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Revista Batata Show Ano XIII nº 37 Dezembro 2013

4 Editorial - A Batata na China

8 Curtas- Premiação Fatec - Itapetininga- Sucesso do Batatatour- Cultivar Futuro

10 Indústria- Entrevista Diretora de Marketing - McCain - Hortitec 2013

12 Fitopatologia - Ácaros Predadores: uma alternativa para o controle da Mosca Branca

14 Entomologia - Pesquisas geram novas perspectivas para o manejo da vaquinha Diabrotica speciosa utilizando feromônios

18 Empresas Parceiras - Influência da requeima no metabolismo da batata e implica-ções na estratégia de controle- AGROSEM - Quem somos?- Proteção Biológica de Plantas- Um raio atinge duas vezes o mesmo lugar?- BASF recebe sete prêmios na XVII Mostra ABMR&A de Comunicação- TIMAC Agro marcou presença no Congresso Brasileiro de Sementes

32 Viagens Técnicas- Viagem Técnica ABBA 2013 - China - Fatos Inesquecíveis- Viagem Técnica ABBA 2013 - Batata na China

41 Fotos

50 Produtor- Safra da Batata 2013

53 Variedades- Rendimentos de tubérculos de cultivares de batata sob con-dições de estiagem

58 Notícias ABBA- Seminário Mosca Branca- Parceria ABBA & Syngenta

66 Legislações - Reunião Bilateral Brasil e Holanda

70 Eventos - POTATO EUROPE 2013, Emmeloord, Holanda

73 Cadeia da Batata- A Cultura da Batata - 1913

82 Culinária - Batatas Recheadas

Batata Show é uma revista daABBA – Associação Brasileira da Batata

Rua Doutor Virgilio de Rezende, 705Itapetininga/SP – Brasil - CEP. 18200-046Fone/Fax: 55 (15) 3272-4988

[email protected]

Presidente

Marcelo Balerini de Carvalho

Diretor Administrativo e Financeiro

Emílio Kenji Okamura

Diretor de Marketing e Pesquisa

Pedro Hayashi

Diretor Batata Consumo e Indústria

Airton Arikita

Diretor Batata Semente

Edson Asano

Gerente Geral

Natalino Shimoyama

Coordenadora de Marketing e Eventos

Daniela Cristiane de Almeida

Jornalista Responsável

Natália de Castro

Mtb 58270

Os artigos publicados são de exclusiva responsabilidade de

seus autores e não representam a opinião total dessa revista. É

permitida a reprodução total ou parcial das matérias, desde que

citada a fonte. Por falta de espaço, não publicamos as referências

bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta

edição. Os interessados podem solicitá-las à ABBA pelo e-mail:

[email protected] ou aos autores dos artigos.

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Revista Batata Show Ano XIII nº 37 Dezembro 2013

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A Batata na ChinaA capa desta edição está relacionada à Viagem

Técnica ABBA 2013 - China ocorrida na segunda quinzena de agosto.

Confesso que nunca havia viajado à China e que tinha um péssimo conceito devido à influência das notícias e imagens da mídia nacional e internacio-nal.

Bastou chegar à China e perceber que a liberda-de de imprensa deve ter limites, pois predominam mentiras, invenções, maldade e parcialidade visando favorecer os interesses econômicos de empresas ou países que estão perdendo seus mercados.

Apesar de desconhecer o sistema e a forma de atuação, é fácil perceber que o fator da incrível mu-dança para melhor na China é fruto de um governo totalmente diferente do nosso. A sensação de revolta e indignação é imensurável, pois quando olhamos 360º, na China vemos um mar de construções e no Brasil um oceano de corrupções e impunidade.

Descobrir porquê a Cadeia da Batata da China está crescendo rapidamente e ininterruptamente foi, sem dúvidas, o objetivo maior desta viagem.

A produção de batata na China resulta do plan-tio de 6 milhões de hectares (mundo – 20 milhões) que produz 100 milhões de toneladas (mundo – 320 milhões de toneladas)... e está crescendo. No Brasil são menos de 100 mil hectares e cerca de 2,5 a 3,0 milhões de toneladas ... e está diminuindo.

A batata, arroz, trigo, milho e soja são conside-rados as principais fontes de alimento para a popu-lação chinesa – 1,3 bilhões de habitantes, porém a batata é a única que está crescendo em detrimento principalmente da soja. A escassez de terras agricul-táveis e o crescimento da população justificam o au-mento da aérea de batata e a redução da área de soja.

O conceito e a importância da batata na China é totalmente diferente do Brasil. Lá a batata é um “sistema eficiente” para alimentar a população, gerar empregos, gerar renda aos agricultores e consequen-temente reduzir o êxodo rural às grandes cidades.

No Brasil a batata é desprezada, massacrada pela

mídia, utilizada como moeda de troca no comércio internacional, apesar de ser fundamental para a ge-ração de centenas de milhares de empregos e de ser uma das melhores alternativas para a “agricultura familiar”.

Na China há abundância de recursos econômicos e humanos para a pesquisa, subsídios para as indús-trias de amido, incentivo à construção de grandes indústrias multinacionais de processamento de ba-tata. No Brasil há abundância de terra, de água e um clima excepcional, porém a pesquisa está totalmente abandonada, as tributações são estratosféricas e o go-verno apoia as importações.

Na China a batata fresca é consumida como sa-lada ou assada e o amido como macarrão. É inte-ressante destacar que apesar do consumo per capita ser 4 a 5 vezes maior que no Brasil, os chineses são predominantemente magros.

Como se explica este fenômeno – será que a ba-tata brasileira engorda e a batata chinesa não? Será que o intestino do chinês é normal e o do brasileiro é preso? Será que a mídia na China é proibida de noticiar pessoas gordas?

O segredo é a forma de preparo – na China a ba-tata é consumida com pouco sal e gordura. Em mui-tos países desenvolvidos e também no Brasil a batata é consumida com gordura, recheios e sal à vontade.

Mediante o que conhecemos fica simples con-cluir que na Copa do Mundo da Globalização, no time da Cadeia Brasileira da Batata o governo tem sido o artilheiro. Infelizmente a maioria dos gols são contra, sendo alguns de placa e outros golaços.

Por que nossos governantes decidem por medidas que prejudicam a população brasileira? Por que não querem apoiar as cadeias produtivas que geram ren-da, empregos e produz alimentos saudáveis?

Será que nossos governantes são brasileiros? Será que merecem serem cidadãos brasileiros? Por que não copiam dos chineses?

Natalino ShimoyamaGerente Geral - ABBA

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Fatec Itapetininga participa do V Sintagroe recebe premiação no Desafio Inova Paula Souza

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Em outubro, entre os dias 16 e 18 aconteceu o V Simpósio Nacional de Tecnologia em Agronegócio na Fatec de Ourinhos, SP.

Na ocasião foram apresentados 125 trabalhos científicos, dos quais 59 realizados por alunos e

professores da Fatec de Itapetininga. A batata foi o tema central de alguns trabalhos dos alunos da Fatec, entre os quais:

• Projeto orçamentário para a produção de batata;• Critérios adotados na aquisição de batata em

restaurantes do município de Itapetininga, SP;• Identificação de estratégias para o aumento do

consumo de batata;• Plano de negócio: batata recheada congelada;• Desenvolvimento de novo produto: nhoque

enriquecido e colorido.

Este último trabalho também foi apresentado no Desafio Inova Paula Souza, evento de Empreendedorismo & Startups do Centro Paula Souza, e alcançou a 3ª colocação entre 54 concorrentes do Eixo Produção Alimentícia. Também o Projeto Desenvolvimento de barrinha energética de batata recebeu menção honrosa na mesma competição.

Gabriel, Alex e Gustavo do 6º ciclo do Curso de Agronegócio, Fatec Itapetininga

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Batatatour é sucesso mostrando a realidade do campo

O Batatour hoje é considerado o evento mais fa-moso entre os funcionários do setor administrativo de Vargem Grande do Sul - SP. O motivo para tal fama é a oportunidade de conhecer o trabalho no campo e sair um pouco da rotina de internet, e-mail e telefone.

A história da SuperFrio teve início com o setor Agrícola, atuando no armazenamento de tubérculos e sementes. A partir daí, os demais serviços começa-ram a surgir.

Hoje a Agrícola FZ e a FMS Agro fazem parte da realidade dos funcionários que trabalham na Super-Frio de Vargem.

Uma vez por ano, geralmente entre os meses de Julho e Agosto, período de colheita de alguns alimen-tos cultivados pelas empresas, o evento é realizado.

Neste ano, os funcionários puderam levar para casa batata, feijão e cebola, além de conhecerem o trabalho no campo, a colheita manual e mecanizada de feijão e também a colheita mecanizada de bata-ta, feita com a máquina modificada por Sr. Claudio,

conforme matéria da edição anterior.Com início logo pela manhã do dia 17/08, o pas-

seio aconteceu em diversos pivôs do Sítio Nossa Se-nhora Aparecida e Fazenda São José da Barra.

Para finalizar o evento, foi realizado um animado e saboroso churrasco de confraternização na sede da Fazenda São José da Barra.

Roseane Bovo - [email protected]

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Cultivar Futuro

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as A Boa Terra – Centro de Ecologia e Vida Sustentá[email protected]

O Centro de Ecologia e Vida Sustentável – A Boa Terra – fica num sítio orgânico com o mesmo nome, localizado na rodovia SP-350 entre Casa Branca e Itobi. Fundado em novembro de 2003, desde seu início contou com o apoio do Grupo Terra Viva, em-presa com sede em Holambra conhecida pelo cultivo de flores e plantas e grande produtora de batata. A empresa patrocina o Projeto Jardineiro, que possibi-lita a vinda mensal das 9 classes da Escola José Zilah de Itobi para o Centro de Ecologia. O Projeto teve como inspiração a frase de Rubem Alves:

“Sonho com o dia em que as escolas, deixando de lado tudo o que a tradição escolar acumulou e endu-receu, se transformarão em ‘escola de jardinagem’ em que as crianças desde pequenas, serão ensinadas a amar e cuidar da nossa Terra. Porque se a Terra não for cui-dada, se a Terra nossa Mãe, morrer, de que servirão os outros saberes acumulados?”

Em 2013, a Agrícola FZ de Vargem Grande do Sul, que produz e comercializa batatas e grãos, se tor-nou parceira, patrocinando o Projeto Colméia, que beneficia os alunos da Escola Bairro Nossa Senhora Aparecida, também de Itobi.

Não resta dúvida sobre a importância de empre-sas agrícolas ampliarem sua responsabilidade social, além do grande benefício que proporcionam em ge-rar empregos, apoiar projetos sócio-ambientais edu-cativos. Mais do que cultivar a terra, é preciso culti-var o futuro.

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ria Entrevista Diretora de Marketing - McCain

- Quais são os principais planos de negócios da McCain para o Brasil?A McCain tem planos super agressivos para os países emergentes, entre eles o Brasil.Durante a reunião global da McCain, que aconteceu no Canadá, observamos que o grande crescimento da companhia não virá dos Países “maduros”, ou seja, EUA, Canadá e países europeus e sim dos mercados emergentes, e o Brasil está no topo dessa lista juntamente com México, Rússia, China e Índia. O objetivo é duplicar o negócio aqui no Brasil em cinco anos.

- Quais são os produtos que a empresa disponibiliza ao mercado e quais são os canais?O nosso portfólio hoje está 100% focado em batata e os nossos mercados basicamente são o de Food Service e o de varejo.Nossos produtos são sempre variações de batata: temos a mais fina (palito tradicional, mais

voltada para Fast Food); a mais grossa (voltada para os operadores normais); a smiles (voltada para o público infantil); e a batata noisette que tem formato de bolinha e é mais usada para acompanhamento de pratos mais sofisticados, ou às vezes, é servida como uma porção de snack. Ou seja, cada uma tem uma ocasião específica e um público diferente.

- Qual foi o último lançamento da McCain no mercado nacional?Nosso mais recente lançamento foi a batata canoa, que aconteceu, inicialmente, na cidade de São Paulo por meio de um Festival em 30 bares da cidade. Durante o festival, que terminou no último dia 3 de novembro, o consumidor experimentava os molhos especialmente desenvolvidos pelos bares para o Festival e dava nota a eles no hotsite do evento. Ao fazer isso, automaticamente já ganhava outra porção de batata. Foi um sucesso! O produto teve ótima aceitação, por isso, provavelmente abriremos para venda nacional no início do ano que vem.A batata canoa tem um corte bem diferente: é uma barquinha que favorece carregar o molho junto com a batata. Além disso, sua bordinha fina é supercrocante por fora e é macia e cremosa por dentro.Esse corte é totalmente novo na América Latina. Ele só existia no mercado europeu e agora estamos trazendo em primeira mão para o Brasil, que foi o primeiro país na América Latina a receber a batata canoa.

- Como a McCain avalia o mercado brasileiro?O mercado brasileiro de batata vem apresentando taxas muito interessantes de crescimento. Ele vem crescendo ano a ano sempre com índices de dois dígitos – no ano passado, por exemplo, o crescimento foi de 15%. Em nenhum outro país do mundo a taxa de crescimento é de dois dígitos e

Graziela Vitiello Bueno

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o Brasil vem apresentando isso consistentemente, por isso é visto com muito bons olhos, além de ser um mercado de 350 mil toneladas, ou seja, que já está maduro. São poucos os países no mundo que tem um tamanho relevante e uma taxa de crescimento importante e o Brasil tem essa combinação.

- Como está o comportamento do consumidor brasileiro em relação ao consumo de batatas pré-fritas congeladas?

É crescente. O Brasil tem uma aceitação muito boa a produtos congelados. A batata pré-frita congelada tem características um pouco diferentes de outros congelados, porque ela consegue ter qualidade superior ao produto fresco, e não são muitas categorias que conseguem empregar isso. Na maioria das vezes, quando o consumidor busca a linha de produtos congelados, ele já tem consciência de que estará abrindo mão de uma qualidade maior, que advém da alimentação fresca, em prol da praticidade e da conveniência. Porém, com a categoria de batata frita congelada ele não precisa abrir mão da qualidade, pois o produto, além de muito mais prático do que o in natura, tem qualidade superior, uma vez que preserva algumas características importantes do alimento dando uma melhor performance no momento do consumo. Com a batata pré-frita congelada você consegue manter a integridade do produto, ela fica muito mais sequinha e absorve menos gordura, então o consumidor o enxerga de maneira muito positiva, pois alia a praticidade à qualidade.

- No varejo vocês sentem, ainda, alguma resistência na aceitação ao produto congelado?Nós enxergamos, ainda, no varejo uma tendência ao uso da batata fresca. A dona de casa ainda usa a batata fresca em vez da congelada. No food service isso não acontece mais. O mercado já está convertido, ou seja, é natural que os restaurantes e bares usem batata pré-frita congelada em vez

de in natura, mas no varejo esse trabalho de conversão ainda precisa ser feito e esse é um dos focos da McCain para os próximos meses.

- Quais são os principais diferenciais das batatas McCain?

Pensando em consumidor final, posso dizer que a batata McCain está sempre crocante, consistente, sequinha, absorve menos gordura e não é oca por dentro. Os tamanhos dos palitos também são maiores do que as que estão no mercado em geral. Outro diferencial é que nós só fritamos os nossos produtos em óleo de Girassol, totalmente livre de gordura trans e com baixos níveis de gordura saturada.Já olhando para o Operador, temos a questão da padronização do tamanho, o maior rendimento, pois como nosso palito é maior, dá uma cobertura maior do prato, maior rendimento, além da padronização de cor. Tem toda a questão de serviço e suporte que nós também oferecemos, pois, diferentemente de concorrentes que importam os produtos, nós estamos no Brasil, e podemos oferecer todo o suporte que o operador precisa, seja em logística, vendas ou marketing, além de treinamento para os distribuidores e uma série de serviços agregados à venda da batata.

- Alguma observação ou consideração importante que queira fazer?

A McCain está há 21 anos no mercado e somos pioneiros em termos de inovação, por isso, em breve, queremos trazer para o Brasil um produto super inovador, que nós já lançamos nos EUA e Canadá com muito sucesso: é a batata com 35% menos calorias. O Brasil é um mercado forte e importante para a McCain no mundo e que, certamente, ainda vai ver muitas novidades da McCain.

Encaso - www.encasocomunicacao.com.br

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gia Ácaros Predadores:

uma alternativa para o controle da Mosca BrancaEng. Agrônoma Ana Cristina C. Cavalcante ([email protected])Doutoranda em Entomologia, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São PauloProfessor Dr. Gilberto J. de Moraes ([email protected])Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo

A mosca-branca Bemisia tabaci (Hemiptera: Aleurodidae) é um inseto cosmopolita e polífago. No Brasil, o primeiro relato deste inseto foi em 1928, no estado da Bahia, estando atualmente presente em todas as regiões brasileiras. Este inseto possui uma ampla gama de plantas hospedeiras que incluem desde olerícolas, como batata, pimentão e tomate, plantas ornamentais, grandes culturas como algodão, feijão e soja, além de diversas plantas de ocorrência espontânea, como guanxuma (Sida rhombipholia; Malvaceae) e leiteiro (Euphorbia heterophyllai; Euphorbiaceae).

A mosca-branca causa danos diretos, devido à sucção da seiva e injeção de toxinas, e indiretos, pela transmissão de vírus, como os geminovírus e crinivírus. Além disso, excreta uma substância açucarada que serve de substrato para o crescimento de fungos (fumagina). Assim ocorre o comprometimento da qualidade dos frutos, redução da produtividade, morte das plantas e elevação dos custos de produção.

O controle deste inseto é bastante difícil por diversas razões, como pela diversidade de plantas hospedeiras, alto potencial reprodutivo e habilidade em adquirir resistência. Sua preferência pela face inferior das folhas também dificulta seu controle.

Uma alternativa para o combate desta praga é o emprego de táticas como o controle biológico, inserido em um programa de Manejo Integrado Pragas (MIP). Em diversos países, o controle

biológico vem sendo feito com o uso de ácaros predadores da família Phytoseiidae, que também têm sido utilizados para o controle de outras pragas. Estudos envolvendo a busca de ácaros predadores para o controle aplicado da mosca-branca foram iniciados nos anos 90, na Holanda. Estes estudos se basearam em estudos anteriores conduzidos em Israel, em que se havia encontrado um ácaro naturalmente associado a esta praga. Trata-se do ácaro então descrito como Amblyseius swirskii Athias-Henriot, que além da mosca-branca, alimenta-se também de outros organismos que causam danos às plantas.

Atualmente, o ácaro predador A. swirskii é comercializado em alguns países para controlar mosca-branca. Contudo, esta espécie não ocorre no Brasil, não sendo ainda aqui encontrado pelo produtor que possa estar nele interessado. Phytoseiidae é uma família composta por cerca de 2.700 espécies conhecidas. Destas, cerca de 200 espécies já foram relatadas no Brasil (Demite et al. 2012; http://www.lea.esalq.usp.br/phytoseiidae/), acreditando-se que muitas outras aqui existam. Por isso, é possível que espécies de fitoseídeos capazes de controlar a mosca-branca também possam aqui ser encontradas.

Assim, pesquisas envolvendo o estudo de ácaros predadores para o controle da mosca-branca B. tabaci biótipo B vêm sendo desenvolvidas no Laboratório de Acarologia, Departamento de Entomologia e Acarologia, na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz’, Universidade de São Paulo (ESALQ/USP).

