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GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR GEM Portugal 2011 GEM Portugal 2011 ESTUDO SOBRE O EMPREENDEDORISMO O projeto GEM - Global Entrepreneurship Monitor - é o maior estudo independente sobre o empreendedorismo a nível mundial.

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GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR

GEM Portugal 2011GEM Portugal 2011

ESTUDO SOBRE O EMPREENDEDORISMO

O projeto GEM - Global Entrepreneurship Monitor - é o maior estudo independente sobre o empreendedorismo a nível mundial.

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GEM Portugal 2011GEM Portugal 2011Estudo sobre o Empreendedorismo

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

I

GEM Portugal 2011GEM Portugal 2011Estudo sobre o Empreendedorismo

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Embora este relatório tenha sido desenvolvido com base nos dados recolhidos pelo consórcio GEM, a análise e interpretação dos mesmos é da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

III

INSTITUIÇÕES PARCEIRAS

O projeto GEM Portugal 2011 resulta do trabalho de uma parceria que integra

especialistas em empreendedorismo em Portugal.

O ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) é

uma instituição pública de ensino universitário, criada

em 1972. No âmbito das suas atividades de ensino,

investigação e prestação de serviços à comunidade, o

ISCTE-IUL dedica-se à formação de quadros e especialistas qualificados, cujas

competências culturais, científicas e técnicas os tornam aptos a intervir no

desenvolvimento sustentado não só do País, mas também a nível global.

Os seus objetivos estratégicos são a inovação, a qualidade, a internacionalização e o

desenvolvimento de uma cultura empreendedora.

Com aproximadamente 8000 estudantes em programas de graduação (52%) e pós-

graduação (48%), 400 docentes e 200 funcionários não docentes, o ISCTE-IUL orgulha-se

de ser uma das universidades mais dinâmicas e inovadoras do País. Com forte procura,

o ISCTE-IUL tem sempre preenchido a totalidade das vagas disponíveis. O ISCTE-IUL

caracteriza-se por ser uma research university, contando com 9 centros de investigação

avaliados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

No vetor da prestação de serviços à comunidade foram sendo criadas múltiplas ligações

a empresas e organizações (estatais e da sociedade civil) através de professores e

diplomados do ISCTE-IUL. Destaca-se neste plano, o Instituto para o Desenvolvimento

da Gestão (INDEG), que desenvolve uma ação de grande reconhecimento público na

formação, pós-graduação e na investigação e serviços à comunidade, nas áreas da sua

competência. No domínio do empreendedorismo, o centro de investigação AUDAX é

hoje uma referência nacional, desenvolvendo parcerias com autarquias, associações

empresariais e com entidades como a COTEC e o Massachusetts Institute of Technology

(MIT).

www.iscte-iul.pt

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

IV

GEM Portugal 2011GEM Portugal 2011SUMáRIO EXECUTIVO

A SPI Ventures é uma empresa de consultadoria fundada

em 2008, que tem por missão atuar como catalisador na

criação e desenvolvimento de novos negócios, através da

identificação e seleção de oportunidades emergentes,

que conduzam à sua otimizada implementação, quer em

novas empresas, quer em empresas já existentes.

A SPI Ventures actua no mercado como um knowledge broker e investment facilitator,

oferecendo serviços que combinam áreas como a vigilância tecnológica e o business

intelligence com o planeamento de negócios e o fomento do empreendedorismo,

permitindo aos seus clientes aceder a uma vasta rede de parceiros, essenciais para o

desenvolvimento das suas ideias e para a transformação das mesmas em negócios com

grande potencial de crescimento.

A SPI Ventures beneficia da experiência da Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI) em

consultadoria nas áreas da inovação e fomento do empreendedorismo, assim como da

sua vasta rede de contactos. A SPI constitui-se como um nó ativo de redes nacionais

e internacionais ligadas à inovação, assumindo-se como um promotor privilegiado de

relações entre empresas, instituições do sistema científico e tecnológico, organizações

nacionais públicas e privadas e instituições internacionais. No âmbito do projeto GEM, em

particular, a SPI Ventures beneficia da sua própria experiência enquanto coordenadora

do estudo em Portugal, em 2010, e da experiência da SPI, entidade coordenadora nos

anos de 2001, 2004 e 2007, em Portugal, e nos anos de 2008 e 2010, em Angola.

www.spi-ventures.com

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

V

GEM Portugal 2011GEM Portugal 2011SUMáRIO EXECUTIVO

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

VII

SUMáRIO EXECUTIVO

Entre 2010 e 2011, a atividade empreendedora em Portugal sofreu alterações

significativas ao nível dos seus índices mais relevantes que são, subsequentemente, os

monitorizados pelo estudo GEM. Através de uma análise aos resultados da Sondagem à

População Adulta, um dos principais mecanismos de recolha de informação do GEM, as

seguintes conclusões principais podem ser obtidas:

Em 2011, Portugal registou uma Taxa TEA de 7,5%, o que significa que, no País, existem

entre 7 e 8 empreendedores early-stage (indivíduos envolvidos em start-ups ou na

gestão de novos negócios) por cada 100 indivíduos em idade adulta. Este resultado

representa um aumento considerável em relação a 2010, ano em que existiam entre

4 e 5 empreendedores early-stage por cada 100 indivíduos em idade adulta.

A Taxa TEA de Portugal é a 36ª mais elevada do universo GEM 2011 (entre 55 países)

e a 8ª mais alta das 23 economias orientadas para a inovação participantes, ficando

0,7 pontos percentuais acima da média associada ao referido tipo de economia. Esta

é praticamente idêntica à Taxa TEA média associada aos países membros da UE, 7,6%.

Em Portugal, os setores onde se regista uma maior percentagem de empreendedores

são o setor orientado ao consumidor (que inclui todos os negócios direcionados

para o consumidor final), com 43,4% do total de empreendedores, o setor da

transformação (que inclui construção, manufatura, transporte, comunicações,

utilidades e distribuição grossista), com 29,2%, e o sector orientado ao cliente

organizacional (que inclui todas as atividades onde o cliente primário é outro

negócio), com 25,0%. Comparativamente a 2010, existe uma diminuição considerável

da atividade empreendedora no setor orientado para o consumidor (54,0% em 2010)

e um aumento no setor da transformação (15,5% em 2010).

Em Portugal, o número de empreendedores early-stage do sexo masculino

corresponde a 10,5% da população adulta masculina e o número de empreendedores

early-stage do sexo feminino a 4,7% da população adulta feminina. O rácio

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

VIII

empreendedores/empreendedoras aumentou relativamente a 2010, passando de

1,97 para 2,23.

Em Portugal, a faixa etária onde se regista a maior incidência de atividade

empreendedora é a que compreende as idades entre os 25 e os 34 anos (TEA de 10,9%

da população dessa faixa etária). Também em 2010, nesta faixa etária a incidência de

atividade empreendedora era maior. Verificou-se, entre 2010 e 2011, um aumento da

incidência da atividade empreendedora em todas as faixas etárias estudadas.

Em Portugal, 59,8% dos empreendedores early-stage criam um negócio motivados

pela oportunidade, 26,6% motivados pela necessidade e 13,6% alegam que a mistura

de motivos está na origem da criação do negócio. A percentagem de empreendedores

que indica motivos de oportunidade para iniciação de negócio subiu (56,3% em 2010),

ao passo que a que apresenta motivos de necessidade desceu (31,1% em 2010). Dada

a atual conjuntura económica, estes valores não deixam de ser surpreendentes.

Em Portugal, 1,8% da população adulta desistiu de um negócio nos 12 meses

anteriores à realização da Sondagem à População Adulta (Setembro de 2011), tendo

a continuidade do mesmo sido interrompida. Por outro lado, 1,1% da população

adulta afirmou ter desistido de um negócio, no mesmo período, tendo esse negócio

permanecido ativo. Ambos os resultados são inferiores aos registados em 2010 e

semelhantes à média associada às economias orientadas para a inovação.

