ansiedade e hipocondria.pdf

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PÁG. 6 l ECONOMIA l EDIÇÃO: 19/12/2007 DATA DE ENVIO: 18/12/2007 — 21: 29 h AZUL - MAGENTA - AMARELO - PRETO PÁG. 6 l ECONOMIA l EDIÇÃO: 19/12/2007 DATA DE ENVIO: 18/12/2007 — 21: 29 h AZUL - MAGENTA - AMARELO - PRETO saúde DIÁRIO DE S.PAULO SÃO PAULO F QUARTA-FEIRA, 19 DE DEZEMBRO DE 2007 F PÁG. B6 Giro QUAL É O SEU PROBLEMA? Cartas para editoria Saúde: rua Major Quedinho, 90 - 3º andar, CEP 01050-030, São Paulo, SP, com nome, endereço e telefone . Ou mande um e-mail para [email protected] Marcas nos olhos Tenho marcas vermelhas que nunca saem dos olhos, independentemente de estar cansado, com sono ou disposto. Apenas o uso de colírios, desses que vendem sem receitas nas farmácias, resolvem meu problema. É seguro usar colírio constantemente? Gustavo M.P., por e-mail w A pior conduta, em qualquer caso, é se au- tomedicar. Isso pode contribuir para perpe- tuar a “mancha” dos olhos e ainda aumentar a possibilidade do apa- recimento de outras doenças oculares. Há risco ainda da pessoa desenvolver olho ver- melho crônico, ceratite, glaucoma, catarata, etc. Visite um oftalmologis- ta assim que puder, pois ele poderá fazer um diagnóstico preciso e indicar o melhor trata- mento para o caso. Virgilio Centurion, oftalmologista e Diretor do Instituto de Moléstias Oculares (IMO) MANIA DE DOENÇA Ansiedade e traumas emocionais provocam crises hipocondríacas w Qualquer pessoa pode ter o distúrbio e acabar enfrentando uma série de consultas desnecessárias BRUNO FOLLI [email protected] w Mania de doença. Essa é a principal marca da hipocon- dria, distúrbio emocional em que a pessoa permanece com idéia fixa de estar doente, pen- sando sofrer das mais diversas enfermidades. Tal característi- ca é marcante no hipocondría- co crônico, figura já bem co- nhecida, mas essa doença emo- cional possui vários níveis. E os níveis mais leves podem atingir qualquer pessoa em de- terminada fase da vida. Pensando assim, todas as pessoas são hipocondríacas em potencial. Basta haver o gatilho certo para desencadear uma crise. Na condição de distúrbio emocional, a hipocondria pode se manifestar por conseqüên- cia do estresse, da ansiedade ou de um trauma específico. Pode ser a perda de uma pessoa que- rida ou a incapacidade de lidar com sentimentos como medo, raiva, culpa, insatisfação e in- segurança. “O problema está sempre relacionado à ansieda- de”, explica a psicóloga Adria- na de Araújo, da Psiclínica. O problema tende a desapa- recer assim que o obstáculo emocional é superado. Mas até que isso ocorra, a pessoa pode enfrentar uma verdadeira pe- regrinação por consultórios médicos e clínicas de exames, tudo para constatar que está sadia, sem os problemas de saúde que imaginava ter. Adriana dá uma dica impor- tante: “Qualquer preocupação excessiva com doenças é sinal de que algo não está indo bem com a pessoa”. Um psicólogo poderá guiar a pessoa na reso- lução do obstáculo emocional, e um psiquiatra poderá indicar medicamentos, como antide- pressivos e ansiolíticos. “Reconhecer as emoções ruins que procuramos negar, muitas vezes já é suficiente pa- ra fazer cessar os sintomas. Mas para isso é preciso auxílio. Não adianta tomar remédios sem trabalhar os sentimentos”. Isso é fundamental porque o processo em que a hipocondria ocorre se dá pela somatização. “É a transferência para o cor- po, inconscientemente, das di- ficuldades sentimentais com as quais são se consegue lidar”, define a especialista. MAIS LEITOS Hospital Pedreira duplica UTI infantil w Inauguração acontece hoje e novas obras estão previstas para o próximo ano EDILSON DANTAS/DIÁRIO OS BEBÊS terão incubadoras inteligentes que monitoram o ar w O atendimento médico in- fantil em Interlagos, na