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PPECOS: MO RIO....'... .«SOO MOS EStADOS... «600 *.- ANO XXXVI RIO DE JANEIRO, 22 DE MARÇO DE 1939 BOLONHA APAIXONADO 1746 Bolonha andava apaixonado pela fiíhã de d. Joaquina e resolveu escrever-lhe uma carta declarando o seu amor. i_à_^_4HI ^mP^T^s. ¦ l m*o %> Procurou nos romances de amor, as frases mais bonitas. Copiou das revistas an- tigas, uma porção de pensamentos de. ...autores amigo. tancta... celebres' Bolinha acompanhava com muita curiosidade, as atitudes de seu Que estaria fazendo o Bolonha ? Naturalmente um estudo de grande impor- Finalmente Bolonha apresentou a sua composição. Bolas, disse Bolinha, ¦iifiiliij i ²i yjfà\{j\ il²fe-^ </Ta BHi— 7^7)^jfo-P^e ___U~La^aW(X 'ensei que fosse outra coisa ! Assim, mesmo, está tudo errado f Saudade não se escreve com Ç Coração não se escreve com S... Isso não tem importância. Bolinha. A mi- nha amada ê surda como uma porta. Não ouve nada. . .

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PPECOS:MO RIO....'... .«SOOMOS EStADOS... «600

*.-ANO XXXVI RIO DE JANEIRO, 22 DE MARÇO DE 1939

BOLONHA APAIXONADO1746

Bolonha andava apaixonado pela fiíhãde d. Joaquina e resolveu escrever-lhe umacarta declarando o seu amor.

i_à_^_4HI

^mP^T^s.¦ l m*o %>

Procurou nos romances de amor, asfrases mais bonitas. Copiou das revistas an-tigas, uma porção de pensamentos de.

...autoresamigo. —tancta...

celebres' Bolinha acompanhava com muita curiosidade, as atitudes de seuQue estaria fazendo o Bolonha ? — Naturalmente um estudo de grande impor-Finalmente Bolonha apresentou a sua composição. — Bolas, disse Bolinha,

¦iifiiliij i i yjfà \{j\il fe-^ </ TaBHi— 7^7) ^jfo-P^ e___U~La^ aW(X

'ensei que fosse outra coisa ! Assim, mesmo, está tudo errado f Saudade não se escrevecom Ç Coração não se escreve com S... — Isso não tem importância. Bolinha. A mi-nha amada ê surda como uma porta. Não ouve nada. . .

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O TICO-TICO 2 - 22 — Marco — 1939

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Diretor-Gerente • A. de Souza e Silva

j§g|^0<g®eQ BB ^>®<y©Meus netinhos:

Acabaram-se asférias e estão nova-mente vocês ás vol-tas com os livros,no convívio amáveldos colegas e sob asvistas amigas dosprofessores.

Na vida de cadaum dos meus queri-dos netinhos, estesrecomeços, que sãoas voltas ás aulas,depois de cada período de férias, têm profundasignificação. - —

Cada período letivo representa, para os queestudam, o mesmo que uma batalha para um

general: nela devem concentrar todo o seu in-teresse, toda a sua capacidade, para que lhesnão escape a vitória final.

Muitos de vocês freqüentam bons colégiosgraças á abnegação e ao sacrifício paternos edevem, mais do que quaisquer outros, corres-ponder a esse sacrifício e a essa abnegação es-tudando com vontade, aproveitando as aulas,procurando aprender o que nelas se ensinar.

Não é para "passar nos exames" que os

alunos são matriculados nos colégios: é paraestudar e para aprender. Si ha vadios que tudofazem para obter a média necessária á promo-ção, pouco se lhes dando de aprender ou não,desde que tenham o acssso garantido para a

___A____Jl

classe superior, éque nunca pensaramno grande mal queestão fazendo a si

próprios, nas horasde remorso que es-tão preparando paraeles mesmos, no fu-turo, quando tive-rem que lutar, navida pratica, ombroa ombro, com outrosque estudaram, queforam bons alunos,

e lhes faltarem os conhecimentos necessários.Vocês, meus queridos netinhos, nunca de-

vem proceder assim. As férias foram grandes epermitiram que todos se divertissem, passeias-sem e refizessem as forças acaso comprometi-das no ano escolar que findou. Agora, pois, échegada a hora de cogitar seriamente no futu-ro, e o futuro de vocês está nos livros, no es-tudo levado a sério, no interesse em aprender

Todos vocês estão a vêr, nos comentáriosque fazem as pessoas grandes, como dia a diase torna mais difícil a luta pela vida e como sevai acentuando o principio da seleção dos maiscapazes. Os ignorantes, dia a dia, perdem terrenoao passo que o saber nunca perde o seu valor.

Voltem para suas bancas escolares, meusnetinhos, para estudar de verdade. E' o conse-lho amigo, que lhes dá, com a sua velha expe-ricncia, o

VôVõ

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O TICO- T 1 C O 4 — . 22 — Março — 1939

OS DENTES DO CÂOA'- volta de um cachorro morto

que começava a apodrecer, onde sebanqueteavam moscas vorazes, esta-vam reunidas varias pessoas. Todosdo grupo tinham reflectidos nos rostossinais de repugnância, mas apezar dis-so ninguém se dispunha a ir embora.

Havia já bastante tempo que aliestavam todos, quando apareceu

Jesus; acompanhado de seus disci-

pulos, no começo da rua.O Nazareno se deteve e, num

gesto muito natural e muito hu-mario, quiz vêr do que se tratava..

— Olhai — disse um do grupo,afastando o corpo. — Até hojenunca vira eu coisa tão repu-

gnante!

E outro logo acrescentou:.— Bah! E' realmente nojento!

E outro:Quando vivo devia ter sido um

animal bem feio. Nem rabo tinha...Era um esqueleto vivo — acres-

centou outro.Seu corpo,

'aníes de morrer, jáera uma chaga... — disse uma velha.

Que máu cheiro tem! Isto faz

mal à gente. — comentou outra voz.

Depois que todos se calaram, Jesusfalou, por sua vês. Falou lentamente,com a. sua voz doce, cheia de suavi-dade:

— Mas tem os dentes tão alvos!...Ditas estas palavras, continuou sua

marcha, acompanhado dos disci-

pulos.Quedaram mudos os que compu-

nharri o grupo.Mudos, pensativos e obsortos. E'

que todos tinham compreendido aamável lição do Nazareno, de queem todas as coisas, por mais des-

preziveis que sejam, sempre se

pode encontrar a 1 guma facebela, agradável e útil. O difícilestá em se saber descobri-la.. j.

9 USO CH» Ins*© oFCfti' sfrasContam alguns biógrafos que anti-

gamente, nos oratórios de Haydn, porexemplo, quem dirigia a orquestra erao primeiro violino; sentava-se ao pianooutro maestro encarregado de acompa-nhar os recitativos e de guiar os coros,enquanto um terceiro, o de maior ca-tegoria, colocado em ponto mais alto,mantinha com a mão ou com um rolode papel a harmonia entre os outrosdois. Este rolo foi durante bastantetempo o atributo de um diretor de or-questra. Causou, depois, admiraçãovêr Mosel, em Viena, em 1812, diri-gir o oratório de Haendee com umavarinha, Weber usou-a pela primeiravez em Dresde, cinco anos depois, eSphor em Londres usou-a em 1819.Mas não dominou nas orquestras deParis, pois nos celebres concertos doConservatório, de 1828 a 1846, Ha-benck regia as sinfonias mais difíceisde Eeethoven, do seu logar de pri-meiro violino.

Hoje a batuta triunfa em toda a li-nha; as dificuldades de que se achameriçadas muitas das-obras modernas e,mais que tudo, as exigências dos pu-blicos que querem cada vez execuçõesmais perfeitas, asseguram-lhe o do-minio.

O pafs dos garotosUm romance-folhctim alenre,animado, movimentado, cheiode sadio luimorismo — eis oque será "O PAIS DOS GA-ltOTOS", que "O TICO-TICO"

vai publicar em breve.Original e ilustrações de

MAX YANTOK

CSúmo a® domes-:ficou um tigre

Os dois gaios

Xii * È

Qual c mais bonito: gale bran-co ou galo preto? Si você acha opreto mais bonito, fixe a vista nopequeno losango do centro da fi-gura e cojite até cem. Depois,olhe fará a parede c terá umabôa surpreza...

O celebre domador francez, M. Pe-zon, tomou ao seu serviço um cossaco

para lhe limpar as jaulas das feras.O bom do russo, que não sabia unia

palavra de francez, julgou desempe-nhar-se bem das suas funções imitan-do as ações do seu novo amo e guian-do-se pelos gestos. Tendo-o visto en-trar na jaula de um antílope pensouque os outros animais eram igualmen-te mansos e na manhã seguinte me-teu-se, com a maior serenidade, na

jaula do tigre mais feroz da coleção,principiando imediatamente a lava-lo éesfregar-lhe a pele com uma esponja,como se se tratasse de um cavalo.

