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103
ANÃLISE DO CONTROLE DA ÃGUA EM ESCAVAÇÕES PELO Ml',:TODO DOS ELEMENTOS FINITOS FRANCISCO DE REZENDE LOPES TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÕS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSI- DADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISI TOS NECESSÃRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE "MESTRE EM CitNCIAS" (M. Se.) . Aprovada por: '~ ,.G__ A)(~ '--O'-'( { J__J)_, 'N --------~----- Rio .de Janeiro Estado da Guanabara - Brasil Setembro de 1974 ..

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ANÃLISE DO CONTROLE DA ÃGUA EM ESCAVAÇÕES PELO Ml',:TODO

DOS ELEMENTOS FINITOS

FRANCISCO DE REZENDE LOPES

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS

PROGRAMAS DE PÕS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSI­

DADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISI

TOS NECESSÃRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE "MESTRE EM

CitNCIAS" (M. Se.) .

Aprovada por:

~ '~ ,.G__ A)(~ '--O'-'( { J__J)_, 'N --------~-----

Rio .de Janeiro

Estado da Guanabara - Brasil

Setembro de 1974

.. •

ii

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Patrick Pichavant,pelos ensinarnen

tos de elementos finitos

Ao Professor Dirceu A. Velloso, pela discussão

dos resultados

Ao Professor Willy A. Lacerda,pelas sugestões

A todos os professores e colegas do Programa

de Engenharia Civil da COPPE, em particular aos professores

Jacques de Medina, Raul Feijóo e Claudio F. Mahler, ·: . pelo

constante incentivo

Ao Professor A. J. da Costa Nunes, por minha

formação profissional

Ao Engenheiro Cesar A. G. Cerqueira, pelo estí

mulo no estudo da Mecânica dos Solos

À COPPE, na pessoa do seu Diretor, Professor

Sydney M. G. dos Santos

À CAPES, pelo apoio financeiro

À Tecnosolo S.A., Estacas Franki Ltda. e Sisal

S.A., que facilitaram dados e observações de obras.

iii

RESUMO

'

O Método dos Elementos finitos é aplicado à análise

da percolação estacionária e ao controle da água em escava

ções. A análise de casos de drenagem e rebaixamento do lençol

d'água com condições de fronteira complexas é possível por

programas que determinam a posição da superfície livre.

A aplicação do método a casos com solução conhecida a

presenta boa precisão e a análise de duas obras de rebaixa

mento do lençol d'água mostra boa concordância com as obser

vações de campo.

' '

ABSTRACT

The Finite Elernent Method is applied to steady state

seepage analysis and to the dewatering of excavations. The

analysis of open pumping and of water table lowering in cases

with complex boundary conditions is possible by

that determine the free surface location.

programs

The application of the method to cases with known solu

tion shows good precision and the analysis of two water table

lowering jobs show good agreement with field observations.

V

INDICE

Pag •

CAPITULO 1 INTRODUÇÃO 1

CAPITULO 2 SISTEMAS DE CONTROLE DA ÁGUA EM ESCAVAÇÕES 3

2.1 DRENAGEM INTERNA DA ESCAVAÇÃO 5

2.2 REBAIXAMENTO DO LENÇOL D'ÁGUA POR PONTEIRAS FIL

TRANTES E POÇOS PROFUNDOS 5

2.3 ALIVIO DE PRESSÕES

CAPITULO 3 MtTODOS DE ANÁLISE

3.1 ESCAVAÇÕES DRENADAS INTERNAMENTE

3.1.l Métodos Analíticos

3.1.2 Métodos Numéricos

3.1.3 Método Gráfico

3.1.4 Métodos Analógicos

3.1.5 Modelos Reduzidos

3.2 REBAIXAMENTO DO LENÇOL D'ÁGUA

3.2.1 Por Ponteiras Filtrantes

3.2.2 Por Poços Profundos

3.3 ALIVIO DE PRESSÕES

CAPITULO 4 O MtTODO DOS ELEMENTOS FINITOS NA ANÁLISE

DA PERCOLAÇÃO NO SOLO

4.1

4.2

CÁLCULO VARIACIONAL

MtTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

4.3 FORMULAÇÃO PARA UM ELEMENTO TRIANGULAR DE TR~S

PONTOS NODAIS

7

11

11

12

13

14

14

17

17

17

18

22

23

24

28

34

vi

Pag.

CAPÍTULO 5 APLICAÇÃO A CASOS COM SOLUÇÃO CONHECIDA 37

5.1 DRENAGEM DA ESCAVAÇÃO 38

5.2

5.3

POÇO DE REBAIXAMENTO ISOLADO

ALÍVIO DE PRESSÕES

CAPÍTULO 6 APLICAÇÃO A OBRAS

6.1 INTERCEPTOR OCEÂNICO - Rebaixamento do

çol d'água por ponteiras filtrantes

len

6.2 HOTEL MERIDIEN-COPACABANA - Rebaixamento do

lençol d'água por poços profundos

CAPÍTULO 7 CONCLUSÕES

BIBLIOGRAFIA

NOTAÇÃO

APtNDICE MANUAL DE UTILIZAÇÃO DO PROGRAMA FPM 500/

ESCAV

46

46

51

51

64

73

75

87

90

1

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

"When groundwater and seepage

are uncontrolled, they can

cause serious economic

lasses and take many human

lives. Controlled, they need

not be feared."

Harry R. Cedergren

O controle da água e necessário à construção de

inúmeras obras de engenharia e ao funcionamento permanente

de muitas outras. Eclusas, diques, barragens, tuneis, gale­

rias enterradas e fundações para edifícios e pontes necessl

tam frequentemente escavações abaixo do nível d'água para

sua construção. Algumas destas obras têm, ainda, projetos

mais econômicos com o nível d'água rebaixado ou pressoes ar

tesianas aliviadas permanentemente.

Até fins do século passado, o Único processo de

que se dispunha para o controle da agua

era a drenagem, pelo bombeamento a partir

nas escavaçoes

de poços rasos em

seu interior. O desenvolvimento de sistemas de rebaixamento

do lençol d'água pelo bombeamento a partir de poços profun­

dos e ponteiras ocorreu na Alemanha e Inglaterra entre 1870

e 1890 e alcançou os Estados Unidos por volta de 1900 (apud

Terzaghi e Peck, 1967). Para solos finos, cuja drenagem ap~

2

nas pela gravidade é insuficiente, desenvolveu-se mais tar­

de a aplicação de vácuo e de eletricidade (processo eletros

motico) aos poços e ponteiras.

O estudo da percolação no solo mereceu atenção

de engenheiros e pesquisadores desde meados do século pass~

do. Ao trabalho experimental de Darcy (1856), seguiram os

estudos teóricos de Dupuit (1863), Boussinesq (1868),

Thiem (1870), Forchheimer (1886) e Zhukovsky (1889). Atual­

mente a análise da percolação em obras de engenharia atin­

giu grande desenvolvimento,em particular por métodos numéri

cos devido a crescente utilização de computadores digitais.

Entre estes, o Método dos Elementos Finitos vem ganhando a

aceitação dos projetistas devido a poder tratar meios hete-

rogeneos, de geometria complexa e constituídos por mate-

riais anisotropos.

Estuda-se no presente trabalho o Método dos Ele

mentos Finitos e sua aplicação à análise do controle da

água em escavações. Os sistemas tratados controlam a

drenando-a convenientemente, não incluindo, portanto,

cessos que a mantém afastada (injeções, congelamento

agua, utilização de ar comprimido, etc).

água

pro­

da

Uma exposição dos sistemas de controle da água

e seus métodos de análise para fluxos estacionários e obede

cendo a lei de Darcy é feita. A seguir apresenta-se o Méto-

do dos Elementos Finitos no estudo da percolação, desenvol­

vendo-se a formulação para um elemento triangular de tres

pontos nodais. Adaptado um programa para o estudo proposto,

faz-se nos capítulos s·ubsequentes aplicação a casos já est):!

dados por outros métodos e a duas obras recentes de rebaix~

mento do lençol d'água. Estas obras apresentam um interesse

especial pois são escavações escoradas por cortinas imper -

meáveis, com a instalação de rebaixamento colocada interna-

mente, situação que é estudada com dificuldade por outros

métodos .. Em apêndice está a descrição do programa e instru­

ções para sua utilização.

3

CAPÍTULO 2

SISTEMAS DE CONTROLE DA ÃGUA EM ESCAVAÇÕES

O controle da água em escavaçoes pode ser feito

de várias maneiras. Para a escolha do sistema mais adequado

a uma determinada obra é necessária uma avaliação cuidadosa

do perfil geotécnico, das caracteristicas dos lençois

d'água, da contribuição de águas superficiais, das facilida

des exigidas pela execução da obra e das construções vizi­

nhas, além de conhecimento dos equipamentos e experiência

neste tipo de trabalho. A instalação do sistema requer a su

pervisão de um profissional especializado, devendo ser fei­

tas observações durante a execução da obra (também após a

conclusão naquelas que utilizam controle permanente da água)

Estas observações, tais como medições do nivel d'água e das

pressões neutras, verificação do carreamento de particulas·

de solo (observada em tanques de sedimentação na descarga

das bombas), medição de recalques em construções, etc, fre-

quentemente impõem medidas adicionais durante

Os sistemas usualmente utilizados

a obra.

no controle

da água em escavações são a drenagem por esgotamento inter­

no da escavação ou a utilização de ponteiras filtrantes e

poços no rebaixamento do lençol d'água e no alivio de pres­

sões neutras. Apresenta-se em seguida uma breve apreciação

destes métodos, restrita ao fluxo gravitacional, conseguido

nos solos dentro da faixa mostrada na Fig. 2-1.

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5

2.1 DRENAGEM INTERNA DA ESCAVAÇÃO

Este processo, também chamado drenagem por bom­

beamento direto da escavaçao ou drenagem a céu aberto, con­

siste simplesmente em deixar a água surgir nos taludes e

fundo da escavação e conduzi-la por valas de drenagem a po­

ços rasos, de onde e removida por bombeamento (Fig. 2-2a).

Este sistema apresenta vários inconvenientes

tais como encharcamento e amolecimento dos taludes e fundo

·da escavação e erosão interna do terreno, especialmente du­

rante bombeamentos longos, provocando abatimento da superff

cie do terreno e de fundações próximas. A utilização de es-

coramentos impermeáveis (Fig. 2-2b), embora possa minorar

estes inconvenientes, está sujeita ainda à ocorrência de

condição "quick" no fundo da escavação. Assim, o processo

deve ser aplicado apenas em solos resistentes à erosão in­

terna, não contendo lentes de material mais permeável. Em

obras de maior porte, a drenagem interna pode ser inadequa­

da devido ao risco e à progressão lenta dos trabalhos em so

lo encharcado.

2.2 REBAIXAMENTO DO LENÇOL D'ÁGUA POR PONTEIRAS FILTRANTES

E POÇOS PROFUNDOS

Os inconvenientes do sistema anterior podem ser

evitados pelo rebaixamento do lençol d'água por ponteiras

filtrantes, poços profundos ou pela combinação destes pro­

cessos.

