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Cortez, Sarasqueta, Recoba.E-Book.ISBN 978-987-702-080-91. Ciencia Política. I. Bartolacci, Franco, comp. II. Título. CDD 320

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  • O BRASIL E AS RELAES BILATERIAIS COM GUIANA FRANCESA, GUIANA E SURINAME: UMA ANLISE DA INTEGRAO REGIONAL ENTRE OS PASES.

    Shirlei Debastiani Cortez

    [email protected] Universidade Federal do Rio Grande do Sul Brasil

    rea temtica: Poltica Internacional RESUMO A Amrica Latina desenvolveu-se articulada dinmica do sistema internacional, inserindo-se lgica da diviso internacional do trabalho. Com o crescimento do mercado mundial, a explorao reproduzida por intermdio das relaes econmicas, pases desenvolvidos exportam produtos de maior valor agregado e importam produtos primrios de outras economias. Pretende-se verificar a reproduo da lgica imperialista pelo Brasil na Amrica Latina, com base nas relaes bilaterais (acordos) e na balana comercial com os pases Guiana, Guiana Francesa e Suriname. Palavras-Chave: Balana Comercial, Relaes Bilaterais, Subimperialismo. Trabalho preparado para apresentao no XI Congreso Nacional y IV Congreso Internacional sobre Democracia, organizado pela Faculdade de Cincia Poltica e Relaes Internacionais da Universidade Nacional de Rosario. Rosario, 8 a 11 de setembro de 2014. 1. INTRODUAO O territrio brasileiro possui grande extenso territorial, sua dimenso coloca o Pas entre os maiores em extenso do mundo - quinto lugar. O Brasil possui superfcie de 8.515.767 km2 (IBGE, 2010) e possui limites territoriais, ao norte com Guiana, Venezuela, Suriname e Guiana Francesa; ao noroeste com a Colmbia; ao Oeste com o Peru e a Bolvia; ao sudoeste com o Paraguai e a Argentina; e ao sul com o Uruguai (Ver Quadro 1). A fronteira brasileira mais extensa com a Bolvia (3.126 km) e a menor com Suriname (593 km) de acordo com o Quadro 2. A Regio Norte do Brasil possui populao de 16.095.187 habitantes e uma rea de 3.869.637,9 km2 que corresponde a 45,27% do territrio brasileiro (IBGE, 2011). Abaixo esto relacionados os Estados da Regio Norte do Pas e as respectivas fronteiras com alguns pases da Amrica do Sul.

    Quadro 1: Regio Norte do Brasil: populao e fronteira com outros pases Regio Norte/Estados Populao Fronteira com outros pases Rondnia 1.576.455 Bolvia Acre 746.386 Peru Amazonas 3.538.387 Venezuela, Colmbia e Peru Roraima 460.165 Guiana e Venezuela Par 7.688.593 Guiana e Suriname Amap 684.309 Guiana Francesa e Suriname Tocantins 1.400.892 -

  • Totais 16.095.187 - Fonte: Adaptado de IBGE (2011)

    A Regio Norte est localizada entre o macio das Guianas ao Norte, o planalto Central ao Sul, a cordilheira dos Andes a Oeste e o Oceano Atlntico a Noroeste, tambm possui clima equatorial e banhada pelos grandes rios das bacias Amaznica e do Tocantins (BRASIL, 2014). A densidade demogrfica a mais baixa dentre todas as regies geogrficas, com 2,73 habitantes por km2, sendo que a maior parte da populao (57,8%) urbana, sendo Belm, capital do Estado do Par, a maior metrpole (BRASIL, 2014). A economia da regio Norte baseia-se no extrativismo vegetal de produtos como ltex, aa, madeiras e castanha; no extrativismo mineral de ouro, diamantes, cassiterita e estanho; e na explorao de minrios em grande escala, principalmente o ferro na serra dos Carajs, Estado do Par, e o mangans na serra do Navio, Estado do Amap (BRASIL, 2014). As ferrovias que viabilizam o escoamento dos minrios extrados da regio so: (a) a Estrada de Ferro Carajs, que vai de Marab, Estado do Par, a So Luiz, capital do Estado do Maranho que leva o ferro para os portos de Itaqui e Ponta da Madeira; e (b) a Estrada de Ferro do Amap, que transporta o mangans extrado na serra do Navio at o porto de Santana, em Macap, capital do Estado do Amap (BRASIL, 2014). Conforme demonstrado no Quadro 1, os Estados de Roraima, Par e Amap fazem divisa com os pases Guiana, Guiana Francesa e Suriname que possuem as seguintes extenses territoriais de fronteira com o Brasil:

    Quadro 2: Extenso Fronteiria do Brasil ao Norte do Rio Amazonas Pas Extenso (km) Marcos

    Guiana 1.606 134 Suriname 593 60 Guiana Francesa 730 7 Totais 2.929 201

    Fonte: Adaptado de IPEA (1993)

    A histria da colonizao dos vizinhos Guiana e Suriname demonstra que esses dois Estados so os mais novos e os menos povoados da Amrica do Sul e de menor extenso territorial (VISENTINI, 2008). A Guiana possui uma rea de 214.962 km2 e populao de 766,2 mil habitantes e o Suriname possui uma rea de 163.820 km2 e uma populao estimada em 492 mil habitantes (BRASIL, 2014b). A Guiana Francesa parte integrante da Frana e da Unio Europeia, possui uma rea de 83.534 km2 e populao de 178 mil habitantes (BRASIL, 2014b) e em conjunto com a Guiana e o Suriname formam uma regio geopoltica prpria as guianas (VISENTINI, 2008). O artigo ser apresentado com a seguinte diviso: (a) o aporte terico sobre a Amrica Latina e a sua subordinao ao capital imperialismo; (b) uma sntese sobre o histrico das relaes internacionais entre Brasil, Guiana, Guiana Francesa e Suriname, em especial aos fatos histricos da poltica externa entre os pases; (c) os acordos bilaterais entre Brasil e Guiana, Guiana Francesa e Suriname; (d) a integrao, no mbito da IIRSA, em especial o Projeto Eixo do Escudo da Guiana, que integra Brasil, Guiana, Guiana Francesa e Suriname; (e) a integrao regional do Brasil na Amrica Latina, com base nas relaes bilaterais com os pases Guiana, Guiana Francesa e Suriname e (f) as consideraes finais. 2. A AMERICA LATINA E A SUBORDINAO AO CAPITAL IMPERIALISMO

  • A Amrica Latina desenvolveu-se articulada dinmica do sistema internacional, inserindo-se lgica da diviso internacional do trabalho. Ruy Mauro Marini (2005) fiel ao seu princpio de que o subdesenvolvimento a outra cara do desenvolvimento, analisava em que condies a Amrica Latina havia se integrado ao mercado mundial e como essa integrao funcionava para a economia capitalista mundial e alterava a economia latino-americana. Para Marini (2005, p.141) a diviso internacional do trabalho determina o sentido de desenvolvimento de uma regio. A dependncia entendida como uma relao de subordinao entre naes formalmente independentes, em cujo marco as relaes de produo das naes subordinadas so modificadas ou recriadas para assegurar a reproduo ampliada da dependncia (MARINI, 2005, p.141)". Com o surgimento da grande indstria que se estabelece a diviso internacional do trabalho, pois segundo Marini (2005, p.143), de fato, o desenvolvimento industrial supe uma grande disponibilidade de produtos agrcolas, que permita a especializao de parte da sociedade na atividade especialmente industrial. Isso fez com que os pases latino-americanos se especializassem em produtores mundiais de manufatura. Segundo Marini (2005, p. 144),

    [...] a participao da Amrica Latina no mercado mundial contribuir para que o eixo da acumulao na economia industrial se desloque da produo de mais-valia absoluta para a de mais-valia relativa, ou seja, que a acumulao passe a depender mais do aumento da capacidade produtiva do trabalho do que simplesmente da explorao do trabalhador.

    Porm segundo o autor, o desenvolvimento da produo latino-americana, ocorre justamente, com base em uma maior explorao do trabalhador. Segundo Marini (2000, p. 51), a expanso capitalista mundial e a acentuao do processo monopolista mantiveram constante a tendncia integracionista, que se expressa pela internacionalizao da exportao de capitais e na subordinao tecnolgica de pases mais fracos. Em 1967, Marini escreveu o seu trabalho mais conhecido internacionalmente, Subdesarrollo y revolucin en Amrica Latina, que se dedica a demonstrar que este subdesenvolvimento simplesmente a forma particular que a regio assumiu ao se integrar ao capitalismo mundial: a histria do subdesenvolvimento latino-americano a histria do desenvolvimento do sistema capitalista mundial (MARINI, 2005, p. 76). A Teoria do Subimperialismo de Marini foi escrita nesse contexto histrico (dcada de 1960). Durante o governo militar de Castelo Branco, em sua poltica interna e externa, houve a deciso de acelerar a integrao da economia brasileira economia norte-americana e tambm de converter-se em centro de irradiao da expanso imperialista na Amrica Latina, criando as premissas de um poderio militar prprio (MARINI, 2000, p. 67). Para Marini (2000, p. 69), seja por sua poltica de reforo de sua aliana com o latifndio, seja por sua poltica de integrao ao imperialismo, a burguesia brasileira no pode contar com um crescimento do mercado interno em grau suficiente para absorver a produo crescente que resultar da modernizao tecnolgica. Para isso, segundo o autor, seria necessrio garantir uma reserva externa de mercado para a sua produo, aproveitando-se do baixo custo de produo e da modernizao industrial, por meio da exportao de produtos manufaturados. Ainda, segundo Marini (2000, p. 70) [...] assim foi a expanso imperialista do Brasil, na Amrica Latina, que corresponde na verdade a um subimperialismo ou a uma extenso indireta do imperialismo norte-americano [...].

  • Para Amaral (2013, p. 129), o subimperialismo de Marini, em outros termos, consiste

    em um processo histrico no qual as economias dependentes com certo grau de industrializao e operao do capital financeiro implementam uma poltica expansionista relativamente autnoma, no sentido de assegurar o acesso a mercados e fontes de energia e matrias primas, e exportar seus produtos manufaturados e capital para outros pases perifricos.

    Segundo o autor, o pas subimperialista passa a explorar mercados perifricos como meio para enfrentar as contradies internas de sua prpria economia dependente, incluindo as barreiras para a realizao dos lucros devido ao mercado limitado, como consequncia da superxplorao dos trabalhadores. Para Galeano (1979, p.5), h dois lados na diviso internacional do trabalho: um em que alguns pases especializam-se em ganhar, e outro em que se especializaram em perder. Nas palavras do autor,

    Nossa comarca do mundo, que hoje chamamos de Amrica Latina, foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se abalanaram pelo mar e fincaram os dentes em sua garganta. Passaram os sculos, e a Amrica Latina aperfeioou suas funes. [...] Mas a regio continua trabalhando como um servial. Continua existindo a servio de necessidades alheias, como fonte e reserva de petrleo e ferro, cobre e carne, frutas e caf, matrias-primas e alimentos, destinados aos pases ricos que ganham, consumindo-os, muito mais do que a Amrica Latina ganha produzindo-os. [...] a Amrica Latina, a regio das veias abertas. Desde o descobrimento at nossos dias, tudo se transformou em capital europeu ou, mais tarde, norte-americano [...]Tudo: a terra, seus frutos e suas profundezas, ricas em minerais, os homens e sua capacidade de trabalho e de consumo, os recursos naturais e os recursos humanos (GALEANO, 1979, p.5, grifo meu).