Paralelamente à Sondagem à População Adulta, foi realizada, no âmbito do GEM Portugal

2011, uma sondagem aos especialistas nacionais na área do empreendedorismo. Esta

sondagem possui um cunho mais subjetivo e qualitativo, mas beneficia do conhecimento

aprofundado da temática por parte do painel de peritos selecionados.

Os especialistas foram inquiridos sobre nove Condições Estruturais do

Empreendedorismo, sendo convidados a partilhar a sua opinião sobre até que ponto as

mesmas favorecem ou dificultam a atividade empreendedora em Portugal.

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

IX

Condições estruturais mais favoráveis

À semelhança de anos anteriores, a condição estrutural “Acesso a Infraestruturas

Físicas” foi a que obteve a apreciação mais positiva por parte dos especialistas

nacionais, que destacam a generalidade da infraestrutura existente no País como

um fator facilitador do empreendedorismo. O preço do acesso a algumas dessas

infraestruturas, no entanto, continua a suscitar algumas críticas.

De igual modo, a condição estrutural “Infraestrutura Comercial e Profissional”

continuou a obter uma das apreciações mais favoráveis por parte dos especialistas

nacionais. De forma análoga ao que sucede com o acesso a infraestruturas físicas,

os especialistas portugueses elogiam a generalidade dos serviços profissionais

disponíveis, mas têm uma opinião desfavorável sobre o seu custo.

Condições estruturais menos favoráveis

Também à semelhança de anos anteriores, a condição estrutural “Normas Culturais e

Sociais” foi a que registou a apreciação menos favorável por parte dos especialistas

portugueses. Estes continuam a considerar que a cultura nacional está pouco

orientada para o empreendedorismo e que existe, na sociedade, uma falta de

estímulo ao êxito individual. Todos os aspetos relacionados com normas sociais e

culturais foram avaliados de forma parcialmente insuficiente pelos especialistas

consultados.

A condição estrutural “Políticas Governamentais” registou também uma apreciação

pouco favorável por parte dos especialistas nacionais, que apontam como principais

obstáculos ao fomento da atividade empreendedora no País a existência de um

excesso de burocracia e carga fiscal, mas também grandes insuficiências nas normas

de contratação pública.

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

X

Há ainda a apontar que, de acordo com os resultados da sondagem aos especialistas

nacionais, embora as avaliações das condições estruturais do empreendedorismo

continuem a ser predominantemente negativas, 2011 registou melhorias

generalizadas em relação a 2010, particularmente ao nível dos Programas

Governamentais, da Infraestrutura Comercial e Profissional e da Abertura do Mercado.

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

XI

íNDICE

GEM Portugal 2011 - Instituições Parceiras.......................................................................................III

Sumário Executivo.......................................................................................................................................V

1. O PROJETO GEM PORTUGAL 2012....................................................................................................1

Retrato do Empreendedorismo no GEM.........................................................................................4

Fases do Desenvolvimento Económico...........................................................................................6

Condições Estruturais do Empreendedorismo.............................................................................8

Estrutura do Relatório GEM Portugal 2011...................................................................................11

2. ATIVIDADE EMPREENDEDORA EM PORTUGAL........................................................................13

2.1. Atividade Empreendedora Early-Stage (TEA).....................................................................15

2.2. Características Demográficas....................................................................................................19

2.3. Oportunidade vs. Necessidade.................................................................................................23

2.4. Cessação da Atividade Empreendedora...............................................................................25

2.5. Inovação...........................................................................................................................................28

3. CONDIçõES ESTRUTURAIS DO EMPREENDEDORISMO EM PORTUGAL ........................33

ANEXOS........................................................................................................................................................41

Anexo I: índice de tabelas e figuras....................................................................................................43

Anexo II: Lista de especialistas entrevistados ligados ao empreendedorismo em

Portugal....................................................................................................................................................44

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GEM Portugal 2011GEM Portugal 2011O PROJETO GEM PORTUGAL 2011

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

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GEM Portugal 2011GEM Portugal 2011O PROJETO GEM PORTUGAL 2011

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

3

1. O PROJETO GEM PORTUGAL 2011

O projeto Global Entrepreneurship Monitor (GEM - www.gemconsortium.org) é uma

avaliação anual da atividade empreendedora e das aspirações e dificuldades dos

empreendedores num largo conjunto de países. Atualmente, o GEM é o maior estudo

sobre dinâmicas empreendedoras no mundo.

O primeiro estudo GEM foi realizado em 1999, como iniciativa conjunta do Babson

College (Estados Unidos da América) e da London Business School (Reino Unido), tendo

contado com a participação de 10 países. Em 2005, estas duas entidades transferiram o

capital intelectual do GEM para a Global Entrepreneurship Research Association (GERA) –

uma organização sem fins lucrativos gerida por representantes das equipas nacionais,

das duas instituições fundadoras e de instituições patrocinadoras da iniciativa.

A edição de 2011 do GEM conta com a participação de 55 países, entre os quais Portugal.

O presente relatório foca-se nos resultados obtidos para Portugal Continental, de agora

em diante designado simplesmente por Portugal. Esta é a quinta vez que Portugal é

incluído no estudo GEM, tendo já participado nas edições de 2001, 2004, 2007 e 2010.

Assim, o GEM 2011 é o primeiro estudo GEM realizado em Portugal com um intervalo de

apenas um ano em relação à edição anterior.

A realização do projeto GEM 2011 com apenas um ano de intervalo em relação à

anterior edição, ao contrário dos 3 anos que normalmente intervalavam cada estudo,

tem a grande vantagem de permitir um acompanhamento mais próximo e rigoroso da

evolução da dinâmica empreendedora do País. Este acompanhamento mais próximo

é particularmente relevante nesta altura, em que o País atravessa uma conjuntura

económico-financeira difícil e potencialmente geradora de importantes alterações na

realidade do empreendedorismo em Portugal.

Também ao contrário de edições anteriores, o relatório GEM 2011 em Portugal incidirá

particularmente nos aspetos e fatores relacionados com a dinâmica empreendedora

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

4

mais passíveis de sofrerem mudanças significativas no espaço de um ano, deixando de

lado outros que têm forte tendência a manterem-se inalterados ao longo de vários anos.

Ainda assim, o projeto GEM Portugal mantém-se como um exercício de benchmarking

de carácter internacional, que permite comparar o nível de empreendedorismo em

Portugal com o de diferentes tipos de economia (com características e níveis de

desenvolvimento diferentes).

Retrato do Empreendedorismo no GEM

Em termos gerais, no GEM, o empreendedorismo é definido como “qualquer tentativa

de criação de um novo negócio ou nova iniciativa, tal como emprego próprio, uma

nova organização empresarial ou a expansão de um negócio existente, por parte de um

indivíduo, de uma equipa de indivíduos, ou de negócios estabelecidos”.

Assim, a recolha de dados do GEM abrange todo o ciclo de vida do processo

empreendedor e debruça-se sobre os indivíduos, enquadrando-os em três fases

distintas: quando estes empregam recursos para começar um negócio do qual esperam

ser donos (empreendedores de negócios nascentes); quando estes são donos e gerem

um novo negócio que proporciona remuneração salarial por um período superior a 3

meses e inferior a 3,5 anos (empreendedores de novos negócios); e quando estes são

donos e gerem um negócio já estabelecido e que está em funcionamento há mais de 3,5

anos (empreendedores de negócios estabelecidos).

A Figura 1 sintetiza o processo empreendedor e as definições operacionais do GEM.

