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PRECISAMOS FALAR SOBRE CUIDADOS PALIATIVOS Ano XIII - ago/dez de 2015 - n° 74

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PRECISAMOS FALAR SOBRE CUIDADOS PALIATIVOS

Ano XIII - ago/dez de 2015 - n° 74

Page 2: Ano XIII - ago/dez de 2015 - n° 74 · 2015-11-30 · consulta em puericultura e tratamento cirúrgico de hérnia de disco lombar); e d) ... fixa as diretrizes de atenção à saúde

Jornal UNIDASJornal UNIDAS 32

Ademais, também deve ser dada especial atenção aos seus anexos: a) o Anexo I é o rol propriamente dito, geralmente de difícil leitura para nós que não conhecemos a área médica; b) o Anexo II que apresenta as Diretrizes de Utilização de Tratamento, atualizadas e ampliadas a cada novo rol. Citadas diretrizes representam verdadeiros protocolos de tratamento, guidelines, standards de cobertura que devem ser observados

pelas operadoras e seus beneficiários. Ele acabou com aquele raciocínio dicotômico – cobre ou não cobre – porque estabeleceu um “dependente”. Ou seja, a princípio a cobertura está assegurada, desde que observado, porém, o citado protocolo de tratamento, resumidamente, se o beneficiário atende a todos os requisitos e necessidades para que a cobertura seja assegurada; c) o Anexo III apresenta as diretrizes clínicas, que no novo rol são apenas três (consulta de avaliação ampliada em geriatria,

consulta em puericultura e tratamento cirúrgico de hérnia de disco lombar); e d) o Anexo IV trata do Protocolo de Utilização, ou seja, o fornecimento que é assegurado pelas operadoras de equipamentos coletores e adjuvantes para colostomia, ileostomia e urostomia, sonda vesical de demora e coletor de urina.

Portanto, aquele que ainda não leu a mencionada RN na íntegra, bem como os seus anexos, recomendo que não vá para a cama sem ter feito o mencionado dever de casa.

tema delicado que merece atenção e discussões aprofundadas, para disseminar o conceito do cuidado adequado com o paciente e seus familiares. Abordaremos, ainda, as novidades estabelecidas no novo Rol de Procedimentos e Eventos da ANS, por meio de um artigo jurídico.

Além disso, reunimos informações sobre alguns dos eventos que realizamos, como o 50º Encontro Nacional com Superintendentes Estaduais (ENSE), o 7º Fórum das Instituições de Autogestão em Saúde, além da eleição da UNIDAS no Conselho Nacional de Saúde (CNS), dados sobre novas filiações, dentre outras novidades.

Encerraremos esta etapa de maneira vitoriosa, com a realização do 18º Congresso UNIDAS – Cenários Atuais da Saúde e Novos Rumos para o Setor.

Feliz 2016 a todos!

EDITORIAL

Diretoria Nacional UNIDAS

Por José Luiz Toro da Silva*

* José Luiz Toro da Silva é consultor jurídico da UNIDAS, mestre e doutor em Direito

EXPEDIENTEJORNAL UNIDASPublicação da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde.Alameda Santos, 1.000 - 8º andarCerqueira César - SP - CEP: 01418-100Tel.: (11) 3289-0855 - www.unidas.org.br

DIRETORIA NACIONALPRESIDENTE: Luís Carlos Saraiva NevesVICE-PRESIDENTE: Aderval Paulo FilhoDIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO: André Lourenço CorrocherDIRETOR DE COMUNICAÇÃO: Alexandre Lania GonçalvesDIRETOR TÉCNICO: João Paulo dos Reis Neto

DIRETORA DE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO: Adriana Pereira Dias DIRETORA DE INTEGRAÇÃO: Maria Aparecida Diogo BragaPRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO: Aníbal de Oliveira ValençaPRESIDENTE DO CONSELHO FISCAL: Danielita Pinto de Morais.

Reportagem e edição: Michele Scarasati - MTB 52.690/SPDiagramação: Criateria.la

O ano de 2015 foi marcado por inúmeros desafios, principalmente na área da saúde. A crise econômica mundial, que também atingiu fortemente nosso país, nos fez refletir ainda mais sobre iniciativas de gestão que auxiliem a reduzir gastos e a evitar desperdícios de recursos, visando, sempre, o bem-estar de nossos beneficiários. As atenções voltaram-se para ações efetivas de mudança do atual modelo assistencial.

