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CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES CURSO DE NUTRIÇÃO ANÁLISE NUTRICIONAL DE RÓTULOS DE SALGADINHOS DE MILHO INDUSTRIALIZADOS MARIA ALVES PEREIRA RIO DE JANEIRO 2017

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CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR – LAUREATE

INTERNATIONAL UNIVERSITIES

CURSO DE NUTRIÇÃO

ANÁLISE NUTRICIONAL DE RÓTULOS DE SALGADINHOS

DE MILHO INDUSTRIALIZADOS

MARIA ALVES PEREIRA

RIO DE JANEIRO 2017

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CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR – LAUREATE

INTERNATIONAL UNIVERSITIES

CURSO DE NUTRIÇÃO

ANÁLISE NUTRICIONAL DE RÓTULOS DE SALGADINHOS

DE MILHO INDUSTRIALIZADOS

MARIA ALVES PEREIRA

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Nutrição do

Centro Universitário IBMR/Laurete

International Universities, como parte dos

requisitos para obtenção do Título de

Bacharel em Nutrição.

Orientadora: Profª. Dra. Patrícia Passos Simões

RIO DE JANEIRO

2017

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MARIA ALVES PEREIRA

ANÁLISE NUTRICIONAL DE RÓTULOS DE SALGADINHOS

DE MILHO INDUSTRIALIZADOS

Banca examinadora composta para defesa de Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição. Aprovada em: ______ de ________________________ de __________________

Presidente e Orientador:______________________________________________

Membro Avaliador: __________________________________________________

RIO DE JANEIRO

2017

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AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a DEUS, meu guia e protetor.

A minha mãe e meus familiares que sempre estiveram dispostos a me dar carinho,

amor, proteção e cuidado.

Às minhas colegas de faculdade, pelo companheirismo e convivência diária.

A minha orientadora Dra. Patrícia Simões, pela paciência, pelo cuidado e por ter me

auxiliado bastante na confecção desse trabalho, tão importante para a comunidade

acadêmica da Nutrição.

E todos aqueles que direta e indiretamente me ajudaram na concretização desse

sonho, ser NUTRICIONISTA.

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“Mas é preciso ter força

É preciso ter raça

É preciso ter gana sempre

Quem traz no corpo a marca

Maria, Maria

Mistura a dor e a alegria”

Milton Nascimento

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PEREIRA, Maria Alves. Análise nutricional de rótulos de salgadinhos de milho industrializados. Rio de Janeiro, 2017. 34 p. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Nutrição, Centro Universitário IBMR/Laureate International Universities.

RESUMO

Os snacks ou salgadinhos de milho são produtos industrializados feitos à base do gritz de milho, gordura vegetal, corante, água, sal, condimentos (essências) e que têm elevada aceitação pelo público infantil. É importante conhecer o que dispõe nos rótulos de alimentos industrializados, especialmente aqueles produtos que apresentam conteúdo com alto teor de sódio e gorduras saturadas e baixo teor de fibras. O objetivo desse trabalho consiste em analisar o teor de sódio, gorduras saturadas e fibras alimentares em rótulos de salgadinhos de milho industrializados e comercializados no Brasil. Estudo do tipo descritivo, quantitativo, realizado do período de agosto a setembro de 2017. Foram obtidas amostras de 40 rótulos de salgadinhos de milho, de 13 marcas diferentes e uma variedade de sabores, comercializados em supermercados locais nas cidades de Teresina (PI) e Rio de Janeiro (RJ). Os rótulos foram analisados por meio da observação visual. Os parâmetros investigados foram: teor de sódio (em miligramas), gorduras saturadas (em gramas) e fibras alimentares (em gramas). Foram utilizados como parâmetros: a RDC nº 259/2002, a RDC nº 359/2003 e a RDC nº 360/2003. Os dados coletados foram obtidos e organizados em planilhas do programa Microsoft Office Excel® 2013, para realização de análise descritiva das variáveis estudadas. Observou-se que os sabores mais prevalentes foram queijo (30%), presunto (12%) e cebola (12%). Os teores médios de sódio, gorduras saturadas e de fibras alimentares foram de 731,6 ± 160,05 mg/100 g, 6,69 ± 2,83 g/ 100 g e 1,85 ± 1,34 g/ 100 g, respectivamente. Portanto, infere-se que os salgadinhos de milho são alimentos com elevado teor de sódio e gorduras saturadas e baixo teor de fibras alimentares. Dessa forma, o consumo desses produtos deve ser desestimulado, por meio de estratégias de educação nutricional, ferramenta chave para promoção da Saúde Pública no país. Palavras-chave: Rotulagem nutricional, alimentos industrializados, sódio, fibras na dieta, gorduras na dieta.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Percentual (%) de sabores dos rótulos de salgadinhos de milho. Rio de

