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ANTIQUALHÃS E MEMORIAS DO RIO DE JA NE IRO 57 é ak unhado de covardia e que para um parlamentar inglez. de cujo nome não me recordo. foi o feito mais importante da diplo- macia de Sua Magestade Britannica: acconselhar a d. Jo ão , seu fiel alliado. essa viagem, que deu em r esultado a abertura dos portos do Brasil. o grito do lpirang a e a fundação de uma gran de na<:ão. Isso é com a critica e philosophia da Historia, cousas em que não me metto. Desse modo acabaram as du as Operas - a velha e a no11a. Em logar de ll as ergueu-se, graç as ao risco do engen heiro João Manuel da Silva, e aos exforços do Fernandinho, o Real Theatro de S. João, ma is tarde Constitucional Fluminense e hoje S. Pedro de Alcantara, edificio, que por tres vezes pegou fogo. por ter sido. seg undo diziam as beatas, construido com pedr as tiradas da egreja da Sé, que se estava edificando no largo de S. Francisco de Paula, onde esteve a Eschola Militar e hoje está a Eschola Polytechnica. E por fall ar em incendios em theatros, vá isso para a tica: temos o da Casa do padre Ve ntu ra, tres no São Pedro, um no S. Janu ar io . que se limitou apenas a peq uenos estragos. e mo- dernamente o do Polyth eama; ao todo seis. Não é muito em cento e cincoenta an nos ! Algum dia terei de fallar do S. Pedro, do João Caetano, da Opera Lyrica. da Candiani e Delmastro. dos Fes cioti, do Tati, da Opera Nacional. do M ar tinho e da Estella dos Santo s, que um a vez foi presa por ter atira do limões de cheiro no s offici aes da guarda do prime iro imperador. Fica para depois a noticia do theatro da rua dos Arco s. o d<1s Baronezas, no Vallongo , o do Placido na praça Tiradentes. on de foi o Holtel dos Principes e antes o Hotel Veneza, que ta m- bem se incendiou em Feve reiro de 1862. Ponhamos poncto final, ba sta de tanto fogo. Era capaz de vir por ahi o Corpo de Bombeiros e innund ar a folha, julgando tractar-se de algum incendio na rua de Aleixo Manuel. f oup emos este susto aos amigos. 7 de Dezembro de 1896. SANCTA LUZIA Quanta s recordações de infancia me desperta o nome d .i advo ga da das molestias de olhos, da qual é. ama nhã o dia da

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ANTIQUALHÃS E MEMORIAS DO RIO DE JANEIRO 57

é akunhado de covardia e que para um parlamentar inglez. de cujo nome não me recordo. foi o feito mais importante da diplo­macia de Sua Magestade Britannica: acconselhar a d. João, seu fiel alliado. essa viagem, que deu em resultado a abertura dos portos do Brasil. o grito do lpiranga e a fundação de uma grande na<:ão. Isso é com a critica e philosophia da Historia , cousas em que não me metto.

Desse modo acabaram as duas Operas - a velha e a no11a.

Em logar dellas ergueu-se, graças ao risco do engenheiro João Manuel da Silva, e aos exforços do Fernandinho, o Rea l Theatro de S. João, mais tarde Constitucional Fluminense e hoje S. Pedro de Alcantara, edificio, que por tres vezes pegou fog o. por ter sido. segundo diziam as beatas, construido com pedras tiradas da egreja da Sé, que se estava edificando no largo de S. Francisco de Paula, onde esteve a Eschola Militar e hoje está a Eschola Polytechnica.

E por fallar em incendios em theatros, vá isso para a estati~­tica: temos o da Casa do padre V entura, tres no São Pedro, um no S. Januario. que se limitou apenas a pequenos estragos. e mo­dernamente o do Polytheama; ao todo seis.

Não é muito em cento e cincoenta annos ! Algum dia terei de fallar do S. Pedro, do João Caetano, da Opera Lyrica. da Candiani e Delmastro. dos Fescioti, do Tati, da Opera Nacional. do M artinho e da Estella dos Santos, que uma vez foi presa por ter atirado limões de cheiro nos officiaes da guarda do primeiro imperador.

Fica para depois a noticia do theatro da rua dos Arcos. o d<1s Baronezas, no Vallongo, o do Placido na praça Tiradentes. onde foi o Holtel dos Principes e antes o Hotel Veneza, que tam­bem se incendiou em Fevereiro de 1862.

Ponhamos poncto final, basta de tanto fogo. Era capaz de vir por ahi o Corpo de Bombeiros e innundar a folha, julgando tractar-se de algum incendio na rua de Aleixo Manuel.

f oupemos este susto aos amigos.