Um dos exemplos em destaque é o incentivo da UNIDAS para que as autogestões participem do projeto Parto Adequado, que tem como objetivo reduzir o número de cesáreas realizadas sem indicação clínica, colocando em risco a vida da gestante e do bebê, e aumentando, a cada ano, os índices já inaceitáveis de cesarianas na saúde suplementar brasileira, hoje num patamar de 85%. O assunto é matéria de capa desta edição.

O jornal UNIDAS traz matéria especial sobre cuidados paliativos,

Ações em práticaARTIGO

O novo rol de procedimentos e eventos em saúde

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) promulgou, recentemente, a Resolução Normativa (RN) nº 387, que atualiza o Rol de Procedimentos e

Eventos em Saúde e constitui a referência básica para cobertura assistencial mínima nos planos privados de assistência à saúde, fixa as diretrizes de atenção à saúde e revoga as RNs nº 338/2013 e nº 349/2014, entre outras providências.

Como consta no site da Agência, “os beneficiários de planos de saúde individuais e coletivos terão direito a mais 21 procedimentos, incluindo exames laboratoriais, além de mais um medicamento oral para tratamento de câncer em casa e ampliação do número de consultas com fonoaudiólogo, nutricionistas, fisioterapeutas e psicoterapeutas”.

O mencionado rol é revisto a cada dois anos. Ele entrará em vigor no dia 2 de janeiro de 2016 e terá efeito retroativo, ou seja, será aplicado a todos os planos privados de assistência à saúde contratados a partir de 1º de janeiro de 1999 e àqueles adaptados conforme a Lei nº 9.656, de 1998. Apesar de eventual insurgência com referência ao mencionado efeito retroativo, “assimilado”, inclusive, pelo próprio mercado, e quanto à impossibilidade de qualquer acréscimo no valor da contraprestação pecuniária por ocasião da vigência do mencionado rol, em face da posição adotada pelo judiciário, aludida norma (e  suas edições anteriores, a partir da RN nº 211) é extremamente didática, ousando afirmar que é de leitura obrigatória para todos aqueles que militam neste segmento.

Chego a enfatizar, nos cursos que ministro, que ela é o nosso verdadeiro “Posto Ipiranga”, pois tudo (ou praticamente tudo) que precisamos saber sobre as coberturas que estão asseguradas pela Lei n. 9.656, de 1998, se encontra na mencionada norma, inclusive questões sobre o que deve ser garantido aos acompanhantes de menores, idosos e pessoas com necessidades especiais; a obrigatoriedade de home care, se adotada a internação domiciliar em substituição à internação hospitalar; as coberturas previstas nos planos referência, ambulatorial, hospitalar, hospitalar com obstetrícia e odontológico, até mesmo a forma de resolução de conflitos com os médicos em casos de divergências com referência a indicação de órteses e próteses. Reitero que ela é de leitura obrigatória. Muitos problemas deixariam de existir se as pessoas conhecem, com profundidade, a mencionada norma.

A 50ª edição do Encontro Nacional com Superintendentes Estaduais (ENSE), realizada no dia 23 de

agosto, em Brasília, definiu as propostas de encaminhamento para o segundo semestre de 2015. Dentre os itens aprovados, estão a criação de um Grupo de Trabalho para discutir o Panorama Negocial e o Regimento Interno das Superintendências; aprofundamento da discussão sobre o cenário negocial e as novas estratégias para as autogestões, por meio da Comissão Técnica e da Comissão de Negociação. Também foram abordados assuntos administrativos.

SUPERINTENDÊNCIAS

Brasília recebe debate de superintendentes

Superintendentes definem ações e estratégias

Adriana Dias, João P. dos Reis Neto, Aderval Paulo Filho, Luís Saraiva, Cida Diogo, André Corrocher e Alexandre Lania

A leitura da RN nº 387 é obrigatória.

Muitos problemas deixariam de existir se as

pessoas a conhecem com profundidade.