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

5

O relatório GEM Portugal 2011 utiliza a Taxa de Atividade Empreendedora Early-Stage

(TEA) como principal índice para medir a atividade empreendedora e compará-la entre

países. A Taxa TEA mede a proporção de adultos (com idades compreendidas entre os 18

e os 64 anos) envolvidos em negócios nascentes ou em novos negócios.

Figura 1: O processo empreendedor e as definições operacionais do GEMFonte: GERA, Global Report, 2011

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

6

Fases do Desenvolvimento Económico

O estudo GEM tem em consideração as diferentes fases do desenvolvimento económico

dos países, classificando cada País participante como “economia orientada por fatores

de produção”, “economia orientada para a eficiência” ou “economia orientada para a

inovação”1. A caracterização geral do empreendedorismo nos três tipos de economia

anteriormente referidos encontra-se seguidamente apresentada:

Empreendedorismo em economias orientadas por fatores de produção

Nas economias orientadas por fatores de produção, o desenvolvimento

económico consiste em mudanças na quantidade e no carácter do valor

acrescentado económico. Estas mudanças resultam em maior produtividade

e num aumento do rendimento per capita e, frequentemente, coincidem

com a migração de trabalho entre os diferentes setores económicos da

sociedade (por exemplo do setor primário para a indústria e serviços)2.

Empreendedorismo em economias orientadas para a eficiência

Nas economias orientadas para a eficiência, à medida que o setor industrial se vai

desenvolvendo, começam a emergir instituições para o apoio ao desenvolvimento

da industrialização e começa a haver uma procura de maior produtividade através da

criação de economias de escala. Tipicamente, as políticas económicas nacionais em

economias de escala moldam as instituições económicas e financeiras emergentes,

de modo a favorecer as grandes empresas nacionais.

Empreendedorismo em economias orientadas para a inovação

Finalmente, em economias orientadas para a inovação pode esperar-se que

a ênfase dada à atividade industrial mude gradualmente para o setor dos

serviços, à medida que ocorre um amadurecimento e aumento da riqueza.

1 Porter, Sachs e McArthur (2002): “Executive Summary: Competitiveness and Stages of Economic Development.”, The Global

Competitiveness Report 2001-2002, New York: Oxford University Press, 16-25, citado em 2010 Global Report.2 Gries, T. and W. Naude. (2010): “Entrepreneurship and Structural Economic Transformation,” In Small Business Economics,

34(1): 13–29, citado em 2010 Global Report.

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

7

Este setor deverá ser capaz de responder às necessidades de uma população em

crescimento, indo ao encontro das exigências criadas numa sociedade com elevado

rendimento. O setor industrial, por seu turno, atravessa um conjunto de mudanças e

melhorias ao nível da variedade e da sofisticação. Estas melhorias estão normalmente

associadas a atividades de Investigação e Desenvolvimento (I&D).

A Tabela 1 contém a lista de países participantes no GEM 2011:

Tabela 1: Países participantes no GEM 2011

área geográficaEconomias

orientadas por fatores de produção

Economias orientadas para a

eficiência

Economias orientadas para a inovação

áfrica Subsariana Nigéria áfrica do Sul -

América e CaraíbasGuatemala, Jamaica

e Venezuela

Argentina, Barbados, Brasil, Chile, Colômbia, México, Panamá, Perú, Trinidad e

Tobago e Uruguai

Estados Unidos

ásia-Pacífico BangladeshChina, Malásia e

Tailândia

Austrália, Coreia do Sul, Japão, Singapura e

Taiwan

Europa Não-UE -

Bósnia e Herzegovina,

Croácia, Rússia e Turquia

Noruega e Suíça

Norte de áfrica e Médio Oriente

Argélia, Irão e Paquistão

-Emiratos árabes

Unidos

União Europeia -Eslováquia, Letónia,

Lituânia, Hungria, Polónia e Roménia

Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Eslovénia,

Espanha, Finlândia, França, Grécia,

Holanda, Irlanda, Portugal, Reino Unido,

República Checa e Suécia

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

8

Condições Estruturais do Empreendedorismo

O GEM define as Condições Estruturais do Empreendedorismo (CEE) como os indicadores

do potencial de um País para promover o empreendedorismo. As CEE refletem as

principais características do meio socioeconómico de um País, que se espera terem um

impacto significativo no setor empresarial. A nível nacional, há diferentes condições

estruturais que se aplicam a negócios já estabelecidos e a novos negócios. O GEM 2011

compara também estas condições, considerando a fase de desenvolvimento económico

de cada País participante.

O Modelo GEM encontra-se ilustrado na Figura 2.

Figura 2: Modelo GEMFonte: GERA, Global Report, 2011

A partir de outras fontes disponíveis

Contextosocial,

cultural e político

Desenvolvimento Social e

Económico(Empregos, inovação,

valor social)

A partir da Sondagem aos

Especialistas

REQUISITOS BÁSICOS- Instituições- Infra-estrutura- Estabilidade macroeconómica- Saúde e educação primária

INDUTORES DE EFICIÊNCIA- Educação superior e formação

trabalho

- Prontidão tecnológica- Dimensão do mercado

INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO- Financiamento do empreendedorismo- Políticas governamentais- Programas governamentais de apoio ao empreendedorismo- Educação para o empreendedorismo- Transferência de I&D- Abertura do mercado interno- Infraestrutura física para o empreendedorismo- Infraestrutura comercial e legal para o empreendedorismo- Normas culturais e sociais

ATITUDEOportunidades e capacidade detetadas; medo de falhar; reputação da atividade empreendedora

ATIVIDADEMotivada por oportunidade/necessidade; Early-Stage; Inclusão; Indústria; Saídas

ASPIRAÇÃOCrescimento; Inovação; Orientação internacional

A partir da Sondagem à

População Adulta

A partir da Sondagem à

População Adulta

Atividade Empreendedora dos

colaboradores

Empresasestabelecidas

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

9

Utilizando o modelo apresentado na Figura 2, no GEM Portugal 2011 foi identificado

um conjunto de 9 condições estruturais que são utilizadas para melhor se entender os

fatores impulsionadores e os constrangimentos do empreendedorismo num País:

1. Apoio FinanceiroDisponibilidade de recursos financeiros, capital próprio e fundos de amortização de dívida para empresas novas e em crescimento, incluindo bolsas e subsídios.

2. Políticas GovernamentaisGrau em que as políticas governamentais relativas a impostos, regulamentações e sua aplicação são neutras no que diz respeito à dimensão das empresas e grau em que estas políticas incentivam ou desincentivam empresas novas e em crescimento.

3. Programas GovernamentaisExistência de programas, em todos os níveis de governação (nacional, regional e local), que apoiem diretamente negócios novos e em crescimento.

4. Educação e FormaçãoGrau em que a formação sobre a criação ou gestão de negócios novos e em crescimento é incluída no sistema de educação e formação, bem como a qualidade, relevância e profundidade dessa educação e formação para criar ou gerir negócios pequenos, novos ou em crescimento.

5. Transferência de Investigação e Desenvolvimento Grau em que a I&D a nível nacional conduz a novas oportunidades comerciais, assim como o nível de acesso à I&D por parte dos negócios pequenos, novos ou em crescimento.

6. Infraestrutura Comercial e ProfissionalInfluência das instituições e serviços comerciais, contabilísticos e legais, que permitem a promoção dos negócios pequenos, novos ou em crescimento.

7. Abertura do Mercado/Barreiras à Entrada Grau em que se impede que os acordos e procedimentos comerciais sejam alvo

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

10

de mudanças e substituições, impossibilitando empresas novas e em crescimento de estar em concorrência e de substituir fornecedores e consultores de forma recorrente.

8. Acessos a Infraestruturas FísicasAcesso a recursos físicos (comunicação, transportes, utilidades, matérias-primas e recursos naturais) a preços que não sejam discriminatórios para negócios pequenos, novos ou em crescimento.

