ano ii - n 0 6 - dezembro de 2012 cabota gem

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ÓRGÃO OFICIAL DO SINDICATO NACIONAL DOS CONDUTORES DA MARINHA MERCANTE E AFINS ANO II - N 0 6 - DEZEMBRO DE 2012 FILIADO À CRIME NOS PORTOS Ceará contra roubo de contêineres TRANSPETRO Empresa investe em mão de obra CABOTAGEM Crescimento econômico empurra segmento

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Page 1: ANO II - N 0 6 - DEZEMBRO DE 2012 CABOTA GEM

ÓRGÃO OFICIAL DO SINDICATO NACIONAL DOS CONDUTORES DA MARINHA MERCANTE E AFINS

ANO II - N0 6 - DEZEMBRO DE 2012FILIADO À

CRIME NOS PORTOSCeará contra roubo de contêineres

TRANSPETROEmpresa investe em mão de obra

CABOTAGEMCrescimento econômico empurra segmento

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DEZEMBRO / 2012 � 3

Ofim de 2012 traz incertezas, depois de uma década de cresci-mento para o País. Em tempos globalizados, a crise econômi-ca que se instalou nos EUA, Europa e Ásia começa a bater naporta do Brasil. No fechamento desta edição, o PIB do 3o� tri-mestre avançava apenas 0,6%. Naquele mesmo instante,

grandes empresas que puxam a economia brasileira refaziam as contas. Erao caso da Petrobras e da Vale, de grande influência na navegação mercante.No caso da estatal do petróleo, no início de dezembro a empresa anun-

ciava redução de US$ 1,6 bilhão nos investimentos no período 2012-2016.Na sequência, a Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, decidiuencolher para US$ 16,6 bilhões o investimento para 2013. São 24% a menosdo que a mineradora injetou em 2012, reflexo direto da queda de encomen-das da China, o maior cliente.A Europa, empobrecida, cortou encomendas de produtos agropecuários.

Os fretes caíram. Há cerca de três anos um contêiner de 40 pés com frangoexportado do Brasil para a Europa valia cerca de US$ 2,7 mil. No início de2012, o armador fazia esse frete por US$ 2 mil, segundo informes publicadosna mídia. No caso do mesmo contêiner embarcado para a Ásia, a cotaçãocaiu de aproximados US$ 4 mil para cerca de US$ 2,7 mil. Ainda no começodeste ano, grandes cargueiros que podem transportar a granel minério deferro ou cereais aceitavam taxas de fretamento de US$ 15 mil por dia. Emsemanas, segundo corretores e proprietários, a taxa em vigor baixava naocasião para US$ 6 mil.Tudo isso certamente é um baque para nossa Marinha Mercante, que

precisa do comércio exterior para seguir crescendo. Infelizmente, o mercadointerno, que segurou as bases do crescimento econômico nas versões re-centes da crise internacional, parece insuficiente para aguentar o tranco glo-balizado, apesar de algumas boas notícias.O segmento marítimo brasileiro apresenta expansão, conforme mostra-

mos neste número da Revista SINCOMAM em matéria sobre a evoluçãoda cabotagem. Uma empresa citada na referida reportagem, inclusive, anun-ciou após o fechamento desta edição que já estuda investir R$ 1,4 bilhão em2014, incluindo a construção de sete navios. “O cenário é muito positivo”,afirmou o diretor-presidente da companhia. A esse quadro favorável so-mam-se as encomendas da construção naval. É pouco, no entanto, se lem-brarmos que a atividade mercante, como sempre, se caracteriza pelo caráterglobal que empurra a economia mundial.É preciso que as autoridades dos países situados no olho do furacão en-

contrem uma saída. Entre a estagnação observada em outros continentes eo otimismo em nosso segmento interno, é hora de ligar o sinal de alerta.

Que o Sr. DEUS nos abençoe

Sinal de alerta

d o P D EC A R T A R E S I N T ME

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Órgão Oficial do Sindicato Nacional dos Condutoresda Marinha Mercante e Afinswww.sincomam.com.br

SEDEAv. Presidente Vargas, nº 446 - 22º andar -

Grupos: 2201/ 2204/ 2206/ 2207 - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20.071-000

Tel / Fax: (21) 2516-2143E-mail: [email protected]

DELEGACIA DE SANTOS - SPAv. Afonso Pena, nº 296, sala 36 -

Embaré - Santos -SP -CEP: 11.020-000Tel / Fax: (13) 3272-2445

E-mail: [email protected]

DELEGACIA DE MACAÉ - RJ Av. Rui Barbosa, nº 698, sala 301- Centro - Macaé

- RJ - CEP: 27.910-360Tel: (22) 2762-5227

E-mail: [email protected]

DELEGACIA DE SÃO LUÍS - MAAv. Marechal Castelo Branco, nº 281, sala 303 -São Francisco – São Luiz – MA – CEP: 65076-090

Tel: (98) 3227-5180E-mail: [email protected]

DIRETORIA EXECUTIVAALCIR DA COSTA ALBERNOZ – Diretor PresidenteNILTON MASCARENHAS – Diretor SecretárioHELIO LOPES DA COSTA – Diretor Procurador

JORGE FERREIRA PACHECO – Diretor AdministrativoANTONIO DO CARMO – Diretor Adjunto

CARLOS JAIME MARTINS JÚNIOR – Diretor Financeiro

DIRETORIA SUPLENTEABELARDO TEIXEIRA FILHO

JOSÉ CARDOSOWALDEIR FRANCISCO DA SILVARAIMUNDO DOS SANTOS COSTANOELCIO CAJUEIRO DE CAMPOS

CONSELHO FISCALANÍSIO FREIRE

JAIRO DE OLIVEIRAANTÔNIO MARCOS CASTELO SOUZA SALGADO

CONSELHO FISCAL SUPLENTERUBILAR MONTEIRO DOS SANTOS

VILNEI SOUZA LIMARAIMUNDO NONATO DA SILVA

DELEGADOS JUNTO À FEDERAÇÃOALCIR DA COSTA ALBERNOZELI MACEDO CAMPOS

DELEGADOS SUPLENTES JUNTO ÀFEDERAÇÃO

FRANCISCO DE ASSIS DOS SANTOSJOSÉ BARBOSA DE SOUZA FILHO

EDITORMAURICIO AZEVEDO (MTb RJ 14035) [email protected]

PROJETO GRÁFICOLAERTE GOMES

[email protected]

TRATAMENTO DE IMAGENSEDUARDO JARDIM

[email protected]

IMPRESSÃOGRÁFICA MEC

Esta edição: 5 mil exemplares

DEZEMBRO / 2012 � 54 � DEZEMBRO / 2012

SUMÁRIO

24Pelo melhoracordoApesar doendurecimento dealgumas empresas,é positivo o saldodos AcordosColetivos deTrabalho firmadospelo SINCOMAMno período agosto-outubro. Destaquepara a negociaçãomadura com aBrasbunker,representada pelaDiretora de RH,Ana Beatriz Tartuce(à direita na foto,ao lado dacoordenadora doDepartamentoJurídico doSindicato, AnaCristina Batista).

32 Norte e Nordeste puxam cabotagemCrescimento econômico nas regiões antes atrasadas exige novos modaispara distribuição de bens de consumo. Zona Franca de Manaus temnavios como desafogo de estoque. Empresas de longo curso ecabotagem se expandem para ampliar oferta.

Academia Marítima da TranspetroO debate sobre a qualificação de mão de obra toma conta dosegmento marítimo. A Revista SINCOMAM entrevistou ocapitão de longo curso José Menezes Filho (foto). Gerenteexecutivo de Recursos Humanos do Programa deModernização e Expansão da Frota da Transpetro, ele falasobre a Academia Marítima da estatal, criada para suprir acarência de profissionais no mercado.

Imprensa ouve SINCOMAM em MacaéReportagem gravada pelo SBT sobre as atividades no offshoredo petróleo ouviu o delegado do SINCOMAM em Macaé-RJ,Antonio do Carmo.

SINCOMAM abre caminhos no MaranhãoAtuação do Sindicato em São Luís ganha reconhecimento dosempregadores. Assembleia inédita e fiscalização de AcordoColetivo de Trabalho estão na pauta da Delegacia doSINCOMAM no Maranhão, onde o delegado Jorge Pacheco(na foto, de azul) administra aquela unidade com apoio doauxiliar administrativo Samuel Soares (de branco).

10 Ensinomarítimo

O novo Comandante do CIAGA,Almirante Carlos Frederico Carneiro

Primo, recebeu a reportagem daRevista SINCOMAM. Ele fez

uma avaliação dos primeirosmeses no cargo e dosdesafiosna função.

Dia Marítimo MundialSolenidade no CIAGA levou principais autoridades marítimasao Rio, em 2012. SINCOMAM esteve presente. Mensagem daIMO lembrou os 100 anos do naufrágio do Titanic e pediumais segurança da navegação, em especial no transporte depassageiros.

Mudança na central sindical doSINCOMAMA Central Sindical de Profissionais (CSP), à qual o SINCOMAMé filiado, aprovou em assembleia alterações nos estatutos.Representado por diretores, o Sindicato aprovou asmudanças, entre as quais a troca do nome para Central dosSindicatos Brasileiros (CSB).

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6 � DEZEMBRO / 2012

B R A S I L

OPlano de Negócios e Ges-tão da Petrobras para oexercício quinquenal foianunciado à sociedade e

depois levado ao Congresso Nacional,em Brasília. Na Câmara, o PNG2012-2016 da estatal esteve no focoem setembro durante audiência pú-blica conjunta das comissões de Fis-calização Financeira e Controle(CFFC) e de Minas e Energia (CME).

A presidenta da Petrobras, Mariadas Graças Foster, informou que o in-vestimento total no período será deUS$ 236,5 bilhões. A previsão é inje-tar US$ 131,6 bilhões na área de Ex-ploração e Produção, US$ 13,5 bi-lhões em Gás e Energia, US$ 10,7 bi-lhões na área Internacional, US$ 3,3bilhões em Distribuição e US$ 2,5 bi-lhões em Biocombustíveis.

Atualmente, as reservas prova-das da Petrobras são de 15,7 bilhõesde barris de óleo, enquanto os volu-mes potencialmente recuperáveischegam a 15,8 bilhões, presumindoum potencial de reservas de 31,5 bi-lhões de barris.

O SINCOMAM compareceu à palestrada Petrobras em que a estatal apresentoua sindicatos o Plano de Negócios e Gestão2012-2016. O encontro aconteceu no finalde agosto no edifício sede da Petrobras, noRio de Janeiro.