A fera quiz, primeiro, protestar aseu modo; mas, quer fosse por se sen-tir dominada pelo sangue frio do cos-

saco, quer porque a fricção e a águafria lhe causassem uma impressão

agradável, acabou por se deitar tran-

quilamente, roncando como um gateisatisfeito e deixando limpar o corpii

iodo à vontade.

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22 — Março — 1959

CONSELHOSHA

muitos meninos e muitas me-ninas que têm aptidões interes-

sante$. Uns sabem cantar, outrosdeclamam, outros tocam instrumenrtos musicais. Mas ha muitos dessesmeninos e meninas que se recusaraa mostrar essas habilidades á vistadas visitas, fazendo os mais tristespapeis e obrigando os pais a insis-tentes pedidos, que nem sempre sãoatendidos. Essa atitude, de recusarmostrar os dotes apreciáveis é tã»feia, tão condenável, como aquelaoulra de exibi-los, sem que ninguémesteja a pedir, sem que o momentoseja próprio e a hora oportuna.

Não I Como sempre, o louvável ó. o meio-termo : nem ostentar as ha-

bilidades vaidosamente, desproposi-tadamente, nem ocultá-las por vergo-nha e cncabulamento. Quando agente sabe fazer qualquer coisa bo-nita, como cantar, tocar, recitar, nãodeve envergonhar-se de fazê-la ávista de pessoas estranhas, visitas,etc, desde que a hora seja própriae que nos estejam a pedir.

É' sempre agradável vêr-se umacriança praticar qualquer dessas fór-mas de arte, c o menino ou a meninaque possue um desses dons da Nato-reza — bôa voz, bom ouvido, bôadição — deve cultivá-lo, exercitar-se,e quando chegar o momento opo|tu-no, mostrar, com segurança, o quesabe, sem envergonhar, com teimosasrecusas, os seus pais.

Muito feio é o hábito que têmcertas crianças de se intrometeremnas conversas das pessoas grandes.

Chupar os dentes, após ás re-feições . . . Que horrível costumeí'ssc I Ás vezes fazemos isso por dis-tração, mas ha quem tenha esse vi-cio, que é grave falta de educação ehábito repugnante. O uso do palito,ou o excelente hábito de escovar osdentes cada vez que se termina umacomida, impedem que as pessoas sehabituem àquela prática que todos oscódigos de civilidade condenam.

Quando uma pessoa está con-tando um caso, anedota, ou narrandoqualquer acontecimento, é mal feitooutra interromper, para'corrigir : —"Não foi assim . . . Foi assim ..."

lia meninos que não se contêm efazem isso, quando o papai chega ea mamãe está contando os pequenosacontecimentos do dia. Mas devemprocurar fazê-lo e deixar a mamãe,ou quem seja, contar o caso sem serinterrompida.

Ao beber-se água, não se deverespirar dpntro do copo, cobrindo-lhe internamente a superfície do quechamamos "bafo".

Quando alguem está tocando,cantando e recitando, todos os queescutam devem ficar em silencio.Falar, nessas ocasiões é desconside-ração grave e falta imperdoável.

Não humedeça os dedos naponta da lingua, para virar as pági-nas do seu livro. Ê feio e faz malá saúde, isto c, é inestetico e anti-hi-eieiiico.

O TICO-TICO

ESCUDOS E BANDEIRASDOS

PAISES americanos

PAVILHÃO NACIONAL ARGENTINO

A bandeira argentina foi arvorada

pela primeira vez pelo General Doa

Manoel Belgrano, seu autor.

Consta de duas faixas azul-celeste,

com uma branca de permeio, a qual

apresenta, n0 centro, uma imagem

do sol, em amarelo ouro.

Os grandes interpretes do simbolis-

mo da bandeira argentina vêm, nas

duas faixas azul-celeste, o espirito

de serenidade e justiça da grande

nação sul-americana, na faixa bran-

ca, um símbolo de paz, e no sol de

ouro, um apelo ao trabalho, para o

qual o grande astro concita o povo

argentino, iluminando-lhe os cami-

nhos do progresso ; e tambem o sig-

nificado de que a liberdade é um

bem de todos, como a luz que nos

vem do céo.

ARGENTINA

Como bons americanos, todos de~

vemos estar perfeitamente familia-

rizedos com o que diz respeito aos

diversos povos do continente. Para

que os nossos leitores fiquem cnnhe-

cendo as diversas origens dos es-

tndos e pavilhões nacionais dos pai-

ses irmãos, vamos iniciar hoje a pn-

blicação deslá coluna, obedecendo á

ordem alfabética.

ESCUDO

O escudo de armas tem a fórmaoval e está dividido em dois quartéis,sendo o superior azul-celeste e o in-

ferior, branco. Apresenta uma lan-

ça, em cuja ponta se assenta o barretefrigio, da liberdade, em vermelho, sô-

bre o fundo azul-celeste ; e cuja has-

te, sobre o fundo branco, é sustenta-da por duas mãos entrelaçadas, sim-

bolo de que a união faz a força e

ampara a República. O ovai é con-

tornado de um lado, por um galhode louros, símbolo da glória : e dooutro, por um ramo dc oliveira, sim-

bolo da paz ; e por sobre o escudo,amantíece um sol de ouro.

HINO NACIONAL ARGENTINO

Foi escrito pelo Dr. Don VicenteLopez y Planes, cm 1813.

Ao maestro Don Blas Parera cou-be a honra de compor a partituramusical, sobre o original do Dr. DoaLopez y Planes.

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O TICO-TICO — G 22 — Março — 1939

As proezas de Gato Felix{Desenho de Pai S_í„__tn — £____<_____- d O TICO-TICO para o /____1

- ——._n ^¦__—*-__3___Eff_- — ¦ ¦ ¦

Ah ! E' você, seu cachorrão ? i Vai já aprender a ficar quieto . . .

Tudo o que vem do céu, é saqrado ... Papagaio . .

_. j- —i -. .__á~" *

íiR yr£tlíy E_rí^— * /t^)£'j F

Ih I A água virou gelo, de repente ! IAgora, eu subo e verei quem foi que quii me dar

banho !

.' llll-ll "—_ ti"-- ' I ' *¦ ¦¦'¦ ¦¦¦¦¦! I---W——'--.-¦ '

Que vejo ! Uma estufa !Será o ccchorro mesmo, ou uma assombração ? !

(CONTINUA).

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22 — Março r- 1939 — 7 O TICO-TICO

As aventuras do Camondongo MickeyiDdí-r.no dc Walter Disney e M. B. Iwetks. exclusividade para O TICO-TICO em todo o Brasil)

'ir^X <-£' r t(S'r-—- tyy

I'

fe—*> y^ZAzzi^yiiyzz*

1 /

Bonito ! Aqui estamostrepados e o resto do ...

. . . pessoal lá na cabana I Como será que a«gente vai descer daqui ? Por aquele pauzinho, amigo !

""""

lÉSl í liiillfeArreda, pedra, senão eu te arrebento ! ! Até que foi fácil, não foi ?

Temos que voltar para. cabana» Não parece que a gente vai andando sobre um es-pelho ?

O espelho rachou, Mickey I ! Aguente-me ! Faça força que eu fico vermelho. Mi-ckey (CONTINUA).

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GlÊUúm-Qycm^

Uma pernalta de um jardim americano sofreu um estranho aciden-fe com uma faísca elétrica, mudando completamente de cór (sem seincomodar com isso !)

ELIJAH, chefe rabino da LITUÂNIA¦ tinha uma memória tão grande que.decorava ..qualquer livro á uma sim-pies leitura !

lt-7_| c í¦ •'>+ Tr

W*- ^^\±Th, Mim im. iiBiiM i i i -iii . .1 i i *T^^•l """Ma velha CHINA conhecia-se a im*portancia dos grandes senhores pelocomprimento de suas unhas. JANOS ROVEN e sua esposa SARA bateram o record de feÜcida»

de conjugai, vivendo unidos pelo matrimônio — 147 anos I

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22 — Mono — J.)_í> e- 0 — O TICO-TICO

-____=_~-2___ I ^". I. IIÍ|i|illÍÍ^iP™P'A água continuava e invadir o submarino

e Al Punjo e Mareia lutavam para se salvaremquando o rapaz se lembrou do aparelho sal-va-vidas.

Meteram-se, então, os dois, no tubo lan-1 ça-torpedos e fecharam as comportas para

fazer entrar o ar necessário para serem proje-| tados.

. . . _- -

i* Z-X íl ~-"*^_-' ^ >-^«..-"_v\.¦ # & ¦ I' 0~ **** iív\

| /'^Ty-yy ; "^ ' li vx ;fj ^i__

Dentro de pouco tempo ioram lançadosviolentamente para fora, fugindo, assim, auma horrível morte.