Janeiro – RJ, 2017. (N= 40).......................................................................................21

Figura 2. Exemplo de informação nutricional em um rótulo de amostra de salgadinho

de milho. Rio de Janeiro – RJ, 2017........................................................................22

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LISTA DE QUADRO

Quadro 1. Teor médio e desvio padrão de gorduras saturadas, fibras alimentares e

sódio dos rótulos de salgadinhos de milho. Rio de Janeiro – RJ, 2017. (N= 40).......23

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LISTA DE SIGLAS

EPM Erro Padrão da Média

NaCl Cloreto de sódio

PI Piauí

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

RJ Rio de Janeiro

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SUMÁRIO

1. Introdução...................................................................................................... 10

2. Objetivos......................................................................................................... 12

2.1 Objetivo geral............................................................................................ 12

2.2 Objetivos específicos................................................................................ 12

3. Material e Métodos......................................................................................... 13

3.1 Tipo de estudo.......................................................................................... 13

3.2 Obtenção das amostras............................................................................. 13

3.3 Seleção das amostras................................................................................ 13

3.4 Análise das rotulagens............................................................................... 13

3.5 Análise dos dados...................................................................................... 14

4. Revisão de literatura......................................................................................... 15

4.1 Salgadinhos de milho.................................................................................. 15

4.2 Rotulagem nutricional.................................................................................. 16

4.3 Sódio em alimentos industrializados........................................................... 17

4.4 Gorduras saturadas..................................................................................... 18

4.5 Fibras alimentares....................................................................................... 19

5. Resultados e discussão..................................................................................... 21

6. Conclusão.......................................................................................................... 27

Referências bibliográficas...................................................................................... 28

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1. INTRODUÇÃO

Rótulo refere-se a toda inscrição, legenda, imagem ou toda matéria descritiva

ou gráfica, escrita, impressa, estampada, gravada, gravada em relevo ou litografada

ou colada sobre a embalagem do alimento (BRASIL, 1969), apresentando-se como

uma vitrine entre a indústria e o consumidor (MARINS et al., 2008). Funciona como

um intermediador entre o produtor/vendedor com o consumidor/comprador, visto que

é mediante o rótulo dos alimentos que informações como quantidade, características

nutricionais, riscos, modos de preparo e conservação estão disponíveis (PEYERL;

MATOS, 2012).

A importância da rotulagem nutricional dos alimentos para a promoção da

alimentação saudável é destacada em grande parte dos estudos e pesquisas que

envolvem a área da nutrição e sua relação com estratégias para a redução do risco

de doenças crônicas (COUTINHO; RECINE, 2007).

Medidas legislativas, como é o caso das regulamentações sobre rotulação

alimentar, são vistas como importantes atividades de promoção da saúde. O

consumidor tem direito ao acesso às informações sobre as características e

composição nutricional dos alimentos que adquire no comércio, especialmente os

industrializados, os quais se apresentam como processados e ultraprocessados

(GARCIA et al., 2015).

Alimentos ultraprocessados são aqueles produzidos industrialmente, inteira

ou majoritariamente de substâncias extraídas de alimentos (óleos, gorduras, açúcar,

amido, proteínas), derivados de constituintes de alimentos (gorduras hidrogenadas,

amido modificado) ou sintetizados em laboratório com base em matérias orgânicas

como petróleo e carvão (corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e outros

aditivos). Técnicas de manufatura incluem extrusão, moldagem e pré-processamento

por fritura ou cozimento (BRASIL, 2014).

Nesse contexto, enquadram-se os snacks, também chamados de salgadinhos

de milho, produtos feitos geralmente à base do gritz de milho, gordura vegetal,

corante, água e sal, podendo conter também condimentos (essências), dependentes

do sabor de cada, empregando-se várias técnicas, sendo a extrusão termoplástica a

mais empregada (CAPRILES; ARÊAS, 2005; DEHGHAN-SHOAR et al., 2010). A

produção de snacks por diferentes tipos de processamento requer a utilização de

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diferentes amidos que ajudam a melhorar a textura, crocância, adesão de flavors e

aparência de superfície (GUERREIRO, 2007).

Os salgadinhos de milho possuem elevada aceitação pelo público infantil.

Dessa forma, para tornarem-se mais palatáveis e aceitáveis para o consumo, estes

produtos são adicionados de aromatizantes. O sabor e o aroma fixam-se no

salgadinho através de um veículo lipídico, normalmente gordura vegetal

hidrogenada, elevando os índices de gorduras saturadas e de ácidos graxos trans

em sua composição (CAPRILES; ARÊAS, 2005).