O Sindicato foi representado pelodiretor Jorge Pacheco e por doisprofissionais do Departamento Jurídico,Hamilton Werneck e Alexandre Correa, queproduziu um documento com um relato dapalestra, com ênfase no interesse dostrabalhadores ligados à Petrobras.

– Cabe destacar que a plateia eranotadamente formada por sindicatos,entre eles o dos petroleiros e outrasrepresentações de marítimos. Houve umanítida preocupação trabalhadores empreservar a mão de obra nacional, aquantidade e qualidade das manutençõespreventivas e os regimes de trabalho dosempregados – salientou Correa.

O advogado do SINCOMAM

acrescentou que uma insatisfação dossindicatos é com o aumento doafretamento de embarcações estrangeirasem detrimento dos contratos nacionais,que mantêm o dinheiro no Brasil, e não noexterior.

– Os sindicalistas manifestarampreocupação com a quantidade deterceirizações em atividades-fim daPetrobras, apontando um risco para ostrabalhadores brasileiros – relatouAlexandre Correa.

FOTO AGÊNCIA PETROBRAS

Plano quinquenal da Petrobras

Alexandre Correa, advogado do SINCOMAM: sindicatos deram recado

Os trabalhadores e a PetrobrasSindicatos queremsegurança e mão de obra nacional

DEZEMBRO / 2012 � 7

E V E N T O S

Ocomandante da Marinha,almirante Julio Soares deMoura Neto, presidiu em26 de setembro a come-

moração do Dia Marítimo Mundial2012 organizada no CIAGA – Centrode Instrição Almirante Graça Ara-nha, no Rio de Janeiro.

O SINCOMAM foi representadona solenidade pelo presidente AlcirAlbernoz e pelo diretor secretário Nil-ton Mascarenhas.

Segurança, meta mundialRespeitado no Brasil e no

mundo, o Dia Marítimo Mun-dial tem como elemento deintegração global a mensa-gem da IMO (OrganizaçãoMarítima Internacional), daONU. O texto de 2012, assi-nado pelo secretário-geral Ko-ji Sekimizu, é inspirado nocentenário do naufrágio docruzeiro britânico Titanic, em14/4/1912, “transformado, empoucas horas, de o navio maiscelebrado navio do mundo,em um nome para sempre as-sociado a desastre”.

Coube ao comandante Jo-sé Menezes Filho, represen-tando o Centro de Capitães daMarinha Mercante, a leiturada mensagem da IMO que conclama

ainda a comunidade marítima mun-dial a “aumentar e melhorar a segu-rança da navegação, em especialaquela que envolve o transporte depassageiros”.

Na Ordem do Dia, o titular da Di-retoria de Portos e Costas da Mari-nha, almirante Ilques Barbosa Junior,destacou os desafios de monitorar asatividades de exploração marítima dopetróleo e a expansão da navegaçãode longo curso, cabotagem e offshore.

Sindicatos e mão de obraPara o SINCOMAM, a mensagem

do diretor da DPC foi positiva aomanter como prioridade a formaçãode mão de obra, tarefa da comunida-de marítima em que os sindicatos es-tão inseridos, na visão da DPC.

– Para bem apoiar o desenvolvi-mento nacional, mantemos as balizasdo pleno atendimento das atribuiçõesda Autoridade Marítima, quais se-jam: a segurança da navegação, a sal-vaguarda da vida humana no mar, apreservação ambiental, o ordena-mento do tráfego aquaviário e o ensi-no profissional marítimo. Para forta-lecer a excelência alcançada, amplia-remos em breve as parcerias existen-tes com importantes lideranças em-presariais, armadores, sindicatos eempresas – disse o almirante IlquesBarbosa Junior na Ordem do Dia.

Dia Marítimo Mundial 2012

O diretor Nilton Mascarenhas(esquerda) e o presidenteAlcir Albernoz representaramo SINCOMAM na solenidadedo CIAGA

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8 � DEZEMBRO / 2012

E V E N T O S

Uma As-s e m -b l e i aG e r a l

Extraordinária pro-moveu alteraçõesnos estatutos da Cen-tral Sindical de Profis-sionais (CSP), que agorapassa a se chamar Central dosSindicatos Brasileiros (CSB).

Com a presença e o voto dos dire-tores delegados Helio Costa, Jorge Pa-checo e Antonio do Carmo, o SINCO-MAM aprovou, junto com outras en-tidades sindicais filiadas, as modifica-ções em pauta.

MotivosA assembleia aconteceu em 27 de

setembro, na sede do Sindicato dosTrabalhadores de Tecnologia da In-formação do Estado de São Paulo(Sindpd), na capital paulista. A mu-dança do nome aconteceu por doismotivos principais. Primeiro, para sedistinguir de outra central sindical

que ostenta amesma sigla(CSP). E segun-do, para reforçara importância dofortalecimentodos sindicatos.

Central apartidáriaDesde o início da

reestruturação da central,os representantes da CSB se empe-nham em oferecer uma alternativapara o movimento sindical brasileiro.Uma opção apartidária que tenha ossindicatos e os interesses dos traba-lhadores como prioridade.

– Queremos sindicatos fortes. Estaé uma central na qual os sindicatostêm voto e presença. Os sindicatosdevem ser protagonistas. São eles queformam as federações, as confedera-ções e as centrais – afirmou AntonioNeto, presidente da CSB, durante oencontro.

Antes do término da assembleia, aCSB, em meteórica expansão de dez

meses, regis-trava 312 enti-dades sindi-cais filiadas eoutras 34 emprocesso devalidação. Jáeram 20 as fe-derações ca-dastradas nacentral.

CSPagora é

CSBSINCOMAM apoia

mudanças e rebatismopara a Central dos

Sindicatos Brasileiros

Os diretores doSINCOMAM Helio Costa

(primeiro plano) eAntonio do Carmo naplenária da assembleia

notíciasnotíciasnotíciasnotíciasnotícias

Está em atividade naCâmara dos Deputados acomissão especial criada emmaio para estudar areformulação do ensinomédio com debates em váriosEstados.

Uma sessão em setembrona própria Casa contou com aparticipação do especialistaem Educação Cláudio deMoura Castro, autor de maisde 30 livros sobre o tema.Segundo ele, o ensino técnicoé elitista porque as escolasprofissionalizantes atraemalunos com maior renda peloalto nível de ensino.

– O resultado disso é umagrande concorrência pelasvagas, que são disputadas porexames, os chamadosvestibulinhos. Obviamentequem passa é quem teve umaexperiência educacional mais

Ensino profissionalizanteComissão daCâmara debatenovo modelo

rica, em geral aqueles commaior renda – alertou.

Para ele, essa realidadeprejudica ainda a política deformação de mão de obraespecializada, já que a grandemaioria dos alunos dosinstitutos técnicos planejaprestar o vestibular e entrar nauniversidade.

Já o coordenador da

Frente Parlamentar daEducação, deputado AlexCanziani, entende que aspolíticas de ensino técnicorecentes têm mudado essarealidade.

– Houve uma expansão ea interiorização do ensinotécnico, que antes seconcentrava nas capitais. Comisso, as pessoas que buscam

efetivamente o ensino técnicopara exercerem a profissãotêm tido mais oportunidades.O gargalo da educaçãobrasileira é o ensino médio.Temos de discutir qual ensinomédio queremos porqueinfelizmente o modelo queadotamos há muito anos nãotem sido exitoso – avalia odeputado do PR.

FOTO LEONARDO PRADO / AGÊNCIA CÂMARA

Começaram em setembrono Porto de Itajaí-SC,exatamente um ano após aenchente de 2011, as obrasde recuperaçao dos estragos.

A APM Terminals,arrendatária do local,anunciou que vai gastar R$85 milhões na reforma doberço de atracação nº 1, comreforço do cais no fundo dorio para evitar erosão eproteger a estrutura em casode uma nova enchente.

O ano de 2011 marcou asegunda grande enchenteem Itajaí nos últimos anos. Aanterior havia sido em 2008.

Enchentes como a de 2008 (foto)têm sido frequentes em Itajaí-SC

DIVULGAÇÃO

Porto de Itajaí-SCainda se recuperados estragos dachuva de 2011

Cláudio de Moura Castro(esquerda): elitismo

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DEZEMBRO / 2012 � 1110 � DEZEMBRO / 2012

ENTREVISTA Almte Primo

De vento em popa

O

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� Neste curto período emque o Sr. está no cargohouve alteração nas metasque tinha ao assumir?

Cada Comandante que chegadá ênfase a determinados aspectos.Na organização geral não há o quemudar. Recebi o cargo com a inten-ção de empreender duas vertentesiniciais. Uma delas é aprimorar ascondições de habitabilidade doCIAGA, com atenção para aspec-tos necessários aos alunos no quediz respeito a pernoite, alimenta-ção, infraestrutura médica e a par-te de educação física, que influi diretamente na saúde.Outra prioridade de nossa gestão será a qualificação docorpo docente, através de possíveis parcerias com órgãospróximos, como as sociedades acadêmicas representadaspor universidades e os cursos técnicos, no que temos si-do inteiramente apoiados pela Diretoria de Portos e Cos-tas (DPC). Mais adiante, a intenção é estreitar relaçõescom nações de reconhecida tradição marítima.

� Há um projeto para ampliar osalojamentos do CIAGA?

A licitação que o CIAGA havia aberto para moderni-zação dos alojamentos teve seu curso interrompido em2009 e 2010 por uma empresa participante do processo.Em 2011, rompeu-se o contrato visando uma nova roda-da licitatória, que já se encontra em andamento, comprevisão de concluirmos essa modernização até o fim de2013, perfazendo 60 camarotes da EFOMM. Conside-rando que são 12 vagas por unidade, teremos 720 leitospara os alunos doscursos de oficiais.Com isso, as 200 va-gas de camarotes des-tinados ao PREPOM,atualmente ocupadaspor alunos daEFOMM estarão, aofim dessas obras, libe-radas para os aquaviá-rios. Paralelamente, amédio prazo, pensa-mos em aumentar acapacidade dos cama-rotes, que passariama abrigar 990 alunosda Escola de Forma-ção de Oficiais daMarinha Mercante

(EFOMM) e cerca de 200 doPrograma do Ensino Profis-sional Marítimo (PREPOM).

�Em 2009, umareportagem da RevistaSINCOMAM sobre oCIAGA noticiou ocontingenciamento deverbas federais emvários setores, e oscursos de formaçãomarítima foramafetados. Houvealguma mudança?

