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ANO 56 - JULHO A SETEMBRO 2016 - N° 214 AFILAAIBA "Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disso, o . yw/zo." Hebreus 9:27 Pelos anos de vida alcançados, não foram poucas as vezes que ouvi a expressão acima quando da morte de algum conhecido: "A fila anda". Outros a completam: "Rápido demais". É natural entender que as pessoas que estão a envelhecer ficam mais próximas de completarem os dias da sua permanência aqui, mas necessariamente isso não significa que sejam as primeiras da fila. Dados estatísticos em nosso país dão conta de que 54% dos óbitos são de pessoas acima de 60 anos, entretanto 33% ocorrem entre 20 e 59 anos que é algo considerado bastante alto, o restante acontece nas demais faixas etárias, sendo que 7,8%) absurdamente no primeiro ano de vida. Portanto, a morte alcança a todos independentemente da idade que possuem. A pergunta que fica, caro leitor, é quantos estão conscientes e preparados para o enfrentamento dessa irreversível realidade? Você está? As pessoas não gostam de falar sobre a morte. Nada de anormal nisso, pois ela traz em si um quadro de muita tristeza tendo em vista o seu próprio significado: "separação". Todavia, quando ela chega, principalmente de forma inesperada, o desespero é cruel para os que ficam e essa situação é sobremodo agravada naqueles que não crêem que haja uma vida futura e acham que com o óbito é chegado o fim da existência do ente querido que partiu desta vida para o nada. Mas isso não é verdadeiro. O Senhor Jesus deixou registrado com extrema clareza a continuidade da vida após a morte: quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida (João 5:24). Note, prezado leitor, que Ele declara que aquele que crê tem a vida eterna, no presente. Ele não diz que terá, no futuro. A Eternidade com Deus não será, em Cristo ela já é! Enquanto aqui estivermos, devemos pavimentar através da o caminho que nos levará para a Glória celestial. Portanto, desde agora, o verdadeiro crente tem que vivenciar, respirar, a certeza dessa vida, agradecer por ela todas as manhãs, pois ela é contínua. Se não tivermos essa viva esperança, essa insofismável convicção, segundo - 01 -

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Page 1: ANO 56 - JULHO A SETEMBRO 2016 - N° 214 · Enquanto aqui estivermos, devemos pavimentar através da fé o caminho que nos levará para a Glória celestial. Portanto, desde agora,

ANO 56 - JULHO A SETEMBRO 2016 - N° 214

A F I L A A I B A "Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disso, o

. yw/zo." Hebreus 9:27

Pelos anos de vida já alcançados, não foram poucas as vezes que ouvi a expressão acima quando da morte de algum conhecido: "A fila anda". Outros a completam: "Rápido demais".

É natural entender que as pessoas que estão a envelhecer ficam mais próximas de completarem os dias da sua permanência aqui, mas necessariamente isso não significa que sejam as primeiras da fila.

Dados estatísticos em nosso país dão conta de que 54% dos óbitos são de pessoas acima de 60 anos, entretanto 33% ocorrem entre 20 e 59 anos que é algo considerado bastante alto, o restante acontece nas demais faixas etárias, sendo que 7,8%) absurdamente no primeiro ano de vida. Portanto, a morte alcança a todos independentemente da idade que possuem. A pergunta que fica, caro leitor, é quantos estão conscientes e preparados para o enfrentamento dessa irreversível realidade? Você está?

As pessoas não gostam de falar sobre a morte. Nada de anormal nisso, pois ela traz em si um quadro de muita tristeza tendo em vista o seu próprio significado: "separação". Todavia, quando ela

chega, principalmente de forma inesperada, o desespero é cruel para os que ficam e essa situação é sobremodo agravada naqueles que não crêem que haja uma vida futura e acham que com o óbito é chegado o fim da existência do ente querido que partiu desta vida para o nada.

Mas isso não é verdadeiro. O Senhor Jesus deixou registrado com extrema clareza a continuidade da vida após a morte: quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida (João 5:24). Note, prezado leitor, que Ele declara que aquele que crê tem a vida eterna, no presente. Ele não diz que terá, no futuro. A Eternidade com Deus não será, em Cristo ela já é!

Enquanto aqui estivermos, devemos pavimentar através da fé o caminho que nos levará para a Glória celestial. Portanto, desde agora, o verdadeiro crente tem que vivenciar, respirar, a certeza dessa vida, agradecer por ela todas as manhãs, pois ela é contínua. Se não tivermos essa viva esperança, essa insofismável convicção, segundo

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Paulo seremos as mais infelizes de todas as pessoas (1 Coríntios 15:19). O corpo físico irá para o pó da terra, mas a alma, que é o que importa, irá de imediato para o regaço do Senhor.

Os que tomaram a decisão correta, pela fé, de tê-lO como seu Redentor, com Ele estarão na vida eterna: Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida (1 João 5:12), ao passo que, os omissos e os que deliberadamente O rejeitam, também terão continuidade às suas vidas, porém em tormentos eternos: aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece (João 3:36). Simples assim! Quem crer está salvo, quem não crer permanece condenado.

A incredulidade das pessoas não permite que vejam essa realidade e quando comentam sobre a morte ficam cheias de questionamentos e permane­cem numa postura inconsequente apesar daquilo que está diante dos seus olhos: a realidade da morte. Não dão conta da sabedoria que nos diz que o coração dos sábios está na casa de luto, mas o dos insensatos na casa da alegria (Eclesiastes 7:4).

E diante da morte que se vê o fim de todos os homens, por permanecerem cegos não permitindo que lhes resplan­deça a luz das Escrituras Sagradas. Na verdade, espiritualmente falando, não passam de mortos-vivos, com nenhuma esperança acerca do amanhã. Por conta disso têm pavor da morte por estarem sujeitos à escravidão condenatória por toda a vida (Hebreus 2:15).

