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Consultor www. co nj u r. c om. b r Jurídico ANUÁRIO DA JUSTI A 2012 BRASIL STF STJ TST TSE STM www.conjur.com.br | R$ 40,00 A hora da razão Judiciário lança mão de métodos de gestão e de tecnologia para aumentar eficiência Número de recursos que chegam ao STF caiu para um terço Mesmo com Lei de Recursos Repetitivos, demanda volta a crescer no STJ

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ANUÁRIO DA JUSTIÇA 2012

Consultor www.conjur.com.brJurídico

ANUÁRIO DAJUSTI A

201220122012

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STF STJ TST TSE STM

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A hora da razãoJudiciário lança mão de métodos de gestão e de tecnologia para aumentar efi ciência

Número de recursos que chegam ao STF caiu para um terçoMesmo com Lei de Recursos Repetitivos, demanda volta a crescer no STJ

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10 CONJUR ANUÁR IO DA JUST I ÇA 2012

O ANO DA JUST I ÇA

Quando, em 21 de março de 2011, apresentou na escola de Direito da Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro, uma Proposta de Emenda Constitucional, o então presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, já esperava

forte reação contrária. Tanto que, até aquele momento, nem mesmo seus colegas de corte conheciam o seu teor.

Não era para menos. Na essência, a proposta transforma os recursos para o STF e para o Superior Tribunal de Justiça em espécie de ações rescisórias. Mas falava-se de uma proposta do Supremo que objetivava alterar o trâmite de recursos para fazer transitar em julgado decisões em

segunda instância. Entre os mui-tos opositores, uma das vozes que soou mais alto foi a da Ordem dos Advogados do Brasil. Nem mes-mo no Supremo a ideia encontrou ressonância. Dos sete ministros entrevistados pelo Anuá rio da Justiça Brasil 2012, apenas um se mostrou favorável à tese de Peluso, ainda assim com ressalvas.

A hora da razãoComo em uma corrida de obstáculos, a magistratura supera disfunções e irracionalidades, enquanto incorpora modernos métodos de gestão

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ANUÁR IO DA JUST I ÇA 2012 CONJUR 11

Todos, contudo, apontaram o mérito da proposta: o ministro fundou suas razões na necessi-dade de as decisões judiciais sur-tam efeito sem que tenham de percorrer quatro instâncias e, em consequência, deixar cidadãos esperando a guarida de seus di-reitos, até mesmo por décadas. A ideia fez acender o alerta da falta de efetividade, que passou a ser discutida com mais vigor nos tribunais e no próprio Congres-so Nacional. Foi o estopim para que se debatesse a implementa-ção de importantes instrumen-tos de racionalização de proce-dimentos que o Poder Judiciário ganhou nos últimos anos.

Com a sanção da Lei 11.417/06, que regulou o procedimento de aprovação da Súmula Vinculan-te, e da Lei 11.418/06, que regu-lamentou a Repercussão Geral no processo submetido ao crivo do Supremo, o número de re-cursos distribuídos aos minis-tros da corte constitucional caiu vertiginosamente: de 113 mil

distribuídos em 2007 para 38 mil em 2011. A redução de demanda trazida com as súmulas editadas é difícil de medir, já que seu efeito é pro�lático e difuso.

No que diz respeito ao Superior Tribunal de Justiça, a Lei 11.672/08 criou um rito especial para o julgamento de processos cujas teses se repetem às centenas ou aos milhares. No caso do STJ, observou-se redução importante da demanda de 2009 para 2010, mas tal cenário não se repetiu em 2011 e o tribunal voltou a receber quase 300 mil recursos para julgar.

Os �ltros existem. Para o Supremo, a efetividade deles é inquestio-nável. Mas ela não chegou, ainda, às instâncias inferiores. A redução da demanda no STF não se traduziu em resolução de processos na

base. O que falta, então, para que isso aconteça? Racionalização e gestão da pauta de julgamentos são as questões de ordem.