7 de Dezembro de 1896.

SANCTA LUZIA

Quantas recordações de infancia me desperta o nome d.i advogada das molestias de olhos, da qual é. amanhã o dia da

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REVISTA DO INSTITUTO HISTORICO

!esta, commemoração tradicional e antiquissima por parte dos habitantes desta cidade ! Para evitar o sol de Dezembro ia-se

<• pé, á missa, ás 6 horas da manhã, e era de ver-se a romaria immensa de devotos levando promessas, velas de cêra e flores para óeporem aos pés da Virgem martyr. A praia orna da de ban­demis, galhardetes e palmeiras plantadas de vespera, apresentava um aspecto festivo e loução, como diria frei Luiz de Sousa.

Quanto enthusiasmo, quanta sinceridade de crenças, quanto d mor ás trad ~çôes dos autigos !

A praia não ostentava ainda o hospital da Sancta Casa, cujas obras, tão bem descriptas pelo Alencar na sua Viuvinha, iam em bom andamento, graças á perseverança de José Clemente.

Via-se ahi o muro do antigo cemeterio da Misericordia, tra nsferido em 7 de Dez:embro de 1840 para a Ponta do Cajú, com o nome de Campo Sancto, denominação que perdeu em 5 de dezembro de 1851, para tomar a de Cemeterio ele S. Fran­C!SCO Xavier. Via-se cam bem um prolongamento do Hospital \ elho , no fim do qual havia um portão, por onde, das 9 ás 1 O horas da noite, os serviçaes faziam a limpeza das enfermarias. Os antigos estudantes aproveitavam-se dessa circuns tancia para escapulir e poderem ir d uma tasca proxima comprar, para ceia, rão, sardin has, bananas e queijo.

Devem ainda existir pensionistas desse tempo. os quaes ni'io 11-1.-: desmintirão.

Os sinos locavam alegres. e. de vez em quando. o fogue­torio excitava a turba dos moleques que se atropeilavam por disputar as fl echas. Voltando da missa, almoçava o auctor destas linhas. e antes de chegar ao Victorio comprava em um .. rmarinho cartuchos de estalos para atirar nas salas do collegio.

Queria isto dizer que se approximava o dia das féri as, e q ue desde o dia 13 até o dia 20 tudo era permitido, e a pal­matoria , tambem chamada Sancta Luzia, entrava em descanço. Nessa ultima semana havia indulgencia e a rapaziada podia pintar a manta, porquanto ninguem lhe ia á mão ( l). O suete durava até 7 de Janeiro, que era para os meninos o dia mais triste da vida ~

E por fallar nisso, porque se teria dado á palmatoria o nome de Sancta Luzia? Seria porque a ferula tinha cinco bura-

( I ) Havia nos collegios do tempo do Tico-Tico a festa de Santo Aleixo < m l 7 de Julho. Nesse dia enfeitava-se de flores e fitas a palmatória ou Sancta Luzia, e havia grande pandega em que tomava parte o a legre rapazio de mtão.

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J\NTIQUALHAS E MEMORIAS DO RIO DE JANEIRO 59

quinhos? H avia quem dissesse que, enchendo um dos tais orifi­c1os com uma bolinha de cêra e um cabello, a Sancta luzia rachava infa ll ivelmente. No meio das muitas diabruras da mi­nha meninice nunca fiz essa e.\periencia. e é pena. porque poderia di:er agora a lguma cousa. O que sei é o seguinte: quando nos ca'ia nos olhos algum cisco ou argueiro era receita certa o dizer-se: - «Sa ncta Luzia passou por aqui, no seu cavallinho comendo e, rim . esfregavam-se brandamente as palpebras. e o cisco que no~ incommoda\'a batrn em reti rada. Bom meio; não eram precisos os collyrios de sulfato de :inco ou de acido borico para cmar as inflammaçõcs de olhos. bastando quando muito um pouco de agua po.,ta ao sereno. ou que fosse tirada do poço de Sancta l~ita.

Para tudo isto bastava ter fé em Sancla Luzia e eis por que o Gama Lobo enxergava na sancta uma concurrente mais temivel do que os seus rivaes cm ophthalmologia.

Parece que me \·ou desviando do caminho; não fui con­\ 1dado par.t traclar dessas frioleiras, mas para descrever antigui­dades da egreja e da praia da supra-dieta Sancta. Eu principio.