9.Normas Culturais e SociaisGrau em que as normas sociais e culturais vigentes encorajam (ou não desencorajam) iniciativas individuais que levam a novas formas de conduzir negócios e atividades económicas e, por sua vez, contribuem para uma maior distribuição da riqueza e do rendimento.

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

11

Estrutura do Relatório GEM Portugal 2011

A elaboração do relatório GEM Portugal 2011 implicou a recolha de dados de 3 fontes:

Sondagem à População Adulta, junto de 2.011 indivíduos (com idades entre 18 e 64

anos), residentes em Portugal Continental, utilizando um questionário padronizado,

aplicado em todos os países participantes no GEM 2011. A sondagem foi realizada

pela GfK Metris (empresa de inquéritos e estudos de mercado), durante o mês de

Setembro de 2011;

Sondagem a Especialistas ligados ao empreendedorismo em Portugal Continental,

incluindo, entre outros, líderes do sistema financeiro, responsáveis governamentais,

membros do sistema de ensino e empreendedores de renome. A sondagem

envolveu a realização de 32 entrevistas a especialistas, utilizando um questionário

padronizado, aplicado em todos os países participantes no GEM 2011;

2011 Global Report, publicado pela GERA em Janeiro de 2012.

Após a presente introdução, este relatório inclui os seguintes capítulos:

Capítulo 2 – Atividade Empreendedora em Portugal: analisa a evolução do nível e características do empreendedorismo em Portugal, entre 2010 e 2011, e estabelece uma comparação entre o País, os diferentes tipos de economias e a UE;

Capítulo 3 – Condições Estruturais do Empreendedorismo em Portugal: analisa as condições estruturais que influenciam o empreendedorismo em Portugal (quer impulsionando-o, quer obstaculizando o seu desenvolvimento), a sua evolução entre 2010 e 2011, e estabelece uma comparação entre o País, os diferentes tipos de economias e a UE.

Adicionalmente, são incluídos dois anexos: o Anexo I contém o índice de tabelas e figuras do presente relatório e o Anexo II contém a lista de especialistas entrevistados no âmbito do estudo.

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GEM Portugal 2011GEM Portugal 2011ATIVIDADE EMPREENDEDORA EM PORTUGAL

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

13

GEM Portugal 2011GEM Portugal 2011ATIVIDADE EMPREENDEDORA EM PORTUGAL

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

15

2. ATIVIDADE EMPREENDEDORA EM PORTUGAL

No presente capítulo são analisadas as características do empreendedorismo em

Portugal. Os resultados aqui apresentados foram obtidos a partir de um questionário

padronizado, aplicado em todos os países participantes no GEM 2011 a uma amostra de

indivíduos em idade adulta (18 a 64 anos). Em Portugal, a Sondagem à População Adulta

foi efetuada junto de uma amostra de 2011 pessoas residentes em Portugal Continental.

2.1. Atividade Empreendedora Early-Stage (TEA)

No âmbito da avaliação da atividade empreendedora, o principal índice é designado

por Taxa de Atividade Empreendedora Early-Stage (Taxa TEA) de cada país participante.

A Taxa TEA ilustra a proporção de indivíduos em idade adulta (entre os 18 e os 64 anos)

que está envolvida num processo de start-up (negócio nascente) ou na gestão de

negócios novos e em crescimento, em cada país participante. As Taxas TEA relativas aos

países GEM 2011 encontram-se ilustradas na Figura 3. Para fins comparativos, é ainda

apresentada a Taxa TEA de Portugal no ano de 2010.

A Taxa TEA ilustra a proporção de indivíduos em idade adulta (entre os 18 e os 64 anos) que está envolvida num processo de start-up (negócio nascente) ou na gestão de negócios novos e em crescimento, em cada País participante.

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

16

0

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10

15

20

25

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45

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55

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8 - 6

4 an

os)

Economias orientadas por factores de

produção

Economias orientadas para a eficiência

Economias orientadas para a inovação

Países GEM 2011

Figura 3: Taxa de Atividade Empreendedora Early-Stage (TEA)3

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010 e 2011

3 Os dados apresentados dizem respeito à Taxa TEA e refletem um intervalo de confiança de 95%

Em 2011, Portugal registou uma Taxa TEA de 7,5%, o que significa que, em Portugal,

existem 7 a 8 empreendedores early-stage por cada 100 indivíduos em idade adulta.

Este resultado coloca Portugal no 36º lugar do universo GEM 2011, o que, ainda assim,

representa uma melhoria considerável em relação aos resultados de 2010. No ano

transato, a TEA em Portugal registava um valor de 4,4%, o que deixava Portugal com o 9º

mais baixo resultado de todos os países participantes e o 7º mais baixo entre economias

orientadas para a inovação.

Atualmente, Portugal atinge o 8º lugar entre as 23 economias orientadas para a inovação

participantes no estudo, ficando a menos de cinco pontos percentuais de distância dos

EUA que, com uma TEA de 12,3%, são líderes entre os países com este tipo de economia,

e com uma vantagem de quase quatro pontos percentuais sobre a Eslovénia, que

apresenta a menor TEA das economias orientadas para a inovação (3,7%).

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

17

A nível global, é a Nigéria que apresenta o mais elevado valor de TEA com 35,0%, seguida

da China com 24,0%. Além de ser o País com menor TEA entre as economias orientadas

para a inovação, a Eslovénia é o País com menor TEA na globalidade do universo GEM

2011.

É relevante notar que a TEA portuguesa aumentou de 4,4% para 7,5% no período de

apenas um ano.

No sentido de estabelecer uma comparação da Taxa TEA nos três tipos de economia em

análise, são apresentados, na Tabela 2, os valores médios deste índice para as economias

orientadas por fatores de produção, orientadas para a eficiência e orientadas para a

inovação.Tabela 2: Média da Taxa TEA por tipo de economia

Fonte: Sondagem à População Adulta 2011

Tipos de economia Média da Taxa TEA

Orientadas por fatores de produção 16,1%

Orientadas para a eficiência 14,1%

Orientadas para a inovação 6,8%

Como normalmente ocorre, é nas economias orientadas por fatores de produção que

a atividade empreendedora é mais intensa, apresentando uma TEA média de 16,1%.

Seguem-se respetivamente, as economias orientadas para a eficiência e para a inovação,

com TEA médias de 14,1% e 6,8%, respetivamente.

A estes valores de TEA nas economias orientadas por fatores de produção e, até certo

ponto, nas economias orientadas para a eficiência, está associado um défice de trabalho

dependente, que obriga a população ativa a enveredar pelo empreendedorismo.

Assim, em particular nas economias orientadas por fatores de produção, assiste-se

a um importante fenómeno de empreendedorismo de necessidade, por oposição ao

empreendedorismo de oportunidade, geralmente mais prevalente em economias em

estados de desenvolvimento mais avançados.

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

18

No âmbito do projecto GEM analisa-se igualmente a distribuição da atividade

empreendedora pelos diferentes setores de atividade. A Figura 4 apresenta a proporção

da atividade empreendedora early-stage em Portugal (nos anos 2010 e 2011) e nos

três tipos de economia em estudo, categorizada nos quatro setores seguidamente

referenciados:

Setor extrativo: inclui agricultura, silvicultura, pescas e extração de matérias

brutas;

Setor da transformação: inclui construção, manufatura, transporte, comunicações,

utilidades e distribuição grossista;

Setor orientado ao cliente organizacional: inclui finanças, seguros, imobiliário e

todas as atividades onde o cliente primário é outro negócio;

Setor orientado ao consumidor: inclui todos os negócios direcionados para o

consumidor final, como o retalhista, bares, restauração, alojamento, saúde, educação

e lazer, entre outros.