O Supremo está muito distante de usar os mecanismos em todo o seu potencial. “Nós reconhecemos a repercussão geral de muitas questões, suspendendo os processos que tramitam em todas as ins-tâncias, mas não damos a devida vazão aos leading cases”, a�rmou o ministro Gilmar Mendes em entrevista ao Anuário. Como alerta ele,

Para o Supremo, a efetividade da Repercussão Geral é inquestionável,

mas seus efeitos ainda não chegaram às instâncias inferiores

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44 CONJUR ANUÁR IO DA JUST I ÇA 2012

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Em 19 de abril, o ministro Ayres Britto tomou posse na presi-dência do Supremo Tribunal Federal. Não conseguirá cum-prir os dois anos de mandato porque completa 70 anos, idade da aposentadoria compulsória, em 18 de novembro. Apesar

disso, ninguém duvida que seus sete meses no comando do tribunal de cúpula do Judiciário serão marcantes – principalmente no que diz respeito à condução do Conselho Nacional de Justiça.

Entusiasta do CNJ, acredita que o órgão veio para sanear os cos-tumes. Já disse em algumas ocasiões que entregar a correção de desvios do Judiciário às corregedorias locais seria um retrocesso. Se tivesse sido sorteado relator das ações da Associação dos Ma-gistrados Brasileiros que contestavam poderes no CNJ, nenhuma das liminares limitando o campo de ação do Conselho teria sido concedida. É por suas ideias que se aposta que deva reforçar a atri-buição correcional do órgão.

Ayres Britto viu, no começo de 2012, uma de suas ideias, plantada em 2006 no Tribunal Superior Eleitoral, quando tentou barrar a can-didatura de Eurico Miranda a deputado federal, tornar-se efetiva: a de impedir que políticos que têm problemas com a Justiça se tornem candidatos. Costuma dizer que, se um cidadão “des�la pela passarela do Código Penal e da Lei de Improbidade Administrativa”, não pode ter a pretensão de representar a coletividade. Com o julgamento em que o Supremo considerou constitucional a Lei da Ficha Limpa, “aquela semente plantada no Eleitoral germinou”, acredita.

Acredita que uma das atribuições do Supremo Tribunal Federal é interferir no curso da vida, no arejamento dos costumes, na re-novação de paradigmas, no adensamento da cultura. Mais do que isso, é não permitir que uma Constituição Federal de vanguarda se

torne “uma Constituição de re-taguarda”, por causa da falta de coragem de tomar decisões ar-rojadas. E isso não se confunde com praticar o chamado ativis-mo judicial, que critica.

Para ele, o STF não pratica ati-vismo. Isso seria usurpar a com-petência do Poder Legislativo. O que o Supremo faz é aplicar a Constituição Federal naquilo que não depende de regulamentação especí�ca em lei. Como exemplo, cita a decisão que proibiu o nepo-tismo nos três poderes.

“O nepotismo estilhaça o princípio da impessoalidade, entre outros. E o que é impes-soalidade? É uma separação radical entre administração e administrador. Administração não se confunde com a pessoa do administrador, porque este não pode fazer da administra-ção pública um prolongamento da sua cozinha. Logo, o princí-pio da impessoalidade veio para dizer que o público não se con-

Dois anos em sete mesesMinistro assumiu presidência da corte em abril,

disposto a fechar com chave de ouro sua trajetória

de quase uma década no Judiciário

PRESIDENTE

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Ayres Britto PRESIDENTE

NOMECARLOS AUGUSTO AYRES DE FREITAS BRITTOIDADE 69 anos (18/11/1942)LOCAL DE NASCIMENTO Propriá (SE)ESPECIALIZAÇÃO Direito Constitucional

POSSE25/6/2003APOSENTADORIA18/11/2012NOMEAÇÃOLuiz Inácio Lula da SilvaORIGEMAdvocaciaCARGOPresidente

PRESIDENTE

ANUÁR IO DA JUST I ÇA 2012 CONJUR 45

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S TJ DIREÇÃO

POSIÇÕES DO MINISTRO

É necessário aumentar o número de ministros do STJ?Entendo que o STJ deveria criar a 4ª Seção, porque é necessário liberar urgentemente a 3ª Seção de tudo que não tem relação com matéria penal. A 4ª Seção seria competente para decidir questões previdenciárias e tudo que diz respeito ao trabalho. Mas um aumento maior do que esse seria completamente impróprio.

