procedimento

de reduccedilatildeo de perdas A geraccedilatildeo de potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo satildeo

mantidas constantes nos respectivos valores do caso base enquanto que a geraccedilatildeo de potecircncia

ativa da barra de folga variaraacute a fim de acomodar a reduccedilatildeo das perdas ativas na transmissatildeo

A potecircncia reativa gerada na barra k de controle de tensatildeo escolhida Qgk e sua

respectiva tensatildeo terminal Vk satildeo consideradas respectivamente como variaacuteveis dependente

e de controle As respectivas mudanccedilas nos valores de Qgk e Pa seratildeo consideradas atraveacutes das

variaacuteveis λq e micro Assim as mudanccedilas satildeo proporcionais aos seus respectivos valores do caso

base case 0gkQ e Pa0

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

78

O novo conjunto de equaccedilatildeo eacute dado por

( )( ) Pa0Pa kk

kkespckk

VVW

VQQQVQ 0gkPVk

0

0)( 0

)(1)(

)( qq

=+=micro

=

=

minus

=minusminus

VV

VVVθG )(

θθ

θθ

micro

λ λ (44)

sendo espckQ eacute a demanda de potecircncia reativa especificada na barra k

Considerando Vk λq e micro como variaacuteveis o nuacutemero de incoacutegnitas em (44) eacute maior do

que o nuacutemero de equaccedilotildees Contudo se micro eacute considerado como uma variaacutevel independente

seraacute escolhida como paracircmetro da continuaccedilatildeo isto eacute seu valor eacute preacute-ajustado e Vk e λq satildeo

tratadas como variaacuteveis dependente o nuacutemero de incoacutegnitas eacute igual ao nuacutemero de equaccedilotildees

isto eacute a condiccedilatildeo necessaacuteria para que o novo sistema tenha soluccedilatildeo eacute atendida desde que a

nova matriz Jacobiana tenha posto maacuteximo isto eacute seja natildeo-singular

Deve-se lembrar que a prefixaccedilatildeo do valor de micro corresponde agrave teacutecnica de previsatildeo

trivial ou polinomial modificada de ordem zero (SEYDEL 1994) (CHIANG et al 1995) Este

preditor seraacute usado no meacutetodo proposto e eacute baseado na soluccedilatildeo atual e em um decremento

fixo objetivando a reduccedilatildeo de Pa no paracircmetro micro como uma estimativa para a proacutexima

soluccedilatildeo

Apoacutes se obter a soluccedilatildeo do caso base (θ0 V0) por meio de um fluxo de carga

convencional e se ter definido um passo em micro o fluxo de carga continuado proposto eacute usado

para calcular as demais soluccedilotildees ateacute que seja atingido um ponto de operaccedilatildeo aqui

denominado como ponto miacutenima perda (PMP) Assim atraveacutes do uso da Equaccedilatildeo (44) eacute

possiacutevel se especificar o valor desejado de variaccedilatildeo em Pa e a sua soluccedilatildeo provecirc o ponto de

operaccedilatildeo para o qual as perdas ocorrem

A variaacutevel micro sendo igual a zero corresponde a soluccedilatildeo do caso base onde Vk igual a

Vkesp isto eacute a tensatildeo especificada no caso base e λq = 1

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

79

Entatildeo a linearizaccedilatildeo da Equaccedilatildeo (44) em torno do ponto de operaccedilatildeo e considerando

o valor prefixado do paracircmetro micro eacute dada pelos termos de primeira ordem da seacuterie de Taylor e

resulta em

∆∆∆

=

∆∆∆

partpartpartpartpartpart

partpartpartpartpartpart

partpart

partpart

WPVkQkV

kVPaPaPa

0gkQ-kVkQkQkQ

kVkV

QP

QLM

PNH

q0

0

0

λ

(45)

sendo H N M e L satildeo as matrizes que correspondem agraves derivadas das potecircncias ativa e

reativa (P e Q) em relaccedilatildeo ao acircngulo de fase das tensotildees das barras PQ e PV e em relaccedilatildeo agrave

magnitude das tensotildees nas barras PQ ∆ representa os fatores de correccedilatildeo ou seja os

mismatches das respectivas funccedilotildees na Equaccedilatildeo (44)

Deve-se observar que os fatores de correccedilatildeo seratildeo iguais a zero ou praticamente

nulos isto eacute inferior a toleracircncia adotada para o caso base convergido Assim somente ∆W

seraacute diferente de zero devido agrave variaccedilatildeo de micro

Observe que o meacutetodo modificado aqui proposto fluxo de carga continuado proposto

difere em alguns aspectos do fluxo de carga continuado usado para obter o ponto de maacuteximo

carregamento No fluxo de carga continuado o objetivo eacute obter o ponto de maacuteximo

carregamento da curva PV Por outro lado no fluxo de carga continuado proposto o objetivo

eacute o de melhorar a margem de carregamento por meio da reduccedilatildeo das perdas usando um

meacutetodo da continuaccedilatildeo

Ao contraacuterio do fluxo de carga continuado no qual a carga e a geraccedilatildeo de potecircncia

reativa satildeo aumentadas em uma direccedilatildeo preestabelecida no meacutetodo proposto elas satildeo fixas

As barras PV satildeo tratadas como simples barras PV e enquanto suas respectivas

potecircncias reativas geradas estatildeo entre seus respectivos limites suas respectivas equaccedilotildees natildeo

estatildeo presentes na matriz Jacobiana Assim suas magnitudes de tensotildees (V) permanecem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

80

fixas sendo tratadas como variaacuteveis independentes No caso de violaccedilatildeo a barra PV eacute

alterada para tipo PQ com o valor de sua potecircncia reativa gerada especificada no valor do seu

respectivo limite violado e a sua magnitude de tensatildeo tornando-se uma incoacutegnita Geralmente

neste caso a magnitude de tensatildeo cai devido ao aumento do carregamento

Por outro lado no fluxo de carga continuado proposto as magnitude de tensatildeo nas

barras PV seratildeo calculadas para o valor especificado de perdas de potecircncia ativa e tratadas

como variaacuteveis dependentes Em geral a magnitude da tensatildeo nas barras PV ou aumentam ou

permanecem fixas nos seus valores especificados Ambos os limites de magnitude de tensatildeo e

de potecircncia reativa gerada devem ser verificados

431 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas de duas e trecircs barras

Neste item apresenta-se a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto para os dois sistemas

analisados no item 42 o sistema de 2 barras para o qual eacute possiacutevel se obter o ponto oacutetimo a

partir das equaccedilotildees algeacutebricas (42) e (43) desenvolvidas em (ALVES et al 2002-II) e o

sistema de trecircs barras apresentado e analisado em (DOMMEL TINNEY 1968) Os

resultados satildeo comparados com os resultados obtidos anteriormente e apresentados nas

Tabelas 41 e 42 Adicionalmente mostra-se atraveacutes do traccedilado das curvas PV que a

reduccedilatildeo das perdas conduz a um aumento do ponto de maacuteximo carregamento e portanto da

margem de estabilidade do sistema

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

81

4311 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema de

duas barras

Considere primeiramente o sistema de duas barras da Figura 41 para o qual se deseja

reduzir Pa Nesse caso duas equaccedilotildees satildeo adicionadas a Equaccedilatildeo (21) a equaccedilatildeo da potecircncia

reativa injetada na barra 2 (QPV2) e a equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo (Pa)

A potecircncia reativa gerada na barra 2 escolhida Qg2 e a sua respectiva tensatildeo terminal

V2 satildeo consideradas como variaacutevel dependente e de controle respectivamente

As respectivas mudanccedilas nos valores de Qg2 e Pa seratildeo considerados atraveacutes das

variaacuteveis λq e micro Assim as mudanccedilas seratildeo proporcionais aos seus respectivos valores do caso

base 02gQ e Pa0

Considerando que θ1 = 0 e V1 = V1esp onde esp significa valor especificado o novo

conjunto de equaccedilotildees seraacute

( )( ) Pa0PaW

PV2Q

PG

VV

VQQQV

VV

2espc2

0g2

0

0)(

0

)(1)(

)(

)(2

)(

2222

22qq22

2222

=+=micro

=

==

θminusθ

=θminusminusθ

θθ

micro

λ λ (46)

Considerando-se micro como uma variaacutevel independente ou seja prefixando o seu valor

que corresponde agrave teacutecnica de previsatildeo trivial ou polinomial modificada de ordem zero e θ2

V2 e λq como variaacuteveis dependentes o nuacutemero de incoacutegnitas eacute igual ao de equaccedilotildees Desta

forma a condiccedilatildeo necessaacuteria para que o sistema de equaccedilotildees tenha soluccedilatildeo eacute atendida desde

que a matriz Jacobiana tenha posto completo isto eacute seja natildeo-singular

Apoacutes obter a soluccedilatildeo do caso base (θ0 e V0) por meio de um fluxo de carga

convencional define-se o passo para micro Em seguida calculam-se as demais soluccedilotildees

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

82

utilizando-se o fluxo de carga continuado proposto ateacute que o ponto de miacutenima perda seja

alcanccedilado

A linearizaccedilatildeo de (46) em torno do ponto de operaccedilatildeo por intermeacutedio da seacuterie de

Taylor incluindo somente os termos de primeira ordem de acordo com o meacutetodo de Newton

fornece

=

partpartpartpart

partpartpartpart

partpartpartpart

W

Q

P

V

VPaPa

0g2Q-VPV2QPV2Q

V2P2P

2

2

q

2

2

022

22

022

λ

θ

θ

θ

θ

(47)

Onde ∆ representa os fatores de correccedilatildeo das respectivas funccedilotildees em (46)

A Figura 44 apresenta as curvas Pa versus V2 obtidas pela metodologia proposta

considerando que a geraccedilatildeo de potecircncia ativa na barra 2 foi mantida constante no valor do

caso base enquanto que a da barra de folga variaraacute a fim de reduzir as perdas ativas na

transmissatildeo Para tal objetivo considerou-se que apenas a variaccedilatildeo da tensatildeo da barra 2 V2

A curva foi obtida atraveacutes de decrementos sucessivos de Pa considerando V1 = 11

pu e uma toleracircncia para os mismatches igual a 10ndash6 pu Partindo-se de dois pontos

diferentes A para V2esp = 10 pu ou Arsquo para V2

esp =12 pu os proacuteximos pontos foram

obtidos usando um passo de ndash01 MW para micro ou seja uma reduccedilatildeo de 10 em Pa As duas

trajetoacuterias consideradas foram plotadas na mesma figura para demonstrar que o meacutetodo

converge para um mesmo ponto de miacutenima perda (PMP)

Inicialmente para cada ponto foi resolvido um fluxo de carga continuado sendo que o

nuacutemero de iteraccedilotildees gasta em cada um foi inferior a 4 sendo que o limite maacuteximo de

iteraccedilotildees adotado foi de 10 Para o primeiro ponto em que o fluxo de carga continuado

proposto divergiu retornou-se ao passo anterior e aplicou-se uma reduccedilatildeo de 110 no passo de

micro O mesmo procedimento foi usado para os pontos de divergecircncia subsequumlentes ateacute que o

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

83

procedimento foi finalizado e o valor de Pa obtido foi considerado como correspondente ao

ponto de miacutenima perda no caso Pa =3066 MW

O estado da rede nesse caso praticamente coincidiu com o mostrado na Tabela 41

ArsquoA

3066

Pa [MW]

V2[pu]

1094

ndashsoluccedilotildees convergidasndashreduccedilotildees de passo

PMP

Figura 44 - Desempenho do FCCP para o sistema de duas barras

Como se pode constatar na Figura 45 a reduccedilatildeo das perdas levou a um aumento do

ponto de maacuteximo carregamento ou seja da margem de estabilidade Observa-se tambeacutem que

todos os demais casos apresentados na Tabela 41 foram alcanccedilados usando o mesmo

procedimento

caso base

perdas reduzida

PMCr

P2 [MW]

V2[pu]

PMCb

Figura 45 - Curvas PV Efeito da reduccedilatildeo das perdas sobre o ponto de maacuteximo carregamento para o sistema de duas barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

84

4312 - Resultados obtidos com o FCCP para o sistema de trecircs barras

No caso do sistema de trecircs barras da Figura 42 os dois geradores o gerador 1 (barra

de folga) e o gerador 2 (barra PV) satildeo considerados no procedimento de reduccedilatildeo de perdas

Nesse caso V1 V2 θ2 e λq satildeo tratados como variaacuteveis dependentes Ambas as

equaccedilotildees de potecircncia reativa injetada QPV1 e QPV2 bem como a equaccedilatildeo da perda ativa total

na transmissatildeo (Pa) seratildeo consideradas O paracircmetro λq eacute usado para variaccedilatildeo de ambas as

potecircncias reativas gerada Qg1 e Qg2 e portanto seus valores seratildeo proporcionais aos

respectivos valores do caso base 01gQ e 0

2gQ

O procedimento adotado para controlar os limites de Q nas barras de geraccedilatildeo eacute similar

ao utilizado no meacutetodo convencional de fluxo de carga ou seja em cada iteraccedilatildeo a geraccedilatildeo de

reativos de cada uma dessas barras eacute comparada com seus respectivos limites e no caso de

violaccedilatildeo a barra PV eacute alterada para tipo PQ Estas barras podem voltar a ser PV nas iteraccedilotildees

futuras Aleacutem disso se em qualquer uma das barras de geraccedilatildeo um dos limites de tensatildeo for

atingido seu respectivo valor eacute fixado no valor daquele limite

A Figura 46 mostra o desempenho do fluxo de carga continuado proposto para o

sistema de trecircs barras O procedimento usado para o traccedilado da curva no que se refere agrave

divergecircncia eacute similar ao usado para o traccedilado da Figura 44 exceto que o valor inicial de micro

foi de ndash10 MW

O estado do sistema apoacutes a convergecircncia do processo pode ser visto na Figura 46 e na

Tabela 42 de onde se verifica que o mesmo eacute praticamente igual ao obtido com o fluxo de

carga oacutetimo

As Figuras 46(b) e 46(c) confirmam que a reduccedilatildeo das perdas em 572 MW eacute obtida

atraveacutes da transferecircncia da potecircncia reativa do gerador 1 para o gerador 2 Tambeacutem haacute uma

reduccedilatildeo na geraccedilatildeo de reativos de 13521 MVAr para 12469 MVAr ou seja de 78 Essa

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

85

reduccedilatildeo acarreta num aumento do ponto de maacuteximo carregamento de 219 pu para 2934

pu ou seja num aumento de aproximadamente 625 na margem de estabilidade do

sistema

Esses resultados mostram que para esses sistemas a utilizaccedilatildeo do meacutetodo proposto

proporciona natildeo soacute uma reduccedilatildeo das perdas e consequumlentemente dos custos operacionais

mas tambeacutem um aumento do ponto de maacuteximo carregamento isto eacute da margem de

estabilidade do sistema

Outro ponto importante diz respeito agrave possibilidade de se obter pontos de operaccedilatildeo

proacuteximos dos obtidos por um fluxo de carga oacutetimo atraveacutes do meacutetodo da continuaccedilatildeo o que

mostra que o meacutetodo proposto pode ser uma alternativa viaacutevel para as aplicaccedilotildees de estudos

da operaccedilatildeo

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

86

V2

1094 Pa [MW]

V [pu]

1092

PMP

V1

V3

1634

(a)

Pa [MW]

Qg [MVAr]

PMP

Qg2

Qg1

Pa [MW]

Pgslack [MW]

PMP

(b)

(c)

fator de carregamento λ (pu)

V3 (pu)

PMCr

caso base

PMCb

Perdas reduzidas

(d)

Figura 46 - Desempenho do sistema de trecircs barras (a) VtimesPa (b) QgtimesPa (c) potecircncia ativa gerada pela barra de folga timesPa (d) curvas PV

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

87

44 ndash Resultados da reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa

Esta seccedilatildeo tem como propoacutesito mostrar os efeitos do redespacho das variaacuteveis de

controle nas reduccedilotildees da perda total de potecircncia ativa na transmissatildeo do sistema aleacutem de

tambeacutem investigar os efeitos causados por esta reduccedilatildeo na margem de estabilidade de tensatildeo e

no perfil de tensatildeo

Em todos os casos analisados a seguir durante o procedimento de reduccedilatildeo de perdas

as injeccedilotildees de potecircncia ativa dos geradores satildeo fixadas nos seus respectivos valores

encontrados na soluccedilatildeo do fluxo de carga no caso base com exceccedilatildeo ao da barra de folga

cuja injeccedilatildeo de potecircncia ativa poderaacute variar para equiparar eventuais reduccedilotildees nas perdas do

sistema Para cada iteraccedilatildeo os valores das tensotildees das barras de geraccedilatildeo satildeo comparados com

seu valor limite caso este seja ultrapassado tal tensatildeo teraacute seu valor fixado no valor limite

atingido Se a barra estiver dentro de seus limites de geraccedilatildeo de potecircncia reativa ela

permaneceraacute atuando como simples PV poreacutem natildeo participaraacute da reduccedilatildeo das perdas Aleacutem

disso as potecircncias reativas geradas nas barras de geraccedilatildeo satildeo tambeacutem comparadas com seus

respectivos limites sendo que no caso de violaccedilatildeo desse limite a barra PV eacute alterada para tipo

PQ sendo que estas barras poderatildeo voltar a ser PV nas iteraccedilotildees futuras caso a sua respectiva

potecircncia reativa gerada retorne para dentro de sua faixa de limites maacutexgg

miacuteng QQQ lele

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

88

441 ndash Balanccedilo de reativos durante o procedimento de reduccedilatildeo da perda total de

potecircncia ativa

O objetivo deste item eacute o de esclarecer como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema

eleacutetrico de potecircncia durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Para isso seraacute

utilizado o sistema IEEE 14 barras

A barra de folga tambeacutem conhecida como barra oscilante eacute usada com uma dupla

funccedilatildeo atuar como referecircncia angular embora qualquer barra possa ser referecircncia angular e

para fechar o balanccedilo de potecircncia do sistema Ela eacute necessaacuteria para estabelecer uma referecircncia

angular para a resoluccedilatildeo das equaccedilotildees do fluxo carga Essa necessidade se daacute porque

conforme apresentado na Equaccedilatildeo (33) da seccedilatildeo 32 os fluxos de potecircncia satildeo expressos

como diferenccedilas angulares (θk-θm) isto eacute o problema de fluxo de carga eacute indeterminado nas

variaacuteveis θ de cada barra (MONTICELLI 1983) Na metodologia proposta a geraccedilatildeo de

potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo satildeo mantidas constantes nos respectivos

valores do caso base enquanto que o valor da perda total de potecircncia ativa conforme

Equaccedilatildeo (44) eacute preacute-ajustado atraveacutes do paracircmetro micro Assim adotando a barra 1 como sendo

a barra de folga a sua geraccedilatildeo de potecircncia ativa (Pg1) eacute reprogramada para fechar o balanccedilo

de potecircncia ativa do sistema ou seja seu valor variaraacute a fim de acomodar aleacutem da diferenccedila

entre a potecircncia ativa gerada e a consumida de todo o sistema a reduccedilatildeo das perdas ativas na

transmissatildeo sendo o seu valor calculado por meio da equaccedilatildeo

)cosθV2VV(VgPgPcPg kmmk2

m2

kΩm k

kmNG

2ii

NC

1jj1 minus++minus= sumsumsum

isin== (48)

sendo NB eacute o nuacutemero de barras da rede e NG e NC satildeo os respectivos conjuntos de barras de

geraccedilatildeo e de demanda (carga) e Ω eacute o conjunto de todas as barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

89

Com relaccedilatildeo a geraccedilatildeo de potecircncia reativa (Qg1) da barra de folga esta eacute calculada por

meio da seguinte equaccedilatildeo

( ) ( )[ ]2

nNB

1n

shn

Ωm kkmmk

2m

2kkm

2m

2k

shkm

NC

1j

NG

2iiqj1

Vb

cosθV2VVVbVVbQgQcQg

sum

sumsum sum

=

isin= =

minus

minus+minus+minus+λminus=

(49)

Observe na Equaccedilatildeo (49) que a parcela ( )kmmk2

m2

kkm cosθVV2VVb minus+minus eacute a perda

reativa no elemento seacuterie da linha de transmissatildeo localizada entre as barras k e m enquanto

que ( )2m

2k

shkm VVb +minus e 2

nshn Vb correspondem respectivamente agrave geraccedilatildeo de potecircncia reativa

nos shunts da linha de transmissatildeo localizada entre as barras k e m e nos shunts de barra tais

como banco de capacitores eou reatores localizados na barra n Observe que para as linhas

de transmissatildeo reais 0langkmb e 0rangshkmb As Equaccedilatildeo (48) e (49) mostram que a barra de folga

deve gerar a diferenccedila entre a carga ativa (reativa) total do sistema de potecircncia mais as perdas

ativa (reativa no elemento seacuterie mais a geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos elementos shunts) e a

soma de potecircncia ativa (reativa) especificada isto eacute calculada nas barras de geraccedilatildeo Essas

diferenccedilas satildeo conhecidas como desbalanccedilo ou seja mismatch de potecircncia do sistema

Na convenccedilatildeo de sinais utilizada as injeccedilotildees liacutequidas de potecircncia satildeo positivas quando

entram na barra (geraccedilatildeo) e negativas quando saem da barra (carga) os fluxos de potecircncia satildeo

positivos quando saem da barra e negativos quando entram na barra No caso dos elementos

shunt a convenccedilatildeo eacute a mesma utilizada para as injeccedilotildees de potecircncia (MONTICELLI 1983)

A toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-6 pu O valor inicial adotado para micro

eacute ndash01 MW isto eacute Pa eacute reduzido em 10 O proacuteximo ponto atual eacute computado pela Equaccedilatildeo

(45) Este procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir Adotou-se

um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 10 Durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa

total o tap nos transformadores com comutaccedilatildeo de taps sob carga foram mantidos fixos no

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

90

valor de 10 pu Os valores limites adotados para as magnitudes de tensatildeo da barra de folga e

das barras de geraccedilatildeo foram Vmin le V le Vmaacutex onde Vmin = 095 e Vmaacutex = 11 pu

Na Figura 47 encontram-se as variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga barra 1 e das

barras de controle de tensatildeo (PV) barras 2 3 6 e 8 em funccedilatildeo da perda total de potecircncia

ativa (Pa) Da figura observa-se que ocorre um aumento da magnitude de tensatildeo de todas as

barras PV bem como da de folga

Pa [MW]

V1

V2

V8

V3

V6

Ten

satildeo

[pu

]

Figura 47 - Variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga e das barras de controle de tensatildeo (PV) em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras

Na Figura 48 apresentam-se as variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de

folga e de controle de tensatildeo em funccedilatildeo de Pa Pode-se verificar que haacute uma reduccedilatildeo das

potecircncias reativas geradas pelas barras PV de nuacutemeros 2 3 e 8 enquanto que a da barra 6

permanece constante no seu valor maacuteximo de 24 MVAr Com relaccedilatildeo a barra de folga pode-

se afirmar que ocorre uma reduccedilatildeo da potecircncia reativa gerada

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

91

Qg1

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg2

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg3

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg6

Potecirc

ncia

rea

tiva

[MV

Ar

]

Qg8

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Pa [MW]

Figura 48 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de folga e de controle de tensatildeo (PV) em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

92

Na Figura 49 satildeo apresentados as variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de Pa

dos termos que compotildeem a Equaccedilatildeo (49) Da Figura 49(a) pode-se verificar que a potecircncias

reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo (PV) diminuem com a diminuiccedilatildeo das

perdas Conforme jaacute comentado manter os geradores existentes operando com o maacuteximo

possiacutevel de margem de reativo eacute beneacutefico para prevenir ou postergar o colapso de tensatildeo

(CIGRE 1989) Essa reduccedilatildeo de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos geradores se deve ao

aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e pelo banco de

capacitor localizado na barra 9 Figura 49 (b) e (c) respectivamente e a reduccedilatildeo da perda de

potecircncia reativa nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo ver Figura 49 (d) O aumento

da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e pelo banco de capacitor

eacute consequumlecircncia direta do aumento das magnitudes de tensatildeo nas barras do sistema ver Figura

410 A reduccedilatildeo das perdas pode ser atribuiacuteda ao suprimento local de potecircncia reativa

efetuadas por meio desses elementos shunts

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

93

(a)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(b)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(c)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(d)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Pa [MW]

(e)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Figura 49 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras (a) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo (PV) (b) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts das linhas de transmissatildeo (c)

somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts de barra (banco de capacitores eou reatores) (d) somatoacuterio das variaccedilotildees de perda de potecircncia reativa nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo e (e) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de

tensatildeo PVrsquos mais a barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

94

V1

V9 Ten

satildeo

[pu

]

Pa [MW]

Figura 410 ndash Variaccedilotildees das magnitudes de tensatildeo das barras do sistema IEEE-14 em funccedilatildeo de Pa

442 - Anaacutelise de desempenho do meacutetodo proposto para os sistemas IEEE

Neste item satildeo apresentados os resultados de teste para os trecircs sistemas do IEEE 14

barras 30 barras e 57 barras (FRERIS SASSON 1968)

Nos testes o nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees e o valor inicial do paracircmetro micro

foram de 10 e de ndash01 MW respectivamente O proacuteximo ponto atual eacute computado pela

Equaccedilatildeo (45) Este procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Neste momento retorna-se a soluccedilatildeo anterior e continua-se o processo com um passo menor

para micro10 As reduccedilotildees no tamanho passo satildeo efetuadas sempre que o processo de soluccedilatildeo

divergir (ou o nuacutemero de iteraccedilotildees for maior que 10) para uma toleracircncia igual a 10-6 O

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

95

processo eacute suspenso quando a reduccedilatildeo no passo (micro) natildeo acarretar uma reduccedilatildeo significativa

nas perdas isto eacute quando a reduccedilatildeo nas perdas for menor que 10-6

Para o traccedilado das curvas PV a toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-4 pu

Em ambos os procedimentos os limites superior e inferior adotados para os tap foram 105 e

095 respectivamente enquanto que os valores limites adotados para as tensotildees da barra de

folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex onde Vmin =095 e Vmaacutex =11 pu

Os ajustes de tap nos transformadores com comutaccedilatildeo de taps sob carga consistiram

da inclusatildeo da posiccedilatildeo do tap como variaacutevel dependente ao passo que as magnitudes da

tensatildeo das barras controladas foram consideradas como variaacuteveis independentes

(PETERSON MEYER 1971)

Para o traccedilado das curvas PV do caso base (curva 1 nas figuras que seguem) o

primeiro ponto de cada curva foi obtido com um fluxo de carga convencional Para os demais

pontos da curva usou-se um fluxo de carga continuado e conforme a Equaccedilatildeo (21) as cargas

foram modeladas como de potecircncia constante e o paracircmetro λ foi usado para simular o

incremento de carga ativa e reativa considerando fator de potecircncia constante

O aumento de carga foi seguido por um aumento de geraccedilatildeo usando λ

Para o traccedilado das curvas PV apoacutes a reduccedilatildeo das perdas (curva 2 nas figuras que

seguem) usou-se o mesmo procedimento utilizado para a obtenccedilatildeo da curva 1 exceto que o

primeiro ponto corresponde ao uacuteltimo ponto de operaccedilatildeo obtido com o procedimento de

reduccedilatildeo das perdas

A Tabela 43 apresenta para os trecircs sistemas o desempenho da metodologia proposta

para a reduccedilatildeo das perdas enquanto que a Tabela 44 apresenta os respectivos aumentos

obtidos para a margem de carregamento Pelas tabelas constata-se que aleacutem da diminuiccedilatildeo

dos custos operacionais dos sistemas com as reduccedilotildees nas perdas adicionalmente se obteacutem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

96

um aumento do ponto de maacuteximo carregamento ou seja um aumento superior a 5 na

margem de estabilidade desses sistemas

Tabela 43 - Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa

Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa

Perdas (MW) Sistema

IEEE Caso base Finais

Reduccedilatildeo nas perdas (MW)

14 barras 134411 124141 10270 764

30 barras 183360 162539 20830 1136

57 barras 282796 254196 28600 1001

Tabela 44 - Margem de carregamento

Margem de carregamento PMC (pu) Sistema

IEEE Caso base

Apoacutes reduccedilatildeo

Aumento da MC (∆MC em pu)

14 barras 17680 18791 01111 1447

30 barras 14884 16260 01376 2617

57 barras 16007 17355 01348 2224

As Figuras 411 413 e 415 apresentam para os respectivos sistemas as curvas PV

nas barras criacuteticas para o caso base e para o caso apoacutes a reduccedilatildeo das perdas de onde se pode

confirmar os resultados apresentados na Tabela 44 As barras criacuteticas satildeo 14 30 e 31

respectivamente para os sistemas 14-barras 30-barras e 57-barras

Adicionalmente conforme se pode verificar nas Figuras 412 414 e 416 onde satildeo

apresentados os perfis de magnitude de tensatildeo e dos respectivos acircngulos o aumento da

margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do perfil da

magnitude de tensatildeo Tambeacutem se pode notar nos perfis de magnitude de tensatildeo e da Tabela

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

97

44 que as melhorias da margem de carregamento conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das

perdas satildeo significativas uma vez que estas foram obtidas sem nenhuma alteraccedilatildeo nas

injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga

Conforme jaacute comentado uma caracteriacutestica que deve ser almejada em um sistema

eleacutetrico de energia eacute que a tensatildeo criacutetica tensatildeo relativa ao ponto de maacuteximo carregamento se

mantenha a um niacutevel de preferecircncia o mais baixo quanto possiacutevel da tensatildeo normal de

operaccedilatildeo sem que isto consequumlentemente venha a prejudicar o perfil geral de tensatildeo

(WECC 1998) Observa-se nas Figuras 411 413 e 415 que os valores das tensotildees criacuteticas

no caso base representados na curva 1 estatildeo muito proacuteximos aos seus respectivos valores

apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas conforme verificado por meio da curva 2 ou

seja dentro da caracteriacutestica desejada em (WECC 1998)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

98

bull Sistema IEEE-14 barras

Figura 411 - Curvas PV do sistema IEEE-14 barras

Figura 412 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-14 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

99

bull Sistema IEEE 30 barras

Figura 413 - Curvas PV do sistema IEEE-30 barras

Figura 414 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-30 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

100

bull Sistema IEEE-57 barras

Figura 415 - Curvas PV do sistema IEEE-57 barras

Figura 416 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-57 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

101

Um outro aspecto importante que deve ser ressalvado eacute que o principal fator

responsaacutevel pela instabilidade de tensatildeo eacute a incapacidade do sistema em atender a demanda de

potecircncia reativa ou seja o colapso de tensatildeo eacute devido ao esgotamento progressivo das

reservas de reativos nos geradores

Com o meacutetodo proposto obtecircm-se um aumento nas reservas de reativos nos geradores

as quais satildeo alcanccediladas como consequumlecircncia direta da reduccedilatildeo das perdas de potecircncia ativa

conforme se verifica na Tabela 45 onde satildeo apresentadas as potecircncias reativas geradas para o

caso base e para o caso apoacutes a reduccedilatildeo das perdas

Tabela 45 - Reserva de reativos

Reserva de reativos (MVAr) ΣQgerado

Sistema

IEEE Caso base Final Reserva ΣQgerado

14 barras 1021869 743556 278313 2724 30 barras 1439388 1302830 136458 948 57 barras 3219223 2974083 245140 762

443 - Influecircncia da barra de folga na reduccedilatildeo das perdas

O objetivo deste item eacute o de apresentar a influecircncia da escolha da barra de folga

durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Inicialmente analisaremos o sistema IEEE

57 barras e posteriormente o sistema IEEE 118 barras Nos procedimentos de reduccedilatildeo de

perdas que se seguem a toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-6 pu enquanto que

para o traccedilado das curvas PV foi de 10-4 pu

Adotou-se um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 10 Em ambos os procedimentos

os valores adotados para os tap foram de 10 pu enquanto que os valores limites adotados

para as tensotildees da barra de folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex sendo Vmin = 094

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

102

pu e Vmaacutex = 110 pu O valor inicial adotado para micro eacute ndash01 MW isto eacute Pa eacute reduzido em

10 O proacuteximo ponto atual eacute computado pela Equaccedilatildeo (45) Este procedimento eacute repetido

ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Convencionalmente a referecircncia angular eacute especificada na barra de folga Sabe-se que

qualquer barra geradora pode ser escolhida como referecircncia angular e que a convergecircncia do

problema de fluxo de potecircncia natildeo seraacute afetada por essa escolha (LEE KIM 2002)

Por outro lado sabe-se tambeacutem que a escolha da barra de folga afeta o valor da perda

ativa (reativa) total podendo resultar em maiores ou menores perdas na transmissatildeo Assim

com o intuito de garantir que o caso base a ser utilizado no processo de reduccedilatildeo de perdas seja

sempre o mesmo independente da barra adotada como barra de folga para todos os demais

casos analisados especificou-se como valor de potecircncia ativa gerada para a barra de folga

original do banco de dados (no caso a barra 1 do sistema IEEE-57 barras e a 69 do IEEE-118

barras) aquele determinado para o caso base considerando a barra de folga original

4431 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-57 barras

Nas Figuras 417 e 418 apresentam-se os respectivos perfis de magnitude da tensatildeo e

de acircngulo obtidos para o caso base com o fluxo de carga convencional e os obtidos com o

processo de reduccedilatildeo de perdas utilizando o fluxo de carga continuado proposto Observa-se

que apoacutes a reduccedilatildeo das perdas os perfis satildeo muito proacuteximos e que haacute uma melhora do perfil

de magnitude de tensatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base

Nas Tabelas 46 e 47 podem-se verificar os respectivos valores de magnitude de

tensatildeo e potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

103

proposta para a reduccedilatildeo das perdas considerando cada um dos quatros geradores do sistema

IEEE-57 (1 3 8 e 12) como barra de folga Observa-se que a menor magnitude de tensatildeo

tanto para o caso base quanto apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi na barra 31 sendo os

respectivos valores iguais a 08241 pu e 09408 pu Com relaccedilatildeo ao perfil de acircngulo das

barras apoacutes recalculaacute-los considerando a barra 1 como barra de referecircncia verifica-se que

ocorreu muito pouca variaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base Isso jaacute era esperado posto que natildeo

houve variaccedilatildeo de potecircncia ativa gerada e consumida mas apenas na perda ativa total

0 10 20 30 40 50 6008

085

09

095

1

105

11

115

Tens

atildeo (p

u)

nuacutemero das barras

timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 417 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-57 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

104

0 10 20 30 40 50 60-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

Acircng

ulo

(gra

us)

nuacutemero das barras timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12 Referindo ao acircngulo da barra 1 apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando

como barra de referecircncia timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 418 - Perfil de acircngulo do sistema IEEE-57 barras

Tabela 46 - Magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-57 barras

Tensatildeo (pu) Barra de folga V1 V2 V3 V6 V8 V9 V12 1 11000 10768 10688 10783 11000 10749 11000 3 11000 10798 10793 10775 10991 10737 10982 8 11000 10759 10636 10709 11000 10707 10914 12 11000 10771 10713 10831 11000 10758 11000

1 (caso base) 10400 10100 09850 09800 10050 09800 10150

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

105

Tabela 47 - Potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-57 barras

Potecircncia reativa gerada (MVAr) Barra de folga QG1 QG 2 QG 3 QG 6 QG 8 QG 9 QG 12 1 633974 -28379 59707 137612 643029 44035 1332204 3 473342 -07216 399725 34984 646512 11178 1255745 8 780394 -06764 14231 32798 835336 10496 1177180

12 603791 -45166 95023 219001 563339 70083 1323922 1 (caso base) 1294766 -07261 15276 35207 650592 11267 1263672

A Tabela 48 apresenta considerando cada um dos quatros geradores do sistema

IEEE-57 (1 3 8 e 12) como barra de folga os valores das perdas ativa e reativa seacuterie totais

apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia proposta para a reduccedilatildeo das perdas Observa-se da Tabela

48 que o caso base eacute o mesmo para todos os casos analisados e que para este sistema as

reduccedilotildees nas perdas ativa e reativa seacuterie totais satildeo praticamente da mesma ordem de grandeza

Na Tabela 49 observam-se os aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das

linhas de transmissatildeo e as variaccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga

mais as PVs Fica clara a contribuiccedilatildeo da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de

transmissatildeo Consequumlente dessa contribuiccedilatildeo bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia

reativa nos elementos seacuteries das linhas de transmissatildeo pode-se observar na uacuteltima coluna da

Tabela 49 que haacute uma reduccedilatildeo da potecircncia reativa total gerada pelas barras de folga mais as

PVs

Tabela 48 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema IEEE-57 barras

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr)

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo 1 286127 241127 44997 1243319 1045200 198119 3 286127 240126 46000 1243312 1042192 201120 8 286127 243128 42998 1243319 1053650 189669 12 286127 244127 42000 1243319 1056678 186641

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

106

Tabela 49 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as PVs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema IEEE-57 barras

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo 1 1150550 1349006 198456 3263519 2822182 441338 3 1150551 1352361 201810 3263519 2814270 449249 8 1150550 1338467 187917 3263519 2843671 419848 12 1150550 1351587 201036 3263519 2829993 433526

A Figura 419 apresenta as curvas PVacutes para a barra criacutetica barra 31 para o caso base

e para os casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas de onde se pode confirmar que os pontos de

maacuteximo carregamento e o aumento da margem de carregamento conforme apresentado na

Tabela 410 satildeo praticamente os mesmos Conforme jaacute comentado anteriormente o aumento

da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do perfil da

tensatildeo conforme se pode verificar na Figura 417 Tambeacutem se pode notar das curvas PVacutes e

da Tabela 410 que as melhorias da margem de carregamento conseguidas atraveacutes da

reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas uma vez que estas foram obtidas sem nenhuma

alteraccedilatildeo nas injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga responsaacutevel pelo

fechamento do balanccedilo ativo Esse aumento se deve ao aumento da reserva de reativos nos

geradores conforme apresentado na uacuteltima coluna da Tabela 49

Tabela 410 - Margem de carregamento

Margem de carregamento Ponto de maacuteximo carregamento (pu) Aumento da MC (∆MC)

Barra de

folga Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu) 1 15331 16638 01307 2452 3 15331 16638 01307 2452 8 15331 16637 01306 2449 12 15331 16638 01307 2452

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

107

Ten

satildeo

(pu

)

fator de carregamento λ

15331

16638

∆MC=01307

timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas)

Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 419 - Curvas PVacutes da barra criacutetica (barra 31) do sistema IEEE-57 barras

4432 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-118 barras

Nas Figuras 420 421 e 422 apresentam-se os perfis de magnitude da tensatildeo do

sistema IEEE-118 barras para o caso base e para os casos obtidos com o processo de reduccedilatildeo

de perdas considerando como barra de folga as barras 69 27 e 26 respectivamente Para este

sistema diferente do ocorrido para o sistema IEEE-57 observa-se que apoacutes a reduccedilatildeo das

perdas os perfis de magnitude de tensatildeo apresentam uma grande diferenccedila Embora em todos

os casos o procedimento tenha produzido uma reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

108

conforme apresentado na Tabela 411 somente com o uso da barra 26 como barra de folga

constata-se em relaccedilatildeo ao perfil do caso base uma melhora de todo o perfil de magnitude de

tensatildeo

Observa-se que o menor e o maior valor de magnitude de tensatildeo para o caso base

ocorreram nas barras 76 e 10 e foram de 09430 pu e 1050 pu respectivamente Apoacutes a

aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto a menor magnitude de tensatildeo no valor de 09337 pu ocorreu

na barra 28 quando do uso da barra 69 como barra de folga Jaacute a maior magnitude de tensatildeo

no valor de 11031 pu ocorreu na barra 9 quando do uso da barra 26 como barra de folga A

barra 9 eacute uma barra sem carga

Na Figura 423 apresenta-se os perfis de magnitude da tensatildeo das barras de geraccedilatildeo

para o caso base e o obtido com o processo de reduccedilatildeo de perdas considerando a barra 26

como barra de folga Na Figura 424 mostra-se as variaccedilotildees percentuais em relaccedilatildeo agrave

magnitude de tensatildeo do caso base das respectivas magnitudes de tensatildeo das barras de

geraccedilatildeo considerando a barra 26 como barra de folga Dessas figuras se constata que a

variaccedilatildeo percentual natildeo seraacute a mesma para todas as barras Na Figura 425 (a) e 425 (b)

mostra-se as variaccedilotildees da magnitude de tensatildeo e da potecircncia reativa gerada pelas barras 26

27 e 69 durante o processo de reduccedilatildeo de perdas considerando a barra 26 como barra de

folga

Da Tabela 411 verifica-se que para este sistema as maiores reduccedilotildees nas perdas ativa

e reativa seacuterie totais ocorrem quando do uso da barra 26 como barra de folga Da mesma

forma da Tabela 412 que apresenta os aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts

das linhas de transmissatildeo e as reduccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga

mais as PVs se verifica que as maiores contribuiccedilotildees de potecircncia reativa fornecida pelos

shunts das linhas de transmissatildeo e de reduccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras

de folga mais as PVs tambeacutem ocorrem quando do uso da barra 26 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

109

Tabela 411 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema IEEE-118 barras

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr)

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo 26 1311543 1150543 161000 7678841 6721797 957044 27 1311543 1187545 123998 7678841 7004000 674842 69 1311543 1222544 88999 7678841 7347540 331301

Tabela 412 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as PVs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema IEEE-118 barras

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo 26 1368262 1545199 1766940 7527540 4697815 2829726 27 1368262 1523670 1554077 7527540 5133701 2393840 69 1368262 1445854 77592 7527540 6212204 1315336

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Ten

satildeo

(pu

)

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 420 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 69 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

110

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

Ten

satildeo

(pu

)

nuacutemero das barras

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas Figura 421 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 27 como

barra de folga

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Ten

satildeo

(pu

)

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas Figura 422 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como

barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

111

0 10 20 30 40 5007

075

08

085

09

095

1

105

11

Tens

atildeo (p

u)

g caso base g apoacutes a reduccedilatildeo das perdas

Figura 423 - Perfil da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

0 10 20 30 40 500

1

2

3

4

5

6

7

8

Tens

atildeo (

)

Figura 424 - Variaccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo ao caso base da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

112

V26

V27

V69

Pa [MW]

Ten

satildeo

[pu

]

Qg26

Qg27

Qg69

Pa [MW]

Potecirc

ncia

rea

tiva

gera

da [M

VA

r]

Figura 425 - (a) Variaccedilatildeo da magnitude de tensatildeo e (b) da potecircncia reativa gerada pelas barras de geraccedilatildeo 26 27 e 69 do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

As Figuras 426 (a) e (b) apresentam as curvas PVacutes para a barra 9 cuja magnitude de

tensatildeo foi utilizada como paracircmetro da continuaccedilatildeo durante o traccedilado da curva PV e da barra

criacutetica barra 13 para o caso base e para os casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas Das figuras 426

(a) e (b) e da Tabela 413 pode-se verificar que o ponto de maacuteximo carregamento e o aumento

da margem de carregamento seraacute maior quando do uso da barra 26 como barra de folga

Conforme jaacute comentado anteriormente quando do uso da barra 26 como barra de folga o

(a)

(b)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

113

aumento da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do

perfil de magnitude de tensatildeo conforme se pode verificar na Figura 422 Tambeacutem se pode

notar das curvas PVacutes e da Tabela 413 que as melhorias da margem de carregamento 923

e 1559 conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas quando do uso ou da

barra 26 ou da 27 como barra de folga Entretanto quando do uso da barra 69 como barra de

folga apesar da reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa serem de 89 MW e 3313 MVAr (ver

Tabela 411) o aumento da margem de carregamento do sistema foi de apenas 132

Tabela 413 - Margem de carregamento para o sistema IEEE-118 barras

Margem de carregamento Ponto de maacuteximo carregamento (pu) Aumento da MC (∆MC)

Barra de

folga Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu) 69 20817 20960 00143 132 27 20817 21815 0 0998 923 26 20817 22503 01686 1559

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

114

08 1 12 14 16 18 2 22 2404

05

06

07

08

09

1

11V9

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

20817

22503

∆MC=01686

08 1 12 14 16 18 2 22 24

04

05

06

07

08

09

1

11

V9

fator de carregamento λ

Tens

atildeo [p

u]

V13

timestimestimestimes caso base (barra 69 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de folga bullbullbullbull barra 69 ++++ barra 26 oooo barra 27

Figura 426 - Curvas PVacutes do sistema IEEE-118 barras (a) curva PV da barra 9 e (b) curva PV da barra 13

(a)

(b)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

115

45 - Comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga oacutetimo

e o fluxo de carga continuado proposto

O objetivo desse item eacute o de comparar o desempenho do fluxo de carga continuado

proposto com o do fluxo de carga oacutetimo Ao contraacuterio do fluxo de carga convencional o fluxo

de carga continuado proposto possibilita a reduccedilatildeo das perdas a partir de um caso base assim

natildeo se faz necessaacuterio realizar um processo de tentativa e erro para atingir o criteacuterio desejado

Por outro lado conforme ficou claro do item 443 haacute a necessidade de se escolher uma barra

de folga para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total uma vez que sua escolha

influenciara o estado final obtido Entatildeo a titulo de comparaccedilatildeo escolheu-se entre os

resultados obtidos no item 443 aquele que apresentou o melhor desempenho

As Figuras 427 e 428 apresentam para os sistemas IEEE-57 e IEEE-118 os

respectivos perfis de magnitudes de tensatildeo e de acircngulo obtidos com o fluxo de carga

convencional para o caso base com os meacutetodos do fluxo de carga continuado proposto e com

o fluxo de carga oacutetimo Observa-se que o ponto de partida para aplicaccedilatildeo da metodologia de

reduccedilatildeo de perdas e do fluxo de carga oacutetimo eacute um caso base obtido por um fluxo de carga

convencional com os taps dos transformadores fixos em 10

As perdas de potecircncia ativa para o caso base dos sistemas IEEE-57 e IEEE-118 satildeo de 2861

MW e 13116 MW respectivamente Os valores das perdas de potecircncia ativa total obtidos

com o fluxo de carga oacutetimo foram de 2333 MW para o sistema IEEE-57 barras e de 10804

MW para o sistema IEEE-118 barras Enquanto que apoacutes a aplicaccedilatildeo fluxo de carga

continuado proposto as perdas de potecircncia ativa para esses sistemas foram de 2427 MW e

11505 MW respectivamente Assim aplicaccedilatildeo da metodologia de reduccedilatildeo de perdas nos

sistemas IEEE-57 e IEEE-118 conduz a uma reduccedilatildeo nas perdas de 424 MW (1487) e

161 MW (1228) respectivamente com o consequumlente aumento nas economias financeira

Observa-se que aleacutem da reduccedilatildeo nas perdas haacute uma melhora do perfil de tensatildeo Observa-se

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

116

0 10 20 30 40 5008

085

09

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Tens

atildeo (p

u)

0 10 20 30 40 50 60-25

-20

-15

-10

-5

0

nuacutemero das barras

Acircng

ulo

(gra

us)

timestimestimestimes caso base utilizando a barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando a barra 1 como barra de folga oooo obtido com um programa FCO utilizando a barra 1 como barra de folga

Figura 427 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema IEEE-57

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

117

0 20 40 60 80 100 120094

096

098

1

102

104

106

108

11

nuacutemero das barras

Tens

atildeo (p

u)

0 20 40 60 80 100 120-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

nuacutemero das barras

Acircng

ulo

(gra

us)

timestimestimestimes caso base utilizando a barra 26 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando a barra 26 como barra de folga oooo obtido com um programa FCO utilizando a barra 26 como barra de folga

Figura 428 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema IEEE-118

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

118

tambeacutem que ambas foram obtidas sem praticamente nenhuma modificaccedilatildeo nas injeccedilotildees de

potecircncia ativa dos geradores

Os resultados apresentados nestas figuras mostram tambeacutem que com a aplicaccedilatildeo do

meacutetodo do fluxo de carga continuado proposto eacute possiacutevel se obter pontos de operaccedilatildeo

proacuteximos aos obtidos pelo fluxo de carga oacutetimo

A Figura 429 apresenta para o sistema IEEE-57 as curvas PV obtidas partindo do

estados fornecidos pelo fluxo de carga oacutetimo e apoacutes a uacuteltima iteraccedilatildeo da metodologia de

reduccedilatildeo de perdas proposta juntamente com a curva PV do caso base A melhora de 245 na

margem de carregamento pode ser confirmada na Figura 429 onde a margem de

carregamento sem reduccedilatildeo de perdas (caso base) era de 15331 pu e apoacutes a reduccedilatildeo das

perdas passou a 16637 pu correspondendo a um aumento em 01306 pu

No caso do sistema IEEE-118 como se pode confirmar na Figura 430 que a melhora

na margem de carregamento foi de 156 Para esse sistema a margem de carregamento sem

reduccedilatildeo de perdas (caso base) era de 20817 pu e apoacutes a reduccedilatildeo das perdas passou a 22503

pu correspondendo a um aumento de 01686 pu Como se pode confirmar da figura o

aumento da margem de carregamento obtido partindo do estado fornecido pelo fluxo de carga

oacutetimo eacute ligeiramente maior 18

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

119

1 11 12 13 14 15 16 170

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

Ten

satildeo

(pu

)

caso base sem reduccedilatildeo de perdas FCCP com reduccedilatildeo de perdas FCO com reduccedilatildeo de perdas +++++

Fator de carregamento λ

∆MC 01306

15331 16637

Figura 429 - Curvas PV inicial e final para o sistema IEEE-57

08 1 12 14 16 18 2 22 24

04

05

06

07

08

09

1

11

Tens

atildeo (p

u)

caso base sem reduccedilatildeo de perdas FCCP com reduccedilatildeo de perdas FCO com reduccedilatildeo de perdas +++++

Fator de carregamento λ

∆MC 01686

20817 22503

22760

Figura 430 - Curvas PV inicial e final para o sistema IEEE-118

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

120

46 ndash Desempenho do fluxo de carga continuado proposto para sistemas de grande porte

O objetivo deste item eacute o de apresentar o desempenho do meacutetodo proposto para

sistemas de meacutedio porte e real de grande porte no caso o sistema IEEE-300 de 300 barras e

411 linhas e o sistema OTS-904 que eacute um sistema de 904 barras e 1283 linhas

correspondente a uma parte do sistema sudoeste Americano

Nos procedimentos de reduccedilatildeo de perdas nesses sistemas a toleracircncia adotada para os

mismatches foi de 10-6 pu enquanto que para o traccedilado das curvas PV foi de 10-5 pu

Adotou-se um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 20 Em ambos os procedimentos os

valores adotados para os tapacutes foram de 10 pu enquanto que os valores limites adotados

para as tensotildees da barra de folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex sendo Vmin igual a

090 pu e Vmaacutex igual a 110 pu para ambos os sistemas Os valores iniciais adotados para o

paracircmetro da continuaccedilatildeo (micro) foram de ndash02 MW e ndash05MW para os sistema IEEE-300 e

OTS-904 respectivamente O proacuteximo ponto atual eacute computado pela equaccedilatildeo (45) Este

procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Da mesma forma que ocorreu para todos os sistemas jaacute analisados observa-se que

apoacutes a reduccedilatildeo das perdas haacute uma melhora do perfil de tensatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base

Para o sistema IEEE-300 observou-se que a menor magnitude de tensatildeo para o caso

base foi na barra 526 e apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi na barra 9033 sendo os

respectivos valores iguais a 08636 pu e 09156 pu Para o sistema OTS-904 a menor

magnitude de tensatildeo tanto para o caso base quanto apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi

na barra 277 sendo os respectivos valores iguais a 08681 pu e 09000 pu Em ambos os

sistemas as maacuteximas magnitudes de tensatildeo natildeo foram maiores que o valor maacuteximo de 11 pu

A tabela 414 apresenta para os dois sistemas os valores das perdas ativa e reativa

seacuterie totais apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia proposta para a reduccedilatildeo das perdas Observa-se

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

121

da tabela que a maior reduccedilatildeo nas perdas ativa e reativa seacuterie totais ocorrem para o sistema

IEEE-300

Na tabela 415 observam-se os respectivos aumentos da potecircncia reativa fornecida

pelos shunts das linhas de transmissatildeo e as variaccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas

barras de folga e PVs Novamente observa-se claramente a contribuiccedilatildeo da potecircncia reativa

fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia

reativa nos elementos seacuteries das linhas de transmissatildeo com a consequumlente reduccedilatildeo da

potecircncia reativa total gerada pelas barras de folga mais as PVs como se pode observar da

uacuteltima coluna da tabela 415

Tabela 414 ndash Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr) Sistema

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo IEEE-300 7049 4215983 3905984 310000 5589485 5170518 418967 OTS-904 882 7517768 7433768 84000 1611578 1591707 19871

Tabela 415 ndash Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga e PVs com a reduccedilatildeo da perda

ativa total

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada Sistema

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo IEEE-300 7049 583705 632437 48732 683817 611434 72384

OTS-904 882 717591 730714 13123 1343894 1314866 29028

As Figuras 431 e 432 apresentam para o sistema IEEE-300 e OTS-904 as curvas PV

para as respectivas barras criticas 526 e 138 cujas magnitudes de tensatildeo foram utilizadas

como paracircmetro da continuaccedilatildeo durante o traccedilado da curva PV para o caso base e para os

casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas Das figuras e da Tabela 416 pode-se verificar o aumento da

margem de carregamento de ambos os sistemas

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

122

Tabela 416 ndash Margem de carregamento

Margem de carregamento (MC)

Ponto de maacuteximo carregamento (pu)

Aumento da MC (∆MC) Sistema Barra

de folga

Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu)

IEEE-300 7049 10552 11079 00527 955 OTS-904 882 12206 12486 00280 127

098 1 102 104 106 108 11 112055

06

065

07

075

08

085

09

095

V526

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

10552

∆MC=00527

11079

timestimestimestimes caso base (barra 7049 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 431 - Curva PVacutes do sistema IEEE-300 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

123

095 1 105 11 115 12 12503

04

05

06

07

08

09

1

V138

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

102206

12486

∆MC=00280

timestimestimestimes caso base (barra 882 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 432 - Curvas PVacutes do sistema OTS-904 barras

Capiacutetulo 5

CONCLUSOtildeES

51 Introduccedilatildeo

Os meacutetodos da continuaccedilatildeo satildeo considerados como poderoso ferramental na anaacutelise de

fluxo de carga podendo ser utilizados quando satildeo encontradas dificuldades de convergecircncia

traduzidas pela singularidade da matriz Jacobiana dos meacutetodos convencionais Esses meacutetodos

permitem a determinaccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e de maacutexima transferecircncia de

potecircncia bem como de todas as possiacuteveis soluccedilotildees das equaccedilotildees de fluxo de carga ou seja a

curva PV completa constituindo-se a base para a avaliaccedilatildeo da seguranccedila e da estabilidade de

tensatildeo (MANSOUR 1993)

52 Contribuiccedilotildees

A deficiecircncia de potecircncia reativa numa regiatildeo do sistema pode causar um aumento das

perdas tanto nesta regiatildeo como no sistema todo Isso porque o suprimento desses reativos

deve ser efetuado por geradores muitas vezes mais distantes da regiatildeo de interesse fazendo

com que correntes elevadas percorram o sistema Com base nisso nesta tese foi proposto a

modificaccedilatildeo do fluxo carga continuado para efetuar-se a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

125

ativa visando com isso aumentar a margem de carregamento do sistema A reduccedilatildeo das perdas

eacute alcanccedilada por intermeacutedio do redespacho de potecircncia reativa

O fluxo de carga continuado proposto difere em alguns aspectos do fluxo de carga

continuado usado para obter o ponto de maacuteximo carregamento No fluxo de carga continuado

o objetivo eacute obter o ponto de maacuteximo carregamento da curva PV Por outro lado no fluxo de

carga continuado proposto o objetivo eacute o de melhorar a margem de carregamento por meio da

reduccedilatildeo das perdas usando o meacutetodo da continuaccedilatildeo

Ao contraacuterio do fluxo de carga continuado no qual os valores da carga e da geraccedilatildeo de

potecircncia ativa do caso base satildeo aumentadas em uma direccedilatildeo preestabelecida no meacutetodo

proposto elas permanecem fixas No fluxo de carga continuado as barras PV satildeo tratadas

como simples barras PV e enquanto suas respectivas potecircncias reativas geradas estatildeo entre

seus respectivos limites suas respectivas equaccedilotildees natildeo estatildeo presentes na matriz Jacobiana

Assim suas magnitudes de tensotildees permanecem fixas nos seus respectivos valores

especificados sendo tratadas como variaacuteveis independentes No caso de violaccedilatildeo a barra PV

eacute alterada para tipo PQ com Q sendo especificado no valor limite e a sua magnitude de

tensatildeo eacute considerada como uma incoacutegnita do problema Por outro lado no fluxo de carga

continuado proposto as magnitudes de tensotildees nas barras PV podem variar e satildeo calculadas

para o valor especificado de perda total de potecircncia ativa sendo tratadas portanto como

variaacuteveis dependentes

Na metodologia proposta a geraccedilatildeo de potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo

satildeo mantidas constantes nos respectivos valores do caso base enquanto que o valor da perda

total de potecircncia ativa eacute preacute-ajustado atraveacutes de um novo paracircmetro Apoacutes se obter a soluccedilatildeo

do caso base por meio de um fluxo de carga convencional e se ter definido um passo para

reduccedilatildeo das perda total de potecircncia ativa o fluxo de carga continuado proposto eacute usado para

calcular as demais soluccedilotildees ateacute que um ponto neste trabalho definido como ponto de miacutenima

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

126

perda seja atingido A teacutecnica de previsatildeo adotada foi a trivial ou polinomial modificada de

ordem zero na qual o valor do paracircmetro da continuaccedilatildeo eacute prefixado Assim atraveacutes do

meacutetodo proposto eacute possiacutevel se especificar o valor desejado de variaccedilatildeo na perda ativa total na

transmissatildeo e a sua soluccedilatildeo provecirc o ponto de operaccedilatildeo para o qual a perda ocorre A geraccedilatildeo

de potecircncia ativa da barra adotada como barra de folga eacute reprogramada para fechar o balanccedilo

de potecircncia ativa do sistema ou seja o seu valor variaraacute a fim de acomodar aleacutem da

diferenccedila entre a potecircncia ativa gerada e a consumida de todo o sistema a reduccedilatildeo da perda

total de potecircncia ativa na transmissatildeo

Os resultados apresentados neste trabalho mostram que a utilizaccedilatildeo do meacutetodo

proposto proporciona natildeo soacute uma reduccedilatildeo das perdas e consequumlentemente dos custos

operacionais mas tambeacutem um aumento do ponto de maacuteximo carregamento isto eacute da margem

de estabilidade do sistema

O aumento da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a

melhoria do perfil da tensatildeo e com o aumento das reservas de reativos nos geradores natildeo

tendo no entanto ocorrido mudanccedilas relevantes na tensatildeo criacutetica Manter o valor da tensatildeo

criacutetica tatildeo baixa quanto esta possa ser em relaccedilatildeo agrave tensatildeo normal de operaccedilatildeo sem

comprometer consequumlentemente o perfil geral de tensatildeo eacute uma caracteriacutestica recomendada

em (WECC 1998) (FTCT 1999) Observa-se que as melhorias na margem de carregamento

conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas uma vez que estas foram

obtidas sem nenhuma alteraccedilatildeo nas injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga

Foram esclarecidos como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema eleacutetrico de potecircncia

durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Em geral haacute uma reduccedilatildeo da potecircncia

reativa total gerada pela barra de folga e as barras de geraccedilatildeo como consequumlecircncia direta dos

aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e de barras

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

127

bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia reativa nos elementos seacuteries das linhas de

transmissatildeo

O fluxo de carga continuado proposto possibilita a reduccedilatildeo das perdas a partir de um

caso base assim natildeo se faz necessaacuterio realizar um processo de tentativa e erro para atingir o

criteacuterio desejado Por outro lado as analises mostram que haacute a necessidade de se escolher uma

barra de folga para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total uma vez que sua

escolha influenciara o estado final obtido Um outro ponto importante eacute que com o meacutetodo

proposto eacute possiacutevel se obter pontos de operaccedilatildeo muito proacuteximos aos obtidos por meio de um

programa de fluxo de carga oacutetimo o que mostra que o meacutetodo proposto pode ser uma

alternativa viaacutevel para a aplicaccedilotildees de estudos da operaccedilatildeo para reforccedilar a estabilidade

estaacutetica de tensatildeo

Outro aspecto importante eacute o de que o meacutetodo proposto eacute de faacutecil incorporaccedilatildeo a

qualquer programa de Fluxo de Carga

53 Sugestotildees para futuros trabalhos

Algumas sugestotildees para dar continuidade aos trabalhos iniciados por esta tese

sect Tendo em vista que para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total a partir

de um caso base haacute a necessidade de se escolher uma barra de folga uma vez que sua

escolha influenciaraacute o estado final obtido uma necessidade seria a de se investigar e

definir um criteacuterio para se estabelecer qual barra seria a mais apropriada como barra

de folga

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

128

sect A escolha do valor oacutetimo para o passo do paracircmetro da continuaccedilatildeo objetivando a

reduccedilatildeo do nuacutemero de pontos e de iteraccedilotildees necessaacuterias para a obtenccedilatildeo do ponto de

miacutenimas perdas

sect Em (ZAMBRONI 1998) eacute mostrado que a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa

num grande sistema de potecircncia natildeo afeta muito sua margem de carregamento mas

que o controle das perdas em uma aacuterea criacutetica do sistema pode apresentar resultados

mais satisfatoacuterios Seria interessante avaliar os efeitos produzidos na margem de

carregamento do sistema realizando a reduccedilatildeo das perdas em uma aacuterea especifica do

sistema no caso a aacuterea criacutetica e comparaacute-los com os obtidos com a reduccedilatildeo da perda

total de potecircncia ativa

sect Analisar a utilizaccedilatildeo de fatores de participaccedilatildeo dos geradores a fim de definir um

redespacho que proporcione um melhor ganho de margem Os fatores de participaccedilatildeo

poderiam ser obtidos pela anaacutelise de sensibilidade dos autovalores e os

correspondentes autovetores direito e esquerdo da matriz Jacobiana modificada do

fluxo de carga continuado proposto procurando determinar os geradores que mais

contribuem para a reduccedilatildeo das perdas e o aumento da margem de carregamento

sect Considerar na metodologia proposta para a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa na

transmissatildeo aleacutem da equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo a equaccedilatildeo da

potecircncia reativa injetada das barras cuja magnitude de tensatildeo sejam reguladas por

transformadores com controle automaacutetico de tap

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Page 2: “Proposta de Parametrização para o Fluxo de Carga ......4.2 - O problema do fluxo de carga ótimo 71 4.3 - Metodologia proposta 75 4.3.1 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas

FICHA CATALOGRAacuteFICA

Elaborada pela Seccedilatildeo Teacutecnica de Aquisiccedilatildeo e Tratamento da InformaccedilatildeoServiccedilo Teacutecnico de Biblioteca e Documentaccedilatildeo da UNESP-Ilha Solteira

Malange Francisco Carlos VieiraM237p Proposta de parametrizaccedilatildeo para o fluxo de carga continuado visando reduccedilatildeo de perdas na transmissatildeo e o aumento da margem estaacutetica de estabilidade de tensatildeo Francisco Carlos Vieira Malange -- Ilha Solteira [sn] 2008 139 f il color Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira Aacuterea de conhecimento Automaccedilatildeo 2008 Orientador Dilson Amancio Alves Bibliografia p 129-137

1 Sistemas de energia eleacutetrica ndash Estabilidade 2 Energia eleacutetrica ndash Transmissatildeo ndash Perdas 3 Meacutetodos de continuaccedilatildeo 4 Fluxo de carga ndash Potecircncia ndash Tese 5 Margem de carregamento - Curva PV

A DEUS pelas oportunidades e a

minha matildee Nair a minha esposa Isabel

e aos meus filhos Pedro e Mariana que

satildeo responsaacuteveis por grande parte delas

AGRADECIMENTOS

A Deus acima de tudo

A todos aqueles que direta ou indiretamente influenciaram positivamente em

minha vida tanto pessoal como profissional

Ao amigo orientador professor Dr Diacutelson Amacircncio Alves pela confianccedila

compreensatildeo e principalmente paciecircncia durante a evoluccedilatildeo deste trabalho

Aos Docentes e funcionaacuterios do DEEFEISUNESP que de alguma forma

contribuiacuteram para que mais esta etapa fosse vencida

Em particular aos Docentes Joseacute Paulo Fernandes Garcia Luiz Fernando

Bovolato Joseacute Carlos Rossi e Falcondes Joseacute Mendes Seixas pela ajuda nas disciplinas

da graduaccedilatildeo nos momentos em que precisei

A outros que involuntariamente foram esquecidos

RESUMO

Este trabalho apresenta uma metodologia alternativa para a melhoria da margem de

carregamento e reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa com base no meacutetodo da continuaccedilatildeo

Para atingir esta meta uma equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo baseada na perda de potecircncia ativa

total e as equaccedilotildees da potecircncia reativa nas barras de geraccedilatildeo satildeo acrescentadas agraves equaccedilotildees de

fluxo de carga convencional As tensotildees nas barras PV satildeo consideradas como variaacuteveis de

controle e um novo paracircmetro eacute escolhido para reduzir as perdas de potecircncia ativa nas linhas

de transmissatildeo Os resultados mostram que este procedimento em geral conduz a um

aumento no ponto de maacuteximo carregamento e por conseguinte melhoria na margem estaacutetica

da estabilidade de tensatildeo Este procedimento tambeacutem leva a uma reduccedilatildeo nos custos

operacionais e simultaneamente uma melhoria no perfil da tensatildeo

Palavras Chave Meacutetodo da continuaccedilatildeo fluxo de potecircncia margem de carregamento

margem de estabilidade de tensatildeo e reduccedilatildeo de perdas

ABSTRACT

This work presents an alternative methodology for loading margin improvement and

total real power losses reduction by using a continuation method In order to attain this goal a

parameterizing equation based on the total real power losses and the equations of the reactive

power at the slack and generation buses are added to the conventional Power Flow equations

The voltages at these buses are considered as control variables and a new parameter is chosen

with to reduce the real power losses in the transmission lines

The results show that this procedure leads to maximum loading point increase and

consequently in static voltage stability margin improvement Besides this procedure also

takes to a reduction in the operational costs and simultaneously to voltage profile

improvement

LISTA DE FIGURAS

Figura 21 - Classificaccedilatildeo da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia 28

figura 22 - Curva pv geneacuterica 38

Figura 23 ndash Curva qv geneacuterica 40

Figura 24 ndash Definiccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e da margem de carregamento 43

Figura 31 - Processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em sistemas parametrizados 56

Figura 32 - Sistema de trecircs barras 59

Figura 33 - Comparaccedilatildeo entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo com preditor tangente e com

preditor secante 59

Figura 34 - Controle automaacutetico do passo σ 62

Figura 41 - Sistema de duas barras 71

Figura 42 - Sistema de trecircs barras ndash caso base 74

Figura 43 - Sistema de trecircs barras - caso otimizado 74

Figura 44 - Desempenho do fccp para o sistema de duas barras 83

Figura 45 - Curvas pv efeito da reduccedilatildeo das perdas sobre o ponto de maacuteximo carregamento

para o sistema de duas barras 83

Figura 46 - Desempenho do sistema de trecircs barras (a) vtimespa (b) qgtimespa (c) potecircncia ativa

gerada pela barra de folga timespa (d) curvas pv 86

Figura 47 - Variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga e das barras de controle de tensatildeo (pv) em

funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras 90

Figura 48 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de folga e de controle de

tensatildeo (pv) em funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras 91

Figura 49 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras

(a) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo

(pv) (b) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts das linhas de

transmissatildeo (c) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts de barra

(banco de capacitores eou reatores) (d) somatoacuterio das variaccedilotildees de perda de potecircncia reativa

nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo e (e) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias

reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo pvrsquos mais a barra de folga 93

Figura 410 ndash Variaccedilotildees das magnitudes de tensatildeo das barras do sistema ieee-14 em funccedilatildeo de

pa 94

Figura 411 - Curvas pv do sistema ieee-14 barras 98

Figura 412 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-14 barras 98

Figura 413 - Curvas pv do sistema ieee-30 barras 99

Figura 414 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-30 barras 99

Figura 415 - Curvas pv do sistema ieee-57 barras 100

Figura 416 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-57 barras 100

Figura 417 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-57 barras 103

Figura 418 - Perfil de acircngulo do sistema ieee-57 barras 104

Figura 419 - Curvas pvacutes da barra criacutetica (barra 31) do sistema ieee-57 barras 107

Figura 420 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

69 como barra de folga 109

Figura 421 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

27 como barra de folga 110

Figura 422 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

26 como barra de folga 110

Figura 423 - Perfil da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-118 barras

considerando a barra 26 como barra de folga 111

Figura 424 - Variaccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo ao caso base da magnitude de tensatildeo das barras

de geraccedilatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga 111

Figura 425 - (a) Variaccedilatildeo da magnitude de tensatildeo e (b) da potecircncia reativa gerada pelas

barras de geraccedilatildeo 26 27 e 69 do sistema ieee-118 barras considerando a barra 26 como barra

de folga 112

Figura 426 - Curvas pvacutes do sistema ieee-118 barras (a) curva pv da barra 9 e (b) curva pv da

barra 13 114

Figura 427 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema ieee-57 116

Figura 429 - Curvas pv inicial e final para o sistema ieee-57 119

Figura 430 - Curvas pv inicial e final para o sistema ieee-118 119

Figura 431 - Curva pvacutes do sistema ieee-300 barras 122

Figura 432 - Curvas pvacutes do sistema ots-904 barras 123

LISTA DE TABELAS

Tabela 41 - Soluccedilotildees do fluxo de carga oacutetimo para o sistema da figura 41 73

Tabela 42 - Soluccedilotildees para o sistema da figura 42 75

Tabela 43 - Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa 96

Tabela 44 - Margem de carregamento 96

Tabela 45 - Reserva de reativos 101

Tabela 46 - Magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-57 barras 104

Tabela 47 - Potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-57 barras 105

Tabela 48 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema ieee-57 barras 105

Tabela 49 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as pvs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema ieee-57 barras 106

Tabela 410 - Margem de carregamento 106

Tabela 411 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema ieee-118 barras109

Tabela 412 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as pvs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema ieee-118 barras 109

Tabela 413 - Margem de carregamento para o sistema ieee-118 barras 113

Tabela 414 ndash Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais 121

Tabela 415 ndash Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga e pvs com a reduccedilatildeo da perda

ativa total 121

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 - INTRODUCcedilAtildeO 16

11 - Introduccedilatildeo geral 16

12 ndash Estrutura do trabalho 22

CAPIacuteTULO 2 - ANAacuteLISE DA ESTABILIDADE ESTAacuteTICA DE TENSAtildeO 25

21 - Introduccedilatildeo 25

22 ndash Estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia 25

23 ndash Estabilidade estaacutetica de tensatildeo 33

24 ndash Meacutetodos de estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo 34

25 ndash Avaliaccedilatildeo do colapso de tensatildeo baseado nas curvas PV e QV 36

251 ndash Curvas PV 37

252 ndash Curvas QV 39

26 - Margem de carregamento 40

CAPIacuteTULO 3 - MEacuteTODO DA CONTINUACcedilAtildeO E SUAS TEacuteCNICAS DE

PARAMETRIZACcedilAtildeO 46

31 ndash Introduccedilatildeo 46

32 - Fluxo de carga convencional 48

33 - Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de prediccedilatildeo parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo 53

331 ndash Teacutecnicas de prediccedilatildeo 56

3311 - Preditor tangente 56

3312 ndash Preditor secante 58

3313 - Preditor polinomial modificado de ordem zero 60

332 - Controle do passo preditor 61

333 ndash Teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo 62

3331 - Parametrizaccedilatildeo local 64

3332 ndash Teacutecnica do comprimento de arco 66

3333 ndash Teacutecnica da perpendicularidade 67

CAPIacuteTULO 4 - METODOLOGIA PROPOSTA 69

41 - Introduccedilatildeo 69

42 - O problema do fluxo de carga oacutetimo 71

43 - Metodologia proposta 75

431 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas de duas e trecircs barras 80

4311 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

de duas barras 81

4312 - Resultados obtidos com o FCCP para o sistema de trecircs barras 84

44 ndash Resultados da reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa 87

441 ndash Balanccedilo de reativos durante o procedimento de reduccedilatildeo da perda total de potecircncia

ativa 88

442 - Anaacutelise de desempenho do meacutetodo proposto para os sistemas IEEE 94

443 - Influecircncia da barra de folga na reduccedilatildeo das perdas 101

4431 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-57 barras 102

4432 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-118 barras 107

45 - Comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga oacutetimo e o

fluxo de carga continuado proposto 115

46 ndash Desempenho do fluxo de carga continuado proposto para sistemas de grande porte 120

CAPIacuteTULO 5 - CONCLUSOtildeES 124

51 Introduccedilatildeo 124

52 Contribuiccedilotildees 124

53 Sugestotildees para futuros trabalhos 127

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 129

APEcircNDICE A 138

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

16

Capiacutetulo 1

INTRODUCcedilAtildeO

11 - Introduccedilatildeo geral

Nas uacuteltimas deacutecadas os sistemas eleacutetricos de potecircncia (SEP) tecircm passado por vaacuterias

experiecircncias tais como mudanccedilas no comportamento socioloacutegico da populaccedilatildeo crises

econocircmicas restriccedilotildees ecoloacutegicas progressos tecnoloacutegicos desregulamentaccedilatildeo do setor

eleacutetrico entre outras

Estas experiecircncias chamam a atenccedilatildeo sobre alguns aspectos natildeo considerados no

passado Dentre tais aspectos estatildeo a procura por seguranccedila no sistema (confianccedila) e as

incertezas no futuro uma vez que os planejadores se baseiam em uma visatildeo de longo prazo

levando em conta previsotildees como a demanda de potecircncia a disponibilidade de geraccedilatildeo a

possibilidade de interconexatildeo de equipamento eou de novos sistemas e o desenvolvimento

de novas tecnologias

Estas previsotildees satildeo por sua proacutepria natureza incertas e qualquer divergecircncia entre o

planejamento e a realidade experimentada algum tempo depois deve ser equalizada por meio

de um impacto capaz de ser absorvido pelo sistema

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

17

Dentre os impactos de diversas naturezas podem-se citar por exemplo a crise do

petroacuteleo as restriccedilotildees ambientais que impedindo a construccedilatildeo de novos parques geradores e

linhas de transmissatildeo a privatizaccedilatildeo de concessionaacuterias estatais de energia os blecautes e o

racionamento de energia eleacutetrica

Com o crescente aumento do parque industrial haacute naturalmente um aumento

subsequumlente no carregamento do sistema e por conseguinte um aumento na potecircncia que flui

por entre as linhas de transmissatildeo ou seja no fluxo de potecircncia

Em consonacircncia com as leis de Ohm e as leis de Kirchhoff a energia eleacutetrica que flui

em uma rede eacute distribuiacuteda entre os ramos de acordo com as suas respectivas impedacircncias ateacute

que um equiliacutebrio de tensatildeo seja alcanccedilado

O fluxo de energia poderaacute sofrer mudanccedila de direccedilatildeo em qualquer instante caso a

configuraccedilatildeo da rede sofra alteraccedilotildees em consequumlecircncia de contingecircncias de linhas de

transmissatildeo de manobras em transformadores ou ainda quando estes satildeo retirados do sistema

para manutenccedilatildeo ou substituiccedilatildeo

Estes fluxos tambeacutem mudaratildeo devido a variaccedilotildees na geraccedilatildeo ou conforme a

solicitaccedilatildeo de carga isto eacute alteraccedilatildeo no carregamento do sistema

O aumento no fluxo de potecircncia tem como consequumlecircncia direta um aumento nas

perdas ativas e reativas nas linhas de transmissatildeo

As impedacircncias dos equipamentos de rede tais como geradores transformadores e

linhas de transmissatildeo provocam natildeo soacute perdas de potecircncia ativa e reativa como tambeacutem

queda de tensatildeo nestes elementos Assim as mudanccedilas no fluxo de potecircncia podem levar a

um baixo perfil de tensatildeo e em perdas mais altas nos sistemas podendo piorar particularmente

sob condiccedilotildees de carga pesada

Esta situaccedilatildeo pode ser melhorada atraveacutes da escolha de um baixo valor para a

reatacircncia seacuterie durante o processo de planejamento dos sistemas eleacutetricos de potecircncia Poreacutem

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

18

isto poderia resultar em um aumento nos niacuteveis reais de falhas no sistema Aumentos nos

niacuteveis de corrente de curto-circuito resultariam em um custo operacional maior dos

equipamentos avaliados uma vez que deveratildeo ser majorados seus valores nominais ou ainda

provocar arranjos operacionais inaceitaacuteveis (GLOVER et al 1989)

Por outro lado o operador do sistema tambeacutem pode melhorar esta situaccedilatildeo realocando

a geraccedilatildeo de potecircncia reativa no sistema uma vez que o despacho de potecircncia ativa tambeacutem eacute

controlaacutevel e tem influecircncia na potecircncia reativa que por sua vez altera as perdas na

transmissatildeo

Neste trabalho eacute assumido que o despacho de potecircncia ativa eacute executado antes do

despacho de potecircncia reativa ser considerado

Vaacuterias razotildees favoreceram a opccedilatildeo pelo controle de reativos em vez de despacho de

potecircncia ativa (CIGRE 1989) entre elas

bull O baixo custo inicial investido nas instalaccedilotildees o que normalmente alcanccedila

pequenas porcentagens do custo correspondente para potecircncia ativa em um

sistema de grande porte quando comparado agraves instalaccedilotildees de potecircncia ativa

(geradores ou linhas de transmissatildeo)

bull Sua instalaccedilatildeo pode reduzir investimentos em componentes de rede como

linhas de transmissatildeo e transformadores aleacutem de possibilitar uma maior

confiabilidade no sistema

A realocaccedilatildeo de geraccedilatildeo de potecircncia reativa pode ser feita satisfatoriamente atraveacutes de

ajustes nas variaacuteveis de controle tais como tensotildees terminais dos geradores tap de

transformadores e chaveamento de fontes de potecircncia reativa Qualquer mudanccedila em uma

destas variaacuteveis tem o efeito de mudar o perfil de tensatildeo do sistema a potecircncia reativa gerada

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

19

e a perda total do sistema Os elementos da rede podem transferir potecircncias maiores se por

eles circularem correntes reativas menores

As informaccedilotildees inerentes agraves mudanccedilas de fluxo de potecircncia natildeo soacute satildeo importantes

para que os operadores de sistemas assegurarem uma operaccedilatildeo eficiente mas tambeacutem para

manterem a confianccedila nos serviccedilos prestados Aleacutem disso tal informaccedilatildeo tambeacutem eacute uacutetil para a

reduccedilatildeo de perdas

As perdas na transmissatildeo representam de 5 a 10 da geraccedilatildeo total o que se traduz

em milhotildees de doacutelares por ano (SHARIF et al 2000) Caso se tenha informaccedilotildees de como

estas perdas acontecem eacute possiacutevel efetuar-se accedilotildees de controle com o intuito de reduzi-las

Perdas reativas baixas podem reduzir a potecircncia reativa total das instalaccedilotildees e ainda as

perdas ativas provendo com isto um ganho econocircmico consideraacutevel (CIGRE 1989)

Entatildeo a quantificaccedilatildeo e reduccedilatildeo das perdas ativas satildeo importantes porque

determinaratildeo a operaccedilatildeo econocircmica dos sistemas eleacutetricos de potecircncia Tambeacutem eacute importante

salientar que a reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa natildeo soacute pode representar uma economia

significativa no tocante a parte financeira mas tambeacutem que sua reduccedilatildeo pode ser obtida

atuando-se exclusivamente sobre as variaacuteveis de controle de reativos do sistema isto eacute sem

qualquer investimento adicional em equipamentos ou construccedilotildees

Um outro fato importante conhecido eacute que a margem de estabilidade estaacutetica de tensatildeo

do sistema aumenta em funccedilatildeo da disponibilidade de reservas de potecircncia reativa do sistema

(KUNDUR 1994) Assim ao reduzirem-se as perdas totais na transmissatildeo do sistema eleacutetrico

de potecircncia implicitamente estar-se-aacute aumentando a margem de reativos do mesmo e por

conseguinte a margem de estabilidade estaacutetica seraacute aumentada (ALVES et al 2002-I)

(ALVES et al 2002-II)

Para um ponto de operaccedilatildeo particular a margem de estabilidade estaacutetica de tensatildeo ou

margem de carregamento de colapso de tensatildeo ou simplesmente margem de carregamento eacute

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

20

a quantia de carga adicional em um padratildeo especiacutefico de aumento de carga que causaria um

colapso de tensatildeo (CIGRE 1989) (KUNDUR 1994) A determinaccedilatildeo da margem de

carregamento (MC) e as accedilotildees de controle necessaacuterias para garantir aquela margem eacute uma

tarefa essencial no planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia O Western

System Coordinating Council (WSCC) exige que seus membros garantam pelo menos 5 de

margem na curva PV apoacutes qualquer contingecircncia em um uacutenico elemento (WECC 1998)

No Brasil o operador nacional do sistema eleacutetrico brasileiro (ONS) apresenta em seu

manual de procedimentos de rede sugestotildees de criteacuterios para o planejamento no tocante a

expansatildeo do sistema eleacutetrico visando a manutenccedilatildeo de um niacutevel miacutenimo de margem de

estabilidade estaacutetica da tensatildeo ou seja para situaccedilatildeo de contingecircncia simples a margem de

carregamento seja maior ou igual a 6 (ONS 2001)

Assim as vantagens da reduccedilatildeo de perdas em linhas de transmissatildeo aleacutem de

proporcionarem economias de gastos enquanto impotildee aos equipamentos dos sistemas um

decreacutescimo no carregamento provecirc uma melhoria no perfil da tensatildeo do sistema e na margem

de estabilidade estaacutetica de tensatildeo

O caacutelculo da perda de potecircncia ativa pode ser realizado atraveacutes de vaacuterios meacutetodos jaacute

apresentados na literatura como por exemplo pelo simples produto entre os valores da

resistecircncia eleacutetrica da linha de transmissatildeo pelo quadrado da magnitude da corrente que

circula por ela (em outras palavras R I2)

O caacutelculo pode tambeacutem ser realizado atraveacutes da adiccedilatildeo algeacutebrica do fluxo de potecircncia

ativa nas duas extremidades das linhas de transmissatildeo sendo que a perda total seraacute o

somatoacuterio de todas as perdas nas linhas de transmissatildeo

O meacutetodo do fluxo de carga convencional (FC) eacute utilizado na determinaccedilatildeo da

magnitude da tensatildeo e do acircngulo de fase da tensatildeo de cada barra em um sistema de potecircncia

sob condiccedilotildees equilibradas Uma vez obtidos os fluxos de potecircncia ativa e reativa de cada

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

21

uma das linhas de transmissatildeo e equipamento assim como as potecircncias ativas e reativas

tambeacutem satildeo calculadas as perdas (KUNDUR 1994)

Poreacutem o meacutetodo fluxo de carga convencional eacute considerado inadequado quando o

objetivo for a obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento do sistema uma vez que a matriz

Jacobiana (J) fica singular exatamente neste ponto e assim o fluxo de carga convencional

apresentaraacute problemas de mau condicionamento ao se aproximar desta regiatildeo criacutetica

No meacutetodo do fluxo de carga continuado (FCC) a singularidade da matriz Jacobiana

e por conseguinte os problemas numeacutericos que surgem na vizinhanccedila do ponto de maacuteximo

carregamento do sistema satildeo eliminados atraveacutes da adiccedilatildeo de equaccedilotildees de parametrizaccedilatildeo

(SEYDEL 1994) Assim os meacutetodos fluxo de carga continuado que satildeo baseados nos

algoritmos preditor-corretor podem ser considerados como um melhoramento do fluxo de

carga convencional uma vez que ele natildeo soacute pode ser usado para a obtenccedilatildeo de uma soluccedilatildeo

particular do fluxo de carga mas tambeacutem para

bull O traccedilado de trajetoacuterias de soluccedilotildees (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(CANtildeIZARES et al 1992) (SEYDEL 1994)

bull Anaacutelise do colapso de tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia (KUNDUR

1994)

bull A computaccedilatildeo de soluccedilotildees muacuteltiplas (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(CANtildeIZARES et al 1992) (KUNDUR 1994) (SEYDEL 1994)

bull Investigaccedilatildeo da existecircncia de soluccedilotildees de fluxo de potecircncia (CHIANG et al

1995) (WECC 1998) (FETTE VOSS 1999)

bull Avaliar contingecircncias (FLUECK DONDETTI 2000) (WANG DA SILVA

XU 2000)

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

22

Nesta tese uma nova proposta eacute apresentada como alternativa para a reduccedilatildeo nas

perdas de potecircncia ativa na transmissatildeo usando um meacutetodo de continuaccedilatildeo

Para atingir esta meta uma equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo baseada na perda total de

potecircncia ativa na transmissatildeo e as equaccedilotildees da potecircncia reativa injetada nas barras de geraccedilatildeo

e na barra de folga (slack) satildeo adicionadas agraves equaccedilotildees do fluxo de carga convencional

As tensotildees nas barras de geraccedilatildeo e na barra de folga satildeo consideradas como variaacuteveis

de controle e um novo paracircmetro eacute escolhido para reduzir as perdas de potecircncia ativa Os

resultados mostram que este procedimento natildeo soacute leva a uma reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia

ativa e por conseguinte nos custos operacionais mas simultaneamente contribui para a

melhoria do perfil de tensatildeo Aleacutem disto este procedimento tambeacutem conduz na maioria das

vezes a um aumento na margem de carregamento ou seja na estabilidade estaacutetica de tensatildeo

12 ndash Estrutura do trabalho

Procura-se ao longo deste trabalho criar os subsiacutedios necessaacuterios natildeo soacute para o

entendimento do problema em si mas tambeacutem das teacutecnicas utilizadas em sua anaacutelise entre

estas muitas seratildeo apenas comentadas por natildeo se tratarem de teacutecnicas adotadas neste

trabalho

O capiacutetulo 2 almeja situar o trabalho proposto no contexto geral da estabilidade

estaacutetica da tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia Para tanto satildeo tecidas consideraccedilotildees a

respeito da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia sua divisatildeo em categorias e

dependendo do tempo utilizado para o processamento das informaccedilotildees sua estruturaccedilatildeo em

anaacutelise dinacircmica e anaacutelise estaacutetica Este projeto de pesquisa refere-se especificamente ao

estudo de desenvolvimento de procedimentos de anaacutelises estaacuteticas referentes agrave estabilidade de

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

23

tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia Eacute apresentada a linha de estudo da estabilidade

estaacutetica de tensatildeo atraveacutes da anaacutelise das curvas PV e QV

O capiacutetulo 3 tem por objetivo levar ao leitor a compreensatildeo do meacutetodo da continuaccedilatildeo

e de algumas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo existentes na literatura as quais tecircm como objetivo a

eliminaccedilatildeo dos problemas relacionados com a singularidade da matriz Jacobiana pertinente ao

fluxo de carga convencional

Seraacute apresentado o fluxo de carga convencional que emprega o meacutetodo de Newton-

Raphson objetivando a obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento dos sistemas por meio de

soluccedilotildees do fluxo de carga convencional para sucessivos incrementos na carga Seratildeo entatildeo

apresentadas algumas variaccedilotildees no emprego do meacutetodo da continuaccedilatildeo com suas respectivas

teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo Finaliza-se com a explanaccedilatildeo a respeito do fluxo de carga

continuado com o qual se remove o problema da singularidade da matriz Jacobiana no ponto

de maacuteximo carregamento

A proposta do capiacutetulo 4 eacute apresentar apoacutes a explanaccedilatildeo da metodologia proposta a

aplicaccedilatildeo da abordagem proposta para dois sistemas sendo Um sistema de 2 barras (uma

barra de folga e uma PV) para o qual eacute possiacutevel se obter o ponto oacutetimo a partir das equaccedilotildees

algeacutebricas desenvolvidas em (ALVES et al 2002-II) E o outro um sistema de trecircs barras

(uma barra de folga uma PV e uma PQ) apresentado e analisado em (DOMMEL TINNEY

1968) Os resultados tambeacutem satildeo comparados com os resultados obtidos por um programa de

fluxo de carga oacutetimo (DA COSTA LANGONA ALVES 1998) Satildeo apresentados os efeitos

do redespacho das variaacuteveis de controle nas reduccedilotildees da perda total de potecircncia ativa na

transmissatildeo do sistema aleacutem da investigaccedilatildeo dos efeitos causados por esta reduccedilatildeo na

margem de estabilidade de tensatildeo e no perfil de tensatildeo Atraveacutes do sistema IEEE 14 barras eacute

analisado como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema eleacutetrico de potecircncia durante o processo

de reduccedilatildeo da perda ativa total Em seguida apresentam-se os resultados obtidos para os

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

24

sistemas do Institute of Electrical and Eletronics Engineering (IEEE) 14 30 e 57 barras que

mostram que este procedimento conduz a uma reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa na

transmissatildeo

Adicionalmente mostra-se atraveacutes do traccedilado das curvas PV que a reduccedilatildeo na perda

total na transmissatildeo leva em geral natildeo soacute a uma diminuiccedilatildeo dos custos operacionais do

sistema mas tambeacutem a um aumento da margem de estabilidade de tensatildeo e a uma melhoria

no perfil da tensatildeo Apresenta-se tambeacutem a influecircncia da escolha da barra de folga durante o

processo de reduccedilatildeo da perda ativa total (sistemas IEEE 57 e IEEE 118 barras) Satildeo

apresentadas comparaccedilotildees entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga

oacutetimo e o fluxo de carga continuado proposto Encerrando este capiacutetulo satildeo apresentados o

desempenho da metodologia proposta para sistemas de grande porte isto eacute para o sistema

IEEE 300 barras e o sistema OTS-904

O capiacutetulo 5 apresenta as conclusotildees gerais deste trabalho enfatiza as contribuiccedilotildees

assim como apresenta sugestotildees de estudos para possiacuteveis continuidade do trabalho

Finalizando apresenta-se o apecircndice A onde satildeo listados os artigos publicados com

conteuacutedo especiacutefico referente a esta tese

Capiacutetulo 2

ANAacuteLISE DA ESTABILIDADE ESTAacuteTICA DE TENSAtildeO

21 - Introduccedilatildeo

Este capiacutetulo tem como objetivo prover uma ideacuteia global a respeito da importacircncia do

estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo bem como situar o trabalho proposto no contexto

geral do assunto

Satildeo apresentados conceitos baacutesicos imprescindiacuteveis para a anaacutelise da estabilidade

estaacutetica de tensatildeo Apresenta-se em particular o conceito da margem de estabilidade de

tensatildeo uma vez que tal conceito eacute fundamental aos operadores dos sistemas eleacutetricos de

potecircncia no tocante agrave determinaccedilatildeo dos limites da transferecircncia de potecircncia

22 ndash Estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia

A complexidade dos sistemas eleacutetricos de potecircncia vem agregando cada vez mais

variantes dentre elas destacam-se os possiacuteveis acidentes associados ao comportamento do

sistema e o crescente aumento no nuacutemero de situaccedilotildees a serem exploradas tais como

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

26

estruturaccedilotildees no setor eleacutetrico compensaccedilatildeo de reativos disponibilidade de dispositivos

raacutepidos de controle

Os operadores dos sistemas eleacutetricos de potecircncia devem essencialmente exploraacute-los de

forma econocircmica e com elevados niacuteveis de confiabilidade ou seja eacute necessaacuterio que o sistema

tenha capacidade de estabelecer apoacutes um distuacuterbio um novo ponto de equiliacutebrio sem que

haja violaccedilatildeo agraves restriccedilotildees fiacutesicas de seus componentes Portanto os operadores devem

proceder de forma que o sistema atue corretamente a qualquer tempo evitando atuaccedilotildees

indevidas ou desnecessaacuterias Poreacutem atualmente os sistemas eleacutetricos de potecircncia tecircm sido

operados cada vez mais proacuteximos agrave sua capacidade de transmissatildeo atuando efetivamente com

baixos niacuteveis de seguranccedila

Esta situaccedilatildeo de operaccedilatildeo do sistema de forma estressada se deve a crescente expansatildeo

do mercado consumidor de energia e as imposiccedilotildees de restriccedilotildees de ordens ecoloacutegicas e

econocircmicas ou seja dificuldades de construccedilatildeo de novas usinas de geraccedilatildeo e linhas de

transmissatildeo para o transporte da energia

Particularmente no sistema eleacutetrico brasileiro este problema apresenta-se de forma

mais contundente uma vez que o mesmo possui um parque gerador de energia de base

predominantemente hidraacuteulica Assim o esgotamento dos recursos hidreleacutetricos mais

proacuteximos dos principais centros de carga tem como consequumlecircncia a necessidade de se recorrer

a aproveitamentos hidreleacutetricos cada vez mais distantes exigindo a formaccedilatildeo de um sistema

eleacutetrico complexo caracterizado por linhas de transmissatildeo preponderantemente longas sendo

assim mais propiacutecio agrave ocorrecircncia de problemas de instabilidade de tensatildeo (CIGRE 1992)

A classificaccedilatildeo dos problemas de estabilidade em categorias subcategorias e tempo

utilizado para o processamento das informaccedilotildees visa facilitar a anaacutelise dos problemas de

estabilidade atraveacutes da identificaccedilatildeo dos principais fatores e do desenvolvimento de meacutetodos

para melhorar as condiccedilotildees de operaccedilatildeo dos sistemas eleacutetricos de potecircncia

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

27

As categorias satildeo

bull Estabilidade de acircngulo do rotor

bull Estabilidade de frequumlecircncia

bull Estabilidade de tensatildeo

A estabilidade angular transitoacuteria em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade dos geradores que compotildeem o sistema de se manterem em sincronismo apoacutes o

sistema ser submetido a uma grande perturbaccedilatildeo

A estabilidade de frequumlecircncia em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade do sistema de manter a frequumlecircncia gerada dentro da faixa de toleracircncia em torno

da frequumlecircncia nominal em condiccedilotildees operacionais normais ou mesmo apoacutes o sistema ser

submetido a uma perturbaccedilatildeo

O termo estabilidade de tensatildeo de forma geral envolve problemas de curta meacutedia e

longa duraccedilatildeo sendo neste trabalho utilizado exclusivamente para fenocircmenos de longa

duraccedilatildeo A estabilidade de tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade do sistema de manter as tensotildees em todas as barras que o compotildee em faixas de

toleracircncia da tensatildeo nominal em condiccedilotildees operacionais normais ou mesmo apoacutes o sistema

ser submetido a uma perturbaccedilatildeo Geralmente a instabilidade se daacute na forma de uma queda

progressiva e incontrolada na magnitude da tensatildeo em uma ou mais barras do sistema

eleacutetrico provocada pela tentativa de restabelecimento da carga

A Figura 21 identifica as categorias e subcategorias do problema da estabilidade em

sistemas eleacutetricos de potecircncia (KUNDUR et al 2004)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

28

Figura 21 - Classificaccedilatildeo da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia

Nos sistemas eleacutetricos de potecircncia o aumento de cargas tem como consequumlecircncia direta

a diminuiccedilatildeo nos niacuteveis de tensatildeo em suas barras (nos barramentos) sendo assim um aumento

contiacutenuo de cargas pode eventualmente levar o sistema a um estado instaacutevel caracterizado

pelo raacutepido decreacutescimo nos valores de tensatildeo em seus barramentos Este fenocircmeno eacute

conhecido na literatura especiacutefica como colapso de tensatildeo onde o perfil da tensatildeo nas barras eacute

obtido em funccedilatildeo do carregamento do sistema

O carregamento do sistema pode ser interpretado de uma maneira mais abrangente

isto eacute natildeo somente como um aumento de carga mas tambeacutem como um aumento na

transferecircncia de potecircncia entre aacutereas do aumento da carga de determinadas aacutereas ou da carga

de barras especificas Natildeo obstante o aumento pode tambeacutem ser definido em termos de

potecircncia ativa (P) potecircncia reativa (Q) ou potecircncia aparente (S) (XU MASOUR

HARRINGTON 1993)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

29

Se haacute um aumento na solicitaccedilatildeo de potecircncia reativa a potecircncia reativa adicional

deveraacute ser fornecida atraveacutes das reservas existentes nos geradores eou nos compensadores de

reativos que compotildeem o sistema

Normalmente haveraacute reserva de potecircncia reativa suficiente e o sistema se estabilizaraacute

em um novo ponto de operaccedilatildeo com novos valores de tensatildeo No entanto poderaacute ocorrer que

devido a uma combinaccedilatildeo de eventos e condiccedilotildees do sistema que esta solicitaccedilatildeo adicional

provoque o colapso de tensatildeo

Dentre muitos cenaacuterios que podem levar a rede ao colapso de tensatildeo pode-se citar

bull Sistema operando com muitos geradores proacuteximos aos centros de carga que

estatildeo fora de serviccedilo Neste cenaacuterio as linhas de transmissatildeo estaratildeo

sobrecarregadas e as reservas de potecircncia reativa estaratildeo no miacutenimo

bull Perda de uma linha de transmissatildeo sobrecarregada provocando sobrecarga nas

linhas adjacentes Neste cenaacuterio haveraacute um aumento nas perdas reativas nas

linhas ocasionando um aumento no provimento de potecircncia reativa na rede

bull No cenaacuterio anterior teremos um decreacutescimo na tensatildeo nas cargas adjacentes o

que provocaraacute uma reduccedilatildeo na potecircncia fornecida com consequumlente reduccedilatildeo

no fluxo de potecircncia Neste cenaacuterio os reguladores automaacuteticos de tensatildeo dos

geradores iratildeo tentar repor os niacuteveis de tensatildeo atraveacutes do acreacutescimo na corrente

de excitaccedilatildeo dos geradores A energia reativa injetada pelo gerador na rede

provocaraacute um aumento da queda de tensatildeo nas linhas e nos transformadores

Entretanto os geradores poderatildeo estar operando nos limites da corrente de

excitaccedilatildeo e da corrente do estator sendo necessaacuterio que os reguladores de

velocidade dos geradores regulem a frequumlecircncia diminuindo a potecircncia reativa

injetada no sistema

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

30

bull A reduccedilatildeo da tensatildeo nas cargas reflete-se para a distribuiccedilatildeo Os

transformadores com regulaccedilatildeo automaacutetica de tap sob carga (OLTC) nas

subestaccedilotildees tentam repor os niacuteveis de tensatildeo na distribuiccedilatildeo A cada operaccedilatildeo

dos tapacutes dos transformadores o resultante aumento da potecircncia fornecida faraacute

com que as perdas nas linhas de transmissatildeo aumentem o que por sua vez

aumentaraacute a queda de tensatildeo na respectiva linha Se a linha estiver bastante

sobrecarregada a cada aumento no fluxo de potecircncia provocaraacute um aumento

progressivo das perdas de potecircncia reativa na linha Ainda a cada mudanccedila nos

tapacutes dos transformadores a potecircncia reativa fornecida pelos geradores iraacute

aumentar Os geradores iratildeo aumentar o fornecimento de potecircncia reativa ateacute

seu limite Quando o primeiro gerador atinge o limite da corrente de excitaccedilatildeo

a tensatildeo em seus terminais diminui A distribuiccedilatildeo pelos diferentes geradores

da potecircncia reativa consumida poderaacute provocar a sobrecarga de outros

geradores Com poucos geradores tendo o controle da sua corrente de

excitaccedilatildeo o sistema torna-se ainda mais vulneraacutevel do ponto de vista da

tensatildeo

Mudanccedilas nas configuraccedilotildees do sistema e em sua operaccedilatildeo fazem com que o mesmo

opere na sua faixa maacutexima de capacidade de geraccedilatildeo e transmissatildeo tendo como consequumlecircncia

a ocorrecircncia de vaacuterios problemas de instabilidade de tensatildeo (CIGRE 1992)

Os sistemas de potecircncia estatildeo sujeitados a uma extensiva gama de pequenas e grandes

perturbaccedilotildees Pequenas perturbaccedilotildees na forma de mudanccedilas com incremento de carga

acontecem continuamente o sistema de potecircncia deve ajustar-se agraves novas condiccedilotildees e operar

satisfatoriamente

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

31

O sistema deve tambeacutem ter condiccedilotildees de responder a numerosas perturbaccedilotildees de

natureza severa como decirc curto circuito em uma linha de transmissatildeo ou perda de um grande

gerador Uma grande perturbaccedilatildeo pode conduzir a mudanccedilas estruturais devido ao isolamento

dos elementos de falta

Se apoacutes uma perturbaccedilatildeo passageira o sistema eleacutetrico de potecircncia manter-se estaacutevel

ocorreraacute a um novo estado de equiliacutebrio com praticamente o sistema inteiro permanecendo

intacto ou seja com todos os geradores e cargas conectadas por um uacutenico sistema de

transmissatildeo contiacutenuo

Por outro lado se o sistema for instaacutevel resultaraacute em situaccedilatildeo de estado precaacuterio por

exemplo um aumento progressivo na distacircncia angular dos rotores do gerador ou uma

diminuiccedilatildeo progressiva nas magnitudes das tensotildees de barra Uma condiccedilatildeo de sistema

instaacutevel poderia conduzir a faltas em cascata e ao desligamento de uma parte importante dos

sistemas eleacutetricos de potecircncia

Recentemente a instabilidade de tensatildeo foi responsaacutevel por vaacuterios colapsos de tensatildeo

de redes eleacutetricas Como consequumlecircncias os termos ldquoinstabilidade de tensatildeordquo e ldquocolapso de

tensatildeordquo aparecem mais frequentemente na literatura e na discussatildeo do planejamento e

operaccedilatildeo dos sistemas

Quando sujeito a uma perturbaccedilatildeo a estabilidade do sistema dependeraacute da condiccedilatildeo

operacional inicial e tambeacutem da natureza da perturbaccedilatildeo Na regiatildeo de equiliacutebrio um sistema

de potecircncia pode ser estaacutevel com respeito a uma grande perturbaccedilatildeo fiacutesica e instaacutevel com

respeito agrave outra

Do ponto de vista econocircmico ou seja da avaliaccedilatildeo custo versus benefiacutecio torna-se

impraticaacutevel por ser antieconocircmico projetar sistemas de potecircncia para serem estaacuteveis para

todas as possiacuteveis contingecircncias

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

32

As contingecircncias baacutesicas satildeo selecionadas no projeto Elas apresentam uma

probabilidade razoavelmente alta de ocorrecircncia Consequumlentemente a estabilidade frente a

uma grande perturbaccedilatildeo ocorreraacute em um conjunto de incidentes de perturbaccedilatildeo especifica

O conjunto de incidentes de perturbaccedilatildeo citado anterior descreve como um colapso de

tensatildeo pode evoluir em um sistema Observa-se que o intervalo para que um colapso ocorra

fica portanto dependendo da resposta dos vaacuterios controles envolvidos dependente do tempo

utilizado para o processamento das informaccedilotildees

Por ser representado por meio de um sistema de equaccedilotildees natildeo-lineares os sistemas

eleacutetricos de potecircncia operam com seus principais paracircmetros (potecircncia gerada tensotildees

cargas correntes) sofrendo constantemente variaccedilotildees em seus valores operacionais A

avaliaccedilatildeo da estabilidade frente a uma grande perturbaccedilatildeo envolve efeitos natildeo-lineares que

natildeo permitem aplicar a linearizaccedilatildeo em torno do ponto de operaccedilatildeo atraveacutes da seacuterie de

Taylor das equaccedilotildees do sistema (KUNDUR et al 2004)

Tradicionalmente a anaacutelise dinacircmica quando aplicada ao estudo da estabilidade de

acircngulo limita-se agraves dinacircmicas dos geradores durante os milissegundos da fase transitoacuteria

Contudo o intervalo de tempo para a anaacutelise de estabilidade de tensatildeo eacute muito maior e nesse

caso se as dinacircmicas dos geradores forem consideradas os requisitos computacionais tornar-

se-iam proibitivos (KUNDUR 1994) Em consequumlecircncia do longo intervalo de tempo

envolvido a estabilidade de tensatildeo tem sido analisada como um problema agrave regime

permanente portanto apropriado para a abordagem atraveacutes da anaacutelise estaacutetica

A abordagem estaacutetica pode oferecer uma visatildeo geral para o fenocircmeno e pode de fato

fornecer uma soluccedilatildeo aproximada ainda aceitaacutevel a qual eacute computacionalmente muito mais

simples quando comparada a abordagem dinacircmica Tambeacutem como fator principal no estudo

da estabilidade de tensatildeo estaacute a disponibilidade de potecircncia reativa problema ideal para

anaacutelise de fluxo de carga que eacute um dos focos deste trabalho

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

33

23 ndash Estabilidade estaacutetica de tensatildeo

A estabilidade de tensatildeo envolve anaacutelises em regime permanente antes e depois de um

distuacuterbio no sistema eleacutetrico Satildeo verificados nos sistemas eleacutetricos os niacuteveis das magnitudes

de tesotildees nas barras e a violaccedilatildeo dos limites teacutermicos dos equipamentos que o compotildeem

Os sistemas eleacutetricos de potecircncia estatildeo continuamente experimentando pequenas

flutuaccedilotildees nas magnitudes das tensotildees poreacutem para avaliar estabilidade de tensatildeo quando o

sistema estiver sob uma dada perturbaccedilatildeo especifica eacute normalmente vaacutelido assumir que o

mesmo encontra-se inicialmente em uma condiccedilatildeo operacional estaacutetica

A estabilidade nos sistemas eleacutetricos de potecircncia estaacute relacionada com a propriedade

do sistema em permitir que ele permaneccedila em um estado de operaccedilatildeo de equiliacutebrio sob

condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo e atinja um estado de equiliacutebrio aceitaacutevel apoacutes ser submetido a

um distuacuterbio seja ele pequeno ou grande Recentemente tendo como objetivo prover a

compreensatildeo do termo ldquoestabilidade de sistemas de potecircnciardquo em uma definiccedilatildeo fiacutesica que se

enquadrasse nas definiccedilotildees da teoria de sistemas eleacutetricos KUNDUR et al (2004)

propuseram

ldquoA estabilidade de sistemas eleacutetricos de potecircncia eacute a habilidade de um sistema de

energia eleacutetrica para uma determinada condiccedilatildeo operacional inicial recuperar um estado

de equiliacutebrio operacional depois que estiver sujeito a uma perturbaccedilatildeo fiacutesica com limitaccedilatildeo

das variaacuteveis do sistema de forma que a integridade de sistema seja preservadardquo

A integridade do sistema eacute preservada quando praticamente todo sistema de potecircncia

restante permanece intacto sem sofrer desligamento de geradores ou cargas com exceccedilatildeo

daqueles desconectados atraveacutes do isolamento dos elementos sob falta ou intencionalmente

desconectados para preservar a continuidade da operaccedilatildeo do restante do sistema

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

34

24 ndash Meacutetodos de estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

Alguns fatos importantes tecircm marcado o planejamento e a operaccedilatildeo de sistemas

eleacutetricos de potecircncia nas uacuteltimas deacutecadas

bull O nuacutemero de conexotildees entre companhias de eletricidade tem aumentado muito

Por exemplo paiacuteses como o Brasil e os Estados Unidos entre outros possuem

praticamente um uacutenico sistema de potecircncia composto de um grande nuacutemero de

companhias de geraccedilatildeo transmissatildeo e distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica Por um

lado isto aumenta a confiabilidade de atendimento da demanda do sistema jaacute

que a energia pode ser repassada pelas companhias que a tem em excesso para

aquelas que apresentam deacuteficit Em consequumlecircncia a necessidade de reserva

girante (spinning reserve) de cada companhia diminui diminuindo seus custos

de geraccedilatildeo Por outro lado os efeitos de perturbaccedilotildees na aacuterea de uma

companhia podem se propagar e serem notados em todo o sistema Logo do

ponto de vista de seguranccedila da operaccedilatildeo o sistema pode ficar mais vulneraacutevel

bull Os novos investimentos na expansatildeo do sistema e instalaccedilatildeo de novos

equipamentos tecircm sido em sua maioria adiada e as causas satildeo vaacuterias

incluindo desde as econocircmicas ateacute as ambientais Como a demanda tem

aumentado consistentemente ao longo dos anos os equipamentos jaacute existentes

passaram a operar cada vez mais proacuteximo de seus limites Em consequumlecircncia a

habilidade do sistema em manter condiccedilotildees aceitaacuteveis de operaccedilatildeo apoacutes

perturbaccedilotildees tem diminuiacutedo bastante

Naturalmente os fatos descritos anteriormente tecircm um impacto direto sobre a

estabilidade do sistema e em particular sobre a estabilidade de tensatildeo Tem se verificado a

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

35

ocorrecircncia de perfis de tensatildeo normalmente altos ou baixos e incidentes de tensatildeo que

levaram ao colapso de tensatildeo (TOGNETE 1997)

O colapso de tensatildeo que eacute um processo pelo qual a instabilidade de tensatildeo leva uma

parte significativa da rede a um perfil de tensotildees baixas tem ocorrido em sistemas com

torques sincronizante e de amortecimento suficientes mas com problemas relacionados ao

controle de potecircncia reativa

Estas ocorrecircncias tecircm sido mais frequumlentes em sistemas muito interconectados

altamente carregados e com falta de um suporte de reativos adequado Eles operam portanto

com pequenas margens de seguranccedila ou seja com pouca capacidade de manter o sistema

estaacutevel sob condiccedilotildees de variaccedilatildeo de carga ou sob contingecircncia

Desta forma uma vez que os problemas de estabilidade de tensatildeo satildeo identificados a

natildeo ser que se tenha um estudo preacutevio de accedilotildees de controle eficientes preventivas ou

restaurativas incluindo a alocaccedilatildeo de reativos a reduccedilatildeo de potecircncia transferida se faz

necessaacuteria Assim a anaacutelise do problema de estabilidade de tensatildeo vem ganhando maiores

destaques jaacute que ele tem se mostrado um fator de limitaccedilatildeo na operaccedilatildeo de redes

Existem hoje diversos meacutetodos de anaacutelise de estabilidade de tensatildeo propostos na

literatura para o estudo do problema de estabilidade de tensatildeo (FLATABO OGNEDAL

CARLSEN 1990) (AJJARAPU CHRISTY 1992) (WGVS 1993) (YONG-HUEI

CHING-TSAI WEN-WEI 1997) (MOGHAVVEMI JASMON 1997) incluindo vaacuterias

teorias que procuram explicar o fenocircmeno do colapso de tensatildeo e os mecanismos para sua

ocorrecircncia Estes meacutetodos permitem que se avaliem as condiccedilotildees de operaccedilatildeo do sistema e de

seu niacutevel de seguranccedila em termos de estabilidade de tensatildeo

A anaacutelise estaacutetica da estabilidade de tensatildeo pode ser realizada em princiacutepio com as

equaccedilotildees de fluxo de carga ou alguma generalizaccedilatildeo adequada destas Estas anaacutelises

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

36

relacionam a ocorrecircncia do colapso de tensatildeo com o problema conhecido das equaccedilotildees de

fluxo de carga de apresentarem muacuteltiplas soluccedilotildees

SEKINE et al (1989) estudaram a natureza das soluccedilotildees do fluxo de carga com

meacutetodos algeacutebricos baseados na natureza quadraacutetica das equaccedilotildees de fluxo de carga com as

tensotildees representadas em coordenadas retangulares

GALIANA et al (1992) identificaram o colapso de tensatildeo como um ponto em que ao

se variar a carga do sistema deixa de haver soluccedilatildeo para o fluxo de carga

Alguns meacutetodos estaacuteticos buscam a definiccedilatildeo de iacutendices de proximidade ao colapso de

tensatildeo para a comparaccedilatildeo entre diferentes pontos de operaccedilatildeo de modo a se obter uma

seleccedilatildeo qualitativa das condiccedilotildees criacuteticas

Dentre as abordagens estaacuteticas tecircm-se os meacutetodos baseados na obtenccedilatildeo das curvas PV

e QV para barras de interesse do sistema Essas curvas satildeo obtidas atraveacutes de caacutelculos do

fluxo de carga convencional ou atraveacutes do fluxo de carga continuado (IBA et al 1991)

(CANtildeIZARES et al 1992) (AJJARAPU CHRISTY 1992) (CHIANG et al 1995) (ALVES

et al 2000) (GARBELINI et al 2005) e que seratildeo vistos no capiacutetulo 3 e 4 por se tratar do

meacutetodo proposto

25 ndash Avaliaccedilatildeo do colapso de tensatildeo baseado nas curvas PV e QV

Uma tarefa que vem se tornando essencial nas etapas de planejamento e operaccedilatildeo de

sistemas eleacutetricos de potecircncia eacute a avaliaccedilatildeo da estabilidade de tensatildeo O aspecto mais

importante dessas anaacutelises eacute a determinaccedilatildeo da margem de estabilidade de tensatildeo e as accedilotildees

de controle necessaacuterias para se garantir essa margem As margens de estabilidade devem ser

determinadas no planejamento e durante a operaccedilatildeo em tempo-real objetivando um melhor

aproveitamento dos recursos de geraccedilatildeo e de capacidade de transmissatildeo Portanto a margem

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

37

de estabilidade de tensatildeo e as accedilotildees de controle devem ser obtidas natildeo soacute para as condiccedilotildees

normais de operaccedilatildeo identificada como caso base mas tambeacutem para um conjunto de

diferentes condiccedilotildees de contingecircncia Isto eacute realizado atraveacutes do traccedilado de curvas PV QV

ou SV para cada contingecircncia e vaacuterias condiccedilotildees operativas

O operador nacional do sistema eleacutetrico brasileiro (ONS) considera o levantamento

das curvas PV como sendo a metodologia mais adequada para se determinar as margens de

estabilidade de tensatildeo utilizando o levantamento da curva QV como metodologia

complementar em subsiacutedio agrave avaliaccedilatildeo das margens de reativos (ONS 2001)

Tradicionalmente empregados pelas concessionaacuterias de energia eleacutetrica estes meacutetodos

satildeo utilizados na determinaccedilatildeo da demanda maacutexima que o sistema pode atender conhecido

como ponto ldquonarizrdquo das curvas PV e QV identificando assim a condiccedilatildeo em que o colapso de

tensatildeo poderaacute ocorrer A distacircncia de um dado ponto de operaccedilatildeo para o ldquonarizrdquo das curvas

PV e QV indica a margem estaacutetica de estabilidade de tensatildeo do sistema (TAYLOR 1994)

251 ndash Curvas PV

A caracteriacutestica de transferecircncia de potecircncia tambeacutem denominada curva PV eacute

definida como sendo a relaccedilatildeo entre a magnitude da tensatildeo e a potecircncia ativa em um

determinado barramento para uma condiccedilatildeo especiacutefica de fator de potecircncia e tensatildeo no

mesmo barramento

As curvas PV satildeo utilizadas

bull Na anaacutelise estrateacutegica de planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos de

potecircncia

bull Na determinaccedilatildeo de limites de transferecircncia de potecircncia

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

38

bull No ajuste das margens

O levantamento da curva PV consiste em realizar caacutelculos de fluxo de potecircncia a

partir de um ponto de operaccedilatildeo inicial identificado como caso base considerando sucessivos

aumentos de carga em uma uacutenica barra numa aacuterea ou em todo o sistema

O aumento de carga pode ou natildeo ser realizado com o fator de potecircncia constante

sendo que a cada incremento de carga satildeo realizados novos caacutelculos de fluxo de carga

determinando-se assim os pontos de operaccedilatildeo que formaratildeo a curva PV

Portanto a curva PV mostra a variaccedilatildeo da tensatildeo numa barra em funccedilatildeo do aumento de

carga considerado no sistema

Figura 22 - Curva PV geneacuterica

Empregada principalmente em anaacutelises conceituais de estabilidade de tensatildeo a curva

PV fornece o ponto de maacuteximo carregamento ou ponto de colapso de tensatildeo ou ponto criacutetico

ou ldquonoserdquo (nariz) da curva (Figura 22)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

39

O ponto de maacuteximo carregamento eacute identificado apoacutes a obtenccedilatildeo da curva PV eacute por

meio dele que se identifica a margem de estabilidade do sistema

Na Figura 22 o valor do maacuteximo carregamento da rede para uma dada condiccedilatildeo

especifica eacute representado pela potecircncia (Pcrit) com o respectivo valor da tensatildeo (Vcrit) para as

quais este maacuteximo carregamento ocorre

Uma desvantagem deste meacutetodo eacute que a soluccedilatildeo do fluxo de carga convencional

diverge na regiatildeo do ldquonarizrdquo da curva PV impossibilitando a obtenccedilatildeo de curvas PV

completas atraveacutes deste meacutetodo (TAYLOR 1994)

252 ndash Curvas QV

O procedimento para se obter as curvas de QV eacute semelhante ao utilizado na obtenccedilatildeo

das curvas de PV

A curva QV pode ser obtida plotando-se a tensatildeo na barra no eixo das abscissas

contra a potecircncia reativa injetada na mesma barra no eixo das ordenadas

Atraveacutes desta curva obteacutem-se a variaccedilatildeo da magnitude da tensatildeo em uma determinada

barra em funccedilatildeo da injeccedilatildeo de potecircncia reativa

A injeccedilatildeo de potecircncia reativa pode ser feita acoplando-se agrave barra uma fonte fictiacutecia de

potecircncia ativa nula e de potecircncia reativa variaacutevel ou seja um condensador siacutencrono sem

limite de reativos

Diminui-se gradativamente a tensatildeo na barra agrave medida que se calcula a injeccedilatildeo de

reativos atraveacutes da soluccedilatildeo de sucessivos fluxo de carga convencional Computacionalmente

isto eacute realizado convertendo-se a barra de geraccedilatildeo (PV) em questatildeo em barra de carga (PQ)

sem limites de injeccedilatildeo de reativos (TAYLOR 1994) Para grandes sistemas as curvas satildeo

obtidas por meio de seacuteries de simulaccedilotildees de fluxo de carga convencional

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

40

Pode-se observar na Figura 23 que a margem de reativos disponiacutevel na barra eacute a

diferenccedila entre a potecircncia reativa de saiacuteda nula do compensador siacutencrono e a potecircncia de saiacuteda

do mesmo na base da curva QV que representa o limite de estabilidade de tensatildeo (dQdV=0)

Q

V

Ponto de Operaccedilatildeo

Margem de Reativos

Figura 23 ndash Curva QV geneacuterica

Como vantagem deste meacutetodo tem-se que a determinaccedilatildeo da margem reativa em

barras criacuteticas eacute simples e raacutepida Poreacutem uma das suas limitaccedilotildees eacute o fato de aumentar a carga

reativa em apenas uma barra do sistema podendo assim levar a resultados enganosos

(KUNDUR 1994)

A seguranccedila estaacutetica esta intrinsecamente relacionada com a potecircncia reativa e a curva

QV nos daacute a margem de potecircncia reativa na barra escolhida para anaacutelise

26 - Margem de carregamento

Os operadores de sistemas eleacutetricos de potecircncia monitoram toda a topologia da rede

com seus atuais fluxos de potecircncia ativa e reativa concomitantemente com os niacuteveis de tensatildeo

nos barramentos Estas grandezas satildeo monitoradas com o claro intuito de se garantir sua

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

41

permanecircncia dentro de limites aceitaacuteveis na atual configuraccedilatildeo ou em qualquer outra das

possiacuteveis configuraccedilotildees subsequumlentes a uma contingecircncia predefinida

O operador deve estar sempre ciente da capacidade de transmissatildeo do sistema sendo

que uma quantificaccedilatildeo mais direta da capacidade de transmissatildeo eacute a margem estaacutetica de

estabilidade de tensatildeo tambeacutem definida como margem de carregamento

A definiccedilatildeo da margem dependeraacute da aplicaccedilatildeo a que se destina De uma forma geral

procura-se estabelecer a margem em funccedilatildeo da diferenccedila entre o valor de um paracircmetro

correspondente a um evento e o seu atual valor

A margem de estabilidade mede a distacircncia a um evento que cause a instabilidade e

deve ser definida de forma a ser facilmente compreendida pelo operador

Para o colapso de tensatildeo a margem de estabilidade eacute definida como o maior aumento

de carga que o sistema pode ter sem provocar o colapso de tensatildeo

A estabilidade de tensatildeo tem se tornado um assunto relevante pelo fato de que o

desequiliacutebrio existente entre os aumentos contiacutenuos de carga e as restriccedilotildees econocircmicas e

ambientais impostas agrave construccedilatildeo de novas usinas de geraccedilatildeo bem como da construccedilatildeo de

novas linhas de transmissatildeo levar os sistemas a operarem proacuteximos de seus limites com

reduzida margem de estabilidade

Na anaacutelise estaacutetica de estabilidade de tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia o ponto

de maacuteximo carregamento define em particular a fronteira entre as regiotildees operacional estaacutevel

e instaacutevel como observado na Figura 22

A determinaccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento eacute importante natildeo somente para a

obtenccedilatildeo de margens estaacuteticas de estabilidade de tensatildeo como tambeacutem para sua aplicaccedilatildeo em

anaacutelise modal uma vez que eacute nesse ponto que a curva PV fornece as informaccedilotildees para a

determinaccedilatildeo de medidas efetivas para se obter um aumento da estabilidade de tensatildeo do

sistema (KUNDUR 1994) (TAYLOR 1994)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

42

Independentemente de qual metodologia se utiliza para levantar as curvas PV de um

sistema em qualquer uma delas o objetivo seraacute determinar a maacutexima carga possiacutevel a ser

atendida

Para sistemas com cargas do tipo PQ constante o ponto de colapso de tensatildeo eacute o ponto

de operaccedilatildeo correspondente ao maacuteximo carregamento do sistema A diferenccedila entre tal ponto

e o ponto de operaccedilatildeo do sistema (em MW ou pu) eacute denominada como sendo agrave margem de

carregamento

O conhecimento preciso da margem de carregamento para o ponto de operaccedilatildeo atual eacute

fundamental para que o operador de sistemas avalie se para um distuacuterbio o sistema encontraraacute

um outro ponto de operaccedilatildeo estaacutevel (WECC 1998)

Para ilustrar o exposto considere a Figura 24 na qual satildeo apresentadas duas curvas

PV obtidas para o sistema 14 barras do IEEE

A curva 1 resulta da condiccedilatildeo normal de operaccedilatildeo considerada como curva de preacute-

contingecircncia enquanto que a curva 2 resulta da condiccedilatildeo de poacutes-contingecircncia da linha de

transmissatildeo entre as barras 1 e 2

Os pontos de maacuteximo carregamento satildeo representados nas curvas 1 e 2 como Pmax-preacute e

Pmax-poacutes respectivamente

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

43

Figura 24 ndash Definiccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e da margem de carregamento

O ponto ldquoOrdquo foi obtido por meio de um programa de fluxo de carga convencional e

representa o ponto de operaccedilatildeo estaacutevel do sistema denominado caso base

Conforme foi definido a margem de carregamento para as curvas 1 e 2 satildeo os valores

em pu entre o ponto ldquoOrdquo e os pontos Pmax-preacute e Pmax-poacutes respectivamente

Caso o sistema esteja operando no ponto ldquoOrdquo da curva 1 e o mesmo for submetido por

exemplo a um aumento de carga ele passaria a operar no ponto ldquoOacute rdquo Nesse caso o sistema

entraria em colapso se ocorresse agrave contingecircncia conforme mostra a curva 2 poreacutem

permaneceria operando com uma margem reduzida na condiccedilatildeo normal conforme mostrado

pela curva 1

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

44

Nas anaacutelises de planejamento e operaccedilatildeo sistemas eleacutetricos de potecircncia o caacutelculo da

margem de carregamento eacute efetuado por meio do fluxo de carga convencional e mais

recentemente do fluxo de carga continuado

Observa-se que o meacutetodo fluxo de carga convencional eacute considerado ineficiente na

obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento devido agraves dificuldades numeacutericas apresentadas agrave

medida que o carregamento do sistema se aproxima deste ponto criacutetico pois para sistemas

com cargas do tipo PQ constante a matriz Jacobiana torna-se singular no ponto de maacuteximo

carregamento Dessa forma a sua obtenccedilatildeo torna-se ineficiente e imprecisa devido agraves

dificuldades numeacutericas apresentadas pelo fluxo de carga convencional agrave medida que o

carregamento do sistema se aproxima de sua vizinhanccedila

De um modo geral a divergecircncia de um fluxo de carga convencional pode estar

associada ao meacutetodo utilizado na resoluccedilatildeo agrave estimativa inicial agraves muacuteltiplas soluccedilotildees

existentes e agrave inexistecircncia da soluccedilatildeo ou agrave existecircncia de singularidades

Uma vez que o ponto de maacuteximo carregamento estaacute associado agraves limitaccedilotildees fiacutesicas do

sistema eleacutetrico de potecircncia sua determinaccedilatildeo natildeo deve ser baseada numa limitaccedilatildeo

matemaacutetica de um meacutetodo numeacuterico Assim haveraacute sempre a necessidade de se investigar se

a divergecircncia eacute devida a problemas numeacutericos ou a limitaccedilotildees fiacutesicas do sistema geralmente

as diferenccedilas natildeo satildeo tatildeo oacutebvias

Observa-se que a singularidade da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo

carregamento eacute devido agrave reduccedilatildeo de seu posto ou seja do seu rank Isto natildeo significa que no

ponto de maacuteximo carregamento o fluxo de carga convencional natildeo tenha nenhuma soluccedilatildeo

Na realidade esta soluccedilatildeo existe eacute uacutenica e eacute bem definida poreacutem eacute necessaacuterio reformular a

informaccedilatildeo perdida com a reduccedilatildeo do posto da matriz Jacobiana para se obter a soluccedilatildeo

Normalmente esta compensaccedilatildeo de informaccedilatildeo seraacute realizada atraveacutes da adiccedilatildeo de

equaccedilotildees algeacutebricas parametrizadas (CHIANG et al 1995)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

45

Para carregamentos maiores que o do ponto de maacuteximo carregamento no entanto as

equaccedilotildees de fluxo de carga convencional natildeo tecircm soluccedilatildeo

Os meacutetodos da continuaccedilatildeo vecircm sendo utilizados por longa data na anaacutelise de sistemas

de equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares parametrizadas (SEYDEL 1994) Mais recentemente foi

proposta a sua utilizaccedilatildeo para o traccedilado das curvas de carregamento obtenccedilatildeo de muacuteltiplas

soluccedilotildees e do ponto de colapso de tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia (ALVES et al

2000) (FLUECK DONDETTI 2000) (WANG DA SILVA XU 2000) (ALVES et al

2002-I) (ALVES et al 2002-II)

Em funccedilatildeo de sua crescente utilizaccedilatildeo na anaacutelise de sistemas eleacutetricos esses meacutetodos

jaacute fazem parte de livros textos (KUNDUR 1994) (SEYDEL 1994) (TAYLOR 1994)

A reformulaccedilatildeo das equaccedilotildees de fluxo de carga convencional visa agrave remoccedilatildeo da

singularidade da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo carregamento e por conseguinte dos

problemas numeacutericos que surgem em sua vizinhanccedila Como resultado algoritmos de precisatildeo

simples podem ser usados para obter o ponto de maacuteximo carregamento

Capiacutetulo 3

MEacuteTODO DA CONTINUACcedilAtildeO E SUAS TEacuteCNICAS DE

PARAMETRIZACcedilAtildeO

31 ndash Introduccedilatildeo

Os sistemas de equaccedilotildees natildeo-lineares tecircm na formulaccedilatildeo matricial do meacutetodo de

Newton-Raphson um algoritmo com uma enorme versatilidade para sua soluccedilatildeo O conjunto

de soluccedilotildees se daacute atraveacutes do estabelecimento de uma estimativa inicial com posteriores

execuccedilotildees do meacutetodo atraveacutes de um processo que envolve sucessivas variaccedilotildees de um

determinado paracircmetro do sistema

O algoritmo eacute executado atraveacutes de uma sequumlecircncia de etapas sendo a mais complexa

do ponto de vista computacional a obtenccedilatildeo da matriz Jacobiana a partir da linearizaccedilatildeo do

sistema de equaccedilotildees e a posterior inversatildeo explicita ou natildeo dessa matriz para o caacutelculo de

aproximaccedilotildees para a soluccedilatildeo

Com a execuccedilatildeo do meacutetodo de Newton-Raphson obtem-se uma uacutenica soluccedilatildeo para o

sistema de equaccedilotildees desde que se estime adequadamente a soluccedilatildeo inicial e que

consequumlentemente a soluccedilatildeo desejada natildeo corresponda a um ponto singular

Os meacutetodos conhecido como path following methods (SEYDEL 1994) no qual se

inclui o meacutetodo da continuaccedilatildeo satildeo capazes de reformular o problema do fluxo de carga

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

47

convencional nos sistemas eleacutetricos de potecircncia de uma maneira tal a definir as soluccedilotildees

como funccedilotildees contiacutenuas de um determinado paracircmetro λ

O fluxo de carga continuado pode ser usado para resolver qualquer conjunto de

equaccedilotildees de equiliacutebrio ou regime permanente de sistemas eleacutetricos de potecircncia Consiste na

consecuccedilatildeo de sucessivas soluccedilotildees de equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares objetivando traccedilar

trajetoacuterias de soluccedilatildeo a partir de um caso base mudando o valor de um paracircmetro escolhido

automaticamente

A proposta do fluxo de carga continuado eacute a de encontrar uma continuidade de

soluccedilotildees do fluxo de carga convencional para uma dada condiccedilatildeo de mudanccedila de carga O

objetivo do meacutetodo eacute traccedilar perfis de tensatildeo das barras a partir de uma soluccedilatildeo inicial

conhecida identificada como caso base usando um esquema preditor-corretor para encontrar

as subsequumlentes soluccedilotildees ateacute o ponto de maacuteximo carregamento Deste processo podem ser

obtidas a margem de estabilidade de tensatildeo e as informaccedilotildees adicionais sobre o

comportamento das tensotildees das barras do sistema com o aumento do niacutevel de carregamento

Os estudos pertinentes agrave anaacutelise estaacutetica de tensatildeo mostram que a aplicaccedilatildeo do fluxo

de carga continuado consegue superar as dificuldades numeacutericas (no ponto de maacuteximo

carregamento) por meio da adiccedilatildeo de equaccedilotildees parametrizadas

Este capiacutetulo tem por objetivo introduzir os conceitos baacutesicos gerais do fluxo de carga

convencional e do fluxo de carga continuado Satildeo tambeacutem apresentadas algumas variaccedilotildees no

emprego do meacutetodo da continuaccedilatildeo com suas respectivas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo Dentre

as diversas teacutecnicas muitas seratildeo apenas comentadas por natildeo se tratarem de teacutecnicas

empregadas neste trabalho

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

48

32 - Fluxo de carga convencional

Na formulaccedilatildeo do problema fluxo de carga convencional as equaccedilotildees (G) para um

sistema podem ser escritas como

0)Vθ(G = (31)

Onde

θ eacute o vetor dos acircngulos de fase nodais das barras de carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV)

V eacute o vetor das magnitudes das tensotildees nodais das barras de carga (PQ)

G eacute o vetor que conteacutem as equaccedilotildees dos balanccedilos de potecircncias ativa e reativa nodais

De acordo com Monticelli (MONTICELLI 1983)

bull A barra PV conhecida como barra de geraccedilatildeo eacute aquela onde satildeo conhecidas as

variaacuteveis independentes isto eacute a potecircncia ativa (P) e a tensatildeo (V) sendo

desconhecidas as variaacuteveis dependentes ou seja a potecircncia reativa (Q) e o

acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

bull A barra PQ tambeacutem denominada barra de carga eacute aquelas onde satildeo

conhecidas a potecircncia ativa (P) e a potecircncia reativa (Q) sendo desconhecidas a

tensatildeo (V) e o acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

bull A barra Vθ conhecida como barra de folga (slack) ou barra de referecircncia eacute

aquela onde satildeo conhecidas a tensatildeo (V) e o acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

sendo desconhecidas a potecircncia ativa (P) e a potecircncia reativa (Q)

No fluxo de carga utilizando o meacutetodo de Newton-Raphson para a resoluccedilatildeo das

equaccedilotildees do fluxo de carga convencional obtem-se os valores de kV e kθ para todas as

barras atribuindo-lhe a denominaccedilatildeo de caso base e seguindo o algoritmo apresentado a

seguir (MONTICELLI 1983)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

49

A Equaccedilatildeo (31) pode tambeacutem ser reescrita como

PQbarrasaspara

PVePQbarrasaspara

0

0

=minus=

=minus=

V)Q(θespQΔQ

V)P(θespPΔP (32)

onde G(θV) satildeo as equaccedilotildees baacutesicas do fluxo de carga V eacute o vetor das magnitudes das

tensotildees nodais e θ eacute o vetor do acircngulo das tensotildees nodais Pesp = Pgesp - Pc

esp eacute a diferenccedila

entre as potecircncias ativas geradas e consumidas para as barras de carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV)

e Qesp = Qgesp - Qc

esp eacute a diferenccedila entre as potecircncias reativas geradas e consumidas para as

barras PQ

As equaccedilotildees de injeccedilatildeo de potecircncia ativa e reativa na barra k obtidas pela primeira Lei

de Kirchhoff satildeo

sum

sum

isin

isin

minus=

+=

κ

κ

mkmkmkmkmmk

mkmkmkmkmmk

)θBθ(GVV

)θBθ(GVV

kQ

kP

cossen

sencos

)(

)(

Vθ (33)

Onde Pk eacute a potecircncia ativa na barra k Qk eacute a potecircncia reativa na barra k Vk e Vm satildeo as

magnitudes das tensotildees terminais do ramo k-m θkm eacute a defasagem angular entre as tensotildees das

barras terminais no ramo k-m Gkm eacute a condutacircncia do ramo k-m Bkm eacute a susceptacircncia do ramo

k-m κ eacute o conjunto formado pela barra k mais todas as barras m conectadas a ela

)i Fazer 0=v e escolher os valores iniciais do acircngulo das tensotildees das barras PQ e

PV )θθ( 0= e as magnitudes das tensotildees das barras PQ )VV( 0=

)ii Calcular )V( vvθP para as barras PQ e PV e )V( vvθQ para as barras PQ e

determinar os mismatches vPΔ e vQΔ

)iii Testar convergecircncia se PvMax εleP Δ e Q

vMax εleQ Δ o processo

iterativo convergiu para a soluccedilatildeo )V( vvθ caso contraacuterio passar para )( iv

)iv Calcular a matriz Jacobiana

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

50

=

)Vθ(L)Vθ(N

)Vθ(M)Vθ(H)V(θ

vv

vv

vv

vvvvJ (34)

Os componentes das submatrizes Jacobianas H N M e L correspondem agraves derivadas

das potecircncias ativa e reativa em relaccedilatildeo ao acircngulo de fase das tensotildees das barras PQ e PV e

em relaccedilatildeo agrave magnitude das tensotildees nas barras PQ

minusminusminus=partpart=

minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Hkmkmkmkm

Kmlkkkkkkkk

kmkmkmkmmklkkm

BsenGVVBVPH

BsenGVVPH

θθθ

θθθ

2 (35)

++=partpart=

+=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Nkmkmkmkm

Kmmkkkkkkk

kmkmkmkmkmkkm

senBGVGVVPN

senBGVVPN

θθ

θθ

(36)

++minus=partpart=

+minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Mkmkmkmkm

Kmmkkkkkkkk

kmkmkmkmmkmkkm

senBGVVGVQM

senBGVVQM

θθθ

θθθ

2 (37)

minus+minus=partpart=

minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Lkmkmkmkm

Kmmkkkkkkk

kmkmkmkmkmkkm

BsenGVBVVQL

BsenGVVQL

θθ

θθ

(38)

)v Determinar a nova soluccedilatildeo )V(θ 1v1v ++

vvv

vvv

ΔVVVΔθθθ+=

+=+

+

1

1

(39)

sendo vθΔ e vVΔ determinados resolvendo-se o sistema linear

=

v

v

vv

vv

vv

vv

vv

vv

LN

MH

)Vθ()Vθ(

)Vθ()Vθ(

)Vθ()Vθ(

ΔΔ

ΔQΔP (310)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

51

)vi Fazer vv rarr+1 e voltar para o passo )(ii

A dimensatildeo do sistema de equaccedilotildees (31) eacute

n = 2nPQ + nPV

Onde nPQ representa o nuacutemero de barras PQ nPV representa o nuacutemero de barras PV n

representa o nuacutemero de incoacutegnitas

Isto normalmente eacute suficiente para a resoluccedilatildeo do problema fluxo de carga

convencional contanto que a matriz Jacobiana tenha posto completo ou seja natildeo deve ser

singular

No fluxo de carga convencional uma barra PV eacute usada para representar a barra de

geraccedilatildeo com controle de tensatildeo

Em cada interaccedilatildeo a geraccedilatildeo de reativo de cada barra PV eacute comparada com seu

respectivo limite (Q-limite) no caso de violaccedilatildeo a barra PV eacute alterada para tipo PQ onde Q eacute

especificado no valor limite alcanccedilado ou seja torna-se uma variaacutevel independente e V se

torna uma incoacutegnita no problema isto eacute torna-se uma variaacutevel dependente Estas barras

podem voltar a ser PV nas iteraccedilotildees futuras Em geral mudanccedilas no tipo das barras natildeo

afetam a soluccedilatildeo

As curvas PV podem ser traccediladas atraveacutes de sucessivas soluccedilotildees do fluxo de carga

convencional a partir de um caso base ateacute proacuteximo ao ponto de maacuteximo carregamento para

incrementos graduais de carga (λ)

A expressatildeo (311) corresponde agraves equaccedilotildees de balanccedilo de potecircncias definidas em

(31) acrescida da dependecircncia contiacutenua da carga (resistiva indutiva ou capacitiva) com o

paracircmetro escalar λ

0VθG =)( λ (311)

Ou ainda

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

52

PQ

PVPQ

barras para0)Q(esp

e barras para0)P(esp

=minusλ

=minusλ

VQ

VP

θ

θ (312)

Onde

c-g esp PPP = eacute a diferenccedila entre as potecircncias ativas geradas e consumidas para as barras de

carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV) c- esp QQ = eacute potecircncia reativa consumida para as barras PQ

Observa-se que quando o tipo da barra PV eacute alterado para PQ deve-se tomar o

cuidado de natildeo multiplicar suas potecircncia reativas geradas ( gQ ) por λ

No sistema de equaccedilotildees (312) assume-se que o aumento de carga do sistema eacute

proporcional ao caso base (λ=1) e que o fator de potecircncia eacute mantido constante (Costa et al

(1998)) (TAYLOR 1994) As potecircncias ativa espkP e reativa esp

kQ podem tambeacutem ser

definidas como espkcosesp

kSesppkC ϕ e esp

ksenespkSesp

qkC ϕ respectivamente Assim dependendo

do valor de espqkCeesp

pkC pode-se obter as curvas PV QV ou SV

Portanto eacute possiacutevel realizar-se uma variaccedilatildeo de carregamento individual isto eacute para

cada barra do sistema considerando para cada uma um crescimento de carga com fatores de

potecircncia diferentes aos do caso base

Tradicionalmente entretanto assume-se que o aumento de carga de uma determinada

aacuterea eacute feito com fator de potecircncia constante e proporcional ao carregamento do caso base com

modelo de carga de potecircncia constante visto que este fornece a condiccedilatildeo de operaccedilatildeo mais

segura para o sistema (WECC 1998) (TAYLOR 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

53

Em geral λ eacute considerado uma variaacutevel dependente e entatildeo variado automaticamente

Dessa forma o sistema de equaccedilotildees (312) cuja dimensatildeo eacute n = 2nPQ + nPV agora tem 1n +

incoacutegnitas e uma equaccedilatildeo adicional eacute necessaacuteria

Por outro lado qualquer uma das 1n + incoacutegnitas pode ser definida como paracircmetro

seus valores podem ser especificados e entatildeo esta equaccedilatildeo pode ser usada para calcular a

nova variaacutevel dependente λ Assim o sistema (312) ficaraacute com n equaccedilotildees e n incoacutegnitas

Nestas condiccedilotildees a nova matriz Jacobiana diferiraacute da original na coluna k onde as derivadas

das potecircncias em relaccedilatildeo ao novo paracircmetro seratildeo substituiacutedas pelas correspondentes

derivadas em relaccedilatildeo agrave nova variaacutevel dependente (λ)

A adiccedilatildeo de equaccedilotildees parametrizadas tem se tornado um procedimento padratildeo

(SEYDEL 1994) Entretanto isto implicaraacute em um aumento na dimensatildeo da matriz Jacobiana

Aplicando-se a teacutecnica do meacutetodo do fluxo de carga convencional para resolver a

Equaccedilatildeo (312) para o caso base (Vo θo λο = 1) obtem-se como resultado o primeiro ponto

da curva PV correspondente ao ponto ( )ax λ visualizado na Figura 31 Emprega-se entatildeo o

meacutetodo da continuaccedilatildeo para calcular as soluccedilotildees adicionais ateacute que o ponto de maacuteximo

carregamento seja alcanccedilado No iniacutecio do processo um passo preditor eacute executado para

encontrar uma estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo

A diferenccedila entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo estaacute na forma como esta nova variaacutevel eacute

tratada e em como a singularidade da nova matriz Jacobiana eacute evitada

33 - Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de prediccedilatildeo parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo

O traccedilado das curvas PV e QV para uma uacutenica barra a soluccedilatildeo do fluxo de carga

convencional dependeraacute dentre outros fatores da existecircncia da soluccedilatildeo das muacuteltiplas

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

54

soluccedilotildees existentes do meacutetodo utilizado na resoluccedilatildeo das equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares

da existecircncia de singularidades da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo carregamento da

estimativa inicial Todas estas caracteriacutesticas satildeo comuns aos processos de soluccedilatildeo de

equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares em geral

O meacutetodo da continuaccedilatildeo pode ser implementado com qualquer conjunto de equaccedilotildees

de equiliacutebrio ou seja em regime permanente de um sistema eleacutetrico de potecircncia embora nas

anaacutelises de estabilidade de tensatildeo tecircm sido empregados mais especificamente para o caacutelculo

da trajetoacuteria de soluccedilotildees

A denominaccedilatildeo de fluxo de carga continuado (do inglecircs Continuation Power Flow)

adveacutem do uso das equaccedilotildees padrotildees do fluxo de carga convencional como modelo das redes

eleacutetricas (KUNDUR 1994) (VAN CUTSEM 1998)

O meacutetodo da continuaccedilatildeo abaliza-se fundamentalmente na determinaccedilatildeo de uma

estimativa atraveacutes de um processo de prediccedilatildeo a partir de uma soluccedilatildeo conhecida

A estimativa representa a condiccedilatildeo inicial para o processo de correccedilatildeo que por sua vez

e o responsaacutevel pela convergecircncia agrave nova soluccedilatildeo

Dentre os inuacutemeros meacutetodos descritos na literatura especiacutefica o mais amplamente

empregado consiste de quatro procedimentos baacutesicos

I Um procedimento de prediccedilatildeo necessaacuterio na ponderaccedilatildeo de uma estimativa para

o proacuteximo ponto de soluccedilatildeo

Dentre as diversas teacutecnicas de previsatildeo destaca-se o meacutetodo da tangente

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994) e o

meacutetodo da secante (CHIANG et al 1995) (CHIANG et al 1999)

Uma outra teacutecnica de previsatildeo eacute a denominada de previsatildeo trivial ou polinomial

modificada de ordem zero (CHIANG et al 1995)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

55

II Um procedimento estrateacutegico de parametrizaccedilatildeo necessaacuterio para evitar a

singularidade da matriz Jacobiana

As teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo mais frequumlentemente utilizadas nos fluxo de carga

continuado satildeo a local a geomeacutetrica e a que utiliza o comprimento de arco

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994)

(SEYDEL 1994) (CHIANG et al 1995) (CHIANG et al 1999)

III Um controle de tamanho de passo usado para obter um bom desempenho global

IV Um procedimento corretor necessaacuterio para corrigir a soluccedilatildeo aproximada do

passo preditor a fim de se evitar acumulo de erros

A teacutecnica mais aplicada eacute a da interseccedilatildeo perpendicular (AJJARAPU

CHRISTY 1992) (IBA et al 1991)

O meacutetodo da continuaccedilatildeo tem como objetivo encontrar soluccedilotildees consecutivas a a+1

para um sistema de equaccedilotildees natildeo-lineares de tal forma que

( ) ( ) ( )correccedilatildeoprediccedilatildeo

xxx aaeea 11 ++rarrrarr λλλ

A partir da soluccedilatildeo conhecida ( )ax λ atraveacutes de um processo de prediccedilatildeo eacute possiacutevel

se determinar uma estimativa ( ) 1

+aeex λ Tal estimativa eacute a condiccedilatildeo inicial para o processo

de correccedilatildeo responsaacutevel pela convergecircncia agrave nova soluccedilatildeo ( ) 1 +ax λ

A Figura 31 ilustra de forma geneacuterica os processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em

sistemas parametrizados

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

56

Figura 31 - Processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em sistemas parametrizados

331 ndash Teacutecnicas de prediccedilatildeo

3311 - Preditor tangente

No passo preditor tangente a estimativa da proacutexima soluccedilatildeo pode ser encontrada

dando-se um passo de dimensatildeo apropriadamente escolhida na direccedilatildeo do vetor tangente agrave

curva PV calculado na soluccedilatildeo atual do processo

O caacutelculo do vetor tangente (t) pode ser obtido tomando-se as derivadas parciais do

sistema de equaccedilotildees (311)

Diferenciando-se a Equaccedilatildeo (311) e colocando-a na sua forma matricial pode-se

calcular o vetor tangente atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

[ ] [ ]

=minus=

minus

000

tVθ

GG λV

ddd

GG λθ Jλ

(313)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

57

Onde

Gθ satildeo as derivadas parciais de G em relaccedilatildeo agrave θ Gv satildeo as derivadas parciais de G em

relaccedilatildeo agrave V Gλ satildeo as derivadas parciais de G em relaccedilatildeo agrave λ

Gθ e GV compotildeem a matriz Jacobiana do Fluxo de carga convencional

Incrementa-se uma coluna ndashGλ em J correspondente a nova variaacutevel λ Atraveacutes do

incremento da nova coluna o nuacutemero de incoacutegnitas passa a ser maior do que o nuacutemero de

equaccedilotildees uma variaacutevel do vetor t deve ser especificada com um valor diferente de zero A

variaacutevel escolhida daacute-se a denominaccedilatildeo de ldquoparacircmetro da continuaccedilatildeordquo

Com a especificaccedilatildeo do paracircmetro da continuaccedilatildeo deve-se acrescentar uma nova

equaccedilatildeo (ek t = tk = plusmn 1) ao sistema (32)

O sistema de equaccedilotildees (314) com as devidas modificaccedilotildees passa a ser

plusmn==

minus=

minus

100GG

ttGG

VθGG

mJee kk

λθλθ VV

dλdd

(314)

Na Equaccedilatildeo (314) ek eacute um vetor linha devidamente dimensionado com todos os

elementos nulos exceto o k-eacutesimo que seraacute igual a 1

A identificaccedilatildeo do iacutendice ldquokrdquo eacute realizada de forma tal que o vetor tangente t tenha uma

norma natildeo-nula e garanta que a matriz Jacobiana modificada (Jm) seja natildeo-singular no ponto

de maacuteximo carregamento

O nuacutemero 1 deveraacute ser posto na coluna da variaacutevel escolhida como paracircmetro da

continuaccedilatildeo (Vk θk ou λ) A introduccedilatildeo do sinal + ou ndash dependeraacute de como a variaacutevel

escolhida como paracircmetro da continuaccedilatildeo estaraacute sendo alterada positivo se ela estiver

crescendo de valor e negativo se estiver decrescendo

Uma vez obtido o vetor t a estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo seraacute dada por

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

58

+

=

dλλλ a

a

a

dVdθ

σe

e

e

(315)

O sobrescrito ldquoerdquo indica estimativa isto eacute o vetor tangente eacute usado para obter uma

estimativa para θ V e λ a partir da soluccedilatildeo atual ldquoardquo

O escalar σ eacute o tamanho do passo preditor apropriado

A dimensatildeo do passo deve ser tal que a soluccedilatildeo prevista esteja dentro do raio de

convergecircncia do passo corretor

3312 ndash Preditor secante

O meacutetodo do preditor secante de ordem um eacute uma aproximaccedilatildeo do vetor tangente e

utiliza a soluccedilatildeo anterior e a soluccedilatildeo atual para fazer a estimativa da proacutexima soluccedilatildeo Estes

dois primeiros pontos satildeo obtidos pelo meacutetodo do preditor tangente

Os meacutetodos polinomiais estatildeo baseados em um polinocircmio de ordem variada que

ldquocortardquo a soluccedilatildeo atual e as soluccedilotildees preacutevias )( aa λx )( 1minusminus aa λ1x para prover um ponto de

aproximaccedilatildeo para a proacutexima soluccedilatildeo )( 11 ++ aa λx

)()()( 111 minusminus++ minusminus+= aaaaaaaa λλσλλ xxxx 1 (316)

O sistema da Figura 32 apresentada em (ALVES 2000) para ilustrar os passos do

meacutetodo da continuaccedilatildeo com preditor tangente e secante

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

59

r12 + j x12 r23 + j x23

(slack)

2 3

P2 + jQ2 P3 + jQ3

y12 = g12 + j b12 y23 = g23 + j b23

V1 = V1 0o pu

V2 = V2 θ2o pu

V3 = V3 θ3

o pu

1

Figura 32 - Sistema de trecircs barras

Os valores adotados para o sistema de trecircs barras da Figura 32 foram

01911 upV oang=amp 33010012 upjz += 67020023 upjz += 0022 upjQjP +=+

toleracircncia de 10-5

A Figura 33 (ALVES 2000) obtida para o sistema da Figura 32 ilustra os passos da

previsatildeo pelo vetor tangente por meio da reta contiacutenua e pelo vetor secante por meio da reta

tracejada respectivamente obtidas utilizando λ como paracircmetro da continuaccedilatildeo

Figura 33 - Comparaccedilatildeo entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo com preditor tangente e com preditor secante

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

60

Observa-se na Figura 33 que no ponto ldquoArdquo o passo corretor natildeo encontraraacute soluccedilatildeo

se λ for o paracircmetro utilizado Aleacutem disso o uso deste paracircmetro natildeo eliminaraacute a

singularidade da matriz Jacobiana modificada (Jm) no ponto de maacuteximo carregamento tanto

no passo preditor quanto no corretor

Assim para obter-se o ponto de maacuteximo carregamento com maior precisatildeo o passo

teraacute que ser reduzido agrave medida que os pontos se aproximam do ponto de maacuteximo

carregamento

3313 - Preditor polinomial modificado de ordem zero

Uma outra teacutecnica de previsatildeo que seraacute adotada para o passo preditor na metodologia

proposta nesse trabalho eacute a denominada de previsatildeo trivial ou polinomial modificada de

ordem zero (CHIANG et al 1995)

Esta teacutecnica usa a soluccedilatildeo atual e um incremento fixo no paracircmetro (λ θk ou Vk)

como uma estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo Observa-se que as soluccedilotildees sucessivas de (32)

pelo meacutetodo de Newton com a prefixaccedilatildeo de vaacuterios valores para o paracircmetro em uso (λ θk

ou Vk) satildeo casos particulares dessa teacutecnica de previsatildeo

Uma vez especificado um incremento fixo no paracircmetro (λ θk ou Vk) como uma

estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo torna-se necessaacuterio realizar a correccedilatildeo a partir da soluccedilatildeo

atual para obter a soluccedilatildeo correta final

Em geral o incremento adotado pelo passo preditor exige poucas iteraccedilotildees para que a

proacutexima soluccedilatildeo seja obtida dentro da precisatildeo desejada

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

61

332 - Controle do passo preditor

A adoccedilatildeo do controle de passo eacute de fundamental importacircncia para a eficiecircncia do

meacutetodo da continuaccedilatildeo Uma boa opccedilatildeo eacute na medida do possiacutevel definir o menor passo entre

a soluccedilatildeo conhecida ( )ax λ e a soluccedilatildeo estimada ( ) 1

+aeex λ Esta opccedilatildeo apesar de garantir a

convergecircncia do meacutetodo nos trechos da trajetoacuteria de soluccedilatildeo com curvatura mais acentuada

tem como agravante o elevado dispecircndio de tempo nos trechos planos

O controle de passo ideal deve se adaptar agrave topologia da trajetoacuteria de soluccedilatildeo

tornando-se um algoritmo com consideraacutevel grau de sofisticaccedilatildeo

Para sistemas pouco carregados aplicam-se passos maiores jaacute para sistemas altamente

carregados aplicam-se passos menores O ideal seria se o tamanho do passo se adaptasse agraves

condiccedilotildees reais de convergecircncia Um meacutetodo simples baseado no nuacutemero de iteraccedilotildees do

passo corretor eacute utilizado para controlar o tamanho do passo preditor se o nuacutemero de

iteraccedilotildees do passo corretor for pequeno indica que a carga ainda eacute leve ou normal e o passo

pode ser maior Aumentando o nuacutemero de iteraccedilotildees o sistema estaraacute numa regiatildeo de alto

carregamento e o tamanho do passo deve ser reduzido

Uma opccedilatildeo eacute o uso da tensatildeo (Vk) como paracircmetro durante todo o traccedilado da curva

PV pois isso acarretaraacute em um controle automaacutetico do passo Isto porque em geral um passo

fixo na tensatildeo corresponde a passos largos no fator de carregamento durante carga leve e

normal e em passos reduzidos para altos carregamentos conforme mostrado na Figura 34

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

62

05 1 15 2 25 3 35 4 45 5 550

02

04

06

08

1

12

14 Te

nsatildeo

[pu

]

Fator de carregamento λ

Figura 34 - Controle automaacutetico do passo σ

Outro meacutetodo de controle do tamanho do passo eacute baseado na norma do vetor tangente

(ZAMBRONI et al 1997) O tamanho do passo eacute definido como

2

t0σσ = (317)

Onde σ0 eacute um escalar predefinido || t ||2 eacute a norma Euclidiana do vetor tangente t

Agrave medida que o sistema torna-se carregado a magnitude do vetor tangente aumenta e

consequumlentemente σ diminui

333 ndash Teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo

A parametrizaccedilatildeo na anaacutelise estaacutetica da tensatildeo eacute a forma matemaacutetica usada para

identificar cada soluccedilatildeo na curva correspondente agrave trajetoacuteria de soluccedilotildees (curva PV) de forma

que a proacutexima soluccedilatildeo ou a soluccedilatildeo prevista possa ser quantificada

Carga leve passos maiores

Alto carregamento passos menores

A correccedilatildeo eacute feita horizontalmente paracircmetro Vk

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

63

A estrateacutegia de parametrizaccedilatildeo eacute quem define a robustez do meacutetodo da continuaccedilatildeo

em relaccedilatildeo agrave eliminaccedilatildeo dos problemas numeacutericos relacionados aos meacutetodos de soluccedilotildees das

equaccedilotildees e a obtenccedilatildeo das muacuteltiplas soluccedilotildees

O processo da parametrizaccedilatildeo eacute normalmente efetuado atraveacutes da aplicaccedilatildeo de

paracircmetros fiacutesicos tais como magnitude de tensatildeo fator de carregamento potecircncia ativa

potecircncia reativa etc eou paracircmetros artificiais cabendo destacar equaccedilotildees geomeacutetricas

comprimento de arco

As teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo fiacutesica podem resultar em dificuldades de convergecircncia

do meacutetodo inerentes aos pontos de transiccedilatildeo

Consegue-se evitar tais dificuldades efetuando-se uma avaliaccedilatildeo local em cada

soluccedilatildeo e caso o processo neste ponto convirja efetua-se a troca desse paracircmetro Essa

teacutecnica de parametrizaccedilatildeo eacute chamada de parametrizaccedilatildeo local (AJJARAPU CHRISTY

1992)

Jaacute as teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo artificial favorecem as convergecircncias uma vez que

natildeo encontram problemas nos pontos de transiccedilatildeo sendo por este motivo consideradas mais

robustas e apropriadas em relaccedilatildeo agraves teacutecnicas baseadas em paracircmetros fiacutesicos (WGVS 1993)

Com o passo preditor realizado isto eacute com o ponto estimado ( ) 1

+aeex λ encontrado

existe nesta soluccedilatildeo um erro uma vez que o ponto (estimado) natildeo se encontra na soluccedilatildeo real

da funccedilatildeo definida portanto torna-se necessaacuterio realizar a correccedilatildeo desta soluccedilatildeo aproximada

para se obter a soluccedilatildeo correta evitando-se desta forma um acuacutemulo de erros

Uma vez que o ponto obtido encontra-se muito proacuteximo da soluccedilatildeo correta reduzido

nuacutemero de iteraccedilotildees geralmente e torno de duas ou trecircs seratildeo necessaacuterias para se alcanccedilar a

curva trajetoacuteria de soluccedilotildees (curva PV) dentro da precisatildeo desejada

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

64

Qualquer meacutetodo numeacuterico pode ser utilizado na aplicaccedilatildeo do passo corretor Para o

sistema eleacutetrico de potecircncia o mais frequumlentemente utilizando eacute o meacutetodo de Newton-

Raphson (ALVES et al 2004-I)

Uma equaccedilatildeo adicional eacute acrescentada ao sistema de equaccedilotildees (311) definindo um

hiperplano perpendicular ao vetor de prediccedilatildeo Assim o sistema de equaccedilotildees da etapa de

correccedilatildeo passa a ser

0

0)(

=minus

=eppλVG θ

(318)

Onde p corresponde agrave variaacutevel escolhida como o paracircmetro de continuaccedilatildeo pe corresponde a

valor estimado do paracircmetro de continuaccedilatildeo obtido no procedimento de prediccedilatildeo

Linearizando-se em torno do ponto de operaccedilatildeo (318) vem

=

∆λ=

∆λ

minus

0

λQP

eGG

mk

ΔΔ

ΔΔ

ΔΔ

GVθ J (319)

sendo que o vetor ek conteraacute a unidade apenas na coluna correspondente ao novo paracircmetro p

3331 - Parametrizaccedilatildeo local

Uma outra forma de contornar o problema da singularidade eacute usar em ambos os

passos preditor e corretor uma teacutecnica muito simples conhecida por parametrizaccedilatildeo local

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994) e (SEYDEL 1994)

que consiste na troca de paracircmetro proacuteximo ao ponto de maacuteximo carregamento

Na parametrizaccedilatildeo local avaliam-se os incrementos em cada uma das variaacuteveis e

seleciona-se a que apresentar o maior desvio relativo (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(AJJARAPU LAU BATTULA 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

65

O ponto criacutetico para o processo de parametrizaccedilatildeo passa a ser a escolha adequada do

iacutendice k

∆∆∆∆

=∆

λλmax

2

2

1

1

n

n

k

K

xx

xx

xx

xx

(320)

No meacutetodo do vetor tangente apoacutes o processo de escolha da variaacutevel que seraacute aquela

que apresentou a maior variaccedilatildeo λ passa a ser a partir daiacute tratado como variaacutevel dependente

enquanto que a variaacutevel escolhida passa a ser o novo paracircmetro p do conjunto de n+1

variaacuteveis

O novo paracircmetro p seraacute dado por

1 n 21 max +larr tttp L (321)

O uso deste meacutetodo para a escolha automaacutetica de p natildeo tem apresentado dificuldades

mesmo para sistemas altamente compensados (CANtildeIZARES et al 1993)

A experiecircncia com o meacutetodo do vetor tangente tem demonstrado que ao aproximar-se

do ponto de maacuteximo carregamento p muda de λ para Vk aquela tensatildeo que apresenta a maior

variaccedilatildeo retornando novamente para λ apoacutes alguns pontos

Jaacute no meacutetodo baseado no preditor secante a escolha do paracircmetro p natildeo mais se

processa com a variaacutevel que apresentar a maior variaccedilatildeo mas sim com aquela que apresentar

a maacutexima variaccedilatildeo relativa (SEYDEL 1994)

minus

minus

minuslarr

+

+

+

+

+

+

1

1

maxj

jj

λλ1j

j1j

1j

j1j

V

VV

θ

θθ (322)

Onde j refere-se ao ponto da curva

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

66

O preditor secante apresenta um alto grau de confiabilidade poreacutem o mesmo natildeo

garante que o paracircmetro p escolhido agilize o processo (SEYDEL 1994)

Almeja-se que a escolha do paracircmetro p com base em qualquer uma das equaccedilotildees

(321) ou (322) resulte em um bom desempenho do algoritmo

3332 ndash Teacutecnica do comprimento de arco

Em CHIANG et al (1995) os autores propuseram uma teacutecnica para eliminar a

singularidade da matriz Jacobiana baseada no paracircmetro do comprimento do arco (s) Os dois

primeiros pontos satildeo obtidos pelo vetor tangente e ao inveacutes de acrescentar a equaccedilatildeo (ek t =

plusmn 1) acrescenta-se agrave Equaccedilatildeo (313) do passo preditor a Equaccedilatildeo (323)

sum =

+

=

n

i

2i

dsdλ

dsdx

1

2

1 (323)

Para a correccedilatildeo eacute adicionada agrave Equaccedilatildeo (311) a seguinte equaccedilatildeo

sum =∆minusminus+minus==

n

iii ssλλsxxsλ

1

222 0)())(())(()(R x (324)

O comprimento de arco ∆s vale

50

1

22 ))((]))([(sum minus+minus=∆=

n

iii sλλsxxs (325)

A expansatildeo das equaccedilotildees (311) e (324) em seacuterie de Taylor considerando somente as

condiccedilotildees de primeira ordem resulta na seguinte equaccedilatildeo linearizada

=

partpart

partpart

minus

R

Gx

x

G x

Δ

Δ

Δ

Δ

RRG

λλ

λ

(326)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

67

Onde xG representa a matriz Jacobiana

A Equaccedilatildeo (323) assegura que o paracircmetro s seja o comprimento do arco sobre a

curva de soluccedilatildeo As equaccedilotildees (313) e (323) juntas formam um conjunto n + 1 equaccedilotildees a n

+ 1 incoacutegnitas

A estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo eacute obtida da Equaccedilatildeo (315) onde σ representaraacute

o passo do comprimento de arco s

A Equaccedilatildeo (323) eacute natildeo-linear e o sistema formado por esta equaccedilatildeo e a Equaccedilatildeo

(313) natildeo pode ser linearizada sendo que a sua soluccedilatildeo pode consumir muito tempo

computacional

A opccedilatildeo sugerida em (CHIANG et al 1995) eacute a obtenccedilatildeo de dois pontos da curva

atraveacutes do preditor tangente sendo utilizado depois o preditor secante De acordo com os

autores esta teacutecnica de parametrizaccedilatildeo eacute mais robusta possibilitando que sejam dados maiores

passos do que a teacutecnica utilizando parametrizaccedilatildeo local

3333 ndash Teacutecnica da perpendicularidade

Uma outra teacutecnica utilizada para contornar a singularidade sem a necessidade de

parametrizaccedilatildeo foi utilizada primeiramente por (IBA et al 1991) e posteriormente associada

a um controle de passo aplicada com sucesso em vaacuterios sistemas em (CANtildeIZARES et al

1992)

A teacutecnica consiste na adiccedilatildeo ao equacionamento do sistema de uma nova equaccedilatildeo

( ( )[ ] ( )[ ] 0)()()()( 11 =∆minusminus∆+∆minusminus∆ ++ aaaTaaaaTa xxxx λσλλλσ ) Tal procedimento deveraacute

definir um hiperplano perpendicular ao vetor de prediccedilatildeo que se inicia na soluccedilatildeo conhecida

( )ax λ e passa pela soluccedilatildeo estimada ( ) 1

+aeex λ e um outro que se encontra sobre a curva da

trajetoacuteria de soluccedilotildees soluccedilatildeo ( ) 1 +ax λ (SEYDEL 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

68

Destarte a equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo a ser acrescida ao sistema (311) seraacute dada pelo

produto escalar

0ΔΔΔ

a

a

a

=

minusminusminusminusminusminus

bull

aa

aa

aaT

λ λλλ∆∆

∆VVVθθθ

(327)

Onde (∆θa ∆Va ∆λa)T = (θ e ndash θa Ve ndash Va λe ndash λa)

Partindo da soluccedilatildeo fornecida pelo passo preditor o sistema resultante da expansatildeo em

seacuterie de Taylor do sistema (311) acrescido da equaccedilatildeo anterior converge para o ponto (θ V

λ) da curva PV

∆∆∆

=

∆∆∆

partpart

partpart

partpart

minus

HH

VHH

GQP

VθGG Vθ

λλθ

λ

(328)

Capiacutetulo 4

METODOLOGIA PROPOSTA

41 - Introduccedilatildeo

A maioria das anaacutelises nas aacutereas de planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos

envolve caacutelculos de fluxo de carga fluxo de carga continuado e fluxo de carga oacutetimo

Como mencionado no capiacutetulo 1 as simulaccedilotildees de fluxo de carga satildeo utilizadas para

determinar nas condiccedilotildees de regime permanente as magnitudes de tensatildeo e os acircngulos de

cada barra em um sistema eleacutetrico de potecircncia Uma vez obtidas essas grandezas satildeo

utilizadas natildeo soacute para a determinaccedilatildeo da margem de carregamento e do caacutelculo dos fluxos de

potecircncia ativa e reativa em todas as linhas de transmissatildeo e equipamentos conectados as

barras mas tambeacutem para quantificar as perdas nos sistemas de energia eleacutetrica

(MONTICELLI 1983)

Jaacute um fluxo de carga oacutetimo natildeo somente resolve as equaccedilotildees do fluxo de carga como

tambeacutem determina um conjunto de valores oacutetimos para as variaacuteveis de estado da rede levando

em conta a demanda e os paracircmetros do sistema Os valores oacutetimos satildeo calculados

objetivando minimizar uma funccedilatildeo objetivo tal como o custo de geraccedilatildeo ou as perdas de

transmissatildeo sujeitos as restriccedilotildees de igualdade e desigualdade (DOMMEL TINNEY 1968)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

70

Sabe-se que o ponto de maacuteximo carregamento de um sistema aumenta em funccedilatildeo da

disponibilidade de reservas de reativo do mesmo (ALVES et al 2002-II) Assim ao

minimizarem-se as perdas no sistema implicitamente estar-se-aacute aumentando a margem de

reativos do sistema e consequumlentemente aumentando a margem de estabilidade estaacutetica ou

seja o ponto de maacuteximo carregamento

Por outro lado o fluxo de carga natildeo foi desenvolvido para minimizar automaticamente

qualquer funccedilatildeo objetivo Dessa forma um processo de tentativa e erro deve ser executado

para otimizar algum criteacuterio desejado escolhendo uma dentre as vaacuterias soluccedilotildees factiacuteveis de

um conjunto muito amplo

A metodologia apresentada em (CHEN HSU 2000) resolve sequumlencialmente o fluxo

de potecircncia oacutetimo seguindo uma dada curva de previsatildeo de carga atendendo restriccedilotildees

operativas do sistema e garantindo que cada gerador atenda metas estabelecidas pelo

planejamento de meacutediolongo prazo ainda que representando algumas restriccedilotildees de

seguranccedila tal como manutenccedilatildeo de um perfil de tensatildeo seguro para todo o sistema natildeo era

levado em conta a avaliaccedilatildeo da margem de estabilidade de tensatildeo para cada horaacuterio Tal

restriccedilatildeo eacute contemplada em (MENEZES 2002) onde a metodologia apresentada leva em

consideraccedilatildeo o modelo do fluxo de potecircncia oacutetimo parameacutetrico o meacutetodo do fluxo de carga

continuado para o caacutelculo das margens de estabilidade e o meacutetodo de anaacutelise modal estaacutetica

expandida para a obtenccedilatildeo dos fatores de participaccedilatildeo dos geradores

Affonso (AFFONSO 2004) baseado na forte relaccedilatildeo entre margem de estabilidade de

tensatildeo e as reservas de potecircncia reativa da rede apresentou metodologia propondo o re-

despacho da geraccedilatildeo de potecircncia ativa e reativa para condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo obtendo

indiretamente um aumento na margem de estabilidade de tensatildeo do sistema atraveacutes da

maximizaccedilatildeo das reservas de potecircncia reativa e da minimizaccedilatildeo das perdas de potecircncia ativa

por meio do fluxo de carga oacutetimo

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

71

No presente trabalho propotildee-se uma nova metodologia que associada ao meacutetodo da

continuaccedilatildeo possibilite obter uma ampliaccedilatildeo na margem de estabilidade do sistema visando

atender os niacuteveis miacutenimos de ampliaccedilatildeo de margem de estabilidade de tensatildeo de acordo com

as recomendaccedilotildees da ForccedilandashTarefa ldquoColapso de Tensatildeordquo do GTADSCELGCOI (FTCT

1999) e do WSCC-Reactive Power Reserve Work Group (WECC 1998) Para se alcanccedilar

essa meta acrescenta-se agraves equaccedilotildees do fluxo de carga a equaccedilatildeo parametrizada da perda

ativa total na transmissatildeo e as equaccedilotildees das potecircncias reativa geradas nas barras PV As

tensotildees nas barras PV satildeo consideradas como variaacuteveis de controle e um novo paracircmetro eacute

escolhido com o intuito de se reduzir a perda ativa nas linhas de transmissatildeo

42 - O problema do fluxo de carga oacutetimo

Considere inicialmente um sistema de duas barras sendo uma barra de folga (slack) e

uma barra PV interligadas por uma linha de transmissatildeo cuja impedacircncia eacute z12 como

ilustrado na Figura 41

z12 = r12 + j x12

barra 1(slack)

barra 2 (PV)

P2 + jQ2

j bsh12 j bsh

12

y12 = g12 + j b12

V1 = V1 0o pu

V2 = V2 θo pu

Figura 41 - Sistema de duas barras

Define-se Pg2 como sendo a potecircncia ativa gerada na barra 2 Pc2 como sendo a potecircncia ativa

consumida na barra 2 Qg2 como sendo a potecircncia reativa gerada na barra 2 Qc2 como sendo a

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

72

potecircncia reativa consumida na barra 2 P2 = Pg2 ndash Pc2 como sendo a injeccedilatildeo de potecircncia ativa

na barra 2 e Q2 = Qg2 ndash Qc2 como sendo injeccedilatildeo de potecircncia reativa na barra 2

O fluxo de carga oacutetimo eacute um problema de otimizaccedilatildeo natildeo-linear em regime

permanente que calcula os valores oacutetimos de um conjunto de variaacuteveis a partir do estado da

rede dos dados da carga e dos paracircmetros do sistema

Os valores oacutetimos satildeo calculados objetivando minimizar uma determinada funccedilatildeo tal

como custo de geraccedilatildeo ou perdas de potecircncia ativa na transmissatildeo sob restriccedilotildees de igualdade

e de desigualdade

O problema do fluxo de carga oacutetimo pode ser apresentado como

minimizar Pa(x) sujeito a G(x) = 0 (41)

H(x) le 0

xmin le x le xmax

Onde

=

Vx

θeacute o vetor composto pelas variaacuteveis de estado e controle do sistema xmax e xmin

satildeo os limites das variaacuteveis de estado e controle do sistema G(x) satildeo as condiccedilotildees de

igualdade do fluxo de carga H(x) satildeo as restriccedilotildees de desigualdade do fluxo de carga

A funccedilatildeo objetivo Pa(x) representa o desempenho do sistema sendo neste trabalho

esta funccedilatildeo representada pela perda total de potecircncia ativa na transmissatildeo (Pa)

As restriccedilotildees de desigualdade H(x) representam as equaccedilotildees funcionais do fluxo de

carga como os limites dos fluxos de potecircncia ativa e reativa nas linhas de transmissatildeo e

transformadores e limites de injeccedilatildeo de potecircncia reativa nas barras de controle de reativos

barras PV

Considere o caso do sistema da Figura 41 onde a barra 2 eacute uma barra de tensatildeo

controlada do tipo PV no caso controlada por um compensador siacutencrono Sua tensatildeo bem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

73

como a da barra de folga variaraacute de forma a reduzir Pa A barra de folga deveraacute ser capaz de

suprir tanto a solicitaccedilatildeo de carga como a perda de potecircncia ativa na linha de transmissatildeo

Sendo a barra 2 do tipo PV sua correspondente equaccedilatildeo Q2(x) deixa de pertencer ao

conjunto de restriccedilotildees de igualdade enquanto natildeo for ativa

A soluccedilatildeo analiacutetica do fluxo de carga oacutetimo desse problema jaacute foi apresentada em

(ALVES et al 2002-II) de onde se tem que as coordenadas do ponto oacutetimo 1

1 eV = e

2

2

2 jfeV += Pa e

2gQ devem satisfazer as seguintes equaccedilotildees

( )

+minusminus=+= lowast

212

21

1

2

2

12 42

e Preetgftgfee φφ

(42)

( ) 212

2212 xfrPa lowastlowast = e ( ) ( )lowastlowastlowast == PatgxfQg φ12

222 (43)

Para o caso base para o qual o fator de carregamento (λ) eacute igual a 1 e considerando

z12 = r12+j x12 = (02+j 1 0) pu e P2 = ndashPc2 = ndash04 pu a Tabela 41 apresenta as soluccedilotildees

obtidas com (42) e (43) e por um programa de fluxo de carga oacutetimo (DA COSTA

LANGONA ALVES 1998) para diversos valores maacuteximos de e1 dentro do intervalo 095

pu le e1 le 110 pu

Tabela 41 - Soluccedilotildees do fluxo de carga oacutetimo para o sistema da Figura 41 1e

(pu)

| 2V |

(pu)

(graus)

Pa

(MW)

gQ

(MVAr)

095 0976 -2860 4361 2181

100 1012 -2567 3845 1922

105 1052 -2315 3420 1710

110 1094 -2097 3066 1533

A Figura 42 mostra o caso base de um sistema de trecircs barras constituiacutedo de uma barra

de folga uma PV e uma PQ A perda ativa total na transmissatildeo eacute igual a 1666 MW

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

74

Este sistema foi apresentado e analisado detalhadamente em (DOMMEL TINNEY

1968)

barra 1 (slack)barra 2 (PV)

Pg2 = 170MWz23 = 0035 + j0086

V2 = 1023 739o pu

z13 = 0098 + j0122

barra 3 (PQ)

Pc3 = 200MWQc3 = 100MVAr

V3 = 0908 -002o pu

V1 = 1022 0o pu

15851+ j 4847

17000+ j 7718

4149+ j 5153

4666+ j 5801

Pa = 1666MW

Figura 42 - Sistema de trecircs barras ndash caso base

Os intervalos adotados para a variaccedilatildeo dos valores da tensatildeo nas barras foram

bull de folga (V1) V1min

le V1 leV1maacutex onde V1

min = 09 pu e V1maacutex = 116344 pu

bull PV (V2) V2min le V2 le V2

max onde V2min = 09 pu e V2

max = 12 pu

barra 1 (slack)barra 2 (PV)

Pg2 = 170MWy23 = 4 - j10

V2 = 120 44o pu

y13 = 4 - j5

barra 3 (PQ)

Pc3 = 200MWQc3 = 100MVAr

V3 = 1092 -068o pu

V1 = 11634 0o pu

16119+ j 6682

17000+ j 8885

3881+ j 3318

4094+ j 3584

Pa = 1094MW

Figura 43 - Sistema de trecircs barras - caso otimizado

Na Figura 43 apresenta-se a soluccedilatildeo obtida otimizada de onde se verifica que a perda

ativa total na transmissatildeo eacute igual 1094 MW Observe que a reduccedilatildeo das perdas em 572 MW

foi obtida atraveacutes da transferecircncia de parte do suprimento de potecircncia reativa efetuado pelo

gerador 1 barra de folga para o gerador 2 barra tipo PV Isto ocorre porque z13 eacute maior que

z23

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

75

A Tabela 42 mostra o ponto oacutetimo obtido por meio do fluxo de carga oacutetimo

apresentado em (DA COSTA LANGONA ALVES 1998) e que reproduziu o mesmo

resultado de (DOMMEL TINNEY 1968) bem como o resultado obtido pelo fluxo de carga

continuado proposto (FCCP) o qual seraacute apresentado a seguir

Observa-se que estes resultados foram obtidos para o caso em que o fator de

carregamento (λ) eacute igual a 1 isto eacute λ do caso base

Tabela 42 - Soluccedilotildees para o sistema da Figura 42

Fluxo de carga oacutetimo Fluxo de carga proposto

Barra V

(pu) θ

(graus) Qg

(MVAr) V

(pu) θ

(graus) Qg

(MVAr) 1 11634 000 3584 11634 000 3571 2 12000 440 8885 12002 439 8898 3 10916 -068 --- 10918 -068 ---

43 - Metodologia proposta

Uma das questotildees importantes em tempo-real relacionada ao controle da potecircncia

reativa eacute a escolha das variaacuteveis de controle Nesta situaccedilatildeo os ajustes de controle (SHARIF

et al 2000)

bull devem ser possiacuteveis de serem executados num intervalo de tempo razoaacutevel

uma vez que o ciclo de tempo do controle de reativo pode ser muito pequeno

1530 minutos e o operador poderaacute natildeo ter tempo suficiente para ajustar todos

os controles

bull natildeo deve causar uma sobrecarga excessiva de trabalho ao operador

bull natildeo devem no caso de controles discretos ser chaveados muito

frequumlentemente

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

76

Por estas razotildees os controles discretos e contiacutenuos satildeo tratados separadamente Aleacutem

do mais ao contraacuterio dos controles discretos que na maioria dos casos satildeo ajustados no valor

mais proacuteximo as variaacuteveis contiacutenuas podem em geral ser ajustadas nos valores calculados

fornecidos pelo programa Estas questotildees tornam a implementaccedilatildeo de tais controles uma

tarefa difiacutecil e pode levar a necessidade de diferentes estrateacutegias de ajustes por exemplo

primeiro se ajusta os bancos em derivaccedilatildeo (shunt) chaveados entatildeo os geradores e finalmente

os transformadores (SHARIF et al 2000) Assim a escolha no meacutetodo proposto dos

controles de potecircncia reativa dos geradores e condensadores siacutencronos para obtenccedilatildeo da

reduccedilatildeo das perdas eacute baseado no fato de que nos geradores o fornecimento de potecircncia

reativa eacute controlado numa faixa contiacutenua e o nuacutemero de operaccedilotildees eacute ilimitado enquanto que

os bancos de capacitores em derivaccedilatildeo apresentam valores fixos e discretos de capacitacircncia e

o nuacutemero de operaccedilatildeo eacute normalmente restrito de duas a quatro operaccedilotildees diaacuterias porque essas

accedilotildees podem causar o desgaste e a reduccedilatildeo da vida do equipamento (CIGRE 1989)

(SHARIF et al 2000)

Uma caracteriacutestica desejaacutevel para um dado sistema eacute que a tensatildeo criacutetica no limite de

estabilidade seja mantida tatildeo baixa quanta esta possa ser em relaccedilatildeo agrave tensatildeo normal de

operaccedilatildeo sem comprometer consequumlentemente o perfil geral de tensatildeo (CIGRE 1989)

Nesse sentido os bancos de capacitores em derivaccedilatildeo tecircm uma caracteriacutestica desfavoraacutevel

que eacute a de prover um baixo suporte de potecircncia reativa quando este eacute mais necessaacuterio isto eacute

proacuteximo ao limite de carregamento Isto ocorre porque o seu fornecimento de potecircncia reativa

eacute proporcional ao quadrado da tensatildeo e assim o suporte de potecircncia reativa dos bancos em

derivaccedilatildeo incluindo os de linha - line charging diminui com a diminuiccedilatildeo da tensatildeo Com a

aplicaccedilatildeo de bancos de capacitores em derivaccedilatildeo a margem de carregamento de um sistema

aumenta conforme a compensaccedilatildeo de reativo aumenta mas a tensatildeo criacutetica fica mais proacutexima

da faixa normal de operaccedilatildeo do sistema (09 le V le 11pu) isto eacute o perfil de tensatildeo tende a

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

77

tornar-se mais e mais plano Dessa forma o sistema poderaacute entrar em colapso para

magnitudes de tensatildeo dentro da faixa normal de operaccedilatildeo do sistema

Ao contraacuterio dos bancos de capacitores em derivaccedilatildeo os geradores produzem seu

pleno fornecimento de potecircncia reativa proacuteximo ao limite de estabilidade de tensatildeo e

efetivamente expande a capacidade de transferecircncia de potecircncia e reduz a magnitude da

tensatildeo criacutetica (ALVES et al 2002-II) (SEKINE et al 1992) Entatildeo num sistema de

potecircncia de todos os controles os geradores (barras PV) satildeo de longe os mais eficientes no

controle das tensotildees das barras quando comparados aos taprsquos e bancos em derivaccedilatildeo (TARE

BIJWE 1997) Portanto para prevenir ou postergar o colapso de tensatildeo deve-se manter uma

reserva de reativos utilizando tanto quanto forem possiacuteveis os bancos de capacitores em

derivaccedilatildeo eou reduzindo as perdas na transmissatildeo a fim de permitir que os geradores

existentes mantenham-se operando com o maacuteximo possiacutevel de margem de reativo (CIGRE

1989)

A metodologia propotildee o uso do meacutetodo da continuaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da perda total

de potecircncia ativa na transmissatildeo Assim ao sistema de equaccedilotildees (21) acrescenta-se aleacutem da

equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo a equaccedilatildeo da potecircncia reativa injetada em cada

uma das barras de controle de tensatildeo (barras PV) escolhidas para participar do procedimento

de reduccedilatildeo de perdas A geraccedilatildeo de potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo satildeo

mantidas constantes nos respectivos valores do caso base enquanto que a geraccedilatildeo de potecircncia

ativa da barra de folga variaraacute a fim de acomodar a reduccedilatildeo das perdas ativas na transmissatildeo

A potecircncia reativa gerada na barra k de controle de tensatildeo escolhida Qgk e sua

respectiva tensatildeo terminal Vk satildeo consideradas respectivamente como variaacuteveis dependente

e de controle As respectivas mudanccedilas nos valores de Qgk e Pa seratildeo consideradas atraveacutes das

variaacuteveis λq e micro Assim as mudanccedilas satildeo proporcionais aos seus respectivos valores do caso

base case 0gkQ e Pa0

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

78

O novo conjunto de equaccedilatildeo eacute dado por

( )( ) Pa0Pa kk

kkespckk

VVW

VQQQVQ 0gkPVk

0

0)( 0

)(1)(

)( qq

=+=micro

=

=

minus

=minusminus

VV

VVVθG )(

θθ

θθ

micro

λ λ (44)

sendo espckQ eacute a demanda de potecircncia reativa especificada na barra k

Considerando Vk λq e micro como variaacuteveis o nuacutemero de incoacutegnitas em (44) eacute maior do

que o nuacutemero de equaccedilotildees Contudo se micro eacute considerado como uma variaacutevel independente

seraacute escolhida como paracircmetro da continuaccedilatildeo isto eacute seu valor eacute preacute-ajustado e Vk e λq satildeo

tratadas como variaacuteveis dependente o nuacutemero de incoacutegnitas eacute igual ao nuacutemero de equaccedilotildees

isto eacute a condiccedilatildeo necessaacuteria para que o novo sistema tenha soluccedilatildeo eacute atendida desde que a

nova matriz Jacobiana tenha posto maacuteximo isto eacute seja natildeo-singular

Deve-se lembrar que a prefixaccedilatildeo do valor de micro corresponde agrave teacutecnica de previsatildeo

trivial ou polinomial modificada de ordem zero (SEYDEL 1994) (CHIANG et al 1995) Este

preditor seraacute usado no meacutetodo proposto e eacute baseado na soluccedilatildeo atual e em um decremento

fixo objetivando a reduccedilatildeo de Pa no paracircmetro micro como uma estimativa para a proacutexima

soluccedilatildeo

Apoacutes se obter a soluccedilatildeo do caso base (θ0 V0) por meio de um fluxo de carga

convencional e se ter definido um passo em micro o fluxo de carga continuado proposto eacute usado

para calcular as demais soluccedilotildees ateacute que seja atingido um ponto de operaccedilatildeo aqui

denominado como ponto miacutenima perda (PMP) Assim atraveacutes do uso da Equaccedilatildeo (44) eacute

possiacutevel se especificar o valor desejado de variaccedilatildeo em Pa e a sua soluccedilatildeo provecirc o ponto de

operaccedilatildeo para o qual as perdas ocorrem

A variaacutevel micro sendo igual a zero corresponde a soluccedilatildeo do caso base onde Vk igual a

Vkesp isto eacute a tensatildeo especificada no caso base e λq = 1

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

79

Entatildeo a linearizaccedilatildeo da Equaccedilatildeo (44) em torno do ponto de operaccedilatildeo e considerando

o valor prefixado do paracircmetro micro eacute dada pelos termos de primeira ordem da seacuterie de Taylor e

resulta em

∆∆∆

=

∆∆∆

partpartpartpartpartpart

partpartpartpartpartpart

partpart

partpart

WPVkQkV

kVPaPaPa

0gkQ-kVkQkQkQ

kVkV

QP

QLM

PNH

q0

0

0

λ

(45)

sendo H N M e L satildeo as matrizes que correspondem agraves derivadas das potecircncias ativa e

reativa (P e Q) em relaccedilatildeo ao acircngulo de fase das tensotildees das barras PQ e PV e em relaccedilatildeo agrave

magnitude das tensotildees nas barras PQ ∆ representa os fatores de correccedilatildeo ou seja os

mismatches das respectivas funccedilotildees na Equaccedilatildeo (44)

Deve-se observar que os fatores de correccedilatildeo seratildeo iguais a zero ou praticamente

nulos isto eacute inferior a toleracircncia adotada para o caso base convergido Assim somente ∆W

seraacute diferente de zero devido agrave variaccedilatildeo de micro

Observe que o meacutetodo modificado aqui proposto fluxo de carga continuado proposto

difere em alguns aspectos do fluxo de carga continuado usado para obter o ponto de maacuteximo

carregamento No fluxo de carga continuado o objetivo eacute obter o ponto de maacuteximo

carregamento da curva PV Por outro lado no fluxo de carga continuado proposto o objetivo

eacute o de melhorar a margem de carregamento por meio da reduccedilatildeo das perdas usando um

meacutetodo da continuaccedilatildeo

Ao contraacuterio do fluxo de carga continuado no qual a carga e a geraccedilatildeo de potecircncia

reativa satildeo aumentadas em uma direccedilatildeo preestabelecida no meacutetodo proposto elas satildeo fixas

As barras PV satildeo tratadas como simples barras PV e enquanto suas respectivas

potecircncias reativas geradas estatildeo entre seus respectivos limites suas respectivas equaccedilotildees natildeo

estatildeo presentes na matriz Jacobiana Assim suas magnitudes de tensotildees (V) permanecem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

80

fixas sendo tratadas como variaacuteveis independentes No caso de violaccedilatildeo a barra PV eacute

alterada para tipo PQ com o valor de sua potecircncia reativa gerada especificada no valor do seu

respectivo limite violado e a sua magnitude de tensatildeo tornando-se uma incoacutegnita Geralmente

neste caso a magnitude de tensatildeo cai devido ao aumento do carregamento

Por outro lado no fluxo de carga continuado proposto as magnitude de tensatildeo nas

barras PV seratildeo calculadas para o valor especificado de perdas de potecircncia ativa e tratadas

como variaacuteveis dependentes Em geral a magnitude da tensatildeo nas barras PV ou aumentam ou

permanecem fixas nos seus valores especificados Ambos os limites de magnitude de tensatildeo e

de potecircncia reativa gerada devem ser verificados

431 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas de duas e trecircs barras