Zona Sul de São Paulo, acaba de ga- nhar um importante reforço. Será entregue hoje ao Hospi- tal Geral de Pedreira as novas instalações da UTI , que pas- saram de cinco para 12 leitos infantis. Os leitos atenderão também casos do pronto-so- corro, assim dobrando a capa- cidade de atendimento. A nova unidade terá ainda monitores com imagens ra- diológicas e incubadoras com sistemas inteligentes para monitorar a umidade do ar. Esses equipamentos facili- tam o acompanhamento de bebês que estejam com o qua- dro clínico bem delicado. Pa- ra essas mudanças, o governo estadual investiu R$ 7 mi- lhões no hospital. Outras mudanças Outras mudanças estão previs- tas para o hospital, sendo uma nova enfermaria ortopédica e uma clínica médica. Essas ins- talações vão ocupar um espaço de mil metros quadrados. Ain- da na UTI, estão previstos no- vos leitos para adultos. Tudo deve ser entregue em 2008. O hospital é referência em atendimento pediátrico. Ao to- do, cerca de 30 mil pacientes são recebidos por mês, sendo 1.300 internações. ESPÍRITO NATALINO Gorila devora meia de Natal cheia de doces ALESSIA PIERDOMENICO/REUTERS w No zoológico de Londres, na Inglaterra, até os gorilas recebem generosos presentes de Natal. Essa fera, chamada Zaire, ficou bem mais sociável ao receber uma meia vermelha, com decorações típicas natalinas. Isso porque dentro da meia havia diversos doces e guloseimas, que deixaram a gorila entretida por horas. Outros animais também receberam presentes natalinos dos criadores. PESQUISA BRITÂNICA Pernas curtas indicam risco de problemas no fígado w Uma nova pesquisa britânica mostrou que mulheres com pernas curtas podem ter mais risco de problemas do fígado. Os pesquisadores da Universi- dade de Bristol examinaram 4,3 mil mulheres com idade en- tre entre 60 e 79 anos. Os resultados revelaram que, quanto mais curta a perna da mulher, maior eram os indi- cadores de problemas no fíga- do. Isso foi avaliado em análise dos níveis de enzimas produzi- dos pelo órgão. Os cientistas, liderados por Abigail Fraser, mediram o ta- manho da perna e a altura das mulheres. Nos exames de san- gue, eles mediram os níveis de quatro enzimas do fígado: alani- na aminostranferase (ALT), ga- ma-glutamiltransferase (GGT), aspartato transaminase (AST) e fosfatase alcalina (ALP). Quan- to mais comprida era a perna da paciente examinada, menor era o nível de três das enzimas. A equipe de Abigail Fraser diz que a explicação para esta ligação está na infância e ado- lescência dos pacientes. “Nos- sa interpretação é a de que con- dições enfrentadas na infância, como desnutrição, que influen- ciam os padrões de crescimen- to, também influenciam o de- senvolvimento do fígado”, es- creveram os cientistas ao di- vulgarem a pesquisa. “Mais estudos, com avalia- ções de exposições (a vários fa- tores) na infância, relevantes para o comprimento da perna, seriam valiosos para identifi- car qualquer exposição especí- fica que contribua para o fun- cionamento do fígado na vida adulta e para o surgimento de doenças cardiovasculares”. Para a organização de cari- dade britânica que estuda pro- blemas de fígado, a British Liver Trust, a pesquisa é “muito inte- ressante”. Eles acreditam que o estudo mostra a importância de um estilo de vida saudável, espe- cialmente em jovens. Dose maior contra vírus da hepatite C w Um estudo americano realizado com 950 voluntários revelou que o uso do remédio alfapeginterferona (Pegasys) apresentou uma resposta eficaz contra o vírus da hepatite C. Os pacientes já tinham sido tratados com outros medicamento, porém não tinham conseguido controlar o avanço da doença. Para alcançar esse resultado, os cientistas prolongaram o uso da droga e aumentaram a dose, o que pode resultar em novos modelos terapêuticos.