Para processar juízes por desvios ético-disciplinares, o CNJ deve ter competência concorrente ou subsidiária em relação às corregedorias dos tribunais locais?Subsidiária. Em primeiro lugar, o CNJ não poderia concorrer com o Judiciário, como, na prática, ocorre hoje. Sempre que há lesão a direito individual, o caminho deve ser o Poder Judiciário. Mas hoje o Conselho julga qualquer lesão a direito individual. Em relação à competência, me parece óbvio que todo organismo superdimensionado não funciona. E o CNJ não funcionará. A competência deve ser das corregedorias, sob a fi scalização do CNJ.

A PEC dos Recursos é uma boa saída para dar efetividade às decisões judiciais?Se não houvesse nenhuma outra solução, ela seria boa. Mas há. E sua aprovação implicaria reconhecer que o STJ perderá sua função. A solução ideal é a que consiga fi ltrar os casos importantes para permitir que sejam analisados pelo STF e pelo STJ. O primeiro dos fi ltros deveria ser feito pelos próprios advogados, mas no Brasil essa, infelizmente, é uma ideia inconcebível.

INFORMAÇÕES PESSOAIS

NOMEAri PargendlerNASCIMENTO 11/10/1944, em Passo Fundo (RS)ÁREA DE ESPECIALIZAÇÃO Direito Tributário

NO TRIBUNAL

POSSE 19/6/1995APOSENTADORIA 11/10/2014NOMEAÇÃO Fernando Henrique CardosoORIGEM Justiça Federal

ATIVIDADE PROFISSIONAL

NO JUDICIÁRIO Ministro do TSE (2007-2009) Juiz do TRF-4 (1989-1995) Juiz do TRE do Rio Grande do Sul (1980-1982)

Juiz federal da 4ª Região (1976-1989)NO MINISTÉRIO PÚBLICO Procurador da República (1972-1976)

NA INICIATIVA PRIVADA Advogado (1969-1972)

ATIVIDADE ACADÊMICA

FORMAÇÃO Bacharel em Direito pela UFRGS (1968) Professor de Direito Tributário da UFRGS (1985-1995)

LIVRO A Assistência da União Federal

É um dos poucos ministros que de-fende o aumento do número de ca-

deiras no STJ para desafogar a 3ª Seção. Não conseguiu convencer os colegas a criar a 4ª Seção, que seria responsável pelo julgamento de causas previdenciá-rias, mas aprovou a mudança regimen-tal que transferiu essa competência para a 1ª Seção. Com a mudança, a 3ª Seção passa a julgar exclusivamente matéria penal, o que torna mais ágil o julgamen-to de dezenas de Habeas Corpus rece-bidos diariamente. Também de olho na racionalização do trabalho, começou a ampliar as funções do Núcleo de Proce-dimentos Especiais da Presidência. Ori-ginalmente criado para barrar Agravos de Instrumento que não preenchiam os requisitos processuais, o Nupre teve de ser repensado para não perder a função diante do novo rito dos agravos, que

agora são processados nos próprios au-tos. Assim, o Nupre passou a � ltrar os recursos que versam sobre temas nos quais já há decisão do STJ tomada por meio do rito dos recursos repetitivos. Também colocou em prática um proje-to para divulgar decisões tomadas pelo rito dos recursos repetitivos, para evi-tar a chegada de processos que versem sobre jurisprudência já paci� cada. Na área administrativa, implantou o pon-to biométrico para servidores e mudou a disposição das agências bancárias no prédio do tribunal. No lugar privilegia-do que ocupavam, colocou a Sala dos Advogados e setores de atendimento ao público. Entrou em rota de colisão com colegas ao convidar desembargadores para concorrer ao cargo de ministro do STJ quando a maior parte dos apoios es-tava fechada em torno de outros nomes.