Neste item apresenta-se a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto para os dois sistemas

analisados no item 42 o sistema de 2 barras para o qual eacute possiacutevel se obter o ponto oacutetimo a

partir das equaccedilotildees algeacutebricas (42) e (43) desenvolvidas em (ALVES et al 2002-II) e o

sistema de trecircs barras apresentado e analisado em (DOMMEL TINNEY 1968) Os

resultados satildeo comparados com os resultados obtidos anteriormente e apresentados nas

Tabelas 41 e 42 Adicionalmente mostra-se atraveacutes do traccedilado das curvas PV que a

reduccedilatildeo das perdas conduz a um aumento do ponto de maacuteximo carregamento e portanto da

margem de estabilidade do sistema

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

81

4311 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema de

duas barras

Considere primeiramente o sistema de duas barras da Figura 41 para o qual se deseja

reduzir Pa Nesse caso duas equaccedilotildees satildeo adicionadas a Equaccedilatildeo (21) a equaccedilatildeo da potecircncia

reativa injetada na barra 2 (QPV2) e a equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo (Pa)

A potecircncia reativa gerada na barra 2 escolhida Qg2 e a sua respectiva tensatildeo terminal

V2 satildeo consideradas como variaacutevel dependente e de controle respectivamente

As respectivas mudanccedilas nos valores de Qg2 e Pa seratildeo considerados atraveacutes das

variaacuteveis λq e micro Assim as mudanccedilas seratildeo proporcionais aos seus respectivos valores do caso

base 02gQ e Pa0

Considerando que θ1 = 0 e V1 = V1esp onde esp significa valor especificado o novo

conjunto de equaccedilotildees seraacute

( )( ) Pa0PaW

PV2Q

PG

VV

VQQQV

VV

2espc2

0g2

0

0)(

0

)(1)(

)(

)(2

)(

2222

22qq22

2222

=+=micro

=

==

θminusθ

=θminusminusθ

θθ

micro

λ λ (46)

Considerando-se micro como uma variaacutevel independente ou seja prefixando o seu valor

que corresponde agrave teacutecnica de previsatildeo trivial ou polinomial modificada de ordem zero e θ2

V2 e λq como variaacuteveis dependentes o nuacutemero de incoacutegnitas eacute igual ao de equaccedilotildees Desta

forma a condiccedilatildeo necessaacuteria para que o sistema de equaccedilotildees tenha soluccedilatildeo eacute atendida desde

que a matriz Jacobiana tenha posto completo isto eacute seja natildeo-singular

Apoacutes obter a soluccedilatildeo do caso base (θ0 e V0) por meio de um fluxo de carga

convencional define-se o passo para micro Em seguida calculam-se as demais soluccedilotildees

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

82

utilizando-se o fluxo de carga continuado proposto ateacute que o ponto de miacutenima perda seja

alcanccedilado

A linearizaccedilatildeo de (46) em torno do ponto de operaccedilatildeo por intermeacutedio da seacuterie de

Taylor incluindo somente os termos de primeira ordem de acordo com o meacutetodo de Newton

fornece

=

partpartpartpart

partpartpartpart

partpartpartpart

W

Q

P

V

VPaPa

0g2Q-VPV2QPV2Q

V2P2P

2

2

q

2

2

022

22

022

λ

θ

θ

θ

θ

(47)

Onde ∆ representa os fatores de correccedilatildeo das respectivas funccedilotildees em (46)

A Figura 44 apresenta as curvas Pa versus V2 obtidas pela metodologia proposta

considerando que a geraccedilatildeo de potecircncia ativa na barra 2 foi mantida constante no valor do

caso base enquanto que a da barra de folga variaraacute a fim de reduzir as perdas ativas na

transmissatildeo Para tal objetivo considerou-se que apenas a variaccedilatildeo da tensatildeo da barra 2 V2

A curva foi obtida atraveacutes de decrementos sucessivos de Pa considerando V1 = 11

pu e uma toleracircncia para os mismatches igual a 10ndash6 pu Partindo-se de dois pontos

diferentes A para V2esp = 10 pu ou Arsquo para V2

esp =12 pu os proacuteximos pontos foram

obtidos usando um passo de ndash01 MW para micro ou seja uma reduccedilatildeo de 10 em Pa As duas

trajetoacuterias consideradas foram plotadas na mesma figura para demonstrar que o meacutetodo

converge para um mesmo ponto de miacutenima perda (PMP)

Inicialmente para cada ponto foi resolvido um fluxo de carga continuado sendo que o

nuacutemero de iteraccedilotildees gasta em cada um foi inferior a 4 sendo que o limite maacuteximo de

iteraccedilotildees adotado foi de 10 Para o primeiro ponto em que o fluxo de carga continuado

proposto divergiu retornou-se ao passo anterior e aplicou-se uma reduccedilatildeo de 110 no passo de

micro O mesmo procedimento foi usado para os pontos de divergecircncia subsequumlentes ateacute que o

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

83

procedimento foi finalizado e o valor de Pa obtido foi considerado como correspondente ao

ponto de miacutenima perda no caso Pa =3066 MW

O estado da rede nesse caso praticamente coincidiu com o mostrado na Tabela 41

ArsquoA

3066

Pa [MW]

V2[pu]

1094

ndashsoluccedilotildees convergidasndashreduccedilotildees de passo

PMP

Figura 44 - Desempenho do FCCP para o sistema de duas barras

Como se pode constatar na Figura 45 a reduccedilatildeo das perdas levou a um aumento do

ponto de maacuteximo carregamento ou seja da margem de estabilidade Observa-se tambeacutem que

todos os demais casos apresentados na Tabela 41 foram alcanccedilados usando o mesmo

procedimento

caso base

perdas reduzida

PMCr

P2 [MW]

V2[pu]

PMCb

Figura 45 - Curvas PV Efeito da reduccedilatildeo das perdas sobre o ponto de maacuteximo carregamento para o sistema de duas barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

84

4312 - Resultados obtidos com o FCCP para o sistema de trecircs barras

No caso do sistema de trecircs barras da Figura 42 os dois geradores o gerador 1 (barra

de folga) e o gerador 2 (barra PV) satildeo considerados no procedimento de reduccedilatildeo de perdas

Nesse caso V1 V2 θ2 e λq satildeo tratados como variaacuteveis dependentes Ambas as

equaccedilotildees de potecircncia reativa injetada QPV1 e QPV2 bem como a equaccedilatildeo da perda ativa total

na transmissatildeo (Pa) seratildeo consideradas O paracircmetro λq eacute usado para variaccedilatildeo de ambas as

potecircncias reativas gerada Qg1 e Qg2 e portanto seus valores seratildeo proporcionais aos

respectivos valores do caso base 01gQ e 0

2gQ

O procedimento adotado para controlar os limites de Q nas barras de geraccedilatildeo eacute similar

ao utilizado no meacutetodo convencional de fluxo de carga ou seja em cada iteraccedilatildeo a geraccedilatildeo de

reativos de cada uma dessas barras eacute comparada com seus respectivos limites e no caso de

violaccedilatildeo a barra PV eacute alterada para tipo PQ Estas barras podem voltar a ser PV nas iteraccedilotildees

futuras Aleacutem disso se em qualquer uma das barras de geraccedilatildeo um dos limites de tensatildeo for

atingido seu respectivo valor eacute fixado no valor daquele limite

A Figura 46 mostra o desempenho do fluxo de carga continuado proposto para o

sistema de trecircs barras O procedimento usado para o traccedilado da curva no que se refere agrave

divergecircncia eacute similar ao usado para o traccedilado da Figura 44 exceto que o valor inicial de micro

foi de ndash10 MW

O estado do sistema apoacutes a convergecircncia do processo pode ser visto na Figura 46 e na

Tabela 42 de onde se verifica que o mesmo eacute praticamente igual ao obtido com o fluxo de

carga oacutetimo

As Figuras 46(b) e 46(c) confirmam que a reduccedilatildeo das perdas em 572 MW eacute obtida

atraveacutes da transferecircncia da potecircncia reativa do gerador 1 para o gerador 2 Tambeacutem haacute uma

reduccedilatildeo na geraccedilatildeo de reativos de 13521 MVAr para 12469 MVAr ou seja de 78 Essa

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

85

reduccedilatildeo acarreta num aumento do ponto de maacuteximo carregamento de 219 pu para 2934

pu ou seja num aumento de aproximadamente 625 na margem de estabilidade do

sistema

Esses resultados mostram que para esses sistemas a utilizaccedilatildeo do meacutetodo proposto

proporciona natildeo soacute uma reduccedilatildeo das perdas e consequumlentemente dos custos operacionais

mas tambeacutem um aumento do ponto de maacuteximo carregamento isto eacute da margem de

estabilidade do sistema

Outro ponto importante diz respeito agrave possibilidade de se obter pontos de operaccedilatildeo

proacuteximos dos obtidos por um fluxo de carga oacutetimo atraveacutes do meacutetodo da continuaccedilatildeo o que

mostra que o meacutetodo proposto pode ser uma alternativa viaacutevel para as aplicaccedilotildees de estudos

da operaccedilatildeo

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

86

V2

1094 Pa [MW]

V [pu]

1092

PMP

V1

V3

1634

(a)

Pa [MW]

Qg [MVAr]

PMP

Qg2

Qg1

Pa [MW]

Pgslack [MW]

PMP

(b)

(c)

fator de carregamento λ (pu)

V3 (pu)

PMCr

caso base

PMCb

Perdas reduzidas

(d)

Figura 46 - Desempenho do sistema de trecircs barras (a) VtimesPa (b) QgtimesPa (c) potecircncia ativa gerada pela barra de folga timesPa (d) curvas PV

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

87

44 ndash Resultados da reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa

Esta seccedilatildeo tem como propoacutesito mostrar os efeitos do redespacho das variaacuteveis de

controle nas reduccedilotildees da perda total de potecircncia ativa na transmissatildeo do sistema aleacutem de

tambeacutem investigar os efeitos causados por esta reduccedilatildeo na margem de estabilidade de tensatildeo e

no perfil de tensatildeo

Em todos os casos analisados a seguir durante o procedimento de reduccedilatildeo de perdas

as injeccedilotildees de potecircncia ativa dos geradores satildeo fixadas nos seus respectivos valores

encontrados na soluccedilatildeo do fluxo de carga no caso base com exceccedilatildeo ao da barra de folga

cuja injeccedilatildeo de potecircncia ativa poderaacute variar para equiparar eventuais reduccedilotildees nas perdas do

sistema Para cada iteraccedilatildeo os valores das tensotildees das barras de geraccedilatildeo satildeo comparados com

seu valor limite caso este seja ultrapassado tal tensatildeo teraacute seu valor fixado no valor limite

atingido Se a barra estiver dentro de seus limites de geraccedilatildeo de potecircncia reativa ela

permaneceraacute atuando como simples PV poreacutem natildeo participaraacute da reduccedilatildeo das perdas Aleacutem

disso as potecircncias reativas geradas nas barras de geraccedilatildeo satildeo tambeacutem comparadas com seus

respectivos limites sendo que no caso de violaccedilatildeo desse limite a barra PV eacute alterada para tipo

PQ sendo que estas barras poderatildeo voltar a ser PV nas iteraccedilotildees futuras caso a sua respectiva

potecircncia reativa gerada retorne para dentro de sua faixa de limites maacutexgg

miacuteng QQQ lele

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

88

441 ndash Balanccedilo de reativos durante o procedimento de reduccedilatildeo da perda total de

potecircncia ativa

O objetivo deste item eacute o de esclarecer como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema

eleacutetrico de potecircncia durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Para isso seraacute

utilizado o sistema IEEE 14 barras

A barra de folga tambeacutem conhecida como barra oscilante eacute usada com uma dupla

funccedilatildeo atuar como referecircncia angular embora qualquer barra possa ser referecircncia angular e

para fechar o balanccedilo de potecircncia do sistema Ela eacute necessaacuteria para estabelecer uma referecircncia

angular para a resoluccedilatildeo das equaccedilotildees do fluxo carga Essa necessidade se daacute porque

conforme apresentado na Equaccedilatildeo (33) da seccedilatildeo 32 os fluxos de potecircncia satildeo expressos

como diferenccedilas angulares (θk-θm) isto eacute o problema de fluxo de carga eacute indeterminado nas

variaacuteveis θ de cada barra (MONTICELLI 1983) Na metodologia proposta a geraccedilatildeo de

potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo satildeo mantidas constantes nos respectivos

valores do caso base enquanto que o valor da perda total de potecircncia ativa conforme

Equaccedilatildeo (44) eacute preacute-ajustado atraveacutes do paracircmetro micro Assim adotando a barra 1 como sendo

a barra de folga a sua geraccedilatildeo de potecircncia ativa (Pg1) eacute reprogramada para fechar o balanccedilo

de potecircncia ativa do sistema ou seja seu valor variaraacute a fim de acomodar aleacutem da diferenccedila

entre a potecircncia ativa gerada e a consumida de todo o sistema a reduccedilatildeo das perdas ativas na

transmissatildeo sendo o seu valor calculado por meio da equaccedilatildeo

)cosθV2VV(VgPgPcPg kmmk2

m2

kΩm k

kmNG

2ii

NC

1jj1 minus++minus= sumsumsum

isin== (48)

sendo NB eacute o nuacutemero de barras da rede e NG e NC satildeo os respectivos conjuntos de barras de

geraccedilatildeo e de demanda (carga) e Ω eacute o conjunto de todas as barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

89

Com relaccedilatildeo a geraccedilatildeo de potecircncia reativa (Qg1) da barra de folga esta eacute calculada por

meio da seguinte equaccedilatildeo

( ) ( )[ ]2

nNB

1n

shn

Ωm kkmmk

2m

2kkm

2m

2k

shkm

NC

1j

NG

2iiqj1

Vb

cosθV2VVVbVVbQgQcQg

sum

sumsum sum

=

isin= =

minus

minus+minus+minus+λminus=

(49)

Observe na Equaccedilatildeo (49) que a parcela ( )kmmk2

m2

kkm cosθVV2VVb minus+minus eacute a perda

reativa no elemento seacuterie da linha de transmissatildeo localizada entre as barras k e m enquanto

que ( )2m

2k

shkm VVb +minus e 2

nshn Vb correspondem respectivamente agrave geraccedilatildeo de potecircncia reativa

nos shunts da linha de transmissatildeo localizada entre as barras k e m e nos shunts de barra tais

como banco de capacitores eou reatores localizados na barra n Observe que para as linhas

de transmissatildeo reais 0langkmb e 0rangshkmb As Equaccedilatildeo (48) e (49) mostram que a barra de folga

deve gerar a diferenccedila entre a carga ativa (reativa) total do sistema de potecircncia mais as perdas

ativa (reativa no elemento seacuterie mais a geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos elementos shunts) e a

soma de potecircncia ativa (reativa) especificada isto eacute calculada nas barras de geraccedilatildeo Essas

diferenccedilas satildeo conhecidas como desbalanccedilo ou seja mismatch de potecircncia do sistema

Na convenccedilatildeo de sinais utilizada as injeccedilotildees liacutequidas de potecircncia satildeo positivas quando

entram na barra (geraccedilatildeo) e negativas quando saem da barra (carga) os fluxos de potecircncia satildeo

positivos quando saem da barra e negativos quando entram na barra No caso dos elementos

shunt a convenccedilatildeo eacute a mesma utilizada para as injeccedilotildees de potecircncia (MONTICELLI 1983)

A toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-6 pu O valor inicial adotado para micro

eacute ndash01 MW isto eacute Pa eacute reduzido em 10 O proacuteximo ponto atual eacute computado pela Equaccedilatildeo

(45) Este procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir Adotou-se

um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 10 Durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa

total o tap nos transformadores com comutaccedilatildeo de taps sob carga foram mantidos fixos no

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

90

valor de 10 pu Os valores limites adotados para as magnitudes de tensatildeo da barra de folga e

das barras de geraccedilatildeo foram Vmin le V le Vmaacutex onde Vmin = 095 e Vmaacutex = 11 pu

Na Figura 47 encontram-se as variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga barra 1 e das

barras de controle de tensatildeo (PV) barras 2 3 6 e 8 em funccedilatildeo da perda total de potecircncia

ativa (Pa) Da figura observa-se que ocorre um aumento da magnitude de tensatildeo de todas as

barras PV bem como da de folga

Pa [MW]

V1

V2

V8

V3

V6

Ten

satildeo

[pu

]

Figura 47 - Variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga e das barras de controle de tensatildeo (PV) em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras

Na Figura 48 apresentam-se as variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de

folga e de controle de tensatildeo em funccedilatildeo de Pa Pode-se verificar que haacute uma reduccedilatildeo das

potecircncias reativas geradas pelas barras PV de nuacutemeros 2 3 e 8 enquanto que a da barra 6

permanece constante no seu valor maacuteximo de 24 MVAr Com relaccedilatildeo a barra de folga pode-

se afirmar que ocorre uma reduccedilatildeo da potecircncia reativa gerada

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

91

Qg1

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg2

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg3

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg6

Potecirc

ncia

rea

tiva

[MV

Ar

]

Qg8

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Pa [MW]

Figura 48 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de folga e de controle de tensatildeo (PV) em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

92

Na Figura 49 satildeo apresentados as variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de Pa

dos termos que compotildeem a Equaccedilatildeo (49) Da Figura 49(a) pode-se verificar que a potecircncias

reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo (PV) diminuem com a diminuiccedilatildeo das

perdas Conforme jaacute comentado manter os geradores existentes operando com o maacuteximo

possiacutevel de margem de reativo eacute beneacutefico para prevenir ou postergar o colapso de tensatildeo

(CIGRE 1989) Essa reduccedilatildeo de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos geradores se deve ao

aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e pelo banco de

capacitor localizado na barra 9 Figura 49 (b) e (c) respectivamente e a reduccedilatildeo da perda de

potecircncia reativa nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo ver Figura 49 (d) O aumento

da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e pelo banco de capacitor

eacute consequumlecircncia direta do aumento das magnitudes de tensatildeo nas barras do sistema ver Figura

410 A reduccedilatildeo das perdas pode ser atribuiacuteda ao suprimento local de potecircncia reativa

efetuadas por meio desses elementos shunts

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

93

(a)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(b)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(c)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(d)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Pa [MW]

(e)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Figura 49 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras (a) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo (PV) (b) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts das linhas de transmissatildeo (c)

somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts de barra (banco de capacitores eou reatores) (d) somatoacuterio das variaccedilotildees de perda de potecircncia reativa nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo e (e) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de

tensatildeo PVrsquos mais a barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

94

V1

V9 Ten

satildeo

[pu

]

Pa [MW]

Figura 410 ndash Variaccedilotildees das magnitudes de tensatildeo das barras do sistema IEEE-14 em funccedilatildeo de Pa

442 - Anaacutelise de desempenho do meacutetodo proposto para os sistemas IEEE

Neste item satildeo apresentados os resultados de teste para os trecircs sistemas do IEEE 14

barras 30 barras e 57 barras (FRERIS SASSON 1968)

Nos testes o nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees e o valor inicial do paracircmetro micro

foram de 10 e de ndash01 MW respectivamente O proacuteximo ponto atual eacute computado pela

Equaccedilatildeo (45) Este procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Neste momento retorna-se a soluccedilatildeo anterior e continua-se o processo com um passo menor

para micro10 As reduccedilotildees no tamanho passo satildeo efetuadas sempre que o processo de soluccedilatildeo

divergir (ou o nuacutemero de iteraccedilotildees for maior que 10) para uma toleracircncia igual a 10-6 O

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

95

processo eacute suspenso quando a reduccedilatildeo no passo (micro) natildeo acarretar uma reduccedilatildeo significativa

nas perdas isto eacute quando a reduccedilatildeo nas perdas for menor que 10-6

Para o traccedilado das curvas PV a toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-4 pu

Em ambos os procedimentos os limites superior e inferior adotados para os tap foram 105 e

095 respectivamente enquanto que os valores limites adotados para as tensotildees da barra de

folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex onde Vmin =095 e Vmaacutex =11 pu

Os ajustes de tap nos transformadores com comutaccedilatildeo de taps sob carga consistiram

da inclusatildeo da posiccedilatildeo do tap como variaacutevel dependente ao passo que as magnitudes da

tensatildeo das barras controladas foram consideradas como variaacuteveis independentes

(PETERSON MEYER 1971)

Para o traccedilado das curvas PV do caso base (curva 1 nas figuras que seguem) o

primeiro ponto de cada curva foi obtido com um fluxo de carga convencional Para os demais

pontos da curva usou-se um fluxo de carga continuado e conforme a Equaccedilatildeo (21) as cargas

foram modeladas como de potecircncia constante e o paracircmetro λ foi usado para simular o

incremento de carga ativa e reativa considerando fator de potecircncia constante

O aumento de carga foi seguido por um aumento de geraccedilatildeo usando λ

Para o traccedilado das curvas PV apoacutes a reduccedilatildeo das perdas (curva 2 nas figuras que

seguem) usou-se o mesmo procedimento utilizado para a obtenccedilatildeo da curva 1 exceto que o

primeiro ponto corresponde ao uacuteltimo ponto de operaccedilatildeo obtido com o procedimento de

reduccedilatildeo das perdas

A Tabela 43 apresenta para os trecircs sistemas o desempenho da metodologia proposta

para a reduccedilatildeo das perdas enquanto que a Tabela 44 apresenta os respectivos aumentos

obtidos para a margem de carregamento Pelas tabelas constata-se que aleacutem da diminuiccedilatildeo

dos custos operacionais dos sistemas com as reduccedilotildees nas perdas adicionalmente se obteacutem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

96

um aumento do ponto de maacuteximo carregamento ou seja um aumento superior a 5 na

margem de estabilidade desses sistemas

Tabela 43 - Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa

Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa

Perdas (MW) Sistema

IEEE Caso base Finais

Reduccedilatildeo nas perdas (MW)

14 barras 134411 124141 10270 764

30 barras 183360 162539 20830 1136

57 barras 282796 254196 28600 1001

Tabela 44 - Margem de carregamento

Margem de carregamento PMC (pu) Sistema

IEEE Caso base

Apoacutes reduccedilatildeo

Aumento da MC (∆MC em pu)

14 barras 17680 18791 01111 1447

30 barras 14884 16260 01376 2617

57 barras 16007 17355 01348 2224

As Figuras 411 413 e 415 apresentam para os respectivos sistemas as curvas PV

nas barras criacuteticas para o caso base e para o caso apoacutes a reduccedilatildeo das perdas de onde se pode

confirmar os resultados apresentados na Tabela 44 As barras criacuteticas satildeo 14 30 e 31

respectivamente para os sistemas 14-barras 30-barras e 57-barras

Adicionalmente conforme se pode verificar nas Figuras 412 414 e 416 onde satildeo

apresentados os perfis de magnitude de tensatildeo e dos respectivos acircngulos o aumento da

margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do perfil da

magnitude de tensatildeo Tambeacutem se pode notar nos perfis de magnitude de tensatildeo e da Tabela

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

97

44 que as melhorias da margem de carregamento conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das

perdas satildeo significativas uma vez que estas foram obtidas sem nenhuma alteraccedilatildeo nas

injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga

Conforme jaacute comentado uma caracteriacutestica que deve ser almejada em um sistema

eleacutetrico de energia eacute que a tensatildeo criacutetica tensatildeo relativa ao ponto de maacuteximo carregamento se

mantenha a um niacutevel de preferecircncia o mais baixo quanto possiacutevel da tensatildeo normal de

operaccedilatildeo sem que isto consequumlentemente venha a prejudicar o perfil geral de tensatildeo

(WECC 1998) Observa-se nas Figuras 411 413 e 415 que os valores das tensotildees criacuteticas

no caso base representados na curva 1 estatildeo muito proacuteximos aos seus respectivos valores

apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas conforme verificado por meio da curva 2 ou

seja dentro da caracteriacutestica desejada em (WECC 1998)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

98

bull Sistema IEEE-14 barras

Figura 411 - Curvas PV do sistema IEEE-14 barras

Figura 412 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-14 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

99

bull Sistema IEEE 30 barras

Figura 413 - Curvas PV do sistema IEEE-30 barras

Figura 414 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-30 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

100

bull Sistema IEEE-57 barras

Figura 415 - Curvas PV do sistema IEEE-57 barras

Figura 416 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-57 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

101

Um outro aspecto importante que deve ser ressalvado eacute que o principal fator

responsaacutevel pela instabilidade de tensatildeo eacute a incapacidade do sistema em atender a demanda de

potecircncia reativa ou seja o colapso de tensatildeo eacute devido ao esgotamento progressivo das

reservas de reativos nos geradores

Com o meacutetodo proposto obtecircm-se um aumento nas reservas de reativos nos geradores

as quais satildeo alcanccediladas como consequumlecircncia direta da reduccedilatildeo das perdas de potecircncia ativa

conforme se verifica na Tabela 45 onde satildeo apresentadas as potecircncias reativas geradas para o

caso base e para o caso apoacutes a reduccedilatildeo das perdas

Tabela 45 - Reserva de reativos

Reserva de reativos (MVAr) ΣQgerado

Sistema

IEEE Caso base Final Reserva ΣQgerado

14 barras 1021869 743556 278313 2724 30 barras 1439388 1302830 136458 948 57 barras 3219223 2974083 245140 762

443 - Influecircncia da barra de folga na reduccedilatildeo das perdas

O objetivo deste item eacute o de apresentar a influecircncia da escolha da barra de folga

durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Inicialmente analisaremos o sistema IEEE

57 barras e posteriormente o sistema IEEE 118 barras Nos procedimentos de reduccedilatildeo de

perdas que se seguem a toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-6 pu enquanto que

para o traccedilado das curvas PV foi de 10-4 pu

Adotou-se um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 10 Em ambos os procedimentos

os valores adotados para os tap foram de 10 pu enquanto que os valores limites adotados

para as tensotildees da barra de folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex sendo Vmin = 094

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

102

pu e Vmaacutex = 110 pu O valor inicial adotado para micro eacute ndash01 MW isto eacute Pa eacute reduzido em

10 O proacuteximo ponto atual eacute computado pela Equaccedilatildeo (45) Este procedimento eacute repetido

ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Convencionalmente a referecircncia angular eacute especificada na barra de folga Sabe-se que

qualquer barra geradora pode ser escolhida como referecircncia angular e que a convergecircncia do

problema de fluxo de potecircncia natildeo seraacute afetada por essa escolha (LEE KIM 2002)

Por outro lado sabe-se tambeacutem que a escolha da barra de folga afeta o valor da perda

ativa (reativa) total podendo resultar em maiores ou menores perdas na transmissatildeo Assim

com o intuito de garantir que o caso base a ser utilizado no processo de reduccedilatildeo de perdas seja

sempre o mesmo independente da barra adotada como barra de folga para todos os demais

casos analisados especificou-se como valor de potecircncia ativa gerada para a barra de folga

original do banco de dados (no caso a barra 1 do sistema IEEE-57 barras e a 69 do IEEE-118

barras) aquele determinado para o caso base considerando a barra de folga original

4431 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-57 barras

Nas Figuras 417 e 418 apresentam-se os respectivos perfis de magnitude da tensatildeo e

de acircngulo obtidos para o caso base com o fluxo de carga convencional e os obtidos com o

processo de reduccedilatildeo de perdas utilizando o fluxo de carga continuado proposto Observa-se

que apoacutes a reduccedilatildeo das perdas os perfis satildeo muito proacuteximos e que haacute uma melhora do perfil

de magnitude de tensatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base

Nas Tabelas 46 e 47 podem-se verificar os respectivos valores de magnitude de

tensatildeo e potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

103

proposta para a reduccedilatildeo das perdas considerando cada um dos quatros geradores do sistema

IEEE-57 (1 3 8 e 12) como barra de folga Observa-se que a menor magnitude de tensatildeo

tanto para o caso base quanto apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi na barra 31 sendo os

respectivos valores iguais a 08241 pu e 09408 pu Com relaccedilatildeo ao perfil de acircngulo das

barras apoacutes recalculaacute-los considerando a barra 1 como barra de referecircncia verifica-se que

ocorreu muito pouca variaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base Isso jaacute era esperado posto que natildeo

houve variaccedilatildeo de potecircncia ativa gerada e consumida mas apenas na perda ativa total

0 10 20 30 40 50 6008

085

09

095

1

105

11

115

Tens

atildeo (p

u)

nuacutemero das barras

timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 417 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-57 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

104

0 10 20 30 40 50 60-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

Acircng

ulo

(gra

us)

nuacutemero das barras timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12 Referindo ao acircngulo da barra 1 apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando

como barra de referecircncia timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 418 - Perfil de acircngulo do sistema IEEE-57 barras

Tabela 46 - Magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-57 barras

Tensatildeo (pu) Barra de folga V1 V2 V3 V6 V8 V9 V12 1 11000 10768 10688 10783 11000 10749 11000 3 11000 10798 10793 10775 10991 10737 10982 8 11000 10759 10636 10709 11000 10707 10914 12 11000 10771 10713 10831 11000 10758 11000

1 (caso base) 10400 10100 09850 09800 10050 09800 10150

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

105

Tabela 47 - Potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-57 barras

Potecircncia reativa gerada (MVAr) Barra de folga QG1 QG 2 QG 3 QG 6 QG 8 QG 9 QG 12 1 633974 -28379 59707 137612 643029 44035 1332204 3 473342 -07216 399725 34984 646512 11178 1255745 8 780394 -06764 14231 32798 835336 10496 1177180

12 603791 -45166 95023 219001 563339 70083 1323922 1 (caso base) 1294766 -07261 15276 35207 650592 11267 1263672

A Tabela 48 apresenta considerando cada um dos quatros geradores do sistema

IEEE-57 (1 3 8 e 12) como barra de folga os valores das perdas ativa e reativa seacuterie totais

apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia proposta para a reduccedilatildeo das perdas Observa-se da Tabela

48 que o caso base eacute o mesmo para todos os casos analisados e que para este sistema as

reduccedilotildees nas perdas ativa e reativa seacuterie totais satildeo praticamente da mesma ordem de grandeza

Na Tabela 49 observam-se os aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das

linhas de transmissatildeo e as variaccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga

mais as PVs Fica clara a contribuiccedilatildeo da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de

transmissatildeo Consequumlente dessa contribuiccedilatildeo bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia

reativa nos elementos seacuteries das linhas de transmissatildeo pode-se observar na uacuteltima coluna da

Tabela 49 que haacute uma reduccedilatildeo da potecircncia reativa total gerada pelas barras de folga mais as

PVs

Tabela 48 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema IEEE-57 barras

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr)

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo 1 286127 241127 44997 1243319 1045200 198119 3 286127 240126 46000 1243312 1042192 201120 8 286127 243128 42998 1243319 1053650 189669 12 286127 244127 42000 1243319 1056678 186641

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

106

Tabela 49 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as PVs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema IEEE-57 barras

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo 1 1150550 1349006 198456 3263519 2822182 441338 3 1150551 1352361 201810 3263519 2814270 449249 8 1150550 1338467 187917 3263519 2843671 419848 12 1150550 1351587 201036 3263519 2829993 433526

A Figura 419 apresenta as curvas PVacutes para a barra criacutetica barra 31 para o caso base

e para os casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas de onde se pode confirmar que os pontos de

maacuteximo carregamento e o aumento da margem de carregamento conforme apresentado na

Tabela 410 satildeo praticamente os mesmos Conforme jaacute comentado anteriormente o aumento

da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do perfil da

tensatildeo conforme se pode verificar na Figura 417 Tambeacutem se pode notar das curvas PVacutes e

da Tabela 410 que as melhorias da margem de carregamento conseguidas atraveacutes da

reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas uma vez que estas foram obtidas sem nenhuma

alteraccedilatildeo nas injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga responsaacutevel pelo

fechamento do balanccedilo ativo Esse aumento se deve ao aumento da reserva de reativos nos

geradores conforme apresentado na uacuteltima coluna da Tabela 49

Tabela 410 - Margem de carregamento

Margem de carregamento Ponto de maacuteximo carregamento (pu) Aumento da MC (∆MC)

Barra de

folga Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu) 1 15331 16638 01307 2452 3 15331 16638 01307 2452 8 15331 16637 01306 2449 12 15331 16638 01307 2452

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

107

Ten

satildeo

(pu

)

fator de carregamento λ

15331

16638

∆MC=01307

timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas)

Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 419 - Curvas PVacutes da barra criacutetica (barra 31) do sistema IEEE-57 barras

4432 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-118 barras

Nas Figuras 420 421 e 422 apresentam-se os perfis de magnitude da tensatildeo do

sistema IEEE-118 barras para o caso base e para os casos obtidos com o processo de reduccedilatildeo

de perdas considerando como barra de folga as barras 69 27 e 26 respectivamente Para este

sistema diferente do ocorrido para o sistema IEEE-57 observa-se que apoacutes a reduccedilatildeo das

perdas os perfis de magnitude de tensatildeo apresentam uma grande diferenccedila Embora em todos

os casos o procedimento tenha produzido uma reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

108

conforme apresentado na Tabela 411 somente com o uso da barra 26 como barra de folga

constata-se em relaccedilatildeo ao perfil do caso base uma melhora de todo o perfil de magnitude de

tensatildeo

Observa-se que o menor e o maior valor de magnitude de tensatildeo para o caso base

ocorreram nas barras 76 e 10 e foram de 09430 pu e 1050 pu respectivamente Apoacutes a

aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto a menor magnitude de tensatildeo no valor de 09337 pu ocorreu

na barra 28 quando do uso da barra 69 como barra de folga Jaacute a maior magnitude de tensatildeo

no valor de 11031 pu ocorreu na barra 9 quando do uso da barra 26 como barra de folga A

barra 9 eacute uma barra sem carga

Na Figura 423 apresenta-se os perfis de magnitude da tensatildeo das barras de geraccedilatildeo

para o caso base e o obtido com o processo de reduccedilatildeo de perdas considerando a barra 26

como barra de folga Na Figura 424 mostra-se as variaccedilotildees percentuais em relaccedilatildeo agrave

magnitude de tensatildeo do caso base das respectivas magnitudes de tensatildeo das barras de

geraccedilatildeo considerando a barra 26 como barra de folga Dessas figuras se constata que a

variaccedilatildeo percentual natildeo seraacute a mesma para todas as barras Na Figura 425 (a) e 425 (b)

mostra-se as variaccedilotildees da magnitude de tensatildeo e da potecircncia reativa gerada pelas barras 26

27 e 69 durante o processo de reduccedilatildeo de perdas considerando a barra 26 como barra de

folga

Da Tabela 411 verifica-se que para este sistema as maiores reduccedilotildees nas perdas ativa

e reativa seacuterie totais ocorrem quando do uso da barra 26 como barra de folga Da mesma

forma da Tabela 412 que apresenta os aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts

das linhas de transmissatildeo e as reduccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga

mais as PVs se verifica que as maiores contribuiccedilotildees de potecircncia reativa fornecida pelos

shunts das linhas de transmissatildeo e de reduccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras

de folga mais as PVs tambeacutem ocorrem quando do uso da barra 26 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

109

Tabela 411 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema IEEE-118 barras

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr)

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo 26 1311543 1150543 161000 7678841 6721797 957044 27 1311543 1187545 123998 7678841 7004000 674842 69 1311543 1222544 88999 7678841 7347540 331301

Tabela 412 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as PVs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema IEEE-118 barras

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo 26 1368262 1545199 1766940 7527540 4697815 2829726 27 1368262 1523670 1554077 7527540 5133701 2393840 69 1368262 1445854 77592 7527540 6212204 1315336

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Ten

satildeo

(pu

)

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 420 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 69 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

110

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

Ten

satildeo

(pu

)

nuacutemero das barras

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas Figura 421 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 27 como

barra de folga

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Ten

satildeo

(pu

)

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas Figura 422 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como

barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

111

0 10 20 30 40 5007

075

08

085

09

095

1

105

11

Tens

atildeo (p

u)

g caso base g apoacutes a reduccedilatildeo das perdas

Figura 423 - Perfil da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

0 10 20 30 40 500

1

2

3

4

5

6

7

8

Tens

atildeo (

)

Figura 424 - Variaccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo ao caso base da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

112

V26

V27

V69

Pa [MW]

Ten

satildeo

[pu

]

Qg26

Qg27

Qg69

Pa [MW]

Potecirc

ncia

rea

tiva

gera

da [M

VA

r]

Figura 425 - (a) Variaccedilatildeo da magnitude de tensatildeo e (b) da potecircncia reativa gerada pelas barras de geraccedilatildeo 26 27 e 69 do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

As Figuras 426 (a) e (b) apresentam as curvas PVacutes para a barra 9 cuja magnitude de

tensatildeo foi utilizada como paracircmetro da continuaccedilatildeo durante o traccedilado da curva PV e da barra

criacutetica barra 13 para o caso base e para os casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas Das figuras 426

(a) e (b) e da Tabela 413 pode-se verificar que o ponto de maacuteximo carregamento e o aumento

da margem de carregamento seraacute maior quando do uso da barra 26 como barra de folga

Conforme jaacute comentado anteriormente quando do uso da barra 26 como barra de folga o

(a)

(b)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

113

aumento da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do

perfil de magnitude de tensatildeo conforme se pode verificar na Figura 422 Tambeacutem se pode

notar das curvas PVacutes e da Tabela 413 que as melhorias da margem de carregamento 923

e 1559 conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas quando do uso ou da

barra 26 ou da 27 como barra de folga Entretanto quando do uso da barra 69 como barra de

folga apesar da reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa serem de 89 MW e 3313 MVAr (ver

Tabela 411) o aumento da margem de carregamento do sistema foi de apenas 132

Tabela 413 - Margem de carregamento para o sistema IEEE-118 barras

Margem de carregamento Ponto de maacuteximo carregamento (pu) Aumento da MC (∆MC)

Barra de

folga Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu) 69 20817 20960 00143 132 27 20817 21815 0 0998 923 26 20817 22503 01686 1559

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

114

08 1 12 14 16 18 2 22 2404

05

06

07

08

09

1

11V9

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

20817

22503

∆MC=01686

08 1 12 14 16 18 2 22 24

04

05

06

07

08

09

1

11

V9

fator de carregamento λ

Tens

atildeo [p

u]

V13

timestimestimestimes caso base (barra 69 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de folga bullbullbullbull barra 69 ++++ barra 26 oooo barra 27

Figura 426 - Curvas PVacutes do sistema IEEE-118 barras (a) curva PV da barra 9 e (b) curva PV da barra 13

(a)

(b)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

115

45 - Comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga oacutetimo

e o fluxo de carga continuado proposto

O objetivo desse item eacute o de comparar o desempenho do fluxo de carga continuado

proposto com o do fluxo de carga oacutetimo Ao contraacuterio do fluxo de carga convencional o fluxo

de carga continuado proposto possibilita a reduccedilatildeo das perdas a partir de um caso base assim

natildeo se faz necessaacuterio realizar um processo de tentativa e erro para atingir o criteacuterio desejado

Por outro lado conforme ficou claro do item 443 haacute a necessidade de se escolher uma barra

de folga para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total uma vez que sua escolha

influenciara o estado final obtido Entatildeo a titulo de comparaccedilatildeo escolheu-se entre os

resultados obtidos no item 443 aquele que apresentou o melhor desempenho

As Figuras 427 e 428 apresentam para os sistemas IEEE-57 e IEEE-118 os

respectivos perfis de magnitudes de tensatildeo e de acircngulo obtidos com o fluxo de carga

convencional para o caso base com os meacutetodos do fluxo de carga continuado proposto e com

o fluxo de carga oacutetimo Observa-se que o ponto de partida para aplicaccedilatildeo da metodologia de

reduccedilatildeo de perdas e do fluxo de carga oacutetimo eacute um caso base obtido por um fluxo de carga

convencional com os taps dos transformadores fixos em 10

As perdas de potecircncia ativa para o caso base dos sistemas IEEE-57 e IEEE-118 satildeo de 2861

MW e 13116 MW respectivamente Os valores das perdas de potecircncia ativa total obtidos

com o fluxo de carga oacutetimo foram de 2333 MW para o sistema IEEE-57 barras e de 10804

MW para o sistema IEEE-118 barras Enquanto que apoacutes a aplicaccedilatildeo fluxo de carga

continuado proposto as perdas de potecircncia ativa para esses sistemas foram de 2427 MW e

11505 MW respectivamente Assim aplicaccedilatildeo da metodologia de reduccedilatildeo de perdas nos

sistemas IEEE-57 e IEEE-118 conduz a uma reduccedilatildeo nas perdas de 424 MW (1487) e

161 MW (1228) respectivamente com o consequumlente aumento nas economias financeira

Observa-se que aleacutem da reduccedilatildeo nas perdas haacute uma melhora do perfil de tensatildeo Observa-se

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

116

0 10 20 30 40 5008

085

09

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Tens

atildeo (p

u)

0 10 20 30 40 50 60-25

-20

-15

-10

-5

0

nuacutemero das barras

Acircng

ulo

(gra

us)

timestimestimestimes caso base utilizando a barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando a barra 1 como barra de folga oooo obtido com um programa FCO utilizando a barra 1 como barra de folga

Figura 427 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema IEEE-57

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

117

0 20 40 60 80 100 120094

096

098

1

102

104

106

108

11

nuacutemero das barras

Tens

atildeo (p

u)

0 20 40 60 80 100 120-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

nuacutemero das barras

Acircng

ulo

(gra

us)

timestimestimestimes caso base utilizando a barra 26 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando a barra 26 como barra de folga oooo obtido com um programa FCO utilizando a barra 26 como barra de folga

Figura 428 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema IEEE-118

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

118

tambeacutem que ambas foram obtidas sem praticamente nenhuma modificaccedilatildeo nas injeccedilotildees de

potecircncia ativa dos geradores

Os resultados apresentados nestas figuras mostram tambeacutem que com a aplicaccedilatildeo do

meacutetodo do fluxo de carga continuado proposto eacute possiacutevel se obter pontos de operaccedilatildeo

proacuteximos aos obtidos pelo fluxo de carga oacutetimo

A Figura 429 apresenta para o sistema IEEE-57 as curvas PV obtidas partindo do

estados fornecidos pelo fluxo de carga oacutetimo e apoacutes a uacuteltima iteraccedilatildeo da metodologia de

reduccedilatildeo de perdas proposta juntamente com a curva PV do caso base A melhora de 245 na

margem de carregamento pode ser confirmada na Figura 429 onde a margem de

carregamento sem reduccedilatildeo de perdas (caso base) era de 15331 pu e apoacutes a reduccedilatildeo das

perdas passou a 16637 pu correspondendo a um aumento em 01306 pu

No caso do sistema IEEE-118 como se pode confirmar na Figura 430 que a melhora

na margem de carregamento foi de 156 Para esse sistema a margem de carregamento sem

reduccedilatildeo de perdas (caso base) era de 20817 pu e apoacutes a reduccedilatildeo das perdas passou a 22503

pu correspondendo a um aumento de 01686 pu Como se pode confirmar da figura o

aumento da margem de carregamento obtido partindo do estado fornecido pelo fluxo de carga

oacutetimo eacute ligeiramente maior 18

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

119

1 11 12 13 14 15 16 170

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

Ten

satildeo

(pu

)

caso base sem reduccedilatildeo de perdas FCCP com reduccedilatildeo de perdas FCO com reduccedilatildeo de perdas +++++

Fator de carregamento λ

∆MC 01306

15331 16637

Figura 429 - Curvas PV inicial e final para o sistema IEEE-57

08 1 12 14 16 18 2 22 24

04

05

06

07

08

09

1

11

Tens

atildeo (p

u)

caso base sem reduccedilatildeo de perdas FCCP com reduccedilatildeo de perdas FCO com reduccedilatildeo de perdas +++++

Fator de carregamento λ

∆MC 01686

20817 22503

22760

Figura 430 - Curvas PV inicial e final para o sistema IEEE-118

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

120

46 ndash Desempenho do fluxo de carga continuado proposto para sistemas de grande porte

O objetivo deste item eacute o de apresentar o desempenho do meacutetodo proposto para

sistemas de meacutedio porte e real de grande porte no caso o sistema IEEE-300 de 300 barras e

411 linhas e o sistema OTS-904 que eacute um sistema de 904 barras e 1283 linhas

correspondente a uma parte do sistema sudoeste Americano

Nos procedimentos de reduccedilatildeo de perdas nesses sistemas a toleracircncia adotada para os

mismatches foi de 10-6 pu enquanto que para o traccedilado das curvas PV foi de 10-5 pu

Adotou-se um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 20 Em ambos os procedimentos os

valores adotados para os tapacutes foram de 10 pu enquanto que os valores limites adotados

para as tensotildees da barra de folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex sendo Vmin igual a

090 pu e Vmaacutex igual a 110 pu para ambos os sistemas Os valores iniciais adotados para o

paracircmetro da continuaccedilatildeo (micro) foram de ndash02 MW e ndash05MW para os sistema IEEE-300 e

OTS-904 respectivamente O proacuteximo ponto atual eacute computado pela equaccedilatildeo (45) Este

procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Da mesma forma que ocorreu para todos os sistemas jaacute analisados observa-se que

apoacutes a reduccedilatildeo das perdas haacute uma melhora do perfil de tensatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base

Para o sistema IEEE-300 observou-se que a menor magnitude de tensatildeo para o caso

base foi na barra 526 e apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi na barra 9033 sendo os

respectivos valores iguais a 08636 pu e 09156 pu Para o sistema OTS-904 a menor

magnitude de tensatildeo tanto para o caso base quanto apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi

na barra 277 sendo os respectivos valores iguais a 08681 pu e 09000 pu Em ambos os

sistemas as maacuteximas magnitudes de tensatildeo natildeo foram maiores que o valor maacuteximo de 11 pu

A tabela 414 apresenta para os dois sistemas os valores das perdas ativa e reativa

seacuterie totais apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia proposta para a reduccedilatildeo das perdas Observa-se

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

121

da tabela que a maior reduccedilatildeo nas perdas ativa e reativa seacuterie totais ocorrem para o sistema

IEEE-300

Na tabela 415 observam-se os respectivos aumentos da potecircncia reativa fornecida

pelos shunts das linhas de transmissatildeo e as variaccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas

barras de folga e PVs Novamente observa-se claramente a contribuiccedilatildeo da potecircncia reativa

fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia

reativa nos elementos seacuteries das linhas de transmissatildeo com a consequumlente reduccedilatildeo da

potecircncia reativa total gerada pelas barras de folga mais as PVs como se pode observar da

uacuteltima coluna da tabela 415

Tabela 414 ndash Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr) Sistema

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo IEEE-300 7049 4215983 3905984 310000 5589485 5170518 418967 OTS-904 882 7517768 7433768 84000 1611578 1591707 19871

Tabela 415 ndash Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga e PVs com a reduccedilatildeo da perda

ativa total

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada Sistema

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo IEEE-300 7049 583705 632437 48732 683817 611434 72384

OTS-904 882 717591 730714 13123 1343894 1314866 29028

As Figuras 431 e 432 apresentam para o sistema IEEE-300 e OTS-904 as curvas PV

para as respectivas barras criticas 526 e 138 cujas magnitudes de tensatildeo foram utilizadas

como paracircmetro da continuaccedilatildeo durante o traccedilado da curva PV para o caso base e para os

casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas Das figuras e da Tabela 416 pode-se verificar o aumento da

margem de carregamento de ambos os sistemas

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

122

Tabela 416 ndash Margem de carregamento

Margem de carregamento (MC)

Ponto de maacuteximo carregamento (pu)

Aumento da MC (∆MC) Sistema Barra

de folga

Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu)

IEEE-300 7049 10552 11079 00527 955 OTS-904 882 12206 12486 00280 127

098 1 102 104 106 108 11 112055

06

065

07

075

08

085

09

095

V526

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

10552

∆MC=00527

11079

timestimestimestimes caso base (barra 7049 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 431 - Curva PVacutes do sistema IEEE-300 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

123

095 1 105 11 115 12 12503

04

05

06

07

08

09

1

V138

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

102206

12486

∆MC=00280

timestimestimestimes caso base (barra 882 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 432 - Curvas PVacutes do sistema OTS-904 barras

Capiacutetulo 5

CONCLUSOtildeES

51 Introduccedilatildeo

Os meacutetodos da continuaccedilatildeo satildeo considerados como poderoso ferramental na anaacutelise de

fluxo de carga podendo ser utilizados quando satildeo encontradas dificuldades de convergecircncia

traduzidas pela singularidade da matriz Jacobiana dos meacutetodos convencionais Esses meacutetodos

permitem a determinaccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e de maacutexima transferecircncia de

potecircncia bem como de todas as possiacuteveis soluccedilotildees das equaccedilotildees de fluxo de carga ou seja a

curva PV completa constituindo-se a base para a avaliaccedilatildeo da seguranccedila e da estabilidade de

tensatildeo (MANSOUR 1993)

52 Contribuiccedilotildees

A deficiecircncia de potecircncia reativa numa regiatildeo do sistema pode causar um aumento das

perdas tanto nesta regiatildeo como no sistema todo Isso porque o suprimento desses reativos

deve ser efetuado por geradores muitas vezes mais distantes da regiatildeo de interesse fazendo

com que correntes elevadas percorram o sistema Com base nisso nesta tese foi proposto a

modificaccedilatildeo do fluxo carga continuado para efetuar-se a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

125

ativa visando com isso aumentar a margem de carregamento do sistema A reduccedilatildeo das perdas

eacute alcanccedilada por intermeacutedio do redespacho de potecircncia reativa

O fluxo de carga continuado proposto difere em alguns aspectos do fluxo de carga

continuado usado para obter o ponto de maacuteximo carregamento No fluxo de carga continuado

o objetivo eacute obter o ponto de maacuteximo carregamento da curva PV Por outro lado no fluxo de

carga continuado proposto o objetivo eacute o de melhorar a margem de carregamento por meio da

reduccedilatildeo das perdas usando o meacutetodo da continuaccedilatildeo

Ao contraacuterio do fluxo de carga continuado no qual os valores da carga e da geraccedilatildeo de

potecircncia ativa do caso base satildeo aumentadas em uma direccedilatildeo preestabelecida no meacutetodo

proposto elas permanecem fixas No fluxo de carga continuado as barras PV satildeo tratadas

como simples barras PV e enquanto suas respectivas potecircncias reativas geradas estatildeo entre

seus respectivos limites suas respectivas equaccedilotildees natildeo estatildeo presentes na matriz Jacobiana

Assim suas magnitudes de tensotildees permanecem fixas nos seus respectivos valores

especificados sendo tratadas como variaacuteveis independentes No caso de violaccedilatildeo a barra PV

eacute alterada para tipo PQ com Q sendo especificado no valor limite e a sua magnitude de

tensatildeo eacute considerada como uma incoacutegnita do problema Por outro lado no fluxo de carga

continuado proposto as magnitudes de tensotildees nas barras PV podem variar e satildeo calculadas

para o valor especificado de perda total de potecircncia ativa sendo tratadas portanto como

variaacuteveis dependentes

Na metodologia proposta a geraccedilatildeo de potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo

satildeo mantidas constantes nos respectivos valores do caso base enquanto que o valor da perda

total de potecircncia ativa eacute preacute-ajustado atraveacutes de um novo paracircmetro Apoacutes se obter a soluccedilatildeo

do caso base por meio de um fluxo de carga convencional e se ter definido um passo para

reduccedilatildeo das perda total de potecircncia ativa o fluxo de carga continuado proposto eacute usado para

calcular as demais soluccedilotildees ateacute que um ponto neste trabalho definido como ponto de miacutenima

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

126

perda seja atingido A teacutecnica de previsatildeo adotada foi a trivial ou polinomial modificada de

ordem zero na qual o valor do paracircmetro da continuaccedilatildeo eacute prefixado Assim atraveacutes do

meacutetodo proposto eacute possiacutevel se especificar o valor desejado de variaccedilatildeo na perda ativa total na

transmissatildeo e a sua soluccedilatildeo provecirc o ponto de operaccedilatildeo para o qual a perda ocorre A geraccedilatildeo

de potecircncia ativa da barra adotada como barra de folga eacute reprogramada para fechar o balanccedilo

de potecircncia ativa do sistema ou seja o seu valor variaraacute a fim de acomodar aleacutem da

diferenccedila entre a potecircncia ativa gerada e a consumida de todo o sistema a reduccedilatildeo da perda

total de potecircncia ativa na transmissatildeo

Os resultados apresentados neste trabalho mostram que a utilizaccedilatildeo do meacutetodo

proposto proporciona natildeo soacute uma reduccedilatildeo das perdas e consequumlentemente dos custos

operacionais mas tambeacutem um aumento do ponto de maacuteximo carregamento isto eacute da margem

de estabilidade do sistema

O aumento da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a

melhoria do perfil da tensatildeo e com o aumento das reservas de reativos nos geradores natildeo

tendo no entanto ocorrido mudanccedilas relevantes na tensatildeo criacutetica Manter o valor da tensatildeo

criacutetica tatildeo baixa quanto esta possa ser em relaccedilatildeo agrave tensatildeo normal de operaccedilatildeo sem

comprometer consequumlentemente o perfil geral de tensatildeo eacute uma caracteriacutestica recomendada

em (WECC 1998) (FTCT 1999) Observa-se que as melhorias na margem de carregamento

conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas uma vez que estas foram

obtidas sem nenhuma alteraccedilatildeo nas injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga

Foram esclarecidos como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema eleacutetrico de potecircncia

durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Em geral haacute uma reduccedilatildeo da potecircncia

reativa total gerada pela barra de folga e as barras de geraccedilatildeo como consequumlecircncia direta dos

aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e de barras

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

127

bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia reativa nos elementos seacuteries das linhas de

transmissatildeo

O fluxo de carga continuado proposto possibilita a reduccedilatildeo das perdas a partir de um

caso base assim natildeo se faz necessaacuterio realizar um processo de tentativa e erro para atingir o

criteacuterio desejado Por outro lado as analises mostram que haacute a necessidade de se escolher uma

barra de folga para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total uma vez que sua

escolha influenciara o estado final obtido Um outro ponto importante eacute que com o meacutetodo

proposto eacute possiacutevel se obter pontos de operaccedilatildeo muito proacuteximos aos obtidos por meio de um

programa de fluxo de carga oacutetimo o que mostra que o meacutetodo proposto pode ser uma

alternativa viaacutevel para a aplicaccedilotildees de estudos da operaccedilatildeo para reforccedilar a estabilidade

estaacutetica de tensatildeo

Outro aspecto importante eacute o de que o meacutetodo proposto eacute de faacutecil incorporaccedilatildeo a

qualquer programa de Fluxo de Carga

53 Sugestotildees para futuros trabalhos

Algumas sugestotildees para dar continuidade aos trabalhos iniciados por esta tese

sect Tendo em vista que para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total a partir

de um caso base haacute a necessidade de se escolher uma barra de folga uma vez que sua

escolha influenciaraacute o estado final obtido uma necessidade seria a de se investigar e

definir um criteacuterio para se estabelecer qual barra seria a mais apropriada como barra

de folga

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

128

sect A escolha do valor oacutetimo para o passo do paracircmetro da continuaccedilatildeo objetivando a

reduccedilatildeo do nuacutemero de pontos e de iteraccedilotildees necessaacuterias para a obtenccedilatildeo do ponto de

miacutenimas perdas

sect Em (ZAMBRONI 1998) eacute mostrado que a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa

num grande sistema de potecircncia natildeo afeta muito sua margem de carregamento mas

que o controle das perdas em uma aacuterea criacutetica do sistema pode apresentar resultados

mais satisfatoacuterios Seria interessante avaliar os efeitos produzidos na margem de

carregamento do sistema realizando a reduccedilatildeo das perdas em uma aacuterea especifica do

sistema no caso a aacuterea criacutetica e comparaacute-los com os obtidos com a reduccedilatildeo da perda

total de potecircncia ativa

sect Analisar a utilizaccedilatildeo de fatores de participaccedilatildeo dos geradores a fim de definir um

redespacho que proporcione um melhor ganho de margem Os fatores de participaccedilatildeo

poderiam ser obtidos pela anaacutelise de sensibilidade dos autovalores e os

correspondentes autovetores direito e esquerdo da matriz Jacobiana modificada do

fluxo de carga continuado proposto procurando determinar os geradores que mais

contribuem para a reduccedilatildeo das perdas e o aumento da margem de carregamento

sect Considerar na metodologia proposta para a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa na

transmissatildeo aleacutem da equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo a equaccedilatildeo da

potecircncia reativa injetada das barras cuja magnitude de tensatildeo sejam reguladas por

transformadores com controle automaacutetico de tap

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Page 3: “Proposta de Parametrização para o Fluxo de Carga ......4.2 - O problema do fluxo de carga ótimo 71 4.3 - Metodologia proposta 75 4.3.1 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas

A DEUS pelas oportunidades e a

minha matildee Nair a minha esposa Isabel

e aos meus filhos Pedro e Mariana que

satildeo responsaacuteveis por grande parte delas

AGRADECIMENTOS

A Deus acima de tudo

A todos aqueles que direta ou indiretamente influenciaram positivamente em

minha vida tanto pessoal como profissional

Ao amigo orientador professor Dr Diacutelson Amacircncio Alves pela confianccedila

compreensatildeo e principalmente paciecircncia durante a evoluccedilatildeo deste trabalho

Aos Docentes e funcionaacuterios do DEEFEISUNESP que de alguma forma

contribuiacuteram para que mais esta etapa fosse vencida

Em particular aos Docentes Joseacute Paulo Fernandes Garcia Luiz Fernando

Bovolato Joseacute Carlos Rossi e Falcondes Joseacute Mendes Seixas pela ajuda nas disciplinas

da graduaccedilatildeo nos momentos em que precisei

A outros que involuntariamente foram esquecidos

RESUMO

Este trabalho apresenta uma metodologia alternativa para a melhoria da margem de

carregamento e reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa com base no meacutetodo da continuaccedilatildeo

Para atingir esta meta uma equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo baseada na perda de potecircncia ativa

total e as equaccedilotildees da potecircncia reativa nas barras de geraccedilatildeo satildeo acrescentadas agraves equaccedilotildees de

fluxo de carga convencional As tensotildees nas barras PV satildeo consideradas como variaacuteveis de

controle e um novo paracircmetro eacute escolhido para reduzir as perdas de potecircncia ativa nas linhas

de transmissatildeo Os resultados mostram que este procedimento em geral conduz a um

aumento no ponto de maacuteximo carregamento e por conseguinte melhoria na margem estaacutetica

da estabilidade de tensatildeo Este procedimento tambeacutem leva a uma reduccedilatildeo nos custos

operacionais e simultaneamente uma melhoria no perfil da tensatildeo

Palavras Chave Meacutetodo da continuaccedilatildeo fluxo de potecircncia margem de carregamento

margem de estabilidade de tensatildeo e reduccedilatildeo de perdas

ABSTRACT

This work presents an alternative methodology for loading margin improvement and

total real power losses reduction by using a continuation method In order to attain this goal a

parameterizing equation based on the total real power losses and the equations of the reactive

power at the slack and generation buses are added to the conventional Power Flow equations

The voltages at these buses are considered as control variables and a new parameter is chosen

with to reduce the real power losses in the transmission lines

The results show that this procedure leads to maximum loading point increase and

consequently in static voltage stability margin improvement Besides this procedure also

takes to a reduction in the operational costs and simultaneously to voltage profile

improvement

LISTA DE FIGURAS

Figura 21 - Classificaccedilatildeo da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia 28

figura 22 - Curva pv geneacuterica 38

Figura 23 ndash Curva qv geneacuterica 40

Figura 24 ndash Definiccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e da margem de carregamento 43

Figura 31 - Processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em sistemas parametrizados 56

Figura 32 - Sistema de trecircs barras 59

Figura 33 - Comparaccedilatildeo entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo com preditor tangente e com

preditor secante 59

Figura 34 - Controle automaacutetico do passo σ 62

Figura 41 - Sistema de duas barras 71

Figura 42 - Sistema de trecircs barras ndash caso base 74

Figura 43 - Sistema de trecircs barras - caso otimizado 74

Figura 44 - Desempenho do fccp para o sistema de duas barras 83

Figura 45 - Curvas pv efeito da reduccedilatildeo das perdas sobre o ponto de maacuteximo carregamento

para o sistema de duas barras 83

Figura 46 - Desempenho do sistema de trecircs barras (a) vtimespa (b) qgtimespa (c) potecircncia ativa

gerada pela barra de folga timespa (d) curvas pv 86

Figura 47 - Variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga e das barras de controle de tensatildeo (pv) em

funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras 90

Figura 48 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de folga e de controle de

tensatildeo (pv) em funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras 91

Figura 49 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras

(a) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo

(pv) (b) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts das linhas de

transmissatildeo (c) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts de barra

(banco de capacitores eou reatores) (d) somatoacuterio das variaccedilotildees de perda de potecircncia reativa

nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo e (e) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias

reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo pvrsquos mais a barra de folga 93

Figura 410 ndash Variaccedilotildees das magnitudes de tensatildeo das barras do sistema ieee-14 em funccedilatildeo de

pa 94

Figura 411 - Curvas pv do sistema ieee-14 barras 98

Figura 412 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-14 barras 98

Figura 413 - Curvas pv do sistema ieee-30 barras 99

Figura 414 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-30 barras 99

Figura 415 - Curvas pv do sistema ieee-57 barras 100

Figura 416 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-57 barras 100

Figura 417 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-57 barras 103

Figura 418 - Perfil de acircngulo do sistema ieee-57 barras 104

Figura 419 - Curvas pvacutes da barra criacutetica (barra 31) do sistema ieee-57 barras 107

Figura 420 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

69 como barra de folga 109

Figura 421 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

27 como barra de folga 110

Figura 422 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

26 como barra de folga 110

Figura 423 - Perfil da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-118 barras

considerando a barra 26 como barra de folga 111

Figura 424 - Variaccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo ao caso base da magnitude de tensatildeo das barras

de geraccedilatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga 111

Figura 425 - (a) Variaccedilatildeo da magnitude de tensatildeo e (b) da potecircncia reativa gerada pelas

barras de geraccedilatildeo 26 27 e 69 do sistema ieee-118 barras considerando a barra 26 como barra

de folga 112

Figura 426 - Curvas pvacutes do sistema ieee-118 barras (a) curva pv da barra 9 e (b) curva pv da

barra 13 114

Figura 427 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema ieee-57 116

Figura 429 - Curvas pv inicial e final para o sistema ieee-57 119

Figura 430 - Curvas pv inicial e final para o sistema ieee-118 119

Figura 431 - Curva pvacutes do sistema ieee-300 barras 122

Figura 432 - Curvas pvacutes do sistema ots-904 barras 123

LISTA DE TABELAS

Tabela 41 - Soluccedilotildees do fluxo de carga oacutetimo para o sistema da figura 41 73

Tabela 42 - Soluccedilotildees para o sistema da figura 42 75

Tabela 43 - Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa 96

Tabela 44 - Margem de carregamento 96

Tabela 45 - Reserva de reativos 101

Tabela 46 - Magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-57 barras 104

Tabela 47 - Potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-57 barras 105

Tabela 48 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema ieee-57 barras 105

Tabela 49 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as pvs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema ieee-57 barras 106

Tabela 410 - Margem de carregamento 106

Tabela 411 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema ieee-118 barras109

Tabela 412 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as pvs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema ieee-118 barras 109

Tabela 413 - Margem de carregamento para o sistema ieee-118 barras 113

Tabela 414 ndash Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais 121

Tabela 415 ndash Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga e pvs com a reduccedilatildeo da perda

ativa total 121

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 - INTRODUCcedilAtildeO 16

11 - Introduccedilatildeo geral 16

12 ndash Estrutura do trabalho 22

CAPIacuteTULO 2 - ANAacuteLISE DA ESTABILIDADE ESTAacuteTICA DE TENSAtildeO 25

21 - Introduccedilatildeo 25

22 ndash Estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia 25

23 ndash Estabilidade estaacutetica de tensatildeo 33

24 ndash Meacutetodos de estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo 34

25 ndash Avaliaccedilatildeo do colapso de tensatildeo baseado nas curvas PV e QV 36

251 ndash Curvas PV 37

252 ndash Curvas QV 39

26 - Margem de carregamento 40

CAPIacuteTULO 3 - MEacuteTODO DA CONTINUACcedilAtildeO E SUAS TEacuteCNICAS DE

PARAMETRIZACcedilAtildeO 46

31 ndash Introduccedilatildeo 46

32 - Fluxo de carga convencional 48

33 - Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de prediccedilatildeo parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo 53

331 ndash Teacutecnicas de prediccedilatildeo 56

3311 - Preditor tangente 56

3312 ndash Preditor secante 58

3313 - Preditor polinomial modificado de ordem zero 60

332 - Controle do passo preditor 61

333 ndash Teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo 62

3331 - Parametrizaccedilatildeo local 64

3332 ndash Teacutecnica do comprimento de arco 66

3333 ndash Teacutecnica da perpendicularidade 67

CAPIacuteTULO 4 - METODOLOGIA PROPOSTA 69

41 - Introduccedilatildeo 69

42 - O problema do fluxo de carga oacutetimo 71

43 - Metodologia proposta 75

431 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas de duas e trecircs barras 80

4311 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

de duas barras 81

4312 - Resultados obtidos com o FCCP para o sistema de trecircs barras 84

44 ndash Resultados da reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa 87

441 ndash Balanccedilo de reativos durante o procedimento de reduccedilatildeo da perda total de potecircncia

ativa 88

442 - Anaacutelise de desempenho do meacutetodo proposto para os sistemas IEEE 94

443 - Influecircncia da barra de folga na reduccedilatildeo das perdas 101

4431 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-57 barras 102

4432 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-118 barras 107

45 - Comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga oacutetimo e o

fluxo de carga continuado proposto 115

46 ndash Desempenho do fluxo de carga continuado proposto para sistemas de grande porte 120

CAPIacuteTULO 5 - CONCLUSOtildeES 124

51 Introduccedilatildeo 124

52 Contribuiccedilotildees 124

53 Sugestotildees para futuros trabalhos 127

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 129

APEcircNDICE A 138

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

16

Capiacutetulo 1

INTRODUCcedilAtildeO

11 - Introduccedilatildeo geral

Nas uacuteltimas deacutecadas os sistemas eleacutetricos de potecircncia (SEP) tecircm passado por vaacuterias

experiecircncias tais como mudanccedilas no comportamento socioloacutegico da populaccedilatildeo crises

econocircmicas restriccedilotildees ecoloacutegicas progressos tecnoloacutegicos desregulamentaccedilatildeo do setor

eleacutetrico entre outras

Estas experiecircncias chamam a atenccedilatildeo sobre alguns aspectos natildeo considerados no

passado Dentre tais aspectos estatildeo a procura por seguranccedila no sistema (confianccedila) e as

incertezas no futuro uma vez que os planejadores se baseiam em uma visatildeo de longo prazo

levando em conta previsotildees como a demanda de potecircncia a disponibilidade de geraccedilatildeo a

possibilidade de interconexatildeo de equipamento eou de novos sistemas e o desenvolvimento

de novas tecnologias

Estas previsotildees satildeo por sua proacutepria natureza incertas e qualquer divergecircncia entre o

planejamento e a realidade experimentada algum tempo depois deve ser equalizada por meio

de um impacto capaz de ser absorvido pelo sistema

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

17

Dentre os impactos de diversas naturezas podem-se citar por exemplo a crise do

petroacuteleo as restriccedilotildees ambientais que impedindo a construccedilatildeo de novos parques geradores e

linhas de transmissatildeo a privatizaccedilatildeo de concessionaacuterias estatais de energia os blecautes e o

racionamento de energia eleacutetrica

Com o crescente aumento do parque industrial haacute naturalmente um aumento

subsequumlente no carregamento do sistema e por conseguinte um aumento na potecircncia que flui

por entre as linhas de transmissatildeo ou seja no fluxo de potecircncia

Em consonacircncia com as leis de Ohm e as leis de Kirchhoff a energia eleacutetrica que flui

em uma rede eacute distribuiacuteda entre os ramos de acordo com as suas respectivas impedacircncias ateacute

que um equiliacutebrio de tensatildeo seja alcanccedilado

O fluxo de energia poderaacute sofrer mudanccedila de direccedilatildeo em qualquer instante caso a

configuraccedilatildeo da rede sofra alteraccedilotildees em consequumlecircncia de contingecircncias de linhas de

transmissatildeo de manobras em transformadores ou ainda quando estes satildeo retirados do sistema

para manutenccedilatildeo ou substituiccedilatildeo

Estes fluxos tambeacutem mudaratildeo devido a variaccedilotildees na geraccedilatildeo ou conforme a

solicitaccedilatildeo de carga isto eacute alteraccedilatildeo no carregamento do sistema

O aumento no fluxo de potecircncia tem como consequumlecircncia direta um aumento nas

perdas ativas e reativas nas linhas de transmissatildeo

As impedacircncias dos equipamentos de rede tais como geradores transformadores e

linhas de transmissatildeo provocam natildeo soacute perdas de potecircncia ativa e reativa como tambeacutem

queda de tensatildeo nestes elementos Assim as mudanccedilas no fluxo de potecircncia podem levar a

um baixo perfil de tensatildeo e em perdas mais altas nos sistemas podendo piorar particularmente

sob condiccedilotildees de carga pesada

Esta situaccedilatildeo pode ser melhorada atraveacutes da escolha de um baixo valor para a

reatacircncia seacuterie durante o processo de planejamento dos sistemas eleacutetricos de potecircncia Poreacutem

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

18

isto poderia resultar em um aumento nos niacuteveis reais de falhas no sistema Aumentos nos

niacuteveis de corrente de curto-circuito resultariam em um custo operacional maior dos

equipamentos avaliados uma vez que deveratildeo ser majorados seus valores nominais ou ainda

provocar arranjos operacionais inaceitaacuteveis (GLOVER et al 1989)

Por outro lado o operador do sistema tambeacutem pode melhorar esta situaccedilatildeo realocando

a geraccedilatildeo de potecircncia reativa no sistema uma vez que o despacho de potecircncia ativa tambeacutem eacute

controlaacutevel e tem influecircncia na potecircncia reativa que por sua vez altera as perdas na

transmissatildeo

Neste trabalho eacute assumido que o despacho de potecircncia ativa eacute executado antes do

despacho de potecircncia reativa ser considerado

Vaacuterias razotildees favoreceram a opccedilatildeo pelo controle de reativos em vez de despacho de

potecircncia ativa (CIGRE 1989) entre elas

bull O baixo custo inicial investido nas instalaccedilotildees o que normalmente alcanccedila

pequenas porcentagens do custo correspondente para potecircncia ativa em um

sistema de grande porte quando comparado agraves instalaccedilotildees de potecircncia ativa

(geradores ou linhas de transmissatildeo)

bull Sua instalaccedilatildeo pode reduzir investimentos em componentes de rede como

linhas de transmissatildeo e transformadores aleacutem de possibilitar uma maior

confiabilidade no sistema

A realocaccedilatildeo de geraccedilatildeo de potecircncia reativa pode ser feita satisfatoriamente atraveacutes de

ajustes nas variaacuteveis de controle tais como tensotildees terminais dos geradores tap de

transformadores e chaveamento de fontes de potecircncia reativa Qualquer mudanccedila em uma

destas variaacuteveis tem o efeito de mudar o perfil de tensatildeo do sistema a potecircncia reativa gerada

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

19

e a perda total do sistema Os elementos da rede podem transferir potecircncias maiores se por

eles circularem correntes reativas menores

As informaccedilotildees inerentes agraves mudanccedilas de fluxo de potecircncia natildeo soacute satildeo importantes

para que os operadores de sistemas assegurarem uma operaccedilatildeo eficiente mas tambeacutem para

manterem a confianccedila nos serviccedilos prestados Aleacutem disso tal informaccedilatildeo tambeacutem eacute uacutetil para a

reduccedilatildeo de perdas

As perdas na transmissatildeo representam de 5 a 10 da geraccedilatildeo total o que se traduz

em milhotildees de doacutelares por ano (SHARIF et al 2000) Caso se tenha informaccedilotildees de como

estas perdas acontecem eacute possiacutevel efetuar-se accedilotildees de controle com o intuito de reduzi-las

Perdas reativas baixas podem reduzir a potecircncia reativa total das instalaccedilotildees e ainda as

perdas ativas provendo com isto um ganho econocircmico consideraacutevel (CIGRE 1989)

Entatildeo a quantificaccedilatildeo e reduccedilatildeo das perdas ativas satildeo importantes porque

determinaratildeo a operaccedilatildeo econocircmica dos sistemas eleacutetricos de potecircncia Tambeacutem eacute importante

salientar que a reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa natildeo soacute pode representar uma economia

significativa no tocante a parte financeira mas tambeacutem que sua reduccedilatildeo pode ser obtida

atuando-se exclusivamente sobre as variaacuteveis de controle de reativos do sistema isto eacute sem

qualquer investimento adicional em equipamentos ou construccedilotildees

Um outro fato importante conhecido eacute que a margem de estabilidade estaacutetica de tensatildeo

do sistema aumenta em funccedilatildeo da disponibilidade de reservas de potecircncia reativa do sistema

(KUNDUR 1994) Assim ao reduzirem-se as perdas totais na transmissatildeo do sistema eleacutetrico

de potecircncia implicitamente estar-se-aacute aumentando a margem de reativos do mesmo e por

conseguinte a margem de estabilidade estaacutetica seraacute aumentada (ALVES et al 2002-I)

(ALVES et al 2002-II)

Para um ponto de operaccedilatildeo particular a margem de estabilidade estaacutetica de tensatildeo ou

margem de carregamento de colapso de tensatildeo ou simplesmente margem de carregamento eacute

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

20

a quantia de carga adicional em um padratildeo especiacutefico de aumento de carga que causaria um

colapso de tensatildeo (CIGRE 1989) (KUNDUR 1994) A determinaccedilatildeo da margem de

carregamento (MC) e as accedilotildees de controle necessaacuterias para garantir aquela margem eacute uma

tarefa essencial no planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia O Western

System Coordinating Council (WSCC) exige que seus membros garantam pelo menos 5 de

margem na curva PV apoacutes qualquer contingecircncia em um uacutenico elemento (WECC 1998)

No Brasil o operador nacional do sistema eleacutetrico brasileiro (ONS) apresenta em seu

manual de procedimentos de rede sugestotildees de criteacuterios para o planejamento no tocante a

expansatildeo do sistema eleacutetrico visando a manutenccedilatildeo de um niacutevel miacutenimo de margem de

estabilidade estaacutetica da tensatildeo ou seja para situaccedilatildeo de contingecircncia simples a margem de

carregamento seja maior ou igual a 6 (ONS 2001)

Assim as vantagens da reduccedilatildeo de perdas em linhas de transmissatildeo aleacutem de

proporcionarem economias de gastos enquanto impotildee aos equipamentos dos sistemas um

decreacutescimo no carregamento provecirc uma melhoria no perfil da tensatildeo do sistema e na margem

de estabilidade estaacutetica de tensatildeo

O caacutelculo da perda de potecircncia ativa pode ser realizado atraveacutes de vaacuterios meacutetodos jaacute

apresentados na literatura como por exemplo pelo simples produto entre os valores da

resistecircncia eleacutetrica da linha de transmissatildeo pelo quadrado da magnitude da corrente que

circula por ela (em outras palavras R I2)

O caacutelculo pode tambeacutem ser realizado atraveacutes da adiccedilatildeo algeacutebrica do fluxo de potecircncia

ativa nas duas extremidades das linhas de transmissatildeo sendo que a perda total seraacute o

somatoacuterio de todas as perdas nas linhas de transmissatildeo

O meacutetodo do fluxo de carga convencional (FC) eacute utilizado na determinaccedilatildeo da

magnitude da tensatildeo e do acircngulo de fase da tensatildeo de cada barra em um sistema de potecircncia

sob condiccedilotildees equilibradas Uma vez obtidos os fluxos de potecircncia ativa e reativa de cada

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

21

uma das linhas de transmissatildeo e equipamento assim como as potecircncias ativas e reativas

tambeacutem satildeo calculadas as perdas (KUNDUR 1994)

Poreacutem o meacutetodo fluxo de carga convencional eacute considerado inadequado quando o

objetivo for a obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento do sistema uma vez que a matriz

Jacobiana (J) fica singular exatamente neste ponto e assim o fluxo de carga convencional

apresentaraacute problemas de mau condicionamento ao se aproximar desta regiatildeo criacutetica

No meacutetodo do fluxo de carga continuado (FCC) a singularidade da matriz Jacobiana

e por conseguinte os problemas numeacutericos que surgem na vizinhanccedila do ponto de maacuteximo

carregamento do sistema satildeo eliminados atraveacutes da adiccedilatildeo de equaccedilotildees de parametrizaccedilatildeo

(SEYDEL 1994) Assim os meacutetodos fluxo de carga continuado que satildeo baseados nos

algoritmos preditor-corretor podem ser considerados como um melhoramento do fluxo de

carga convencional uma vez que ele natildeo soacute pode ser usado para a obtenccedilatildeo de uma soluccedilatildeo

particular do fluxo de carga mas tambeacutem para

bull O traccedilado de trajetoacuterias de soluccedilotildees (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(CANtildeIZARES et al 1992) (SEYDEL 1994)

bull Anaacutelise do colapso de tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia (KUNDUR

1994)

bull A computaccedilatildeo de soluccedilotildees muacuteltiplas (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(CANtildeIZARES et al 1992) (KUNDUR 1994) (SEYDEL 1994)

bull Investigaccedilatildeo da existecircncia de soluccedilotildees de fluxo de potecircncia (CHIANG et al

1995) (WECC 1998) (FETTE VOSS 1999)

bull Avaliar contingecircncias (FLUECK DONDETTI 2000) (WANG DA SILVA

XU 2000)

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

22

Nesta tese uma nova proposta eacute apresentada como alternativa para a reduccedilatildeo nas

perdas de potecircncia ativa na transmissatildeo usando um meacutetodo de continuaccedilatildeo

Para atingir esta meta uma equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo baseada na perda total de

potecircncia ativa na transmissatildeo e as equaccedilotildees da potecircncia reativa injetada nas barras de geraccedilatildeo

e na barra de folga (slack) satildeo adicionadas agraves equaccedilotildees do fluxo de carga convencional

As tensotildees nas barras de geraccedilatildeo e na barra de folga satildeo consideradas como variaacuteveis

de controle e um novo paracircmetro eacute escolhido para reduzir as perdas de potecircncia ativa Os

resultados mostram que este procedimento natildeo soacute leva a uma reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia

ativa e por conseguinte nos custos operacionais mas simultaneamente contribui para a

melhoria do perfil de tensatildeo Aleacutem disto este procedimento tambeacutem conduz na maioria das

vezes a um aumento na margem de carregamento ou seja na estabilidade estaacutetica de tensatildeo

12 ndash Estrutura do trabalho

Procura-se ao longo deste trabalho criar os subsiacutedios necessaacuterios natildeo soacute para o

entendimento do problema em si mas tambeacutem das teacutecnicas utilizadas em sua anaacutelise entre

estas muitas seratildeo apenas comentadas por natildeo se tratarem de teacutecnicas adotadas neste

trabalho

O capiacutetulo 2 almeja situar o trabalho proposto no contexto geral da estabilidade

estaacutetica da tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia Para tanto satildeo tecidas consideraccedilotildees a

respeito da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia sua divisatildeo em categorias e

dependendo do tempo utilizado para o processamento das informaccedilotildees sua estruturaccedilatildeo em

anaacutelise dinacircmica e anaacutelise estaacutetica Este projeto de pesquisa refere-se especificamente ao

estudo de desenvolvimento de procedimentos de anaacutelises estaacuteticas referentes agrave estabilidade de

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

23

tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia Eacute apresentada a linha de estudo da estabilidade

estaacutetica de tensatildeo atraveacutes da anaacutelise das curvas PV e QV

O capiacutetulo 3 tem por objetivo levar ao leitor a compreensatildeo do meacutetodo da continuaccedilatildeo

e de algumas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo existentes na literatura as quais tecircm como objetivo a

eliminaccedilatildeo dos problemas relacionados com a singularidade da matriz Jacobiana pertinente ao

fluxo de carga convencional

Seraacute apresentado o fluxo de carga convencional que emprega o meacutetodo de Newton-

Raphson objetivando a obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento dos sistemas por meio de

soluccedilotildees do fluxo de carga convencional para sucessivos incrementos na carga Seratildeo entatildeo

apresentadas algumas variaccedilotildees no emprego do meacutetodo da continuaccedilatildeo com suas respectivas

teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo Finaliza-se com a explanaccedilatildeo a respeito do fluxo de carga

continuado com o qual se remove o problema da singularidade da matriz Jacobiana no ponto

de maacuteximo carregamento

A proposta do capiacutetulo 4 eacute apresentar apoacutes a explanaccedilatildeo da metodologia proposta a

aplicaccedilatildeo da abordagem proposta para dois sistemas sendo Um sistema de 2 barras (uma

barra de folga e uma PV) para o qual eacute possiacutevel se obter o ponto oacutetimo a partir das equaccedilotildees

algeacutebricas desenvolvidas em (ALVES et al 2002-II) E o outro um sistema de trecircs barras

(uma barra de folga uma PV e uma PQ) apresentado e analisado em (DOMMEL TINNEY

1968) Os resultados tambeacutem satildeo comparados com os resultados obtidos por um programa de

fluxo de carga oacutetimo (DA COSTA LANGONA ALVES 1998) Satildeo apresentados os efeitos

do redespacho das variaacuteveis de controle nas reduccedilotildees da perda total de potecircncia ativa na

transmissatildeo do sistema aleacutem da investigaccedilatildeo dos efeitos causados por esta reduccedilatildeo na

margem de estabilidade de tensatildeo e no perfil de tensatildeo Atraveacutes do sistema IEEE 14 barras eacute

analisado como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema eleacutetrico de potecircncia durante o processo

de reduccedilatildeo da perda ativa total Em seguida apresentam-se os resultados obtidos para os

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

24

sistemas do Institute of Electrical and Eletronics Engineering (IEEE) 14 30 e 57 barras que

mostram que este procedimento conduz a uma reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa na

transmissatildeo

Adicionalmente mostra-se atraveacutes do traccedilado das curvas PV que a reduccedilatildeo na perda

total na transmissatildeo leva em geral natildeo soacute a uma diminuiccedilatildeo dos custos operacionais do

sistema mas tambeacutem a um aumento da margem de estabilidade de tensatildeo e a uma melhoria

no perfil da tensatildeo Apresenta-se tambeacutem a influecircncia da escolha da barra de folga durante o

processo de reduccedilatildeo da perda ativa total (sistemas IEEE 57 e IEEE 118 barras) Satildeo

apresentadas comparaccedilotildees entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga

oacutetimo e o fluxo de carga continuado proposto Encerrando este capiacutetulo satildeo apresentados o

desempenho da metodologia proposta para sistemas de grande porte isto eacute para o sistema

IEEE 300 barras e o sistema OTS-904

O capiacutetulo 5 apresenta as conclusotildees gerais deste trabalho enfatiza as contribuiccedilotildees

assim como apresenta sugestotildees de estudos para possiacuteveis continuidade do trabalho

Finalizando apresenta-se o apecircndice A onde satildeo listados os artigos publicados com

conteuacutedo especiacutefico referente a esta tese

Capiacutetulo 2

ANAacuteLISE DA ESTABILIDADE ESTAacuteTICA DE TENSAtildeO

21 - Introduccedilatildeo

Este capiacutetulo tem como objetivo prover uma ideacuteia global a respeito da importacircncia do

estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo bem como situar o trabalho proposto no contexto

geral do assunto

Satildeo apresentados conceitos baacutesicos imprescindiacuteveis para a anaacutelise da estabilidade

estaacutetica de tensatildeo Apresenta-se em particular o conceito da margem de estabilidade de

tensatildeo uma vez que tal conceito eacute fundamental aos operadores dos sistemas eleacutetricos de

potecircncia no tocante agrave determinaccedilatildeo dos limites da transferecircncia de potecircncia

22 ndash Estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia

A complexidade dos sistemas eleacutetricos de potecircncia vem agregando cada vez mais

variantes dentre elas destacam-se os possiacuteveis acidentes associados ao comportamento do

sistema e o crescente aumento no nuacutemero de situaccedilotildees a serem exploradas tais como

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

26

estruturaccedilotildees no setor eleacutetrico compensaccedilatildeo de reativos disponibilidade de dispositivos

raacutepidos de controle

Os operadores dos sistemas eleacutetricos de potecircncia devem essencialmente exploraacute-los de

forma econocircmica e com elevados niacuteveis de confiabilidade ou seja eacute necessaacuterio que o sistema

tenha capacidade de estabelecer apoacutes um distuacuterbio um novo ponto de equiliacutebrio sem que

haja violaccedilatildeo agraves restriccedilotildees fiacutesicas de seus componentes Portanto os operadores devem

proceder de forma que o sistema atue corretamente a qualquer tempo evitando atuaccedilotildees

indevidas ou desnecessaacuterias Poreacutem atualmente os sistemas eleacutetricos de potecircncia tecircm sido

operados cada vez mais proacuteximos agrave sua capacidade de transmissatildeo atuando efetivamente com

baixos niacuteveis de seguranccedila

Esta situaccedilatildeo de operaccedilatildeo do sistema de forma estressada se deve a crescente expansatildeo

do mercado consumidor de energia e as imposiccedilotildees de restriccedilotildees de ordens ecoloacutegicas e

econocircmicas ou seja dificuldades de construccedilatildeo de novas usinas de geraccedilatildeo e linhas de

transmissatildeo para o transporte da energia

Particularmente no sistema eleacutetrico brasileiro este problema apresenta-se de forma

mais contundente uma vez que o mesmo possui um parque gerador de energia de base

predominantemente hidraacuteulica Assim o esgotamento dos recursos hidreleacutetricos mais

proacuteximos dos principais centros de carga tem como consequumlecircncia a necessidade de se recorrer

a aproveitamentos hidreleacutetricos cada vez mais distantes exigindo a formaccedilatildeo de um sistema

eleacutetrico complexo caracterizado por linhas de transmissatildeo preponderantemente longas sendo

assim mais propiacutecio agrave ocorrecircncia de problemas de instabilidade de tensatildeo (CIGRE 1992)

A classificaccedilatildeo dos problemas de estabilidade em categorias subcategorias e tempo

utilizado para o processamento das informaccedilotildees visa facilitar a anaacutelise dos problemas de

estabilidade atraveacutes da identificaccedilatildeo dos principais fatores e do desenvolvimento de meacutetodos

para melhorar as condiccedilotildees de operaccedilatildeo dos sistemas eleacutetricos de potecircncia

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

27

As categorias satildeo

bull Estabilidade de acircngulo do rotor

bull Estabilidade de frequumlecircncia

bull Estabilidade de tensatildeo

A estabilidade angular transitoacuteria em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade dos geradores que compotildeem o sistema de se manterem em sincronismo apoacutes o

sistema ser submetido a uma grande perturbaccedilatildeo

A estabilidade de frequumlecircncia em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade do sistema de manter a frequumlecircncia gerada dentro da faixa de toleracircncia em torno

da frequumlecircncia nominal em condiccedilotildees operacionais normais ou mesmo apoacutes o sistema ser

submetido a uma perturbaccedilatildeo

O termo estabilidade de tensatildeo de forma geral envolve problemas de curta meacutedia e

longa duraccedilatildeo sendo neste trabalho utilizado exclusivamente para fenocircmenos de longa

duraccedilatildeo A estabilidade de tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade do sistema de manter as tensotildees em todas as barras que o compotildee em faixas de

toleracircncia da tensatildeo nominal em condiccedilotildees operacionais normais ou mesmo apoacutes o sistema

ser submetido a uma perturbaccedilatildeo Geralmente a instabilidade se daacute na forma de uma queda

progressiva e incontrolada na magnitude da tensatildeo em uma ou mais barras do sistema

eleacutetrico provocada pela tentativa de restabelecimento da carga

A Figura 21 identifica as categorias e subcategorias do problema da estabilidade em

sistemas eleacutetricos de potecircncia (KUNDUR et al 2004)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

28

Figura 21 - Classificaccedilatildeo da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia

Nos sistemas eleacutetricos de potecircncia o aumento de cargas tem como consequumlecircncia direta

a diminuiccedilatildeo nos niacuteveis de tensatildeo em suas barras (nos barramentos) sendo assim um aumento

contiacutenuo de cargas pode eventualmente levar o sistema a um estado instaacutevel caracterizado

pelo raacutepido decreacutescimo nos valores de tensatildeo em seus barramentos Este fenocircmeno eacute

conhecido na literatura especiacutefica como colapso de tensatildeo onde o perfil da tensatildeo nas barras eacute

obtido em funccedilatildeo do carregamento do sistema

O carregamento do sistema pode ser interpretado de uma maneira mais abrangente

isto eacute natildeo somente como um aumento de carga mas tambeacutem como um aumento na

transferecircncia de potecircncia entre aacutereas do aumento da carga de determinadas aacutereas ou da carga

de barras especificas Natildeo obstante o aumento pode tambeacutem ser definido em termos de

potecircncia ativa (P) potecircncia reativa (Q) ou potecircncia aparente (S) (XU MASOUR

HARRINGTON 1993)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

29

Se haacute um aumento na solicitaccedilatildeo de potecircncia reativa a potecircncia reativa adicional

deveraacute ser fornecida atraveacutes das reservas existentes nos geradores eou nos compensadores de

reativos que compotildeem o sistema

Normalmente haveraacute reserva de potecircncia reativa suficiente e o sistema se estabilizaraacute

em um novo ponto de operaccedilatildeo com novos valores de tensatildeo No entanto poderaacute ocorrer que

devido a uma combinaccedilatildeo de eventos e condiccedilotildees do sistema que esta solicitaccedilatildeo adicional

provoque o colapso de tensatildeo

Dentre muitos cenaacuterios que podem levar a rede ao colapso de tensatildeo pode-se citar

bull Sistema operando com muitos geradores proacuteximos aos centros de carga que

estatildeo fora de serviccedilo Neste cenaacuterio as linhas de transmissatildeo estaratildeo

sobrecarregadas e as reservas de potecircncia reativa estaratildeo no miacutenimo

bull Perda de uma linha de transmissatildeo sobrecarregada provocando sobrecarga nas

linhas adjacentes Neste cenaacuterio haveraacute um aumento nas perdas reativas nas

linhas ocasionando um aumento no provimento de potecircncia reativa na rede

bull No cenaacuterio anterior teremos um decreacutescimo na tensatildeo nas cargas adjacentes o

que provocaraacute uma reduccedilatildeo na potecircncia fornecida com consequumlente reduccedilatildeo

no fluxo de potecircncia Neste cenaacuterio os reguladores automaacuteticos de tensatildeo dos

geradores iratildeo tentar repor os niacuteveis de tensatildeo atraveacutes do acreacutescimo na corrente

de excitaccedilatildeo dos geradores A energia reativa injetada pelo gerador na rede

provocaraacute um aumento da queda de tensatildeo nas linhas e nos transformadores

Entretanto os geradores poderatildeo estar operando nos limites da corrente de

excitaccedilatildeo e da corrente do estator sendo necessaacuterio que os reguladores de

velocidade dos geradores regulem a frequumlecircncia diminuindo a potecircncia reativa

injetada no sistema

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

30

bull A reduccedilatildeo da tensatildeo nas cargas reflete-se para a distribuiccedilatildeo Os

transformadores com regulaccedilatildeo automaacutetica de tap sob carga (OLTC) nas

subestaccedilotildees tentam repor os niacuteveis de tensatildeo na distribuiccedilatildeo A cada operaccedilatildeo

dos tapacutes dos transformadores o resultante aumento da potecircncia fornecida faraacute

com que as perdas nas linhas de transmissatildeo aumentem o que por sua vez

aumentaraacute a queda de tensatildeo na respectiva linha Se a linha estiver bastante

sobrecarregada a cada aumento no fluxo de potecircncia provocaraacute um aumento

progressivo das perdas de potecircncia reativa na linha Ainda a cada mudanccedila nos

tapacutes dos transformadores a potecircncia reativa fornecida pelos geradores iraacute

aumentar Os geradores iratildeo aumentar o fornecimento de potecircncia reativa ateacute

seu limite Quando o primeiro gerador atinge o limite da corrente de excitaccedilatildeo

a tensatildeo em seus terminais diminui A distribuiccedilatildeo pelos diferentes geradores

da potecircncia reativa consumida poderaacute provocar a sobrecarga de outros

geradores Com poucos geradores tendo o controle da sua corrente de

excitaccedilatildeo o sistema torna-se ainda mais vulneraacutevel do ponto de vista da

tensatildeo

Mudanccedilas nas configuraccedilotildees do sistema e em sua operaccedilatildeo fazem com que o mesmo

opere na sua faixa maacutexima de capacidade de geraccedilatildeo e transmissatildeo tendo como consequumlecircncia

a ocorrecircncia de vaacuterios problemas de instabilidade de tensatildeo (CIGRE 1992)

Os sistemas de potecircncia estatildeo sujeitados a uma extensiva gama de pequenas e grandes

perturbaccedilotildees Pequenas perturbaccedilotildees na forma de mudanccedilas com incremento de carga

acontecem continuamente o sistema de potecircncia deve ajustar-se agraves novas condiccedilotildees e operar

satisfatoriamente

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

31

O sistema deve tambeacutem ter condiccedilotildees de responder a numerosas perturbaccedilotildees de

natureza severa como decirc curto circuito em uma linha de transmissatildeo ou perda de um grande

gerador Uma grande perturbaccedilatildeo pode conduzir a mudanccedilas estruturais devido ao isolamento

dos elementos de falta

Se apoacutes uma perturbaccedilatildeo passageira o sistema eleacutetrico de potecircncia manter-se estaacutevel

ocorreraacute a um novo estado de equiliacutebrio com praticamente o sistema inteiro permanecendo

intacto ou seja com todos os geradores e cargas conectadas por um uacutenico sistema de

transmissatildeo contiacutenuo

Por outro lado se o sistema for instaacutevel resultaraacute em situaccedilatildeo de estado precaacuterio por

exemplo um aumento progressivo na distacircncia angular dos rotores do gerador ou uma

diminuiccedilatildeo progressiva nas magnitudes das tensotildees de barra Uma condiccedilatildeo de sistema

instaacutevel poderia conduzir a faltas em cascata e ao desligamento de uma parte importante dos

sistemas eleacutetricos de potecircncia

Recentemente a instabilidade de tensatildeo foi responsaacutevel por vaacuterios colapsos de tensatildeo

de redes eleacutetricas Como consequumlecircncias os termos ldquoinstabilidade de tensatildeordquo e ldquocolapso de

tensatildeordquo aparecem mais frequentemente na literatura e na discussatildeo do planejamento e

operaccedilatildeo dos sistemas

Quando sujeito a uma perturbaccedilatildeo a estabilidade do sistema dependeraacute da condiccedilatildeo

operacional inicial e tambeacutem da natureza da perturbaccedilatildeo Na regiatildeo de equiliacutebrio um sistema

de potecircncia pode ser estaacutevel com respeito a uma grande perturbaccedilatildeo fiacutesica e instaacutevel com

respeito agrave outra

Do ponto de vista econocircmico ou seja da avaliaccedilatildeo custo versus benefiacutecio torna-se

impraticaacutevel por ser antieconocircmico projetar sistemas de potecircncia para serem estaacuteveis para

todas as possiacuteveis contingecircncias

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

32

As contingecircncias baacutesicas satildeo selecionadas no projeto Elas apresentam uma

probabilidade razoavelmente alta de ocorrecircncia Consequumlentemente a estabilidade frente a

uma grande perturbaccedilatildeo ocorreraacute em um conjunto de incidentes de perturbaccedilatildeo especifica

O conjunto de incidentes de perturbaccedilatildeo citado anterior descreve como um colapso de

tensatildeo pode evoluir em um sistema Observa-se que o intervalo para que um colapso ocorra

fica portanto dependendo da resposta dos vaacuterios controles envolvidos dependente do tempo

utilizado para o processamento das informaccedilotildees

Por ser representado por meio de um sistema de equaccedilotildees natildeo-lineares os sistemas

eleacutetricos de potecircncia operam com seus principais paracircmetros (potecircncia gerada tensotildees

cargas correntes) sofrendo constantemente variaccedilotildees em seus valores operacionais A

avaliaccedilatildeo da estabilidade frente a uma grande perturbaccedilatildeo envolve efeitos natildeo-lineares que

natildeo permitem aplicar a linearizaccedilatildeo em torno do ponto de operaccedilatildeo atraveacutes da seacuterie de

Taylor das equaccedilotildees do sistema (KUNDUR et al 2004)

Tradicionalmente a anaacutelise dinacircmica quando aplicada ao estudo da estabilidade de

acircngulo limita-se agraves dinacircmicas dos geradores durante os milissegundos da fase transitoacuteria

Contudo o intervalo de tempo para a anaacutelise de estabilidade de tensatildeo eacute muito maior e nesse

caso se as dinacircmicas dos geradores forem consideradas os requisitos computacionais tornar-

se-iam proibitivos (KUNDUR 1994) Em consequumlecircncia do longo intervalo de tempo

envolvido a estabilidade de tensatildeo tem sido analisada como um problema agrave regime

permanente portanto apropriado para a abordagem atraveacutes da anaacutelise estaacutetica

A abordagem estaacutetica pode oferecer uma visatildeo geral para o fenocircmeno e pode de fato

fornecer uma soluccedilatildeo aproximada ainda aceitaacutevel a qual eacute computacionalmente muito mais

simples quando comparada a abordagem dinacircmica Tambeacutem como fator principal no estudo

da estabilidade de tensatildeo estaacute a disponibilidade de potecircncia reativa problema ideal para

anaacutelise de fluxo de carga que eacute um dos focos deste trabalho

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

33

23 ndash Estabilidade estaacutetica de tensatildeo

A estabilidade de tensatildeo envolve anaacutelises em regime permanente antes e depois de um

distuacuterbio no sistema eleacutetrico Satildeo verificados nos sistemas eleacutetricos os niacuteveis das magnitudes

de tesotildees nas barras e a violaccedilatildeo dos limites teacutermicos dos equipamentos que o compotildeem

Os sistemas eleacutetricos de potecircncia estatildeo continuamente experimentando pequenas

flutuaccedilotildees nas magnitudes das tensotildees poreacutem para avaliar estabilidade de tensatildeo quando o

sistema estiver sob uma dada perturbaccedilatildeo especifica eacute normalmente vaacutelido assumir que o

mesmo encontra-se inicialmente em uma condiccedilatildeo operacional estaacutetica

A estabilidade nos sistemas eleacutetricos de potecircncia estaacute relacionada com a propriedade

do sistema em permitir que ele permaneccedila em um estado de operaccedilatildeo de equiliacutebrio sob

condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo e atinja um estado de equiliacutebrio aceitaacutevel apoacutes ser submetido a

um distuacuterbio seja ele pequeno ou grande Recentemente tendo como objetivo prover a

compreensatildeo do termo ldquoestabilidade de sistemas de potecircnciardquo em uma definiccedilatildeo fiacutesica que se

enquadrasse nas definiccedilotildees da teoria de sistemas eleacutetricos KUNDUR et al (2004)

propuseram

ldquoA estabilidade de sistemas eleacutetricos de potecircncia eacute a habilidade de um sistema de

energia eleacutetrica para uma determinada condiccedilatildeo operacional inicial recuperar um estado

de equiliacutebrio operacional depois que estiver sujeito a uma perturbaccedilatildeo fiacutesica com limitaccedilatildeo

das variaacuteveis do sistema de forma que a integridade de sistema seja preservadardquo

A integridade do sistema eacute preservada quando praticamente todo sistema de potecircncia

restante permanece intacto sem sofrer desligamento de geradores ou cargas com exceccedilatildeo

daqueles desconectados atraveacutes do isolamento dos elementos sob falta ou intencionalmente

desconectados para preservar a continuidade da operaccedilatildeo do restante do sistema

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

34

24 ndash Meacutetodos de estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

Alguns fatos importantes tecircm marcado o planejamento e a operaccedilatildeo de sistemas

eleacutetricos de potecircncia nas uacuteltimas deacutecadas

bull O nuacutemero de conexotildees entre companhias de eletricidade tem aumentado muito

Por exemplo paiacuteses como o Brasil e os Estados Unidos entre outros possuem

praticamente um uacutenico sistema de potecircncia composto de um grande nuacutemero de

companhias de geraccedilatildeo transmissatildeo e distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica Por um

lado isto aumenta a confiabilidade de atendimento da demanda do sistema jaacute

que a energia pode ser repassada pelas companhias que a tem em excesso para

aquelas que apresentam deacuteficit Em consequumlecircncia a necessidade de reserva

girante (spinning reserve) de cada companhia diminui diminuindo seus custos

de geraccedilatildeo Por outro lado os efeitos de perturbaccedilotildees na aacuterea de uma

companhia podem se propagar e serem notados em todo o sistema Logo do

ponto de vista de seguranccedila da operaccedilatildeo o sistema pode ficar mais vulneraacutevel

bull Os novos investimentos na expansatildeo do sistema e instalaccedilatildeo de novos

equipamentos tecircm sido em sua maioria adiada e as causas satildeo vaacuterias

incluindo desde as econocircmicas ateacute as ambientais Como a demanda tem

aumentado consistentemente ao longo dos anos os equipamentos jaacute existentes

passaram a operar cada vez mais proacuteximo de seus limites Em consequumlecircncia a

habilidade do sistema em manter condiccedilotildees aceitaacuteveis de operaccedilatildeo apoacutes

perturbaccedilotildees tem diminuiacutedo bastante

Naturalmente os fatos descritos anteriormente tecircm um impacto direto sobre a

estabilidade do sistema e em particular sobre a estabilidade de tensatildeo Tem se verificado a

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

35

ocorrecircncia de perfis de tensatildeo normalmente altos ou baixos e incidentes de tensatildeo que

levaram ao colapso de tensatildeo (TOGNETE 1997)

O colapso de tensatildeo que eacute um processo pelo qual a instabilidade de tensatildeo leva uma

parte significativa da rede a um perfil de tensotildees baixas tem ocorrido em sistemas com

torques sincronizante e de amortecimento suficientes mas com problemas relacionados ao

controle de potecircncia reativa

Estas ocorrecircncias tecircm sido mais frequumlentes em sistemas muito interconectados

altamente carregados e com falta de um suporte de reativos adequado Eles operam portanto

com pequenas margens de seguranccedila ou seja com pouca capacidade de manter o sistema

estaacutevel sob condiccedilotildees de variaccedilatildeo de carga ou sob contingecircncia

Desta forma uma vez que os problemas de estabilidade de tensatildeo satildeo identificados a

natildeo ser que se tenha um estudo preacutevio de accedilotildees de controle eficientes preventivas ou

restaurativas incluindo a alocaccedilatildeo de reativos a reduccedilatildeo de potecircncia transferida se faz

necessaacuteria Assim a anaacutelise do problema de estabilidade de tensatildeo vem ganhando maiores

destaques jaacute que ele tem se mostrado um fator de limitaccedilatildeo na operaccedilatildeo de redes

Existem hoje diversos meacutetodos de anaacutelise de estabilidade de tensatildeo propostos na

literatura para o estudo do problema de estabilidade de tensatildeo (FLATABO OGNEDAL

CARLSEN 1990) (AJJARAPU CHRISTY 1992) (WGVS 1993) (YONG-HUEI

CHING-TSAI WEN-WEI 1997) (MOGHAVVEMI JASMON 1997) incluindo vaacuterias

teorias que procuram explicar o fenocircmeno do colapso de tensatildeo e os mecanismos para sua

ocorrecircncia Estes meacutetodos permitem que se avaliem as condiccedilotildees de operaccedilatildeo do sistema e de

seu niacutevel de seguranccedila em termos de estabilidade de tensatildeo

A anaacutelise estaacutetica da estabilidade de tensatildeo pode ser realizada em princiacutepio com as

equaccedilotildees de fluxo de carga ou alguma generalizaccedilatildeo adequada destas Estas anaacutelises

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

36

relacionam a ocorrecircncia do colapso de tensatildeo com o problema conhecido das equaccedilotildees de

fluxo de carga de apresentarem muacuteltiplas soluccedilotildees

SEKINE et al (1989) estudaram a natureza das soluccedilotildees do fluxo de carga com

meacutetodos algeacutebricos baseados na natureza quadraacutetica das equaccedilotildees de fluxo de carga com as

tensotildees representadas em coordenadas retangulares

GALIANA et al (1992) identificaram o colapso de tensatildeo como um ponto em que ao

se variar a carga do sistema deixa de haver soluccedilatildeo para o fluxo de carga

Alguns meacutetodos estaacuteticos buscam a definiccedilatildeo de iacutendices de proximidade ao colapso de

tensatildeo para a comparaccedilatildeo entre diferentes pontos de operaccedilatildeo de modo a se obter uma

seleccedilatildeo qualitativa das condiccedilotildees criacuteticas

Dentre as abordagens estaacuteticas tecircm-se os meacutetodos baseados na obtenccedilatildeo das curvas PV

e QV para barras de interesse do sistema Essas curvas satildeo obtidas atraveacutes de caacutelculos do

fluxo de carga convencional ou atraveacutes do fluxo de carga continuado (IBA et al 1991)

(CANtildeIZARES et al 1992) (AJJARAPU CHRISTY 1992) (CHIANG et al 1995) (ALVES

et al 2000) (GARBELINI et al 2005) e que seratildeo vistos no capiacutetulo 3 e 4 por se tratar do

meacutetodo proposto

25 ndash Avaliaccedilatildeo do colapso de tensatildeo baseado nas curvas PV e QV

Uma tarefa que vem se tornando essencial nas etapas de planejamento e operaccedilatildeo de

sistemas eleacutetricos de potecircncia eacute a avaliaccedilatildeo da estabilidade de tensatildeo O aspecto mais

importante dessas anaacutelises eacute a determinaccedilatildeo da margem de estabilidade de tensatildeo e as accedilotildees

de controle necessaacuterias para se garantir essa margem As margens de estabilidade devem ser

determinadas no planejamento e durante a operaccedilatildeo em tempo-real objetivando um melhor

aproveitamento dos recursos de geraccedilatildeo e de capacidade de transmissatildeo Portanto a margem

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

37

de estabilidade de tensatildeo e as accedilotildees de controle devem ser obtidas natildeo soacute para as condiccedilotildees

normais de operaccedilatildeo identificada como caso base mas tambeacutem para um conjunto de

diferentes condiccedilotildees de contingecircncia Isto eacute realizado atraveacutes do traccedilado de curvas PV QV

ou SV para cada contingecircncia e vaacuterias condiccedilotildees operativas

O operador nacional do sistema eleacutetrico brasileiro (ONS) considera o levantamento

das curvas PV como sendo a metodologia mais adequada para se determinar as margens de

estabilidade de tensatildeo utilizando o levantamento da curva QV como metodologia

complementar em subsiacutedio agrave avaliaccedilatildeo das margens de reativos (ONS 2001)

Tradicionalmente empregados pelas concessionaacuterias de energia eleacutetrica estes meacutetodos

satildeo utilizados na determinaccedilatildeo da demanda maacutexima que o sistema pode atender conhecido

como ponto ldquonarizrdquo das curvas PV e QV identificando assim a condiccedilatildeo em que o colapso de

tensatildeo poderaacute ocorrer A distacircncia de um dado ponto de operaccedilatildeo para o ldquonarizrdquo das curvas

PV e QV indica a margem estaacutetica de estabilidade de tensatildeo do sistema (TAYLOR 1994)

251 ndash Curvas PV

A caracteriacutestica de transferecircncia de potecircncia tambeacutem denominada curva PV eacute

definida como sendo a relaccedilatildeo entre a magnitude da tensatildeo e a potecircncia ativa em um

determinado barramento para uma condiccedilatildeo especiacutefica de fator de potecircncia e tensatildeo no

mesmo barramento

As curvas PV satildeo utilizadas

bull Na anaacutelise estrateacutegica de planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos de

potecircncia

bull Na determinaccedilatildeo de limites de transferecircncia de potecircncia

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

38

bull No ajuste das margens

O levantamento da curva PV consiste em realizar caacutelculos de fluxo de potecircncia a

partir de um ponto de operaccedilatildeo inicial identificado como caso base considerando sucessivos

aumentos de carga em uma uacutenica barra numa aacuterea ou em todo o sistema

O aumento de carga pode ou natildeo ser realizado com o fator de potecircncia constante

sendo que a cada incremento de carga satildeo realizados novos caacutelculos de fluxo de carga

determinando-se assim os pontos de operaccedilatildeo que formaratildeo a curva PV

Portanto a curva PV mostra a variaccedilatildeo da tensatildeo numa barra em funccedilatildeo do aumento de

carga considerado no sistema

Figura 22 - Curva PV geneacuterica

Empregada principalmente em anaacutelises conceituais de estabilidade de tensatildeo a curva

PV fornece o ponto de maacuteximo carregamento ou ponto de colapso de tensatildeo ou ponto criacutetico

ou ldquonoserdquo (nariz) da curva (Figura 22)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

39

O ponto de maacuteximo carregamento eacute identificado apoacutes a obtenccedilatildeo da curva PV eacute por

meio dele que se identifica a margem de estabilidade do sistema

Na Figura 22 o valor do maacuteximo carregamento da rede para uma dada condiccedilatildeo

especifica eacute representado pela potecircncia (Pcrit) com o respectivo valor da tensatildeo (Vcrit) para as

quais este maacuteximo carregamento ocorre

Uma desvantagem deste meacutetodo eacute que a soluccedilatildeo do fluxo de carga convencional

diverge na regiatildeo do ldquonarizrdquo da curva PV impossibilitando a obtenccedilatildeo de curvas PV

completas atraveacutes deste meacutetodo (TAYLOR 1994)

252 ndash Curvas QV

O procedimento para se obter as curvas de QV eacute semelhante ao utilizado na obtenccedilatildeo

das curvas de PV

A curva QV pode ser obtida plotando-se a tensatildeo na barra no eixo das abscissas

contra a potecircncia reativa injetada na mesma barra no eixo das ordenadas

Atraveacutes desta curva obteacutem-se a variaccedilatildeo da magnitude da tensatildeo em uma determinada

barra em funccedilatildeo da injeccedilatildeo de potecircncia reativa

A injeccedilatildeo de potecircncia reativa pode ser feita acoplando-se agrave barra uma fonte fictiacutecia de

potecircncia ativa nula e de potecircncia reativa variaacutevel ou seja um condensador siacutencrono sem

limite de reativos

Diminui-se gradativamente a tensatildeo na barra agrave medida que se calcula a injeccedilatildeo de

reativos atraveacutes da soluccedilatildeo de sucessivos fluxo de carga convencional Computacionalmente

isto eacute realizado convertendo-se a barra de geraccedilatildeo (PV) em questatildeo em barra de carga (PQ)

sem limites de injeccedilatildeo de reativos (TAYLOR 1994) Para grandes sistemas as curvas satildeo

obtidas por meio de seacuteries de simulaccedilotildees de fluxo de carga convencional

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

40

Pode-se observar na Figura 23 que a margem de reativos disponiacutevel na barra eacute a

diferenccedila entre a potecircncia reativa de saiacuteda nula do compensador siacutencrono e a potecircncia de saiacuteda

do mesmo na base da curva QV que representa o limite de estabilidade de tensatildeo (dQdV=0)

Q

V

Ponto de Operaccedilatildeo

Margem de Reativos

Figura 23 ndash Curva QV geneacuterica

Como vantagem deste meacutetodo tem-se que a determinaccedilatildeo da margem reativa em

barras criacuteticas eacute simples e raacutepida Poreacutem uma das suas limitaccedilotildees eacute o fato de aumentar a carga

reativa em apenas uma barra do sistema podendo assim levar a resultados enganosos

(KUNDUR 1994)

A seguranccedila estaacutetica esta intrinsecamente relacionada com a potecircncia reativa e a curva

QV nos daacute a margem de potecircncia reativa na barra escolhida para anaacutelise

26 - Margem de carregamento

Os operadores de sistemas eleacutetricos de potecircncia monitoram toda a topologia da rede

com seus atuais fluxos de potecircncia ativa e reativa concomitantemente com os niacuteveis de tensatildeo

nos barramentos Estas grandezas satildeo monitoradas com o claro intuito de se garantir sua

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

41

permanecircncia dentro de limites aceitaacuteveis na atual configuraccedilatildeo ou em qualquer outra das

possiacuteveis configuraccedilotildees subsequumlentes a uma contingecircncia predefinida

O operador deve estar sempre ciente da capacidade de transmissatildeo do sistema sendo

que uma quantificaccedilatildeo mais direta da capacidade de transmissatildeo eacute a margem estaacutetica de

estabilidade de tensatildeo tambeacutem definida como margem de carregamento

A definiccedilatildeo da margem dependeraacute da aplicaccedilatildeo a que se destina De uma forma geral

procura-se estabelecer a margem em funccedilatildeo da diferenccedila entre o valor de um paracircmetro

correspondente a um evento e o seu atual valor

A margem de estabilidade mede a distacircncia a um evento que cause a instabilidade e

deve ser definida de forma a ser facilmente compreendida pelo operador

Para o colapso de tensatildeo a margem de estabilidade eacute definida como o maior aumento

de carga que o sistema pode ter sem provocar o colapso de tensatildeo

A estabilidade de tensatildeo tem se tornado um assunto relevante pelo fato de que o

desequiliacutebrio existente entre os aumentos contiacutenuos de carga e as restriccedilotildees econocircmicas e

ambientais impostas agrave construccedilatildeo de novas usinas de geraccedilatildeo bem como da construccedilatildeo de

novas linhas de transmissatildeo levar os sistemas a operarem proacuteximos de seus limites com

reduzida margem de estabilidade

Na anaacutelise estaacutetica de estabilidade de tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia o ponto

de maacuteximo carregamento define em particular a fronteira entre as regiotildees operacional estaacutevel

e instaacutevel como observado na Figura 22

A determinaccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento eacute importante natildeo somente para a

obtenccedilatildeo de margens estaacuteticas de estabilidade de tensatildeo como tambeacutem para sua aplicaccedilatildeo em

anaacutelise modal uma vez que eacute nesse ponto que a curva PV fornece as informaccedilotildees para a

determinaccedilatildeo de medidas efetivas para se obter um aumento da estabilidade de tensatildeo do

sistema (KUNDUR 1994) (TAYLOR 1994)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

42

Independentemente de qual metodologia se utiliza para levantar as curvas PV de um

sistema em qualquer uma delas o objetivo seraacute determinar a maacutexima carga possiacutevel a ser

atendida

Para sistemas com cargas do tipo PQ constante o ponto de colapso de tensatildeo eacute o ponto

de operaccedilatildeo correspondente ao maacuteximo carregamento do sistema A diferenccedila entre tal ponto

e o ponto de operaccedilatildeo do sistema (em MW ou pu) eacute denominada como sendo agrave margem de

carregamento

O conhecimento preciso da margem de carregamento para o ponto de operaccedilatildeo atual eacute

fundamental para que o operador de sistemas avalie se para um distuacuterbio o sistema encontraraacute

um outro ponto de operaccedilatildeo estaacutevel (WECC 1998)

Para ilustrar o exposto considere a Figura 24 na qual satildeo apresentadas duas curvas

PV obtidas para o sistema 14 barras do IEEE

A curva 1 resulta da condiccedilatildeo normal de operaccedilatildeo considerada como curva de preacute-

contingecircncia enquanto que a curva 2 resulta da condiccedilatildeo de poacutes-contingecircncia da linha de

transmissatildeo entre as barras 1 e 2

Os pontos de maacuteximo carregamento satildeo representados nas curvas 1 e 2 como Pmax-preacute e

Pmax-poacutes respectivamente

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

43

Figura 24 ndash Definiccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e da margem de carregamento

O ponto ldquoOrdquo foi obtido por meio de um programa de fluxo de carga convencional e

representa o ponto de operaccedilatildeo estaacutevel do sistema denominado caso base

Conforme foi definido a margem de carregamento para as curvas 1 e 2 satildeo os valores

em pu entre o ponto ldquoOrdquo e os pontos Pmax-preacute e Pmax-poacutes respectivamente

Caso o sistema esteja operando no ponto ldquoOrdquo da curva 1 e o mesmo for submetido por

exemplo a um aumento de carga ele passaria a operar no ponto ldquoOacute rdquo Nesse caso o sistema

entraria em colapso se ocorresse agrave contingecircncia conforme mostra a curva 2 poreacutem

permaneceria operando com uma margem reduzida na condiccedilatildeo normal conforme mostrado

pela curva 1

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

44

Nas anaacutelises de planejamento e operaccedilatildeo sistemas eleacutetricos de potecircncia o caacutelculo da

margem de carregamento eacute efetuado por meio do fluxo de carga convencional e mais

recentemente do fluxo de carga continuado

Observa-se que o meacutetodo fluxo de carga convencional eacute considerado ineficiente na

obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento devido agraves dificuldades numeacutericas apresentadas agrave

medida que o carregamento do sistema se aproxima deste ponto criacutetico pois para sistemas

com cargas do tipo PQ constante a matriz Jacobiana torna-se singular no ponto de maacuteximo

carregamento Dessa forma a sua obtenccedilatildeo torna-se ineficiente e imprecisa devido agraves

dificuldades numeacutericas apresentadas pelo fluxo de carga convencional agrave medida que o

carregamento do sistema se aproxima de sua vizinhanccedila

De um modo geral a divergecircncia de um fluxo de carga convencional pode estar

associada ao meacutetodo utilizado na resoluccedilatildeo agrave estimativa inicial agraves muacuteltiplas soluccedilotildees

existentes e agrave inexistecircncia da soluccedilatildeo ou agrave existecircncia de singularidades

Uma vez que o ponto de maacuteximo carregamento estaacute associado agraves limitaccedilotildees fiacutesicas do

sistema eleacutetrico de potecircncia sua determinaccedilatildeo natildeo deve ser baseada numa limitaccedilatildeo

matemaacutetica de um meacutetodo numeacuterico Assim haveraacute sempre a necessidade de se investigar se

a divergecircncia eacute devida a problemas numeacutericos ou a limitaccedilotildees fiacutesicas do sistema geralmente

as diferenccedilas natildeo satildeo tatildeo oacutebvias

Observa-se que a singularidade da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo

carregamento eacute devido agrave reduccedilatildeo de seu posto ou seja do seu rank Isto natildeo significa que no

ponto de maacuteximo carregamento o fluxo de carga convencional natildeo tenha nenhuma soluccedilatildeo

Na realidade esta soluccedilatildeo existe eacute uacutenica e eacute bem definida poreacutem eacute necessaacuterio reformular a

informaccedilatildeo perdida com a reduccedilatildeo do posto da matriz Jacobiana para se obter a soluccedilatildeo

Normalmente esta compensaccedilatildeo de informaccedilatildeo seraacute realizada atraveacutes da adiccedilatildeo de

equaccedilotildees algeacutebricas parametrizadas (CHIANG et al 1995)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

45

Para carregamentos maiores que o do ponto de maacuteximo carregamento no entanto as

equaccedilotildees de fluxo de carga convencional natildeo tecircm soluccedilatildeo

Os meacutetodos da continuaccedilatildeo vecircm sendo utilizados por longa data na anaacutelise de sistemas

de equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares parametrizadas (SEYDEL 1994) Mais recentemente foi

proposta a sua utilizaccedilatildeo para o traccedilado das curvas de carregamento obtenccedilatildeo de muacuteltiplas

soluccedilotildees e do ponto de colapso de tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia (ALVES et al

2000) (FLUECK DONDETTI 2000) (WANG DA SILVA XU 2000) (ALVES et al

2002-I) (ALVES et al 2002-II)

Em funccedilatildeo de sua crescente utilizaccedilatildeo na anaacutelise de sistemas eleacutetricos esses meacutetodos

jaacute fazem parte de livros textos (KUNDUR 1994) (SEYDEL 1994) (TAYLOR 1994)

A reformulaccedilatildeo das equaccedilotildees de fluxo de carga convencional visa agrave remoccedilatildeo da

singularidade da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo carregamento e por conseguinte dos

problemas numeacutericos que surgem em sua vizinhanccedila Como resultado algoritmos de precisatildeo

simples podem ser usados para obter o ponto de maacuteximo carregamento

Capiacutetulo 3

MEacuteTODO DA CONTINUACcedilAtildeO E SUAS TEacuteCNICAS DE

PARAMETRIZACcedilAtildeO

31 ndash Introduccedilatildeo

Os sistemas de equaccedilotildees natildeo-lineares tecircm na formulaccedilatildeo matricial do meacutetodo de

Newton-Raphson um algoritmo com uma enorme versatilidade para sua soluccedilatildeo O conjunto

de soluccedilotildees se daacute atraveacutes do estabelecimento de uma estimativa inicial com posteriores

execuccedilotildees do meacutetodo atraveacutes de um processo que envolve sucessivas variaccedilotildees de um

determinado paracircmetro do sistema

O algoritmo eacute executado atraveacutes de uma sequumlecircncia de etapas sendo a mais complexa

do ponto de vista computacional a obtenccedilatildeo da matriz Jacobiana a partir da linearizaccedilatildeo do

sistema de equaccedilotildees e a posterior inversatildeo explicita ou natildeo dessa matriz para o caacutelculo de

aproximaccedilotildees para a soluccedilatildeo

Com a execuccedilatildeo do meacutetodo de Newton-Raphson obtem-se uma uacutenica soluccedilatildeo para o

sistema de equaccedilotildees desde que se estime adequadamente a soluccedilatildeo inicial e que

consequumlentemente a soluccedilatildeo desejada natildeo corresponda a um ponto singular

Os meacutetodos conhecido como path following methods (SEYDEL 1994) no qual se

inclui o meacutetodo da continuaccedilatildeo satildeo capazes de reformular o problema do fluxo de carga

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

47

convencional nos sistemas eleacutetricos de potecircncia de uma maneira tal a definir as soluccedilotildees

como funccedilotildees contiacutenuas de um determinado paracircmetro λ

O fluxo de carga continuado pode ser usado para resolver qualquer conjunto de

equaccedilotildees de equiliacutebrio ou regime permanente de sistemas eleacutetricos de potecircncia Consiste na

consecuccedilatildeo de sucessivas soluccedilotildees de equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares objetivando traccedilar

trajetoacuterias de soluccedilatildeo a partir de um caso base mudando o valor de um paracircmetro escolhido

automaticamente

A proposta do fluxo de carga continuado eacute a de encontrar uma continuidade de

soluccedilotildees do fluxo de carga convencional para uma dada condiccedilatildeo de mudanccedila de carga O

objetivo do meacutetodo eacute traccedilar perfis de tensatildeo das barras a partir de uma soluccedilatildeo inicial

conhecida identificada como caso base usando um esquema preditor-corretor para encontrar

as subsequumlentes soluccedilotildees ateacute o ponto de maacuteximo carregamento Deste processo podem ser

obtidas a margem de estabilidade de tensatildeo e as informaccedilotildees adicionais sobre o

comportamento das tensotildees das barras do sistema com o aumento do niacutevel de carregamento

Os estudos pertinentes agrave anaacutelise estaacutetica de tensatildeo mostram que a aplicaccedilatildeo do fluxo

de carga continuado consegue superar as dificuldades numeacutericas (no ponto de maacuteximo

carregamento) por meio da adiccedilatildeo de equaccedilotildees parametrizadas

Este capiacutetulo tem por objetivo introduzir os conceitos baacutesicos gerais do fluxo de carga

convencional e do fluxo de carga continuado Satildeo tambeacutem apresentadas algumas variaccedilotildees no

emprego do meacutetodo da continuaccedilatildeo com suas respectivas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo Dentre

as diversas teacutecnicas muitas seratildeo apenas comentadas por natildeo se tratarem de teacutecnicas

empregadas neste trabalho

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

48

32 - Fluxo de carga convencional

Na formulaccedilatildeo do problema fluxo de carga convencional as equaccedilotildees (G) para um

sistema podem ser escritas como

0)Vθ(G = (31)

Onde

θ eacute o vetor dos acircngulos de fase nodais das barras de carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV)

V eacute o vetor das magnitudes das tensotildees nodais das barras de carga (PQ)

G eacute o vetor que conteacutem as equaccedilotildees dos balanccedilos de potecircncias ativa e reativa nodais

De acordo com Monticelli (MONTICELLI 1983)

bull A barra PV conhecida como barra de geraccedilatildeo eacute aquela onde satildeo conhecidas as

variaacuteveis independentes isto eacute a potecircncia ativa (P) e a tensatildeo (V) sendo

desconhecidas as variaacuteveis dependentes ou seja a potecircncia reativa (Q) e o

acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

bull A barra PQ tambeacutem denominada barra de carga eacute aquelas onde satildeo

conhecidas a potecircncia ativa (P) e a potecircncia reativa (Q) sendo desconhecidas a

tensatildeo (V) e o acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

bull A barra Vθ conhecida como barra de folga (slack) ou barra de referecircncia eacute

aquela onde satildeo conhecidas a tensatildeo (V) e o acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

sendo desconhecidas a potecircncia ativa (P) e a potecircncia reativa (Q)

No fluxo de carga utilizando o meacutetodo de Newton-Raphson para a resoluccedilatildeo das

equaccedilotildees do fluxo de carga convencional obtem-se os valores de kV e kθ para todas as

barras atribuindo-lhe a denominaccedilatildeo de caso base e seguindo o algoritmo apresentado a

seguir (MONTICELLI 1983)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

49

A Equaccedilatildeo (31) pode tambeacutem ser reescrita como

PQbarrasaspara

PVePQbarrasaspara

0

0

=minus=

=minus=

V)Q(θespQΔQ

V)P(θespPΔP (32)

onde G(θV) satildeo as equaccedilotildees baacutesicas do fluxo de carga V eacute o vetor das magnitudes das

tensotildees nodais e θ eacute o vetor do acircngulo das tensotildees nodais Pesp = Pgesp - Pc

esp eacute a diferenccedila

entre as potecircncias ativas geradas e consumidas para as barras de carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV)

e Qesp = Qgesp - Qc

esp eacute a diferenccedila entre as potecircncias reativas geradas e consumidas para as

barras PQ

As equaccedilotildees de injeccedilatildeo de potecircncia ativa e reativa na barra k obtidas pela primeira Lei

de Kirchhoff satildeo

sum

sum

isin

isin

minus=

+=

κ

κ

mkmkmkmkmmk

mkmkmkmkmmk

)θBθ(GVV

)θBθ(GVV

kQ

kP

cossen

sencos

)(

)(

Vθ (33)

Onde Pk eacute a potecircncia ativa na barra k Qk eacute a potecircncia reativa na barra k Vk e Vm satildeo as

magnitudes das tensotildees terminais do ramo k-m θkm eacute a defasagem angular entre as tensotildees das

barras terminais no ramo k-m Gkm eacute a condutacircncia do ramo k-m Bkm eacute a susceptacircncia do ramo

k-m κ eacute o conjunto formado pela barra k mais todas as barras m conectadas a ela

)i Fazer 0=v e escolher os valores iniciais do acircngulo das tensotildees das barras PQ e

PV )θθ( 0= e as magnitudes das tensotildees das barras PQ )VV( 0=

)ii Calcular )V( vvθP para as barras PQ e PV e )V( vvθQ para as barras PQ e

determinar os mismatches vPΔ e vQΔ

)iii Testar convergecircncia se PvMax εleP Δ e Q

vMax εleQ Δ o processo

iterativo convergiu para a soluccedilatildeo )V( vvθ caso contraacuterio passar para )( iv

)iv Calcular a matriz Jacobiana

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

50

=

)Vθ(L)Vθ(N

)Vθ(M)Vθ(H)V(θ

vv

vv

vv

vvvvJ (34)

Os componentes das submatrizes Jacobianas H N M e L correspondem agraves derivadas

das potecircncias ativa e reativa em relaccedilatildeo ao acircngulo de fase das tensotildees das barras PQ e PV e

em relaccedilatildeo agrave magnitude das tensotildees nas barras PQ

minusminusminus=partpart=

minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Hkmkmkmkm

Kmlkkkkkkkk

kmkmkmkmmklkkm

BsenGVVBVPH

BsenGVVPH

θθθ

θθθ

2 (35)

++=partpart=

+=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Nkmkmkmkm

Kmmkkkkkkk

kmkmkmkmkmkkm

senBGVGVVPN

senBGVVPN

θθ

θθ

(36)

++minus=partpart=

+minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Mkmkmkmkm

Kmmkkkkkkkk

kmkmkmkmmkmkkm

senBGVVGVQM

senBGVVQM

θθθ

θθθ

2 (37)

minus+minus=partpart=

minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Lkmkmkmkm

Kmmkkkkkkk

kmkmkmkmkmkkm

BsenGVBVVQL

BsenGVVQL

θθ

θθ

(38)

)v Determinar a nova soluccedilatildeo )V(θ 1v1v ++

vvv

vvv

ΔVVVΔθθθ+=

+=+

+

1

1

(39)

sendo vθΔ e vVΔ determinados resolvendo-se o sistema linear

=

v

v

vv

vv

vv

vv

vv

vv

LN

MH

)Vθ()Vθ(

)Vθ()Vθ(

)Vθ()Vθ(

ΔΔ

ΔQΔP (310)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

51

)vi Fazer vv rarr+1 e voltar para o passo )(ii

A dimensatildeo do sistema de equaccedilotildees (31) eacute

n = 2nPQ + nPV

Onde nPQ representa o nuacutemero de barras PQ nPV representa o nuacutemero de barras PV n

representa o nuacutemero de incoacutegnitas

Isto normalmente eacute suficiente para a resoluccedilatildeo do problema fluxo de carga

convencional contanto que a matriz Jacobiana tenha posto completo ou seja natildeo deve ser

singular

No fluxo de carga convencional uma barra PV eacute usada para representar a barra de

geraccedilatildeo com controle de tensatildeo

Em cada interaccedilatildeo a geraccedilatildeo de reativo de cada barra PV eacute comparada com seu

respectivo limite (Q-limite) no caso de violaccedilatildeo a barra PV eacute alterada para tipo PQ onde Q eacute

especificado no valor limite alcanccedilado ou seja torna-se uma variaacutevel independente e V se

torna uma incoacutegnita no problema isto eacute torna-se uma variaacutevel dependente Estas barras

podem voltar a ser PV nas iteraccedilotildees futuras Em geral mudanccedilas no tipo das barras natildeo

afetam a soluccedilatildeo

As curvas PV podem ser traccediladas atraveacutes de sucessivas soluccedilotildees do fluxo de carga

convencional a partir de um caso base ateacute proacuteximo ao ponto de maacuteximo carregamento para

incrementos graduais de carga (λ)

A expressatildeo (311) corresponde agraves equaccedilotildees de balanccedilo de potecircncias definidas em

(31) acrescida da dependecircncia contiacutenua da carga (resistiva indutiva ou capacitiva) com o

paracircmetro escalar λ

0VθG =)( λ (311)

Ou ainda

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

52

PQ

PVPQ

barras para0)Q(esp

e barras para0)P(esp

=minusλ

=minusλ

VQ

VP

θ

θ (312)

Onde

c-g esp PPP = eacute a diferenccedila entre as potecircncias ativas geradas e consumidas para as barras de

carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV) c- esp QQ = eacute potecircncia reativa consumida para as barras PQ

Observa-se que quando o tipo da barra PV eacute alterado para PQ deve-se tomar o

cuidado de natildeo multiplicar suas potecircncia reativas geradas ( gQ ) por λ

No sistema de equaccedilotildees (312) assume-se que o aumento de carga do sistema eacute

proporcional ao caso base (λ=1) e que o fator de potecircncia eacute mantido constante (Costa et al

(1998)) (TAYLOR 1994) As potecircncias ativa espkP e reativa esp

kQ podem tambeacutem ser

definidas como espkcosesp

kSesppkC ϕ e esp

ksenespkSesp

qkC ϕ respectivamente Assim dependendo

do valor de espqkCeesp

pkC pode-se obter as curvas PV QV ou SV

Portanto eacute possiacutevel realizar-se uma variaccedilatildeo de carregamento individual isto eacute para

cada barra do sistema considerando para cada uma um crescimento de carga com fatores de

potecircncia diferentes aos do caso base

Tradicionalmente entretanto assume-se que o aumento de carga de uma determinada

aacuterea eacute feito com fator de potecircncia constante e proporcional ao carregamento do caso base com

modelo de carga de potecircncia constante visto que este fornece a condiccedilatildeo de operaccedilatildeo mais

segura para o sistema (WECC 1998) (TAYLOR 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

53

Em geral λ eacute considerado uma variaacutevel dependente e entatildeo variado automaticamente

Dessa forma o sistema de equaccedilotildees (312) cuja dimensatildeo eacute n = 2nPQ + nPV agora tem 1n +

incoacutegnitas e uma equaccedilatildeo adicional eacute necessaacuteria

Por outro lado qualquer uma das 1n + incoacutegnitas pode ser definida como paracircmetro

seus valores podem ser especificados e entatildeo esta equaccedilatildeo pode ser usada para calcular a

nova variaacutevel dependente λ Assim o sistema (312) ficaraacute com n equaccedilotildees e n incoacutegnitas

Nestas condiccedilotildees a nova matriz Jacobiana diferiraacute da original na coluna k onde as derivadas

das potecircncias em relaccedilatildeo ao novo paracircmetro seratildeo substituiacutedas pelas correspondentes

derivadas em relaccedilatildeo agrave nova variaacutevel dependente (λ)

A adiccedilatildeo de equaccedilotildees parametrizadas tem se tornado um procedimento padratildeo

(SEYDEL 1994) Entretanto isto implicaraacute em um aumento na dimensatildeo da matriz Jacobiana

Aplicando-se a teacutecnica do meacutetodo do fluxo de carga convencional para resolver a

Equaccedilatildeo (312) para o caso base (Vo θo λο = 1) obtem-se como resultado o primeiro ponto

da curva PV correspondente ao ponto ( )ax λ visualizado na Figura 31 Emprega-se entatildeo o

meacutetodo da continuaccedilatildeo para calcular as soluccedilotildees adicionais ateacute que o ponto de maacuteximo

carregamento seja alcanccedilado No iniacutecio do processo um passo preditor eacute executado para

encontrar uma estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo

A diferenccedila entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo estaacute na forma como esta nova variaacutevel eacute

tratada e em como a singularidade da nova matriz Jacobiana eacute evitada

33 - Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de prediccedilatildeo parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo

O traccedilado das curvas PV e QV para uma uacutenica barra a soluccedilatildeo do fluxo de carga

convencional dependeraacute dentre outros fatores da existecircncia da soluccedilatildeo das muacuteltiplas

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

54

soluccedilotildees existentes do meacutetodo utilizado na resoluccedilatildeo das equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares

da existecircncia de singularidades da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo carregamento da

estimativa inicial Todas estas caracteriacutesticas satildeo comuns aos processos de soluccedilatildeo de

equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares em geral

O meacutetodo da continuaccedilatildeo pode ser implementado com qualquer conjunto de equaccedilotildees

de equiliacutebrio ou seja em regime permanente de um sistema eleacutetrico de potecircncia embora nas

anaacutelises de estabilidade de tensatildeo tecircm sido empregados mais especificamente para o caacutelculo

da trajetoacuteria de soluccedilotildees

A denominaccedilatildeo de fluxo de carga continuado (do inglecircs Continuation Power Flow)

adveacutem do uso das equaccedilotildees padrotildees do fluxo de carga convencional como modelo das redes

eleacutetricas (KUNDUR 1994) (VAN CUTSEM 1998)

O meacutetodo da continuaccedilatildeo abaliza-se fundamentalmente na determinaccedilatildeo de uma

estimativa atraveacutes de um processo de prediccedilatildeo a partir de uma soluccedilatildeo conhecida

A estimativa representa a condiccedilatildeo inicial para o processo de correccedilatildeo que por sua vez

e o responsaacutevel pela convergecircncia agrave nova soluccedilatildeo

Dentre os inuacutemeros meacutetodos descritos na literatura especiacutefica o mais amplamente

empregado consiste de quatro procedimentos baacutesicos

I Um procedimento de prediccedilatildeo necessaacuterio na ponderaccedilatildeo de uma estimativa para

o proacuteximo ponto de soluccedilatildeo

Dentre as diversas teacutecnicas de previsatildeo destaca-se o meacutetodo da tangente

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994) e o

meacutetodo da secante (CHIANG et al 1995) (CHIANG et al 1999)

Uma outra teacutecnica de previsatildeo eacute a denominada de previsatildeo trivial ou polinomial

modificada de ordem zero (CHIANG et al 1995)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

55

II Um procedimento estrateacutegico de parametrizaccedilatildeo necessaacuterio para evitar a

singularidade da matriz Jacobiana

As teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo mais frequumlentemente utilizadas nos fluxo de carga

continuado satildeo a local a geomeacutetrica e a que utiliza o comprimento de arco

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994)

(SEYDEL 1994) (CHIANG et al 1995) (CHIANG et al 1999)

III Um controle de tamanho de passo usado para obter um bom desempenho global

IV Um procedimento corretor necessaacuterio para corrigir a soluccedilatildeo aproximada do

passo preditor a fim de se evitar acumulo de erros

A teacutecnica mais aplicada eacute a da interseccedilatildeo perpendicular (AJJARAPU

CHRISTY 1992) (IBA et al 1991)

O meacutetodo da continuaccedilatildeo tem como objetivo encontrar soluccedilotildees consecutivas a a+1

para um sistema de equaccedilotildees natildeo-lineares de tal forma que

( ) ( ) ( )correccedilatildeoprediccedilatildeo

xxx aaeea 11 ++rarrrarr λλλ

A partir da soluccedilatildeo conhecida ( )ax λ atraveacutes de um processo de prediccedilatildeo eacute possiacutevel

se determinar uma estimativa ( ) 1

+aeex λ Tal estimativa eacute a condiccedilatildeo inicial para o processo

de correccedilatildeo responsaacutevel pela convergecircncia agrave nova soluccedilatildeo ( ) 1 +ax λ

A Figura 31 ilustra de forma geneacuterica os processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em

sistemas parametrizados

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

56

Figura 31 - Processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em sistemas parametrizados

331 ndash Teacutecnicas de prediccedilatildeo

3311 - Preditor tangente

No passo preditor tangente a estimativa da proacutexima soluccedilatildeo pode ser encontrada

dando-se um passo de dimensatildeo apropriadamente escolhida na direccedilatildeo do vetor tangente agrave

curva PV calculado na soluccedilatildeo atual do processo

O caacutelculo do vetor tangente (t) pode ser obtido tomando-se as derivadas parciais do

sistema de equaccedilotildees (311)

Diferenciando-se a Equaccedilatildeo (311) e colocando-a na sua forma matricial pode-se

calcular o vetor tangente atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

[ ] [ ]

=minus=

minus

000

tVθ

GG λV

ddd

GG λθ Jλ

(313)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

57

Onde

Gθ satildeo as derivadas parciais de G em relaccedilatildeo agrave θ Gv satildeo as derivadas parciais de G em

relaccedilatildeo agrave V Gλ satildeo as derivadas parciais de G em relaccedilatildeo agrave λ

Gθ e GV compotildeem a matriz Jacobiana do Fluxo de carga convencional

Incrementa-se uma coluna ndashGλ em J correspondente a nova variaacutevel λ Atraveacutes do

incremento da nova coluna o nuacutemero de incoacutegnitas passa a ser maior do que o nuacutemero de

equaccedilotildees uma variaacutevel do vetor t deve ser especificada com um valor diferente de zero A

variaacutevel escolhida daacute-se a denominaccedilatildeo de ldquoparacircmetro da continuaccedilatildeordquo

Com a especificaccedilatildeo do paracircmetro da continuaccedilatildeo deve-se acrescentar uma nova

equaccedilatildeo (ek t = tk = plusmn 1) ao sistema (32)

O sistema de equaccedilotildees (314) com as devidas modificaccedilotildees passa a ser

plusmn==

minus=

minus

100GG

ttGG

VθGG

mJee kk

λθλθ VV

dλdd

(314)

Na Equaccedilatildeo (314) ek eacute um vetor linha devidamente dimensionado com todos os

elementos nulos exceto o k-eacutesimo que seraacute igual a 1

A identificaccedilatildeo do iacutendice ldquokrdquo eacute realizada de forma tal que o vetor tangente t tenha uma

norma natildeo-nula e garanta que a matriz Jacobiana modificada (Jm) seja natildeo-singular no ponto

de maacuteximo carregamento

O nuacutemero 1 deveraacute ser posto na coluna da variaacutevel escolhida como paracircmetro da

continuaccedilatildeo (Vk θk ou λ) A introduccedilatildeo do sinal + ou ndash dependeraacute de como a variaacutevel

escolhida como paracircmetro da continuaccedilatildeo estaraacute sendo alterada positivo se ela estiver

crescendo de valor e negativo se estiver decrescendo

Uma vez obtido o vetor t a estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo seraacute dada por

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

58

+

=

dλλλ a

a

a

dVdθ

σe

e

e

(315)

O sobrescrito ldquoerdquo indica estimativa isto eacute o vetor tangente eacute usado para obter uma

estimativa para θ V e λ a partir da soluccedilatildeo atual ldquoardquo

O escalar σ eacute o tamanho do passo preditor apropriado

A dimensatildeo do passo deve ser tal que a soluccedilatildeo prevista esteja dentro do raio de

convergecircncia do passo corretor

3312 ndash Preditor secante

O meacutetodo do preditor secante de ordem um eacute uma aproximaccedilatildeo do vetor tangente e

utiliza a soluccedilatildeo anterior e a soluccedilatildeo atual para fazer a estimativa da proacutexima soluccedilatildeo Estes

dois primeiros pontos satildeo obtidos pelo meacutetodo do preditor tangente

Os meacutetodos polinomiais estatildeo baseados em um polinocircmio de ordem variada que

ldquocortardquo a soluccedilatildeo atual e as soluccedilotildees preacutevias )( aa λx )( 1minusminus aa λ1x para prover um ponto de

aproximaccedilatildeo para a proacutexima soluccedilatildeo )( 11 ++ aa λx

)()()( 111 minusminus++ minusminus+= aaaaaaaa λλσλλ xxxx 1 (316)

O sistema da Figura 32 apresentada em (ALVES 2000) para ilustrar os passos do

meacutetodo da continuaccedilatildeo com preditor tangente e secante

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

59

r12 + j x12 r23 + j x23

(slack)

2 3

P2 + jQ2 P3 + jQ3

y12 = g12 + j b12 y23 = g23 + j b23

V1 = V1 0o pu

V2 = V2 θ2o pu

V3 = V3 θ3

o pu

1

Figura 32 - Sistema de trecircs barras

Os valores adotados para o sistema de trecircs barras da Figura 32 foram

01911 upV oang=amp 33010012 upjz += 67020023 upjz += 0022 upjQjP +=+

toleracircncia de 10-5

A Figura 33 (ALVES 2000) obtida para o sistema da Figura 32 ilustra os passos da

previsatildeo pelo vetor tangente por meio da reta contiacutenua e pelo vetor secante por meio da reta

tracejada respectivamente obtidas utilizando λ como paracircmetro da continuaccedilatildeo

Figura 33 - Comparaccedilatildeo entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo com preditor tangente e com preditor secante

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

60

Observa-se na Figura 33 que no ponto ldquoArdquo o passo corretor natildeo encontraraacute soluccedilatildeo

se λ for o paracircmetro utilizado Aleacutem disso o uso deste paracircmetro natildeo eliminaraacute a

singularidade da matriz Jacobiana modificada (Jm) no ponto de maacuteximo carregamento tanto

no passo preditor quanto no corretor

Assim para obter-se o ponto de maacuteximo carregamento com maior precisatildeo o passo

teraacute que ser reduzido agrave medida que os pontos se aproximam do ponto de maacuteximo

carregamento

3313 - Preditor polinomial modificado de ordem zero

Uma outra teacutecnica de previsatildeo que seraacute adotada para o passo preditor na metodologia

proposta nesse trabalho eacute a denominada de previsatildeo trivial ou polinomial modificada de

ordem zero (CHIANG et al 1995)

Esta teacutecnica usa a soluccedilatildeo atual e um incremento fixo no paracircmetro (λ θk ou Vk)

como uma estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo Observa-se que as soluccedilotildees sucessivas de (32)

pelo meacutetodo de Newton com a prefixaccedilatildeo de vaacuterios valores para o paracircmetro em uso (λ θk

ou Vk) satildeo casos particulares dessa teacutecnica de previsatildeo

Uma vez especificado um incremento fixo no paracircmetro (λ θk ou Vk) como uma

estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo torna-se necessaacuterio realizar a correccedilatildeo a partir da soluccedilatildeo

atual para obter a soluccedilatildeo correta final

Em geral o incremento adotado pelo passo preditor exige poucas iteraccedilotildees para que a

proacutexima soluccedilatildeo seja obtida dentro da precisatildeo desejada

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

61

332 - Controle do passo preditor

A adoccedilatildeo do controle de passo eacute de fundamental importacircncia para a eficiecircncia do

meacutetodo da continuaccedilatildeo Uma boa opccedilatildeo eacute na medida do possiacutevel definir o menor passo entre

a soluccedilatildeo conhecida ( )ax λ e a soluccedilatildeo estimada ( ) 1

+aeex λ Esta opccedilatildeo apesar de garantir a

convergecircncia do meacutetodo nos trechos da trajetoacuteria de soluccedilatildeo com curvatura mais acentuada

tem como agravante o elevado dispecircndio de tempo nos trechos planos

O controle de passo ideal deve se adaptar agrave topologia da trajetoacuteria de soluccedilatildeo

tornando-se um algoritmo com consideraacutevel grau de sofisticaccedilatildeo

Para sistemas pouco carregados aplicam-se passos maiores jaacute para sistemas altamente

carregados aplicam-se passos menores O ideal seria se o tamanho do passo se adaptasse agraves

condiccedilotildees reais de convergecircncia Um meacutetodo simples baseado no nuacutemero de iteraccedilotildees do

passo corretor eacute utilizado para controlar o tamanho do passo preditor se o nuacutemero de

iteraccedilotildees do passo corretor for pequeno indica que a carga ainda eacute leve ou normal e o passo

pode ser maior Aumentando o nuacutemero de iteraccedilotildees o sistema estaraacute numa regiatildeo de alto

carregamento e o tamanho do passo deve ser reduzido

Uma opccedilatildeo eacute o uso da tensatildeo (Vk) como paracircmetro durante todo o traccedilado da curva

PV pois isso acarretaraacute em um controle automaacutetico do passo Isto porque em geral um passo

fixo na tensatildeo corresponde a passos largos no fator de carregamento durante carga leve e

normal e em passos reduzidos para altos carregamentos conforme mostrado na Figura 34

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

62

05 1 15 2 25 3 35 4 45 5 550

02

04

06

08

1

12

14 Te

nsatildeo

[pu

]

Fator de carregamento λ

Figura 34 - Controle automaacutetico do passo σ

Outro meacutetodo de controle do tamanho do passo eacute baseado na norma do vetor tangente

(ZAMBRONI et al 1997) O tamanho do passo eacute definido como

2

t0σσ = (317)

Onde σ0 eacute um escalar predefinido || t ||2 eacute a norma Euclidiana do vetor tangente t

Agrave medida que o sistema torna-se carregado a magnitude do vetor tangente aumenta e

consequumlentemente σ diminui

333 ndash Teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo

A parametrizaccedilatildeo na anaacutelise estaacutetica da tensatildeo eacute a forma matemaacutetica usada para

identificar cada soluccedilatildeo na curva correspondente agrave trajetoacuteria de soluccedilotildees (curva PV) de forma

que a proacutexima soluccedilatildeo ou a soluccedilatildeo prevista possa ser quantificada

Carga leve passos maiores

Alto carregamento passos menores

A correccedilatildeo eacute feita horizontalmente paracircmetro Vk

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

63

A estrateacutegia de parametrizaccedilatildeo eacute quem define a robustez do meacutetodo da continuaccedilatildeo

em relaccedilatildeo agrave eliminaccedilatildeo dos problemas numeacutericos relacionados aos meacutetodos de soluccedilotildees das

equaccedilotildees e a obtenccedilatildeo das muacuteltiplas soluccedilotildees

O processo da parametrizaccedilatildeo eacute normalmente efetuado atraveacutes da aplicaccedilatildeo de

paracircmetros fiacutesicos tais como magnitude de tensatildeo fator de carregamento potecircncia ativa

potecircncia reativa etc eou paracircmetros artificiais cabendo destacar equaccedilotildees geomeacutetricas

comprimento de arco

As teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo fiacutesica podem resultar em dificuldades de convergecircncia

do meacutetodo inerentes aos pontos de transiccedilatildeo

Consegue-se evitar tais dificuldades efetuando-se uma avaliaccedilatildeo local em cada

soluccedilatildeo e caso o processo neste ponto convirja efetua-se a troca desse paracircmetro Essa

teacutecnica de parametrizaccedilatildeo eacute chamada de parametrizaccedilatildeo local (AJJARAPU CHRISTY

1992)

Jaacute as teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo artificial favorecem as convergecircncias uma vez que

natildeo encontram problemas nos pontos de transiccedilatildeo sendo por este motivo consideradas mais

robustas e apropriadas em relaccedilatildeo agraves teacutecnicas baseadas em paracircmetros fiacutesicos (WGVS 1993)

Com o passo preditor realizado isto eacute com o ponto estimado ( ) 1

+aeex λ encontrado

existe nesta soluccedilatildeo um erro uma vez que o ponto (estimado) natildeo se encontra na soluccedilatildeo real

da funccedilatildeo definida portanto torna-se necessaacuterio realizar a correccedilatildeo desta soluccedilatildeo aproximada

para se obter a soluccedilatildeo correta evitando-se desta forma um acuacutemulo de erros

Uma vez que o ponto obtido encontra-se muito proacuteximo da soluccedilatildeo correta reduzido

nuacutemero de iteraccedilotildees geralmente e torno de duas ou trecircs seratildeo necessaacuterias para se alcanccedilar a

curva trajetoacuteria de soluccedilotildees (curva PV) dentro da precisatildeo desejada

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

64

Qualquer meacutetodo numeacuterico pode ser utilizado na aplicaccedilatildeo do passo corretor Para o

sistema eleacutetrico de potecircncia o mais frequumlentemente utilizando eacute o meacutetodo de Newton-

Raphson (ALVES et al 2004-I)

Uma equaccedilatildeo adicional eacute acrescentada ao sistema de equaccedilotildees (311) definindo um

hiperplano perpendicular ao vetor de prediccedilatildeo Assim o sistema de equaccedilotildees da etapa de

correccedilatildeo passa a ser

0

0)(

=minus

=eppλVG θ

(318)

Onde p corresponde agrave variaacutevel escolhida como o paracircmetro de continuaccedilatildeo pe corresponde a

valor estimado do paracircmetro de continuaccedilatildeo obtido no procedimento de prediccedilatildeo

Linearizando-se em torno do ponto de operaccedilatildeo (318) vem

=

∆λ=

∆λ

minus

0

λQP

eGG

mk

ΔΔ

ΔΔ

ΔΔ

GVθ J (319)

sendo que o vetor ek conteraacute a unidade apenas na coluna correspondente ao novo paracircmetro p

3331 - Parametrizaccedilatildeo local

Uma outra forma de contornar o problema da singularidade eacute usar em ambos os

passos preditor e corretor uma teacutecnica muito simples conhecida por parametrizaccedilatildeo local

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994) e (SEYDEL 1994)

que consiste na troca de paracircmetro proacuteximo ao ponto de maacuteximo carregamento

Na parametrizaccedilatildeo local avaliam-se os incrementos em cada uma das variaacuteveis e

seleciona-se a que apresentar o maior desvio relativo (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(AJJARAPU LAU BATTULA 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

65

O ponto criacutetico para o processo de parametrizaccedilatildeo passa a ser a escolha adequada do

iacutendice k

∆∆∆∆

=∆

λλmax

2

2

1

1

n

n

k

K

xx

xx

xx

xx

(320)

No meacutetodo do vetor tangente apoacutes o processo de escolha da variaacutevel que seraacute aquela

que apresentou a maior variaccedilatildeo λ passa a ser a partir daiacute tratado como variaacutevel dependente

enquanto que a variaacutevel escolhida passa a ser o novo paracircmetro p do conjunto de n+1

variaacuteveis

O novo paracircmetro p seraacute dado por

1 n 21 max +larr tttp L (321)

O uso deste meacutetodo para a escolha automaacutetica de p natildeo tem apresentado dificuldades

mesmo para sistemas altamente compensados (CANtildeIZARES et al 1993)

A experiecircncia com o meacutetodo do vetor tangente tem demonstrado que ao aproximar-se

do ponto de maacuteximo carregamento p muda de λ para Vk aquela tensatildeo que apresenta a maior

variaccedilatildeo retornando novamente para λ apoacutes alguns pontos

Jaacute no meacutetodo baseado no preditor secante a escolha do paracircmetro p natildeo mais se

processa com a variaacutevel que apresentar a maior variaccedilatildeo mas sim com aquela que apresentar

a maacutexima variaccedilatildeo relativa (SEYDEL 1994)

minus

minus

minuslarr

+

+

+

+

+

+

1

1

maxj

jj

λλ1j

j1j

1j

j1j

V

VV

θ

θθ (322)

Onde j refere-se ao ponto da curva

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

66

O preditor secante apresenta um alto grau de confiabilidade poreacutem o mesmo natildeo

garante que o paracircmetro p escolhido agilize o processo (SEYDEL 1994)

Almeja-se que a escolha do paracircmetro p com base em qualquer uma das equaccedilotildees

(321) ou (322) resulte em um bom desempenho do algoritmo

3332 ndash Teacutecnica do comprimento de arco

Em CHIANG et al (1995) os autores propuseram uma teacutecnica para eliminar a

singularidade da matriz Jacobiana baseada no paracircmetro do comprimento do arco (s) Os dois

primeiros pontos satildeo obtidos pelo vetor tangente e ao inveacutes de acrescentar a equaccedilatildeo (ek t =

plusmn 1) acrescenta-se agrave Equaccedilatildeo (313) do passo preditor a Equaccedilatildeo (323)

sum =

+

=

n

i

2i

dsdλ

dsdx

1

2

1 (323)

Para a correccedilatildeo eacute adicionada agrave Equaccedilatildeo (311) a seguinte equaccedilatildeo

sum =∆minusminus+minus==

n

iii ssλλsxxsλ

1

222 0)())(())(()(R x (324)

O comprimento de arco ∆s vale

50

1

22 ))((]))([(sum minus+minus=∆=

n

iii sλλsxxs (325)

A expansatildeo das equaccedilotildees (311) e (324) em seacuterie de Taylor considerando somente as

condiccedilotildees de primeira ordem resulta na seguinte equaccedilatildeo linearizada

=

partpart

partpart

minus

R

Gx

x

G x

Δ

Δ

Δ

Δ

RRG

λλ

λ

(326)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

67

Onde xG representa a matriz Jacobiana

A Equaccedilatildeo (323) assegura que o paracircmetro s seja o comprimento do arco sobre a

curva de soluccedilatildeo As equaccedilotildees (313) e (323) juntas formam um conjunto n + 1 equaccedilotildees a n

+ 1 incoacutegnitas

A estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo eacute obtida da Equaccedilatildeo (315) onde σ representaraacute

o passo do comprimento de arco s

A Equaccedilatildeo (323) eacute natildeo-linear e o sistema formado por esta equaccedilatildeo e a Equaccedilatildeo

(313) natildeo pode ser linearizada sendo que a sua soluccedilatildeo pode consumir muito tempo

computacional

A opccedilatildeo sugerida em (CHIANG et al 1995) eacute a obtenccedilatildeo de dois pontos da curva

atraveacutes do preditor tangente sendo utilizado depois o preditor secante De acordo com os

autores esta teacutecnica de parametrizaccedilatildeo eacute mais robusta possibilitando que sejam dados maiores

passos do que a teacutecnica utilizando parametrizaccedilatildeo local

3333 ndash Teacutecnica da perpendicularidade

Uma outra teacutecnica utilizada para contornar a singularidade sem a necessidade de

parametrizaccedilatildeo foi utilizada primeiramente por (IBA et al 1991) e posteriormente associada

a um controle de passo aplicada com sucesso em vaacuterios sistemas em (CANtildeIZARES et al

1992)

A teacutecnica consiste na adiccedilatildeo ao equacionamento do sistema de uma nova equaccedilatildeo

( ( )[ ] ( )[ ] 0)()()()( 11 =∆minusminus∆+∆minusminus∆ ++ aaaTaaaaTa xxxx λσλλλσ ) Tal procedimento deveraacute

definir um hiperplano perpendicular ao vetor de prediccedilatildeo que se inicia na soluccedilatildeo conhecida

( )ax λ e passa pela soluccedilatildeo estimada ( ) 1

+aeex λ e um outro que se encontra sobre a curva da

trajetoacuteria de soluccedilotildees soluccedilatildeo ( ) 1 +ax λ (SEYDEL 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

68

Destarte a equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo a ser acrescida ao sistema (311) seraacute dada pelo

produto escalar

0ΔΔΔ

a

a

a

=

minusminusminusminusminusminus

bull

aa

aa

aaT

λ λλλ∆∆

∆VVVθθθ

(327)

Onde (∆θa ∆Va ∆λa)T = (θ e ndash θa Ve ndash Va λe ndash λa)

Partindo da soluccedilatildeo fornecida pelo passo preditor o sistema resultante da expansatildeo em

seacuterie de Taylor do sistema (311) acrescido da equaccedilatildeo anterior converge para o ponto (θ V

λ) da curva PV

∆∆∆

=

∆∆∆

partpart

partpart

partpart

minus

HH

VHH

GQP

VθGG Vθ

λλθ

λ

(328)

Capiacutetulo 4

METODOLOGIA PROPOSTA

41 - Introduccedilatildeo

A maioria das anaacutelises nas aacutereas de planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos

envolve caacutelculos de fluxo de carga fluxo de carga continuado e fluxo de carga oacutetimo

Como mencionado no capiacutetulo 1 as simulaccedilotildees de fluxo de carga satildeo utilizadas para

determinar nas condiccedilotildees de regime permanente as magnitudes de tensatildeo e os acircngulos de

cada barra em um sistema eleacutetrico de potecircncia Uma vez obtidas essas grandezas satildeo

utilizadas natildeo soacute para a determinaccedilatildeo da margem de carregamento e do caacutelculo dos fluxos de

potecircncia ativa e reativa em todas as linhas de transmissatildeo e equipamentos conectados as

barras mas tambeacutem para quantificar as perdas nos sistemas de energia eleacutetrica

(MONTICELLI 1983)

Jaacute um fluxo de carga oacutetimo natildeo somente resolve as equaccedilotildees do fluxo de carga como

tambeacutem determina um conjunto de valores oacutetimos para as variaacuteveis de estado da rede levando

em conta a demanda e os paracircmetros do sistema Os valores oacutetimos satildeo calculados

objetivando minimizar uma funccedilatildeo objetivo tal como o custo de geraccedilatildeo ou as perdas de

transmissatildeo sujeitos as restriccedilotildees de igualdade e desigualdade (DOMMEL TINNEY 1968)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

70

Sabe-se que o ponto de maacuteximo carregamento de um sistema aumenta em funccedilatildeo da

disponibilidade de reservas de reativo do mesmo (ALVES et al 2002-II) Assim ao

minimizarem-se as perdas no sistema implicitamente estar-se-aacute aumentando a margem de

reativos do sistema e consequumlentemente aumentando a margem de estabilidade estaacutetica ou

seja o ponto de maacuteximo carregamento

Por outro lado o fluxo de carga natildeo foi desenvolvido para minimizar automaticamente

qualquer funccedilatildeo objetivo Dessa forma um processo de tentativa e erro deve ser executado

para otimizar algum criteacuterio desejado escolhendo uma dentre as vaacuterias soluccedilotildees factiacuteveis de

um conjunto muito amplo

A metodologia apresentada em (CHEN HSU 2000) resolve sequumlencialmente o fluxo

de potecircncia oacutetimo seguindo uma dada curva de previsatildeo de carga atendendo restriccedilotildees

operativas do sistema e garantindo que cada gerador atenda metas estabelecidas pelo

planejamento de meacutediolongo prazo ainda que representando algumas restriccedilotildees de

seguranccedila tal como manutenccedilatildeo de um perfil de tensatildeo seguro para todo o sistema natildeo era

levado em conta a avaliaccedilatildeo da margem de estabilidade de tensatildeo para cada horaacuterio Tal

restriccedilatildeo eacute contemplada em (MENEZES 2002) onde a metodologia apresentada leva em

consideraccedilatildeo o modelo do fluxo de potecircncia oacutetimo parameacutetrico o meacutetodo do fluxo de carga

continuado para o caacutelculo das margens de estabilidade e o meacutetodo de anaacutelise modal estaacutetica

expandida para a obtenccedilatildeo dos fatores de participaccedilatildeo dos geradores

Affonso (AFFONSO 2004) baseado na forte relaccedilatildeo entre margem de estabilidade de

tensatildeo e as reservas de potecircncia reativa da rede apresentou metodologia propondo o re-

despacho da geraccedilatildeo de potecircncia ativa e reativa para condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo obtendo

indiretamente um aumento na margem de estabilidade de tensatildeo do sistema atraveacutes da

maximizaccedilatildeo das reservas de potecircncia reativa e da minimizaccedilatildeo das perdas de potecircncia ativa

por meio do fluxo de carga oacutetimo

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

71

No presente trabalho propotildee-se uma nova metodologia que associada ao meacutetodo da

continuaccedilatildeo possibilite obter uma ampliaccedilatildeo na margem de estabilidade do sistema visando

atender os niacuteveis miacutenimos de ampliaccedilatildeo de margem de estabilidade de tensatildeo de acordo com

as recomendaccedilotildees da ForccedilandashTarefa ldquoColapso de Tensatildeordquo do GTADSCELGCOI (FTCT

1999) e do WSCC-Reactive Power Reserve Work Group (WECC 1998) Para se alcanccedilar

essa meta acrescenta-se agraves equaccedilotildees do fluxo de carga a equaccedilatildeo parametrizada da perda

ativa total na transmissatildeo e as equaccedilotildees das potecircncias reativa geradas nas barras PV As

tensotildees nas barras PV satildeo consideradas como variaacuteveis de controle e um novo paracircmetro eacute

escolhido com o intuito de se reduzir a perda ativa nas linhas de transmissatildeo

42 - O problema do fluxo de carga oacutetimo

Considere inicialmente um sistema de duas barras sendo uma barra de folga (slack) e

uma barra PV interligadas por uma linha de transmissatildeo cuja impedacircncia eacute z12 como

ilustrado na Figura 41

z12 = r12 + j x12

barra 1(slack)

barra 2 (PV)

P2 + jQ2

j bsh12 j bsh

12

y12 = g12 + j b12

V1 = V1 0o pu

V2 = V2 θo pu

Figura 41 - Sistema de duas barras

Define-se Pg2 como sendo a potecircncia ativa gerada na barra 2 Pc2 como sendo a potecircncia ativa

consumida na barra 2 Qg2 como sendo a potecircncia reativa gerada na barra 2 Qc2 como sendo a

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

72

potecircncia reativa consumida na barra 2 P2 = Pg2 ndash Pc2 como sendo a injeccedilatildeo de potecircncia ativa

na barra 2 e Q2 = Qg2 ndash Qc2 como sendo injeccedilatildeo de potecircncia reativa na barra 2

O fluxo de carga oacutetimo eacute um problema de otimizaccedilatildeo natildeo-linear em regime

permanente que calcula os valores oacutetimos de um conjunto de variaacuteveis a partir do estado da

rede dos dados da carga e dos paracircmetros do sistema

Os valores oacutetimos satildeo calculados objetivando minimizar uma determinada funccedilatildeo tal

como custo de geraccedilatildeo ou perdas de potecircncia ativa na transmissatildeo sob restriccedilotildees de igualdade

e de desigualdade

O problema do fluxo de carga oacutetimo pode ser apresentado como

minimizar Pa(x) sujeito a G(x) = 0 (41)

H(x) le 0

xmin le x le xmax

Onde

=

Vx

θeacute o vetor composto pelas variaacuteveis de estado e controle do sistema xmax e xmin

satildeo os limites das variaacuteveis de estado e controle do sistema G(x) satildeo as condiccedilotildees de

igualdade do fluxo de carga H(x) satildeo as restriccedilotildees de desigualdade do fluxo de carga

A funccedilatildeo objetivo Pa(x) representa o desempenho do sistema sendo neste trabalho

esta funccedilatildeo representada pela perda total de potecircncia ativa na transmissatildeo (Pa)

As restriccedilotildees de desigualdade H(x) representam as equaccedilotildees funcionais do fluxo de

carga como os limites dos fluxos de potecircncia ativa e reativa nas linhas de transmissatildeo e

transformadores e limites de injeccedilatildeo de potecircncia reativa nas barras de controle de reativos

barras PV

Considere o caso do sistema da Figura 41 onde a barra 2 eacute uma barra de tensatildeo

controlada do tipo PV no caso controlada por um compensador siacutencrono Sua tensatildeo bem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

73

como a da barra de folga variaraacute de forma a reduzir Pa A barra de folga deveraacute ser capaz de

suprir tanto a solicitaccedilatildeo de carga como a perda de potecircncia ativa na linha de transmissatildeo

Sendo a barra 2 do tipo PV sua correspondente equaccedilatildeo Q2(x) deixa de pertencer ao

conjunto de restriccedilotildees de igualdade enquanto natildeo for ativa

A soluccedilatildeo analiacutetica do fluxo de carga oacutetimo desse problema jaacute foi apresentada em

(ALVES et al 2002-II) de onde se tem que as coordenadas do ponto oacutetimo 1

1 eV = e

2

2

2 jfeV += Pa e

2gQ devem satisfazer as seguintes equaccedilotildees

( )

+minusminus=+= lowast

212

21

1

2

2

12 42

e Preetgftgfee φφ

(42)

( ) 212

2212 xfrPa lowastlowast = e ( ) ( )lowastlowastlowast == PatgxfQg φ12

222 (43)

Para o caso base para o qual o fator de carregamento (λ) eacute igual a 1 e considerando

z12 = r12+j x12 = (02+j 1 0) pu e P2 = ndashPc2 = ndash04 pu a Tabela 41 apresenta as soluccedilotildees

obtidas com (42) e (43) e por um programa de fluxo de carga oacutetimo (DA COSTA

LANGONA ALVES 1998) para diversos valores maacuteximos de e1 dentro do intervalo 095

pu le e1 le 110 pu

Tabela 41 - Soluccedilotildees do fluxo de carga oacutetimo para o sistema da Figura 41 1e

(pu)

| 2V |

(pu)

(graus)

Pa

(MW)

gQ

(MVAr)

095 0976 -2860 4361 2181

100 1012 -2567 3845 1922

105 1052 -2315 3420 1710

110 1094 -2097 3066 1533

A Figura 42 mostra o caso base de um sistema de trecircs barras constituiacutedo de uma barra

de folga uma PV e uma PQ A perda ativa total na transmissatildeo eacute igual a 1666 MW

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

74

Este sistema foi apresentado e analisado detalhadamente em (DOMMEL TINNEY

1968)

barra 1 (slack)barra 2 (PV)

Pg2 = 170MWz23 = 0035 + j0086

V2 = 1023 739o pu

z13 = 0098 + j0122

barra 3 (PQ)

Pc3 = 200MWQc3 = 100MVAr

V3 = 0908 -002o pu

V1 = 1022 0o pu

15851+ j 4847

17000+ j 7718

4149+ j 5153

4666+ j 5801

Pa = 1666MW

Figura 42 - Sistema de trecircs barras ndash caso base

Os intervalos adotados para a variaccedilatildeo dos valores da tensatildeo nas barras foram

bull de folga (V1) V1min

le V1 leV1maacutex onde V1

min = 09 pu e V1maacutex = 116344 pu

bull PV (V2) V2min le V2 le V2

max onde V2min = 09 pu e V2

max = 12 pu

barra 1 (slack)barra 2 (PV)

Pg2 = 170MWy23 = 4 - j10

V2 = 120 44o pu

y13 = 4 - j5

barra 3 (PQ)

Pc3 = 200MWQc3 = 100MVAr

V3 = 1092 -068o pu

V1 = 11634 0o pu

16119+ j 6682

17000+ j 8885

3881+ j 3318

4094+ j 3584

Pa = 1094MW

Figura 43 - Sistema de trecircs barras - caso otimizado

Na Figura 43 apresenta-se a soluccedilatildeo obtida otimizada de onde se verifica que a perda

ativa total na transmissatildeo eacute igual 1094 MW Observe que a reduccedilatildeo das perdas em 572 MW

foi obtida atraveacutes da transferecircncia de parte do suprimento de potecircncia reativa efetuado pelo

gerador 1 barra de folga para o gerador 2 barra tipo PV Isto ocorre porque z13 eacute maior que

z23

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

75

A Tabela 42 mostra o ponto oacutetimo obtido por meio do fluxo de carga oacutetimo

apresentado em (DA COSTA LANGONA ALVES 1998) e que reproduziu o mesmo

resultado de (DOMMEL TINNEY 1968) bem como o resultado obtido pelo fluxo de carga

continuado proposto (FCCP) o qual seraacute apresentado a seguir

Observa-se que estes resultados foram obtidos para o caso em que o fator de

carregamento (λ) eacute igual a 1 isto eacute λ do caso base

Tabela 42 - Soluccedilotildees para o sistema da Figura 42

Fluxo de carga oacutetimo Fluxo de carga proposto

Barra V

(pu) θ

(graus) Qg

(MVAr) V

(pu) θ

(graus) Qg

(MVAr) 1 11634 000 3584 11634 000 3571 2 12000 440 8885 12002 439 8898 3 10916 -068 --- 10918 -068 ---

43 - Metodologia proposta

Uma das questotildees importantes em tempo-real relacionada ao controle da potecircncia

reativa eacute a escolha das variaacuteveis de controle Nesta situaccedilatildeo os ajustes de controle (SHARIF

et al 2000)

bull devem ser possiacuteveis de serem executados num intervalo de tempo razoaacutevel

uma vez que o ciclo de tempo do controle de reativo pode ser muito pequeno

1530 minutos e o operador poderaacute natildeo ter tempo suficiente para ajustar todos

os controles

bull natildeo deve causar uma sobrecarga excessiva de trabalho ao operador

bull natildeo devem no caso de controles discretos ser chaveados muito

frequumlentemente

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

76

Por estas razotildees os controles discretos e contiacutenuos satildeo tratados separadamente Aleacutem

do mais ao contraacuterio dos controles discretos que na maioria dos casos satildeo ajustados no valor

mais proacuteximo as variaacuteveis contiacutenuas podem em geral ser ajustadas nos valores calculados

fornecidos pelo programa Estas questotildees tornam a implementaccedilatildeo de tais controles uma

tarefa difiacutecil e pode levar a necessidade de diferentes estrateacutegias de ajustes por exemplo

primeiro se ajusta os bancos em derivaccedilatildeo (shunt) chaveados entatildeo os geradores e finalmente

os transformadores (SHARIF et al 2000) Assim a escolha no meacutetodo proposto dos

controles de potecircncia reativa dos geradores e condensadores siacutencronos para obtenccedilatildeo da

reduccedilatildeo das perdas eacute baseado no fato de que nos geradores o fornecimento de potecircncia

reativa eacute controlado numa faixa contiacutenua e o nuacutemero de operaccedilotildees eacute ilimitado enquanto que

os bancos de capacitores em derivaccedilatildeo apresentam valores fixos e discretos de capacitacircncia e

o nuacutemero de operaccedilatildeo eacute normalmente restrito de duas a quatro operaccedilotildees diaacuterias porque essas

accedilotildees podem causar o desgaste e a reduccedilatildeo da vida do equipamento (CIGRE 1989)

(SHARIF et al 2000)

Uma caracteriacutestica desejaacutevel para um dado sistema eacute que a tensatildeo criacutetica no limite de

estabilidade seja mantida tatildeo baixa quanta esta possa ser em relaccedilatildeo agrave tensatildeo normal de

operaccedilatildeo sem comprometer consequumlentemente o perfil geral de tensatildeo (CIGRE 1989)

Nesse sentido os bancos de capacitores em derivaccedilatildeo tecircm uma caracteriacutestica desfavoraacutevel

que eacute a de prover um baixo suporte de potecircncia reativa quando este eacute mais necessaacuterio isto eacute

proacuteximo ao limite de carregamento Isto ocorre porque o seu fornecimento de potecircncia reativa

eacute proporcional ao quadrado da tensatildeo e assim o suporte de potecircncia reativa dos bancos em

derivaccedilatildeo incluindo os de linha - line charging diminui com a diminuiccedilatildeo da tensatildeo Com a

aplicaccedilatildeo de bancos de capacitores em derivaccedilatildeo a margem de carregamento de um sistema

aumenta conforme a compensaccedilatildeo de reativo aumenta mas a tensatildeo criacutetica fica mais proacutexima

da faixa normal de operaccedilatildeo do sistema (09 le V le 11pu) isto eacute o perfil de tensatildeo tende a

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

77

tornar-se mais e mais plano Dessa forma o sistema poderaacute entrar em colapso para

magnitudes de tensatildeo dentro da faixa normal de operaccedilatildeo do sistema

Ao contraacuterio dos bancos de capacitores em derivaccedilatildeo os geradores produzem seu

pleno fornecimento de potecircncia reativa proacuteximo ao limite de estabilidade de tensatildeo e

efetivamente expande a capacidade de transferecircncia de potecircncia e reduz a magnitude da

tensatildeo criacutetica (ALVES et al 2002-II) (SEKINE et al 1992) Entatildeo num sistema de

potecircncia de todos os controles os geradores (barras PV) satildeo de longe os mais eficientes no

controle das tensotildees das barras quando comparados aos taprsquos e bancos em derivaccedilatildeo (TARE

BIJWE 1997) Portanto para prevenir ou postergar o colapso de tensatildeo deve-se manter uma

reserva de reativos utilizando tanto quanto forem possiacuteveis os bancos de capacitores em

derivaccedilatildeo eou reduzindo as perdas na transmissatildeo a fim de permitir que os geradores

existentes mantenham-se operando com o maacuteximo possiacutevel de margem de reativo (CIGRE

1989)

A metodologia propotildee o uso do meacutetodo da continuaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da perda total

de potecircncia ativa na transmissatildeo Assim ao sistema de equaccedilotildees (21) acrescenta-se aleacutem da

equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo a equaccedilatildeo da potecircncia reativa injetada em cada

uma das barras de controle de tensatildeo (barras PV) escolhidas para participar do procedimento

de reduccedilatildeo de perdas A geraccedilatildeo de potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo satildeo

mantidas constantes nos respectivos valores do caso base enquanto que a geraccedilatildeo de potecircncia

ativa da barra de folga variaraacute a fim de acomodar a reduccedilatildeo das perdas ativas na transmissatildeo

A potecircncia reativa gerada na barra k de controle de tensatildeo escolhida Qgk e sua

respectiva tensatildeo terminal Vk satildeo consideradas respectivamente como variaacuteveis dependente

e de controle As respectivas mudanccedilas nos valores de Qgk e Pa seratildeo consideradas atraveacutes das

variaacuteveis λq e micro Assim as mudanccedilas satildeo proporcionais aos seus respectivos valores do caso

base case 0gkQ e Pa0

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

78

O novo conjunto de equaccedilatildeo eacute dado por

( )( ) Pa0Pa kk

kkespckk

VVW

VQQQVQ 0gkPVk

0

0)( 0

)(1)(

)( qq

=+=micro

=

=

minus

=minusminus

VV

VVVθG )(

θθ

θθ

micro

λ λ (44)

sendo espckQ eacute a demanda de potecircncia reativa especificada na barra k

Considerando Vk λq e micro como variaacuteveis o nuacutemero de incoacutegnitas em (44) eacute maior do

que o nuacutemero de equaccedilotildees Contudo se micro eacute considerado como uma variaacutevel independente

seraacute escolhida como paracircmetro da continuaccedilatildeo isto eacute seu valor eacute preacute-ajustado e Vk e λq satildeo

tratadas como variaacuteveis dependente o nuacutemero de incoacutegnitas eacute igual ao nuacutemero de equaccedilotildees

isto eacute a condiccedilatildeo necessaacuteria para que o novo sistema tenha soluccedilatildeo eacute atendida desde que a

nova matriz Jacobiana tenha posto maacuteximo isto eacute seja natildeo-singular

Deve-se lembrar que a prefixaccedilatildeo do valor de micro corresponde agrave teacutecnica de previsatildeo

trivial ou polinomial modificada de ordem zero (SEYDEL 1994) (CHIANG et al 1995) Este

preditor seraacute usado no meacutetodo proposto e eacute baseado na soluccedilatildeo atual e em um decremento

fixo objetivando a reduccedilatildeo de Pa no paracircmetro micro como uma estimativa para a proacutexima

soluccedilatildeo

Apoacutes se obter a soluccedilatildeo do caso base (θ0 V0) por meio de um fluxo de carga

convencional e se ter definido um passo em micro o fluxo de carga continuado proposto eacute usado

para calcular as demais soluccedilotildees ateacute que seja atingido um ponto de operaccedilatildeo aqui

denominado como ponto miacutenima perda (PMP) Assim atraveacutes do uso da Equaccedilatildeo (44) eacute

possiacutevel se especificar o valor desejado de variaccedilatildeo em Pa e a sua soluccedilatildeo provecirc o ponto de

operaccedilatildeo para o qual as perdas ocorrem

A variaacutevel micro sendo igual a zero corresponde a soluccedilatildeo do caso base onde Vk igual a

Vkesp isto eacute a tensatildeo especificada no caso base e λq = 1

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

79

Entatildeo a linearizaccedilatildeo da Equaccedilatildeo (44) em torno do ponto de operaccedilatildeo e considerando

o valor prefixado do paracircmetro micro eacute dada pelos termos de primeira ordem da seacuterie de Taylor e

resulta em

∆∆∆

=

∆∆∆

partpartpartpartpartpart

partpartpartpartpartpart

partpart

partpart

WPVkQkV

kVPaPaPa

0gkQ-kVkQkQkQ

kVkV

QP

QLM

PNH

q0

0

0

λ

(45)

sendo H N M e L satildeo as matrizes que correspondem agraves derivadas das potecircncias ativa e

reativa (P e Q) em relaccedilatildeo ao acircngulo de fase das tensotildees das barras PQ e PV e em relaccedilatildeo agrave

magnitude das tensotildees nas barras PQ ∆ representa os fatores de correccedilatildeo ou seja os

mismatches das respectivas funccedilotildees na Equaccedilatildeo (44)

Deve-se observar que os fatores de correccedilatildeo seratildeo iguais a zero ou praticamente

nulos isto eacute inferior a toleracircncia adotada para o caso base convergido Assim somente ∆W

seraacute diferente de zero devido agrave variaccedilatildeo de micro

Observe que o meacutetodo modificado aqui proposto fluxo de carga continuado proposto

difere em alguns aspectos do fluxo de carga continuado usado para obter o ponto de maacuteximo

carregamento No fluxo de carga continuado o objetivo eacute obter o ponto de maacuteximo

carregamento da curva PV Por outro lado no fluxo de carga continuado proposto o objetivo

eacute o de melhorar a margem de carregamento por meio da reduccedilatildeo das perdas usando um

meacutetodo da continuaccedilatildeo

Ao contraacuterio do fluxo de carga continuado no qual a carga e a geraccedilatildeo de potecircncia

reativa satildeo aumentadas em uma direccedilatildeo preestabelecida no meacutetodo proposto elas satildeo fixas

As barras PV satildeo tratadas como simples barras PV e enquanto suas respectivas

potecircncias reativas geradas estatildeo entre seus respectivos limites suas respectivas equaccedilotildees natildeo

estatildeo presentes na matriz Jacobiana Assim suas magnitudes de tensotildees (V) permanecem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

80

fixas sendo tratadas como variaacuteveis independentes No caso de violaccedilatildeo a barra PV eacute

alterada para tipo PQ com o valor de sua potecircncia reativa gerada especificada no valor do seu

respectivo limite violado e a sua magnitude de tensatildeo tornando-se uma incoacutegnita Geralmente

neste caso a magnitude de tensatildeo cai devido ao aumento do carregamento

Por outro lado no fluxo de carga continuado proposto as magnitude de tensatildeo nas

barras PV seratildeo calculadas para o valor especificado de perdas de potecircncia ativa e tratadas

como variaacuteveis dependentes Em geral a magnitude da tensatildeo nas barras PV ou aumentam ou

permanecem fixas nos seus valores especificados Ambos os limites de magnitude de tensatildeo e

de potecircncia reativa gerada devem ser verificados

431 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas de duas e trecircs barras

Neste item apresenta-se a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto para os dois sistemas

analisados no item 42 o sistema de 2 barras para o qual eacute possiacutevel se obter o ponto oacutetimo a

partir das equaccedilotildees algeacutebricas (42) e (43) desenvolvidas em (ALVES et al 2002-II) e o

sistema de trecircs barras apresentado e analisado em (DOMMEL TINNEY 1968) Os

resultados satildeo comparados com os resultados obtidos anteriormente e apresentados nas

Tabelas 41 e 42 Adicionalmente mostra-se atraveacutes do traccedilado das curvas PV que a

reduccedilatildeo das perdas conduz a um aumento do ponto de maacuteximo carregamento e portanto da

margem de estabilidade do sistema

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

81

4311 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema de

duas barras

Considere primeiramente o sistema de duas barras da Figura 41 para o qual se deseja

reduzir Pa Nesse caso duas equaccedilotildees satildeo adicionadas a Equaccedilatildeo (21) a equaccedilatildeo da potecircncia

reativa injetada na barra 2 (QPV2) e a equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo (Pa)

A potecircncia reativa gerada na barra 2 escolhida Qg2 e a sua respectiva tensatildeo terminal

V2 satildeo consideradas como variaacutevel dependente e de controle respectivamente

As respectivas mudanccedilas nos valores de Qg2 e Pa seratildeo considerados atraveacutes das

variaacuteveis λq e micro Assim as mudanccedilas seratildeo proporcionais aos seus respectivos valores do caso

base 02gQ e Pa0

Considerando que θ1 = 0 e V1 = V1esp onde esp significa valor especificado o novo

conjunto de equaccedilotildees seraacute

( )( ) Pa0PaW

PV2Q

PG

VV

VQQQV

VV

2espc2

0g2

0

0)(

0

)(1)(

)(

)(2

)(

2222

22qq22

2222

=+=micro

=

==

θminusθ

=θminusminusθ

θθ

micro

λ λ (46)

Considerando-se micro como uma variaacutevel independente ou seja prefixando o seu valor

que corresponde agrave teacutecnica de previsatildeo trivial ou polinomial modificada de ordem zero e θ2

V2 e λq como variaacuteveis dependentes o nuacutemero de incoacutegnitas eacute igual ao de equaccedilotildees Desta

forma a condiccedilatildeo necessaacuteria para que o sistema de equaccedilotildees tenha soluccedilatildeo eacute atendida desde

que a matriz Jacobiana tenha posto completo isto eacute seja natildeo-singular

Apoacutes obter a soluccedilatildeo do caso base (θ0 e V0) por meio de um fluxo de carga

convencional define-se o passo para micro Em seguida calculam-se as demais soluccedilotildees

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

82

utilizando-se o fluxo de carga continuado proposto ateacute que o ponto de miacutenima perda seja

alcanccedilado

A linearizaccedilatildeo de (46) em torno do ponto de operaccedilatildeo por intermeacutedio da seacuterie de

Taylor incluindo somente os termos de primeira ordem de acordo com o meacutetodo de Newton

fornece

=

partpartpartpart

partpartpartpart

partpartpartpart

W

Q

P

V

VPaPa

0g2Q-VPV2QPV2Q

V2P2P

2

2

q

2

2

022

22

022

λ

θ

θ

θ

θ

(47)

Onde ∆ representa os fatores de correccedilatildeo das respectivas funccedilotildees em (46)

A Figura 44 apresenta as curvas Pa versus V2 obtidas pela metodologia proposta

considerando que a geraccedilatildeo de potecircncia ativa na barra 2 foi mantida constante no valor do

caso base enquanto que a da barra de folga variaraacute a fim de reduzir as perdas ativas na

transmissatildeo Para tal objetivo considerou-se que apenas a variaccedilatildeo da tensatildeo da barra 2 V2

A curva foi obtida atraveacutes de decrementos sucessivos de Pa considerando V1 = 11

pu e uma toleracircncia para os mismatches igual a 10ndash6 pu Partindo-se de dois pontos

diferentes A para V2esp = 10 pu ou Arsquo para V2

esp =12 pu os proacuteximos pontos foram

obtidos usando um passo de ndash01 MW para micro ou seja uma reduccedilatildeo de 10 em Pa As duas

trajetoacuterias consideradas foram plotadas na mesma figura para demonstrar que o meacutetodo

converge para um mesmo ponto de miacutenima perda (PMP)

Inicialmente para cada ponto foi resolvido um fluxo de carga continuado sendo que o

nuacutemero de iteraccedilotildees gasta em cada um foi inferior a 4 sendo que o limite maacuteximo de

iteraccedilotildees adotado foi de 10 Para o primeiro ponto em que o fluxo de carga continuado

proposto divergiu retornou-se ao passo anterior e aplicou-se uma reduccedilatildeo de 110 no passo de

micro O mesmo procedimento foi usado para os pontos de divergecircncia subsequumlentes ateacute que o

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

83

procedimento foi finalizado e o valor de Pa obtido foi considerado como correspondente ao

ponto de miacutenima perda no caso Pa =3066 MW

O estado da rede nesse caso praticamente coincidiu com o mostrado na Tabela 41

ArsquoA

3066

Pa [MW]

V2[pu]

1094

ndashsoluccedilotildees convergidasndashreduccedilotildees de passo

PMP

Figura 44 - Desempenho do FCCP para o sistema de duas barras

Como se pode constatar na Figura 45 a reduccedilatildeo das perdas levou a um aumento do

ponto de maacuteximo carregamento ou seja da margem de estabilidade Observa-se tambeacutem que

todos os demais casos apresentados na Tabela 41 foram alcanccedilados usando o mesmo

procedimento

caso base

perdas reduzida

PMCr

P2 [MW]

V2[pu]

PMCb

Figura 45 - Curvas PV Efeito da reduccedilatildeo das perdas sobre o ponto de maacuteximo carregamento para o sistema de duas barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

84

4312 - Resultados obtidos com o FCCP para o sistema de trecircs barras

No caso do sistema de trecircs barras da Figura 42 os dois geradores o gerador 1 (barra

de folga) e o gerador 2 (barra PV) satildeo considerados no procedimento de reduccedilatildeo de perdas

Nesse caso V1 V2 θ2 e λq satildeo tratados como variaacuteveis dependentes Ambas as

equaccedilotildees de potecircncia reativa injetada QPV1 e QPV2 bem como a equaccedilatildeo da perda ativa total

na transmissatildeo (Pa) seratildeo consideradas O paracircmetro λq eacute usado para variaccedilatildeo de ambas as

potecircncias reativas gerada Qg1 e Qg2 e portanto seus valores seratildeo proporcionais aos

respectivos valores do caso base 01gQ e 0

2gQ

O procedimento adotado para controlar os limites de Q nas barras de geraccedilatildeo eacute similar

ao utilizado no meacutetodo convencional de fluxo de carga ou seja em cada iteraccedilatildeo a geraccedilatildeo de

reativos de cada uma dessas barras eacute comparada com seus respectivos limites e no caso de

violaccedilatildeo a barra PV eacute alterada para tipo PQ Estas barras podem voltar a ser PV nas iteraccedilotildees

futuras Aleacutem disso se em qualquer uma das barras de geraccedilatildeo um dos limites de tensatildeo for

atingido seu respectivo valor eacute fixado no valor daquele limite

A Figura 46 mostra o desempenho do fluxo de carga continuado proposto para o

sistema de trecircs barras O procedimento usado para o traccedilado da curva no que se refere agrave

divergecircncia eacute similar ao usado para o traccedilado da Figura 44 exceto que o valor inicial de micro

foi de ndash10 MW

O estado do sistema apoacutes a convergecircncia do processo pode ser visto na Figura 46 e na