    O modo de produo e a estrutura de classes dos pases da Amrica Latina, explica Galeano (1979), tm sido sucessivamente determinados, de fora, por sua incorporao engrenagem universal do capitalismo. Alm disso, dentro da Amrica Latina, a opresso dos pases pequenos por seus vizinhos maiores e, dentro das fronteiras de cada pas, a explorao que as grandes cidades e os portos exercem sobre suas fontes internas de vveres e mo-de-obra (GALEANO, 1979, p. 5). Para Barros e Dasso-Junior (2012), [...] na Amrica Latina, em especial na Amrica do Sul, a deciso brasileira de associar seu desenvolvimento econmico, social e poltico ao dos vizinhos. Nesse sentido, afirmam os autores, que a cooperao bilateral um dos principais instrumentos disposio dos governos para a concertao poltica entre os Estados. Segundo Araujo (2011), a transnacionalizao das empresas brasileiras se consolidou na dcada de 1990. Segundo Ana Garcia (2009 apud ARAUJO, 2008)1 a implantao do neoliberalismo foi fundamental para este fenmeno, a liberalizao das importaes, do fluxo de capitais e a privatizao das principais companhias estatais possibilitaram a expanso das empresas e capitais brasileiros para o exterior. Para Arajo (2011), o incentivo do BNDES s empresas brasileiras esteve casado com o impulso IIRSA, o qual propiciou investimentos financeiros na Amrica do Sul e principalmente a insero de empreiteiras brasileiras no seu entorno. Segundo Araujo (2011), os projetos da IIRSA em grande parte esto vinculados ao Brasil ao Mercosul e ligao dos oceanos Atlntico e Pacfico; dos dez eixos de integrao da iniciativa, sete abrangem regies e/ou estados brasileiros, ou seja, 57%

    1GARCIA, Ana Saggioro. Empresas transnacionais brasileiras: dupla frente de luta. IN: Empresas transnacionais brasileiras na Amrica Latina: um debate necessrio. So Paulo, Expresso Popular, 2009, p.13

  • destes investimentos giram em torno dos Eixos de Integrao Mercosul-Chile e Peru-Brasil-Bolvia.

    O financiamento do BNDES a projetos da IIRSA beneficiam setores do grande capital brasileiro (agronegcio, empreiteiras e companhias exploradoras de minrios e demais matrias-primas), demonstrando que o banco um ator fundamental para o crescimento da lucratividade de fraes do capital que agem na explorao, nomeadamente, dos nossos recursos naturais (ARAUJO, 2011, p.13).

    De acordo com Araujo (2011, p.3), a expanso para o exterior das empresas brasileiras e a busca de mercados consumidores (retardados por conta da crise econmica da dcada de 1980) consolidaram as relaes com os latino-americanos, enquanto prioritrias na agenda da poltica externa, e ainda, a partir de 1990 ocorre a reorientao no sentido de priorizar as relaes com a Amrica do Sul. Sobre a ampliao da balana comercial, destaca Araujo (2011, p.3) que medida que ampliamos nossos parceiros comerciais e os pases receptores das empresas brasileiras geramos condies para o crescimento econmico nacional e dos lucros das empresas locais e internacionais aqui estabelecidas. Nesse sentido, o autor explica que para os brasileiros, a integrao regional possibilitaria a expanso de suas empresas no exterior, a busca de mercados consumidores e o impulso liderana do pas na nascente ordem mundial. Em outras palavras,

    o fomento dos acordos comerciais e o desenvolvimento de projetos de infraestrutura se tornaram eixos fundamentais da poltica externa do Brasil para a regio, que foram travestidos de um discurso cooperativista com os seus vizinhos (ARAUJO, 2011; p.11).

    Na anlise de Araujo (2011, p.22),

    o Brasil apresentou tambm duas condies objetivas, que, segundo Marini, so essenciais para o desenvolvimento capitalista: 1 - composio orgnica mdia em escala mundial dos aparatos produtivos nacionais e 2 - o exerccio de uma poltica expansionista relativamente autnoma, que no s se acompanha de uma maior integrao ao sistema produtivo imperialista, como tambm se mantm a margem do hegemon.

    Ainda, Araujo destaca que a expanso das transnacionais brasileiras e a busca de mercados consumidores externos pelo Brasil se inserem na lgica da busca de lucro para os capitais nacionais e internacionais a ele associados. O autor entende que a consolidao da hegemonia burguesa sobre parcelas significativas da populao, combinada com a consolidao dos monoplios privados no Brasil, associados e dependentes dos conglomerados internacionais, permitiu a expanso do capital-imperialismo brasileiro para o exterior. 3. HISTRICO DAS RELAES BILATERIAIS ENTRE BRASIL E GUIANA,

    GUIANA FRANCESA E SURINAME Neste captulo ser apresentado o histrico das relaes internacionais entre Brasil e os pases Guiana, Guiana Francesa e Suriname. Estes fatos histricos possibilitam entender a dinmica de acordos econmicos-comerciais e de cooperao tcnica entre os pases (relaes bilaterais).

    3.1. RELAES ENTRE BRASIL E GUIANA

  • A cronologia das relaes bilaterais entre Brasil e Guiana inicia em 1904, quando o Rei da Itlia, Victor Emanuel, divulga em 6 de junho o laudo arbitral relativo Guiana Inglesa, dividindo o territrio disputado em duas partes: 3/5 para a Gr-Bretanha e 2/5 para o Brasil (MRE, 2013). No quadro abaixo segue uma sntese dos fatos histricos entre os pases.

    Quadro 3 Histrico da Relao Brasil-Guiana Ano Fatos Histricos

    1936 Assinado Acordo do Ponto de Trijuno entre Brasil, Pases Baixos e Inglaterra, regulamentando a fronteira entre Brasil, Suriname e Guiana.

    1968 Estabelecimento de relaes diplomticas entre os pases. 1971 Criao de uma comisso de cooperao econmica, assinatura de convnio cultural e

    inicio da cooperao tecnolgica na rea de transportes. 1978 Assinado, em Braslia, em 3 de julho, Tratado de Cooperao Amaznica (TCA). Partes:

    Bolvia, Brasil, Colmbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. 1982 Acordo para a Construo de uma Ponte Internacional sobre o Rio Tacutu. 1982 Assinados Tratado de Amizade e Cooperao, Acordo Bsico de Cooperao Tcnica,

    Acordo Bsico de Cooperao Cientfica e Tecnolgica, e memorando sobre interconexo dos sistemas virios brasileiro e guianense.

    1988 Concluso do Programa de Trabalho de Georgetown, que estabeleceu atividades de cooperao tcnica entre os pases.

    2001 As obras de construo da Ponte sobre o rio Tacutu, localizada entre o Brasil e a Guiana so interrompidas.

    2007 So retomadas as obras da Ponte sobre o Rio Tacutu. 2007 Misso tcnica do DNIT e do MRE percorre a estrada Lethem-Linden e mantm

    conversaes com o Governo guianense e com o BID sobre a recuperao dessa estrada. Realiza-se, em Georgetown, em fevereiro, a II Reunio da Comisso Brasil-Guiana do Acordo de Transporte Rodovirio Internacional.

    2007 Realiza-se, em Georgetown, nos dias 27 e 28 de junho, seminrio Como exportar para o Brasil.

    2008 O Presidente Bharrat Jagdeo participa, em maio, da Reunio Extraordinria de Chefes de Estado e de Governo na qual se firmou o Tratado Constitutivo da UNASUL, em Braslia.

    2009 Ponte sobre o Rio Tacutu aberta ao trfego de pessoas e veculos em julho. Fonte: Adaptado de MRE (2013)

    3.2. RELAES ENTRE BRASIL E SURINAME

    O Suriname torna-se independente da Holanda em 25 de novembro de 1975. Est situado no nordeste do continente sul-americano, entre a Guiana Francesa, o Brasil e a Repblica Cooperativista da Guiana, tendo o privilgio estratgico de estar situado na interseco entre Caribe, regio Andina e Brasil, alm de ter seu litoral completamente voltado para o Atlntico Norte (URT, 2012). Na sequncia ser apresentada uma sntese do histrico das relaes entre Brasil e Suriname.

    Quadro 4 Histrico da Relao Brasil-Suriname Ano Fatos Histricos

    1976 O primeiro contato oficial entre os dois pases foi a visita do primeiro-ministro e chanceler surinams Henck Arron, de 21 a 25 de julho de 1976 (URT, 20012).

    1976 Assinados os primeiros tratados bilaterais: Tratado de Amizade, Cooperao e Comrcio, um Convnio de Intercmbio Cultural e um Acordo Bsico de Cooperao Cientfica e Tcnica (URT, 2012).

    1976 Instituda uma comisso mista Brasil-Suriname, para analisar os meios necessrios a aumentar o intercmbio comercial bilateral e a cooperao econmica, tcnica e cientfica entre ambos (URT, 2012).

    1978 Tratado de Cooperao Amaznica assinado entre Brasil, Suriname, Bolvia, Peru,

  • Equador, Colmbia, Venezuela e Guiana (URT, 2012). 1980 Rebelio dos Sargentos em Suriname Brasil manteve sua posio de no-interveno

    em assuntos internos de outros pases (URT, 2012). 1982 Chanceler brasileiro Saraiva Guerreiro promoveu uma visita oficial ao Suriname (URT,

    2012). 1982 O general Venturini liderou uma misso diplomtica ao Suriname, onde foram

    oferecidos programas de assistncia civil e militar a Paramaribo, incluindo cooperao tcnica na rea agro-industrial, estudos para a construo de usinas hidreltricas e o aumento dos transportes areos e martimos entre os pases (URT, 2012).

    1982 Nessa misso tambm foram oferecidos programas de treinamento militar, bolsas-de-estudo em universidades da Amaznia, substancial incremento do comrcio bilateral e at transmisso via satlite de jogos de futebol brasileiros (URT, 2012).

    1982 Oferecida uma linha de crdito no valor de US$ 70 milhes, utilizada principalmente para importar equipamentos militares de fabricao brasileira (URT, 2012).

    1989 Visita do presidente brasileiro Jos Sarney Guiana e a Suriname (Contemporneas, 2000).

    2003 Visita ao Brasil do Presidente do Suriname, Runaldo Ronald Venetiaan (PAIVA, 2007). 2004 Ministro brasileiro Celso Amorim visita o Haiti e o Suriname, onde assina acordos de

    cooperao no combate ao crime e regularizao migratria de brasileiros (PAIVA, 2007).