O termo ponteiPa se refere à extremidade infe­

rior perfurada (num trecho de 0,4 a l,Om) de um tubo de

1 1/2 "a 3" que tem dupla finalidade de revestimento dopo­

ço e tubo de sucção. A base da ponteira pode ter um orifí­

cio que permite a injeção de água para facilitar sua insta-

bomba

6

NA oríginal~ ---- - -::;:- ~

(a)

NT

NT

NA oríginal _

. (b)

Fig,2-2

7

lação no terreno, bem como criar um filtro em torno de todo

o tubo pela expulsão das partículas finas do solo natural.

Quando não é possível instalar as ponteiras por este proces

so (conhecido como Zançagem), elas sao colocadas em furos

abertos mecanicamente e envolvidas por material filtrante.

As ponteiras são espaçadas de 0,5 a 3,0m e ligadas por um

coletor a urna bomba especial para este tipo de trabalho.

O sistema de ponteiras filtrantes é utilizado

em um único estágio quando a altura a rebaixar não ultrapa~

sa cerca de 5,0m. Caso contrário, sao utilizados

(Fig. 2-3a) ou mais estágios.

dois

Em escavaçoes profundas, sao utilizados com van

tagem poços profundos com diâmetro bastante grande (20 a

60cm) para permitir a operaçao de bombas submersas ou inje­

tores em seu interior. Como as ponteiras, os poços profun -

dos tem na extremidade inferior um trecho perfurado de

5,0 a 20,0m, envolto por tela e material filtrante. Estes

poços sao espaçados de 6,0 a 50,0m e dispostos geralmente

na crista das escavações taludadas. Em escavações escoradas,

podem ser colocados externamente ou internamente, como mos­

trado à esquerda ou direita da Fig. 2-3b, respectivamente.

2.3 ALIVIO DE PRESSÕES

Nos depósitos naturais frequentemente ocorrem

camadas alternadas de maior e menor permeabilidade, forman­

do aquiferos sob diferentes pressões neutras. Quando o fun­

do da escavação esta numa camada de baixa permeabilidade SQ

brejacente a outra mais permeável sob pressão neutra exces­

siva, há o risco de levantamento do fundo se sua espessura

(h na Fig. 2-4a) for insuficiente para equilibrar esta pres

são. É o caso também da escavação mostrada na Fig. 2-4b, em

que as cortinas de escoramento atingem urna camada relativa-

8

------.--- -------NA original 19 estagio

29 estagio

-------

/

po o externo

_·_ N~ original ·

11 11

11

11 l 1

11 11 o

(a l

(b)

.Fig.2-3

poço interno

11

11

11

\

NT

l 1 11

~

bomba submersa

9

mente impermeável.

O alivio de pressoes nestes aquiferos confinados

pode ser feito por poços, com ou sem bombeamento (Fig. 2-4b

e 2-4a, respectivamente), por ponteiras filtrantes, ou pela

combinação destes processos. No caso da camada de baixa per­

meabilidade separar dois aquiferos, o primeiro sofrendo re­

baixamento, pode-se utilizar ainda drenos verticais de areia

para interligá-los, promovendo-se assim o alivio do aquifero

inferior.

piezometro

aquífero confinado

poço externo

1 1 1 I 1 1 11 o

10

superfície piezometrica

antes do alivio -

( a)

(b)

Fig,2-4

após

----

. 11

11 poço de alivio , , tJ

poço interno

'1 l 1

11 lJ

NT

NA freático

11

CAPITULO 3

MÉTODOS DE ANÁLISE

Embora a maioria dos sistemas de controle da água

em escavações seja relativamente flexível com relação ao au­

mento de sua capacidade, o seu dimensionamento é extremamente

importante para o planejamento da obra, avaliação dos custos,

do consumo de energia, etc. Escavações próximas a prédios ou

quaisquer outras obras existentes, onde recalques (pela dimi­

nuição da pressão neutra nas camadas compressíveis) podem pr.9.

vocar sérios danos, devem ser cuidadosamente analisadas. A ex

posição dos métodos de análise feita neste capítulo nao in­

clui o Método dos Elementos Finitos, que será estudado em se­

guida.

3.1 ESCAVAÇÕES DRENADAS INTERNAMENTE

Nas escavações drenadas é possível ocorrerem duas

situações que exigem tratamentcsdiferentes: escavações sem e~

coramente ou quando o mesmo é permeável (Fig. 2-2a) e escava­

çoes com escoramento impermeável. No caso de escoramento por

cortinas impermeáveis, pode-se ter fluxo confinado, quando há

uma lamina d' água acima do terreno atrás da cortina (Fig. 5-7a),

e não confinado* (Fig. 2-2b). Os métodos de análise podem ser

* Fluxo nao confinado é aquele que possui como uma das fron­

teiras de seu domínio uma superfície livre (ou freática).

12

classificados em analíticos, gráficos, numéricos, analógicos

e por modelos reduzidos.

3.1.1 Métodos Analíticos

Os métodos analíticos, embora conduzam à forma de

solução mais precisa, são limitados à análise de fluxo bidimen

sional e axissimétrico em meios homogêneos e isotrópicos com

fronteiras de geometria simples. Estes métodos fornecem porém

algumas soluções de interesse imediato e de valor na interpre­

tação de casos mais complexos. Casos simples de heterogeneida­

de e anisotropia podem ainda ser transformados em homogeneos e

isotrópicos pela técnica apresentada por Barron (1948), além

da transformação possível de meios estratificados constituídos

por camadas isotrópicas em meios homogêneos anisotrópicos.

Entre os autores que apresentam extenso tratamen

to destes métodos estão Muskat (1937), Polubarinova-Kochina

(1962), Harr (1962), Bear, Zaslavsky e Irmay (1968) e

(1972).

Bear

Escavações com escoramento impermeável e fluxo

confinado (caso geralmente das ensecadeiras) tém soluções (apJ:!:.

sentadas ainda sob a forma de ábacos) por Muskat (1937),

McNamee (1949), Polubarinova-Kochina (1962), Harr (1962) e

King e Crockroft (1972), entre outros. A técnica utilizada, o

mapeamento conforme, consiste em determinar uma função que

transforme o domínio onde a solução é procurada em outro onde

ela é conhecida.

O estudo de fluxos nao confinados pode ser feito

por métodos exatos (hodografo de velocidade e funções de

Zhukovsky) ou assumindo-se as hipóteses de Dupuit (1863). Das

soluções possíveis por métodos exatos,

gens podem ser utilizadas no estudo de

.escoramento (ou quando o escoramento é

as obtidas para barra-

escavaçoes

permeável)

longas sem

se a alimen-

13

tação do aquifero se situar a curta ou média distância e for

paralela â escavação. Barragens sobre fundação impermeâvel e

com ambos os taludes verticais ou com o de jusante inclinado

foram estudadas por Muskat (1937), Chapman (1957) e Lo (1971),

entre outros. Polubarinova-Kochina (1962) apresenta ainda o

estudo de uma escavação de seção trapezoidal em aquifero frei

tico. Escavações com taludes verticais, podem ser estudadas

por fórmulas desenvolvidas para trincheiras drenantes (no ca­

so de fluxo bidimensional) ou para poços (no caso de fluxo

axissimétrico) se forem assumidas as hipóteses de Dupuit

Mansur e Kaufman (1962) apresentam fórmulas para algumas si­

tuações. As soluções baseadas nas hipóteses de Dupuit sao

aceitáveis, desde que conhecidas suas limitações.

3.1.2 Métodos Numéricos

Método das Diferenças Finitas

O Método das Diferenças Finitas consiste inicial­

mente na substituição da equação diferencial por uma equaçao

algébrica de diferenças finitas exprimindo o valor da variá­

vel dependente (carga hidráulica, p.ex.) num ponto discreto

em função de seu valor em pontos vizinhos. Escolhido um núme-

rode pontos no interior do domínio do fluxo, situados numa

malha, e estabelecidas equações para pontos no interior e nos

diversos tipos de fronteira, a determinação do valor da variá

vel dependente nestes pontos pode ser feita pela resolução si

multânea do sistema de equações ou por processo iterativo (r~

laxação).

A técnica mais corrente e com a utilização da ma­

lha quadrangular ortogonal que apresenta dificuldade no acom­

panhamento das fronteiras físicas, frequentemente cortando a

malha. Mais recentemente, Tomlin (1966) utilizou redes assimé

14

tricas, compostas de triângulos, que facilmente contornam es­

ta dificuldade.

O processo pode tratar meios heterogeneos e aniso

trópicos e fluxo não confinado, quando a posição da superfí -

cie livre é conhecida a priori. Alguns casos simples em que a

superfície livre não é conhecida podem ser previamente trans­

formados por mapeamento conforme, como propõe Jeppson (1968).

3.1.3 Método Gráfico

o método, proposto por Forchheimer (1930), permi­

te a obtenção de redes de fluxo sem a resolução analítica ou

numérica da equação de Laplace. Se o fluxo é -não confinado, a

resolução começa pela determinação da superfície livre, feita

por métodos semi-empíricos como o proposto por

(1937). Estes métodos porém não são aplicáveis a

Casagrande

escavaçoes

com escoramento impermeáveis. Fluxos axissimétricos podem ser

tratados graficamente como mostra Taylor (1948) e

(1967), porém, de maneira trabalhosa.

Cedergren

3.1.4 Métodos Analógicos

Os métodos analógicos sao baseados na semelhança

entre a equação que governa o fluxo de fluidos em meios poro-

sos e as que governam fenomenos pertencentes a outros

da Física:

Analogia Elétrica

Na analogia elétrica temos tres tipos: o

ramos

modelo

elétrico contínuo (tanque eletrolítico, para análise tridimen

sional, e papel condutor, para análise bidimensional), o mode

15

lo elétrico discreto (rede de resistências e de resistências

e capacitares) e o modelo de movimentação iônica.

o primeiro tipo, embora teoricamente pudesse con­

siderar a heterogeneidade, fazendo-se uma separação entre so­

luções de diferentes concentrações por placas de lucite com

pinos de estanho nos tanques eletrolíticas ou combinando-se

papeis condutores para se conseguir diferentes espessuras, so

é utilizado simulando meios homogêneos e isotrópicos devido

às incorreções que estes procedimentos introduzem. A geome­

tria do meio pode porém ser transformada, como foi dito no

item 3.1.1, antes da construção do modelo elétrico.

Deve-se observar entretanto que não existe no flu

xo elétrico o efeito de forças de massa e, portanto, a corren

te elétrica atravessa todo o corpo condutor e as linhas de

fluxo limites coincidem com suas

simulação de fluxo não confinado

fronteiras físicas. Assim,na

a superfície livre precisa

ser introduzida artificialmente, variando-se sucessivamente

as fronteiras físicas do modelo, bem como a face de drenagem,

colocando-se um eletrodo de potencial variável linearmente

com a altura. Molnar (1968) conduziu uma investigação da dre­

nagem de escavações com escoramento impermeável, cujos resul­

tados serao mostrados no capítulo 5.