Inicialmente, algumas espécies nativas de fitoseídeos comumente encontradas no Brasil foram coletadas e avaliadas em testes de laboratório. Espécies de fitoseídeos dos gêneros Amblydromalus,

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Amblyseius, Euseius e Neoseiulus foram avaliadas e dentre estas, os resultados obtidos com uma espécie de Amblyseius revelaram ser esta promissora (Fig. 1). Os resultados demonstraram que quando alimentado com ovos de mosca-branca, este ácaro conseguiu completar seu ciclo de vida e se reproduzir. Além disso, um experimento piloto com plantas de pimentão demonstrou a redução da densidade populacional da praga após a liberação destes ácaros.

Atualmente, novos ensaios com plantas de pimentão em ambiente protegido estão sendo conduzidos, para comprovar a eficiência deste predador em suprimir populações de B. tabaci biótipo B. Em se comprovando estes resultados, será necessária a condução de novas pesquisas relacionadas à forma de produção massal deste predador e outras avaliações relacionadas à sua segurança de uso, etc.

Assim, espera-se que este predador em estudo seja multiplicado massalmente e possa ser utilizado na

prática pelo agricultor como um agente de controle biológico da mosca-branca. No Brasil, outros ácaros predadores já são utilizados na prática para o controle de pragas, incluindo Neoseiulus barkeri Hughes para o controle de ácaro-branco [Polyphagotarsonemus latus (Banks)], do ácaro-do-enfezamento-do-morangueiro [Steneotarsonemus pallidus (Banks)] e de espécies de tripes; Neoseiulus californicus (McGregor) e Phytoseiulus macropilis (Banks) para o controle do ácaro rajado (Tetranychus urticae Koch). Todos estes são fitoseídeos. Stratiolaelaps scimitus (Womersley) é outro ácaro predador, da família Laelapidae, que vem sendo utilizado para o controle de larvas de moscas da família Sciaridae que causam danos à parte subterrânea das plantas.

Diante do grande problema que a mosca-branca representa para a agricultura brasileira, acredita-se que o predador em estudo poderá ser uma excelente alternativa para o controle biológico desta importante praga.

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Figura 1. Ácaros fitoseídeos do gênero Amblyseius avaliados em testes de laboratório para o controle da mosca-branca. (A) fêmeas adultas e protoninfas, (B) ovos do predador em folha de pimentão infestada com mosca-branca, (C) fêmea adulta consumindo ovos de mosca-branca e (D) detalhe dos ovos do predador (Foto: Ana C. C. Cavalcante).

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Pesquisas geram novas perspectivas para o manejo da vaquinha Diabrotica speciosa utilizando feromônios

Cristiane Nardi1, Jackson Kawakami1, Marielli Ruzicki1, José Maurício Simões Bento2

1Departamento de Agronomia, UNICENTRO, Universida-de Estadual do Centro Oeste, Guarapuava-PR; 2Laboratório de Ecologia Química e Comportamento de Insetos, ESALQ/

USP, Universidade de São Paulo, Piracicaba-SP

O controle fitossanitário na cultura da batata tem sido realizado com o emprego de altas quantidades de produtos químicos. Na região de Guarapuava, é comum que mais de 15 aplicações de agrotóxicos sejam realizadas durante o ciclo de uma lavoura co-mercial de batata. Dentre as pragas que causam da-nos à cultura na região, a vaquinha Diabrotica specio-sa (Germar) (Coleoptera: Chrysomelidae) (Figura 1) tem grande destaque, devido aos danos que causam na parte aérea da planta e, principalmente, nos tu-bérculos (Figura 2).

Uma das alternativas para se manejar as popu-lações de vaquinha seria a utilização de feromônios sexuais. Os feromônios sexuais de insetos são com-postos químicos voláteis que atuam na comunicação entre indivíduos da mesma espécie, agindo como si-nais na atração entre parceiros sexuais. Quando iden-tificadas e sintetizadas, essas substâncias químicas podem ser utilizadas no monitoramento ou supres-são populacional de insetos prejudiciais aos cultivos agrícolas.

No Brasil, dois exemplos de sucesso dos feromô-nios sexuais para o controle de pragas são as armadi-lhas de bicho-furão-dos-citros (Gymnandrosoma au-rantiana Lima) (Lepidoptera: Tortricidae) no citros, e de migdolus (Migdolus fryanus (Westwood)) (Co-leoptera: Cerambicidae) na cana-de-açúcar. Nestes

casos, as armadilhas contêm pastilhas do feromônio sintético de fêmeas e, quando instaladas nas culturas são capazes de atrair e capturar os machos. Assim, a partir do número de machos capturados, é possível realizar o monitoramento da população das pragas no campo, estimando o número total de insetos pre-sentes na área.

O monitoramento utilizando armadilhas com fe-romônios sintéticos visa detectar a presença e a den-sidade populacional da praga em uma determinada área. Desta maneira, é possível determinar se a popu-lação da praga atingiu ou não o nível de controle, o que permite o direcionando do controle apenas para estas áreas. Este tipo de monitoramento permite o uso racional de agroquímicos, o que reduz os custos de produção da cultura e o impacto sobre os inimi-gos naturais e o ambiente.

Os feromônios sintéticos podem ser utilizados também para o controle de pragas visando a coleta massal ou o confundimento. Na coleta massal, uti-liza-se um grande número de armadilhas por área, visando capturar o maior número possível de indi-víduos e reduzir significativamente a população da praga. No caso do confundimento de insetos, o fero-mônio sintético é liberado em altas concentrações na área, saturando o ambiente e impedindo que o inseto localize os parceiros sexuais que também estão libe-rando a substância. Em consequência, ocorre uma redução drástica dos acasalamentos e a diminuição da progênie do inseto.

As primeiras moléculas de feromônio sexuais de insetos-pragas foram identificadas em 1966, para duas espécies de Lepidopteros, Trichoplusia ni (Lepi-doptera, Noctuidae) e Pectinophora gossypiella (Lepi-doptera, Gelechiidae). Desde então, diversas pragas

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agrícolas tiveram os seus feromônios identificados e sintetizados, o que permitiu a aplicação desses pro-dutos no manejo de pragas. Atualmente, existem mais de 15 marcas comerciais de feromônios sintéti-cos para uso agrícola.

Embora tenha ocorrido incremento na utilização dos feromônios de insetos na agricultura, estudos desta natureza são ainda escassos para muitos insetos, como é o caso da vaquinha. Para essa espécie, os es-tudos comportamentais iniciaram há pouco tempo, apesar de sua importância econômica na América do Sul. As larvas, conhecidas como larva-alfinete, po-dem causar o atraso no desenvolvimento e aumentar a suscetibilidade das plantas ao tombamento, além de perfurarem os tubérculos causando a diminuição de seu valor comercial. Os adultos podem danificar diretamente as plantas, pela redução da área foliar, ou indiretamente, pela transmissão de patógenos.

Em campo, o controle de D. speciosa é realizado principalmente por inseticidas (piretróides, organo-fosforados, neonicotinóides e outros), os quais são empregados extensivamente para o controle de adul-tos e larvas. Entretanto, considerando a necessidade de redução do uso de produtos tóxicos na agricul-tura, destaca-se a necessidade da adoção de táticas alternativas de manejo, a exemplo do que ocorre para outras espécies de Diabrotica nos Estados Unidos e Europa. Nestes locais, o controle comportamental é a base do manejo integrado de Diabrotica spp., e as armadilhas de feromônio sexual são utilizadas para o monitoramento e para a redução dos níveis populacionais. Na Europa, onde Diabrotica virgifera virgifera LeConte é uma praga quarentenária, arma-dilhas contendo o feromônio sintético são instaladas em áreas estratégicas para monitorar a entrada e/ou dispersão desses insetos no continente.

Com base nesses exemplos, nota-se a importância da identificação do feromônio de D. speciosa, uma

vez que pode representar uma alternativa promissora para o controle desta espécie na América do Sul e em outras regiões onde D. speciosa tem status de praga quarentenária (ex. Europa).

Estudos recentes, realizados no Laboratório de Entomologia Agrícola da UNICENTRO, Labora-tório de Ecologia Química e Comportamento de Insetos da ESALQ/USP e Laboratório de Semioquí-micos da UFPR, com o apoio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Semioquímicos na Agricultura, têm demonstrado que a comunicação química em D. speciosa ocorre a partir de feromônios emitidos pelas fêmeas, três dias após a emergência. Em bioensaios realizados em laboratório, os machos de D. speciosa foram atraídos pelas fêmeas virgens e também por extratos naturais do feromônio sexual destas fêmeas. Assim, a atratividade dos extratos de fêmeas comprova que um feromônio é o mediador da comunicação sexual em D. speciosa

A atividade sexual de D. speciosa (Figura 3) ocorre predominantemente no período noturno, quando as fêmeas intensificam a liberação do sinal químico. Os machos, por sua vez, têm a capacidade de responder aos feromônios durante todo o dia, o que sugere que quando as armadilhas forem instaladas no campo, poderão capturar machos durante 24 horas.

Embora o feromônio sexual de D. speciosa ainda esteja em fase de identificação, sabe-se que a fêmea emite alguns componentes distintos daqueles pre-sentes nos machos. Isso indica que um composto ou mais possam estar agindo na atração de machos, ou ainda que a mistura desses compostos seja responsá-vel pela comunicação sexual em D. speciosa. A partir de eletroantenografia (Figura 4), técnica em que se utilizou a antena do macho para detectar a sua sensi-bilidade às substâncias emitidas pelas fêmeas, obser-vou-se intensas respostas em relação aos compostos presentes nas fêmeas.

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O próximo passo da pesquisa será caracterizar es-ses compostos químicos e verificar se cada um deles age isoladamente ou em conjunto na atração dos ma-chos. Posteriormente, será possível sintetizar um ou mais compostos para a realização de testes em cam-po, nos quais se pretendem avaliar a eficiência do composto, os tipos de armadilhas mais apropriadas, além da eficiência do método. Esses testes de campo devem ser realizados em diversas regiões do Brasil, inclusive na região de Guarapuava, onde a vaquinha é uma praga severa na cultura da batata.

As informações obtidas a partir dessa pesquisa trazem novas perspectivas para a continuidade dos estudos sobre a ecologia química de D. speciosa e ofe-recem subsídios para que os compostos menciona-dos, uma vez identificados e sintetizados, sejam utili-zados para o manejo dessa espécie no campo.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADANARDI, C. Estímulos químicos envolvidos no comportamento sexual e de busca hospedeira de Diabrotica speciosa (Germar) (Coleoptera: Chrysomelidae). Tese de doutorado. 2010. 105 p. Tese (Doutorado em Entomologia) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2010.VENTURA, M.U.; MELLO, P.P.; OLIVEIRA, A.R.M.; SIMONELLI, F.; MARQUES, F.A.; ZARBIN, P.H.G. Males are attracted by females traps: a new perspective for management of Diabrotica speciosa(Germar) (Coleoptera: Chrysomelidae) using sexual pheromone. Neotropical Entomology, v. 30, p. 361-364, 2001.ZARBIN, P.H.G.; RODRIGUES, M.A.C.M. Feromônios de insetos: tecnologia e desafios para uma agricultura competitiva no Brasil. Química Nova, v. 32, p. 722-731, 2009.ZARBIN, P. H. G.; FERREIRA, J. T. B.; LEAL, W. S. Metodologias gerais empregadas no isolamento e identificação estrutural de feromônios de insetos. Química Nova, v. 22, p. 263-268, 1999. AGRADECIMENTO: Ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) pela bolsa de pós-doutorado concedida ao primeiro autor (Projeto número 153927/2010-0).

Fig.1 - Ciclo de vida de Diabrotica speciosa

Fig.2 - Danos da vaquinha Diabrotica speciosa em tubérculos de batata

Fig.3 - Casal de Diabrotica speciosa em cópula

Fig.4 - Preparo de antenas de Diabrotica speciosa para eletroantenografia. (A) Excisão da antena do macho com lâmina; (B) antena de macho montada no suporte do eletroantenograma; (C) eletrodo inserido no tubo de vidro por onde passam os compostos químicos separados pela coluna do cromatógrafo a gás; (D) cromatógrafo a gás acoplado a um eletroantenógrafo.

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Influência da requeima no metabolismo da batata e implicações na estratégia de controle

Agnelo José VittiGerente Técnico de Fungicida América [email protected]

Danos ocasionados por Phytophthora infestans ao cultivo da batata.

O conceito de doença, diferentemente da injúria (dano mecânico ocasionado por insetos, por exem-plo) implica em um processo de irritação contínua pelo patógeno, que resulta de algum sofrimento para a planta. Este “sofrimento”, por sua vez, desencadeia uma série de reações de defesa, que visam inicial-mente a paralisação do processo de infecção, mas que, no caso da requeima, acabam por consumir re-cursos metabólicos vitais para a planta, sem, contudo conseguir limitar a progressão do patógeno.

Estudos conduzidos a partir da década de 1990 (Schröder et al. 1992), já mostravam que a reação da planta de batata vai muito além de uma resposta fisiológica local no ponto de penetração do fungo, mas lentamente, provoca uma reação sistêmica de longa duração, de ativação de diversos genes, que codificam inúmeros compostos de defesa, ou pro-dução de espécies ativas de oxigênio, como H2O2, O2

- e OH-, que podem oxidar moléculas biológicas (DNA, proteínas e lipídios).

Além da intensa atividade metabólica desnecessá-ria, pela produção de “compostos de defesa”, evidên-cias com estudos do gênero Phytophthora em outros patossistemas (Phytophthora citricola) em faia (Fagus sylvatica) indicam que processos como a abertura e fechamento de estômatos, bem como a fotossíntese líquida são reduzidos por sinal translocado a locais distantes do ponto de infecção do patógeno (Fleis-chmann et al, 2005).

Em resumo, os danos ocasionados por P. infes-tans vão muito além dos danos físicos e perda de área foliar ocasionados pelas lesões locais pelo fungo, mas consomem a energia da planta e interferem em processos importantes para produção e translocação

de fotossintetizados, mesmo em tecidos aparente-mente sadios. Uma planta atacada, mesmo que em severidade pequena, tem sua produtividade afetada. Desta forma, quaisquer medidas de controle, devem ser de caráter preventivo, nunca curativo. A simples perda de controle, mesmo que remediada, já implica em perdas irrecuperáveis à produtividade.

Importância do dano em diferentes fases de de-senvolvimento

Os efeitos ocasionados por danos na parte aérea sobre a produtividade são também dependentes da fase do cultivo em que ocorrem. Assim, os mesmos danos, sejam eles físicos ou bioquímicos, ocorridos em diferentes partes do ciclo da cultura da batata têm diferentes consequências sobre a produtividade. Como exemplo, podemos observar o efeito da des-folha.

O efeito da desfolha sobre a produtividade da ba-tata já é bastante conhecido (Waggoner & Berger, 1987). De uma forma bastante consistente, os tra-balhos indicam que danos por desfolhas artificiais, simulando danos por insetos (Butignol& Reis, 1989, Welliket al. 1981), são acentuados quando ocorri-dos até os 50 dias (considerando-se um ciclo médio das cultivares de 110 dias) e demonstram maior rela-ção aos efeitos sobre a produtividade de tubérculos. Após este período, apesar de ainda importantes, da-nos com a mesma intensidade interferem em menor escala na produtividade final da cultura.

As relações estreitas entre danos na parte aérea e a produtividade da batata podem ser explicadas pela própria evolução das cultivares desta solanácea. A produtividade da batateira atual é muito alta, con-siderando sua pequena área foliar. Além disso, o tempo relativamente curto para que a parte aérea de-senvolva, produza fotossintetizados e transloque-os para a formação de tubérculos, faz com que quais-quer interferências negativas neste processo, princi-palmente durante a fase de maior desenvolvimento foliar, sejam irrecuperáveis e ocasionem redução de produtividade.

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O que pode ser melhorado no controle da re-queima com a utilização das mesmas ferramentas atuais de controle?

Independentemente do princípio ativo, o fungi-cida utilizado para o controle da requeima, deve se adequar à necessidade de cada fase do ciclo da cul-tura. Desta forma, considerando que o período mais crítico para o controle se encontra justamente na fase de maior velocidade de crescimento da parte aérea, os produtos sistêmicos e sistêmicos locais são os mais indicados, pois podem translocar para tecidos novos.

Após a fase de rápido crescimento da parte aérea, em que a emissão de novos tecidos é mais lenta, pode-se lançar mão de produtos protetores. Logicamente, não se descuidando da qualidade da aplicação, para a boa deposição em todo o dossel da cultura. Apesar de menor impacto que nas fases anteriores, a ocorrência de doenças a partir dos 50 a 60 dias também pode ser desastrosa para a produtividade.

Surpreendentemente, em muitos casos existe uma inversão da sequência de uso dos fungicidas, onde

os fungicidas protetores são utilizados no início e os sistêmicos/sistêmicos locais são deixados para a aplicação na segunda metade do ciclo de cultivo ou associados a períodos chuvosos. Possivelmente esta prática vem associada à percepção da maior incidên-cia da requeima na fase de maior enfolhamento da cultura que, por outro lado, é consequência final de um potencial de inóculo, construído gradualmente ao longo do ciclo de cultivo. Literatura citada WAGGONER, P.E. & BERGER, R.D. Defoliation, disease, and growth. Phytopathology, v. 77, n.3, p. 393-398, 1987

SCHRÖDER, M.; HAHLBROCK, K.; KOMBRINK, E. Temporal and spatial patterns of 1,3-b-glucanase and chitinase induction in potato leaves infected by Phytophthora infestans. The Plant Journal, v.2, n.2, p.161-172, 1992.

BUTIGNOL, C.A. & REIS, M.S. dos. Reduções na Produção de Batateira Desfolhada Artificialmente em Quatro Idades. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.24, n.9, p. 1175-1180, 1989.

WELLIK, M.J.; SIOSSER, J.E.; KIRBY, R.D. Effects of simulated insects defoliation on potatoes. American Potato Journal, v.58, p.627-632, 1981.

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Satoru Ogawa/Cláudio T. Fujita [email protected]

Somos uma Cooperativa de produtores de batata-semente localizada no município de Canoinhas no chamado Planalto Norte Catarinense.

Estamos a 839m de altitude, com população de 52.765 habitantes e com pluviometria média de 1600 mm/ano. No passado, o município iniciou com o extrativismo da erva mate, razão pela qual é conhecido como a capital da erva mate. Com a crise deste setor, o município passou a depender do extra-tivismo da madeira e da pecuária.

Na década de 60, aqui chegaram os primeiros ba-tateiros do chamado Grupo da Cotia atraídos pela fertilidade dos solos, clima ameno e inverno rigoro-so, condições estas adequadas à produção de batatas para fins de sementes. As extensas áreas cultivadas no município hoje com grãos devem-se ao espírito desbravador destes batateiros, que desmataram áreas nativas para cultivo da batata e posteriormente des-tinadas aos cultivos de soja, milho e feijão, cultivos estes em que os pioneiros contribuíram também tecnologicamente e o município perdeu aos poucos o caráter apenas extrativista.

No auge, na década de 80, o estado respondia por 70% da produção nacional de batatas-sementes destinadas para as principais regiões produtoras de batatas no Brasil. Abalados por crises em que o setor passou e pelos inúmeros planos econômicos frustra-dos do governo, muitos produtores ficaram pelo ca-minho abandonando a atividade.

