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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA POLITÉCNICA
LUÍS FERNANDO MAIA LIMA
TERMO DE ATRITO EM ESCOAMENTO
TRANSITÓRIO PARA CONDUTOS FORÇADOS
São Paulo
2006
LUÍS FERNANDO MAIA LIMA
TERMO DE ATRITO EM ESCOAMENTO
TRANSITÓRIO PARA CONDUTOS FORÇADOS
Tese apresentada à Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo para obtenção do
Título de Doutor em Engenharia.
Área de Concentração:
Engenharia Hidráulica
Orientador:
Prof. Dr.
Podalyro Amaral de Souza
São Paulo
2006
FOLHA DE APROVAÇÃO
Luís Fernando Maia Lima Termo de atrito em escoamento transitório para condutos forçados
Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do Título de Doutor em Engenharia. Área de Concentração: Engenharia Hidráulica
Aprovado em:
Banca Examinadora
Prof. Dr. ___________________________________________________________________
Instituição:___________________________
Assinatura:_______________________________
Prof. Dr. ___________________________________________________________________
Instituição:___________________________
Assinatura:_______________________________
Prof. Dr. ___________________________________________________________________
Instituição:___________________________
Assinatura:_______________________________
Prof. Dr. ___________________________________________________________________
Instituição:___________________________
Assinatura:_______________________________
Prof. Dr. ___________________________________________________________________
Instituição:___________________________
Assinatura:_______________________________
Dedicado à Ana Lúcia Cunha da Silva (in memoriam).
O presente trabalho só foi possível porque alguém, em tempos imemoriais, sacrificou sua vida
em prol de outros quatros seres humanos. Mais do que justo, portanto, dedicar esta vitória à
Srª. Orlanda Maia Lima.
Dedicado também aos remanescentes do clã Maia Lima, bem como à minha esposa Alzira
Monteiro dos Santos, que me acompanhou desde o início nesta jornada.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Podalyro Amaral de Souza e família, mais do que um amigo e orientador, e sim
um grande conselheiro, pela confiança depositada conosco.
À Srª. Orlanda Maia Lima, que lutou com toda a força pela educação de seus filhos.
Ao pai Messilindo Teixeira Lima, meus irmãos Emmanuel Augusto, Paulo Vítor e família,
Luís Flávio, tia Therezinha, padrinhos Hélio e Tereza e Profª. Alair. À Alzira Monteiro dos
Santos, pelo companheirismo e dedicação nestes últimos anos.
Aos amigos Fábio César, Leonardo Gomes, Éber Moraes, Mário Benone, Alexandre
Guimarães, Dr. Emanuel Pinheiro e família, Dr. Elinaldo e família, Antônio Claudino, Prof.
Pedro Accorsi, Pedro Alves, Michele, Francis, Lair, Isabel, Nália, Sr. Ezequiel e família.
Aos meus colegas e amigos de trabalho em Belém do Pará e também as Profas. Marília
Ferreira Emmi, Tereza Ximenes e Edna Castro pela liberação de carga horária.
Aos funcionários e amigos do Centro Tecnológico de Hidráulica e Recursos Hídricos (CTH),
da secretaria do Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária, da secretaria de Pós-
Graduação e das Bibliotecas de: Engenharia Civil, Engenharia Mecânica, Engenharia
Química e Central, pela constante ajuda dispensada, e à todos que, direta ou indiretamente,
colaboraram na execução deste trabalho, bem como os amigos do município de Salinas, no
Estado do Pará.
Aos Professores do Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária, pelo constante
estímulo e aprendizagem, ao João Batista Mendes e Elizandra Amaral Monteiro pelo auxílio
computacional, e ao Sr. Gustavo Amaral pela compilação dos dados experimentais.
Aos professores João Frutuoso Dantas Filho e Luiz Otávio Mota Pereira, que concederam as
cartas de recomendações. E também à copiadora do Cachá.
“Eu não me envergonho de corrigir e mudar as minhas opiniões, porque não me envergonho
de raciocinar e aprender”.
Alexandre Herculano
“A sociedade não é mais que o desenvolvimento da família: se o homem sai da família
corrupto, corrupto estará para a sociedade”.
Henri Lacordaire
“Há homens que lutam um dia, e são bons. Há homens que lutam um mês, e são muito bons.
Há também os que lutam por um ano, e estes são ainda melhores. Mas há aqueles que lutam a
vida inteira, e estes são imprescindíveis”.
Franklin Delano Roosevelt
“Nunca são esquecidas as lições aprendidas na dor”.
Provérbio Africano
“As lições da desgraça são as sumas lições da vida”.
Giacomo Leopardi
“As únicas desgraças completas são as desgraças com as quais nada aprendemos”.
William Ernest Hucking
“A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e
conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio”.
Martin Luther King Jr.
“Não importa o quão difícil tenha sido o passado. Podemos sempre recomeçar”.
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“Por que cometer erros antigos se há tantos erros novos a escolher?”.
Bertrand Russel
RESUMO
LIMA, L. F. M. Termo de atrito em escoamento transitório para condutos forçados. 2006. 131 f. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. O presente trabalho versa sobre o termo de atrito em escoamento transitório em condutos forçados, partindo de uma modelação matemática da tensão de cisalhamento transiente, usando conceitos do princípio da entropia máxima. Usa-se a modelação deste termo de atrito na análise do transitório hidráulico, comparando-se com dados experimentais já publicados de um sistema Reservatório-Tubo-Válvula.
Palavras-chave: Transientes hidráulicos, Golpe de aríete, Tubulações
ABSTRACT
LIMA, L. F. M. Friction term for hydraulic transient in closed conduits. 2006. 131 f . Thesis (Doctoral) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
This report contains a friction term for hydraulic transient in closed conduits. We use a
mathematical model for the shear stress, derived by principle of maximum entropy.
Then, we use this friction term for an analysis in a system reservoir-tube-valve, comparing
our results with anothers already published in the literature.
Keywords: Hydraulic Transients, Waterhammer, Pipelines.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Gráfico comparativo entre valores experimentais e numéricos da variação de
pressão ao longo tempo de uma válvula redutora de pressão ....................................8 Figura 2 - Gráfico comparativo entre valores experimentais e numéricos da variação de
pressão ao longo tempo de um fechamento brusco de uma válvula em um sistema RTV ...........................................................................................................................9
Figura 3 - Gráfico do perfil de velocidade (termos oscilatórios) para kR = 1 .........................15 Figura 4 - Gráfico do perfil de velocidade (termos oscilatórios) para kR = 3 .........................16 Figura 5 - Gráfico do perfil de velocidade (termos oscilatórios) para kR = 5 .........................17 Figura 6 - Gráfico do perfil de velocidade (termos oscilatórios) para kR = 10 .......................18 Figura 7 - Gráfico dos coeficientes de amplitude e defasagem da velocidade média seccional
para diversos valores de kR (Pulsação monocromática) .........................................19 Figura 8 - Coeficientes de amplitude e defasagem da tensão cisalhante para diversos valores
do parâmetro kR (Pulsação monocromática) ........................................................20 Figura 9 – Fator de atrito em escoamento transitório em função do Número de Reynolds
baseado na velocidade média temporal (ilustração do efeito da frequência) .......24 Figura 10 – Fator de atrito para escoamento oscilatório em função da vazão relativa
instantânea, para número de Reynolds igual a 105, amplitude da oscilação periódica da vazão igual a 0,5 da freqüência adimensional ω0 = ωD2/ν igual a 104 para a curva 1 e ω0 = 106 para a curva 2 ...............................................................26
Figura 11 – Fator de atrito para escoamento oscilatório (vazão média nula) em função da
vazão relativa instantânea, para número de Reynolds igual a 50000 e freqüência adimensional ω0 = ωD2/ν igual a 106 ....................................................................27
Figura 12 – Teste nº 1: Resultados experimentais com o histórico temporal da pressão e perfis
de velocidade correspondentes ..............................................................................42 Figura 13 - Teste nº 2: Resultados experimentais com o histórico temporal da pressão e perfis
de velocidade correspondentes ..............................................................................43 Figura 14 - Teste nº 2: Resultados experimentais com o histórico temporal da pressão e perfis
de velocidade correspondentes. (continuação) .....................................................44 Figura 15 – Perfis de velocidade (transitório laminar) para diversas manobras de fechamento
da válvula. Passagem da primeira onda positiva ................................................47 Figura 16 – Perfil de velocidade do escoamento turbulento pela fórmula da equação (56), para
vários valores do parâmetro “γ”. Comparação com dados experimentais de vários autores ......................................................................................................49
Figura 17 – Perfil de velocidade do escoamento turbulento pela fórmula da equação (56), para
valor do parâmetro “γ” igual a 10. Comparação com dados experimentais de Brunone et al. (2000) .............................................................................................50
Figura 18 - Perfis de velocidade (transitório turbulento) para fechamento instantâneo da
válvula. Passagem da primeira onda positiva .......................................................51 Figura 19 – Malha Escalonada Cruzada
...................................................................................70 Figura 20 – Comparação entre o modelo teórico usando o fator de atrito “f” constante durante
o transitório(em azul) e dados experimentais (em vermelho) ...............................76 Figura 21 – Comparação entre o modelo teórico usando o fator de atrito “f” variável durante o
transitório (em azul) e dados experimentais (em vermelho) .................................78 Figura 22 – Comparação entre o modelo teórico usando a tensão de cisalhamento entrópica de
regime permanente (assumindo “M” constante e modelação de 1ª ordem para o termo de atrito) aplicado ao transitório hidráulico (em azul) e dados experimentais (em vermelho) ...............................................................................87
Figura 23 – Comparação entre o modelo teórico usando a tensão de cisalhamento entrópica de
regime permanente (assumindo “M” constante e modelação de 2ª ordem para o termo de atrito) aplicada ao transitório hidráulico (em azul) e dados experimentais (em vermelho) .......................................................................................................91
Figura 24 – Comparação entre o modelo teórico usando tensão de cisalhamento entrópica de
regime permanente (assumindo “M” constante e modelação de ordem mista para o termo de atrito) aplicado ao transitório hidráulico (em azul) e dados experimentais (em vermelho) ...............................................................................94
Figura 25 – Comparação da modelação entrópica de ordem mista e modelação com fator de
atrito “f” variável com dados experimentais .........................................................99 Figura 26 – Malha Regular
.....................................................................................................105 Figura 27 – Comparação entre o modelo teórico usando a tensão de cisalhamento entrópica de
regime oscilatório (assumindo “M” constante), aplicado ao transitório hidráulico (em azul), e dados experimentais (em vermelho) ...............................................108
Figura 28 – Comparação da modelação entrópica de regime permanente e modelação
entrópica de regime oscilatório com dados experimentais .................................109 LISTA DE SÍMBOLOS
H carga hidráulica total (m) t tempo (s) a celeridade (m/s) g aceleração gravitacional (m/s2) A amplitude do movimento (m) A área do tubo (m2) Amín área mínima da tomada d’água (m2) Amáx área máxima da tomada d’água (m2) Ai área na secção “i” considerada da tomada d’água (m2) Q vazão em volume (m3/s) x coordenada longitudinal (m) X distância contada a partir da válvula (sistema RTV) (m) D diâmetro hidráulico (m) L comprimento da tubulação (m) L termo englobando a inertância (s2/m3) L comprimento da coluna líquida no tubo em “U” (m) ρ massa específica (kg/m3) ν viscosidade cinemática (m2/s) µ viscosidade dinâmica (kg/m.s) ω velocidade angular (rad/s) ω freqüência oscilatória (rad/s) fu fator de atrito para o escoamento não-permanente (-) f fator de atrito para o escoamento permanente (-) τwu tensão de cisalhamento na parede correspondente ao regime transitório (N/m2)
τws tensão de cisalhamento na parede devido ao escoamento permanente (N/m2) τ tensão de cisalhamento instantânea (N/m2) V velocidade média numa secção qualquer (m/s) Vmín velocidade mínima (que ocorre na secção de área máxima “Amáx”) (m/s) Vmáx velocidade máxima (que ocorre na secção de área mínima “Amín”) (m/s) V velocidade média instantânea (m/s) ϑ ordem de grandeza (-) Re número de Reynolds (-) Cr adimensional (número de COURANT) que caracteriza a estabilidade numérica (-) ∆Q variação de vazão (m3/s) ∆t intervalo de tempo (s) Qa vazão conhecida da interação numérica anterior (m3/s) Qp vazão a ser calculada (m3/s) t* tempo adimensionalizado (-) t0* tempo adimensionalizado (-) td tempo de amortecimento das oscilações na secção X (s) T período da tubulação (s) T tempo de relaxação (-) R raio do tubo (m) R resistência do tubo (s/m3) Ω parâmetro de Valensi (-) i unidade imaginária (-) xω associado a amplitude do gradiente de pressão oscilatório (m/s2) xo associado ao gradiente de pressão médio temporal (m/s2) xcω representa amplitude das vibrações (m/s2)
xsω idem (m/s2) p pressão (N/m2) r raio genérico (m) r raio adimensional (-) Jo função de Bessel de ordem zero (-) J1 função de Bessel de ordem um (-) I0 função modificada de Bessel (-) I1 função modificada de Bessel (-) I2 função modificada de Bessel (-) k inverso da profundidade de penetração (m-1) σu representa uma amplitude da velocidade média seccional δu representa a defasagem da velocidade média seccional στ representa uma amplitude da tensão cisalhante na parede do tubo δτ representa a defasagem da tensão cisalhante na parede do tubo p(0,t) pressão na válvula em qualquer instante (N/m2) pv pressão na válvula em t = 0 (N/m2) U velocidade média inicial (m/s)
W(t-t’) função peso (-) I inertância (Kg/m3) ω0 freqüência adimensional (-) γ constante de propagação (m-1) γ parâmetro adimensional (-) γ parâmetro similar ao parâmetro M de entropia (-) Q0 vazão média em regime permanente (m3/s)
C compliância (m) Zc impedância característica (s/m2) α fator de atenuação (m-1) φ fator de dissipação (-) ∆ espessura da camada limite em regime permanente (m) θ parâmetro adimensional (-) ξ fator de atrito constante (-) ωn freqüência natural de oscilação (-) K fator de amortecimento por atrito (s-1) Kr fator de rugosidade relativa (m) q vazão relativa (-) ∆J correção de tensão de cisalhamento (-) λ1 caracteriza efeitos especiais de inércia (-) λ2 caracteriza efeitos especiais de inércia (-) Cj coeficiente de influência (s2/m) α’ coeficiente de quantidade de movimento (-) ∆P := queda de pressão (N/m2) ∆PN,X Queda de amplitude de pressão no instante N, na secção X (N/m2) ∆PN-1,X Queda de amplitude de pressão no instante anterior (N – 1), na secção X (N/m2) KX constante de amortecimento na secção X (-) K” coeficiente de amortecimento devido ao atrito interno da coluna líquida (-) δX coeficiente representando as perdas distribuídas ao longo da tubulação (-) Γ (s) operador de propagação (-) Z (s) impedância característica para tubulação com atrito dependente da freqüência (s/m2) s variável de Laplace (s-1)
Ju perda de carga unitária do escoamento transitório (-) Js perda de carga unitária do escoamento estacionário (-) k3 constante relacionando efeitos do regime transitório sobre a inércia local e o atrito (-) Uτ0 velocidade de atrito, correspondente ao regime permanente (m/s) sgn função sinal (-) ui (r) velocidade longitudinal adimensional (-) H(x) entropia de um sistema. (-) p(x) função de densidade de probabilidade da variável x. (-) F(u) função de distribuição cumulativa da velocidade (-) u velocidade média (m/s) λ1 multiplicador de Lagrange (-) λ2 multiplicador de Lagrange (-) K1 constante similar a de Von-Karman (-) u* velocidade de atrito (m/s) y coordenada vertical (medida a partir do fundo) (m) D profundidade do escoamento (m) u velocidade longitudinal na altura “y” (m/s) umáx velocidade máxima longitudinal (m/s) J declividade da linha de energia (m/m) τ tensão de cisalhamento na posição “y” (N/m2) τ0 tensão de cisalhamento no leito do canal (“y” = 0) (N/m2) F(τ) função de distribuição cumulativa da tensão de cisalhamento (-) η coordenada curvilínea baseada nas linhas de isovelocidade (m) ξ coordenada curvilínea baseada nas linhas de isovelocidade (m)
ξ0 valor mínimo da coordenada ξ (m) ξmáx valor máximo da coordenada ξ (m) M parâmetro de entropia (-) h parâmetro que controla a inclinação e a forma da curva de distribuição de velocidade
próxima à superfície da água. (m) α coeficiente de energia (-) β coeficiente de quantidade de movimento (-) ε0 coeficiente de quantidade de movimento na parede do tubo (m2/s) (du/dr)r=R gradiente de velocidade na parede do tubo (s-1) ∀i volume da tomada d’água até a secção “i” considerada (m3) ∀t volume total da tomada d’água (m3) k rugosidade absoluta (m) aC termo de aceleração (m/s2) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ASCE American Society of Civil Engineers ASME American Society of Mechanical Engineers
BHRA British Hydromechanics Research Association DAEE Departamento de Águas e Energia Elétrica IAHR International Association for Hydraulic Research IMPREM Impulse Response Method (ou método da resposta impulso) ISA Instrument Society of America JSCE Japan Society of Civil Engineers JSME Japan Society of Mechanical Engineers PEM Princípio da Entropia Máxima RTV Reservatório-Tubo-Válvula LISTA DE TABELA Tabela I – Valores da Inertância (em forma adimensional) como função do número de
Reynolds, para baixas freqüências ........................................................................23 Tabela II – Resultados Obtidos por Jelev (1989) – Fechamento rápido da válvula ................34
Tabela III – Dados experimentais de Bergant e Simpson, Apud Ghidaoui e Mansour (2002)
72
Tabela IV – Cargas transitórias na válvula. Experiência de Bergant e Simpson, apud Ghidaoui e Mansour (2002) ................................................................................................74
Tabela V – Comparação entre o modelo teórico usando o fator de atrito “f” variável, o modelo
teórico usando o fator de atrito “f” constante e dados experimentais durante o transitório ............................................................................................79
Tabela VI – Comparação entre os três tipos de modelação entrópica. (Valores de Carga
Hidráulica na Válvula (m)) .................................................................................94 Tabela VII – Comparação entre o modelo teórico usando o fator de atrito “f” variável, o
modelo teórico da formulação entrópica mista e dados experimentais durante o transitório ............................................................................................................97
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 1
2 OBJETIVOS 4 3 JUSTIFICATIVA 5 4 REVISÃO DA LITERATURA 11 5 O PRINCÍPIO DA ENTROPIA MÁXIMA (PEM) 55 6 MODELAÇÃO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO APLICADA AO TRANSITÓRIO HIDRÁULICO EM CONDUTOS FORÇADOS 69 6.1 USO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO EM REGIME PERMANENTE APLICADA AO ESCOAMENTO TRANSITÓRIO (FATOR DE ATRITO “f” CONSTANTE) 69 6.2 USO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO EM REGIME PERMANENTE APLICADA AO ESCOAMENTO TRANSITÓRIO (FATOR DE ATRITO “f” VARIÁVEL) 77 6.3 USO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO ENTRÓPICA EM REGIME PERMANENTE APLICADA AO ESCOAMENTO TRANSITÓRIO (PARÂMETRO “M” CONSTANTE E TERMO DE ATRITO DE 1ª ORDEM) 82 6.4 USO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO ENTRÓPICA EM REGIME PERMANENTE APLICADA AO ESCOAMENTO TRANSITÓRIO (PARÂMETRO “M” CONSTANTE E TERMO DE ATRITO DE 2ª ORDEM) 89 6.5 USO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO ENTRÓPICA EM REGIME PERMANENTE APLICADA AO ESCOAMENTO TRANSITÓRIO (PARÂMETRO “M” CONSTANTE E TERMO DE ATRITO MISTO) 92 6.6 COMPARAÇÃO DA MODELAÇÃO ENTRÓPICA DE ORDEM MISTA E MODELAÇÃO COM FATOR DE ATRITO “f” VARIÁVEL 97 6.7 USO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO ENTRÓPICA EM REGIME OSCILATÓRIO APLICADA AO ESCOAMENTO TRANSITÓRIO (PARÂMETRO “M” CONSTANTE) 101 7 CONCLUSÕES 110 8 RECOMENDAÇÕES PARA FUTURAS PESQUISAS 111 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 112 10 BIBLIOGRAFIA ADICIONAL 125
1
1. INTRODUÇÃO.
Transitório hidráulico em conduto forçado ou golpe de aríete é o nome dado ao
fenômeno de variação de pressão que se verifica em um conduto forçado quando ocorre a
variação de velocidade devido a ação, ou alteração funcional, de algum equipamento, como
por exemplo, bombas, turbinas e válvulas. O transitório hidráulico em conduto forçado é um
processo periódico, onde ocorrem deformações elásticas tanto no líquido como na tubulação.
Há cerca de 44 anos, V. L. Streeter e C. Lai (1962) apresentaram um trabalho
de análise de transitório hidráulico que incluía o fator de atrito. Desde então, surgiram
diversos métodos de análise das equações do escoamento transitório em condutos forçados,
sendo o mais usual o já consagrado método das características. Outros métodos são: implícito,
elementos finitos, diferença finita, integral de contorno, espectral e da análise linear (que
inclui a resposta em freqüência e de vibração livre). No caso da resposta em freqüência, o
método da resposta impulso é útil para quantificar vários fatores dependentes do tempo
(“frequency-dependent”).
Seguem mais algumas definições:
- Escoamento permanente: não há mudança nas condições em um ponto com o
tempo (em termos de valores médios temporais).
- Escoamento não-permanente: as condições em um ponto variam com o
tempo.
- Escoamento transitório: é usado como sinônimo do escoamento não-
permanente.
- Escoamento permanente-oscilatório, oscilatório, periódico ou pulsativo: a
condição do escoamento varia com o tempo, mas repete-se identicamente em
um intervalo fixo de tempo, este intervalo de tempo denominado período de
oscilação.
O estudo do escoamento transitório em conduto forçado apresenta como
variáveis de mérito a pressão (p) e a velocidade (v), ou similarmente, a carga hidráulica (H) e
a vazão (Q), dependente de uma posição “x” genérica da tubulação e do instante “t”
correspondente. Assim, o interesse do engenheiro da área civil está focado na determinação
de valores discretos associados as duas funções H(x,t) e Q(x,t), havendo pois o mister de duas
equações para a resolução do problema.
Para tanto, as equações da Conservação de Massa e do Momentum, aplicadas à
engenharia hidráulica, escrevem-se respectivamente como:
2
02
=∂∂
+∂∂
xQ
gAa
tH (1)
02
=+∂∂
DAf
xHgA
tQ (2)
sendo:
H := carga hidráulica total (m)
t := tempo (s)
a := celeridade (m/s)
g := aceleração gravitacional (m/s2)
A := área da secção transversal do tubo (m2)
Q := vazão em volume (m3/s)
x := coordenada longitudinal (m)
f := fator de atrito em escoamento permanente (-)
D := diâmetro hidráulico interno (m)
As hipóteses que conduzem à obtenção das equações (1) e (2) são:
1 – O fluido é “ligeiramente” compressível (ou, de maneira similar, o fluido é quase-
incompressível). O efeito de compressibilidade é caracterizado por um módulo de elasticidade
volumétrico constante.