Não tivemos alterações de 2009 para cá. No entanto,continuamos ativos, formando por ano cerca de 600 Ofi-ciais de Náutica e Máquinas, considerados os cursos daEFOMM, ASOM/N, ACOM/N, ATNO e ATOM. Ao to-do, são mais de 200 turmas por ano, destinadas tanto aoficiais quanto ao pessoal subalterno. O CIAGA tem es-tado presente ainda na formação de contra-mestres. Damesma forma, os CAAQs, que são os cursos de aperfei-çoamento de aquaviários, continuam na grade do CIA-GA, ministrados anualmente, sendo um para marinhei-ros de convés e outro para os condutores de máquinas.Ao todo, o CIAGA forma 5 mil alunos por ano.

� Como o Sr. avalia a oferta de cursos extrasdo CAAQ para condutores de máquinas?

São duas situações, presentes em 2012, quando tive-mos dois cursos extras do CAAQ. Em ambos os casos,essa necessidade foi ditada pela demanda. Primeiro, aTranspetro tomou a iniciativa, pois a empresa precisa

desse profissional nos seus quadros, eorganizou um CAAQ de setembro de2012 até março de 2013. No outro caso,o SINCOMAM teve patrocínio para ini-ciar uma turma CAAQ em dezembro de2012, com previsão de término para ju-nho de 2013. Trata-se de uma iniciativado SINCOMAM, que tem interesse naqualificação dessa categoria. É sempreimportante destacar que um cursoCAAQ tem um custo relativamente al-to, e que por isso só é possível promo-vê-lo com patrocínio.

� A carência de professores éum dos motivos dessadificuldade para os CAAQs eoutros cursos?

Sim. O mercado está aquecido, e os

profissionais que podem atuar como professores e ins-trutores encontram-se empregados na iniciativa privadacom bons salários. Isso não acontece somente no Brasil.Nos Estados Unidos, a Marinha enfrenta essa mesma di-ficuldade até com alguma frequência. Por aqui, entre1998 e 2000, quando o Brasil não tinha uma economiaaquecida como atualmente, havia filas de profissionaisno CIAGA querendo uma vaga de professor ou instru-tor.

� Esperar pela concretização da prioridadeanunciada pelo governo na área deeducação e qualificação é uma saída?

É uma das esperanças. Há previsão de um concursopúblico para provimento de car-gos de magistério num futuro pró-ximo. Contamos com isso, até por-que aqui no CIAGA temos umquadro de 150 professores e ins-trutores, servidores da União econtratados, para a EFOMM ePREPOM, mas nossa necessidadeé de de mais 126 nomes e temosde trabalhar ainda com a projeçãode aposentadorias. Em nosso qua-dro docente, cerca de 30% tem

ENTREVISTA

mais de 50 anos de idade, e 15% esta-riam em condições de se aposentar den-tro de cinco anos. É com este horizonte acurto e médio prazo que lidamos. E nãopodemos esquecer do pessoal de apoio,os servidores civis da União, do qualtambém precisamos. Em comparaçãocom os civis que tínhamos em 1998, dis-pomos hoje apenas de um terço daquelecontingente.

� Qual a sua impressão sobre omercado de trabalho para omarítimo neste momento dedemanda em alta determinadapela exploração de petróleo empoços submarinos?

Eu ainda não disponho de dados paradizer que tenho uma opinião concreta. Oque posso comentar no momento é umapercepção pessoal, com base em conver-sas e em alguns documentos da Direto-ria de Portos e Costas que já li. Nestesentido, observei que, para níveis ini-ciais de carreira, a situação dos oficiaisestá próximo ao ponto de equilíbrio. Ehaveria subalternos acima das necessida-

des. Não podendo esquecer que temos que continuar aexpandir a formação de pessoal, a fim de acompanhar ocrescimento da indústria e não venha a ocorrer a faltadeste profissional no futuro. De qualquer forma, notoque precisamos trabalhar a capacitação e a qualificação,criando atrativos para manter o profissional a bordo.

� Apesar do aumento da relação profissionalentre embarcados brasileiros e estrangeiros,ainda se observa uma certa resistência doprofissional mais antigo daqui em aceitar oInglês como idioma. Como o Sr. avalia essareação?

Se o Brasil quer ser grande, precisa saber como asnações-potência funcio-nam. Nossa adaptação nes-ta realidade é estrutural.Quando os novos alunosprocuram o CIAGA, eles játêm alguma noção de Inglêse sabem que é uma necessi-dade. Aqui dentro nós te-mos o dever de estar inte-grados. O mundo é assim, eo Inglês é uma ferramentafundamental.

DEZEMBRO / 2012 � 1312 � DEZEMBRO / 2012

Guarda-Marinha 14/12/1982Segundo-Tenente 17/12/1983Primeiro-Tenente 25/12/1985Capitão-Tenente 25/12/1988Capitão-de-Corveta 25/12/1994Capitão-de-Fragata 31/09/2000Capitão-de-Mar-e-Guerra 30/04/2006Contra-Almirante 31/03/2011

CARREIRA

Medalha Ordem do Mérito Naval (Oficial)Medalha Militar de OuroMedalha Mérito TamandaréMedalha Mérito Marinheiro (3 Âncoras)

CONDECORAÇÕES

Escola NavalGraduação em Ciências Navais - Escola NavalAperfeiçoamento de Aviação para OficiaisBásico - Escola de Guerra NavalExpedito de Tática Acima d'Água para OficiaisCurso de Segurança de VooCurso Superior - Escola de Guerra NavalAltos Estudos d Política e Estratégia Marítimas -Escola de Guerra NavalComando e Estado-Maior - Escola de Guerra Naval

CURSOS

Almte Primo

Page 8: ANO II - N 0 6 - DEZEMBRO DE 2012 CABOTA GEM

P O R T O S T E A I SR M I Ne

Contêineres no Porto de Pecém, CE: cargas vulneráveis a ações criminosas

CEARÁ CONTRA O CRIMETerminal de Pecém aposta em equipamentos e tecnologia para deter contrabando e roubos de contêineres

A última grande operação nacional contrasonegação fiscal, em novembro de 2011 [leiabox na página 16], durou apenas um dia, masterminou com mais de mil denunciados entrepessoas físicas e jurídicas, suspeitas de lesaros cofres públicos em R$ 1,5 bilhão.Dos 16 estados investigados, apenas três(AP, MS e MG) não dispõem de terminaismarítimos. Os demais (RJ, SP, ES, CE, PR,PE, SC, RN, PB, AM, PA, SE e BA)são vítimas em potencial desse tipo decrime e também de roubos portuários,sobretudo violação de contêineres.O Terminal Portuário de Pecém, no Ceará, reagiu. Implantouscanners em postos rodoviários fiscais que dão acesso ao porto e nas próprias instalações portuárias. >>>

Page 9: ANO II - N 0 6 - DEZEMBRO DE 2012 CABOTA GEM

DEZEMBRO/ 2012 � 1716 � DEZEMBRO/ 2012

P O R T O S T E A I SR M I Ne

Origor no combate aocontrabando e ao rouboportuário começa a

aumentar no Brasil e no exterior.Nos EUA, o governo determinou

recentemente que 100% doscontêineres marítimos deimportação sejam escaneados nosportos de origem. No Brasil, umaportaria da Receita Federal de 2010obriga, até dezembro de 2012, ouso de scanners em alfândegas.

11 de setembroNo Brasil, entre as inúmeras

organizações portuárias, funciona aComissão Nacional de SegurançaPública nos Portos, Terminais e ViasNavegáveis (Conportos), vinculadaà Secretaria Nacional de SegurançaPública.

Em janeiro de 2012, aConportos divulgou os critérios paraauditorias em terminais marítimos.As regras se baseiam no CódigoInternacional de Proteção de Naviose Instalações Portuárias (ISPSCode).

Criado pela OrganizaçãoMarítima Internacional (IMO), oISPS Code é voltado paraadequação e planos de segurançadas instalações portuárias,envolvendo a avaliação doscontroles de acesso terrestre depessoas, cargas e veículos, além demaior controle sobre o materialtransportado nos navios.

O ISPS Code está em vigênciadesde 2004, em decorrência dosatentados terroristas nos EstadosUnidos, em 11 de setembro de2001.

Segurançaportuária

Vigilância aumenta após atentados de 11/9

Adesconfiança é geral. Para seter uma ideia da situação, oPorto de Pecém acumulava, já

em maio, 13 contêineres suspeitosvindos do exterior, retidos por deter-minação da Polícia Federal.

O governo do Ceará investiu qua-se R$ 40 milhões na compra de seisscanners, fixos ou móveis, instaladosem pontos estratégicos no interior ena orla do Estado. Os scanners estãosendo distribuídos em postos rodo-viários fiscais de Tianguá, Penaforte eCrato, que formam uma espécie decinturão fiscal em torno de Pecém.Na orla, os equipamentos ficarão no

Avigilância setornou ne-cessária no

Ceará devido aocrescimento da cri-minalidade no ter-minal de Pecém,inaugurado emmarço de 2012, nomunicípio de SãoGonçalo do Ama-rante, a 55 km deFortaleza.

O porto cresceu,mas está enfrentan-do, nesse décimoano de operações,os efeitos colateraisdo progresso. Oroubo de cargas pa-rece ser o principaldeles. Por isso, aCearáPortos, estatal administradorade Pecém, encomendou scannerspara acabar com seguidas violaçõesde contêineres.

Scanners são aparelhos que per-mitem visualizar – num monitor deTV e através de uma espécie de raioX – o que se encontra dentro de umrecipiente fechado.

Caso de políciaRoubos de contêineres viraram

caso de polícia no Ceará. Em agos-to, a GAC Importação e Exportaçãodenunciou que desde 2010 pelo me-nos cinco guarda-volumes, com pro-dutos importados pela empresa, ha-viam sido violados.

Ouvido pelo Diário do Nordeste,de Fortaleza, o diretor da GAC, Pau-lo Elias, denunciou:

– Temos fotografias mostrandotudo. Quando o contêiner foi aber-to, havia mercadorias faltando, cai-xas desarrumadas e algumas rasga-das. No fim, havia 14 caixas de be-bidas importadas totalmente vaziase mais sete não encontradas. No to-tal, 21 caixas violadas ou furtadas –acusou.

Em novembro de 2011, a guerra aocontrabando deflagrou em 16estados e no Distrito Federal uma

operação conjunta de representaçõesregionais do Ministério Público esecretarias estaduais de Fazenda.

A operação pôs fim a sete meses deinvestigações contra a sonegação fiscal. Assuspeitas de uma evasão fiscal de R$ 1,5bilhão levaram quase 500 empresas emais de 760 pessoas a serem denunciadase multadas de R$ 16,4 bilhões. Seria umamaneira de recompor o Erário.