O abalo maior aconteceu em 1994 quando a Cooperativa Agrícola de Cotia, até então a maior Cooperativa agrícola do país, anunciou a sua disso-lução.

Passado este momento de incertezas, os associa-dos daquela Cooperativa da chamada Regional Ca-noinhas viram na necessidade de manter o grupo e continuar a atividade de produção de batata-semente onde surgiu uma empresa que fora denominada de Agro Comercial Canoinhas – Agrosem, em 1996. Esta empresa permaneceu até 2003, quando foi transformada na atual Sociedade Cooperativa União Agrícola Canoinhas, conhecida pela sua marca co-mercial como Agrosem.

A Agrosem contribui ao município com as pro-duções de:19.800 t de milho; 22.500 t de soja; 1.800 t de feijão; 2.500 t de cebola e 5.400 t de batatas-se-mentes/ano (180.000 cxs de 30 Kg/ano). Apesar do cultivo destas culturas, a atividade principal ainda é a produção de batata-semente.

Para atender seus clientes com batatas-sementes em bons estágios fisiológicos, ideais aos plantios, te-mos Câmara Fria com capacidade de armazenagem de 2.600 t, ou seja, aproximadamente 87.000 cxs.

Atendemos clientes das principais regiões produ-toras de batatas para mercado nos estados do Paraná, de São Paulo, do Rio Grande do Sul, de Minas Ge-rais e da Bahia.

Através da tecnologia de micropropagação, mul-tiplicação rápida in vitro e produção em estufas, pro-duzimos minitubérculos, no sentido de abastecer os nossos associados com materiais de alta qualidade para renovação dos materiais de multiplicação ofer-tando ao mercado, materiais das categorias básicas de altíssima sanidade.

Assim sendo, dos cultivares de domínio público como Agata, Cupido, Asterix e Atlantic, não depen-demos de materiais básicos importados, exceto cul-tivares protegidos como no caso de Markies, Caesar ou materiais de lançamentos.

AGROSEM - Quem somos?

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Escritório Administrativo da Agrosem

Vista da Câmara Fria

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Vista das estufas

Vista interna do Laboratório de micropropagação

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Proteção Biológica de Plantas

O atual cenário agrícola brasileiro vem passando por uma perspectiva positiva em franco crescimento com nunca antes vista. A modernização das técnicas de cultivo e manejo das culturas vem de encontro com a crescente necessidade do aumento de produtividade das principais regiões agrícolas.

Dentre as mais recentes tecnologias disponíveis no mercado brasileiro, encontra-se a PROTEÇÃO BIOLÓGICA DE PLANTAS, técnica esta que preconiza a utilização de Agentes Biológicos de Controle (ABC) visando a redução de populações de pragas e doenças recorrentes nas principais culturas, diretamente ligados ao controle integrado de pragas e doenças.

Atualmente no mercado existem soluções como, por exemplo, visando o controle biológico

do complexo de cigarrinhas das pastagens, bem como para a cigarrinha-da-raiz da cana-de-açúcar, produtos à base do fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae.

O fungo entomopatogênico Beauveria bassiana também possui alto potencial de uso para o controle biológico de pragas como mosca-branca, ácaros, lagartas, broca-do-café e até mesmo para pragas florestais como o gorgulho do eucalipto.

Ainda nesta linha, existem bactérias e vírus com alta performance no controle de populações de lagartas nas mais variadas culturas como Batata, Milho, Soja, Algodão, Feijão dentre outras.

Recentemente a Koppert obteve o registro junto Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimennto (MAPA) do produto

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Mais uma moderna ferramente ao Manejo Integrado de Pragas

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DIPLOMATA formulado em uma suspensão concentrada de Vírus da Poliedrose Nuclear (VPN) para controle da lagarta que está atacando os sistemas de cultivos, a Helicoverpa armigera, produto 100% biológico com capacidade de controlar até 90% das lagartas encontradas no campo.

Neste mesmo sentido, ainda visando o con-trole de lagartas, existem produtos como o TRI-CHO-STRIP P, que consiste em um parasitóide, uma vespa de 0,25mm com alta capacidade em parasitar ovos de Lepidópteros como a Helicover-pa armigera e H. zea, além de outras em potencial como Phthorimaea operculella (Traça da batata) e outras lagartas desfolhadoras como Anticarsia gemmatalis e Chrysodeixis includens nas culturas da soja.

Ainda dentro desta linha de controle biológico, mas agora visando o controle de fungos fitopatogênicos que atacam os sistemas radiculares das culturas como Batata, Soja, Milho, Feijão, Algodão, HF dentre outras, o fungo antagonista Trichoderma harzianum exibe alta competência e performance em suprimir doenças causadas por Sclerotinia (mofo-branco), Fusarium, Rizoctonia, Pythium, dentre outros.

Seu modo de ação ocorre de maneiras distintas, mas principalmente caraterizado pelo controle de fungos fitopatogênicos, uma vez que o Trichoderma possui alta competência em colonizar solos e sistemas radiculares, o que primeiramente propicia ao fungo a ocupação dos sítios de infecção e por consequência a produção de metabólitos, substâncias voláteis que são liberadas pelo Trichoderma gerando uma barreira química aos fitopatógenos, bem como desencadeiam nas plantas uma resposta fisiológica à produção de fitohormônios, o que diretamente maximiza o potencial produtivo das culturas, caracterizando assim a ação de Promoção de Crescimento de Plantas. O Trichoderma ainda possui a capacidade de parasitar escleródios e hifas e fungos

causadores de doenças no solo, inviabilizando-os e contribuindo significativamente na redução da incidência de doenças. A solubilização de nutrientes no solo tornando-os disponíveis às plantas também é atribuída a ação do Trichoderma na rizosfera.

Contudo, o controle biológico, esta moderna ferramenta, desponta como mais uma técnica a ser inserida no Manejo Integrado de Pragas e Doenças e não como uma alternativa.

Efeitos sinérgicos entre controle químico, biológico e tratos culturais além de outros têm mostrado resultados muito otimistas e concretos na redução de populações de insetos praga e doenças em áreas com extrema pressão destes.

O produtor ao procurar os Defensivos Biológicos no mercado deve sempre optar por empresas que possam oferecer as melhores soluções, assistência provida por equipe de profissionais técnicos capacitados, auxiliando na escolha do Agente Biológico de Controle a ser utilizado, e que possuam produtos devidamente registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) com eficiência comprovada e que, acima de tudo possuam credibilidade e know-how em Proteção Biológica de Plantas.

Luciano Olmos ZappeliniGerente de Produção e Desenvolvimento

Koppert Biological Systems do Brasil

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Um raio atinge duas vezes o mesmo lugar?

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A resposta para esta pergunta é simples: a chance é pequena, mas existe. E na região de Ipuiuna, Minas Gerais, na lavoura dos Irmãos Sales, tradicionais produtores de batata, este fenômeno aconteceu novamente, pois na mesma época do ano passado, realizou-se um dia de campo onde foi constatada uma produtividade igual a este ano. Com trabalho sério, técnicas e acompanhamento especializado, isto

é perfeitamente possível.

No dia 22 de outubro de 2013, foi realizado junto com a Adubos Real, tradicional distribuidora de insumos do Sul de Minas Gerais, no mercado há 30 anos, pelo segundo ano consecutivo um Dia de Campo mostrando os resultados positivos da parceria da Alltech Crop Science, com a revenda e com o produtor.

Na região de Pouso Alegre, MG, os irmãos José Carlos, Carlinhos e Cláudio, abriram as porteiras da sua propriedade, e mostraram a área de 35 hectares de batata, para cerca de 40 produtores, onde eles puderam comprovar os resultados obtidos com o tratamento da Alltech Crop Science, Adubos Real, Syngenta e Down AgroScience.

Wagner Rezende, consultor da Adubos Real conta que “desde da implantação da lavoura até a dessecação, venho acompanhando os irmãos em todas etapas, e que o segredo para resultados

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positivos como este é recomendar os produtos certos no momento correto”.

Para Luiz Fortes, Gerente de Vendas da Alltech Crop Science o grande forte é a parceria consolidada na região. Produtores como os irmãos Salles vêm obtendo resultados superiores em relação à média da região justamente por isso.

Segundo Carlos Sales, responsável pelo campo junto ao irmão Cláudio, “a evolução técnica dos últimos anos, o aprimoramento das técnicas de pulverização, a preocupação com a calagem, técnicas de fertilização com critérios definidos e misturas de tanque com produtos seguros, fizeram com que evoluíssemos a um ponto que não acreditávamos”.

José Carlos Sales, responsável pela comercialização, afirma que não têm dificuldades para vender os tubérculos, devido à qualidade dos produtos das últimas safras. No caso desta última lavoura, foi atingida uma produtividade igual a do ano passado.

Estes resultados demonstram a força de uma parceria sólida entre o produtor e os

fornecedores de insumos. Para Geraldo Pereira de Alvarenga, diretor geral da Adubos Real, a maior satisfação é ter produtores que confiam nos serviços e produtos da empresa e conseguem marcas recordes de produção elevando sua rentabilidade na atividade.

O resultado obtido foi de 62.050 kg/ha, 1241 sacas hectare ou 3004 sacas por alqueire.

Lalika Stadnik - [email protected]

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BASF recebe sete prêmios na XVII Mostra ABMR&A de Comunicação

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A Unidade de Proteção de Cultivos da BASF foi vencedora em sete categorias – incluindo a homenagem de personalidade do ano – na XVII Mostra de Comunicação em Marketing Rural e Agronegócio, a mais importante premiação pu-blicitária do segmento agrícola do Brasil realiza-da na noite do último dia 12, na capital paulista. Promovido pela Associação Brasileira de Marke-ting Rural & Agronegócio (ABMR&A), o evento premiou as ideias mais criativas de propaganda do segmento agrícola, veiculadas entre julho de 2010 e agosto de 2013.

Nesta edição da Mostra, a BASF conquistou ouro na categoria Institucional com a “Cam-panha Um Planeta Faminto”; prata nas catego-rias Fonograma, com “Gaúcho” – para o fungi-cida Brio – e Cinema, com a terceira versão do vídeo da Campanha “Um Planeta Faminto”. A empresa levou ainda três bronzes nas categorias Cinema, com o vídeo “Sistema AgCelence Soja”;  Campanha de Incentivo,  com o “Esquadrão Clas-se SAS”; e Evento, com o projeto “In Campo”.

“Buscamos falar para todas as pessoas, do cam-po à cidade, pois entendemos que todos são be-neficiados pela agricultura. E tentamos fazer esta comunicação da maneira mais clara e direta. E quando recebemos uma premiação como esta, te-mos a certeza de que estamos no caminho certo”, diz Oswaldo Marques, diretor de Marketing da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil.

Durante o evento, Eduardo Leduc, vice-presi-dente Sênior da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para a América Latina e de Sustentabi-lidade para a América do Sul, recebeu da Associ-

ação a homenagem de Personalidade de Destaque do Período por grandes iniciativas da empresa.

O destaque da homenagem foi também em relação a ação inédita da BASF em patrocinar a escola de samba carioca Vila Isabel no carnaval de 2013. A ação demonstrou a vocação do País para a agricultura e os desafios do agricultor. Os três vídeos lançados no YouTube trazem mensagens curtas e abordagem criativa, dados tangíveis que aproximam o espectador da realidade do produ-tor rural.

A terceira versão do filme, vencedora da ca-tegoria Cinema da XVII Mostra da ABMR&A, teve como tema “Agricultura, o maior trabalho da Terra”. Um filme de dois minutos, desenvolvi-do pela agência e21, do Grupo MTCOM, conta a trajetória de João, um cidadão comum, desde seu nascimento até a idade adulta. Com lingu-agem emocional, o vídeo mostra a contribuição do trabalho do agricultor em todos os momentos da vida desse personagem.

“Este ano inovamos ao divulgar para todo Bra-sil e para o mundo o trabalho do agricultor e a importância da agricultura para o País ao  patro-cinarmos o desfile da escola de samba Unidos de Vila Isabel, que conquistou o 1º lugar do desfile do grupo especial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro”, afirmou Leduc. “Ações como essa valo-rizam um setor tão importante para o Brasil e, ao mesmo tempo, sensibilizam o cidadão urbano a entender melhor a realidade de quem é responsá-vel por fornecer alimento de qualidade e saudável nas mesas de todos nós”, finalizou o executivo.

X Comunicação - Tel. +55 11 2898-7497

- Entre as conquistas da BASF, a “Campanha Um Planeta Faminto” levou o ouro na categoria Campanha Institucional

- Eduardo Leduc recebeu homenagem de Personalidade do Período

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pragas de solo.

Chegou o inseticida Regent® Duo. A evolução de Regent® 800 WG para controle de uma das principais pragas de solo no cultivo da batata.

Aplique somente as doses recomendadas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. Incluir outros métodos de controle dentro do programa do Manejo Integrado de Pragas (MIP) quando disponíveis e apropriados. Uso exclusivamente agrícola. Registro MAPA nº 12411.

• Alta eficiência no controle de Larva-alfinete em batata.• Ação de choque com residual de controle.• Produto único, composto por 2 ingredientes ativos em uma formulação equilibrada.

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A TIMAC Agro, empresa multinacional pertencente ao grupo Francês Roullier, que se dedica ao desenvolvimento, produção e comercialização de tecnologias para nutrição vegetal e animal, apresentou o fertilizante Fertiactyl Leguminosas no XVIII Congresso Brasileiro de Sementes. O evento aconteceu entre os dias 16 e 19 de setembro, em Florianópolis, Santa Catarina.

A participação no evento, promovido pela Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (ABRATES), se deu em um stand com destaque para a tecnologia Fertiactyl Leguminosas. O produto é um fertilizante líquido, que contém a tecnologia do Complexo GZA, exclusiva da TIMAC Agro, desenvolvido para ser utilizado no

tratamento de sementes.

Fertiactyl Leguminosas, promove maior velocidade de germinação e emergência, maior desenvolvimento e atividade radicular, maior índice de área foliar e maior matéria seca de nódulos.

A participação da TIMAC Agro no congresso contribuiu para o fortalecimento da marca e reforçou um dos ideais da empresa: a inovação. O Fertiactyl Leguminosas é uma das tecnologias inovadoras do Grupo que trabalha com pesquisa e desenvolvimento objetivando assegurar a produtividade dos cultivos. Durante o evento, produtores de sementes, técnicos e pesquisadores de todo o Brasil estiveram prestigiando o stand da TIMAC Agro.

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Fertiactyl Pós é um produto com tecnologia exclusiva para maximizar a produtividade da sua lavoura e possibilitar uma resposta positiva ao manejo da cultura.

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TIMAC Agro marcou presença no Congresso Brasileiro de Sementes

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No início de 2013, a ABBA decidiu organizar mais uma viagem técnica – desta vez para a China. Durante mais de 6 meses, procuramos preparar a viagem da melhor forma possível, mas se tratando de China, muitas recomendações foram feitas “de coração” ou por acreditar na mídia.

“Vocês não têm medo de morrer de gripe avi-ária? Vocês vão sofrer muito com a poluição e o trânsito em Pequim. Cuidado! Os chineses têm o costume de cuspir no chão, de furar fila, de falar alto, de fazer barulho quando estão comendo. Tem batata na China? Eles são muito atrasados. Para que gastar tanto?”

O grupo foi composto por 40 pessoas: 34 ho-mens e 06 mulheres sendo 33 brasileiros, 06 argen-tinos e 01 peruano. Após mais de 13 horas de voo chegamos em Dubai às 22h45 - o aeroporto parece uma cidade construída com aço inox e mármores. Pernoitamos 02 noites em um excelente hotel, cuja diária equivale a 1/3 de hotéis similares ou piores

no Brasil.

No único dia livre em Dubai fizemos um tour e conhecemos uma mesquita, a praia, um centro comercial de antiguidades, a Dubai Marina (esta-cionamento de iates), o Dubai Mall – um Shopping Center com lojas das marcas mais famosas do mun-do e também um imenso aquário com peixes ma-rinhos – tubarões, olhetes, anchovas, pargos etc; o edifício mais alto do mundo – Burj Khalifa (828 m de altura) e o moderníssimo bairro – Palm Jumeirah Island em forma de palmeira.

As ruas largas, os carros das marcas mais caras do mundo, as construções imponentes, pessoas com trajes diferentes, a temperatura próximo de 50ºC, plantas verdes (irrigadas por gotejamento), ônibus e trens modernos, imensas e numerosas obras em construção e o mar com a água azul, faziam parte do cenário que levava todos a concluir que se trata de um local surreal, ou seja, muito além da realida-de. E interessante como naturalmente concluímos

Viagem Técnica ABBA 2013 - China - Fatos Inesquecíveis

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que tudo é possível pelo simples fato de não existir corrupção.

Deixamos Dubai e, após 8 horas, chegamos às 23h em Beijing – cidade com 20 milhões de habi-tantes, onde ficamos os 05 primeiros dias hospeda-dos no Hotel Friendship II - parte de um complexo hoteleiro onde os estrangeiros (repórteres e pesqui-sadores) que iam trabalhar na China na época do comunismo eram alojados e controlados.

A primeira visita foi em uma empresa privada chamada Xisen Company, onde tivemos a oportu-nidade de conhecer um Museu da Batata e imensas e numerosas estruturas de produção de plântulas e minitubérculos. Anualmente são produzidos mais de 50 milhões de minitubérculos cujo objetivo principal é evitar a introdução e a disseminação de problemas fitossanitários na China.

Durante o deslocamento para outros locais, o guia Xaolin foi informando sobre a cidade de Bei-jing. Os milhares de imensos edifícios, assim como as gigantescas avenidas e viadutos foram e continu-am sendo construídos rapidamente pelo governo. É difícil acreditar que enquanto na China algumas megas construções são construídas em meses, no Brasil, apesar de menores nunca são finalizadas, mesmo após décadas...

O trânsito apesar de intenso fluía normalmen-te. Segundo Xaolin, para comprar um veículo novo o interessado precisa participar de um sorteio en-volvendo de 200 a 300 candidatos para conseguir a placa. Este mecanismo evita que o trânsito de Beijing seja como o caos em São Paulo e Delhi na Índia. Além do trânsito controlado, observamos que não havia pichação; guardas nas ruas; poluição aérea, sonora, visual e nem carros sobre as faixas de pedestres.

A primeira visita turística foi à Muralha da Chi-na, com 7.000 km de uma colossal construção, cuja finalidade foi defender das invasões inimigas, prin-cipalmente dos mongóis - hábeis guerreiros sobre cavalos que usavam arco e flecha para derrotar seus inimigos. Diante de milhares de degraus irregulares e um inclinação acentuada o destaque foi o Jorge Sukessada com mais de 70 anos que deixou muitos jovens para trás.

No segundo dia fomos visitar o Xindafi Market

– o Ceasa de Beijing. Em um dos imensos pátios a céu aberto, centenas de comerciantes ofertavam ba-tatas frescas embaladas em sacos de 10 a 30 kg. Nes-te dia o preço médio era de U$ 0,30/kg. Tivemos que pagar U$ 650,00 para visitar o local e a justifi-cativa foi a necessidade de contratar 20 seguranças para proteger o grupo... lamentavelmente ainda há este tipo de extorsão que irrita a todos, inclusive os próprios chineses.

