antropologia forense - ria da antropologia brasileira a identificação confunde-se com...

56
Antropologia Forense Karin Cristine Grande Mestranda em Engenharia Biomédica UTFPR Bióloga

Upload: dangthien

Post on 11-Mar-2018

225 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

Page 1: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Antropologia Forense

Karin Cristine Grande

Mestranda em Engenharia Biomédica UTFPR

Bióloga

Page 2: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

� Antropologia: estudo do homem em seu meio natural, cultural e físico.

� Forense: estudo de uma ciência aplicada a justiça.

� Antropologia Forense: aplicação legal da ciência antropológica, com o objetivo de

ajudar à identificação de cadáveres e à determinação da causa de morte.

Page 3: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

História da Antropologia Brasileira

� A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou

identificar coisas, animais e seu semelhante.

� Na verdade, diz-se que identificar é determinar a individualidade, ou é provar, por meio técnico e

científico, que aquela pessoa não é aquela outra.

� Não se deve confundir a identificação com o reconhecimento, que nada mais é que um procedimento

empírico, baseado em conhecimento anterior, cuja base de sustentação é puramente testemunhal.

� A curiosidade humana é intrínseca à sua própria natureza e existência.

� No princípio, o homem conheceu os elementos básicos: terra, fogo, água e ar, e, através de sua

curiosidade, aprendeu a conviver com eles, tirando-lhes proveito.

� Num estágio superior, começou a questionar-se, buscando conhecimento sobre seu próprio corpo.

� A antropologia, que na verdade representa o estudo do homem nos seus aspectos morfológicos,

funcionais e psicossociais, busca, até hoje, explicações que se deparam com variáveis biotipológicas:

alimentares, metereológicas e socioorganizacionais.

Page 4: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

� A identificação humana não é tarefa difícil quando se trata do indivíduo vivo ou de cadáver

cronologicamente recente e íntegro.

� No entanto, quando não se dispõe do esqueleto completo, mas de um grupo de ossos, de um osso

isolado ou parte dele, o processo identificatório torna-se progressivamente mais difícil e, às vezes,

impossível de ser realizado.

� Prof. Virgílio Climaco Damásio, escolhido pela congregação da Faculdade de Medicina da Bahia para

formar a comissão de estudos na europa em 1883, foi quem promoveu a transformação científico-

cultural que conduziu à escola Médico-Legal da Bahia e proporcionou, uma década depois, ao seu

assistente, Raymundo Nina Rodrigues, a criação da Antropologia Brasileira, com a publicação em 1894,

do livro: As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil.

� Através de seus discípulos, Nina difundiu sua escola médico-legal e antropométrica para todo Brasil.

� Henrique Tanner de Abreu e Luiz Silva deram os primeiros passos na Odontologia Legal Brasileira.

� É justamente nessa busca constante que a Medicina e a Odontologia Legal se aliaram para o

desenvolvimento de metodologias para o diagnóstico preciso da identificação de dados biotipológicos.

Page 5: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

� Utilizada em situações onde existem danos consideráveis induzidos ao

cadáver, como decomposição, amputação, queimaduras ou qualquer outro

elemento que cause deformação no corpo, tornando-o irreconhecível.

� A principal preocupação de um antropólogo forense, ao confrontar-se com um

corpo, vestígios esqueléticos ou outro qualquer material que se assemelhe a

tecido ósseo, é classifica-los como humanos, animais ou matéria inorgânica.

Page 6: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

� Outro critério é a análise do sangue. A mais simples consiste na procura dos cristais de Teichmann. Colocando o

sangue sobre a lâmina com solução de ácido acético glacial, e expondo-o ao calor de evaporação lenta formam-se

cristais em forma de charuto na cor marrom, perceptível ao microscópio.

� Alguns critérios podem ser usados como a verificação como a morfologia dos ossos ou da avaliação dos Canais de

Havers. Ao olhar do microscópio, podemos constatar que os ossos humanos têm forma elíptica ou circular,

diâmetro superior a 3μm e densidade de 8 a 10 por mm2. Os ossos animais têm forma circular, diâmetro inferior a

25μm e densidade superior a mencionada.