E. horas depois, estavam a bordo de umgrande transatlântico, rumo á civilisação. *

FIM__.J

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ft T1CO-T1 CO ,m- 10 —. ¦

AVENTURAS DE TINOCO, CAÇADOR DE FERAS

22 — Março — 1939

(Desenho de Théo)

/v^©JDl37

-»«<T_r^r? L^lJfLyOiy ^k^"E ...itllni,,,

lili llllíiiWTinoco, como vocês sabem, é cam- ...de fundo. Contou o Mister Brown .. .carreiro. Assim, caçava lebres na

peão de diversos esportes e vencedor que, devido à sua rapidez, caçava di- Europa... Avestruzes, gazelas em pie-de corridas de resistência e... versos animais à tinha e na..„ no sertão africano, onde...

í ¦*

... não havia animal que pudesse fu-gir à sua frente. Na Austrália os ve-lozes kangurús corriam e...

... pulavam desesperadamente maslogo depois, exaustos, deixavam-seagarrar pelo caçador. .*.,

... incançavel. Mister Brown pedi»que ele fizesse uma demonstração, masTinoco mudou de conversa...

Quem foiLope d e Vega?

Lope de Vega,'grande poeta hes-panhol e autor teatral do século XVI,foi casado em primeiras nupeias comd. Isabel de Urbina, de quem enviu-vou aos vinte e seis anos. Casou pelasegunda vez com d. Joana de Guardiã,que também morreu daí a poucosanos.

Concurso de Férias d' 0 Tico-Tico

O TICO-TICOPropriedade da S. A. O MALHO

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Continuamos hoje a publicação dosgrupos de letras que, cortados, devemser colados nos lugares indicados noMapa deste interessante certamen.Para que os nossos leitores nada igno-rem acerca da maneira como deverãoproceder, vamos reproduzir aindauma vês as suas Bases, que são as se-guintes:

Em 10 numeros consecutivos, deO TICO-TICO, e a começar do nu-mero de 1." de Fevereiro, aparecerãogrupos de letras que, coladas noMAPA, nos claros indicados, acaba-rão por formar o nome de uma gran-de republica sul-americana.

Não é necessário ser assinante.d'0 TICO-TICO para tomar parte noconcurso. Qualquer leitor poderá con-correr com uma ou mais soluções des-de que preencha as condições exigidaK.

Publicadas as ultimas letras na edi-ção de 5 de Abril vindouro, osMAPAS, devidamente preenchidos, elegtvelmente assinados deverão ser en-viados imediatamente á redação d'0TICO-TICO, á Travessa do Ou-vidor, 34.

O encerramento deste concurso seráimpreterivelmente no dia 15 de Maiopróximo.

O sorteio se realisará logo em se-guida.

Os concurrentes deverão escreverlegivelmente no Mapa os seus nomese residência.

Cincoenta magníficos prêmios se-rão sorteados entre os concorrentes, edesses prêmios, cuja relação completafui publicada em nossa edição de 1."do corrente, quando publicámos tam-bem o MAPA, destacamos 4 bicicletas,1 caixa de ferramentas, 3 pares depatins, etc.

1 p o 1GRUPO DE LETRAS PARASER COLADO NO MAPA

DO CONCURSO DEFÉRIAS.

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152 CORAÇÃO DE CRIANÇA

O gigante apeou e, quando poz o pé no chão, uma lagrima de emoçãorolou lhe pelas faces e seus olhos, não mais iluminados pela luz sinistra damaldade, mas por outra, a da gratidão, volveram-se na direção do povoem delírio e pareciam pedir um perdão que já fora concedido. Heliandroapecu, também, e os animaes se retiraram.

A princeiinha. Sincera, tão graciosa no seu simples costume semelhanteao de qualquer outra criança, subiu os degraus e foi ajoelhar-se aos pés dorei, que logo se ergueu e, tomando das mãos da rainha uma flor, entregou-aá filhinha, proferindo estas palavras :

Minha filha. Esta flor é o símbolo da tua inocência. Com e]a ba-tizarás a alma do novo cidadão de Fantopol, com ela abrirás seus olhospara um novo horizonte, abrirás seu coração á concórdia. Vá.

Olho? deliciados por uma visão de encanto, corações palpitantes, açoni-panharam os passinhos firmes da menina, que se dirigia ao gigante, pos-tado á frente do rei, eréto, como um penhasco. De repente, ao ver a meninaperto, ele ajoelhou-se e recebeu a flor com indizivel emoção. Num impetode ternura, suspendeu a princezinha nos braços musculosos e, entre indes-critiveis aclamações, mostrou-a ao' povo. Colocou-a delicadamente ao &ãa,no momento em que Heliandro, segurando uma lança na mão. subia até osegundo degrau da escada.

O menino suspendeu a lança e mostrou-a ao povo, dizendo :Fovo de Fantopol, educado ao bem e ao cumprimento dos teus

deverei;, lista arma representa um meio de fazer mal aos nossos semelhantes.mas, para que nunca com ela seja espargida uma só gota de sangue,quebro-a. Com a inteligência e não com as armas defenderemos nossapátria e nossa familia. com o bem pagaremos o mal que nos fazem os; malintencionados, com o perdão os castigaremos.

Sob estrondosas aclamações. Heliandro quebrou a lan;a sobre osjoelhos.

Fago, o gigante, subiu os degraus da escada e foi ajoelhar-se adiantedo rei c da rainha, que o vestiram com o traje dos cidadãos de Fantopol.

Findo o ato, o rei disse :Fago. és o cidadão mais forte de Fantopol, estou certo de que teu co-

ração será forte como teus braços e que tenhas tanta dedicação para osoutros quanto eles terão comtigo.

Assim terminou a festa, retirando-se todos entre jubilosas aclamações.. A praça ficou vasia, isto é, não completamente. Lá estavam ainda,

abraçados, Heliandro e Sincera. Viram o trono e, como se fossem o rei ea rainha foram sentar-se comodamente no trono.

—'-Como é bonito ser rei, Sincera — comentou Heliandro, assumindoum ar de majestade.

Ser rainha também é, — disse Sincera, fazendo-se séria — Mas épreciso ser bom rei como papai, amar o povo, lidar com ele, compreendertudo que ele precisa, fazer justiça e aliviar-lhe as penas.

CORAÇÃO DE CRIANÇA 49

ao certo si> se tratava do regresso da princesinha ou de outra novidadedigna de ser festejada.

Foi, portanto, entre grandes aclamações do povo aglomerado riapraça quc apareceu á porta da cidade o grupo que o vigia da torre haviaavistado ao longe. O povo, enthusiasmado, louco de alegria, quasi :a arreba-tando os dois meninos de cima da tromba de "Borango". Mas, misturadasao povo, estavam aquelas duas mães extremosas, a rainha Cordial e Junirae, num instante, seus braços envolviam e apertavam ao coração os filhinhosquerides.

Cessadas as primeiras manifestações de regosijo, o povo cercou o gi-gante Fago, cheio de curiosidade, admirando-lhe a possante musculatura.Sabiam que era um maldoniano, mas ignoravam que esse gigante era o homemmais malvado da Maldonia, o carrasco que, a mando do tirano Kavanau.matava sem misericórdia. Esse bruto, dominado agora pelas palavras deHeliandro, transformára-se num regenerado, vinha incorporar-se ao povo deFantopol, vinha redimir com o bem o mal que até então praticara.

Foi Karpinio que explicou tudo ao povoe a curiosidade cedeu o lugarao respeito. Embora tendo inteligência curta e embrutecida, Fago compre-endeu a diferença que passava entre ser temido e ser respeitado, viu logoo bem que faz á alma o respeito com que a gente é cercada, viu no sorrisofranco e cordial daquele povo, o brilho irradiante da felicidade, que eleainda não conhecia. Sentia-se outro. Estava completamente mudado, poisque sua alma sombria ia se abrindo a um jorro de luz, como uma grutaescura, ao penetrarem por ela os primeiros raios do sol.

O mordomo Bogo, em vista do acolhimento de mais um cidadão, tratoude organizar o cerimonial, pelo qual serra recebido em Fantopol o novosoldado do bem. Antes disso Bogo deu ordens para aprontar a roupa quesubstituiria cs andrajos de Fago, mandou designar sua residência e. comode costume, um pedaço de terreno para o cultivo. Quando tudo ficou pronto,o mordomo anunciou o dia do cerimonial, que serra realizado na praça, ãpresença do rei Bemtequer e do povo.

Karpinio tomou a si o encargo de instruir o novo cidadão, inculcando-lhe as primeiras regras para bem se conduzir, e cada uma dessas regras ialevantando a conciencia de Fago, do abismo em que a brutalidade o lançara.

Heliandro e Junira, sua Sstremosa m_e adotiva, eram incansáveis nospreparativos, e, com eles quasi sempre se achava Sincera, ajudando com aconfecção de graciosos enfeites de flores e de ,festões. As ruas iam se en-feitando aos poucos, com arcos multicores. As arvores emprestavam seusgalhos vistosos, suas perfumadas flores, suas folhas caprichosas rescendendoa frescura, para decorar as ruas e a praça. No meio dela, sobre uma eleva-ção, foi erigido um trono sem luxo, mas solido, e, em volta, as tribunaspara o povo assistir ao cerimonial. Num pátio, grupos de crianças faziamginástica e cantavam com entusiasmo lindas canções que surgiam do pro-prio povo.