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PÁG. 6 l ECONOMIA l EDIÇÃO: 19/12/2007

DATA DE ENVIO: 18/12/2007 — 21: 29 h AZUL - MAGENTA - AMARELO - PRETO

PÁG.6 l

ECONOMIA l

EDIÇÃO: 19/12/2007

DATADEENVIO:18/12/2007—21:29h AZUL - MAGENTA - AMARELO - PRETO

saúde DIÁRIO DE S.PAULO

SÃO PAULO F QUARTA-FEIRA, 19 DE DEZEMBRO DE 2007 F PÁG. B6

Giro

QUAL É O SEUPROBLEMA?

Cartas para editoria Saúde:rua Major Quedinho, 90 - 3ºandar, CEP 01050-030, SãoPaulo, SP, com nome,endereço e telefone .Ou mande um e-mail [email protected]

Marcasnos olhosTenho marcasvermelhas que nuncasaem dos olhos,independentemente deestar cansado, com sonoou disposto. Apenas ouso de colírios, dessesque vendem sem receitasnas farmácias, resolvemmeu problema. É segurousar colírioconstantemente? Gustavo M.P.,por e-mail

w A pior conduta, emqualquer caso, é se au-tomedicar. Isso podecontribuir para perpe-tuar a “mancha” dosolhos e ainda aumentara possibilidade do apa-re c i m e n t o d e o u t r a sdoenças oculares. Hárisco ainda da pessoadesenvolver olho ver-melho crônico, ceratite,glaucoma, catarata, etc.Visite um oftalmologis-ta assim que puder, poise l e p o d e r á f a z e r u mdiagnóstico preciso eindicar o melhor trata-mento para o caso.Virgilio Centurion,oftalmologista e Diretordo Instituto de MoléstiasOculares (IMO)

MANIA DE DOENÇA

Ansiedade e traumas emocionaisprovocam crises hipocondríacaswQualquer pessoa pode ter o distúrbio e acabar enfrentando uma série de consultas desnecessárias

BRUNO FOLLIbr [email protected]

w Mania de doença. Essa é aprincipal marca da hipocon-dria, distúrbio emocional emque a pessoa permanece comidéia fixa de estar doente, pen-sando sofrer das mais diversasenfermidades. Tal característi-ca é marcante no hipocondría-co crônico, figura já bem co-nhecida, mas essa doença emo-cional possui vários níveis. Eos níveis mais leves podematingir qualquer pessoa em de-terminada fase da vida.

Pensando assim, todas aspessoas são hipocondríacas empotencial. Basta haver o gatilhocerto para desencadear umacrise. Na condição de distúrbioemocional, a hipocondria pode

se manifestar por conseqüên-cia do estresse, da ansiedade oude um trauma específico. Podeser a perda de uma pessoa que-rida ou a incapacidade de lidarcom sentimentos como medo,raiva, culpa, insatisfação e in-segurança. “O problema estásempre relacionado à ansieda-de”, explica a psicóloga Adria-na de Araújo, da Psiclínica.

O problema tende a desapa-recer assim que o obstáculoemocional é superado. Mas atéque isso ocorra, a pessoa podeenfrentar uma verdadeira pe-regrinação por consultóriosmédicos e clínicas de exames,tudo para constatar que estásadia, sem os problemas desaúde que imaginava ter.

Adriana dá uma dica impor-tante: “Qualquer preocupação

excessiva com doenças é sinalde que algo não está indo bemcom a pessoa”. Um psicólogopoderá guiar a pessoa na reso-lução do obstáculo emocional,e um psiquiatra poderá indicarmedicamentos, como antide-pressivos e ansiolíticos.

“Reconhecer as emoçõesruins que procuramos negar,muitas vezes já é suficiente pa-ra fazer cessar os sintomas.Mas para isso é preciso auxílio.Não adianta tomar remédiossem trabalhar os sentimentos”.Isso é fundamental porque oprocesso em que a hipocondriaocorre se dá pela somatização.“É a transferência para o cor-po, inconscientemente, das di-ficuldades sentimentais com asquais são se consegue lidar”,define a especialista.