� A antropologia forense visa a identificação do indivíduo e para isso depende de várias outras ciências para a

definição correta. Essa ciência permite ao profissional distinguir vários caracteres somáticos, classificando-os.

� Antropólogos forenses, atuam também em na escavação arqueológica, exames de cabelos, pegadas, insetos e

material vegetal, reconstrução facial, sobreposição fotográfica, identificação de variações anatômicas e análise de

históricos médicos, análise da cena do crime, manejo de provas, fotografia, toxologia ou balística e armamento.

Page 7: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

� Após revelado o interesse legal e forense no material descoberto, este é

direcionado para um processo de identificação de determinados caracteres de

relevância para a investigação e reconstituição do indivíduo ante mortem.

� Os fatores que serão analisados são: idade , sexo, estatura, peso, filiação racial,

patologias e historia médica do indivíduo.

Page 8: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Craniometria

� A mensuração do crânio, embora pertença à antropometria, comouma de

suas principais dependências, costuma ser considerada separadamente

com o nome consagrado de craniometria.

� A craniometria é geralmente definida como sendo uma técnica, ou

sistema convencional, que determina a mediação do crânio de maneira

sistematizada universalmente, o que permite a avaliação comparativa

entre estudos realizados por diferentes pesquisadores.

� Em suma, a craniometria permite o conhecimento das variabilidades

morfológicas dos crânios humanos, dentro das exigências naturais à

objetividade científica.

Page 9: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Condições para estudos craniométricos

a) Triagem das medidas que vão ser tomadas, o que depende dos objetivos de

cada pesquisa.

Quando desejamos apenas uma caracterização geral de crânios, poucas

mensurações são suficientes para avaliarmos a sua forma. Porém, ao

compararmos formas muito próximas, ou para estabelecermos diferenças

individuais, deveremos aumentar consideravelmente o número de

mensurações. Salientamos, entretanto, que a principal tarefa da craniologia

não é a descoberta de variações ou anomalias individuais, e sim, uma

sistematização que possibilite a caracterização geral das diversas populações

humanas. Isto se consegue, satisfatoriamente, com o auxílio da estatística e

dos computadores.

Page 10: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Condições para estudos craniométricos

� b) Uniformidade de técnica, sendo necessária a homogeneização dos pontos de referência e a

utilização de uma mesma nomenclatura.

� Para transmitir referências de entendimento universal, convencionaram- se dois planos fundamentais:

— Plano médio sagital (vertical), com pontos de referência em: Nasion- Inion-Basion. — Plano aurículo

orbitário ou de Frankfurt (horizontal), com pontos de referência em: Porion direito e esquerdo e

Orbitale esquerdo. No caso da órbita esquerda estar destruída, usa-se a órbita direita, anotando-se o

fato.

� O Plano de Frankfurt, idealizado por Von Lhering, é aceito em todos os países, desde o Congresso de

Antropologia em Frankfurt, no ano de 1884. Tem a vantagem de ser facilmente determinado tanto no

vivo, quanto no crânio ou na radiografia da cabeça. Tendo como referência o Plano de Frankfurt, o

crânio pode ser visualizado por cima, por baixo, por trás, pela frente e pelos lados. Todas as

referências que se fazem nas observações do crânio são sempre imaginando a visualização por uma

destas Normas.

Page 11: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Instrumental específico, sendo obviamente preponderante minuciosa

aprendizagem, em laboratório, objetivando a utilização correta do instrumental e da técnica. Os instrumentos usados em craniometria são:

� Compasso de corrediça de 150 mm.� Compasso de corrediça de 300 mm.� Compasso de espessura ou braços curvos de 300 mm.� Compasso de coordenadas de 220 mm.� Compasso de coordenadas de 300 mm, tipo Aichel.� Goniômetro montado em um compasso de corrediça, tipo Mollison.� Cranióforo cúbico, cranióforo tubular e cranióforo tipo Mollison.� Palatômetro, orbitômetro e mandibulômetro.� Fita métrica metálica.� Lápis dermográfico vermelho ou preto.� Calibrador de instrumentos.

Condições para estudos craniométricos

Page 12: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

d) No crânio as medidas são tomadas em milímetro. Para as

órbitas utilizamos o meio milímetro (0,5 mm).