Seria, lamenta o procurador-feral daParaíba, Osvaldo Trigueiro do Vale Filho. Oparaibano também preside o GrupoNacional de Combate às Organizações

SonegaçãoimpuneProcurador lamentaineficácia de fiscalização e multas

Procurador Vale Filho: devoluçãodesigual aos cofres públicos

Criminosas – vinculado ao ConselhoNacional de Procuradores-Gerais –, queliderou a operação.

– O retorno dos tributos sonegados émuito tímido. Menos de 10% do totaldevido voltam para os cofres públicos –calcula Vale Filho.

Uísque como alvoEm apenas 4 horas, 250 garrafasroubadas em contêineres

Os ladrões têm predileção porbebidas finas. Uísque, em especial,conforme denúncia da GAC. Aempresa se queixa de que, numa açãodos bandidos, teve rou

m apenas quatro horas.Um prejuízo de R$ 15 mil,considerando-se cada garrafa a R$ 60.

Scanner móvel em Pecém permitevisualizar interior de contêiner sem abri-lo

próprio terminal e também em Ara-cati. Por esses locais passam mais de70% das mercadorias que circulampelo Estado.

As obras de instalação estão emandamento. A previsão é de que ago-ra, no fim de 2012, todos equipamen-tos estejam funcionando.

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18 � DEZEMBRO / 2012

J U R Í D I C O

ANA CRISTINA ALVAREZ *

Oprocesso judicial, como o direito em geral,é um instrumento da vida real, e como taldeve ser tratado e vivido. Nosso dia a dianos impõe inúmeros compromissos, que

geram conflitos de interesses e muitos desses conflitosacabam por nos levar a pro-curar a justiça para soluçãodos mesmos. Esperamos eprecisamos encontrar umajustiça pedestre, uma justiçacompanheira quotidiana doshomens e nem sempre é issoque encontramos.

Dentro deste contexto,na organização da Poder Ju-diciário brasileiro, sugiramcom a Lei 9.099/95 os Juiza-dos Especiais Cíveis. Elessão órgãos da Justiça ordiná-ria que têm por fim a conci-liação, o processamento, ojulgamento e execução decausas de menor complexi-dade, especialmente as que não excedam 40 vezes ovalor do salário mínimo. Tais causas são em númerosignificativo, o que leva os Juizados a uma marchaprocessual nem sempre desejada.

Os Juizados Especiais se caracterizam pela preva-lência dos princípios da oralidade, simplicidade, infor-malidade, economia processual, celeridade e concilia-ção. Com a aplicação de tais princípios, espera-se queo indivíduo possa levar o seu conflito ao Estado-Juizpara obter a solução de seu problema.

Com os Juizados, uma série de direitos no campoindividual, que não seriam reclamados, passou a ser,especialmente porque a lei 9.099 dispensa o pagamen-to de custas judiciais para o ajuizamento da ação e aparticipação de advogado nas causas cujo valor nãoultrapasse 20 salários mínimos.

Entretanto, apesar do estabelecimento de regras eprincípios facilitadores do acesso à Justiça, aquele queajuíza a ação não pode faltar às audiências marcadas,na medida em que sua ausência leva ao arquivamentodo processo e à cobrança de custas judiciais, cujo va-lor é elevado.

Outrossim, o conhecimento do processo e de suas

regras fará com que o processo não sofra retardos e in-certezas, na medida em que os meios e os instrumen-tos estarão sendo corretamente utilizados. Em conse-quência, a atuação do advogado é importante.

Ao lado disso, o julgador deve desempenhar o pa-pel de buscar a verdade, possibilitando a produçãodas provas necessárias para tal fim. Com isto, poderá

julgar com mais segurança e justi-ça. Neste aspecto, em demandasde natureza consumerista, poderáo julgador inclusive indicar a partea quem incumbirá o ônus de pro-var determinado fato.

Os resultados positivos alcan-çados nos Juizados Especiais po-dem ser sentidos pelo número dedemandas que são levadas a elesrotineiramente. Tal fato por si sóaponta para o sucesso desse tipode solução encontrada para darresposta aos litígios. Entretanto, hánecessidade de se fazer com que amarcha processual leve menostempo, pois Justiça lenta não é jus-tiça.

DESAPOSENTAÇÃOMuitos aposentados que retornaram ao mercado

de trabalho buscam o Poder Judiciário para renunciarao benefício antigo e recalcular o valor para uma novaaposentadoria.

A desaposentação ainda é objeto de divergênciaentre os julgadores, não podendo ser descartado o ris-co do juízo determinar a devolução dos valores recebi-dos. Em vista disso, é prudente se aguardar a defini-ção da matéria por Brasília para depois se ajuizaremas ações buscando o aumento do valor da aposentado-ria, que terá como limite o teto previdenciário. Assimque a matéria seja definida pelo Judiciário, avisare-mos aos associados.

ALTO ÍNDICEO Departamento Jurídico do SINCOMAM fechou

o ano com 74% de êxito nos processos finalizados em2012.

* Coordenadora do Departamento Jurídico do SINCO-MAM

J U I Z A D O S E S P E C I A I S C Í V E I S

Uma Rápida Abordagem

"Os Juizados Especiaisse caracterizam pelaprevalência dosprincípios daoralidade,simplicidade,informalidade,economia processual,celeridade econciliação"

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Alagoas mobiliza políticos e população para garantir construção naval e 50 mil empregos na pequena e paradisíaca Coruripe

B R A S I L

Um por todos e todos por um

ESTALEIRO

A praia de Coruripe-AL: paraíso deve dar lugar a estaleiro

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DEZEMBRO/ 2012 � 2322 � DEZEMBRO/ 2012

“Alagoas tem, sim, o direito de receberinvestimentos, para melhorar as condições devida, gerar renda e emprego”

FOTOS DE JOSÉ CRUZ-ABR / DIVULGAÇÃO

B R A S I L

Achamada República dasAlagoas mostrou em 2012que continua viva. O ter-mo que faz referência às

poderosas famílias que comandam hádécadas o terceiro Estado mais pobredo Brasil voltou à evidência por umacausa aparentemente nobre: a lutapela instalação do Estaleiro Eisa.

A história começou em junho,quando o Ibama vetou a construçãodaquele que pretende ser o terceiromaior estaleiro do mundo. O relató-rio ambiental indicava que a implan-tação causaria o desaparecimento depraticamente toda a praia de Coruri-pe, município do litoral alagoano es-colhido para receber o empreendi-mento de R$ 2 bilhões e criar 50 milempregos diretos e indiretos.

Caranguejos x empregosA reação tímida começou em Ma-

ceió. Um secretário estadual estra-nhou que o relatório do Ibama justifi-casse o veto alegando que a constru-ção destruiria 70 hectares de mangue.

– Se não houve impedimento aum estaleiro de Pernambuco onde su-miram mais de mil hectares, houvediscriminação – acusou o secretário.

A partir daí, a pressão só au-mentou. A irritaçãochegou à AssembleiaLegislativa de Alagoas,onde um parlamentarprotestou afirmandoque, se o estaleiro pre-judicaria “meia dúziade caranguejos, vai be-neficiar milhares de ala-goanos”.

Para piorar a situaçãodo Ibama, uma nota di-vulgada pelo próprio ór-gão admitia que o relató-

rio “não trouxe as análises ambientaisapropriadas”.

O caldo engrossouParece ter sido a

senha para o caldoalagoano engrossarde vez. A partir daíjuntaram-se à lutapraticamente todosos moradores deCoruripe e entorno.Manifestações co-mo audiências pú-blicas e atos de pro-testo se multiplica-ram na pequena ci-

dade litorânea, exigindo o estaleiro.Para piorar a situação do Ibama,

aglutinou-se ainda toda a bancadaalagoana no Congresso Nacional. Porduas vezes no início de julho o sena-dor Renan Calheiros ocupou a tribu-na da Casa. Reclamou de “preconcei-to e má vontade” contra o Estado eanunciou que iria bater na porta daministra do Meio Ambiente, IzabellaTeixeira.

A pressão funcionou. Ainda emjulho, a frente alagoana era recebi-da no Ministério. Ao fim do encon-tro, estava aliviada a grande frentealagoana, formada pelo governadorTeotônio Vilela, os senadores RenanCalheiros, Fernando Collor e Bene-

dito de Lira, acompanhados dos de-putados federais do Estado.

Pressão no gabineteA ministra Izabella Teixeira, se-

gundo a Agência Alagoas, afirmouque o parecer do Ibama não era defi-nitivo.

– O diálogo está aberto, mantido.Os estudos ambientais pedidos peloIbama serão apresentados para viabi-lizar um entendimento em torno daproposta de licenciamento – afirmouela.

– Estamos muito satisfeitos com oresultado da reunião e com a partici-pação dos três senadores e dos depu-

tados alagoanos, que têm atuado emdefesa dos interesses do Estado – re-sumiu o governador.

– Foi o melhor encontro que tive-mos. Vimos que as portas estão aber-tas e que todos os envolvidos na ques-tão estão dispostos a negociar e a en-contrar a melhor solução – disse o se-nador Benedito de Lira.

– Provavelmente vamos ter umadecisão final desse problema todoque movimenta o Estado e que criauma enorme expectativa porque Ala-goas tem, sim, o direito de receber in-vestimentos, para melhorar as condi-ções de vida, gerar renda e emprego –arrematou Renan Calheiros.

A pequena Coruripe em foto de satélite

e o projeto do estaleiro

Manifestaçõespopulares e emBrasília peloestaleiro em AL

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DEZEMBRO / 2012 � 2524 � DEZEMBRO / 2012

A C T S

Desafios a vencer

I

OACT 2012-2014 firmado em se-tembro com a Brasbunker mos-tra que quando uma área eco-

nômica vai de vento em popa, como aatividade marítima, capital e trabalhopodem ser parceiros.

O acordo proporcionou ganho realde salários com o índice acima do INPCde fevereiro, a data-base. Uma cláusulaprevê para fevereiro de 2013 uma revi-são nos itens econômicos. Outro avançoassegurado aos CDMs da Brasbunker éa gratificação de chefia, novo abono sa-larial mensal pago mediante avaliaçãoprofissional constante.

Completando a cesta de conquis-tas, ficou acordada uma atualizaçãoacima da média do segmento de apoioportuário no valor do auxílio-alimen-tação.

Após a assinatura do acordo, a dire-tora de RH da Brasbunker, Ana Beatriz

Tartuce, disse que a empresa quer con-solidar a cultura interna de incentivar aqualificação profissional. Segundo ela,há uma expectativa favorável quanto ànova política de desoneração do gover-no. O alívio de impostos, completou, de-ve ajudar as companhias a desenvolveriniciativas de capacitação de funcioná-rios.