Mas há algo pior debaixo do sol! Aqueles que, apesar de se identificarem como "cristãos", trazem, de forma silenciosa em seu íntimo, a incerteza da continuidade da vida após a morte. Assim o fazem por absoluta falta de confiança nas revelações de Deus, ou por estarem confusos face às inúmeras filosofias, pensadores ateus e seitas

que estão a rodeá-los, ou então pelos ensinos pra lá de equivocados que distorcem o sentido literal das Escrituras Sagradas, como por exemplo:

(1) O da perda da Salvação, coisa inexistente nas Escrituras. Desde que tenha havido um novo nascimento espiritual (João 3:1-7) a segurança da Salvação é imexível como afirmado pelo próprio Senhor Jesus: As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e por isso elas nunca morrerão. Ninguém poderá arrancá-las da minha mão. O poder que o Pai me deu é maior do que tudo, e ninguém pode arrancá-las damão dele {Soão 10:27-29).

(2) Pela dúvida, ao vir a este mundo, se foi predestinado ou não por Deus para a Salvação, como que se o Todo-Poderoso estivesse a carimbar as pessoas por antecipação, coisa esta que afronta a Bíblia que assevera que Deus deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade (1 Timóteo 2:4). Não há "carimbo prévio", mas "selo" do Espírito que é colocado em todo aquele que recebe o Senhor Jesus como o seu suficiente Salvador, conforme diz as Escrituras: não entristeçais o Espirito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção (Efésios 4:30).

(3) Ou que irá para o purgatório, que seria o estado daqueles que morrem com a convicção da existência da vida eterna, mas ainda necessitam de purificação para ir à presença de Deus. Isso inexiste nas Escrituras que asseguram que ó sacrifício do Senhor Jesus nos purifica de todos os pecados, portanto é uma heresia falar em outro tipo de purificação dos pecados a não ser através do sangue derramado pelo Senhor Jesus: o sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo o pecado (1 João 1:7).

Há, ainda, algo muito pior, os "cris­tãos" institucionalizados que crêem em

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ensinos estraniios à sã doutrina de que hiaverá outras vidas através de suces­sivas reencarnações para a purificação da alma. Existem até psicólogos tidos como "cristãos evangélicos" que dizem fazer regressão às vidas passadas dos seus consulentes "cristãos" cuja prática é completamente antagónica ao que está revelado nas Escrituras de que aos homens está ordenado morrerem uma única vez (Hebreus 9:27).

Nessa barafunda de ideias, há que se ressaltar a escaramuça diabólica sobre as tais vidas passadas onde as pessoas dizem que foram altruístas, com nome renomado, praticaram boas obras etc. Ora, se foram tão boas assim por que então teriam que voltar para pagar o carma, ou seja, a lei da "casualidade moral" praticada pelas seitas esotéricas ou espíritas? Nunca aparece ninguém dizendo que no passado foi um terrível assassino. Esse tipo de comportamento revela que essas almas estão aprisionadas às coisas terrenas, não às celestiais, achando que as coisas são restritas ao que está debaixo do sol, por isso vivem aflitas na busca de respostas para aquilo que já foi revelado por Deus, mas que não as satisfazem. Vivem na cruel incerteza!

Desde sempre afirmei que a vida com Cristo é bela, apesar de não termos nenhuma garantia de que os nossos dias seriam sem dor e lágrimas; com sorrisos sem sofrimentos; de sol sem tempestades e, por conta disso, muitos se frustram diante dessa realidade. Em João 16:33, o Senhor convoca os Seus para que vivam em paz com Ele, pois neste mundo terão aflições, contudo, ainda assim, devem ter bom ânimo, pois Ele venceu o mundo.

De fato, a promessa do Senhor aos Seus é lhes conceder a força necessária para cada dia, conforto para os dias de incertezas, angústias e enfermidades. Vencem, sempre, aqueles que não temem o fracasso! Mesmo diante da morte que aparenta ser uma derrota. Estes têm a ple­

na convicção de que possuem um porvir com o Senhor e com Ele viverão por toda Eternidade. Por isso, a vida é bela! Pois através dela temos a oportunidade de alcançarmos, pela fé, a vida que não podemos perder - a eterna com Deus, ainda que passemos pela morte.

O consagrado apóstolo Paulo relata em seus escritos essa notável realidade em sua vida. Ele tinha absoluta convic­ção de que trilhava o caminho em direção à vida eterna proposta pelo Senhor Jesus a fim de chegar ao gozo da Eternidade! Apesar da sua vida atribulada, com muitas angústias e sofrimentos, ele nos acaricia dizendo que a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória acima de toda comparação (2 Co 4:17). Ele tinha por certo que os soirimentos do tempo presente não são para comparar com a glória que está por vir para todos aqueles que possuem ao Senhor Jesus como seu Redentor (Rm 8:18).

Para ele, o viver era Cristo e o morrer lucro (Fp 1:21). Cristo vivia nele! Ele não demonstrava temor diante da morte e até desejava partir para estar com Cristo por ser incomparavelmente melhor, mas ele amava o que fazia em prol do Evangelho e ansiava por continuar exercendo o seu precioso ministério para que houvesse progresso contínuo à Igreja do Senhor (Fp 1:22-26). Ele estava absolutamente convicto de que havia vida após a morte: Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, enquanto no corpo, ausente no Senhor., preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor (2 Co 5:1 -10). Sua fé era tão magnífica que ele não tinha o menor temor em ser o "primeiro da fila".

Então, ó morte, onde está a tua vitória? Graças a Deus que nos dá a vitória através do Senhor Jesus Cristo. A "fi la anda", mas esteja sempre confiante, prezado leitor, na promessa do Senhor. Permita Deus que assim seja!

José Carlos Jacintho de Campos

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S E I S F E Q U E K A S REQRiAS P A R A 4 0 ¥ E M S 1. Nunca negligencie sua oração diária

individual; e quando orar lembre-se de que Deus está presente e ouvindo suas orações, Hb 11:6.

2. Nunca negligencie sua leitura individual da Bíblia; e quando ler, lembre-se de que Deus está falando com você, e que é para você crer e agir de acordo com o que Ele fala. Creio que a recaída começa com a negligência dessas duas regras, João 5:39.

3. Nunca deixe um dia passar sem tentar fazer algo para o Senhor Jesus. Toda noite reflita sobre o que Ele fez por você, e pergunte a si mesmo: "O que estou fazendo por Ele?" Mt 5:13-16.