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50 CORAÇÃO DE CR I-A.N Ç A

Aqueles dois velhinhos, Anias e Xapinassú, quando se encontravam,depois.xçio trabalho, ficavam a conversar, contando casos dos tempos en:que sua$'~colheitas, eram roubadas pelos maldonianos e acabavam sempr<:dizendo : ;¦_.'.

r~ Aqui é o contrario.__., Já vistes, Anias, os preparativos para a admissão de Fago ? Vai ser

deslumbrante.—x JEntão ? Para nós foi assim. Olhe, meu amigo. Eu não pude reter

as lagrimas quando vi aquele menino, o Heliandro, partir sobre o joelhoa lança, para mostrar que essa arma nunca deveria ser usada contra opróximo.

-~ Eu tambem chorei, amigo Xapinassú. Aqui todos são bons, moços,velhos, mulheres, crianças, todos nascem com o coração bem formado e todosse esforçam para que a felicidade nunca abandone Fantopol.

Não so isso' como desejam de todo coração que a Maldonia aban-done a barbárie em que está mergulhada para sedirigir para a senda do bem. Mas aquele tiranoKavanau^ é irredutível, é um monstro, que,com tòdâ certeza levará a Maldonia á peidição."

A própria natureza o castigará.Já ouviste, Anias, a ultima peça

que Karpinio pregou no exercito dos mal-donianos, que vinha mais uma vez nosatacar ?

Quem não o sabe ? Eu role'da cama de tanto rir. Sò isso valeupor um grande consolo pela perdade todas as minhas propriedades. Elesque venham outra vez. Estou doido poisaber qual será a próxima lição que Kar-pinio vai dar naqueles brutos.

-— A propósito de lições, sabes qiagora sei ler e escrever ?

«— Eu, então ? Só agora sei o quanto perdidos meus produtos por não saber fazer contas, quando eu estava na Mal-donia. Aqui ninguém rouba, nem sabem o que isso vem a ser.

A conversa dos dois velhinhos foi interrompida por uma dezena detoques nos discos sonoros, que resoaram com estrondo sob as pancadas va-lentes de jupan.U >—.-.Yainos — disse Xapinassú — A cerimonia vai começar. Fago vaiser consaqrado cidadão de Fantopol.

Kyy^ÊÊK l/À r—~^

Wf mm^_ ^__ >$- m^*_^__

l

CORAÇÃO DE CRIANÇA 51

UMA CERIMONIA TOCANTE

De todos os cantos da cidade afluiam homens, mulheres de todas x.s.idjades, em alegres grupos, para assistir a • solenidade, que teria lugar nagfiande praça, toda ornamentada de flores. Alegria e emoção ao mesmotempo, satisfação visível no brilho dos olhares de todos, grandes e pequenos,crianças e velhos.

Bogo, o mestre de cerimonias, havia tudo bem organizado. O rei Bem-tequer, e a rainha Cordial, risonhos, entusiasticamente saudados pelo povocom'vigorosos' hurrahs. foram tomar assento no trono preparado sobre -a'elevação,1 acessível por quatro degraus circulares da escada de pedra. Aguarda de honra tomou seu lugar, a pouca distancia, e o comandante Antinofoi pòi-se de pé á esquerda do rei.

A um sinal do disco, de uma das portas viu-se surgir o gigantescomamuth "Borango", levando no dorso o gigante Fago,-atrapalhado com

fe rlMSí&^^^^

taáta solenidade. Ao lado do mamuth vinha Heliandro, a cavalo docãc"Bugias", e trazia seu uniforme de ajudante de ordens. Do outro lado vinha,a pé, a princezinha Sincera, sustentando entre os bracinhos, o esquilo "Sor-

riso".- Imensa aclamação os acolheu. Fago ainda vinha com seus farrapos,que durante a cerimonia, seriam substituídos pelo - próprio. rei, Numa dasmãos de Fago via-se uma lança.

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MEU JORNALANO V Director: — CHIQUINHO

0 Cego de Minha RuaLá vai êle, curvo, trôpcgo,

saco ás costas, roupa suja delama, guia á frente, bastãona mão, sanfona ppnduradaao pescoço. Chega numacasa, começa a sua tristecantilena c a sanfona geme,dolente, num ritmo que ins-pira piedade e o cego canta,luuuiriento :"É chegado o pobre cego,Na sombra dum bom cristão;Saúda a Deus e pede esmolaPela sagrada Paixão".

Um tostão pula na cuiade queijo. A sanfona nova-mente geme, e o cego agra-dece :"Oli ! que mão abençoada,A que me deu essa esmola,Ha de ter a recompensaDe encontrar Jesus na gló-

[ria".

Na casa h. 15, a patroadeu-lhe uma chicara de fa-rinha. Na bodega de Do-na Chica, um cacho de ba-nana pendurado á janela ;uma amostra de carvão, áporta ; ela deu-lhe um pu-nhado de feijão. Na alfaiata.ria de "seu" Salú, um "Deuso favoreça". Na venda de"seu" José Vermelho, umpedaço de carne e duas bo-Inchas de milho, quebradas.

Assim vai o cego, trôpe-go, de porta em porta, leva*do pelo seu guia — um me-ninote vadio, de seis anos— pedindo e agra-decendo, através do ritmocomovente de sua sanfona,através daqueles sons cheiosde lamúrias, mixto de umaalma sofredora, que não vêa "luz do dia", as estrelas,á noite e vive isolado da ei-dade, lá para as bandas da"Burundanga", dentro dequatro paredes de barro ba-tido, — as paredes do seumocambo, coberto de palhas,com um quintalzinho de ma.tos e de plantações de bata-tas.

Paulo Dantas — (15 anos)

-O—

Um de meus sonhosSonhei que estava no céo.

Lá tudo era de uma belezadeslumbrante. Muitas flô-res. Muitas e lindas crian-ças, brincando. Música ex-traordinariamente mara-

"Meu Jornal" é o órgão oficial da garotada que lê O 77CO-27CO. Todos

os leitores podem publicar nesta pagina suas colaborações, devendo escrevernunca mais de 40 linhas, de uma sô banda do papel, e indicando a idade. Tam~bem podem enviar seus desenhos, feitos a tinta nankim, que serão publicados,

vilhosa e anjos, em coro,cantando hinos. Tudo eraencantador . . . Sentia-mefelicíssimo, porque estavabrincando com as outraslindas crianças . . . Eis, se-não quando, aparece um an-jo, convidando a todas ascrianças, ali presentes, paraque o seguissem para umaoutra galeria, a dos anjos...Mas, eu, não sei se por timi-dez ou porque êle não mehouvesse convidado, fiquei...Fiquei, mas com uma pro-funda tristeza. Chorei . . .E, ainda em soluços, apare-ceu outro anjo, que me per-guntou : por que choras, tãodelicada criança ?

— Contei-lhe o que se ha-via passado, o ter sido des-presado por outro anjo.

Acariciou-me com as suasmeiguices, prometendo, aomesmo tempo, brincar sem*pre comigo e de ser sempremeu amiguinho . . .

ILIDIO DE OLIVEIRA COSTA(13 anos)

SIQUEIRA CAMPOS UMA VERDADEComo é belo o amanhecer

em Siqueira Campos !O sol vai surgindo, surgin.

do, por entre as gigantescasmontanhas que adornam alinda cidade ; bandos dcpássaros, cantando alegre-mente, vêem anunciando ahora mais alegre.

Seis e meia. Lá, ao que-brar da estrada, ouve-se otanger do sino de um lindocampanário, convidando osfieis á Santa Oração ; todoslouvam a Deus, e, depois, re.tornam aos seus lares.

Siqueira Campos, eu te ad.miro pelos teus magestososprédios comerciais, pelosteus imensos hotéis, pelosteus cinemas, pelos teusgrandes e importantes giná-sios, e, por fim, pelas tuaspraças e pelos teus jardinsmaravilhosos, e pelas floresque o adornam.

Siqueira Campos, eu teconsidero como a namoradadas terras capichabas, Si-queira Campos, terra do sô-nho e da poesia.

Desde os tempos mais re.Mestos, em que Deus creou omundo, Adão e Eva, deuÊle vida aos animais e ásplantas.

Essas árvores, tão lindas,que observamos por todaa parte e especialmente noscampos e florestas vêem dotempo da creaçao do mun-do. Os animais tambémvindos desse tempo, prestamá humanidade grandes ser-viços, os quais o homem nãopôde fazer só. Alguns sãonocivos e precisamos com-bater, mas, mesmo havendoanimais nocivos, devemossempre tratá-los bem. Haplantas também nocivas eque destroem a vida huma-na. Tratemos bem dos ani-mais e das plantas, desdeque sejam uma das coisasmais antigas do mundo eque tanto nos servem I

Lucila Monteiro de Barbos Snalca Riana — (14 anos)

MD/M/lirUM JOfflõf.P/CO/ylaiTaçflf scí me fr

^_w^*, / .^-' hu, \^ ^£\. -y. i"^ i i"""*™ >,"cr*c ~~--^Í-5-*L^

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O TICO-TICO -. 14 -. 22 — Março.—1939.