    2005 Presidente Lula visita o Suriname, onde participa da 16 Conferncia de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe, em Paramaribo (PAIVA, 2007).

    2006 O Governo brasileiro envia um helicptero ao Suriname para ajudar nos trabalhos de assistncia humanitria, depois das fortes chuvas que atingiram o pas (PAIVA, 2007).

    2012

    Brasil ajuda Suriname a reformar Defesa Area Militar, atravs da assinatura de Termo de Cooperao entre os pases, representando o Brasil, Ministro Celso Amorin, representando o Suriname, Lamoure S. Latour (GODOY, 2012).

    2013

    A presidenta Dilma Rousseff participou da Cpula da Unio de Naes Sul-Americanas (Unasul), em Paramaribo, capital do Suriname (LOURENO, 2013).

    2013

    O Governo do Amap e o Sebrae/AP promoveram o III Encontro Brasil/Guiana/Suriname a fim de fortalecer as relaes comerciais para transaes de exportao e importao, considerando as relaes transfronteirias com o Plat das Guianas (JUSBRASIL, 2013).

    Fonte: Urt (2012), Contemporneas (2000), Paiva (2007), Godoy (2012), Loureno (2013) e JUSBRASIL (2013)

    3.3. RELAES ENTRE BRASIL E GUIANA FRANCESA

    A Guiana Francesa uma extenso da Frana, presente no continente sul-americano, a qual considerada um Departamento de Ultramar da Frana desde 1946, com estrutura similar a dos departamentos franceses continentais (SANTA CATARINA, 2006). Em 1997, o presidente francs Jacques Chirac, anunciou um plano de desenvolvimento para a Guiana Francesa, aps reconhecer a situao econmica crtica da possesso sul-americana (SANTA CATARINA, 2006). Na sequncia ser apresentada uma sntese do histrico das relaes entre Brasil e Guiana Francesa.

    Quadro 5 Histrico da Relao Brasil-Guiana Francesa

    Ano Fatos Histricos 1997 Encontro de Fernando Henrique Cardoso com o presidente da Frana Jacques Chirac em

    Saint Georges de IOyapock - fronteira entre Brasil e a Guiana Francesa (Contemporneas, 2000).

    2001 Acordo sobre o Projeto de Construo de uma Ponte sobre o Rio Oiapoque (MRE, 2013). 2005 Elevado a Consulado-Geral o Consulado do Brasil em Caiena (URT, 2012). 2005 Acordo Relativo Construo de uma Ponte Rodoviria sobre o Rio Oiapoque ligando a

    Guiana Francesa e o Estado do Amap (MRE, 2013). 2008 Encontro dos presidentes Lula e Sarkozy na Guiana Francesa (MRE, 2013). 2012 Assinatura de Memorando de Entendimento entre o Governo da Repblica Federativa

  • do Brasil e o Governo da Repblica Francesa em Matria de Cooperao de Sade na Zona Transfronteiria Brasil-Guiana Francesa (GLOBO, 2013).

    2013 O presidente francs, Franois Hollande, inicia uma visita de Estado ao Brasil com o objetivo de reforar a aliana estratgica entre os dois pases e visita a base militar de Matoury para discutir a luta contra a pesca ilegal e a explorao de ouro pelos garimpeiros, muitos deles brasileiros. Realiza a visita na Guiana das obras de um centro esportivo que servir como uma espcie de base avanada da Copa do Mundo no Brasil, onde jogadores franceses ou estrangeiros podem passar por um perodo de aclimatao (MRE/DA1, 2013).

    Fonte: Adaptado de MRE (2013)

    4. REVISO DOS ACORDOS BILATERIAIS VIGENTES

    Neste captulo sero apresentados os acordos bilaterais do Brasil com a Guiana, a Guiana Francesa e o Suriname, onde possvel identificar as principais reas temticas envolvidas.

    4.1. ACORDOS BILATERIAS ENTRE BRASIL E GUIANA A Guiana possui 62 acordos bilaterais vigentes com o Brasil (MRE/DAI, 2013). Foram analisados os tipos de acordos estabelecidos entre os pases, onde se agrupou os acordos bilaterais em sete categorias julgadas mais relevantes. Tabela 1 Acordos Bilaterais Brasil-Guiana

    Fonte: Adaptado de MRE/DAI (2013)

    Na categoria Cooperao Tcnica h 19 acordos que tem a finalidade de cooperao nas reas de pesquisa, desenvolvimento cientfico e tecnolgico, mapeamento ambiental, entre outros. O acordo mais recente nesta categoria o Memorando de Entendimento entre o Governo da Repblica Federativa do Brasil e o Governo da Repblica Cooperativa Guiana para Cooperao na rea de Educao Fsica e Esportes celebrado em 11/08/2011. Nos projetos de cooperao cientfica e tecnolgica que esto atualmente em execuo, pode-se verificar que o Brasil tem interesse em difundir certas tecnologias para o desenvolvimento de prticas da agroindstria, conforme abaixo relacionado:

    transferncia de tcnicas para o estabelecimento da produo e utilizao da soja nas savanas intermedirias da Guiana que tem como objetivo implementar um programa para fortalecer a capacidade de adaptao de tecnologias direcionadas para o desenvolvimento do cultivo de arroz de sequeiro na Guiana, com vistas ao aumento da segurana alimentar e o atendimento das exigncias nutricionais;

    Categorias Qtd. de acordos Comercial 4 Cooperao Tcnica 19 Educao 1 Infraestrutura 7 Transporte 1 Visto 3 Outros 27 Total Geral 62

  • transferncia de tcnicas para o estabelecimento da produo e utilizao da soja nas savanas intermedirias da Guiana fase II, que tem como objetivo implementar um programa de desenvolvimento da capacidade de adaptao tcnica dirigida indstria da soja na Guiana;

    transferncia de Tcnicas para contribuir no desenvolvimento do setor de aquicultura da Guiana, que tem como objetivo promover o desenvolvimento da aquicultura na Guiana por meio da transferncia de tecnologias;

    transferncia de tcnicas para a produo de milho nas savanas da Guiana, que tem como objetivo implementar um programa para fortalecer a capacidade de adaptao de tecnologias direcionadas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de milho na Guiana;

    mapeamento geolgico e da geodiversidade na fronteira Brasil-Guiana que tem como objetivo capacitar o pessoal das instituies envolvidas em tcnicas atuais de mapeamento geolgico e georreferenciamento, de interpretao de dados em sensoriamento remoto e em aerogeofsica, bem como gerar mapas geolgicos e de geodiversidade na rea de fronteira (MRE/ABC, 2013).

    A categoria outros onde se enquadram 27 acordos, est relacionada a assuntos diplomticos, polticos, comunicados, declaraes e alguns protocolos de intenes sem especificao no campo assunto. Nas categorias infraestrutura e transporte foram localizados oito acordos bilaterais vigentes, abaixo relacionados:

    Quadro 6 Relao dos acordos Bilaterais Brasil-Guiana na rea de infraestrutura e transportes.

    Ttulo do Acordo Categoria Celebrao Entrada em vigor

    Acordo de Transporte Rodovirio Internacional de Passageiros e Cargas. Infraestrutura

    07/02/2003

    Memorando de Entendimento para o Estabelecimento de Cooperao entre a Polcia Federal do Brasil e a Fora Policial da Guiana. Infraestrutura

    18/04/2002

    Protocolo de Intenes Relativo Cooperao Bilateral para Completar a Interconexo dos Sistemas Virios do Brasil e a Guiana. Infraestrutura

    04/10/1989 04/10/1989

    Memorandum de Entendimento sobre a Interconexo dos Sistemas Virios Brasileiro e Guianense. Infraestrutura

    05/10/1982 05/10/1982

    Acordo para a Construo de uma Ponte Internacional sobre o Rio Tacutu. Infraestrutura

    29/01/1982 19/10/1985

    Acordo sobre Transportes Areos Regulares. Transporte 10/05/1974 04/03/1975

    Acordo Relativo ao estabelecimento de um Entreposto de depsito Franco de Mercadorias Exportadas ou Importadas pelo Brasil. Infraestrutura

    11/11/1971 11/11/1971

    Ajuste Relativo Execuo de Projetos de Cooperao Tcnica, Complementar ao Convnio Cultural de 28 de agosto de 1968. Infraestrutura

    11/11/1971 11/11/1971

    Fonte: Adaptado de MRE/DAI (2013)

    4.2. ACORDOS BILATERIAIS ENTRE BRASIL E SURINAME

  • O Suriname possui 48 acordos bilaterais vigentes com o Brasil (MRE/DAI, 2013). Foram analisados os tipos de acordos estabelecidos entre os pases, onde se agrupou os acordos bilaterais em cinco categorias julgadas mais relevantes.

    Tabela 2 Acordos Bilaterais Brasil-Guiana Categorias Qtd. de acordos Comercial 3 Cooperao Tcnica 25 Transporte 2 Visto 1 Outros 17 Total Geral 48

    Fonte: Adaptado de MRE/DAI (2013) A categoria Cooperao Tcnica foi a mais recorrente nos acordos entre os pases, que tem a finalidade de cooperao tcnica nas reas de agricultura, pesca, pecuria, projeto de zoneamento agroecolgico, fortalecimento institucional de rgos pblicos, treinamento, mapeamentos geogrficos, controle da AIDS, capacitao tcnica, entre outros. O acordo mais recente de cooperao tcnica o Acordo Complementar ao Acordo Bsico de Cooperao Cientfica e Tecnolgica entre o Governo da Repblica Federativa do Brasil e o Governo da Repblica do Suriname para a execuo do projeto Zoneamento Agroecolgico no Suriname celebrado em 05/05/2012. Outros acordos de cooperao tcnica esto situados nas reas de pesquisas cientficas com mosca-da-carambola e na transferncia de tecnologias para construo de viveiro de mudas. Esses acordos so as primeiras oportunidades de cooperao entre a Embrapa Amap e o Governo do Suriname, a partir de elaborao conjunta de projetos para o desenvolvimento agrcola (EMBRAPA, 2012). O vice-presidente do Suriname ressaltou a disponibilidade imediata de definir aes conjuntas de transferncia de tecnologias da Embrapa, contando com recursos financeiros do governo do Suriname (EMBRAPA, 2012). Na categoria Outros apresentam-se os acordos do tipo protocolos de intenes, comunicados conjuntos, acordos culturais, memorandum de entendimento, etc. Em relao categoria infraestrutura no foram localizados acordos bilaterais. Abaixo relacionamos alguns acordos bilaterais mais recentes celebrados entre os pases.

    Quadro 7 Relao de alguns acordos Bilaterais Brasil-Suriname

    Ttulo do Acordo Categoria Celebrao Entrada em vigor

    Ajuste Complementar ao Acordo Bsico de Cooperao Tcnica entre o Governo da Repblica Federativa do Brasil e o Governo da repblica do Suriname para a Implementao do Projeto Apoio a Aes Futuras para o Controle e a Erradicao da Mosca da Carambola no Suriname.