É importante conhecer o que dispõe nos rótulos de alimentos industrializados,

especialmente aqueles produtos que apresentam conteúdo com alto teor de sódio e

gorduras saturadas e baixo teor de fibras. A melhor instrução da população e a

disponibilização de informações adequadas sobre o conteúdo nutricional podem

corrigir erros alimentares, contribuindo para a promoção da saúde e a redução do

risco de doenças relacionadas à má nutrição e à alimentação inadequada (GARCIA

et al., 2015).

O sódio quando consumido em excesso possui uma associação com o

desenvolvimento de doenças crônicas, desde a hipertensão arterial e doenças

cardiovasculares até o câncer de estômago, doenças renais e osteoporose (BUSCH

et al., 2010; NILSON et al., 2012). Com relação à gordura saturada, sabe-se que a

mesma relaciona-se com a elevação do LDL-c plasmático, aumento de risco

cardiovascular, além de outros fatores de risco, como a resistência a insulina e a

pressão arterial (SANTOS et al., 2013).

Já no tocante à ingestão da fibra alimentar, evidências apontam que ela ajuda

na prevenção de uma gama de patologias, e a alimentação quando concentrada em

cereais, frutas e vegetais, possuem um efeito protetor na saúde, visto que sua

ingestão está atrelada a uma redução do aparecimento de vários tipos de câncer,

controle da pressão arterial, diabetes mellitus e obesidade (KENDALL et al., 2010).

O objetivo desse trabalho consiste em analisar o teor de sódio, gorduras

saturadas e fibras alimentares em rótulos de salgadinhos de milho industrializados e

comercializados no Brasil.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Analisar a rotulagem nutricional de salgadinhos de milho industrializados e

comercializados no Brasil.

2.2 Objetivos específicos

Realizar uma análise observacional nos rótulos de salgadinhos de milho

conforme o teor de sódio, fibras alimentares e gorduras saturadas;

Realizar uma análise comparativa dos compostos dispostos no rótulo com as

recomendações nutricionais e com a legislação vigente.

Apontar as principais patologias associadas ao consumo dos salgadinhos de

milho.

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3. MATERIAIS E MÉTODO

3.1 Tipo de estudo

Estudo do tipo descritivo, quantitativo, realizado do período de agosto a

setembro de 2017.

3.2 Obtenção das amostras

Foram obtidas amostras de 40 rótulos de salgadinhos de milho, de 13 marcas

diferentes e uma variedade de sabores, comercializados em supermercados locais

nas cidades de Teresina (PI) e Rio de Janeiro (RJ).

3.3 Seleção das amostras

O critério de seleção utilizado foi intencional, que de acordo com Fontanella et

al. (2008) determina intencionalmente quem são os participantes da pesquisa, que

no caso, consistem nos rótulos dos salgadinhos de milho selecionados pela própria

pesquisadora. Tais alimentos foram selecionados em decorrência da divulgação de

sua elevada concentração de sódio e de gorduras saturadas, os quais são

acrescidos em decorrência do seu processamento industrial com o intuito de

melhorar o sabor, além do baixo conteúdo de fibras alimentares.

3.4 Análises das rotulagens

Os rótulos foram analisados por meio da observação visual. Os parâmetros

investigados foram: teor de sódio (em miligramas), gorduras saturadas (em gramas)

e fibras alimentares (em gramas).

Foram utilizados como parâmetros: a RDC nº 259/2002 - Regulamento

Técnico sobre Rotulagem de Alimentos Embalados, ficando estabelecidas a

obrigatoriedade da rotulagem e demais atribuições pertinentes ao rótulo; a RDC nº

359/2003 - Regulamento Técnico de Porções de Alimentos Embalados para Fins de

Rotulagem Nutricional, onde cada produto deve informar sobre os nutrientes

constituintes do alimento na porção ou medida estabelecida para seu gênero

alimentício; e a RDC nº 360/2003 - Regulamento Técnico sobre Rotulagem

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Nutricional de Alimentos Embalados na qual se torna obrigatória a rotulagem

nutricional com declaração de informações acerca de valor energético, carboidratos,

proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra alimentar e

sódio (BRASIL, 2003a; BRASIL, 2003b).

Por fim, foi realizada uma análise comparativa entre os resultados obtidos

com outros estudos de mesma natureza e finalidade para que assim fossem

pautadas as mudanças e similaridades existentes.

3.5 Análise dos dados

Os dados coletados foram obtidos e organizados em planilhas do programa

Microsoft Office Excel® 2013, para realização de análise descritiva das variáveis

estudadas. Os dados foram expressos como média ± erro padrão da média (EPM) e

expostos através de tabelas e gráficos.

