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EDITORIAL S. MIGUEL DA MAIA 1 ANO XXVI Nº 284 SETEMBRO 2015 PREÇO AVULSO 0,50€ Estamos a começar um novo ano pastoral. Os grupos da Paróquia começam a organizar o plano pastoral. Todos são chamados à colaboração na Paróquia. É preciso despertar alguns para a ação na e pela comunidade. O cristão tem uma missão neste mundo, missão que lhe vem de Cristo e que assumiu no dia do Batismo. Neste princípio, seguindo o pensar do Papa Francisco eu trannscrevo a Oração de São Francisco de Assis, como reflexão e sentido de ação. Ela é fruto da sabedoria dum santo. Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; Onde houver discórdia, que eu leve a união; Onde houver dúvida, que eu leve a fé; Onde houver erro, que eu leve a verdade; Onde houver desespero, que eu leve a esperança; Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre, Fazei que eu procure mais Consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna. Descubro em muitos grande vontade de colaborar, o que é sinal da vivência da fé. Em vez de se dizer que o mundo está perdido, cada um deve dizer que para o mundo ser diferente terá que trabalhar ainda mais. Deus entregou-nos o mundo para o tornarmos, cada vez mais, lugar de crescimento para todos. Deixemos que Deus converta o nosso coração para O amarmos e assim amarmos os nossos irmãos, pois só assim somos coerentes, como pessoas crentes. Deus não abandonou o homem, que nós somos, pois fomos "criados à Sua Imagem e semelhança". Ele está connosco. Trabalhadores da Messe, segundo o Senhor Jesus não abandonemos o arado que Ele nos pôs nas mãos, pois se o fizermos não seremos dignos d'Ele. Disponhamo-nos a escutar os apelos do Senhor e lancemo-nos a caminhar com alegria e esperança, entusiasmansddo também todos os à nossa volta PDJ FESTA DE NOSSA SENHORA DA MAIA 11 DE OUTUBRO 11h00 - Celebração da Eucaristia 17h00 - Procissão Celebramos o 23º aniversário da Dedica- ção da Igreja de Nossa Senhora da Maia. Todos á Celebração Aniversária. MAGNIFICAT ANIMA MEA DOMINUM

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Page 1: ANO XXVI Nº 284 SETEMBRO 2015 PREÇO AVULSO 0,50€ · Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

EDITORIAL

s. miguel da maia ▪ 1

ANO XXVI ▪ Nº 284 ▪ SETEMBRO 2015 ▪ PREÇO AVULSO 0,50€

Estamos a começar um novo ano pastoral. Os grupos da Paróquia começam a organizar o plano pastoral. Todos são chamados à colaboração na Paróquia. É preciso despertar alguns para a ação na e pela comunidade. O cristão tem uma missão neste mundo, missão que lhe vem de Cristo e que assumiu no dia do Batismo.

Neste princípio, seguindo o pensar do Papa Francisco eu trannscrevo a Oração de São Francisco de Assis, como reflexão e sentido de ação. Ela é fruto da sabedoria dum santo.

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; Onde houver discórdia, que eu leve a união; Onde houver dúvida, que eu leve a fé; Onde houver erro, que eu leve a verdade; Onde houver desespero, que eu leve a esperança; Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, Fazei que eu procure mais Consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna.

Descubro em muitos grande vontade de colaborar, o que é sinal da vivência da fé. Em vez de se dizer que o mundo está perdido, cada um deve dizer que para o mundo ser diferente terá que trabalhar ainda mais. Deus entregou-nos o mundo para o tornarmos, cada vez mais, lugar de crescimento para todos.

Deixemos que Deus converta o nosso coração para O amarmos e assim amarmos os nossos irmãos, pois só assim somos coerentes, como pessoas crentes.

Deus não abandonou o homem, que nós somos, pois fomos "criados à Sua Imagem e semelhança". Ele está connosco.

Trabalhadores da Messe, segundo o Senhor Jesus não abandonemos o arado que Ele nos pôs nas mãos, pois se o fizermos não seremos dignos d'Ele.

Disponhamo-nos a escutar os apelos do Senhor e lancemo-nos a caminhar com alegria e esperança, entusiasmansddo também todos os à nossa volta

PDJ

FESTA DE NOSSA SENHORA DA MAIA11 DE OUTUBRO

11h00 - Celebração da Eucaristia17h00 - Procissão

Celebramos o 23º aniversário da Dedica-ção da Igreja de Nossa Senhora da Maia.

Todos á Celebração Aniversária.

MAGNIFICAT ANIMA MEA DOMINUM

Page 2: ANO XXVI Nº 284 SETEMBRO 2015 PREÇO AVULSO 0,50€ · Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

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CONSULTANDO A HISTÓRIA

Retomando a leitura das recomendações emitidas em agosto de 1744 pelos representantes do Balio de Leça, em visitação a esta freguesia do couto de Leça, tomamos conhecimento das orientações deixadas ao Pároco e aos outros sacerdotes : “Recomenda-mos muito ao Reverendo Parocho continue no seu bom exercicio de fazer doutrina e estação * aos seus freguezes e dandolhe bom exemplo, e aos reverendos sacerdotes se portem com a gravidade devida ao seu estado para que os seculares nelles não tenhão que notar mas só que aprender, e imitar, pelo que mandamos se portem nos vestidos na forma que detrimina o direito e constituições não uzando de roupas de cores e deshonesta nem casacas curtas nem de todos aquelles adereços que repugna a honestidade do estado e que se habilitem no termo de seis meses para confessar sob pena de suspenção.”

*estação: momento de oração

CATEqUESE

Maria Artur

“Regresso à Catequese”Esfumando-se o mês de Agosto, surge no horizonte Setembro, o mês por excelência para recomeços, desejos reno-

vados e motivações acrescidas. É a altura do regresso ao trabalho, do “Regresso às aulas”, do regresso ao ATL, à piscina, à música e a todas as outras atividades extracurriculares ou voluntárias, que durante a maior parte do Ano preenchem as nossas rotinas. Consequentemente, é também tempo para o início de um Novo Ano Pastoral, e, mais concretamente, é tempo do “Regresso à Catequese”.

Catequizar trata-se de um ato de instruir, fazer perceber, ecoar… É a maneira de conduzir as pessoas a um encontro com o nosso Mestre, Jesus Cristo. E esta missão não se dá pela motivação proselitista de reunir mais gente na Igreja, mas nasce do amor que leva a compartilhar com os outros o tesouro que encontramos, e que nos move a querer que os outros o encontrem também. Pois “quem vive diariamente uma amizade forte com Jesus, manifesta-o, e encontra maneiras de o mostrar aos outros. Porque o amor é criativo. Como o exemplo de uma mãe quando quer tratar o seu bebé. Se nós somos pouco criativos, é porque amamos pouco. Agora se mantemos essa relação com Jesus, encontramos sempre maneira de o dar aos outros.” (D. Manuel Clemente).

Desta forma, somos todos convidados (não só catequistas, mas também pais e famílias) a procurar ser criativos e a re-novar o nosso ardor, neste processo e época de “Nova Evangelização”. Para que possamos ser cada vez mais consequentes nesta Missão, fundamental para a Igreja, de dar a conhecer aos nossos catequizandos o tesouro de Jesus e de os “colocar não apenas em contacto, mas em comunhão” com Ele.

Por fim, deixo-vos com alguns avisos e informações importantes para este Novo Ano de Catequese:• ENCONTRO PAROQUIAL DE CATEQUISTAS: 14/Setembro/2015, 21:30, para todos os Catequistas da Pa-

róquia da Maia;• ENCONTRO FORMATIVO + FESTA DO ENVIO: 19/Setembro/2015, 14:30, para todos os Catequistas da

Vigararia da Maia;• INÍCIO DA CATEQUESE: 26/Setembro, nos respetivos horários de cada Ano de Catequese. Para os catequizan-

dos e Pais do 1º Ano será preparado um momento de acolhimento específico;• INSCRIÇÕES PARA O 1º ANO: Todos os interessados, e que ainda não o tenham efetuado, devem efetuar as

inscrições até ao início da Catequese, para que a organização do novo Ano possa ser planeada da melhor forma possível para todos. Nos próximos Sábados (12 e 19/Setembro), entre as 18:15 e as 19:00, poderemos receber essas inscrições presencialmente, na nossa Igreja.

• HORÁRIO DA CATEQUESE

Nota: a duração estimada de cada sessão de Catequese pode extender-se até aos 75

minutos.

• CALENDÁRIO PASTORAL:

João Bessa

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Pró - VOCAÇÃO, por vocação

BOM DIA!No princípio do novo Ano Pastoral, permito-me trazer-vos, caros amigos, algumas lembranças: 1.Temos o Sínodo da Família. Que o Espírito Santo ilumine o nosso Papa e os bispos presentes, que

representam o episcopado de todo o mundo. Movemo-nos em áreas fundamentais a nível da Igreja, da Sociedade, de cada um;

2. Vai iluminar e dar força a toda a Comunidade, o Plano Pastoral que o nosso Bispo nos pôs nas mãos: lê-lo, meditá-lo, falá-lo, fazê-lo nosso, cumpri-lo;

3. Vivemos dias de capital importância no nosso País. Queremos gente séria, competente, disponível, solidária à frente dos nossos destinos. Não podemos aguentar mais tanta distração, tanto desinteresse, tanta confrontação;

4. O Ano Santo da Misericórdia que nos vai levar a pensar no infinito amor de Deus por nós e no amor em que devemos envolver o próximo, quem quer que seja;

5. O nosso Padre Ângelo está muito doente. Precisamos dele e não o vamos esquecer junto de Deus. — Com bons propósitos, animados pela nossa fé e acompanhados pela Mãe de Jesus, cada dia deste Ano Pastoral será para todos um

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BOM DIA!

Movimento Demográfico Mês de Julho/Agosto

BAPTIZADOS05/7 - Mª Gabrila Monteiro Martins11/7 - Gabriel Martinez Cunha Ribeiro Miranda26/7 - José Eduardo Gomes Mota - Lara Beatriz Rebelo Borges - Lara Sofia Oliv. Pereira Sampaio Ferreira - Miguel José Sousa Rego02/8 - Mariana Braz Ribeiro - Sofia Duarte Costa - Fernado Manuel Moreira Maia08/8 - Leonor Madureira Azevedo - Maria Madureira Azevedo09/8 - Miguel Ângelo Queiróz Primavera Pereira15/8 - Nicole Martins Rafael - Carlos Daniel Ramos Fernandes - Miguel Tomaz Oliveira Braz21/8 - Gonçalo Dinis Silva da Fonseca23/8 - Vasco Maia Costa30/8 - David Barbosa Matos - Rafael Moreira da Silva - Eduardo Moreira da Silva

MATRIMÓNIOS04/7 - Bruno Emanuel Costa da Silva e Susana Pereira de Oliveira18/7 - Pedro Miguel Lagoa Barros e Cátia Vanessa Almeida Correia15/8 - Cláudi Cardoso Rafael e Vânia Sofia Barbosa Martins - Carlos André Costa Fernandes e Carmen Pereira Ramos - Tomaz Fernando Silva Braz e Paula Rita Brito da Costa Oliveira Braz20/8 - Filipe Alberto Azevedo Vasconcelos e Sónia Paula Castro Faria21/8 - António Manuel Gonçalves da Silva e Maria do sameiro Duarte da Silva

ÓBITOS11/7 - Rui Frederico Cabral de Quadros d'Avilez Pereira de Basto(92 anos)12/7 - Armando Moutinho da Silva(89 anos)21/7 - Ana da Silva Aleixo (84 anos)22/7 - José Manuel Teixeira dos santos (58anos)24/7 - Júlia Faria dos Santos Paz(91 anos)26/7 - António da Costa Mendes (82 anos)27/7 -Manuel Moreira Mota (87 anos)30/7 - Maria Fernanda de Jesus (87 anos)04/8 - Amador Alves Coelho Ribas(70 anos)10/8 - Maria Isabel da Silva Alves( 80 anos)23/8 - Vitor Manuel de Oliveira Maia(57 anos)31/8- Mamuel Fernando Ferreira Barros(86 anos) - Daniel da Silva Pereira (70anos)

O Plano Diocesano de Pastoral 2015/2020, apresentado em Julho pelo nos-so Bispo, indica como um dos quatro objectivos específicos que o norteiam:

“Consciencializar as pessoas, as famílias e as comunidades para o valor da vocação e para a responsabilidade de serem promotoras das diferentes formas de chamamento, nomeadamente as de especial consagração.”