4. Se por acaso estiver em dúvida se algo está certo ou errado, vá para seu quarto, ajoelhe-se e peça a bênção de

Deus sobre o assunto, Cl 3:17. Se você não puder fazer isso, então está errado.

5. Nunca copie o seu cristianismo de cristãos, nem argumente que se tais e tais pessoas fazem isso, você também pode fazer, 2" Co 10:12. Você tem de questionar a si mesmo: "Como Cristo agiria em meu lugar?" e esforçar-se em segui-lO, João 10:27.

6. Nunca acredite no que você sente, se vier a contradizer a Palavra de Deus. Pergunte-se a si mesmo: "Será que o que eu sinto é verdade, se a palavra de Deus é verdade?" e se ambos não podem ser verdade, creia em Deus, e faça o seu coração ser o mentiroso, Rm 3:4; T João 5:10-11.

Brownlow North Assembly Testimony -

Trad: Meg Crawford

MOSSA H E R A N Ç A Capítulo 9 - Esforço Missionário

Quando Anthony Norris Groves associou-se com um pequeno grupo de cristãos em Dublin, ele tinha o campo missionário em mente. Aqueles homens estavam ansiosos em obedecer às Escrituras. Queriam obedecer à doutrina de Paulo e imitar o seu zelo evangelístico. Paulo não fez diferença entre missões nacionais e transculturais. Ele tinha a mesma mensagem para o mundo. Isso explica a razão pela qual "no princípio" os irmãos consideravam o mundo como sendo seu campo.

Normalmente se considera o início do movimento dos "irmãos" como sendo na década de 1820. Ainda mais impressionante é o fato de que os primeiros missionários saíram em 1829. O Sr. Stunt pegou os diários que foram registrados meticulosamente e recontou aos jovens a história na linguagem de

Groves. Do ponto de vista humano, era uma aventura louca. "Ele não tinha nenhuma garantia de apoio financeiro da Inglaterra. Seus recursos particulares mal davam para pagar as despesas iniciais do trabalho, mas daí em diante ele contou suas necessidades apenas ao Senhor, e de uma maneira ou outra, todas as necessidades foram supridas".

Fez tudo isso após ter montado um consultório de dentista lucrativo em Exeter. Os diários contam-nos algo acerca das viagens árduas por terra de Leningrado até Bagdá, que durou seis meses. Logo após sua chegada, Bagdá quase foi eliminada do mapa devido a uma praga, enchentes e guerra - 60.000 de uma população de 85.000 morreram, incluindo a Sra. Groves. A condição era difícil naquela época como é hoje em terras muçulmanas. Alguns arménios

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foram salvos, mas até mesmo no curso do desastre os muçulmanos provaram ser indiferentes e os sobreviventes do pequeno grupo mudaram-se para a índia onde o movimento arraigou-se e continua até hoje.

Ninguém pode subestimar a importância de Anthony Norris Groves no se refere às questões missioná-rias. O método normal de fazer esse tipo de trabalho seria formar um comité para cuidar dos interesses dos que estariam engajados em tais serviços. Não foi assim com A. N. Groves. Ele buscou seu sustento apenas no Senhor. E assim a prática dos apóstolos foi restabelecida após longos séculos. Pois por causa do Nome foi que saíram, nada recebendo dos gentios (3" João v. 7).

O pequeno grupo que foi levado até Bagdá e depois à índia por A. N. Groves foi apenas a vanguarda de um exército considerável. Nos anos que se seguiram, algo como 5.000 homens e mulheres saíram de suas igrejas neotestamentárias para servir seu Mestre em outros países. Outro irmão nos honrou nesse assunto: "Sem dúvida estavam no seu auge no campo missionário. Determinados, intrépidos, dedicados, aventuraram-se em outras terras, muitas vezes como pioneiros onde ninguém fora antes. Aqui os mais ousados entre eles encontraram uma vazão para a iniciativa e aventura, ligado ao alvo principal que era levar o Evangelho como o seu Senhor ordenara. O grande número que atravessou os mares era maior do que qualquer outro grupo de cristãos ou denominação em proporção ao seus membros".

A segunda viagem do Sr. Groves à índia foi liderando outro grupo de missionários incluindo os Beers e Bowdens que prestaram bons serviços na índia. Cinco gerações de Bowdens serviram a Deus na índia e depois, com a ligação de Dan Crawford a esta família, fornece uma narração épica.

É difícil distinguir se a maior colaboração do coronel Cotton foi ao de­senvolvimento da índia ou se foi ao ápice na construção da represa de Godavari ou pelo seu encorajamento a esse grupo de missionários. Sua experiência em colaborar com os missionários enquanto continuava seu emprego secular foi um dos melhores exemplos já visto.

A nossa ligação com a África é bem emocionante. O pioneiro F. Stanley Arnott, foi influenciado desde a sua infância por Davi Livingstone. Partindo em 1881 ele abriu um trilho que veio a ser o nosso campo missionário favorito. Carinhosamente era conhecida como a "Faixa Amada", e através dos anos enviamos mais de 700 homens e mulheres a essa Faixa Amada. Arnot e Dan Crawford foram exploradores e completaram a obra de Livingstone, e seu trabalho foi reconhecido pela ''Royai Geographic Society". A influência dirigida por Arnot sobre o cruel tirano, Msidi, é relatada por Tony Lawson em seu livro "From tfie Hands of the Wicked' (Das mãos do cruel). Quanto a imaginação dos jovens nas igrejas deve ter sido estimulada por esses homens pode ser calculado pela quantidade de pessoas que se dispuseram a ir à África Central na última década do século 19 e a primeira década do século 20. O jovem Cobbe chegou à África em 1896 e relatou a Crawford que viera pagar a sua dívida. Ele viveu apenas dois anos e foi apenas um dos muitos que sucumbiram sob o clima da África Central. Conta-se que 1.200 pessoas estavam presentes na reunião de despedida em Kilmamock para desejar uma boa viagem a John Wilson e James Anderson, (não esse que escreve o artigo); o primeiro viveu um pouco mais do que um ano no clima inóspito. Mas o seu trabalho continua e Arnot alega que os irmãos desprezados formaram e estabeleceram a igreja nessa parte da África.