Ari Pargendler l PRESIDENTE

Endereço: SAFS, Quadra 6, Lote 1, Prédio Ministros I, 8º andar, Brasília, DFTelefone: (61) 3319-7024 E-mail: [email protected]

COMO RECEBE ADVOGADOS

Sempre atendeu advogados cinco vezes por semana. Na Presidência do STJ, passou a atender só às segundas, quartas e sextas-feiras, mas no horário habitual: a partir das 7 horas. Sua assessoria marca as audiências em curto espaço de tempo. Nas conversas, o ministro é cordial, mas bastante objetivo.

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S TJ DIREÇÃO

POSIÇÕES DO MINISTRO

O que acha da PEC dos Recursos? É uma medida muito boa, mas precisa ser complementada com um fi ltro nos recursos, pois os tribunais superiores têm funções diferentes das funções dos tribunais de segundo grau. Também deve haver um mecanismo de sustar a condenação ou execução quando demonstrado que o recurso pode ser acolhido pelo tribunal superior. Mas o sistema do ministro Peluso é mais lógico, obriga os tribunais a ter mais cuidado com as decisões.

A competência do CNJ deve ser concorrente ou subsidiária à das corregedorias locais? Pelo que está na Constituição, o CNJ não atua subsidiariamente. Mas tenho restrições a esse tipo de atuação. Acho que o CNJ deve existir, e até ter mais poderes, mas, em casos disciplinares, deve atuar mais em grau de recurso; se houver omissão da corregedoria local, de forma concorrente.

O jornalista também deve observar o sigilo de Justiça? Quando se fala em sigilo, pensa-se que é para benefi ciar alguém. Porém, tem um sentido mais amplo. É para casos de família, ou de crimes sexuais, por exemplo, em que alguns detalhes não devem ser divulgados para preservar os envolvidos. Mas devemos ter cuidado para não generalizar; é diferente de um juiz ser processado sob um equivocado segredo de Justiça.

INFORMAÇÕES PESSOAIS

NOMEFelix FischerNASCIMENTO30/8/1947, em Hamburgo, AlemanhaÁREA DE ESPECIALIZAÇÃODireito Penal e Processual Penal

NO TRIBUNAL

POSSE 17/12/1996APOSENTADORIA 30/8/2017NOMEAÇÃO Fernando Henrique CardosoORIGEM Ministério Público

ATIVIDADE PROFISSIONAL

NO JUDICIÁRIO Vice-presidente do STJ

(desde setembro de 2010) Ministro do TSE (2008-2010) Corregedor da Justiça Eleitoral (2008-2010)

NO MINISTÉRIO PÚBLICO Procurador de Justiça do Paraná

(1990-1996) Promotor de Justiça no Paraná (1974-1990)

ATIVIDADE ACADÊMICA

FORMAÇÃO Bacharel em Ciências Econômicas pela UFRJ (1971)

Bacharel em Direito pela UEG (1972)MAGISTÉRIO Professor na Emap (1990-1996) Professor de Direito Penal e de Processo Penal na Faculdade de Direito de Curitiba (1988-1996)

Professor da Fesmip (1984-1996) Professor de Direito Penal na PUC-PR (1979-1984)

Professor de Direito Penal e Processo Penal da UEL (1977-1978)

No STJ desde 1996, o ministro Fe-lix Fischer é o terceiro mais antigo

da corte. Perde apenas para o minis-tro Asfor Rocha, que tomou posse em 1992, e para o presidente do tribunal, ministro Ari Pargendler, que entrou em 1995. Com mais de 15 anos de atuação nas áreas de Direito Penal e Processu-al Penal, tornou-se grande especialista nessas matérias. Como vice-presidente, cargo que ocupa desde 2010, julga ape-nas os processos considerados urgentes, além dos da Corte Especial. No gabine-te, separa apenas os criminais dos cíveis, “com alguma especialização em tributá-rio”. Os casos penais são analisados por quatro assessores especializados.