Condições para estudos craniométricos

Page 13: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Pontos Craniométricos

� A mensuração do crânio requer, inicialmente, o conhecimento de pontos que

servem como referências básicas. Esses pontos, chamados Pontos Craniométricos,

são precisamente determinados por diferentes autores, sendo localizados em

acidentes anatômicos facilmente identificáveis ou em posições geométricas.

� A maioria dos Pontos (craniométricos situa-se no Plano médio sagital (PM) e são

ímpares, outros estão em Planos Laterais (PL) e são pares.

� Antes de se iniciar qualquer mensuração, marcam-se, com lápis, esses pontos de

referência. No caso de forte obliteração de suturas, um ligeiro umedecimento

auxilia o reconhecimento do ponto procurado.

Page 14: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Medição craniométricatradicional.

Medição craniométricautilizando Laser Scanner da iDryas (breuckmannsmartSCAN3D), mostrando o modelo 3D – proposta de dissertação Instituto de Ciência Forense de Lisboa.

Page 15: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

� No Brasil a identificação da raça do examinado constitui um problema, visto que os brasileiros não

se constituem de uma linhagem homogênea.

� A mestiçagem é vista mesmo nos “caucasianos” que vieram de Portugal, pois se deu em território

português quando da invasão dos “mouros”.

� Darcy Ribeiro diria que a força do povo brasileiro está justamente na mescla de raças, o que em

termos biológicos tem respaldo na diversidade que aumenta significativamente as chances de

preservação da prole.

� Mas a questão da identificação da raça do examinado não serve para discriminá-lo, e sim para

diferenciá-lo, individuá-lo, dos outros. Os grupos étnicos brasileiros fundamentais são:Caucasianos:

Pele branca ou trigueira; cabelos lisos ou ondulados, loiros, castanhos ou pretos; íris azul, verde,

castanha; nariz alongado e narinas delgadas.

Raça

Page 16: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

� De modo a obter esta informação, utilizam-se particularidades,

nomeadamente da face, que diferenciam populações com

diferentes ascendências raciais. Exemplificando, indivíduos

caucasianos apresentam faces mais estreitas, narizes longos e

queixos proeminentes. Por outro lado, indivíduos de raça negra

destacam-se por possuírem grandes aberturas nasais e cavidades

subnasais. Os asiáticos e os índios americanos exibem os ossos das

bochechas salientes e características dentárias particulares.

Page 17: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Caucasianos: Pele branca ou trigueira; cabelos lisos ouondulados, loiros, castanhos ou pretos; íris azul, verde,castanha; nariz alongado e narinas delgadas.

Indiano: Pele tendente ao avermelhado; cabeloslisos e pretos; íris castanha; barba escassa.

Negróides: Pele negra; cabelos crespos; íris castanha ou preta; nariz pequeno, largo e achatado, com narinas espessas e achatadas.

Page 18: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Há diversas formas de determinação

� Perfil facial (ângulo de Cloquet)

� Forma do palato

� Índices craniométricos

� cefálico horizontal

� facial superior

� sagital

� transversal

� nasal

Page 19: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Índice cefálico horizontal

� 100 x largura máxima (Eurio-Eurio)

� Ich =

� comprimento máximo (glabelaopistocrânio)

Page 20: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Índice facial superior

� 100 x altura máxima (próstio-násio)

� Ifs =

� comprimento máximo (zigio-zigio)

Page 21: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Índice sagital

� 100 x altura máxima (básio-bregma)

� Is =

� comprimento máximo (glabelaopistocrânio)

Page 22: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Índice transversal

� 100 x altura máxima (básio-bregma)

� It =

� largura máxima (eurio-eurio)

Page 23: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Índice nasal

� 100 x Largura nasal máxima

� In =

� altura nasal (násio-espinhal)

Page 24: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Sexo

� Normalmente não há dificuldades do sexo do humano em estudo, mesmo

nos casos apontados como “genitália dúbia”. Além da constatação do sexo

gonodal (o masculino sendo portador de testículos e o feminino sendo

portador de ovários), alguns exames em corpos em avançado estado de

decomposição podem utilizar: a capacidade craniana como critério

(1.400cm3 ou mais para os homens e 1.300cm3 para as mulheres; o ângulo dos

arcos superciliares (salientes para os homens e suaves para as mulheres);

ângulo subpubiano (em formato de “V” para os homens e em formato de “u”

para as mulheres); corpo do púbis (triangular para os homens e quadrangular

para as mulheres) entre outros.