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4 REVISÃO DE LITERATURA

4.1 Salgadinhos de milho

Alimentos ultraprocessados consistem naqueles que são elaborados

industrialmente, totalmente ou majoritariamente de substâncias extraídas de

alimentos (óleos, gorduras, açúcar, amido, proteínas), derivados de constituintes de

alimentos (gorduras hidrogenadas, amido modificado) ou sintetizadas em laboratório

com base em matérias orgânicas como petróleo e carvão (corantes, aromatizantes,

realçadores de sabor e outros aditivos usados para dotar os produtos de

propriedades sensoriais atraentes). Destacam-se como exemplos de

ultraprocessados: pães para hambúrguer ou hot dog, pães doces, bolachas doces e

salgadas, salgadinhos, doces industrializados e guloseimas em geral (balas,

sorvetes, chocolates), refrigerantes, sucos artificiais, bebidas lácteas adoçadas e

aromatizadas, bebidas energéticas, molhos industrializados, margarina, embutidos,

nuggets (BRASIL, 2014).

Atualmente, o mercado de salgadinhos ganhando cada vez mais destaque.

De acordo com a Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (ANIB), o

segmento de snacks cresceu ano a ano, tendo em vista que de 2012 a 2014 foram

lançados 1.136 novos snacks e esse crescimento aumentará cerca de 40% em

2018, sendo os salgadinhos de milho os que apresentaram o maior número de

lançamentos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE BISCOITO,

MASSAS ALIMENTÍCIAS, PÃES E BOLOS INDUSTRIALIZADOS, 2017).

A versatilidade do milho proporciona uma grande variedade da sua utilização,

tornando-o uma das matérias-primas mais relevantes para a produção de alimentos

(GONÇALVES et al., 2003). Cada vez mais os salgadinhos vêm conquistando novos

consumidores (FERREIRA, 2006). Snacks extrusados estão disponíveis numa

grande variedade de formas, texturas e sabores, atributos que contribuem para sua

alta aceitabilidade entre os consumidores (LIMBERGER et al.; 2009).

Snacks são elaborados com farinhas amiláceas e aromatizados com uso de

lipídeos como agentes fixadores de aroma e sabor. Por essa razão, os snacks

extrudados apresentam elevado valor calórico, baixo teor de proteína e de fibra

alimentar, e elevadas quantidades de lipídeos (CAPRILES; ARÉAS, 2005). Várias

abordagens vêm sendo testadas para a melhora do valor nutritivo dos snacks

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extrudados, como a fixação de aroma e sabor no produto por solução contendo fibra

solúvel prebiótica, como substituto dos lipídeos (CAPRILES; ARÊAS, 2011) e a

incorporação de matérias-primas com valor nutritivo agregado à formulação.

4.2 Rotulagens nutricionais

Conforme o Artigo 6, da lei 8078/90 (Código de Proteção e Defesa do

Consumidor) os rótulos têm como principal função oferecer informações

relacionadas a qualidade e riscos que os produtos apresentam. A indústria possui

inteira responsabilidade em transferir ao consumidor essas informações, de forma

que eles compreendam o que de fato se está adquirindo (BRASIL, 1990; LOBANCO,

2007).

A rotulagem nutricional é definida pelo Ministério da Saúde como uma

estratégia para a minimização das taxas de obesidade e doenças crônicas

associadas aos maus hábitos alimentares da população. Para reforçar isso, a

Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA tornou obrigatória a rotulagem

nutricional dos alimentos comercializados (BRASIL, 2003a; ALMEIDA, 2004;

LOBANCO, 2007).

Nos rótulos dos alimentos devem constar todas as informações inerentes à

manutenção da saúde e prevenção de doenças. Portanto, devem apresentar

validade, ingredientes, lote, a rotulagem nutricional entre outros (MARTINEZ;

PAULA, 2010).

A rotulagem dos alimentos auxilia os consumidores no tocante à qualidade e a

quantidade dos elementos nutricionais dos produtos, orienta escolhas alimentares

adequadas, sendo fundamental, contudo, a fidedignidade das informações

(COUTINHO; RECINE, 2007; SILVA et al., 2012).

O acesso à informação exata acerca da composição dos alimentos faz parte

do direito à alimentação, por se revelar em elemento que contribui para a adoção de

práticas alimentares e estilos de vida saudáveis, configurando-se, em seu conjunto,

uma questão de segurança alimentar e nutricional (SILVA et al., 2012).

No Brasil, apenas com a criação da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA) ocorreu à obrigatoriedade da rotulagem nutricional de alimentos. A

ANVISA apresenta como objetivo a proteção da saúde do consumidor por meio de

conjuntos de leis que regulamenta a produção, a manipulação e a comercialização

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dos alimentos, com elaboração de normas referentes a padrões higiênico-sanitários

e a emprego de aditivos, propaganda e rotulagem de alimentos (CÂMARA et al.,

2008).