Contrastando com a modernização da cidade, o Ceasa ainda é um local que precisa ser moder-nizado, principalmente em infraestrutura e higiene. Sempre que tentávamos fotografar alguma imagem ruim, aparecia alguém para impedir.

No domingo (3º dia) visitamos a Cidade Proi-bida – residência de dezenas de imperadores. Antes de descer do ônibus nos foi recomendado e enfati-zado – sigam o guia e, caso se percam, fiquem no mesmo lugar que alguém retornará para resgatá-lo. Logo na entrada uma multidão e uma fila que mais parecia um rio de 5 metros de largura, que fluía de forma lenta e ininterrupta para ver e homenagear o ex- líder comunista Mao Tse Tung . Na entrada da cidade proibida havia uma imensa imagem de Mao e diversas bandeiras da China – nítida indicação de patriotismo.

Na Cidade Proibida tivemos a oportunidade de conhecer inúmeras construções milenares. Segundo Xaolin, alguns imperadores tinham a sua disposi-ção dezenas de concubinas (garotas virgens de 12 a 17 anos) e de rapazes eunucos (para não incomodar as concubinas). Após mais de 2 horas caminhando sempre em frente, saímos da Cidade Proibida.

O ônibus nos esperava na saída e quando fomos conferir, alguém diz – Cadê o Joaquim ? Quem tem o telefone do Joaquim? Será que ele está com o car-tão do hotel? Será que ele está com o passaporte? Será que ele fala inglês? Será que ele entende chi-nês? Será que ele conhece alguém? Será que ele tem dinheiro? E se ele se perder, o que poderá acontecer? Alguém conhece a família dele no Brasil para dar a notícia do desaparecimento?

Após dezenas de palpites, o Luis Trevisan e o Andre Vilella foram escolhidos para tentar localizar o Joaquim. O restante do grupo foi almoçar e de-pois de mais de 02 horas o Andre liga informando

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que não encontraram o Joaquim. Retornamos ao hotel preocupados e no cami-

nho deixamos parte do grupo na feirinha de comi-das exóticas. Chegando ao hotel, o Fabio Assalin informa que localizou a mochila do Joaquim com o passaporte, o celular e o cartão do hotel... Aí nos deu aquele calafrio: “Perdemos o Joaquim, quem irá cuidar da mala dele daqui pra frente, quem vai avi-sar a família, será que ele deixou alguma herança, é mais provável que ele deixou prestações para pagar... desespero, um vazio imenso, que sensação horrível perder um companheiro de viagem... o Hugo Ribas não irá mais cantar sole mio... Santa Luzia ajude a encontrar o Joaquim...”

Eis que, de repente, aparece o Joaquim dizendo: “Faz mais de uma hora que cheguei ao hotel e não pude entrar no quarto, pois a chave está na mochi-la”.

Então o Joaquim explica o que ocorreu - no fi-nal da visita (5 metros antes da saída definitiva), no jardim de pedras, eu entrei por um caminho e, de repente, havia 03 opções para seguir. Escolhi uma e saí em um lugar que não tinha nada a ver. Voltei e peguei outro caminho, mas nada feito... voltei e consegui sair por onde entrei, mas cadê a turma, cadê a bandeirinha do Brasil?

Bateu o desespero, mas lembrei de que a Lili (a nossa tradutora) disse: “Quem se perder deve aguar-dar, pois alguém virá buscá-lo”. Fiquei mais de 02 horas esperando, com fome, sede e uma sensação estranha. Decidi sair e quando cheguei à rua lem-brei-me do conselho do Fernando Ezeta – um dos maiores problemas na China é a dificuldade de co-municação – a maioria da população fala e lê so-mente em chinês, talvez você consiga algum jovem que fale inglês.

Por sorte, eu estava com o meu crachá com o nome e telefone do hotel. Encontrei alguns jovens que, percebendo meu desespero, meu estilo mine-rim, telefonaram para o hotel que ensinou ao taxista como chegar. Que alívio! Paguei só 500 yuans ao taxista. Quando Xaolin e Lili ficaram sabendo do preço, disseram que ele havia sido roubado, pois de-veria pagar no máximo 50 yuans. Sabe qual foi a resposta do Joaquim? “Dinheiro a gente recupera, meu medo foi ser preso na Cidade Proibida e ficar

eunuco”.Na feirinha o Luis Carlos, Bruno, Rodrigo, Eric,

Agnes, Tomio e Oscar experimentaram comer prin-cipalmente escorpiões. Segundo eles os bichinhos não têm nenhum sabor especial. Os chineses dizem que eles não gostam de comer insetos, testículo de boi, aranhas, lagartas, filhote de pomba etc. Quem come são os estrangeiros. Eles se divertem assistindo os corajosos e ganhando dinheiro – alguns bichi-nhos chegam a custar quase R$ 100. O Luis Carlos não pagou nada, pois o Newton Ito (o mais muxiba do grupo), disse: “Se você tiver coragem de comer eu pago, pode escolher o mais caro”. Teve que pagar.

No quarto dia, visitamos a CAAS – Academia de Ciências Agrárias da China. Fomos recebidos pela chefe Dra Jiping Lin e alguns integrantes de sua equipe. Assistimos 03 palestras que abordaram as atividades da instituição, o projeto de pesquisa para a batata e o projeto para a política de cresci-mento da Cadeia da Batata da China.

A equipe com 200 profissionais altamente ca-pacitados, trabalha na solução de problemas e ge-ração de novas tecnologias. Os resultados práticos e eficientes são fatores que explicam e justificam a modernização da Cadeia da Batata na China. Uma pena que no Brasil cada um faz o que quer e conse-quentemente os resultados são predominantemente inúteis.

Após esta importantíssima visita fomos conhe-cer algumas das mais famosas construções utiliza-das na Olimpíada de 2008 – o Ninho do Pássaro e o Cubo D´água. Durante o período que estivemos observando as imponentes construções, alguns co-mentavam: “Será que o Brasil está preparado? Será que vão conseguir controlar as despesas? Se aqui com mais de 1 bilhão de pessoas parece que o gover-no não sabe o destino que deve dar a estes elefantes brancos, como será no Brasil?”.

Na terça-feira (quinto dia) viajamos de Beijing a Hohot – capital da província de Inner Mongó-lia – província relacionada ao famoso conquistador Genghis Kan. Após nos instalarmos e almoçarmos no restaurante do hotel, fomos visitar um centro de distribuição de frutas e legumes, desta vez sem pro-pina, mas acompanhados por um representante do partido – um senhor de aproximadamente 60 anos,

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muito atencioso. Todos se concentraram na gôndola onde esta-

vam expostas diversas opções de macarrão de batata, uma das formas mais consumidas pela população da China. Durante as refeições, tivemos oportunidade de provar várias vezes o macarrão. Particularmen-te achei muito bom, apesar do tempero chinês ser muito diferente – geralmente agridoce e picante.

Após conhecer o macarrão de batata, o grupo foi a outro pavilhão conhecer a comercialização de frutas e legumes. Eu e o Maguinho não participa-mos desta visita, pois ele foi solidário quando tive que retornar ao hotel para buscar meu carregador da bateria de minha máquina fotográfica, pois a próxi-ma visita seria uma indústria de amido. Fomos em um ban-ban (triciclo) que a princípio se recusou a fazer o serviço, mas percebi que o problema era meu peso, então aumentei o valor e imediatamente o se-nhor concordou.

Regressamos ao centro de distribuição e todos já estavam dentro do ônibus esperando para fazer um sonoro coro – paga, paga, paga... e lá se foram mais U$ 10 - multa por chegar atrasado. Este sistema

sugerido pelo Kenji punia quem chegava atrasado e funcionou muito bem. Eu fui o campeão, recebi 5 multas. Admito que a justificativa não possa ser re-lacionada ao provável parentesco com paquidermes, mas sim com a falta de disciplina. Por outro lado você acaba conhecendo pessoas muquiranas que, por causa de U$ 10, parecem que estão participan-do de corrida de 100 m rasos. Vi senhoras com mais de 60 anos correndo como garotinhas de 14 anos, a guia só faltava voar, teve esposa que quase teve o braço arrancado, outras que alegavam não falar e nem entender português... tudo para não pagar a multa.

No final da viagem foram arrecadados cerca de 2.000 yuan, ou seja, mais de U$ 300, gastos no pe-núltimo dia em uma confraternização do grupo.

Após visitar o Ceasa de Hohot fomos conhecer uma indústria de processamento de batata que pro-duzia amido. A pessoa que nos recebeu mostrou as instalações e nos informou que atualmente são mais de 200 indústrias similares na China, todas subsi-diadas pelo governo que justifica o apoio visando aumentar a renda dos pequenos produtores para mantê-los na zona rural.

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Após a visita, retornamos a Hohot para um jan-tar oferecido pela Universidade de Inner Mongólia no melhor hotel da cidade. Sem dúvidas, foi uma das melhores refeições que fizemos na China. Além das comidas raras e deliciosas, fomos surpreendidos com um lindo show musical do folclore mongol.

Durante o jantar foram realizados pronuncia-mentos de agradecimentos pelo Kenji Okamura – diretor da ABBA e Carlos del Caso de Vila Dolores – Argentina.

No sexto dia na China viajamos cerca de 3 horas para chegar a uma cidade chamada Erdos. No traje-to tivemos a oportunidade de ver muitas áreas com milho, centenas de estufas (produção de hortaliças), passar sobre o Rio Amarelo (2º maior rio do país) e pequenos vilarejos que em breve serão substituídos por construções modernas.

É impressionante a quantidade e o tamanho das novas construções na China – rodovias, viadu-tos, edifícios etc. Diante do progresso as perguntas eram: “De onde vem tanto dinheiro? Como eles conseguem construir tão rápido? Para onde foram as pessoas que moravam no local?”.

Ainda na ida, paramos em posto de combustí-vel e, enquanto o ônibus era abastecido, fomos ao banheiro. Geralmente entramos rápido e saímos devagar, porém foi diferente – entramos rápido e saímos voando. Acho melhor não descrever as cenas inesquecíveis.

Seguindo em frente, visitamos alguns campos de batata. Esperávamos ver muitos campos, mas nos levaram para visitar apenas 02 áreas – a primeira de 300 m2 e a segunda de mais de 300 hectares. Atu-almente na China são plantados cerca de 6 milhões de hectares e com uma produtividade média de 17 toneladas / hectares que resultam na produção anu-al de mais de 100 milhões de toneladas. É difícil aceitar que no Brasil, apesar de todas as vantagens não passamos de 100 mil hectares e 2,5 milhões de toneladas.

No sétimo dia, visitamos o memorial do Gen-ghis Kan - estátuas, imagens, textos contavam a his-tória do maior conquistador de territórios do mun-do. Após a visita, almoçamos em um restaurante onde assistimos a um show espetacular que conta a história das conquistas de Genghis Kan.

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Na volta para Hohot (uma viagem com previ-são de 04 horas de duração), naturalmente teríamos que fazer 1 a 2 paradas para ir ao banheiro. Desta vez foi dramático, pois nas duas paradas não con-seguimos autorização para utilizar o banheiro e as justificativas foram as mesmas – uso exclusivo dos funcionários, pois não há água. O jeito foi entrar no milharal.

Durante a viagem vimos muitas áreas sendo re-florestadas - segundo o guia, trata-se de uma ação do governo para recuperar o deserto de Gobi (estu-dos informam que a cada ano está chovendo mais e a temperatura está caindo). A recuperação ameni-zara as inúmeras tempestades de areia que afetam a capital Beijing.

Finalizando a viagem na China tradicional al-guns integrantes do grupo informaram os pontos positivos e negativos:

Pontos positivos

- sistema político eficiente, cidade modernas, hotéis excelentes e baratos, comidas diferentes – porém muito boas, rodovias modernas, grupo muito bom, organização boa, dificuldade para atividades turísti-cas, trânsito organizado, pessoas educadas, constru-ções bonitas, visitas técnicas interessantes, produção de minitubérculos, oportunidade para conhecer ou-tra realidade (cultura, tradição), incentivo político, grandes construções, cultura milenar, oportunidade de conhecer diferentes tipos de indústrias de pro-cessamento de batata (amido), elevado nível das pesquisas para batata na China, suporte ao grupo (organização e guias), modernidade superou ex-pectativas, muy buena organizacion del viaje, gran enriquecimento cultural de conocimiento sobre China, muy positivo el intercambio entre brasilenos e argentinos, excelentes hotéis, muitas alternativas de comidas, pontos turísticos visitados, excelente tradução das informações, bom relacionamento do grupo etc.

Pontos Negativos

- o banheiro da estrada, pouca “abertura” nas visi-tas técnicas, informações ocultadas, deslocamentos longos para poucas visitas, falta de higiene do povo, pouca parte técnica sobre batata, falta comunica-

ção para estrangeiro, nos hubiera gustado ver mas campo y produtores aunque sabemos que no es sen-ncillo em China, muito turismo, hotel de Beijing, pagamento de segurança, muitos dias de viagem.

Após visitar a China tradicional, viajamos para Hong Kong onde tivemos conhecemos um guia chamado John. Ele viveu 3 anos em Foz do Iguaçu e falava razoavelmente português e espanhol. Desde o início, foi passando muitas informações - Hong Kong tem 7 milhões de habitantes e uma superfície total de 1100 km2 divididos em mais de 200 ilhas. O custo de vida é barato, exceto moradia; chove muito - 2200 mm/ano, ocorrência frequentes tu-fões – 200 km/h e a temperatura oscilando entre 10 a 35º C.

Disse que regressou a Hong Kong porque a po-lícia do Paraguai não deixa trabalhar – tomou diver-sas vezes toda a mercadoria dele. Contou que é ami-go de todos os homens mais ricos de Hong Kong, mas que nenhum deles sabe. Disse que os grandes contrabandistas recebem muitas multas e nunca pa-gam e que por isso ganham “dinheilo pla calamba”

À medida que o grupo fazia perguntas ele res-pondia ao seu estilo: “O banheiro está limpo? De-pois da limpeza é limpo; Peixe fresco – dona de casa gosta cabeça mexendo; Na feira tem piranha? Pilanha está em casa; Quem for a Macau – com-pla passagem de ida e volta, senão não volta ( Ma-cau – 500.000 habitantes - 38 cassinos - 50 km2); Na plaia de chinês não tem tubalão, porque ele tem medo de perder as barbatanas”.

A visita a Hong Kong foi interessante - lo-cal bastante ocidentalizado, liberdade abundante, roupas mais liberais, cabelos coloridos, um imenso porto, abundância de luzes, trânsito infernal, hotel ruim e caro, mas valeu a pena conhecer.

Podemos concluir que apesar da super po-pulação, problemas climáticos, inexistência de no-vas terras agricultáveis, falta de água, entre outros, a China está se modernizando e progredindo rapida-mente.

O responsável por esta mudança – O GOVER-NO CHINÊS.

Natalino Shimoyama, Gerente Geral ABBA

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Viagem Técnica ABBA 2013 - Batata na China

A ABBA organizou de 13 a 27 de agosto de 2013 uma Viagem Técni-ca à China, cujo objetivo foi conhe-cer um pouco da cadeia do maior

produtor mundial de batata.

No período de 2007 a 2011 foram plantados em média mais de 5,0 milhões de hectares e a produção foi superior a 80 milhões de toneladas/ano. Em 2012 foram mais 5,6 milhões de hectares e quase 100 mi-lhões de toneladas.

No Brasil, em 3 décadas, a área plantada reduziu de quase 200 mil hectares para menos de 100 mil hectares em 2013. A produção permaneceu estática - 2,5 a 3,0 milhões de tonelada/ano.

Mediante estas realidade opostas questionamos – por que a cadeia da batata da China cresce ininter-ruptamente e a do Brasil não para de diminuir?

A seguir tentaremos responder considerando o que vimos, sentimos e concluímos durante esta viagem.

XISEN POTATO INDUSTRY COMPANY LIMITED - BEIJING

Na primeira visita técnica conhecemos um inte-ressante Museu da Batata. Na entrada um santuário do Deus da Batata e nas salas seguintes textos, ima-gens, maquetes, equipamentos antigos provando a importância da batata durante séculos.

A exposição não deixa dúvidas – a batata foi, é e continuará sendo IMPRESCINDÍVEL À HUMA-NIDADE. O sentimento de respeito e de paixão pela batata aumentou após conhecer o museu.

A empresa produz mais de 50 milhões de mi-nitubérculos/ano em seus próprios laboratórios e centenas de casas de vegetação. A batatas-semente produzidas no país são plantadas por milhões de produtores. Como resultado prático, os produtores economizam dinheiro e evitam a introdução de no-vos problemas fitossanitários.

No Brasil, alguns produtores importam batata-se-mente geralmente de boa qualidade, porém a maio-

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Fazendo Mais pelo Campo

Conheça também outras soluções FMC para Batata:Este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo, na bula e receita. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual. Nunca permita a utilização do produto por menores de idade. Faça o Manejo Integrado de Pragas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. Uso exclusivamente agrícola.

ATENÇÃO

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO.

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ria dos produtores planta batata consumo – como resultado prático os solos de todas as regiões produ-toras foram contaminados com seriíssimos proble-mas fitossanitários.

Lamentavelmente esta situação tende a piorar, pois se tratando de defesa fitossanitária, há muito tempo estamos indo de mal a pior.

XINDAFI WHOSALE MARKET - BEIJINGDiferentemente das demais situações, este local

não nos impressionou, pois é similar aos nossos Ce-asas, ou seja, necessita de mudanças radicais, pois a infraestrutura, segurança e higiene são extremamen-te precárias.

Neste dia, as batatas que estavam bem classifica-das, embaladas em sacos 10, 20 até 30 kg (nylon ou plástico transparente) eram oferecidas a U$ 0,30 / kg. Os tubérculos não eram lavados, mas estavam limpos, grandes (200 a 300 g) e com ótima aparên-cia.

Apesar da semelhança, temos que admitir que as batatas sem lavar estavam muito bem classificadas.

CHINESE ACADEMY OF AGRICULTURE SCIENCES – CAAS - BEIJING

Com o apoio do Dr. Fernando Ezeta, consultor da FAO e do CIP – Peru, fomos recebidos pela Dra Liping Jin – Cientista Chefe do Projeto de Político e de Pesquisa para o desenvolvimento da Cadeia da Batata da China.

Durante a visita tivemos a oportunidade de assis-tir a 3 apresentações - a primeira sobre as atividades da CAAS, a segunda sobre o projeto de melhora-mento de batata e a mais interessante foi justamente sobre o projeto político e de pesquisa para promover o crescimento da Cadeia da Batata da China.

O governo chinês reconhece e investe muitos re-cursos econômicos na produção interna, pois consi-dera a batata como a melhor alternativa para comba-ter a fome, o desemprego e gerar recursos econômi-cos a milhões de pequenos produtores.

Segundo a Dra Jiping Lin, o governo subsidia far-tamente a produção de batata-semente, a mecaniza-ção da produção e a armazenagem de batata colhida.

As informações justificam o porquê do contínuo e sustentável crescimento da Cadeia da Batata da Chi-na - as pessoas que decidem e as que executam estão do mesmo lado e trabalham em prol de seu povo e de seu país.