Para além disso, na particularização do plano para o ano pastoral 2015/2016 que vamos iniciar, recomenda:

“Valorizar a dimensão vocacional de toda a pastoral, a partir da família como «Igreja doméstica» sujeito ativo e protagonista da evangelização.”

Se, por um lado, a equipa que formamos é especialmente interpelada e como que obrigada a ser motor destas orientações na nossa comunidade paroquial, não é menos certo que elas se dirigem a todos sem exceção.

Temos em mãos uma oportunidade excelente de exercitar a comunhão na nossa paróquia, indo ao encontro da insistência do nosso Bispo para que assumamos todos a nossa responsabilidade pela vida da Igreja de que fazemos parte. Esta comunhão implica que cada pessoa e cada estrutura pastoral não atuem isoladamente, olhando apenas para os seus assuntos específicos, mas que trabalhemos todos em sintonia e em espírito de entreajuda. Este apoio mútuo, que converte as fraquezas da pessoa individual na força da comunida-de solidária, irá dar corpo ao lema do ano: A alegria do Evangelho é a nossa missão – Felizes os misericordiosos.

Equipa Paroquial Vocacional

Plano Pastoral: um desafio para todos

Novos sacerdotesPor razões de amizade pessoal com dois dos novos sacerdotes ordena-

dos em Julho, um dos membros desta equipa participou nas chamadas “missas novas” dos Padres João Emanuel, em Alpendurada, e José Joaquim, em Lobão.

Mais do que o brilho litúrgico ou a qualida-de dos cânticos, impressionou a participação maciça das comunidades paroquiais de pertença e daquelas em que os novos padres fizeram os seus estágios pastorais. Foi clara a alegria das pa-róquias que viram nascer e crescer estes jovens: nesse crescimento viram também desabrochar e frutificar a vocação sacerdotal e sentiram-se cor-responsáveis por ela. Alegraram-se por eles terem

perseverado no caminho da vocação e terem aceite acolher o chamamento de Deus ao ministério sacerdotal dando as suas vidas ao serviço dos irmãos.

Foi também evidente que souberam, nas comunidades onde estagiaram, exercitar já a doação aos irmãos a que Deus os cha-mou, visível nas manifestações dos membros dessas paróquias: expressões de alegria e de comunhão mas também de saudade antecipada por os verem partir rumo às novas comunidades para onde o Bispo os no-meou como párocos.

Quando teremos na Maia a alegria duma voca-ção sacerdotal? Seremos uma comunidade que vive e transmite a alegria da Boa Nova e assim se torna terreno fértil para que nela cada um descubra e faça frutificar a sua vocação?

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Manuel Machado

Maria Fernanda e Maria Teresa

É com base na Exortação Apostólica A Alegria do Evangelho que José António Pagola, sacerdote e teólogo espanhol, nos oferece este “VOLTAR A JESUS …”

«Voltar à fonte e recuperar a frescura do Evangelho» é o apelo do Papa Francisco e que este livro quer ajudar a concretizar de maneira lúcida, responsável e entusiasta, através da renovação das paróquias e comunidades cristãs. Se nos próximos anos, nestas não se pro-mover um clima de conversão humilde e alegre a Jesus Cristo, facilmente veremos como a fé se extinguirá gradualmente e como o nosso cristianismo multissecular se diluirá (…) – é opinião expressa do autor do livro.

Neste espaço, vem a propósito realçar o Plano Pastoral da Diocese do Porto (2015 – 2020) que “quer assumir a «Alegria do Evangelho» no espírito evangélico das Bem-aven-turanças, proclamadas por Jesus, e que se realizam sempre que vivermos as Obras de Mise-ricórdia”.

Também o livro, aqui apresentado, nos impele para a mobilização, para o envidar de es-forços, de modo a alcançarmos “um nível de vida cristã mais inspirada em Jesus Cristo e mais sensível em colaborar no seu projeto do reino”.

Para começar vou contar a parábola do palhaço que tentou convencer a aldeia de que o circo estava a arder e que o fogo não tardava em chegar ao povoado. Como ele estava trajado de palhaço, e os palhaços nem sempre são levados a sério, o povo não lhe deu nenhuma importância e a tragédia consumou-se.

Levantado um inquérito às causas da desgraça, concluiu-se que se o palhaço se ti-vesse lembrado de retirar a maquilhagem, o povo teria acreditado nele, mobilizar-se-ia, e o incêndio jamais teria chegado à povoação.

Vêm isto a propósito de um certo cristianismo que por aí anda, maquilhado de ideias progressistas, mundanas, sem alma, sem exigências nem compromissos, totalmen-te contrárias ao espírito dos Evangelhos.

Não faltam pessoas, e são muitas, a afirmar que até seriam católicos e fariam parte da Igreja, se esta não fosse contra certas e determinadas coisas, ligadas à vida humana e à moral.

Nem mais 1... E que tal a Igreja não ser contra nada e não se manifestar contrária a quaisquer liberdades selvagens e aos atropelos indignos da pessoa humana, metendo os Evangelhos na gaveta?

Não seria tão bom termos uma Igreja que na sua moral permitisse o aborto, a eu-tanásia, o uso de todo o tipo de contraceptivos, o divórcio, a educação libertina, mance-bias, o casamento homossexual, a manipulação científica da vida humana, os padrinhos sem prática católica?

Mas que Igreja seria, afinal ? Que cristianismo viveríamos? Seria tudo, menos cristianismo. A Igreja está no mundo para viver e testemunhar o projecto de Deus para toda a

humanidade, com toda a sua exigência e verdade, projecto que atingiu a sua revelação máxima e o seu ponto alto em Jesus Cristo

Se é certo que a Igreja tem que saber falar aos homens e mulheres de todos os tempos, isso não quer dizer que tenha de se conformar com as mentalidades, conve-niências e modas de cada tempo, sob pena de estar a trair a sua missão, ficando sujeita ao arbítrio do lado que estiver o vento. Consoante a conveniência de cada qual, fala--se muito da misericórdia de Cristo com as pessoas, mas nada se diz da expulsão dos vendilhões do templo.

Ser cristão, ou cristã, é assumir a integridade dos Evangelhos, sem andar atrás de simpatias, adoçamentos e de vivências adulteradas, não vá São Paulo acusar-nos de pro-cedermos como inimigos da Cruz de Cristo.

O nosso Papa Francisco já alertou, muitas vezes, para o perigo de a mundanização se instalar na Igreja. Mas, infelizmente, há quem queira viver um cristianismo à moda mundana, pior ainda quando maquilhados de santinhos por fora, mas de diabos por dentro.

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Quando o tema é difícilCostuma falar-se do tempo…E, desta vez, com razão:Este ano reinou o outono…Lá se foi o nosso verão!

Todas as fases da vidaTêm encanto, beleza…De início passos incertos,Pequenos, sem equilíbrio,Vão, lentamente, ganhandoAgilidade, firmeza.

A colina vamos subindo…A vida vamos vivendo…

Na primavera, o caminhoMacio, aveludado,Tem juventude e magia!As flores que aí colhemos,Frescas e perfumadas,São flores inesquecíveis,Flores da nossa alegria…

No verão, o sol mais quenteTorna a subida mais lenta…Com serenidade e esperançaAfastamos os escolhos,Realizamos os sonhosQue a vida nos apresenta.

Outono! Maturidade,Sabedoria, reflexão…É o reviver da vida,A experiênciavividaNa caminhada do verão.

Finalmente o invernoQuase no fim da subida!…Lá no cimo olho ao longe…Tantos momentos vividos,Tantos capítulos gravadosNo livro da nossa vida…

Olho as estrelas no céu…Não param de cintilar.E são tantas, tantas, tantas…Uma virá, lentamente,E ao céu me irá levar.

A COLINA CENTRO SOCIAL - NINGUÉM ACREDITA NOS MAqUILHADOS

LIVRO A LIVRO

Ana Maria Ramos

VOLTAR A JESUS

Continuam as inscrições para a frequência do Lar de Nazaré:Valências :

Centro de Dia / Apoio DomiciliarPode inscrever-se nos Cartórios Paroquiais.

Tel.: 229 414 272, 229 418 052, 229 448 177 e-mail: [email protected]

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Contactos:917373873 - 229482390 229448287 - 229486634 - 969037943 966427043 - 229416209 - 965450809 962384918 - 938086881 229482390 - 914621341 - 914874641 - 229411492 - 910839619

www.paroquiadamaia.net; - [email protected] - Navegue

Maria Luísa e José Carlos Teixeira; Jorge Lopes; Lídia Mendes; Fernando Jorge; Regina; Júlia Sousa; José Sousa; P. Domingos Jorge

E.P.P.F

Está a começar o novo ano pastoral. O programa para a Diocese já foi divulgado. È a grande linha orientadora que, cada Paróquia, deverá assumir e traduzir na realidade própria de cada uma. Muito há a aprender.

A Equipa Paroquial Familiar em breve irá reunir para programar o muito que tem que fazer no seu campo de açõao.

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EqUIPA PAROqUIAL DE PASTORAL FAMILIAR

“Louvado Seja”, Papa Francisco A encíclica ecológica do Papa come-

ça na dose mais vasta e profunda que poderia ter: “Nós somos terra. Todo nosso corpo é constituído de elementos do planeta, seu ar é aquele que nos dá a respiração e sua água vivifica e restaura” (Tradução pessoal do texto italiano, nú-mero 2).enciclicapapal

Esse é ponto de partida exato de qualquer reflexão sobre a vida na Ter-ra. Do ponto de vista biológico, somos

qualquer animal, parte da terra, dependentes dela e, sem água, sem comida, sem ar, sem um ambiente próprio para a vida, morremos como todos os outros animais.

Lembrando São Francisco, o Papa diz que a Terra é “mãe e irmã”. Portanto, toda a comunidade da vida só pode ser entendida nessa irmanação universal.

O Papa não esquece, desde o início da encíclica, de lem-brar que a Terra está “oprimida e devastada” e, retomando Paulo em Romanos 8, reafirma que ela “geme em dores de parto”. Retoma Paulo VI no número 5 e recorda que os avanços técnicos, científicos, se sozinhos, podem conduzir a Terra e a humanidade a uma catástrofe, se não forem acom-panhados de um autêntico desenvolvimento “social e mo-ral”. Portanto, retoma a questão ética colada à técnica.

E propõe como saída a mudança do estilo de vida, tam-bém no modo de produção e consumo. Ele retoma Bento XVI para reafirmar que o problema é “estrutural”. Ainda como fundamento da reflexão, Francisco lembra que a des-truição do ambiente está vinculada à uma cultura de morte, que agride também o ser humano. Essa realidade a Pastoral da Terra experimenta e reflete há anos: “aqueles que des-troem as florestas e rios, são os mesmos que mataram Chico Mendes e Irmã Dorothy”. O Papa segue a partir daí com fatos já sobejamente conhecidos: consumismo, deflorestação, lixo, mudanças climáticas e todas suas causas e efeitos, etc., fazen-do do planeta um “lugar de imundícies” (número 24).