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Jornal UNIDASJornal UNIDAS 54

Parto adequado: melhor alternativa para a mãe e o bebê

A UNIDAS promoveu, no dia 27 de outubro, uma oficina sobre o projeto Parto Adequado, que contou com a participação de representantes da Agência Nacional

de Saúde Suplementar (ANS), do Institute for Healthcare Improvement  (IHI) e das autogestões filiadas. O encontro aconteceu na sede da entidade, em São Paulo, e evidenciou a necessidade de mudança no modelo de atenção para redução do número de cesáreas sem indicação clínica.

De acordo com a diretora de integração da UNIDAS, Maria Aparecida Diogo Braga, o objetivo do encontro foi não só dirimir dúvidas sobre o tema, como também discutir uma maneira de inserir as autogestões no projeto, para que elas contribuam com seu avanço e montem uma estratégia para atuar proativamente, promovendo uma conscientização coletiva.

Jacqueline Torres, gerente executiva de aprimoramento do relacionamento entre operadoras e prestadores, da Diretoria de Desenvolvimento Setorial (DIDES/ANS), conta que o principal objetivo do projeto é reduzir o excesso de cesarianas não

explicados por fatores clínicos, mas, sim, por questões do sistema de saúde, entre eles a organização do sistema de atenção ao parto, ofertando o melhor cuidado para mãe e bebê.

O projeto Parto Adequado é uma iniciativa conjunta entre a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Hospital Israelita Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), com o apoio do Ministério da Saúde.

“Hoje, a taxa de partos cesáreas da rede privada de saúde no Brasil é de 85%. O nosso projeto conta com 42 hospitais participantes, a maioria da rede privada, espalhados pelas cinco regiões do Brasil, e queremos adiantar que, somente em seis meses de trabalho, a quantidade de

partos normais passou de 20% para 27%”, revela a palestrante.

A gerente da ANS apresentou toda a metodologia do projeto e explicou o conceito de segurança do paciente e de boas práticas obstétricas, para garantir segurança às gestantes, eliminando más práticas e violência obstétrica, e também o desenvolvimento e o crescimento saudável do bebê.

“É preciso investir no nascimento saudável, possibilitando aos recém-nascidos as vantagens de vir ao mundo na idade gestacional completa. Quando marcamos as cesarianas eletivas, às vezes, impedimos que esses bebês fiquem na barriga mais duas ou três semanas que seriam fundamentais para o pleno desenvolvimento. Estamos privando o bebê de receber o cuidado adequado, sem intervenções desnecessárias”, destaca Jacqueline.

Para escolher o cuidado mais adequado, é preciso seguir um pacote de mudanças: reorganizar o cuidado do pré-natal, para favorecer a evolução fisiológica do trabalho de parto, estruturar sistemas de informação que permitam o acompanhamento contínuo e garantir prontidão para o trabalho de parto.

ATUAÇÃO

Cada parceiro do projeto tem um papel pré-estabelecido. A ANS promove a articulação com os representantes do setor, monitora os resultados e acompanha hospitais e operadoras apoiadoras. O Hospital Albert Einstein é responsável pela logística e pelo treinamento de participantes, atuando como um laboratório de excelência e hospital-piloto, testando as mudanças. O Institute for Healthcare Improvement atua como colaborador técnico, científico e metodológico, e é responsável pela transferência de conhecimento em ciência da melhoria aos hospitais, ou seja, pela metodologia que ajuda a fazer com que as mudanças aconteçam, já que os gestores têm dificuldades em colocar as ações em prática. Os hospitais parceiros foram escolhidos pela diversidade.

Jacqueline lembra que “a principal inovação a ser testada nos hospitais diz respeito às mudanças no processo de cuidado, que envolvem adequação de recursos humanos, incorporação de equipe multiprofissional das maternidades, capacitação de

profissionais para ampliar a segurança na realização do parto normal, engajamento do corpo clínico e das próprias mulheres, e atendimento de gestante e bebê desde o pré-natal até o pós-parto.”

Para a gerente, o papel das operadoras é realizar uma mudança sistêmica, disponibilizando para as gestantes todas as informações necessárias sobre médicos e rede de atendimento, com um espaço sobre o projeto em seu site, e sair de uma lógica de remuneração por quantidade de procedimentos para uma lógica de valorizar qualidade e segurança.