    Cooperao Tcnica

    18/08/2011 18/08/2011

    Memorando de Entendimento entre o Governo da Repblica Federativa do Brasil e o Governo da Repblica do Suriname sobre Cooperao na rea de Bioenergia, incluindo biocombustveis.

    Cooperao tcnica

    16/12/2010 16/12/2010

    Ajuste Complementar ao acordo bsico de cooperao cientfica e tcnica entre o Governo da Repblica Federativa do Brasil e o Governo da Repblica do Suriname para a implementao do projeto Fortalecimento da Resposta Epidemia Do HIV/AIDS no Suriname.

    Cooperao tcnica

    26/04/2010 26/04/2010

  • Memorandum de Entendimento para a Promoo do Comrcio e Investimento.

    Comercial 17/07/2007 17/07/2007

    Memorando de Entendimento sobre Cooperao na rea de Promoo Comercial.

    Comercial 21/01/1992 21/01/1992

    Acordo, ptn., para a Supresso de Visto em Passaportes Diplomticos, de Servio e Comuns.

    Visto 17/08/1988 17/08/1988

    Acordo sobre Transportes Areos. Transporte 28/01/1980 25/05/1983

    Tratado de Amizade, Cooperao e Comrcio entre o Governo da Repblica Federativa do Brasil e o Governo da Repblica do Suriname.

    Comercial 22/06/1976 07/09/1977

    Memorando de Entendimento sobre Relaes Aeronuticas entre os dois Pases.

    Transporte 19/01/1972 19/01/1972

    Fonte: Adaptado de MRE/DAI (2013)

    4.3. ACORDOS BILATERAIS ENTRE BRASIL E GUIANA FRANCESA A Frana possui 99 acordos bilaterais vigentes com o Brasil, dos quais 14 envolvem o territrio da Guiana Francesa. A quantidade de acordos relativamente menor do que os celebrados com Guiana e Suriname. Abaixo as categorias de acordos identificadas na relao Brasil e Guiana Francesa.

    Tabela 3 Acordos Bilaterais Brasil-Guiana Francesa Categorias Qtd. de acordos Comercial 1 Cooperao Tcnica 4 Outros 2 Infraestrutura 2 Transporte 5 Total Geral 14

    Fonte: Adaptado de MRE/DAI (2013) Na categoria Infraestrutura constam dois acordos que tratam da construo de uma ponte rodoviria sobre o Rio Oiapoque ligando Guiana Francesa ao Estado do Amap. Abaixo esto relacionados os acordos bilaterais celebrados entre Brasil e Frana relacionados Guiana Francesa.

    Quadro 8 Relao dos acordos Bilaterais Brasil-Guiana Francesa

    Ttulo do Acordo Categoria Celebrao Entrada em vigor

    Memorando de Entendimento entre o Governo da Repblica Federativa do Brasil e o Governo da Repblica Francesa em Matria de Cooperao de Sade na Zona Transfronteiria Brasil-Guiana Francesa.

    Cooperao Tcnica

    15/02/2012 15/02/2012

    Protocolo Adicional ao Acordo de Cooperao Tcnica e Cientfica entre o Brasil e a Frana para Criao do Centro Franco-Brasileiro da Biodiversidade Amaznica.

    Cooperao Tcnica

    23/12/2008 23/12/2008

    Acordo Relativo Construo de uma Ponte Rodoviria sobre o Rio Oiapoque ligando a Guiana Francesa e o Estado do Amap, e sua Emenda de 21/10/2005.

    Infraestrutura

    15/07/2005 01/06/2007

  • Memorando de Entendimento sobre Cooperao Cientfica e Tecnolgica em reas Prioritrias.

    Cooperao Tcnica

    05/04/2001

    Acordo sobre o Projeto de Construo de uma Ponte sobre o Rio Oiapoque. Infraestrutura 05/04/2001

    Acordo, por Troca de Notas, de Modificao no Quadro de Rotas do Acordo sobre Transporte Areo de 29 de outubro de 1965.

    Transporte

    15/05/1985 15/05/1985

    Comunicado Conjunto. Outros

    30/01/1981 30/01/1981

    Tratado de Delimitao Martima. Transporte

    30/01/1981 19/10/1983

    Troca de Notas Modificando o Quadro de Rotas constante do Anexo ao Acordo sobre Transportes Areos, de 29 de outubro de 1965, Modificado por Troca de Notas de 08 de janeiro e 22 de abril de 1976.

    Transporte

    22/03/1977 22/03/1977

    Troca de Notas Modificando o Quadro de Rotas constante do Anexo ao Acordo sobre Transportes Areos, de 29 de outubro de 1965, Modificado por Troca de Notas de 08 de janeiro e 22 de abril de 1976.

    Transporte

    22/03/1977 22/03/1977

    Acordo para a Cooperao no domnio das Atividades Espaciais entre o CNES, da Frana, e a COBAE, do Brasil.

    Cooperao Tcnica

    11/12/1973 13/03/1974

    Conveno para Evitar a Dupla Tributao e Prevenir a Evaso Fiscal em Matria de Impostos sobre o Rendimento.

    Comercial

    10/09/1971 10/05/1972

    Acordo para Estabelecimento de uma Estao de Telemedida no Territrio Brasileiro.

    Outros

    20/07/1968 20/06/1968

    Acordo sobre Transportes Areos Regulares. Transporte

    29/10/1965 19/02/1967

    Fonte: Adaptado de MRE/DAI (2013) 5. A INTEGRAO ENTRE BRASIL, GUIANA, GUIANA FRANCESA E

    SURINAME NO AMBITO DA IIRSA A Iniciativa para a Integrao da Infraestrutura Regional Sulamericana (IIRSA) um frum tcnico do Conselho de Planejamento e de Infraestrutura Sulamericano (COSIPLAN) da Unio de Naes Sul-Americanas Unasul para questes relacionadas com o planejamento da integrao fsica sulamericana (IIRSA, 2013a). A UNASUL foi criada pelos presidentes da Amrica do Sul em 2008, como um espao de articulao e dilogo poltico de alto nvel, envolvendo os governos dos doze pases da Amrica do Sul. Uma de suas prioridades o desenvolvimento de infraestrutura para a interconexo da regio. O COSIPLAN a agncia dentro da Unasul, que tem a responsabilidade de implementar a integrao da infraestrutura regional (IIRSA, 2013a). A IIRSA tem o propsito de prover a regio de uma infraestrutura bsica, nas reas de transporte, comunicaes e energia, disponibilizando as bases para uma maior integrao comercial e social do continente sulamericano (IIRSA, 2013a). Restringindo a anlise a integrao regional do Brasil com a Guiana, a Guiana Francesa e o Suriname, ser analisado o projeto IIRSA Eixo do Escudo das Guianas que abrange a rea de influncia que busca a articulao entre Venezuela, Guiana, Suriname e Brasil. A rea atual do Eixo do Escudo das Guianas est demonstrada no mapa a seguir.

    Figura 1- Localizao e rea de influncia do eixo do escudo das Guianas

  • Fonte: IIRSA (2013b)

    O Eixo do escudo das Guianas abrange a regio leste da Venezuela, o arco norte do Brasil (os Estados do Amap e de Roraima e quase a totalidade das mesorregies do Centro Amazonense e Baixo Amazonas dos Estados do Amazonas e do Par, respectivamente ligando-se ao sul com o rio Amazonas) e a totalidade dos territrios da Guiana e do Suriname (IIRSA, 2013b). A rea de influncia delimitada para o Eixo alcana uma superfcie de 1.664.613 km2, equivalente a 16,97 da soma da superfcie total dos pases que formam o eixo, sendo as principais cidades do Brasil, Guiana e Suriname relacionadas a seguir.

    Figura 2 Superfcie, populao, principais cidades do Brasil, Suriname e Guiana no Eixo do Escudo das Guianas

    Fonte: IIRSA (2013b)

    Segundo a IIRSA (2013b) na rea de influncia do Eixo do Escudo das Guianas realizaram-se exportaes em valor anual em 2008 na ordem de US$ 104 bilhes. Desse valor, 97,92% das exportaes so extra regionais, enquanto apenas 2,08% (US$ 6,24 bilhes) correspondem a exportaes entre os pases do eixo (inter-regionais).

  • Em relao s principais atividades econmicas do eixo destacam-se a extrao mineral (ouro, ferro, bauxita), florestal, pesqueira de hidrocarbonetos, assim como a agroindstria, a produo de ao e alumnio, a gerao hidreltrica e a indstria de montagem e fabricao de equipamentos eltricos, eletrnicos e eletromecnicos. Os centros de produo dominantes no Eixo do Escudo das Guianas encontram-se na regio leste da Venezuela e na regio nordeste do Estado do Amazonas no Brasil (Zona Franca de Manaus) nos quais se desenvolveram quase 90% da atividade econmica do eixo, 51% e 36% respectivamente. Nessas regies prevalece a atividade industrial e os servios relacionados (IIRSA, 2013b). As atividades produtivas do Brasil, Guiana e Suriname que integram o eixo esto relacionadas a seguir:

    Brasil Estados do Amap, Roraima, rea de influncia do Amazonas e do Par Roraima: produo de soja e outros produtos agrcolas, explorao de recursos florestais. Amap: produo de minrio de mangans, ouro, minrio de ferro e cromo, exploraes florestais, frutas tropicais e palmitos; Amazonas: eletrnicos, pneus, petrleo e gs, ecoturismo, biotecnologia e pesca esportiva;

    Guiana a produo de minrio de bauxita; produo de acar e de arroz, melao, rum, produtos florestai e crustceos.

    Suriname: derivados do petrleo, ouro, pedras preciosas ou semipreciosas, bauxita, fruticultura, produtos bovinos, avcolas e sunos.

    Os principais agrupamentos identificados no Eixo do Escudo das Guianas:

    Figura 3 Agrupamentos do Eixo do Escudo das Guianas

    Fonte: IIRSA (2013b)

    Os investimentos associados Interconexo Venezuela-Brasil (Grupo 1) so de US$ 168 bilhes; para a Interconexo Brasil-Guiana (Grupo 2) esto previstos US$ 336 bilhes; para a Interconexo Venezuela-Guiana-Suriname (Grupo 3) esto previstos U$$205,4 bilhes e para a Interconexo Guiana-Suriname-Guiana Francesa-Brasil esto previstos US$ 385 bilhes (IIRSA, 2013b). A interconexo Brasil-Guiana (Grupo 2) tem como funo estratgica apoiar o desenvolvimetno sustentvel e a integrao entre os Estados brasileiros do Amazonas e de Roraima e a Guiana, mediante a consolidao da infraestrutura que une os dois pases (IIRSA, 2013b). A interconexo Guiana-Suriname-Guiana Francesa Brasil (Grupo 4) tem como funo estratgica consolidar uma conexo fsica internacional para promover o desenvolvimento sustentvel e a integrao da Guiana, Guiana Francesa e do Suriname e dos Estados brasileiros do Amap e do Par, conforme pode ser vista no mapa a seguir.