Acordo com Camorim tambémproporciona ganho real

Os ACTs (2012-2013) para os setoresde apoio marítimo e apoio portuário as-sinados com a Camorim também bene-ficiam os CDMs da empresa com ganhoreal de salários pela aplicação de um ín-dice superior ao INPC do mês da data-base, fevereiro.

O acordo também repõe o poder decompra do vale-alimentação, acompa-nhando a média no segmento.

Repartir o bolo é possívelAvanços obtidos no ACT firmado com aBrasbunker, que pensa em qualificar mão de obra com desoneração do governo

Ana CristinaBaptista,coordenadoradoDepartamentoJurídico doSINCOMAM(esq,), e AnaBeatriz Tartuce,diretora de RHda Brasbunker

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DEZEMBRO / 2012 � 2726 � DEZEMBRO / 2012

A C T S

Os condutores de máquinas da CCR BARCAS rejeitaram a primeira propostavisando o ACT 2013-2014. A rejeição aconteceu em setembro, durante assembleiana sede do SINCOMAM, no Rio de Janeiro.

A empresa CCR BARCAS assumiu em 2012 o controle acionário do serviçode transporte de passageiros no Rio de Janeiro, que engloba as linhas Rio-Niterói e outros trajetos na Baía de Guanabara – Praça XV-Paquetá, Praça XV-Cocotá, Praça XV-Charitas – além das ligações para a Ilha Grande a partir deMangaratiba e Angra dos Reis, no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro.

Aalteração de fevereiropara setembro da data-base do ACT 2010-2012

da Flumar gerou negociação àparte. O Sindicato havia conse-guido reposições compensató-rias pela mudança, mas um im-passe surgiu com uma cláusuladescontando o valor da etapa doperíodo embarcado .

A divergência se manteve, eo SINCOMAM recorreu à Justi-ça pedindo dissídio porque a su-pressão afeta direitos trabalhis-tas, como horas-extras, porexemplo.

Em audiência de conciliação,as partes concordaram em assi-nar o aditivo ao ACT 2010-2012,ficando sub judice a cláusula daetapa. Enquanto isso, a Flumarremunera por suas convicções.

Onde foi possível chegar aum consenso, houve conquistade isonomia salarial. O aditivoao acordo 2010-2012, firmadoem setembro, inclui reajustes le-vemente diferenciados entreCDMs bombeadores e mecâni-cos, em benefício destes. Com is-so, corrige-se uma defasagementre profissionais que, apesarde funções diferentes, têm res-ponsabilidades e riscos iguais.

O aditivo garantiu tambémreposição no vale-alimentaçãoda Flumar, que se situa na médiado setor de longo curso e cabota-gem.

Mesmo aguardando o desfe-cho judicial sobre a etapa noACT 2010-2012, SINCOMAM eempresa já negociam o próximoacordo, de 2012-2013. >>>

Após extensa e intensa nego-ciação, foi assinado em se-tembro o ACT 2012-2013

com a Elcano, empresa de longocurso e cabotagem com duas cate-gorias de embarcações – granéis lí-quidos e granéis sólidos.

O documento contempla avan-ços para os profissionais embarca-dos em qualquer navio. Para CDMstripulantes em embarcação de gra-nel líquido – químico ou gaseiro –,o acordo prevê reajuste salarial su-perior para embarcados em seg-mento gaseiro, aproximando o ven-cimento destes profissionais ao doscolegas em navio químico. Nos doiscasos, a reposição supera o INPC deabril, data-base.

Outra conquista no capítulo daisonomia na Elcano é a extensão dagratificação de oficina para os CDMs

bombeadores. Até então percebidoapenas pelos CDMs mecânicos daempresa, o benefício calculado porum percentual sobre a soldada-baseagora vale para todos condutores, in-cluindo os desembarcados.

Ainda no ACT 2012-2013 da El-cano, cabe destacar o reajuste parao auxílio-alimentação recebido emduas formas – cartão corporativo eem espécie. Em ambas as situaçõeshouve reajuste.

Para os CDMs em navios de gra-nel sólido da Elcano, a reposição sala-rial também fica acima do INPC deabril (data-base). A correspondenteatualização monetária para o vale-ali-mentação já entrou em vigência.

Merece destaque oacordo fechado peloSINCOMAM repre-

sentando os CDMs embarca-dos na filial Sobrare do Ceará,empresa que atua também emoutras regiões do país no seg-mento de apoio portuário.

Com data-base em feverei-ro, o ACT na vigência 2012-2014, firmado em agosto, ga-rantiu ganho real aos conduto-res com o reajuste salarial de

dois dígitos percentuais, o me-lhor índice negociado este anopelo SINCOMAM.

Outra vantagem econômi-ca é uma nova cláusula, inse-rida neste acordo, criandouma gratificação de funçãopara os CDMs.

Ainda pelo documento fir-mado, Sindicato e empresavoltam a se reunir em janeirode 2013 para uma revisão sa-larial.

Vantagens no CearáCDMs da Sobrare têm o melhor índice do ano

Isonomias na Elcano Luta por isonomia eimpasse na Flumar

Completando dois anos deatividade no segmentode apoio marítimo, a In-

ternav assinou o segundo Acor-do Coletivo de Trabalho com oSINCOMAM. Com vigência noperíodo 2012-2013, o documen-to apresenta evolução diante doACT anterior.

No acordo firmado agora

em outubro, Sindicato e em-presa acordaram uma reposi-ção salarial acima do INPC dadata-base, em agosto. Outroavanço está no vale-alimenta-ção, cláusula social em que oíndice negociado de dois dígi-tos aproxima o valor do benefí-cio ao praticado no segmentode apoio marítimo.

Avanços na Internav

BARCAS: CDMs rejeitam 1a�proposta

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DEZEMBRO / 2012 � 2928 � DEZEMBRO / 2012

A C T S

Longo curso e cabotagem

OSINCOMAM fir-mou em outubroAcordos Coleti-

vos de Trabalho com trêsempresas do segmento delongo curso e cabotagem –Pancoast, Norsul e Alian-ça.

Entre os três, o melhorACT é o da Pancoast, em-bora ainda relativo ao pe-ríodo 2011-2012. No do-cumento, os CDMs daempresa garantiram repo-sição salarial e reajuste dovale-alimentação acimado INPC de outubro, mêsda data-base.

Com a Norsul, o Acor-do 2012-2103 prevê au-mento um pouco acimado INPC da data-base,agosto, e índice de dois dí-gitos na recomposição dopoder de compra do vale-alimentação.

Com a Aliança, as difí-ceis negociações para oACT 2012-2103 termina-ram com aplicação do IN-PC no reajuste salarial demarço, data-base. O rea-juste do vale-alimentação,no entanto, ficou em doisdígitos, superando o índi-ce oficial, que foi tambéma base da reposição do au-xílio-escola, importantecláusula social já existentena relação com a Aliança.

TRANSPETRO�ACT (vigência) 2011-2013Reposição Acima INPCConquistas Pl. SaúdePetrobras, diárias exterior, adicionalPLR

TRANSHIP�ACT (vigência) 2012-2013Reposição Acima INPCConquistas cargo subchefe demáquinas, vale-alimentação unificado

MULICEIRO�ACT (vigência) 2011-2013Reposição Acima INPCConquistas vale-alimentaçãoacima do mercado

ELCANO (GRANEL LIQUIDO)�ACT (vigência) 2012-2013Reposição Acima INPCConquistas Gratificação de oficinaestendida

ELCANO (GRANEL LIQUIDO)�ACT (vigência) 2011-2012Reposição Acima do INPCConquistas Vale-alimentaçãoacima INPC

ELCANO (GRANEL SÓLIDO)�ACT (vigência) 2012-2013Reposição Acima do INPCConquistas Vale-alimentaçãoacima INPC

ELCANO (GRANEL SÓLIDO)�ACT (vigência) 2011-2012Reposição Acima do INPCConquistas Vale-alimentaçãoacima INPC

BARCAS I�ACT (vigência) 2009-2010Reposição Acima do INPCConquistas Compensação salarial

BARCAS II�ACT (vigência) 2012-2013Reposição Índice provisórioConquistas Acordo revisão salarial

ETC�ACT (vigência) 2011-2012Reposição INPCConquistas Piso acima do mercado

NORSUL�ACT (vigência) 2012-2013Reposição Acima do INPCConquistas Vantagem incorporadaà soldada-base

ASSO MARÍTIMA�ACT (vigência) 2011-2013Reposição INPCConquistas Novas contratações

LOG-IN�ACT (vigência) 2011-2012Reposição Acima do INPCConquistas Avanços por isonomiasalarial

VESSEL LOG / NTL�ACT (vigência) 2012-2013Reposição Acima do INPCConquistas Isonomia salarial

PINK FLIX�ACT (vigência) 2012-2013Reposição Acima do INPCConquistas Auxílio-educação

SAVEIROS CAMUYRANO�ACT (vigência) 2012-2014Reposição INPCConquistas Revisão salarial e vale-alimentação

SULNORTE�ACT (vigência) 2012-2013Reposição Acima do INPCConquistas Reajuste no vale-alimentação

H. DANTAS�ACT (vigência) 2012-2013Reposição INPCConquistas Vale-alimentaçãoacima INPC

GOLAR�ACT (vigência) jan-dez 2012Reposição Acima do INPCConquistas Vale-alimentaçãoacima INPC

MAROIL�ACT (vigência) 2012-2013Reposição Acima do INPCConquistas Vale-alimentaçãoacima INPC

MERCOSUL LINE�ACT (vigência) 2011-2012Reposição Acima do INPCConquistas Vale-alimentação +bônus

MERCOSUL LINE�ACT (vigência) 2010-2011Reposição Acima do INPCConquistas Vale-alimentaçãoacima INPC

INTERNACIONAL – MA (FERRYBOAT)�ACT (vigência) 2012-2013Reposição Acima do INPCConquistas Vale-alimentaçãoacima INPC

INTERNACIONAL - MA(CRBSM/SMIT)�ACT (vigência) 2012-2013Reposição Acima do INPCConquistas Vale-alimentaçãoacima INPC

FLUMAR�ACT (vigência) 2010-2012Reposição Compensa alteraçãodata-baseConquistas Isonomia

BRASBUNKER�ACT (vigência) 2012-2014Reposição Acima do INPC c/revisãoConquistas vale-alimentaçãoacima média mercado, grat. chefia

CAMORIM (Apoio Marítimo)�ACT (vigência) 2012-2013Reposição Acima do INPC Conquistas vale-alimentação namédia mercado