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Sua contribuição material não era como a represa de Cotton, na índia, mas sua contribuição ao estudo das línguas africanas tem sido imensa. Ao escrever, tenho perante mim uma publicação do catedrático Guy Atkins da Universidade da Escola Oriental e estudos africanos de Londres, que diz: "A base na língua chokwe é o dicionário e lições gramaticais de M. B. MacJanet. O conjunto é uma obra de referência e fonte muito útil pela qual fico muito agradecido." E continua: "A língua luena que é bem próxima ao chokwe tem sido rigorosamente analisada na famosa gramática de Luvale por A. E. Horton". "Um excelente dicionário em Luena... recentemente apareceu pelo mesmo autor". Os nomes de ambos que são mencionados como autoridades são encontrados no livro de Echoes ''Turning the World Upside Down" (Virando o mundo de ponta

cabeça). É quase que injusto selecionar mais.

O tempo não daria para falar de Sloan e Gook, de Strong e Wildish, de Ewen e Clifford, de Kinghams e os mártires do Equador, de Buli e Paterson, de Guiccardini e Rossetti, de Lord Radstock e Dr. Baedeker, etc, etc, etc. A metade não foi contada e nem será nesse lado da eternidade.

Mas é uma herança notável que vale a pena preservarmos e dar o nosso auxílio. Devemos ter entre 1.100 e 1.200 nos vários campos missionários do mundo sem contar os muitos que servem a Deus em sua terra natal (cerca de 130 só no Reino Unido).

Que Deus nos ajude a sustentá-los até que o Senhor volte.

James Anderson Trad: Meg Crawford

A SENDA DO CRISTÃO Publicação trimestral cristã, sem fins lucrativos e mantida por ofertas voluntárias.

FUNDADOR: Kenneth Jones Sugestões e artigos devem ser encaminhados ao:

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Para orientação das igrejas e dos irmãos, o custo de cada exemplar de A Senda do Cristão é de RS 0,80.

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P E R Q U I T A S - Q U E OS J 0 ¥ E N S F A Z E M 1. Como posso saber a vontade de Deus?

Um esclarecimento aos nossos amados leitores:

Nas sendas publicadas nos números 116 a 150, foram publicados artigos com o mesmo título, de autoria de David Newell.

Esta é uma série nova com o mesmo título, abordando outras perguntas de imenso valor, de autoria de Alan Summers.

A Redação.

1. Como posso saber a vontade de Deus? Esta é uma pergunta fácil e ao mesmo

tempo difícil de responder. Eu tratarei da parte fácil primeiro. O princípio geral da vontade de Deus é revelado nas Escri­turas. Por exemplo, a Bíblia diz que todos os homens devem ser salvos {2" Tm 2:4), por essa razão se não somos salvos, sabemos que Deus deseja que sejamos salvos. Outro exemplo é que Ele quer que sejamos santos (P Ts 4:3). Consequente­mente sabemos que se queremos assistir a um filme com sexo explícito ou termos um relacionamento físico com um membro do sexo oposto fora do casa­mento, isso não é a vontade de Deus. A Bíblia também ensina que a vontade de Deus é que os cristãos sejam batizados. Assim, se somos salvos, mas não batiza­dos, não estamos fazendo a vontade de Deus, visto que a Bíblia é clara que devemos*-ser batizados (ex. At 2:38, 41, etc). Esses exemplos mostram que a Bíblia revela a vontade de Deus para nós. Se queremos conhecer qual é a vontade de Deus devemos consultar a Bíblia. Uma vez que sabemos qual é Sua vontade devemos fazê-la (Jo 2:5).

Mas enquanto o princípio básico da vontade de Deus está claro, não é sempre fácil conhecer Sua vontade sobre coisas particulares. Por exemplo, a Bíblia ensina que um cristão não deve se envolver em relacionamentos com pessoas não salvas {2^ Co 6:14). Um exemplo óbvio disso é

o casamento. Por essa razão nunca pode ser a vontade de Deus um cristão se casar com uma pessoa que não é salva. A Bíblia ensina que um cristão deveria se casar "no Senhor" (P Co 7:39). Mas quem deveria ser essa pessoa? Deus não coloca uma marca na testa da pessoa com quem deveríamos nos casar! Nesse contexto devemos orar para que Deus nos guie para tomarmos a decisão certa. Ele tem prometido guiar o filho de Deus (Rm 8:14). Ele tem colocado o Espírito de Deus em nós (Jo 14:17), e o Espírito é capaz de guiar-nos (Jo 16:13). Ele pode controlar nossos pensamentos e sentimentos. Ele pode controlar nossas circunstâncias tão bem como as dos outros. Assim, se nós sinceramente orarmos a Deus por direção e esperarmos para que Ele nos mostre a Sua vontade claramente. Ele é capaz para trazer-nos a pessoa de acordo com a Sua vontade. É claro que algumas vezes achamos difícil distinguir nossa vontade da vontade de Deus. Por isso é importante esperar em Deus e não nos apressar em decisões importantes. Cometer um erro sobre a vontade de Deus no casamento é uma coisa muito séria, j á que o casamento é um compromisso para a vida toda.

E a vontade de Deus que eu seja feliz e rico?

Paulo, um dos maiores servos de Deus, estava frequentemente angus­tiado (Fp 3:18), e triste (2" Co 2:4). Ele era pobre (2^ Co 11:24-28), e tinha saúde ruim (2" Co 12:7). O Senhor Jesus era o "Homem de dores" e Ele era pobre e sofreu uma morte terrível. Isso mostra conclusivamente que o bom e santo nem sempre tem vida feliz e próspera. É verdade, com certeza, que aqueles que fazem a vontade de Deus estão em paz

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com Ele e têm contentamento em seu serviço para Deus. Mas isso não significa que eles estão imunes ao sofrimento e pobreza. No Antigo Testamento Deus abençoava Israel com boas colheitas e segurança quando eles Lhe obedeciam. Se desobedeciam, permitia escassez e invasão. Parece que naqueles dias saúde

•e riqueza eram um sinal de que Israel estava fazendo a vontade de Deus, embora isso não fosse invariável, como a vida de Seus profetas deixa claro. Eles eram frequentemente perseguidos, ainda que estivessem fazendo a vontade de Deus. Diferentemente da posição no Antigo Testamento, no Novo Testamento a aprovação de Deus é medida em bênçãos espirituais e não materiais.