  • Figura 4 Mapa com a localizao dos Grupos do Eixo do Escudo das Guianas

    Fonte: IIRSA (2013b)

    Um dos projetos previstos no Grupo 4 Interconexo Guiana-Guiana Francesa-Suriname e Brasil a ponte internacional sobre o Rio Oiapoque, que tem o objetivo de permitir a conectividade entre Brasil, Guiana Francesa, Suriname, Guiana e Caribe, constituindo uma verdadeira malha da Rodovia Pan-Americana Atlntica. Alm disso, constitui uma ligao entre o Brasil e a Frana e a Unio Europeia.

    5.1. ACORDO ENTRE BRASIL E GUINA FRANCESA SOBRE O PROJETO DE UMA PONTE SOBRE O RIO OIAPOQUE.

    O Acordo Relativo Construo de uma Ponte Rodoviria sobre o Rio Oiapoque ligando a Guiana Francesa e o Estado do Amap foi celebrando entre Brasil e Frana em 15/07/2005 e entrou em vigor em 01/06/2007. O acordo objetiva melhorar as ligaes virias entre os dois pases, tendo como base o Acordo-Quadro de cooperao entre os dois pases, assinado em 28 de maio de 1996 e o Acordo relativo ao projeto de construo de uma ponte sobre o rio Oiapoque, assinado em 5 de abril de 2001 (MRE/DAI, 2005). A rea de operao compreende a ponte e todos os investimentos pblicos necessrios para seu uso, quais sejam: (a) a ponte e seus equipamentos de segurana e sinalizao; (b) as duas vias de acesso entre Oiapoque e Saint-Georges e seus equipamentos de sinalizao e segurana; (c) posto(s) de fiscalizao fronteiria e respectivas instalaes. Segundo o acordo, cada Parte ser responsvel pelo gerenciamento da obra a seu encargo e construir as vias de acesso e respectivas instalaes, bem como o(s) posto(s) de fiscalizao situado(s) em seu territrio (MRE/DAI, 2005). O acordo estabelece a criao de uma Comisso Intergovernamental para examinar a documentao de habilitao dos interessados em concorrer licitao pblica, com o apoio da Comisso Tcnica. O acordo tambm especifica a criao das comisses intergovernamental e tcnica. Est previsto que cada parte arcar com os custos das instalaes de fiscalizao de fronteira que solicitar outra Parte, sobretudo os postos de fiscalizao fronteiria e as respectivas plataformas (MRE/DAI, 2005).

  • O acordo composto por 31 artigos que estabelecem desde os estudos tcnicos, as licitaes pblicas e a manuteno necessria ponte, at questes fronteirias, aduaneiras, custo e financiamento da obra e soluo de conflitos.

    5.2. ESTGIO ATUAL DA CONSTRUO DA PONTE SOBRE O RIO OIAPOQUE

    A obra franco-brasileira, inserida no Programa de Acelerao do Crescimento, iniciou em agosto de 2009 e foi concluda em 30/06/2011. Os custos do empreendimento foram compartilhados entre o Brasil e a Frana, no valor de R$ 58 milhes (somente a ponte). Algumas das caractersticas da ponte: extenso de 378 m; largura da seo transversal de 13,7 m; comprimento do tabuleiro estaiado de 345 m; vo principal de 245 m; vos de equilbrio de 50 m; passeio para pedestre de 2,52 m; mureta lateral de 0,20 m (IIRSA, 2013c). Ainda falta concluir as obras de acesso (1.900 metros) ponte, a cargo da Secretaria de Transportes do Estado do Amap, em fase de terraplenagem e concluso prevista para o segundo semestre de 2014, bem como as instalaes de fronteira do lado brasileiro. Segundo Estado (2013) a ponte ainda no foi aberta devido falta de Aduana no lado brasileiro; a ponte est totalmente pronta desde junho de 2011, inclusive a Guiana Francesa j possui posto de aduana, cerca de 30 pessoas trabalhando, com um pequeno aeroporto para transportar possveis invasores brasileiros, porm do lado brasileiro no tem asfalto at a cabeceira da ponte, e o trajeto de apenas 1,38km. Tambm falta infraestrutura no local (energia, esgoto e gua). 6. BALANA COMERCIAL DO BRASIL COM A GUIANA, A GUIANA

    FRANCESA E O SURINAME

    Nesse capitulo pretende-se analisar a relao que o Brasil mantm com seus parceiros comerciais e qual o papel exercido pelo Brasil nestas relaes. Nesta anlise possvel comparar as variaes do intercmbio comercial nos governos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Incio Lula da Silva.

    6.1. BALANA COMERCIAL ENTRE BRASIL E GUIANA

    A Guiana possui um PIB Nominal de aproximadamente US$ 3 bilhes e crescimento de 3,7% em 2012. O Pas posicionou-se como a 158 economia do mundo. O setor de servios o principal ramo de atividade e compe cerca de 45% do PIB, seguido da indstria com 35% e a agricultura com 20% (MRE/DPR/DIC, 2013a). Os Estados Unidos foi o principal destino das vendas da Guiana em 2012, participando com 37,3% do total. Seguiram-se Canad com 31,7%; Reino Unido com 7,5%; e Pases Baixos com 3,9%. O Brasil obteve a 38 posio entre os principais compradores do pas (MRE/DPR/DIC, 2013a). Assim como nas exportaes, as principais importaes da Guiana so originadas nos Estados Unidos, que supriram 35,1% da demanda interna do pas em 2012. Seguiram-se China (19,4%); Japo (5,3%); e Reino Unido (4,3%). O Brasil foi o 5 fornecedor de bens ao pas, suprindo 3,3% da demanda interna da Guiana em 2012 (MRE/DPR/DIC, 2013a).

  • Figura 5 - Pauta Importadora da Guiana

    Fonte: MRE/DPR/DIC (2013a)

    A pauta de exportaes da Guiana concentrada em alguns grupos de produtos: pedras preciosas/ouro, minrios e acar, que juntos somaram 81,7% do total das vendas do pas em 2012. Individualmente o ouro foi o principal produto exportado, com 58% do total. Seguiram-se minrios de alumnio, com 14%, acar de cana em bruto com 7% e crustceos com 4%, entre outros (MRE/DPR/DIC, 2013a). Em relao s importaes, a pauta composta, em grande parte, por bens com alto valor agregado, especialmente a importao de mquinas e automveis, que juntos somaram 41% das compras do pas em 2012. Mquinas mecnicas foram os principais produtos importados, representando 20,3% do total. Automveis representaram 11,6%; e mquinas eltricas 9,1% (MRE/DPR/DIC, 2013a). No ranking do comrcio exterior brasileiro de 2012, a Guiana figurou como a 133 parceira comercial, participando com 0,01% do comrcio total do pas. Entre 2008 e 2012, o intercmbio comercial brasileiro com as Guianas aumentou 60%, causado pelo aquecimento ocorrido nas exportaes brasileiras de 61%. As importaes apresentaram retrao de 37%. Em valores, o intercmbio comercial entre os dois pases passou de US$ 21,1 milhes em 2008, para US$ 33,7 milhes em 2012. O saldo da balana comercial, favorvel ao Brasil em todo o perodo analisado, registrou supervit de US$ 33,4 milhes em 2012 (MRE/DPR/DIC, 2013a). As exportaes brasileiras para a Guiana so compostas em sua maior parte por produtos manufaturados, que representaram 99,5% do total em 2012, com destaque para mquinas mecnicas e automveis. Os produtos bsicos classificaram-se em seguida com 0,3% (MRE/DPR/DIC, 2013a). Pelo lado das importaes, observa-se que os produtos manufaturados representaram 52,3% do total, com destaque para lcool etlico. Os produtos bsicos com 34,1% do total, classificaram-se em seguida, com destaque para ouro em bruto e os semimanufaturados com 13,6%, com destaque para resduos de ferro e ao (MRE/DPR/DIC, 2013a). Na sequncia ser apresentada a evoluo histrica do intercmbio comercial nos anos de 1989 a 2013 (at novembro) onde possvel identificar que o saldo comercial da balana historicamente favorvel ao Brasil. No Governo Lula-Dilma (2003-2014)

  • houve o crescimento das exportaes do Brasil para o Guiana, em escala significativamente maior que o governo de FHC (1995-2002).

    Grfico 1- Balana Comercial Brasil x Guiana

    US$ milhes

    Fonte: Adaptado de MDICE (2013)

    6.2. BALANA COMERCIAL ENTRE BRASIL E GUIANA FRANCESA A Guiana Francesa possui um PIB Nominal de aproximadamente US$ 3,6 bilhes e crescimento de 4% em 2011. O crescimento da populao constitui um desafio que acarreta expressivos investimentos em infraestrutura (IEDOM, 2013). A Frana foi o principal destino das vendas da Guiana Francesa em 2012, seguida da Europa, Amrica Latina/Caribe e Antilhas Francesas. A pauta importadora do Suriname tambm concentrada em poucos mercados, sendo a Frana, seguida da Europa os principais fornecedores de bens Guiana Francesa em 2012, seguida de Antilhas Francesas, sia, Amrica Latina/Caribe e Trinidad (IEDOM, 2013). As exportaes brasileiras para a Guiana Francesa so compostas em sua maior parte por produtos manufaturados, que representaram 96% das vendas em 2010. Pelo lado das importaes, observa-se que os produtos bsicos representaram 100% (MRE/DPR/DIC, 2011). As vendas brasileiras de mveis responderam, em 2010, por 30% da pauta exportadora, seguido de caados (18%), madeiras (14%), mquinas mecnicas (5,6%), cermicos (4,4%), mquinas eltricas (4%), preparao hortcolas/frutas (3,3%) e brinquedos com 1,8%. As importaes brasileiras originrias da Guiana Francesa apresentaram concentrao em ferro ou ao na ordem de 100% (MRE/DPR/DIC, 2011). Na sequncia ser apresentada a evoluo histrica do intercmbio comercial nos anos de 1989 a 2013 (at novembro) onde possvel identificar que a balana comercial sempre foi superavitria para o Brasil. Ainda, observa-se expressivo crescimento das exportaes do Brasil para a Guiana Francesa durante do Governo Lula (2007-2008) conforme demonstrado no Grfico 2. Os produtos importados da Guiana Francesa so praticamente inexpressivos quando comparados aos valores exportados pelo Brasil. A diferena que se pode observar entre

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    1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013

    EXPORTAO

    IMPORTAO

  • os governos FHC (1995-2002) e Lula-Dilma (2003-2014) que na gesto petista houve o inicio de importao de produtos da Guiana Francesa, o que no identificado durante o governo FHC.

    Grfico 2-Balana Comercial Brasil x Guiana Francesa US$ milhes

    Fonte: Adaptado de MDICE (2013)

    6.3. BALANA COMERCIAL ENTRE BRASIL E SURINAME O Suriname possui PIB Nominal de US$ 4,7 bilhes e crescimento de 4,5% em 2012. O Pas posicionou-se como a 147 economia mundial em 2012. O setor de servios o principal ramo de atividade econmica e respondeu por 51% do PIB em 2012, seguido do industrial, com 38%, e agrcola com 11% (MRE/DPR/DIC, 2013b). Segundo MRE/DPR/DIC (2013b), a pauta exportadora do Suriname concentrada em poucos mercados. Os Estados Unidos foram o principal destino das vendas do pas em 2012, participando com 30,5% do total, seguidos da Blgica, com 20,6%, do Canad com 11%, e de Barbados com 10,7%. O Brasil obteve a 27 posio entre os principais importadores do pas, com 0,1% do total em 2012.