2 – A tubulação é cilíndrica circular de parede linearmente elástica (ou seja, a tensão entre a
parede da tubulação e o fluido é proporcional à deformação, portanto, vale a lei de Hooke).
3 – O escoamento é unidimensional.
4 – A pressão e a velocidade são uniformes nas extremidades do volume de controle.
5 – A velocidade radial (devida à expansão e contração), sendo pequena, não é incluída na
análise, mas os seus efeitos são levados em conta na celeridade.
6 – Os termos da aceleração convectiva são de pouca monta.
7 - A dilatação da área do tubo é desprezível, ou seja, 012 ≅∂∂xA
A e 01
2 ≅∂∂tA
A.
8 – Não ocorre a vaporização do líquido durante o transitório, ou seja, não há escoamento
bifásico nem cavitação, não existindo separação da coluna líquida.
9 – Não ocorre escoamento distribuído lateral.
10 – A fórmula usada para o cálculo da perda de carga em escoamento permanente continua
válida durante a condição transitória (hipótese quase-estacionária).
11 – O termo da energia cinética é desprezível.
3
12 – Despreza-se a inércia da tubulação e também que o eixo da tubulação permanece em
repouso.
13 – O efeito do módulo de Poisson não é levado em conta na dedução, mesmo para condutos
com junta de expansão.
14 – A interação dinâmica entre o fluido e o tubo é negligenciada.
As deduções das equações (1) e (2) podem ser encontradas em Chaudhry
(1987); Wylie e Streeter (1993); Souza, Martins, e Fadiga Júnior (1991); e Almeida e Koelle
(1992).
O objeto da presente tese encontra-se na terceira parcela da equação do
momentum: a modelação da tensão de cisalhamento durante o transitório, o qual gera o termo
de atrito no método das características.
2. OBJETIVOS.
4
A presente tese visa modelar o termo de atrito (ou a modelação da tensão de
cisalhamento) em escoamento pressurizado transitório, levando em conta os parâmetros tais
como: número de Reynolds, rugosidade equivalente e freqüência (ou tempo).
A primeira formulação usará a tensão de cisalhamento de escoamento
permanente, oriundo do princípio da entropia máxima, para análise do transitório hidráulico.
A segunda formulação usará a tensão de cisalhamento de escoamento
oscilatório, também oriundo do princípio da entropia máxima (através de analogia), para
análise do transitório hidráulico.
Ambos os modelos usarão o método das características, e os resultados teóricos
serão confrontados com dados experimentais disponíveis na literatura.
3. JUSTIFICATIVA.
5
O estudo do transitório hidráulico em condutos forçados reveste-se de
importância em projetos de sistemas de tubulações. É mister quantificar as cargas hidráulicas
máximas e mínimas, bem como a freqüência dessas oscilações. Quando esta análise não é
levada em conta, podem ocorrer sérios problemas, tais como:
a) Rompimento de tubo devido ao efeito da sobrepressão.
b) Fechamento de tubo devido ao efeito da subpressão (pressões inferiores à pressão
atmosférica) ou separação da coluna líquida.
c) Rompimento da tubulação por fadiga, pela ocorrência de um elevado número de
solicitações periódicas de alta freqüência (ressonância).
d) Queima de motor elétrico, devido a rotação reversa de bomba.
e) Disparo de turbina.
f) Destruição de bens materiais e perdas de vidas humanas.
g) Interrupção do controle normal de circuitos.
h) Ruído excessivo
Linsley e Franzini (1978) reportaram que em junho de 1950, houve um sério
incidente na Usina Oigawa, no Japão, pois o fechamento abrupto de uma válvula borboleta
gerou uma sobrepressão que rompeu um trecho de cerca de 7 metros de comprimento bem a
montante da válvula. Com isso, uma vazão excessiva escoou pelo conduto interrompido,
formando um vácuo a montante do trecho rompido, e mais de 50 metros de tubulação foram
destruídos por amassamento.
Em 1934 houve um acidente na estação de bombeamento Lec Blanc Lac Noir
(França), com ocorrência de fatalidade humana, consoante citado por Chaudhry (1987)
Vale lembrar que a interrupção do abastecimento de água causa um transtorno
considerável à população.
A modelação do fator de atrito em escoamento transitório geralmente é feita ou
considerando-o igual ao do regime permanente em cada instante, ou considerando-o constante
e de valor igual ao do escoamento permanente inicial. Mas não é levado em conta que,
durante o transitório, o perfil de velocidade altera-se a cada instante, inclusive havendo o
escoamento reverso. Durante um transitório é possível a ocorrência de um perfil de
velocidade que gere uma vazão nula com tensão de cisalhamento na parede diferente de zero.
O uso de um fator de atrito constante pode conduzir a um erro de previsão no
estudo do fenômeno da separação de coluna líquida durante a passagem das ondas refletidas.
6
Além disto, um uso correto do fator de atrito durante o escoamento transitório
é mister para modelos de localização e quantificação de vazamentos, consoante cita Mpesha,
Gassman e Chaudhry (2001).
Outro problema que pode aparecer é a variação do módulo de elasticidade
volumétrica para baixas pressões. Chaudhry (1987) informa que testes experimentais em
modelos e protótipos mostram que bolhas de ar tendem a aparecer quando a pressão é
reduzida, mesmo quando a pressão permanece acima da pressão de vapor. Segundo Wylie e
Streeter (1993), o problema situa-se mais em definir as reais condições do fluido durante o
transitório do que nos princípios básicos usados no desenvolvimento das equações.
Wylie e Streeter (1993) também expõem que no estudo da ressonância, o
comportamento do fator de atrito ou da celeridade, ambos dependentes da freqüência, influem
de modo significativo no comportamento dinâmico do sistema fluido durante a condição
oscilatória, devido a uma extraordinária dissipação de energia ou variação de celeridade. A
omissão destes aspectos pode conduzir a resultados inúteis, especialmente em faixas de maior
freqüência.
Outras variáveis que intervêm no problema são: a celeridade é admitida
constante, e o transitório hidráulico depende do modo como é feita a manobra do
equipamento (manobra lenta ou manobra rápida).
Além do fator de atrito f, há algumas considerações sobre a terceira parcela da
equação do momentum, que representa as perdas por atrito: QQDAf
2
Se for usada uma aproximação de primeira ordem, onde considera-se que a
vazão Q é devida ao regime permanente ou à vazão calculada na interação anterior, Chaudhry
(1987) expõe que esta abordagem fornece valores satisfatórios para aplicações práticas da
engenharia, mas se o termo de atrito torna-se significativo, então a aproximação de primeira
ordem pode fornecer resultados instáveis, por exemplo em tubos rugosos ou diâmetro de tubo
pequeno ou variação elevada de vazão ou elevado intervalo de tempo numérico. A mesma
análise é comentada acerca da convergência e estabilidade do método das características: o
termo de atrito deve ser pequeno, caso contrário, gera instabilidade, mesmo que a malha
atenda às condições de estabilidade de Courant-Friedrich-Lewy (“CFL condition”). Também
deve-se evitar esta aproximação de primeira ordem em tubulações muito longas.
7
Para minimizar problemas com a aproximação de primeira ordem pode-se: usar
um intervalo de tempo pequeno, ou um procedimento interativo para avaliar o termo de atrito
ou usar uma aproximação de ordem elevada.
Ainda no assunto de estabilidade numérica, Chaudhry (1987) apresenta valores
oriundos de um estudo empírico:
a) Define-se o seguinte adimensional:
)**4/)**( ADtQfCr ∆∆= (3)
Cr := adimensional (número de COURANT) que caracteriza a estabilidade numérica (-)
∆Q := variação de vazão (m3/s)
∆t := intervalo de tempo computacional (s)
b) Se for usada uma aproximação de primeira ordem do tipo: aa QQDAf
2∆t, têm-se Cr ≤
0,5; onde Qa := vazão conhecida da interação numérica anterior (m3/s). Para uma acurácia de
1ª ordem, deve-se ter Cr < < 0,5.
c) Se for usada uma aproximação de segunda ordem : 2
)(2
ppaa QQQQDAf +
∆t, deve-se ter
Cr ≤ 0,79; onde Qp := vazão a ser calculada (m3/s).
d) Se for usada outra aproximação de segunda ordem : 22
)(2
papa QQQQDAf ++
∆t, têm-se
Cr ≤ 0,56.
e) Se for usada uma aproximação de segunda ordem do tipo: ap QQDAf
2∆t, qualquer valor
de Cr fornece resultados estáveis. Para uma melhor acurácia, deve-se ter Cr ≤ 0.79.
Nos casos (c) e (d) acima, como a vazão “Qp” é desconhecida, há necessidade
de interação. No caso (e), resulta uma equação linear que pode ser diretamente resolvida, e
que segundo Anderson et. al. (1991) é a melhor modelação.
Finalmente, Wylie e Streeter (1993) também citam que nos casos de
escoamento não-permanente, nos quais as perdas de energia devido aos efeitos viscosos são
muito importantes, a aproximação introduzida na integração do termo de atrito pode ser fonte
de problema, e assim a modelação imprecisa do termo de atrito será um resultado incorreto, o
qual pode, ou não, ser prontamente aparente.
Retornando ao estudo do fator de atrito transitório Chaudhry (1987), ao estudar
o fenômeno do golpe de aríete em uma válvula reguladora de pressão, dentro do projeto do
8
“Jordan River Redevelopment”, localizada na “British Columbia”, Canadá, obteve o seguinte
resultado:
Figura 1 – Variação da pressão (eixo y) ao longo do tempo (eixo x) em uma válvula redutora
de pressão. Comparação entre valores medidos (linha cheia) e valores simulados (linha
tracejada)
Fonte: CHAUDHRY (1987)
Os valores teóricos e medidos da pressão transitória concordam bem até 18s.
Depois disto, há uma boa concordância dos resultados, entretanto os resultados experimentais
evidenciam que as ondas de pressão são mais rapidamente dissipadas do que as indicadas pelo
modelo teórico. Além do mais, o período medido das oscilações de pressão é menor que o
período teórico. Uma das causas dessas discrepâncias, segundo Chaudhry, pode ser o uso do
fator de atrito em escoamento permanente para simular as perdas por atrito em regime
transitório. Um outro motivo pode ser a redução da celeridade quando ocorre os valores
mínimas da pressão durante o transitório (aparecimento de bolhas de ar).
A modelação usada por Chaudhry (1987), para a obtenção da figura (1), é o
método das características. Na modelação é usado o termo cinético, e também são levados
em conta as perdas localizadas. O autor assumiu que as perdas localizadas podem ser
modeladas como perdas de cargas distribuídas.
Wylie e Streeter (1993) tecem mais considerações do que Chaudhry (1987). Há
a seguinte ilustração:
9
Figura 2 – Variação da pressão (adimensional; e no eixo y) ao longo do tempo (adimensional;
e no eixo x). Comparação entre valores experimentais (linha contínua mais grossa), valores
simulados usando um fator de atrito variável (linha contínua fina) e valores simulados usando
fator de atrito em escoamento permanente (linha tracejada). O regime permanente inicial era
laminar. Fechamento instantâneo da válvula.
Fonte: WYLIE e STREETER (1993)
O gráfico acima refere-se ao histórico da pressão correspondente a um
fechamento de válvula em um sistema RTV com perda significativa. Os dados da linha
tracejada correspondem a um fator de atrito em regime permanente laminar, obtidos de um
programa básico de transitório hidráulico. Há uma razoável concordância dos dados teóricos
com os dados experimentais para os primeiros (2L/a) segundos, onde L é o comprimento da
tubulação e a é a celeridade; depois os resultados físicos mostram um amortecimento mais
rápido da pressão, com arredondamento da forma do gráfico à medida que o tempo aumenta,
até chegar a uma forma de decaimento de onda senoidal. Esta falta de concordância depois do
período inicial sugere que o método numérico não está fornecendo uma descrição apropriada
do comportamento transitório do sistema físico.
Alguns fatores, segundo Wylie e Streeter (1993), que não estão incluídos no
modelo computacional, e que podem estar influenciando o amortecimento físico da onda
incluem: comportamento inelástico não-linear da parede do tubo, comportamento inelástico
não-linear do fluido, gás livre no líquido ou liberação de gases dissolvidos durante a fase do
ciclo no qual a pressão é baixa, propriedades da parede do tubo dependentes da freqüência ou
perdas por atrito dependentes da freqüência. No caso de escoamento laminar oscilatório, o
último mecanismo demonstrou ser uma razão para perdas adicionais. No escoamento
turbulento a modelação do caso oscilatório tem recebido extensivos esforços.
10
Finalmente, Wylie e Streeter (1993) concluem que o programa básico é
suficientemente preciso durante o tempo inicial, e que a dependência da freqüência é mais
pronunciada quando ocorrem altas freqüências e em fluidos muito viscosos, e é menos
significante em número de Reynolds elevado.
11
4. REVISÃO DA LITERATURA.
Richardson e Tyler (1929) conduziram experimentos usando ar como fluido, e
observaram um pico de velocidade elevada nas vizinhanças da parede do tubo no caso de
escoamento oscilatório laminar (vazão média nula). Estes picos de velocidades eram maiores
que a velocidade no centro do tubo. Este efeito ficou conhecido como o efeito Richardson.
Sexl (1930) analisou analiticamente o efeito Richardson partindo das equações
de Navier-Stokes para o escoamento laminar oscilatório, encontrando um perfil de velocidade
onde aparece a função de Bessel, e discutiu a influência da freqüência de oscilação sobre o
perfil de velocidade.
Szymanski (1932) estudou escoamentos laminares dependentes do tempo. No
caso em que o fluido estava inicialmente em repouso e um gradiente de pressão constante é
aplicado, o autor encontrou um perfil de velocidade que também depende da função de
Bessel. Quando o tempo tende ao infinito, o perfil de velocidade derivado assume a forma do
perfil de velocidade de Poiseuille, sendo que para t* = (tν)/(R2) = 0,75, o perfil é praticamente
parabólico, onde:
t* := tempo adimensionalizado (-)
t :=tempo (s)
ν := viscosidade cinemática (m2/s)
R := raio do tubo (m)
Valensi (1947) analisou o escoamento laminar oscilatório em um tubo em U, e
obteve o seguinte parâmetro (adimensional):
νω 2R
=Ω (4)
Ω := parâmetro de Valensi (similar ao número de Stokes) (-)
ω := freqüência oscilatória (rad/s)
- Se Ω < 20; o perfil de velocidade será parabólico como no regime
permanente.
- Se Ω > 70, há um núcleo central no escoamento, quase livre das forças
cisalhantes, o qual é circundado por uma camada de escoamento oscilatório
próximo à parede do tubo.
Segundo Valensi, o fator de atrito é dado pela seguinte expressão:
f = 5,784πµ (5)
12
µ := viscosidade dinâmica (Pa.s)
A tensão cisalhante na parede, para o perfil turbulento, é dada por:
τ = 0,82µV(Ω)1/2R-1 (6)
τ := tensão de cisalhamento instantânea (N/m2)
V := velocidade média instantânea (m/s)
Iberall (1950) fez um estudo teórico sobre a atenuação e defasagem da variação
de pressões oscilatórias em linhas instrumentais com escoamento laminar. O parâmetro de
amortecimento é também função das equações de Bessel.
Uchida (1956) forneceu uma solução exata para o escoamento viscoso laminar
unidimensional plenamente desenvolvido e pulsatório (com vazão média temporal diferente
de zero) de um fluido incompressível em tubos. Uchida (1956) parte das equações de Navier-
Stokes, expressando o gradiente de pressão por uma série de Fourier. Este gradiente de
pressão possui um valor médio temporal e outra parcela representando as oscilações
temporais. O perfil de velocidade também apresenta uma parcela com valor médio temporal e
mais uma parcela com oscilações temporais:
∑∞
=
+=∂∂
−1
1ω
ωωρ
tio exx
xp (7)
xω = xcω + ixsω (8)
i := unidade imaginária (-)
xω := associado a amplitude do gradiente de pressão oscilatório (m/s2)
xo := associado ao gradiente de pressão médio temporal (m/s2)
ω := frequência angular (rad/s)
t := tempo (s)
xcω := representa amplitude das vibrações (m/s2)
xsω := idem (m/s2)
O perfil de velocidade encontrado é:
∑∞
=
−−−∂∂
−=
1 23
23
22 ])(
)(1[)(
4
)(
ω
ωω
ωµti
o
o ekRiJ
kriJixrRx
p
u (9)
)(xp∂∂
− := gradiente de pressão média temporal (N/m3)
R := raio do tubo (m)
r := raio genérico (m)
13
Jo := função de Bessel de ordem zero (-)
k := inverso da profundidade de penetração (inverso da espessura da camada de Stokes) (m-1)
k = (ω/ν)1/2 (10)
O atraso de fase da variação de velocidade com o gradiente de pressão aumenta
de zero no movimento permanente para (π/2) em pulsações de freqüência infinita.
Uchida também analisou as seguintes simplificações:
a) Vibração lenta: kR << 1
Quando um líquido altamente viscoso pulsa fracamente em um tubo estreito, o
parâmetro kR torna-se pequeno e é possível fazer simplificações na eq. (9). O perfil de
velocidade neste caso é dado por:
]1)[(41 22
xprRu∂∂
−−=ρν
(11)
A distribuição de velocidade é dada por uma parábola como no caso do
escoamento permanente de Poiseuille, enquanto que a magnitude da velocidade varia
periodicamente na mesma fase do gradiente de pressão.
b) Vibração rápida: kR → ∞
Quando um líquido fracamente viscoso pulsa rapidamente em um tubo largo, o
parâmetro kR torna-se elevado de modo que quando kR > 10 novamente é possível fazer
simplificações na eq. (9). O perfil de velocidade próximo ao eixo da tubulação é dado pela
seguinte expressão, considerando-se que neste caso, kR → ∞ e kr → 0 :
∑∞
=
−+−+−∂∂
−=
1
22 )2
sen()2
cos()(4
)(
ω
ωω πωω
πωωµ
tx
tx
rRxp
u sc (12)
Agora, na pulsação rápida, o fluido escoa no centro do tubo defasado de (π/2)
da onda do gradiente de pressão, e a amplitude da velocidade diminui com o aumento da
freqüência.
O movimento próximo à parede do tubo é feito fazendo-se kR → ∞ e kr → ∞,
e o perfil de velocidade resultante é dado por:
14
∑∞
=
−∂∂
−+−∂∂
−=
12
222 )[sen(
)(8)(
8)(
4
)(
ω
ω ωµµ
tkRx
xxpRrRx
p
uo
c
∑∞
=
−−−−
−+−+−
−−1
2)(
22
)(
cos()cos([)(
8)]2
)(sen(ω
ω ωωω terRt
kRxxrRkte
rR rRk
o
srRk
)]2
)( rRk −− (13)
Uchida (1956) observa que o valor da velocidade máxima ocorre nas
vizinhanças da parede do tubo no caso da vibração rápida, consoante o efeito anular de
Richardson.
Uchida (1956) também disponibiliza gráficos para 4 tipos de perfis de
velocidades em função do parâmetro kR e de pulsação monocromática, ilustradas nas figuras
(3), (4), (5) e (6). Estes gráficos representam a parcela do perfil de velocidade que possui as
oscilações temporais.
15
Figura 3 – Gráfico (adimensional) da parcela do perfil de velocidade (que possui as oscilações
temporais) para o parâmetro kR = 1.
Fonte: UCHIDA (1956)
16
Figura 4 – Gráfico (adimensional) da parcela do perfil de velocidade (que possui as
oscilações temporais) para o parâmetro kR = 3.
Fonte: UCHIDA (1956)
17
Figura 5 – Gráfico (adimensional) da parcela do perfil de velocidade (que possui as oscilações
temporais) para o parâmetro kR = 5.
Fonte: UCHIDA (1956)
18
Figura 6 - Gráfico (adimensional) da parcela do perfil de velocidade (que possui as oscilações
temporais) para o parâmetro kR = 10.
Fonte: UCHIDA (1956)
19
Uchida (1956) calculou a velocidade média seccional, fornecendo a amplitude
e a defasagem, conforme a figura (7), para o caso de pulsação monocromática:
Figura 7 – Coeficientes de amplitude e defasagem da velocidade média seccional em relação
ao gradiente de pressão para diversos valores do parâmetro kR (Pulsação monocromática).
Fonte: UCHIDA (1956)
Na figura (7), temos que σu representa uma amplitude da velocidade média seccional e δu
representa a defasagem da velocidade média seccional em relação ao gradiente da onda de
pressão.
Uchida (1956) calculou o coeficiente de atrito superficial (Cf), tanto para um
número elevado de pulsações como para a pulsação monocromática. No caso da pulsação
monocromática, há novamente um gráfico, ilustrado na figura (8) que relaciona a amplitude e
a defasagem:
20
Figura 8 – Coeficientes de amplitude e defasagem da tensão cisalhante em relação ao
gradiente de pressão para diversos valores do parâmetro kR (Pulsação monocromática).
Fonte: UCHIDA (1956)
Na figura (8) temos que στ representa uma amplitude da tensão cisalhante na
parede do tubo e δτ representa a defasagem de fase da tensão cisalhante na parede do tubo em
relação ao gradiente da onda de pressão.
Observa-se que o ângulo de defasagem de fase da velocidade média seccional
está muito mais atrasada em relação a onda pulsativa do gradiente de pressão comparada ao
coeficiente de atrito superficial, que encontra-se menos atrasada em relação ao mesmo
gradiente de pressão.
Finalmente, Uchida (1956) alerta que no movimento oscilatório com altas
freqüências e amplitudes finitas, a compressibilidade do fluido pode não ser desprezível, e
assim as análises acima deixam de ser válidas.
Streeter e Lai (1962) analisaram o transitório hidráulico levando em conta o
fator de atrito (usando para isto a tensão de cisalhamento de regime permanente). Neste
kR
21
artigo, foi considerada apenas a dependência do fator de atrito como função da velocidade
média, diâmetro, viscosidade cinemática e rugosidade relativa. No tocante ao fator de atrito,
os autores informam que pode-se adotar um fator de atrito constante (o mesmo do escoamento
permanente inicial) durante o cálculo computadorizado , ou através de uma sub-rotina de
cálculo para a avaliação do fator de atrito como sendo função do número de Reynolds
(baseado em valores de velocidade média instantâneas oriunda do próprio processo
computacional) e da rugosidade relativa. Além do estudo teórico, os autores realizaram
estudos experimentais em um sistema reservatório-tubo-válvula (RTV), validando o modelo
conceitual.
Neste mesmo trabalho, houve discrepância no caso do escoamento inicial
laminar. Na época, Streeter e Lai (1962) informaram que a possível fonte de problema poderia
ser a hipótese de escoamento uniforme na secção transversal ou refinamento na técnica
experimental, e que este tipo de discrepância deveria ser fonte de futuras pesquisas.
Holmboe e Rouleau (1967) realizaram um estudo também teórico e
experimental da queda de pressão em tubos devido ao atrito dependente da freqüência. Os
estudos originam-se das equações de Navier-Stokes, usam a transformada de Laplace, com
regime inicialmente permanente e laminar. Os autores apresentaram gráficos adimensionais
experimentais da pressão versus o tempo (este também em sua forma adimensional).