“Entendemos que as operadoras precisam estar envolvidas e devem priorizar os interesses das gestantes e de suas famílias na organização”, acrescenta Jacqueline.

GANHOS E BARREIRAS

Paulo Borem, responsável pela área de Segurança do Paciente do IHI, participou do debate. Ele afirma que, em primeiro lugar, todo o foco do projeto é na segurança da mãe e do bebê. Em segundo lugar, ganham as operadoras, pois o modelo é mais econômico e traz menos complicações. “O IHI propõe a criação de diagramas direcionadores para elucidar a teoria da mudança pretendida, que estabelece onde o projeto quer chegar e tudo o que é necessário para alcançar este objetivo. O diagrama direcionador do parto adequado é a coalizão entre lideranças do setor de saúde, alinhadas em torno da qualidade e da segurança na atenção ao parto e ao nascimento”, diz.

Mesmo seguindo corretamente todos os processos, ainda existem algumas barreiras a serem quebradas, como o comportamento médico na indicação de cesárea eletiva, as informações corretas sobre analgesia e a eliminação de práticas desnecessárias. A gerente da ANS, Jacqueline Torres, enfatiza que a mulher tem que saber todos os riscos envolvidos. De acordo com ela, nos Estados Unidos e na Europa, apenas entre 1% e 5% das mulheres têm pavor do parto normal por alguma razão. “É preciso mudar a cultura no Brasil, para alcançarmos estes patamares”, reforça Jacqueline.

Peter H. Cherouny, médico e professor de obstetrícia da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, destaca que não importa o que os números e o modelo de atenção nos dizem. “Se nós criamos expectativas nas mulheres, nós podemos mudá-las. Minha experiência mostrou que quando reconhecemos a necessidade de mudança e a realizamos, de forma efetiva, melhoramos a qualidade da assistência e reduzimos os custos”, completa o médico norte-americano.

Para finalizar o encontro, a diretora de integração da UNIDAS, Cida Diogo, propôs um desafio para as operadoras de autogestão que não estão no projeto: fazer a adesão informal para desencadear um processo de implantação, iniciando discussões e trocas de informação, com auxílio das superintendências estaduais, para que em 2016 já haja um número maior de operadoras envolvidas no projeto.

Cláudia Zouain, coordenadora de indução de qualidade nos prestadores (DIDES/ANS), Jacqueline Torres, gerente executiva de aprimoramento do relacionamento entre operadoras e prestadores, da Diretoria de Desenvolvimento Setorial (DIDES/ANS), e Cida Diogo, diretora de integração da UNIDAS, participam de oficina sobre o projeto Parto Adequado

Paulo Borem, do IHI, e Peter Cherouny, da Universidade de Vermont, participam da discussão

Em seis meses de trabalho, a quantidade

de partos normais passou de 20% para 27%”, revela

Jacqueline Torres.

CAPA CAPA

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Jornal UNIDASJornal UNIDAS 76

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Da esquerda para a direita: João Paulo dos Reis Neto (diretor técnico), Maria Aparecida Diogo Braga (diretora de integração), André Lourenço Corrocher (diretor administrativo-financeiro), José Carlos Abrahão (presidente da ANS), Adriana Pereira Dias (diretora de treinamento e desenvolvimento), Aderval Paulo Filho (vice-presidente) e Luís Carlos Saraiva Neves (presidente)

Presidente da CASSEMS, ao centro, assina filiação à UNIDAS

Presidente da ANS recebe diretoria da UNIDAS

AGÊNCIA REGULADORA

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O presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), José Carlos Abrahão, recebeu, em seu gabinete, a diretoria executiva da UNIDAS, para debater assuntos de interesse das autogestões. A reunião aconteceu no dia 11 de setembro, no Rio de Janeiro.

FILIADAS

Nos últimos meses, a UNIDAS conquistou quatro novas filiadas. São elas:

UNIDAS conquista novas filiações

ASPARÁAssociação dos Servidores Públicos da Administração Direta do Governo do Estado do Pará, com 650 beneficiários.

CASSEMSA Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (CASSEMS), que possui quase 200 mil vidas. O presidente da instituição, Ricardo Ayache, assinou a filiação em outubro, na sede da UNIDAS, na presença da diretoria executiva da entidade e da superintendente do Mato Grosso do Sul, Lisandra Mollinedo.