    No fluxo inverso, a pauta importadora do Suriname tambm concentrada em poucos mercados. Os Estados Unidos foram os principais fornecedores de bens ao Suriname em

    2012, participando com 32,5% do total, seguido dos Pases Baixos, com 19,9%; da China com 12,1%; e do Japo com 5,3%. O Brasil obteve o 5 lugar, fornecendo 4,0%

    do total das compras do pas em 2012 (Ver

    Figura 6 Pauta Importadora do Suriname).

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    1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013

    EXPORTAO

    IMPORTAO

  • Figura 6 Pauta Importadora do Suriname

    Fonte: MRE/DPR/DIC (2013b)

    A pauta de exportaes do Suriname concentrada em poucos produtos. Os qumicos inorgnicos representaram 38,3% do total das vendas do pas em 2012. Seguiram-se: prolas/ouro/pedras com 24,1%, combustveis com 10,2%, frutas e pescados, com 6,9% e Madeira 4,7% respectivamente (MRE/DPR/DIC, 2013b). A pauta de importaes surinamesa composta, em grande parte, por bens de alto valor agregado. Individualmente, mquinas mecnicas representaram 19,5% das compras do pas em 2012. Seguiram-se: automveis com 15% do total; mquinas eltricas com 6,4%; obras de ferro e ao com 5%; plsticos com 4,4%; qumicos inorgnicos com 4,4%; ferro e ao com 2,1%; cereais com 2% e carnes com 1,9% (MRE/DPR/DIC, 2013b). No ranking do comrcio exterior brasileiro de 2012, o Suriname figurou como o 118 parceiro comercial, participando com 0,01% do comrcio total do Brasil. Entre 2008 e 2012, o intercmbio comercial brasileiro com o pas reduziu-se em 18,1%, de US$ 75,8 milhes para US$ 62,1 milhes. As exportaes cresceram 30,4% e as importaes reduziram-se em 96,6%. O saldo da balana comercial, favorvel ao Brasil de 2008 a 2012, totalizou o supervit de US$ 60,2 milhes (MRE/DPR/DIC, 2013b). Na sequncia apresentada a evoluo histrica do intercmbio comercial nos anos de 1989 a 2013 (at novembro) onde possvel identificar a inverso da balana comercial que passa a ser favorvel ao Brasil a partir de 1997 e o crescimento das exportaes do Brasil para o Suriname durante do Governo Lula-Dilma (2003-2014). Houve uma recuperao das importaes nos anos de 2006 e 2009, mas que no foi sustentada nos anos seguintes.

  • Grfico 3-Balana Comercial Brasil e Suriname US$ milhes

    Fonte: Adaptado de MDICE (2013)

    As exportaes brasileiras para o Suriname so compostas, em sua maior parte, por produtos manufaturados, que representaram 87,2% do total em 2012, com destaque para mquinas mecnicas. Os produtos bsicos classificaram-se em seguida, com 12,1% do total, com destaque para carne de frango e os semimanufaturados, com 0,7% (MRE/DPR/DIC, 2013b). Pelo lado das importaes, os produtos manufaturados representaram 93,5% do total em 2012, com destaque para produtos qumicos inorgnicos (MRE/DPR/DIC, 2013b).

    7. A INTEGRAO REGIONAL DO BRASIL COM A GUIANA, A GUIANA FRANCESA E O SURINAME

    A integrao da Amrica Latina economia capitalista mundial determinou o sentido do desenvolvimento da regio. Nesse sentido, os dados que foram apresentados possibilitam analisar o Brasil frente dinmica de intercmbios comerciais com os pases da Guina, Guiana Francesa e Suriname, tanto a balana comercial como os investimentos de infraestrutura, especialmente os projetos da IIRSA. Segundo Marini (2011), a histria de formao da Amrica Latina fez com que os pases latino-americanos se especializassem em produtores mundiais de manufatura. Galeano (1979) afirma que a regio continua trabalhando como um servial e que a

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    1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013

    EXPORTAO

    IMPORTAO

  • Amrica Latina a regio das veias abertas, desde o descobrimento at hoje, pois os nossos capitais foram para Europa e agora, Estados Unidos. Essa engrenagem que se tornou o capitalismo fez com que pases maiores no cenrio da Amrica Latina, tambm oprimissem os menores (Galeano, 1979). Nessa linha, verifica-se que o papel de liderana do Brasil, pautado na poltica externa brasileira, visa diminuir as fronteiras, com base em projetos de infraestrutura como o Eixo do Escudo das Guianas, no mbito da IIRSA. Essa integrao fronteiria prevista no Grupo 4 do Eixo do Escudo da Guiana, busca a integrao entre a Guiana, a Guiana Francesa, o Suriname e o Brasil, possibilitando no s a integrao fsica, mas tambm a exportao de produtos brasileiros para o mercado latino-americano. O principal beneficirio desses grandes projetos de infraestrutura o Brasil, que possui supervit na balana comercial entre os pases, apenas no lado brasileiro. Nos acordos e nas relaes comerciais que o Brasil mantm com Guiana, Guiana Francesa e Suriname, identificam-se traos de subimperialismo, pois o Estado o grande financiador para a insero das empresas brasileiras na Amrica Latina, e tambm tem a finalidade de promover as exportaes brasileiras. De fato a melhor via para integrao econmica entre os pases por meio da construo de pontes, portos, estradas, para possibilitar a insero dos produtos brasileiros em escala na Amrica Latina. Segundo Araujo (2011), o incentivo do BNDES s empresas brasileiras est casado com o impulso IIRSA, o que propiciou investimentos financeiros na Amrica do Sul e principalmente a insero de empreiteiras brasileiras no seu entorno. Segundo o autor, 57% dos investimentos da IIRSA giram em torno dos Eixos de Integrao onde o Brasil o principal ator, que tem por finalidade elevar a capacidade do comrcio exterior do Brasil com os seus vizinhos. Ainda segundo Araujo (2011), os projetos da IIRSA beneficiam em grande parte os setores privilegiados da burguesia brasileira (agronegcio, empreiteiras e companhias exploradoras de minrios e demais matrias-primas). Sobre a ampliao da balana comercial, destaca Araujo (2008, p.3) que medida que ampliamos nossos parceiros comerciais e os pases receptores das empresas brasileiras geramos condies para o crescimento econmico nacional e dos lucros das empresas locais e internacionais aqui estabelecidas. O Brasil desempenha o papel de liderana regional no processo de integrao da Amrica do Sul, porm isso faz do pas o principal beneficirio das relaes bilaterais e multilaterais com os pases da regio. No que se refere relao comercial do Brasil com Guiana, Guiana Francesa e Suriname, o saldo histrico da balana comercial sempre foi superavitrio, com crescimento expressivo durante o governo Lula-Dilma (2003-2013). Em anlise aos produtos exportados a esses pases, observa-se a prevalncia de produtos manufaturados e em contrapartida, a importao de produtos primrios, o que explica o desequilbrio da balana comercial. Nessa relao subimperialista, o Brasil enquanto liderana regional aproveita-se da demanda de pases como a Guiana, a Guiana Francesa e o Suriname, para invadir os mercados da Amrica do Sul com produtos fabricados no Brasil, beneficiando as empresas transnacionais. Durante o Governo Lula h uma elevao do comrcio exterior, fato demonstrado no histrico do intercmbio comercial entre Brasil e Guiana, Guiana Francesa e Suriname. Avanando um pouco mais na anlise, o pas principal exportador para Guiana e Suriname so Estados Unidos, o que demonstra que a Amrica Latina continua sendo subordinada ao capital-imperialismo. Nessa condio tambm se enquadra o Brasil que

  • tem como seu principal fornecedor de produtos os Estados Unidos, segundo dados do Ministrio das Relaes Exteriores (2013). Um fato recorrente na anlise de acordos bilaterais do Brasil com Guiana, Guiana Francesa e Suriname a quantidade de acordos de cooperao tcnica, principalmente com o Suriname (ao todo 25), o que demostra o interesse do Brasil em desenvolver nesses pases um padro tecnolgico, para que o Brasil possa comprar produtos de baixo valor agregado para suprir seu mercado interno, visto a grande demanda por alimentos no pas, e continuar investindo na indstria para exportar produto manufaturados como mquinas, equipamentos eltricos, automveis, entre outros. A entrada do Brasil nos pases vizinhos, buscando uma expanso do mercado exportador, acaba denotando a superioridade regional brasileira, pois o Governo consegue articular as suas ambies ao ultrapassar as barreiras do pas, levando consigo os interesses de uma frao da burguesia (fato evidenciado na balana comercial com pases como Guiana, Guiana Francesa e Suriname e tambm no investimento do BNDES em projetos de infraestrutura na Amrica Latina). 8. CONSIDERAES FINAIS

    Buscou-se neste artigo estabelecer uma conexo entre a Teoria do Subimperialimo de Marini, com a atuao do Brasil com os seus vizinhos Guiana, Guiana Francesa e Suriname. Tambm foram analisados os projetos financiados no mbito da IIRSA para a integrao das regies de fronteira do Brasil com os pases Guiana, Guiana Francesa e Suriname. A expanso das empresas brasileiras na Amrica Latina consolidou-se por meio de financiamentos do BNDES s empresas nacionais e transnacionais. E tambm pelos projetos da IIRSA, que giram em torno do Brasil, j que essas obras possibilitam o escoamento da produo do Brasil para a Amrica Latina e Caribe e financiam a atuao de empresas brasileiras nesses megaprojetos. Segundo Araujo (2011) esses fatores levaram a um reescalonamento, uma nova hierarquizao piramidal dos pases capitalistas, derivando no surgimento de centros medianos de acumulao - potncias capitalistas mdias (como o Brasil) que levaram a emerso do fenmeno do subimperialismo, logo esse fenmeno s foi possvel no Brasil, porque havia uma burguesia interna e o Estado estava disposio desses interesses. REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS AMARAL, Adriano Saraiva. Os grandes projetos de infraestrutura, com participao do Brasil, no pas e na Amrica do Sul: uma anlise a partir da teoria do subimperialismo. Dissertao (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013. ARAJO, Rafael. A presena do Brasil na Amrica do Sul: integrao regional e poltica externa brasileira em debate. Anais do XXVI Simpsio Nacional de Histria- ANPUH. So Paulo, julho 2011. BARROS, Pedro Silva; DASSO JNIOR, Aragon rico. A misso do IPEA no contexto das relaes Brasil-Venezuela: um novo formato de cooperao. 2012.

