antropologia filosÓfica

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ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA Prof. MSc. André Elias Morelli Ribeiro

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Curso de Antropologia Filosófica para o curso de Odontologia do Instituto Macapaense de Ensino Superior IMMES ministrado pelo Prof. MSc. André Elias Morelli Ribeiro

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Page 1: ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

ANTROPOLOGIA FILOSÓFICAANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

Prof. MSc. André Elias Morelli Ribeiro

Page 2: ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

INTRODUÇÃO- o que é A.F.?INTRODUÇÃO- o que é A.F.?

A Antropologia Filosófica procura responder à questão fundamental: O QUE É O HOMEM?O homem tem uma singularidade própria pois interroga o ser de si mesmo, interiorizando reflexivamente a relação sujeito-objeto por meio da qual ele se abre para o mundo exterior.Logo o homem é o animal interrogador e questionador do funcionamento do natural.

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O homem interrogadorO homem interrogador

O homem é o animal do conhecimento, o interrogador da natureza. Ele o faz a partir do relacionamento que estabelece com o mundo natural.Oposição fundamental: o eu natural humano em oposição ao natural que está fora do homem, ou seja, o mundo estudado pela física, biologia, medicina, etc.Daí surge a forma de conhecimento: a relação SUJEITO-OBJETO.

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Sujeito-objetoSujeito-objeto

SUJEITO: Aquilo de que se fala ou a que se atribuem qualidades ou determinações. O Eu, o espírito ou a consciência como princípio determinante do mundo do conhecimento ou da ação. É o Eu da atividade de conhecimento.OBJETO: corresponde à coisa. O. é o fim a que se tende, a coisa que se deseja, a qualidade ou realidade percebida, significado ou conceito.

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O homem como objetoO homem como objeto

“Na relação S→O que se constitui no domínio da Antropologia filosófica o homem é objetivizado, mas conserva, enquanto objeto, sua natureza de sujeito, de modo que a relação se formula como S→O (S). Com efeito , a Antropologia filosófica tem em mira construir o discurso sobre o homem-objeto (epistemologicamente) formalmente considerado como sujeito (ontologicamente)”.(VAZ, 1991).

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Algumas definiçõesAlgumas definiçõesEpistemologia: Teoria do conhecimento ou gnoseologia. Não é uma disciplina filosófica geral mas um modo de tratar um problema nascido de um pressuposto filosófico específico no âmbito do idealismo. A partir dos pressupostos de que o conhecimento é uma categoria do espírito e que o objeto do conhecimento é apenas uma representação mental, verifica-se se a idéia existe fora do espírito e a diferença entre idéias reais e irreais. (ABBAGNANO adaptado).

Page 7: ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

Algumas definiçõesAlgumas definições

Metafísica: ciência primeira , pois tem como objeto de estudo o objeto de todas as ciências. É a ciência daquilo que está além da experiência. Uma explicação orientadora geral. Ciência universal, mãe de todas as outras (ABBAGNANO adaptado).Noética: parte da lógica que estuda as leis fundamentais do pensamento. (ABBAGNANO adaptado).

Page 8: ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

Algumas definiçõesAlgumas definiçõesOntologismo: doutrina segundo a qual o trabalho filosófico não começa no homem, mas em Deus, não do espírito ao Ente mas do Ente ao espírito.Filogênese: diz respeito à história da espécie humana e animal que determina os limites da espécie. Ex: homens são bípedes, gatos são quadrúpedes.Ontogênese: diz respeito do indivíduo da espécie humana , ou seja , do desenvolvimento do sujeito de uma determinada espécie. (ABBAGNANO adaptado)

Page 9: ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

Ponto de mutação: naturalismoPonto de mutação: naturalismo

A partir do século XVII a ciência galeliana modificou a metodologia e a epistemologia das ciências naturais dando moldes à ciência moderna.Assim uma crise se instaurou na A.F.: uma histórica (representações do homem ao longo da história) e uma metodológica (fragmentação do homem-objeto em diferentes ciências como antropologia, psicologia, sociologia, etc.).

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Duas explicações para homem (O)Duas explicações para homem (O)

Naturalismo (imanência): todas as formas e nuances do fenômeno humano podem ser explicadas à luz da natureza material da composição humana (ênfase biológica).Culturalismo (imanência e/ou transcendência): compreende a cultura como algo original e intrínseco da natureza humana, separando o “ser natural” (imperativo biológico) do “ser cultural” (imperativo social/cultural). Essa é a ênfase social/espiritual.

Page 11: ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

Duas explicações para homem (O)Duas explicações para homem (O)

Na ênfase natural o homem pode ser objeto de ciências que obedecem ao procedimento empírico-formal. Às vezes ciências ditas “humanas” também se valem desses procedimentos.Na ênfase cultural, das ciências humanas, é um grupo de ciências hermenêuticas pois o fato estudado traz em si sua própria interpretação, nunca sendo um fato neutro.