4.3 Sódio em alimentos industrializados

O cloreto de sódio (NaCl), reconhecido como sal de cozinha ou apenas sal, é

a maior fonte de sódio na dieta (aproximadamente 90%) e, embora os termos sal e

sódio sejam muitas vezes utilizados como sinônimos, o sal é composto por 40% de

sódio e 60% de cloreto, em massa. O sódio se caracteriza como o nutriente inserido

no sal que colabora de forma efetiva nos efeitos da saúde humana, portanto, quando

se trata da sua restrição na alimentação com foco em saúde pública, a redução de

NaCl normalmente é o foco principal (BUSCH et al., 2010).

As unidades usadas usualmente para expressar as quantidades de sal e

sódio são gramas (g), miligramas (mg) ou milimoles (mmol), sendo que 1g de NaCl

equivale a 0,4g ou 17mmol de sódio (HE; MCGREGOR, 2004). O consumo diário de

quantidades elevadas de sódio tem se revelado um fator de risco para a hipertensão

arterial e, consequentemente, para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares,

ao lado de outros fatores como obesidade, fumo e sedentarismo (BROWN et al.,

2009).

Atualmente, os indivíduos tendem a utilizar uma grande quantidade de sal na

dieta, seja pela adição ou pela utilização de produtos industrializados, os quais na

maioria das vezes, contêm alto teor de sódio (CAPALONGA et al., 2010).

O consumo de sal na maioria dos países tem sido excessivo, variando de 9 a

12 g por pessoa por dia. Em contraste, a Organização Mundial da Saúde (OMS)

recomenda uma ingestão diária, para adultos, de no máximo 5 g de sal (equivalentes

a 2 000 mg de sódio), sendo que para crianças essas recomendações são menores

ainda (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2003).

A quantidade de sódio presente nos alimentos está descrita no rótulo, porém,

muitas vezes essa informação não se dá de forma clara, o que dificulta a

compreensão de que a quantidade informada de sódio corresponde a uma porção

do produto, descrita em medida caseira (KLIEMANN, 2012). A relevância é que os

consumidores, em sua maioria crianças e adolescentes, ao adquirirem pacotes

maiores de salgadinhos, tendem a ingerir todo o conteúdo do mesmo, consumindo

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altos teores de sódio (RODRIGUES; PROENÇA, 2011).

São várias as evidências que relacionam o consumo excessivo de sal ao

desenvolvimento de doenças crônicas. Estima-se que, entre 25 e 55 anos de idade,

uma diminuição de apenas 1,3 g na quantidade de sódio consumida diariamente se

traduziria em uma redução de 20% na prevalência de hipertensão arterial. Além

disso, haveria também substanciais reduções na mortalidade por acidentes

vasculares cerebrais (14%) e por doença coronariana (9%), representando 150 mil

vidas salvas anualmente em todo o mundo (IGNÁCIO et al., 2013).

4.4 Gorduras saturadas

Embora sejam encontrados nas gorduras animais (carnes, leite e derivados),

os ácidos graxos saturados são vistos em vegetais como coco e cacau. Uma

relevante característica física dessas gorduras é apresentar-se na forma sólida à

temperatura ambiente. Classificam-se basicamente em ácidos graxos de cadeia

média (C8 e C10) de cadeia longa de carbono. Os primeiros são absorvidos na

forma não esterificada, ligam-se à albumina e são transportados ao fígado, onde são

rapidamente metabolizados. Pelo fato de não serem transportados nos quilomícrons,

não elevam os lípides no plasma (ASAKURA et al., 2000).

O consumo de gordura saturada relaciona-se com a elevação do LDL-c

plasmático e aumento de risco cardiovascular. A permuta de gordura saturada da

dieta por mono e poli-insaturada consiste em uma estratégia para o melhor controle

da hipercolesterolemia e consequente redução da chance de eventos clínicos. As

repercussões da ingestão de gordura, no entanto, não se limitam ao metabolismo

lipídico; o tipo de gordura ingerida pode influenciar também outros fatores de risco,

como a resistência a insulina e a pressão arterial (SANTOS et al., 2013).

Ultimamente, as recomendações médicas e nutricionais promoviam a

mensagem de diminuição do consumo de ácidos graxos saturados. As

recomendações foram indicadas tanto pela ação dos ácidos graxos saturados no

aumento do LDL-c quanto no aumento do risco de doença cardiovascular,

evidenciado pelos diversos estudos epidemiológicos. Discussões atuais questionam

essas recomendações, pois, com a indicação de diminuição de gordura saturada,

houve um aumento de consumo de outros nutrientes, tais como carboidratos (CH)

refinados. Evidências colhidas recentemente mostram que a substituição de gordura

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saturada por carboidratos simples pode ter grande impacto no aumento do risco de

doença cardiovascular e diabetes (ZELMAN, 2011).

