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Ano XXII nº 317 Dezembro / 2015 Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita Para mostrar aos trabalhadores e trabalhadoras quem são os que querem o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e os seus reais interesses, o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, apresenta artigo esclarecedor sobre o assunto que domina os noticiários nacionais há semanas. Confira. Acusado com provas substanciais de manter diversas contas na Suíça e de ter recebido propina de banqueiros, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, num gesto de desespero para não ser cassado por corrupção, resolveu chantagear o governo da presidenta Dilma, acolhendo o requerimento da oposição para abrir um processo de impeachment. O pedido foi feito pelos inimigos históricos da classe trabalhadora. Veja: 1. Os golpistas do impeachment são os mesmos que querem instituir a TERCEIRIZAÇÃO SEM LIMITES, através da PLC 30/2015, oriundo do famigerado PL 4330, já aprovado na Câmara, agora em tramitação no Senado. Com isso, ELLES querem precarizar o trabalho, reduzir salários, cortar direitos trabalhistas e esfacelar a organização sindical dos trabalhadores. 2. Os golpistas do impeachment são os mesmos que defendem abertamente a FLEXIBILIZAÇÃO das leis trabalhistas, incluindo a prevalência do negociado sobre o legislado, que foi barrada na Câmara, e a IDADE MÍNIMA PARA A APOSENTADORIA, prejudicando quem começou a trabalhar mais cedo. 3. Os golpistas do impeachment são os mesmos que querem o fim da POLÍTICA NACIONAL DE VALORIZAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO, responsável por um aumento real de 70% nos últimos 12 anos, considerada como o maior instrumento de enfrentamento das desigualdades, mas ELLES afirmam que não é compatível com a “produtividade” do Brasil. 4. Os golpistas do impeachment são os mesmos que condenam a “gastança” do governo em programas como BOLSA FAMÍLIA, PRONATEC, PROUNI, MAIS MÉDICOS e tantos outros dirigidos aos pobres que antes não tinham vez. 5. Os golpistas do impeachment são os mesmos que apóiam o FIM DO REGIME DE PARTILHA DO PRÉ-SAL, através do PLS 131/2015, apresentado pelo senador José Serra (PSDB), pois são contra a utilização dos recursos do PRÉ-SAL PARA A SAÚDE E A EDUCAÇÃO do povo brasileiro. Também são contrários ao CONTEÚDO NACIONAL na produção de equipamentos para o PRÉ-SAL, o que foi responsável pela reativação da indústria naval brasileira, o gerou milhares de empregos. 6. Os golpistas do impeachment são os mesmos que combatem a TAXAÇÃO DAS GRANDES FORTUNAS e o FIM DO FINANCIAMENTO EMPRESARIAL DAS CAMPANHAS ELEITORAIS, uma das principais fontes da corrupção no Brasil. 7. Os golpistas do impeachment são os mesmos que estão envolvidos com os esquemas históricos de corrupção e TENTAM IMPEDIR QUE CONTINUEM AS INVESTIGAÇÕES, pois a lei anticorrupção que permite a prisão de corruptores é de 2012, assinada pela presidenta Dilma. ELLES gostariam que a corrupção fosse jogada para debaixo do tapete, como acontecia historicamente no Brasil. 8. Os golpistas do impeachment são os mesmos que protegem a meia dúzia de famílias que controlam os meios de comunicação no país, que definem o que deve ser discutido ou ignorado, que FALSEIAM E MANIPULAM AS INFORMAÇÕES e que jogam com a desinformação do povo como veremos fartamente nos próximos dias, quando estimularão a ida de pessoas para as ruas pelo golpe e depois farão cobertura de forma cinematográfica para criar um ambiente favorável aos golpistas. 9. Os golpistas do impeachment são os mesmos que querem aprovar um conjunto de violações aos direitos das mulheres, a redução da maioridade penal e o estatuto da família, dentre outros itens da pauta conservadora, na tentativa de ELIMINAR AVANÇOS NOS DIREITOS SOCIAIS e no respeito à diversidade. É verdade que temos broncas com itens da política econômica do governo Dilma, Por diversas vezes ocupamos as ruas com as pautas dos trabalhadores, fazendo greves e mobilizações. Mantemos as críticas à agenda do ministro Levy, que tem gerado desemprego. Todavia, não temos dúvidas em afirmar que o que poderá vir se os golpistas do impeachment tiverem êxito é imensamente pior para a classe trabalhadora e a democracia brasileira. Conclamamos os lutadores e as lutadoras do movimento sindical, do campo e da cidade, e todos os movimentos sociais comprometidos com um país mais justo e igualitário, a disputar a opinião nos locais de trabalho e tomar as ruas para enfrentar democraticamente o ódio e a intolerância de quem não se conformou com o resultado das eleições e tenta mais uma vez emplacar o terceiro turno. Estamos atravessando a maior luta de classes na história do Brasil. É preciso desmascarar os interesses que representam os golpistas do impeachment e cumprir o nosso papel de representantes classistas para organizar e orientar os trabalhadores, a fim de impedir o golpe e o retrocesso. Presidente da CUT-RS denuncia: A agenda dos golpistas é contra os trabalhadores Foto: Guilherme Santos / Sul21 Federações e Sindicatos Filiados Claudir Nespolo, presidente estadual da CUT