Page 12: ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

Horizonte epistemológico do objeto-homemHorizonte epistemológico do objeto-homem

Domínio metacientífico: lógica, epistemologia das ciências humanas, antropoteoria e teorias paracientíficas do homem, sociedade, história, etc.Domínio das ciências hermenêuticas: Etnologia, antropologia, ciências políticas.Ciências empírico-formais: saberes científicos oriundos da Biologia humana, como a psicologia científica.

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Concepção Clássica de HomemConcepção Clássica de Homem

Floresce na Grécia dos séculos VIII e VII a.C.A ênfase está em duas características do homem:

• Animal que fala: a fala aqui é tida como logos, ou seja, a capacidade de organização lógica do discurso que torna o homem capaz de entrar em relação consensual com seu semelhante e instituir a comunidade política.

• Animal de vida política: é a vida humana por excelência, em comunidade se submetendo de forma livre ao logos codificado em leis justas e na justiça.

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Homem na Cultura Grega ArcaicaHomem na Cultura Grega ArcaicaOposição entre os deuses (imortais e bem-

aventurados) e os homens (efêmeros e infelizes).Oposição entre o apolíneo, lado luminoso do homem, o logos e a razão; e o dionisíaco, o lado obscuro do desejo e da paixão. O homem então tem poder de escolha de ver-se imputado em mérito ou demérito.Para o homem grego o destino é inexorável e o leva para o mundo de tormentos do Hades, o inferno grego, independente de sua vida.

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Homem pré-socráticoHomem pré-socrático

Superioridade do homem sobre os outros animais manifesta na marcha vertical e olhar para o alto, próprio à contemplação e uso da logos para manipulação (com suas mãos) e compreensão de natureza e algo acima.Estrutura corporal-espiritual cuja natureza se manifesta pela cultura e suas obras. É um ser ordenado e espelha o kósmos. A cultura torna-se o problema maior da filosofia.

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Homem pré-socrático: culturaHomem pré-socrático: cultura

Dois modelos:• Decadência: mito da idade do ouro primitiva, donde,

desde então, a civilização decai progressivamente até um ponto ainda ignorado;

• Progresso: elevação por meio do progresso técnico e pela superação do estado de barbárie cultural proporcionado pela criação das cidades, locais onde a política regida pelo logos aproxima os homens da harmonia da natureza.

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A transição SocráticaA transição Socrática

O humano só te sentido e explicação se referido a um princípio ou dimensão interior chamado alma (psyché).A alma é a sede da areté (virtude), de onde se orienta a vida humana segundo o justo e o injusto, a verdadeira essência do homem.Dessa forma cria-se a idéia de personalidade moral, fundando-se a filosofia moral.

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Traços da filosofia socráticaTraços da filosofia socrática

Teleologia do bem e do melhor como via de acesso para a compreensão do mundo, fundamento da natureza ética da psyché.Conhecer a si mesmo como forma de cuidado e de Cura interior.A logos, ou inteligência humana se une à ética no plano do finalismo moral: é mais útil e melhor ser justo do que injusto.

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Concepção platônicaConcepção platônica

Une as idéias pré-socrática (homem como ser de cultura) e socrática (homem interior, alma) à sua Teoria das Idéias.As Idéias seriam a unidade visível na multiplicidade, seriam elementos fundamentais de vários objetos e estariam presentes como um tipo de forma ordenadora das coisas superiores (não no sentido religioso). P.e.: objetos matemático (um, muitos) e valores (bom, belo, etc.).

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Concepção platônicaConcepção platônica

Está nas Idéias a origem e o destino da alma. As idéias inclusive pré-existiriam na própria alma, que seria algo imortal, e está voltada para a reminiscência e para a purificação.Para opor-se ao logos, ou ao pensamento lógico, existiria, o eros, ou seja, a pulsão amorosa. Na possibilidade de união dos dois pólos seria possível a contemplação do Belo Absoluto.

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Concepção platônicaConcepção platônica

A alma apresenta três partes (triconomia), cada uma com sua respectiva virtude:

• O racional, que orienta a vida e a compreensão das coisas e que tem como virtude a sabedoria;

• O irascível, que significa “aquele que se encoleriza” , ou seja, que está indignado, que não admite algo e tem como virtude a coragem;

• Concupiscível, que significa “inclinação a gozar de prazeres terrenos”, é a tentação do mundo físico visível em detrimento do das idéias, virtude: moderação

Estaria aí então o fundamento para a vida na polis, ou seja, a vida civilizada.