Como Deus revelava sua vontade no Antigo Testamento?

Frequentemente gostaríamos que Deus resolvesse nossos dilemas da mesma maneira que Ele resolvia dos filhos de Israel muitos anos atrás. Quando eles saíram do Egito e não sabiam que caminho seguir. Ele Lhes deu uma coluna de nuvem. Tudo o que eles deveriam fazer era segui-la. Quando ela parava, eles também paravam. Quando ela se movia, eles se moviam. Era a forma de "navegação por satélite" do Antigo Testamento. Entretanto, a coluna de nuvem e de fogo foi uma forma excepcional de guiar e cessou depois que Israel entrou na terra. Elas apenas revelaram a vontade de Deus sobre um problema. É claro que no Antigo Testamento algumas vezes era difícil discernir a vontade de Deus. Eles tinham recursos limhados de orientação à sua disposição (por exemplo, o urim e o tumim) e a nação estava infestada por falsos profetas.

De fato, o cristão hoje está melhor que o israelita. Temos a Bíblia para ler. O israelita do Antigo Testamento não tinha uma cópia da Bíblia. A imprensa ainda

tinha de ser inventada e nesse caso se ela já existisse, provavelmente não seria possível lê-la. Só depois da Reforma que Bíblias se tornaram bastante acessíveis. Além do mais não sabiam nada sobre o Senhor Jesus e a verdade do Novo Testamento era desconhecida.

Hoje Deus não usa colunas de nuvem. Ele tem suprido os cristãos com um registro escrito de Sua vontade na forma das Escrituras. Ele tem dado o Espírito Santo para habitar no crente. Ele responde orações pedindo orientação. Ele nos encoraja a buscar orientação dos cristãos mais velhos e mais sábios a quem Ele tem capacitado a dar conselhos. Embora o Antigo Testamento (e o começo da era da igreja) está cheio de revelações especiais da vontade de Deus (anjos e profetas com orientação direta de Deus), essas formas de orientação não são usadas por Deus hoje.

Alan Summers Assembly Testimony, 2015

Trad. EFC

Ofertas anónimas: Nem sempre é possível saber

corretamente de onde vêm os depósitos. O banco oferece um guia, mas temos recebido depósitos em uma cidade para onde não enviamos A Senda do Cristão, por isso pedimos encarecidamente que nos enviem por e-mail ou correios o comprovante para que possamos enviar uma carta de agradecimento para prestação de contas. A Redação.

4/4/2016 29/4/2016 3/05/2016 6/6/2016 10/6/2016 16/6/2016 16/6/2016

R$ 30,00 R$ 50,00 R$ 200,00 R$ 100,00 R$ 30,00 R$ 30,00 R$ 250,00

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A E S T A Q N A Ç Ã O E S P I R I T U A L Hebreus capítulo 5:11 a 6:8

As palavras vos haveis feito tais (v. 12) demonstra retrocesso ao invés do progresso que seria de se esperar no crente. O retrocesso consistia em voltar aos seis princípios rudimentares dos oráculos de Deus aqui mencionados: o arrependimento de obras mortas (o sistema levítico), e de fé em Deus (conversão ao senhorio de Cristo), e o ensino sobre batismos (as várias imersões e lavagens do sistema levítico) e imposição de mãos (a maneira de abençoar e dedicar ou se identificar com pessoas ou coisas no Velho Testamento), e sobre ressurreição de mortos (também uma doutrina do Velho Testamento achada em Jó 19:25, Isaías 26:19 e Daniel 12:2), e juízo eterno (o julgamento final, do grande trono branco).

O autor de Hebreus expressa que tem muito mais a dizer sobre o importante assunto do sacerdócio de Cristo na ordem de Melquisedeque (v. 10), mas faltava maturidade aos seus leitores hebreus, embora já devessem ser mestres, considerando o tempo desde a sua conversão. Assim sendo, por causa da preguiça espiritual deles {tardios em ouvir V. 11), essa matéria era ainda difícil para compreenderem, e precisavam primeiro aprender os rudimentos da Palavra de Deus {osprincípios elementares dos oráculos de

o ensino bíblico, achando-o difícil, complicado, exaustivo, etc. Como aconteceu com os discípulos, ainda não alcançamos a maturidade suficiente para isso (João 16:12).

Aqueles hebreus já tinham recebido instrução suficiente para que ensinassem a outros. Mas tragicamente ainda precisavam de alguém para lhes ensinar o ABC da palavra de Deus. A ordem de Deus é que cada crente amadureça a ponto de poder ensinar aos outros. Embora certas pessoas tenham um dom especial de ensino e se preparem dedicadamente para esse fim, cabe a cada crente envolver-se em algum ministério de ensino. Nunca foi a intenção de Deus que este trabalho fosse limitado a alguns apenas.

Uma criança que nunca avança do leite para sólidos torna-se fisicamente defi­ciente. Há uma forma de crescimento atrofiado na vida espiritual também (1 Coríntios 3:2). Os que se dizem crentes mas ficam em uma dieta de leite não obe­decem à palavra da Justiça. São ouvintes da palavra, mas não praticantes. Perdem o que não usam e permanecem em um estado de infância perpétua. Eles não têm discernimento em assuntos espirituais e são levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens,

Deus). Só assim entenderiam as impli- pela astúcia tendente à maquinação do cações práticas da doutrina. A mesma distinção entre leite e alimento sólido em questão de ensino bíblico foi feita pelo apóstolo Paulo (1 Coríntios 3:1-3).

Esta imaturidade resulta de estagnação

erro; (Efésios 4:14). O alimento espiritual sólido é para o adulto, que ao comê-lo se exercita no discernimento do bem e do mal. Obedecendo à luz que recebe da palavra de Deus, ele é capaz de formar

espiritual e incapacidade para aprender a juízos espirituais e de se salvar dos perigos "palavra da justiça" e, "pela prática, ter as morais e doutrinários. faculdades exercitadas para discernir tanto o bem como o mal". Nossa apreensão da verdade divina é limitada pela nossa própria condição espiritual.