Infelizmente no Brasil a situação totalmente in-versa justifica a decadência das cadeias produtivas

destinadas ao abastecimento interno. SUPERMERCADOS - BEIJING Aproveitei para visitar alguns supermercados

e encontrei nas gôndolas batatas frescas a granel e empacotadas em redinhas baratas – sempre com tu-bérculos bem classificados pesando em média de 200 a 300 g; nas prateleiras havia razoável oferta de batata chips produzidas por indústrias chinesas e também pela Pepsico. Surpreendentemente não consegui en-contrar batata pré frita congelada em nenhum dos supermercados que visitei.

Nota-se que em todos os supermercados há ofer-ta de batata, geralmente em pequenas quantidade e preços acessíveis. No Brasil há mais oferta e os preços geralmente são 5 vezes o valor pago ao produtor, ou seja, pagam R$0,50 e vendem a R$ 2,50.

CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO - HOHOT – INNER MONGÓLIA

Chegamos à cidade de Hohot – capital da pro-víncia de Inner Mongólia fomos visitar um centro de distribuição de vegetais acompanhados por um representante do partido do governo. Neste local conhecemos o MACARRÃO DE BATATA que é a forma de batata processada mais consumida pela po-pulação.

Lamentavelmente no Brasil, a indústria de ma-carrão é praticamente inviável devido aos custos ele-vados e às imensas distâncias entre as lavadeiras de batata. Se fosse possível, cerca de 300.000 a 400.000 toneladas/ano composta por tubérculos menores de 70 g ou impróprios para consumo poderiam ser transformados em macarrão.

INDÚSTRIA DE AMIDO – HOHOT – IN-NER MONGÓLIA

Antes de ingressar na indústria, tivemos a opor-tunidade de conhecer a produção de minitubérculos em casas de vegetação dentro da própria empresa.

A indústria processa anualmente cerca de 170.000 toneladas (produção de 18.000 ha) de matéria prima que resulta em 20.000 toneladas de amido, ou seja, são necessários 8 kg de batata fresca para produzir 1 kg de amido.

Segundo informações, existem atualmente mais 200 indústrias de amido na China e todas são sub-sidiadas pelo governo. A justificativa do apoio está relacionado ao fato das indústrias proporcionarem renda a milhares de produtores e consequentemente evitar o êxodo rural.

O amido tem como destino a produção de ma-

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carrão, a indústria de frios (presunto, mortadelas etc) e a mistura com alguns alimentos para aumentar o volume.

Os resíduos sólidos são processados e utilizados como fertilizantes e o “leite da batata” é desidratado e destinado à alimentação animal.

UNIVERSIDADE DE INNER MONGÓLIA – HOHOT

A Universidade Inner Mongólia recepcionou nos-so grupo no melhor hotel da cidade com um jantar de comidas típicas e deliciosas, além de um show folclórico maravilhoso com artistas descendentes de lendário GENGHIS KAN.

Brindamos com vinho de leite (de vaca ou de égua), mas não me lembro do gosto do vinho lácteo, pois em minha mente ficou apenas a imagem das lin-díssimas garotas mongóis e a melodia das músicas tradicionais que me fez sentir cavalgando em alta ve-locidade pelas famosas pradeiras da Mongólia.

VISITAS A CAMPOS DE BATATA Finalmente a tão aguardada visita a campo na

província de Inner Mongólia onde são plantados anualmente mais de 260.000 ha.

A primeira visita foi em uma área com menos de 500 m2 e por incrível que pareça trata-se de uma si-tuação comum, ou seja, existem dezenas de milhões de minúsculos produtores de batata na China.

A segunda visita foi a um campo de 300 ha – uma área irrigada por pivô central, cuja produção estima-da em 45 toneladas / hectare será destinada a indús-tria de chips.

As plantas em final de ciclo vegetativo apresen-tavam sintomas de pinta preta e requeima, porém o que chamou a atenção foi a presença de moscas brancas.

Segundo o responsável, o custo de produção de aproximadamente U$ 3.000,00 /ha tem como itens mais onerosos as sementes e os agroquímicos (07 a 10 aplicações/ciclo). A produção das variedades She-pody, Russet Burbank e Atlantic é destinada à indús-tria de chips.

O êxodo rural, principalmente de jovens, vêm provocando a falta de mão de obra no campo, por isso o plantio e a colheita em áreas maiores são re-alizados por máquinas e implementos produzidos no país ou importados (Grimme). Os operadores das máquinas são registrados e recebem em média de 120 a 150 yuans/dia (R$ 40 a R$ 50) e têm par-ticipação nos lucros obtidos pelo produtor. O desti-no da produção são indústrias localizadas próximo a Beijing e Xangai, que realizam contratos com alguns

produtores. Após as duas visitas fomos conhecer um experi-

mento de fertirrigação, cujos objetivos são definir a necessidade de irrigação e a demanda por nutrientes pelas principais variedades plantadas na região.

Segundo a pesquisadora responsável, experimen-tos similares estão sendo realizados em outros locais do país e depois de finalizados os resultados, são dis-ponibilizados aos produtores.

Os custos das pesquisas são pagos pelo governo federal, que considera a batata uma das 05 priorida-des da produção agrícola do país, juntamente com arroz, trigo, milho e soja.

A última visita do dia prometia conhecer o sistema de armazenamento de batata. Todos ficaram ansiosos para conhecer a infraestrutura do produtor – como será o barracão? Será moderno ou antigo? Como será o sistema de ventilação? Deve ser imenso? Surpresa! Após caminhar mais de 2 km chegamos e nos apre-sentaram 02 buracos com 20 m de comprimento x 03 m de largura x 03 m de profundidade que eram utilizados para armazenar batatas durante o período de rigorosíssimo inverno na região.

Atualmente o sistema deixou de ser utilizado, pois o governo está apoiando a construção de modernas câmaras frias.

BATATA EM HONG KONGApós 3 dias em Inner Mongólia viajamos para

HONG KONG. Apesar de a visita ser basicamente turística, procuramos descobrir as opções de batata à população.

Vimos batatas chips e batata fresca bem classifica-das nos supermercados e feiras livres sendo vendidas entre R$ 3 a R$ 5/kg. As batatas pré-fritas se torna-ram abundantes nos numerosos fasts foods espalha-dos pela cidade.

CONSIDERAÇÕES FINAISO crescimento e modernização da Cadeia da Ba-

tata na China é fruto da atitude de um governo que utiliza a batata para solucionar a fome, pobreza, de-semprego da população e gerar renda aos milhões de produtores.

Em uma das apresentações de representantes do governo ouvimos a seguinte afirmação - o maior de-safio para seguirmos crescendo é reduzirmos a “igno-rância dos produtores”.

Lamentavelmente, em nosso país, o maior desafio é sensibilizar os governantes da importância social e econômica da Cadeia Brasileira da Batata.

Natalino Shimoyama, Gerente Geral ABBA

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Batata na China

Batata - Mercado Atacadista Batata - Mercado Atacadista

Batata - Mercado Atacadista Atlantic

China - Pesquisa Produção de Minitubérculos

Batata - CampoBatata Semente Cortada

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Batata na China

Batata em Hong Kong

Campo - IrrigaçãoRecepção - Indústria Amido

Macarrão de Batata Indústria Amido

Macarrão de BatataBatata - Salada

Dra. Liping Jin e Fernando Ezeta

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Batata na China

Museu da Batata Museu da Batata

Museu da Batata - Origem da BatataBolacha de Batata

Chips - sabor pepinoBatata embaladas

China - Produção de BatataChina - Áreas de Produção

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China - Turismo

Beijing - Vista Aérea Beijing - Rua de Comércio

Beijing - TrânsitoCidade Proibida

China - Cubo D’ÁguaChina - Etnias

China - ModerrnoChina - Antigo

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China - Turismo

Erdos - China Genghis Kan Show - Genghis Kan

Artista - Show Genghis KanMalha de Metrô - Beijing

Sonho meu...Cada um tem o que merece

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China - Turismo

Coincidência Meu Chineisão

Fila na ChinaCafé da Manhã

Silvia, Agnes, Lili,Sumie e ReginaAlimentos Exóticos

Alimentos ExóticosAliementos Exóticos

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China - Turismo

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Lili e Kenji - JantarModelos de Guarapuava

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Safra da Batata 2013

Com área bem acima dos anos anteriores, po-demos dizer que a rentabilidade aos produtores de batata este ano foi excelente. As condições climá-ticas para a cultura da batata não foram as ideais, tivemos temperaturas altas no início do ciclo, principalmente com temperaturas noturnas muito altas, dias encobertos o que limita a fotossíntese e logicamente a produção.

Os produtores que tiveram suas lavouras desen-volvidas neste período tiveram uma produtividade muito baixa, com menos de 25 toneladas por hec-tare.

Problemas fitossanitários tiveram ocorrências pontuais, não sendo a causa principal da perda de produtividade. Houve algumas semanas durante o ciclo que a região sofreu com o ataque da requei-ma (P. infestans), que foi sanada com a aplicação de fungicidas e melhora das condições climáticas.

Outras regiões que tiveram colheita na mesma época que a nossa também sofreram com a bai-xa produtividade. É o caso da região de Cristalina que normalmente tem uma produtividade acima de 40 ton./ha no início da safra não passou de 30 ton./ha.

Esta situação fez com que a batata destinada ao mercado fresco se mantivesse com um preço bom durante toda a colheita, com variações que é comum neste tipo de produto. Apesar do custo de produção ter aumentado muito do ano passado para este, nosso produtor não tem do que recla-mar.

Apesar de a área ser maior que os anos anterio-res em que o normal era de 9.500 a 10.000 ha, este ano tivemos uma área de 11.852 ha, dados obtido pela ABVGS (Associação dos Bataticulto-res de Vargem Grande do Sul).

Nossas colheitas iniciaram em meados de ju-lho, com um preço no mercado atacadista de São Paulo de R$110,00 a saca. De julho a agosto o preço caiu um pouco sendo comercializada por R$

100,00. Entre agosto e setembro, que corresponde ao pico da nossa colheita os preços variaram de R$ 65,00 a R$ 80,00. Até o final da colheita que é previsto para a primeira quinzena de novembro, o preço pode variar de acordo com as condições climáticas, chuvas podem ocorrer afetando direta-mente o preço.

Outra mudança que pode ser notada no setor foi o grande número de colheitadeiras de batatas que foram usadas este ano. Na região já estão em uso oito máquinas. Cada uma delas pode fazer o trabalho de setenta trabalhadores, com a vantagem de não parar nos finais de semana e poder ampliar a jornada de trabalho.

Além da colheita mecanizada, o uso de aviões agrícolas aumentou muito entre os produtores, que aderiram a esta tecnologia para diminuir o tempo de aplicação de agroquímicos, redução de mão de obra e também diminuir riscos de fiscali-zações ambientais e trabalhistas.

Estas mudanças são reações às leis trabalhistas e ambientais que são de difícil cumprimento (não adequada) dentro da agricultura, também as fisca-lizações ostensivas, com fiscais acompanhados pela polícia intimidam o agricultor e o força a mudar de atitude ou então abandonar a atividade. Para os produtores que não pensam em abandonar a atividade, a mecanização de todo processo de pro-dução é obrigatória. Mesmo sob esta forte pressão por parte dos fiscais do trabalho, os trabalhadores rurais que trabalharam na safra de batata, vão re-ceber mais de R$ 5 milhões de reais entre salários e FGTS. Uma quantia significativa que entra direto na economia do município. Além disto, o comér-cio da cidade fica aquecido, restaurantes, padarias, hotéis, postos de combustíveis têm um aumento significativo do faturamento.

Lamentavelmente, o bom preço da batata dos últimos anos para nossa região não foi ocasionado por alguma ação por parte dos produtores, foram simplesmente anomalias climáticas que reduziram

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a produção e o preço reagiu de forma a contri-buir com o produtor. Com o aumento de área e a concorrência de outras regiões que competem com nossa região, mostrava um cenário negro que felizmente não se concretizou.

As estatísticas mostram que o consumo de ba-tata fresca cai a cada ano, enquanto que a bata-ta processada aumenta em maior proporção, seja

Colheita mecanizada: uma realidade para nossa região nos dias atuais que vai aumentar muito nos próximos anos.

Pouco tempo atrás, cenas como esta eram possíveis ver apenas em outros países.

ela em forma de batata palito pré-frita congelada, chips/palha, fécula ou qualquer outro processo. Diante deste fato, fica claro que nossa região ne-cessita de indústrias de batata, para acompanhar as tendências de mercado, garantindo assim que esta importante atividade possa ser por muito tempo a referência que sempre foi.

Pedro Hayashi - [email protected]

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Rendimentos de tubérculos de cultivares de batata sob condições de estiagem

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Giovani Olegário da Silva1; Gilberto Stoker2; Rubens Poni-jaleki2; Arione da Silva Pereira3

1Embrapa Hortaliças/SPM, Rod. BR. 280, km 231, n° 1151, Bairro Industrial II, Caixa Postal 317, CEP: 89460-000, Canoi-nhas-SC, Brasil. [email protected] 2Embrapa Produ-tos e Mercado /SPM, Rod. BR. 280, km 231, n° 1151, Bairro In-dustrial II, Caixa Postal 317, CEP: 89460-000, Canoinhas-SC, Brasil. [email protected], [email protected]. 3Embrapa Clima Temperado, Rodovia BR 392, Km 78, C. Postal 403, 96001-970, Pelotas, RS, Brasil. [email protected]

Introdução

A maior parte das cultivares de batata, utilizadas atualmente no Brasil foi desenvolvida na Europa. Entretanto, a produtividade nas condições brasilei-ras de clima e solo são inferiores em comparação com os países de origem (Resende et al., 1999), devido a estas cultivares terem sido selecionadas sob condi-ções de fotoperíodo longo e baixa pressão de fatores bióticos que afetam a cultura no Brasil. Estas culti-vares quando plantadas em condições subtropicais e tropicais apresentam um período vegetativo menor (Rodrigues, 2006) e, por conseguinte, têm uma me-nor produção de fotossintetizados. Para conseguir maior rendimento é necessária a utilização de grande quantidade de insumos o que pode ocasionar menor sustentabilidade da cultura. Desta forma, a obten-ção de cultivares nacionais adaptadas às condições de cultivo nas diversas regiões produtoras brasileiras com resistência às principais doenças é a alternativa mais viável para tornar a cultura mais produtiva e rentável ao agricultor (Gadum et al., 2003).

A cultivar de batata BRS Clara foi lançada no fi-nal de 2010 pela Embrapa; possui ciclo vegetativo médio e destaca-se principalmente pela tolerância a requeima (Phytophthora infestans) e pelo grande ren-dimento de tubérculos graúdos. No entanto pode perder em qualidade da película se não for colhida no momento correto e comercializa logo após a co-lheita (Pereira, 2010). A cultivar Agata, de origem europeia, é a cultivar de película amarela mais culti-vada no Brasil, destaca-se pelo elevado rendimento,

precocidade e boa aparência de tubérculos (Pinto et al., 2010; Fernandes et al., 2011). A cultivar de ba-tata BRS Ana foi lançada em 2007 pela Embrapa; possui película vermelha, polpa branca, ciclo vegeta-tivo tardio, moderada tolerância à seca, com aptidão para comercialização in natura, devido à boa aparên-cia de tubérculos, e para fritas à francesa, devido ao formato oval-alongado dos tubérculos e médio teor de matéria seca. Caracteriza-se ainda por apresentar plantas com crescimento ereto e porte alto, grande rendimento de tubérculos, boa resistência a defeitos fisiológicos, além de tolerância à pinta preta (Alter-naria solani), moderada tolerância à Phytophthora in-festans e baixa degenerescência por vírus (Pereira et al., 2008).

A maior tolerância à seca de BRS Clara em com-paração com Agata já foi observada na prática em vá-rias oportunidades; bem como a tolerância à seca da cultivar BRS Ana, que mostra-se superior à própria BRS Clara e principalmente a Asterix, isso reflete em menos problemas fisiológicos como embonecamen-to e maior rendimento.

Dentre as espécies vegetais cultivadas pelo ho-mem, a batata é uma das mais sensíveis ao estresse hí-drico (Singh, 1969), sendo os efeitos adversos máxi-mos durante o período de estolonização e formação dos tubérculos (Ekanayake, 1994). De maneira ge-ral, essa cultura consome de 300 a 800 mm de água durante todo o ciclo, dependendo principalmente, das condições meteorológicas predominantes.

Segundo Jones (1992), os mecanismos de tole-rância à seca desenvolvidos pelas plantas se classi-ficam em escape do déficit hídrico e tolerância ao déficit hídrico. No primeiro, a planta produz fora do período crítico, conserva sua água com redução de crescimento, redução de perda d’água e redução de captação de radiação, ou aumento da captação de água com ampliação do sistema radicular. O meca-nismo de tolerância ao déficit hídrico é baseado na regulagem dos componentes celulares ou criação de solutos de proteção, incremento na eficiência do uso

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da água e no índice de colheita.

A resposta diferencial de cultivares de batata ao estresse hídrico indica que há variabilidade genética para a tolerância à seca no germoplasma de batata (Levy, 1983). Entretanto, diante da complexidade de fenotipagem para a resposta à seca, ainda são limi-tados os estudos abordando a tolerância ao estresse hídrico em batata (Rohr et al., 2011).

O objetivo com o presente trabalho foi ve-rificar o rendimento de tubérculos das cultivares de batata BRS Ana, BRS Clara e Agata, cultivadas sob estresse hídrico naturalmente induzido.

Metodologia

O experimento foi realizado na safra 2011/2012 na localidade de Anta Gorda, Canoi-nhas, SC. Foram avaliadas três cultivares de batata: BRS Ana, BRS Clara e Agata.

O delineamento experimental foi blocos ca-sualizados com oito repetições e parcelas com quatro linhas de 10 plantas cada. Os tubérculos foram plan-tados em espaçamento de 0,80 m entre linhas e 0,40

m dentro da linha, no dia 5 de outubro de 2011. Como fertilizantes foram utilizados 3,5 t ha-1 da fór-mula comercial 4-30-10 aplicados no sulco de plan-tio. Os tratos culturais e fitossanitários seguiram as recomendações da região (Pereira & Daniels, 2003).

Aos 112 dias após o plantio foi realizada a colheita e os tubérculos de cada parcela avaliados para os seguintes caracteres: número de tubérculos comerciais por parcela (diâmetro transversal acima de 45 mm), número de tubérculos não comerciais por parcela, número total de tubérculos por parcela, massa de tubérculos comerciais (kg parcela-1), massa de tubérculos não comerciais (kg parcela-1), massa total de tubérculos (kg parcela-1), massa média de tu-bérculos (g parcela-1), obtida pela divisão da massa total e o número total de tubérculos.

Os dados foram submetidos ao agrupamento de médias por Skott & Knott a 5% de probabilidade (Cruz, 2006).

Resultados

A distribuição dos períodos sem chuva (Tabela 1),

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que induziram estresses hídricos durante o ciclo de desenvolvimento das plantas, afetou diferentemente as cultivares. Para a cultivar BRS Ana, que é conside-rada tardia, com ciclo vegetativo próximo a 110 dias na região sul do Brasil (Pereira et al, 2008), verifica-se que até metade de seu ciclo vegetativo a quanti-dade de chuva registrada foi de 273 mm, e pode ser considerada adequada para a cultura (Encarnação,

1987; Pereira, 1991). Observa-se ainda que apesar da ocorrência de estiagem entre os 42 e 85 dias após o plantio, com precipitação pluviométrica de apenas 36 mm, a cultivar BRS Ana foi beneficiada por chu-vas no final do ciclo vegetativo, no volume de 217 mm, que ocorreu após o período de estiagem. Nesta fase há maior demanda por água devido ao cresci-mento dos tubérculos (Ekanayake, 1994).