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Concepção aristotélicaConcepção aristotélica

Primeiro que tentou uma síntese científico-filosófica da concepção de homem.Migra da concepção platônica de psyché (tendência dualista) para um monismo hilemórfico (alma como forma do corpo).O centro de sua concepção é a physis, mas animada pelo dinamismo teleológico da forma (entelécheia) que lhe é imanente e, como forma, é seu núcleo inteligível.

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O homem teria então um lugar bem marcado no mundo pela sua physis mas tem a capacidade de elevar-se para além de suas fronteiras, através da theoría, sendo capaz de contemplar as realidades transcendentes e eternas.A psyhé seria então a capacidade de mover o corpo, a capacidade de ação.

Concepção aristotélicaConcepção aristotélica

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Como todo ser vivo o homem é um ser composto de psyché e sôma. A psyché é, pois, a perfeição ou o ato (entelécheia) do corpo organizado.O estudo da psyché se daria numa hierarquia que sai do estudo das funções genéricas comuns a todos os seres vivos (nutrição, etc) passando pelas sensações dos seres superiores até a função intelectiva, específica do homem.A racionalidade é a diferença específica do homem.

Concepção aristotélicaConcepção aristotélica

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Concepção helenísticaConcepção helenística

Indivíduo passa ao centro da concepção filosófica como consequência do declínio da polis.Sair do espaço da polis para construção de um novo espaço. Essa busca visa a satisfação das necessidades e desejos humanos de acordo com a orientação da logos.

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Concepção helenísticaConcepção helenística

Epicurismo: busca da felicidade, identificada como prazer verdadeiro. O ser humano é, essencialmente, um ser que sente, e todo conhecimento humano começa e termina na sensação. O desdobramento das percepções em paixões é cair na opinião, a fonte do erro. A concepção de psyché é, então, essencialmente física, e decai com a morte do sujeito.

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Concepção helenísticaConcepção helenística

Epicurismo (cont.): sua ética é a busca da felicidade como posse do bem verdadeiro como fonte do prazer. Desvalorização da vida pública em troca da exaltação da “vida escondida”, enriquecida com o cultivo da amizade.Estoicismo: sua ética foi em parte assimilada pelo cristianismo. Prega a obediência à natureza como forma de salvação do homem de sua condição miserável face aos caprichos da fortuna.

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Concepção helenísticaConcepção helenística

Estoicismo (cont.): procura entender as condições de viver feliz, em especial as que tornam o homem senhor de si mesmo.Sua ética é a das virtudes, no sentido socrático, onde as paixões são estudadas como obstáculo ou auxílio para a virtude. A paixão é considerada um juízo da razão (visão monista), que rege o corpo.O sábio é então independente da Fortuna, pela sua serenidade e ligação com a natureza. Mas é prisioneiro do destino.

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Concepção Cristão-medievalConcepção Cristão-medieval

Mistura tradição bíblica e a tradição grega.A tradição bíblica constitui a fonte da normatividade, é o campo de referência trazido pela entidade divina de certo e errado (revelação).A perspectiva ontológica (natureza do ser e das coisas) é substituída pela soteriológica (salvação do homem).

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A perspectiva soteriológica se coloca na oferta do dom de Deus e, por parte do homem, da resposta ou aceitação dessa oferta.A unidade do homem se dá em três partes:

Criação do homem (perfeição do paraíso);Queda do homem (tentação e sedição);Promessa (restauração pelo arrependimento).

A vocação (chamado) divino se concretiza com o Evento do Verbo feito carne.

Concepção Cristão-medievalConcepção Cristão-medieval

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O dualismo ontológico não se refere mais a naturezas opostas que constituem o homem, mas situações existenciais que opõem as necessidades humanas com a iniciativa de salvação oferecida por Deus (carne x alma).Carne representa a transitoriedade da vida terrena e o espírito representa a imortalidade (imanente x transcendente).

Concepção Cristão-medievalConcepção Cristão-medieval

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A concepção bíblica não é uma teoria articulada num discurso, mas em narrativas que se pretendem demonstrativas (exemplo) que revelam a natureza humana e seu desafio.Nessa revelação progressiva, porque histórica, as situações fundamentais do homem vão sendo integradas na unidade do seu ser-para-Deus.

Concepção Cristão-medievalConcepção Cristão-medieval

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Expressão das dualidades derivadas da carne x espírito e redenção x negação da vocação divina, em especial nas cartas de Paulo e Joao (NT): carne-espírito, animal-espiritual, homem velho-homem novo, trevas-luz, morte-vida, mentira-verdade.Antropologia Patrística: de dois tipos: grega e latina, mas veremos apenas a segunda.