Tabela 42 de onde se verifica que o mesmo eacute praticamente igual ao obtido com o fluxo de

carga oacutetimo

As Figuras 46(b) e 46(c) confirmam que a reduccedilatildeo das perdas em 572 MW eacute obtida

atraveacutes da transferecircncia da potecircncia reativa do gerador 1 para o gerador 2 Tambeacutem haacute uma

reduccedilatildeo na geraccedilatildeo de reativos de 13521 MVAr para 12469 MVAr ou seja de 78 Essa

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

85

reduccedilatildeo acarreta num aumento do ponto de maacuteximo carregamento de 219 pu para 2934

pu ou seja num aumento de aproximadamente 625 na margem de estabilidade do

sistema

Esses resultados mostram que para esses sistemas a utilizaccedilatildeo do meacutetodo proposto

proporciona natildeo soacute uma reduccedilatildeo das perdas e consequumlentemente dos custos operacionais

mas tambeacutem um aumento do ponto de maacuteximo carregamento isto eacute da margem de

estabilidade do sistema

Outro ponto importante diz respeito agrave possibilidade de se obter pontos de operaccedilatildeo

proacuteximos dos obtidos por um fluxo de carga oacutetimo atraveacutes do meacutetodo da continuaccedilatildeo o que

mostra que o meacutetodo proposto pode ser uma alternativa viaacutevel para as aplicaccedilotildees de estudos

da operaccedilatildeo

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

86

V2

1094 Pa [MW]

V [pu]

1092

PMP

V1

V3

1634

(a)

Pa [MW]

Qg [MVAr]

PMP

Qg2

Qg1

Pa [MW]

Pgslack [MW]

PMP

(b)

(c)

fator de carregamento λ (pu)

V3 (pu)

PMCr

caso base

PMCb

Perdas reduzidas

(d)

Figura 46 - Desempenho do sistema de trecircs barras (a) VtimesPa (b) QgtimesPa (c) potecircncia ativa gerada pela barra de folga timesPa (d) curvas PV

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

87

44 ndash Resultados da reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa

Esta seccedilatildeo tem como propoacutesito mostrar os efeitos do redespacho das variaacuteveis de

controle nas reduccedilotildees da perda total de potecircncia ativa na transmissatildeo do sistema aleacutem de

tambeacutem investigar os efeitos causados por esta reduccedilatildeo na margem de estabilidade de tensatildeo e

no perfil de tensatildeo

Em todos os casos analisados a seguir durante o procedimento de reduccedilatildeo de perdas

as injeccedilotildees de potecircncia ativa dos geradores satildeo fixadas nos seus respectivos valores

encontrados na soluccedilatildeo do fluxo de carga no caso base com exceccedilatildeo ao da barra de folga

cuja injeccedilatildeo de potecircncia ativa poderaacute variar para equiparar eventuais reduccedilotildees nas perdas do

sistema Para cada iteraccedilatildeo os valores das tensotildees das barras de geraccedilatildeo satildeo comparados com

seu valor limite caso este seja ultrapassado tal tensatildeo teraacute seu valor fixado no valor limite

atingido Se a barra estiver dentro de seus limites de geraccedilatildeo de potecircncia reativa ela

permaneceraacute atuando como simples PV poreacutem natildeo participaraacute da reduccedilatildeo das perdas Aleacutem

disso as potecircncias reativas geradas nas barras de geraccedilatildeo satildeo tambeacutem comparadas com seus

respectivos limites sendo que no caso de violaccedilatildeo desse limite a barra PV eacute alterada para tipo

PQ sendo que estas barras poderatildeo voltar a ser PV nas iteraccedilotildees futuras caso a sua respectiva

potecircncia reativa gerada retorne para dentro de sua faixa de limites maacutexgg

miacuteng QQQ lele

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

88

441 ndash Balanccedilo de reativos durante o procedimento de reduccedilatildeo da perda total de

potecircncia ativa

O objetivo deste item eacute o de esclarecer como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema

eleacutetrico de potecircncia durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Para isso seraacute

utilizado o sistema IEEE 14 barras

A barra de folga tambeacutem conhecida como barra oscilante eacute usada com uma dupla

funccedilatildeo atuar como referecircncia angular embora qualquer barra possa ser referecircncia angular e

para fechar o balanccedilo de potecircncia do sistema Ela eacute necessaacuteria para estabelecer uma referecircncia

angular para a resoluccedilatildeo das equaccedilotildees do fluxo carga Essa necessidade se daacute porque

conforme apresentado na Equaccedilatildeo (33) da seccedilatildeo 32 os fluxos de potecircncia satildeo expressos

como diferenccedilas angulares (θk-θm) isto eacute o problema de fluxo de carga eacute indeterminado nas

variaacuteveis θ de cada barra (MONTICELLI 1983) Na metodologia proposta a geraccedilatildeo de

potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo satildeo mantidas constantes nos respectivos

valores do caso base enquanto que o valor da perda total de potecircncia ativa conforme

Equaccedilatildeo (44) eacute preacute-ajustado atraveacutes do paracircmetro micro Assim adotando a barra 1 como sendo

a barra de folga a sua geraccedilatildeo de potecircncia ativa (Pg1) eacute reprogramada para fechar o balanccedilo

de potecircncia ativa do sistema ou seja seu valor variaraacute a fim de acomodar aleacutem da diferenccedila

entre a potecircncia ativa gerada e a consumida de todo o sistema a reduccedilatildeo das perdas ativas na

transmissatildeo sendo o seu valor calculado por meio da equaccedilatildeo

)cosθV2VV(VgPgPcPg kmmk2

m2

kΩm k

kmNG

2ii

NC

1jj1 minus++minus= sumsumsum

isin== (48)

sendo NB eacute o nuacutemero de barras da rede e NG e NC satildeo os respectivos conjuntos de barras de

geraccedilatildeo e de demanda (carga) e Ω eacute o conjunto de todas as barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

89

Com relaccedilatildeo a geraccedilatildeo de potecircncia reativa (Qg1) da barra de folga esta eacute calculada por

meio da seguinte equaccedilatildeo

( ) ( )[ ]2

nNB

1n

shn

Ωm kkmmk

2m

2kkm

2m

2k

shkm

NC

1j

NG

2iiqj1

Vb

cosθV2VVVbVVbQgQcQg

sum

sumsum sum

=

isin= =

minus

minus+minus+minus+λminus=

(49)

Observe na Equaccedilatildeo (49) que a parcela ( )kmmk2

m2

kkm cosθVV2VVb minus+minus eacute a perda

reativa no elemento seacuterie da linha de transmissatildeo localizada entre as barras k e m enquanto

que ( )2m

2k

shkm VVb +minus e 2

nshn Vb correspondem respectivamente agrave geraccedilatildeo de potecircncia reativa

nos shunts da linha de transmissatildeo localizada entre as barras k e m e nos shunts de barra tais

como banco de capacitores eou reatores localizados na barra n Observe que para as linhas

de transmissatildeo reais 0langkmb e 0rangshkmb As Equaccedilatildeo (48) e (49) mostram que a barra de folga

deve gerar a diferenccedila entre a carga ativa (reativa) total do sistema de potecircncia mais as perdas

ativa (reativa no elemento seacuterie mais a geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos elementos shunts) e a

soma de potecircncia ativa (reativa) especificada isto eacute calculada nas barras de geraccedilatildeo Essas

diferenccedilas satildeo conhecidas como desbalanccedilo ou seja mismatch de potecircncia do sistema

Na convenccedilatildeo de sinais utilizada as injeccedilotildees liacutequidas de potecircncia satildeo positivas quando

entram na barra (geraccedilatildeo) e negativas quando saem da barra (carga) os fluxos de potecircncia satildeo

positivos quando saem da barra e negativos quando entram na barra No caso dos elementos

shunt a convenccedilatildeo eacute a mesma utilizada para as injeccedilotildees de potecircncia (MONTICELLI 1983)

A toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-6 pu O valor inicial adotado para micro

eacute ndash01 MW isto eacute Pa eacute reduzido em 10 O proacuteximo ponto atual eacute computado pela Equaccedilatildeo

(45) Este procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir Adotou-se

um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 10 Durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa

total o tap nos transformadores com comutaccedilatildeo de taps sob carga foram mantidos fixos no

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

90

valor de 10 pu Os valores limites adotados para as magnitudes de tensatildeo da barra de folga e

das barras de geraccedilatildeo foram Vmin le V le Vmaacutex onde Vmin = 095 e Vmaacutex = 11 pu

Na Figura 47 encontram-se as variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga barra 1 e das

barras de controle de tensatildeo (PV) barras 2 3 6 e 8 em funccedilatildeo da perda total de potecircncia

ativa (Pa) Da figura observa-se que ocorre um aumento da magnitude de tensatildeo de todas as

barras PV bem como da de folga

Pa [MW]

V1

V2

V8

V3

V6

Ten

satildeo

[pu

]

Figura 47 - Variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga e das barras de controle de tensatildeo (PV) em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras

Na Figura 48 apresentam-se as variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de

folga e de controle de tensatildeo em funccedilatildeo de Pa Pode-se verificar que haacute uma reduccedilatildeo das

potecircncias reativas geradas pelas barras PV de nuacutemeros 2 3 e 8 enquanto que a da barra 6

permanece constante no seu valor maacuteximo de 24 MVAr Com relaccedilatildeo a barra de folga pode-

se afirmar que ocorre uma reduccedilatildeo da potecircncia reativa gerada

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

91

Qg1

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg2

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg3

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg6

Potecirc

ncia

rea

tiva

[MV

Ar

]

Qg8

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Pa [MW]

Figura 48 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de folga e de controle de tensatildeo (PV) em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

92

Na Figura 49 satildeo apresentados as variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de Pa

dos termos que compotildeem a Equaccedilatildeo (49) Da Figura 49(a) pode-se verificar que a potecircncias

reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo (PV) diminuem com a diminuiccedilatildeo das

perdas Conforme jaacute comentado manter os geradores existentes operando com o maacuteximo

possiacutevel de margem de reativo eacute beneacutefico para prevenir ou postergar o colapso de tensatildeo

(CIGRE 1989) Essa reduccedilatildeo de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos geradores se deve ao

aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e pelo banco de

capacitor localizado na barra 9 Figura 49 (b) e (c) respectivamente e a reduccedilatildeo da perda de

potecircncia reativa nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo ver Figura 49 (d) O aumento

da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e pelo banco de capacitor

eacute consequumlecircncia direta do aumento das magnitudes de tensatildeo nas barras do sistema ver Figura

410 A reduccedilatildeo das perdas pode ser atribuiacuteda ao suprimento local de potecircncia reativa

efetuadas por meio desses elementos shunts

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

93

(a)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(b)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(c)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(d)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Pa [MW]

(e)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Figura 49 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras (a) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo (PV) (b) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts das linhas de transmissatildeo (c)

somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts de barra (banco de capacitores eou reatores) (d) somatoacuterio das variaccedilotildees de perda de potecircncia reativa nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo e (e) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de

tensatildeo PVrsquos mais a barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

94

V1

V9 Ten

satildeo

[pu

]

Pa [MW]

Figura 410 ndash Variaccedilotildees das magnitudes de tensatildeo das barras do sistema IEEE-14 em funccedilatildeo de Pa

442 - Anaacutelise de desempenho do meacutetodo proposto para os sistemas IEEE

Neste item satildeo apresentados os resultados de teste para os trecircs sistemas do IEEE 14

barras 30 barras e 57 barras (FRERIS SASSON 1968)

Nos testes o nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees e o valor inicial do paracircmetro micro

foram de 10 e de ndash01 MW respectivamente O proacuteximo ponto atual eacute computado pela

Equaccedilatildeo (45) Este procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Neste momento retorna-se a soluccedilatildeo anterior e continua-se o processo com um passo menor

para micro10 As reduccedilotildees no tamanho passo satildeo efetuadas sempre que o processo de soluccedilatildeo

divergir (ou o nuacutemero de iteraccedilotildees for maior que 10) para uma toleracircncia igual a 10-6 O

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

95

processo eacute suspenso quando a reduccedilatildeo no passo (micro) natildeo acarretar uma reduccedilatildeo significativa

nas perdas isto eacute quando a reduccedilatildeo nas perdas for menor que 10-6

Para o traccedilado das curvas PV a toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-4 pu

Em ambos os procedimentos os limites superior e inferior adotados para os tap foram 105 e

095 respectivamente enquanto que os valores limites adotados para as tensotildees da barra de

folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex onde Vmin =095 e Vmaacutex =11 pu

Os ajustes de tap nos transformadores com comutaccedilatildeo de taps sob carga consistiram

da inclusatildeo da posiccedilatildeo do tap como variaacutevel dependente ao passo que as magnitudes da

tensatildeo das barras controladas foram consideradas como variaacuteveis independentes

(PETERSON MEYER 1971)

Para o traccedilado das curvas PV do caso base (curva 1 nas figuras que seguem) o

primeiro ponto de cada curva foi obtido com um fluxo de carga convencional Para os demais

pontos da curva usou-se um fluxo de carga continuado e conforme a Equaccedilatildeo (21) as cargas

foram modeladas como de potecircncia constante e o paracircmetro λ foi usado para simular o

incremento de carga ativa e reativa considerando fator de potecircncia constante

O aumento de carga foi seguido por um aumento de geraccedilatildeo usando λ

Para o traccedilado das curvas PV apoacutes a reduccedilatildeo das perdas (curva 2 nas figuras que

seguem) usou-se o mesmo procedimento utilizado para a obtenccedilatildeo da curva 1 exceto que o

primeiro ponto corresponde ao uacuteltimo ponto de operaccedilatildeo obtido com o procedimento de

reduccedilatildeo das perdas

A Tabela 43 apresenta para os trecircs sistemas o desempenho da metodologia proposta

para a reduccedilatildeo das perdas enquanto que a Tabela 44 apresenta os respectivos aumentos

obtidos para a margem de carregamento Pelas tabelas constata-se que aleacutem da diminuiccedilatildeo

dos custos operacionais dos sistemas com as reduccedilotildees nas perdas adicionalmente se obteacutem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

96

um aumento do ponto de maacuteximo carregamento ou seja um aumento superior a 5 na

margem de estabilidade desses sistemas

Tabela 43 - Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa

Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa

Perdas (MW) Sistema

IEEE Caso base Finais

Reduccedilatildeo nas perdas (MW)

14 barras 134411 124141 10270 764

30 barras 183360 162539 20830 1136

57 barras 282796 254196 28600 1001

Tabela 44 - Margem de carregamento

Margem de carregamento PMC (pu) Sistema

IEEE Caso base

Apoacutes reduccedilatildeo

Aumento da MC (∆MC em pu)

14 barras 17680 18791 01111 1447

30 barras 14884 16260 01376 2617

57 barras 16007 17355 01348 2224

As Figuras 411 413 e 415 apresentam para os respectivos sistemas as curvas PV

nas barras criacuteticas para o caso base e para o caso apoacutes a reduccedilatildeo das perdas de onde se pode

confirmar os resultados apresentados na Tabela 44 As barras criacuteticas satildeo 14 30 e 31

respectivamente para os sistemas 14-barras 30-barras e 57-barras

Adicionalmente conforme se pode verificar nas Figuras 412 414 e 416 onde satildeo

apresentados os perfis de magnitude de tensatildeo e dos respectivos acircngulos o aumento da

margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do perfil da

magnitude de tensatildeo Tambeacutem se pode notar nos perfis de magnitude de tensatildeo e da Tabela

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

97

44 que as melhorias da margem de carregamento conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das

perdas satildeo significativas uma vez que estas foram obtidas sem nenhuma alteraccedilatildeo nas

injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga

Conforme jaacute comentado uma caracteriacutestica que deve ser almejada em um sistema

eleacutetrico de energia eacute que a tensatildeo criacutetica tensatildeo relativa ao ponto de maacuteximo carregamento se

mantenha a um niacutevel de preferecircncia o mais baixo quanto possiacutevel da tensatildeo normal de

operaccedilatildeo sem que isto consequumlentemente venha a prejudicar o perfil geral de tensatildeo

(WECC 1998) Observa-se nas Figuras 411 413 e 415 que os valores das tensotildees criacuteticas

no caso base representados na curva 1 estatildeo muito proacuteximos aos seus respectivos valores

apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas conforme verificado por meio da curva 2 ou

seja dentro da caracteriacutestica desejada em (WECC 1998)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

98

bull Sistema IEEE-14 barras

Figura 411 - Curvas PV do sistema IEEE-14 barras

Figura 412 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-14 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

99

bull Sistema IEEE 30 barras

Figura 413 - Curvas PV do sistema IEEE-30 barras

Figura 414 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-30 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

100

bull Sistema IEEE-57 barras

Figura 415 - Curvas PV do sistema IEEE-57 barras

Figura 416 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-57 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

101

Um outro aspecto importante que deve ser ressalvado eacute que o principal fator

responsaacutevel pela instabilidade de tensatildeo eacute a incapacidade do sistema em atender a demanda de

potecircncia reativa ou seja o colapso de tensatildeo eacute devido ao esgotamento progressivo das

reservas de reativos nos geradores

Com o meacutetodo proposto obtecircm-se um aumento nas reservas de reativos nos geradores

as quais satildeo alcanccediladas como consequumlecircncia direta da reduccedilatildeo das perdas de potecircncia ativa

conforme se verifica na Tabela 45 onde satildeo apresentadas as potecircncias reativas geradas para o

caso base e para o caso apoacutes a reduccedilatildeo das perdas

Tabela 45 - Reserva de reativos

Reserva de reativos (MVAr) ΣQgerado

Sistema

IEEE Caso base Final Reserva ΣQgerado

14 barras 1021869 743556 278313 2724 30 barras 1439388 1302830 136458 948 57 barras 3219223 2974083 245140 762

443 - Influecircncia da barra de folga na reduccedilatildeo das perdas

O objetivo deste item eacute o de apresentar a influecircncia da escolha da barra de folga

durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Inicialmente analisaremos o sistema IEEE

57 barras e posteriormente o sistema IEEE 118 barras Nos procedimentos de reduccedilatildeo de

perdas que se seguem a toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-6 pu enquanto que

para o traccedilado das curvas PV foi de 10-4 pu

Adotou-se um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 10 Em ambos os procedimentos

os valores adotados para os tap foram de 10 pu enquanto que os valores limites adotados

para as tensotildees da barra de folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex sendo Vmin = 094

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

102

pu e Vmaacutex = 110 pu O valor inicial adotado para micro eacute ndash01 MW isto eacute Pa eacute reduzido em

10 O proacuteximo ponto atual eacute computado pela Equaccedilatildeo (45) Este procedimento eacute repetido

ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Convencionalmente a referecircncia angular eacute especificada na barra de folga Sabe-se que

qualquer barra geradora pode ser escolhida como referecircncia angular e que a convergecircncia do

problema de fluxo de potecircncia natildeo seraacute afetada por essa escolha (LEE KIM 2002)

Por outro lado sabe-se tambeacutem que a escolha da barra de folga afeta o valor da perda

ativa (reativa) total podendo resultar em maiores ou menores perdas na transmissatildeo Assim

com o intuito de garantir que o caso base a ser utilizado no processo de reduccedilatildeo de perdas seja

sempre o mesmo independente da barra adotada como barra de folga para todos os demais

casos analisados especificou-se como valor de potecircncia ativa gerada para a barra de folga

original do banco de dados (no caso a barra 1 do sistema IEEE-57 barras e a 69 do IEEE-118

barras) aquele determinado para o caso base considerando a barra de folga original

4431 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-57 barras

Nas Figuras 417 e 418 apresentam-se os respectivos perfis de magnitude da tensatildeo e

de acircngulo obtidos para o caso base com o fluxo de carga convencional e os obtidos com o

processo de reduccedilatildeo de perdas utilizando o fluxo de carga continuado proposto Observa-se

que apoacutes a reduccedilatildeo das perdas os perfis satildeo muito proacuteximos e que haacute uma melhora do perfil

de magnitude de tensatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base

Nas Tabelas 46 e 47 podem-se verificar os respectivos valores de magnitude de

tensatildeo e potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

103

proposta para a reduccedilatildeo das perdas considerando cada um dos quatros geradores do sistema

IEEE-57 (1 3 8 e 12) como barra de folga Observa-se que a menor magnitude de tensatildeo

tanto para o caso base quanto apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi na barra 31 sendo os

respectivos valores iguais a 08241 pu e 09408 pu Com relaccedilatildeo ao perfil de acircngulo das

barras apoacutes recalculaacute-los considerando a barra 1 como barra de referecircncia verifica-se que

ocorreu muito pouca variaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base Isso jaacute era esperado posto que natildeo

houve variaccedilatildeo de potecircncia ativa gerada e consumida mas apenas na perda ativa total

0 10 20 30 40 50 6008

085

09

095

1

105

11

115

Tens

atildeo (p

u)

nuacutemero das barras

timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 417 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-57 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

104

0 10 20 30 40 50 60-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

Acircng

ulo

(gra

us)

nuacutemero das barras timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12 Referindo ao acircngulo da barra 1 apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando

como barra de referecircncia timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 418 - Perfil de acircngulo do sistema IEEE-57 barras

Tabela 46 - Magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-57 barras

Tensatildeo (pu) Barra de folga V1 V2 V3 V6 V8 V9 V12 1 11000 10768 10688 10783 11000 10749 11000 3 11000 10798 10793 10775 10991 10737 10982 8 11000 10759 10636 10709 11000 10707 10914 12 11000 10771 10713 10831 11000 10758 11000

1 (caso base) 10400 10100 09850 09800 10050 09800 10150

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

105

Tabela 47 - Potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-57 barras

Potecircncia reativa gerada (MVAr) Barra de folga QG1 QG 2 QG 3 QG 6 QG 8 QG 9 QG 12 1 633974 -28379 59707 137612 643029 44035 1332204 3 473342 -07216 399725 34984 646512 11178 1255745 8 780394 -06764 14231 32798 835336 10496 1177180

12 603791 -45166 95023 219001 563339 70083 1323922 1 (caso base) 1294766 -07261 15276 35207 650592 11267 1263672

A Tabela 48 apresenta considerando cada um dos quatros geradores do sistema

IEEE-57 (1 3 8 e 12) como barra de folga os valores das perdas ativa e reativa seacuterie totais

apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia proposta para a reduccedilatildeo das perdas Observa-se da Tabela

48 que o caso base eacute o mesmo para todos os casos analisados e que para este sistema as

reduccedilotildees nas perdas ativa e reativa seacuterie totais satildeo praticamente da mesma ordem de grandeza

Na Tabela 49 observam-se os aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das

linhas de transmissatildeo e as variaccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga

mais as PVs Fica clara a contribuiccedilatildeo da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de

transmissatildeo Consequumlente dessa contribuiccedilatildeo bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia

reativa nos elementos seacuteries das linhas de transmissatildeo pode-se observar na uacuteltima coluna da

Tabela 49 que haacute uma reduccedilatildeo da potecircncia reativa total gerada pelas barras de folga mais as

PVs

Tabela 48 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema IEEE-57 barras

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr)

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo 1 286127 241127 44997 1243319 1045200 198119 3 286127 240126 46000 1243312 1042192 201120 8 286127 243128 42998 1243319 1053650 189669 12 286127 244127 42000 1243319 1056678 186641

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

106

Tabela 49 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as PVs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema IEEE-57 barras

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo 1 1150550 1349006 198456 3263519 2822182 441338 3 1150551 1352361 201810 3263519 2814270 449249 8 1150550 1338467 187917 3263519 2843671 419848 12 1150550 1351587 201036 3263519 2829993 433526

A Figura 419 apresenta as curvas PVacutes para a barra criacutetica barra 31 para o caso base

e para os casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas de onde se pode confirmar que os pontos de

maacuteximo carregamento e o aumento da margem de carregamento conforme apresentado na

Tabela 410 satildeo praticamente os mesmos Conforme jaacute comentado anteriormente o aumento

da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do perfil da

tensatildeo conforme se pode verificar na Figura 417 Tambeacutem se pode notar das curvas PVacutes e

da Tabela 410 que as melhorias da margem de carregamento conseguidas atraveacutes da

reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas uma vez que estas foram obtidas sem nenhuma

alteraccedilatildeo nas injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga responsaacutevel pelo

fechamento do balanccedilo ativo Esse aumento se deve ao aumento da reserva de reativos nos

geradores conforme apresentado na uacuteltima coluna da Tabela 49

Tabela 410 - Margem de carregamento

Margem de carregamento Ponto de maacuteximo carregamento (pu) Aumento da MC (∆MC)

Barra de

folga Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu) 1 15331 16638 01307 2452 3 15331 16638 01307 2452 8 15331 16637 01306 2449 12 15331 16638 01307 2452

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

107

Ten

satildeo

(pu

)

fator de carregamento λ

15331

16638

∆MC=01307

timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas)

Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 419 - Curvas PVacutes da barra criacutetica (barra 31) do sistema IEEE-57 barras

4432 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-118 barras

Nas Figuras 420 421 e 422 apresentam-se os perfis de magnitude da tensatildeo do

sistema IEEE-118 barras para o caso base e para os casos obtidos com o processo de reduccedilatildeo

de perdas considerando como barra de folga as barras 69 27 e 26 respectivamente Para este

sistema diferente do ocorrido para o sistema IEEE-57 observa-se que apoacutes a reduccedilatildeo das

perdas os perfis de magnitude de tensatildeo apresentam uma grande diferenccedila Embora em todos

os casos o procedimento tenha produzido uma reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

108

conforme apresentado na Tabela 411 somente com o uso da barra 26 como barra de folga

constata-se em relaccedilatildeo ao perfil do caso base uma melhora de todo o perfil de magnitude de

tensatildeo

Observa-se que o menor e o maior valor de magnitude de tensatildeo para o caso base

ocorreram nas barras 76 e 10 e foram de 09430 pu e 1050 pu respectivamente Apoacutes a

aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto a menor magnitude de tensatildeo no valor de 09337 pu ocorreu

na barra 28 quando do uso da barra 69 como barra de folga Jaacute a maior magnitude de tensatildeo

no valor de 11031 pu ocorreu na barra 9 quando do uso da barra 26 como barra de folga A

barra 9 eacute uma barra sem carga

Na Figura 423 apresenta-se os perfis de magnitude da tensatildeo das barras de geraccedilatildeo

para o caso base e o obtido com o processo de reduccedilatildeo de perdas considerando a barra 26

como barra de folga Na Figura 424 mostra-se as variaccedilotildees percentuais em relaccedilatildeo agrave

magnitude de tensatildeo do caso base das respectivas magnitudes de tensatildeo das barras de

geraccedilatildeo considerando a barra 26 como barra de folga Dessas figuras se constata que a

variaccedilatildeo percentual natildeo seraacute a mesma para todas as barras Na Figura 425 (a) e 425 (b)

mostra-se as variaccedilotildees da magnitude de tensatildeo e da potecircncia reativa gerada pelas barras 26

27 e 69 durante o processo de reduccedilatildeo de perdas considerando a barra 26 como barra de

folga

Da Tabela 411 verifica-se que para este sistema as maiores reduccedilotildees nas perdas ativa

e reativa seacuterie totais ocorrem quando do uso da barra 26 como barra de folga Da mesma

forma da Tabela 412 que apresenta os aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts

das linhas de transmissatildeo e as reduccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga

mais as PVs se verifica que as maiores contribuiccedilotildees de potecircncia reativa fornecida pelos

shunts das linhas de transmissatildeo e de reduccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras

de folga mais as PVs tambeacutem ocorrem quando do uso da barra 26 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

109

Tabela 411 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema IEEE-118 barras

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr)

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo 26 1311543 1150543 161000 7678841 6721797 957044 27 1311543 1187545 123998 7678841 7004000 674842 69 1311543 1222544 88999 7678841 7347540 331301

Tabela 412 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as PVs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema IEEE-118 barras

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo 26 1368262 1545199 1766940 7527540 4697815 2829726 27 1368262 1523670 1554077 7527540 5133701 2393840 69 1368262 1445854 77592 7527540 6212204 1315336

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Ten

satildeo

(pu

)

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 420 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 69 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

110

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

Ten

satildeo

(pu

)

nuacutemero das barras

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas Figura 421 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 27 como

barra de folga

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Ten

satildeo

(pu

)

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas Figura 422 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como

barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

111

0 10 20 30 40 5007

075

08

085

09

095

1

105

11

Tens

atildeo (p

u)

g caso base g apoacutes a reduccedilatildeo das perdas

Figura 423 - Perfil da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

0 10 20 30 40 500

1

2

3

4

5

6

7

8

Tens

atildeo (

)

Figura 424 - Variaccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo ao caso base da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

112

V26

V27

V69

Pa [MW]

Ten

satildeo

[pu

]

Qg26

Qg27

Qg69

Pa [MW]

Potecirc

ncia

rea

tiva

gera

da [M

VA

r]

Figura 425 - (a) Variaccedilatildeo da magnitude de tensatildeo e (b) da potecircncia reativa gerada pelas barras de geraccedilatildeo 26 27 e 69 do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

As Figuras 426 (a) e (b) apresentam as curvas PVacutes para a barra 9 cuja magnitude de

tensatildeo foi utilizada como paracircmetro da continuaccedilatildeo durante o traccedilado da curva PV e da barra

criacutetica barra 13 para o caso base e para os casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas Das figuras 426

(a) e (b) e da Tabela 413 pode-se verificar que o ponto de maacuteximo carregamento e o aumento

da margem de carregamento seraacute maior quando do uso da barra 26 como barra de folga

Conforme jaacute comentado anteriormente quando do uso da barra 26 como barra de folga o

(a)

(b)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

113

aumento da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do

perfil de magnitude de tensatildeo conforme se pode verificar na Figura 422 Tambeacutem se pode

notar das curvas PVacutes e da Tabela 413 que as melhorias da margem de carregamento 923

e 1559 conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas quando do uso ou da

barra 26 ou da 27 como barra de folga Entretanto quando do uso da barra 69 como barra de

folga apesar da reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa serem de 89 MW e 3313 MVAr (ver

Tabela 411) o aumento da margem de carregamento do sistema foi de apenas 132

Tabela 413 - Margem de carregamento para o sistema IEEE-118 barras

Margem de carregamento Ponto de maacuteximo carregamento (pu) Aumento da MC (∆MC)

Barra de

folga Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu) 69 20817 20960 00143 132 27 20817 21815 0 0998 923 26 20817 22503 01686 1559

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

114

08 1 12 14 16 18 2 22 2404

05

06

07

08

09

1

11V9

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

20817

22503

∆MC=01686

08 1 12 14 16 18 2 22 24

04

05

06

07

08

09

1

11

V9

fator de carregamento λ

Tens

atildeo [p

u]

V13

timestimestimestimes caso base (barra 69 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de folga bullbullbullbull barra 69 ++++ barra 26 oooo barra 27

Figura 426 - Curvas PVacutes do sistema IEEE-118 barras (a) curva PV da barra 9 e (b) curva PV da barra 13

(a)

(b)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

115

45 - Comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga oacutetimo

e o fluxo de carga continuado proposto

O objetivo desse item eacute o de comparar o desempenho do fluxo de carga continuado

proposto com o do fluxo de carga oacutetimo Ao contraacuterio do fluxo de carga convencional o fluxo

de carga continuado proposto possibilita a reduccedilatildeo das perdas a partir de um caso base assim

natildeo se faz necessaacuterio realizar um processo de tentativa e erro para atingir o criteacuterio desejado

Por outro lado conforme ficou claro do item 443 haacute a necessidade de se escolher uma barra

de folga para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total uma vez que sua escolha

influenciara o estado final obtido Entatildeo a titulo de comparaccedilatildeo escolheu-se entre os

resultados obtidos no item 443 aquele que apresentou o melhor desempenho

As Figuras 427 e 428 apresentam para os sistemas IEEE-57 e IEEE-118 os

respectivos perfis de magnitudes de tensatildeo e de acircngulo obtidos com o fluxo de carga

convencional para o caso base com os meacutetodos do fluxo de carga continuado proposto e com

o fluxo de carga oacutetimo Observa-se que o ponto de partida para aplicaccedilatildeo da metodologia de

reduccedilatildeo de perdas e do fluxo de carga oacutetimo eacute um caso base obtido por um fluxo de carga

convencional com os taps dos transformadores fixos em 10

As perdas de potecircncia ativa para o caso base dos sistemas IEEE-57 e IEEE-118 satildeo de 2861

MW e 13116 MW respectivamente Os valores das perdas de potecircncia ativa total obtidos

com o fluxo de carga oacutetimo foram de 2333 MW para o sistema IEEE-57 barras e de 10804

MW para o sistema IEEE-118 barras Enquanto que apoacutes a aplicaccedilatildeo fluxo de carga

continuado proposto as perdas de potecircncia ativa para esses sistemas foram de 2427 MW e

11505 MW respectivamente Assim aplicaccedilatildeo da metodologia de reduccedilatildeo de perdas nos

sistemas IEEE-57 e IEEE-118 conduz a uma reduccedilatildeo nas perdas de 424 MW (1487) e

161 MW (1228) respectivamente com o consequumlente aumento nas economias financeira

Observa-se que aleacutem da reduccedilatildeo nas perdas haacute uma melhora do perfil de tensatildeo Observa-se

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

116

0 10 20 30 40 5008

085

09

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Tens

atildeo (p

u)

0 10 20 30 40 50 60-25

-20

-15

-10

-5

0

nuacutemero das barras

Acircng

ulo

(gra

us)

timestimestimestimes caso base utilizando a barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando a barra 1 como barra de folga oooo obtido com um programa FCO utilizando a barra 1 como barra de folga

Figura 427 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema IEEE-57

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

117

0 20 40 60 80 100 120094

096

098

1

102

104

106

108

11

nuacutemero das barras

Tens

atildeo (p

u)

0 20 40 60 80 100 120-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

nuacutemero das barras

Acircng

ulo

(gra

us)

timestimestimestimes caso base utilizando a barra 26 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando a barra 26 como barra de folga oooo obtido com um programa FCO utilizando a barra 26 como barra de folga

Figura 428 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema IEEE-118

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

118

tambeacutem que ambas foram obtidas sem praticamente nenhuma modificaccedilatildeo nas injeccedilotildees de

potecircncia ativa dos geradores

Os resultados apresentados nestas figuras mostram tambeacutem que com a aplicaccedilatildeo do

meacutetodo do fluxo de carga continuado proposto eacute possiacutevel se obter pontos de operaccedilatildeo

proacuteximos aos obtidos pelo fluxo de carga oacutetimo

A Figura 429 apresenta para o sistema IEEE-57 as curvas PV obtidas partindo do

estados fornecidos pelo fluxo de carga oacutetimo e apoacutes a uacuteltima iteraccedilatildeo da metodologia de

reduccedilatildeo de perdas proposta juntamente com a curva PV do caso base A melhora de 245 na

margem de carregamento pode ser confirmada na Figura 429 onde a margem de

carregamento sem reduccedilatildeo de perdas (caso base) era de 15331 pu e apoacutes a reduccedilatildeo das

perdas passou a 16637 pu correspondendo a um aumento em 01306 pu

No caso do sistema IEEE-118 como se pode confirmar na Figura 430 que a melhora

na margem de carregamento foi de 156 Para esse sistema a margem de carregamento sem

reduccedilatildeo de perdas (caso base) era de 20817 pu e apoacutes a reduccedilatildeo das perdas passou a 22503

pu correspondendo a um aumento de 01686 pu Como se pode confirmar da figura o

aumento da margem de carregamento obtido partindo do estado fornecido pelo fluxo de carga

oacutetimo eacute ligeiramente maior 18

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

119

1 11 12 13 14 15 16 170

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

Ten

satildeo

(pu

)

caso base sem reduccedilatildeo de perdas FCCP com reduccedilatildeo de perdas FCO com reduccedilatildeo de perdas +++++

Fator de carregamento λ

∆MC 01306

15331 16637

Figura 429 - Curvas PV inicial e final para o sistema IEEE-57

08 1 12 14 16 18 2 22 24

04

05

06

07

08

09

1

11

Tens

atildeo (p

u)

caso base sem reduccedilatildeo de perdas FCCP com reduccedilatildeo de perdas FCO com reduccedilatildeo de perdas +++++

Fator de carregamento λ

∆MC 01686

20817 22503

22760

Figura 430 - Curvas PV inicial e final para o sistema IEEE-118

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

120

46 ndash Desempenho do fluxo de carga continuado proposto para sistemas de grande porte

O objetivo deste item eacute o de apresentar o desempenho do meacutetodo proposto para

sistemas de meacutedio porte e real de grande porte no caso o sistema IEEE-300 de 300 barras e

411 linhas e o sistema OTS-904 que eacute um sistema de 904 barras e 1283 linhas

correspondente a uma parte do sistema sudoeste Americano

Nos procedimentos de reduccedilatildeo de perdas nesses sistemas a toleracircncia adotada para os

mismatches foi de 10-6 pu enquanto que para o traccedilado das curvas PV foi de 10-5 pu

Adotou-se um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 20 Em ambos os procedimentos os

valores adotados para os tapacutes foram de 10 pu enquanto que os valores limites adotados

para as tensotildees da barra de folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex sendo Vmin igual a

090 pu e Vmaacutex igual a 110 pu para ambos os sistemas Os valores iniciais adotados para o

paracircmetro da continuaccedilatildeo (micro) foram de ndash02 MW e ndash05MW para os sistema IEEE-300 e

OTS-904 respectivamente O proacuteximo ponto atual eacute computado pela equaccedilatildeo (45) Este

procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Da mesma forma que ocorreu para todos os sistemas jaacute analisados observa-se que

apoacutes a reduccedilatildeo das perdas haacute uma melhora do perfil de tensatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base

Para o sistema IEEE-300 observou-se que a menor magnitude de tensatildeo para o caso

base foi na barra 526 e apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi na barra 9033 sendo os

respectivos valores iguais a 08636 pu e 09156 pu Para o sistema OTS-904 a menor

magnitude de tensatildeo tanto para o caso base quanto apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi

na barra 277 sendo os respectivos valores iguais a 08681 pu e 09000 pu Em ambos os

sistemas as maacuteximas magnitudes de tensatildeo natildeo foram maiores que o valor maacuteximo de 11 pu

A tabela 414 apresenta para os dois sistemas os valores das perdas ativa e reativa

seacuterie totais apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia proposta para a reduccedilatildeo das perdas Observa-se

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

121

da tabela que a maior reduccedilatildeo nas perdas ativa e reativa seacuterie totais ocorrem para o sistema

IEEE-300

Na tabela 415 observam-se os respectivos aumentos da potecircncia reativa fornecida

pelos shunts das linhas de transmissatildeo e as variaccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas

barras de folga e PVs Novamente observa-se claramente a contribuiccedilatildeo da potecircncia reativa

fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia

reativa nos elementos seacuteries das linhas de transmissatildeo com a consequumlente reduccedilatildeo da

potecircncia reativa total gerada pelas barras de folga mais as PVs como se pode observar da

uacuteltima coluna da tabela 415

Tabela 414 ndash Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr) Sistema

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo IEEE-300 7049 4215983 3905984 310000 5589485 5170518 418967 OTS-904 882 7517768 7433768 84000 1611578 1591707 19871

Tabela 415 ndash Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga e PVs com a reduccedilatildeo da perda

ativa total

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada Sistema

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo IEEE-300 7049 583705 632437 48732 683817 611434 72384

OTS-904 882 717591 730714 13123 1343894 1314866 29028

As Figuras 431 e 432 apresentam para o sistema IEEE-300 e OTS-904 as curvas PV

para as respectivas barras criticas 526 e 138 cujas magnitudes de tensatildeo foram utilizadas

como paracircmetro da continuaccedilatildeo durante o traccedilado da curva PV para o caso base e para os

casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas Das figuras e da Tabela 416 pode-se verificar o aumento da

margem de carregamento de ambos os sistemas

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

122

Tabela 416 ndash Margem de carregamento

Margem de carregamento (MC)

Ponto de maacuteximo carregamento (pu)

Aumento da MC (∆MC) Sistema Barra

de folga

Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu)

IEEE-300 7049 10552 11079 00527 955 OTS-904 882 12206 12486 00280 127

098 1 102 104 106 108 11 112055

06

065

07

075

08

085

09

095

V526

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

10552

∆MC=00527

11079

timestimestimestimes caso base (barra 7049 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 431 - Curva PVacutes do sistema IEEE-300 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

123

095 1 105 11 115 12 12503

04

05

06

07

08

09

1

V138

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

102206

12486

∆MC=00280

timestimestimestimes caso base (barra 882 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 432 - Curvas PVacutes do sistema OTS-904 barras

Capiacutetulo 5

CONCLUSOtildeES

51 Introduccedilatildeo

Os meacutetodos da continuaccedilatildeo satildeo considerados como poderoso ferramental na anaacutelise de

fluxo de carga podendo ser utilizados quando satildeo encontradas dificuldades de convergecircncia

traduzidas pela singularidade da matriz Jacobiana dos meacutetodos convencionais Esses meacutetodos

permitem a determinaccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e de maacutexima transferecircncia de

potecircncia bem como de todas as possiacuteveis soluccedilotildees das equaccedilotildees de fluxo de carga ou seja a

curva PV completa constituindo-se a base para a avaliaccedilatildeo da seguranccedila e da estabilidade de

tensatildeo (MANSOUR 1993)

52 Contribuiccedilotildees

A deficiecircncia de potecircncia reativa numa regiatildeo do sistema pode causar um aumento das

perdas tanto nesta regiatildeo como no sistema todo Isso porque o suprimento desses reativos

deve ser efetuado por geradores muitas vezes mais distantes da regiatildeo de interesse fazendo

com que correntes elevadas percorram o sistema Com base nisso nesta tese foi proposto a

modificaccedilatildeo do fluxo carga continuado para efetuar-se a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

125

ativa visando com isso aumentar a margem de carregamento do sistema A reduccedilatildeo das perdas

eacute alcanccedilada por intermeacutedio do redespacho de potecircncia reativa

O fluxo de carga continuado proposto difere em alguns aspectos do fluxo de carga

continuado usado para obter o ponto de maacuteximo carregamento No fluxo de carga continuado

o objetivo eacute obter o ponto de maacuteximo carregamento da curva PV Por outro lado no fluxo de

carga continuado proposto o objetivo eacute o de melhorar a margem de carregamento por meio da

reduccedilatildeo das perdas usando o meacutetodo da continuaccedilatildeo

Ao contraacuterio do fluxo de carga continuado no qual os valores da carga e da geraccedilatildeo de

potecircncia ativa do caso base satildeo aumentadas em uma direccedilatildeo preestabelecida no meacutetodo

proposto elas permanecem fixas No fluxo de carga continuado as barras PV satildeo tratadas

como simples barras PV e enquanto suas respectivas potecircncias reativas geradas estatildeo entre

seus respectivos limites suas respectivas equaccedilotildees natildeo estatildeo presentes na matriz Jacobiana

Assim suas magnitudes de tensotildees permanecem fixas nos seus respectivos valores

especificados sendo tratadas como variaacuteveis independentes No caso de violaccedilatildeo a barra PV

eacute alterada para tipo PQ com Q sendo especificado no valor limite e a sua magnitude de

tensatildeo eacute considerada como uma incoacutegnita do problema Por outro lado no fluxo de carga

continuado proposto as magnitudes de tensotildees nas barras PV podem variar e satildeo calculadas

para o valor especificado de perda total de potecircncia ativa sendo tratadas portanto como

variaacuteveis dependentes

Na metodologia proposta a geraccedilatildeo de potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo

satildeo mantidas constantes nos respectivos valores do caso base enquanto que o valor da perda

total de potecircncia ativa eacute preacute-ajustado atraveacutes de um novo paracircmetro Apoacutes se obter a soluccedilatildeo

do caso base por meio de um fluxo de carga convencional e se ter definido um passo para

reduccedilatildeo das perda total de potecircncia ativa o fluxo de carga continuado proposto eacute usado para

calcular as demais soluccedilotildees ateacute que um ponto neste trabalho definido como ponto de miacutenima

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

126

perda seja atingido A teacutecnica de previsatildeo adotada foi a trivial ou polinomial modificada de

ordem zero na qual o valor do paracircmetro da continuaccedilatildeo eacute prefixado Assim atraveacutes do

meacutetodo proposto eacute possiacutevel se especificar o valor desejado de variaccedilatildeo na perda ativa total na

transmissatildeo e a sua soluccedilatildeo provecirc o ponto de operaccedilatildeo para o qual a perda ocorre A geraccedilatildeo

de potecircncia ativa da barra adotada como barra de folga eacute reprogramada para fechar o balanccedilo

de potecircncia ativa do sistema ou seja o seu valor variaraacute a fim de acomodar aleacutem da

diferenccedila entre a potecircncia ativa gerada e a consumida de todo o sistema a reduccedilatildeo da perda

total de potecircncia ativa na transmissatildeo

Os resultados apresentados neste trabalho mostram que a utilizaccedilatildeo do meacutetodo

proposto proporciona natildeo soacute uma reduccedilatildeo das perdas e consequumlentemente dos custos

operacionais mas tambeacutem um aumento do ponto de maacuteximo carregamento isto eacute da margem

de estabilidade do sistema

O aumento da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a

melhoria do perfil da tensatildeo e com o aumento das reservas de reativos nos geradores natildeo

tendo no entanto ocorrido mudanccedilas relevantes na tensatildeo criacutetica Manter o valor da tensatildeo

criacutetica tatildeo baixa quanto esta possa ser em relaccedilatildeo agrave tensatildeo normal de operaccedilatildeo sem

comprometer consequumlentemente o perfil geral de tensatildeo eacute uma caracteriacutestica recomendada

em (WECC 1998) (FTCT 1999) Observa-se que as melhorias na margem de carregamento

conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas uma vez que estas foram

obtidas sem nenhuma alteraccedilatildeo nas injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga

Foram esclarecidos como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema eleacutetrico de potecircncia

durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Em geral haacute uma reduccedilatildeo da potecircncia

reativa total gerada pela barra de folga e as barras de geraccedilatildeo como consequumlecircncia direta dos

aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e de barras

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

127

bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia reativa nos elementos seacuteries das linhas de

transmissatildeo

O fluxo de carga continuado proposto possibilita a reduccedilatildeo das perdas a partir de um

caso base assim natildeo se faz necessaacuterio realizar um processo de tentativa e erro para atingir o

criteacuterio desejado Por outro lado as analises mostram que haacute a necessidade de se escolher uma

barra de folga para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total uma vez que sua

escolha influenciara o estado final obtido Um outro ponto importante eacute que com o meacutetodo

proposto eacute possiacutevel se obter pontos de operaccedilatildeo muito proacuteximos aos obtidos por meio de um

programa de fluxo de carga oacutetimo o que mostra que o meacutetodo proposto pode ser uma

alternativa viaacutevel para a aplicaccedilotildees de estudos da operaccedilatildeo para reforccedilar a estabilidade

estaacutetica de tensatildeo

Outro aspecto importante eacute o de que o meacutetodo proposto eacute de faacutecil incorporaccedilatildeo a

qualquer programa de Fluxo de Carga

53 Sugestotildees para futuros trabalhos

Algumas sugestotildees para dar continuidade aos trabalhos iniciados por esta tese

sect Tendo em vista que para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total a partir

de um caso base haacute a necessidade de se escolher uma barra de folga uma vez que sua

escolha influenciaraacute o estado final obtido uma necessidade seria a de se investigar e

definir um criteacuterio para se estabelecer qual barra seria a mais apropriada como barra

de folga

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

128

sect A escolha do valor oacutetimo para o passo do paracircmetro da continuaccedilatildeo objetivando a

reduccedilatildeo do nuacutemero de pontos e de iteraccedilotildees necessaacuterias para a obtenccedilatildeo do ponto de

miacutenimas perdas

sect Em (ZAMBRONI 1998) eacute mostrado que a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa

num grande sistema de potecircncia natildeo afeta muito sua margem de carregamento mas

que o controle das perdas em uma aacuterea criacutetica do sistema pode apresentar resultados

mais satisfatoacuterios Seria interessante avaliar os efeitos produzidos na margem de

carregamento do sistema realizando a reduccedilatildeo das perdas em uma aacuterea especifica do

sistema no caso a aacuterea criacutetica e comparaacute-los com os obtidos com a reduccedilatildeo da perda

total de potecircncia ativa

sect Analisar a utilizaccedilatildeo de fatores de participaccedilatildeo dos geradores a fim de definir um

redespacho que proporcione um melhor ganho de margem Os fatores de participaccedilatildeo

poderiam ser obtidos pela anaacutelise de sensibilidade dos autovalores e os

correspondentes autovetores direito e esquerdo da matriz Jacobiana modificada do

fluxo de carga continuado proposto procurando determinar os geradores que mais

contribuem para a reduccedilatildeo das perdas e o aumento da margem de carregamento

sect Considerar na metodologia proposta para a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa na

transmissatildeo aleacutem da equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo a equaccedilatildeo da

potecircncia reativa injetada das barras cuja magnitude de tensatildeo sejam reguladas por

transformadores com controle automaacutetico de tap

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Apecircndice A

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Page 4: “Proposta de Parametrização para o Fluxo de Carga ......4.2 - O problema do fluxo de carga ótimo 71 4.3 - Metodologia proposta 75 4.3.1 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas

AGRADECIMENTOS

A Deus acima de tudo

A todos aqueles que direta ou indiretamente influenciaram positivamente em

minha vida tanto pessoal como profissional

Ao amigo orientador professor Dr Diacutelson Amacircncio Alves pela confianccedila

compreensatildeo e principalmente paciecircncia durante a evoluccedilatildeo deste trabalho

Aos Docentes e funcionaacuterios do DEEFEISUNESP que de alguma forma

contribuiacuteram para que mais esta etapa fosse vencida

Em particular aos Docentes Joseacute Paulo Fernandes Garcia Luiz Fernando

Bovolato Joseacute Carlos Rossi e Falcondes Joseacute Mendes Seixas pela ajuda nas disciplinas

da graduaccedilatildeo nos momentos em que precisei

A outros que involuntariamente foram esquecidos

RESUMO

Este trabalho apresenta uma metodologia alternativa para a melhoria da margem de

carregamento e reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa com base no meacutetodo da continuaccedilatildeo

Para atingir esta meta uma equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo baseada na perda de potecircncia ativa

total e as equaccedilotildees da potecircncia reativa nas barras de geraccedilatildeo satildeo acrescentadas agraves equaccedilotildees de

fluxo de carga convencional As tensotildees nas barras PV satildeo consideradas como variaacuteveis de

controle e um novo paracircmetro eacute escolhido para reduzir as perdas de potecircncia ativa nas linhas

de transmissatildeo Os resultados mostram que este procedimento em geral conduz a um

aumento no ponto de maacuteximo carregamento e por conseguinte melhoria na margem estaacutetica

da estabilidade de tensatildeo Este procedimento tambeacutem leva a uma reduccedilatildeo nos custos

operacionais e simultaneamente uma melhoria no perfil da tensatildeo

Palavras Chave Meacutetodo da continuaccedilatildeo fluxo de potecircncia margem de carregamento

margem de estabilidade de tensatildeo e reduccedilatildeo de perdas

ABSTRACT

This work presents an alternative methodology for loading margin improvement and

total real power losses reduction by using a continuation method In order to attain this goal a

parameterizing equation based on the total real power losses and the equations of the reactive

power at the slack and generation buses are added to the conventional Power Flow equations

The voltages at these buses are considered as control variables and a new parameter is chosen

with to reduce the real power losses in the transmission lines

The results show that this procedure leads to maximum loading point increase and

consequently in static voltage stability margin improvement Besides this procedure also

takes to a reduction in the operational costs and simultaneously to voltage profile

improvement

LISTA DE FIGURAS

Figura 21 - Classificaccedilatildeo da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia 28

figura 22 - Curva pv geneacuterica 38

Figura 23 ndash Curva qv geneacuterica 40

Figura 24 ndash Definiccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e da margem de carregamento 43

Figura 31 - Processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em sistemas parametrizados 56

Figura 32 - Sistema de trecircs barras 59

Figura 33 - Comparaccedilatildeo entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo com preditor tangente e com

preditor secante 59

Figura 34 - Controle automaacutetico do passo σ 62

Figura 41 - Sistema de duas barras 71

Figura 42 - Sistema de trecircs barras ndash caso base 74

Figura 43 - Sistema de trecircs barras - caso otimizado 74

Figura 44 - Desempenho do fccp para o sistema de duas barras 83

Figura 45 - Curvas pv efeito da reduccedilatildeo das perdas sobre o ponto de maacuteximo carregamento

para o sistema de duas barras 83

Figura 46 - Desempenho do sistema de trecircs barras (a) vtimespa (b) qgtimespa (c) potecircncia ativa

gerada pela barra de folga timespa (d) curvas pv 86

Figura 47 - Variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga e das barras de controle de tensatildeo (pv) em

funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras 90

Figura 48 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de folga e de controle de

tensatildeo (pv) em funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras 91

Figura 49 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras

(a) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo

(pv) (b) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts das linhas de

transmissatildeo (c) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts de barra

(banco de capacitores eou reatores) (d) somatoacuterio das variaccedilotildees de perda de potecircncia reativa

nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo e (e) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias

reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo pvrsquos mais a barra de folga 93

Figura 410 ndash Variaccedilotildees das magnitudes de tensatildeo das barras do sistema ieee-14 em funccedilatildeo de

pa 94

Figura 411 - Curvas pv do sistema ieee-14 barras 98

Figura 412 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-14 barras 98

Figura 413 - Curvas pv do sistema ieee-30 barras 99

Figura 414 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-30 barras 99

Figura 415 - Curvas pv do sistema ieee-57 barras 100

Figura 416 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-57 barras 100

Figura 417 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-57 barras 103

Figura 418 - Perfil de acircngulo do sistema ieee-57 barras 104

Figura 419 - Curvas pvacutes da barra criacutetica (barra 31) do sistema ieee-57 barras 107

Figura 420 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

69 como barra de folga 109

Figura 421 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

27 como barra de folga 110

Figura 422 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

26 como barra de folga 110

Figura 423 - Perfil da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-118 barras

considerando a barra 26 como barra de folga 111

Figura 424 - Variaccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo ao caso base da magnitude de tensatildeo das barras

de geraccedilatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga 111

Figura 425 - (a) Variaccedilatildeo da magnitude de tensatildeo e (b) da potecircncia reativa gerada pelas

barras de geraccedilatildeo 26 27 e 69 do sistema ieee-118 barras considerando a barra 26 como barra

de folga 112

Figura 426 - Curvas pvacutes do sistema ieee-118 barras (a) curva pv da barra 9 e (b) curva pv da

barra 13 114

Figura 427 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema ieee-57 116

Figura 429 - Curvas pv inicial e final para o sistema ieee-57 119

Figura 430 - Curvas pv inicial e final para o sistema ieee-118 119

Figura 431 - Curva pvacutes do sistema ieee-300 barras 122

Figura 432 - Curvas pvacutes do sistema ots-904 barras 123

LISTA DE TABELAS

Tabela 41 - Soluccedilotildees do fluxo de carga oacutetimo para o sistema da figura 41 73

Tabela 42 - Soluccedilotildees para o sistema da figura 42 75

Tabela 43 - Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa 96

Tabela 44 - Margem de carregamento 96

Tabela 45 - Reserva de reativos 101

Tabela 46 - Magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-57 barras 104

Tabela 47 - Potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-57 barras 105

Tabela 48 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema ieee-57 barras 105

Tabela 49 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as pvs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema ieee-57 barras 106

Tabela 410 - Margem de carregamento 106

Tabela 411 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema ieee-118 barras109

Tabela 412 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as pvs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema ieee-118 barras 109

Tabela 413 - Margem de carregamento para o sistema ieee-118 barras 113

Tabela 414 ndash Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais 121

Tabela 415 ndash Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga e pvs com a reduccedilatildeo da perda

ativa total 121

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 - INTRODUCcedilAtildeO 16

11 - Introduccedilatildeo geral 16

12 ndash Estrutura do trabalho 22

CAPIacuteTULO 2 - ANAacuteLISE DA ESTABILIDADE ESTAacuteTICA DE TENSAtildeO 25

21 - Introduccedilatildeo 25

22 ndash Estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia 25

23 ndash Estabilidade estaacutetica de tensatildeo 33

24 ndash Meacutetodos de estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo 34

25 ndash Avaliaccedilatildeo do colapso de tensatildeo baseado nas curvas PV e QV 36

251 ndash Curvas PV 37

252 ndash Curvas QV 39

26 - Margem de carregamento 40

CAPIacuteTULO 3 - MEacuteTODO DA CONTINUACcedilAtildeO E SUAS TEacuteCNICAS DE

PARAMETRIZACcedilAtildeO 46

31 ndash Introduccedilatildeo 46

32 - Fluxo de carga convencional 48

33 - Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de prediccedilatildeo parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo 53

331 ndash Teacutecnicas de prediccedilatildeo 56

3311 - Preditor tangente 56

3312 ndash Preditor secante 58

3313 - Preditor polinomial modificado de ordem zero 60

332 - Controle do passo preditor 61

333 ndash Teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo 62

3331 - Parametrizaccedilatildeo local 64

3332 ndash Teacutecnica do comprimento de arco 66

3333 ndash Teacutecnica da perpendicularidade 67

CAPIacuteTULO 4 - METODOLOGIA PROPOSTA 69

41 - Introduccedilatildeo 69

42 - O problema do fluxo de carga oacutetimo 71

43 - Metodologia proposta 75

431 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas de duas e trecircs barras 80

4311 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

de duas barras 81

4312 - Resultados obtidos com o FCCP para o sistema de trecircs barras 84

44 ndash Resultados da reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa 87

441 ndash Balanccedilo de reativos durante o procedimento de reduccedilatildeo da perda total de potecircncia

ativa 88

442 - Anaacutelise de desempenho do meacutetodo proposto para os sistemas IEEE 94

443 - Influecircncia da barra de folga na reduccedilatildeo das perdas 101

4431 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-57 barras 102

4432 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-118 barras 107

45 - Comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga oacutetimo e o

fluxo de carga continuado proposto 115

46 ndash Desempenho do fluxo de carga continuado proposto para sistemas de grande porte 120

CAPIacuteTULO 5 - CONCLUSOtildeES 124

51 Introduccedilatildeo 124

52 Contribuiccedilotildees 124

53 Sugestotildees para futuros trabalhos 127

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 129

APEcircNDICE A 138

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

16

Capiacutetulo 1

INTRODUCcedilAtildeO

11 - Introduccedilatildeo geral

Nas uacuteltimas deacutecadas os sistemas eleacutetricos de potecircncia (SEP) tecircm passado por vaacuterias

experiecircncias tais como mudanccedilas no comportamento socioloacutegico da populaccedilatildeo crises

econocircmicas restriccedilotildees ecoloacutegicas progressos tecnoloacutegicos desregulamentaccedilatildeo do setor

eleacutetrico entre outras

Estas experiecircncias chamam a atenccedilatildeo sobre alguns aspectos natildeo considerados no

passado Dentre tais aspectos estatildeo a procura por seguranccedila no sistema (confianccedila) e as

incertezas no futuro uma vez que os planejadores se baseiam em uma visatildeo de longo prazo

levando em conta previsotildees como a demanda de potecircncia a disponibilidade de geraccedilatildeo a

possibilidade de interconexatildeo de equipamento eou de novos sistemas e o desenvolvimento

de novas tecnologias

Estas previsotildees satildeo por sua proacutepria natureza incertas e qualquer divergecircncia entre o

planejamento e a realidade experimentada algum tempo depois deve ser equalizada por meio

de um impacto capaz de ser absorvido pelo sistema

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

17

Dentre os impactos de diversas naturezas podem-se citar por exemplo a crise do

petroacuteleo as restriccedilotildees ambientais que impedindo a construccedilatildeo de novos parques geradores e

linhas de transmissatildeo a privatizaccedilatildeo de concessionaacuterias estatais de energia os blecautes e o

racionamento de energia eleacutetrica

Com o crescente aumento do parque industrial haacute naturalmente um aumento

subsequumlente no carregamento do sistema e por conseguinte um aumento na potecircncia que flui

por entre as linhas de transmissatildeo ou seja no fluxo de potecircncia

Em consonacircncia com as leis de Ohm e as leis de Kirchhoff a energia eleacutetrica que flui

em uma rede eacute distribuiacuteda entre os ramos de acordo com as suas respectivas impedacircncias ateacute

que um equiliacutebrio de tensatildeo seja alcanccedilado

O fluxo de energia poderaacute sofrer mudanccedila de direccedilatildeo em qualquer instante caso a

configuraccedilatildeo da rede sofra alteraccedilotildees em consequumlecircncia de contingecircncias de linhas de

transmissatildeo de manobras em transformadores ou ainda quando estes satildeo retirados do sistema

para manutenccedilatildeo ou substituiccedilatildeo

Estes fluxos tambeacutem mudaratildeo devido a variaccedilotildees na geraccedilatildeo ou conforme a

solicitaccedilatildeo de carga isto eacute alteraccedilatildeo no carregamento do sistema

O aumento no fluxo de potecircncia tem como consequumlecircncia direta um aumento nas

perdas ativas e reativas nas linhas de transmissatildeo

As impedacircncias dos equipamentos de rede tais como geradores transformadores e

linhas de transmissatildeo provocam natildeo soacute perdas de potecircncia ativa e reativa como tambeacutem

queda de tensatildeo nestes elementos Assim as mudanccedilas no fluxo de potecircncia podem levar a

um baixo perfil de tensatildeo e em perdas mais altas nos sistemas podendo piorar particularmente

sob condiccedilotildees de carga pesada

Esta situaccedilatildeo pode ser melhorada atraveacutes da escolha de um baixo valor para a

reatacircncia seacuterie durante o processo de planejamento dos sistemas eleacutetricos de potecircncia Poreacutem

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

18

isto poderia resultar em um aumento nos niacuteveis reais de falhas no sistema Aumentos nos

niacuteveis de corrente de curto-circuito resultariam em um custo operacional maior dos

equipamentos avaliados uma vez que deveratildeo ser majorados seus valores nominais ou ainda

provocar arranjos operacionais inaceitaacuteveis (GLOVER et al 1989)

Por outro lado o operador do sistema tambeacutem pode melhorar esta situaccedilatildeo realocando

a geraccedilatildeo de potecircncia reativa no sistema uma vez que o despacho de potecircncia ativa tambeacutem eacute

controlaacutevel e tem influecircncia na potecircncia reativa que por sua vez altera as perdas na

transmissatildeo

Neste trabalho eacute assumido que o despacho de potecircncia ativa eacute executado antes do

despacho de potecircncia reativa ser considerado

Vaacuterias razotildees favoreceram a opccedilatildeo pelo controle de reativos em vez de despacho de

potecircncia ativa (CIGRE 1989) entre elas

bull O baixo custo inicial investido nas instalaccedilotildees o que normalmente alcanccedila

pequenas porcentagens do custo correspondente para potecircncia ativa em um

sistema de grande porte quando comparado agraves instalaccedilotildees de potecircncia ativa

(geradores ou linhas de transmissatildeo)

bull Sua instalaccedilatildeo pode reduzir investimentos em componentes de rede como

linhas de transmissatildeo e transformadores aleacutem de possibilitar uma maior

confiabilidade no sistema

A realocaccedilatildeo de geraccedilatildeo de potecircncia reativa pode ser feita satisfatoriamente atraveacutes de

ajustes nas variaacuteveis de controle tais como tensotildees terminais dos geradores tap de

transformadores e chaveamento de fontes de potecircncia reativa Qualquer mudanccedila em uma

destas variaacuteveis tem o efeito de mudar o perfil de tensatildeo do sistema a potecircncia reativa gerada

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

19

e a perda total do sistema Os elementos da rede podem transferir potecircncias maiores se por

eles circularem correntes reativas menores

As informaccedilotildees inerentes agraves mudanccedilas de fluxo de potecircncia natildeo soacute satildeo importantes

para que os operadores de sistemas assegurarem uma operaccedilatildeo eficiente mas tambeacutem para

manterem a confianccedila nos serviccedilos prestados Aleacutem disso tal informaccedilatildeo tambeacutem eacute uacutetil para a

reduccedilatildeo de perdas

As perdas na transmissatildeo representam de 5 a 10 da geraccedilatildeo total o que se traduz

em milhotildees de doacutelares por ano (SHARIF et al 2000) Caso se tenha informaccedilotildees de como

estas perdas acontecem eacute possiacutevel efetuar-se accedilotildees de controle com o intuito de reduzi-las

Perdas reativas baixas podem reduzir a potecircncia reativa total das instalaccedilotildees e ainda as

perdas ativas provendo com isto um ganho econocircmico consideraacutevel (CIGRE 1989)

Entatildeo a quantificaccedilatildeo e reduccedilatildeo das perdas ativas satildeo importantes porque

determinaratildeo a operaccedilatildeo econocircmica dos sistemas eleacutetricos de potecircncia Tambeacutem eacute importante

salientar que a reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa natildeo soacute pode representar uma economia

significativa no tocante a parte financeira mas tambeacutem que sua reduccedilatildeo pode ser obtida

atuando-se exclusivamente sobre as variaacuteveis de controle de reativos do sistema isto eacute sem

qualquer investimento adicional em equipamentos ou construccedilotildees

Um outro fato importante conhecido eacute que a margem de estabilidade estaacutetica de tensatildeo

do sistema aumenta em funccedilatildeo da disponibilidade de reservas de potecircncia reativa do sistema

(KUNDUR 1994) Assim ao reduzirem-se as perdas totais na transmissatildeo do sistema eleacutetrico

de potecircncia implicitamente estar-se-aacute aumentando a margem de reativos do mesmo e por

conseguinte a margem de estabilidade estaacutetica seraacute aumentada (ALVES et al 2002-I)

(ALVES et al 2002-II)

Para um ponto de operaccedilatildeo particular a margem de estabilidade estaacutetica de tensatildeo ou

margem de carregamento de colapso de tensatildeo ou simplesmente margem de carregamento eacute

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

20

a quantia de carga adicional em um padratildeo especiacutefico de aumento de carga que causaria um

colapso de tensatildeo (CIGRE 1989) (KUNDUR 1994) A determinaccedilatildeo da margem de

carregamento (MC) e as accedilotildees de controle necessaacuterias para garantir aquela margem eacute uma

tarefa essencial no planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia O Western

System Coordinating Council (WSCC) exige que seus membros garantam pelo menos 5 de

margem na curva PV apoacutes qualquer contingecircncia em um uacutenico elemento (WECC 1998)

No Brasil o operador nacional do sistema eleacutetrico brasileiro (ONS) apresenta em seu

manual de procedimentos de rede sugestotildees de criteacuterios para o planejamento no tocante a

expansatildeo do sistema eleacutetrico visando a manutenccedilatildeo de um niacutevel miacutenimo de margem de

estabilidade estaacutetica da tensatildeo ou seja para situaccedilatildeo de contingecircncia simples a margem de

carregamento seja maior ou igual a 6 (ONS 2001)

Assim as vantagens da reduccedilatildeo de perdas em linhas de transmissatildeo aleacutem de

proporcionarem economias de gastos enquanto impotildee aos equipamentos dos sistemas um

decreacutescimo no carregamento provecirc uma melhoria no perfil da tensatildeo do sistema e na margem

de estabilidade estaacutetica de tensatildeo

O caacutelculo da perda de potecircncia ativa pode ser realizado atraveacutes de vaacuterios meacutetodos jaacute

apresentados na literatura como por exemplo pelo simples produto entre os valores da

resistecircncia eleacutetrica da linha de transmissatildeo pelo quadrado da magnitude da corrente que

circula por ela (em outras palavras R I2)

O caacutelculo pode tambeacutem ser realizado atraveacutes da adiccedilatildeo algeacutebrica do fluxo de potecircncia

ativa nas duas extremidades das linhas de transmissatildeo sendo que a perda total seraacute o

somatoacuterio de todas as perdas nas linhas de transmissatildeo

O meacutetodo do fluxo de carga convencional (FC) eacute utilizado na determinaccedilatildeo da

magnitude da tensatildeo e do acircngulo de fase da tensatildeo de cada barra em um sistema de potecircncia

sob condiccedilotildees equilibradas Uma vez obtidos os fluxos de potecircncia ativa e reativa de cada

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

21

uma das linhas de transmissatildeo e equipamento assim como as potecircncias ativas e reativas

tambeacutem satildeo calculadas as perdas (KUNDUR 1994)

Poreacutem o meacutetodo fluxo de carga convencional eacute considerado inadequado quando o

objetivo for a obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento do sistema uma vez que a matriz

Jacobiana (J) fica singular exatamente neste ponto e assim o fluxo de carga convencional

apresentaraacute problemas de mau condicionamento ao se aproximar desta regiatildeo criacutetica

No meacutetodo do fluxo de carga continuado (FCC) a singularidade da matriz Jacobiana

e por conseguinte os problemas numeacutericos que surgem na vizinhanccedila do ponto de maacuteximo

carregamento do sistema satildeo eliminados atraveacutes da adiccedilatildeo de equaccedilotildees de parametrizaccedilatildeo

(SEYDEL 1994) Assim os meacutetodos fluxo de carga continuado que satildeo baseados nos

algoritmos preditor-corretor podem ser considerados como um melhoramento do fluxo de

carga convencional uma vez que ele natildeo soacute pode ser usado para a obtenccedilatildeo de uma soluccedilatildeo

particular do fluxo de carga mas tambeacutem para

bull O traccedilado de trajetoacuterias de soluccedilotildees (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(CANtildeIZARES et al 1992) (SEYDEL 1994)

bull Anaacutelise do colapso de tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia (KUNDUR

1994)

bull A computaccedilatildeo de soluccedilotildees muacuteltiplas (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(CANtildeIZARES et al 1992) (KUNDUR 1994) (SEYDEL 1994)

bull Investigaccedilatildeo da existecircncia de soluccedilotildees de fluxo de potecircncia (CHIANG et al

1995) (WECC 1998) (FETTE VOSS 1999)

bull Avaliar contingecircncias (FLUECK DONDETTI 2000) (WANG DA SILVA

XU 2000)

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

22

Nesta tese uma nova proposta eacute apresentada como alternativa para a reduccedilatildeo nas

perdas de potecircncia ativa na transmissatildeo usando um meacutetodo de continuaccedilatildeo

Para atingir esta meta uma equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo baseada na perda total de

potecircncia ativa na transmissatildeo e as equaccedilotildees da potecircncia reativa injetada nas barras de geraccedilatildeo

e na barra de folga (slack) satildeo adicionadas agraves equaccedilotildees do fluxo de carga convencional

As tensotildees nas barras de geraccedilatildeo e na barra de folga satildeo consideradas como variaacuteveis

de controle e um novo paracircmetro eacute escolhido para reduzir as perdas de potecircncia ativa Os

resultados mostram que este procedimento natildeo soacute leva a uma reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia

ativa e por conseguinte nos custos operacionais mas simultaneamente contribui para a

melhoria do perfil de tensatildeo Aleacutem disto este procedimento tambeacutem conduz na maioria das

vezes a um aumento na margem de carregamento ou seja na estabilidade estaacutetica de tensatildeo

12 ndash Estrutura do trabalho

Procura-se ao longo deste trabalho criar os subsiacutedios necessaacuterios natildeo soacute para o

entendimento do problema em si mas tambeacutem das teacutecnicas utilizadas em sua anaacutelise entre

estas muitas seratildeo apenas comentadas por natildeo se tratarem de teacutecnicas adotadas neste

trabalho

O capiacutetulo 2 almeja situar o trabalho proposto no contexto geral da estabilidade

estaacutetica da tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia Para tanto satildeo tecidas consideraccedilotildees a

respeito da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia sua divisatildeo em categorias e

dependendo do tempo utilizado para o processamento das informaccedilotildees sua estruturaccedilatildeo em

anaacutelise dinacircmica e anaacutelise estaacutetica Este projeto de pesquisa refere-se especificamente ao

estudo de desenvolvimento de procedimentos de anaacutelises estaacuteticas referentes agrave estabilidade de

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

23

tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia Eacute apresentada a linha de estudo da estabilidade

estaacutetica de tensatildeo atraveacutes da anaacutelise das curvas PV e QV

O capiacutetulo 3 tem por objetivo levar ao leitor a compreensatildeo do meacutetodo da continuaccedilatildeo

e de algumas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo existentes na literatura as quais tecircm como objetivo a

eliminaccedilatildeo dos problemas relacionados com a singularidade da matriz Jacobiana pertinente ao

fluxo de carga convencional

Seraacute apresentado o fluxo de carga convencional que emprega o meacutetodo de Newton-

Raphson objetivando a obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento dos sistemas por meio de

soluccedilotildees do fluxo de carga convencional para sucessivos incrementos na carga Seratildeo entatildeo

apresentadas algumas variaccedilotildees no emprego do meacutetodo da continuaccedilatildeo com suas respectivas

teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo Finaliza-se com a explanaccedilatildeo a respeito do fluxo de carga

continuado com o qual se remove o problema da singularidade da matriz Jacobiana no ponto

de maacuteximo carregamento

A proposta do capiacutetulo 4 eacute apresentar apoacutes a explanaccedilatildeo da metodologia proposta a

aplicaccedilatildeo da abordagem proposta para dois sistemas sendo Um sistema de 2 barras (uma

barra de folga e uma PV) para o qual eacute possiacutevel se obter o ponto oacutetimo a partir das equaccedilotildees

algeacutebricas desenvolvidas em (ALVES et al 2002-II) E o outro um sistema de trecircs barras

(uma barra de folga uma PV e uma PQ) apresentado e analisado em (DOMMEL TINNEY

1968) Os resultados tambeacutem satildeo comparados com os resultados obtidos por um programa de

fluxo de carga oacutetimo (DA COSTA LANGONA ALVES 1998) Satildeo apresentados os efeitos

do redespacho das variaacuteveis de controle nas reduccedilotildees da perda total de potecircncia ativa na

transmissatildeo do sistema aleacutem da investigaccedilatildeo dos efeitos causados por esta reduccedilatildeo na

margem de estabilidade de tensatildeo e no perfil de tensatildeo Atraveacutes do sistema IEEE 14 barras eacute

analisado como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema eleacutetrico de potecircncia durante o processo

de reduccedilatildeo da perda ativa total Em seguida apresentam-se os resultados obtidos para os

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

24

sistemas do Institute of Electrical and Eletronics Engineering (IEEE) 14 30 e 57 barras que

mostram que este procedimento conduz a uma reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa na

transmissatildeo

Adicionalmente mostra-se atraveacutes do traccedilado das curvas PV que a reduccedilatildeo na perda

total na transmissatildeo leva em geral natildeo soacute a uma diminuiccedilatildeo dos custos operacionais do

sistema mas tambeacutem a um aumento da margem de estabilidade de tensatildeo e a uma melhoria

no perfil da tensatildeo Apresenta-se tambeacutem a influecircncia da escolha da barra de folga durante o

processo de reduccedilatildeo da perda ativa total (sistemas IEEE 57 e IEEE 118 barras) Satildeo

apresentadas comparaccedilotildees entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga

oacutetimo e o fluxo de carga continuado proposto Encerrando este capiacutetulo satildeo apresentados o

desempenho da metodologia proposta para sistemas de grande porte isto eacute para o sistema

IEEE 300 barras e o sistema OTS-904

O capiacutetulo 5 apresenta as conclusotildees gerais deste trabalho enfatiza as contribuiccedilotildees

assim como apresenta sugestotildees de estudos para possiacuteveis continuidade do trabalho

Finalizando apresenta-se o apecircndice A onde satildeo listados os artigos publicados com

conteuacutedo especiacutefico referente a esta tese

Capiacutetulo 2

ANAacuteLISE DA ESTABILIDADE ESTAacuteTICA DE TENSAtildeO

21 - Introduccedilatildeo

Este capiacutetulo tem como objetivo prover uma ideacuteia global a respeito da importacircncia do

estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo bem como situar o trabalho proposto no contexto

geral do assunto

Satildeo apresentados conceitos baacutesicos imprescindiacuteveis para a anaacutelise da estabilidade

estaacutetica de tensatildeo Apresenta-se em particular o conceito da margem de estabilidade de

tensatildeo uma vez que tal conceito eacute fundamental aos operadores dos sistemas eleacutetricos de

potecircncia no tocante agrave determinaccedilatildeo dos limites da transferecircncia de potecircncia

22 ndash Estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia

A complexidade dos sistemas eleacutetricos de potecircncia vem agregando cada vez mais

variantes dentre elas destacam-se os possiacuteveis acidentes associados ao comportamento do

sistema e o crescente aumento no nuacutemero de situaccedilotildees a serem exploradas tais como

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

26

estruturaccedilotildees no setor eleacutetrico compensaccedilatildeo de reativos disponibilidade de dispositivos

raacutepidos de controle

Os operadores dos sistemas eleacutetricos de potecircncia devem essencialmente exploraacute-los de

forma econocircmica e com elevados niacuteveis de confiabilidade ou seja eacute necessaacuterio que o sistema

tenha capacidade de estabelecer apoacutes um distuacuterbio um novo ponto de equiliacutebrio sem que

haja violaccedilatildeo agraves restriccedilotildees fiacutesicas de seus componentes Portanto os operadores devem

proceder de forma que o sistema atue corretamente a qualquer tempo evitando atuaccedilotildees

indevidas ou desnecessaacuterias Poreacutem atualmente os sistemas eleacutetricos de potecircncia tecircm sido

operados cada vez mais proacuteximos agrave sua capacidade de transmissatildeo atuando efetivamente com

baixos niacuteveis de seguranccedila

Esta situaccedilatildeo de operaccedilatildeo do sistema de forma estressada se deve a crescente expansatildeo

do mercado consumidor de energia e as imposiccedilotildees de restriccedilotildees de ordens ecoloacutegicas e

econocircmicas ou seja dificuldades de construccedilatildeo de novas usinas de geraccedilatildeo e linhas de

transmissatildeo para o transporte da energia

Particularmente no sistema eleacutetrico brasileiro este problema apresenta-se de forma

mais contundente uma vez que o mesmo possui um parque gerador de energia de base

predominantemente hidraacuteulica Assim o esgotamento dos recursos hidreleacutetricos mais

proacuteximos dos principais centros de carga tem como consequumlecircncia a necessidade de se recorrer

a aproveitamentos hidreleacutetricos cada vez mais distantes exigindo a formaccedilatildeo de um sistema

eleacutetrico complexo caracterizado por linhas de transmissatildeo preponderantemente longas sendo

assim mais propiacutecio agrave ocorrecircncia de problemas de instabilidade de tensatildeo (CIGRE 1992)

A classificaccedilatildeo dos problemas de estabilidade em categorias subcategorias e tempo

utilizado para o processamento das informaccedilotildees visa facilitar a anaacutelise dos problemas de

estabilidade atraveacutes da identificaccedilatildeo dos principais fatores e do desenvolvimento de meacutetodos

para melhorar as condiccedilotildees de operaccedilatildeo dos sistemas eleacutetricos de potecircncia

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

27

As categorias satildeo

bull Estabilidade de acircngulo do rotor

bull Estabilidade de frequumlecircncia

bull Estabilidade de tensatildeo

A estabilidade angular transitoacuteria em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade dos geradores que compotildeem o sistema de se manterem em sincronismo apoacutes o

sistema ser submetido a uma grande perturbaccedilatildeo

A estabilidade de frequumlecircncia em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade do sistema de manter a frequumlecircncia gerada dentro da faixa de toleracircncia em torno

da frequumlecircncia nominal em condiccedilotildees operacionais normais ou mesmo apoacutes o sistema ser

submetido a uma perturbaccedilatildeo

O termo estabilidade de tensatildeo de forma geral envolve problemas de curta meacutedia e

longa duraccedilatildeo sendo neste trabalho utilizado exclusivamente para fenocircmenos de longa

duraccedilatildeo A estabilidade de tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade do sistema de manter as tensotildees em todas as barras que o compotildee em faixas de

toleracircncia da tensatildeo nominal em condiccedilotildees operacionais normais ou mesmo apoacutes o sistema

ser submetido a uma perturbaccedilatildeo Geralmente a instabilidade se daacute na forma de uma queda

progressiva e incontrolada na magnitude da tensatildeo em uma ou mais barras do sistema

eleacutetrico provocada pela tentativa de restabelecimento da carga

A Figura 21 identifica as categorias e subcategorias do problema da estabilidade em

sistemas eleacutetricos de potecircncia (KUNDUR et al 2004)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

28

Figura 21 - Classificaccedilatildeo da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia

Nos sistemas eleacutetricos de potecircncia o aumento de cargas tem como consequumlecircncia direta

a diminuiccedilatildeo nos niacuteveis de tensatildeo em suas barras (nos barramentos) sendo assim um aumento

contiacutenuo de cargas pode eventualmente levar o sistema a um estado instaacutevel caracterizado

pelo raacutepido decreacutescimo nos valores de tensatildeo em seus barramentos Este fenocircmeno eacute

conhecido na literatura especiacutefica como colapso de tensatildeo onde o perfil da tensatildeo nas barras eacute

obtido em funccedilatildeo do carregamento do sistema

O carregamento do sistema pode ser interpretado de uma maneira mais abrangente

isto eacute natildeo somente como um aumento de carga mas tambeacutem como um aumento na

transferecircncia de potecircncia entre aacutereas do aumento da carga de determinadas aacutereas ou da carga

de barras especificas Natildeo obstante o aumento pode tambeacutem ser definido em termos de

potecircncia ativa (P) potecircncia reativa (Q) ou potecircncia aparente (S) (XU MASOUR

HARRINGTON 1993)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

29

Se haacute um aumento na solicitaccedilatildeo de potecircncia reativa a potecircncia reativa adicional

deveraacute ser fornecida atraveacutes das reservas existentes nos geradores eou nos compensadores de

reativos que compotildeem o sistema

Normalmente haveraacute reserva de potecircncia reativa suficiente e o sistema se estabilizaraacute

em um novo ponto de operaccedilatildeo com novos valores de tensatildeo No entanto poderaacute ocorrer que

devido a uma combinaccedilatildeo de eventos e condiccedilotildees do sistema que esta solicitaccedilatildeo adicional

provoque o colapso de tensatildeo

Dentre muitos cenaacuterios que podem levar a rede ao colapso de tensatildeo pode-se citar

bull Sistema operando com muitos geradores proacuteximos aos centros de carga que

estatildeo fora de serviccedilo Neste cenaacuterio as linhas de transmissatildeo estaratildeo

sobrecarregadas e as reservas de potecircncia reativa estaratildeo no miacutenimo

bull Perda de uma linha de transmissatildeo sobrecarregada provocando sobrecarga nas

linhas adjacentes Neste cenaacuterio haveraacute um aumento nas perdas reativas nas

linhas ocasionando um aumento no provimento de potecircncia reativa na rede

bull No cenaacuterio anterior teremos um decreacutescimo na tensatildeo nas cargas adjacentes o

que provocaraacute uma reduccedilatildeo na potecircncia fornecida com consequumlente reduccedilatildeo

no fluxo de potecircncia Neste cenaacuterio os reguladores automaacuteticos de tensatildeo dos

geradores iratildeo tentar repor os niacuteveis de tensatildeo atraveacutes do acreacutescimo na corrente

de excitaccedilatildeo dos geradores A energia reativa injetada pelo gerador na rede

provocaraacute um aumento da queda de tensatildeo nas linhas e nos transformadores

Entretanto os geradores poderatildeo estar operando nos limites da corrente de

excitaccedilatildeo e da corrente do estator sendo necessaacuterio que os reguladores de

velocidade dos geradores regulem a frequumlecircncia diminuindo a potecircncia reativa

injetada no sistema

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

30

bull A reduccedilatildeo da tensatildeo nas cargas reflete-se para a distribuiccedilatildeo Os

transformadores com regulaccedilatildeo automaacutetica de tap sob carga (OLTC) nas

subestaccedilotildees tentam repor os niacuteveis de tensatildeo na distribuiccedilatildeo A cada operaccedilatildeo

dos tapacutes dos transformadores o resultante aumento da potecircncia fornecida faraacute

com que as perdas nas linhas de transmissatildeo aumentem o que por sua vez

aumentaraacute a queda de tensatildeo na respectiva linha Se a linha estiver bastante

sobrecarregada a cada aumento no fluxo de potecircncia provocaraacute um aumento

progressivo das perdas de potecircncia reativa na linha Ainda a cada mudanccedila nos

tapacutes dos transformadores a potecircncia reativa fornecida pelos geradores iraacute

aumentar Os geradores iratildeo aumentar o fornecimento de potecircncia reativa ateacute

seu limite Quando o primeiro gerador atinge o limite da corrente de excitaccedilatildeo

a tensatildeo em seus terminais diminui A distribuiccedilatildeo pelos diferentes geradores

da potecircncia reativa consumida poderaacute provocar a sobrecarga de outros

geradores Com poucos geradores tendo o controle da sua corrente de

excitaccedilatildeo o sistema torna-se ainda mais vulneraacutevel do ponto de vista da

tensatildeo

Mudanccedilas nas configuraccedilotildees do sistema e em sua operaccedilatildeo fazem com que o mesmo

opere na sua faixa maacutexima de capacidade de geraccedilatildeo e transmissatildeo tendo como consequumlecircncia

a ocorrecircncia de vaacuterios problemas de instabilidade de tensatildeo (CIGRE 1992)

Os sistemas de potecircncia estatildeo sujeitados a uma extensiva gama de pequenas e grandes

perturbaccedilotildees Pequenas perturbaccedilotildees na forma de mudanccedilas com incremento de carga

acontecem continuamente o sistema de potecircncia deve ajustar-se agraves novas condiccedilotildees e operar

satisfatoriamente

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

31

O sistema deve tambeacutem ter condiccedilotildees de responder a numerosas perturbaccedilotildees de

natureza severa como decirc curto circuito em uma linha de transmissatildeo ou perda de um grande

gerador Uma grande perturbaccedilatildeo pode conduzir a mudanccedilas estruturais devido ao isolamento

dos elementos de falta

Se apoacutes uma perturbaccedilatildeo passageira o sistema eleacutetrico de potecircncia manter-se estaacutevel

ocorreraacute a um novo estado de equiliacutebrio com praticamente o sistema inteiro permanecendo

intacto ou seja com todos os geradores e cargas conectadas por um uacutenico sistema de

transmissatildeo contiacutenuo

Por outro lado se o sistema for instaacutevel resultaraacute em situaccedilatildeo de estado precaacuterio por

exemplo um aumento progressivo na distacircncia angular dos rotores do gerador ou uma

diminuiccedilatildeo progressiva nas magnitudes das tensotildees de barra Uma condiccedilatildeo de sistema

instaacutevel poderia conduzir a faltas em cascata e ao desligamento de uma parte importante dos

sistemas eleacutetricos de potecircncia

Recentemente a instabilidade de tensatildeo foi responsaacutevel por vaacuterios colapsos de tensatildeo

de redes eleacutetricas Como consequumlecircncias os termos ldquoinstabilidade de tensatildeordquo e ldquocolapso de

tensatildeordquo aparecem mais frequentemente na literatura e na discussatildeo do planejamento e

operaccedilatildeo dos sistemas

Quando sujeito a uma perturbaccedilatildeo a estabilidade do sistema dependeraacute da condiccedilatildeo

operacional inicial e tambeacutem da natureza da perturbaccedilatildeo Na regiatildeo de equiliacutebrio um sistema

de potecircncia pode ser estaacutevel com respeito a uma grande perturbaccedilatildeo fiacutesica e instaacutevel com

respeito agrave outra

Do ponto de vista econocircmico ou seja da avaliaccedilatildeo custo versus benefiacutecio torna-se

impraticaacutevel por ser antieconocircmico projetar sistemas de potecircncia para serem estaacuteveis para

todas as possiacuteveis contingecircncias

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

32

As contingecircncias baacutesicas satildeo selecionadas no projeto Elas apresentam uma

probabilidade razoavelmente alta de ocorrecircncia Consequumlentemente a estabilidade frente a

uma grande perturbaccedilatildeo ocorreraacute em um conjunto de incidentes de perturbaccedilatildeo especifica

O conjunto de incidentes de perturbaccedilatildeo citado anterior descreve como um colapso de

tensatildeo pode evoluir em um sistema Observa-se que o intervalo para que um colapso ocorra

fica portanto dependendo da resposta dos vaacuterios controles envolvidos dependente do tempo

utilizado para o processamento das informaccedilotildees

Por ser representado por meio de um sistema de equaccedilotildees natildeo-lineares os sistemas

eleacutetricos de potecircncia operam com seus principais paracircmetros (potecircncia gerada tensotildees

cargas correntes) sofrendo constantemente variaccedilotildees em seus valores operacionais A

avaliaccedilatildeo da estabilidade frente a uma grande perturbaccedilatildeo envolve efeitos natildeo-lineares que

natildeo permitem aplicar a linearizaccedilatildeo em torno do ponto de operaccedilatildeo atraveacutes da seacuterie de

Taylor das equaccedilotildees do sistema (KUNDUR et al 2004)

Tradicionalmente a anaacutelise dinacircmica quando aplicada ao estudo da estabilidade de

acircngulo limita-se agraves dinacircmicas dos geradores durante os milissegundos da fase transitoacuteria

Contudo o intervalo de tempo para a anaacutelise de estabilidade de tensatildeo eacute muito maior e nesse

caso se as dinacircmicas dos geradores forem consideradas os requisitos computacionais tornar-

se-iam proibitivos (KUNDUR 1994) Em consequumlecircncia do longo intervalo de tempo

envolvido a estabilidade de tensatildeo tem sido analisada como um problema agrave regime

permanente portanto apropriado para a abordagem atraveacutes da anaacutelise estaacutetica

A abordagem estaacutetica pode oferecer uma visatildeo geral para o fenocircmeno e pode de fato

fornecer uma soluccedilatildeo aproximada ainda aceitaacutevel a qual eacute computacionalmente muito mais

simples quando comparada a abordagem dinacircmica Tambeacutem como fator principal no estudo

da estabilidade de tensatildeo estaacute a disponibilidade de potecircncia reativa problema ideal para

anaacutelise de fluxo de carga que eacute um dos focos deste trabalho

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

33

23 ndash Estabilidade estaacutetica de tensatildeo

A estabilidade de tensatildeo envolve anaacutelises em regime permanente antes e depois de um

distuacuterbio no sistema eleacutetrico Satildeo verificados nos sistemas eleacutetricos os niacuteveis das magnitudes

de tesotildees nas barras e a violaccedilatildeo dos limites teacutermicos dos equipamentos que o compotildeem

Os sistemas eleacutetricos de potecircncia estatildeo continuamente experimentando pequenas

flutuaccedilotildees nas magnitudes das tensotildees poreacutem para avaliar estabilidade de tensatildeo quando o

sistema estiver sob uma dada perturbaccedilatildeo especifica eacute normalmente vaacutelido assumir que o

mesmo encontra-se inicialmente em uma condiccedilatildeo operacional estaacutetica

A estabilidade nos sistemas eleacutetricos de potecircncia estaacute relacionada com a propriedade

do sistema em permitir que ele permaneccedila em um estado de operaccedilatildeo de equiliacutebrio sob

condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo e atinja um estado de equiliacutebrio aceitaacutevel apoacutes ser submetido a

um distuacuterbio seja ele pequeno ou grande Recentemente tendo como objetivo prover a

compreensatildeo do termo ldquoestabilidade de sistemas de potecircnciardquo em uma definiccedilatildeo fiacutesica que se

enquadrasse nas definiccedilotildees da teoria de sistemas eleacutetricos KUNDUR et al (2004)

propuseram

ldquoA estabilidade de sistemas eleacutetricos de potecircncia eacute a habilidade de um sistema de

energia eleacutetrica para uma determinada condiccedilatildeo operacional inicial recuperar um estado

de equiliacutebrio operacional depois que estiver sujeito a uma perturbaccedilatildeo fiacutesica com limitaccedilatildeo

das variaacuteveis do sistema de forma que a integridade de sistema seja preservadardquo

A integridade do sistema eacute preservada quando praticamente todo sistema de potecircncia

restante permanece intacto sem sofrer desligamento de geradores ou cargas com exceccedilatildeo

daqueles desconectados atraveacutes do isolamento dos elementos sob falta ou intencionalmente

desconectados para preservar a continuidade da operaccedilatildeo do restante do sistema

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

34

24 ndash Meacutetodos de estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

Alguns fatos importantes tecircm marcado o planejamento e a operaccedilatildeo de sistemas

eleacutetricos de potecircncia nas uacuteltimas deacutecadas

bull O nuacutemero de conexotildees entre companhias de eletricidade tem aumentado muito

Por exemplo paiacuteses como o Brasil e os Estados Unidos entre outros possuem

praticamente um uacutenico sistema de potecircncia composto de um grande nuacutemero de

companhias de geraccedilatildeo transmissatildeo e distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica Por um

lado isto aumenta a confiabilidade de atendimento da demanda do sistema jaacute

que a energia pode ser repassada pelas companhias que a tem em excesso para

aquelas que apresentam deacuteficit Em consequumlecircncia a necessidade de reserva

girante (spinning reserve) de cada companhia diminui diminuindo seus custos

de geraccedilatildeo Por outro lado os efeitos de perturbaccedilotildees na aacuterea de uma

companhia podem se propagar e serem notados em todo o sistema Logo do

ponto de vista de seguranccedila da operaccedilatildeo o sistema pode ficar mais vulneraacutevel

bull Os novos investimentos na expansatildeo do sistema e instalaccedilatildeo de novos

equipamentos tecircm sido em sua maioria adiada e as causas satildeo vaacuterias

incluindo desde as econocircmicas ateacute as ambientais Como a demanda tem

aumentado consistentemente ao longo dos anos os equipamentos jaacute existentes

passaram a operar cada vez mais proacuteximo de seus limites Em consequumlecircncia a

habilidade do sistema em manter condiccedilotildees aceitaacuteveis de operaccedilatildeo apoacutes

perturbaccedilotildees tem diminuiacutedo bastante

Naturalmente os fatos descritos anteriormente tecircm um impacto direto sobre a

estabilidade do sistema e em particular sobre a estabilidade de tensatildeo Tem se verificado a

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

35

ocorrecircncia de perfis de tensatildeo normalmente altos ou baixos e incidentes de tensatildeo que

levaram ao colapso de tensatildeo (TOGNETE 1997)

O colapso de tensatildeo que eacute um processo pelo qual a instabilidade de tensatildeo leva uma

parte significativa da rede a um perfil de tensotildees baixas tem ocorrido em sistemas com

torques sincronizante e de amortecimento suficientes mas com problemas relacionados ao

controle de potecircncia reativa

Estas ocorrecircncias tecircm sido mais frequumlentes em sistemas muito interconectados

altamente carregados e com falta de um suporte de reativos adequado Eles operam portanto

com pequenas margens de seguranccedila ou seja com pouca capacidade de manter o sistema

estaacutevel sob condiccedilotildees de variaccedilatildeo de carga ou sob contingecircncia

Desta forma uma vez que os problemas de estabilidade de tensatildeo satildeo identificados a

natildeo ser que se tenha um estudo preacutevio de accedilotildees de controle eficientes preventivas ou

restaurativas incluindo a alocaccedilatildeo de reativos a reduccedilatildeo de potecircncia transferida se faz

necessaacuteria Assim a anaacutelise do problema de estabilidade de tensatildeo vem ganhando maiores

destaques jaacute que ele tem se mostrado um fator de limitaccedilatildeo na operaccedilatildeo de redes

Existem hoje diversos meacutetodos de anaacutelise de estabilidade de tensatildeo propostos na

literatura para o estudo do problema de estabilidade de tensatildeo (FLATABO OGNEDAL

CARLSEN 1990) (AJJARAPU CHRISTY 1992) (WGVS 1993) (YONG-HUEI

CHING-TSAI WEN-WEI 1997) (MOGHAVVEMI JASMON 1997) incluindo vaacuterias

teorias que procuram explicar o fenocircmeno do colapso de tensatildeo e os mecanismos para sua

ocorrecircncia Estes meacutetodos permitem que se avaliem as condiccedilotildees de operaccedilatildeo do sistema e de

seu niacutevel de seguranccedila em termos de estabilidade de tensatildeo

A anaacutelise estaacutetica da estabilidade de tensatildeo pode ser realizada em princiacutepio com as

equaccedilotildees de fluxo de carga ou alguma generalizaccedilatildeo adequada destas Estas anaacutelises

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

36

relacionam a ocorrecircncia do colapso de tensatildeo com o problema conhecido das equaccedilotildees de

fluxo de carga de apresentarem muacuteltiplas soluccedilotildees

SEKINE et al (1989) estudaram a natureza das soluccedilotildees do fluxo de carga com

meacutetodos algeacutebricos baseados na natureza quadraacutetica das equaccedilotildees de fluxo de carga com as

tensotildees representadas em coordenadas retangulares

GALIANA et al (1992) identificaram o colapso de tensatildeo como um ponto em que ao

se variar a carga do sistema deixa de haver soluccedilatildeo para o fluxo de carga

Alguns meacutetodos estaacuteticos buscam a definiccedilatildeo de iacutendices de proximidade ao colapso de

tensatildeo para a comparaccedilatildeo entre diferentes pontos de operaccedilatildeo de modo a se obter uma

seleccedilatildeo qualitativa das condiccedilotildees criacuteticas

Dentre as abordagens estaacuteticas tecircm-se os meacutetodos baseados na obtenccedilatildeo das curvas PV

e QV para barras de interesse do sistema Essas curvas satildeo obtidas atraveacutes de caacutelculos do

fluxo de carga convencional ou atraveacutes do fluxo de carga continuado (IBA et al 1991)

(CANtildeIZARES et al 1992) (AJJARAPU CHRISTY 1992) (CHIANG et al 1995) (ALVES

et al 2000) (GARBELINI et al 2005) e que seratildeo vistos no capiacutetulo 3 e 4 por se tratar do

meacutetodo proposto

25 ndash Avaliaccedilatildeo do colapso de tensatildeo baseado nas curvas PV e QV

Uma tarefa que vem se tornando essencial nas etapas de planejamento e operaccedilatildeo de

sistemas eleacutetricos de potecircncia eacute a avaliaccedilatildeo da estabilidade de tensatildeo O aspecto mais

importante dessas anaacutelises eacute a determinaccedilatildeo da margem de estabilidade de tensatildeo e as accedilotildees

de controle necessaacuterias para se garantir essa margem As margens de estabilidade devem ser

determinadas no planejamento e durante a operaccedilatildeo em tempo-real objetivando um melhor

aproveitamento dos recursos de geraccedilatildeo e de capacidade de transmissatildeo Portanto a margem

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

37

de estabilidade de tensatildeo e as accedilotildees de controle devem ser obtidas natildeo soacute para as condiccedilotildees

normais de operaccedilatildeo identificada como caso base mas tambeacutem para um conjunto de

diferentes condiccedilotildees de contingecircncia Isto eacute realizado atraveacutes do traccedilado de curvas PV QV

ou SV para cada contingecircncia e vaacuterias condiccedilotildees operativas

O operador nacional do sistema eleacutetrico brasileiro (ONS) considera o levantamento

das curvas PV como sendo a metodologia mais adequada para se determinar as margens de

estabilidade de tensatildeo utilizando o levantamento da curva QV como metodologia

complementar em subsiacutedio agrave avaliaccedilatildeo das margens de reativos (ONS 2001)

Tradicionalmente empregados pelas concessionaacuterias de energia eleacutetrica estes meacutetodos

satildeo utilizados na determinaccedilatildeo da demanda maacutexima que o sistema pode atender conhecido

como ponto ldquonarizrdquo das curvas PV e QV identificando assim a condiccedilatildeo em que o colapso de

tensatildeo poderaacute ocorrer A distacircncia de um dado ponto de operaccedilatildeo para o ldquonarizrdquo das curvas

PV e QV indica a margem estaacutetica de estabilidade de tensatildeo do sistema (TAYLOR 1994)

251 ndash Curvas PV

A caracteriacutestica de transferecircncia de potecircncia tambeacutem denominada curva PV eacute

definida como sendo a relaccedilatildeo entre a magnitude da tensatildeo e a potecircncia ativa em um

determinado barramento para uma condiccedilatildeo especiacutefica de fator de potecircncia e tensatildeo no

mesmo barramento

As curvas PV satildeo utilizadas

bull Na anaacutelise estrateacutegica de planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos de

potecircncia

bull Na determinaccedilatildeo de limites de transferecircncia de potecircncia

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

38

bull No ajuste das margens

O levantamento da curva PV consiste em realizar caacutelculos de fluxo de potecircncia a

partir de um ponto de operaccedilatildeo inicial identificado como caso base considerando sucessivos

aumentos de carga em uma uacutenica barra numa aacuterea ou em todo o sistema

O aumento de carga pode ou natildeo ser realizado com o fator de potecircncia constante

sendo que a cada incremento de carga satildeo realizados novos caacutelculos de fluxo de carga

determinando-se assim os pontos de operaccedilatildeo que formaratildeo a curva PV

Portanto a curva PV mostra a variaccedilatildeo da tensatildeo numa barra em funccedilatildeo do aumento de

carga considerado no sistema

Figura 22 - Curva PV geneacuterica

Empregada principalmente em anaacutelises conceituais de estabilidade de tensatildeo a curva

PV fornece o ponto de maacuteximo carregamento ou ponto de colapso de tensatildeo ou ponto criacutetico

ou ldquonoserdquo (nariz) da curva (Figura 22)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

39

O ponto de maacuteximo carregamento eacute identificado apoacutes a obtenccedilatildeo da curva PV eacute por

meio dele que se identifica a margem de estabilidade do sistema

Na Figura 22 o valor do maacuteximo carregamento da rede para uma dada condiccedilatildeo

especifica eacute representado pela potecircncia (Pcrit) com o respectivo valor da tensatildeo (Vcrit) para as

quais este maacuteximo carregamento ocorre

Uma desvantagem deste meacutetodo eacute que a soluccedilatildeo do fluxo de carga convencional

diverge na regiatildeo do ldquonarizrdquo da curva PV impossibilitando a obtenccedilatildeo de curvas PV

completas atraveacutes deste meacutetodo (TAYLOR 1994)

252 ndash Curvas QV

O procedimento para se obter as curvas de QV eacute semelhante ao utilizado na obtenccedilatildeo

das curvas de PV

A curva QV pode ser obtida plotando-se a tensatildeo na barra no eixo das abscissas

contra a potecircncia reativa injetada na mesma barra no eixo das ordenadas

Atraveacutes desta curva obteacutem-se a variaccedilatildeo da magnitude da tensatildeo em uma determinada

barra em funccedilatildeo da injeccedilatildeo de potecircncia reativa

A injeccedilatildeo de potecircncia reativa pode ser feita acoplando-se agrave barra uma fonte fictiacutecia de

potecircncia ativa nula e de potecircncia reativa variaacutevel ou seja um condensador siacutencrono sem

limite de reativos

Diminui-se gradativamente a tensatildeo na barra agrave medida que se calcula a injeccedilatildeo de

reativos atraveacutes da soluccedilatildeo de sucessivos fluxo de carga convencional Computacionalmente

isto eacute realizado convertendo-se a barra de geraccedilatildeo (PV) em questatildeo em barra de carga (PQ)

sem limites de injeccedilatildeo de reativos (TAYLOR 1994) Para grandes sistemas as curvas satildeo

obtidas por meio de seacuteries de simulaccedilotildees de fluxo de carga convencional

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

40

Pode-se observar na Figura 23 que a margem de reativos disponiacutevel na barra eacute a

diferenccedila entre a potecircncia reativa de saiacuteda nula do compensador siacutencrono e a potecircncia de saiacuteda

do mesmo na base da curva QV que representa o limite de estabilidade de tensatildeo (dQdV=0)

Q

V

Ponto de Operaccedilatildeo

Margem de Reativos

Figura 23 ndash Curva QV geneacuterica

Como vantagem deste meacutetodo tem-se que a determinaccedilatildeo da margem reativa em

barras criacuteticas eacute simples e raacutepida Poreacutem uma das suas limitaccedilotildees eacute o fato de aumentar a carga

reativa em apenas uma barra do sistema podendo assim levar a resultados enganosos

(KUNDUR 1994)

A seguranccedila estaacutetica esta intrinsecamente relacionada com a potecircncia reativa e a curva

QV nos daacute a margem de potecircncia reativa na barra escolhida para anaacutelise

26 - Margem de carregamento

Os operadores de sistemas eleacutetricos de potecircncia monitoram toda a topologia da rede

com seus atuais fluxos de potecircncia ativa e reativa concomitantemente com os niacuteveis de tensatildeo

nos barramentos Estas grandezas satildeo monitoradas com o claro intuito de se garantir sua

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

41

permanecircncia dentro de limites aceitaacuteveis na atual configuraccedilatildeo ou em qualquer outra das

possiacuteveis configuraccedilotildees subsequumlentes a uma contingecircncia predefinida

O operador deve estar sempre ciente da capacidade de transmissatildeo do sistema sendo

que uma quantificaccedilatildeo mais direta da capacidade de transmissatildeo eacute a margem estaacutetica de

estabilidade de tensatildeo tambeacutem definida como margem de carregamento

A definiccedilatildeo da margem dependeraacute da aplicaccedilatildeo a que se destina De uma forma geral

procura-se estabelecer a margem em funccedilatildeo da diferenccedila entre o valor de um paracircmetro

correspondente a um evento e o seu atual valor

A margem de estabilidade mede a distacircncia a um evento que cause a instabilidade e

deve ser definida de forma a ser facilmente compreendida pelo operador

Para o colapso de tensatildeo a margem de estabilidade eacute definida como o maior aumento

de carga que o sistema pode ter sem provocar o colapso de tensatildeo

A estabilidade de tensatildeo tem se tornado um assunto relevante pelo fato de que o

desequiliacutebrio existente entre os aumentos contiacutenuos de carga e as restriccedilotildees econocircmicas e

ambientais impostas agrave construccedilatildeo de novas usinas de geraccedilatildeo bem como da construccedilatildeo de

novas linhas de transmissatildeo levar os sistemas a operarem proacuteximos de seus limites com

reduzida margem de estabilidade

Na anaacutelise estaacutetica de estabilidade de tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia o ponto

de maacuteximo carregamento define em particular a fronteira entre as regiotildees operacional estaacutevel

e instaacutevel como observado na Figura 22

A determinaccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento eacute importante natildeo somente para a

obtenccedilatildeo de margens estaacuteticas de estabilidade de tensatildeo como tambeacutem para sua aplicaccedilatildeo em

anaacutelise modal uma vez que eacute nesse ponto que a curva PV fornece as informaccedilotildees para a

determinaccedilatildeo de medidas efetivas para se obter um aumento da estabilidade de tensatildeo do

sistema (KUNDUR 1994) (TAYLOR 1994)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

42

Independentemente de qual metodologia se utiliza para levantar as curvas PV de um

sistema em qualquer uma delas o objetivo seraacute determinar a maacutexima carga possiacutevel a ser

atendida

Para sistemas com cargas do tipo PQ constante o ponto de colapso de tensatildeo eacute o ponto

de operaccedilatildeo correspondente ao maacuteximo carregamento do sistema A diferenccedila entre tal ponto

e o ponto de operaccedilatildeo do sistema (em MW ou pu) eacute denominada como sendo agrave margem de

carregamento

O conhecimento preciso da margem de carregamento para o ponto de operaccedilatildeo atual eacute

fundamental para que o operador de sistemas avalie se para um distuacuterbio o sistema encontraraacute

um outro ponto de operaccedilatildeo estaacutevel (WECC 1998)

Para ilustrar o exposto considere a Figura 24 na qual satildeo apresentadas duas curvas

PV obtidas para o sistema 14 barras do IEEE

A curva 1 resulta da condiccedilatildeo normal de operaccedilatildeo considerada como curva de preacute-

contingecircncia enquanto que a curva 2 resulta da condiccedilatildeo de poacutes-contingecircncia da linha de

transmissatildeo entre as barras 1 e 2

Os pontos de maacuteximo carregamento satildeo representados nas curvas 1 e 2 como Pmax-preacute e

Pmax-poacutes respectivamente

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

43

Figura 24 ndash Definiccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e da margem de carregamento

O ponto ldquoOrdquo foi obtido por meio de um programa de fluxo de carga convencional e

representa o ponto de operaccedilatildeo estaacutevel do sistema denominado caso base

Conforme foi definido a margem de carregamento para as curvas 1 e 2 satildeo os valores

em pu entre o ponto ldquoOrdquo e os pontos Pmax-preacute e Pmax-poacutes respectivamente

Caso o sistema esteja operando no ponto ldquoOrdquo da curva 1 e o mesmo for submetido por

exemplo a um aumento de carga ele passaria a operar no ponto ldquoOacute rdquo Nesse caso o sistema

entraria em colapso se ocorresse agrave contingecircncia conforme mostra a curva 2 poreacutem

permaneceria operando com uma margem reduzida na condiccedilatildeo normal conforme mostrado

pela curva 1

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

44

Nas anaacutelises de planejamento e operaccedilatildeo sistemas eleacutetricos de potecircncia o caacutelculo da

margem de carregamento eacute efetuado por meio do fluxo de carga convencional e mais

recentemente do fluxo de carga continuado

Observa-se que o meacutetodo fluxo de carga convencional eacute considerado ineficiente na

obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento devido agraves dificuldades numeacutericas apresentadas agrave

medida que o carregamento do sistema se aproxima deste ponto criacutetico pois para sistemas

com cargas do tipo PQ constante a matriz Jacobiana torna-se singular no ponto de maacuteximo

carregamento Dessa forma a sua obtenccedilatildeo torna-se ineficiente e imprecisa devido agraves

dificuldades numeacutericas apresentadas pelo fluxo de carga convencional agrave medida que o

carregamento do sistema se aproxima de sua vizinhanccedila

De um modo geral a divergecircncia de um fluxo de carga convencional pode estar

associada ao meacutetodo utilizado na resoluccedilatildeo agrave estimativa inicial agraves muacuteltiplas soluccedilotildees

existentes e agrave inexistecircncia da soluccedilatildeo ou agrave existecircncia de singularidades

Uma vez que o ponto de maacuteximo carregamento estaacute associado agraves limitaccedilotildees fiacutesicas do

sistema eleacutetrico de potecircncia sua determinaccedilatildeo natildeo deve ser baseada numa limitaccedilatildeo

matemaacutetica de um meacutetodo numeacuterico Assim haveraacute sempre a necessidade de se investigar se

a divergecircncia eacute devida a problemas numeacutericos ou a limitaccedilotildees fiacutesicas do sistema geralmente

as diferenccedilas natildeo satildeo tatildeo oacutebvias

Observa-se que a singularidade da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo

carregamento eacute devido agrave reduccedilatildeo de seu posto ou seja do seu rank Isto natildeo significa que no

ponto de maacuteximo carregamento o fluxo de carga convencional natildeo tenha nenhuma soluccedilatildeo

Na realidade esta soluccedilatildeo existe eacute uacutenica e eacute bem definida poreacutem eacute necessaacuterio reformular a

informaccedilatildeo perdida com a reduccedilatildeo do posto da matriz Jacobiana para se obter a soluccedilatildeo

Normalmente esta compensaccedilatildeo de informaccedilatildeo seraacute realizada atraveacutes da adiccedilatildeo de

equaccedilotildees algeacutebricas parametrizadas (CHIANG et al 1995)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

45

Para carregamentos maiores que o do ponto de maacuteximo carregamento no entanto as

equaccedilotildees de fluxo de carga convencional natildeo tecircm soluccedilatildeo

Os meacutetodos da continuaccedilatildeo vecircm sendo utilizados por longa data na anaacutelise de sistemas

de equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares parametrizadas (SEYDEL 1994) Mais recentemente foi

proposta a sua utilizaccedilatildeo para o traccedilado das curvas de carregamento obtenccedilatildeo de muacuteltiplas

soluccedilotildees e do ponto de colapso de tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia (ALVES et al

2000) (FLUECK DONDETTI 2000) (WANG DA SILVA XU 2000) (ALVES et al

2002-I) (ALVES et al 2002-II)

Em funccedilatildeo de sua crescente utilizaccedilatildeo na anaacutelise de sistemas eleacutetricos esses meacutetodos

jaacute fazem parte de livros textos (KUNDUR 1994) (SEYDEL 1994) (TAYLOR 1994)

A reformulaccedilatildeo das equaccedilotildees de fluxo de carga convencional visa agrave remoccedilatildeo da

singularidade da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo carregamento e por conseguinte dos

problemas numeacutericos que surgem em sua vizinhanccedila Como resultado algoritmos de precisatildeo

simples podem ser usados para obter o ponto de maacuteximo carregamento

Capiacutetulo 3

MEacuteTODO DA CONTINUACcedilAtildeO E SUAS TEacuteCNICAS DE

PARAMETRIZACcedilAtildeO

31 ndash Introduccedilatildeo

Os sistemas de equaccedilotildees natildeo-lineares tecircm na formulaccedilatildeo matricial do meacutetodo de

Newton-Raphson um algoritmo com uma enorme versatilidade para sua soluccedilatildeo O conjunto

de soluccedilotildees se daacute atraveacutes do estabelecimento de uma estimativa inicial com posteriores

execuccedilotildees do meacutetodo atraveacutes de um processo que envolve sucessivas variaccedilotildees de um

determinado paracircmetro do sistema

O algoritmo eacute executado atraveacutes de uma sequumlecircncia de etapas sendo a mais complexa

do ponto de vista computacional a obtenccedilatildeo da matriz Jacobiana a partir da linearizaccedilatildeo do

sistema de equaccedilotildees e a posterior inversatildeo explicita ou natildeo dessa matriz para o caacutelculo de

aproximaccedilotildees para a soluccedilatildeo

Com a execuccedilatildeo do meacutetodo de Newton-Raphson obtem-se uma uacutenica soluccedilatildeo para o

sistema de equaccedilotildees desde que se estime adequadamente a soluccedilatildeo inicial e que

consequumlentemente a soluccedilatildeo desejada natildeo corresponda a um ponto singular

Os meacutetodos conhecido como path following methods (SEYDEL 1994) no qual se

inclui o meacutetodo da continuaccedilatildeo satildeo capazes de reformular o problema do fluxo de carga

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

47

convencional nos sistemas eleacutetricos de potecircncia de uma maneira tal a definir as soluccedilotildees

como funccedilotildees contiacutenuas de um determinado paracircmetro λ

O fluxo de carga continuado pode ser usado para resolver qualquer conjunto de

equaccedilotildees de equiliacutebrio ou regime permanente de sistemas eleacutetricos de potecircncia Consiste na

consecuccedilatildeo de sucessivas soluccedilotildees de equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares objetivando traccedilar

trajetoacuterias de soluccedilatildeo a partir de um caso base mudando o valor de um paracircmetro escolhido

automaticamente

A proposta do fluxo de carga continuado eacute a de encontrar uma continuidade de

soluccedilotildees do fluxo de carga convencional para uma dada condiccedilatildeo de mudanccedila de carga O

objetivo do meacutetodo eacute traccedilar perfis de tensatildeo das barras a partir de uma soluccedilatildeo inicial

conhecida identificada como caso base usando um esquema preditor-corretor para encontrar

as subsequumlentes soluccedilotildees ateacute o ponto de maacuteximo carregamento Deste processo podem ser

obtidas a margem de estabilidade de tensatildeo e as informaccedilotildees adicionais sobre o

comportamento das tensotildees das barras do sistema com o aumento do niacutevel de carregamento

Os estudos pertinentes agrave anaacutelise estaacutetica de tensatildeo mostram que a aplicaccedilatildeo do fluxo

de carga continuado consegue superar as dificuldades numeacutericas (no ponto de maacuteximo

carregamento) por meio da adiccedilatildeo de equaccedilotildees parametrizadas

Este capiacutetulo tem por objetivo introduzir os conceitos baacutesicos gerais do fluxo de carga

convencional e do fluxo de carga continuado Satildeo tambeacutem apresentadas algumas variaccedilotildees no

emprego do meacutetodo da continuaccedilatildeo com suas respectivas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo Dentre

as diversas teacutecnicas muitas seratildeo apenas comentadas por natildeo se tratarem de teacutecnicas

empregadas neste trabalho

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

48

32 - Fluxo de carga convencional

Na formulaccedilatildeo do problema fluxo de carga convencional as equaccedilotildees (G) para um

sistema podem ser escritas como

0)Vθ(G = (31)

Onde

θ eacute o vetor dos acircngulos de fase nodais das barras de carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV)

V eacute o vetor das magnitudes das tensotildees nodais das barras de carga (PQ)

G eacute o vetor que conteacutem as equaccedilotildees dos balanccedilos de potecircncias ativa e reativa nodais

De acordo com Monticelli (MONTICELLI 1983)

bull A barra PV conhecida como barra de geraccedilatildeo eacute aquela onde satildeo conhecidas as

variaacuteveis independentes isto eacute a potecircncia ativa (P) e a tensatildeo (V) sendo

desconhecidas as variaacuteveis dependentes ou seja a potecircncia reativa (Q) e o

acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

bull A barra PQ tambeacutem denominada barra de carga eacute aquelas onde satildeo

conhecidas a potecircncia ativa (P) e a potecircncia reativa (Q) sendo desconhecidas a

tensatildeo (V) e o acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

bull A barra Vθ conhecida como barra de folga (slack) ou barra de referecircncia eacute

aquela onde satildeo conhecidas a tensatildeo (V) e o acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

sendo desconhecidas a potecircncia ativa (P) e a potecircncia reativa (Q)

No fluxo de carga utilizando o meacutetodo de Newton-Raphson para a resoluccedilatildeo das

equaccedilotildees do fluxo de carga convencional obtem-se os valores de kV e kθ para todas as

barras atribuindo-lhe a denominaccedilatildeo de caso base e seguindo o algoritmo apresentado a

seguir (MONTICELLI 1983)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

49

A Equaccedilatildeo (31) pode tambeacutem ser reescrita como

PQbarrasaspara

PVePQbarrasaspara

0

0

=minus=

=minus=

V)Q(θespQΔQ

V)P(θespPΔP (32)

onde G(θV) satildeo as equaccedilotildees baacutesicas do fluxo de carga V eacute o vetor das magnitudes das

tensotildees nodais e θ eacute o vetor do acircngulo das tensotildees nodais Pesp = Pgesp - Pc

esp eacute a diferenccedila

entre as potecircncias ativas geradas e consumidas para as barras de carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV)

e Qesp = Qgesp - Qc

esp eacute a diferenccedila entre as potecircncias reativas geradas e consumidas para as

barras PQ

As equaccedilotildees de injeccedilatildeo de potecircncia ativa e reativa na barra k obtidas pela primeira Lei

de Kirchhoff satildeo

sum

sum

isin

isin

minus=

+=

κ

κ

mkmkmkmkmmk

mkmkmkmkmmk

)θBθ(GVV

)θBθ(GVV

kQ

kP

cossen

sencos

)(

)(

Vθ (33)

Onde Pk eacute a potecircncia ativa na barra k Qk eacute a potecircncia reativa na barra k Vk e Vm satildeo as

magnitudes das tensotildees terminais do ramo k-m θkm eacute a defasagem angular entre as tensotildees das

barras terminais no ramo k-m Gkm eacute a condutacircncia do ramo k-m Bkm eacute a susceptacircncia do ramo

k-m κ eacute o conjunto formado pela barra k mais todas as barras m conectadas a ela

)i Fazer 0=v e escolher os valores iniciais do acircngulo das tensotildees das barras PQ e

PV )θθ( 0= e as magnitudes das tensotildees das barras PQ )VV( 0=

)ii Calcular )V( vvθP para as barras PQ e PV e )V( vvθQ para as barras PQ e

determinar os mismatches vPΔ e vQΔ

)iii Testar convergecircncia se PvMax εleP Δ e Q

vMax εleQ Δ o processo

iterativo convergiu para a soluccedilatildeo )V( vvθ caso contraacuterio passar para )( iv

)iv Calcular a matriz Jacobiana

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

50

=

)Vθ(L)Vθ(N

)Vθ(M)Vθ(H)V(θ

vv

vv

vv

vvvvJ (34)

Os componentes das submatrizes Jacobianas H N M e L correspondem agraves derivadas

das potecircncias ativa e reativa em relaccedilatildeo ao acircngulo de fase das tensotildees das barras PQ e PV e

em relaccedilatildeo agrave magnitude das tensotildees nas barras PQ

minusminusminus=partpart=

minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Hkmkmkmkm

Kmlkkkkkkkk

kmkmkmkmmklkkm

BsenGVVBVPH

BsenGVVPH

θθθ

θθθ

2 (35)

++=partpart=

+=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Nkmkmkmkm

Kmmkkkkkkk

kmkmkmkmkmkkm

senBGVGVVPN

senBGVVPN

θθ

θθ

(36)

++minus=partpart=

+minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Mkmkmkmkm

Kmmkkkkkkkk

kmkmkmkmmkmkkm

senBGVVGVQM

senBGVVQM

θθθ

θθθ

2 (37)

minus+minus=partpart=

minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Lkmkmkmkm

Kmmkkkkkkk

kmkmkmkmkmkkm

BsenGVBVVQL

BsenGVVQL

θθ

θθ

(38)

)v Determinar a nova soluccedilatildeo )V(θ 1v1v ++

vvv

vvv

ΔVVVΔθθθ+=

+=+

+

1

1

(39)

sendo vθΔ e vVΔ determinados resolvendo-se o sistema linear

=

v

v

vv

vv

vv

vv

vv

vv

LN

MH

)Vθ()Vθ(

)Vθ()Vθ(

)Vθ()Vθ(

ΔΔ

ΔQΔP (310)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

51

)vi Fazer vv rarr+1 e voltar para o passo )(ii

A dimensatildeo do sistema de equaccedilotildees (31) eacute

n = 2nPQ + nPV

Onde nPQ representa o nuacutemero de barras PQ nPV representa o nuacutemero de barras PV n

representa o nuacutemero de incoacutegnitas

Isto normalmente eacute suficiente para a resoluccedilatildeo do problema fluxo de carga

convencional contanto que a matriz Jacobiana tenha posto completo ou seja natildeo deve ser

singular

No fluxo de carga convencional uma barra PV eacute usada para representar a barra de

geraccedilatildeo com controle de tensatildeo

Em cada interaccedilatildeo a geraccedilatildeo de reativo de cada barra PV eacute comparada com seu

respectivo limite (Q-limite) no caso de violaccedilatildeo a barra PV eacute alterada para tipo PQ onde Q eacute

especificado no valor limite alcanccedilado ou seja torna-se uma variaacutevel independente e V se

torna uma incoacutegnita no problema isto eacute torna-se uma variaacutevel dependente Estas barras

podem voltar a ser PV nas iteraccedilotildees futuras Em geral mudanccedilas no tipo das barras natildeo

afetam a soluccedilatildeo

As curvas PV podem ser traccediladas atraveacutes de sucessivas soluccedilotildees do fluxo de carga

convencional a partir de um caso base ateacute proacuteximo ao ponto de maacuteximo carregamento para

incrementos graduais de carga (λ)

A expressatildeo (311) corresponde agraves equaccedilotildees de balanccedilo de potecircncias definidas em

(31) acrescida da dependecircncia contiacutenua da carga (resistiva indutiva ou capacitiva) com o

paracircmetro escalar λ

0VθG =)( λ (311)

Ou ainda

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

52

PQ

PVPQ

barras para0)Q(esp

e barras para0)P(esp

=minusλ

=minusλ

VQ

VP

θ

θ (312)

Onde

c-g esp PPP = eacute a diferenccedila entre as potecircncias ativas geradas e consumidas para as barras de

carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV) c- esp QQ = eacute potecircncia reativa consumida para as barras PQ

Observa-se que quando o tipo da barra PV eacute alterado para PQ deve-se tomar o

cuidado de natildeo multiplicar suas potecircncia reativas geradas ( gQ ) por λ

No sistema de equaccedilotildees (312) assume-se que o aumento de carga do sistema eacute

proporcional ao caso base (λ=1) e que o fator de potecircncia eacute mantido constante (Costa et al

(1998)) (TAYLOR 1994) As potecircncias ativa espkP e reativa esp

kQ podem tambeacutem ser

definidas como espkcosesp

kSesppkC ϕ e esp

ksenespkSesp

qkC ϕ respectivamente Assim dependendo

do valor de espqkCeesp

pkC pode-se obter as curvas PV QV ou SV

Portanto eacute possiacutevel realizar-se uma variaccedilatildeo de carregamento individual isto eacute para

cada barra do sistema considerando para cada uma um crescimento de carga com fatores de

potecircncia diferentes aos do caso base

Tradicionalmente entretanto assume-se que o aumento de carga de uma determinada

aacuterea eacute feito com fator de potecircncia constante e proporcional ao carregamento do caso base com

modelo de carga de potecircncia constante visto que este fornece a condiccedilatildeo de operaccedilatildeo mais

segura para o sistema (WECC 1998) (TAYLOR 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

53

Em geral λ eacute considerado uma variaacutevel dependente e entatildeo variado automaticamente

Dessa forma o sistema de equaccedilotildees (312) cuja dimensatildeo eacute n = 2nPQ + nPV agora tem 1n +

incoacutegnitas e uma equaccedilatildeo adicional eacute necessaacuteria

Por outro lado qualquer uma das 1n + incoacutegnitas pode ser definida como paracircmetro

seus valores podem ser especificados e entatildeo esta equaccedilatildeo pode ser usada para calcular a

nova variaacutevel dependente λ Assim o sistema (312) ficaraacute com n equaccedilotildees e n incoacutegnitas

Nestas condiccedilotildees a nova matriz Jacobiana diferiraacute da original na coluna k onde as derivadas

das potecircncias em relaccedilatildeo ao novo paracircmetro seratildeo substituiacutedas pelas correspondentes

derivadas em relaccedilatildeo agrave nova variaacutevel dependente (λ)

A adiccedilatildeo de equaccedilotildees parametrizadas tem se tornado um procedimento padratildeo

(SEYDEL 1994) Entretanto isto implicaraacute em um aumento na dimensatildeo da matriz Jacobiana

Aplicando-se a teacutecnica do meacutetodo do fluxo de carga convencional para resolver a

Equaccedilatildeo (312) para o caso base (Vo θo λο = 1) obtem-se como resultado o primeiro ponto

da curva PV correspondente ao ponto ( )ax λ visualizado na Figura 31 Emprega-se entatildeo o

meacutetodo da continuaccedilatildeo para calcular as soluccedilotildees adicionais ateacute que o ponto de maacuteximo

carregamento seja alcanccedilado No iniacutecio do processo um passo preditor eacute executado para

encontrar uma estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo

A diferenccedila entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo estaacute na forma como esta nova variaacutevel eacute

tratada e em como a singularidade da nova matriz Jacobiana eacute evitada

33 - Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de prediccedilatildeo parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo

O traccedilado das curvas PV e QV para uma uacutenica barra a soluccedilatildeo do fluxo de carga

convencional dependeraacute dentre outros fatores da existecircncia da soluccedilatildeo das muacuteltiplas

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

54

soluccedilotildees existentes do meacutetodo utilizado na resoluccedilatildeo das equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares

da existecircncia de singularidades da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo carregamento da

estimativa inicial Todas estas caracteriacutesticas satildeo comuns aos processos de soluccedilatildeo de

equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares em geral

O meacutetodo da continuaccedilatildeo pode ser implementado com qualquer conjunto de equaccedilotildees

de equiliacutebrio ou seja em regime permanente de um sistema eleacutetrico de potecircncia embora nas

anaacutelises de estabilidade de tensatildeo tecircm sido empregados mais especificamente para o caacutelculo

da trajetoacuteria de soluccedilotildees

A denominaccedilatildeo de fluxo de carga continuado (do inglecircs Continuation Power Flow)

adveacutem do uso das equaccedilotildees padrotildees do fluxo de carga convencional como modelo das redes

eleacutetricas (KUNDUR 1994) (VAN CUTSEM 1998)

O meacutetodo da continuaccedilatildeo abaliza-se fundamentalmente na determinaccedilatildeo de uma

estimativa atraveacutes de um processo de prediccedilatildeo a partir de uma soluccedilatildeo conhecida

A estimativa representa a condiccedilatildeo inicial para o processo de correccedilatildeo que por sua vez

e o responsaacutevel pela convergecircncia agrave nova soluccedilatildeo

Dentre os inuacutemeros meacutetodos descritos na literatura especiacutefica o mais amplamente

empregado consiste de quatro procedimentos baacutesicos

I Um procedimento de prediccedilatildeo necessaacuterio na ponderaccedilatildeo de uma estimativa para

o proacuteximo ponto de soluccedilatildeo

Dentre as diversas teacutecnicas de previsatildeo destaca-se o meacutetodo da tangente

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994) e o

meacutetodo da secante (CHIANG et al 1995) (CHIANG et al 1999)

Uma outra teacutecnica de previsatildeo eacute a denominada de previsatildeo trivial ou polinomial

modificada de ordem zero (CHIANG et al 1995)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

55

II Um procedimento estrateacutegico de parametrizaccedilatildeo necessaacuterio para evitar a

singularidade da matriz Jacobiana

As teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo mais frequumlentemente utilizadas nos fluxo de carga

continuado satildeo a local a geomeacutetrica e a que utiliza o comprimento de arco

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994)

(SEYDEL 1994) (CHIANG et al 1995) (CHIANG et al 1999)

III Um controle de tamanho de passo usado para obter um bom desempenho global

IV Um procedimento corretor necessaacuterio para corrigir a soluccedilatildeo aproximada do

passo preditor a fim de se evitar acumulo de erros

A teacutecnica mais aplicada eacute a da interseccedilatildeo perpendicular (AJJARAPU

CHRISTY 1992) (IBA et al 1991)

O meacutetodo da continuaccedilatildeo tem como objetivo encontrar soluccedilotildees consecutivas a a+1

para um sistema de equaccedilotildees natildeo-lineares de tal forma que

( ) ( ) ( )correccedilatildeoprediccedilatildeo

xxx aaeea 11 ++rarrrarr λλλ

A partir da soluccedilatildeo conhecida ( )ax λ atraveacutes de um processo de prediccedilatildeo eacute possiacutevel

se determinar uma estimativa ( ) 1

+aeex λ Tal estimativa eacute a condiccedilatildeo inicial para o processo

de correccedilatildeo responsaacutevel pela convergecircncia agrave nova soluccedilatildeo ( ) 1 +ax λ

A Figura 31 ilustra de forma geneacuterica os processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em

sistemas parametrizados

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

56

Figura 31 - Processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em sistemas parametrizados

331 ndash Teacutecnicas de prediccedilatildeo

3311 - Preditor tangente

No passo preditor tangente a estimativa da proacutexima soluccedilatildeo pode ser encontrada

dando-se um passo de dimensatildeo apropriadamente escolhida na direccedilatildeo do vetor tangente agrave

curva PV calculado na soluccedilatildeo atual do processo

O caacutelculo do vetor tangente (t) pode ser obtido tomando-se as derivadas parciais do

sistema de equaccedilotildees (311)

Diferenciando-se a Equaccedilatildeo (311) e colocando-a na sua forma matricial pode-se

calcular o vetor tangente atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

[ ] [ ]

=minus=

minus

000

tVθ

GG λV

ddd

GG λθ Jλ

(313)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

57

Onde

Gθ satildeo as derivadas parciais de G em relaccedilatildeo agrave θ Gv satildeo as derivadas parciais de G em

relaccedilatildeo agrave V Gλ satildeo as derivadas parciais de G em relaccedilatildeo agrave λ

Gθ e GV compotildeem a matriz Jacobiana do Fluxo de carga convencional

Incrementa-se uma coluna ndashGλ em J correspondente a nova variaacutevel λ Atraveacutes do

incremento da nova coluna o nuacutemero de incoacutegnitas passa a ser maior do que o nuacutemero de

equaccedilotildees uma variaacutevel do vetor t deve ser especificada com um valor diferente de zero A

variaacutevel escolhida daacute-se a denominaccedilatildeo de ldquoparacircmetro da continuaccedilatildeordquo

Com a especificaccedilatildeo do paracircmetro da continuaccedilatildeo deve-se acrescentar uma nova

equaccedilatildeo (ek t = tk = plusmn 1) ao sistema (32)

O sistema de equaccedilotildees (314) com as devidas modificaccedilotildees passa a ser

plusmn==

minus=

minus

100GG

ttGG

VθGG

mJee kk

λθλθ VV

dλdd

(314)

Na Equaccedilatildeo (314) ek eacute um vetor linha devidamente dimensionado com todos os

elementos nulos exceto o k-eacutesimo que seraacute igual a 1

A identificaccedilatildeo do iacutendice ldquokrdquo eacute realizada de forma tal que o vetor tangente t tenha uma

norma natildeo-nula e garanta que a matriz Jacobiana modificada (Jm) seja natildeo-singular no ponto

de maacuteximo carregamento

O nuacutemero 1 deveraacute ser posto na coluna da variaacutevel escolhida como paracircmetro da

continuaccedilatildeo (Vk θk ou λ) A introduccedilatildeo do sinal + ou ndash dependeraacute de como a variaacutevel

escolhida como paracircmetro da continuaccedilatildeo estaraacute sendo alterada positivo se ela estiver

crescendo de valor e negativo se estiver decrescendo

Uma vez obtido o vetor t a estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo seraacute dada por

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

58

+

=

dλλλ a

a

a

dVdθ

σe

e

e

(315)

O sobrescrito ldquoerdquo indica estimativa isto eacute o vetor tangente eacute usado para obter uma

estimativa para θ V e λ a partir da soluccedilatildeo atual ldquoardquo

O escalar σ eacute o tamanho do passo preditor apropriado

A dimensatildeo do passo deve ser tal que a soluccedilatildeo prevista esteja dentro do raio de

convergecircncia do passo corretor

3312 ndash Preditor secante

O meacutetodo do preditor secante de ordem um eacute uma aproximaccedilatildeo do vetor tangente e

utiliza a soluccedilatildeo anterior e a soluccedilatildeo atual para fazer a estimativa da proacutexima soluccedilatildeo Estes

dois primeiros pontos satildeo obtidos pelo meacutetodo do preditor tangente

Os meacutetodos polinomiais estatildeo baseados em um polinocircmio de ordem variada que

ldquocortardquo a soluccedilatildeo atual e as soluccedilotildees preacutevias )( aa λx )( 1minusminus aa λ1x para prover um ponto de

aproximaccedilatildeo para a proacutexima soluccedilatildeo )( 11 ++ aa λx

)()()( 111 minusminus++ minusminus+= aaaaaaaa λλσλλ xxxx 1 (316)

O sistema da Figura 32 apresentada em (ALVES 2000) para ilustrar os passos do

meacutetodo da continuaccedilatildeo com preditor tangente e secante

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

59

r12 + j x12 r23 + j x23

(slack)

2 3

P2 + jQ2 P3 + jQ3

y12 = g12 + j b12 y23 = g23 + j b23

V1 = V1 0o pu

V2 = V2 θ2o pu

V3 = V3 θ3

o pu

1

Figura 32 - Sistema de trecircs barras

Os valores adotados para o sistema de trecircs barras da Figura 32 foram

01911 upV oang=amp 33010012 upjz += 67020023 upjz += 0022 upjQjP +=+

toleracircncia de 10-5

A Figura 33 (ALVES 2000) obtida para o sistema da Figura 32 ilustra os passos da

previsatildeo pelo vetor tangente por meio da reta contiacutenua e pelo vetor secante por meio da reta

tracejada respectivamente obtidas utilizando λ como paracircmetro da continuaccedilatildeo

Figura 33 - Comparaccedilatildeo entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo com preditor tangente e com preditor secante

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

60

Observa-se na Figura 33 que no ponto ldquoArdquo o passo corretor natildeo encontraraacute soluccedilatildeo

se λ for o paracircmetro utilizado Aleacutem disso o uso deste paracircmetro natildeo eliminaraacute a

singularidade da matriz Jacobiana modificada (Jm) no ponto de maacuteximo carregamento tanto

no passo preditor quanto no corretor

Assim para obter-se o ponto de maacuteximo carregamento com maior precisatildeo o passo

teraacute que ser reduzido agrave medida que os pontos se aproximam do ponto de maacuteximo

carregamento

3313 - Preditor polinomial modificado de ordem zero

Uma outra teacutecnica de previsatildeo que seraacute adotada para o passo preditor na metodologia

proposta nesse trabalho eacute a denominada de previsatildeo trivial ou polinomial modificada de

ordem zero (CHIANG et al 1995)

Esta teacutecnica usa a soluccedilatildeo atual e um incremento fixo no paracircmetro (λ θk ou Vk)

como uma estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo Observa-se que as soluccedilotildees sucessivas de (32)

pelo meacutetodo de Newton com a prefixaccedilatildeo de vaacuterios valores para o paracircmetro em uso (λ θk

ou Vk) satildeo casos particulares dessa teacutecnica de previsatildeo

Uma vez especificado um incremento fixo no paracircmetro (λ θk ou Vk) como uma

estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo torna-se necessaacuterio realizar a correccedilatildeo a partir da soluccedilatildeo

atual para obter a soluccedilatildeo correta final

Em geral o incremento adotado pelo passo preditor exige poucas iteraccedilotildees para que a

proacutexima soluccedilatildeo seja obtida dentro da precisatildeo desejada

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

61

332 - Controle do passo preditor

A adoccedilatildeo do controle de passo eacute de fundamental importacircncia para a eficiecircncia do

meacutetodo da continuaccedilatildeo Uma boa opccedilatildeo eacute na medida do possiacutevel definir o menor passo entre

a soluccedilatildeo conhecida ( )ax λ e a soluccedilatildeo estimada ( ) 1

+aeex λ Esta opccedilatildeo apesar de garantir a

convergecircncia do meacutetodo nos trechos da trajetoacuteria de soluccedilatildeo com curvatura mais acentuada

tem como agravante o elevado dispecircndio de tempo nos trechos planos

O controle de passo ideal deve se adaptar agrave topologia da trajetoacuteria de soluccedilatildeo

tornando-se um algoritmo com consideraacutevel grau de sofisticaccedilatildeo

Para sistemas pouco carregados aplicam-se passos maiores jaacute para sistemas altamente

carregados aplicam-se passos menores O ideal seria se o tamanho do passo se adaptasse agraves

condiccedilotildees reais de convergecircncia Um meacutetodo simples baseado no nuacutemero de iteraccedilotildees do

passo corretor eacute utilizado para controlar o tamanho do passo preditor se o nuacutemero de

iteraccedilotildees do passo corretor for pequeno indica que a carga ainda eacute leve ou normal e o passo

pode ser maior Aumentando o nuacutemero de iteraccedilotildees o sistema estaraacute numa regiatildeo de alto

carregamento e o tamanho do passo deve ser reduzido

Uma opccedilatildeo eacute o uso da tensatildeo (Vk) como paracircmetro durante todo o traccedilado da curva

PV pois isso acarretaraacute em um controle automaacutetico do passo Isto porque em geral um passo

fixo na tensatildeo corresponde a passos largos no fator de carregamento durante carga leve e

normal e em passos reduzidos para altos carregamentos conforme mostrado na Figura 34

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

62

05 1 15 2 25 3 35 4 45 5 550

02

04

06

08

1

12

14 Te

nsatildeo

[pu

]

Fator de carregamento λ

Figura 34 - Controle automaacutetico do passo σ

Outro meacutetodo de controle do tamanho do passo eacute baseado na norma do vetor tangente

(ZAMBRONI et al 1997) O tamanho do passo eacute definido como

2

t0σσ = (317)

Onde σ0 eacute um escalar predefinido || t ||2 eacute a norma Euclidiana do vetor tangente t

Agrave medida que o sistema torna-se carregado a magnitude do vetor tangente aumenta e

consequumlentemente σ diminui

333 ndash Teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo

A parametrizaccedilatildeo na anaacutelise estaacutetica da tensatildeo eacute a forma matemaacutetica usada para

identificar cada soluccedilatildeo na curva correspondente agrave trajetoacuteria de soluccedilotildees (curva PV) de forma

que a proacutexima soluccedilatildeo ou a soluccedilatildeo prevista possa ser quantificada

Carga leve passos maiores

Alto carregamento passos menores

A correccedilatildeo eacute feita horizontalmente paracircmetro Vk

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

63

A estrateacutegia de parametrizaccedilatildeo eacute quem define a robustez do meacutetodo da continuaccedilatildeo

em relaccedilatildeo agrave eliminaccedilatildeo dos problemas numeacutericos relacionados aos meacutetodos de soluccedilotildees das

equaccedilotildees e a obtenccedilatildeo das muacuteltiplas soluccedilotildees

O processo da parametrizaccedilatildeo eacute normalmente efetuado atraveacutes da aplicaccedilatildeo de

paracircmetros fiacutesicos tais como magnitude de tensatildeo fator de carregamento potecircncia ativa

potecircncia reativa etc eou paracircmetros artificiais cabendo destacar equaccedilotildees geomeacutetricas

comprimento de arco

As teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo fiacutesica podem resultar em dificuldades de convergecircncia

do meacutetodo inerentes aos pontos de transiccedilatildeo

Consegue-se evitar tais dificuldades efetuando-se uma avaliaccedilatildeo local em cada

soluccedilatildeo e caso o processo neste ponto convirja efetua-se a troca desse paracircmetro Essa

teacutecnica de parametrizaccedilatildeo eacute chamada de parametrizaccedilatildeo local (AJJARAPU CHRISTY

1992)

Jaacute as teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo artificial favorecem as convergecircncias uma vez que

natildeo encontram problemas nos pontos de transiccedilatildeo sendo por este motivo consideradas mais

robustas e apropriadas em relaccedilatildeo agraves teacutecnicas baseadas em paracircmetros fiacutesicos (WGVS 1993)

Com o passo preditor realizado isto eacute com o ponto estimado ( ) 1

+aeex λ encontrado

existe nesta soluccedilatildeo um erro uma vez que o ponto (estimado) natildeo se encontra na soluccedilatildeo real

da funccedilatildeo definida portanto torna-se necessaacuterio realizar a correccedilatildeo desta soluccedilatildeo aproximada

para se obter a soluccedilatildeo correta evitando-se desta forma um acuacutemulo de erros

Uma vez que o ponto obtido encontra-se muito proacuteximo da soluccedilatildeo correta reduzido

nuacutemero de iteraccedilotildees geralmente e torno de duas ou trecircs seratildeo necessaacuterias para se alcanccedilar a

curva trajetoacuteria de soluccedilotildees (curva PV) dentro da precisatildeo desejada

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

64

Qualquer meacutetodo numeacuterico pode ser utilizado na aplicaccedilatildeo do passo corretor Para o

sistema eleacutetrico de potecircncia o mais frequumlentemente utilizando eacute o meacutetodo de Newton-

Raphson (ALVES et al 2004-I)

Uma equaccedilatildeo adicional eacute acrescentada ao sistema de equaccedilotildees (311) definindo um

hiperplano perpendicular ao vetor de prediccedilatildeo Assim o sistema de equaccedilotildees da etapa de

correccedilatildeo passa a ser

0

0)(

=minus

=eppλVG θ

(318)

Onde p corresponde agrave variaacutevel escolhida como o paracircmetro de continuaccedilatildeo pe corresponde a

valor estimado do paracircmetro de continuaccedilatildeo obtido no procedimento de prediccedilatildeo

Linearizando-se em torno do ponto de operaccedilatildeo (318) vem

=

∆λ=

∆λ

minus

0

λQP

eGG

mk

ΔΔ

ΔΔ

ΔΔ

GVθ J (319)

sendo que o vetor ek conteraacute a unidade apenas na coluna correspondente ao novo paracircmetro p

3331 - Parametrizaccedilatildeo local

Uma outra forma de contornar o problema da singularidade eacute usar em ambos os

passos preditor e corretor uma teacutecnica muito simples conhecida por parametrizaccedilatildeo local

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994) e (SEYDEL 1994)

que consiste na troca de paracircmetro proacuteximo ao ponto de maacuteximo carregamento

Na parametrizaccedilatildeo local avaliam-se os incrementos em cada uma das variaacuteveis e

seleciona-se a que apresentar o maior desvio relativo (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(AJJARAPU LAU BATTULA 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

65

O ponto criacutetico para o processo de parametrizaccedilatildeo passa a ser a escolha adequada do

iacutendice k

∆∆∆∆

=∆

λλmax

2

2

1

1

n

n

k

K

xx

xx

xx

xx

(320)

No meacutetodo do vetor tangente apoacutes o processo de escolha da variaacutevel que seraacute aquela

que apresentou a maior variaccedilatildeo λ passa a ser a partir daiacute tratado como variaacutevel dependente

enquanto que a variaacutevel escolhida passa a ser o novo paracircmetro p do conjunto de n+1

variaacuteveis

O novo paracircmetro p seraacute dado por

1 n 21 max +larr tttp L (321)

O uso deste meacutetodo para a escolha automaacutetica de p natildeo tem apresentado dificuldades

mesmo para sistemas altamente compensados (CANtildeIZARES et al 1993)

A experiecircncia com o meacutetodo do vetor tangente tem demonstrado que ao aproximar-se

do ponto de maacuteximo carregamento p muda de λ para Vk aquela tensatildeo que apresenta a maior

variaccedilatildeo retornando novamente para λ apoacutes alguns pontos

Jaacute no meacutetodo baseado no preditor secante a escolha do paracircmetro p natildeo mais se

processa com a variaacutevel que apresentar a maior variaccedilatildeo mas sim com aquela que apresentar

a maacutexima variaccedilatildeo relativa (SEYDEL 1994)

minus

minus

minuslarr

+

+

+

+

+

+

1

1

maxj

jj

λλ1j

j1j

1j

j1j

V

VV

θ

θθ (322)

Onde j refere-se ao ponto da curva

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

66

O preditor secante apresenta um alto grau de confiabilidade poreacutem o mesmo natildeo

garante que o paracircmetro p escolhido agilize o processo (SEYDEL 1994)

Almeja-se que a escolha do paracircmetro p com base em qualquer uma das equaccedilotildees

(321) ou (322) resulte em um bom desempenho do algoritmo

3332 ndash Teacutecnica do comprimento de arco

Em CHIANG et al (1995) os autores propuseram uma teacutecnica para eliminar a

singularidade da matriz Jacobiana baseada no paracircmetro do comprimento do arco (s) Os dois

primeiros pontos satildeo obtidos pelo vetor tangente e ao inveacutes de acrescentar a equaccedilatildeo (ek t =

plusmn 1) acrescenta-se agrave Equaccedilatildeo (313) do passo preditor a Equaccedilatildeo (323)

sum =

+

=

n

i

2i

dsdλ

dsdx

1

2

1 (323)

Para a correccedilatildeo eacute adicionada agrave Equaccedilatildeo (311) a seguinte equaccedilatildeo

sum =∆minusminus+minus==

n

iii ssλλsxxsλ

1

222 0)())(())(()(R x (324)

O comprimento de arco ∆s vale

50

1

22 ))((]))([(sum minus+minus=∆=

n

iii sλλsxxs (325)

A expansatildeo das equaccedilotildees (311) e (324) em seacuterie de Taylor considerando somente as

condiccedilotildees de primeira ordem resulta na seguinte equaccedilatildeo linearizada

=

partpart

partpart

minus

R

Gx

x

G x

Δ

Δ

Δ

Δ

RRG

λλ

λ

(326)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

67

Onde xG representa a matriz Jacobiana

A Equaccedilatildeo (323) assegura que o paracircmetro s seja o comprimento do arco sobre a

curva de soluccedilatildeo As equaccedilotildees (313) e (323) juntas formam um conjunto n + 1 equaccedilotildees a n

+ 1 incoacutegnitas

A estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo eacute obtida da Equaccedilatildeo (315) onde σ representaraacute

o passo do comprimento de arco s

A Equaccedilatildeo (323) eacute natildeo-linear e o sistema formado por esta equaccedilatildeo e a Equaccedilatildeo

(313) natildeo pode ser linearizada sendo que a sua soluccedilatildeo pode consumir muito tempo

computacional

A opccedilatildeo sugerida em (CHIANG et al 1995) eacute a obtenccedilatildeo de dois pontos da curva

atraveacutes do preditor tangente sendo utilizado depois o preditor secante De acordo com os

autores esta teacutecnica de parametrizaccedilatildeo eacute mais robusta possibilitando que sejam dados maiores

passos do que a teacutecnica utilizando parametrizaccedilatildeo local

3333 ndash Teacutecnica da perpendicularidade

Uma outra teacutecnica utilizada para contornar a singularidade sem a necessidade de

parametrizaccedilatildeo foi utilizada primeiramente por (IBA et al 1991) e posteriormente associada

a um controle de passo aplicada com sucesso em vaacuterios sistemas em (CANtildeIZARES et al

1992)

A teacutecnica consiste na adiccedilatildeo ao equacionamento do sistema de uma nova equaccedilatildeo

( ( )[ ] ( )[ ] 0)()()()( 11 =∆minusminus∆+∆minusminus∆ ++ aaaTaaaaTa xxxx λσλλλσ ) Tal procedimento deveraacute

definir um hiperplano perpendicular ao vetor de prediccedilatildeo que se inicia na soluccedilatildeo conhecida

( )ax λ e passa pela soluccedilatildeo estimada ( ) 1

+aeex λ e um outro que se encontra sobre a curva da

trajetoacuteria de soluccedilotildees soluccedilatildeo ( ) 1 +ax λ (SEYDEL 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

68

Destarte a equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo a ser acrescida ao sistema (311) seraacute dada pelo

produto escalar

0ΔΔΔ

a

a

a

=

minusminusminusminusminusminus

bull

aa

aa

aaT

λ λλλ∆∆

∆VVVθθθ

(327)

Onde (∆θa ∆Va ∆λa)T = (θ e ndash θa Ve ndash Va λe ndash λa)

Partindo da soluccedilatildeo fornecida pelo passo preditor o sistema resultante da expansatildeo em

seacuterie de Taylor do sistema (311) acrescido da equaccedilatildeo anterior converge para o ponto (θ V

λ) da curva PV

∆∆∆

=

∆∆∆

partpart

partpart

partpart

minus

HH

VHH

GQP

VθGG Vθ

λλθ

λ

(328)

Capiacutetulo 4

METODOLOGIA PROPOSTA

41 - Introduccedilatildeo

A maioria das anaacutelises nas aacutereas de planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos

envolve caacutelculos de fluxo de carga fluxo de carga continuado e fluxo de carga oacutetimo

Como mencionado no capiacutetulo 1 as simulaccedilotildees de fluxo de carga satildeo utilizadas para

determinar nas condiccedilotildees de regime permanente as magnitudes de tensatildeo e os acircngulos de

cada barra em um sistema eleacutetrico de potecircncia Uma vez obtidas essas grandezas satildeo

utilizadas natildeo soacute para a determinaccedilatildeo da margem de carregamento e do caacutelculo dos fluxos de

potecircncia ativa e reativa em todas as linhas de transmissatildeo e equipamentos conectados as

barras mas tambeacutem para quantificar as perdas nos sistemas de energia eleacutetrica

(MONTICELLI 1983)

Jaacute um fluxo de carga oacutetimo natildeo somente resolve as equaccedilotildees do fluxo de carga como

tambeacutem determina um conjunto de valores oacutetimos para as variaacuteveis de estado da rede levando

em conta a demanda e os paracircmetros do sistema Os valores oacutetimos satildeo calculados

objetivando minimizar uma funccedilatildeo objetivo tal como o custo de geraccedilatildeo ou as perdas de

transmissatildeo sujeitos as restriccedilotildees de igualdade e desigualdade (DOMMEL TINNEY 1968)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

70

Sabe-se que o ponto de maacuteximo carregamento de um sistema aumenta em funccedilatildeo da

disponibilidade de reservas de reativo do mesmo (ALVES et al 2002-II) Assim ao

minimizarem-se as perdas no sistema implicitamente estar-se-aacute aumentando a margem de

reativos do sistema e consequumlentemente aumentando a margem de estabilidade estaacutetica ou

seja o ponto de maacuteximo carregamento

Por outro lado o fluxo de carga natildeo foi desenvolvido para minimizar automaticamente

qualquer funccedilatildeo objetivo Dessa forma um processo de tentativa e erro deve ser executado

para otimizar algum criteacuterio desejado escolhendo uma dentre as vaacuterias soluccedilotildees factiacuteveis de

um conjunto muito amplo

A metodologia apresentada em (CHEN HSU 2000) resolve sequumlencialmente o fluxo

de potecircncia oacutetimo seguindo uma dada curva de previsatildeo de carga atendendo restriccedilotildees

operativas do sistema e garantindo que cada gerador atenda metas estabelecidas pelo

planejamento de meacutediolongo prazo ainda que representando algumas restriccedilotildees de

seguranccedila tal como manutenccedilatildeo de um perfil de tensatildeo seguro para todo o sistema natildeo era

levado em conta a avaliaccedilatildeo da margem de estabilidade de tensatildeo para cada horaacuterio Tal

restriccedilatildeo eacute contemplada em (MENEZES 2002) onde a metodologia apresentada leva em

consideraccedilatildeo o modelo do fluxo de potecircncia oacutetimo parameacutetrico o meacutetodo do fluxo de carga

continuado para o caacutelculo das margens de estabilidade e o meacutetodo de anaacutelise modal estaacutetica

expandida para a obtenccedilatildeo dos fatores de participaccedilatildeo dos geradores

Affonso (AFFONSO 2004) baseado na forte relaccedilatildeo entre margem de estabilidade de

tensatildeo e as reservas de potecircncia reativa da rede apresentou metodologia propondo o re-

despacho da geraccedilatildeo de potecircncia ativa e reativa para condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo obtendo

indiretamente um aumento na margem de estabilidade de tensatildeo do sistema atraveacutes da

maximizaccedilatildeo das reservas de potecircncia reativa e da minimizaccedilatildeo das perdas de potecircncia ativa

por meio do fluxo de carga oacutetimo

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

71

No presente trabalho propotildee-se uma nova metodologia que associada ao meacutetodo da

continuaccedilatildeo possibilite obter uma ampliaccedilatildeo na margem de estabilidade do sistema visando

atender os niacuteveis miacutenimos de ampliaccedilatildeo de margem de estabilidade de tensatildeo de acordo com

as recomendaccedilotildees da ForccedilandashTarefa ldquoColapso de Tensatildeordquo do GTADSCELGCOI (FTCT

1999) e do WSCC-Reactive Power Reserve Work Group (WECC 1998) Para se alcanccedilar

essa meta acrescenta-se agraves equaccedilotildees do fluxo de carga a equaccedilatildeo parametrizada da perda

ativa total na transmissatildeo e as equaccedilotildees das potecircncias reativa geradas nas barras PV As

tensotildees nas barras PV satildeo consideradas como variaacuteveis de controle e um novo paracircmetro eacute

escolhido com o intuito de se reduzir a perda ativa nas linhas de transmissatildeo

42 - O problema do fluxo de carga oacutetimo

Considere inicialmente um sistema de duas barras sendo uma barra de folga (slack) e

uma barra PV interligadas por uma linha de transmissatildeo cuja impedacircncia eacute z12 como

ilustrado na Figura 41

z12 = r12 + j x12

barra 1(slack)

barra 2 (PV)

P2 + jQ2

j bsh12 j bsh

12

y12 = g12 + j b12

V1 = V1 0o pu

V2 = V2 θo pu

Figura 41 - Sistema de duas barras

Define-se Pg2 como sendo a potecircncia ativa gerada na barra 2 Pc2 como sendo a potecircncia ativa

consumida na barra 2 Qg2 como sendo a potecircncia reativa gerada na barra 2 Qc2 como sendo a

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

72

potecircncia reativa consumida na barra 2 P2 = Pg2 ndash Pc2 como sendo a injeccedilatildeo de potecircncia ativa

na barra 2 e Q2 = Qg2 ndash Qc2 como sendo injeccedilatildeo de potecircncia reativa na barra 2

O fluxo de carga oacutetimo eacute um problema de otimizaccedilatildeo natildeo-linear em regime

permanente que calcula os valores oacutetimos de um conjunto de variaacuteveis a partir do estado da

rede dos dados da carga e dos paracircmetros do sistema

Os valores oacutetimos satildeo calculados objetivando minimizar uma determinada funccedilatildeo tal

como custo de geraccedilatildeo ou perdas de potecircncia ativa na transmissatildeo sob restriccedilotildees de igualdade

e de desigualdade

O problema do fluxo de carga oacutetimo pode ser apresentado como

minimizar Pa(x) sujeito a G(x) = 0 (41)

H(x) le 0

xmin le x le xmax

Onde

=

Vx

θeacute o vetor composto pelas variaacuteveis de estado e controle do sistema xmax e xmin

satildeo os limites das variaacuteveis de estado e controle do sistema G(x) satildeo as condiccedilotildees de

igualdade do fluxo de carga H(x) satildeo as restriccedilotildees de desigualdade do fluxo de carga

A funccedilatildeo objetivo Pa(x) representa o desempenho do sistema sendo neste trabalho

esta funccedilatildeo representada pela perda total de potecircncia ativa na transmissatildeo (Pa)

As restriccedilotildees de desigualdade H(x) representam as equaccedilotildees funcionais do fluxo de

carga como os limites dos fluxos de potecircncia ativa e reativa nas linhas de transmissatildeo e

transformadores e limites de injeccedilatildeo de potecircncia reativa nas barras de controle de reativos

barras PV

Considere o caso do sistema da Figura 41 onde a barra 2 eacute uma barra de tensatildeo

controlada do tipo PV no caso controlada por um compensador siacutencrono Sua tensatildeo bem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

73

como a da barra de folga variaraacute de forma a reduzir Pa A barra de folga deveraacute ser capaz de

suprir tanto a solicitaccedilatildeo de carga como a perda de potecircncia ativa na linha de transmissatildeo

Sendo a barra 2 do tipo PV sua correspondente equaccedilatildeo Q2(x) deixa de pertencer ao

conjunto de restriccedilotildees de igualdade enquanto natildeo for ativa

A soluccedilatildeo analiacutetica do fluxo de carga oacutetimo desse problema jaacute foi apresentada em

(ALVES et al 2002-II) de onde se tem que as coordenadas do ponto oacutetimo 1

1 eV = e

2

2

2 jfeV += Pa e

2gQ devem satisfazer as seguintes equaccedilotildees

( )

+minusminus=+= lowast

212

21

1

2

2

12 42

e Preetgftgfee φφ

(42)

( ) 212

2212 xfrPa lowastlowast = e ( ) ( )lowastlowastlowast == PatgxfQg φ12

222 (43)

Para o caso base para o qual o fator de carregamento (λ) eacute igual a 1 e considerando

z12 = r12+j x12 = (02+j 1 0) pu e P2 = ndashPc2 = ndash04 pu a Tabela 41 apresenta as soluccedilotildees

obtidas com (42) e (43) e por um programa de fluxo de carga oacutetimo (DA COSTA

LANGONA ALVES 1998) para diversos valores maacuteximos de e1 dentro do intervalo 095

pu le e1 le 110 pu

Tabela 41 - Soluccedilotildees do fluxo de carga oacutetimo para o sistema da Figura 41 1e

(pu)

| 2V |

(pu)

(graus)

Pa

(MW)

gQ

(MVAr)

095 0976 -2860 4361 2181

100 1012 -2567 3845 1922

105 1052 -2315 3420 1710

110 1094 -2097 3066 1533

A Figura 42 mostra o caso base de um sistema de trecircs barras constituiacutedo de uma barra

de folga uma PV e uma PQ A perda ativa total na transmissatildeo eacute igual a 1666 MW

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

74

Este sistema foi apresentado e analisado detalhadamente em (DOMMEL TINNEY

1968)

barra 1 (slack)barra 2 (PV)

Pg2 = 170MWz23 = 0035 + j0086

V2 = 1023 739o pu

z13 = 0098 + j0122

barra 3 (PQ)

Pc3 = 200MWQc3 = 100MVAr

V3 = 0908 -002o pu

V1 = 1022 0o pu

15851+ j 4847

17000+ j 7718

4149+ j 5153

4666+ j 5801

Pa = 1666MW

Figura 42 - Sistema de trecircs barras ndash caso base

Os intervalos adotados para a variaccedilatildeo dos valores da tensatildeo nas barras foram

bull de folga (V1) V1min

le V1 leV1maacutex onde V1

min = 09 pu e V1maacutex = 116344 pu

bull PV (V2) V2min le V2 le V2

max onde V2min = 09 pu e V2

max = 12 pu

barra 1 (slack)barra 2 (PV)

Pg2 = 170MWy23 = 4 - j10

V2 = 120 44o pu

y13 = 4 - j5

barra 3 (PQ)

Pc3 = 200MWQc3 = 100MVAr

V3 = 1092 -068o pu

V1 = 11634 0o pu

16119+ j 6682

17000+ j 8885

3881+ j 3318

4094+ j 3584

Pa = 1094MW

Figura 43 - Sistema de trecircs barras - caso otimizado

Na Figura 43 apresenta-se a soluccedilatildeo obtida otimizada de onde se verifica que a perda

ativa total na transmissatildeo eacute igual 1094 MW Observe que a reduccedilatildeo das perdas em 572 MW

foi obtida atraveacutes da transferecircncia de parte do suprimento de potecircncia reativa efetuado pelo

gerador 1 barra de folga para o gerador 2 barra tipo PV Isto ocorre porque z13 eacute maior que

z23

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

75

A Tabela 42 mostra o ponto oacutetimo obtido por meio do fluxo de carga oacutetimo

apresentado em (DA COSTA LANGONA ALVES 1998) e que reproduziu o mesmo

resultado de (DOMMEL TINNEY 1968) bem como o resultado obtido pelo fluxo de carga

continuado proposto (FCCP) o qual seraacute apresentado a seguir

Observa-se que estes resultados foram obtidos para o caso em que o fator de

carregamento (λ) eacute igual a 1 isto eacute λ do caso base

Tabela 42 - Soluccedilotildees para o sistema da Figura 42

Fluxo de carga oacutetimo Fluxo de carga proposto

Barra V

(pu) θ

(graus) Qg

(MVAr) V

(pu) θ

(graus) Qg

(MVAr) 1 11634 000 3584 11634 000 3571 2 12000 440 8885 12002 439 8898 3 10916 -068 --- 10918 -068 ---

43 - Metodologia proposta

Uma das questotildees importantes em tempo-real relacionada ao controle da potecircncia

reativa eacute a escolha das variaacuteveis de controle Nesta situaccedilatildeo os ajustes de controle (SHARIF

et al 2000)

bull devem ser possiacuteveis de serem executados num intervalo de tempo razoaacutevel

uma vez que o ciclo de tempo do controle de reativo pode ser muito pequeno

1530 minutos e o operador poderaacute natildeo ter tempo suficiente para ajustar todos

os controles

bull natildeo deve causar uma sobrecarga excessiva de trabalho ao operador

bull natildeo devem no caso de controles discretos ser chaveados muito

frequumlentemente

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

76

Por estas razotildees os controles discretos e contiacutenuos satildeo tratados separadamente Aleacutem

do mais ao contraacuterio dos controles discretos que na maioria dos casos satildeo ajustados no valor

mais proacuteximo as variaacuteveis contiacutenuas podem em geral ser ajustadas nos valores calculados

fornecidos pelo programa Estas questotildees tornam a implementaccedilatildeo de tais controles uma

tarefa difiacutecil e pode levar a necessidade de diferentes estrateacutegias de ajustes por exemplo

primeiro se ajusta os bancos em derivaccedilatildeo (shunt) chaveados entatildeo os geradores e finalmente

os transformadores (SHARIF et al 2000) Assim a escolha no meacutetodo proposto dos

controles de potecircncia reativa dos geradores e condensadores siacutencronos para obtenccedilatildeo da

reduccedilatildeo das perdas eacute baseado no fato de que nos geradores o fornecimento de potecircncia

reativa eacute controlado numa faixa contiacutenua e o nuacutemero de operaccedilotildees eacute ilimitado enquanto que

os bancos de capacitores em derivaccedilatildeo apresentam valores fixos e discretos de capacitacircncia e

o nuacutemero de operaccedilatildeo eacute normalmente restrito de duas a quatro operaccedilotildees diaacuterias porque essas

accedilotildees podem causar o desgaste e a reduccedilatildeo da vida do equipamento (CIGRE 1989)

(SHARIF et al 2000)

Uma caracteriacutestica desejaacutevel para um dado sistema eacute que a tensatildeo criacutetica no limite de

estabilidade seja mantida tatildeo baixa quanta esta possa ser em relaccedilatildeo agrave tensatildeo normal de

operaccedilatildeo sem comprometer consequumlentemente o perfil geral de tensatildeo (CIGRE 1989)

Nesse sentido os bancos de capacitores em derivaccedilatildeo tecircm uma caracteriacutestica desfavoraacutevel

que eacute a de prover um baixo suporte de potecircncia reativa quando este eacute mais necessaacuterio isto eacute

proacuteximo ao limite de carregamento Isto ocorre porque o seu fornecimento de potecircncia reativa

eacute proporcional ao quadrado da tensatildeo e assim o suporte de potecircncia reativa dos bancos em

derivaccedilatildeo incluindo os de linha - line charging diminui com a diminuiccedilatildeo da tensatildeo Com a

aplicaccedilatildeo de bancos de capacitores em derivaccedilatildeo a margem de carregamento de um sistema

aumenta conforme a compensaccedilatildeo de reativo aumenta mas a tensatildeo criacutetica fica mais proacutexima

da faixa normal de operaccedilatildeo do sistema (09 le V le 11pu) isto eacute o perfil de tensatildeo tende a

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

77

tornar-se mais e mais plano Dessa forma o sistema poderaacute entrar em colapso para

magnitudes de tensatildeo dentro da faixa normal de operaccedilatildeo do sistema

Ao contraacuterio dos bancos de capacitores em derivaccedilatildeo os geradores produzem seu

pleno fornecimento de potecircncia reativa proacuteximo ao limite de estabilidade de tensatildeo e

efetivamente expande a capacidade de transferecircncia de potecircncia e reduz a magnitude da

tensatildeo criacutetica (ALVES et al 2002-II) (SEKINE et al 1992) Entatildeo num sistema de

potecircncia de todos os controles os geradores (barras PV) satildeo de longe os mais eficientes no

controle das tensotildees das barras quando comparados aos taprsquos e bancos em derivaccedilatildeo (TARE

BIJWE 1997) Portanto para prevenir ou postergar o colapso de tensatildeo deve-se manter uma

reserva de reativos utilizando tanto quanto forem possiacuteveis os bancos de capacitores em

derivaccedilatildeo eou reduzindo as perdas na transmissatildeo a fim de permitir que os geradores

existentes mantenham-se operando com o maacuteximo possiacutevel de margem de reativo (CIGRE

1989)

A metodologia propotildee o uso do meacutetodo da continuaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da perda total

de potecircncia ativa na transmissatildeo Assim ao sistema de equaccedilotildees (21) acrescenta-se aleacutem da

equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo a equaccedilatildeo da potecircncia reativa injetada em cada

uma das barras de controle de tensatildeo (barras PV) escolhidas para participar do procedimento

de reduccedilatildeo de perdas A geraccedilatildeo de potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo satildeo

mantidas constantes nos respectivos valores do caso base enquanto que a geraccedilatildeo de potecircncia

ativa da barra de folga variaraacute a fim de acomodar a reduccedilatildeo das perdas ativas na transmissatildeo

A potecircncia reativa gerada na barra k de controle de tensatildeo escolhida Qgk e sua

respectiva tensatildeo terminal Vk satildeo consideradas respectivamente como variaacuteveis dependente

e de controle As respectivas mudanccedilas nos valores de Qgk e Pa seratildeo consideradas atraveacutes das

variaacuteveis λq e micro Assim as mudanccedilas satildeo proporcionais aos seus respectivos valores do caso

base case 0gkQ e Pa0

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

78

O novo conjunto de equaccedilatildeo eacute dado por

( )( ) Pa0Pa kk

kkespckk

VVW

VQQQVQ 0gkPVk

0

0)( 0

)(1)(

)( qq

=+=micro

=

=

minus

=minusminus

VV

VVVθG )(

θθ

θθ

micro

λ λ (44)

sendo espckQ eacute a demanda de potecircncia reativa especificada na barra k

Considerando Vk λq e micro como variaacuteveis o nuacutemero de incoacutegnitas em (44) eacute maior do

que o nuacutemero de equaccedilotildees Contudo se micro eacute considerado como uma variaacutevel independente

seraacute escolhida como paracircmetro da continuaccedilatildeo isto eacute seu valor eacute preacute-ajustado e Vk e λq satildeo

tratadas como variaacuteveis dependente o nuacutemero de incoacutegnitas eacute igual ao nuacutemero de equaccedilotildees

isto eacute a condiccedilatildeo necessaacuteria para que o novo sistema tenha soluccedilatildeo eacute atendida desde que a

nova matriz Jacobiana tenha posto maacuteximo isto eacute seja natildeo-singular

Deve-se lembrar que a prefixaccedilatildeo do valor de micro corresponde agrave teacutecnica de previsatildeo

trivial ou polinomial modificada de ordem zero (SEYDEL 1994) (CHIANG et al 1995) Este

preditor seraacute usado no meacutetodo proposto e eacute baseado na soluccedilatildeo atual e em um decremento

fixo objetivando a reduccedilatildeo de Pa no paracircmetro micro como uma estimativa para a proacutexima

soluccedilatildeo

Apoacutes se obter a soluccedilatildeo do caso base (θ0 V0) por meio de um fluxo de carga

convencional e se ter definido um passo em micro o fluxo de carga continuado proposto eacute usado

para calcular as demais soluccedilotildees ateacute que seja atingido um ponto de operaccedilatildeo aqui

denominado como ponto miacutenima perda (PMP) Assim atraveacutes do uso da Equaccedilatildeo (44) eacute

possiacutevel se especificar o valor desejado de variaccedilatildeo em Pa e a sua soluccedilatildeo provecirc o ponto de

operaccedilatildeo para o qual as perdas ocorrem

A variaacutevel micro sendo igual a zero corresponde a soluccedilatildeo do caso base onde Vk igual a

Vkesp isto eacute a tensatildeo especificada no caso base e λq = 1

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

79

Entatildeo a linearizaccedilatildeo da Equaccedilatildeo (44) em torno do ponto de operaccedilatildeo e considerando

o valor prefixado do paracircmetro micro eacute dada pelos termos de primeira ordem da seacuterie de Taylor e

resulta em

∆∆∆

=

∆∆∆

partpartpartpartpartpart

partpartpartpartpartpart

partpart

partpart

WPVkQkV

kVPaPaPa

0gkQ-kVkQkQkQ

kVkV

QP

QLM

PNH

q0

0

0

λ

(45)

sendo H N M e L satildeo as matrizes que correspondem agraves derivadas das potecircncias ativa e

reativa (P e Q) em relaccedilatildeo ao acircngulo de fase das tensotildees das barras PQ e PV e em relaccedilatildeo agrave

magnitude das tensotildees nas barras PQ ∆ representa os fatores de correccedilatildeo ou seja os

mismatches das respectivas funccedilotildees na Equaccedilatildeo (44)

Deve-se observar que os fatores de correccedilatildeo seratildeo iguais a zero ou praticamente

nulos isto eacute inferior a toleracircncia adotada para o caso base convergido Assim somente ∆W

seraacute diferente de zero devido agrave variaccedilatildeo de micro

Observe que o meacutetodo modificado aqui proposto fluxo de carga continuado proposto

difere em alguns aspectos do fluxo de carga continuado usado para obter o ponto de maacuteximo

carregamento No fluxo de carga continuado o objetivo eacute obter o ponto de maacuteximo

carregamento da curva PV Por outro lado no fluxo de carga continuado proposto o objetivo

eacute o de melhorar a margem de carregamento por meio da reduccedilatildeo das perdas usando um

meacutetodo da continuaccedilatildeo

Ao contraacuterio do fluxo de carga continuado no qual a carga e a geraccedilatildeo de potecircncia

reativa satildeo aumentadas em uma direccedilatildeo preestabelecida no meacutetodo proposto elas satildeo fixas

As barras PV satildeo tratadas como simples barras PV e enquanto suas respectivas

potecircncias reativas geradas estatildeo entre seus respectivos limites suas respectivas equaccedilotildees natildeo

estatildeo presentes na matriz Jacobiana Assim suas magnitudes de tensotildees (V) permanecem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

80

fixas sendo tratadas como variaacuteveis independentes No caso de violaccedilatildeo a barra PV eacute

alterada para tipo PQ com o valor de sua potecircncia reativa gerada especificada no valor do seu

respectivo limite violado e a sua magnitude de tensatildeo tornando-se uma incoacutegnita Geralmente

neste caso a magnitude de tensatildeo cai devido ao aumento do carregamento

Por outro lado no fluxo de carga continuado proposto as magnitude de tensatildeo nas

barras PV seratildeo calculadas para o valor especificado de perdas de potecircncia ativa e tratadas

como variaacuteveis dependentes Em geral a magnitude da tensatildeo nas barras PV ou aumentam ou

permanecem fixas nos seus valores especificados Ambos os limites de magnitude de tensatildeo e

de potecircncia reativa gerada devem ser verificados

431 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas de duas e trecircs barras

Neste item apresenta-se a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto para os dois sistemas

analisados no item 42 o sistema de 2 barras para o qual eacute possiacutevel se obter o ponto oacutetimo a

partir das equaccedilotildees algeacutebricas (42) e (43) desenvolvidas em (ALVES et al 2002-II) e o

sistema de trecircs barras apresentado e analisado em (DOMMEL TINNEY 1968) Os

resultados satildeo comparados com os resultados obtidos anteriormente e apresentados nas

Tabelas 41 e 42 Adicionalmente mostra-se atraveacutes do traccedilado das curvas PV que a

reduccedilatildeo das perdas conduz a um aumento do ponto de maacuteximo carregamento e portanto da

margem de estabilidade do sistema

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

81

4311 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema de

duas barras

Considere primeiramente o sistema de duas barras da Figura 41 para o qual se deseja

reduzir Pa Nesse caso duas equaccedilotildees satildeo adicionadas a Equaccedilatildeo (21) a equaccedilatildeo da potecircncia

reativa injetada na barra 2 (QPV2) e a equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo (Pa)

A potecircncia reativa gerada na barra 2 escolhida Qg2 e a sua respectiva tensatildeo terminal

V2 satildeo consideradas como variaacutevel dependente e de controle respectivamente

As respectivas mudanccedilas nos valores de Qg2 e Pa seratildeo considerados atraveacutes das

variaacuteveis λq e micro Assim as mudanccedilas seratildeo proporcionais aos seus respectivos valores do caso

base 02gQ e Pa0

Considerando que θ1 = 0 e V1 = V1esp onde esp significa valor especificado o novo

conjunto de equaccedilotildees seraacute

( )( ) Pa0PaW

PV2Q

PG

VV

VQQQV

VV

2espc2

0g2

0

0)(

0

)(1)(

)(

)(2

)(

2222

22qq22

2222

=+=micro

=

==

θminusθ

=θminusminusθ

θθ

micro

λ λ (46)

Considerando-se micro como uma variaacutevel independente ou seja prefixando o seu valor

que corresponde agrave teacutecnica de previsatildeo trivial ou polinomial modificada de ordem zero e θ2

V2 e λq como variaacuteveis dependentes o nuacutemero de incoacutegnitas eacute igual ao de equaccedilotildees Desta

forma a condiccedilatildeo necessaacuteria para que o sistema de equaccedilotildees tenha soluccedilatildeo eacute atendida desde

que a matriz Jacobiana tenha posto completo isto eacute seja natildeo-singular

Apoacutes obter a soluccedilatildeo do caso base (θ0 e V0) por meio de um fluxo de carga

convencional define-se o passo para micro Em seguida calculam-se as demais soluccedilotildees

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

82

utilizando-se o fluxo de carga continuado proposto ateacute que o ponto de miacutenima perda seja

alcanccedilado

A linearizaccedilatildeo de (46) em torno do ponto de operaccedilatildeo por intermeacutedio da seacuterie de

Taylor incluindo somente os termos de primeira ordem de acordo com o meacutetodo de Newton

fornece

=

partpartpartpart

partpartpartpart

partpartpartpart

W

Q

P

V

VPaPa

0g2Q-VPV2QPV2Q

V2P2P

2

2

q

2

2

022

22

022

λ

θ

θ

θ

θ

(47)

Onde ∆ representa os fatores de correccedilatildeo das respectivas funccedilotildees em (46)

A Figura 44 apresenta as curvas Pa versus V2 obtidas pela metodologia proposta

considerando que a geraccedilatildeo de potecircncia ativa na barra 2 foi mantida constante no valor do

caso base enquanto que a da barra de folga variaraacute a fim de reduzir as perdas ativas na

transmissatildeo Para tal objetivo considerou-se que apenas a variaccedilatildeo da tensatildeo da barra 2 V2

A curva foi obtida atraveacutes de decrementos sucessivos de Pa considerando V1 = 11

pu e uma toleracircncia para os mismatches igual a 10ndash6 pu Partindo-se de dois pontos

diferentes A para V2esp = 10 pu ou Arsquo para V2

esp =12 pu os proacuteximos pontos foram

obtidos usando um passo de ndash01 MW para micro ou seja uma reduccedilatildeo de 10 em Pa As duas

trajetoacuterias consideradas foram plotadas na mesma figura para demonstrar que o meacutetodo

converge para um mesmo ponto de miacutenima perda (PMP)

Inicialmente para cada ponto foi resolvido um fluxo de carga continuado sendo que o

nuacutemero de iteraccedilotildees gasta em cada um foi inferior a 4 sendo que o limite maacuteximo de

iteraccedilotildees adotado foi de 10 Para o primeiro ponto em que o fluxo de carga continuado

proposto divergiu retornou-se ao passo anterior e aplicou-se uma reduccedilatildeo de 110 no passo de

micro O mesmo procedimento foi usado para os pontos de divergecircncia subsequumlentes ateacute que o

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

83

procedimento foi finalizado e o valor de Pa obtido foi considerado como correspondente ao

ponto de miacutenima perda no caso Pa =3066 MW

O estado da rede nesse caso praticamente coincidiu com o mostrado na Tabela 41

ArsquoA

3066

Pa [MW]

V2[pu]

1094

ndashsoluccedilotildees convergidasndashreduccedilotildees de passo

PMP

Figura 44 - Desempenho do FCCP para o sistema de duas barras

Como se pode constatar na Figura 45 a reduccedilatildeo das perdas levou a um aumento do

ponto de maacuteximo carregamento ou seja da margem de estabilidade Observa-se tambeacutem que

todos os demais casos apresentados na Tabela 41 foram alcanccedilados usando o mesmo

procedimento

caso base

perdas reduzida

PMCr

P2 [MW]

V2[pu]

PMCb

Figura 45 - Curvas PV Efeito da reduccedilatildeo das perdas sobre o ponto de maacuteximo carregamento para o sistema de duas barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

84

4312 - Resultados obtidos com o FCCP para o sistema de trecircs barras

No caso do sistema de trecircs barras da Figura 42 os dois geradores o gerador 1 (barra

de folga) e o gerador 2 (barra PV) satildeo considerados no procedimento de reduccedilatildeo de perdas

Nesse caso V1 V2 θ2 e λq satildeo tratados como variaacuteveis dependentes Ambas as

equaccedilotildees de potecircncia reativa injetada QPV1 e QPV2 bem como a equaccedilatildeo da perda ativa total

na transmissatildeo (Pa) seratildeo consideradas O paracircmetro λq eacute usado para variaccedilatildeo de ambas as

potecircncias reativas gerada Qg1 e Qg2 e portanto seus valores seratildeo proporcionais aos

respectivos valores do caso base 01gQ e 0

2gQ

O procedimento adotado para controlar os limites de Q nas barras de geraccedilatildeo eacute similar

ao utilizado no meacutetodo convencional de fluxo de carga ou seja em cada iteraccedilatildeo a geraccedilatildeo de

reativos de cada uma dessas barras eacute comparada com seus respectivos limites e no caso de

violaccedilatildeo a barra PV eacute alterada para tipo PQ Estas barras podem voltar a ser PV nas iteraccedilotildees

futuras Aleacutem disso se em qualquer uma das barras de geraccedilatildeo um dos limites de tensatildeo for

atingido seu respectivo valor eacute fixado no valor daquele limite

A Figura 46 mostra o desempenho do fluxo de carga continuado proposto para o

sistema de trecircs barras O procedimento usado para o traccedilado da curva no que se refere agrave

divergecircncia eacute similar ao usado para o traccedilado da Figura 44 exceto que o valor inicial de micro

foi de ndash10 MW

O estado do sistema apoacutes a convergecircncia do processo pode ser visto na Figura 46 e na

Tabela 42 de onde se verifica que o mesmo eacute praticamente igual ao obtido com o fluxo de

carga oacutetimo

As Figuras 46(b) e 46(c) confirmam que a reduccedilatildeo das perdas em 572 MW eacute obtida

atraveacutes da transferecircncia da potecircncia reativa do gerador 1 para o gerador 2 Tambeacutem haacute uma

reduccedilatildeo na geraccedilatildeo de reativos de 13521 MVAr para 12469 MVAr ou seja de 78 Essa

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

85

reduccedilatildeo acarreta num aumento do ponto de maacuteximo carregamento de 219 pu para 2934

pu ou seja num aumento de aproximadamente 625 na margem de estabilidade do

sistema

Esses resultados mostram que para esses sistemas a utilizaccedilatildeo do meacutetodo proposto

proporciona natildeo soacute uma reduccedilatildeo das perdas e consequumlentemente dos custos operacionais

mas tambeacutem um aumento do ponto de maacuteximo carregamento isto eacute da margem de

estabilidade do sistema

Outro ponto importante diz respeito agrave possibilidade de se obter pontos de operaccedilatildeo

proacuteximos dos obtidos por um fluxo de carga oacutetimo atraveacutes do meacutetodo da continuaccedilatildeo o que

mostra que o meacutetodo proposto pode ser uma alternativa viaacutevel para as aplicaccedilotildees de estudos

da operaccedilatildeo

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

86

V2

1094 Pa [MW]

V [pu]

1092

PMP

V1

V3

1634

(a)

Pa [MW]

Qg [MVAr]

PMP

Qg2

Qg1

Pa [MW]

Pgslack [MW]

PMP

(b)

(c)

fator de carregamento λ (pu)

V3 (pu)

PMCr

caso base

PMCb

Perdas reduzidas

(d)

Figura 46 - Desempenho do sistema de trecircs barras (a) VtimesPa (b) QgtimesPa (c) potecircncia ativa gerada pela barra de folga timesPa (d) curvas PV

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

87

44 ndash Resultados da reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa

Esta seccedilatildeo tem como propoacutesito mostrar os efeitos do redespacho das variaacuteveis de

controle nas reduccedilotildees da perda total de potecircncia ativa na transmissatildeo do sistema aleacutem de

tambeacutem investigar os efeitos causados por esta reduccedilatildeo na margem de estabilidade de tensatildeo e

no perfil de tensatildeo

Em todos os casos analisados a seguir durante o procedimento de reduccedilatildeo de perdas

as injeccedilotildees de potecircncia ativa dos geradores satildeo fixadas nos seus respectivos valores

encontrados na soluccedilatildeo do fluxo de carga no caso base com exceccedilatildeo ao da barra de folga

cuja injeccedilatildeo de potecircncia ativa poderaacute variar para equiparar eventuais reduccedilotildees nas perdas do

sistema Para cada iteraccedilatildeo os valores das tensotildees das barras de geraccedilatildeo satildeo comparados com

seu valor limite caso este seja ultrapassado tal tensatildeo teraacute seu valor fixado no valor limite

atingido Se a barra estiver dentro de seus limites de geraccedilatildeo de potecircncia reativa ela

permaneceraacute atuando como simples PV poreacutem natildeo participaraacute da reduccedilatildeo das perdas Aleacutem

disso as potecircncias reativas geradas nas barras de geraccedilatildeo satildeo tambeacutem comparadas com seus

respectivos limites sendo que no caso de violaccedilatildeo desse limite a barra PV eacute alterada para tipo

PQ sendo que estas barras poderatildeo voltar a ser PV nas iteraccedilotildees futuras caso a sua respectiva

potecircncia reativa gerada retorne para dentro de sua faixa de limites maacutexgg

miacuteng QQQ lele

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

88

441 ndash Balanccedilo de reativos durante o procedimento de reduccedilatildeo da perda total de

potecircncia ativa

O objetivo deste item eacute o de esclarecer como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema

eleacutetrico de potecircncia durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Para isso seraacute

utilizado o sistema IEEE 14 barras

A barra de folga tambeacutem conhecida como barra oscilante eacute usada com uma dupla

funccedilatildeo atuar como referecircncia angular embora qualquer barra possa ser referecircncia angular e

para fechar o balanccedilo de potecircncia do sistema Ela eacute necessaacuteria para estabelecer uma referecircncia

angular para a resoluccedilatildeo das equaccedilotildees do fluxo carga Essa necessidade se daacute porque

conforme apresentado na Equaccedilatildeo (33) da seccedilatildeo 32 os fluxos de potecircncia satildeo expressos

como diferenccedilas angulares (θk-θm) isto eacute o problema de fluxo de carga eacute indeterminado nas

variaacuteveis θ de cada barra (MONTICELLI 1983) Na metodologia proposta a geraccedilatildeo de

potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo satildeo mantidas constantes nos respectivos

valores do caso base enquanto que o valor da perda total de potecircncia ativa conforme

Equaccedilatildeo (44) eacute preacute-ajustado atraveacutes do paracircmetro micro Assim adotando a barra 1 como sendo

a barra de folga a sua geraccedilatildeo de potecircncia ativa (Pg1) eacute reprogramada para fechar o balanccedilo

de potecircncia ativa do sistema ou seja seu valor variaraacute a fim de acomodar aleacutem da diferenccedila

entre a potecircncia ativa gerada e a consumida de todo o sistema a reduccedilatildeo das perdas ativas na

transmissatildeo sendo o seu valor calculado por meio da equaccedilatildeo

)cosθV2VV(VgPgPcPg kmmk2

m2

kΩm k

kmNG

2ii

NC

1jj1 minus++minus= sumsumsum

isin== (48)

sendo NB eacute o nuacutemero de barras da rede e NG e NC satildeo os respectivos conjuntos de barras de

geraccedilatildeo e de demanda (carga) e Ω eacute o conjunto de todas as barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

89

Com relaccedilatildeo a geraccedilatildeo de potecircncia reativa (Qg1) da barra de folga esta eacute calculada por

meio da seguinte equaccedilatildeo

( ) ( )[ ]2

nNB

1n

shn

Ωm kkmmk

2m

2kkm

2m

2k

shkm

NC

1j

NG

2iiqj1

Vb

cosθV2VVVbVVbQgQcQg

sum

sumsum sum

=

isin= =

minus

minus+minus+minus+λminus=

(49)

Observe na Equaccedilatildeo (49) que a parcela ( )kmmk2

m2

kkm cosθVV2VVb minus+minus eacute a perda

reativa no elemento seacuterie da linha de transmissatildeo localizada entre as barras k e m enquanto

que ( )2m

2k

shkm VVb +minus e 2

nshn Vb correspondem respectivamente agrave geraccedilatildeo de potecircncia reativa

nos shunts da linha de transmissatildeo localizada entre as barras k e m e nos shunts de barra tais

como banco de capacitores eou reatores localizados na barra n Observe que para as linhas

de transmissatildeo reais 0langkmb e 0rangshkmb As Equaccedilatildeo (48) e (49) mostram que a barra de folga

deve gerar a diferenccedila entre a carga ativa (reativa) total do sistema de potecircncia mais as perdas

ativa (reativa no elemento seacuterie mais a geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos elementos shunts) e a

soma de potecircncia ativa (reativa) especificada isto eacute calculada nas barras de geraccedilatildeo Essas

diferenccedilas satildeo conhecidas como desbalanccedilo ou seja mismatch de potecircncia do sistema