Page 25: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

� A determinação do sexo do cadáver passa por uma série de metodologias de análise de medidas de vários componentes do esqueleto, tais como a pélvis, margens supraorbitais e o crânio.

Page 26: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Método de Galvão – (1994)

Índice de acerto de 93,8%

o e (36,1218+5,3846xG+2,7035xAPOMAST-MAE/ENA-MAE/L)

o Sexo =

o 1 + e (36,1218+5,3846xG+2,7035xAPOMAST-MAE/ENA-MAE/L)

o e = 2,71828

o APOMAST = Apófise Mastóidea; discreta = 1; proeminente = 0

o MAE/ENA = Meato acústico externo à espinha nasal anterior

o MAE/L = Meato acústico externo ao lambda

Glabela

Espinha nasal anterior

Apófise mastoídea

Lambda

Page 27: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Método Galvão – (1998)

o Índice de acerto de 80,3%

o e (20,4709+0,2652xAPOMAST+-0,1051xCF)

o Sexo =

o 1 + e (20,4709+0,2652xAPOMAST+-0,1051xCF)

o • e = 2,71828

o • APOMAST = Meato acústico à apófise Mastóidea

o • CF = Curva Frontal

Curva Frontal

Apófise mastóidea

Page 28: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Método de Saliba – (1999)o Índice de acerto de 77,8%o e (33,9680 - 0,1522xFi/Enp - 0,2236xStzD/StzE - 0,0480xB/L)o Sexo =o 1 + e (33,9680 - 0,1522xFi/Enp - 0,2236xSfzD/SfzE - 0,0480xB/L)o e = 2,71828o Fi/Enp = Fossa incisiva à espinha nasal posterioro SfzD/SfzE = Suturas frontozigomáticas direita e esquerdao B/L = Bregma ao lambda

SFZ D/SFZ E

Bregma - Lambda

Page 29: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Diagramas comparativos dos gêneros: à esquerda, crânio feminino; à direita, crânio masculino. FONTE: VANRELL, 2002.

Page 30: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e
Page 31: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e
Page 32: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Determinação do sexo a partir do estudo do processo mastóide.

Page 33: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

� A idade tem relevância para a apuração não só da identidade, mas também com a questão

da capacidade de direitos e deveres. Em matéria penal, por exemplo, a idade tem relevância para a

averiguação da imputabilidade.

� O método mais seguro para averiguar a idade é a radiografia dos ossos, uma vez que identifica com

grau de aproximação significativo. Existem tabelas que indicam a idade aproximada pela morfologia

e densidade dos ossos. A radiografia da mão e pulso é indicada para verificar idades próximas dos

18 anos e a partir do 25 a do crânio, devido a fusão dos ossos.

� Os dentes são bons indicativos para idades até 18 anos, mas a sua precisão é menor que a da

radiografia.

� Idade: A melhor forma de determinar a idade do individuo é a análise dos seus dentes e mandíbula.

Quando estes elementos não são encontrados, são utilizadas técnicas comparativas entre as

suturas do crânio e a fusão das epífises.

� Inicialmente procede-se à análise das suturas endocranianas uma vez que são menos expostas a

fatores ambientais.

Idade

Page 34: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

• Outra característica importante a determinar é a altura do indivíduo em vida, que é dada por uma fórmula que considera a dimensão de três ossos pares (tanto o direito como o esquerdo): úmero, rádio e ulna.

• Estatura = 3.26 x (úmero) + 62.10 (erro = +/-4.43cm) Estatura = 3.42 x (rádio) + 81.56 (erro = +/-4.30) Estatura = 3.26 x (ulna) + 78.29 (erro = +/-4.42) Nesta fórmula aplica-se a média das medidas de ambos os ossos do lado esquerdo e direito. De seguida calcula-se a média das alturas obtidas e dos erros referidos. Por fim, achamos a margem de erro da idade que consiste em somar e subtrair ao valor final da altura.