O modelo elétrico discreto, pode ter sua analogia

estabelecida de uma maneira matemática, baseada na aproxima -

ção de diferenças finitas, ou de uma maneira física, baseada

na substituição de elementos de solo por resistências, forma~

do uma rede. Redes quadrangulares ortogonais são usadas na st

mulação de fluxos em duas ou tres dimensões e, mais recente -

mente, Butterfield e Howey (1973) utilizaram redes triangula­

res assimétricas na simulação de fluxos bidimensionais. Este

modelo pode tratar fluxo não confinado, como no modelo contí-

nuo, corrigindo-se a rede sucessivamente. Herbert e Rushton

(1966) utilizaram uma rede especial para facilitar a correçao

da superfície livre.

16

As redes de resistências e capacitores sao utiliza

das por analogia com fluxos em que há difusão, sendo os capact

tores colocados nos nós da rede para simular a capacidade de

armazenamento do aquifero.

O modelo de movimentação iônica é baseado no fato

que a velocidade dos ions em uma solução eletrolítica sob um

gradiente de tensão para corrente continua é análoga à veloci­

dade média das particulas de um fluido sob gradiente hidráuli­

co em um meio poroso. Este modelo é utilizado apenas em análi­

ses bidimensionais (na horizontal) em que a gravidade não é

considerada.

Analogia com membrana

Estes modelos se baseiam na analogia com a distri­

buição das deformações em uma membrana elástica uniformemente

tensionada. Os bordos da membrana são mantidos suspensos em nI

veis proporcionais à carga hidráulica e sua distribuição no

meio pode ser determinada por estensometros. O processo é uti­

lizado em análises bidimensionais de meios homogêneos e isotró

picos, podendo considerar uma geometria complexa e poços ou

alimentações localizadas dentro do domínio do fluxo.

Analogia com o fluxo viscoso

A analogia com o fluxo viscoso, desenvolvida por

Hele - Shaw em 1897, é um instrumento para análise bidimensio­

nal, consistindo em duas placas paralelas (pelo menos uma

transparente, em lucite, p.ex.) mantidas distantes alguns mili

metros e contendo a forma da estrutura a ser estudada, por on­

de escoa um fluido viscoso (água, glicerina ou Óleo). Embora o

modelo de Hele - Shaw possa ser aplicado ao estudo de meios he

terogéneos (fazendo-se variar o espaçamento entre as placas) e

anisotrópicos (utilizando-se uma das placas com estrias), es-

17

tas aplicações sofrem sérias restrições, segundo Bear (1972)

A análise de fluxo não confinado é, ainda, prejudicada pela ca

pilaridade.

3.1.5 Modelos Reduzidos

Estes modelos sao geralmente utilizados na simula­

çao de fluxo confinado, uma vez que a capilaridade prejudica a

análise no caso não confinado ( a franja capilar nos modelos e

em geral desproporcionadamente maior que no prototipo). Dixon

(1967) propõe um pré-tratamento do meio poroso com silicone es

pecial (repelente da água) para minimizar este efei.to e poder

tratar casos não confinados.

O processo é bastante utilizado ainda no estudo de

alguns fenomenos relacionados com o aspecto microscópico do

meio, como fluxo não saturado, fluxo simultâneo de dois ou

mais fluidos, pressões capilares, etc.

Diversos pesquisadores utilizaram modelos no estu­

do de escavações, como Marsland (1953), que realizou uma série

de experiências com modelos de ensecadeiras (fluxo confinado),

comparando seus resultados com soluções analíticas, observando

o mecanismo de rutura do fundo e estabelecendo regras para a

penetração da cortina para diversas combinações de diferentes

camadas de solo.

3.2 REBAIXAMENTO DO LENÇOL D'ÁGUA

3.2.l Por Ponteiras Filtrantes

Para a análise de rebaixamento por ponteiras fil­

trantes, Mansur e Kaufman (1962) sugerem que linhas de pontei­

ras pouco espaçadas sejam assimiladas a trincheiras drenantes

18

e feitas algumas correçoes devidas a esta hipótese. Outros au­

tores recomendam a análise como a de um sistema de poços (ver,

p.ex., Széchy, 1965 e Herth e Arndts, 1973).

Uma outra maneira é estimar o espaçamento entre

ponteiras para se conseguir um determinado rebaixamento a par­

tir de ábacos empíricos. Estes ábacos são fornecidos por fabri

cantes de ponteiras (Moretrench, ~üdig, etc.) e construídos

com base em testes em diversos tipos de solo. A utilização de~

tes ábacos, além da limitação ao equipamento do fabricante, d~

ve ser cuidadosa porque são baseados em características médias

de cada tipo de solo.

3.2.2 Por Poços Profundos

Nos projetos de rebaixamento por poços, dispõe-se

de um grande número de fórmulas para poços perfeitos (penetra­

ção total) ou não, isolados e em grupos e para diversas formas

de alimentação do aquífero freático. Muskat (1937) apresenta

um dos trabalhos mais extensos sobre o assunto, tratado ainda

por Todd (1959), Mansur e Kaufman (1962) e Herth e Arndts (1973).

As deduções admitem as hipóteses de Dupuit e a homogeneidade e

isotropia do meio. As expressões assim obtidas para a vazao

são corretas, o que não acontece com as obtidas para a forma

da superfície de rebaixamento na proximidade dos poços.

Apenas do ponto de vista didático são apresentadas

algumas expressoes para um poço perfeito isolado e para um si~

tema de poços múltiplos num aquífero com alimentação distante.

Poço isolado com penetração total

19

R

Q

h

------:--~---=· :__ __ N~ original · 1 I . · 1 1 h •

1 1

~I 2rw i 1

Fig.3-1

A vazao é obtida por

Q = 7fk (H 2 -hi)

ln R/rw

e a equaçao da curva de rebaixamento e

h 2- h 2 + - w

R

r rw

H

r

(3-1)

(3-2)

As expressoes acima sao obtidas com as condições

mostradas na Fig. 3-1 na qual a superfície livre durante o bom­

beamento é tangente à superfície original a alguma distància R,

chamada Paio de infZuência do poço.

Observando que a expressão (3-1) é pouco sensível

ao valor do raio de influência, concluimos que qualquer adoção

razoável de R conduz a uma estimativa bastante precisa da vazão.

O valor de R depende das condições geológicas-geotécnicas do lo

cal, da duração do bombeamento e da altura do rebaixamento

Sichardt (1928) propos a expressao empírica,,

R = c h' /k' (3-3)

tendo encontrado o valor de c em torno de 3000 para as unida-

20

des em metro e segundo.

Quanto à curva de rebaixamento, diversos pesquisa­

dores apresentaram correções para o ponto de saída da superfí -

cie livre, que Schneebeli (1966) resumiu na Fig. 3-2.

LEGENDE

3,0

h 2 - h 2

1 w

'º I " "

1 o Boulto~

-l o Hall

V Zee Pelenon

Q/rrk

1 1

1 " "' ~~

1

,, ' '"

2,0

1,0 ""'" ' ~

1

u

o 1 10

Fig.3-2 (apud Schneebeli,1966)

et Bodr:

Babbilt et Caldwell

o u...,

' 'º " "'<.

100

\ \

h

r 2 .10 3

w Q/rrk

real 7 /

/ Dupuit /

A hipótese da homogeneidade'e isotropia do meio su

gere que a permeabilidade do local onde será executado o rebai~

xamento seja determinada pelo ensaio de bombeamento "in situ" ,

que submete o solo ao mesmo tipo de fluxo que ocorrerá na oca­

sião da obra e que é interpretado admitindo esta mesma hipótese.

A expressão (3-1) é ainda correta se considerarmos o meio homo­

gêneo anisotrópico desde que nela seja computada a permeabilid~

de horizontal. Schneebeli (1966) observou que a anisotropia pr~

judica bastante a eficiência de um poço no rebaixamento do len-

çol d'água. A eficiência será tão menor quanto maior a razao

kH / kv.

A

~

21

Sistema de poços múltiplos (caso geral)

º1 Qi

. 1 Opoço n

01 --11- · __ · li

~ r 11

p . 11 · n

'- p r H r.

1 1 h

11 l.

2 r3 o Oi A 2 o ~ 3

(a) Planta (b) Corte AA

Fig.3-3.

A equaçao da curva de rebaixamento e

Ri ri

(3-4)

Se todos os poços tiverem a mesma vazao (Q) e o

mesmo raio de influência (R) , tem[se

___gQ_ 1 n H2-h2 = (ln R -

i~l ln ri) TTk n

(3-5)

Fazendo

1 n I: ln ri = ln r n i=l

(3-6)

obtem~·se ·'

22

R

r

n

r = V ( 3-7)

Deve-se observar ainda que a capacidade dos poços

(isto se aplica também a ponteiras)·é limitada pela velocidade

máxima com que a água consegue percolar no solo, sob o efeito

da gravidade. Segundo Sichardt (1928) esta velocidade vale

V = lk"' 15

para as unidades em metro e segundo.

3.3 ALIVIO DE PRESSÕES

(3-8)

Como foi visto no item 2.3, o alívio de pressões

pode ser feito por poços de alívio (sem bombeamento), por po­

ços com bombas submersas ou por ponteiras filtrantes. Este úl­

timo processo pode ser projetado com fórmulas para trincheiras

artesianas como propõe Mansur e Kaufman (1962), Os poços de

alívio, com ou sem bombas, foram bastante estudados analitica­

mente (Muskat, 1937 e Middlebrooks e Jervis, 1947, p.ex.), por

analogia (U.S. Army, Corps of Engineers, 1963, p.ex.) e por m2_

delos (Turnbull e Mansur, 1954, p.ex.), dispondo-se de fórmu -

las e ábacos para poços isolados e em grupos e para diversas

formas de alimentação do aquífero confinado. Observe-se que o

fluxo sendo confinado, não se utilizam as hipóteses de Dupuit

e as expressoes para a superfície piezométrica são absolutamen

te corretas.

Com os poços penetrando totalmente o aquífero co~

finado, o fluxo é bidimensional (horizontal) e pode ser anali­

sado ainda por método gráfico,. como fizeram, por exemplo, Mansur

e Kaufman (1960) na eclusa de Port Allen e Zeevaert (1972) na

escavaçao para construção da Torre Latino Americana, em que ha

via realimentação atrás das cortinas de escoramento.

23

CAPÍTULO 4

O METODO DOS ELEMENTOS FINITOS NA ANÁLISE DA PERCOLAÇÃO

NO SOLO

o Método dos Elementos Finitos, originalmente;·',de "-~~ -

senvolvido para a análise estrutural, foi estendido a outros

campos da engenharia como a mecânica dos solos e das rochas,

percolação em meios porosos, transferência de calor, etc. En­

tre os que inicialmente utilizaram o método em percolação (es

tacioriária) estão Zienkiewicz, Mayer e Cheung (1966), Taylor

e Brown (1967), Liam Finn (1967) e Neuman e Witherspoon

(1970). A extensão a fluxos transientes, nao darcianos ou

não saturados, foi feita ainda por Witherspoon, Javandel e

Neuman (1968), Volker (1969), McCorquodale (1970), France ,

Parekh, Peters e Taylor (1971), Desai e Sherman (1971), Desai­

(1972 a, 1972 b) e Neuman (1973).