4.5 Fibras alimentares

A fibra dietética foi originalmente denominada de fibra bruta, uma expressão

usada na nutrição dos ruminantes que sugeria a fração do material vegetal

(forragem) que apresentava resistência à sua digestão e, portanto não possuía valor

nutricional. Apenas no século XIX que as vantagens à saúde do consumo de fibras

em geral foram estendidos pelos pensadores Grahan e Kellogg na América e

Allinson na Grã-Bretanha. Todavia, no século XX destacaram-se Denis Burkitt e

Hugh Trowell (JENKINS et al., 2003).

A composição da fibra alimentar consiste geralmente em substâncias de

origem vegetal, majoritariamente provenientes da parede celular e minoritariamente

oriunda de alguns polissacarídeos de outras partes das plantas ou produzida por

microrganismos. Ela está incluída na dieta humana por conta da ingestão de

alimentos de natureza vegetal, onde se encontra normalmente como elemento

natural, em alimentos onde se tenha enriquecido e em forma de suplementos

alimentares (MENDES, 2011).

Com relação à classificação, as FA são categorizadas em dois grupos de

acordo com o seu grau de solubilidade: fibras solúveis e insolúveis. As fibras

insolúveis ou infermentescíveis abrangem a celulose e a lenhina, referindo-se à

parte estrutural das plantas que não apresentam solubilidade em água e não são

metabolizadas pela microbiota intestinal. Já as fibras solúveis englobam as pectinas,

gomas e mucilagens, e esse grupo apresenta uma boa solubilidade em água, o que

garante uma estrutura em forma de gel e são fermentáveis pelas bactérias do cólon

intestinal (ELLEUCH et al., 2011).

As vantagens do consumo de fibra alimentar incidem no fato de que uma

parte da fermentação de seus compostos acontece no intestino grosso, o que

repercute na velocidade do trânsito intestinal, no pH do cólon e na geração de

subprodutos com relevante papel fisiológico. Pessoas que consomem grandes

quantidades de fibras alimentares parecem ter menor risco para o aparecimento de

doença coronariana, hipertensão arterial, obesidade, diabetes mellitus e câncer de

cólon. O aumento do aporte de fibras na dieta conduz a uma redução nos níveis

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séricos de colesterol, controla a glicemia em pacientes diabéticos, reduz o excesso

de peso corporal e também se correlaciona com a redução de marcadores

inflamatórios, como a proteína C reativa. Desta maneira, uma ingestão de fibras

maior do que a recomendada atualmente (14 g/1.000 kcal) pode trazer efeitos

positivos à saúde, incluindo a diminuição de processos inflamatórios de baixo grau

(BERNAUD; RODRIGUES, 2013).

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram utilizados 40 rótulos de salgadinhos de milho industrializados. A Figura

1 aponta a predominância do percentual dos diferentes sabores da amostra em

questão.

Figura 1. Percentual (%) de sabores dos rótulos de salgadinhos de milho. Rio

de Janeiro – RJ, 2017. (N= 40).

Fonte: Dados da pesquisa.

Observou-se que os sabores mais prevalentes foram queijo (30%), presunto

(12%) e cebola (12%). Tais sabores são bastantes conhecidos na cozinha brasileira,

especialmente pelo público infantil. A indústria quando vai lançar um produto no

mercado faz toda uma pesquisa acerca da aceitabilidade do mesmo e preferência de

sabores. O queijo é um produto que é bem aceito perante as crianças, tem um flavor

agradável, o que justifica o maior percentual entre os diferentes sabores analisados.

Das 40 amostras de rótulos, foi observada a Informação nutricional de cada

uma delas, a fim de identificar os nutrientes relevantes ao estudo e suas respectivas

quantidades. A Figura 2 demonstra um exemplo de informação nutricional de uma

amostra de salgadinho de milho.

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Figura 2. Exemplo de informação nutricional em um rótulo de amostra de

salgadinho de milho. Rio de Janeiro – RJ, 2017.

Fonte: Dados da pesquisa.

Avaliando-se os itens que são obrigatórios na disposição da informação

nutricional, percebe-se que o presente rótulo (Figura 2) encontra-se dentro dos

padrões vigentes de rotulagem nutricional, haja vista que informam a porção do

produto, a medida caseira, o valor energético em quilocalorias e quilojoules, o

percentual de valores diários de referência (%VD), bem como as quantidades

(gramas ou miligramas) de nutrientes como carboidratos, proteínas, gorduras (totais,

saturadas e trans), fibras alimentares e sódio (BRASIL, 2002; BRASIL, 2003a;

BRASIL, 2003b).

No tocante aos nutrientes que se enquadram no presente estudo, deu-se

ênfase à visualização do teor de sódio, gorduras saturadas e fibras alimentares nos

rótulos. Os valores expostos foram correspondentes à porção de 25 g. Contudo, o

Quadro 1 expõe os resultados da média e do desvio padrão dos teores dessas

substâncias para 100 g do produto (sendo a feita a proporção correta para as

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respectivas quantidades).

