animais silvestres cesp - companhia energetica de sao paulo de aves.pdf · ciliares da empresa....

8
MANEJO DE AYES AMEACADAS DE EXTINCAO - REPRODUcAO E SOLTURA Paulo Rodolfo Cesar Eduardo Guilherme Santarelli Colaboradores: Wagner Tadeu Vieira Santiago Jose Leite Marcondes CESP - Companhia Energetica de Sao Paulo Diretoria de Meio Ambientc - SecAo de Animais Silvestres UHE Paraibuna - Bairro Rio Claro S/ N - Caixa Postal 55 RESUMO A CESP, atraves da Secao de Animais Silvestres da UHE Paraibuna , vem desenvolvendo um trabalho de reproducao e soltura de ayes silvestres ameacadas de extincao . Este trabalho tem como objetivo o repovoamento, com especies da avifauna , de ilhas e areas marginais aos reservatorios da Companhia , remanescentes de matas naturais e reflorestamentos , visando a conservacao da diversidade genetica e respeitando as exigencias de cada especie em termos de "habitat". Com este trabalho , a CESP busca compatibilizar a producao de energia eletrica com a conservatrao da biodiversidade, alem de estar potencializando seus programas de recomposirao de matas ciliares, ja que as especies de ayes sao dispersoras de sementes. INTRODUCAO A construcao de barragens e consegiiente formacao de lagos provoca a reducao ou desaparecimento de varios "habitats" ocupados por diversas especies animais e vegetais. Devido a essas alteracoes, a CESP vem adotando medidas visando compatibilizar a producao de energia com a conservacao da biodiversidade nas areas de influencia dos reservatorios das NXII Seminorio Nacional de Grandes Barragens 77

Upload: others

Post on 17-Sep-2019

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Animais Silvestres CESP - Companhia Energetica de Sao Paulo DE AVES.pdf · ciliares da empresa. Manejo dos ovos Os ovos sao coletados diariamente nos viveiros e depois levados para

MANEJO DE AYES AMEACADAS DE EXTINCAO -REPRODUcAO E SOLTURA

Paulo Rodolfo Cesar

Eduardo Guilherme Santarelli

Colaboradores: Wagner Tadeu Vieira Santiago

Jose Leite Marcondes

CESP - Companhia Energetica de Sao PauloDiretoria de Meio Ambientc - SecAo de Animais SilvestresUHE Paraibuna - Bairro Rio Claro S/N - Caixa Postal 55

RESUMO

A CESP, atraves da Secao de Animais Silvestres da UHE Paraibuna , vem desenvolvendo um

trabalho de reproducao e soltura de ayes silvestres ameacadas de extincao . Este trabalho tem

como objetivo o repovoamento, com especies da avifauna , de ilhas e areas marginais aos

reservatorios da Companhia , remanescentes de matas naturais e reflorestamentos , visando a

conservacao da diversidade genetica e respeitando as exigencias de cada especie em termos de

"habitat".

Com este trabalho , a CESP busca compatibilizar a producao de energia eletrica com a

conservatrao da biodiversidade, alem de estar potencializando seus programas de recomposirao

de matas ciliares, ja que as especies de ayes sao dispersoras de sementes.

INTRODUCAO

A construcao de barragens e consegiiente formacao de lagos provoca a reducao ou

desaparecimento de varios "habitats" ocupados por diversas especies animais e vegetais.

Devido a essas alteracoes, a CESP vem adotando medidas visando compatibilizar a producao

de energia com a conservacao da biodiversidade nas areas de influencia dos reservatorios das

NXII Seminorio Nacional de Grandes Barragens 77

Page 2: Animais Silvestres CESP - Companhia Energetica de Sao Paulo DE AVES.pdf · ciliares da empresa. Manejo dos ovos Os ovos sao coletados diariamente nos viveiros e depois levados para

Usinas Hidreletricas. De modo geral, estas medidas exigem urn conhecimento previo de quais

especies sao afetadas no empreendimento. Um diagnostico das especies criticas (assim

consideradas aquelas ameacadas de extincao, raras, endemicas, ou ainda de interesse

economico ou sanitario), com a identificacao de sitios de reproducao, alimentacao ou pouso, de

rotas migratorias ou corredores de dispersao e de areas de interesse para a implantacao das

unidades de conservacao.

A partir deste enfoque, a CESP estabeleceu o Programa de Manejo da Fauna Silvestre, corn

sub-programa Manejo de Aves Ameacadas de Extincao sera apresentado a seguir.