Em seus estudos, notou-se que no caso do óleo viscoso, há um amortecimento
mais rápido da onda de pressão.
Os autores apresentaram então para o primeiro ciclo da onda de pressão
(fechamento instantâneo da válvula), a seguinte equação:
3 2***
6721),0( ttt
aUptp v
ππρ+++=
− para 0 < t* < 2t0* (14)
onde
p(0,t) := pressão na válvula em qualquer instante (N/m2)
pv := pressão na válvula em t = 0 (N/m2)
U := velocidade média inicial (m/s)
t* = νt/R2 (-)
t0* = νL/aR2 (-)
L = comprimento da tubulação (m)
Os outros símbolos já foram definidos anteriormente.
22
3 2***
6721
),0(ttt
aUptp v
ππρ+++=
− + termos que dependem da função erro
complementar e enésimas integrais da função erro complementar para 2t0* ≤ t* < 4t0
* (15)
Os valores teóricos das equações (14) e (15) adequam-se bem aos valores
experimentais.
Zielke (1968) discutiu brevemente que se o gradiente de pressão é dependente
do tempo, a distribuição de velocidade (quando o escoamento é inicialmente laminar) deixa
de ser parabólico, e além disto, a tensão de cisalhamento na parede não está em fase com a
velocidade média instantânea e também forneceu a seguinte explicação: em escoamento
laminar (e também no turbulento), a tensão de cisalhamento na parede é dada por µ(∂u / ∂r)
onde µ é a viscosidade e (∂u / ∂r) é o gradiente de velocidade na parede. Quando ocorre o
regime transitório, o gradiente de pressão age e afeta o fluido diferentemente na camada
limite e na parte central do escoamento. Na camada limite, as forças de inércia são pequenas e
as forças de atrito predominam, de modo que a velocidade junto a parede responde em fase
com o gradiente de pressão.
Na parte central do escoamento predominam os efeitos inerciais, de modo que
o gradiente de pressão está em fase com a aceleração do fluido. Como resultado, o gradiente
de velocidade na parede, e consequentemente a tensão de cisalhamento na parede, mudará
antes da velocidade média. Isto significa que o termo de atrito baseado na velocidade média
não modela adequadamente as perdas no regime não-permanente.
Zielke (1968) usou uma função peso aplicada ao histórico temporal do
escoamento não-permanente laminar em uma secção para obter uma solução no domínio do
tempo com o método das características. Baseado nas equações de Navier-Stokes, a tensão de
cisalhamento na parede para o regime transitório é dada por:
∫ −∂∂
+=t
wswu dtttWtV
D 0
')'(4ρνττ (16)
τwu := tensão de cisalhamento na parede para o regime transitório (N/m2)
τws := tensão de cisalhamento na parede para o regime permanente (N/m2)
W(t-t’) := função peso.
Os outros símbolos já foram definidos anteriormente.
A eq.(16) ilustra que a tensão de cisalhamento instantânea na parede é a soma
do seu correspondente regime permanente (usando como velocidade de referência a
23
velocidade média instantânea) mais um termo com um fator de ponderação que quantifica o
histórico da mudança de velocidade.
Os resultados de Zielke concordam bem com os dados experimentais de
Holmboe e Rouleau (1967).
Wood e Kao (1968) também identificaram o problema do uso do fator de atrito
do escoamento permanente para modelar o fator de atrito de escoamento transitório. Os
estudos foram baseados tanto teoricamente como experimentalmente. Os autores tentaram
adequar um fator de atrito dinâmico, sem obter sucesso. Este fator de atrito dinâmico era
função do número de Reynolds e dado por: ][ln(Re)]2532,0ln(Re)925,30983,15[ 2−+−= efu (17)
fu := fator de atrito para o escoamento não-permanente (-)
Os autores concluíram que o gradiente de velocidade local é de importância
primária, além de outras propriedades do tubo.
Brown (1969) realizou um tratamento distinto de Zielke (1968), apresentando
valores para a impedância do sistema para altas e baixas freqüências. O autor apresentou uma
tabela (reproduzida aqui como tabela I) para baixas freqüências com valores calculados para a
inertância do sistema em forma adimensional.
Tabela I – Valores da Inertância (em forma adimensional) como função do Número de
Reynolds, para baixas freqüências.
Fonte: Brown (1969)
I := inertância (Kg/m3)
Número de Reynolds I/ρ
Escoamento Laminar 4/3
2500(turbulento) 1,113
104 1,049
105 1,020
106 1,012
107 1,008
∞ 1,000
24
Já Brown, Margolis e Shah. (1969) estudaram o comportamento do regime de
escoamento turbulento oscilatório com pequenas amplitudes e diferentes freqüências, através
do uso do modelo de múltiplas camadas e pela introdução de uma modelação aproximada de
tensões turbulentas. Os autores concluem que o amortecimento da onda de pressão é também
uma função do parâmetro Ω (parâmetro de Valensi) e também que há três tipos de resposta do
escoamento:
- Se Ω é pequeno, a resposta é quase-estacionária, e o fator de atrito
instantâneo aumenta e decresce ao longo da curva do escoamento permanente.
- Se Ω é um valor intermediário, a resposta é mista, com uma estrutura
turbulenta muito agitada.
- Se Ω é elevado, a resposta é laminar, onde o fator de atrito f varia com o
número de Reynolds e com a mesma declividade do escoamento laminar [ver
figura (9)]. A magnitude do fator de atrito também aumenta com a freqüência.
A figura (9) abaixo ilustra as conclusões de Brown, Margolis e Shah (1969).
Figura 9 – Fator de atrito em escoamento transitório em função do Número de
Reynolds baseado na velocidade média temporal (ilustração do efeito da
frequência).
Fonte: BROWN, MARGOLIS e SHAH (1969)
Wood e Funk (1970) propuseram um modelo para a dissipação viscosa em
regime transitório ocorrendo em uma camada limite. O regime inicial é permanente. Através
deste modelo, os autores estudam a atenuação inicial da onda de pressão. O modelo prevê o
25
escoamento reverso na camada limite devido à passagem da onda de pressão. Através da
análise da dissipação de energia, e comparação com dados experimentais, os autores mostram
que a dissipação transitória inicial é de 3,4 a 1,4 vezes maior que a prevista usando o modelo
de regime permanente. A faixa de Reynolds usada na experiência variou de 10300 até 34000,
respectivamente.
Vasiliev e Kvon (1971) trabalharam com escoamento turbulento não-
permanente uniforme e utilizam equações de Reynolds tanto para a modelagem da turbulência
e para a equação de energia da turbulência. Impõem uma vazão periódica (com ou sem vazão
média nula), e encontram que um fator λ, associado a um fator de atrito de escoamento
transitório, pode adquirir valores negativos, pois, em alguns instantes, aparece uma
velocidade reversa na parede do tubo, enquanto a velocidade média instantânea permanece
positiva. O fator de atrito λ depende do número de Reynolds (este baseado na velocidade
média seccional da vazão média), da amplitude da oscilação periódica da vazão e da
freqüência adimensional ω0 = ωD2/ν (similar ao parâmetro de Valensi).
Os autores apresentam gráficos nas figuras (10) e (11) com o fator de atrito em escoamento
transitório.
Figura 10 – Fator de atrito para escoamento oscilatório em função da vazão relativa
instantânea, para número de Reynolds igual a 105, amplitude da oscilação periódica da vazão
26
igual a 0,5 da freqüência adimensional ω0 = ωD2/ν igual a 104 para a curva 1 e ω0 = 106 para a
curva 2.
Fonte: VASILIEV e KVON (1971)
Figura 11 – Fator de atrito para escoamento oscilatório (vazão média nula) em função da
vazão relativa instantânea, para número de Reynolds igual a 50000 e freqüência
adimensional ω0 = ωD2/ν igual a 106.
27
Fonte: VASILIEV e KVON (1971)
No caso de vazão periódica com valor médio nulo, o fator de atrito λ assume
valores infinitos quando a vazão instantânea torna-se nula (ver figura 11).
Zielke e Hack (1972) apresentam as equações sobre a resposta em freqüência:
CiLiR ωωγ )( += (18)
CiLiRZc ω
ω )( += (19)
gDAfQR /0= (20)
L = I/ρgA (21)
C = gA/a2 (22)
Onde:
γ := constante de propagação (1/m)
R := resistência do tubo (s/m3)
Q0 := vazão média em regime permanente (m3/s)
L := termo englobando a inertância (s2/m3)
C := compliância (m)
Zc := impedância característica (s/m2)
28
ω := freqüência oscilatória (rad/s)
I := inertância (Kg/m3)
Os outros símbolos já foram anteriormente definidos.
No caso do escoamento laminar, tem-se:
(R + iωL) =
−−
−
+
νω
νω
νω
ωiDJiD
iDJ
gAi
24
21
0
1
(23)
Para baixas freqüências, têm-se as seguintes simplificações:
R = 32ν/gAD2 (24)
L = 4/3gA (25)
As equações (24) e (25) são válidas para 0,5D(ω/ν)1/2 < 0,5.
Em altas freqüências (para 0,5D(ω/ν)1/2 > 10), pode-se escrever:
R = [πν/gA2][D(ω/2ν)1/2 + 3] (26)
L = (1/gA)1 + [(8)1/2 / D(ω/ν)1/2] (27)
Funk e Wood (1974) estudaram o comportamento do decaimento de pressão
em escoamento turbulento para freqüências com pequena amplitude. O fator de atenuação
encontrado é:
α = 2νφ/aD∆ (28)
α := fator de atenuação (m-1)
φ := fator de dissipação (que é função do adimensional θ) (-)
∆ := espessura da camada limite em regime permanente (m)
∆ = 8D/(f*Re) (29)
θ = ω∆2/ν (θ é adimensional) (30)
ω := freqüência oscilatória (rad/s)
a := celeridade (m/s)
Os outros símbolos já foram definidos anteriormente.
Para θ < 2,7; os efeitos viscosos transitórios em função da freqüência são
insignificantes e uma aproximação quase-permanente é aceitável.
Trikha (1975) desenvolve uma outra função peso para o escoamento não-
permanente laminar (modificando o procedimento de Zielke (1968)), o qual oferece a
29
vantagem de não exigir armazenamento para o histórico do escoamento, reduzindo o esforço
computacional. O autor também sugere a mesma formulação para o regime transitório
turbulento:
O trabalho de Letelier e Leutheusser (1976) procurou quantificar o fator de
atrito em um tubo em “U”, para escoamento não permanente laminar, e chegaram às seguintes
equações:
fu = 8ξωnR/V (31)
fu := fator de atrito transitório (-)
ξ := fator de atrito constante (-)
ωn := freqüência natural de oscilação (rad/s)
R := raio do tubo (m)
V := velocidade média instantânea (m/s)
ξ = “Re”
)(
)(
2
2
2
1
2
νων
ω
ων
RiI
RiI
Ri
n
n
n
(32)
onde “Re” representa a parte real da equação acima e os outros símbolos já são conhecidos.
ωn = (2g/L)1/2 (33)
L := comprimento da coluna líquida no tubo em “U” (m)
Para o fator (ωnR2/ν) << 10, tem-se:
ξ = 4/[(ωnR2/ν)] (34)
Para o fator (ωnR2/ν) > 100, tem-se:
ξ = cos (π/4)/[ [(ωnR2/ν)1/2] (35)
Para o regime turbulento, Kongeter (1980), apud Zielke (1983) e Wylie e
Streeter (1993), analisaram o escoamento periódico com velocidade média nula.
Kongeter(1980), apud Zielke (1983) e Wylie e Streeter(1993), apresentaram uma comparação
entre a tensão de cisalhamento transitória e a tensão de cisalhamento de regime permanente
na faixa de Reynolds entre 50000 e 150000 e para a freqüência adimensionalizada D(ωρ/µ)1/2
variando entre 470 e 900. O número de Reynolds, neste caso, é definido como:
Re = ADω/ν (36)
onde “A” é a amplitude do movimento do pistão.
As conclusões de Kongeter (1980), apud Zielke (1983) e Wylie e Streeter
(1993), são as seguintes: Para um número de Reynolds constante, quanto maior for à
30
freqüência adimensionalizada, maior será a razão entre a tensão de cisalhamento transitória e
a tensão de cisalhamento de escoamento estacionário.
Para um valor constante da freqüência adimensionalizada, quanto maior for o
número de Reynolds, menor será a razão entre a tensão de cisalhamento transitória e a tensão
de cisalhamento de escoamento estacionário.
Sharp (1981) citou que no caso de escoamento não-permanente existe uma
complexa interação no fluido, tanto na frente como atrás da onda de pressão. No caso de
líquidos, a onda de pressão nem sempre consiste de uma interface fina, mas abrange uma
região de transição “espessa” e a importância da interação da camada limite e a perda por
atrito não eram bem entendidas. O autor também expôs que os métodos numéricos sofrem de
uma falha, pois usam o fator de atrito quase-permanente, o qual não representa o fator de
atrito dependente do tempo, que é requerido quanto o transitório está presente. O mecanismo
da atenuação da pressão durante o transitório, devido ao atrito, exerce uma função importante
em sistemas altamente atenuantes, como tubulações conduzindo óleo ou tubulações de
plástico.
Almeida (1982), participou de um congresso sobre transitórios hidráulicos em
São Paulo, e questionou M. H. Chaudhry sobre o uso do fator de atrito, obtido para regime
permanente, aplicado em regime transiente. Almeida (1982), na mesma ocasião, apresentou
uma modelação da tensão de cisalhamento transiente como função do coeficiente de
Boussinesq.
M. H. Chaudhry, ao responder o questionamento de Almeida, ponderou que
como não se conhece a distribuição de velocidade, é difícil determinar o coeficiente de
Boussinesq, limitando assim o modelo de Almeida (1982). Além disto, M. H. Chaudhry
lembra que qualquer modelo não deve produzir instabilidades em um esquema de análise
numérica.
Fox (1984) também comentou que em escoamento transitório, as camadas
limites são mais espessas na presença de gradientes de pressão adversos comparadas com o
escoamento estacionário com o mesmo número de Reynolds. Se o gradiente de pressão
adverso é elevado, a camada limite pode separar-se do contorno sólido, com aumento elevado
da perda de energia.
Quando ocorre o gradiente de pressão favorável ou negativa, as camadas
limites do escoamento não-permanente são mais finas do que no caso do escoamento
estacionário com o mesmo número de Reynolds. Estas são as razões apontadas por Fox
31
(1984) para a falha dos valores do fator de atrito f de regime permanente para descrever
corretamente as condições de atrito do estado transitório.
Fox (1984) concluiu que o valor de f aceito para regime permanente não é
aplicável para o escoamento transitório, mas que os erros produzidos pelo uso de f do regime
permanente parecem não produzir erros significativos e que nenhum método satisfatório para
o cálculo de f em escoamento transitório estava disponível à época.
Stephenson (1984) afirma que f é realmente uma função da velocidade (média)
do escoamento como indicado pela equação de Colebrook-White ou pelo diagrama de
Moody, e que além disto f é também afetado pelo movimento não-permanente, mas que
nenhuma avaliação quantitativa para f estava disponível.
Brekke (1985) utilizou uma força amortecedora de atrito englobando termos de
escoamento permanente e dinâmico. Este termo dinâmico era função do coeficiente de atrito
do escoamento permanente, da secção transversal, da freqüência e da amplitude da oscilação.
A modelação de Brekke consistia nas seguintes equações:
K = τπD/ρQ0|q| (37)
K := fator de amortecimento por atrito (s-1)
Q0 := vazão em regime permanente (m3/s)
q := vazão relativa (m3/s)
q = Q/ Q0 (38)
Q := vazão instantânea (m3/s)
τ := tensão de cisalhamento instantânea (N/m2)
Desmembrando o efeito da tensão de cisalhamento, tem-se:
K = (τwsπD/ρQ0|q|) + (τwuπD/ρQ0|q|)*cos(π/8) + (τwuπD/ρQ0|q|)*i*sen(π/8) (39)
τwu := tensão de cisalhamento na parede correspondente ao regime transitório (N/m2)
τws := tensão de cisalhamento na parede devido ao escoamento permanente (N/m2)
A modelação da tensão de cisalhamento transitória será:
τwu = (1/2)fuρ(Q0|q|/A)2 (40)
fu := fator de atrito para o escoamento não-permanente (-)
A := área do tubo (m2)
E a expressão para o fator de atrito fu será:
fu = exp [-5,977 + 5,213(AKrω/ Q0|q|)0,194] (41)
32
Kr := fator de rugosidade relativa (m)
ω := freqüência oscilatória (rad/s)
Brekke (1985) informou que a expressão para o fator de atrito transitório fu é
baseado em uma fórmula empírica de Jonnson (1978), apud Brekke (1985), sobre leitos
rugosos marítimos.
A equação para o fator de atrito “fu” é válida para Q0|q|/AKrω maior que 1,57.
Se o parâmetro Q0|q|/AKrω for menor ou igual a 1,57, tem-se:
fu = 0,4725AKrω/ Q0|q| (42)
E finalmente para o fator de rugosidade relativa Kr (também empírico):
Kr = (400/A)[(5,977 + ln f)/5.213]5.155 (43)
f := fator de atrito para o escoamento permanente (-)
Quando o fator de atrito de escoamento permanente (f) for igual ou inferior a
0,002536, tem-se Kr = 0. Neste caso, o fator de atrito transitório fu será igual a 0,002536.
As aplicações do trabalho de Brekke (1985), foram fundamentadas em testes
em túneis e tubulações (penstocks) em hidrelétricas, com uso da matriz de transferência nos
cálculos, com bons resultados.
Chaudhry (1987) informou que procedimentos corretos para o cálculo do fator
de atrito dependente da freqüência (“frequency-dependent friction”) estavam sendo
conduzidos, e que era aceitável, na prática, assumir que as perdas de cargas no regime
transitório para uma dada velocidade de escoamento eram as mesmas que no escoamento
permanente.
Novamente Fox (1989) comentou que nas equações do transitório, o fator de
atrito f é tratado como constante, mas f é realmente variável e deve ser tratado como tal nas
equações. Mais à frente, o autor informa que durante certas fases do escoamento transitório
pode ocorrer que o número de Reynolds (Re) fique abaixo de 2300, ocorrendo pois o regime
laminar, e deste modo f deve ser estimado como (64/Re) durante o período de tempo em que o
escoamento quase-laminar está acontecendo.
De novo, Stephenson (1989) argumentou que a hipótese de um fator de atrito f
de regime permanente para condições transitórias não é estritamente correta. Informa,
33
também, que testes indicam que as perdas de carga durante o escoamento transitório são
maiores que aquelas previstas usando o fator de atrito de regime permanente. Stephenson
(1989) informa que provavelmente a energia é absorvida durante o escoamento reverso,
quando a velocidade é baixa e o fator de atrito é relativamente elevado.
Almeida (1989) propôs o seguinte modelo:
τwu = τws + (1/4)ρgD[∆J + λ1 + λ2] (44)
∆J := correção de tensão de cisalhamento (-)
λ1 e λ2: caracterizam efeitos especiais de inércia (trabalho de acelerar camadas de líquido com
velocidades e acelerações distintas) (-)
∆J = Cj(∂V/∂t) (45)
Cj := coeficiente de influência que leva em conta a história do regime transitório
correspondente ao intervalo de tempo entre o instante inicial e o instante de cálculo.
Determinado por via empírica ou semi-empírica. (s2/m)
V := velocidade média instantânea (m/s)
λ1 = (α’ – 1)(∂V/∂t)g-1 (46)
λ2 = (V/2g)(∂α’/∂t) (47)
α’ := coeficiente de quantidade de movimento (-)
Almeida (1989) também comentou que a hipótese quase-estacionária seria
válida quanto maior o número de Reynolds e mais lenta forem às variações de velocidade.
Jelev (1989) apresentou um modelo para o amortecimento da pressão no
escoamento transitório:
∆PN,X/∆PN-1,X = KX ≅ [1-(K” + δX)]2 (48)
∆PN,X := Queda de amplitude de pressão no instante N, na secção X. (N/m2)
∆PN-1,X := Queda de amplitude de pressão no instante anterior (N – 1), na secção X. (N/m2)
KX := constante de amortecimento na secção X. (-)
K” := coeficiente de amortecimento devido ao atrito interno da coluna líquida. (-)
δX := coeficiente representando as perdas distribuídas ao longo da tubulação. (-)
δX = (ρfV2X)/(4D∆PN-1,X) (49)
34
X := distância contada a partir da válvula (sistema RTV) (m)
No caso de X = 0 (válvula):
∆PN,0/∆PN-1,0 = K0 ≅ (1- K”)2 (50)
Jelev (1989) também forneceu o tempo de amortecimento (fórmula
aproximada) para a estabilização do novo regime permanente:
td = [1 – 1,3/log(KX)]T (51)
T = 4L/a (52)
td := tempo de amortecimento das oscilações na secção X (s)
T := período da tubulação (s)
L := comprimento da tubulação (m)
a := celeridade (m/s)
Jelev (1989) realizou experiências com tubulação de 125mm de diâmetro com
os seguintes resultados ilustrados na tabela II, para X = 0 (válvula).
Tabela II – Resultados Obtidos por Jelev (1989) – Fechamento rápido da válvula
Q0 (l/s) 9,4 13,5 16,5 19,0 Experimental
K0 (-) 0,92 0,91 0,90 0,89 Experimental
td0 (s) 36,9 T 32,75 T 29,4 T 26,7 T Calculado
Fonte: Jelev (1989)
Q0 := vazão em regime permanente (l/s).
Pelos resultados obtidos por Jelev, quanto maior a vazão inicial, menor será o
tempo para a estabilização do novo regime permanente, e além disto o parâmetro K0 varia
ligeiramente, sempre decrescente com a vazão inicial.
A metodologia de Jelev (1989) concorda com razoável precisão com os dados
experimentais de Holmboe e Rouleau (1967).
Suo e Wylie (1989) apresentaram o “Impulse Response Method” (ou método
da resposta impulso), abreviado como IMPREM, que quantificam fatores dependentes da
freqüência. No caso do atrito dependente da freqüência, as modificações sugeridas pelos
autores são as seguintes:
( ) 21
0
1
/)/(/21)(
−
−=Γ
νννsirisirJ
sirJasxs (53)
35
( ) 21
0
1
/)/(/21)(
−
−=
νννsirisirJ
sirJgAasZ (54)
Γ (s) := operador de propagação (-)
Z (s) := impedância característica para tubulação com atrito dependente da freqüência
(s/m2)
s := variável de Laplace (s-1)
Os outros símbolos já foram definidos anteriormente. No caso de transitório
hidráulico laminar, a metodologia de Suo e Wylie (1989) fornece bons resultados quando
comparados com os dados experimentais de Holmboe e Rouleau (1967).
Brunone, Golia e Greco (1991) propõem a seguinte fórmula para o termo de
atrito:
Ju = Js + (k3/g)[(∂V/∂t) – a(∂V/∂x)] (55)
Ju := perda de carga unitária do escoamento transitório (-)
Js := perda de carga unitária do escoamento estacionário (-)
k3 := constante relacionando efeitos do regime transitório entre a inércia local e o atrito (-)
a := celeridade (m/s)
Entretanto, o uso da eq.(55) apresenta problema para adequar-se a malha de
cálculo do método das características, pois altera a declividade das linhas características.