Destaca a questão da água e da biodiversidade, inclusi-ve da invisível, fundamental para os solos, plantas e repro-dução da vida (número 34).

Francisco ainda chama a atenção que “o grito da Terra é o grito dos pobres” (49), realçando que a questão é socioambiental.

No número 41 o Papa toca o dedo na ferida, afirmando que a responsabilidade fundamental por essa crise vem do Norte, dos países desenvolvidos, que exploram os países do sul, inclusive transferindo para esses a produção suja que não querem ter em seus próprios territórios. Aquilo que chamamos de “injustiças socioambientais”.

Na parte do “julgar” – não está com esse nome, mas o documento segue a lógica do Ver, Julgar e Agir – a ênfase será no texto bíblico do “cultivar e guardar” (Gen. 2,15), no Cristo Cósmico e na redenção da criação (Rom. 8).

No “agir”, assume praticamente todas as boas lutas

LOUVADO SEJAIS - Carta Encíclica do Papa Francisco aobre o CUIDADO DA CASA COMUMsocioambientais que fazemos – agroecológica, energia, transportes, preservação das florestas, cidades dignas do ser humano, mecanismos globais para controle do efeito estufa, mudanças climáticas, etc. -, portanto, nada de novo. Por fim, a necessidade de mudar o “modelo global de de-senvolvimento”(194). Essa é a grande síntese.

Para nós, cristãos, aponta a necessidade de uma “Espi-ritualidade Ecológica” (Capítulo Sexto, 202). Implica a mu-dança do “estilo de vida”, “uma educação para o respeito ao ambiente”, que começa nas atitudes do cotidiano e se am-plia para a globalidade, enfim, a “conversão ecológica” (216), que é alegre, contemplativa, cuidadora, sóbria, que gosta de arte, de música, celebrações (inclusive eucaristia), enfim, sem o consumismo crasso da sociedade contemporânea.

O texto conclui com uma bela oração sobre a criação.O novo desse texto para nós, aqueles que fazemos esse

caminho há tantas décadas, é que agora nos vejamos ple-namente contemplados num documento oficial do Vaticano.

Que o documento produza os frutos semeados.Sem dúvida, sinal dos tempos

Oração pela nossa terra

Deus Omnipotente, que estais presente em todo o universo e na mais pequenina das vossas criaturas, Vós que envolveis com a vossa ternura tudo o que existe, derramai em nós a força do vosso amor para cuidarmos da vida e da beleza. Inundai-nos de paz, para que vivamos como irmãos e irmãs sem prejudicar ninguém. Ó Deus dos pobres, ajudai-nos a resgatar os abandonados e esquecidos desta terra que valem tanto aos vossos olhos. Curai a nossa vida, para que protejamos o mundo e não o depredemos, para que semeemos beleza e não poluição nem destruição. Tocai os corações daqueles que buscam apenas benefícios à custa dos pobres e da terra. Ensinai-nos a descobrir o valor de cada coisa, a contemplar com encanto, a reconhecer que estamos profundamente unidos com todas as criaturas no nosso caminho para a vossa luz infinita. Obrigado porque estais connosco todos os dias. Sustentai-nos, por favor, na nossa luta pela justiça, o amor e a paz.

Publicado no Portal EcoDebate, 18/06/2015

Page 6: ANO XXVI Nº 284 SETEMBRO 2015 PREÇO AVULSO 0,50€ · Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

Maria Luisa C. M. Teixeira

MARAVILHAS DA PERSEVERANÇA

Largamente e muito bem noticiadas foram, na última semana deste agosto, as Festa do Povo, popularmente mais conhecidas pela Festa das Flores de Campo Maior. Sem dúvida que merecem todo o destaque televisivo que lhe seja dado, apesar de que, por muitas reporta-gens que se lhes façam e imagens que se apresentem, nada dá a verdadeira dimensão da maravilha que é ver e sentir a beleza daquele “ infindável “ número de ruas cobertas por um céu em flores. Nenhuma fotografia retrata a beleza e a sensação que é caminhar ao longo da extensão de ruas ligadas umas às outras, parecendo nunca terminar, ornadas de todo o tipo de flores de papel das mais variadíssimas cores e feitios.

Nada traduz a sensação, quase de emoção, que é passear horas e horas por ruas esplendorosas de luz e cores que se cruzam, que se encontram ou reencon-tram e levam as pessoas, meias esquecidas das horas e até de algum cansaço, de uma rua para outra mergu-lhadas naquela beleza, quase sem saber decidir ou qual escolher para prosseguir na descoberta das novidades dos temas e pormenores sempre surpreendentes.

E tudo isto levando no pensamento e na admiração de ser um trabalho feito pelas mãos dos moradores da terra que, segundo dizem, desde março se juntaram em grupos e trabalharam todas as noites desde aí, até á engalanacão das ruas pela noite dentro, do fim-de--semana do inicio das festas. Uma das senhoras que ouvi na televisão disse que pelas mãos dela, este ano, passaram mais de duas mil e quatrocentas flores.

O que aquele povo é capaz de erguer na sua ter-ra, nestas festas, é prova evidente de grande união, de muito amor e orgulho ao lugar onde vivem, sacrifício e muita perseverança no trabalho para levar a cabo tão engenhosa missão.

Nas festas do concelho da Maia em honra de Nos-sa Senhora do Bom Despacho, que já lá vão do mês de julho, também há quem comece, cedo no ano, a preocupar-se e a trabalhar para elas. E a Comissão de Festas da nossa Paróquia da Maia tem vários elementos que, com muito amor, têm perseverado ao longo dos anos no muito trabalho que estas realizações implicam. Não será visível, aos olhos de quem passeia, quanto empenho e até sacrifício é necessário para que tudo se concretize, mas a verdade é que se não há gente

da que trabalha nas imensas tarefas necessárias, não há festa para gozo e alegria das multidões. É a verdade que diz o ditado: sem trabalho nada se faz. E em tudo

é assim, são poucos, às vezes quase nenhuns os que se preocupam, organizam e executam, para que muitos, grandes assembleias e mesmo multidões, disfrutem das condições necessárias aos acontecimentos.

Pensemos, até mesmo, no que se passa na atividade de uma Igreja. Olhemos as centenas de pessoas que a frequentam, por exemplo, na Eucaristia, ou têm filhos na catequese, e vejamos quantas se ocupam de algum trabalho dentro dela. Uma minoria. Mas tudo é feito, tudo está sempre pronto a horas, embora às vezes ain-da haja quem fique desconte com alguns pormenores e critique destrutivamente, mas de certeza que nunca se oferece para colaborar e ajudar a minimizar o que não lhe agradou. De, tempos a tempos, num ou noutro grupo, alguém aparece de novo para fazer parte desse trabalho, mas muito poucos são os que permanecem ano após ano. Não é fácil manter o compromisso da ocupação, e a paciência para o trabalho, e até às vezes, para o relacionamento com outras mameiras de ser, de pensar e agir de outras pessoas.

A perseverança, sem dúvida, não é para todos, mas é com ela que pequenas ou grandes maravilhas se fa-zem, se mantêm através dos anos e dão sentido e ale-gria á vida de quem as concretiza.

6 ▪ s. miguel da maia

Na Festa de Nossa seNhora do Bom despacho, paróquia da maia de 2015 Beleza fruto de amor e carinho

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VISITA "AD LIMINA" - O PAPA COM OS BISPOS PORTUGUSES EM ROMA.

s. miguel da maia ▪ 7

Queridos Diocesanos1. De Roma, onde nos encontramos juntamente com todos os bispos portugue-

ses, reunidos em visita ad limina, saudamos a Diocese que Deus nos chamou a servir.Na manhã desta segunda-feira celebrámos, junto do túmulo de Pedro e dos

seus Sucessores, no altar erguido sobre aquele que foi escolhido por Jesus para ser pedra sólida sobre a qual se edifica a Igreja.

Depois, nesta mesma manhã, encontrámo-nos com o Sucessor de Pedro, o Papa Francisco, que nos acolheu com fraterna alegria. Pediu-nos que levemos a todos os membros da nossa Diocese as suas “saudações cordiais, com votos de grande serenidade e confiança no Senhor”.

No nosso encontro com o Papa e na nossa oração com ele e junto dele esteve e está presente toda a Diocese: leigos, consagrados, seminaristas, diáconos, presbí-teros e bispos. Fizemos presente junto do Santo Padre as intenções de todos os diocesanos e somos portadores da sua bênção a favor de todos, sobretudo dos mais pobres e dos que mais sofrem.

2. Esta primeira manhã com o Papa Francisco permitiu-nos viver, na simplicida-de e na proximidade, a alegria da comunhão com o Sucessor de Pedro, que confir-ma a nossa fé e dá sentido à nossa esperança.

O diálogo estabelecido na espontaneidade, a partilha fraterna entre irmãos bispos com o Bispo de Roma e Pastor Universal da Igreja e o sentido comum da missão evangelizadora testemunham o compromisso de todos nós pelo bem co-mum da Humanidade, em comunhão com o Papa.

A mensagem que o Papa Francisco nos confiou é um convite a agradecermos a Deus o bem realizado pela Igreja em Portugal; a valorizarmos o que em nós portu-gueses é bom; a prosseguirmos com serenidade mas com determinação o anúncio da Alegria do Evangelho como nossa missão.

Foi insistente o conselho do Papa Francisco no diálogo que teve connosco para que, sobretudo nós bispos e sacerdotes, demos prioridade à oração e à pregação: pela palavra e pelo testemunho de vida.

3. No dia 9 deste mês de setembro, celebraremos a dedicação da nossa Catedral.Somos convidados a celebrar este dia em íntima comunhão com o Papa Fran-

cisco. Com o seu testemunho e com a sua palavra, ele incentiva-nos a vivermos também nós, no Porto, esta hora de renovação da Igreja.

O Papa Francisco, consciente de que carrega sobre os seus ombros o peso do mundo nesta hora difícil, confia na oração de todos. Disse-nos que o seu perma-nente pedido de oração não é um “slogan” mas resulta da consciência de que só em Deus e com Deus encontraremos as respostas para os desafios de hoje e para os graves problemas da Humanidade.

Juntamos a nossa bênção de pastores à bênção que imploramos ao Papa Francisco para a nossa Diocese e colocamos no coração de Nossa Senhora da Assunção, Mãe da Igreja e Padroeira da Diocese e da Catedral, as nossas alegrias, esperanças e projetos.

Roma, 7 de setembro de 2015 Vossos Bispos e irmãos

+ António Francisco dos Santos+ António Maria Bessa Taipa

+ João Evangelista Pimentel Lavrador+ João Miranda Teixeira

+ Pio Gonçalo Alves de Sousa

Agência Ecclesia 07 de Setembro de 2015, às 12:01

Francisco recebeu bispos portugueses no VaticanoCidade do Vaticano, 07 set 2015 (Eccle-sia) - O Papa manifestou hoje no Vati-cano a sua preocupação com a “deban-dada da juventude” na Igreja, durante o encontro que manteve com os bispos portugueses, no âmbito da sua visita ‘ad Limina’.“Não pode deixar de nos preocupar a todos esta debandada da juventude, que tem lugar precisamente na idade em que lhe é dado tomar as rédeas da vida nas suas mãos”, assinalou Francisco, no dis-curso que entregou aos membros do episcopado católico de Portugal.A Igreja em Portugal, prosseguiu, “pre-cisa de jovens capazes de dar resposta a Deus que os chama”, para que volte a haver “famílias cristãs estáveis e fe-cundas”, “consagrados e consagradas” e “sacerdotes imolados com Cristo pelos seus irmãos e irmãs”.A intervenção questionou se cada jo-vem deixa a comunidade católica “por-que assim o decide” ou “porque não lhe interessa a oferta recebida”.“Não lhe interessa a oferta, porque não dá resposta às questões e interrogativos que hoje a inquietam? Não será simples-mente porque, há muito, deixou de lhe servir o fato da Primeira Comunhão, e mudou-o?”, perguntou ainda.Francisco lamentou que, em muitos ca-sos, a “proposta de Jesus” apresentada aos mais novos não os convença.“Penso que, nos guiões preparados para os sucessivos anos de catequese, esteja bem apresentada a figura e a vida de Je-sus; talvez mais difícil se torne encontrá--lo no testemunho de vida do catequista e da comunidade inteira que o envia e sustenta”, alertou.O Papa lamentou ainda que o “pensa-mento dominante” apresenta um ser hu-mano “totalmente embriagado de liber-dade”, sem referência ao transcendente ou a qualquer “bem determinado”.“O mundo está enganado”, sustentou, afirmando que “não há motivo algum para uma pessoa, seja ela quem for, se autoexcluir deste terno olhar de Deus sobre a sua humilde criatura”.Francisco recomendou que o processo de catequese passe do “modelo escolar ao catecumenal”, ou seja, “não apenas conhecimentos cerebrais, mas encontro pessoal com Jesus Cristo, vivido em di-nâmica voca cional segundo a qual Deus chama e o ser humano responde”.O pontífice argentino deixou votos de que depois desta visita ‘ad Limina’, os bispos retomem “com empenho reno-vado” o seu caminho, levando a todos a certeza da “fraterna solidariedade e empatia” do Papa.