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Ano XXII nº 317 Dezembro / 2015

Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita

Para mostrar aos trabalhadores e trabalhadoras quem são os que querem o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e os seus reais interesses, o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, apresenta artigo esclarecedor sobre o assunto que domina os noticiários nacionais há semanas. Confira.

Acusado com provas substanciais de manter diversas contas na Suíça e de ter recebido propina de banqueiros, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, num gesto de desespero para não ser cassado por corrupção, resolveu chantagear o governo da presidenta Dilma, acolhendo o requerimento da oposição para abrir um processo de impeachment. O pedido foi feito pelos inimigos históricos da classe trabalhadora. Veja:

1. Os golpistas do impeachment são os mesmos que querem instituir a TERCEIRIZAÇÃO SEM LIMITES, através da PLC 30/2015, oriundo do famigerado PL 4330, já aprovado na Câmara, agora em tramitação no Senado. Com isso, ELLES querem precarizar o trabalho, reduzir salários, cortar direitos trabalhistas e esfacelar a organização sindical dos trabalhadores. 2. Os golpistas do impeachment são os m e s m o s q u e d e f e n d e m a b e r t a m e n t e a FLEXIBILIZAÇÃO das leis trabalhistas, incluindo a prevalência do negociado sobre o legislado, que foi barrada na Câmara, e a IDADE MÍNIMA PARA A APOSENTADORIA, prejudicando quem começou a trabalhar mais cedo. 3. Os golpistas do impeachment são os mesmos que querem o fim da POLÍTICA NACIONAL DE VALORIZAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO, responsável por um aumento real de 70% nos últimos 12 anos, considerada como o maior instrumento de enfrentamento das desigualdades, mas ELLES afirmam que não é compatível com a “produtividade” do Brasil.

4. Os golpistas do impeachment são os mesmos que condenam a “gastança” do governo em programas como BOLSA FAMÍLIA, PRONATEC, PROUNI, MAIS MÉDICOS e tantos outros dirigidos aos pobres que antes não tinham vez. 5. Os golpistas do impeachment são os mesmos que apóiam o FIM DO REGIME DE PARTILHA DO PRÉ-SAL, através do PLS 131/2015, apresentado pelo senador José Serra (PSDB), pois são contra a utilização dos recursos do PRÉ-SAL PARA A SAÚDE E A EDUCAÇÃO do povo brasileiro. Também são contrários ao CONTEÚDO NACIONAL na produção de equipamentos para o PRÉ-SAL, o que foi responsável pela reativação da indústria naval brasileira, o gerou milhares de empregos. 6. Os golpistas do impeachment são os mesmos que combatem a TAXAÇÃO DAS GRANDES FORTUNAS e o FIM DO FINANCIAMENTO EMPRESARIAL DAS CAMPANHAS ELEITORAIS, uma das principais fontes da corrupção no Brasil. 7. Os golpistas do impeachment são os mesmos que estão envolvidos com os esquemas históricos de corrupção e TENTAM IMPEDIR QUE CONTINUEM AS INVESTIGAÇÕES, pois a lei