Dias após o plantio Data Volume de chuva

(mm)Volume de chuva acumulado (mm)

3 8 de outubro de 2011 8 8

4 9 de outubro de 2011 21 29

5 10 de outubro de 2011 25 54

8 13 de outubro de 2011 80 134

20 25 de outubro de 2011 17 151

24 29 de outubro de 2011 51 202

39 13 de novembro de 2011 15 217

40 14 de novembro de 2011 29 246

41 15 de novembro de 2011 20 266

47 21 de novembro de 2011 7 273

56 30 de novembro de 2011 9 282

65 9 de dezembro de 2011 15 297

84 28 de dezembro de 2011 5 302

86 30 de dezembro de 2011 12 314

87 31 de dezembro de 2011 15 329

88 1 de janeiro de 2012 10 339

92 5 de janeiro de 2012 15 354

100 13 de janeiro de 2012 60 414

101 14 de janeiro de 2012 65 479

104 17 de janeiro de 2012 5 484

109 22 de janeiro de 2012 35 519

Tabela 1. Dados pluviométricos do período compreendido entre data de plantio, 05 de outubro de 2011, e a data de colheita do experimento, 25 de janeiro de 2012.

Para as cultivares BRS Clara e Agata, que possuem ciclo mais precoce que a cultivar BRS Ana, entre 90 a 100 dias na região sul do Brasil (Pereira, 2010), houve na primeira metade do ciclo uma precipita-ção pluviométrica na ordem de 266 mm, enquanto na segunda metade do ciclo foi de apenas 88 mm, e destes, cerca de 40 mm ocorreram apenas na última

semana de seu ciclo vegetativo quando as plantas já estavam senescendo.

O número e a massa de tubérculos não comer-ciais foram maiores do que a produção de tubérculos comerciais, confirmando que as condições ambien-tais não favoreceram, em geral, o desenvolvimento adequado das plantas de batata (Tabela 2).

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Comparando-se as médias de número de tu-bérculos comerciais, massa de tubérculos comer-ciais, massa média de tubérculos, número de tu-bérculos não comerciais, massa de tubérculos não comerciais, número total de tubérculos e massa total de tubérculos (Tabela 2), pode-se verificar que a cultivar de batata BRS Ana apresentou o maior número e a maior massa de tubérculos co-merciais, além de ter produzido tubérculos com maior massa média. No entanto, como verifica-do anteriormente, apesar de também ter passa-do pelo período de déficit hídrico, BRS Ana foi favorecida pela precipitação pluviométrica no final de seu ciclo vegetativo. Esta cultivar é sa-bidamente tolerante à seca devido a seu sistema radicular bastante desenvolvido (Pereira et al., 2008).

Em relação aos tubérculos não comerciais, menores do que 45 mm de diâmetro, verifica-se que a cultivar BRS Ana apresentou os menores valores, confirmando que os tubérculos desta cultivar cresceram mais do que os tubérculos das outras cultivares. Considerando a massa de todos os tubérculos produzidos, verifica-se que ‘BRS Ana’ apresentou maior rendimento, apesar de ter apresentado número total de tubérculos menor do que as outras duas cultivares.

Agata apresentou o maior número total de

tubérculos, indicando alto potencial produtivo para esta cultivar caso os tubérculos produzi-dos tivessem apresentado um desenvolvimento maior.

‘BRS Clara’ e ‘Agata’ que foram mais afetadas pela estiagem, produziram o mesmo número e massa de tubérculos comerciais, massa de tubér-culos não comerciais e massa total de tubérculos. Porém, ‘BRS Clara’ produziu tubérculos com maior massa média, sugerindo a possibilidade de esta ser mais tolerante à seca.

Conclusões

A cultivar de batata BRS Ana apresentou maior rendimento de tubérculos do que BRS Clara e Agata, porém foi favorecida pelas chuvas.

‘BRS Clara’ e ‘Agata’, que foram mais afetadas pela estiagem, produziram o mesmo número e massa de tubérculos comerciais, po-rém ‘BRS Clara’ produziu tubérculos com maior massa média, sugerindo a possibilidade de esta ser mais tolerante à seca.

Referências: consulte os autores.

A versão completa do trabalho pode ser consulta-da em: Horticultura Brasileira v. 31, n. 2,  abr./jun. 2013.

Tabela 2. Médias dos caracteres de rendimento de tubérculo para as cultivares de batata Agata, BRS Ana e BRS Clara.

Cultivar NTC1 MTC MMT NTNC MTNC NTT MTTBRS Ana 120,75 a2 28,36 a 135,12 a 214,22 c 16,91 b 334,97 c 45,27 aÁgata 13,03 b 2,52 b 47,84 c 544,50 a 24,29 a 557,53 a 26,81 bBRS Clara 19,01 b 4,46 b 66,05 b 409,24 b 23,84 a 428,25 b 28,30 b

1NTC: número de tubérculos comerciais; MTC: massa de tubérculos comerciais; MMT: massa média de tubérculos; NTNC: número de tubérculos não comerciais; MTNC: massa de tubérculos não comerciais; NTT: número total de tubérculos; MTT: massa total de tubérculos. 2Médias seguidas de letras diferentes na coluna diferem pelo teste Skott & Knott a 5% de probabilidade.

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Eu acreditei no Sandro Bley, no Tsuyoshi e vi vá-rias situações que me faziam acreditar que o vírus transmitido pela mosca branca não era transmitido pela semente. Por outro lado, o Isamu Hamahiga afirmava convicto que o vírus descia 100%. Median-te as opinões opostas, apostamos 1 caixa de cerveja quando estávamos jantando em Mucugê – BA.

O Israel Nardim fotografou alguns campos que foram destruídos pelos danos diretos causados pela mosca branca. Segundo ele, a produtividade de 12 ha resultou em 60 toneladas, ou seja, média de 5 to-neladas /ha.

O Airton enviou fotos em que havia mais de 200 moscas brancas em um único folíolo da batata (área menor de 12 cm2) e por incrível que pareça, nada de danos diretos, sintomas de viroses e muito menos queda de produtividade.

Alguns produtores do Triângulo Mineiro disse-ram ter realizado mais de 20 aplicações de inseticidas para controlar mosca branca... mas não adiantava, pois em menos de um dia a situação voltava a ser crítica.

Alguns técnicos relataram que viram “imensas nuvens brancas” pairando sobre áreas de diversas culturas.

Nos estados do Sul, alguns técnicos e produtores informavam que a infestação de mosca branca está aumentando, mas por enquanto não estão preocu-pados.

O Wellington Hamaguchi e o Hercilio Pereira disseram que a quantidade de mosca branca na Cha-pada diminuiu e que não têm observado plantas com vírus.

O Caram estava desconfiado que a mosca branca estava transmitindo enrolamento, mas nunca con-

seguia encontrar o vírus em plantas com sintomas, até que um dia o Jorge Resende conseguiu isolar o crinivirus.

A mosca branca vem causando sérios prejuízos principalmente às culturas de feijão, tomate, melão. No caso de batata, às vezes sim, às vezes não. Em algumas regiões, produtores já estão realizando até 02 aplicações de inseticidas para controlar a mosca branca na soja.

Diante deste cenário repleto de dúvidas, situa-ções críticas e ameaças crescentes, a ABBA em con-junto com o IAC – APTA representado pelo Dr. Andre Lourenção, da ESALQ – USP, representado pelo professor titular Joao Roberto Spoti Lopes e do ICIAG – UFU, representado pelo professor Jose Magno Queiroz Luz realizaram o SEMINÁRIO MOSCA BRANCA.

O evento realizado no Centro de Convenções do Plaza Shopping nos dias 05 e 06 de novembro de 2013 teve a participação de 200 pessoas e a apresen-tação de palestras.

As palestras e as perguntas de excelente nível pro-porcionaram muitas informações consistentes, sana-ram dúvidas, porém também criaram dúvidas - será que a mosca branca também ataca milho? Será que os tubérculos infectados com vírus dependem do tempo de armazenamento para manifestar na ciclo seguinte? Quais espécies ou biotipos de mosca bran-ca estão presentes e causando problemas no Brasil? Como controlar a mosca branca?

Aproveitamos a oportunidade para agradecer to-dos os palestrantes, os alunos da UFU e a todos que mais uma vez participaram de mais uma atividade da ABBA.

Natalino Shimoyama, Gerente Geral ABBA

Seminário Mosca Branca

Homenagem ABBA

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Equipe Organizadora e de Apoio

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A Syngenta é uma das empresas que sempre apoiou a ABBA desde sua criação em 1997, através da participação em reuniões, viagens técnicas, eventos, pesquisas e recursos econômicos necessários à sustentabilidade da associação.

Como exemplo de sucesso da parceria, destacamos a Jornada Produtiva de FLV – um evento grandioso, repleto de tecnologias e demonstrações de insumos modernos (variedades, agroquímicos etc) em que a Syngenta proporciona espaços e infraestrutura a empresas e instituições modelos, aproveitando a oportunidade para demonstrar sua importância, realizações e produtos a milhares de produtores e técnicos vindos de todas as regiões produtoras do Brasil. A ABBA tem sido privilegiada e participou de todas as edições.

Em 2013 a ABBA e a Syngenta realizaram Treinamentos Técnicos sobre a Cultura da Batata visando a reciclagem, atualização e capacitação de profissionais que atuam na produção de batata nas principais regiões produtoras do Brasil.

Com o apoio da equipe local da Syngenta e a participação de alguns dos melhores especialistas

em batata do Brasil, realizamos 09 treinamentos. As informações gerais, os resultados das avaliações e os comentários estão nos quadros a seguir:

Quadro I – Locais e Número de Participantes (produtores e técnicos)

Nº Local Participantes

01 Pouso Alegre – MG 22

02 V G Sul – SP 32

03 Mucugê – BA 25

04 Campo Largo – PR 29

05 Guarapuava – PR 24

06 Bom Jesus - RS 46

07 Cristalina – GO 19

08 Itapetininga – SP 20

09 Araxá - MG 37

Total   254

Parceria ABBA & SYNGENTA

Quadro II – Resultados das Avaliações (% de acerto) considerando a Prova Escrita (120 perguntas), Prova de Imagens (100 fotos) e Prova Prática (tubérculos com sintomas - número variável devido à disponibilidade)

Nº LOCAL ESCRITA IMAGENS PRÁTICA MÉDIA

01 Pouso Alegre – MG 48,8% 60% 56,3% 55,0 %

02 V G Sul – SP 53,3% 62% 37,9% 51,1 %

03 Mucugê – BA 53,4% 63,3% 49,3% 55,3 %

04 Campo Largo – PR 46,4% 56,1% 38,3% 46,9 %

05 Guarapuava – PR 48,7% 61,5% 53,1% 54,4 %

06 Bom Jesus - RS 42,1% 55,9% 44,2% 47,4 %

07 Cristalina – GO 57,1% 62,5% 62,3% 60,6%

08 Itapetininga – SP 51,3% 59,7% 40,8% 50,6 %

09 Araxá - MG 48,6% 63,6% 50,3% 54,2 %

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Quadro III – Classificação / Local – Nome e % de acerto

Nº Local 1º Lugar 2º Lugar 3º Lugar

01 Pouso Alegre – MG Donizette Melo (0,715) Vlademir Lopes do Amaral (0,635)

Rubens Vilela dos S.Junior (0,631)

02 V G Sul – SP Bruno Tomazela (0,735) José Henrique Dotta (0,712)

André Luis Baldin (0,704)

03 Mucugê – BA Wellington Hiratuka (0,787)

José Irineu de Avila (0,724)

Marie Luiza Jamort (0,690)

04 Campo Largo – PR Clécio Soczer (0,746) Gilson Zabudovisk (0,653) Elias Karas (0,617)

05 Guarapuava – PR Oscar N. Suzuki * (0,718) F. Zandonai* (0,694) Edson Hiroshi Ishida

(0,694) 06 Bom Jesus - RS Jeferson Suzin (0,667) Eliseu H. Kaffes (0,667) Silvio Luciano (0,639)

07 Cristalina – GO Serzyo Nishioka (0,770) RicardoFukazowa (0,766) Luciano Brito (0,697)

08 Itapetininga – SP Luiz Antonio Moreira (0,695)

Eisler Danilo Rosa (0,683)

Sebastian Hoshino (0,627)

09 Araxá - MG João B. Vivarelli (0,742) Cláudio Roberto F. Fernandes (0,706) Christian Souza (0,690)

Quadro IV - Classificação Nacional - 10 primeiros colocados

Ranking Nome Total - Questões Total - Acertos % Acertos

1º Wellington Hiratuka 239 188   78,7  

2º Serzyo Nishioka   244 188   77,0  

3º Ricardo Fukazowa   244 187   76,6  

4º Clécio Soczer   248 185   74,6  

5º João B. Vivarelli   248 184   74,2  

6º Bruno Tomazela   260 191   73,5  

7º José Irineu de Avila   239 173   72,4  

8º Oscar N. Suzuki   252 181   71,8  

9º Donizette Melo   260 186   71,5  

10º José Henrique Dotta   260 185   71,2  

Além das avaliações individuais, os participantes manifestaram suas opiniões sobre o treinamento.

PONTOS POSITIVOS- a dinâmica e a didática do treinamento considerando as avaliações individuais com destaque para a prova prática, as palestras, as discussões e comentários dos monitores durante as projeções de imagens e perguntas dos participantes;

- a oportunidade dos participantes reciclarem e atualizarem seus conhecimentos, mas principalmente a capacitação dos profissionais que não tiveram disciplinas ou experiências anteriores com a cultura da batata;- o excelente nível de conhecimento dos monitores Dr. Hilario Miranda do Instituto Agronômico de Campinas e Dr. Carlos Alberto Lopes da Embrapa Hortaliças - Brasília – DF;

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- a oportunidade de avaliar o próprio conhecimento;- a organização do evento na maioria dos locais pelos técnicos da Syngenta.

PONTOS NEGATIVOS- pouco tempo para assistir e fazer as provas;- organização e falta infraestrutura em alguns locais;- falta de pontualidade e cansaço;- materiais com imagens ruins e questões com mais de uma resposta correta.

SUGESTÕES DE MELHORIAS

- realização periódica dos treinamentos, porém com mais tempo - mínimo 2 dias;- incluir visita a campo ou aumentar as questões práticas;- trazer mais especialistas e aprofundar em alguns assuntos importantes;- melhorar os materiais utilizados e a locais que tenham mesa e cadeira para todos;- incluir outros focos - mecanização, irrigação, mercado etc.

Quadro V - Resultado da Avaliação (Nota de 0 a 10) para o treinamento.

Local Nota média

Pouso Alegre – MG 8,80

V G Sul – SP 8,73

Mucugê – BA 9,28

Campo Largo – PR 8,84

Guarapuava – PR 8,25

Bom Jesus - RS 8,96

Cristalina – GO 8,76

Itapetininga – SP 8,85

Araxá – MG 8,44

Em nome da ABBA, agradecemos à Syngenta pela oportunidade e confiança e temos certeza que esta parceria profissional tem como objetivo maior a sustentabilidade e modernização da Cadeia Brasileira da Batata.

ITAPETININGA/SP

BOM JESUS/RS

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CAMPO LARGO/PR

ARAXÁ/MG

GUARAPUAVA/PR

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POUSO ALEGRE/MG

CRISTALINA/GO

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Dr. Hilario Miranda - IAC - Campinas/SP e Reinaldo - Syngenta - SP Dr. Carlos Lopes - CNPH - EMBRAPA

MUCUGÊ/BA

VARGEM GRANDE DO SUL/SP

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Reunião bilateral Brasil e Holanda

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Edson Asano - Diretor Batata Semente ABBA

No início de setembro, ocorreu na Holanda uma reunião bilateral entre o Brasil e a Holanda, cujo ob-jetivo principal foi harmonizar as normas de produ-ção da batata-semente da Holanda aos padrões exigi-dos na Instrução Normativa Nº 32, de 20/11/2012 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento do Brasil.

Nesta missão, a delegação brasileira foi composta por:- Dr. André Peralta – Coordenador da Comissão de Sementes e Mudas do Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas (DFIA) do Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento.- Dr. Elcio Hirano – Gerente do Escritório e Labo-ratório de Fitossanidade da Embrapa de Canoinhas.- Edson M. Asano – Diretor da Batata Semente da ABBA.

A delegação holandesa foi composta por: - Mr. Meeuwes Brouwer – Chief Phytosanitary Offi-cer do Ministério da Economia da Holanda.- Mr. Anton van der Sommen – Senior Officer Plant Health of National Plant Protection Organization (NPPO) do Ministério da Economia da Holanda.- Mr. Hans Peeten – Agronomist of Netherlands Po-tato Consultative Foundation (NIVAP).- Mr. Henk van der Haar – Senior Specialist of Seed Policy and Inspection Systems (NAK).

A programação básica foi: - 02/09: Visita ao escritório e estação experimental da HZPC em Emmeloord - 03/09: Emmeloord – Escritório do NAKA – Apresentação e introdução da produção de bata-ta-semente da Holanda.B – Apresentação do NAK.C – Apresentação do sistema de certificação e expor-tação da batata-semente da Holanda.D – Comparação dos padrões de certificação da IN 32 com os padrões da Holanda.

- 04/09: WageningenA – Visita ao laboratório e estufa da NPPOB – Comparação dos padrões de certificação da IN 32 com os padrões da Holanda.- 05/09: EmmeloordA – Visita ao escritório e estação experimental da Agrico. B – Reunião de conclusão da reunião bilateral.C – Assinatura do acordo fitossanitário bilateral en-tre o Ministério da Agricultura do Brasil e Ministério da Economia da Holanda.

Em termos práticos, esta reunião foi sugerida à embaixada da Holanda no Brasil em abril e, após vá-rias negociações entre o Brasil e Holanda, foi defini-da para o mês de setembro.

Em suma, o resultado final da reunião foi estabe-lecer a equivalência de categorias entre a batata-se-mente produzida na Holanda com a batata-semente produzida no Brasil e também dispensar o documen-to de equivalência para a batata-semente da Holan-da, previsto na IN 32/2012 quando da chegada do produto no Brasil nas próximas importações que se aproximam.

Devido à importância do evento e visando escla-recer alguns pontos específicos, foram formuladas algumas perguntas aos participantes.

- Dr. André Peralta:

1 - Qual foi a importância da reunião bilateral Brasil - Holanda?

A reunião ganhou importância porque foi a primei-ra vez que os técnicos dos dois países puderam en-trar para discutir o tema “equivalência de categoria”. Além do caráter Oficial da Missão, a reunião possi-bilitou a aproximação dos setores de pesquisa, fisca-lização e produção.

2 - Quais os benefícios práticos para as futuras im-portações?

Na prática a semente importada da Holanda será dispensada do laudo de equivalência, previsto na IN

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32/2012. Acreditamos que isso agilizará a internali-zação do material holandês.