Neste livro, o sentido específico em que os leitores são exortados a distinguir é entre o bem e o mal em relação ao cristianismo e judaísmo. Não que o

Quantas vezes não podemos suportar judaísmo fosse mau em si; o sistema leví-

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tico foi introduzido pelo próprio Deus. Mas sua finalidade foi apontar para Cristo. Ele é o cumprimento dos cerimoniais, tipos e sombras. Agora que Cristo veio, é pecado voltar para as figuras dEle.

O regresso (vs. 6:1 a 8) É o desejo de Deus que o crente

progrida para a maturidade, embora não o obrigue a fazê-lo (6:3). Alguns daqueles judeus, ao invés de progredir, já teriam regredido a ponto de não poder avançar mais. Pensavam que tinham a opção de voltar atrás ao judaísmo e depois arrepender-se para vohar à fé cristã, assim apagando o pecado de apostasia. Mas devido à sua posição diante de Deus essas pessoas já haviam perdido essa opção, ela se lhes tornara impossível.

Os rudimentos da doutrina de Cristo são seis: o arrependimento de obras mor­tas, ser iluminados (regenerados e salvos), provar o dom celestial (a experiência real do Messias), ser feitos participantes do Espírito Santo (receber o Espírito Santo ao se converterem),/trovar a boa palavra de Deus (o benefício do conhecimento e ensino da Palavra), e provar os poderes do mundo vindouro (ver os milagres apostólicos, que eram uma amostra dos poderes que serão manifestados no reino do Messias).

Os versículos 4 a 6 compõem uma só sentença, declarando que é impossível aos que passaram por estas seis experiências e depois caíram, serem renovados para arrependimento. Evidentemente não se tratava de verdadeiros crentes, pois estes, tendo nascido de novo e recebido a vida eterna, nunca terão vontade de vohar para trás. Se algum deles for negligente e pecar, será disciplinado nesta vida ou dará contas do seu proceder no tribunal de Cristo. Nunca perderá a sua salvação, que é eterna e não lhe será tirada (João 10:28, etc).

A impossibilidade de ser renovado para arrependimento se limita aos falsos crentes que apenas ouviram e compreenderam o

Evangelho (foram iluminados pela luz de Cristo), provaram as bênçãos que resultam de uma vida transformada (o dom celestial), e participaram de (não "do" pois o artigo "o" não consta do original) Espírito Santo, ou da Sua presença e Palavra na igreja. Estes são os que caíram, voltando ao seu primeiro estado (2 Pedro 2:20-22), e pela sua ação, manifestam sua rejeição de Jesus como Cristo, cometendo a apostasia, que efetivamente é escarnecer do Filho de Deus crucificando-o de novo. É blasfemar contra o Espírito Santo (Mateus 12:31).

Concluindo, temos uma ilustração em que as pessoas são comparadas a terras que recebem chuva: a que produz erva proveitosa para o lavrador é abençoada por Deus, e a que só produz espinhos e abrolhos é rejeitada para enfim ser queimada (ver também a parábola do semeador - Mateus 13:18-23).

R. David Jones

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S A L M O 2 2 - 0 S A L M O D A C R U Z Deus meu, Deus meu por que me desamparaste?

Quando o rei Davi compôs este salmo, cerca de mil anos antes de Cristo, penso que ao terminá-lo o revisou várias vezes, assim como nós fazemos com nossos artigos. Entretanto, com uma diferença: as nossas revisões muitas vezes alteram totalmente nossos pensamentos, as de Davi, caso tenham sido feitas, do primeiro ao último versículo não houve modificação.

Tudo estava perfeito. A pena de Davi foi serva do Espírito Santo, e o salmo saiu perfeito como toda a Palavra de Deus.

Mas me ocorre outro pensamento: teria Davi entendido o que escreveu? Apenas para lembrar: a pena de morte por crucificação foi imposta pelo Império Romano, até então inexistente, e Davi faz menção da mesma referindo-se a Cristo, tendo as suas mãos e pés trespassados

pelos pregos romanos. Outro aspecto interessante é que

grande parte do sofrimento relatado neste salmo não ocorreu na vida de Davi, daí a nossa questão: teria Davi entendido o que escreveu?

Entendendo ou não, hoje nós o entendemos porque nos situamos após a tragédia da cruz. Antes dela, também estaríamos confusos e totalmente perdidos na sua leitura, mas hoje, quando a Cruz se tomou uma realidade e a maior bênção na vida do pecador, o Salmo 22 ilumina todo nosso conhecimento.

A Cruz do Salmo 22 é a mesma que nosso Salvador foi suspenso entre o céu e a terra, onde ofereceu sua vida por nós. É a rude Cruz tão bem apresentada no velho hino que diz:

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Rude Cruz se erigiu, dela o dia fugiu, Como emblema de afronta e de dor; Não esqueço essa Cruz, porque nela Jesus Deu a vida por mim pecador.

H&C 595

Por último, se hoje entendemos perfeitamente a tragédia da Cruz, jamais entenderemos a profundidade do amor de Deus em entregar seu único Filho a

uma morte de Cruz, abandoná-lo e afastar-se do seu bramido. Daí seu lamento de dor: Deus meu. Deus meu, por que me desamparaste?

Jesus foi desamparado na Cruz para se tomar o Maravilhoso Redentor de todo aquele que, arrependido, prostrar-se ao pé da Cruz e confessá-lo como Salvador e Senhor.

Orlando Arraz Maz

S I T E D O HINÁRIO HINOS E CÂNTICOS

Está em construção e à disposição de todos os irmãos o site do Hinário Hinos e Cânticos, no seguinte endereço: w\\w.hinosecaiiticos.com.br, com notícias do Hinário e de ^ Senda do Cristão. Neste site serão publicados assuntos referentes ao Hinário, como o andamento da próxima edição de palavras -18" Edição, alteração de algumas letras, e adaptação à nova ortografia da língua portuguesa. Estaremos publicando periodicamente uma pequena biografia dos autores de alguns hinos, notadamente irmãos que viveram em solo nacional, a fim de que todos tenham conhecimento de quem foram. Tais informações terão como objetivo incentivar a nova geração, para que usem os hinos do nosso Hinário e conheçam de perto stta história, nesses 140 anos de existência (1876-2016).

