análise da componente vertical da força de reação …...análise da componente vertical da...

167
Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água: Estudo realizado com Senhoras na pós-menopausa Dissertação apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, com vista à obtenção do grau de Mestre, 2º ciclo em Atividade Física para a Terceira Idade. Orientadora: Professora Doutora Filipa Sousa Marlene Ferreira Marques Porto, Setembro de 2013

Upload: others

Post on 08-Feb-2020

11 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

Análise da componente vertical da força de reação do solo durante

exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

Estudo realizado com Senhoras na pós-menopausa

Dissertação apresentada à Faculdade de

Desporto da Universidade do Porto, com

vista à obtenção do grau de Mestre, 2º

ciclo em Atividade Física para a Terceira

Idade.

Orientadora: Professora Doutora Filipa Sousa

Marlene Ferreira Marques

Porto, Setembro de 2013

Page 2: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

II

Ficha de catalogação:

Marques, M. F. (2013). Análise da componente vertical da força de reação

do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água: Estudo

realizado com Senhoras na pós-menopausa. Porto: M. Marques.

Dissertação de Mestrado para a obtenção do grau de Mestre em Atividade

Física para a Terceira Idade, apresentada à Faculdade de Desporto da

Universidade do Porto.

Palavras-chave: IDOSOS, MENOPAUSA, OSTEOPOROSE,

HIDROGINÁSTICA, FORÇA DE REAÇÃO AO SOLO, SQUAT JUMP,

PLATAFORMA DE FORÇA.

Page 3: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

III

Dedicatória

Dedico a apresentação deste trabalho a todas as pessoas que sempre

acreditaram em mim, que me deram coragem para seguir em frente e que me

ampararam em todos os momentos.

A todos o meu muito obrigado.

Ficarão para sempre no meu coração.

Page 4: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 5: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

V

Agradecimentos

À minha orientadora de tese, a Professora Doutora Filipa Sousa, pela

orientação produtiva, crítica e construtiva; pela sua paciência; atenção;

dedicação; simpatia e constante disponibilidade.

Ao Professor Doutor Leandro Machado e a todos os membros do

Gabinete de Biomecânica por toda a ajuda, simpatia e partilha de

conhecimento.

Ao Doutor Juan Carlos Colado por toda a sua ajuda, orientação,

empenho, dedicação e sabedoria partilhada.

A todos os professores e alunos da Faculdade de Deporto que

contribuíram imenso na minha formação académica.

Aos meus colegas de Mestrado, pela amizade, companhia, apoio e toda

a partilha ao longo de todo este ciclo académico.

À minha colega Madalena Lemos por toda a ajuda, colaboração,

amizade e simpatia prestada ao longo de todo este projeto.

Aos responsáveis pelo ginásio Life Club, pela ajuda, colaboração e total

abertura para que o estudo fosse realizado nas suas instalações.

Às alunas do ginásio Life Club que participaram neste estudo, pela sua

dedicação, disponibilidade, amabilidade, paciência e valor demonstrado

durante toda a fase experimental.

Aos funcionários da biblioteca pelo apoio fornecido durante a fase de

pesquisa bibliográfica e esclarecimento de dúvidas.

Aos meus pais e família em geral, por tudo o que me transmitiram ao

longo dos anos, pela paciência nos momentos de maior pressão e desânimo,

dando sempre palavras de encorajamento, apoio e conforto.

Ao meu namorado, Tiago, pelo apoio incondicional, amor, cumplicidade,

e acompanhamento dado ao longo da realização desta dissertação.

À minha amiga e mestre Cristina (Tinoca), por todas as palavras de

encorajamento e de motivação ditas nos momentos cruciais.

Page 6: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 7: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

VII

Índice Geral

Dedicatória ........................................................................................................ III

Agradecimentos ................................................................................................. V

Índice Geral ...................................................................................................... VII

Índice de Figuras ................................................................................................ X

Índice de Tabelas .............................................................................................. XI

Índice de gráficos ............................................................................................. XII

Índice de Anexos ............................................................................................. XIII

Resumo ........................................................................................................... XV

Abstract ..........................................................................................................XVII

Rèsumè .......................................................................................................... XIX

Lista de Abreviaturas e Símbolos ................................................................... XXI

I – Introdução ..................................................................................................... 3

1.1 – Pertinência do estudo ................................................................................ 3

1.2 – Estrutura do estudo ................................................................................... 6

II – Revisão da Literatura ................................................................................. 11

2.1 – O envelhecimento e a influência da atividade física ................................ 11

2.2 – A atividade física na terceira idade e os seus benefícios ........................ 15

2.3 – A hidroginástica ....................................................................................... 17

2.4 – O método pliométrico .............................................................................. 24

2.4.1 – Os exercícios pliométricos .................................................................... 25

2.4.2 – Os meios onde ocorrem os exercícios pliométricos ............................. 27

2.4.3 – As variáveis num programa de exercícios pliométricos ........................ 30

2.4.4 – As lesões .............................................................................................. 33

2.5 – A sarcopenia ........................................................................................... 35

2.5.1 - A função muscular................................................................................. 37

2.5.1.1 – A potência ......................................................................................... 37

2.5.1.2 – A força muscular................................................................................ 37

2.5.1.3 – A resistência muscular ...................................................................... 39

2.5.2 - As causas da sarcopenia ...................................................................... 39

2.5.3 - A composição corporal .......................................................................... 42

2.5.4 – A atividade física como tratamento da sarcopenia ............................... 46

Page 8: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

VIII

2.6 – A menopausa .......................................................................................... 52

2.7 – A osteoporose ......................................................................................... 54

2.7.1 - Os fatores de risco para a osteoporose ................................................ 57

2.7.2 - A prevenção da osteoporose ................................................................ 59

2.7.3 - A prevenção de quedas e fraturas ........................................................ 60

2.7.4 - Os benefícios do treino de força/resistência na melhoria da osteoporose

63

III – Objetivos ................................................................................................... 71

3.1 – Objetivo geral .......................................................................................... 71

3.2 – Objetivos específicos ............................................................................... 71

IV – Metodologia .............................................................................................. 75

4.1 – Caracterização do estudo ........................................................................ 75

4.2 – Caracterização da amostra ..................................................................... 75

4.3 – Procedimentos metodológicos ................................................................ 77

4.3.1 - Hidroginástica........................................................................................ 77

4.3.2 – Ginástica de manutenção ..................................................................... 77

4.3.3 – A plataforma de força ........................................................................... 78

4.3.3.1 – Construção ........................................................................................ 78

4.3.3.2 – Calibragem ........................................................................................ 79

4.3.3.3 – Montagem ......................................................................................... 80

4.3.4 – Protocolo experimental ......................................................................... 81

4.3.4.1 – A recolha de dados ............................................................................ 82

4.3.5 – Tratamento dos dados .......................................................................... 83

4.3.5.1 – Remoção da componente comum (DC offset)................................... 83

4.3.5.2 – Filtragem ........................................................................................... 84

4.3.5.3 – Normalização..................................................................................... 84

4.3.5.4 – Variáveis estudadas .......................................................................... 84

4.4 – Procedimentos estatísticos ...................................................................... 86

V – Apresentação de resultados ...................................................................... 89

VI – Discussão de resultados ......................................................................... 101

VII – Conclusões ............................................................................................ 113

VIII – Sugestões ............................................................................................. 117

Page 9: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

IX

IX – Referências Bibliográficas ....................................................................... 121

X – Anexos .................................................................................................... XXV

Page 10: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

X

Índice de Figuras

Fig. 1 – Pirâmide etária de Portugal, 2004 e 2009. Adaptado do Instituto

Nacional de Estatística (2010). ......................................................................... 11

Fig. 2 – Esquema das diferentes etiologias envolvidas na sarcopenia e as suas

consequências. Adaptado de D. Beas-Jiménez et al. (2011). .......................... 40

Fig. 3 – A DMO em mulheres de várias idades. Adaptado de Kanis et al. (1994).

......................................................................................................................... 55

Fig. 4 – A prevenção de quedas. Adaptado de Tavares et al. (2007). ............. 61

Fig. 5 - Plataforma de força em seco aberta com o esquema de posicionamento

dos strain gauges e vista em diferentes posições (superior e inferior).

(Adaptado de Pereira (2009)). .......................................................................... 79

Fig. 6 - Imagem da calibração da plataforma de força, com a utilização dos

pesos mortos. (Adaptado de Pereira (2009)). .................................................. 80

Fig. 7 – Recolha de dados em meio terrestre. .................................................. 83

Fig. 8 - Imagem gráfica de um squat jump a dois pés, realizado dentro de água.

(Adaptado de Colado, Garcia-Masso, González, et al. (2010)). ....................... 85

Page 11: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

XI

Índice de Tabelas

Tabela 1 – Classificação da osteoporose, pela Organização Mundial de Saúde,

baseada no índice T ou “T-score”. Adaptado de Tavares et al. (2007). ........... 56

Tabela 2 – Principais Características da amostra ............................................ 76

Tabela 3 - Estatísticas descritivas das variáveis da componente vertical da

força de reação do solo a um pé (lado dominante) em meio terrestre e aquático

......................................................................................................................... 89

Tabela 4 - Estatísticas descritivas das variáveis da componente vertical da

força de reação do solo a dois pés em meio terrestre e o aquático ................. 90

Page 12: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

XII

Índice de gráficos

Gráfico 1 - Pico de força concêntrica média (IC 95%) a dois pés e a um pé

(lado dominante) em meio terrestre e o aquático ............................................. 91

Gráfico 2 - Pico da força de impacto média (IC 95%) a dois pés e a um pé (lado

dominante) em meio terrestre e o aquático ...................................................... 92

Gráfico 3 - Taxa de crescimento da força concêntrica desenvolvida média (IC

95%) a dois pés e a um pé (lado dominante) em meio terrestre e o aquático.. 93

Gráfico 4 - Taxa de desenvolvimento de força para a força de impacto média

(IC 95%) a dois pés e a um pé (lado dominante) em meio terrestre e o aquático

......................................................................................................................... 94

Gráfico 5 - Tempo total médio (IC 95%) a dois pés e a um pé (lado dominante)

em meio terrestre e o aquático ......................................................................... 95

Gráfico 6 - Tempo para o pico de força concêntrica médio (IC 95%) a dois pés

e a um pé (lado dominante) em meio terrestre e o aquático ............................ 96

Gráfico 7 - Tempo até ao pico de força de impacto médio (IC 95%) a dois pés e

a um pé (lado dominante) em meio terrestre e o aquático ............................... 97

Page 13: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

XIII

Índice de Anexos

Anexo I – Declaração de consentimento informado ...................................... XXV

Anexo II- Ficha Anamnese .......................................................................... XXVII

Page 14: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 15: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

XV

Resumo

Objetivo: descrever e comparar a componente vertical da FRS (força de

impacto), durante a realização de exercícios de squat jump a dois pés e a um

pé (lado dominante) em meio terrestre e aquático em senhoras na pós-

menopausa, fisicamente ativas, praticantes de hidroginástica e de ginástica de

manutenção, com o recurso a uma plataforma de força subaquática. Métodos:

13 idosas com uma média de idades de 61,8 ± 5,3 anos com idades

compreendidas entre os 52 e os 70 anos de idade, foram submetidos a

realização de squat jumps a um e a dois pés, em meio terrestre e em meio

aquático, mais especificamente, cada idosa realizou três tentativas para cada

tipo de salto, isto é, três tentativas a um e dois pés em ambiente terra e três

tentativas a um e dois pés em ambiente terra e em ambiente aquático.

Resultados: a) a média do pico da força concêntrica foi significativamente

inferior no meio aquático comparativamente ao meio terrestre, em ambos os

tipos de salto; b) a média do pico da força de impacto foi significativamente

inferior no meio aquático comparativamente ao meio terrestre em ambos os

tipos de salto; c) a média da taxa de crescimento da força concêntrica

desenvolvida no meio aquático foi significativamente mais elevada que no meio

terrestre nos SJ a um pé, no entanto, para os SJ a dois pés, não se

observaram diferenças estatisticamente significativas (p ≥ 0.05) entre o meio

terrestre e o aquático; d) a média da taxa de desenvolvimento de força para a

força de impacto foi mais baixa no meio aquático que no meio terrestre, para

ambos os SJs; e) o tempo total médio foi significativamente superior no meio

aquático comparativamente ao meio terrestre, também para ambos os tipos de

saltos; f) não se observaram diferenças estatisticamente significativas (p ≥

0.05) entre o meio terrestre e o aquático no que respeita ao tempo para o pico

de força concêntrica para os saltos a um pé e para os saltos a dois pés; g) o

tempo médio até ao pico de força de impacto foi significativamente superior no

meio aquático comparativamente ao meio terrestre em ambos os SJs.

Conclusão: a realização do squat jump, a um e a dois pés, em meio aquático,

tende a influenciar positivamente a força concêntrica nos membros inferiores,

com diminuição da força de impacto.

Page 16: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 17: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

XVII

Abstract

Aim of the research: describe and compare the vertical component of the FRS

(impact force) during the performance of one foot ( dominant side) and two feet

squat jump exercises, in terrestrial and aquatic environment, with ladies after

menopause, physically actives, that practice hydrogymnastics and keepfit, using

am underwater strength platform. Methods: 13 old ladies, averaged aged of

61,8 ± 5,3 years old, ages between 52 and 70 years old were submitted to the

performance of one foot and two feet squat jump exercises, in terrestrial and

aquatic environment. To be more specific, each lady made 3 attempts to each

kind of jump, i.e, three attempts on one foot and two feet in terrestrial

environment and three attempts on one foot and two feet in terrestrial and

aquatic environment. Results: a) the average peak concentric force was

significantly lower in the aquatic environment comparing to the terrestrial

environment, in both kinds of jump; b) the average peak of the impact force was

significantly lower in the aquatic environment comparing to the terrestrial

environment, in both kinds of jump; c) the average growth rate for the concentric

force developed in the aquatic environment was significantly higher than in the

terrestrial environment in the one foot SJ, however for the two feet SJs there

were no statistically significant differences (p ≥ 0.05) between terrestrial and

aquatic environments; d) the average strength development rate for the impact

force was significantly lower in the aquatic environment than in the terrestrial

one, for both kinds of jump; e) the total average time was significantly higher in

the aquatic environment comparing with the terrestrial environment, also for

both kinds of jump; f) there are no statistically significant differences (p ≥ 0.05)

between terrestrial and aquatic environments to the time for the peak of

concentric force on one foot and two feet jumps; g) the average time until the

peak of the impact force was significantly higher in the aquatic environment

comparing with the terrestrial one for both SJs. Conclusion: the one foot and

two feet squat jump performance in aquatic environment tends to influence

positively the concentric force on the low members along with the lower impact

force.

Page 18: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 19: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

XIX

Rèsumè

Objectif: faire la description et comparaison de la composante vertical de la

FRS (force d’impact) pendant la réalisation d’exercices de squat jump à deux

pieds et à un pied (côté dominant) en milieu terrestre et aquatique en femmes

pos-ménopausées, physiquement actives, qui pratiquent l’aquagym et

gymnastique de maintien avec l’utilisation d’une plateforme de force sous-

marine. Méthodes: 13 femmes âgées moyennement de 61,8 ± 5,3 ans, âges

comprenées de 52 à 70 ans ont été soumises à la réalisation de squat jumps à

un et deux pieds, en milieu terrestre et aquatique. Plus spécifiquement, chaque

femme âgée a réalisé trois tentatives pour chaque type de saut, soit trois

tentatives à un et deux pieds, en milieu terre et trois tentatives à un et deux

pieds, en milieu terre et en milieu aquatique. Résultats: a) la moyenne du pic

de la force concentrique a été significativement inférieur dans le milieu

aquatique comparativement au milieu terre sur les deux types de saut ; b) la

moyenne du pic de la force d’impact a été significativement inférieur dans le

milieu aquatique comparativement au milieu terre sur les deux types de saut ; c)

la moyenne du taux de croissance de la force concentrique développé dans le

milieu aquatique a été significativement plus élevée que dans le milieu terre

dans les SJ à un pied, par contre dans les SJ à deux pieds on n’a pas

enregistré des différences statistiquement significatifs (p ≥ 0.05) entre le milieu

aquatique et le terrestre ; d) la moyenne du taux de développement de la force

pour la force d’impact a été plus basse dans le milieu aquatique que dans le

terrestre pour les deux SJs ;e) le temps total en moyenne a été

significativement supérieur dans le milieu aquatique comparativement au milieu

terre, aussi pour les deux types de saut ; f) on n’a pas enregistré des

différences significatives (p ≥ 0.05) entre le milieu terre et l’aquatique sur le

sujet du temps pour le pic de la force concentrique des sauts à un pied e des

sauts à deux pieds ; g) le temps moyen jusqu’au pic de la force d’impact a été

significativement supérieur dans le milieu aquatique comparativement au milieu

terrestre pour les deux SJs. Conclusion: la réalisation du squat jump à un et

deux pieds, en milieu aquatique, a la tendance de favoriser la force

concentrique des membres inférieurs, avec la diminution de la force d’impact.

Page 20: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 21: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

XXI

Lista de Abreviaturas e Símbolos

AEA – Aquatic Exercise Association

AVD’s – Atividades da vida diária

ACSM – American College of Sports Medicine

ATP – Adenosina trifosfato

AMTI – Advanced Mechanical Technologies

CAE – Ciclo de alongamento – encurtamento

CMJ – Countermovement Jump

CMO – Conteúdo mineral ósseo

Conversor A/D – Conversor analógico/ digital

DJ – Drop Jump

DNA – Ácido desoxirribonucleico

DMO – Densidade mineral óssea

DEXA – Absorciometria radiológica de dupla energia

DP – Desvio Padrão

EPS – Escala de perceção de esforço

Fy – componente vertical

Fx – componente ântero – posterior

Fz – componente médio-lateral

FRA – Força de reação nas articulações

FRAJ – Força de reação da articulação do joelho

FRS – Força de reação ao solo

G/Kg/dia - Gramas, por quilograma de massa corporal, por dia

Hz - Hertz

HC – Hormona do crescimento

IGF-1 – Fator de crescimento da insulina

IMC – Índice de massa corporal

ISB – Internacional Society of Biomecanics

Kg.m-1 – Quilograma x metro-1

mm – Milímetros

mmHg – Milímetros de Mercúrio

mv - Milivols

Page 22: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

XXII

mRNA – Ácido Ribonucleico mensageiro

N – Newtons

N/Kg – Newtons por quilograma

O2 – Oxigénio

OTG – Órgãos Tendinosos de Golgi

OMS – Organização Mundial de Saúde

VO2 máx – Capacidade aeróbia máxima

vs – Versus

V - Volts

SJ – Squat jump

SJ-1 – Squat jump a um pé

SJ-2 – Squat jump a dois pés

SNC – Sistema nervoso central

SI – Sistema Internacional

THS – Terapia hormonal de substituição

1 RM – uma reperição máxima

ºC – Graus Celcius

% - Percentagem

± - mais ou menos

Page 23: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

Introdução

Page 24: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 25: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

3

I – Introdução

1.1 – Pertinência do estudo

A população mundial está a envelhecer, pois o número de pessoas que

chegam à terceira idade é cada vez maior, no entanto os idosos desejam viver

cada vez melhor esta etapa. Estima-se que o número global de pessoas com

60 anos ou mais tenha triplicado nos últimos 50 anos e prevê-se que este

número triplique novamente nos próximos 50 anos (Department of Economic

and Social Affairs, 2005).

Ao nível de Portugal, o Instituto Nacional de Estatística (2010), refere

que desde 2004 até 2010 o índice de envelhecimento aumentou de 109 para

118 idosos por cada 100 jovens. Além disso, a esperança média de vida tem

vindo a aumentar, situando-se neste momento nos 81,8 anos para as mulheres

e nos 75,8 para os homens (Instituto Nacional de Estatística, 2010).

Tendo em conta estes fatores, a população idosa é cada vez mais um

alvo de análise com o objetivo de se perceber cada vez melhor o processo de

envelhecimento em toda a sua plenitude e todas as suas consequências, tendo

em vista a promoção da melhor qualidade de vida possível.

O envelhecimento pode ser visto como a última etapa da vida do ser

humano, onde o organismo deixa de estar tão harmonioso e se começam a

registar algumas alterações a vários níveis, como na funcionalidade,

mobilidade, autonomia e saúde (Carvalho & Soares, 2004).

A composição corporal, que está dividida principalmente em massa

gorda e magra, está relacionada com todas as alterações que ocorrem com o

envelhecimento, sendo que, no caso da mulher, a menopausa alia-se a este

quadro (Liu, Li et al. 2011). Douchi et al., 2009 cit. por Liu et al. (2011), referem

que a diminuição da massa magra, onde está incluída a massa muscular, está

relacionada com a menopausa e que o aumento da massa gorda está

relacionada com a idade. Estas mudanças vão influenciar a perda de massa

óssea, levando ao aumento da morbilidade e da mortalidade devido ao

aumento de quedas e fraturas (Liu, Li et al. 2011).

Page 26: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

4

Como forma de “combater” o envelhecimento e as respetivas

consequências, esta população tem aderido cada vez mais à prática de algum

tipo de atividade física como forma de se manter ocupado, de reconstruir a teia

de amizades (que se foi perdendo desde que o idoso se aposentou), de

acompanhar a vida dos filhos/netos, ou devido a prescrição médica como forma

de prevenção ou recuperação/reabilitação de uma enfermidade.

O treino de força é um tipo de treino geralmente prescrito por médicos e

personal trainers, pois consideram que a força muscular é uma capacidade

física da qual é possível obter benefícios visíveis através da prática regular de

exercício físico. Segundo Chodzko-Zajko et al. (2009), o treino de força deve

ser parte integrante do programa de atividade física do idoso, pois acarreta

bastantes benefícios ao nível das capacidades funcionais do idoso e ajuda a

abrandar a perda de massa e força muscular à medida que a idade avança,

sendo esta perda denominada de sarcopenia (D. Beas-Jiménez et al., 2011;

Doherty, 2003; Morley et al., 2001).

Os benefícios da atividade física nos idosos estão refletidos também no

atenuar da taxa de perda de massa óssea. Caso o idoso não pratique atividade

física, a taxa de perda de massa óssea aumenta, o que em estado avançado

pode levar a situações crónicas, como a osteoporose (Kohrt et al., 2004),

principalmente se forem senhoras após o fenómeno da menopausa com uma

perda acentuada de estrogénio (Kohrt et al., 2004; Walsh et al., 2006).

São vários os autores que enumeram os benefícios do treino de força,

como Rocha et al. (2009) e Seguin & Nelson (2003), onde referenciam

principalmente o aumento da massa muscular com consequente hipertrofia,

aumento da força muscular e aumento da velocidade de contractilidade das

fibras musculares tipo I e II (Fiatarone et al., 1990; Frontera et al., 1988);

melhoria na potência muscular (Fielding et al., 2002); aumento da densidade

mineral óssea, tendo em conta a perda que existe após a menopausa (Kohrt et

al., 2004; Kohrt et al., 1997; Nelson et al., 1994); diminuição das quedas e

melhoria no equilíbrio (Campbell et al., 1999; Carvalho & Soares, 2004;

Fiatarone et al., 1990); da melhoria na flexibilidade, da melhoria na capacidade

de realização das atividades da vida diária, que têm implicações na qualidade

Page 27: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

5

de vida e, consequentemente, na autoestima (Carvalho & Soares, 2004; Nelson

et al., 2004). Seguin & Nelson (2003), referenciam que o treino de força ajuda

na melhoria de sintomas de várias doenças crónicas, como artrite, depressão e

desordens no sono (Singh et al., 1997), diabetes tipo II (Castaneda et al., 2002;

Dunstan et al., 2002), osteoporose (Kohrt et al., 2004; Kohrt et al., 1997; Nelson

et al., 1994) e doenças cardíacas (Beniamini et al., 1999).

Uma outra atividade física que está cada vez mais em voga para a

terceira idade é a hidroginástica (Barbosa et al., 2007; Meredith-Jones et al.,

2011; Raffaelli et al., 2010), principalmente desde que demonstrou que pode

provocar os mesmos benefícios em termos de aptidão física que os programas

de treino em ginásio, desde que a prescrição seja aplicada corretamente. Se tal

for conseguido, existe um aproveitamento das propriedades físicas da água,

com a vantagem de apresentar riscos físicos reduzidos, através da redução da

pressão que é exercida nas articulações, pela redução do impacto causado e

consequente diminuição da força da gravidade (Barela & Duarte, 2008).

Os exercícios de hidroginástica, segundo a AEA (2008), tendem a

trabalhar várias componentes que influenciam o ganho de autonomia, como a

coordenação motora, a flexibilidade, a força e o equilíbrio. São vários os

autores que referenciam melhorias na força(Ambrosini et al., 2010; Colado,

Garcia-Masso, Pellicer, et al., 2010; Colado, Tella, et al., 2009; Colado &

Triplett, 2009; Graef et al., 2010; Pöyhönen et al., 2001; Souza et al., 2010;

Takeshima et al., 2002; Triplett et al., 2009; Tsourlou et al., 2006), na

capacidade de exercerem atividades do quotidiano (Bocalini et al., 2008; Sato

et al., 2009), flexibilidade (Colado, Triplett, et al., 2009; Takeshima et al., 2002),

composição corporal (Colado, Triplett, et al., 2009; Takeshima et al., 2002) e na

aptidão cardiorrespiratória (Takeshima et al., 2002).

Deste modo, e tendo por base os pressupostos acima referenciados,

torna-se importante perceber, com rigor, qual dos meios (terra ou água) poderá

trazer maiores benefícios a nível muscular e osteoarticular em senhoras na

pós-menopausa e, assim, perceber onde é possível obter maiores níveis de

força e menores níveis de impacto sobre o sistema músculo-esquelético e, em

especial, sobre os ossos e articulações. Para tal, escolhemos um exercício

Page 28: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

6

pliométrico, o squat jump, pois segundo Notomi, 2009; Notomi, 2001;

Westerlind, 1998 cit. por Kohrt et al. (2004), realizar exercícios de squat sobre

uma plataforma revelaram ter efeitos positivos nas regiões cortical e trabecular

do osso do fémur e da tíbia.

Pretendemos assim, estudar os efeitos mecânicos da realização de

squat jumps a dois pés e a um pé, pois segundo Kohrt et al. (2004), é também

muito importante a realização de exercícios que estimulem o equilíbrio e que

previnam a ocorrência de quedas. O exercício escolhido poderá ser realizado

em ambos os meios (terra e água) e mobiliza essencialmente os membros

inferiores e o tronco.

Para ajudar a estabelecer esta comparação com rigor iremos proceder à

utilização da plataforma de força, um instrumento biomecânico muito

importante para a medição dos parâmetros cinéticos.

Todas estas pesquisas ajudarão a perceber se este exercício poderá ser

recomendado a senhoras na pós-menopausa, de modo a ser incluído em

posteriores planos de treino em terra e em água, com o objetivo de minimizar

as consequências que a menopausa e a osteoporose acarretam. No entanto,

mais estudos são necessários para correlacionar diretamente estes dados com

a densidade mineral óssea e as suas variações durante um programa de treino.

1.2 – Estrutura do estudo

No capítulo I procedeu-se à introdução geral do tema, realizando-se uma

breve análise da temática e da pertinência do estudo.

O capítulo II contém uma revisão da literatura que tem por objetivo

contextualizar o tema, tendo sido abordado o processo de envelhecimento, a

densidade mineral óssea e a menopausa como consequência do

envelhecimento, a atividade física na terceira idade, a hidroginástica, o conceito

de força, os vários tipos de treinos de força, a pliometria, o squat jump. Ainda

neste capítulo será abordado o instrumento utilizado neste estudo, a plataforma

de força.

No capítulo III estão formulados os objetivos do estudo e as hipóteses

que o suportam.

Page 29: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

7

O capítulo IV discorre sobre o material e métodos utilizados, dando a

conhecer os procedimentos da seleção da amostra e da recolha de dados, a

caracterização da amostra, os procedimentos metodológicos e ainda os

procedimentos estatísticos utilizados neste estudo.

No capítulo V procedeu-se à análise dos resultados da investigação.

No capítulo VI encontra-se a discussão dos resultados, com a respetiva

interpretação e confronto de resultados que é possível encontrar na literatura

atual nacional e internacional.

No capítulo VII estão indicadas as principais conclusões do estudo.

No capítulo VIII podem-se encontrar algumas sugestões para futuras

investigações no âmbito deste tema.

No capítulo IX é possível encontrar-se todas as referências bibliográficas

consultadas.

No capítulo X estão representados os anexos utilizados no decorrer da

investigação e que consideramos pertinente associar ao estudo.

Page 30: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 31: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

Revisão da Literatura

Page 32: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 33: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

11

II – Revisão da Literatura

2.1 – O envelhecimento e a influência da atividade física

O envelhecimento populacional é um fenómeno demográfico de grande

relevância a nível global e para o nosso país. Segundo o Instituto Nacional de

Estatística (2010), existe um abrandamento do ritmo de crescimento

populacional e um aumento do envelhecimento demográfico, tendo como

consequência a alteração do perfil das pirâmides etárias. A base da pirâmide

tende a estreitar devido à diminuição dos efetivos populacionais jovens e pela

diminuição da natalidade, e o topo a alargar devido ao acréscimo de pessoas

idosas, pelo aumento da esperança média de vida. Tal é possível verificar pela

sobreposição das pirâmides de 2004 e 2009 presentes na figura 1.

Fig. 1 – Pirâmide etária de Portugal, 2004 e 2009. Adaptado do Instituto Nacional de Estatística

(2010).

O envelhecimento tem vindo a ser descrito como um processo, ou como

um conjunto de processos, próprio do ser humano e que se traduz pela perda

de capacidades de adaptação e pela diminuição da funcionalidade (Spirduso et

al., 2005). Segundo Weinert & Timiras (2003), o envelhecimento é um processo

multifatorial, onde estão incluídos o processo de envelhecimento primário e

Page 34: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

12

secundário, sendo este último resultante de doenças crónicas, do estilo de vida

e de fatores genéticos. O envelhecimento torna-se então bastante individual,

podendo a idade cronológica não corresponder à idade biológica do idoso.

Aliás, Chodzko-Zajko et al. (2009), refere não existir ainda consenso na

literatura sobre o início do envelhecimento, mas Nelson et al. (2007) referem

que, na maioria dos casos, as orientações para o início do envelhecimento

encontra-se por volta dos 65 anos ou mais, mas podem também ser

importantes os sujeitos com idades entre os 50-64 anos com situações clínicas

crónicas ou limitações funcionais que possam afetar a capacidade do

movimento, a aptidão física e/ ou a atividade física.