Na convenccedilatildeo de sinais utilizada as injeccedilotildees liacutequidas de potecircncia satildeo positivas quando

entram na barra (geraccedilatildeo) e negativas quando saem da barra (carga) os fluxos de potecircncia satildeo

positivos quando saem da barra e negativos quando entram na barra No caso dos elementos

shunt a convenccedilatildeo eacute a mesma utilizada para as injeccedilotildees de potecircncia (MONTICELLI 1983)

A toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-6 pu O valor inicial adotado para micro

eacute ndash01 MW isto eacute Pa eacute reduzido em 10 O proacuteximo ponto atual eacute computado pela Equaccedilatildeo

(45) Este procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir Adotou-se

um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 10 Durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa

total o tap nos transformadores com comutaccedilatildeo de taps sob carga foram mantidos fixos no

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

90

valor de 10 pu Os valores limites adotados para as magnitudes de tensatildeo da barra de folga e

das barras de geraccedilatildeo foram Vmin le V le Vmaacutex onde Vmin = 095 e Vmaacutex = 11 pu

Na Figura 47 encontram-se as variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga barra 1 e das

barras de controle de tensatildeo (PV) barras 2 3 6 e 8 em funccedilatildeo da perda total de potecircncia

ativa (Pa) Da figura observa-se que ocorre um aumento da magnitude de tensatildeo de todas as

barras PV bem como da de folga

Pa [MW]

V1

V2

V8

V3

V6

Ten

satildeo

[pu

]

Figura 47 - Variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga e das barras de controle de tensatildeo (PV) em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras

Na Figura 48 apresentam-se as variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de

folga e de controle de tensatildeo em funccedilatildeo de Pa Pode-se verificar que haacute uma reduccedilatildeo das

potecircncias reativas geradas pelas barras PV de nuacutemeros 2 3 e 8 enquanto que a da barra 6

permanece constante no seu valor maacuteximo de 24 MVAr Com relaccedilatildeo a barra de folga pode-

se afirmar que ocorre uma reduccedilatildeo da potecircncia reativa gerada

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

91

Qg1

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg2

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg3

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg6

Potecirc

ncia

rea

tiva

[MV

Ar

]

Qg8

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Pa [MW]

Figura 48 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de folga e de controle de tensatildeo (PV) em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

92

Na Figura 49 satildeo apresentados as variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de Pa

dos termos que compotildeem a Equaccedilatildeo (49) Da Figura 49(a) pode-se verificar que a potecircncias

reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo (PV) diminuem com a diminuiccedilatildeo das

perdas Conforme jaacute comentado manter os geradores existentes operando com o maacuteximo

possiacutevel de margem de reativo eacute beneacutefico para prevenir ou postergar o colapso de tensatildeo

(CIGRE 1989) Essa reduccedilatildeo de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos geradores se deve ao

aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e pelo banco de

capacitor localizado na barra 9 Figura 49 (b) e (c) respectivamente e a reduccedilatildeo da perda de

potecircncia reativa nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo ver Figura 49 (d) O aumento

da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e pelo banco de capacitor

eacute consequumlecircncia direta do aumento das magnitudes de tensatildeo nas barras do sistema ver Figura

410 A reduccedilatildeo das perdas pode ser atribuiacuteda ao suprimento local de potecircncia reativa

efetuadas por meio desses elementos shunts

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

93

(a)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(b)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(c)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(d)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Pa [MW]

(e)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Figura 49 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras (a) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo (PV) (b) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts das linhas de transmissatildeo (c)

somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts de barra (banco de capacitores eou reatores) (d) somatoacuterio das variaccedilotildees de perda de potecircncia reativa nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo e (e) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de

tensatildeo PVrsquos mais a barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

94

V1

V9 Ten

satildeo

[pu

]

Pa [MW]

Figura 410 ndash Variaccedilotildees das magnitudes de tensatildeo das barras do sistema IEEE-14 em funccedilatildeo de Pa

442 - Anaacutelise de desempenho do meacutetodo proposto para os sistemas IEEE

Neste item satildeo apresentados os resultados de teste para os trecircs sistemas do IEEE 14

barras 30 barras e 57 barras (FRERIS SASSON 1968)

Nos testes o nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees e o valor inicial do paracircmetro micro

foram de 10 e de ndash01 MW respectivamente O proacuteximo ponto atual eacute computado pela

Equaccedilatildeo (45) Este procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Neste momento retorna-se a soluccedilatildeo anterior e continua-se o processo com um passo menor

para micro10 As reduccedilotildees no tamanho passo satildeo efetuadas sempre que o processo de soluccedilatildeo

divergir (ou o nuacutemero de iteraccedilotildees for maior que 10) para uma toleracircncia igual a 10-6 O

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

95

processo eacute suspenso quando a reduccedilatildeo no passo (micro) natildeo acarretar uma reduccedilatildeo significativa

nas perdas isto eacute quando a reduccedilatildeo nas perdas for menor que 10-6

Para o traccedilado das curvas PV a toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-4 pu

Em ambos os procedimentos os limites superior e inferior adotados para os tap foram 105 e

095 respectivamente enquanto que os valores limites adotados para as tensotildees da barra de

folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex onde Vmin =095 e Vmaacutex =11 pu

Os ajustes de tap nos transformadores com comutaccedilatildeo de taps sob carga consistiram

da inclusatildeo da posiccedilatildeo do tap como variaacutevel dependente ao passo que as magnitudes da

tensatildeo das barras controladas foram consideradas como variaacuteveis independentes

(PETERSON MEYER 1971)

Para o traccedilado das curvas PV do caso base (curva 1 nas figuras que seguem) o

primeiro ponto de cada curva foi obtido com um fluxo de carga convencional Para os demais

pontos da curva usou-se um fluxo de carga continuado e conforme a Equaccedilatildeo (21) as cargas

foram modeladas como de potecircncia constante e o paracircmetro λ foi usado para simular o

incremento de carga ativa e reativa considerando fator de potecircncia constante

O aumento de carga foi seguido por um aumento de geraccedilatildeo usando λ

Para o traccedilado das curvas PV apoacutes a reduccedilatildeo das perdas (curva 2 nas figuras que

seguem) usou-se o mesmo procedimento utilizado para a obtenccedilatildeo da curva 1 exceto que o

primeiro ponto corresponde ao uacuteltimo ponto de operaccedilatildeo obtido com o procedimento de

reduccedilatildeo das perdas

A Tabela 43 apresenta para os trecircs sistemas o desempenho da metodologia proposta

para a reduccedilatildeo das perdas enquanto que a Tabela 44 apresenta os respectivos aumentos

obtidos para a margem de carregamento Pelas tabelas constata-se que aleacutem da diminuiccedilatildeo

dos custos operacionais dos sistemas com as reduccedilotildees nas perdas adicionalmente se obteacutem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

96

um aumento do ponto de maacuteximo carregamento ou seja um aumento superior a 5 na

margem de estabilidade desses sistemas

Tabela 43 - Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa

Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa

Perdas (MW) Sistema

IEEE Caso base Finais

Reduccedilatildeo nas perdas (MW)

14 barras 134411 124141 10270 764

30 barras 183360 162539 20830 1136

57 barras 282796 254196 28600 1001

Tabela 44 - Margem de carregamento

Margem de carregamento PMC (pu) Sistema

IEEE Caso base

Apoacutes reduccedilatildeo

Aumento da MC (∆MC em pu)

14 barras 17680 18791 01111 1447

30 barras 14884 16260 01376 2617

57 barras 16007 17355 01348 2224

As Figuras 411 413 e 415 apresentam para os respectivos sistemas as curvas PV

nas barras criacuteticas para o caso base e para o caso apoacutes a reduccedilatildeo das perdas de onde se pode

confirmar os resultados apresentados na Tabela 44 As barras criacuteticas satildeo 14 30 e 31

respectivamente para os sistemas 14-barras 30-barras e 57-barras

Adicionalmente conforme se pode verificar nas Figuras 412 414 e 416 onde satildeo

apresentados os perfis de magnitude de tensatildeo e dos respectivos acircngulos o aumento da

margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do perfil da

magnitude de tensatildeo Tambeacutem se pode notar nos perfis de magnitude de tensatildeo e da Tabela

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

97

44 que as melhorias da margem de carregamento conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das

perdas satildeo significativas uma vez que estas foram obtidas sem nenhuma alteraccedilatildeo nas

injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga

Conforme jaacute comentado uma caracteriacutestica que deve ser almejada em um sistema

eleacutetrico de energia eacute que a tensatildeo criacutetica tensatildeo relativa ao ponto de maacuteximo carregamento se

mantenha a um niacutevel de preferecircncia o mais baixo quanto possiacutevel da tensatildeo normal de

operaccedilatildeo sem que isto consequumlentemente venha a prejudicar o perfil geral de tensatildeo

(WECC 1998) Observa-se nas Figuras 411 413 e 415 que os valores das tensotildees criacuteticas

no caso base representados na curva 1 estatildeo muito proacuteximos aos seus respectivos valores

apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas conforme verificado por meio da curva 2 ou

seja dentro da caracteriacutestica desejada em (WECC 1998)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

98

bull Sistema IEEE-14 barras

Figura 411 - Curvas PV do sistema IEEE-14 barras

Figura 412 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-14 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

99

bull Sistema IEEE 30 barras

Figura 413 - Curvas PV do sistema IEEE-30 barras

Figura 414 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-30 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

100

bull Sistema IEEE-57 barras

Figura 415 - Curvas PV do sistema IEEE-57 barras

Figura 416 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-57 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

101

Um outro aspecto importante que deve ser ressalvado eacute que o principal fator

responsaacutevel pela instabilidade de tensatildeo eacute a incapacidade do sistema em atender a demanda de

potecircncia reativa ou seja o colapso de tensatildeo eacute devido ao esgotamento progressivo das

reservas de reativos nos geradores

Com o meacutetodo proposto obtecircm-se um aumento nas reservas de reativos nos geradores

as quais satildeo alcanccediladas como consequumlecircncia direta da reduccedilatildeo das perdas de potecircncia ativa

conforme se verifica na Tabela 45 onde satildeo apresentadas as potecircncias reativas geradas para o

caso base e para o caso apoacutes a reduccedilatildeo das perdas

Tabela 45 - Reserva de reativos

Reserva de reativos (MVAr) ΣQgerado

Sistema

IEEE Caso base Final Reserva ΣQgerado

14 barras 1021869 743556 278313 2724 30 barras 1439388 1302830 136458 948 57 barras 3219223 2974083 245140 762

443 - Influecircncia da barra de folga na reduccedilatildeo das perdas

O objetivo deste item eacute o de apresentar a influecircncia da escolha da barra de folga

durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Inicialmente analisaremos o sistema IEEE

57 barras e posteriormente o sistema IEEE 118 barras Nos procedimentos de reduccedilatildeo de

perdas que se seguem a toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-6 pu enquanto que

para o traccedilado das curvas PV foi de 10-4 pu

Adotou-se um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 10 Em ambos os procedimentos

os valores adotados para os tap foram de 10 pu enquanto que os valores limites adotados

para as tensotildees da barra de folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex sendo Vmin = 094

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

102

pu e Vmaacutex = 110 pu O valor inicial adotado para micro eacute ndash01 MW isto eacute Pa eacute reduzido em

10 O proacuteximo ponto atual eacute computado pela Equaccedilatildeo (45) Este procedimento eacute repetido

ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Convencionalmente a referecircncia angular eacute especificada na barra de folga Sabe-se que

qualquer barra geradora pode ser escolhida como referecircncia angular e que a convergecircncia do

problema de fluxo de potecircncia natildeo seraacute afetada por essa escolha (LEE KIM 2002)

Por outro lado sabe-se tambeacutem que a escolha da barra de folga afeta o valor da perda

ativa (reativa) total podendo resultar em maiores ou menores perdas na transmissatildeo Assim

com o intuito de garantir que o caso base a ser utilizado no processo de reduccedilatildeo de perdas seja

sempre o mesmo independente da barra adotada como barra de folga para todos os demais

casos analisados especificou-se como valor de potecircncia ativa gerada para a barra de folga

original do banco de dados (no caso a barra 1 do sistema IEEE-57 barras e a 69 do IEEE-118

barras) aquele determinado para o caso base considerando a barra de folga original

4431 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-57 barras

Nas Figuras 417 e 418 apresentam-se os respectivos perfis de magnitude da tensatildeo e

de acircngulo obtidos para o caso base com o fluxo de carga convencional e os obtidos com o

processo de reduccedilatildeo de perdas utilizando o fluxo de carga continuado proposto Observa-se

que apoacutes a reduccedilatildeo das perdas os perfis satildeo muito proacuteximos e que haacute uma melhora do perfil

de magnitude de tensatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base

Nas Tabelas 46 e 47 podem-se verificar os respectivos valores de magnitude de

tensatildeo e potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

103

proposta para a reduccedilatildeo das perdas considerando cada um dos quatros geradores do sistema

IEEE-57 (1 3 8 e 12) como barra de folga Observa-se que a menor magnitude de tensatildeo

tanto para o caso base quanto apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi na barra 31 sendo os

respectivos valores iguais a 08241 pu e 09408 pu Com relaccedilatildeo ao perfil de acircngulo das

barras apoacutes recalculaacute-los considerando a barra 1 como barra de referecircncia verifica-se que

ocorreu muito pouca variaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base Isso jaacute era esperado posto que natildeo

houve variaccedilatildeo de potecircncia ativa gerada e consumida mas apenas na perda ativa total

0 10 20 30 40 50 6008

085

09

095

1

105

11

115

Tens

atildeo (p

u)

nuacutemero das barras

timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 417 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-57 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

104

0 10 20 30 40 50 60-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

Acircng

ulo

(gra

us)

nuacutemero das barras timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12 Referindo ao acircngulo da barra 1 apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando

como barra de referecircncia timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 418 - Perfil de acircngulo do sistema IEEE-57 barras

Tabela 46 - Magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-57 barras

Tensatildeo (pu) Barra de folga V1 V2 V3 V6 V8 V9 V12 1 11000 10768 10688 10783 11000 10749 11000 3 11000 10798 10793 10775 10991 10737 10982 8 11000 10759 10636 10709 11000 10707 10914 12 11000 10771 10713 10831 11000 10758 11000

1 (caso base) 10400 10100 09850 09800 10050 09800 10150

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

105

Tabela 47 - Potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-57 barras

Potecircncia reativa gerada (MVAr) Barra de folga QG1 QG 2 QG 3 QG 6 QG 8 QG 9 QG 12 1 633974 -28379 59707 137612 643029 44035 1332204 3 473342 -07216 399725 34984 646512 11178 1255745 8 780394 -06764 14231 32798 835336 10496 1177180

12 603791 -45166 95023 219001 563339 70083 1323922 1 (caso base) 1294766 -07261 15276 35207 650592 11267 1263672

A Tabela 48 apresenta considerando cada um dos quatros geradores do sistema

IEEE-57 (1 3 8 e 12) como barra de folga os valores das perdas ativa e reativa seacuterie totais

apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia proposta para a reduccedilatildeo das perdas Observa-se da Tabela

48 que o caso base eacute o mesmo para todos os casos analisados e que para este sistema as

reduccedilotildees nas perdas ativa e reativa seacuterie totais satildeo praticamente da mesma ordem de grandeza

Na Tabela 49 observam-se os aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das

linhas de transmissatildeo e as variaccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga

mais as PVs Fica clara a contribuiccedilatildeo da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de

transmissatildeo Consequumlente dessa contribuiccedilatildeo bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia

reativa nos elementos seacuteries das linhas de transmissatildeo pode-se observar na uacuteltima coluna da

Tabela 49 que haacute uma reduccedilatildeo da potecircncia reativa total gerada pelas barras de folga mais as

PVs

Tabela 48 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema IEEE-57 barras

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr)

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo 1 286127 241127 44997 1243319 1045200 198119 3 286127 240126 46000 1243312 1042192 201120 8 286127 243128 42998 1243319 1053650 189669 12 286127 244127 42000 1243319 1056678 186641

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

106

Tabela 49 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as PVs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema IEEE-57 barras

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo 1 1150550 1349006 198456 3263519 2822182 441338 3 1150551 1352361 201810 3263519 2814270 449249 8 1150550 1338467 187917 3263519 2843671 419848 12 1150550 1351587 201036 3263519 2829993 433526

A Figura 419 apresenta as curvas PVacutes para a barra criacutetica barra 31 para o caso base

e para os casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas de onde se pode confirmar que os pontos de

maacuteximo carregamento e o aumento da margem de carregamento conforme apresentado na

Tabela 410 satildeo praticamente os mesmos Conforme jaacute comentado anteriormente o aumento

da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do perfil da

tensatildeo conforme se pode verificar na Figura 417 Tambeacutem se pode notar das curvas PVacutes e

da Tabela 410 que as melhorias da margem de carregamento conseguidas atraveacutes da

reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas uma vez que estas foram obtidas sem nenhuma

alteraccedilatildeo nas injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga responsaacutevel pelo

fechamento do balanccedilo ativo Esse aumento se deve ao aumento da reserva de reativos nos

geradores conforme apresentado na uacuteltima coluna da Tabela 49

Tabela 410 - Margem de carregamento

Margem de carregamento Ponto de maacuteximo carregamento (pu) Aumento da MC (∆MC)

Barra de

folga Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu) 1 15331 16638 01307 2452 3 15331 16638 01307 2452 8 15331 16637 01306 2449 12 15331 16638 01307 2452

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

107

Ten

satildeo

(pu

)

fator de carregamento λ

15331

16638

∆MC=01307

timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas)

Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 419 - Curvas PVacutes da barra criacutetica (barra 31) do sistema IEEE-57 barras

4432 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-118 barras

Nas Figuras 420 421 e 422 apresentam-se os perfis de magnitude da tensatildeo do

sistema IEEE-118 barras para o caso base e para os casos obtidos com o processo de reduccedilatildeo

de perdas considerando como barra de folga as barras 69 27 e 26 respectivamente Para este

sistema diferente do ocorrido para o sistema IEEE-57 observa-se que apoacutes a reduccedilatildeo das

perdas os perfis de magnitude de tensatildeo apresentam uma grande diferenccedila Embora em todos

os casos o procedimento tenha produzido uma reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

108

conforme apresentado na Tabela 411 somente com o uso da barra 26 como barra de folga

constata-se em relaccedilatildeo ao perfil do caso base uma melhora de todo o perfil de magnitude de

tensatildeo

Observa-se que o menor e o maior valor de magnitude de tensatildeo para o caso base

ocorreram nas barras 76 e 10 e foram de 09430 pu e 1050 pu respectivamente Apoacutes a

aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto a menor magnitude de tensatildeo no valor de 09337 pu ocorreu

na barra 28 quando do uso da barra 69 como barra de folga Jaacute a maior magnitude de tensatildeo

no valor de 11031 pu ocorreu na barra 9 quando do uso da barra 26 como barra de folga A

barra 9 eacute uma barra sem carga

Na Figura 423 apresenta-se os perfis de magnitude da tensatildeo das barras de geraccedilatildeo

para o caso base e o obtido com o processo de reduccedilatildeo de perdas considerando a barra 26

como barra de folga Na Figura 424 mostra-se as variaccedilotildees percentuais em relaccedilatildeo agrave

magnitude de tensatildeo do caso base das respectivas magnitudes de tensatildeo das barras de

geraccedilatildeo considerando a barra 26 como barra de folga Dessas figuras se constata que a

variaccedilatildeo percentual natildeo seraacute a mesma para todas as barras Na Figura 425 (a) e 425 (b)

mostra-se as variaccedilotildees da magnitude de tensatildeo e da potecircncia reativa gerada pelas barras 26

27 e 69 durante o processo de reduccedilatildeo de perdas considerando a barra 26 como barra de

folga

Da Tabela 411 verifica-se que para este sistema as maiores reduccedilotildees nas perdas ativa

e reativa seacuterie totais ocorrem quando do uso da barra 26 como barra de folga Da mesma

forma da Tabela 412 que apresenta os aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts

das linhas de transmissatildeo e as reduccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga

mais as PVs se verifica que as maiores contribuiccedilotildees de potecircncia reativa fornecida pelos

shunts das linhas de transmissatildeo e de reduccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras

de folga mais as PVs tambeacutem ocorrem quando do uso da barra 26 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

109

Tabela 411 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema IEEE-118 barras

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr)

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo 26 1311543 1150543 161000 7678841 6721797 957044 27 1311543 1187545 123998 7678841 7004000 674842 69 1311543 1222544 88999 7678841 7347540 331301

Tabela 412 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as PVs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema IEEE-118 barras

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo 26 1368262 1545199 1766940 7527540 4697815 2829726 27 1368262 1523670 1554077 7527540 5133701 2393840 69 1368262 1445854 77592 7527540 6212204 1315336

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Ten

satildeo

(pu

)

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 420 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 69 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

110

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

Ten

satildeo

(pu

)

nuacutemero das barras

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas Figura 421 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 27 como

barra de folga

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Ten

satildeo

(pu

)

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas Figura 422 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como

barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

111

0 10 20 30 40 5007

075

08

085

09

095

1

105

11

Tens

atildeo (p

u)

g caso base g apoacutes a reduccedilatildeo das perdas

Figura 423 - Perfil da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

0 10 20 30 40 500

1

2

3

4

5

6

7

8

Tens

atildeo (

)

Figura 424 - Variaccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo ao caso base da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

112

V26

V27

V69

Pa [MW]

Ten

satildeo

[pu

]

Qg26

Qg27

Qg69

Pa [MW]

Potecirc

ncia

rea

tiva

gera

da [M

VA

r]

Figura 425 - (a) Variaccedilatildeo da magnitude de tensatildeo e (b) da potecircncia reativa gerada pelas barras de geraccedilatildeo 26 27 e 69 do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

As Figuras 426 (a) e (b) apresentam as curvas PVacutes para a barra 9 cuja magnitude de

tensatildeo foi utilizada como paracircmetro da continuaccedilatildeo durante o traccedilado da curva PV e da barra

criacutetica barra 13 para o caso base e para os casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas Das figuras 426

(a) e (b) e da Tabela 413 pode-se verificar que o ponto de maacuteximo carregamento e o aumento

da margem de carregamento seraacute maior quando do uso da barra 26 como barra de folga

Conforme jaacute comentado anteriormente quando do uso da barra 26 como barra de folga o

(a)

(b)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

113

aumento da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do

perfil de magnitude de tensatildeo conforme se pode verificar na Figura 422 Tambeacutem se pode

notar das curvas PVacutes e da Tabela 413 que as melhorias da margem de carregamento 923

e 1559 conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas quando do uso ou da

barra 26 ou da 27 como barra de folga Entretanto quando do uso da barra 69 como barra de

folga apesar da reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa serem de 89 MW e 3313 MVAr (ver

Tabela 411) o aumento da margem de carregamento do sistema foi de apenas 132

Tabela 413 - Margem de carregamento para o sistema IEEE-118 barras

Margem de carregamento Ponto de maacuteximo carregamento (pu) Aumento da MC (∆MC)

Barra de

folga Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu) 69 20817 20960 00143 132 27 20817 21815 0 0998 923 26 20817 22503 01686 1559

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

114

08 1 12 14 16 18 2 22 2404

05

06

07

08

09

1

11V9

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

20817

22503

∆MC=01686

08 1 12 14 16 18 2 22 24

04

05

06

07

08

09

1

11

V9

fator de carregamento λ

Tens

atildeo [p

u]

V13

timestimestimestimes caso base (barra 69 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de folga bullbullbullbull barra 69 ++++ barra 26 oooo barra 27

Figura 426 - Curvas PVacutes do sistema IEEE-118 barras (a) curva PV da barra 9 e (b) curva PV da barra 13

(a)

(b)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

115

45 - Comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga oacutetimo

e o fluxo de carga continuado proposto

O objetivo desse item eacute o de comparar o desempenho do fluxo de carga continuado

proposto com o do fluxo de carga oacutetimo Ao contraacuterio do fluxo de carga convencional o fluxo

de carga continuado proposto possibilita a reduccedilatildeo das perdas a partir de um caso base assim

natildeo se faz necessaacuterio realizar um processo de tentativa e erro para atingir o criteacuterio desejado

Por outro lado conforme ficou claro do item 443 haacute a necessidade de se escolher uma barra

de folga para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total uma vez que sua escolha

influenciara o estado final obtido Entatildeo a titulo de comparaccedilatildeo escolheu-se entre os

resultados obtidos no item 443 aquele que apresentou o melhor desempenho

As Figuras 427 e 428 apresentam para os sistemas IEEE-57 e IEEE-118 os

respectivos perfis de magnitudes de tensatildeo e de acircngulo obtidos com o fluxo de carga

convencional para o caso base com os meacutetodos do fluxo de carga continuado proposto e com

o fluxo de carga oacutetimo Observa-se que o ponto de partida para aplicaccedilatildeo da metodologia de

reduccedilatildeo de perdas e do fluxo de carga oacutetimo eacute um caso base obtido por um fluxo de carga

convencional com os taps dos transformadores fixos em 10

As perdas de potecircncia ativa para o caso base dos sistemas IEEE-57 e IEEE-118 satildeo de 2861

MW e 13116 MW respectivamente Os valores das perdas de potecircncia ativa total obtidos

com o fluxo de carga oacutetimo foram de 2333 MW para o sistema IEEE-57 barras e de 10804

MW para o sistema IEEE-118 barras Enquanto que apoacutes a aplicaccedilatildeo fluxo de carga

continuado proposto as perdas de potecircncia ativa para esses sistemas foram de 2427 MW e

11505 MW respectivamente Assim aplicaccedilatildeo da metodologia de reduccedilatildeo de perdas nos

sistemas IEEE-57 e IEEE-118 conduz a uma reduccedilatildeo nas perdas de 424 MW (1487) e

161 MW (1228) respectivamente com o consequumlente aumento nas economias financeira

Observa-se que aleacutem da reduccedilatildeo nas perdas haacute uma melhora do perfil de tensatildeo Observa-se

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

116

0 10 20 30 40 5008

085

09

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Tens

atildeo (p

u)

0 10 20 30 40 50 60-25

-20

-15

-10

-5

0

nuacutemero das barras

Acircng

ulo

(gra

us)

timestimestimestimes caso base utilizando a barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando a barra 1 como barra de folga oooo obtido com um programa FCO utilizando a barra 1 como barra de folga

Figura 427 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema IEEE-57

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

117

0 20 40 60 80 100 120094

096

098

1

102

104

106

108

11

nuacutemero das barras

Tens

atildeo (p

u)

0 20 40 60 80 100 120-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

nuacutemero das barras

Acircng

ulo

(gra

us)

timestimestimestimes caso base utilizando a barra 26 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando a barra 26 como barra de folga oooo obtido com um programa FCO utilizando a barra 26 como barra de folga

Figura 428 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema IEEE-118

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

118

tambeacutem que ambas foram obtidas sem praticamente nenhuma modificaccedilatildeo nas injeccedilotildees de

potecircncia ativa dos geradores

Os resultados apresentados nestas figuras mostram tambeacutem que com a aplicaccedilatildeo do

meacutetodo do fluxo de carga continuado proposto eacute possiacutevel se obter pontos de operaccedilatildeo

proacuteximos aos obtidos pelo fluxo de carga oacutetimo

A Figura 429 apresenta para o sistema IEEE-57 as curvas PV obtidas partindo do

estados fornecidos pelo fluxo de carga oacutetimo e apoacutes a uacuteltima iteraccedilatildeo da metodologia de

reduccedilatildeo de perdas proposta juntamente com a curva PV do caso base A melhora de 245 na

margem de carregamento pode ser confirmada na Figura 429 onde a margem de

carregamento sem reduccedilatildeo de perdas (caso base) era de 15331 pu e apoacutes a reduccedilatildeo das

perdas passou a 16637 pu correspondendo a um aumento em 01306 pu

No caso do sistema IEEE-118 como se pode confirmar na Figura 430 que a melhora

na margem de carregamento foi de 156 Para esse sistema a margem de carregamento sem

reduccedilatildeo de perdas (caso base) era de 20817 pu e apoacutes a reduccedilatildeo das perdas passou a 22503

pu correspondendo a um aumento de 01686 pu Como se pode confirmar da figura o

aumento da margem de carregamento obtido partindo do estado fornecido pelo fluxo de carga

oacutetimo eacute ligeiramente maior 18

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

119

1 11 12 13 14 15 16 170

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

Ten

satildeo

(pu

)

caso base sem reduccedilatildeo de perdas FCCP com reduccedilatildeo de perdas FCO com reduccedilatildeo de perdas +++++

Fator de carregamento λ

∆MC 01306

15331 16637

Figura 429 - Curvas PV inicial e final para o sistema IEEE-57

08 1 12 14 16 18 2 22 24

04

05

06

07

08

09

1

11

Tens

atildeo (p

u)

caso base sem reduccedilatildeo de perdas FCCP com reduccedilatildeo de perdas FCO com reduccedilatildeo de perdas +++++

Fator de carregamento λ

∆MC 01686

20817 22503

22760

Figura 430 - Curvas PV inicial e final para o sistema IEEE-118

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

120

46 ndash Desempenho do fluxo de carga continuado proposto para sistemas de grande porte

O objetivo deste item eacute o de apresentar o desempenho do meacutetodo proposto para

sistemas de meacutedio porte e real de grande porte no caso o sistema IEEE-300 de 300 barras e

411 linhas e o sistema OTS-904 que eacute um sistema de 904 barras e 1283 linhas

correspondente a uma parte do sistema sudoeste Americano

Nos procedimentos de reduccedilatildeo de perdas nesses sistemas a toleracircncia adotada para os

mismatches foi de 10-6 pu enquanto que para o traccedilado das curvas PV foi de 10-5 pu

Adotou-se um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 20 Em ambos os procedimentos os

valores adotados para os tapacutes foram de 10 pu enquanto que os valores limites adotados

para as tensotildees da barra de folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex sendo Vmin igual a

090 pu e Vmaacutex igual a 110 pu para ambos os sistemas Os valores iniciais adotados para o

paracircmetro da continuaccedilatildeo (micro) foram de ndash02 MW e ndash05MW para os sistema IEEE-300 e

OTS-904 respectivamente O proacuteximo ponto atual eacute computado pela equaccedilatildeo (45) Este

procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Da mesma forma que ocorreu para todos os sistemas jaacute analisados observa-se que

apoacutes a reduccedilatildeo das perdas haacute uma melhora do perfil de tensatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base

Para o sistema IEEE-300 observou-se que a menor magnitude de tensatildeo para o caso

base foi na barra 526 e apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi na barra 9033 sendo os

respectivos valores iguais a 08636 pu e 09156 pu Para o sistema OTS-904 a menor

magnitude de tensatildeo tanto para o caso base quanto apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi

na barra 277 sendo os respectivos valores iguais a 08681 pu e 09000 pu Em ambos os

sistemas as maacuteximas magnitudes de tensatildeo natildeo foram maiores que o valor maacuteximo de 11 pu

A tabela 414 apresenta para os dois sistemas os valores das perdas ativa e reativa

seacuterie totais apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia proposta para a reduccedilatildeo das perdas Observa-se

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

121

da tabela que a maior reduccedilatildeo nas perdas ativa e reativa seacuterie totais ocorrem para o sistema

IEEE-300

Na tabela 415 observam-se os respectivos aumentos da potecircncia reativa fornecida

pelos shunts das linhas de transmissatildeo e as variaccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas

barras de folga e PVs Novamente observa-se claramente a contribuiccedilatildeo da potecircncia reativa

fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia

reativa nos elementos seacuteries das linhas de transmissatildeo com a consequumlente reduccedilatildeo da

potecircncia reativa total gerada pelas barras de folga mais as PVs como se pode observar da

uacuteltima coluna da tabela 415

Tabela 414 ndash Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr) Sistema

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo IEEE-300 7049 4215983 3905984 310000 5589485 5170518 418967 OTS-904 882 7517768 7433768 84000 1611578 1591707 19871

Tabela 415 ndash Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga e PVs com a reduccedilatildeo da perda

ativa total

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada Sistema

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo IEEE-300 7049 583705 632437 48732 683817 611434 72384

OTS-904 882 717591 730714 13123 1343894 1314866 29028

As Figuras 431 e 432 apresentam para o sistema IEEE-300 e OTS-904 as curvas PV

para as respectivas barras criticas 526 e 138 cujas magnitudes de tensatildeo foram utilizadas

como paracircmetro da continuaccedilatildeo durante o traccedilado da curva PV para o caso base e para os

casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas Das figuras e da Tabela 416 pode-se verificar o aumento da

margem de carregamento de ambos os sistemas

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

122

Tabela 416 ndash Margem de carregamento

Margem de carregamento (MC)

Ponto de maacuteximo carregamento (pu)

Aumento da MC (∆MC) Sistema Barra

de folga

Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu)

IEEE-300 7049 10552 11079 00527 955 OTS-904 882 12206 12486 00280 127

098 1 102 104 106 108 11 112055

06

065

07

075

08

085

09

095

V526

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

10552

∆MC=00527

11079

timestimestimestimes caso base (barra 7049 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 431 - Curva PVacutes do sistema IEEE-300 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

123

095 1 105 11 115 12 12503

04

05

06

07

08

09

1

V138

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

102206

12486

∆MC=00280

timestimestimestimes caso base (barra 882 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 432 - Curvas PVacutes do sistema OTS-904 barras

Capiacutetulo 5

CONCLUSOtildeES

51 Introduccedilatildeo

Os meacutetodos da continuaccedilatildeo satildeo considerados como poderoso ferramental na anaacutelise de

fluxo de carga podendo ser utilizados quando satildeo encontradas dificuldades de convergecircncia

traduzidas pela singularidade da matriz Jacobiana dos meacutetodos convencionais Esses meacutetodos

permitem a determinaccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e de maacutexima transferecircncia de

potecircncia bem como de todas as possiacuteveis soluccedilotildees das equaccedilotildees de fluxo de carga ou seja a

curva PV completa constituindo-se a base para a avaliaccedilatildeo da seguranccedila e da estabilidade de

tensatildeo (MANSOUR 1993)

52 Contribuiccedilotildees

A deficiecircncia de potecircncia reativa numa regiatildeo do sistema pode causar um aumento das

perdas tanto nesta regiatildeo como no sistema todo Isso porque o suprimento desses reativos

deve ser efetuado por geradores muitas vezes mais distantes da regiatildeo de interesse fazendo

com que correntes elevadas percorram o sistema Com base nisso nesta tese foi proposto a

modificaccedilatildeo do fluxo carga continuado para efetuar-se a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

125

ativa visando com isso aumentar a margem de carregamento do sistema A reduccedilatildeo das perdas

eacute alcanccedilada por intermeacutedio do redespacho de potecircncia reativa

O fluxo de carga continuado proposto difere em alguns aspectos do fluxo de carga

continuado usado para obter o ponto de maacuteximo carregamento No fluxo de carga continuado

o objetivo eacute obter o ponto de maacuteximo carregamento da curva PV Por outro lado no fluxo de

carga continuado proposto o objetivo eacute o de melhorar a margem de carregamento por meio da

reduccedilatildeo das perdas usando o meacutetodo da continuaccedilatildeo

Ao contraacuterio do fluxo de carga continuado no qual os valores da carga e da geraccedilatildeo de

potecircncia ativa do caso base satildeo aumentadas em uma direccedilatildeo preestabelecida no meacutetodo

proposto elas permanecem fixas No fluxo de carga continuado as barras PV satildeo tratadas

como simples barras PV e enquanto suas respectivas potecircncias reativas geradas estatildeo entre

seus respectivos limites suas respectivas equaccedilotildees natildeo estatildeo presentes na matriz Jacobiana

Assim suas magnitudes de tensotildees permanecem fixas nos seus respectivos valores

especificados sendo tratadas como variaacuteveis independentes No caso de violaccedilatildeo a barra PV

eacute alterada para tipo PQ com Q sendo especificado no valor limite e a sua magnitude de

tensatildeo eacute considerada como uma incoacutegnita do problema Por outro lado no fluxo de carga

continuado proposto as magnitudes de tensotildees nas barras PV podem variar e satildeo calculadas

para o valor especificado de perda total de potecircncia ativa sendo tratadas portanto como

variaacuteveis dependentes

Na metodologia proposta a geraccedilatildeo de potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo

satildeo mantidas constantes nos respectivos valores do caso base enquanto que o valor da perda

total de potecircncia ativa eacute preacute-ajustado atraveacutes de um novo paracircmetro Apoacutes se obter a soluccedilatildeo

do caso base por meio de um fluxo de carga convencional e se ter definido um passo para

reduccedilatildeo das perda total de potecircncia ativa o fluxo de carga continuado proposto eacute usado para

calcular as demais soluccedilotildees ateacute que um ponto neste trabalho definido como ponto de miacutenima

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

126

perda seja atingido A teacutecnica de previsatildeo adotada foi a trivial ou polinomial modificada de

ordem zero na qual o valor do paracircmetro da continuaccedilatildeo eacute prefixado Assim atraveacutes do

meacutetodo proposto eacute possiacutevel se especificar o valor desejado de variaccedilatildeo na perda ativa total na

transmissatildeo e a sua soluccedilatildeo provecirc o ponto de operaccedilatildeo para o qual a perda ocorre A geraccedilatildeo

de potecircncia ativa da barra adotada como barra de folga eacute reprogramada para fechar o balanccedilo

de potecircncia ativa do sistema ou seja o seu valor variaraacute a fim de acomodar aleacutem da

diferenccedila entre a potecircncia ativa gerada e a consumida de todo o sistema a reduccedilatildeo da perda

total de potecircncia ativa na transmissatildeo

Os resultados apresentados neste trabalho mostram que a utilizaccedilatildeo do meacutetodo

proposto proporciona natildeo soacute uma reduccedilatildeo das perdas e consequumlentemente dos custos

operacionais mas tambeacutem um aumento do ponto de maacuteximo carregamento isto eacute da margem

de estabilidade do sistema

O aumento da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a

melhoria do perfil da tensatildeo e com o aumento das reservas de reativos nos geradores natildeo

tendo no entanto ocorrido mudanccedilas relevantes na tensatildeo criacutetica Manter o valor da tensatildeo

criacutetica tatildeo baixa quanto esta possa ser em relaccedilatildeo agrave tensatildeo normal de operaccedilatildeo sem

comprometer consequumlentemente o perfil geral de tensatildeo eacute uma caracteriacutestica recomendada

em (WECC 1998) (FTCT 1999) Observa-se que as melhorias na margem de carregamento

conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas uma vez que estas foram

obtidas sem nenhuma alteraccedilatildeo nas injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga

Foram esclarecidos como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema eleacutetrico de potecircncia

durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Em geral haacute uma reduccedilatildeo da potecircncia

reativa total gerada pela barra de folga e as barras de geraccedilatildeo como consequumlecircncia direta dos

aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e de barras

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

127

bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia reativa nos elementos seacuteries das linhas de

transmissatildeo

O fluxo de carga continuado proposto possibilita a reduccedilatildeo das perdas a partir de um

caso base assim natildeo se faz necessaacuterio realizar um processo de tentativa e erro para atingir o

criteacuterio desejado Por outro lado as analises mostram que haacute a necessidade de se escolher uma

barra de folga para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total uma vez que sua

escolha influenciara o estado final obtido Um outro ponto importante eacute que com o meacutetodo

proposto eacute possiacutevel se obter pontos de operaccedilatildeo muito proacuteximos aos obtidos por meio de um

programa de fluxo de carga oacutetimo o que mostra que o meacutetodo proposto pode ser uma

alternativa viaacutevel para a aplicaccedilotildees de estudos da operaccedilatildeo para reforccedilar a estabilidade

estaacutetica de tensatildeo

Outro aspecto importante eacute o de que o meacutetodo proposto eacute de faacutecil incorporaccedilatildeo a

qualquer programa de Fluxo de Carga

53 Sugestotildees para futuros trabalhos

Algumas sugestotildees para dar continuidade aos trabalhos iniciados por esta tese

sect Tendo em vista que para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total a partir

de um caso base haacute a necessidade de se escolher uma barra de folga uma vez que sua

escolha influenciaraacute o estado final obtido uma necessidade seria a de se investigar e

definir um criteacuterio para se estabelecer qual barra seria a mais apropriada como barra

de folga

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

128

sect A escolha do valor oacutetimo para o passo do paracircmetro da continuaccedilatildeo objetivando a

reduccedilatildeo do nuacutemero de pontos e de iteraccedilotildees necessaacuterias para a obtenccedilatildeo do ponto de

miacutenimas perdas

sect Em (ZAMBRONI 1998) eacute mostrado que a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa

num grande sistema de potecircncia natildeo afeta muito sua margem de carregamento mas

que o controle das perdas em uma aacuterea criacutetica do sistema pode apresentar resultados

mais satisfatoacuterios Seria interessante avaliar os efeitos produzidos na margem de

carregamento do sistema realizando a reduccedilatildeo das perdas em uma aacuterea especifica do

sistema no caso a aacuterea criacutetica e comparaacute-los com os obtidos com a reduccedilatildeo da perda

total de potecircncia ativa

sect Analisar a utilizaccedilatildeo de fatores de participaccedilatildeo dos geradores a fim de definir um

redespacho que proporcione um melhor ganho de margem Os fatores de participaccedilatildeo

poderiam ser obtidos pela anaacutelise de sensibilidade dos autovalores e os

correspondentes autovetores direito e esquerdo da matriz Jacobiana modificada do

fluxo de carga continuado proposto procurando determinar os geradores que mais

contribuem para a reduccedilatildeo das perdas e o aumento da margem de carregamento

sect Considerar na metodologia proposta para a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa na

transmissatildeo aleacutem da equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo a equaccedilatildeo da

potecircncia reativa injetada das barras cuja magnitude de tensatildeo sejam reguladas por

transformadores com controle automaacutetico de tap

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Apecircndice A

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Transmission Losses Reduction In Transmission and Distribution Conference and

Exposition Latin America 2004 IEEEPES Satildeo Paulo (SP) ARndashPower System

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Page 5: “Proposta de Parametrização para o Fluxo de Carga ......4.2 - O problema do fluxo de carga ótimo 71 4.3 - Metodologia proposta 75 4.3.1 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas

RESUMO

Este trabalho apresenta uma metodologia alternativa para a melhoria da margem de

carregamento e reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa com base no meacutetodo da continuaccedilatildeo

Para atingir esta meta uma equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo baseada na perda de potecircncia ativa

total e as equaccedilotildees da potecircncia reativa nas barras de geraccedilatildeo satildeo acrescentadas agraves equaccedilotildees de

fluxo de carga convencional As tensotildees nas barras PV satildeo consideradas como variaacuteveis de

controle e um novo paracircmetro eacute escolhido para reduzir as perdas de potecircncia ativa nas linhas

de transmissatildeo Os resultados mostram que este procedimento em geral conduz a um

aumento no ponto de maacuteximo carregamento e por conseguinte melhoria na margem estaacutetica

da estabilidade de tensatildeo Este procedimento tambeacutem leva a uma reduccedilatildeo nos custos

operacionais e simultaneamente uma melhoria no perfil da tensatildeo

Palavras Chave Meacutetodo da continuaccedilatildeo fluxo de potecircncia margem de carregamento

margem de estabilidade de tensatildeo e reduccedilatildeo de perdas

ABSTRACT

This work presents an alternative methodology for loading margin improvement and

total real power losses reduction by using a continuation method In order to attain this goal a

parameterizing equation based on the total real power losses and the equations of the reactive

power at the slack and generation buses are added to the conventional Power Flow equations

The voltages at these buses are considered as control variables and a new parameter is chosen

with to reduce the real power losses in the transmission lines

The results show that this procedure leads to maximum loading point increase and

consequently in static voltage stability margin improvement Besides this procedure also

takes to a reduction in the operational costs and simultaneously to voltage profile

improvement

LISTA DE FIGURAS

Figura 21 - Classificaccedilatildeo da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia 28

figura 22 - Curva pv geneacuterica 38

Figura 23 ndash Curva qv geneacuterica 40

Figura 24 ndash Definiccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e da margem de carregamento 43

Figura 31 - Processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em sistemas parametrizados 56

Figura 32 - Sistema de trecircs barras 59

Figura 33 - Comparaccedilatildeo entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo com preditor tangente e com

preditor secante 59

Figura 34 - Controle automaacutetico do passo σ 62

Figura 41 - Sistema de duas barras 71

Figura 42 - Sistema de trecircs barras ndash caso base 74

Figura 43 - Sistema de trecircs barras - caso otimizado 74

Figura 44 - Desempenho do fccp para o sistema de duas barras 83

Figura 45 - Curvas pv efeito da reduccedilatildeo das perdas sobre o ponto de maacuteximo carregamento

para o sistema de duas barras 83

Figura 46 - Desempenho do sistema de trecircs barras (a) vtimespa (b) qgtimespa (c) potecircncia ativa

gerada pela barra de folga timespa (d) curvas pv 86

Figura 47 - Variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga e das barras de controle de tensatildeo (pv) em

funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras 90

Figura 48 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de folga e de controle de

tensatildeo (pv) em funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras 91

Figura 49 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras

(a) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo

(pv) (b) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts das linhas de

transmissatildeo (c) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts de barra

(banco de capacitores eou reatores) (d) somatoacuterio das variaccedilotildees de perda de potecircncia reativa

nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo e (e) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias

reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo pvrsquos mais a barra de folga 93

Figura 410 ndash Variaccedilotildees das magnitudes de tensatildeo das barras do sistema ieee-14 em funccedilatildeo de

pa 94

Figura 411 - Curvas pv do sistema ieee-14 barras 98

Figura 412 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-14 barras 98

Figura 413 - Curvas pv do sistema ieee-30 barras 99

Figura 414 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-30 barras 99

Figura 415 - Curvas pv do sistema ieee-57 barras 100

Figura 416 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-57 barras 100

Figura 417 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-57 barras 103

Figura 418 - Perfil de acircngulo do sistema ieee-57 barras 104

Figura 419 - Curvas pvacutes da barra criacutetica (barra 31) do sistema ieee-57 barras 107

Figura 420 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

69 como barra de folga 109

Figura 421 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

27 como barra de folga 110

Figura 422 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

26 como barra de folga 110

Figura 423 - Perfil da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-118 barras

considerando a barra 26 como barra de folga 111

Figura 424 - Variaccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo ao caso base da magnitude de tensatildeo das barras

de geraccedilatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga 111

Figura 425 - (a) Variaccedilatildeo da magnitude de tensatildeo e (b) da potecircncia reativa gerada pelas

barras de geraccedilatildeo 26 27 e 69 do sistema ieee-118 barras considerando a barra 26 como barra

de folga 112

Figura 426 - Curvas pvacutes do sistema ieee-118 barras (a) curva pv da barra 9 e (b) curva pv da

barra 13 114

Figura 427 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema ieee-57 116

Figura 429 - Curvas pv inicial e final para o sistema ieee-57 119

Figura 430 - Curvas pv inicial e final para o sistema ieee-118 119

Figura 431 - Curva pvacutes do sistema ieee-300 barras 122

Figura 432 - Curvas pvacutes do sistema ots-904 barras 123

LISTA DE TABELAS

Tabela 41 - Soluccedilotildees do fluxo de carga oacutetimo para o sistema da figura 41 73

Tabela 42 - Soluccedilotildees para o sistema da figura 42 75

Tabela 43 - Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa 96

Tabela 44 - Margem de carregamento 96

Tabela 45 - Reserva de reativos 101

Tabela 46 - Magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-57 barras 104

Tabela 47 - Potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-57 barras 105

Tabela 48 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema ieee-57 barras 105

Tabela 49 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as pvs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema ieee-57 barras 106

Tabela 410 - Margem de carregamento 106

Tabela 411 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema ieee-118 barras109

Tabela 412 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as pvs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema ieee-118 barras 109

Tabela 413 - Margem de carregamento para o sistema ieee-118 barras 113

Tabela 414 ndash Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais 121

Tabela 415 ndash Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga e pvs com a reduccedilatildeo da perda

ativa total 121

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 - INTRODUCcedilAtildeO 16

11 - Introduccedilatildeo geral 16

12 ndash Estrutura do trabalho 22

CAPIacuteTULO 2 - ANAacuteLISE DA ESTABILIDADE ESTAacuteTICA DE TENSAtildeO 25

21 - Introduccedilatildeo 25

22 ndash Estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia 25

23 ndash Estabilidade estaacutetica de tensatildeo 33

24 ndash Meacutetodos de estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo 34

25 ndash Avaliaccedilatildeo do colapso de tensatildeo baseado nas curvas PV e QV 36

251 ndash Curvas PV 37

252 ndash Curvas QV 39

26 - Margem de carregamento 40

CAPIacuteTULO 3 - MEacuteTODO DA CONTINUACcedilAtildeO E SUAS TEacuteCNICAS DE

PARAMETRIZACcedilAtildeO 46

31 ndash Introduccedilatildeo 46

32 - Fluxo de carga convencional 48

33 - Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de prediccedilatildeo parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo 53

331 ndash Teacutecnicas de prediccedilatildeo 56

3311 - Preditor tangente 56

3312 ndash Preditor secante 58

3313 - Preditor polinomial modificado de ordem zero 60

332 - Controle do passo preditor 61

333 ndash Teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo 62

3331 - Parametrizaccedilatildeo local 64

3332 ndash Teacutecnica do comprimento de arco 66

3333 ndash Teacutecnica da perpendicularidade 67

CAPIacuteTULO 4 - METODOLOGIA PROPOSTA 69

41 - Introduccedilatildeo 69

42 - O problema do fluxo de carga oacutetimo 71

43 - Metodologia proposta 75

431 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas de duas e trecircs barras 80

4311 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

de duas barras 81

4312 - Resultados obtidos com o FCCP para o sistema de trecircs barras 84

44 ndash Resultados da reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa 87

441 ndash Balanccedilo de reativos durante o procedimento de reduccedilatildeo da perda total de potecircncia

ativa 88

442 - Anaacutelise de desempenho do meacutetodo proposto para os sistemas IEEE 94

443 - Influecircncia da barra de folga na reduccedilatildeo das perdas 101

4431 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-57 barras 102

4432 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-118 barras 107

45 - Comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga oacutetimo e o

fluxo de carga continuado proposto 115

46 ndash Desempenho do fluxo de carga continuado proposto para sistemas de grande porte 120

CAPIacuteTULO 5 - CONCLUSOtildeES 124

51 Introduccedilatildeo 124

52 Contribuiccedilotildees 124

53 Sugestotildees para futuros trabalhos 127

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 129

APEcircNDICE A 138

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

16

Capiacutetulo 1

INTRODUCcedilAtildeO

11 - Introduccedilatildeo geral

Nas uacuteltimas deacutecadas os sistemas eleacutetricos de potecircncia (SEP) tecircm passado por vaacuterias

experiecircncias tais como mudanccedilas no comportamento socioloacutegico da populaccedilatildeo crises

econocircmicas restriccedilotildees ecoloacutegicas progressos tecnoloacutegicos desregulamentaccedilatildeo do setor

eleacutetrico entre outras

Estas experiecircncias chamam a atenccedilatildeo sobre alguns aspectos natildeo considerados no

passado Dentre tais aspectos estatildeo a procura por seguranccedila no sistema (confianccedila) e as

incertezas no futuro uma vez que os planejadores se baseiam em uma visatildeo de longo prazo

levando em conta previsotildees como a demanda de potecircncia a disponibilidade de geraccedilatildeo a

possibilidade de interconexatildeo de equipamento eou de novos sistemas e o desenvolvimento

de novas tecnologias

Estas previsotildees satildeo por sua proacutepria natureza incertas e qualquer divergecircncia entre o

planejamento e a realidade experimentada algum tempo depois deve ser equalizada por meio

de um impacto capaz de ser absorvido pelo sistema

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

17

Dentre os impactos de diversas naturezas podem-se citar por exemplo a crise do

petroacuteleo as restriccedilotildees ambientais que impedindo a construccedilatildeo de novos parques geradores e

linhas de transmissatildeo a privatizaccedilatildeo de concessionaacuterias estatais de energia os blecautes e o

racionamento de energia eleacutetrica

Com o crescente aumento do parque industrial haacute naturalmente um aumento

subsequumlente no carregamento do sistema e por conseguinte um aumento na potecircncia que flui

por entre as linhas de transmissatildeo ou seja no fluxo de potecircncia

Em consonacircncia com as leis de Ohm e as leis de Kirchhoff a energia eleacutetrica que flui

em uma rede eacute distribuiacuteda entre os ramos de acordo com as suas respectivas impedacircncias ateacute

que um equiliacutebrio de tensatildeo seja alcanccedilado

O fluxo de energia poderaacute sofrer mudanccedila de direccedilatildeo em qualquer instante caso a

configuraccedilatildeo da rede sofra alteraccedilotildees em consequumlecircncia de contingecircncias de linhas de

transmissatildeo de manobras em transformadores ou ainda quando estes satildeo retirados do sistema

para manutenccedilatildeo ou substituiccedilatildeo

Estes fluxos tambeacutem mudaratildeo devido a variaccedilotildees na geraccedilatildeo ou conforme a

solicitaccedilatildeo de carga isto eacute alteraccedilatildeo no carregamento do sistema

O aumento no fluxo de potecircncia tem como consequumlecircncia direta um aumento nas

perdas ativas e reativas nas linhas de transmissatildeo

As impedacircncias dos equipamentos de rede tais como geradores transformadores e

linhas de transmissatildeo provocam natildeo soacute perdas de potecircncia ativa e reativa como tambeacutem

queda de tensatildeo nestes elementos Assim as mudanccedilas no fluxo de potecircncia podem levar a

um baixo perfil de tensatildeo e em perdas mais altas nos sistemas podendo piorar particularmente

sob condiccedilotildees de carga pesada

Esta situaccedilatildeo pode ser melhorada atraveacutes da escolha de um baixo valor para a

reatacircncia seacuterie durante o processo de planejamento dos sistemas eleacutetricos de potecircncia Poreacutem

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

18

isto poderia resultar em um aumento nos niacuteveis reais de falhas no sistema Aumentos nos

niacuteveis de corrente de curto-circuito resultariam em um custo operacional maior dos

equipamentos avaliados uma vez que deveratildeo ser majorados seus valores nominais ou ainda

provocar arranjos operacionais inaceitaacuteveis (GLOVER et al 1989)

Por outro lado o operador do sistema tambeacutem pode melhorar esta situaccedilatildeo realocando

a geraccedilatildeo de potecircncia reativa no sistema uma vez que o despacho de potecircncia ativa tambeacutem eacute

controlaacutevel e tem influecircncia na potecircncia reativa que por sua vez altera as perdas na

transmissatildeo

Neste trabalho eacute assumido que o despacho de potecircncia ativa eacute executado antes do

despacho de potecircncia reativa ser considerado

Vaacuterias razotildees favoreceram a opccedilatildeo pelo controle de reativos em vez de despacho de

potecircncia ativa (CIGRE 1989) entre elas

bull O baixo custo inicial investido nas instalaccedilotildees o que normalmente alcanccedila

pequenas porcentagens do custo correspondente para potecircncia ativa em um

sistema de grande porte quando comparado agraves instalaccedilotildees de potecircncia ativa

(geradores ou linhas de transmissatildeo)

bull Sua instalaccedilatildeo pode reduzir investimentos em componentes de rede como

linhas de transmissatildeo e transformadores aleacutem de possibilitar uma maior

confiabilidade no sistema

A realocaccedilatildeo de geraccedilatildeo de potecircncia reativa pode ser feita satisfatoriamente atraveacutes de

ajustes nas variaacuteveis de controle tais como tensotildees terminais dos geradores tap de

transformadores e chaveamento de fontes de potecircncia reativa Qualquer mudanccedila em uma

destas variaacuteveis tem o efeito de mudar o perfil de tensatildeo do sistema a potecircncia reativa gerada

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

19

e a perda total do sistema Os elementos da rede podem transferir potecircncias maiores se por

eles circularem correntes reativas menores

As informaccedilotildees inerentes agraves mudanccedilas de fluxo de potecircncia natildeo soacute satildeo importantes

para que os operadores de sistemas assegurarem uma operaccedilatildeo eficiente mas tambeacutem para

manterem a confianccedila nos serviccedilos prestados Aleacutem disso tal informaccedilatildeo tambeacutem eacute uacutetil para a

reduccedilatildeo de perdas

As perdas na transmissatildeo representam de 5 a 10 da geraccedilatildeo total o que se traduz

em milhotildees de doacutelares por ano (SHARIF et al 2000) Caso se tenha informaccedilotildees de como

estas perdas acontecem eacute possiacutevel efetuar-se accedilotildees de controle com o intuito de reduzi-las

Perdas reativas baixas podem reduzir a potecircncia reativa total das instalaccedilotildees e ainda as

perdas ativas provendo com isto um ganho econocircmico consideraacutevel (CIGRE 1989)

Entatildeo a quantificaccedilatildeo e reduccedilatildeo das perdas ativas satildeo importantes porque

determinaratildeo a operaccedilatildeo econocircmica dos sistemas eleacutetricos de potecircncia Tambeacutem eacute importante

salientar que a reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa natildeo soacute pode representar uma economia

significativa no tocante a parte financeira mas tambeacutem que sua reduccedilatildeo pode ser obtida

atuando-se exclusivamente sobre as variaacuteveis de controle de reativos do sistema isto eacute sem

qualquer investimento adicional em equipamentos ou construccedilotildees

Um outro fato importante conhecido eacute que a margem de estabilidade estaacutetica de tensatildeo

do sistema aumenta em funccedilatildeo da disponibilidade de reservas de potecircncia reativa do sistema

(KUNDUR 1994) Assim ao reduzirem-se as perdas totais na transmissatildeo do sistema eleacutetrico

de potecircncia implicitamente estar-se-aacute aumentando a margem de reativos do mesmo e por

conseguinte a margem de estabilidade estaacutetica seraacute aumentada (ALVES et al 2002-I)

(ALVES et al 2002-II)

Para um ponto de operaccedilatildeo particular a margem de estabilidade estaacutetica de tensatildeo ou

margem de carregamento de colapso de tensatildeo ou simplesmente margem de carregamento eacute

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

20

a quantia de carga adicional em um padratildeo especiacutefico de aumento de carga que causaria um

colapso de tensatildeo (CIGRE 1989) (KUNDUR 1994) A determinaccedilatildeo da margem de

carregamento (MC) e as accedilotildees de controle necessaacuterias para garantir aquela margem eacute uma

tarefa essencial no planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia O Western

System Coordinating Council (WSCC) exige que seus membros garantam pelo menos 5 de

margem na curva PV apoacutes qualquer contingecircncia em um uacutenico elemento (WECC 1998)

No Brasil o operador nacional do sistema eleacutetrico brasileiro (ONS) apresenta em seu

manual de procedimentos de rede sugestotildees de criteacuterios para o planejamento no tocante a

expansatildeo do sistema eleacutetrico visando a manutenccedilatildeo de um niacutevel miacutenimo de margem de

estabilidade estaacutetica da tensatildeo ou seja para situaccedilatildeo de contingecircncia simples a margem de

carregamento seja maior ou igual a 6 (ONS 2001)

Assim as vantagens da reduccedilatildeo de perdas em linhas de transmissatildeo aleacutem de

proporcionarem economias de gastos enquanto impotildee aos equipamentos dos sistemas um

decreacutescimo no carregamento provecirc uma melhoria no perfil da tensatildeo do sistema e na margem

de estabilidade estaacutetica de tensatildeo

O caacutelculo da perda de potecircncia ativa pode ser realizado atraveacutes de vaacuterios meacutetodos jaacute

apresentados na literatura como por exemplo pelo simples produto entre os valores da

resistecircncia eleacutetrica da linha de transmissatildeo pelo quadrado da magnitude da corrente que

circula por ela (em outras palavras R I2)

O caacutelculo pode tambeacutem ser realizado atraveacutes da adiccedilatildeo algeacutebrica do fluxo de potecircncia

ativa nas duas extremidades das linhas de transmissatildeo sendo que a perda total seraacute o

somatoacuterio de todas as perdas nas linhas de transmissatildeo

O meacutetodo do fluxo de carga convencional (FC) eacute utilizado na determinaccedilatildeo da

magnitude da tensatildeo e do acircngulo de fase da tensatildeo de cada barra em um sistema de potecircncia

sob condiccedilotildees equilibradas Uma vez obtidos os fluxos de potecircncia ativa e reativa de cada

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

21

uma das linhas de transmissatildeo e equipamento assim como as potecircncias ativas e reativas

tambeacutem satildeo calculadas as perdas (KUNDUR 1994)

Poreacutem o meacutetodo fluxo de carga convencional eacute considerado inadequado quando o

objetivo for a obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento do sistema uma vez que a matriz

Jacobiana (J) fica singular exatamente neste ponto e assim o fluxo de carga convencional

apresentaraacute problemas de mau condicionamento ao se aproximar desta regiatildeo criacutetica

No meacutetodo do fluxo de carga continuado (FCC) a singularidade da matriz Jacobiana

e por conseguinte os problemas numeacutericos que surgem na vizinhanccedila do ponto de maacuteximo

carregamento do sistema satildeo eliminados atraveacutes da adiccedilatildeo de equaccedilotildees de parametrizaccedilatildeo

(SEYDEL 1994) Assim os meacutetodos fluxo de carga continuado que satildeo baseados nos

algoritmos preditor-corretor podem ser considerados como um melhoramento do fluxo de

carga convencional uma vez que ele natildeo soacute pode ser usado para a obtenccedilatildeo de uma soluccedilatildeo

particular do fluxo de carga mas tambeacutem para

bull O traccedilado de trajetoacuterias de soluccedilotildees (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(CANtildeIZARES et al 1992) (SEYDEL 1994)

bull Anaacutelise do colapso de tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia (KUNDUR

1994)

bull A computaccedilatildeo de soluccedilotildees muacuteltiplas (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(CANtildeIZARES et al 1992) (KUNDUR 1994) (SEYDEL 1994)

bull Investigaccedilatildeo da existecircncia de soluccedilotildees de fluxo de potecircncia (CHIANG et al

1995) (WECC 1998) (FETTE VOSS 1999)

bull Avaliar contingecircncias (FLUECK DONDETTI 2000) (WANG DA SILVA

XU 2000)

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

22

Nesta tese uma nova proposta eacute apresentada como alternativa para a reduccedilatildeo nas

perdas de potecircncia ativa na transmissatildeo usando um meacutetodo de continuaccedilatildeo

Para atingir esta meta uma equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo baseada na perda total de

potecircncia ativa na transmissatildeo e as equaccedilotildees da potecircncia reativa injetada nas barras de geraccedilatildeo

e na barra de folga (slack) satildeo adicionadas agraves equaccedilotildees do fluxo de carga convencional

As tensotildees nas barras de geraccedilatildeo e na barra de folga satildeo consideradas como variaacuteveis

de controle e um novo paracircmetro eacute escolhido para reduzir as perdas de potecircncia ativa Os

resultados mostram que este procedimento natildeo soacute leva a uma reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia

ativa e por conseguinte nos custos operacionais mas simultaneamente contribui para a

melhoria do perfil de tensatildeo Aleacutem disto este procedimento tambeacutem conduz na maioria das

vezes a um aumento na margem de carregamento ou seja na estabilidade estaacutetica de tensatildeo

12 ndash Estrutura do trabalho

Procura-se ao longo deste trabalho criar os subsiacutedios necessaacuterios natildeo soacute para o

entendimento do problema em si mas tambeacutem das teacutecnicas utilizadas em sua anaacutelise entre

estas muitas seratildeo apenas comentadas por natildeo se tratarem de teacutecnicas adotadas neste

trabalho

O capiacutetulo 2 almeja situar o trabalho proposto no contexto geral da estabilidade

estaacutetica da tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia Para tanto satildeo tecidas consideraccedilotildees a

respeito da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia sua divisatildeo em categorias e

dependendo do tempo utilizado para o processamento das informaccedilotildees sua estruturaccedilatildeo em

anaacutelise dinacircmica e anaacutelise estaacutetica Este projeto de pesquisa refere-se especificamente ao

estudo de desenvolvimento de procedimentos de anaacutelises estaacuteticas referentes agrave estabilidade de

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

23

tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia Eacute apresentada a linha de estudo da estabilidade

estaacutetica de tensatildeo atraveacutes da anaacutelise das curvas PV e QV

O capiacutetulo 3 tem por objetivo levar ao leitor a compreensatildeo do meacutetodo da continuaccedilatildeo

e de algumas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo existentes na literatura as quais tecircm como objetivo a

eliminaccedilatildeo dos problemas relacionados com a singularidade da matriz Jacobiana pertinente ao

fluxo de carga convencional

Seraacute apresentado o fluxo de carga convencional que emprega o meacutetodo de Newton-

Raphson objetivando a obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento dos sistemas por meio de

soluccedilotildees do fluxo de carga convencional para sucessivos incrementos na carga Seratildeo entatildeo

apresentadas algumas variaccedilotildees no emprego do meacutetodo da continuaccedilatildeo com suas respectivas

teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo Finaliza-se com a explanaccedilatildeo a respeito do fluxo de carga

continuado com o qual se remove o problema da singularidade da matriz Jacobiana no ponto

de maacuteximo carregamento

A proposta do capiacutetulo 4 eacute apresentar apoacutes a explanaccedilatildeo da metodologia proposta a

aplicaccedilatildeo da abordagem proposta para dois sistemas sendo Um sistema de 2 barras (uma

barra de folga e uma PV) para o qual eacute possiacutevel se obter o ponto oacutetimo a partir das equaccedilotildees

algeacutebricas desenvolvidas em (ALVES et al 2002-II) E o outro um sistema de trecircs barras

(uma barra de folga uma PV e uma PQ) apresentado e analisado em (DOMMEL TINNEY

1968) Os resultados tambeacutem satildeo comparados com os resultados obtidos por um programa de

fluxo de carga oacutetimo (DA COSTA LANGONA ALVES 1998) Satildeo apresentados os efeitos

do redespacho das variaacuteveis de controle nas reduccedilotildees da perda total de potecircncia ativa na

transmissatildeo do sistema aleacutem da investigaccedilatildeo dos efeitos causados por esta reduccedilatildeo na

margem de estabilidade de tensatildeo e no perfil de tensatildeo Atraveacutes do sistema IEEE 14 barras eacute

analisado como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema eleacutetrico de potecircncia durante o processo

de reduccedilatildeo da perda ativa total Em seguida apresentam-se os resultados obtidos para os

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

24

sistemas do Institute of Electrical and Eletronics Engineering (IEEE) 14 30 e 57 barras que

mostram que este procedimento conduz a uma reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa na

transmissatildeo

Adicionalmente mostra-se atraveacutes do traccedilado das curvas PV que a reduccedilatildeo na perda

total na transmissatildeo leva em geral natildeo soacute a uma diminuiccedilatildeo dos custos operacionais do

sistema mas tambeacutem a um aumento da margem de estabilidade de tensatildeo e a uma melhoria

no perfil da tensatildeo Apresenta-se tambeacutem a influecircncia da escolha da barra de folga durante o

processo de reduccedilatildeo da perda ativa total (sistemas IEEE 57 e IEEE 118 barras) Satildeo

apresentadas comparaccedilotildees entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga

oacutetimo e o fluxo de carga continuado proposto Encerrando este capiacutetulo satildeo apresentados o

desempenho da metodologia proposta para sistemas de grande porte isto eacute para o sistema

IEEE 300 barras e o sistema OTS-904

O capiacutetulo 5 apresenta as conclusotildees gerais deste trabalho enfatiza as contribuiccedilotildees

assim como apresenta sugestotildees de estudos para possiacuteveis continuidade do trabalho

Finalizando apresenta-se o apecircndice A onde satildeo listados os artigos publicados com

conteuacutedo especiacutefico referente a esta tese

Capiacutetulo 2

ANAacuteLISE DA ESTABILIDADE ESTAacuteTICA DE TENSAtildeO

21 - Introduccedilatildeo

Este capiacutetulo tem como objetivo prover uma ideacuteia global a respeito da importacircncia do

estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo bem como situar o trabalho proposto no contexto

geral do assunto

Satildeo apresentados conceitos baacutesicos imprescindiacuteveis para a anaacutelise da estabilidade

estaacutetica de tensatildeo Apresenta-se em particular o conceito da margem de estabilidade de

tensatildeo uma vez que tal conceito eacute fundamental aos operadores dos sistemas eleacutetricos de

potecircncia no tocante agrave determinaccedilatildeo dos limites da transferecircncia de potecircncia

22 ndash Estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia

A complexidade dos sistemas eleacutetricos de potecircncia vem agregando cada vez mais

variantes dentre elas destacam-se os possiacuteveis acidentes associados ao comportamento do

sistema e o crescente aumento no nuacutemero de situaccedilotildees a serem exploradas tais como

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

26

estruturaccedilotildees no setor eleacutetrico compensaccedilatildeo de reativos disponibilidade de dispositivos

raacutepidos de controle

Os operadores dos sistemas eleacutetricos de potecircncia devem essencialmente exploraacute-los de

forma econocircmica e com elevados niacuteveis de confiabilidade ou seja eacute necessaacuterio que o sistema

tenha capacidade de estabelecer apoacutes um distuacuterbio um novo ponto de equiliacutebrio sem que

haja violaccedilatildeo agraves restriccedilotildees fiacutesicas de seus componentes Portanto os operadores devem

proceder de forma que o sistema atue corretamente a qualquer tempo evitando atuaccedilotildees

indevidas ou desnecessaacuterias Poreacutem atualmente os sistemas eleacutetricos de potecircncia tecircm sido

operados cada vez mais proacuteximos agrave sua capacidade de transmissatildeo atuando efetivamente com

baixos niacuteveis de seguranccedila

Esta situaccedilatildeo de operaccedilatildeo do sistema de forma estressada se deve a crescente expansatildeo

do mercado consumidor de energia e as imposiccedilotildees de restriccedilotildees de ordens ecoloacutegicas e

econocircmicas ou seja dificuldades de construccedilatildeo de novas usinas de geraccedilatildeo e linhas de

transmissatildeo para o transporte da energia

Particularmente no sistema eleacutetrico brasileiro este problema apresenta-se de forma

mais contundente uma vez que o mesmo possui um parque gerador de energia de base

predominantemente hidraacuteulica Assim o esgotamento dos recursos hidreleacutetricos mais

proacuteximos dos principais centros de carga tem como consequumlecircncia a necessidade de se recorrer

a aproveitamentos hidreleacutetricos cada vez mais distantes exigindo a formaccedilatildeo de um sistema

eleacutetrico complexo caracterizado por linhas de transmissatildeo preponderantemente longas sendo

assim mais propiacutecio agrave ocorrecircncia de problemas de instabilidade de tensatildeo (CIGRE 1992)

A classificaccedilatildeo dos problemas de estabilidade em categorias subcategorias e tempo

utilizado para o processamento das informaccedilotildees visa facilitar a anaacutelise dos problemas de

estabilidade atraveacutes da identificaccedilatildeo dos principais fatores e do desenvolvimento de meacutetodos

para melhorar as condiccedilotildees de operaccedilatildeo dos sistemas eleacutetricos de potecircncia

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

27

As categorias satildeo

bull Estabilidade de acircngulo do rotor

bull Estabilidade de frequumlecircncia

bull Estabilidade de tensatildeo

A estabilidade angular transitoacuteria em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade dos geradores que compotildeem o sistema de se manterem em sincronismo apoacutes o

sistema ser submetido a uma grande perturbaccedilatildeo

A estabilidade de frequumlecircncia em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade do sistema de manter a frequumlecircncia gerada dentro da faixa de toleracircncia em torno

da frequumlecircncia nominal em condiccedilotildees operacionais normais ou mesmo apoacutes o sistema ser

submetido a uma perturbaccedilatildeo

O termo estabilidade de tensatildeo de forma geral envolve problemas de curta meacutedia e

longa duraccedilatildeo sendo neste trabalho utilizado exclusivamente para fenocircmenos de longa

duraccedilatildeo A estabilidade de tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade do sistema de manter as tensotildees em todas as barras que o compotildee em faixas de

toleracircncia da tensatildeo nominal em condiccedilotildees operacionais normais ou mesmo apoacutes o sistema

ser submetido a uma perturbaccedilatildeo Geralmente a instabilidade se daacute na forma de uma queda

progressiva e incontrolada na magnitude da tensatildeo em uma ou mais barras do sistema

eleacutetrico provocada pela tentativa de restabelecimento da carga

A Figura 21 identifica as categorias e subcategorias do problema da estabilidade em

sistemas eleacutetricos de potecircncia (KUNDUR et al 2004)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

28

Figura 21 - Classificaccedilatildeo da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia

Nos sistemas eleacutetricos de potecircncia o aumento de cargas tem como consequumlecircncia direta

a diminuiccedilatildeo nos niacuteveis de tensatildeo em suas barras (nos barramentos) sendo assim um aumento

contiacutenuo de cargas pode eventualmente levar o sistema a um estado instaacutevel caracterizado

pelo raacutepido decreacutescimo nos valores de tensatildeo em seus barramentos Este fenocircmeno eacute

conhecido na literatura especiacutefica como colapso de tensatildeo onde o perfil da tensatildeo nas barras eacute

obtido em funccedilatildeo do carregamento do sistema

O carregamento do sistema pode ser interpretado de uma maneira mais abrangente

isto eacute natildeo somente como um aumento de carga mas tambeacutem como um aumento na

transferecircncia de potecircncia entre aacutereas do aumento da carga de determinadas aacutereas ou da carga

de barras especificas Natildeo obstante o aumento pode tambeacutem ser definido em termos de

potecircncia ativa (P) potecircncia reativa (Q) ou potecircncia aparente (S) (XU MASOUR

HARRINGTON 1993)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

29

Se haacute um aumento na solicitaccedilatildeo de potecircncia reativa a potecircncia reativa adicional

deveraacute ser fornecida atraveacutes das reservas existentes nos geradores eou nos compensadores de

reativos que compotildeem o sistema

Normalmente haveraacute reserva de potecircncia reativa suficiente e o sistema se estabilizaraacute

em um novo ponto de operaccedilatildeo com novos valores de tensatildeo No entanto poderaacute ocorrer que

devido a uma combinaccedilatildeo de eventos e condiccedilotildees do sistema que esta solicitaccedilatildeo adicional

provoque o colapso de tensatildeo

Dentre muitos cenaacuterios que podem levar a rede ao colapso de tensatildeo pode-se citar

bull Sistema operando com muitos geradores proacuteximos aos centros de carga que

estatildeo fora de serviccedilo Neste cenaacuterio as linhas de transmissatildeo estaratildeo

sobrecarregadas e as reservas de potecircncia reativa estaratildeo no miacutenimo

bull Perda de uma linha de transmissatildeo sobrecarregada provocando sobrecarga nas

linhas adjacentes Neste cenaacuterio haveraacute um aumento nas perdas reativas nas

linhas ocasionando um aumento no provimento de potecircncia reativa na rede

bull No cenaacuterio anterior teremos um decreacutescimo na tensatildeo nas cargas adjacentes o

que provocaraacute uma reduccedilatildeo na potecircncia fornecida com consequumlente reduccedilatildeo

no fluxo de potecircncia Neste cenaacuterio os reguladores automaacuteticos de tensatildeo dos

geradores iratildeo tentar repor os niacuteveis de tensatildeo atraveacutes do acreacutescimo na corrente

de excitaccedilatildeo dos geradores A energia reativa injetada pelo gerador na rede

provocaraacute um aumento da queda de tensatildeo nas linhas e nos transformadores

Entretanto os geradores poderatildeo estar operando nos limites da corrente de

excitaccedilatildeo e da corrente do estator sendo necessaacuterio que os reguladores de

velocidade dos geradores regulem a frequumlecircncia diminuindo a potecircncia reativa

injetada no sistema

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

30

bull A reduccedilatildeo da tensatildeo nas cargas reflete-se para a distribuiccedilatildeo Os

transformadores com regulaccedilatildeo automaacutetica de tap sob carga (OLTC) nas

subestaccedilotildees tentam repor os niacuteveis de tensatildeo na distribuiccedilatildeo A cada operaccedilatildeo

dos tapacutes dos transformadores o resultante aumento da potecircncia fornecida faraacute

com que as perdas nas linhas de transmissatildeo aumentem o que por sua vez

aumentaraacute a queda de tensatildeo na respectiva linha Se a linha estiver bastante

sobrecarregada a cada aumento no fluxo de potecircncia provocaraacute um aumento

progressivo das perdas de potecircncia reativa na linha Ainda a cada mudanccedila nos

tapacutes dos transformadores a potecircncia reativa fornecida pelos geradores iraacute

aumentar Os geradores iratildeo aumentar o fornecimento de potecircncia reativa ateacute

seu limite Quando o primeiro gerador atinge o limite da corrente de excitaccedilatildeo

a tensatildeo em seus terminais diminui A distribuiccedilatildeo pelos diferentes geradores

da potecircncia reativa consumida poderaacute provocar a sobrecarga de outros

geradores Com poucos geradores tendo o controle da sua corrente de

excitaccedilatildeo o sistema torna-se ainda mais vulneraacutevel do ponto de vista da

tensatildeo

Mudanccedilas nas configuraccedilotildees do sistema e em sua operaccedilatildeo fazem com que o mesmo

opere na sua faixa maacutexima de capacidade de geraccedilatildeo e transmissatildeo tendo como consequumlecircncia

a ocorrecircncia de vaacuterios problemas de instabilidade de tensatildeo (CIGRE 1992)

Os sistemas de potecircncia estatildeo sujeitados a uma extensiva gama de pequenas e grandes

perturbaccedilotildees Pequenas perturbaccedilotildees na forma de mudanccedilas com incremento de carga

acontecem continuamente o sistema de potecircncia deve ajustar-se agraves novas condiccedilotildees e operar

satisfatoriamente

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

31

O sistema deve tambeacutem ter condiccedilotildees de responder a numerosas perturbaccedilotildees de

natureza severa como decirc curto circuito em uma linha de transmissatildeo ou perda de um grande

gerador Uma grande perturbaccedilatildeo pode conduzir a mudanccedilas estruturais devido ao isolamento

dos elementos de falta

Se apoacutes uma perturbaccedilatildeo passageira o sistema eleacutetrico de potecircncia manter-se estaacutevel

ocorreraacute a um novo estado de equiliacutebrio com praticamente o sistema inteiro permanecendo

intacto ou seja com todos os geradores e cargas conectadas por um uacutenico sistema de

transmissatildeo contiacutenuo

Por outro lado se o sistema for instaacutevel resultaraacute em situaccedilatildeo de estado precaacuterio por

exemplo um aumento progressivo na distacircncia angular dos rotores do gerador ou uma

diminuiccedilatildeo progressiva nas magnitudes das tensotildees de barra Uma condiccedilatildeo de sistema

instaacutevel poderia conduzir a faltas em cascata e ao desligamento de uma parte importante dos

sistemas eleacutetricos de potecircncia

Recentemente a instabilidade de tensatildeo foi responsaacutevel por vaacuterios colapsos de tensatildeo

de redes eleacutetricas Como consequumlecircncias os termos ldquoinstabilidade de tensatildeordquo e ldquocolapso de

tensatildeordquo aparecem mais frequentemente na literatura e na discussatildeo do planejamento e

operaccedilatildeo dos sistemas

Quando sujeito a uma perturbaccedilatildeo a estabilidade do sistema dependeraacute da condiccedilatildeo

operacional inicial e tambeacutem da natureza da perturbaccedilatildeo Na regiatildeo de equiliacutebrio um sistema

de potecircncia pode ser estaacutevel com respeito a uma grande perturbaccedilatildeo fiacutesica e instaacutevel com

respeito agrave outra

Do ponto de vista econocircmico ou seja da avaliaccedilatildeo custo versus benefiacutecio torna-se

impraticaacutevel por ser antieconocircmico projetar sistemas de potecircncia para serem estaacuteveis para

todas as possiacuteveis contingecircncias

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

32

As contingecircncias baacutesicas satildeo selecionadas no projeto Elas apresentam uma

probabilidade razoavelmente alta de ocorrecircncia Consequumlentemente a estabilidade frente a

uma grande perturbaccedilatildeo ocorreraacute em um conjunto de incidentes de perturbaccedilatildeo especifica

O conjunto de incidentes de perturbaccedilatildeo citado anterior descreve como um colapso de

tensatildeo pode evoluir em um sistema Observa-se que o intervalo para que um colapso ocorra

fica portanto dependendo da resposta dos vaacuterios controles envolvidos dependente do tempo

utilizado para o processamento das informaccedilotildees

Por ser representado por meio de um sistema de equaccedilotildees natildeo-lineares os sistemas

eleacutetricos de potecircncia operam com seus principais paracircmetros (potecircncia gerada tensotildees

cargas correntes) sofrendo constantemente variaccedilotildees em seus valores operacionais A

avaliaccedilatildeo da estabilidade frente a uma grande perturbaccedilatildeo envolve efeitos natildeo-lineares que

natildeo permitem aplicar a linearizaccedilatildeo em torno do ponto de operaccedilatildeo atraveacutes da seacuterie de

Taylor das equaccedilotildees do sistema (KUNDUR et al 2004)

Tradicionalmente a anaacutelise dinacircmica quando aplicada ao estudo da estabilidade de

acircngulo limita-se agraves dinacircmicas dos geradores durante os milissegundos da fase transitoacuteria

Contudo o intervalo de tempo para a anaacutelise de estabilidade de tensatildeo eacute muito maior e nesse

caso se as dinacircmicas dos geradores forem consideradas os requisitos computacionais tornar-

se-iam proibitivos (KUNDUR 1994) Em consequumlecircncia do longo intervalo de tempo

envolvido a estabilidade de tensatildeo tem sido analisada como um problema agrave regime

permanente portanto apropriado para a abordagem atraveacutes da anaacutelise estaacutetica

A abordagem estaacutetica pode oferecer uma visatildeo geral para o fenocircmeno e pode de fato

fornecer uma soluccedilatildeo aproximada ainda aceitaacutevel a qual eacute computacionalmente muito mais

simples quando comparada a abordagem dinacircmica Tambeacutem como fator principal no estudo

da estabilidade de tensatildeo estaacute a disponibilidade de potecircncia reativa problema ideal para

anaacutelise de fluxo de carga que eacute um dos focos deste trabalho

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

33

23 ndash Estabilidade estaacutetica de tensatildeo

A estabilidade de tensatildeo envolve anaacutelises em regime permanente antes e depois de um

distuacuterbio no sistema eleacutetrico Satildeo verificados nos sistemas eleacutetricos os niacuteveis das magnitudes

de tesotildees nas barras e a violaccedilatildeo dos limites teacutermicos dos equipamentos que o compotildeem

Os sistemas eleacutetricos de potecircncia estatildeo continuamente experimentando pequenas

flutuaccedilotildees nas magnitudes das tensotildees poreacutem para avaliar estabilidade de tensatildeo quando o

sistema estiver sob uma dada perturbaccedilatildeo especifica eacute normalmente vaacutelido assumir que o

mesmo encontra-se inicialmente em uma condiccedilatildeo operacional estaacutetica

A estabilidade nos sistemas eleacutetricos de potecircncia estaacute relacionada com a propriedade

do sistema em permitir que ele permaneccedila em um estado de operaccedilatildeo de equiliacutebrio sob

condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo e atinja um estado de equiliacutebrio aceitaacutevel apoacutes ser submetido a

um distuacuterbio seja ele pequeno ou grande Recentemente tendo como objetivo prover a

compreensatildeo do termo ldquoestabilidade de sistemas de potecircnciardquo em uma definiccedilatildeo fiacutesica que se

enquadrasse nas definiccedilotildees da teoria de sistemas eleacutetricos KUNDUR et al (2004)

propuseram

ldquoA estabilidade de sistemas eleacutetricos de potecircncia eacute a habilidade de um sistema de

energia eleacutetrica para uma determinada condiccedilatildeo operacional inicial recuperar um estado

de equiliacutebrio operacional depois que estiver sujeito a uma perturbaccedilatildeo fiacutesica com limitaccedilatildeo

das variaacuteveis do sistema de forma que a integridade de sistema seja preservadardquo

A integridade do sistema eacute preservada quando praticamente todo sistema de potecircncia

restante permanece intacto sem sofrer desligamento de geradores ou cargas com exceccedilatildeo

daqueles desconectados atraveacutes do isolamento dos elementos sob falta ou intencionalmente

desconectados para preservar a continuidade da operaccedilatildeo do restante do sistema

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

34

24 ndash Meacutetodos de estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

Alguns fatos importantes tecircm marcado o planejamento e a operaccedilatildeo de sistemas

eleacutetricos de potecircncia nas uacuteltimas deacutecadas

bull O nuacutemero de conexotildees entre companhias de eletricidade tem aumentado muito

Por exemplo paiacuteses como o Brasil e os Estados Unidos entre outros possuem

praticamente um uacutenico sistema de potecircncia composto de um grande nuacutemero de

companhias de geraccedilatildeo transmissatildeo e distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica Por um

lado isto aumenta a confiabilidade de atendimento da demanda do sistema jaacute

que a energia pode ser repassada pelas companhias que a tem em excesso para

aquelas que apresentam deacuteficit Em consequumlecircncia a necessidade de reserva

girante (spinning reserve) de cada companhia diminui diminuindo seus custos

de geraccedilatildeo Por outro lado os efeitos de perturbaccedilotildees na aacuterea de uma

companhia podem se propagar e serem notados em todo o sistema Logo do

ponto de vista de seguranccedila da operaccedilatildeo o sistema pode ficar mais vulneraacutevel

bull Os novos investimentos na expansatildeo do sistema e instalaccedilatildeo de novos

equipamentos tecircm sido em sua maioria adiada e as causas satildeo vaacuterias

incluindo desde as econocircmicas ateacute as ambientais Como a demanda tem

aumentado consistentemente ao longo dos anos os equipamentos jaacute existentes

passaram a operar cada vez mais proacuteximo de seus limites Em consequumlecircncia a

habilidade do sistema em manter condiccedilotildees aceitaacuteveis de operaccedilatildeo apoacutes

perturbaccedilotildees tem diminuiacutedo bastante

Naturalmente os fatos descritos anteriormente tecircm um impacto direto sobre a

estabilidade do sistema e em particular sobre a estabilidade de tensatildeo Tem se verificado a

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

35

ocorrecircncia de perfis de tensatildeo normalmente altos ou baixos e incidentes de tensatildeo que

levaram ao colapso de tensatildeo (TOGNETE 1997)

O colapso de tensatildeo que eacute um processo pelo qual a instabilidade de tensatildeo leva uma

parte significativa da rede a um perfil de tensotildees baixas tem ocorrido em sistemas com

torques sincronizante e de amortecimento suficientes mas com problemas relacionados ao

controle de potecircncia reativa

Estas ocorrecircncias tecircm sido mais frequumlentes em sistemas muito interconectados

altamente carregados e com falta de um suporte de reativos adequado Eles operam portanto

com pequenas margens de seguranccedila ou seja com pouca capacidade de manter o sistema

estaacutevel sob condiccedilotildees de variaccedilatildeo de carga ou sob contingecircncia

Desta forma uma vez que os problemas de estabilidade de tensatildeo satildeo identificados a

natildeo ser que se tenha um estudo preacutevio de accedilotildees de controle eficientes preventivas ou

restaurativas incluindo a alocaccedilatildeo de reativos a reduccedilatildeo de potecircncia transferida se faz

necessaacuteria Assim a anaacutelise do problema de estabilidade de tensatildeo vem ganhando maiores

destaques jaacute que ele tem se mostrado um fator de limitaccedilatildeo na operaccedilatildeo de redes

Existem hoje diversos meacutetodos de anaacutelise de estabilidade de tensatildeo propostos na

literatura para o estudo do problema de estabilidade de tensatildeo (FLATABO OGNEDAL

CARLSEN 1990) (AJJARAPU CHRISTY 1992) (WGVS 1993) (YONG-HUEI

CHING-TSAI WEN-WEI 1997) (MOGHAVVEMI JASMON 1997) incluindo vaacuterias

teorias que procuram explicar o fenocircmeno do colapso de tensatildeo e os mecanismos para sua

ocorrecircncia Estes meacutetodos permitem que se avaliem as condiccedilotildees de operaccedilatildeo do sistema e de

seu niacutevel de seguranccedila em termos de estabilidade de tensatildeo

A anaacutelise estaacutetica da estabilidade de tensatildeo pode ser realizada em princiacutepio com as

equaccedilotildees de fluxo de carga ou alguma generalizaccedilatildeo adequada destas Estas anaacutelises

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

36

relacionam a ocorrecircncia do colapso de tensatildeo com o problema conhecido das equaccedilotildees de

fluxo de carga de apresentarem muacuteltiplas soluccedilotildees

SEKINE et al (1989) estudaram a natureza das soluccedilotildees do fluxo de carga com

meacutetodos algeacutebricos baseados na natureza quadraacutetica das equaccedilotildees de fluxo de carga com as

tensotildees representadas em coordenadas retangulares

GALIANA et al (1992) identificaram o colapso de tensatildeo como um ponto em que ao

se variar a carga do sistema deixa de haver soluccedilatildeo para o fluxo de carga

Alguns meacutetodos estaacuteticos buscam a definiccedilatildeo de iacutendices de proximidade ao colapso de

tensatildeo para a comparaccedilatildeo entre diferentes pontos de operaccedilatildeo de modo a se obter uma

seleccedilatildeo qualitativa das condiccedilotildees criacuteticas

Dentre as abordagens estaacuteticas tecircm-se os meacutetodos baseados na obtenccedilatildeo das curvas PV

e QV para barras de interesse do sistema Essas curvas satildeo obtidas atraveacutes de caacutelculos do

fluxo de carga convencional ou atraveacutes do fluxo de carga continuado (IBA et al 1991)

(CANtildeIZARES et al 1992) (AJJARAPU CHRISTY 1992) (CHIANG et al 1995) (ALVES

et al 2000) (GARBELINI et al 2005) e que seratildeo vistos no capiacutetulo 3 e 4 por se tratar do

meacutetodo proposto

25 ndash Avaliaccedilatildeo do colapso de tensatildeo baseado nas curvas PV e QV

Uma tarefa que vem se tornando essencial nas etapas de planejamento e operaccedilatildeo de

sistemas eleacutetricos de potecircncia eacute a avaliaccedilatildeo da estabilidade de tensatildeo O aspecto mais

importante dessas anaacutelises eacute a determinaccedilatildeo da margem de estabilidade de tensatildeo e as accedilotildees

de controle necessaacuterias para se garantir essa margem As margens de estabilidade devem ser

determinadas no planejamento e durante a operaccedilatildeo em tempo-real objetivando um melhor

aproveitamento dos recursos de geraccedilatildeo e de capacidade de transmissatildeo Portanto a margem

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

37

de estabilidade de tensatildeo e as accedilotildees de controle devem ser obtidas natildeo soacute para as condiccedilotildees

normais de operaccedilatildeo identificada como caso base mas tambeacutem para um conjunto de

diferentes condiccedilotildees de contingecircncia Isto eacute realizado atraveacutes do traccedilado de curvas PV QV

ou SV para cada contingecircncia e vaacuterias condiccedilotildees operativas

O operador nacional do sistema eleacutetrico brasileiro (ONS) considera o levantamento

das curvas PV como sendo a metodologia mais adequada para se determinar as margens de

estabilidade de tensatildeo utilizando o levantamento da curva QV como metodologia

complementar em subsiacutedio agrave avaliaccedilatildeo das margens de reativos (ONS 2001)

Tradicionalmente empregados pelas concessionaacuterias de energia eleacutetrica estes meacutetodos

satildeo utilizados na determinaccedilatildeo da demanda maacutexima que o sistema pode atender conhecido

como ponto ldquonarizrdquo das curvas PV e QV identificando assim a condiccedilatildeo em que o colapso de

tensatildeo poderaacute ocorrer A distacircncia de um dado ponto de operaccedilatildeo para o ldquonarizrdquo das curvas

PV e QV indica a margem estaacutetica de estabilidade de tensatildeo do sistema (TAYLOR 1994)

251 ndash Curvas PV

A caracteriacutestica de transferecircncia de potecircncia tambeacutem denominada curva PV eacute

definida como sendo a relaccedilatildeo entre a magnitude da tensatildeo e a potecircncia ativa em um

determinado barramento para uma condiccedilatildeo especiacutefica de fator de potecircncia e tensatildeo no

mesmo barramento

As curvas PV satildeo utilizadas

bull Na anaacutelise estrateacutegica de planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos de

potecircncia

bull Na determinaccedilatildeo de limites de transferecircncia de potecircncia

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

38

bull No ajuste das margens

O levantamento da curva PV consiste em realizar caacutelculos de fluxo de potecircncia a

partir de um ponto de operaccedilatildeo inicial identificado como caso base considerando sucessivos

aumentos de carga em uma uacutenica barra numa aacuterea ou em todo o sistema

O aumento de carga pode ou natildeo ser realizado com o fator de potecircncia constante

sendo que a cada incremento de carga satildeo realizados novos caacutelculos de fluxo de carga

determinando-se assim os pontos de operaccedilatildeo que formaratildeo a curva PV

Portanto a curva PV mostra a variaccedilatildeo da tensatildeo numa barra em funccedilatildeo do aumento de

carga considerado no sistema

Figura 22 - Curva PV geneacuterica

Empregada principalmente em anaacutelises conceituais de estabilidade de tensatildeo a curva

PV fornece o ponto de maacuteximo carregamento ou ponto de colapso de tensatildeo ou ponto criacutetico

ou ldquonoserdquo (nariz) da curva (Figura 22)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

39

O ponto de maacuteximo carregamento eacute identificado apoacutes a obtenccedilatildeo da curva PV eacute por

meio dele que se identifica a margem de estabilidade do sistema

Na Figura 22 o valor do maacuteximo carregamento da rede para uma dada condiccedilatildeo

especifica eacute representado pela potecircncia (Pcrit) com o respectivo valor da tensatildeo (Vcrit) para as

quais este maacuteximo carregamento ocorre

Uma desvantagem deste meacutetodo eacute que a soluccedilatildeo do fluxo de carga convencional

diverge na regiatildeo do ldquonarizrdquo da curva PV impossibilitando a obtenccedilatildeo de curvas PV

completas atraveacutes deste meacutetodo (TAYLOR 1994)

252 ndash Curvas QV

O procedimento para se obter as curvas de QV eacute semelhante ao utilizado na obtenccedilatildeo

das curvas de PV

A curva QV pode ser obtida plotando-se a tensatildeo na barra no eixo das abscissas

contra a potecircncia reativa injetada na mesma barra no eixo das ordenadas

Atraveacutes desta curva obteacutem-se a variaccedilatildeo da magnitude da tensatildeo em uma determinada

barra em funccedilatildeo da injeccedilatildeo de potecircncia reativa

A injeccedilatildeo de potecircncia reativa pode ser feita acoplando-se agrave barra uma fonte fictiacutecia de

potecircncia ativa nula e de potecircncia reativa variaacutevel ou seja um condensador siacutencrono sem

limite de reativos

Diminui-se gradativamente a tensatildeo na barra agrave medida que se calcula a injeccedilatildeo de

reativos atraveacutes da soluccedilatildeo de sucessivos fluxo de carga convencional Computacionalmente

isto eacute realizado convertendo-se a barra de geraccedilatildeo (PV) em questatildeo em barra de carga (PQ)

sem limites de injeccedilatildeo de reativos (TAYLOR 1994) Para grandes sistemas as curvas satildeo

obtidas por meio de seacuteries de simulaccedilotildees de fluxo de carga convencional

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

40

Pode-se observar na Figura 23 que a margem de reativos disponiacutevel na barra eacute a

diferenccedila entre a potecircncia reativa de saiacuteda nula do compensador siacutencrono e a potecircncia de saiacuteda

do mesmo na base da curva QV que representa o limite de estabilidade de tensatildeo (dQdV=0)

Q

V

Ponto de Operaccedilatildeo

Margem de Reativos

Figura 23 ndash Curva QV geneacuterica

Como vantagem deste meacutetodo tem-se que a determinaccedilatildeo da margem reativa em

barras criacuteticas eacute simples e raacutepida Poreacutem uma das suas limitaccedilotildees eacute o fato de aumentar a carga

reativa em apenas uma barra do sistema podendo assim levar a resultados enganosos

(KUNDUR 1994)

A seguranccedila estaacutetica esta intrinsecamente relacionada com a potecircncia reativa e a curva

QV nos daacute a margem de potecircncia reativa na barra escolhida para anaacutelise

26 - Margem de carregamento

Os operadores de sistemas eleacutetricos de potecircncia monitoram toda a topologia da rede

com seus atuais fluxos de potecircncia ativa e reativa concomitantemente com os niacuteveis de tensatildeo

nos barramentos Estas grandezas satildeo monitoradas com o claro intuito de se garantir sua

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

41

permanecircncia dentro de limites aceitaacuteveis na atual configuraccedilatildeo ou em qualquer outra das

possiacuteveis configuraccedilotildees subsequumlentes a uma contingecircncia predefinida

O operador deve estar sempre ciente da capacidade de transmissatildeo do sistema sendo

que uma quantificaccedilatildeo mais direta da capacidade de transmissatildeo eacute a margem estaacutetica de

estabilidade de tensatildeo tambeacutem definida como margem de carregamento

A definiccedilatildeo da margem dependeraacute da aplicaccedilatildeo a que se destina De uma forma geral

procura-se estabelecer a margem em funccedilatildeo da diferenccedila entre o valor de um paracircmetro

correspondente a um evento e o seu atual valor

A margem de estabilidade mede a distacircncia a um evento que cause a instabilidade e

deve ser definida de forma a ser facilmente compreendida pelo operador

Para o colapso de tensatildeo a margem de estabilidade eacute definida como o maior aumento

de carga que o sistema pode ter sem provocar o colapso de tensatildeo

A estabilidade de tensatildeo tem se tornado um assunto relevante pelo fato de que o

desequiliacutebrio existente entre os aumentos contiacutenuos de carga e as restriccedilotildees econocircmicas e

ambientais impostas agrave construccedilatildeo de novas usinas de geraccedilatildeo bem como da construccedilatildeo de

novas linhas de transmissatildeo levar os sistemas a operarem proacuteximos de seus limites com

reduzida margem de estabilidade

Na anaacutelise estaacutetica de estabilidade de tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia o ponto

de maacuteximo carregamento define em particular a fronteira entre as regiotildees operacional estaacutevel

e instaacutevel como observado na Figura 22

A determinaccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento eacute importante natildeo somente para a

obtenccedilatildeo de margens estaacuteticas de estabilidade de tensatildeo como tambeacutem para sua aplicaccedilatildeo em

anaacutelise modal uma vez que eacute nesse ponto que a curva PV fornece as informaccedilotildees para a

determinaccedilatildeo de medidas efetivas para se obter um aumento da estabilidade de tensatildeo do

sistema (KUNDUR 1994) (TAYLOR 1994)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

42

Independentemente de qual metodologia se utiliza para levantar as curvas PV de um

sistema em qualquer uma delas o objetivo seraacute determinar a maacutexima carga possiacutevel a ser

atendida

Para sistemas com cargas do tipo PQ constante o ponto de colapso de tensatildeo eacute o ponto

de operaccedilatildeo correspondente ao maacuteximo carregamento do sistema A diferenccedila entre tal ponto

e o ponto de operaccedilatildeo do sistema (em MW ou pu) eacute denominada como sendo agrave margem de

carregamento

O conhecimento preciso da margem de carregamento para o ponto de operaccedilatildeo atual eacute

fundamental para que o operador de sistemas avalie se para um distuacuterbio o sistema encontraraacute

um outro ponto de operaccedilatildeo estaacutevel (WECC 1998)

Para ilustrar o exposto considere a Figura 24 na qual satildeo apresentadas duas curvas

PV obtidas para o sistema 14 barras do IEEE

A curva 1 resulta da condiccedilatildeo normal de operaccedilatildeo considerada como curva de preacute-

contingecircncia enquanto que a curva 2 resulta da condiccedilatildeo de poacutes-contingecircncia da linha de

transmissatildeo entre as barras 1 e 2

Os pontos de maacuteximo carregamento satildeo representados nas curvas 1 e 2 como Pmax-preacute e

Pmax-poacutes respectivamente

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

43

Figura 24 ndash Definiccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e da margem de carregamento

O ponto ldquoOrdquo foi obtido por meio de um programa de fluxo de carga convencional e

representa o ponto de operaccedilatildeo estaacutevel do sistema denominado caso base

Conforme foi definido a margem de carregamento para as curvas 1 e 2 satildeo os valores

em pu entre o ponto ldquoOrdquo e os pontos Pmax-preacute e Pmax-poacutes respectivamente

Caso o sistema esteja operando no ponto ldquoOrdquo da curva 1 e o mesmo for submetido por

exemplo a um aumento de carga ele passaria a operar no ponto ldquoOacute rdquo Nesse caso o sistema

entraria em colapso se ocorresse agrave contingecircncia conforme mostra a curva 2 poreacutem

permaneceria operando com uma margem reduzida na condiccedilatildeo normal conforme mostrado

pela curva 1

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

44

Nas anaacutelises de planejamento e operaccedilatildeo sistemas eleacutetricos de potecircncia o caacutelculo da

margem de carregamento eacute efetuado por meio do fluxo de carga convencional e mais

recentemente do fluxo de carga continuado

Observa-se que o meacutetodo fluxo de carga convencional eacute considerado ineficiente na

obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento devido agraves dificuldades numeacutericas apresentadas agrave

medida que o carregamento do sistema se aproxima deste ponto criacutetico pois para sistemas

com cargas do tipo PQ constante a matriz Jacobiana torna-se singular no ponto de maacuteximo

carregamento Dessa forma a sua obtenccedilatildeo torna-se ineficiente e imprecisa devido agraves

dificuldades numeacutericas apresentadas pelo fluxo de carga convencional agrave medida que o

carregamento do sistema se aproxima de sua vizinhanccedila

De um modo geral a divergecircncia de um fluxo de carga convencional pode estar

associada ao meacutetodo utilizado na resoluccedilatildeo agrave estimativa inicial agraves muacuteltiplas soluccedilotildees

existentes e agrave inexistecircncia da soluccedilatildeo ou agrave existecircncia de singularidades

Uma vez que o ponto de maacuteximo carregamento estaacute associado agraves limitaccedilotildees fiacutesicas do

sistema eleacutetrico de potecircncia sua determinaccedilatildeo natildeo deve ser baseada numa limitaccedilatildeo

matemaacutetica de um meacutetodo numeacuterico Assim haveraacute sempre a necessidade de se investigar se

a divergecircncia eacute devida a problemas numeacutericos ou a limitaccedilotildees fiacutesicas do sistema geralmente

as diferenccedilas natildeo satildeo tatildeo oacutebvias

Observa-se que a singularidade da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo

carregamento eacute devido agrave reduccedilatildeo de seu posto ou seja do seu rank Isto natildeo significa que no

ponto de maacuteximo carregamento o fluxo de carga convencional natildeo tenha nenhuma soluccedilatildeo

Na realidade esta soluccedilatildeo existe eacute uacutenica e eacute bem definida poreacutem eacute necessaacuterio reformular a

informaccedilatildeo perdida com a reduccedilatildeo do posto da matriz Jacobiana para se obter a soluccedilatildeo

Normalmente esta compensaccedilatildeo de informaccedilatildeo seraacute realizada atraveacutes da adiccedilatildeo de

equaccedilotildees algeacutebricas parametrizadas (CHIANG et al 1995)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

45

Para carregamentos maiores que o do ponto de maacuteximo carregamento no entanto as

equaccedilotildees de fluxo de carga convencional natildeo tecircm soluccedilatildeo

Os meacutetodos da continuaccedilatildeo vecircm sendo utilizados por longa data na anaacutelise de sistemas

de equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares parametrizadas (SEYDEL 1994) Mais recentemente foi

proposta a sua utilizaccedilatildeo para o traccedilado das curvas de carregamento obtenccedilatildeo de muacuteltiplas

soluccedilotildees e do ponto de colapso de tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia (ALVES et al

2000) (FLUECK DONDETTI 2000) (WANG DA SILVA XU 2000) (ALVES et al

2002-I) (ALVES et al 2002-II)

Em funccedilatildeo de sua crescente utilizaccedilatildeo na anaacutelise de sistemas eleacutetricos esses meacutetodos

jaacute fazem parte de livros textos (KUNDUR 1994) (SEYDEL 1994) (TAYLOR 1994)

A reformulaccedilatildeo das equaccedilotildees de fluxo de carga convencional visa agrave remoccedilatildeo da

singularidade da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo carregamento e por conseguinte dos

problemas numeacutericos que surgem em sua vizinhanccedila Como resultado algoritmos de precisatildeo

simples podem ser usados para obter o ponto de maacuteximo carregamento

Capiacutetulo 3

MEacuteTODO DA CONTINUACcedilAtildeO E SUAS TEacuteCNICAS DE

PARAMETRIZACcedilAtildeO

31 ndash Introduccedilatildeo

Os sistemas de equaccedilotildees natildeo-lineares tecircm na formulaccedilatildeo matricial do meacutetodo de

Newton-Raphson um algoritmo com uma enorme versatilidade para sua soluccedilatildeo O conjunto

de soluccedilotildees se daacute atraveacutes do estabelecimento de uma estimativa inicial com posteriores

execuccedilotildees do meacutetodo atraveacutes de um processo que envolve sucessivas variaccedilotildees de um

determinado paracircmetro do sistema

O algoritmo eacute executado atraveacutes de uma sequumlecircncia de etapas sendo a mais complexa

do ponto de vista computacional a obtenccedilatildeo da matriz Jacobiana a partir da linearizaccedilatildeo do

sistema de equaccedilotildees e a posterior inversatildeo explicita ou natildeo dessa matriz para o caacutelculo de

aproximaccedilotildees para a soluccedilatildeo

Com a execuccedilatildeo do meacutetodo de Newton-Raphson obtem-se uma uacutenica soluccedilatildeo para o

sistema de equaccedilotildees desde que se estime adequadamente a soluccedilatildeo inicial e que

consequumlentemente a soluccedilatildeo desejada natildeo corresponda a um ponto singular

Os meacutetodos conhecido como path following methods (SEYDEL 1994) no qual se

inclui o meacutetodo da continuaccedilatildeo satildeo capazes de reformular o problema do fluxo de carga

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

47

convencional nos sistemas eleacutetricos de potecircncia de uma maneira tal a definir as soluccedilotildees

como funccedilotildees contiacutenuas de um determinado paracircmetro λ

O fluxo de carga continuado pode ser usado para resolver qualquer conjunto de

equaccedilotildees de equiliacutebrio ou regime permanente de sistemas eleacutetricos de potecircncia Consiste na

consecuccedilatildeo de sucessivas soluccedilotildees de equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares objetivando traccedilar

trajetoacuterias de soluccedilatildeo a partir de um caso base mudando o valor de um paracircmetro escolhido

automaticamente

A proposta do fluxo de carga continuado eacute a de encontrar uma continuidade de

soluccedilotildees do fluxo de carga convencional para uma dada condiccedilatildeo de mudanccedila de carga O

objetivo do meacutetodo eacute traccedilar perfis de tensatildeo das barras a partir de uma soluccedilatildeo inicial

conhecida identificada como caso base usando um esquema preditor-corretor para encontrar

as subsequumlentes soluccedilotildees ateacute o ponto de maacuteximo carregamento Deste processo podem ser

obtidas a margem de estabilidade de tensatildeo e as informaccedilotildees adicionais sobre o

comportamento das tensotildees das barras do sistema com o aumento do niacutevel de carregamento

Os estudos pertinentes agrave anaacutelise estaacutetica de tensatildeo mostram que a aplicaccedilatildeo do fluxo

de carga continuado consegue superar as dificuldades numeacutericas (no ponto de maacuteximo

carregamento) por meio da adiccedilatildeo de equaccedilotildees parametrizadas

Este capiacutetulo tem por objetivo introduzir os conceitos baacutesicos gerais do fluxo de carga

convencional e do fluxo de carga continuado Satildeo tambeacutem apresentadas algumas variaccedilotildees no

emprego do meacutetodo da continuaccedilatildeo com suas respectivas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo Dentre

as diversas teacutecnicas muitas seratildeo apenas comentadas por natildeo se tratarem de teacutecnicas

empregadas neste trabalho

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

48

32 - Fluxo de carga convencional

Na formulaccedilatildeo do problema fluxo de carga convencional as equaccedilotildees (G) para um

sistema podem ser escritas como

0)Vθ(G = (31)

Onde

θ eacute o vetor dos acircngulos de fase nodais das barras de carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV)

V eacute o vetor das magnitudes das tensotildees nodais das barras de carga (PQ)

G eacute o vetor que conteacutem as equaccedilotildees dos balanccedilos de potecircncias ativa e reativa nodais

De acordo com Monticelli (MONTICELLI 1983)

bull A barra PV conhecida como barra de geraccedilatildeo eacute aquela onde satildeo conhecidas as

variaacuteveis independentes isto eacute a potecircncia ativa (P) e a tensatildeo (V) sendo

desconhecidas as variaacuteveis dependentes ou seja a potecircncia reativa (Q) e o

acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

bull A barra PQ tambeacutem denominada barra de carga eacute aquelas onde satildeo

conhecidas a potecircncia ativa (P) e a potecircncia reativa (Q) sendo desconhecidas a

tensatildeo (V) e o acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

bull A barra Vθ conhecida como barra de folga (slack) ou barra de referecircncia eacute

aquela onde satildeo conhecidas a tensatildeo (V) e o acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

sendo desconhecidas a potecircncia ativa (P) e a potecircncia reativa (Q)

No fluxo de carga utilizando o meacutetodo de Newton-Raphson para a resoluccedilatildeo das

equaccedilotildees do fluxo de carga convencional obtem-se os valores de kV e kθ para todas as

barras atribuindo-lhe a denominaccedilatildeo de caso base e seguindo o algoritmo apresentado a

seguir (MONTICELLI 1983)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

49

A Equaccedilatildeo (31) pode tambeacutem ser reescrita como

PQbarrasaspara

PVePQbarrasaspara

0

0

=minus=

=minus=

V)Q(θespQΔQ

V)P(θespPΔP (32)

onde G(θV) satildeo as equaccedilotildees baacutesicas do fluxo de carga V eacute o vetor das magnitudes das

tensotildees nodais e θ eacute o vetor do acircngulo das tensotildees nodais Pesp = Pgesp - Pc

esp eacute a diferenccedila

entre as potecircncias ativas geradas e consumidas para as barras de carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV)

e Qesp = Qgesp - Qc

esp eacute a diferenccedila entre as potecircncias reativas geradas e consumidas para as

barras PQ

As equaccedilotildees de injeccedilatildeo de potecircncia ativa e reativa na barra k obtidas pela primeira Lei

de Kirchhoff satildeo

sum

sum

isin

isin

minus=

+=

κ

κ

mkmkmkmkmmk

mkmkmkmkmmk

)θBθ(GVV

)θBθ(GVV

kQ

kP

cossen

sencos

)(

)(

Vθ (33)

Onde Pk eacute a potecircncia ativa na barra k Qk eacute a potecircncia reativa na barra k Vk e Vm satildeo as

magnitudes das tensotildees terminais do ramo k-m θkm eacute a defasagem angular entre as tensotildees das

barras terminais no ramo k-m Gkm eacute a condutacircncia do ramo k-m Bkm eacute a susceptacircncia do ramo

k-m κ eacute o conjunto formado pela barra k mais todas as barras m conectadas a ela

)i Fazer 0=v e escolher os valores iniciais do acircngulo das tensotildees das barras PQ e

PV )θθ( 0= e as magnitudes das tensotildees das barras PQ )VV( 0=

)ii Calcular )V( vvθP para as barras PQ e PV e )V( vvθQ para as barras PQ e

determinar os mismatches vPΔ e vQΔ

)iii Testar convergecircncia se PvMax εleP Δ e Q

vMax εleQ Δ o processo

iterativo convergiu para a soluccedilatildeo )V( vvθ caso contraacuterio passar para )( iv

)iv Calcular a matriz Jacobiana

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

50

=

)Vθ(L)Vθ(N

)Vθ(M)Vθ(H)V(θ

vv

vv

vv

vvvvJ (34)

Os componentes das submatrizes Jacobianas H N M e L correspondem agraves derivadas

das potecircncias ativa e reativa em relaccedilatildeo ao acircngulo de fase das tensotildees das barras PQ e PV e

em relaccedilatildeo agrave magnitude das tensotildees nas barras PQ

minusminusminus=partpart=

minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Hkmkmkmkm

Kmlkkkkkkkk

kmkmkmkmmklkkm

BsenGVVBVPH

BsenGVVPH

θθθ

θθθ

2 (35)

++=partpart=

+=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Nkmkmkmkm

Kmmkkkkkkk

kmkmkmkmkmkkm

senBGVGVVPN

senBGVVPN

θθ

θθ

(36)

++minus=partpart=

+minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Mkmkmkmkm

Kmmkkkkkkkk

kmkmkmkmmkmkkm

senBGVVGVQM

senBGVVQM

θθθ

θθθ

2 (37)

minus+minus=partpart=

minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Lkmkmkmkm

Kmmkkkkkkk

kmkmkmkmkmkkm

BsenGVBVVQL

BsenGVVQL

θθ

θθ

(38)

)v Determinar a nova soluccedilatildeo )V(θ 1v1v ++

vvv

vvv

ΔVVVΔθθθ+=

+=+

+

1

1

(39)

sendo vθΔ e vVΔ determinados resolvendo-se o sistema linear

=

v

v

vv

vv

vv

vv

vv

vv

LN

MH

)Vθ()Vθ(

)Vθ()Vθ(

)Vθ()Vθ(

ΔΔ

ΔQΔP (310)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

51

)vi Fazer vv rarr+1 e voltar para o passo )(ii

A dimensatildeo do sistema de equaccedilotildees (31) eacute

n = 2nPQ + nPV

Onde nPQ representa o nuacutemero de barras PQ nPV representa o nuacutemero de barras PV n

representa o nuacutemero de incoacutegnitas

Isto normalmente eacute suficiente para a resoluccedilatildeo do problema fluxo de carga

convencional contanto que a matriz Jacobiana tenha posto completo ou seja natildeo deve ser

singular

No fluxo de carga convencional uma barra PV eacute usada para representar a barra de

geraccedilatildeo com controle de tensatildeo

Em cada interaccedilatildeo a geraccedilatildeo de reativo de cada barra PV eacute comparada com seu

respectivo limite (Q-limite) no caso de violaccedilatildeo a barra PV eacute alterada para tipo PQ onde Q eacute

especificado no valor limite alcanccedilado ou seja torna-se uma variaacutevel independente e V se

torna uma incoacutegnita no problema isto eacute torna-se uma variaacutevel dependente Estas barras

podem voltar a ser PV nas iteraccedilotildees futuras Em geral mudanccedilas no tipo das barras natildeo

afetam a soluccedilatildeo

As curvas PV podem ser traccediladas atraveacutes de sucessivas soluccedilotildees do fluxo de carga

convencional a partir de um caso base ateacute proacuteximo ao ponto de maacuteximo carregamento para

incrementos graduais de carga (λ)

A expressatildeo (311) corresponde agraves equaccedilotildees de balanccedilo de potecircncias definidas em

(31) acrescida da dependecircncia contiacutenua da carga (resistiva indutiva ou capacitiva) com o

paracircmetro escalar λ

0VθG =)( λ (311)

Ou ainda

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

52

PQ

PVPQ

barras para0)Q(esp

e barras para0)P(esp

=minusλ

=minusλ

VQ

VP

θ

θ (312)

Onde

c-g esp PPP = eacute a diferenccedila entre as potecircncias ativas geradas e consumidas para as barras de

carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV) c- esp QQ = eacute potecircncia reativa consumida para as barras PQ

Observa-se que quando o tipo da barra PV eacute alterado para PQ deve-se tomar o

cuidado de natildeo multiplicar suas potecircncia reativas geradas ( gQ ) por λ

No sistema de equaccedilotildees (312) assume-se que o aumento de carga do sistema eacute

proporcional ao caso base (λ=1) e que o fator de potecircncia eacute mantido constante (Costa et al

(1998)) (TAYLOR 1994) As potecircncias ativa espkP e reativa esp

kQ podem tambeacutem ser

definidas como espkcosesp

kSesppkC ϕ e esp

ksenespkSesp

qkC ϕ respectivamente Assim dependendo

do valor de espqkCeesp

pkC pode-se obter as curvas PV QV ou SV

Portanto eacute possiacutevel realizar-se uma variaccedilatildeo de carregamento individual isto eacute para

cada barra do sistema considerando para cada uma um crescimento de carga com fatores de

potecircncia diferentes aos do caso base

Tradicionalmente entretanto assume-se que o aumento de carga de uma determinada

aacuterea eacute feito com fator de potecircncia constante e proporcional ao carregamento do caso base com

modelo de carga de potecircncia constante visto que este fornece a condiccedilatildeo de operaccedilatildeo mais

segura para o sistema (WECC 1998) (TAYLOR 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

53

Em geral λ eacute considerado uma variaacutevel dependente e entatildeo variado automaticamente

Dessa forma o sistema de equaccedilotildees (312) cuja dimensatildeo eacute n = 2nPQ + nPV agora tem 1n +

incoacutegnitas e uma equaccedilatildeo adicional eacute necessaacuteria

Por outro lado qualquer uma das 1n + incoacutegnitas pode ser definida como paracircmetro

seus valores podem ser especificados e entatildeo esta equaccedilatildeo pode ser usada para calcular a

nova variaacutevel dependente λ Assim o sistema (312) ficaraacute com n equaccedilotildees e n incoacutegnitas

Nestas condiccedilotildees a nova matriz Jacobiana diferiraacute da original na coluna k onde as derivadas

das potecircncias em relaccedilatildeo ao novo paracircmetro seratildeo substituiacutedas pelas correspondentes

derivadas em relaccedilatildeo agrave nova variaacutevel dependente (λ)

A adiccedilatildeo de equaccedilotildees parametrizadas tem se tornado um procedimento padratildeo

(SEYDEL 1994) Entretanto isto implicaraacute em um aumento na dimensatildeo da matriz Jacobiana

Aplicando-se a teacutecnica do meacutetodo do fluxo de carga convencional para resolver a

Equaccedilatildeo (312) para o caso base (Vo θo λο = 1) obtem-se como resultado o primeiro ponto

da curva PV correspondente ao ponto ( )ax λ visualizado na Figura 31 Emprega-se entatildeo o

meacutetodo da continuaccedilatildeo para calcular as soluccedilotildees adicionais ateacute que o ponto de maacuteximo

carregamento seja alcanccedilado No iniacutecio do processo um passo preditor eacute executado para

encontrar uma estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo

A diferenccedila entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo estaacute na forma como esta nova variaacutevel eacute

tratada e em como a singularidade da nova matriz Jacobiana eacute evitada

33 - Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de prediccedilatildeo parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo

O traccedilado das curvas PV e QV para uma uacutenica barra a soluccedilatildeo do fluxo de carga

convencional dependeraacute dentre outros fatores da existecircncia da soluccedilatildeo das muacuteltiplas

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

54

soluccedilotildees existentes do meacutetodo utilizado na resoluccedilatildeo das equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares

da existecircncia de singularidades da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo carregamento da

estimativa inicial Todas estas caracteriacutesticas satildeo comuns aos processos de soluccedilatildeo de

equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares em geral

O meacutetodo da continuaccedilatildeo pode ser implementado com qualquer conjunto de equaccedilotildees

de equiliacutebrio ou seja em regime permanente de um sistema eleacutetrico de potecircncia embora nas

anaacutelises de estabilidade de tensatildeo tecircm sido empregados mais especificamente para o caacutelculo

da trajetoacuteria de soluccedilotildees

A denominaccedilatildeo de fluxo de carga continuado (do inglecircs Continuation Power Flow)

adveacutem do uso das equaccedilotildees padrotildees do fluxo de carga convencional como modelo das redes

eleacutetricas (KUNDUR 1994) (VAN CUTSEM 1998)

O meacutetodo da continuaccedilatildeo abaliza-se fundamentalmente na determinaccedilatildeo de uma

estimativa atraveacutes de um processo de prediccedilatildeo a partir de uma soluccedilatildeo conhecida

A estimativa representa a condiccedilatildeo inicial para o processo de correccedilatildeo que por sua vez

e o responsaacutevel pela convergecircncia agrave nova soluccedilatildeo

Dentre os inuacutemeros meacutetodos descritos na literatura especiacutefica o mais amplamente

empregado consiste de quatro procedimentos baacutesicos

I Um procedimento de prediccedilatildeo necessaacuterio na ponderaccedilatildeo de uma estimativa para

o proacuteximo ponto de soluccedilatildeo

Dentre as diversas teacutecnicas de previsatildeo destaca-se o meacutetodo da tangente

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994) e o

meacutetodo da secante (CHIANG et al 1995) (CHIANG et al 1999)

Uma outra teacutecnica de previsatildeo eacute a denominada de previsatildeo trivial ou polinomial

modificada de ordem zero (CHIANG et al 1995)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

55

II Um procedimento estrateacutegico de parametrizaccedilatildeo necessaacuterio para evitar a

singularidade da matriz Jacobiana

As teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo mais frequumlentemente utilizadas nos fluxo de carga

continuado satildeo a local a geomeacutetrica e a que utiliza o comprimento de arco

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994)

(SEYDEL 1994) (CHIANG et al 1995) (CHIANG et al 1999)

III Um controle de tamanho de passo usado para obter um bom desempenho global

IV Um procedimento corretor necessaacuterio para corrigir a soluccedilatildeo aproximada do

passo preditor a fim de se evitar acumulo de erros

A teacutecnica mais aplicada eacute a da interseccedilatildeo perpendicular (AJJARAPU

CHRISTY 1992) (IBA et al 1991)

O meacutetodo da continuaccedilatildeo tem como objetivo encontrar soluccedilotildees consecutivas a a+1

para um sistema de equaccedilotildees natildeo-lineares de tal forma que

( ) ( ) ( )correccedilatildeoprediccedilatildeo

xxx aaeea 11 ++rarrrarr λλλ

A partir da soluccedilatildeo conhecida ( )ax λ atraveacutes de um processo de prediccedilatildeo eacute possiacutevel

se determinar uma estimativa ( ) 1

+aeex λ Tal estimativa eacute a condiccedilatildeo inicial para o processo

de correccedilatildeo responsaacutevel pela convergecircncia agrave nova soluccedilatildeo ( ) 1 +ax λ

A Figura 31 ilustra de forma geneacuterica os processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em

sistemas parametrizados

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

56

Figura 31 - Processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em sistemas parametrizados

331 ndash Teacutecnicas de prediccedilatildeo

3311 - Preditor tangente

No passo preditor tangente a estimativa da proacutexima soluccedilatildeo pode ser encontrada

dando-se um passo de dimensatildeo apropriadamente escolhida na direccedilatildeo do vetor tangente agrave

curva PV calculado na soluccedilatildeo atual do processo

O caacutelculo do vetor tangente (t) pode ser obtido tomando-se as derivadas parciais do

sistema de equaccedilotildees (311)

Diferenciando-se a Equaccedilatildeo (311) e colocando-a na sua forma matricial pode-se

calcular o vetor tangente atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

[ ] [ ]

=minus=

minus

000

tVθ

GG λV

ddd

GG λθ Jλ

(313)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

57

Onde

Gθ satildeo as derivadas parciais de G em relaccedilatildeo agrave θ Gv satildeo as derivadas parciais de G em

relaccedilatildeo agrave V Gλ satildeo as derivadas parciais de G em relaccedilatildeo agrave λ

Gθ e GV compotildeem a matriz Jacobiana do Fluxo de carga convencional

Incrementa-se uma coluna ndashGλ em J correspondente a nova variaacutevel λ Atraveacutes do

incremento da nova coluna o nuacutemero de incoacutegnitas passa a ser maior do que o nuacutemero de

equaccedilotildees uma variaacutevel do vetor t deve ser especificada com um valor diferente de zero A

variaacutevel escolhida daacute-se a denominaccedilatildeo de ldquoparacircmetro da continuaccedilatildeordquo

Com a especificaccedilatildeo do paracircmetro da continuaccedilatildeo deve-se acrescentar uma nova

equaccedilatildeo (ek t = tk = plusmn 1) ao sistema (32)

O sistema de equaccedilotildees (314) com as devidas modificaccedilotildees passa a ser

plusmn==

minus=

minus

100GG

ttGG

VθGG

mJee kk

λθλθ VV

dλdd

(314)

Na Equaccedilatildeo (314) ek eacute um vetor linha devidamente dimensionado com todos os

elementos nulos exceto o k-eacutesimo que seraacute igual a 1

A identificaccedilatildeo do iacutendice ldquokrdquo eacute realizada de forma tal que o vetor tangente t tenha uma

norma natildeo-nula e garanta que a matriz Jacobiana modificada (Jm) seja natildeo-singular no ponto

de maacuteximo carregamento

O nuacutemero 1 deveraacute ser posto na coluna da variaacutevel escolhida como paracircmetro da

continuaccedilatildeo (Vk θk ou λ) A introduccedilatildeo do sinal + ou ndash dependeraacute de como a variaacutevel

escolhida como paracircmetro da continuaccedilatildeo estaraacute sendo alterada positivo se ela estiver

crescendo de valor e negativo se estiver decrescendo

Uma vez obtido o vetor t a estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo seraacute dada por

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

58

+

=

dλλλ a

a

a

dVdθ

σe

e

e

(315)

O sobrescrito ldquoerdquo indica estimativa isto eacute o vetor tangente eacute usado para obter uma

estimativa para θ V e λ a partir da soluccedilatildeo atual ldquoardquo

O escalar σ eacute o tamanho do passo preditor apropriado

A dimensatildeo do passo deve ser tal que a soluccedilatildeo prevista esteja dentro do raio de

convergecircncia do passo corretor

3312 ndash Preditor secante

O meacutetodo do preditor secante de ordem um eacute uma aproximaccedilatildeo do vetor tangente e

utiliza a soluccedilatildeo anterior e a soluccedilatildeo atual para fazer a estimativa da proacutexima soluccedilatildeo Estes

dois primeiros pontos satildeo obtidos pelo meacutetodo do preditor tangente

Os meacutetodos polinomiais estatildeo baseados em um polinocircmio de ordem variada que

ldquocortardquo a soluccedilatildeo atual e as soluccedilotildees preacutevias )( aa λx )( 1minusminus aa λ1x para prover um ponto de

aproximaccedilatildeo para a proacutexima soluccedilatildeo )( 11 ++ aa λx

)()()( 111 minusminus++ minusminus+= aaaaaaaa λλσλλ xxxx 1 (316)

O sistema da Figura 32 apresentada em (ALVES 2000) para ilustrar os passos do

meacutetodo da continuaccedilatildeo com preditor tangente e secante

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

59

r12 + j x12 r23 + j x23

(slack)

2 3

P2 + jQ2 P3 + jQ3

y12 = g12 + j b12 y23 = g23 + j b23

V1 = V1 0o pu

V2 = V2 θ2o pu

V3 = V3 θ3

o pu

1

Figura 32 - Sistema de trecircs barras

Os valores adotados para o sistema de trecircs barras da Figura 32 foram

01911 upV oang=amp 33010012 upjz += 67020023 upjz += 0022 upjQjP +=+

toleracircncia de 10-5

A Figura 33 (ALVES 2000) obtida para o sistema da Figura 32 ilustra os passos da

previsatildeo pelo vetor tangente por meio da reta contiacutenua e pelo vetor secante por meio da reta

tracejada respectivamente obtidas utilizando λ como paracircmetro da continuaccedilatildeo

Figura 33 - Comparaccedilatildeo entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo com preditor tangente e com preditor secante

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

60

Observa-se na Figura 33 que no ponto ldquoArdquo o passo corretor natildeo encontraraacute soluccedilatildeo

se λ for o paracircmetro utilizado Aleacutem disso o uso deste paracircmetro natildeo eliminaraacute a

singularidade da matriz Jacobiana modificada (Jm) no ponto de maacuteximo carregamento tanto

no passo preditor quanto no corretor

Assim para obter-se o ponto de maacuteximo carregamento com maior precisatildeo o passo

teraacute que ser reduzido agrave medida que os pontos se aproximam do ponto de maacuteximo

carregamento

3313 - Preditor polinomial modificado de ordem zero

Uma outra teacutecnica de previsatildeo que seraacute adotada para o passo preditor na metodologia

proposta nesse trabalho eacute a denominada de previsatildeo trivial ou polinomial modificada de

ordem zero (CHIANG et al 1995)

Esta teacutecnica usa a soluccedilatildeo atual e um incremento fixo no paracircmetro (λ θk ou Vk)

como uma estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo Observa-se que as soluccedilotildees sucessivas de (32)

pelo meacutetodo de Newton com a prefixaccedilatildeo de vaacuterios valores para o paracircmetro em uso (λ θk

ou Vk) satildeo casos particulares dessa teacutecnica de previsatildeo

Uma vez especificado um incremento fixo no paracircmetro (λ θk ou Vk) como uma

estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo torna-se necessaacuterio realizar a correccedilatildeo a partir da soluccedilatildeo

atual para obter a soluccedilatildeo correta final

Em geral o incremento adotado pelo passo preditor exige poucas iteraccedilotildees para que a

proacutexima soluccedilatildeo seja obtida dentro da precisatildeo desejada

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

61

332 - Controle do passo preditor

A adoccedilatildeo do controle de passo eacute de fundamental importacircncia para a eficiecircncia do

meacutetodo da continuaccedilatildeo Uma boa opccedilatildeo eacute na medida do possiacutevel definir o menor passo entre

a soluccedilatildeo conhecida ( )ax λ e a soluccedilatildeo estimada ( ) 1

+aeex λ Esta opccedilatildeo apesar de garantir a

convergecircncia do meacutetodo nos trechos da trajetoacuteria de soluccedilatildeo com curvatura mais acentuada

tem como agravante o elevado dispecircndio de tempo nos trechos planos

O controle de passo ideal deve se adaptar agrave topologia da trajetoacuteria de soluccedilatildeo

tornando-se um algoritmo com consideraacutevel grau de sofisticaccedilatildeo

Para sistemas pouco carregados aplicam-se passos maiores jaacute para sistemas altamente

carregados aplicam-se passos menores O ideal seria se o tamanho do passo se adaptasse agraves

condiccedilotildees reais de convergecircncia Um meacutetodo simples baseado no nuacutemero de iteraccedilotildees do

passo corretor eacute utilizado para controlar o tamanho do passo preditor se o nuacutemero de

iteraccedilotildees do passo corretor for pequeno indica que a carga ainda eacute leve ou normal e o passo

pode ser maior Aumentando o nuacutemero de iteraccedilotildees o sistema estaraacute numa regiatildeo de alto

carregamento e o tamanho do passo deve ser reduzido

Uma opccedilatildeo eacute o uso da tensatildeo (Vk) como paracircmetro durante todo o traccedilado da curva

PV pois isso acarretaraacute em um controle automaacutetico do passo Isto porque em geral um passo

fixo na tensatildeo corresponde a passos largos no fator de carregamento durante carga leve e

normal e em passos reduzidos para altos carregamentos conforme mostrado na Figura 34

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

62

05 1 15 2 25 3 35 4 45 5 550

02

04

06

08

1

12

14 Te

nsatildeo

[pu

]

Fator de carregamento λ

Figura 34 - Controle automaacutetico do passo σ

Outro meacutetodo de controle do tamanho do passo eacute baseado na norma do vetor tangente

(ZAMBRONI et al 1997) O tamanho do passo eacute definido como

2

t0σσ = (317)

Onde σ0 eacute um escalar predefinido || t ||2 eacute a norma Euclidiana do vetor tangente t

Agrave medida que o sistema torna-se carregado a magnitude do vetor tangente aumenta e

consequumlentemente σ diminui

333 ndash Teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo

A parametrizaccedilatildeo na anaacutelise estaacutetica da tensatildeo eacute a forma matemaacutetica usada para

identificar cada soluccedilatildeo na curva correspondente agrave trajetoacuteria de soluccedilotildees (curva PV) de forma

que a proacutexima soluccedilatildeo ou a soluccedilatildeo prevista possa ser quantificada

Carga leve passos maiores

Alto carregamento passos menores

A correccedilatildeo eacute feita horizontalmente paracircmetro Vk

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

63

A estrateacutegia de parametrizaccedilatildeo eacute quem define a robustez do meacutetodo da continuaccedilatildeo

em relaccedilatildeo agrave eliminaccedilatildeo dos problemas numeacutericos relacionados aos meacutetodos de soluccedilotildees das

equaccedilotildees e a obtenccedilatildeo das muacuteltiplas soluccedilotildees

O processo da parametrizaccedilatildeo eacute normalmente efetuado atraveacutes da aplicaccedilatildeo de

paracircmetros fiacutesicos tais como magnitude de tensatildeo fator de carregamento potecircncia ativa

potecircncia reativa etc eou paracircmetros artificiais cabendo destacar equaccedilotildees geomeacutetricas

comprimento de arco

As teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo fiacutesica podem resultar em dificuldades de convergecircncia

do meacutetodo inerentes aos pontos de transiccedilatildeo

Consegue-se evitar tais dificuldades efetuando-se uma avaliaccedilatildeo local em cada

soluccedilatildeo e caso o processo neste ponto convirja efetua-se a troca desse paracircmetro Essa

teacutecnica de parametrizaccedilatildeo eacute chamada de parametrizaccedilatildeo local (AJJARAPU CHRISTY

1992)

Jaacute as teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo artificial favorecem as convergecircncias uma vez que

natildeo encontram problemas nos pontos de transiccedilatildeo sendo por este motivo consideradas mais

robustas e apropriadas em relaccedilatildeo agraves teacutecnicas baseadas em paracircmetros fiacutesicos (WGVS 1993)

Com o passo preditor realizado isto eacute com o ponto estimado ( ) 1

+aeex λ encontrado

existe nesta soluccedilatildeo um erro uma vez que o ponto (estimado) natildeo se encontra na soluccedilatildeo real

da funccedilatildeo definida portanto torna-se necessaacuterio realizar a correccedilatildeo desta soluccedilatildeo aproximada

para se obter a soluccedilatildeo correta evitando-se desta forma um acuacutemulo de erros

Uma vez que o ponto obtido encontra-se muito proacuteximo da soluccedilatildeo correta reduzido

nuacutemero de iteraccedilotildees geralmente e torno de duas ou trecircs seratildeo necessaacuterias para se alcanccedilar a

curva trajetoacuteria de soluccedilotildees (curva PV) dentro da precisatildeo desejada

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

64

Qualquer meacutetodo numeacuterico pode ser utilizado na aplicaccedilatildeo do passo corretor Para o

sistema eleacutetrico de potecircncia o mais frequumlentemente utilizando eacute o meacutetodo de Newton-

Raphson (ALVES et al 2004-I)

Uma equaccedilatildeo adicional eacute acrescentada ao sistema de equaccedilotildees (311) definindo um

hiperplano perpendicular ao vetor de prediccedilatildeo Assim o sistema de equaccedilotildees da etapa de

correccedilatildeo passa a ser

0

0)(

=minus

=eppλVG θ

(318)

Onde p corresponde agrave variaacutevel escolhida como o paracircmetro de continuaccedilatildeo pe corresponde a

valor estimado do paracircmetro de continuaccedilatildeo obtido no procedimento de prediccedilatildeo

Linearizando-se em torno do ponto de operaccedilatildeo (318) vem

=

∆λ=

∆λ

minus

0

λQP

eGG

mk

ΔΔ

ΔΔ

ΔΔ

GVθ J (319)

sendo que o vetor ek conteraacute a unidade apenas na coluna correspondente ao novo paracircmetro p

3331 - Parametrizaccedilatildeo local

Uma outra forma de contornar o problema da singularidade eacute usar em ambos os

passos preditor e corretor uma teacutecnica muito simples conhecida por parametrizaccedilatildeo local

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994) e (SEYDEL 1994)

que consiste na troca de paracircmetro proacuteximo ao ponto de maacuteximo carregamento

Na parametrizaccedilatildeo local avaliam-se os incrementos em cada uma das variaacuteveis e

seleciona-se a que apresentar o maior desvio relativo (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(AJJARAPU LAU BATTULA 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

65

O ponto criacutetico para o processo de parametrizaccedilatildeo passa a ser a escolha adequada do

iacutendice k

∆∆∆∆

=∆

λλmax

2

2

1

1

n

n

k

K

xx

xx

xx

xx

(320)

No meacutetodo do vetor tangente apoacutes o processo de escolha da variaacutevel que seraacute aquela

que apresentou a maior variaccedilatildeo λ passa a ser a partir daiacute tratado como variaacutevel dependente

enquanto que a variaacutevel escolhida passa a ser o novo paracircmetro p do conjunto de n+1

variaacuteveis

O novo paracircmetro p seraacute dado por

1 n 21 max +larr tttp L (321)

O uso deste meacutetodo para a escolha automaacutetica de p natildeo tem apresentado dificuldades

mesmo para sistemas altamente compensados (CANtildeIZARES et al 1993)

A experiecircncia com o meacutetodo do vetor tangente tem demonstrado que ao aproximar-se

do ponto de maacuteximo carregamento p muda de λ para Vk aquela tensatildeo que apresenta a maior

variaccedilatildeo retornando novamente para λ apoacutes alguns pontos

Jaacute no meacutetodo baseado no preditor secante a escolha do paracircmetro p natildeo mais se

processa com a variaacutevel que apresentar a maior variaccedilatildeo mas sim com aquela que apresentar

a maacutexima variaccedilatildeo relativa (SEYDEL 1994)

minus

minus

minuslarr

+

+

+

+

+

+

1

1

maxj

jj

λλ1j

j1j

1j

j1j

V

VV

θ

θθ (322)

Onde j refere-se ao ponto da curva

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

66

O preditor secante apresenta um alto grau de confiabilidade poreacutem o mesmo natildeo

garante que o paracircmetro p escolhido agilize o processo (SEYDEL 1994)

Almeja-se que a escolha do paracircmetro p com base em qualquer uma das equaccedilotildees

(321) ou (322) resulte em um bom desempenho do algoritmo

3332 ndash Teacutecnica do comprimento de arco

Em CHIANG et al (1995) os autores propuseram uma teacutecnica para eliminar a

singularidade da matriz Jacobiana baseada no paracircmetro do comprimento do arco (s) Os dois

primeiros pontos satildeo obtidos pelo vetor tangente e ao inveacutes de acrescentar a equaccedilatildeo (ek t =

plusmn 1) acrescenta-se agrave Equaccedilatildeo (313) do passo preditor a Equaccedilatildeo (323)

sum =

+

=

n

i

2i

dsdλ

dsdx

1

2

1 (323)

Para a correccedilatildeo eacute adicionada agrave Equaccedilatildeo (311) a seguinte equaccedilatildeo

sum =∆minusminus+minus==

n

iii ssλλsxxsλ

1

222 0)())(())(()(R x (324)

O comprimento de arco ∆s vale

50

1

22 ))((]))([(sum minus+minus=∆=

n

iii sλλsxxs (325)

A expansatildeo das equaccedilotildees (311) e (324) em seacuterie de Taylor considerando somente as

condiccedilotildees de primeira ordem resulta na seguinte equaccedilatildeo linearizada

=

partpart

partpart

minus

R

Gx

x

G x

Δ

Δ

Δ

Δ

RRG

λλ

λ

(326)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

67

Onde xG representa a matriz Jacobiana

A Equaccedilatildeo (323) assegura que o paracircmetro s seja o comprimento do arco sobre a

curva de soluccedilatildeo As equaccedilotildees (313) e (323) juntas formam um conjunto n + 1 equaccedilotildees a n

+ 1 incoacutegnitas

A estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo eacute obtida da Equaccedilatildeo (315) onde σ representaraacute

o passo do comprimento de arco s

A Equaccedilatildeo (323) eacute natildeo-linear e o sistema formado por esta equaccedilatildeo e a Equaccedilatildeo

(313) natildeo pode ser linearizada sendo que a sua soluccedilatildeo pode consumir muito tempo

computacional

A opccedilatildeo sugerida em (CHIANG et al 1995) eacute a obtenccedilatildeo de dois pontos da curva

atraveacutes do preditor tangente sendo utilizado depois o preditor secante De acordo com os

autores esta teacutecnica de parametrizaccedilatildeo eacute mais robusta possibilitando que sejam dados maiores

passos do que a teacutecnica utilizando parametrizaccedilatildeo local

3333 ndash Teacutecnica da perpendicularidade

Uma outra teacutecnica utilizada para contornar a singularidade sem a necessidade de

parametrizaccedilatildeo foi utilizada primeiramente por (IBA et al 1991) e posteriormente associada

a um controle de passo aplicada com sucesso em vaacuterios sistemas em (CANtildeIZARES et al

1992)

A teacutecnica consiste na adiccedilatildeo ao equacionamento do sistema de uma nova equaccedilatildeo

( ( )[ ] ( )[ ] 0)()()()( 11 =∆minusminus∆+∆minusminus∆ ++ aaaTaaaaTa xxxx λσλλλσ ) Tal procedimento deveraacute

definir um hiperplano perpendicular ao vetor de prediccedilatildeo que se inicia na soluccedilatildeo conhecida

( )ax λ e passa pela soluccedilatildeo estimada ( ) 1

+aeex λ e um outro que se encontra sobre a curva da

trajetoacuteria de soluccedilotildees soluccedilatildeo ( ) 1 +ax λ (SEYDEL 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

68

Destarte a equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo a ser acrescida ao sistema (311) seraacute dada pelo

produto escalar

0ΔΔΔ

a

a

a

=

minusminusminusminusminusminus

bull

aa

aa

aaT

λ λλλ∆∆

∆VVVθθθ

(327)

Onde (∆θa ∆Va ∆λa)T = (θ e ndash θa Ve ndash Va λe ndash λa)

Partindo da soluccedilatildeo fornecida pelo passo preditor o sistema resultante da expansatildeo em

seacuterie de Taylor do sistema (311) acrescido da equaccedilatildeo anterior converge para o ponto (θ V

λ) da curva PV

∆∆∆

=

∆∆∆

partpart

partpart

partpart

minus

HH

VHH

GQP

VθGG Vθ

λλθ

λ

(328)

Capiacutetulo 4

METODOLOGIA PROPOSTA

41 - Introduccedilatildeo

A maioria das anaacutelises nas aacutereas de planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos

envolve caacutelculos de fluxo de carga fluxo de carga continuado e fluxo de carga oacutetimo

Como mencionado no capiacutetulo 1 as simulaccedilotildees de fluxo de carga satildeo utilizadas para

determinar nas condiccedilotildees de regime permanente as magnitudes de tensatildeo e os acircngulos de

cada barra em um sistema eleacutetrico de potecircncia Uma vez obtidas essas grandezas satildeo

utilizadas natildeo soacute para a determinaccedilatildeo da margem de carregamento e do caacutelculo dos fluxos de

potecircncia ativa e reativa em todas as linhas de transmissatildeo e equipamentos conectados as

barras mas tambeacutem para quantificar as perdas nos sistemas de energia eleacutetrica

(MONTICELLI 1983)

Jaacute um fluxo de carga oacutetimo natildeo somente resolve as equaccedilotildees do fluxo de carga como

tambeacutem determina um conjunto de valores oacutetimos para as variaacuteveis de estado da rede levando

em conta a demanda e os paracircmetros do sistema Os valores oacutetimos satildeo calculados

objetivando minimizar uma funccedilatildeo objetivo tal como o custo de geraccedilatildeo ou as perdas de

transmissatildeo sujeitos as restriccedilotildees de igualdade e desigualdade (DOMMEL TINNEY 1968)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

70

Sabe-se que o ponto de maacuteximo carregamento de um sistema aumenta em funccedilatildeo da

disponibilidade de reservas de reativo do mesmo (ALVES et al 2002-II) Assim ao

minimizarem-se as perdas no sistema implicitamente estar-se-aacute aumentando a margem de

reativos do sistema e consequumlentemente aumentando a margem de estabilidade estaacutetica ou

seja o ponto de maacuteximo carregamento

Por outro lado o fluxo de carga natildeo foi desenvolvido para minimizar automaticamente

qualquer funccedilatildeo objetivo Dessa forma um processo de tentativa e erro deve ser executado

para otimizar algum criteacuterio desejado escolhendo uma dentre as vaacuterias soluccedilotildees factiacuteveis de

um conjunto muito amplo

A metodologia apresentada em (CHEN HSU 2000) resolve sequumlencialmente o fluxo

de potecircncia oacutetimo seguindo uma dada curva de previsatildeo de carga atendendo restriccedilotildees

operativas do sistema e garantindo que cada gerador atenda metas estabelecidas pelo

planejamento de meacutediolongo prazo ainda que representando algumas restriccedilotildees de

seguranccedila tal como manutenccedilatildeo de um perfil de tensatildeo seguro para todo o sistema natildeo era

levado em conta a avaliaccedilatildeo da margem de estabilidade de tensatildeo para cada horaacuterio Tal

restriccedilatildeo eacute contemplada em (MENEZES 2002) onde a metodologia apresentada leva em

consideraccedilatildeo o modelo do fluxo de potecircncia oacutetimo parameacutetrico o meacutetodo do fluxo de carga

continuado para o caacutelculo das margens de estabilidade e o meacutetodo de anaacutelise modal estaacutetica

expandida para a obtenccedilatildeo dos fatores de participaccedilatildeo dos geradores

Affonso (AFFONSO 2004) baseado na forte relaccedilatildeo entre margem de estabilidade de

tensatildeo e as reservas de potecircncia reativa da rede apresentou metodologia propondo o re-

despacho da geraccedilatildeo de potecircncia ativa e reativa para condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo obtendo

indiretamente um aumento na margem de estabilidade de tensatildeo do sistema atraveacutes da

maximizaccedilatildeo das reservas de potecircncia reativa e da minimizaccedilatildeo das perdas de potecircncia ativa

por meio do fluxo de carga oacutetimo

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

71

No presente trabalho propotildee-se uma nova metodologia que associada ao meacutetodo da

continuaccedilatildeo possibilite obter uma ampliaccedilatildeo na margem de estabilidade do sistema visando

atender os niacuteveis miacutenimos de ampliaccedilatildeo de margem de estabilidade de tensatildeo de acordo com

as recomendaccedilotildees da ForccedilandashTarefa ldquoColapso de Tensatildeordquo do GTADSCELGCOI (FTCT

1999) e do WSCC-Reactive Power Reserve Work Group (WECC 1998) Para se alcanccedilar

essa meta acrescenta-se agraves equaccedilotildees do fluxo de carga a equaccedilatildeo parametrizada da perda

ativa total na transmissatildeo e as equaccedilotildees das potecircncias reativa geradas nas barras PV As

tensotildees nas barras PV satildeo consideradas como variaacuteveis de controle e um novo paracircmetro eacute

escolhido com o intuito de se reduzir a perda ativa nas linhas de transmissatildeo

42 - O problema do fluxo de carga oacutetimo

Considere inicialmente um sistema de duas barras sendo uma barra de folga (slack) e

uma barra PV interligadas por uma linha de transmissatildeo cuja impedacircncia eacute z12 como

ilustrado na Figura 41

z12 = r12 + j x12

barra 1(slack)

barra 2 (PV)

P2 + jQ2

j bsh12 j bsh

12

y12 = g12 + j b12

V1 = V1 0o pu

V2 = V2 θo pu

Figura 41 - Sistema de duas barras

Define-se Pg2 como sendo a potecircncia ativa gerada na barra 2 Pc2 como sendo a potecircncia ativa

consumida na barra 2 Qg2 como sendo a potecircncia reativa gerada na barra 2 Qc2 como sendo a

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

72

potecircncia reativa consumida na barra 2 P2 = Pg2 ndash Pc2 como sendo a injeccedilatildeo de potecircncia ativa

na barra 2 e Q2 = Qg2 ndash Qc2 como sendo injeccedilatildeo de potecircncia reativa na barra 2

O fluxo de carga oacutetimo eacute um problema de otimizaccedilatildeo natildeo-linear em regime

permanente que calcula os valores oacutetimos de um conjunto de variaacuteveis a partir do estado da

rede dos dados da carga e dos paracircmetros do sistema

Os valores oacutetimos satildeo calculados objetivando minimizar uma determinada funccedilatildeo tal

como custo de geraccedilatildeo ou perdas de potecircncia ativa na transmissatildeo sob restriccedilotildees de igualdade

e de desigualdade

O problema do fluxo de carga oacutetimo pode ser apresentado como

minimizar Pa(x) sujeito a G(x) = 0 (41)

H(x) le 0

xmin le x le xmax

Onde

=

Vx

θeacute o vetor composto pelas variaacuteveis de estado e controle do sistema xmax e xmin

satildeo os limites das variaacuteveis de estado e controle do sistema G(x) satildeo as condiccedilotildees de

igualdade do fluxo de carga H(x) satildeo as restriccedilotildees de desigualdade do fluxo de carga

A funccedilatildeo objetivo Pa(x) representa o desempenho do sistema sendo neste trabalho

esta funccedilatildeo representada pela perda total de potecircncia ativa na transmissatildeo (Pa)

As restriccedilotildees de desigualdade H(x) representam as equaccedilotildees funcionais do fluxo de

carga como os limites dos fluxos de potecircncia ativa e reativa nas linhas de transmissatildeo e

transformadores e limites de injeccedilatildeo de potecircncia reativa nas barras de controle de reativos

barras PV

Considere o caso do sistema da Figura 41 onde a barra 2 eacute uma barra de tensatildeo

controlada do tipo PV no caso controlada por um compensador siacutencrono Sua tensatildeo bem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

73

como a da barra de folga variaraacute de forma a reduzir Pa A barra de folga deveraacute ser capaz de

suprir tanto a solicitaccedilatildeo de carga como a perda de potecircncia ativa na linha de transmissatildeo

Sendo a barra 2 do tipo PV sua correspondente equaccedilatildeo Q2(x) deixa de pertencer ao

conjunto de restriccedilotildees de igualdade enquanto natildeo for ativa

A soluccedilatildeo analiacutetica do fluxo de carga oacutetimo desse problema jaacute foi apresentada em

(ALVES et al 2002-II) de onde se tem que as coordenadas do ponto oacutetimo 1

1 eV = e

2

2

2 jfeV += Pa e

2gQ devem satisfazer as seguintes equaccedilotildees

( )

+minusminus=+= lowast

212

21

1

2

2

12 42

e Preetgftgfee φφ

(42)

( ) 212

2212 xfrPa lowastlowast = e ( ) ( )lowastlowastlowast == PatgxfQg φ12

222 (43)

Para o caso base para o qual o fator de carregamento (λ) eacute igual a 1 e considerando

z12 = r12+j x12 = (02+j 1 0) pu e P2 = ndashPc2 = ndash04 pu a Tabela 41 apresenta as soluccedilotildees

obtidas com (42) e (43) e por um programa de fluxo de carga oacutetimo (DA COSTA

LANGONA ALVES 1998) para diversos valores maacuteximos de e1 dentro do intervalo 095

pu le e1 le 110 pu

Tabela 41 - Soluccedilotildees do fluxo de carga oacutetimo para o sistema da Figura 41 1e

(pu)

| 2V |

(pu)

(graus)

Pa

(MW)

gQ

(MVAr)

095 0976 -2860 4361 2181

100 1012 -2567 3845 1922

105 1052 -2315 3420 1710

110 1094 -2097 3066 1533

A Figura 42 mostra o caso base de um sistema de trecircs barras constituiacutedo de uma barra

de folga uma PV e uma PQ A perda ativa total na transmissatildeo eacute igual a 1666 MW

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

74

Este sistema foi apresentado e analisado detalhadamente em (DOMMEL TINNEY

1968)

barra 1 (slack)barra 2 (PV)

Pg2 = 170MWz23 = 0035 + j0086

V2 = 1023 739o pu

z13 = 0098 + j0122

barra 3 (PQ)

Pc3 = 200MWQc3 = 100MVAr

V3 = 0908 -002o pu

V1 = 1022 0o pu

15851+ j 4847

17000+ j 7718

4149+ j 5153

4666+ j 5801

Pa = 1666MW

Figura 42 - Sistema de trecircs barras ndash caso base

Os intervalos adotados para a variaccedilatildeo dos valores da tensatildeo nas barras foram

bull de folga (V1) V1min

le V1 leV1maacutex onde V1

min = 09 pu e V1maacutex = 116344 pu

bull PV (V2) V2min le V2 le V2

max onde V2min = 09 pu e V2

max = 12 pu

barra 1 (slack)barra 2 (PV)

Pg2 = 170MWy23 = 4 - j10

V2 = 120 44o pu

y13 = 4 - j5

barra 3 (PQ)

Pc3 = 200MWQc3 = 100MVAr

V3 = 1092 -068o pu

V1 = 11634 0o pu

16119+ j 6682

17000+ j 8885

3881+ j 3318

4094+ j 3584

Pa = 1094MW

Figura 43 - Sistema de trecircs barras - caso otimizado

Na Figura 43 apresenta-se a soluccedilatildeo obtida otimizada de onde se verifica que a perda

ativa total na transmissatildeo eacute igual 1094 MW Observe que a reduccedilatildeo das perdas em 572 MW

foi obtida atraveacutes da transferecircncia de parte do suprimento de potecircncia reativa efetuado pelo

gerador 1 barra de folga para o gerador 2 barra tipo PV Isto ocorre porque z13 eacute maior que

z23

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

75

A Tabela 42 mostra o ponto oacutetimo obtido por meio do fluxo de carga oacutetimo

apresentado em (DA COSTA LANGONA ALVES 1998) e que reproduziu o mesmo

resultado de (DOMMEL TINNEY 1968) bem como o resultado obtido pelo fluxo de carga

continuado proposto (FCCP) o qual seraacute apresentado a seguir

Observa-se que estes resultados foram obtidos para o caso em que o fator de

carregamento (λ) eacute igual a 1 isto eacute λ do caso base

Tabela 42 - Soluccedilotildees para o sistema da Figura 42

Fluxo de carga oacutetimo Fluxo de carga proposto

Barra V

(pu) θ

(graus) Qg

(MVAr) V

(pu) θ

(graus) Qg

(MVAr) 1 11634 000 3584 11634 000 3571 2 12000 440 8885 12002 439 8898 3 10916 -068 --- 10918 -068 ---

43 - Metodologia proposta

Uma das questotildees importantes em tempo-real relacionada ao controle da potecircncia

reativa eacute a escolha das variaacuteveis de controle Nesta situaccedilatildeo os ajustes de controle (SHARIF

et al 2000)

bull devem ser possiacuteveis de serem executados num intervalo de tempo razoaacutevel

uma vez que o ciclo de tempo do controle de reativo pode ser muito pequeno

1530 minutos e o operador poderaacute natildeo ter tempo suficiente para ajustar todos

os controles

bull natildeo deve causar uma sobrecarga excessiva de trabalho ao operador

bull natildeo devem no caso de controles discretos ser chaveados muito

frequumlentemente

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

76

Por estas razotildees os controles discretos e contiacutenuos satildeo tratados separadamente Aleacutem

do mais ao contraacuterio dos controles discretos que na maioria dos casos satildeo ajustados no valor

mais proacuteximo as variaacuteveis contiacutenuas podem em geral ser ajustadas nos valores calculados

fornecidos pelo programa Estas questotildees tornam a implementaccedilatildeo de tais controles uma

tarefa difiacutecil e pode levar a necessidade de diferentes estrateacutegias de ajustes por exemplo

primeiro se ajusta os bancos em derivaccedilatildeo (shunt) chaveados entatildeo os geradores e finalmente

os transformadores (SHARIF et al 2000) Assim a escolha no meacutetodo proposto dos

controles de potecircncia reativa dos geradores e condensadores siacutencronos para obtenccedilatildeo da

reduccedilatildeo das perdas eacute baseado no fato de que nos geradores o fornecimento de potecircncia

reativa eacute controlado numa faixa contiacutenua e o nuacutemero de operaccedilotildees eacute ilimitado enquanto que

os bancos de capacitores em derivaccedilatildeo apresentam valores fixos e discretos de capacitacircncia e

o nuacutemero de operaccedilatildeo eacute normalmente restrito de duas a quatro operaccedilotildees diaacuterias porque essas

accedilotildees podem causar o desgaste e a reduccedilatildeo da vida do equipamento (CIGRE 1989)

(SHARIF et al 2000)

Uma caracteriacutestica desejaacutevel para um dado sistema eacute que a tensatildeo criacutetica no limite de

estabilidade seja mantida tatildeo baixa quanta esta possa ser em relaccedilatildeo agrave tensatildeo normal de

operaccedilatildeo sem comprometer consequumlentemente o perfil geral de tensatildeo (CIGRE 1989)

Nesse sentido os bancos de capacitores em derivaccedilatildeo tecircm uma caracteriacutestica desfavoraacutevel

que eacute a de prover um baixo suporte de potecircncia reativa quando este eacute mais necessaacuterio isto eacute

proacuteximo ao limite de carregamento Isto ocorre porque o seu fornecimento de potecircncia reativa

eacute proporcional ao quadrado da tensatildeo e assim o suporte de potecircncia reativa dos bancos em

derivaccedilatildeo incluindo os de linha - line charging diminui com a diminuiccedilatildeo da tensatildeo Com a

aplicaccedilatildeo de bancos de capacitores em derivaccedilatildeo a margem de carregamento de um sistema

aumenta conforme a compensaccedilatildeo de reativo aumenta mas a tensatildeo criacutetica fica mais proacutexima

da faixa normal de operaccedilatildeo do sistema (09 le V le 11pu) isto eacute o perfil de tensatildeo tende a

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

77

tornar-se mais e mais plano Dessa forma o sistema poderaacute entrar em colapso para

magnitudes de tensatildeo dentro da faixa normal de operaccedilatildeo do sistema

Ao contraacuterio dos bancos de capacitores em derivaccedilatildeo os geradores produzem seu

pleno fornecimento de potecircncia reativa proacuteximo ao limite de estabilidade de tensatildeo e

efetivamente expande a capacidade de transferecircncia de potecircncia e reduz a magnitude da

tensatildeo criacutetica (ALVES et al 2002-II) (SEKINE et al 1992) Entatildeo num sistema de

potecircncia de todos os controles os geradores (barras PV) satildeo de longe os mais eficientes no

controle das tensotildees das barras quando comparados aos taprsquos e bancos em derivaccedilatildeo (TARE

BIJWE 1997) Portanto para prevenir ou postergar o colapso de tensatildeo deve-se manter uma

reserva de reativos utilizando tanto quanto forem possiacuteveis os bancos de capacitores em

derivaccedilatildeo eou reduzindo as perdas na transmissatildeo a fim de permitir que os geradores

existentes mantenham-se operando com o maacuteximo possiacutevel de margem de reativo (CIGRE

1989)

A metodologia propotildee o uso do meacutetodo da continuaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da perda total

de potecircncia ativa na transmissatildeo Assim ao sistema de equaccedilotildees (21) acrescenta-se aleacutem da

equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo a equaccedilatildeo da potecircncia reativa injetada em cada

uma das barras de controle de tensatildeo (barras PV) escolhidas para participar do procedimento

de reduccedilatildeo de perdas A geraccedilatildeo de potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo satildeo

mantidas constantes nos respectivos valores do caso base enquanto que a geraccedilatildeo de potecircncia

ativa da barra de folga variaraacute a fim de acomodar a reduccedilatildeo das perdas ativas na transmissatildeo

A potecircncia reativa gerada na barra k de controle de tensatildeo escolhida Qgk e sua

respectiva tensatildeo terminal Vk satildeo consideradas respectivamente como variaacuteveis dependente

e de controle As respectivas mudanccedilas nos valores de Qgk e Pa seratildeo consideradas atraveacutes das

variaacuteveis λq e micro Assim as mudanccedilas satildeo proporcionais aos seus respectivos valores do caso

base case 0gkQ e Pa0

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

78

O novo conjunto de equaccedilatildeo eacute dado por

( )( ) Pa0Pa kk

kkespckk

VVW

VQQQVQ 0gkPVk

0

0)( 0

)(1)(

)( qq

=+=micro

=

=

minus

=minusminus

VV

VVVθG )(

θθ

θθ

micro

λ λ (44)

sendo espckQ eacute a demanda de potecircncia reativa especificada na barra k

Considerando Vk λq e micro como variaacuteveis o nuacutemero de incoacutegnitas em (44) eacute maior do

que o nuacutemero de equaccedilotildees Contudo se micro eacute considerado como uma variaacutevel independente

seraacute escolhida como paracircmetro da continuaccedilatildeo isto eacute seu valor eacute preacute-ajustado e Vk e λq satildeo

tratadas como variaacuteveis dependente o nuacutemero de incoacutegnitas eacute igual ao nuacutemero de equaccedilotildees

isto eacute a condiccedilatildeo necessaacuteria para que o novo sistema tenha soluccedilatildeo eacute atendida desde que a

nova matriz Jacobiana tenha posto maacuteximo isto eacute seja natildeo-singular

Deve-se lembrar que a prefixaccedilatildeo do valor de micro corresponde agrave teacutecnica de previsatildeo

trivial ou polinomial modificada de ordem zero (SEYDEL 1994) (CHIANG et al 1995) Este

preditor seraacute usado no meacutetodo proposto e eacute baseado na soluccedilatildeo atual e em um decremento

fixo objetivando a reduccedilatildeo de Pa no paracircmetro micro como uma estimativa para a proacutexima

soluccedilatildeo

Apoacutes se obter a soluccedilatildeo do caso base (θ0 V0) por meio de um fluxo de carga

convencional e se ter definido um passo em micro o fluxo de carga continuado proposto eacute usado

para calcular as demais soluccedilotildees ateacute que seja atingido um ponto de operaccedilatildeo aqui

denominado como ponto miacutenima perda (PMP) Assim atraveacutes do uso da Equaccedilatildeo (44) eacute

possiacutevel se especificar o valor desejado de variaccedilatildeo em Pa e a sua soluccedilatildeo provecirc o ponto de

operaccedilatildeo para o qual as perdas ocorrem

A variaacutevel micro sendo igual a zero corresponde a soluccedilatildeo do caso base onde Vk igual a

Vkesp isto eacute a tensatildeo especificada no caso base e λq = 1

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

79

Entatildeo a linearizaccedilatildeo da Equaccedilatildeo (44) em torno do ponto de operaccedilatildeo e considerando

o valor prefixado do paracircmetro micro eacute dada pelos termos de primeira ordem da seacuterie de Taylor e

resulta em

∆∆∆

=

∆∆∆

partpartpartpartpartpart

partpartpartpartpartpart

partpart

partpart

WPVkQkV

kVPaPaPa

0gkQ-kVkQkQkQ

kVkV

QP

QLM

PNH

q0

0

0

λ

(45)

sendo H N M e L satildeo as matrizes que correspondem agraves derivadas das potecircncias ativa e

reativa (P e Q) em relaccedilatildeo ao acircngulo de fase das tensotildees das barras PQ e PV e em relaccedilatildeo agrave

magnitude das tensotildees nas barras PQ ∆ representa os fatores de correccedilatildeo ou seja os

mismatches das respectivas funccedilotildees na Equaccedilatildeo (44)

Deve-se observar que os fatores de correccedilatildeo seratildeo iguais a zero ou praticamente

nulos isto eacute inferior a toleracircncia adotada para o caso base convergido Assim somente ∆W

seraacute diferente de zero devido agrave variaccedilatildeo de micro

Observe que o meacutetodo modificado aqui proposto fluxo de carga continuado proposto

difere em alguns aspectos do fluxo de carga continuado usado para obter o ponto de maacuteximo

carregamento No fluxo de carga continuado o objetivo eacute obter o ponto de maacuteximo

carregamento da curva PV Por outro lado no fluxo de carga continuado proposto o objetivo

eacute o de melhorar a margem de carregamento por meio da reduccedilatildeo das perdas usando um

meacutetodo da continuaccedilatildeo

Ao contraacuterio do fluxo de carga continuado no qual a carga e a geraccedilatildeo de potecircncia

reativa satildeo aumentadas em uma direccedilatildeo preestabelecida no meacutetodo proposto elas satildeo fixas

As barras PV satildeo tratadas como simples barras PV e enquanto suas respectivas

potecircncias reativas geradas estatildeo entre seus respectivos limites suas respectivas equaccedilotildees natildeo

estatildeo presentes na matriz Jacobiana Assim suas magnitudes de tensotildees (V) permanecem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

80

fixas sendo tratadas como variaacuteveis independentes No caso de violaccedilatildeo a barra PV eacute

alterada para tipo PQ com o valor de sua potecircncia reativa gerada especificada no valor do seu

respectivo limite violado e a sua magnitude de tensatildeo tornando-se uma incoacutegnita Geralmente

neste caso a magnitude de tensatildeo cai devido ao aumento do carregamento

Por outro lado no fluxo de carga continuado proposto as magnitude de tensatildeo nas

barras PV seratildeo calculadas para o valor especificado de perdas de potecircncia ativa e tratadas

como variaacuteveis dependentes Em geral a magnitude da tensatildeo nas barras PV ou aumentam ou

permanecem fixas nos seus valores especificados Ambos os limites de magnitude de tensatildeo e

de potecircncia reativa gerada devem ser verificados

431 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas de duas e trecircs barras

Neste item apresenta-se a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto para os dois sistemas

analisados no item 42 o sistema de 2 barras para o qual eacute possiacutevel se obter o ponto oacutetimo a

partir das equaccedilotildees algeacutebricas (42) e (43) desenvolvidas em (ALVES et al 2002-II) e o

sistema de trecircs barras apresentado e analisado em (DOMMEL TINNEY 1968) Os

resultados satildeo comparados com os resultados obtidos anteriormente e apresentados nas

Tabelas 41 e 42 Adicionalmente mostra-se atraveacutes do traccedilado das curvas PV que a

reduccedilatildeo das perdas conduz a um aumento do ponto de maacuteximo carregamento e portanto da

margem de estabilidade do sistema

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

81

4311 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema de

duas barras

Considere primeiramente o sistema de duas barras da Figura 41 para o qual se deseja

reduzir Pa Nesse caso duas equaccedilotildees satildeo adicionadas a Equaccedilatildeo (21) a equaccedilatildeo da potecircncia

reativa injetada na barra 2 (QPV2) e a equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo (Pa)

A potecircncia reativa gerada na barra 2 escolhida Qg2 e a sua respectiva tensatildeo terminal

V2 satildeo consideradas como variaacutevel dependente e de controle respectivamente

As respectivas mudanccedilas nos valores de Qg2 e Pa seratildeo considerados atraveacutes das

variaacuteveis λq e micro Assim as mudanccedilas seratildeo proporcionais aos seus respectivos valores do caso

base 02gQ e Pa0

Considerando que θ1 = 0 e V1 = V1esp onde esp significa valor especificado o novo

conjunto de equaccedilotildees seraacute

( )( ) Pa0PaW

PV2Q

PG

VV

VQQQV

VV

2espc2

0g2

0

0)(

0

)(1)(

)(

)(2

)(

2222

22qq22

2222

=+=micro

=

==

θminusθ

=θminusminusθ

θθ

micro

λ λ (46)

Considerando-se micro como uma variaacutevel independente ou seja prefixando o seu valor

que corresponde agrave teacutecnica de previsatildeo trivial ou polinomial modificada de ordem zero e θ2

V2 e λq como variaacuteveis dependentes o nuacutemero de incoacutegnitas eacute igual ao de equaccedilotildees Desta

forma a condiccedilatildeo necessaacuteria para que o sistema de equaccedilotildees tenha soluccedilatildeo eacute atendida desde

que a matriz Jacobiana tenha posto completo isto eacute seja natildeo-singular

Apoacutes obter a soluccedilatildeo do caso base (θ0 e V0) por meio de um fluxo de carga

convencional define-se o passo para micro Em seguida calculam-se as demais soluccedilotildees

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

82

utilizando-se o fluxo de carga continuado proposto ateacute que o ponto de miacutenima perda seja

alcanccedilado

A linearizaccedilatildeo de (46) em torno do ponto de operaccedilatildeo por intermeacutedio da seacuterie de

Taylor incluindo somente os termos de primeira ordem de acordo com o meacutetodo de Newton

fornece

=

partpartpartpart

partpartpartpart

partpartpartpart

W

Q

P

V

VPaPa

0g2Q-VPV2QPV2Q

V2P2P

2

2

q

2

2

022

22

022

λ

θ

θ

θ

θ

(47)

Onde ∆ representa os fatores de correccedilatildeo das respectivas funccedilotildees em (46)

A Figura 44 apresenta as curvas Pa versus V2 obtidas pela metodologia proposta

considerando que a geraccedilatildeo de potecircncia ativa na barra 2 foi mantida constante no valor do

caso base enquanto que a da barra de folga variaraacute a fim de reduzir as perdas ativas na

transmissatildeo Para tal objetivo considerou-se que apenas a variaccedilatildeo da tensatildeo da barra 2 V2

A curva foi obtida atraveacutes de decrementos sucessivos de Pa considerando V1 = 11

pu e uma toleracircncia para os mismatches igual a 10ndash6 pu Partindo-se de dois pontos

diferentes A para V2esp = 10 pu ou Arsquo para V2

esp =12 pu os proacuteximos pontos foram

obtidos usando um passo de ndash01 MW para micro ou seja uma reduccedilatildeo de 10 em Pa As duas

trajetoacuterias consideradas foram plotadas na mesma figura para demonstrar que o meacutetodo

converge para um mesmo ponto de miacutenima perda (PMP)

Inicialmente para cada ponto foi resolvido um fluxo de carga continuado sendo que o

nuacutemero de iteraccedilotildees gasta em cada um foi inferior a 4 sendo que o limite maacuteximo de

iteraccedilotildees adotado foi de 10 Para o primeiro ponto em que o fluxo de carga continuado

proposto divergiu retornou-se ao passo anterior e aplicou-se uma reduccedilatildeo de 110 no passo de

micro O mesmo procedimento foi usado para os pontos de divergecircncia subsequumlentes ateacute que o

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

83

procedimento foi finalizado e o valor de Pa obtido foi considerado como correspondente ao

ponto de miacutenima perda no caso Pa =3066 MW

O estado da rede nesse caso praticamente coincidiu com o mostrado na Tabela 41

ArsquoA

3066

Pa [MW]

V2[pu]

1094

ndashsoluccedilotildees convergidasndashreduccedilotildees de passo

PMP

Figura 44 - Desempenho do FCCP para o sistema de duas barras

Como se pode constatar na Figura 45 a reduccedilatildeo das perdas levou a um aumento do

ponto de maacuteximo carregamento ou seja da margem de estabilidade Observa-se tambeacutem que

todos os demais casos apresentados na Tabela 41 foram alcanccedilados usando o mesmo

procedimento

caso base

perdas reduzida

PMCr

P2 [MW]

V2[pu]

PMCb

Figura 45 - Curvas PV Efeito da reduccedilatildeo das perdas sobre o ponto de maacuteximo carregamento para o sistema de duas barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

84

4312 - Resultados obtidos com o FCCP para o sistema de trecircs barras

No caso do sistema de trecircs barras da Figura 42 os dois geradores o gerador 1 (barra

de folga) e o gerador 2 (barra PV) satildeo considerados no procedimento de reduccedilatildeo de perdas

Nesse caso V1 V2 θ2 e λq satildeo tratados como variaacuteveis dependentes Ambas as

equaccedilotildees de potecircncia reativa injetada QPV1 e QPV2 bem como a equaccedilatildeo da perda ativa total

na transmissatildeo (Pa) seratildeo consideradas O paracircmetro λq eacute usado para variaccedilatildeo de ambas as

potecircncias reativas gerada Qg1 e Qg2 e portanto seus valores seratildeo proporcionais aos

respectivos valores do caso base 01gQ e 0

2gQ

O procedimento adotado para controlar os limites de Q nas barras de geraccedilatildeo eacute similar

ao utilizado no meacutetodo convencional de fluxo de carga ou seja em cada iteraccedilatildeo a geraccedilatildeo de

reativos de cada uma dessas barras eacute comparada com seus respectivos limites e no caso de

violaccedilatildeo a barra PV eacute alterada para tipo PQ Estas barras podem voltar a ser PV nas iteraccedilotildees

futuras Aleacutem disso se em qualquer uma das barras de geraccedilatildeo um dos limites de tensatildeo for

atingido seu respectivo valor eacute fixado no valor daquele limite

A Figura 46 mostra o desempenho do fluxo de carga continuado proposto para o

sistema de trecircs barras O procedimento usado para o traccedilado da curva no que se refere agrave

divergecircncia eacute similar ao usado para o traccedilado da Figura 44 exceto que o valor inicial de micro

foi de ndash10 MW

O estado do sistema apoacutes a convergecircncia do processo pode ser visto na Figura 46 e na

Tabela 42 de onde se verifica que o mesmo eacute praticamente igual ao obtido com o fluxo de

carga oacutetimo

As Figuras 46(b) e 46(c) confirmam que a reduccedilatildeo das perdas em 572 MW eacute obtida

atraveacutes da transferecircncia da potecircncia reativa do gerador 1 para o gerador 2 Tambeacutem haacute uma

reduccedilatildeo na geraccedilatildeo de reativos de 13521 MVAr para 12469 MVAr ou seja de 78 Essa

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

85

reduccedilatildeo acarreta num aumento do ponto de maacuteximo carregamento de 219 pu para 2934

pu ou seja num aumento de aproximadamente 625 na margem de estabilidade do

sistema

Esses resultados mostram que para esses sistemas a utilizaccedilatildeo do meacutetodo proposto

proporciona natildeo soacute uma reduccedilatildeo das perdas e consequumlentemente dos custos operacionais

mas tambeacutem um aumento do ponto de maacuteximo carregamento isto eacute da margem de

estabilidade do sistema

Outro ponto importante diz respeito agrave possibilidade de se obter pontos de operaccedilatildeo

proacuteximos dos obtidos por um fluxo de carga oacutetimo atraveacutes do meacutetodo da continuaccedilatildeo o que

mostra que o meacutetodo proposto pode ser uma alternativa viaacutevel para as aplicaccedilotildees de estudos

da operaccedilatildeo

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

86

V2

1094 Pa [MW]

V [pu]

1092

PMP

V1

V3

1634

(a)

Pa [MW]

Qg [MVAr]

PMP

Qg2

Qg1

Pa [MW]

Pgslack [MW]

PMP

(b)

(c)

fator de carregamento λ (pu)

V3 (pu)

PMCr

caso base

PMCb

Perdas reduzidas

(d)

Figura 46 - Desempenho do sistema de trecircs barras (a) VtimesPa (b) QgtimesPa (c) potecircncia ativa gerada pela barra de folga timesPa (d) curvas PV

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

87

44 ndash Resultados da reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa

Esta seccedilatildeo tem como propoacutesito mostrar os efeitos do redespacho das variaacuteveis de

controle nas reduccedilotildees da perda total de potecircncia ativa na transmissatildeo do sistema aleacutem de

tambeacutem investigar os efeitos causados por esta reduccedilatildeo na margem de estabilidade de tensatildeo e

no perfil de tensatildeo

Em todos os casos analisados a seguir durante o procedimento de reduccedilatildeo de perdas

as injeccedilotildees de potecircncia ativa dos geradores satildeo fixadas nos seus respectivos valores

encontrados na soluccedilatildeo do fluxo de carga no caso base com exceccedilatildeo ao da barra de folga

cuja injeccedilatildeo de potecircncia ativa poderaacute variar para equiparar eventuais reduccedilotildees nas perdas do

sistema Para cada iteraccedilatildeo os valores das tensotildees das barras de geraccedilatildeo satildeo comparados com

seu valor limite caso este seja ultrapassado tal tensatildeo teraacute seu valor fixado no valor limite

atingido Se a barra estiver dentro de seus limites de geraccedilatildeo de potecircncia reativa ela

permaneceraacute atuando como simples PV poreacutem natildeo participaraacute da reduccedilatildeo das perdas Aleacutem

disso as potecircncias reativas geradas nas barras de geraccedilatildeo satildeo tambeacutem comparadas com seus

respectivos limites sendo que no caso de violaccedilatildeo desse limite a barra PV eacute alterada para tipo

PQ sendo que estas barras poderatildeo voltar a ser PV nas iteraccedilotildees futuras caso a sua respectiva

potecircncia reativa gerada retorne para dentro de sua faixa de limites maacutexgg

miacuteng QQQ lele

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

88

441 ndash Balanccedilo de reativos durante o procedimento de reduccedilatildeo da perda total de

potecircncia ativa

O objetivo deste item eacute o de esclarecer como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema

eleacutetrico de potecircncia durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Para isso seraacute

utilizado o sistema IEEE 14 barras

A barra de folga tambeacutem conhecida como barra oscilante eacute usada com uma dupla

funccedilatildeo atuar como referecircncia angular embora qualquer barra possa ser referecircncia angular e

para fechar o balanccedilo de potecircncia do sistema Ela eacute necessaacuteria para estabelecer uma referecircncia

angular para a resoluccedilatildeo das equaccedilotildees do fluxo carga Essa necessidade se daacute porque

conforme apresentado na Equaccedilatildeo (33) da seccedilatildeo 32 os fluxos de potecircncia satildeo expressos

como diferenccedilas angulares (θk-θm) isto eacute o problema de fluxo de carga eacute indeterminado nas

variaacuteveis θ de cada barra (MONTICELLI 1983) Na metodologia proposta a geraccedilatildeo de

potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo satildeo mantidas constantes nos respectivos

valores do caso base enquanto que o valor da perda total de potecircncia ativa conforme

Equaccedilatildeo (44) eacute preacute-ajustado atraveacutes do paracircmetro micro Assim adotando a barra 1 como sendo

a barra de folga a sua geraccedilatildeo de potecircncia ativa (Pg1) eacute reprogramada para fechar o balanccedilo

de potecircncia ativa do sistema ou seja seu valor variaraacute a fim de acomodar aleacutem da diferenccedila

entre a potecircncia ativa gerada e a consumida de todo o sistema a reduccedilatildeo das perdas ativas na

transmissatildeo sendo o seu valor calculado por meio da equaccedilatildeo

)cosθV2VV(VgPgPcPg kmmk2

m2

kΩm k

kmNG

2ii

NC

1jj1 minus++minus= sumsumsum

isin== (48)

sendo NB eacute o nuacutemero de barras da rede e NG e NC satildeo os respectivos conjuntos de barras de

geraccedilatildeo e de demanda (carga) e Ω eacute o conjunto de todas as barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

89

Com relaccedilatildeo a geraccedilatildeo de potecircncia reativa (Qg1) da barra de folga esta eacute calculada por

meio da seguinte equaccedilatildeo

( ) ( )[ ]2

nNB

1n

shn

Ωm kkmmk

2m

2kkm

2m

2k

shkm

NC

1j

NG

2iiqj1

Vb

cosθV2VVVbVVbQgQcQg

sum

sumsum sum

=

isin= =

minus

minus+minus+minus+λminus=

(49)

Observe na Equaccedilatildeo (49) que a parcela ( )kmmk2

m2

kkm cosθVV2VVb minus+minus eacute a perda

reativa no elemento seacuterie da linha de transmissatildeo localizada entre as barras k e m enquanto

que ( )2m

2k

shkm VVb +minus e 2

nshn Vb correspondem respectivamente agrave geraccedilatildeo de potecircncia reativa

nos shunts da linha de transmissatildeo localizada entre as barras k e m e nos shunts de barra tais

como banco de capacitores eou reatores localizados na barra n Observe que para as linhas

de transmissatildeo reais 0langkmb e 0rangshkmb As Equaccedilatildeo (48) e (49) mostram que a barra de folga

deve gerar a diferenccedila entre a carga ativa (reativa) total do sistema de potecircncia mais as perdas

ativa (reativa no elemento seacuterie mais a geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos elementos shunts) e a

soma de potecircncia ativa (reativa) especificada isto eacute calculada nas barras de geraccedilatildeo Essas

diferenccedilas satildeo conhecidas como desbalanccedilo ou seja mismatch de potecircncia do sistema

Na convenccedilatildeo de sinais utilizada as injeccedilotildees liacutequidas de potecircncia satildeo positivas quando

entram na barra (geraccedilatildeo) e negativas quando saem da barra (carga) os fluxos de potecircncia satildeo

positivos quando saem da barra e negativos quando entram na barra No caso dos elementos

shunt a convenccedilatildeo eacute a mesma utilizada para as injeccedilotildees de potecircncia (MONTICELLI 1983)

A toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-6 pu O valor inicial adotado para micro

eacute ndash01 MW isto eacute Pa eacute reduzido em 10 O proacuteximo ponto atual eacute computado pela Equaccedilatildeo

(45) Este procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir Adotou-se

um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 10 Durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa

total o tap nos transformadores com comutaccedilatildeo de taps sob carga foram mantidos fixos no

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

90

valor de 10 pu Os valores limites adotados para as magnitudes de tensatildeo da barra de folga e

das barras de geraccedilatildeo foram Vmin le V le Vmaacutex onde Vmin = 095 e Vmaacutex = 11 pu

Na Figura 47 encontram-se as variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga barra 1 e das

barras de controle de tensatildeo (PV) barras 2 3 6 e 8 em funccedilatildeo da perda total de potecircncia

ativa (Pa) Da figura observa-se que ocorre um aumento da magnitude de tensatildeo de todas as

barras PV bem como da de folga

Pa [MW]

V1

V2

V8

V3

V6

Ten

satildeo

[pu

]

Figura 47 - Variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga e das barras de controle de tensatildeo (PV) em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras

Na Figura 48 apresentam-se as variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de

folga e de controle de tensatildeo em funccedilatildeo de Pa Pode-se verificar que haacute uma reduccedilatildeo das

potecircncias reativas geradas pelas barras PV de nuacutemeros 2 3 e 8 enquanto que a da barra 6

permanece constante no seu valor maacuteximo de 24 MVAr Com relaccedilatildeo a barra de folga pode-

se afirmar que ocorre uma reduccedilatildeo da potecircncia reativa gerada

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

91

Qg1

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg2

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg3

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg6

Potecirc

ncia

rea

tiva

[MV

Ar

]

Qg8

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Pa [MW]

Figura 48 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de folga e de controle de tensatildeo (PV) em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

92

Na Figura 49 satildeo apresentados as variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de Pa

dos termos que compotildeem a Equaccedilatildeo (49) Da Figura 49(a) pode-se verificar que a potecircncias

reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo (PV) diminuem com a diminuiccedilatildeo das

perdas Conforme jaacute comentado manter os geradores existentes operando com o maacuteximo

possiacutevel de margem de reativo eacute beneacutefico para prevenir ou postergar o colapso de tensatildeo

(CIGRE 1989) Essa reduccedilatildeo de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos geradores se deve ao

aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e pelo banco de

capacitor localizado na barra 9 Figura 49 (b) e (c) respectivamente e a reduccedilatildeo da perda de

potecircncia reativa nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo ver Figura 49 (d) O aumento

da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e pelo banco de capacitor

eacute consequumlecircncia direta do aumento das magnitudes de tensatildeo nas barras do sistema ver Figura

410 A reduccedilatildeo das perdas pode ser atribuiacuteda ao suprimento local de potecircncia reativa

efetuadas por meio desses elementos shunts

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

93

(a)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(b)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(c)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(d)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Pa [MW]

(e)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Figura 49 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras (a) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo (PV) (b) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts das linhas de transmissatildeo (c)

somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts de barra (banco de capacitores eou reatores) (d) somatoacuterio das variaccedilotildees de perda de potecircncia reativa nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo e (e) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de

tensatildeo PVrsquos mais a barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

94

V1

V9 Ten

satildeo

[pu

]

Pa [MW]

Figura 410 ndash Variaccedilotildees das magnitudes de tensatildeo das barras do sistema IEEE-14 em funccedilatildeo de Pa

442 - Anaacutelise de desempenho do meacutetodo proposto para os sistemas IEEE

Neste item satildeo apresentados os resultados de teste para os trecircs sistemas do IEEE 14

barras 30 barras e 57 barras (FRERIS SASSON 1968)

Nos testes o nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees e o valor inicial do paracircmetro micro

foram de 10 e de ndash01 MW respectivamente O proacuteximo ponto atual eacute computado pela

Equaccedilatildeo (45) Este procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Neste momento retorna-se a soluccedilatildeo anterior e continua-se o processo com um passo menor

para micro10 As reduccedilotildees no tamanho passo satildeo efetuadas sempre que o processo de soluccedilatildeo

divergir (ou o nuacutemero de iteraccedilotildees for maior que 10) para uma toleracircncia igual a 10-6 O

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

95

processo eacute suspenso quando a reduccedilatildeo no passo (micro) natildeo acarretar uma reduccedilatildeo significativa

nas perdas isto eacute quando a reduccedilatildeo nas perdas for menor que 10-6

Para o traccedilado das curvas PV a toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-4 pu

Em ambos os procedimentos os limites superior e inferior adotados para os tap foram 105 e

095 respectivamente enquanto que os valores limites adotados para as tensotildees da barra de

folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex onde Vmin =095 e Vmaacutex =11 pu

Os ajustes de tap nos transformadores com comutaccedilatildeo de taps sob carga consistiram

da inclusatildeo da posiccedilatildeo do tap como variaacutevel dependente ao passo que as magnitudes da

tensatildeo das barras controladas foram consideradas como variaacuteveis independentes

(PETERSON MEYER 1971)

Para o traccedilado das curvas PV do caso base (curva 1 nas figuras que seguem) o

primeiro ponto de cada curva foi obtido com um fluxo de carga convencional Para os demais

pontos da curva usou-se um fluxo de carga continuado e conforme a Equaccedilatildeo (21) as cargas

foram modeladas como de potecircncia constante e o paracircmetro λ foi usado para simular o

incremento de carga ativa e reativa considerando fator de potecircncia constante

O aumento de carga foi seguido por um aumento de geraccedilatildeo usando λ

Para o traccedilado das curvas PV apoacutes a reduccedilatildeo das perdas (curva 2 nas figuras que

seguem) usou-se o mesmo procedimento utilizado para a obtenccedilatildeo da curva 1 exceto que o

primeiro ponto corresponde ao uacuteltimo ponto de operaccedilatildeo obtido com o procedimento de

reduccedilatildeo das perdas

A Tabela 43 apresenta para os trecircs sistemas o desempenho da metodologia proposta

para a reduccedilatildeo das perdas enquanto que a Tabela 44 apresenta os respectivos aumentos

obtidos para a margem de carregamento Pelas tabelas constata-se que aleacutem da diminuiccedilatildeo

dos custos operacionais dos sistemas com as reduccedilotildees nas perdas adicionalmente se obteacutem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

96

um aumento do ponto de maacuteximo carregamento ou seja um aumento superior a 5 na

margem de estabilidade desses sistemas

Tabela 43 - Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa

Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa

Perdas (MW) Sistema

IEEE Caso base Finais

Reduccedilatildeo nas perdas (MW)

14 barras 134411 124141 10270 764

30 barras 183360 162539 20830 1136

57 barras 282796 254196 28600 1001

Tabela 44 - Margem de carregamento

Margem de carregamento PMC (pu) Sistema

IEEE Caso base

Apoacutes reduccedilatildeo

Aumento da MC (∆MC em pu)

14 barras 17680 18791 01111 1447

30 barras 14884 16260 01376 2617

57 barras 16007 17355 01348 2224

As Figuras 411 413 e 415 apresentam para os respectivos sistemas as curvas PV

nas barras criacuteticas para o caso base e para o caso apoacutes a reduccedilatildeo das perdas de onde se pode

confirmar os resultados apresentados na Tabela 44 As barras criacuteticas satildeo 14 30 e 31

respectivamente para os sistemas 14-barras 30-barras e 57-barras

Adicionalmente conforme se pode verificar nas Figuras 412 414 e 416 onde satildeo

apresentados os perfis de magnitude de tensatildeo e dos respectivos acircngulos o aumento da

margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do perfil da

magnitude de tensatildeo Tambeacutem se pode notar nos perfis de magnitude de tensatildeo e da Tabela