Pouco tempo depois de fundada a cidade. no morro do Castello, ergueu-:,;e em baixo, na vargem, a ermida de Sancla Lu­:1a. na praia da Piaçaba, a qual. começando na ponta do forte de Sanctiago (hoje Arsenal), do Cafofo e depois do Calabouço. ia termina r p'ras bandas da Lagoa Grande (Passeio Publico) . >Jessa praia construiu. ::intes de 1646. Duarte Corrêa Vasqueanes uma muralha. que foi destruída pelo mar. Havia ahi um trilho sinuoso, chamado posteriormente caminho do Pintem, e em éras antigas caminho da forrn, pois esse mstrumento de supplicio estava ~emprc armado para o que e/esse e uicsse. Isto não é invenção minha; encontrei a smistra denominação em uns autos. em que csrãv trasladadas sesmarias dos primeiros povoadores do Rio de Janeiro, e onde a aba do morro do Castello. que cala para o lado do mar era conhecida pelo nome de morro do Descanço. Isto é o que se chama 11111a nottidade em tnaleria de Historia patria !

Em 1592, governando o Rio de Janeiro Sa lvador Corrêa de Sá, chegaram da Bahia dous frades franciscanos : frei Anto­nio dos Martyres e frei Antonio das Chagas, com intuito de fun­dar casa aqui. Salvador, de accõrdo com o Conselho e com o prelado Bartholomeu Simões Pereira, mostrou-lhes varias s ítios da cidade, obtendo preícrencia o Jogar de Sancta Luzia; e por um conchavo com a respectiva confraria, o que tudo consta de urna extensa e!'criptura. ahi se aboletaram elles, vivendo em commum com os devotos de Sancta Luzia, e para clausura e reco­lhimento dos Capuchos foi- lhes doado: «todo o chão que hã c:o-

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60 REVISTA DO INSTITUTO HISTORICO

meçando de hua cruz de pedra que eslá antes da dita hermida vindo pelo caminho debaixo e partindo com os chãos de Gonçaio Gonçalves dahi irão correndo ao longo da cerca dos padres da companhia athé o forte já dieta qttc está abaixo da Sé. deixando á mão direita o caminho da rua publica e do dito baluarte irão correndo pelo trasto desta cidade partindo com e/le pela banda debaixo athé os chõns de A nna Barro::a e dahi rumo direito ao mar ficando sempre o caminho liurc e serventia pela praya ao longo e hirá correndo athé dar com os c/1õns do dito G. Gon­çalves pela parte do mar c dahi correndo direito á cru:: lf'onJe começamos a demarcação».

Safa ! que estopada ~ dirá o leitor. Prova-se com i~ to . porem que a egreja actual de Sancta Lu:1a não e~tá collocada no primitivo togar.

De facto. com o correr dos tempos. arruinando-se a ermiàa. a requerimento de Diogo da Silva. ergueu-se a moderna capella em terrenos doados em 1752 por Joi=io Pereira Cabral e s ua exrn3. senhora. Foi do meu tempo a egreja de Sancta Luzia . apresen­tando uma modesta torre e um fronlispicio mais que modesto.

H a pouco;;; annos foram construidas as duas elegantes torres e deu-se ao templo um aspecto mais agradavel. abrindo-se portas lateraes que dão para uma galeria sustentada por arcos .

Isso facilitou o serviço. sobreludo em dias de fesl<l. em q ue a concurrencia era immensa e tornava-se impossivel o ingresso.

U m dos infall iveis devotos dessa festa é o venernndo senhor marquez de Tamandaré. que amanhã completa mais um anni\'er­sario e que felizmente lá irá, como de costume. render home­nagem á martyr de Syracusa.

Festeja-se tambem nessa casa religiosa Nossa Senhora dos Navegantes, padroeira dos pescadores e homens do mar. os quaes levam ás costas., cantando hymnos religiosos. o velame roto de suas embarcações pelos vendavaes.

É triste e ao mesmo tempo poetico e sublime obsen·ar esses homens valentes curvando-se deante da protecção da Virge:n, cujo a uxilio invoca ram no meio do perigo.

A imagem de Sancta Luzia. que orna o altar-mór. figurou na exposição de Paris e foi offerecida pelo commendador P. Velloso; a antiga acha-se no cons istorio.

É tambem digna de nota a imagem de Nosso Senhor do Bonfim , .presente do commendador Bernardes .

O s amantes de Calligraphia podem admirar o compromisso­~manuscripto, que á primeira v ista parece obra de verdadeira

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ANTIQUALHAS E MEMORIAS DO RIO DE JANEIRO 61

imprensa, com ornato de vinhetas, de flores e fructos, cuja pintura de cores vivas parece ter sido feita ha dias.