GAVETINHÃT_°>. SABEi

ÍÓ>rS—

Não padece maisdúvida que o jasminé a flor que perde devinte e quatro emvinte e quatro horasmaior quantidade deperfume. Cada pé-tala oferece diária-mente ao ar que searomatisa 10 miligra.mas de seu peso.

A rosa também éd a s variedades deflores, que exalammais fragancia.

O p r o c e s s o deconstatar o peso dasessências florais édelicadíssimo.

OOs eonfeitos deno-

minados "prali.né" devem seu nomeao Duque de Choi-seul-Praslin, que, pa.rasaciar seu paladar.amigo de novas guio-seimas, e especiais,estudou com êxito aconfecção dos mes.mos. -

ONo Japão ha o ve-

lho costume de nãose repor em um jar-dim uma planta ouárvore que secou poroutra da mesma es-pécie, escolhendo-sequasi. sempre outradiferente.

OO azeite que encer.

ra uma lata de sardi-nhas. como matériaprima, sái mais caroque os mesmos pes-cados, e em certosc a s o s o enlatadoiguala em preço aospescados e ao azeite,tendo em vista ocusto do estampadoe impressão.

OJ_ assombroso o po.

der do radio ! Umasó libra dele, que sepôde guardar no boi-so, contém t a«i t a

. energia como um ml.Uião e meio de tone-ladas de carvão, se-ria bastante para fa-zer andar um coura-«ado de 15.000 tone-ladas, durante trintaanos, de velocidade,a 15 milhas por hora

OExiste em Orebro

na Succia, um relógiosingular que, desde

Novembro de 1916continua a marcarhoras sem ser preci-so dar-lhe corda, devez em quando. Osegredo do inventorparece residir em se-te caixas de metalinfluenciadas pelasvariações da pressãoatmosférica. Tal fôr.ça é bastante paraacionar o peso quemantém a mola dorelógio.

OOs hotéis de Hei-

sinki, Finlândia, exi-bem na porta princi-pai, a bandeira cor-respondente a cadauni de seus hóspedesregistrados. Assim

para filho — comocertos cargos politi-cos ...

OOs corpos que re-

cebem a luz são di-tos iluminado». Oscorpos ilumina-dos funcionam mui-tas vezes como fontessecundárias de luz.É o caso da lua, queiluminada pela luzdo sol, funciona pa-ra a Terra como umafonte secundária deluz. No sistema deiluminação, chamadoiluminação indireta,o teto, iluminado pe-Ia luz das lâmpadaselétricas, f u n c i o.na como uma fonte

transmissão regularou dirigida.

Outros corpos, em.bora se deixem atra-vessar pela luz, fa.zem-no, todavia, mal.seja porque a b s o r.vem uma grande par.te de luz que os atra-vessa, seja porquedifundem a luz emtodos os sentidos.São os corpos trans-lúcidos, através dosquais não é possivelvêr a fôrma dos ob-jétos. É o caso dovidro fosco.

OUm corpo opaco

colocado em frente auma fonte de luz im-pede que a luz se

PADRE JOSÉ' DE ANCHIETAJosé de Anchieta nasceu nailha de Tenerife, nas Canária*,a 19 de Março de 153'i.Estudou na Universidadede Coimbra, em em 15'tQentrou na Companhia de.Jesus. Por conselho medico, veiu para o Brasil,onde, recuperada a saúde (tu-rante a viagem, chegou, em1553 com o segundo governador geral. Assistiu á funda-cão dc São Paulo, e á do Rio

Br* *_¦

de Janeiro. Missionário, pri-meiro mestre da mocidade

brasileira^ poeta, admira-nel modelo de santidade,¦ompôz a primeira gra-malica da língua tupi,tramas e poesias várias

em português, castelhanotupi e latim. Em Iperoig, ficouréfem dos Índios e escreveuum poema á Virgem. Faleceuem 1597, em Denevente (Reri-tigba), E. do Espirito Santo.

os visitantes estran.geiros poderão, á umsimples olhar, saberse existe um seucompatriota na ei-dade.

Oótica é a parte da .

Física que estuda aluz.

OEm Londres, numa

das estações maismovimentadas (a Eu-ston) um cão espe-cialmente treinado,para) percorrer oscompartimenlos, le-va ás costas uma cni-_ .nha de esmolas,paro institutos de ca.ridade. Ninguém ou.sa recusar um óbuloa tão gentil solieitan-te. Esses cães, des-cendem de paisigualmente treinadospara o mesmo mis-ter, passando assima "profissão" de pai

de luz para iluminaio compartimento.

Certos corpos sedeixam através-sar pela luz de talmodo que se pôdevêr a fôrma dos ob-jétos através deles.Sáo transparentes. Ovidro, o ar, a águasão corpos

' transpa-

rentes. Cumpre, en.tre tanto, o b s e r-var que não ha cor-pos perfeitamentetransparentes, por-que quando a espes-sura a atravessar égrande, eles acabampor absorver uniagrande parte da luzque os atravessa.

A transmissão daluz através dos cor-pos transparentes 6comumente chamada

propague além delee determina, por isso.no espaço, uma zonade sombra. O pro-prio corpo ilumina-do fica dividido emuma parle iluminada,voltada para a fontede luz, e outra parlenão iluminada, quese denomina a suasombra própria.

OO Sol é o nosso as.

Iro-rci. Ê o centrodo sistema planeta-rio do qual a Terrafaz parte.

OA luz se propaga

com uma velocidadedeterminada, qiie va-r i a, naturalmente,com o meio em queela se propaga. Novácuo e no ar essavelocidade ê de trin-ta mil quilômetrospor segundo, confor-

me grande númerode medidas que têmsido efetuadas por fi.sicos e astrônomosnotáveis.

OAs pulsações do

coração do homemadulto regulam de 60a 70 por minuto ; asdo coração da mu-lher e da criança sãoem maior número,regulando as dacriança de 100 a 1-0.

Batendo o coraçãodo homem 5.000 ve-zes em 1 hora, bate120.000 por dia,43.830.000 por anoe 4.383.000.000 emum século.

O coração da hie-na bale 94 vezes porminuto, o do leão 40,o do tigre 90, o docavalo 40, o do lobo45, o da raposa 43, odo urso 38. o do ma-caco 47, o do ganso110, o da galinha140, o da águia 1G0.o da rã 80, o do ca-ranguejo 70, o doralo 120, e o.da.mari.posa CO.

OBatedor de cartel-

ras é uma profissãoaltamente reconheci,da e uniformisada noEgito. Recentemente,por ocasião do casa-mento do jovem ReiFarouk, o rei dos la-drões — um conhe-cido batedor de car-teiras — prometeu,em atenção ás núp-cias do soberano,não roubar àquela'semana festiva. Se.ria um gesto amigopara com o verdadei-ro rei. E assim, osbolsos dos transeun-tes, por curto espaçode tempo, foram res-peitados.

OD. Pedro II nasceu

no dia 2 de Dciem-bro de 1825 e fale-ceu em Paris a 5 deDezembro de 1891.

OGonçalves Dias foi

o cantor dos Tímbi-ras assim como Cas-tro Alves foi o can-tor dos Escravos.

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Você não pôde vir com a gente. E'muito pequeno., é muito medroso, muito rchorão. Não andamos com bebês... s

,, ,

/ ' Jèl y^ V / í Vocês me pa- >( / W \ (/¦///¦[ -"""¦seus íarrom" II í. / âW A

' I < ) beiros! Xão sou Ul

| W •/' I J

/ / nada disso! "¦

^^MWisà Aky>[ ^ÊyfL, íMmfe 1 - ^ f ^ ijipim-

^_ — O cachorro do I ^Z^J^^-^^^Z Socorro!! ,/'"""

"\ Tupiniquim ... / í& -b^^—r ^^U **• fl II 1 Ul* ^Socorro/t >, Que

será que es- ( l^f^^ A^^^rST^L-—^ ^w^, X ^\ < Võrro-, \ £,1 ta_fazendo? \ ^í»^!^ 1 IfW^V H« 1 Ul

^> /f\\M) ^^3Sf y^-^S &? \\ /íiS^Sá^

j-^ ¦ \\ >^ ^Oi / ^- c-3-yE ík / / y^^-^êwMA Cy>- ,-** JS ^^< *d ^^^s^/-.' J^gJ- I Começo

iflfe o hovo iohiihci p* o tico-ticoLogo que terminar a publicação do atual romance - folhetim, O Tico Tico lan-cará "O PAIS-DOS GAROTOS*' com magníficas ilustrações de Vantok, ofere-

cendo famfeem a capa a cores como tem sido feito anteriormente.Tomem nota do nome; "O PAIS í>OS GAkOlOS O novo folhetim de "O Tico-Tico."