Mensagem do Senhor D. António Francisco e seus Bispos Auxiliares à Diocese, enviada de Roma

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8 ▪ s. miguel da maia

GAM - ENERGIAS RENOVADASDepois das férias, o GAM. Novo ano pastoral se avizi-

nha. Após as férias de verão, a paróquia da Maia começa a fervilhar para se dedicar a novo ano de atividades. Assim acontece com o GAM, Grupo de Acólitos da Maia.E, nós acólitos, temos sempre vontade de começar pois chegamos com as energias renovadas, sonhos e ideias novas. Apesar de participarmos todo o ano na Eucaristia, inclusive nas férias, Setembro é o mês por excelência para renovar a nossa von-tade de continuar a servir Jesus e o altar.

Aqui estamos nós, para sermos presença assídua na pa-róquia. Estamos cheios de vontade para participar na Euca-ristia, em encontros de formação, nas procissões, em mo-mentos de oração, neste jornal sempre com notícias nossas, no facebook com presença assídua e também tentarmos fazer coisas novas. Queremos ser um grupo grande e unido. Para isso apelamos aos jovens desta paróquia que venham ver-nos. Venham ter connosco e tenham vontade e desejo de ser acólitos.

Estamos presentes no sítio da paróquia em http://www.paroquiadamaia.net/site/ini-cio/ e no facebook em https://www.facebook.com/#!/acoli-tos.maia .

Visitem-nos nestas duas páginas da Internet e dêem--nos o vosso apoio. Participamos também neste jornal. Por isso não se esqueçam de ler os nossos trabalhos aqui publi-cados. E apoiem-nos, apoiem-nos muito pois temos vontade de sermos melhores.

Com o exemplo singelo do nosso patrono, o beato de Fátima, Francisco Marto, pedimos a Deus para sermos hu-mildes, para estarmos sempre disponíveis para servir Jesus, o Altar, o nosso pároco e a nossa paróquia.

Bom regresso a todos às suas atividades e bom ano pas-toral. Maria Lúcia Castro

Há um profundo parentesco entre a música e esperança, entre o canto e vida eterna.

Por isso, não é por acaso que a tradição cristã representa os espíritos bem- aventurados no gesto de cantar em coro, arrebatados e extasiados pela beleza de Deus.

A arte autêntica como a oração, não nos alheia de realida-de de cada dia, mas remete-nos para Ele a fim de a “ irrigar “ e fazer germinar, para que dê frutos de bem e paz. Para rezar apoiados na palavra de Deus não basta o simples pronunciar, requer-se a música. Pois, cânticos da liturgia cristã derivam de textos bíblicos que os poem nos lábios dos anjos: O Gloria, que é cantado pelos anjos no nascimento de Jesus, e o Sanctus que segundo o Isaías 6, é a aclamação dos Serafins que estão mesmo junto a Deus.

Nesta perspetiva, a liturgia cristã é um convite a cantar com os anjos, levando assim a palavra ao seu destino mais elevado unindo todos os povos.

A música faz parte de todas as culturas e, poderíamos dizer, acompanha todas as experiências humanas, da dor ao prazer, do ódio ao amor, da tristeza à alegria, da morte à vida.

Ao longo dos seculos e dos milénios, a música foi sempre utilizada para dar forma áquilo que não se consegue fazer com palavras porque suscita emoções diversamente difíceis de comunicar. Portanto, não é um acaso o facto de todas as civilizações terem dado importância e valor á musica nas suas várias formas e expressões.

Assim, o coro do Santuário convida todas as pessoas para fazerem parte do grupo coral. Esperamos por si às terças--feiras no Santuário as 21horas.

ORAR CANTANDO

Grupo Coral do Santuário

CONFERêNCIA VICENTINA

A vida humana está sujeita a diferentes contingências. A Natureza proporciona-nos recursos para, por meio do nosso trabalho, conseguirmos colmatar a vulnerabilidade que nos é própria.

Sulcamos a terra, os mares e a carne dos animais que os habitam para nosso sustento, pois sem alimentos não viveríamos. Vestimos a nossa pele frágil e abrigamos os nossos corpos em casas.

O homem é pobre. O esforço conjunto da humanidade através da História está na base da riqueza de que podemos usufruir em sociedade. Mas, mesmo esta é sempre uma riqueza sujeita ás contingências da vida. Crises económicas, políticas, terramotos ,maus anos agrícolas, ciclones e erupções vulcânicas são apenas alguns exemplos de fatores que deitam por terra semanas, mesas anos, e até décadas de

trabalho conjunto de gerações, mostrando-nos que a abundância que criamos não passava de um castelo de cartas.Esforçamo-nos todos, por superar a pobreza em que nascemos como espécie, mas existem pessoas a quem o seu

próprio sucesso não basta - precisam de arruinar os outros para se sentirem alguém.Hoje ao abrirmos a televisão ou os jornais o que vemos?Desgraças,fome,povos a fugir das suas terras por causa da guerra e pelo caminho encontram máfias que os espoliam,

muros que se erguem para não os deixar passar. Pelo caminho vão ficando os mais fracos: os idosos, as grávidas e as crianças.E, ao falar nas crianças lembramos O poeta Augusto Gil (...será chuva será gente...) na Balada da Neve, que retata bem a sua

dor, ao ver entre as pegadas deixadas na neve as marcas dos pés descalços de uma criança e rompe numa interpelação a Deus:" mas as crianças, Senhor, porque lhes dais tanta dor?! Porque padecem assim?!...Ao lermos esta indignação, tão atual em Portugal e no mundo, sentimos a indignação do poeta como nossa e com-

preendemos que é nosso dever lutar contra as condições que aviltam a humanidade.( in Mensageiro de Santo António )

Pobreza

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PARTILHA MISSIONáRIA

s. miguel da maia ▪ 9

O Irmão Óscar Cunha é um mis-sionário comboniano de Ponte de Lima, Portugal, que trabalha como missioná-rio no Benim, província comboniana do Togo/Gana/Benim.

Pergunta: Ir. Óscar, há oito anos que estás a trabalhar como Irmão missionário no Benim. Como tem sido a tua experiên-cia missionária nesse país?

A minha experiência tem sido mui-to enriquecedora; aliás não só no Be-nim mas também nos vinte e qua-tro anos vividos em África. Atualmente faço um trabalho de formação de novi-ços juntamente com o padre mestre e outros missionários. Fazemos uma co-munidade com vinte e quatro noviços. Tem sido sem dúvida um desafio tanto para os noviços com para os formado-res. Somos de nove nacionalidades, mas, graças a Deus, o ambiente é muito bom.

A vida de várias nacionalidades em co-mum é uma característica do carisma comboniano e um dom de Deus para a África e para toda a Igreja.

Pergunta: Depois de algum tempo de férias em Portugal, vais voltar ao Be-nim para continuar o teu trabalho missio-nário. É fácil deixar a tua terra e voltar para a missão?

Neste momento esta é a minha missão e enquanto assim for não vejo nenhuma dificuldade em deixar o meu país. É certo que estamos ligados aos nossos familiares e amigos, mas, quan-do fazemos algo de que gostamos, todos os sacrifícios de um lado e de outro se transformam em alegria.

Pergunta: Tens alguma mensagem para os cristãos e para os amigos da Fa-mília Comboniana em Portugal?

Gostaria de encorajar a todas e a

BODAS DE PRATA E BODAS DE OURO SACERDOTAIS

No dia 29 de Agosto, celebraram as Bodas de Prata Sacerdotais os P. José Joaquim Araújo e o P. Francisco Machado, em Famalicão. Foram orde-nados juntos na Sé de Braga a 26 de Agosto de 1990.

Ambos se encontram de férias da missão e celebraram com familiares e amigos essa data tão especial.

O P. José Joaquim regressou em 2014 ao Maláui e refere ”Tenho tido sorte de servir em áreas rurais, tanto em Moçambique como no Maláui e na Zâmbia, o que foi muito enriquecedor e de muita alegria. Os pobres ensinam muito. A sua simplicidade e alegria na vida cristã são genuínas e contagiantes. A ação do Espírito Santo é maravilho-sa! Dou graças a Deus pela benevolên-cia do Seu chamamento e por me am-

parar e abençoar sempre. Tudo isto me desafia e responsabiliza a paracontinuar a dar-me generosa e alegremente.”

O P. Francisco, enviado este ano em P. Dário Balula Chaves, mccj Missionário Comboniano

todos que connosco vivem este ideal, de vivê-lo com muita coragem e espe-rança, conscientes de que, para além de situações concretas em que nos possamos encontrar, Deus é sempre fiel e amigo. Continuamos sempre uni-dos na amizade e na oração.

Um abraço. Ir. Óscar Cunha, Missionário Comboniano

missão para o Togo e Gana, trabalhou nestes últimos anos em Portugal, na comunidade da Maia e esteve muito empenhado na animação missionária, na diocese do Porto e no norte do país. Testemunha que “Os meus 25 anos de vida sacerdotal fazem-me surgir um verdadeiro sentimento de gratidão, um hino de louvor ao maravilhoso amor de Deus para com toda a humanidade. Olhando para Maria, a verdadeira Mãe e Mestra da Missão, também eu sinto o desejo de deixar o meu coração cantar “ a minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito exulta

em Deus, meu Salvador. Ele olhou para mim, Seu indigno filho, e fez em mim maravilhas. Santo é o Seu nome”.

Conta que, na missão no Gana e Togo, encontrou “o povo local que me acolheu e com o qual partilhei doze anos, talvez os momentos mais importantes e significativos da minha vida. Estes povos, que não conhecia, ensinaram-me a ver e a abraçar a vida de uma forma diferente. Ensinaram--me a abrir o meu coração para po-der acolher o outro e ver a beleza e a verdade na diferença.”

Bodas de OuroTambém anteriormente os sacerdotes missionários Combonianos, P. José de Sousa, e o P. Luís Albuquerque, os dois de 75 anos e ambos oriundos da al-deia de Sargaçais, paróquia de Souto da Beira, concelho de Aguiar da Beira, celebraram com simplicidade e muita

Bodas de Prata alegria as suas Bodas de Ouro Sacer-dotais.O P. José fora ordenado a 27 de Junho de 1965 em Verona e o P. Luís ordena-do um dia antes em Milão pelo então cardeal Montini, depois Papa Paulo VI.