Quando falamos de atividade física, referimo-nos ao movimento

produzido pelo corpo humano, mais especificamente pela contração do

músculo-esquelético, e que aumenta o gasto de energia diário (Caspersen et

al., 1985; Chodzko-Zajko et al., 2009; Oliveira & Maia, 2001).

No envelhecimento primário as alterações ocorrem naturalmente com a

idade e independentemente de doenças ou influências ambientais (Spirduso et

al., 2005). Neste caso, o impacto atividade física regular é difícil de estudar,

segundo Chodzko-Zajko et al. (2009), devido ao processo de envelhecimento

celular e os mecanismos de doença estarem muito interligadas, logo por

consequência, não existem intervenções possíveis de realizar no estilo de vida

que mostrem rigorosamente como é possível estender o tempo de vida dos

humanos, sofrendo apenas de envelhecimento primário (Olshansky et al.,

2002).

O envelhecimento secundário está relacionado com os sintomas clínicos

físicos e/ou psicológicos que podem surgir através das influencias do ambiente

ou por doença (Spirduso et al., 2005). Neste caso, a atividade física regular

pode aumentar a esperança de média de vida através da redução dos efeitos

secundários do envelhecimento, influenciando o desenvolvimento de doenças

crónicas. Além disso, a atividade física limita o impacto do envelhecimento

secundário através da renovação da capacidade funcional em idosos que

foram adultos sedentários (Chodzko-Zajko et al., 2009).

Page 35: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

13

O envelhecimento é considerado a última etapa da vida humana, sendo

um processo natural que se traduz numa série de acontecimentos negativos

que afeta o organismo como um todo, lesando uma ampla gama de tecidos

celulares, sistemas orgânicos e respetiva funcionalidade, que conjuntamente

afetam a mobilidade e capacidade funcional, com consequências diretas na

saúde e na realização das atividades da vida diária (AVD’s) do idoso. Todos

estes fatores afetam progressivamente a sua independência e qualidade de

vida (Chodzko-Zajko et al., 2009; Spirduso et al., 2005).

Matsudo & Matsudo (1992), referem através da literatura existente, que

os efeitos gerais do envelhecimento se podem classificar em cinco níveis

principais: antropométrico, muscular, cardiovascular, pulmonar e neural.

A nível antropométrico constata-se uma diminuição da estatura,

principalmente nas mulheres, que segundo Spirduso et al. (2005), está

relacionado com o achatamento dos discos intervertebrais, com o

aparecimento da osteoporose, com o aumento da cifose dorsal, o arqueamento

dos membros inferiores e o achatamento do arco plantar. Existem também

mudanças ao nível da composição corporal, que afetam profundamente a

saúde e funcionalidade física nos idosos, provocadas pela acumulação

progressiva de gordura e a sua redistribuição dos depósitos centrais para os

depósitos viscerais (Fiatarone Singh, 2004; Janssen & Ross, 2005) e

diminuição da massa magra, principalmente a massa muscular, podendo essa

perda ser de 20 a 40% durante a vida adulta em indivíduos sedentários

(Fiatarone Singh, 2004). A acumulação de gordura, juntamente com a

diminuição da massa muscular, tem como consequência o aumento da massa

corporal nos idosos e tende a aumentar os riscos de doenças metabólicas e

cardiovasculares (Janssen & Ross, 2005). A densidade mineral óssea também

sofre uma diminuição, sendo esta mais acentuada se forem senhoras após a

menopausa, podendo levar a osteoporose. Com este cenário o risco de vir a

sobre quedas e fraturas é cada vez maior (Nelson et al., 2007).

A nível muscular, além das modificações referenciadas, Matsudo &

Matsudo (1992), mencionam que na terceira idade ocorre uma perda de 10-

20% da força muscular, existe uma menor tolerância ao exercício devido à

Page 36: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

14

diminuição da habilidade para manter a força estática, a um maior índice de

fadiga, uma menor capacidade de hipertrofia, uma diminuição na capacidade

de regeneração muscular e uma diminuição do tamanho e número de fibras

musculares, principalmente as tipo II. Existe ainda uma diminuição na

velocidade de condução do sinal muscular e um maior limiar de excitabilidade

da membrana do músculo (Matsudo & Matsudo, 1992).

A nível cardiovascular, Susic (1997), refere que com o envelhecimento

existem modificações nos órgãos do aparelho cardiovascular, mais

especificamente, um aumento da rigidez vascular, um aumento da espessura

do ventrículo esquerdo e um aumento da circunferência das válvulas cardíacas,

trazendo consequências funcionais como a diminuição da frequência cardíaca,

diminuição do débito cardíaco máximo, diminuição do volume sistólico máximo,

que leva a uma diminuição da capacidade aeróbia máxima (VO2máx). Existe

também uma menor capacidade de transporte e utilização do oxigénio (O2)

pelos tecidos, levando a uma menor capacidade de adaptação e recuperação

ao exercício, além do aumento do débito de O2, do aumento da diferença

artério-venosa e do aumento da concentração de ácido láctico (Matsudo &

Matsudo, 1992).

A nível pulmonar, existe uma diminuição da capacidade vital, da

frequência e do volume respiratório e ainda uma diminuição da capacidade de

difusão pulmonar de O2 e uma menor mobilidade da parede torácica. Em

contrapartida, existe um aumento do volume residual, do espaço morto

anatómico e um aumento da frequência de ventilação, quando se encontra em

esforço físico (Matsudo & Matsudo, 1992).

A nível neuronal, existe uma diminuição do número e do tamanho dos

neurónios, uma diminuição da velocidade de condução venosa, uma

diminuição do fluxo sanguíneo cerebral e um aumento do tecido conectivo nos

neurónios. Todos estes fatores têm várias consequências funcionais no

quotidiano do idoso, como o aumento do tempo de reação e a diminuição da

velocidade de execução de movimentos (Matsudo & Matsudo, 1992).

Como já foi referido, um dos aspetos mais marcantes do envelhecimento

é a diminuição do VO2máx e do desempenho do músculo-esquelético (Holloszy,

Page 37: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

15

1995 cit. por Chodzko-Zajko et al., 2009), que reduzem a tolerância ao

exercício e a capacidade funcional. Estes fatores vão diminuir a aptidão física

que, segundo Chodzko-Zajko et al. (2009), se traduz como o estado de bem-

estar devido a um baixo risco de problemas prematuros de saúde, com energia

e vitalidade para participar em vários tipos de atividade física.

O risco relativo de desenvolver e, em alguns casos, morrer de doenças

crónicas como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, obesidade, certos

tipos de cancro (mama e cólon) e, ainda, doenças do foro psicológico

(ansiedade, depressão e comprometimento cognitivo) vão aumentando à

medida que a idade avança (Chodzko-Zajko et al., 2009; Shephard, 1997).

No entanto, e apesar de todos estes fatores, Chodzko-Zajko et al.

(2009), referem que a idade é o primeiro fator de risco para o desenvolvimento

e progressão da maioria dos estados de doenças crónicas degenerativas, mas

que a atividade física regular pode modificar substancialmente este risco,

adiando a ocorrência de uma morte prematura e aumentando a esperança

média de vida.

2.2 – A atividade física na terceira idade e os seus benefícios

Oliveira & Maia (2001), referem que toda e qualquer atividade física

protagonizada pelo sujeito no seu dia-a-dia se encaixa na definição acima

referenciada, pois contribui para o dispêndio energético total. Logo, andar,

realizar as AVD’s, atividades de lazer e atividades desportivas mais ou menos

organizadas são exemplos de atividades físicas.

No entanto, exercício físico está relacionado com uma atividade

planeada, estruturada, repetitiva e executada de forma sistemática e periódica,

tendo o objetivo de manter ou melhorar um ou mais elementos da aptidão física

(Chodzko-Zajko et al., 2009). Segundo os mesmos autores, com o avançar da

idade as pessoas têm a tendência a movimentarem-se menos ou mesmo a

ficar sedentárias, havendo uma diminuição no volume e intensidade da

atividade física diária. Este decréscimo, associado ao processo natural do

envelhecimento, tem como consequência o declínio das várias capacidades

físicas e motoras e o aumento do risco de desenvolver doenças crónicas.

Page 38: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

16

Os benefícios da atividade física diferem largamente entre indivíduos,

pois depende de como envelhecem e como se adaptam ao programa de

atividade física. Chodzko-Zajko et al. (2009), mencionam ainda que a

combinação de fatores genéticos juntamente com o estilo de vida contribuem

para a ampla variedade inter-individual vista em idosos. Tendo em conta estes

fatores, torna-se cada vez mais importante a existência de uma avaliação

médica cuidadosa, tendo em conta a história individual de vida e o estado atual

físico, psicológico e social do idoso (Spirduso et al., 2005). Após a avaliação do

quadro clínico, deve-se seguir uma prescrição de exercício individualizada, de

modo a aumentar os níveis de aptidão física e funcional dos idosos através da

exercitação das várias capacidades motoras (força, velocidade, resistência

aeróbia, equilíbrio, flexibilidade, coordenação, agilidade) (Carvalho & Soares,

2004; Chodzko-Zajko et al., 2009; Fiatarone Singh, 2004; Matsudo & Matsudo,

1992; Nelson et al., 2007). No entanto, a prescrição de atividade física deve ter

em conta os gostos pessoais de cada indivíduo, para que seja agradável e

motivante, devendo ter em conta também a sua tolerância ao exercício, com a

respetiva definição dos parâmetros da atividade física, isto é, a intensidade, a

frequência semanal, a ordem dos exercícios, intervalos de repouso e séries (se

for o caso).

Nelson et al. (2007), aconselham os idosos a exceder a quantidade

mínima recomendada de atividade física, no caso de possuírem as condições

de saúde necessárias para tal, pois esse aumento poderá implicar: uma

melhoria na aptidão física; um possível ganho na gestão de uma doença

existente, onde fosse conhecido que níveis elevados de atividade física têm

benefícios terapêuticos no tratamento da doença; a redução do risco de

contrair doenças crónicas prematuras e mortalidade relacionada com a

inatividade física; a promoção e manutenção da saúde do osso através do

aumento do trabalho de força e de atividades de maior impacto para a estrutura

músculo-esquelética; e a prevenção do aparecimento de gordura corporal

através da realização da atividade física e de uma boa dieta alimentar diárias,

atingindo assim um equilíbrio energético favorável à manutenção do peso

corporal ideal.

Page 39: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

17

2.3 – A hidroginástica

A ligação do homem com a água através da exercitação em meio

aquático como método de relaxamento e cura já é antiga, pois Hipócrates, em

305 a.C., já utilizava a água como um meio de tratamento de doenças. A

população romana utilizava a água com finalidades recreativas e curativas,

através dos famosos banhos com quatro temperaturas diferentes, de acordo

com os objetivos pretendidos (Gonçalves, 1996).

A origem da hidroginástica pode ser dividida em quatro etapas distintas

de evolução: a primeira remonta à Grécia Antiga para fins profiláticos; a

segunda aos spas europeus do século XIX, localizados principalmente em

Espanha e na Alemanha, que desenvolveram um maior domínio científico; a

terceira aos spas japoneses do século XIX; e a quarta, à América nos finais dos

anos 60, onde aprofundaram o conhecimento europeu, levando-o para o treino

desportivo (Lindle, 2002; Rocha, 1994).

O termo Hidroginástica é, no entanto, um termo grego, que define a

modalidade como sendo a prática de exercícios na água, cujo corpo se

encontra na vertical, não sendo assim confundido com a natação (Rocha, 1994;

Yázigi, 2000). É também importante salientar que hidroginástica é uma

modalidade diferente de hidroterapia, apesar de ambas serem lecionadas em

meio aquático, uma vez que a hidroterapia é um tipo de programa no âmbito da

reabilitação e prevenção aquática específica, sob prescrição médica, em casos

de pós-operatório, pós-traumático ou determinadas patologias que necessitem

de um trabalho específico e individualizado, levado a cabo por um terapeuta ou

fisioterapeuta (Candeloro & Caromano, 2008; Yázigi, 2000). Através de um

programa de hidroterapia de baixa ou moderada intensidade é possível a

melhoria da flexibilidade e força muscular em mulheres idosas entre os 65 e 70

anos, previamente sedentárias (Candeloro & Caromano, 2008).

Para Proctor (2000), a hidroginástica pode ainda ser definida como uma

atividade aquática que promove e aumenta a condição física e mental, sendo

tipicamente realizada na posição vertical, em água rasa, onde os pés estão em

constante contacto com o fundo da piscina, ou em água profunda, onde os pés

Page 40: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

18

não têm contacto com o fundo. Para intensidades diferenciadas existem vários

tipos de treino associados, como o treino aeróbio, o anaeróbio, o abdominal, o

intervalado, em circuito e o treino desportivo específico (AEA, 2008; Proctor,

2000).

Para Rocha (1994), esta é uma atividade destinada a uma população

muito heterogénea: desde o sedentário ao desportista de alto rendimento; do

jovem ao idoso; e do não nadador ao nadador. É um método seguro de manter

a condição física, pois mesmo as pessoas portadoras de algumas patologias

(articulares, da coluna, joelhos, tornozelos), grávidas, idosos e obesos podem

praticar esta atividade, sendo altamente beneficiados devido ao aproveitamento

da resistência da água, uma vez que esta oferece uma reduzida carga

mecânica sobre o aparelho locomotor, facilitando o treino físico com um mínimo

impacto articular, num ambiente supostamente descontraído e agradável do

ponto de vista psicológico, havendo desta forma um aproveitamento das

potencialidades deste meio (AEA, 2008; Barela & Duarte, 2008; Rocha, 1994).

Entre os benefícios do exercício realizado no meio aquático estão o

aumento dos níveis de força através da melhoria da resistência muscular

localizada; melhoria do condicionamento cardiorrespiratório através da

melhoria da resistência aeróbia e uma menor frequência cardíaca de repouso;

melhoria da flexibilidade; uma melhor composição corporal através da

diminuição da percentagem de massa gorda, que pode levar a uma diminuição

do risco de lesões articulares (AEA, 2008).

Para Tsourlou et al. (2006), ambos os membros (superiores e inferiores)

ajudam a melhorar a força muscular durante a realização de exercícios em

meio aquático, devido à resistência experienciada ao mover a água, pois a

resistência da água é 800 vezes maior que a resistência do ar (998,2 vs.

1,205kg·m-1a 20ºC e 760mmHg) (Caputo et al., 2006). A água cria resistência

em todas as direções, que é aproximadamente entre quatro e quarenta e duas

vezes maior que o fluxo do ar, dependendo da velocidade, tipo e área frontal do

movimento (Caputo et al., 2006).

Segundo Graef et al. (2010), a velocidade do movimento é um fator que

exerce uma grande influência na resistência oferecida pela água, pois a

Page 41: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

19

execução em velocidade máxima aumenta a resistência e a força necessária

para a transpor. Já a realização lenta do movimento, usando, por exemplo, um

equipamento aquático com uma larga área frontal, não parece contribuir para o

aumento da força muscular.

Segundo Tsourlou et al. (2006), uma intervenção adequada ao nível do

treino em meio aquático é uma excelente ajuda, pois as reduções

neuromusculares que ocorrem com a idade não são tão intensas, devido ao

trabalho muscular que é executado e ao aumento da força muscular.

Pöyhönen et al. (2001), realizaram um estudo em que puderam observar

que o treino de resistência em meio aquático pode levar ao aumento de

adaptações funcionais e hipertróficas num sistema neuromuscular saudável,

quando um movimento é realizado várias vezes. Este estudo torna-se então

importante, uma vez que a maioria dos exercícios realizados no meio aquático

é de múltiplas repetições, com uma determinada intensidade. Logo, o padrão

de contração muscular num ambiente aquático é relevante para a

funcionalidade do movimento, podendo ou não envolver o ciclo de

alongamento-encurtamento (CAE).

Atualmente existem muitas variantes e programas de Hidroginástica,

apresentados por Yázigi (2000) e pela AEA (2008), como a aeróbica aquática,

a dança aquática, deepwater, jogging aquático, step aquático, treino localizado

e atividades realizadas por estações ou em circuito, técnicas de relaxamento

(ai-chi, watsu), aqua-sport, aqua-combat, aqua-bike, hidro-kids, treino

pliométrico (trabalho de potência muscular, velocidade e impulsão através da

realização de saltos e multi-saltos), hip-pop aquático e aqua-gym. Estas

variantes diferenciam-se pelo seu objetivo, meio, método de trabalho e

planeamento do próprio instrutor. Para Denning et al. (2012), as variantes mais

referenciadas da hidroginástica são aulas em piscina rasa (shalow water), em

piscina funda (deep water), exercícios calisténicos, exercícios em passadeira

subaquática, onde ocorre em cada tipo de variante uma resposta fisiológica e

biomecânica diferenciada.

Benelli et al. (2004), ao analisar as respostas fisiológicas (frequência

cardíaca e os níveis de lactato) em senhoras saudáveis e jovens com uma

Page 42: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

20

média de idades de 27,4 anos, em três diferentes locais (meio terrestre, em

piscina rasa e em piscina profunda), puderam concluir que os exercícios

realizados em meio aquático reduzem significativamente a frequência cardíaca

e os níveis de lactato, comparativamente ao meio terrestre, tornando-se um

meio propício para exercícios de baixo impacto para pessoas idosas ou com

lesões/ incapacidades melhorarem a sua capacidade física.

Barbosa et al. (2007), realizaram um estudo idêntico, no entanto

analisaram mais variáveis fisiológicas (frequência cardíaca, consumo de

oxigénio, a taxa de perceção de esforço e o dispêndio energético), e

compararam-nas em meio terrestre, em piscina com água pela cintura e com

água pelo apêndice xifoide. Estes autores comprovaram que as respostas

fisiológicas eram mais elevadas quando os exercícios eram realizados no meio

terrestre. Além disso, quando os exercícios foram realizados no meio aquático,

as respostas fisiológicas foram mais elevadas quando a água estava pela

cintura. Estes resultados podem estar relacionados com o sistema de

termorregulação, pois a cabeça, o tronco e os braços estavam emersos num

local quente; e por razões biomecânicas, devido à baixa flutuação, à força de

reação ao solo e à atividade neuromuscular. Em suma, a profundidade da água

pela cintura deve ser evitada porque não é possível obter os benefícios

pretendidos aquando da realização de exercícios em meio aquático.

Meredith-Jones et al. (2011), sugerem que a realização de exercícios em

meio aquático, em piscina com água profunda ou rasa, pode beneficiar a

aptidão cardiorrespiratória, os níveis de força muscular e a distribuição de

gordura corporal. No entanto, refere também que o efeito sobre o perfil lipídico,

a massa corporal e o metabolismo dos hidratos de carbono é indeterminado,

logo para potenciar os efeitos do exercício em meio aquático é necessário ter

em atenção a profundidade da água, a intensidade, a frequência e a duração

das sessões.

Com o objetivo de aumentar o leque de opções e o grau de dificuldade

dos exercícios, é possível adicionar materiais de arrasto (luvas, aqua-flaps), de

flutuação (caneleiras, halteres e noodles) ou de apoio (cintos) (AEA, 2008).

Para Colado & Triplett (2009), existem dois tipos principais de equipamento

Page 43: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

21

aquático: os equipamentos de flutuação, que têm a capacidade de gerar tensão

muscular ou força, quando são movidos na direção oposta à força de flutuação;

e os equipamentos de superfície, que têm a capacidade de gerar tensão

muscular quando são movidos em direção oposta ao movimento da água.

Deste modo, a força de arrasto é responsável pela resistência resultante

durante a utilização do equipamento de superfície, estando a sua magnitude

determinada pela área de superfície, formato e velocidade do movimento.

Segundo Yázigi (2000) e a AEA (2008), os idosos são o tipo de

população que mais procura este género de aulas devido às características

únicas da água e à sua condição física diminuída derivada, por exemplo, da

osteoporose. Este tipo de aulas privilegia, para além das componentes

principais da aptidão física (resistência, força, flexibilidade e composição

corporal), as componentes secundárias (equilíbrio, coordenação, velocidade,

potência, agilidade e tempo de reação) (AEA, 2008; Yázigi, 2000). Nikolai et al.

(2009) comprovaram que este tipo de exercício preenche os requisitos da

American College of Sports Medicine (ACSM), para melhorar e manter os

níveis de aptidão cardiorrespiratória.

As atividades desenvolvidas no meio aquático estão voltadas para a

melhoria da capacidade do indivíduo, manutenção da saúde, condicionamento

físico e como forma de lazer (Bravo et al., 1997). Para Murcia et al. (2008), as

razões para a prática de atividade física na água estão relacionadas com a

autodeterminação, satisfação, bem-estar, saúde e aptidão física, tendo as

mulheres maiores níveis que o homens, e a população idosa maiores níveis

que os jovens.

Como já foi referido anteriormente, o meio aquático apresenta várias

vantagens comparativamente ao meio terrestre, devido às propriedades físicas

únicas do meio aquático, entre as quais destacam-se a flutuação, a pressão

hidrostática e a viscosidade (AEA, 2008). Relativamente à flutuação, o princípio

de Arquimedes descreve esta propriedade, indicando que a perda de peso de

um corpo submerso é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo. Isto é,

quando um indivíduo está de pé dentro de água sofre a ação de duas forças

opostas: da gravidade, que é a força vertical exercida de cima para baixo; e a

Page 44: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

22

da flutuação, que é a força vertical exercida de baixo para cima.

Consequentemente, a magnitude da flutuação depende do tamanho e da

densidade do corpo submerso, logo, um corpo compacto e mais denso irá

deslocar uma quantidade relativamente pequena de água, dependendo

também da capacidade pulmonar e da percentagem de gordura. Tendo em

conta o que foi enunciado, é possível concluir que a flutuação diminui os efeitos

da gravidade e reduz o peso suportado pelo corpo e a compressão exercida

nas articulações (AEA, 2008).

A pressão hidrostática, segundo a Lei de Pascal, é a pressão que é

exercida igualmente por toda a superfície de um corpo submerso em repouso,

a uma determinada profundidade (AEA, 2008). Esta pressão aumenta de

acordo com a profundidade e com a densidade do fluido, podendo causar uma

diminuição do inchaço e da pressão arterial, com especial ênfase nas

extremidades inferiores, pois estão mais submersas (AEA, 2008). Tal facto,

segundo estes autores, compensa a tendência do sangue ficar estagnado nas

extremidades inferiores e ajuda no retorno venoso para o coração. Esta

propriedade pode ainda afetar os sistemas cardiovascular e respiratório

ajudando no condicionamento dos músculos usados na inspiração e na

expiração devido à sua ação na caixa torácica (AEA, 2008).

A viscosidade acontece quando existe fricção entre as moléculas de um

líquido, provocando a resistência à ação, tendo por consequência o aumento

da intensidade do movimento (AEA, 2008). O arrasto é a resistência que se

sente ao movimentar a água, sendo uma combinação da viscosidade da água,

da forma e do tamanho do sujeito submerso e é relativo à velocidade do

indivíduo em relação à água (AEA, 2008). Na água, a resistência frontal resulta

das forças horizontais da água, estando relacionada com a viscosidade da

água, que influencia a intensidade do exercício (AEA, 2008).

O treino de força começa a ser cada vez mais explorado no meio

aquático, sendo aplicados os mesmos princípios que no meio terrestre (como a

individualidade, a especificidade e a sobrecarga progressiva) e ainda a

manipulação das mesmas variáveis (como as séries, repetições e sessões). No

entanto, existem outras variáveis que são mais difíceis de adaptar e quantificar,

Page 45: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

23

como é o caso da intensidade, devido às características da água, como a

flutuação e a resistência da água (Souza et al., 2010). Estes autores referem

também que a resistência imposta pela água é suficiente para produzir

melhorias na capacidade muscular, sendo importante a ocorrência de um

volume moderado a alto para criar as devidas alterações fisiológicas.

Segundo Colado & Triplett (2009), a força é uma capacidade

neuromuscular que tem como objetivo superar a resistência externa, onde se

pode recorrer a halteres, bandas elásticas, equipamento aquático ou utilizando

apenas o movimento na água, através da produção de força. No entanto, para

que existam melhorias ao nível do desempenho físico e da saúde, estes

autores referem que é necessário haver tensão muscular a uma determinada

intensidade para criar adaptações fisiológicas adequadas, o que no meio

aquático é difícil de quantificar.

Raffaelli et al. (2010), realizaram um estudo onde concluíram que a

intensidade dos exercícios pode variar consoante o tipo de exercício e a

frequência a que é realizado, no entanto, a combinação de exercícios não

altera a intensidade de cada exercício realizado individualmente. Estes autores

acrescentam ainda que, a medição da frequência cardíaca é um bom método

de medição da intensidade do exercício realizado em meio aquático, estimando

assim o consumo de oxigénio, e se tal não for possível, deve-se utilizar a

escala de perceção subjetiva de esforço de Borg, por exemplo.

Segundo Neves & Doimo (2007), a escala de perceção de esforço (EPS)

é um método de fácil utilização para controlo do esforço, que ajuda a controlar

a intensidade da atividade sem praticar excessos. A utilização desta escala

baseia-se no pressuposto de que os ajustes fisiológicos, decorrentes do stress

físico, produzem sinais sensoriais aferentes, oriundos do sistema

cardiovascular e neuromuscular, capazes de alterar a perceção subjetiva do

esforço (Neves & Doimo, 2007). Para Alberton et al. (2007), o exercício no

meio aquático deve ser prescrito com base na taxa subjetiva de perceção de

esforço, no VO2 máx. ou na frequência cardíaca, porque para a mesma cadência

musical podem existir diferentes níveis de consumo de oxigénio e de

frequência cardíaca.

Page 46: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

24

2.4 – O método pliométrico

O método pliométrico começou a ser reconhecido no início de 1970, pois

os atletas provenientes do leste da europa dominavam os eventos que estavam

relacionados com potência e força muscular (Stemm & Jacobson, 2007).

O exercício pliométrico é um tipo de exercício explosivo e influencia

positivamente o desenvolvimento da potência muscular e da massa óssea;

melhora a performance atlética, a altura num salto vertical, a coordenação, a

propriocepção, força máxima e balística; ajuda a reduzir e prevenir lesões

devido ao aumento da estabilidade dinâmica, por exemplo, do joelho (Chimera

et al., 2004; Ebben, VanderZanden, et al., 2010; Jensen & Ebben, 2007;

Leissring et al., 2010; Miller et al., 2007; Sáez-Sáez de Villarreal et al., 2010).

Este método pode ajudar a melhorar o equilíbrio, mas, segundo Petushek et al.

(2010), alguns aspetos continuam por explicar.

Os efeitos do exercício e treino pliométrico dependem das várias

características de cada sujeito, como o nível de treino, o sexo, a idade, a

atividade desportiva que pratica e a familiaridade com o método em si (Sáez-

Sáez de Villarreal et al., 2010).

Este tipo de exercício envolve a realização de uma contração excêntrica

seguida imediatamente de uma contração concêntrica (Arazi & Asadi, 2011;

Chimera et al., 2004; Markovic, 2007; Pezzullo et al., 1995; Robinson et al.,

2004; Stemm & Jacobson, 2007).

Pezzullo et al. (1995), referiam-se à fase excêntrica como sendo um pré-

alongamento que antecedia a contração concêntrica, sendo considerada a fase

mais importante do exercício devido à ocorrência da excitabilidade dos

recetores neurológicos. Esta fase melhora a performance e,

consequentemente, a reatividade do sistema neuromuscular, induzindo

alterações no fuso muscular, nos órgãos tendinosos de Golgi (OTG), no reflexo

de alongamento miotático e na elasticidade do músculo (Chimera et al., 2004;

Pezzullo et al., 1995; Sáez-Sáez de Villarreal et al., 2010).

Segundo Stemm & Jacobson (2007), as contrações excêntricas e

concêntricas estão separadas por um período de amortização onde ocorre a

Page 47: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

25

rápida transição entre as duas contrações. Esta transição envolve o CAE e o

reflexo de alongamento miotático, que é definido como sendo um atraso

electromecânico entre as contrações excêntrica e concêntrica. Segundo

Chimera et al. (2004), o reflexo miotático é iniciado durante a fase excêntrica e

ajuda no recrutamento de unidades motoras durante a contração concêntrica,

que acontece logo depois.

A contração excêntrica estimula o fuso muscular, as propriedades

elásticas do músculo e o respetivo tecido conjuntivo em série e em paralelo,

que permite ao músculo armazenar energia durante a fase de desaceleração e

libertar essa mesma energia durante a fase de aceleração, coadjuvando e

potenciando assim a ocorrência da contração concêntrica (Chimera et al.,

2004; Miller et al., 2007; Stemm & Jacobson, 2007).

Os OTG, tal como o fuso muscular, são sensíveis à tensão e estão

localizados na junção músculo-tendinosa, na origem e na inserção do músculo.

A sua estimulação inibe as fibras musculares extrafusais agonistas, protegendo

o músculo da ocorrência do excesso de contração ou alongamento (Chimera et

al., 2004; Pezzullo et al., 1995). No entanto, depois do exercício pliométrico, os

OTG são dessensibilizados, permitindo às componentes elásticas do músculo

submeterem-se a um maior alongamento (Chimera et al., 2004).

Quando acontece a combinação do reflexo de alongamento juntamente

com a energia elástica armazenada, ocorre uma contração concêntrica de

maior potência (Chimera et al., 2004). Por outro lado, é necessário que a

contração concêntrica siga a aplicação da carga e que a contração excêntrica,

ocorrida imediatamente antes, seja rápida (Pezzullo et al., 1995).

2.4.1 – Os exercícios pliométricos

Segundo Robinson et al. (2004), os exercícios pliométricos podem-se

realizar ao nível dos membros superiores e inferiores. Para os membros

superiores, este método pode ser bastante importante, por exemplo, na

reabilitação de um atleta com uma lesão ao nível do ombro, como relata

Pezzullo et al. (1995).

Page 48: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

26

Para os membros inferiores, o treino pliométrico inclui, principalmente, o

squat jump (SJ), o countermovement jump (CMJ) e o drop jump (DJ) (Miller et

al., 2007; Sáez-Sáez de Villarreal et al., 2010). Tendo como base estes

exercícios, é possível realizar outros saltos, que podem envolver o CAE,

podendo ser realizados com carga ou com equipamento adicional, sendo que

Sáez-Sáez de Villarreal et al. (2010) referem que estes podem não trazer

ganhos significativos, porque aumentam a resistência no movimento e o tempo

de contacto e, quanto maior for esse tempo, menos eficaz será o CAE. No

entanto, Colado, Garcia-Masso, González, et al. (2010), consideram que a

utilização de equipamento no meio aquático, além de aumentar a intensidade

do movimento, pode contrabalançar o facto da massa corporal aparente ser

menor dentro de água. Desta forma, o equipamento pode ajudar no aumento

da força concêntrica e na diminuição das forças de impacto, tal como indica o

estudo de Triplett et al. (2009).