METODOLOGIA

Reproducao

0 trabalho de reproducao de ayes a desenvolvido pela Secao de Animais Silvestres, situada na

UHE Paraibuna. Essa Secao conta com um criadouro de ayes com 94 viveiros, dos quais 63 sao

de reproducao, 21 de recria, 5 de quarentena e 5 de pre-soltura. 0 dimensionamento dos

viveiros busca atender as necessidades de espaco e ambientacao de cada especie. Assim, os

viveiros de reproducao recebem um casal de matrizes e os demais recebern o numero de

individuos adequado as suas dimensoes.

As especies que vem sendo trabalhadas sao as seguintes: Familia Tinamidae: Tinamus

solitarius solitarius (macuco), Crypturellus obsoletus obsoletus (nambu-guaru), Crypturellus

parvirostris (nambu-chororo), Crypturellus tataupa tataupa (nambu-xinta), Crypturellus

noctivagus noctivagus (jao do litoral); Familia Cracidade: Penelope obscura bronzina (jacu-

guacu), Penelope superciliares jacupemba (jacupemba), Pipile jacutinga jacutinga (jacutinga);

Familia Fasianidae: Odontophorus capueira capueira (uru).

Estas especies selecionadas sao dispersoras de sementes, ampliando a auto-sustentacao dos

sistemas florestais e potencializando, desta forma, os programas de recomposicao de matas

ciliares da empresa.

Manejo dos ovos

Os ovos sao coletados diariamente nos viveiros e depois levados para a incubacao artificial.

78 XXII Semindrio Nacionat de Grandes Barragens

Page 3: Animais Silvestres CESP - Companhia Energetica de Sao Paulo DE AVES.pdf · ciliares da empresa. Manejo dos ovos Os ovos sao coletados diariamente nos viveiros e depois levados para

A retirada diaria dos ovos visa induzir novas posturas , aumentando a produgAo.

Na sala das incubadoras , apos a limpeza dos ovos, a feita a primeira avaliacao no ovoscopio e,

se for detectado o inicio da incubagAo natural , devem ser levados imediatamente pare as

incubadoras . Os ovos que ainda nAo tiveram iniciado a incubacao natural, sao borrifados com

solucao de formol a I% (um porcento ) e transferidos pars a sala de armazenamento de ovos, a

uma temperatura de 18 °C e umidade natural do ar. Nas incubadoras a temperatura seca devera

estar em 37,5 °C e a temperatura iimida entre 31,1 e 32,2 T.

No 8° dia de incubagem os ovos passam pela segunda avaliacao no ovoscopio . Em caso de

morte do embriao ou da constatacao da ausencia de gala, os ovos sao eliminados.

Faltando de tres a quatro dias pars a eclosao, os ovos passam pela terceira avaliagAo no

ovoscopio . Caso o embriao esteja normal , o que a verificado atraves da presenga de movimento

e fluxo sanguineo normal , a transferido para a eclodidora , cuja temperatura seca devera estar de

36,6 a 37,2 °C e a temperatura umida de 32,2 a 33,3 T.

Apos o nascimento do filhote, este a transferido para a secadora onde passa as proximas 24

(vinte e quatro ) horas . A regulagem da secadora devera ser de 35 a 36,6 °C pars a temperatura

seca e de 29 ,4 a 31,1 para a umida . Posteriormente eles sao levados pars as criadeiras.

Alimentapao

As ayes matrizes sao alimentadas de manha, com frutas, verduras, suplemento vitaminico e

racao transformados numa papa de pouca consistencia em um liquidificador industrial. No caso

das matrizes, a racao fornecida e a de postura ou de manutencao, conforme o periodo ser de

reproducao ou nao, respectivamente. Os filhotes silo alimentados de acordo corn o Quadro 1.

Quadro 1. Alimentacao de filhotes no Criadouro Cientifico da CESP na UHE Paraibuna.

1-' dia racao de crescimento + frutas e verduras picadas + uma gota de glicose+ ague pura

2°- e 32 dia ra ao de crescimento + frutas e verduras picadas

° ao 8° dia ra45o de crescimento -* frutas e verduras picadas + Rovisol ou Vitagoldna a ua do bebedouro

9" ao 301' dia racao de crescimento + frutas e verduras picadas + Rovisol ou Vitagoldna a gua do bebedouro

30° ao 909 dia papa (com ra ao de crescimento)

90° dia ate adulto papa (com ra ao de manuten ao)

XX7l Seminr rio Nacional de Grandes Barragens 79

Page 4: Animais Silvestres CESP - Companhia Energetica de Sao Paulo DE AVES.pdf · ciliares da empresa. Manejo dos ovos Os ovos sao coletados diariamente nos viveiros e depois levados para

Manejo de filhotes

Conforme os filhotes vao se desenvolvendo, torna-se necessaria a mudanca dos mesmos para.

lugares que melhor os comportem e ajudem a adaptacao dos mesmos ao ambiente externo.