Nutriente Média ± D.P.

Sódio (mg/100g) 731,6 ± 160,05

Gorduras saturadas (g/100g) 6,69 ± 2,83

Fibras alimentares (g/100g) 1,85 ± 1,34

Quadro 1 – Teor médio e desvio padrão de gorduras saturadas, fibras

alimentares e sódio dos rótulos de salgadinhos de milho. Rio de Janeiro – RJ,

2017. (N= 40).

Legenda: D.P.= Desvio padrão.

Fonte: Dados da pesquisa.

Com relação ao teor de sódio, verificou-se que a concentração média foi de

731,6 ± 160,05 mg/100 g do salgadinho. Consoante a Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA), o valor diário de referência (VDR) para o sódio é de 2400 mg.

Dessa forma, o consumo de um pacote médio de salgadinho que possui cerca de

100 g corresponde a 10% do VDR para sódio (240 mg).

Segundo a Portaria n° 27 de 13 de Janeiro de 1998 (BRASIL, 1998), os

salgadinhos de milho são classificados como produtos com elevado teor de sódio,

haja vista que o valor máximo para ser categorizado como baixo é de 120 mg/100 g

de alimento sólido. Ademais, a RDC n° 24 de 15 de Junho de 2010 regulamenta a

propaganda e publicidade com objetivo de divulgar alimentos com quantidade

elevada de sódio, que são caracterizados com valores iguais ou acima de 400mg

/100g na forma como está disposto à comercialização (BRASIL, 2010).

Comparando-se o presente estudo com outras investigações já feitas,

percebe-se que existem semelhanças nos resultados apurados. Lobanco et al.

(2009) analisaram 153 rótulos de produtos doces (biscoito recheado, biscoito wafer,

chocolate ao leite, bombom, chocolate branco) e produtos salgados (salgadinho de

milho, salgadinho de trigo, batata frita, amendoim) de diferentes sabores e marcas,

com a finalidade de verificar a fidedignidade das informações nutricionais,

especialmente com relação ao teor de sódio. De acordo com os autores, todas as

153 amostras apresentaram quantidade de sódio acima das necessidades diárias

das crianças (2000 mg de sódio por dia, sendo um VDR de 10%, tem-se 200 mg de

sódio por dia), de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso,

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72% das amostras apresentaram teor de sódio superior ao recomendado na

legislação (≥ 400mg/100g) (BRASIL, 2010).

Feitosa e Silva (2014) em um estudo semelhante feito através de registro

fotográfico, avaliaram 8 amostras de salgadinhos de milho e constatou que a média

do teor de sódio foi de 812 mg/100 g. Já Buzzo et al. (2014) realizaram análise do

teor de sódio por espectrometria de emissão atômica com plasma de argônio em

120 amostras de salgadinhos de milho e verificou-se que a média foi de 739,8 ±

231,3 mg/ 100 g, corroborando com o valor evidenciado nos rótulos do presente

estudo.

Peixoto et al. (2014) avaliaram o teor de sódio e a fidedignidade das porções

e das medidas caseiras expostas na rotulagem nutricional de 09 marcas de

salgadinhos de milho industrializados, obtidos nos supermercados de Fortaleza/CE.

Os resultados apontaram que todos os salgadinhos apresentaram inconformidades

no tocante à porção declarada e a porção real. Todos eles expuseram um elevado

teor de sódio, apresentando um teor médio de 752,56 ± 194,67 mg/100 g, também

semelhante ao presente estudo.

Infere-se, dessa forma, que o elevado consumo de sódio pode ser usado

como fator de risco para o desenvolvimento de patologias cardiovasculares. Em

decorrência de os salgadinhos de milho apresentar um demasiado teor de sódio e

ser considerado um dos produtos mais consumidos por crianças escolares, pode

haver uma correlação indireta entre uma alta prevalência de níveis pressóricos

elevados em escolares e a grande ingestão deste alimento nos lanches (MOLINA et

al., 2003; FEDALTO et al., 2011).

Ainda com relação ao Quadro 1, atendo-se às gorduras saturadas, constatou-

se que os salgadinhos de milho têm em média 6,69 ± 2,83 g/ 100 g. Na concepção

de Garcia (2012) gorduras saturadas referem-se aos triglicerídeos com ácidos

graxos isentos de duplas ligações, expressos em ácidos graxos livres. A ingestão

desse tipo de lipídeo deve ser feita com moderação, tendo em vista que quando

realizada em elevadas quantidades pode repercutir como fator de risco para o

surgimento de doenças cardíacas.

Segundo a legislação brasileira vigente, as concentrações de ácidos graxos

saturados e trans podem ser ditas como zero quando encontrados no produto em

quantidade inferior a 0,2 g na porção (BRASIL, 1998). A ANVISA recomenda o limite

de 2 g de gordura saturada por porção de alimento, não constando na legislação de

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rotulagem nutricional.