Segundo Miller et al. (2007), o SJ é definido através da realização de um

agachamento, realizando uma contração isométrica do músculo quadricípite,

seguido de um salto para cima e realizando a receção ao solo com os dois pés

em simultâneo em cima de uma plataforma de força. No CMJ, o salto começa

com o indivíduo numa posição ereta, depois quando o sujeito recebe o

comando para saltar, realiza um agachamento, salta para cima e realiza a

receção ao solo com os dois pés em simultâneo na plataforma de força (Miller

et al., 2007). No DJ, os sujeitos iniciam o salto de cima de uma caixa, neste

caso de 15 cm de altura, saltam de cima da caixa para a plataforma e realizam

logo de seguida um CMJ (Miller et al., 2007).

Para Sáez-Sáez de Villarreal et al. (2010), a performance é mais elevada

em exercícios de DJ, seguidos dos CMJ, e por fim os SJ. No entanto, esta

disposição é determinada pelas características do movimento e pelas

diferentes utilizações do CAE. Para estes autores, o SJ consiste apenas na

contração concêntrica no momento da impulsão do movimento, enquanto o

CMJ envolve as contrações excêntrica e a concêntrica.

Segundo Jidovtseff et al. (2010), o CMJ melhora significativamente a

altura do salto, o pico concêntrico de velocidade e de potência, mas não o pico

Page 49: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

27

de força, não havendo evidências que o pico de força seja maior com o CMJ do

que com o SJ.

O SJ não manifesta o CAE e é o tipo de exercício pliométrico que menos

lesões provoca, logo é o mais adequado para pessoas com patologias e/ou

lesionadas em fase de recuperação, pois tem efeitos positivos no aumento da

performance muscular (Randell et al., 2010).

2.4.2 – Os meios onde ocorrem os exercícios pliométricos

Existem estudos que analisam os exercícios pliométricos apenas uma

vez, havendo a comparação de diferentes tipos de salto, tipos de população-

alvo e de ambientes, como os estudos de Triplett et al. (2009) e de Colado,

Garcia-Masso, González, et al. (2010). No entanto, também existem estudos

que comparam a realização da mesma tipologia de exercício ao longo do

tempo, envolvendo assim outras características, como os estudos de Robinson

et al. (2004), Miller et al. (2007), Stemm & Jacobson (2007) e Arazi & Asadi

(2011).

São vários os ambientes onde ocorrem os exercícios pliométricos, no

entanto os mais referenciados são o meio terrestre, como o chão de um

ginásio, a areia, a relva ou o tapete, e o meio aquático, onde a recolha é

realizada dentro de uma piscina.

Segundo Ebben, Flanagan, et al. (2010), os exercícios pliométricos não

devem ser realizados em superfícies muito duras ou moles, pois estas

superfícies potenciam o risco de lesão ou então prolongam em demasia a fase

de amortização do exercício, respetivamente. No estudo promovido por estes

autores, foi possível comprovar que as características de impulsão e receção

foram semelhantes entre a superfície rígida e o tapete, logo o tapete não

prolonga o CAE. No entanto, no meio aquático, a impulsão e a receção foram

menores e o tempo da fase excêntrica foi maior do que nos outros tipos de

superfícies, logo o meio aquático pode não ter estimulado de forma ótima o

CAE.

Miller et al. (2007), realizaram um estudo em que se propuseram a

comparar os efeitos da profundidade da água (peito e cintura) sobre o aumento

Page 50: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

28

da força, potência e salto vertical através do treino pliométrico (SJ, CMJ e DJ)

em meio aquático. Os autores puderam concluir que não existiram diferenças

estatisticamente significativas na produção de força e na altura atingida entre

os vários saltos executados. Concluíram ainda que o grupo com água pela

cintura obteve melhores resultados na altura do salto do que o grupo com água

pelo peito, apesar das diferenças de não serem significativas.

Stemm & Jacobson (2007), realizaram um estudo em que compararam a

performance do salto vertical, através da realização de SJ, side hops, knee-

tuck jumps, no meio terrestre e aquático. As conclusões retiradas do artigo são

a existência de uma resposta similar conseguida nos dois meios e a redução

da força na receção ao solo devido à densidade da água, minorando assim o

potencial de lesão do músculo.

Arazi & Asadi (2011), compararam o efeito do mesmo treino pliométrico

(SJ e saltos ao nível do tornozelo) no meio aquático e no meio terrestre, com o

objetivo de avaliar a força muscular dos membros inferiores, o sprint e o

equilíbrio. Estes autores comprovaram que o meio aquático promove maiores

níveis de força e sprint que o meio terrestre, mas que por outro lado, o meio

terrestre promoveu melhores níveis de equilíbrio dinâmico que o meio aquático.

Este facto deve-se, principalmente, à diminuição da “massa corporal aparente”,

que diminuiu o stress muscular nos membros inferiores, reduzindo o impacto

nas articulações e, por consequência, diminuiu a manifestação dos recetores

propriocetivos. A força máxima, medida através de uma repetição máxima

(1RM), foi maior no meio aquático do que no meio terrestre, apesar de não

serem diferenças estatisticamente significativas. Arazi & Asadi (2011), referem

ainda que ambos os meios promoveram um aumento semelhante do

recrutamento de unidades motoras dos músculos agonistas, logo promoveram

o aumento da força de modo semelhante.

Em diferentes estudos, realizados com a mesma amostra, Colado,

Garcia-Masso, González, et al. (2010), analisaram e compararam a execução

de SJ a dois pés dentro e fora de água e Triplett et al. (2009), analisaram e

compararam a execução de SJ a um pé, nos mesmos meios. Segundo estes

autores, é possível afirmar que no meio aquático o impacto está reduzido e que

Page 51: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

29

produz menos pressão no músculo, osso e tecido conjuntivo quando é

comparado com o meio terrestre. A flutuação, que reduz o suporte da massa

corporal nos membros, e o aumento da resistência ao movimento, devido à

viscosidade e densidade da água, são duas das propriedades apontadas por

Robinson et al. (2004) e Miller et al. (2007) que possibilitam tais conclusões.

A flutuação, já descrita anteriormente, provoca uma diminuição da

“massa corporal aparente” relativamente ao grau de submersão, logo, quanto

mais submerso estiver o corpo menor será a “massa corporal aparente” (Miller

et al., 2007).

As atividades que exigem o suporte da massa corporal em meio terrestre

são atividades de grande stress ao nível dos membros e esse stress é reduzido

em meio aquático devido ao efeito da flutuação. O treino de exercícios

pliométricos no meio aquático é um método que pretende diminuir as forças de

impacto e um potencial trauma nas articulações e tecidos conjuntivos,

promovendo uma resistência ao movimento, que não acontece quando o

mesmo exercício é realizado em meio terrestre (Colado, Garcia-Masso,

González, et al., 2010; Robinson et al., 2004; Triplett et al., 2009).

No estudo de Stemm & Jacobson (2007), a água estava ao nível do

joelho, confirmando o que foi referido por Miller et al. (2007), ou seja, a

profundidade da água é um fator essencial quando o objetivo é aumentar a

massa muscular. Alguns estudos consideraram que a profundidade ideal é pelo

peito, mais propriamente no apêndice xifoide, em que cerca de 70% do corpo

está submerso (Arazi & Asadi, 2011), pois existe uma diminuição da força de

impacto comparando com atividades realizadas em terra (Barela & Duarte,

2008; Colado, Garcia-Masso, González, et al., 2010; Roesler et al., 2006;

Triplett et al., 2009).

Roesler et al. (2006), referem que a profundidade da água provoca

alterações na força de reação ao solo, principalmente na componente vertical

(Fy), ou seja, a força de reação ao solo tende a ser maior quanto menor for o

nível de profundidade da água. No entanto, segundo o mesmo autor, podem

existir alterações da força de reação ao solo com o mesmo nível de imersão,

devido à posição dos membros superiores na água e devido à velocidade do

Page 52: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

30

movimento, apesar da velocidade do movimento exercer maior influência na

componente ântero-posterior (Fx).

A profundidade da água além de influenciar a “massa corporal aparente”,

também influência o reflexo de alongamento, porque se a profundidade da

água for muito elevada pode inibir a ocorrência do mesmo (Miller et al., 2007).

Durante a execução de exercícios pliométricos em meio aquático pode

acontecer a diminuição da velocidade do CAE nos membros inferiores,

especialmente nos joelhos, afetando as propriedades elásticas do músculo. As

contrações excêntricas e concêntricas do membro inferior podem ser mais

lentas devido à resistência da água, tornando todo o movimento mais lento

(Ebben, Flanagan, et al., 2010; Miller et al., 2007).

2.4.3 – As variáveis num programa de exercícios pliométricos

Um programa de exercícios pliométricos requer a compreensão de

várias variáveis, como o modo do exercício, a frequência, o volume, a duração

do programa, o tempo de recuperação muscular após o esforço, a progressão

e a intensidade (Jensen & Ebben, 2007; Sáez-Sáez de Villarreal et al., 2010).

No entanto, Jensen & Ebben (2007) destacam a importância da

intensidade, que é determinada pelo número de pontos de contacto durante a

receção ao solo, pela velocidade e altura do movimento e pela massa corporal

do indivíduo que realiza o salto.

Jensen & Ebben (2007) e Ebben, VanderZanden, et al. (2010), referem

que a intensidade, que se traduz pelo stress presente no músculo, nos tecidos

conjuntivos e nas articulações, é classificada através de variáveis como a taxa

de desenvolvimento da força, a força de reação do solo (FRS) e a força de

reação das articulações. No entanto, estes valores estão dependentes do tipo

de tipo de salto que estiver envolvido.

A intensidade dos saltos pliométricos pode ser explicada diretamente

através do pico de força concêntrica e da taxa de desenvolvimento da força

concêntrica (Colado, Garcia-Masso, González, et al., 2010; Jensen & Ebben,

2007; Miller et al., 2007; Triplett et al., 2009). No meio aquático, a resistência

da água induz o aumento da intensidade, porque para se atingir a mesma

Page 53: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

31

altura de salto que no meio terrestre é necessário um maior esforço devido às

forças de frenagem da água, tornando-se assim um método de treino para

aumentar altura dos saltos pliométricos, sem aumentar o risco de lesões

(Colado, Garcia-Masso, González, et al., 2010; Miller et al., 2007; Triplett et al.,

2009).

Ebben, VanderZanden, et al. (2010), indicam que é possível quantificar a

intensidade através das características das fases de impulsão, aérea e receção

de cada exercício pliométrico. As variáveis dependentes avaliadas foram a FRS

da impulsão, a altura e potência do salto, a taxa de desenvolvimento da força e

a FRS na receção ao solo. A FRS na impulsão foi definida como sendo o valor

de força mais elevado obtido a partir do registo do tempo para a fase de

impulsão de cada salto; a altura do salto e a potência foram calculados no

tempo da fase aérea, através de equações; a taxa de desenvolvimento da força

foi definido através do primeiro pico da FRS menos a FRS inicial a dividir pelo

tempo do primeiro pico de FRS menos o tempo inicial da FRS e normalizado ao

segundo; a FRS na receção ao solo é definida pelo valor mais elevado durante

a receção ao solo.

Petushek et al. (2010), referem que a intensidade da fase de receção ao

solo pode ser medida através da dificuldade em adquirir a estabilização

postural dinâmica e pode ser quantificada pelo tempo até à estabilização.

Através do estudo destas variáveis obtiveram os seguintes resultados: a média

dos SJ para o tempo até à estabilização foi maior apenas em relação aos line

hops e aos cone hops, devido ao SJ não ativar o CAE; o CMJ com uma perna

foi o exercício que originou maior tempo para a aquisição da estabilização, pois

tem menor base de apoio, logo o salto com uma perna é o exercício pliométrico

mais intenso.

Estes resultados confirmam o que tinha sido divulgado por Jensen &

Ebben (2007), que realizaram um estudo em que examinaram a taxa de

desenvolvimento da força excêntrica, o pico da FRS, a FRS relacionada com a

massa corporal, a força de reação nas articulações do joelho e a força de

reação nas articulações do joelho relacionada com a massa corporal. Estes

autores, com este estudo, puderam concluir que a FRS e a FRS relacionada

Page 54: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

32

com a massa muscular não foi estatisticamente diferente entre os diferentes

saltos; o salto com uma perna revelou ter valores mais elevados de força de

reação na articulação do joelho, pelo facto da força de reação estar

concentrada apenas num membro inferior; os valores de força de reação nas

articulações do joelho relacionado ou não com a massa corporal foram os

valores mais elevados na realização de pike jump, truck jump e salto com uma

perna.

Para alguns autores, como Sáez-Sáez de Villarreal et al. (2010), o

aumento da performance muscular através de exercícios pliométricos, não é

determinada pelo nível inicial de força, logo as pessoas destreinadas podem

obter ganhos maiores de força do que pessoas treinadas, nas primeiras

semanas de treino.

Sáez-Sáez de Villarreal et al. (2010), indicam que os ganhos são

similares quando são comparados homens e mulheres, no entanto isso pode

estar relacionado com as diferenças entre os tamanho das amostras. No

entanto, a capacidade de uso do CAE parece ser maior nos homens (64.1%)

que nas mulheres, devido a várias características que podem influenciar: as

mulheres têm uma maior quantidade de fibras tipo I; o grau de inibição do

sistema nervoso e as características morfológicas, como é o caso do

comprimento fascicular dos músculos e os ângulos de penação, são diferentes

entre homens e mulheres. Segundo o mesmo estudo, a capacidade de

armazenar e utilizar a energia elástica é superior nas senhoras quando o

alongamento muscular é curto, e inferior quando o alongamento muscular é

grande, pois os homens possuem maior capacidade de induzir o alongamento

muscular. No entanto, estas características dependem das diferenças de

género ao nível da rigidez muscular e da capacidade de inibição do sistema

nervoso central.

A melhoria da força é significativamente maior quando os exercícios

pliométricos são combinados com outro tipo de exercícios, como o tradicional

treino de força ou a electroestimulação, porque existe maior estimulo (Arazi &

Asadi, 2011; Sáez-Sáez de Villarreal et al., 2010).

Page 55: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

33

2.4.4 – As lesões

Robinson et al. (2004) e Arazi & Asadi (2011), indicam que o exercício

pliométrico está, por vezes, associado a lesões e a dores musculares devido à

intensa contração excêntrica, às FRS e a forças externas que atuam sobre as

articulações, que momentaneamente transpõem a integridade estrutural do

músculo, ossos e tecidos conjuntivos.

A dor muscular de início tardio é comum nos exercícios pliométricos e é

caracterizada por aparecer horas após a realização dos exercícios, sendo uma

resposta normal a uma extensão incomum, que faz parte de um processo de

adaptação que leva a níveis maiores de força enquanto o músculo recupera e

constrói (Robinson et al., 2004). No entanto, se este método não for controlado

pode levar a lesões musculares, levando à perda temporária da amplitude de

movimento, ao inchaço intramuscular, edema e ao declínio da produção de

força (Robinson et al., 2004).

Stemm & Jacobson (2007), concordam com estes autores,

acrescentando que a contração excêntrica, que está relacionada com o CAE, e

os DJ produzem significativamente maior dor muscular de início tardio que as

contrações concêntricas, mas que a atividade da creatina kinase após o

exercício é semelhante nos três tipos de exercício.

Martel et al. (2005), concluíram no seu estudo com jovens atletas de

voleibol do sexo feminino, que a realização de exercícios pliométricos, neste

caso de CMJ, em meio aquático ajuda a diminuir a dor muscular e o excesso

de treino, comparado com a realização dos mesmos exercícios em meio

terrestre. Este método de treino pliométrico em meio aquático ajuda também no

aumento da força muscular, se for implementado um tipo de programa

específico.

A realização de alguns exercícios pliométricos provocam lesões porque

a fadiga altera o controlo motor, que por sua vez aumenta a força de

cisalhamento tibial e a tensão no ligamento cruzado anterior (Leissring et al.,

2010). Em estado avançado, podem ocorrer patologias relacionadas com os

tendões, que se não forem tratadas, podem levar à rutura dos mesmos

(Leissring et al., 2010; Stemm & Jacobson, 2007).

Page 56: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

34

Leissring et al. (2010), estudaram a relação entre o pico da FRS e a

força de reação da articulação do joelho (FRAJ) através da realização de

exercícios pliométricos, tendo-se verificado que o pico da FRS foi mais elevado

que o pico da FRAJ. Deste modo, a FRS pode ser uma viável alternativa para

avaliar a FRAJ, através da utilização de uma plataforma de força, permitindo

assim quantificar a força de impacto durante a receção ao solo dos exercícios

pliométricos (que é uma das muitas variáveis associadas à lesão da articulação

do joelho) de uma forma mais eficaz, permitindo assim prevenir lesões e

adequar a progressão dos exercícios.

Chimera et al. (2004), estudaram o efeito do treino pliométrico sobre a

ativação muscular em 20 atletas do sexo feminino e puderam concluir que o

treino pliométrico potenciou o aumento da estabilidade dos joelhos, beneficiou

a ocorrência de adaptações neuromusculares nos músculos adutores da anca,

na pré-ativação dos músculos adutores e a co-ativação dos músculos adutores

e abdutores aumentaram, logo beneficiou a prevenção de lesões ao nível do

joelho.

Segundo Stemm & Jacobson (2007) é necessário ter cuidado com a

utilização de exercícios pliométricos com apenas uma perna, devido à maior

percentagem de força num único membro, havendo uma maior predisposição

para a ocorrência de lesões. No entanto, segundo Triplett et al. (2009), os

saltos com uma perna podem promover melhorias funcionais em contexto do

quotidiano e desportivo, e a sua execução em meio aquático pode reduzir o

risco de lesões durante a fase de receção ao solo, mas para tal é necessário

ter atenção em que condições são realizados os exercícios.

Tendo em conta o que já foi referido acerca do meio aquático, é possível

dizer que este é um meio terapêutico e de reabilitação, propício para pessoas a

quem foi diagnosticado artrite ou lesões músculo-esqueléticas, ou mesmo

idosos, pessoas obesas ou grávidas, que necessitam de exercícios com

impacto reduzido nas suas articulações devido a fadiga, lesão ou incapacidade.

No meio aquático é possível a melhoria da performance muscular, com o

aumento da massa muscular e da densidade mineral óssea, através da devida

progressão e supervisão, com menos risco de lesão para músculos, ossos e

Page 57: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

35

articulações, ajudando assim na redução da dor muscular de início tardio (Arazi

& Asadi, 2011; Colado, Garcia-Masso, González, et al., 2010; Robinson et al.,

2004; Triplett et al., 2009).

2.5 – A sarcopenia

A palavra sarcopenia tem origem grega, podendo ser dividida em

“sarco”, que significa músculo e “penia”, que significa perda (D. Beas-Jiménez

et al., 2011; Morley et al., 2001). A Sarcopenia é traduzida pela perda de

músculo e de força muscular que acontece, universalmente, com o avançar da

idade, sendo visível nos idosos (Roubenoff, 2000; Roubenoff & Hughes, 2000).

É um processo que afeta todos os idosos, mesmo os atletas que continuam

fisicamente ativos na terceira idade, apesar de sofrerem uma menor redução

da massa e força muscular (Roubenoff, 2000; Roubenoff & Hughes, 2000).

Segundo Roubenoff et al. (1997), a sarcopenia que acontece

naturalmente com a idade é distinta da perda de músculo, com conservação da

massa corporal total, que é causada por citocinas e, consequentemente, por

doença inflamatória, que se chama caquexia; ou da perda de peso involuntária

associada à perda de massa muscular, causada por fome ou doença

avançada.

Para Roubenoff (2000), não existe um valor absoluto de massa e força

muscular a partir do qual se possa afirmar que a sarcopenia está presente. O

começo da sarcopenia, como um problema clínico, depende de vários fatores,

como o nível inicial de massa muscular e a sua taxa de declínio, o estilo de

vida e os níveis de atividade física do indivíduo (Roubenoff & Hughes, 2000).

Segundo estes autores, as determinantes da sarcopenia e da osteopenia são

uma combinação de fatores genéticos e ambientais, com interação entre os

dois fatores.

Relativamente a massa magra, Roubenoff (2000), refere que existe uma

ligação estrutura/função entre a força e a massa muscular, pois a existência de

maior quantidade de músculo corresponde a uma maior quantidade de força e

vice-versa (Roubenoff, 2000). No entanto, a relação entre a perda de músculo

e a perda de força não é igual à aplicada aos ganhos de massa e força

Page 58: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

36

muscular, uma vez que existem intervenções farmacológicas através da

hormona do crescimento e de testosterona que aumentam a quantidade de

massa muscular, mas que não aumentam a força muscular (Roubenoff, 2000).

Já a atividade física, mais especificamente o treino de força, tende a aumentar

os níveis de força, mas não há, necessariamente, uma proporção em termos

de ganhos de hipertrofia muscular, principalmente nos primeiros meses de

treino (Roubenoff, 2000).

Segundo Roubenoff (2000), existe um limite de perda de massa

muscular (cerca de 40%) que não é compatível com a vida e que está

relacionada com fatores ambientais e doença. São várias as doenças

associadas a indivíduos que tenham sarcopenia, como a osteoporose,

resistência à insulina, obesidade, artrite, entre outras (Deschenes, 2004). Além

disso, segundo este autor, a diminuição da força muscular nos idosos leva ao

aumento da probabilidade de quedas e fraturas, diminuindo a qualidade de vida

e independência dos idosos e, em casos extremos, pode levar à morbilidade e

mortalidade.

No estudo de Baumgartner et al. (1998), a sarcopenia foi definida como

sendo a força muscular com 2 desvios padrão (DP) abaixo da média dos

participantes jovens. Segundo estes autores, a prevalência da sarcopenia

aumentou 13% a 24% em pessoas com 65 a 70 anos e aumentou em 50% em

pessoas com mais de 80 anos. Esta prevalência aumentou em homens e

mulheres, no entanto, é maior em homens com mais de 75 anos (58%) do que

em senhoras (45%). Neste estudo, Baumgartner et al. (1998) acreditam que a

maior prevalência de sarcopenia nos homens está relacionada com a grande

mudança na qualidade de massa muscular que ocorre nos homens com o

envelhecimento. Já para Janssen et al. (2002), existe uma maior e mais severa

prevalência de sarcopenia em senhoras, quando comparados com homens

com mais de 60 anos. Estes autores referem ainda que o prejuízo funcional e a

incapacidade são duas vezes maiores nos homens e três vezes maiores nas

senhoras, quando comparado com jovens.

Page 59: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

37

2.5.1 - A função muscular

A idade tem um efeito negativo em cada parâmetro da função muscular,

isto é, na potência, força e resistência muscular (Deschenes, 2004).

Segundo Roubenoff & Hughes (2000), quando a sarcopenia já está

avançada, o músculo enfraquecido torna-se um fator limitante, que determina a

execução e capacidade do músculo.

2.5.1.1 – A potência

A sarcopenia afeta a perda de potência muscular, que é definida como

sendo o trabalho realizado por unidade de tempo (Roubenoff & Hughes, 2000).

Essa perda é inicialmente evidente por volta dos 40 anos de idade e apresenta

um declínio mais intenso que o da força muscular (Deschenes, 2004). É uma

adaptação que ocorre em homens e senhoras, nas zonas superior e inferior do

corpo, provocando uma grande diminuição na força anaeróbia ou de curta

duração (Deschenes, 2004).

A perda de potência muscular tem como consequência o aumento do

número de quedas nos idosos, impedindo-os de realizar as AVD’s, como subir

escadas e levantar-se de uma cadeira sem ajuda (Deschenes, 2004).

Os fatores que provocam perda de potência muscular no músculo

envelhecido são a desenervação das unidades motoras de contração rápida, a

diminuição do número de axónios neurais mielinizados, a diminuição da

velocidade máxima de encurtamento muscular, a debilitação do mecanismo de

contração muscular e a diminuição da quantidade de cálcio libertada no reticulo

sarcoplasmático aquando da estimulação muscular (Deschenes, 2004).

2.5.1.2 – A força muscular

São vários os estudos que indicam que a força muscular está diminuída

em músculos envelhecidos por sarcopenia (Deschenes, 2004; Roubenoff &

Hughes, 2000). De todas as formas de contração muscular (excêntrica,

concêntrica e isométrica), a contração excêntrica é a que oferece maior

resistência aos efeitos adversos que ocorrem com o envelhecimento

(Deschenes, 2004).

Page 60: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

38

O pico de força muscular máxima acontece por volta dos 30 anos e

mantem-se até aos 50 anos de idade. Dos 50 aos 60 anos ocorre um ligeiro

declínio, mas é por volta dos 60 anos que a taxa de perda de força se torna

mais acentuada (Deschenes, 2004).

Frontera, Hughes, et al. (2000), realizaram um estudo em que

analisaram, ao longo de 12 anos, as mudanças ao nível do músculo-

esquelético em homens com cerca de 65 anos de idade, tendo concluído que

existe, por ano, uma taxa de 2,5% de diminuição da força muscular da perna.

Estes autores afirmaram ainda que a sarcopenia é responsável por cerca de

90% da diminuição da força relacionada com a idade. A capacidade completa

de ativação das unidades motoras durante as contrações voluntárias máximas

não é afetada na terceira idade, no entanto existem outros fatores neurais que

podem ajudar na redução da força, como a diminuição da co-ativação dos

músculos antagonistas (Deschenes, 2004).

Segundo Deschenes (2004), a qualidade da massa muscular ou tensão

específica também poderá estar implicada na redução da força na terceira

idade, pois estes autores acreditam que a força pode ser quantificada a nível

do músculo, como um todo, ou através de fibras, isoladamente; através de toda

a massa muscular ou apenas de uma unidade de massa muscular; ou através

da área de secção transversal do músculo ou apenas através da área de

secção transversal da fibra muscular. A força muscular pode ainda ser medida

através de contrações estáticas ou dinâmicas, onde difere a velocidade

isocinética, e através de contrações voluntárias ou estimulação elétrica

(Deschenes, 2004).

Frontera, Suh, et al. (2000), indicaram no seu estudo que a qualidade do

músculo foi definida através da força produzida pela área de secção transversal

de todo o músculo e que não existiram diferenças significativas entre jovens e

idosos relativamente à tensão exercida durante a contração máxima do

músculo quadricípites. No entanto, Frontera, Suh, et al. (2000), mostraram

ainda que, ao nível da área de secção transversal das fibras musculares, a

tensão específica foi menor 30% nas fibras do músculo quadricípites dos

indivíduos idosos, comparativamente aos dos indivíduos jovens. Deste modo, é

Page 61: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

39

possível concluir que existe um deficit da função contráctil nas fibras em

pessoas idosas, podendo estar relacionada com a diminuição do número de

pontes cruzadas de miosina (Deschenes, 2004).

2.5.1.3 – A resistência muscular

A resistência muscular é descrita como a capacidade de resistir à fadiga

muscular, principalmente quando a resistência é submáxima, através da

realização de contrações estáticas ou dinâmicas (Deschenes, 2004). Os

mecanismos envolvidos na fadiga do músculo dependem da idade, logo a

fadiga central torna-se mais pronunciada em pessoas idosas, cujo sistema

neuromuscular está envelhecido (Deschenes, 2004; Morley et al., 2001).

Para Roubenoff & Hughes (2000), o treino de resistência, em jovens

adultos, não provoca uma resposta direta, como uma alteração no tamanho e

na força musculares. Aliás, o treino de resistência tende a provocar grandes

alterações na função do músculo e poucas ou nenhumas alterações na sua

massa e força (Roubenoff & Hughes, 2000).

2.5.2 - As causas da sarcopenia

São várias as causas possíveis para o desenvolvimento da sarcopenia,

podendo ser estímulos anabólicos, através do sistema nervoso central (SNC),

da hormona do crescimento, do estrogénio, da testosterona, da dieta proteica,

da atividade física e da ação da insulina (Roubenoff & Hughes, 2000). Este

fenómeno também pode ocorrer devido a estímulos catabólicos, como a

inflamação subclínica e a produção de citocinas catabólicas (Roubenoff &

Hughes, 2000). No entanto, segundo estes autores, o fator mais importante que

causa a sarcopenia ao longo da idade é a perda de neurónios motores de

entrada para o músculo, que ocorre em vários lugares do SNC (córtex motor

primário, cerebelo e hipocampo). A prática de atividade física, os níveis

hormonais e os fatores genéticos são bastante importantes na preservação do

número de unidades motoras em pessoas idosas, no entanto não conseguem

reverter o efeito da idade (Roubenoff & Hughes, 2000).

Page 62: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

40

Segundo Marzetti et al. (2008), a apoptose é um mecanismo que

também provoca a perda de massa muscular no envelhecimento.

Fig. 2 – Esquema das diferentes etiologias envolvidas na sarcopenia e as suas consequências.

Adaptado de D. Beas-Jiménez et al. (2011).

O número de unidades motoras mantém-se constante dos 10 aos 60

anos de idade, sendo que por volta dessa idade tem início um processo de

desenervação do músculo (Deschenes, 2004). A desenervação pode ser

descrita como uma diminuição do número de unidades motoras e provoca um

aumento do tamanho das unidades motoras que restam no músculo

envelhecido, que por consequência, leva a que cada neurónio motor tenha que

inervar um número maior de fibras musculares, que também diminuem com a

idade (Deschenes, 2004; Lexell et al., 1986; Morley et al., 2001). No entanto,

estas unidades motoras de maior tamanho são menos eficientes e, em caso

Page 63: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

41

extremo, são as responsáveis por tremores e fragilidade muscular (Roubenoff,

2000).

Segundo Morley et al. (2001), as mudanças que ocorrem nas unidades

motoras que inervam o músculo estão relacionadas com a diminuição da ação

coordenada do músculo. Estes autores acrescentam ainda que a diminuição

das unidades motoras tende a ocorrer predominantemente nas inervações

distais.

A massa muscular total e o tamanho total do músculo atingem o seu pico

pelos 24 anos de idade (Lexell et al., 1988). Depois, tal como a força muscular,

a massa muscular tende a manter-se até aos 50 anos, ocorrendo apenas uma

diminuição de 10% no tamanho total do músculo entre os 24 e os 50 anos de

idade (Lexell et al., 1988). No entanto, é entre os 50 e os 80 anos que existe

uma diminuição mais acentuada, chegando aos 30% (Lexell et al., 1988).