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f^jj\ Wíf(í)) ^y^y^^Ê^^m <o\S- CHRISTOVÃO A. C'

/ ^4lj^ Si ^-^j==7t=^^ ^ SK^1 Magdalena\ V JL ^sS_^^ / r~~~ -\ ^ÊÊÊBÈ ÉÈ^y Hernandez-Oswaldo

/ »_¦ ^-v-^v1 *ÊÊ?y / ' J \ 2/ _^<TkM---m^M» Archimedes-Dodo-AIfonsiisfao

)_—A^ ^jf / -*4> >>•—^ ^^^^^: m\%\ MÊKÍvLw't^^ Roberto-Villegas-Caxambú-Nena-Carreáro

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O TICO-TICO — 18 22 — Março — V.flid

Faustina, incorrigivel^. quer estar sempre no rigor da moda. Comprou um par de sapatos de cortiça e saiu.rs líir li II ü <-a_ eb •

JL I RèpsLo \\ 's%áik£STOUAQUIPARA, r^w -«rvjri ^fTS-.-^ fllíf 1

... à passeio. Mas, que decepção! O resultado foi ter qne regressar à casa carregando os sapatos nas rnâosl

Y\Vj O Tiesrs: e_a s____r/_- | con nao Tr_3õT?:**>)1 S^W\ VW /<& / ^V iJTXdui. TM_N-S. E- EU CRIVE. C TI- < $^£~

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^t3 l / k p''"\\f) YÍ'//^^Sm,ioue T-ii-, f DEA-nvE aSora)-a VTTflJ \~\ Náo se assuste benedito . v__ho.,| I T~1 í [73 (i t—•

w^Pfí íL MM&w m^w

__=-_lr^ir./;/ ./ / P^rXl ia wC^-A ^o^./^^^^Il^Jsv ^- .avC^-t/r^i-^

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O T I C O - TI C O

Em pouco tempo estalou outra re-volução. Os ministros e conselheirosforam presos, o jovem rei, deposto esubmetido a julgamento por um tri-bunal revolucionário, foi, sumaria-mente, condenado à morte.

Viu-se, asism, de repente, deantede um pelotão de soldados, que, ain-da na véspera, lhe haviam feito con-tinencia, apresentando armas, e quiagora lhe apontavam as mesmas ar-mas contra o peito.

O oficial que comandava o pelotãoa um sinal convencionado baixou ra-pido a espada, e o menino ouviu umadescarga, caindo desmaiado... dacama no chão. ¦

A descarga que ele ouvira fora ade um motor de automóvel que passa-Vá na rua...

O menino que tinha sonhos de grau-deza e desejava ser rei, depois de

12 —. 22 — Março — 1939

O C A R T AZ( P E R E Z Z U fí l G A) ,

Ha, nos ônibus, pregado,um cartaz, bastante à vista,avisando ser vedadose falar ao motorista.

Por isso o Zéca, ao tomarum deles, no mesmo instantese chegou, pra declararao que ia no volante:

— "Home! é uma coisa bem feitaesse aviso aqui na frente 1Acho idéia bem direitaesse cuidado com a gente! ,

Pra mim, é órde passada!Não me custa obedece,pois não tenho, mesmo, nadaque dizer pra vosmincê..."

Tradução de Gaiaão de Queiroz

jantar demasiadamente, tivera um pe-sadêlo.

Desde esse momento se contentoucom sua sorte e nunca mais quiz iralém do que poderia ser na sua con-dicão social. (

E. WANDERL,EY

Queres vir ceiar comigo estanoitej?

Não posso . . . Tenho que irvêr a "Traviata" . . .

Ora ! Convida-a para vir tam-bem ceiar comnosco ! ! Até será me-lhor ! !

TESOURO BIR-EIIROD

-J-AUA POUCO PARA ÍIJ^^TW" FI *__._# *_ J j^dfCHEGARMOS or.\)t ES- f- "pfejg.^^. ^gk> WfF&gTA'O TESOURO. , * . ÀPOc* <C^ *Wòr W^~^^)T^7 S^\?Ç\J HERV*~MMEl '«*«*«» ^j.

^^^^r^ ^ ***** FBUTA.-, fUrtV^flf^/ v A^afs , ,A AS TERRAS 0OHOf.TE .**- ^ ^^ rjm\LjL2£E£?m DC PA^hA' s*°CHAM* - cr»ação,g^— ^ &5E. _"___?_. ™> •* PROWJTOS OESS*, TERRAS

<g> ll^f-rpê.^^ll SM.UBRE-? ~ZZ C-AGORA

SÍGAMOS! kfiZft/ü Já['th\.\ f)\ pY..yriA ^-/.BR^ATRÃD/

*™N mm S3SSP02 DO IGUASSÚ £ OCENTRO DE EXPORTAÇÃODOS PRODUTOS DO PARÀtlA'A. filCARDO PElXA A tAttcHA

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22 — Março — 1939 19 0 TICO-TICO

©*tiS©4_$* 4*3*_______.

¦--- ¦ i i_ .. i .i ii ii

Cada uni deve se contentar com"a sorte que Deus lhe deu", não in-vejando a vida dos outros, por maisventurosa e feliz que possa... pa-recer;

Havia um menino, filho de utnmodesto operário e que lendo em re-vistas ilustradas as festas suntuosasda coroação de um rei, desejou tam-bem... ser rei um dia.

Era um sonho difícil de se realisar,pois, como se sabe os tronos passam,nas famílias reais, de pais a filhos eo pai do nosso herói não tinha outrotrono, aliás muito honroso, — senãosua banca de trabalho.

Certo dia foi o menino convidadopara uma festa que havia durante ocarnaval, no palacete de um grandeindustrial amigo das crianças.

Houve um lauto banquete durante oqual foram servidas as mais finasiguarias.

E o menino pobre, deante daquelamesa ricamente preparada, cheia deflores, luzes e cristais, pensou con-sigo:

SoníiG. | grandeza».— Quando eu fôr rei, minha mesa

será também assim, ornamentada echeia das comidas mais saborosas cdas mais finas bebidas.

Como era natural, deante de tantose tão variados pratos que ele nuncavira e nem provara, o menino se ser-viu de quasi todos, comendo dema-siadamente.

Ao chegar em casa, à noite, não sesentia bem e procurou se recolher aolejto. .Mas não podia dormir, sentin-do ânsias, falta de ar. Virava-se nacama. fazendo o possivei para conci-liar o sono. Quando ia começando adormir, ouviu um grande alarido narua. Pensou que fosse ainda algumnumeroso grupo de foliões, divertin-do-se nas ultimas horas do carnaval.Entretanto, pareceu-lhe ouvir o es-tampido de tiro? e o alarido do povosoltando gritos subversivos..,.

Era uma revolução!...O povo, amotinado, depuzera o go-

verno e vinha aclama-lo rei!Com a maior surpreza, o menino via

realisar-se o grande sonho de sua vi-da: ser rei!...

Teve de obedecer á vontade do po-vo e o levaram para um grande pa-lacio onde nada lhe faltava, desde amesa com as mais custosas iguarias evinhos generosos.

Entretanto ele era obrigado a as-sislir ás demoradas sessões do con-selho dos ministros, assim como a ou-trás cerimonias da corte que muito oaborreciam, pois não tinha liberdadede ir onde queria, sem obedecer àsregras solenes do protocolo real.,.

Suas responsabilidades agora eramgrandes no governo de um povo irre-quieto e reclamador.

Aborrecido com aquilo tudo, foipassando o governo aos poucos, aosministros e conselheiros de Estado,que, por sua vez, preferiam gosar avida, a se preocuparem com o bemestar do povo .

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M ING FOO Novela de Brandon WalshContinuação n. 91

v:. .¦ ¦

iii

-i ^-> -.

Maldição! Fomos infelizes, desta vez! ,M;ts aquelesbrutos 'pagarão caro a vitoria que hoje conseguiram!

U,' o vosso humilde Ming Foo quem o 'diz :Quein tem sorte, de' doze ovos consegue' tirir

e juntos..."f$^£.

r* !%&/ Co?*- 193?. *Ü"g Fatures Syndú-ate. Inc , WorlTrighV regre j

OS BONS FADOS FA-VORECERAM O GRU-PO DE MING. CAR.'-R E G A D OS D ECAIXAS DE MANT1-MENTOS ELES RE-GRESSARA M A'CAVERNA, POISCHANG-HO MANDA-RA PEDIR REFOR-ÇOS A BORDO, PARATIRAR A DESFORRA.

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(CONTINUA

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O MAU C AR ATE R LA F A LT A DE SAO DE

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O TICO-TICO 22 — Março — 1939

RUBIÁCEA, FAROFA E OURO BRANCO — Desenhos de Daniel

ELES ESTÃO

MORRENDO

DE MEDO !

?3I '__J(\ ^w

5 v2^" lte^^__i_tóS_ÍA

I puzehàm Tm Osso paka agradar aos>\P^ "TOTÓ" ... VAMOS OBRIGÁ-LOS A PÔR^**£é^ f3tem\\% UM OSSO DE r1QRA EM HORA . .