CAMORIM (Apoio Portuário)�ACT (vigência) 2012-2013Reposição Acima do INPC Conquistas vale-alimentação namédia mercado

SOBRARE (CE) (Apoio Portuário)�ACT (vigência) 2012-2014Reposição Acima do INPC c/revisão Conquistas Gratificação de função

PANCOAST�ACT (vigência) 2011-2012Reposição Acima do INPC Conquistas vale-alimentaçãoacima INPC

NORSUL�ACT (vigência) 2012-2013Reposição Acima do INPC Conquistas vale-alimentaçãoacima INPC

ALIANÇA�ACT (vigência) 2012-2013Reposição INPC Conquistas vale-alimentaçãoacima INPC + auxílio-escola

INTERNAV�ACT (vigência) 2012-2013Reposição Acima do INPC Conquistas vale-alimentaçãoacima INPC

IBERÁ�ACT (vigência) 2012-2013Reposição Acima do INPC Conquistas vale-alimentaçãoacima INPC

VDB�ACT (vigência) 2012-2013Reposição Acima do INPC Conquistas vale-alimentaçãoacima INPC

LIBRA�ACT (vigência) 2011-2012Reposição Acima do INPC Conquistas vale-alimentaçãoacima INPC

MAXTEC – MA (CONFERENTES/OP.PORTUÁRIOS)�ACT (vigência) 2012-2013Reposição Acima do INPC Conquistas vale-alimentaçãoacima INPC

BANDEIRANTES DRAGAGEM�ACT (vigência) 2011-2012Reposição Acima do INPC Conquistas vale-alimentaçãoacima INPC + mudança no regime deembarque.

ESSENCIAL - MA�ACT AMARRADORES (vigência)

2012-2013Reposição Acima do INPC Conquistas vale-alimentaçãoacima INPC

GUINMAR� ACT (vigência) 2011-2013Reposição Acima do INPC Conquistas diária de embarque +adicional de embarque e gratificaçãopor reboque

Confira os níveis de reposição salarial e conquistas para os Condutores de Máquinas nos Acordos Coletivos deTrabalho fechados este ano pelo SINCOMAM com mais de 30 empresas.ACTs 2012

Guinmar negocia aditivo

No fechamento desta edição, SINCO-MAM e Guinmar abriram negociações paraatualizar as cláusulas econômicas do ACT2011-2013, cujo texto prevê a reavaliação da

remuneração dos CDMs da empresa sobre adata-base, novembro.

Nova empresa no segmento de apoioportuário, a Guinmar entrou no mercadocom salários nivelados por cima e oferecen-do vantagens como diárias e gratificações.

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30 � DEZEMBRO / 2012

notíciasnotíciasnotíciasnotíciasnotícias

A Vale do Rio Doce deu mais um passo para sedesfazer da frota de navios. A decisão do desmontehavia sido tomada ano passado, quando a empresaanunciou que iria se dedicar mais à mineração.

Em agosto, a Vale vendeu, por US$ 600 milhões,dez mineraleiros à turca Polaris Shipping. Acompanhia brasileira vai utilizá-los através decontratos de aluguel firmados com a compradora,concentrando-se em projetos de grande porte,como a mineração na Serra Sul, no Pará, que vaiexigir investimentos de quase US$ 20 bilhões.

Comenta-se ainda que a Vale precisa resolverpolêmicas tributárias no Brasil, avaliadas em R$ 40bilhões, além de pendências também na Suíça.

Com isso, a Vale endureceu com os sindicatos detrabalhadores. Acordos coletivos com reposiçõessalariais consideradas boas – 8,5% em 2011 e 8%em 2012 – serão reavaliados juntamente combenefícios como o sistema de participação deresultados.

Pré-sal para todosEmpresas de construção civil migram para setor do petróleo

DIVULGAÇÃO

Vale vende frota para secapitalizar e endurece com sindicatos

A Log-In contratou três estagiários da turma de CDMs graduada emjulho pelo Curso de Aperfeiçoamento para Aquaviários (CAAQ-I-MM),promovido pelo CIAGA (Centro de Instrução Almirante Graça Aranha).

A Log-In planeja a construção de cinco navios porta-contêineres edois navios graneleiros. Estes, segundo a empresa, vão atender ocontrato com a Alunorte no transporte de cabotagem de bauxita agranel.

DEZEMBRO / 2012 � 31

DELEGACIAS SINCOMAMMacaé-RJ

Av. Rui Barbosa, n0 698, sala 301Tel: (22) 2762-5227

E-mail: [email protected]

SINCOMAM na TV

ARede RJ News pro-duziu reportagemsobre as atividades

offshore para o programaPlataforma, exibido em Ma-caé-RJ e região pelo SBT.

Entre os sindicatos ouvi-dos, o SINCOMAM foi umdos escolhidos. O diretor edelegado em Macaé, Anto-nio do Carmo, destacou otrabalho de nossa represen-tação estabelecida no nortefluminense, onde fica a Ba-cia de Campos, de forteatuação de embarcados.

– Num dos pontos da en-trevista, salientamos que oSINCOMAM é às vezesmais importante do que a

empresa offshore em que ocompanheiro trabalha. Afi-nal, somos a base de recur-sos em terra firme para ele esua família, daí a necessida-de dos profissionais seremassociados. Nossa finalidadeé instituir um sindicato for-te, com estrutura para estaro mais próximo do compa-nheiro do mar, atendendosuas necessidades em nossasede própria de Macaé.

Ainda segundo o delega-do em Macaé, foi explicadoque o marítimo não é aqueleprofissional que ao fim datarde bate o ponto e vai paracasa.

– O embarcado tem ummundo à parte. O nosso‘chão de fábrica’, especifica-mente do condutor, são osestrados e pisos das praçasde máquinas da embarcação– define Carmo.

Presidenta da OAB-Macaé recebedelegado doSINCOMAM

Andrea Meirelles e Antonio do Carmo

Odelegado do SINCOMAM em Ma-caé-RJ fez visita de cortesia à presi-denta da representação regional da

Ordem dos Advogados do Brasil, AndreaMeirelles.

O delegado Antonio do Carmo, quetambém é diretor sindical, fez à titular daOAB-Macaé um relato das atividades doSINCOMAM na região

FOTOS: DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

Log-In aproveita CDMs do CAAQ 2012

Turma do CAAQ-I-MM 2012

Construir plataformas depetróleo para alugá-las àPetrobras é seguramente umbom negócio. Que o digamconstrutoras Mendes Júnior eAndrade Gutierrez.

A mineira Mendes Júnior,cujos negócios com petróleo járepresentam 70% das receitas,espera definir em 2013 o localdo futuro estaleiro. Comprevisão de investir até R$ 1bilhão, a procura é por umaárea de 400 mil m² no RJ, ES, PEou RS.

Outro peso-pesado que estáentrando para o setor é o grupoAndrade Gutierrez. A empresabaiana comprou 60% da AratuÓleo e Gás, que tem uma áreade 130 mil m², com 216 mil m²de retroárea em Candeias,município da grande Salvador.Ali, a Andrade Gutierrez querimplantar uma fábrica demódulos de plataformas.

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C A P A

CABOTAGEMEM MARÉ ALTANorte e Nordeste aquecem transporte marítimo de mercadorias

Surfando no desenvolvimentoeconômico do Brasil de 2002 a2011, a cabotagem cresceu38,3% no período. Os dadossobre o aumento damovimentação de cargas entreportos do país são da AgênciaNacional de TransportesAquaviários (Antaq).O incremento tem a ver

sobretudo com a expansão dasregiões Norte e Nordeste nosúltimos dez anos, diz umespecialista da Fundação Dom

Cabral, a 8ª�melhor escola denegócios do mundo pelo Ranking2012 de Educação Executiva doFinancial Times, reconhecidojornal britânico.– Essas regiões [Norte e

Nordeste] não tinham demandamuito grande, mas com ocrescimento, a cabotagem delonga distância ganhou espaço –avalia o coordenador do núcleode Infraestrutura e Logística daFundação Dom Cabral, PauloResende. >>>

Porto da Companhia Docas da Bahia (CODEBA)prepara construção de um segundo terminal decontêineres: Nordeste reboca crescimento

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DEZEMBRO / 2012 � 3534 � DEZEMBRO / 2012

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Sobretudo empresas ins-taladas na Zona Francade Manaus se rendem

às vantagens da cabotagem pa-ra vender produtos nas regiõesNordeste e Sudeste. Elas sãoatraídas principalmente pelofrete mais barato 25%, em mé-dia, em relação à opção rodo-viária. Mais: a garantia da in-tegridade da carga transporta-da é um item que ganha im-portância em tempos de clien-tela exigente.

Finalmente, a menor emis-são de gás carbônico dos na-vios é o mais novo fator deter-minante pela escolha da cabo-tagem. Com pitada de marke-ting, inclusive.

Os usuários da cabotagemAUnilever, uma gi-

gante de produtosde higiene e ali-

mentação no Brasil, dizque a cabotagem é umadas opções do plano globalde sustentabilidade daempresa. Um dos objeti-vos é reduzir as emissõesde CO² em até 40% nospróximos oito anos, enco-lhendo o uso de cami-nhões, que ainda respon-dem por 92% do totaltransportado pela compa-nhia, contra 3% dos na-vios.

– A cabotagem emite90% menos CO² do que omodal rodoviário – reco-nhece Fernando Ferreira,diretor de qualidade e sus-tentabilidade da cadeia desuprimentos da Unilever.

A principal rota maríti-ma usada pela empresa é a de SãoPaulo para o Nordeste, onde o con-sumo cresce sem parar. >>>

Produtos de limpeza enutrição

Eletrônicosvia marítima

Amegalópole São Paulo é odestino principal da linhade áudio, vídeo e aparelhos

de ar-condicionado produzidos pelaLG Eletronics, um peso-pesado daZona Franca de Manaus.

A cabotagem responde por 90%dos contêineres embarcados emManaus com destino a SP. A opera-ção inclui a escala de desembarquede parte da carga no centro de dis-tribuição para o Nordeste, em Per- LG Eletrônica usa cabotagem para distribuição AM-SP

nambuco.O custo comparado do frete Ma-

naus-São Paulo entre caminhão (R$90 por m³) e navio (R$ 76 por m³) dáà cabotagem uma vantagem de 15%e começa a fazer diferença.

– Essa distância pode até chegara 40% dependendo do volume e darelação com o cliente – admite Fá-

bio Siccherino, diretor comercial daLog-In, que opera com cinco naviosna cabotagem.