A P L I C A T I V O DOS HINOS E CÂNTICOS

O aplicativo de Hinos e Cânticos pode ser acessado pelos usuários de "smartphones" e "tablets", com o sistema Android. Para ser baixado, acessar o "Google Play" e digitar no APP "Hinos e Cânticos", pagar R$3,00 e em seguida seguir os passos indicados. Informamos que o Aplicativo será atualizado com as alterações que estão sendo introduzidas no Hinário de Letras, assim que este estiver concluído.

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o WIMMO Os midianitas eram um povo

seminômade, que desenvolveu uma capacidade de usar camelos em suas ações militares. Isso lhes possibilitava atacar o adversário de cima para baixo, ficando em posição privilegiada. Tirando proveito desta vantagem, massacravam impiedosamente seus inimigos.

Depois de sete anos de dominação midianita, o ânimo do povo de Israel parecia ter se esgotado. Ao invés de lutar e resistir, eles viravam as costas e iam às covas e cavernas. Um triste retrato de um povo abandonado à sua própria sorte. Quem tinha tudo para ser o povo mais feliz e vitorioso da terra, encontrava-se agora escondido e humilhado.

É assim que vivem muitos cristãos até hoje. Batem em retirada, quando deveriam vestir toda a armadura de Deus para resistir no dia mau, e depois de terem vencido tudo, permanecer inabaláveis (Ef 6: 13). A armadura de Deus não protege as costas. Deus não quer que fujamos, mas que enfrentemos o inimigo de frente, com coragem. No entanto, quantas vezes nos acomodamos e aceitamos as situações de derrota, sem nunca pensar em reagir e, pelo poder de Deus, obter vitória.

Os midianitas adotaram a estratégia de acabar com o suprimento e assim debilitar os subjugados. Exército que não se alimenta é exército derrotado. Astutamente, os inimigos subiam contra eles e não deixavam em Israel sustento algum, nem ovelhas, nem bois nem jumentos. Faz-nos lembrar a parábola do semeador. Quando a semente cai à beira do caminho, vem o inimigo e arrebata o que lhes foi semeado no coração (Mt 13: 19). É possível ouvir a Palavra, sem se apropriar dela para o nosso crescimento. Isto nos torna fracos e nos leva às covas e cavernas da vida.

Jesus ensinou que Satanás é quem vem somente para roubar, matar e destruir (Jo 10: 10) e Tiago escreveu:

Resisti ao diabo e ele fugirá de vós (Tg 4:7).

Se nos acovardarmos ante o inimigo, ele certamente nos subjugará. Se resistirmos no poder do Espírito, ele é quem vai fugir.

A resposta de Deus ao clamor

Diferente das outras vezes, diante do clamor do povo. Deus não envia um libertador, mas um profeta, com uma dura mensagem. Uma chamada ao verdadeiro arrependimento. Estava havendo clamor, mas não estava havendo mudança. E clamor sem arrependimento é mera religiosidade. Deus não se impressiona com isso. Ele até criticou seu povo em outra ocasião porque eles insistiam na prática de atos exteriores de devoção, enquanto o pecado no coração não era devidamente tratado (Is 1:12, 15).

Você pode tentar disfarçar sua verdadeira condição diante de Deus com muita oração e atividade religiosa, mas se houver pecado na vida, somente o arrependimento, a confissão e o abandono resolverão o problema (Pv 28: 13). Orar, sim. Sem cessar. Mas nunca tornar a oração um ato de religião. Não é este tipo de atitude que faz mover a mão de Deus a nosso favor. Se nossa oração não pressupõe ação, a resposta de Deus não será livramento, mas um profeta que pregue a necessidade de abandono do erro.

Extraído do livro ''Juizes: Os bastidores do caos"

de Marcos S. Soares

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HINÁRIO CIFRADO Já está disponível na Livraria Nova Vida Araraquara Ltda, com sede na rua Jesuino de Arruda s/n - Loj a 1 - Mercado Municipal - Cep 13.560-642 - São Carlos - SP, Tel. (16) 3372-1996 e (16) 3371-5016. O Hinário Cifrado é uma coletânea de 220 hinos do Hinário Hinos e Cânticos, e pode ser adquirido em dois tamanhos: Grande (21x29,7) por R$ 30,00 e Pequeno (14x21) por R$ 20,00. O p reço é promocional e estará em vigor até 31 de agosto de 2016.

PERSEVERANÇA NA ORiAÇÃO - Lc 18:1-8 A chave para a "parábola do juiz

iníquo" encontra-se na sua abertura, e é o dever de orar sempre e nunca desfalecer (ARC). Uma consulta rápida à nossa Concordância favorita ou Léxico nos mostrará que a palavra traduzida desfalecer é usada seis vezes no NT. Em quatro dessas ocasiões (Lc 18:1; 2'' Co 4:1,16; Ef 3:13), na Corrigida é traduzida como "desfalecer" e duas vezes traduzida como "cansar" (Gl 6:9; 2^ Ts 3:13). Tendo lido cada uma dessas referências, em seu contexto, prontamente enten­deríamos que o Senlior estava ensinando a importância da oração ser feita com uma energia incansável.

O pano de fundo da parábola é relevante às condições do século XXI. O Senhor falou aos fariseus sobre a vinda do reino de Deus, e como que, antes de sua manifestação pública, haveria deterioração espiritual e moral até chegar às condições dos dias de Noé e Ló (Lc 17:20-30). Sem dúvida essas condições estão se agravando rapidamente nos nossos dias. O pano de fundo em particular para a parábola é de uma desenfreada injustiça social, e as atividades de um juiz que não temia a

Deus, nem respeitava homem algum (18:2). Visto que o juiz não temia a Deus, não é surpresa que ele não tinha respeito por seus semelhantes, nem por seus direitos de justiça. Quantas vezes lamentamos hoje os frequentes erros judiciais, frequentemente porque a lei foi manipulada por curadores designados 'que não temem a Deus'. Esse antiquíssimo problema foi lamentado pelo escritor de Eclesiastes, que disse: Vi ainda debaixo do sol que no lugar do juízo reinava a maldade e no lugar da justiça, maldade ainda (3:16). Cada nação, sociedade e tribo no mundo reconhece a necessidade de leis que sejam aprovadas e cumpridas. A imparcialidade e igualdade de cada sistema legal dependerá diretamente da piedade dessa sociedade e aqueles que a comandam. Ironicamente, o mundo todo anseia por justiça enquanto persiste em sua rejeição ao único Homem que pode dá-la a eles. Davi, pelo Espírito, olhou para o reino milenar do Senhor Jesus e disse: Ele mesmo julga o mundo com justiça; administra os povos com retidão. O SENHOR é também alto refúgio para o oprimido, refúgio nas horas de tribulação (SI 9:8-9).