TRE-PATribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA), com mais de 1,4 mil beneficiários.

TRT 5ª regiãoTribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (Bahia), com mais de 3.800 vidas.

Todas elas passam a contar com os benefícios oferecidos pela UNIDAS, como assessoria técnica, parlamentar e jurídica.

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Jornal UNIDASJornal UNIDAS 98

O LUTO

Culturalmente, a população brasileira tem dificuldade em falar sobre o luto. Uma das atividades dos cuidados paliativos é abordá-lo de uma maneira mais delicada, para que a família consiga retomar a vida após a perda do ente querido. “ Vivenciar o luto é um direito de todos. Aqui, nós temos um programa que envolve o trabalho de um psicólogo com os familiares, que acompanha o processo de luto e pós-luto, com auxílio em diversas questões, inclusive administrativas”, acrescentou Elisângela.

A FAMÍLIA

“Eu moro aqui com meu marido”. Assim começou o depoimento da aposentada Dyonísia Rodrigues Costa, de 78 anos, mulher de José Costa, de 81. O casal está junto há mais de 50 anos, desde que começou a se olhar num ponto de ônibus, e tem três filhos. Diagnosticado com Mal de Parkinson 13 anos atrás, há dois havia sido internado no HCor, com dificuldade de urinar. Neste período, teve paradas cardíacas que deixaram graves sequelas.

Os dois chegaram à clínica há seis meses. “A equipe acaba sendo nossa segunda família. Aqui o Zé (como o chama) é muito bem cuidado”, comenta. Dona Dyonísia conta que, no início, passava todos os dias ao lado do marido e, agora, conseguiu

retomar algumas atividades externas, como fazer compras no supermercado, para a casa onde vive, por alguns dias da semana, com o filho caçula.

A história da dona de casa Andréia da Silva Nocena, de 40 anos, não é diferente. Em 2012, o filho dela, H.L., atualmente com 11 anos, apresentou um quadro de meningite. Passou por dois hospitais, teve diversas paradas cardíacas e ficou em coma por quase dois meses. Andréia abandonou os três empregos nos quais trabalhava e passou a dividir funções com o marido, para dar atenção integral ao filho. Nessa época, as expectativas médicas não eram promissoras.

Como não havia mais o que fazer no âmbito hospitalar, o plano de saúde sugeriu que o menino fosse encaminhado para uma unidade de cuidados paliativos. “Eu nunca tinha ouvido falar desse tipo de lugar, mas no primeiro acolhimento senti que teríamos resultados positivos. Quando o meu filho chegou, tinha uma febre de 40ºC persistente, que não passava no hospital, e convulsões repetitivas. Em pouco tempo, o quadro dele melhorou, a febre baixou, ele voltou a se mexer e tem melhorado cada vez mais, nestes quase 3 anos aqui. Pelo olhar dele, consigo ver que está muito feliz”, comemora Andréia.

SERVIÇO

Clínica Acallanto Kids – Rua Aurélia 1.092 – Vila Romana/SP Clínica Acallanto Adultos - Avenida Tito 1.549 – Lapa/SP

EM PAUTA EM PAUTA

T razer esperança e dignidade no contexto da tristeza e da dor. Esta é a essência dos cuidados paliativos,

assunto ainda pouco abordado no Brasil. Para tentar desmitificá-lo, a UNIDAS visitou uma clínica especializada neste tipo de atenção, na zona oeste de São Paulo, e registrou o resultado da experiência nesta edição.

Desde a entrada da unidade, é possível identificar um ambiente agradável e acolhedor, diferente do que se observa nos hospitais, na maioria das vezes. Antes de iniciar qualquer esclarecimento a respeito do funcionamento, Elisângela Ribeiro, CEO (Chief Executive Officer) da Clínica Acallanto, faz questão de destacar a necessidade de difundir o conceito de cuidados paliativos.

“O objetivo dos cuidados paliativos é chegar no coração das pessoas no pior momento, pois sempre temos de pensar que, enquanto houver vida, devemos proporcionar bem-estar e dar a proteção e o acompanhamento necessários”, afirma a CEO.