Portugal 2010

Portugal 2011

Orientadas por factores de produção

Orientadas para a inovação

=

Setor da transformação Setor orientado ao cliente organizacional Setor orientado ao consumidor

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

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Figura 4: Distribuição da Taxa TEA por setores

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010 e 2011

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

19

De acordo com a Figura 4, em Portugal, o setor onde se regista uma maior percentagem

de atividade empreendedora early-stage é o setor orientado ao consumidor, com 43,4%

do total de empreendedores. A este setor seguem-se, por ordem decrescente, o setor da

transformação, com 29,2%, o setor orientado ao cliente organizacional, com 25,0%, e,

por último, o setor extrativo, com apenas 2,4% de empreendedores.

Em relação a 2010, há um aspeto que deve ser enfatizado – existe uma diminuição

considerável da atividade empreendedora no setor orientado para o consumidor (54,0%

em 2010) e um aumento substancial no setor da transformação (15,5% em 2010). Aliás,

este último é o único setor que regista um aumento da TEA em 2011.

Como se infere da consulta da Figura 4, a estrutura da atividade empreendedora em

Portugal, em termos da sua distribuição por setor, é praticamente idêntica à encontrada

na média das economias orientadas para a inovação.

2.2. Características Demográficas

No presente subcapítulo é analisado o empreendedorismo atendendo às características

demográficas de cada País participante e de Portugal, em particular.

Para o efeito, é apresentada, na Figura 5, a Taxa TEA, por género, em cada País GEM 2011.

Para fins comparativos, são ainda apresentados os resultados para Portuga no ano de

2010.

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

20

Em Portugal, o número de empreendedores early-stage do sexo masculino corresponde

a 10,5% da população adulta masculina e o número de empreendedores early-stage

do sexo feminino a 4,7% da população adulta feminina. Assumindo que o número

total de homens e de mulheres é aproximadamente igual, conclui-se que o número

de empreendedores do sexo masculino equivale a mais do dobro do número de

empreendedores do sexo feminino.

0.05 .0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 35.0 40.0 45.0

PaquistãoArgélia

BangladeshJamaica

IrãoVenezuelaGuatemala

NigériaRússia

MalásiaHungriaCroácia

Bósnia e HerzegovinaPolónia

África do SulMéxico

RoméniaLituâniaLetóniaTurquia

BarbadosEslováquia

BrasilUruguai

Tailândia

PanamáColômbia

Trinidad e TobagoPerúChile

ChinaEslovénia

Portugal 2010Dinamarca

JapãoAlemanha

BélgicaFrançaSuécia

EspanhaEmiratos Árabes Unidos

FinlândiaSuíça

SingapuraNoruega

IrlandaReino Unido

PortugalRepública Checa

Coreia do SulTaiwan

GréciaHolanda

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Empreendedoras Empreendedores

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2011

Figura 5: Taxa TEA por género

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010 e 2011

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

21

Estes resultados representam um acentuar da desproporção entre homens e

mulheres em atividades empreendedoras verificada em 2010. Na altura, as taxas de

empreendedores eram de 5,9% da população adulta masculina e 3,0% da população

adulta feminina, ou seja, o rácio empreendedores/empreendedoras passou de 1,97 para

2,23.

Na Tabela 3 são apresentadas as médias da Taxa TEA por género e para cada tipo de

economia em estudo, bem como os respetivos rácios empreendedores/empreendedoras.

Tabela 3: Média da Taxa TEA por género e por tipo de economiaFonte: Sondagem à População Adulta 2011

Tipos de economiaMédia da Taxa

TEA para o género masculino

Média da Taxa TEA para o género

feminino

Rácio empreendedores/empreendedoras

Orientadas por fatores de

produção19,9% 11,3% 1,76

Orientadas para a eficiência 17,0% 11,3% 1,50

Orientadas para a inovação 8,8% 5,0% 1,76

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 3, os empreendedores early-stage

do sexo masculino predominam em relação aos do sexo feminino nos três tipos de

economia considerados.

A Tabela 3 deixa também antever que as mulheres localizadas em economias orientadas

para a eficiência têm uma vocação empreendedora maior do que as que residem em

economias orientadas para a inovação ou por fatores de produção. Com efeito, nestes

dois últimos tipos de economia, o rácio empreendedores/empreendedoras é idêntico

entre ambos e igual a 1,76. Contrariamente, esse mesmo rácio é menor (1,50) nas

economias orientadas para a eficiência.

A Sondagem à População Adulta permitiu também identificar outras características

demográficas dos empreendedores, nomeadamente a faixa etária em que estes se

inserem. A Tabela 4 apresenta os resultados obtidos para Portugal, em 2010 e em 2011.

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

22

Tabela 4: Taxa TEA por faixa etáriaFonte: Sondagem à População Adulta 2010 e 2011

Faixa etária

Taxa TEA por faixa etária

Portugal 2010

Portugal 2011

Economias orientadas por fatores

de produção

Economias orientadas

para a eficiência

Economias orientadas

para a inovação

18 a 24 anos 2,5% 6,1% 12,6% 12,4% 5,2%

25 a 34 anos 6,7% 10,9% 18,9% 17,8% 8,4%

35 a 44 anos 4,6% 7,9% 18,7% 16,3% 8,4%

45 a 54 anos 4,9% 6,4% 16,0% 12,9% 6,9%

55 a 64 anos 1,9% 5,0% 10,3% 8,2% 4,6%

De acordo com a Tabela 4, em Portugal, em 2011, a faixa etária na qual se regista a maior

Taxa TEA continua a ser a que compreende as idades entre os 25 e os 34 anos, com

10,9% da população adulta nessa faixa etária envolvida em atividades empreendedoras.

Todas as faixas etárias registam aumentos em relação aos valores verificados em 2010,

em linha com o significativo aumento da Taxa TEA global no País.

De notar também que, nas economias orientadas para a inovação, é também na faixa

etária dos 25 aos 34 anos que se verifica a maior incidência de atividade empreendedora

(em igualdade com a faixa etária dos 35 aos 44 anos). Neste caso, no entanto, a diferença

entre Portugal e a média destas economias situa-se nos 2,5 pontos percentuais (10,9%

em Portugal contra 8,4% nas economias orientadas para a inovação), diferença essa

que é superior à da TEA global (7,5% em Portugal e 6,8% nas economias orientadas

para a inovação). Esta situação indica que, em Portugal, a prevalência da atividade

empreendedora entre os mais jovens é maior que na média das economias em estado

de desenvolvimento semelhante.

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

23

2.3. Oportunidade vs. Necessidade

Na análise da atividade empreendedora nos países participantes no GEM 2011, a

distinção entre a atividade empreendedora induzida pela oportunidade e a atividade

empreendedora induzida pela necessidade assume particular relevância.

De um modo geral, entende-se por empreendedorismo induzido pela oportunidade

aquele que resulta do desejo de aproveitar, por iniciativa própria, uma possibilidade

de negócio existente no mercado, através da criação de uma empresa. Por outro

lado, o empreendedorismo induzido pela necessidade resulta da ausência de outras

oportunidades de obtenção de rendimentos (nomeadamente, o trabalho dependente)

que leva os indivíduos à criação de um negócio, dado considerarem não possuir

melhores alternativas. No sentido de analisar estes dois tipos de empreendedorismo,

é estabelecida, na Figura 6, uma comparação entre a proporção de empreendedorismo

induzido pela oportunidade (motivado pela vontade de aumentar o rendimento e/ou

de obter independência), a de empreendedorismo induzido pela não-oportunidade

(motivado pela necessidade/manutenção do rendimento) e a que resulta da mistura de

ambos (oportunidade e não-oportunidade).