3  -  As  suas  expectativas  foram  atendidas? Totalmente. O relacionamento entre as partes já era bom, ficou ainda melhor agora que conhecemos pes-soalmente com quem estamos tratando. O sistema de certificação deles é bastante seguro. Adotam pro-cedimentos modernos, tem qualidade e variedade. Fiquei bastante satisfeito com o que vi.

4 - Iniciativas como esta deverão ser incentivadas com outros países exportadores de batata-semente para o Brasil?

Já estamos tratando do assunto com os colegas do Canadá. Conversei com o Adido da França sobre o assunto, mas a ideia é estabelecer a equivalência para todas as origens.

5 - Quais as medidas que serão tomadas pelo Minis-tério da Agricultura do Brasil?

Nesse caso específico, vamos publicar uma Instrução Normativa reconhecendo a equivalência de catego-ria e dispensando do laudo de equivalência a batata-semente holandesa. As negociações com os demais

países seguem normalmente.

- Dr. Elcio Hirano

1 - Qual foi a importância da reunião bilateral Brasil - Holanda?

Além de confrontar e estabelecer equivalência entre as diversas categorias das batatas-semente produzi-das nos dois países, foi o de esclarecer os assunto de interpretação de sintoma positivo de sarna prateada.

2  -  Em  termos  práticos,  considerando  a  IN 32  com  as  Normas  de Produção  de  Batata  Semente  da  Holanda,  quais  as  principais diferenças  e  semelhanças?

São os níveis de tolerâncias de infecção das pragas qualitativas que na Holanda devido a maior tecnolo-gia de produção e do ambiente agro-climático pode ser mais restrito que o brasileiro, assim uma geração S, SE, E pode ser enquadrada na categoria básica G1 no Brasil.

3  -  Qual  foi  a  principal  dificuldade  que  a  Ho-landa  estava encontrando  para  atender  os  padrões  da   IN 32?

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Foi saber o que é e como interpretar o Índice de Se-veridade de doenças e também o da leitura do sin-toma positivo ou negativo da  sarna prateada nos tubérculos.

Emmelord – Prédio do NAK. Da direita para esquerda: Edson Asano, Dr. André Peralta, Mr. Meeuwes Brouwer, Dr. Elcio Hirano, Mr. Hans Peeten

Emmeloord – Momento da assinatura do acordo bilateral entre o Dr. André Peralta e Mr. Meeuwes Brouwer.

Da direita para esquerda: Edson Asano, Dr. André Peralta, Mr. Meeuwes Brouwer, Dr. Elcio Hirano, Mr. Anton van der Sommen

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POTATO EUROPE 2013, Emmeloord, Holanda

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Engº Agrônomo Paulo Roberto Popp, Consultor Agrícola, Paulo Popp Consultoria Agrícola Ltda., Curitiba, PR, e-mail: [email protected]

A cada ano a feira POTATO EUROPE é realizada em quatro países diferentes na seguinte ordem: Holanda, Alemanha, Bélgica e França. A feira se iniciou há alguns anos na cidade de Emmeloord, um importante local de desenvolvimento e produção de batatas no centro da Holanda. Desta forma, apesar do grande sucesso do evento nos demais países, Emmeloord ainda permanece como a feira de maior escala e participação. É, sem dúvidas, o maior evento mundial da batata onde se reúne toda a indústria da batata, desde a genética e melhoramento até a mais desenvolvida tecnologia da porteira para dentro e até em alguns setores de fora, como beneficiamento e processamento.

A feira deste ano foi realizada em 11 e 12 de Setembro, muito organizada como de costume, teve demonstrações de campos de fertilizantes, variedades,

tecnologias e diversas máquinas, principalmente as colhedeiras; além de uma grande área interna com stands de centenas de empresas vindas de várias partes do mundo. A época é justamente coincidente com o período de colheita na Europa. A maioria dos expositores é de empresas holandesas, mas há também de outras partes da Europa como França, Alemanha, Itália, Reino Unido e ainda da Rússia, Estados Unidos e China entre tantos outros. A cada ano o evento vem adquirindo um caráter mais mundial, pois os visitantes vêm de todas as partes do planeta onde se cultivam batatas. É um grande local para contatos de negócios de todos os níveis, seja de produção, de tecnologia, de comércio e processamento. Percebe-se que a maior e mais moderna tecnologia está sendo desenvolvida por estes países tradicionais produtores de batata europeus e que levam grande contribuição ao desenvolvimento da bataticultura em todo o mundo. Impossível dissociarmos a evolução que a bataticultura brasileira vem demonstrando nos últimos anos sem a dependência de tecnologia

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importada. Desde a genética, sementes, máquinas, sistemas de monitoramento, agricultura de precisão, e mais recentemente no beneficiamento e armazenamento, o produtor brasileiro depende de tudo isto. Desta forma, Potato Europe vem de encontro a estas necessidades.

Tive condições de frequentar o evento em algumas edições junto com um grupo de produtores brasileiros e sempre encontro com outros por lá. São unânimes em concordar que a feira é um evento importante para seu negócio. Além disto, todos sempre aproveitam para realizar visitas a empresas e produtores da região nesta época e atualizar seus contatos comerciais.

Neste ano de 2014 (acredito que seja 2013, correto?) nos chamou a atenção o aumento de empresas oferecendo novas variedades de batata. Há alguns anos, houve a redução e concentração de empresas melhoristas, e agora parece haver o surgimento de muitas novas. Esta é sem dúvidas uma reação aos novos desafios da batata no mundo: se adaptar às diferenças do clima, à expansão da batata em países tropicais e ao menor uso de água e insumos. No mercado europeu, a presença de batatas de polpa de cor roxa, colorida e diferenciadas está ganhando maior mercado e várias empresas já apresentam variedades assim.

Outra tecnologia que está ganhando maior interesse na Europa e que aqui no Brasil está apenas começando é referente ao armazenamento de batatas. A técnica de utilizar produtos alternativos e naturais como antibrotante da batata armazenada está ganhando maior espaço na Europa, principalmente nas empresas que comercializam batata “in natura”.O uso do etileno a partir do etanol e o óleo de cravo ou de menta foram apresentados por algumas empresas e já estão em uso comercial em alguns locais. Neste caso, é uma demonstração da importância da segurança alimentar, uma preocupação constante na agricultura desenvolvida.

No setor de máquinas, a colheita mecanizada é também um assunto que vem ganhando muita importância no Brasil. Potato Europe é uma oportunidade única de ver tudo que há de mais moderno nesta tecnologia reunido em um só local. Mesmo que as condições locais não sejam idênticas

às nossas, vale a pena ver estas máquinas sendo demonstradas. Há alguns anos, na mesma feira, um grupo de produtores brasileiros foi para ver com mais detalhes a colheita mecânica. Hoje, alguns destes mesmos produtores já são os mais avançados em colheita mecânica no Brasil. Além disto, são também expostas as máquinas para preparo de solo e plantio visando obter uma colheita mecânica de melhor qualidade. A grande realidade é que as empresas europeias investem muita tecnologia, ciência e capital no desenvolvimento destas máquinas e chegam a resultados bem mais eficientes.

Outro sistema que aqui no Brasil começa a ser discutido entre os batateiros é a classificação, lavagem e embalamento da batata. Nossos custos de mão-de-obra, o uso de água e eficiência do processo é um novo desafio no Brasil. No evento, estão presentes várias empresas com sistemas de classificação por sensores óticos que também está sendo aplicado em larga escala por empresas locais. O resultado final é muito satisfatório tanto na eficiência da operação como na qualidade do produto e também aplicado a outras culturas como cenoura e cebola.

Ao comparar com edições anteriores, percebo que daquela feira local, o evento e todos os produtos, técnicas e serviços demonstrados passaram para esta escala decorrente do rumo que o mundo tomou nos últimos anos. Entre estes fatores estão a abertura do leste europeu, a abertura e desenvolvimento da China, Índia e Brasil, e a expansão da bataticultura nos países tropicais, entre outros. Isto contribuiu para desenvolver ainda mais a indústria europeia que também tem seus desafios como segurança alimentar, restrições à irrigação, competitividade, exigências de processadores e consumidores, e inovação de mercado. Por outro lado, criou novas oportunidades para as empresas que se apresentam no evento. Hoje, as técnicas como a robotização, agricultura de precisão, sistemas de controle de irrigação e fertilidade estão cada vez mais presentes na bataticultura. Pela dimensão da feira, pelas centenas de expositores e milhares de visitantes, estes dois dias em Emmeloord são a prova desta tendência.

Ao final do dia, sentamos em volta da mesa para tomar algumas cervejas e discutirmos sobre o que vimos. É uma conversa cheia de paixão pela batata e

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para alguns pode haver certa frustação por achar que de tudo isto, pouco se aplica na nossa realidade, além da necessidade de capital e condições econômicas para acessar a tudo isto. Não devemos encarar somente desta forma, mesmo porque a batata brasileira se desenvolveu muito nos últimos anos sob o aspecto de tecnologia e responde bem ao investimento. De qualquer modo, o evento Potato Europe é um passo inicial, onde tudo de bom que existe para o cultivo a batata está demonstrado ali. Por isso recomendo ao produtor brasileiro que se programe para visitar o evento. Hoje temos muitos produtores de nova geração que aproveitariam muito esta oportunidade, e aqueles mais velhos que foram uma vez e acham que já viram tudo; é melhor retornar porque a cada edição tem sempre muita novidade. Além da oportunidade de encontrar contatos e batateiros de todas as partes do mundo para trocar experiências.

O evento mantém um site ativo que vale a visita, com muitos vídeos e fotos sobre o evento em edições anteriores e todas as informações referentes: www.potatoeurope.com.

Fotos do autor são autorizadas para publicação.

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A Batata no Brasil em 1913

(Relatório de B. Lorena, publicado no Boletim de Agricultura 14, São Paulo, número 9, setembro de 1913)

Snr. Dr. Director de Agricultura,

Communico-vos que regressei de minha viagem ao interior, onde estive com o fim de verificar a im-portância da cultura da batata afim de poder indicar os meios mais seguros de a propagar e melhorar em nosso Estado.

Esta cultura está já bastante desenvolvida e em alguns municipios é feita racionalmente, principal-mente no tocante ao preparo do solo.

Quanto ás desinfecções das sementes, tratamen-tos preventivos ou curativos e cuidados para a con-servação do producto nada se tem feito.

O autor comenta que o cultivo da batata estava bem desenvolvido no estado de São Paulo e era conduzido de forma racional, porém alerta para a necessidade de tratamento da batata-semente.

Os lavradores não costumam desinfectaras se-mentes nem fazer pulverizações para evitar o appare-cimento da “ferrugem” ou “pesta das batatas” causa-da pelo phytophtora- infestans, Bary e que, quando a estação apresenta-se quente e humida causa prejuizos as vesestotaes.

O autor atesta que o controle químico não era prática comum à época, nem para o controle da requeima, a que ele se referia como “ferrugem” ou “pesta das batatas”. Porém, o nome do patógeno já era conhecido, embora com erro de grafia e com a doença associada a períodos quentes e úmidos, quando se sabe que temperaturas amenas é que são mais favoráveis.

Estas operações são indispensáveis, pois sem ellas não poderemos contar nem com a quantidade nem com a qualidade do producto.

Allegam alguns lavradores que estes trabalhos de desinfecção e tratamento preventivo augmentam o preço da cultura sem se lembrarem de que este pe-queno augmento será largamente recompensado na occasião da colheita, porque a sua producção será maior e seu producto de melhor qualidade.

O autor reitera a importância do controle quími-co, pouco usado à época, para garantir a produti-vidade e a qualidade do produto.

Quanto a conservação convem notar que quasi todos os lavradores não tomam precauções de espe-cie alguma, sendo as batatas collocadas em grandes montes, em qualquer rancho ou quarto sem obede-cer aos preceitos indispensaveis para que não se al-tere. Por este motivo, a maior parte dos lavradores perde grande quanntidade do producto colhido ou são forçados a vendel-o logo depois das colheitas pe-los preços que lhe offereçam os compradores, visto que taestuberculos não resistem por muito tempo.

O autor constatou a necessidade de melhorar as condições de pós colheita para evitar perdas.

Pelos appontamentos que tomei em minha via-gem e que constam do presente relatoriopodeis fa-zer uma ideia da importancia sempre crescente dessa cultura nos municipios percorridos.

Município de Indaiatuba

Ha neste municipio 186 pequenos lavradores de cereaes que têm como cultura principal a da batata.

Destes lavradores 102 estão localisados nos arre-dores da cidade de Indaiatuba, 57 na Estação de Itai-cy e 27 na “Colonia Helvetia”.

Para esses lavradores foram importadas da Alle-manha 8328 caixas de batatas das variedades Up-to-date, Early rose e Magnum Bonum.

As variedades Up-to-date e Earlyrose são já muito conhecidas no Estado mas a MagnumBonum não é ainda e este municipio importou este ano, pela pri-meira vez 117 caixas. Destes 186 lavradores 41 im-portaram da Republica da Argentina 572 caixas da variedade Earlyrose para plantação em Agosto. Estas sementes já estão na sua maior parte plantadas apre-sentando a cultura bom aspecto e prometendo boa colheita.

A totalidade destes cultivadores costumam im-

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portar as sementes para serem plantadas em Agosto approveitando a maior parte da colheita desta plan-tação para a semeação de Janeiro, em vista do rendi-mento ser pequeno na primeira plantação de semen-tes importadas e porque a plantação da secca (Feita em Agosto) além de alcançar melhores preços é de mais fácil conservação.

O autor relata a produção de batata em Indaiatu-ba, com interessantes comentários sobre o número de produtores, cultivares, procedência da batata-semente e épocas de plantio.

Entre as pragas que atacam a cultura da batata tem apparecido neste municipioaferrugem, as vacqui-nhas e uma variedade de mosquitos semelhantes aos conhecidos pelo nome de mosquito polvora.

A ferrugem causa grandes prejuizos quando a esta-ção corre muito chuvosa e quente, ellaapparece com maior intensidade na plantação das aguas e princi-palmente quando esta é feita tarde.

Os lavradores ou por ignorancia ou por desleixo nunca fizeram applicação de tratamento algum, quer preventivo quer curativo e não fazem as desinfecções das sementes antes da plantação.

Ao meu vêr seria uma bôa medida para se evitar ou pelo menos attenuar os effeitos da ferrugem, po-dendo-se empregar para este fim uma solução de 125 grammas de sublimado para 100 litros de agua,se-gundo aconselha o dr. G. d’Utra, deixando as batatas submerças nessa solução durante meia hora e plan-tando-as depois de seccas.

Como tratamento preventivo aconselha o mesmo dr. d’Utrapulverisaçõescom calda bordeleza.O autor comenta sobre a ocorrência da requeima, vaquinha e mosquito pólvora, como os maiores problemas fitossanitários da batata à época na região. Recomenda tratamento da batata-semente com sublimado corrosivo, produto mercurial mui-to usado à época, cujo uso foi proibido há mais de 20 anos. Recomenda ainda a pulverização da calda bordalesa para o controle da requeima, pro-duto ainda hoje utilizado na produção de batata orgânica.

As vacquinhas não causam grandes prejuizos por-que apparecem sempre em pequena quantidade. Nas pequenas culturas costumam os lavradores matal-as sacudindo as folhas, fazendo-as assim cahir sobre as latas com brazas que seguram debaixo das plantas.

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O autor relata técnica bastante rústica para o con-trole da vaquinha. Difícil imaginar um produtor adotando esta técnica na atualidade.

A praga que maior prejuizo tem causado é a dos mosquitos que começou a apparecer no municipio há 3annos. Estes mosquitos pousam em nuvens sobre as plantas que murcham e morrem dahi a 2 ou 3 dias. Os lavradores não experimentaram ainda remedio algum sobre esta nova praga.

Aconselhei-os que fizessem experiencias, em pe-quenos talhões, com uma solução de 500 grs. de sa-bão e 1/2 litro de kerozene em 100 litros de agua, fazendo pulverizações de manhã bem cedo.

O autor relata uma nova praga, chamada de “mosquitos”, que quando atacava a lavoura, pro-vocava murcha e morte das plantas. Desconheço a ocorrência de tal praga nos dias atuais. A reco-mendação de controle com sabão e querosene é in-teressante, a não ser pela fitotoxicidade que pode ter ocorrido.

A cultura da batata neste municipio tem aug-mentado constantemente como se ve da estatistica seguinte:

ANNO Produção em litros

1906 ........................ 821.840

1907 ........................ 834.900

1908 ........................ 1.224.600

1909 ........................ 1.993.700

1912 ........................ 2.712.100

Para a plantação de 1912 este municipio impor-tou apenas 5.200 caixas ou sejam mais ou menos 260.000 litros.

Municipio de Monte-Mor

Este municipioapezar de ter menor numero de plantadores e importar menor quantidade de semen-tes que o precedente tem maior producção.

Ha neste municipio 136 cultivadores que impor-taram um total de 4.189 caixas das variedades Up-to-date e Earlyrose procedentes da Allemanha e Repu-blica Argentina.

Da Republica Argentina vieram 1.030 caixas da variedade Early rose, para a plantação de agosto, sen-

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do as restantes para a de janeiro. Este municipio pro-duz maior quantidade que o de Indaiatuba, impor-tando menos quantidade de sementes, em vista de plantarem em janeiro maior quantidade de semen-tes produzidas no Estado pelas plantações feitas em agosto, com as sementes importadas da Allemanha. Os cultivadores deste municipio estão localizados: 24 na Estação de Elias Fausto e 112 nos arredores da cidade de Monte-Mor.

Este municipio produziu no anno passado mais ou menos 3.000.000 de litros de batatas que, como as de Indaiatuba foram vendidas em Campinas e São Paulo, oscillando o seu preço entre 8 e 12$000 por sacco de 100 litros.

As pragas que atacam as lavouras deste municipio são as mesmas da do municpio de Indaiatuba e tam-bem não se procurou ainda os meios de combatel-as. Neste municipio os mosquitos appareceram apenas ha dois annos.

Municipio de Piracicaba

A lavoura de batatas neste municipio está ainda muito em começo.

E’ ella feita apenas por 11 cultivadores que a qua-tro annos fundaram, em terras que compraram ao Dr. Francisco Morato, nas proximidades do Morro do Enxofre a Colonia “Nova Suissa”. Estes cultivado-res importaram para a plantação de janeiro proximo 265 caixas das variedades Up-to-date e Earlyrose, sen-do, 105 da primeira e 55 da segunda.

A produção do anno passado foi mais ou menos de 900.000 litros.

Este municipio é sujeito as mesmas pragas que os precedentes sendo que os mosquitos ahiappareceram pela primeira vez o anno passado e em muito peque-na quantidade.

Municipio de Rio Claro

Apenas 8 cultivadores deste municipio importa-ram para a plantação da secca (agosto) 1.000 caixas de sementes da variedade Up-to-date procedente da Allemanha.

E’ desta plantação que os lavradores pretendem tirar sementes para a cultura de janeiro proximo (das aguas) que é a mais productiva.

Os 8 lavradores que importaram sementes estão

localisados no Nucleo Colonial “Jorge Tibiriçá”.

Ha alem desses lavradores, muitos outros não só no mesmo Nucleo como tambem nos arredores da cidade, mas que não importam sementes, utilizan-do-se das produzidas em Corumbatahy e adquiridas ao preço de 10 a 12$000 para cada sacco de dois alqueires.