Atualmente, o Método dos Elementos Finitos pode

ser considerado um método direto do Cálculo de Variações.

24

4.1 CÁLCULO VARIACIONAL

Pelo cáculo Variacional (ver, p. ex., Mikhlin e

Smolitskiy, 1967 ou Mikhlin, 1970), dado o problema de va­

lor de contorno

A u = f

u = TI

em íl

em ôíl

( 4-1)

(4-2)

se A é um operador linear positivo definido simétrico

(Au,u) ~ O, (Au,v) = (Av ,u), (Au,v) = f íl v Au díl), a solu­

çao u 0 de (4-1) e (4-2) minimiza o funcional

F(u) = (Au,u) - 2(f,u) (4-3)

Inversamente, se existe uma função u 0 satisfa -

zendo a (4-2) que minimiza o funcional (4-3), ela satisfaz

à equação (4-1). A condição necessária para que seja minimo

um funcional F(u), é que sua primeira variação, ôF(u), seja

nula.

Isto se demonstra por:

Se u(x) E D(A), sendo D(A) o dominio de defini­

ção do operador A (conjunto das funções que cumprem com

(4-2) e que sejam continuamente diferenciáveis as vezes ne­

cessárias), e n(x) E D(A), também (u+n(x)) E D(A), se

D(A) é um espaço linear. n(x) é conhecida como "variação ad

missível 11•

Seja u 0 a função que minimiza F(u). Então

u = u0 + n (x) E D (A)

F (u0 + n (x)) = (A (u0 + n (x)) , (u0 + n (x)) ) - 2 (f, u0 + n (x))

F(uo + n(x)) = (Au0 ,uo) + 2(Auo,n(x)) + (An(x) ,n(x)) -

- 2 (f,uo + n(x))

25

A condição necessária para o minimo é que

8F(n(x))I =O

n(x)=O

uma vez que para n(x)=O, u=u0

8F(n(x)) l = 12.(Au0 ,8n(x)) + 2(An(x), 8n(x)) -

n(x)=O

- 2(f,8n(x))I .=O

n(x)=O

l(A(u0 + n (x)) ,8n (x)) - (f,8n(x))I =O

. n (x)=O

(Au0 - f,8n(x)) =O

Como on (x)

sibilidade de anulação

cálculo de Variações)

é uma função arbitrária, a Única

será dada por (lema fundamental

Aíio - f = O

Au 0 = f

po~

do

Pode-se demonstrar ainda que u 0 - u 0 , e e Única

(p.ex., Mikhlin, 1970).

No caso de fluxo bidimensional em meios porosos*,

o operador A é

-<-ª- (kx' -º-) + a (ky' +y>> ax ax ~ ov (4-4)

* _o estudo tridimensional nao envolve qualquer dificuldade

adicional.

26

para o sistema x,y coincidindo com as direções principais de

peril_leabiJidade X 1 , y I e

f = Q , Q = (4-5)

Qi para ~ E {~i}

onde ~i = {xi,Yi} é o vetor das coordenadas dos pontos i on­

de existe alimentação ou retirada d'água localizada, de va­

lor Õi (Fig. 4-1).

Fig. 4-1

·x -2

íl

. x. -l.

Adotando a carga hidraulica como a função u e p~

ra as condições homogêneas de contorno

H = H = o

2 onde asi = u aiíl e tal que a 1sin a 2íl =~, sendo~ o

i=l

vazio, o funcional (4-3) toma a forma

F(H) = (AH,H) - 2(Q,H)

(4-6)

(4-7)

conjunto

27

F(H) =

- 2Jíl Q H díl

Integrando por partes o primeiro termo (do 29

membro) , tem-se' ·.....__-~

+ J (k _1.!!_ _1.!!_ + k ,_1.!!_ _1.!!_) díl 2J Q H díl íl x' ax ilx Y ily ily - íl

Por (4-6) e (4-7), segue que

(4-8)

A minimização deste funcional<:.._.) conduz a

ilF(H) = ilH ax

o il H

ilx + ky• il H

ay o _1.!!_) díl -

ôy

il H ax

Vx + ky• ilH ily

Vy)oH dilíl -

- 2! <-ª- (k 1 _1.!!_) + íl dX X dX

ª (ky•-2.!!_)) oH díl - 2J o oH díl = o ily ily íl

Pelo lema fundamental do Cálculo de Variações, se

gue

a (kx•-2.!!_) + -ª- (k ,_1.!!_) + Q = o ilx · ax ily Y ily

,-), " em íl '(4-:-9)

e (condições de contorno)

H = H

28

pois õH = O

ª1º

e, corno õH e arbitrário em a2íl, tem-se

k 1 X

oH ax

oH ay

(4-10)

= o ( 4-11)

O significado físico de (4-10) é de carga hidrau­

lica prescrita e de (4-11) de contorno impermeável.

4.2 Mt:TODO DOS ELEMENTOS FINITOS-

Corno foi dito, o M.E.F. corno um método direto do

cálculo de Variações permite, dado um funcional F(u), deter­

minar urna solução aproximada de u0

, função que minimiza F(u).

Suponha-se íl (Fig. 4-2), subdividido em E subdomi

nios íle, chamados elementos finitos, tais que

íl .Oíl. - i , ]_ J

se i -1 j (4-12a)

E íl = u íle (4-12b)

e=l

1 2

Ne e

v---<>------0 3

(b) elemento e

29

Fig. 4-2

Define-se sobre íl, G

íl . J

(a) modelo global

pontos nodais globais x. -l.

i = 1,2, ... ,G e em íle' Ne pontos nodais locais e ~

N = 1,2, ... ,Ne, tais que

G (e) N (e) N 1 se o no N do elemento

e ~ = z íl x. íl i = e coincidir com o i do

i=l i -l.

modelo global

o caso contrário

o que equivale a impor a coincidência entre os pontos nodais

no contorno rij que separa íli e ílj.

Em cada íle adota-se a função de interpolação da

carga hidráulica ºNM (delta de Kronecker) ,

ºNM=l, ºNM=O se NfM

O para x díl - Y- e

sendo tN conhecida como função de interpolação local cor­

respondente ao nó N, ou

30

(e) j? ~ H =

onde ~T = l*1' 1jJ 2 , ••• , ljJNe 1

HT -N =IH1, H2, • • • ' ~el

De (4-12a) e (4-12b) tem-se que o funcional (4-8)

pode ser expresso por

E (e) F(H)= E F(H)

e=l

Exprimindo F((H)) na forma matricial tem-se

(e) k o 3 H

(e) (e) ( e) 1 x' élx (Hl díle

F ( H ) = fe

L..!!_, .ª-.!L a <Hi díle - 2! Q

élx ély o k íle y' ély

Se

(e) éllji élljJNe .ª-.!L =

__ !, ... , ~

élx élx élx

(e) 1 éllji "a~ = élyl, ••• , élljJNe 1 ély

H -N

ª*1 élljJNe ax ~

B = ( 4-13)

ª*1 élljJNe ãy ~

1

(e) 3 H ax'

(e) 1 .ª--JL. = (B H )T ay :..""N

31

e se k x' o

k = k x'y' = xy k o y'

então

F ( (R) ) = f HT BT kxy B ~ díle - 2 f HT

~ Q díle -N -N íle íle

. ' = ~ f BT k B díle) H - 2~ f !!! Q díle ( 4-14)

íle xy -N - íle

Onde a matriz de fluxo do elemento e o vetor das vazoes pres­

critas nos pontos nodais do elemento sao, respectivamente

ainda que

(e l BT díle ( 4-15) K = f k B íle xy

\ (e.)

1 Q(~!> '· • · ,Q(~el 1 T

.Q = !) ,jJ Q díle = -N íle -

Como oF(H) = O conduz à solução do problema, tem-se

oF(H) E (e)

= 8 l: F( H) = e=l

(e l

E (e) l: oF(H)=O

e=l

A contribuição de oF ( H ) a oF (H) sera dada por

(e l ôF( H)

(e) Ô i!N

=

(e l ôF ( H )

(e) ô Hl

(e) ôF ( H )

(e)

a HNe

(e) (e)

= 2 K ~ - 2 QN

(4-16)

32

De ( 4-16) chega-se a

oF (H) = K H - Q = o (4-17)

onde

HT = Hl' H2 ' ... 'HG 1

QT = Q(~l), ••• ,Q(~G>I

E (e) K = u K ( 4-18)

e=l

E (e) (4-19) º = u QN e=l

Por (4-18) e (4-19) se faz a montagem da matriz

global K e do vetor de termos independentes Q da forma usual

na análise matricial das estruturas.

Observe-se que os eixos x,y foram considerados

coincidentes com os eixos principais de permeabilidade do

elemento. Para trabalhar num sistema x,y fazendo um ángulo

e com x' ,y' (Fig. 4-3), precisa-se apenas em (4-14) utilizar

onde

R =

k xy -1

= R kx'y' R

cose - sen e

sen e cos e

(4-20)

33

y

y'

~---------------------~ X

Fig.4-3

34

4.3 FORMULAÇÃO PARA UM ELEMENTO TRIANGULAR DE 3 PONTOS

NODAIS

Procurando inicialmente estabelecer em coordena­

das globais as funções locais de interpolação, ~N' para um

elemento triangular de 3 pontos nodais (Fig. 4-4a), adota~se:

a função da carga hidraulica no elemento (e) do tipo linear

(4-21)

Escrevendo a equaçao (4-21) em cada ponto nodal

do elemento

Hl 1 e e xl Y1

~N = H2 = A A = 1 e e (4-22) Cl , x2 Y2 -H3 1 e e

X3 Y3

exprimi:se:; o vetor das constantes, ct , em função das cargas

hidraulicas nestes pontos

ct = A-l ~

onde

ª11 ª12 ª13

-1 1 A = ã ª21 ª22 ª23 =

ª31 ª32 ª33

35

e;, e e e e e e e e e e e e x2 Y3 - X Y2 X3 Y1 - xl Y3 xl Y2 - x2 Y1 3 1 e e e e e e = 26 Y2 - Y3 Y3 - Y1 Y1 - Y2

e e e e e e X3 - x2 xl - X3 x2 - xl

sendo 6 a area do elemento.