BicicletasA Caloi é mais uma empresa de

grande porte da Zona Franca de Ma-naus que descobriu a logística indus-trial baseada no transporte marítimo

de mercadorias. Preço e integri-

dade do materialcontam na escolhada empresa que, em2010 movimentava10% das entregasvia cabotagem e ho-je despacha 35% daprodução por essemodal.

NAVIOCAMINHÃO

A ECONOMIA DA CABOTAGEM NO TRANSPORTE DE MERCADORIAS

X

RODOVIÁRIO MARÍTIMO

Manaus-São Paulo* R$ 90 (m²) R$ 76 (m²)Acima 1000 km** Qualquer preço 50% mais barato* Fonte: Antaq ** Fonte: Mercosul Line

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Do quereclamam asempresas?

Mesmo apoiados porgoverno popular,empresários atacamproteção ao mercadode marítimos

Algumas empresas ligadasà cabotagem ouvidas pelaagência de notícias Reu-

ters apontam o bunker, combustí-vel especial para navegação, co-mo um entrave para o transportemarítimo de mercadorias decolar.

Esta também é a queixa apre-sentada por administradores determinais. Um executivo do setorvê, ao mesmo tempo, problemanas “legislações específicas para atripulação”. A referência é prova-velmente à NR 72, que protege omercado para o marítimo brasi-leiro.

Há tempos se diz que as em-presas costumam fugir dos riscosdos negócios e preferem o confor-to de contratos com o governo.Uma prática, aliás, denominadano jargão popular como “vivernas tetas do poder”. Apesar dastransformações no mundo, ascompanhias não veem que o Bra-sil também mudou. E mudou pa-ra melhor.

É oportuno lembrar ao empre-sariado que o país encontrou o ca-minho do crescimento através deum governo popular. Governo es-te, por sinal, que, com aval dostrabalhadores desde a primeirahora, está financiando a constru-ção de navios, beneficiando tam-bém armadores e estaleiros.

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Até agora concentrada numamalha viária que cobre 80%do PIB nacional, integrando

o Brasil ao Mercosul, a Log-In está fa-zendo uma clara aposta no Norte eNordeste.

Em junho, aproveitando as come-morações pelo quinto ano de ativida-des, a empresa anunciou a criação deum novo serviço para a Costa Norte.A rota foi prevista para ligar o Pará eMaranhão aos principais portos do

Já a Mercosul Line vê o consu-mo de alimentos em alta nopaís como um mercado poten-

cial. A companhia joga boa partedas fichas no setor de congelados erefrigerados.

Em declaração ao Portal Nacio-nal de Seguros, o presidente daempresa, Roberto Rodrigues, foiclaro:

– O aumento no consumo emfunção da busca por produtos maissaudáveis pode contribuir para ala-vancar o mercado – disse.

Para seduzir, a Mercosul Lineacena com uma tabela vantajosa efrete marítimo 50% mais baratoque o modal rodoviário no quilô-metro percorrido quando a distân-cia é maior que 1.000 km. Com is-so, segundo a empresa, foram mo-vimentados 12.000 contêineres re-frigerados de 20 pés, cada, em2011. Para 2012, a meta é crescer20%.

Mersosul Line dispensa 6 CDMsNa contramão do crescimento,

porém, a Mercosul Line demitiu

recentemente seis CDMs (mecâni-cos), gerando perplexidade ao SIN-COMAM, que vinha mantendoum bom relacionamento com aempresa.

Mesmo tomando esta iniciativaque interrompe inesperadamenteuma linha de negociações, a Mer-cosul Line precisa explicar qualprofissional exercerá, a bordo, fun-ções de suma importância tais co-mo manutenção preventiva e cor-retiva no maquinário, nos motorese demais sistemas operacionais.

Expectativa até no SulTambém o segmento portuário

procura se alinhar às oportunda-des da cabotagem, contagiando aregião Sul.

– Temos que mudar a forma deencarar essa prática, porque ela éuma possibilidade maravilhosa –disse em junho Paulo Bertinetti,presidente do Terminal de Contai-ners do Porto do Rio Grande (Te-con), do grupo Wilson, Sons, quemovimentou 22.881 contêineresem 2010 e 27.640 em 2011.

Marítimas surfam comincentivos do PAC

Navios de cabotagem em construção e fretesatrativos para distânciasmais longas marcammomento da modalidade

país e Mercosul. Além de Itaqui (MA)e de Vila do Conde (PA), a rota Costado Norte passará também pelos por-tos de Suape (PE) e Fortaleza (CE).

Para cobrir toda essa operação, aLog-In encomendou sete navios in-seridos no Programa de Aceleração

do Crescimento (PAC), do governofederal.

– Acreditamos no potencial dacabotagem para alavancar a compe-titividade da indústria brasileira –afirma Vital Jorge Lopes, presidenteda empresa.

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38 � DEZEMBRO / 2012

notíciasnotíciasnotíciasnotíciasnotícias

A dinamarquesa MaerskLine, maior armador de naviosporta-contêineres do mundo,destinou o recém-lançadoMaersk Londrina para as rotasentre o Extremo Oriente e aCosta Leste da América doSul, que inclui águas do Brasil.

A nova embarcação teve acapacidade de transporteaumentada para 8.700 Teus(unidade de medidaequivalente a um contêiner de20 pés). Originalmente, acapacidade era para 7.450Teus. Tem 1.700 tomadaspara contêineres refrigerados,a maior do mercado latino-americano.

O navio integra a famíliabatizada de Sammax, novaclasse de porta-contêineresque junta "Sam" (de SouthAmerica) e "Max" (de"Maximum").

Desembarcados emfevereiro no Porto de Santos-SP, os 6.604 pneusinservíveis procedentes daItália só foram descobertosem outubro por fiscaisalfandegários. Foram oitomeses de trâmites dedesembaraço.

O Ibama anunciou anotificação da empresaresponsável, que é do Rio de

Janeiro e reincidente, porimportação de pneususados, prática proibida porlei.

A morosidade portuária

aumentou o prejuízo dosresponsáveis do caso, cujamulta – calculada no valorde R$ 400 por cadacomposto – passa dos R$

2,5 milhões. Mais: vencidoo prazo de retirada domaterial confiscado, a leidetermina uma taxa diáriade R$ 10 por quilo.

Restos de pneus da Itália detidos emSantos-SP

Maersk Londrinano Brasil

FOTOS DIVULGAÇÃO

DEZEMBRO / 2012 � 39

DELEGACIAS SINCOMAMSão Luís-MA

Av. Marechal Castelo Branco, n0 281, sala 303 Tel: (98) 3227-5180

E-mail: [email protected]

Relações resgatadas

Começa a dar resultados concretos otrabalho desenvolvido pelo SINCO-MAM no Maranhão com a Delegacia

Sindical em São Luís, instalada em 2010. Aoassumir a defesa de categorias não represen-tadas no Norte do Brasil, o Sindicato enfren-tou incompreensão.

– A região está com mais cultura sindical,e hoje, com a Delegacia, podemos dizer quenossas relações trabalhistas no Maranhão me-lhoraram muito – avalia o diretor administra-tivo do SINCOMAM, Jorge Pacheco.

A Delegacia Sindical no MA aprofundouraízes agora em 2012. O reconhecimento localse estabeleceu junto à Empresa Maranhensede Administração Portuária. Grande empre-gadora de mão de obra, a Emap tem em seusquadros duas categorias acompanhadas peloSINCOMAM: amarradores, profissionais ad-ministrativos e operacionais.

Amarrador e administrativoCom suporte sindical, os amarradores da

Emap estão amparados pelo Acordo Coletivode Trabalho 2012-2013, celebrado entre SIN-COMAM e a empresa terceirizada Essencial.O documento está sendo respeitado, como sepôde confirmar em recente visita.

Ao mesmo tempo, está em curso a organi-zação dos técnicos administrativos da Emapcontratados através da prestadora de serviçosMaxtec. Ameaçados por uma tendência quepenaliza e demite terceirizados, esses traba-lhadores começaram a traçar uma estratégiade defesa. Uma assembleia organizada peloSINCOMAM discutiu as reivindicações.

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ENTREVISTA Comandante José Menezes Filho

O desafio deguarnecer a frota

“Prioridade é o marítimobrasileiro”Comandante JoséMenezes Filho, gerenteexecutivo de Recursosde Pessoal Marítimo daTranspetro

A Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, novamente coalhada de embarcações: sinal claro do crescimento da atividade marítima

Oacelerado aumento da presença de navios em mares brasileiros mantém o desafio deguarnecer esta megafrota. Com a exploração marítima do petróleo e gás, o litoral dopaís nunca esteve tão navegado. Até 2020 deverão aportar em nossas águas jurisdi-

cionais cerca de 400 embarcações.Segundo o capitão de longo curso José Menezes Filho (foto), gerente executivo de Recursos

Humanos do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), essesnúmeros constam do estudo realizado por uma consultoria, com aval dos sindicatos de arma-dores, dos marítimos, da Transpetro e da Marinha do Brasil.

Instituído em 2004, o Promef licitou a encomenda de 49 petroleiros. Cinco deles já estão nomar – três em operação e dois em finalização. É apenas o início de um processo que nos pró-ximos oito anos pretende dobrar a frota da Transpetro. Um salto de 60 para 120 embarcaçõespróprias.

Desde 1975 na Petrobras – ingressou na extinta Frota Nacional de Petroleiros (Fronape) –, ocomandante Menezes diz que a necessidade maior para a Transpetro é de oficiais. Ele rece-beu a Revista SINCOMAM para uma entrevista em outubro último, logo depois de ministrara aula inaugural no campus da Academia Marítima da Transpetro, no Pará.

A Academia Marítima da Transpetro, criada em 2011 no Rio de Janeiro, tem a finalidade de“aperfeiçoar oficiais de náutica e máquinas da companhia e, em sendo necessário, contribuircom a Marinha do Brasil, na formação de novos valores”, explica.

“A Marinha tem dado essa resposta, e a Transpetro também colabora. O que a Transpetrotem reiterado, em todos os fóruns de que participa, é que nossa prioridade é o marítimo brasi-leiro”, resume. >>>

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� Como o Sr., que representa um grandeempregador, vê a contratação demarítimos estrangeiros?

É lastimável e preocupante. Num país com tan-tas pessoas precisando de emprego, é assim que senti-mos ao constatarmos a quantidade de estrangeirosnas embarcações que navegam em nossas águas. Oque a Transpetro tem reiterado, em todos os fórunsde que participa, é que nossa prioridade é o marítimobrasileiro.

� Como está a formação de marítimos brasileiros?