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

97

44 que as melhorias da margem de carregamento conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das

perdas satildeo significativas uma vez que estas foram obtidas sem nenhuma alteraccedilatildeo nas

injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga

Conforme jaacute comentado uma caracteriacutestica que deve ser almejada em um sistema

eleacutetrico de energia eacute que a tensatildeo criacutetica tensatildeo relativa ao ponto de maacuteximo carregamento se

mantenha a um niacutevel de preferecircncia o mais baixo quanto possiacutevel da tensatildeo normal de

operaccedilatildeo sem que isto consequumlentemente venha a prejudicar o perfil geral de tensatildeo

(WECC 1998) Observa-se nas Figuras 411 413 e 415 que os valores das tensotildees criacuteticas

no caso base representados na curva 1 estatildeo muito proacuteximos aos seus respectivos valores

apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas conforme verificado por meio da curva 2 ou

seja dentro da caracteriacutestica desejada em (WECC 1998)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

98

bull Sistema IEEE-14 barras

Figura 411 - Curvas PV do sistema IEEE-14 barras

Figura 412 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-14 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

99

bull Sistema IEEE 30 barras

Figura 413 - Curvas PV do sistema IEEE-30 barras

Figura 414 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-30 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

100

bull Sistema IEEE-57 barras

Figura 415 - Curvas PV do sistema IEEE-57 barras

Figura 416 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-57 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

101

Um outro aspecto importante que deve ser ressalvado eacute que o principal fator

responsaacutevel pela instabilidade de tensatildeo eacute a incapacidade do sistema em atender a demanda de

potecircncia reativa ou seja o colapso de tensatildeo eacute devido ao esgotamento progressivo das

reservas de reativos nos geradores

Com o meacutetodo proposto obtecircm-se um aumento nas reservas de reativos nos geradores

as quais satildeo alcanccediladas como consequumlecircncia direta da reduccedilatildeo das perdas de potecircncia ativa

conforme se verifica na Tabela 45 onde satildeo apresentadas as potecircncias reativas geradas para o

caso base e para o caso apoacutes a reduccedilatildeo das perdas

Tabela 45 - Reserva de reativos

Reserva de reativos (MVAr) ΣQgerado

Sistema

IEEE Caso base Final Reserva ΣQgerado

14 barras 1021869 743556 278313 2724 30 barras 1439388 1302830 136458 948 57 barras 3219223 2974083 245140 762

443 - Influecircncia da barra de folga na reduccedilatildeo das perdas

O objetivo deste item eacute o de apresentar a influecircncia da escolha da barra de folga

durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Inicialmente analisaremos o sistema IEEE

57 barras e posteriormente o sistema IEEE 118 barras Nos procedimentos de reduccedilatildeo de

perdas que se seguem a toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-6 pu enquanto que

para o traccedilado das curvas PV foi de 10-4 pu

Adotou-se um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 10 Em ambos os procedimentos

os valores adotados para os tap foram de 10 pu enquanto que os valores limites adotados

para as tensotildees da barra de folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex sendo Vmin = 094

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

102

pu e Vmaacutex = 110 pu O valor inicial adotado para micro eacute ndash01 MW isto eacute Pa eacute reduzido em

10 O proacuteximo ponto atual eacute computado pela Equaccedilatildeo (45) Este procedimento eacute repetido

ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Convencionalmente a referecircncia angular eacute especificada na barra de folga Sabe-se que

qualquer barra geradora pode ser escolhida como referecircncia angular e que a convergecircncia do

problema de fluxo de potecircncia natildeo seraacute afetada por essa escolha (LEE KIM 2002)

Por outro lado sabe-se tambeacutem que a escolha da barra de folga afeta o valor da perda

ativa (reativa) total podendo resultar em maiores ou menores perdas na transmissatildeo Assim

com o intuito de garantir que o caso base a ser utilizado no processo de reduccedilatildeo de perdas seja

sempre o mesmo independente da barra adotada como barra de folga para todos os demais

casos analisados especificou-se como valor de potecircncia ativa gerada para a barra de folga

original do banco de dados (no caso a barra 1 do sistema IEEE-57 barras e a 69 do IEEE-118

barras) aquele determinado para o caso base considerando a barra de folga original

4431 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-57 barras

Nas Figuras 417 e 418 apresentam-se os respectivos perfis de magnitude da tensatildeo e

de acircngulo obtidos para o caso base com o fluxo de carga convencional e os obtidos com o

processo de reduccedilatildeo de perdas utilizando o fluxo de carga continuado proposto Observa-se

que apoacutes a reduccedilatildeo das perdas os perfis satildeo muito proacuteximos e que haacute uma melhora do perfil

de magnitude de tensatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base

Nas Tabelas 46 e 47 podem-se verificar os respectivos valores de magnitude de

tensatildeo e potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

103

proposta para a reduccedilatildeo das perdas considerando cada um dos quatros geradores do sistema

IEEE-57 (1 3 8 e 12) como barra de folga Observa-se que a menor magnitude de tensatildeo

tanto para o caso base quanto apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi na barra 31 sendo os

respectivos valores iguais a 08241 pu e 09408 pu Com relaccedilatildeo ao perfil de acircngulo das

barras apoacutes recalculaacute-los considerando a barra 1 como barra de referecircncia verifica-se que

ocorreu muito pouca variaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base Isso jaacute era esperado posto que natildeo

houve variaccedilatildeo de potecircncia ativa gerada e consumida mas apenas na perda ativa total

0 10 20 30 40 50 6008

085

09

095

1

105

11

115

Tens

atildeo (p

u)

nuacutemero das barras

timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 417 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-57 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

104

0 10 20 30 40 50 60-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

Acircng

ulo

(gra

us)

nuacutemero das barras timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12 Referindo ao acircngulo da barra 1 apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando

como barra de referecircncia timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 418 - Perfil de acircngulo do sistema IEEE-57 barras

Tabela 46 - Magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-57 barras

Tensatildeo (pu) Barra de folga V1 V2 V3 V6 V8 V9 V12 1 11000 10768 10688 10783 11000 10749 11000 3 11000 10798 10793 10775 10991 10737 10982 8 11000 10759 10636 10709 11000 10707 10914 12 11000 10771 10713 10831 11000 10758 11000

1 (caso base) 10400 10100 09850 09800 10050 09800 10150

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

105

Tabela 47 - Potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-57 barras

Potecircncia reativa gerada (MVAr) Barra de folga QG1 QG 2 QG 3 QG 6 QG 8 QG 9 QG 12 1 633974 -28379 59707 137612 643029 44035 1332204 3 473342 -07216 399725 34984 646512 11178 1255745 8 780394 -06764 14231 32798 835336 10496 1177180

12 603791 -45166 95023 219001 563339 70083 1323922 1 (caso base) 1294766 -07261 15276 35207 650592 11267 1263672

A Tabela 48 apresenta considerando cada um dos quatros geradores do sistema

IEEE-57 (1 3 8 e 12) como barra de folga os valores das perdas ativa e reativa seacuterie totais

apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia proposta para a reduccedilatildeo das perdas Observa-se da Tabela

48 que o caso base eacute o mesmo para todos os casos analisados e que para este sistema as

reduccedilotildees nas perdas ativa e reativa seacuterie totais satildeo praticamente da mesma ordem de grandeza

Na Tabela 49 observam-se os aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das

linhas de transmissatildeo e as variaccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga

mais as PVs Fica clara a contribuiccedilatildeo da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de

transmissatildeo Consequumlente dessa contribuiccedilatildeo bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia

reativa nos elementos seacuteries das linhas de transmissatildeo pode-se observar na uacuteltima coluna da

Tabela 49 que haacute uma reduccedilatildeo da potecircncia reativa total gerada pelas barras de folga mais as

PVs

Tabela 48 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema IEEE-57 barras

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr)

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo 1 286127 241127 44997 1243319 1045200 198119 3 286127 240126 46000 1243312 1042192 201120 8 286127 243128 42998 1243319 1053650 189669 12 286127 244127 42000 1243319 1056678 186641

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

106

Tabela 49 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as PVs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema IEEE-57 barras

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo 1 1150550 1349006 198456 3263519 2822182 441338 3 1150551 1352361 201810 3263519 2814270 449249 8 1150550 1338467 187917 3263519 2843671 419848 12 1150550 1351587 201036 3263519 2829993 433526

A Figura 419 apresenta as curvas PVacutes para a barra criacutetica barra 31 para o caso base

e para os casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas de onde se pode confirmar que os pontos de

maacuteximo carregamento e o aumento da margem de carregamento conforme apresentado na

Tabela 410 satildeo praticamente os mesmos Conforme jaacute comentado anteriormente o aumento

da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do perfil da

tensatildeo conforme se pode verificar na Figura 417 Tambeacutem se pode notar das curvas PVacutes e

da Tabela 410 que as melhorias da margem de carregamento conseguidas atraveacutes da

reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas uma vez que estas foram obtidas sem nenhuma

alteraccedilatildeo nas injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga responsaacutevel pelo

fechamento do balanccedilo ativo Esse aumento se deve ao aumento da reserva de reativos nos

geradores conforme apresentado na uacuteltima coluna da Tabela 49

Tabela 410 - Margem de carregamento

Margem de carregamento Ponto de maacuteximo carregamento (pu) Aumento da MC (∆MC)

Barra de

folga Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu) 1 15331 16638 01307 2452 3 15331 16638 01307 2452 8 15331 16637 01306 2449 12 15331 16638 01307 2452

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

107

Ten

satildeo

(pu

)

fator de carregamento λ

15331

16638

∆MC=01307

timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas)

Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 419 - Curvas PVacutes da barra criacutetica (barra 31) do sistema IEEE-57 barras

4432 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-118 barras

Nas Figuras 420 421 e 422 apresentam-se os perfis de magnitude da tensatildeo do

sistema IEEE-118 barras para o caso base e para os casos obtidos com o processo de reduccedilatildeo

de perdas considerando como barra de folga as barras 69 27 e 26 respectivamente Para este

sistema diferente do ocorrido para o sistema IEEE-57 observa-se que apoacutes a reduccedilatildeo das

perdas os perfis de magnitude de tensatildeo apresentam uma grande diferenccedila Embora em todos

os casos o procedimento tenha produzido uma reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

108

conforme apresentado na Tabela 411 somente com o uso da barra 26 como barra de folga

constata-se em relaccedilatildeo ao perfil do caso base uma melhora de todo o perfil de magnitude de

tensatildeo

Observa-se que o menor e o maior valor de magnitude de tensatildeo para o caso base

ocorreram nas barras 76 e 10 e foram de 09430 pu e 1050 pu respectivamente Apoacutes a

aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto a menor magnitude de tensatildeo no valor de 09337 pu ocorreu

na barra 28 quando do uso da barra 69 como barra de folga Jaacute a maior magnitude de tensatildeo

no valor de 11031 pu ocorreu na barra 9 quando do uso da barra 26 como barra de folga A

barra 9 eacute uma barra sem carga

Na Figura 423 apresenta-se os perfis de magnitude da tensatildeo das barras de geraccedilatildeo

para o caso base e o obtido com o processo de reduccedilatildeo de perdas considerando a barra 26

como barra de folga Na Figura 424 mostra-se as variaccedilotildees percentuais em relaccedilatildeo agrave

magnitude de tensatildeo do caso base das respectivas magnitudes de tensatildeo das barras de

geraccedilatildeo considerando a barra 26 como barra de folga Dessas figuras se constata que a

variaccedilatildeo percentual natildeo seraacute a mesma para todas as barras Na Figura 425 (a) e 425 (b)

mostra-se as variaccedilotildees da magnitude de tensatildeo e da potecircncia reativa gerada pelas barras 26

27 e 69 durante o processo de reduccedilatildeo de perdas considerando a barra 26 como barra de

folga

Da Tabela 411 verifica-se que para este sistema as maiores reduccedilotildees nas perdas ativa

e reativa seacuterie totais ocorrem quando do uso da barra 26 como barra de folga Da mesma

forma da Tabela 412 que apresenta os aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts

das linhas de transmissatildeo e as reduccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga

mais as PVs se verifica que as maiores contribuiccedilotildees de potecircncia reativa fornecida pelos

shunts das linhas de transmissatildeo e de reduccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras

de folga mais as PVs tambeacutem ocorrem quando do uso da barra 26 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

109

Tabela 411 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema IEEE-118 barras

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr)

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo 26 1311543 1150543 161000 7678841 6721797 957044 27 1311543 1187545 123998 7678841 7004000 674842 69 1311543 1222544 88999 7678841 7347540 331301

Tabela 412 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as PVs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema IEEE-118 barras

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo 26 1368262 1545199 1766940 7527540 4697815 2829726 27 1368262 1523670 1554077 7527540 5133701 2393840 69 1368262 1445854 77592 7527540 6212204 1315336

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Ten

satildeo

(pu

)

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 420 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 69 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

110

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

Ten

satildeo

(pu

)

nuacutemero das barras

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas Figura 421 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 27 como

barra de folga

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Ten

satildeo

(pu

)

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas Figura 422 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como

barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

111

0 10 20 30 40 5007

075

08

085

09

095

1

105

11

Tens

atildeo (p

u)

g caso base g apoacutes a reduccedilatildeo das perdas

Figura 423 - Perfil da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

0 10 20 30 40 500

1

2

3

4

5

6

7

8

Tens

atildeo (

)

Figura 424 - Variaccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo ao caso base da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

112

V26

V27

V69

Pa [MW]

Ten

satildeo

[pu

]

Qg26

Qg27

Qg69

Pa [MW]

Potecirc

ncia

rea

tiva

gera

da [M

VA

r]

Figura 425 - (a) Variaccedilatildeo da magnitude de tensatildeo e (b) da potecircncia reativa gerada pelas barras de geraccedilatildeo 26 27 e 69 do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

As Figuras 426 (a) e (b) apresentam as curvas PVacutes para a barra 9 cuja magnitude de

tensatildeo foi utilizada como paracircmetro da continuaccedilatildeo durante o traccedilado da curva PV e da barra

criacutetica barra 13 para o caso base e para os casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas Das figuras 426

(a) e (b) e da Tabela 413 pode-se verificar que o ponto de maacuteximo carregamento e o aumento

da margem de carregamento seraacute maior quando do uso da barra 26 como barra de folga

Conforme jaacute comentado anteriormente quando do uso da barra 26 como barra de folga o

(a)

(b)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

113

aumento da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do

perfil de magnitude de tensatildeo conforme se pode verificar na Figura 422 Tambeacutem se pode

notar das curvas PVacutes e da Tabela 413 que as melhorias da margem de carregamento 923

e 1559 conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas quando do uso ou da

barra 26 ou da 27 como barra de folga Entretanto quando do uso da barra 69 como barra de

folga apesar da reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa serem de 89 MW e 3313 MVAr (ver

Tabela 411) o aumento da margem de carregamento do sistema foi de apenas 132

Tabela 413 - Margem de carregamento para o sistema IEEE-118 barras

Margem de carregamento Ponto de maacuteximo carregamento (pu) Aumento da MC (∆MC)

Barra de

folga Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu) 69 20817 20960 00143 132 27 20817 21815 0 0998 923 26 20817 22503 01686 1559

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

114

08 1 12 14 16 18 2 22 2404

05

06

07

08

09

1

11V9

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

20817

22503

∆MC=01686

08 1 12 14 16 18 2 22 24

04

05

06

07

08

09

1

11

V9

fator de carregamento λ

Tens

atildeo [p

u]

V13

timestimestimestimes caso base (barra 69 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de folga bullbullbullbull barra 69 ++++ barra 26 oooo barra 27

Figura 426 - Curvas PVacutes do sistema IEEE-118 barras (a) curva PV da barra 9 e (b) curva PV da barra 13

(a)

(b)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

115

45 - Comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga oacutetimo

e o fluxo de carga continuado proposto

O objetivo desse item eacute o de comparar o desempenho do fluxo de carga continuado

proposto com o do fluxo de carga oacutetimo Ao contraacuterio do fluxo de carga convencional o fluxo

de carga continuado proposto possibilita a reduccedilatildeo das perdas a partir de um caso base assim

natildeo se faz necessaacuterio realizar um processo de tentativa e erro para atingir o criteacuterio desejado

Por outro lado conforme ficou claro do item 443 haacute a necessidade de se escolher uma barra

de folga para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total uma vez que sua escolha

influenciara o estado final obtido Entatildeo a titulo de comparaccedilatildeo escolheu-se entre os

resultados obtidos no item 443 aquele que apresentou o melhor desempenho

As Figuras 427 e 428 apresentam para os sistemas IEEE-57 e IEEE-118 os

respectivos perfis de magnitudes de tensatildeo e de acircngulo obtidos com o fluxo de carga

convencional para o caso base com os meacutetodos do fluxo de carga continuado proposto e com

o fluxo de carga oacutetimo Observa-se que o ponto de partida para aplicaccedilatildeo da metodologia de

reduccedilatildeo de perdas e do fluxo de carga oacutetimo eacute um caso base obtido por um fluxo de carga

convencional com os taps dos transformadores fixos em 10

As perdas de potecircncia ativa para o caso base dos sistemas IEEE-57 e IEEE-118 satildeo de 2861

MW e 13116 MW respectivamente Os valores das perdas de potecircncia ativa total obtidos

com o fluxo de carga oacutetimo foram de 2333 MW para o sistema IEEE-57 barras e de 10804

MW para o sistema IEEE-118 barras Enquanto que apoacutes a aplicaccedilatildeo fluxo de carga

continuado proposto as perdas de potecircncia ativa para esses sistemas foram de 2427 MW e

11505 MW respectivamente Assim aplicaccedilatildeo da metodologia de reduccedilatildeo de perdas nos

sistemas IEEE-57 e IEEE-118 conduz a uma reduccedilatildeo nas perdas de 424 MW (1487) e

161 MW (1228) respectivamente com o consequumlente aumento nas economias financeira

Observa-se que aleacutem da reduccedilatildeo nas perdas haacute uma melhora do perfil de tensatildeo Observa-se

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

116

0 10 20 30 40 5008

085

09

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Tens

atildeo (p

u)

0 10 20 30 40 50 60-25

-20

-15

-10

-5

0

nuacutemero das barras

Acircng

ulo

(gra

us)

timestimestimestimes caso base utilizando a barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando a barra 1 como barra de folga oooo obtido com um programa FCO utilizando a barra 1 como barra de folga

Figura 427 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema IEEE-57

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

117

0 20 40 60 80 100 120094

096

098

1

102

104

106

108

11

nuacutemero das barras

Tens

atildeo (p

u)

0 20 40 60 80 100 120-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

nuacutemero das barras

Acircng

ulo

(gra

us)

timestimestimestimes caso base utilizando a barra 26 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando a barra 26 como barra de folga oooo obtido com um programa FCO utilizando a barra 26 como barra de folga

Figura 428 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema IEEE-118

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

118

tambeacutem que ambas foram obtidas sem praticamente nenhuma modificaccedilatildeo nas injeccedilotildees de

potecircncia ativa dos geradores

Os resultados apresentados nestas figuras mostram tambeacutem que com a aplicaccedilatildeo do

meacutetodo do fluxo de carga continuado proposto eacute possiacutevel se obter pontos de operaccedilatildeo

proacuteximos aos obtidos pelo fluxo de carga oacutetimo

A Figura 429 apresenta para o sistema IEEE-57 as curvas PV obtidas partindo do

estados fornecidos pelo fluxo de carga oacutetimo e apoacutes a uacuteltima iteraccedilatildeo da metodologia de

reduccedilatildeo de perdas proposta juntamente com a curva PV do caso base A melhora de 245 na

margem de carregamento pode ser confirmada na Figura 429 onde a margem de

carregamento sem reduccedilatildeo de perdas (caso base) era de 15331 pu e apoacutes a reduccedilatildeo das

perdas passou a 16637 pu correspondendo a um aumento em 01306 pu

No caso do sistema IEEE-118 como se pode confirmar na Figura 430 que a melhora

na margem de carregamento foi de 156 Para esse sistema a margem de carregamento sem

reduccedilatildeo de perdas (caso base) era de 20817 pu e apoacutes a reduccedilatildeo das perdas passou a 22503

pu correspondendo a um aumento de 01686 pu Como se pode confirmar da figura o

aumento da margem de carregamento obtido partindo do estado fornecido pelo fluxo de carga

oacutetimo eacute ligeiramente maior 18

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

119

1 11 12 13 14 15 16 170

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

Ten

satildeo

(pu

)

caso base sem reduccedilatildeo de perdas FCCP com reduccedilatildeo de perdas FCO com reduccedilatildeo de perdas +++++

Fator de carregamento λ

∆MC 01306

15331 16637

Figura 429 - Curvas PV inicial e final para o sistema IEEE-57

08 1 12 14 16 18 2 22 24

04

05

06

07

08

09

1

11

Tens

atildeo (p

u)

caso base sem reduccedilatildeo de perdas FCCP com reduccedilatildeo de perdas FCO com reduccedilatildeo de perdas +++++

Fator de carregamento λ

∆MC 01686

20817 22503

22760

Figura 430 - Curvas PV inicial e final para o sistema IEEE-118

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

120

46 ndash Desempenho do fluxo de carga continuado proposto para sistemas de grande porte

O objetivo deste item eacute o de apresentar o desempenho do meacutetodo proposto para

sistemas de meacutedio porte e real de grande porte no caso o sistema IEEE-300 de 300 barras e

411 linhas e o sistema OTS-904 que eacute um sistema de 904 barras e 1283 linhas

correspondente a uma parte do sistema sudoeste Americano

Nos procedimentos de reduccedilatildeo de perdas nesses sistemas a toleracircncia adotada para os

mismatches foi de 10-6 pu enquanto que para o traccedilado das curvas PV foi de 10-5 pu

Adotou-se um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 20 Em ambos os procedimentos os

valores adotados para os tapacutes foram de 10 pu enquanto que os valores limites adotados

para as tensotildees da barra de folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex sendo Vmin igual a

090 pu e Vmaacutex igual a 110 pu para ambos os sistemas Os valores iniciais adotados para o

paracircmetro da continuaccedilatildeo (micro) foram de ndash02 MW e ndash05MW para os sistema IEEE-300 e

OTS-904 respectivamente O proacuteximo ponto atual eacute computado pela equaccedilatildeo (45) Este

procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Da mesma forma que ocorreu para todos os sistemas jaacute analisados observa-se que

apoacutes a reduccedilatildeo das perdas haacute uma melhora do perfil de tensatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base

Para o sistema IEEE-300 observou-se que a menor magnitude de tensatildeo para o caso

base foi na barra 526 e apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi na barra 9033 sendo os

respectivos valores iguais a 08636 pu e 09156 pu Para o sistema OTS-904 a menor

magnitude de tensatildeo tanto para o caso base quanto apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi

na barra 277 sendo os respectivos valores iguais a 08681 pu e 09000 pu Em ambos os

sistemas as maacuteximas magnitudes de tensatildeo natildeo foram maiores que o valor maacuteximo de 11 pu

A tabela 414 apresenta para os dois sistemas os valores das perdas ativa e reativa

seacuterie totais apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia proposta para a reduccedilatildeo das perdas Observa-se

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

121

da tabela que a maior reduccedilatildeo nas perdas ativa e reativa seacuterie totais ocorrem para o sistema

IEEE-300

Na tabela 415 observam-se os respectivos aumentos da potecircncia reativa fornecida

pelos shunts das linhas de transmissatildeo e as variaccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas

barras de folga e PVs Novamente observa-se claramente a contribuiccedilatildeo da potecircncia reativa

fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia

reativa nos elementos seacuteries das linhas de transmissatildeo com a consequumlente reduccedilatildeo da

potecircncia reativa total gerada pelas barras de folga mais as PVs como se pode observar da

uacuteltima coluna da tabela 415

Tabela 414 ndash Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr) Sistema

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo IEEE-300 7049 4215983 3905984 310000 5589485 5170518 418967 OTS-904 882 7517768 7433768 84000 1611578 1591707 19871

Tabela 415 ndash Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga e PVs com a reduccedilatildeo da perda

ativa total

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada Sistema

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo IEEE-300 7049 583705 632437 48732 683817 611434 72384

OTS-904 882 717591 730714 13123 1343894 1314866 29028

As Figuras 431 e 432 apresentam para o sistema IEEE-300 e OTS-904 as curvas PV

para as respectivas barras criticas 526 e 138 cujas magnitudes de tensatildeo foram utilizadas

como paracircmetro da continuaccedilatildeo durante o traccedilado da curva PV para o caso base e para os

casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas Das figuras e da Tabela 416 pode-se verificar o aumento da

margem de carregamento de ambos os sistemas

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

122

Tabela 416 ndash Margem de carregamento

Margem de carregamento (MC)

Ponto de maacuteximo carregamento (pu)

Aumento da MC (∆MC) Sistema Barra

de folga

Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu)

IEEE-300 7049 10552 11079 00527 955 OTS-904 882 12206 12486 00280 127

098 1 102 104 106 108 11 112055

06

065

07

075

08

085

09

095

V526

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

10552

∆MC=00527

11079

timestimestimestimes caso base (barra 7049 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 431 - Curva PVacutes do sistema IEEE-300 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

123

095 1 105 11 115 12 12503

04

05

06

07

08

09

1

V138

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

102206

12486

∆MC=00280

timestimestimestimes caso base (barra 882 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 432 - Curvas PVacutes do sistema OTS-904 barras

Capiacutetulo 5

CONCLUSOtildeES

51 Introduccedilatildeo

Os meacutetodos da continuaccedilatildeo satildeo considerados como poderoso ferramental na anaacutelise de

fluxo de carga podendo ser utilizados quando satildeo encontradas dificuldades de convergecircncia

traduzidas pela singularidade da matriz Jacobiana dos meacutetodos convencionais Esses meacutetodos

permitem a determinaccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e de maacutexima transferecircncia de

potecircncia bem como de todas as possiacuteveis soluccedilotildees das equaccedilotildees de fluxo de carga ou seja a

curva PV completa constituindo-se a base para a avaliaccedilatildeo da seguranccedila e da estabilidade de

tensatildeo (MANSOUR 1993)

52 Contribuiccedilotildees

A deficiecircncia de potecircncia reativa numa regiatildeo do sistema pode causar um aumento das

perdas tanto nesta regiatildeo como no sistema todo Isso porque o suprimento desses reativos

deve ser efetuado por geradores muitas vezes mais distantes da regiatildeo de interesse fazendo

com que correntes elevadas percorram o sistema Com base nisso nesta tese foi proposto a

modificaccedilatildeo do fluxo carga continuado para efetuar-se a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

125

ativa visando com isso aumentar a margem de carregamento do sistema A reduccedilatildeo das perdas

eacute alcanccedilada por intermeacutedio do redespacho de potecircncia reativa

O fluxo de carga continuado proposto difere em alguns aspectos do fluxo de carga

continuado usado para obter o ponto de maacuteximo carregamento No fluxo de carga continuado

o objetivo eacute obter o ponto de maacuteximo carregamento da curva PV Por outro lado no fluxo de

carga continuado proposto o objetivo eacute o de melhorar a margem de carregamento por meio da

reduccedilatildeo das perdas usando o meacutetodo da continuaccedilatildeo

Ao contraacuterio do fluxo de carga continuado no qual os valores da carga e da geraccedilatildeo de

potecircncia ativa do caso base satildeo aumentadas em uma direccedilatildeo preestabelecida no meacutetodo

proposto elas permanecem fixas No fluxo de carga continuado as barras PV satildeo tratadas

como simples barras PV e enquanto suas respectivas potecircncias reativas geradas estatildeo entre

seus respectivos limites suas respectivas equaccedilotildees natildeo estatildeo presentes na matriz Jacobiana

Assim suas magnitudes de tensotildees permanecem fixas nos seus respectivos valores

especificados sendo tratadas como variaacuteveis independentes No caso de violaccedilatildeo a barra PV

eacute alterada para tipo PQ com Q sendo especificado no valor limite e a sua magnitude de

tensatildeo eacute considerada como uma incoacutegnita do problema Por outro lado no fluxo de carga

continuado proposto as magnitudes de tensotildees nas barras PV podem variar e satildeo calculadas

para o valor especificado de perda total de potecircncia ativa sendo tratadas portanto como

variaacuteveis dependentes

Na metodologia proposta a geraccedilatildeo de potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo

satildeo mantidas constantes nos respectivos valores do caso base enquanto que o valor da perda

total de potecircncia ativa eacute preacute-ajustado atraveacutes de um novo paracircmetro Apoacutes se obter a soluccedilatildeo

do caso base por meio de um fluxo de carga convencional e se ter definido um passo para

reduccedilatildeo das perda total de potecircncia ativa o fluxo de carga continuado proposto eacute usado para

calcular as demais soluccedilotildees ateacute que um ponto neste trabalho definido como ponto de miacutenima

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

126

perda seja atingido A teacutecnica de previsatildeo adotada foi a trivial ou polinomial modificada de

ordem zero na qual o valor do paracircmetro da continuaccedilatildeo eacute prefixado Assim atraveacutes do

meacutetodo proposto eacute possiacutevel se especificar o valor desejado de variaccedilatildeo na perda ativa total na

transmissatildeo e a sua soluccedilatildeo provecirc o ponto de operaccedilatildeo para o qual a perda ocorre A geraccedilatildeo

de potecircncia ativa da barra adotada como barra de folga eacute reprogramada para fechar o balanccedilo

de potecircncia ativa do sistema ou seja o seu valor variaraacute a fim de acomodar aleacutem da

diferenccedila entre a potecircncia ativa gerada e a consumida de todo o sistema a reduccedilatildeo da perda

total de potecircncia ativa na transmissatildeo

Os resultados apresentados neste trabalho mostram que a utilizaccedilatildeo do meacutetodo

proposto proporciona natildeo soacute uma reduccedilatildeo das perdas e consequumlentemente dos custos

operacionais mas tambeacutem um aumento do ponto de maacuteximo carregamento isto eacute da margem

de estabilidade do sistema

O aumento da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a

melhoria do perfil da tensatildeo e com o aumento das reservas de reativos nos geradores natildeo

tendo no entanto ocorrido mudanccedilas relevantes na tensatildeo criacutetica Manter o valor da tensatildeo

criacutetica tatildeo baixa quanto esta possa ser em relaccedilatildeo agrave tensatildeo normal de operaccedilatildeo sem

comprometer consequumlentemente o perfil geral de tensatildeo eacute uma caracteriacutestica recomendada

em (WECC 1998) (FTCT 1999) Observa-se que as melhorias na margem de carregamento

conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas uma vez que estas foram

obtidas sem nenhuma alteraccedilatildeo nas injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga

Foram esclarecidos como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema eleacutetrico de potecircncia

durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Em geral haacute uma reduccedilatildeo da potecircncia

reativa total gerada pela barra de folga e as barras de geraccedilatildeo como consequumlecircncia direta dos

aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e de barras

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

127

bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia reativa nos elementos seacuteries das linhas de

transmissatildeo

O fluxo de carga continuado proposto possibilita a reduccedilatildeo das perdas a partir de um

caso base assim natildeo se faz necessaacuterio realizar um processo de tentativa e erro para atingir o

criteacuterio desejado Por outro lado as analises mostram que haacute a necessidade de se escolher uma

barra de folga para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total uma vez que sua

escolha influenciara o estado final obtido Um outro ponto importante eacute que com o meacutetodo

proposto eacute possiacutevel se obter pontos de operaccedilatildeo muito proacuteximos aos obtidos por meio de um

programa de fluxo de carga oacutetimo o que mostra que o meacutetodo proposto pode ser uma

alternativa viaacutevel para a aplicaccedilotildees de estudos da operaccedilatildeo para reforccedilar a estabilidade

estaacutetica de tensatildeo

Outro aspecto importante eacute o de que o meacutetodo proposto eacute de faacutecil incorporaccedilatildeo a

qualquer programa de Fluxo de Carga

53 Sugestotildees para futuros trabalhos

Algumas sugestotildees para dar continuidade aos trabalhos iniciados por esta tese

sect Tendo em vista que para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total a partir

de um caso base haacute a necessidade de se escolher uma barra de folga uma vez que sua

escolha influenciaraacute o estado final obtido uma necessidade seria a de se investigar e

definir um criteacuterio para se estabelecer qual barra seria a mais apropriada como barra

de folga

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

128

sect A escolha do valor oacutetimo para o passo do paracircmetro da continuaccedilatildeo objetivando a

reduccedilatildeo do nuacutemero de pontos e de iteraccedilotildees necessaacuterias para a obtenccedilatildeo do ponto de

miacutenimas perdas

sect Em (ZAMBRONI 1998) eacute mostrado que a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa

num grande sistema de potecircncia natildeo afeta muito sua margem de carregamento mas

que o controle das perdas em uma aacuterea criacutetica do sistema pode apresentar resultados

mais satisfatoacuterios Seria interessante avaliar os efeitos produzidos na margem de

carregamento do sistema realizando a reduccedilatildeo das perdas em uma aacuterea especifica do

sistema no caso a aacuterea criacutetica e comparaacute-los com os obtidos com a reduccedilatildeo da perda

total de potecircncia ativa

sect Analisar a utilizaccedilatildeo de fatores de participaccedilatildeo dos geradores a fim de definir um

redespacho que proporcione um melhor ganho de margem Os fatores de participaccedilatildeo

poderiam ser obtidos pela anaacutelise de sensibilidade dos autovalores e os

correspondentes autovetores direito e esquerdo da matriz Jacobiana modificada do

fluxo de carga continuado proposto procurando determinar os geradores que mais

contribuem para a reduccedilatildeo das perdas e o aumento da margem de carregamento

sect Considerar na metodologia proposta para a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa na

transmissatildeo aleacutem da equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo a equaccedilatildeo da

potecircncia reativa injetada das barras cuja magnitude de tensatildeo sejam reguladas por

transformadores com controle automaacutetico de tap

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Analysis v 1 pp 11-16 2004

MALANGE F C V AMORIN E S ALVES D A Melhoria na Margem de Carregamento

Atraveacutes da Reduccedilatildeo das Perdas de Potecircncia Ativa na Transmissatildeo Utilizando Meacutetodo da

Continuaccedilatildeo In 3o Congresso Temaacutetico de Aplicaccedilotildees de Dinacircmica e Controle da

SBMAC Ilha Solteira (SP) Editoraccedilatildeo Eletrocircnica ndash CD pp 1133-1140 2004

MALANGE F C V ALVES D A DA COSTA G R M Reduccedilatildeo de Perdas de

Transmissatildeo Atraveacutes do Meacutetodo da Continuaccedilatildeo In World Congress on Engineering

139

and Technology Education ndash WCETE GuarujaacuteSantos (SP) Editoraccedilatildeo Eletrocircnica ndash

CD pp 689-693 2004

Page 6: “Proposta de Parametrização para o Fluxo de Carga ......4.2 - O problema do fluxo de carga ótimo 71 4.3 - Metodologia proposta 75 4.3.1 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas

ABSTRACT

This work presents an alternative methodology for loading margin improvement and

total real power losses reduction by using a continuation method In order to attain this goal a

parameterizing equation based on the total real power losses and the equations of the reactive

power at the slack and generation buses are added to the conventional Power Flow equations

The voltages at these buses are considered as control variables and a new parameter is chosen

with to reduce the real power losses in the transmission lines

The results show that this procedure leads to maximum loading point increase and

consequently in static voltage stability margin improvement Besides this procedure also

takes to a reduction in the operational costs and simultaneously to voltage profile

improvement

LISTA DE FIGURAS

Figura 21 - Classificaccedilatildeo da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia 28

figura 22 - Curva pv geneacuterica 38

Figura 23 ndash Curva qv geneacuterica 40

Figura 24 ndash Definiccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e da margem de carregamento 43

Figura 31 - Processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em sistemas parametrizados 56

Figura 32 - Sistema de trecircs barras 59

Figura 33 - Comparaccedilatildeo entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo com preditor tangente e com

preditor secante 59

Figura 34 - Controle automaacutetico do passo σ 62

Figura 41 - Sistema de duas barras 71

Figura 42 - Sistema de trecircs barras ndash caso base 74

Figura 43 - Sistema de trecircs barras - caso otimizado 74

Figura 44 - Desempenho do fccp para o sistema de duas barras 83

Figura 45 - Curvas pv efeito da reduccedilatildeo das perdas sobre o ponto de maacuteximo carregamento

para o sistema de duas barras 83

Figura 46 - Desempenho do sistema de trecircs barras (a) vtimespa (b) qgtimespa (c) potecircncia ativa

gerada pela barra de folga timespa (d) curvas pv 86

Figura 47 - Variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga e das barras de controle de tensatildeo (pv) em

funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras 90

Figura 48 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de folga e de controle de

tensatildeo (pv) em funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras 91

Figura 49 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras

(a) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo

(pv) (b) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts das linhas de

transmissatildeo (c) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts de barra

(banco de capacitores eou reatores) (d) somatoacuterio das variaccedilotildees de perda de potecircncia reativa

nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo e (e) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias

reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo pvrsquos mais a barra de folga 93

Figura 410 ndash Variaccedilotildees das magnitudes de tensatildeo das barras do sistema ieee-14 em funccedilatildeo de

pa 94

Figura 411 - Curvas pv do sistema ieee-14 barras 98

Figura 412 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-14 barras 98

Figura 413 - Curvas pv do sistema ieee-30 barras 99

Figura 414 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-30 barras 99

Figura 415 - Curvas pv do sistema ieee-57 barras 100

Figura 416 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-57 barras 100

Figura 417 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-57 barras 103

Figura 418 - Perfil de acircngulo do sistema ieee-57 barras 104

Figura 419 - Curvas pvacutes da barra criacutetica (barra 31) do sistema ieee-57 barras 107

Figura 420 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

69 como barra de folga 109

Figura 421 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

27 como barra de folga 110

Figura 422 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

26 como barra de folga 110

Figura 423 - Perfil da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-118 barras

considerando a barra 26 como barra de folga 111

Figura 424 - Variaccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo ao caso base da magnitude de tensatildeo das barras

de geraccedilatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga 111

Figura 425 - (a) Variaccedilatildeo da magnitude de tensatildeo e (b) da potecircncia reativa gerada pelas

barras de geraccedilatildeo 26 27 e 69 do sistema ieee-118 barras considerando a barra 26 como barra

de folga 112

Figura 426 - Curvas pvacutes do sistema ieee-118 barras (a) curva pv da barra 9 e (b) curva pv da

barra 13 114

Figura 427 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema ieee-57 116

Figura 429 - Curvas pv inicial e final para o sistema ieee-57 119

Figura 430 - Curvas pv inicial e final para o sistema ieee-118 119

Figura 431 - Curva pvacutes do sistema ieee-300 barras 122

Figura 432 - Curvas pvacutes do sistema ots-904 barras 123

LISTA DE TABELAS

Tabela 41 - Soluccedilotildees do fluxo de carga oacutetimo para o sistema da figura 41 73

Tabela 42 - Soluccedilotildees para o sistema da figura 42 75

Tabela 43 - Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa 96

Tabela 44 - Margem de carregamento 96

Tabela 45 - Reserva de reativos 101

Tabela 46 - Magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-57 barras 104

Tabela 47 - Potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-57 barras 105

Tabela 48 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema ieee-57 barras 105

Tabela 49 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as pvs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema ieee-57 barras 106

Tabela 410 - Margem de carregamento 106

Tabela 411 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema ieee-118 barras109

Tabela 412 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as pvs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema ieee-118 barras 109

Tabela 413 - Margem de carregamento para o sistema ieee-118 barras 113

Tabela 414 ndash Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais 121

Tabela 415 ndash Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga e pvs com a reduccedilatildeo da perda

ativa total 121

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 - INTRODUCcedilAtildeO 16

11 - Introduccedilatildeo geral 16

12 ndash Estrutura do trabalho 22

CAPIacuteTULO 2 - ANAacuteLISE DA ESTABILIDADE ESTAacuteTICA DE TENSAtildeO 25

21 - Introduccedilatildeo 25

22 ndash Estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia 25

23 ndash Estabilidade estaacutetica de tensatildeo 33

24 ndash Meacutetodos de estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo 34

25 ndash Avaliaccedilatildeo do colapso de tensatildeo baseado nas curvas PV e QV 36

251 ndash Curvas PV 37

252 ndash Curvas QV 39

26 - Margem de carregamento 40

CAPIacuteTULO 3 - MEacuteTODO DA CONTINUACcedilAtildeO E SUAS TEacuteCNICAS DE

PARAMETRIZACcedilAtildeO 46

31 ndash Introduccedilatildeo 46

32 - Fluxo de carga convencional 48

33 - Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de prediccedilatildeo parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo 53

331 ndash Teacutecnicas de prediccedilatildeo 56

3311 - Preditor tangente 56

3312 ndash Preditor secante 58

3313 - Preditor polinomial modificado de ordem zero 60

332 - Controle do passo preditor 61

333 ndash Teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo 62

3331 - Parametrizaccedilatildeo local 64

3332 ndash Teacutecnica do comprimento de arco 66

3333 ndash Teacutecnica da perpendicularidade 67

CAPIacuteTULO 4 - METODOLOGIA PROPOSTA 69

41 - Introduccedilatildeo 69

42 - O problema do fluxo de carga oacutetimo 71

43 - Metodologia proposta 75

431 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas de duas e trecircs barras 80

4311 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

de duas barras 81

4312 - Resultados obtidos com o FCCP para o sistema de trecircs barras 84

44 ndash Resultados da reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa 87

441 ndash Balanccedilo de reativos durante o procedimento de reduccedilatildeo da perda total de potecircncia

ativa 88

442 - Anaacutelise de desempenho do meacutetodo proposto para os sistemas IEEE 94

443 - Influecircncia da barra de folga na reduccedilatildeo das perdas 101

4431 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-57 barras 102

4432 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-118 barras 107

45 - Comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga oacutetimo e o

fluxo de carga continuado proposto 115

46 ndash Desempenho do fluxo de carga continuado proposto para sistemas de grande porte 120

CAPIacuteTULO 5 - CONCLUSOtildeES 124

51 Introduccedilatildeo 124

52 Contribuiccedilotildees 124

53 Sugestotildees para futuros trabalhos 127

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 129

APEcircNDICE A 138

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

16

Capiacutetulo 1

INTRODUCcedilAtildeO

11 - Introduccedilatildeo geral

Nas uacuteltimas deacutecadas os sistemas eleacutetricos de potecircncia (SEP) tecircm passado por vaacuterias

experiecircncias tais como mudanccedilas no comportamento socioloacutegico da populaccedilatildeo crises

econocircmicas restriccedilotildees ecoloacutegicas progressos tecnoloacutegicos desregulamentaccedilatildeo do setor

eleacutetrico entre outras

Estas experiecircncias chamam a atenccedilatildeo sobre alguns aspectos natildeo considerados no

passado Dentre tais aspectos estatildeo a procura por seguranccedila no sistema (confianccedila) e as

incertezas no futuro uma vez que os planejadores se baseiam em uma visatildeo de longo prazo

levando em conta previsotildees como a demanda de potecircncia a disponibilidade de geraccedilatildeo a

possibilidade de interconexatildeo de equipamento eou de novos sistemas e o desenvolvimento

de novas tecnologias

Estas previsotildees satildeo por sua proacutepria natureza incertas e qualquer divergecircncia entre o

planejamento e a realidade experimentada algum tempo depois deve ser equalizada por meio

de um impacto capaz de ser absorvido pelo sistema

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

17

Dentre os impactos de diversas naturezas podem-se citar por exemplo a crise do

petroacuteleo as restriccedilotildees ambientais que impedindo a construccedilatildeo de novos parques geradores e

linhas de transmissatildeo a privatizaccedilatildeo de concessionaacuterias estatais de energia os blecautes e o

racionamento de energia eleacutetrica

Com o crescente aumento do parque industrial haacute naturalmente um aumento

subsequumlente no carregamento do sistema e por conseguinte um aumento na potecircncia que flui

por entre as linhas de transmissatildeo ou seja no fluxo de potecircncia

Em consonacircncia com as leis de Ohm e as leis de Kirchhoff a energia eleacutetrica que flui

em uma rede eacute distribuiacuteda entre os ramos de acordo com as suas respectivas impedacircncias ateacute

que um equiliacutebrio de tensatildeo seja alcanccedilado

O fluxo de energia poderaacute sofrer mudanccedila de direccedilatildeo em qualquer instante caso a

configuraccedilatildeo da rede sofra alteraccedilotildees em consequumlecircncia de contingecircncias de linhas de

transmissatildeo de manobras em transformadores ou ainda quando estes satildeo retirados do sistema

para manutenccedilatildeo ou substituiccedilatildeo

Estes fluxos tambeacutem mudaratildeo devido a variaccedilotildees na geraccedilatildeo ou conforme a

solicitaccedilatildeo de carga isto eacute alteraccedilatildeo no carregamento do sistema

O aumento no fluxo de potecircncia tem como consequumlecircncia direta um aumento nas

perdas ativas e reativas nas linhas de transmissatildeo

As impedacircncias dos equipamentos de rede tais como geradores transformadores e

linhas de transmissatildeo provocam natildeo soacute perdas de potecircncia ativa e reativa como tambeacutem

queda de tensatildeo nestes elementos Assim as mudanccedilas no fluxo de potecircncia podem levar a

um baixo perfil de tensatildeo e em perdas mais altas nos sistemas podendo piorar particularmente

sob condiccedilotildees de carga pesada

Esta situaccedilatildeo pode ser melhorada atraveacutes da escolha de um baixo valor para a

reatacircncia seacuterie durante o processo de planejamento dos sistemas eleacutetricos de potecircncia Poreacutem

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

18

isto poderia resultar em um aumento nos niacuteveis reais de falhas no sistema Aumentos nos

niacuteveis de corrente de curto-circuito resultariam em um custo operacional maior dos

equipamentos avaliados uma vez que deveratildeo ser majorados seus valores nominais ou ainda

provocar arranjos operacionais inaceitaacuteveis (GLOVER et al 1989)

Por outro lado o operador do sistema tambeacutem pode melhorar esta situaccedilatildeo realocando

a geraccedilatildeo de potecircncia reativa no sistema uma vez que o despacho de potecircncia ativa tambeacutem eacute

controlaacutevel e tem influecircncia na potecircncia reativa que por sua vez altera as perdas na

transmissatildeo

Neste trabalho eacute assumido que o despacho de potecircncia ativa eacute executado antes do

despacho de potecircncia reativa ser considerado

Vaacuterias razotildees favoreceram a opccedilatildeo pelo controle de reativos em vez de despacho de

potecircncia ativa (CIGRE 1989) entre elas

bull O baixo custo inicial investido nas instalaccedilotildees o que normalmente alcanccedila

pequenas porcentagens do custo correspondente para potecircncia ativa em um

sistema de grande porte quando comparado agraves instalaccedilotildees de potecircncia ativa

(geradores ou linhas de transmissatildeo)

bull Sua instalaccedilatildeo pode reduzir investimentos em componentes de rede como

linhas de transmissatildeo e transformadores aleacutem de possibilitar uma maior

confiabilidade no sistema

A realocaccedilatildeo de geraccedilatildeo de potecircncia reativa pode ser feita satisfatoriamente atraveacutes de

ajustes nas variaacuteveis de controle tais como tensotildees terminais dos geradores tap de

transformadores e chaveamento de fontes de potecircncia reativa Qualquer mudanccedila em uma

destas variaacuteveis tem o efeito de mudar o perfil de tensatildeo do sistema a potecircncia reativa gerada

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

19

e a perda total do sistema Os elementos da rede podem transferir potecircncias maiores se por

eles circularem correntes reativas menores

As informaccedilotildees inerentes agraves mudanccedilas de fluxo de potecircncia natildeo soacute satildeo importantes

para que os operadores de sistemas assegurarem uma operaccedilatildeo eficiente mas tambeacutem para

manterem a confianccedila nos serviccedilos prestados Aleacutem disso tal informaccedilatildeo tambeacutem eacute uacutetil para a

reduccedilatildeo de perdas

As perdas na transmissatildeo representam de 5 a 10 da geraccedilatildeo total o que se traduz

em milhotildees de doacutelares por ano (SHARIF et al 2000) Caso se tenha informaccedilotildees de como

estas perdas acontecem eacute possiacutevel efetuar-se accedilotildees de controle com o intuito de reduzi-las

Perdas reativas baixas podem reduzir a potecircncia reativa total das instalaccedilotildees e ainda as

perdas ativas provendo com isto um ganho econocircmico consideraacutevel (CIGRE 1989)

Entatildeo a quantificaccedilatildeo e reduccedilatildeo das perdas ativas satildeo importantes porque

determinaratildeo a operaccedilatildeo econocircmica dos sistemas eleacutetricos de potecircncia Tambeacutem eacute importante

salientar que a reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa natildeo soacute pode representar uma economia

significativa no tocante a parte financeira mas tambeacutem que sua reduccedilatildeo pode ser obtida

atuando-se exclusivamente sobre as variaacuteveis de controle de reativos do sistema isto eacute sem

qualquer investimento adicional em equipamentos ou construccedilotildees

Um outro fato importante conhecido eacute que a margem de estabilidade estaacutetica de tensatildeo

do sistema aumenta em funccedilatildeo da disponibilidade de reservas de potecircncia reativa do sistema

(KUNDUR 1994) Assim ao reduzirem-se as perdas totais na transmissatildeo do sistema eleacutetrico

de potecircncia implicitamente estar-se-aacute aumentando a margem de reativos do mesmo e por

conseguinte a margem de estabilidade estaacutetica seraacute aumentada (ALVES et al 2002-I)

(ALVES et al 2002-II)

Para um ponto de operaccedilatildeo particular a margem de estabilidade estaacutetica de tensatildeo ou

margem de carregamento de colapso de tensatildeo ou simplesmente margem de carregamento eacute

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

20

a quantia de carga adicional em um padratildeo especiacutefico de aumento de carga que causaria um

colapso de tensatildeo (CIGRE 1989) (KUNDUR 1994) A determinaccedilatildeo da margem de

carregamento (MC) e as accedilotildees de controle necessaacuterias para garantir aquela margem eacute uma

tarefa essencial no planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia O Western

System Coordinating Council (WSCC) exige que seus membros garantam pelo menos 5 de

margem na curva PV apoacutes qualquer contingecircncia em um uacutenico elemento (WECC 1998)

No Brasil o operador nacional do sistema eleacutetrico brasileiro (ONS) apresenta em seu

manual de procedimentos de rede sugestotildees de criteacuterios para o planejamento no tocante a

expansatildeo do sistema eleacutetrico visando a manutenccedilatildeo de um niacutevel miacutenimo de margem de

estabilidade estaacutetica da tensatildeo ou seja para situaccedilatildeo de contingecircncia simples a margem de

carregamento seja maior ou igual a 6 (ONS 2001)

Assim as vantagens da reduccedilatildeo de perdas em linhas de transmissatildeo aleacutem de

proporcionarem economias de gastos enquanto impotildee aos equipamentos dos sistemas um

decreacutescimo no carregamento provecirc uma melhoria no perfil da tensatildeo do sistema e na margem

de estabilidade estaacutetica de tensatildeo

O caacutelculo da perda de potecircncia ativa pode ser realizado atraveacutes de vaacuterios meacutetodos jaacute

apresentados na literatura como por exemplo pelo simples produto entre os valores da

resistecircncia eleacutetrica da linha de transmissatildeo pelo quadrado da magnitude da corrente que

circula por ela (em outras palavras R I2)

O caacutelculo pode tambeacutem ser realizado atraveacutes da adiccedilatildeo algeacutebrica do fluxo de potecircncia

ativa nas duas extremidades das linhas de transmissatildeo sendo que a perda total seraacute o

somatoacuterio de todas as perdas nas linhas de transmissatildeo

O meacutetodo do fluxo de carga convencional (FC) eacute utilizado na determinaccedilatildeo da

magnitude da tensatildeo e do acircngulo de fase da tensatildeo de cada barra em um sistema de potecircncia

sob condiccedilotildees equilibradas Uma vez obtidos os fluxos de potecircncia ativa e reativa de cada

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

21

uma das linhas de transmissatildeo e equipamento assim como as potecircncias ativas e reativas

tambeacutem satildeo calculadas as perdas (KUNDUR 1994)

Poreacutem o meacutetodo fluxo de carga convencional eacute considerado inadequado quando o

objetivo for a obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento do sistema uma vez que a matriz

Jacobiana (J) fica singular exatamente neste ponto e assim o fluxo de carga convencional

apresentaraacute problemas de mau condicionamento ao se aproximar desta regiatildeo criacutetica

No meacutetodo do fluxo de carga continuado (FCC) a singularidade da matriz Jacobiana

e por conseguinte os problemas numeacutericos que surgem na vizinhanccedila do ponto de maacuteximo

carregamento do sistema satildeo eliminados atraveacutes da adiccedilatildeo de equaccedilotildees de parametrizaccedilatildeo

(SEYDEL 1994) Assim os meacutetodos fluxo de carga continuado que satildeo baseados nos

algoritmos preditor-corretor podem ser considerados como um melhoramento do fluxo de

carga convencional uma vez que ele natildeo soacute pode ser usado para a obtenccedilatildeo de uma soluccedilatildeo

particular do fluxo de carga mas tambeacutem para

bull O traccedilado de trajetoacuterias de soluccedilotildees (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(CANtildeIZARES et al 1992) (SEYDEL 1994)

bull Anaacutelise do colapso de tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia (KUNDUR

1994)

bull A computaccedilatildeo de soluccedilotildees muacuteltiplas (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(CANtildeIZARES et al 1992) (KUNDUR 1994) (SEYDEL 1994)

bull Investigaccedilatildeo da existecircncia de soluccedilotildees de fluxo de potecircncia (CHIANG et al

1995) (WECC 1998) (FETTE VOSS 1999)

bull Avaliar contingecircncias (FLUECK DONDETTI 2000) (WANG DA SILVA

XU 2000)

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

22

Nesta tese uma nova proposta eacute apresentada como alternativa para a reduccedilatildeo nas

perdas de potecircncia ativa na transmissatildeo usando um meacutetodo de continuaccedilatildeo

Para atingir esta meta uma equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo baseada na perda total de

potecircncia ativa na transmissatildeo e as equaccedilotildees da potecircncia reativa injetada nas barras de geraccedilatildeo

e na barra de folga (slack) satildeo adicionadas agraves equaccedilotildees do fluxo de carga convencional

As tensotildees nas barras de geraccedilatildeo e na barra de folga satildeo consideradas como variaacuteveis

de controle e um novo paracircmetro eacute escolhido para reduzir as perdas de potecircncia ativa Os

resultados mostram que este procedimento natildeo soacute leva a uma reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia

ativa e por conseguinte nos custos operacionais mas simultaneamente contribui para a

melhoria do perfil de tensatildeo Aleacutem disto este procedimento tambeacutem conduz na maioria das

vezes a um aumento na margem de carregamento ou seja na estabilidade estaacutetica de tensatildeo

12 ndash Estrutura do trabalho

Procura-se ao longo deste trabalho criar os subsiacutedios necessaacuterios natildeo soacute para o

entendimento do problema em si mas tambeacutem das teacutecnicas utilizadas em sua anaacutelise entre

estas muitas seratildeo apenas comentadas por natildeo se tratarem de teacutecnicas adotadas neste

trabalho

O capiacutetulo 2 almeja situar o trabalho proposto no contexto geral da estabilidade

estaacutetica da tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia Para tanto satildeo tecidas consideraccedilotildees a

respeito da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia sua divisatildeo em categorias e

dependendo do tempo utilizado para o processamento das informaccedilotildees sua estruturaccedilatildeo em

anaacutelise dinacircmica e anaacutelise estaacutetica Este projeto de pesquisa refere-se especificamente ao

estudo de desenvolvimento de procedimentos de anaacutelises estaacuteticas referentes agrave estabilidade de

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

23

tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia Eacute apresentada a linha de estudo da estabilidade

estaacutetica de tensatildeo atraveacutes da anaacutelise das curvas PV e QV

O capiacutetulo 3 tem por objetivo levar ao leitor a compreensatildeo do meacutetodo da continuaccedilatildeo

e de algumas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo existentes na literatura as quais tecircm como objetivo a

eliminaccedilatildeo dos problemas relacionados com a singularidade da matriz Jacobiana pertinente ao

fluxo de carga convencional

Seraacute apresentado o fluxo de carga convencional que emprega o meacutetodo de Newton-

Raphson objetivando a obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento dos sistemas por meio de

soluccedilotildees do fluxo de carga convencional para sucessivos incrementos na carga Seratildeo entatildeo

apresentadas algumas variaccedilotildees no emprego do meacutetodo da continuaccedilatildeo com suas respectivas

teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo Finaliza-se com a explanaccedilatildeo a respeito do fluxo de carga

continuado com o qual se remove o problema da singularidade da matriz Jacobiana no ponto

de maacuteximo carregamento

A proposta do capiacutetulo 4 eacute apresentar apoacutes a explanaccedilatildeo da metodologia proposta a

aplicaccedilatildeo da abordagem proposta para dois sistemas sendo Um sistema de 2 barras (uma

barra de folga e uma PV) para o qual eacute possiacutevel se obter o ponto oacutetimo a partir das equaccedilotildees

algeacutebricas desenvolvidas em (ALVES et al 2002-II) E o outro um sistema de trecircs barras

(uma barra de folga uma PV e uma PQ) apresentado e analisado em (DOMMEL TINNEY

1968) Os resultados tambeacutem satildeo comparados com os resultados obtidos por um programa de

fluxo de carga oacutetimo (DA COSTA LANGONA ALVES 1998) Satildeo apresentados os efeitos

do redespacho das variaacuteveis de controle nas reduccedilotildees da perda total de potecircncia ativa na

transmissatildeo do sistema aleacutem da investigaccedilatildeo dos efeitos causados por esta reduccedilatildeo na

margem de estabilidade de tensatildeo e no perfil de tensatildeo Atraveacutes do sistema IEEE 14 barras eacute

analisado como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema eleacutetrico de potecircncia durante o processo

de reduccedilatildeo da perda ativa total Em seguida apresentam-se os resultados obtidos para os

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

24

sistemas do Institute of Electrical and Eletronics Engineering (IEEE) 14 30 e 57 barras que

mostram que este procedimento conduz a uma reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa na

transmissatildeo

Adicionalmente mostra-se atraveacutes do traccedilado das curvas PV que a reduccedilatildeo na perda

total na transmissatildeo leva em geral natildeo soacute a uma diminuiccedilatildeo dos custos operacionais do

sistema mas tambeacutem a um aumento da margem de estabilidade de tensatildeo e a uma melhoria

no perfil da tensatildeo Apresenta-se tambeacutem a influecircncia da escolha da barra de folga durante o

processo de reduccedilatildeo da perda ativa total (sistemas IEEE 57 e IEEE 118 barras) Satildeo

apresentadas comparaccedilotildees entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga

oacutetimo e o fluxo de carga continuado proposto Encerrando este capiacutetulo satildeo apresentados o

desempenho da metodologia proposta para sistemas de grande porte isto eacute para o sistema

IEEE 300 barras e o sistema OTS-904

O capiacutetulo 5 apresenta as conclusotildees gerais deste trabalho enfatiza as contribuiccedilotildees

assim como apresenta sugestotildees de estudos para possiacuteveis continuidade do trabalho

Finalizando apresenta-se o apecircndice A onde satildeo listados os artigos publicados com

conteuacutedo especiacutefico referente a esta tese

Capiacutetulo 2

ANAacuteLISE DA ESTABILIDADE ESTAacuteTICA DE TENSAtildeO

21 - Introduccedilatildeo

Este capiacutetulo tem como objetivo prover uma ideacuteia global a respeito da importacircncia do

estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo bem como situar o trabalho proposto no contexto

geral do assunto

Satildeo apresentados conceitos baacutesicos imprescindiacuteveis para a anaacutelise da estabilidade

estaacutetica de tensatildeo Apresenta-se em particular o conceito da margem de estabilidade de

tensatildeo uma vez que tal conceito eacute fundamental aos operadores dos sistemas eleacutetricos de

potecircncia no tocante agrave determinaccedilatildeo dos limites da transferecircncia de potecircncia

22 ndash Estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia

A complexidade dos sistemas eleacutetricos de potecircncia vem agregando cada vez mais

variantes dentre elas destacam-se os possiacuteveis acidentes associados ao comportamento do

sistema e o crescente aumento no nuacutemero de situaccedilotildees a serem exploradas tais como

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

26

estruturaccedilotildees no setor eleacutetrico compensaccedilatildeo de reativos disponibilidade de dispositivos

raacutepidos de controle

Os operadores dos sistemas eleacutetricos de potecircncia devem essencialmente exploraacute-los de

forma econocircmica e com elevados niacuteveis de confiabilidade ou seja eacute necessaacuterio que o sistema

tenha capacidade de estabelecer apoacutes um distuacuterbio um novo ponto de equiliacutebrio sem que

haja violaccedilatildeo agraves restriccedilotildees fiacutesicas de seus componentes Portanto os operadores devem

proceder de forma que o sistema atue corretamente a qualquer tempo evitando atuaccedilotildees

indevidas ou desnecessaacuterias Poreacutem atualmente os sistemas eleacutetricos de potecircncia tecircm sido

operados cada vez mais proacuteximos agrave sua capacidade de transmissatildeo atuando efetivamente com

baixos niacuteveis de seguranccedila

Esta situaccedilatildeo de operaccedilatildeo do sistema de forma estressada se deve a crescente expansatildeo

do mercado consumidor de energia e as imposiccedilotildees de restriccedilotildees de ordens ecoloacutegicas e

econocircmicas ou seja dificuldades de construccedilatildeo de novas usinas de geraccedilatildeo e linhas de

transmissatildeo para o transporte da energia

Particularmente no sistema eleacutetrico brasileiro este problema apresenta-se de forma

mais contundente uma vez que o mesmo possui um parque gerador de energia de base

predominantemente hidraacuteulica Assim o esgotamento dos recursos hidreleacutetricos mais

proacuteximos dos principais centros de carga tem como consequumlecircncia a necessidade de se recorrer

a aproveitamentos hidreleacutetricos cada vez mais distantes exigindo a formaccedilatildeo de um sistema

eleacutetrico complexo caracterizado por linhas de transmissatildeo preponderantemente longas sendo

assim mais propiacutecio agrave ocorrecircncia de problemas de instabilidade de tensatildeo (CIGRE 1992)

A classificaccedilatildeo dos problemas de estabilidade em categorias subcategorias e tempo

utilizado para o processamento das informaccedilotildees visa facilitar a anaacutelise dos problemas de

estabilidade atraveacutes da identificaccedilatildeo dos principais fatores e do desenvolvimento de meacutetodos

para melhorar as condiccedilotildees de operaccedilatildeo dos sistemas eleacutetricos de potecircncia

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

27

As categorias satildeo

bull Estabilidade de acircngulo do rotor

bull Estabilidade de frequumlecircncia

bull Estabilidade de tensatildeo

A estabilidade angular transitoacuteria em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade dos geradores que compotildeem o sistema de se manterem em sincronismo apoacutes o

sistema ser submetido a uma grande perturbaccedilatildeo

A estabilidade de frequumlecircncia em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade do sistema de manter a frequumlecircncia gerada dentro da faixa de toleracircncia em torno

da frequumlecircncia nominal em condiccedilotildees operacionais normais ou mesmo apoacutes o sistema ser

submetido a uma perturbaccedilatildeo

O termo estabilidade de tensatildeo de forma geral envolve problemas de curta meacutedia e

longa duraccedilatildeo sendo neste trabalho utilizado exclusivamente para fenocircmenos de longa

duraccedilatildeo A estabilidade de tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade do sistema de manter as tensotildees em todas as barras que o compotildee em faixas de

toleracircncia da tensatildeo nominal em condiccedilotildees operacionais normais ou mesmo apoacutes o sistema

ser submetido a uma perturbaccedilatildeo Geralmente a instabilidade se daacute na forma de uma queda

progressiva e incontrolada na magnitude da tensatildeo em uma ou mais barras do sistema

eleacutetrico provocada pela tentativa de restabelecimento da carga

A Figura 21 identifica as categorias e subcategorias do problema da estabilidade em

sistemas eleacutetricos de potecircncia (KUNDUR et al 2004)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

28

Figura 21 - Classificaccedilatildeo da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia

Nos sistemas eleacutetricos de potecircncia o aumento de cargas tem como consequumlecircncia direta

a diminuiccedilatildeo nos niacuteveis de tensatildeo em suas barras (nos barramentos) sendo assim um aumento

contiacutenuo de cargas pode eventualmente levar o sistema a um estado instaacutevel caracterizado

pelo raacutepido decreacutescimo nos valores de tensatildeo em seus barramentos Este fenocircmeno eacute

conhecido na literatura especiacutefica como colapso de tensatildeo onde o perfil da tensatildeo nas barras eacute

obtido em funccedilatildeo do carregamento do sistema

O carregamento do sistema pode ser interpretado de uma maneira mais abrangente

isto eacute natildeo somente como um aumento de carga mas tambeacutem como um aumento na

transferecircncia de potecircncia entre aacutereas do aumento da carga de determinadas aacutereas ou da carga

de barras especificas Natildeo obstante o aumento pode tambeacutem ser definido em termos de

potecircncia ativa (P) potecircncia reativa (Q) ou potecircncia aparente (S) (XU MASOUR

HARRINGTON 1993)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

29

Se haacute um aumento na solicitaccedilatildeo de potecircncia reativa a potecircncia reativa adicional

deveraacute ser fornecida atraveacutes das reservas existentes nos geradores eou nos compensadores de

reativos que compotildeem o sistema

Normalmente haveraacute reserva de potecircncia reativa suficiente e o sistema se estabilizaraacute

em um novo ponto de operaccedilatildeo com novos valores de tensatildeo No entanto poderaacute ocorrer que

devido a uma combinaccedilatildeo de eventos e condiccedilotildees do sistema que esta solicitaccedilatildeo adicional

provoque o colapso de tensatildeo

Dentre muitos cenaacuterios que podem levar a rede ao colapso de tensatildeo pode-se citar

bull Sistema operando com muitos geradores proacuteximos aos centros de carga que

estatildeo fora de serviccedilo Neste cenaacuterio as linhas de transmissatildeo estaratildeo

sobrecarregadas e as reservas de potecircncia reativa estaratildeo no miacutenimo

bull Perda de uma linha de transmissatildeo sobrecarregada provocando sobrecarga nas

linhas adjacentes Neste cenaacuterio haveraacute um aumento nas perdas reativas nas

linhas ocasionando um aumento no provimento de potecircncia reativa na rede

bull No cenaacuterio anterior teremos um decreacutescimo na tensatildeo nas cargas adjacentes o

que provocaraacute uma reduccedilatildeo na potecircncia fornecida com consequumlente reduccedilatildeo

no fluxo de potecircncia Neste cenaacuterio os reguladores automaacuteticos de tensatildeo dos

geradores iratildeo tentar repor os niacuteveis de tensatildeo atraveacutes do acreacutescimo na corrente

de excitaccedilatildeo dos geradores A energia reativa injetada pelo gerador na rede

provocaraacute um aumento da queda de tensatildeo nas linhas e nos transformadores

Entretanto os geradores poderatildeo estar operando nos limites da corrente de

excitaccedilatildeo e da corrente do estator sendo necessaacuterio que os reguladores de

velocidade dos geradores regulem a frequumlecircncia diminuindo a potecircncia reativa

injetada no sistema

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

30

bull A reduccedilatildeo da tensatildeo nas cargas reflete-se para a distribuiccedilatildeo Os

transformadores com regulaccedilatildeo automaacutetica de tap sob carga (OLTC) nas

subestaccedilotildees tentam repor os niacuteveis de tensatildeo na distribuiccedilatildeo A cada operaccedilatildeo

dos tapacutes dos transformadores o resultante aumento da potecircncia fornecida faraacute

com que as perdas nas linhas de transmissatildeo aumentem o que por sua vez

aumentaraacute a queda de tensatildeo na respectiva linha Se a linha estiver bastante

sobrecarregada a cada aumento no fluxo de potecircncia provocaraacute um aumento

progressivo das perdas de potecircncia reativa na linha Ainda a cada mudanccedila nos

tapacutes dos transformadores a potecircncia reativa fornecida pelos geradores iraacute

aumentar Os geradores iratildeo aumentar o fornecimento de potecircncia reativa ateacute

seu limite Quando o primeiro gerador atinge o limite da corrente de excitaccedilatildeo

a tensatildeo em seus terminais diminui A distribuiccedilatildeo pelos diferentes geradores

da potecircncia reativa consumida poderaacute provocar a sobrecarga de outros

geradores Com poucos geradores tendo o controle da sua corrente de

excitaccedilatildeo o sistema torna-se ainda mais vulneraacutevel do ponto de vista da

tensatildeo

Mudanccedilas nas configuraccedilotildees do sistema e em sua operaccedilatildeo fazem com que o mesmo

opere na sua faixa maacutexima de capacidade de geraccedilatildeo e transmissatildeo tendo como consequumlecircncia

a ocorrecircncia de vaacuterios problemas de instabilidade de tensatildeo (CIGRE 1992)

Os sistemas de potecircncia estatildeo sujeitados a uma extensiva gama de pequenas e grandes

perturbaccedilotildees Pequenas perturbaccedilotildees na forma de mudanccedilas com incremento de carga

acontecem continuamente o sistema de potecircncia deve ajustar-se agraves novas condiccedilotildees e operar

satisfatoriamente

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

31

O sistema deve tambeacutem ter condiccedilotildees de responder a numerosas perturbaccedilotildees de

natureza severa como decirc curto circuito em uma linha de transmissatildeo ou perda de um grande

gerador Uma grande perturbaccedilatildeo pode conduzir a mudanccedilas estruturais devido ao isolamento

dos elementos de falta

Se apoacutes uma perturbaccedilatildeo passageira o sistema eleacutetrico de potecircncia manter-se estaacutevel

ocorreraacute a um novo estado de equiliacutebrio com praticamente o sistema inteiro permanecendo

intacto ou seja com todos os geradores e cargas conectadas por um uacutenico sistema de

transmissatildeo contiacutenuo

Por outro lado se o sistema for instaacutevel resultaraacute em situaccedilatildeo de estado precaacuterio por

exemplo um aumento progressivo na distacircncia angular dos rotores do gerador ou uma

diminuiccedilatildeo progressiva nas magnitudes das tensotildees de barra Uma condiccedilatildeo de sistema

instaacutevel poderia conduzir a faltas em cascata e ao desligamento de uma parte importante dos

sistemas eleacutetricos de potecircncia

Recentemente a instabilidade de tensatildeo foi responsaacutevel por vaacuterios colapsos de tensatildeo

de redes eleacutetricas Como consequumlecircncias os termos ldquoinstabilidade de tensatildeordquo e ldquocolapso de

tensatildeordquo aparecem mais frequentemente na literatura e na discussatildeo do planejamento e

operaccedilatildeo dos sistemas

Quando sujeito a uma perturbaccedilatildeo a estabilidade do sistema dependeraacute da condiccedilatildeo

operacional inicial e tambeacutem da natureza da perturbaccedilatildeo Na regiatildeo de equiliacutebrio um sistema

de potecircncia pode ser estaacutevel com respeito a uma grande perturbaccedilatildeo fiacutesica e instaacutevel com

respeito agrave outra

Do ponto de vista econocircmico ou seja da avaliaccedilatildeo custo versus benefiacutecio torna-se

impraticaacutevel por ser antieconocircmico projetar sistemas de potecircncia para serem estaacuteveis para

todas as possiacuteveis contingecircncias

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

32

As contingecircncias baacutesicas satildeo selecionadas no projeto Elas apresentam uma

probabilidade razoavelmente alta de ocorrecircncia Consequumlentemente a estabilidade frente a

uma grande perturbaccedilatildeo ocorreraacute em um conjunto de incidentes de perturbaccedilatildeo especifica

O conjunto de incidentes de perturbaccedilatildeo citado anterior descreve como um colapso de

tensatildeo pode evoluir em um sistema Observa-se que o intervalo para que um colapso ocorra

fica portanto dependendo da resposta dos vaacuterios controles envolvidos dependente do tempo

utilizado para o processamento das informaccedilotildees

Por ser representado por meio de um sistema de equaccedilotildees natildeo-lineares os sistemas

eleacutetricos de potecircncia operam com seus principais paracircmetros (potecircncia gerada tensotildees

cargas correntes) sofrendo constantemente variaccedilotildees em seus valores operacionais A

avaliaccedilatildeo da estabilidade frente a uma grande perturbaccedilatildeo envolve efeitos natildeo-lineares que

natildeo permitem aplicar a linearizaccedilatildeo em torno do ponto de operaccedilatildeo atraveacutes da seacuterie de

Taylor das equaccedilotildees do sistema (KUNDUR et al 2004)

Tradicionalmente a anaacutelise dinacircmica quando aplicada ao estudo da estabilidade de

acircngulo limita-se agraves dinacircmicas dos geradores durante os milissegundos da fase transitoacuteria

Contudo o intervalo de tempo para a anaacutelise de estabilidade de tensatildeo eacute muito maior e nesse

caso se as dinacircmicas dos geradores forem consideradas os requisitos computacionais tornar-

se-iam proibitivos (KUNDUR 1994) Em consequumlecircncia do longo intervalo de tempo

envolvido a estabilidade de tensatildeo tem sido analisada como um problema agrave regime

permanente portanto apropriado para a abordagem atraveacutes da anaacutelise estaacutetica

A abordagem estaacutetica pode oferecer uma visatildeo geral para o fenocircmeno e pode de fato

fornecer uma soluccedilatildeo aproximada ainda aceitaacutevel a qual eacute computacionalmente muito mais

simples quando comparada a abordagem dinacircmica Tambeacutem como fator principal no estudo

da estabilidade de tensatildeo estaacute a disponibilidade de potecircncia reativa problema ideal para

anaacutelise de fluxo de carga que eacute um dos focos deste trabalho

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

33

23 ndash Estabilidade estaacutetica de tensatildeo

A estabilidade de tensatildeo envolve anaacutelises em regime permanente antes e depois de um

distuacuterbio no sistema eleacutetrico Satildeo verificados nos sistemas eleacutetricos os niacuteveis das magnitudes

de tesotildees nas barras e a violaccedilatildeo dos limites teacutermicos dos equipamentos que o compotildeem

Os sistemas eleacutetricos de potecircncia estatildeo continuamente experimentando pequenas

flutuaccedilotildees nas magnitudes das tensotildees poreacutem para avaliar estabilidade de tensatildeo quando o

sistema estiver sob uma dada perturbaccedilatildeo especifica eacute normalmente vaacutelido assumir que o

mesmo encontra-se inicialmente em uma condiccedilatildeo operacional estaacutetica

A estabilidade nos sistemas eleacutetricos de potecircncia estaacute relacionada com a propriedade

do sistema em permitir que ele permaneccedila em um estado de operaccedilatildeo de equiliacutebrio sob

condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo e atinja um estado de equiliacutebrio aceitaacutevel apoacutes ser submetido a

um distuacuterbio seja ele pequeno ou grande Recentemente tendo como objetivo prover a

compreensatildeo do termo ldquoestabilidade de sistemas de potecircnciardquo em uma definiccedilatildeo fiacutesica que se

enquadrasse nas definiccedilotildees da teoria de sistemas eleacutetricos KUNDUR et al (2004)

propuseram

ldquoA estabilidade de sistemas eleacutetricos de potecircncia eacute a habilidade de um sistema de

energia eleacutetrica para uma determinada condiccedilatildeo operacional inicial recuperar um estado

de equiliacutebrio operacional depois que estiver sujeito a uma perturbaccedilatildeo fiacutesica com limitaccedilatildeo

das variaacuteveis do sistema de forma que a integridade de sistema seja preservadardquo

A integridade do sistema eacute preservada quando praticamente todo sistema de potecircncia

restante permanece intacto sem sofrer desligamento de geradores ou cargas com exceccedilatildeo

daqueles desconectados atraveacutes do isolamento dos elementos sob falta ou intencionalmente

desconectados para preservar a continuidade da operaccedilatildeo do restante do sistema

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

34

24 ndash Meacutetodos de estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

Alguns fatos importantes tecircm marcado o planejamento e a operaccedilatildeo de sistemas

eleacutetricos de potecircncia nas uacuteltimas deacutecadas

bull O nuacutemero de conexotildees entre companhias de eletricidade tem aumentado muito

Por exemplo paiacuteses como o Brasil e os Estados Unidos entre outros possuem

praticamente um uacutenico sistema de potecircncia composto de um grande nuacutemero de

companhias de geraccedilatildeo transmissatildeo e distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica Por um

lado isto aumenta a confiabilidade de atendimento da demanda do sistema jaacute

que a energia pode ser repassada pelas companhias que a tem em excesso para

aquelas que apresentam deacuteficit Em consequumlecircncia a necessidade de reserva

girante (spinning reserve) de cada companhia diminui diminuindo seus custos

de geraccedilatildeo Por outro lado os efeitos de perturbaccedilotildees na aacuterea de uma

companhia podem se propagar e serem notados em todo o sistema Logo do

ponto de vista de seguranccedila da operaccedilatildeo o sistema pode ficar mais vulneraacutevel

bull Os novos investimentos na expansatildeo do sistema e instalaccedilatildeo de novos

equipamentos tecircm sido em sua maioria adiada e as causas satildeo vaacuterias

incluindo desde as econocircmicas ateacute as ambientais Como a demanda tem

aumentado consistentemente ao longo dos anos os equipamentos jaacute existentes

passaram a operar cada vez mais proacuteximo de seus limites Em consequumlecircncia a

habilidade do sistema em manter condiccedilotildees aceitaacuteveis de operaccedilatildeo apoacutes

perturbaccedilotildees tem diminuiacutedo bastante

Naturalmente os fatos descritos anteriormente tecircm um impacto direto sobre a

estabilidade do sistema e em particular sobre a estabilidade de tensatildeo Tem se verificado a

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

35

ocorrecircncia de perfis de tensatildeo normalmente altos ou baixos e incidentes de tensatildeo que

levaram ao colapso de tensatildeo (TOGNETE 1997)

O colapso de tensatildeo que eacute um processo pelo qual a instabilidade de tensatildeo leva uma

parte significativa da rede a um perfil de tensotildees baixas tem ocorrido em sistemas com

torques sincronizante e de amortecimento suficientes mas com problemas relacionados ao

controle de potecircncia reativa

Estas ocorrecircncias tecircm sido mais frequumlentes em sistemas muito interconectados

altamente carregados e com falta de um suporte de reativos adequado Eles operam portanto

com pequenas margens de seguranccedila ou seja com pouca capacidade de manter o sistema

estaacutevel sob condiccedilotildees de variaccedilatildeo de carga ou sob contingecircncia

Desta forma uma vez que os problemas de estabilidade de tensatildeo satildeo identificados a

natildeo ser que se tenha um estudo preacutevio de accedilotildees de controle eficientes preventivas ou

restaurativas incluindo a alocaccedilatildeo de reativos a reduccedilatildeo de potecircncia transferida se faz

necessaacuteria Assim a anaacutelise do problema de estabilidade de tensatildeo vem ganhando maiores

destaques jaacute que ele tem se mostrado um fator de limitaccedilatildeo na operaccedilatildeo de redes

Existem hoje diversos meacutetodos de anaacutelise de estabilidade de tensatildeo propostos na

literatura para o estudo do problema de estabilidade de tensatildeo (FLATABO OGNEDAL

CARLSEN 1990) (AJJARAPU CHRISTY 1992) (WGVS 1993) (YONG-HUEI

CHING-TSAI WEN-WEI 1997) (MOGHAVVEMI JASMON 1997) incluindo vaacuterias

teorias que procuram explicar o fenocircmeno do colapso de tensatildeo e os mecanismos para sua

ocorrecircncia Estes meacutetodos permitem que se avaliem as condiccedilotildees de operaccedilatildeo do sistema e de

seu niacutevel de seguranccedila em termos de estabilidade de tensatildeo

A anaacutelise estaacutetica da estabilidade de tensatildeo pode ser realizada em princiacutepio com as

equaccedilotildees de fluxo de carga ou alguma generalizaccedilatildeo adequada destas Estas anaacutelises

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

36

relacionam a ocorrecircncia do colapso de tensatildeo com o problema conhecido das equaccedilotildees de

fluxo de carga de apresentarem muacuteltiplas soluccedilotildees

SEKINE et al (1989) estudaram a natureza das soluccedilotildees do fluxo de carga com

meacutetodos algeacutebricos baseados na natureza quadraacutetica das equaccedilotildees de fluxo de carga com as

tensotildees representadas em coordenadas retangulares

GALIANA et al (1992) identificaram o colapso de tensatildeo como um ponto em que ao

se variar a carga do sistema deixa de haver soluccedilatildeo para o fluxo de carga

Alguns meacutetodos estaacuteticos buscam a definiccedilatildeo de iacutendices de proximidade ao colapso de

tensatildeo para a comparaccedilatildeo entre diferentes pontos de operaccedilatildeo de modo a se obter uma

seleccedilatildeo qualitativa das condiccedilotildees criacuteticas

Dentre as abordagens estaacuteticas tecircm-se os meacutetodos baseados na obtenccedilatildeo das curvas PV

e QV para barras de interesse do sistema Essas curvas satildeo obtidas atraveacutes de caacutelculos do

fluxo de carga convencional ou atraveacutes do fluxo de carga continuado (IBA et al 1991)

(CANtildeIZARES et al 1992) (AJJARAPU CHRISTY 1992) (CHIANG et al 1995) (ALVES

et al 2000) (GARBELINI et al 2005) e que seratildeo vistos no capiacutetulo 3 e 4 por se tratar do

meacutetodo proposto

25 ndash Avaliaccedilatildeo do colapso de tensatildeo baseado nas curvas PV e QV

Uma tarefa que vem se tornando essencial nas etapas de planejamento e operaccedilatildeo de

sistemas eleacutetricos de potecircncia eacute a avaliaccedilatildeo da estabilidade de tensatildeo O aspecto mais

importante dessas anaacutelises eacute a determinaccedilatildeo da margem de estabilidade de tensatildeo e as accedilotildees

de controle necessaacuterias para se garantir essa margem As margens de estabilidade devem ser

determinadas no planejamento e durante a operaccedilatildeo em tempo-real objetivando um melhor

aproveitamento dos recursos de geraccedilatildeo e de capacidade de transmissatildeo Portanto a margem

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

37

de estabilidade de tensatildeo e as accedilotildees de controle devem ser obtidas natildeo soacute para as condiccedilotildees

normais de operaccedilatildeo identificada como caso base mas tambeacutem para um conjunto de

diferentes condiccedilotildees de contingecircncia Isto eacute realizado atraveacutes do traccedilado de curvas PV QV

ou SV para cada contingecircncia e vaacuterias condiccedilotildees operativas

O operador nacional do sistema eleacutetrico brasileiro (ONS) considera o levantamento

das curvas PV como sendo a metodologia mais adequada para se determinar as margens de

estabilidade de tensatildeo utilizando o levantamento da curva QV como metodologia

complementar em subsiacutedio agrave avaliaccedilatildeo das margens de reativos (ONS 2001)

Tradicionalmente empregados pelas concessionaacuterias de energia eleacutetrica estes meacutetodos

satildeo utilizados na determinaccedilatildeo da demanda maacutexima que o sistema pode atender conhecido

como ponto ldquonarizrdquo das curvas PV e QV identificando assim a condiccedilatildeo em que o colapso de

tensatildeo poderaacute ocorrer A distacircncia de um dado ponto de operaccedilatildeo para o ldquonarizrdquo das curvas

PV e QV indica a margem estaacutetica de estabilidade de tensatildeo do sistema (TAYLOR 1994)

251 ndash Curvas PV

A caracteriacutestica de transferecircncia de potecircncia tambeacutem denominada curva PV eacute

definida como sendo a relaccedilatildeo entre a magnitude da tensatildeo e a potecircncia ativa em um

determinado barramento para uma condiccedilatildeo especiacutefica de fator de potecircncia e tensatildeo no

mesmo barramento

As curvas PV satildeo utilizadas

bull Na anaacutelise estrateacutegica de planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos de

potecircncia

bull Na determinaccedilatildeo de limites de transferecircncia de potecircncia

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

38

bull No ajuste das margens

O levantamento da curva PV consiste em realizar caacutelculos de fluxo de potecircncia a

partir de um ponto de operaccedilatildeo inicial identificado como caso base considerando sucessivos

aumentos de carga em uma uacutenica barra numa aacuterea ou em todo o sistema

O aumento de carga pode ou natildeo ser realizado com o fator de potecircncia constante

sendo que a cada incremento de carga satildeo realizados novos caacutelculos de fluxo de carga

determinando-se assim os pontos de operaccedilatildeo que formaratildeo a curva PV

Portanto a curva PV mostra a variaccedilatildeo da tensatildeo numa barra em funccedilatildeo do aumento de

carga considerado no sistema

Figura 22 - Curva PV geneacuterica

Empregada principalmente em anaacutelises conceituais de estabilidade de tensatildeo a curva

PV fornece o ponto de maacuteximo carregamento ou ponto de colapso de tensatildeo ou ponto criacutetico

ou ldquonoserdquo (nariz) da curva (Figura 22)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

39

O ponto de maacuteximo carregamento eacute identificado apoacutes a obtenccedilatildeo da curva PV eacute por

meio dele que se identifica a margem de estabilidade do sistema

Na Figura 22 o valor do maacuteximo carregamento da rede para uma dada condiccedilatildeo

especifica eacute representado pela potecircncia (Pcrit) com o respectivo valor da tensatildeo (Vcrit) para as

quais este maacuteximo carregamento ocorre

Uma desvantagem deste meacutetodo eacute que a soluccedilatildeo do fluxo de carga convencional

diverge na regiatildeo do ldquonarizrdquo da curva PV impossibilitando a obtenccedilatildeo de curvas PV

completas atraveacutes deste meacutetodo (TAYLOR 1994)

252 ndash Curvas QV

O procedimento para se obter as curvas de QV eacute semelhante ao utilizado na obtenccedilatildeo

das curvas de PV

A curva QV pode ser obtida plotando-se a tensatildeo na barra no eixo das abscissas

contra a potecircncia reativa injetada na mesma barra no eixo das ordenadas

Atraveacutes desta curva obteacutem-se a variaccedilatildeo da magnitude da tensatildeo em uma determinada

barra em funccedilatildeo da injeccedilatildeo de potecircncia reativa

A injeccedilatildeo de potecircncia reativa pode ser feita acoplando-se agrave barra uma fonte fictiacutecia de

potecircncia ativa nula e de potecircncia reativa variaacutevel ou seja um condensador siacutencrono sem

limite de reativos

Diminui-se gradativamente a tensatildeo na barra agrave medida que se calcula a injeccedilatildeo de

reativos atraveacutes da soluccedilatildeo de sucessivos fluxo de carga convencional Computacionalmente

isto eacute realizado convertendo-se a barra de geraccedilatildeo (PV) em questatildeo em barra de carga (PQ)

sem limites de injeccedilatildeo de reativos (TAYLOR 1994) Para grandes sistemas as curvas satildeo

obtidas por meio de seacuteries de simulaccedilotildees de fluxo de carga convencional

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

40

Pode-se observar na Figura 23 que a margem de reativos disponiacutevel na barra eacute a

diferenccedila entre a potecircncia reativa de saiacuteda nula do compensador siacutencrono e a potecircncia de saiacuteda

do mesmo na base da curva QV que representa o limite de estabilidade de tensatildeo (dQdV=0)

Q

V

Ponto de Operaccedilatildeo

Margem de Reativos

Figura 23 ndash Curva QV geneacuterica

Como vantagem deste meacutetodo tem-se que a determinaccedilatildeo da margem reativa em

barras criacuteticas eacute simples e raacutepida Poreacutem uma das suas limitaccedilotildees eacute o fato de aumentar a carga

reativa em apenas uma barra do sistema podendo assim levar a resultados enganosos

(KUNDUR 1994)

A seguranccedila estaacutetica esta intrinsecamente relacionada com a potecircncia reativa e a curva

QV nos daacute a margem de potecircncia reativa na barra escolhida para anaacutelise

26 - Margem de carregamento

Os operadores de sistemas eleacutetricos de potecircncia monitoram toda a topologia da rede

com seus atuais fluxos de potecircncia ativa e reativa concomitantemente com os niacuteveis de tensatildeo

nos barramentos Estas grandezas satildeo monitoradas com o claro intuito de se garantir sua

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

41

permanecircncia dentro de limites aceitaacuteveis na atual configuraccedilatildeo ou em qualquer outra das

possiacuteveis configuraccedilotildees subsequumlentes a uma contingecircncia predefinida

O operador deve estar sempre ciente da capacidade de transmissatildeo do sistema sendo

que uma quantificaccedilatildeo mais direta da capacidade de transmissatildeo eacute a margem estaacutetica de

estabilidade de tensatildeo tambeacutem definida como margem de carregamento

A definiccedilatildeo da margem dependeraacute da aplicaccedilatildeo a que se destina De uma forma geral

procura-se estabelecer a margem em funccedilatildeo da diferenccedila entre o valor de um paracircmetro

correspondente a um evento e o seu atual valor

A margem de estabilidade mede a distacircncia a um evento que cause a instabilidade e

deve ser definida de forma a ser facilmente compreendida pelo operador

Para o colapso de tensatildeo a margem de estabilidade eacute definida como o maior aumento

de carga que o sistema pode ter sem provocar o colapso de tensatildeo

A estabilidade de tensatildeo tem se tornado um assunto relevante pelo fato de que o

desequiliacutebrio existente entre os aumentos contiacutenuos de carga e as restriccedilotildees econocircmicas e

ambientais impostas agrave construccedilatildeo de novas usinas de geraccedilatildeo bem como da construccedilatildeo de

novas linhas de transmissatildeo levar os sistemas a operarem proacuteximos de seus limites com

reduzida margem de estabilidade

Na anaacutelise estaacutetica de estabilidade de tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia o ponto

de maacuteximo carregamento define em particular a fronteira entre as regiotildees operacional estaacutevel

e instaacutevel como observado na Figura 22

A determinaccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento eacute importante natildeo somente para a

obtenccedilatildeo de margens estaacuteticas de estabilidade de tensatildeo como tambeacutem para sua aplicaccedilatildeo em

anaacutelise modal uma vez que eacute nesse ponto que a curva PV fornece as informaccedilotildees para a

determinaccedilatildeo de medidas efetivas para se obter um aumento da estabilidade de tensatildeo do

sistema (KUNDUR 1994) (TAYLOR 1994)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

42

Independentemente de qual metodologia se utiliza para levantar as curvas PV de um

sistema em qualquer uma delas o objetivo seraacute determinar a maacutexima carga possiacutevel a ser

atendida

Para sistemas com cargas do tipo PQ constante o ponto de colapso de tensatildeo eacute o ponto

de operaccedilatildeo correspondente ao maacuteximo carregamento do sistema A diferenccedila entre tal ponto

e o ponto de operaccedilatildeo do sistema (em MW ou pu) eacute denominada como sendo agrave margem de

carregamento

O conhecimento preciso da margem de carregamento para o ponto de operaccedilatildeo atual eacute

fundamental para que o operador de sistemas avalie se para um distuacuterbio o sistema encontraraacute

um outro ponto de operaccedilatildeo estaacutevel (WECC 1998)

Para ilustrar o exposto considere a Figura 24 na qual satildeo apresentadas duas curvas

PV obtidas para o sistema 14 barras do IEEE

A curva 1 resulta da condiccedilatildeo normal de operaccedilatildeo considerada como curva de preacute-

contingecircncia enquanto que a curva 2 resulta da condiccedilatildeo de poacutes-contingecircncia da linha de

transmissatildeo entre as barras 1 e 2

Os pontos de maacuteximo carregamento satildeo representados nas curvas 1 e 2 como Pmax-preacute e

Pmax-poacutes respectivamente

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

43

Figura 24 ndash Definiccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e da margem de carregamento

O ponto ldquoOrdquo foi obtido por meio de um programa de fluxo de carga convencional e

representa o ponto de operaccedilatildeo estaacutevel do sistema denominado caso base

Conforme foi definido a margem de carregamento para as curvas 1 e 2 satildeo os valores

em pu entre o ponto ldquoOrdquo e os pontos Pmax-preacute e Pmax-poacutes respectivamente

Caso o sistema esteja operando no ponto ldquoOrdquo da curva 1 e o mesmo for submetido por

exemplo a um aumento de carga ele passaria a operar no ponto ldquoOacute rdquo Nesse caso o sistema

entraria em colapso se ocorresse agrave contingecircncia conforme mostra a curva 2 poreacutem

permaneceria operando com uma margem reduzida na condiccedilatildeo normal conforme mostrado

pela curva 1

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

44

Nas anaacutelises de planejamento e operaccedilatildeo sistemas eleacutetricos de potecircncia o caacutelculo da

margem de carregamento eacute efetuado por meio do fluxo de carga convencional e mais

recentemente do fluxo de carga continuado

Observa-se que o meacutetodo fluxo de carga convencional eacute considerado ineficiente na

obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento devido agraves dificuldades numeacutericas apresentadas agrave

medida que o carregamento do sistema se aproxima deste ponto criacutetico pois para sistemas

com cargas do tipo PQ constante a matriz Jacobiana torna-se singular no ponto de maacuteximo

carregamento Dessa forma a sua obtenccedilatildeo torna-se ineficiente e imprecisa devido agraves

dificuldades numeacutericas apresentadas pelo fluxo de carga convencional agrave medida que o

carregamento do sistema se aproxima de sua vizinhanccedila

De um modo geral a divergecircncia de um fluxo de carga convencional pode estar

associada ao meacutetodo utilizado na resoluccedilatildeo agrave estimativa inicial agraves muacuteltiplas soluccedilotildees

existentes e agrave inexistecircncia da soluccedilatildeo ou agrave existecircncia de singularidades

Uma vez que o ponto de maacuteximo carregamento estaacute associado agraves limitaccedilotildees fiacutesicas do

sistema eleacutetrico de potecircncia sua determinaccedilatildeo natildeo deve ser baseada numa limitaccedilatildeo

matemaacutetica de um meacutetodo numeacuterico Assim haveraacute sempre a necessidade de se investigar se

a divergecircncia eacute devida a problemas numeacutericos ou a limitaccedilotildees fiacutesicas do sistema geralmente

as diferenccedilas natildeo satildeo tatildeo oacutebvias

Observa-se que a singularidade da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo

carregamento eacute devido agrave reduccedilatildeo de seu posto ou seja do seu rank Isto natildeo significa que no

ponto de maacuteximo carregamento o fluxo de carga convencional natildeo tenha nenhuma soluccedilatildeo

Na realidade esta soluccedilatildeo existe eacute uacutenica e eacute bem definida poreacutem eacute necessaacuterio reformular a

informaccedilatildeo perdida com a reduccedilatildeo do posto da matriz Jacobiana para se obter a soluccedilatildeo

Normalmente esta compensaccedilatildeo de informaccedilatildeo seraacute realizada atraveacutes da adiccedilatildeo de

equaccedilotildees algeacutebricas parametrizadas (CHIANG et al 1995)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

45

Para carregamentos maiores que o do ponto de maacuteximo carregamento no entanto as

equaccedilotildees de fluxo de carga convencional natildeo tecircm soluccedilatildeo

Os meacutetodos da continuaccedilatildeo vecircm sendo utilizados por longa data na anaacutelise de sistemas

de equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares parametrizadas (SEYDEL 1994) Mais recentemente foi

proposta a sua utilizaccedilatildeo para o traccedilado das curvas de carregamento obtenccedilatildeo de muacuteltiplas

soluccedilotildees e do ponto de colapso de tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia (ALVES et al

2000) (FLUECK DONDETTI 2000) (WANG DA SILVA XU 2000) (ALVES et al

2002-I) (ALVES et al 2002-II)

Em funccedilatildeo de sua crescente utilizaccedilatildeo na anaacutelise de sistemas eleacutetricos esses meacutetodos

jaacute fazem parte de livros textos (KUNDUR 1994) (SEYDEL 1994) (TAYLOR 1994)

A reformulaccedilatildeo das equaccedilotildees de fluxo de carga convencional visa agrave remoccedilatildeo da

singularidade da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo carregamento e por conseguinte dos

problemas numeacutericos que surgem em sua vizinhanccedila Como resultado algoritmos de precisatildeo

simples podem ser usados para obter o ponto de maacuteximo carregamento

Capiacutetulo 3

MEacuteTODO DA CONTINUACcedilAtildeO E SUAS TEacuteCNICAS DE

PARAMETRIZACcedilAtildeO

31 ndash Introduccedilatildeo

Os sistemas de equaccedilotildees natildeo-lineares tecircm na formulaccedilatildeo matricial do meacutetodo de

Newton-Raphson um algoritmo com uma enorme versatilidade para sua soluccedilatildeo O conjunto

de soluccedilotildees se daacute atraveacutes do estabelecimento de uma estimativa inicial com posteriores

execuccedilotildees do meacutetodo atraveacutes de um processo que envolve sucessivas variaccedilotildees de um

determinado paracircmetro do sistema

O algoritmo eacute executado atraveacutes de uma sequumlecircncia de etapas sendo a mais complexa

do ponto de vista computacional a obtenccedilatildeo da matriz Jacobiana a partir da linearizaccedilatildeo do

sistema de equaccedilotildees e a posterior inversatildeo explicita ou natildeo dessa matriz para o caacutelculo de

aproximaccedilotildees para a soluccedilatildeo

Com a execuccedilatildeo do meacutetodo de Newton-Raphson obtem-se uma uacutenica soluccedilatildeo para o

sistema de equaccedilotildees desde que se estime adequadamente a soluccedilatildeo inicial e que

consequumlentemente a soluccedilatildeo desejada natildeo corresponda a um ponto singular

Os meacutetodos conhecido como path following methods (SEYDEL 1994) no qual se

inclui o meacutetodo da continuaccedilatildeo satildeo capazes de reformular o problema do fluxo de carga

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

47

convencional nos sistemas eleacutetricos de potecircncia de uma maneira tal a definir as soluccedilotildees

como funccedilotildees contiacutenuas de um determinado paracircmetro λ

O fluxo de carga continuado pode ser usado para resolver qualquer conjunto de

equaccedilotildees de equiliacutebrio ou regime permanente de sistemas eleacutetricos de potecircncia Consiste na

consecuccedilatildeo de sucessivas soluccedilotildees de equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares objetivando traccedilar

trajetoacuterias de soluccedilatildeo a partir de um caso base mudando o valor de um paracircmetro escolhido

automaticamente

A proposta do fluxo de carga continuado eacute a de encontrar uma continuidade de

soluccedilotildees do fluxo de carga convencional para uma dada condiccedilatildeo de mudanccedila de carga O

objetivo do meacutetodo eacute traccedilar perfis de tensatildeo das barras a partir de uma soluccedilatildeo inicial

conhecida identificada como caso base usando um esquema preditor-corretor para encontrar

as subsequumlentes soluccedilotildees ateacute o ponto de maacuteximo carregamento Deste processo podem ser

obtidas a margem de estabilidade de tensatildeo e as informaccedilotildees adicionais sobre o

comportamento das tensotildees das barras do sistema com o aumento do niacutevel de carregamento

Os estudos pertinentes agrave anaacutelise estaacutetica de tensatildeo mostram que a aplicaccedilatildeo do fluxo

de carga continuado consegue superar as dificuldades numeacutericas (no ponto de maacuteximo

carregamento) por meio da adiccedilatildeo de equaccedilotildees parametrizadas

Este capiacutetulo tem por objetivo introduzir os conceitos baacutesicos gerais do fluxo de carga

convencional e do fluxo de carga continuado Satildeo tambeacutem apresentadas algumas variaccedilotildees no

emprego do meacutetodo da continuaccedilatildeo com suas respectivas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo Dentre

as diversas teacutecnicas muitas seratildeo apenas comentadas por natildeo se tratarem de teacutecnicas

empregadas neste trabalho

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

48

32 - Fluxo de carga convencional

Na formulaccedilatildeo do problema fluxo de carga convencional as equaccedilotildees (G) para um

sistema podem ser escritas como

0)Vθ(G = (31)

Onde

θ eacute o vetor dos acircngulos de fase nodais das barras de carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV)

V eacute o vetor das magnitudes das tensotildees nodais das barras de carga (PQ)

G eacute o vetor que conteacutem as equaccedilotildees dos balanccedilos de potecircncias ativa e reativa nodais

De acordo com Monticelli (MONTICELLI 1983)

bull A barra PV conhecida como barra de geraccedilatildeo eacute aquela onde satildeo conhecidas as

variaacuteveis independentes isto eacute a potecircncia ativa (P) e a tensatildeo (V) sendo

desconhecidas as variaacuteveis dependentes ou seja a potecircncia reativa (Q) e o

acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

bull A barra PQ tambeacutem denominada barra de carga eacute aquelas onde satildeo

conhecidas a potecircncia ativa (P) e a potecircncia reativa (Q) sendo desconhecidas a

tensatildeo (V) e o acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

bull A barra Vθ conhecida como barra de folga (slack) ou barra de referecircncia eacute

aquela onde satildeo conhecidas a tensatildeo (V) e o acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

sendo desconhecidas a potecircncia ativa (P) e a potecircncia reativa (Q)

No fluxo de carga utilizando o meacutetodo de Newton-Raphson para a resoluccedilatildeo das

equaccedilotildees do fluxo de carga convencional obtem-se os valores de kV e kθ para todas as

barras atribuindo-lhe a denominaccedilatildeo de caso base e seguindo o algoritmo apresentado a

seguir (MONTICELLI 1983)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

49

A Equaccedilatildeo (31) pode tambeacutem ser reescrita como

PQbarrasaspara

PVePQbarrasaspara

0

0

=minus=

=minus=

V)Q(θespQΔQ

V)P(θespPΔP (32)

onde G(θV) satildeo as equaccedilotildees baacutesicas do fluxo de carga V eacute o vetor das magnitudes das

tensotildees nodais e θ eacute o vetor do acircngulo das tensotildees nodais Pesp = Pgesp - Pc

esp eacute a diferenccedila

entre as potecircncias ativas geradas e consumidas para as barras de carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV)

e Qesp = Qgesp - Qc

esp eacute a diferenccedila entre as potecircncias reativas geradas e consumidas para as

barras PQ

As equaccedilotildees de injeccedilatildeo de potecircncia ativa e reativa na barra k obtidas pela primeira Lei

de Kirchhoff satildeo

sum

sum

isin

isin

minus=

+=

κ

κ

mkmkmkmkmmk

mkmkmkmkmmk

)θBθ(GVV

)θBθ(GVV

kQ

kP

cossen

sencos

)(

)(

Vθ (33)

Onde Pk eacute a potecircncia ativa na barra k Qk eacute a potecircncia reativa na barra k Vk e Vm satildeo as

magnitudes das tensotildees terminais do ramo k-m θkm eacute a defasagem angular entre as tensotildees das

barras terminais no ramo k-m Gkm eacute a condutacircncia do ramo k-m Bkm eacute a susceptacircncia do ramo

k-m κ eacute o conjunto formado pela barra k mais todas as barras m conectadas a ela

)i Fazer 0=v e escolher os valores iniciais do acircngulo das tensotildees das barras PQ e

PV )θθ( 0= e as magnitudes das tensotildees das barras PQ )VV( 0=

)ii Calcular )V( vvθP para as barras PQ e PV e )V( vvθQ para as barras PQ e

determinar os mismatches vPΔ e vQΔ

)iii Testar convergecircncia se PvMax εleP Δ e Q

vMax εleQ Δ o processo

iterativo convergiu para a soluccedilatildeo )V( vvθ caso contraacuterio passar para )( iv

)iv Calcular a matriz Jacobiana

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

50

=

)Vθ(L)Vθ(N

)Vθ(M)Vθ(H)V(θ

vv

vv

vv

vvvvJ (34)

Os componentes das submatrizes Jacobianas H N M e L correspondem agraves derivadas

das potecircncias ativa e reativa em relaccedilatildeo ao acircngulo de fase das tensotildees das barras PQ e PV e

em relaccedilatildeo agrave magnitude das tensotildees nas barras PQ

minusminusminus=partpart=

minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Hkmkmkmkm

Kmlkkkkkkkk

kmkmkmkmmklkkm

BsenGVVBVPH

BsenGVVPH

θθθ

θθθ

2 (35)

++=partpart=

+=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Nkmkmkmkm

Kmmkkkkkkk

kmkmkmkmkmkkm

senBGVGVVPN

senBGVVPN

θθ

θθ

(36)

++minus=partpart=

+minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Mkmkmkmkm

Kmmkkkkkkkk

kmkmkmkmmkmkkm

senBGVVGVQM

senBGVVQM

θθθ

θθθ

2 (37)

minus+minus=partpart=

minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Lkmkmkmkm

Kmmkkkkkkk

kmkmkmkmkmkkm

BsenGVBVVQL

BsenGVVQL

θθ

θθ

(38)

)v Determinar a nova soluccedilatildeo )V(θ 1v1v ++

vvv

vvv

ΔVVVΔθθθ+=

+=+

+

1

1

(39)

sendo vθΔ e vVΔ determinados resolvendo-se o sistema linear

=

v

v

vv

vv

vv

vv

vv

vv

LN

MH

)Vθ()Vθ(

)Vθ()Vθ(

)Vθ()Vθ(

ΔΔ

ΔQΔP (310)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

51

)vi Fazer vv rarr+1 e voltar para o passo )(ii

A dimensatildeo do sistema de equaccedilotildees (31) eacute

n = 2nPQ + nPV

Onde nPQ representa o nuacutemero de barras PQ nPV representa o nuacutemero de barras PV n

representa o nuacutemero de incoacutegnitas

Isto normalmente eacute suficiente para a resoluccedilatildeo do problema fluxo de carga

convencional contanto que a matriz Jacobiana tenha posto completo ou seja natildeo deve ser

singular

No fluxo de carga convencional uma barra PV eacute usada para representar a barra de

geraccedilatildeo com controle de tensatildeo

Em cada interaccedilatildeo a geraccedilatildeo de reativo de cada barra PV eacute comparada com seu

respectivo limite (Q-limite) no caso de violaccedilatildeo a barra PV eacute alterada para tipo PQ onde Q eacute

especificado no valor limite alcanccedilado ou seja torna-se uma variaacutevel independente e V se

torna uma incoacutegnita no problema isto eacute torna-se uma variaacutevel dependente Estas barras

podem voltar a ser PV nas iteraccedilotildees futuras Em geral mudanccedilas no tipo das barras natildeo

afetam a soluccedilatildeo

As curvas PV podem ser traccediladas atraveacutes de sucessivas soluccedilotildees do fluxo de carga

convencional a partir de um caso base ateacute proacuteximo ao ponto de maacuteximo carregamento para

incrementos graduais de carga (λ)

A expressatildeo (311) corresponde agraves equaccedilotildees de balanccedilo de potecircncias definidas em

(31) acrescida da dependecircncia contiacutenua da carga (resistiva indutiva ou capacitiva) com o

paracircmetro escalar λ

0VθG =)( λ (311)

Ou ainda

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

52

PQ

PVPQ

barras para0)Q(esp

e barras para0)P(esp

=minusλ

=minusλ

VQ

VP

θ

θ (312)

Onde

c-g esp PPP = eacute a diferenccedila entre as potecircncias ativas geradas e consumidas para as barras de

carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV) c- esp QQ = eacute potecircncia reativa consumida para as barras PQ

Observa-se que quando o tipo da barra PV eacute alterado para PQ deve-se tomar o

cuidado de natildeo multiplicar suas potecircncia reativas geradas ( gQ ) por λ

No sistema de equaccedilotildees (312) assume-se que o aumento de carga do sistema eacute

proporcional ao caso base (λ=1) e que o fator de potecircncia eacute mantido constante (Costa et al

(1998)) (TAYLOR 1994) As potecircncias ativa espkP e reativa esp

kQ podem tambeacutem ser

definidas como espkcosesp

kSesppkC ϕ e esp

ksenespkSesp

qkC ϕ respectivamente Assim dependendo

do valor de espqkCeesp

pkC pode-se obter as curvas PV QV ou SV

Portanto eacute possiacutevel realizar-se uma variaccedilatildeo de carregamento individual isto eacute para

cada barra do sistema considerando para cada uma um crescimento de carga com fatores de

potecircncia diferentes aos do caso base

Tradicionalmente entretanto assume-se que o aumento de carga de uma determinada

aacuterea eacute feito com fator de potecircncia constante e proporcional ao carregamento do caso base com

modelo de carga de potecircncia constante visto que este fornece a condiccedilatildeo de operaccedilatildeo mais

segura para o sistema (WECC 1998) (TAYLOR 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

53

Em geral λ eacute considerado uma variaacutevel dependente e entatildeo variado automaticamente

Dessa forma o sistema de equaccedilotildees (312) cuja dimensatildeo eacute n = 2nPQ + nPV agora tem 1n +

incoacutegnitas e uma equaccedilatildeo adicional eacute necessaacuteria

Por outro lado qualquer uma das 1n + incoacutegnitas pode ser definida como paracircmetro

seus valores podem ser especificados e entatildeo esta equaccedilatildeo pode ser usada para calcular a

nova variaacutevel dependente λ Assim o sistema (312) ficaraacute com n equaccedilotildees e n incoacutegnitas

Nestas condiccedilotildees a nova matriz Jacobiana diferiraacute da original na coluna k onde as derivadas

das potecircncias em relaccedilatildeo ao novo paracircmetro seratildeo substituiacutedas pelas correspondentes

derivadas em relaccedilatildeo agrave nova variaacutevel dependente (λ)

A adiccedilatildeo de equaccedilotildees parametrizadas tem se tornado um procedimento padratildeo

(SEYDEL 1994) Entretanto isto implicaraacute em um aumento na dimensatildeo da matriz Jacobiana

Aplicando-se a teacutecnica do meacutetodo do fluxo de carga convencional para resolver a

Equaccedilatildeo (312) para o caso base (Vo θo λο = 1) obtem-se como resultado o primeiro ponto

da curva PV correspondente ao ponto ( )ax λ visualizado na Figura 31 Emprega-se entatildeo o

meacutetodo da continuaccedilatildeo para calcular as soluccedilotildees adicionais ateacute que o ponto de maacuteximo

carregamento seja alcanccedilado No iniacutecio do processo um passo preditor eacute executado para

encontrar uma estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo

A diferenccedila entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo estaacute na forma como esta nova variaacutevel eacute

tratada e em como a singularidade da nova matriz Jacobiana eacute evitada

33 - Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de prediccedilatildeo parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo

O traccedilado das curvas PV e QV para uma uacutenica barra a soluccedilatildeo do fluxo de carga

convencional dependeraacute dentre outros fatores da existecircncia da soluccedilatildeo das muacuteltiplas

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

54

soluccedilotildees existentes do meacutetodo utilizado na resoluccedilatildeo das equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares

da existecircncia de singularidades da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo carregamento da

estimativa inicial Todas estas caracteriacutesticas satildeo comuns aos processos de soluccedilatildeo de

equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares em geral

O meacutetodo da continuaccedilatildeo pode ser implementado com qualquer conjunto de equaccedilotildees

de equiliacutebrio ou seja em regime permanente de um sistema eleacutetrico de potecircncia embora nas

anaacutelises de estabilidade de tensatildeo tecircm sido empregados mais especificamente para o caacutelculo

da trajetoacuteria de soluccedilotildees

A denominaccedilatildeo de fluxo de carga continuado (do inglecircs Continuation Power Flow)

adveacutem do uso das equaccedilotildees padrotildees do fluxo de carga convencional como modelo das redes

eleacutetricas (KUNDUR 1994) (VAN CUTSEM 1998)

O meacutetodo da continuaccedilatildeo abaliza-se fundamentalmente na determinaccedilatildeo de uma

estimativa atraveacutes de um processo de prediccedilatildeo a partir de uma soluccedilatildeo conhecida

A estimativa representa a condiccedilatildeo inicial para o processo de correccedilatildeo que por sua vez

e o responsaacutevel pela convergecircncia agrave nova soluccedilatildeo

Dentre os inuacutemeros meacutetodos descritos na literatura especiacutefica o mais amplamente

empregado consiste de quatro procedimentos baacutesicos

I Um procedimento de prediccedilatildeo necessaacuterio na ponderaccedilatildeo de uma estimativa para

o proacuteximo ponto de soluccedilatildeo

Dentre as diversas teacutecnicas de previsatildeo destaca-se o meacutetodo da tangente

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994) e o

meacutetodo da secante (CHIANG et al 1995) (CHIANG et al 1999)

Uma outra teacutecnica de previsatildeo eacute a denominada de previsatildeo trivial ou polinomial

modificada de ordem zero (CHIANG et al 1995)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

55

II Um procedimento estrateacutegico de parametrizaccedilatildeo necessaacuterio para evitar a

singularidade da matriz Jacobiana

As teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo mais frequumlentemente utilizadas nos fluxo de carga

continuado satildeo a local a geomeacutetrica e a que utiliza o comprimento de arco

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994)

(SEYDEL 1994) (CHIANG et al 1995) (CHIANG et al 1999)

III Um controle de tamanho de passo usado para obter um bom desempenho global

IV Um procedimento corretor necessaacuterio para corrigir a soluccedilatildeo aproximada do

passo preditor a fim de se evitar acumulo de erros

A teacutecnica mais aplicada eacute a da interseccedilatildeo perpendicular (AJJARAPU

CHRISTY 1992) (IBA et al 1991)

O meacutetodo da continuaccedilatildeo tem como objetivo encontrar soluccedilotildees consecutivas a a+1

para um sistema de equaccedilotildees natildeo-lineares de tal forma que

( ) ( ) ( )correccedilatildeoprediccedilatildeo

xxx aaeea 11 ++rarrrarr λλλ

A partir da soluccedilatildeo conhecida ( )ax λ atraveacutes de um processo de prediccedilatildeo eacute possiacutevel

se determinar uma estimativa ( ) 1

+aeex λ Tal estimativa eacute a condiccedilatildeo inicial para o processo

de correccedilatildeo responsaacutevel pela convergecircncia agrave nova soluccedilatildeo ( ) 1 +ax λ

A Figura 31 ilustra de forma geneacuterica os processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em

sistemas parametrizados

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

56

Figura 31 - Processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em sistemas parametrizados

331 ndash Teacutecnicas de prediccedilatildeo

3311 - Preditor tangente

No passo preditor tangente a estimativa da proacutexima soluccedilatildeo pode ser encontrada

dando-se um passo de dimensatildeo apropriadamente escolhida na direccedilatildeo do vetor tangente agrave

curva PV calculado na soluccedilatildeo atual do processo

O caacutelculo do vetor tangente (t) pode ser obtido tomando-se as derivadas parciais do

sistema de equaccedilotildees (311)

Diferenciando-se a Equaccedilatildeo (311) e colocando-a na sua forma matricial pode-se

calcular o vetor tangente atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

[ ] [ ]

=minus=

minus

000

tVθ

GG λV

ddd

GG λθ Jλ

(313)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

57

Onde

Gθ satildeo as derivadas parciais de G em relaccedilatildeo agrave θ Gv satildeo as derivadas parciais de G em

relaccedilatildeo agrave V Gλ satildeo as derivadas parciais de G em relaccedilatildeo agrave λ

Gθ e GV compotildeem a matriz Jacobiana do Fluxo de carga convencional

Incrementa-se uma coluna ndashGλ em J correspondente a nova variaacutevel λ Atraveacutes do

incremento da nova coluna o nuacutemero de incoacutegnitas passa a ser maior do que o nuacutemero de

equaccedilotildees uma variaacutevel do vetor t deve ser especificada com um valor diferente de zero A

variaacutevel escolhida daacute-se a denominaccedilatildeo de ldquoparacircmetro da continuaccedilatildeordquo

Com a especificaccedilatildeo do paracircmetro da continuaccedilatildeo deve-se acrescentar uma nova

equaccedilatildeo (ek t = tk = plusmn 1) ao sistema (32)

O sistema de equaccedilotildees (314) com as devidas modificaccedilotildees passa a ser

plusmn==

minus=

minus

100GG

ttGG

VθGG

mJee kk

λθλθ VV

dλdd

(314)

Na Equaccedilatildeo (314) ek eacute um vetor linha devidamente dimensionado com todos os

elementos nulos exceto o k-eacutesimo que seraacute igual a 1

A identificaccedilatildeo do iacutendice ldquokrdquo eacute realizada de forma tal que o vetor tangente t tenha uma

norma natildeo-nula e garanta que a matriz Jacobiana modificada (Jm) seja natildeo-singular no ponto

de maacuteximo carregamento

O nuacutemero 1 deveraacute ser posto na coluna da variaacutevel escolhida como paracircmetro da

continuaccedilatildeo (Vk θk ou λ) A introduccedilatildeo do sinal + ou ndash dependeraacute de como a variaacutevel

escolhida como paracircmetro da continuaccedilatildeo estaraacute sendo alterada positivo se ela estiver

crescendo de valor e negativo se estiver decrescendo

Uma vez obtido o vetor t a estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo seraacute dada por

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

58

+

=

dλλλ a

a

a

dVdθ

σe

e

e

(315)

O sobrescrito ldquoerdquo indica estimativa isto eacute o vetor tangente eacute usado para obter uma

estimativa para θ V e λ a partir da soluccedilatildeo atual ldquoardquo

O escalar σ eacute o tamanho do passo preditor apropriado

A dimensatildeo do passo deve ser tal que a soluccedilatildeo prevista esteja dentro do raio de

convergecircncia do passo corretor

3312 ndash Preditor secante

O meacutetodo do preditor secante de ordem um eacute uma aproximaccedilatildeo do vetor tangente e

utiliza a soluccedilatildeo anterior e a soluccedilatildeo atual para fazer a estimativa da proacutexima soluccedilatildeo Estes

dois primeiros pontos satildeo obtidos pelo meacutetodo do preditor tangente

Os meacutetodos polinomiais estatildeo baseados em um polinocircmio de ordem variada que

ldquocortardquo a soluccedilatildeo atual e as soluccedilotildees preacutevias )( aa λx )( 1minusminus aa λ1x para prover um ponto de

aproximaccedilatildeo para a proacutexima soluccedilatildeo )( 11 ++ aa λx

)()()( 111 minusminus++ minusminus+= aaaaaaaa λλσλλ xxxx 1 (316)

O sistema da Figura 32 apresentada em (ALVES 2000) para ilustrar os passos do

meacutetodo da continuaccedilatildeo com preditor tangente e secante

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

59

r12 + j x12 r23 + j x23

(slack)

2 3

P2 + jQ2 P3 + jQ3

y12 = g12 + j b12 y23 = g23 + j b23

V1 = V1 0o pu

V2 = V2 θ2o pu

V3 = V3 θ3

o pu

1

Figura 32 - Sistema de trecircs barras

Os valores adotados para o sistema de trecircs barras da Figura 32 foram

01911 upV oang=amp 33010012 upjz += 67020023 upjz += 0022 upjQjP +=+

toleracircncia de 10-5

A Figura 33 (ALVES 2000) obtida para o sistema da Figura 32 ilustra os passos da

previsatildeo pelo vetor tangente por meio da reta contiacutenua e pelo vetor secante por meio da reta

tracejada respectivamente obtidas utilizando λ como paracircmetro da continuaccedilatildeo

Figura 33 - Comparaccedilatildeo entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo com preditor tangente e com preditor secante

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

60

Observa-se na Figura 33 que no ponto ldquoArdquo o passo corretor natildeo encontraraacute soluccedilatildeo

se λ for o paracircmetro utilizado Aleacutem disso o uso deste paracircmetro natildeo eliminaraacute a

singularidade da matriz Jacobiana modificada (Jm) no ponto de maacuteximo carregamento tanto

no passo preditor quanto no corretor

Assim para obter-se o ponto de maacuteximo carregamento com maior precisatildeo o passo

teraacute que ser reduzido agrave medida que os pontos se aproximam do ponto de maacuteximo

carregamento

3313 - Preditor polinomial modificado de ordem zero

Uma outra teacutecnica de previsatildeo que seraacute adotada para o passo preditor na metodologia

proposta nesse trabalho eacute a denominada de previsatildeo trivial ou polinomial modificada de

ordem zero (CHIANG et al 1995)

Esta teacutecnica usa a soluccedilatildeo atual e um incremento fixo no paracircmetro (λ θk ou Vk)

como uma estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo Observa-se que as soluccedilotildees sucessivas de (32)

pelo meacutetodo de Newton com a prefixaccedilatildeo de vaacuterios valores para o paracircmetro em uso (λ θk

ou Vk) satildeo casos particulares dessa teacutecnica de previsatildeo

Uma vez especificado um incremento fixo no paracircmetro (λ θk ou Vk) como uma

estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo torna-se necessaacuterio realizar a correccedilatildeo a partir da soluccedilatildeo

atual para obter a soluccedilatildeo correta final

Em geral o incremento adotado pelo passo preditor exige poucas iteraccedilotildees para que a

proacutexima soluccedilatildeo seja obtida dentro da precisatildeo desejada

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

61

332 - Controle do passo preditor

A adoccedilatildeo do controle de passo eacute de fundamental importacircncia para a eficiecircncia do

meacutetodo da continuaccedilatildeo Uma boa opccedilatildeo eacute na medida do possiacutevel definir o menor passo entre

a soluccedilatildeo conhecida ( )ax λ e a soluccedilatildeo estimada ( ) 1

+aeex λ Esta opccedilatildeo apesar de garantir a

convergecircncia do meacutetodo nos trechos da trajetoacuteria de soluccedilatildeo com curvatura mais acentuada

tem como agravante o elevado dispecircndio de tempo nos trechos planos

O controle de passo ideal deve se adaptar agrave topologia da trajetoacuteria de soluccedilatildeo

tornando-se um algoritmo com consideraacutevel grau de sofisticaccedilatildeo

Para sistemas pouco carregados aplicam-se passos maiores jaacute para sistemas altamente

carregados aplicam-se passos menores O ideal seria se o tamanho do passo se adaptasse agraves

condiccedilotildees reais de convergecircncia Um meacutetodo simples baseado no nuacutemero de iteraccedilotildees do

passo corretor eacute utilizado para controlar o tamanho do passo preditor se o nuacutemero de

iteraccedilotildees do passo corretor for pequeno indica que a carga ainda eacute leve ou normal e o passo

pode ser maior Aumentando o nuacutemero de iteraccedilotildees o sistema estaraacute numa regiatildeo de alto

carregamento e o tamanho do passo deve ser reduzido

Uma opccedilatildeo eacute o uso da tensatildeo (Vk) como paracircmetro durante todo o traccedilado da curva

PV pois isso acarretaraacute em um controle automaacutetico do passo Isto porque em geral um passo

fixo na tensatildeo corresponde a passos largos no fator de carregamento durante carga leve e

normal e em passos reduzidos para altos carregamentos conforme mostrado na Figura 34

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

62

05 1 15 2 25 3 35 4 45 5 550

02

04

06

08

1

12

14 Te

nsatildeo

[pu

]

Fator de carregamento λ

Figura 34 - Controle automaacutetico do passo σ

Outro meacutetodo de controle do tamanho do passo eacute baseado na norma do vetor tangente

(ZAMBRONI et al 1997) O tamanho do passo eacute definido como

2

t0σσ = (317)

Onde σ0 eacute um escalar predefinido || t ||2 eacute a norma Euclidiana do vetor tangente t

Agrave medida que o sistema torna-se carregado a magnitude do vetor tangente aumenta e

consequumlentemente σ diminui

333 ndash Teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo

A parametrizaccedilatildeo na anaacutelise estaacutetica da tensatildeo eacute a forma matemaacutetica usada para

identificar cada soluccedilatildeo na curva correspondente agrave trajetoacuteria de soluccedilotildees (curva PV) de forma

que a proacutexima soluccedilatildeo ou a soluccedilatildeo prevista possa ser quantificada

Carga leve passos maiores

Alto carregamento passos menores

A correccedilatildeo eacute feita horizontalmente paracircmetro Vk

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

63

A estrateacutegia de parametrizaccedilatildeo eacute quem define a robustez do meacutetodo da continuaccedilatildeo

em relaccedilatildeo agrave eliminaccedilatildeo dos problemas numeacutericos relacionados aos meacutetodos de soluccedilotildees das

equaccedilotildees e a obtenccedilatildeo das muacuteltiplas soluccedilotildees

O processo da parametrizaccedilatildeo eacute normalmente efetuado atraveacutes da aplicaccedilatildeo de

paracircmetros fiacutesicos tais como magnitude de tensatildeo fator de carregamento potecircncia ativa

potecircncia reativa etc eou paracircmetros artificiais cabendo destacar equaccedilotildees geomeacutetricas

comprimento de arco

As teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo fiacutesica podem resultar em dificuldades de convergecircncia

do meacutetodo inerentes aos pontos de transiccedilatildeo

Consegue-se evitar tais dificuldades efetuando-se uma avaliaccedilatildeo local em cada

soluccedilatildeo e caso o processo neste ponto convirja efetua-se a troca desse paracircmetro Essa

teacutecnica de parametrizaccedilatildeo eacute chamada de parametrizaccedilatildeo local (AJJARAPU CHRISTY

1992)

Jaacute as teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo artificial favorecem as convergecircncias uma vez que

natildeo encontram problemas nos pontos de transiccedilatildeo sendo por este motivo consideradas mais

robustas e apropriadas em relaccedilatildeo agraves teacutecnicas baseadas em paracircmetros fiacutesicos (WGVS 1993)

Com o passo preditor realizado isto eacute com o ponto estimado ( ) 1

+aeex λ encontrado

existe nesta soluccedilatildeo um erro uma vez que o ponto (estimado) natildeo se encontra na soluccedilatildeo real

da funccedilatildeo definida portanto torna-se necessaacuterio realizar a correccedilatildeo desta soluccedilatildeo aproximada

para se obter a soluccedilatildeo correta evitando-se desta forma um acuacutemulo de erros

Uma vez que o ponto obtido encontra-se muito proacuteximo da soluccedilatildeo correta reduzido

nuacutemero de iteraccedilotildees geralmente e torno de duas ou trecircs seratildeo necessaacuterias para se alcanccedilar a

curva trajetoacuteria de soluccedilotildees (curva PV) dentro da precisatildeo desejada

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

64

Qualquer meacutetodo numeacuterico pode ser utilizado na aplicaccedilatildeo do passo corretor Para o

sistema eleacutetrico de potecircncia o mais frequumlentemente utilizando eacute o meacutetodo de Newton-

Raphson (ALVES et al 2004-I)

Uma equaccedilatildeo adicional eacute acrescentada ao sistema de equaccedilotildees (311) definindo um

hiperplano perpendicular ao vetor de prediccedilatildeo Assim o sistema de equaccedilotildees da etapa de

correccedilatildeo passa a ser

0

0)(

=minus

=eppλVG θ

(318)

Onde p corresponde agrave variaacutevel escolhida como o paracircmetro de continuaccedilatildeo pe corresponde a

valor estimado do paracircmetro de continuaccedilatildeo obtido no procedimento de prediccedilatildeo

Linearizando-se em torno do ponto de operaccedilatildeo (318) vem

=

∆λ=

∆λ

minus

0

λQP

eGG

mk

ΔΔ

ΔΔ

ΔΔ

GVθ J (319)

sendo que o vetor ek conteraacute a unidade apenas na coluna correspondente ao novo paracircmetro p

3331 - Parametrizaccedilatildeo local

Uma outra forma de contornar o problema da singularidade eacute usar em ambos os

passos preditor e corretor uma teacutecnica muito simples conhecida por parametrizaccedilatildeo local

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994) e (SEYDEL 1994)

que consiste na troca de paracircmetro proacuteximo ao ponto de maacuteximo carregamento

Na parametrizaccedilatildeo local avaliam-se os incrementos em cada uma das variaacuteveis e

seleciona-se a que apresentar o maior desvio relativo (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(AJJARAPU LAU BATTULA 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

65

O ponto criacutetico para o processo de parametrizaccedilatildeo passa a ser a escolha adequada do

iacutendice k

∆∆∆∆

=∆

λλmax

2

2

1

1

n

n

k

K

xx

xx

xx

xx

(320)

No meacutetodo do vetor tangente apoacutes o processo de escolha da variaacutevel que seraacute aquela

que apresentou a maior variaccedilatildeo λ passa a ser a partir daiacute tratado como variaacutevel dependente

enquanto que a variaacutevel escolhida passa a ser o novo paracircmetro p do conjunto de n+1

variaacuteveis

O novo paracircmetro p seraacute dado por

1 n 21 max +larr tttp L (321)

O uso deste meacutetodo para a escolha automaacutetica de p natildeo tem apresentado dificuldades

mesmo para sistemas altamente compensados (CANtildeIZARES et al 1993)

A experiecircncia com o meacutetodo do vetor tangente tem demonstrado que ao aproximar-se

do ponto de maacuteximo carregamento p muda de λ para Vk aquela tensatildeo que apresenta a maior

variaccedilatildeo retornando novamente para λ apoacutes alguns pontos

Jaacute no meacutetodo baseado no preditor secante a escolha do paracircmetro p natildeo mais se

processa com a variaacutevel que apresentar a maior variaccedilatildeo mas sim com aquela que apresentar

a maacutexima variaccedilatildeo relativa (SEYDEL 1994)

minus

minus

minuslarr

+

+

+

+

+

+

1

1

maxj

jj

λλ1j

j1j

1j

j1j

V

VV

θ

θθ (322)

Onde j refere-se ao ponto da curva

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

66

O preditor secante apresenta um alto grau de confiabilidade poreacutem o mesmo natildeo

garante que o paracircmetro p escolhido agilize o processo (SEYDEL 1994)

Almeja-se que a escolha do paracircmetro p com base em qualquer uma das equaccedilotildees

(321) ou (322) resulte em um bom desempenho do algoritmo

3332 ndash Teacutecnica do comprimento de arco

Em CHIANG et al (1995) os autores propuseram uma teacutecnica para eliminar a

singularidade da matriz Jacobiana baseada no paracircmetro do comprimento do arco (s) Os dois

primeiros pontos satildeo obtidos pelo vetor tangente e ao inveacutes de acrescentar a equaccedilatildeo (ek t =

plusmn 1) acrescenta-se agrave Equaccedilatildeo (313) do passo preditor a Equaccedilatildeo (323)

sum =

+

=

n

i

2i

dsdλ

dsdx

1

2

1 (323)

Para a correccedilatildeo eacute adicionada agrave Equaccedilatildeo (311) a seguinte equaccedilatildeo

sum =∆minusminus+minus==

n

iii ssλλsxxsλ

1

222 0)())(())(()(R x (324)

O comprimento de arco ∆s vale

50

1

22 ))((]))([(sum minus+minus=∆=

n

iii sλλsxxs (325)

A expansatildeo das equaccedilotildees (311) e (324) em seacuterie de Taylor considerando somente as

condiccedilotildees de primeira ordem resulta na seguinte equaccedilatildeo linearizada

=

partpart

partpart

minus

R

Gx

x

G x

Δ

Δ

Δ

Δ

RRG

λλ

λ

(326)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

67

Onde xG representa a matriz Jacobiana

A Equaccedilatildeo (323) assegura que o paracircmetro s seja o comprimento do arco sobre a

curva de soluccedilatildeo As equaccedilotildees (313) e (323) juntas formam um conjunto n + 1 equaccedilotildees a n

+ 1 incoacutegnitas

A estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo eacute obtida da Equaccedilatildeo (315) onde σ representaraacute

o passo do comprimento de arco s

A Equaccedilatildeo (323) eacute natildeo-linear e o sistema formado por esta equaccedilatildeo e a Equaccedilatildeo

(313) natildeo pode ser linearizada sendo que a sua soluccedilatildeo pode consumir muito tempo

computacional

A opccedilatildeo sugerida em (CHIANG et al 1995) eacute a obtenccedilatildeo de dois pontos da curva

atraveacutes do preditor tangente sendo utilizado depois o preditor secante De acordo com os

autores esta teacutecnica de parametrizaccedilatildeo eacute mais robusta possibilitando que sejam dados maiores

passos do que a teacutecnica utilizando parametrizaccedilatildeo local

3333 ndash Teacutecnica da perpendicularidade

Uma outra teacutecnica utilizada para contornar a singularidade sem a necessidade de

parametrizaccedilatildeo foi utilizada primeiramente por (IBA et al 1991) e posteriormente associada

a um controle de passo aplicada com sucesso em vaacuterios sistemas em (CANtildeIZARES et al

1992)

A teacutecnica consiste na adiccedilatildeo ao equacionamento do sistema de uma nova equaccedilatildeo

( ( )[ ] ( )[ ] 0)()()()( 11 =∆minusminus∆+∆minusminus∆ ++ aaaTaaaaTa xxxx λσλλλσ ) Tal procedimento deveraacute

definir um hiperplano perpendicular ao vetor de prediccedilatildeo que se inicia na soluccedilatildeo conhecida

( )ax λ e passa pela soluccedilatildeo estimada ( ) 1

+aeex λ e um outro que se encontra sobre a curva da

trajetoacuteria de soluccedilotildees soluccedilatildeo ( ) 1 +ax λ (SEYDEL 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

68

Destarte a equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo a ser acrescida ao sistema (311) seraacute dada pelo

produto escalar

0ΔΔΔ

a

a

a

=

minusminusminusminusminusminus

bull

aa

aa

aaT

λ λλλ∆∆

∆VVVθθθ

(327)

Onde (∆θa ∆Va ∆λa)T = (θ e ndash θa Ve ndash Va λe ndash λa)

Partindo da soluccedilatildeo fornecida pelo passo preditor o sistema resultante da expansatildeo em

seacuterie de Taylor do sistema (311) acrescido da equaccedilatildeo anterior converge para o ponto (θ V

λ) da curva PV

∆∆∆

=

∆∆∆

partpart

partpart

partpart

minus

HH

VHH

GQP

VθGG Vθ

λλθ

λ

(328)

Capiacutetulo 4

METODOLOGIA PROPOSTA

41 - Introduccedilatildeo

A maioria das anaacutelises nas aacutereas de planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos

envolve caacutelculos de fluxo de carga fluxo de carga continuado e fluxo de carga oacutetimo

Como mencionado no capiacutetulo 1 as simulaccedilotildees de fluxo de carga satildeo utilizadas para

determinar nas condiccedilotildees de regime permanente as magnitudes de tensatildeo e os acircngulos de

cada barra em um sistema eleacutetrico de potecircncia Uma vez obtidas essas grandezas satildeo

utilizadas natildeo soacute para a determinaccedilatildeo da margem de carregamento e do caacutelculo dos fluxos de

potecircncia ativa e reativa em todas as linhas de transmissatildeo e equipamentos conectados as

barras mas tambeacutem para quantificar as perdas nos sistemas de energia eleacutetrica

(MONTICELLI 1983)

Jaacute um fluxo de carga oacutetimo natildeo somente resolve as equaccedilotildees do fluxo de carga como

tambeacutem determina um conjunto de valores oacutetimos para as variaacuteveis de estado da rede levando

em conta a demanda e os paracircmetros do sistema Os valores oacutetimos satildeo calculados

objetivando minimizar uma funccedilatildeo objetivo tal como o custo de geraccedilatildeo ou as perdas de

transmissatildeo sujeitos as restriccedilotildees de igualdade e desigualdade (DOMMEL TINNEY 1968)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

70

Sabe-se que o ponto de maacuteximo carregamento de um sistema aumenta em funccedilatildeo da

disponibilidade de reservas de reativo do mesmo (ALVES et al 2002-II) Assim ao

minimizarem-se as perdas no sistema implicitamente estar-se-aacute aumentando a margem de

reativos do sistema e consequumlentemente aumentando a margem de estabilidade estaacutetica ou

seja o ponto de maacuteximo carregamento

Por outro lado o fluxo de carga natildeo foi desenvolvido para minimizar automaticamente

qualquer funccedilatildeo objetivo Dessa forma um processo de tentativa e erro deve ser executado

para otimizar algum criteacuterio desejado escolhendo uma dentre as vaacuterias soluccedilotildees factiacuteveis de

um conjunto muito amplo

A metodologia apresentada em (CHEN HSU 2000) resolve sequumlencialmente o fluxo

de potecircncia oacutetimo seguindo uma dada curva de previsatildeo de carga atendendo restriccedilotildees

operativas do sistema e garantindo que cada gerador atenda metas estabelecidas pelo

planejamento de meacutediolongo prazo ainda que representando algumas restriccedilotildees de

seguranccedila tal como manutenccedilatildeo de um perfil de tensatildeo seguro para todo o sistema natildeo era

levado em conta a avaliaccedilatildeo da margem de estabilidade de tensatildeo para cada horaacuterio Tal

restriccedilatildeo eacute contemplada em (MENEZES 2002) onde a metodologia apresentada leva em

consideraccedilatildeo o modelo do fluxo de potecircncia oacutetimo parameacutetrico o meacutetodo do fluxo de carga

continuado para o caacutelculo das margens de estabilidade e o meacutetodo de anaacutelise modal estaacutetica

expandida para a obtenccedilatildeo dos fatores de participaccedilatildeo dos geradores

Affonso (AFFONSO 2004) baseado na forte relaccedilatildeo entre margem de estabilidade de

tensatildeo e as reservas de potecircncia reativa da rede apresentou metodologia propondo o re-

despacho da geraccedilatildeo de potecircncia ativa e reativa para condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo obtendo

indiretamente um aumento na margem de estabilidade de tensatildeo do sistema atraveacutes da

maximizaccedilatildeo das reservas de potecircncia reativa e da minimizaccedilatildeo das perdas de potecircncia ativa

por meio do fluxo de carga oacutetimo

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

71

No presente trabalho propotildee-se uma nova metodologia que associada ao meacutetodo da

continuaccedilatildeo possibilite obter uma ampliaccedilatildeo na margem de estabilidade do sistema visando

atender os niacuteveis miacutenimos de ampliaccedilatildeo de margem de estabilidade de tensatildeo de acordo com

as recomendaccedilotildees da ForccedilandashTarefa ldquoColapso de Tensatildeordquo do GTADSCELGCOI (FTCT

1999) e do WSCC-Reactive Power Reserve Work Group (WECC 1998) Para se alcanccedilar

essa meta acrescenta-se agraves equaccedilotildees do fluxo de carga a equaccedilatildeo parametrizada da perda

ativa total na transmissatildeo e as equaccedilotildees das potecircncias reativa geradas nas barras PV As

tensotildees nas barras PV satildeo consideradas como variaacuteveis de controle e um novo paracircmetro eacute

escolhido com o intuito de se reduzir a perda ativa nas linhas de transmissatildeo

42 - O problema do fluxo de carga oacutetimo

Considere inicialmente um sistema de duas barras sendo uma barra de folga (slack) e

uma barra PV interligadas por uma linha de transmissatildeo cuja impedacircncia eacute z12 como

ilustrado na Figura 41

z12 = r12 + j x12

barra 1(slack)

barra 2 (PV)

P2 + jQ2

j bsh12 j bsh

12

y12 = g12 + j b12

V1 = V1 0o pu

V2 = V2 θo pu

Figura 41 - Sistema de duas barras

Define-se Pg2 como sendo a potecircncia ativa gerada na barra 2 Pc2 como sendo a potecircncia ativa

consumida na barra 2 Qg2 como sendo a potecircncia reativa gerada na barra 2 Qc2 como sendo a

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

72

potecircncia reativa consumida na barra 2 P2 = Pg2 ndash Pc2 como sendo a injeccedilatildeo de potecircncia ativa

na barra 2 e Q2 = Qg2 ndash Qc2 como sendo injeccedilatildeo de potecircncia reativa na barra 2

O fluxo de carga oacutetimo eacute um problema de otimizaccedilatildeo natildeo-linear em regime

permanente que calcula os valores oacutetimos de um conjunto de variaacuteveis a partir do estado da

rede dos dados da carga e dos paracircmetros do sistema

Os valores oacutetimos satildeo calculados objetivando minimizar uma determinada funccedilatildeo tal

como custo de geraccedilatildeo ou perdas de potecircncia ativa na transmissatildeo sob restriccedilotildees de igualdade

e de desigualdade

O problema do fluxo de carga oacutetimo pode ser apresentado como

minimizar Pa(x) sujeito a G(x) = 0 (41)

H(x) le 0

xmin le x le xmax

Onde

=

Vx

θeacute o vetor composto pelas variaacuteveis de estado e controle do sistema xmax e xmin

satildeo os limites das variaacuteveis de estado e controle do sistema G(x) satildeo as condiccedilotildees de

igualdade do fluxo de carga H(x) satildeo as restriccedilotildees de desigualdade do fluxo de carga

A funccedilatildeo objetivo Pa(x) representa o desempenho do sistema sendo neste trabalho

esta funccedilatildeo representada pela perda total de potecircncia ativa na transmissatildeo (Pa)

As restriccedilotildees de desigualdade H(x) representam as equaccedilotildees funcionais do fluxo de

carga como os limites dos fluxos de potecircncia ativa e reativa nas linhas de transmissatildeo e

transformadores e limites de injeccedilatildeo de potecircncia reativa nas barras de controle de reativos

barras PV

Considere o caso do sistema da Figura 41 onde a barra 2 eacute uma barra de tensatildeo

controlada do tipo PV no caso controlada por um compensador siacutencrono Sua tensatildeo bem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

73

como a da barra de folga variaraacute de forma a reduzir Pa A barra de folga deveraacute ser capaz de

suprir tanto a solicitaccedilatildeo de carga como a perda de potecircncia ativa na linha de transmissatildeo

Sendo a barra 2 do tipo PV sua correspondente equaccedilatildeo Q2(x) deixa de pertencer ao

conjunto de restriccedilotildees de igualdade enquanto natildeo for ativa

A soluccedilatildeo analiacutetica do fluxo de carga oacutetimo desse problema jaacute foi apresentada em

(ALVES et al 2002-II) de onde se tem que as coordenadas do ponto oacutetimo 1

1 eV = e

2

2

2 jfeV += Pa e

2gQ devem satisfazer as seguintes equaccedilotildees

( )

+minusminus=+= lowast

212

21

1

2

2

12 42

e Preetgftgfee φφ

(42)

( ) 212

2212 xfrPa lowastlowast = e ( ) ( )lowastlowastlowast == PatgxfQg φ12

222 (43)

Para o caso base para o qual o fator de carregamento (λ) eacute igual a 1 e considerando

z12 = r12+j x12 = (02+j 1 0) pu e P2 = ndashPc2 = ndash04 pu a Tabela 41 apresenta as soluccedilotildees

obtidas com (42) e (43) e por um programa de fluxo de carga oacutetimo (DA COSTA

LANGONA ALVES 1998) para diversos valores maacuteximos de e1 dentro do intervalo 095

pu le e1 le 110 pu

Tabela 41 - Soluccedilotildees do fluxo de carga oacutetimo para o sistema da Figura 41 1e

(pu)

| 2V |

(pu)

(graus)

Pa

(MW)

gQ

(MVAr)

095 0976 -2860 4361 2181

100 1012 -2567 3845 1922

105 1052 -2315 3420 1710

110 1094 -2097 3066 1533

A Figura 42 mostra o caso base de um sistema de trecircs barras constituiacutedo de uma barra

de folga uma PV e uma PQ A perda ativa total na transmissatildeo eacute igual a 1666 MW

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

74

Este sistema foi apresentado e analisado detalhadamente em (DOMMEL TINNEY

1968)

barra 1 (slack)barra 2 (PV)

Pg2 = 170MWz23 = 0035 + j0086

V2 = 1023 739o pu

z13 = 0098 + j0122

barra 3 (PQ)

Pc3 = 200MWQc3 = 100MVAr

V3 = 0908 -002o pu

V1 = 1022 0o pu

15851+ j 4847

17000+ j 7718

4149+ j 5153

4666+ j 5801

Pa = 1666MW

Figura 42 - Sistema de trecircs barras ndash caso base

Os intervalos adotados para a variaccedilatildeo dos valores da tensatildeo nas barras foram

bull de folga (V1) V1min

le V1 leV1maacutex onde V1

min = 09 pu e V1maacutex = 116344 pu

bull PV (V2) V2min le V2 le V2

max onde V2min = 09 pu e V2

max = 12 pu

barra 1 (slack)barra 2 (PV)

Pg2 = 170MWy23 = 4 - j10

V2 = 120 44o pu

y13 = 4 - j5

barra 3 (PQ)

Pc3 = 200MWQc3 = 100MVAr

V3 = 1092 -068o pu

V1 = 11634 0o pu

16119+ j 6682

17000+ j 8885

3881+ j 3318

4094+ j 3584

Pa = 1094MW

Figura 43 - Sistema de trecircs barras - caso otimizado

Na Figura 43 apresenta-se a soluccedilatildeo obtida otimizada de onde se verifica que a perda

ativa total na transmissatildeo eacute igual 1094 MW Observe que a reduccedilatildeo das perdas em 572 MW

foi obtida atraveacutes da transferecircncia de parte do suprimento de potecircncia reativa efetuado pelo

gerador 1 barra de folga para o gerador 2 barra tipo PV Isto ocorre porque z13 eacute maior que

z23

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

75

A Tabela 42 mostra o ponto oacutetimo obtido por meio do fluxo de carga oacutetimo

apresentado em (DA COSTA LANGONA ALVES 1998) e que reproduziu o mesmo

resultado de (DOMMEL TINNEY 1968) bem como o resultado obtido pelo fluxo de carga

continuado proposto (FCCP) o qual seraacute apresentado a seguir

Observa-se que estes resultados foram obtidos para o caso em que o fator de

carregamento (λ) eacute igual a 1 isto eacute λ do caso base

Tabela 42 - Soluccedilotildees para o sistema da Figura 42

Fluxo de carga oacutetimo Fluxo de carga proposto

Barra V

(pu) θ

(graus) Qg

(MVAr) V

(pu) θ

(graus) Qg

(MVAr) 1 11634 000 3584 11634 000 3571 2 12000 440 8885 12002 439 8898 3 10916 -068 --- 10918 -068 ---

43 - Metodologia proposta

Uma das questotildees importantes em tempo-real relacionada ao controle da potecircncia

reativa eacute a escolha das variaacuteveis de controle Nesta situaccedilatildeo os ajustes de controle (SHARIF

et al 2000)

bull devem ser possiacuteveis de serem executados num intervalo de tempo razoaacutevel

uma vez que o ciclo de tempo do controle de reativo pode ser muito pequeno

1530 minutos e o operador poderaacute natildeo ter tempo suficiente para ajustar todos

os controles

bull natildeo deve causar uma sobrecarga excessiva de trabalho ao operador

bull natildeo devem no caso de controles discretos ser chaveados muito

frequumlentemente

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

76

Por estas razotildees os controles discretos e contiacutenuos satildeo tratados separadamente Aleacutem

do mais ao contraacuterio dos controles discretos que na maioria dos casos satildeo ajustados no valor

mais proacuteximo as variaacuteveis contiacutenuas podem em geral ser ajustadas nos valores calculados

fornecidos pelo programa Estas questotildees tornam a implementaccedilatildeo de tais controles uma

tarefa difiacutecil e pode levar a necessidade de diferentes estrateacutegias de ajustes por exemplo

primeiro se ajusta os bancos em derivaccedilatildeo (shunt) chaveados entatildeo os geradores e finalmente

os transformadores (SHARIF et al 2000) Assim a escolha no meacutetodo proposto dos

controles de potecircncia reativa dos geradores e condensadores siacutencronos para obtenccedilatildeo da

reduccedilatildeo das perdas eacute baseado no fato de que nos geradores o fornecimento de potecircncia

reativa eacute controlado numa faixa contiacutenua e o nuacutemero de operaccedilotildees eacute ilimitado enquanto que

os bancos de capacitores em derivaccedilatildeo apresentam valores fixos e discretos de capacitacircncia e

o nuacutemero de operaccedilatildeo eacute normalmente restrito de duas a quatro operaccedilotildees diaacuterias porque essas

accedilotildees podem causar o desgaste e a reduccedilatildeo da vida do equipamento (CIGRE 1989)

(SHARIF et al 2000)

Uma caracteriacutestica desejaacutevel para um dado sistema eacute que a tensatildeo criacutetica no limite de

estabilidade seja mantida tatildeo baixa quanta esta possa ser em relaccedilatildeo agrave tensatildeo normal de

operaccedilatildeo sem comprometer consequumlentemente o perfil geral de tensatildeo (CIGRE 1989)

Nesse sentido os bancos de capacitores em derivaccedilatildeo tecircm uma caracteriacutestica desfavoraacutevel

que eacute a de prover um baixo suporte de potecircncia reativa quando este eacute mais necessaacuterio isto eacute

proacuteximo ao limite de carregamento Isto ocorre porque o seu fornecimento de potecircncia reativa

eacute proporcional ao quadrado da tensatildeo e assim o suporte de potecircncia reativa dos bancos em

derivaccedilatildeo incluindo os de linha - line charging diminui com a diminuiccedilatildeo da tensatildeo Com a

aplicaccedilatildeo de bancos de capacitores em derivaccedilatildeo a margem de carregamento de um sistema

aumenta conforme a compensaccedilatildeo de reativo aumenta mas a tensatildeo criacutetica fica mais proacutexima

da faixa normal de operaccedilatildeo do sistema (09 le V le 11pu) isto eacute o perfil de tensatildeo tende a

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

77

tornar-se mais e mais plano Dessa forma o sistema poderaacute entrar em colapso para

magnitudes de tensatildeo dentro da faixa normal de operaccedilatildeo do sistema

Ao contraacuterio dos bancos de capacitores em derivaccedilatildeo os geradores produzem seu

pleno fornecimento de potecircncia reativa proacuteximo ao limite de estabilidade de tensatildeo e

efetivamente expande a capacidade de transferecircncia de potecircncia e reduz a magnitude da

tensatildeo criacutetica (ALVES et al 2002-II) (SEKINE et al 1992) Entatildeo num sistema de

potecircncia de todos os controles os geradores (barras PV) satildeo de longe os mais eficientes no

controle das tensotildees das barras quando comparados aos taprsquos e bancos em derivaccedilatildeo (TARE

BIJWE 1997) Portanto para prevenir ou postergar o colapso de tensatildeo deve-se manter uma

reserva de reativos utilizando tanto quanto forem possiacuteveis os bancos de capacitores em

derivaccedilatildeo eou reduzindo as perdas na transmissatildeo a fim de permitir que os geradores

existentes mantenham-se operando com o maacuteximo possiacutevel de margem de reativo (CIGRE

1989)

A metodologia propotildee o uso do meacutetodo da continuaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da perda total

de potecircncia ativa na transmissatildeo Assim ao sistema de equaccedilotildees (21) acrescenta-se aleacutem da

equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo a equaccedilatildeo da potecircncia reativa injetada em cada

uma das barras de controle de tensatildeo (barras PV) escolhidas para participar do procedimento

de reduccedilatildeo de perdas A geraccedilatildeo de potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo satildeo

mantidas constantes nos respectivos valores do caso base enquanto que a geraccedilatildeo de potecircncia

ativa da barra de folga variaraacute a fim de acomodar a reduccedilatildeo das perdas ativas na transmissatildeo

A potecircncia reativa gerada na barra k de controle de tensatildeo escolhida Qgk e sua

respectiva tensatildeo terminal Vk satildeo consideradas respectivamente como variaacuteveis dependente

e de controle As respectivas mudanccedilas nos valores de Qgk e Pa seratildeo consideradas atraveacutes das

variaacuteveis λq e micro Assim as mudanccedilas satildeo proporcionais aos seus respectivos valores do caso

base case 0gkQ e Pa0

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

78

O novo conjunto de equaccedilatildeo eacute dado por

( )( ) Pa0Pa kk

kkespckk

VVW

VQQQVQ 0gkPVk

0

0)( 0

)(1)(

)( qq

=+=micro

=

=

minus

=minusminus

VV

VVVθG )(

θθ

θθ

micro

λ λ (44)

sendo espckQ eacute a demanda de potecircncia reativa especificada na barra k

Considerando Vk λq e micro como variaacuteveis o nuacutemero de incoacutegnitas em (44) eacute maior do

que o nuacutemero de equaccedilotildees Contudo se micro eacute considerado como uma variaacutevel independente

seraacute escolhida como paracircmetro da continuaccedilatildeo isto eacute seu valor eacute preacute-ajustado e Vk e λq satildeo

tratadas como variaacuteveis dependente o nuacutemero de incoacutegnitas eacute igual ao nuacutemero de equaccedilotildees

isto eacute a condiccedilatildeo necessaacuteria para que o novo sistema tenha soluccedilatildeo eacute atendida desde que a

nova matriz Jacobiana tenha posto maacuteximo isto eacute seja natildeo-singular

Deve-se lembrar que a prefixaccedilatildeo do valor de micro corresponde agrave teacutecnica de previsatildeo

trivial ou polinomial modificada de ordem zero (SEYDEL 1994) (CHIANG et al 1995) Este

preditor seraacute usado no meacutetodo proposto e eacute baseado na soluccedilatildeo atual e em um decremento

fixo objetivando a reduccedilatildeo de Pa no paracircmetro micro como uma estimativa para a proacutexima

soluccedilatildeo

Apoacutes se obter a soluccedilatildeo do caso base (θ0 V0) por meio de um fluxo de carga

convencional e se ter definido um passo em micro o fluxo de carga continuado proposto eacute usado

para calcular as demais soluccedilotildees ateacute que seja atingido um ponto de operaccedilatildeo aqui

denominado como ponto miacutenima perda (PMP) Assim atraveacutes do uso da Equaccedilatildeo (44) eacute

possiacutevel se especificar o valor desejado de variaccedilatildeo em Pa e a sua soluccedilatildeo provecirc o ponto de

operaccedilatildeo para o qual as perdas ocorrem

A variaacutevel micro sendo igual a zero corresponde a soluccedilatildeo do caso base onde Vk igual a

Vkesp isto eacute a tensatildeo especificada no caso base e λq = 1

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

79

Entatildeo a linearizaccedilatildeo da Equaccedilatildeo (44) em torno do ponto de operaccedilatildeo e considerando

o valor prefixado do paracircmetro micro eacute dada pelos termos de primeira ordem da seacuterie de Taylor e

resulta em

∆∆∆

=

∆∆∆

partpartpartpartpartpart

partpartpartpartpartpart

partpart

partpart

WPVkQkV

kVPaPaPa

0gkQ-kVkQkQkQ

kVkV

QP

QLM

PNH

q0

0

0

λ

(45)

sendo H N M e L satildeo as matrizes que correspondem agraves derivadas das potecircncias ativa e

reativa (P e Q) em relaccedilatildeo ao acircngulo de fase das tensotildees das barras PQ e PV e em relaccedilatildeo agrave

magnitude das tensotildees nas barras PQ ∆ representa os fatores de correccedilatildeo ou seja os

mismatches das respectivas funccedilotildees na Equaccedilatildeo (44)

Deve-se observar que os fatores de correccedilatildeo seratildeo iguais a zero ou praticamente

nulos isto eacute inferior a toleracircncia adotada para o caso base convergido Assim somente ∆W

seraacute diferente de zero devido agrave variaccedilatildeo de micro

Observe que o meacutetodo modificado aqui proposto fluxo de carga continuado proposto

difere em alguns aspectos do fluxo de carga continuado usado para obter o ponto de maacuteximo

carregamento No fluxo de carga continuado o objetivo eacute obter o ponto de maacuteximo

carregamento da curva PV Por outro lado no fluxo de carga continuado proposto o objetivo

eacute o de melhorar a margem de carregamento por meio da reduccedilatildeo das perdas usando um

meacutetodo da continuaccedilatildeo

Ao contraacuterio do fluxo de carga continuado no qual a carga e a geraccedilatildeo de potecircncia

reativa satildeo aumentadas em uma direccedilatildeo preestabelecida no meacutetodo proposto elas satildeo fixas

As barras PV satildeo tratadas como simples barras PV e enquanto suas respectivas

potecircncias reativas geradas estatildeo entre seus respectivos limites suas respectivas equaccedilotildees natildeo

estatildeo presentes na matriz Jacobiana Assim suas magnitudes de tensotildees (V) permanecem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

80

fixas sendo tratadas como variaacuteveis independentes No caso de violaccedilatildeo a barra PV eacute

alterada para tipo PQ com o valor de sua potecircncia reativa gerada especificada no valor do seu

respectivo limite violado e a sua magnitude de tensatildeo tornando-se uma incoacutegnita Geralmente

neste caso a magnitude de tensatildeo cai devido ao aumento do carregamento

Por outro lado no fluxo de carga continuado proposto as magnitude de tensatildeo nas

barras PV seratildeo calculadas para o valor especificado de perdas de potecircncia ativa e tratadas

como variaacuteveis dependentes Em geral a magnitude da tensatildeo nas barras PV ou aumentam ou

permanecem fixas nos seus valores especificados Ambos os limites de magnitude de tensatildeo e

de potecircncia reativa gerada devem ser verificados

431 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas de duas e trecircs barras

Neste item apresenta-se a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto para os dois sistemas

analisados no item 42 o sistema de 2 barras para o qual eacute possiacutevel se obter o ponto oacutetimo a

partir das equaccedilotildees algeacutebricas (42) e (43) desenvolvidas em (ALVES et al 2002-II) e o

sistema de trecircs barras apresentado e analisado em (DOMMEL TINNEY 1968) Os

resultados satildeo comparados com os resultados obtidos anteriormente e apresentados nas

Tabelas 41 e 42 Adicionalmente mostra-se atraveacutes do traccedilado das curvas PV que a

reduccedilatildeo das perdas conduz a um aumento do ponto de maacuteximo carregamento e portanto da

margem de estabilidade do sistema

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

81

4311 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema de

duas barras

Considere primeiramente o sistema de duas barras da Figura 41 para o qual se deseja

reduzir Pa Nesse caso duas equaccedilotildees satildeo adicionadas a Equaccedilatildeo (21) a equaccedilatildeo da potecircncia

reativa injetada na barra 2 (QPV2) e a equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo (Pa)

A potecircncia reativa gerada na barra 2 escolhida Qg2 e a sua respectiva tensatildeo terminal

V2 satildeo consideradas como variaacutevel dependente e de controle respectivamente

As respectivas mudanccedilas nos valores de Qg2 e Pa seratildeo considerados atraveacutes das

variaacuteveis λq e micro Assim as mudanccedilas seratildeo proporcionais aos seus respectivos valores do caso

base 02gQ e Pa0

Considerando que θ1 = 0 e V1 = V1esp onde esp significa valor especificado o novo

conjunto de equaccedilotildees seraacute

( )( ) Pa0PaW

PV2Q

PG

VV

VQQQV

VV

2espc2

0g2

0

0)(

0

)(1)(

)(

)(2

)(

2222

22qq22

2222

=+=micro

=

==

θminusθ

=θminusminusθ

θθ

micro

λ λ (46)

Considerando-se micro como uma variaacutevel independente ou seja prefixando o seu valor

que corresponde agrave teacutecnica de previsatildeo trivial ou polinomial modificada de ordem zero e θ2

V2 e λq como variaacuteveis dependentes o nuacutemero de incoacutegnitas eacute igual ao de equaccedilotildees Desta

forma a condiccedilatildeo necessaacuteria para que o sistema de equaccedilotildees tenha soluccedilatildeo eacute atendida desde

que a matriz Jacobiana tenha posto completo isto eacute seja natildeo-singular

Apoacutes obter a soluccedilatildeo do caso base (θ0 e V0) por meio de um fluxo de carga

convencional define-se o passo para micro Em seguida calculam-se as demais soluccedilotildees

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

82

utilizando-se o fluxo de carga continuado proposto ateacute que o ponto de miacutenima perda seja

alcanccedilado

A linearizaccedilatildeo de (46) em torno do ponto de operaccedilatildeo por intermeacutedio da seacuterie de

Taylor incluindo somente os termos de primeira ordem de acordo com o meacutetodo de Newton

fornece

=

partpartpartpart

partpartpartpart

partpartpartpart

W

Q

P

V

VPaPa

0g2Q-VPV2QPV2Q

V2P2P

2

2

q

2

2

022

22

022

λ

θ

θ

θ

θ

(47)

Onde ∆ representa os fatores de correccedilatildeo das respectivas funccedilotildees em (46)

A Figura 44 apresenta as curvas Pa versus V2 obtidas pela metodologia proposta

considerando que a geraccedilatildeo de potecircncia ativa na barra 2 foi mantida constante no valor do

caso base enquanto que a da barra de folga variaraacute a fim de reduzir as perdas ativas na

transmissatildeo Para tal objetivo considerou-se que apenas a variaccedilatildeo da tensatildeo da barra 2 V2

A curva foi obtida atraveacutes de decrementos sucessivos de Pa considerando V1 = 11

pu e uma toleracircncia para os mismatches igual a 10ndash6 pu Partindo-se de dois pontos

diferentes A para V2esp = 10 pu ou Arsquo para V2

esp =12 pu os proacuteximos pontos foram

obtidos usando um passo de ndash01 MW para micro ou seja uma reduccedilatildeo de 10 em Pa As duas

trajetoacuterias consideradas foram plotadas na mesma figura para demonstrar que o meacutetodo

converge para um mesmo ponto de miacutenima perda (PMP)

Inicialmente para cada ponto foi resolvido um fluxo de carga continuado sendo que o

nuacutemero de iteraccedilotildees gasta em cada um foi inferior a 4 sendo que o limite maacuteximo de

iteraccedilotildees adotado foi de 10 Para o primeiro ponto em que o fluxo de carga continuado

proposto divergiu retornou-se ao passo anterior e aplicou-se uma reduccedilatildeo de 110 no passo de

micro O mesmo procedimento foi usado para os pontos de divergecircncia subsequumlentes ateacute que o

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

83

procedimento foi finalizado e o valor de Pa obtido foi considerado como correspondente ao

ponto de miacutenima perda no caso Pa =3066 MW

O estado da rede nesse caso praticamente coincidiu com o mostrado na Tabela 41

ArsquoA

3066

Pa [MW]

V2[pu]

1094

ndashsoluccedilotildees convergidasndashreduccedilotildees de passo

PMP

Figura 44 - Desempenho do FCCP para o sistema de duas barras

Como se pode constatar na Figura 45 a reduccedilatildeo das perdas levou a um aumento do

ponto de maacuteximo carregamento ou seja da margem de estabilidade Observa-se tambeacutem que

todos os demais casos apresentados na Tabela 41 foram alcanccedilados usando o mesmo

procedimento

caso base

perdas reduzida

PMCr

P2 [MW]

V2[pu]

PMCb

Figura 45 - Curvas PV Efeito da reduccedilatildeo das perdas sobre o ponto de maacuteximo carregamento para o sistema de duas barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

84

4312 - Resultados obtidos com o FCCP para o sistema de trecircs barras

No caso do sistema de trecircs barras da Figura 42 os dois geradores o gerador 1 (barra

de folga) e o gerador 2 (barra PV) satildeo considerados no procedimento de reduccedilatildeo de perdas

Nesse caso V1 V2 θ2 e λq satildeo tratados como variaacuteveis dependentes Ambas as

equaccedilotildees de potecircncia reativa injetada QPV1 e QPV2 bem como a equaccedilatildeo da perda ativa total

na transmissatildeo (Pa) seratildeo consideradas O paracircmetro λq eacute usado para variaccedilatildeo de ambas as

potecircncias reativas gerada Qg1 e Qg2 e portanto seus valores seratildeo proporcionais aos

respectivos valores do caso base 01gQ e 0

2gQ

O procedimento adotado para controlar os limites de Q nas barras de geraccedilatildeo eacute similar

ao utilizado no meacutetodo convencional de fluxo de carga ou seja em cada iteraccedilatildeo a geraccedilatildeo de

reativos de cada uma dessas barras eacute comparada com seus respectivos limites e no caso de

violaccedilatildeo a barra PV eacute alterada para tipo PQ Estas barras podem voltar a ser PV nas iteraccedilotildees

futuras Aleacutem disso se em qualquer uma das barras de geraccedilatildeo um dos limites de tensatildeo for

atingido seu respectivo valor eacute fixado no valor daquele limite

A Figura 46 mostra o desempenho do fluxo de carga continuado proposto para o

sistema de trecircs barras O procedimento usado para o traccedilado da curva no que se refere agrave

divergecircncia eacute similar ao usado para o traccedilado da Figura 44 exceto que o valor inicial de micro

foi de ndash10 MW

O estado do sistema apoacutes a convergecircncia do processo pode ser visto na Figura 46 e na

Tabela 42 de onde se verifica que o mesmo eacute praticamente igual ao obtido com o fluxo de

carga oacutetimo

As Figuras 46(b) e 46(c) confirmam que a reduccedilatildeo das perdas em 572 MW eacute obtida

atraveacutes da transferecircncia da potecircncia reativa do gerador 1 para o gerador 2 Tambeacutem haacute uma

reduccedilatildeo na geraccedilatildeo de reativos de 13521 MVAr para 12469 MVAr ou seja de 78 Essa

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

85

reduccedilatildeo acarreta num aumento do ponto de maacuteximo carregamento de 219 pu para 2934

pu ou seja num aumento de aproximadamente 625 na margem de estabilidade do

sistema

Esses resultados mostram que para esses sistemas a utilizaccedilatildeo do meacutetodo proposto

proporciona natildeo soacute uma reduccedilatildeo das perdas e consequumlentemente dos custos operacionais

mas tambeacutem um aumento do ponto de maacuteximo carregamento isto eacute da margem de

estabilidade do sistema

Outro ponto importante diz respeito agrave possibilidade de se obter pontos de operaccedilatildeo

proacuteximos dos obtidos por um fluxo de carga oacutetimo atraveacutes do meacutetodo da continuaccedilatildeo o que

mostra que o meacutetodo proposto pode ser uma alternativa viaacutevel para as aplicaccedilotildees de estudos

da operaccedilatildeo

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

86

V2

1094 Pa [MW]

V [pu]

1092

PMP

V1

V3

1634

(a)

Pa [MW]

Qg [MVAr]

PMP

Qg2

Qg1

Pa [MW]

Pgslack [MW]

PMP

(b)

(c)

fator de carregamento λ (pu)

V3 (pu)

PMCr

caso base

PMCb

Perdas reduzidas

(d)

Figura 46 - Desempenho do sistema de trecircs barras (a) VtimesPa (b) QgtimesPa (c) potecircncia ativa gerada pela barra de folga timesPa (d) curvas PV

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

87

44 ndash Resultados da reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa

Esta seccedilatildeo tem como propoacutesito mostrar os efeitos do redespacho das variaacuteveis de

controle nas reduccedilotildees da perda total de potecircncia ativa na transmissatildeo do sistema aleacutem de

tambeacutem investigar os efeitos causados por esta reduccedilatildeo na margem de estabilidade de tensatildeo e

no perfil de tensatildeo

Em todos os casos analisados a seguir durante o procedimento de reduccedilatildeo de perdas

as injeccedilotildees de potecircncia ativa dos geradores satildeo fixadas nos seus respectivos valores

encontrados na soluccedilatildeo do fluxo de carga no caso base com exceccedilatildeo ao da barra de folga

cuja injeccedilatildeo de potecircncia ativa poderaacute variar para equiparar eventuais reduccedilotildees nas perdas do

sistema Para cada iteraccedilatildeo os valores das tensotildees das barras de geraccedilatildeo satildeo comparados com

seu valor limite caso este seja ultrapassado tal tensatildeo teraacute seu valor fixado no valor limite

atingido Se a barra estiver dentro de seus limites de geraccedilatildeo de potecircncia reativa ela

permaneceraacute atuando como simples PV poreacutem natildeo participaraacute da reduccedilatildeo das perdas Aleacutem

disso as potecircncias reativas geradas nas barras de geraccedilatildeo satildeo tambeacutem comparadas com seus

respectivos limites sendo que no caso de violaccedilatildeo desse limite a barra PV eacute alterada para tipo

PQ sendo que estas barras poderatildeo voltar a ser PV nas iteraccedilotildees futuras caso a sua respectiva

potecircncia reativa gerada retorne para dentro de sua faixa de limites maacutexgg

miacuteng QQQ lele

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

88

441 ndash Balanccedilo de reativos durante o procedimento de reduccedilatildeo da perda total de

potecircncia ativa

O objetivo deste item eacute o de esclarecer como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema

eleacutetrico de potecircncia durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Para isso seraacute

utilizado o sistema IEEE 14 barras

A barra de folga tambeacutem conhecida como barra oscilante eacute usada com uma dupla

funccedilatildeo atuar como referecircncia angular embora qualquer barra possa ser referecircncia angular e

para fechar o balanccedilo de potecircncia do sistema Ela eacute necessaacuteria para estabelecer uma referecircncia

angular para a resoluccedilatildeo das equaccedilotildees do fluxo carga Essa necessidade se daacute porque

conforme apresentado na Equaccedilatildeo (33) da seccedilatildeo 32 os fluxos de potecircncia satildeo expressos

como diferenccedilas angulares (θk-θm) isto eacute o problema de fluxo de carga eacute indeterminado nas

variaacuteveis θ de cada barra (MONTICELLI 1983) Na metodologia proposta a geraccedilatildeo de

potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo satildeo mantidas constantes nos respectivos

valores do caso base enquanto que o valor da perda total de potecircncia ativa conforme

Equaccedilatildeo (44) eacute preacute-ajustado atraveacutes do paracircmetro micro Assim adotando a barra 1 como sendo

a barra de folga a sua geraccedilatildeo de potecircncia ativa (Pg1) eacute reprogramada para fechar o balanccedilo

de potecircncia ativa do sistema ou seja seu valor variaraacute a fim de acomodar aleacutem da diferenccedila

entre a potecircncia ativa gerada e a consumida de todo o sistema a reduccedilatildeo das perdas ativas na

transmissatildeo sendo o seu valor calculado por meio da equaccedilatildeo

)cosθV2VV(VgPgPcPg kmmk2

m2

kΩm k

kmNG

2ii

NC

1jj1 minus++minus= sumsumsum

isin== (48)

sendo NB eacute o nuacutemero de barras da rede e NG e NC satildeo os respectivos conjuntos de barras de

geraccedilatildeo e de demanda (carga) e Ω eacute o conjunto de todas as barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

89

Com relaccedilatildeo a geraccedilatildeo de potecircncia reativa (Qg1) da barra de folga esta eacute calculada por

meio da seguinte equaccedilatildeo

( ) ( )[ ]2

nNB

1n

shn

Ωm kkmmk

2m

2kkm

2m

2k

shkm

NC

1j

NG

2iiqj1

Vb

cosθV2VVVbVVbQgQcQg

sum

sumsum sum

=

isin= =

minus

minus+minus+minus+λminus=

(49)

Observe na Equaccedilatildeo (49) que a parcela ( )kmmk2

m2

kkm cosθVV2VVb minus+minus eacute a perda

reativa no elemento seacuterie da linha de transmissatildeo localizada entre as barras k e m enquanto

que ( )2m

2k

shkm VVb +minus e 2

nshn Vb correspondem respectivamente agrave geraccedilatildeo de potecircncia reativa

nos shunts da linha de transmissatildeo localizada entre as barras k e m e nos shunts de barra tais

como banco de capacitores eou reatores localizados na barra n Observe que para as linhas

de transmissatildeo reais 0langkmb e 0rangshkmb As Equaccedilatildeo (48) e (49) mostram que a barra de folga

deve gerar a diferenccedila entre a carga ativa (reativa) total do sistema de potecircncia mais as perdas

ativa (reativa no elemento seacuterie mais a geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos elementos shunts) e a

soma de potecircncia ativa (reativa) especificada isto eacute calculada nas barras de geraccedilatildeo Essas

diferenccedilas satildeo conhecidas como desbalanccedilo ou seja mismatch de potecircncia do sistema

Na convenccedilatildeo de sinais utilizada as injeccedilotildees liacutequidas de potecircncia satildeo positivas quando

entram na barra (geraccedilatildeo) e negativas quando saem da barra (carga) os fluxos de potecircncia satildeo

positivos quando saem da barra e negativos quando entram na barra No caso dos elementos

shunt a convenccedilatildeo eacute a mesma utilizada para as injeccedilotildees de potecircncia (MONTICELLI 1983)

A toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-6 pu O valor inicial adotado para micro

eacute ndash01 MW isto eacute Pa eacute reduzido em 10 O proacuteximo ponto atual eacute computado pela Equaccedilatildeo

(45) Este procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir Adotou-se

um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 10 Durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa

total o tap nos transformadores com comutaccedilatildeo de taps sob carga foram mantidos fixos no

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

90

valor de 10 pu Os valores limites adotados para as magnitudes de tensatildeo da barra de folga e

das barras de geraccedilatildeo foram Vmin le V le Vmaacutex onde Vmin = 095 e Vmaacutex = 11 pu

Na Figura 47 encontram-se as variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga barra 1 e das

barras de controle de tensatildeo (PV) barras 2 3 6 e 8 em funccedilatildeo da perda total de potecircncia

ativa (Pa) Da figura observa-se que ocorre um aumento da magnitude de tensatildeo de todas as

barras PV bem como da de folga

Pa [MW]

V1

V2

V8

V3

V6

Ten

satildeo

[pu

]

Figura 47 - Variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga e das barras de controle de tensatildeo (PV) em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras

Na Figura 48 apresentam-se as variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de

folga e de controle de tensatildeo em funccedilatildeo de Pa Pode-se verificar que haacute uma reduccedilatildeo das

potecircncias reativas geradas pelas barras PV de nuacutemeros 2 3 e 8 enquanto que a da barra 6

permanece constante no seu valor maacuteximo de 24 MVAr Com relaccedilatildeo a barra de folga pode-

se afirmar que ocorre uma reduccedilatildeo da potecircncia reativa gerada

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

91

Qg1

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg2

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg3

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg6

Potecirc

ncia

rea

tiva

[MV

Ar

]

Qg8

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Pa [MW]

Figura 48 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de folga e de controle de tensatildeo (PV) em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

92

Na Figura 49 satildeo apresentados as variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de Pa

dos termos que compotildeem a Equaccedilatildeo (49) Da Figura 49(a) pode-se verificar que a potecircncias

reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo (PV) diminuem com a diminuiccedilatildeo das

perdas Conforme jaacute comentado manter os geradores existentes operando com o maacuteximo

possiacutevel de margem de reativo eacute beneacutefico para prevenir ou postergar o colapso de tensatildeo

(CIGRE 1989) Essa reduccedilatildeo de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos geradores se deve ao

aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e pelo banco de

capacitor localizado na barra 9 Figura 49 (b) e (c) respectivamente e a reduccedilatildeo da perda de

potecircncia reativa nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo ver Figura 49 (d) O aumento

da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e pelo banco de capacitor

eacute consequumlecircncia direta do aumento das magnitudes de tensatildeo nas barras do sistema ver Figura

410 A reduccedilatildeo das perdas pode ser atribuiacuteda ao suprimento local de potecircncia reativa

efetuadas por meio desses elementos shunts

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

93

(a)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(b)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(c)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(d)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Pa [MW]

(e)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Figura 49 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras (a) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo (PV) (b) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts das linhas de transmissatildeo (c)

somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts de barra (banco de capacitores eou reatores) (d) somatoacuterio das variaccedilotildees de perda de potecircncia reativa nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo e (e) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de

tensatildeo PVrsquos mais a barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

94

V1

V9 Ten

satildeo

[pu

]

Pa [MW]

Figura 410 ndash Variaccedilotildees das magnitudes de tensatildeo das barras do sistema IEEE-14 em funccedilatildeo de Pa

442 - Anaacutelise de desempenho do meacutetodo proposto para os sistemas IEEE

Neste item satildeo apresentados os resultados de teste para os trecircs sistemas do IEEE 14

barras 30 barras e 57 barras (FRERIS SASSON 1968)

Nos testes o nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees e o valor inicial do paracircmetro micro

foram de 10 e de ndash01 MW respectivamente O proacuteximo ponto atual eacute computado pela

Equaccedilatildeo (45) Este procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Neste momento retorna-se a soluccedilatildeo anterior e continua-se o processo com um passo menor

para micro10 As reduccedilotildees no tamanho passo satildeo efetuadas sempre que o processo de soluccedilatildeo

divergir (ou o nuacutemero de iteraccedilotildees for maior que 10) para uma toleracircncia igual a 10-6 O

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

95

processo eacute suspenso quando a reduccedilatildeo no passo (micro) natildeo acarretar uma reduccedilatildeo significativa

nas perdas isto eacute quando a reduccedilatildeo nas perdas for menor que 10-6

Para o traccedilado das curvas PV a toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-4 pu

Em ambos os procedimentos os limites superior e inferior adotados para os tap foram 105 e

095 respectivamente enquanto que os valores limites adotados para as tensotildees da barra de

folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex onde Vmin =095 e Vmaacutex =11 pu

Os ajustes de tap nos transformadores com comutaccedilatildeo de taps sob carga consistiram

da inclusatildeo da posiccedilatildeo do tap como variaacutevel dependente ao passo que as magnitudes da

tensatildeo das barras controladas foram consideradas como variaacuteveis independentes

(PETERSON MEYER 1971)

Para o traccedilado das curvas PV do caso base (curva 1 nas figuras que seguem) o

primeiro ponto de cada curva foi obtido com um fluxo de carga convencional Para os demais

pontos da curva usou-se um fluxo de carga continuado e conforme a Equaccedilatildeo (21) as cargas

foram modeladas como de potecircncia constante e o paracircmetro λ foi usado para simular o

incremento de carga ativa e reativa considerando fator de potecircncia constante

O aumento de carga foi seguido por um aumento de geraccedilatildeo usando λ

Para o traccedilado das curvas PV apoacutes a reduccedilatildeo das perdas (curva 2 nas figuras que

seguem) usou-se o mesmo procedimento utilizado para a obtenccedilatildeo da curva 1 exceto que o

primeiro ponto corresponde ao uacuteltimo ponto de operaccedilatildeo obtido com o procedimento de

reduccedilatildeo das perdas

A Tabela 43 apresenta para os trecircs sistemas o desempenho da metodologia proposta

para a reduccedilatildeo das perdas enquanto que a Tabela 44 apresenta os respectivos aumentos

obtidos para a margem de carregamento Pelas tabelas constata-se que aleacutem da diminuiccedilatildeo

dos custos operacionais dos sistemas com as reduccedilotildees nas perdas adicionalmente se obteacutem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

96

um aumento do ponto de maacuteximo carregamento ou seja um aumento superior a 5 na

margem de estabilidade desses sistemas

Tabela 43 - Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa

Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa

Perdas (MW) Sistema

IEEE Caso base Finais

Reduccedilatildeo nas perdas (MW)

14 barras 134411 124141 10270 764

30 barras 183360 162539 20830 1136

57 barras 282796 254196 28600 1001

Tabela 44 - Margem de carregamento

Margem de carregamento PMC (pu) Sistema

IEEE Caso base

Apoacutes reduccedilatildeo

Aumento da MC (∆MC em pu)

14 barras 17680 18791 01111 1447

30 barras 14884 16260 01376 2617

57 barras 16007 17355 01348 2224

As Figuras 411 413 e 415 apresentam para os respectivos sistemas as curvas PV

nas barras criacuteticas para o caso base e para o caso apoacutes a reduccedilatildeo das perdas de onde se pode

confirmar os resultados apresentados na Tabela 44 As barras criacuteticas satildeo 14 30 e 31

respectivamente para os sistemas 14-barras 30-barras e 57-barras

Adicionalmente conforme se pode verificar nas Figuras 412 414 e 416 onde satildeo

apresentados os perfis de magnitude de tensatildeo e dos respectivos acircngulos o aumento da

margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do perfil da

magnitude de tensatildeo Tambeacutem se pode notar nos perfis de magnitude de tensatildeo e da Tabela

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

97

44 que as melhorias da margem de carregamento conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das

perdas satildeo significativas uma vez que estas foram obtidas sem nenhuma alteraccedilatildeo nas

injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga

Conforme jaacute comentado uma caracteriacutestica que deve ser almejada em um sistema

eleacutetrico de energia eacute que a tensatildeo criacutetica tensatildeo relativa ao ponto de maacuteximo carregamento se

mantenha a um niacutevel de preferecircncia o mais baixo quanto possiacutevel da tensatildeo normal de

operaccedilatildeo sem que isto consequumlentemente venha a prejudicar o perfil geral de tensatildeo

(WECC 1998) Observa-se nas Figuras 411 413 e 415 que os valores das tensotildees criacuteticas

no caso base representados na curva 1 estatildeo muito proacuteximos aos seus respectivos valores

apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas conforme verificado por meio da curva 2 ou

seja dentro da caracteriacutestica desejada em (WECC 1998)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

98

bull Sistema IEEE-14 barras

Figura 411 - Curvas PV do sistema IEEE-14 barras

Figura 412 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-14 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

99

bull Sistema IEEE 30 barras

Figura 413 - Curvas PV do sistema IEEE-30 barras

Figura 414 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-30 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

100

bull Sistema IEEE-57 barras

Figura 415 - Curvas PV do sistema IEEE-57 barras

Figura 416 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-57 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

101

Um outro aspecto importante que deve ser ressalvado eacute que o principal fator

responsaacutevel pela instabilidade de tensatildeo eacute a incapacidade do sistema em atender a demanda de

potecircncia reativa ou seja o colapso de tensatildeo eacute devido ao esgotamento progressivo das

reservas de reativos nos geradores

Com o meacutetodo proposto obtecircm-se um aumento nas reservas de reativos nos geradores

as quais satildeo alcanccediladas como consequumlecircncia direta da reduccedilatildeo das perdas de potecircncia ativa

conforme se verifica na Tabela 45 onde satildeo apresentadas as potecircncias reativas geradas para o

caso base e para o caso apoacutes a reduccedilatildeo das perdas

Tabela 45 - Reserva de reativos

Reserva de reativos (MVAr) ΣQgerado

Sistema

IEEE Caso base Final Reserva ΣQgerado

14 barras 1021869 743556 278313 2724 30 barras 1439388 1302830 136458 948 57 barras 3219223 2974083 245140 762

443 - Influecircncia da barra de folga na reduccedilatildeo das perdas

O objetivo deste item eacute o de apresentar a influecircncia da escolha da barra de folga

durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Inicialmente analisaremos o sistema IEEE

57 barras e posteriormente o sistema IEEE 118 barras Nos procedimentos de reduccedilatildeo de

perdas que se seguem a toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-6 pu enquanto que

para o traccedilado das curvas PV foi de 10-4 pu

Adotou-se um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 10 Em ambos os procedimentos

os valores adotados para os tap foram de 10 pu enquanto que os valores limites adotados

para as tensotildees da barra de folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex sendo Vmin = 094

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

102

pu e Vmaacutex = 110 pu O valor inicial adotado para micro eacute ndash01 MW isto eacute Pa eacute reduzido em

10 O proacuteximo ponto atual eacute computado pela Equaccedilatildeo (45) Este procedimento eacute repetido

ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Convencionalmente a referecircncia angular eacute especificada na barra de folga Sabe-se que

qualquer barra geradora pode ser escolhida como referecircncia angular e que a convergecircncia do

problema de fluxo de potecircncia natildeo seraacute afetada por essa escolha (LEE KIM 2002)

Por outro lado sabe-se tambeacutem que a escolha da barra de folga afeta o valor da perda

ativa (reativa) total podendo resultar em maiores ou menores perdas na transmissatildeo Assim

com o intuito de garantir que o caso base a ser utilizado no processo de reduccedilatildeo de perdas seja

sempre o mesmo independente da barra adotada como barra de folga para todos os demais

casos analisados especificou-se como valor de potecircncia ativa gerada para a barra de folga

original do banco de dados (no caso a barra 1 do sistema IEEE-57 barras e a 69 do IEEE-118

barras) aquele determinado para o caso base considerando a barra de folga original

4431 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-57 barras

Nas Figuras 417 e 418 apresentam-se os respectivos perfis de magnitude da tensatildeo e

de acircngulo obtidos para o caso base com o fluxo de carga convencional e os obtidos com o

processo de reduccedilatildeo de perdas utilizando o fluxo de carga continuado proposto Observa-se

que apoacutes a reduccedilatildeo das perdas os perfis satildeo muito proacuteximos e que haacute uma melhora do perfil

de magnitude de tensatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base

Nas Tabelas 46 e 47 podem-se verificar os respectivos valores de magnitude de

tensatildeo e potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

103

proposta para a reduccedilatildeo das perdas considerando cada um dos quatros geradores do sistema

IEEE-57 (1 3 8 e 12) como barra de folga Observa-se que a menor magnitude de tensatildeo

tanto para o caso base quanto apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi na barra 31 sendo os

respectivos valores iguais a 08241 pu e 09408 pu Com relaccedilatildeo ao perfil de acircngulo das

barras apoacutes recalculaacute-los considerando a barra 1 como barra de referecircncia verifica-se que

ocorreu muito pouca variaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base Isso jaacute era esperado posto que natildeo

houve variaccedilatildeo de potecircncia ativa gerada e consumida mas apenas na perda ativa total

0 10 20 30 40 50 6008

085

09

095

1

105

11

115

Tens

atildeo (p

u)

nuacutemero das barras

timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 417 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-57 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

104

0 10 20 30 40 50 60-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

Acircng

ulo

(gra

us)

nuacutemero das barras timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12 Referindo ao acircngulo da barra 1 apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando

como barra de referecircncia timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 418 - Perfil de acircngulo do sistema IEEE-57 barras

Tabela 46 - Magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-57 barras

Tensatildeo (pu) Barra de folga V1 V2 V3 V6 V8 V9 V12 1 11000 10768 10688 10783 11000 10749 11000 3 11000 10798 10793 10775 10991 10737 10982 8 11000 10759 10636 10709 11000 10707 10914 12 11000 10771 10713 10831 11000 10758 11000

1 (caso base) 10400 10100 09850 09800 10050 09800 10150

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

105

Tabela 47 - Potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-57 barras

Potecircncia reativa gerada (MVAr) Barra de folga QG1 QG 2 QG 3 QG 6 QG 8 QG 9 QG 12 1 633974 -28379 59707 137612 643029 44035 1332204 3 473342 -07216 399725 34984 646512 11178 1255745 8 780394 -06764 14231 32798 835336 10496 1177180

12 603791 -45166 95023 219001 563339 70083 1323922 1 (caso base) 1294766 -07261 15276 35207 650592 11267 1263672

A Tabela 48 apresenta considerando cada um dos quatros geradores do sistema

IEEE-57 (1 3 8 e 12) como barra de folga os valores das perdas ativa e reativa seacuterie totais

apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia proposta para a reduccedilatildeo das perdas Observa-se da Tabela

48 que o caso base eacute o mesmo para todos os casos analisados e que para este sistema as

reduccedilotildees nas perdas ativa e reativa seacuterie totais satildeo praticamente da mesma ordem de grandeza

Na Tabela 49 observam-se os aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das

linhas de transmissatildeo e as variaccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga

mais as PVs Fica clara a contribuiccedilatildeo da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de

transmissatildeo Consequumlente dessa contribuiccedilatildeo bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia

reativa nos elementos seacuteries das linhas de transmissatildeo pode-se observar na uacuteltima coluna da

Tabela 49 que haacute uma reduccedilatildeo da potecircncia reativa total gerada pelas barras de folga mais as

PVs

Tabela 48 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema IEEE-57 barras

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr)

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo 1 286127 241127 44997 1243319 1045200 198119 3 286127 240126 46000 1243312 1042192 201120 8 286127 243128 42998 1243319 1053650 189669 12 286127 244127 42000 1243319 1056678 186641

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

106

Tabela 49 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as PVs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema IEEE-57 barras

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo 1 1150550 1349006 198456 3263519 2822182 441338 3 1150551 1352361 201810 3263519 2814270 449249 8 1150550 1338467 187917 3263519 2843671 419848 12 1150550 1351587 201036 3263519 2829993 433526