Substituindo (4-23) em (4-21), tem~~~)

ª11 + ª21x + ª31Y T

Hl

(e) 1 3 H = ª12 + ª22x + ª32Y H2 = í: ij)N (~) ~ a N=l

ª13 + ª23X + ª33Y H3.

de onde conclu±:=-:Se;;que

i/!1 1

(all + ª21x + ª31Yl = a

i/!2 1

(ª12 + ª22x + ª32Yl = a

Estas funções são ainda equação das superflcies mostradas na

Fig. 4-4b. A matriz B (de ordem 2x3, no caso) e obtida pela

equação (4-13)

Observando que todos os termos dentro da inte-

gral na equaçao ( 4-15) independem de x e y, segue que

(e) BT k Jíle·díle = BT k B /', K = B xy xy

(4-24)

y

1 e

2 ..__ ____________ x

(a)

ij,l

2 2 3 X X X

(b)

Fig.4-4

o

2 3

//

w

"'

37

CAPÍTULO 5

APLICAÇÃO A CASOS COM SOLUÇÃO CONHECIDA

Neste capítulo o Método dos Elementos Finitos e

aplicado a casos estudados por outros-métqdos,verificando-se

assim sua precisão. O programa utilizado é uma adaptação do

FPM 500, desenvolvido por Taylor e Brown na Universidade da

California, Berkeley. O programa permi~e analisar fluxo esta.

cionário, bidimensional e axissimétrico, confinado e não con

·finado.No caso não confinado, o programa determina a posi­

ção da superfície livre automaticamente, deslocando a super­

fície inicialmente arbitrada até que satisfaça às condições

de interface água-ar. A adaptação inclui a introdução da

subrotina WELPT, para a análise de rebaixamento por pontei­

ras, e da perfuração opcional de cartões em formatos compatí

veis com programas de elementos

-deformação de obras sujeitas a

finitos para análise tensão

percolação e com programas

para cálculo de estabilidade de taludes ou fundações por mé­

todos de equilíbrio limite. A saída de cartões pode ser uti-

lizada ainda para plotar redes de elementos finitos e/ou

equipotenciais (utilizando, p.ex., o programa "Numerical

Surface" da IBM). Uma melhor descrição do programa, bem como

instruções para .sua utilização, é encontrada em apêndice.

38

5.1 DRENAGEM DA ESCAVAÇÃO

Escolheram-se escavaçoes com escoramento por corti­

nas impermeáveis para as verificações de drenagem por bornbea.

rnento direto. O caso nao confinado foi estudado por Molnar

(1968) que pesquisou com 35 modelos elétricos (bidirnens io-

nais) a influência da espessura do aquífero e da penetração

da cortina (ficha) na vazao, forma da curva de rebaixamen­

to e gradientes hidráulicos.

Procurando comparar os resultados do M.E.F. com

os obtidos por Molnar, foram realizados 4 testes, dois com

penetração nula da cortina e diferentes espessuras do aquífe

roe dois com diferentes penetrações e mesma espessura do

aquífero. As redes de elementos finitos de entrada constam

das Figs. 5-1 e 5-2 e duas das redes de saída (depois de es­

tabelecida a posição da superfície livre) , das Figs .5-3 e 5-4.

Os resultados dos testes, superpostos com os de

Molnar, podem ser melhor apreciados em gráficos (Figs. 5-5 e

5-6) onde se-pode observar boa concordância dos mesmos.

Para o caso confinado,.o rnétodQ foi aplicado a

urna ensecadeira, com escavação parcial numa camada permeável

homogênea de espessura finita (Fig. 5-7a). A rede de elemen­

tos finitos utilizada consta da Fig. 5-7b.

A limitação das fronteiras laterais que estariam

no infinito, tende a reduzir a vazão (ver p.ex., Massad e

Mori, 1970). Assim, o valor obtido para Q/kh, 9,3, é 5% me­

nor que a média entre os limites 9,6 e 10,0 entre os quais

estaria compreendido o valor real, segundo King e

(1972).

Cockroft

A média dos gradientes nos 3 elementos que têm o

ponto nodal P (Fig. 5-7a) comum, 1,03, é bastante próxima do

valor fornecido em ábaco por McNamee (1949), cerca de 1,07

Contribuindo para esta pequena diferença para menos, está a

espessura da cortina de escoramento, desprezada pelos auto-

39

TESTE 1 83 Elementos, 105 pontos nodais

,. . '

2,0 15,0

TESTE 2 125 Elementos, 150 pontos nodais

. .• . ..

1

Fig.5-1

convençao <1 = pressao prescrita

,.

,.

, .

,-

,.

. ~

~

' .

.. ,_

,.

,. ~

4

1

4

-

6

,O

,O ..

,O

• o

40

. , TESTE 3 · 128 Elementos 156 pontos nodais

-

" , - 4 ,O

.

o,t .

' ' 2 ,O

.

. , TESTE 4 · 127 Elementos 156 pontos nodais

. ,. ~

4 ,O ,. ~

. , .

l,t ·- ·- . ·-,.

2 ,_ '.

,O

,

1 ,, 1-1 Tl 2,0 0,2 15,0

Fig.5-2

TESTE 2 -------------e::===~ -e::::== L-----~e:::::::::::~ 1-::.-

Fig.5-3

TESTE 3

----

Fig.5-4

h

t

43

-----1 -----

(a) Notação

1

1 . . 1

·1

O Molnar (1968)

N D TESTE N

0,6-,------------------------'--------~

Q/kh

0,3 1/h ce3,8

h/b =2 ,O

f =O

0,0 -1----,-----r-----r----.----~---~---~-....J o

Q/kh

2 4 6

0,6,-------------------~

1/h ,,3, 8

t/b =1,0 O, 3-

h/b '' _3

=2,0 -- r\ 4

0,0 ---t----------,----------~ 1

0,0 0,5 1,0

f/b

Fig.5-5

t/b

i 0,6 max

0,0

44

0,5

f/b

Fig.5-6

1,0 1/h ~3,8

t/b =1,0

h/b =2 ,O

45

h=5,0 -------------11 - -- --

1

2,0

• .,

2,0

1 1

1 2 o T l

0,2

p

. - ...

NT NA

• ( a)

(b)

Fig.5-7

2,0

9 8

NA

0,2

NT

2 , O

0,6

. • .. .

1 ..

l

128 elementos

156 pontos nodais

46

res acima citados.

5.2 POÇO DE REBAIXAMENTO ISOLADO

A Fig. 5-Ba mostra, à esquerda, um meio poroso

com um poço de rebaixamento de 0,30m de raio e alimentação a

6,00m e, à direita, sua representação em elementos finitos.

Como foi dito no item 3.2.2, poços isolados fo­

ram objeto de estudo em modelos elétricos e hidráulicos, o

que permite conhecer uma faixa em que estaria o ponto de saí

da da superfície livre (Fig. 3-2). Aplicado o programa are­

de da Fig. 5-Ba, obteve-se uma vazão de 9,5 x 10-4 m3 /s, bas

tante próxima (3%) da fornecida pela expressao (3-1)

9,2 x 10-4 m3 /s. A rede de elementos finitos de saída

(Fig. 5-Bb) tem o ponto nodal 7 a 1,69m, dentro, portanto,

da faixa mencionada acima.

5.3 ALIVIO DE PRESSÕES

O problema idealizado na Fig. 5-9 consiste numa

escavaçao longa em argi_la de permeabilidade muito baixa e

sobrejacente a uma camada de areia fina, a meia distância en

tre dois canais. Uma rápida verificação de estabilidade indi

ca que a escavaçao abaixo da profundidade 3,90m correria ris

co de levantamento do fundo.

Para estudar o efeito de duas linhas de poços de

alívio, de 50cm de diâmetro do filtro e espaçados de l,OOm,

nas pressões neutras na base da camada de argila, construiu-se

a rede de elementos finitos mostrada na Fig. 5-lOa. Devido â

simetria do problema, representou-se apenas a metade da esca

vação. A linha de poços foi assimilada a uma trincheira com

material de filtro, de permeabilidade l0-1cm/s. Todas as

fronteiras foram consideradas impermeáveis, com exceçao da-

47

.

-~ ' . . . .

3,00 k=l0- 4

. m/s 1.

o. ·5of-. . ·,

/ / / / /

' J"

(a)

-------/~---~

1 7

V ------1...----" ~

1

~ r--...

(b)

Fig. 5-8

42 Elementos, 56 Pontos Nodais

,_ . , . REDE DE

ENTRADA ,. ,_ ,.

11

NT

2,8 -8 k=lO cm/s

NA

o

""' (X)

3,0

1 O 11

3

li

=l,6t/m

11 li

Ysat

:1 4,0 i1

'I 11

li r

-+t-, 50 8,0 . 3

k=5·10- cm/s

28,5 4,5

Fig.5-9

49

quelas entre os pontos nodais 154 e 162 (com pressão hidrostã

tica de 11,0 a 3,0 t/m 2) e 45 e 54 (com pressão 1,0 t/m2 ). o

diagrama obtido para as pressoes na base da argila consta da

Fig. 5-lOb e a vazão fornecida pelo programa, 2,6 x 10- 5 m3/s

por metro transversal, concorda com a obtida por fórmulas (co

mo a que consta do U.S. Army, Corps of Engineers, 1952),

2,7 x 10-5 m3/s por poço. o estudo da penetração mais econômi

ca dos poços para se obter uma determinada segurança, pode

ser feito facilmente atribuindo-se sucessivamente aos elemen­

tos na coluna dos poços o material 2.

45 54

i 8,0

,

136 Elementos

162 Pontos Nodais

* 00 o o o . ri ri

50

33,0

1 .

Material 1

Material 2

..

162

. . . . . . . . . . 154

-5 k =k =5•10 m/s x' y' -3 k =k =10 m/s x' y'

(a) Rede de elementos finitos

N 8

" .µ o o . M

(b) Diagrama de pressoes

Fig.5-10

51

CAPÍTULO 6

APLICAÇÃO A OBRAS

Pela aplicação do método a duas obras de rebaixa

mento das quais se dispõe de alguns dados e observações, pr2

cura-se verificar sua adequabilidade a análise de problemas

reais.

6.1 INTERCEPTOR OCEÂNICO - Rebaixamento do lençol d'água por

ponteiras filtrantes

Para a ligação do Interceptor Oceânico sob o de­

pósito da Antártica na rua Gal. Severiano, executou-se esca­

vação de 48,0m de comprimento, 3,90m de largu_ra e 8,60m de

profundidade, escorada por paredes de concreto armado molda­

das no solo e estroncas metálicas (ver Figs. 6-1 e 6-2).

O subsolo local é constituído por camadas de

areia fina compacta de diferentes colorações até uma profun­

didade média de 25,0m, onde começa o embasamento gnaissico

o nível d'água médio está na cota -4,0m (ver Figs. 6-3 e

6-4) .

O rebaixamento necessário no interior das pare -

des, da ordem de 6,0m, foi conseguido em dois estágios. O

primeiro estágio, com o coletor assente sobre a primeira li-

5 2

Fig . 6- 1 Vista da Escavação

1· 'í o "' ____::;,_

53

3 90 ' -~-

1 \ •0,00: NT

rõ- I!! estágio

1

PI.ANTA escalo 1: 250

e desligado>

E o o r:

MORRO DO

PASMAOO

E

8_ Q

\

"' ll:: U)

\ \

\

~l ~· FURO A

TRADO

...

"'

E o 1/)

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1iil ~_)%

1 -4,00: NA original A E 1 8 ..-- ·Q

q- A

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_J,_ ITT--

4,60

~ l % ,_ 1%; ,40_J,_

,IT 1

r;;;

-~ ~ 22

CORTE AA

escola 1:200

V ~

2 2 est

- 8,60 1 em

.ll

-11,00 __!l_

Fig.6-2

ágio • - 5.90 operação)

E o o o

E o o

l

. 1 ll:: U)

,t -~ 4,50 m . ... ii! o ~~ !li a:

<~ :, "' a:

N• 1

a: "'

-­f • . ~.,

.:..:·

AF~EIA

. AREIA Fl~lA

··,-· .: ·'•',.