• Exemplo: • Úmero – direito (33,3) e direito (33,4) – média (33,35) →3,26 × 33,35 + 62,1 = 170,82 • Rádio – direito e esquerdo (25,9) → 3,42 × 25,9 + 81,56 = 170,14 • Ulna – direito (28,5) e esquerdo (28,4) – média (28,45) → 3,26 × 28,45 + 78,29 = 171,04 • Média de Alturas – 170,67 • Médias de Erros – 4,38 • Altura final – entre 166,29 (170,67 – 4,38) e 175,05 (170,67 + 4,38) • Por outro lado, após calcular a altura prevista do indivíduo, podemos alcançar o peso do mesmo

pela aplicação direta da seguinte fórmula: • P (libras) = 4,4 × altura (em polegadas) – 143

Estatura e Peso

Page 35: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Estimativa da Estatura Através de uma Fotografia

O método consiste em estipular um parâmetro ou referência na roupa, que pode ser a distância entre botões, a letra de um monograma, a figura de uma estampa, etc.

Mede-se a referência estipulada na foto e na roupa e a estatura do indivíduo em uma foto.

Em seguida divide-se o valor da referência na foto pelo valor da mesma referência na roupa. Acha-se assim o Índice de Redução Fotográfica (IRF). Depois basta multiplicar o IRF pela estatura do indivíduo medida na foto, encontrando-se assim a estatura humana.

Valor de referência da foto

IRF:Valor de referência da roupa

Estatura: IRFX Estatura do indivíduo na foto x 100.

Page 36: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

� Os ossos não se decompõem tão facilmente como os outros tecidos, numa primeira fase de decomposição a pele e os tecidos moles são putrificados. Quando um corpo se encontra parcialmente decomposto, significa que ainda apresenta articulações e cartilagens.

� A decomposição de um corpo depende de vários fatores, tais como: a temperatura do solo e a sua acidez. Quando um corpo é deixado à superfície a atividade dos insetos vai ocorrer imediatamente e, em duas semanas, o corpo estará parcialmente decomposto e, ao fim de oito meses, estará decomposto na sua totalidade.

� Se um corpo for queimado leva entre um a dois anos até ficar totalmente decomposto, por outro lado, um corpo deixado em solos arenosos pode mumificar ficando então conservado.

� O número e o tipo de ossos disponíveis na cena do crime podem ajudar a determinar há quanto tempo se deu a morte do indivíduo, por exemplo: ossos pequenos dispersam-se mais facilmente.

� Quanto mais tempo sucede desde a morte, mais difícil se torna de determinar o momento da morte.

Tempo de Morte

Page 37: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

� Identificam-se particularidades do indivíduo que permitam a sua

identificação, como fraturas, vestígios de cirurgias, marcas de

agressões passadas ou mesmo envolvidas na causa da morte,

deformações ósseas causadas por doenças ou outro fator, entre

muitos outras pequenas malformações ou alterações que são

únicas de cada ser. Este análise extensiva em conjunto com um

histórico médico do cadáver permitem identificar em muitas

situações cadáveres que seriam classificados como desconhecidos

de outro modo.

Trauma e Marcas

Page 38: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

� Existem mal-formações que identificam o sujeito. Podemos apontar

a polidactilia, o lábio leporino, as cicatrizes, as tatuagens.

� Podem existir métodos modernos e precisos para a identificação do

indivíduo, mas nenhum que seja tão preciso, barato e tão difundido

quanto a identificação datiloscópica. Criada por Juan Vucetich em

1891 é o método oficial adotado no Brasil desde 1903. Baseado na

imutabilidade do desenho das papilas dérmicas dos dedos, cada

impressão revela um desenho único. Segundo os critérios

estabelecidos por Vucetich, existem quatros tipos básicos de

desenhos: Arco, presilha externa, presilha interna e verticilo.

Page 39: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Arco

Verticilo

Presilha Interna

Presilha Externa

Page 40: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Principais pontos craniométricosvistas lateral e frontal.