Segundo Elisângela, o cerne do conceito é oferecer atenção integral ao paciente e aos seus familiares, de forma humanizada, tanto na questão física quanto na emocional e social, com suporte de uma equipe multidisciplinar que inclui médicos, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais. “Não tratamos somente a dor, mas fazemos a gestão de cuidados do paciente e de seus familiares, dando apoio e orientação no que for necessário”, acrescenta.

Foi a experiência de Elisângela e de Andrea Canesin, diretora operacional da clínica, que as fez idealizar o projeto. Durante muitos anos, as duas foram coordenadoras de unidades do Hospital Samaritano, e, diariamente, acompanhavam casos de pacientes crônicos com necessidade de desospitalização. “Nossa ideia era tentar solucionar esse problema, já que a maioria dos hospitais não possui um espaço adequado para estes casos. No hospital não há possibilidade de dar atenção à família do paciente agudo, pois o foco é outro”, ressalta Andrea.

Andrea relata que, de acordo com o Observatório ANAHP (Associação Nacional de Hospitais Privados), entre 20% e 30% dos pacientes internados em hospitais são crônicos, idosos ou não. “As iniciativas das clínicas de retaguarda também impactam, consideravelmente, na redução de gastos das operadoras de saúde”, conta a diretora operacional.

Precisamos falar sobre cuidados paliativos

FUNCIONAMENTO

A Clínica Acallanto é pioneira em cuidados paliativos pediátricos e, hoje, conta com duas unidades, a Kids, inaugurada em 2009, e a Adultos. Segundo Andrea, o Brasil tem menos de 20 anos de experiência em cuidados paliativos, e apenas há uma década é que a discussão sobre o tema tem sido intensificada.

Atualmente, a Acallanto trabalha com pacientes de média complexidade e alta complexidade, cujo comprometimento é maior, seguindo normas internacionais de segurança do paciente.

A ALTA

Alguns pacientes têm avanços expressivos, incluindo certo tipo de autonomia e acabam recebendo alta. Quando isso acontece, a equipe da clínica vai até o domicílio, avalia a estruturação e a adaptação da residência para as necessidades de locomoção, ajuda a família a buscar o que é necessário e entrega orientações específicas. “Com isso, a família fica mais segura”, revela Elisângela.

Andrea e Elisângela defendem a necessidade de perpetuar o conceito de cuidados paliativos

Dona Dyonísia acompanha o marido com quem é casada há mais de 50 anos

CNS

UNIDAS conquista titularidade no CNS

A UNIDAS foi eleita por aclamação como membro titular do Conselho Nacional de Saúde (CNS). O presidente da entidade, Luís Carlos Saraiva Neves, já ocupava a

cadeira e representará, novamente, a UNIDAS e as autogestões do país no Conselho. A entidade também conquistou a primeira e segunda suplência do assento e seus representantes são, respectivamente, o diretor técnico, João Paulo dos Reis Neto, e a diretora de integração, Maria Aparecida Diogo Braga.

Cuidados paliativos proporcionaram avanços promissores para o filho de Andréia

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Jornal UNIDASJornal UNIDAS 1110

OFICINA

INTERNACIONAL

Filiadas da UNIDAS participam de oficina sobre Ressarcimento ao SUS e implantação do CartãoNacional de Saúde Suplementar

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou, na sede da UNIDAS, em São Paulo, uma oficina sobre a implantação do Cartão Nacional de Saúde Suplementar

e sobre o Ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (SUS). O encontro foi coordenado pela diretora de integração da entidade, Maria Aparecida Diogo Braga, e teve como objetivo esclarecer dúvidas das filiadas sobre os temas.

As palestras foram ministradas por Elisabeth Covre e Fernanda Araújo, respectivamente, gerente executiva de Produção e Análise de Informação (GEPIN) e gerente executiva de Integração e Ressarcimento ao SUS da Agência.