A Figura 419 apresenta as curvas PVacutes para a barra criacutetica barra 31 para o caso base

e para os casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas de onde se pode confirmar que os pontos de

maacuteximo carregamento e o aumento da margem de carregamento conforme apresentado na

Tabela 410 satildeo praticamente os mesmos Conforme jaacute comentado anteriormente o aumento

da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do perfil da

tensatildeo conforme se pode verificar na Figura 417 Tambeacutem se pode notar das curvas PVacutes e

da Tabela 410 que as melhorias da margem de carregamento conseguidas atraveacutes da

reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas uma vez que estas foram obtidas sem nenhuma

alteraccedilatildeo nas injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga responsaacutevel pelo

fechamento do balanccedilo ativo Esse aumento se deve ao aumento da reserva de reativos nos

geradores conforme apresentado na uacuteltima coluna da Tabela 49

Tabela 410 - Margem de carregamento

Margem de carregamento Ponto de maacuteximo carregamento (pu) Aumento da MC (∆MC)

Barra de

folga Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu) 1 15331 16638 01307 2452 3 15331 16638 01307 2452 8 15331 16637 01306 2449 12 15331 16638 01307 2452

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

107

Ten

satildeo

(pu

)

fator de carregamento λ

15331

16638

∆MC=01307

timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas)

Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 419 - Curvas PVacutes da barra criacutetica (barra 31) do sistema IEEE-57 barras

4432 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-118 barras

Nas Figuras 420 421 e 422 apresentam-se os perfis de magnitude da tensatildeo do

sistema IEEE-118 barras para o caso base e para os casos obtidos com o processo de reduccedilatildeo

de perdas considerando como barra de folga as barras 69 27 e 26 respectivamente Para este

sistema diferente do ocorrido para o sistema IEEE-57 observa-se que apoacutes a reduccedilatildeo das

perdas os perfis de magnitude de tensatildeo apresentam uma grande diferenccedila Embora em todos

os casos o procedimento tenha produzido uma reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

108

conforme apresentado na Tabela 411 somente com o uso da barra 26 como barra de folga

constata-se em relaccedilatildeo ao perfil do caso base uma melhora de todo o perfil de magnitude de

tensatildeo

Observa-se que o menor e o maior valor de magnitude de tensatildeo para o caso base

ocorreram nas barras 76 e 10 e foram de 09430 pu e 1050 pu respectivamente Apoacutes a

aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto a menor magnitude de tensatildeo no valor de 09337 pu ocorreu

na barra 28 quando do uso da barra 69 como barra de folga Jaacute a maior magnitude de tensatildeo

no valor de 11031 pu ocorreu na barra 9 quando do uso da barra 26 como barra de folga A

barra 9 eacute uma barra sem carga

Na Figura 423 apresenta-se os perfis de magnitude da tensatildeo das barras de geraccedilatildeo

para o caso base e o obtido com o processo de reduccedilatildeo de perdas considerando a barra 26

como barra de folga Na Figura 424 mostra-se as variaccedilotildees percentuais em relaccedilatildeo agrave

magnitude de tensatildeo do caso base das respectivas magnitudes de tensatildeo das barras de

geraccedilatildeo considerando a barra 26 como barra de folga Dessas figuras se constata que a

variaccedilatildeo percentual natildeo seraacute a mesma para todas as barras Na Figura 425 (a) e 425 (b)

mostra-se as variaccedilotildees da magnitude de tensatildeo e da potecircncia reativa gerada pelas barras 26

27 e 69 durante o processo de reduccedilatildeo de perdas considerando a barra 26 como barra de

folga

Da Tabela 411 verifica-se que para este sistema as maiores reduccedilotildees nas perdas ativa

e reativa seacuterie totais ocorrem quando do uso da barra 26 como barra de folga Da mesma

forma da Tabela 412 que apresenta os aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts

das linhas de transmissatildeo e as reduccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga

mais as PVs se verifica que as maiores contribuiccedilotildees de potecircncia reativa fornecida pelos

shunts das linhas de transmissatildeo e de reduccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras

de folga mais as PVs tambeacutem ocorrem quando do uso da barra 26 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

109

Tabela 411 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema IEEE-118 barras

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr)

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo 26 1311543 1150543 161000 7678841 6721797 957044 27 1311543 1187545 123998 7678841 7004000 674842 69 1311543 1222544 88999 7678841 7347540 331301

Tabela 412 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as PVs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema IEEE-118 barras

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo 26 1368262 1545199 1766940 7527540 4697815 2829726 27 1368262 1523670 1554077 7527540 5133701 2393840 69 1368262 1445854 77592 7527540 6212204 1315336

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Ten

satildeo

(pu

)

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 420 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 69 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

110

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

Ten

satildeo

(pu

)

nuacutemero das barras

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas Figura 421 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 27 como

barra de folga

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Ten

satildeo

(pu

)

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas Figura 422 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como

barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

111

0 10 20 30 40 5007

075

08

085

09

095

1

105

11

Tens

atildeo (p

u)

g caso base g apoacutes a reduccedilatildeo das perdas

Figura 423 - Perfil da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

0 10 20 30 40 500

1

2

3

4

5

6

7

8

Tens

atildeo (

)

Figura 424 - Variaccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo ao caso base da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

112

V26

V27

V69

Pa [MW]

Ten

satildeo

[pu

]

Qg26

Qg27

Qg69

Pa [MW]

Potecirc

ncia

rea

tiva

gera

da [M

VA

r]

Figura 425 - (a) Variaccedilatildeo da magnitude de tensatildeo e (b) da potecircncia reativa gerada pelas barras de geraccedilatildeo 26 27 e 69 do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

As Figuras 426 (a) e (b) apresentam as curvas PVacutes para a barra 9 cuja magnitude de

tensatildeo foi utilizada como paracircmetro da continuaccedilatildeo durante o traccedilado da curva PV e da barra

criacutetica barra 13 para o caso base e para os casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas Das figuras 426

(a) e (b) e da Tabela 413 pode-se verificar que o ponto de maacuteximo carregamento e o aumento

da margem de carregamento seraacute maior quando do uso da barra 26 como barra de folga

Conforme jaacute comentado anteriormente quando do uso da barra 26 como barra de folga o

(a)

(b)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

113

aumento da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do

perfil de magnitude de tensatildeo conforme se pode verificar na Figura 422 Tambeacutem se pode

notar das curvas PVacutes e da Tabela 413 que as melhorias da margem de carregamento 923

e 1559 conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas quando do uso ou da

barra 26 ou da 27 como barra de folga Entretanto quando do uso da barra 69 como barra de

folga apesar da reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa serem de 89 MW e 3313 MVAr (ver

Tabela 411) o aumento da margem de carregamento do sistema foi de apenas 132

Tabela 413 - Margem de carregamento para o sistema IEEE-118 barras

Margem de carregamento Ponto de maacuteximo carregamento (pu) Aumento da MC (∆MC)

Barra de

folga Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu) 69 20817 20960 00143 132 27 20817 21815 0 0998 923 26 20817 22503 01686 1559

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

114

08 1 12 14 16 18 2 22 2404

05

06

07

08

09

1

11V9

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

20817

22503

∆MC=01686

08 1 12 14 16 18 2 22 24

04

05

06

07

08

09

1

11

V9

fator de carregamento λ

Tens

atildeo [p

u]

V13

timestimestimestimes caso base (barra 69 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de folga bullbullbullbull barra 69 ++++ barra 26 oooo barra 27

Figura 426 - Curvas PVacutes do sistema IEEE-118 barras (a) curva PV da barra 9 e (b) curva PV da barra 13

(a)

(b)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

115

45 - Comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga oacutetimo

e o fluxo de carga continuado proposto

O objetivo desse item eacute o de comparar o desempenho do fluxo de carga continuado

proposto com o do fluxo de carga oacutetimo Ao contraacuterio do fluxo de carga convencional o fluxo

de carga continuado proposto possibilita a reduccedilatildeo das perdas a partir de um caso base assim

natildeo se faz necessaacuterio realizar um processo de tentativa e erro para atingir o criteacuterio desejado

Por outro lado conforme ficou claro do item 443 haacute a necessidade de se escolher uma barra

de folga para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total uma vez que sua escolha

influenciara o estado final obtido Entatildeo a titulo de comparaccedilatildeo escolheu-se entre os

resultados obtidos no item 443 aquele que apresentou o melhor desempenho

As Figuras 427 e 428 apresentam para os sistemas IEEE-57 e IEEE-118 os

respectivos perfis de magnitudes de tensatildeo e de acircngulo obtidos com o fluxo de carga

convencional para o caso base com os meacutetodos do fluxo de carga continuado proposto e com

o fluxo de carga oacutetimo Observa-se que o ponto de partida para aplicaccedilatildeo da metodologia de

reduccedilatildeo de perdas e do fluxo de carga oacutetimo eacute um caso base obtido por um fluxo de carga

convencional com os taps dos transformadores fixos em 10

As perdas de potecircncia ativa para o caso base dos sistemas IEEE-57 e IEEE-118 satildeo de 2861

MW e 13116 MW respectivamente Os valores das perdas de potecircncia ativa total obtidos

com o fluxo de carga oacutetimo foram de 2333 MW para o sistema IEEE-57 barras e de 10804

MW para o sistema IEEE-118 barras Enquanto que apoacutes a aplicaccedilatildeo fluxo de carga

continuado proposto as perdas de potecircncia ativa para esses sistemas foram de 2427 MW e

11505 MW respectivamente Assim aplicaccedilatildeo da metodologia de reduccedilatildeo de perdas nos

sistemas IEEE-57 e IEEE-118 conduz a uma reduccedilatildeo nas perdas de 424 MW (1487) e

161 MW (1228) respectivamente com o consequumlente aumento nas economias financeira

Observa-se que aleacutem da reduccedilatildeo nas perdas haacute uma melhora do perfil de tensatildeo Observa-se

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

116

0 10 20 30 40 5008

085

09

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Tens

atildeo (p

u)

0 10 20 30 40 50 60-25

-20

-15

-10

-5

0

nuacutemero das barras

Acircng

ulo

(gra

us)

timestimestimestimes caso base utilizando a barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando a barra 1 como barra de folga oooo obtido com um programa FCO utilizando a barra 1 como barra de folga

Figura 427 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema IEEE-57

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

117

0 20 40 60 80 100 120094

096

098

1

102

104

106

108

11

nuacutemero das barras

Tens

atildeo (p

u)

0 20 40 60 80 100 120-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

nuacutemero das barras

Acircng

ulo

(gra

us)

timestimestimestimes caso base utilizando a barra 26 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando a barra 26 como barra de folga oooo obtido com um programa FCO utilizando a barra 26 como barra de folga

Figura 428 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema IEEE-118

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

118

tambeacutem que ambas foram obtidas sem praticamente nenhuma modificaccedilatildeo nas injeccedilotildees de

potecircncia ativa dos geradores

Os resultados apresentados nestas figuras mostram tambeacutem que com a aplicaccedilatildeo do

meacutetodo do fluxo de carga continuado proposto eacute possiacutevel se obter pontos de operaccedilatildeo

proacuteximos aos obtidos pelo fluxo de carga oacutetimo

A Figura 429 apresenta para o sistema IEEE-57 as curvas PV obtidas partindo do

estados fornecidos pelo fluxo de carga oacutetimo e apoacutes a uacuteltima iteraccedilatildeo da metodologia de

reduccedilatildeo de perdas proposta juntamente com a curva PV do caso base A melhora de 245 na

margem de carregamento pode ser confirmada na Figura 429 onde a margem de

carregamento sem reduccedilatildeo de perdas (caso base) era de 15331 pu e apoacutes a reduccedilatildeo das

perdas passou a 16637 pu correspondendo a um aumento em 01306 pu

No caso do sistema IEEE-118 como se pode confirmar na Figura 430 que a melhora

na margem de carregamento foi de 156 Para esse sistema a margem de carregamento sem

reduccedilatildeo de perdas (caso base) era de 20817 pu e apoacutes a reduccedilatildeo das perdas passou a 22503

pu correspondendo a um aumento de 01686 pu Como se pode confirmar da figura o

aumento da margem de carregamento obtido partindo do estado fornecido pelo fluxo de carga

oacutetimo eacute ligeiramente maior 18

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

119

1 11 12 13 14 15 16 170

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

Ten

satildeo

(pu

)

caso base sem reduccedilatildeo de perdas FCCP com reduccedilatildeo de perdas FCO com reduccedilatildeo de perdas +++++

Fator de carregamento λ

∆MC 01306

15331 16637

Figura 429 - Curvas PV inicial e final para o sistema IEEE-57

08 1 12 14 16 18 2 22 24

04

05

06

07

08

09

1

11

Tens

atildeo (p

u)

caso base sem reduccedilatildeo de perdas FCCP com reduccedilatildeo de perdas FCO com reduccedilatildeo de perdas +++++

Fator de carregamento λ

∆MC 01686

20817 22503

22760

Figura 430 - Curvas PV inicial e final para o sistema IEEE-118

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

120

46 ndash Desempenho do fluxo de carga continuado proposto para sistemas de grande porte

O objetivo deste item eacute o de apresentar o desempenho do meacutetodo proposto para

sistemas de meacutedio porte e real de grande porte no caso o sistema IEEE-300 de 300 barras e

411 linhas e o sistema OTS-904 que eacute um sistema de 904 barras e 1283 linhas

correspondente a uma parte do sistema sudoeste Americano

Nos procedimentos de reduccedilatildeo de perdas nesses sistemas a toleracircncia adotada para os

mismatches foi de 10-6 pu enquanto que para o traccedilado das curvas PV foi de 10-5 pu

Adotou-se um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 20 Em ambos os procedimentos os

valores adotados para os tapacutes foram de 10 pu enquanto que os valores limites adotados

para as tensotildees da barra de folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex sendo Vmin igual a

090 pu e Vmaacutex igual a 110 pu para ambos os sistemas Os valores iniciais adotados para o

paracircmetro da continuaccedilatildeo (micro) foram de ndash02 MW e ndash05MW para os sistema IEEE-300 e

OTS-904 respectivamente O proacuteximo ponto atual eacute computado pela equaccedilatildeo (45) Este

procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Da mesma forma que ocorreu para todos os sistemas jaacute analisados observa-se que

apoacutes a reduccedilatildeo das perdas haacute uma melhora do perfil de tensatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base

Para o sistema IEEE-300 observou-se que a menor magnitude de tensatildeo para o caso

base foi na barra 526 e apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi na barra 9033 sendo os

respectivos valores iguais a 08636 pu e 09156 pu Para o sistema OTS-904 a menor

magnitude de tensatildeo tanto para o caso base quanto apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi

na barra 277 sendo os respectivos valores iguais a 08681 pu e 09000 pu Em ambos os

sistemas as maacuteximas magnitudes de tensatildeo natildeo foram maiores que o valor maacuteximo de 11 pu

A tabela 414 apresenta para os dois sistemas os valores das perdas ativa e reativa

seacuterie totais apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia proposta para a reduccedilatildeo das perdas Observa-se

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

121

da tabela que a maior reduccedilatildeo nas perdas ativa e reativa seacuterie totais ocorrem para o sistema

IEEE-300

Na tabela 415 observam-se os respectivos aumentos da potecircncia reativa fornecida

pelos shunts das linhas de transmissatildeo e as variaccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas

barras de folga e PVs Novamente observa-se claramente a contribuiccedilatildeo da potecircncia reativa

fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia

reativa nos elementos seacuteries das linhas de transmissatildeo com a consequumlente reduccedilatildeo da

potecircncia reativa total gerada pelas barras de folga mais as PVs como se pode observar da

uacuteltima coluna da tabela 415

Tabela 414 ndash Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr) Sistema

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo IEEE-300 7049 4215983 3905984 310000 5589485 5170518 418967 OTS-904 882 7517768 7433768 84000 1611578 1591707 19871

Tabela 415 ndash Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga e PVs com a reduccedilatildeo da perda

ativa total

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada Sistema

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo IEEE-300 7049 583705 632437 48732 683817 611434 72384

OTS-904 882 717591 730714 13123 1343894 1314866 29028

As Figuras 431 e 432 apresentam para o sistema IEEE-300 e OTS-904 as curvas PV

para as respectivas barras criticas 526 e 138 cujas magnitudes de tensatildeo foram utilizadas

como paracircmetro da continuaccedilatildeo durante o traccedilado da curva PV para o caso base e para os

casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas Das figuras e da Tabela 416 pode-se verificar o aumento da

margem de carregamento de ambos os sistemas

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

122

Tabela 416 ndash Margem de carregamento

Margem de carregamento (MC)

Ponto de maacuteximo carregamento (pu)

Aumento da MC (∆MC) Sistema Barra

de folga

Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu)

IEEE-300 7049 10552 11079 00527 955 OTS-904 882 12206 12486 00280 127

098 1 102 104 106 108 11 112055

06

065

07

075

08

085

09

095

V526

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

10552

∆MC=00527

11079

timestimestimestimes caso base (barra 7049 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 431 - Curva PVacutes do sistema IEEE-300 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

123

095 1 105 11 115 12 12503

04

05

06

07

08

09

1

V138

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

102206

12486

∆MC=00280

timestimestimestimes caso base (barra 882 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 432 - Curvas PVacutes do sistema OTS-904 barras

Capiacutetulo 5

CONCLUSOtildeES

51 Introduccedilatildeo

Os meacutetodos da continuaccedilatildeo satildeo considerados como poderoso ferramental na anaacutelise de

fluxo de carga podendo ser utilizados quando satildeo encontradas dificuldades de convergecircncia

traduzidas pela singularidade da matriz Jacobiana dos meacutetodos convencionais Esses meacutetodos

permitem a determinaccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e de maacutexima transferecircncia de

potecircncia bem como de todas as possiacuteveis soluccedilotildees das equaccedilotildees de fluxo de carga ou seja a

curva PV completa constituindo-se a base para a avaliaccedilatildeo da seguranccedila e da estabilidade de

tensatildeo (MANSOUR 1993)

52 Contribuiccedilotildees

A deficiecircncia de potecircncia reativa numa regiatildeo do sistema pode causar um aumento das

perdas tanto nesta regiatildeo como no sistema todo Isso porque o suprimento desses reativos

deve ser efetuado por geradores muitas vezes mais distantes da regiatildeo de interesse fazendo

com que correntes elevadas percorram o sistema Com base nisso nesta tese foi proposto a

modificaccedilatildeo do fluxo carga continuado para efetuar-se a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

125

ativa visando com isso aumentar a margem de carregamento do sistema A reduccedilatildeo das perdas

eacute alcanccedilada por intermeacutedio do redespacho de potecircncia reativa

O fluxo de carga continuado proposto difere em alguns aspectos do fluxo de carga

continuado usado para obter o ponto de maacuteximo carregamento No fluxo de carga continuado

o objetivo eacute obter o ponto de maacuteximo carregamento da curva PV Por outro lado no fluxo de

carga continuado proposto o objetivo eacute o de melhorar a margem de carregamento por meio da

reduccedilatildeo das perdas usando o meacutetodo da continuaccedilatildeo

Ao contraacuterio do fluxo de carga continuado no qual os valores da carga e da geraccedilatildeo de

potecircncia ativa do caso base satildeo aumentadas em uma direccedilatildeo preestabelecida no meacutetodo

proposto elas permanecem fixas No fluxo de carga continuado as barras PV satildeo tratadas

como simples barras PV e enquanto suas respectivas potecircncias reativas geradas estatildeo entre

seus respectivos limites suas respectivas equaccedilotildees natildeo estatildeo presentes na matriz Jacobiana

Assim suas magnitudes de tensotildees permanecem fixas nos seus respectivos valores

especificados sendo tratadas como variaacuteveis independentes No caso de violaccedilatildeo a barra PV

eacute alterada para tipo PQ com Q sendo especificado no valor limite e a sua magnitude de

tensatildeo eacute considerada como uma incoacutegnita do problema Por outro lado no fluxo de carga

continuado proposto as magnitudes de tensotildees nas barras PV podem variar e satildeo calculadas

para o valor especificado de perda total de potecircncia ativa sendo tratadas portanto como

variaacuteveis dependentes

Na metodologia proposta a geraccedilatildeo de potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo

satildeo mantidas constantes nos respectivos valores do caso base enquanto que o valor da perda

total de potecircncia ativa eacute preacute-ajustado atraveacutes de um novo paracircmetro Apoacutes se obter a soluccedilatildeo

do caso base por meio de um fluxo de carga convencional e se ter definido um passo para

reduccedilatildeo das perda total de potecircncia ativa o fluxo de carga continuado proposto eacute usado para

calcular as demais soluccedilotildees ateacute que um ponto neste trabalho definido como ponto de miacutenima

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

126

perda seja atingido A teacutecnica de previsatildeo adotada foi a trivial ou polinomial modificada de

ordem zero na qual o valor do paracircmetro da continuaccedilatildeo eacute prefixado Assim atraveacutes do

meacutetodo proposto eacute possiacutevel se especificar o valor desejado de variaccedilatildeo na perda ativa total na

transmissatildeo e a sua soluccedilatildeo provecirc o ponto de operaccedilatildeo para o qual a perda ocorre A geraccedilatildeo

de potecircncia ativa da barra adotada como barra de folga eacute reprogramada para fechar o balanccedilo

de potecircncia ativa do sistema ou seja o seu valor variaraacute a fim de acomodar aleacutem da

diferenccedila entre a potecircncia ativa gerada e a consumida de todo o sistema a reduccedilatildeo da perda

total de potecircncia ativa na transmissatildeo

Os resultados apresentados neste trabalho mostram que a utilizaccedilatildeo do meacutetodo

proposto proporciona natildeo soacute uma reduccedilatildeo das perdas e consequumlentemente dos custos

operacionais mas tambeacutem um aumento do ponto de maacuteximo carregamento isto eacute da margem

de estabilidade do sistema

O aumento da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a

melhoria do perfil da tensatildeo e com o aumento das reservas de reativos nos geradores natildeo

tendo no entanto ocorrido mudanccedilas relevantes na tensatildeo criacutetica Manter o valor da tensatildeo

criacutetica tatildeo baixa quanto esta possa ser em relaccedilatildeo agrave tensatildeo normal de operaccedilatildeo sem

comprometer consequumlentemente o perfil geral de tensatildeo eacute uma caracteriacutestica recomendada

em (WECC 1998) (FTCT 1999) Observa-se que as melhorias na margem de carregamento

conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas uma vez que estas foram

obtidas sem nenhuma alteraccedilatildeo nas injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga

Foram esclarecidos como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema eleacutetrico de potecircncia

durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Em geral haacute uma reduccedilatildeo da potecircncia

reativa total gerada pela barra de folga e as barras de geraccedilatildeo como consequumlecircncia direta dos

aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e de barras

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

127

bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia reativa nos elementos seacuteries das linhas de

transmissatildeo

O fluxo de carga continuado proposto possibilita a reduccedilatildeo das perdas a partir de um

caso base assim natildeo se faz necessaacuterio realizar um processo de tentativa e erro para atingir o

criteacuterio desejado Por outro lado as analises mostram que haacute a necessidade de se escolher uma

barra de folga para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total uma vez que sua

escolha influenciara o estado final obtido Um outro ponto importante eacute que com o meacutetodo

proposto eacute possiacutevel se obter pontos de operaccedilatildeo muito proacuteximos aos obtidos por meio de um

programa de fluxo de carga oacutetimo o que mostra que o meacutetodo proposto pode ser uma

alternativa viaacutevel para a aplicaccedilotildees de estudos da operaccedilatildeo para reforccedilar a estabilidade

estaacutetica de tensatildeo

Outro aspecto importante eacute o de que o meacutetodo proposto eacute de faacutecil incorporaccedilatildeo a

qualquer programa de Fluxo de Carga

53 Sugestotildees para futuros trabalhos

Algumas sugestotildees para dar continuidade aos trabalhos iniciados por esta tese

sect Tendo em vista que para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total a partir

de um caso base haacute a necessidade de se escolher uma barra de folga uma vez que sua

escolha influenciaraacute o estado final obtido uma necessidade seria a de se investigar e

definir um criteacuterio para se estabelecer qual barra seria a mais apropriada como barra

de folga

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

128

sect A escolha do valor oacutetimo para o passo do paracircmetro da continuaccedilatildeo objetivando a

reduccedilatildeo do nuacutemero de pontos e de iteraccedilotildees necessaacuterias para a obtenccedilatildeo do ponto de

miacutenimas perdas

sect Em (ZAMBRONI 1998) eacute mostrado que a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa

num grande sistema de potecircncia natildeo afeta muito sua margem de carregamento mas

que o controle das perdas em uma aacuterea criacutetica do sistema pode apresentar resultados

mais satisfatoacuterios Seria interessante avaliar os efeitos produzidos na margem de

carregamento do sistema realizando a reduccedilatildeo das perdas em uma aacuterea especifica do

sistema no caso a aacuterea criacutetica e comparaacute-los com os obtidos com a reduccedilatildeo da perda

total de potecircncia ativa

sect Analisar a utilizaccedilatildeo de fatores de participaccedilatildeo dos geradores a fim de definir um

redespacho que proporcione um melhor ganho de margem Os fatores de participaccedilatildeo

poderiam ser obtidos pela anaacutelise de sensibilidade dos autovalores e os

correspondentes autovetores direito e esquerdo da matriz Jacobiana modificada do

fluxo de carga continuado proposto procurando determinar os geradores que mais

contribuem para a reduccedilatildeo das perdas e o aumento da margem de carregamento

sect Considerar na metodologia proposta para a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa na

transmissatildeo aleacutem da equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo a equaccedilatildeo da

potecircncia reativa injetada das barras cuja magnitude de tensatildeo sejam reguladas por

transformadores com controle automaacutetico de tap

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Page 7: “Proposta de Parametrização para o Fluxo de Carga ......4.2 - O problema do fluxo de carga ótimo 71 4.3 - Metodologia proposta 75 4.3.1 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas

LISTA DE FIGURAS

Figura 21 - Classificaccedilatildeo da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia 28

figura 22 - Curva pv geneacuterica 38

Figura 23 ndash Curva qv geneacuterica 40

Figura 24 ndash Definiccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e da margem de carregamento 43

Figura 31 - Processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em sistemas parametrizados 56

Figura 32 - Sistema de trecircs barras 59

Figura 33 - Comparaccedilatildeo entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo com preditor tangente e com

preditor secante 59

Figura 34 - Controle automaacutetico do passo σ 62

Figura 41 - Sistema de duas barras 71

Figura 42 - Sistema de trecircs barras ndash caso base 74

Figura 43 - Sistema de trecircs barras - caso otimizado 74

Figura 44 - Desempenho do fccp para o sistema de duas barras 83

Figura 45 - Curvas pv efeito da reduccedilatildeo das perdas sobre o ponto de maacuteximo carregamento

para o sistema de duas barras 83

Figura 46 - Desempenho do sistema de trecircs barras (a) vtimespa (b) qgtimespa (c) potecircncia ativa

gerada pela barra de folga timespa (d) curvas pv 86

Figura 47 - Variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga e das barras de controle de tensatildeo (pv) em

funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras 90

Figura 48 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de folga e de controle de

tensatildeo (pv) em funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras 91

Figura 49 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras

(a) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo

(pv) (b) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts das linhas de

transmissatildeo (c) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts de barra

(banco de capacitores eou reatores) (d) somatoacuterio das variaccedilotildees de perda de potecircncia reativa

nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo e (e) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias

reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo pvrsquos mais a barra de folga 93

Figura 410 ndash Variaccedilotildees das magnitudes de tensatildeo das barras do sistema ieee-14 em funccedilatildeo de

pa 94

Figura 411 - Curvas pv do sistema ieee-14 barras 98

Figura 412 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-14 barras 98

Figura 413 - Curvas pv do sistema ieee-30 barras 99

Figura 414 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-30 barras 99

Figura 415 - Curvas pv do sistema ieee-57 barras 100

Figura 416 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-57 barras 100

Figura 417 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-57 barras 103

Figura 418 - Perfil de acircngulo do sistema ieee-57 barras 104

Figura 419 - Curvas pvacutes da barra criacutetica (barra 31) do sistema ieee-57 barras 107

Figura 420 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

69 como barra de folga 109

Figura 421 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

27 como barra de folga 110

Figura 422 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

26 como barra de folga 110

Figura 423 - Perfil da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-118 barras

considerando a barra 26 como barra de folga 111

Figura 424 - Variaccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo ao caso base da magnitude de tensatildeo das barras

de geraccedilatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga 111

Figura 425 - (a) Variaccedilatildeo da magnitude de tensatildeo e (b) da potecircncia reativa gerada pelas

barras de geraccedilatildeo 26 27 e 69 do sistema ieee-118 barras considerando a barra 26 como barra

de folga 112

Figura 426 - Curvas pvacutes do sistema ieee-118 barras (a) curva pv da barra 9 e (b) curva pv da

barra 13 114

Figura 427 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema ieee-57 116

Figura 429 - Curvas pv inicial e final para o sistema ieee-57 119

Figura 430 - Curvas pv inicial e final para o sistema ieee-118 119

Figura 431 - Curva pvacutes do sistema ieee-300 barras 122

Figura 432 - Curvas pvacutes do sistema ots-904 barras 123

LISTA DE TABELAS

Tabela 41 - Soluccedilotildees do fluxo de carga oacutetimo para o sistema da figura 41 73

Tabela 42 - Soluccedilotildees para o sistema da figura 42 75

Tabela 43 - Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa 96

Tabela 44 - Margem de carregamento 96

Tabela 45 - Reserva de reativos 101

Tabela 46 - Magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-57 barras 104

Tabela 47 - Potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-57 barras 105

Tabela 48 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema ieee-57 barras 105

Tabela 49 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as pvs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema ieee-57 barras 106

Tabela 410 - Margem de carregamento 106

Tabela 411 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema ieee-118 barras109

Tabela 412 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as pvs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema ieee-118 barras 109

Tabela 413 - Margem de carregamento para o sistema ieee-118 barras 113

Tabela 414 ndash Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais 121

Tabela 415 ndash Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga e pvs com a reduccedilatildeo da perda

ativa total 121

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 - INTRODUCcedilAtildeO 16

11 - Introduccedilatildeo geral 16

12 ndash Estrutura do trabalho 22

CAPIacuteTULO 2 - ANAacuteLISE DA ESTABILIDADE ESTAacuteTICA DE TENSAtildeO 25

21 - Introduccedilatildeo 25

22 ndash Estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia 25

23 ndash Estabilidade estaacutetica de tensatildeo 33

24 ndash Meacutetodos de estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo 34

25 ndash Avaliaccedilatildeo do colapso de tensatildeo baseado nas curvas PV e QV 36

251 ndash Curvas PV 37

252 ndash Curvas QV 39

26 - Margem de carregamento 40

CAPIacuteTULO 3 - MEacuteTODO DA CONTINUACcedilAtildeO E SUAS TEacuteCNICAS DE

PARAMETRIZACcedilAtildeO 46

31 ndash Introduccedilatildeo 46

32 - Fluxo de carga convencional 48

33 - Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de prediccedilatildeo parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo 53

331 ndash Teacutecnicas de prediccedilatildeo 56

3311 - Preditor tangente 56

3312 ndash Preditor secante 58

3313 - Preditor polinomial modificado de ordem zero 60

332 - Controle do passo preditor 61

333 ndash Teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo 62

3331 - Parametrizaccedilatildeo local 64

3332 ndash Teacutecnica do comprimento de arco 66

3333 ndash Teacutecnica da perpendicularidade 67

CAPIacuteTULO 4 - METODOLOGIA PROPOSTA 69

41 - Introduccedilatildeo 69

42 - O problema do fluxo de carga oacutetimo 71

43 - Metodologia proposta 75

431 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas de duas e trecircs barras 80

4311 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

de duas barras 81

4312 - Resultados obtidos com o FCCP para o sistema de trecircs barras 84

44 ndash Resultados da reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa 87

441 ndash Balanccedilo de reativos durante o procedimento de reduccedilatildeo da perda total de potecircncia

ativa 88

442 - Anaacutelise de desempenho do meacutetodo proposto para os sistemas IEEE 94

443 - Influecircncia da barra de folga na reduccedilatildeo das perdas 101

4431 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-57 barras 102

4432 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-118 barras 107

45 - Comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga oacutetimo e o

fluxo de carga continuado proposto 115

46 ndash Desempenho do fluxo de carga continuado proposto para sistemas de grande porte 120

CAPIacuteTULO 5 - CONCLUSOtildeES 124

51 Introduccedilatildeo 124

52 Contribuiccedilotildees 124

53 Sugestotildees para futuros trabalhos 127

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 129

APEcircNDICE A 138

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

16

Capiacutetulo 1

INTRODUCcedilAtildeO

11 - Introduccedilatildeo geral

Nas uacuteltimas deacutecadas os sistemas eleacutetricos de potecircncia (SEP) tecircm passado por vaacuterias

experiecircncias tais como mudanccedilas no comportamento socioloacutegico da populaccedilatildeo crises

econocircmicas restriccedilotildees ecoloacutegicas progressos tecnoloacutegicos desregulamentaccedilatildeo do setor

eleacutetrico entre outras

Estas experiecircncias chamam a atenccedilatildeo sobre alguns aspectos natildeo considerados no

passado Dentre tais aspectos estatildeo a procura por seguranccedila no sistema (confianccedila) e as

incertezas no futuro uma vez que os planejadores se baseiam em uma visatildeo de longo prazo

levando em conta previsotildees como a demanda de potecircncia a disponibilidade de geraccedilatildeo a

possibilidade de interconexatildeo de equipamento eou de novos sistemas e o desenvolvimento

de novas tecnologias

Estas previsotildees satildeo por sua proacutepria natureza incertas e qualquer divergecircncia entre o

planejamento e a realidade experimentada algum tempo depois deve ser equalizada por meio

de um impacto capaz de ser absorvido pelo sistema

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

17

Dentre os impactos de diversas naturezas podem-se citar por exemplo a crise do

petroacuteleo as restriccedilotildees ambientais que impedindo a construccedilatildeo de novos parques geradores e

linhas de transmissatildeo a privatizaccedilatildeo de concessionaacuterias estatais de energia os blecautes e o

racionamento de energia eleacutetrica

Com o crescente aumento do parque industrial haacute naturalmente um aumento

subsequumlente no carregamento do sistema e por conseguinte um aumento na potecircncia que flui

por entre as linhas de transmissatildeo ou seja no fluxo de potecircncia

Em consonacircncia com as leis de Ohm e as leis de Kirchhoff a energia eleacutetrica que flui

em uma rede eacute distribuiacuteda entre os ramos de acordo com as suas respectivas impedacircncias ateacute

que um equiliacutebrio de tensatildeo seja alcanccedilado

O fluxo de energia poderaacute sofrer mudanccedila de direccedilatildeo em qualquer instante caso a

configuraccedilatildeo da rede sofra alteraccedilotildees em consequumlecircncia de contingecircncias de linhas de

transmissatildeo de manobras em transformadores ou ainda quando estes satildeo retirados do sistema

para manutenccedilatildeo ou substituiccedilatildeo

Estes fluxos tambeacutem mudaratildeo devido a variaccedilotildees na geraccedilatildeo ou conforme a

solicitaccedilatildeo de carga isto eacute alteraccedilatildeo no carregamento do sistema

O aumento no fluxo de potecircncia tem como consequumlecircncia direta um aumento nas

perdas ativas e reativas nas linhas de transmissatildeo

As impedacircncias dos equipamentos de rede tais como geradores transformadores e

linhas de transmissatildeo provocam natildeo soacute perdas de potecircncia ativa e reativa como tambeacutem

queda de tensatildeo nestes elementos Assim as mudanccedilas no fluxo de potecircncia podem levar a

um baixo perfil de tensatildeo e em perdas mais altas nos sistemas podendo piorar particularmente

sob condiccedilotildees de carga pesada

Esta situaccedilatildeo pode ser melhorada atraveacutes da escolha de um baixo valor para a

reatacircncia seacuterie durante o processo de planejamento dos sistemas eleacutetricos de potecircncia Poreacutem

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

18

isto poderia resultar em um aumento nos niacuteveis reais de falhas no sistema Aumentos nos

niacuteveis de corrente de curto-circuito resultariam em um custo operacional maior dos

equipamentos avaliados uma vez que deveratildeo ser majorados seus valores nominais ou ainda

provocar arranjos operacionais inaceitaacuteveis (GLOVER et al 1989)

Por outro lado o operador do sistema tambeacutem pode melhorar esta situaccedilatildeo realocando

a geraccedilatildeo de potecircncia reativa no sistema uma vez que o despacho de potecircncia ativa tambeacutem eacute

controlaacutevel e tem influecircncia na potecircncia reativa que por sua vez altera as perdas na

transmissatildeo

Neste trabalho eacute assumido que o despacho de potecircncia ativa eacute executado antes do

despacho de potecircncia reativa ser considerado

Vaacuterias razotildees favoreceram a opccedilatildeo pelo controle de reativos em vez de despacho de

potecircncia ativa (CIGRE 1989) entre elas

bull O baixo custo inicial investido nas instalaccedilotildees o que normalmente alcanccedila

pequenas porcentagens do custo correspondente para potecircncia ativa em um

sistema de grande porte quando comparado agraves instalaccedilotildees de potecircncia ativa

(geradores ou linhas de transmissatildeo)

bull Sua instalaccedilatildeo pode reduzir investimentos em componentes de rede como

linhas de transmissatildeo e transformadores aleacutem de possibilitar uma maior

confiabilidade no sistema

A realocaccedilatildeo de geraccedilatildeo de potecircncia reativa pode ser feita satisfatoriamente atraveacutes de

ajustes nas variaacuteveis de controle tais como tensotildees terminais dos geradores tap de

transformadores e chaveamento de fontes de potecircncia reativa Qualquer mudanccedila em uma

destas variaacuteveis tem o efeito de mudar o perfil de tensatildeo do sistema a potecircncia reativa gerada

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

19

e a perda total do sistema Os elementos da rede podem transferir potecircncias maiores se por

eles circularem correntes reativas menores

As informaccedilotildees inerentes agraves mudanccedilas de fluxo de potecircncia natildeo soacute satildeo importantes

para que os operadores de sistemas assegurarem uma operaccedilatildeo eficiente mas tambeacutem para

manterem a confianccedila nos serviccedilos prestados Aleacutem disso tal informaccedilatildeo tambeacutem eacute uacutetil para a

reduccedilatildeo de perdas

As perdas na transmissatildeo representam de 5 a 10 da geraccedilatildeo total o que se traduz

em milhotildees de doacutelares por ano (SHARIF et al 2000) Caso se tenha informaccedilotildees de como

estas perdas acontecem eacute possiacutevel efetuar-se accedilotildees de controle com o intuito de reduzi-las

Perdas reativas baixas podem reduzir a potecircncia reativa total das instalaccedilotildees e ainda as

perdas ativas provendo com isto um ganho econocircmico consideraacutevel (CIGRE 1989)

Entatildeo a quantificaccedilatildeo e reduccedilatildeo das perdas ativas satildeo importantes porque

determinaratildeo a operaccedilatildeo econocircmica dos sistemas eleacutetricos de potecircncia Tambeacutem eacute importante

salientar que a reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa natildeo soacute pode representar uma economia

significativa no tocante a parte financeira mas tambeacutem que sua reduccedilatildeo pode ser obtida

atuando-se exclusivamente sobre as variaacuteveis de controle de reativos do sistema isto eacute sem

qualquer investimento adicional em equipamentos ou construccedilotildees

Um outro fato importante conhecido eacute que a margem de estabilidade estaacutetica de tensatildeo

do sistema aumenta em funccedilatildeo da disponibilidade de reservas de potecircncia reativa do sistema

(KUNDUR 1994) Assim ao reduzirem-se as perdas totais na transmissatildeo do sistema eleacutetrico

de potecircncia implicitamente estar-se-aacute aumentando a margem de reativos do mesmo e por

conseguinte a margem de estabilidade estaacutetica seraacute aumentada (ALVES et al 2002-I)

(ALVES et al 2002-II)

Para um ponto de operaccedilatildeo particular a margem de estabilidade estaacutetica de tensatildeo ou

margem de carregamento de colapso de tensatildeo ou simplesmente margem de carregamento eacute

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

20

a quantia de carga adicional em um padratildeo especiacutefico de aumento de carga que causaria um

colapso de tensatildeo (CIGRE 1989) (KUNDUR 1994) A determinaccedilatildeo da margem de

carregamento (MC) e as accedilotildees de controle necessaacuterias para garantir aquela margem eacute uma

tarefa essencial no planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia O Western

System Coordinating Council (WSCC) exige que seus membros garantam pelo menos 5 de

margem na curva PV apoacutes qualquer contingecircncia em um uacutenico elemento (WECC 1998)

No Brasil o operador nacional do sistema eleacutetrico brasileiro (ONS) apresenta em seu

manual de procedimentos de rede sugestotildees de criteacuterios para o planejamento no tocante a

expansatildeo do sistema eleacutetrico visando a manutenccedilatildeo de um niacutevel miacutenimo de margem de

estabilidade estaacutetica da tensatildeo ou seja para situaccedilatildeo de contingecircncia simples a margem de

carregamento seja maior ou igual a 6 (ONS 2001)

Assim as vantagens da reduccedilatildeo de perdas em linhas de transmissatildeo aleacutem de

proporcionarem economias de gastos enquanto impotildee aos equipamentos dos sistemas um

decreacutescimo no carregamento provecirc uma melhoria no perfil da tensatildeo do sistema e na margem

de estabilidade estaacutetica de tensatildeo

O caacutelculo da perda de potecircncia ativa pode ser realizado atraveacutes de vaacuterios meacutetodos jaacute

apresentados na literatura como por exemplo pelo simples produto entre os valores da

resistecircncia eleacutetrica da linha de transmissatildeo pelo quadrado da magnitude da corrente que

circula por ela (em outras palavras R I2)

O caacutelculo pode tambeacutem ser realizado atraveacutes da adiccedilatildeo algeacutebrica do fluxo de potecircncia

ativa nas duas extremidades das linhas de transmissatildeo sendo que a perda total seraacute o

somatoacuterio de todas as perdas nas linhas de transmissatildeo

O meacutetodo do fluxo de carga convencional (FC) eacute utilizado na determinaccedilatildeo da

magnitude da tensatildeo e do acircngulo de fase da tensatildeo de cada barra em um sistema de potecircncia

sob condiccedilotildees equilibradas Uma vez obtidos os fluxos de potecircncia ativa e reativa de cada

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

21

uma das linhas de transmissatildeo e equipamento assim como as potecircncias ativas e reativas

tambeacutem satildeo calculadas as perdas (KUNDUR 1994)

Poreacutem o meacutetodo fluxo de carga convencional eacute considerado inadequado quando o

objetivo for a obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento do sistema uma vez que a matriz

Jacobiana (J) fica singular exatamente neste ponto e assim o fluxo de carga convencional

apresentaraacute problemas de mau condicionamento ao se aproximar desta regiatildeo criacutetica

No meacutetodo do fluxo de carga continuado (FCC) a singularidade da matriz Jacobiana

e por conseguinte os problemas numeacutericos que surgem na vizinhanccedila do ponto de maacuteximo

carregamento do sistema satildeo eliminados atraveacutes da adiccedilatildeo de equaccedilotildees de parametrizaccedilatildeo

(SEYDEL 1994) Assim os meacutetodos fluxo de carga continuado que satildeo baseados nos

algoritmos preditor-corretor podem ser considerados como um melhoramento do fluxo de

carga convencional uma vez que ele natildeo soacute pode ser usado para a obtenccedilatildeo de uma soluccedilatildeo

particular do fluxo de carga mas tambeacutem para

bull O traccedilado de trajetoacuterias de soluccedilotildees (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(CANtildeIZARES et al 1992) (SEYDEL 1994)

bull Anaacutelise do colapso de tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia (KUNDUR

1994)

bull A computaccedilatildeo de soluccedilotildees muacuteltiplas (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(CANtildeIZARES et al 1992) (KUNDUR 1994) (SEYDEL 1994)

bull Investigaccedilatildeo da existecircncia de soluccedilotildees de fluxo de potecircncia (CHIANG et al

1995) (WECC 1998) (FETTE VOSS 1999)

bull Avaliar contingecircncias (FLUECK DONDETTI 2000) (WANG DA SILVA

XU 2000)

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

22

Nesta tese uma nova proposta eacute apresentada como alternativa para a reduccedilatildeo nas

perdas de potecircncia ativa na transmissatildeo usando um meacutetodo de continuaccedilatildeo

Para atingir esta meta uma equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo baseada na perda total de

potecircncia ativa na transmissatildeo e as equaccedilotildees da potecircncia reativa injetada nas barras de geraccedilatildeo

e na barra de folga (slack) satildeo adicionadas agraves equaccedilotildees do fluxo de carga convencional

As tensotildees nas barras de geraccedilatildeo e na barra de folga satildeo consideradas como variaacuteveis

de controle e um novo paracircmetro eacute escolhido para reduzir as perdas de potecircncia ativa Os

resultados mostram que este procedimento natildeo soacute leva a uma reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia

ativa e por conseguinte nos custos operacionais mas simultaneamente contribui para a

melhoria do perfil de tensatildeo Aleacutem disto este procedimento tambeacutem conduz na maioria das

vezes a um aumento na margem de carregamento ou seja na estabilidade estaacutetica de tensatildeo

12 ndash Estrutura do trabalho

Procura-se ao longo deste trabalho criar os subsiacutedios necessaacuterios natildeo soacute para o

entendimento do problema em si mas tambeacutem das teacutecnicas utilizadas em sua anaacutelise entre

estas muitas seratildeo apenas comentadas por natildeo se tratarem de teacutecnicas adotadas neste

trabalho

O capiacutetulo 2 almeja situar o trabalho proposto no contexto geral da estabilidade

estaacutetica da tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia Para tanto satildeo tecidas consideraccedilotildees a

respeito da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia sua divisatildeo em categorias e

dependendo do tempo utilizado para o processamento das informaccedilotildees sua estruturaccedilatildeo em

anaacutelise dinacircmica e anaacutelise estaacutetica Este projeto de pesquisa refere-se especificamente ao

estudo de desenvolvimento de procedimentos de anaacutelises estaacuteticas referentes agrave estabilidade de

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

23

tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia Eacute apresentada a linha de estudo da estabilidade

estaacutetica de tensatildeo atraveacutes da anaacutelise das curvas PV e QV

O capiacutetulo 3 tem por objetivo levar ao leitor a compreensatildeo do meacutetodo da continuaccedilatildeo

e de algumas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo existentes na literatura as quais tecircm como objetivo a

eliminaccedilatildeo dos problemas relacionados com a singularidade da matriz Jacobiana pertinente ao

fluxo de carga convencional

Seraacute apresentado o fluxo de carga convencional que emprega o meacutetodo de Newton-

Raphson objetivando a obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento dos sistemas por meio de

soluccedilotildees do fluxo de carga convencional para sucessivos incrementos na carga Seratildeo entatildeo

apresentadas algumas variaccedilotildees no emprego do meacutetodo da continuaccedilatildeo com suas respectivas

teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo Finaliza-se com a explanaccedilatildeo a respeito do fluxo de carga

continuado com o qual se remove o problema da singularidade da matriz Jacobiana no ponto

de maacuteximo carregamento

A proposta do capiacutetulo 4 eacute apresentar apoacutes a explanaccedilatildeo da metodologia proposta a

aplicaccedilatildeo da abordagem proposta para dois sistemas sendo Um sistema de 2 barras (uma

barra de folga e uma PV) para o qual eacute possiacutevel se obter o ponto oacutetimo a partir das equaccedilotildees

algeacutebricas desenvolvidas em (ALVES et al 2002-II) E o outro um sistema de trecircs barras

(uma barra de folga uma PV e uma PQ) apresentado e analisado em (DOMMEL TINNEY

1968) Os resultados tambeacutem satildeo comparados com os resultados obtidos por um programa de

fluxo de carga oacutetimo (DA COSTA LANGONA ALVES 1998) Satildeo apresentados os efeitos

do redespacho das variaacuteveis de controle nas reduccedilotildees da perda total de potecircncia ativa na

transmissatildeo do sistema aleacutem da investigaccedilatildeo dos efeitos causados por esta reduccedilatildeo na

margem de estabilidade de tensatildeo e no perfil de tensatildeo Atraveacutes do sistema IEEE 14 barras eacute

analisado como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema eleacutetrico de potecircncia durante o processo

de reduccedilatildeo da perda ativa total Em seguida apresentam-se os resultados obtidos para os

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

24

sistemas do Institute of Electrical and Eletronics Engineering (IEEE) 14 30 e 57 barras que

mostram que este procedimento conduz a uma reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa na

transmissatildeo

Adicionalmente mostra-se atraveacutes do traccedilado das curvas PV que a reduccedilatildeo na perda

total na transmissatildeo leva em geral natildeo soacute a uma diminuiccedilatildeo dos custos operacionais do

sistema mas tambeacutem a um aumento da margem de estabilidade de tensatildeo e a uma melhoria

no perfil da tensatildeo Apresenta-se tambeacutem a influecircncia da escolha da barra de folga durante o

processo de reduccedilatildeo da perda ativa total (sistemas IEEE 57 e IEEE 118 barras) Satildeo

apresentadas comparaccedilotildees entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga

oacutetimo e o fluxo de carga continuado proposto Encerrando este capiacutetulo satildeo apresentados o

desempenho da metodologia proposta para sistemas de grande porte isto eacute para o sistema

IEEE 300 barras e o sistema OTS-904

O capiacutetulo 5 apresenta as conclusotildees gerais deste trabalho enfatiza as contribuiccedilotildees

assim como apresenta sugestotildees de estudos para possiacuteveis continuidade do trabalho

Finalizando apresenta-se o apecircndice A onde satildeo listados os artigos publicados com

conteuacutedo especiacutefico referente a esta tese

Capiacutetulo 2

ANAacuteLISE DA ESTABILIDADE ESTAacuteTICA DE TENSAtildeO

21 - Introduccedilatildeo

Este capiacutetulo tem como objetivo prover uma ideacuteia global a respeito da importacircncia do

estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo bem como situar o trabalho proposto no contexto

geral do assunto

Satildeo apresentados conceitos baacutesicos imprescindiacuteveis para a anaacutelise da estabilidade

estaacutetica de tensatildeo Apresenta-se em particular o conceito da margem de estabilidade de

tensatildeo uma vez que tal conceito eacute fundamental aos operadores dos sistemas eleacutetricos de

potecircncia no tocante agrave determinaccedilatildeo dos limites da transferecircncia de potecircncia

22 ndash Estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia

A complexidade dos sistemas eleacutetricos de potecircncia vem agregando cada vez mais

variantes dentre elas destacam-se os possiacuteveis acidentes associados ao comportamento do

sistema e o crescente aumento no nuacutemero de situaccedilotildees a serem exploradas tais como

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

26

estruturaccedilotildees no setor eleacutetrico compensaccedilatildeo de reativos disponibilidade de dispositivos

raacutepidos de controle

Os operadores dos sistemas eleacutetricos de potecircncia devem essencialmente exploraacute-los de

forma econocircmica e com elevados niacuteveis de confiabilidade ou seja eacute necessaacuterio que o sistema

tenha capacidade de estabelecer apoacutes um distuacuterbio um novo ponto de equiliacutebrio sem que

haja violaccedilatildeo agraves restriccedilotildees fiacutesicas de seus componentes Portanto os operadores devem

proceder de forma que o sistema atue corretamente a qualquer tempo evitando atuaccedilotildees

indevidas ou desnecessaacuterias Poreacutem atualmente os sistemas eleacutetricos de potecircncia tecircm sido

operados cada vez mais proacuteximos agrave sua capacidade de transmissatildeo atuando efetivamente com

baixos niacuteveis de seguranccedila

Esta situaccedilatildeo de operaccedilatildeo do sistema de forma estressada se deve a crescente expansatildeo

do mercado consumidor de energia e as imposiccedilotildees de restriccedilotildees de ordens ecoloacutegicas e

econocircmicas ou seja dificuldades de construccedilatildeo de novas usinas de geraccedilatildeo e linhas de

transmissatildeo para o transporte da energia

Particularmente no sistema eleacutetrico brasileiro este problema apresenta-se de forma

mais contundente uma vez que o mesmo possui um parque gerador de energia de base

predominantemente hidraacuteulica Assim o esgotamento dos recursos hidreleacutetricos mais

proacuteximos dos principais centros de carga tem como consequumlecircncia a necessidade de se recorrer

a aproveitamentos hidreleacutetricos cada vez mais distantes exigindo a formaccedilatildeo de um sistema

eleacutetrico complexo caracterizado por linhas de transmissatildeo preponderantemente longas sendo

assim mais propiacutecio agrave ocorrecircncia de problemas de instabilidade de tensatildeo (CIGRE 1992)

A classificaccedilatildeo dos problemas de estabilidade em categorias subcategorias e tempo

utilizado para o processamento das informaccedilotildees visa facilitar a anaacutelise dos problemas de

estabilidade atraveacutes da identificaccedilatildeo dos principais fatores e do desenvolvimento de meacutetodos

para melhorar as condiccedilotildees de operaccedilatildeo dos sistemas eleacutetricos de potecircncia

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

27

As categorias satildeo

bull Estabilidade de acircngulo do rotor

bull Estabilidade de frequumlecircncia

bull Estabilidade de tensatildeo

A estabilidade angular transitoacuteria em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade dos geradores que compotildeem o sistema de se manterem em sincronismo apoacutes o

sistema ser submetido a uma grande perturbaccedilatildeo

A estabilidade de frequumlecircncia em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade do sistema de manter a frequumlecircncia gerada dentro da faixa de toleracircncia em torno

da frequumlecircncia nominal em condiccedilotildees operacionais normais ou mesmo apoacutes o sistema ser

submetido a uma perturbaccedilatildeo

O termo estabilidade de tensatildeo de forma geral envolve problemas de curta meacutedia e

longa duraccedilatildeo sendo neste trabalho utilizado exclusivamente para fenocircmenos de longa

duraccedilatildeo A estabilidade de tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade do sistema de manter as tensotildees em todas as barras que o compotildee em faixas de

toleracircncia da tensatildeo nominal em condiccedilotildees operacionais normais ou mesmo apoacutes o sistema

ser submetido a uma perturbaccedilatildeo Geralmente a instabilidade se daacute na forma de uma queda

progressiva e incontrolada na magnitude da tensatildeo em uma ou mais barras do sistema

eleacutetrico provocada pela tentativa de restabelecimento da carga

A Figura 21 identifica as categorias e subcategorias do problema da estabilidade em

sistemas eleacutetricos de potecircncia (KUNDUR et al 2004)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

28

Figura 21 - Classificaccedilatildeo da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia

Nos sistemas eleacutetricos de potecircncia o aumento de cargas tem como consequumlecircncia direta

a diminuiccedilatildeo nos niacuteveis de tensatildeo em suas barras (nos barramentos) sendo assim um aumento

contiacutenuo de cargas pode eventualmente levar o sistema a um estado instaacutevel caracterizado

pelo raacutepido decreacutescimo nos valores de tensatildeo em seus barramentos Este fenocircmeno eacute

conhecido na literatura especiacutefica como colapso de tensatildeo onde o perfil da tensatildeo nas barras eacute

obtido em funccedilatildeo do carregamento do sistema

O carregamento do sistema pode ser interpretado de uma maneira mais abrangente

isto eacute natildeo somente como um aumento de carga mas tambeacutem como um aumento na

transferecircncia de potecircncia entre aacutereas do aumento da carga de determinadas aacutereas ou da carga

de barras especificas Natildeo obstante o aumento pode tambeacutem ser definido em termos de

potecircncia ativa (P) potecircncia reativa (Q) ou potecircncia aparente (S) (XU MASOUR

HARRINGTON 1993)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

29

Se haacute um aumento na solicitaccedilatildeo de potecircncia reativa a potecircncia reativa adicional

deveraacute ser fornecida atraveacutes das reservas existentes nos geradores eou nos compensadores de

reativos que compotildeem o sistema

Normalmente haveraacute reserva de potecircncia reativa suficiente e o sistema se estabilizaraacute

em um novo ponto de operaccedilatildeo com novos valores de tensatildeo No entanto poderaacute ocorrer que

devido a uma combinaccedilatildeo de eventos e condiccedilotildees do sistema que esta solicitaccedilatildeo adicional

provoque o colapso de tensatildeo

Dentre muitos cenaacuterios que podem levar a rede ao colapso de tensatildeo pode-se citar

bull Sistema operando com muitos geradores proacuteximos aos centros de carga que

estatildeo fora de serviccedilo Neste cenaacuterio as linhas de transmissatildeo estaratildeo

sobrecarregadas e as reservas de potecircncia reativa estaratildeo no miacutenimo

bull Perda de uma linha de transmissatildeo sobrecarregada provocando sobrecarga nas

linhas adjacentes Neste cenaacuterio haveraacute um aumento nas perdas reativas nas

linhas ocasionando um aumento no provimento de potecircncia reativa na rede

bull No cenaacuterio anterior teremos um decreacutescimo na tensatildeo nas cargas adjacentes o

que provocaraacute uma reduccedilatildeo na potecircncia fornecida com consequumlente reduccedilatildeo

no fluxo de potecircncia Neste cenaacuterio os reguladores automaacuteticos de tensatildeo dos

geradores iratildeo tentar repor os niacuteveis de tensatildeo atraveacutes do acreacutescimo na corrente

de excitaccedilatildeo dos geradores A energia reativa injetada pelo gerador na rede

provocaraacute um aumento da queda de tensatildeo nas linhas e nos transformadores

Entretanto os geradores poderatildeo estar operando nos limites da corrente de

excitaccedilatildeo e da corrente do estator sendo necessaacuterio que os reguladores de

velocidade dos geradores regulem a frequumlecircncia diminuindo a potecircncia reativa

injetada no sistema

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

30

bull A reduccedilatildeo da tensatildeo nas cargas reflete-se para a distribuiccedilatildeo Os

transformadores com regulaccedilatildeo automaacutetica de tap sob carga (OLTC) nas

subestaccedilotildees tentam repor os niacuteveis de tensatildeo na distribuiccedilatildeo A cada operaccedilatildeo

dos tapacutes dos transformadores o resultante aumento da potecircncia fornecida faraacute

com que as perdas nas linhas de transmissatildeo aumentem o que por sua vez

aumentaraacute a queda de tensatildeo na respectiva linha Se a linha estiver bastante

sobrecarregada a cada aumento no fluxo de potecircncia provocaraacute um aumento

progressivo das perdas de potecircncia reativa na linha Ainda a cada mudanccedila nos

tapacutes dos transformadores a potecircncia reativa fornecida pelos geradores iraacute

aumentar Os geradores iratildeo aumentar o fornecimento de potecircncia reativa ateacute

seu limite Quando o primeiro gerador atinge o limite da corrente de excitaccedilatildeo

a tensatildeo em seus terminais diminui A distribuiccedilatildeo pelos diferentes geradores

da potecircncia reativa consumida poderaacute provocar a sobrecarga de outros

geradores Com poucos geradores tendo o controle da sua corrente de

excitaccedilatildeo o sistema torna-se ainda mais vulneraacutevel do ponto de vista da

tensatildeo

Mudanccedilas nas configuraccedilotildees do sistema e em sua operaccedilatildeo fazem com que o mesmo

opere na sua faixa maacutexima de capacidade de geraccedilatildeo e transmissatildeo tendo como consequumlecircncia

a ocorrecircncia de vaacuterios problemas de instabilidade de tensatildeo (CIGRE 1992)

Os sistemas de potecircncia estatildeo sujeitados a uma extensiva gama de pequenas e grandes

perturbaccedilotildees Pequenas perturbaccedilotildees na forma de mudanccedilas com incremento de carga

acontecem continuamente o sistema de potecircncia deve ajustar-se agraves novas condiccedilotildees e operar

satisfatoriamente

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

31

O sistema deve tambeacutem ter condiccedilotildees de responder a numerosas perturbaccedilotildees de

natureza severa como decirc curto circuito em uma linha de transmissatildeo ou perda de um grande

gerador Uma grande perturbaccedilatildeo pode conduzir a mudanccedilas estruturais devido ao isolamento

dos elementos de falta

Se apoacutes uma perturbaccedilatildeo passageira o sistema eleacutetrico de potecircncia manter-se estaacutevel

ocorreraacute a um novo estado de equiliacutebrio com praticamente o sistema inteiro permanecendo

intacto ou seja com todos os geradores e cargas conectadas por um uacutenico sistema de

transmissatildeo contiacutenuo

Por outro lado se o sistema for instaacutevel resultaraacute em situaccedilatildeo de estado precaacuterio por

exemplo um aumento progressivo na distacircncia angular dos rotores do gerador ou uma

diminuiccedilatildeo progressiva nas magnitudes das tensotildees de barra Uma condiccedilatildeo de sistema

instaacutevel poderia conduzir a faltas em cascata e ao desligamento de uma parte importante dos

sistemas eleacutetricos de potecircncia

Recentemente a instabilidade de tensatildeo foi responsaacutevel por vaacuterios colapsos de tensatildeo

de redes eleacutetricas Como consequumlecircncias os termos ldquoinstabilidade de tensatildeordquo e ldquocolapso de

tensatildeordquo aparecem mais frequentemente na literatura e na discussatildeo do planejamento e

operaccedilatildeo dos sistemas

Quando sujeito a uma perturbaccedilatildeo a estabilidade do sistema dependeraacute da condiccedilatildeo

operacional inicial e tambeacutem da natureza da perturbaccedilatildeo Na regiatildeo de equiliacutebrio um sistema

de potecircncia pode ser estaacutevel com respeito a uma grande perturbaccedilatildeo fiacutesica e instaacutevel com

respeito agrave outra

Do ponto de vista econocircmico ou seja da avaliaccedilatildeo custo versus benefiacutecio torna-se

impraticaacutevel por ser antieconocircmico projetar sistemas de potecircncia para serem estaacuteveis para

todas as possiacuteveis contingecircncias

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

32

As contingecircncias baacutesicas satildeo selecionadas no projeto Elas apresentam uma

probabilidade razoavelmente alta de ocorrecircncia Consequumlentemente a estabilidade frente a

uma grande perturbaccedilatildeo ocorreraacute em um conjunto de incidentes de perturbaccedilatildeo especifica

O conjunto de incidentes de perturbaccedilatildeo citado anterior descreve como um colapso de

tensatildeo pode evoluir em um sistema Observa-se que o intervalo para que um colapso ocorra

fica portanto dependendo da resposta dos vaacuterios controles envolvidos dependente do tempo

utilizado para o processamento das informaccedilotildees

Por ser representado por meio de um sistema de equaccedilotildees natildeo-lineares os sistemas

eleacutetricos de potecircncia operam com seus principais paracircmetros (potecircncia gerada tensotildees

cargas correntes) sofrendo constantemente variaccedilotildees em seus valores operacionais A

avaliaccedilatildeo da estabilidade frente a uma grande perturbaccedilatildeo envolve efeitos natildeo-lineares que

natildeo permitem aplicar a linearizaccedilatildeo em torno do ponto de operaccedilatildeo atraveacutes da seacuterie de

Taylor das equaccedilotildees do sistema (KUNDUR et al 2004)

Tradicionalmente a anaacutelise dinacircmica quando aplicada ao estudo da estabilidade de

acircngulo limita-se agraves dinacircmicas dos geradores durante os milissegundos da fase transitoacuteria

Contudo o intervalo de tempo para a anaacutelise de estabilidade de tensatildeo eacute muito maior e nesse

caso se as dinacircmicas dos geradores forem consideradas os requisitos computacionais tornar-

se-iam proibitivos (KUNDUR 1994) Em consequumlecircncia do longo intervalo de tempo

envolvido a estabilidade de tensatildeo tem sido analisada como um problema agrave regime

permanente portanto apropriado para a abordagem atraveacutes da anaacutelise estaacutetica

A abordagem estaacutetica pode oferecer uma visatildeo geral para o fenocircmeno e pode de fato

fornecer uma soluccedilatildeo aproximada ainda aceitaacutevel a qual eacute computacionalmente muito mais

simples quando comparada a abordagem dinacircmica Tambeacutem como fator principal no estudo

da estabilidade de tensatildeo estaacute a disponibilidade de potecircncia reativa problema ideal para

anaacutelise de fluxo de carga que eacute um dos focos deste trabalho

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

33

23 ndash Estabilidade estaacutetica de tensatildeo

A estabilidade de tensatildeo envolve anaacutelises em regime permanente antes e depois de um

distuacuterbio no sistema eleacutetrico Satildeo verificados nos sistemas eleacutetricos os niacuteveis das magnitudes

de tesotildees nas barras e a violaccedilatildeo dos limites teacutermicos dos equipamentos que o compotildeem

Os sistemas eleacutetricos de potecircncia estatildeo continuamente experimentando pequenas

flutuaccedilotildees nas magnitudes das tensotildees poreacutem para avaliar estabilidade de tensatildeo quando o

sistema estiver sob uma dada perturbaccedilatildeo especifica eacute normalmente vaacutelido assumir que o

mesmo encontra-se inicialmente em uma condiccedilatildeo operacional estaacutetica

A estabilidade nos sistemas eleacutetricos de potecircncia estaacute relacionada com a propriedade

do sistema em permitir que ele permaneccedila em um estado de operaccedilatildeo de equiliacutebrio sob

condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo e atinja um estado de equiliacutebrio aceitaacutevel apoacutes ser submetido a

um distuacuterbio seja ele pequeno ou grande Recentemente tendo como objetivo prover a

compreensatildeo do termo ldquoestabilidade de sistemas de potecircnciardquo em uma definiccedilatildeo fiacutesica que se

enquadrasse nas definiccedilotildees da teoria de sistemas eleacutetricos KUNDUR et al (2004)

propuseram

ldquoA estabilidade de sistemas eleacutetricos de potecircncia eacute a habilidade de um sistema de

energia eleacutetrica para uma determinada condiccedilatildeo operacional inicial recuperar um estado

de equiliacutebrio operacional depois que estiver sujeito a uma perturbaccedilatildeo fiacutesica com limitaccedilatildeo

das variaacuteveis do sistema de forma que a integridade de sistema seja preservadardquo

A integridade do sistema eacute preservada quando praticamente todo sistema de potecircncia

restante permanece intacto sem sofrer desligamento de geradores ou cargas com exceccedilatildeo

daqueles desconectados atraveacutes do isolamento dos elementos sob falta ou intencionalmente

desconectados para preservar a continuidade da operaccedilatildeo do restante do sistema

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

34

24 ndash Meacutetodos de estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

Alguns fatos importantes tecircm marcado o planejamento e a operaccedilatildeo de sistemas

eleacutetricos de potecircncia nas uacuteltimas deacutecadas

bull O nuacutemero de conexotildees entre companhias de eletricidade tem aumentado muito

Por exemplo paiacuteses como o Brasil e os Estados Unidos entre outros possuem

praticamente um uacutenico sistema de potecircncia composto de um grande nuacutemero de

companhias de geraccedilatildeo transmissatildeo e distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica Por um

lado isto aumenta a confiabilidade de atendimento da demanda do sistema jaacute

que a energia pode ser repassada pelas companhias que a tem em excesso para

aquelas que apresentam deacuteficit Em consequumlecircncia a necessidade de reserva

girante (spinning reserve) de cada companhia diminui diminuindo seus custos

de geraccedilatildeo Por outro lado os efeitos de perturbaccedilotildees na aacuterea de uma

companhia podem se propagar e serem notados em todo o sistema Logo do

ponto de vista de seguranccedila da operaccedilatildeo o sistema pode ficar mais vulneraacutevel

bull Os novos investimentos na expansatildeo do sistema e instalaccedilatildeo de novos

equipamentos tecircm sido em sua maioria adiada e as causas satildeo vaacuterias

incluindo desde as econocircmicas ateacute as ambientais Como a demanda tem

aumentado consistentemente ao longo dos anos os equipamentos jaacute existentes

passaram a operar cada vez mais proacuteximo de seus limites Em consequumlecircncia a

habilidade do sistema em manter condiccedilotildees aceitaacuteveis de operaccedilatildeo apoacutes

perturbaccedilotildees tem diminuiacutedo bastante

Naturalmente os fatos descritos anteriormente tecircm um impacto direto sobre a

estabilidade do sistema e em particular sobre a estabilidade de tensatildeo Tem se verificado a

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

35

ocorrecircncia de perfis de tensatildeo normalmente altos ou baixos e incidentes de tensatildeo que

levaram ao colapso de tensatildeo (TOGNETE 1997)

O colapso de tensatildeo que eacute um processo pelo qual a instabilidade de tensatildeo leva uma

parte significativa da rede a um perfil de tensotildees baixas tem ocorrido em sistemas com

torques sincronizante e de amortecimento suficientes mas com problemas relacionados ao

controle de potecircncia reativa

Estas ocorrecircncias tecircm sido mais frequumlentes em sistemas muito interconectados

altamente carregados e com falta de um suporte de reativos adequado Eles operam portanto

com pequenas margens de seguranccedila ou seja com pouca capacidade de manter o sistema

estaacutevel sob condiccedilotildees de variaccedilatildeo de carga ou sob contingecircncia

Desta forma uma vez que os problemas de estabilidade de tensatildeo satildeo identificados a

natildeo ser que se tenha um estudo preacutevio de accedilotildees de controle eficientes preventivas ou

restaurativas incluindo a alocaccedilatildeo de reativos a reduccedilatildeo de potecircncia transferida se faz

necessaacuteria Assim a anaacutelise do problema de estabilidade de tensatildeo vem ganhando maiores

destaques jaacute que ele tem se mostrado um fator de limitaccedilatildeo na operaccedilatildeo de redes

Existem hoje diversos meacutetodos de anaacutelise de estabilidade de tensatildeo propostos na

literatura para o estudo do problema de estabilidade de tensatildeo (FLATABO OGNEDAL

CARLSEN 1990) (AJJARAPU CHRISTY 1992) (WGVS 1993) (YONG-HUEI

CHING-TSAI WEN-WEI 1997) (MOGHAVVEMI JASMON 1997) incluindo vaacuterias

teorias que procuram explicar o fenocircmeno do colapso de tensatildeo e os mecanismos para sua

ocorrecircncia Estes meacutetodos permitem que se avaliem as condiccedilotildees de operaccedilatildeo do sistema e de

seu niacutevel de seguranccedila em termos de estabilidade de tensatildeo

A anaacutelise estaacutetica da estabilidade de tensatildeo pode ser realizada em princiacutepio com as

equaccedilotildees de fluxo de carga ou alguma generalizaccedilatildeo adequada destas Estas anaacutelises

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

36

relacionam a ocorrecircncia do colapso de tensatildeo com o problema conhecido das equaccedilotildees de

fluxo de carga de apresentarem muacuteltiplas soluccedilotildees

SEKINE et al (1989) estudaram a natureza das soluccedilotildees do fluxo de carga com

meacutetodos algeacutebricos baseados na natureza quadraacutetica das equaccedilotildees de fluxo de carga com as

tensotildees representadas em coordenadas retangulares

GALIANA et al (1992) identificaram o colapso de tensatildeo como um ponto em que ao

se variar a carga do sistema deixa de haver soluccedilatildeo para o fluxo de carga

Alguns meacutetodos estaacuteticos buscam a definiccedilatildeo de iacutendices de proximidade ao colapso de

tensatildeo para a comparaccedilatildeo entre diferentes pontos de operaccedilatildeo de modo a se obter uma

seleccedilatildeo qualitativa das condiccedilotildees criacuteticas

Dentre as abordagens estaacuteticas tecircm-se os meacutetodos baseados na obtenccedilatildeo das curvas PV

e QV para barras de interesse do sistema Essas curvas satildeo obtidas atraveacutes de caacutelculos do

fluxo de carga convencional ou atraveacutes do fluxo de carga continuado (IBA et al 1991)

(CANtildeIZARES et al 1992) (AJJARAPU CHRISTY 1992) (CHIANG et al 1995) (ALVES

et al 2000) (GARBELINI et al 2005) e que seratildeo vistos no capiacutetulo 3 e 4 por se tratar do

meacutetodo proposto

25 ndash Avaliaccedilatildeo do colapso de tensatildeo baseado nas curvas PV e QV

Uma tarefa que vem se tornando essencial nas etapas de planejamento e operaccedilatildeo de

sistemas eleacutetricos de potecircncia eacute a avaliaccedilatildeo da estabilidade de tensatildeo O aspecto mais

importante dessas anaacutelises eacute a determinaccedilatildeo da margem de estabilidade de tensatildeo e as accedilotildees

de controle necessaacuterias para se garantir essa margem As margens de estabilidade devem ser

determinadas no planejamento e durante a operaccedilatildeo em tempo-real objetivando um melhor

aproveitamento dos recursos de geraccedilatildeo e de capacidade de transmissatildeo Portanto a margem

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

37

de estabilidade de tensatildeo e as accedilotildees de controle devem ser obtidas natildeo soacute para as condiccedilotildees

normais de operaccedilatildeo identificada como caso base mas tambeacutem para um conjunto de

diferentes condiccedilotildees de contingecircncia Isto eacute realizado atraveacutes do traccedilado de curvas PV QV

ou SV para cada contingecircncia e vaacuterias condiccedilotildees operativas

O operador nacional do sistema eleacutetrico brasileiro (ONS) considera o levantamento

das curvas PV como sendo a metodologia mais adequada para se determinar as margens de

estabilidade de tensatildeo utilizando o levantamento da curva QV como metodologia

complementar em subsiacutedio agrave avaliaccedilatildeo das margens de reativos (ONS 2001)

Tradicionalmente empregados pelas concessionaacuterias de energia eleacutetrica estes meacutetodos

satildeo utilizados na determinaccedilatildeo da demanda maacutexima que o sistema pode atender conhecido

como ponto ldquonarizrdquo das curvas PV e QV identificando assim a condiccedilatildeo em que o colapso de

tensatildeo poderaacute ocorrer A distacircncia de um dado ponto de operaccedilatildeo para o ldquonarizrdquo das curvas

PV e QV indica a margem estaacutetica de estabilidade de tensatildeo do sistema (TAYLOR 1994)

251 ndash Curvas PV

A caracteriacutestica de transferecircncia de potecircncia tambeacutem denominada curva PV eacute

definida como sendo a relaccedilatildeo entre a magnitude da tensatildeo e a potecircncia ativa em um

determinado barramento para uma condiccedilatildeo especiacutefica de fator de potecircncia e tensatildeo no

mesmo barramento

As curvas PV satildeo utilizadas

bull Na anaacutelise estrateacutegica de planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos de

potecircncia

bull Na determinaccedilatildeo de limites de transferecircncia de potecircncia

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

38

bull No ajuste das margens

O levantamento da curva PV consiste em realizar caacutelculos de fluxo de potecircncia a

partir de um ponto de operaccedilatildeo inicial identificado como caso base considerando sucessivos

aumentos de carga em uma uacutenica barra numa aacuterea ou em todo o sistema

O aumento de carga pode ou natildeo ser realizado com o fator de potecircncia constante

sendo que a cada incremento de carga satildeo realizados novos caacutelculos de fluxo de carga

determinando-se assim os pontos de operaccedilatildeo que formaratildeo a curva PV

Portanto a curva PV mostra a variaccedilatildeo da tensatildeo numa barra em funccedilatildeo do aumento de

carga considerado no sistema

Figura 22 - Curva PV geneacuterica

Empregada principalmente em anaacutelises conceituais de estabilidade de tensatildeo a curva

PV fornece o ponto de maacuteximo carregamento ou ponto de colapso de tensatildeo ou ponto criacutetico

ou ldquonoserdquo (nariz) da curva (Figura 22)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

39

O ponto de maacuteximo carregamento eacute identificado apoacutes a obtenccedilatildeo da curva PV eacute por

meio dele que se identifica a margem de estabilidade do sistema

Na Figura 22 o valor do maacuteximo carregamento da rede para uma dada condiccedilatildeo

especifica eacute representado pela potecircncia (Pcrit) com o respectivo valor da tensatildeo (Vcrit) para as

quais este maacuteximo carregamento ocorre

Uma desvantagem deste meacutetodo eacute que a soluccedilatildeo do fluxo de carga convencional

diverge na regiatildeo do ldquonarizrdquo da curva PV impossibilitando a obtenccedilatildeo de curvas PV

completas atraveacutes deste meacutetodo (TAYLOR 1994)

252 ndash Curvas QV

O procedimento para se obter as curvas de QV eacute semelhante ao utilizado na obtenccedilatildeo

das curvas de PV

A curva QV pode ser obtida plotando-se a tensatildeo na barra no eixo das abscissas

contra a potecircncia reativa injetada na mesma barra no eixo das ordenadas

Atraveacutes desta curva obteacutem-se a variaccedilatildeo da magnitude da tensatildeo em uma determinada

barra em funccedilatildeo da injeccedilatildeo de potecircncia reativa

A injeccedilatildeo de potecircncia reativa pode ser feita acoplando-se agrave barra uma fonte fictiacutecia de

potecircncia ativa nula e de potecircncia reativa variaacutevel ou seja um condensador siacutencrono sem

limite de reativos

Diminui-se gradativamente a tensatildeo na barra agrave medida que se calcula a injeccedilatildeo de

reativos atraveacutes da soluccedilatildeo de sucessivos fluxo de carga convencional Computacionalmente

isto eacute realizado convertendo-se a barra de geraccedilatildeo (PV) em questatildeo em barra de carga (PQ)

sem limites de injeccedilatildeo de reativos (TAYLOR 1994) Para grandes sistemas as curvas satildeo

obtidas por meio de seacuteries de simulaccedilotildees de fluxo de carga convencional

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

40

Pode-se observar na Figura 23 que a margem de reativos disponiacutevel na barra eacute a

diferenccedila entre a potecircncia reativa de saiacuteda nula do compensador siacutencrono e a potecircncia de saiacuteda

do mesmo na base da curva QV que representa o limite de estabilidade de tensatildeo (dQdV=0)

Q

V

Ponto de Operaccedilatildeo

Margem de Reativos

Figura 23 ndash Curva QV geneacuterica

Como vantagem deste meacutetodo tem-se que a determinaccedilatildeo da margem reativa em

barras criacuteticas eacute simples e raacutepida Poreacutem uma das suas limitaccedilotildees eacute o fato de aumentar a carga

reativa em apenas uma barra do sistema podendo assim levar a resultados enganosos

(KUNDUR 1994)

A seguranccedila estaacutetica esta intrinsecamente relacionada com a potecircncia reativa e a curva

QV nos daacute a margem de potecircncia reativa na barra escolhida para anaacutelise

26 - Margem de carregamento

Os operadores de sistemas eleacutetricos de potecircncia monitoram toda a topologia da rede

com seus atuais fluxos de potecircncia ativa e reativa concomitantemente com os niacuteveis de tensatildeo

nos barramentos Estas grandezas satildeo monitoradas com o claro intuito de se garantir sua

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

41

permanecircncia dentro de limites aceitaacuteveis na atual configuraccedilatildeo ou em qualquer outra das

possiacuteveis configuraccedilotildees subsequumlentes a uma contingecircncia predefinida

O operador deve estar sempre ciente da capacidade de transmissatildeo do sistema sendo

que uma quantificaccedilatildeo mais direta da capacidade de transmissatildeo eacute a margem estaacutetica de

estabilidade de tensatildeo tambeacutem definida como margem de carregamento

A definiccedilatildeo da margem dependeraacute da aplicaccedilatildeo a que se destina De uma forma geral

procura-se estabelecer a margem em funccedilatildeo da diferenccedila entre o valor de um paracircmetro

correspondente a um evento e o seu atual valor

A margem de estabilidade mede a distacircncia a um evento que cause a instabilidade e

deve ser definida de forma a ser facilmente compreendida pelo operador

Para o colapso de tensatildeo a margem de estabilidade eacute definida como o maior aumento

de carga que o sistema pode ter sem provocar o colapso de tensatildeo

A estabilidade de tensatildeo tem se tornado um assunto relevante pelo fato de que o

desequiliacutebrio existente entre os aumentos contiacutenuos de carga e as restriccedilotildees econocircmicas e

ambientais impostas agrave construccedilatildeo de novas usinas de geraccedilatildeo bem como da construccedilatildeo de

novas linhas de transmissatildeo levar os sistemas a operarem proacuteximos de seus limites com

reduzida margem de estabilidade

Na anaacutelise estaacutetica de estabilidade de tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia o ponto

de maacuteximo carregamento define em particular a fronteira entre as regiotildees operacional estaacutevel

e instaacutevel como observado na Figura 22

A determinaccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento eacute importante natildeo somente para a

obtenccedilatildeo de margens estaacuteticas de estabilidade de tensatildeo como tambeacutem para sua aplicaccedilatildeo em

anaacutelise modal uma vez que eacute nesse ponto que a curva PV fornece as informaccedilotildees para a

determinaccedilatildeo de medidas efetivas para se obter um aumento da estabilidade de tensatildeo do

sistema (KUNDUR 1994) (TAYLOR 1994)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

42

Independentemente de qual metodologia se utiliza para levantar as curvas PV de um

sistema em qualquer uma delas o objetivo seraacute determinar a maacutexima carga possiacutevel a ser

atendida

Para sistemas com cargas do tipo PQ constante o ponto de colapso de tensatildeo eacute o ponto

de operaccedilatildeo correspondente ao maacuteximo carregamento do sistema A diferenccedila entre tal ponto

e o ponto de operaccedilatildeo do sistema (em MW ou pu) eacute denominada como sendo agrave margem de

carregamento

O conhecimento preciso da margem de carregamento para o ponto de operaccedilatildeo atual eacute

fundamental para que o operador de sistemas avalie se para um distuacuterbio o sistema encontraraacute

um outro ponto de operaccedilatildeo estaacutevel (WECC 1998)

Para ilustrar o exposto considere a Figura 24 na qual satildeo apresentadas duas curvas

PV obtidas para o sistema 14 barras do IEEE

A curva 1 resulta da condiccedilatildeo normal de operaccedilatildeo considerada como curva de preacute-

contingecircncia enquanto que a curva 2 resulta da condiccedilatildeo de poacutes-contingecircncia da linha de

transmissatildeo entre as barras 1 e 2

Os pontos de maacuteximo carregamento satildeo representados nas curvas 1 e 2 como Pmax-preacute e

Pmax-poacutes respectivamente

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

43

Figura 24 ndash Definiccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e da margem de carregamento

O ponto ldquoOrdquo foi obtido por meio de um programa de fluxo de carga convencional e

representa o ponto de operaccedilatildeo estaacutevel do sistema denominado caso base

Conforme foi definido a margem de carregamento para as curvas 1 e 2 satildeo os valores

em pu entre o ponto ldquoOrdquo e os pontos Pmax-preacute e Pmax-poacutes respectivamente

Caso o sistema esteja operando no ponto ldquoOrdquo da curva 1 e o mesmo for submetido por

exemplo a um aumento de carga ele passaria a operar no ponto ldquoOacute rdquo Nesse caso o sistema

entraria em colapso se ocorresse agrave contingecircncia conforme mostra a curva 2 poreacutem

permaneceria operando com uma margem reduzida na condiccedilatildeo normal conforme mostrado

pela curva 1

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

44

Nas anaacutelises de planejamento e operaccedilatildeo sistemas eleacutetricos de potecircncia o caacutelculo da

margem de carregamento eacute efetuado por meio do fluxo de carga convencional e mais

recentemente do fluxo de carga continuado

Observa-se que o meacutetodo fluxo de carga convencional eacute considerado ineficiente na

obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento devido agraves dificuldades numeacutericas apresentadas agrave

medida que o carregamento do sistema se aproxima deste ponto criacutetico pois para sistemas

com cargas do tipo PQ constante a matriz Jacobiana torna-se singular no ponto de maacuteximo

carregamento Dessa forma a sua obtenccedilatildeo torna-se ineficiente e imprecisa devido agraves

dificuldades numeacutericas apresentadas pelo fluxo de carga convencional agrave medida que o

carregamento do sistema se aproxima de sua vizinhanccedila

De um modo geral a divergecircncia de um fluxo de carga convencional pode estar

associada ao meacutetodo utilizado na resoluccedilatildeo agrave estimativa inicial agraves muacuteltiplas soluccedilotildees

existentes e agrave inexistecircncia da soluccedilatildeo ou agrave existecircncia de singularidades

Uma vez que o ponto de maacuteximo carregamento estaacute associado agraves limitaccedilotildees fiacutesicas do

sistema eleacutetrico de potecircncia sua determinaccedilatildeo natildeo deve ser baseada numa limitaccedilatildeo

matemaacutetica de um meacutetodo numeacuterico Assim haveraacute sempre a necessidade de se investigar se

a divergecircncia eacute devida a problemas numeacutericos ou a limitaccedilotildees fiacutesicas do sistema geralmente

as diferenccedilas natildeo satildeo tatildeo oacutebvias

Observa-se que a singularidade da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo

carregamento eacute devido agrave reduccedilatildeo de seu posto ou seja do seu rank Isto natildeo significa que no

ponto de maacuteximo carregamento o fluxo de carga convencional natildeo tenha nenhuma soluccedilatildeo

Na realidade esta soluccedilatildeo existe eacute uacutenica e eacute bem definida poreacutem eacute necessaacuterio reformular a

informaccedilatildeo perdida com a reduccedilatildeo do posto da matriz Jacobiana para se obter a soluccedilatildeo

Normalmente esta compensaccedilatildeo de informaccedilatildeo seraacute realizada atraveacutes da adiccedilatildeo de

equaccedilotildees algeacutebricas parametrizadas (CHIANG et al 1995)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

45

Para carregamentos maiores que o do ponto de maacuteximo carregamento no entanto as

equaccedilotildees de fluxo de carga convencional natildeo tecircm soluccedilatildeo

Os meacutetodos da continuaccedilatildeo vecircm sendo utilizados por longa data na anaacutelise de sistemas

de equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares parametrizadas (SEYDEL 1994) Mais recentemente foi

proposta a sua utilizaccedilatildeo para o traccedilado das curvas de carregamento obtenccedilatildeo de muacuteltiplas

soluccedilotildees e do ponto de colapso de tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia (ALVES et al

2000) (FLUECK DONDETTI 2000) (WANG DA SILVA XU 2000) (ALVES et al

2002-I) (ALVES et al 2002-II)

Em funccedilatildeo de sua crescente utilizaccedilatildeo na anaacutelise de sistemas eleacutetricos esses meacutetodos

jaacute fazem parte de livros textos (KUNDUR 1994) (SEYDEL 1994) (TAYLOR 1994)

A reformulaccedilatildeo das equaccedilotildees de fluxo de carga convencional visa agrave remoccedilatildeo da

singularidade da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo carregamento e por conseguinte dos

problemas numeacutericos que surgem em sua vizinhanccedila Como resultado algoritmos de precisatildeo

simples podem ser usados para obter o ponto de maacuteximo carregamento

Capiacutetulo 3

MEacuteTODO DA CONTINUACcedilAtildeO E SUAS TEacuteCNICAS DE

PARAMETRIZACcedilAtildeO

31 ndash Introduccedilatildeo

Os sistemas de equaccedilotildees natildeo-lineares tecircm na formulaccedilatildeo matricial do meacutetodo de

Newton-Raphson um algoritmo com uma enorme versatilidade para sua soluccedilatildeo O conjunto

de soluccedilotildees se daacute atraveacutes do estabelecimento de uma estimativa inicial com posteriores

execuccedilotildees do meacutetodo atraveacutes de um processo que envolve sucessivas variaccedilotildees de um

determinado paracircmetro do sistema

O algoritmo eacute executado atraveacutes de uma sequumlecircncia de etapas sendo a mais complexa

do ponto de vista computacional a obtenccedilatildeo da matriz Jacobiana a partir da linearizaccedilatildeo do

sistema de equaccedilotildees e a posterior inversatildeo explicita ou natildeo dessa matriz para o caacutelculo de

aproximaccedilotildees para a soluccedilatildeo

Com a execuccedilatildeo do meacutetodo de Newton-Raphson obtem-se uma uacutenica soluccedilatildeo para o

sistema de equaccedilotildees desde que se estime adequadamente a soluccedilatildeo inicial e que

consequumlentemente a soluccedilatildeo desejada natildeo corresponda a um ponto singular

Os meacutetodos conhecido como path following methods (SEYDEL 1994) no qual se

inclui o meacutetodo da continuaccedilatildeo satildeo capazes de reformular o problema do fluxo de carga

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

47

convencional nos sistemas eleacutetricos de potecircncia de uma maneira tal a definir as soluccedilotildees

como funccedilotildees contiacutenuas de um determinado paracircmetro λ

O fluxo de carga continuado pode ser usado para resolver qualquer conjunto de

equaccedilotildees de equiliacutebrio ou regime permanente de sistemas eleacutetricos de potecircncia Consiste na

consecuccedilatildeo de sucessivas soluccedilotildees de equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares objetivando traccedilar

trajetoacuterias de soluccedilatildeo a partir de um caso base mudando o valor de um paracircmetro escolhido

automaticamente

A proposta do fluxo de carga continuado eacute a de encontrar uma continuidade de

soluccedilotildees do fluxo de carga convencional para uma dada condiccedilatildeo de mudanccedila de carga O

objetivo do meacutetodo eacute traccedilar perfis de tensatildeo das barras a partir de uma soluccedilatildeo inicial

conhecida identificada como caso base usando um esquema preditor-corretor para encontrar

as subsequumlentes soluccedilotildees ateacute o ponto de maacuteximo carregamento Deste processo podem ser

obtidas a margem de estabilidade de tensatildeo e as informaccedilotildees adicionais sobre o

comportamento das tensotildees das barras do sistema com o aumento do niacutevel de carregamento

Os estudos pertinentes agrave anaacutelise estaacutetica de tensatildeo mostram que a aplicaccedilatildeo do fluxo

de carga continuado consegue superar as dificuldades numeacutericas (no ponto de maacuteximo

carregamento) por meio da adiccedilatildeo de equaccedilotildees parametrizadas

Este capiacutetulo tem por objetivo introduzir os conceitos baacutesicos gerais do fluxo de carga

convencional e do fluxo de carga continuado Satildeo tambeacutem apresentadas algumas variaccedilotildees no

emprego do meacutetodo da continuaccedilatildeo com suas respectivas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo Dentre

as diversas teacutecnicas muitas seratildeo apenas comentadas por natildeo se tratarem de teacutecnicas

empregadas neste trabalho

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

48

32 - Fluxo de carga convencional

Na formulaccedilatildeo do problema fluxo de carga convencional as equaccedilotildees (G) para um

sistema podem ser escritas como

0)Vθ(G = (31)

Onde

θ eacute o vetor dos acircngulos de fase nodais das barras de carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV)

V eacute o vetor das magnitudes das tensotildees nodais das barras de carga (PQ)

G eacute o vetor que conteacutem as equaccedilotildees dos balanccedilos de potecircncias ativa e reativa nodais

De acordo com Monticelli (MONTICELLI 1983)

bull A barra PV conhecida como barra de geraccedilatildeo eacute aquela onde satildeo conhecidas as

variaacuteveis independentes isto eacute a potecircncia ativa (P) e a tensatildeo (V) sendo

desconhecidas as variaacuteveis dependentes ou seja a potecircncia reativa (Q) e o

acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

bull A barra PQ tambeacutem denominada barra de carga eacute aquelas onde satildeo

conhecidas a potecircncia ativa (P) e a potecircncia reativa (Q) sendo desconhecidas a

tensatildeo (V) e o acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

bull A barra Vθ conhecida como barra de folga (slack) ou barra de referecircncia eacute

aquela onde satildeo conhecidas a tensatildeo (V) e o acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

sendo desconhecidas a potecircncia ativa (P) e a potecircncia reativa (Q)

No fluxo de carga utilizando o meacutetodo de Newton-Raphson para a resoluccedilatildeo das

equaccedilotildees do fluxo de carga convencional obtem-se os valores de kV e kθ para todas as

barras atribuindo-lhe a denominaccedilatildeo de caso base e seguindo o algoritmo apresentado a

seguir (MONTICELLI 1983)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

49

A Equaccedilatildeo (31) pode tambeacutem ser reescrita como

PQbarrasaspara

PVePQbarrasaspara

0

0

=minus=

=minus=

V)Q(θespQΔQ

V)P(θespPΔP (32)

onde G(θV) satildeo as equaccedilotildees baacutesicas do fluxo de carga V eacute o vetor das magnitudes das

tensotildees nodais e θ eacute o vetor do acircngulo das tensotildees nodais Pesp = Pgesp - Pc

esp eacute a diferenccedila

entre as potecircncias ativas geradas e consumidas para as barras de carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV)

e Qesp = Qgesp - Qc

esp eacute a diferenccedila entre as potecircncias reativas geradas e consumidas para as

barras PQ

As equaccedilotildees de injeccedilatildeo de potecircncia ativa e reativa na barra k obtidas pela primeira Lei

de Kirchhoff satildeo

sum

sum

isin

isin

minus=

+=

κ

κ

mkmkmkmkmmk

mkmkmkmkmmk

)θBθ(GVV

)θBθ(GVV

kQ

kP

cossen

sencos

)(

)(

Vθ (33)

Onde Pk eacute a potecircncia ativa na barra k Qk eacute a potecircncia reativa na barra k Vk e Vm satildeo as

magnitudes das tensotildees terminais do ramo k-m θkm eacute a defasagem angular entre as tensotildees das

barras terminais no ramo k-m Gkm eacute a condutacircncia do ramo k-m Bkm eacute a susceptacircncia do ramo

k-m κ eacute o conjunto formado pela barra k mais todas as barras m conectadas a ela

)i Fazer 0=v e escolher os valores iniciais do acircngulo das tensotildees das barras PQ e

PV )θθ( 0= e as magnitudes das tensotildees das barras PQ )VV( 0=

)ii Calcular )V( vvθP para as barras PQ e PV e )V( vvθQ para as barras PQ e

determinar os mismatches vPΔ e vQΔ

)iii Testar convergecircncia se PvMax εleP Δ e Q

vMax εleQ Δ o processo

iterativo convergiu para a soluccedilatildeo )V( vvθ caso contraacuterio passar para )( iv

)iv Calcular a matriz Jacobiana

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

50

=

)Vθ(L)Vθ(N

)Vθ(M)Vθ(H)V(θ

vv

vv

vv

vvvvJ (34)

Os componentes das submatrizes Jacobianas H N M e L correspondem agraves derivadas

das potecircncias ativa e reativa em relaccedilatildeo ao acircngulo de fase das tensotildees das barras PQ e PV e

em relaccedilatildeo agrave magnitude das tensotildees nas barras PQ

minusminusminus=partpart=

minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Hkmkmkmkm

Kmlkkkkkkkk

kmkmkmkmmklkkm

BsenGVVBVPH

BsenGVVPH

θθθ

θθθ

2 (35)

++=partpart=

+=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Nkmkmkmkm

Kmmkkkkkkk

kmkmkmkmkmkkm

senBGVGVVPN

senBGVVPN

θθ

θθ

(36)

++minus=partpart=

+minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Mkmkmkmkm

Kmmkkkkkkkk

kmkmkmkmmkmkkm

senBGVVGVQM

senBGVVQM

θθθ

θθθ

2 (37)

minus+minus=partpart=

minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Lkmkmkmkm

Kmmkkkkkkk

kmkmkmkmkmkkm

BsenGVBVVQL

BsenGVVQL

θθ

θθ

(38)

)v Determinar a nova soluccedilatildeo )V(θ 1v1v ++

vvv

vvv

ΔVVVΔθθθ+=

+=+

+

1

1

(39)

sendo vθΔ e vVΔ determinados resolvendo-se o sistema linear

=

v

v

vv

vv

vv

vv

vv

vv

LN

MH

)Vθ()Vθ(

)Vθ()Vθ(

)Vθ()Vθ(

ΔΔ

ΔQΔP (310)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

51

)vi Fazer vv rarr+1 e voltar para o passo )(ii

A dimensatildeo do sistema de equaccedilotildees (31) eacute

n = 2nPQ + nPV

Onde nPQ representa o nuacutemero de barras PQ nPV representa o nuacutemero de barras PV n

representa o nuacutemero de incoacutegnitas

Isto normalmente eacute suficiente para a resoluccedilatildeo do problema fluxo de carga

convencional contanto que a matriz Jacobiana tenha posto completo ou seja natildeo deve ser

singular

No fluxo de carga convencional uma barra PV eacute usada para representar a barra de

geraccedilatildeo com controle de tensatildeo

Em cada interaccedilatildeo a geraccedilatildeo de reativo de cada barra PV eacute comparada com seu

respectivo limite (Q-limite) no caso de violaccedilatildeo a barra PV eacute alterada para tipo PQ onde Q eacute

especificado no valor limite alcanccedilado ou seja torna-se uma variaacutevel independente e V se

torna uma incoacutegnita no problema isto eacute torna-se uma variaacutevel dependente Estas barras

podem voltar a ser PV nas iteraccedilotildees futuras Em geral mudanccedilas no tipo das barras natildeo

afetam a soluccedilatildeo

As curvas PV podem ser traccediladas atraveacutes de sucessivas soluccedilotildees do fluxo de carga

convencional a partir de um caso base ateacute proacuteximo ao ponto de maacuteximo carregamento para

incrementos graduais de carga (λ)

A expressatildeo (311) corresponde agraves equaccedilotildees de balanccedilo de potecircncias definidas em

(31) acrescida da dependecircncia contiacutenua da carga (resistiva indutiva ou capacitiva) com o

paracircmetro escalar λ

0VθG =)( λ (311)

Ou ainda

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

52

PQ

PVPQ

barras para0)Q(esp

e barras para0)P(esp

=minusλ

=minusλ

VQ

VP

θ

θ (312)

Onde

c-g esp PPP = eacute a diferenccedila entre as potecircncias ativas geradas e consumidas para as barras de

carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV) c- esp QQ = eacute potecircncia reativa consumida para as barras PQ

Observa-se que quando o tipo da barra PV eacute alterado para PQ deve-se tomar o

cuidado de natildeo multiplicar suas potecircncia reativas geradas ( gQ ) por λ

No sistema de equaccedilotildees (312) assume-se que o aumento de carga do sistema eacute

proporcional ao caso base (λ=1) e que o fator de potecircncia eacute mantido constante (Costa et al

(1998)) (TAYLOR 1994) As potecircncias ativa espkP e reativa esp

kQ podem tambeacutem ser

definidas como espkcosesp

kSesppkC ϕ e esp

ksenespkSesp

qkC ϕ respectivamente Assim dependendo

do valor de espqkCeesp

pkC pode-se obter as curvas PV QV ou SV

Portanto eacute possiacutevel realizar-se uma variaccedilatildeo de carregamento individual isto eacute para

cada barra do sistema considerando para cada uma um crescimento de carga com fatores de

potecircncia diferentes aos do caso base

Tradicionalmente entretanto assume-se que o aumento de carga de uma determinada

aacuterea eacute feito com fator de potecircncia constante e proporcional ao carregamento do caso base com

modelo de carga de potecircncia constante visto que este fornece a condiccedilatildeo de operaccedilatildeo mais

segura para o sistema (WECC 1998) (TAYLOR 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

53

Em geral λ eacute considerado uma variaacutevel dependente e entatildeo variado automaticamente

Dessa forma o sistema de equaccedilotildees (312) cuja dimensatildeo eacute n = 2nPQ + nPV agora tem 1n +

incoacutegnitas e uma equaccedilatildeo adicional eacute necessaacuteria

Por outro lado qualquer uma das 1n + incoacutegnitas pode ser definida como paracircmetro

seus valores podem ser especificados e entatildeo esta equaccedilatildeo pode ser usada para calcular a

nova variaacutevel dependente λ Assim o sistema (312) ficaraacute com n equaccedilotildees e n incoacutegnitas

Nestas condiccedilotildees a nova matriz Jacobiana diferiraacute da original na coluna k onde as derivadas

das potecircncias em relaccedilatildeo ao novo paracircmetro seratildeo substituiacutedas pelas correspondentes

derivadas em relaccedilatildeo agrave nova variaacutevel dependente (λ)

A adiccedilatildeo de equaccedilotildees parametrizadas tem se tornado um procedimento padratildeo

(SEYDEL 1994) Entretanto isto implicaraacute em um aumento na dimensatildeo da matriz Jacobiana

Aplicando-se a teacutecnica do meacutetodo do fluxo de carga convencional para resolver a

Equaccedilatildeo (312) para o caso base (Vo θo λο = 1) obtem-se como resultado o primeiro ponto

da curva PV correspondente ao ponto ( )ax λ visualizado na Figura 31 Emprega-se entatildeo o

meacutetodo da continuaccedilatildeo para calcular as soluccedilotildees adicionais ateacute que o ponto de maacuteximo

carregamento seja alcanccedilado No iniacutecio do processo um passo preditor eacute executado para

encontrar uma estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo

A diferenccedila entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo estaacute na forma como esta nova variaacutevel eacute

tratada e em como a singularidade da nova matriz Jacobiana eacute evitada

33 - Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de prediccedilatildeo parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo

O traccedilado das curvas PV e QV para uma uacutenica barra a soluccedilatildeo do fluxo de carga

convencional dependeraacute dentre outros fatores da existecircncia da soluccedilatildeo das muacuteltiplas

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

54

soluccedilotildees existentes do meacutetodo utilizado na resoluccedilatildeo das equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares

da existecircncia de singularidades da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo carregamento da

estimativa inicial Todas estas caracteriacutesticas satildeo comuns aos processos de soluccedilatildeo de

equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares em geral

O meacutetodo da continuaccedilatildeo pode ser implementado com qualquer conjunto de equaccedilotildees

de equiliacutebrio ou seja em regime permanente de um sistema eleacutetrico de potecircncia embora nas

anaacutelises de estabilidade de tensatildeo tecircm sido empregados mais especificamente para o caacutelculo

da trajetoacuteria de soluccedilotildees

A denominaccedilatildeo de fluxo de carga continuado (do inglecircs Continuation Power Flow)

adveacutem do uso das equaccedilotildees padrotildees do fluxo de carga convencional como modelo das redes

eleacutetricas (KUNDUR 1994) (VAN CUTSEM 1998)

O meacutetodo da continuaccedilatildeo abaliza-se fundamentalmente na determinaccedilatildeo de uma

estimativa atraveacutes de um processo de prediccedilatildeo a partir de uma soluccedilatildeo conhecida

A estimativa representa a condiccedilatildeo inicial para o processo de correccedilatildeo que por sua vez

e o responsaacutevel pela convergecircncia agrave nova soluccedilatildeo

Dentre os inuacutemeros meacutetodos descritos na literatura especiacutefica o mais amplamente

empregado consiste de quatro procedimentos baacutesicos

I Um procedimento de prediccedilatildeo necessaacuterio na ponderaccedilatildeo de uma estimativa para

o proacuteximo ponto de soluccedilatildeo

Dentre as diversas teacutecnicas de previsatildeo destaca-se o meacutetodo da tangente

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994) e o

meacutetodo da secante (CHIANG et al 1995) (CHIANG et al 1999)

Uma outra teacutecnica de previsatildeo eacute a denominada de previsatildeo trivial ou polinomial

modificada de ordem zero (CHIANG et al 1995)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

55

II Um procedimento estrateacutegico de parametrizaccedilatildeo necessaacuterio para evitar a

singularidade da matriz Jacobiana

As teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo mais frequumlentemente utilizadas nos fluxo de carga

continuado satildeo a local a geomeacutetrica e a que utiliza o comprimento de arco

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994)

(SEYDEL 1994) (CHIANG et al 1995) (CHIANG et al 1999)

III Um controle de tamanho de passo usado para obter um bom desempenho global

IV Um procedimento corretor necessaacuterio para corrigir a soluccedilatildeo aproximada do

passo preditor a fim de se evitar acumulo de erros

A teacutecnica mais aplicada eacute a da interseccedilatildeo perpendicular (AJJARAPU

CHRISTY 1992) (IBA et al 1991)

O meacutetodo da continuaccedilatildeo tem como objetivo encontrar soluccedilotildees consecutivas a a+1

para um sistema de equaccedilotildees natildeo-lineares de tal forma que

( ) ( ) ( )correccedilatildeoprediccedilatildeo

xxx aaeea 11 ++rarrrarr λλλ

A partir da soluccedilatildeo conhecida ( )ax λ atraveacutes de um processo de prediccedilatildeo eacute possiacutevel

se determinar uma estimativa ( ) 1

+aeex λ Tal estimativa eacute a condiccedilatildeo inicial para o processo

de correccedilatildeo responsaacutevel pela convergecircncia agrave nova soluccedilatildeo ( ) 1 +ax λ

A Figura 31 ilustra de forma geneacuterica os processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em

sistemas parametrizados

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

56

Figura 31 - Processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em sistemas parametrizados

331 ndash Teacutecnicas de prediccedilatildeo

3311 - Preditor tangente

No passo preditor tangente a estimativa da proacutexima soluccedilatildeo pode ser encontrada

dando-se um passo de dimensatildeo apropriadamente escolhida na direccedilatildeo do vetor tangente agrave

curva PV calculado na soluccedilatildeo atual do processo

O caacutelculo do vetor tangente (t) pode ser obtido tomando-se as derivadas parciais do

sistema de equaccedilotildees (311)

Diferenciando-se a Equaccedilatildeo (311) e colocando-a na sua forma matricial pode-se

calcular o vetor tangente atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

[ ] [ ]

=minus=

minus

000

tVθ

GG λV

ddd

GG λθ Jλ

(313)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

57

Onde

Gθ satildeo as derivadas parciais de G em relaccedilatildeo agrave θ Gv satildeo as derivadas parciais de G em

relaccedilatildeo agrave V Gλ satildeo as derivadas parciais de G em relaccedilatildeo agrave λ

Gθ e GV compotildeem a matriz Jacobiana do Fluxo de carga convencional

Incrementa-se uma coluna ndashGλ em J correspondente a nova variaacutevel λ Atraveacutes do

incremento da nova coluna o nuacutemero de incoacutegnitas passa a ser maior do que o nuacutemero de

equaccedilotildees uma variaacutevel do vetor t deve ser especificada com um valor diferente de zero A

variaacutevel escolhida daacute-se a denominaccedilatildeo de ldquoparacircmetro da continuaccedilatildeordquo

Com a especificaccedilatildeo do paracircmetro da continuaccedilatildeo deve-se acrescentar uma nova

equaccedilatildeo (ek t = tk = plusmn 1) ao sistema (32)

O sistema de equaccedilotildees (314) com as devidas modificaccedilotildees passa a ser

plusmn==

minus=

minus

100GG

ttGG

VθGG

mJee kk

λθλθ VV

dλdd

(314)

Na Equaccedilatildeo (314) ek eacute um vetor linha devidamente dimensionado com todos os

elementos nulos exceto o k-eacutesimo que seraacute igual a 1

A identificaccedilatildeo do iacutendice ldquokrdquo eacute realizada de forma tal que o vetor tangente t tenha uma

norma natildeo-nula e garanta que a matriz Jacobiana modificada (Jm) seja natildeo-singular no ponto

de maacuteximo carregamento

O nuacutemero 1 deveraacute ser posto na coluna da variaacutevel escolhida como paracircmetro da

continuaccedilatildeo (Vk θk ou λ) A introduccedilatildeo do sinal + ou ndash dependeraacute de como a variaacutevel

escolhida como paracircmetro da continuaccedilatildeo estaraacute sendo alterada positivo se ela estiver

crescendo de valor e negativo se estiver decrescendo

Uma vez obtido o vetor t a estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo seraacute dada por

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

58

+

=

dλλλ a

a

a

dVdθ

σe

e

e

(315)

O sobrescrito ldquoerdquo indica estimativa isto eacute o vetor tangente eacute usado para obter uma

estimativa para θ V e λ a partir da soluccedilatildeo atual ldquoardquo

O escalar σ eacute o tamanho do passo preditor apropriado

A dimensatildeo do passo deve ser tal que a soluccedilatildeo prevista esteja dentro do raio de

convergecircncia do passo corretor

3312 ndash Preditor secante

O meacutetodo do preditor secante de ordem um eacute uma aproximaccedilatildeo do vetor tangente e

utiliza a soluccedilatildeo anterior e a soluccedilatildeo atual para fazer a estimativa da proacutexima soluccedilatildeo Estes

dois primeiros pontos satildeo obtidos pelo meacutetodo do preditor tangente

Os meacutetodos polinomiais estatildeo baseados em um polinocircmio de ordem variada que

ldquocortardquo a soluccedilatildeo atual e as soluccedilotildees preacutevias )( aa λx )( 1minusminus aa λ1x para prover um ponto de

aproximaccedilatildeo para a proacutexima soluccedilatildeo )( 11 ++ aa λx

)()()( 111 minusminus++ minusminus+= aaaaaaaa λλσλλ xxxx 1 (316)

O sistema da Figura 32 apresentada em (ALVES 2000) para ilustrar os passos do

meacutetodo da continuaccedilatildeo com preditor tangente e secante

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

59

r12 + j x12 r23 + j x23

(slack)

2 3

P2 + jQ2 P3 + jQ3

y12 = g12 + j b12 y23 = g23 + j b23

V1 = V1 0o pu

V2 = V2 θ2o pu

V3 = V3 θ3

o pu

1

Figura 32 - Sistema de trecircs barras

Os valores adotados para o sistema de trecircs barras da Figura 32 foram

01911 upV oang=amp 33010012 upjz += 67020023 upjz += 0022 upjQjP +=+

toleracircncia de 10-5

A Figura 33 (ALVES 2000) obtida para o sistema da Figura 32 ilustra os passos da

previsatildeo pelo vetor tangente por meio da reta contiacutenua e pelo vetor secante por meio da reta

tracejada respectivamente obtidas utilizando λ como paracircmetro da continuaccedilatildeo

Figura 33 - Comparaccedilatildeo entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo com preditor tangente e com preditor secante

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

60

Observa-se na Figura 33 que no ponto ldquoArdquo o passo corretor natildeo encontraraacute soluccedilatildeo

se λ for o paracircmetro utilizado Aleacutem disso o uso deste paracircmetro natildeo eliminaraacute a

singularidade da matriz Jacobiana modificada (Jm) no ponto de maacuteximo carregamento tanto

no passo preditor quanto no corretor

Assim para obter-se o ponto de maacuteximo carregamento com maior precisatildeo o passo

teraacute que ser reduzido agrave medida que os pontos se aproximam do ponto de maacuteximo

carregamento

3313 - Preditor polinomial modificado de ordem zero

Uma outra teacutecnica de previsatildeo que seraacute adotada para o passo preditor na metodologia

proposta nesse trabalho eacute a denominada de previsatildeo trivial ou polinomial modificada de

ordem zero (CHIANG et al 1995)

Esta teacutecnica usa a soluccedilatildeo atual e um incremento fixo no paracircmetro (λ θk ou Vk)

como uma estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo Observa-se que as soluccedilotildees sucessivas de (32)

pelo meacutetodo de Newton com a prefixaccedilatildeo de vaacuterios valores para o paracircmetro em uso (λ θk

ou Vk) satildeo casos particulares dessa teacutecnica de previsatildeo

Uma vez especificado um incremento fixo no paracircmetro (λ θk ou Vk) como uma

estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo torna-se necessaacuterio realizar a correccedilatildeo a partir da soluccedilatildeo

atual para obter a soluccedilatildeo correta final

Em geral o incremento adotado pelo passo preditor exige poucas iteraccedilotildees para que a

proacutexima soluccedilatildeo seja obtida dentro da precisatildeo desejada

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

61

332 - Controle do passo preditor

A adoccedilatildeo do controle de passo eacute de fundamental importacircncia para a eficiecircncia do

meacutetodo da continuaccedilatildeo Uma boa opccedilatildeo eacute na medida do possiacutevel definir o menor passo entre

a soluccedilatildeo conhecida ( )ax λ e a soluccedilatildeo estimada ( ) 1

+aeex λ Esta opccedilatildeo apesar de garantir a

convergecircncia do meacutetodo nos trechos da trajetoacuteria de soluccedilatildeo com curvatura mais acentuada

tem como agravante o elevado dispecircndio de tempo nos trechos planos

O controle de passo ideal deve se adaptar agrave topologia da trajetoacuteria de soluccedilatildeo

tornando-se um algoritmo com consideraacutevel grau de sofisticaccedilatildeo

Para sistemas pouco carregados aplicam-se passos maiores jaacute para sistemas altamente

carregados aplicam-se passos menores O ideal seria se o tamanho do passo se adaptasse agraves

condiccedilotildees reais de convergecircncia Um meacutetodo simples baseado no nuacutemero de iteraccedilotildees do

passo corretor eacute utilizado para controlar o tamanho do passo preditor se o nuacutemero de

iteraccedilotildees do passo corretor for pequeno indica que a carga ainda eacute leve ou normal e o passo

pode ser maior Aumentando o nuacutemero de iteraccedilotildees o sistema estaraacute numa regiatildeo de alto

carregamento e o tamanho do passo deve ser reduzido

Uma opccedilatildeo eacute o uso da tensatildeo (Vk) como paracircmetro durante todo o traccedilado da curva

PV pois isso acarretaraacute em um controle automaacutetico do passo Isto porque em geral um passo

fixo na tensatildeo corresponde a passos largos no fator de carregamento durante carga leve e

normal e em passos reduzidos para altos carregamentos conforme mostrado na Figura 34

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

62

05 1 15 2 25 3 35 4 45 5 550

02

04

06

08

1

12

14 Te

nsatildeo

[pu

]

Fator de carregamento λ

Figura 34 - Controle automaacutetico do passo σ

Outro meacutetodo de controle do tamanho do passo eacute baseado na norma do vetor tangente

(ZAMBRONI et al 1997) O tamanho do passo eacute definido como

2

t0σσ = (317)

Onde σ0 eacute um escalar predefinido || t ||2 eacute a norma Euclidiana do vetor tangente t

Agrave medida que o sistema torna-se carregado a magnitude do vetor tangente aumenta e

consequumlentemente σ diminui

333 ndash Teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo

A parametrizaccedilatildeo na anaacutelise estaacutetica da tensatildeo eacute a forma matemaacutetica usada para

identificar cada soluccedilatildeo na curva correspondente agrave trajetoacuteria de soluccedilotildees (curva PV) de forma

que a proacutexima soluccedilatildeo ou a soluccedilatildeo prevista possa ser quantificada

Carga leve passos maiores

Alto carregamento passos menores

A correccedilatildeo eacute feita horizontalmente paracircmetro Vk

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

63

A estrateacutegia de parametrizaccedilatildeo eacute quem define a robustez do meacutetodo da continuaccedilatildeo

em relaccedilatildeo agrave eliminaccedilatildeo dos problemas numeacutericos relacionados aos meacutetodos de soluccedilotildees das

equaccedilotildees e a obtenccedilatildeo das muacuteltiplas soluccedilotildees

O processo da parametrizaccedilatildeo eacute normalmente efetuado atraveacutes da aplicaccedilatildeo de

paracircmetros fiacutesicos tais como magnitude de tensatildeo fator de carregamento potecircncia ativa

potecircncia reativa etc eou paracircmetros artificiais cabendo destacar equaccedilotildees geomeacutetricas

comprimento de arco

As teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo fiacutesica podem resultar em dificuldades de convergecircncia

do meacutetodo inerentes aos pontos de transiccedilatildeo

Consegue-se evitar tais dificuldades efetuando-se uma avaliaccedilatildeo local em cada

soluccedilatildeo e caso o processo neste ponto convirja efetua-se a troca desse paracircmetro Essa

teacutecnica de parametrizaccedilatildeo eacute chamada de parametrizaccedilatildeo local (AJJARAPU CHRISTY

1992)

Jaacute as teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo artificial favorecem as convergecircncias uma vez que

natildeo encontram problemas nos pontos de transiccedilatildeo sendo por este motivo consideradas mais

robustas e apropriadas em relaccedilatildeo agraves teacutecnicas baseadas em paracircmetros fiacutesicos (WGVS 1993)

Com o passo preditor realizado isto eacute com o ponto estimado ( ) 1

+aeex λ encontrado

existe nesta soluccedilatildeo um erro uma vez que o ponto (estimado) natildeo se encontra na soluccedilatildeo real

da funccedilatildeo definida portanto torna-se necessaacuterio realizar a correccedilatildeo desta soluccedilatildeo aproximada

para se obter a soluccedilatildeo correta evitando-se desta forma um acuacutemulo de erros

Uma vez que o ponto obtido encontra-se muito proacuteximo da soluccedilatildeo correta reduzido

nuacutemero de iteraccedilotildees geralmente e torno de duas ou trecircs seratildeo necessaacuterias para se alcanccedilar a

curva trajetoacuteria de soluccedilotildees (curva PV) dentro da precisatildeo desejada

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

64

Qualquer meacutetodo numeacuterico pode ser utilizado na aplicaccedilatildeo do passo corretor Para o

sistema eleacutetrico de potecircncia o mais frequumlentemente utilizando eacute o meacutetodo de Newton-

Raphson (ALVES et al 2004-I)

Uma equaccedilatildeo adicional eacute acrescentada ao sistema de equaccedilotildees (311) definindo um

hiperplano perpendicular ao vetor de prediccedilatildeo Assim o sistema de equaccedilotildees da etapa de

correccedilatildeo passa a ser

0

0)(

=minus

=eppλVG θ

(318)

Onde p corresponde agrave variaacutevel escolhida como o paracircmetro de continuaccedilatildeo pe corresponde a

valor estimado do paracircmetro de continuaccedilatildeo obtido no procedimento de prediccedilatildeo

Linearizando-se em torno do ponto de operaccedilatildeo (318) vem

=

∆λ=

∆λ

minus

0

λQP

eGG

mk

ΔΔ

ΔΔ

ΔΔ

GVθ J (319)

sendo que o vetor ek conteraacute a unidade apenas na coluna correspondente ao novo paracircmetro p

3331 - Parametrizaccedilatildeo local

Uma outra forma de contornar o problema da singularidade eacute usar em ambos os

passos preditor e corretor uma teacutecnica muito simples conhecida por parametrizaccedilatildeo local

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994) e (SEYDEL 1994)

que consiste na troca de paracircmetro proacuteximo ao ponto de maacuteximo carregamento

Na parametrizaccedilatildeo local avaliam-se os incrementos em cada uma das variaacuteveis e

seleciona-se a que apresentar o maior desvio relativo (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(AJJARAPU LAU BATTULA 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

65

O ponto criacutetico para o processo de parametrizaccedilatildeo passa a ser a escolha adequada do

iacutendice k

∆∆∆∆

=∆

λλmax

2

2

1

1

n

n

k

K

xx

xx

xx

xx

(320)

No meacutetodo do vetor tangente apoacutes o processo de escolha da variaacutevel que seraacute aquela

que apresentou a maior variaccedilatildeo λ passa a ser a partir daiacute tratado como variaacutevel dependente

enquanto que a variaacutevel escolhida passa a ser o novo paracircmetro p do conjunto de n+1

variaacuteveis

O novo paracircmetro p seraacute dado por

1 n 21 max +larr tttp L (321)

O uso deste meacutetodo para a escolha automaacutetica de p natildeo tem apresentado dificuldades

mesmo para sistemas altamente compensados (CANtildeIZARES et al 1993)

A experiecircncia com o meacutetodo do vetor tangente tem demonstrado que ao aproximar-se

do ponto de maacuteximo carregamento p muda de λ para Vk aquela tensatildeo que apresenta a maior

variaccedilatildeo retornando novamente para λ apoacutes alguns pontos

Jaacute no meacutetodo baseado no preditor secante a escolha do paracircmetro p natildeo mais se

processa com a variaacutevel que apresentar a maior variaccedilatildeo mas sim com aquela que apresentar

a maacutexima variaccedilatildeo relativa (SEYDEL 1994)

minus

minus

minuslarr

+

+

+

+

+

+

1

1

maxj

jj

λλ1j

j1j

1j

j1j

V

VV

θ

θθ (322)

Onde j refere-se ao ponto da curva

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

66

O preditor secante apresenta um alto grau de confiabilidade poreacutem o mesmo natildeo

garante que o paracircmetro p escolhido agilize o processo (SEYDEL 1994)

Almeja-se que a escolha do paracircmetro p com base em qualquer uma das equaccedilotildees

(321) ou (322) resulte em um bom desempenho do algoritmo

3332 ndash Teacutecnica do comprimento de arco

Em CHIANG et al (1995) os autores propuseram uma teacutecnica para eliminar a

singularidade da matriz Jacobiana baseada no paracircmetro do comprimento do arco (s) Os dois

primeiros pontos satildeo obtidos pelo vetor tangente e ao inveacutes de acrescentar a equaccedilatildeo (ek t =

plusmn 1) acrescenta-se agrave Equaccedilatildeo (313) do passo preditor a Equaccedilatildeo (323)

sum =

+

=

n

i

2i

dsdλ

dsdx

1

2

1 (323)

Para a correccedilatildeo eacute adicionada agrave Equaccedilatildeo (311) a seguinte equaccedilatildeo

sum =∆minusminus+minus==

n

iii ssλλsxxsλ

1

222 0)())(())(()(R x (324)

O comprimento de arco ∆s vale

50

1

22 ))((]))([(sum minus+minus=∆=

n

iii sλλsxxs (325)

A expansatildeo das equaccedilotildees (311) e (324) em seacuterie de Taylor considerando somente as

condiccedilotildees de primeira ordem resulta na seguinte equaccedilatildeo linearizada

=

partpart

partpart

minus

R

Gx

x

G x

Δ

Δ

Δ

Δ

RRG

λλ

λ

(326)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

67

Onde xG representa a matriz Jacobiana

A Equaccedilatildeo (323) assegura que o paracircmetro s seja o comprimento do arco sobre a

curva de soluccedilatildeo As equaccedilotildees (313) e (323) juntas formam um conjunto n + 1 equaccedilotildees a n

+ 1 incoacutegnitas

A estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo eacute obtida da Equaccedilatildeo (315) onde σ representaraacute

o passo do comprimento de arco s

A Equaccedilatildeo (323) eacute natildeo-linear e o sistema formado por esta equaccedilatildeo e a Equaccedilatildeo

(313) natildeo pode ser linearizada sendo que a sua soluccedilatildeo pode consumir muito tempo

computacional

A opccedilatildeo sugerida em (CHIANG et al 1995) eacute a obtenccedilatildeo de dois pontos da curva

atraveacutes do preditor tangente sendo utilizado depois o preditor secante De acordo com os

autores esta teacutecnica de parametrizaccedilatildeo eacute mais robusta possibilitando que sejam dados maiores

passos do que a teacutecnica utilizando parametrizaccedilatildeo local

3333 ndash Teacutecnica da perpendicularidade

Uma outra teacutecnica utilizada para contornar a singularidade sem a necessidade de

parametrizaccedilatildeo foi utilizada primeiramente por (IBA et al 1991) e posteriormente associada

a um controle de passo aplicada com sucesso em vaacuterios sistemas em (CANtildeIZARES et al

1992)

A teacutecnica consiste na adiccedilatildeo ao equacionamento do sistema de uma nova equaccedilatildeo

( ( )[ ] ( )[ ] 0)()()()( 11 =∆minusminus∆+∆minusminus∆ ++ aaaTaaaaTa xxxx λσλλλσ ) Tal procedimento deveraacute

definir um hiperplano perpendicular ao vetor de prediccedilatildeo que se inicia na soluccedilatildeo conhecida

( )ax λ e passa pela soluccedilatildeo estimada ( ) 1

+aeex λ e um outro que se encontra sobre a curva da

trajetoacuteria de soluccedilotildees soluccedilatildeo ( ) 1 +ax λ (SEYDEL 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

68

Destarte a equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo a ser acrescida ao sistema (311) seraacute dada pelo

produto escalar

0ΔΔΔ

a

a

a

=

minusminusminusminusminusminus

bull

aa

aa

aaT

λ λλλ∆∆

∆VVVθθθ

(327)

Onde (∆θa ∆Va ∆λa)T = (θ e ndash θa Ve ndash Va λe ndash λa)

Partindo da soluccedilatildeo fornecida pelo passo preditor o sistema resultante da expansatildeo em

seacuterie de Taylor do sistema (311) acrescido da equaccedilatildeo anterior converge para o ponto (θ V

λ) da curva PV

∆∆∆

=

∆∆∆

partpart

partpart

partpart

minus

HH

VHH

GQP

VθGG Vθ

λλθ

λ

(328)

Capiacutetulo 4

METODOLOGIA PROPOSTA

41 - Introduccedilatildeo

A maioria das anaacutelises nas aacutereas de planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos

envolve caacutelculos de fluxo de carga fluxo de carga continuado e fluxo de carga oacutetimo

Como mencionado no capiacutetulo 1 as simulaccedilotildees de fluxo de carga satildeo utilizadas para

determinar nas condiccedilotildees de regime permanente as magnitudes de tensatildeo e os acircngulos de

cada barra em um sistema eleacutetrico de potecircncia Uma vez obtidas essas grandezas satildeo

utilizadas natildeo soacute para a determinaccedilatildeo da margem de carregamento e do caacutelculo dos fluxos de

potecircncia ativa e reativa em todas as linhas de transmissatildeo e equipamentos conectados as

barras mas tambeacutem para quantificar as perdas nos sistemas de energia eleacutetrica

(MONTICELLI 1983)

Jaacute um fluxo de carga oacutetimo natildeo somente resolve as equaccedilotildees do fluxo de carga como

tambeacutem determina um conjunto de valores oacutetimos para as variaacuteveis de estado da rede levando

em conta a demanda e os paracircmetros do sistema Os valores oacutetimos satildeo calculados

objetivando minimizar uma funccedilatildeo objetivo tal como o custo de geraccedilatildeo ou as perdas de

transmissatildeo sujeitos as restriccedilotildees de igualdade e desigualdade (DOMMEL TINNEY 1968)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

70

Sabe-se que o ponto de maacuteximo carregamento de um sistema aumenta em funccedilatildeo da

disponibilidade de reservas de reativo do mesmo (ALVES et al 2002-II) Assim ao

minimizarem-se as perdas no sistema implicitamente estar-se-aacute aumentando a margem de

reativos do sistema e consequumlentemente aumentando a margem de estabilidade estaacutetica ou

seja o ponto de maacuteximo carregamento

Por outro lado o fluxo de carga natildeo foi desenvolvido para minimizar automaticamente

qualquer funccedilatildeo objetivo Dessa forma um processo de tentativa e erro deve ser executado

para otimizar algum criteacuterio desejado escolhendo uma dentre as vaacuterias soluccedilotildees factiacuteveis de

um conjunto muito amplo

A metodologia apresentada em (CHEN HSU 2000) resolve sequumlencialmente o fluxo

de potecircncia oacutetimo seguindo uma dada curva de previsatildeo de carga atendendo restriccedilotildees

operativas do sistema e garantindo que cada gerador atenda metas estabelecidas pelo

planejamento de meacutediolongo prazo ainda que representando algumas restriccedilotildees de

seguranccedila tal como manutenccedilatildeo de um perfil de tensatildeo seguro para todo o sistema natildeo era

levado em conta a avaliaccedilatildeo da margem de estabilidade de tensatildeo para cada horaacuterio Tal

restriccedilatildeo eacute contemplada em (MENEZES 2002) onde a metodologia apresentada leva em

consideraccedilatildeo o modelo do fluxo de potecircncia oacutetimo parameacutetrico o meacutetodo do fluxo de carga

continuado para o caacutelculo das margens de estabilidade e o meacutetodo de anaacutelise modal estaacutetica

expandida para a obtenccedilatildeo dos fatores de participaccedilatildeo dos geradores

Affonso (AFFONSO 2004) baseado na forte relaccedilatildeo entre margem de estabilidade de

tensatildeo e as reservas de potecircncia reativa da rede apresentou metodologia propondo o re-

despacho da geraccedilatildeo de potecircncia ativa e reativa para condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo obtendo

indiretamente um aumento na margem de estabilidade de tensatildeo do sistema atraveacutes da

maximizaccedilatildeo das reservas de potecircncia reativa e da minimizaccedilatildeo das perdas de potecircncia ativa

por meio do fluxo de carga oacutetimo

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

71

No presente trabalho propotildee-se uma nova metodologia que associada ao meacutetodo da

continuaccedilatildeo possibilite obter uma ampliaccedilatildeo na margem de estabilidade do sistema visando

atender os niacuteveis miacutenimos de ampliaccedilatildeo de margem de estabilidade de tensatildeo de acordo com

as recomendaccedilotildees da ForccedilandashTarefa ldquoColapso de Tensatildeordquo do GTADSCELGCOI (FTCT

1999) e do WSCC-Reactive Power Reserve Work Group (WECC 1998) Para se alcanccedilar

essa meta acrescenta-se agraves equaccedilotildees do fluxo de carga a equaccedilatildeo parametrizada da perda

ativa total na transmissatildeo e as equaccedilotildees das potecircncias reativa geradas nas barras PV As

tensotildees nas barras PV satildeo consideradas como variaacuteveis de controle e um novo paracircmetro eacute

escolhido com o intuito de se reduzir a perda ativa nas linhas de transmissatildeo

42 - O problema do fluxo de carga oacutetimo

Considere inicialmente um sistema de duas barras sendo uma barra de folga (slack) e

uma barra PV interligadas por uma linha de transmissatildeo cuja impedacircncia eacute z12 como

ilustrado na Figura 41

z12 = r12 + j x12

barra 1(slack)

barra 2 (PV)

P2 + jQ2

j bsh12 j bsh

12

y12 = g12 + j b12

V1 = V1 0o pu

V2 = V2 θo pu

Figura 41 - Sistema de duas barras

Define-se Pg2 como sendo a potecircncia ativa gerada na barra 2 Pc2 como sendo a potecircncia ativa

consumida na barra 2 Qg2 como sendo a potecircncia reativa gerada na barra 2 Qc2 como sendo a

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

72

potecircncia reativa consumida na barra 2 P2 = Pg2 ndash Pc2 como sendo a injeccedilatildeo de potecircncia ativa

na barra 2 e Q2 = Qg2 ndash Qc2 como sendo injeccedilatildeo de potecircncia reativa na barra 2

O fluxo de carga oacutetimo eacute um problema de otimizaccedilatildeo natildeo-linear em regime

permanente que calcula os valores oacutetimos de um conjunto de variaacuteveis a partir do estado da

rede dos dados da carga e dos paracircmetros do sistema

Os valores oacutetimos satildeo calculados objetivando minimizar uma determinada funccedilatildeo tal

como custo de geraccedilatildeo ou perdas de potecircncia ativa na transmissatildeo sob restriccedilotildees de igualdade

e de desigualdade

O problema do fluxo de carga oacutetimo pode ser apresentado como

minimizar Pa(x) sujeito a G(x) = 0 (41)

H(x) le 0

xmin le x le xmax

Onde

=

Vx

θeacute o vetor composto pelas variaacuteveis de estado e controle do sistema xmax e xmin

satildeo os limites das variaacuteveis de estado e controle do sistema G(x) satildeo as condiccedilotildees de

igualdade do fluxo de carga H(x) satildeo as restriccedilotildees de desigualdade do fluxo de carga

A funccedilatildeo objetivo Pa(x) representa o desempenho do sistema sendo neste trabalho

esta funccedilatildeo representada pela perda total de potecircncia ativa na transmissatildeo (Pa)

As restriccedilotildees de desigualdade H(x) representam as equaccedilotildees funcionais do fluxo de

carga como os limites dos fluxos de potecircncia ativa e reativa nas linhas de transmissatildeo e

transformadores e limites de injeccedilatildeo de potecircncia reativa nas barras de controle de reativos

barras PV

Considere o caso do sistema da Figura 41 onde a barra 2 eacute uma barra de tensatildeo

controlada do tipo PV no caso controlada por um compensador siacutencrono Sua tensatildeo bem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

73

como a da barra de folga variaraacute de forma a reduzir Pa A barra de folga deveraacute ser capaz de

suprir tanto a solicitaccedilatildeo de carga como a perda de potecircncia ativa na linha de transmissatildeo

Sendo a barra 2 do tipo PV sua correspondente equaccedilatildeo Q2(x) deixa de pertencer ao

conjunto de restriccedilotildees de igualdade enquanto natildeo for ativa

A soluccedilatildeo analiacutetica do fluxo de carga oacutetimo desse problema jaacute foi apresentada em

(ALVES et al 2002-II) de onde se tem que as coordenadas do ponto oacutetimo 1

1 eV = e

2

2

2 jfeV += Pa e

2gQ devem satisfazer as seguintes equaccedilotildees

( )

+minusminus=+= lowast

212

21

1

2

2

12 42

e Preetgftgfee φφ

(42)

( ) 212

2212 xfrPa lowastlowast = e ( ) ( )lowastlowastlowast == PatgxfQg φ12

222 (43)

Para o caso base para o qual o fator de carregamento (λ) eacute igual a 1 e considerando

z12 = r12+j x12 = (02+j 1 0) pu e P2 = ndashPc2 = ndash04 pu a Tabela 41 apresenta as soluccedilotildees

obtidas com (42) e (43) e por um programa de fluxo de carga oacutetimo (DA COSTA

LANGONA ALVES 1998) para diversos valores maacuteximos de e1 dentro do intervalo 095

pu le e1 le 110 pu

Tabela 41 - Soluccedilotildees do fluxo de carga oacutetimo para o sistema da Figura 41 1e

(pu)

| 2V |

(pu)

(graus)

Pa

(MW)

gQ

(MVAr)

095 0976 -2860 4361 2181

100 1012 -2567 3845 1922

105 1052 -2315 3420 1710

110 1094 -2097 3066 1533

A Figura 42 mostra o caso base de um sistema de trecircs barras constituiacutedo de uma barra

de folga uma PV e uma PQ A perda ativa total na transmissatildeo eacute igual a 1666 MW

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

74

Este sistema foi apresentado e analisado detalhadamente em (DOMMEL TINNEY

1968)

barra 1 (slack)barra 2 (PV)

Pg2 = 170MWz23 = 0035 + j0086

V2 = 1023 739o pu

z13 = 0098 + j0122

barra 3 (PQ)

Pc3 = 200MWQc3 = 100MVAr

V3 = 0908 -002o pu

V1 = 1022 0o pu

15851+ j 4847

17000+ j 7718

4149+ j 5153

4666+ j 5801

Pa = 1666MW

Figura 42 - Sistema de trecircs barras ndash caso base

Os intervalos adotados para a variaccedilatildeo dos valores da tensatildeo nas barras foram

bull de folga (V1) V1min

le V1 leV1maacutex onde V1

min = 09 pu e V1maacutex = 116344 pu

bull PV (V2) V2min le V2 le V2

max onde V2min = 09 pu e V2

max = 12 pu

barra 1 (slack)barra 2 (PV)

Pg2 = 170MWy23 = 4 - j10

V2 = 120 44o pu

y13 = 4 - j5

barra 3 (PQ)

Pc3 = 200MWQc3 = 100MVAr

V3 = 1092 -068o pu

V1 = 11634 0o pu

16119+ j 6682

17000+ j 8885

3881+ j 3318

4094+ j 3584

Pa = 1094MW

Figura 43 - Sistema de trecircs barras - caso otimizado

Na Figura 43 apresenta-se a soluccedilatildeo obtida otimizada de onde se verifica que a perda

ativa total na transmissatildeo eacute igual 1094 MW Observe que a reduccedilatildeo das perdas em 572 MW

foi obtida atraveacutes da transferecircncia de parte do suprimento de potecircncia reativa efetuado pelo

gerador 1 barra de folga para o gerador 2 barra tipo PV Isto ocorre porque z13 eacute maior que

z23

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

75

A Tabela 42 mostra o ponto oacutetimo obtido por meio do fluxo de carga oacutetimo

apresentado em (DA COSTA LANGONA ALVES 1998) e que reproduziu o mesmo

resultado de (DOMMEL TINNEY 1968) bem como o resultado obtido pelo fluxo de carga

continuado proposto (FCCP) o qual seraacute apresentado a seguir

Observa-se que estes resultados foram obtidos para o caso em que o fator de

carregamento (λ) eacute igual a 1 isto eacute λ do caso base

Tabela 42 - Soluccedilotildees para o sistema da Figura 42

Fluxo de carga oacutetimo Fluxo de carga proposto

Barra V

(pu) θ

(graus) Qg

(MVAr) V

(pu) θ

(graus) Qg

(MVAr) 1 11634 000 3584 11634 000 3571 2 12000 440 8885 12002 439 8898 3 10916 -068 --- 10918 -068 ---

43 - Metodologia proposta

Uma das questotildees importantes em tempo-real relacionada ao controle da potecircncia

reativa eacute a escolha das variaacuteveis de controle Nesta situaccedilatildeo os ajustes de controle (SHARIF

et al 2000)

bull devem ser possiacuteveis de serem executados num intervalo de tempo razoaacutevel

uma vez que o ciclo de tempo do controle de reativo pode ser muito pequeno

1530 minutos e o operador poderaacute natildeo ter tempo suficiente para ajustar todos

os controles

bull natildeo deve causar uma sobrecarga excessiva de trabalho ao operador

bull natildeo devem no caso de controles discretos ser chaveados muito

frequumlentemente

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

76

Por estas razotildees os controles discretos e contiacutenuos satildeo tratados separadamente Aleacutem

do mais ao contraacuterio dos controles discretos que na maioria dos casos satildeo ajustados no valor

mais proacuteximo as variaacuteveis contiacutenuas podem em geral ser ajustadas nos valores calculados

fornecidos pelo programa Estas questotildees tornam a implementaccedilatildeo de tais controles uma

tarefa difiacutecil e pode levar a necessidade de diferentes estrateacutegias de ajustes por exemplo

primeiro se ajusta os bancos em derivaccedilatildeo (shunt) chaveados entatildeo os geradores e finalmente

os transformadores (SHARIF et al 2000) Assim a escolha no meacutetodo proposto dos

controles de potecircncia reativa dos geradores e condensadores siacutencronos para obtenccedilatildeo da

reduccedilatildeo das perdas eacute baseado no fato de que nos geradores o fornecimento de potecircncia

reativa eacute controlado numa faixa contiacutenua e o nuacutemero de operaccedilotildees eacute ilimitado enquanto que

os bancos de capacitores em derivaccedilatildeo apresentam valores fixos e discretos de capacitacircncia e

o nuacutemero de operaccedilatildeo eacute normalmente restrito de duas a quatro operaccedilotildees diaacuterias porque essas

accedilotildees podem causar o desgaste e a reduccedilatildeo da vida do equipamento (CIGRE 1989)

(SHARIF et al 2000)

Uma caracteriacutestica desejaacutevel para um dado sistema eacute que a tensatildeo criacutetica no limite de

estabilidade seja mantida tatildeo baixa quanta esta possa ser em relaccedilatildeo agrave tensatildeo normal de

operaccedilatildeo sem comprometer consequumlentemente o perfil geral de tensatildeo (CIGRE 1989)

Nesse sentido os bancos de capacitores em derivaccedilatildeo tecircm uma caracteriacutestica desfavoraacutevel

que eacute a de prover um baixo suporte de potecircncia reativa quando este eacute mais necessaacuterio isto eacute

proacuteximo ao limite de carregamento Isto ocorre porque o seu fornecimento de potecircncia reativa

eacute proporcional ao quadrado da tensatildeo e assim o suporte de potecircncia reativa dos bancos em

derivaccedilatildeo incluindo os de linha - line charging diminui com a diminuiccedilatildeo da tensatildeo Com a

aplicaccedilatildeo de bancos de capacitores em derivaccedilatildeo a margem de carregamento de um sistema

aumenta conforme a compensaccedilatildeo de reativo aumenta mas a tensatildeo criacutetica fica mais proacutexima

da faixa normal de operaccedilatildeo do sistema (09 le V le 11pu) isto eacute o perfil de tensatildeo tende a

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

77

tornar-se mais e mais plano Dessa forma o sistema poderaacute entrar em colapso para

magnitudes de tensatildeo dentro da faixa normal de operaccedilatildeo do sistema

Ao contraacuterio dos bancos de capacitores em derivaccedilatildeo os geradores produzem seu

pleno fornecimento de potecircncia reativa proacuteximo ao limite de estabilidade de tensatildeo e

efetivamente expande a capacidade de transferecircncia de potecircncia e reduz a magnitude da

tensatildeo criacutetica (ALVES et al 2002-II) (SEKINE et al 1992) Entatildeo num sistema de

potecircncia de todos os controles os geradores (barras PV) satildeo de longe os mais eficientes no

controle das tensotildees das barras quando comparados aos taprsquos e bancos em derivaccedilatildeo (TARE

BIJWE 1997) Portanto para prevenir ou postergar o colapso de tensatildeo deve-se manter uma

reserva de reativos utilizando tanto quanto forem possiacuteveis os bancos de capacitores em

derivaccedilatildeo eou reduzindo as perdas na transmissatildeo a fim de permitir que os geradores

existentes mantenham-se operando com o maacuteximo possiacutevel de margem de reativo (CIGRE

1989)

A metodologia propotildee o uso do meacutetodo da continuaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da perda total

de potecircncia ativa na transmissatildeo Assim ao sistema de equaccedilotildees (21) acrescenta-se aleacutem da

equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo a equaccedilatildeo da potecircncia reativa injetada em cada

uma das barras de controle de tensatildeo (barras PV) escolhidas para participar do procedimento

de reduccedilatildeo de perdas A geraccedilatildeo de potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo satildeo

mantidas constantes nos respectivos valores do caso base enquanto que a geraccedilatildeo de potecircncia

ativa da barra de folga variaraacute a fim de acomodar a reduccedilatildeo das perdas ativas na transmissatildeo

A potecircncia reativa gerada na barra k de controle de tensatildeo escolhida Qgk e sua

respectiva tensatildeo terminal Vk satildeo consideradas respectivamente como variaacuteveis dependente

e de controle As respectivas mudanccedilas nos valores de Qgk e Pa seratildeo consideradas atraveacutes das

variaacuteveis λq e micro Assim as mudanccedilas satildeo proporcionais aos seus respectivos valores do caso

base case 0gkQ e Pa0

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

78

O novo conjunto de equaccedilatildeo eacute dado por

( )( ) Pa0Pa kk

kkespckk

VVW

VQQQVQ 0gkPVk

0

0)( 0

)(1)(

)( qq

=+=micro

=

=

minus

=minusminus

VV

VVVθG )(

θθ

θθ

micro

λ λ (44)

sendo espckQ eacute a demanda de potecircncia reativa especificada na barra k

Considerando Vk λq e micro como variaacuteveis o nuacutemero de incoacutegnitas em (44) eacute maior do

que o nuacutemero de equaccedilotildees Contudo se micro eacute considerado como uma variaacutevel independente

seraacute escolhida como paracircmetro da continuaccedilatildeo isto eacute seu valor eacute preacute-ajustado e Vk e λq satildeo

tratadas como variaacuteveis dependente o nuacutemero de incoacutegnitas eacute igual ao nuacutemero de equaccedilotildees

isto eacute a condiccedilatildeo necessaacuteria para que o novo sistema tenha soluccedilatildeo eacute atendida desde que a

nova matriz Jacobiana tenha posto maacuteximo isto eacute seja natildeo-singular

Deve-se lembrar que a prefixaccedilatildeo do valor de micro corresponde agrave teacutecnica de previsatildeo

trivial ou polinomial modificada de ordem zero (SEYDEL 1994) (CHIANG et al 1995) Este

preditor seraacute usado no meacutetodo proposto e eacute baseado na soluccedilatildeo atual e em um decremento

fixo objetivando a reduccedilatildeo de Pa no paracircmetro micro como uma estimativa para a proacutexima

soluccedilatildeo

Apoacutes se obter a soluccedilatildeo do caso base (θ0 V0) por meio de um fluxo de carga

convencional e se ter definido um passo em micro o fluxo de carga continuado proposto eacute usado

para calcular as demais soluccedilotildees ateacute que seja atingido um ponto de operaccedilatildeo aqui

denominado como ponto miacutenima perda (PMP) Assim atraveacutes do uso da Equaccedilatildeo (44) eacute

possiacutevel se especificar o valor desejado de variaccedilatildeo em Pa e a sua soluccedilatildeo provecirc o ponto de

operaccedilatildeo para o qual as perdas ocorrem

A variaacutevel micro sendo igual a zero corresponde a soluccedilatildeo do caso base onde Vk igual a

Vkesp isto eacute a tensatildeo especificada no caso base e λq = 1

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

79

Entatildeo a linearizaccedilatildeo da Equaccedilatildeo (44) em torno do ponto de operaccedilatildeo e considerando

o valor prefixado do paracircmetro micro eacute dada pelos termos de primeira ordem da seacuterie de Taylor e

resulta em

∆∆∆

=

∆∆∆

partpartpartpartpartpart

partpartpartpartpartpart

partpart

partpart

WPVkQkV

kVPaPaPa

0gkQ-kVkQkQkQ

kVkV

QP

QLM

PNH

q0

0

0

λ

(45)

sendo H N M e L satildeo as matrizes que correspondem agraves derivadas das potecircncias ativa e

reativa (P e Q) em relaccedilatildeo ao acircngulo de fase das tensotildees das barras PQ e PV e em relaccedilatildeo agrave

magnitude das tensotildees nas barras PQ ∆ representa os fatores de correccedilatildeo ou seja os

mismatches das respectivas funccedilotildees na Equaccedilatildeo (44)

Deve-se observar que os fatores de correccedilatildeo seratildeo iguais a zero ou praticamente

nulos isto eacute inferior a toleracircncia adotada para o caso base convergido Assim somente ∆W

seraacute diferente de zero devido agrave variaccedilatildeo de micro

Observe que o meacutetodo modificado aqui proposto fluxo de carga continuado proposto

difere em alguns aspectos do fluxo de carga continuado usado para obter o ponto de maacuteximo

carregamento No fluxo de carga continuado o objetivo eacute obter o ponto de maacuteximo

carregamento da curva PV Por outro lado no fluxo de carga continuado proposto o objetivo

eacute o de melhorar a margem de carregamento por meio da reduccedilatildeo das perdas usando um

meacutetodo da continuaccedilatildeo

Ao contraacuterio do fluxo de carga continuado no qual a carga e a geraccedilatildeo de potecircncia

reativa satildeo aumentadas em uma direccedilatildeo preestabelecida no meacutetodo proposto elas satildeo fixas

As barras PV satildeo tratadas como simples barras PV e enquanto suas respectivas

potecircncias reativas geradas estatildeo entre seus respectivos limites suas respectivas equaccedilotildees natildeo

estatildeo presentes na matriz Jacobiana Assim suas magnitudes de tensotildees (V) permanecem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

80

fixas sendo tratadas como variaacuteveis independentes No caso de violaccedilatildeo a barra PV eacute

alterada para tipo PQ com o valor de sua potecircncia reativa gerada especificada no valor do seu

respectivo limite violado e a sua magnitude de tensatildeo tornando-se uma incoacutegnita Geralmente

neste caso a magnitude de tensatildeo cai devido ao aumento do carregamento

Por outro lado no fluxo de carga continuado proposto as magnitude de tensatildeo nas

barras PV seratildeo calculadas para o valor especificado de perdas de potecircncia ativa e tratadas

como variaacuteveis dependentes Em geral a magnitude da tensatildeo nas barras PV ou aumentam ou

permanecem fixas nos seus valores especificados Ambos os limites de magnitude de tensatildeo e

de potecircncia reativa gerada devem ser verificados

431 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas de duas e trecircs barras

Neste item apresenta-se a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto para os dois sistemas

analisados no item 42 o sistema de 2 barras para o qual eacute possiacutevel se obter o ponto oacutetimo a

partir das equaccedilotildees algeacutebricas (42) e (43) desenvolvidas em (ALVES et al 2002-II) e o

sistema de trecircs barras apresentado e analisado em (DOMMEL TINNEY 1968) Os

resultados satildeo comparados com os resultados obtidos anteriormente e apresentados nas

Tabelas 41 e 42 Adicionalmente mostra-se atraveacutes do traccedilado das curvas PV que a

reduccedilatildeo das perdas conduz a um aumento do ponto de maacuteximo carregamento e portanto da

margem de estabilidade do sistema

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

81

4311 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema de

duas barras

Considere primeiramente o sistema de duas barras da Figura 41 para o qual se deseja

reduzir Pa Nesse caso duas equaccedilotildees satildeo adicionadas a Equaccedilatildeo (21) a equaccedilatildeo da potecircncia

reativa injetada na barra 2 (QPV2) e a equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo (Pa)

A potecircncia reativa gerada na barra 2 escolhida Qg2 e a sua respectiva tensatildeo terminal

V2 satildeo consideradas como variaacutevel dependente e de controle respectivamente

As respectivas mudanccedilas nos valores de Qg2 e Pa seratildeo considerados atraveacutes das

variaacuteveis λq e micro Assim as mudanccedilas seratildeo proporcionais aos seus respectivos valores do caso

base 02gQ e Pa0

Considerando que θ1 = 0 e V1 = V1esp onde esp significa valor especificado o novo

conjunto de equaccedilotildees seraacute

( )( ) Pa0PaW

PV2Q

PG

VV

VQQQV

VV

2espc2

0g2

0

0)(

0

)(1)(

)(

)(2

)(

2222

22qq22

2222

=+=micro

=

==

θminusθ

=θminusminusθ

θθ

micro

λ λ (46)

Considerando-se micro como uma variaacutevel independente ou seja prefixando o seu valor

que corresponde agrave teacutecnica de previsatildeo trivial ou polinomial modificada de ordem zero e θ2

V2 e λq como variaacuteveis dependentes o nuacutemero de incoacutegnitas eacute igual ao de equaccedilotildees Desta

forma a condiccedilatildeo necessaacuteria para que o sistema de equaccedilotildees tenha soluccedilatildeo eacute atendida desde

que a matriz Jacobiana tenha posto completo isto eacute seja natildeo-singular

Apoacutes obter a soluccedilatildeo do caso base (θ0 e V0) por meio de um fluxo de carga

convencional define-se o passo para micro Em seguida calculam-se as demais soluccedilotildees

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

82

utilizando-se o fluxo de carga continuado proposto ateacute que o ponto de miacutenima perda seja

alcanccedilado

A linearizaccedilatildeo de (46) em torno do ponto de operaccedilatildeo por intermeacutedio da seacuterie de

Taylor incluindo somente os termos de primeira ordem de acordo com o meacutetodo de Newton

fornece

=

partpartpartpart

partpartpartpart

partpartpartpart

W

Q

P

V

VPaPa

0g2Q-VPV2QPV2Q

V2P2P

2

2

q

2

2

022

22

022

λ

θ

θ

θ

θ

(47)

Onde ∆ representa os fatores de correccedilatildeo das respectivas funccedilotildees em (46)

A Figura 44 apresenta as curvas Pa versus V2 obtidas pela metodologia proposta

considerando que a geraccedilatildeo de potecircncia ativa na barra 2 foi mantida constante no valor do

caso base enquanto que a da barra de folga variaraacute a fim de reduzir as perdas ativas na

transmissatildeo Para tal objetivo considerou-se que apenas a variaccedilatildeo da tensatildeo da barra 2 V2

A curva foi obtida atraveacutes de decrementos sucessivos de Pa considerando V1 = 11

pu e uma toleracircncia para os mismatches igual a 10ndash6 pu Partindo-se de dois pontos

diferentes A para V2esp = 10 pu ou Arsquo para V2

esp =12 pu os proacuteximos pontos foram

obtidos usando um passo de ndash01 MW para micro ou seja uma reduccedilatildeo de 10 em Pa As duas

trajetoacuterias consideradas foram plotadas na mesma figura para demonstrar que o meacutetodo

converge para um mesmo ponto de miacutenima perda (PMP)

Inicialmente para cada ponto foi resolvido um fluxo de carga continuado sendo que o

nuacutemero de iteraccedilotildees gasta em cada um foi inferior a 4 sendo que o limite maacuteximo de

iteraccedilotildees adotado foi de 10 Para o primeiro ponto em que o fluxo de carga continuado

proposto divergiu retornou-se ao passo anterior e aplicou-se uma reduccedilatildeo de 110 no passo de

micro O mesmo procedimento foi usado para os pontos de divergecircncia subsequumlentes ateacute que o

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

83

procedimento foi finalizado e o valor de Pa obtido foi considerado como correspondente ao

ponto de miacutenima perda no caso Pa =3066 MW

O estado da rede nesse caso praticamente coincidiu com o mostrado na Tabela 41

ArsquoA

3066

Pa [MW]

V2[pu]

1094

ndashsoluccedilotildees convergidasndashreduccedilotildees de passo

PMP

Figura 44 - Desempenho do FCCP para o sistema de duas barras

Como se pode constatar na Figura 45 a reduccedilatildeo das perdas levou a um aumento do

ponto de maacuteximo carregamento ou seja da margem de estabilidade Observa-se tambeacutem que

todos os demais casos apresentados na Tabela 41 foram alcanccedilados usando o mesmo

procedimento

caso base

perdas reduzida

PMCr

P2 [MW]

V2[pu]

PMCb

Figura 45 - Curvas PV Efeito da reduccedilatildeo das perdas sobre o ponto de maacuteximo carregamento para o sistema de duas barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

84

4312 - Resultados obtidos com o FCCP para o sistema de trecircs barras

No caso do sistema de trecircs barras da Figura 42 os dois geradores o gerador 1 (barra

de folga) e o gerador 2 (barra PV) satildeo considerados no procedimento de reduccedilatildeo de perdas

Nesse caso V1 V2 θ2 e λq satildeo tratados como variaacuteveis dependentes Ambas as

equaccedilotildees de potecircncia reativa injetada QPV1 e QPV2 bem como a equaccedilatildeo da perda ativa total

na transmissatildeo (Pa) seratildeo consideradas O paracircmetro λq eacute usado para variaccedilatildeo de ambas as

potecircncias reativas gerada Qg1 e Qg2 e portanto seus valores seratildeo proporcionais aos

respectivos valores do caso base 01gQ e 0

2gQ

O procedimento adotado para controlar os limites de Q nas barras de geraccedilatildeo eacute similar

ao utilizado no meacutetodo convencional de fluxo de carga ou seja em cada iteraccedilatildeo a geraccedilatildeo de

reativos de cada uma dessas barras eacute comparada com seus respectivos limites e no caso de

violaccedilatildeo a barra PV eacute alterada para tipo PQ Estas barras podem voltar a ser PV nas iteraccedilotildees

futuras Aleacutem disso se em qualquer uma das barras de geraccedilatildeo um dos limites de tensatildeo for

atingido seu respectivo valor eacute fixado no valor daquele limite

A Figura 46 mostra o desempenho do fluxo de carga continuado proposto para o

sistema de trecircs barras O procedimento usado para o traccedilado da curva no que se refere agrave

divergecircncia eacute similar ao usado para o traccedilado da Figura 44 exceto que o valor inicial de micro

foi de ndash10 MW

O estado do sistema apoacutes a convergecircncia do processo pode ser visto na Figura 46 e na

Tabela 42 de onde se verifica que o mesmo eacute praticamente igual ao obtido com o fluxo de

carga oacutetimo

As Figuras 46(b) e 46(c) confirmam que a reduccedilatildeo das perdas em 572 MW eacute obtida

atraveacutes da transferecircncia da potecircncia reativa do gerador 1 para o gerador 2 Tambeacutem haacute uma

reduccedilatildeo na geraccedilatildeo de reativos de 13521 MVAr para 12469 MVAr ou seja de 78 Essa

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

85

reduccedilatildeo acarreta num aumento do ponto de maacuteximo carregamento de 219 pu para 2934

pu ou seja num aumento de aproximadamente 625 na margem de estabilidade do

sistema

Esses resultados mostram que para esses sistemas a utilizaccedilatildeo do meacutetodo proposto

proporciona natildeo soacute uma reduccedilatildeo das perdas e consequumlentemente dos custos operacionais

mas tambeacutem um aumento do ponto de maacuteximo carregamento isto eacute da margem de

estabilidade do sistema

Outro ponto importante diz respeito agrave possibilidade de se obter pontos de operaccedilatildeo

proacuteximos dos obtidos por um fluxo de carga oacutetimo atraveacutes do meacutetodo da continuaccedilatildeo o que

mostra que o meacutetodo proposto pode ser uma alternativa viaacutevel para as aplicaccedilotildees de estudos

da operaccedilatildeo

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

86

V2

1094 Pa [MW]

V [pu]

1092

PMP

V1

V3

1634

(a)

Pa [MW]

Qg [MVAr]

PMP

Qg2

Qg1

Pa [MW]

Pgslack [MW]

PMP

(b)

(c)

fator de carregamento λ (pu)

V3 (pu)

PMCr

caso base

PMCb

Perdas reduzidas

(d)

Figura 46 - Desempenho do sistema de trecircs barras (a) VtimesPa (b) QgtimesPa (c) potecircncia ativa gerada pela barra de folga timesPa (d) curvas PV

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

87

44 ndash Resultados da reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa

Esta seccedilatildeo tem como propoacutesito mostrar os efeitos do redespacho das variaacuteveis de

controle nas reduccedilotildees da perda total de potecircncia ativa na transmissatildeo do sistema aleacutem de

tambeacutem investigar os efeitos causados por esta reduccedilatildeo na margem de estabilidade de tensatildeo e

no perfil de tensatildeo

Em todos os casos analisados a seguir durante o procedimento de reduccedilatildeo de perdas

as injeccedilotildees de potecircncia ativa dos geradores satildeo fixadas nos seus respectivos valores

encontrados na soluccedilatildeo do fluxo de carga no caso base com exceccedilatildeo ao da barra de folga

cuja injeccedilatildeo de potecircncia ativa poderaacute variar para equiparar eventuais reduccedilotildees nas perdas do

sistema Para cada iteraccedilatildeo os valores das tensotildees das barras de geraccedilatildeo satildeo comparados com

seu valor limite caso este seja ultrapassado tal tensatildeo teraacute seu valor fixado no valor limite

atingido Se a barra estiver dentro de seus limites de geraccedilatildeo de potecircncia reativa ela

permaneceraacute atuando como simples PV poreacutem natildeo participaraacute da reduccedilatildeo das perdas Aleacutem

disso as potecircncias reativas geradas nas barras de geraccedilatildeo satildeo tambeacutem comparadas com seus

respectivos limites sendo que no caso de violaccedilatildeo desse limite a barra PV eacute alterada para tipo

PQ sendo que estas barras poderatildeo voltar a ser PV nas iteraccedilotildees futuras caso a sua respectiva

potecircncia reativa gerada retorne para dentro de sua faixa de limites maacutexgg

miacuteng QQQ lele

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

88

441 ndash Balanccedilo de reativos durante o procedimento de reduccedilatildeo da perda total de

potecircncia ativa

O objetivo deste item eacute o de esclarecer como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema

eleacutetrico de potecircncia durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Para isso seraacute

utilizado o sistema IEEE 14 barras

A barra de folga tambeacutem conhecida como barra oscilante eacute usada com uma dupla

funccedilatildeo atuar como referecircncia angular embora qualquer barra possa ser referecircncia angular e

para fechar o balanccedilo de potecircncia do sistema Ela eacute necessaacuteria para estabelecer uma referecircncia

angular para a resoluccedilatildeo das equaccedilotildees do fluxo carga Essa necessidade se daacute porque

conforme apresentado na Equaccedilatildeo (33) da seccedilatildeo 32 os fluxos de potecircncia satildeo expressos

como diferenccedilas angulares (θk-θm) isto eacute o problema de fluxo de carga eacute indeterminado nas

variaacuteveis θ de cada barra (MONTICELLI 1983) Na metodologia proposta a geraccedilatildeo de

potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo satildeo mantidas constantes nos respectivos

valores do caso base enquanto que o valor da perda total de potecircncia ativa conforme

Equaccedilatildeo (44) eacute preacute-ajustado atraveacutes do paracircmetro micro Assim adotando a barra 1 como sendo

a barra de folga a sua geraccedilatildeo de potecircncia ativa (Pg1) eacute reprogramada para fechar o balanccedilo

de potecircncia ativa do sistema ou seja seu valor variaraacute a fim de acomodar aleacutem da diferenccedila

entre a potecircncia ativa gerada e a consumida de todo o sistema a reduccedilatildeo das perdas ativas na

transmissatildeo sendo o seu valor calculado por meio da equaccedilatildeo

)cosθV2VV(VgPgPcPg kmmk2

m2

kΩm k

kmNG

2ii

NC

1jj1 minus++minus= sumsumsum

isin== (48)

sendo NB eacute o nuacutemero de barras da rede e NG e NC satildeo os respectivos conjuntos de barras de

geraccedilatildeo e de demanda (carga) e Ω eacute o conjunto de todas as barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

89

Com relaccedilatildeo a geraccedilatildeo de potecircncia reativa (Qg1) da barra de folga esta eacute calculada por

meio da seguinte equaccedilatildeo

( ) ( )[ ]2

nNB

1n

shn

Ωm kkmmk

2m

2kkm

2m

2k

shkm

NC

1j

NG

2iiqj1

Vb

cosθV2VVVbVVbQgQcQg

sum

sumsum sum

=

isin= =

minus

minus+minus+minus+λminus=

(49)

Observe na Equaccedilatildeo (49) que a parcela ( )kmmk2

m2

kkm cosθVV2VVb minus+minus eacute a perda

reativa no elemento seacuterie da linha de transmissatildeo localizada entre as barras k e m enquanto

que ( )2m

2k

shkm VVb +minus e 2

nshn Vb correspondem respectivamente agrave geraccedilatildeo de potecircncia reativa

nos shunts da linha de transmissatildeo localizada entre as barras k e m e nos shunts de barra tais

como banco de capacitores eou reatores localizados na barra n Observe que para as linhas

de transmissatildeo reais 0langkmb e 0rangshkmb As Equaccedilatildeo (48) e (49) mostram que a barra de folga

deve gerar a diferenccedila entre a carga ativa (reativa) total do sistema de potecircncia mais as perdas

ativa (reativa no elemento seacuterie mais a geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos elementos shunts) e a

soma de potecircncia ativa (reativa) especificada isto eacute calculada nas barras de geraccedilatildeo Essas

diferenccedilas satildeo conhecidas como desbalanccedilo ou seja mismatch de potecircncia do sistema

Na convenccedilatildeo de sinais utilizada as injeccedilotildees liacutequidas de potecircncia satildeo positivas quando

entram na barra (geraccedilatildeo) e negativas quando saem da barra (carga) os fluxos de potecircncia satildeo

positivos quando saem da barra e negativos quando entram na barra No caso dos elementos

shunt a convenccedilatildeo eacute a mesma utilizada para as injeccedilotildees de potecircncia (MONTICELLI 1983)

A toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-6 pu O valor inicial adotado para micro

eacute ndash01 MW isto eacute Pa eacute reduzido em 10 O proacuteximo ponto atual eacute computado pela Equaccedilatildeo

(45) Este procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir Adotou-se

um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 10 Durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa

total o tap nos transformadores com comutaccedilatildeo de taps sob carga foram mantidos fixos no

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

90

valor de 10 pu Os valores limites adotados para as magnitudes de tensatildeo da barra de folga e

das barras de geraccedilatildeo foram Vmin le V le Vmaacutex onde Vmin = 095 e Vmaacutex = 11 pu

Na Figura 47 encontram-se as variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga barra 1 e das

barras de controle de tensatildeo (PV) barras 2 3 6 e 8 em funccedilatildeo da perda total de potecircncia

ativa (Pa) Da figura observa-se que ocorre um aumento da magnitude de tensatildeo de todas as

barras PV bem como da de folga

Pa [MW]

V1

V2

V8

V3

V6

Ten

satildeo

[pu

]

Figura 47 - Variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga e das barras de controle de tensatildeo (PV) em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras

Na Figura 48 apresentam-se as variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de

folga e de controle de tensatildeo em funccedilatildeo de Pa Pode-se verificar que haacute uma reduccedilatildeo das

potecircncias reativas geradas pelas barras PV de nuacutemeros 2 3 e 8 enquanto que a da barra 6

permanece constante no seu valor maacuteximo de 24 MVAr Com relaccedilatildeo a barra de folga pode-

se afirmar que ocorre uma reduccedilatildeo da potecircncia reativa gerada

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

91

Qg1

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg2

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg3

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg6

Potecirc

ncia

rea

tiva

[MV

Ar

]

Qg8

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Pa [MW]

Figura 48 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de folga e de controle de tensatildeo (PV) em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

92

Na Figura 49 satildeo apresentados as variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de Pa

dos termos que compotildeem a Equaccedilatildeo (49) Da Figura 49(a) pode-se verificar que a potecircncias

reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo (PV) diminuem com a diminuiccedilatildeo das

perdas Conforme jaacute comentado manter os geradores existentes operando com o maacuteximo

possiacutevel de margem de reativo eacute beneacutefico para prevenir ou postergar o colapso de tensatildeo

(CIGRE 1989) Essa reduccedilatildeo de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos geradores se deve ao

aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e pelo banco de

capacitor localizado na barra 9 Figura 49 (b) e (c) respectivamente e a reduccedilatildeo da perda de

potecircncia reativa nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo ver Figura 49 (d) O aumento

da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e pelo banco de capacitor

eacute consequumlecircncia direta do aumento das magnitudes de tensatildeo nas barras do sistema ver Figura

410 A reduccedilatildeo das perdas pode ser atribuiacuteda ao suprimento local de potecircncia reativa

efetuadas por meio desses elementos shunts

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

93

(a)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(b)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(c)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(d)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Pa [MW]

(e)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Figura 49 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras (a) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo (PV) (b) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts das linhas de transmissatildeo (c)

somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts de barra (banco de capacitores eou reatores) (d) somatoacuterio das variaccedilotildees de perda de potecircncia reativa nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo e (e) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de

tensatildeo PVrsquos mais a barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

94

V1

V9 Ten

satildeo

[pu

]

Pa [MW]

Figura 410 ndash Variaccedilotildees das magnitudes de tensatildeo das barras do sistema IEEE-14 em funccedilatildeo de Pa

442 - Anaacutelise de desempenho do meacutetodo proposto para os sistemas IEEE

Neste item satildeo apresentados os resultados de teste para os trecircs sistemas do IEEE 14

barras 30 barras e 57 barras (FRERIS SASSON 1968)

Nos testes o nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees e o valor inicial do paracircmetro micro

foram de 10 e de ndash01 MW respectivamente O proacuteximo ponto atual eacute computado pela

Equaccedilatildeo (45) Este procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Neste momento retorna-se a soluccedilatildeo anterior e continua-se o processo com um passo menor

para micro10 As reduccedilotildees no tamanho passo satildeo efetuadas sempre que o processo de soluccedilatildeo

divergir (ou o nuacutemero de iteraccedilotildees for maior que 10) para uma toleracircncia igual a 10-6 O

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

95

processo eacute suspenso quando a reduccedilatildeo no passo (micro) natildeo acarretar uma reduccedilatildeo significativa

nas perdas isto eacute quando a reduccedilatildeo nas perdas for menor que 10-6

Para o traccedilado das curvas PV a toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-4 pu

Em ambos os procedimentos os limites superior e inferior adotados para os tap foram 105 e

095 respectivamente enquanto que os valores limites adotados para as tensotildees da barra de

folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex onde Vmin =095 e Vmaacutex =11 pu

Os ajustes de tap nos transformadores com comutaccedilatildeo de taps sob carga consistiram

da inclusatildeo da posiccedilatildeo do tap como variaacutevel dependente ao passo que as magnitudes da

tensatildeo das barras controladas foram consideradas como variaacuteveis independentes

(PETERSON MEYER 1971)

Para o traccedilado das curvas PV do caso base (curva 1 nas figuras que seguem) o

primeiro ponto de cada curva foi obtido com um fluxo de carga convencional Para os demais

pontos da curva usou-se um fluxo de carga continuado e conforme a Equaccedilatildeo (21) as cargas

foram modeladas como de potecircncia constante e o paracircmetro λ foi usado para simular o

incremento de carga ativa e reativa considerando fator de potecircncia constante

O aumento de carga foi seguido por um aumento de geraccedilatildeo usando λ

Para o traccedilado das curvas PV apoacutes a reduccedilatildeo das perdas (curva 2 nas figuras que

seguem) usou-se o mesmo procedimento utilizado para a obtenccedilatildeo da curva 1 exceto que o

primeiro ponto corresponde ao uacuteltimo ponto de operaccedilatildeo obtido com o procedimento de

reduccedilatildeo das perdas

A Tabela 43 apresenta para os trecircs sistemas o desempenho da metodologia proposta

para a reduccedilatildeo das perdas enquanto que a Tabela 44 apresenta os respectivos aumentos

obtidos para a margem de carregamento Pelas tabelas constata-se que aleacutem da diminuiccedilatildeo

dos custos operacionais dos sistemas com as reduccedilotildees nas perdas adicionalmente se obteacutem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

96

um aumento do ponto de maacuteximo carregamento ou seja um aumento superior a 5 na

margem de estabilidade desses sistemas

Tabela 43 - Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa

Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa

Perdas (MW) Sistema

IEEE Caso base Finais

Reduccedilatildeo nas perdas (MW)

14 barras 134411 124141 10270 764

30 barras 183360 162539 20830 1136

57 barras 282796 254196 28600 1001

Tabela 44 - Margem de carregamento

Margem de carregamento PMC (pu) Sistema

IEEE Caso base

Apoacutes reduccedilatildeo

Aumento da MC (∆MC em pu)

14 barras 17680 18791 01111 1447

30 barras 14884 16260 01376 2617

57 barras 16007 17355 01348 2224

As Figuras 411 413 e 415 apresentam para os respectivos sistemas as curvas PV

nas barras criacuteticas para o caso base e para o caso apoacutes a reduccedilatildeo das perdas de onde se pode

confirmar os resultados apresentados na Tabela 44 As barras criacuteticas satildeo 14 30 e 31

respectivamente para os sistemas 14-barras 30-barras e 57-barras

Adicionalmente conforme se pode verificar nas Figuras 412 414 e 416 onde satildeo

apresentados os perfis de magnitude de tensatildeo e dos respectivos acircngulos o aumento da

margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do perfil da

magnitude de tensatildeo Tambeacutem se pode notar nos perfis de magnitude de tensatildeo e da Tabela

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

97

44 que as melhorias da margem de carregamento conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das

perdas satildeo significativas uma vez que estas foram obtidas sem nenhuma alteraccedilatildeo nas

injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga

Conforme jaacute comentado uma caracteriacutestica que deve ser almejada em um sistema

eleacutetrico de energia eacute que a tensatildeo criacutetica tensatildeo relativa ao ponto de maacuteximo carregamento se

mantenha a um niacutevel de preferecircncia o mais baixo quanto possiacutevel da tensatildeo normal de

operaccedilatildeo sem que isto consequumlentemente venha a prejudicar o perfil geral de tensatildeo

(WECC 1998) Observa-se nas Figuras 411 413 e 415 que os valores das tensotildees criacuteticas

no caso base representados na curva 1 estatildeo muito proacuteximos aos seus respectivos valores

apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas conforme verificado por meio da curva 2 ou

seja dentro da caracteriacutestica desejada em (WECC 1998)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

98

bull Sistema IEEE-14 barras

Figura 411 - Curvas PV do sistema IEEE-14 barras

Figura 412 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-14 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

99

bull Sistema IEEE 30 barras

Figura 413 - Curvas PV do sistema IEEE-30 barras

Figura 414 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-30 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

100

bull Sistema IEEE-57 barras

Figura 415 - Curvas PV do sistema IEEE-57 barras

Figura 416 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-57 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

101

Um outro aspecto importante que deve ser ressalvado eacute que o principal fator

responsaacutevel pela instabilidade de tensatildeo eacute a incapacidade do sistema em atender a demanda de

potecircncia reativa ou seja o colapso de tensatildeo eacute devido ao esgotamento progressivo das

reservas de reativos nos geradores

Com o meacutetodo proposto obtecircm-se um aumento nas reservas de reativos nos geradores

as quais satildeo alcanccediladas como consequumlecircncia direta da reduccedilatildeo das perdas de potecircncia ativa

conforme se verifica na Tabela 45 onde satildeo apresentadas as potecircncias reativas geradas para o

caso base e para o caso apoacutes a reduccedilatildeo das perdas

Tabela 45 - Reserva de reativos

Reserva de reativos (MVAr) ΣQgerado

Sistema

IEEE Caso base Final Reserva ΣQgerado

14 barras 1021869 743556 278313 2724 30 barras 1439388 1302830 136458 948 57 barras 3219223 2974083 245140 762

443 - Influecircncia da barra de folga na reduccedilatildeo das perdas

O objetivo deste item eacute o de apresentar a influecircncia da escolha da barra de folga

durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Inicialmente analisaremos o sistema IEEE

57 barras e posteriormente o sistema IEEE 118 barras Nos procedimentos de reduccedilatildeo de

perdas que se seguem a toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-6 pu enquanto que

para o traccedilado das curvas PV foi de 10-4 pu

Adotou-se um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 10 Em ambos os procedimentos

os valores adotados para os tap foram de 10 pu enquanto que os valores limites adotados

para as tensotildees da barra de folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex sendo Vmin = 094

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

102

pu e Vmaacutex = 110 pu O valor inicial adotado para micro eacute ndash01 MW isto eacute Pa eacute reduzido em

10 O proacuteximo ponto atual eacute computado pela Equaccedilatildeo (45) Este procedimento eacute repetido

ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Convencionalmente a referecircncia angular eacute especificada na barra de folga Sabe-se que

qualquer barra geradora pode ser escolhida como referecircncia angular e que a convergecircncia do

problema de fluxo de potecircncia natildeo seraacute afetada por essa escolha (LEE KIM 2002)

Por outro lado sabe-se tambeacutem que a escolha da barra de folga afeta o valor da perda

ativa (reativa) total podendo resultar em maiores ou menores perdas na transmissatildeo Assim

com o intuito de garantir que o caso base a ser utilizado no processo de reduccedilatildeo de perdas seja

sempre o mesmo independente da barra adotada como barra de folga para todos os demais

casos analisados especificou-se como valor de potecircncia ativa gerada para a barra de folga

original do banco de dados (no caso a barra 1 do sistema IEEE-57 barras e a 69 do IEEE-118

barras) aquele determinado para o caso base considerando a barra de folga original

4431 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-57 barras

Nas Figuras 417 e 418 apresentam-se os respectivos perfis de magnitude da tensatildeo e

de acircngulo obtidos para o caso base com o fluxo de carga convencional e os obtidos com o

processo de reduccedilatildeo de perdas utilizando o fluxo de carga continuado proposto Observa-se

que apoacutes a reduccedilatildeo das perdas os perfis satildeo muito proacuteximos e que haacute uma melhora do perfil

de magnitude de tensatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base

Nas Tabelas 46 e 47 podem-se verificar os respectivos valores de magnitude de

tensatildeo e potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

103

proposta para a reduccedilatildeo das perdas considerando cada um dos quatros geradores do sistema

IEEE-57 (1 3 8 e 12) como barra de folga Observa-se que a menor magnitude de tensatildeo

tanto para o caso base quanto apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi na barra 31 sendo os

respectivos valores iguais a 08241 pu e 09408 pu Com relaccedilatildeo ao perfil de acircngulo das

barras apoacutes recalculaacute-los considerando a barra 1 como barra de referecircncia verifica-se que

ocorreu muito pouca variaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base Isso jaacute era esperado posto que natildeo

houve variaccedilatildeo de potecircncia ativa gerada e consumida mas apenas na perda ativa total

0 10 20 30 40 50 6008

085

09

095

1

105

11

115

Tens

atildeo (p

u)

nuacutemero das barras

timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 417 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-57 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

104

0 10 20 30 40 50 60-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

Acircng

ulo

(gra

us)

nuacutemero das barras timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12 Referindo ao acircngulo da barra 1 apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando

como barra de referecircncia timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 418 - Perfil de acircngulo do sistema IEEE-57 barras

Tabela 46 - Magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-57 barras

Tensatildeo (pu) Barra de folga V1 V2 V3 V6 V8 V9 V12 1 11000 10768 10688 10783 11000 10749 11000 3 11000 10798 10793 10775 10991 10737 10982 8 11000 10759 10636 10709 11000 10707 10914 12 11000 10771 10713 10831 11000 10758 11000

1 (caso base) 10400 10100 09850 09800 10050 09800 10150

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

105

Tabela 47 - Potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-57 barras

Potecircncia reativa gerada (MVAr) Barra de folga QG1 QG 2 QG 3 QG 6 QG 8 QG 9 QG 12 1 633974 -28379 59707 137612 643029 44035 1332204 3 473342 -07216 399725 34984 646512 11178 1255745 8 780394 -06764 14231 32798 835336 10496 1177180

12 603791 -45166 95023 219001 563339 70083 1323922 1 (caso base) 1294766 -07261 15276 35207 650592 11267 1263672

A Tabela 48 apresenta considerando cada um dos quatros geradores do sistema

IEEE-57 (1 3 8 e 12) como barra de folga os valores das perdas ativa e reativa seacuterie totais

apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia proposta para a reduccedilatildeo das perdas Observa-se da Tabela

48 que o caso base eacute o mesmo para todos os casos analisados e que para este sistema as

reduccedilotildees nas perdas ativa e reativa seacuterie totais satildeo praticamente da mesma ordem de grandeza

Na Tabela 49 observam-se os aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das

linhas de transmissatildeo e as variaccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga

mais as PVs Fica clara a contribuiccedilatildeo da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de

transmissatildeo Consequumlente dessa contribuiccedilatildeo bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia

reativa nos elementos seacuteries das linhas de transmissatildeo pode-se observar na uacuteltima coluna da

Tabela 49 que haacute uma reduccedilatildeo da potecircncia reativa total gerada pelas barras de folga mais as

PVs

Tabela 48 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema IEEE-57 barras

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr)

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo 1 286127 241127 44997 1243319 1045200 198119 3 286127 240126 46000 1243312 1042192 201120 8 286127 243128 42998 1243319 1053650 189669 12 286127 244127 42000 1243319 1056678 186641

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

106

Tabela 49 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as PVs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema IEEE-57 barras

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo 1 1150550 1349006 198456 3263519 2822182 441338 3 1150551 1352361 201810 3263519 2814270 449249 8 1150550 1338467 187917 3263519 2843671 419848 12 1150550 1351587 201036 3263519 2829993 433526

A Figura 419 apresenta as curvas PVacutes para a barra criacutetica barra 31 para o caso base

e para os casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas de onde se pode confirmar que os pontos de

maacuteximo carregamento e o aumento da margem de carregamento conforme apresentado na

Tabela 410 satildeo praticamente os mesmos Conforme jaacute comentado anteriormente o aumento

da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do perfil da

tensatildeo conforme se pode verificar na Figura 417 Tambeacutem se pode notar das curvas PVacutes e

da Tabela 410 que as melhorias da margem de carregamento conseguidas atraveacutes da

reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas uma vez que estas foram obtidas sem nenhuma

alteraccedilatildeo nas injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga responsaacutevel pelo

fechamento do balanccedilo ativo Esse aumento se deve ao aumento da reserva de reativos nos

geradores conforme apresentado na uacuteltima coluna da Tabela 49

Tabela 410 - Margem de carregamento

Margem de carregamento Ponto de maacuteximo carregamento (pu) Aumento da MC (∆MC)

Barra de

folga Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu) 1 15331 16638 01307 2452 3 15331 16638 01307 2452 8 15331 16637 01306 2449 12 15331 16638 01307 2452

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

107

Ten

satildeo

(pu

)

fator de carregamento λ

15331

16638

∆MC=01307

timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas)

Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 419 - Curvas PVacutes da barra criacutetica (barra 31) do sistema IEEE-57 barras

4432 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-118 barras

Nas Figuras 420 421 e 422 apresentam-se os perfis de magnitude da tensatildeo do

sistema IEEE-118 barras para o caso base e para os casos obtidos com o processo de reduccedilatildeo

de perdas considerando como barra de folga as barras 69 27 e 26 respectivamente Para este

sistema diferente do ocorrido para o sistema IEEE-57 observa-se que apoacutes a reduccedilatildeo das

perdas os perfis de magnitude de tensatildeo apresentam uma grande diferenccedila Embora em todos

os casos o procedimento tenha produzido uma reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

108

conforme apresentado na Tabela 411 somente com o uso da barra 26 como barra de folga

constata-se em relaccedilatildeo ao perfil do caso base uma melhora de todo o perfil de magnitude de

tensatildeo

Observa-se que o menor e o maior valor de magnitude de tensatildeo para o caso base

ocorreram nas barras 76 e 10 e foram de 09430 pu e 1050 pu respectivamente Apoacutes a

aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto a menor magnitude de tensatildeo no valor de 09337 pu ocorreu

na barra 28 quando do uso da barra 69 como barra de folga Jaacute a maior magnitude de tensatildeo

no valor de 11031 pu ocorreu na barra 9 quando do uso da barra 26 como barra de folga A

barra 9 eacute uma barra sem carga

Na Figura 423 apresenta-se os perfis de magnitude da tensatildeo das barras de geraccedilatildeo

para o caso base e o obtido com o processo de reduccedilatildeo de perdas considerando a barra 26

como barra de folga Na Figura 424 mostra-se as variaccedilotildees percentuais em relaccedilatildeo agrave

magnitude de tensatildeo do caso base das respectivas magnitudes de tensatildeo das barras de

geraccedilatildeo considerando a barra 26 como barra de folga Dessas figuras se constata que a

variaccedilatildeo percentual natildeo seraacute a mesma para todas as barras Na Figura 425 (a) e 425 (b)

mostra-se as variaccedilotildees da magnitude de tensatildeo e da potecircncia reativa gerada pelas barras 26

27 e 69 durante o processo de reduccedilatildeo de perdas considerando a barra 26 como barra de

folga

Da Tabela 411 verifica-se que para este sistema as maiores reduccedilotildees nas perdas ativa

e reativa seacuterie totais ocorrem quando do uso da barra 26 como barra de folga Da mesma

forma da Tabela 412 que apresenta os aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts

das linhas de transmissatildeo e as reduccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga

mais as PVs se verifica que as maiores contribuiccedilotildees de potecircncia reativa fornecida pelos

shunts das linhas de transmissatildeo e de reduccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras

de folga mais as PVs tambeacutem ocorrem quando do uso da barra 26 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

109

Tabela 411 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema IEEE-118 barras

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr)

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo 26 1311543 1150543 161000 7678841 6721797 957044 27 1311543 1187545 123998 7678841 7004000 674842 69 1311543 1222544 88999 7678841 7347540 331301

Tabela 412 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as PVs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema IEEE-118 barras

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo 26 1368262 1545199 1766940 7527540 4697815 2829726 27 1368262 1523670 1554077 7527540 5133701 2393840 69 1368262 1445854 77592 7527540 6212204 1315336

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Ten

satildeo

(pu

)

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 420 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 69 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

110

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

Ten

satildeo

(pu

)

nuacutemero das barras

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas Figura 421 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 27 como

barra de folga

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Ten

satildeo

(pu

)

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas Figura 422 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como

barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

111

0 10 20 30 40 5007

075

08

085

09

095

1

105

11

Tens

atildeo (p

u)

g caso base g apoacutes a reduccedilatildeo das perdas

Figura 423 - Perfil da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

0 10 20 30 40 500

1

2

3

4

5

6

7

8

Tens

atildeo (

)

Figura 424 - Variaccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo ao caso base da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

112

V26

V27

V69

Pa [MW]

Ten

satildeo

[pu

]

Qg26

Qg27

Qg69

Pa [MW]

Potecirc

ncia

rea

tiva

gera

da [M

VA

r]

Figura 425 - (a) Variaccedilatildeo da magnitude de tensatildeo e (b) da potecircncia reativa gerada pelas barras de geraccedilatildeo 26 27 e 69 do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

As Figuras 426 (a) e (b) apresentam as curvas PVacutes para a barra 9 cuja magnitude de

tensatildeo foi utilizada como paracircmetro da continuaccedilatildeo durante o traccedilado da curva PV e da barra

criacutetica barra 13 para o caso base e para os casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas Das figuras 426

(a) e (b) e da Tabela 413 pode-se verificar que o ponto de maacuteximo carregamento e o aumento

da margem de carregamento seraacute maior quando do uso da barra 26 como barra de folga

Conforme jaacute comentado anteriormente quando do uso da barra 26 como barra de folga o

(a)

(b)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

113

aumento da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do

perfil de magnitude de tensatildeo conforme se pode verificar na Figura 422 Tambeacutem se pode

notar das curvas PVacutes e da Tabela 413 que as melhorias da margem de carregamento 923

e 1559 conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas quando do uso ou da

barra 26 ou da 27 como barra de folga Entretanto quando do uso da barra 69 como barra de

folga apesar da reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa serem de 89 MW e 3313 MVAr (ver

Tabela 411) o aumento da margem de carregamento do sistema foi de apenas 132

Tabela 413 - Margem de carregamento para o sistema IEEE-118 barras

Margem de carregamento Ponto de maacuteximo carregamento (pu) Aumento da MC (∆MC)

Barra de

folga Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu) 69 20817 20960 00143 132 27 20817 21815 0 0998 923 26 20817 22503 01686 1559

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

114

08 1 12 14 16 18 2 22 2404

05

06

07

08

09

1

11V9

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

20817

22503

∆MC=01686

08 1 12 14 16 18 2 22 24

04

05

06

07

08

09

1

11

V9

fator de carregamento λ

Tens

atildeo [p

u]

V13

timestimestimestimes caso base (barra 69 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de folga bullbullbullbull barra 69 ++++ barra 26 oooo barra 27

Figura 426 - Curvas PVacutes do sistema IEEE-118 barras (a) curva PV da barra 9 e (b) curva PV da barra 13

(a)

(b)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

115

45 - Comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga oacutetimo

e o fluxo de carga continuado proposto

O objetivo desse item eacute o de comparar o desempenho do fluxo de carga continuado

proposto com o do fluxo de carga oacutetimo Ao contraacuterio do fluxo de carga convencional o fluxo

de carga continuado proposto possibilita a reduccedilatildeo das perdas a partir de um caso base assim

natildeo se faz necessaacuterio realizar um processo de tentativa e erro para atingir o criteacuterio desejado

Por outro lado conforme ficou claro do item 443 haacute a necessidade de se escolher uma barra

de folga para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total uma vez que sua escolha

influenciara o estado final obtido Entatildeo a titulo de comparaccedilatildeo escolheu-se entre os

resultados obtidos no item 443 aquele que apresentou o melhor desempenho

As Figuras 427 e 428 apresentam para os sistemas IEEE-57 e IEEE-118 os

respectivos perfis de magnitudes de tensatildeo e de acircngulo obtidos com o fluxo de carga

convencional para o caso base com os meacutetodos do fluxo de carga continuado proposto e com

o fluxo de carga oacutetimo Observa-se que o ponto de partida para aplicaccedilatildeo da metodologia de

reduccedilatildeo de perdas e do fluxo de carga oacutetimo eacute um caso base obtido por um fluxo de carga

convencional com os taps dos transformadores fixos em 10

As perdas de potecircncia ativa para o caso base dos sistemas IEEE-57 e IEEE-118 satildeo de 2861

MW e 13116 MW respectivamente Os valores das perdas de potecircncia ativa total obtidos

com o fluxo de carga oacutetimo foram de 2333 MW para o sistema IEEE-57 barras e de 10804

MW para o sistema IEEE-118 barras Enquanto que apoacutes a aplicaccedilatildeo fluxo de carga

continuado proposto as perdas de potecircncia ativa para esses sistemas foram de 2427 MW e

11505 MW respectivamente Assim aplicaccedilatildeo da metodologia de reduccedilatildeo de perdas nos

sistemas IEEE-57 e IEEE-118 conduz a uma reduccedilatildeo nas perdas de 424 MW (1487) e

161 MW (1228) respectivamente com o consequumlente aumento nas economias financeira

Observa-se que aleacutem da reduccedilatildeo nas perdas haacute uma melhora do perfil de tensatildeo Observa-se

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

116

0 10 20 30 40 5008

085

09

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Tens

atildeo (p

u)