Além disto, os autores informaram que como o atrito depende da aceleração local (∂V/∂t), o
sistema de equações é muito sensível a acelerações.
Brunone; Golia e Greco (1991) sugerem o valor de “k3” como igual a 0,85.
Jönsson (1991) apresentou medições do perfil de velocidade usando o laser. O
autor observou que o amortecimento de pressão do transitório real é maior do que o
quantificado usando o fator de atrito de escoamento permanente, indicando uma necessidade
de usar um fator de atrito mais elevado durante a fase transitória.
Jönsson (1991) também realizou medições de pressão e velocidades no trecho
de sucção, só que agora fechando rapidamente a válvula em aproximadamente um segundo.
Neste caso, o aumento de pressão é mais rápido e de magnitude mais elevada do que no caso
de desligamento da bomba sem fechar a válvula.
Além disto, Jönsson (1991) alerta que quando a velocidade média seccional
instantânea é nula ou próxima de zero, o termo de atrito será muito pequeno, enquanto que o
36
escoamento encontra-se reverso próximo a parede do tubo e causando uma significativa
tensão de cisalhamento.
Vardy e Hwang (1991) utilizam uma modelação baseada em cilindros
concêntricos anulares conjuntamente com o método das características. Para o regime
laminar, a tensão de cisalhamento segue a lei de Newton da viscosidade, e no regime
turbulento, os autores dividem o escoamento em 5 regiões, fazendo uso da relação entre a
viscosidade cinemática turbulenta e a viscosidade cinemática molecular. O seu modelo prevê
o escoamento reverso.
Suzuki, Taketomi e Sato (1991) aperfeiçoam o método de cálculo de Zielke
(1968), sendo que as vantagens são o tempo de processamento menor e menor
armazenamento computacional, e que os resultados encontrados pelos autores são
semelhantes ao de Zielke.
Eichinger e Lein (1992) utilizam as equações de Navier-Stokes para a obtenção
do perfil de velocidade. As tensões de Reynolds são calculadas através do modelo k-ε de
turbulência. De posse do perfil de velocidade, calcula-se então a tensão de cisalhamento
transitório e a perda de carga unitária transitória. O modelo teórico apresenta uma
concordância razoável com os dados experimentais de Homboe e Rouleau (1967). O modelo
teórico também prevê o escoamento reverso próximo à parede.
Almeida e Koelle (1992) ponderam que a perda de carga do escoamento
transitório é relacionada com a tensão de cisalhamento na parede do tubo e a intensidade de
turbulência. O campo de velocidade do escoamento pode ser perturbado pelas ondas de
pressão não-permanente e, deste modo, não é mais válido usar o fator de atrito f do regime
permanente. A perda de carga pode ser calculada como uma função de diferentes parâmetros
e da velocidade do escoamento. Ambos comentam que o fator de atrito em regime transitório
deve ser um ponto de consideração e pesquisa, apesar de ser aceitável a aplicação do fator de
atrito f constante com escoamento não-permanente turbulento hidraulicamente rugoso de
fluidos newtonianos para casos reais.
Vardy, Kuo-Lun e Brown (1993) propõem o uso de uma função peso, similar
ao trabalho de Zielke (1968), para uso em escoamento transitório turbulento. No modelo
adotado o perfil de velocidade usado exibe uma camada anular laminar e um núcleo uniforme
de velocidade.
Elansary, Silva e Chaudhry (1994) apresentaram resultados numéricos, usando
dois modelos distintos, e comparando estes cálculos com dados experimentais em um sistema
37
similar ao RTV. O primeiro modelo é baseado na formulação clássica do transitório
hidráulico, com a tensão de cisalhamento igual ao de regime permanente. A segunda
modelação usa a interação fluido-tubo, com a inclusão da velocidade axial do tubo e da tensão
axial do tubo, e esta segunda modelação permite a quantificação da tensão de cisalhamento
transitória.
O primeiro modelo de Elansary, Silva e Chaudhry (1994) apresentou bons
resultados somente junto a válvula, em outras duas secções de medição ocorreram picos
teóricos de pressão bem superiores aos experimentais.
A segunda modelação de Elansary, Silva e Chaudhry (1994) apresentou
comportamento similar a primeira modelação, sendo que os picos teóricos de pressão eram
mais próximos aos experimentais.
Silva-Araya e Chaudhry (1994) quantificam a energia dissipada durante o
transitório levando em conta a função dissipação (que possui termos laminares e turbulentos,
estes representados pelas tensões de Reynolds). A energia dissipada é dividida em dois
termos, um correspondente ao regime permanente e o outro levando em conta a energia
dissipada devido ao transitório.
Para a resolução das equações, é mister estimar o perfil de velocidade. Assim,
um modelo de turbulência para as tensões de Reynolds é utilizado, e neste caso, usa-se um
modelo de distribuição de viscosidade turbulenta para a camada adjacente ao tubo e uma
viscosidade turbulenta constante para o núcleo do escoamento. Com isto, consegue-se
calcular a energia dissipada correspondente ao regime permanente e também ao regime
transitório.
Os autores definem então o fator de dissipação de energia como a razão entre a
energia dissipada correspondente ao regime transitório e a energia dissipada correspondente
ao regime permanente.
Este fator de dissipação de energia multiplica o termo de atrito na equação de
conservação de momentum.
O modelo teórico de Silva-Araya e Chaudhry (1994) apresenta bons resultados
para o transitório laminar, comparação realizada com os dados experimentais de Holmboe e
Rouleau (1967). A concordância do modelo teórico é melhor no meio do tubo, do que
próximo à válvula, onde o amortecimento da onda de pressão experimental não é bem
modelado para tempos superiores a 8L/a. (“L” é o comprimento total do tubo e “a” é a
celeridade).
38
Vardy e Brown (1995) utilizam novamente uma função peso, agora em um
escoamento transitório turbulento liso. Nesta modelação, os autores fazem uso de um perfil de
viscosidade turbulenta variando linearmente em uma fina camada próxima à parede do tubo, e
fora desta camada há uma viscosidade turbulenta de valor infinito, correspondendo então a
um perfil de velocidade uniforme. A função peso obtida depende das equações de Bessel.
Os autores, então, utilizam uma aproximação para a função peso, e nesta nova
abordagem, a função peso fica dependente do raio do tubo, da viscosidade cinemática, do
número de Reynolds e do instante considerado.
Silva-Araya e Chaudhry (1997) apresentam uma continuação do trabalho de
1994. Os autores informam algumas limitações do seu modelo, como por exemplo, a
velocidade média é próxima ao valor nulo e o fator de dissipação de energia tende ao infinito.
Neste caso, os autores assumem que o fator de dissipação de energia é igual a um (ou igual ao
de regime permanente) e a velocidade média também é assumida entre 2% e 5% da
velocidade média inicial em regime permanente.
Os autores apresentam duas razões para as discrepâncias no transitório laminar:
devido à baixa velocidade inicial em regime permanente, a velocidade nula é alcançada
rapidamente. O outro motivo é que as componentes da velocidade radial podem ter uma
contribuição significativa quando a velocidade axial é baixa e as tensões viscosas são
significativas.
Uma vantagem do modelo é que é adaptável ao método das características,
entretanto o tempo computacional e a necessidade de armazenamento de dados são três vezes
superiores do que usando o método das características com fator de atrito constante.
Rocha (1998) realizou comparações usando a modelação de Vardy, Kuo-Lun e
Brown (1993), a modelação usando o fator de atrito “f” constante e depois usando um fator de
atrito “f” variável. O sistema analisado foi um RTV (reservatório-tubo-válvula), com uso da
malha escalonada cruzada. Rocha (1998) então recomenda o uso do modelo com fator de
atrito “f” variável.
Poll (1999) trabalhou em uma modelação matemática de válvula de controle
automática em rede hidráulica. O autor observou a necessidade de usar um termo de atrito
transitório para a correta modelação da válvula de controle automática (pois a modelação
usando o fator de atrito “f” não refletia o amortecimento real do transitório, e isto conduzia a
valores incompatíveis para a modelação da válvula de controle automático).
Poll (1999) utilizou a expressão de Brunone, Golia e Greco (1991):
39
Ju = Js + (k3/g)[(∂V/∂t) – a(∂V/∂x)] (56)
Através de simulação numérica, Poll (1999) sugere que o valor de “k3” seja
igual 0,70. Este valor foi confirmado em experiências laboratoriais. Deve-se lembrar que este
termo de atrito dado pela equação (56) altera o método das características, havendo então
necessidade de interpolação.
Pezzinga (1999) apresentou um modelo quase bi-dimensional para a
modelação do escoamento transitório. O autor usou um modelo de turbulência baseado no
comprimento de mistura para a zona turbulenta e a lei de Newton da viscosidade para a
subcamada viscosa. Com isto, o autor obtém um perfil de velocidade. O modelo teórico
adequou-se bem aos dados experimentais (tanto no transitório laminar como no transitório
turbulento), entretanto há novamente um excessivo trabalho computacional (35 vezes maior
que o correspondente modelo unidimensional).
Axworthy, Ghidaoui e McInnis (2000) usam conceitos termodinâmicos para
quantificação da dissipação de energia em escoamento transitório em tubos, apresentando
uma equação para a tensão de cisalhamento na parede:
xVTVD
tVTDws ∂
∂+
∂∂
+=44ρρττ (57)
T := tempo de relaxação (adimensional), função da secção considerada e do instante
considerado, sendo determinado experimentalmente. O tempo de relaxação é relacionado à
derivada segunda da entropia em relação à velocidade, quando a velocidade assume valor
nulo.
Este modelo altera o método das características, mas fornece bons resultados
comparados aos dados experimentais. Em seu modelo numérico, os autores utilizaram um
valor de “T” constante para facilitar a quantificação.
Larock, Jeppson e Watters (2000) também citam que o uso do fator de atrito
em regime permanente para o escoamento transitório é apenas uma aproximação, e que não é
levado em conta o comportamento fundamental do fluido em escoamento transitório: como há
uma mudança de velocidade relativamente rápida, ocorrendo também escoamento reverso, o
perfil de velocidade torna-se muito complexo e, portanto, o cálculo da tensão cisalhante e da
dissipação de energia é difícil.
He e Jackson (2000) estudam a turbulência que ocorre no escoamento
transitório. Os autores informam que a difusão da turbulência e a propagação da camada
viscosa de Stokes são características importantes para escoamentos turbulentos transitórios
40
não-periódicos. Os autores apresentam um parâmetro que caracteriza o comportamento da
turbulência no escoamento transitório:
)1(0 dt
dVUU
D
τ
γ = (58)
Uτ0 := velocidade de atrito, correspondente ao regime permanente (m/s)
U := velocidade inicial em regime permanente (m/s)
γ := parâmetro adimensional (-)
Se γ é bastante inferior a um, a estrutura de turbulência do escoamento
transitório comporta-se similarmente à estrutura de turbulência do escoamento permanente.
Se γ é superior a um, a estrutura de turbulência do escoamento transitório difere bastante do
regime permanente.
Brunone et al. (2000) realizaram um estudo experimental para a determinação
do perfil de velocidade em escoamento transitório. As secções de medição estavam
localizadas imediatamente a montante de uma válvula e no meio da tubulação de um sistema
RTV. O valor do número de Reynolds, correspondente ao regime permanente, é da ordem de
67000 para o teste nº 1 (figura 12) e de 87000 para o teste nº 2 (figuras 13 e 14).
Os perfis de velocidade, de fato, apresentam um comportamento reverso
próximo à parede do tubo, e há também assimetria no perfil de velocidade encontrado. As
figuras (12), (13) e (14) ilustram os resultados experimentais dos autores.
41
Figura 12 – Teste nº 1: Resultados experimentais com o histórico temporal da pressão (eixo
“x” é o tempo (s) e eixo “y” é a carga piezométrica (m)) e perfis de velocidade
correspondentes. No eixo “x” é a velocidade média local (mm/s) e no eixo “y” é a distância
radial adimensionalizada.
42
Fonte: BRUNONE et al. (2000)
Figura 13 - Teste nº 2: Resultados experimentais com o histórico temporal da pressão (eixo
“x” é o tempo (s) e eixo “y” é a carga piezométrica (m)) e perfis de velocidade
correspondentes. No eixo “x” é a velocidade média local (mm/s) e no eixo “y” é a distância
radial adimensionalizada.
43
Fonte: BRUNONE et al. (2000)
Figura 14 - Teste nº 2 (continuação): Resultados experimentais com o histórico temporal da
pressão (eixo “x” é o tempo (s) e eixo “y” é a carga piezométrica (m)) e perfis de velocidade
correspondentes. No eixo “x” é a velocidade média local (mm/s) e no eixo “y” é a distância
radial adimensionalizada.
44
Fonte: BRUNONE et al. (2000)
Pezzinga (2000) utiliza a função sinal para quantificar melhor o modelo de
Brunone, Golia e Greco (1991). O autor propõe:
Ju = Js + (k2/g)[(∂V/∂t)] – sgn[V(∂V/∂x)] (ak2/g)[(∂V/∂x)] (59)
Ju := perda de carga unitária do escoamento transitório (-)
Js := perda de carga unitária do escoamento estacionário (-)
k2 := constante (-)
45
a := celeridade (m/s)
sgn := função sinal
Para um sistema RTV, a aceleração convectiva é menor que zero para
fechamento de válvula à jusante, e a aceleração convectiva é maior que zero para fechamento
de válvula à montante. Pezzinga (2000) não faz uso do método das características.
O autor compara seu modelo teórico com dados experimentais próprios, e o
modelo fornece resultados precisos para os valores extremos da pressão oscilatória, apesar do
modelo não acompanhar a forma da oscilação.
Pezzinga (2000) informa que a inclusão deste seu modelo aumenta o tempo de
processamento em 40% em relação ao tempo de computação usando um fator de atrito de
regime permanente.
Viaro (2001) realiza uma comparação entre os modelos de Brunone, Golia e
Greco (1991) e Vardy, Kuo-Lun e Bronw. (1993) com dados experimentais próprios. Viaro
(2001) conclui que o modelo de Vardy, Kuo-Lun e Brown (1993) é mais complexo e além
disto não modelou bem os resultados experimentais. A modelação de Brunone et al. (1991)
fornece melhores resultados, mas o parâmetro “k3” não é constante e além disto há
necessidade de ser realizada interpolações, alterando então o método das características.
Bergant et al. (2001) recomendam o uso do modelo usando o fator de atrito “f”
de regime permanente em transitório hidráulico quando o tempo de fechamento da válvula for
superior a (20L/a). (“L” é o comprimento da tubulação e “a” é a celeridade).
Bergant, Simpson e Vítkovský (2001) apresentam suas contribuições para a
modelação do fator de atrito em escoamento transitório:
))((2xVVsigna
tV
VVkDffu ∂
∂+
∂∂
+= (60)
sign(V) = +1; se V ≥ 0; se V < 0, então sign(V) = -1.
fu := fator de atrito para o escoamento não-permanente (-)
f := fator de atrito para o escoamento permanente (-)
k := coeficiente (-)
k = (1/2)(C*)1/2 (61)
C* = 0.00476 para o escoamento laminar
C* = )Re3,14log( 05,0
Re41.7
− para o escoamento turbulento. O número de Reynolds refere-se a
velocidade inicial em regime permanente.
46
Os autores também conduzem ensaios experimentais. Para o transitório
laminar, o modelo teórico fornece excelente resultado, sendo o aumento do tempo de
computação de 20% em relação ao tempo de computação usando um fator de atrito de regime
permanente.
Para o regime transitório turbulento com números de Reynolds baixos (menor
que 10.000), o modelo também possui bons resultados, com discrepâncias a partir da sexta
onda de pressão positiva.
Os autores ponderam que o modelo pode fornecer resultados melhores caso
estime-se o valor da constante “k” através de procedimento empírico ou usando uma malha
numérica mais complexa.
Bergant Simpson e Vítkovský (2001) propõem como pesquisa futura um
modelo para a constante “k” como função do número de Reynolds instantâneo, e também
pesquisas do modelo para números de Reynolds mais elevados (de 100.000 até 10.000.000).
Finalmente, Bergant, Simpson e Vítkovský (2001) estudaram a convergência e
estabilidade do modelo numérico com 8, 16 e 32 trechos, e os resultados foram
numericamente estáveis e convergentes.
Ghidaoui e Kolyshkin (2001) fizeram um estudo teórico sobre a estabilidade
linear do perfil de velocidade em escoamentos transitórios em um sistema RTV para
fechamento de válvula.
Para o escoamento inicial laminar (Poiseuille), os autores derivam o perfil de
velocidade local para a primeira passagem da onda de pressão em uma secção e também o
perfil de velocidade na mesma secção quando a onda de pressão é refletida pelo reservatório.
Estes perfis de velocidade dependem da velocidade final do novo regime
estacionário, da função erro complementar, da distância radial e o tempo de chegada da onda
de pressão até a secção considerada. A figura (15) seguinte ilustra os perfis de velocidade
para a primeira onda de pressão e para a onda de pressão refletida (escoamento inicial
laminar).
Figura 15 – Perfis de velocidade (transitório laminar) para diversas manobras de fechamento
da válvula. Passagem da primeira onda positiva. Legenda: ufav := velocidade final do novo
regime permanente. t := tempo decorrido da passagem da onda.
47
Fonte: GHIDAOUI e KOLYSHKIN (2001)
Observa-se, na figura (15), que aparece o escoamento reverso próximo a
parede. Os autores também observam em seus experimentos que ocorre o escoamento reverso
em toda a secção transversal, com pico de velocidade novamente próximo a parede. Nota-se
também que quanto mais violento for o transitório (fechamento mais rápido da válvula), mais
pronunciado será o escoamento reverso e o pico de velocidade próximo a parede.
Os parâmetros importantes que caracterizam a estabilidade do perfil de
velocidade transitório são o número de Reynolds baseado na velocidade máxima em regime
48
permanente (eixo do tubo) e o tempo adimensionalizado em função do tempo de difusão, que
é o raio do tubo elevado ao quadrado, e dividido pelo viscosidade cinemática do líquido.
Ghidaoui e Kolyshkin (2001) informam que quando a perturbação corresponde
ao modo axissimétrico, não há aparecimento da instabilidade.
Mas se a perturbação corresponde ao modo sem simetria, aparece instabilidade
no perfil de velocidade transitório.
A instabilidade tem maior influência quando não há a onda refletida. Lembrar
que toda a análise acima corresponde ao transitório laminar.
No caso de escoamento inicial turbulento, o perfil de velocidade inicial é dado
em forma adimensional como:
)()(1)(
0
0
rIrIruiγ
−= (62)
ui (r) := velocidade longitudinal adimensional, função da distância radial também
adimensional. Velocidade de referência é a velocidade máxima, e o raio de referência é o raio
do tubo.
r := raio adimensional.
“I0” representa a função modificada de Bessel, e γ representa um parâmetro
similar ao parâmetro “M” de entropia, que será comentado mais adiante.
Neste caso, a velocidade média do escoamento, em forma adimensional, é dada
pela seguinte fórmula:
)()(2
10
1
γγγ
II
uav −= (63)
uav := velocidade média longitudinal (escoamento turbulento) adimensional, velocidade de
referência é a velocidade máxima no eixo do tubo.
“I1” representa a função modificada de Bessel de ordem um.
Os autores buscam validar a eq.(63) com dados experimentais, e constatam que
a eq.(63) modela bem o escoamento permanente turbulento. As figuras (16) e (17)
corroboram a análise dos autores. Quando γ aumenta, o perfil representado pela eq.(63) torna-
se mais uniforme na região do núcleo com uma fina subcamada viscosa próxima à parede.
Figura 16 – Perfil de velocidade do escoamento turbulento pela fórmula da equação (56), para
vários valores do parâmetro “γ”. Comparação com dados experimentais de vários autores.
49
Fonte: GHIDAOUI e KOLYSHKIN (2001)
Figura 17 – Perfil de velocidade do escoamento turbulento pela fórmula da equação (62), para
valor do parâmetro “γ” igual a 10. Comparação com dados experimentais de Brunone et al.
(2000).
50
Fonte: GHIDAOUI e KOLYSHKIN (2001)
Os resultados comentados no perfil de velocidade transitório laminar também
se aplicam ao perfil de velocidade transitório turbulento.
Este perfil de velocidade transitório turbulento é ilustrado na figura (18). Os
autores observam que, similarmente ao perfil de velocidade transitório laminar
correspondente, o perfil de velocidade não se altera na região central, e as maiores mudanças
ocorrem junto à parede (a magnitude das velocidades reversas do escoamento transitório
laminar são maiores que a do correspondente escoamento transitório turbulento).
Figura 18 - Perfis de velocidade (transitório turbulento) para fechamento instantâneo da
válvula. Passagem da primeira onda positiva. Legenda: t := tempo decorrido da passagem da
onda de pressão.
51
Fonte: GHIDAOUI e KOLYSHKIN (2001)
O estudo teórico de Ghidaoui e Kolyshkin (2001) confirma que os resultados
de Brunone et al. (2000) situam-se na faixa de perfil instável.
Entre suas conclusões, os autores citam que:
1 – O escoamento transitório pode tornar-se instável;
2 – Esta instabilidade é assimétrica;
3 – A instabilidade desenvolve-se em um tempo de escala curto;
4 – O número de Reynolds e o tempo de escala da onda (L/a) são importantes
na caracterização da estabilidade do escoamento transitório.
Fisicamente, a instabilidade no escoamento altera a estrutura e a extensão da
turbulência no tubo, resultando em forte assimetria no escoamento, e induzindo flutuações
significativas na tensão cisalhante na parede. Estes efeitos não são representados nos modelos
existentes de transitório hidráulico.
A instabilidade ocorre no tempo de escala da onda de pressão do transitório
hidráulico (L/a), ou seja:
0 < t* ≅ 0.001, onde t* = tν/R2.
t* := tempo adimensional
t := tempo
Silva-Araya e Chaudhry (2001) quantificam novamente o modelo de
dissipação de energia, agora com aplicação para escoamentos turbulentos mistos e rugosos.
Para avaliar o efeito da rugosidade do tubo, os autores usam um modelo de turbulência
52
considerando o efeito da rugosidade do tubo no perfil de velocidade. Os autores também
comentam que não é possível propor um modelo geral para a dissipação de energia no
escoamento transitório, pois há muitas possibilidades de condições transitórias.
Ghidaoui e Mansour (2002), procuram aperfeiçoar o modelo proposto por
Vardy e Brown (1995), com o fito de redução do tempo de processamento computacional,
bem como de armazenamento de dados. Há concordância razoável do modelo proposto por
Ghidaoui e Mansour (2002) em relação aos dados experimentais de outros autores.
Ghidaoui, Mansour e Zhao (2002) propõem o seguinte adimensional:
P = (2)1/2Da/2L Uτ0 (64)
Uτ0 := velocidade de atrito, correspondente ao regime permanente (m/s)
L := comprimento do tubo (m)
D := diâmetro do tubo (m)
a := celeridade (m/s)
Fisicamente, o parâmetro “P” representa a relação entre a escala de tempo para
a difusão do pulso cisalhante gerado na parede do tubo e a escala de tempo da onda de
pressão. O adimensional “P” é aplicável também para o escoamento turbulento liso ou rugoso.