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A viúva era uma das "oprimidas" de quem Davi falava, seu baixo status social e pobreza a impediam de ter acesso ao juiz corrupto. Ele, por sua vez, carente de toda piedade, não poderia ter se incomodado menos pela causa da mulher. Entretanto, seus incessantes apelos a ele, e rejeição ao ser recusada, eventualmente persuadiu o juiz a atendê-la. Ela não tinha incitado nenhum profundo senso de justiça ou bondade da parte do juiz; longe disso. Antes, sua rejeição a ser ignorada se tornou uma fonte de irritação para ele, então para seus próprios fms egoístas ouviu o caso dela.

As lições sobre oração na parábola não vêm da comparação da viúva com os crentes, e o juiz injusto com Deus, mas do contraste dessas coisas. Israel não era uma 'viúva' sem status, mas era casado com Jeová (Jr 3:14) e a menina dos olhos, de Deus (Dt 32:10). Tampouco

era qualquer comparação entre o juiz cruel, mercenário e o Deus de Israel cujo amor por Seu povo era tão evidente. Não, é por causa do contraste que aprendemos a lição. Se a viúva humilde, por pura persistência, poderia eventualmente mover o insensível juiz a ouvi-la, quanto mais um Deus amoroso inclinaria Seus ouvidos a Seu amado povo? Perseverança na oração prova nossa sinceridade e fé, mas, reconhecidamente, nunca precisamos persuadir nosso Deus a ouvir nossa causa. Nossa situação é mais abençoada ainda que a de Israel, porque temos um grande Sumo Sacerdote que já vive para fazer intercessão por nós (Hb 7:25). Nunca tema, querido filho de Deus, sua oração foi ouvida (Lc 1:13).

Phil Coulson Believer 's Magazine - Maio 2016

Trad: EFC

FISUEAS DE JESUS CRISTO NA ViDA D£ JOSÉ DO ESITO Ocorrência Citação em Génesis: NT/AT

1. - Pastor 37:2 João 10:11 2. - Amado pelo Pai 37:3 Mateus 17:5 3. - Vestes talares 37:3 Apocalipse 1:13 4. - Túnica 37:3 João 19:23 5. - Odiado pelos irmãos 37:4 João 10:32 6. - Odiado pelas revelações 37:5 Mateus 26:64 7. - Reinou sobre eles 37:8 Apocalipse 19:16 8. - Odiaram suas palavras 37:8 Lucas 4:28 9. - Objeto de ciúmes 37:11 Mateus 27:18

10. - Desejoso de ir 37:13 Salmo 40:7 11. - Enviado 37:14 João 20:21 12. - Conspiração 37:18 Marcos 14:1 13. - Vinde e matemo-lo 37:20 Mateus 21:38 14. - Indiferença no sofrer 37:24 Marcos 15:29 15. - A mirra na sua vida 37:25; 43:11 Mt2:l l ;Mcl5:23 16. - Vendido 37:28 Mateus 26:15 17. - Levado ao Egito 39:1 Lucas 2:13 18. - Homem próspero 39:2 Isaías 53:10 19. - Todos abençoados por amor

a José 39:5 Romanos 8:32 20. - Formoso 39:6 Cantares 1:16

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r Ocorrência Citação em Génesis: NTA^T

21. - Tentado 39:7 Mt4:7 22. - Resistiu à tentação 39:9 Hebreus 4:15 23. - Tudo entregue a ele • 39:8 João 13:2; Mt 28:18 24. - Fidelidade com Deus e com

os homens 39:9 Apocalipse 19:11 25. - Vida limpa 39:9 Hebreus 7:26 26. - Caluniado 39:14 Lucas 23:2 27. - Sofre pelo pecado alheio 39:19 Isaías 53:5 28. - Não houve juízo 39:20 Atos 8:33 29. - Humilhado 39:20 Atos 8:33 30. - Não se defendeu 39:20 Mateus 27:14 31. - Inocente 40:15 Mateus 27:4 32. - 0 Espírito de Deus sobre si 41:38 Lucas 4:1 33. - Sábio 41:39 Mateus 13:54 34. - Administrador da casa 41:40 Hb3:6;Ap3:7 35. - Obedecido pelo povo 41:40 Daniel 7:14 36. - Colar de ouro - autoridade 41:42 Apocalipse 1:13 37. - Exaltado 41:43 Filipenses 2:9 38. - Esposa gentia 41:45 Atos 15:14 39. - Idade de 30 anos 41:46 Lucas 3:23 40. - "Fazei tudo o que Ele... 41:55 João 2:5 41. - Falou asperamente 42:7 Mat. 23 42. - Não é reconhecido 42:8 João 14:7 43. - Provoca arrependimento 42:21 Zc 12:10 44. - Passa por grande aflição 42:21 Lc22:42 45. - Chorou 8 vezes 42:24 Lc 19:41 (3 vezes) 46. -Alimento abundante 43:34 João 10:10 47. - Reconhecido 45:1 Zc 12:10 48. - Objeto de salvação 45:7 Hebreus 5:9 49. - Glorificou a Deus 45:8 João 17:4 50. - Senhor de tudo 45:9 Rm 14:9 51. - Mediador 47:1 I Tm 2:5 52. - Entrega tudo ao rei 47:23 ICol5:24 53. - Sustentador 50:21 Cl l :17 54. - Consolador 50:21 I I Co 1:5 55. - Instruções sobre seus ossos 50:25 João 19:36 56. - Homem de fé 50:25 Hebreus 12:2 57. - Primogénito I C r 5 : l Cl 1:15 58. - Percorreu a terra 41:45

Colaboração de Luiz Padilla • - ' •

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