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  • XI CONGRESO NACIONAL Y IV CONGRESO INTERNACIONAL SOBRE DEMOCRACIA

    Poltica econmica y estabilidad democrtica: el caso de la presidencia de Nstor Kirchner (2003-2007)

    Gonzalo Sarasqueta rea temtica: Economa Poltica

    [email protected] Universidad de San Martn (UNSAM)

    08/05/2013

    Trabajo preparado para su presentacin en el XI Congreso Nacional y IV Congreso Internacional sobre Democracia, organizado por la Facultad de Ciencia Poltica y Relaciones Internacionales de la Universidad Nacional de Rosario. Rosario, 8 al 11 de septiembre de 2014

  • 1

    Resumen

    El objetivo de este trabajo es comprobar si durante la presidencia de Nstor Kirchner

    (2003-2007) hubo una poltica econmica que legitimara la gestin y facilitara la

    estabilidad democrtica, teniendo en cuenta que el flamante mandatario haba obtenido

    slo el 22% de los votos en los comicios del 2003. Para cumplir dicha meta se

    analizarn la poltica impositiva, las transferencias pblicas hacia los sectores con

    menor poder adquisitivo, el gasto pblico en Educacin y Salud, y, por ltimo, los

    principales indicadores socioeconmicos: desempleo, pobreza e IDH (ndice de

    Desarrollo Humano).

  • 2

    Introduccin

    En el actual trabajo se pretende ofrecer un anlisis general de la poltica econmica del

    Gobierno de Nstor Kirchner (2003-2007). El objetivo central es comprobar si durante

    este periodo hubo, adems de un crecimiento econmico sostenido, una poltica

    impositiva progresiva, unas transferencias pblicas hacia los sectores con menor poder

    adquisitivo, un aumento del gasto pblico en Educacin y Salud y, por ltimo, una

    mejora en los principales indicadores socioeconmicos- desempleo, pobreza e IDH

    (ndice de Desarrollo Humano)-. De esta manera, mediante estas cuatro variables, se

    busca ratificar si existi- o no- una aumento del bienestar econmico, entendiendo a ste

    como elevacin del nivel de vida general de todos los ciudadanos que permitiese al

    Gobierno de Nstor Kirchner obtener un amplio apoyo social y poltico que legitime su

    gestin y facilite la estabilidad democrtica, despus de haber obtenido, solamente, el

    22% de los votos en los comicios presidenciales del 2003. (Roura 2010: 58) El punto de

    comparacin y referencia para determinar si hubo una mejora, ser la dcada

    neoliberal de los aos noventa.

    Sobre la primer cuestin, la poltica impositiva, se pondr el eje en s, efectivamente, el

    Gobierno prioriz la eficacia, recaudando la mayor cantidad de impuestos posible sin

    discriminar entre grandes y pequeas rentas, o, si por el contrario, implement una

    recaudacin progresiva gravando a las grandes rentas en relacin a su capacidad, lo cual

    gener una importante dosis de oxgeno impositivo a los sectores de menor renta.

    Para solventar el asunto de las transferencias pblicas se acudir a examinar los planes

    sociales, transferencias netas generales, para aplacar la pobreza, y, finalmente, para

    dilucidar si tuvieron impacto- o no- en la desigualdad se examinar el coeficiente de

    Gini.

    Distinguir qu porcentaje del PIB tuvieron la educacin y la salud en el presupuesto

    nacional, expone el valor que le dio el Gobierno a estos dos servicios pblicos

    fundamentales para una sociedad en la que el 50% se encontraba por debajo de la lnea

    de la pobreza y no estaba en condiciones de pagar las tarifas del sector privado.

    Por ltimo, para completar y lograr una visin ms integral, se ofrecern los

    indicadores de pobreza, IDH y desempleo. Asimismo, utilizaremos los mismos ndices

    de la dcada del noventa para comparar los resultados de ambos modelos: el neoliberal,

  • 3

    interpretado por Carlos Menem (peronismo) y Fernando de La Ra (Alianza) y el

    desarrollista, conducido por Nstor Kirchner.

    La hiptesis que se baraja es que la implementacin de una poltica econmica

    desarrollista produjo una notoria mejora del bienestar econmico de la sociedad en

    general, pero aun as no se corrigieron ciertas polticas, tpicas del modelo neoliberal,

    como la impositiva que continu siendo no progresiva.

    En primer lugar se har un breve repaso histrico para comprender la situacin en que

    asumi Nstor Kirchner. Asimismo, se mostrarn las principales diferencias del modelo

    incipiente, el desarrollista, con el neoliberal impuesto por Carlos Menem en los aos

    noventa. Y, luego, antes de comenzar el anlisis de las variables, se tratar, brevemente,

    el incremento del PIB y la renegociacin de la deuda externa, elemento nodal en lo que

    refiere a la economa nacional, ya que sin ella la gestin entrante hubiese estado

    seriamente limitada por los organismos internacionales de crdito, como el Banco

    Mundial, el FMI o el Club de Pars.

    Marco histrico

    En diciembre del 2002, el 85% de la poblacin argentina pensaba que el Estado deba

    tener un rol activo en la economa (Nueva Mayora 2002). Un gran contraste respecto a

    la dcada del noventa, donde un gran espectro de la sociedad estaba en sintona con las

    medidas neoliberales del Gobierno de Menem.

    Sin duda, el momento bisagra para este giro subjetivo es la crisis del 2001. En dicho ao

    estall el modelo econmico en su totalidad. La convertibilidad, el centro de gravedad

    del plan impulsado por el ministro de economa Domingo Cavallo para apalear la

    hiperinflacin de los aos 80, y que consista en la paridad- ficticia, por cierto- entre un

    peso argentino y un peso americano, sucumba ante una fuga masiva de capitales. El

    precio a pagar por la sociedad, sobre todo por la clase media, era la confiscacin de sus

    ahorros, el denominado corralito; desempleo, marginacin y pobreza, por las clases

    populares.

    Finalizaba un paradigma econmico, el neoliberal, propulsado por el Consenso de

    Washington. La privatizacin de empresas pblicas; la independencia del Banco

    Central; la liberalizacin del mercado de bienes y capitales; la transferencia del capital

    del sector productivo al financiero; la disminucin del personal estatal; la flexibilizacin

  • 4

    laboral; la presencia de organismos internacionales, como el FMI, en las polticas

    domsticas; y la ejecucin de unas polticas sociales focalizadas como dique de la

    pobreza emergente, conformaban el pack de medidas neoliberales implementado.

    (Horvath 2012)

    Luego de una profunda inestabilidad poltica- cinco presidentes en un ao y medio-, el

    mayo del 2003 asuma el peronista Nstor Kirchner la presidencia. Su mandato se

    caracterizara por la profundizacin del plan desarrollista de su predecesor, Eduardo

    Duhalde. Prueba fehaciente: la continuidad en el cargo del ministro de economa

    Roberto Lavagna.

    La imposicin de un Estado que recuperase el protagonismo en la economa fue una de

    las primeras enmiendas del flameante gobierno. Deshacerse de ese concepto del

    Estado acotado, como simple garante de la seguridad, defensor de la propiedad privada

    y portador de la justicia. Un nuevo paradigma que recuperaba las bases del

    desarrollismo de los aos 40 y 50. Y que se propagaba a nivel regional con Hugo

    Chvez en Venezuela, Lula en Brasil y Tabar Vzquez en Uruguay.

    En las antpodas del arquetipo neoliberal, las principales caractersticas de esta nueva

    poltica econmica seran: el fomento de la industria nacional; el peso a una tasa de

    cambio alto con el dlar para favorecer las exportaciones; los derechos a las

    exportaciones- las denominadas retenciones- en auge (el sector agrcola fue el sector

    ms perjudicado); la reestatizacin de empresas pblicas estratgicas, como el gas, el

    agua, la electricidad y el transporte; polticas sociales estructurales para solventar el

    acuciante problema de la pobreza y la indigencia; subsidios a empresas extranjeras para

    mantener las tarifas a bajo precio; el control de las divisas del banco central y su

    consecuente compromiso con el proyecto poltico; ruptura de las relaciones carnales1

    con los organismos internacionales (Club de Pars, FMI), y en su reemplazo el inicio de

    estrechos vnculos con potencias emergentes, China o la India, o el fortalecimiento de

    organismos regionales como el Mercosur.

    Prueba fehaciente de este cambio de rumbo en la poltica exterior fue el no al ALCA

    (rea de libre comercio de las Amricas), en el ao 2005, en Mar del Plata. Dicha

    cumbre sirve de efemride histrica para explicar el cambio radical. Si en los aos

    1 Frase del canciller, entre 1991 y 1999, Guido Di tella

  • 5

    noventa los vnculos econmicos fueron con Estados Unidos, en esta nueva etapa sern

    con los pases vecinos del Cono Sur. Con esta nueva estrategia se busc consolidar una

    relacin ms horizontal, sin imposiciones ni intromisiones externas en la poltica

    domstica, y que excluya a los principales organismos internacionales de crdito.

    Como observamos en el grfico, que recorre los tratados celebrados entre mayo del

    2003 y diciembre del 2007, el predominio de convenios con pases del Cono sur es

    evidente. Mientras que, al revs que en la dcada del 90, las relaciones con Estados

    Unidos, principal socio del Gobierno de Menem, se ubican en el ltimo lugar.

    Grfico 1. Relaciones bilaterales de la Argentina (2003-2007)

    Fuente: Centro de Estudios Nueva Mayora Grfico: Elaboracin propia

    Claro que para llevar a cabo el nuevo plan econmico, Argentina deba saldar su colosal

    deuda externa. O, por lo menos, poner en claro que, a mediano plazo, la iba asumir. El

    monto en 2003, alcanzaba los 180.000.000.000 de dlares. La renegociacin de la

    misma era una premisa impostergable para el Gobierno de Nstor Kirchner. No se

    puede recurrir al ajuste ni incrementar el endeudamiento. No se puede volver a pagar

    deuda a costa del hambre y la exclusin de los argentinos..., aseguraba en su discurso

    de asuncin el nuevo inquilino de la Casa Rosada. Sin una oferta contundente y, al

    mismo tiempo, asequible para las finanzas nacionales, le sera arduo, cuando no

    60% 22%

    3%

    6%

    3% 6%

    Amrica del Sur

    Euroa y Asia Central

    Amrica Anglosajona

    Medio Oriente y Norte de frica

    frica Subsahariana

    Asia Orienta y Pacfico

  • 6

    imposible, desandar el sendero de la recuperacin econmica. Por eso, ni bien asumi,

    coloc un equipo especializado en el tema que le permitiese obtener un cierto margen de

    maniobra. Objetivo doble: calmar al mercado financiero internacional con una

    propuesta decente y, mientras tanto, calentar la economa domstica y expandir la

    industria nacional.

    Bsicamente el canje de la deuda que propuso Roberto Lavagna, ministro de economa

    de Nstor Kirchner, fue la reduccin de la deuda en un 75% mediante bonos argentinos.