Quando adimensional “P” > > 1 (ou seja a escala de tempo do transitório é muito menor que a
defasagem de tempo de produção de turbulência), a adoção de modelos de turbulência
oriundos de regime permanente é aplicável ao regime transitório.
Quando o adimensional “P” ≅ 1, o uso de modelo de turbulência de regime
permanente para regime transitório é questionável. Finalmente, quando o adimensional “P” <
< 1, o problema não pertence mais ao domínio do transitório hidráulico.
Ghidaoui, Mansour e Zhao (2002) comparam os modelos bi-dimensional de
Pezzinga (1999) e de 5 regiões de Vardy e Hwang (1991) com dados experimentais
publicados na literatura [Pezzinga e Scandura (1995) e Brunone el al. (2000)], levando em
conta o parâmetro adimensional “P”. Os valores do parâmetro “P” nas experiências de
Pezzinga e Scandura (1995) são respectivamente: 29,8; 40,7 e 59,6. O valor do adimensional
“P” na experiência de Brunone et al. é 2,0.
Ghidaoui, Mansour e Zhao (2002) concluem que, quando for aplicável o
modelo de turbulência de regime permanente e aximétrico (P > > 1), a modelação é mais
precisa com tempo de simulação menor que “PL/a”, onde “L” é o comprimento do tubo e “a”
é a celeridade.
Finalmente, Ramos et al. (2004) propõem o seguinte modelo:
53
Ju = Js + (1/gA)[(Kv1∂Q/∂t)] + (aKv2)sgn[Q] |∂Q/∂x (65)
Kv1 := coeficiente empírico de correção.
Kv2 := coeficiente empírico de correção.
Em geral, Kv1 < Kv2, e como ordem de grandeza, tem-se Kv1 ≅ 0,1Kv2.
Resumindo este capítulo, em 1929 Richardson e Tyler realizaram experiências
com escoamento oscilatório e perceberam que ocorre um pico de velocidade próximo a
parede do tubo. Em 1930 Sexl deduziu as equações que explicam este fenômeno, onde
aparecem as funções de Bessel. Em 1962, Streeter e Lai apresentaram o trabalho sobre
transitório hidráulico com a inclusão do termo de atrito e o uso do método das características.
Os resultados teóricos obtidos no escoamento turbulento adequaram-se bem aos dados
experimentais, mas não quando o escoamento inicial era laminar.
Em 1968, Zielke conseguiu uma modelação levando em conta os fatores
dependentes da freqüência para o caso de escoamento transitório laminar.
Também nesta época começou-se a verificar que a modelação transitória
usando somente o fator de atrito “f” para regime turbulento não era bem satisfatória.
Os trabalhos mais usados sobre o termo de atrito transitório remontam ao ano
de 1991, onde Brunone, Golia e Grecco levam em conta a aceleração local e aceleração
convectiva para a perda de energia. Há introdução de uma constante “k3”, a qual os autores
sugerem o valor de 0,85. Esta modelação altera o método das características.
Também na década de 1990, Vardy e outros também tentam modelar o
transitório hidráulico turbulento, fazendo sempre analogia com o trabalho de Zielke (1968).
Rocha (1998) analisou o modelo de Vardy, Kuo-Lun e Brown (1993) e a
modelação tradicional com o fator de atrito “f” variável a cada instante de cálculo e fator de
atrito “f” constante durante o transitório hidráulico turbulento. Rocha (1998) concluiu que
para problemas de engenharia deve ser usada a modelação com fator de atrito “f” variável.
Poll (1999) utiliza a formulação de Brunone et al. (1991), mas sugere que o
valor da constante “k3” seja 0,70.
Brunone et al. (2000) realizaram medições do perfil de velocidade durante o
transitório hidráulico. Observa-se realmente o escoamento reverso próximo a parede do tubo e
também a assimetria do perfil de velocidade durante o transitório hidráulico.
Pezzinga (2001) e Bergant et al. (2001) alteram ligeiramente o modelo de
Brunone et al. (1991) através da inclusão da função sinal para o termo contendo a aceleração
54
Viaro (2001) cita que o modelo de Vardy, Kuo-Lun e Brown (1993) não
modelou bem seus dados experimentais. A modelação de Brunone et al. (1991) apresentou
resultados compatíveis com os dados experimentais.
Os trabalhos mais recentes procuram analisar a estabilidade do perfil de
velocidade durante o escoamento transitório, além do uso de modelos de turbulência de
regime permanente aplicado ao transitório hidráulico.
Exceto por um trabalho de Ghidaoui e Kolyshkin (2001) sobre a estabilidade
do perfil de velocidade durante o transitório hidráulico onde há referência sobre o Princípio
da Entropia Máxima (PEM), não há até o presente momento (pelo menos do conhecimento do
autor desta tese) nenhum trabalho sobre a tensão de cisalhamento, oriunda do PEM, aplicado
ao transitório hidráulico.
O próximo capítulo então versará sobre o PEM.
5. O PRINCÍPIO DA ENTROPIA MÁXIMA (PEM).
O Princípio da Entropia Máxima (PEM), é uma contribuição de Chiu (1987) à
Engenharia Hidráulica. O PEM permite determinar, por exemplo, distribuição de velocidade,
tensão de cisalhamento e concentração de sedimentos suspensos em canais abertos, com
55
escoamento unidimensional uniforme em canal largo e com a velocidade máxima do
escoamento ocorrendo na superfície livre. O conceito de entropia aqui usado é oriundo da
Teoria da Informação (Shannon, 1948).
A equação do perfil de velocidade derivado do PEM possui vantagens
conceituais sobre a equação universal logarítmica de distribuição de velocidade de Von-
Kármán e Prandtl.
A filosofia do PEM baseia-se que, em condição de equilíbrio permanente, um
sistema tende a maximizar a entropia sob restrições prevalecentes. Assim, devido as restrições
impostas, a distribuição de probabilidade não é uniforme.
De outro modo, a maximização da entropia de um sistema fará que a
distribuição de probabilidade seja tão uniforme quanto possível de modo a satisfazer as
restrições impostas. Portanto, a lei de probabilidade que governa um sistema, e a
correspondente magnitude de entropia, dependerá das restrições impostas.
A entropia é definida para variável de estado contínua como:
H(x) = - ∫ p(x) ln[p(x)] dx (65)
H(x) := entropia de um sistema. (-)
p(x) := função de densidade de probabilidade da variável x. (-)
Imaginemos um corte longitudinal em um canal aberto, com escoamento
unidimensional uniforme supondo canal largo e declividade moderada e com a velocidade
máxima do escoamento ocorrendo na superfície livre. Sejam:
y := coordenada vertical (medida a partir do fundo) (m)
D := profundidade do escoamento (m)
u := velocidade longitudinal na altura “y” (m/s)
umáx := velocidade máxima longitudinal (m/s)
Observa-se que para qualquer distância menor que “y”, a velocidade é menor
que “u”. Assumindo que todos os valores de “y” entre o leito do canal e a superfície livre da
água são igualmente prováveis, pode-se expressar que a probabilidade da velocidade ser igual
ou menor que “u” é “y/D”, ou de outra maneira, que a função de distribuição cumulativa da
velocidade é:
F(u) = y/D (66)
F(u) := função de distribuição cumulativa da velocidade (-)
Mas, p(u) = d F(u)/du, e aplicando a regra da cadeia:
p(u) = [d F(u)/dy][dy/du] = [1/D][dy/du] = [D du/dy]-1 (67)
56
As restrições são duas: a restrição de probabilidade e a restrição de conservação de massa.
1)(0
=∫máxu
duup (Restrição de probabilidade) (68)
_
0)( uduuupmáxu
=∫ (Restrição de conservação de massa) (69)
u := velocidade média (m/s)
Usando o método do cálculo variacional, com uso dos multiplicadores de
Lagrange (λ), tem-se:
0])([)]()](ln[)(21 =
∂∂
+∂
∂+
∂−∂
puup
pup
pupup λλ (70)
λ1 e λ2 são multiplicadores de Lagrange. Desenvolvendo a expressão (70), obtém-se: 21 1)( λλ ueeup −= (71)
Inserindo a expressão (71) na equação (68), e desenvolvendo, chegamos à
seguinte equação: 1
21 )1( 21 −− −= λλ λ máxuee (72)
A equação (72) determina “λ1” como função de “λ2” e “umáx”.
Agora, introduzindo a equação (71) na expressão (69), fazendo os cálculos
necessários, encontramos:
2
1 1)1( 22
λλλ −−= −máxmáx uu
máx eeuu (73)
A equação (73) determina “λ2” como função de “u ” e “umáx” (equação
implícita). Para quantificar a entropia, basta inserir a equação (71) na equação (74),
lembrando que o limite inferior de integração é zero e o limite superior de integração é “umáx”:
H(u) = - ∫ p(u) ln[p(u)] du (74)
Após algum esforço, chega-se a:
H(u) = -λ1 + 2 – (umáx)exp(λ1 - 1 + λ2umáx) (75)
Igualando neste instante as duas expressões abaixo:
p(u) = [D du/dy]-1 (76) 21 1)( λλ ueeup −= (77)
E lembrando a seguinte condição de contorno: “y” = 0 para “u” = 0.
Chegamos ao seguinte perfil de velocidade:
])1(1ln[12
2 Dyeu máxu −+= λ
λ (78)
57
Chiu (1987) fez a seguinte hipótese:
λ2 = (K1/u*) (79)
K1 := constante similar a de Von-Kármán (-)
u* := velocidade de atrito (m/s)
E a expressão (78) modifica-se para:
])1(1ln[ *
1
1
*
Dye
Kuu
máxuuK
−+= (80)
Assim, fazendo-se “y” = 0 na equação (78), obtemos “u” = 0. Colocando-se na
equação (78) “y” = “D” obtemos “u” = “umáx”.
Outras duas expressões derivadas por Chiu (1987) são:
p(u/u*) = u* p(u) (81)
H(u/u*) = H(u) – ln(u*) (82)
Chiu (1988) começa a aprofundar os conceitos do PEM, para uso em canais
com escoamento livre, descrevendo o perfil de velocidade como função das coordenadas
verticais e transversais, sendo que agora a velocidade máxima pode ocorrer ou na superfície
livre ou abaixo da superfície livre. Neste trabalho, Chiu (1988) também derivou equação para
a localização, sobre uma vertical, da velocidade média.
Sejam:
η := coordenada curvilínea baseada nas linhas de isovelocidade (m)
ξ := coordenada curvilínea baseada nas linhas de isovelocidade (m)
ξ0 := valor mínimo da coordenada ξ (m)
ξmáx := valor máximo da coordenada ξ (m)
y := coordenada vertical (medida a partir do fundo) (m)
z := coordenada transversal (m)
A coordenada curvilínea “ξ” tem uma relação biunívoca com a velocidade.
A origem do eixo “y” é no leito do canal onde ocorre a vertical em que há a maior velocidade
longitudinal.
Para esta nova situação, a função de distribuição cumulativa de velocidade e a
função de densidade de probabilidade da velocidade são dadas respectivamente por:
F(u) = (ξ - ξ0)/(ξmáx - ξ0) (83)
p(u) = [(ξmáx - ξ0)du/dξ]-1 (84)
Os seguintes resultados da modelação de Chiu (1987) permanecem inalterados:
58
21 1)( λλ ueeup −= (85) 1
21 )1( 21 −− −= λλ λ máxuee (86)
2
1 1)1( 22
λλλ −−= −máxmáx uu
máx eeuu (87)
Seguindo a mesma seqüência da modelação de Chiu (1987), e lembrando que
os limites de integrações são: para “ξ0” temos “u” = 0. E para a coordenada genérica “ξ”
ocorre a velocidade genérica “u”, obtemos o perfil de velocidade:
])1(1ln[1
0
0
2
2
ξξξξ
λλ
−−
−+=máx
umáxeu (88)
Chiu (1988) fez neste instante a seguinte sugestão:
λ2 = (M/umáx) (89)
M := parâmetro de entropia (-)
O parâmetro “M” é uma medida da uniformidade da probabilidade e da
distribuição de velocidade. E a expressão final para a distribuição de velocidade fica:
])1(1ln[1
0
0
ξξξξ−−
−+=máx
M
máx
eMu
u (90)
A equação (87) pode ser escrita como:
Mueeuu máxMM
máx −−= −1)1( (91)
A velocidade média “u ” ocorre na coordenada “ξ ”:
])1(1ln[1
0
0
ξξξξ−−
−+=máx
M
máx
eMu
u (92)
Igualando as expressões (91) e (92), conseguimos o seguinte resultado:
11]1)1(exp[ 1
0
0
−−−−
=−− −
M
MM
máx eeMe
ξξξξ (93)
A equação (93) permite a determinação da coordenada “ξ” onde ocorre a
velocidade média.
A sugestão de Chiu (1988) para a correspondência entre a coordenada
curvilínea “ξ” e as coordenadas retangulares “y” e “z” é a seguinte, para “z” = 0.
)1exp(hD
yhD
y+
−+
=ξ (94)
59
h := parâmetro que controla a inclinação e a forma da curva de distribuição de velocidade
próxima à superfície da água. (m)
Chiu (1989) sedimenta os conceitos ilustrados anteriormente, e neste trabalho,
Chiu (1989) apresenta uma técnica numérica para estimar os parâmetros de Lagrange para os
modelos de três restrições (restrição de probabilidade, conservação de massa, conservação de
momentum) e quatro restrições (restrição de probabilidade, conservação de massa,
conservação de momentum, conservação de energia).
Chiu (1991) continua investindo no PEM aplicado a canais abertos. Neste
trabalho, Chiu (1991) ilustra as seguintes equações para o coeficiente de energia e coeficiente
de quantidade de movimento, baseado no perfil de velocidade oriundo de duas restrições:
α = 3
232
]1)1([]6)663([)1(
+−+−+−−
MeMMMee
M
MM
(95)
β = 2
2
]1)1([]2)22()[1(
+−−+−−
MeMMee
M
MM
(96)
α := coeficiente de energia (-)
β := coeficiente de quantidade de movimento (-)
Barbé, Cruise e Singh (1991) usam o PEM com 3 restrições (restrição de
probabilidade, conservação de massa, conservação de momentum) para a determinação do
perfil de velocidade monotônico crescente desde o leito do canal, onde a velocidade é nula,
até a superfície livre, onde ocorre a velocidade máxima, em escoamento livre em canal largo.
Para levar em conta a restrição de conservação de momentum, há uma
aproximação com dois termos da expansão de série exponencial de Maclaurin.
O perfil de velocidade oriundo dos cálculos é implícito.
Barbé, Cruise e Singh (1991) comparam o seu modelo teórico com o modelo
teórico de Chiu de 2 restrições, o perfil logaritmo e a lei de potência com dados experimentais
de Davoren (1985), apud Barbé, Cruise e Singh (1991).
Observa-se que o perfil logarítmico não modela bem os dados experimentais.
A modelação da lei de potência é melhor que a do perfil logarítmico, entretanto
a discrepância aumenta à medida que a profundidade aumenta.
A modelação sugerida por Barbé, Cruise e Singh é a que melhor modela os
dados experimentais, seguida pelo método de Chiu. Contudo, o aperfeiçoamento em relação
ao modelo de Chiu não é significativo.
60
Chiu e Murray (1992) ampliaram o uso do princípio da entropia máxima para
uso em escoamento permanente não uniforme em canais. Neste trabalho, Chiu e Murray
usaram a expressão (95) para quantificar o coeficiente de energia em cada secção transversal.
Com o uso da formulação entrópica, há apenas a necessidade de um perfil de velocidade em
cada secção transversal, não precisando da geometria da secção.
Em cada secção transversal, o parâmetro de entropia “M” é constante, variando
ao longo do espaço.
Chiu, Lin e Lu (1993) aplicaram os conceitos de probabilidade e entropia no
estudo do escoamento permanente em condutos cilíndricos forçados. A equação do perfil de
velocidade oriunda do PEM é única, desconsiderando se o escoamento é laminar ou
turbulento. A aplicação do perfil de velocidade encontrado conduz a novas equações
relacionando o fator de atrito e o parâmetro de entropia “M”.
A aplicação do perfil logarítmico de velocidade possui as seguintes
desvantagens conceituais:
a) Não satisfaz o princípio da aderência, ou que a velocidade deve ser nula na parede do
tubo.
b) Não satisfaz que o gradiente de velocidade deve ser nulo no eixo do tubo.
c) Não satisfaz que o gradiente de velocidade deve possuir valor finito na parede do tubo.
O perfil de velocidade oriundo do PEM com duas restrições é:
])1(1ln[1
0
0
ξξξξ−−
−+=máx
M
máx
eMu
u (97)
Para escoamento em tubos, com simetria axial, no qual as linhas de
isovelocidade são círculos concêntricos, tem-se: 2
2
22
1
−=
−=
Rr
RrR
πππξ (98)
R := Raio do tubo (m)
r := raio genérico do tubo (m)
Quando “r” = 0, ocorre a velocidade máxima, e “ξ” = “ξmáx” = 1.
Quando “r” = “R”, ocorre a velocidade nula (mínima), e “ξ” = “ξ0” = 0.
Então, para aplicação em escoamento permanente em tubos, o perfil de
velocidade sugerido é:
)]1)(1(1ln[12
2
Rre
Muu M
máx
−−+= (99)
61
O gradiente de velocidade será dado pela seguinte expressão:
( )
−−+
−
−=
2
22
111
112
Rre
Me
Rru
drdu
M
Mmáx (100)
Quando “r” = 0, o gradiente de velocidade será nulo. (Vantagem conceitual
sobre o perfil logarítmico de velocidade).
Quando “r” = “R”, ocorre a velocidade nula, obedecendo o princípio da
aderência.
Quando “r” = “R”, o gradiente de velocidade possui valor finito e é dado pela
equação (101):
−
−=
Me
Ru
drdu M
máx 12 para “r” = “R” (101)
Outra propriedade interessante do perfil de velocidade do PEM refere-se ao
escoamento laminar, quando o parâmetro “M” de entropia assume o valor zero. Mas, fazendo
“M = 0” na equação (99), obtém-se uma indeterminação (divisão de zero sobre zero). Neste
caso, deve-se aplicar a regra de L’Hôpital. Fazendo-se o limite da expressão (99) quando
“M” tende a zero, encontra-se:
)1( 2
2
Rr
uu
máx
−= (102)
A tensão de cisalhamento em condutos forçados para trechos uniformes em
escoamento estacionário escreve-se como:
τws = ∆P(R/2L) (103)
τws := tensão de cisalhamento na parede (N/m2)
∆P := queda de pressão (N/m2)
L := comprimento da tubulação (m)
Expressando a tensão de cisalhamento como função da perda de carga, temos:
τws = ρg∆H(R/2L) (104)
ρ := massa específica (kg/m3)
62
g := aceleração gravitacional (m/s2)
∆H := perda de carga (m)
Pode-se expressar a tensão de cisalhamento como:
τws = -ρε0(du/dr)r=R (105)
ε0 := viscosidade cinemática turbulenta na parede do tubo (m2/s)
(du/dr)r=R := gradiente de velocidade na parede do tubo (s-1)
A viscosidade cinemática turbulenta na parede do tubo (ε0) é igual a
viscosidade cinemática se o escoamento for laminar ou turbulento liso. Para escoamento
turbulento rugoso, a viscosidade cinemática turbulenta na parede do tubo (ε0) é maior que a
viscosidade cinemática, e “ε0” varia com a aspereza do tubo e com a turbulência do fluido.
Igualando as equações (104) e (105), e desenvolvendo, encontra-se:
( )
−
=∆−
gu
DL
uu
MeH
máx
M
2Re1132
21
0
νε
(106)
Assim, o fator de atrito “f” para escoamento permanente oriundo do PEM
escreve-se como:
( ) 1
0
Re1132
−
−
=máx
M
uu
Mef
νε
(107)
Inserindo a equação (91):
( ) 10 1
1Re1132
−
−
−
−
=Me
eMef M
MM
νε
(108)
Simplificando:
[ ]
=νε0)(
Re32 MFf (109)
Onde:
63
( ) 11
11)(
−
−
−−
=Me
eMeMF M
MM
(110)
Ou:
( )1
11
1)(−
−
−−= M
MM
eMeeMF (111)
Para o escoamento laminar, o parâmetro “M” de entropia assume o valor zero.
Fazendo-se agora limite da expressão (111) quando “M” tende a zero, aplicando L’Hôpital,
encontra-se:
F(M) = 2 quando M = 0, ou F(0) = 2. E lembrando que no caso laminar “ε0” é igual a “ν”,
achamos:
f = 64/Re, concordando com o resultado clássico do fator de atrito para regime laminar.
Chiu e Said (1995) expressaram que sob amplas variações de descarga e
profundidade, uma secção de canal em escoamento livre tem propensão a estabelecer e manter
um estado de equilíbrio que corresponde a um valor constante do parâmetro de entropia “M”.
Os autores desenvolvem uma técnica para determinar vazões a partir de um perfil de
velocidade sob uma única vertical que passa através do ponto de máxima velocidade em uma
secção transversal do canal.
Xia (1997) estudou a relação entre a velocidade média seccional e a velocidade
máxima em uma mesma secção no rio Mississipi, localizado nos Estados Unidos. Apesar dos
poucos dados experimentais, o autor encontra que a relação entre a velocidade máxima e a
velocidade média seccional é perfeitamente linear nos trechos retos, e em curvas a relação
linear conserva-se, mas variando ligeiramente com a razão entre o raio de curvatura e a
largura superficial do rio.
Araújo e Chaudhry (1998) fizeram um estudo experimental em laboratório com
escoamento bi-dimensional livre, e comparam os dados obtidos com o modelo de Chiu,
oriundo do PEM, e um modelo logarítmico. Dos cinco testes realizados, globalmente o perfil
de velocidade oriundo do PEM apresentou um erro de 12,8% e um desvio padrão de 13,5%,
contra um erro de 19,1% e desvio padrão de 51,6% do perfil parabólico.
A faixa de erro do perfil de velocidade do PEM foi entre 10,4% a 14,2%,
contra uma faixa de erro de 5,7% a 28,8% do perfil logarítmico.
Araújo e Chaudhry (1998) concluíram pela validade do perfil de velocidade do
PEM para uso na engenharia hidráulica.
64
Chiu e Chen (1999a) corroboraram o uso do perfil de velocidade oriundo do
PEM em rios e canais. Neste trabalho, os autores comentaram que o valor do parâmetro de
entropia “M” tende a variar na mudança do leito primário para o leito secundário, mas é
constante para cada situação de escoamento.
Chiu e Chen (1999a) também apresentaram aplicação do PEM no estudo do
transporte de sedimentos.
Chiu e Chen (1999b) estudaram o perfil de velocidade e medição de vazão em
um rio em Taiwan (Ásia) sob efeito de maré. Os autores encontraram que a razão entre a
velocidade média e velocidade máxima na secção de medição é constante e não varia com a
vazão e a direção do escoamento sob o efeito da maré. Além do mais, a localização do eixo
vertical onde ocorre a velocidade máxima é praticamente invariante e estável. Com base
nestas informações, os autores propuseram um método de medição de descarga aplicável a um
escoamento não permanente em rios sob efeito de maré.