0 10 20 30 40 50 60-25

-20

-15

-10

-5

0

nuacutemero das barras

Acircng

ulo

(gra

us)

timestimestimestimes caso base utilizando a barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando a barra 1 como barra de folga oooo obtido com um programa FCO utilizando a barra 1 como barra de folga

Figura 427 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema IEEE-57

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

117

0 20 40 60 80 100 120094

096

098

1

102

104

106

108

11

nuacutemero das barras

Tens

atildeo (p

u)

0 20 40 60 80 100 120-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

nuacutemero das barras

Acircng

ulo

(gra

us)

timestimestimestimes caso base utilizando a barra 26 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando a barra 26 como barra de folga oooo obtido com um programa FCO utilizando a barra 26 como barra de folga

Figura 428 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema IEEE-118

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

118

tambeacutem que ambas foram obtidas sem praticamente nenhuma modificaccedilatildeo nas injeccedilotildees de

potecircncia ativa dos geradores

Os resultados apresentados nestas figuras mostram tambeacutem que com a aplicaccedilatildeo do

meacutetodo do fluxo de carga continuado proposto eacute possiacutevel se obter pontos de operaccedilatildeo

proacuteximos aos obtidos pelo fluxo de carga oacutetimo

A Figura 429 apresenta para o sistema IEEE-57 as curvas PV obtidas partindo do

estados fornecidos pelo fluxo de carga oacutetimo e apoacutes a uacuteltima iteraccedilatildeo da metodologia de

reduccedilatildeo de perdas proposta juntamente com a curva PV do caso base A melhora de 245 na

margem de carregamento pode ser confirmada na Figura 429 onde a margem de

carregamento sem reduccedilatildeo de perdas (caso base) era de 15331 pu e apoacutes a reduccedilatildeo das

perdas passou a 16637 pu correspondendo a um aumento em 01306 pu

No caso do sistema IEEE-118 como se pode confirmar na Figura 430 que a melhora

na margem de carregamento foi de 156 Para esse sistema a margem de carregamento sem

reduccedilatildeo de perdas (caso base) era de 20817 pu e apoacutes a reduccedilatildeo das perdas passou a 22503

pu correspondendo a um aumento de 01686 pu Como se pode confirmar da figura o

aumento da margem de carregamento obtido partindo do estado fornecido pelo fluxo de carga

oacutetimo eacute ligeiramente maior 18

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

119

1 11 12 13 14 15 16 170

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

Ten

satildeo

(pu

)

caso base sem reduccedilatildeo de perdas FCCP com reduccedilatildeo de perdas FCO com reduccedilatildeo de perdas +++++

Fator de carregamento λ

∆MC 01306

15331 16637

Figura 429 - Curvas PV inicial e final para o sistema IEEE-57

08 1 12 14 16 18 2 22 24

04

05

06

07

08

09

1

11

Tens

atildeo (p

u)

caso base sem reduccedilatildeo de perdas FCCP com reduccedilatildeo de perdas FCO com reduccedilatildeo de perdas +++++

Fator de carregamento λ

∆MC 01686

20817 22503

22760

Figura 430 - Curvas PV inicial e final para o sistema IEEE-118

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

120

46 ndash Desempenho do fluxo de carga continuado proposto para sistemas de grande porte

O objetivo deste item eacute o de apresentar o desempenho do meacutetodo proposto para

sistemas de meacutedio porte e real de grande porte no caso o sistema IEEE-300 de 300 barras e

411 linhas e o sistema OTS-904 que eacute um sistema de 904 barras e 1283 linhas

correspondente a uma parte do sistema sudoeste Americano

Nos procedimentos de reduccedilatildeo de perdas nesses sistemas a toleracircncia adotada para os

mismatches foi de 10-6 pu enquanto que para o traccedilado das curvas PV foi de 10-5 pu

Adotou-se um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 20 Em ambos os procedimentos os

valores adotados para os tapacutes foram de 10 pu enquanto que os valores limites adotados

para as tensotildees da barra de folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex sendo Vmin igual a

090 pu e Vmaacutex igual a 110 pu para ambos os sistemas Os valores iniciais adotados para o

paracircmetro da continuaccedilatildeo (micro) foram de ndash02 MW e ndash05MW para os sistema IEEE-300 e

OTS-904 respectivamente O proacuteximo ponto atual eacute computado pela equaccedilatildeo (45) Este

procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Da mesma forma que ocorreu para todos os sistemas jaacute analisados observa-se que

apoacutes a reduccedilatildeo das perdas haacute uma melhora do perfil de tensatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base

Para o sistema IEEE-300 observou-se que a menor magnitude de tensatildeo para o caso

base foi na barra 526 e apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi na barra 9033 sendo os

respectivos valores iguais a 08636 pu e 09156 pu Para o sistema OTS-904 a menor

magnitude de tensatildeo tanto para o caso base quanto apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi

na barra 277 sendo os respectivos valores iguais a 08681 pu e 09000 pu Em ambos os

sistemas as maacuteximas magnitudes de tensatildeo natildeo foram maiores que o valor maacuteximo de 11 pu

A tabela 414 apresenta para os dois sistemas os valores das perdas ativa e reativa

seacuterie totais apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia proposta para a reduccedilatildeo das perdas Observa-se

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

121

da tabela que a maior reduccedilatildeo nas perdas ativa e reativa seacuterie totais ocorrem para o sistema

IEEE-300

Na tabela 415 observam-se os respectivos aumentos da potecircncia reativa fornecida

pelos shunts das linhas de transmissatildeo e as variaccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas

barras de folga e PVs Novamente observa-se claramente a contribuiccedilatildeo da potecircncia reativa

fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia

reativa nos elementos seacuteries das linhas de transmissatildeo com a consequumlente reduccedilatildeo da

potecircncia reativa total gerada pelas barras de folga mais as PVs como se pode observar da

uacuteltima coluna da tabela 415

Tabela 414 ndash Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr) Sistema

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo IEEE-300 7049 4215983 3905984 310000 5589485 5170518 418967 OTS-904 882 7517768 7433768 84000 1611578 1591707 19871

Tabela 415 ndash Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga e PVs com a reduccedilatildeo da perda

ativa total

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada Sistema

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo IEEE-300 7049 583705 632437 48732 683817 611434 72384

OTS-904 882 717591 730714 13123 1343894 1314866 29028

As Figuras 431 e 432 apresentam para o sistema IEEE-300 e OTS-904 as curvas PV

para as respectivas barras criticas 526 e 138 cujas magnitudes de tensatildeo foram utilizadas

como paracircmetro da continuaccedilatildeo durante o traccedilado da curva PV para o caso base e para os

casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas Das figuras e da Tabela 416 pode-se verificar o aumento da

margem de carregamento de ambos os sistemas

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

122

Tabela 416 ndash Margem de carregamento

Margem de carregamento (MC)

Ponto de maacuteximo carregamento (pu)

Aumento da MC (∆MC) Sistema Barra

de folga

Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu)

IEEE-300 7049 10552 11079 00527 955 OTS-904 882 12206 12486 00280 127

098 1 102 104 106 108 11 112055

06

065

07

075

08

085

09

095

V526

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

10552

∆MC=00527

11079

timestimestimestimes caso base (barra 7049 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 431 - Curva PVacutes do sistema IEEE-300 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

123

095 1 105 11 115 12 12503

04

05

06

07

08

09

1

V138

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

102206

12486

∆MC=00280

timestimestimestimes caso base (barra 882 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 432 - Curvas PVacutes do sistema OTS-904 barras

Capiacutetulo 5

CONCLUSOtildeES

51 Introduccedilatildeo

Os meacutetodos da continuaccedilatildeo satildeo considerados como poderoso ferramental na anaacutelise de

fluxo de carga podendo ser utilizados quando satildeo encontradas dificuldades de convergecircncia

traduzidas pela singularidade da matriz Jacobiana dos meacutetodos convencionais Esses meacutetodos

permitem a determinaccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e de maacutexima transferecircncia de

potecircncia bem como de todas as possiacuteveis soluccedilotildees das equaccedilotildees de fluxo de carga ou seja a

curva PV completa constituindo-se a base para a avaliaccedilatildeo da seguranccedila e da estabilidade de

tensatildeo (MANSOUR 1993)

52 Contribuiccedilotildees

A deficiecircncia de potecircncia reativa numa regiatildeo do sistema pode causar um aumento das

perdas tanto nesta regiatildeo como no sistema todo Isso porque o suprimento desses reativos

deve ser efetuado por geradores muitas vezes mais distantes da regiatildeo de interesse fazendo

com que correntes elevadas percorram o sistema Com base nisso nesta tese foi proposto a

modificaccedilatildeo do fluxo carga continuado para efetuar-se a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

125

ativa visando com isso aumentar a margem de carregamento do sistema A reduccedilatildeo das perdas

eacute alcanccedilada por intermeacutedio do redespacho de potecircncia reativa

O fluxo de carga continuado proposto difere em alguns aspectos do fluxo de carga

continuado usado para obter o ponto de maacuteximo carregamento No fluxo de carga continuado

o objetivo eacute obter o ponto de maacuteximo carregamento da curva PV Por outro lado no fluxo de

carga continuado proposto o objetivo eacute o de melhorar a margem de carregamento por meio da

reduccedilatildeo das perdas usando o meacutetodo da continuaccedilatildeo

Ao contraacuterio do fluxo de carga continuado no qual os valores da carga e da geraccedilatildeo de

potecircncia ativa do caso base satildeo aumentadas em uma direccedilatildeo preestabelecida no meacutetodo

proposto elas permanecem fixas No fluxo de carga continuado as barras PV satildeo tratadas

como simples barras PV e enquanto suas respectivas potecircncias reativas geradas estatildeo entre

seus respectivos limites suas respectivas equaccedilotildees natildeo estatildeo presentes na matriz Jacobiana

Assim suas magnitudes de tensotildees permanecem fixas nos seus respectivos valores

especificados sendo tratadas como variaacuteveis independentes No caso de violaccedilatildeo a barra PV

eacute alterada para tipo PQ com Q sendo especificado no valor limite e a sua magnitude de

tensatildeo eacute considerada como uma incoacutegnita do problema Por outro lado no fluxo de carga

continuado proposto as magnitudes de tensotildees nas barras PV podem variar e satildeo calculadas

para o valor especificado de perda total de potecircncia ativa sendo tratadas portanto como

variaacuteveis dependentes

Na metodologia proposta a geraccedilatildeo de potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo

satildeo mantidas constantes nos respectivos valores do caso base enquanto que o valor da perda

total de potecircncia ativa eacute preacute-ajustado atraveacutes de um novo paracircmetro Apoacutes se obter a soluccedilatildeo

do caso base por meio de um fluxo de carga convencional e se ter definido um passo para

reduccedilatildeo das perda total de potecircncia ativa o fluxo de carga continuado proposto eacute usado para

calcular as demais soluccedilotildees ateacute que um ponto neste trabalho definido como ponto de miacutenima

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

126

perda seja atingido A teacutecnica de previsatildeo adotada foi a trivial ou polinomial modificada de

ordem zero na qual o valor do paracircmetro da continuaccedilatildeo eacute prefixado Assim atraveacutes do

meacutetodo proposto eacute possiacutevel se especificar o valor desejado de variaccedilatildeo na perda ativa total na

transmissatildeo e a sua soluccedilatildeo provecirc o ponto de operaccedilatildeo para o qual a perda ocorre A geraccedilatildeo

de potecircncia ativa da barra adotada como barra de folga eacute reprogramada para fechar o balanccedilo

de potecircncia ativa do sistema ou seja o seu valor variaraacute a fim de acomodar aleacutem da

diferenccedila entre a potecircncia ativa gerada e a consumida de todo o sistema a reduccedilatildeo da perda

total de potecircncia ativa na transmissatildeo

Os resultados apresentados neste trabalho mostram que a utilizaccedilatildeo do meacutetodo

proposto proporciona natildeo soacute uma reduccedilatildeo das perdas e consequumlentemente dos custos

operacionais mas tambeacutem um aumento do ponto de maacuteximo carregamento isto eacute da margem

de estabilidade do sistema

O aumento da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a

melhoria do perfil da tensatildeo e com o aumento das reservas de reativos nos geradores natildeo

tendo no entanto ocorrido mudanccedilas relevantes na tensatildeo criacutetica Manter o valor da tensatildeo

criacutetica tatildeo baixa quanto esta possa ser em relaccedilatildeo agrave tensatildeo normal de operaccedilatildeo sem

comprometer consequumlentemente o perfil geral de tensatildeo eacute uma caracteriacutestica recomendada

em (WECC 1998) (FTCT 1999) Observa-se que as melhorias na margem de carregamento

conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas uma vez que estas foram

obtidas sem nenhuma alteraccedilatildeo nas injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga

Foram esclarecidos como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema eleacutetrico de potecircncia

durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Em geral haacute uma reduccedilatildeo da potecircncia

reativa total gerada pela barra de folga e as barras de geraccedilatildeo como consequumlecircncia direta dos

aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e de barras

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

127

bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia reativa nos elementos seacuteries das linhas de

transmissatildeo

O fluxo de carga continuado proposto possibilita a reduccedilatildeo das perdas a partir de um

caso base assim natildeo se faz necessaacuterio realizar um processo de tentativa e erro para atingir o

criteacuterio desejado Por outro lado as analises mostram que haacute a necessidade de se escolher uma

barra de folga para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total uma vez que sua

escolha influenciara o estado final obtido Um outro ponto importante eacute que com o meacutetodo

proposto eacute possiacutevel se obter pontos de operaccedilatildeo muito proacuteximos aos obtidos por meio de um

programa de fluxo de carga oacutetimo o que mostra que o meacutetodo proposto pode ser uma

alternativa viaacutevel para a aplicaccedilotildees de estudos da operaccedilatildeo para reforccedilar a estabilidade

estaacutetica de tensatildeo

Outro aspecto importante eacute o de que o meacutetodo proposto eacute de faacutecil incorporaccedilatildeo a

qualquer programa de Fluxo de Carga

53 Sugestotildees para futuros trabalhos

Algumas sugestotildees para dar continuidade aos trabalhos iniciados por esta tese

sect Tendo em vista que para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total a partir

de um caso base haacute a necessidade de se escolher uma barra de folga uma vez que sua

escolha influenciaraacute o estado final obtido uma necessidade seria a de se investigar e

definir um criteacuterio para se estabelecer qual barra seria a mais apropriada como barra

de folga

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

128

sect A escolha do valor oacutetimo para o passo do paracircmetro da continuaccedilatildeo objetivando a

reduccedilatildeo do nuacutemero de pontos e de iteraccedilotildees necessaacuterias para a obtenccedilatildeo do ponto de

miacutenimas perdas

sect Em (ZAMBRONI 1998) eacute mostrado que a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa

num grande sistema de potecircncia natildeo afeta muito sua margem de carregamento mas

que o controle das perdas em uma aacuterea criacutetica do sistema pode apresentar resultados

mais satisfatoacuterios Seria interessante avaliar os efeitos produzidos na margem de

carregamento do sistema realizando a reduccedilatildeo das perdas em uma aacuterea especifica do

sistema no caso a aacuterea criacutetica e comparaacute-los com os obtidos com a reduccedilatildeo da perda

total de potecircncia ativa

sect Analisar a utilizaccedilatildeo de fatores de participaccedilatildeo dos geradores a fim de definir um

redespacho que proporcione um melhor ganho de margem Os fatores de participaccedilatildeo

poderiam ser obtidos pela anaacutelise de sensibilidade dos autovalores e os

correspondentes autovetores direito e esquerdo da matriz Jacobiana modificada do

fluxo de carga continuado proposto procurando determinar os geradores que mais

contribuem para a reduccedilatildeo das perdas e o aumento da margem de carregamento

sect Considerar na metodologia proposta para a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa na

transmissatildeo aleacutem da equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo a equaccedilatildeo da

potecircncia reativa injetada das barras cuja magnitude de tensatildeo sejam reguladas por

transformadores com controle automaacutetico de tap

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Page 8: “Proposta de Parametrização para o Fluxo de Carga ......4.2 - O problema do fluxo de carga ótimo 71 4.3 - Metodologia proposta 75 4.3.1 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas

Figura 42 - Sistema de trecircs barras ndash caso base 74

Figura 43 - Sistema de trecircs barras - caso otimizado 74

Figura 44 - Desempenho do fccp para o sistema de duas barras 83

Figura 45 - Curvas pv efeito da reduccedilatildeo das perdas sobre o ponto de maacuteximo carregamento

para o sistema de duas barras 83

Figura 46 - Desempenho do sistema de trecircs barras (a) vtimespa (b) qgtimespa (c) potecircncia ativa

gerada pela barra de folga timespa (d) curvas pv 86

Figura 47 - Variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga e das barras de controle de tensatildeo (pv) em

funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras 90

Figura 48 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de folga e de controle de

tensatildeo (pv) em funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras 91

Figura 49 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de pa para o sistema ieee-14 barras

(a) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo

(pv) (b) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts das linhas de

transmissatildeo (c) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts de barra

(banco de capacitores eou reatores) (d) somatoacuterio das variaccedilotildees de perda de potecircncia reativa

nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo e (e) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias

reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo pvrsquos mais a barra de folga 93

Figura 410 ndash Variaccedilotildees das magnitudes de tensatildeo das barras do sistema ieee-14 em funccedilatildeo de

pa 94

Figura 411 - Curvas pv do sistema ieee-14 barras 98

Figura 412 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-14 barras 98

Figura 413 - Curvas pv do sistema ieee-30 barras 99

Figura 414 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-30 barras 99

Figura 415 - Curvas pv do sistema ieee-57 barras 100

Figura 416 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-57 barras 100

Figura 417 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-57 barras 103

Figura 418 - Perfil de acircngulo do sistema ieee-57 barras 104

Figura 419 - Curvas pvacutes da barra criacutetica (barra 31) do sistema ieee-57 barras 107

Figura 420 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

69 como barra de folga 109

Figura 421 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

27 como barra de folga 110

Figura 422 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

26 como barra de folga 110

Figura 423 - Perfil da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-118 barras

considerando a barra 26 como barra de folga 111

Figura 424 - Variaccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo ao caso base da magnitude de tensatildeo das barras

de geraccedilatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga 111

Figura 425 - (a) Variaccedilatildeo da magnitude de tensatildeo e (b) da potecircncia reativa gerada pelas

barras de geraccedilatildeo 26 27 e 69 do sistema ieee-118 barras considerando a barra 26 como barra

de folga 112

Figura 426 - Curvas pvacutes do sistema ieee-118 barras (a) curva pv da barra 9 e (b) curva pv da

barra 13 114

Figura 427 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema ieee-57 116

Figura 429 - Curvas pv inicial e final para o sistema ieee-57 119

Figura 430 - Curvas pv inicial e final para o sistema ieee-118 119

Figura 431 - Curva pvacutes do sistema ieee-300 barras 122

Figura 432 - Curvas pvacutes do sistema ots-904 barras 123

LISTA DE TABELAS

Tabela 41 - Soluccedilotildees do fluxo de carga oacutetimo para o sistema da figura 41 73

Tabela 42 - Soluccedilotildees para o sistema da figura 42 75

Tabela 43 - Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa 96

Tabela 44 - Margem de carregamento 96

Tabela 45 - Reserva de reativos 101

Tabela 46 - Magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-57 barras 104

Tabela 47 - Potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-57 barras 105

Tabela 48 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema ieee-57 barras 105

Tabela 49 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as pvs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema ieee-57 barras 106

Tabela 410 - Margem de carregamento 106

Tabela 411 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema ieee-118 barras109

Tabela 412 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as pvs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema ieee-118 barras 109

Tabela 413 - Margem de carregamento para o sistema ieee-118 barras 113

Tabela 414 ndash Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais 121

Tabela 415 ndash Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga e pvs com a reduccedilatildeo da perda

ativa total 121

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 - INTRODUCcedilAtildeO 16

11 - Introduccedilatildeo geral 16

12 ndash Estrutura do trabalho 22

CAPIacuteTULO 2 - ANAacuteLISE DA ESTABILIDADE ESTAacuteTICA DE TENSAtildeO 25

21 - Introduccedilatildeo 25

22 ndash Estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia 25

23 ndash Estabilidade estaacutetica de tensatildeo 33

24 ndash Meacutetodos de estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo 34

25 ndash Avaliaccedilatildeo do colapso de tensatildeo baseado nas curvas PV e QV 36

251 ndash Curvas PV 37

252 ndash Curvas QV 39

26 - Margem de carregamento 40

CAPIacuteTULO 3 - MEacuteTODO DA CONTINUACcedilAtildeO E SUAS TEacuteCNICAS DE

PARAMETRIZACcedilAtildeO 46

31 ndash Introduccedilatildeo 46

32 - Fluxo de carga convencional 48

33 - Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de prediccedilatildeo parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo 53

331 ndash Teacutecnicas de prediccedilatildeo 56

3311 - Preditor tangente 56

3312 ndash Preditor secante 58

3313 - Preditor polinomial modificado de ordem zero 60

332 - Controle do passo preditor 61

333 ndash Teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo 62

3331 - Parametrizaccedilatildeo local 64

3332 ndash Teacutecnica do comprimento de arco 66

3333 ndash Teacutecnica da perpendicularidade 67

CAPIacuteTULO 4 - METODOLOGIA PROPOSTA 69

41 - Introduccedilatildeo 69

42 - O problema do fluxo de carga oacutetimo 71

43 - Metodologia proposta 75

431 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas de duas e trecircs barras 80

4311 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

de duas barras 81

4312 - Resultados obtidos com o FCCP para o sistema de trecircs barras 84

44 ndash Resultados da reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa 87

441 ndash Balanccedilo de reativos durante o procedimento de reduccedilatildeo da perda total de potecircncia

ativa 88

442 - Anaacutelise de desempenho do meacutetodo proposto para os sistemas IEEE 94

443 - Influecircncia da barra de folga na reduccedilatildeo das perdas 101

4431 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-57 barras 102

4432 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-118 barras 107

45 - Comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga oacutetimo e o

fluxo de carga continuado proposto 115

46 ndash Desempenho do fluxo de carga continuado proposto para sistemas de grande porte 120

CAPIacuteTULO 5 - CONCLUSOtildeES 124

51 Introduccedilatildeo 124

52 Contribuiccedilotildees 124

53 Sugestotildees para futuros trabalhos 127

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 129

APEcircNDICE A 138

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

16

Capiacutetulo 1

INTRODUCcedilAtildeO

11 - Introduccedilatildeo geral

Nas uacuteltimas deacutecadas os sistemas eleacutetricos de potecircncia (SEP) tecircm passado por vaacuterias

experiecircncias tais como mudanccedilas no comportamento socioloacutegico da populaccedilatildeo crises

econocircmicas restriccedilotildees ecoloacutegicas progressos tecnoloacutegicos desregulamentaccedilatildeo do setor

eleacutetrico entre outras

Estas experiecircncias chamam a atenccedilatildeo sobre alguns aspectos natildeo considerados no

passado Dentre tais aspectos estatildeo a procura por seguranccedila no sistema (confianccedila) e as

incertezas no futuro uma vez que os planejadores se baseiam em uma visatildeo de longo prazo

levando em conta previsotildees como a demanda de potecircncia a disponibilidade de geraccedilatildeo a

possibilidade de interconexatildeo de equipamento eou de novos sistemas e o desenvolvimento

de novas tecnologias

Estas previsotildees satildeo por sua proacutepria natureza incertas e qualquer divergecircncia entre o

planejamento e a realidade experimentada algum tempo depois deve ser equalizada por meio

de um impacto capaz de ser absorvido pelo sistema

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

17

Dentre os impactos de diversas naturezas podem-se citar por exemplo a crise do

petroacuteleo as restriccedilotildees ambientais que impedindo a construccedilatildeo de novos parques geradores e

linhas de transmissatildeo a privatizaccedilatildeo de concessionaacuterias estatais de energia os blecautes e o

racionamento de energia eleacutetrica

Com o crescente aumento do parque industrial haacute naturalmente um aumento

subsequumlente no carregamento do sistema e por conseguinte um aumento na potecircncia que flui

por entre as linhas de transmissatildeo ou seja no fluxo de potecircncia

Em consonacircncia com as leis de Ohm e as leis de Kirchhoff a energia eleacutetrica que flui

em uma rede eacute distribuiacuteda entre os ramos de acordo com as suas respectivas impedacircncias ateacute

que um equiliacutebrio de tensatildeo seja alcanccedilado

O fluxo de energia poderaacute sofrer mudanccedila de direccedilatildeo em qualquer instante caso a

configuraccedilatildeo da rede sofra alteraccedilotildees em consequumlecircncia de contingecircncias de linhas de

transmissatildeo de manobras em transformadores ou ainda quando estes satildeo retirados do sistema

para manutenccedilatildeo ou substituiccedilatildeo

Estes fluxos tambeacutem mudaratildeo devido a variaccedilotildees na geraccedilatildeo ou conforme a

solicitaccedilatildeo de carga isto eacute alteraccedilatildeo no carregamento do sistema

O aumento no fluxo de potecircncia tem como consequumlecircncia direta um aumento nas

perdas ativas e reativas nas linhas de transmissatildeo

As impedacircncias dos equipamentos de rede tais como geradores transformadores e

linhas de transmissatildeo provocam natildeo soacute perdas de potecircncia ativa e reativa como tambeacutem

queda de tensatildeo nestes elementos Assim as mudanccedilas no fluxo de potecircncia podem levar a

um baixo perfil de tensatildeo e em perdas mais altas nos sistemas podendo piorar particularmente

sob condiccedilotildees de carga pesada

Esta situaccedilatildeo pode ser melhorada atraveacutes da escolha de um baixo valor para a

reatacircncia seacuterie durante o processo de planejamento dos sistemas eleacutetricos de potecircncia Poreacutem

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

18

isto poderia resultar em um aumento nos niacuteveis reais de falhas no sistema Aumentos nos

niacuteveis de corrente de curto-circuito resultariam em um custo operacional maior dos

equipamentos avaliados uma vez que deveratildeo ser majorados seus valores nominais ou ainda

provocar arranjos operacionais inaceitaacuteveis (GLOVER et al 1989)

Por outro lado o operador do sistema tambeacutem pode melhorar esta situaccedilatildeo realocando

a geraccedilatildeo de potecircncia reativa no sistema uma vez que o despacho de potecircncia ativa tambeacutem eacute

controlaacutevel e tem influecircncia na potecircncia reativa que por sua vez altera as perdas na

transmissatildeo

Neste trabalho eacute assumido que o despacho de potecircncia ativa eacute executado antes do

despacho de potecircncia reativa ser considerado

Vaacuterias razotildees favoreceram a opccedilatildeo pelo controle de reativos em vez de despacho de

potecircncia ativa (CIGRE 1989) entre elas

bull O baixo custo inicial investido nas instalaccedilotildees o que normalmente alcanccedila

pequenas porcentagens do custo correspondente para potecircncia ativa em um

sistema de grande porte quando comparado agraves instalaccedilotildees de potecircncia ativa

(geradores ou linhas de transmissatildeo)

bull Sua instalaccedilatildeo pode reduzir investimentos em componentes de rede como

linhas de transmissatildeo e transformadores aleacutem de possibilitar uma maior

confiabilidade no sistema

A realocaccedilatildeo de geraccedilatildeo de potecircncia reativa pode ser feita satisfatoriamente atraveacutes de

ajustes nas variaacuteveis de controle tais como tensotildees terminais dos geradores tap de

transformadores e chaveamento de fontes de potecircncia reativa Qualquer mudanccedila em uma

destas variaacuteveis tem o efeito de mudar o perfil de tensatildeo do sistema a potecircncia reativa gerada

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

19

e a perda total do sistema Os elementos da rede podem transferir potecircncias maiores se por

eles circularem correntes reativas menores

As informaccedilotildees inerentes agraves mudanccedilas de fluxo de potecircncia natildeo soacute satildeo importantes

para que os operadores de sistemas assegurarem uma operaccedilatildeo eficiente mas tambeacutem para

manterem a confianccedila nos serviccedilos prestados Aleacutem disso tal informaccedilatildeo tambeacutem eacute uacutetil para a

reduccedilatildeo de perdas

As perdas na transmissatildeo representam de 5 a 10 da geraccedilatildeo total o que se traduz

em milhotildees de doacutelares por ano (SHARIF et al 2000) Caso se tenha informaccedilotildees de como

estas perdas acontecem eacute possiacutevel efetuar-se accedilotildees de controle com o intuito de reduzi-las

Perdas reativas baixas podem reduzir a potecircncia reativa total das instalaccedilotildees e ainda as

perdas ativas provendo com isto um ganho econocircmico consideraacutevel (CIGRE 1989)

Entatildeo a quantificaccedilatildeo e reduccedilatildeo das perdas ativas satildeo importantes porque

determinaratildeo a operaccedilatildeo econocircmica dos sistemas eleacutetricos de potecircncia Tambeacutem eacute importante

salientar que a reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa natildeo soacute pode representar uma economia

significativa no tocante a parte financeira mas tambeacutem que sua reduccedilatildeo pode ser obtida

atuando-se exclusivamente sobre as variaacuteveis de controle de reativos do sistema isto eacute sem

qualquer investimento adicional em equipamentos ou construccedilotildees

Um outro fato importante conhecido eacute que a margem de estabilidade estaacutetica de tensatildeo

do sistema aumenta em funccedilatildeo da disponibilidade de reservas de potecircncia reativa do sistema

(KUNDUR 1994) Assim ao reduzirem-se as perdas totais na transmissatildeo do sistema eleacutetrico

de potecircncia implicitamente estar-se-aacute aumentando a margem de reativos do mesmo e por

conseguinte a margem de estabilidade estaacutetica seraacute aumentada (ALVES et al 2002-I)

(ALVES et al 2002-II)

Para um ponto de operaccedilatildeo particular a margem de estabilidade estaacutetica de tensatildeo ou

margem de carregamento de colapso de tensatildeo ou simplesmente margem de carregamento eacute

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

20

a quantia de carga adicional em um padratildeo especiacutefico de aumento de carga que causaria um

colapso de tensatildeo (CIGRE 1989) (KUNDUR 1994) A determinaccedilatildeo da margem de

carregamento (MC) e as accedilotildees de controle necessaacuterias para garantir aquela margem eacute uma

tarefa essencial no planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia O Western

System Coordinating Council (WSCC) exige que seus membros garantam pelo menos 5 de

margem na curva PV apoacutes qualquer contingecircncia em um uacutenico elemento (WECC 1998)

No Brasil o operador nacional do sistema eleacutetrico brasileiro (ONS) apresenta em seu

manual de procedimentos de rede sugestotildees de criteacuterios para o planejamento no tocante a

expansatildeo do sistema eleacutetrico visando a manutenccedilatildeo de um niacutevel miacutenimo de margem de

estabilidade estaacutetica da tensatildeo ou seja para situaccedilatildeo de contingecircncia simples a margem de

carregamento seja maior ou igual a 6 (ONS 2001)

Assim as vantagens da reduccedilatildeo de perdas em linhas de transmissatildeo aleacutem de

proporcionarem economias de gastos enquanto impotildee aos equipamentos dos sistemas um

decreacutescimo no carregamento provecirc uma melhoria no perfil da tensatildeo do sistema e na margem

de estabilidade estaacutetica de tensatildeo

O caacutelculo da perda de potecircncia ativa pode ser realizado atraveacutes de vaacuterios meacutetodos jaacute

apresentados na literatura como por exemplo pelo simples produto entre os valores da

resistecircncia eleacutetrica da linha de transmissatildeo pelo quadrado da magnitude da corrente que

circula por ela (em outras palavras R I2)

O caacutelculo pode tambeacutem ser realizado atraveacutes da adiccedilatildeo algeacutebrica do fluxo de potecircncia

ativa nas duas extremidades das linhas de transmissatildeo sendo que a perda total seraacute o

somatoacuterio de todas as perdas nas linhas de transmissatildeo

O meacutetodo do fluxo de carga convencional (FC) eacute utilizado na determinaccedilatildeo da

magnitude da tensatildeo e do acircngulo de fase da tensatildeo de cada barra em um sistema de potecircncia

sob condiccedilotildees equilibradas Uma vez obtidos os fluxos de potecircncia ativa e reativa de cada

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

21

uma das linhas de transmissatildeo e equipamento assim como as potecircncias ativas e reativas

tambeacutem satildeo calculadas as perdas (KUNDUR 1994)

Poreacutem o meacutetodo fluxo de carga convencional eacute considerado inadequado quando o

objetivo for a obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento do sistema uma vez que a matriz

Jacobiana (J) fica singular exatamente neste ponto e assim o fluxo de carga convencional

apresentaraacute problemas de mau condicionamento ao se aproximar desta regiatildeo criacutetica

No meacutetodo do fluxo de carga continuado (FCC) a singularidade da matriz Jacobiana

e por conseguinte os problemas numeacutericos que surgem na vizinhanccedila do ponto de maacuteximo

carregamento do sistema satildeo eliminados atraveacutes da adiccedilatildeo de equaccedilotildees de parametrizaccedilatildeo

(SEYDEL 1994) Assim os meacutetodos fluxo de carga continuado que satildeo baseados nos

algoritmos preditor-corretor podem ser considerados como um melhoramento do fluxo de

carga convencional uma vez que ele natildeo soacute pode ser usado para a obtenccedilatildeo de uma soluccedilatildeo

particular do fluxo de carga mas tambeacutem para

bull O traccedilado de trajetoacuterias de soluccedilotildees (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(CANtildeIZARES et al 1992) (SEYDEL 1994)

bull Anaacutelise do colapso de tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia (KUNDUR

1994)

bull A computaccedilatildeo de soluccedilotildees muacuteltiplas (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(CANtildeIZARES et al 1992) (KUNDUR 1994) (SEYDEL 1994)

bull Investigaccedilatildeo da existecircncia de soluccedilotildees de fluxo de potecircncia (CHIANG et al

1995) (WECC 1998) (FETTE VOSS 1999)

bull Avaliar contingecircncias (FLUECK DONDETTI 2000) (WANG DA SILVA

XU 2000)

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

22

Nesta tese uma nova proposta eacute apresentada como alternativa para a reduccedilatildeo nas

perdas de potecircncia ativa na transmissatildeo usando um meacutetodo de continuaccedilatildeo

Para atingir esta meta uma equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo baseada na perda total de

potecircncia ativa na transmissatildeo e as equaccedilotildees da potecircncia reativa injetada nas barras de geraccedilatildeo

e na barra de folga (slack) satildeo adicionadas agraves equaccedilotildees do fluxo de carga convencional

As tensotildees nas barras de geraccedilatildeo e na barra de folga satildeo consideradas como variaacuteveis

de controle e um novo paracircmetro eacute escolhido para reduzir as perdas de potecircncia ativa Os

resultados mostram que este procedimento natildeo soacute leva a uma reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia

ativa e por conseguinte nos custos operacionais mas simultaneamente contribui para a

melhoria do perfil de tensatildeo Aleacutem disto este procedimento tambeacutem conduz na maioria das

vezes a um aumento na margem de carregamento ou seja na estabilidade estaacutetica de tensatildeo

12 ndash Estrutura do trabalho

Procura-se ao longo deste trabalho criar os subsiacutedios necessaacuterios natildeo soacute para o

entendimento do problema em si mas tambeacutem das teacutecnicas utilizadas em sua anaacutelise entre

estas muitas seratildeo apenas comentadas por natildeo se tratarem de teacutecnicas adotadas neste

trabalho

O capiacutetulo 2 almeja situar o trabalho proposto no contexto geral da estabilidade

estaacutetica da tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia Para tanto satildeo tecidas consideraccedilotildees a

respeito da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia sua divisatildeo em categorias e

dependendo do tempo utilizado para o processamento das informaccedilotildees sua estruturaccedilatildeo em

anaacutelise dinacircmica e anaacutelise estaacutetica Este projeto de pesquisa refere-se especificamente ao

estudo de desenvolvimento de procedimentos de anaacutelises estaacuteticas referentes agrave estabilidade de

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

23

tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia Eacute apresentada a linha de estudo da estabilidade

estaacutetica de tensatildeo atraveacutes da anaacutelise das curvas PV e QV

O capiacutetulo 3 tem por objetivo levar ao leitor a compreensatildeo do meacutetodo da continuaccedilatildeo

e de algumas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo existentes na literatura as quais tecircm como objetivo a

eliminaccedilatildeo dos problemas relacionados com a singularidade da matriz Jacobiana pertinente ao

fluxo de carga convencional

Seraacute apresentado o fluxo de carga convencional que emprega o meacutetodo de Newton-

Raphson objetivando a obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento dos sistemas por meio de

soluccedilotildees do fluxo de carga convencional para sucessivos incrementos na carga Seratildeo entatildeo

apresentadas algumas variaccedilotildees no emprego do meacutetodo da continuaccedilatildeo com suas respectivas

teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo Finaliza-se com a explanaccedilatildeo a respeito do fluxo de carga

continuado com o qual se remove o problema da singularidade da matriz Jacobiana no ponto

de maacuteximo carregamento

A proposta do capiacutetulo 4 eacute apresentar apoacutes a explanaccedilatildeo da metodologia proposta a

aplicaccedilatildeo da abordagem proposta para dois sistemas sendo Um sistema de 2 barras (uma

barra de folga e uma PV) para o qual eacute possiacutevel se obter o ponto oacutetimo a partir das equaccedilotildees

algeacutebricas desenvolvidas em (ALVES et al 2002-II) E o outro um sistema de trecircs barras

(uma barra de folga uma PV e uma PQ) apresentado e analisado em (DOMMEL TINNEY

1968) Os resultados tambeacutem satildeo comparados com os resultados obtidos por um programa de

fluxo de carga oacutetimo (DA COSTA LANGONA ALVES 1998) Satildeo apresentados os efeitos

do redespacho das variaacuteveis de controle nas reduccedilotildees da perda total de potecircncia ativa na

transmissatildeo do sistema aleacutem da investigaccedilatildeo dos efeitos causados por esta reduccedilatildeo na

margem de estabilidade de tensatildeo e no perfil de tensatildeo Atraveacutes do sistema IEEE 14 barras eacute

analisado como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema eleacutetrico de potecircncia durante o processo

de reduccedilatildeo da perda ativa total Em seguida apresentam-se os resultados obtidos para os

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

24

sistemas do Institute of Electrical and Eletronics Engineering (IEEE) 14 30 e 57 barras que

mostram que este procedimento conduz a uma reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa na

transmissatildeo

Adicionalmente mostra-se atraveacutes do traccedilado das curvas PV que a reduccedilatildeo na perda

total na transmissatildeo leva em geral natildeo soacute a uma diminuiccedilatildeo dos custos operacionais do

sistema mas tambeacutem a um aumento da margem de estabilidade de tensatildeo e a uma melhoria

no perfil da tensatildeo Apresenta-se tambeacutem a influecircncia da escolha da barra de folga durante o

processo de reduccedilatildeo da perda ativa total (sistemas IEEE 57 e IEEE 118 barras) Satildeo

apresentadas comparaccedilotildees entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga

oacutetimo e o fluxo de carga continuado proposto Encerrando este capiacutetulo satildeo apresentados o

desempenho da metodologia proposta para sistemas de grande porte isto eacute para o sistema

IEEE 300 barras e o sistema OTS-904

O capiacutetulo 5 apresenta as conclusotildees gerais deste trabalho enfatiza as contribuiccedilotildees

assim como apresenta sugestotildees de estudos para possiacuteveis continuidade do trabalho

Finalizando apresenta-se o apecircndice A onde satildeo listados os artigos publicados com

conteuacutedo especiacutefico referente a esta tese

Capiacutetulo 2

ANAacuteLISE DA ESTABILIDADE ESTAacuteTICA DE TENSAtildeO

21 - Introduccedilatildeo

Este capiacutetulo tem como objetivo prover uma ideacuteia global a respeito da importacircncia do

estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo bem como situar o trabalho proposto no contexto

geral do assunto

Satildeo apresentados conceitos baacutesicos imprescindiacuteveis para a anaacutelise da estabilidade

estaacutetica de tensatildeo Apresenta-se em particular o conceito da margem de estabilidade de

tensatildeo uma vez que tal conceito eacute fundamental aos operadores dos sistemas eleacutetricos de

potecircncia no tocante agrave determinaccedilatildeo dos limites da transferecircncia de potecircncia

22 ndash Estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia

A complexidade dos sistemas eleacutetricos de potecircncia vem agregando cada vez mais

variantes dentre elas destacam-se os possiacuteveis acidentes associados ao comportamento do

sistema e o crescente aumento no nuacutemero de situaccedilotildees a serem exploradas tais como

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

26

estruturaccedilotildees no setor eleacutetrico compensaccedilatildeo de reativos disponibilidade de dispositivos

raacutepidos de controle

Os operadores dos sistemas eleacutetricos de potecircncia devem essencialmente exploraacute-los de

forma econocircmica e com elevados niacuteveis de confiabilidade ou seja eacute necessaacuterio que o sistema

tenha capacidade de estabelecer apoacutes um distuacuterbio um novo ponto de equiliacutebrio sem que

haja violaccedilatildeo agraves restriccedilotildees fiacutesicas de seus componentes Portanto os operadores devem

proceder de forma que o sistema atue corretamente a qualquer tempo evitando atuaccedilotildees

indevidas ou desnecessaacuterias Poreacutem atualmente os sistemas eleacutetricos de potecircncia tecircm sido

operados cada vez mais proacuteximos agrave sua capacidade de transmissatildeo atuando efetivamente com

baixos niacuteveis de seguranccedila

Esta situaccedilatildeo de operaccedilatildeo do sistema de forma estressada se deve a crescente expansatildeo

do mercado consumidor de energia e as imposiccedilotildees de restriccedilotildees de ordens ecoloacutegicas e

econocircmicas ou seja dificuldades de construccedilatildeo de novas usinas de geraccedilatildeo e linhas de

transmissatildeo para o transporte da energia

Particularmente no sistema eleacutetrico brasileiro este problema apresenta-se de forma

mais contundente uma vez que o mesmo possui um parque gerador de energia de base

predominantemente hidraacuteulica Assim o esgotamento dos recursos hidreleacutetricos mais

proacuteximos dos principais centros de carga tem como consequumlecircncia a necessidade de se recorrer

a aproveitamentos hidreleacutetricos cada vez mais distantes exigindo a formaccedilatildeo de um sistema

eleacutetrico complexo caracterizado por linhas de transmissatildeo preponderantemente longas sendo

assim mais propiacutecio agrave ocorrecircncia de problemas de instabilidade de tensatildeo (CIGRE 1992)

A classificaccedilatildeo dos problemas de estabilidade em categorias subcategorias e tempo

utilizado para o processamento das informaccedilotildees visa facilitar a anaacutelise dos problemas de

estabilidade atraveacutes da identificaccedilatildeo dos principais fatores e do desenvolvimento de meacutetodos

para melhorar as condiccedilotildees de operaccedilatildeo dos sistemas eleacutetricos de potecircncia

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

27

As categorias satildeo

bull Estabilidade de acircngulo do rotor

bull Estabilidade de frequumlecircncia

bull Estabilidade de tensatildeo

A estabilidade angular transitoacuteria em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade dos geradores que compotildeem o sistema de se manterem em sincronismo apoacutes o

sistema ser submetido a uma grande perturbaccedilatildeo

A estabilidade de frequumlecircncia em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade do sistema de manter a frequumlecircncia gerada dentro da faixa de toleracircncia em torno

da frequumlecircncia nominal em condiccedilotildees operacionais normais ou mesmo apoacutes o sistema ser

submetido a uma perturbaccedilatildeo

O termo estabilidade de tensatildeo de forma geral envolve problemas de curta meacutedia e

longa duraccedilatildeo sendo neste trabalho utilizado exclusivamente para fenocircmenos de longa

duraccedilatildeo A estabilidade de tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade do sistema de manter as tensotildees em todas as barras que o compotildee em faixas de

toleracircncia da tensatildeo nominal em condiccedilotildees operacionais normais ou mesmo apoacutes o sistema

ser submetido a uma perturbaccedilatildeo Geralmente a instabilidade se daacute na forma de uma queda

progressiva e incontrolada na magnitude da tensatildeo em uma ou mais barras do sistema

eleacutetrico provocada pela tentativa de restabelecimento da carga

A Figura 21 identifica as categorias e subcategorias do problema da estabilidade em

sistemas eleacutetricos de potecircncia (KUNDUR et al 2004)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

28

Figura 21 - Classificaccedilatildeo da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia

Nos sistemas eleacutetricos de potecircncia o aumento de cargas tem como consequumlecircncia direta

a diminuiccedilatildeo nos niacuteveis de tensatildeo em suas barras (nos barramentos) sendo assim um aumento

contiacutenuo de cargas pode eventualmente levar o sistema a um estado instaacutevel caracterizado

pelo raacutepido decreacutescimo nos valores de tensatildeo em seus barramentos Este fenocircmeno eacute

conhecido na literatura especiacutefica como colapso de tensatildeo onde o perfil da tensatildeo nas barras eacute

obtido em funccedilatildeo do carregamento do sistema

O carregamento do sistema pode ser interpretado de uma maneira mais abrangente

isto eacute natildeo somente como um aumento de carga mas tambeacutem como um aumento na

transferecircncia de potecircncia entre aacutereas do aumento da carga de determinadas aacutereas ou da carga

de barras especificas Natildeo obstante o aumento pode tambeacutem ser definido em termos de

potecircncia ativa (P) potecircncia reativa (Q) ou potecircncia aparente (S) (XU MASOUR

HARRINGTON 1993)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

29

Se haacute um aumento na solicitaccedilatildeo de potecircncia reativa a potecircncia reativa adicional

deveraacute ser fornecida atraveacutes das reservas existentes nos geradores eou nos compensadores de

reativos que compotildeem o sistema

Normalmente haveraacute reserva de potecircncia reativa suficiente e o sistema se estabilizaraacute

em um novo ponto de operaccedilatildeo com novos valores de tensatildeo No entanto poderaacute ocorrer que

devido a uma combinaccedilatildeo de eventos e condiccedilotildees do sistema que esta solicitaccedilatildeo adicional

provoque o colapso de tensatildeo

Dentre muitos cenaacuterios que podem levar a rede ao colapso de tensatildeo pode-se citar

bull Sistema operando com muitos geradores proacuteximos aos centros de carga que

estatildeo fora de serviccedilo Neste cenaacuterio as linhas de transmissatildeo estaratildeo

sobrecarregadas e as reservas de potecircncia reativa estaratildeo no miacutenimo

bull Perda de uma linha de transmissatildeo sobrecarregada provocando sobrecarga nas

linhas adjacentes Neste cenaacuterio haveraacute um aumento nas perdas reativas nas

linhas ocasionando um aumento no provimento de potecircncia reativa na rede

bull No cenaacuterio anterior teremos um decreacutescimo na tensatildeo nas cargas adjacentes o

que provocaraacute uma reduccedilatildeo na potecircncia fornecida com consequumlente reduccedilatildeo

no fluxo de potecircncia Neste cenaacuterio os reguladores automaacuteticos de tensatildeo dos

geradores iratildeo tentar repor os niacuteveis de tensatildeo atraveacutes do acreacutescimo na corrente

de excitaccedilatildeo dos geradores A energia reativa injetada pelo gerador na rede

provocaraacute um aumento da queda de tensatildeo nas linhas e nos transformadores

Entretanto os geradores poderatildeo estar operando nos limites da corrente de

excitaccedilatildeo e da corrente do estator sendo necessaacuterio que os reguladores de

velocidade dos geradores regulem a frequumlecircncia diminuindo a potecircncia reativa

injetada no sistema

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

30

bull A reduccedilatildeo da tensatildeo nas cargas reflete-se para a distribuiccedilatildeo Os

transformadores com regulaccedilatildeo automaacutetica de tap sob carga (OLTC) nas

subestaccedilotildees tentam repor os niacuteveis de tensatildeo na distribuiccedilatildeo A cada operaccedilatildeo

dos tapacutes dos transformadores o resultante aumento da potecircncia fornecida faraacute

com que as perdas nas linhas de transmissatildeo aumentem o que por sua vez

aumentaraacute a queda de tensatildeo na respectiva linha Se a linha estiver bastante

sobrecarregada a cada aumento no fluxo de potecircncia provocaraacute um aumento

progressivo das perdas de potecircncia reativa na linha Ainda a cada mudanccedila nos

tapacutes dos transformadores a potecircncia reativa fornecida pelos geradores iraacute

aumentar Os geradores iratildeo aumentar o fornecimento de potecircncia reativa ateacute

seu limite Quando o primeiro gerador atinge o limite da corrente de excitaccedilatildeo

a tensatildeo em seus terminais diminui A distribuiccedilatildeo pelos diferentes geradores

da potecircncia reativa consumida poderaacute provocar a sobrecarga de outros

geradores Com poucos geradores tendo o controle da sua corrente de

excitaccedilatildeo o sistema torna-se ainda mais vulneraacutevel do ponto de vista da

tensatildeo

Mudanccedilas nas configuraccedilotildees do sistema e em sua operaccedilatildeo fazem com que o mesmo

opere na sua faixa maacutexima de capacidade de geraccedilatildeo e transmissatildeo tendo como consequumlecircncia

a ocorrecircncia de vaacuterios problemas de instabilidade de tensatildeo (CIGRE 1992)

Os sistemas de potecircncia estatildeo sujeitados a uma extensiva gama de pequenas e grandes

perturbaccedilotildees Pequenas perturbaccedilotildees na forma de mudanccedilas com incremento de carga

acontecem continuamente o sistema de potecircncia deve ajustar-se agraves novas condiccedilotildees e operar

satisfatoriamente

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

31

O sistema deve tambeacutem ter condiccedilotildees de responder a numerosas perturbaccedilotildees de

natureza severa como decirc curto circuito em uma linha de transmissatildeo ou perda de um grande

gerador Uma grande perturbaccedilatildeo pode conduzir a mudanccedilas estruturais devido ao isolamento

dos elementos de falta

Se apoacutes uma perturbaccedilatildeo passageira o sistema eleacutetrico de potecircncia manter-se estaacutevel

ocorreraacute a um novo estado de equiliacutebrio com praticamente o sistema inteiro permanecendo

intacto ou seja com todos os geradores e cargas conectadas por um uacutenico sistema de

transmissatildeo contiacutenuo

Por outro lado se o sistema for instaacutevel resultaraacute em situaccedilatildeo de estado precaacuterio por

exemplo um aumento progressivo na distacircncia angular dos rotores do gerador ou uma

diminuiccedilatildeo progressiva nas magnitudes das tensotildees de barra Uma condiccedilatildeo de sistema

instaacutevel poderia conduzir a faltas em cascata e ao desligamento de uma parte importante dos

sistemas eleacutetricos de potecircncia

Recentemente a instabilidade de tensatildeo foi responsaacutevel por vaacuterios colapsos de tensatildeo

de redes eleacutetricas Como consequumlecircncias os termos ldquoinstabilidade de tensatildeordquo e ldquocolapso de

tensatildeordquo aparecem mais frequentemente na literatura e na discussatildeo do planejamento e

operaccedilatildeo dos sistemas

Quando sujeito a uma perturbaccedilatildeo a estabilidade do sistema dependeraacute da condiccedilatildeo

operacional inicial e tambeacutem da natureza da perturbaccedilatildeo Na regiatildeo de equiliacutebrio um sistema

de potecircncia pode ser estaacutevel com respeito a uma grande perturbaccedilatildeo fiacutesica e instaacutevel com

respeito agrave outra

Do ponto de vista econocircmico ou seja da avaliaccedilatildeo custo versus benefiacutecio torna-se

impraticaacutevel por ser antieconocircmico projetar sistemas de potecircncia para serem estaacuteveis para

todas as possiacuteveis contingecircncias

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

32

As contingecircncias baacutesicas satildeo selecionadas no projeto Elas apresentam uma

probabilidade razoavelmente alta de ocorrecircncia Consequumlentemente a estabilidade frente a

uma grande perturbaccedilatildeo ocorreraacute em um conjunto de incidentes de perturbaccedilatildeo especifica

O conjunto de incidentes de perturbaccedilatildeo citado anterior descreve como um colapso de

tensatildeo pode evoluir em um sistema Observa-se que o intervalo para que um colapso ocorra

fica portanto dependendo da resposta dos vaacuterios controles envolvidos dependente do tempo

utilizado para o processamento das informaccedilotildees

Por ser representado por meio de um sistema de equaccedilotildees natildeo-lineares os sistemas

eleacutetricos de potecircncia operam com seus principais paracircmetros (potecircncia gerada tensotildees

cargas correntes) sofrendo constantemente variaccedilotildees em seus valores operacionais A

avaliaccedilatildeo da estabilidade frente a uma grande perturbaccedilatildeo envolve efeitos natildeo-lineares que

natildeo permitem aplicar a linearizaccedilatildeo em torno do ponto de operaccedilatildeo atraveacutes da seacuterie de

Taylor das equaccedilotildees do sistema (KUNDUR et al 2004)

Tradicionalmente a anaacutelise dinacircmica quando aplicada ao estudo da estabilidade de

acircngulo limita-se agraves dinacircmicas dos geradores durante os milissegundos da fase transitoacuteria

Contudo o intervalo de tempo para a anaacutelise de estabilidade de tensatildeo eacute muito maior e nesse

caso se as dinacircmicas dos geradores forem consideradas os requisitos computacionais tornar-

se-iam proibitivos (KUNDUR 1994) Em consequumlecircncia do longo intervalo de tempo

envolvido a estabilidade de tensatildeo tem sido analisada como um problema agrave regime

permanente portanto apropriado para a abordagem atraveacutes da anaacutelise estaacutetica

A abordagem estaacutetica pode oferecer uma visatildeo geral para o fenocircmeno e pode de fato

fornecer uma soluccedilatildeo aproximada ainda aceitaacutevel a qual eacute computacionalmente muito mais

simples quando comparada a abordagem dinacircmica Tambeacutem como fator principal no estudo

da estabilidade de tensatildeo estaacute a disponibilidade de potecircncia reativa problema ideal para

anaacutelise de fluxo de carga que eacute um dos focos deste trabalho

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

33

23 ndash Estabilidade estaacutetica de tensatildeo

A estabilidade de tensatildeo envolve anaacutelises em regime permanente antes e depois de um

distuacuterbio no sistema eleacutetrico Satildeo verificados nos sistemas eleacutetricos os niacuteveis das magnitudes

de tesotildees nas barras e a violaccedilatildeo dos limites teacutermicos dos equipamentos que o compotildeem

Os sistemas eleacutetricos de potecircncia estatildeo continuamente experimentando pequenas

flutuaccedilotildees nas magnitudes das tensotildees poreacutem para avaliar estabilidade de tensatildeo quando o

sistema estiver sob uma dada perturbaccedilatildeo especifica eacute normalmente vaacutelido assumir que o

mesmo encontra-se inicialmente em uma condiccedilatildeo operacional estaacutetica

A estabilidade nos sistemas eleacutetricos de potecircncia estaacute relacionada com a propriedade

do sistema em permitir que ele permaneccedila em um estado de operaccedilatildeo de equiliacutebrio sob

condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo e atinja um estado de equiliacutebrio aceitaacutevel apoacutes ser submetido a

um distuacuterbio seja ele pequeno ou grande Recentemente tendo como objetivo prover a

compreensatildeo do termo ldquoestabilidade de sistemas de potecircnciardquo em uma definiccedilatildeo fiacutesica que se

enquadrasse nas definiccedilotildees da teoria de sistemas eleacutetricos KUNDUR et al (2004)

propuseram

ldquoA estabilidade de sistemas eleacutetricos de potecircncia eacute a habilidade de um sistema de

energia eleacutetrica para uma determinada condiccedilatildeo operacional inicial recuperar um estado

de equiliacutebrio operacional depois que estiver sujeito a uma perturbaccedilatildeo fiacutesica com limitaccedilatildeo

das variaacuteveis do sistema de forma que a integridade de sistema seja preservadardquo

A integridade do sistema eacute preservada quando praticamente todo sistema de potecircncia

restante permanece intacto sem sofrer desligamento de geradores ou cargas com exceccedilatildeo

daqueles desconectados atraveacutes do isolamento dos elementos sob falta ou intencionalmente

desconectados para preservar a continuidade da operaccedilatildeo do restante do sistema

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

34

24 ndash Meacutetodos de estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

Alguns fatos importantes tecircm marcado o planejamento e a operaccedilatildeo de sistemas

eleacutetricos de potecircncia nas uacuteltimas deacutecadas

bull O nuacutemero de conexotildees entre companhias de eletricidade tem aumentado muito

Por exemplo paiacuteses como o Brasil e os Estados Unidos entre outros possuem

praticamente um uacutenico sistema de potecircncia composto de um grande nuacutemero de

companhias de geraccedilatildeo transmissatildeo e distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica Por um

lado isto aumenta a confiabilidade de atendimento da demanda do sistema jaacute

que a energia pode ser repassada pelas companhias que a tem em excesso para

aquelas que apresentam deacuteficit Em consequumlecircncia a necessidade de reserva

girante (spinning reserve) de cada companhia diminui diminuindo seus custos

de geraccedilatildeo Por outro lado os efeitos de perturbaccedilotildees na aacuterea de uma

companhia podem se propagar e serem notados em todo o sistema Logo do

ponto de vista de seguranccedila da operaccedilatildeo o sistema pode ficar mais vulneraacutevel

bull Os novos investimentos na expansatildeo do sistema e instalaccedilatildeo de novos

equipamentos tecircm sido em sua maioria adiada e as causas satildeo vaacuterias

incluindo desde as econocircmicas ateacute as ambientais Como a demanda tem

aumentado consistentemente ao longo dos anos os equipamentos jaacute existentes

passaram a operar cada vez mais proacuteximo de seus limites Em consequumlecircncia a

habilidade do sistema em manter condiccedilotildees aceitaacuteveis de operaccedilatildeo apoacutes

perturbaccedilotildees tem diminuiacutedo bastante

Naturalmente os fatos descritos anteriormente tecircm um impacto direto sobre a

estabilidade do sistema e em particular sobre a estabilidade de tensatildeo Tem se verificado a

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

35

ocorrecircncia de perfis de tensatildeo normalmente altos ou baixos e incidentes de tensatildeo que

levaram ao colapso de tensatildeo (TOGNETE 1997)

O colapso de tensatildeo que eacute um processo pelo qual a instabilidade de tensatildeo leva uma

parte significativa da rede a um perfil de tensotildees baixas tem ocorrido em sistemas com

torques sincronizante e de amortecimento suficientes mas com problemas relacionados ao

controle de potecircncia reativa

Estas ocorrecircncias tecircm sido mais frequumlentes em sistemas muito interconectados

altamente carregados e com falta de um suporte de reativos adequado Eles operam portanto

com pequenas margens de seguranccedila ou seja com pouca capacidade de manter o sistema

estaacutevel sob condiccedilotildees de variaccedilatildeo de carga ou sob contingecircncia

Desta forma uma vez que os problemas de estabilidade de tensatildeo satildeo identificados a

natildeo ser que se tenha um estudo preacutevio de accedilotildees de controle eficientes preventivas ou

restaurativas incluindo a alocaccedilatildeo de reativos a reduccedilatildeo de potecircncia transferida se faz

necessaacuteria Assim a anaacutelise do problema de estabilidade de tensatildeo vem ganhando maiores

destaques jaacute que ele tem se mostrado um fator de limitaccedilatildeo na operaccedilatildeo de redes

Existem hoje diversos meacutetodos de anaacutelise de estabilidade de tensatildeo propostos na

literatura para o estudo do problema de estabilidade de tensatildeo (FLATABO OGNEDAL

CARLSEN 1990) (AJJARAPU CHRISTY 1992) (WGVS 1993) (YONG-HUEI

CHING-TSAI WEN-WEI 1997) (MOGHAVVEMI JASMON 1997) incluindo vaacuterias

teorias que procuram explicar o fenocircmeno do colapso de tensatildeo e os mecanismos para sua

ocorrecircncia Estes meacutetodos permitem que se avaliem as condiccedilotildees de operaccedilatildeo do sistema e de

seu niacutevel de seguranccedila em termos de estabilidade de tensatildeo

A anaacutelise estaacutetica da estabilidade de tensatildeo pode ser realizada em princiacutepio com as

equaccedilotildees de fluxo de carga ou alguma generalizaccedilatildeo adequada destas Estas anaacutelises

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

36

relacionam a ocorrecircncia do colapso de tensatildeo com o problema conhecido das equaccedilotildees de

fluxo de carga de apresentarem muacuteltiplas soluccedilotildees

SEKINE et al (1989) estudaram a natureza das soluccedilotildees do fluxo de carga com

meacutetodos algeacutebricos baseados na natureza quadraacutetica das equaccedilotildees de fluxo de carga com as

tensotildees representadas em coordenadas retangulares

GALIANA et al (1992) identificaram o colapso de tensatildeo como um ponto em que ao

se variar a carga do sistema deixa de haver soluccedilatildeo para o fluxo de carga

Alguns meacutetodos estaacuteticos buscam a definiccedilatildeo de iacutendices de proximidade ao colapso de

tensatildeo para a comparaccedilatildeo entre diferentes pontos de operaccedilatildeo de modo a se obter uma

seleccedilatildeo qualitativa das condiccedilotildees criacuteticas

Dentre as abordagens estaacuteticas tecircm-se os meacutetodos baseados na obtenccedilatildeo das curvas PV

e QV para barras de interesse do sistema Essas curvas satildeo obtidas atraveacutes de caacutelculos do

fluxo de carga convencional ou atraveacutes do fluxo de carga continuado (IBA et al 1991)

(CANtildeIZARES et al 1992) (AJJARAPU CHRISTY 1992) (CHIANG et al 1995) (ALVES

et al 2000) (GARBELINI et al 2005) e que seratildeo vistos no capiacutetulo 3 e 4 por se tratar do

meacutetodo proposto

25 ndash Avaliaccedilatildeo do colapso de tensatildeo baseado nas curvas PV e QV

Uma tarefa que vem se tornando essencial nas etapas de planejamento e operaccedilatildeo de

sistemas eleacutetricos de potecircncia eacute a avaliaccedilatildeo da estabilidade de tensatildeo O aspecto mais

importante dessas anaacutelises eacute a determinaccedilatildeo da margem de estabilidade de tensatildeo e as accedilotildees

de controle necessaacuterias para se garantir essa margem As margens de estabilidade devem ser

determinadas no planejamento e durante a operaccedilatildeo em tempo-real objetivando um melhor

aproveitamento dos recursos de geraccedilatildeo e de capacidade de transmissatildeo Portanto a margem

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

37

de estabilidade de tensatildeo e as accedilotildees de controle devem ser obtidas natildeo soacute para as condiccedilotildees

normais de operaccedilatildeo identificada como caso base mas tambeacutem para um conjunto de

diferentes condiccedilotildees de contingecircncia Isto eacute realizado atraveacutes do traccedilado de curvas PV QV

ou SV para cada contingecircncia e vaacuterias condiccedilotildees operativas

O operador nacional do sistema eleacutetrico brasileiro (ONS) considera o levantamento

das curvas PV como sendo a metodologia mais adequada para se determinar as margens de

estabilidade de tensatildeo utilizando o levantamento da curva QV como metodologia

complementar em subsiacutedio agrave avaliaccedilatildeo das margens de reativos (ONS 2001)

Tradicionalmente empregados pelas concessionaacuterias de energia eleacutetrica estes meacutetodos

satildeo utilizados na determinaccedilatildeo da demanda maacutexima que o sistema pode atender conhecido

como ponto ldquonarizrdquo das curvas PV e QV identificando assim a condiccedilatildeo em que o colapso de

tensatildeo poderaacute ocorrer A distacircncia de um dado ponto de operaccedilatildeo para o ldquonarizrdquo das curvas

PV e QV indica a margem estaacutetica de estabilidade de tensatildeo do sistema (TAYLOR 1994)

251 ndash Curvas PV

A caracteriacutestica de transferecircncia de potecircncia tambeacutem denominada curva PV eacute

definida como sendo a relaccedilatildeo entre a magnitude da tensatildeo e a potecircncia ativa em um

determinado barramento para uma condiccedilatildeo especiacutefica de fator de potecircncia e tensatildeo no

mesmo barramento

As curvas PV satildeo utilizadas

bull Na anaacutelise estrateacutegica de planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos de

potecircncia

bull Na determinaccedilatildeo de limites de transferecircncia de potecircncia

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

38

bull No ajuste das margens

O levantamento da curva PV consiste em realizar caacutelculos de fluxo de potecircncia a

partir de um ponto de operaccedilatildeo inicial identificado como caso base considerando sucessivos

aumentos de carga em uma uacutenica barra numa aacuterea ou em todo o sistema

O aumento de carga pode ou natildeo ser realizado com o fator de potecircncia constante

sendo que a cada incremento de carga satildeo realizados novos caacutelculos de fluxo de carga

determinando-se assim os pontos de operaccedilatildeo que formaratildeo a curva PV

Portanto a curva PV mostra a variaccedilatildeo da tensatildeo numa barra em funccedilatildeo do aumento de

carga considerado no sistema

Figura 22 - Curva PV geneacuterica

Empregada principalmente em anaacutelises conceituais de estabilidade de tensatildeo a curva

PV fornece o ponto de maacuteximo carregamento ou ponto de colapso de tensatildeo ou ponto criacutetico

ou ldquonoserdquo (nariz) da curva (Figura 22)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

39

O ponto de maacuteximo carregamento eacute identificado apoacutes a obtenccedilatildeo da curva PV eacute por

meio dele que se identifica a margem de estabilidade do sistema

Na Figura 22 o valor do maacuteximo carregamento da rede para uma dada condiccedilatildeo

especifica eacute representado pela potecircncia (Pcrit) com o respectivo valor da tensatildeo (Vcrit) para as

quais este maacuteximo carregamento ocorre

Uma desvantagem deste meacutetodo eacute que a soluccedilatildeo do fluxo de carga convencional

diverge na regiatildeo do ldquonarizrdquo da curva PV impossibilitando a obtenccedilatildeo de curvas PV

completas atraveacutes deste meacutetodo (TAYLOR 1994)

252 ndash Curvas QV

O procedimento para se obter as curvas de QV eacute semelhante ao utilizado na obtenccedilatildeo

das curvas de PV

A curva QV pode ser obtida plotando-se a tensatildeo na barra no eixo das abscissas

contra a potecircncia reativa injetada na mesma barra no eixo das ordenadas

Atraveacutes desta curva obteacutem-se a variaccedilatildeo da magnitude da tensatildeo em uma determinada

barra em funccedilatildeo da injeccedilatildeo de potecircncia reativa

A injeccedilatildeo de potecircncia reativa pode ser feita acoplando-se agrave barra uma fonte fictiacutecia de

potecircncia ativa nula e de potecircncia reativa variaacutevel ou seja um condensador siacutencrono sem

limite de reativos

Diminui-se gradativamente a tensatildeo na barra agrave medida que se calcula a injeccedilatildeo de

reativos atraveacutes da soluccedilatildeo de sucessivos fluxo de carga convencional Computacionalmente

isto eacute realizado convertendo-se a barra de geraccedilatildeo (PV) em questatildeo em barra de carga (PQ)

sem limites de injeccedilatildeo de reativos (TAYLOR 1994) Para grandes sistemas as curvas satildeo

obtidas por meio de seacuteries de simulaccedilotildees de fluxo de carga convencional

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

40

Pode-se observar na Figura 23 que a margem de reativos disponiacutevel na barra eacute a

diferenccedila entre a potecircncia reativa de saiacuteda nula do compensador siacutencrono e a potecircncia de saiacuteda

do mesmo na base da curva QV que representa o limite de estabilidade de tensatildeo (dQdV=0)

Q

V

Ponto de Operaccedilatildeo

Margem de Reativos

Figura 23 ndash Curva QV geneacuterica

Como vantagem deste meacutetodo tem-se que a determinaccedilatildeo da margem reativa em

barras criacuteticas eacute simples e raacutepida Poreacutem uma das suas limitaccedilotildees eacute o fato de aumentar a carga

reativa em apenas uma barra do sistema podendo assim levar a resultados enganosos

(KUNDUR 1994)

A seguranccedila estaacutetica esta intrinsecamente relacionada com a potecircncia reativa e a curva

QV nos daacute a margem de potecircncia reativa na barra escolhida para anaacutelise

26 - Margem de carregamento

Os operadores de sistemas eleacutetricos de potecircncia monitoram toda a topologia da rede

com seus atuais fluxos de potecircncia ativa e reativa concomitantemente com os niacuteveis de tensatildeo

nos barramentos Estas grandezas satildeo monitoradas com o claro intuito de se garantir sua

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

41

permanecircncia dentro de limites aceitaacuteveis na atual configuraccedilatildeo ou em qualquer outra das

possiacuteveis configuraccedilotildees subsequumlentes a uma contingecircncia predefinida

O operador deve estar sempre ciente da capacidade de transmissatildeo do sistema sendo

que uma quantificaccedilatildeo mais direta da capacidade de transmissatildeo eacute a margem estaacutetica de

estabilidade de tensatildeo tambeacutem definida como margem de carregamento

A definiccedilatildeo da margem dependeraacute da aplicaccedilatildeo a que se destina De uma forma geral

procura-se estabelecer a margem em funccedilatildeo da diferenccedila entre o valor de um paracircmetro

correspondente a um evento e o seu atual valor

A margem de estabilidade mede a distacircncia a um evento que cause a instabilidade e

deve ser definida de forma a ser facilmente compreendida pelo operador

Para o colapso de tensatildeo a margem de estabilidade eacute definida como o maior aumento

de carga que o sistema pode ter sem provocar o colapso de tensatildeo

A estabilidade de tensatildeo tem se tornado um assunto relevante pelo fato de que o

desequiliacutebrio existente entre os aumentos contiacutenuos de carga e as restriccedilotildees econocircmicas e

ambientais impostas agrave construccedilatildeo de novas usinas de geraccedilatildeo bem como da construccedilatildeo de

novas linhas de transmissatildeo levar os sistemas a operarem proacuteximos de seus limites com

reduzida margem de estabilidade

Na anaacutelise estaacutetica de estabilidade de tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia o ponto

de maacuteximo carregamento define em particular a fronteira entre as regiotildees operacional estaacutevel

e instaacutevel como observado na Figura 22

A determinaccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento eacute importante natildeo somente para a

obtenccedilatildeo de margens estaacuteticas de estabilidade de tensatildeo como tambeacutem para sua aplicaccedilatildeo em

anaacutelise modal uma vez que eacute nesse ponto que a curva PV fornece as informaccedilotildees para a

determinaccedilatildeo de medidas efetivas para se obter um aumento da estabilidade de tensatildeo do

sistema (KUNDUR 1994) (TAYLOR 1994)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

42

Independentemente de qual metodologia se utiliza para levantar as curvas PV de um

sistema em qualquer uma delas o objetivo seraacute determinar a maacutexima carga possiacutevel a ser

atendida

Para sistemas com cargas do tipo PQ constante o ponto de colapso de tensatildeo eacute o ponto

de operaccedilatildeo correspondente ao maacuteximo carregamento do sistema A diferenccedila entre tal ponto

e o ponto de operaccedilatildeo do sistema (em MW ou pu) eacute denominada como sendo agrave margem de

carregamento

O conhecimento preciso da margem de carregamento para o ponto de operaccedilatildeo atual eacute

fundamental para que o operador de sistemas avalie se para um distuacuterbio o sistema encontraraacute

um outro ponto de operaccedilatildeo estaacutevel (WECC 1998)

Para ilustrar o exposto considere a Figura 24 na qual satildeo apresentadas duas curvas

PV obtidas para o sistema 14 barras do IEEE

A curva 1 resulta da condiccedilatildeo normal de operaccedilatildeo considerada como curva de preacute-

contingecircncia enquanto que a curva 2 resulta da condiccedilatildeo de poacutes-contingecircncia da linha de

transmissatildeo entre as barras 1 e 2

Os pontos de maacuteximo carregamento satildeo representados nas curvas 1 e 2 como Pmax-preacute e

Pmax-poacutes respectivamente

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

43

Figura 24 ndash Definiccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e da margem de carregamento

O ponto ldquoOrdquo foi obtido por meio de um programa de fluxo de carga convencional e

representa o ponto de operaccedilatildeo estaacutevel do sistema denominado caso base

Conforme foi definido a margem de carregamento para as curvas 1 e 2 satildeo os valores

em pu entre o ponto ldquoOrdquo e os pontos Pmax-preacute e Pmax-poacutes respectivamente

Caso o sistema esteja operando no ponto ldquoOrdquo da curva 1 e o mesmo for submetido por

exemplo a um aumento de carga ele passaria a operar no ponto ldquoOacute rdquo Nesse caso o sistema

entraria em colapso se ocorresse agrave contingecircncia conforme mostra a curva 2 poreacutem

permaneceria operando com uma margem reduzida na condiccedilatildeo normal conforme mostrado

pela curva 1

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

44

Nas anaacutelises de planejamento e operaccedilatildeo sistemas eleacutetricos de potecircncia o caacutelculo da

margem de carregamento eacute efetuado por meio do fluxo de carga convencional e mais

recentemente do fluxo de carga continuado

Observa-se que o meacutetodo fluxo de carga convencional eacute considerado ineficiente na

obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento devido agraves dificuldades numeacutericas apresentadas agrave

medida que o carregamento do sistema se aproxima deste ponto criacutetico pois para sistemas

com cargas do tipo PQ constante a matriz Jacobiana torna-se singular no ponto de maacuteximo

carregamento Dessa forma a sua obtenccedilatildeo torna-se ineficiente e imprecisa devido agraves

dificuldades numeacutericas apresentadas pelo fluxo de carga convencional agrave medida que o

carregamento do sistema se aproxima de sua vizinhanccedila

De um modo geral a divergecircncia de um fluxo de carga convencional pode estar

associada ao meacutetodo utilizado na resoluccedilatildeo agrave estimativa inicial agraves muacuteltiplas soluccedilotildees

existentes e agrave inexistecircncia da soluccedilatildeo ou agrave existecircncia de singularidades

Uma vez que o ponto de maacuteximo carregamento estaacute associado agraves limitaccedilotildees fiacutesicas do

sistema eleacutetrico de potecircncia sua determinaccedilatildeo natildeo deve ser baseada numa limitaccedilatildeo

matemaacutetica de um meacutetodo numeacuterico Assim haveraacute sempre a necessidade de se investigar se

a divergecircncia eacute devida a problemas numeacutericos ou a limitaccedilotildees fiacutesicas do sistema geralmente

as diferenccedilas natildeo satildeo tatildeo oacutebvias

Observa-se que a singularidade da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo

carregamento eacute devido agrave reduccedilatildeo de seu posto ou seja do seu rank Isto natildeo significa que no

ponto de maacuteximo carregamento o fluxo de carga convencional natildeo tenha nenhuma soluccedilatildeo

Na realidade esta soluccedilatildeo existe eacute uacutenica e eacute bem definida poreacutem eacute necessaacuterio reformular a

informaccedilatildeo perdida com a reduccedilatildeo do posto da matriz Jacobiana para se obter a soluccedilatildeo

Normalmente esta compensaccedilatildeo de informaccedilatildeo seraacute realizada atraveacutes da adiccedilatildeo de

equaccedilotildees algeacutebricas parametrizadas (CHIANG et al 1995)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

45

Para carregamentos maiores que o do ponto de maacuteximo carregamento no entanto as

equaccedilotildees de fluxo de carga convencional natildeo tecircm soluccedilatildeo

Os meacutetodos da continuaccedilatildeo vecircm sendo utilizados por longa data na anaacutelise de sistemas

de equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares parametrizadas (SEYDEL 1994) Mais recentemente foi

proposta a sua utilizaccedilatildeo para o traccedilado das curvas de carregamento obtenccedilatildeo de muacuteltiplas

soluccedilotildees e do ponto de colapso de tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia (ALVES et al

2000) (FLUECK DONDETTI 2000) (WANG DA SILVA XU 2000) (ALVES et al

2002-I) (ALVES et al 2002-II)

Em funccedilatildeo de sua crescente utilizaccedilatildeo na anaacutelise de sistemas eleacutetricos esses meacutetodos

jaacute fazem parte de livros textos (KUNDUR 1994) (SEYDEL 1994) (TAYLOR 1994)

A reformulaccedilatildeo das equaccedilotildees de fluxo de carga convencional visa agrave remoccedilatildeo da

singularidade da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo carregamento e por conseguinte dos

problemas numeacutericos que surgem em sua vizinhanccedila Como resultado algoritmos de precisatildeo

simples podem ser usados para obter o ponto de maacuteximo carregamento

Capiacutetulo 3

MEacuteTODO DA CONTINUACcedilAtildeO E SUAS TEacuteCNICAS DE

PARAMETRIZACcedilAtildeO

31 ndash Introduccedilatildeo

Os sistemas de equaccedilotildees natildeo-lineares tecircm na formulaccedilatildeo matricial do meacutetodo de

Newton-Raphson um algoritmo com uma enorme versatilidade para sua soluccedilatildeo O conjunto

de soluccedilotildees se daacute atraveacutes do estabelecimento de uma estimativa inicial com posteriores

execuccedilotildees do meacutetodo atraveacutes de um processo que envolve sucessivas variaccedilotildees de um

determinado paracircmetro do sistema

O algoritmo eacute executado atraveacutes de uma sequumlecircncia de etapas sendo a mais complexa

do ponto de vista computacional a obtenccedilatildeo da matriz Jacobiana a partir da linearizaccedilatildeo do

sistema de equaccedilotildees e a posterior inversatildeo explicita ou natildeo dessa matriz para o caacutelculo de

aproximaccedilotildees para a soluccedilatildeo

Com a execuccedilatildeo do meacutetodo de Newton-Raphson obtem-se uma uacutenica soluccedilatildeo para o

sistema de equaccedilotildees desde que se estime adequadamente a soluccedilatildeo inicial e que

consequumlentemente a soluccedilatildeo desejada natildeo corresponda a um ponto singular

Os meacutetodos conhecido como path following methods (SEYDEL 1994) no qual se

inclui o meacutetodo da continuaccedilatildeo satildeo capazes de reformular o problema do fluxo de carga

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

47

convencional nos sistemas eleacutetricos de potecircncia de uma maneira tal a definir as soluccedilotildees

como funccedilotildees contiacutenuas de um determinado paracircmetro λ

O fluxo de carga continuado pode ser usado para resolver qualquer conjunto de

equaccedilotildees de equiliacutebrio ou regime permanente de sistemas eleacutetricos de potecircncia Consiste na

consecuccedilatildeo de sucessivas soluccedilotildees de equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares objetivando traccedilar

trajetoacuterias de soluccedilatildeo a partir de um caso base mudando o valor de um paracircmetro escolhido

automaticamente

A proposta do fluxo de carga continuado eacute a de encontrar uma continuidade de

soluccedilotildees do fluxo de carga convencional para uma dada condiccedilatildeo de mudanccedila de carga O

objetivo do meacutetodo eacute traccedilar perfis de tensatildeo das barras a partir de uma soluccedilatildeo inicial

conhecida identificada como caso base usando um esquema preditor-corretor para encontrar

as subsequumlentes soluccedilotildees ateacute o ponto de maacuteximo carregamento Deste processo podem ser

obtidas a margem de estabilidade de tensatildeo e as informaccedilotildees adicionais sobre o

comportamento das tensotildees das barras do sistema com o aumento do niacutevel de carregamento

Os estudos pertinentes agrave anaacutelise estaacutetica de tensatildeo mostram que a aplicaccedilatildeo do fluxo

de carga continuado consegue superar as dificuldades numeacutericas (no ponto de maacuteximo

carregamento) por meio da adiccedilatildeo de equaccedilotildees parametrizadas

Este capiacutetulo tem por objetivo introduzir os conceitos baacutesicos gerais do fluxo de carga

convencional e do fluxo de carga continuado Satildeo tambeacutem apresentadas algumas variaccedilotildees no

emprego do meacutetodo da continuaccedilatildeo com suas respectivas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo Dentre

as diversas teacutecnicas muitas seratildeo apenas comentadas por natildeo se tratarem de teacutecnicas

empregadas neste trabalho

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

48

32 - Fluxo de carga convencional

Na formulaccedilatildeo do problema fluxo de carga convencional as equaccedilotildees (G) para um

sistema podem ser escritas como

0)Vθ(G = (31)

Onde

θ eacute o vetor dos acircngulos de fase nodais das barras de carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV)

V eacute o vetor das magnitudes das tensotildees nodais das barras de carga (PQ)

G eacute o vetor que conteacutem as equaccedilotildees dos balanccedilos de potecircncias ativa e reativa nodais

De acordo com Monticelli (MONTICELLI 1983)

bull A barra PV conhecida como barra de geraccedilatildeo eacute aquela onde satildeo conhecidas as

variaacuteveis independentes isto eacute a potecircncia ativa (P) e a tensatildeo (V) sendo

desconhecidas as variaacuteveis dependentes ou seja a potecircncia reativa (Q) e o

acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

bull A barra PQ tambeacutem denominada barra de carga eacute aquelas onde satildeo

conhecidas a potecircncia ativa (P) e a potecircncia reativa (Q) sendo desconhecidas a

tensatildeo (V) e o acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

bull A barra Vθ conhecida como barra de folga (slack) ou barra de referecircncia eacute

aquela onde satildeo conhecidas a tensatildeo (V) e o acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

sendo desconhecidas a potecircncia ativa (P) e a potecircncia reativa (Q)

No fluxo de carga utilizando o meacutetodo de Newton-Raphson para a resoluccedilatildeo das

equaccedilotildees do fluxo de carga convencional obtem-se os valores de kV e kθ para todas as

barras atribuindo-lhe a denominaccedilatildeo de caso base e seguindo o algoritmo apresentado a

seguir (MONTICELLI 1983)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

49

A Equaccedilatildeo (31) pode tambeacutem ser reescrita como

PQbarrasaspara

PVePQbarrasaspara

0

0

=minus=

=minus=

V)Q(θespQΔQ

V)P(θespPΔP (32)

onde G(θV) satildeo as equaccedilotildees baacutesicas do fluxo de carga V eacute o vetor das magnitudes das

tensotildees nodais e θ eacute o vetor do acircngulo das tensotildees nodais Pesp = Pgesp - Pc

esp eacute a diferenccedila

entre as potecircncias ativas geradas e consumidas para as barras de carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV)

e Qesp = Qgesp - Qc

esp eacute a diferenccedila entre as potecircncias reativas geradas e consumidas para as

barras PQ

As equaccedilotildees de injeccedilatildeo de potecircncia ativa e reativa na barra k obtidas pela primeira Lei

de Kirchhoff satildeo

sum

sum

isin

isin

minus=

+=

κ

κ

mkmkmkmkmmk

mkmkmkmkmmk

)θBθ(GVV

)θBθ(GVV

kQ

kP

cossen

sencos

)(

)(

Vθ (33)

Onde Pk eacute a potecircncia ativa na barra k Qk eacute a potecircncia reativa na barra k Vk e Vm satildeo as

magnitudes das tensotildees terminais do ramo k-m θkm eacute a defasagem angular entre as tensotildees das

barras terminais no ramo k-m Gkm eacute a condutacircncia do ramo k-m Bkm eacute a susceptacircncia do ramo

k-m κ eacute o conjunto formado pela barra k mais todas as barras m conectadas a ela

)i Fazer 0=v e escolher os valores iniciais do acircngulo das tensotildees das barras PQ e

PV )θθ( 0= e as magnitudes das tensotildees das barras PQ )VV( 0=

)ii Calcular )V( vvθP para as barras PQ e PV e )V( vvθQ para as barras PQ e

determinar os mismatches vPΔ e vQΔ

)iii Testar convergecircncia se PvMax εleP Δ e Q

vMax εleQ Δ o processo

iterativo convergiu para a soluccedilatildeo )V( vvθ caso contraacuterio passar para )( iv

)iv Calcular a matriz Jacobiana

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

50

=

)Vθ(L)Vθ(N

)Vθ(M)Vθ(H)V(θ

vv

vv

vv

vvvvJ (34)

Os componentes das submatrizes Jacobianas H N M e L correspondem agraves derivadas

das potecircncias ativa e reativa em relaccedilatildeo ao acircngulo de fase das tensotildees das barras PQ e PV e

em relaccedilatildeo agrave magnitude das tensotildees nas barras PQ

minusminusminus=partpart=

minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Hkmkmkmkm

Kmlkkkkkkkk

kmkmkmkmmklkkm

BsenGVVBVPH

BsenGVVPH

θθθ

θθθ

2 (35)

++=partpart=

+=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Nkmkmkmkm

Kmmkkkkkkk

kmkmkmkmkmkkm

senBGVGVVPN

senBGVVPN

θθ

θθ

(36)

++minus=partpart=

+minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Mkmkmkmkm

Kmmkkkkkkkk

kmkmkmkmmkmkkm

senBGVVGVQM

senBGVVQM

θθθ

θθθ

2 (37)

minus+minus=partpart=

minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Lkmkmkmkm

Kmmkkkkkkk

kmkmkmkmkmkkm

BsenGVBVVQL

BsenGVVQL

θθ

θθ

(38)

)v Determinar a nova soluccedilatildeo )V(θ 1v1v ++

vvv

vvv

ΔVVVΔθθθ+=

+=+

+

1

1

(39)

sendo vθΔ e vVΔ determinados resolvendo-se o sistema linear

=

v

v

vv

vv

vv

vv

vv

vv

LN

MH

)Vθ()Vθ(

)Vθ()Vθ(

)Vθ()Vθ(

ΔΔ

ΔQΔP (310)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

51

)vi Fazer vv rarr+1 e voltar para o passo )(ii

A dimensatildeo do sistema de equaccedilotildees (31) eacute

n = 2nPQ + nPV

Onde nPQ representa o nuacutemero de barras PQ nPV representa o nuacutemero de barras PV n

representa o nuacutemero de incoacutegnitas

Isto normalmente eacute suficiente para a resoluccedilatildeo do problema fluxo de carga

convencional contanto que a matriz Jacobiana tenha posto completo ou seja natildeo deve ser

singular

No fluxo de carga convencional uma barra PV eacute usada para representar a barra de

geraccedilatildeo com controle de tensatildeo

Em cada interaccedilatildeo a geraccedilatildeo de reativo de cada barra PV eacute comparada com seu

respectivo limite (Q-limite) no caso de violaccedilatildeo a barra PV eacute alterada para tipo PQ onde Q eacute

especificado no valor limite alcanccedilado ou seja torna-se uma variaacutevel independente e V se

torna uma incoacutegnita no problema isto eacute torna-se uma variaacutevel dependente Estas barras

podem voltar a ser PV nas iteraccedilotildees futuras Em geral mudanccedilas no tipo das barras natildeo

afetam a soluccedilatildeo

As curvas PV podem ser traccediladas atraveacutes de sucessivas soluccedilotildees do fluxo de carga

convencional a partir de um caso base ateacute proacuteximo ao ponto de maacuteximo carregamento para

incrementos graduais de carga (λ)

A expressatildeo (311) corresponde agraves equaccedilotildees de balanccedilo de potecircncias definidas em

(31) acrescida da dependecircncia contiacutenua da carga (resistiva indutiva ou capacitiva) com o

paracircmetro escalar λ

0VθG =)( λ (311)

Ou ainda

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

52

PQ

PVPQ

barras para0)Q(esp

e barras para0)P(esp

=minusλ

=minusλ

VQ

VP

θ

θ (312)

Onde

c-g esp PPP = eacute a diferenccedila entre as potecircncias ativas geradas e consumidas para as barras de

carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV) c- esp QQ = eacute potecircncia reativa consumida para as barras PQ

Observa-se que quando o tipo da barra PV eacute alterado para PQ deve-se tomar o

cuidado de natildeo multiplicar suas potecircncia reativas geradas ( gQ ) por λ

No sistema de equaccedilotildees (312) assume-se que o aumento de carga do sistema eacute

proporcional ao caso base (λ=1) e que o fator de potecircncia eacute mantido constante (Costa et al

(1998)) (TAYLOR 1994) As potecircncias ativa espkP e reativa esp

kQ podem tambeacutem ser

definidas como espkcosesp

kSesppkC ϕ e esp

ksenespkSesp

qkC ϕ respectivamente Assim dependendo

do valor de espqkCeesp

pkC pode-se obter as curvas PV QV ou SV

Portanto eacute possiacutevel realizar-se uma variaccedilatildeo de carregamento individual isto eacute para

cada barra do sistema considerando para cada uma um crescimento de carga com fatores de

potecircncia diferentes aos do caso base

Tradicionalmente entretanto assume-se que o aumento de carga de uma determinada

aacuterea eacute feito com fator de potecircncia constante e proporcional ao carregamento do caso base com

modelo de carga de potecircncia constante visto que este fornece a condiccedilatildeo de operaccedilatildeo mais

segura para o sistema (WECC 1998) (TAYLOR 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

53

Em geral λ eacute considerado uma variaacutevel dependente e entatildeo variado automaticamente

Dessa forma o sistema de equaccedilotildees (312) cuja dimensatildeo eacute n = 2nPQ + nPV agora tem 1n +

incoacutegnitas e uma equaccedilatildeo adicional eacute necessaacuteria

Por outro lado qualquer uma das 1n + incoacutegnitas pode ser definida como paracircmetro

seus valores podem ser especificados e entatildeo esta equaccedilatildeo pode ser usada para calcular a

nova variaacutevel dependente λ Assim o sistema (312) ficaraacute com n equaccedilotildees e n incoacutegnitas

Nestas condiccedilotildees a nova matriz Jacobiana diferiraacute da original na coluna k onde as derivadas

das potecircncias em relaccedilatildeo ao novo paracircmetro seratildeo substituiacutedas pelas correspondentes

derivadas em relaccedilatildeo agrave nova variaacutevel dependente (λ)

A adiccedilatildeo de equaccedilotildees parametrizadas tem se tornado um procedimento padratildeo

(SEYDEL 1994) Entretanto isto implicaraacute em um aumento na dimensatildeo da matriz Jacobiana

Aplicando-se a teacutecnica do meacutetodo do fluxo de carga convencional para resolver a

Equaccedilatildeo (312) para o caso base (Vo θo λο = 1) obtem-se como resultado o primeiro ponto

da curva PV correspondente ao ponto ( )ax λ visualizado na Figura 31 Emprega-se entatildeo o

meacutetodo da continuaccedilatildeo para calcular as soluccedilotildees adicionais ateacute que o ponto de maacuteximo

carregamento seja alcanccedilado No iniacutecio do processo um passo preditor eacute executado para

encontrar uma estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo

A diferenccedila entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo estaacute na forma como esta nova variaacutevel eacute

tratada e em como a singularidade da nova matriz Jacobiana eacute evitada

33 - Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de prediccedilatildeo parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo

O traccedilado das curvas PV e QV para uma uacutenica barra a soluccedilatildeo do fluxo de carga

convencional dependeraacute dentre outros fatores da existecircncia da soluccedilatildeo das muacuteltiplas

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

54

soluccedilotildees existentes do meacutetodo utilizado na resoluccedilatildeo das equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares

da existecircncia de singularidades da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo carregamento da

estimativa inicial Todas estas caracteriacutesticas satildeo comuns aos processos de soluccedilatildeo de

equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares em geral

O meacutetodo da continuaccedilatildeo pode ser implementado com qualquer conjunto de equaccedilotildees

de equiliacutebrio ou seja em regime permanente de um sistema eleacutetrico de potecircncia embora nas

anaacutelises de estabilidade de tensatildeo tecircm sido empregados mais especificamente para o caacutelculo

da trajetoacuteria de soluccedilotildees

A denominaccedilatildeo de fluxo de carga continuado (do inglecircs Continuation Power Flow)

adveacutem do uso das equaccedilotildees padrotildees do fluxo de carga convencional como modelo das redes

eleacutetricas (KUNDUR 1994) (VAN CUTSEM 1998)

O meacutetodo da continuaccedilatildeo abaliza-se fundamentalmente na determinaccedilatildeo de uma

estimativa atraveacutes de um processo de prediccedilatildeo a partir de uma soluccedilatildeo conhecida

A estimativa representa a condiccedilatildeo inicial para o processo de correccedilatildeo que por sua vez

e o responsaacutevel pela convergecircncia agrave nova soluccedilatildeo

Dentre os inuacutemeros meacutetodos descritos na literatura especiacutefica o mais amplamente

empregado consiste de quatro procedimentos baacutesicos

I Um procedimento de prediccedilatildeo necessaacuterio na ponderaccedilatildeo de uma estimativa para

o proacuteximo ponto de soluccedilatildeo

Dentre as diversas teacutecnicas de previsatildeo destaca-se o meacutetodo da tangente

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994) e o

meacutetodo da secante (CHIANG et al 1995) (CHIANG et al 1999)

Uma outra teacutecnica de previsatildeo eacute a denominada de previsatildeo trivial ou polinomial

modificada de ordem zero (CHIANG et al 1995)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

55

II Um procedimento estrateacutegico de parametrizaccedilatildeo necessaacuterio para evitar a

singularidade da matriz Jacobiana

As teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo mais frequumlentemente utilizadas nos fluxo de carga

continuado satildeo a local a geomeacutetrica e a que utiliza o comprimento de arco

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994)

(SEYDEL 1994) (CHIANG et al 1995) (CHIANG et al 1999)

III Um controle de tamanho de passo usado para obter um bom desempenho global

IV Um procedimento corretor necessaacuterio para corrigir a soluccedilatildeo aproximada do

passo preditor a fim de se evitar acumulo de erros

A teacutecnica mais aplicada eacute a da interseccedilatildeo perpendicular (AJJARAPU

CHRISTY 1992) (IBA et al 1991)

O meacutetodo da continuaccedilatildeo tem como objetivo encontrar soluccedilotildees consecutivas a a+1

para um sistema de equaccedilotildees natildeo-lineares de tal forma que

( ) ( ) ( )correccedilatildeoprediccedilatildeo

xxx aaeea 11 ++rarrrarr λλλ

A partir da soluccedilatildeo conhecida ( )ax λ atraveacutes de um processo de prediccedilatildeo eacute possiacutevel

se determinar uma estimativa ( ) 1

+aeex λ Tal estimativa eacute a condiccedilatildeo inicial para o processo

de correccedilatildeo responsaacutevel pela convergecircncia agrave nova soluccedilatildeo ( ) 1 +ax λ

A Figura 31 ilustra de forma geneacuterica os processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em

sistemas parametrizados

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

56

Figura 31 - Processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em sistemas parametrizados

331 ndash Teacutecnicas de prediccedilatildeo

3311 - Preditor tangente

No passo preditor tangente a estimativa da proacutexima soluccedilatildeo pode ser encontrada

dando-se um passo de dimensatildeo apropriadamente escolhida na direccedilatildeo do vetor tangente agrave

curva PV calculado na soluccedilatildeo atual do processo

O caacutelculo do vetor tangente (t) pode ser obtido tomando-se as derivadas parciais do

sistema de equaccedilotildees (311)

Diferenciando-se a Equaccedilatildeo (311) e colocando-a na sua forma matricial pode-se

calcular o vetor tangente atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

[ ] [ ]

=minus=

minus

000

tVθ

GG λV

ddd

GG λθ Jλ

(313)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

57

Onde

Gθ satildeo as derivadas parciais de G em relaccedilatildeo agrave θ Gv satildeo as derivadas parciais de G em

relaccedilatildeo agrave V Gλ satildeo as derivadas parciais de G em relaccedilatildeo agrave λ

Gθ e GV compotildeem a matriz Jacobiana do Fluxo de carga convencional

Incrementa-se uma coluna ndashGλ em J correspondente a nova variaacutevel λ Atraveacutes do

incremento da nova coluna o nuacutemero de incoacutegnitas passa a ser maior do que o nuacutemero de

equaccedilotildees uma variaacutevel do vetor t deve ser especificada com um valor diferente de zero A

variaacutevel escolhida daacute-se a denominaccedilatildeo de ldquoparacircmetro da continuaccedilatildeordquo

Com a especificaccedilatildeo do paracircmetro da continuaccedilatildeo deve-se acrescentar uma nova

equaccedilatildeo (ek t = tk = plusmn 1) ao sistema (32)

O sistema de equaccedilotildees (314) com as devidas modificaccedilotildees passa a ser

plusmn==

minus=

minus

100GG

ttGG

VθGG

mJee kk

λθλθ VV

dλdd

(314)

Na Equaccedilatildeo (314) ek eacute um vetor linha devidamente dimensionado com todos os

elementos nulos exceto o k-eacutesimo que seraacute igual a 1

A identificaccedilatildeo do iacutendice ldquokrdquo eacute realizada de forma tal que o vetor tangente t tenha uma

norma natildeo-nula e garanta que a matriz Jacobiana modificada (Jm) seja natildeo-singular no ponto

de maacuteximo carregamento

O nuacutemero 1 deveraacute ser posto na coluna da variaacutevel escolhida como paracircmetro da

continuaccedilatildeo (Vk θk ou λ) A introduccedilatildeo do sinal + ou ndash dependeraacute de como a variaacutevel

escolhida como paracircmetro da continuaccedilatildeo estaraacute sendo alterada positivo se ela estiver

crescendo de valor e negativo se estiver decrescendo

Uma vez obtido o vetor t a estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo seraacute dada por

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

58

+

=

dλλλ a

a

a

dVdθ

σe

e

e

(315)

O sobrescrito ldquoerdquo indica estimativa isto eacute o vetor tangente eacute usado para obter uma

estimativa para θ V e λ a partir da soluccedilatildeo atual ldquoardquo

O escalar σ eacute o tamanho do passo preditor apropriado

A dimensatildeo do passo deve ser tal que a soluccedilatildeo prevista esteja dentro do raio de

convergecircncia do passo corretor

3312 ndash Preditor secante

O meacutetodo do preditor secante de ordem um eacute uma aproximaccedilatildeo do vetor tangente e

utiliza a soluccedilatildeo anterior e a soluccedilatildeo atual para fazer a estimativa da proacutexima soluccedilatildeo Estes

dois primeiros pontos satildeo obtidos pelo meacutetodo do preditor tangente

Os meacutetodos polinomiais estatildeo baseados em um polinocircmio de ordem variada que

ldquocortardquo a soluccedilatildeo atual e as soluccedilotildees preacutevias )( aa λx )( 1minusminus aa λ1x para prover um ponto de

aproximaccedilatildeo para a proacutexima soluccedilatildeo )( 11 ++ aa λx

)()()( 111 minusminus++ minusminus+= aaaaaaaa λλσλλ xxxx 1 (316)

O sistema da Figura 32 apresentada em (ALVES 2000) para ilustrar os passos do

meacutetodo da continuaccedilatildeo com preditor tangente e secante

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

59

r12 + j x12 r23 + j x23

(slack)

2 3

P2 + jQ2 P3 + jQ3

y12 = g12 + j b12 y23 = g23 + j b23

V1 = V1 0o pu

V2 = V2 θ2o pu

V3 = V3 θ3

o pu

1

Figura 32 - Sistema de trecircs barras

Os valores adotados para o sistema de trecircs barras da Figura 32 foram

01911 upV oang=amp 33010012 upjz += 67020023 upjz += 0022 upjQjP +=+

toleracircncia de 10-5

A Figura 33 (ALVES 2000) obtida para o sistema da Figura 32 ilustra os passos da

previsatildeo pelo vetor tangente por meio da reta contiacutenua e pelo vetor secante por meio da reta

tracejada respectivamente obtidas utilizando λ como paracircmetro da continuaccedilatildeo

Figura 33 - Comparaccedilatildeo entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo com preditor tangente e com preditor secante

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

60

Observa-se na Figura 33 que no ponto ldquoArdquo o passo corretor natildeo encontraraacute soluccedilatildeo

se λ for o paracircmetro utilizado Aleacutem disso o uso deste paracircmetro natildeo eliminaraacute a

singularidade da matriz Jacobiana modificada (Jm) no ponto de maacuteximo carregamento tanto

no passo preditor quanto no corretor

Assim para obter-se o ponto de maacuteximo carregamento com maior precisatildeo o passo

teraacute que ser reduzido agrave medida que os pontos se aproximam do ponto de maacuteximo

carregamento

3313 - Preditor polinomial modificado de ordem zero

Uma outra teacutecnica de previsatildeo que seraacute adotada para o passo preditor na metodologia

proposta nesse trabalho eacute a denominada de previsatildeo trivial ou polinomial modificada de

ordem zero (CHIANG et al 1995)

Esta teacutecnica usa a soluccedilatildeo atual e um incremento fixo no paracircmetro (λ θk ou Vk)

como uma estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo Observa-se que as soluccedilotildees sucessivas de (32)

pelo meacutetodo de Newton com a prefixaccedilatildeo de vaacuterios valores para o paracircmetro em uso (λ θk

ou Vk) satildeo casos particulares dessa teacutecnica de previsatildeo

Uma vez especificado um incremento fixo no paracircmetro (λ θk ou Vk) como uma

estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo torna-se necessaacuterio realizar a correccedilatildeo a partir da soluccedilatildeo

atual para obter a soluccedilatildeo correta final

Em geral o incremento adotado pelo passo preditor exige poucas iteraccedilotildees para que a

proacutexima soluccedilatildeo seja obtida dentro da precisatildeo desejada

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

61

332 - Controle do passo preditor

A adoccedilatildeo do controle de passo eacute de fundamental importacircncia para a eficiecircncia do

meacutetodo da continuaccedilatildeo Uma boa opccedilatildeo eacute na medida do possiacutevel definir o menor passo entre

a soluccedilatildeo conhecida ( )ax λ e a soluccedilatildeo estimada ( ) 1

+aeex λ Esta opccedilatildeo apesar de garantir a

convergecircncia do meacutetodo nos trechos da trajetoacuteria de soluccedilatildeo com curvatura mais acentuada

tem como agravante o elevado dispecircndio de tempo nos trechos planos

O controle de passo ideal deve se adaptar agrave topologia da trajetoacuteria de soluccedilatildeo

tornando-se um algoritmo com consideraacutevel grau de sofisticaccedilatildeo

Para sistemas pouco carregados aplicam-se passos maiores jaacute para sistemas altamente

carregados aplicam-se passos menores O ideal seria se o tamanho do passo se adaptasse agraves

condiccedilotildees reais de convergecircncia Um meacutetodo simples baseado no nuacutemero de iteraccedilotildees do

passo corretor eacute utilizado para controlar o tamanho do passo preditor se o nuacutemero de

iteraccedilotildees do passo corretor for pequeno indica que a carga ainda eacute leve ou normal e o passo

pode ser maior Aumentando o nuacutemero de iteraccedilotildees o sistema estaraacute numa regiatildeo de alto

carregamento e o tamanho do passo deve ser reduzido

Uma opccedilatildeo eacute o uso da tensatildeo (Vk) como paracircmetro durante todo o traccedilado da curva

PV pois isso acarretaraacute em um controle automaacutetico do passo Isto porque em geral um passo

fixo na tensatildeo corresponde a passos largos no fator de carregamento durante carga leve e

normal e em passos reduzidos para altos carregamentos conforme mostrado na Figura 34

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

62

05 1 15 2 25 3 35 4 45 5 550

02

04

06

08

1

12

14 Te

nsatildeo

[pu

]

Fator de carregamento λ

Figura 34 - Controle automaacutetico do passo σ

Outro meacutetodo de controle do tamanho do passo eacute baseado na norma do vetor tangente

(ZAMBRONI et al 1997) O tamanho do passo eacute definido como

2

t0σσ = (317)

Onde σ0 eacute um escalar predefinido || t ||2 eacute a norma Euclidiana do vetor tangente t

Agrave medida que o sistema torna-se carregado a magnitude do vetor tangente aumenta e

consequumlentemente σ diminui

333 ndash Teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo

A parametrizaccedilatildeo na anaacutelise estaacutetica da tensatildeo eacute a forma matemaacutetica usada para

identificar cada soluccedilatildeo na curva correspondente agrave trajetoacuteria de soluccedilotildees (curva PV) de forma

que a proacutexima soluccedilatildeo ou a soluccedilatildeo prevista possa ser quantificada

Carga leve passos maiores

Alto carregamento passos menores

A correccedilatildeo eacute feita horizontalmente paracircmetro Vk

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

63

A estrateacutegia de parametrizaccedilatildeo eacute quem define a robustez do meacutetodo da continuaccedilatildeo

em relaccedilatildeo agrave eliminaccedilatildeo dos problemas numeacutericos relacionados aos meacutetodos de soluccedilotildees das

equaccedilotildees e a obtenccedilatildeo das muacuteltiplas soluccedilotildees

O processo da parametrizaccedilatildeo eacute normalmente efetuado atraveacutes da aplicaccedilatildeo de

paracircmetros fiacutesicos tais como magnitude de tensatildeo fator de carregamento potecircncia ativa

potecircncia reativa etc eou paracircmetros artificiais cabendo destacar equaccedilotildees geomeacutetricas

comprimento de arco

As teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo fiacutesica podem resultar em dificuldades de convergecircncia

do meacutetodo inerentes aos pontos de transiccedilatildeo

Consegue-se evitar tais dificuldades efetuando-se uma avaliaccedilatildeo local em cada

soluccedilatildeo e caso o processo neste ponto convirja efetua-se a troca desse paracircmetro Essa

teacutecnica de parametrizaccedilatildeo eacute chamada de parametrizaccedilatildeo local (AJJARAPU CHRISTY

1992)

Jaacute as teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo artificial favorecem as convergecircncias uma vez que

natildeo encontram problemas nos pontos de transiccedilatildeo sendo por este motivo consideradas mais

robustas e apropriadas em relaccedilatildeo agraves teacutecnicas baseadas em paracircmetros fiacutesicos (WGVS 1993)

Com o passo preditor realizado isto eacute com o ponto estimado ( ) 1

+aeex λ encontrado

existe nesta soluccedilatildeo um erro uma vez que o ponto (estimado) natildeo se encontra na soluccedilatildeo real

da funccedilatildeo definida portanto torna-se necessaacuterio realizar a correccedilatildeo desta soluccedilatildeo aproximada

para se obter a soluccedilatildeo correta evitando-se desta forma um acuacutemulo de erros

Uma vez que o ponto obtido encontra-se muito proacuteximo da soluccedilatildeo correta reduzido

nuacutemero de iteraccedilotildees geralmente e torno de duas ou trecircs seratildeo necessaacuterias para se alcanccedilar a

curva trajetoacuteria de soluccedilotildees (curva PV) dentro da precisatildeo desejada

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

64

Qualquer meacutetodo numeacuterico pode ser utilizado na aplicaccedilatildeo do passo corretor Para o

sistema eleacutetrico de potecircncia o mais frequumlentemente utilizando eacute o meacutetodo de Newton-

Raphson (ALVES et al 2004-I)

Uma equaccedilatildeo adicional eacute acrescentada ao sistema de equaccedilotildees (311) definindo um

hiperplano perpendicular ao vetor de prediccedilatildeo Assim o sistema de equaccedilotildees da etapa de

correccedilatildeo passa a ser

0

0)(

=minus

=eppλVG θ

(318)

Onde p corresponde agrave variaacutevel escolhida como o paracircmetro de continuaccedilatildeo pe corresponde a

valor estimado do paracircmetro de continuaccedilatildeo obtido no procedimento de prediccedilatildeo

Linearizando-se em torno do ponto de operaccedilatildeo (318) vem

=

∆λ=

∆λ

minus

0

λQP

eGG

mk

ΔΔ

ΔΔ

ΔΔ

GVθ J (319)

sendo que o vetor ek conteraacute a unidade apenas na coluna correspondente ao novo paracircmetro p

3331 - Parametrizaccedilatildeo local

Uma outra forma de contornar o problema da singularidade eacute usar em ambos os

passos preditor e corretor uma teacutecnica muito simples conhecida por parametrizaccedilatildeo local

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994) e (SEYDEL 1994)

que consiste na troca de paracircmetro proacuteximo ao ponto de maacuteximo carregamento

Na parametrizaccedilatildeo local avaliam-se os incrementos em cada uma das variaacuteveis e

seleciona-se a que apresentar o maior desvio relativo (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(AJJARAPU LAU BATTULA 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

65

O ponto criacutetico para o processo de parametrizaccedilatildeo passa a ser a escolha adequada do

iacutendice k

∆∆∆∆

=∆

λλmax

2

2

1

1

n

n

k

K

xx

xx

xx

xx

(320)

No meacutetodo do vetor tangente apoacutes o processo de escolha da variaacutevel que seraacute aquela

que apresentou a maior variaccedilatildeo λ passa a ser a partir daiacute tratado como variaacutevel dependente

enquanto que a variaacutevel escolhida passa a ser o novo paracircmetro p do conjunto de n+1

variaacuteveis

O novo paracircmetro p seraacute dado por

1 n 21 max +larr tttp L (321)

O uso deste meacutetodo para a escolha automaacutetica de p natildeo tem apresentado dificuldades

mesmo para sistemas altamente compensados (CANtildeIZARES et al 1993)

A experiecircncia com o meacutetodo do vetor tangente tem demonstrado que ao aproximar-se

do ponto de maacuteximo carregamento p muda de λ para Vk aquela tensatildeo que apresenta a maior

variaccedilatildeo retornando novamente para λ apoacutes alguns pontos

Jaacute no meacutetodo baseado no preditor secante a escolha do paracircmetro p natildeo mais se

processa com a variaacutevel que apresentar a maior variaccedilatildeo mas sim com aquela que apresentar

a maacutexima variaccedilatildeo relativa (SEYDEL 1994)

minus

minus

minuslarr

+

+

+

+

+

+

1

1

maxj

jj

λλ1j

j1j

1j

j1j

V

VV

θ

θθ (322)

Onde j refere-se ao ponto da curva

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

66

O preditor secante apresenta um alto grau de confiabilidade poreacutem o mesmo natildeo

garante que o paracircmetro p escolhido agilize o processo (SEYDEL 1994)

Almeja-se que a escolha do paracircmetro p com base em qualquer uma das equaccedilotildees

(321) ou (322) resulte em um bom desempenho do algoritmo

3332 ndash Teacutecnica do comprimento de arco

Em CHIANG et al (1995) os autores propuseram uma teacutecnica para eliminar a

singularidade da matriz Jacobiana baseada no paracircmetro do comprimento do arco (s) Os dois

primeiros pontos satildeo obtidos pelo vetor tangente e ao inveacutes de acrescentar a equaccedilatildeo (ek t =

plusmn 1) acrescenta-se agrave Equaccedilatildeo (313) do passo preditor a Equaccedilatildeo (323)

sum =

+

=

n

i

2i

dsdλ

dsdx

1

2

1 (323)

Para a correccedilatildeo eacute adicionada agrave Equaccedilatildeo (311) a seguinte equaccedilatildeo

sum =∆minusminus+minus==

n

iii ssλλsxxsλ

1

222 0)())(())(()(R x (324)

O comprimento de arco ∆s vale

50

1

22 ))((]))([(sum minus+minus=∆=

n

iii sλλsxxs (325)

A expansatildeo das equaccedilotildees (311) e (324) em seacuterie de Taylor considerando somente as

condiccedilotildees de primeira ordem resulta na seguinte equaccedilatildeo linearizada

=

partpart

partpart

minus

R

Gx

x

G x

Δ

Δ

Δ

Δ

RRG

λλ

λ

(326)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

67

Onde xG representa a matriz Jacobiana

A Equaccedilatildeo (323) assegura que o paracircmetro s seja o comprimento do arco sobre a

curva de soluccedilatildeo As equaccedilotildees (313) e (323) juntas formam um conjunto n + 1 equaccedilotildees a n

+ 1 incoacutegnitas

A estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo eacute obtida da Equaccedilatildeo (315) onde σ representaraacute

o passo do comprimento de arco s

A Equaccedilatildeo (323) eacute natildeo-linear e o sistema formado por esta equaccedilatildeo e a Equaccedilatildeo

(313) natildeo pode ser linearizada sendo que a sua soluccedilatildeo pode consumir muito tempo

computacional

A opccedilatildeo sugerida em (CHIANG et al 1995) eacute a obtenccedilatildeo de dois pontos da curva

atraveacutes do preditor tangente sendo utilizado depois o preditor secante De acordo com os

autores esta teacutecnica de parametrizaccedilatildeo eacute mais robusta possibilitando que sejam dados maiores

passos do que a teacutecnica utilizando parametrizaccedilatildeo local

3333 ndash Teacutecnica da perpendicularidade

Uma outra teacutecnica utilizada para contornar a singularidade sem a necessidade de

parametrizaccedilatildeo foi utilizada primeiramente por (IBA et al 1991) e posteriormente associada

a um controle de passo aplicada com sucesso em vaacuterios sistemas em (CANtildeIZARES et al

1992)

A teacutecnica consiste na adiccedilatildeo ao equacionamento do sistema de uma nova equaccedilatildeo

( ( )[ ] ( )[ ] 0)()()()( 11 =∆minusminus∆+∆minusminus∆ ++ aaaTaaaaTa xxxx λσλλλσ ) Tal procedimento deveraacute

definir um hiperplano perpendicular ao vetor de prediccedilatildeo que se inicia na soluccedilatildeo conhecida

( )ax λ e passa pela soluccedilatildeo estimada ( ) 1

+aeex λ e um outro que se encontra sobre a curva da

trajetoacuteria de soluccedilotildees soluccedilatildeo ( ) 1 +ax λ (SEYDEL 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

68

Destarte a equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo a ser acrescida ao sistema (311) seraacute dada pelo

produto escalar

0ΔΔΔ

a

a

a

=

minusminusminusminusminusminus

bull

aa

aa

aaT

λ λλλ∆∆

∆VVVθθθ

(327)

Onde (∆θa ∆Va ∆λa)T = (θ e ndash θa Ve ndash Va λe ndash λa)

Partindo da soluccedilatildeo fornecida pelo passo preditor o sistema resultante da expansatildeo em

seacuterie de Taylor do sistema (311) acrescido da equaccedilatildeo anterior converge para o ponto (θ V

λ) da curva PV

∆∆∆

=

∆∆∆

partpart

partpart

partpart

minus

HH

VHH

GQP

VθGG Vθ

λλθ

λ

(328)

Capiacutetulo 4

METODOLOGIA PROPOSTA

41 - Introduccedilatildeo

A maioria das anaacutelises nas aacutereas de planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos

envolve caacutelculos de fluxo de carga fluxo de carga continuado e fluxo de carga oacutetimo

Como mencionado no capiacutetulo 1 as simulaccedilotildees de fluxo de carga satildeo utilizadas para

determinar nas condiccedilotildees de regime permanente as magnitudes de tensatildeo e os acircngulos de

cada barra em um sistema eleacutetrico de potecircncia Uma vez obtidas essas grandezas satildeo

utilizadas natildeo soacute para a determinaccedilatildeo da margem de carregamento e do caacutelculo dos fluxos de

potecircncia ativa e reativa em todas as linhas de transmissatildeo e equipamentos conectados as

barras mas tambeacutem para quantificar as perdas nos sistemas de energia eleacutetrica

(MONTICELLI 1983)

Jaacute um fluxo de carga oacutetimo natildeo somente resolve as equaccedilotildees do fluxo de carga como

tambeacutem determina um conjunto de valores oacutetimos para as variaacuteveis de estado da rede levando

em conta a demanda e os paracircmetros do sistema Os valores oacutetimos satildeo calculados

objetivando minimizar uma funccedilatildeo objetivo tal como o custo de geraccedilatildeo ou as perdas de

transmissatildeo sujeitos as restriccedilotildees de igualdade e desigualdade (DOMMEL TINNEY 1968)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

70

Sabe-se que o ponto de maacuteximo carregamento de um sistema aumenta em funccedilatildeo da

disponibilidade de reservas de reativo do mesmo (ALVES et al 2002-II) Assim ao

minimizarem-se as perdas no sistema implicitamente estar-se-aacute aumentando a margem de

reativos do sistema e consequumlentemente aumentando a margem de estabilidade estaacutetica ou

seja o ponto de maacuteximo carregamento

Por outro lado o fluxo de carga natildeo foi desenvolvido para minimizar automaticamente

qualquer funccedilatildeo objetivo Dessa forma um processo de tentativa e erro deve ser executado

para otimizar algum criteacuterio desejado escolhendo uma dentre as vaacuterias soluccedilotildees factiacuteveis de

um conjunto muito amplo

A metodologia apresentada em (CHEN HSU 2000) resolve sequumlencialmente o fluxo

de potecircncia oacutetimo seguindo uma dada curva de previsatildeo de carga atendendo restriccedilotildees

operativas do sistema e garantindo que cada gerador atenda metas estabelecidas pelo

planejamento de meacutediolongo prazo ainda que representando algumas restriccedilotildees de

seguranccedila tal como manutenccedilatildeo de um perfil de tensatildeo seguro para todo o sistema natildeo era

levado em conta a avaliaccedilatildeo da margem de estabilidade de tensatildeo para cada horaacuterio Tal

restriccedilatildeo eacute contemplada em (MENEZES 2002) onde a metodologia apresentada leva em

consideraccedilatildeo o modelo do fluxo de potecircncia oacutetimo parameacutetrico o meacutetodo do fluxo de carga

continuado para o caacutelculo das margens de estabilidade e o meacutetodo de anaacutelise modal estaacutetica

expandida para a obtenccedilatildeo dos fatores de participaccedilatildeo dos geradores

Affonso (AFFONSO 2004) baseado na forte relaccedilatildeo entre margem de estabilidade de

tensatildeo e as reservas de potecircncia reativa da rede apresentou metodologia propondo o re-

despacho da geraccedilatildeo de potecircncia ativa e reativa para condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo obtendo

indiretamente um aumento na margem de estabilidade de tensatildeo do sistema atraveacutes da

maximizaccedilatildeo das reservas de potecircncia reativa e da minimizaccedilatildeo das perdas de potecircncia ativa

por meio do fluxo de carga oacutetimo

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

71

No presente trabalho propotildee-se uma nova metodologia que associada ao meacutetodo da

continuaccedilatildeo possibilite obter uma ampliaccedilatildeo na margem de estabilidade do sistema visando

atender os niacuteveis miacutenimos de ampliaccedilatildeo de margem de estabilidade de tensatildeo de acordo com

as recomendaccedilotildees da ForccedilandashTarefa ldquoColapso de Tensatildeordquo do GTADSCELGCOI (FTCT

1999) e do WSCC-Reactive Power Reserve Work Group (WECC 1998) Para se alcanccedilar

essa meta acrescenta-se agraves equaccedilotildees do fluxo de carga a equaccedilatildeo parametrizada da perda

ativa total na transmissatildeo e as equaccedilotildees das potecircncias reativa geradas nas barras PV As

tensotildees nas barras PV satildeo consideradas como variaacuteveis de controle e um novo paracircmetro eacute

escolhido com o intuito de se reduzir a perda ativa nas linhas de transmissatildeo

42 - O problema do fluxo de carga oacutetimo

Considere inicialmente um sistema de duas barras sendo uma barra de folga (slack) e

uma barra PV interligadas por uma linha de transmissatildeo cuja impedacircncia eacute z12 como

ilustrado na Figura 41

z12 = r12 + j x12

barra 1(slack)

barra 2 (PV)

P2 + jQ2

j bsh12 j bsh

12

y12 = g12 + j b12

V1 = V1 0o pu

V2 = V2 θo pu

Figura 41 - Sistema de duas barras

Define-se Pg2 como sendo a potecircncia ativa gerada na barra 2 Pc2 como sendo a potecircncia ativa

consumida na barra 2 Qg2 como sendo a potecircncia reativa gerada na barra 2 Qc2 como sendo a

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

72

potecircncia reativa consumida na barra 2 P2 = Pg2 ndash Pc2 como sendo a injeccedilatildeo de potecircncia ativa

na barra 2 e Q2 = Qg2 ndash Qc2 como sendo injeccedilatildeo de potecircncia reativa na barra 2

O fluxo de carga oacutetimo eacute um problema de otimizaccedilatildeo natildeo-linear em regime

permanente que calcula os valores oacutetimos de um conjunto de variaacuteveis a partir do estado da

rede dos dados da carga e dos paracircmetros do sistema

Os valores oacutetimos satildeo calculados objetivando minimizar uma determinada funccedilatildeo tal

como custo de geraccedilatildeo ou perdas de potecircncia ativa na transmissatildeo sob restriccedilotildees de igualdade

e de desigualdade

O problema do fluxo de carga oacutetimo pode ser apresentado como

minimizar Pa(x) sujeito a G(x) = 0 (41)

H(x) le 0

xmin le x le xmax

Onde

=

Vx

θeacute o vetor composto pelas variaacuteveis de estado e controle do sistema xmax e xmin

satildeo os limites das variaacuteveis de estado e controle do sistema G(x) satildeo as condiccedilotildees de

igualdade do fluxo de carga H(x) satildeo as restriccedilotildees de desigualdade do fluxo de carga

A funccedilatildeo objetivo Pa(x) representa o desempenho do sistema sendo neste trabalho

esta funccedilatildeo representada pela perda total de potecircncia ativa na transmissatildeo (Pa)

As restriccedilotildees de desigualdade H(x) representam as equaccedilotildees funcionais do fluxo de

carga como os limites dos fluxos de potecircncia ativa e reativa nas linhas de transmissatildeo e

transformadores e limites de injeccedilatildeo de potecircncia reativa nas barras de controle de reativos

barras PV

Considere o caso do sistema da Figura 41 onde a barra 2 eacute uma barra de tensatildeo

controlada do tipo PV no caso controlada por um compensador siacutencrono Sua tensatildeo bem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

73

como a da barra de folga variaraacute de forma a reduzir Pa A barra de folga deveraacute ser capaz de

suprir tanto a solicitaccedilatildeo de carga como a perda de potecircncia ativa na linha de transmissatildeo

Sendo a barra 2 do tipo PV sua correspondente equaccedilatildeo Q2(x) deixa de pertencer ao

conjunto de restriccedilotildees de igualdade enquanto natildeo for ativa

A soluccedilatildeo analiacutetica do fluxo de carga oacutetimo desse problema jaacute foi apresentada em

(ALVES et al 2002-II) de onde se tem que as coordenadas do ponto oacutetimo 1

1 eV = e

2

2

2 jfeV += Pa e

2gQ devem satisfazer as seguintes equaccedilotildees

( )

+minusminus=+= lowast

212

21

1

2

2

12 42

e Preetgftgfee φφ

(42)

( ) 212

2212 xfrPa lowastlowast = e ( ) ( )lowastlowastlowast == PatgxfQg φ12

222 (43)

Para o caso base para o qual o fator de carregamento (λ) eacute igual a 1 e considerando

z12 = r12+j x12 = (02+j 1 0) pu e P2 = ndashPc2 = ndash04 pu a Tabela 41 apresenta as soluccedilotildees

obtidas com (42) e (43) e por um programa de fluxo de carga oacutetimo (DA COSTA

LANGONA ALVES 1998) para diversos valores maacuteximos de e1 dentro do intervalo 095

pu le e1 le 110 pu

Tabela 41 - Soluccedilotildees do fluxo de carga oacutetimo para o sistema da Figura 41 1e

(pu)

| 2V |

(pu)

(graus)

Pa

(MW)

gQ

(MVAr)

095 0976 -2860 4361 2181

100 1012 -2567 3845 1922

105 1052 -2315 3420 1710

110 1094 -2097 3066 1533

A Figura 42 mostra o caso base de um sistema de trecircs barras constituiacutedo de uma barra

de folga uma PV e uma PQ A perda ativa total na transmissatildeo eacute igual a 1666 MW

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

74

Este sistema foi apresentado e analisado detalhadamente em (DOMMEL TINNEY

1968)

barra 1 (slack)barra 2 (PV)

Pg2 = 170MWz23 = 0035 + j0086

V2 = 1023 739o pu

z13 = 0098 + j0122

barra 3 (PQ)

Pc3 = 200MWQc3 = 100MVAr

V3 = 0908 -002o pu

V1 = 1022 0o pu

15851+ j 4847

17000+ j 7718

4149+ j 5153

4666+ j 5801

Pa = 1666MW

Figura 42 - Sistema de trecircs barras ndash caso base

Os intervalos adotados para a variaccedilatildeo dos valores da tensatildeo nas barras foram

bull de folga (V1) V1min

le V1 leV1maacutex onde V1

min = 09 pu e V1maacutex = 116344 pu

bull PV (V2) V2min le V2 le V2

max onde V2min = 09 pu e V2

max = 12 pu

barra 1 (slack)barra 2 (PV)

Pg2 = 170MWy23 = 4 - j10

V2 = 120 44o pu

y13 = 4 - j5

barra 3 (PQ)

Pc3 = 200MWQc3 = 100MVAr

V3 = 1092 -068o pu

V1 = 11634 0o pu

16119+ j 6682

17000+ j 8885

3881+ j 3318

4094+ j 3584

Pa = 1094MW

Figura 43 - Sistema de trecircs barras - caso otimizado

Na Figura 43 apresenta-se a soluccedilatildeo obtida otimizada de onde se verifica que a perda

ativa total na transmissatildeo eacute igual 1094 MW Observe que a reduccedilatildeo das perdas em 572 MW

foi obtida atraveacutes da transferecircncia de parte do suprimento de potecircncia reativa efetuado pelo

gerador 1 barra de folga para o gerador 2 barra tipo PV Isto ocorre porque z13 eacute maior que

z23

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

75

A Tabela 42 mostra o ponto oacutetimo obtido por meio do fluxo de carga oacutetimo

apresentado em (DA COSTA LANGONA ALVES 1998) e que reproduziu o mesmo

resultado de (DOMMEL TINNEY 1968) bem como o resultado obtido pelo fluxo de carga

continuado proposto (FCCP) o qual seraacute apresentado a seguir

Observa-se que estes resultados foram obtidos para o caso em que o fator de

carregamento (λ) eacute igual a 1 isto eacute λ do caso base

Tabela 42 - Soluccedilotildees para o sistema da Figura 42

Fluxo de carga oacutetimo Fluxo de carga proposto

Barra V

(pu) θ

(graus) Qg

(MVAr) V

(pu) θ

(graus) Qg

(MVAr) 1 11634 000 3584 11634 000 3571 2 12000 440 8885 12002 439 8898 3 10916 -068 --- 10918 -068 ---

43 - Metodologia proposta

Uma das questotildees importantes em tempo-real relacionada ao controle da potecircncia

reativa eacute a escolha das variaacuteveis de controle Nesta situaccedilatildeo os ajustes de controle (SHARIF

et al 2000)

bull devem ser possiacuteveis de serem executados num intervalo de tempo razoaacutevel

uma vez que o ciclo de tempo do controle de reativo pode ser muito pequeno

1530 minutos e o operador poderaacute natildeo ter tempo suficiente para ajustar todos

os controles

bull natildeo deve causar uma sobrecarga excessiva de trabalho ao operador

bull natildeo devem no caso de controles discretos ser chaveados muito

frequumlentemente

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

76

Por estas razotildees os controles discretos e contiacutenuos satildeo tratados separadamente Aleacutem

do mais ao contraacuterio dos controles discretos que na maioria dos casos satildeo ajustados no valor

mais proacuteximo as variaacuteveis contiacutenuas podem em geral ser ajustadas nos valores calculados

fornecidos pelo programa Estas questotildees tornam a implementaccedilatildeo de tais controles uma

tarefa difiacutecil e pode levar a necessidade de diferentes estrateacutegias de ajustes por exemplo

primeiro se ajusta os bancos em derivaccedilatildeo (shunt) chaveados entatildeo os geradores e finalmente

os transformadores (SHARIF et al 2000) Assim a escolha no meacutetodo proposto dos

controles de potecircncia reativa dos geradores e condensadores siacutencronos para obtenccedilatildeo da

reduccedilatildeo das perdas eacute baseado no fato de que nos geradores o fornecimento de potecircncia

reativa eacute controlado numa faixa contiacutenua e o nuacutemero de operaccedilotildees eacute ilimitado enquanto que

os bancos de capacitores em derivaccedilatildeo apresentam valores fixos e discretos de capacitacircncia e

o nuacutemero de operaccedilatildeo eacute normalmente restrito de duas a quatro operaccedilotildees diaacuterias porque essas

accedilotildees podem causar o desgaste e a reduccedilatildeo da vida do equipamento (CIGRE 1989)

(SHARIF et al 2000)

Uma caracteriacutestica desejaacutevel para um dado sistema eacute que a tensatildeo criacutetica no limite de

estabilidade seja mantida tatildeo baixa quanta esta possa ser em relaccedilatildeo agrave tensatildeo normal de

operaccedilatildeo sem comprometer consequumlentemente o perfil geral de tensatildeo (CIGRE 1989)

Nesse sentido os bancos de capacitores em derivaccedilatildeo tecircm uma caracteriacutestica desfavoraacutevel

que eacute a de prover um baixo suporte de potecircncia reativa quando este eacute mais necessaacuterio isto eacute

proacuteximo ao limite de carregamento Isto ocorre porque o seu fornecimento de potecircncia reativa

eacute proporcional ao quadrado da tensatildeo e assim o suporte de potecircncia reativa dos bancos em

derivaccedilatildeo incluindo os de linha - line charging diminui com a diminuiccedilatildeo da tensatildeo Com a

aplicaccedilatildeo de bancos de capacitores em derivaccedilatildeo a margem de carregamento de um sistema

aumenta conforme a compensaccedilatildeo de reativo aumenta mas a tensatildeo criacutetica fica mais proacutexima

da faixa normal de operaccedilatildeo do sistema (09 le V le 11pu) isto eacute o perfil de tensatildeo tende a

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

77

tornar-se mais e mais plano Dessa forma o sistema poderaacute entrar em colapso para

magnitudes de tensatildeo dentro da faixa normal de operaccedilatildeo do sistema

Ao contraacuterio dos bancos de capacitores em derivaccedilatildeo os geradores produzem seu

pleno fornecimento de potecircncia reativa proacuteximo ao limite de estabilidade de tensatildeo e

efetivamente expande a capacidade de transferecircncia de potecircncia e reduz a magnitude da

tensatildeo criacutetica (ALVES et al 2002-II) (SEKINE et al 1992) Entatildeo num sistema de

potecircncia de todos os controles os geradores (barras PV) satildeo de longe os mais eficientes no

controle das tensotildees das barras quando comparados aos taprsquos e bancos em derivaccedilatildeo (TARE

BIJWE 1997) Portanto para prevenir ou postergar o colapso de tensatildeo deve-se manter uma

reserva de reativos utilizando tanto quanto forem possiacuteveis os bancos de capacitores em

derivaccedilatildeo eou reduzindo as perdas na transmissatildeo a fim de permitir que os geradores

existentes mantenham-se operando com o maacuteximo possiacutevel de margem de reativo (CIGRE

1989)

A metodologia propotildee o uso do meacutetodo da continuaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da perda total

de potecircncia ativa na transmissatildeo Assim ao sistema de equaccedilotildees (21) acrescenta-se aleacutem da

equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo a equaccedilatildeo da potecircncia reativa injetada em cada

uma das barras de controle de tensatildeo (barras PV) escolhidas para participar do procedimento

de reduccedilatildeo de perdas A geraccedilatildeo de potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo satildeo

mantidas constantes nos respectivos valores do caso base enquanto que a geraccedilatildeo de potecircncia

ativa da barra de folga variaraacute a fim de acomodar a reduccedilatildeo das perdas ativas na transmissatildeo

A potecircncia reativa gerada na barra k de controle de tensatildeo escolhida Qgk e sua

respectiva tensatildeo terminal Vk satildeo consideradas respectivamente como variaacuteveis dependente

e de controle As respectivas mudanccedilas nos valores de Qgk e Pa seratildeo consideradas atraveacutes das

variaacuteveis λq e micro Assim as mudanccedilas satildeo proporcionais aos seus respectivos valores do caso

base case 0gkQ e Pa0

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

78

O novo conjunto de equaccedilatildeo eacute dado por

( )( ) Pa0Pa kk

kkespckk

VVW

VQQQVQ 0gkPVk

0

0)( 0

)(1)(

)( qq

=+=micro

=

=

minus

=minusminus

VV

VVVθG )(

θθ

θθ

micro

λ λ (44)

sendo espckQ eacute a demanda de potecircncia reativa especificada na barra k

Considerando Vk λq e micro como variaacuteveis o nuacutemero de incoacutegnitas em (44) eacute maior do

que o nuacutemero de equaccedilotildees Contudo se micro eacute considerado como uma variaacutevel independente

seraacute escolhida como paracircmetro da continuaccedilatildeo isto eacute seu valor eacute preacute-ajustado e Vk e λq satildeo

tratadas como variaacuteveis dependente o nuacutemero de incoacutegnitas eacute igual ao nuacutemero de equaccedilotildees

isto eacute a condiccedilatildeo necessaacuteria para que o novo sistema tenha soluccedilatildeo eacute atendida desde que a

nova matriz Jacobiana tenha posto maacuteximo isto eacute seja natildeo-singular

Deve-se lembrar que a prefixaccedilatildeo do valor de micro corresponde agrave teacutecnica de previsatildeo

trivial ou polinomial modificada de ordem zero (SEYDEL 1994) (CHIANG et al 1995) Este

preditor seraacute usado no meacutetodo proposto e eacute baseado na soluccedilatildeo atual e em um decremento

fixo objetivando a reduccedilatildeo de Pa no paracircmetro micro como uma estimativa para a proacutexima

soluccedilatildeo

Apoacutes se obter a soluccedilatildeo do caso base (θ0 V0) por meio de um fluxo de carga

convencional e se ter definido um passo em micro o fluxo de carga continuado proposto eacute usado

para calcular as demais soluccedilotildees ateacute que seja atingido um ponto de operaccedilatildeo aqui

denominado como ponto miacutenima perda (PMP) Assim atraveacutes do uso da Equaccedilatildeo (44) eacute

possiacutevel se especificar o valor desejado de variaccedilatildeo em Pa e a sua soluccedilatildeo provecirc o ponto de

operaccedilatildeo para o qual as perdas ocorrem

A variaacutevel micro sendo igual a zero corresponde a soluccedilatildeo do caso base onde Vk igual a

Vkesp isto eacute a tensatildeo especificada no caso base e λq = 1

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

79

Entatildeo a linearizaccedilatildeo da Equaccedilatildeo (44) em torno do ponto de operaccedilatildeo e considerando

o valor prefixado do paracircmetro micro eacute dada pelos termos de primeira ordem da seacuterie de Taylor e

resulta em

∆∆∆

=

∆∆∆

partpartpartpartpartpart

partpartpartpartpartpart

partpart

partpart

WPVkQkV

kVPaPaPa

0gkQ-kVkQkQkQ

kVkV

QP

QLM

PNH

q0

0

0

λ

(45)

sendo H N M e L satildeo as matrizes que correspondem agraves derivadas das potecircncias ativa e

reativa (P e Q) em relaccedilatildeo ao acircngulo de fase das tensotildees das barras PQ e PV e em relaccedilatildeo agrave

magnitude das tensotildees nas barras PQ ∆ representa os fatores de correccedilatildeo ou seja os

mismatches das respectivas funccedilotildees na Equaccedilatildeo (44)

Deve-se observar que os fatores de correccedilatildeo seratildeo iguais a zero ou praticamente

nulos isto eacute inferior a toleracircncia adotada para o caso base convergido Assim somente ∆W

seraacute diferente de zero devido agrave variaccedilatildeo de micro

Observe que o meacutetodo modificado aqui proposto fluxo de carga continuado proposto

difere em alguns aspectos do fluxo de carga continuado usado para obter o ponto de maacuteximo

carregamento No fluxo de carga continuado o objetivo eacute obter o ponto de maacuteximo

carregamento da curva PV Por outro lado no fluxo de carga continuado proposto o objetivo

eacute o de melhorar a margem de carregamento por meio da reduccedilatildeo das perdas usando um

meacutetodo da continuaccedilatildeo

Ao contraacuterio do fluxo de carga continuado no qual a carga e a geraccedilatildeo de potecircncia

reativa satildeo aumentadas em uma direccedilatildeo preestabelecida no meacutetodo proposto elas satildeo fixas

As barras PV satildeo tratadas como simples barras PV e enquanto suas respectivas

potecircncias reativas geradas estatildeo entre seus respectivos limites suas respectivas equaccedilotildees natildeo

estatildeo presentes na matriz Jacobiana Assim suas magnitudes de tensotildees (V) permanecem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

80

fixas sendo tratadas como variaacuteveis independentes No caso de violaccedilatildeo a barra PV eacute

alterada para tipo PQ com o valor de sua potecircncia reativa gerada especificada no valor do seu

respectivo limite violado e a sua magnitude de tensatildeo tornando-se uma incoacutegnita Geralmente

neste caso a magnitude de tensatildeo cai devido ao aumento do carregamento

Por outro lado no fluxo de carga continuado proposto as magnitude de tensatildeo nas

barras PV seratildeo calculadas para o valor especificado de perdas de potecircncia ativa e tratadas

como variaacuteveis dependentes Em geral a magnitude da tensatildeo nas barras PV ou aumentam ou

permanecem fixas nos seus valores especificados Ambos os limites de magnitude de tensatildeo e

de potecircncia reativa gerada devem ser verificados

431 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas de duas e trecircs barras

Neste item apresenta-se a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto para os dois sistemas

analisados no item 42 o sistema de 2 barras para o qual eacute possiacutevel se obter o ponto oacutetimo a

partir das equaccedilotildees algeacutebricas (42) e (43) desenvolvidas em (ALVES et al 2002-II) e o

sistema de trecircs barras apresentado e analisado em (DOMMEL TINNEY 1968) Os

resultados satildeo comparados com os resultados obtidos anteriormente e apresentados nas

Tabelas 41 e 42 Adicionalmente mostra-se atraveacutes do traccedilado das curvas PV que a

reduccedilatildeo das perdas conduz a um aumento do ponto de maacuteximo carregamento e portanto da

margem de estabilidade do sistema

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

81

4311 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema de

duas barras

Considere primeiramente o sistema de duas barras da Figura 41 para o qual se deseja

reduzir Pa Nesse caso duas equaccedilotildees satildeo adicionadas a Equaccedilatildeo (21) a equaccedilatildeo da potecircncia

reativa injetada na barra 2 (QPV2) e a equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo (Pa)

A potecircncia reativa gerada na barra 2 escolhida Qg2 e a sua respectiva tensatildeo terminal

V2 satildeo consideradas como variaacutevel dependente e de controle respectivamente

As respectivas mudanccedilas nos valores de Qg2 e Pa seratildeo considerados atraveacutes das

variaacuteveis λq e micro Assim as mudanccedilas seratildeo proporcionais aos seus respectivos valores do caso

base 02gQ e Pa0

Considerando que θ1 = 0 e V1 = V1esp onde esp significa valor especificado o novo

conjunto de equaccedilotildees seraacute

( )( ) Pa0PaW

PV2Q

PG

VV

VQQQV

VV

2espc2

0g2

0

0)(

0

)(1)(

)(

)(2

)(

2222

22qq22

2222

=+=micro

=

==

θminusθ

=θminusminusθ

θθ

micro

λ λ (46)

Considerando-se micro como uma variaacutevel independente ou seja prefixando o seu valor

que corresponde agrave teacutecnica de previsatildeo trivial ou polinomial modificada de ordem zero e θ2

V2 e λq como variaacuteveis dependentes o nuacutemero de incoacutegnitas eacute igual ao de equaccedilotildees Desta

forma a condiccedilatildeo necessaacuteria para que o sistema de equaccedilotildees tenha soluccedilatildeo eacute atendida desde

que a matriz Jacobiana tenha posto completo isto eacute seja natildeo-singular

Apoacutes obter a soluccedilatildeo do caso base (θ0 e V0) por meio de um fluxo de carga

convencional define-se o passo para micro Em seguida calculam-se as demais soluccedilotildees

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

82

utilizando-se o fluxo de carga continuado proposto ateacute que o ponto de miacutenima perda seja

alcanccedilado

A linearizaccedilatildeo de (46) em torno do ponto de operaccedilatildeo por intermeacutedio da seacuterie de

Taylor incluindo somente os termos de primeira ordem de acordo com o meacutetodo de Newton

fornece

=

partpartpartpart

partpartpartpart

partpartpartpart

W

Q

P

V

VPaPa

0g2Q-VPV2QPV2Q

V2P2P

2

2

q

2

2

022

22

022

λ

θ

θ

θ

θ

(47)

Onde ∆ representa os fatores de correccedilatildeo das respectivas funccedilotildees em (46)

A Figura 44 apresenta as curvas Pa versus V2 obtidas pela metodologia proposta

considerando que a geraccedilatildeo de potecircncia ativa na barra 2 foi mantida constante no valor do

caso base enquanto que a da barra de folga variaraacute a fim de reduzir as perdas ativas na

transmissatildeo Para tal objetivo considerou-se que apenas a variaccedilatildeo da tensatildeo da barra 2 V2

A curva foi obtida atraveacutes de decrementos sucessivos de Pa considerando V1 = 11

pu e uma toleracircncia para os mismatches igual a 10ndash6 pu Partindo-se de dois pontos

diferentes A para V2esp = 10 pu ou Arsquo para V2

esp =12 pu os proacuteximos pontos foram

obtidos usando um passo de ndash01 MW para micro ou seja uma reduccedilatildeo de 10 em Pa As duas

trajetoacuterias consideradas foram plotadas na mesma figura para demonstrar que o meacutetodo

converge para um mesmo ponto de miacutenima perda (PMP)

Inicialmente para cada ponto foi resolvido um fluxo de carga continuado sendo que o

nuacutemero de iteraccedilotildees gasta em cada um foi inferior a 4 sendo que o limite maacuteximo de

iteraccedilotildees adotado foi de 10 Para o primeiro ponto em que o fluxo de carga continuado

proposto divergiu retornou-se ao passo anterior e aplicou-se uma reduccedilatildeo de 110 no passo de

micro O mesmo procedimento foi usado para os pontos de divergecircncia subsequumlentes ateacute que o

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

83

procedimento foi finalizado e o valor de Pa obtido foi considerado como correspondente ao

ponto de miacutenima perda no caso Pa =3066 MW

O estado da rede nesse caso praticamente coincidiu com o mostrado na Tabela 41

ArsquoA

3066

Pa [MW]

V2[pu]

1094

ndashsoluccedilotildees convergidasndashreduccedilotildees de passo

PMP

Figura 44 - Desempenho do FCCP para o sistema de duas barras

Como se pode constatar na Figura 45 a reduccedilatildeo das perdas levou a um aumento do

ponto de maacuteximo carregamento ou seja da margem de estabilidade Observa-se tambeacutem que

todos os demais casos apresentados na Tabela 41 foram alcanccedilados usando o mesmo

procedimento

caso base

perdas reduzida

PMCr

P2 [MW]

V2[pu]

PMCb

Figura 45 - Curvas PV Efeito da reduccedilatildeo das perdas sobre o ponto de maacuteximo carregamento para o sistema de duas barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

84

4312 - Resultados obtidos com o FCCP para o sistema de trecircs barras

No caso do sistema de trecircs barras da Figura 42 os dois geradores o gerador 1 (barra

de folga) e o gerador 2 (barra PV) satildeo considerados no procedimento de reduccedilatildeo de perdas

Nesse caso V1 V2 θ2 e λq satildeo tratados como variaacuteveis dependentes Ambas as

equaccedilotildees de potecircncia reativa injetada QPV1 e QPV2 bem como a equaccedilatildeo da perda ativa total

na transmissatildeo (Pa) seratildeo consideradas O paracircmetro λq eacute usado para variaccedilatildeo de ambas as

potecircncias reativas gerada Qg1 e Qg2 e portanto seus valores seratildeo proporcionais aos

respectivos valores do caso base 01gQ e 0

2gQ

O procedimento adotado para controlar os limites de Q nas barras de geraccedilatildeo eacute similar

ao utilizado no meacutetodo convencional de fluxo de carga ou seja em cada iteraccedilatildeo a geraccedilatildeo de

reativos de cada uma dessas barras eacute comparada com seus respectivos limites e no caso de

violaccedilatildeo a barra PV eacute alterada para tipo PQ Estas barras podem voltar a ser PV nas iteraccedilotildees

futuras Aleacutem disso se em qualquer uma das barras de geraccedilatildeo um dos limites de tensatildeo for

atingido seu respectivo valor eacute fixado no valor daquele limite

A Figura 46 mostra o desempenho do fluxo de carga continuado proposto para o

sistema de trecircs barras O procedimento usado para o traccedilado da curva no que se refere agrave

divergecircncia eacute similar ao usado para o traccedilado da Figura 44 exceto que o valor inicial de micro

foi de ndash10 MW

O estado do sistema apoacutes a convergecircncia do processo pode ser visto na Figura 46 e na

Tabela 42 de onde se verifica que o mesmo eacute praticamente igual ao obtido com o fluxo de

carga oacutetimo

As Figuras 46(b) e 46(c) confirmam que a reduccedilatildeo das perdas em 572 MW eacute obtida

atraveacutes da transferecircncia da potecircncia reativa do gerador 1 para o gerador 2 Tambeacutem haacute uma

reduccedilatildeo na geraccedilatildeo de reativos de 13521 MVAr para 12469 MVAr ou seja de 78 Essa

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

85

reduccedilatildeo acarreta num aumento do ponto de maacuteximo carregamento de 219 pu para 2934

pu ou seja num aumento de aproximadamente 625 na margem de estabilidade do

sistema

Esses resultados mostram que para esses sistemas a utilizaccedilatildeo do meacutetodo proposto

proporciona natildeo soacute uma reduccedilatildeo das perdas e consequumlentemente dos custos operacionais

mas tambeacutem um aumento do ponto de maacuteximo carregamento isto eacute da margem de

estabilidade do sistema

Outro ponto importante diz respeito agrave possibilidade de se obter pontos de operaccedilatildeo

proacuteximos dos obtidos por um fluxo de carga oacutetimo atraveacutes do meacutetodo da continuaccedilatildeo o que

mostra que o meacutetodo proposto pode ser uma alternativa viaacutevel para as aplicaccedilotildees de estudos

da operaccedilatildeo

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

86

V2

1094 Pa [MW]

V [pu]

1092

PMP

V1

V3

1634

(a)

Pa [MW]

Qg [MVAr]

PMP

Qg2

Qg1

Pa [MW]

Pgslack [MW]

PMP

(b)

(c)

fator de carregamento λ (pu)

V3 (pu)

PMCr

caso base

PMCb

Perdas reduzidas

(d)

Figura 46 - Desempenho do sistema de trecircs barras (a) VtimesPa (b) QgtimesPa (c) potecircncia ativa gerada pela barra de folga timesPa (d) curvas PV

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

87

44 ndash Resultados da reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa

Esta seccedilatildeo tem como propoacutesito mostrar os efeitos do redespacho das variaacuteveis de

controle nas reduccedilotildees da perda total de potecircncia ativa na transmissatildeo do sistema aleacutem de

tambeacutem investigar os efeitos causados por esta reduccedilatildeo na margem de estabilidade de tensatildeo e

no perfil de tensatildeo

Em todos os casos analisados a seguir durante o procedimento de reduccedilatildeo de perdas

as injeccedilotildees de potecircncia ativa dos geradores satildeo fixadas nos seus respectivos valores

encontrados na soluccedilatildeo do fluxo de carga no caso base com exceccedilatildeo ao da barra de folga

cuja injeccedilatildeo de potecircncia ativa poderaacute variar para equiparar eventuais reduccedilotildees nas perdas do

sistema Para cada iteraccedilatildeo os valores das tensotildees das barras de geraccedilatildeo satildeo comparados com

seu valor limite caso este seja ultrapassado tal tensatildeo teraacute seu valor fixado no valor limite

atingido Se a barra estiver dentro de seus limites de geraccedilatildeo de potecircncia reativa ela

permaneceraacute atuando como simples PV poreacutem natildeo participaraacute da reduccedilatildeo das perdas Aleacutem

disso as potecircncias reativas geradas nas barras de geraccedilatildeo satildeo tambeacutem comparadas com seus

respectivos limites sendo que no caso de violaccedilatildeo desse limite a barra PV eacute alterada para tipo

PQ sendo que estas barras poderatildeo voltar a ser PV nas iteraccedilotildees futuras caso a sua respectiva

potecircncia reativa gerada retorne para dentro de sua faixa de limites maacutexgg

miacuteng QQQ lele

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

88

441 ndash Balanccedilo de reativos durante o procedimento de reduccedilatildeo da perda total de

potecircncia ativa

O objetivo deste item eacute o de esclarecer como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema

eleacutetrico de potecircncia durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Para isso seraacute

utilizado o sistema IEEE 14 barras

A barra de folga tambeacutem conhecida como barra oscilante eacute usada com uma dupla

funccedilatildeo atuar como referecircncia angular embora qualquer barra possa ser referecircncia angular e

para fechar o balanccedilo de potecircncia do sistema Ela eacute necessaacuteria para estabelecer uma referecircncia

angular para a resoluccedilatildeo das equaccedilotildees do fluxo carga Essa necessidade se daacute porque

conforme apresentado na Equaccedilatildeo (33) da seccedilatildeo 32 os fluxos de potecircncia satildeo expressos

como diferenccedilas angulares (θk-θm) isto eacute o problema de fluxo de carga eacute indeterminado nas

variaacuteveis θ de cada barra (MONTICELLI 1983) Na metodologia proposta a geraccedilatildeo de

potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo satildeo mantidas constantes nos respectivos

valores do caso base enquanto que o valor da perda total de potecircncia ativa conforme

Equaccedilatildeo (44) eacute preacute-ajustado atraveacutes do paracircmetro micro Assim adotando a barra 1 como sendo

a barra de folga a sua geraccedilatildeo de potecircncia ativa (Pg1) eacute reprogramada para fechar o balanccedilo

de potecircncia ativa do sistema ou seja seu valor variaraacute a fim de acomodar aleacutem da diferenccedila

entre a potecircncia ativa gerada e a consumida de todo o sistema a reduccedilatildeo das perdas ativas na

transmissatildeo sendo o seu valor calculado por meio da equaccedilatildeo

)cosθV2VV(VgPgPcPg kmmk2

m2

kΩm k

kmNG

2ii

NC

1jj1 minus++minus= sumsumsum

isin== (48)

sendo NB eacute o nuacutemero de barras da rede e NG e NC satildeo os respectivos conjuntos de barras de

geraccedilatildeo e de demanda (carga) e Ω eacute o conjunto de todas as barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

89

Com relaccedilatildeo a geraccedilatildeo de potecircncia reativa (Qg1) da barra de folga esta eacute calculada por

meio da seguinte equaccedilatildeo

( ) ( )[ ]2

nNB

1n

shn

Ωm kkmmk

2m

2kkm

2m

2k

shkm

NC

1j

NG

2iiqj1

Vb

cosθV2VVVbVVbQgQcQg

sum

sumsum sum

=

isin= =

minus

minus+minus+minus+λminus=

(49)

Observe na Equaccedilatildeo (49) que a parcela ( )kmmk2

m2

kkm cosθVV2VVb minus+minus eacute a perda

reativa no elemento seacuterie da linha de transmissatildeo localizada entre as barras k e m enquanto

que ( )2m

2k

shkm VVb +minus e 2

nshn Vb correspondem respectivamente agrave geraccedilatildeo de potecircncia reativa

nos shunts da linha de transmissatildeo localizada entre as barras k e m e nos shunts de barra tais

como banco de capacitores eou reatores localizados na barra n Observe que para as linhas

de transmissatildeo reais 0langkmb e 0rangshkmb As Equaccedilatildeo (48) e (49) mostram que a barra de folga

deve gerar a diferenccedila entre a carga ativa (reativa) total do sistema de potecircncia mais as perdas

ativa (reativa no elemento seacuterie mais a geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos elementos shunts) e a

soma de potecircncia ativa (reativa) especificada isto eacute calculada nas barras de geraccedilatildeo Essas

diferenccedilas satildeo conhecidas como desbalanccedilo ou seja mismatch de potecircncia do sistema

Na convenccedilatildeo de sinais utilizada as injeccedilotildees liacutequidas de potecircncia satildeo positivas quando

entram na barra (geraccedilatildeo) e negativas quando saem da barra (carga) os fluxos de potecircncia satildeo

positivos quando saem da barra e negativos quando entram na barra No caso dos elementos

shunt a convenccedilatildeo eacute a mesma utilizada para as injeccedilotildees de potecircncia (MONTICELLI 1983)

A toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-6 pu O valor inicial adotado para micro

eacute ndash01 MW isto eacute Pa eacute reduzido em 10 O proacuteximo ponto atual eacute computado pela Equaccedilatildeo

(45) Este procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir Adotou-se

um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 10 Durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa

total o tap nos transformadores com comutaccedilatildeo de taps sob carga foram mantidos fixos no

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

90

valor de 10 pu Os valores limites adotados para as magnitudes de tensatildeo da barra de folga e

das barras de geraccedilatildeo foram Vmin le V le Vmaacutex onde Vmin = 095 e Vmaacutex = 11 pu

Na Figura 47 encontram-se as variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga barra 1 e das

barras de controle de tensatildeo (PV) barras 2 3 6 e 8 em funccedilatildeo da perda total de potecircncia

ativa (Pa) Da figura observa-se que ocorre um aumento da magnitude de tensatildeo de todas as

barras PV bem como da de folga

Pa [MW]

V1

V2

V8

V3

V6

Ten

satildeo

[pu

]

Figura 47 - Variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga e das barras de controle de tensatildeo (PV) em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras

Na Figura 48 apresentam-se as variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de

folga e de controle de tensatildeo em funccedilatildeo de Pa Pode-se verificar que haacute uma reduccedilatildeo das

potecircncias reativas geradas pelas barras PV de nuacutemeros 2 3 e 8 enquanto que a da barra 6

permanece constante no seu valor maacuteximo de 24 MVAr Com relaccedilatildeo a barra de folga pode-

se afirmar que ocorre uma reduccedilatildeo da potecircncia reativa gerada

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

91

Qg1

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg2

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg3

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg6

Potecirc

ncia

rea

tiva

[MV

Ar

]

Qg8

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Pa [MW]

Figura 48 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de folga e de controle de tensatildeo (PV) em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

92

Na Figura 49 satildeo apresentados as variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de Pa

dos termos que compotildeem a Equaccedilatildeo (49) Da Figura 49(a) pode-se verificar que a potecircncias

reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo (PV) diminuem com a diminuiccedilatildeo das

perdas Conforme jaacute comentado manter os geradores existentes operando com o maacuteximo

possiacutevel de margem de reativo eacute beneacutefico para prevenir ou postergar o colapso de tensatildeo

(CIGRE 1989) Essa reduccedilatildeo de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos geradores se deve ao

aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e pelo banco de

capacitor localizado na barra 9 Figura 49 (b) e (c) respectivamente e a reduccedilatildeo da perda de

potecircncia reativa nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo ver Figura 49 (d) O aumento

da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e pelo banco de capacitor

eacute consequumlecircncia direta do aumento das magnitudes de tensatildeo nas barras do sistema ver Figura

410 A reduccedilatildeo das perdas pode ser atribuiacuteda ao suprimento local de potecircncia reativa

efetuadas por meio desses elementos shunts

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

93

(a)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(b)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(c)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(d)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Pa [MW]

(e)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Figura 49 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras (a) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo (PV) (b) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts das linhas de transmissatildeo (c)

somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts de barra (banco de capacitores eou reatores) (d) somatoacuterio das variaccedilotildees de perda de potecircncia reativa nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo e (e) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de

tensatildeo PVrsquos mais a barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

94

V1

V9 Ten

satildeo

[pu

]

Pa [MW]

Figura 410 ndash Variaccedilotildees das magnitudes de tensatildeo das barras do sistema IEEE-14 em funccedilatildeo de Pa

442 - Anaacutelise de desempenho do meacutetodo proposto para os sistemas IEEE

Neste item satildeo apresentados os resultados de teste para os trecircs sistemas do IEEE 14

barras 30 barras e 57 barras (FRERIS SASSON 1968)

Nos testes o nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees e o valor inicial do paracircmetro micro

foram de 10 e de ndash01 MW respectivamente O proacuteximo ponto atual eacute computado pela

Equaccedilatildeo (45) Este procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Neste momento retorna-se a soluccedilatildeo anterior e continua-se o processo com um passo menor

para micro10 As reduccedilotildees no tamanho passo satildeo efetuadas sempre que o processo de soluccedilatildeo

divergir (ou o nuacutemero de iteraccedilotildees for maior que 10) para uma toleracircncia igual a 10-6 O

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

95

processo eacute suspenso quando a reduccedilatildeo no passo (micro) natildeo acarretar uma reduccedilatildeo significativa

nas perdas isto eacute quando a reduccedilatildeo nas perdas for menor que 10-6

Para o traccedilado das curvas PV a toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-4 pu

Em ambos os procedimentos os limites superior e inferior adotados para os tap foram 105 e

095 respectivamente enquanto que os valores limites adotados para as tensotildees da barra de

folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex onde Vmin =095 e Vmaacutex =11 pu

Os ajustes de tap nos transformadores com comutaccedilatildeo de taps sob carga consistiram

da inclusatildeo da posiccedilatildeo do tap como variaacutevel dependente ao passo que as magnitudes da

tensatildeo das barras controladas foram consideradas como variaacuteveis independentes

(PETERSON MEYER 1971)

Para o traccedilado das curvas PV do caso base (curva 1 nas figuras que seguem) o

primeiro ponto de cada curva foi obtido com um fluxo de carga convencional Para os demais

pontos da curva usou-se um fluxo de carga continuado e conforme a Equaccedilatildeo (21) as cargas

foram modeladas como de potecircncia constante e o paracircmetro λ foi usado para simular o

incremento de carga ativa e reativa considerando fator de potecircncia constante

O aumento de carga foi seguido por um aumento de geraccedilatildeo usando λ

Para o traccedilado das curvas PV apoacutes a reduccedilatildeo das perdas (curva 2 nas figuras que

seguem) usou-se o mesmo procedimento utilizado para a obtenccedilatildeo da curva 1 exceto que o

primeiro ponto corresponde ao uacuteltimo ponto de operaccedilatildeo obtido com o procedimento de

reduccedilatildeo das perdas

A Tabela 43 apresenta para os trecircs sistemas o desempenho da metodologia proposta

para a reduccedilatildeo das perdas enquanto que a Tabela 44 apresenta os respectivos aumentos

obtidos para a margem de carregamento Pelas tabelas constata-se que aleacutem da diminuiccedilatildeo

dos custos operacionais dos sistemas com as reduccedilotildees nas perdas adicionalmente se obteacutem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

96

um aumento do ponto de maacuteximo carregamento ou seja um aumento superior a 5 na

margem de estabilidade desses sistemas

Tabela 43 - Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa

Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa

Perdas (MW) Sistema

IEEE Caso base Finais

Reduccedilatildeo nas perdas (MW)

14 barras 134411 124141 10270 764

30 barras 183360 162539 20830 1136

57 barras 282796 254196 28600 1001

Tabela 44 - Margem de carregamento

Margem de carregamento PMC (pu) Sistema

IEEE Caso base

Apoacutes reduccedilatildeo

Aumento da MC (∆MC em pu)

14 barras 17680 18791 01111 1447

30 barras 14884 16260 01376 2617

57 barras 16007 17355 01348 2224

As Figuras 411 413 e 415 apresentam para os respectivos sistemas as curvas PV

nas barras criacuteticas para o caso base e para o caso apoacutes a reduccedilatildeo das perdas de onde se pode

confirmar os resultados apresentados na Tabela 44 As barras criacuteticas satildeo 14 30 e 31

respectivamente para os sistemas 14-barras 30-barras e 57-barras

Adicionalmente conforme se pode verificar nas Figuras 412 414 e 416 onde satildeo

apresentados os perfis de magnitude de tensatildeo e dos respectivos acircngulos o aumento da

margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do perfil da

magnitude de tensatildeo Tambeacutem se pode notar nos perfis de magnitude de tensatildeo e da Tabela

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

97

44 que as melhorias da margem de carregamento conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das

perdas satildeo significativas uma vez que estas foram obtidas sem nenhuma alteraccedilatildeo nas

injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga

Conforme jaacute comentado uma caracteriacutestica que deve ser almejada em um sistema

eleacutetrico de energia eacute que a tensatildeo criacutetica tensatildeo relativa ao ponto de maacuteximo carregamento se

mantenha a um niacutevel de preferecircncia o mais baixo quanto possiacutevel da tensatildeo normal de

operaccedilatildeo sem que isto consequumlentemente venha a prejudicar o perfil geral de tensatildeo

(WECC 1998) Observa-se nas Figuras 411 413 e 415 que os valores das tensotildees criacuteticas

no caso base representados na curva 1 estatildeo muito proacuteximos aos seus respectivos valores

apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas conforme verificado por meio da curva 2 ou

seja dentro da caracteriacutestica desejada em (WECC 1998)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

98

bull Sistema IEEE-14 barras

Figura 411 - Curvas PV do sistema IEEE-14 barras

Figura 412 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-14 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

99

bull Sistema IEEE 30 barras

Figura 413 - Curvas PV do sistema IEEE-30 barras

Figura 414 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-30 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

100

bull Sistema IEEE-57 barras

Figura 415 - Curvas PV do sistema IEEE-57 barras

Figura 416 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-57 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

101

Um outro aspecto importante que deve ser ressalvado eacute que o principal fator

responsaacutevel pela instabilidade de tensatildeo eacute a incapacidade do sistema em atender a demanda de

potecircncia reativa ou seja o colapso de tensatildeo eacute devido ao esgotamento progressivo das

reservas de reativos nos geradores

Com o meacutetodo proposto obtecircm-se um aumento nas reservas de reativos nos geradores

as quais satildeo alcanccediladas como consequumlecircncia direta da reduccedilatildeo das perdas de potecircncia ativa

conforme se verifica na Tabela 45 onde satildeo apresentadas as potecircncias reativas geradas para o

caso base e para o caso apoacutes a reduccedilatildeo das perdas

Tabela 45 - Reserva de reativos

Reserva de reativos (MVAr) ΣQgerado

Sistema

IEEE Caso base Final Reserva ΣQgerado

14 barras 1021869 743556 278313 2724 30 barras 1439388 1302830 136458 948 57 barras 3219223 2974083 245140 762

443 - Influecircncia da barra de folga na reduccedilatildeo das perdas

O objetivo deste item eacute o de apresentar a influecircncia da escolha da barra de folga

durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Inicialmente analisaremos o sistema IEEE

57 barras e posteriormente o sistema IEEE 118 barras Nos procedimentos de reduccedilatildeo de

perdas que se seguem a toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-6 pu enquanto que

para o traccedilado das curvas PV foi de 10-4 pu

Adotou-se um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 10 Em ambos os procedimentos

os valores adotados para os tap foram de 10 pu enquanto que os valores limites adotados

para as tensotildees da barra de folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex sendo Vmin = 094

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

102

pu e Vmaacutex = 110 pu O valor inicial adotado para micro eacute ndash01 MW isto eacute Pa eacute reduzido em

10 O proacuteximo ponto atual eacute computado pela Equaccedilatildeo (45) Este procedimento eacute repetido

ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Convencionalmente a referecircncia angular eacute especificada na barra de folga Sabe-se que

qualquer barra geradora pode ser escolhida como referecircncia angular e que a convergecircncia do

problema de fluxo de potecircncia natildeo seraacute afetada por essa escolha (LEE KIM 2002)

Por outro lado sabe-se tambeacutem que a escolha da barra de folga afeta o valor da perda

ativa (reativa) total podendo resultar em maiores ou menores perdas na transmissatildeo Assim

com o intuito de garantir que o caso base a ser utilizado no processo de reduccedilatildeo de perdas seja

sempre o mesmo independente da barra adotada como barra de folga para todos os demais

casos analisados especificou-se como valor de potecircncia ativa gerada para a barra de folga

original do banco de dados (no caso a barra 1 do sistema IEEE-57 barras e a 69 do IEEE-118

barras) aquele determinado para o caso base considerando a barra de folga original

4431 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-57 barras

Nas Figuras 417 e 418 apresentam-se os respectivos perfis de magnitude da tensatildeo e

de acircngulo obtidos para o caso base com o fluxo de carga convencional e os obtidos com o

processo de reduccedilatildeo de perdas utilizando o fluxo de carga continuado proposto Observa-se

que apoacutes a reduccedilatildeo das perdas os perfis satildeo muito proacuteximos e que haacute uma melhora do perfil

de magnitude de tensatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base

Nas Tabelas 46 e 47 podem-se verificar os respectivos valores de magnitude de

tensatildeo e potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

103

proposta para a reduccedilatildeo das perdas considerando cada um dos quatros geradores do sistema

IEEE-57 (1 3 8 e 12) como barra de folga Observa-se que a menor magnitude de tensatildeo

tanto para o caso base quanto apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi na barra 31 sendo os

respectivos valores iguais a 08241 pu e 09408 pu Com relaccedilatildeo ao perfil de acircngulo das

barras apoacutes recalculaacute-los considerando a barra 1 como barra de referecircncia verifica-se que

ocorreu muito pouca variaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base Isso jaacute era esperado posto que natildeo

houve variaccedilatildeo de potecircncia ativa gerada e consumida mas apenas na perda ativa total

0 10 20 30 40 50 6008

085

09

095

1

105

11

115

Tens

atildeo (p

u)

nuacutemero das barras

timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 417 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-57 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

104

0 10 20 30 40 50 60-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

Acircng

ulo

(gra

us)

nuacutemero das barras timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12 Referindo ao acircngulo da barra 1 apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando

como barra de referecircncia timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 418 - Perfil de acircngulo do sistema IEEE-57 barras

Tabela 46 - Magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-57 barras

Tensatildeo (pu) Barra de folga V1 V2 V3 V6 V8 V9 V12 1 11000 10768 10688 10783 11000 10749 11000 3 11000 10798 10793 10775 10991 10737 10982 8 11000 10759 10636 10709 11000 10707 10914 12 11000 10771 10713 10831 11000 10758 11000

1 (caso base) 10400 10100 09850 09800 10050 09800 10150

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

105

Tabela 47 - Potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-57 barras

Potecircncia reativa gerada (MVAr) Barra de folga QG1 QG 2 QG 3 QG 6 QG 8 QG 9 QG 12 1 633974 -28379 59707 137612 643029 44035 1332204 3 473342 -07216 399725 34984 646512 11178 1255745 8 780394 -06764 14231 32798 835336 10496 1177180

12 603791 -45166 95023 219001 563339 70083 1323922 1 (caso base) 1294766 -07261 15276 35207 650592 11267 1263672

A Tabela 48 apresenta considerando cada um dos quatros geradores do sistema

IEEE-57 (1 3 8 e 12) como barra de folga os valores das perdas ativa e reativa seacuterie totais

apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia proposta para a reduccedilatildeo das perdas Observa-se da Tabela

48 que o caso base eacute o mesmo para todos os casos analisados e que para este sistema as

reduccedilotildees nas perdas ativa e reativa seacuterie totais satildeo praticamente da mesma ordem de grandeza

Na Tabela 49 observam-se os aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das

linhas de transmissatildeo e as variaccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga

mais as PVs Fica clara a contribuiccedilatildeo da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de

transmissatildeo Consequumlente dessa contribuiccedilatildeo bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia

reativa nos elementos seacuteries das linhas de transmissatildeo pode-se observar na uacuteltima coluna da

Tabela 49 que haacute uma reduccedilatildeo da potecircncia reativa total gerada pelas barras de folga mais as

PVs

Tabela 48 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema IEEE-57 barras

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr)

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo 1 286127 241127 44997 1243319 1045200 198119 3 286127 240126 46000 1243312 1042192 201120 8 286127 243128 42998 1243319 1053650 189669 12 286127 244127 42000 1243319 1056678 186641

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

106

Tabela 49 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as PVs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema IEEE-57 barras

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo 1 1150550 1349006 198456 3263519 2822182 441338 3 1150551 1352361 201810 3263519 2814270 449249 8 1150550 1338467 187917 3263519 2843671 419848 12 1150550 1351587 201036 3263519 2829993 433526

A Figura 419 apresenta as curvas PVacutes para a barra criacutetica barra 31 para o caso base

e para os casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas de onde se pode confirmar que os pontos de

maacuteximo carregamento e o aumento da margem de carregamento conforme apresentado na

Tabela 410 satildeo praticamente os mesmos Conforme jaacute comentado anteriormente o aumento

da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do perfil da

tensatildeo conforme se pode verificar na Figura 417 Tambeacutem se pode notar das curvas PVacutes e

da Tabela 410 que as melhorias da margem de carregamento conseguidas atraveacutes da

reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas uma vez que estas foram obtidas sem nenhuma

alteraccedilatildeo nas injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga responsaacutevel pelo

fechamento do balanccedilo ativo Esse aumento se deve ao aumento da reserva de reativos nos

geradores conforme apresentado na uacuteltima coluna da Tabela 49

Tabela 410 - Margem de carregamento

Margem de carregamento Ponto de maacuteximo carregamento (pu) Aumento da MC (∆MC)

Barra de

folga Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu) 1 15331 16638 01307 2452 3 15331 16638 01307 2452 8 15331 16637 01306 2449 12 15331 16638 01307 2452

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

107

Ten

satildeo

(pu

)

fator de carregamento λ

15331

16638

∆MC=01307

timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas)

Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 419 - Curvas PVacutes da barra criacutetica (barra 31) do sistema IEEE-57 barras

4432 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-118 barras

Nas Figuras 420 421 e 422 apresentam-se os perfis de magnitude da tensatildeo do

sistema IEEE-118 barras para o caso base e para os casos obtidos com o processo de reduccedilatildeo

de perdas considerando como barra de folga as barras 69 27 e 26 respectivamente Para este

sistema diferente do ocorrido para o sistema IEEE-57 observa-se que apoacutes a reduccedilatildeo das

perdas os perfis de magnitude de tensatildeo apresentam uma grande diferenccedila Embora em todos

os casos o procedimento tenha produzido uma reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

108

conforme apresentado na Tabela 411 somente com o uso da barra 26 como barra de folga

constata-se em relaccedilatildeo ao perfil do caso base uma melhora de todo o perfil de magnitude de

tensatildeo

Observa-se que o menor e o maior valor de magnitude de tensatildeo para o caso base

ocorreram nas barras 76 e 10 e foram de 09430 pu e 1050 pu respectivamente Apoacutes a

aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto a menor magnitude de tensatildeo no valor de 09337 pu ocorreu

na barra 28 quando do uso da barra 69 como barra de folga Jaacute a maior magnitude de tensatildeo

no valor de 11031 pu ocorreu na barra 9 quando do uso da barra 26 como barra de folga A

barra 9 eacute uma barra sem carga

Na Figura 423 apresenta-se os perfis de magnitude da tensatildeo das barras de geraccedilatildeo

para o caso base e o obtido com o processo de reduccedilatildeo de perdas considerando a barra 26

como barra de folga Na Figura 424 mostra-se as variaccedilotildees percentuais em relaccedilatildeo agrave

magnitude de tensatildeo do caso base das respectivas magnitudes de tensatildeo das barras de

geraccedilatildeo considerando a barra 26 como barra de folga Dessas figuras se constata que a

variaccedilatildeo percentual natildeo seraacute a mesma para todas as barras Na Figura 425 (a) e 425 (b)

mostra-se as variaccedilotildees da magnitude de tensatildeo e da potecircncia reativa gerada pelas barras 26

27 e 69 durante o processo de reduccedilatildeo de perdas considerando a barra 26 como barra de

folga

Da Tabela 411 verifica-se que para este sistema as maiores reduccedilotildees nas perdas ativa

e reativa seacuterie totais ocorrem quando do uso da barra 26 como barra de folga Da mesma

forma da Tabela 412 que apresenta os aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts

das linhas de transmissatildeo e as reduccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga

mais as PVs se verifica que as maiores contribuiccedilotildees de potecircncia reativa fornecida pelos

shunts das linhas de transmissatildeo e de reduccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras

de folga mais as PVs tambeacutem ocorrem quando do uso da barra 26 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

109

Tabela 411 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema IEEE-118 barras

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr)

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo 26 1311543 1150543 161000 7678841 6721797 957044 27 1311543 1187545 123998 7678841 7004000 674842 69 1311543 1222544 88999 7678841 7347540 331301

Tabela 412 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as PVs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema IEEE-118 barras

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo 26 1368262 1545199 1766940 7527540 4697815 2829726 27 1368262 1523670 1554077 7527540 5133701 2393840 69 1368262 1445854 77592 7527540 6212204 1315336

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Ten

satildeo

(pu

)

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 420 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 69 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

110

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

Ten

satildeo

(pu

)

nuacutemero das barras

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas Figura 421 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 27 como

barra de folga

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Ten

satildeo

(pu

)

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas Figura 422 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como

barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

111

0 10 20 30 40 5007

075

08

085

09

095

1

105

11

Tens

atildeo (p

u)

g caso base g apoacutes a reduccedilatildeo das perdas

Figura 423 - Perfil da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

0 10 20 30 40 500

1

2

3

4

5

6

7

8

Tens

atildeo (

)

Figura 424 - Variaccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo ao caso base da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

112

V26

V27

V69

Pa [MW]

Ten

satildeo

[pu

]

Qg26

Qg27

Qg69

Pa [MW]

Potecirc

ncia

rea

tiva

gera

da [M

VA

r]

Figura 425 - (a) Variaccedilatildeo da magnitude de tensatildeo e (b) da potecircncia reativa gerada pelas barras de geraccedilatildeo 26 27 e 69 do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

As Figuras 426 (a) e (b) apresentam as curvas PVacutes para a barra 9 cuja magnitude de

tensatildeo foi utilizada como paracircmetro da continuaccedilatildeo durante o traccedilado da curva PV e da barra

criacutetica barra 13 para o caso base e para os casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas Das figuras 426

(a) e (b) e da Tabela 413 pode-se verificar que o ponto de maacuteximo carregamento e o aumento

da margem de carregamento seraacute maior quando do uso da barra 26 como barra de folga

Conforme jaacute comentado anteriormente quando do uso da barra 26 como barra de folga o

(a)

(b)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

113

aumento da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do

perfil de magnitude de tensatildeo conforme se pode verificar na Figura 422 Tambeacutem se pode

notar das curvas PVacutes e da Tabela 413 que as melhorias da margem de carregamento 923

e 1559 conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas quando do uso ou da

barra 26 ou da 27 como barra de folga Entretanto quando do uso da barra 69 como barra de

folga apesar da reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa serem de 89 MW e 3313 MVAr (ver

Tabela 411) o aumento da margem de carregamento do sistema foi de apenas 132

Tabela 413 - Margem de carregamento para o sistema IEEE-118 barras

Margem de carregamento Ponto de maacuteximo carregamento (pu) Aumento da MC (∆MC)

Barra de

folga Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu) 69 20817 20960 00143 132 27 20817 21815 0 0998 923 26 20817 22503 01686 1559

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

114

08 1 12 14 16 18 2 22 2404

05

06

07

08

09

1

11V9

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

20817

22503

∆MC=01686

08 1 12 14 16 18 2 22 24

04

05

06

07

08

09

1

11

V9

fator de carregamento λ

Tens

atildeo [p

u]

V13

timestimestimestimes caso base (barra 69 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de folga bullbullbullbull barra 69 ++++ barra 26 oooo barra 27

Figura 426 - Curvas PVacutes do sistema IEEE-118 barras (a) curva PV da barra 9 e (b) curva PV da barra 13

(a)

(b)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

115

45 - Comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga oacutetimo

e o fluxo de carga continuado proposto

O objetivo desse item eacute o de comparar o desempenho do fluxo de carga continuado

proposto com o do fluxo de carga oacutetimo Ao contraacuterio do fluxo de carga convencional o fluxo

de carga continuado proposto possibilita a reduccedilatildeo das perdas a partir de um caso base assim

natildeo se faz necessaacuterio realizar um processo de tentativa e erro para atingir o criteacuterio desejado

Por outro lado conforme ficou claro do item 443 haacute a necessidade de se escolher uma barra

de folga para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total uma vez que sua escolha

influenciara o estado final obtido Entatildeo a titulo de comparaccedilatildeo escolheu-se entre os

resultados obtidos no item 443 aquele que apresentou o melhor desempenho

As Figuras 427 e 428 apresentam para os sistemas IEEE-57 e IEEE-118 os

respectivos perfis de magnitudes de tensatildeo e de acircngulo obtidos com o fluxo de carga

convencional para o caso base com os meacutetodos do fluxo de carga continuado proposto e com

o fluxo de carga oacutetimo Observa-se que o ponto de partida para aplicaccedilatildeo da metodologia de

reduccedilatildeo de perdas e do fluxo de carga oacutetimo eacute um caso base obtido por um fluxo de carga

convencional com os taps dos transformadores fixos em 10

As perdas de potecircncia ativa para o caso base dos sistemas IEEE-57 e IEEE-118 satildeo de 2861

MW e 13116 MW respectivamente Os valores das perdas de potecircncia ativa total obtidos

com o fluxo de carga oacutetimo foram de 2333 MW para o sistema IEEE-57 barras e de 10804

MW para o sistema IEEE-118 barras Enquanto que apoacutes a aplicaccedilatildeo fluxo de carga

continuado proposto as perdas de potecircncia ativa para esses sistemas foram de 2427 MW e

11505 MW respectivamente Assim aplicaccedilatildeo da metodologia de reduccedilatildeo de perdas nos

sistemas IEEE-57 e IEEE-118 conduz a uma reduccedilatildeo nas perdas de 424 MW (1487) e

161 MW (1228) respectivamente com o consequumlente aumento nas economias financeira

Observa-se que aleacutem da reduccedilatildeo nas perdas haacute uma melhora do perfil de tensatildeo Observa-se

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

116

0 10 20 30 40 5008

085

09

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Tens

atildeo (p

u)

0 10 20 30 40 50 60-25

-20

-15

-10

-5

0

nuacutemero das barras

Acircng

ulo

(gra

us)

timestimestimestimes caso base utilizando a barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando a barra 1 como barra de folga oooo obtido com um programa FCO utilizando a barra 1 como barra de folga

Figura 427 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema IEEE-57

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

117

0 20 40 60 80 100 120094

096

098

1

102

104

106

108

11

nuacutemero das barras

Tens

atildeo (p

u)

0 20 40 60 80 100 120-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

nuacutemero das barras

Acircng

ulo

(gra

us)

timestimestimestimes caso base utilizando a barra 26 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando a barra 26 como barra de folga oooo obtido com um programa FCO utilizando a barra 26 como barra de folga

Figura 428 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema IEEE-118

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

118

tambeacutem que ambas foram obtidas sem praticamente nenhuma modificaccedilatildeo nas injeccedilotildees de

potecircncia ativa dos geradores

Os resultados apresentados nestas figuras mostram tambeacutem que com a aplicaccedilatildeo do

meacutetodo do fluxo de carga continuado proposto eacute possiacutevel se obter pontos de operaccedilatildeo

proacuteximos aos obtidos pelo fluxo de carga oacutetimo

A Figura 429 apresenta para o sistema IEEE-57 as curvas PV obtidas partindo do

estados fornecidos pelo fluxo de carga oacutetimo e apoacutes a uacuteltima iteraccedilatildeo da metodologia de

reduccedilatildeo de perdas proposta juntamente com a curva PV do caso base A melhora de 245 na

margem de carregamento pode ser confirmada na Figura 429 onde a margem de

carregamento sem reduccedilatildeo de perdas (caso base) era de 15331 pu e apoacutes a reduccedilatildeo das

perdas passou a 16637 pu correspondendo a um aumento em 01306 pu

No caso do sistema IEEE-118 como se pode confirmar na Figura 430 que a melhora

na margem de carregamento foi de 156 Para esse sistema a margem de carregamento sem

reduccedilatildeo de perdas (caso base) era de 20817 pu e apoacutes a reduccedilatildeo das perdas passou a 22503

pu correspondendo a um aumento de 01686 pu Como se pode confirmar da figura o

aumento da margem de carregamento obtido partindo do estado fornecido pelo fluxo de carga

oacutetimo eacute ligeiramente maior 18

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

119

1 11 12 13 14 15 16 170

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

Ten

satildeo

(pu

)

caso base sem reduccedilatildeo de perdas FCCP com reduccedilatildeo de perdas FCO com reduccedilatildeo de perdas +++++

Fator de carregamento λ

∆MC 01306

15331 16637

Figura 429 - Curvas PV inicial e final para o sistema IEEE-57

08 1 12 14 16 18 2 22 24

04

05

06

07

08

09

1

11

Tens

atildeo (p

u)

caso base sem reduccedilatildeo de perdas FCCP com reduccedilatildeo de perdas FCO com reduccedilatildeo de perdas +++++

Fator de carregamento λ

∆MC 01686

20817 22503

22760

Figura 430 - Curvas PV inicial e final para o sistema IEEE-118

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

120

46 ndash Desempenho do fluxo de carga continuado proposto para sistemas de grande porte

O objetivo deste item eacute o de apresentar o desempenho do meacutetodo proposto para

sistemas de meacutedio porte e real de grande porte no caso o sistema IEEE-300 de 300 barras e

411 linhas e o sistema OTS-904 que eacute um sistema de 904 barras e 1283 linhas

correspondente a uma parte do sistema sudoeste Americano

Nos procedimentos de reduccedilatildeo de perdas nesses sistemas a toleracircncia adotada para os

mismatches foi de 10-6 pu enquanto que para o traccedilado das curvas PV foi de 10-5 pu

Adotou-se um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 20 Em ambos os procedimentos os

valores adotados para os tapacutes foram de 10 pu enquanto que os valores limites adotados

para as tensotildees da barra de folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex sendo Vmin igual a

090 pu e Vmaacutex igual a 110 pu para ambos os sistemas Os valores iniciais adotados para o

paracircmetro da continuaccedilatildeo (micro) foram de ndash02 MW e ndash05MW para os sistema IEEE-300 e

OTS-904 respectivamente O proacuteximo ponto atual eacute computado pela equaccedilatildeo (45) Este

procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Da mesma forma que ocorreu para todos os sistemas jaacute analisados observa-se que

apoacutes a reduccedilatildeo das perdas haacute uma melhora do perfil de tensatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base

Para o sistema IEEE-300 observou-se que a menor magnitude de tensatildeo para o caso

base foi na barra 526 e apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi na barra 9033 sendo os

respectivos valores iguais a 08636 pu e 09156 pu Para o sistema OTS-904 a menor

magnitude de tensatildeo tanto para o caso base quanto apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi

na barra 277 sendo os respectivos valores iguais a 08681 pu e 09000 pu Em ambos os

sistemas as maacuteximas magnitudes de tensatildeo natildeo foram maiores que o valor maacuteximo de 11 pu

A tabela 414 apresenta para os dois sistemas os valores das perdas ativa e reativa

seacuterie totais apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia proposta para a reduccedilatildeo das perdas Observa-se

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

121

da tabela que a maior reduccedilatildeo nas perdas ativa e reativa seacuterie totais ocorrem para o sistema

IEEE-300

Na tabela 415 observam-se os respectivos aumentos da potecircncia reativa fornecida

pelos shunts das linhas de transmissatildeo e as variaccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas

barras de folga e PVs Novamente observa-se claramente a contribuiccedilatildeo da potecircncia reativa

fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia

reativa nos elementos seacuteries das linhas de transmissatildeo com a consequumlente reduccedilatildeo da

potecircncia reativa total gerada pelas barras de folga mais as PVs como se pode observar da

uacuteltima coluna da tabela 415

Tabela 414 ndash Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr) Sistema

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo IEEE-300 7049 4215983 3905984 310000 5589485 5170518 418967 OTS-904 882 7517768 7433768 84000 1611578 1591707 19871

Tabela 415 ndash Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga e PVs com a reduccedilatildeo da perda

ativa total

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada Sistema

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo IEEE-300 7049 583705 632437 48732 683817 611434 72384

OTS-904 882 717591 730714 13123 1343894 1314866 29028

As Figuras 431 e 432 apresentam para o sistema IEEE-300 e OTS-904 as curvas PV

para as respectivas barras criticas 526 e 138 cujas magnitudes de tensatildeo foram utilizadas

como paracircmetro da continuaccedilatildeo durante o traccedilado da curva PV para o caso base e para os

casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas Das figuras e da Tabela 416 pode-se verificar o aumento da

margem de carregamento de ambos os sistemas

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

122

Tabela 416 ndash Margem de carregamento

Margem de carregamento (MC)

Ponto de maacuteximo carregamento (pu)

Aumento da MC (∆MC) Sistema Barra

de folga

Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu)

IEEE-300 7049 10552 11079 00527 955 OTS-904 882 12206 12486 00280 127

098 1 102 104 106 108 11 112055

06

065

07

075

08

085

09

095

V526

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

10552

∆MC=00527

11079

timestimestimestimes caso base (barra 7049 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 431 - Curva PVacutes do sistema IEEE-300 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

123

095 1 105 11 115 12 12503

04

05

06

07

08

09

1

V138

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

102206

12486

∆MC=00280

timestimestimestimes caso base (barra 882 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 432 - Curvas PVacutes do sistema OTS-904 barras

Capiacutetulo 5

CONCLUSOtildeES

51 Introduccedilatildeo

Os meacutetodos da continuaccedilatildeo satildeo considerados como poderoso ferramental na anaacutelise de

fluxo de carga podendo ser utilizados quando satildeo encontradas dificuldades de convergecircncia

traduzidas pela singularidade da matriz Jacobiana dos meacutetodos convencionais Esses meacutetodos

permitem a determinaccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e de maacutexima transferecircncia de

potecircncia bem como de todas as possiacuteveis soluccedilotildees das equaccedilotildees de fluxo de carga ou seja a

curva PV completa constituindo-se a base para a avaliaccedilatildeo da seguranccedila e da estabilidade de

tensatildeo (MANSOUR 1993)

52 Contribuiccedilotildees

A deficiecircncia de potecircncia reativa numa regiatildeo do sistema pode causar um aumento das

perdas tanto nesta regiatildeo como no sistema todo Isso porque o suprimento desses reativos

deve ser efetuado por geradores muitas vezes mais distantes da regiatildeo de interesse fazendo

com que correntes elevadas percorram o sistema Com base nisso nesta tese foi proposto a

modificaccedilatildeo do fluxo carga continuado para efetuar-se a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

125

ativa visando com isso aumentar a margem de carregamento do sistema A reduccedilatildeo das perdas

eacute alcanccedilada por intermeacutedio do redespacho de potecircncia reativa

O fluxo de carga continuado proposto difere em alguns aspectos do fluxo de carga

continuado usado para obter o ponto de maacuteximo carregamento No fluxo de carga continuado

o objetivo eacute obter o ponto de maacuteximo carregamento da curva PV Por outro lado no fluxo de

carga continuado proposto o objetivo eacute o de melhorar a margem de carregamento por meio da

reduccedilatildeo das perdas usando o meacutetodo da continuaccedilatildeo

Ao contraacuterio do fluxo de carga continuado no qual os valores da carga e da geraccedilatildeo de

potecircncia ativa do caso base satildeo aumentadas em uma direccedilatildeo preestabelecida no meacutetodo

proposto elas permanecem fixas No fluxo de carga continuado as barras PV satildeo tratadas

como simples barras PV e enquanto suas respectivas potecircncias reativas geradas estatildeo entre

seus respectivos limites suas respectivas equaccedilotildees natildeo estatildeo presentes na matriz Jacobiana

Assim suas magnitudes de tensotildees permanecem fixas nos seus respectivos valores

especificados sendo tratadas como variaacuteveis independentes No caso de violaccedilatildeo a barra PV

eacute alterada para tipo PQ com Q sendo especificado no valor limite e a sua magnitude de

tensatildeo eacute considerada como uma incoacutegnita do problema Por outro lado no fluxo de carga

continuado proposto as magnitudes de tensotildees nas barras PV podem variar e satildeo calculadas

para o valor especificado de perda total de potecircncia ativa sendo tratadas portanto como

variaacuteveis dependentes

Na metodologia proposta a geraccedilatildeo de potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo

satildeo mantidas constantes nos respectivos valores do caso base enquanto que o valor da perda

total de potecircncia ativa eacute preacute-ajustado atraveacutes de um novo paracircmetro Apoacutes se obter a soluccedilatildeo

do caso base por meio de um fluxo de carga convencional e se ter definido um passo para

reduccedilatildeo das perda total de potecircncia ativa o fluxo de carga continuado proposto eacute usado para

calcular as demais soluccedilotildees ateacute que um ponto neste trabalho definido como ponto de miacutenima