E

Figura 6: Atividade empreendedora induzida pela oportunidade e pela não-oportunidadeFonte: Sondagem à População Adulta 2010 e 2011

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

24

m Portugal, 44,8% dos empreendedores early-stage criam um negócio motivados pela

oportunidade de aumentarem o seu rendimento, ao passo que 15,0% são movidos pela

oportunidade de atingir independência. Assim, um total de 59,8% dos empreendedores

portugueses alega motivos de oportunidade para a criação do seu negócio. A

necessidade apresenta-se como um motivo também relevante, na medida em que

está na origem da criação de negócios para 26,6% dos empreendedores early-stage.

Finalmente, a mistura de motivos move 13,6% dos empreendedores early-stage.

A maior diferença entre os resultados de 2011 e os de 2010, em Portugal, verifica-se

ao nível da percentagem de empreendedores que alega motivos de oportunidade de

aumento do rendimento para justificar a sua atividade. Em 2010, esta percentagem

atingia 38,2% dos empreendedores, o que significa que sofreu, em 2011, um aumento

de 6,6 pontos percentuais. O total de empreendedores movidos pela oportunidade

(considerando também a possibilidade de atingir independência) aumentou de 56,3%

para 59,8%. Por outro lado, a percentagem de empreendedores que alegam motivos

de necessidade para a sua atividade diminui de 31,1%, em 2010, para 26,6%, em 2011.

Estes resultados são curiosos, uma vez que se verifica um aumento na percentagem

de empreendedores de oportunidade e uma diminuição na percentagem de

empreendedores de necessidade, em relação a 2010.

Se é verdade que, em termos de população absoluta, o número de empreendedores

motivados pela necessidade aumentou (devido ao significativo aumento da TEA), é

igualmente verdade que o número de empreendedores motivados pela oportunidade

aumentou ainda mais. Dada a conjuntura económica e financeira desfavorável, seria

natural esperar o inverso.

Considerando os valores obtidos no universo dos países GEM 2011, os resultados

verificados vão na linha do expectável. O empreendedorismo de oportunidade é

mais prevalente nas economias orientadas para a inovação (59,4%), ao passo que o

empreendedorismo de necessidade é mais significativo em economias orientadas

por fatores de produção (44,1%). As economias orientadas para a eficiência localizam-

se numa posição intermédia entre as anteriores (43,4% oportunidade vs. 33,4%

necessidade).

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

25

2.4. Cessação da Atividade Empreendedora

Tanto a abertura como o encerramento de negócios são fenómenos importantes e

característicos das economias dinâmicas. A interrupção de um negócio não deve ser

necessariamente considerada como um fracasso, podendo dever-se a uma variedade

de fatores, tais como o aparecimento de uma boa oportunidade de venda ou o

aparecimento de outras oportunidades de negócio.

Tabela 5: Taxa de cessação de atividade empreendedora

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010 e 2011

Continuidade do negócio

Taxa de cessação de atividade empreendedora

Portugal 2010

Portugal 2011

Economias orientadas por fatores

de produção

Economias orientadas

para a eficiência

Economias orientadas

para a inovação

Negócio não continuou 1,5% 1,8% 2,8% 3,0% 1,7%

Negócio continuou 1,0% 1,1% 1,4% 1,2% 1,0%

Em Portugal, 1,8% da população adulta desistiu de um negócio nos 12 meses anteriores

à realização da Sondagem à População Adulta, tendo a continuidade do mesmo sido

interrompida. Por outro lado, 1,1% da população adulta afirmou ter desistido de um

negócio, no mesmo período, tendo esse negócio permanecido ativo. Ambos os

resultados são superiores aos registados em 2010 (1,5% e 1,0%, respetivamente).

Os valores registados em Portugal estão praticamente em linha com os que se verificam

nas economias orientadas para a inovação, embora sejam ligeiramente mais positivos,

ou seja, a taxa de cessação de atividade empreendedora é menor nos casos em que não

houve continuidade de negócio e maior nos casos em que houve continuidade.

No que toca às taxas de cessação de atividade empreendedora em que não houve

continuidade de negócio, os valores em Portugal e nas economias orientadas para a

inovação são mais favoráveis que os das economias orientadas por fatores de produção

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

26

e para a eficiência. Esta situação não surpreende, uma vez que se espera que nas

economias mais avançadas os negócios tenham melhores condições para atingir a

sustentabilidade e melhores perspetivas de sobrevivência. Por outro lado, as taxas de

cessação de atividade empreendedora com continuidade do negócio são superiores nas

economias orientadas por fatores de produção e para a eficiência.

Complementarmente, a Figura 7 ilustra as respostas dadas pelos inquiridos que afirmaram

ter desistido de um negócio nos 12 meses anteriores à realização da Sondagem à

População Adulta, quando questionados sobre as razões que levaram a essa desistência.

Na referida figura é feita a distinção entre cinco grupos de razões, designadamente: 1)

oportunidade de vender o negócio; 2) negócio não lucrativo; 3) problemas na obtenção

de financiamento; 4) razões pessoais; e 5) outras razões, tais como o surgimento de

outras oportunidades de emprego ou de negócio, o planeamento prévio da saída, a

reforma ou a ocorrência de um incidente.

Figura 7: Razões para a desistência do negócioFonte: Sondagem à População Adulta 2010 e 2011

Em Portugal, dos indivíduos que cessam um negócio, uns assinaláveis 57,0% aponta como motivo a inexistência de lucro. Esta percentagem constitui um aumento considerável em relação a 2010, em que apenas 29,7% apontavam este motivo para cessação da atividade empreendedora. Esta variação representa a principal diferença entre os anos de 2010 e 2011, embora se possa ainda referenciar a dificuldade no acesso ao crédito como um motivo em

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

27

ascensão para cessação da atividade empreendedora (3,1% em 2010, 6,3% em 2011).

Em Portugal, dos indivíduos que cessam um negócio, uns assinaláveis 57,0% aponta como motivo a inexistência de lucro. Esta percentagem constitui um aumento considerável em relação a 2010, em que apenas 29,7% apontavam este motivo para cessação da atividade empreendedora. Esta variação representa a principal diferença entre os anos de 2010 e 2011, embora se possa ainda referenciar a dificuldade no acesso ao crédito como um motivo em ascensão para cessação da atividade empreendedora (3,1% em 2010, 6,3% em 2011).

Contrariamente, registam-se quedas consideráveis, entre 2010 e 2011, na fração de empreendedores que alegam motivos de aposentação (11,6% contra 1,6%), e outras razões não especificadas (21,6% contra 10,5%).

A ausência de lucros é também a razão para cessação de negócio que distingue Portugal da média das economias orientadas para a inovação, sendo que a fração de empreendedores que alega este motivo é de 29,8% nestas últimas. Adicionalmente, há ainda a destacar a oportunidade de venda do negócio, maior nas economias orientadas para a inovação do que em Portugal, em 2011, (5,3% contra 3,1%) .

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

28

2.5. Inovação

De acordo com a teoria da destruição criativa, os empreendedores distorcem o equilíbrio

de mercado, constituindo-se como agentes de mudança e crescimento que agem no

sentido de introduzir novas combinações de mercado, de produto ou de inovação. Ao

fazê-lo, conseguem diferenciar-se da concorrência, quer por apresentarem produtos e/

ou serviços inovadores, quer por utilizarem novas tecnologias e/ou processos.

Na atual conjuntura económica, a interligação entre empreendedorismo e inovação

assume especial interesse, na medida em que as iniciativas de negócio relacionadas com

a inovação se revelam cada vez mais preponderantes para o crescimento económico.

Por este motivo, é seguidamente efetuada uma análise da atividade empreendedora

orientada para a inovação a três níveis: opinião dos clientes; diferenciação da oferta; e

tecnologia utilizada.

A Figura 8 ilustra a perceção dos empreendedores early-stage relativamente à opinião

que os seus clientes têm sobre o grau de novidade dos seus produtos/serviços.