·;

SR-1 SR-3 20,00rn

------··

2~/ao -------~--------,---,-~

AO/\ B/30 -1,4~--:----,--...,.--,.--,--..,-,----,- -+:--~ UHHM Nlrn I i;.:c':=-----,-_:_,..,.-~~--,- -..,----ANl'I A flNA' _ SHEI.BY -------,------::- "'"' M ESCURA z,uo- À MÉDIA_, M_ARRO SHELBY. AF~EIA FINA

16/30 3 4!1 ' ·

21/30

2"..!/30

-- '--~,.t:f..==--~-AREIA FINA A SI L TOflA' MAHfWM MÉDIA' rouco

22/30

29/30

2.5/3(ó

28/30

27/30

2B/30

26/JC

8/30

2'(/30 FINA 23/30

25/jQ

26,'~m

CLARA ..

AREIA E SE:IRANQUICAOA FINA 1

. ' . ,-:fr ' p,'/

' /-;T' /:::::.i.

,.

· · · FACOIDAL

/' .· #. ONAIB~SE A I .,/::·

.· :ur_J ' '/.· ·.-. ,·,, -~ ,,· ;;.{i-'/(.-- _; 1 _ (:.-

eÃo

Fig,6-3 • 1· r -­!r r- , "' ,,.,,., .- '

,-,~ ~ . ·rr- :·

14/30

.15/30

18/30

22/ 30

7.0/30

i..'.2/ 30

24/ 30

23/ 30

21/ 30

24/ 30

25/ 30

' . ' ... .,_, ~:::\'-.:~- ,•' .... 400~ -·. · .· ~1\Et:.. · .·~---..,--~-

SHELBY

, ...

2 .1,00:...__ _ _:__ __ ~~-:c~:-. ·

A · MEDIA

ESCURA

-,-·--.

-:--------:--------,..---.. __ FINA A MÉDIA

AHEIA CIN',.'j\ ESCURA ARCHLOSA

... - 30,lOm ,, ,- ~.-

= ~

~~-----:--:--:--::~~;,2~0~,;0~0~m;~-;::I~====:;1::::==---SR- 2 ;,;~,.,, ~" ' 0,. ~ "'" --:-,----:- . .. .

---:----:----~-:----- J~~J ----,~·~··~E~i°A~.~·~'.":·~·~·--:-~··~·::·:·:~--:----:----:---:--~=:-:·.1J1~.~E,~}~B~J~~~~-·· .• · ... · l9/30 1,46 . . . A MARROM CLAR!L 'f

-,-:---:-,~--:-:-~:---e--:-'"~.· · 1 SHELBV A '-1E01

. AREIA ~INA •A ESCURA -,----:--:--· ..... L .. F .. _ · ··i.130 ~- · SHE~BY

~-:---. 5;--;i6

SR-4

. 2l/

POUCO AREIA FINA RA · CLA SILTOSA CINZA

Fig.6-4

. 23/30 '.

23/30

28/30

AREIA

26/30

. 215/30

. 3.1/23

23/17

.r"BRANQUIÇADA f lNA s:...> .

'A C!N~A

........... ~ ·.

. l! /30

l~/~O 19/30 . 20/ 30 · 20/30

20/30

21/:,0

23/ ~o• 22/30

. 23/,q

. 24/ 30

. 24/ · l8,4&m

'~ ..

·.u, : u:,

. -... __ ...: ·, ~-- .

. · ---- -----:

---------- ------ ----

56

nha de estroncas, permitiu a escavaçao até a cota -7,0m,quag

do então foi colocado o segundo estágio, com o coletor naco

ta média -5,90m. A este coletor estão ligadas 27 ponteiras

de 11/2" de diametro e 7,00m de comprimento com os 0,40m f!

nais perfurados. A bomba (autoescorvante) ligada a este se­

gundo estágio tem 7,5 HP.

Medições na descarga do segundo estágio indica -

ram uma vazão média de 3 1/s. No interior da parede, a agua

atingia o topo do trecho filtrante das ponteiras (aprox.

-10,50m) o que foi revelado pela vazão intermitente da bomba

(as ponteiras admitiam ar).

A permeabilidade da areia foi estimada por fórm~

las. Estas fórmulas podem ser classificadas em dois grupos :

(a) correlações empíricas entre uma Única propriedade física

do solo e sua permeabilidade, e (b) relações teóricas ou qu~

se teóricas entre uma ou mais propriedades físicas e a per­

meabilidade. Duncan et al. (1972) fazem uma extensa análise

destes métodos, da qual apenas um quadro resumo (6-1) é apr~

sentado. Utilizou-se as expressões de Hazen e de Sherman e

Banks uma vez que se dispunha de curvas granulométricas da

areia (Figs. 6-5 e 6-6). A equação de Hazen foi obtida de en

saios de permeabilidade em areias com diâmetros efetivos en­

tre 0,1 e 3 mm e coeficiente de uniformidade (C) não maior . u que 5. A expressão de Sherman e Banks foi obtida de ensaios

em materiais uniformes com porosidades entre 35% e 45%. As

duas expressões se aplicam tanto a areias peneiradas como a

materiais de depósitos naturais (sedimentos aquíferos apenas).

A aplicação das referidas expressões à areia da

obra do Interceptor Oceânico (Quadro 6-2) mostra que os val2

res fornecidos pela segunda expressão são superiores. Acred!

ta-se que isto se deve à inadequabilidade da expressão de

Sherman e Banks a areias de compacidade elevada, como a do

caso, que deve apresentar porosidade inferior à faixa para

57

Equation Reference Defini t:J.on o f the T1;rm.s

Hazen 1 in Taylor DlO . 10 percent size, cm

k = 100 D2 . (1948) 10 k . cm/sec .

2 u.s. Army Corps of nso . 50 percent size, cm

k = 45 nso Engineers, Sherman and Banb· (1970) k - cm/sec

Kozeny, in Carman e . Kozeny_ constant, 0 0. 5 f~c

cn3 (1956) all crase secti~n shapes

k • s - surface area of solid

TS2 per unit bulk volume,

-1 cm

T . tortuosity, k ~ cm2

3 Kozeny-Carman in ko . pvre shape factor ~2. 5

k = n Carman (1956) T = tortuosity =l?l = -y-i. 2 2 2

k0

T s0

(1-n) 50 = specific surface, cm-1

cen3 Sullivan (1942) in e = p~re shape factor

k = Scheidegger (1960) e = particle orientatícn S2(1-n)2 fact::or '\t tortuosity o

Pirscm (1958) ~ = particle shape factor fo·r . n3 interna! r~ughne5s,~ 2.5

k • 2 2 t = p:ire shape factor, ""' l. to

tTt 5

50

(1-n) s 1.27

Taylor (1948) e . pare shape factor, 1/2

3 for circlea 1 1/3 for

k = ~D2 parallel places; e= void l+e s ratio; D = diameter of a

sphericaf grain which has sarne specific surface as an average soil grain

Kozeny-Carman ~. = particle shape factor,

~; n3 Table 3.

2 e - pore shape factor 2. 36 k = 2 0so (Ward, 1966)

36CT(l-n) T - tortuosity = 2.0 (Ward, 1966)

~2 n3 Kozeny-Carman d l

xi :::2 weight

i - xi ;

s m n fraction of k -

36CT(l-n)2 l: m

dpi total parti-i•l eles of dia-

meter, d pi

Kozeny-Carman in M . geometric mean grain size, ~2 3 M2 Ward (1966)

g cm. s n ••

k -o - geometric standard devia-

36CT(l-n/o foo g tion of the particle size g

g distribut.ion

Quadro 6-1 Equações de Permeabilidade

(apud Duncan et al., 1972)

- -

1

,1

11

1 1

1

1 1 11 1

10

58

Furo Prof. (m)

S-1 2,00-2,33

----- S-2

------ S-3

-· ·~ t ,-~~ ,, J

1 '

1\~ 'i 1 ~'. 1

l'

r 1

1

1 ' :' 1

' 1

1 111

' '

1 li 111 1

y 1

J. ' 11 ' 1 i\\' ~· " _ l I I I

·~ 1 • 1 :t r::±::: 1~ 1~

1 0,1

Diâmetro dos grãos em mm

Fig.6-5

-

1

2,00-2,38

2,00-2,45

1

1

1

1

1 1

,1 111

100%

0% 0,01

1 1

11 1 1 1 -

1

i 11 1 1,1 1

10

- 1~ 1

1

1

1

1

11 ,

r 111 1.

1

1

59

~ 1'

Furo Prof. (m)

S-3 4,00-4,45

S-3

S-4

6,00-6,45

2,00-2,40

1

1 \'

.~1.

K w 1 ·:

~r1J 1 'I 1

'~

.1 :~ 1 1 1 11

1 \ ' l 1 . i' ' 1

1 I 11

' 1

1

il

*-;íl 11. '

1\

1 1

\ tfkt ~ il

1 ~~ 1 '

0,1

Diâmetro dos graos em mm

Fig.6-6

li 1

1

1

1 i '

1

'

1:

1

1

1

1

1

1

1

100%

0% o ,iill

60

a qual a expressao foi estabelecida.

0 10 D60 0 so cu k=lOO D2 10 k=45 o; 0

SONO. Prof. (rrun) (rrun) (rrun) (cm/s) (cm/s)

Sl 2,00-2,33 0,18 0,27 0,26 1,5 0,032 0,030

S2 2,00-2,38 0,18 0,27 0,26 1,5 0,032 0,030

S3 2,00-2,45 0,14 0,27 0,23 1,9 0,020 0,024

S3 4,00-4,45 0,08 0,26 0,22 3,2 0,0064 0,022

S3 6,00-6,45 0,06 0,24 0,20 4,0 0,0036 0,018

S4 2,00-2,40 0,18 0,28 0,26 1,5 0,032 0,030

Quadro 6-2

Adotou-se assim para permeabilidade da areia o valor médio for

necido pela expressão de Hazen aplicada às amostras retiradas

na região sujeita a percolação, 5 x 10-3 cm/s.

Para a análise por elementos finitos, o fluxo foi

assimilado a bidimensional, com influência dada pela equaçao

( 3-3)

~~!'=': c h' /k = 3000 x 6,0 Is x 10-s "' 120,0m

A rede de entrada (Fig. 6-7) tem os pontos nodais 8 e 9 ( tre-

cho perfurado) com vazão prescrita que, de acordo com

ma, é aumentada até que um ponto da superfície livre

uma posição pré estabelecida (ponto nodal 10 atingir

o progr~

atinja

-10, 20m).