anticorrupção que permite a prisão de corruptores é de 2012, assinada pela presidenta Dilma. ELLES gostariam que a corrupção fosse jogada para debaixo do tapete, como acontecia historicamente no Brasil. 8. Os golpistas do impeachment são os mesmos que protegem a meia dúzia de famílias que controlam os meios de comunicação no país, que definem o que deve ser discutido ou ignorado, q u e F A L S E I A M E M A N I P U L A M A S I N F O R M A Ç Õ E S e q u e j o g a m c o m a desinformação do povo como veremos fartamente nos próximos dias, quando estimularão a ida de

pessoas para as ruas pelo golpe e depois farão cobertura de forma cinematográfica para criar um ambiente favorável aos golpistas. 9. Os golpistas do impeachment são os mesmos que querem aprovar um conjunto de violações aos direitos das mulheres, a redução da maioridade penal e o estatuto da família, dentre outros itens da pauta conservadora, na tentativa de ELIMINAR AVANÇOS NOS DIREITOS SOCIAIS e no respeito à diversidade. É verdade que temos broncas com itens da política econômica do governo Dilma, Por diversas vezes ocupamos as ruas com as pautas dos trabalhadores, fazendo greves e mobilizações. Mantemos as críticas à agenda do ministro Levy, que tem gerado desemprego.

Todavia, não temos dúvidas em afirmar que o que poderá vir se os golpistas do impeachment tiverem êxito é imensamente pior para a classe trabalhadora e a democracia brasileira.

Conclamamos os lutadores e as lutadoras do movimento sindical, do campo e da cidade, e todos os movimentos sociais comprometidos com um país mais justo e igualitário, a disputar a opinião nos locais de trabalho e tomar as ruas para enfrentar democraticamente o ódio e a intolerância de quem não se conformou com o resultado das eleições e tenta mais uma vez emplacar o terceiro turno. Estamos atravessando a maior luta de classes na história do Brasil. É preciso desmascarar os interesses que representam os golpistas do impeachment e cumprir o nosso papel de representantes classistas para organizar e orientar os trabalhadores, a fim de impedir o golpe e o retrocesso.

Presidente da CUT-RS denuncia: A agenda dos golpistas é contra os trabalhadores

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Federações eSindicatos Filiados

Claudir Nespolo, presidente estadual da CUT

2 Jornal A Vez e a Voz do Peão - Dezembro de 2015 Fale com o sindicato pelo fone: 0800.6024955

Contra o golpe, Marcha dos Sem reúne milhares em Porto Alegre

Sob muito calor, sindicalistas, militantes dos movimentos sociais e diversas lideranças políticas participaram na tarde de sexta-feira, dia 11, da 20ª Marcha dos Sem. A mobilização foi marcada por manifestações contra o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) e pela retirada do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, principal articulador político do golpe de derrubada da presidência.

Organizada pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), integrada pela CUT-RS, a marcha teve início na Rótula das Cuias, passando por ruas centrais até chegar em frente ao Palácio Piratini. Dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa juntaram-se aos mais de 10 mil militantes que tomaram as ruas da Capital com camisetas “Fora Cunha, não vai ter golpe” e cantos de “Não vai ter golpe, vai ter luta”, “Não vai ter golpe, fora Cunha”.

Contra a política econômica

Em cima do caminhão, lideranças afirmaram que não concordam com a política econômica do governo Dilma, contudo o mais importante neste momento é a defesa da democracia e a manutenção do mandato da presidente. “Nós temos críticas à política econômica, mas os que estão propondo o golpe não querem fazer uma política melhor para os trabalhadores”, disse uma das lideranças, ao microfone. E prosseguiu: “O que está em jogo são os direitos dos trabalhadores, não só as conquistas dos 12 anos.”

“O Rio Grande continua com seu legado de vanguarda. Isto só levanta a moral da militância do Brasil inteiro, a partir desta força da militância gaúcha”, afirmou Vagner Freitas, presidente nacional da CUT.

Ele acrescentou que as centrais sindicais têm críticas à política econômica adotada pelo

governo, defendendo uma plataforma voltada para os trabalhadores, que elegeram a presidenta. “A luta não é só pelo mandato da Dilma, é também contra retrocessos,” frisou Vagner.

A Marcha dos Sem levou 45 minutos para chegar em frente ao Palácio Piratini. Ao se aproximarem do local, o recado foi para o governador José Ivo Sartori (PMDB). “Ô, ô Sartori pode esperar, a tua hora vai chegar”, “Não basta governar, tem de ter lado”. Em frente ao Palácio, as principais lideranças das centrais sindicais se manifestaram.