A plantação de agosto, neste municipio, é feita quasi que exclusivamente para producção de semen-tes destinadas á plantação das aguas, feitas em janeiro e fevereiro, o que, aliás tenho observado nos outros municipios percorridos, principalmente nas proprie-dades dos pequenos lavradores e colonos que não podem dispôr de quantias mais ou menos elevadas, para a importação de grande numero de caixas ou saccos desse producto.

Como nos outros municipios, tambem aqui ob-serva-se que as sementes importadas não permittem mais do que tres ou quatro colheitas, e que a segunda é sempre mais rendosa e de melhor qualidade.

A producção desse municipio no anno passado foi mais ou menos de 20.000 saccas, de dois alquei-res, das variedades Up-to-date e Early-rose, sendo a maior parte produzida nas estações de “Ferraz” e “Corumbatahy” (Nucleo colonial “Jorge Tibiriçá”).

A producção deste anno será muito menor, por-que a plantação de agosto ficou enormemente preju-dicada com a secca excessiva destes ultimos tempos. A de janeiro foi bôa e relativamente maior do que a do anno passado, pois elevou-se a 12.000 saccos mais ou menos.

Municipio de Limeiras

Neste municipio não pude colher dado algum, devido a estarem auzentem os dois unicos lavrado-res que importaram sementes. Estes lavradores são os snr. Pedro e TheophiloHeremann, proprietarios da fazenda “Guayquica” e exploram a cultura da batata, além da dos cereaes e da de café. Apezar de ter feito diversas Indagações na Camara Municipal e ter ob-tido informações de particulares não soube si ha no municipio outras pessoas que explorem essa cultura, quer com sementes importadas quer com productos-nacionaes.

Municipio de Campinas

Neste Municipio 70 lavradores importaram, para

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a plantação de agosto e janeiro, 2.987 caixas e saccas das variedades Early-rose e Up-to-date, procedentes da Republica da Argentina e Allemanha.

Destes 70 lavradores, 8 estão localisados no bair-ro Capivary e importaram 300 saccos da variedade “Early-rose” da Republica da Argentina para a plan-tação da secca com o fim de obterem sementes para a plantação das aguas. Os restantes 62 lavradores estão localisados na colonia “Friburgo” e para os mesmos vieram destinadas 4.611 caixas das mesmas varie-dades acima referidas, procedentes da Allemanha e 1.076 saccos da varieedadeEarly-rose, procedentes da Argentina para a plantação das aguas.

Além destes cultivadores, tem o municipio mui-tos outros cultivadores, espalhados nos arredores da cidade e nos bairros de Ribeirão Bôa Vista, que não costumam importar sementes, preferindo com-pral-as dos lavradores que fazem plantações com se-mentes importadas, pagando o preço medio de 10 a 12$000 para cada sacco de dois alqueires, havendo, porém, annos em que este preço se eleva a 18$000 devido, ás vezes, a escassez de bôas sementes ou á grande procura.

Como se vê destes appontamentos, as variedades preferidas neste municipio são tambem as Early-rose e Up-to-date, sendo notavel que se dá preferencia á primeira quando importada da Argentina e destina-da á plantação de Agosto, ao passo que a Up-to-date é importada unicamente da Allemanha e, na maioria dos casos, para a plantação de janeiro.

Esta ultima variedade é preferida para a planta-ção de janeiro porque, sendo muito mais resistente á podridão do que a primeira o seu producto, colhido em abril, conserva-se perfeitamente durante os qua-tro mezes que decorrem dessa colheita á plantação de agosto, sem que apodreça e germine, havendo mes-mo occasiões em que, approximando-se a época da plantação torna-se necessario que os lavradores esti-mulem a germinação servindo-se para isso de palha de terra humida.

Por este motivo, é esta variedade conhecida em alguns logares sob a denominação de “batata de bro-to duro”.

O mesmo não se dá com a variedade Early-rose que, por ser menos resistente, e germinar com mais facilidade só pode ser conservada durante poucos

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mezes, sendo por isso usada na plantação de agosto com o fim de produzir sementes para a plantação de janeiro, cujo producto é vendido na sua totalidade por não resistir até a época da plantação seguinte.

A producção deste municipio no annoproximo passado foi mais ou menos de 35.000 saccas de dois alqueires.

A plantação de janeiro deste anno foi muitobôa, pois, segundo observações colhidas dos proprios la-vradores ella pode ser calculada em 20.000 saccas, porém, a a de agosto, cuja colheita deve começar por todo este mez, será muito reduzida em vista da secca persistente que ultimamente tanto prejudicou nossas culturas.

Como deprehende-se dos dados acima citados a cultura da batata acha-se já bastante desenvolvida em nosso Estado, sendo a sua producçãoconsideravel, pois nos 5municipios onde pude colher informações mais ou menos seguras, eleva-se ella á 242.240 al-queires.

Si considerar-nos além desses cinco municipios que importaram sementes para suas culturas, ou-tros que não a importaram, como os de Mogy das Cruzes, Jundiahy, Salto de Itú, Itú, Itararé, Atibaia e os antigos nucleos coloniais de Sabaúna e Quiririm, onde esta cultura e bastante extensa, principalmen-te em Atibaia, poderemos elevais esta quantidade ao dobro sem receio de exagerar.

A meuvêr o Governo deve continuar a favorecer a importação das sementes com isenção de direitos aduaneiros e transporte nas estradas de ferro, porque as sementes importadas degeneram muito facilmen-te, seja devido ao exgotamento do sólo, seja por cau-sa da acceleração do cyclo vegetativo, sento portanto indispensavel o seu renovamento pelo menos de dois em dois annos, se quizermos manter essa cultura com vantagem em nosso Estado.

Esta importação de novas sementes é impossível por parte da maioria dos lavradores sem o auxilio do Governo, porque pagando ellas todos os direitos e fretes ficam, postas nas fazendas, mais ou menos de 9$000 á 9$500 por caixa, ao passo que o seu custo não vae além de 4$5000 a 4$600 quando gosam de isenção dos direitos aduaneiros e fretes livres nas es-tradas de ferro.

Alguns lavradores dos municipios de Indaiatu-ba, Monte Mór e Campinas affirmam que mesmo

que o Governo suspenda os favores que actualmente concede para a importação das semente, elles con-tinuarão a importal-as, embora a primeira colheita não produza nem para pagar as despezas, porque sem a importação das sementes, ao menos para uma das plantações do anno, teriam que abandonar essa cul-tura.

Como disse acima a causa da necessidade do reno-vamento das sementes é a degenerescenciarapida dos productos de sementes importadas, degenerescencia que accemptua-se geralmente na terceira colheita.

Esta degenerescencia é attribuida a duas cau-sas principaes: exgotamento do sólo e acceleração do cyclo vegetativo, pois este na Republica Argen-tina e Allemanha, de onde mais commumente são importadas as sementes para os nossos lavradores, varia de 120 a 150 dias, para as duas variedadse mais preferidas, Early rose e Up-to-date, ao passo que entre nós estas mesmas variedades exigem apenas 110 dias, sendo a duração mais commum e de 100 dias, con-tando da plantação á colheita.

O meio de que devemos lançar mão para dimi-nuir esta degenerescencia, já que para evital-a é im-possivel, consiste no tratamento racional das cultu-ras, tendo-se o cuidado de fazer uma escolha rigorosa nos tuberculos destinados a plantação, evitando o que actualmente faz a maioria dos cultivadores que destina para a plantação justamente os tuberculosre-geitados nos mercados seja pelo seu pequeno porte e peso, seja pelo mau aspecto causado pelas cracas que muitas vezes apresentam.

O lavrador que quizer conservar as suas semen-tes em boas condições por mais de 3 ou 4 colheitas, deverá cultivar a parte um certo numero de caixas de batatas importadas, exclusivamente para sementes dispensando a esta cultura todo o cuidado possivel e uma adubação racional na qual será empregado além de uma certa quantidade de estrume de curral, bem curtido certa dose mais ou menos elevada de potassa, acido phosphorico e cal, segundo a composição do sólo.

Para poder applicar os adubos com mais segu-rança e economia é necessario que o lavrador mande analysar suas terras e peça á Secretaria da Agricultura ou ao Instituto Agronomico de Campinas, que lhe indique, segundo a analyse, a formula mais adequada para uma adubação vantajosa.

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Em qualquer caso o estrume só deve ser applica-do depois de bem curtido, havendo toda a vantagem em distribuil-o muitosmezes antes da plantação, dei-xando para espalhar nas vesperas de semeação dos adubos chimicos.

Diversos lavradores applicam estrume de curral em pequena quantidade por não disporem de mais, mas este estrume não é aproveitado pela planta por-que é mal curtido e espalhado muito tardiamente.

A vantagem da applicação do estrume com muita antecedencia, se justifica por haver, assim, tempo de se decompor, podendo então a planta aproveital-o-quasi na sua totalidade.

O mesmo não se dá quando o estrume é espa-lhado nas vesperas da plantação ou quando está mal curtido, porque sendo a batata uma planta de breve cyclo vegetativo, não se utiliza para seu desenvolvi-mento do estrume que só se decompões mais ou me-nos lentamente.

Além disso, esse adubo mal decomposto apresen-ta o grande inconveniente apontado por muitos auc-tores e que consiste em favorecer, o desenvolvimento do Phytophtorainfestans De Bary, agente específico da “ferrugem das batatas.

E’ esta molestica a unica que por emquanto causa em certos annos graves prejuizos ás culturas, sendo por este motivo justamente temida pelos lavradores que se dedicam a exploração desta planta.

A “ferrugem” ou “podridão das batatas” é causada por um cogumello do generoPhytophtora, denomi-nado por De BaryPhytophtorainfestans; apparecequa-sisemprenosannos em que a estação corre quente e humida e principalmente quando ha mudanças bruscas de sol para chuvas e vice-versa.

Entre nós ellaapparece mais commumente nas plantações de janeiro, as vezes só no fim da vegeta-ção, causando neste caso apenas pequenos prejuizos ; mas quando apparece no primeiro ou principio do segundo mez de vegetação os prejuizos poderão ser totaes se não se tiver o cuidado de combatel-a em tempo.

As plantas atacadas apresentam na pagina su-perior das folhas, pequenas manchas amarellas ao principio, e escuras depois; em correspondencia com essas manchas apparecem na pagina inferior outras formando como aureolas brancas, formadas pela

fructificaçãoconidiophoras do cogumello.

Si a estação favorecer o desenvolvimento da mo-lestia estas manchas se multiplicam e augmentam com grande rapidez, invadindo as folhas ainda não atacadas, os pecíolos e até caules; então toda a planta se apresenta no fim de 2 ou tres dias, como se tivesse sido tostada pelo fogo.

Os conidioscahidos das partes aereas das plantas penetram no solo arrastados pelas aguas das chuvas, infeccionando assim tambem os tuberculos.

Os tuberculos atacados apresentam manchas de premidas e escuras que penetram mais ou menos profundamente na parte carnosa; os tuberculos assim atacados tem um mau aspecto que muito os deprecia e são facilmente invadidos pela podridão, tornando se dificilima senão impossivel a sua conservação.

Quando os tuberculos são atacados mais ou menos cedo o appodrecimento começa a verificar-se no producto mesmo antes da colheita neste caso a cultura começa a exalar um cheiro caracteristico que annuncia a sua decomposição.

Para esta moléstia não ha um tratamento especifi-co curativo, mas apenas preventivo.

Tem sido empregado para este fim a calda bor-daleza preparada do seguinte modo: em 50 litros de agua, junta-se 2 ½ kilos de melaço e 2 ½ kilos de cal recentemente exticta, mexe-se bem esta mistura e junta-se mais 50 litros de agua onde se tenha pre-viamente dissolvido 2 ½ kilos de sulfato de cobre. A calda assim prepara deve ser applicada logo, em seguida ao seu preparo, com um pulverisador; esta calda não pode ser guardada porque perde muito de sua actividade. A applicação de calda para produzir o maximo resultado deve ser feita antes do appareci-mento da praga, e como ella pode apparecer desde o primeiro mez de vegetação é conveniente fazer uma pulverização um mez depois da germinação e uma segunda passado um mez.

Si o tempo se mantiver secco não será necessario mais nenhuma pulverização; mas si a estação correr humida torna-se necessariofazer mais um tratamen-to uns 20 dias depois do ultimo, principalmente si i producto é destinado a servir de sementes para ou-tras plantações ou para ser guardado por um periodo de tempo mais ou menos longo.

Uma medida preventiva, tambem de grande al-

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cance consiste na desinfecção das sementes, medida esta que se torna indispensavel si se trata de sementes importadas ou procedentes de plantações que forem atacadas pela “ferrugem” ou outra qualquer molestia.

Para este fim aconselha o Dr. d’Utra usar uma das formulas seguintes:

1ª Sublimad .......................... 125 grs.

Agua ..................................... 100 lts.

submerge-se os tuberculos nesta solução durante hora e meia e planta-se depois de secco.

2ª Formalina ......................... 400 grs.

Agua .................................... 100 lts.

Usa-se do mesmo modo que a precedente sendo que nesta, a submersão dos tuberculos devem demo-rar algumas horas.

Além desta praga soube, por informações colhi-das de muitos lavradores, ter apparecido ultimamen-te uma variedade de mosquitos muito semelhante ao mosquito polvora, que pousando em nuvens sobre as plantas provocam a murchidão das folhas em pouco tempo, causando assim a morte da planta.

Em minhas visitas ás culturas de batatas não tive occasião de observar estes mosquitos por não tel-os encontrado apezar das pesquizas que para isso fiz.

Por este motivo não posso fazer uma descripção deste insecto nem affirmar que causam a murchidão das folhas sugando sua seiva ou excretando alguma materia que a provoque causando assim a morte da planta.

Em todo o caso penso que os lavradores poderão livrar-se desta praga fazendo pulverização com uma solução fraca de sabão e kerozene, solução esta que não deverá ter mais de ½ kilo de sabão e ½ litro de kerozene para 100 litros de agua e que será applicada pela manhã bem cedo.

Esta praga ha dois ou tresannos que vem prejudi-cando as lavouras de batatas dos municipios de In-daiatuba e Monte Mór; nos outros municipios tem apparecido mas com pequena intensidade, sendo que no municipio de Rio Claro não é ainda conhecida.

Como tive occasião de dizer juldo de toda van-tagem procurar o Governo os meios de fomentar

e melhorar esta cultura, não só por ser ja bastante conhecida em nosso Estado, como tambem por ser uma das culturas mais rendosas que, em nosso meio, pode ser feita por pequenos lavradores e colonos, não só dos nucleoscoloniaes como tambem das fazendas de café.

Creio que um dos meios que para esse fim dará os melhores resultados, e a Directoria de Agricultura mandar fazer demonstrações com machinas para o preparo do sólo, semeação, limpas, amontôas e co-lheitas, nos municipios em que esta cultura se acha mais desenvolvida, ministrando-se ao mesmo tempo aos lavradores os ensinamentos necessarios para o manejo dessas machinas e dando-se todas as infor-mações sobre seu preço, marca mais recommendada, etc.

Estas demonstrações podem ser feitas sem gran-de augmento de despezas porque cada inspector de agricultura já tem seu jogo de machinas para estas demonstrações.

Muitos cultivadores dos municipios percorridos, já usam machinas para o preparo do sólo, mas fazem este serviço muito imperfeitamente, não dando mais de uma lavra superficial e uma gradagem com o fim de destorroar o terreno.

O destorroamento como é feito deixa muito a de-sejar porque para essa operação os plantadores usam uma grade de dentes, apparelho improprio para esse serviço.

A muitos lavradores fiz vêr que seria muito mais vantajoso passarem nos terrenos lavrados, antes da grade, uma simples plancha de madeira bastante pe-sada a qual arrastada por dois ou tresanimaes, em sentindo transversal ao da lavra, viria não só facilitar o serviço da grade como tambemtornal-o mais bem acabado.

Grande parte dos cultivadores desejam fazer suas culturas á machina porque, no geral, não podendo pagar camaradas para os diversos cuidados culturaes, são obrigados a fazerem estes trabalhos unicamente com as pessoas da familia, o que os torna muito mo-rosos, podendo por isso não só prejudicar a cultura da batata como também outras que na mesma occa-sião necessitem de semelhantes serviços.

Estes lavradores não tentaram ainda a cultura

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mechanica porque desconhecendo a maior parte das machinas e seus beneficos resultados têm, por isso, receios de empatarem um capital em appare-lhos com que não saibam trabalhar ou dos quaes não conseguem os resultados desejados.

E’ por este motivo que julgo de grande vantagem as demonstrações nas proprias culturas fazendo-se ver aos cultivadores, por comparações, os resultados praticos obtidos com o emprego das machinas.

Quanto ao tratamento preventivo da “ferrugem” e de outras molestias, acho que se deve proceder da mesma maneira, isto é, o Governo fará este trata-mento em algumas culturas, por sua conta, fazendo ver, tambem por comparações os seus resultados.

Quanto á conservação, que como disse deixa muito a desejar, devemos, por todos os meios fazer vêr aos agricultores as vantagens que lhes advêm de uma conservação feita com as normas da technica.

Na quasitotalidade dos casos teremos que tratar sómente a conservação das batatas para semente, porque sendo a maioria dos cultivadores, pequenos proprietarios que não dispõe de outras rendas, ven-

dem o producto de suas plantações logo depois de feita as colheitas.

Por este motivo muitos lavradores são bastante prejudicados, pois nessa occasião não conseguem pelo seu producto mais de 8$ ou 10$ por saco de 10 alqueiros, ao passo que dois ou tresmezes depois poderiam vender com muita facilidade a 15$ e 16$ cada sacco de dois alqueires.

Para que os lavradores aproveitem melhor as se-mentes importadas é de toda vantagem que, como já disse, façam á parte uma pequena cultura destinadas exclusivamente á producção de sementes.

Opportunamentetratarei desse assumpto mais detalhadamente fazendo vêr as vantagens que se con-seguem deste systema referindo tambem o que diz respeito á conservação racional desse producto, por-que ambos os assumptos se nos affiguram de capital importancia.

B. Lorena.

Enviado por Carlos Aberto Lopes

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Batatas Recheadas

culin

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Modo de preparo- Lavar bem as batatas, não é necessário retirar a cas-ca;- Cozinhar as batatas em água fervente, por mais ou menos 15 minutos;- Partir as batatas ao meio,  com uma colher retirar parte do centro das batatas para que receba o recheio de requeijão; - Antes de preencher as batatas com o requeijão, com uma colher pequena unte as batatas com margarina, para que haja melhor fixação do requeijão;- Preencha com requeijão a parte retirada das batatas, sobre o requeijão pode se acrescentar um pedaço de tomate em formato de palito e uma folha de salsinha para enfeitar;* É preferível que se utilize requeijão com ervas finas;- Após montadas, em uma forma, levar as batatas ao forno com 250 °C até que dourem;- Retirar do forno e servir!

Receita da Senhora Cleusa Maria Sergutz [email protected]

Ingredientes• 4 batatas grandes• 1 copo de requeijão• margarina para untar• tomate e salsinha para enfeitar

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Page 84: anuncio v3 syngenta.pdf 1 04/11/13 11:31...que produz 100 milhões de toneladas (mundo – 320 milhões de toneladas)... e está crescendo. No Brasil são menos de 100 mil hectares