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

126

perda seja atingido A teacutecnica de previsatildeo adotada foi a trivial ou polinomial modificada de

ordem zero na qual o valor do paracircmetro da continuaccedilatildeo eacute prefixado Assim atraveacutes do

meacutetodo proposto eacute possiacutevel se especificar o valor desejado de variaccedilatildeo na perda ativa total na

transmissatildeo e a sua soluccedilatildeo provecirc o ponto de operaccedilatildeo para o qual a perda ocorre A geraccedilatildeo

de potecircncia ativa da barra adotada como barra de folga eacute reprogramada para fechar o balanccedilo

de potecircncia ativa do sistema ou seja o seu valor variaraacute a fim de acomodar aleacutem da

diferenccedila entre a potecircncia ativa gerada e a consumida de todo o sistema a reduccedilatildeo da perda

total de potecircncia ativa na transmissatildeo

Os resultados apresentados neste trabalho mostram que a utilizaccedilatildeo do meacutetodo

proposto proporciona natildeo soacute uma reduccedilatildeo das perdas e consequumlentemente dos custos

operacionais mas tambeacutem um aumento do ponto de maacuteximo carregamento isto eacute da margem

de estabilidade do sistema

O aumento da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a

melhoria do perfil da tensatildeo e com o aumento das reservas de reativos nos geradores natildeo

tendo no entanto ocorrido mudanccedilas relevantes na tensatildeo criacutetica Manter o valor da tensatildeo

criacutetica tatildeo baixa quanto esta possa ser em relaccedilatildeo agrave tensatildeo normal de operaccedilatildeo sem

comprometer consequumlentemente o perfil geral de tensatildeo eacute uma caracteriacutestica recomendada

em (WECC 1998) (FTCT 1999) Observa-se que as melhorias na margem de carregamento

conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas uma vez que estas foram

obtidas sem nenhuma alteraccedilatildeo nas injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga

Foram esclarecidos como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema eleacutetrico de potecircncia

durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Em geral haacute uma reduccedilatildeo da potecircncia

reativa total gerada pela barra de folga e as barras de geraccedilatildeo como consequumlecircncia direta dos

aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e de barras

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

127

bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia reativa nos elementos seacuteries das linhas de

transmissatildeo

O fluxo de carga continuado proposto possibilita a reduccedilatildeo das perdas a partir de um

caso base assim natildeo se faz necessaacuterio realizar um processo de tentativa e erro para atingir o

criteacuterio desejado Por outro lado as analises mostram que haacute a necessidade de se escolher uma

barra de folga para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total uma vez que sua

escolha influenciara o estado final obtido Um outro ponto importante eacute que com o meacutetodo

proposto eacute possiacutevel se obter pontos de operaccedilatildeo muito proacuteximos aos obtidos por meio de um

programa de fluxo de carga oacutetimo o que mostra que o meacutetodo proposto pode ser uma

alternativa viaacutevel para a aplicaccedilotildees de estudos da operaccedilatildeo para reforccedilar a estabilidade

estaacutetica de tensatildeo

Outro aspecto importante eacute o de que o meacutetodo proposto eacute de faacutecil incorporaccedilatildeo a

qualquer programa de Fluxo de Carga

53 Sugestotildees para futuros trabalhos

Algumas sugestotildees para dar continuidade aos trabalhos iniciados por esta tese

sect Tendo em vista que para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total a partir

de um caso base haacute a necessidade de se escolher uma barra de folga uma vez que sua

escolha influenciaraacute o estado final obtido uma necessidade seria a de se investigar e

definir um criteacuterio para se estabelecer qual barra seria a mais apropriada como barra

de folga

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

128

sect A escolha do valor oacutetimo para o passo do paracircmetro da continuaccedilatildeo objetivando a

reduccedilatildeo do nuacutemero de pontos e de iteraccedilotildees necessaacuterias para a obtenccedilatildeo do ponto de

miacutenimas perdas

sect Em (ZAMBRONI 1998) eacute mostrado que a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa

num grande sistema de potecircncia natildeo afeta muito sua margem de carregamento mas

que o controle das perdas em uma aacuterea criacutetica do sistema pode apresentar resultados

mais satisfatoacuterios Seria interessante avaliar os efeitos produzidos na margem de

carregamento do sistema realizando a reduccedilatildeo das perdas em uma aacuterea especifica do

sistema no caso a aacuterea criacutetica e comparaacute-los com os obtidos com a reduccedilatildeo da perda

total de potecircncia ativa

sect Analisar a utilizaccedilatildeo de fatores de participaccedilatildeo dos geradores a fim de definir um

redespacho que proporcione um melhor ganho de margem Os fatores de participaccedilatildeo

poderiam ser obtidos pela anaacutelise de sensibilidade dos autovalores e os

correspondentes autovetores direito e esquerdo da matriz Jacobiana modificada do

fluxo de carga continuado proposto procurando determinar os geradores que mais

contribuem para a reduccedilatildeo das perdas e o aumento da margem de carregamento

sect Considerar na metodologia proposta para a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa na

transmissatildeo aleacutem da equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo a equaccedilatildeo da

potecircncia reativa injetada das barras cuja magnitude de tensatildeo sejam reguladas por

transformadores com controle automaacutetico de tap

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138

Apecircndice A

ARTIGOS PUBLICADOS INERENTES AO DOUTORADO

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M Real Power Losses Reduction and Load Margin Improvement via Continuation

Method In IEEE Transactions on Power Systems EUA v 19 (3) p 1690-1692 2004

MALANGE F C V ALVES D A DA SILVA L C P CASTRO C A DA COSTA G

R M Alternative Continuation Method for Loading Margin Improvement and

Transmission Losses Reduction In Transmission and Distribution Conference and

Exposition Latin America 2004 IEEEPES Satildeo Paulo (SP) ARndashPower System

Analysis v 1 pp 11-16 2004

MALANGE F C V AMORIN E S ALVES D A Melhoria na Margem de Carregamento

Atraveacutes da Reduccedilatildeo das Perdas de Potecircncia Ativa na Transmissatildeo Utilizando Meacutetodo da

Continuaccedilatildeo In 3o Congresso Temaacutetico de Aplicaccedilotildees de Dinacircmica e Controle da

SBMAC Ilha Solteira (SP) Editoraccedilatildeo Eletrocircnica ndash CD pp 1133-1140 2004

MALANGE F C V ALVES D A DA COSTA G R M Reduccedilatildeo de Perdas de

Transmissatildeo Atraveacutes do Meacutetodo da Continuaccedilatildeo In World Congress on Engineering

139

and Technology Education ndash WCETE GuarujaacuteSantos (SP) Editoraccedilatildeo Eletrocircnica ndash

CD pp 689-693 2004

Page 9: “Proposta de Parametrização para o Fluxo de Carga ......4.2 - O problema do fluxo de carga ótimo 71 4.3 - Metodologia proposta 75 4.3.1 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas

Figura 411 - Curvas pv do sistema ieee-14 barras 98

Figura 412 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-14 barras 98

Figura 413 - Curvas pv do sistema ieee-30 barras 99

Figura 414 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-30 barras 99

Figura 415 - Curvas pv do sistema ieee-57 barras 100

Figura 416 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema ieee-57 barras 100

Figura 417 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-57 barras 103

Figura 418 - Perfil de acircngulo do sistema ieee-57 barras 104

Figura 419 - Curvas pvacutes da barra criacutetica (barra 31) do sistema ieee-57 barras 107

Figura 420 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

69 como barra de folga 109

Figura 421 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

27 como barra de folga 110

Figura 422 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra

26 como barra de folga 110

Figura 423 - Perfil da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-118 barras

considerando a barra 26 como barra de folga 111

Figura 424 - Variaccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo ao caso base da magnitude de tensatildeo das barras

de geraccedilatildeo do sistema ieee-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga 111

Figura 425 - (a) Variaccedilatildeo da magnitude de tensatildeo e (b) da potecircncia reativa gerada pelas

barras de geraccedilatildeo 26 27 e 69 do sistema ieee-118 barras considerando a barra 26 como barra

de folga 112

Figura 426 - Curvas pvacutes do sistema ieee-118 barras (a) curva pv da barra 9 e (b) curva pv da

barra 13 114

Figura 427 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema ieee-57 116

Figura 429 - Curvas pv inicial e final para o sistema ieee-57 119

Figura 430 - Curvas pv inicial e final para o sistema ieee-118 119

Figura 431 - Curva pvacutes do sistema ieee-300 barras 122

Figura 432 - Curvas pvacutes do sistema ots-904 barras 123

LISTA DE TABELAS

Tabela 41 - Soluccedilotildees do fluxo de carga oacutetimo para o sistema da figura 41 73

Tabela 42 - Soluccedilotildees para o sistema da figura 42 75

Tabela 43 - Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa 96

Tabela 44 - Margem de carregamento 96

Tabela 45 - Reserva de reativos 101

Tabela 46 - Magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-57 barras 104

Tabela 47 - Potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo do sistema ieee-57 barras 105

Tabela 48 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema ieee-57 barras 105

Tabela 49 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as pvs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema ieee-57 barras 106

Tabela 410 - Margem de carregamento 106

Tabela 411 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema ieee-118 barras109

Tabela 412 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as pvs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema ieee-118 barras 109

Tabela 413 - Margem de carregamento para o sistema ieee-118 barras 113

Tabela 414 ndash Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais 121

Tabela 415 ndash Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e

variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga e pvs com a reduccedilatildeo da perda

ativa total 121

SUMAacuteRIO

CAPIacuteTULO 1 - INTRODUCcedilAtildeO 16

11 - Introduccedilatildeo geral 16

12 ndash Estrutura do trabalho 22

CAPIacuteTULO 2 - ANAacuteLISE DA ESTABILIDADE ESTAacuteTICA DE TENSAtildeO 25

21 - Introduccedilatildeo 25

22 ndash Estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia 25

23 ndash Estabilidade estaacutetica de tensatildeo 33

24 ndash Meacutetodos de estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo 34

25 ndash Avaliaccedilatildeo do colapso de tensatildeo baseado nas curvas PV e QV 36

251 ndash Curvas PV 37

252 ndash Curvas QV 39

26 - Margem de carregamento 40

CAPIacuteTULO 3 - MEacuteTODO DA CONTINUACcedilAtildeO E SUAS TEacuteCNICAS DE

PARAMETRIZACcedilAtildeO 46

31 ndash Introduccedilatildeo 46

32 - Fluxo de carga convencional 48

33 - Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de prediccedilatildeo parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo 53

331 ndash Teacutecnicas de prediccedilatildeo 56

3311 - Preditor tangente 56

3312 ndash Preditor secante 58

3313 - Preditor polinomial modificado de ordem zero 60

332 - Controle do passo preditor 61

333 ndash Teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo 62

3331 - Parametrizaccedilatildeo local 64

3332 ndash Teacutecnica do comprimento de arco 66

3333 ndash Teacutecnica da perpendicularidade 67

CAPIacuteTULO 4 - METODOLOGIA PROPOSTA 69

41 - Introduccedilatildeo 69

42 - O problema do fluxo de carga oacutetimo 71

43 - Metodologia proposta 75

431 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas de duas e trecircs barras 80

4311 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

de duas barras 81

4312 - Resultados obtidos com o FCCP para o sistema de trecircs barras 84

44 ndash Resultados da reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa 87

441 ndash Balanccedilo de reativos durante o procedimento de reduccedilatildeo da perda total de potecircncia

ativa 88

442 - Anaacutelise de desempenho do meacutetodo proposto para os sistemas IEEE 94

443 - Influecircncia da barra de folga na reduccedilatildeo das perdas 101

4431 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-57 barras 102

4432 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-118 barras 107

45 - Comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga oacutetimo e o

fluxo de carga continuado proposto 115

46 ndash Desempenho do fluxo de carga continuado proposto para sistemas de grande porte 120

CAPIacuteTULO 5 - CONCLUSOtildeES 124

51 Introduccedilatildeo 124

52 Contribuiccedilotildees 124

53 Sugestotildees para futuros trabalhos 127

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 129

APEcircNDICE A 138

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

16

Capiacutetulo 1

INTRODUCcedilAtildeO

11 - Introduccedilatildeo geral

Nas uacuteltimas deacutecadas os sistemas eleacutetricos de potecircncia (SEP) tecircm passado por vaacuterias

experiecircncias tais como mudanccedilas no comportamento socioloacutegico da populaccedilatildeo crises

econocircmicas restriccedilotildees ecoloacutegicas progressos tecnoloacutegicos desregulamentaccedilatildeo do setor

eleacutetrico entre outras

Estas experiecircncias chamam a atenccedilatildeo sobre alguns aspectos natildeo considerados no

passado Dentre tais aspectos estatildeo a procura por seguranccedila no sistema (confianccedila) e as

incertezas no futuro uma vez que os planejadores se baseiam em uma visatildeo de longo prazo

levando em conta previsotildees como a demanda de potecircncia a disponibilidade de geraccedilatildeo a

possibilidade de interconexatildeo de equipamento eou de novos sistemas e o desenvolvimento

de novas tecnologias

Estas previsotildees satildeo por sua proacutepria natureza incertas e qualquer divergecircncia entre o

planejamento e a realidade experimentada algum tempo depois deve ser equalizada por meio

de um impacto capaz de ser absorvido pelo sistema

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

17

Dentre os impactos de diversas naturezas podem-se citar por exemplo a crise do

petroacuteleo as restriccedilotildees ambientais que impedindo a construccedilatildeo de novos parques geradores e

linhas de transmissatildeo a privatizaccedilatildeo de concessionaacuterias estatais de energia os blecautes e o

racionamento de energia eleacutetrica

Com o crescente aumento do parque industrial haacute naturalmente um aumento

subsequumlente no carregamento do sistema e por conseguinte um aumento na potecircncia que flui

por entre as linhas de transmissatildeo ou seja no fluxo de potecircncia

Em consonacircncia com as leis de Ohm e as leis de Kirchhoff a energia eleacutetrica que flui

em uma rede eacute distribuiacuteda entre os ramos de acordo com as suas respectivas impedacircncias ateacute

que um equiliacutebrio de tensatildeo seja alcanccedilado

O fluxo de energia poderaacute sofrer mudanccedila de direccedilatildeo em qualquer instante caso a

configuraccedilatildeo da rede sofra alteraccedilotildees em consequumlecircncia de contingecircncias de linhas de

transmissatildeo de manobras em transformadores ou ainda quando estes satildeo retirados do sistema

para manutenccedilatildeo ou substituiccedilatildeo

Estes fluxos tambeacutem mudaratildeo devido a variaccedilotildees na geraccedilatildeo ou conforme a

solicitaccedilatildeo de carga isto eacute alteraccedilatildeo no carregamento do sistema

O aumento no fluxo de potecircncia tem como consequumlecircncia direta um aumento nas

perdas ativas e reativas nas linhas de transmissatildeo

As impedacircncias dos equipamentos de rede tais como geradores transformadores e

linhas de transmissatildeo provocam natildeo soacute perdas de potecircncia ativa e reativa como tambeacutem

queda de tensatildeo nestes elementos Assim as mudanccedilas no fluxo de potecircncia podem levar a

um baixo perfil de tensatildeo e em perdas mais altas nos sistemas podendo piorar particularmente

sob condiccedilotildees de carga pesada

Esta situaccedilatildeo pode ser melhorada atraveacutes da escolha de um baixo valor para a

reatacircncia seacuterie durante o processo de planejamento dos sistemas eleacutetricos de potecircncia Poreacutem

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

18

isto poderia resultar em um aumento nos niacuteveis reais de falhas no sistema Aumentos nos

niacuteveis de corrente de curto-circuito resultariam em um custo operacional maior dos

equipamentos avaliados uma vez que deveratildeo ser majorados seus valores nominais ou ainda

provocar arranjos operacionais inaceitaacuteveis (GLOVER et al 1989)

Por outro lado o operador do sistema tambeacutem pode melhorar esta situaccedilatildeo realocando

a geraccedilatildeo de potecircncia reativa no sistema uma vez que o despacho de potecircncia ativa tambeacutem eacute

controlaacutevel e tem influecircncia na potecircncia reativa que por sua vez altera as perdas na

transmissatildeo

Neste trabalho eacute assumido que o despacho de potecircncia ativa eacute executado antes do

despacho de potecircncia reativa ser considerado

Vaacuterias razotildees favoreceram a opccedilatildeo pelo controle de reativos em vez de despacho de

potecircncia ativa (CIGRE 1989) entre elas

bull O baixo custo inicial investido nas instalaccedilotildees o que normalmente alcanccedila

pequenas porcentagens do custo correspondente para potecircncia ativa em um

sistema de grande porte quando comparado agraves instalaccedilotildees de potecircncia ativa

(geradores ou linhas de transmissatildeo)

bull Sua instalaccedilatildeo pode reduzir investimentos em componentes de rede como

linhas de transmissatildeo e transformadores aleacutem de possibilitar uma maior

confiabilidade no sistema

A realocaccedilatildeo de geraccedilatildeo de potecircncia reativa pode ser feita satisfatoriamente atraveacutes de

ajustes nas variaacuteveis de controle tais como tensotildees terminais dos geradores tap de

transformadores e chaveamento de fontes de potecircncia reativa Qualquer mudanccedila em uma

destas variaacuteveis tem o efeito de mudar o perfil de tensatildeo do sistema a potecircncia reativa gerada

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

19

e a perda total do sistema Os elementos da rede podem transferir potecircncias maiores se por

eles circularem correntes reativas menores

As informaccedilotildees inerentes agraves mudanccedilas de fluxo de potecircncia natildeo soacute satildeo importantes

para que os operadores de sistemas assegurarem uma operaccedilatildeo eficiente mas tambeacutem para

manterem a confianccedila nos serviccedilos prestados Aleacutem disso tal informaccedilatildeo tambeacutem eacute uacutetil para a

reduccedilatildeo de perdas

As perdas na transmissatildeo representam de 5 a 10 da geraccedilatildeo total o que se traduz

em milhotildees de doacutelares por ano (SHARIF et al 2000) Caso se tenha informaccedilotildees de como

estas perdas acontecem eacute possiacutevel efetuar-se accedilotildees de controle com o intuito de reduzi-las

Perdas reativas baixas podem reduzir a potecircncia reativa total das instalaccedilotildees e ainda as

perdas ativas provendo com isto um ganho econocircmico consideraacutevel (CIGRE 1989)

Entatildeo a quantificaccedilatildeo e reduccedilatildeo das perdas ativas satildeo importantes porque

determinaratildeo a operaccedilatildeo econocircmica dos sistemas eleacutetricos de potecircncia Tambeacutem eacute importante

salientar que a reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa natildeo soacute pode representar uma economia

significativa no tocante a parte financeira mas tambeacutem que sua reduccedilatildeo pode ser obtida

atuando-se exclusivamente sobre as variaacuteveis de controle de reativos do sistema isto eacute sem

qualquer investimento adicional em equipamentos ou construccedilotildees

Um outro fato importante conhecido eacute que a margem de estabilidade estaacutetica de tensatildeo

do sistema aumenta em funccedilatildeo da disponibilidade de reservas de potecircncia reativa do sistema

(KUNDUR 1994) Assim ao reduzirem-se as perdas totais na transmissatildeo do sistema eleacutetrico

de potecircncia implicitamente estar-se-aacute aumentando a margem de reativos do mesmo e por

conseguinte a margem de estabilidade estaacutetica seraacute aumentada (ALVES et al 2002-I)

(ALVES et al 2002-II)

Para um ponto de operaccedilatildeo particular a margem de estabilidade estaacutetica de tensatildeo ou

margem de carregamento de colapso de tensatildeo ou simplesmente margem de carregamento eacute

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

20

a quantia de carga adicional em um padratildeo especiacutefico de aumento de carga que causaria um

colapso de tensatildeo (CIGRE 1989) (KUNDUR 1994) A determinaccedilatildeo da margem de

carregamento (MC) e as accedilotildees de controle necessaacuterias para garantir aquela margem eacute uma

tarefa essencial no planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia O Western

System Coordinating Council (WSCC) exige que seus membros garantam pelo menos 5 de

margem na curva PV apoacutes qualquer contingecircncia em um uacutenico elemento (WECC 1998)

No Brasil o operador nacional do sistema eleacutetrico brasileiro (ONS) apresenta em seu

manual de procedimentos de rede sugestotildees de criteacuterios para o planejamento no tocante a

expansatildeo do sistema eleacutetrico visando a manutenccedilatildeo de um niacutevel miacutenimo de margem de

estabilidade estaacutetica da tensatildeo ou seja para situaccedilatildeo de contingecircncia simples a margem de

carregamento seja maior ou igual a 6 (ONS 2001)

Assim as vantagens da reduccedilatildeo de perdas em linhas de transmissatildeo aleacutem de

proporcionarem economias de gastos enquanto impotildee aos equipamentos dos sistemas um

decreacutescimo no carregamento provecirc uma melhoria no perfil da tensatildeo do sistema e na margem

de estabilidade estaacutetica de tensatildeo

O caacutelculo da perda de potecircncia ativa pode ser realizado atraveacutes de vaacuterios meacutetodos jaacute

apresentados na literatura como por exemplo pelo simples produto entre os valores da

resistecircncia eleacutetrica da linha de transmissatildeo pelo quadrado da magnitude da corrente que

circula por ela (em outras palavras R I2)

O caacutelculo pode tambeacutem ser realizado atraveacutes da adiccedilatildeo algeacutebrica do fluxo de potecircncia

ativa nas duas extremidades das linhas de transmissatildeo sendo que a perda total seraacute o

somatoacuterio de todas as perdas nas linhas de transmissatildeo

O meacutetodo do fluxo de carga convencional (FC) eacute utilizado na determinaccedilatildeo da

magnitude da tensatildeo e do acircngulo de fase da tensatildeo de cada barra em um sistema de potecircncia

sob condiccedilotildees equilibradas Uma vez obtidos os fluxos de potecircncia ativa e reativa de cada

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

21

uma das linhas de transmissatildeo e equipamento assim como as potecircncias ativas e reativas

tambeacutem satildeo calculadas as perdas (KUNDUR 1994)

Poreacutem o meacutetodo fluxo de carga convencional eacute considerado inadequado quando o

objetivo for a obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento do sistema uma vez que a matriz

Jacobiana (J) fica singular exatamente neste ponto e assim o fluxo de carga convencional

apresentaraacute problemas de mau condicionamento ao se aproximar desta regiatildeo criacutetica

No meacutetodo do fluxo de carga continuado (FCC) a singularidade da matriz Jacobiana

e por conseguinte os problemas numeacutericos que surgem na vizinhanccedila do ponto de maacuteximo

carregamento do sistema satildeo eliminados atraveacutes da adiccedilatildeo de equaccedilotildees de parametrizaccedilatildeo

(SEYDEL 1994) Assim os meacutetodos fluxo de carga continuado que satildeo baseados nos

algoritmos preditor-corretor podem ser considerados como um melhoramento do fluxo de

carga convencional uma vez que ele natildeo soacute pode ser usado para a obtenccedilatildeo de uma soluccedilatildeo

particular do fluxo de carga mas tambeacutem para

bull O traccedilado de trajetoacuterias de soluccedilotildees (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(CANtildeIZARES et al 1992) (SEYDEL 1994)

bull Anaacutelise do colapso de tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia (KUNDUR

1994)

bull A computaccedilatildeo de soluccedilotildees muacuteltiplas (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(CANtildeIZARES et al 1992) (KUNDUR 1994) (SEYDEL 1994)

bull Investigaccedilatildeo da existecircncia de soluccedilotildees de fluxo de potecircncia (CHIANG et al

1995) (WECC 1998) (FETTE VOSS 1999)

bull Avaliar contingecircncias (FLUECK DONDETTI 2000) (WANG DA SILVA

XU 2000)

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

22

Nesta tese uma nova proposta eacute apresentada como alternativa para a reduccedilatildeo nas

perdas de potecircncia ativa na transmissatildeo usando um meacutetodo de continuaccedilatildeo

Para atingir esta meta uma equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo baseada na perda total de

potecircncia ativa na transmissatildeo e as equaccedilotildees da potecircncia reativa injetada nas barras de geraccedilatildeo

e na barra de folga (slack) satildeo adicionadas agraves equaccedilotildees do fluxo de carga convencional

As tensotildees nas barras de geraccedilatildeo e na barra de folga satildeo consideradas como variaacuteveis

de controle e um novo paracircmetro eacute escolhido para reduzir as perdas de potecircncia ativa Os

resultados mostram que este procedimento natildeo soacute leva a uma reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia

ativa e por conseguinte nos custos operacionais mas simultaneamente contribui para a

melhoria do perfil de tensatildeo Aleacutem disto este procedimento tambeacutem conduz na maioria das

vezes a um aumento na margem de carregamento ou seja na estabilidade estaacutetica de tensatildeo

12 ndash Estrutura do trabalho

Procura-se ao longo deste trabalho criar os subsiacutedios necessaacuterios natildeo soacute para o

entendimento do problema em si mas tambeacutem das teacutecnicas utilizadas em sua anaacutelise entre

estas muitas seratildeo apenas comentadas por natildeo se tratarem de teacutecnicas adotadas neste

trabalho

O capiacutetulo 2 almeja situar o trabalho proposto no contexto geral da estabilidade

estaacutetica da tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia Para tanto satildeo tecidas consideraccedilotildees a

respeito da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia sua divisatildeo em categorias e

dependendo do tempo utilizado para o processamento das informaccedilotildees sua estruturaccedilatildeo em

anaacutelise dinacircmica e anaacutelise estaacutetica Este projeto de pesquisa refere-se especificamente ao

estudo de desenvolvimento de procedimentos de anaacutelises estaacuteticas referentes agrave estabilidade de

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

23

tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia Eacute apresentada a linha de estudo da estabilidade

estaacutetica de tensatildeo atraveacutes da anaacutelise das curvas PV e QV

O capiacutetulo 3 tem por objetivo levar ao leitor a compreensatildeo do meacutetodo da continuaccedilatildeo

e de algumas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo existentes na literatura as quais tecircm como objetivo a

eliminaccedilatildeo dos problemas relacionados com a singularidade da matriz Jacobiana pertinente ao

fluxo de carga convencional

Seraacute apresentado o fluxo de carga convencional que emprega o meacutetodo de Newton-

Raphson objetivando a obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento dos sistemas por meio de

soluccedilotildees do fluxo de carga convencional para sucessivos incrementos na carga Seratildeo entatildeo

apresentadas algumas variaccedilotildees no emprego do meacutetodo da continuaccedilatildeo com suas respectivas

teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo Finaliza-se com a explanaccedilatildeo a respeito do fluxo de carga

continuado com o qual se remove o problema da singularidade da matriz Jacobiana no ponto

de maacuteximo carregamento

A proposta do capiacutetulo 4 eacute apresentar apoacutes a explanaccedilatildeo da metodologia proposta a

aplicaccedilatildeo da abordagem proposta para dois sistemas sendo Um sistema de 2 barras (uma

barra de folga e uma PV) para o qual eacute possiacutevel se obter o ponto oacutetimo a partir das equaccedilotildees

algeacutebricas desenvolvidas em (ALVES et al 2002-II) E o outro um sistema de trecircs barras

(uma barra de folga uma PV e uma PQ) apresentado e analisado em (DOMMEL TINNEY

1968) Os resultados tambeacutem satildeo comparados com os resultados obtidos por um programa de

fluxo de carga oacutetimo (DA COSTA LANGONA ALVES 1998) Satildeo apresentados os efeitos

do redespacho das variaacuteveis de controle nas reduccedilotildees da perda total de potecircncia ativa na

transmissatildeo do sistema aleacutem da investigaccedilatildeo dos efeitos causados por esta reduccedilatildeo na

margem de estabilidade de tensatildeo e no perfil de tensatildeo Atraveacutes do sistema IEEE 14 barras eacute

analisado como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema eleacutetrico de potecircncia durante o processo

de reduccedilatildeo da perda ativa total Em seguida apresentam-se os resultados obtidos para os

Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

24

sistemas do Institute of Electrical and Eletronics Engineering (IEEE) 14 30 e 57 barras que

mostram que este procedimento conduz a uma reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa na

transmissatildeo

Adicionalmente mostra-se atraveacutes do traccedilado das curvas PV que a reduccedilatildeo na perda

total na transmissatildeo leva em geral natildeo soacute a uma diminuiccedilatildeo dos custos operacionais do

sistema mas tambeacutem a um aumento da margem de estabilidade de tensatildeo e a uma melhoria

no perfil da tensatildeo Apresenta-se tambeacutem a influecircncia da escolha da barra de folga durante o

processo de reduccedilatildeo da perda ativa total (sistemas IEEE 57 e IEEE 118 barras) Satildeo

apresentadas comparaccedilotildees entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga

oacutetimo e o fluxo de carga continuado proposto Encerrando este capiacutetulo satildeo apresentados o

desempenho da metodologia proposta para sistemas de grande porte isto eacute para o sistema

IEEE 300 barras e o sistema OTS-904

O capiacutetulo 5 apresenta as conclusotildees gerais deste trabalho enfatiza as contribuiccedilotildees

assim como apresenta sugestotildees de estudos para possiacuteveis continuidade do trabalho

Finalizando apresenta-se o apecircndice A onde satildeo listados os artigos publicados com

conteuacutedo especiacutefico referente a esta tese

Capiacutetulo 2

ANAacuteLISE DA ESTABILIDADE ESTAacuteTICA DE TENSAtildeO

21 - Introduccedilatildeo

Este capiacutetulo tem como objetivo prover uma ideacuteia global a respeito da importacircncia do

estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo bem como situar o trabalho proposto no contexto

geral do assunto

Satildeo apresentados conceitos baacutesicos imprescindiacuteveis para a anaacutelise da estabilidade

estaacutetica de tensatildeo Apresenta-se em particular o conceito da margem de estabilidade de

tensatildeo uma vez que tal conceito eacute fundamental aos operadores dos sistemas eleacutetricos de

potecircncia no tocante agrave determinaccedilatildeo dos limites da transferecircncia de potecircncia

22 ndash Estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia

A complexidade dos sistemas eleacutetricos de potecircncia vem agregando cada vez mais

variantes dentre elas destacam-se os possiacuteveis acidentes associados ao comportamento do

sistema e o crescente aumento no nuacutemero de situaccedilotildees a serem exploradas tais como

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

26

estruturaccedilotildees no setor eleacutetrico compensaccedilatildeo de reativos disponibilidade de dispositivos

raacutepidos de controle

Os operadores dos sistemas eleacutetricos de potecircncia devem essencialmente exploraacute-los de

forma econocircmica e com elevados niacuteveis de confiabilidade ou seja eacute necessaacuterio que o sistema

tenha capacidade de estabelecer apoacutes um distuacuterbio um novo ponto de equiliacutebrio sem que

haja violaccedilatildeo agraves restriccedilotildees fiacutesicas de seus componentes Portanto os operadores devem

proceder de forma que o sistema atue corretamente a qualquer tempo evitando atuaccedilotildees

indevidas ou desnecessaacuterias Poreacutem atualmente os sistemas eleacutetricos de potecircncia tecircm sido

operados cada vez mais proacuteximos agrave sua capacidade de transmissatildeo atuando efetivamente com

baixos niacuteveis de seguranccedila

Esta situaccedilatildeo de operaccedilatildeo do sistema de forma estressada se deve a crescente expansatildeo

do mercado consumidor de energia e as imposiccedilotildees de restriccedilotildees de ordens ecoloacutegicas e

econocircmicas ou seja dificuldades de construccedilatildeo de novas usinas de geraccedilatildeo e linhas de

transmissatildeo para o transporte da energia

Particularmente no sistema eleacutetrico brasileiro este problema apresenta-se de forma

mais contundente uma vez que o mesmo possui um parque gerador de energia de base

predominantemente hidraacuteulica Assim o esgotamento dos recursos hidreleacutetricos mais

proacuteximos dos principais centros de carga tem como consequumlecircncia a necessidade de se recorrer

a aproveitamentos hidreleacutetricos cada vez mais distantes exigindo a formaccedilatildeo de um sistema

eleacutetrico complexo caracterizado por linhas de transmissatildeo preponderantemente longas sendo

assim mais propiacutecio agrave ocorrecircncia de problemas de instabilidade de tensatildeo (CIGRE 1992)

A classificaccedilatildeo dos problemas de estabilidade em categorias subcategorias e tempo

utilizado para o processamento das informaccedilotildees visa facilitar a anaacutelise dos problemas de

estabilidade atraveacutes da identificaccedilatildeo dos principais fatores e do desenvolvimento de meacutetodos

para melhorar as condiccedilotildees de operaccedilatildeo dos sistemas eleacutetricos de potecircncia

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

27

As categorias satildeo

bull Estabilidade de acircngulo do rotor

bull Estabilidade de frequumlecircncia

bull Estabilidade de tensatildeo

A estabilidade angular transitoacuteria em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade dos geradores que compotildeem o sistema de se manterem em sincronismo apoacutes o

sistema ser submetido a uma grande perturbaccedilatildeo

A estabilidade de frequumlecircncia em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade do sistema de manter a frequumlecircncia gerada dentro da faixa de toleracircncia em torno

da frequumlecircncia nominal em condiccedilotildees operacionais normais ou mesmo apoacutes o sistema ser

submetido a uma perturbaccedilatildeo

O termo estabilidade de tensatildeo de forma geral envolve problemas de curta meacutedia e

longa duraccedilatildeo sendo neste trabalho utilizado exclusivamente para fenocircmenos de longa

duraccedilatildeo A estabilidade de tensatildeo em sistemas eleacutetricos de potecircncia se caracteriza na

capacidade do sistema de manter as tensotildees em todas as barras que o compotildee em faixas de

toleracircncia da tensatildeo nominal em condiccedilotildees operacionais normais ou mesmo apoacutes o sistema

ser submetido a uma perturbaccedilatildeo Geralmente a instabilidade se daacute na forma de uma queda

progressiva e incontrolada na magnitude da tensatildeo em uma ou mais barras do sistema

eleacutetrico provocada pela tentativa de restabelecimento da carga

A Figura 21 identifica as categorias e subcategorias do problema da estabilidade em

sistemas eleacutetricos de potecircncia (KUNDUR et al 2004)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

28

Figura 21 - Classificaccedilatildeo da estabilidade em sistemas eleacutetricos de potecircncia

Nos sistemas eleacutetricos de potecircncia o aumento de cargas tem como consequumlecircncia direta

a diminuiccedilatildeo nos niacuteveis de tensatildeo em suas barras (nos barramentos) sendo assim um aumento

contiacutenuo de cargas pode eventualmente levar o sistema a um estado instaacutevel caracterizado

pelo raacutepido decreacutescimo nos valores de tensatildeo em seus barramentos Este fenocircmeno eacute

conhecido na literatura especiacutefica como colapso de tensatildeo onde o perfil da tensatildeo nas barras eacute

obtido em funccedilatildeo do carregamento do sistema

O carregamento do sistema pode ser interpretado de uma maneira mais abrangente

isto eacute natildeo somente como um aumento de carga mas tambeacutem como um aumento na

transferecircncia de potecircncia entre aacutereas do aumento da carga de determinadas aacutereas ou da carga

de barras especificas Natildeo obstante o aumento pode tambeacutem ser definido em termos de

potecircncia ativa (P) potecircncia reativa (Q) ou potecircncia aparente (S) (XU MASOUR

HARRINGTON 1993)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

29

Se haacute um aumento na solicitaccedilatildeo de potecircncia reativa a potecircncia reativa adicional

deveraacute ser fornecida atraveacutes das reservas existentes nos geradores eou nos compensadores de

reativos que compotildeem o sistema

Normalmente haveraacute reserva de potecircncia reativa suficiente e o sistema se estabilizaraacute

em um novo ponto de operaccedilatildeo com novos valores de tensatildeo No entanto poderaacute ocorrer que

devido a uma combinaccedilatildeo de eventos e condiccedilotildees do sistema que esta solicitaccedilatildeo adicional

provoque o colapso de tensatildeo

Dentre muitos cenaacuterios que podem levar a rede ao colapso de tensatildeo pode-se citar

bull Sistema operando com muitos geradores proacuteximos aos centros de carga que

estatildeo fora de serviccedilo Neste cenaacuterio as linhas de transmissatildeo estaratildeo

sobrecarregadas e as reservas de potecircncia reativa estaratildeo no miacutenimo

bull Perda de uma linha de transmissatildeo sobrecarregada provocando sobrecarga nas

linhas adjacentes Neste cenaacuterio haveraacute um aumento nas perdas reativas nas

linhas ocasionando um aumento no provimento de potecircncia reativa na rede

bull No cenaacuterio anterior teremos um decreacutescimo na tensatildeo nas cargas adjacentes o

que provocaraacute uma reduccedilatildeo na potecircncia fornecida com consequumlente reduccedilatildeo

no fluxo de potecircncia Neste cenaacuterio os reguladores automaacuteticos de tensatildeo dos

geradores iratildeo tentar repor os niacuteveis de tensatildeo atraveacutes do acreacutescimo na corrente

de excitaccedilatildeo dos geradores A energia reativa injetada pelo gerador na rede

provocaraacute um aumento da queda de tensatildeo nas linhas e nos transformadores

Entretanto os geradores poderatildeo estar operando nos limites da corrente de

excitaccedilatildeo e da corrente do estator sendo necessaacuterio que os reguladores de

velocidade dos geradores regulem a frequumlecircncia diminuindo a potecircncia reativa

injetada no sistema

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

30

bull A reduccedilatildeo da tensatildeo nas cargas reflete-se para a distribuiccedilatildeo Os

transformadores com regulaccedilatildeo automaacutetica de tap sob carga (OLTC) nas

subestaccedilotildees tentam repor os niacuteveis de tensatildeo na distribuiccedilatildeo A cada operaccedilatildeo

dos tapacutes dos transformadores o resultante aumento da potecircncia fornecida faraacute

com que as perdas nas linhas de transmissatildeo aumentem o que por sua vez

aumentaraacute a queda de tensatildeo na respectiva linha Se a linha estiver bastante

sobrecarregada a cada aumento no fluxo de potecircncia provocaraacute um aumento

progressivo das perdas de potecircncia reativa na linha Ainda a cada mudanccedila nos

tapacutes dos transformadores a potecircncia reativa fornecida pelos geradores iraacute

aumentar Os geradores iratildeo aumentar o fornecimento de potecircncia reativa ateacute

seu limite Quando o primeiro gerador atinge o limite da corrente de excitaccedilatildeo

a tensatildeo em seus terminais diminui A distribuiccedilatildeo pelos diferentes geradores

da potecircncia reativa consumida poderaacute provocar a sobrecarga de outros

geradores Com poucos geradores tendo o controle da sua corrente de

excitaccedilatildeo o sistema torna-se ainda mais vulneraacutevel do ponto de vista da

tensatildeo

Mudanccedilas nas configuraccedilotildees do sistema e em sua operaccedilatildeo fazem com que o mesmo

opere na sua faixa maacutexima de capacidade de geraccedilatildeo e transmissatildeo tendo como consequumlecircncia

a ocorrecircncia de vaacuterios problemas de instabilidade de tensatildeo (CIGRE 1992)

Os sistemas de potecircncia estatildeo sujeitados a uma extensiva gama de pequenas e grandes

perturbaccedilotildees Pequenas perturbaccedilotildees na forma de mudanccedilas com incremento de carga

acontecem continuamente o sistema de potecircncia deve ajustar-se agraves novas condiccedilotildees e operar

satisfatoriamente

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

31

O sistema deve tambeacutem ter condiccedilotildees de responder a numerosas perturbaccedilotildees de

natureza severa como decirc curto circuito em uma linha de transmissatildeo ou perda de um grande

gerador Uma grande perturbaccedilatildeo pode conduzir a mudanccedilas estruturais devido ao isolamento

dos elementos de falta

Se apoacutes uma perturbaccedilatildeo passageira o sistema eleacutetrico de potecircncia manter-se estaacutevel

ocorreraacute a um novo estado de equiliacutebrio com praticamente o sistema inteiro permanecendo

intacto ou seja com todos os geradores e cargas conectadas por um uacutenico sistema de

transmissatildeo contiacutenuo

Por outro lado se o sistema for instaacutevel resultaraacute em situaccedilatildeo de estado precaacuterio por

exemplo um aumento progressivo na distacircncia angular dos rotores do gerador ou uma

diminuiccedilatildeo progressiva nas magnitudes das tensotildees de barra Uma condiccedilatildeo de sistema

instaacutevel poderia conduzir a faltas em cascata e ao desligamento de uma parte importante dos

sistemas eleacutetricos de potecircncia

Recentemente a instabilidade de tensatildeo foi responsaacutevel por vaacuterios colapsos de tensatildeo

de redes eleacutetricas Como consequumlecircncias os termos ldquoinstabilidade de tensatildeordquo e ldquocolapso de

tensatildeordquo aparecem mais frequentemente na literatura e na discussatildeo do planejamento e

operaccedilatildeo dos sistemas

Quando sujeito a uma perturbaccedilatildeo a estabilidade do sistema dependeraacute da condiccedilatildeo

operacional inicial e tambeacutem da natureza da perturbaccedilatildeo Na regiatildeo de equiliacutebrio um sistema

de potecircncia pode ser estaacutevel com respeito a uma grande perturbaccedilatildeo fiacutesica e instaacutevel com

respeito agrave outra

Do ponto de vista econocircmico ou seja da avaliaccedilatildeo custo versus benefiacutecio torna-se

impraticaacutevel por ser antieconocircmico projetar sistemas de potecircncia para serem estaacuteveis para

todas as possiacuteveis contingecircncias

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

32

As contingecircncias baacutesicas satildeo selecionadas no projeto Elas apresentam uma

probabilidade razoavelmente alta de ocorrecircncia Consequumlentemente a estabilidade frente a

uma grande perturbaccedilatildeo ocorreraacute em um conjunto de incidentes de perturbaccedilatildeo especifica

O conjunto de incidentes de perturbaccedilatildeo citado anterior descreve como um colapso de

tensatildeo pode evoluir em um sistema Observa-se que o intervalo para que um colapso ocorra

fica portanto dependendo da resposta dos vaacuterios controles envolvidos dependente do tempo

utilizado para o processamento das informaccedilotildees

Por ser representado por meio de um sistema de equaccedilotildees natildeo-lineares os sistemas

eleacutetricos de potecircncia operam com seus principais paracircmetros (potecircncia gerada tensotildees

cargas correntes) sofrendo constantemente variaccedilotildees em seus valores operacionais A

avaliaccedilatildeo da estabilidade frente a uma grande perturbaccedilatildeo envolve efeitos natildeo-lineares que

natildeo permitem aplicar a linearizaccedilatildeo em torno do ponto de operaccedilatildeo atraveacutes da seacuterie de

Taylor das equaccedilotildees do sistema (KUNDUR et al 2004)

Tradicionalmente a anaacutelise dinacircmica quando aplicada ao estudo da estabilidade de

acircngulo limita-se agraves dinacircmicas dos geradores durante os milissegundos da fase transitoacuteria

Contudo o intervalo de tempo para a anaacutelise de estabilidade de tensatildeo eacute muito maior e nesse

caso se as dinacircmicas dos geradores forem consideradas os requisitos computacionais tornar-

se-iam proibitivos (KUNDUR 1994) Em consequumlecircncia do longo intervalo de tempo

envolvido a estabilidade de tensatildeo tem sido analisada como um problema agrave regime

permanente portanto apropriado para a abordagem atraveacutes da anaacutelise estaacutetica

A abordagem estaacutetica pode oferecer uma visatildeo geral para o fenocircmeno e pode de fato

fornecer uma soluccedilatildeo aproximada ainda aceitaacutevel a qual eacute computacionalmente muito mais

simples quando comparada a abordagem dinacircmica Tambeacutem como fator principal no estudo

da estabilidade de tensatildeo estaacute a disponibilidade de potecircncia reativa problema ideal para

anaacutelise de fluxo de carga que eacute um dos focos deste trabalho

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

33

23 ndash Estabilidade estaacutetica de tensatildeo

A estabilidade de tensatildeo envolve anaacutelises em regime permanente antes e depois de um

distuacuterbio no sistema eleacutetrico Satildeo verificados nos sistemas eleacutetricos os niacuteveis das magnitudes

de tesotildees nas barras e a violaccedilatildeo dos limites teacutermicos dos equipamentos que o compotildeem

Os sistemas eleacutetricos de potecircncia estatildeo continuamente experimentando pequenas

flutuaccedilotildees nas magnitudes das tensotildees poreacutem para avaliar estabilidade de tensatildeo quando o

sistema estiver sob uma dada perturbaccedilatildeo especifica eacute normalmente vaacutelido assumir que o

mesmo encontra-se inicialmente em uma condiccedilatildeo operacional estaacutetica

A estabilidade nos sistemas eleacutetricos de potecircncia estaacute relacionada com a propriedade

do sistema em permitir que ele permaneccedila em um estado de operaccedilatildeo de equiliacutebrio sob

condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo e atinja um estado de equiliacutebrio aceitaacutevel apoacutes ser submetido a

um distuacuterbio seja ele pequeno ou grande Recentemente tendo como objetivo prover a

compreensatildeo do termo ldquoestabilidade de sistemas de potecircnciardquo em uma definiccedilatildeo fiacutesica que se

enquadrasse nas definiccedilotildees da teoria de sistemas eleacutetricos KUNDUR et al (2004)

propuseram

ldquoA estabilidade de sistemas eleacutetricos de potecircncia eacute a habilidade de um sistema de

energia eleacutetrica para uma determinada condiccedilatildeo operacional inicial recuperar um estado

de equiliacutebrio operacional depois que estiver sujeito a uma perturbaccedilatildeo fiacutesica com limitaccedilatildeo

das variaacuteveis do sistema de forma que a integridade de sistema seja preservadardquo

A integridade do sistema eacute preservada quando praticamente todo sistema de potecircncia

restante permanece intacto sem sofrer desligamento de geradores ou cargas com exceccedilatildeo

daqueles desconectados atraveacutes do isolamento dos elementos sob falta ou intencionalmente

desconectados para preservar a continuidade da operaccedilatildeo do restante do sistema

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

34

24 ndash Meacutetodos de estudo da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

Alguns fatos importantes tecircm marcado o planejamento e a operaccedilatildeo de sistemas

eleacutetricos de potecircncia nas uacuteltimas deacutecadas

bull O nuacutemero de conexotildees entre companhias de eletricidade tem aumentado muito

Por exemplo paiacuteses como o Brasil e os Estados Unidos entre outros possuem

praticamente um uacutenico sistema de potecircncia composto de um grande nuacutemero de

companhias de geraccedilatildeo transmissatildeo e distribuiccedilatildeo de energia eleacutetrica Por um

lado isto aumenta a confiabilidade de atendimento da demanda do sistema jaacute

que a energia pode ser repassada pelas companhias que a tem em excesso para

aquelas que apresentam deacuteficit Em consequumlecircncia a necessidade de reserva

girante (spinning reserve) de cada companhia diminui diminuindo seus custos

de geraccedilatildeo Por outro lado os efeitos de perturbaccedilotildees na aacuterea de uma

companhia podem se propagar e serem notados em todo o sistema Logo do

ponto de vista de seguranccedila da operaccedilatildeo o sistema pode ficar mais vulneraacutevel

bull Os novos investimentos na expansatildeo do sistema e instalaccedilatildeo de novos

equipamentos tecircm sido em sua maioria adiada e as causas satildeo vaacuterias

incluindo desde as econocircmicas ateacute as ambientais Como a demanda tem

aumentado consistentemente ao longo dos anos os equipamentos jaacute existentes

passaram a operar cada vez mais proacuteximo de seus limites Em consequumlecircncia a

habilidade do sistema em manter condiccedilotildees aceitaacuteveis de operaccedilatildeo apoacutes

perturbaccedilotildees tem diminuiacutedo bastante

Naturalmente os fatos descritos anteriormente tecircm um impacto direto sobre a

estabilidade do sistema e em particular sobre a estabilidade de tensatildeo Tem se verificado a

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

35

ocorrecircncia de perfis de tensatildeo normalmente altos ou baixos e incidentes de tensatildeo que

levaram ao colapso de tensatildeo (TOGNETE 1997)

O colapso de tensatildeo que eacute um processo pelo qual a instabilidade de tensatildeo leva uma

parte significativa da rede a um perfil de tensotildees baixas tem ocorrido em sistemas com

torques sincronizante e de amortecimento suficientes mas com problemas relacionados ao

controle de potecircncia reativa

Estas ocorrecircncias tecircm sido mais frequumlentes em sistemas muito interconectados

altamente carregados e com falta de um suporte de reativos adequado Eles operam portanto

com pequenas margens de seguranccedila ou seja com pouca capacidade de manter o sistema

estaacutevel sob condiccedilotildees de variaccedilatildeo de carga ou sob contingecircncia

Desta forma uma vez que os problemas de estabilidade de tensatildeo satildeo identificados a

natildeo ser que se tenha um estudo preacutevio de accedilotildees de controle eficientes preventivas ou

restaurativas incluindo a alocaccedilatildeo de reativos a reduccedilatildeo de potecircncia transferida se faz

necessaacuteria Assim a anaacutelise do problema de estabilidade de tensatildeo vem ganhando maiores

destaques jaacute que ele tem se mostrado um fator de limitaccedilatildeo na operaccedilatildeo de redes

Existem hoje diversos meacutetodos de anaacutelise de estabilidade de tensatildeo propostos na

literatura para o estudo do problema de estabilidade de tensatildeo (FLATABO OGNEDAL

CARLSEN 1990) (AJJARAPU CHRISTY 1992) (WGVS 1993) (YONG-HUEI

CHING-TSAI WEN-WEI 1997) (MOGHAVVEMI JASMON 1997) incluindo vaacuterias

teorias que procuram explicar o fenocircmeno do colapso de tensatildeo e os mecanismos para sua

ocorrecircncia Estes meacutetodos permitem que se avaliem as condiccedilotildees de operaccedilatildeo do sistema e de

seu niacutevel de seguranccedila em termos de estabilidade de tensatildeo

A anaacutelise estaacutetica da estabilidade de tensatildeo pode ser realizada em princiacutepio com as

equaccedilotildees de fluxo de carga ou alguma generalizaccedilatildeo adequada destas Estas anaacutelises

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

36

relacionam a ocorrecircncia do colapso de tensatildeo com o problema conhecido das equaccedilotildees de

fluxo de carga de apresentarem muacuteltiplas soluccedilotildees

SEKINE et al (1989) estudaram a natureza das soluccedilotildees do fluxo de carga com

meacutetodos algeacutebricos baseados na natureza quadraacutetica das equaccedilotildees de fluxo de carga com as

tensotildees representadas em coordenadas retangulares

GALIANA et al (1992) identificaram o colapso de tensatildeo como um ponto em que ao

se variar a carga do sistema deixa de haver soluccedilatildeo para o fluxo de carga

Alguns meacutetodos estaacuteticos buscam a definiccedilatildeo de iacutendices de proximidade ao colapso de

tensatildeo para a comparaccedilatildeo entre diferentes pontos de operaccedilatildeo de modo a se obter uma

seleccedilatildeo qualitativa das condiccedilotildees criacuteticas

Dentre as abordagens estaacuteticas tecircm-se os meacutetodos baseados na obtenccedilatildeo das curvas PV

e QV para barras de interesse do sistema Essas curvas satildeo obtidas atraveacutes de caacutelculos do

fluxo de carga convencional ou atraveacutes do fluxo de carga continuado (IBA et al 1991)

(CANtildeIZARES et al 1992) (AJJARAPU CHRISTY 1992) (CHIANG et al 1995) (ALVES

et al 2000) (GARBELINI et al 2005) e que seratildeo vistos no capiacutetulo 3 e 4 por se tratar do

meacutetodo proposto

25 ndash Avaliaccedilatildeo do colapso de tensatildeo baseado nas curvas PV e QV

Uma tarefa que vem se tornando essencial nas etapas de planejamento e operaccedilatildeo de

sistemas eleacutetricos de potecircncia eacute a avaliaccedilatildeo da estabilidade de tensatildeo O aspecto mais

importante dessas anaacutelises eacute a determinaccedilatildeo da margem de estabilidade de tensatildeo e as accedilotildees

de controle necessaacuterias para se garantir essa margem As margens de estabilidade devem ser

determinadas no planejamento e durante a operaccedilatildeo em tempo-real objetivando um melhor

aproveitamento dos recursos de geraccedilatildeo e de capacidade de transmissatildeo Portanto a margem

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

37

de estabilidade de tensatildeo e as accedilotildees de controle devem ser obtidas natildeo soacute para as condiccedilotildees

normais de operaccedilatildeo identificada como caso base mas tambeacutem para um conjunto de

diferentes condiccedilotildees de contingecircncia Isto eacute realizado atraveacutes do traccedilado de curvas PV QV

ou SV para cada contingecircncia e vaacuterias condiccedilotildees operativas

O operador nacional do sistema eleacutetrico brasileiro (ONS) considera o levantamento

das curvas PV como sendo a metodologia mais adequada para se determinar as margens de

estabilidade de tensatildeo utilizando o levantamento da curva QV como metodologia

complementar em subsiacutedio agrave avaliaccedilatildeo das margens de reativos (ONS 2001)

Tradicionalmente empregados pelas concessionaacuterias de energia eleacutetrica estes meacutetodos

satildeo utilizados na determinaccedilatildeo da demanda maacutexima que o sistema pode atender conhecido

como ponto ldquonarizrdquo das curvas PV e QV identificando assim a condiccedilatildeo em que o colapso de

tensatildeo poderaacute ocorrer A distacircncia de um dado ponto de operaccedilatildeo para o ldquonarizrdquo das curvas

PV e QV indica a margem estaacutetica de estabilidade de tensatildeo do sistema (TAYLOR 1994)

251 ndash Curvas PV

A caracteriacutestica de transferecircncia de potecircncia tambeacutem denominada curva PV eacute

definida como sendo a relaccedilatildeo entre a magnitude da tensatildeo e a potecircncia ativa em um

determinado barramento para uma condiccedilatildeo especiacutefica de fator de potecircncia e tensatildeo no

mesmo barramento

As curvas PV satildeo utilizadas

bull Na anaacutelise estrateacutegica de planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos de

potecircncia

bull Na determinaccedilatildeo de limites de transferecircncia de potecircncia

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

38

bull No ajuste das margens

O levantamento da curva PV consiste em realizar caacutelculos de fluxo de potecircncia a

partir de um ponto de operaccedilatildeo inicial identificado como caso base considerando sucessivos

aumentos de carga em uma uacutenica barra numa aacuterea ou em todo o sistema

O aumento de carga pode ou natildeo ser realizado com o fator de potecircncia constante

sendo que a cada incremento de carga satildeo realizados novos caacutelculos de fluxo de carga

determinando-se assim os pontos de operaccedilatildeo que formaratildeo a curva PV

Portanto a curva PV mostra a variaccedilatildeo da tensatildeo numa barra em funccedilatildeo do aumento de

carga considerado no sistema

Figura 22 - Curva PV geneacuterica

Empregada principalmente em anaacutelises conceituais de estabilidade de tensatildeo a curva

PV fornece o ponto de maacuteximo carregamento ou ponto de colapso de tensatildeo ou ponto criacutetico

ou ldquonoserdquo (nariz) da curva (Figura 22)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

39

O ponto de maacuteximo carregamento eacute identificado apoacutes a obtenccedilatildeo da curva PV eacute por

meio dele que se identifica a margem de estabilidade do sistema

Na Figura 22 o valor do maacuteximo carregamento da rede para uma dada condiccedilatildeo

especifica eacute representado pela potecircncia (Pcrit) com o respectivo valor da tensatildeo (Vcrit) para as

quais este maacuteximo carregamento ocorre

Uma desvantagem deste meacutetodo eacute que a soluccedilatildeo do fluxo de carga convencional

diverge na regiatildeo do ldquonarizrdquo da curva PV impossibilitando a obtenccedilatildeo de curvas PV

completas atraveacutes deste meacutetodo (TAYLOR 1994)

252 ndash Curvas QV

O procedimento para se obter as curvas de QV eacute semelhante ao utilizado na obtenccedilatildeo

das curvas de PV

A curva QV pode ser obtida plotando-se a tensatildeo na barra no eixo das abscissas

contra a potecircncia reativa injetada na mesma barra no eixo das ordenadas

Atraveacutes desta curva obteacutem-se a variaccedilatildeo da magnitude da tensatildeo em uma determinada

barra em funccedilatildeo da injeccedilatildeo de potecircncia reativa

A injeccedilatildeo de potecircncia reativa pode ser feita acoplando-se agrave barra uma fonte fictiacutecia de

potecircncia ativa nula e de potecircncia reativa variaacutevel ou seja um condensador siacutencrono sem

limite de reativos

Diminui-se gradativamente a tensatildeo na barra agrave medida que se calcula a injeccedilatildeo de

reativos atraveacutes da soluccedilatildeo de sucessivos fluxo de carga convencional Computacionalmente

isto eacute realizado convertendo-se a barra de geraccedilatildeo (PV) em questatildeo em barra de carga (PQ)

sem limites de injeccedilatildeo de reativos (TAYLOR 1994) Para grandes sistemas as curvas satildeo

obtidas por meio de seacuteries de simulaccedilotildees de fluxo de carga convencional

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

40

Pode-se observar na Figura 23 que a margem de reativos disponiacutevel na barra eacute a

diferenccedila entre a potecircncia reativa de saiacuteda nula do compensador siacutencrono e a potecircncia de saiacuteda

do mesmo na base da curva QV que representa o limite de estabilidade de tensatildeo (dQdV=0)

Q

V

Ponto de Operaccedilatildeo

Margem de Reativos

Figura 23 ndash Curva QV geneacuterica

Como vantagem deste meacutetodo tem-se que a determinaccedilatildeo da margem reativa em

barras criacuteticas eacute simples e raacutepida Poreacutem uma das suas limitaccedilotildees eacute o fato de aumentar a carga

reativa em apenas uma barra do sistema podendo assim levar a resultados enganosos

(KUNDUR 1994)

A seguranccedila estaacutetica esta intrinsecamente relacionada com a potecircncia reativa e a curva

QV nos daacute a margem de potecircncia reativa na barra escolhida para anaacutelise

26 - Margem de carregamento

Os operadores de sistemas eleacutetricos de potecircncia monitoram toda a topologia da rede

com seus atuais fluxos de potecircncia ativa e reativa concomitantemente com os niacuteveis de tensatildeo

nos barramentos Estas grandezas satildeo monitoradas com o claro intuito de se garantir sua

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

41

permanecircncia dentro de limites aceitaacuteveis na atual configuraccedilatildeo ou em qualquer outra das

possiacuteveis configuraccedilotildees subsequumlentes a uma contingecircncia predefinida

O operador deve estar sempre ciente da capacidade de transmissatildeo do sistema sendo

que uma quantificaccedilatildeo mais direta da capacidade de transmissatildeo eacute a margem estaacutetica de

estabilidade de tensatildeo tambeacutem definida como margem de carregamento

A definiccedilatildeo da margem dependeraacute da aplicaccedilatildeo a que se destina De uma forma geral

procura-se estabelecer a margem em funccedilatildeo da diferenccedila entre o valor de um paracircmetro

correspondente a um evento e o seu atual valor

A margem de estabilidade mede a distacircncia a um evento que cause a instabilidade e

deve ser definida de forma a ser facilmente compreendida pelo operador

Para o colapso de tensatildeo a margem de estabilidade eacute definida como o maior aumento

de carga que o sistema pode ter sem provocar o colapso de tensatildeo

A estabilidade de tensatildeo tem se tornado um assunto relevante pelo fato de que o

desequiliacutebrio existente entre os aumentos contiacutenuos de carga e as restriccedilotildees econocircmicas e

ambientais impostas agrave construccedilatildeo de novas usinas de geraccedilatildeo bem como da construccedilatildeo de

novas linhas de transmissatildeo levar os sistemas a operarem proacuteximos de seus limites com

reduzida margem de estabilidade

Na anaacutelise estaacutetica de estabilidade de tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia o ponto

de maacuteximo carregamento define em particular a fronteira entre as regiotildees operacional estaacutevel

e instaacutevel como observado na Figura 22

A determinaccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento eacute importante natildeo somente para a

obtenccedilatildeo de margens estaacuteticas de estabilidade de tensatildeo como tambeacutem para sua aplicaccedilatildeo em

anaacutelise modal uma vez que eacute nesse ponto que a curva PV fornece as informaccedilotildees para a

determinaccedilatildeo de medidas efetivas para se obter um aumento da estabilidade de tensatildeo do

sistema (KUNDUR 1994) (TAYLOR 1994)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

42

Independentemente de qual metodologia se utiliza para levantar as curvas PV de um

sistema em qualquer uma delas o objetivo seraacute determinar a maacutexima carga possiacutevel a ser

atendida

Para sistemas com cargas do tipo PQ constante o ponto de colapso de tensatildeo eacute o ponto

de operaccedilatildeo correspondente ao maacuteximo carregamento do sistema A diferenccedila entre tal ponto

e o ponto de operaccedilatildeo do sistema (em MW ou pu) eacute denominada como sendo agrave margem de

carregamento

O conhecimento preciso da margem de carregamento para o ponto de operaccedilatildeo atual eacute

fundamental para que o operador de sistemas avalie se para um distuacuterbio o sistema encontraraacute

um outro ponto de operaccedilatildeo estaacutevel (WECC 1998)

Para ilustrar o exposto considere a Figura 24 na qual satildeo apresentadas duas curvas

PV obtidas para o sistema 14 barras do IEEE

A curva 1 resulta da condiccedilatildeo normal de operaccedilatildeo considerada como curva de preacute-

contingecircncia enquanto que a curva 2 resulta da condiccedilatildeo de poacutes-contingecircncia da linha de

transmissatildeo entre as barras 1 e 2

Os pontos de maacuteximo carregamento satildeo representados nas curvas 1 e 2 como Pmax-preacute e

Pmax-poacutes respectivamente

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

43

Figura 24 ndash Definiccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e da margem de carregamento

O ponto ldquoOrdquo foi obtido por meio de um programa de fluxo de carga convencional e

representa o ponto de operaccedilatildeo estaacutevel do sistema denominado caso base

Conforme foi definido a margem de carregamento para as curvas 1 e 2 satildeo os valores

em pu entre o ponto ldquoOrdquo e os pontos Pmax-preacute e Pmax-poacutes respectivamente

Caso o sistema esteja operando no ponto ldquoOrdquo da curva 1 e o mesmo for submetido por

exemplo a um aumento de carga ele passaria a operar no ponto ldquoOacute rdquo Nesse caso o sistema

entraria em colapso se ocorresse agrave contingecircncia conforme mostra a curva 2 poreacutem

permaneceria operando com uma margem reduzida na condiccedilatildeo normal conforme mostrado

pela curva 1

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

44

Nas anaacutelises de planejamento e operaccedilatildeo sistemas eleacutetricos de potecircncia o caacutelculo da

margem de carregamento eacute efetuado por meio do fluxo de carga convencional e mais

recentemente do fluxo de carga continuado

Observa-se que o meacutetodo fluxo de carga convencional eacute considerado ineficiente na

obtenccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento devido agraves dificuldades numeacutericas apresentadas agrave

medida que o carregamento do sistema se aproxima deste ponto criacutetico pois para sistemas

com cargas do tipo PQ constante a matriz Jacobiana torna-se singular no ponto de maacuteximo

carregamento Dessa forma a sua obtenccedilatildeo torna-se ineficiente e imprecisa devido agraves

dificuldades numeacutericas apresentadas pelo fluxo de carga convencional agrave medida que o

carregamento do sistema se aproxima de sua vizinhanccedila

De um modo geral a divergecircncia de um fluxo de carga convencional pode estar

associada ao meacutetodo utilizado na resoluccedilatildeo agrave estimativa inicial agraves muacuteltiplas soluccedilotildees

existentes e agrave inexistecircncia da soluccedilatildeo ou agrave existecircncia de singularidades

Uma vez que o ponto de maacuteximo carregamento estaacute associado agraves limitaccedilotildees fiacutesicas do

sistema eleacutetrico de potecircncia sua determinaccedilatildeo natildeo deve ser baseada numa limitaccedilatildeo

matemaacutetica de um meacutetodo numeacuterico Assim haveraacute sempre a necessidade de se investigar se

a divergecircncia eacute devida a problemas numeacutericos ou a limitaccedilotildees fiacutesicas do sistema geralmente

as diferenccedilas natildeo satildeo tatildeo oacutebvias

Observa-se que a singularidade da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo

carregamento eacute devido agrave reduccedilatildeo de seu posto ou seja do seu rank Isto natildeo significa que no

ponto de maacuteximo carregamento o fluxo de carga convencional natildeo tenha nenhuma soluccedilatildeo

Na realidade esta soluccedilatildeo existe eacute uacutenica e eacute bem definida poreacutem eacute necessaacuterio reformular a

informaccedilatildeo perdida com a reduccedilatildeo do posto da matriz Jacobiana para se obter a soluccedilatildeo

Normalmente esta compensaccedilatildeo de informaccedilatildeo seraacute realizada atraveacutes da adiccedilatildeo de

equaccedilotildees algeacutebricas parametrizadas (CHIANG et al 1995)

Capiacutetulo 2 Anaacutelise da estabilidade estaacutetica de tensatildeo

45

Para carregamentos maiores que o do ponto de maacuteximo carregamento no entanto as

equaccedilotildees de fluxo de carga convencional natildeo tecircm soluccedilatildeo

Os meacutetodos da continuaccedilatildeo vecircm sendo utilizados por longa data na anaacutelise de sistemas

de equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares parametrizadas (SEYDEL 1994) Mais recentemente foi

proposta a sua utilizaccedilatildeo para o traccedilado das curvas de carregamento obtenccedilatildeo de muacuteltiplas

soluccedilotildees e do ponto de colapso de tensatildeo de sistemas eleacutetricos de potecircncia (ALVES et al

2000) (FLUECK DONDETTI 2000) (WANG DA SILVA XU 2000) (ALVES et al

2002-I) (ALVES et al 2002-II)

Em funccedilatildeo de sua crescente utilizaccedilatildeo na anaacutelise de sistemas eleacutetricos esses meacutetodos

jaacute fazem parte de livros textos (KUNDUR 1994) (SEYDEL 1994) (TAYLOR 1994)

A reformulaccedilatildeo das equaccedilotildees de fluxo de carga convencional visa agrave remoccedilatildeo da

singularidade da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo carregamento e por conseguinte dos

problemas numeacutericos que surgem em sua vizinhanccedila Como resultado algoritmos de precisatildeo

simples podem ser usados para obter o ponto de maacuteximo carregamento

Capiacutetulo 3

MEacuteTODO DA CONTINUACcedilAtildeO E SUAS TEacuteCNICAS DE

PARAMETRIZACcedilAtildeO

31 ndash Introduccedilatildeo

Os sistemas de equaccedilotildees natildeo-lineares tecircm na formulaccedilatildeo matricial do meacutetodo de

Newton-Raphson um algoritmo com uma enorme versatilidade para sua soluccedilatildeo O conjunto

de soluccedilotildees se daacute atraveacutes do estabelecimento de uma estimativa inicial com posteriores

execuccedilotildees do meacutetodo atraveacutes de um processo que envolve sucessivas variaccedilotildees de um

determinado paracircmetro do sistema

O algoritmo eacute executado atraveacutes de uma sequumlecircncia de etapas sendo a mais complexa

do ponto de vista computacional a obtenccedilatildeo da matriz Jacobiana a partir da linearizaccedilatildeo do

sistema de equaccedilotildees e a posterior inversatildeo explicita ou natildeo dessa matriz para o caacutelculo de

aproximaccedilotildees para a soluccedilatildeo

Com a execuccedilatildeo do meacutetodo de Newton-Raphson obtem-se uma uacutenica soluccedilatildeo para o

sistema de equaccedilotildees desde que se estime adequadamente a soluccedilatildeo inicial e que

consequumlentemente a soluccedilatildeo desejada natildeo corresponda a um ponto singular

Os meacutetodos conhecido como path following methods (SEYDEL 1994) no qual se

inclui o meacutetodo da continuaccedilatildeo satildeo capazes de reformular o problema do fluxo de carga

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

47

convencional nos sistemas eleacutetricos de potecircncia de uma maneira tal a definir as soluccedilotildees

como funccedilotildees contiacutenuas de um determinado paracircmetro λ

O fluxo de carga continuado pode ser usado para resolver qualquer conjunto de

equaccedilotildees de equiliacutebrio ou regime permanente de sistemas eleacutetricos de potecircncia Consiste na

consecuccedilatildeo de sucessivas soluccedilotildees de equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares objetivando traccedilar

trajetoacuterias de soluccedilatildeo a partir de um caso base mudando o valor de um paracircmetro escolhido

automaticamente

A proposta do fluxo de carga continuado eacute a de encontrar uma continuidade de

soluccedilotildees do fluxo de carga convencional para uma dada condiccedilatildeo de mudanccedila de carga O

objetivo do meacutetodo eacute traccedilar perfis de tensatildeo das barras a partir de uma soluccedilatildeo inicial

conhecida identificada como caso base usando um esquema preditor-corretor para encontrar

as subsequumlentes soluccedilotildees ateacute o ponto de maacuteximo carregamento Deste processo podem ser

obtidas a margem de estabilidade de tensatildeo e as informaccedilotildees adicionais sobre o

comportamento das tensotildees das barras do sistema com o aumento do niacutevel de carregamento

Os estudos pertinentes agrave anaacutelise estaacutetica de tensatildeo mostram que a aplicaccedilatildeo do fluxo

de carga continuado consegue superar as dificuldades numeacutericas (no ponto de maacuteximo

carregamento) por meio da adiccedilatildeo de equaccedilotildees parametrizadas

Este capiacutetulo tem por objetivo introduzir os conceitos baacutesicos gerais do fluxo de carga

convencional e do fluxo de carga continuado Satildeo tambeacutem apresentadas algumas variaccedilotildees no

emprego do meacutetodo da continuaccedilatildeo com suas respectivas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo Dentre

as diversas teacutecnicas muitas seratildeo apenas comentadas por natildeo se tratarem de teacutecnicas

empregadas neste trabalho

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

48

32 - Fluxo de carga convencional

Na formulaccedilatildeo do problema fluxo de carga convencional as equaccedilotildees (G) para um

sistema podem ser escritas como

0)Vθ(G = (31)

Onde

θ eacute o vetor dos acircngulos de fase nodais das barras de carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV)

V eacute o vetor das magnitudes das tensotildees nodais das barras de carga (PQ)

G eacute o vetor que conteacutem as equaccedilotildees dos balanccedilos de potecircncias ativa e reativa nodais

De acordo com Monticelli (MONTICELLI 1983)

bull A barra PV conhecida como barra de geraccedilatildeo eacute aquela onde satildeo conhecidas as

variaacuteveis independentes isto eacute a potecircncia ativa (P) e a tensatildeo (V) sendo

desconhecidas as variaacuteveis dependentes ou seja a potecircncia reativa (Q) e o

acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

bull A barra PQ tambeacutem denominada barra de carga eacute aquelas onde satildeo

conhecidas a potecircncia ativa (P) e a potecircncia reativa (Q) sendo desconhecidas a

tensatildeo (V) e o acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

bull A barra Vθ conhecida como barra de folga (slack) ou barra de referecircncia eacute

aquela onde satildeo conhecidas a tensatildeo (V) e o acircngulo de fase da tensatildeo (θ)

sendo desconhecidas a potecircncia ativa (P) e a potecircncia reativa (Q)

No fluxo de carga utilizando o meacutetodo de Newton-Raphson para a resoluccedilatildeo das

equaccedilotildees do fluxo de carga convencional obtem-se os valores de kV e kθ para todas as

barras atribuindo-lhe a denominaccedilatildeo de caso base e seguindo o algoritmo apresentado a

seguir (MONTICELLI 1983)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

49

A Equaccedilatildeo (31) pode tambeacutem ser reescrita como

PQbarrasaspara

PVePQbarrasaspara

0

0

=minus=

=minus=

V)Q(θespQΔQ

V)P(θespPΔP (32)

onde G(θV) satildeo as equaccedilotildees baacutesicas do fluxo de carga V eacute o vetor das magnitudes das

tensotildees nodais e θ eacute o vetor do acircngulo das tensotildees nodais Pesp = Pgesp - Pc

esp eacute a diferenccedila

entre as potecircncias ativas geradas e consumidas para as barras de carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV)

e Qesp = Qgesp - Qc

esp eacute a diferenccedila entre as potecircncias reativas geradas e consumidas para as

barras PQ

As equaccedilotildees de injeccedilatildeo de potecircncia ativa e reativa na barra k obtidas pela primeira Lei

de Kirchhoff satildeo

sum

sum

isin

isin

minus=

+=

κ

κ

mkmkmkmkmmk

mkmkmkmkmmk

)θBθ(GVV

)θBθ(GVV

kQ

kP

cossen

sencos

)(

)(

Vθ (33)

Onde Pk eacute a potecircncia ativa na barra k Qk eacute a potecircncia reativa na barra k Vk e Vm satildeo as

magnitudes das tensotildees terminais do ramo k-m θkm eacute a defasagem angular entre as tensotildees das

barras terminais no ramo k-m Gkm eacute a condutacircncia do ramo k-m Bkm eacute a susceptacircncia do ramo

k-m κ eacute o conjunto formado pela barra k mais todas as barras m conectadas a ela

)i Fazer 0=v e escolher os valores iniciais do acircngulo das tensotildees das barras PQ e

PV )θθ( 0= e as magnitudes das tensotildees das barras PQ )VV( 0=

)ii Calcular )V( vvθP para as barras PQ e PV e )V( vvθQ para as barras PQ e

determinar os mismatches vPΔ e vQΔ

)iii Testar convergecircncia se PvMax εleP Δ e Q

vMax εleQ Δ o processo

iterativo convergiu para a soluccedilatildeo )V( vvθ caso contraacuterio passar para )( iv

)iv Calcular a matriz Jacobiana

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

50

=

)Vθ(L)Vθ(N

)Vθ(M)Vθ(H)V(θ

vv

vv

vv

vvvvJ (34)

Os componentes das submatrizes Jacobianas H N M e L correspondem agraves derivadas

das potecircncias ativa e reativa em relaccedilatildeo ao acircngulo de fase das tensotildees das barras PQ e PV e

em relaccedilatildeo agrave magnitude das tensotildees nas barras PQ

minusminusminus=partpart=

minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Hkmkmkmkm

Kmlkkkkkkkk

kmkmkmkmmklkkm

BsenGVVBVPH

BsenGVVPH

θθθ

θθθ

2 (35)

++=partpart=

+=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Nkmkmkmkm

Kmmkkkkkkk

kmkmkmkmkmkkm

senBGVGVVPN

senBGVVPN

θθ

θθ

(36)

++minus=partpart=

+minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Mkmkmkmkm

Kmmkkkkkkkk

kmkmkmkmmkmkkm

senBGVVGVQM

senBGVVQM

θθθ

θθθ

2 (37)

minus+minus=partpart=

minus=partpart=

sumisin

)cos(

)cos(

Lkmkmkmkm

Kmmkkkkkkk

kmkmkmkmkmkkm

BsenGVBVVQL

BsenGVVQL

θθ

θθ

(38)

)v Determinar a nova soluccedilatildeo )V(θ 1v1v ++

vvv

vvv

ΔVVVΔθθθ+=

+=+

+

1

1

(39)

sendo vθΔ e vVΔ determinados resolvendo-se o sistema linear

=

v

v

vv

vv

vv

vv

vv

vv

LN

MH

)Vθ()Vθ(

)Vθ()Vθ(

)Vθ()Vθ(

ΔΔ

ΔQΔP (310)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

51

)vi Fazer vv rarr+1 e voltar para o passo )(ii

A dimensatildeo do sistema de equaccedilotildees (31) eacute

n = 2nPQ + nPV

Onde nPQ representa o nuacutemero de barras PQ nPV representa o nuacutemero de barras PV n

representa o nuacutemero de incoacutegnitas

Isto normalmente eacute suficiente para a resoluccedilatildeo do problema fluxo de carga

convencional contanto que a matriz Jacobiana tenha posto completo ou seja natildeo deve ser

singular

No fluxo de carga convencional uma barra PV eacute usada para representar a barra de

geraccedilatildeo com controle de tensatildeo

Em cada interaccedilatildeo a geraccedilatildeo de reativo de cada barra PV eacute comparada com seu

respectivo limite (Q-limite) no caso de violaccedilatildeo a barra PV eacute alterada para tipo PQ onde Q eacute

especificado no valor limite alcanccedilado ou seja torna-se uma variaacutevel independente e V se

torna uma incoacutegnita no problema isto eacute torna-se uma variaacutevel dependente Estas barras

podem voltar a ser PV nas iteraccedilotildees futuras Em geral mudanccedilas no tipo das barras natildeo

afetam a soluccedilatildeo

As curvas PV podem ser traccediladas atraveacutes de sucessivas soluccedilotildees do fluxo de carga

convencional a partir de um caso base ateacute proacuteximo ao ponto de maacuteximo carregamento para

incrementos graduais de carga (λ)

A expressatildeo (311) corresponde agraves equaccedilotildees de balanccedilo de potecircncias definidas em

(31) acrescida da dependecircncia contiacutenua da carga (resistiva indutiva ou capacitiva) com o

paracircmetro escalar λ

0VθG =)( λ (311)

Ou ainda

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

52

PQ

PVPQ

barras para0)Q(esp

e barras para0)P(esp

=minusλ

=minusλ

VQ

VP

θ

θ (312)

Onde

c-g esp PPP = eacute a diferenccedila entre as potecircncias ativas geradas e consumidas para as barras de

carga (PQ) e de geraccedilatildeo (PV) c- esp QQ = eacute potecircncia reativa consumida para as barras PQ

Observa-se que quando o tipo da barra PV eacute alterado para PQ deve-se tomar o

cuidado de natildeo multiplicar suas potecircncia reativas geradas ( gQ ) por λ

No sistema de equaccedilotildees (312) assume-se que o aumento de carga do sistema eacute

proporcional ao caso base (λ=1) e que o fator de potecircncia eacute mantido constante (Costa et al

(1998)) (TAYLOR 1994) As potecircncias ativa espkP e reativa esp

kQ podem tambeacutem ser

definidas como espkcosesp

kSesppkC ϕ e esp

ksenespkSesp

qkC ϕ respectivamente Assim dependendo

do valor de espqkCeesp

pkC pode-se obter as curvas PV QV ou SV

Portanto eacute possiacutevel realizar-se uma variaccedilatildeo de carregamento individual isto eacute para

cada barra do sistema considerando para cada uma um crescimento de carga com fatores de

potecircncia diferentes aos do caso base

Tradicionalmente entretanto assume-se que o aumento de carga de uma determinada

aacuterea eacute feito com fator de potecircncia constante e proporcional ao carregamento do caso base com

modelo de carga de potecircncia constante visto que este fornece a condiccedilatildeo de operaccedilatildeo mais

segura para o sistema (WECC 1998) (TAYLOR 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

53

Em geral λ eacute considerado uma variaacutevel dependente e entatildeo variado automaticamente

Dessa forma o sistema de equaccedilotildees (312) cuja dimensatildeo eacute n = 2nPQ + nPV agora tem 1n +

incoacutegnitas e uma equaccedilatildeo adicional eacute necessaacuteria

Por outro lado qualquer uma das 1n + incoacutegnitas pode ser definida como paracircmetro

seus valores podem ser especificados e entatildeo esta equaccedilatildeo pode ser usada para calcular a

nova variaacutevel dependente λ Assim o sistema (312) ficaraacute com n equaccedilotildees e n incoacutegnitas

Nestas condiccedilotildees a nova matriz Jacobiana diferiraacute da original na coluna k onde as derivadas

das potecircncias em relaccedilatildeo ao novo paracircmetro seratildeo substituiacutedas pelas correspondentes

derivadas em relaccedilatildeo agrave nova variaacutevel dependente (λ)

A adiccedilatildeo de equaccedilotildees parametrizadas tem se tornado um procedimento padratildeo

(SEYDEL 1994) Entretanto isto implicaraacute em um aumento na dimensatildeo da matriz Jacobiana

Aplicando-se a teacutecnica do meacutetodo do fluxo de carga convencional para resolver a

Equaccedilatildeo (312) para o caso base (Vo θo λο = 1) obtem-se como resultado o primeiro ponto

da curva PV correspondente ao ponto ( )ax λ visualizado na Figura 31 Emprega-se entatildeo o

meacutetodo da continuaccedilatildeo para calcular as soluccedilotildees adicionais ateacute que o ponto de maacuteximo

carregamento seja alcanccedilado No iniacutecio do processo um passo preditor eacute executado para

encontrar uma estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo

A diferenccedila entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo estaacute na forma como esta nova variaacutevel eacute

tratada e em como a singularidade da nova matriz Jacobiana eacute evitada

33 - Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de prediccedilatildeo parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo

O traccedilado das curvas PV e QV para uma uacutenica barra a soluccedilatildeo do fluxo de carga

convencional dependeraacute dentre outros fatores da existecircncia da soluccedilatildeo das muacuteltiplas

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

54

soluccedilotildees existentes do meacutetodo utilizado na resoluccedilatildeo das equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares

da existecircncia de singularidades da matriz Jacobiana no ponto de maacuteximo carregamento da

estimativa inicial Todas estas caracteriacutesticas satildeo comuns aos processos de soluccedilatildeo de

equaccedilotildees algeacutebricas natildeo-lineares em geral

O meacutetodo da continuaccedilatildeo pode ser implementado com qualquer conjunto de equaccedilotildees

de equiliacutebrio ou seja em regime permanente de um sistema eleacutetrico de potecircncia embora nas

anaacutelises de estabilidade de tensatildeo tecircm sido empregados mais especificamente para o caacutelculo

da trajetoacuteria de soluccedilotildees

A denominaccedilatildeo de fluxo de carga continuado (do inglecircs Continuation Power Flow)

adveacutem do uso das equaccedilotildees padrotildees do fluxo de carga convencional como modelo das redes

eleacutetricas (KUNDUR 1994) (VAN CUTSEM 1998)

O meacutetodo da continuaccedilatildeo abaliza-se fundamentalmente na determinaccedilatildeo de uma

estimativa atraveacutes de um processo de prediccedilatildeo a partir de uma soluccedilatildeo conhecida

A estimativa representa a condiccedilatildeo inicial para o processo de correccedilatildeo que por sua vez

e o responsaacutevel pela convergecircncia agrave nova soluccedilatildeo

Dentre os inuacutemeros meacutetodos descritos na literatura especiacutefica o mais amplamente

empregado consiste de quatro procedimentos baacutesicos

I Um procedimento de prediccedilatildeo necessaacuterio na ponderaccedilatildeo de uma estimativa para

o proacuteximo ponto de soluccedilatildeo

Dentre as diversas teacutecnicas de previsatildeo destaca-se o meacutetodo da tangente

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994) e o

meacutetodo da secante (CHIANG et al 1995) (CHIANG et al 1999)

Uma outra teacutecnica de previsatildeo eacute a denominada de previsatildeo trivial ou polinomial

modificada de ordem zero (CHIANG et al 1995)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

55

II Um procedimento estrateacutegico de parametrizaccedilatildeo necessaacuterio para evitar a

singularidade da matriz Jacobiana

As teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo mais frequumlentemente utilizadas nos fluxo de carga

continuado satildeo a local a geomeacutetrica e a que utiliza o comprimento de arco

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994)

(SEYDEL 1994) (CHIANG et al 1995) (CHIANG et al 1999)

III Um controle de tamanho de passo usado para obter um bom desempenho global

IV Um procedimento corretor necessaacuterio para corrigir a soluccedilatildeo aproximada do

passo preditor a fim de se evitar acumulo de erros

A teacutecnica mais aplicada eacute a da interseccedilatildeo perpendicular (AJJARAPU

CHRISTY 1992) (IBA et al 1991)

O meacutetodo da continuaccedilatildeo tem como objetivo encontrar soluccedilotildees consecutivas a a+1

para um sistema de equaccedilotildees natildeo-lineares de tal forma que

( ) ( ) ( )correccedilatildeoprediccedilatildeo

xxx aaeea 11 ++rarrrarr λλλ

A partir da soluccedilatildeo conhecida ( )ax λ atraveacutes de um processo de prediccedilatildeo eacute possiacutevel

se determinar uma estimativa ( ) 1

+aeex λ Tal estimativa eacute a condiccedilatildeo inicial para o processo

de correccedilatildeo responsaacutevel pela convergecircncia agrave nova soluccedilatildeo ( ) 1 +ax λ

A Figura 31 ilustra de forma geneacuterica os processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em

sistemas parametrizados

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

56

Figura 31 - Processos de prediccedilatildeo e correccedilatildeo em sistemas parametrizados

331 ndash Teacutecnicas de prediccedilatildeo

3311 - Preditor tangente

No passo preditor tangente a estimativa da proacutexima soluccedilatildeo pode ser encontrada

dando-se um passo de dimensatildeo apropriadamente escolhida na direccedilatildeo do vetor tangente agrave

curva PV calculado na soluccedilatildeo atual do processo

O caacutelculo do vetor tangente (t) pode ser obtido tomando-se as derivadas parciais do

sistema de equaccedilotildees (311)

Diferenciando-se a Equaccedilatildeo (311) e colocando-a na sua forma matricial pode-se

calcular o vetor tangente atraveacutes da seguinte equaccedilatildeo

[ ] [ ]

=minus=

minus

000

tVθ

GG λV

ddd

GG λθ Jλ

(313)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

57

Onde

Gθ satildeo as derivadas parciais de G em relaccedilatildeo agrave θ Gv satildeo as derivadas parciais de G em

relaccedilatildeo agrave V Gλ satildeo as derivadas parciais de G em relaccedilatildeo agrave λ

Gθ e GV compotildeem a matriz Jacobiana do Fluxo de carga convencional

Incrementa-se uma coluna ndashGλ em J correspondente a nova variaacutevel λ Atraveacutes do

incremento da nova coluna o nuacutemero de incoacutegnitas passa a ser maior do que o nuacutemero de

equaccedilotildees uma variaacutevel do vetor t deve ser especificada com um valor diferente de zero A

variaacutevel escolhida daacute-se a denominaccedilatildeo de ldquoparacircmetro da continuaccedilatildeordquo

Com a especificaccedilatildeo do paracircmetro da continuaccedilatildeo deve-se acrescentar uma nova

equaccedilatildeo (ek t = tk = plusmn 1) ao sistema (32)

O sistema de equaccedilotildees (314) com as devidas modificaccedilotildees passa a ser

plusmn==

minus=

minus

100GG

ttGG

VθGG

mJee kk

λθλθ VV

dλdd

(314)

Na Equaccedilatildeo (314) ek eacute um vetor linha devidamente dimensionado com todos os

elementos nulos exceto o k-eacutesimo que seraacute igual a 1

A identificaccedilatildeo do iacutendice ldquokrdquo eacute realizada de forma tal que o vetor tangente t tenha uma

norma natildeo-nula e garanta que a matriz Jacobiana modificada (Jm) seja natildeo-singular no ponto

de maacuteximo carregamento

O nuacutemero 1 deveraacute ser posto na coluna da variaacutevel escolhida como paracircmetro da

continuaccedilatildeo (Vk θk ou λ) A introduccedilatildeo do sinal + ou ndash dependeraacute de como a variaacutevel

escolhida como paracircmetro da continuaccedilatildeo estaraacute sendo alterada positivo se ela estiver

crescendo de valor e negativo se estiver decrescendo

Uma vez obtido o vetor t a estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo seraacute dada por

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

58

+

=

dλλλ a

a

a

dVdθ

σe

e

e

(315)

O sobrescrito ldquoerdquo indica estimativa isto eacute o vetor tangente eacute usado para obter uma

estimativa para θ V e λ a partir da soluccedilatildeo atual ldquoardquo

O escalar σ eacute o tamanho do passo preditor apropriado

A dimensatildeo do passo deve ser tal que a soluccedilatildeo prevista esteja dentro do raio de

convergecircncia do passo corretor

3312 ndash Preditor secante

O meacutetodo do preditor secante de ordem um eacute uma aproximaccedilatildeo do vetor tangente e

utiliza a soluccedilatildeo anterior e a soluccedilatildeo atual para fazer a estimativa da proacutexima soluccedilatildeo Estes

dois primeiros pontos satildeo obtidos pelo meacutetodo do preditor tangente

Os meacutetodos polinomiais estatildeo baseados em um polinocircmio de ordem variada que

ldquocortardquo a soluccedilatildeo atual e as soluccedilotildees preacutevias )( aa λx )( 1minusminus aa λ1x para prover um ponto de

aproximaccedilatildeo para a proacutexima soluccedilatildeo )( 11 ++ aa λx

)()()( 111 minusminus++ minusminus+= aaaaaaaa λλσλλ xxxx 1 (316)

O sistema da Figura 32 apresentada em (ALVES 2000) para ilustrar os passos do

meacutetodo da continuaccedilatildeo com preditor tangente e secante

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

59

r12 + j x12 r23 + j x23

(slack)

2 3

P2 + jQ2 P3 + jQ3

y12 = g12 + j b12 y23 = g23 + j b23

V1 = V1 0o pu

V2 = V2 θ2o pu

V3 = V3 θ3

o pu

1

Figura 32 - Sistema de trecircs barras

Os valores adotados para o sistema de trecircs barras da Figura 32 foram

01911 upV oang=amp 33010012 upjz += 67020023 upjz += 0022 upjQjP +=+

toleracircncia de 10-5

A Figura 33 (ALVES 2000) obtida para o sistema da Figura 32 ilustra os passos da

previsatildeo pelo vetor tangente por meio da reta contiacutenua e pelo vetor secante por meio da reta

tracejada respectivamente obtidas utilizando λ como paracircmetro da continuaccedilatildeo

Figura 33 - Comparaccedilatildeo entre os meacutetodos da continuaccedilatildeo com preditor tangente e com preditor secante

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

60

Observa-se na Figura 33 que no ponto ldquoArdquo o passo corretor natildeo encontraraacute soluccedilatildeo

se λ for o paracircmetro utilizado Aleacutem disso o uso deste paracircmetro natildeo eliminaraacute a

singularidade da matriz Jacobiana modificada (Jm) no ponto de maacuteximo carregamento tanto

no passo preditor quanto no corretor

Assim para obter-se o ponto de maacuteximo carregamento com maior precisatildeo o passo

teraacute que ser reduzido agrave medida que os pontos se aproximam do ponto de maacuteximo

carregamento

3313 - Preditor polinomial modificado de ordem zero

Uma outra teacutecnica de previsatildeo que seraacute adotada para o passo preditor na metodologia

proposta nesse trabalho eacute a denominada de previsatildeo trivial ou polinomial modificada de

ordem zero (CHIANG et al 1995)

Esta teacutecnica usa a soluccedilatildeo atual e um incremento fixo no paracircmetro (λ θk ou Vk)

como uma estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo Observa-se que as soluccedilotildees sucessivas de (32)

pelo meacutetodo de Newton com a prefixaccedilatildeo de vaacuterios valores para o paracircmetro em uso (λ θk

ou Vk) satildeo casos particulares dessa teacutecnica de previsatildeo

Uma vez especificado um incremento fixo no paracircmetro (λ θk ou Vk) como uma

estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo torna-se necessaacuterio realizar a correccedilatildeo a partir da soluccedilatildeo

atual para obter a soluccedilatildeo correta final

Em geral o incremento adotado pelo passo preditor exige poucas iteraccedilotildees para que a

proacutexima soluccedilatildeo seja obtida dentro da precisatildeo desejada

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

61

332 - Controle do passo preditor

A adoccedilatildeo do controle de passo eacute de fundamental importacircncia para a eficiecircncia do

meacutetodo da continuaccedilatildeo Uma boa opccedilatildeo eacute na medida do possiacutevel definir o menor passo entre

a soluccedilatildeo conhecida ( )ax λ e a soluccedilatildeo estimada ( ) 1

+aeex λ Esta opccedilatildeo apesar de garantir a

convergecircncia do meacutetodo nos trechos da trajetoacuteria de soluccedilatildeo com curvatura mais acentuada

tem como agravante o elevado dispecircndio de tempo nos trechos planos

O controle de passo ideal deve se adaptar agrave topologia da trajetoacuteria de soluccedilatildeo

tornando-se um algoritmo com consideraacutevel grau de sofisticaccedilatildeo

Para sistemas pouco carregados aplicam-se passos maiores jaacute para sistemas altamente

carregados aplicam-se passos menores O ideal seria se o tamanho do passo se adaptasse agraves

condiccedilotildees reais de convergecircncia Um meacutetodo simples baseado no nuacutemero de iteraccedilotildees do

passo corretor eacute utilizado para controlar o tamanho do passo preditor se o nuacutemero de

iteraccedilotildees do passo corretor for pequeno indica que a carga ainda eacute leve ou normal e o passo

pode ser maior Aumentando o nuacutemero de iteraccedilotildees o sistema estaraacute numa regiatildeo de alto

carregamento e o tamanho do passo deve ser reduzido

Uma opccedilatildeo eacute o uso da tensatildeo (Vk) como paracircmetro durante todo o traccedilado da curva

PV pois isso acarretaraacute em um controle automaacutetico do passo Isto porque em geral um passo

fixo na tensatildeo corresponde a passos largos no fator de carregamento durante carga leve e

normal e em passos reduzidos para altos carregamentos conforme mostrado na Figura 34

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

62

05 1 15 2 25 3 35 4 45 5 550

02

04

06

08

1

12

14 Te

nsatildeo

[pu

]

Fator de carregamento λ

Figura 34 - Controle automaacutetico do passo σ

Outro meacutetodo de controle do tamanho do passo eacute baseado na norma do vetor tangente

(ZAMBRONI et al 1997) O tamanho do passo eacute definido como

2

t0σσ = (317)

Onde σ0 eacute um escalar predefinido || t ||2 eacute a norma Euclidiana do vetor tangente t

Agrave medida que o sistema torna-se carregado a magnitude do vetor tangente aumenta e

consequumlentemente σ diminui

333 ndash Teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo e correccedilatildeo

A parametrizaccedilatildeo na anaacutelise estaacutetica da tensatildeo eacute a forma matemaacutetica usada para

identificar cada soluccedilatildeo na curva correspondente agrave trajetoacuteria de soluccedilotildees (curva PV) de forma

que a proacutexima soluccedilatildeo ou a soluccedilatildeo prevista possa ser quantificada

Carga leve passos maiores

Alto carregamento passos menores

A correccedilatildeo eacute feita horizontalmente paracircmetro Vk

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

63

A estrateacutegia de parametrizaccedilatildeo eacute quem define a robustez do meacutetodo da continuaccedilatildeo

em relaccedilatildeo agrave eliminaccedilatildeo dos problemas numeacutericos relacionados aos meacutetodos de soluccedilotildees das

equaccedilotildees e a obtenccedilatildeo das muacuteltiplas soluccedilotildees

O processo da parametrizaccedilatildeo eacute normalmente efetuado atraveacutes da aplicaccedilatildeo de

paracircmetros fiacutesicos tais como magnitude de tensatildeo fator de carregamento potecircncia ativa

potecircncia reativa etc eou paracircmetros artificiais cabendo destacar equaccedilotildees geomeacutetricas

comprimento de arco

As teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo fiacutesica podem resultar em dificuldades de convergecircncia

do meacutetodo inerentes aos pontos de transiccedilatildeo

Consegue-se evitar tais dificuldades efetuando-se uma avaliaccedilatildeo local em cada

soluccedilatildeo e caso o processo neste ponto convirja efetua-se a troca desse paracircmetro Essa

teacutecnica de parametrizaccedilatildeo eacute chamada de parametrizaccedilatildeo local (AJJARAPU CHRISTY

1992)

Jaacute as teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo artificial favorecem as convergecircncias uma vez que

natildeo encontram problemas nos pontos de transiccedilatildeo sendo por este motivo consideradas mais

robustas e apropriadas em relaccedilatildeo agraves teacutecnicas baseadas em paracircmetros fiacutesicos (WGVS 1993)

Com o passo preditor realizado isto eacute com o ponto estimado ( ) 1

+aeex λ encontrado

existe nesta soluccedilatildeo um erro uma vez que o ponto (estimado) natildeo se encontra na soluccedilatildeo real

da funccedilatildeo definida portanto torna-se necessaacuterio realizar a correccedilatildeo desta soluccedilatildeo aproximada

para se obter a soluccedilatildeo correta evitando-se desta forma um acuacutemulo de erros

Uma vez que o ponto obtido encontra-se muito proacuteximo da soluccedilatildeo correta reduzido

nuacutemero de iteraccedilotildees geralmente e torno de duas ou trecircs seratildeo necessaacuterias para se alcanccedilar a

curva trajetoacuteria de soluccedilotildees (curva PV) dentro da precisatildeo desejada

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

64

Qualquer meacutetodo numeacuterico pode ser utilizado na aplicaccedilatildeo do passo corretor Para o

sistema eleacutetrico de potecircncia o mais frequumlentemente utilizando eacute o meacutetodo de Newton-

Raphson (ALVES et al 2004-I)

Uma equaccedilatildeo adicional eacute acrescentada ao sistema de equaccedilotildees (311) definindo um

hiperplano perpendicular ao vetor de prediccedilatildeo Assim o sistema de equaccedilotildees da etapa de

correccedilatildeo passa a ser

0

0)(

=minus

=eppλVG θ

(318)

Onde p corresponde agrave variaacutevel escolhida como o paracircmetro de continuaccedilatildeo pe corresponde a

valor estimado do paracircmetro de continuaccedilatildeo obtido no procedimento de prediccedilatildeo

Linearizando-se em torno do ponto de operaccedilatildeo (318) vem

=

∆λ=

∆λ

minus

0

λQP

eGG

mk

ΔΔ

ΔΔ

ΔΔ

GVθ J (319)

sendo que o vetor ek conteraacute a unidade apenas na coluna correspondente ao novo paracircmetro p

3331 - Parametrizaccedilatildeo local

Uma outra forma de contornar o problema da singularidade eacute usar em ambos os

passos preditor e corretor uma teacutecnica muito simples conhecida por parametrizaccedilatildeo local

(AJJARAPU CHRISTY 1992) (AJJARAPU LAU BATTULA 1994) e (SEYDEL 1994)

que consiste na troca de paracircmetro proacuteximo ao ponto de maacuteximo carregamento

Na parametrizaccedilatildeo local avaliam-se os incrementos em cada uma das variaacuteveis e

seleciona-se a que apresentar o maior desvio relativo (AJJARAPU CHRISTY 1992)

(AJJARAPU LAU BATTULA 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

65

O ponto criacutetico para o processo de parametrizaccedilatildeo passa a ser a escolha adequada do

iacutendice k

∆∆∆∆

=∆

λλmax

2

2

1

1

n

n

k

K

xx

xx

xx

xx

(320)

No meacutetodo do vetor tangente apoacutes o processo de escolha da variaacutevel que seraacute aquela

que apresentou a maior variaccedilatildeo λ passa a ser a partir daiacute tratado como variaacutevel dependente

enquanto que a variaacutevel escolhida passa a ser o novo paracircmetro p do conjunto de n+1

variaacuteveis

O novo paracircmetro p seraacute dado por

1 n 21 max +larr tttp L (321)

O uso deste meacutetodo para a escolha automaacutetica de p natildeo tem apresentado dificuldades

mesmo para sistemas altamente compensados (CANtildeIZARES et al 1993)

A experiecircncia com o meacutetodo do vetor tangente tem demonstrado que ao aproximar-se

do ponto de maacuteximo carregamento p muda de λ para Vk aquela tensatildeo que apresenta a maior

variaccedilatildeo retornando novamente para λ apoacutes alguns pontos

Jaacute no meacutetodo baseado no preditor secante a escolha do paracircmetro p natildeo mais se

processa com a variaacutevel que apresentar a maior variaccedilatildeo mas sim com aquela que apresentar

a maacutexima variaccedilatildeo relativa (SEYDEL 1994)

minus

minus

minuslarr

+

+

+

+

+

+

1

1

maxj

jj

λλ1j

j1j

1j

j1j

V

VV

θ

θθ (322)

Onde j refere-se ao ponto da curva

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

66

O preditor secante apresenta um alto grau de confiabilidade poreacutem o mesmo natildeo

garante que o paracircmetro p escolhido agilize o processo (SEYDEL 1994)

Almeja-se que a escolha do paracircmetro p com base em qualquer uma das equaccedilotildees

(321) ou (322) resulte em um bom desempenho do algoritmo

3332 ndash Teacutecnica do comprimento de arco

Em CHIANG et al (1995) os autores propuseram uma teacutecnica para eliminar a

singularidade da matriz Jacobiana baseada no paracircmetro do comprimento do arco (s) Os dois

primeiros pontos satildeo obtidos pelo vetor tangente e ao inveacutes de acrescentar a equaccedilatildeo (ek t =

plusmn 1) acrescenta-se agrave Equaccedilatildeo (313) do passo preditor a Equaccedilatildeo (323)

sum =

+

=

n

i

2i

dsdλ

dsdx

1

2

1 (323)

Para a correccedilatildeo eacute adicionada agrave Equaccedilatildeo (311) a seguinte equaccedilatildeo

sum =∆minusminus+minus==

n

iii ssλλsxxsλ

1

222 0)())(())(()(R x (324)

O comprimento de arco ∆s vale

50

1

22 ))((]))([(sum minus+minus=∆=

n

iii sλλsxxs (325)

A expansatildeo das equaccedilotildees (311) e (324) em seacuterie de Taylor considerando somente as

condiccedilotildees de primeira ordem resulta na seguinte equaccedilatildeo linearizada

=

partpart

partpart

minus

R

Gx

x

G x

Δ

Δ

Δ

Δ

RRG

λλ

λ

(326)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

67

Onde xG representa a matriz Jacobiana

A Equaccedilatildeo (323) assegura que o paracircmetro s seja o comprimento do arco sobre a

curva de soluccedilatildeo As equaccedilotildees (313) e (323) juntas formam um conjunto n + 1 equaccedilotildees a n

+ 1 incoacutegnitas

A estimativa para a proacutexima soluccedilatildeo eacute obtida da Equaccedilatildeo (315) onde σ representaraacute

o passo do comprimento de arco s

A Equaccedilatildeo (323) eacute natildeo-linear e o sistema formado por esta equaccedilatildeo e a Equaccedilatildeo

(313) natildeo pode ser linearizada sendo que a sua soluccedilatildeo pode consumir muito tempo

computacional

A opccedilatildeo sugerida em (CHIANG et al 1995) eacute a obtenccedilatildeo de dois pontos da curva

atraveacutes do preditor tangente sendo utilizado depois o preditor secante De acordo com os

autores esta teacutecnica de parametrizaccedilatildeo eacute mais robusta possibilitando que sejam dados maiores

passos do que a teacutecnica utilizando parametrizaccedilatildeo local

3333 ndash Teacutecnica da perpendicularidade

Uma outra teacutecnica utilizada para contornar a singularidade sem a necessidade de

parametrizaccedilatildeo foi utilizada primeiramente por (IBA et al 1991) e posteriormente associada

a um controle de passo aplicada com sucesso em vaacuterios sistemas em (CANtildeIZARES et al

1992)

A teacutecnica consiste na adiccedilatildeo ao equacionamento do sistema de uma nova equaccedilatildeo

( ( )[ ] ( )[ ] 0)()()()( 11 =∆minusminus∆+∆minusminus∆ ++ aaaTaaaaTa xxxx λσλλλσ ) Tal procedimento deveraacute

definir um hiperplano perpendicular ao vetor de prediccedilatildeo que se inicia na soluccedilatildeo conhecida

( )ax λ e passa pela soluccedilatildeo estimada ( ) 1

+aeex λ e um outro que se encontra sobre a curva da

trajetoacuteria de soluccedilotildees soluccedilatildeo ( ) 1 +ax λ (SEYDEL 1994)

Capiacutetulo 3 Meacutetodo da continuaccedilatildeo e suas teacutecnicas de parametrizaccedilatildeo

68

Destarte a equaccedilatildeo de parametrizaccedilatildeo a ser acrescida ao sistema (311) seraacute dada pelo

produto escalar

0ΔΔΔ

a

a

a

=

minusminusminusminusminusminus

bull

aa

aa

aaT

λ λλλ∆∆

∆VVVθθθ

(327)

Onde (∆θa ∆Va ∆λa)T = (θ e ndash θa Ve ndash Va λe ndash λa)

Partindo da soluccedilatildeo fornecida pelo passo preditor o sistema resultante da expansatildeo em

seacuterie de Taylor do sistema (311) acrescido da equaccedilatildeo anterior converge para o ponto (θ V

λ) da curva PV

∆∆∆

=

∆∆∆

partpart

partpart

partpart

minus

HH

VHH

GQP

VθGG Vθ

λλθ

λ

(328)

Capiacutetulo 4

METODOLOGIA PROPOSTA

41 - Introduccedilatildeo

A maioria das anaacutelises nas aacutereas de planejamento e operaccedilatildeo de sistemas eleacutetricos

envolve caacutelculos de fluxo de carga fluxo de carga continuado e fluxo de carga oacutetimo

Como mencionado no capiacutetulo 1 as simulaccedilotildees de fluxo de carga satildeo utilizadas para

determinar nas condiccedilotildees de regime permanente as magnitudes de tensatildeo e os acircngulos de

cada barra em um sistema eleacutetrico de potecircncia Uma vez obtidas essas grandezas satildeo

utilizadas natildeo soacute para a determinaccedilatildeo da margem de carregamento e do caacutelculo dos fluxos de

potecircncia ativa e reativa em todas as linhas de transmissatildeo e equipamentos conectados as

barras mas tambeacutem para quantificar as perdas nos sistemas de energia eleacutetrica

(MONTICELLI 1983)

Jaacute um fluxo de carga oacutetimo natildeo somente resolve as equaccedilotildees do fluxo de carga como

tambeacutem determina um conjunto de valores oacutetimos para as variaacuteveis de estado da rede levando

em conta a demanda e os paracircmetros do sistema Os valores oacutetimos satildeo calculados

objetivando minimizar uma funccedilatildeo objetivo tal como o custo de geraccedilatildeo ou as perdas de

transmissatildeo sujeitos as restriccedilotildees de igualdade e desigualdade (DOMMEL TINNEY 1968)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

70

Sabe-se que o ponto de maacuteximo carregamento de um sistema aumenta em funccedilatildeo da

disponibilidade de reservas de reativo do mesmo (ALVES et al 2002-II) Assim ao

minimizarem-se as perdas no sistema implicitamente estar-se-aacute aumentando a margem de

reativos do sistema e consequumlentemente aumentando a margem de estabilidade estaacutetica ou

seja o ponto de maacuteximo carregamento

Por outro lado o fluxo de carga natildeo foi desenvolvido para minimizar automaticamente

qualquer funccedilatildeo objetivo Dessa forma um processo de tentativa e erro deve ser executado

para otimizar algum criteacuterio desejado escolhendo uma dentre as vaacuterias soluccedilotildees factiacuteveis de

um conjunto muito amplo

A metodologia apresentada em (CHEN HSU 2000) resolve sequumlencialmente o fluxo

de potecircncia oacutetimo seguindo uma dada curva de previsatildeo de carga atendendo restriccedilotildees

operativas do sistema e garantindo que cada gerador atenda metas estabelecidas pelo

planejamento de meacutediolongo prazo ainda que representando algumas restriccedilotildees de

seguranccedila tal como manutenccedilatildeo de um perfil de tensatildeo seguro para todo o sistema natildeo era

levado em conta a avaliaccedilatildeo da margem de estabilidade de tensatildeo para cada horaacuterio Tal

restriccedilatildeo eacute contemplada em (MENEZES 2002) onde a metodologia apresentada leva em

consideraccedilatildeo o modelo do fluxo de potecircncia oacutetimo parameacutetrico o meacutetodo do fluxo de carga

continuado para o caacutelculo das margens de estabilidade e o meacutetodo de anaacutelise modal estaacutetica

expandida para a obtenccedilatildeo dos fatores de participaccedilatildeo dos geradores

Affonso (AFFONSO 2004) baseado na forte relaccedilatildeo entre margem de estabilidade de

tensatildeo e as reservas de potecircncia reativa da rede apresentou metodologia propondo o re-

despacho da geraccedilatildeo de potecircncia ativa e reativa para condiccedilotildees normais de operaccedilatildeo obtendo

indiretamente um aumento na margem de estabilidade de tensatildeo do sistema atraveacutes da

maximizaccedilatildeo das reservas de potecircncia reativa e da minimizaccedilatildeo das perdas de potecircncia ativa

por meio do fluxo de carga oacutetimo

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

71

No presente trabalho propotildee-se uma nova metodologia que associada ao meacutetodo da

continuaccedilatildeo possibilite obter uma ampliaccedilatildeo na margem de estabilidade do sistema visando

atender os niacuteveis miacutenimos de ampliaccedilatildeo de margem de estabilidade de tensatildeo de acordo com

as recomendaccedilotildees da ForccedilandashTarefa ldquoColapso de Tensatildeordquo do GTADSCELGCOI (FTCT

1999) e do WSCC-Reactive Power Reserve Work Group (WECC 1998) Para se alcanccedilar

essa meta acrescenta-se agraves equaccedilotildees do fluxo de carga a equaccedilatildeo parametrizada da perda

ativa total na transmissatildeo e as equaccedilotildees das potecircncias reativa geradas nas barras PV As

tensotildees nas barras PV satildeo consideradas como variaacuteveis de controle e um novo paracircmetro eacute

escolhido com o intuito de se reduzir a perda ativa nas linhas de transmissatildeo

42 - O problema do fluxo de carga oacutetimo

Considere inicialmente um sistema de duas barras sendo uma barra de folga (slack) e

uma barra PV interligadas por uma linha de transmissatildeo cuja impedacircncia eacute z12 como

ilustrado na Figura 41

z12 = r12 + j x12

barra 1(slack)

barra 2 (PV)

P2 + jQ2

j bsh12 j bsh

12

y12 = g12 + j b12

V1 = V1 0o pu

V2 = V2 θo pu

Figura 41 - Sistema de duas barras

Define-se Pg2 como sendo a potecircncia ativa gerada na barra 2 Pc2 como sendo a potecircncia ativa

consumida na barra 2 Qg2 como sendo a potecircncia reativa gerada na barra 2 Qc2 como sendo a

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

72

potecircncia reativa consumida na barra 2 P2 = Pg2 ndash Pc2 como sendo a injeccedilatildeo de potecircncia ativa

na barra 2 e Q2 = Qg2 ndash Qc2 como sendo injeccedilatildeo de potecircncia reativa na barra 2

O fluxo de carga oacutetimo eacute um problema de otimizaccedilatildeo natildeo-linear em regime

permanente que calcula os valores oacutetimos de um conjunto de variaacuteveis a partir do estado da

rede dos dados da carga e dos paracircmetros do sistema

Os valores oacutetimos satildeo calculados objetivando minimizar uma determinada funccedilatildeo tal

como custo de geraccedilatildeo ou perdas de potecircncia ativa na transmissatildeo sob restriccedilotildees de igualdade

e de desigualdade

O problema do fluxo de carga oacutetimo pode ser apresentado como

minimizar Pa(x) sujeito a G(x) = 0 (41)

H(x) le 0

xmin le x le xmax

Onde

=

Vx

θeacute o vetor composto pelas variaacuteveis de estado e controle do sistema xmax e xmin

satildeo os limites das variaacuteveis de estado e controle do sistema G(x) satildeo as condiccedilotildees de

igualdade do fluxo de carga H(x) satildeo as restriccedilotildees de desigualdade do fluxo de carga

A funccedilatildeo objetivo Pa(x) representa o desempenho do sistema sendo neste trabalho

esta funccedilatildeo representada pela perda total de potecircncia ativa na transmissatildeo (Pa)

As restriccedilotildees de desigualdade H(x) representam as equaccedilotildees funcionais do fluxo de

carga como os limites dos fluxos de potecircncia ativa e reativa nas linhas de transmissatildeo e

transformadores e limites de injeccedilatildeo de potecircncia reativa nas barras de controle de reativos

barras PV

Considere o caso do sistema da Figura 41 onde a barra 2 eacute uma barra de tensatildeo

controlada do tipo PV no caso controlada por um compensador siacutencrono Sua tensatildeo bem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

73

como a da barra de folga variaraacute de forma a reduzir Pa A barra de folga deveraacute ser capaz de

suprir tanto a solicitaccedilatildeo de carga como a perda de potecircncia ativa na linha de transmissatildeo

Sendo a barra 2 do tipo PV sua correspondente equaccedilatildeo Q2(x) deixa de pertencer ao

conjunto de restriccedilotildees de igualdade enquanto natildeo for ativa

A soluccedilatildeo analiacutetica do fluxo de carga oacutetimo desse problema jaacute foi apresentada em

(ALVES et al 2002-II) de onde se tem que as coordenadas do ponto oacutetimo 1

1 eV = e

2

2

2 jfeV += Pa e

2gQ devem satisfazer as seguintes equaccedilotildees

( )

+minusminus=+= lowast

212

21

1

2

2

12 42

e Preetgftgfee φφ

(42)

( ) 212

2212 xfrPa lowastlowast = e ( ) ( )lowastlowastlowast == PatgxfQg φ12

222 (43)

Para o caso base para o qual o fator de carregamento (λ) eacute igual a 1 e considerando

z12 = r12+j x12 = (02+j 1 0) pu e P2 = ndashPc2 = ndash04 pu a Tabela 41 apresenta as soluccedilotildees

obtidas com (42) e (43) e por um programa de fluxo de carga oacutetimo (DA COSTA

LANGONA ALVES 1998) para diversos valores maacuteximos de e1 dentro do intervalo 095

pu le e1 le 110 pu

Tabela 41 - Soluccedilotildees do fluxo de carga oacutetimo para o sistema da Figura 41 1e

(pu)

| 2V |

(pu)

(graus)

Pa

(MW)

gQ

(MVAr)

095 0976 -2860 4361 2181

100 1012 -2567 3845 1922

105 1052 -2315 3420 1710

110 1094 -2097 3066 1533

A Figura 42 mostra o caso base de um sistema de trecircs barras constituiacutedo de uma barra

de folga uma PV e uma PQ A perda ativa total na transmissatildeo eacute igual a 1666 MW

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

74

Este sistema foi apresentado e analisado detalhadamente em (DOMMEL TINNEY

1968)

barra 1 (slack)barra 2 (PV)

Pg2 = 170MWz23 = 0035 + j0086

V2 = 1023 739o pu

z13 = 0098 + j0122

barra 3 (PQ)

Pc3 = 200MWQc3 = 100MVAr

V3 = 0908 -002o pu

V1 = 1022 0o pu

15851+ j 4847

17000+ j 7718

4149+ j 5153

4666+ j 5801

Pa = 1666MW

Figura 42 - Sistema de trecircs barras ndash caso base

Os intervalos adotados para a variaccedilatildeo dos valores da tensatildeo nas barras foram

bull de folga (V1) V1min

le V1 leV1maacutex onde V1

min = 09 pu e V1maacutex = 116344 pu

bull PV (V2) V2min le V2 le V2

max onde V2min = 09 pu e V2

max = 12 pu

barra 1 (slack)barra 2 (PV)

Pg2 = 170MWy23 = 4 - j10

V2 = 120 44o pu

y13 = 4 - j5

barra 3 (PQ)

Pc3 = 200MWQc3 = 100MVAr

V3 = 1092 -068o pu

V1 = 11634 0o pu

16119+ j 6682

17000+ j 8885

3881+ j 3318

4094+ j 3584

Pa = 1094MW

Figura 43 - Sistema de trecircs barras - caso otimizado

Na Figura 43 apresenta-se a soluccedilatildeo obtida otimizada de onde se verifica que a perda

ativa total na transmissatildeo eacute igual 1094 MW Observe que a reduccedilatildeo das perdas em 572 MW

foi obtida atraveacutes da transferecircncia de parte do suprimento de potecircncia reativa efetuado pelo

gerador 1 barra de folga para o gerador 2 barra tipo PV Isto ocorre porque z13 eacute maior que

z23

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

75

A Tabela 42 mostra o ponto oacutetimo obtido por meio do fluxo de carga oacutetimo

apresentado em (DA COSTA LANGONA ALVES 1998) e que reproduziu o mesmo

resultado de (DOMMEL TINNEY 1968) bem como o resultado obtido pelo fluxo de carga

continuado proposto (FCCP) o qual seraacute apresentado a seguir

Observa-se que estes resultados foram obtidos para o caso em que o fator de

carregamento (λ) eacute igual a 1 isto eacute λ do caso base

Tabela 42 - Soluccedilotildees para o sistema da Figura 42

Fluxo de carga oacutetimo Fluxo de carga proposto

Barra V

(pu) θ

(graus) Qg

(MVAr) V

(pu) θ

(graus) Qg

(MVAr) 1 11634 000 3584 11634 000 3571 2 12000 440 8885 12002 439 8898 3 10916 -068 --- 10918 -068 ---

43 - Metodologia proposta

Uma das questotildees importantes em tempo-real relacionada ao controle da potecircncia

reativa eacute a escolha das variaacuteveis de controle Nesta situaccedilatildeo os ajustes de controle (SHARIF

et al 2000)

bull devem ser possiacuteveis de serem executados num intervalo de tempo razoaacutevel

uma vez que o ciclo de tempo do controle de reativo pode ser muito pequeno

1530 minutos e o operador poderaacute natildeo ter tempo suficiente para ajustar todos

os controles

bull natildeo deve causar uma sobrecarga excessiva de trabalho ao operador

bull natildeo devem no caso de controles discretos ser chaveados muito

frequumlentemente

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

76

Por estas razotildees os controles discretos e contiacutenuos satildeo tratados separadamente Aleacutem

do mais ao contraacuterio dos controles discretos que na maioria dos casos satildeo ajustados no valor

mais proacuteximo as variaacuteveis contiacutenuas podem em geral ser ajustadas nos valores calculados

fornecidos pelo programa Estas questotildees tornam a implementaccedilatildeo de tais controles uma

tarefa difiacutecil e pode levar a necessidade de diferentes estrateacutegias de ajustes por exemplo

primeiro se ajusta os bancos em derivaccedilatildeo (shunt) chaveados entatildeo os geradores e finalmente

os transformadores (SHARIF et al 2000) Assim a escolha no meacutetodo proposto dos

controles de potecircncia reativa dos geradores e condensadores siacutencronos para obtenccedilatildeo da

reduccedilatildeo das perdas eacute baseado no fato de que nos geradores o fornecimento de potecircncia

reativa eacute controlado numa faixa contiacutenua e o nuacutemero de operaccedilotildees eacute ilimitado enquanto que

os bancos de capacitores em derivaccedilatildeo apresentam valores fixos e discretos de capacitacircncia e

o nuacutemero de operaccedilatildeo eacute normalmente restrito de duas a quatro operaccedilotildees diaacuterias porque essas

accedilotildees podem causar o desgaste e a reduccedilatildeo da vida do equipamento (CIGRE 1989)

(SHARIF et al 2000)

Uma caracteriacutestica desejaacutevel para um dado sistema eacute que a tensatildeo criacutetica no limite de

estabilidade seja mantida tatildeo baixa quanta esta possa ser em relaccedilatildeo agrave tensatildeo normal de

operaccedilatildeo sem comprometer consequumlentemente o perfil geral de tensatildeo (CIGRE 1989)

Nesse sentido os bancos de capacitores em derivaccedilatildeo tecircm uma caracteriacutestica desfavoraacutevel

que eacute a de prover um baixo suporte de potecircncia reativa quando este eacute mais necessaacuterio isto eacute

proacuteximo ao limite de carregamento Isto ocorre porque o seu fornecimento de potecircncia reativa

eacute proporcional ao quadrado da tensatildeo e assim o suporte de potecircncia reativa dos bancos em

derivaccedilatildeo incluindo os de linha - line charging diminui com a diminuiccedilatildeo da tensatildeo Com a

aplicaccedilatildeo de bancos de capacitores em derivaccedilatildeo a margem de carregamento de um sistema

aumenta conforme a compensaccedilatildeo de reativo aumenta mas a tensatildeo criacutetica fica mais proacutexima

da faixa normal de operaccedilatildeo do sistema (09 le V le 11pu) isto eacute o perfil de tensatildeo tende a

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

77

tornar-se mais e mais plano Dessa forma o sistema poderaacute entrar em colapso para

magnitudes de tensatildeo dentro da faixa normal de operaccedilatildeo do sistema

Ao contraacuterio dos bancos de capacitores em derivaccedilatildeo os geradores produzem seu

pleno fornecimento de potecircncia reativa proacuteximo ao limite de estabilidade de tensatildeo e

efetivamente expande a capacidade de transferecircncia de potecircncia e reduz a magnitude da

tensatildeo criacutetica (ALVES et al 2002-II) (SEKINE et al 1992) Entatildeo num sistema de

potecircncia de todos os controles os geradores (barras PV) satildeo de longe os mais eficientes no

controle das tensotildees das barras quando comparados aos taprsquos e bancos em derivaccedilatildeo (TARE

BIJWE 1997) Portanto para prevenir ou postergar o colapso de tensatildeo deve-se manter uma

reserva de reativos utilizando tanto quanto forem possiacuteveis os bancos de capacitores em

derivaccedilatildeo eou reduzindo as perdas na transmissatildeo a fim de permitir que os geradores

existentes mantenham-se operando com o maacuteximo possiacutevel de margem de reativo (CIGRE

1989)

A metodologia propotildee o uso do meacutetodo da continuaccedilatildeo para a reduccedilatildeo da perda total

de potecircncia ativa na transmissatildeo Assim ao sistema de equaccedilotildees (21) acrescenta-se aleacutem da

equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo a equaccedilatildeo da potecircncia reativa injetada em cada

uma das barras de controle de tensatildeo (barras PV) escolhidas para participar do procedimento

de reduccedilatildeo de perdas A geraccedilatildeo de potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo satildeo

mantidas constantes nos respectivos valores do caso base enquanto que a geraccedilatildeo de potecircncia

ativa da barra de folga variaraacute a fim de acomodar a reduccedilatildeo das perdas ativas na transmissatildeo

A potecircncia reativa gerada na barra k de controle de tensatildeo escolhida Qgk e sua

respectiva tensatildeo terminal Vk satildeo consideradas respectivamente como variaacuteveis dependente

e de controle As respectivas mudanccedilas nos valores de Qgk e Pa seratildeo consideradas atraveacutes das

variaacuteveis λq e micro Assim as mudanccedilas satildeo proporcionais aos seus respectivos valores do caso

base case 0gkQ e Pa0

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

78

O novo conjunto de equaccedilatildeo eacute dado por

( )( ) Pa0Pa kk

kkespckk

VVW

VQQQVQ 0gkPVk

0

0)( 0

)(1)(

)( qq

=+=micro

=

=

minus

=minusminus

VV

VVVθG )(

θθ

θθ

micro

λ λ (44)

sendo espckQ eacute a demanda de potecircncia reativa especificada na barra k

Considerando Vk λq e micro como variaacuteveis o nuacutemero de incoacutegnitas em (44) eacute maior do

que o nuacutemero de equaccedilotildees Contudo se micro eacute considerado como uma variaacutevel independente

seraacute escolhida como paracircmetro da continuaccedilatildeo isto eacute seu valor eacute preacute-ajustado e Vk e λq satildeo

tratadas como variaacuteveis dependente o nuacutemero de incoacutegnitas eacute igual ao nuacutemero de equaccedilotildees

isto eacute a condiccedilatildeo necessaacuteria para que o novo sistema tenha soluccedilatildeo eacute atendida desde que a

nova matriz Jacobiana tenha posto maacuteximo isto eacute seja natildeo-singular

Deve-se lembrar que a prefixaccedilatildeo do valor de micro corresponde agrave teacutecnica de previsatildeo

trivial ou polinomial modificada de ordem zero (SEYDEL 1994) (CHIANG et al 1995) Este

preditor seraacute usado no meacutetodo proposto e eacute baseado na soluccedilatildeo atual e em um decremento

fixo objetivando a reduccedilatildeo de Pa no paracircmetro micro como uma estimativa para a proacutexima

soluccedilatildeo

Apoacutes se obter a soluccedilatildeo do caso base (θ0 V0) por meio de um fluxo de carga

convencional e se ter definido um passo em micro o fluxo de carga continuado proposto eacute usado

para calcular as demais soluccedilotildees ateacute que seja atingido um ponto de operaccedilatildeo aqui

denominado como ponto miacutenima perda (PMP) Assim atraveacutes do uso da Equaccedilatildeo (44) eacute

possiacutevel se especificar o valor desejado de variaccedilatildeo em Pa e a sua soluccedilatildeo provecirc o ponto de

operaccedilatildeo para o qual as perdas ocorrem

A variaacutevel micro sendo igual a zero corresponde a soluccedilatildeo do caso base onde Vk igual a

Vkesp isto eacute a tensatildeo especificada no caso base e λq = 1

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

79

Entatildeo a linearizaccedilatildeo da Equaccedilatildeo (44) em torno do ponto de operaccedilatildeo e considerando

o valor prefixado do paracircmetro micro eacute dada pelos termos de primeira ordem da seacuterie de Taylor e

resulta em

∆∆∆

=

∆∆∆

partpartpartpartpartpart

partpartpartpartpartpart

partpart

partpart

WPVkQkV

kVPaPaPa

0gkQ-kVkQkQkQ

kVkV

QP

QLM

PNH

q0

0

0

λ

(45)

sendo H N M e L satildeo as matrizes que correspondem agraves derivadas das potecircncias ativa e

reativa (P e Q) em relaccedilatildeo ao acircngulo de fase das tensotildees das barras PQ e PV e em relaccedilatildeo agrave

magnitude das tensotildees nas barras PQ ∆ representa os fatores de correccedilatildeo ou seja os

mismatches das respectivas funccedilotildees na Equaccedilatildeo (44)

Deve-se observar que os fatores de correccedilatildeo seratildeo iguais a zero ou praticamente

nulos isto eacute inferior a toleracircncia adotada para o caso base convergido Assim somente ∆W

seraacute diferente de zero devido agrave variaccedilatildeo de micro

Observe que o meacutetodo modificado aqui proposto fluxo de carga continuado proposto

difere em alguns aspectos do fluxo de carga continuado usado para obter o ponto de maacuteximo

carregamento No fluxo de carga continuado o objetivo eacute obter o ponto de maacuteximo

carregamento da curva PV Por outro lado no fluxo de carga continuado proposto o objetivo

eacute o de melhorar a margem de carregamento por meio da reduccedilatildeo das perdas usando um

meacutetodo da continuaccedilatildeo

Ao contraacuterio do fluxo de carga continuado no qual a carga e a geraccedilatildeo de potecircncia

reativa satildeo aumentadas em uma direccedilatildeo preestabelecida no meacutetodo proposto elas satildeo fixas

As barras PV satildeo tratadas como simples barras PV e enquanto suas respectivas

potecircncias reativas geradas estatildeo entre seus respectivos limites suas respectivas equaccedilotildees natildeo

estatildeo presentes na matriz Jacobiana Assim suas magnitudes de tensotildees (V) permanecem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

80

fixas sendo tratadas como variaacuteveis independentes No caso de violaccedilatildeo a barra PV eacute

alterada para tipo PQ com o valor de sua potecircncia reativa gerada especificada no valor do seu

respectivo limite violado e a sua magnitude de tensatildeo tornando-se uma incoacutegnita Geralmente

neste caso a magnitude de tensatildeo cai devido ao aumento do carregamento

Por outro lado no fluxo de carga continuado proposto as magnitude de tensatildeo nas

barras PV seratildeo calculadas para o valor especificado de perdas de potecircncia ativa e tratadas

como variaacuteveis dependentes Em geral a magnitude da tensatildeo nas barras PV ou aumentam ou

permanecem fixas nos seus valores especificados Ambos os limites de magnitude de tensatildeo e

de potecircncia reativa gerada devem ser verificados

431 - Metodologia proposta aplicada aos sistemas de duas e trecircs barras

Neste item apresenta-se a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto para os dois sistemas

analisados no item 42 o sistema de 2 barras para o qual eacute possiacutevel se obter o ponto oacutetimo a

partir das equaccedilotildees algeacutebricas (42) e (43) desenvolvidas em (ALVES et al 2002-II) e o

sistema de trecircs barras apresentado e analisado em (DOMMEL TINNEY 1968) Os

resultados satildeo comparados com os resultados obtidos anteriormente e apresentados nas

Tabelas 41 e 42 Adicionalmente mostra-se atraveacutes do traccedilado das curvas PV que a

reduccedilatildeo das perdas conduz a um aumento do ponto de maacuteximo carregamento e portanto da

margem de estabilidade do sistema

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

81

4311 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema de

duas barras

Considere primeiramente o sistema de duas barras da Figura 41 para o qual se deseja

reduzir Pa Nesse caso duas equaccedilotildees satildeo adicionadas a Equaccedilatildeo (21) a equaccedilatildeo da potecircncia

reativa injetada na barra 2 (QPV2) e a equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo (Pa)

A potecircncia reativa gerada na barra 2 escolhida Qg2 e a sua respectiva tensatildeo terminal

V2 satildeo consideradas como variaacutevel dependente e de controle respectivamente

As respectivas mudanccedilas nos valores de Qg2 e Pa seratildeo considerados atraveacutes das

variaacuteveis λq e micro Assim as mudanccedilas seratildeo proporcionais aos seus respectivos valores do caso

base 02gQ e Pa0

Considerando que θ1 = 0 e V1 = V1esp onde esp significa valor especificado o novo

conjunto de equaccedilotildees seraacute

( )( ) Pa0PaW

PV2Q

PG

VV

VQQQV

VV

2espc2

0g2

0

0)(

0

)(1)(

)(

)(2

)(

2222

22qq22

2222

=+=micro

=

==

θminusθ

=θminusminusθ

θθ

micro

λ λ (46)

Considerando-se micro como uma variaacutevel independente ou seja prefixando o seu valor

que corresponde agrave teacutecnica de previsatildeo trivial ou polinomial modificada de ordem zero e θ2

V2 e λq como variaacuteveis dependentes o nuacutemero de incoacutegnitas eacute igual ao de equaccedilotildees Desta

forma a condiccedilatildeo necessaacuteria para que o sistema de equaccedilotildees tenha soluccedilatildeo eacute atendida desde

que a matriz Jacobiana tenha posto completo isto eacute seja natildeo-singular

Apoacutes obter a soluccedilatildeo do caso base (θ0 e V0) por meio de um fluxo de carga

convencional define-se o passo para micro Em seguida calculam-se as demais soluccedilotildees

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

82

utilizando-se o fluxo de carga continuado proposto ateacute que o ponto de miacutenima perda seja

alcanccedilado

A linearizaccedilatildeo de (46) em torno do ponto de operaccedilatildeo por intermeacutedio da seacuterie de

Taylor incluindo somente os termos de primeira ordem de acordo com o meacutetodo de Newton

fornece

=

partpartpartpart

partpartpartpart

partpartpartpart

W

Q

P

V

VPaPa

0g2Q-VPV2QPV2Q

V2P2P

2

2

q

2

2

022

22

022

λ

θ

θ

θ

θ

(47)

Onde ∆ representa os fatores de correccedilatildeo das respectivas funccedilotildees em (46)

A Figura 44 apresenta as curvas Pa versus V2 obtidas pela metodologia proposta

considerando que a geraccedilatildeo de potecircncia ativa na barra 2 foi mantida constante no valor do

caso base enquanto que a da barra de folga variaraacute a fim de reduzir as perdas ativas na

transmissatildeo Para tal objetivo considerou-se que apenas a variaccedilatildeo da tensatildeo da barra 2 V2

A curva foi obtida atraveacutes de decrementos sucessivos de Pa considerando V1 = 11

pu e uma toleracircncia para os mismatches igual a 10ndash6 pu Partindo-se de dois pontos

diferentes A para V2esp = 10 pu ou Arsquo para V2

esp =12 pu os proacuteximos pontos foram

obtidos usando um passo de ndash01 MW para micro ou seja uma reduccedilatildeo de 10 em Pa As duas

trajetoacuterias consideradas foram plotadas na mesma figura para demonstrar que o meacutetodo

converge para um mesmo ponto de miacutenima perda (PMP)

Inicialmente para cada ponto foi resolvido um fluxo de carga continuado sendo que o

nuacutemero de iteraccedilotildees gasta em cada um foi inferior a 4 sendo que o limite maacuteximo de

iteraccedilotildees adotado foi de 10 Para o primeiro ponto em que o fluxo de carga continuado

proposto divergiu retornou-se ao passo anterior e aplicou-se uma reduccedilatildeo de 110 no passo de

micro O mesmo procedimento foi usado para os pontos de divergecircncia subsequumlentes ateacute que o

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

83

procedimento foi finalizado e o valor de Pa obtido foi considerado como correspondente ao

ponto de miacutenima perda no caso Pa =3066 MW

O estado da rede nesse caso praticamente coincidiu com o mostrado na Tabela 41

ArsquoA

3066

Pa [MW]

V2[pu]

1094

ndashsoluccedilotildees convergidasndashreduccedilotildees de passo

PMP

Figura 44 - Desempenho do FCCP para o sistema de duas barras

Como se pode constatar na Figura 45 a reduccedilatildeo das perdas levou a um aumento do

ponto de maacuteximo carregamento ou seja da margem de estabilidade Observa-se tambeacutem que

todos os demais casos apresentados na Tabela 41 foram alcanccedilados usando o mesmo

procedimento

caso base

perdas reduzida

PMCr

P2 [MW]

V2[pu]

PMCb

Figura 45 - Curvas PV Efeito da reduccedilatildeo das perdas sobre o ponto de maacuteximo carregamento para o sistema de duas barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

84

4312 - Resultados obtidos com o FCCP para o sistema de trecircs barras

No caso do sistema de trecircs barras da Figura 42 os dois geradores o gerador 1 (barra

de folga) e o gerador 2 (barra PV) satildeo considerados no procedimento de reduccedilatildeo de perdas

Nesse caso V1 V2 θ2 e λq satildeo tratados como variaacuteveis dependentes Ambas as

equaccedilotildees de potecircncia reativa injetada QPV1 e QPV2 bem como a equaccedilatildeo da perda ativa total

na transmissatildeo (Pa) seratildeo consideradas O paracircmetro λq eacute usado para variaccedilatildeo de ambas as

potecircncias reativas gerada Qg1 e Qg2 e portanto seus valores seratildeo proporcionais aos

respectivos valores do caso base 01gQ e 0

2gQ

O procedimento adotado para controlar os limites de Q nas barras de geraccedilatildeo eacute similar

ao utilizado no meacutetodo convencional de fluxo de carga ou seja em cada iteraccedilatildeo a geraccedilatildeo de

reativos de cada uma dessas barras eacute comparada com seus respectivos limites e no caso de

violaccedilatildeo a barra PV eacute alterada para tipo PQ Estas barras podem voltar a ser PV nas iteraccedilotildees

futuras Aleacutem disso se em qualquer uma das barras de geraccedilatildeo um dos limites de tensatildeo for

atingido seu respectivo valor eacute fixado no valor daquele limite

A Figura 46 mostra o desempenho do fluxo de carga continuado proposto para o

sistema de trecircs barras O procedimento usado para o traccedilado da curva no que se refere agrave

divergecircncia eacute similar ao usado para o traccedilado da Figura 44 exceto que o valor inicial de micro

foi de ndash10 MW

O estado do sistema apoacutes a convergecircncia do processo pode ser visto na Figura 46 e na

Tabela 42 de onde se verifica que o mesmo eacute praticamente igual ao obtido com o fluxo de

carga oacutetimo

As Figuras 46(b) e 46(c) confirmam que a reduccedilatildeo das perdas em 572 MW eacute obtida

atraveacutes da transferecircncia da potecircncia reativa do gerador 1 para o gerador 2 Tambeacutem haacute uma

reduccedilatildeo na geraccedilatildeo de reativos de 13521 MVAr para 12469 MVAr ou seja de 78 Essa

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

85

reduccedilatildeo acarreta num aumento do ponto de maacuteximo carregamento de 219 pu para 2934

pu ou seja num aumento de aproximadamente 625 na margem de estabilidade do

sistema

Esses resultados mostram que para esses sistemas a utilizaccedilatildeo do meacutetodo proposto

proporciona natildeo soacute uma reduccedilatildeo das perdas e consequumlentemente dos custos operacionais

mas tambeacutem um aumento do ponto de maacuteximo carregamento isto eacute da margem de

estabilidade do sistema

Outro ponto importante diz respeito agrave possibilidade de se obter pontos de operaccedilatildeo

proacuteximos dos obtidos por um fluxo de carga oacutetimo atraveacutes do meacutetodo da continuaccedilatildeo o que

mostra que o meacutetodo proposto pode ser uma alternativa viaacutevel para as aplicaccedilotildees de estudos

da operaccedilatildeo

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

86

V2

1094 Pa [MW]

V [pu]

1092

PMP

V1

V3

1634

(a)

Pa [MW]

Qg [MVAr]

PMP

Qg2

Qg1

Pa [MW]

Pgslack [MW]

PMP

(b)

(c)

fator de carregamento λ (pu)

V3 (pu)

PMCr

caso base

PMCb

Perdas reduzidas

(d)

Figura 46 - Desempenho do sistema de trecircs barras (a) VtimesPa (b) QgtimesPa (c) potecircncia ativa gerada pela barra de folga timesPa (d) curvas PV

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

87

44 ndash Resultados da reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa

Esta seccedilatildeo tem como propoacutesito mostrar os efeitos do redespacho das variaacuteveis de

controle nas reduccedilotildees da perda total de potecircncia ativa na transmissatildeo do sistema aleacutem de

tambeacutem investigar os efeitos causados por esta reduccedilatildeo na margem de estabilidade de tensatildeo e

no perfil de tensatildeo

Em todos os casos analisados a seguir durante o procedimento de reduccedilatildeo de perdas

as injeccedilotildees de potecircncia ativa dos geradores satildeo fixadas nos seus respectivos valores

encontrados na soluccedilatildeo do fluxo de carga no caso base com exceccedilatildeo ao da barra de folga

cuja injeccedilatildeo de potecircncia ativa poderaacute variar para equiparar eventuais reduccedilotildees nas perdas do

sistema Para cada iteraccedilatildeo os valores das tensotildees das barras de geraccedilatildeo satildeo comparados com

seu valor limite caso este seja ultrapassado tal tensatildeo teraacute seu valor fixado no valor limite

atingido Se a barra estiver dentro de seus limites de geraccedilatildeo de potecircncia reativa ela

permaneceraacute atuando como simples PV poreacutem natildeo participaraacute da reduccedilatildeo das perdas Aleacutem

disso as potecircncias reativas geradas nas barras de geraccedilatildeo satildeo tambeacutem comparadas com seus

respectivos limites sendo que no caso de violaccedilatildeo desse limite a barra PV eacute alterada para tipo

PQ sendo que estas barras poderatildeo voltar a ser PV nas iteraccedilotildees futuras caso a sua respectiva

potecircncia reativa gerada retorne para dentro de sua faixa de limites maacutexgg

miacuteng QQQ lele

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

88

441 ndash Balanccedilo de reativos durante o procedimento de reduccedilatildeo da perda total de

potecircncia ativa

O objetivo deste item eacute o de esclarecer como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema

eleacutetrico de potecircncia durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Para isso seraacute

utilizado o sistema IEEE 14 barras

A barra de folga tambeacutem conhecida como barra oscilante eacute usada com uma dupla

funccedilatildeo atuar como referecircncia angular embora qualquer barra possa ser referecircncia angular e

para fechar o balanccedilo de potecircncia do sistema Ela eacute necessaacuteria para estabelecer uma referecircncia

angular para a resoluccedilatildeo das equaccedilotildees do fluxo carga Essa necessidade se daacute porque

conforme apresentado na Equaccedilatildeo (33) da seccedilatildeo 32 os fluxos de potecircncia satildeo expressos

como diferenccedilas angulares (θk-θm) isto eacute o problema de fluxo de carga eacute indeterminado nas

variaacuteveis θ de cada barra (MONTICELLI 1983) Na metodologia proposta a geraccedilatildeo de

potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo satildeo mantidas constantes nos respectivos

valores do caso base enquanto que o valor da perda total de potecircncia ativa conforme

Equaccedilatildeo (44) eacute preacute-ajustado atraveacutes do paracircmetro micro Assim adotando a barra 1 como sendo

a barra de folga a sua geraccedilatildeo de potecircncia ativa (Pg1) eacute reprogramada para fechar o balanccedilo

de potecircncia ativa do sistema ou seja seu valor variaraacute a fim de acomodar aleacutem da diferenccedila

entre a potecircncia ativa gerada e a consumida de todo o sistema a reduccedilatildeo das perdas ativas na

transmissatildeo sendo o seu valor calculado por meio da equaccedilatildeo

)cosθV2VV(VgPgPcPg kmmk2

m2

kΩm k

kmNG

2ii

NC

1jj1 minus++minus= sumsumsum

isin== (48)

sendo NB eacute o nuacutemero de barras da rede e NG e NC satildeo os respectivos conjuntos de barras de

geraccedilatildeo e de demanda (carga) e Ω eacute o conjunto de todas as barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

89

Com relaccedilatildeo a geraccedilatildeo de potecircncia reativa (Qg1) da barra de folga esta eacute calculada por

meio da seguinte equaccedilatildeo

( ) ( )[ ]2

nNB

1n

shn

Ωm kkmmk

2m

2kkm

2m

2k

shkm

NC

1j

NG

2iiqj1

Vb

cosθV2VVVbVVbQgQcQg

sum

sumsum sum

=

isin= =

minus

minus+minus+minus+λminus=

(49)

Observe na Equaccedilatildeo (49) que a parcela ( )kmmk2

m2

kkm cosθVV2VVb minus+minus eacute a perda

reativa no elemento seacuterie da linha de transmissatildeo localizada entre as barras k e m enquanto

que ( )2m

2k

shkm VVb +minus e 2

nshn Vb correspondem respectivamente agrave geraccedilatildeo de potecircncia reativa

nos shunts da linha de transmissatildeo localizada entre as barras k e m e nos shunts de barra tais

como banco de capacitores eou reatores localizados na barra n Observe que para as linhas

de transmissatildeo reais 0langkmb e 0rangshkmb As Equaccedilatildeo (48) e (49) mostram que a barra de folga

deve gerar a diferenccedila entre a carga ativa (reativa) total do sistema de potecircncia mais as perdas

ativa (reativa no elemento seacuterie mais a geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos elementos shunts) e a

soma de potecircncia ativa (reativa) especificada isto eacute calculada nas barras de geraccedilatildeo Essas

diferenccedilas satildeo conhecidas como desbalanccedilo ou seja mismatch de potecircncia do sistema

Na convenccedilatildeo de sinais utilizada as injeccedilotildees liacutequidas de potecircncia satildeo positivas quando

entram na barra (geraccedilatildeo) e negativas quando saem da barra (carga) os fluxos de potecircncia satildeo

positivos quando saem da barra e negativos quando entram na barra No caso dos elementos

shunt a convenccedilatildeo eacute a mesma utilizada para as injeccedilotildees de potecircncia (MONTICELLI 1983)

A toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-6 pu O valor inicial adotado para micro

eacute ndash01 MW isto eacute Pa eacute reduzido em 10 O proacuteximo ponto atual eacute computado pela Equaccedilatildeo

(45) Este procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir Adotou-se

um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 10 Durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa

total o tap nos transformadores com comutaccedilatildeo de taps sob carga foram mantidos fixos no

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

90

valor de 10 pu Os valores limites adotados para as magnitudes de tensatildeo da barra de folga e

das barras de geraccedilatildeo foram Vmin le V le Vmaacutex onde Vmin = 095 e Vmaacutex = 11 pu

Na Figura 47 encontram-se as variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga barra 1 e das

barras de controle de tensatildeo (PV) barras 2 3 6 e 8 em funccedilatildeo da perda total de potecircncia

ativa (Pa) Da figura observa-se que ocorre um aumento da magnitude de tensatildeo de todas as

barras PV bem como da de folga

Pa [MW]

V1

V2

V8

V3

V6

Ten

satildeo

[pu

]

Figura 47 - Variaccedilotildees das tensotildees da barra de folga e das barras de controle de tensatildeo (PV) em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras

Na Figura 48 apresentam-se as variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de

folga e de controle de tensatildeo em funccedilatildeo de Pa Pode-se verificar que haacute uma reduccedilatildeo das

potecircncias reativas geradas pelas barras PV de nuacutemeros 2 3 e 8 enquanto que a da barra 6

permanece constante no seu valor maacuteximo de 24 MVAr Com relaccedilatildeo a barra de folga pode-

se afirmar que ocorre uma reduccedilatildeo da potecircncia reativa gerada

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

91

Qg1

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg2

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg3

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Qg6

Potecirc

ncia

rea

tiva

[MV

Ar

]

Qg8

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Pa [MW]

Figura 48 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de folga e de controle de tensatildeo (PV) em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

92

Na Figura 49 satildeo apresentados as variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de Pa

dos termos que compotildeem a Equaccedilatildeo (49) Da Figura 49(a) pode-se verificar que a potecircncias

reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo (PV) diminuem com a diminuiccedilatildeo das

perdas Conforme jaacute comentado manter os geradores existentes operando com o maacuteximo

possiacutevel de margem de reativo eacute beneacutefico para prevenir ou postergar o colapso de tensatildeo

(CIGRE 1989) Essa reduccedilatildeo de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos geradores se deve ao

aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e pelo banco de

capacitor localizado na barra 9 Figura 49 (b) e (c) respectivamente e a reduccedilatildeo da perda de

potecircncia reativa nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo ver Figura 49 (d) O aumento

da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e pelo banco de capacitor

eacute consequumlecircncia direta do aumento das magnitudes de tensatildeo nas barras do sistema ver Figura

410 A reduccedilatildeo das perdas pode ser atribuiacuteda ao suprimento local de potecircncia reativa

efetuadas por meio desses elementos shunts

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

93

(a)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(b)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(c)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

(d)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Pa [MW]

(e)

Potecirc

ncia

rea

tiva

[M

VA

r ]

Figura 49 - Variaccedilotildees das potecircncias reativa em funccedilatildeo de Pa para o sistema IEEE-14 barras (a) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de tensatildeo (PV) (b) somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts das linhas de transmissatildeo (c)

somatoacuterio das variaccedilotildees de geraccedilatildeo de potecircncia reativa nos shunts de barra (banco de capacitores eou reatores) (d) somatoacuterio das variaccedilotildees de perda de potecircncia reativa nos elementos seacuterie das linhas de transmissatildeo e (e) somatoacuterio das variaccedilotildees das potecircncias reativa geradas pelas barras de controle de

tensatildeo PVrsquos mais a barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

94

V1

V9 Ten

satildeo

[pu

]

Pa [MW]

Figura 410 ndash Variaccedilotildees das magnitudes de tensatildeo das barras do sistema IEEE-14 em funccedilatildeo de Pa

442 - Anaacutelise de desempenho do meacutetodo proposto para os sistemas IEEE

Neste item satildeo apresentados os resultados de teste para os trecircs sistemas do IEEE 14

barras 30 barras e 57 barras (FRERIS SASSON 1968)

Nos testes o nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees e o valor inicial do paracircmetro micro

foram de 10 e de ndash01 MW respectivamente O proacuteximo ponto atual eacute computado pela

Equaccedilatildeo (45) Este procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Neste momento retorna-se a soluccedilatildeo anterior e continua-se o processo com um passo menor

para micro10 As reduccedilotildees no tamanho passo satildeo efetuadas sempre que o processo de soluccedilatildeo

divergir (ou o nuacutemero de iteraccedilotildees for maior que 10) para uma toleracircncia igual a 10-6 O

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

95

processo eacute suspenso quando a reduccedilatildeo no passo (micro) natildeo acarretar uma reduccedilatildeo significativa

nas perdas isto eacute quando a reduccedilatildeo nas perdas for menor que 10-6

Para o traccedilado das curvas PV a toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-4 pu

Em ambos os procedimentos os limites superior e inferior adotados para os tap foram 105 e

095 respectivamente enquanto que os valores limites adotados para as tensotildees da barra de

folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex onde Vmin =095 e Vmaacutex =11 pu

Os ajustes de tap nos transformadores com comutaccedilatildeo de taps sob carga consistiram

da inclusatildeo da posiccedilatildeo do tap como variaacutevel dependente ao passo que as magnitudes da

tensatildeo das barras controladas foram consideradas como variaacuteveis independentes

(PETERSON MEYER 1971)

Para o traccedilado das curvas PV do caso base (curva 1 nas figuras que seguem) o

primeiro ponto de cada curva foi obtido com um fluxo de carga convencional Para os demais

pontos da curva usou-se um fluxo de carga continuado e conforme a Equaccedilatildeo (21) as cargas

foram modeladas como de potecircncia constante e o paracircmetro λ foi usado para simular o

incremento de carga ativa e reativa considerando fator de potecircncia constante

O aumento de carga foi seguido por um aumento de geraccedilatildeo usando λ

Para o traccedilado das curvas PV apoacutes a reduccedilatildeo das perdas (curva 2 nas figuras que

seguem) usou-se o mesmo procedimento utilizado para a obtenccedilatildeo da curva 1 exceto que o

primeiro ponto corresponde ao uacuteltimo ponto de operaccedilatildeo obtido com o procedimento de

reduccedilatildeo das perdas

A Tabela 43 apresenta para os trecircs sistemas o desempenho da metodologia proposta

para a reduccedilatildeo das perdas enquanto que a Tabela 44 apresenta os respectivos aumentos

obtidos para a margem de carregamento Pelas tabelas constata-se que aleacutem da diminuiccedilatildeo

dos custos operacionais dos sistemas com as reduccedilotildees nas perdas adicionalmente se obteacutem

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

96

um aumento do ponto de maacuteximo carregamento ou seja um aumento superior a 5 na

margem de estabilidade desses sistemas

Tabela 43 - Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa

Reduccedilatildeo nas perdas de potecircncia ativa

Perdas (MW) Sistema

IEEE Caso base Finais

Reduccedilatildeo nas perdas (MW)

14 barras 134411 124141 10270 764

30 barras 183360 162539 20830 1136

57 barras 282796 254196 28600 1001

Tabela 44 - Margem de carregamento

Margem de carregamento PMC (pu) Sistema

IEEE Caso base

Apoacutes reduccedilatildeo

Aumento da MC (∆MC em pu)

14 barras 17680 18791 01111 1447

30 barras 14884 16260 01376 2617

57 barras 16007 17355 01348 2224

As Figuras 411 413 e 415 apresentam para os respectivos sistemas as curvas PV

nas barras criacuteticas para o caso base e para o caso apoacutes a reduccedilatildeo das perdas de onde se pode

confirmar os resultados apresentados na Tabela 44 As barras criacuteticas satildeo 14 30 e 31

respectivamente para os sistemas 14-barras 30-barras e 57-barras

Adicionalmente conforme se pode verificar nas Figuras 412 414 e 416 onde satildeo

apresentados os perfis de magnitude de tensatildeo e dos respectivos acircngulos o aumento da

margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do perfil da

magnitude de tensatildeo Tambeacutem se pode notar nos perfis de magnitude de tensatildeo e da Tabela

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

97

44 que as melhorias da margem de carregamento conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das

perdas satildeo significativas uma vez que estas foram obtidas sem nenhuma alteraccedilatildeo nas

injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga

Conforme jaacute comentado uma caracteriacutestica que deve ser almejada em um sistema

eleacutetrico de energia eacute que a tensatildeo criacutetica tensatildeo relativa ao ponto de maacuteximo carregamento se

mantenha a um niacutevel de preferecircncia o mais baixo quanto possiacutevel da tensatildeo normal de

operaccedilatildeo sem que isto consequumlentemente venha a prejudicar o perfil geral de tensatildeo

(WECC 1998) Observa-se nas Figuras 411 413 e 415 que os valores das tensotildees criacuteticas

no caso base representados na curva 1 estatildeo muito proacuteximos aos seus respectivos valores

apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas conforme verificado por meio da curva 2 ou

seja dentro da caracteriacutestica desejada em (WECC 1998)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

98

bull Sistema IEEE-14 barras

Figura 411 - Curvas PV do sistema IEEE-14 barras

Figura 412 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-14 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

99

bull Sistema IEEE 30 barras

Figura 413 - Curvas PV do sistema IEEE-30 barras

Figura 414 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-30 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

100

bull Sistema IEEE-57 barras

Figura 415 - Curvas PV do sistema IEEE-57 barras

Figura 416 - Perfil da magnitude da tensatildeo e de acircngulo do sistema IEEE-57 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

101

Um outro aspecto importante que deve ser ressalvado eacute que o principal fator

responsaacutevel pela instabilidade de tensatildeo eacute a incapacidade do sistema em atender a demanda de

potecircncia reativa ou seja o colapso de tensatildeo eacute devido ao esgotamento progressivo das

reservas de reativos nos geradores

Com o meacutetodo proposto obtecircm-se um aumento nas reservas de reativos nos geradores

as quais satildeo alcanccediladas como consequumlecircncia direta da reduccedilatildeo das perdas de potecircncia ativa

conforme se verifica na Tabela 45 onde satildeo apresentadas as potecircncias reativas geradas para o

caso base e para o caso apoacutes a reduccedilatildeo das perdas

Tabela 45 - Reserva de reativos

Reserva de reativos (MVAr) ΣQgerado

Sistema

IEEE Caso base Final Reserva ΣQgerado

14 barras 1021869 743556 278313 2724 30 barras 1439388 1302830 136458 948 57 barras 3219223 2974083 245140 762

443 - Influecircncia da barra de folga na reduccedilatildeo das perdas

O objetivo deste item eacute o de apresentar a influecircncia da escolha da barra de folga

durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Inicialmente analisaremos o sistema IEEE

57 barras e posteriormente o sistema IEEE 118 barras Nos procedimentos de reduccedilatildeo de

perdas que se seguem a toleracircncia adotada para os mismatches foi de 10-6 pu enquanto que

para o traccedilado das curvas PV foi de 10-4 pu

Adotou-se um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 10 Em ambos os procedimentos

os valores adotados para os tap foram de 10 pu enquanto que os valores limites adotados

para as tensotildees da barra de folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex sendo Vmin = 094

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

102

pu e Vmaacutex = 110 pu O valor inicial adotado para micro eacute ndash01 MW isto eacute Pa eacute reduzido em

10 O proacuteximo ponto atual eacute computado pela Equaccedilatildeo (45) Este procedimento eacute repetido

ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Convencionalmente a referecircncia angular eacute especificada na barra de folga Sabe-se que

qualquer barra geradora pode ser escolhida como referecircncia angular e que a convergecircncia do

problema de fluxo de potecircncia natildeo seraacute afetada por essa escolha (LEE KIM 2002)

Por outro lado sabe-se tambeacutem que a escolha da barra de folga afeta o valor da perda

ativa (reativa) total podendo resultar em maiores ou menores perdas na transmissatildeo Assim

com o intuito de garantir que o caso base a ser utilizado no processo de reduccedilatildeo de perdas seja

sempre o mesmo independente da barra adotada como barra de folga para todos os demais

casos analisados especificou-se como valor de potecircncia ativa gerada para a barra de folga

original do banco de dados (no caso a barra 1 do sistema IEEE-57 barras e a 69 do IEEE-118

barras) aquele determinado para o caso base considerando a barra de folga original

4431 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-57 barras

Nas Figuras 417 e 418 apresentam-se os respectivos perfis de magnitude da tensatildeo e

de acircngulo obtidos para o caso base com o fluxo de carga convencional e os obtidos com o

processo de reduccedilatildeo de perdas utilizando o fluxo de carga continuado proposto Observa-se

que apoacutes a reduccedilatildeo das perdas os perfis satildeo muito proacuteximos e que haacute uma melhora do perfil

de magnitude de tensatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base

Nas Tabelas 46 e 47 podem-se verificar os respectivos valores de magnitude de

tensatildeo e potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

103

proposta para a reduccedilatildeo das perdas considerando cada um dos quatros geradores do sistema

IEEE-57 (1 3 8 e 12) como barra de folga Observa-se que a menor magnitude de tensatildeo

tanto para o caso base quanto apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi na barra 31 sendo os

respectivos valores iguais a 08241 pu e 09408 pu Com relaccedilatildeo ao perfil de acircngulo das

barras apoacutes recalculaacute-los considerando a barra 1 como barra de referecircncia verifica-se que

ocorreu muito pouca variaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base Isso jaacute era esperado posto que natildeo

houve variaccedilatildeo de potecircncia ativa gerada e consumida mas apenas na perda ativa total

0 10 20 30 40 50 6008

085

09

095

1

105

11

115

Tens

atildeo (p

u)

nuacutemero das barras

timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 417 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-57 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

104

0 10 20 30 40 50 60-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

Acircng

ulo

(gra

us)

nuacutemero das barras timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12 Referindo ao acircngulo da barra 1 apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando

como barra de referecircncia timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 418 - Perfil de acircngulo do sistema IEEE-57 barras

Tabela 46 - Magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-57 barras

Tensatildeo (pu) Barra de folga V1 V2 V3 V6 V8 V9 V12 1 11000 10768 10688 10783 11000 10749 11000 3 11000 10798 10793 10775 10991 10737 10982 8 11000 10759 10636 10709 11000 10707 10914 12 11000 10771 10713 10831 11000 10758 11000

1 (caso base) 10400 10100 09850 09800 10050 09800 10150

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

105

Tabela 47 - Potecircncia reativa gerada nas barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-57 barras

Potecircncia reativa gerada (MVAr) Barra de folga QG1 QG 2 QG 3 QG 6 QG 8 QG 9 QG 12 1 633974 -28379 59707 137612 643029 44035 1332204 3 473342 -07216 399725 34984 646512 11178 1255745 8 780394 -06764 14231 32798 835336 10496 1177180

12 603791 -45166 95023 219001 563339 70083 1323922 1 (caso base) 1294766 -07261 15276 35207 650592 11267 1263672

A Tabela 48 apresenta considerando cada um dos quatros geradores do sistema

IEEE-57 (1 3 8 e 12) como barra de folga os valores das perdas ativa e reativa seacuterie totais

apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia proposta para a reduccedilatildeo das perdas Observa-se da Tabela

48 que o caso base eacute o mesmo para todos os casos analisados e que para este sistema as

reduccedilotildees nas perdas ativa e reativa seacuterie totais satildeo praticamente da mesma ordem de grandeza

Na Tabela 49 observam-se os aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das

linhas de transmissatildeo e as variaccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga

mais as PVs Fica clara a contribuiccedilatildeo da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de

transmissatildeo Consequumlente dessa contribuiccedilatildeo bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia

reativa nos elementos seacuteries das linhas de transmissatildeo pode-se observar na uacuteltima coluna da

Tabela 49 que haacute uma reduccedilatildeo da potecircncia reativa total gerada pelas barras de folga mais as

PVs

Tabela 48 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema IEEE-57 barras

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr)

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo 1 286127 241127 44997 1243319 1045200 198119 3 286127 240126 46000 1243312 1042192 201120 8 286127 243128 42998 1243319 1053650 189669 12 286127 244127 42000 1243319 1056678 186641

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

106

Tabela 49 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as PVs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema IEEE-57 barras

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo 1 1150550 1349006 198456 3263519 2822182 441338 3 1150551 1352361 201810 3263519 2814270 449249 8 1150550 1338467 187917 3263519 2843671 419848 12 1150550 1351587 201036 3263519 2829993 433526

A Figura 419 apresenta as curvas PVacutes para a barra criacutetica barra 31 para o caso base

e para os casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas de onde se pode confirmar que os pontos de

maacuteximo carregamento e o aumento da margem de carregamento conforme apresentado na

Tabela 410 satildeo praticamente os mesmos Conforme jaacute comentado anteriormente o aumento

da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do perfil da

tensatildeo conforme se pode verificar na Figura 417 Tambeacutem se pode notar das curvas PVacutes e

da Tabela 410 que as melhorias da margem de carregamento conseguidas atraveacutes da

reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas uma vez que estas foram obtidas sem nenhuma

alteraccedilatildeo nas injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga responsaacutevel pelo

fechamento do balanccedilo ativo Esse aumento se deve ao aumento da reserva de reativos nos

geradores conforme apresentado na uacuteltima coluna da Tabela 49

Tabela 410 - Margem de carregamento

Margem de carregamento Ponto de maacuteximo carregamento (pu) Aumento da MC (∆MC)

Barra de

folga Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu) 1 15331 16638 01307 2452 3 15331 16638 01307 2452 8 15331 16637 01306 2449 12 15331 16638 01307 2452

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

107

Ten

satildeo

(pu

)

fator de carregamento λ

15331

16638

∆MC=01307

timestimestimestimes caso base (barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas)

Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de referecircncia bullbullbullbull barra 1 timestimestimestimes barra 3 ++++ barra 8 oooo barra 12

Figura 419 - Curvas PVacutes da barra criacutetica (barra 31) do sistema IEEE-57 barras

4432 - Resultados obtidos com o fluxo de carga continuado proposto para o sistema

IEEE-118 barras

Nas Figuras 420 421 e 422 apresentam-se os perfis de magnitude da tensatildeo do

sistema IEEE-118 barras para o caso base e para os casos obtidos com o processo de reduccedilatildeo

de perdas considerando como barra de folga as barras 69 27 e 26 respectivamente Para este

sistema diferente do ocorrido para o sistema IEEE-57 observa-se que apoacutes a reduccedilatildeo das

perdas os perfis de magnitude de tensatildeo apresentam uma grande diferenccedila Embora em todos

os casos o procedimento tenha produzido uma reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

108

conforme apresentado na Tabela 411 somente com o uso da barra 26 como barra de folga

constata-se em relaccedilatildeo ao perfil do caso base uma melhora de todo o perfil de magnitude de

tensatildeo

Observa-se que o menor e o maior valor de magnitude de tensatildeo para o caso base

ocorreram nas barras 76 e 10 e foram de 09430 pu e 1050 pu respectivamente Apoacutes a

aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto a menor magnitude de tensatildeo no valor de 09337 pu ocorreu

na barra 28 quando do uso da barra 69 como barra de folga Jaacute a maior magnitude de tensatildeo

no valor de 11031 pu ocorreu na barra 9 quando do uso da barra 26 como barra de folga A

barra 9 eacute uma barra sem carga

Na Figura 423 apresenta-se os perfis de magnitude da tensatildeo das barras de geraccedilatildeo

para o caso base e o obtido com o processo de reduccedilatildeo de perdas considerando a barra 26

como barra de folga Na Figura 424 mostra-se as variaccedilotildees percentuais em relaccedilatildeo agrave

magnitude de tensatildeo do caso base das respectivas magnitudes de tensatildeo das barras de

geraccedilatildeo considerando a barra 26 como barra de folga Dessas figuras se constata que a

variaccedilatildeo percentual natildeo seraacute a mesma para todas as barras Na Figura 425 (a) e 425 (b)

mostra-se as variaccedilotildees da magnitude de tensatildeo e da potecircncia reativa gerada pelas barras 26

27 e 69 durante o processo de reduccedilatildeo de perdas considerando a barra 26 como barra de

folga

Da Tabela 411 verifica-se que para este sistema as maiores reduccedilotildees nas perdas ativa

e reativa seacuterie totais ocorrem quando do uso da barra 26 como barra de folga Da mesma

forma da Tabela 412 que apresenta os aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts

das linhas de transmissatildeo e as reduccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga

mais as PVs se verifica que as maiores contribuiccedilotildees de potecircncia reativa fornecida pelos

shunts das linhas de transmissatildeo e de reduccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas barras

de folga mais as PVs tambeacutem ocorrem quando do uso da barra 26 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

109

Tabela 411 - Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais para o sistema IEEE-118 barras

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr)

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo 26 1311543 1150543 161000 7678841 6721797 957044 27 1311543 1187545 123998 7678841 7004000 674842 69 1311543 1222544 88999 7678841 7347540 331301

Tabela 412 - Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga mais as PVs com a reduccedilatildeo da

perda ativa total no sistema IEEE-118 barras

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo 26 1368262 1545199 1766940 7527540 4697815 2829726 27 1368262 1523670 1554077 7527540 5133701 2393840 69 1368262 1445854 77592 7527540 6212204 1315336

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Ten

satildeo

(pu

)

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 420 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 69 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

110

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

Ten

satildeo

(pu

)

nuacutemero das barras

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas Figura 421 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 27 como

barra de folga

0 20 40 60 80 100 120

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Ten

satildeo

(pu

)

timestimestimestimes caso base bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas Figura 422 - Perfil da magnitude de tensatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como

barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

111

0 10 20 30 40 5007

075

08

085

09

095

1

105

11

Tens

atildeo (p

u)

g caso base g apoacutes a reduccedilatildeo das perdas

Figura 423 - Perfil da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

0 10 20 30 40 500

1

2

3

4

5

6

7

8

Tens

atildeo (

)

Figura 424 - Variaccedilatildeo percentual em relaccedilatildeo ao caso base da magnitude de tensatildeo das barras de geraccedilatildeo do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

112

V26

V27

V69

Pa [MW]

Ten

satildeo

[pu

]

Qg26

Qg27

Qg69

Pa [MW]

Potecirc

ncia

rea

tiva

gera

da [M

VA

r]

Figura 425 - (a) Variaccedilatildeo da magnitude de tensatildeo e (b) da potecircncia reativa gerada pelas barras de geraccedilatildeo 26 27 e 69 do sistema IEEE-118 barras considerando a barra 26 como barra de folga

As Figuras 426 (a) e (b) apresentam as curvas PVacutes para a barra 9 cuja magnitude de

tensatildeo foi utilizada como paracircmetro da continuaccedilatildeo durante o traccedilado da curva PV e da barra

criacutetica barra 13 para o caso base e para os casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas Das figuras 426

(a) e (b) e da Tabela 413 pode-se verificar que o ponto de maacuteximo carregamento e o aumento

da margem de carregamento seraacute maior quando do uso da barra 26 como barra de folga

Conforme jaacute comentado anteriormente quando do uso da barra 26 como barra de folga o

(a)

(b)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

113

aumento da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a melhoria do

perfil de magnitude de tensatildeo conforme se pode verificar na Figura 422 Tambeacutem se pode

notar das curvas PVacutes e da Tabela 413 que as melhorias da margem de carregamento 923

e 1559 conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas quando do uso ou da

barra 26 ou da 27 como barra de folga Entretanto quando do uso da barra 69 como barra de

folga apesar da reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa serem de 89 MW e 3313 MVAr (ver

Tabela 411) o aumento da margem de carregamento do sistema foi de apenas 132

Tabela 413 - Margem de carregamento para o sistema IEEE-118 barras

Margem de carregamento Ponto de maacuteximo carregamento (pu) Aumento da MC (∆MC)

Barra de

folga Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu) 69 20817 20960 00143 132 27 20817 21815 0 0998 923 26 20817 22503 01686 1559

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

114

08 1 12 14 16 18 2 22 2404

05

06

07

08

09

1

11V9

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

20817

22503

∆MC=01686

08 1 12 14 16 18 2 22 24

04

05

06

07

08

09

1

11

V9

fator de carregamento λ

Tens

atildeo [p

u]

V13

timestimestimestimes caso base (barra 69 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) Apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando como barra de folga bullbullbullbull barra 69 ++++ barra 26 oooo barra 27

Figura 426 - Curvas PVacutes do sistema IEEE-118 barras (a) curva PV da barra 9 e (b) curva PV da barra 13

(a)

(b)

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

115

45 - Comparaccedilatildeo entre os resultados obtidos com um programa de fluxo de carga oacutetimo

e o fluxo de carga continuado proposto

O objetivo desse item eacute o de comparar o desempenho do fluxo de carga continuado

proposto com o do fluxo de carga oacutetimo Ao contraacuterio do fluxo de carga convencional o fluxo

de carga continuado proposto possibilita a reduccedilatildeo das perdas a partir de um caso base assim

natildeo se faz necessaacuterio realizar um processo de tentativa e erro para atingir o criteacuterio desejado

Por outro lado conforme ficou claro do item 443 haacute a necessidade de se escolher uma barra

de folga para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total uma vez que sua escolha

influenciara o estado final obtido Entatildeo a titulo de comparaccedilatildeo escolheu-se entre os

resultados obtidos no item 443 aquele que apresentou o melhor desempenho

As Figuras 427 e 428 apresentam para os sistemas IEEE-57 e IEEE-118 os

respectivos perfis de magnitudes de tensatildeo e de acircngulo obtidos com o fluxo de carga

convencional para o caso base com os meacutetodos do fluxo de carga continuado proposto e com

o fluxo de carga oacutetimo Observa-se que o ponto de partida para aplicaccedilatildeo da metodologia de

reduccedilatildeo de perdas e do fluxo de carga oacutetimo eacute um caso base obtido por um fluxo de carga

convencional com os taps dos transformadores fixos em 10

As perdas de potecircncia ativa para o caso base dos sistemas IEEE-57 e IEEE-118 satildeo de 2861

MW e 13116 MW respectivamente Os valores das perdas de potecircncia ativa total obtidos

com o fluxo de carga oacutetimo foram de 2333 MW para o sistema IEEE-57 barras e de 10804

MW para o sistema IEEE-118 barras Enquanto que apoacutes a aplicaccedilatildeo fluxo de carga

continuado proposto as perdas de potecircncia ativa para esses sistemas foram de 2427 MW e

11505 MW respectivamente Assim aplicaccedilatildeo da metodologia de reduccedilatildeo de perdas nos

sistemas IEEE-57 e IEEE-118 conduz a uma reduccedilatildeo nas perdas de 424 MW (1487) e

161 MW (1228) respectivamente com o consequumlente aumento nas economias financeira

Observa-se que aleacutem da reduccedilatildeo nas perdas haacute uma melhora do perfil de tensatildeo Observa-se

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

116

0 10 20 30 40 5008

085

09

095

1

105

11

nuacutemero das barras

Tens

atildeo (p

u)

0 10 20 30 40 50 60-25

-20

-15

-10

-5

0

nuacutemero das barras

Acircng

ulo

(gra

us)

timestimestimestimes caso base utilizando a barra 1 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando a barra 1 como barra de folga oooo obtido com um programa FCO utilizando a barra 1 como barra de folga

Figura 427 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema IEEE-57

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

117

0 20 40 60 80 100 120094

096

098

1

102

104

106

108

11

nuacutemero das barras

Tens

atildeo (p

u)

0 20 40 60 80 100 120-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

nuacutemero das barras

Acircng

ulo

(gra

us)

timestimestimestimes caso base utilizando a barra 26 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas utilizando a barra 26 como barra de folga oooo obtido com um programa FCO utilizando a barra 26 como barra de folga

Figura 428 - Perfis de magnitude de tensatildeo e de acircngulo para o sistema IEEE-118

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

118

tambeacutem que ambas foram obtidas sem praticamente nenhuma modificaccedilatildeo nas injeccedilotildees de

potecircncia ativa dos geradores

Os resultados apresentados nestas figuras mostram tambeacutem que com a aplicaccedilatildeo do

meacutetodo do fluxo de carga continuado proposto eacute possiacutevel se obter pontos de operaccedilatildeo

proacuteximos aos obtidos pelo fluxo de carga oacutetimo

A Figura 429 apresenta para o sistema IEEE-57 as curvas PV obtidas partindo do

estados fornecidos pelo fluxo de carga oacutetimo e apoacutes a uacuteltima iteraccedilatildeo da metodologia de

reduccedilatildeo de perdas proposta juntamente com a curva PV do caso base A melhora de 245 na

margem de carregamento pode ser confirmada na Figura 429 onde a margem de

carregamento sem reduccedilatildeo de perdas (caso base) era de 15331 pu e apoacutes a reduccedilatildeo das

perdas passou a 16637 pu correspondendo a um aumento em 01306 pu

No caso do sistema IEEE-118 como se pode confirmar na Figura 430 que a melhora

na margem de carregamento foi de 156 Para esse sistema a margem de carregamento sem

reduccedilatildeo de perdas (caso base) era de 20817 pu e apoacutes a reduccedilatildeo das perdas passou a 22503

pu correspondendo a um aumento de 01686 pu Como se pode confirmar da figura o

aumento da margem de carregamento obtido partindo do estado fornecido pelo fluxo de carga

oacutetimo eacute ligeiramente maior 18

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

119

1 11 12 13 14 15 16 170

01

02

03

04

05

06

07

08

09

1

Ten

satildeo

(pu

)

caso base sem reduccedilatildeo de perdas FCCP com reduccedilatildeo de perdas FCO com reduccedilatildeo de perdas +++++

Fator de carregamento λ

∆MC 01306

15331 16637

Figura 429 - Curvas PV inicial e final para o sistema IEEE-57

08 1 12 14 16 18 2 22 24

04

05

06

07

08

09

1

11

Tens

atildeo (p

u)

caso base sem reduccedilatildeo de perdas FCCP com reduccedilatildeo de perdas FCO com reduccedilatildeo de perdas +++++

Fator de carregamento λ

∆MC 01686

20817 22503

22760

Figura 430 - Curvas PV inicial e final para o sistema IEEE-118

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

120

46 ndash Desempenho do fluxo de carga continuado proposto para sistemas de grande porte

O objetivo deste item eacute o de apresentar o desempenho do meacutetodo proposto para

sistemas de meacutedio porte e real de grande porte no caso o sistema IEEE-300 de 300 barras e

411 linhas e o sistema OTS-904 que eacute um sistema de 904 barras e 1283 linhas

correspondente a uma parte do sistema sudoeste Americano

Nos procedimentos de reduccedilatildeo de perdas nesses sistemas a toleracircncia adotada para os

mismatches foi de 10-6 pu enquanto que para o traccedilado das curvas PV foi de 10-5 pu

Adotou-se um nuacutemero maacuteximo de iteraccedilotildees igual a 20 Em ambos os procedimentos os

valores adotados para os tapacutes foram de 10 pu enquanto que os valores limites adotados

para as tensotildees da barra de folga e das barras PV foram Vmin le V le Vmaacutex sendo Vmin igual a

090 pu e Vmaacutex igual a 110 pu para ambos os sistemas Os valores iniciais adotados para o

paracircmetro da continuaccedilatildeo (micro) foram de ndash02 MW e ndash05MW para os sistema IEEE-300 e

OTS-904 respectivamente O proacuteximo ponto atual eacute computado pela equaccedilatildeo (45) Este

procedimento eacute repetido ateacute o fluxo de carga continuado natildeo convergir

Da mesma forma que ocorreu para todos os sistemas jaacute analisados observa-se que

apoacutes a reduccedilatildeo das perdas haacute uma melhora do perfil de tensatildeo em relaccedilatildeo ao do caso base

Para o sistema IEEE-300 observou-se que a menor magnitude de tensatildeo para o caso

base foi na barra 526 e apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi na barra 9033 sendo os

respectivos valores iguais a 08636 pu e 09156 pu Para o sistema OTS-904 a menor

magnitude de tensatildeo tanto para o caso base quanto apoacutes a aplicaccedilatildeo do meacutetodo proposto foi

na barra 277 sendo os respectivos valores iguais a 08681 pu e 09000 pu Em ambos os

sistemas as maacuteximas magnitudes de tensatildeo natildeo foram maiores que o valor maacuteximo de 11 pu

A tabela 414 apresenta para os dois sistemas os valores das perdas ativa e reativa

seacuterie totais apoacutes a aplicaccedilatildeo da metodologia proposta para a reduccedilatildeo das perdas Observa-se

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

121

da tabela que a maior reduccedilatildeo nas perdas ativa e reativa seacuterie totais ocorrem para o sistema

IEEE-300

Na tabela 415 observam-se os respectivos aumentos da potecircncia reativa fornecida

pelos shunts das linhas de transmissatildeo e as variaccedilotildees totais da potecircncia reativa gerada pelas

barras de folga e PVs Novamente observa-se claramente a contribuiccedilatildeo da potecircncia reativa

fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia

reativa nos elementos seacuteries das linhas de transmissatildeo com a consequumlente reduccedilatildeo da

potecircncia reativa total gerada pelas barras de folga mais as PVs como se pode observar da

uacuteltima coluna da tabela 415

Tabela 414 ndash Reduccedilatildeo das perdas ativa e reativa seacuterie totais

Reduccedilatildeo na perda total Ativa (MW) Reativa seacuterie (MVAr) Sistema

Barra de

folga Caso base Final Reduccedilatildeo Caso base Final Reduccedilatildeo IEEE-300 7049 4215983 3905984 310000 5589485 5170518 418967 OTS-904 882 7517768 7433768 84000 1611578 1591707 19871

Tabela 415 ndash Aumento da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e variaccedilatildeo total da potecircncia reativa gerada pelas barras de folga e PVs com a reduccedilatildeo da perda

ativa total

Variaccedilotildees da potecircncia reativa (MVAr) Shunts das linhas de transmissatildeo Potecircncia reativa gerada Sistema

Barra de

folga Caso base Final Aumento Caso base Final Reduccedilatildeo IEEE-300 7049 583705 632437 48732 683817 611434 72384

OTS-904 882 717591 730714 13123 1343894 1314866 29028

As Figuras 431 e 432 apresentam para o sistema IEEE-300 e OTS-904 as curvas PV

para as respectivas barras criticas 526 e 138 cujas magnitudes de tensatildeo foram utilizadas

como paracircmetro da continuaccedilatildeo durante o traccedilado da curva PV para o caso base e para os

casos apoacutes a reduccedilatildeo das perdas Das figuras e da Tabela 416 pode-se verificar o aumento da

margem de carregamento de ambos os sistemas

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

122

Tabela 416 ndash Margem de carregamento

Margem de carregamento (MC)

Ponto de maacuteximo carregamento (pu)

Aumento da MC (∆MC) Sistema Barra

de folga

Caso base Apoacutes a reduccedilatildeo (pu)

IEEE-300 7049 10552 11079 00527 955 OTS-904 882 12206 12486 00280 127

098 1 102 104 106 108 11 112055

06

065

07

075

08

085

09

095

V526

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

10552

∆MC=00527

11079

timestimestimestimes caso base (barra 7049 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 431 - Curva PVacutes do sistema IEEE-300 barras

Capiacutetulo 4 Metodologia proposta

123

095 1 105 11 115 12 12503

04

05

06

07

08

09

1

V138

fator de carregamento λ

Ten

satildeo

[pu

]

102206

12486

∆MC=00280

timestimestimestimes caso base (barra 882 como barra de folga sem reduccedilatildeo de perdas) bullbullbullbull apoacutes o procedimento de reduccedilatildeo das perdas

Figura 432 - Curvas PVacutes do sistema OTS-904 barras

Capiacutetulo 5

CONCLUSOtildeES

51 Introduccedilatildeo

Os meacutetodos da continuaccedilatildeo satildeo considerados como poderoso ferramental na anaacutelise de

fluxo de carga podendo ser utilizados quando satildeo encontradas dificuldades de convergecircncia

traduzidas pela singularidade da matriz Jacobiana dos meacutetodos convencionais Esses meacutetodos

permitem a determinaccedilatildeo do ponto de maacuteximo carregamento e de maacutexima transferecircncia de

potecircncia bem como de todas as possiacuteveis soluccedilotildees das equaccedilotildees de fluxo de carga ou seja a

curva PV completa constituindo-se a base para a avaliaccedilatildeo da seguranccedila e da estabilidade de

tensatildeo (MANSOUR 1993)

52 Contribuiccedilotildees

A deficiecircncia de potecircncia reativa numa regiatildeo do sistema pode causar um aumento das

perdas tanto nesta regiatildeo como no sistema todo Isso porque o suprimento desses reativos

deve ser efetuado por geradores muitas vezes mais distantes da regiatildeo de interesse fazendo

com que correntes elevadas percorram o sistema Com base nisso nesta tese foi proposto a

modificaccedilatildeo do fluxo carga continuado para efetuar-se a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

125

ativa visando com isso aumentar a margem de carregamento do sistema A reduccedilatildeo das perdas

eacute alcanccedilada por intermeacutedio do redespacho de potecircncia reativa

O fluxo de carga continuado proposto difere em alguns aspectos do fluxo de carga

continuado usado para obter o ponto de maacuteximo carregamento No fluxo de carga continuado

o objetivo eacute obter o ponto de maacuteximo carregamento da curva PV Por outro lado no fluxo de

carga continuado proposto o objetivo eacute o de melhorar a margem de carregamento por meio da

reduccedilatildeo das perdas usando o meacutetodo da continuaccedilatildeo

Ao contraacuterio do fluxo de carga continuado no qual os valores da carga e da geraccedilatildeo de

potecircncia ativa do caso base satildeo aumentadas em uma direccedilatildeo preestabelecida no meacutetodo

proposto elas permanecem fixas No fluxo de carga continuado as barras PV satildeo tratadas

como simples barras PV e enquanto suas respectivas potecircncias reativas geradas estatildeo entre

seus respectivos limites suas respectivas equaccedilotildees natildeo estatildeo presentes na matriz Jacobiana

Assim suas magnitudes de tensotildees permanecem fixas nos seus respectivos valores

especificados sendo tratadas como variaacuteveis independentes No caso de violaccedilatildeo a barra PV

eacute alterada para tipo PQ com Q sendo especificado no valor limite e a sua magnitude de

tensatildeo eacute considerada como uma incoacutegnita do problema Por outro lado no fluxo de carga

continuado proposto as magnitudes de tensotildees nas barras PV podem variar e satildeo calculadas

para o valor especificado de perda total de potecircncia ativa sendo tratadas portanto como

variaacuteveis dependentes

Na metodologia proposta a geraccedilatildeo de potecircncia ativa nas barras de controle de tensatildeo

satildeo mantidas constantes nos respectivos valores do caso base enquanto que o valor da perda

total de potecircncia ativa eacute preacute-ajustado atraveacutes de um novo paracircmetro Apoacutes se obter a soluccedilatildeo

do caso base por meio de um fluxo de carga convencional e se ter definido um passo para

reduccedilatildeo das perda total de potecircncia ativa o fluxo de carga continuado proposto eacute usado para

calcular as demais soluccedilotildees ateacute que um ponto neste trabalho definido como ponto de miacutenima

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

126

perda seja atingido A teacutecnica de previsatildeo adotada foi a trivial ou polinomial modificada de

ordem zero na qual o valor do paracircmetro da continuaccedilatildeo eacute prefixado Assim atraveacutes do

meacutetodo proposto eacute possiacutevel se especificar o valor desejado de variaccedilatildeo na perda ativa total na

transmissatildeo e a sua soluccedilatildeo provecirc o ponto de operaccedilatildeo para o qual a perda ocorre A geraccedilatildeo

de potecircncia ativa da barra adotada como barra de folga eacute reprogramada para fechar o balanccedilo

de potecircncia ativa do sistema ou seja o seu valor variaraacute a fim de acomodar aleacutem da

diferenccedila entre a potecircncia ativa gerada e a consumida de todo o sistema a reduccedilatildeo da perda

total de potecircncia ativa na transmissatildeo

Os resultados apresentados neste trabalho mostram que a utilizaccedilatildeo do meacutetodo

proposto proporciona natildeo soacute uma reduccedilatildeo das perdas e consequumlentemente dos custos

operacionais mas tambeacutem um aumento do ponto de maacuteximo carregamento isto eacute da margem

de estabilidade do sistema

O aumento da margem de estabilidade de tensatildeo eacute alcanccedilado juntamente com a

melhoria do perfil da tensatildeo e com o aumento das reservas de reativos nos geradores natildeo

tendo no entanto ocorrido mudanccedilas relevantes na tensatildeo criacutetica Manter o valor da tensatildeo

criacutetica tatildeo baixa quanto esta possa ser em relaccedilatildeo agrave tensatildeo normal de operaccedilatildeo sem

comprometer consequumlentemente o perfil geral de tensatildeo eacute uma caracteriacutestica recomendada

em (WECC 1998) (FTCT 1999) Observa-se que as melhorias na margem de carregamento

conseguidas atraveacutes da reduccedilatildeo das perdas satildeo significativas uma vez que estas foram

obtidas sem nenhuma alteraccedilatildeo nas injeccedilotildees de potecircncia ativa exceccedilatildeo feita agrave barra de folga

Foram esclarecidos como se daacute o balanccedilo de reativo do sistema eleacutetrico de potecircncia

durante o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total Em geral haacute uma reduccedilatildeo da potecircncia

reativa total gerada pela barra de folga e as barras de geraccedilatildeo como consequumlecircncia direta dos

aumentos da potecircncia reativa fornecida pelos shunts das linhas de transmissatildeo e de barras

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

127

bem como da reduccedilatildeo da perda de potecircncia reativa nos elementos seacuteries das linhas de

transmissatildeo

O fluxo de carga continuado proposto possibilita a reduccedilatildeo das perdas a partir de um

caso base assim natildeo se faz necessaacuterio realizar um processo de tentativa e erro para atingir o

criteacuterio desejado Por outro lado as analises mostram que haacute a necessidade de se escolher uma

barra de folga para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total uma vez que sua

escolha influenciara o estado final obtido Um outro ponto importante eacute que com o meacutetodo

proposto eacute possiacutevel se obter pontos de operaccedilatildeo muito proacuteximos aos obtidos por meio de um

programa de fluxo de carga oacutetimo o que mostra que o meacutetodo proposto pode ser uma

alternativa viaacutevel para a aplicaccedilotildees de estudos da operaccedilatildeo para reforccedilar a estabilidade

estaacutetica de tensatildeo

Outro aspecto importante eacute o de que o meacutetodo proposto eacute de faacutecil incorporaccedilatildeo a

qualquer programa de Fluxo de Carga

53 Sugestotildees para futuros trabalhos

Algumas sugestotildees para dar continuidade aos trabalhos iniciados por esta tese

sect Tendo em vista que para se realizar o processo de reduccedilatildeo da perda ativa total a partir

de um caso base haacute a necessidade de se escolher uma barra de folga uma vez que sua

escolha influenciaraacute o estado final obtido uma necessidade seria a de se investigar e

definir um criteacuterio para se estabelecer qual barra seria a mais apropriada como barra

de folga

Capiacutetulo 5 Conclusotildees

128

sect A escolha do valor oacutetimo para o passo do paracircmetro da continuaccedilatildeo objetivando a

reduccedilatildeo do nuacutemero de pontos e de iteraccedilotildees necessaacuterias para a obtenccedilatildeo do ponto de

miacutenimas perdas

sect Em (ZAMBRONI 1998) eacute mostrado que a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa

num grande sistema de potecircncia natildeo afeta muito sua margem de carregamento mas

que o controle das perdas em uma aacuterea criacutetica do sistema pode apresentar resultados

mais satisfatoacuterios Seria interessante avaliar os efeitos produzidos na margem de

carregamento do sistema realizando a reduccedilatildeo das perdas em uma aacuterea especifica do

sistema no caso a aacuterea criacutetica e comparaacute-los com os obtidos com a reduccedilatildeo da perda

total de potecircncia ativa

sect Analisar a utilizaccedilatildeo de fatores de participaccedilatildeo dos geradores a fim de definir um

redespacho que proporcione um melhor ganho de margem Os fatores de participaccedilatildeo

poderiam ser obtidos pela anaacutelise de sensibilidade dos autovalores e os

correspondentes autovetores direito e esquerdo da matriz Jacobiana modificada do

fluxo de carga continuado proposto procurando determinar os geradores que mais

contribuem para a reduccedilatildeo das perdas e o aumento da margem de carregamento

sect Considerar na metodologia proposta para a reduccedilatildeo da perda total de potecircncia ativa na

transmissatildeo aleacutem da equaccedilatildeo da perda ativa total na transmissatildeo a equaccedilatildeo da

potecircncia reativa injetada das barras cuja magnitude de tensatildeo sejam reguladas por

transformadores com controle automaacutetico de tap

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