No estudo de Janssen et al. (2000), onde avaliaram a massa músculo-

esquelética e a sua distribuição em 468 homens e mulheres, dos 18 aos 88

anos, puderam concluir que a perda de massa muscular tem início por volta

dos 30 anos de idade, não sendo significativa até aos 50 anos. No entanto,

depois dos 50 anos a perda de massa muscular torna-se mais acentuada. A

diminuição da massa muscular foi aproximadamente 1,9 e 1,1/ kg, em homens

e senhoras, respetivamente. Estes dados corroboram com os de Lexell et al.

(1988). Janssen et al. (2000), também puderam concluir que os homens têm

maiores níveis de massa muscular (36%) que as senhoras, o que leva a

maiores perdas com o avançar da idade. As razões destas perdas podem estar

relacionadas com a diminuição dos níveis da hormona do crescimento (HC), do

fator de crescimento da insulina e da testosterona. Além disso, houve uma

maior perda de massa muscular relacionada com o envelhecimento na zona

inferior do corpo, em homens e senhoras, o que pode estar relacionado com a

diminuição dos hábitos de atividade física com o envelhecimento, tendo

consequências ao nível de mobilidade e incapacidade funcional (Janssen et al.,

2000).

Page 64: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

42

Com a idade também existe uma diminuição do número de fibras, sendo

de 5% entre os 24 e os 50 anos e de 35% entre os 52 e os 77 anos de idade.

(Lexell et al., 1986). Segundo Deschenes (2004), a taxa de sarcopenia é cerca

de 1% de diminuição anual na área de secção transversal do músculo, a partir

dos 50 anos. No entanto, segundo Frontera, Hughes, et al. (2000) essa taxa é

de cerca de 1.4% por ano.

Segundo Lexell et al. (1988), a diminuição da massa muscular é

explicada pela diminuição do número de fibras, mas também pela atrofia das

fibras musculares. E, ao contrário da perda de fibras musculares, que ocorrem

igualmente nas fibras de contração lentas e rápidas, a atrofia celular associada

ao envelhecimento depende do tipo de fibras musculares. Segundo este autor,

as fibras tipo II (contração rápida) têm uma diminuição de 26% na sua área de

secção transversal, enquanto as fibras tipo I (contração lenta) não se

modificam entre os 20 e os 80 anos de idade. A referida atrofia pode estar

relacionada com mudanças na regulação genética do músculo, isto é, com o

envelhecimento existe uma diminuição do conteúdo do ácido ribonucleico

mensageiro (mRNA) na miosina. Existe, mais especificamente, uma diminuição

em algumas isoformas da miosina (Deschenes, 2004).

A idade não altera a composição do tipo de fibra dentro do músculo,

existe uma alteração da distribuição das fibras dentro do músculo, pois

enquanto a aparência de um músculo jovem é em “mosaico”, o músculo

envelhecido é “remendado” e desigual (Deschenes, 2004).

2.5.3 - A composição corporal

Segundo Roubenoff & Hughes (2000), existe uma tendência a ganhar

gordura e massa muscular aos 40 anos, havendo posteriormente uma perda de

massa corporal depois dos 60 anos, devido à perda de massa gorda

(envelhecimento biológico e aparecimento de doença) e de massa muscular.

O excesso de massa corporal é uma causa de incapacidade, e se for

conciliada com a perda de massa muscular e com o aumento de massa gorda,

transforma-se em obesidade sarcopénica, que tem consequências mais graves

para a saúde do que apenas a sarcopenia (Roubenoff & Hughes, 2000).

Page 65: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

43

Os ganhos de massa corporal que acontecem por volta dos 40 anos

podem ser otimizados através da prática de atividade física, onde é possível

aumentar a massa muscular sem aumentar os riscos cardiovasculares

(Roubenoff & Hughes, 2000).

Como já foi referido, com a idade existe uma diminuição da ingestão

calórica, que afeta a população idosa, em ambos os sexos. No entanto, como

refere Morley et al. (2001), a razão principal para a saciedade precoce está

relacionada com a inabilidade do estômago responder através do relaxamento

na mesma quantidade que estenderia num jovem, devido à diminuição da

produção de óxido nítrico no estômago. Além disso, os idosos têm um aumento

da produção de colecistoquinina em resposta à ingestão de gorduras (Morley et

al., 2001).

Quando os idosos perdem massa corporal, perdem massa muscular e

massa gorda e, para se recuperar da perda de massa muscular, é necessário a

realização de exercício e de uma dieta calórica adequada(Morley et al., 2001).

Deste modo, a sarcopenia está também relacionada com situações de anorexia

na terceira idade, podendo essa anorexia ser patológica ou fisiológica (Morley

et al., 2001).

O início da sarcopenia parece estar relacionada com as mudanças no

metabolismo proteico, aliás, a diminuição da taxa de síntese de proteínas está

relacionada a lentidão nas taxas globais de turnover de proteína muscular, ao

longo da idade (Balagopal et al., 1997). Segundo estes autores, a taxa de

síntese proteica diminui significativamente por volta dos 50 anos, continuando a

diminuir ao longo do envelhecimento.

Segundo Roubenoff & Castaneda (2001) o armazenamento de proteína

no organismo tem como função principal a própria contração muscular através

das proteínas actina, miosina, anticorpos e enzimas, estando a sua diminuição

envolvida na diminuição da função muscular. Depois, durante o estado de

doença, o nitrogénio deve ser mobilizado no músculo para difundir aminoácidos

ao sistema imunitário, fígado e outros órgãos (Roubenoff & Castaneda, 2001).

Segundo estes autores, se não existir uma quantidade suficiente de nitrogénio

na dieta alimentar e no músculo, a capacidade de resistir à doença diminui,

Page 66: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

44

logo o músculo torna-se o maior recurso da proteína para as funções

relacionadas com a proteção dos anticorpos, a cura de feridas e a produção de

glóbulos brancos durante a doença.

A diminuição da síntese proteica evidenciada nos músculos

envelhecidos está relacionada com fatores bioenergéticos, porque todo o

processo de produção da proteína necessita de grandes quantidades de

energia, onde a adenosina trifosfato (ATP), que é produzida dentro do músculo

através da fosforilação oxidativa dentro da mitocôndria, é essencial ao

processo (Deschenes, 2004). No entanto, com o envelhecimento ocorre a

diminuição da densidade da mitocôndria e da atividade enzimática aeróbia,

ocorrendo também um aumento dos danos oxidativos no ácido

desoxirribonucleico (DNA) mitocondrial (Deschenes, 2004). Segundo Welle et

al. (2003), o conteúdo do mRNA transcrito em proteínas mitocondriais

essenciais está diminuído nos músculos envelhecidos e o DNA mitocondrial

diminui cerca de 40% com o envelhecimento.

Morley et al. (2001), referem que o efeito final dos distúrbios no

metabolismo proteico relacionado com a idade assenta na diminuição de rácios

de massa corporal nos músculos. Ou seja, à medida que existe uma diminuição

dos rácios, a percentagem de massa gorda aumenta, resultando em obesidade

sarcopénica.

No estudo de Castaneda et al. (1995), onde se examinou a ingestão de

0,8 g/kg/dia de proteínas em senhoras na pós-menopausa, houve uma grande

diminuição dos níveis de força, de massa celular e do fator de crescimento da

insulina-1 (IGF-1). Deste modo, D. Beas-Jiménez et al. (2011) recomendam

que a ingestão proteica deve ser, pelo menos, 1,0 a 1,3 g/kg/dia, sendo esta

quantidade distribuída ao longo das refeições diárias.

Com o avançar da idade ocorre, também, uma diminuição da

concentração de hormonas anabólicas circulantes, que são as responsáveis

pela “construção” do músculo (Roubenoff & Hughes, 2000). Pois, ao contrário

da perda de massa óssea que acontece na mulher com a menopausa

(determinada pelo nível de estrogénio), a homeostasia muscular está

Page 67: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

45

dependente de várias hormonas anabólicas e catabólicas (Roubenoff &

Hughes, 2000).

Para Roubenoff & Hughes (2000), as hormonas sexuais anabólicas são

as hormonas mais importantes que diminuem com a idade. Segundo estes

autores, o estrogénio e a testosterona têm efeitos anabólicos no músculo que

podem influenciar uma inflamação subclínica, no entanto, o efeito do estrogénio

também é determinado pela sua conversão em testosterona. Também a HC,

sendo uma hormona anabólica, pode influenciar na atrofia muscular

relacionada com a sarcopenia (Roubenoff, 2000).

Segundo Vermeulen & Kaufman (1995), os homens entre os 20 e os 80

anos sofrem uma redução da testosterona total na ordem dos 35%, enquanto

na testosterona ainda por formar, ou livre, a diminuição é de 50%. Esta

diminuição, que é variável na sua velocidade e trajetória, contribui para o

aparecimento da sarcopenia.

O mesmo não acontece com o estrogénio, que diminui de modo drástico

com o aparecimento da menopausa, onde ocorre uma queda abrupta da massa

muscular, existem ganhos de massa gorda e acontece uma diminuição da taxa

metabólica (Roubenoff & Hughes, 2000).

Segundo Veldhuis et al. (1997), entre os 20 e os 70 anos existe uma

diminuição da HC em cerca de 50% em homens e mulheres. Já segundo

Roubenoff & Hughes (2000) e Roubenoff (2000), esta diminuição começa a

partir dos 40 anos de modo ligeiro, sendo depois progressivo ao longo dos

anos. Para Deschenes (2004), a HC intervém nos efeitos no músculo através

da síntese de IGF-1, que também está diminuída. Tal diminuição vai provocar

uma diminuição da força muscular, da velocidade de caminhada e da

mobilidade em geral (Cappola et al., 2001).

A insulina é uma importante hormona anabólica que também diminui

com o envelhecimento, logo a sua resistência aumenta com a idade juntamente

com outros fatores, como a gordura visceral e a inatividade física (Roubenoff &

Hughes, 2000).

Page 68: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

46

Segundo Deschenes (2004), um mecanismo potencial da sarcopenia é a

resposta inflamatória, que resulta da libertação de citocinas que têm efeitos na

perda de massa muscular.

Para Roubenoff (2000), a idade está associada a um estado subclínico

de inflamação, que leva ao aumento da produção de citocinas catabólicas,

aumentando assim a taxa de catabolismo do músculo e, consequentemente, a

sarcopenia. Morley et al. (2001), acrescentam ainda que as citocinas

catabólicas, para além de influenciarem a perda de massa muscular, tendem a

aumentar o estado de anorexia relacionada com a terceira idade e a diminuir os

níveis de albumina.

2.5.4 – A atividade física como tratamento da sarcopenia

A atividade física diminui com a idade, especialmente em sociedades

desenvolvidas, onde o músculo deixa de ser tão estimulado. Este fator está

diretamente relacionado com a perda de músculo, pois as pessoas mais ativas

têm mais perda de força e massa muscular, ao contrário das pessoas

sedentárias que também perdem músculo devido ao desuso. Esse desuso

causa um grande declínio no tamanho e força do músculo, mesmo com uma

ingestão adequada de proteínas e restantes nutrientes (Roubenoff & Hughes,

2000). O desuso do músculo torna as pessoas mais vulneráveis, seja por

doença ou pela sarcopenia relacionada com a idade, pois vão tendo cada vez

mais dificuldades na realização das AVD’s. A aptidão cardiorrespiratória e a

força muscular são determinantes importantes da capacidade funcional em

idosos com sarcopenia avançada (Roubenoff, 2000).

O treino de força consegue reverter a perda de massa muscular e a

deterioração da estrutura muscular, que está associada ao envelhecimento

(Hurley & Roth, 2000). Este tipo de treino está associado à melhoria da

performance funcional e do estado de saúde através do aumento da massa

muscular, da força, da potência, do aumento da densidade mineral óssea

(DMO), da diminuição do risco de quedas, da normalização da pressão

sanguínea, da diminuição da resistência à insulina, da diminuição da gordura

(abdominal e total) e do aumento da taxa metabólica (Hurley & Roth, 2000). No

Page 69: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

47

entanto, este método não produz aumentos no VO2 máx. para além dos valores

normais, não ajuda a melhorar os perfis lipídicos ou lipoproteicos e não

melhora os níveis de flexibilidade na terceira idade (Hurley & Roth, 2000).

Deste modo, D. Beas-Jiménez et al. (2011), sugerem a combinação dos dois

tipos de exercício para suplantar os efeitos da sarcopenia.

Hurley & Roth (2000), concordam com a realização dos dois tipos de

treino porque ambos têm falhas. Isto é, o treino aeróbio não melhora a

produção de força muscular na terceira idade e o treino de força pode ser mais

limitante para as atividades da vida diária do que o exercício cardiovascular,

nos idosos.

A aptidão cardiorrespiratória é definida por Hurley & Roth (2000), como o

tempo que demora até à exaustão num teste ergométrico. Através do exercício

aeróbio é possível obter melhorias na aptidão cardiovascular e, juntamente

com o treino de força, é possível obter melhores resultados, pois o treino de

força tende a diminuir a frequência cardíaca, a pressão sanguínea e o consumo

de oxigênio no miocárdio.

Chodzko-Zajko et al. (2009), garantem que é possível aumentar os

níveis de força, potência e resistência muscular através do treino com

intensidades moderadas e intensas. Segundo este autor, existem mudanças

favoráveis na composição corporal, incluindo o aumento da massa magra e a

diminuição da massa gorda em idosos que pratiquem treino de força com este

tipo de intensidades.

O exercício de força/resistência tende a reduzir o efeito da inflamação

subclínica através da diminuição dos mediadores pró-inflamatórios e do

aumento da produção de citocinas anti-inflamatórias ou através da redução da

resposta inflamatória ao exercício agudo (Nicklas & Brinkley, 2009).

Segundo Marzetti et al. (2008), o exercício agudo provoca a apoptose

em algumas fibras musculares, no entanto, pode também ser um estímulo de

reparação no músculo, ativando o processo de regeneração do mesmo. Por

outro lado, quando o exercício é praticado regularmente, ocorrem adaptações

importantes e positivas através de reações vindas do processo da apoptose,

como a diminuição de proteínas pró-apoptóticas, o aumento da expressão de

Page 70: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

48

genes anti-apoptóticos e o aumento dos níveis dos marcadores anti-

apoptóticos (Marzetti et al., 2008).

Beniamini et al. (1999), comprovaram que o treino de força a uma

intensidade elevada é bem toletada quando também está incluído o exercício

aeróbio em programas de reabilitação cardíaca, pois permite aos pacientes

ganhar progressivamente força e resistência muscular para realizar as AVD’s

sem grande esforço físico, sem que com o treino tenham aumentado o risco de

complicações cardíacas. Os 38 pacientes, através do programa de treino de

força de 12 semanas, também conseguiram reduzir alguns factores de risco

cardíacos como a melhoria da sua composição corporal e o aumento do tempo

máximo em atividade.

Também Izquierdo et al. (2004), se propuseram a comprovar os

benefícios do treino de resistência complementado com o treino cardiovascular,

uma vez por semana, durante 16 semanas, em 31 idosos saudáveis do sexo

masculino, entre os 65 e os 74 anos de idade. Com este estudo puderam

atestar que a combinação do treino de resistência com o treino cardiovascular

uma vez por semana pode ser importante para promover o aumento da

performance neuromuscular e a saúde dos idosos em geral.

Existe uma relação entre a sarcopenia e a performance funcional, e

Baumgartner et al. (1998), puderam verificar isso através do seu estudo onde

as senhoras com sarcopenia tiveram uma taxa de incapacidade de 3,6 e os

homens uma taxa de 4,1, comparados com pessoas com níveis normais de

massa muscular. Segundo estes autores, existe um elevado risco de idosos

com a sarcopenia necessitarem de usar bengala ou andarilho, tal como existe

um elevado risco de ocorrência de quedas e fraturas, daí ser tão importante a

realização de atividade física. As referidas taxas identificadas no estudo de

Baumgartner et al. (1998) foram ajustadas consoante a idade, raça, obesidade,

renda, consumo de álcool, atividade física e hábitos de tabaco.

Seynnes et al. (2005), quiseram demonstrar que é possível melhorar a

estabilidade muscular nos membros inferiores, como meio de melhorar as

limitações ou incapacidades funcionais nos idosos e, para isso, realizaram um

estudo em que mediram a estabilidade submáxima dos músculos extensores

Page 71: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

49

dos joelhos, em 19 senhoras, dos 70 aos 89 anos. Tendo em conta que a

estabilidade isométrica é uma atividade independente, intensa, que requer

potência, equilíbrio e controlo da força exercida, puderam concluir que houve a

melhoria na estabilidade da articulação do joelho e no controlo da força

exercida, que é importante para tarefas funcionais como o levantar de uma

cadeira ou subir escadas.

Para Chandler et al. (1998), a perda de massa muscular está associada

ao declínio funcional, podendo ser reversível com o exercício físico. Então,

para isso, estudaram a relação entre o ganho de força muscular ao nível dos

membros inferiores e a melhoria da performance e da incapacidade muscular,

controlando fatores como a idade, depressão e a força muscular inicial. A

amostra para o estudo era composta por 100 idosos considerados frágeis, com

77,6 ± 7,6 anos. Os resultados demonstraram aumentos na força muscular dos

membros inferiores, associados à melhoria da capacidade de subir escadas, da

velocidade de caminhada e da confiança para a realização de tarefas

funcionais. No entanto, não houve melhorias na resistência e no equilíbrio, o

que pode estar relacionado com a variabilidade na performance e com a

especificidade do exercício, pois o programa utilizado neste estudo foi traçado

para trabalhar os músculos nos membros inferiores a uma baixa velocidade de

execução. E, apesar de não ter existido uma relação entre os ganhos de força

e o equilíbrio, houve uma relação entre o aumento de força e a diminuição da

probabilidade de existirem quedas.

A realização de exercícios de força em meio aquático ajuda a melhorar a

capacidade cardiovascular, a aumentar o dispêndio energético e a melhorar a

aptidão neuromuscular em senhoras idosas, entre os 62 e os 65 anos de idade

(Bocalini et al., 2008). Então, estes autores realizaram um estudo em que

compararam a eficácia entre o protocolo de treino realizado em meio aquático e

um realizado em meio terrestre e puderam concluir que ambos os protocolos

ajudaram a manter ou a aumentar a aptidão física (resistência aeróbia, força

muscular, flexibilidade, agilidade e ângulo de movimento) nas senhoras idosas.

Aliás, os exercícios no meio aquático foram mais eficazes que os realizados em

meio terrestre devido ao tipo de contração muscular, pois no meio aquático o

Page 72: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

50

tipo de contração muscular é constantemente concêntrica e em meio terrestre

ocorrem as contrações concêntricas, mas também as excêntricas, devido ao

aumento das forças gravitacionais; em meio aquático é necessário maior força

para executar os movimentos, principalmente se for utilizado equipamento

aquático; a realização de exercícios com os membros superiores tem uma

maior relevância no meio aquático, do que no meio terrestre.

Graef et al. (2010), pretenderam comparar o efeito de um programa de

treino de resistência em meio aquático com um programa de treino em meio

aquático sem controlo da resistência, em que cada sessão tinha a duração de

50 minutos, em 27 senhoras entre os 60 e os 74 anos de idade, durante 12

semanas. Deste modo, foi possível comprovar que o treino em meio aquático

com enfâse no treino de resistência pode aumentar eficazmente a força

máxima em senhoras idosas, apesar do aumento dos níveis de força muscular

estarem dependentes dos níveis iniciais de força de cada indivíduo. Segundo

estes autores, a estimulação necessária para produzir o aumento da força não

depende necessariamente do tipo de treino aquático, mas das características

aplicadas no treino, pois quanto mais prolongada for a execução nos exercícios

aquáticos tradicionais, menor irá ser o recrutamento de unidades motoras. No

entanto, se o tempo de execução for curto, permite uma execução do

movimento mais rápida e um maior recrutamento de unidades motoras,

provocando um estímulo mais adequado à produção de força. O trabalho

realizado é principalmente anaeróbio aláctico, com um tempo de execução e

uma intensidade apropriada para a melhoria das várias variáveis.

Segundo Ambrosini et al. (2010), o treino de força em aulas de

hidroginástica pode aumentar a força máxima nos membros superiores e

inferiores, em 52 senhoras de 50,4 ± 14,5 anos de idade, independentemente

do tipo de equipamento resistivo aquático utilizado.

Para Roubenoff & Hughes (2000), não existe cura para a sarcopenia,

mas a atividade física consegue reverter a sarcopenia através da prática

contínua ao longo da vida, juntamente com uma alimentação adequada e

saudável. Roubenoff & Castaneda (2001), confirmam o que foi referido,

acrescentando que a prática de atividade física e a implementação de uma

Page 73: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

51

dieta saudável são considerados estímulos anabólicos, tornando-se mais

importantes do que o aumento da síntese de proteína basal. No entanto,

segundo Fiatarone et al. (1990), nunca é tarde para começar a treinar força

muscular. Estes autores realizaram um estudo com idosos frágeis com mais de

90 anos, que residem num lar de terceira idade e realizaram treinos de força

duas a três vezes por semana, durante oito semanas e obtiveram aumentos

nos níveis de força muscular, no tamanho dos músculos e elevaram a

mobilidade funcional.

Frontera et al. (1988), num estudo que envolveu 12 homens voluntários

saudáveis, entre os 60 e os 72 anos, realizaram um programa de treino de

força durante 12 semanas, e obtiveram ganhos de força muscular, hipertrofia

nas fibras tipo I e II e um aumento da taxa de turnover proteico.

Para Roubenoff & Hughes (2000), os determiantes da sarcopenia

diferem entre homens e mulheres, no entanto o estado androgénico é apenas

importante para os homens. Por outro lado, segundo estes autores, a massa

gorda tem uma função importante e generalizada para as senhoras e a

atividade fisica é importante para ambos.

Fiatarone et al. (1994), realizaram um estudo em que analisaram o treino

de força e a suplementação alimentar em 63 senhoras e 37 homens

vulneráveis, com 87.1 ± 0.6 anos de idade, e puderam concluir que o treino de

resistência aumentou a massa e a força muscular, melhoraram a mobilidade

funcional através do aumento da velocidade de marcha e da potência na

subida de escadas, e aumentaram a atividade fisica espontânea. A

suplementação alimentar apenas demonstrou ter efeitos significativos no grupo

que realizou o treino de resistência.

O exercício fisico, principalmente o de força/resistência, juntamente com

o treino aeróbio cardiovascular, uma dieta alimentar adequada e a respectiva

medicação, tem importantes funções no controlo e melhoria da diabetes tipo II

e no sindrome de resistência à insulina.

Castaneda et al. (2002), comprovaram que o treino de resistência

progressivo durante 16 semanas, tende a melhorar o controlo glicémico e a

minorar algumas das características associadas à diabetes tipo II, em 62

Page 74: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

52

pessoas, de ambos os sexos, com 66 ± 8 anos de idade e com diabetes tipo II.

Mais especificamente, foi através do treino de resistência que os indivíduos

puderam melhorar o controlo glicémico, aumentaram os níveis de massa e de

força muscular, reduziram a necessidade de medicação para a diabetes,

reduziram a adiposidade abdominal, diminuíram a pressão sanguínea sistólica

e aumentaram os níveis de atividade física espontânea.

Também Dunstan et al. (2002), examinaram o efeito que um programa

de seis meses de treino progressivo de resistência de alta intensidade (75% a

85% da força máxima), realizado três vezes por semana, em 36 idosos entre os

60 e os 80 anos, com diabetes tipo II. Estes autores puderam verificar que o

treino de resistência foi eficaz, pois existiram melhorias no controlo glicémico e

houve aumento da força muscular.

2.6 – A menopausa

A menopausa, ou climactério, é considerado um processo fisiológico

natural e geneticamente programado, que resulta da extinção da função

ovárica com o consequente terminar da capacidade reprodutiva e envolve

ainda mudanças somáticas e mentais (Waszak et al., 2007). A diminuição

drástica dos níveis de estrogénio e o aumento da secreção da hormona

folículo-estimulante é responsável por alguns sintomas da menopausa,

principalmente vasomotores, como afrontamentos, transpiração excessiva,

sensação de vertigem, aumento da temperatura corporal; e psicológicos, como

a irritabilidade, a depressão e a insónia (Waszak et al., 2007). Além dos

sintomas referidos, ocorrem ainda situações de incontinência urinária, atrofia e

secura ao nível da musculatura genital, disfunção sexual e perda da libido

(Waszak et al., 2007).

A menopausa está também associada a piores condições de saúde,

como o aumento de doenças vasculares, osteoporose, diminuição da DMO e o

aumento da massa corporal (Stachoń et al., 2010). Aliás, segundo Pouilles et

al. (1995), a menopausa é caracterizada por uma diminuição anual de 2,5% da

DMO.

Page 75: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

53

Segundo a Organização Mundial de Saúde (1996), a menopausa

acontece aproximadamente entre os 48 e os 52 anos de idade. No entanto, nos

países industrializados, as mulheres entram na menopausa mais tarde e nos

países pobres entram cinco anos mais cedo, devido à malnutrição e à menor

quantidade de oócitos concebidos durante o período fetal (Organização

Mundial de Saúde, 1996).

Após a menopausa ocorre o aumento da perda óssea, no entanto

existem outros fatores que influenciam a essa mesma perda, como a idade em

que ocorreu a menopausa, o tempo decorrido após o início da menopausa, a

massa corporal, a estatura, o índice de massa corporal (IMC), a massa magra,

a prática de atividade física, a raça e os fatores genéticos (Akdeniz et al.,

2009).

Os distúrbios no metabolismo lipídico e o aumento do nível de gordura

são causados pelos baixos níveis de estrogénio e pelo aumento de alguns

conteúdos lipídicos no plasma, elevando assim o risco de desenvolvimento de

doenças cardiovasculares em senhoras na pós-menopausa (Stachoń et al.,

2010). O estradiol, que é a principal hormona reprodutiva estrogénica, é

substituído pela estrona, que é uma hormona segregada pelo córtex adrenal e

armazenada nas células do tecido adiposo (Stachoń et al., 2010).

A intensidade dos sintomas da menopausa depende de vários fatores

biológicos e ambientais e, para Stachoń et al. (2010), não existe uma relação

entre o nível de atividade física, o tipo de emprego e a idade de entrada na

menopausa. Para Stachoń et al. (2010), as pessoas com hábitos de tabaco

entram na menopausa mais cedo devido ao seu efeito tóxico, que causa a

degradação dos oócitos, logo a nicotina diminui o nível de estrogénio e acelera

o envelhecimento dos tecidos e órgãos através da oxidação das membranas

celulares. Aliás, Stachoń et al. (2010), referem que as pessoas com os níveis

elevados de IMC e de nicotina têm uma grande probabilidade de terem um

nível elevado de açúcar no sangue, diabetes e de pressão sanguínea. No

entanto, segundo estes autores, o nível de colesterol está relacionado com a

idade das senhoras, sendo que a percentagem de aumento do colesterol é

menor nas senhoras que praticam atividade física e que têm menores valores

Page 76: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

54

de IMC. Segundo Waszak et al. (2007), as senhoras que estão a passar pela

menopausa que são fisicamente ativas, não são fumadoras, com níveis

elevados de saúde e que vivem na cidade, têm sintomas da menopausa mais

suaves.

Para Pines & Berry (2007), a prática de atividade física na menopausa

provoca uma redução da morbilidade cardiovascular e mortalidade, tem efeitos

positivos no sistema cardiovascular, no cancro na mama, no estado de humor,

na cognição e na qualidade de vida. No entanto, deve-se ter em atenção o

modo, a frequência, a intensidade e duração dos exercícios. Kemmler et al.

(2007), acrescentam que a atividade física a ser realizada para diminuir o efeito

dos fatores de risco da menopausa deve ser de alta intensidade e com

impacto, para melhorar as várias capacidades funcionais da mulher. Por outro

lado, o exercício em meio aquático também é importante para mulheres na

pós-menopausa, pois melhora alguns aspetos relacionados com a saúde e com

a aptidão física (Ay & Yurtkuran, 2003; Carrasco & Vaquero, 2011; Rotstein et

al., 2008).

2.7 – A osteoporose

São várias as definições que têm sido apresentadas para descrever o

aparecimento de fraturas de fragilidade, a origem da porosidade óssea ou a

diminuição da massa óssea, no entanto, a mais assertiva é a de NIH (2001),

onde definem a osteoporose como uma doença que deriva da diminuição da

massa óssea e da deterioração da microarquitectura do tecido ósseo,

conduzindo ao aumento da fragilidade óssea e do risco de fratura. Segundo

Lewiecki (2004), as consequências das fraturas incluem dor, incapacidade,

depressão, perda de independência e aumento da mortalidade.

A osteoporose é uma doença muito comum em senhoras na pós-

menopausa e, apesar da sua prevalência aumentar com o envelhecimento em

ambos os sexos, é considerado um problema de saúde pública para as

senhores, por ter uma maior taxa de incidência (Going et al., 2003; Hurley &

Roth, 2000). Esta tende a aumentar com o envelhecimento devido à ocorrência

de fraturas osteoporóticas e às consequências médicas que daí possam

Page 77: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

55

resultar, à diminuição da qualidade de vida e aos custos económicos e sociais

que lhe estão associados (Cummings & Melton, 2002; Tavares et al., 2007). Na

população portuguesa, a prevalência da osteoporose em 2005 situava-se entre

5 a 10%, afetando 654.541 portugueses (Instituto Nacional de Estatística,

2009). Segundo Kanis et al. (1994), a prevalência de osteoporose e das

fraturas osteoporóticas é exponencial com o envelhecimento, após os 50 anos,

como é possível observar na figura 3.

Fig. 3 – A DMO em mulheres de várias idades. Adaptado de Kanis et al. (1994).

Para Tavares et al. (2007), uma abordagem correta da osteoporose deve

ter como principal objetivo a redução do número de fraturas, através da

manutenção da resistência óssea, da obtenção de um bom pico de massa

óssea, da prevenção da perda de massa óssea e da redução ou eliminação

Page 78: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

56

dos fatores de risco que contribuem para o aumento da frequência de quedas

nos idosos.

A definição operativa de osteoporose aceite atualmente é a da

Organização Mundial de Saúde (OMS), que se baseia fundamentalmente na

quantificação da DMO avaliada por absorciometria radiológica de dupla energia

(DEXA). A quantificação é realizada através de índices T, que é a expressão

em desvios-padrão da DMO do indivíduo em estudo por comparação com a

DMO de um grupo jovem do mesmo sexo, correspondente ao grupo etário no

pico de massa óssea. Deste modo, a osteoporose corresponde a um índice T

<-2.5, medida por DEXA da coluna lombar ou do colo do fémur (tabela 1),

válida para mulheres caucasianas pós-menopáusicas (Kanis et al., 1994).

Tabela 1 – Classificação da osteoporose, pela Organização Mundial de Saúde, baseada no

índice T ou “T-score”. Adaptado de Tavares et al. (2007).