Vê com olhos críticos a transforma-ção do STJ em terceiro grau de juris-dição, quando seu papel constitucional é padronizar o entendimento da legis-

lação infraconstitucional. Para ele, “há um acesso exagerado ao STJ, o que cria a ilusão de que somos uma terceira instância”. Acredita que esse exagero decorre da ilusão de que o STJ analisa melhor, quando recursos como a Re-visão Criminal ou a Ação Rescisória, “muito mais amplos”, são pouco usa-dos. “Há uma abertura muito grande de acesso, e a pessoa � ca iludida. Acha que o STJ é um tribunal de revisão das decisões estaduais.”

Mas nem por isso é a favor de que o número de ministros na corte deva aumentar. O que defende é a melhoria constante na organização interna do tri-bunal e dos gabinetes. Só assim, acredi-ta, será possível continuar o trabalho de julgar os mais de 300 mil processos por ano que chegam ao STJ. “Isso e uma re-forma na legislação”, a� rma o ministro.

Felix Fischer l VICE-PRESIDENTE

Endereço: SAFS, Quadra 6, Lote 1, Prédio Ministros II, 7º andar, Brasília, DFTelefone: (61) 3319-7104 E-mail: [email protected]

COMO RECEBE ADVOGADOS

Só não recebe nos dias em que participa de sessão na Corte Especial. Em todos os outros dias, marca audiências. Por isso, é fácil conseguir uma conversa com o ministro, que recebe bem e discute francamente os casos com os advogados. Atende sem horário marcado apenas em casos excepcionais.

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T R I BUNAL SUP ER I OR DO TRABALHO

Quando tomou posse na Presidência do Tribunal Superior do Trabalho, em março de 2011, o ministro João Oreste Dalazen assumiu o compromisso de vencer a “elevadíssima e insupor-tável” taxa de congestionamento na fase de execuções traba-

lhistas. Ele trouxe dados preocupantes: apenas 31% dos processos na Justiça do Trabalho passam da fase de execução; os outros 69% travam, e o con� ito não chega ao � m. O resultado é um acervo de mais de 2 milhões de processos, no Brasil inteiro, que não têm solução à vista, pois o problema está na di� culdade de tornar efetiva a decisão do juiz.

A Lei 12.440/2011 instituiu a Certidão Negativa de Débitos Trabalhis-tas, a polêmica CNDT. O documento comprova que a empresa está em dia com a Justiça do Trabalho e é condição para que ela possa participar de licitações públicas. Com isso, as empresas passam a ser as maiores interessadas em levar a termo as causas trabalhistas e em efetivar a exe-cução com celeridade. Como a� rma o ministro Augusto César, a CNDT tem o objetivo importantíssimo de fazer com que a empresa salde suas dívidas com quem prestou trabalho. “É uma mudança de mentalidade, muda o valor do trabalho humano no ambiente empresarial. Se há uma obrigação que a companhia tem de ter muito em conta é a contrapartida salarial para quem trabalha.”