A Marinha autorizou, e aTranspetro já começou a capacitarprofissionais em instalações pró-prias. Foi assim também com oSINCOMAM, que ano passado or-ganizou um CAAQ no próprio Sin-dicato, e foi assim quando criamos,também ano passado, a AcademiaMarítima da Transpetro. É mais umcentro que contribui com a forma-ção de mão de obra marítima. AMarinha tem dado essa resposta, ea Transpetro também colabora.

� Como nasceu a ideia decriar a Academia Marítimada Transpetro?

A finalidade da Transpetro naimplantação de duas unidades,uma em Belém-PA e outra no Riode Janeiro-RJ, vem da expectativa da empresa incor-porar 49 petroleiros próprios, acrescido de 13 navios,até 2014, afretados em regime de bare boat, casco nu,

o que fará com que a Transpetro dobre a frota, de 60embarcações, para 120, até 2020.

� O que o Sr. responderia à crítica de quea Academia é elitista por só formaroficiais?

Não é verdade, porque o propósito é preparar-mos o nosso próprio pessoal. Ou seja, marítimos dediversas categorias, pertencentes aos quadros daTranspetro, passarão por vários cursos para que pos-sam não apenas ascenderem de função como tam-bém estarem preparados para guarnecer os novos na-

vios que têm uma tecnologia maismoderna. No entanto, os oficiais são amaior demanda para a Transpetro.Hoje, a lotação necessária prevista naTranspetro é de 1.050 oficiais e 1.540marítimos das outras categorias. A ve-locidade de profissionais galgandofunções superiores está aumentando.Até um passado recente, um oficial le-vava sete anos para chegar a imedia-to. Atualmente, com oito anos um ofi-cial chega a comandante ou chefe demáquinas.

� Qual é a meta da Academia?A expectativa é que sejam gra-

duados 400 oficiais por ano, sendo200 no Pará e 200 no Rio de Janeiro.Até 2016, cerca 1,6 mil novos oficiaisestarão formados pela empresa, hojecom 2,2 mil marítimos contratados.

� Como o Sr. vê a situação dos CDMs?

Os CDMs estão ascendendo profissionalmente

e isso é algo ex-tremamente po-sitivo. O SINCO-MAM foi felizem aproveitartécnicos para for-mar novos pro-fissionais da ca-tegoria. Por isso,os CDMs nosdias de hoje, es-tão mais bem vis-tos que no passa-do, quando nãotinham uma for-mação tão técni-ca. Em diversasembarcações te-mos condutores exercendo a função de chefe de má-quinas.

� Qual é o papel da Transpetro na carreirados CDMs?

É a empresa que mais tem possibilitado o cresci-mento profissional dos CDMs, indicados para cursa-rem o ACOM, caminho para chegar ao posto de se-gundo oficial de máquinas (2º OM). Com isso, faz-senecessária a formação de novos CDMs, por intermé-dio dos cursos CAAQ. A Transpetro oferece também

vagas em seus navios para o estágio de dois meses, ne-cessário para que os concluintes do CAAQ sejam con-siderados CDMs.

� Os CDMs representam quantosprofissionais na Transpetro?

Em nossos quadros há 224 condutores de má-quinas e motores, sendo 146 bombeadores e 78 mecâ-nicos.

� O que significou para o Sr. fazer aleitura, no CIAGA, da mensagem da IMO noDia Marítimo Mundial de 2012?

Foi uma honra, na medida em que trata-se deuma mensagem global das Nações Unidas (ONU),através da Organização Marítima International, ende-reçada às principais autoridades mundiais do segmen-to. E este ano, no Brasil, as maiores autoridades e re-presentantes da comunidade marítima estavam na so-lenidade do CIAGA, no Rio de Janeiro. Foi importantetambém para meu currículo, como representante deuma classe, pois fiz a leitura em nome do Centro deCapitães da Marinha Mercante.

ENTREVISTA Comandante José Menezes Filho

DEZEMRO / 2012 � 4342 � DEZEMBRO / 2012

“Até um passadorecente, um oficiallevava sete anospara chegar aimediato.Atualmente, comoito anos um oficialchega acomandante ouchefe demáquinas”

FOTOS / DIVULGAÇÃO

“O SINCOMAM foi feliz emaproveitartécnicos paraformar novosprofissionais dacategoria. Por isso,os CDMs nos dias dehoje, estão maisbem vistos”

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DEZEMBRO / 2012 � 45

O FPSO Cidade de Anchietaproduzirá petróleo de alto valorcomercial com capacidade paraprocessar, diariamente, 100 milbarris de petróleo e 3,5 milhõesm³ de gás. Instalado em águasde 1.221 metros de profundida-de e a 80 km da costa, o FPSOescoará o gás produzido até aUnidade de Tratamento de Gásde Cacimbas, no litoral capixa-ba.

A produção inicial de petró-leo dele é estimada em 20 milbarris por dia, com previsão deque o pico de produção, de 100mil barris diários, seja atingidoem fevereiro de 2013. O Cidadede Anchieta foi convertido noestaleiro Keppel, em Cingapura.

Lições do fogoAprender a lidar com os no-

vos tipos de embarcações petro-líferas. Essa seria a lição menosruim do incêndio que atingiuoutro FPSO, o Cidade de Itajaí,sem causar vítimas ou dano am-biental, segundo a Odebrecht,que encomendou a transforma-ção ao estaleiro Jurong, em Cin-gapura. O acidente aconteceuem setembro durante teste demar. A embarcação teve quevoltar para o dique.

A Odebrectht tem contratocom a Petrobras no âmbito dopré-sal para usar o FPSO Cidadede Itajaí, cuja capacidade deprodução é de 80 mil barris pordia.

Plataforma gaúchaConstrução da P-55 envolveurebocadores e números grandiosos

Uma megaoperação finalizada com êxito pelosgaúchos marcou o primeiro trabalho deinundação e escoamento do dique do Estalei-

ro Rio Grande. O procedimento aconteceu durante oinício da construção da plataforma P-55, que vai ope-rar na Bacia de Campos-RJ.

Após três meses da estreia da operação de inunda-ção do dique - quando foi feita a manobra de entradada P-55 - o mesmo processo se repetiu depois para aretirada da plataforma.

Rebocadores em açãoQuatro rebocadores participaram da operação de

retirada da P-55, em mais de 24 horas de atividadesininterruptas envolvendo profissionais de vários seto-res. Foram necessários 642 milhões de litros de águapara inundar o dique com 350 metros de comprimen-to por 130 metros de largura e profundidade de 13,8metros abaixo do nível do mar.

A plataforma foi deslocada para um cais onde con-tinuará sendo construída. O custo dela é de R$ 3,4 bi-lhões. Em setembro de 2014 deverá estar produzindo180 mil barris de petróleo e seis milhões de metroscúbicos de gás natural por dia.

O Estaleiro Rio Grande considera que o sucessono procedimento credencia a cidade do mesmo nomecomo um dos principais polos navais do Brasil.

FPSO Cidade de AnchietaDADOS TÉCNICOS

�Comprimento: 344 metros

�Largura: 51 metros

�Altura: 28 metros

�Peso total: 273.000 toneladas

Dois ladosda moeda

Navios-plataforma(FPSO) surgem no cenáriomarítimo entresucessos e sinistros

B R A S I L

FPSO Cidade de Anchieta jáem operação no ES �

OBrasil começa a conviver com a gestão de na-vios-plataforma FPSO (Floating, Production, Sto-rage, Offloading). A sigla em inglês identifica aunidade flutuante de produção, armazenamento

e escoamento de óleo e gás.Esta convivência recente apresenta os dois lados da moe-

da: êxitos e frustrações. No primeiro caso, o início da produ-ção no pré-sal do Espírito Santo com o FPSO Cidade de An-chieta. De outra parte, o infortúnio do incêndio que atrasou aentrega do FPSO Cidade de Itajaí, em construção em Cinga-pura. >>>

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46 � DEZEMBRO / 2012

notíciasnotíciasnotíciasnotíciasnotíciasDIVULGAÇÃODIVULGAÇÃO

Brasil tem 386 projetos em andamento

O Sindicato da Indústriada Construção Navaldimensionou as atividades dosetor. Segundo estimativasfeitas em julho pelo Sinaval,em 2012 o país registrou 386projetos em andamento,incluindo plataformas deprodução, navios, petroleiros,barcaças fluviais,

ONU anuncia estudo sobre mares ácidos e Pacto dos Oceanos

A Organização das Nações Unidas decidiucriar o Centro de Coordenação Internacional daAcidificação dos Oceanos, que vai funcionar emMônaco, nas instalações da Agência Internacionalde Energia Atômica (AIEA).

A decisão é consequência da Rio+20, emjunho, quando se alertou que a acidificação dosoceanos já provocou o surgimento de 400 zonasmortas em áreas costeiras no mundo. Agora, aoanunciar a criação do novo centro de pesquisas, aONU adverte que o problema pode transformarmuitas regiões dos oceanos em desertos marinhosaté 2050.

Ainda segundo cientistas, atualmente, osprimeiros 200m de profundidade do oceano dacosta oeste dos EUA são saturados de carbonato,mas em 30 anos a mesma situação estará apenasnos primeiros 60m sob a superfície, o que afetaráa parte mais fértil em vida do oceano.

A preocupação levou as Nações Unidas aanunciar ainda o Pacto dos Oceanos, uma visãoestratégica para trabalhar de forma mais eficaz nocombate ao estado precário dos mares nomundo.

– Nossos oceanos estão se aquecendo e aelevação do nível deles ameaça centenas demilhões de pessoas em situação devulnerabilidade – afirmou o secretário-geral daONU, Ban Ki-Moon, em conferência que marcou,em agosto, o trigésimo aniversário da assinaturada Convenção das Nações Unidas sobre o Direitodo Mar.

ASSOCIADO ÓBITOJosé Silva Correa 22/12/2011 João Simplicio dos Reis Não InformadoJarbas Ferreira Pinto 26/12/2011Armando Clementino 05/03/2012Vilnei Souza Lima 18/03/2012Bianor Carvalho 26/03/2012Gelson Rodrigues Sacavem 30/03/2012Vital Soares da França 09/04/2012Francisco Correia de Melo 15/05/2012

OBITUÁRIO

empurradores fluviais erebocadores portuários, entreoutros.

Ainda segundo o Sinaval,em 2012, dois novosestaleiros entraram emoperações no RJ – o AliançaOffshore e o Inhaúma – alémde outros que tiveram asobras iniciadas, em São Paulo,Bahia e Espírito Santo.

Ao todo, a indústria navalgera 58 mil empregos diretos,sendo 47,71% no Estado doRio de Janeiro.

Construção naval

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