    El plan no inclua a toda aquella deuda que haba surgido despus de la declaracin del

    default en el 2002. Otra seal contundenten hacia los organismos internacionales fue la

    permanencia de Alfonso Prat Gay, ex director de estrategia de la banca J.P. Morgan, al

    frente del Banco Central. Se quera dejar tranquilo al mercado. Y result. El Gobierno

    kirchnerista logr un margen importante de maniobra y comenz a centrar su atencin

    en la economa local.

    Despus de un largo y nocivo proceso econmico dirigido por el Consenso de

    Washington, la sociedad argentina tom conciencia de que la deuda externa era una

    timba manejada por usureros y que su crecimiento constante nos llevaba a la quiebra. Es

    por eso que el proyecto de "desendeudamiento" ideado por Nstor Kirchner y Roberto

    Lavagna tuvo, ms all de polmicas ideolgicas y coyunturales, un importante

    consenso social. Esa poltica se tom con la idea de volvernos autnomos de los

    organismos internacionales de crdito, para que ellos no pudieran dictar polticas

    econmicas en nuestro pas como haba ocurrido en otros tiempos. (Fernndez Daz,

    2013)

    El PIB que haba sufrido una abrupta cada en el 2002, empez a repuntar gradualmente.

    La explicacin bsica a este fenmeno es la reactivacin, lenta por cierto, de la

    economa nacional. El fin de la convertibilidad dio paso a una devaluacin del peso

    argentino que, con el correr del tiempo, ira disminuyendo su valor en comparacin con

    el dlar, lo que provoc una fuerte competitividad en la produccin nacional y alent las

    exportaciones, sobre todo del sector agropecuario, columna vertebral histrica de la

    economa criolla. Soja, carne vacuna, trigo y maz fueron las principales commodities

    que empezaron a introducirse en mercados inditos para el campo argentino, como el de

    China y el del Norte de frica (especialmente Marruecos).

  • 7

    Grfico 2. PIB per Cpita (en pesos argentinos)

    Fuente de datos: UNESCO Grfico: elaboracin propia

    Al mismo tiempo, consciente de que la recuperacin comenzaba, el Gobierno dejara de

    recurrir a emprstitos internacionales para financiarse. Rechazaba volver a introducirse

    en esa lgica de endeudamiento que condicionaba sus polticas a corto y mediano plazo.

    Adems, urga pagar el canje establecido y no ahondar la deuda. Como lo demuestra el

    grfico, en comparacin con la dcada del noventa, el cambio resulta manifiesto

    Grfico 3. Financiamiento neto de Organismos internacionales

    Fuente: CEPAL Grfico: Elaboracin propia

    0

    1.000

    2.000

    3.000

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    5.000

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    2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

    -15.000

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    1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

    Millones de dlares

  • 8

    Una narrativa anti-imperialista acompaar y recubrir a estas nuevas cifras. Bajo el

    lema Nacional y popular, un enunciado recuperado del movimiento justicialista de los

    aos 40 que perdur durante la segunda mitad del siglo XX, pero se evapor durante los

    diez aos del menemismo, se intentar recuperar el sentido de independencia

    econmica.

    Poltica impositiva

    El objetivo en este inciso es distinguir si el Gobierno llev a cabo una poltica

    impositiva de corte redistributivo, o sea progresiva, o, por el contrario, una no

    progresiva, basada en la eficiencia y la recaudacin, sin discriminacin entre pequeas

    y grandes rentas.

    Antes de comenzar, conviene aclarar dos conceptos. Para empezar, definir lo que es una

    imposicin a la renta progresiva. El objetivo de progresividad del impuesto sobre la

    renta implica gravar de acuerdo con el principio de capacidad de pago, pues sta

    aumenta ms que proporcionalmente con la renta. (Roura, 2010: 253) En otro sentido,

    destacar que los impuestos directos son los que gravan de manera directa, distinguiendo

    su capacidad adquisitiva, las fuentes de riqueza, la renta o la propiedad. En cambio, la

    imposicin no progresiva es aquella en que el gravamen no aumenta segn crece la

    renta. Los impuestos no progresivos pueden ser fijos, regresivos o proporcionales, los

    directos, y por otro lado pueden ser los indirectos (IVA, impuestos especiales, etc.)

    Para medirlo, primero, se sumarn todos los impuestos progresivos, por un lado, y por

    el otro, todos los impuestos no progresivos. Al final, se utilizar el ndice de Tanzi

    (Progresivos/no progresivos) para corroborar si se trata de un sistema ms progresivo o

    menos progresivo. Cuanto ms se despeje hacia arriba del 1 el ndice, se tratar de un

    sistema progresivo. En direccin contraria, cuanto ms se aleje hacia abajo del 1 el

    ndice, se tratar de un sistema menos progresivo

    El ndice se har con la recaudacin impositiva del ao 2006 ya que fue el ao que ms

    se recolect durante el Gobierno de Nstor Kirchner.

  • 9

    Grfico 4. Recaudacin impositiva 2006 (en millones de pesos)

    Fuente: Ministerio de Economa y Finanzas pblicas (MECON) Grfico:

    elaboracin propia

    Por ende, siguiendo el ndice de Tanzi: se divide el total de los impuestos progresivos

    por el total de los no progresivos: 63.472/70.372= 0,901.

    El ndice que brota apunta, claramente, que el sistema impositivo del Gobierno de

    Nstor Kirchner no era de carcter progresivo. Su capacidad recaudatoria estuvo

    orientada ms hacia los impuestos generales que a los que discriminan entre personas de

    mayor y menor poder adquisitivo. Impuestos como el IVA (impuesto al valor

    agregado), selectivos (cigarrillos, bebidas alcohlicas, energa elctrica, combustibles) o

    sobre servicios especficos (telefona, seguros, servicios financieros), que recaen en

    todos los consumidores por igual, fueron la base principal de los ingresos tributarios

    del Gobierno. Los impuestos directos progresivos- sobre la propiedad, sobre las

    ganancias, sobre sucesiones, regalos, herencias- fueron considerables, pero en menor

    medida. A tal punto que aportaron unos 6.900 millones menos que el total de los

    impuestos no progresivos.

    Es cierto que luego dichos ingresos se implementaron en polticas pblicas de corte

    redistributivo como planes sociales. Pero no es menos cierto que ese efecto

    redistributivo habra podido ser completo (redistribucin directa entre grupos

    especficos) si se hubieran gravado ms las grandes fortunas de acuerdo a su capacidad,

    60.000

    62.000

    64.000

    66.000

    68.000

    70.000

    72.000

    Impuestos progresivos Impuestos no progresivos

    2006

  • 10

    y luego trasladar esos ingresos en obras pblicas, servicios sociales, seguros,

    viviendas, etc.- a los sectores ms vulnerables.

    Transferencias pblicas

    Para analizar el papel que tuvo el Estado en la redistribucin del ingreso, se abordarn

    las transferencias pblicas, especficamente los planes sociales ejecutados

    (transferencias netas generales), para reducir la pobreza y lograr la igualdad de

    oportunidades (Roura, 2010). Qu programas se pusieron en marcha y, a la vez, cunto

    porcentaje del PIB se destin? En segundo lugar, para detectar si aument o disminuy

    la desigualdad, se har un grfico del coeficiente de Gini en los ltimos diez aos.

    La principal caracterstica que tuvieron los programas sociales empleados durante el

    kirchnerismo es que fueron transferencias de ingresos a hogares en situaciones de

    pobreza, ms all de la situacin laboral en que se encontraran. Esto es importante

    destacarlo porque en la Argentina una gran parte de la sociedad depende del trabajo

    informal o de la economa sumergida. Una sustancial diferencia con la dcada del

    noventa, donde la proteccin social estaba reducida a aquellas personas que estaban con

    un empleo formal o, en todo caso, haban perdido ese empelo (seguro de desempleo).

    En otras palabras: El crecimiento de los programas de transferencias para combatir la

    pobreza desde comienzos del siglo xxi, en cambio, hizo hincapi en la asistencia social

    y el principio de ciudadana. Mientras que en los esquemas de seguridad social el

    empleo (formal) ofreca una puerta de acceso a la proteccin social, la ciudadana y la

    necesidad constituyen las principales bases del derecho a acceder a los programas de

    asistencia social. El crecimiento de la asistencia social desvincula del empleo formal el

    acceso a la proteccin social si bien este es limitado-. (Barrientos, 2012: 66)

  • 11

    Grfico 5. Porcentaje del PIB destinado a la asistencia social

    Fuente: Ministerio de Economa y Finanzas pblicas (MECON) Grfico:

    elaboracin propia

    El aumento como se vislumbra en el grfico del gasto pblico en asistencia social es

    producto del cambio de percepcin por parte del Estado ante la pobreza. Ahora el

    Estado interpreta a la pobreza como un problema propio, que es de su competencia-y no

    del mercado-. Asume que es su responsabilidad promover la igualdad de

    oportunidades. Y que debe proveer polticas compensatorias a aquellas personas que

    se encuentran en situaciones de desventaja. Si l no interviene para equilibrar, el

    mercado se profundizar esa brecha de desigualdad.

    A travs de las retenciones a las exportaciones- trigo, soja, maz- del sector

    agropecuario, histrico motor econmico del pas, el Gobierno de Nstor Kirchner logr

    mejorar los ingresos del erario y transferir gran parte de esas ganancias a la ejecucin de

    dos clases de polticas sociales. Unos planes con un efecto directo y focalizado, como el

    Plan de Seguridad Alimentaria, para solventar necesidades urgentes como la

    desnutricin; y otras con un objetivo doble-indirecto y directo-, como Plan Ms y

    Mejor Trabajo o Manos a la obra 2003, para promover la cultura del trabajo y, al mismo

    tiempo, generar ingresos en las familias de menor poder adquisitivo. Conviven en este

    enfoque dos visiones frente al problema social que generalmente se consideran

    antitticas: la asistencialista, por un lado, y la estructural por el otro. Ambas

    0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

    Promocin y asistencia social

  • 12

    soluciones fueron puestas en marcha simultneamente, demostrando que es posible

    conjugar polticas de corto plazo con polticas de mediano y largo aliento.

    Hay que aadir que la reactivacin de la industria tambin colabor en la disminucin

    de la brecha entre ricos y pobres. Miles de obreros cualificados encontraron una fbrica

    donde poder trabajar y desarrollarse: contexto inverso al de la dcada del noventa donde

    prim el sistema financiero y el sistema productivo qued relegado a un segundo o,

    hasta inclusive, tercer plano.

    Grfico 6. ndice de Gini

    Fuente de datos: SEDLAC Grfico: Elaboracin propia

    Resulta palmario que, a medida que se fue aumentando el gasto pblico en ayudas

    sociales, fue disminuyendo la desigualdad. A tal punto que el 2007, el ao que ms se

    gast en asistencia social (0,5%), es el momento en que el ndice de Gini conoce su piso

    ms bajo (ms igualitario) en este periodo de diez aos.

    El Estado tuvo un papel activo, evidentemente, en la distribucin del ingreso. Logr

    traducir su participacin en el campo econmico en una menor desigualdad social.

    Cumpli- relativamente- su papel de Estado Benefactor. Aunque es necesario aclarar

    que el gasto utilizado para solventar un problema