Figura 8: Perceção dos empreendedores sobre a opinião dos seus clientes quanto ao grau de novidade dos seus produtos e serviços

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010 e 2011

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Em Portugal, a maioria dos empreendedores early-stage (68,4%) é de opinião que

nenhum dos seus clientes considera os seus produtos/serviços novos ou desconhecidos,

enquanto 22,7% são de opinião que alguns dos seus clientes reconhecem novidade nos

seus produtos/serviços e os restantes 8,9% têm a perceção que todos os seus clientes

consideram os seus produtos/serviços novos ou desconhecidos.

Em comparação com o ano de 2010, regista-se uma melhoria global ao nível deste

indicador, uma vez que a percentagem de empreendedores que referem que nenhum

dos seus clientes considera o seu produto ou serviço como uma novidade diminui de

72,9% para 68,4%. No entanto, a percentagem de empreendedores que indicam que

todos os seus clientes consideram o seu produto ou serviço como uma novidade diminui

também de 12,5% para 8,9%.

Um outro indicador do grau de inovação nas iniciativas empreendedoras early-stage é a

avaliação da concorrência de forma a determinar o grau de diferenciação dos produtos

e serviços oferecidos, tal como se encontra ilustrado na Figura 9. Esta figura apresenta

as percentagens de empreendedores que acreditam que muitas, algumas ou nenhumas

empresas concorrentes oferecem produtos e serviços semelhantes aos seus.

Figura 9: Avaliação da concorrência

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010 e 2011

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De acordo com a Figura 9, em Portugal, 53,4% dos empreendedores early-stage consideram

existirem muitos outros negócios que oferecem produtos/serviços semelhantes, enquanto

32,5% consideram existirem alguns e 14,1% acreditam que não existem negócios com

produtos/serviços semelhantes.

Relativamente a 2010, registam-se descidas nas percentagens de empreendedores que

acreditam que muitas e nenhumas empresas concorrentes apresentam uma oferta

de produtos e serviços semelhantes (respetivamente, 60,0% e 15,3%, em 2010), mas,

subsequentemente, denota-se uma subida na percentagem de empreendedores que

acreditam haver algumas empresas concorrentes com uma oferta semelhante.Da Figura 9

resulta ainda que a situação de Portugal, em 2011, é relativamente semelhante à da média

das economias orientadas para a inovação, com a diferença que nestas últimas existe

uma percentagem maior de empreendedores que acreditam que nenhuma empresa

concorrente oferece produtos e serviços semelhantes aos seus.

O último indicador em matéria de análise da atividade empreendedora orientada para o

grau de inovação diz respeito à utilização, por parte dos empreendedores, de tecnologias

e procedimentos recentes (definidos como estando disponíveis há menos de 1 ano),

novos (disponíveis há mais de 1 e menos de 5 anos) e que não são considerados novos

(disponíveis há mais de 5 anos). A Figura 10 ilustra o grau de novidade da tecnologia

utilizada pelos empreendedores early-stage (de acordo com a sua própria perceção).

Figura 10: Avaliação das tecnologias utilizadasFonte: Sondagem à População Adulta 2010 e 2011

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

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Em Portugal, a proporção de empreendedores early-stage que afirmam usar as

tecnologias mais recentes disponíveis é de 11,2%. A este resultado seguem-se, por

ordem crescente, a proporção de empreendedores que dizem usar tecnologias novas

(22,3%) e a de empreendedores que dizem utilizar tecnologias não novas (disponíveis

há mais de 5 anos) (66,5%).

Em relação a 2010, registou-se uma subida na percentagem de empreendedores que

afirmam utilizar tecnologias novas (20,1% em 2010), mas uma descida, ainda que

bastante ligeira, na percentagem de empreendedores que alega dispor de tecnologias

recentes (11,8% em 2010). Deste modo, a fração de empreendedores portugueses, em

2011, a utilizar tecnologias novas ou recentes subiu para 33,5% desde o valor de 32,0%,

em 2010.

Os resultados registados em Portugal, no ano de 2011, estão praticamente em linha

com os que se verificam nas economias orientadas para a inovação, havendo em cada

gama de classificação de tecnologia diferenças que atingem, no máximo, os 2 pontos

percentuais.

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GEM Portugal 2011GEM Portugal 2011CONDIçõES ESTRUTURAIS DO

EMPREENDEDORISMO EM PORTUGAL

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GEM Portugal 2011GEM Portugal 2011CONDIçõES ESTRUTURAIS DO

EMPREENDEDORISMO EM PORTUGAL

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3. CONDIçõES ESTRUTURAIS DO EMPREENDEDORISMO EM PORTUGAL

No âmbito do GEM é utilizado um conjunto de condições estruturais para a análise

dos elementos que fomentam e obstaculizam o desenvolvimento da atividade

empreendedora em cada País participante. A principal fonte de informação utilizada

para avaliar estas condições estruturais é a Sondagem a Especialistas, realizada junto de

especialistas em empreendedorismo em cada um desses países.

O presente capítulo avalia as condições estruturais que têm impacto na atividade

empreendedora em Portugal, as quais se encontram seguidamente apresentadas:

1. Apoio Financeiro

2. Políticas Governamentais

3. Programas Governamentais

4. Educação e Formação

5. Transferência de Investigação e Desenvolvimento (I&D)

6. Infraestrutura Comercial e Profissional

7. Abertura do Mercado/Barreiras à Entrada

8. Acesso a Infraestruturas Físicas

9. Normas Sociais e Culturais

Em Portugal, a Sondagem a Especialistas foi realizada junto de 32 personalidades reconhecidas em diversas áreas ligadas ao empreendedorismo, que se encontram referenciadas no Anexo II do presente relatório. À semelhança do que foi feito em todos os países participantes no GEM 2011, nesta sondagem foi perguntado aos especialistas nacionais se consideravam que cada aspeto enunciado nas Condições Estruturais do Empreendedorismo (CEE) era proporcionado de forma adequada no País, tendo estes respondido recorrendo a uma escala de Likert com 5 graus, de “Insuficiente” (1) a “Suficiente” (5)4.

4 Na análise dos resultados, esta escala está compreendida entre -2 (Insuficiente) e 2 (Suficiente).

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GEM PORTUGAL 2011 - Estudo sobre o Empreendedorismo

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Cada condição estrutural é avaliada recorrendo a um número variável de questões específicas, normalmente entre cinco e sete, referentes a aspetos particulares relacionados com a condição estrutural em análise.

Seguidamente, são apresentados os resultados médios obtidos para cada condição estrutural do empreendedorismo, em Portugal (2010 e 2011), nos três tipos de economia em estudo (designadamente economias orientadas por fatores de produção, orientadas para a eficiência e orientadas para a inovação) e na UE (Figura 11). Posteriormente, é apresentada uma breve descrição desses mesmos resultados.

Apoio financeiro

Os especialistas nacionais consideram que o apoio financeiro à atividade empreendedora

tem um impacto praticamente neutro (nem suficiente nem insuficiente) na mesma. A

avaliação desta CEE melhorou consideravelmente em relação a 2010. Os especialistas

consideram que a disponibilidade de financiamento através de investidores privados

e fundos de capital de risco são aspetos especialmente positivos, ao passo que a

disponibilidade de capital semente e capital para ofertas públicas iniciais são aspetos

negativos.