A DEXA, que é um método de baixa sensibilidade, permite identificar

três categorias de diagnóstico (normal, osteopenia, e osteoporose) e reconhece

ainda um valor prognóstico ao avaliar o risco de fratura, isto é, a cada

diminuição do desvio-padrão duplica o risco de fratura (Tavares et al., 2007).

Este método deve ser utilizado para identificar o indivíduo em risco e não como

procedimento de rastreio, pois uma boa utilização e interpretação permitem

aumentar a sua sensibilidade (Lewiecki, 2004; Tavares et al., 2007).

Kanis et al. (1994), referem que o risco de ocorrerem fraturas de

fragilidade aumenta 1,5 para 3 vezes mais, a cada valor do desvio padrão (DP)

que desce na DMO. Assim, a média do risco de vida através da fratura da anca

é 15% nas mulheres com mais de 50 anos com uma DMO média relativamente

normal (T > -1), aumentando para 30% quando o índice T<-1, sendo o risco de

60% quando o índice T <-2.

Page 79: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

57

Os locais mais utilizados para a avaliação pela DEXA são o fémur

proximal e a coluna lombar, com a respetiva valorização dos valores absolutos

da DMO e do índice T da coluna lombar, do colo do fémur e da anca total,

sendo que o diagnóstico é realizado através do índice T mais baixo destas três

localizações (Tavares et al., 2007). No entanto, segundo o mesmo autor, acima

dos 65 anos pode ser avaliado apenas o fémur.

Segundo Lewiecki (2004), a qualidade do osso está relacionada com os

fatores inerentes ao osso e à DMO e que podem alterar a resistência óssea,

como a renovação óssea, a arquitetura (tamanho e forma, ou geometria), a

microarquitectura, a acumulação de danos, as propriedades da matriz, a

mineralização e as propriedades minerais. No entanto, de todas as

características mencionadas, apenas os marcadores de renovação óssea e a

geometria do osso têm aplicação clinica (Lewiecki, 2004).

O esqueleto de um adulto está em constante remodelação, um processo

em que a matriz óssea e o osso são constantemente transformados pelos

osteoclastos em unidades de remodelação óssea, seguindo-se a ação dos

osteoblastos que realizam a formação do osso e respetiva mineralização

(Garnero et al., 1996).

A matriz óssea é a zona não calcificada do osso, sendo 90% composta

por colagénio tipo I, sendo a zona que dá elasticidade e flexibilidade ao osso.

Os distúrbios ao nível das fibras de colagénio, as ligações cruzadas ou as

proteínas não colagénicas estão relacionadas com a diminuição da resistência

óssea e com o aumento do risco de fratura (Lewiecki, 2004).

A mineralização é responsável pela rigidez do osso, no entanto, se tiver

em demasiada, é chamado de osteopetrose, ou se for pouca, é chamado de

osteomalacia. (Delmas, 2000).

2.7.1 - Os fatores de risco para a osteoporose

A perda da DMO nas senhoras após a menopausa resulta, segundo

Hurley & Roth (2000), numa duplicação do risco de fratura da anca a cada

cinco anos, a partir dos 50 anos.

Page 80: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

58

A avaliação da DMO é muito importante para diagnosticar doentes de

elevado risco através dos fatores de risco, antes que a primeira fratura ocorra,

para permitir a escolha do melhor tratamento a implementar para fortalecer o

osso e reduzir o risco de fratura (Lewiecki, 2004).

Segundo Brown et al. (2002), os fatores de risco para osteoporose são

divididos em principais e secundários. Os fatores de risco principais são os

seguintes: idade superior a 65 anos; fratura vertebral prévia; fratura de

fragilidade depois dos 40 anos; história de fratura da anca num dos

progenitores; terapêutica corticóide sistémica com mais de 3 meses duração;

menopausa precoce (< 40 anos); hipogonadismo; hiperparatiroidismo primário;

grande tendência para quedas, podendo estar associado ao baixo equilíbrio.

Os fatores de risco secundários são: artrite reumatoide; história de

hipertiroidismo clínico; terapêutica crónica com anti-epilépticos; baixo aporte de

cálcio na dieta; tabagismo; consumo excessivo de cafeína (> 2 chávenas por

dia); consumo excessivo de bebidas alcoólicas; índice de massa corporal (IMC)

menor do que 19 kg/m2; perda de peso superior a 10% relativamente ao peso

do indivíduo aos 25 anos; terapêutica crónica com heparina; imobilização

prolongada.

Binkley et al. (2006), indicam que a presença de um fator de risco

principal, ou a de dois secundários, são suficientes para a realização de uma

avaliação através da DEXA. Deste modo, segundo Binkley et al. (2006), as

indicações para a realização de uma avaliação DEXA são: mulheres com idade

superior a 65 anos e homens com idade superior a 70 anos; mulheres pós-

menopáusicas com idade inferior a 65 anos e homens com idade superior a 50

anos, se apresentarem um fator de risco principal ou dois secundários;

mulheres pré-menopáusicas e homens com idade inferior a 50 anos, apenas se

existirem causas conhecidas de osteoporose secundária ou fatores de risco

principais. Por outro lado, mulheres pré-menopáusicas e homens com idade

inferior a 50 anos saudáveis, não devem ser submetidos a medição da massa

óssea (Binkley et al., 2006).

Depois, no caso de a pessoa possuir osteoporose, deve-se prosseguir

para uma avaliação laboratorial, para a identificação das causas mais

Page 81: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

59

frequentes de osteoporose secundária ou de outras causas de fratura e ainda

uma radiografia da coluna dorsal e lombar de perfil para a verificação de

possíveis deformações vertebrais (Tavares et al., 2007).

Akdeniz et al. (2009), estudaram a influência das medidas

antropométricas e a idade na osteoporose, e colocaram-nas por ordem

decrescente em termos de influencia: a massa corporal, a idade a que ocorreu

a menopausa, a idade da pessoa, a DMO e a estatura. Neste estudo, Akdeniz

et al. (2009), consideraram que a massa corporal e a idade da menopausa são

fatores principais e determinantes para a osteoporose. Verificaram ainda que o

valor médio de massa corporal e de índice de massa corporal foi mais baixo no

grupo de senhoras pós-menopáusicas com osteoporose, do que no grupo com

osteopenia ou com níveis normais de DMO, logo, a obesidade foi considerada

um fator de proteção contra a osteoporose.

Segundo Tavares et al. (2007), o objetivo da avaliação clínica na

osteoporose é determinar a existência de baixa massa óssea e identificar os

indivíduos com elevado risco de contrair fraturas. Aliás, Papaioannou et al.

(2010) direcionam mais a sua atenção para a prevenção de fraturas por

fragilidade e as suas consequências negativas, do que o tratamento da baixa

DMO. Estes autores consideram que alguns fatores de risco da ocorrência de

fraturas são independentes da DMO, logo consideram necessário realizar uma

abordagem integrada e ter como base decisões de tratamento do risco

absoluto de fraturas.

Arab et al. (2012), propuseram-se a clarificar os efeitos do IMC na DMO

em 325 senhoras e puderam concluir que um baixo IMC é um fator de risco

para a osteoporose, logo devem-se realizar medidas de prevenção da

osteoporose para os indivíduos que apresentem este quadro. Já um elevado

IMC é considerado um fator de proteção contra a osteoporose.

2.7.2 - A prevenção da osteoporose

A prevenção da osteoporose começa pela obtenção de um elevado pico

de massa óssea, devendo ser feita a sua identificação e correção precoce dos

fatores de risco modificáveis, principalmente os que estão relacionados com o

Page 82: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

60

estilo de vida, como os hábitos alimentares e de atividade física, que devem ser

mantidos ao longo da vida (Tavares et al., 2007).

A prevenção não farmacológica para toda a população pode ser

alcançada através da alimentação, mais especificamente pelo aporte adequado

de cálcio e vitamina D, mantendo o consumo proteico adequado às

necessidades e evitando o consumo excessivo de cafeína, álcool, tabaco e

sódio; e pela atividade física, estimulando a prática de exercícios com

impacto/carga ao longo da vida. (Lewiecki, 2004; Tavares et al., 2007).

Para Kohrt et al. (2004), uma excelente forma de prevenir a osteoporose

é através da realização de treino de impacto, como exercícios pliométricos de

saltos verticais, antes da adolescência, para assim de obter um maior pico de

massa óssea durante a adolescência. Já para Going et al. (2003), a

combinação do exercício, com a terapia hormonal de substituição (THS) e a

suplementação de cálcio pode trazer mais benefícios na melhoria da DMO,

comparando com apenas uma intervenção, isoladamente.

2.7.3 - A prevenção de quedas e fraturas

Na prevenção de fraturas de fragilidade é fundamental a avaliação e a

correção de fatores de risco para as quedas e outros traumatismos, como é

possível verificar através da figura 4.

Page 83: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

61

Fig. 4 – A prevenção de quedas. Adaptado de Tavares et al. (2007).

As quedas estão relacionadas com a perda fisiológica de equilíbrio e de

força, devido principalmente a sarcopenia (Carter et al., 2001; Tolomio et al.,

2010).

Segundo Cangussu et al. (2012), a queda é um acontecimento

multifactorial, podendo ser influenciado a nível intrínseco ou fisiológico e a nível

extrínseco ou ambiental. Depois, existem vários aspetos que estão

relacionados com a ocorrência de quedas, mesmo em ambientes familiares e

bem conhecidos, como o tipo de calçado, as superfícies escorregadias, a

presença de obstáculos, os objetos deixados no chão e a reduzida iluminação

(Cangussu et al., 2012).

A queda é constituída por três fases: a iniciação da queda, a queda

descendente e o impacto da queda (Hayes et al., 1996).

Para Kohrt et al. (2004), existem muitos fatores que podem contribuir

para a ocorrência de quedas, como a diminuição do controlo postural, a fraca

visão, a diminuição da força muscular, a diminuição do ângulo de movimento

dos membros inferiores, o comprometimento cognitivo, e ainda fatores

externos, como a toma de medicação psicotrópica e o aumento do risco de

tropeçar. Deste modo, a realização de atividade física pode ajudar a reduzir

muitos fatores intrínsecos à queda e a diminuir o risco das mesmas, sendo que

Page 84: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

62

o programa de atividades deve incluir exercícios de equilíbrio, força muscular

direcionado para os membros inferiores, flexibilidade, treino do tempo de

reação e treino de resistência (Kohrt et al., 2004; Myers et al., 1996).

Para Tavares et al. (2007), a prevenção de quedas nos idosos deve ser

realizada através de programas de exercício adaptados individualmente,

através a marcha, do fortalecimento muscular, do treino da postura e do

equilíbrio, e ainda através da utilização de protetores das ancas. Papaioannou

et al. (2010), confirmam o que foi referido e acrescentam que o exercício que

promova a estabilidade do core e que compense a fragilidade e a postura

debilitada são recomendados para pessoas com fraturas vertebrais, sendo o

treino do equilíbrio também pertinente para as pessoas que tenham um

elevado risco de quedas.

Também Campbell et al. (1999), comprovaram que a ocorrência de

quedas e lesões podem ser diminuídas através da realização de programas de

exercícios de força e equilíbrio em casa, de modo independente, durante dois

anos, logo, quanto mais tempo o idoso for ativo, maiores serão os benefícios.

Bird et al. (2011), confirmaram que a realização de um programa de

resistência e de flexibilidade melhoraram o equilíbrio e a mobilidade,

diminuindo assim o risco de quedas, tendo-se mantido essa melhoria 12 meses

após a conclusão do programa de treino, muito devido à motivação das

pessoas para continuarem a realizar exercício de resistência por perceção dos

benefícios da prática de atividade física.

No estudo transversal de Cangussu et al. (2012), os níveis baixos de

DMO não mostraram ter associação com o equilíbrio postural e com o risco de

quedas em senhoras pós-menopáusicas. A perda de equilíbrio e o aumento do

balanço corporal, com a respetiva alteração do centro de gravidade, são

considerados fatores de risco de quedas na terceira idade, logo a sua avaliação

é essencial para o desenvolvimento de ações preventivas e efetivas e para

melhorar a qualidade de vida nas senhoras pós-menopáusicas (Cangussu et

al., 2012). Segundo estes autores, 57,8% das mulheres reportou a ocorrência

de quedas nos últimos dois anos e 16,2% dessas quedas deram origem a

fraturas. No estudo de Cangussu et al. (2012), para a avaliação do equilíbrio,

Page 85: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

63

utilizaram uma plataforma de força onde foi analisada a velocidade de

oscilação postural.

Segundo Kaneda et al. (2008), o exercício em meio aquático é benéfico

para a melhoria do equilíbrio e do controlo postural em idosos, com uma

correspondente prevenção de quedas, devido às características da água, como

a resistência, a flutuação e a pressão hidrostática, havendo neste meio um

baixo risco de quedas durante o exercício.

2.7.4 - Os benefícios do treino de força/resistência na melhoria da

osteoporose

O exercício tem uma importante função na maximização do pico de

massa óssea e em reduzir as taxas de perda de osso, devendo ser realizado

através de cargas mecânicas com impacto (Wallace & Cumming, 2000).

Segundo estes autores, o exercício diminui a taxa de perda óssea na coluna

lombar e, provavelmente, no colo do fémur em senhoras na pré e na pós-

menopausa, a longo prazo. Já Englund et al. (2009), verificaram que os ganhos

na DMO e as funções neuromusculares alcançadas através do treino de força

se perdem cinco anos após a realização do programa, logo para estes autores,

é necessário que o treino de força de alta intensidade seja realizado de modo

continuado para que exista a preservação da DMO e da função neuromuscular

ao longo da vida.

Para Matos et al. (2009), o treino de força funcional com carga não

melhora significativamente a DMO em senhoras pós-menopáusicas com

osteopenia ou osteoporose, no entanto, quando compararam estes resultados

com senhoras sedentárias, puderam concluir que o programa de treino foi

importante para se manter a saúde do osso e os níveis de DMO,

principalmente ao nível da coluna lombar e do colo do fémur, tendo menos

influencia na alteração dos valores da DMO na anca.

A atividade física de alta intensidade com impacto, como exercícios

pliométricos com saltos e exercícios de resistência até 60% de 1-RM, são os

mais indicados, uma vez que proporcionam maiores ganhos ao nível da DMO,

devendo ser realizados pelo menos três vezes por semana, 10 a 20 minutos

Page 86: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

64

por dia, tendo em conta que se forem realizados duas vezes por dia é ainda

mais benéfico, segundo Kohrt et al. (2004). Estes autores indicam ainda que,

se este tipo de atividade física for realizado durante a fase adulta, com maior

periodicidade (exercícios de força três a cinco dias por semana e os exercícios

de resistência dois a três dias por semana) e maior duração (30 a 60 minutos),

poderão minimizar as perdas de DMO na terceira idade. Se a este tipo de

atividades for implementado o treino de equilíbrio e coordenação, poderá ser

uma ajuda na diminuição da probabilidade de quedas e fraturas osteoporóticas

(Kohrt et al., 2004).

As atividades, como os exercícios de resistência ou como a realização

de saltos pliométricos numa plataforma de força ou exercícios de SJ, têm

efeitos positivos nas regiões corticais e trabeculares do osso da tíbia e do

fémur (Kohrt et al., 2004).

Nelson et al. (1994), descobriram que o treino de força/resistência

mantêm os níveis de DMO, através do aumento de 0,9% no colo do fémur e

1,0% na coluna lombar. No estudo de Rosario et al. (2003), foi possível obter

resultados idênticos, no entanto não existiram diferenças significativas entre as

senhoras que passaram há pouco tempo pela menopausa (cinco anos) e as

senhoras que já passaram há mais tempo (11 anos). Estes autores

comprovaram que, mesmo num período de grande intensidade de perda

muscular após a menopausa, é possível aumentar a massa e força muscular

através do treino de resistência. Os níveis médios de DMO total, de anca,

coluna lombar e antebraço permaneceram similares aos níveis iniciais, em

ambos os grupos, o que significa que o treino de força não aumentou a DMO

nos locais ósseos mais vulneráveis do esqueleto, mas pode atrasar a perda de

massa óssea ao longo do envelhecimento.

O treino de força consegue prevenir algumas das perdas de DMO com o

envelhecimento, apesar de haver sempre uma diminuição. Segundo Courtney

et al. (1994), apesar do treino de força aumentar significativamente os níveis de

DMO, a magnitude dessas mudanças pode não ser suficiente para reduzir o

risco de fratura quando ocorrer uma queda, porque é necessário um aumento

superior a 20% para que haja proteção de fraturas que resultem de quedas.

Page 87: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

65

Logo, o treino de força pode não prevenir contra as fraturas ou quedas,

podendo apenas reduzir vários fatores de risco para a ocorrência de quedas

(Hurley & Roth, 2000).

Para Bemben et al. (2000), o treino de resistência durante cerca de seis

meses, ora com intensidade ou carga elevada (80% de 1-RM, com oito

repetições), ora com baixa intensidade ou com um grande número de

repetições (40% de 1-RM, com 16 repetições), é eficaz na melhoria da força

muscular e no tamanho do músculo em senhoras pós-menopáusicas, logo, os

exercícios com baixa resistência são benéficos para a aptidão muscular para

as senhoras que não podem realizar exercícios de resistência com alta

intensidade.

Bassey et al. (1998), analisaram os efeitos da realização de saltos

verticais na DMO, durante 6 meses em senhoras na pré-menopausa e durante

12 meses nas senhoras na pós menopausa, tendo em conta que as senhoras

pós-menopáusicas tomavam THS. A DMO foi medida através da DEXA na

coluna lombar e no fémur proximal. O exercício de CMJ consistia em realizar

50 saltos verticais seis dias por semana, com uma altura média de 8.5 cm,

provocando uma média de FRS de três vezes o valor da massa corporal nas

senhoras pré-menopáusicas e de quatro vezes nas senhoras pós-

menopáusicas. Nas senhoras pré-menopáusicas houve um aumento

significativo de 2.8% da DMO femoral após cinco meses de estudo, quando

comparado com o grupo de controlo. Já nas senhoras pós-menopáusicas não

se registaram diferenças significativas após 12 ou 18 meses, comparando com

o grupo de controlo, e o efeito da THS não foi alterado pelo menos durante os

12 meses de estudo. Estes resultados sugerem que as senhoras pré-

menopáusicas responderam positivamente aos exercícios de alto impacto

verticais, ao contrário das senhoras pós-menopáusicas.

Korpelainen et al. (2006), realizaram um estudo com o objetivo de

perceber qual o efeito de um programa de 30 meses de exercícios de alto

impacto na massa óssea de alguns locais, como o colo do fémur, trocânter e

anca, em 160 senhoras pós-menopáusicas com uma baixa DMO no rádio e na

anca. Os autores puderam concluir que o exercício de alto impacto não

Page 88: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

66

mostrou ter efeitos na DMO, no entanto houve uma melhoria do conteúdo

mineral ósseo (CMO) no trocânter. Concluíram ainda que o exercício pode

prevenir as quedas e fraturas em senhoras idosas com uma baixa DMO.

Segundo Going et al. (2003), a DMO regional pode ser melhorada

através de exercícios de resistência combinados com exercícios aeróbios e

atividades de levantamento de halteres em senhoras pós-menopáusicas, que

consumam a quantidade adequada de cálcio. Os locais de exposição a FRS e

a FRA foram mais beneficiados do que os locais apenas de FRS, logo, para

Going et al. (2003), um programa de resistência que insere ambos os tipos de

força é mais saudável e efetivo para a prevenção da osteoporose. O aumento

da DMO foi mais elevada em senhoras que tomavam a THS, do que em

senhoras que não tomavam, no entanto a interação entre o exercício e a THS

não foi significante, não havendo também um efeito sinergético da THS com o

exercício na DMO. O aumento da DMO é considerado moderado, no entanto

se for avaliado no contexto de taxa de perda de DMO durante cinco ou sete

anos após a menopausa, o aumento da DMO torna-se importante,

principalmente se for mantido através da prática de exercício com impacto.

Bolton et al. (2012), confirmam os resultados acima apresentados, pois

no seu estudo, apesar de ter havido uma mudança significativa na DMO da

anca, relativamente aos níveis iniciais, os níveis de qualidade de vida

observados foram maiores nas senhoras que realizaram o programa de treino.

Não existiram mudanças significativas relativamente à melhoria do equilíbrio,

porque o programa de treino talvez não tenha sido o mais indicado para atingir

esse objetivo e, apesar de terem existido melhorias ao nível do aumento da

força muscular, esta pode ter sido limitada devido à progressão da resistência

apresentada, pois a intensidade do exercício é crucial para se determinar a

capacidade que o programa tem na obtenção de benefícios.

Tolomio et al. (2010), propuseram-se a avaliar o efeito do treino

direcionado para o fortalecimento da força, da capacidade aeróbia, do equilíbrio

e da mobilidade articular, sobre a massa óssea (avaliada através de DEXA), a

qualidade do osso (avaliada através de osteosonografia) e a capacidade física

funcional em 125 senhoras pós-menopáusicas com uma baixa DMO, durante

Page 89: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

67

11 meses, podendo ser realizados numa piscina e em casa. Após o programa

de treino foi possível concluir que este método foi bastante benéfico, pois

melhoraram os níveis da capacidade física funcional, reduziram da perda óssea

fisiológica e a qualidade óssea na DMO foi mantida. Então, foi possível afirmar

que, apesar de ter havido uma redução da força gravitacional, o treino aquático

foi benéfico para a prevenção e tratamento da osteoporose, pois melhorou a

qualidade do osso devido às características da água, principalmente a pressão

hidrostática e a viscosidade, que atuam como uma resistência de fricção

durante o exercício.

Rotstein et al. (2008), puderam concluir com o seu estudo de sete

meses, em 35 senhoras pós-menopáusicas, que é possível melhorar a saúde

óssea através da melhoria da DMO, com um plano de treino aquático, realizado

três vezes por semana, com a duração média de uma hora por sessão. A

DMO, o CMO, o índice T e o índice Z foram avaliados pela DEXA nas vértebras

lombares. O protocolo experimental utilizado era composto por 20 minutos de

treino aeróbio a uma intensidade de 12-16 na escala de perceção de esforço

de Borg e 20 minutos de treino de resistência com diferentes exercícios e

materiais aquáticos. Estes autores concluem que é possível planear e executar

planos de exercício em meio aquático, pois existe um efeito positivo no estado

do osso em senhoras na pós-menopausa.

Colado, Triplett, et al. (2009), demonstraram que o treino aquático de

resistência apresenta benefícios fisiológicos ao nível da saúde (valores

químicos sanguíneos, pressão sanguínea e ao nível da composição corporal) e

da capacidade física para a realização das atividades do dia-a-dia, sendo

comparáveis com os resultados obtidos em programas de exercício em meio

terrestre. Mais especificamente, estes autores realizaram um estudo em que se

propuseram comparar o efeito do treino de resistência em meio aquático com

equipamento aquático e o treino com bandas elásticas, durante 24 semanas,

em 46 senhoras na pós-menopausa, e verificaram que ambos os tipos de treino

são eficazes, mas que o treino no meio aquático pode trazer mais benefícios

aos indivíduos com sensibilidade a cargas de treino elevadas ou ao impacto, o

que acontece no meio terrestre.

Page 90: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

68

Também Takeshima et al. (2002), comprovaram que o treino em meio

aquático em senhoras entre os 60 e os 75 anos de idade, durante 12 semanas,

é seguro e benéfico, pois proporciona respostas fisiológicas positivas ao nível

da aptidão cardiorrespiratória, da força muscular, da composição corporal, do

colesterol total, da agilidade e da flexibilidade. Segundo estes autores, o

exercício no meio aquático tem benefícios adicionais através da diminuição do

risco de quedas e lesões que possam ocorrer durante a prática de atividade

física ou aquando da realização das tarefas do quotidiano.

No entanto, nem todos os estudos encontraram efeitos positivos no

aumento da DMO em senhoras idosas com baixa DMO, através do treino em

meio aquático. Bravo et al. (1997), realizaram um estudo em meio aquático,

com 77 senhoras pós-menopáusicas, dos 50 aos 70 anos de idade, três vezes

por semana, com a duração de 60 minutos, durante 12 meses. A DMO foi

avaliada no colo do fémur e nas vértebras lombares L2- L4 através da DEXA.

Neste estudo, foi encontrada uma diminuição de cerca de 1% na DMO ao nível

das vértebras, estando relacionada com o declínio que acontece naturalmente

na densidade em senhoras pós-menopáusicas que não realizam uma

prevenção da diminuição da DMO, e não houve alteração na DMO ao nível do

colo do fémur. Esta diminuição, segundo estes autores, está relacionada com o

tipo de programa de treino utilizado, pois cada sessão de treino incluía 40

minutos de saltos intervalados para promover o aumento de osso, a força e a

resistência. Para algumas senhoras pode ser um esforço difícil de suportar

durante um grande período de tempo. Neste estudo, apesar de não terem

existido benefícios ao nível do sistema esquelético, existiram aumentos ao

nível da capacidade funcional (flexibilidade, agilidade, força/resistência e a

resistência cardiorrespiratória) e no bem-estar psicológico.

Page 91: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

Objetivos

Page 92: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 93: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

71

III – Objetivos

3.1 – Objetivo geral

O presente estudo tem como objetivo geral descrever e comparar a

componente vertical da FRS (força de impacto), durante a realização de

exercícios de squat jump a dois pés e a um pé (lado dominante) em meio

terrestre e aquático em senhoras na pós-menopausa, fisicamente ativas,

praticantes de hidroginástica e de ginástica de manutenção, com o recurso a

uma plataforma de força subaquática.

3.2 – Objetivos específicos

A partir do objetivo geral surgem os seguintes objetivos específicos:

• Identificar e comparar os valores em meio terrestre e aquático do pico de

força concêntrica através da realização de squat jump e dois e a um pé.

• Identificar e comparar os valores em meio terrestre e aquático do pico de

força de impacto através da realização de squat jump e dois e a um pé.

• Identificar e comparar os valores em meio terrestre e aquático da taxa de

crescimento da força concêntrica desenvolvida, através da realização de squat

jump e dois e a um pé.

• Identificar e comparar os valores em meio terrestre e aquático da taxa de

desenvolvimento da força para a força de impacto, através da realização de

squat jump e dois e a um pé.

• Identificar e comparar os valores em meio terrestre e aquático do tempo total

que necessário à realização de squat jump e dois e a um pé.

• Identificar e comparar os valores em meio terrestre e aquático do tempo

necessário até ao pico da força concêntrica na realização de squat jump e dois

e a um pé.

• Identificar e comparar os valores em meio terrestre e aquático do tempo

necessário até ao pico da força de impacto na realização de squat jump e dois

e a um pé.

Page 94: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 95: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

Metodologia

Page 96: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 97: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

75

IV – Metodologia

Ao longo deste capítulo serão apresentados a caracterização do estudo,

procedimentos de seleção da amostra e da recolha de dados, a caracterização

da amostra, os procedimentos metodológicos, e por fim, os procedimentos

estatísticos.

4.1 – Caracterização do estudo

A presente investigação consistiu num estudo de natureza experimental,

transversal, colocando em comparação a realização de um exercício de squat

jump, a um e a dois pés, em meio aquático e em meio terrestre pelo mesmo

grupo de senhoras idosas, na pós-menopausa.

Iniciou-se a investigação com um primeiro contacto com as entidades

pertinentes para a realização deste estudo para verificar a sua disponibilidade

de colaboração de recolha de dados. Todas as entidades envolvidas, isto é, a

Faculdade de Ciências do Desporto da Universidade do Porto e o ginásio Life

Club, deram o seu consentimento e apoio para o desenvolvimento da

investigação, tendo o conhecimento da sua intenção, dos seus objetivos, a

população alvo, quais as componentes avaliadas e os instrumentos a serem

utilizados.

4.2 – Caracterização da amostra

A amostra selecionada foi intencional e os critérios de inclusão foram os

seguintes: participação voluntária; ser mulher com idade igual ou superior a 50

anos; inexistência de limitações físicas ou medicação que pusessem em causa

a realização do protocolo experimental e a própria saúde das idosas; realizar

atividade física regularmente; ser praticante de hidroginástica ou já ter

praticado durante pelo menos seis meses.

A amostra total do estudo foi composta por 13 idosas com uma média de

idades de 61,8 ± 5,3 anos com idades compreendidas entre os 52 e os 70 anos

de idade. O IMC variava entre 20,2 kg/m2 e os 37,1 kg/m2 sendo a média de

26,7±4,7 kg/m2.

Page 98: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

76

Todas as senhoras que participaram no estudo foram informadas sobre

o protocolo experimental, o seu propósito, quais os seus objetivos, os testes

envolvidos na recolha de dados e ainda assegurar a manutenção da

confidencialidade e anonimato dos dados. Logo de seguida foi pedido às

senhoras que estavam dispostas a participar neste estudo que assinassem um

documento de consentimento informado (Anexo I), tendo com isto sido

cumpridos os requisitos de carácter ético e deontológico. Este documento é

composto pela descrição dos objetivos do estudo, pelo esclarecimento sobre a

contribuição voluntária da sua participação e que não corriam quaisquer riscos

nem que envolveriam quaisquer custos monetários. Foi garantida a

confidencialidade dos dados e anonimato de todos os intervenientes. Foi-lhes

ainda informado que poderiam abandonar o estudo por qualquer motivo, caso o

pretendessem.

Após todos os esclarecimentos e de confirmada a disponibilidade das

senhoras, procedeu-se à calendarização da familiarização com o protocolo e

respetivas datas para a recolha de dados.

De seguida procedeu-se à realização da ficha de Anamnese (Anexo II)

para verificar a presença de patologias e medicações, limitações físicas e

funcionais. Foi-lhes também perguntado a idade, massa corporal, estatura,

hábitos de atividade física e de hidroginástica em especial, a ocorrência de

quedas e respetivas consequências.

A tabela 1 exibe a distribuição e principais características das

participantes.

Tabela 2 – Principais Características da amostra

Média Mediana Mínimo Máximo

Desvio

Padrão

Idade (anos) 61,8 63,0 52,0 70,0 5,3

IMC (kg/m2) 26,7 26,7 20,2 37,1 4,7

As fichas de anamnese revelaram que algumas das senhoras têm

algumas patologias relacionadas com o envelhecimento e com a perda de

Page 99: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

77

massa óssea, como a diminuição do equilíbrio e daí a maior probabilidade de

tonturas e quedas. No entanto, como são patologias que estão controladas e

como realizam atividade física regularmente considerámos que as senhoras

estariam aptas para a realização do estudo.