^<4mm~^m*Em\\\ tíf com esta bomba e ' &*"""" ^^^^vW^^r^^^7^^ ^~-»-»l¦'" ^^ _W5T I ê( este osso. darei um _ ^^<r^\\W^l^r ~> — 'i"i—fvvq M—j—l geíto ^«-nftl-l!,1 'II1 '^^V^—£_

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-f --C o nf i n ú a )

PM "SiHI©©1f" I0I&®©Noivado

de umcarvoeiro

O senhor,en:ão, quercasar-se comuma da* mi-nlias fillias?

Quero. Éisso mesmo!

Mas. comqual delas? Aloura ou a rito-rena ?

A mora-na. Custa mui-to mais a sesujar de car-vão...

LJ:_jjL

~M^S~Z ' STadium

- -- * —

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®-É-^N^n v. ~>J--/'i_j[) -^ ^fMmm >* ^^ **wr^m**í.i^2****\

MmMm\\\

I TA p 1 U r-

^w5

«"tbla

NUM HOTEL DOINTERIORO garçon

de um hotelda roça chegaà sala de rc-feições:

Os se-nho res quc-rem chá oucafé ?

Chá. —R e sponderamtodos.

E o rapaz,com a car amais ingênuadeste mundo-:

E'... masporém chá«Km tem,não...

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22 — Março 1»39 — 23 — O TICO-TICO

GUERRA ilO CRIME * Novela defcex Colller

ta- 22 __le estava em Scranton na semana

passada, mas voltou á Nova York,depois disso. Nós tínhamos um apar.lamento em . . .

— Ela diz que morava com Eddienum apartamento em • Nova York.Mande alguns homens para o enderê-ço que vou lhe dar !

¦^^———¦ ' ' iii^——— "T ¦ —— ¦¦¦ —¦

. Pareceque êlese mu-dou.

Pôde ser uma tapeação.Vamos falar com o enearre-

gado !

— Sim, Sr. É êle mes-mo. Éle se mudou hadias e nâo deixou ne-nhum endereço.

— Lembra-seque empresafez a nuidan-

i iiiiuiii cnuercvo. | ça r

OOO

— "CAÇANDO" EDDIE BENTZ, EMNOVA YORK.

- Oh, sim 1 Eu levei a mudançapara um apartamento na avenidaBushvick,em Brooklvn

— Aquele é o prédio. Man- X"ji *^||L 35tenha-o vigiado até vêr I ; ,--:— Procure vêr jgentz ou Simons. Eu- Jj\ "TO' o endereço exã- táo telefone á reparti- ^j"* Vto, no livro de ,-ão ________ \

PEQUENA PARA DOIS ...Frederico II estava, certa. vez, á janela

do seu palácio quando, sem ser visto, umpagem retirou uma pitada de rape da caixade ouro do monarca, aberta sobre a mesa.Mas, como era natural, o criado eapirroue Frederico II. voltando-se, perguntou-lhe.

com toda doçura : "Gostas dessa tabaquei-ra ?" O criado, todo confuso, não conse-guia proferir uma só palavra. "Respon-

de" —.insistiu o rei. — "Sina-, magestade"— disse o pagem, trêmulo. — "Pois guar-da-a para ti. EU- é muito pequena paraser usada por dua* pessoas".

À

Como entrou avinha na Euro-pa? Teria vindoda Ásia ?

Diz a Bibliaçx que m pri-ni e i r o plantouuma vinha foiNoé e — n a d amais justo ! - -foi êle tambem oprimeiro homemque se excedeunos prazeres dovinho.

O que se P"l*l>afirmar é que, jádois mil anos an -tes da éra crista,os chineses co-nheciam a uva,que de lá se pas-sou para a Per-sia. Acredita-setambem que osfenicios tenhamfeito plantaçõesdessa fruta juntoao mar Negro.Daí p o s s i-velmente o canii.nho mais curtopara a Europa.

As noticiasmais remotas decultura da vinhano Velho Conti-nente nos vêmda Grécia e daItália, onde ala-da é cultivadacom intensidade.Uma colônia degregos, tendofundado a cida-de francesa deM a r * e 1 h sr,fez uma planta.ção de vinhanesse porto, de-vendo-se a essescolonizadores asmaravilhas de vi.nho que todosconhecem e ai-guns apreciam.

OOO

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O TICO-TICO — 24 22 — \ía*ço-—-1939

'«pl*i|p^y/

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Vi*~\^Ü

Conseguindo iludir a vigilância dos soldados, Pernambu<co sè refugiou em uma trincheira abandonada.

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(tW! )éyv\fil'--. M l/N1! !.-Jw* P*y Ov

yVV i f^. ^ ¦;

i— Depois, tendo visto perto uma sentlnt^. tra-

tou de aproximar-se soxrateiramente, o que '?? com rersultado.

1 . «-_ -.--,

v •¦ ¦ y m ( ~\

|gv.:| yry } ^y? X ' Êjf|\^-?íy / f ./ p7 rÀ —~\ ~~'/~^ZTV-~- mlfé\

w j7\ 7 /^^^v —~ «""'"•- — A N&^^y^---'"''^----

,, , *"¦ Contudo, éle ignorava que estava sendo observa-- E conseguindo sacai a pistola do propr.o.solclado on- Jq dç (oj)gc ^ um ^^ so/dad0t

cntal, obrigou-o a render-sc. {Continua}

. .... ..... . —in ¦ ¦' i ' ' .

RESPIRA SEMPRE AR PURO

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22 — Março — 1939 0 TICO-TICO

Depois Je muito conversar com o seu ur.ico arrugo. o corvo aPnncc.a licou r.a.s animada. A dve parecia compreender o que .iathe tfi-ia.

E -iji:;do pela ianeía em vóo rapidihsfnío parti- em direção asaltas montanha. qu= Se divisavam ao longe, cercando a ceçjiâo eocastelo

'vB - _/ *--e A1''111"- vendo o «raigo on perigo !e; força e quebrou a

V-—HI __»<i cadeia que o mantinha preso < inwbilisado.

O pobec anj-òunho na o ¦medroso ç era -jueai mais ^~>t rm.De repente um dos girj.u.¦¦__ — p ¦. jurou pelo pej_.:_ . .

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O TICO-TICO — 26 — 22 — Marco — 1939

— Mande dizer queeles retrocedam, oucorrerão perigo !

\ i_B B?Tr^_f mandarei algum | Jf /;| fk

Jt^^^^^tt^^^^ Pedra

r_—'""""""-—™———————————-——————- — Acho que ê!es estão errados . . {J

— Não ! Atraz de ou i^_L«__ffl__r dar ° °uro' sim- "A •»•

ro vieram eles, e ain- (W—S Dèsse lnotk)' a6ra- Ida quererão mais Ng| darei e se tornarão j

fl WT*/"T5^l de invasores em ^- /ir •*_^— RS<Vl__ig0S /4 f 3 u 3

¦" ii i ii i _..,. ,_...,,„ ,, .,.. . ¦_»»___—_________»_————-----------»****----**»------> r

— OS HOMENS DF, FKRNAN-DO CORTEZ CONTINUAVAMA AVANÇAR. ALGUNS NA-TIVOS JA FEITOS PRISIO.NEJROS ARRASTAVAM OSPESADOS C AN H O ES. O.SBRANCOS REPRESENTAVAMA COBIÇA. NADA OS CON-SEGUIRIA DETER, POIS KS-TA VAM DISPOSTOS A TUDO.E EM MEIO DA MARCHAAPARECEU UMA EMBA1XA.DA MANDADA POP. MONTE-ZUMA.

- Vêm aí alguns homens,mandados pelo ImperadorAztcca !Ik T — QUE MISSÃO TRARÁ A

EMBAIXADA 1 TERIA MON.TEZUMA RESOLVIDO MAN.DAR TRAZER OURO AOS IN-VASORES, CONTRA O CON-SELHO DE MARIO E DE MA-RIA ? QUAL SERÁ A SORTEDO IMPÉRIO ? HAVERÁ BA.TALHA ? SERÃO USADOS OSCANHÕES ?

ACOMPANHE O DESENRO.LAR DESSES EPISÓDIOS, NOPRÓXIMO NÚMERO DE"O TICO-TICO"

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T 1LL1E- Desenhos de IRiiss \yestower(FIM DE EPISÓDIO)

r — i mm.mmmemmamf*im~~~-—~—~mar— 'ma^tmmmmm ---g—-——,wwmw<www^--._---ii ¦ ._-—i. ... ¦¦¦ i--w».

U^BfHFl ». Oral Juca 6' -_-_-_-i-M Ele e capaz *f^___WHEr j ii _ i- jfcJf||By]gr camarada!

T MffMr --i __PÜk Ademais, está.r-., I zangado... ^^¦^^_aÊM| f^§ dormindo tão

P ^í-te^r—F. .J^ 9 B ft/^K/V^;\\ bem!

SB_BB \\^í>^tíW # ¦ Jf*_- .:_ jJEl_!SjS3»____.

NO

DIA SE-

GUINTE,

QUAN-

DO

MAX

APARt-

CEU

Muiío obrigada pelaamável, companhia,Gaspar!