Figura 11: Avaliação das Condições Estruturais do EmpreendedorismoFonte: Sondagem a especialistas

F E U P I P

EF P P U I

F E U P I P

FP E U P I

F E U P I P

F IE P U P

FP P E U I

F E U P I P

P P U E I F

P

P

U

F

E

I

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Políticas governamentais

A opinião dos especialistas portugueses em relação às políticas governamentais,

em 2011, é negativa, considerando estes que, em Portugal, a situação tende a ser

parcialmente insuficiente. No entanto, essa mesma opinião melhorou ligeiramente de

2010 para 2011. Como aspeto positivo no âmbito desta CEE é apontada importância

dada pelos governos central e local ao apoio ao crescimento das empresas, e como

aspetos negativos a contratação pública, a carga fiscal e a carga burocrática

Programas governamentais

Os especialistas nacionais consideram que os programas governamentais não são

suficientes nem insuficientes no apoio à atividade empreendedora, tendo, ainda assim

melhorado consideravelmente a sua opinião de 2010. Como pontos mais favoráveis

destacam o reduzido número de agências que os empreendedores necessitam

contactar para beneficiar de programas de apoio, a existência de parques de ciência a

tecnologia e incubadoras de empresas e o número de programas de apoio disponíveis

para empresas novas. Por outro lado, a eficiência dos programas é criticada, bem como

a sua efetividade em prestar assistência a quem a procura.

Educação e formação

Os especialistas portugueses consideram que a educação e formação no País tendem a

ser parcialmente insuficientes, mas, ainda assim, são menos críticos que os especialistas

localizados nos restantes universos estudados, à exceção das economias orientadas para

a inovação. A opinião dos especialistas portugueses melhorou em relação a 2010. Os

especialistas avaliam mais desfavoravelmente os níveis básico e secundário do sistema

educativo quanto à sua capacidade de promover a atividade empreendedora, mas, por

outro lado, têm uma opinião muito positiva da formação superior em gestão.

Transferência de I&D

No que toca a esta CEE, a opinião dos especialistas portugueses, em 2011, aproxima-se

da neutralidade (nem suficiente nem insuficiente). Esta opinião melhorou ligeiramente

em relação a 2010 e é agora menos desfavorável do que em qualquer um dos outros

contextos estudados. A base científica e tecnológica do País para criar tecnologia

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inovadora a nível mundial, a transferência de conhecimento entre entidades do sistema

científico e tecnológico e empresas novas e em crescimento, o acesso dessas empresas à

tecnologia e os subsídios governamentais à I&D são avaliados menos negativamente que

o preço das novas tecnologias e o apoio a cientistas e engenheiros na comercialização

dos seus resultados de investigação.

Infraestrutura comercial e profissional

Relativamente a esta CEE, as opiniões dos especialistas portugueses melhoraram

ligeiramente em relação a 2010, indicando estes que o apoio proporcionado pela

infraestrutura comercial e profissional à atividade empreendedora é praticamente

neutro (nem suficiente nem insuficiente). A disponibilidade de serviços de consultoria,

contabilidade, assessoria jurídica e finanças são apontadas como pontos favoráveis, ao

passo que o seu custo é visto negativamente.

Abertura do mercado/barreiras à entrada

Em relação à abertura do mercado e barreiras à entrada, as opiniões dos especialistas

portugueses são ainda negativas, considerando que o País está numa posição intermédia

entre parcialmente insuficiente e neutro. Ainda assim, regista-se uma melhoria de

opinião relativamente a 2010. As posições dominantes das empresas já estabelecidas e

a legislação anti-monopólio são vistas desfavoravelmente, enquanto as opiniões sobre

as dinâmicas de alteração dos mercados, tanto de consumo final como de business-to-

business são menos críticas.

Acesso a infraestruturas físicas

A CEE de acesso a infraestruturas físicas apresenta avaliações globais positivas e muito

favoráveis, à semelhança do que tem acontecido nos restantes estudos GEM Portugal.

Registam-se ainda melhorias em relação 2010. Todas as opiniões sobre infraestruturas

físicas, serviços e utilidades são positivas, embora o preço dos mesmos seja o fator visto

menos favoravelmente.

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Normas sociais e culturais

Esta é a CEE que recolhe as opiniões mais desfavoráveis, em termos absolutos e por

comparação, da parte dos especialistas portugueses. Em 2011, estas opiniões foram

ainda mais negativas que em 2010. Os especialistas portugueses têm opiniões

francamente negativas sobre a cultura nacional e o tipo de encorajamento e motivação

que esta fornece à autonomia e à auto-suficiência, ao espírito empreendedor e ao risco,

e à criatividade e à inovação. A responsabilização e valorização do sucesso individual são

também avaliadas de forma crítica.

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GEM Portugal 2011GEM Portugal 2011ANEXOS

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GEM Portugal 2011GEM Portugal 2011ANEXOS

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ANEXO I: íNDICE DE TABELAS E FIGURAS

índice de TabelasTabela 1: Países participantes no GEM 2011........................................................................7

Tabela 2: Média da Taxa TEA por tipo de economia........................................................17

Tabela 3: Média da Taxa TEA por género e por tipo de economia............................21

Tabela 4: Taxa TEA por faixa etária.........................................................................................22

Tabela 5: Taxa de cessação de atividade empreendedora...........................................25

índice de FigurasFigura 1: O processo empreendedor e as definições operacionais do GEM....................5

Figura 2: Modelo GEM.................................................................................................................8

Figura 3: Taxa de Atividade Empreendedora Early-Stage (TEA)..................................16

Figura 4: Distribuição da Taxa TEA por setores.................................................................18

Figura 5: Taxa TEA por género................................................................................................20

Figura 6: Atividade empreendedora induzida pela oportunidade e pela não-

oportunidade...............................................................................................................................23

Figura 7: Razões para a desistência do negócio..............................................................26

Figura 8: Perceção dos empreendedores sobre a opinião dos seus clientes quanto

ao grau de novidade dos seus produtos e serviços........................................................28

Figura 9: Avaliação da concorrência....................................................................................29

Figura 10: Avaliação das tecnologias utilizadas...............................................................30

Figura 11: Avaliação das Condições Estruturais do Empreendedorismo................36

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ANEXO II: LISTA DE ESPECIALISTAS ENTREVISTADOS LIGADOS AO EMPREENDEDORISMO EM PORTUGAL

• Arlindo SilvaInstituto Superior Técnico

• Daniel Bessa COTEC Portugal – Associação Empresarial para a Inovação

• Emídio GomesAPCT Porto – Associação do Parque de Ciência e Tecnologia do Porto

• Filipe Pamplona de Castro SoeiroUniversidade Nova de Lisboa

• Francisco BanhaGesbanha – Gestão e Contabilidade, S.A.

• Francisco MadelinoIEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional

• Francisco Maria BalsemãoANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários

• Gonçalo AmorimPrograma de Empreendedorismo ISCTE/MIT

• Joana NevesAICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal

• João BigotteCreative Wings, SGPS

• João Luís de SousaVida Económica – Editorial, S.A.

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• João Trigo da RozaAssociação Portuguesa Business Angels

• Joaquim Borges GouveiaUniversidade de Aveiro

• José MartinsNET, S.A., Business Innovation Center do Porto

• José Eduardo CarvalhoAIP – Associação Industrial Portuguesa

• José Novais BarbosaUPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto

• Luís Laginha de SousaNYSE Euronext Lisbon

• Luís Manuel BarataMillenium bcp

• Luís Mira AmaralSociedade Portuguesa de Inovação

• Manuel ForjazIdeiateca, Consultores e Gestão de Vendas, Lda.

• Manuel LaranjaInstituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa

• Marco SoaresInovRetail

• Maria José Madeira SilvaUniversidade da Beira Interior

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• Mário RaposoUniversidade da Beira Interior

• Miguel Pina MartinsScience4you, S.A.

• Patrícia BouraCASES – Cooperativa António Sérgio para a Economia Social

• Paulo AndrezFNABA – Federação Nacional de Associações de Business Angels

• Pedro Rocha VieiraBeta-i – Associação para a Promoção da Inovação e do Empreendedorismo

• Pedro SaraivaAssembleia da República

• Santiago SalazarCreative Wings, SGPS

• Victor CardialAssociação da Incubadora do Beira Atlântico Parque

• Vítor Verdelho VieiraEscola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa

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