4.3 – Procedimentos metodológicos

As senhoras praticam atividade física no ginásio Life Club, na cidade de

Vila Nova de Gaia, realizando principalmente hidroginástica e/ou ginástica de

manutenção.

4.3.1 - Hidroginástica

As senhoras praticam hidroginástica uma a duas vezes por semana,

com sessões de duração de 45 minutos, sendo a aula constituída por: (i) 10

minutos de aquecimento, onde as senhoras realizam vários tipos de

deslocamentos na água e vários exercícios de mobilidade geral; (ii) 30 minutos

de parte fundamental da aula onde se realiza predominantemente um trabalho

aeróbio, utilizando exercícios de corrida, chutos em várias direções, pêndulo,

ski, polichinelo e twist; (iii) realização de algum trabalho localizado de força de

resistência geral, como movimentos de flexão/extensão do cotovelo, abdução e

adução dos músculos dos membros superiores e inferiores e flexão do tronco.

(iv) Os últimos cinco minutos são de relaxamento e alongamento muscular dos

músculos que foram solicitados ao longo da aula.

Durante a aula podem ser utilizados vários materiais, como caneleiras,

noodles e halteres aquáticos, para tornar a aula mais desafiante. E foi ainda

utilizada música adaptada aos diferentes segmentos da mesma.

4.3.2 – Ginástica de manutenção

Estas senhoras também praticam ginástica de manutenção, para

senhoras a partir dos 50 anos, duas a três vezes por semana, sendo sessões

com 50 minutos de duração.

Nestas aulas é privilegiado o desenvolvimento da condição física através

do domínio das capacidades psicomotoras, através de quatro áreas de

Page 100: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

78

intervenção: as capacidades motoras condicionais (velocidade de reação,

resistência muscular, resistência cardiorrespiratória, força e flexibilidade); as

capacidades motoras coordenativas (coordenação oculomotora, equilíbrio,

destreza, lateralidade, esquema corporal e ritmo); as capacidades psicofísicas

(concentração, criatividade, iniciativa, controlo emocional, cooperação e

responsabilidade); as competências percetivo-motoras de carácter geral

(postura corporal, deslocamentos, mudanças de direção, manipulação de bola,

estruturação do espaço, noção de posição e de função).

4.3.3 – A plataforma de força

Para a aquisição dos dados de dinamometria foi utilizada uma

plataforma de força subaquática extensométrica construída com base no

estudo de Roesler (1997).

4.3.3.1 – Construção

A plataforma de força foi construída com extensómetros de resistência

elétrica (strain gauges). Tem as dimensões de 500 mm (comprimento) x 500

mm (largura) x 70 mm (altura), cuja carga máxima/ sensibilidade é de 4000/2 N,

a frequência natural é de 400Hz, ganho de 600 e permite a aquisição de dados

de força apenas na componente perpendicular à superfície da plataforma.

O erro foi calculado após a calibragem (4.3.3.2 – Calibragem) e foi dado

a partir da pesagem de pesos mortos aferidos, na própria plataforma de força.

A diferença entre os valores adquiridos na plataforma e dos pesos mortos foi

inferior a 1%.

Page 101: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

79

Fig. 5 - Plataforma de força em seco aberta com o esquema de posicionamento dos strain

gauges e vista em diferentes posições (superior e inferior). (Adaptado de Pereira (2009)).

Os sinais adquiridos foram convertidos por um conversor

analógico/digital (A/D) de 16 bits de resolução (BIOPAC Systems, Inc) e com

voltagem de entrada de ± 10 volts, a taxa de aquisição de 200 Hz, alimentado

por uma fonte de 12 volts, que permitiu a posterior importação do sinal para um

computador portátil.

4.3.3.2 – Calibragem

A precisão de um instrumento é essencial para permitir a existência de

dados confiáveis e fidedignos. A aferição da precisão da plataforma de força foi

realizada experimentalmente através da relação de grandezas padrão e os

valores indicados pela própria plataforma de força.

Para a calibragem da plataforma de força utilizaram-se pesos mortos,

medidos e aferidos numa balança milimétrica, como medida padrão. Estes

pesos mortos foram colocados, um a um, sobre a plataforma, num total de

75,295 Kg, em intervalos de 10 segundos cada (Roesler, 1997).

Page 102: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

80

Fig. 6 - Imagem da calibração da plataforma de força, com a utilização dos pesos mortos.

(Adaptado de Pereira (2009)).

A plataforma subaquática foi colocada sobre a outra plataforma (Bertec),

que também ajudou como instrumento de medição dos pesos mortos. No

entanto este registo não foi considerado para o cálculo do índice de

calibragem.

Os valores registados pela plataforma de forças subaquática foram

comparados com os valores dos pesos mortos e, através de regressão linear,

foi calculado o coeficiente de calibragem, que foi utilizado digitalmente no

tratamento do sinal durante a aquisição.

O sinal da plataforma é adquirido em milivolts (mV) e após a correção da

linha de base do gráfico do sinal (4.3.5.1 - Remoção da componente comum –

DC offset) e Deteção do Inicio /Fim do sinal (on set/off set), foi transformado em

N através da multiplicação do sinal pelo coeficiente de calibração da

plataforma.

4.3.3.3 – Montagem

Para a utilização em terra, a plataforma foi colocada no chão num local

central da sala, com espaço em volta para permitir a realização do protocolo.

Para a utilização na água, a plataforma foi colocada perpendicularmente

ao comprimento da piscina, ficando o mais na horizontal possível para não

influenciar a captação de sinal da plataforma.

Page 103: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

81

4.3.4 – Protocolo experimental

A recolha de dados foi realizada em duas manhãs, no ginásio Life Club,

tendo sido necessário o transporte de todos os instrumentos para a piscina

coberta de 25 metros de comprimento e 12,50 metros de largura, cuja água

que estava a uma temperatura cerca de 30º C e a uma temperatura ambiente

cerca de 29ºC.

A realização deste protocolo teve como base os protocolos realizado por

Colado, Garcia-Masso, González, et al. (2010) e Triplett et al. (2009).

As senhoras realizaram duas sessões de familiarização em terra e em

água, semanas antes da recolha de dados para aprenderem a técnica de salto

pretendida, de acordo com a disponibilidade das senhoras e do ginásio.

As participantes vestiram fato de banho e touca para a realização do

protocolo aquático e roupa confortável com sapatilhas para o protocolo em

terra.

Foi pedido aos instrutores de hidroginástica e de ginástica de

manutenção que não realizassem treinos de força até 48 horas antes da

recolha de dados, para que as senhoras não apresentassem fenómenos de

fadiga precoce durante a realização da recolha de dados.

Os protocolos de medição foram rigorosamente controlados pelos

mesmos avaliadores, com a ajuda adicional de um goniómetro manual e de

filmagem para maior veracidade dos dados recolhidos.

As senhoras realizaram um aquecimento geral antes das sessões de

familiarização e antes das sessões de teste, que consistiu em cinco minutos de

mobilização articular para as principais articulações com corrida leve entre os

exercícios.

Após o aquecimento, foi então permitido às senhoras realizarem um

salto antes de cada tipo de salto medido.

Devido à logística de submergir a plataforma de força na água, foram

realizados em primeiro lugar os SJ em terra, e em seguida, os diferentes tipos

de saltos na água.

Page 104: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

82

As idosas foram sempre incentivadas a realizarem o esforço máximo

durante todos os saltos medidos, sendo que cada idosa realizou três tentativas

para cada tipo de salto, isto é, três tentativas a um e dois pés em ambiente

terra e três tentativas a um e dois pés em ambiente terra e em ambiente

aquático. Para evitar os efeitos da fadiga foi feita aleatoriamente a escolha das

senhoras que teriam de realizar os saltos, no entanto, no total todas as

senhoras realizaram três saltos a dois pés e três saltos a um pé. E entre cada

salto foi dado um minuto de descanso para recuperarem.

Também foi considerado o perfil de receção na plataforma de cada

tentativa, tendo apenas sido considerados os saltos em que as senhoras

pousassem solidamente os pés na plataforma, tendo sido descartados os

saltos cuja receção na plataforma tenha sido parcial devido a desequilíbrios e à

flutuação aquática, por exemplo.

4.3.4.1 – A recolha de dados

Inicialmente foi acionado o botão start manualmente no computador

portátil, através do programa Acqknoledge ® (BIOPAC Systems, Inc), dando

início ao sistema de aquisição dos dados de força, onde foi adquirido o offset,

isto é, apenas a plataforma, sem ninguém em cima dela. Depois foi pedido à

participante que subisse à plataforma e permanecesse em posição ereta por

cerca de 20 segundos, como forma de normalizar os dados da força de reação

ao solo, pois só deste modo foi possível registar os valores da massa corporal

e comparar os diferentes saltos. Só depois foi pedido para que a senhora

realizasse o agachamento, com as mãos na cintura, realizasse o salto a dois

ou a um pé e que realizasse posteriormente uma extensão completa dos

membros inferiores até terminar o movimento e que depois permanecesse

novamente em posição ereta. Este procedimento foi realizado com todas as

participantes.

Em cada salto foi pedido às senhoras para saltarem o mais alto possível,

sempre com flexão entre coxa e perna para evitar o impacto violento com o

chão. A posição inicial do salto implicava permanecer num grau de flexão entre

coxa e perna definido com um goniómetro manual em 90º e monitorizado por

Page 105: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

83

filmagem. Foi ainda pedido para colocaram as mãos na cintura durante todo o

salto (impulsão, fase de voo e receção ao solo), como é possível verificar na

figura 8.

Fig. 7 – Recolha de dados em meio terrestre.

Para a recolha de dados no meio aquático, a altura de pé na água, em

cima da plataforma (antes da flexão do joelho) estava localizada no processo

xifoide, no esterno (± 3 cm). No entanto, o nível de imersão no início do salto

era mais profundo, porque os indivíduos tinham que permanecer em flexão dos

membros inferiores a 90º. Esta altura foi selecionada devido ser a profundidade

a que as senhoras estão habituadas a realizar as suas aulas de hidroginástica

e é uma profundidade recomendada pela AEA (2008).

4.3.5 – Tratamento dos dados

Os dados foram adquiridos e inicialmente tratados pelo programa

Acqknoledge ® (BIOPAC Systems, Inc) para efeitos de conversão do sinal A/D

e de calibragem dos dados da plataforma feita, pela multiplicação automática

do sinal pelo coeficiente de calibração da plataforma.

As restantes rotinas de tratamento do sinal da plataforma de forças

foram programadas pelo programa MatLab.

4.3.5.1 – Remoção da componente comum (DC offset)

As diferenças de tensão dos circuitos internos da plataforma de força ou

do sistema de aquisição de dados podem causar alterações na linha de base

Page 106: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

84

do sinal gerado pela plataforma. Estas alterações podem também ser causadas

pela corrente elétrica que alimenta os equipamentos utilizados para a aquisição

dos dados, fazendo com que a linha de base do sinal adquirido não coincida

com o zero elétrico do gráfico ou ainda, no caso da água, ser causado pela

ondulação da água.

Através do programa MatLab foi feita uma correção do sinal, ao que se

chama remoção do DC offset, através da subtração da média do sinal em vazio

já calibrado, pelo zero elétrico do equipamento de aquisição dos dados,

colocando a linha de base do sinal coincidente com a linha do zero do

equipamento.

4.3.5.2 – Filtragem

A filtragem do sinal em bruto das oscilações de frequência foi utilizada,

através do programa MatLab, um filtro digital do tipo Butterworth de 4ª ordem,

com frequência de corte de 100Hz.

4.3.5.3 – Normalização

A normalização foi realizada digitalmente pelo programa MatLab

dividindo os arquivos de força pela massa corporal que as senhoras indicaram

na sua ficha de Anamnese.

4.3.5.4 – Variáveis estudadas

Neste protocolo, as variáveis dependentes estudadas, de acordo com

Triplett et al. (2009) e Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010) foram:

(i) O pico de força concêntrica, como a maior força de reação do solo antes

de terminar a fase de propulsão do movimento;

(ii) O pico da força de impacto, como a maior força de reação do solo

durante a receção ao solo;

(iii) A taxa de crescimento da força concêntrica desenvolvida, como o

primeiro pico da componente vertical da força de reação do solo, dividido pelo

tempo desde o início da fase concêntrica até ao primeiro pico de força

concêntrica;

Page 107: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

85

(iv) A taxa de desenvolvimento de força para a força de impacto, como o

primeiro pico de força de impacto, dividido pelo tempo desde o início da fase de

receção ao solo até ao primeiro pico da força do impacto;

(v) O tempo total, como o tempo necessário para terminar a fase de

propulsão do movimento, que é, desde o início da fase de propulsão da

descolagem;

(vi) O tempo para o pico de força concêntrica, como o tempo necessário

para se chegar ao pico de força concêntrica a partir do início da fase de

propulsão do movimento.

(vii) O tempo até ao pico de força de impacto, como o tempo necessário para

chegar ao pico de força de impacto, a partir do início da fase de aterragem do

movimento.

Fig. 8 - Imagem gráfica de um squat jump a dois pés, realizado dentro de água. (Adaptado de

Colado, Garcia-Masso, González, et al. (2010)).

A figura 9 é um exemplo de um sinal padrão e a análise realizada

durante o salto aquático a dois pés. No entanto, foi realizado exatamente o

mesmo protocolo para os SJ a um pé, dentro e fora de água.

No lado esquerdo é possível verificar um sinal típico das forças geradas por um

sujeito durante o salto aquático. As diferentes fases do salto podem ser

observadas através dos desenhos colocados na zona superior, estando

separados por linhas a tracejado. O sombreamento mostra o fragmento de

sinal selecionado para a análise posterior, que é possível ver no lado direito.

Como pode ser verificado, no lado direito a força do sinal foi corrigido através

Page 108: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

86

da remoção da força exercida pelo peso do corpo dos sujeitos. As variáveis

dependentes analisadas estatisticamente são: A. pico de força concêntrica; B.

pico da força de impacto; C. taxa de desenvolvimento da força concêntrica; D.

taxa de desenvolvimento da força de impacto; E. tempo até ao pico de força

concêntrica; F. tempo até ao pico da força de impacto; G. tempo total. Embora

a representação gráfica das taxas não seja exata, pode fornecer uma ajuda

visual para entender o cálculo destes parâmetros. (Colado, Garcia-Masso,

Gonzalez, et al., 2010).

4.4 – Procedimentos estatísticos

Os dados obtidos foram tratados através do software Statistical Package

for the Social Sciences® (SPSS®), versão 18,0. As variáveis numéricas são

resumidas através da média ± desvio padrão, mediana, mínimo e máximo e as

qualitativas são resumidas recorrendo às frequências absolutas e relativas.

O nível de significância, p=0.05 (5%) foi o valor de referência para a

identificação de diferenças estatisticamente significativas.

A verificação da normalidade das variáveis foi realizada através do teste

Shapiro-Wilk (n <30). Como se verificou que não era uma distribuição normal, o

tratamento dos dados foi realizado através do teste de Wilcoxon para amostras

emparelhadas (tabelas 3 e 4).

Quando visualmente explicativo utilizou-se gráficos com barras de erro

(gráficos 1 a 7).

Page 109: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

Apresentação de Resultados

Page 110: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 111: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

89

V – Apresentação de resultados

Neste capítulo apresentamos os resultados da presente investigação.

Nas Tabela 3 e 4 e nos Gráficos 1 a 7, representa-se a comparação da

componente vertical da força de reação do solo a um e a dois pés, em meio

terrestre e aquático.

Tabela 3 - Estatísticas descritivas das variáveis da componente vertical da força de reação do

solo a um pé (lado dominante) em meio terrestre e aquático

Média Mediana Mínimo Máximo DP p1

Tempo total Meio Aquático

1,54 1,40 1,21 2,13 0,29 ,001**

Meio Terrestre

1,05 1,03 0,83 1,29 0,15

Pico de força concêntrica

Meio Aquático

419,40 379,01 270,95 667,21 122,49 ,001**

Meio Terrestre

912,40 875,67 669,67 1420,71 221,78

Taxa de crescimento da força concêntrica desenvolvida

Meio Aquático

1587,60 1602,42 767,59 2444,35 636,43 ,007**

Meio Terrestre

1071,23 940,50 419,23 2890,24 681,10

Pico da força de impacto

Meio Aquático

340,59 263,96 181,08 667,14 149,34 ,001**

Meio Terrestre

1402,54 1302,83 975,08 2274,59 371,48

Taxa de desenvolvimento de força para a força de impacto

Meio Aquático

2638,23 2280,94 1006,29 6180,52 1459,64 ,006**

Meio Terrestre

19189,90 19055,94 11528,84 32235,17 6040,44

Tempo para o pico de força concêntrica

Meio Aquático

0,28 0,26 0,17 0,42 0,08 ,402

Meio Terrestre

0,30 0,28 0,17 0,48 0,09

Tempo até ao pico de força de impacto

Meio Aquático

0,15 0,15 0,12 0,20 0,03 ,023*

Meio Terrestre

0,10 0,07 0,04 0,45 0,11

*p < .05 **p < .01; 1 Teste Wilcoxon;

DP – desvio padrão

Na tabela 3 observam-se diferenças estatisticamente significativas (p <

0,05) entre os meios nos tempos totais e até ao pico de força de impacto, bem

como nos picos da força concêntrica e de impacto e nas taxas de crescimento

da força concêntrica desenvolvida e de desenvolvimento da força para a força

de impacto.

Page 112: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

90

Tabela 4 - Estatísticas descritivas das variáveis da componente vertical da força de reação do

solo a dois pés em meio terrestre e o aquático

*p < .05 **p < .01; 1 Teste Wilcoxon;

DP – desvio padrão

Na tabela 4 observam-se diferenças estatisticamente significativas (p <

0.05) entre os meios aquático e terrestre nos tempos totais e até ao pico de

força de impacto, bem como nos picos da força concêntrica e de impacto e na

taxa de desenvolvimento de força para a força de impacto.

Média Mediana Mínimo Máximo DP p1

Tempo total Meio Aquático

1,50 1,47 1,11 1,87 0,19 ,009**

Meio Terrestre

1,23 1,26 0,89 1,76 0,24

Pico de força concêntrica

Meio Aquático

559,43 509,92 262,95 1204,23 277,87 ,001**

Meio Terrestre

1096,68 1143,74 779,35 1574,56 259,09

Taxa de crescimento da força concêntrica desenvolvida

Meio Aquático

2277,51 1682,70 519,43 5014,46 1456,03 ,055

Meio Terrestre

1555,36 1315,15 533,39 4628,74 1067,52

Pico da força de impacto

Meio Aquático

418,58 407,88 157,49 1036,32 229,30 ,001**

Meio Terrestre

1898,24 1711,42 1463,79 2620,12 424,52

Taxa de desenvolvimento de força para a força de impacto

Meio Aquático

3501,15 3563,68 1075,62 6200,35 1690,63 ,003**

Meio Terrestre

26168,53 26959,22 13070,24 33438,11 5042,50

Tempo para o pico de força concêntrica

Meio Aquático

0,28 0,26 0,13 0,47 0,09 ,075

Meio Terrestre

0,33 0,32 0,12 0,49 0,11

Tempo até ao pico de força de impacto

Meio Aquático

0,14 0,13 0,10 0,21 0,04 ,001**

Meio Terrestre

0,08 0,08 0,05 0,12 0,02

Page 113: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

91

No gráfico seguinte estão apresentados os valores do pico de força

concêntrica, onde se pode verificar que nos saltos a um pé, a média deste valor

foi significativamente inferior no meio aquático comparativamente ao meio

terrestre (Meio aquático: 419,40±122,49; Meio terrestre: 912,40±221,78). Nos

saltos a dois pés, a média do pico da força concêntrica foi significativamente

inferior no meio aquático comparativamente ao meio terrestre (Meio aquático:

559,43±277,87; Meio terrestre: 1096,68±259,08).

Gráfico 1 - Pico de força concêntrica média (IC 95%) a dois pés e a um pé (lado dominante)

em meio terrestre e o aquático

Page 114: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

92

No gráfico seguinte estão apresentados os valores do pico de força de

impacto, onde se pode verificar que nos saltos a um pé, a média deste valor foi

significativamente inferior no meio aquático comparativamente ao meio

terrestre (Meio aquático: 340,59±149,34; Meio terrestre: 1402,54±371,48). Nos

saltos a dois pés, a média do pico da força de impacto foi significativamente

inferior no meio aquático comparativamente ao meio terrestre (Meio aquático:

418,58±229,30; Meio terrestre: 1898,24±424,52).

Gráfico 2 - Pico da força de impacto média (IC 95%) a dois pés e a um pé (lado dominante) em

meio terrestre e o aquático

0,00

500,00

1000,00

1500,00

2000,00

2500,00

Meio Aquático Meio Terrestre

Forç

a (N

)

Um pé

Dois pés

Page 115: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

93

No gráfico seguinte estão apresentados os valores da taxa de

crescimento da força concêntrica, onde se pode verificar que nos saltos a um

pé, a média deste valor no meio aquático foi significativamente mais elevada

que no meio terrestre (Meio aquático: 1587,60±636,43; Meio terrestre:

1071,23±681,10). Para os saltos a dois pés, não se observaram diferenças

estatisticamente significativas (p ≥ 0.05) entre o meio terrestre e o aquático no

que respeita à taxa de crescimento da força concêntrica desenvolvida.

Gráfico 3 - Taxa de crescimento da força concêntrica desenvolvida média (IC 95%) a dois pés

e a um pé (lado dominante) em meio terrestre e o aquático

0,00

500,00

1000,00

1500,00

2000,00

2500,00

3000,00

Meio Aquático Meio Terrestre

Taxa

(N

/s)

Um pé

Dois pés

Page 116: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

94

No gráfico seguinte estão apresentados os valores da taxa de

desenvolvimento da força de impacto, onde se pode verificar que nos saltos a

um pé, a média deste valor foi mais baixo que no meio terrestre (Meio aquático:

2638,23±1459,64; Meio terrestre: 19189,90±6040,44). Para os saltos a dois

pés, a média da taxa de desenvolvimento de força para a força de impacto foi

significativamente mais baixa no meio aquático (Meio aquático:

3501,15±1690,63; Meio terrestre: 26168,53±5042,50).

Gráfico 4 - Taxa de desenvolvimento de força para a força de impacto média (IC 95%) a dois

pés e a um pé (lado dominante) em meio terrestre e o aquático

Page 117: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

95

No gráfico seguinte estão apresentados os valores do tempo total, onde

se pode verificar que nos saltos a um pé, a média deste valor foi

significativamente superior no meio aquático comparativamente ao meio

terrestre (Meio aquático: 1,54±0,29; Meio terrestre: 1,05±0,15). Nos saltos a

dois pés, o tempo médio total foi significativamente superior no meio aquático

comparativamente ao meio terrestre (Meio aquático: 1,50±0,19; Meio terrestre:

1,23±0,24).

Gráfico 5 - Tempo total médio (IC 95%) a dois pés e a um pé (lado dominante) em meio

terrestre e o aquático

0,80

0,90

1,00

1,10

1,20

1,30

1,40

1,50

1,60

1,70

Meio Aquático Meio Terrestre

Tem

po

(s)

Um pé

Dois pés

Page 118: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

96

No gráfico seguinte estão apresentados os valores do tempo para o pico

de força concêntrica, onde se pode verificar que não se observaram diferenças

estatisticamente significativas (p ≥ 0.05) entre o meio terrestre e o aquático no

que respeita ao tempo para o pico de força concêntrica para os saltos a um pé

e para os saltos a dois pés.

Gráfico 6 - Tempo para o pico de força concêntrica médio (IC 95%) a dois pés e a um pé (lado

dominante) em meio terrestre e o aquático

Page 119: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

97

No gráfico seguinte estão apresentados os valores do tempo até ao pico

de força de impacto, onde se pode verificar que nos saltos a um pé, a média

deste valor foi significativamente superior no meio aquático comparativamente

ao meio terrestre (Meio aquático: 0,15±0,03; Meio terrestre: 0,10±0,11). Nos

saltos a dois pés, o tempo médio até ao pico de força de impacto foi

significativamente superior no meio aquático comparativamente ao meio

terrestre (Meio aquático: 0,14±0,04: Meio terrestre: 0,08±0,02).

Gráfico 7 - Tempo até ao pico de força de impacto médio (IC 95%) a dois pés e a um pé (lado

dominante) em meio terrestre e o aquático

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

Meio Aquático Meio Terrestre

Tem

po

(s)

Um pé

Dois pés

Nos saltos realizados a um pé, o tempo médio até ao pico de força de

impacto

Page 120: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 121: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

Discussão de Resultados

Page 122: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 123: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

101

VI – Discussão de resultados

O objetivo do nosso estudo foi descrever e comparar a componente

vertical da FRS, durante a realização de exercícios de SJ a dois pés e a um pé

(lado dominante) em meio terrestre e aquático em senhoras na pós-

menopausa, fisicamente ativas, praticantes de hidroginástica e/ou de ginástica

de manutenção, onde utilizamos uma plataforma de força subaquática para a

análise da FRS.

No presente capítulo pretendemos analisar a coerência dos resultados

obtidos no nosso estudo com a literatura atual. Iremos, então, efetuar a

discussão dos resultados de acordo com as variáveis estudadas: pico de força

concêntrica; pico da força de impacto; a taxa de crescimento da força

concêntrica desenvolvida; a taxa de desenvolvimento de força para a força de

impacto; o tempo total; o tempo para o pico de força concêntrica; o tempo até

ao pico de força de impacto.

São vários os estudos que têm vindo a analisar as características dos

saltos pliométricos, no entanto são necessários mais para caracterizar os saltos

a um e a dois pés em meio aquático, principalmente em senhoras na pós-

menopausa.

A intensidade dos saltos pliométricos pode ser explicada diretamente

através do pico de força concêntrica e da taxa de desenvolvimento da força

concêntrica, podendo estes saltos serem realizados dentro ou fora de água

(Colado, Garcia-Masso, González, et al., 2010; Jensen & Ebben, 2007; Miller et

al., 2007; Triplett et al., 2009).

Ebben, VanderZanden, et al. (2010), acrescentam ainda que é possível

quantificar a intensidade através das características das fases de impulsão,

aérea e receção de cada exercício pliométrico, tendo sido este o seu propósito

através de um estudo que envolveu 26 atletas homens de 20.23 ± 1.63 anos de

idade, onde implicou a realização de vários tipos de saltos pliométricos e onde

constava também os SJ. As variáveis dependentes avaliadas foram a FRS da

impulsão, a altura e potência do salto, a taxa de desenvolvimento da força e a

FRS na receção do solo. Os autores deste estudo concluíram que, quando o

objetivo é aumentar a potência muscular ou controlar a taxa e a magnitude da

Page 124: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

102

força de impacto, os SJ devem ser introduzidos a meio do processo, pois são

exercícios pliométricos de média intensidade e os saltos pliométricos a um pé

são os últimos exercícios a serem introduzidos devido ao facto de serem

exercícios pliométricos de alta intensidade.

Para Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010), os seus resultados

comprovam que a utilização do meio aquático é justificável devido ao aumento

da intensidade dos saltos realizados. No entanto, os dados têm de ser

interpretados e explicados tendo em conta as características da amostra em

causa.

Segundo Tillman et al. (2004), o SJ realizado a um pé é um exercício

mais funcional que o SJ realizado a dois pés e a sua prática pode reduzir o

risco de lesões durante a receção ao solo do salto. Existem benefícios quando

os saltos pliométricos são executados num ambiente controlado, com todos os

fatores de segurança tomados em consideração, como a melhoraria do

desempenho atlético, na melhoria da performance dos saltos verticais, na

melhoria da força muscular dos membros inferiores, na potência muscular e na

propriocepção (Miller et al., 2001).

Jensen & Ebben (2007), realizaram um estudo onde puderam concluir

que o salto com uma perna revelou ter valores mais elevados de FRAJ, pelo

facto da força de reação estar concentrada apenas num membro inferior; os

valores de FRAJ relacionados com a massa corporal foram mais elevados na

realização de pike jump, truck jump e salto com uma perna, indicando que

estes são os exercícios que devem ser introduzidos mais tarde num programa

de treino, devido à grande probabilidade de lesão nas articulações do joelho.

Colado, Garcia-Masso, González, et al. (2010), analisaram e

compararam a execução de SJ a dois pés dentro e fora de água, e no estudo

de Triplett et al. (2009), foi analisada e comparada a execução de SJ a um pé,

dentro e fora de água. Ambos os estudos utilizaram a mesma amostra de 12

jovens atletas de andebol feminino, com 16 ± 0.7 anos de idade. Os elementos

da amostra executaram os SJ com as mãos na cintura. Nos dois tipos de

saltos, o ângulo de flexão entre coxa e perna foi de 90º, medido por um

goniómetro manual. No estudo de Triplett et al. (2009), todo o movimento foi

Page 125: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

103

realizado apenas com a perna dominante. Em ambos os estudos foram

realizadas três tentativas para cada situação, havendo um minuto de descanso

entre elas. As variáveis dependentes estudadas foram o pico de força

concêntrica, a taxa de desenvolvimento da força concêntrica, o tempo total, o

tempo até ao pico de força concêntrica, a força de impacto, o tempo até à força

de impacto e a taxa de desenvolvimento da força para a força de impacto.

Para Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010); Triplett et al.

(2009), o pico da força de impacto e a taxa de desenvolvimento de força para a

força de impacto são dois parâmetros que indicam indiretamente o nível de

stress a que o sistema músculo-esquelético está sujeito. Stemm & Jacobson

(2007), referem ainda que a densidade da água pode reduzir a FRS, reduzindo

assim o potencial de lesão do músculo.

No estudo de Triplett et al. (2009), houve uma redução da força de

impacto de 44.8% no meio aquático (829,1 N), comparado com o meio terrestre

(1503,4 N), indo de encontro aos dados do nosso estudo, pois a média do pico

da força de impacto no meio aquático foi de (340,59±149,34 N), sendo

significativamente inferior ao meio terrestre (1402,54±371,48 N). Esta redução,

segundo Triplett et al. (2009), é atribuída à flutuação, que travou o impacto. No

mesmo estudo de Triplett et al. (2009), a taxa de desenvolvimento de força

para a força de impacto foi 80% menor na água (4043,1 N/s), comparando com

o meio terrestre (19358,2 N/s). Estes dados também vão de encontro aos do

nosso estudo, pois verificou-se que no meio aquático a média da taxa de

desenvolvimento de força para a força de impacto no meio aquático era de

2638,23±1459,64 N/s, logo, mais baixa que no meio terrestre

(19189,90±6040,44 N/s).