A celebração das bodas sacerdotais teve lugar no sábado, 27 de Junho, na sua paróquia de origem e no Domingo 28, na Sé catedral de Viseu numa Euca-ristia presidida pelo Bispo da Diocese, D. Ilídio. Foram duas celebrações que permitiram às pessoas da paróquia e da Diocese participarem e viverem o evento, partilhando a alegria da ação de graças dos dois Combonianos, pe-los 50 anos de vida sacerdotal no ser-viço missionário. O P. Luís, já está de regresso a Moçambique para continuar o seu trabalho missionário. Agradece-mos ao Senhor a vida, o exemplo e o testemunho destes quatro sacerdotes.

FESTA MISSIONáRIA COMBONIANA: 11 DE OUTUBRO 2015A Festa Mossionária terá lugar no dia 04 de outubro de 2015. nos Missionários Combonianos,

na Maia. De manhã, haverá encontro missionário e celebração da Eucaristia; e, de tarde, haverá convívio missionário. Como de costume, contamos com a presença de muitos amigos e colabo-radores vindos de muitas paróquias da diocese do Porto. Todos sáo convidados a participar neste lindo dia de oração e de partilha missionária.

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Terminou o tempo em que dedicamos os dias a viver descontraídos, abertos, despreocupados, num ritmo de vida mais repousado saboreando as coisas pequenas e simples de cada dia. Surpreendidos com tudo o que nos é dado através de boas leituras, passeios agradáveis sem horas a controlar o nosso tempo.

Tempo de férias que foram momentos de descontrac-ção de leitura de oração, e até tempo de… “não fazer nada”.

A vida é assim: um caminho que percorremos numa de-terminada direcção. Mesmo que possamos, eventualmente, alterar a rota algumas vezes, o seu sentido nunca se desvia.

Em Setembro é um novo ano que começa. Regressamos às rotinas habituais da nossa vida: aulas, tarefas do dia a dia... É tempo de começar com novos trabalhos no começo do

ano lectivo, o que significa que queremos e traçamos objec-tivos diferentes para a nossa vida a curto prazo. Mas este tempo de pausa também nos convida a avaliar o que ficou para trás e já foi vivido, e traçar caminhos novos para as tarefas em que nos vamos envolver.

A nossa agenda ainda está em branco, é verdade, ainda sem objectivos definidos a curto prazo. Este tempo de pausa que acabamos de viver convida-nos a avaliar o que já passou e reflectir sobre o futuro de modo a traçar caminhos con-cretos para os trabalhos em que nos vamos comprometer.

Está nas mãos de cada um definir os objectivos para a sua vida, planear estratégias e… seguir em frente.

O P. Arrupe ensinou-nos que : “O mundo caminha sem nós, de nós depende que ele caminhe connosco”.

Mário Oliveira

Não é a primeira vez que me “engasgo” ao escrever o artigo mensal para este jornal. Só que desta vez… Desta vez não tenho ideias, não tenho tema, não tenho inspiração, não tenho nada! Claro que me posso desculpar que tenho que escrever todos os meses e há muitos anos, que me é difícil arranjar assunto, que não se pode escrever temas repetidos ou histórias lidas vezes sem conta. Mas, estou esgotada… Não de escrever mas da vida vivida…

Após um grande abalo temos que ser como a fénix, re-nascer das próprias cinzas e ter a sua força. Porém, é de-vagar que renascemos do nosso próprio pó. É devagar que reaprendemos a viver face a uma situação dolorosa e nova, enquanto situação por nós vivida. É devagar e a custo que readquirimos a nossa própria força. É devagar que voltamos a ser nós próprios. Mas há que “tocar o barco para a frente” e “seguir caminho”. Há que ter fé e esperança.

E, neste texto não vou falar de problemas meus, das fé-rias de verão, do outono que se aproxima, da crise que ainda existe, do desemprego que persiste, do regresso às aulas, do regresso às atividades da paróquia, do regresso ao trabalho, do regresso seja do que for, nem do crescimento (por fora e por dentro) do meu bem maior. Vou só e unicamente agrade-cer publicamente. Sinto que o quero e o devo fazer.

Primeiro que tudo agradeço a Deus a força que me tem dado para suportar mais uma vicissitude, embora desfaleça muitas vezes, ponha tudo em causa muitas vezes, me tenha zangado com Ele muitas vezes, vezes demais… Conceição Dores de Castro

Agradeço aos amigos, aos conhecidos e menos conheci-dos desta paróquia pelo interesse manifestado e pelo carinho demonstrado. Teria muitos nomes a designar. Eles sabem…

Agradeço aos amigos e colegas do CICCOPN que me acolheram no meu regresso e pelas palavras de aconchego.

Agradeço aos meus superiores do CICCOPN pelo apoio demonstrado e pela compreensão no meu regresso.

Agradeço aos meus amigos de perto e de longe a preocupação e as visitas.

Agradeço aos meus amigos, o par J e J, todo o apoio e a informação dispensada.

Agradeço ao meu mano B, à minha cunhada Lurdes e ao meu sobrinho Vasco o acompanhamento feito ao lon-go deste tempo e o que ainda temos que viver.

Agradeço à minha filha Lúcia que, na plenitude da sua juventude, deixou para trás um pouco da sua vida para me apoiar e acarinhar.

Agradeço ao meu Jorge o apoio total e incondicional, a preocupação, a ajuda, a paciência…

Agradeço ao Sr. P.e Domingos o acompanhamento e interesse demonstrados.

Desculpem-me os leitores deste estimado jornal, mas tinha de o fazer publicamente, contando que um jornal não é só para “flores”.

Dou graças a Deus pelo dom da vida e pela vida dos meus AMIGOS!

F I M D E FÉ R I A S

DOU GRAÇAS…

10 ▪ s. miguel da maia

O SIM DE DEUS É DEFINITIVOO homem só pode atingir a sua plenitude com os outros. As

pessoas humanas só são plenamente no face-a-face da comunhão, o tecido pessoal é relacional, por isso a recusa ao amor não é sal-vável, Deus não condena ninguém. O homem é que pode recusar a salvação e recusar a salvação é recusar a comunhão. Por isso o não do homem é a recusa do sim de Deus, é recusa ao amor e á partilha.

É impossível o não do homem tomar parte na festa do sim de Deus e dos homens; Tive fome e disseste não, Tive sede e disseste não, Estava nu e disseste não, Estava no hospital e disseste não, Estava na prisão e disseste não, Estava marginalizado e disseste não. O não do homem é o resíduo da desumanização, Deus não pode salvar o não do homem, não é Deus que diz não, é o não do homem que não é espaço de comunhão e habita o vazio e o nada, é frio.O sim de Deus acontece na história como plenitude de vida e salvação em Cristo ressuscitado, Espirito que Deus difunde no coração dos homens que dizem sim ao amor.

O sim salvador de Deus disse-se à mulher adúltera que os homens pretendiam linchar em nome de Deus, não são mediações do sim de Deus os que se arvoram em juízes e condenam os ir-mãos. Não percebem que o homem é a única imagem de Deus, não percebem que no coração de cada homem há algo de bom que Deus ama e quer fazer desabrochar. É que o homem não é capaz de

amar sem antes ter sido amado, o homem não é capaz de partilhar antes de alguém ter partilhado consigo, por isso os homens que se armam em açoites divinos mutilam a imagem de Deus.

O homem só consegue ser perfeito imagem de Deus, em comunhão com os outros.

Um dia, Deus disse o seu sim a Zaqueu. Aquele que subiu á árvore por ser de pequena estatura, subiu á arvore porque acre-ditou no sim de Deus, o espaço do encontro com Deus é o amor e no coração humano acontece o amor divino. Zaqueu acolheu o sim de Deus e começou a dizer sim aos homens. Metade da sua riqueza foi para os pobres (Lc 19,8a ). Alem disso resolveu indemnizar os que tinha defraudado (Lc. 19, 8b ). Não foi Deus que lho impôs com normas e preceitos que amachucam, nasceu do seu coração que entrou em festa, o sim de Deus cria festa no coração humano, por isso começou a dizer sim aos irmãos. Jesus, ao ver o acolhimento de Zaqueu, reconheceu que a salvação de Deus estava em marcha naquele coração ( Lc 19,9).

O sim de Deus consiste em salvar o homem do estado de perdição, por isso Jesus de Nazaré é o maior sim da humanidade, N’Ele ecoa plenamente o sim da divindade. A perdição habita no coração do homem em estado de não, o sim de Deus descen-tra o homem do eu-enroscado para o nós-comunhão. O homem torna-se imagem de Deus. José Carlos Noval

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A EUROPA E A CRISE DOS REFUGIADOS

s. miguel da maia ▪ 11

O drama dos refugiados que ten-tam por todos os meios entrar no território da União Europeia tem dominado os noticiários de todos os órgãos de comunicação social desde o princípio do ano. Em Abril, foram as 800 mortes ocorridasno naufrá-gio de um barco ao largo da Sicília que fez voltar as atenções para este problema. Na verdade, foram já cerca de 2.500 os que morreram ao tentar atravessar o Mediterrânico, de Janei-ro a Setembro deste ano.

Neste Verão foram as centenas de milhares de pessoas oriundas de vários países em guerra, mas especial-mente da Síria, a forçar a entrada na União Europeia (U.E.) através de di-ferentes corredores, particularmente a Grécia, a Macedónia, a Hungria e a Áustria, com destino aos países mais ricos da Europa.

No início de Setembro, foi a foto-grafia do menino de 3 anos morto, de bruços, numa praia da Turquia, a cho-car a opinião pública internacional e a motivar os poderes políticos para uma acção em grande escala de apoio aos refugiados. O tema tornou-se também em arma de arremesso político nos vá-rios países e no contexto da governan-ça da União Europeia.

No meio do clima emocional que esta tragédia criou, ouvem-se por ve-zes as mais disparatadas afirmações. Al-gumas delas até insinuando que a cul-pa do que está a acontecer estaria na inacção, ou falta de suficiente acção, por parte da U.E. e seus Estados Membros. Ao ponto de a Senhora Merkel, ontem diabolizada pelos que a criticavam pela ditadura financeira que a Alemanha estava a impor aos seus parceiros eu-

ropeus, ser agora santificada pelo dis-cernimento e coragem de assumir que era urgente agir, chamando ao seu país a responsabilidade de receber 800 mil ou mais refugiados.

Comentário sem dúvida de bom senso teve-o o Primeiro Ministro Ita-liano, Matteo Ranzi, ao afirmar, peran-te tal quadro dramático, que a Europa não deve comover-se, mas agir.

Não há dúvidas de que são as cir-cunstâncias que determinam as deci-sões e a acção. Neste caso concreto, está a acontecer algo que já há muito se temia que acontecesse. Na verda-de, a Europa, porque está demasiado perto de um vasto conjunto de países de grande instabilidade política e social, estava sujeita a ter de enfrentar, mais tarde ou mais cedo, uma crise desta natureza. Ela surgiu agora e logo em proporções que a tornam difícil de gerir, mesmo que estivesse preparada para o fazer. Como não estava, a situa-ção tornou-se ainda mais difícil, com a U.E. a aprovar uma distribuição de quotas de refugiados para serem aco-lhidos pelos diferentes países.

Vamos por partes. A Europa, pelo seu posicionamento geopolítico e pelos seus valores civilizacionais, tem que fazer tudo o que estiver ao seu alcance para acolher temporariamente estes refugia-dos, enquanto eles não tiverem condi-ções para voltar para as suas terras.

Mas não sejamos hipócritas. Este gesto humanitário não pode lavar as responsabilidades dos líderes políticos europeus por, por egoísmos nacionais ou pura incompetência, não terem sido capazes de preparar a União Europeia com as reformas políticas de que ela precisa para enfrentar este tipo de cri-ses. Falo, em concreto, daquilo que to-dos os que conhecem minimamente o sistema de governo da U.E. sabem que falta: um política externa e de seguran-ça comum (PESC).