Deve-se a d. João VI a abertura da rua que vai da egreja até o canto da Ajuda, e esse melhoramento foi devido a uma promessa feita pelo rei. Adoecendo dos olhos e ficando bom o rnfante d. Sebastião. neto de d. João VI, resolveu este leva-lo em 1817 a Sancta Luzia. Havia porém uma difficuldade : os carros da Casa Real não podiam passar pelo lado da Misericordia, ende juncto ao Recolhimento havia uns beccos estreitos, tanto que o transito era feito por baixo de um arco, cujos vestigios ainda se notam no actual edificio da Eschola de Medicina. Pelo lado do Matadouro, onde depois esteve o Asylo de Mendigos, a rua ,·inha pela frente deste e dava volta pela hoje praça de D. Cons­Lança, costeava o mar, no ponto em que houve um jogo de bola, e voltava em direcção á egreja.

O caminho era interceptado pela grande chacara de d. Anna Francisca da Cruz, viuva de Estevão da Silva Monteiro, chacara <Wjo portão se abria na praia.

A viuva oppunha-se a que se tocasse nos seus muros e pedira ir.iàemnização na fórma da lei pela sua propriedade. Paulo Fer­nandes Vianna metteu-se nisto, foram satisfeitas as exigencias da Ordenação; houve vistoria, avaliações. citação dos interessados, j·ulgamento final; d. Anna recebeu 800$. e o rei poude com fa­e1Jidade cumprir o seu voto.

Tudo isso consta de uns documentos. que li, de uma de­l't:anda que durou onze annos, por pretender o célebre Manuel Fernandes da Costa, tapar nessa epocha o caminho considerado como logradouro público, pois sustentava elle serem seus os ter­re::ios por onde o povo passava, e cuja serventia não era necessa­na portanto, depois da abertura da nova rua.

Esse Fernandes da Costa tambem teve demandas com todo o n undo, inclusive com as freiras da Ajuda, com o Seminario de S. José, com varias moradores do logar, argumentando sempre com ~ teor de sesmarias anligas , pelas quaes se conhece quaes os primitivos povoadores dessas localidades.

O tal homemzinho tinha filhas dignas de si e animadas de temperamento demandista. Uma dellas só arriou bandeira em 181 1. depois de sessenta annos de questões com as freiras da

Àjuda sôbre a posse das terras da rua do Passeio, parte das 1}uaes o Governo considera suas. e que existem alli apresentando zos olhos do nosso high li[e o aspecto de uma suja dentadura, da qual se tivessem arrancado os grossos molares. E, como o Go­nrno está mettido nisso, a Municipalidade nada diz, porque certo

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62 REVISTA DO INSTITUTO H ISTORICO

é o dictado «com teu amo não jogues as peras» ou antes «o poder é o poder».

Nesse local foi construida em 1731 uma caixa d'agua, re­servatorio do antigo encanamento da Carioca. o qual passava pelos fundos das casas da hoje rua Evaristo da Veiga.

O moderno aqueducto foi obra de Bobadella. em 1750, e passam hoje por cima delle ( delle aqueducto) os carros electricos da Ferro Carril Carioca.

Mas onde iremos nós parar? Desta maneira iremos até ao Corcovado.

Voltemos ainda á Sancta Lu:ia para dizer alguma cot1sa sôbre a casinha que se nota juncto á egreja, circulada por um bello jardim, que era a menina dos olhos de um padre ha pouc•) fallecido. Nesse predio residia o capellão da Irmandade, e esse sacerdote exerceu, por longos annos, tal mister. Só a morte pou­de arranca-lo ás suas rosas. cravo~ amores-perfeitos e violeta". No tempo da revolta nunca arredou pé dalli. Todas as tardes vinha para o portão gozar da fresca da tarde e admirar o bell0 panorama da bahia.

Tinha uma celebridade: além de passar muito bem de bar­riga, fumava mais de cem cigarros de papel durante o dia !

E a charneca de lua, conhecem ? Tal foi o nome dado pelo velho Areias. primitivamente, ao seu estabelecimento de banhos. hoje muito augmentado e frequentado.

E viva Sancta Luz ia ! O resto fica para o anno.

J 2 de Dezembro de 1896.

AS FESTAS DE NATAL

Porque queres, meu caro leilor, escreva eu sôbre assumpto já tão magistralmente tractado por escritores nossos de primo cartello ?

Qual Monte Alverne. te poderia dizer : é tarde ; é muito tarde~

Não seria possivel reproduzir, hoje, alguns dos bellos arti­gos de Mello Moraes sôbre o Natal, os quaes têm e terão sempre o tom de novidade e são como as sempre-vivas ? Pedes­-me porém com tão bom modo, que não posso recusar, e como quem conta um conto accrescenta um ponto, traducção fóra da lettra, ahi vai o que aliquid adjiciendi oc11li mei viderunt.