Para esta situação, a vazão retirada

0,00006 m3 /s que, multiplicada pelo·s

ce 2,9 1/s. A rede de fluxo de saída

pelas ponteiras era de

48,0m de escavação, forne

(Fig. 6-8) apresenta o ní

vel d'água atrás da parede na cota -7,20m. Uma verificação de~

te nível d'água no centro da obra, para onde é válida a presen

* 1

-8,5 o

) -10,59, 8' l-

-~

-17, O

-25,0

~

--

-4,00

l

/ ~ / ~ / ~

/ ~ / ~ / ~ ..

127 Elementos

144 Pontos Nodais

.

~ / ~ / ~

120, O

Fig.6-7

. °' f-'

62

1 . 1 - - -- - 1

1

I / --- --- \~

~< , / / -- V ~' ' \ t / /

1 --

'

' \ '

, I / / y ~ , I / --

O,

t t I I / / 1)( t \ ' I 1~ / --- ---, ... -- ... --· t--.,

\

1/ 1

\ \ r- f - -- - 1

1, 1 ./ 1~

1

~L-' 1

e.'( 1, ' - - - 1º·3 1

0,2

\ \ ' ' --- - - 1/! ' ' r- ._.__ - - - ~! -

. .

Fig. 6-8

63

te análise, nao foi possível devido à utilização do local pa­

ra passagem de caminhões e da escavadeira. Pode-se apenas ob­

servar o nível d'água, a -6,60m, num furo a trado (Fig. 6-2),

feito para a instalação de ponteiras adicionais atrás da par~

de e próximas às cabeceiras da escavação onde a água encontra

va-se mais alta que no centro e surgia no fundo.

O diagrama de pressões neutras nas paredes de es­

coramento, necessário a seu cálculo de estabilidade, e também

fornecido pelo programa e consta da Fig. 6-9.

-8,60

9,17t/m

l 1

9, 38t/m

Fig.6-9

64

6.2 HOTEL MERIDIEN-COPACABANA - Rebaixamento do lençol d'água

por poços profundos

A construção de três pavimentos de subsolo e fun­

dação em radier para o Hotel Meridien-Copacabana, exigiu esca

vaçao de 12,70m de profundidade (Fig. 6-10).

O subsolo local é constituído por uma camada su­

perficial de aterro até a cota -1,00m { 0,00 no topo do meio

fio da Rua Gustavo Sampaio) e de areia fina, cinza clara, me­

dianamente compacta a compacta até a cota -3,00m, onde se en­

contra o lençol d'água freático, passando a muito compacta.

Abaixo da cota -17,00m, a areia apresenta cor cinza e fragme~

tos de mariscos. Embora as sondagens dentro do terreno do ho­

tel tenham parado a -20,0m, as realizadas em terrenos próxi­

mos indicam que a camada de areia atinge cerca de 30,0m de

profundidade.

Como a escavaçao iria abranger toda a área do ter

reno, adotou-se o escoramento por paredes de concreto armado

moldadas no solo e tirantes pretendidos, solução esta sugeri­

da ainda pela proximidade de um prédio vizinho {av. Atlântica

1010), com fundações assentes na cota -6,00m {ver Fig. 6-11).

O sistema de rebaixamento do lençol d'água adotado foi de po­

ços profundos com bombas submersas internos à escavação, devi

do à grande altura a ser rebaixada (cerca de 10,0m). 10 poços

foram dispostos no perimetro da escavação e 2 próximos ao cen

tro (ver locação dos poços na Fig. 6-11).

A execução dos poços constou das seguintes etapas

(ver Fig. 6-12):

- escavação de 60cm de diâmetro por trado mecânico auxiliado

por bentonita até cerca de 16,0m de profundidade

- instalação de um tubo de diâmetro 60cm no terreno até a co­

ta -19,SOm (escavando o restante por piteira no interior do

tubo)

65

··:j ~~:\ . .. ,.~::-:;iú~: .:,i t

o ,-f

1 \D

CONVENÇÃO

+ +

Poço Prof.

l?iezometro

PLANTA escala 1:250

Fig.6-11 \

:,,, <: . '11 ~ H z íl tTJ (/J :,,, H (/J :,,, tJj tTJ t<

R. GUSTAVO SAMPAIO 2+-3+ 4+-

2+ 39,74 o

/ 3+ (X)

VI

+1 ' 4+ :,,, <: . w

"' :,,, rt ,o >-' (X) 01 ::, rt "' /~· "'

:;/ 'PJ a+ 1 +s a/i o/>-' 6+ o

>-' o

00

>-' -39,40

(X)

o

::::::::====================::::::E========::::::J 8 10+ 9+

AV. ATLANTICA

67

alimentação e

controle da bomba

b

K

. . . . . .

. .

brita nQl .

.

tubo f3 0,30

.

. . .

eletrodo

-14,00

eletrodo

-16,50 . . . .

omba submersa

SB-BPD 262/2 .

1

1 ' ' 1

' 1

1

1 1 1 1 1

1

1

1 1 1

1 1 1 1 1 1 il

1 1 ~ 1: 1 ~I 1 :i;.L , ..... . 1~ it]

.T. y "

NT= -0,50 . . . . .

. . . . ' •

. poço f3 0,60

, . • .

.

. . 1

. . . Fig.6-12

. 8,00

.

.

. i

.

0,50 :..19, 5 o . sz

68

- retirada da bentonita por lavagem do interior do tubo

- colocação do tubo parede do poço, de diâmetro 30cm, ficando

cerca de 50cm levantado do fundo do furo

- enchimento lateral com brita n9 1 ã medida que se levantava

o tubo externo

- instalação da bomba submersa, tipo KSB

(30 a 3~ m3 /h), no interior do poço

modelo BPD 262/2

- colocação de eletrodos para controle do nível d'água no in­

terior do poço, nas cotas -14,00m (liga a bomba) e -16,50m

(desliga a bomba).

Para um melhor acompanhamento do comportamento do

lençol d'água sob bombeamento, foram instalados 11 piezome­

tros tipo Casagrande, diâmetro de l" e base na cota -19,50m,

entre 25/4 e 10/5/73 (ver locação dos piezometros na Fig. 6-11).

Durante a operação da instalação de rebaixamento, observou-se

que as bombas trabalharam com sua capacidade plena e sem in­

terrupção. Leituras efetuadas nos piezometros no período de

1/6 a 15/7/73 indicaram uma constante oscilação em seus ní­

veis, dentro de uma gama de -10,0m a -12,0m, motivada princi­

palmente pelas marés. O nível d'água no interior da escavação

foi encontrado, em alguns pontos (a meia distância entre po­

ços), em torno da cota -12,0m. Como a escavaçao deveria atin­

gir -12,70m, um estágio de ponteiras filtrantes foi aí insta­

lado, a partir de 15/7/73, permitindo o prosseguimento dos

trabalhos. A presente análise está restrita à fase da obra em

que apenas trabalharam os poços profundos.

Devido ao programa utilizado tratar apenas casos

bidimensionais ou axissimétricos, assimilou-se o problema a

segunda opção, o que permite somente uma análise aproximada

Foram utilizadas três redes de ·elementos finitos (Fig. 6-13),

com fronteira lateral (raio de influência) a 102,0, 155,0 e

-3,00 -1

0,30 19,50 0,60 ._.._

-13,0 ~

- 5,70 D _,,,,-

"--,/'

'-----1

/

"" "" 1

"" "" Rl =

R2 = R3 =

REDE 1

REDE 2

REDE 3

102,00 m

155,00 m

245,00 m

Fig.6-13

343 Pontos Nodais, 309 Elementos

357 Pontos Nodais, 321 Elementos

399 Pontos Nodais, 357 Elementos

~

~

~ / ~ -30,00

-

"' "'

245,0m. Como o nível d'água médio no interior dos poços nao

deveria estar muito abaixo da cota onde foi encontrado na

escavaçao, adotou-se este nível a -13,0m:

Aplicando o programa às três redes, observou-se

pequena diferença na forma da superfície livre nos três ca­

sos que, no fnterior da escavação subiu a -12,60m e no exte­

rior desceu a -10,00m (Fig. 6-14). A rede de fluxo (a posi­

ção das equipotencias apenas) apresenta, naturalmente, dife­

rença nos três casos, sendo que esta diferença é decrescente

com o aumento do raio de influência. As pressões neutras me­

dias fornecidas pelo programa para o raio de influência a

155,0 e 245,0m nos pontos nodais 158 e 189 ( correspondentes

aos piezometros interno··, e externos, respectivamente) são 7 ,9

:_.~; e 8,5 t/m 2• Assim, pi~;ometros colocados nestes pontos te­

riam seus níveis a -11,6 e 11,0m, dentro, portanto, da gama

observada na obra. _2

Para a permeabilidade de 2 x 10 cm/s, estimada

para a areia na região do fluxo com base na observação dor~

baixamente para o Interceptor Oceànico de Copacabana, obser­

va-se que o raio de influência proposto por Sichardt (1928)

R = c.h'.. . /k = 3000 x 9 ,0/2 x 10- 4 " 380 ,Om .,

nao deve ter ocorrido devido a proximidade do mar (cerca de

250, Om) e à ação das marés. Plotando-se o gráfico vazão-raio

de influência (Fig. 6-15) pode-se observar o mesmo, lembran­

do que a vazão retirada pelas bombas era de aproximadamente

O,lm 3 /s.

1

/ _.....

\ / X

' ' - - - ' ' - - - -- /\ ---- \ / __...r - --- ' / --- - \

-- ....___

' I / --- --- ' I'~ / \ - \ -- ' ~ I / / __..... -- ........ i - ~ ----- \ 1

' ~ I I / --- --, ~ 1 1 - -- --r 1 --' ' \ I I / -!

1 1 - --- -- i,.. 4 . ~ f I --! --- \ - \ I --- --- ~ i,.. .~

. 1

\ \ t t I I ~ ~I

1, 1 -\ ~ --1 1 1 1

\ , 1 --\ \ \ \ \ \ --- .\'

1/, ' i-.. ~ 1

I 1

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' \ \ ' ' ' i-.. , ___

1 .,,..--' -- 1

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\ : 1 _,,, \

' ' ' ' ..... ---/ , -- , \ //' .

1 \ \ ' ' ' ' ' ~ ~ ---.

1 - I

I '-1/

1

\ \ ' ' ' ........... i-.. ~ 1-- .... -- 1 -I o I I , '

' ....___ -1- ........_ - - - ~ -- ,-- ~ -- -- 1

I ,

0,1 0,2 0,3

Fig.6-14

72

0,2

Q O, 1

(m 3 /s)

o 100 200 300

R (m)

.. Fig.6-15

73

CAPITULO 7

CONCLUSÕES

Os resultados obtidos nos capítulos 5 e 6 permi­

tem concluir que o Método dos Elementos Finitos e perfeitame~

te adequado à análise do controle da água em escavações, po­

dendo tratar sem dificuldade casos com condições de fronteira

complexas.

Os elementos utilizados nas aplicações (triangu -

lar de três pontos nodais ou quadrangular formado por quatro

destes triangulares) fornecem resultados bastante precisos se

forem adotadas redes mais finas nas regiões onde há grande va

riação dos gradientes hidráulicos.