Sabe-se que grande parte da gordura saturada presente nos salgadinhos de

milho é fruto da presença da gordura vegetal hidrogenada, veículo tradicional para

aromatização. Capriles e Arêas (2005) avaliaram o impacto da substituição parcial

ou total da gordura vegetal hidrogenada por óleo de canola, obtendo-se um

salgadinho com 73,8% de redução de gordura saturada. Quando o percentual de

substituição da gordura vegetal foi de até 50% não houve alteração significativa na

textura do produto. Contudo, quando o percentual de substituição foi igual ou

superior a 75%, houve diferença em relação à amostra padrão. Evidenciou-se que a

amostra padrão teve maior aceitabilidade sensorial.

Dessa forma, percebe-se que embora haja uma diferença no tocante à

aceitabilidade, a substituição da gordura vegetal pelo óleo vegetal é uma alternativa

a ser estudada com a finalidade de se reduzir a ingestão de gorduras saturadas,

limitando assim o risco de doenças cardiovasculares. Entretanto, deve-se ter

cuidado com relação ao lipídeo que se substituirá a gordura vegetal, para que o

mesmo não comprometa a qualidade do produto final e nem eleve a concentração

de ácidos graxos trans, que também traz efeitos adversos à saúde do consumidor

(TARRAGO-TRANI et al., 2006).

No tocante ao teor de fibras alimentares, a concentração média disposta nos

rótulos é de 1,85 ± 1,34 g/ 100 g de produto (Quadro 1). Consoante à Portaria nº 27,

de 13 de janeiro de 1998 um alimento para ser considerado FONTE DE FIBRA

ALIMENTAR deve conter no mínimo 3 g de fibras/100g e para ser categorizado

como ALTO TEOR DE FIBRA ALIMENTAR deve conter pelo menos 6g de

fibras/100g. Portanto, os salgadinhos de milho em questão não são considerados

alimentos fonte de fibras alimentares. Porém, um dos rótulos tinha a denominação

“com farinha integral” e tal produto apresentou 3,6 g/ 100 g do produto, sendo esse

classificado como fonte de fibra, em virtude de ter-se utilizado farinha de milho

integral na elaboração do salgadinho.

A literatura dispõe de poucas investigações que correlacionem o teor de fibras

em salgadinhos feitos à base de milho. Mendonça (1997) com o intuito de aumentar

o aporte de fibras de snacks de milho, enriqueceu o produto convencional com o

farelo de milho. Com o enriquecimento, obteve-se um teor de fibra de 15,96g/100g,

passando o produto a ser classificado como ALTO TEOR DE FIBRA ALIMENTAR. Já

Bombo (2006) produziu um snack de milho com adição de linhaça a fim de se

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aumentar o teor de fibras e obteve-se um valor de 14,28g de fibra/100g. Com

relação à aceitação, os salgadinhos foram aceitos nos critérios sabor, textura e

aparência geral, sendo recusados apenas na cor, que destoava do convencional.

Dessa forma, a adição da linhaça garantiu a utilização do atributo “alto teor de

fibras”, tornando-se um produto diferente dos usuais que possuíam um teor de fibras

não mais que 2%.

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6. CONCLUSÃO

Com base nos resultados evidenciados, infere-se que os salgadinhos de milho

são alimentos com elevado teor de sódio e gorduras saturadas e baixo teor de fibras

alimentares. Dessa forma, o consumo desses produtos deve ser desestimulado,

especialmente por parte das crianças que fazem uso desse tipo de alimento nos

lanches.

Os altos teores de sódio e gorduras saturadas presentes nos salgadinhos

salientam a relevância dos resultados obtidos neste estudo para que sejam

providenciadas medidas por parte das autoridades competentes acerca da

necessidade de efetivação e apoio de programas de monitoramento de alimentos

estratégicos no Brasil, fornecendo assim, uma ferramenta de auxílio aos produtores

a se adequarem no controle de adição de sódio e gorduras saturadas e incremento

de fibras alimentares nos produtos industrializados.

Além disso, sugere-se que sejam feitos novos estudos que tenham como foco

a utilização de estratégias alternativas para substituir o sódio e as gorduras

saturadas por outros nutrientes que tragam benefícios à saúde da população que

consome os salgadinhos de milho. Recomenda-se ainda a presença do nutricionista

em locais onde seja propícia a comercialização desses produtos, sobretudo nas

escolas, onde as crianças muitas vezes levam em suas lancheiras esses alimentos.

Sendo assim, a educação nutricional é uma ferramenta chave para que haja uma

redução no consumo desses alimentos, com vistas à promoção da Saúde Pública no

país.

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