Ó! Eu é que agradeço asua! Até amanhã. Tillia!

Não imaginas como estivapreocupado ontem, com pe-na de ti... Não pude vire sei que ficaste triste, semte divertires direito. ..

Ao contrario!A companhiido Gaspar ésimplesmenteadorável!

<— ¦———_——-¦

!

EEscuta, Max. Serã que teu chefe não vae precisar de ti, n

v. J~\

\P~ ->_

mm

ente, nojo?

(FIM)

0 CREADOR DA CRUZ VERMELHAHenri Dunant, nascido em Genebra em 8 de Maio de

J828 foi o creador da Cruz Vermelha. Após prolongadasobservações no campo da guerra, Dunant reuniu em sua

cidade, em 1864, os represelUan.es de 16 potências quedecidiram a neutralidade das ambulâncias e a creação desoccorros aos feridos, fosse qual fosse a sua nacionalidade,embora inimigos.

MonomamasHa monomanias ex-

tracrdinarias.Por exemplo, Are-

teu fala de um do-ente que, julgando-sede barro não queriabeber agua para nãose desfazer! Sanchezfala de outro queteimava que era devídrc, e conservava-sesempre seníado equieto para não sequebra--. Um distintomédico do séculoXVII, Gasoar Barléo,íu'qava que o seucoi-po erg de nantei-ga e fuqía do calorcom medo de se der-reter. O célebre aba-de Molano, de Hano-ver, julgava-se trans-formado em grão decevada e, com medodas galinhas não safade casa.

Ha maníacos quehegam a Julgar-se

mortos; e entre eles¦item-se Filipe V deEspanha o um filhoIo grande Conde.

Esfe chegou a nãoomer por se conside-

rar morto; o seu m#-dico, Final, não sabiacomo obrigá-lo, quan-do se lembrou de lheapresentar um certonúmero de pessoasque se fingiram mor-tas o comeram emsua presença. Esta es-trategia aproveitou,mas assim mesmo nao

quiz dahi em deantecomer senão em com-psnhia dos seus de-funtos companheiros

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Ò TICO-TICO 28 — 22 -— Marco !!);)!)

— Estamos dan-do um passeio...

— Por aqui.não ^ I V ~|

se passeia mais ! j (1 li

-v DíiDiJ— TENDO SI-DO ZENAS LM-PEDIDODE REVISTARO CASARÃO, AVOVÓ RESOL.VE FALAR A

MISSTOSY

¦— Mas você tem de ir comi-go para me apresentar aMiss Tosy.

_- Meninas,podem visi-

a pri-

— Ela vendo você, ficará logo con-fiando cm mim, e desabafará.

— Posso dizera ela que vocêé minha avó 1

-

— Sinto muito, mas Miss Tosydeclarou que não quer vèr nin-guem. I—

Na ca-deia.

— Diga-lhe que Babe Bmitingveiu visitá-la.

.— Não devia ter vindo aqui, querida..-.Sinto-me bem Um pouco perturbada,

t- .

6. não ! E'

— Vovó Rakestrawveiu comigo, equer falar com asenhora, para aju-dá-la a sair da ca-deiá.

— Tem certeza dcque ela não é amí-ga do advogadoIlawk ?

Não

poderá ajudá-la iencontrar Benjy.

— Benjy ? Aquilemenino ? Que foique aconteceu comêle ?

lia bistoriiias plantas

(CONTINUA)

O melão é origi-nario da Ásia. Foiintroduzido na Eu-ropa por navegadores gregos. Plinio diz-nos que es-sa fruta era parti-cularmente apre-ciada pelos romã-nos. Os primeirosespecimens conhe-cidos foram exclu-sivamente reserva,dos para a mesaimperial. Tiberio,notadamente, adihirava o melão e exi-gia que todas as es-pecies conhecidasestivessem repre-sentadas em suahorta particular. Omelão fez seu apa-recimento na Fran-ça, no fim do se-culo XVI e o jardi-neiro de Luís XIII,Claude Mòllet, es-creveu um tratadopara explicar comose devia cultivá-loe comê-lo. L n i sXV teve, em Choi-sy-le-Roi, uma es-plendida plantaçãode melão confiadaaos cuidados dobotânico Courtiu.É interessante no-tar que, daí em di-ante, foi a Françaque, graças a umacultura sistemáticaprovocou no restodo mundo um con-sumo enorme demelões.

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¦____________________H_S_______^^V IO •MISTÉRIO DOS 01A M A N T E S

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!_•• PARTE (FINAL) Os diamantes fatais - por aiOYsíq i i H

[/ s/J' " lj)))\l))))li ''('((('

/' j "'/fi II ¦_ . .. disse-lhe com uma expressão de indiferença, como se os seus olhos cançac'os cio

'Jl.. r\\MÍIl ' / VWrJ \rf~^ I \lrfyWlllf -r== faiscar das pedras já não podessem exprimir mais nada : — "Çuem quer t\\ií seja

O estranho ancião parecia indiferente _ aproximaçio de Bartley e estava còmo*que"-6sorvi-

do no exame das pedras preciosas que o cercavam por todos os lados. De repente levantou-se len-

tamente e. aproximando-se do joven, ,. .,

. . . que aqui está, náo rente observar estas pedras ! " ... . Bartley respondeu com

um gesto, enchendo as mãos de diamantes ! „(Continua no próximo número)

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O TICO-TICO 22 — Marco — 1939

NO//O/ \ M b HiS^wO A o ¦ JM o 14

Recortem, como fizeram com osanteriores, estes fragmentos e armem,com eles, uma figura, na qual vocêsreconhecerão, decerto, um ilustre bra.sileiro que se notabilisou pela suacultura e saber científico.

Receberemos as soluções até o dia22 de Abril e o resultado do sorteio,assim como a solução, serão publi-cados na edição de "O TICO-TICO"do dia 3 de Maio.

Colem á folha de papel cm que fi-zerem a solução o Vale n.° 14 e não

esqueçam o principal : assinar legi-velmente e indicar, com toda a cia-reza a rua, número, cidade e Estadoem que residem. Os 5 prêmios quesortearemos serão 5 bonitos livros dehistórias, que serão mandados peloCorreio.

(JSfjSn\6-vLE

NCUR/OSVejamos, agora, o

RESULTADO DO CONCURSO N. 9

Respostas das cinco perguntas':1) — Camelia — Amélia2) — Cama — capa — cana — C4»-

ra — casa3) — Bolonha — Bolinha4) — Faltava um quarto para as

duas . .5) — Todos, pois nenhum tira o

rabo para comer.

Foram premiados com um lindo li-vro de histórias infantis os seguintesconcurrentes :

JOSÉ BATISTA TORELLIResidente á avenida 28 de Setcm-

bro 304a — casa IV — Vila Isabel —nesta Capital.

MARIA HELENA LOPES VIEIRAResidente á rua do Sacramento, nú-

mero 196, — Taubaté — Estado deSão Paulo.

LUÍS AUGUSTO DE S. REZENDEResidente á rua Francisco Sá, nú-

mero 102, Copacabana, nesta Capital.

MARIRE DE ABREUResidente á avenida Severino Mci-

reles, n. 57, — Santa Rita de Passa

Quatro — Estado de S. Paulo.ANTÔNIO JOSÉ LOPES GUIMARÃES

Residente á rua José Bonifácio,n. 141, Meier, nesta Capital.

ERA APENAS UM FRANGO

Aa — ~ tzT-irf^L \\n '-* ° tfjmsfjÀ r^_J '¦ Js^~

¦. 11 aa-iMa. 11 1 !<Sfe..gá I pTT.aWinBFl iVvW^^ra^

ROMANCES DE CINCO MINUTOS— Que será ?

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22 Março — 1939 — 31 — 0 TICO-TICO

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Como acabar com aspreocupações

O Fagundes encontra o Praxedesesfregando as mãos, louco de ale-gria :

Que tens ? — perguntou-lhe.Estou encantado, descobri um

modo esplendido de acabar com lo-das as minhas preocupações.

Qual é .Muito simples ! Pago um ho-

raemi especialmente, para tomar a si0g meus desgostos e cuidados, a im-portancia de tres contos mensais.

Mas, meu caro Praxedes, ondevais arranjar os tres contos mensais ?

Bem . . . Essa é a primeira pre-ocupação de que êle terá de encarre-gar-se.

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(Xventuraò do (QfAquinfio¦ n ——— r~—*» '—— 1'a- . -1

X A / A**

Aproveitando o verão. Chiquinhoresolveu Jaicr o "camping"

"Camping" c palavra inglêra quequer dizer "acampamento'

— Tomou todos os petrechos neces-sanes e partiu para o campo. . .

—¦ .. .onde armou sua barraca com aajuda do Benjamim»

— Mas aconteceu que começo" acair uma chuva fortíssima...

. . . qup nem respeitava a espessura dalona da barraca !

— Na manhã seguinte estava tudo ~t>.e os doi9 traquinas apanharam uroassim alagado,,. forte rcsfriadCi,

— _». .que os deixou de mõlhn uma sc-mana !•