No estudo de Colado, Garcia-Masso, González, et al. (2010), houve uma

redução estatisticamente significativa do pico da força de impacto no meio

aquático (cerca de 1000 N), comparativamente ao meio terrestre (ligeiramente

acima de 2500 N), o que vai de encontro aos nossos resultados, onde se

verificou que a média do pico da força de impacto foi significativamente inferior

no meio aquático (418,58±229,30 N) comparativamente ao meio terrestre

(1898,24±424,52 N). A média da taxa de desenvolvimento de força para a força

Page 126: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

104

de impacto no estudo de Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010), foi

claramente mais baixa no meio aquático (ligeiramente acima de 5000 N), em

relação ao meio terrestre (ligeiramente acima de 25000 N), o que vem ao

encontro dos dados do nosso estudo, onde se pode constatar o mesmo, isto é,

a média da taxa de desenvolvimento de força para a força de impacto foi

significativamente mais baixa no meio aquático 3501,15±1690,63 N, em

relação ao meio terrestre 26168,53±5042,50 N.

O pico de força concêntrica para os SJ a um pé, no estudo de Triplett et

al. (2009), foi 44,9% maior no meio aquático (713,2 N) que no meio terrestre

(492 N), o que vai contra os resultados do nosso estudo, onde a média do pico

da força concêntrica foi significativamente inferior no meio aquático

(419,40±122,49 N) comparativamente ao meio terrestre (912,40±221,78 N).

Segundo Triplett et al. (2009), a força necessária para manter o

equilíbrio e atingir a estabilização do corpo durante a fase de impulsão do

movimento é um fator muito importante para os exercícios realizados apenas

com uma perna e, tendo em conta que no seu estudo analisaram as

componentes da força nos três eixos, verificaram que a resistência da água

durante a fase de impulsão aumentou os valores da força nos eixos z e y. No

entanto, o eixo x não mostrou mudanças significativas quando comparados

com o meio terrestre. Segundo estes autores, tal aconteceu devido à constante

movimentação da água e às correções que o corpo tem necessidade de

realizar para manter o equilíbrio (o que na terceira idade está bastante

reduzido), sendo algo a ter atenção, visto que é através do eixo y que se torna

possível verificar a ação dos músculos da região lombar durante o exercício

aquático. Petushek et al. (2010), complementam, referindo que a intensidade

da fase de receção ao solo pode ser medida através da dificuldade em adquirir

a estabilização postural dinâmica e pode ser quantificada pelo tempo até à

estabilização. Estes autores chegaram a conclusão que a média dos SJ para o

tempo até à estabilização foi maior apenas em relação aos line hops e aos

cone hups, devido ao SJ não ativar o CAE; o CMJ com uma perna foi o

exercício que originou maior tempo para a aquisição da estabilização, pois tem

menor base de apoio, logo o salto com uma perna é o exercício pliométrico

Page 127: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

105

mais intenso, devendo ser prescrito numa fase mais avançada de um programa

de treino, com uma progressão lenta e controlada.

No estudo deTriplett et al. (2009), a taxa de desenvolvimento da força

concêntrica foi 30,4% maior no meio aquático (2154,8 N/s), comparativamente

ao meio terrestre (1652,1 N/s), o que vai de encontro ao nosso estudo, onde se

verificou que a média da taxa de crescimento da força concêntrica

desenvolvida no meio aquático (1587,60±636,43 N/s) foi mais elevada que no

meio terrestre (1071,23±681,10 N/s). No nosso estudo, a média do pico de

força concêntrica é menor no meio aquático (419,40±122,49 N)

comparativamente ao meio terrestre (912,40±221,78 N), no entanto a média da

taxa de crescimento da força concêntrica desenvolvida no meio aquático

(1587,60±636,43 N/s) foi mais elevada que no meio terrestre (1071,23±681,10

N/s). Este facto pode dever-se ao tempo para o pico de força concêntrica ser

maior, no entanto no nosso estudo não se verificaram diferenças

estatisticamente significativas (p ≥ 0.05) entre o meio terrestre e o aquático.

Tal como no estudo de Triplett et al. (2009), onde se verificou que os SJ

realizados com um pé no meio aquático provocaram resultados mais elevados

do pico de força concêntrica e resultados mais reduzidos do pico de força de

impacto, quando comparados com os resultados com os saltos realizados no

meio terrestre, no estudo de Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010), os

SJ realizados a dois pés no meio aquático geraram maior pico de força

concêntrica e menor pico de força de impacto.

Também Arazi & Asadi (2011), comprovaram que o meio aquático

promove maiores níveis de força e sprint que o meio terrestre. No entanto, o

meio terrestre promoveu melhores níveis de equilíbrio dinâmico que o meio

aquático, devido à diminuição da “massa corporal aparente”, que diminuiu o

stress muscular nos membros inferiores, reduzindo o impacto nas articulações,

e que, por consequência, diminuiu a manifestação dos recetores propriocetivos.

Estes autores compararam o efeito do mesmo treino pliométrico (SJ e saltos ao

nível do tornozelo) no meio aquático e no meio terrestre, com uma amostra de

18 jovens atletas de basquetebol (18,81 ± 1,46 anos), durante oito semanas,

com o objetivo de avaliar a força muscular dos membros inferiores, o sprint e o

Page 128: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

106

equilíbrio. A força máxima, medida através de 1RM, foi maior no meio aquático

do que no meio terrestre, apesar de não serem diferenças estatisticamente

significativas. Estes autores referem ainda que ambos os meios promoveram

um aumento semelhante do recrutamento de unidades motoras dos músculos

agonistas, logo promoveram o aumento da força de modo semelhante.

No estudo de Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010), os

principais resultados estão relacionados com a redução do pico de força para a

força de impacto no meio aquático e com o aumento dos valores do pico da

força concêntrica (25,6%), comparativamente ao meio terrestre. Segundo estes

autores, o pico de força concêntrica no meio terrestre foi 838, 14 N, enquanto

no meio aquático foi cerca de 1050 N, logo estes resultados vão contra os

dados por nós encontrados, pois a média do pico da força concêntrica foi

significativamente inferior no meio aquático (559,43±277,87 N),

comparativamente ao meio terrestre (1096,68±259,08 N).

Segundo Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010), o facto do pico

de força concêntrica durante o SJ no meio terrestre ter sido de 838,14 N e no

nosso estudo ter sido de 1096,68±259,08 N, acontece porque no seu estudo a

amostra é mais jovem e com uma massa corporal menor (16,0±0,7 anos e

64,4±8,9 Kg), enquanto no nosso estudo a amostra era constituída por

senhoras idosas com 61,8 ± 5,3 anos e com 66,9±12,97 Kg.

No estudo de Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010), não foram

encontradas diferenças estatisticamente significativas na taxa de crescimento

da força concêntrica entre os meios aquático (cerca de 3500 N/s) e terrestre

(cerca de 3750 N/s). Estes dados corroboram com os dados encontrados no

nosso estudo relativamente a taxa de crescimento da força concêntrica, pois

para os saltos a dois pés, não se observaram diferenças estatisticamente

significativas (p ≥ 0,05) entre o meio terrestre e o aquático.

Segundo estes autores, está relacionado com o maior tempo que é

necessário, no meio aquático, para atingir o pico de força concêntrica. No seu

estudo o tempo médio para o pico de força concêntrica no meio terreste foi

significativamente mais baixo (0,26s), relativamente ao tempo no meio aquático

(0,31s). Já no nosso estudo não se observaram diferenças estatisticamente

Page 129: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

107

significativas (p ≥ 0,05) entre o meio terrestre e o aquático, no que respeita ao

tempo para o pico de força concêntrica para os saltos a um pé e para os saltos

a dois pés.

No nosso estudo, o tempo total médio necessário para a realização do

SJ a um pé foi mais elevado no meio aquático (1,54±0,29 s), comparativamente

ao meio terrestre (1,05±0,15s), o que contraria o estudo de Triplett et al. (2009),

pois foi significativamente menor no meio aquático (0,41 s) do que no meio

terrestre (0,46 s). No nosso estudo, o tempo médio até ao pico de força de

impacto foi também superior no meio aquático (0,15±0,03 s),

comparativamente ao meio terrestre (0,10±0,11 s), o que corrobora o estudo de

Triplett et al. (2009), onde o tempo no meio aquático era significativamente

maior (0,22 s) do que no meio terrestre (0,08 s).

Relativamente ao tempo médio total para os SJ a dois pés, no nosso

estudo, foi significativamente superior no meio aquático (1,50±0,19),

comparativamente ao meio terrestre 1,23±0,24s. No entanto, tal não se

verificou no estudo de Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010), pois não

se verificaram diferenças estatisticamente significativas.

O tempo médio até ao pico de força de impacto foi, no nosso estudo,

significativamente superior no meio aquático (0,14±0,04s), comparativamente

ao meio terrestre (0,08±0,02s), o que corrobora os dados do estudo de Colado,

Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010), com cerca de 0,11s no meio terrestre e

0,18s no meio aquático, não sendo, no entanto, dados estatisticamente

significativos.

Para Colado, Garcia-Masso, Gonzalez, et al. (2010); Triplett et al.

(2009), um dos aspetos mais importantes deste tipo de estudos é perceber que

a aplicação de exercícios de cadeia cinética fechada, como a realização de SJ

em meio aquático, é tão ou mais eficiente do que os SJ realizados em meio

terrestre. Aliás, segundo estes autores, estes exercícios de impacto

relativamente baixo são os mais adequados para pessoas com grande

quantidade de massa gorda, com a vantagem de não aumentar as lesões nas

articulações devido ao alto impacto da receção ao solo aquando da realização

dos exercícios em meio terrestre. Izquierdo et al. (1999), acrescentam ainda

Page 130: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

108

que os exercícios pliométricos ajudam a atrasar a redução da atividade

neuromuscular que ocorre ao longo da idade. Tsourlou et al. (2006),

corroboram com os autores acima citados e indicam que as reduções

neuromusculares que ocorrem com a idade podem ser melhoradas através de

uma intervenção adequada ao nível do treino em meio aquático. Para

comprovar isso, estes autores propuseram-se a determinar a eficácia de um

programa de treino em meio aquático para 22 senhoras saudáveis, com 60 ou

mais anos, durante de 24 semanas, três vezes por semana, com 60 minutos

por sessão e era composto por uma parte aeróbia, uma de resistência e outra

de força muscular ao nível dos membros superiores e inferiores (isométrica e

dinâmica), uma de flexibilidade e uma de mobilidade funcional. O grupo de

senhoras que realizou o protocolo em meio aquático obteve um aumento do

pico de torque isométrico dos músculos extensores e flexores do joelho em

cerca de 10,5% e 13,4% depois do programa de treino e melhoram em cerca

de 3,4% na massa magra, sem alteração da massa corporal total, o que explica

o aumento do torque isométrico ao nível dos músculos do joelho.

Para Triplett et al. (2009), o mais importante do seu estudo foi perceber

que a habilidade de gerar força muscular máxima não é afetada pela força

exercida no meio aquático. Tal sucede devido à criação da força de arrasto,

que acontece com qualquer movimento realizado em meio aquático onde a

água se situe pelo apêndice xifoide dos elementos da amostra, principalmente

quando esses movimentos são rápidos, como é o caso dos saltos realizados

em esforço considerado máximo (Colado, Tella, et al., 2009).

Tendo em conta os artigos acima descritos, é possível afirmar que o

meio aquático é considerado um meio onde o impacto está reduzido e que

produz menos pressão no músculo, osso e tecido conjuntivo, quando é

comparado com o meio terrestre. A flutuação, que reduz o suporte da massa

corporal nos membros, e o aumento da resistência ao movimento, devido à

viscosidade e densidade da água, são duas das propriedades apontadas por

Robinson et al. (2004) e Miller et al. (2007).

Souza et al. (2010), vão de encontro aos autores acima referenciados,

pois puderam concluir com o seu estudo que o treino de força durante 11

Page 131: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

109

semanas, em meio aquático, provoca aumentos significativos ao nível da força

muscular em mulheres jovens saudáveis, logo, a resistência imposta pela água

é suficiente para produzir melhorias na capacidade muscular, sendo importante

um volume moderado a alto para criar as devidas alterações fisiológicas.

Estes estudos de Triplett et al. (2009) e de Colado, Garcia-Masso,

Gonzalez, et al. (2010), complementam outros estudos onde verificaram

aumentos de performance nos saltos verticais em meio aquático

comparativamente ao meio terrestre, com diferentes tipos de população e com

diferentes tipos de protocolos.

Robinson et al. (2004), realizaram um estudo em que se propuseram

comparar o aumento da performance (potência, torque e velocidade) e a dor de

início tardio através de um programa de treino pliométrico de 8 semanas,

comparando ainda a realização destes exercícios em terra e em água, cuja

profundidade era pelo apêndice xifoide. A amostra era constituída por 32

senhoras de 20,2 ± 0,3 anos. Estes autores puderam concluir que o treino

pliométrico em meio aquático aumentou a performance, tal como o treino

pliométrico realizado no meio terrestre, havendo diferenças estatisticamente

significativas no início, meio e fim do programa. No entanto, não houve

diferenças estatisticamente significativas ao nível da sensibilidade à dor entre o

grupo de pessoas que realizou os exercícios pliométricos no meio terrestre e o

grupo do meio aquático.

Miller et al. (2007), foram também autores de relevo, pois realizaram um

estudo em que se propuseram a comparar os efeitos da profundidade da água

(peito e cintura) sobre o aumento da força, potência e salto vertical através do

treino pliométrico (SJ, CMJ e DJ) em meio aquático, com a duração de seis

semanas. Neste estudo, os autores dividiram a amostra, composta por 29

participantes do sexo masculino e feminino (25,3 ± 7,1 anos de idade) em três

grupos, consoante as suas alturas e a altura da água. Os autores puderam

concluir que: não existiram diferenças estatisticamente significativas na

produção de força e na altura atingida entre os vários saltos executados;

apesar de não serem estatisticamente significativas, houve leves diferenças a

nível do grupo com água pelo peito, na força e potência, no pré e pós teste, em

Page 132: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

110

dois dos três saltos executados; o grupo com água pela cintura obteve

melhores resultados na altura do salto do que o grupo com água pelo peito,

apesar das diferenças não serem significativas. A intensidade dos exercícios

pliométricos do estudo de Miller et al. (2007), foi considerada baixa, pois teve

como base indivíduos destreinados, explicando assim a existência de apenas

leves aumentos do pré-teste para o pós-teste.

Stemm & Jacobson (2007), também concluíram que houve uma resposta

similar conseguida nos dois meios em que foi avaliada a performance do salto

vertical. Este estudo foi constituído por 21 jovens ativos (24 ± 2,5 anos), com a

duração de seis semanas, em que compararam a performance do salto vertical,

através da realização de SJ, side hops, knee-tuck jumps, no meio terrestre e

aquático.

Segundo Kohrt et al. (2004), a FRS durante um salto vertical pode atingir

seis a oito vezes o valor da massa corporal, enquanto durante uma caminhada

ou corrida pode atingir apenas uma a duas vezes o valor da massa corporal,

podendo assim aumentar a DMO através de programas de treino que

introduzam stress ao osso através da FRS, principalmente quando

relacionamos estes benefícios para senhoras idosas pós-menopáusicas, como

foi o estudo de Kohrt et al. (1997), onde mostraram que 39 senhoras idosas

pós-menopáusicas (entre o 60 e os 74 anos), podem aumentar a DMO em

programas de treino de 11 meses onde inclua a FRS, como caminhar, correr ou

subir escadas; ou através da FRA, como o trabalho de força através do

levantamento de halteres. Segundo estes autores, ambos os tipos de treino são

benéficos para todo o corpo humano, especialmente para a coluna lombar e

para a anca. No entanto, a FRA não conseguiu melhorar a DMO no colo do

fémur e, tendo em conta que uma baixa DMO no colo do fémur prediz a

ocorrência de fraturas da anca, torna-se importante recomendar a realização

de exercício que gere FRS, em detrimento de FRA. Por outro lado, a FRA não

deixa de ser importante, pois foi crucial para o aumento da massa magra e do

aumento de força muscular, que é essencial para a prevenção de fraturas

osteoporóticas, para a diminuição do risco de quedas e para o aumento da

independência funcional (Kohrt et al., 1997).

Page 133: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

Conclusões

Page 134: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

.

Page 135: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

113

VII – Conclusões

Após os resultados verificados no presente estudo e confrontando com

os objetivos e hipóteses deste estudo, enfatizamos as seguintes conclusões: 1)

o tempo médio total foi superior no meio aquático comparativamente ao meio

terrestre, tanto a dois pés como a um pé, assim como o tempo médio até ao

pico de força de impacto; 2) a média dos picos da força concêntrica e de

impacto foi significativamente inferior no meio aquático comparativamente ao

meio terrestre a um e dois pés; 3) no meio aquático verificou-se a média da

taxa de crescimento da força concêntrica desenvolvida a um pé mais elevadas

e a média da taxa de desenvolvimento de força para a força de impacto mais

baixa a um e dois pés.

Assim, como conclusão final, e tendo como base os resultados no

presente estudo, a realização do squat jump em meio aquático tende a

influenciar positivamente a força concêntrica nos membros inferiores, com

diminuição da força de impacto a um e a dois pés.

Page 136: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 137: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

Sugestões

Page 138: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 139: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

117

VIII – Sugestões

Para futuras investigações nos meios aquático e terrestre, sugerimos a

inclusão de diversos tipos de população (atletas, sedentários); a inclusão de

diversos tipos de equipamento no meio aquático e no meio terrestre; a inclusão

de cargas adicionais adaptadas aos indivíduos que compõem a amostra; a

utilização de calçado aquático na realização do protocolo aquático para não

ocorrerem escorregamentos; maior número de amostra.

São necessários estudos longitudinais, com a utilização de várias

periodicidades, frequências e volumes, para se verificar os efeitos do treino

pliométrico no músculo-esquelético, mais propriamente, na área de secção

transversal e na hipertrofia muscular.

São necessários mais estudos em meio aquático que descrevam um

salto pliométrico com rigor, através da sua filmagem, indicando onde é que a

densidade do meio aquático mais influencia a produção de força e o impacto

causado. Neste caso, o estudo seria beneficiado se a plataforma de força

utilizada pudesse analisar o exercício pliométrico nas suas três componentes.

É necessário a investigação dos efeitos diretos do exercício aquático

sobre a DMO, devido à quantidade crescente de pessoas a aderir a atividades

realizadas em meio aquático e à incidência de casos de osteoporose na

terceira idade.

Page 140: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 141: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

Referências Bibliográficas

Page 142: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 143: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

121

IX – Referências Bibliográficas

AEA. (2008). Manual do profissional de fitness aquático. Rio de Janeiro: Shape.

Akdeniz, N., Akpolat, V., Kale, A., Erdemoglu, M., Kuyumcuoglu, U., & Celik, Y.

(2009). Risk factors for postmenopausal osteoporosis: anthropometric

measurements, age, age at menopause and the time elapsed after

menopause onset. Gynecological Endocrinology, 25(2), 125-129.

Alberton, C. L., Olkoski, M. M., Pinto, S. S., Becker, M. E., & Kruel, L. F. M.

(2007). Cardiorespiratory responses of postmenopausal women to

different water exercises. International Journal of Aquatic Research &

Education, 1(4), 363-372.

Ambrosini, A. B., Brentano, M. A., Coertjens, M., & Kruel, L. F. M. (2010). The

effects of strength training in hydrogymnastics for middle-age women.

International Journal of Aquatic Research & Education, 4(2), 153-162.

Arab, M., Hojjatoleslami, S., Jamshidi, L., Yaseri, M., Maktabi, M., & Sheibani,

K. (2012). Impact of body mass index on bone density of menopausal

women in Hamadan province, Iran. Australian Journal of Basic and

Applied Sciences, 6(3), 136-139.

Arazi, H., & Asadi, A. (2011). The effect of aquatic and land plyometric training

on strength, sprint, and balance in young basketball players (Vol. 6).

Ay, A., & Yurtkuran, M. (2003). Evaluation of hormonal response and ultrasonic

changes in the heel bone by aquatic exercise in sedentary

postmenopausal women. American Journal of Physical Medicine &

Rehabilitation, 82(12), 942-949.

Balagopal, P., Rooyackers, O. E., Adey, D. B., Ades, P. A., & Nair, K. S. (1997).

Effects of aging on in vivo synthesis of skeletal muscle myosin heavy-

chain and sarcoplasmic protein in humans. American Journal of

Physiology - Endocrinology And Metabolism, 273(4), E790-E800.

Barbosa, T. M., Garrido, M. F., & Bragada, J. (2007). Physiological adaptations

to head-out aquatic exercises with different levels body immersion.

Journal of Strength & Conditioning Research (Allen Press Publishing

Services Inc.), 21(4), 1255-1259.

Page 144: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

122

Barela, A. M. F., & Duarte, M. (2008). Biomechanical characteristics of elderly

individuals walking on land and in water. Journal of electromyography

and kinesiology: official journal of the International Society of

Electrophysiological Kinesiology, 18(3), 446-454.

Bassey, E. J., Rothwell, M. C., Littlewood, J. J., & Pye, D. W. (1998). Pre-and

postmenopausal women have different bone mineral density responses

to the same high-impact exercise. Journal of Bone and Mineral

Research, 13(12), 1805-1813.

Baumgartner, R. N., Koehler, K. M., Gallagher, D., Romero, L., Heymsfield, S.

B., Ross, R. R., Garry, P. J., & Lindeman, R. D. (1998). Epidemiology of

sarcopenia among the elderly in New Mexico. American Journal of

Epidemiology, 147(8), 755-763.

Bemben, D. A., Fetters, N. L., Bemben, M. G., Nabavi, N., & Koh, E. T. (2000).

Musculoskeletal responses to high- and low-intensity resistance training

in early postmenopausal women. Medicine & Science in Sports &

Exercise, 32(11), 1949-1957.

Benelli, P., Ditroilo, M., & De Vito, G. (2004). Physiological responses to fitness

activities: acomparison between land-based and water aerobics exercise.

The Journal of Strength & Conditioning Research, 18(4), 719-722.

Beniamini, Y., Rubenstein, J. J., Faigenbaum, A. D., Lichtenstein, A. H., & Crim,

M. C. (1999). High-intensity strength training of patients enrolled in an

outpatient cardiac rehabilitation program. Journal of Cardiopulmonary

Rehabilitation and Prevention, 19(1), 8-17.

Binkley, N., Bilezikian, J. P., Kendler, D. L., Leib, E. S., Lewiecki, E. M., &

Petak, S. M. (2006). Official positions of the International Society for

Clinical Densitometry and executive summary of the 2005 Position

Development Conference. Journal of Clinical Densitometry: the official

journal of the International Society for Clinical Densitometry, 9(1), 4-14.

Bird, M., Hill, K. D., Ball, M., Hetherington, S., & Williams, A. D. (2011). The

long-term benefits of a multi-component exercise intervention to balance

and mobility in healthy older adults. Archives of Gerontology and

Geriatrics, 52(2), 211-216.

Page 145: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

123

Bocalini, D. S., Serra, A. J., Murad, N., & Levy, R. F. (2008). Water-versus land-

based exercise effects on physical fitness in older women. Geriatrics &

Gerontology International, 8(4), 265-271.

Bolton, K. L., Egerton, T., Wark, J., Wee, E., Matthews, B., Kelly, A., Craven,

R., Kantor, S., & Bennell, K. L. (2012). Effects of exercise on bone

density and falls risk factors in post-menopausal women with osteopenia:

A randomised controlled trial. Journal of science and medicine in sport /

Sports Medicine Australia, 15(2), 102-109.

Bravo, G., Gauthier, P., Roy, P.-M., Payette, H., & Gaulin, P. (1997). A weight-

bearing, water-based exercise program for osteopenic women: its impact

on bone, functional fitness, and well-being. Archives of Physical Medicine

and Rehabilitation, 78(12), 1375-1380.

Brown, J. P., Josse, R. G., & Canada, T. S. A. C. o. t. O. S. o. (2002). 2002

clinical practice guidelines for the diagnosis and management of

osteoporosis in Canada. Canadian Medical Association Journal, 167(10

suppl), S1-S34.

Campbell, A. J., Robertson, M. C., Gardner, M. M., Norton, R. N., & Buchner, D.

M. (1999). Falls prevention over 2 years: a randomized controlled trial in

women 80 years and older. Age and Ageing, 28(6), 513-518.

Candeloro, J. M., & Caromano, F. A. (2008). Efeitos de um programa de

hidroterapia na pressão arterial e frequência cardíaca de mulheres

idosas sedentárias. Fisioterapia e Pesquisa, 15, 26-32.

Cangussu, L., Nahas-Neto, J., Petri Nahas, E., Rodrigues Barral, A., Buttros,

D., & Uemura, G. (2012). Evaluation of postural balance in

postmenopausal women and its relationship with bone mineral density- a

cross sectional study. Bmc Musculoskeletal Disorders, 13(1), 2.

Cappola, A. R., Bandeen-Roche, K., Wand, G. S., Volpato, S., & Fried, L. P.

(2001). Association of IGF-I levels with muscle strength and mobility in

older women. Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, 86(9),

4139-4146.

Page 146: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

124

Caputo, F., Oliveira, M. F. M. d., Denadai, B. S., & Greco, C. C. (2006). Fatores

intrínsecos do custo energético da locomoção durante a natação.

Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 12, 399-404.

Carrasco, M., & Vaquero, M. (2011). Water training in postmenopausal women:

effect on muscular strength. European Journal of Sport Science, 12(2),

193-200.

Carter, N. D., Kannus, P., & Khan, K. M. (2001). Exercise in the prevention of

falls in older people: a systematic literature review examining the

rationale and the evidence. Sports Medicine, 31(6), 427-438.

Carvalho, J., & Soares, J. M. C. (2004). Envelhecimento e força muscular -

breve revisão. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 4(3), 79-93.

Caspersen, C. J., Powell, K. E., & Christenson, G. M. (1985). Physical activity,

exercise, and physical fitness: definitions and distinctions for health-

related research. Public Health Reports, 100(2), 126-131.

Castaneda, C., Charnley, J. M., Evans, W. J., & Crim, M. C. (1995). Elderly

women accommodate to a low-protein diet with losses of body cell mass,

muscle function, and immune response. The American Journal of Clinical

Nutrition, 62(1), 30-39.

Castaneda, C., Layne, J. E., Munoz-Orians, L., Gordon, P. L., Walsmith, J.,

Foldvari, M., Roubenoff, R., Tucker, K. L., & Nelson, M. E. (2002). A

randomized controlled trial of resistance exercise training to improve

glycemic control in older adults with type 2 diabetes. Diabetes Care,

25(12), 2335-2341.

Chandler, J. M., Duncan, P. W., Kochersberger, G., & Studenski, S. (1998). Is

lower extremity strength gain associated with improvement in physical

performance and disability in frail, community-dwelling elders? Archives

of Physical Medicine and Rehabilitation, 79(1), 24-30.

Chimera, N. J., Swanik, K. A., Swanik, C. B., & Straub, S. J. (2004). Effects of

plyometric training on muscle-activation strategies and performance in

female athletes. Journal of Athletic Training, 39(1), 24-31.

Chodzko-Zajko, W. J., Proctor, D. N., Fiatarone Singh, M. A., Minson, C. T.,

Nigg, C. R., Salem, G. J., & Skinner, J. S. (2009). Exercise and physical

Page 147: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

125

activity for older adults. Medicine & Science in Sports & Exercise, 41(7),

1510-1530 1510.1249/MSS.1510b1013e3181a1510c1595c.

Colado, J. C., Garcia-Masso, X., Gonzalez, L. M., Triplett, N. T., Mayo, C., &

Merce, J. (2010). Two-leg squat jumps in water: an effective alternative

to dry land jumps. Int J Sports Med, 31(2), 118-122.

Colado, J. C., Garcia-Masso, X., González, L. M., Triplett, N. T., Mayo, C., &

Merce, J. (2010). Two-leg squat jumps in water: an effective alternative

to dry land jumps. International Journal of Sports Medicine, 31(2), 118-

122.

Colado, J. C., Garcia-Masso, X., Pellicer, M., Alakhdar, Y., Benavent, J., &

Cabeza-Ruiz, R. (2010). A comparison of elastic tubing and isotonic

resistance exercises. Int J Sports Med, 31(11), 810-817.

Colado, J. C., Tella, V., Triplett, N. T., & González, L. M. (2009). Effects of a

short-term aquatic resistance program on strength and body composition

in fit young men. The Journal of Strength & Conditioning Research,

23(2), 549-559 510.1519/JSC.1510b1013e31818eff31815d.

Colado, J. C., & Triplett, N. T. (2009). Monitoring the intensity of aquatic

resistance exercises with devices that increase the drag force: an

update. Strength & Conditioning Journal, 31(3), 94-100

110.1519/SSC.1510b1013e3181a1605b1512.

Colado, J. C., Triplett, N. T., Tella, V., Saucedo, P., & Abellán, J. (2009). Effects

of aquatic resistance training on health and fitness in postmenopausal

women. European Journal of Applied Physiology, 106(1), 113-122.

Courtney, A. C., Wachtel, E. F., Myers, E. R., & Hayes, W. C. (1994). Effects of

loading rate on strength of the proximal femur. Calcified Tissue

International, 55(1), 53-58.

Cummings, S. R., & Melton, L. J. (2002). Epidemiology and outcomes of

osteoporotic fractures. The Lancet, 359(9319), 1761-1767.

D. Beas-Jiménez, J., López-Lluch, G., Sánchez-Martínez, I., Muro-Jiménez, A.,

Rodríguez-Bies, E., & Navas, P. (2011). Sarcopenia: implications of

physical exercise in its pathophysiology, prevention and treatment.

Revista Andaluza de Medicina del Deporte, 4(4), 158-166.

Page 148: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

126

Delmas, P. D. (2000). How does antiresorptive therapy decrease the risk of

fracture in women with osteoporosis? Bone, 27(1), 1-3.

Denning, W. M., Bressel, E., Dolny, D., Bressel, M., & Seeley, M. K. (2012). A

review of biophysical differences between aquatic and land-based

exercise. International Journal of Aquatic Research & Education, 6(1),

46-67.

Department of Economic and Social Affairs. (2005). Living arrangements of

older persons around the world. New York: United Nations.

Deschenes, M. R. (2004). Effects of aging on muscle fibre type and size. Sports

Medicine, 34(12), 809-824.

Doherty, T. J. (2003). Invited review: aging and sarcopenia. Journal of Applied

Physiology, 95(4), 1717-1727.

Dunstan, D. W., Daly, R. M., Owen, N., Jolley, D., de Courten, M., Shaw, J., &

Zimmet, P. (2002). High-intensity resistance training improves glycemic

control in older patients with type 2 diabetes. Diabetes Care, 25(10),

1729-1736.

Ebben, W. P., Flanagan, E. P., Sansom, J. K., Petushek, E. J., & Jensen, R. L.