Chiu, Jin e Chen (2000) apresentam uma modelação do PEM para a
distribuição de sedimentos suspensos. Na parte referente ao escoamento em rio com
geometria irregular, a modelação do perfil de velocidade segue a seguinte modelação:
])1(1ln[1
0
0
ξξξξ−−
−+=máx
M
máx
eMu
u (112)
)1exp(hD
yhD
y−
−−
=ξ (113)
h := parâmetro que controla a inclinação e a forma da curva de distribuição de velocidade
próxima à superfície da água. (m)
Sendo “ξ0” de valor nulo e “ξmáx” de valor unitário. Se a velocidade máxima
ocorrer abaixo da superfície livre, temos que “h” será maior que zero, se a velocidade máxima
ocorrer exatamente na superfície livre, o valor de “h” será nulo.
A distribuição da tensão de cisalhamento é dada por:
−−
−+
−−=
2
0 111hD
yDh
hDy
Dhττ (114)
D := profundidade do escoamento (m)
65
Chiu, Jin e Chen (2000) informaram que a equação (114) desvia do perfil
retilíneo para refletir o efeito das variadas localizações da velocidade máxima, o qual por sua
vez está sob o efeito das correntes secundárias.
Chiu e Tung (2002) forneceram uma equação empírica, baseada em dados
experimentais e de laboratório para a determinação da profundidade onde ocorre a localização
da velocidade máxima. A equação é a seguinte:
−=
3,58)(ln2,0 MG
Dh (115)
φMeMGM 1)( −
= (116)
Mee
uu
M
M
máx
11−
−==φ (117)
A equação (115) é válida para:
1 ≤ M ≤ 5,6 e 0 ≤ h/D ≤ 0,61.
Alguns trabalhos sobre o PEM produzidos aqui no Brasil são:
Araújo (1994), cujos resultados produzidos já foram comentados anteriormente
em Araújo e Chaudhry (1998).
Acosta (1996) fez a união do perfil de velocidade gerado pelo PEM com as
denominadas equações de Dressler (escoamento potencial). As equações de Dressler levam
em conta o efeito da curvatura do fundo do canal, como ocorre, por exemplo, em crista de
vertedor e na rampa da estrutura hidráulica denominada salto em esqui. A aplicação da
modelação conjunta é para escoamento livre em canais retangulares largos com fundo curvo
em perfil.
Minei (1999) desenvolveu um método para medição de vazão em rios e canais,
a partir do modelo de Chiu. Neste método é mister medir a velocidade em apenas 3 pontos de
uma única vertical, sendo esta vertical a de maior profundidade. Minei (1999) também
comprova que a média das velocidades medidas a 20% e 80% da profundidade é a velocidade
média da vertical considerada.
Minei (1999) aplicou o método para rios com largura variando desde 3,20
metros até 3211,60 metros (na bacia Amazônica) e profundidades variando de 35 centímetros
até 42,89 metros (esta última profundidade com vazão média de 103.000 m3/s).
Como há necessidade de se medir apenas três pontos, é mister que haja
cuidado, perícia e precisão nos dados levantados. A fim de dirimir qualquer dúvida, Minei
66
(1999) recomenda a medição de seis pontos na vertical de maior profundidade. Soares (2001)
aplicou o PEM com os seguintes fitos: macro-localização de estações de monitoramento da
qualidade de água, análise e avaliação de desempenho de estações de monitoramento baseado
no conceito de entropia e redimensionamento de redes de monitoramento.
Lobo (2002) verificou ser viável a aplicação do método de Chiu em canais
urbanos, desde do caso de canal largo, passando por canal estreito com escoamento bi-
dimensional e chegando ao canal estreito com escoamento tri-dimensional.
Carvalho (2001) aplicou o PEM para definir a forma da transição de secção em
escoamento forçado de tomadas de água em centrais hidrelétricas.
Carvalho (2001) inicia sua modelação através do perfil de velocidade
entrópica:
])1(1ln[1
0
0
ξξξξ−−
−+=máx
M
máx
eMu
u (118)
As hipóteses de trabalho de Carvalho (2001) são:
a) fluido incompressível
b) escoamento permanente bi-dimensional
c) secção de escoamento é circular
d) A velocidade média é dada pela seguinte expressão:
máxmín AAQu+
=2 (119)
u := velocidade média (m/s)
Q := vazão em volume (m3/s)
Amín := área mínima da tomada d’água (m2)
Amáx := área máxima da tomada d’água (m2)
Carvalho (2001) também adota as seguintes mudanças de variáveis para uso na
equação (118):
u = V – Vmín (120)
umáx = Vmáx - Vmín (121)
V := velocidade média numa secção qualquer (m/s)
Vmín := velocidade mínima (que ocorre na secção de área máxima “Amáx”) (m/s)
Vmáx := velocidade máxima (que ocorre na secção de área mínima “Amín”) (m/s)
Para escoamento através de secção variável em condutos forçados, a variável
“ξ” é representada pelo volume de transição até a posição da secção geométrica em análise.
67
ξ = ∀i/∀t (122)
∀i := volume da tomada d’água até a secção “i” considerada. (m3)
∀t := volume total da tomada d’água. (m3)
Nesta modelação de Carvalho (2001), tem-se:
ξ0 = 0 (não há volume na secção inicial) (123)
ξmáx = 1 (124)
Finalmente, a modelação de Carvalho (2001) fica:
])1(1ln[1
t
iM
mínmáx
mín eMVV
VV∀∀
−+=−−
(125)
Lembrando a relação genérica entre velocidade e vazão:
V = Q/A (126)
A := área da secção (m2)
Consegue-se transformar a equação (125) em:
( )máxt
iM
máxmíni Ae
MAAA111ln1111
+
∀∀
−+
−= (127)
Ai := área na secção “i” considerada da tomada d’água. (m2)
A expressão (127) realiza o cálculo da transição de secção em escoamento
forçado de tomada d’água. Os dados necessários são a área mínima, a área máxima,
comprimento da tomada d’água e o parâmetro “M” de entropia.
Carvalho (2001) fornece um algoritmo para a solução deste problema através
de simulação numérica, sendo obtido os seguintes resultados:
Na usina hidrelétrica de Tucuruí, o parâmetro de entropia “M” é igual a 0,726.
Para a usina hidrelétrica de Água Vermelha, o parâmetro de entropia “M” possui valor de
0,321. Para a tomada d’água de Ponte Nova, o parâmetro de entropia “M” é igual a 0,201. Na
usina hidrelétrica de Três Irmãos, o parâmetro de entropia “M” possui valor de 0,783.
É interessante observar que nos quatro casos estudados por Carvalho (2001) o
valor do parâmetro “M” de entropia é inferior a unidade, lembrando que, em geral, o
escoamento em tomada d’água não é plenamente estabelecido.
Moraes (2003) faz aplicações do PEM para a modelação do fator de atrito f
para escoamento permanente, obtendo os seguintes resultados:
Regime Laminar: f = (64/Re) (128)
Regime Turbulento Liso: f = 4,0758/[ln(Re)]3,703 (129)
68
Regime Turbulento Rugoso:
703,3
843,0
0028,01ln
0758,4
=
kD
f (130)
Regime Turbulento Misto:
703,3
843,0
0028,0Re1ln
0758,4
+−
=
Dk
f (131)
D := diâmetro hidráulico (m)
k := rugosidade absoluta (m)
Finalmente, Moraes (2003) propõe o seguinte resultado: 843,0
0 Re0028,01
+=Dk
νε (132)
ε0 := viscosidade cinemática turbulenta na parede do tubo (m2/s)
6. - MODELAÇÃO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO APLICADA AO
TRANSITÓRIO HIDRÁULICO EM CONDUTOS FORÇADOS.
6.1. USO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO EM REGIME PERMANENTE
APLICADA AO ESCOAMENTO TRANSITÓRIO (FATOR DE ATRITO “f”
CONSTANTE).
A tensão de cisalhamento de regime permanente é dada pela seguinte
expressão:
τo = ρ f VV / 8 (133)
τo := tensão de cisalhamento na parede (N/m2)
ρ := massa específica (kg/m3)
f := fator de atrito para o escoamento permanente (-)
V := velocidade média instantânea (m/s)
69
O método das características é o de uso consagrado para a resolução de
transitórios hidráulicos em condutos forçados. Este método é bem descrito em Chaudhry
(1987), Wylie e Streeter (1993); Souza, Martins e Fadiga Jr. (1991) e Almeida e Koelle
(1992).
As equações características são dadas pelas seguintes expressões:
041 0 =++Ddt
dQAdt
dHag
ρτ (134)
válida para (dx/dt) = +a, e
041 0 =++−Ddt
dQAdt
dHag
ρτ (135)
válida para (dx/dt) = -a. Sendo:
H := carga hidráulica total (m)
t := tempo (s)
a := celeridade (m/s)
g := aceleração gravitacional (m/s2)
A := área da secção transversal do tubo (m2)
Q := vazão em volume (m3/s)
x := coordenada longitudinal (m)
D := diâmetro hidráulico interno (m)
No presente momento, usaremos a malha escalonada cruzada, com fator de
atrito “f” constante. A dedução das equações resultantes pode ser encontrada em Souza,
Martins e Fadiga Jr. (1991), de modo que aqui já apresentamos diretamente as equações.
Além disto, iremos dividir a tubulação de um sistema RTV em 4 partes eqüidistantes (uso de
5 nós):
A secção de montante (x = 0, ou seja no reservatório) será dotada do índice “10”.
A secção localizada no primeiro quarto (x = ¼ de L) de montante será dotada do índice “20”.
A secção localizada no meio do tubo (x = 1/2 de L) será dotada do índice “30”.
A secção localizada a três quartos (x = ¾ de L) será dotada do índice “40”.
A secção de jusante (x = L, ou seja na válvula) será dotada do índice “50”.
Os cálculos intermediários, necessários pelo uso da malha escalonada cruzada,
serão dotados dos índices “15”, “25”, “35” e “45”.
70
Por exemplo: “Q20” significa a vazão conhecida na secção “20” (ou no
primeiro quarto de montante). “H40” significa a carga hidráulica conhecida na secção “40” (ou
no terceiro quarto de montante).
Para os cálculos intermediários: “Q25” significa a vazão calculada levando em
conta os dados conhecidos da secção “20” e da secção “30” . “Q35” significa a vazão
calculada levando em conta os dados conhecidos da secção “30” e da secção “40”. O gráfico
da figura (19) ilustra uma malha escalonada cruzada com 5 nós(numeração 10, 20, 30, 40 e
50). Os índices 15, 25, 35 e 45 são dos cálculos intermediários.
Figura 19 – Exemplo de uma malha escalonada cruzada com 5 nós.
Malha Escalonada Cruzada
0
1
2
10 15 20 25 30 35 40 45 50Posição
Tem
po
Por exemplo, para calcular a vazão intermediária “Q25” (supondo conhecidas as
vazões e cargas hidráulicas nas secções “20” e “30” no instante anterior) basta calcular da
seguinte maneira:
)](2[)()(
3020
3020103025 QQRB
QQBHHQ++
++−= (136)
B = a/(gA) (137)
R = (f ∆X) / (4gDA2) (138)
Devemos lembrar que estamos admitindo um fator de atrito “f” constante.
∆X = L/4 (Dividimos o comprimento total da tubulação “L” em 4 partes iguais) (139)
Permutando-se os índices apropriadamente, consegue-se do mesmo modo
calcular “Q15”, “Q35” e “Q45”.
71
Para o cálculo, por exemplo, da nova vazão na secção “20”, é mister seguir o
seguinte algoritmo:
Ce = H10 + BQ10 - RQ10Q15 (140)
Be = B + RQ15 (141)
Cd = H30 - BQ30 + RQ30Q25 (142)
Bd = B + RQ25 (143)
Finalmente:
de
deP BB
CCQ+−
=20 (144)
O índice “P” significa a previsão na secção considerada, neste caso, da vazão.
A nova carga hidráulica na secção “20” pode ser encontrada de duas formas:
HP20 = CE – BE QP20 (145)
HP20 = CD + BD QP20 (146)
Deste modo, permutando-se os índices, é fácil calcular todos os pontos
interiores da malha.
A condição de contorno de montante (ou seja, no reservatório) é dada por:
HP10 = constante = carga no reservatório. A nova vazão na secção “10” pode ser então
calculada pela fórmula:
15
152020201010
)(QRB
QQRBQHHQ PP +
−+−= (147)
A condição de contorno de jusante (ou seja, na válvula) é dada por:
QP50 = 0 (válvula fechada devido a um fechamento instantâneo). A nova carga na secção “50”
pode ser então calculada pela fórmula:
HP50 = H40 + B Q40 – R Q40 Q45 (148)
Esta modelação será comparada com os dados experimentais de Bergant e
Simpson [Apud Ghidaoui e Mansour (2002)], ver tabela (III) (observação: ver arquivo
BergantSimpson, programa EXCEL, planilha “F Constante”, fornecida em disquete junto com
a presente tese):
Tabela III – Dados experimentais de Bergant e Simpson [Apud Ghidaoui e Mansour (2002)]
L (m) = 37,2
Hres (m) = 30,00
D (m) = 0,022
72
a (m/s) = 1319,00
f (-) = 0,03600
Q (m3/s) = 0,000114
DX (m) = 9,30
Dt (s) = 0,0070508
N (-) = 4
Área (m2) = 0,0003801
B (s/m2) = 353704,46
R (s2/m3) = 2683881,1
Nota: “L” é o comprimento da tubulação (sistema RTV), “HRES “ é a carga no reservatório de
um sistema RTV, “D” é o diâmetro da tubulação, “a” é a celeridade, “f” é o fator de atrito em
regime permanente, “Q” é a vazão em regime permanente, “DX” é o comprimento de cada
secção, “Dt” é o intervalo de tempo de cálculo, “N” é o número de secções (igual a 4). Área é
a área do tubo, “B” e “R” são constantes. A manobra da válvula é de fechamento instantâneo.
A viscosidade cinemática é de 0,000001139 m2/s.
O número de Reynolds é igual a 5792,53. A tubulação é de cobre (aspereza “k”
de 0.00002m). Segundo Souza et al. (1991), quando (Re0.9)/(D/k) ≤ 31, pode-se classificar o
escoamento como turbulento liso. Com os dados, vem:[(5792.53)0.9]/(0.022/0.00002) = 2.21,
ou seja, o escoamento é turbulento hidraulicamente liso.
DX = L / 4 (149)
Dt = DX / a (150)
Os dados experimentais na válvula são dados na tabela (4). Estes dados foram gentilmente
cedidos pelo Engenheiro Civil Gustavo Amaral, Mestre em Engenharia Civil pela
Universidade Federal de Minas Gerais, a quem agradecemos profundamente.
73
Tabela IV – Cargas transitórias na válvula, em metros. Experiência de Bergant e Simpson,
apud Ghidaoui e Mansour (2002).
Teste 1
Tempo (s) x = L
0 29,71
0,014 71,7
0,028 71,3
0,042 72
0,056 36
0,071 -3,7
0,085 -5,3
0,099 -6,4
0,113 -6
74
0,127 65,5
0,141 69,1
0,155 68,8
0,169 68
0,183 -0,2
0,197 -3,1
0,212 -4,2
0,226 -3,7
0,24 58
0,254 66
0,268 66,6
0,282 66,4
0,296 7
0,31 2,3
0,324 -1,3
0,338 0,5
0,353 43,8
0,367 63
0,381 64,8
0,395 64
0,409 53,2
0,423 2,3
0,437 -0,6
0,451 0,7
0,465 54
0,479 58,3
0,494 62
0,508 62,8
0,522 24,4
0,536 8,5
0,55 2,7
0,564 2,7
0,578 34,4
0,592 52,3
0,606 61,7
0,62 62,4
0,635 56,6
0,649 16,8
75
0,663 3,2
0,677 3,6
0,691 7,9
0,705 35,1
0,719 56,6
0,733 60
0,747 58,8
0,761 33,3
0,776 7,4
0,79 5,4
0,804 8,3
0,818 35,6
0,832 50,7
0,846 58,1
0,86 55,4
0,874 33,8
0,888 15
0,903 7,2
1ª Coluna: Tempo (s). 2ª Coluna: Carga na válvula (m).
Compara-se então o modelo teórico com os dados experimentais na figura (20).
Figura 20 – Comparação entre o modelo teórico usando o fator de atrito “f” constante durante
o transitório (em azul) e dados experimentais (em vermelho).
Comparação (f constante) x dados experimentais
-20
0
20
40
60
80
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Tempo (s)
Car
ga (m
H2O
) na
válv
ula
H EXP.
H(f const.)
76
Observa-se então que esta modelação prevê bem os valores experimentais de
sobre-pressão da 1ª e 2ª onda, mas o amortecimento real é maior que o previsto pelo modelo
teórico a partir da 3ª onda de sobre-pressão. Para as sub-pressões, o modelo teórico prevê
valores mais discrepantes em todas as ondas. Inclusive, para a primeira onda de sub-pressão,
o modelo teórico prevê pressões negativas abaixo de – 9,0 metros de coluna de água,
indicando a ocorrência de vaporização da coluna líquida. Uma tentativa de se melhorar o
modelo é tentar variar o fator de atrito “f” a cada instante de cálculo.
6.2. USO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO EM REGIME PERMANENTE
APLICADO AO ESCOAMENTO TRANSITÓRIO (FATOR DE ATRITO “f”
VARIÁVEL).
Agora, novamente iremos usar uma malha escalonada cruzada, mas com fator
de atrito “f” variável. Mais uma vez apresentaremos diretamente as equações.
Por exemplo, para calcular a vazão intermediária “Q15” (supondo conhecidas as
vazões e cargas hidráulicas e fatores de atrito “f” nas secções “10” e “20” no instante anterior)
basta calcular da seguinte maneira:
)](2[)()(
20201010
2010201015 QfQfRB
QQBHHQ++
++−= (151)
B = a/(gA) (152)
R = (∆X) / (4gDA2) (153)
77
Devemos lembrar que neste momento estamos admitindo um fator de atrito “f”
variável a cada instante. Para o cálculo do fator de atrito “f”, usa-se a fórmula de Swamee,
apud Porto (1998).
Permutando-se os índices apropriadamente, consegue-se do mesmo modo
calcular “Q25”, “Q35” e “Q45”.
Para o cálculo, por exemplo, da nova vazão na secção “20”, basta seguir o
algoritmo abaixo:
Ce = H10 + BQ10 – R f10Q10Q15 (154)
Be = B + R f20Q15 (155)
Cd = H30 - BQ30 + R f30Q30Q25 (156)
Bd = B + R f20Q25 (157)
Finalmente:
de
deP BB
CCQ+−
=20 (158)
O índice “P” significa a previsão na secção considerada, neste caso, da vazão.
A nova carga hidráulica na secção “20” pode ser encontrada de duas formas:
HP20 = CE – BE QP20 (159)
HP20 = CD + BD QP20 (160)
Assim, permutando-se os índices, é fácil calcular novamente todos os pontos
interiores da malha.
A condição de contorno de montante (ou seja, no reservatório) é dada por:
HP10 = constante = carga no reservatório. A nova vazão na secção “10” pode ser então
calculada pela fórmula:
1510
15202020201010
)(QRfB
QQRfBQHHQ PP +
−+−= (161)
A condição de contorno de jusante (ou seja, na válvula) é dada por:
QP50 = 0 (válvula fechada devido a um fechamento instantâneo). A nova carga na secção “50”
pode ser então calculada pela fórmula:
HP50 = H40 + B Q40 – R f40Q40 Q45 (162)
Esta modelação será também comparada com os dados experimentais de
Bergant e Simpson [Apud Ghidaoui e Mansour (2002)] (observação: ver arquivo
BergantSimpson, programa EXCELL, planilha “F Variável”, fornecida em disquete junto
com a presente tese).
78
Compara-se então o modelo teórico com os dados experimentais na figura (21).
Figura 21 – Comparação entre o modelo teórico usando o fator de atrito “f” variável durante o
transitório (em azul) e dados experimentais (em vermelho).
Comparação (f variável) x dados experimentais
-20
0
20
40
60
80
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Tempo (s)
Car
ga (m
H2O
) na
válv
ula
H EXP.
H(F var.)
Observa-se então que esta modelação com fator de atrito “f” variável novamente prevê bem
os valores experimentais de sobre-pressão da 1ª e 2ª onda, mas o amortecimento real é maior
que o previsto pelo modelo teórico a partir da 3ª onda de sobre-pressão. Para as sub-pressões,
o modelo teórico prevê valores mais discrepantes em todas as ondas. De novo, para a primeira
onda de sub-pressão, o modelo teórico prevê pressões negativas abaixo de – 9,0 metros de
coluna de água, indicando a ocorrência de vaporização da coluna líquida. Esta modelação
com uso do fator de atrito “f” variável altera muito pouco os valores de carga e vazão em
relação ao modelo com fator de atrito “f” constante durante o transitório. A tabela (V)
corrobora esta assertiva.
Tabela V – Comparação entre o modelo teórico usando o fator de atrito “f” variável, o modelo
teórico usando o fator de atrito “f” constante e dados experimentais durante o transitório.[1ª
Coluna: Tempo (s)], [2ª Coluna: Carga na válvula, dados experimentais (m)], [3ª Coluna:
Carga prevista usando o fator de atrito “f” variável (m)], [4ª Coluna: Carga prevista usando o
fator de atrito “f” constante (m)].
tempo (s) H EXP (m). H(F var.)(m) H(f const.)(m)
0 29,71 29,72 29,72
79
0,014 71,7 70,11 70,11
0,028 71,3 70,18 70,18
0,042 72 70,25 70,25
0,056 36 70,32 70,32
0,071 -3,7 -9,85 -9,87
0,085 -5,3 -9,92 -9,94
0,099 -6,4 -10,00 -10,01
0,113 -6 -10,08 -10,08
0,127 65,5 69,58 69,63
0,141 69,1 69,67 69,70
0,155 68,8 69,74 69,77
0,169 68 69,83 69,84
0,183 -0,2 -9,33 -9,40
0,197 -3,1 -9,42 -9,47
0,212 -4,2 -9,50 -9,54
0,226 -3,7 -9,59 -9,61
0,240 58 69,05 69,16
0,254 66 69,18 69,23
0,268 66,6 69,25 69,30
0,282 66,4 69,36 69,37
0,296 7 -8,61 -8,93
0,310 2,3 -8,94 -9,00
0,324 -1,3 -9,01 -9,07
0,338 0,5 -9,13 -9,14
0,353 43,8 68,32 68,71
0,367 63 68,70 68,78
0,381 64,8 68,78 68,85
0,395 64 68,90 68,92
0,409 53,2 -8,09 -8,48
0,423 2,3 -8,47 -8,55
0,437 -0,6 -8,55 -8,62
0,451 0,7 -8,67 -8,69
0,465 54 67,87 68,26
0,479 58,3 68,24 68,33
0,494 62 68,32 68,40
0,508 62,8 68,45 68,47
0,522 24,4 -7,66 -8,04
0,536 8,5 -8,02 -8,11
80
0,550 2,7 -8,10 -8,18
0,564 2,7 -8,22 -8,25
0,578 34,4 67,44 67,82
0,592 52,3 67,80 67,89
0,606 61,7 67,87 67,96
0,620 62,4 68,00 68,03
0,635 56,6 -7,22 -7,61
0,649 16,8 -7,57 -7,68
0,663 3,2 -7,65 -7,75
0,677 3,6 -7,79 -7,82
0,691 7,9 67,01 67,40
0,705 35,1 67,35 67,47
0,719 56,6 67,43 67,54
0,733 60 67,57 67,60
0,747 58,8 -6,79 -7,19
0,761 33,3 -7,14 -7,26
0,776 7,4 -7,21 -7,33
0,790 5,4 -7,35 -7,39
0,804 8,3 66,56 66,98
0,818 35,6 66,92 67,05
0,832 50,7 67,00 67,12
0,846 58,1 67,14 67,19
0,860 55,4 -6,34 -6,77
0,874 33,8 -6,71 -6,84
0,888 15 -6,78 -6,91
0,903 7,2 -6,93 -6,98
.[1ª Coluna: Tempo (s)], [2ª Coluna: Carga na válvula, dados experimentais (m)], [3ª Coluna:
Carga prevista usando o fator de atrito “f” variável (m)], [4ª Coluna: Carga prevista usando o
fator de atrito “f” constante (m)].