Ter uma PESC significa que a U.E tem um corpo operacional, militar e diplomático, para intervenção neste tipo de conflitos, sem ter que pedir ai

tio americano que mande o seu exér-cito para o teatro de operações, ou esperar que os seus 29 Estados Mem-bros demorem meio ano a entender--se como é que hão-de actuar. Claro que, quando chegarem a acordo, já terá morrido muita gente, outra estará de-salojada e outra tanta à procura de uma pátria de acolhimento. Significa ter um orçamento já preparado e não andar a improvisar. E significa, sobretudo, que as estruturas de decisão específicas têm legitimidade para decidir ao nível comum e de imediato.

É, consequentemente, uma sofisti-cada hipocrisia que alguns desses diri-gentes políticos, que nunca quiseram que a U.E. desseesse passo por teme-rem perda da sua soberania nacional, venham agora apelar a uma acção em grande escala. Incluo nestes, obvia-mente, os dirigentes dos principais países da União, a começar pela chefe do Governo Alemão.

É preciso, sem qualquer ponta de dúvida, actuar com generosidade e es-forço para resolver a questão humani-tária dos refugiados. Mas o problema, esse só se resolve com a criação de uma estrutura decisória e operacional ao nível comum da U.E. que tenha capa-cidade para intervir directamente nes-ses países completamente desestru-turados em termos de poder político, eliminando as causas das deslocações das populações. Ou seja, combater pe-las vias que forem necessárias os gru-pos armados que causam terror nas populações e desmantelar as redes de traficantes de seres humanos. Se não formos capazes de fazer isso, então, francamente, não auguro grande futuro para este projecto da União Europeia.

Arlindo Cunha

Queridos irmãos e irmãs,A Misericórdia de Deus é reconhecido por meio de nossas obras, como nos testemunhou a vida da beata Madre Teresa de Calcutá,

que ontem comemoramos o aniversário da morte.Diante da tragédia de dezenas de milhares de refugiados que fogem da morte por causa da guerra e da fome, e estão a caminho rumo

a uma esperança de vida, o Evangelho nos chama, nos pede para sermos "próximos", dos mais pequenos e abandonados. A dar-lhes uma esperança real. Não só dizer: "Coragem, paciência ...!". A esperança cristã é combativa, com a tenacidade de quem vai a um destino seguro.

Portanto, nas imediações do Jubileu da Misericórdia, faço um apelo às paróquias, comunidades religiosas, aos mosteiros e santuários de toda a Europa para expressar a realidade do Evangelho e acolher uma família de refugiados. Um gesto concreto em preparação para o Ano Santo da Misericórdia.

Cada paróquia, cada comunidade religiosa, cada mosteiro, cada santuário da Europa hospede uma família, come-çando da minha diocese de Roma.

Dirijo-me a meus irmãos bispos da Europa, verdadeiros pastores, para que nas suas dioceses apoiem este meu apelo, recordando que a Misericórdia é o segundo nome do Amor: “Tudo o que fizestes a um só destes meus irmãos pequenos, o fizestes a mim” (Mt 25, 40).Também as duas paróquias do Vaticano acolherão nestes dias duas famílias de refugiados.

Apelo do Papa Francisco sobre os Refugiados, Roma 06 de Setembro de 2015 (Zenit. org)

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Faço nesta edição do nosso S. Miguel uma pausa nos meus artigos sobre a nova encíclica papal, para vos narrar uma história muito singela que presenciei com a minha família em Fátima, onde estive nestas minhas férias.

Depois de ter estado em quarteto, sentado com a minha mu-lher e as minhas filhas, junto à capelinha das aparições, durante algum tempo, a meditar e a rezar, encontrei uma mãe de família, cumprindo de joelhos, uma promessa que havia feito a Nossa Se-nhora de Fátima.

Digamos que até aqui, nada de extraordinário há para narrar, por ser uma imagem muito frequente naquele recinto.

Houve no entanto um momento que nos enterneceu aos quatro.Diante o enorme sacrifício da mãe, a filha mais velha, de apenas seis

anos, dizia-lhe carinhosamente: - “…Mãe! Tu consegues, tu és forte!...”.Visivelmente emocionada, a mãe, uma mulher relativamente jo-

vem, ali acompanhada do seu marido e de uma outra filha de tenra idade, respondeu-lhe: - “…Sim filha, a mãe é forte, forte como tu.”

UMA LIÇÃO DE FÉ Aquele episódio repleto de Fé e de ternura foi motivo de

reflexão para a nossa família.Não especulamos sobre o que poderia ter levado aquela mãe

a prometer superar-se e oferecer aquele sacrifício, mas detivemo--nos na essência daquela entrega e devoção, de alguém que con-fiou no poder de Nossa Senhora, em interceder junto do Criador, tendo por certo sido atendida nas suas preces.

Mas o que mais nos tocou, direi mesmo, o que mais nos emocionou, foi o ar sereno e carinhoso daquela menina, que per-maneceu o tempo todo ao lado da mãe, sendo o seu amparo e aconchego, para que nunca lhe faltasse a coragem e as forças para cumprir o prometido.

Tenho consciência da singeleza desta história comum, em que nada é aparentemente extraordinário, e que por certo escapará à compreensão de quem não é crente. Mas eu, e a minha família, tivemos a oportunidade de presenciar um momento muito enri-quecedor que para nós significou uma extraordinária lição de Fé.

Victor Dias

NOTICIAS DOS ESCUTEIROS

12 ▪ s. miguel da maia

Mais um ano Escutista chega ao fim, um ano muito especial pois nele comemoramos 55 anos de vida de Agrupamento e ainda pela benção de podermos vêr o nosso querido Chefe Pena ser agraciado com a mais alta condecoração do Corpo Nacional de Escutas, por toda uma vida dedicada ao Escutismo. Um ano em que as crianças e jovens que fazem parte desta grande familia Escutista tive-ram as mais diversas oportunidades e as mais belas

experiências para crescerem com valores como a solidariedade, a amizade, a partilha, o compromisso,o respeito pelos outros e pela natureza, a união....

Ao culminar o ano, cada secção realizou a sua grande ati-vidade para a qual se foram preparando e reunindo todo as as condições para que a “festa” acontecesse, sim, porque no final de cada Caçada, no final de cada Aventura , de cada Empreendimento ou Caminhada, a “festa” acontece em cada um com mais umas quantas etapas de progresso pessoal atingidas.

A Alcateia rumou a S. Jacinto – Aveiro, onde durante 5 dias viveu um acampamento cheínho de surpresas e animação. Fazer um raid na reserva natural de S. Jacinto e conhecer as dunas foram oportunidades priviligiadas de contacto com a natureza para os nossos Lobitos. Depois, um dia inteiro dedicado à prática de vela, passeios de lancha e a fazer praia numa pequena ilha da ria de Aveiro foi o ponto alto desta atividade. Como não podia deixar de ser, uma visita à bonita cidade de Aveiro para conhecer o seu património, história, costumes e tradições e um passeio de mo-liceiro pelos canais da ria deixaram os Lobitos encantados e de sorriso no rosto. O acampamento foi um sucesso, com a presença dos pais no encerramento.

Tal como Baden Powell realizou o primeiro acampamento Es-cutista numa ilha, Browsea, também os nossos Exploradores quise-ram aventurar-se numa ilha, a Ilha da Madeira. O Funchal foi durante 5 dias a cidade onde a Expedição do 95-Maia montou a sua Base. O convívio e as atividades de canoagem com os Escuteiros Maritimos de S. Vicente – Funchal e uma tarde passada nas piscinas naturais do Porto Moniz, foram sem dúvida os momentos mais divertidos e animados destes dias. A visita ao Jardim Tropical Monte Palace e ao Museu da Fundação Berardo, onde puderam ver esculturas africanas e uma enorme coleção de minerais e pedras preciosas da

coleção particular do Comendador Joe Berardo, deixaram todos encantados com tantas belezas naturais e raridades. Com um jogo de cidade para descobrir os monumentos e cultura da cidade do Funchal e uma volta a toda a Ilha da Madeira, todos ficaram a co-nhecer melhor este pedacinho de Portugal no meio do Atlântico e voltaram enriquecidos por toda a experiência vivida.

Já os Pioneiros iniciaram Agosto com 5 dias de aventuras ra-dicais por terras de Espanha, em Covadonga – Picos da Europa. Um sonho tornado realidade depois de muito trabalho de progra-mação e preparação que uma atividade internacional requer. Ati-vidades como o canyoning, canoagem/rafting e passeios ecológicos fizeram as delicias dos nossos Pioneiros que testaram os seus medos, as suas capacidades fisicas e psicológicas para enfrentar desafios que a natureza no seu melhor explendor lhes proporcio-nou. A beleza das paisagens, do verde da montanha, da imensidão de céu aberto deu a todos a oportunidade de contemplação da natureza, criação de Deus. No regresso a casa, a viagem ainda re-servou uma visita a Puebla de Sanábria e a oportunidade de ver as belezas paisagisticas do Parque Natural e do seu imenso lago que esconde a tragédia da aldeia que ficou submersa nas águas, Ribadelago. Chegaram muito felizes, com amizades solidificadas e vivências inesqueciveis para a vida.

Os Caminheiros participaram durante 6 dias no Rover Ibérico, uma atividade conjunta de Caminheiros Portugueses e Espanhois com 1.200 jovens cheios de vida, cheios de sonhos e prontos para os Desafios a que se propuseram eles próprios. Espalhados por vários pontos da Peninsula Ibérica, viveram dias irrepetíveis de cons-trução interior, de companheirismo, de partilha, de aprendizagem de outras culturas, de despreendimento, de serviço. Em Guimarães aconteceu o encontro de todos, num dia em que a cor rubra, a cor do lenço dos Caminheiros, encheu a cidade berço que vibrou com esta alegria contagiante de quem é jovem e não tem medo de se abrir ao outro. Foi bonito de ver os nossos Caminheiros perfeita-mente integrados nesta moldura humana que controí hoje o futuro.

E depois destas grandes atividades, oportunidades de apren-dizagens para os Escuteiros, vem aí o novo ano Escutista. Coma graça de Deus, esperamos poder continuar a contibuir para o crescimento feliz e saudável das crianças e jovens que procuram no Escutismo uma forma de vida.

Por uma Juventude melhor,Palmira Santos

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s. miguel da maia ▪ 13

PLANO PASTORAL 2015-2020

O Plano Pastoral 2015-2020, que aqui apresentamos e que-remos para a nossa Diocese, tem por base uma nova perspetiva eclesial, ao ser projetado num horizonte de cinco anos: um Plano Pastoral com metas traçadas, objetivos definidos, caminhos pro-postos, atividades programadas.

Abre este Plano um novo horizonte pastoral de trabalho eclesial e afirma a importância de assumirmos, na corresponsabilidade pasto-ral, um espírito sinodal que a todos envolva, mobilize e coloque em permanente «estado de missão» (EG 25) e sempre em comunhão com a Igreja Universal, atentos ao Magistério do Papa Francisco.

Este Plano Pastoral procura dar rosto à «Alegria do Evange-lho» de que fazemos «nossa missão». Este Plano quer assumir a «Alegria do Evangelho» no espírito evangélico das Bem-aventu-ranças (Mt 5,1-12), que Jesus proclamou e que se realizam sempre que vivemos as Obras de Misericórdia (Mt 25, 35-40).

Assim concebido, este Plano quinquenal tem necessariamen-te de se desdobrar em etapas anuais, através de um Plano Anual, de uma Programação para cada ano pastoral e de um Calendário Diocesano de Pastoral, que integrem os objetivos específicos, as áreas pastorais priorizadas, as atividades propostas e a sua forma de concretização em cada tempo.

O Plano Diocesano de Pastoral deve inspirar e nunca cer-cear a atividade e a criatividade das vigararias e paróquias, dos secretariados e serviços diocesanos, das comunidades religiosas e institutos de vida consagrada, dos movimentos e obras, das instituições e associações da Diocese.