Método de sobreposição de imagens, em modelo 3D

Page 41: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Orientações para o Exame Antropológico Forense

Deve-se fotografar e examinar o material do jeito que foi enviado. Depois, são examinadas as vestes, com fotografias

das mesmas. Em seguida os ossos deverão ser limpos, as vestes lavadas, reexaminadas, novamente fotografadas e

posteriormente acondicionadas em sacos plásticos hermeticamente fechados.

Para a limpeza dos ossos:

� Colocação em recipiente plástico com solução de hipoclorito de sódio na proporção de 1:10l de água por 24 horas.

� Retirada do material, lavagem e escovação para retirada de eventuais aderências de tecidos moles.

� Colocação em recipiente plástico com solução de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) 120 volumes na

proporção de 500ml: 10l de água por 24H.

� Retirada do material e secagem no sol, ou em estufa de 60°C.

� Depois de secos os ossos devem ser montados em uma mesa antropológica, com o desenho de um esqueleto de

1,70m de altura. Isso ajuda na verificação de ossos ausentes e facilita o manuseio. Ossos fraturados podem ser

colados com cola e pistola elétrica ou com cera sete, preenchendo os espaços vazios, o que permite a sua

reconstituição. Procede-se ao estudo para investigação diagnóstica dos dados biotipológicos através das

metodologias morfológicas ou qualitativas e métricas ou quantitativas.

Page 42: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

� O protocolo padrão deve ser montado pela equipe de antropologia do IML, adaptando-o as suas

condições técnicas, disponibilidade de equipamentos e metodologias.

� Os dados devem ser explicativos, fundamentados, mostrando as coincidências e discordâncias

encontradas, e esclarecedores quanto ao índice de acerto das metodologias utilizadas.

� Quando houver coincidência dos dados biotipológicos e havendo um suspeito desaparecido, pode-

se realizar a prososcopia, ou superposição de imagens. Essa metodologia, isoladamente, não identifica o

sujeito.

� Deve-se, quando se dispuser de radiografia dos seios da face (quando em vida), proceder ao exame

comparativo com a radiografia do crânio em estudo. Os seios frontais obedecem ao critério de

unicidade.

� Raios-X de ossos longos, fornecidos pela família, também se prestam para a identificação pela

comparação morfológica e de proporcionalidades, outro dado importante é a identificação através de

próteses ósseas metálicas.

� A solicitação do prontuário odontológico é um procedimento obrigatório.

� Pode-se coletar um segmento de osso que se faça DNA nos casos de haver um suspeito de

desaparecido para compará-lo com um parente próximo.

Page 43: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

• Examinar e fotografar os ossos e vestes do jeito que foram encaminhados, e ter fotos do local de encontro do cadáver.

• Reexaminar e fotografar, com calma, após a lavagem das vestes e limpezas dos ossos.• Colar e reconstituir ossos fraturados de interesse na perícia.• Usar metodologias morfológicas ou qualitativas e métricas ou quantitativas no

diagnóstico dos dados biotipológicos.• Havendo suspeito desaparecido, obter da família dados de interesse para a perícia:

prontuário odontológico, fotos, número do manequim (vestes e calçado), radiografias, endereço e telefone de parente próximo.

• Buscar dados, lesões ósseas ou sinais que ajudem a estabelecer a casa da morte, quando possível.

• Buscar auxílio em universidades ou empresas de tecnologia de ponta, quando necessário.

• Guardar material para exame de DNA.• Montar laudo com linguagem clara, explicativo, ilustrativo (fotografias, croquis,

gráficos), com esclarecimento sobre as metodologias empregadas, apontando coincidências e discordâncias, com conclusão justificada e consistente.