Analisando-se a tabela (V) verifica-se que o amortecimento entre 2 ondas de
sobre-pressão (ou também de sub-pressão) é da ordem de 0,60 metros. Para as primeiras
ondas, a diferença de previsão entre os dois modelos teóricos é da ordem de 0.10 metros
O próximo tópico versará sobre o uso de uma tensão de cisalhamento, oriunda
do Princípio da Entropia Máxima (PEM), aplicada ao transitório hidráulico.
81
6.3. USO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO ENTRÓPICA EM REGIME
PERMANENTE APLICADA AO ESCOAMENTO TRANSITÓRIO (PARÂMETRO
“M” CONSTANTE E TERMO DE ATRITO DE 1ª ORDEM).
O perfil de velocidade entrópico (em regime permanente) é dado por:
)]1)(1(1ln[12
2
Rre
Muu M
máx
−−+= (163)
O gradiente de velocidade será dado pela seguinte expressão:
( )
−−+
−
−=
2
22
111
112
Rre
Me
Rru
drdu
M
Mmáx (164)
Quando “r” = “R”, o gradiente de velocidade possui valor finito e é dado pela
equação (165):
−
−=
Me
Ru
drdu M
máx 12 para “r” = “R” (165)
A tensão de cisalhamento de regime permanente é dada pela seguinte
expressão:
82
−
=−=
Me
Ru
drdu M
máxo
12µµτ , ou (166)
−
=
Me
Du Mmáx
o14µτ (167)
A velocidade máxima é relacionada com a velocidade média, “ )(u ”, de acordo
com a equação:
Mueeuu máxMM
máx −−= −1)1( , ou (168)
φuumáx = , onde (169)
Mee MM 1)1( 1 −−= −φ (170)
A tensão de cisalhamento fica então:
uMe
D
M
o
−
=
14φµτ (171)
Fazendo-se então:
−
=
Me
DC
M 14φµ , vem: (172)
uCo =τ (173)
Inserindo a expressão (173) nas equações características:
041 0 =++Ddt
dQAdt
dHag
ρτ (174)
válida para (dx/dt) = +a, e
041 0 =++−Ddt
dQAdt
dHag
ρτ (175)
válida para (dx/dt) = -a, , e após algumas operações, chega-se:
01 =++ QRdtdQ
dtdH
agA (176)
válida para (dx/dt) = +a, e
- 01 =++ QRdtdQ
dtdH
agA (177)
83
válida para (dx/dt) = -a, e onde
Me
DR
M )1(1621
−=φν (178)
Trabalhando-se, por exemplo, a equação (176), vem:
01 =++ QdtRdQdHagA (179)
Integrando-se a equação (179) entre os pontos “A” (onde todos os valores são conhecidos) e
“P” (onde serão calculados os novos valores), encontramos:
0)()( 1 =+−+− ∫ QdtRQQHHagA P
AAPAP (180)
Para calcularmos a integral contendo o termo de atrito, são possíveis três combinações:
∫ ∆=P
AA tQRQdtR 11 (modelação de 1ª ordem) (181)
∫ ∆=P
AP tQRQdtR 11 (modelação de 2ª ordem) (182)
∫ ∆+
=P
A
PA tQQRQdtR211 (modelação mista) (183)
Observação Importante: Na presente tese, adotamos o seguinte:
- Modelação de 1ª ordem significa a modelação que leva em
conta a vazão conhecida ou calculada anteriormente.
- Modelação de 2ª ordem significa a modelação que leva em
conta a vazão desconhecida ou a vazão a ser calculada.
- Modelação mista significa a modelação que leva em conta
metade da vazão conhecida e metade da vazão desconhecida.
Neste momento iremos trabalhar com a modelação de 1ª ordem, ou com a
equação (181). Assim, inserindo a equação (181) na equação (180) e continuando os cálculos,
chega-se a seguinte expressão:
gAatQRQQBHH AAPAP ∆−−−= 1)( , válida para (dx/dt) = +a (184)
84
A mesma análise acima usando agora a equação (177), entre os pontos “B”
(onde os todos os valores são conhecidos) e o mesmo ponto “P” (onde serão calculados os
novos valores), produzirá:
gAatQRQQBHH BBPBP ∆+−+= 1)( , válida para (dx/dt) = -a (185)
onde: B = a/(gA) (186)
lembrando que: a∆t = ∆X (187)
e fazendo-se R2 = (R1∆X)/(gA), igualando-se as expressões (184) e (185), consegue-se
calcular “QP”:
BQQRBHHQ BABA
P 2))(()( 2 +−+−
= (188)
O valor de “R2” será:
XMe
DgR
M
∆−
=)1(64
42 φπν (189)
O algoritmo de cálculo para uso em malha escalonada cruzada será dado pelo seguinte
conjunto de equações, para os pontos intermediários:
BQQRBHHQ
2))(()( 201022010
15+−+−
= (190)
BQQRBHHQ
2))(()( 302023020
25+−+−
= (191)
BQQRBHHQ
2))(()( 403024030
35+−+−
= (192)
BQQRBHHQ
2))(()( 504025040
45+−+−
= (193)
Para o cálculo, por exemplo, da nova vazão na secção “20”, é mister seguir o
seguinte algoritmo:
BQQQQRQQBHHQP 2
)()()( 3025151023010301020
+++−++−= (194)
O índice “P” significa a previsão na secção considerada, neste caso, da vazão.
A nova carga hidráulica na secção “20” pode ser encontrada de duas formas:
HP20 = H10 + B Q10 - R2 (Q10 + Q15) - B QP20
(195)
HP20 = H30 – B Q30 + R2 (Q30 + Q25) + B QP20 (196)
Para a secção “30”, vem:
85
BQQQQRQQBHHQP 2
)()()( 4035252024020402030
+++−++−= (197)
HP30 = H20 + B Q20 - R2 (Q20 + Q25) - B QP30
(198)
HP30 = H40 – B Q40 + R2 (Q40 + Q35) + B QP30 (199)
Para a secção “40”, vem:
BQQQQRQQBHHQP 2
)()()( 5045353025030503040
+++−++−= (200)
HP40 = H30 + B Q30 - R2 (Q30 + Q35) - B QP40
(201)
HP40 = H50 – B Q50 + R2 (Q50 + Q45) + B QP40 (202)
A condição de contorno de montante (ou seja, no reservatório) é dada por:
HP10 = constante = carga no reservatório. A nova vazão na secção “10” pode ser então
calculada pela fórmula:
BQQRBQHHQ P
P)()( 15202202010
10+−+−
= (203)
A condição de contorno de jusante (ou seja, na válvula) é dada por:
QP50 = 0 (válvula fechada devido a um fechamento instantâneo). A nova carga na secção “50”
pode ser então calculada pela fórmula:
HP50 = H40 + B Q40 – R2 (Q40 + Q45) (204)
Finalmente, deve-se mencionar como será processado o cálculo do parâmetro
de entropia “M” (que será assumido igual ao do regime permanente e constante durante o
transitório).
Lembrando o capítulo (5) sobre o PEM, temos:
[ ]
=νε0)(
Re32 MFf (205)
Onde:
( ) 11
11)(
−
−
−−
=Me
eMeMF M
MM
(206)
Ou:
( )1
11
1)(−
−
−−= M
MM
eMeeMF (207)
Adotando a sugestão de Moraes (2003):
86
843,00 Re0028.01
+=Dk
νε
(208)
ε0 := viscosidade cinemática turbulenta na parede do tubo (m2/s)
Assumem-se conhecidos, durante o regime permanente, os seguintes valores:
fator de atrito “f”, o número de Reynolds (Re) e a aspereza do tubo (k). (Se o regime for
turbulento liso, faça k = 0).
a) Calcule “ε0” através da equação (208). Se o regime é turbulento liso, adota-se k=0, vem ε0
= ν.
b) De posse de “f”, “Re” e “ε0” calcula-se “F(M)”, usando a equação (205).
c) Calculado “F(M)”, calcula-se, por iteração, o valor do parâmetro de entropia “M”, usando
as equações (206) ou (207).
d) De posse de “M”, calcula-se o valor de “φ” pela equação (117):
Mee MM 1)1( 1 −−= −φ (209)
e) Finalmente, calcula-se R2:
XMe
DgR
M
∆−
=)1(64
42 φπν (210)
∆X = L / 4 (211)
Esta modelação entrópica de 1ª ordem será comparada com os dados
experimentais de Bergant e Simpson [Apud Ghidaoui e Mansour (2002)].
Para o cálculo do parâmetro de entropia “M” basta seguir o raciocínio abaixo:
Com número de Reynolds igual a 5792,53, e já sabendo que o escoamento é
turbulento liso, calcula-se o fator de atrito “f” segundo Souza, Martins e Fadiga Jr. (1991): 2
9,0Re62.5log2
−
−=f (212)
de onde encontra-se f = 0.036. Como o escoamento é turbulento liso, temos ε0 = ν. Agora
basta seguir o algoritmo que calcula “M”. Para os dados experimentais que estamos usando,
temos que M = 2.507.
Finalmente compara-se a modelação entrópica com dados experimentais na
figura (22). (observação: ver arquivo BergantSimpson, programa EXCEL, planilha “M Const.
1ª Ordem”, fornecida em disquete junto com a presente tese):
87
Figura 22 – Comparação entre o modelo teórico usando a tensão de cisalhamento entrópica de
regime permanente (assumindo “M” constante e modelação de 1ª ordem para o termo de
atrito) aplicada ao transitório hidráulico (em azul) e dados experimentais (em vermelho).
Comparação (M 1ª ord) x dados experimentais
-20
0
20
40
60
80
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Tempo (s)
Car
ga (m
H2O
) na
válv
ula
H EXP.
H(M 1ªord)
Observa-se então que esta modelação prevê bem os valores experimentais de sobre-pressão da
1ª, 2ª, e 3ª onda, mas o amortecimento real é maior que o previsto pelo modelo teórico a partir
da 4ª onda de sobre-pressão. Para as sub-pressões, o modelo teórico prevê valores mais
discrepantes em todas as ondas. Inclusive, para a primeira onda de sub-pressão, o modelo
teórico prevê pressões negativas abaixo de – 9,0 metros de coluna de água, indicando a
ocorrência de vaporização da coluna líquida. Um aspecto que deve ser frisado aqui é que os
picos máximos de sobre-pressões são bem modelados até a 6ª onda de sobre-pressão.
Verificaremos agora como comporta-se a modelação entrópica usando a modelação de 2ª
ordem para o termo de atrito ou a modelação mista.
88
6.4. USO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO ENTRÓPICA EM REGIME
PERMANENTE APLICADO AO ESCOAMENTO TRANSITÓRIO (PARÂMETRO
“M” CONSTANTE E TERMO DE ATRITO DE 2ª ORDEM).
Retorna-se agora à equação (180), onde usaremos agora a modelação de 2ª ordem para o
termo de atrito pela expressão (182).
0)()( 1 =+−+− ∫ QdtRQQHHagA P
AAPAP (180)
∫ ∆=P
AP tQRQdtR 11 (modelação de 2ª ordem) (182)
Assim, inserindo a equação (182) na equação (180) e continuando os cálculos,
chega-se a seguinte expressão:
gAatQRQQBHH PAPAP ∆−−−= 1)( , válida para (dx/dt) = +a (213)
Fazendo a mesma análise acima usando agora a equação (177), entre os pontos
“B” (onde os todos os valores são conhecidos) e o mesmo ponto “P” (onde serão calculados
os novos valores), produzirá:
89
gAatQRQQBHH PBPBP ∆+−+= 1)( , válida para (dx/dt) = -a (214)
onde: B = a/(gA) (215)
lembrando que: a∆t = ∆X (216)
e fazendo-se R2 = (R1∆X)/(gA), igualando-se as expressões (213) e (214), consegue-se
calcular “QP”:
)(2)()(
2RBQQBHHQ BABA
P +++−
= (217)
O valor de “R2” será:
XMe
DgR
M
∆−
=)1(64
42 φπν (218)
O algoritmo de cálculo para uso em malha escalonada cruzada será dado pelo seguinte
conjunto de equação, para os pontos intermediários:
)(2)()(
2
2010201015 RB
QQBHHQ+
++−= (219)
)(2)()(
2
3020302025 RB
QQBHHQ+
++−= (220)
)(2)()(
2
4030403035 RB
QQBHHQ+
++−= (221)
)(2)()(
2
5040504045 RB
QQBHHQ+
++−= (222)
Para o cálculo, por exemplo, da nova vazão na secção “20”, é mister seguir o
seguinte algoritmo:
)(2)()()(
2
251523010301020 RB
QQRQQBHHQP ++−++−
= (223)
O índice “P” significa a previsão na secção considerada, neste caso, da vazão.
A nova carga hidráulica na secção “20” pode ser encontrada de duas formas:
HP20 = H10 + B Q10 - R2 Q15 – (B + R2) QP20 (224)
HP20 = H30 – B Q30 + R2 Q25 + (B + R2) QP20
(225)
Para a secção “30”, vem:
)(2)()()(
2
352524020402030 RB
QQRQQBHHQP ++−++−
= (226)
90
HP30 = H20 + B Q20 - R2 Q25 – (B + R2) QP30 (227)
HP30 = H40 – B Q40 + R2 Q35 + (B + R2) QP30
(228)
Para a secção “40”, vem:
)(2)()()(
2
453525030503040 RB
QQRQQBHHQP ++−++−
= (229)
HP40 = H30 + B Q30 - R2 Q35 – (B + R2) QP40 (230)
HP40 = H50 – B Q50 + R2 Q45 + (B + R2) QP40
(231)
A condição de contorno de montante (ou seja, no reservatório) é dada por:
HP10 = constante = carga no reservatório. A nova vazão na secção “10” pode ser então
calculada pela fórmula:
2
15220201010
)(RB
QRBQHHQ PP +
−+−= (232)
A condição de contorno de jusante (ou seja, na válvula) é dada por:
QP50 = 0 (válvula fechada devido a um fechamento instantâneo). A nova carga na secção “50”
pode ser então calculada pela fórmula:
HP50 = H40 + B Q40 – R2 Q45 (233)
O cálculo do parâmetro de entropia “M” (que será assumido igual ao do regime
permanente e constante durante o transitório) é o mesmo já desenvolvido na secção anterior.
Esta modelação entrópica de 2ª ordem será comparada com os dados
experimentais de Bergant e Simpson [Apud Ghidaoui e Mansour (2002)], conforme figura
(23). (observação: ver arquivo BergantSimpson, programa EXCELL, planilha “M Const. 2ª
Ordem”, fornecida em disquete junto com a presente tese):
Figura 23 – Comparação entre o modelo teórico usando a tensão de cisalhamento entrópica de
regime permanente (assumindo “M” constante e modelação de 2ª ordem para o termo de
atrito) aplicado ao transitório hidráulico (em azul) e dados experimentais (em vermelho).
91
Comparação (M 2ª Ordem) x dados experimentais
-20
0
20
40
60
80
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Tempo (s)
Car
ga (m
H2O
) na
válv
ula
H EXP.
H(M 2ªord)
A análise deste gráfico é similar ao já comentado usando a modelação de 1ª ordem para o
termo de atrito.
O próximo passo é usar a modelação entrópica usando a modelação de mista para o termo de
atrito.
6.5. USO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO ENTRÓPICA EM REGIME
PERMANENTE APLICADO AO ESCOAMENTO TRANSITÓRIO (PARÂMETRO
“M” CONSTANTE E TERMO DE ATRITO MISTO).
Retorna-se agora à equação (180), onde usaremos agora a modelação mista para o termo de
atrito pela expressão (183).
0)()( 1 =+−+− ∫ QdtRQQHHagA P
AAPAP (180)
∫ ∆+
=P
A
PA tQQRQdtR211 (modelação mista) (183)
Assim, inserindo a equação (183) na equação (180) e procedendo como nos
dois tópicos anteriores, já apresentamos o algoritmo de cálculo necessário para os pontos
intermediários:
92
1
20102201015 2
)()(B
QQBHHQ +−−= (234)
1
30202302025 2
)()(B
QQBHHQ +−−= (235)
1
40302403035 2
)()(B
QQBHHQ +−−= (236)
1
50402504045 2
)()(B
QQBHHQ +−−= (237)
B1 = B[1 + (R1 ∆t/2)] (238)
B2 = B[-1 + (R1 ∆t/2)] (239)
B = a/(gA) (240)
Me
DR
M )1(1621
−=φν (241)
Para o cálculo da nova vazão na secção “20”, segue-se o seguinte algoritmo:
1
25152130102301020 2
))(()()(B
QQBBQQBHHQP++−+−−
= (242)
O índice “P” significa a previsão na secção considerada, neste caso, da vazão.
A nova carga hidráulica na secção “20” pode ser encontrada de duas formas:
HP20 = H10 – B2 Q10 – (B1 + B2) Q15 – B1 QP20 (243)
HP20 = H30 + B2 Q30 + (B1+B2) Q25 + B1 QP20 (244)
Permutando-se os índices, consegue-se também os valores de carga e vazão nas secções “30”
e “40”.
A condição de contorno de montante (ou seja, no reservatório) é dada por:
HP10 = constante = carga no reservatório. A nova vazão na secção “10” pode ser então
calculada pela fórmula:
1
1521202201010
)()(B
QBBQBHHQ PP
+−−−= (245)
A condição de contorno de jusante (ou seja, na válvula) é dada por:
QP50 = 0 (válvula fechada devido a um fechamento instantâneo). A nova carga na secção “50”
pode ser então calculada pela fórmula:
HP50 = H40 – B2 Q40 – (B1 + B2) Q45 (246)
O cálculo do parâmetro de entropia “M” (que será assumido igual ao do regime
permanente e constante durante o transitório) é o mesmo já desenvolvido anteriormente.
93
Esta modelação entrópica de ordem mista também será comparada com os
dados experimentais de Bergant e Simpson [Apud Ghidaoui e Mansour (2002)], conforme
figura (24). (observação: ver arquivo BergantSimpson, programa EXCELL, planilha “M
Const. Misto”, fornecida em disquete junto com a presente tese):
Figura 24 – Comparação entre o modelo teórico usando tensão de cisalhamento entrópica de
regime permanente (assumindo “M” constante e modelação de ordem mista para o termo de
atrito) aplicada ao transitório hidráulico (em azul) e dados experimentais (em vermelho).
Comparação (M misto) x dados experimentais
-20
0
20
40
60
80
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Tempo (s)
Car
ga (m
H2O
) na
válv
ula
H EXP.
H(M Misto)
94
A análise deste gráfico é similar ao já comentado usando as modelações de 1ª e 2ª ordem para
o termo de atrito.
A tabela (VI) compara os valores teóricos obtidos com a formulação entrópica usando os três
tipos de modelação do termo de atrito.
Tabela VI – Comparação entre os três tipos de modelação entrópica. (Valores de Carga
Hidráulica na Válvula (m))
[1ª Coluna: Modelação de 1ª Ordem], [2ª Coluna: Modelação de 2ª Ordem], [3ª Coluna:
Modelação de Ordem Mista)], [4ª Coluna: Tempo (s)].
H(M 1ªord)(m) H(M 2ªord)(m) H(M Misto)(m) tempo (s)
29,72 29,72 29,72 0
69,97 70,04 70,01 0,014
69,97 70,04 70,01 0,028
69,97 70,04 70,01 0,042
69,98 70,05 70,01 0,056
-9,42 -9,49 -9,46 0,071
-9,42 -9,49 -9,46 0,085
-9,43 -9,50 -9,46 0,099
-9,43 -9,50 -9,46 0,113
68,88 68,95 68,91 0,127
68,88 68,95 68,92 0,141
68,88 68,95 68,92 0,155
68,89 68,96 68,92 0,169
-8,34 -8,41 -8,38 0,183
-8,35 -8,42 -8,38 0,197
-8,35 -8,42 -8,38 0,212
-8,35 -8,42 -8,39 0,226
67,81 67,88 67,85 0,240
67,82 67,89 67,85 0,254
67,82 67,89 67,86 0,268
67,83 67,90 67,86 0,282
-7,29 -7,36 -7,33 0,296
-7,30 -7,37 -7,33 0,310
-7,30 -7,37 -7,34 0,324
95
-7,31 -7,38 -7,34 0,338
66,78 66,85 66,81 0,353
66,78 66,85 66,82 0,367
66,79 66,86 66,83 0,381
66,80 66,87 66,83 0,395
-6,27 -6,34 -6,31 0,409
-6,28 -6,35 -6,31 0,423
-6,29 -6,35 -6,32 0,437
-6,29 -6,36 -6,33 0,451
65,77 65,84 65,81 0,465
65,78 65,85 65,81 0,479
65,79 65,86 65,82 0,494
65,79 65,86 65,83 0,508
-5,28 -5,35 -5,31 0,522
-5,29 -5,36 -5,32 0,536
-5,29 -5,36 -5,33 0,550
-5,30 -5,37 -5,34 0,564
64,79 64,86 64,83 0,578
64,80 64,87 64,84 0,592
64,81 64,88 64,84 0,606
64,82 64,89 64,85 0,620
-4,31 -4,38 -4,35 0,635
-4,32 -4,39 -4,36 0,649
-4,33 -4,40 -4,37 0,663
-4,34 -4,41 -4,38 0,677
63,84 63,91 63,87 0,691
63,85 63,92 63,88 0,705
63,86 63,93 63,89 0,719
63,87 63,94 63,90 0,733
-3,37 -3,44 -3,41 0,747
-3,38 -3,45 -3,42 0,761
-3,39 -3,46 -3,43 0,776
-3,41 -3,47 -3,44 0,790
62,91 62,98 62,95 0,804
62,92 62,99 62,96 0,818
62,94 63,00 62,97 0,832
62,95 63,02 62,98 0,846
-2,46 -2,53 -2,49 0,860
96
-2,47 -2,54 -2,51 0,874
-2,48 -2,55 -2,52 0,888
-2,50 -2,56 -2,53 0,903
[1ª Coluna: Modelação de 1ª Ordem], [2ª Coluna: Modelação de 2ª Ordem], [3ª Coluna:
Modelação de Ordem Mista)], [4ª Coluna: Tempo (s)].