Concepção Cristão-medievalConcepção Cristão-medieval

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Patrística latinaPatrística latina

Torna-se a mais relevante devido à obra de Sto. Agostinho.Sua concepção vem de três fontes:

Neoplatonismo: influência da ideia de “homem interior” coroada pela presença de Deus (interior e superior);Antropologia paulina: doutrina do pecado original e da graça. Problema da liberdade e do livre-arbítrio.Narração bíblica da criação: homem como imagem de Deus.

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Concepção medievalConcepção medieval

Equilíbrio entre o conteúdo das Escrituras Sagradas e os escritos de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.Duas questões emergem nesse equilíbrio;

Historicidade: a natureza humana é compreensível a partir da análise da história humana, visto que esta é determinada pela sua própria história.Corporalidade: está no corpo a unidade da essência humana visto o mistério do Verbo se fez Carne.PROBLEMA ALMA X CORPO

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Concepção medievalConcepção medievalO grande equilibrador das concepções clássicas e bíblicas de homem foi São Tomás de Aquino, que articulou a concepção clássica com a neoplatônica e a bíblica.Sua interpretação da concepção clássica afirma que corpo e alma estão perfeitamente integrados, a alma permanecendo imortal, intelectiva e divina, sendo ela que organiza o corpo e dá a ele o ato, a propriedade de ação. A razão humana é inferior à da alma, mas participa dela

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Concepção medievalConcepção medieval

A racionalidade humana, diferença fundamental perante os outros animais, dá ao homem a capacidade de compreender seu próprio fim, sobrenatural, conforme descrição bíblica.A razão, ainda que imperfeita, participa da razão perfeita divina, o que o coloca na fronteira entre o espiritual e o corporal, ou seja, entre o imortal e o mortal.

Page 38: ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

Concepção medievalConcepção medievalPara Sto. Tomás o homem possui uma perfeição relativa, que participa da perfeição total de Deus. Essa capacidade divina permite ao homem agir moralmente segundo o bem.Sendo a razão humana, ainda que imperfeita, atributo que permite conhecer o bem a mesma ainda permite conhecer a Deus, que pode, então, ser provado racionalmente. A razão é a única forma de entendimento humano, e foi dado a ele a capacidade de conhecer Deus.

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Provas da existência de DeusProvas da existência de Deus

Prova da causalidadeProva dos atosProva do absoluto

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Concepção modernaConcepção modernaA partir da obra de Nicolau de Cusa ocorre a dissolução dos fundamentos metafísicos.Em oposição ao esquema da transcendência divina, dá ênfase à imanência do divino no mundo, pois a alma é em si cósmica e divina e o mundo é infinito por fazer parte de tudo o que Deus criou.O cosmos, de finito e bem ordenado da tradição grega, é agora tido como infinito pela astronomia, dispensando a ideia de um outro mundo intangível e metafísico.

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Concepção modernaConcepção moderna

O homem é visto dentro da chamada “dignidade”, sua grandeza é atestada pela sua capacidade contemplativa e pela capacidade de operar e transformar o mundo onde vive.A natureza humana, a partir do século XVIII passa a ser considerada empiricamente observável, o que permite o surgimento das ciências humanas.

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Concepção modernaConcepção moderna

Com o fim do humanismo surge o racionalismo francês que dará nova roupagem ao “conhece-te a ti mesmo”, fazendo análise da condição humana a partir de uma autoanálise.A antropologia racionalista prolongará a tradição do zoon logikón, mas dando-lhe um novo conteúdo, pois nela o esquema mecanicista (modelo da máquina) se estenderá à explicação da vida e do homem.

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Concepção modernaConcepção moderna

Descartes inaugura uma nova concepção dualista que influenciará todos os outros filósofos onde coloca o homem dentro do mundo da Física com seu corpo física e dentro do mundo da Metafísica com seu intelecto ou espírito.Elabora então o Método, uma forma válida e racional de obtenção do conhecimento, com a construção de um objeto de saber seguindo regras.

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Concepção modernaConcepção moderna

A progressão clássica da antropologia filosófica era: física (ser da natureza); anima (inteligência transcendental); metafísica (intuição do intelecto) e teologia (provas da existência de Deus).Progressão cartesiana: Método-cogito (certeza do eu); teologia (Deus proporciona certeza sobre o mundo objetivo); física (corpo como extensão); homem (dupla natureza).

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Concepção modernaConcepção moderna

Na concepção cartesiana o espírito separa-se do corpo não para elevar-se à contemplação do mundo das Ideias, como em Platão, mas para melhor conhecer e dominar o mundo.O mundo, assim como o animal-homem, é uma grande máquina cujo funcionamento pode ser explicado a partir das matemáticas. A cultura, expressão externa da natureza humana, passa a ser explicada a partir dos mesmos princípios. Funda-se as ciências humanas.