Pós-graduação na Universidade de Coimbra

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7º Fórum das Autogestões discute mudanças para o setor de saúde

DEBATE

O 7º Fórum Estratégico das Instituições de Autogestão em Saúde, realizado no dia 24 de agosto, em Brasília, proporcionou aos presidentes das instituições filiadas discussões sobre novas propostas de serviços das UNIDAS, autorregulação, novo Rol da ANS, implantação da CAGETECS-Câmara de Gestão em Tecnologias de Saúde, dentre outros assuntos, para garantir o

fortalecimento e a sustentabilidade do segmento. Confira os painéis abordados:

A UNIDAS intermediou a participação de brasileiros no curso de pós-graduação em Regulação Pública e Concorrência - A Regulação Pública da Saúde e dos

Planos Privados de Assistência à Saúde, realizado pelo CEDIPRE - Centro de Estudos de Direito Público e Regulação, da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em Portugal.

Com duração de 40 horas, o curso aconteceu entre os dias 26 e 30 de outubro.

Diretoria executiva da UNIDAS e presidentes dos Conselhos Fiscal e Deliberativo realizam a cerimônia de abertura do evento

Oficina da ANS esclarece dúvidas de filiadas da UNIDAS

O advogado José Luiz Toro da Silva ministra aula ao lado de professores lusitanos

CAGETECS E CENTRAL DE PARECERES

Os temas foram abordados por Aderval Paulo Filho, Maria Aparecida Diogo Braga, João Paulo dos Reis Neto, respectivamente, vice-presidente, diretora de integração e diretor técnico da UNIDAS, Mário Jorge Vital, membro da Cagetecs, e Andréa Bergamini, consultora na área de OPME.

A IMPORTÂNCIA DA AUTORREGULAÇÃO PARA AS OPERADORAS

As discussões foram guiadas por José Rauen, Luiz Calado, autor do livro Regulação e Autorregulação, e Guilherme Benaderet, da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

NOVAS INCORPORAÇÕES AO ROL DA ANS

Raquel Medeiros Lisbôa, da gerência geral de regulação da ANS, Euclides Matheucci Júnior, da DNA Consult e Tecnologia, e João Paulo dos Reis Neto, diretor Técnico da UNIDAS comentaram as novas incorporações do rol de Procedimentos e Eventos da Agência, para o biênio 2016-1018.

ENCAMINHAMENTOS JURÍDICOS

José Luiz Toro da Silva, assessor jurídico da UNIDAS, Bruno Sobral, da Ferrés e Associados Consultoria Econômica, e Cida Diogo falaram sobre temas jurídicos.

Na foto: Raquel LisbôaNa foto: João P. Reis, Mário J. Vital e Andréa Bergamini

Na foto: Guilherme Benaderet Na foto: José Toro, Cida Diogo e Bruno Sobral

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Jornal UNIDAS12

CAMPANHAS

Setembro Verde

Novembro AzulOutubro Rosa

Nos últimos três meses, a UNIDAS intensificou suas ações em apoio às campanhas de prevenção de doenças e promoção à saúde.

No mês de setembro, o superintendente da UNIDAS-GO, Wellington Araújo de Lima, assinou, em nome da entidade, manifestação em favor da doação de órgãos e tecidos para transplantes, representado pelo Setembro Verde. O objetivo foi conscientizar a população sobre a importância da doação. A solenidade foi realizada na Assembleia Legislativa de Goiás. Além da UNIDAS-GO, também assinaram o manifesto a Associação Médica de Goiás, a Associação dos Hospitais, o Sindicato dos Médicos, o Cremego, a Unimed e o Ipasgo.

Voltado ao público masculino, o mês de novembro ficou azul em apoio à campanha de prevenção do câncer de próstata. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, surgem 7,8 novos casos da doença por hora. Ainda assim, 51% dos homens nunca visitaram um urologista.

A campanha contra o câncer de mama já ganhou proporções mundiais e as mulheres estão cada vez mais conscientes sobre o tema. Ainda assim, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a enfermidade é responsável pela morte de 15 mil brasileiras todos os anos e exige discussões e atenção permanente. Em outubro, a UNIDAS ficou cor-de-rosa para incentivar a prevenção da doença.

UNIDAS apoia campanhas do Ministério da Saúde

Da esquerda para a direita: Rafael Cardoso Martinez, presidente do Sindicato dos Médicos; Wellington Araújo de Lima, superintendente da UNIDAS-GO; Luciano Leão Bernardino da Costa, gerente da Central de Transplantes; Aldair Novato Silva, presidente do CREMEGO; Sizenando da Silva Campos Júnior, presidente da UNIMED