Verifica-se que no presente caso, os valores das três formulações não diferem
muito. Analisando-se a tabela (VI) verifica-se que o amortecimento entre 2 ondas de sobre-
pressão (ou também de sub-pressão) é da ordem de 1,00 metro, superior ao amortecimento
gerado usando a modelação com fator de atrito “f”. Vamos então comparar a modelação
entrópica de ordem mista e a modelação usando o fator de atrito “f” na próxima secção.
6.6. COMPARAÇÃO DA MODELAÇÃO ENTRÓPICA DE ORDEM MISTA E
MODELAÇÃO COM FATOR DE ATRITO “F” VARIÁVEL.
(Observação: ver arquivo BergantSimpson, programa EXCEL, planilha “Comparação”,
fornecida em disquete junto com a presente tese):
A tabela (VII) reúne os dados necessários para a comparação:
Tabela VII – Comparação entre o modelo teórico usando o fator de atrito “f” variável, o
modelo teórico da formulação entrópica mista e dados experimentais durante o transitório. [1ª
Coluna: Tempo (s)], [2ª Coluna: Carga na válvula, dados experimentais (m)], [3ª Coluna:
Carga prevista usando o fator de atrito “f” variável (m)], [4ª Coluna: Carga prevista usando a
modelação entrópica mista (m)].
tempo (s) H EXP.(m) H(F var.)(m) H(M Misto)(m)
0 29,71 29,72 29,72
0,014 71,7 70,11 70,01
0,028 71,3 70,18 70,01
0,042 72 70,25 70,01
0,056 36 70,32 70,01
0,071 -3,7 -9,85 -9,46
0,085 -5,3 -9,92 -9,46
97
0,099 -6,4 -10,00 -9,46
0,113 -6 -10,08 -9,46
0,127 65,5 69,58 68,91
0,141 69,1 69,67 68,92
0,155 68,8 69,74 68,92
0,169 68 69,83 68,92
0,183 -0,2 -9,33 -8,38
0,197 -3,1 -9,42 -8,38
0,212 -4,2 -9,50 -8,38
0,226 -3,7 -9,59 -8,39
0,240 58 69,05 67,85
0,254 66 69,18 67,85
0,268 66,6 69,25 67,86
0,282 66,4 69,36 67,86
0,296 7 -8,61 -7,33
0,310 2,3 -8,94 -7,33
0,324 -1,3 -9,01 -7,34
0,338 0,5 -9,13 -7,34
0,353 43,8 68,32 66,81
0,367 63 68,70 66,82
0,381 64,8 68,78 66,83
0,395 64 68,90 66,83
0,409 53,2 -8,09 -6,31
0,423 2,3 -8,47 -6,31
0,437 -0,6 -8,55 -6,32
0,451 0,7 -8,67 -6,33
0,465 54 67,87 65,81
0,479 58,3 68,24 65,81
0,494 62 68,32 65,82
0,508 62,8 68,45 65,83
0,522 24,4 -7,66 -5,31
0,536 8,5 -8,02 -5,32
0,550 2,7 -8,10 -5,33
0,564 2,7 -8,22 -5,34
0,578 34,4 67,44 64,83
0,592 52,3 67,80 64,84
0,606 61,7 67,87 64,84
0,620 62,4 68,00 64,85
98
0,635 56,6 -7,22 -4,35
0,649 16,8 -7,57 -4,36
0,663 3,2 -7,65 -4,37
0,677 3,6 -7,79 -4,38
0,691 7,9 67,01 63,87
0,705 35,1 67,35 63,88
0,719 56,6 67,43 63,89
0,733 60 67,57 63,90
0,747 58,8 -6,79 -3,41
0,761 33,3 -7,14 -3,42
0,776 7,4 -7,21 -3,43
0,790 5,4 -7,35 -3,44
0,804 8,3 66,56 62,95
0,818 35,6 66,92 62,96
0,832 50,7 67,00 62,97
0,846 58,1 67,14 62,98
0,860 55,4 -6,34 -2,49
0,874 33,8 -6,71 -2,51
0,888 15 -6,78 -2,52
0,903 7,2 -6,93 -2,53
[1ª Coluna: Tempo (s)], [2ª Coluna: Carga na válvula, dados experimentais (m)], [3ª Coluna:
Carga prevista usando o fator de atrito “f” variável (m)], [4ª Coluna: Carga prevista usando a
modelação entrópica mista (m)].
Colocando os dados da tabela (VII) em forma gráfica, tem-se a figura (25).
Figura 25 – Comparação da modelação entrópica de ordem mista (em azul) e modelação com
fator de atrito “f” variável (em preto) com dados experimentais (em vermelho).
99
Comparação dados experimentais x (f var) x (M Misto)
-20
0
20
40
60
80
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Tempo (s)
Car
ga (m
H2O
) na
válv
ula
H EXP.
H(F var.)
H(M Misto)
Verifica-se então que a formulação entrópica de ordem mista (em azul no
gráfico da figura (25)), neste caso, possui uma adequação melhor aos dados experimentais
(em vermelho no gráfico da figura (25)), do que a modelação usando o fator de atrito “f”
variável (em preto no gráfico da figura (25)). Uma explicação possível é que a modelação
entrópica utiliza o expoente linear para a velocidade média, ao passo que o expoente é
quadrático na formulação usando o fator de atrito “f” variável.
Cabe agora ressaltar que tanto a formulação entrópica como a formulação
usando o fator de atrito “f”, prevêem o valor nulo para a tensão de cisalhamento quando a
velocidade média for nula (e conseqüentemente a vazão média também for nula). Ocorre que
durante o transitório pode ocorrer a existência de um perfil (com escoamento reverso próximo
à parede do tubo) que gere velocidade média nula, mas a tensão de cisalhamento não será
nula.
Tendo isto em mente, vamos tentar usar uma tensão de cisalhamento em
escoamento oscilatório, usando a formulação entrópica, aplicada ao transitório hidráulico.
100
6.7. USO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO ENTRÓPICA EM REGIME
OSCILATÓRIO APLICADO AO ESCOAMENTO TRANSITÓRIO (PARÂMETRO
“M” CONSTANTE).
Seja um escoamento unidimensional laminar oscilatório [Bird et al. (1960)] em
um conduto circular. A equação de Navier-Stokes associada será:
2
21rV
rV
rxP
tV XXX
∂∂
+∂∂
+∂∂
−=∂∂
ρµ
ρµ
ρ (247)
VX:= velocidade (m/s)
t := tempo (s)
ρ := massa específica (kg/m3)
P := pressão (N/m2)
x := coordenada longitudinal (m)
ν := viscosidade cinemática (m2/s)
µ := viscosidade dinâmica (kg/m.s)
ω := freqüência oscilatória (rad/s)
r := raio genérico (m)
101
Admitindo que o gradiente de pressão seja oscilatório e que o perfil de velocidade também
seja oscilatório (método da separação de variáveis e usando notação dos números complexos),
vem:
tiCeax
P ω
ρ−=
∂∂
−1 (248)
aC := termo de aceleração (m/s2)
VX = V e-iωt (249)
V:= velocidade, que depende somente do raio genérico (m/s)
A equação (249) produz as seguintes derivadas:
(∂VX/∂t) = -iωV e-iωt (250)
(∂VX/∂r) = (dV/dr) e-iωt (251)
(∂2VX/∂r2) = (d2V/dr2) e-iωt (252)
Inserindo as equações (248), (250), (251), (252) na equação (247) e desenvolvendo, obtemos:
012
2
=+++µρ
µρω CaVi
drdVrdr
Vd (253)
A expressão (253) é uma equação diferencial ordinária de 2ª ordem. Apresentaremos a
solução geral da equação (253):
V = C J0 (Kr) + (aC/ω)i (254)
C := constante de integração
Jo :=função de Bessel de ordem zero (-)
K2 = (ρωi)/µ (255)
K = (1+i)/δ (256)
δ = (2ν/ω)1/2 (257)
Aplicando a condição de contorno (princípio da aderência), quando “r” = “R” (raio do tubo),
temos que “V” = 0, determinamos a constante de integração “C”.
C = (-aC i)/[ω J0 (KR)] (258)
Finalmente, o perfil de velocidade do escoamento oscilatório laminar será:
VX = (aC/ω) (i e-iωt)1-[J0(Kr)/J0(KR)] (259)
Comparando a equação (259) com o perfil de velocidade de escoamento permanente laminar:
VX = Umáx(1-(r/R)2) (260)
Umáx := velocidade máxima no eixo do tubo (m/s)
Iremos fazer a seguinte analogia entre o escoamento permanente laminar e o escoamento
oscilatório laminar:
102
Umáx = (aC/ω) (261)
(1-(r/R)2) = 1-[J0(Kr)/J0(KR)] (262)
O termo (i e-iωt) fica sem correspondente no regime permanente laminar.
Lembrando agora o perfil de velocidade oriundo do PEM:
)]1)(1(1ln[ 2
2
Rre
MUu Mmáx −−+= (263)
Inserindo as expressões (261) e (262) em (263), temos duas possibilidades de expressar o
perfil de velocidade de escoamento turbulento oscilatório via analogia com escoamento
turbulento permanente:
)])()(1)(1(1ln[),(
0
0
KRJKrJe
Mieatru M
tiC −−+=
−
ω
ω
(264)
)])()()(1)(1(1ln[),(
0
0 tiMC ieKRJKrJe
Matru ω
ω−−−+= (265)
Não iremos entrar no mérito de verificar qual destas duas equações fornece o perfil mais
correto, pois nossa preocupação está em determinar a tensão de cisalhamento na parede do
tubo, para usar no método das características. Apesar disto, cabe citar aqui que fazendo o
limite das equações (264) e (265) quando “M” tende ao valor nulo, obtêm-se a equação (259),
que é o perfil de velocidade de escoamento laminar oscilatório. Além disto, quando “r” = “R”,
ocorre a velocidade nula, obedecendo o princípio da aderência em ambas equações (264) e
(265).
Fazendo a derivada parcial de “u” em relação a “r” de ambas equações (264) e (265),
encontramos o mesmo valor:
( )
−−+
−
=
∂∂ −
)()(111
)()()1(
0
0
1
KRJKrJe
KRJKrJe
MKiea
ru
oM
Mti
C
ω
ω
(266)
Quando “r” = 0, o gradiente de velocidade será nulo.
Quando “r” = “R”, o gradiente de velocidade possui valor finito:
( )tiM
C ieKRJKRJ
MeKa
ru ω
ω−
−
=
∂∂
)()(1
0
1 para “r” = “R” (267)
A tensão de cisalhamento para este caso é dada por:
( )tiM
Co ie
KRJKRJ
MeKa
ru ω
ωµµτ −
−
−=
∂∂
−=)()(1
0
1 (268)
103
Finalmente, pegando a parte real da equação (268)
( ))sen()cos()()(1
0
1 ttKRJKRJ
Mea M
Co ωω
ωδµτ −
−
= (269)
K = 1/δ (270)
δ = (2ν/ω)1/2 (271)
−≅
4
tan)()(
0
1 πKRKRJKRJ , quando “KR” tende a valores elevados (KR >>1). (272)
Pode-se fazer também:
−
−
= )
4tan(1 π
ωδKR
MeaCM
C (273)
De modo que:
( ))sen()cos( ttCo ωωµτ −= (274)
Inserindo a expressão (274) nas equações características:
041 0 =++Ddt
dQAdt
dHag
ρτ (275)
válida para (dx/dt) = +a, e
041 0 =++−Ddt
dQAdt
dHag
ρτ (276)
válida para (dx/dt) = -a, e após algumas operações, chega-se :
[ ] 0)sen()cos(4=−++ ttC
DA
dtdQ
dtdH
agA ωω
ρµ (277)
válida para (dx/dt) = +a, e
- [ ] 0)sen()cos(4=−++ ttC
DA
dtdQ
dtdH
agA ωω
ρµ (278)
válida para (dx/dt) = -a.
Trabalhando-se, por exemplo, a equação (277), vem:
[ ] 0)sen()cos(4=−++ dtttC
DAdQdH
agA ωω
ρµ (279)
Integrando-se a equação (279) entre os pontos “A” (onde os todos os valores são conhecidos)
e “P” (onde serão calculados os novos valores), encontramos:
[ ] 0)cos()cos()sen()sen(4)()( =−+−+−+− APAPAPAP ttttCDAQQHH
agA ωωωω
ων (280)
Continuando os cálculos, obtemos a seguinte expressão:
104
[ ])cos()cos()sen()sen()( APAPAPAP ttttDQQBHH ωωωω −+−−−−= (281)
A mesma análise acima usando agora a equação (278), entre os pontos “B”
(onde os todos os valores são conhecidos) e o mesmo ponto “P” (onde serão calculados os
novos valores), produzirá:
[ ])cos()cos()sen()sen()( APAPBPBP ttttDQQBHH ωωωω −+−+−+= (282)
onde: B = a/(gA) (283)
D = (8νCa)/(ωRg) (284)
igualando-se as expressões (281) e (282), consegue-se calcular “QP”:
BttttDQQBHHQ APAPBABA
P 2)]cos()cos()sen()[sen(2)()( ωωωω −+−−++−
= (285)
Para esta modelação, iremos usar a malha regular, e não a malha escalonada cruzada. A figura
(26) ilustra uma malha regular.
Figura 26 – Malha Regular
Malha Regular
0
1
2
10 20 30 40 50Posição
Tem
po
Para o cálculo, por exemplo, da nova vazão na secção “20”, é necessário seguir
o seguinte algoritmo:
BttttDQQBHHQ APAP
P 2)]cos()cos()sen()[sen(2)()( 30103010
20ωωωω −+−−++−
= (286)
O índice “P” significa a previsão na secção considerada, neste caso, da vazão.
A nova carga hidráulica na secção “20” pode ser encontrada de duas formas:
[ ])cos()cos()sen()sen()( 10201020 APAPPP ttttDQQBHH ωωωω −+−−−−= (287)
105
[ ])cos()cos()sen()sen()( 30203020 APAPPP ttttDQQBHH ωωωω −+−+−+= (288)
Para a secção “30”, vem:
BttttDQQBHHQ APAP
P 2)]cos()cos()sen()[sen(2)()( 40204020
30ωωωω −+−−++−
= (289)
[ ])cos()cos()sen()sen()( 20302030 APAPPP ttttDQQBHH ωωωω −+−−−−= (290)
[ ])cos()cos()sen()sen()( 40304030 APAPPP ttttDQQBHH ωωωω −+−+−+= (291)
Para a secção “40”, vem:
BttttDQQBHHQ APAP
P 2)]cos()cos()sen()[sen(2)()( 50305030
40ωωωω −+−−++−
= (292)
[ ])cos()cos()sen()sen()( 30403040 APAPPP ttttDQQBHH ωωωω −+−−−−= (293)
[ ])cos()cos()sen()sen()( 50405040 APAPPP ttttDQQBHH ωωωω −+−+−+= (294)
A condição de contorno de montante (ou seja, no reservatório) é dada por:
HP10 = constante = carga no reservatório. A nova vazão na secção “10” pode ser então
calculada pela fórmula:
BttttDBQHHQ APAPP
P)]cos()cos()sen()[sen()( 202010
10ωωωω −+−−+−
= (295)
A condição de contorno de jusante (ou seja, na válvula) é dada por:
QP50 = 0 (válvula fechada devido a um fechamento instantâneo). A nova carga na secção “50”
pode ser então calculada pela fórmula:
HP50 = H40 + B Q40 - D[sen(ωtP)-sen(ωtA)+cos(ωtP)-cos(ωtA) (296)
Notamos que o termo de atrito na equação (296) não é necessariamente nulo,
apesar de que a vazão média seja nula, pois a válvula está fechada.
O parâmetro de entropia “M” será assumido igual ao do regime permanente e
constante durante o transitório.
Esta modelação entrópica da tensão de cisalhamento oscilatória, aplicada ao
transitório hidráulico, será comparada com os dados experimentais de Bergant e Simpson
[Apud Ghidaoui e Mansour (2002)].
O roteiro de cálculo é o seguinte:
a) Calcula-se “aC”. Há duas possibilidades: a primeira é fazer “aC = - (a∆V)/(∆X)”, onde:
∆V := Variação de velocidade que ocorrerá no transitório. Como a válvula ficará fechada, a
velocidade final será nula, de modo que:
106
∆V = (0 – Vo) = - V0 (297)
∆X = L / 4 (lembrar que estamos dividindo o tubo em quatro partes iguais) (298)
Assim:
aC = (aV0)/(∆X) (299)
A segunda possibilidade é substituir “∆X” por “L” na equação (299). Logo:
aC = (aV0)/(L) (300)
Destas duas possibilidades, a única que gerou amortecimento durante o transitório foi a
equação (300). Portanto, deve-se escolher para “aC”:
aC = (aV0)/(L) (300)
b) Calcula-se o período “T”.
T = 4L/a (301)
c) Calcula-se “ω”.
ω = 2π/T (302)
d) Dada a viscosidade cinemática “ν”, calcula-se “δ”.
δ = (2ν/ω)1/2 (303)
e) Calcula-se “K”
K = 1/δ (304)
f) Calcula-se “KR – (π/4)”. Depois a tangente (em radianos) deste argumento. (“R” é o raio
do tubo)
g) Dado o parâmetro de entropia “M” (calculado do escoamento permanente inicial),
determina-se a constante “C”.
−
−
= )
4tan(1 π
ωδKR
MeaCM
C (305)
h) Calcula-se a constante “D”
D = (8νCa)/(ωRg) (306)
107
Devemos ressaltar que esta formulação entrópica com tensão de cisalhamento oscilatória,
aplicada ao transitório hidráulico, deve acompanhar o caminho da onda de pressão. Em outras
palavras, o trecho da tubulação que ainda não foi atingido pela onda de pressão é modelado
como ainda em regime permanente. A parte da tubulação que já foi percorrida pela onda de
choque é modelada com a tensão de cisalhamento entrópica oscilatória.
Finalmente compara-se a modelação entrópica com dados experimentais na figura
(27). (observação: ver arquivo BergantSimpson(5ªVersãoTESE), programa EXCELL,
planilha “TAU Oscilatório”, fornecida em disquete junto com a presente tese):
Figura 27 – Comparação entre o modelo teórico usando a tensão de cisalhamento entrópica,
de regime oscilatório (assumindo “M” constante), aplicada ao transitório hidráulico (em azul),
e dados experimentais (em vermelho).
Comparação (M misto) x dados experimentais
-20
0
20
40
60
80
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Tempo (s)
Car
ga (m
H2O
) na
válv
ula
H EXP.
H50(Osc.)
Pode-se observar pela figura (27) que na primeira onda de sobre-pressão o
modelo teórico fornece valores razoáveis. Da segunda até a quinta onda de sobre-pressão
apenas os picos máximos são bem modelados, depois há uma degeneração do modelo teórico.
Para as ondas de sub-pressões, o modelo não reflete bem a realidade, inclusive gerando picos
de pressão negativa de –11 metros de coluna de água. Devemos lembrar novamente que o
modelo segue a onda de choque, sendo uma desvantagem em relação ao modelo de tensão de
cisalhamento entrópico de regime permanente aplicado ao transitório hidráulico.
108
A figura (28) compara a modelação de tensão de cisalhamento entrópico de
regime permanente aplicado ao transitório hidráulico, com a modelação de tensão de
cisalhamento entrópico de regime oscilatório aplicado ao transitório hidráulico e contra os
dados experimentais. (observação: ver arquivo BergantSimpson (5ªVersãoTESE), programa
EXCEL, planilha “Comparação”, fornecida em disquete junto com a presente tese):
Figura 28 – Comparação da modelação entrópica de regime permanente (M constante e
modelação mista), em azul e modelação entrópica de regime oscilatório (em preto) com dados
experimentais (em vermelho).
Comparação dados experimentais
-20-10
01020304050607080
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1Tempo (s)
Car
ga (
mH
2O)
na v
álvu
la
H EXP.
H(M Misto)
H(Bird)
Pode-se então concluir que ambas modelações não modelam bem as ondas de
sub-pressão, sendo que a modelação de tensão de cisalhamento entrópica oscilatória fornece
os melhores valores dos picos de sobre-pressão. Esta figura (28) sugere a tentativa de usar
uma modelação da tensão de cisalhamento usando as duas formulações em conjunto. Assim,
tentou-se uma modelação levando em conta metade da tensão de cisalhamento entrópica de
regime permanente com metade da tensão de cisalhamento entrópica de regime oscilatório.
Entretanto, esta nova modelação também não produziu bons resultados e não será mostrada
neste trabalho.
109
7. CONCLUSÕES
Neste trabalho tentamos utilizar o Princípio da Entropia Máxima no transitório
hidráulico. A tensão de cisalhamento entrópica de regime permanente aplicado ao transitório
apresentou melhores resultados do que o uso da tensão de cisalhamento de regime permanente
usando o fator de atrito “f” e a velocidade média elevada ao expoente dois.
Apesar desta melhora nos resultados teóricos, as ondas de sub-pressões ainda
não conseguem ser bem modeladas. O amortecimento das cargas transitórias também não são
bem refletidas pela modelação teórica. Deve-se lembrar que a celeridade é admitida constante
durante o transitório hidráulico, e que a própria perda de energia influi para a redução da
celeridade, o que não é refletida pelo modelo computacional.
Tentou-se também usar uma tensão de cisalhamento entrópica de regime
oscilatório no transitório hidráulico, mas os resultados teóricos não refletem bem os dados
experimentais. Além disto, esta modelação apresenta como desvantagem o fato de ser
necessária seguir a onda de choque, o que pode dificultar a sua implementação em sistemas
hidráulicos mais complexos que o sistema reservatório-tubo-válvula.
Houve também uma tentativa de se unir as duas tensões entrópicas (de regime
permanente e de regime oscilatório), entretanto os resultados não foram encorajadores e não
foram ilustrados.
110
8. RECOMENDAÇÕES PARA FUTURAS PESQUISAS
No presente trabalho, usamos a tensão de cisalhamento entrópica de regime
permanente aplicada ao transitório hidráulica. A hipótese assumida foi a de que o parâmetro
de entropia “M”, calculado em regime permanente, permaneça constante durante o transitório
hidráulico. Assim, a primeira sugestão é variar o valor do parâmetro de entropia “M” durante
o transitório. Esta mesma observação sobre a variação do parâmetro de entropia “M” é válida
para a tensão de cisalhamento entrópica de regime oscilatório.
Outra sugestão é a verificar se as equações (265) e (266) realmente modelam
bem o escoamento oscilatório turbulento:
)])()(1)(1(1ln[),(
0
0
KRJKrJe
Mieatru M
tiC −−+=
−
ω
ω
(265)
)])()()(1)(1(1ln[),(
0
0 tiMC ieKRJKrJe
Matru ω
ω−−−+= (266)
Outra recomendação possível é tentar uma nova modelação para o termo de
aceleração do escoamento oscilatório (“aC”).
Como usamos apenas uma única experiência para testar nossa modelação
teórica entrópica (sendo o escoamento permanente turbulento liso e número de Reynolds
baixo)l, é necessário também comparar a nossa modelação teórica entrópica com outros dados
experimentais já publicados na literatura, por exemplo, para escoamento turbulento rugoso,
ou com fechamento lento da válvula.
Finalmente, tentar ajustar a celeridade durante o transitório, usando ou não o
parâmetro de entropia “M” para esta modelação da celeridade.
111
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