Check-list em Antropologia Forense Prática

Page 44: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Fazenda de Corpos - EUA

Page 45: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e
Page 46: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e
Page 47: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Cemitério de Albuquerque RJ – Setembro de 1991

Page 48: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Reconhecimento de ossadas de desaparecidos de Campo Grande – RJ Outubro de 1991

Page 49: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Caso práticoÉ reportado à polícia por um caçador a presença de um esqueleto ainda coberto por roupas desfeitas e dispersas numa zona densamente arborizada. Ao local deslocaram-se agentes policiais e técnicos forenses, que garantiram que toda a área envolvente foi devidamente fotografada e revista. Prontamente o esqueleto foi transportado para o IML mais próximo. Uma vez no IML o esqueleto é examinado exaustivamente por um médico que procura marcas variadas que permitam identificar a causa da morte ou mesmo o indivíduo. O cadáver não apresentava qualquer tipo de lesões que o identificassem, tal como não possuía qualquer documento nas suas roupas. O médico que examinou o corpo determina que se trata de um esqueleto de um indivíduo do sexo masculino de meia-idade, através de medições da zona púbica. O médico tenta ainda caracterizar outros fatores identificativos do cadáver mas o mesmo não apresenta nenhuma outra evidência visual. Uma vez terminado o papel do médico, é chamado um antropólogo forense para continuar o trabalho de identificação. Primeiro, o antropólogo tenta caracterizar a filiação racial do indivíduo. Examinando o crânio, foi possível concluir que os seus traços eram consistentes com aqueles de um caucasiano e estudando microscopicamente um cabelo louro encontrado no esqueleto obteve-se uma confirmação. Logo depois, a bacia, o esmalte dos dentes, o crânio, alterações na medula espinal e estudos microscópicos dos ossos e dos dentes foram examinados e o antropólogo forense concluiu que o indivíduo teria uma idade entre 35 e 45 anos quando faleceu. Através dos ossos longos encontrados calculou-se a estatura do homem encontrado, que seria cerca de 1,72m com uma pequena margem de erro de cerca de 2 a 3 cm. Posteriormente, o antropólogo forense procurou achar o intervalo de tempo decorrido desde a morte do indivíduo à análise do cadáver. A conclusão a que o técnico chegou foi que a morte teria ocorrido num intervalo de 6 a 9 meses, tendo em conta as condições dos tecidos moles e o crescimento de raízes nas roupas do cadáver. Finalmente, depois de ter uma ideia de como o indivíduo seria em vida, o antropólogo relatou que havia pequenos cortes em 3 costelas e numa vértebra, o que significa que o indivíduo foi esfaqueado pelo menos três vezes. Verificou-se também uma fratura acima do olho direito e da maxila, em conjunto com um septo nasal desviado (devido a uma infecção nasal). Assim o antropólogo forense termina o seu relatório e o médico avança para relatar as conclusões obtidas aos investigadores criminais que registram a informação em bases de dados. Neste caso, a informação não foi suficiente para identificar o cadáver diretamente, acabando a investigação por ser resolvida por reprodução facial que permitiu achar conhecidos ao morto que o identificaram.

Page 50: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Crianças encontram ossada de diplomata

desaparecido na ditadura

� A Equipe Argentina de Antropologia Forense concluiu que uma das ossadas pertence a Nicomedes

Galañena Crescencio Hernández, diplomata cubano desaparecido em 1976

� Em junho, um grupo de garotos que brincava nas proximidades do aeroporto de San Fernando, na

província de Buenos Aires, encontrou um barril enferrujado de 200 litros que continha uma ossada.

� Chamada, a polícia encontrou outros barris semelhantes no local. A Equipe Argentina de

Antropologia Forense concluiu, de acordo com o jornal argentino "Página 12", que uma das ossadas

pertence a Nicomedes Galañena Crescencio Hernández, diplomata cubano desaparecido em

Buenos Aires em agosto de 1976, ano de início da mais recente ditadura militar argentina (1976-

1983).

� Já julgado, o caso havia concluído que o diplomata foi preso e torturado pela ditadura, após ser

sequestrado em frente à embaixada cubana em Buenos Aires. Mas seu corpo nunca havia sido

encontrado. http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?id=1282902&tit=Criancas-

encontram-ossada-de-diplomata-desaparecido-na-ditadura

Page 51: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Demora na identificação de ossadas

provoca crítica

� Integrante da Comissão da Verdade também questiona destruição de documentos sigilosos

� A Comissão Nacional da Verdade criticou a demora na identificação de corpos de vítimas da ditadura.