Não ao golpe e ao retrocesso

“Vocês têm de ir para a rua defender os seus direitos”, desafiou o presidente nacional da CUT. “Eu não tenho dúvida que não vai ter golpe. porque a garra da classe operária é muito grande. A desfaçatez destes golpistas vai ser desmascarada nas ruas. O que garante a democracia, o não golpe e, consequentemente, garante o direito dos trabalhadores, é a luta nas ruas”, afirmou Freitas.

Vagner ainda fez críticas aos movimentos de direita que articulam mobilizações a favor da derrubada da presidenta. “Eles são contra os trabalhadores. São aqueles que são a favor da terceirização, que são contra a valorização do salário mínimo e que querem acabar com a previdência social”, disse. “Eles querem derrotar a classe trabalhadora”, enfatizou ao criticar também “o clima de ódio e violência” que os golpistas vêm espalhando no país. “Vivemos um momento de luta de classes. São os trabalhadores contra a burguesia”.

“O Collor era corrupto e foi cassado. O corrupto hoje é o Cunha”, comparou ao salientar que não há motivo para o impeachment de Dilma, mas sobram razões para cassar o presidente da Câmara.

As manifestações foram encerradas por João Pedro Stédile, integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). “O Brasil vive uma grave crise econômica, política, social e ambiental e o responsável é a lógica de exploração do capitalismo que não tem limites”, disse. “O Brasil está sendo extorquido pelo capital internacional”.

“Defender a Dilma não significa defender os erros da política econômica”, afirmou. Ele disse que o que está em jogo “são os rumos do país” e que o processo de impeachment aberto pelo presidente da Câmara foi “um salvo conduto” para Cunha evitar a prisão, “largando a

bomba para o lado da Dilma”. “O diabo faz a panela, mas não faz a tampa”, observou ele, dizendo que a estratégia de Cunha não funcionará por muito tempo e motivou os movimentos sociais a saírem às ruas para pedir seu afastamento.

“Querem ganhar no tapetão para implantar o neoliberalismo, que foi adotado pelo governo FHC nos anos 90 e foi derrotado nas urnas”, apontou Stédile.

Nas ruas pela democracia Diante de um cenário que oferece perigo aos trabalhadores e trabalhadoras do país, o Sindicato somou-se aos milhares de militantes que marcharam em Porto Alegre no dia 11 de dezembro. Diferente do que os grandes meios de comunicação disseminam todas as vezes que saímos às ruas, a mobilização não saiu em defesa do governo e das ações de Dilma Rousseff, mas sim, da democracia firmada nas urnas, em 27 de outubro de 2014, que a reelegeu. Quem participou e acompanhou as inúmeras convocações feitas pela CUT-RS ocorr idas no ano de 2015, sabe o posicionamento crítico da central e de seus sindicatos filiados, onde nos incluímos. F o m o s à s r u a s c o n t r a a terceirização, contra o retrocesso de direitos, contra o fator previdenciário, contra a redução da maioridade penal, contra o ajuste fiscal, entre tantas outras pautas que atingem diretamente à categoria. Nossa direção alerta todos os trabalhadores e trabalhadoras que não se deixem enganar pelas not íc ias mal intencionadas a respeito de nossas ações. A garantia e a conquista de direitos se dão no saber fazer polít ica. Respeitamos a democracia implantada no Estado que elegeu o governador José Ivo Sartori, também em 2014. Estamos nas ruas para garantir que esta mesma democracia seja respeitada a nível nacional.

EXPEDIENTE O jornal A Vez e a Voz do Peão é uma publicação do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita - STIMMMEC

Endereço: Rua Caramuru, 330 - Centro - Canoas/RS - Fone DDG: 0800.6024955 - Site: www.sindimetalcanoas.org.br - Email: [email protected] - Facebook: /sindicato.metalurgicodecanoas - Colônia de Férias: (51) 3683.1819 - Presidente: Paulo Chitolina - Vice-presidente: Silvio Roberto Lopes Bica - Secretário de Imprensa: André Severo Soares (Índio) - Assessoria de Imprensa: Geraldo Muzykant (Reg. Prof. n° 8658) e Rita Correa Garrido - OBS.: A reprodução total ou parcial do conteúdo deste jornal é permitida desde que citada a fonte.