(2010). Ground reaction forces of variations of plyometric exercises on

hard surfaces, padded surfaces and in water. International Symposium

on Biomechanics in Sports: Conference Proceedings Archive, 28, 1-4.

Ebben, W. P., VanderZanden, T., Wurm, B. J., Garceau, L. R., Feldmann, C.

R., & Petushek, E. J. (2010). Kinetic quantification of plyometric take off,

flight, and landing characteristics. International Symposium on

Biomechanics in Sports: Conference Proceedings Archive, 28, 1-4.

Englund, U., Littbrand, H., Sondell, A., Bucht, G., & Pettersson, U. (2009). The

beneficial effects of exercise on BMD are lost after cessation: a 5-year

follow-up in older post-menopausal women. Scandinavian Journal of

Medicine & Science in Sports, 19(3), 381-388.

Fiatarone, M., Marks, E., Ryan, N., Meredith, C., Lipsitz, L., & Evans, W. (1990).

High-intensity strength training in nonagenarians: effects on skeletal

muscle. JAMA: The Journal of the American Medical Association,

263(22), 3029-3034.

Page 149: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

127

Fiatarone, M. A., O'Neill, E. F., Ryan, N. D., Clements, K. M., Solares, G. R.,

Nelson, M. E., Roberts, S. B., Kehayias, J. J., Lipsitz, L. A., & Evans, W.

J. (1994). Exercise training and nutritional supplementation for physical

frailty in very elderly people. New England Journal of Medicine, 330(25),

1769-1775.

Fiatarone Singh, M. A. (2004). Exercise and aging. Clinics in Geriatric Medicine,

20(2), 201-221.

Fielding, R. A., LeBrasseur, N. K., Cuoco, A., Bean, J., Mizer, K., & Singh, M. A.

F. (2002). High-velocity resistance training increases skeletal muscle

peak power in older women. Journal of the American Geriatrics Society,

50(4), 655-662.

Frontera, W. R., Hughes, V. A., Fielding, R. A., Fiatarone, M. A., Evans, W. J.,

& Roubenoff, R. (2000). Aging of skeletal muscle: a 12-yr longitudinal

study. Journal of Applied Physiology, 88(4), 1321-1326.

Frontera, W. R., Meredith, C. N., O'Reilly, K. P., Knuttgen, H. G., & Evans, W. J.

(1988). Strength conditioning in older men: skeletal muscle hypertrophy

and improved function. Journal of Applied Physiology, 64(3), 1038-1044.

Frontera, W. R., Suh, D., Krivickas, L. S., Hughes, V. A., Goldstein, R., &

Roubenoff, R. (2000). Skeletal muscle fiber quality in older men and

women. American journal of physiology. Cell physiology, 279(3), C611-

618.

Garnero, P., Hausherr, E., Chapuy, M. C., Marcelli, C., Grandjean, H., Muller,

C., Cormier, C., Bréart, G., Meunier, P. J., & Delmas, P. D. (1996).

Markers of bone resorption predict hip fracture in elderly women: the

EPIDOS prospective study. Journal of Bone and Mineral Research,

11(10), 1531-1538.

Going, S., Lohman, T., Houtkooper, L., Metcalfe, L., Flint-Wagner, H., Blew, R.,

Stanford, V., Cussler, E., Martin, J., Teixeira, P., Harris, M., Milliken, L.,

Figueroa-Galvez, A., & Weber, J. (2003). Effects of exercise on bone

mineral density in calcium-replete postmenopausal women with and

without hormone replacement therapy. Osteoporosis International, 14(8),

637-643.

Page 150: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

128

Gonçalves, V. (1996). Treinamento em Hidroginástica. São Paulo, Ícone,

82:467-469.

Graef, F. I., Pinto, R. S., Alberton, C. L., De Lima, W. C., & Kruel, L. F. M.

(2010). The effects of resistace training performed in water on muscle

strength in the elderly. Journal of Strength & Conditioning Research

(Lippincott Williams & Wilkins), 24(11), 3150-3156.

Hayes, W. C., Myers, E. R., Robinovitch, S. N., Van Den Kroonenberg, A.,

Courtney, A. C., & McMahon, T. A. (1996). Etiology and prevention of

age-related hip fractures. Bone, 18(1), S77-S86.

Hurley, B. F., & Roth, S. M. (2000). Strength training in the elderly: effects on

risk factors for age-related diseases. Sports Medicine, 30(4), 249-268.

Instituto Nacional de Estatística. (2009). Inquérito nacional de saúde

2005/2006. Instituto Nacional de Estatística Consult. 1 de Setembro de

2012, disponível em

http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes&PUBL

ICACOESpub_boui=69365215&PUBLICACOESmodo=2

Instituto Nacional de Estatística. (2010). Estatísticas demográficas 2009.

Instituto Nacional de Estatística, IP Consult. 12 de Julho de 2012,

disponível em http://pt.scribd.com/doc/78677163/Estatisticas-

Demograficas-2009-INE-2010

Izquierdo, M., Aguado, X., Gonzalez, R., Lopez, J. L., & Hakkinen, K. (1999).

Maximal and explosive force production capacity and balance

performance in men of different ages. Eur J Appl Physiol Occup Physiol,

79(3), 260-267.

Izquierdo, M., Ibanez, J., Hãkkinen, K., Kraemer, W. J., Larrión, J. L., &

Gorostiaga, E. M. (2004). Once weekly combined resistance and

cardiovascular training in healthy older men. Medicine & Science in

Sports & Exercise, 36(3), 435-443.

Janssen, I., Heymsfield, S. B., & Ross, R. (2002). Low relative skeletal muscle

mass (sarcopenia) in older persons is associated with functional

impairment and physical disability. Journal of the American Geriatrics

Society, 50(5), 889-896.

Page 151: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

129

Janssen, I., Heymsfield, S. B., Wang, Z., & Ross, R. (2000). Skeletal muscle

mass and distribution in 468 men and women aged 18–88 yr. Journal of

Applied Physiology, 89(1), 81-88.

Janssen, I., & Ross, R. (2005). Linking age-related changes in skeletal muscle

mass and composition with metabolism and disease. The Journal Of

Nutrition, Health & Aging, 9(6), 408-419.

Jensen, R. L., & Ebben, W. P. (2007). Quantifying plyometric intensity via rate

of force development, knee joint, and ground reaction forces. Journal of

strength and conditioning research / National Strength & Conditioning

Association, 21(3), 763-767.

Jidovtseff, B., Cronin, J., Harris, N., & Quievre, J. (2010). Mechanical

comparison of eight vertical jump exercises. Computer Methods in

Biomechanics and Biomedical Engineering, 13(sup1), 77-78.

Kaneda, K., Sato, D., Wakabayashi, H., Hanai, A., & Nomura, T. (2008). A

comparison of the effects of different water exercise programs on

balance ability in elderly people. Journal of Aging and Physical Activity,

16, 381-392.

Kanis, J. A., Melton, L. J., Christiansen, C., Johnston, C. C., & Khaltaev, N.

(1994). The diagnosis of osteoporosis. Journal of Bone and Mineral

Research, 9(8), 1137-1141.

Kemmler, W., Engelke, K., Von Stengel, S., Weineck, J., Lauber, D., &

Kalender, W. A. (2007). Long-term four-year exercise has a positive

effect on menopausal risk factors: the erlangen fitness osteoporosis

prevention study. Journal of Strength & Conditioning Research (Allen

Press Publishing Services Inc.), 21(1), 232-239.

Kohrt, W. M., Bloomfield, S. A., Little, K. D., Nelson, M. E., & Yingling, V. R.

(2004). Physical activity and bone health. Medicine & Science in Sports

& Exercise, 36(11), 1985-1996.

Kohrt, W. M., Ehsani, A. A., & Birge, S. J. (1997). Effects of exercise involving

predominantly either joint-reaction or ground-reaction forces on bone

mineral density in older women. Journal of Bone and Mineral Research,

12(8), 1253-1261.

Page 152: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

130

Korpelainen, R., Keinänen-Kiukaanniemi, S., Heikkinen, J., Väänänen, K., &

Korpelainen, J. (2006). Effect of impact exercise on bone mineral density

in elderly women with low BMD: a population-based randomized

controlled 30-month intervention. Osteoporosis International, 17(1), 109-

118.

Leissring, S. K., Petushek, E. J., Stephenson, M. L., & Jensen, R. L. (2010).

Relationship of ground and knee joint reaction forces in plyometric

exercises. International Symposium on Biomechanics in Sports:

Conference Proceedings Archive, 28, 1-4.

Lewiecki, E. M. (2004). Management of osteoporosis. Clinical and Molecular

Allergy, 2(1), 9.

Lexell, J., Downham, D., & Sjöström, M. (1986). Distribution of different fibre

types in human skeletal muscles: fibre type arrangement in m. vastus

lateralis from three groups of healthy men between 15 and 83 years.

Journal of the Neurological Sciences, 72(2–3), 211-222.

Lexell, J., Taylor, C. C., & Sjöström, M. (1988). What is the cause of the ageing

atrophy? Total number, size and proportion of different fiber types

studied in whole vastus lateralis muscle from 15- to 83-year-old men.

Journal of the Neurological Sciences, 84(2–3), 275-294.

Lindle, J. (2002). A history of aquatic fitness: part one. AKWA, 15(4), 36.

Liu, S., Li, J., Sheng, Z., Wu, X., & Liao, E. (2011). Relationship between body

composition and age, menopause and its effects on bone mineral density

at segmental regions in Central Southern Chinese postmenopausal

elderly women with and without osteoporosis. Archives of Gerontology

and Geriatrics, 53(2), e192-e197.

Markovic, G. (2007). Does plyometric training improve vertical jump height? A

meta-analytical review. British Journal of Sports Medicine, 41, 349–355.

Martel, G. F., Harmer, M. L., Logan, J. M., & Parker, C. B. (2005). Aquatic

plyometric training increases vertical jump in female volleyball players.

Medicine & Science in Sports & Exercise, 37(10), 1814-1819.

Marzetti, E., Lawler, J. M., Hiona, A., Manini, T., Seo, A. Y., & Leeuwenburgh,

C. (2008). Modulation of age-induced apoptotic signaling and cellular

Page 153: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

131

remodeling by exercise and calorie restriction in skeletal muscle. Free

Radical Biology and Medicine, 44(2), 160-168.

Matos, O. d., Silva, D. J. L. d., Oliveira, J. M. d., & Castelo-Branco, C. (2009).

Effect of specific exercise training on bone mineral density in women with

postmenopausal osteopenia or osteoporosis. Gynecological

Endocrinology, 25(9), 616-620.

Matsudo, S. M., & Matsudo, V. K. R. (1992). Prescrição e benefícios da

atividade física na terceira idade. Revista Brasileira de Ciência e

Movimento, 6(4), 19-30.

Meredith-Jones, K., Waters, D., Legge, M., & Jones, L. (2011). Upright water-

based exercise to improve cardiovascular and metabolic health: a

qualitative review. Complementary Therapies In Medicine, 19(2), 93-103.

Miller, M. G., Berry, D. C., Gilders, R., & Bullard, S. (2001). Recommendations

for implementing an aquatic plyometric program. Strength & Conditioning

Journal, 23(6), 28-35.

Miller, M. G., Cheatham, C. C., Porter, A. R., Ricard, M. D., Hennigar, D., &

Berry, D. C. (2007). Chest-and waist-deep aquatic plyometric training

and average force, power, and vertical-jump performance. International

Journal of Aquatic Research and Education, 1, 145-155.

Morley, J. E., Baumgartner, R. N., Roubenoff, R., Mayer, J., & Nair, K. S.

(2001). Sarcopenia. The Journal of laboratory and clinical medicine,

137(4), 231-243.

Murcia, J. A. M., Galindo, C. M., & Pardo, P. M. (2008). Motivations and

reasons for exercising in water: gender and age differences in a sample

of spanish exercisers. International Journal of Aquatic Research &

Education, 2, 237-246.

Myers, A. H., Young, Y., & Langlois, J. A. (1996). Prevention of falls in the

elderly. Bone, 18(1), S87-S101.

Nelson, M., Fiatarone, M., Morganti, C., Trice, I., Greenberg, R., & Evans, W.

(1994). Effects of high-intensity strength training on multiple risk factors

for osteoporotic fractures: a randomized controlled trial. JAMA: The

Journal of the American Medical Association, 272(24), 1909-1914.

Page 154: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

132

Nelson, M. E., Layne, J. E., Bernstein, M. J., Nuernberger, A., Castaneda, C.,

Kaliton, D., Hausdorff, J., Judge, J. O., Buchner, D. M., Roubenoff, R., &

Fiatarone Singh, M. A. (2004). The effects of multidimensional home-

based exercise on functional performance in elderly people. The

Journals of Gerontology Series A: Biological Sciences and Medical

Sciences, 59(2), M154-M160.

Nelson, M. E., Rejeski, W. J., Blair, S. N., Duncan, P. W., Judge, J. O., King, A.

C., Macera, C. A., & Castaneda-Sceppa, C. (2007). Physical activity and

public health in older adults. Circulation, 116(9), 1094-1105.

Neves, A. R. M., & Doimo, L. A. (2007). Avaliação da percepção subjetiva de

esforço e da frequência cardíaca em mulheres adultas durante aulas de

hidroginástica. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho

Humano, 9(4).

Nicklas, B. J., & Brinkley, T. E. (2009). Exercise training as a treatment for

chronic inflammation in the elderly. Exercise and Sport Sciences

Reviews, 37(4), 165-170

110.1097/JES.1090b1013e3181b1097b1093d1099.

NIH, C. D. P. o. O. P., Diagnosis and Therapy. (2001). Osteoporosis prevention,

diagnosis, and therapy. JAMA: The Journal of the American Medical

Association, 285(6), 785-795.

Nikolai, A. L., Novotny, B. A., Bohnen, C. L., Schleis, K. M., & Dalleck, L. C.

(2009). Cardiovascular and metabolic responses to water aerobics

exercise in middle-age and older adults. Journal of Physical Activity and

Health, 6(3), 333-338.

Oliveira, M. M., & Maia, J. A. (2001). Avaliação da actividade física em

contextos epidemiológicos. Uma revisão da validade e fiabilidade do

acelerómetro Tritrac–R3D, do pedómetro Yamax Digi-Walker e do

questionário de Baecke. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto,

1(3), 73-88.

Olshansky, S. J., Hayflick, L., & Carnes, B. A. (2002). Position statement on

human aging. Sci. Aging Knowl. Environ., 2002(24), pe9-.

Page 155: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

133

Organização Mundial de Saúde. (1996). Report of a WHO scientific group:

research on the menopause in the 1990s. World Health Organization

Technical Report Series, 866, 1-107.

Papaioannou, A., Morin, S., Cheung, A. M., Atkinson, S., Brown, J. P.,

Feldman, S., Hanley, D. A., Hodsman, A., Jamal, S. A., Kaiser, S. M.,

Kvern, B., Siminoski, K., & Leslie, W. D. (2010). 2010 clinical practice

guidelines for the diagnosis and management of osteoporosis in Canada:

summary. Canadian Medical Association Journal.

Pereira, S. M. (2009). Estudo biomecânico de quatro técnicas de virada com

rolamento em provas de nado livre. Porto: Susana Pereira. Dissertação

de Doutoramento apresentada a Faculdade de Ciências do Desporto da

Universidade do Porto.

Petushek, E. J., Garceau, L. R., VanderZanden, T., Wurm, B. J., Feldmann, C.

R., & Ebben, W. P. (2010). Dynamic stabilization during the landing

phase of plyometric exercises. International Symposium on

Biomechanics in Sports: Conference Proceedings Archive, 28, 1-4.

Pezzullo, D. J., Karas, S., & Irrgang, J. J. (1995). Functional plyometric

exercises for the throwing athlete. Journal of Athletic Training, 30(1), 22-

26.

Pines, A., & Berry, E. M. (2007). Exercise in the menopause - an update.

Climacteric, 10, 42-46.

Pouilles, J. M., Tremollieres, F., & Ribot, C. (1995). Effect of menopause on

femoral and vertebral bone loss. Journal of Bone and Mineral Research,

10(10), 1531-1536.

Pöyhönen, T., Kyröläinen, H., Keskinen, K. L., Hautala, A., Savolainen, J., &

Mälkiä, E. (2001). Electromyographic and kinematic analysis of

therapeutic knee exercises under water. Clinical Biomechanics (Bristol,

Avon), 16(6), 496-504.

Proctor, A. (2000). Market Wise Words. The AKWA Letter, 14(3), 8.

Raffaelli, C., Lanza, M., Zanolla, L., & Zamparo, P. (2010). Exercise intensity of

head-out water-based activities (water fitness). European Journal of

Applied Physiology, 109(5), 829-838.

Page 156: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

134

Randell, A., Cronin, J., Keogh, J., Gill, N., & Pedersen, M. (2010). Effect of

performance feedback during 6 weeks of velocity based squat jump

training. International Symposium on Biomechanics in Sports:

Conference Proceedings Archive, 28, 1-4.

Robinson, L. E., Devor, S. T., Merrick, M. A., & Buckworth, J. (2004). The

effects of land vs. aquatic plyometrics on power, torque, velocity, and

muscle soreness in women. Journal of Strength & Conditioning Research

(Allen Press Publishing Services Inc.), 18(1), 84-91.

Rocha, A. C., Fernandes, M. C., Dubas, J. P., & Júnior, D. P. G. (2009).

Comparative analysis of the muscular force between eldery women

practioners of weight training, institutionalized and located gymnastics.

Fitness & Performance Journal (Online Edition), 8(1), 16-20.

Rocha, J. (1994). Hidroginástica: Teoria e Prática. . Rio de Janeiro: Sprint Ltda.

Roesler, H. (1997). Desenvolvimento de plataforma subaquática para medições

de forças e momentos nos três eixos coordenados para utilização em

Biomecânica. Porto Alegre: Hélio Roesler. Dissertação de Doutoramento

apresentada a Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Roesler, H., Haupenthal, A., Schütz, G. R., & de Souza, P. V. (2006).

Dynamometric analysis of the maximum force applied in aquatic human

gait at 1.3m of immersion. Gait & posture, 24(4), 412-417.

Rosario, E. J., Villani, R. G., Harris, J., & Klein, R. (2003). Comparison of

strength-training adaptations in early and older menopausal women.

Journal of Aging & Physical Activity, 11(2), 143-155.

Rotstein, A., Harush, M., & Vaisman, N. (2008). The effect of a water exercise

program on bone density of postmenopausal women. Journal of Sports

Medicine & Physical Fitness, 48(3), 352-359.

Roubenoff, R. (2000). Sarcopenia and its implications for the elderly. European

Journal of Clinical Nutrition, 54(6), S40.

Roubenoff, R., & Castaneda, C. (2001). Sarcopenia—understanding the

dynamics of aging muscle. JAMA: The Journal of the American Medical

Association, 286(10), 1230-1231.

Page 157: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

135

Roubenoff, R., Heymsfield, S. B., Kehayias, J. J., Cannon, J. G., & Rosenberg,

I. H. (1997). Standardization of nomenclature of body composition in

weight loss. The American Journal of Clinical Nutrition, 66(1), 192-196.

Roubenoff, R., & Hughes, V. A. (2000). Sarcopenia. The Journals of

Gerontology Series A: Biological Sciences and Medical Sciences, 55(12),

M716-M724.

Sáez-Sáez de Villarreal, E., Requena, B., & Newton, R. U. (2010). Does

plyometric training improve strength performance? A meta-analysis.

Journal of science and medicine in sport / Sports Medicine Australia,

13(5), 513-522.

Sato, D., Kaneda, K., Wakabayashi, H., & Nomura, T. (2009). Comparison of 2-

year effects of once and twice weekly water exercise on activities of daily

living ability of community dwelling frail elderly. Archives of Gerontology

and Geriatrics, 49(1), 123-128.

Seguin, R., & Nelson, M. E. (2003). The benefits of strength training for older

adults. American journal of preventive medicine, 25(3), 141-149.

Seynnes, O., Hue, O. A., Garrandes, F., Colson, S. S., Bernard, P. L., Legros,

P., & Singh, M. A. F. (2005). Force steadiness in the lower extremities as

an independent predictor of functional performance in older women.

Journal of Aging and Physical Activity, 13(1), 395-408.

Shephard, R. (1997). Aging, Physical Activity, and Health. Champaign (IL):

Human Kinetics.

Singh, N. A., Clements, K. M., & Fiatarone, M. A. (1997). A randomized

controlled trial of progressive resistance training in depressed elders.

The Journals of Gerontology Series A: Biological Sciences and Medical

Sciences, 52A(1), M27-M35.

Souza, A. S. d., Rodrigues, B. M., Hirshammann, B., Graef, F. I., Tiggemann, C.

L., & Kruel, L. F. M. (2010). Treinamento de força no meio aquático em

mulheres jovens. Motriz: Revista de Educação Física, 16, 649-657.

Spirduso, W. W., Francis, L. F., & MacRae, P. G. (2005). Physical dimensions

of aging. Champaign, Illinois: Human Kinetics.

Page 158: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

136

Stachoń, A., Burdukiewicz, A., Pietraszewska, J., Andrzejewska, J., & Chromik,

K. (2010). Biological symptoms of aging in women regarding physical

activity and lifestyle. Human Movement, 11(2), 172-178.

Stemm, J. D., & Jacobson, B. H. (2007). Comparison of land-and aquatic-based

plyometric training on vertical jump performance. Journal of strength and

conditioning research / National Strength & Conditioning Association,

21(2), 568-571.

Susic, D. (1997). Hypertension, aging, and atherosclerosis: the endothelial

interface. The Medical clinics of North America, 81(5), 1231-1240.

Takeshima, N., Rogers, M., Watanabe, E., Brechue, W. F., Okada, A., Yamada,

T., Islam, M. M., & Hayano, J. (2002). Water-based exercise improves

health-related aspects of fitness in older women. Medicine & Science in

Sports & Exercise, 34(3), 544-551.

Tavares, V., Canhão, H., Gomes, J. A. M., Simões, E., Romeu, J. C., Coelho,

P., Santos, R. A., Malcata, A., Araújo, D., Vaz, C., & Branco, J. (2007).

Recomendações para o diagnóstico e terapêutica da osteoporose.

Comunicação apresentada em Actas de Reumatologia Portuguesa.

Tillman, M. D., Criss, R. M., D., B., & J., H. C. (2004). Landing constraints

influence ground reaction forces and lower eExtremity EMG in female

Vvolleyball players. Journal of Applied Biomechanics, 20(1), 38-50.

Tolomio, S., Ermolao, A., Lalli, A., & Zaccaria, M. (2010). The effect of a

multicomponent dual-modality exercise program targeting osteoporosis

on bone health status and physical function capacity of postmenopausal

women. Journal of Women & Aging, 22(4), 241-254.

Triplett, N. T., Colado, J. C., Benavent, J., Alakhdar, Y., Madera, J., Gonzalez,

L. M., & Tella, V. (2009). Concentric and impact forces of single-leg

jumps in an aquatic environment versus on land. Medicine & Science in

Sports & Exercise, 41(9), 1790-1796.

Tsourlou, T., Benik, A., Dipla, K., Zafeiridis, A., & Kellis, S. (2006). The effects

of a twenty-four-week aquatic training program on muscular strength

performance in healthy elderly women. Journal of Strength &

Page 159: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

137

Conditioning Research (Allen Press Publishing Services Inc.), 20(4),

811-818.

Veldhuis, J., Iranmanesh, A., & Weltman, A. (1997). Elements in the

pathophysiology of diminished growth hormone (GH) secretion in aging

humans. Endocrine, 7(1), 41-48.

Vermeulen, A., & Kaufman, J. M. (1995). Ageing of the hypothalamo-pituitary-

testicular axis in men. Hormone Research in Paediatrics, 43(1-3), 25-28.

Wallace, B. A., & Cumming, R. G. (2000). Systematic review of randomized

trials of the effect of exercise on bone mass in pre-and postmenopausal

women. Calcified Tissue International, 67(1), 10-18.

Walsh, M., Hunter, G., & Livingstone, M. (2006). Sarcopenia in premenopausal

and postmenopausal women with osteopenia, osteoporosis and normal

bone mineral density. Osteoporosis International, 17(1), 61-67.

Waszak, M., Cieślik, K., & Grabowska, M. (2007). Physical activity as a modifier

of the course of menopause. Studies in Physical Culture & Tourism,

14(2), 137-146.

Weinert, B. T., & Timiras, P. S. (2003). Invited review: theories of aging. Journal

of Applied Physiology, 95(4), 1706-1716.

Welle, S., Bhatt, K., Shah, B., Needler, N., Delehanty, J. M., & Thornton, C. A.

(2003). Reduced amount of mitochondrial DNA in aged human muscle.

Journal of Applied Physiology, 94(4), 1479-1484.

Yázigi, F. (2000). A versatilidade da hidroginástica. Newsletter CEF., 3(4), 7.

Page 160: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

Anexos

Page 161: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:
Page 162: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

XXV

X – Anexos

Anexo I – Declaração de consentimento informado

Análise da componente vertical da força de reacção do solo durante exercícios

de Squat Jump, dentro e fora de água - Estudo realizado em Senhoras Idosas

Eu, abaixo-assinado (nome completo)

_______________________________________________________________,

declaro que tenho ______ anos de idade e aceito participar no estudo da

licenciada Marlene Ferreira Marques, orientada pela Prof. Dr. Filipa Sousa, na

Faculdade de Ciências do Desporto na Universidade do Porto.

Objetivo do estudo: comparar as diferenças cinéticas em senhoras idosas

através de saltos estáticos a um e a dois pés em ambiente aquático e terrestre.

Explicação do procedimento: Durante a recolha de dados irei realizar saltos

estáticos, em cima de uma plataforma de força, com o pé dominante e com os

dois pés, dentro e fora de uma piscina.

Duração do procedimento: o protocolo terá a duração de aproximadamente

duas horas e será realizado em apenas um dia.

Benefícios: irei ajudar no entendimento de um exercício pliométrico específico

(Squat Jump) dentro e fora de água e ajudar a clarificar quais poderão ser os

seus benefícios a longo prazo. Tenho noção que poderei ajudar a trazer outros

idosos para a hidroginástica, deixando a vida sedentária. No entanto não terei

benefícios diretos.

Desconforto e risco: fui informado que a recolha de dados será não-invasiva

e que não envolve qualquer risco para a minha saúde física e mental, além dos

riscos encontrados nas atividades normais da vida diária.

Liberdade de participação: é de minha livre vontade participar neste estudo

proposto pelo investigador. Tenho o direito de recusar a todo o tempo a minha

participação no estudo, sem que isso possa ter como efeito qualquer prejuízo.

Foi-me também explicado que, no final do estudo, os dados serão

confidenciais, mantendo-se assim o anonimato. Foi-me dada a oportunidade de

Page 163: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

XXVI

fazer perguntas que julguei necessárias e, de todas, obtive resposta

satisfatória.

Entendo que é de meu direito obter uma cópia deste consentimento.

Porto, ___ de ____________ de 2012

_____________________________

(Assinatura)

Investigador responsável:

_____________________

(Marlene Ferreira Marques)

965062247/ 911550293

Page 164: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

XXVII

Anexo II- Ficha Anamnese

Dados Pessoais

Nome: _________________________________________________________

Data de nascimento: ______________________________________________

Endereço: _______________________________________________________

Localidade:___________________ Código postal: _______________________

Telefone: ____________________ Telemóvel: _________________________

Estatura: __________

Peso Corporal: ______

Questionário Sim Não

1. Alguma vez o seu médico lhe disse que tinha problemas

cardíacos e que só deveria praticar exercício físico recomendado

por um médico?

2. Sente algum desconforto ou dor no peito quando pratica

exercício físico?

3. No último mês sentiu alguma dor no peito sem estar a praticar

exercício físico?

4. Costuma sentir perdas de equilíbrio ou perdas de consciência?

5. Possui algum problema ósseo ou articular que possa ser

agravado por alterações na sua atividade física?

6. O seu médico costuma prescrever-lhe medicamentos para a

pressão sanguínea ou para o coração?

7. Tem conhecimento de algum outro motivo pelo qual não deva

praticar exercício físico? Qual?

Page 165: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

XXVIII

Diagnóstico Clínico

Doença cardiovascular: enfarte do miocárdio, angioplastia, cirurgia

cardíaca, doença da artéria coronária, sopro, estalidos, angina e

hipertensão. Outra:

Doença cardiovascular: enfarte do miocárdio, angioplastia, cirurgia

cardíaca, doença da artéria coronária, sopro, estalidos, angina e

hipertensão. Outra:

Doença Pulmonar: asma, efisema, bronquite. Outra:

Acidente Vascular Cerebral Observações:

Diabetes Tipo I Tipo II Observações:

Doença vascular periférica Observações:

Epilepsia Observações:

Anemia Observações:

Flebite ou Embolia Observações:

Hérnia Discal Observações:

Cancro Observações:

Gravidez Observações:

Osteoporose Observações:

Problemas ortopédicos Observações:

Artrite Observações:

Artrose Observações:

Desvios na coluna (cervical,

torácica, lombar)

Observações:

Problemas de obesidade Observações:

Distúrbios emocionais Observações:

Distúrbios alimentares Observações:

Deficiência física (prótese) Observações:

Problema muscular Observações:

Deficiência visual (óculos, lentes) Observações:

Deficiência auditiva (aparelho

auditivo)

Observações:

Outros: Observações:

Page 166: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

XXIX

Medicamentos

Toma medicamentos regularmente: Sim: Não:

Tipos Sim Não Posologia Observações

Antidepressivo

Diurético

Hormonais

Calmantes

Analgésico

Estimulante

Anti-inflamatório

Outros

Qual:

Hábitos sociais

Hábito Sim Não Há quanto tempo Quantidade

Tabaco

Bebidas

alcoólicas

História de Quedas

Característica Sim Não Frequência Como

Dificuldade para realizar

movimentos rápidos

Dificuldade em equilibrar-se

Perde o equilíbrio facilmente

Tropeça facilmente

Sente alguma coisa quando

se levanta rapidamente

Page 167: Análise da componente vertical da força de reação …...Análise da componente vertical da força de reação do solo durante exercícios de Squat Jump, dentro e fora de água:

XXX

Dificuldade para sentir a

forma, textura, temperatura

dos objetos (pés)

Sofre quedas

Sente tonturas durante a

queda

Quando ocorreu a queda

mais recente

Sofreu fraturas

Outras lesões

Fez cirurgia

Outros

Atividade Física

Pratica atividade física? ___________________________________________

Se sim, é uma atividade aquática? Qual? _____________________________

Há quanto tempo pratica? __________________________________________

Quantas vezes por semana? ________________________________________