As aplicações as obras no capítulo 6 mostram a

vantagem de se dispor de um programa tridimensional. Este pr2

grama .poderia utilizar um elemento isoparamétrico, matematic~

mente mais refinado, que permite a discretização do meio por2

so com um menor número de elementos.

Para se utilizar toda a potencialidade do método,

e necessária uma avaliação precisa da permeabilidade e de sua

distribuição no meio. Assim, impõe-se estudos mais apurados

74

da permeabilidade através da realização de programas de en­

saios cuidadosamente elaborados face as características do

terreno, submetendo-se, quando conveniente, os resultados a

tratamento estatístico.

Recomenda-se ainda a instrumentação de escava­

çoes para observação dos resultados do controle da água, a

fim de que se possa avaliar a confiabilidade nos parametros

e no método de análise adotados, única maneira de se aprimo­

rar uma técnica.

Como em qualquer método aproximado, os resulta -

dos do M.E.F. precisam ser cuidadosamente interpretados, cog

siderando as hipóteses matemáticas feitas e as dificuldades

numéricas inerentes à resolução por computador.

O Método dos Elementos Finitos nao substitui o

trabalho de julgamento do engenheiro no tratamento de um pro

blema, constituindo, porém, uma ferramenta auxiliar valiosa

na quantificação dos fenomenos envolvidos.

75

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NOTAÇÃO

b

c

E

f

G

h

h'

H

87

- semi largura da escavaçao

- constante

- numero de elementos finitos da rede

- ficha

- número de pontos nodais globais

- altura; altura da agua

- altura rebaixada

- altura da agua num poço

- altura do ponto de saída da superfície livre

- carga de posição

- carga piezometrica

- carga hidráulica (total); altura da água num

aquífero freático antes do rebaixamento.

i

k

k X

k V

1

n

Ne

p

Q

r

k , k y z

r,h

r w

R

V

88

- gradiente hidráulico

- coeficiente de permeabilidade (de Darcy)

- coeficientes principais de permeabilidade

- coeficientes de permeabilidade segundo x,y,z

- coeficiente de permeabilidade na direção ho­

rizontal

- coeficiente de permeabilidade na direção ver

tical

- distância da alimentação

- número de poços num sistema de poços múltiplos

- número de pontos nodais locais

- pressao no fluído (água)

- vazao

- raio

- sistema de coordenadas cilíndricas

- raio do poço

- raio de influência

- velocidade de percolação aparente (de Darcy)

x, y, z

x', y•, z'

u

n

y

89

- sistema de coordenadas cartesianas (utiliza­

do na definição da rede de elementos finitos)

- sistema de coordenadas cartesianas segundo

as direções principais de permeabilidade

- união

- interseção

- peso específico do fluído (água)

- delta de Kronecker

- área do elemento triangular

90

APfNDICE

MANUAL DE UTILIZAÇÃO DO PROGRAMA FPM 500/ESCAV

Podendo utilizar os sistemas IBM/360 e 370, o

programa FPMSOO/ESCAV encontra-se gravado em disco no Nú­

cleo de Computação Eletrônica da Universidade Federai do

Rio de Janeiro, sendo necessária para sua utilização uma au

torização da COPPE-UFRJ, Programa de Engenharia Civil. Sua

finalidade é a análise de fluxos bidimensionais ou axissimé

tricos, estacionários, obedecendo a lei de Darcy. Na análise

de fluxo não confinado, o programa apresenta a facilidade

de determinar a posição da superfície livre por

iterativo.

processo

O programa consiste em um programa principal

(MAIN) e nove subrotinas ( MESHIN, WRMESH, FORM, WELPT,

QDFLOW, TRIFL, MODIFY, SYMBC, ELFLOW) e utiliza tanto o ele

mente triangular de tres pontos nodais (Fig. A-la) como o

quadrangular formado por tres destes triangulares que so­

fre.]) condensação estática do nó interno (Fig. A-lb).

91

K = L

I J

{a)

Fig.A-!

L

/

I

(b)

K

/ /

J

Na análise de rebaixamento do lençol d'água por

ponteiras filtrantes, prescreve-se vazão (inferior à espera­

da) nos pontos nodais correspondentes ao trecho perfurado

das ponteiras e fornece-se ainda (cartão h) um incremento p~

ra esta vazão, bem como um ponto nodal de cheque e sua orde­

nada de cheque.

exemplo

Ponto Nodal de Cheque

4-folga4

ordenada de cheque

Sup livre .

------ -~

/ -~escavaçao prevista /

// ,

,/

/O

/o

Fig.A-2

92

o programa faz, através da subrotina WELPT, sucessivos in­

crementas na vazão inicialmente prescrita até que o ponto

nodal de cheque atinja sua ordenada. No rebaixamento por P2 ços profundos, prescreve-se pressão (hisdrostática) nos pon

tos nodais do poço a partir de um nível d'água escolhido

nível este que será mantido pela bomba submersa.

Para a entrada dos dados, faz-se inicialmente

uma representação em elementos finitos do domínio do fluxo.

Elementos e pontos nodais devem então ser numerados, de bai

xo para cima e da esquerda para a direita, em duas sequen-' cias, ambas começando por 1. O seguinte conjunto de cartões

define numericamente a análise a ser feita:

a) CARTÃO DE IDENTIFICAÇÃO (12A6)

Coluna

1 a 12

13 a 72

(, :~ --- ci?.!; -....___...- - __ .,~ ---FPM500 /E S CA V

Título do Problema (será impresso junto com

os resultados)

b} CARTÃO DE CONTROLE (6I5, I3, I2, FS.3, 3Fl0.3, IS, FS.3)

1 a 5

6 a 10

11 a 15

16 a 20

21 a 25

26 a 30

Número de pontos nodais

Número de elementos

Número de materiais diferentes

Número de pontos nodais deslocáveis (na su­

perfície livre)

Tipo de problema I O = fluxo axissimétrico

1 = fluxo bidimensional

Número de cartões de vazão prescrita na fron

teira (cartões f)

93

33 Subrotina Welpt nao será utilizada

sera utilizada

o = nao perfu-

ra

1 = perfura os

potenciais

nos pontos

35 Tipo de perfuração de cartões nodais

36 a 40

41 a 50

51 a 60

61 a 70

71 a 75

76 a 80

(formato 2Fl0.7) 2 = perfura as

pressoes

nos pontos

nodais

Peso específico do fluído

Cota de referência do potencial

Carga hidráulica disponível nesta cota

Fator de correção da superfície livre (adotar

entre 0.5 e 1.0)

Número máximo de iterações para determinação

da superfície livre

Erro tolerável

c) CARTÕES DE IDENTIFICAÇÃO DOS MATERIAIS (IS, 2Fl0.0). Um

cartão para cada material.

1 a 5

6 a 15

16 a 25

Número do material

Permeabilidade principal 1

Permeabilidade principal 2

94

d) CARTÕES DE PONTOS NODAIS (2I5, 3Fl0.0). Um cartão para ca

da ponto nodal.

1 a 5

9 a 10

11 a 20

21 a 30

31 a 40

Ponto nodal

Codigo

1 = nó com pressao prescrita

O= não há pressao nem vazao prescrita no no

-1= nó com vazão prescrita

Ordenada x (ou r)

Ordenada y (ou h)

valor da pressao ou da vazao prescrita, se for

o caso

Os cartões devem estar em sequência númérica. Se

cartões sao omitidos, estes pontos nodais são gerados em in­

tervalos iguais numa linha reta entre os pontos nodais forne­

cidos em cartão. o código é tomado como zero. Uma perfuração

auxiliar (1, por ex.) na coluna 7 faz com que o código do caE_

tão seja reproduzido nos pontos nodais gerados em seguida e o

valor da pressão ou vazão prescrita é distribuido linearmente

entre a deste cartão e a do próximo fornecido.

e) CARTÕES DE ELEMENTOS (6I5, FlO.O). Um cartão para cada ele

mento.

1 a 5

6 a 10

11 a 15

16 a 20

21 a 25

26 a 30

31 a 40

Elemento

NÓ I

NÓ J

NÓ K

NÓ L

Número do material que constitui o elemento

Ângulo em graus entre a direção principal de

permeabilidade 1 e o eixo x (ou r).

95

Os cartões devem estar em sequência numérica. Se

cartões sao omitidos, o programa gera estes elementos aumen -

tando de 1 os números dos nós do último elemento fornecido e

mantendo o número do material e o ângulo da direção principal

de permeabilidade. O Último elemento deve sempre ser forneci­

do. A sequência dos nós (I, J, K, L) é antihorária. Se o ele­

mento for triangular, fazer K=L.

f) CARTÕES DE VAZÃO PRESCRITA NA FRONTEIRA (2IS, FlO.O). um

cartão para cada lado do elemento onde a vazão é prescrita.

1 a 5 NÓ I

6 a 10 NÓ J

11 a fíõ,) Velocidade de percolação (aparente) ao longo

de IJ

fuma opçao a prescrever diretamente

pontos nodais I e J.

vazao nos

g) DESCRIÇÃO DA SUPERF!CIE LIVRE (IS, FlO.O). Um cartão para

cada ponto nodal cuja posição na superfície livre é desco-, .

nhecida.

1 a 5

6 a 15

Ponto nodal

Ângulo em graus entre a direção de correçao e

o eixo x (ou r)

Após cada iteração no processo de correçao da su­

perfície livre, os pontos nodais gerados pelo programa (pon -

tos nodais situados entre o Último ponto nodal fornecido em

cartão e o da superfície livre) sofrem deslocamento também

96

(ver Fig. A-3). Assim, os pontos nodais

diferentes camadas devem ser fornecidos

superfície livre fornecida

1 5

2

"~

4

3

Fig,A-3

....-· _,,, __ -- - -- ~ --..~ --nas \!r?~i~:r:,as_:::el};l::te e não gerados.

superfície livre após a 19" iteração

Ainda, se a superfície livre estiver sujeita a um deslocamen­

to grande, os pontos nodais próximos deverão ser gerados pois

poderão criar dificuldades. Por exemplo na Fig. A-3, se o

ponto nodal 23 tivesse sido fornecido em cartão, com o deslo­

camento do 24, o elemento 15 teria área negativa, interrompe~

do assim a resolução do programa.

h) DADOS PARA A SUBROTINA WELPT (IS, FlO.O, IS, Fl5.0).

1 a 5 Ponto nodal de cheque

6 a 15 Ordenada de cheque

16 a 20 Número máximo de incrementes

21 a 35 Incremento nas vazões prescritas

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INFORMAÇÕES IMPRESSAS

1) Todos os dados fornecidos e os gerados automaticamente

2) Cada iteração na correção da superfície iivre~ (se o probl~

ma for não confinado)

3) Pressões e potenciais nos pontos nodais

4) Velocidade de percolação (aparente) no centro de cada ele­

mento e sua direção em relação ao eixo x.

5) o resultado de cada incremento nas vazoes prescritas ( se

for o caso de uso da subrotina WELPT)

OBSERVAÇÃO

O programa pode resolver vários problemas seguidos

todos começando com o cartão de identificação (a). Após os da

dos do Último problema deve ser colocado um cartão com STOP

nas colunas 1 a 4.