À comunhão de todos, traduzida em unidade criativa, vivida com espírito sinodal e sentida no acolhimento dos sacerdotes, diáconos, consagrados e leigos da Diocese, se ficará a dever a eficácia e o dinamismo da nossa ação pastoral, procurando levar a todos os membros da Igreja diocesana e a tantos outros que vivem distantes da Igreja o anúncio feliz do Evangelho.

A elaboração do texto, agora apresentado, procurou integrar os contributos da reflexão feita nas várias sessões do Conselho Episcopal, do Cabido Portucalense, do Conselho Presbiteral, do Conselho Diocesano de Pastoral, nas reuniões de Vigários, assim como as sugestões recebidas dos secretariados e serviços dioce-sanos, das comunidades religiosas e dos movimentos apostólicos.

Um Plano Diocesano de Pastoral será tanto mais motivador de todos nós, sacerdotes, diáconos, consagrados e leigos, e mo-bilizador de todas as nossas comunidades, quanto mais formos chamados a trabalhar na sua elaboração, a implicarmo-nos na sua redação, a sentirmo-nos envolvidos na sua realização e a saber-mo-nos convocados para a sua avaliação.

Este envolvimento de todos foi uma bela experiência de vida da nossa Igreja diocesana e permitiu-nos descobrir e valorizar o sentido de corresponsabilidade eclesial que em todos encontra-mos. É muito o bem que na nossa Igreja diocesana se realiza e, por ela, está presente a vivificar o mundo do nosso tempo.

Neste contexto, merecem assim destaque especial as várias etapas de diálogo, de partilha, de comunhão e de programação, que percorremos com serenidade, alegria e benefício pastoral em to-das as instâncias de corresponsabilidade diocesana. Acolhemos em cada momento vivido, e em cada etapa percorrida, neste tempo de preparação do Plano Diocesano de Pastoral, o contributo de todos, para que agora, cada um pessoalmente e todos em conjunto, nos grupos, movimentos apostólicos e comunidades cristãs de que fazemos parte, nos deixemos guiar pelo Espírito de Deus e a mis-são da Igreja se cumpra no Porto, em cada tempo e em cada lugar.

É esta, por isso, mais uma bela etapa, que queremos percorrer, neste início do mês de julho, ao apresentarmos à Diocese o Plano Diocesano de Pastoral quinquenal, com uma concretização muito específica para o Ano Pastoral 2015-2016.

O Espírito Santo é a alma da Igreja e Seu grande e primeiro

protagonista e, embora de maneira mais discreta, da sociedade humana. Ele é a fonte da novidade perene que, em cada geração, em cada tempo e em cada lugar, permanentemente nos encanta, surpreende, suscita e anima.

A Igreja, por si e em constante sintonia de fidelidade, procura corresponder às inspirações do Espírito Santo, promovendo as iniciativas que julga mais adequadas para cada tempo e lugar.

Deixaremos, pois, à inspiração do Espírito e à vontade de prosseguirmos o caminho agora iniciado, o trabalho de, numa gra-dualidade contínua, desenvolvermos este Plano Diocesano, segun-do os temas desde já propostos e em ordem a alcançarmos os objetivos que sonhamos.

Estão em curso presentemente na Igreja, como é sabido, ini-ciativas, propostas e realizações de grande projeção, designada-mente o Ano da Vida Consagrada, o Sínodo da Família e o Jubileu da Misericórdia. O Ano da Vida Consagrada iniciou-se no primeiro domingo do Advento do presente ano litúrgico e prolongar-se-á até ao próximo dia 2 de fevereiro de 2016. O Sínodo da Família teve uma primeira sessão, a Assembleia Extraordinária em outu-bro de 2014 e preparamos agora a Assembleia Ordinária a decor-rer em Roma, de 4 a 25 de outubro próximo.

O Jubileu da Misericórdia, anunciado pelo Papa Francisco, a 13 de março passado, no segundo aniversário da sua eleição, foi con-vocado pela Bula “Misericordiae Vultus”, no passado dia 11 de abril, Domingo da Misericórdia, e decorrerá de 8 de dezembro deste ano até ao domingo de Cristo Rei, a 20 de novembro de 2016.

Constituem estes acontecimentos três acrescidas razões para vivermos uma comunhão intensa com o Papa Francisco, a quem se devem estas iniciativas e realizações da Igreja. Agradecemos a Deus o dom da vida consagrada e as 109 comunidades religiosas presentes na nossa Diocese e tantas formas de vida consagrada no meio do mundo, assim como as muitas vocações para a vida sacerdotal, religiosa e missionária, nascidas neste chão fecundo da Igreja do Porto. Queremos acompanhar pela oração, pela refle-xão do texto agora publicado, no “Instrumento de Trabalho” do próximo Sínodo, e pela abertura às orientações do Magistério da Igreja, tudo quanto à família se deve nestes tempos. Urge afirmar a beleza da família e o valor do matrimónio e do amor, mas também saber acolher, acompanhar e integrar as famílias que vivem horas de sofrimento ou de rutura.

Queremos dar ao Jubileu da Misericórdia espaço na nossa vida, no nosso coração e na nossa ação, para que sejamos pro-tagonistas da Misericórdia, como filhos do Deus da Misericórdia, discípulos missionários desse Jesus, que é o «rosto da Misericór-dia», e presenças atuantes de uma Igreja, Mãe de Misericórdia.

A alegria, a esperança e a misericórdia serão o motor e a força propulsora, que nos conduzirão ao longo deste Plano Diocesano de Pastoral.

Progredindo no conhecimento e no amor à Palavra de Deus e centrando-nos sempre no encontro pessoal com Jesus Cristo, em quem Deus e o homem se unem em admirável harmonia, formando uma só pessoa, queremos viver o próximo quinquénio pastoral, sob o impulso renovador da alegria do Evangelho, da esperança cristã e da misericórdia divina, que possam abrir-nos a um caminho sinodal e a uma experiência viva de uma Igreja que faz da alegria, da espe-rança e da misericórdia o seu caminho diário.

O mundo de hoje precisa deste testemunho contagiante da alegria, da esperança e da misericórdia. Ao fazermos da alegria do Evangelho a nossa missão, da esperança cristã a presença irradian-te que renova e anima, e da misericórdia o rosto terno e materno da Igreja, estamos a traduzir as bem-aventuranças do Evangelho para o nosso tempo, para que a Igreja do Porto seja pátria das bem-aventuranças.

Que Nossa Senhora de Vandoma e da Assunção, Senhora da Alegria, Estrela da Esperança e Mãe de Misericórdia, que veio tra-zer em Fátima um convite à oração e à reparação do mal e do pe-cado, e uma mensagem de esperança e de paz, abençoe e proteja, guie e acompanhe, com a Sua ternura de Mãe, a Igreja do Porto.

Porto, 24 de junho, na Solenidade litúrgica do nascimento de S. João Ba-tista, do ano de 2015.

D. António Francisco dos Santos, Bispo do PortoD. António Taipa, Bispo Auxiliar do PortoD. João Lavrador, Bispo Auxiliar do PortoD. Pio Alves, Bispo Auxiliar do Porto

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Paula Isabel

As notícias sobre os milhares de seres humanos que, fugidos dos seus países de origem, procuram terras de abrigo, sucedem-se a um ritmo alucinante, confirmando a cada minuto que a crise é profunda em números e dimensão. Tudo é possível de ser medido. O número de embarcações, o número de indivíduos, o número de mortos e os que sobrevivem a viagens em condições degradantes, desumanas, verdadeiros atentados ao mais básico que a dignidade requer, o número de países envolvidos, o número de organizações e seus membros em alerta permanente, o número de membros das autoridades políticas e sanitárias locais prontas a intervir, entre outros, e os números dos custos destas operações e ações subsequentes.

Depois, há também uma longa lista de pontos e aspetos que não sendo possível contabilizar ou medir, fazem-nos pensar e surpreendem-nos, ainda mais do que os números, ou melhor, se os jogarmos em conjunto, sentiremos profunda vergonha e até embaraço por todos os momentos em que, por capricho, vaidade ou arrogância, não soubemos apreciar, amar e louvar o que temos ou aquilo a que acedemos.

Pensar no ganho de medo, horror, violência e tensão a que todas aquelas pessoas foram sujeitas, ao mesmo tempo que se pensa na perda de segurança, sentido de pertença, emprego e família como um processo que, de repente, passa a fazer parte da vida é, no mínimo, dilacerante, arrasador e incompreensível.

Não se conseguirá medir o medo, o sofrimento, o horror e a humilhação a que estão sujeitos estes seres humanos. Tal como é verdadeiramente difícil de compreender e porventura aceitar que as classes governantes tanto possam odiar os seus povos, as suas pessoas. Como li, muito recentemente, em “Os Transparentes”, de Ondjaki, “o povo é uma palavra onde cabe muita gente…”. Muita gente que, à semelhança de muita outra, em todos os lados do mundo e em todos os tempos, luta com uma força admirável, talvez, de todo, desconhecida, na esperança de sobreviver e poder voltar à vida.

A crise está instalada. Humanitária e humanamente falando é quase impossível fazer parar esta onda que se agiganta todos os dias. Os problemas são mais e mais profundos do que as respostas ou soluções.

Mas, tal como noutros momentos de sofrimento e desespero de dimensões esmagadoras, a vida parece não querer dar tréguas e desaponta, vencedora, mesmo em ambientes hostis. A vida, assim, vencedora funciona, muitas vezes, como um catalisador da esperança. Que o seja para quem foge e procura refúgio, para quem precisa de encontrar respostas para esta crise social, política e económica e sobretudo, para aqueles que, nos países de origem, têm o poder e a obrigação de adotar estratégias e políticas de paz e concertação social.

Henrique António Carvalho

O ANO DE “EL NIñO!...”ONDE ESTá O TEU IRMÃO?

14 ▪ s. miguel da maia

A vida do Papa Francisco tem despoletado bastante curiosidade por parte de cris-tãos e ate por não cristãos. Para responder a algumas das questões, o Papa deu uma entrevista ao jornal argentino La voz delPuebo.

Segundo a entrevista, o Papa não presta atenção à imprensa em geral no seu tempo de descanso. Quando questionado acerca da televisão respondeu que não vê televisão desde 1990, devido a uma promessa que fez à Nossa Senhora do Carmo, no dia 15 de julho do mesmo ano. Apenas lê um jornal: La republica, o qual é considerado um jornal para a classe média. O Papa afirma também que a sua leitura não demora mais de 10 minutos e que o lê de manhã. Declara ainda que nunca navega na internet.

O Santo Padre não vê futebol e como tal nunca viu o seu conterrâneo Leonel Messi jogar. Apesar disto, acompanha a equipa de ‘São Lourenço’, equipa argentina. Como não vê televisão é um guarda que semanalmente entrega os resultados e lhe diz como vai a sua equipa.

O Papa diz que dorme apenas 6 horas por noite e lê antes de dormir, sendo que o seu sono é profundo. Para compensar o pouco descanso de noite, à tarde faz a sesta por cerca de uma hora.

Na entrevista, afirma que não chora em público e que precisa de estar em contacto com as pes-soas, pois é sacerdote para estar com as pessoas. Considera-se ainda que é um cidadão “de alma”, pois enquanto cardeal adora passear na rua. Assim, do que mais sente saudades é poder andar pelas ruas sem se preocupar e “ir a uma pizzaria e comer uma boa pizza”.

Assim, o Papa Francisco continua a demonstrar que além de ser Papa não deixa de ser humano.

SOBRE O PAPA FRANCISCO

PARA PENSAR

Dizem que dois mil e quinzeÉ um ano de “El Niño”Vejam o que houve de incêndiosDo Algarve até ao MinhoAté eu próprio o consideroUm autêntico diabinho.