Recentemente, a comissão enviou ofício ao Ministério da Justiça cobrando informações sobre os trabalhos de

"antropologia forense" e "testes de DNA" realizados por um núcleo da Polícia Federal (PF) nos cemitérios de Perus

e Vila Formosa, em São Paulo."Temos que saber por que não está ágil", afirmou ontem Cláudio Fonteles,

integrante da comissão. Fonteles disse que aguarda resposta do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre o

assunto. O integrante da comissão também mencionou a cobrança feita pela Comissão da Verdade ao Ministério

da Defesa sobre a destruição de arquivos sigilosos que tratam de violações dos direitos humanos durante a

ditadura. No início do mês, a Folha revelou que ao menos 19,4 mil documentos que pertenciam ao extinto Serviço

Nacional de Informações (SNI) foram destruídos. "Não é correta a interpretação jurídica que diz que 'procederam

de forma certa' ao eliminarem documentos e não registrar nas atas essa eliminação. Mostramos que isso é

juridicamente incorreto", afirmou Fonteles.

� (KELLY MATOS)

Page 52: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

São encontrados restos mortais

de vítimas da ditadura

argentina

� Foram encontrados os restos mortais de ao menos 15 pessoas em um prédio do

Exército, na província argentina de Tucumán, onde funcionou o maior centro

clandestino de presos da ditadura. A descoberta ocorreu em meio às escavações

realizadas pela Equipe Argentina de Antropologia Forense, no antigo Arsenal

Miguel de Azcuénaga, estima-se que o local abrigou um campo de concentração

de presos políticos durante a ditadura militar (1976 - 1983). No local também

foram encontrados projéteis de armas de fogo, pedaços de roupas e calçados.

� Segundo organismos dos direitos humanos, a ditadura argentina deixou cerca de

30 mil desaparecidos.

� São Paulo, terça-feira, 31 de julho de 2012

Page 53: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Exhumarán 50 presuntas víctimas delEjército peruano después de 25 años

Lima, 6 mar (EFE).- El Equipo Peruano de Antropología Forense (EPAF) exhumará a partir del próximo lunes más de 50 cuerpos de una fosacomún del poblado de Huanta, presuntamente asesinados en 1984 por elEjército durante su lucha contra Sendero Luminoso, informó hoy laagrupación privada.

Page 54: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Restos mortais de vítimas da ditadura argentina

são encontrados em fossa comum

Local abrigou campo de concentração de presos políticos durante a ditadura militar

Equipe encontrou ossos correspondentes a ao menos 15 indivíduos. Os restos mortais de ao menos 15 pessoas foram

encontrados em um prédio do Exército onde funcionou o maior centro clandestino de presos da ditadura, na

província argentina de Tucumán, revelou nesta quarta-feira o Centro de Informação Judicial (CIJ). A descoberta

ocorreu em meio às escavações realizadas pela Equipe Argentina de Antropologia Forense no antigo Arsenal

Miguel de Azcuénaga, na cidade de Tucumán. "Até o momento, encontramos ossos correspondentes a ao menos

15 indivíduos, parcialmente queimados, situados em diferentes profundidades", assinala o site do CIJ. "Os corpos

estavam na posição como caíram" e os especialistas estimam que a "fossa foi incendiada", como revelam restos

de pneus e vestígios de combustão". No local também foram encontrados projéteis de armas de fogo, pedaços de

roupas e calçados. O achado foi divulgado pouco depois da identificação do corpo do ex-senador Guillermo

Vargas Aignasse, desaparecido em abril de 1976, após o golpe de Estado de março do mesmo ano. Os restos

mortais do político estavam em outro centro de detenção, conhecido como Pozo de Vargas. Em 2008, o general

Antonio Domingo Bussi foi condenado à prisão perpétua pelo desaparecimento de Aignasse. O Arsenal Miguel de

Azcuénaga, base da chamada "Operação Independência" contra a guerrilha de esquerda em 1975, abrigou um

campo de concentração de presos políticos durante a ditadura militar (1976 - 1983). A ditadura argentina deixou

cerca de 30 mil desaparecidos, segundo organismos dos direitos humanos.

Page 55: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Foto: Equipo Argentino de Antropologia Forense / AFP

Page 56: Antropologia Forense - ria da Antropologia Brasileira A identificação confunde-se com a própria história da humanidade. O homem sempre necessitou identificar coisas, animais e

Coincidência?!