MAIS LEITOS

Hospital Pedreira duplica UTI infantilw Inauguração acontece hoje e novas obras estão previstas para o próximo ano

EDILSON DANTAS/DIÁRIO

OS BEBÊS terão incubadoras inteligentes que monitoram o ar

wO atendimento médico in-fantil em Interlagos, na ZonaSul de São Paulo, acaba de ga-nhar um importante reforço.Será entregue hoje ao Hospi-tal Geral de Pedreira as novasinstalações da UTI , que pas-saram de cinco para 12 leitosinfantis. Os leitos atenderãotambém casos do pronto-so-corro, assim dobrando a capa-cidade de atendimento.

A nova unidade terá aindamonitores com imagens ra-diológicas e incubadoras comsistemas inteligentes paramonitorar a umidade do ar.Esses equipamentos facili-tam o acompanhamento debebês que estejam com o qua-

dro clínico bem delicado. Pa-ra essas mudanças, o governoestadual investiu R$ 7 mi-lhões no hospital.

Outras mudançasOutras mudanças estão previs-tas para o hospital, sendo umanova enfermaria ortopédica euma clínica médica. Essas ins-talações vão ocupar um espaçode mil metros quadrados. Ain-da na UTI, estão previstos no-vos leitos para adultos. Tudodeve ser entregue em 2008.

O hospital é referência ematendimento pediátrico. Ao to-do, cerca de 30 mil pacientessão recebidos por mês, sendo1.300 internações.

ESPÍRITO NATALINO

Gorila devorameia de Natalcheia de doces

ALESSIA PIERDOMENICO/REUTERS

wNo zoológico de Londres,na Inglaterra, até os gorilasrecebem generosos presentesde Natal. Essa fera, chamadaZaire, ficou bem mais sociávelao receber uma meiavermelha, com decoraçõestípicas natalinas. Isso porquedentro da meia havia diversosdoces e guloseimas, quedeixaram a gorila entretidapor horas. Outros animaistambém receberam presentesnatalinos dos criadores.

PESQUISA BRITÂNICA

Pernas curtasindicam riscode problemasno fígadowUma nova pesquisa britânicamostrou que mulheres compernas curtas podem ter maisrisco de problemas do fígado.Os pesquisadores da Universi-dade de Bristol examinaram4,3 mil mulheres com idade en-tre entre 60 e 79 anos.

Os resultados revelaramque, quanto mais curta a pernada mulher, maior eram os indi-cadores de problemas no fíga-do. Isso foi avaliado em análisedos níveis de enzimas produzi-dos pelo órgão.

Os cientistas, liderados porAbigail Fraser, mediram o ta-manho da perna e a altura dasmulheres. Nos exames de san-gue, eles mediram os níveis dequatro enzimas do fígado: alani-na aminostranferase (ALT), ga-ma-glutamiltransferase (GGT),aspartato transaminase (AST) efosfatase alcalina (ALP). Quan-to mais comprida era a pernada paciente examinada, menorera o nível de três das enzimas.

A equipe de Abigail Fraserdiz que a explicação para estaligação está na infância e ado-lescência dos pacientes. “Nos-sa interpretação é a de que con-dições enfrentadas na infância,como desnutrição, que influen-ciam os padrões de crescimen-to, também influenciam o de-senvolvimento do fígado”, es-creveram os cientistas ao di-vulgarem a pesquisa.

“Mais estudos, com avalia-ções de exposições (a vários fa-tores) na infância, relevantespara o comprimento da perna,seriam valiosos para identifi-car qualquer exposição especí-fica que contribua para o fun-cionamento do fígado na vidaadulta e para o surgimento dedoenças cardiovasculares”.

Para a organização de cari-dade britânica que estuda pro-blemas de fígado, a British LiverTrust, a pesquisa é “muito inte-ressante”. Eles acreditam que oestudo mostra a importância deum estilo de vida saudável, espe-cialmente em jovens.

Dose maior contravírus da hepatite CwUm estudo americanorealizado com 950 voluntáriosrevelou que o uso do remédioalfapeginterferona (Pegasys)apresentou uma respostaeficaz contra o vírus dahepatite C. Os pacientes játinham sido tratados comoutros medicamento, porémnão tinham conseguidocontrolar o avanço da doença.Para alcançar esse resultado,os cientistas prolongaram ouso da droga e aumentaram adose, o que pode resultar emnovos modelos terapêuticos.