Será por causa do “El Niño”Que reapareceu o “Califa?”O descalabro na GréciaE a confusão na FIFA?Vejamos o que nas eleiçõesNos irá sair na rifa!?.

Até por causa do ” El Niño”Houve mais gente na praiaE muitos milhares de turistasDesde o mar até à RaiaE muita violência domésticaPor causa de (rabos-de saia).

Do que dizem sobre o “El Niño”Acho não ser só retóriaJá deixou noutras ocasiõesLembranças de fraca memóriaE não é que deste ano ficamTristes registos pra história!?.

…Mais quantidade de incêndiosAumento de acidentes mortaisA mortandade no MediterrâneoRecessões graves de mais Os Hacheres cibernéticosE as guerras intermináveis.

Será que “El Niño” influênciaCandidaturas presidenciais?E os líderes partidáriosA fazerem promessas demais?Espero, não influencieOs votantes eleitorais.

Já se vislumbra DezembroÓ “El Niño” vai-te emboraHumanidade. Ganha juízoA ver se este mundo melhoraE esperemos que o futuro sejaBem melhor do que é agora.

Maria Lúcia

POVO 4.09.15 No meio do drama geral, há um drama específico que atinge os cristãos – e os

yazidis. Há dias, uma pequena notícia era sinal de tudo: “A polícia italiana anunciou a detenção de 15 muçulmanos acusados de terem causado a morte de 12 cristãos que se encontravam na mesma embarcação no meio do Mediterrâneo e que atiraram ao mar.” Por fanatismo e intolerância religiosa, há uma tragédia maior dentro da tragédia geral. Essa maior tragédia final é genocídio. É para este genocídio que temos, urgen-temente, que mobilizar a atenção. E a nossa acção

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s. miguel da maia ▪ 15

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Após a transferência indique-nos o NIC para lhe passarmos o Recibo para apresentar na Decl. do IRS.

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Julho - 11- 206,10; 3º Domingo 463,10; 4º Domingo 425,81; Agosto -1º Domingo 566,82 2º Domingo 428,70; 3º Domingo (15/16) 624,71;4º Domingo 413,43 5º Domingo 398,83;Vários 830,97;Sagrada Família (cartório) 48,08; Paula Alexandra (of.Nossa Senhora do Bom Despacho)Cofre Santuário: S. Gonçalo e S. Francisco 3,30; Anjo da Guarda 13,00; S. Miguel e S. João 49,40; SS. Sacramento 6,60;Obras 5,50; S.José e Menino Jesus de Praga 4,70; S.Lourençoe S.Sebastião 2,10; S. Roque,3,90; Sagrado Coração de Jesus 6,60;NªSª do Bom Despacho (Sacristia)98,60; Santuário 172,50; Santa Teresinha e Santa Bárbara 3,20; Acção Social-1,50;Santo An-tónio 51,70;Almas;40,30;Nossa Senhora de Fátima-45,10; NªSenhora da Assunção 17,00; Capela dos Passos: Senhor dos Passos 20,00; Senhor dos Amarrados 76,70; Nossa Senhora das Dores 25,60; Santa Eufémia e S. Frutuoso 4,50;Acção Social 5,90; Obras 4,30;

3493 - Albina Vieira de Carvalho................................................250,003494- Maria Manuela Machado e Alberto Machado.............100,003495 - Por Maria Joaquiina Barros................................................15,003496 - Elisa Azevedo........................................................................10,003497 - SOLAR DAS TÍLIAS - ALMOÇOS E no LAR Festa NªSª do Bom Despacho...5.867,32 3498- TÔMBOLA ( Durante a FESTA)..................1.144,04 3499- Maria Lúcia ...........................................................................10,003500 - Alguém....................................................................................10,003501 - C.M.M....................................................................................50,003502 - Guido ferreira da Silva.......... ............................................10.00 3503 - Alguém ..................................................................................10,003504- Alguém (MPM)....................................................................100,003505 - CÃMARA MUNICIPAL DA MAIA ......................... 50,000,00 A Transportar ..........................................................57.576,72

O LAR DE NAZARÉ

Tendo em conta a devoção a Nossa Senhora do Bom Despacho e a Nossa Senhora da Maia, fizemos várias peças que poderá adquirir nos cartórios das duas Igrejas:

PINS: Nossa Senhora do Bom Despacho; Nos sa senhora da Maia; S. Miguel Arcanjo.MEDALHAS : pequenas e com guarnição: NªSª do Bom Despacho Nª Senhora da Maia; S. Miguel (algumas duas faces);PORTA-CHAVES: Nª Sª do Bom Despacho; NºSª da Maia; S. Miguel (2 faces)TERÇOS: várias cores ; com a imagem de NªSª do Bom Despacho e da Maia e a Cruz da Igreja de Nossa Senhora da Maia.CATECISMO DA DOUTRINA CRISTÃBÍBLIA SAGRADAMedalhões alusivos à Dedicação; Coroação de NªSª como Padroeira do Concelho da Maia e Decreto da Declaração de Santuário Mariano, plo Senhor D. Armindo e pela Igreja.

ESTES ARTIGOS RELIGIOSOS ESTÃO Á VENDA NOS CARTÓRIOS DAS NOSSAS IGREJAS.

ARTIGOS RELIGIOSOS DAS NOSSAS IGREJAS

O SOLAR DAS TÌLIAS e a TÔMBOLA são referên-cias das Festas de Nossa Senhora do Bom Despacho.O Solar, orientado pelas senhoras D. Irene Vicente e D. Na-tércia Pedrosa, auxiliadas por um número de gente entusiasmada serve as refeições a todos os que aparecem. Parabéns a todas e todos os trabalhadores do Solar pelo amor e serviço à Paróquia (saldo 5.867,32€.)

A Tômbola, organizada pelo casal D. Maria Luísa e José Car-los Teixeira, auxiliado por algumas pessoas de boa vontade, é lu-gar de encontro de tanta e tanta gente que dIz:" Não passo vir à Festa sem vir à Tômbola e trazer os meus para jogar nas Rifas". Parabéns pela trabalho dedicado à Paróquia. ( Saldo 1.144,04€Várias empresas colaboraram com artigos às quais agradecemos:

Ach Brito & C SA;Cerealis - Produtos alimentares SA, Águas Santas;

Du Bois de la Roche (Portugal), Agro Alimentar, Lda;Higisousa - fernando Jorge Monteiro de Sousa;

Porto Editora;Viveiro Sol Poente Lda;

Maria da Hora - Comércio Peixe Fresco e Congelado, Lda

Obra da Paróquia fruto do esforço e generosidade de muitos. Ainda há quem nada tenha feito por ele.

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Luís Fardilha

Pela Cidade... Com a aproximação do

início das aulas, chega a hora de comprar os manuais e o material escolar para o novo ano lectivo. As televisões e os jornais fazem reportagens sobre o assunto, informam sobre os locais onde é possível fazer algumas economias, surpreendem-se com os preços dos livros escolares e calculam a despesa total que cada família terá de suportar de acordo com o nível de ensino ou o ciclo que os filhos

irão frequentar. A maioria parece alarmada com as verbas que o conjunto do material escolar pode atingir e escandaliza--se com os aumentos sucessivos dos preços dos manuais escolares, em regra muito superiores à taxa de inflação. E a conclusão dramática a que se chega é a de que o ensino gratuito que a nossa Constituição preconiza é um objectivo que está a ficar a cada ano mais distante...

Na vaga destas reportagens e outras peças jornalísticas características de finais de Agosto e começos de Setembro parece estranho que não se investigue as razões que justifi-cam os preços elevados que os livros escolares atingem. As editoras especializadas terão certamente as suas explicações e seria interessante conhecê-las. Tanto mais quanto este sector específico do mercado editorial parece ser particularmente lucrativo e apetecível. Gostaríamos de saber como se pro-cessa a produção deste tipo de obras, desde a sua concepção até à comercialização. Qual é o trabalho dos autores, dos ilustradores, dos editores? Quanto tempo é preciso para produzir um manual escolar? Como se repartem os custos envolvidos? Que riscos assumem os editores? Qual é o destino dos exemplares que não são vendidos, ou sobretudo daqueles que não foram escolhidos pelas escolas? A resposta a estas e muitas outras perguntas poderia esclarecer-nos sobre este tema, o qual diz respeito, afinal, à grande maioria das famílias portuguesas...

Enquanto não vemos a nossa curiosidade satisfeita rela-tivamente às questões acima enunciadas, talvez valha a pena reflectir sobre uma realidade que está intimamente associada ao uso do material escolar e, em particular, dos manuais: o desperdício que consiste na sua destruição no final do ano lectivo. Se a crise económica que temos vivido nos últimos anos teve algo de positivo, foi seguramente o facto de nos alertar para as disfunções duma sociedade de consumo a que estávamos já demasiado habituados. A necessidade de fazer economias impôs a muitas famílias a necessidade de repensa-rem a obrigação de comprarem material escolar inteiramente novo em cada início de ano escolar, como parecia evidente,

até então. O combate ao desperdício passa, naturalmente, por aqui e constitui uma das várias formas de poupar.

Antes de partir com as crianças para o hipermercado ou para a papelaria mais próxima para comprar mais uma mochila, lápis, marcadores, cadernos e restante material totalmente novos, convirá verificar se não haverá nada que se possa ainda aproveitar, entre o que sobrou do ano lectivo anterior. Mais do que uma privação imposta pelas dificuldades económicas que atravessamos, trata-se de tomar decisões racionais. Os filhos podem não gostar no imediato, porque desejariam ter o prazer de estrear produtos novos, mas esta é também uma boa oportunidade para fazer um exercício de literacia económica e para educar as crianças para que se tornem consumidores conscientes e responsáveis.

Quanto aos livros, embora possam não servir para irmãos mais novos ou ser encaminhados para filhos de familiares ou amigos, deverão ser aproveitados por outros, através de bolsas de manuais usados. Para além de permitirem fazer economias a quem deles necessite, trata-se, também aqui, de uma medida educativa que incide no valor do livro e que fomenta o respeito que este objecto de cultura deverá merecer sempre. Um livro escolar não pode ser percebido pelas crianças como simples papel velho. É ainda um meio de transmissão de saber, um instrumento de acesso ao conhecimento e, por isso, deve merecer respeito. Cabe aos pais a responsabilidade de sensibilizarem os seus filhos para este valor dos livros; ainda que tenham deixado de ser úteis para eles, podem ainda servir a outros para acederem ao conhecimento que neles se guarda.

Independentemente da oportuna discussão sobre os preços dos manuais escolares que as famílias portuguesas se vêem obrigadas a pagar, seria de grande interesse educativo que os encarregados de educação se empenhassem em fazer com que os seus educandos reconheçam o valor dos livros. Mais do que o seu valor venal, as crianças e jovens têm de estar conscientes do seu valor cultural. Por isso, devem ser habituados a respeitá-los, mantendo-os em bom estado, limpos e bem tratados, sem folhas riscadas ou rasgadas, com as capas protegidas, sem dobras. Se não for assim, a vida de cada livro será demasiado curta para que possa prolongar-se na mão de novos utilizadores, sejam eles familiares ou desconhecidos.

Poderá parecer anacrónico e irrealista pedir que as famílias incluam nas suas preocupações educativas a valori-zação dos livros. No entanto, no caso dos manuais escolares, respeitar os livros é também uma expressão do valor que se atribui ao saber e ao conhecimento. Um livro bem tratado encontra-se, regra geral, nas mãos de um bom aluno, enquanto os maus alunos apresentam, frequentemente, os seus livros destruídos: um sinal exterior do valor que cada um atribui ao conhecimento que eles veiculam.

RESPEITAR OS LIVROS (MESMO OS ESCOLARES)

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setembro 2015

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