Outro passo para acelerar o trâmite de processos do tribunal foi a imersão no mundo digital. O TST já está praticamente informatizado e a internet é o principal meio até para que advogados façam pedido de preferência nas sessões de julgamento. A pesquisa de jurisprudên-

cia, o acesso a acórdãos e decisões, mesmo para o trabalho interno dos ga-binetes, são inteiramente feitos pela rede mundial de computadores. Com isso, inicia-se a criação de um grande banco de dados de precedentes

judiciais no tribunal. Alguns gabi-netes já possuem banco de dados interno, para consulta durante a confecção dos votos. É o caso do ministro Walmir Oliveira da Cos-ta, que usa seus arquivos para ter certeza de que não proferirá de-cisões diferentes em casos seme-lhantes. Com isso, segundo ele, seu gabinete é um dos que menos gera Embargos no tribunal.

A grande discussão que paira sobre a corte é a terceirização. A Súmula 331 estabelece que a ter-ceirização é legal quando atinge a atividade-meio e não a atividade--� m da empresa contratatante. Como ensina Horácio Senna Pi-res, “não se pode ter uma empre-sa sem empregados; não se pode terceirizar a atividade que de� ne o empreendimento do empregador”.

Mas essa posição está longe de ser unânime no tribunal. O minis-tro Pedro Paulo Manus acredita que a súmula já não é mais su� -ciente. “É como segurar uma en-chente com uma tábua”, explica. O mercado automobilístico, segundo ele, é um claro exemplo de tercei-rização de atividade-� m que não precariza a relação de trabalho. “O critério ideal seria: a terceirização

O nó da execuçãoFazer valer o que foi decidido é o grande desafi o da Justiça

do Trabalho, que tem na execução um dos principais gargalos

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MOVIMENTO PROCESSUAL

Processos

Distribuídos 206.236 204.211 211.734

Julgados 265.802 211.979 206.965

Pendentes 176.636 168.839 161.590

2009 2010 2011

Distribuídos 206.236 204.211 211.734206.236 204.211 211.734206.236 204.211 211.734206.236 204.211 211.734

Julgados 265.802 211.979 206.965265.802 211.979 206.965265.802 211.979 206.965265.802 211.979 206.965

Pendentes 176.636 168.839 161.590176.636 168.839 161.590176.636 168.839 161.590176.636 168.839 161.590

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é legal quando o tomador não ge-rencia o trabalho do prestador. Se gerencia, cria vínculo. Do contrá-rio, isso se chama locação de mão de obra.” O tema é tão controverso que o TST convocou uma audiên-cia pública para discuti-lo. A prin-cipal conclusão foi que a matéria precisa de um marco legal urgente. Na pauta de 2012, o tribunal terá de tratar de outra questão espinho-sa, que é a aplicação da nova Lei do Aviso Prévio Proporcional, que dá ao trabalhador o direito de ter o aviso prévio calculado de acordo com seu tempo de trabalho.

O tribunal começou o ano aco-modando várias alterações em sua composição. Com a ida da ministra Rosa Maria Weber para o Supremo Tribunal Federal, a convocação do ministro Carlos

Alberto para o Conselho Nacional de Justiça e a aposentadoria do mi-nistro Moura França, três vagas foram abertas. Para o lugar de Carlos Alberto, na 8ª Turma, foi convocada a desembargadora Maria Laura Franco Lima de Faria, do TRT-3 (Minas Gerais). Para ocupar as outras vagas, até que seus titulares sejam nomeados pela presidente Dilma Rousse�, foram convocados outros dois desembargadores: Flávio Por-

tinho Sirangelo, do TRT-4 (Rio Grande do Sul), alocado na 6ª Turma, no lugar do ministro Maurício Godinho, que se transferiu para a 3ª Turma, no lugar que era de Rosa Weber; e José Pedro de Camargo Rodrigues de Souza, do TRT-15 (Campinas), que foi para a 1ª Turma, numa permuta com o ministro Vieira de Mello Filho, que se transferiu para a 4ª Turma, para ocupar a vaga que era de Moura França.

PRESIDENTE l João DalazenVICE-PRESIDENTE l Maria Cristina Peduzzi CORREGEDOR-GERAL l Barros LevenhagenCONSELHEIRO DO CNJ l Carlos Alberto

DIREÇÃO

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