Quatro sao os estagios:

0 primeiro estagio ocorre na Sala de Criadeiras I, cuja temperature deve permanecer entre 24 e

30 °C, onde os filhotes permanecem nos oito primeiros dias de vida. As criadeiras devem

comportar de I a 2 filhotes, quando forem tinamideos e de 1 a 3, quando forem cracideos,

sempre da mesma idade e especie.

No segundo os filhotes permanecem de 20 a 25 dias e a temperature da sala deve pennanecer

entre 25 e 30 T. As criadeiras nAo devem ter populacao acima de cinco filhotes, sempre da

mesma idade e especie.

No terceiro os filhotes permanecem por aproximadamente 40 dias em viveiros cuja populacao

deve ser de 5 a 6 individuos, no caso dos tinamideos, e de 8 a 10 individuos no caso dos

cracideos. Neste estagio as lampadas de aquecimento devem permanecer ligadas apenas no

periodo noturno, para. os filhotes comecarem a se acostumar com a temperatura ambiente. No

caso da ocorrencia de frentes frias, de acordo com o comportamento observado nos filhotes, as

lampadas devem ser ligadas durante o dia.

0 quarto estagio ocorre nos viveiros de pre-soltura, onde as ayes sao ambientadas as

caracteristicas das areas de soltura, isoladas de atividades humanas e exercitadas pars o voo e

procure de alimentos.

Soltura

Para a soltura, via de regra as ayes tern que estar na fase adulta, ja atingindo a plena maturidade

sexual, pars um perfeito reconhecimento do sexo e crescimento estacionado pars receber a

anilha definitiva. Isto ocorre, normalmente, com as seguintes idades: jacu-guacu de 10 a 14

meses , jacupemba de 10 a 14 meses, jacutinga de 10 a 14 meses, macuco de 8 a 10 meses,

nambu-guacu de 6 a 8 meses , nambu-xinta de 5 a 7 meses e nambu-chororo de 5 a 7 meses.

Desde o inicio do sub-programa em 1986, a Secao de Animais Silvestres da UHE Paraibuna

reproduziu e soltou 966 individuos de 07 especies de ayes, como pode ser observado no

Quadro 02.

80 XXII Semindrio Nacional de Grandes Barragens

Page 5: Animais Silvestres CESP - Companhia Energetica de Sao Paulo DE AVES.pdf · ciliares da empresa. Manejo dos ovos Os ovos sao coletados diariamente nos viveiros e depois levados para

Quadro 02: Soltura de ayes por ano, do Criadouro Cientifico da CESP na UHE Paraibuna

ANOESPECIES

86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 TOTAL

Jacu- ua u 24 54 13 12 28 10 0 02 02 20 16 181

acu emba 0 08 28 51 70 05 0 01 01 07 30 201

Macuco 0 01 0 15 29 07 0 0 05 02 13 72

Nambu- ua u 11 0 23 42 52 30 0 0 0 07 06 171

ambu-xinta 14 31 15 18 06 0 0 0 0 0 0 84

ambu-choror6 0 0 53 54 105 0 0 0 18 05 16 251Uru 06 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6

TOTAL 55 94 132 192 290 52 0 03 26 41 81 966

Preparapao

Antes da soltura a feita a sexagem, anilhamento e pesagem das ayes. Para a sexagem utiliza-se

um pequeno instrumento chamado sexador, que permite a dilatacao da cloaca da ave sem

machuca-la. Uma vez reconhecido o sexo do individuo, esse a anotado em uma ficha de

controle.

O anilhamento a feito em todas as ayes destinadas a soltura , utilizando -se anilhas do CEMAVE

- Centro de Pesquisas para a Conservagdo das Aves Silvestres , orgao que pertence ao IBAMA -

Institute, Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaveis.

A pesagem e a medida biometrica mais importante antes do repovoamento de uma ave , pois se

a mesma for capturada posteriormente, permite uma nocao de como ela esta se comportando na

natureza , no que se refere a alimentacao . A pesagem a feita de manha , no mesmo dia da soltura,

evitando-se o manejo desnecessario da ave . Uma vez pesada , ela a introduzida na caixa que a

levara ate o local da soltura.

Transporte

0 deslocamento do animal ate a area escolhida para a soltura deve ser feito de manha, assim

que nasce o dia. Os recipientes usados no transporte sao caixas de madeira com as seguintes

medidas: 55 cm de comprimento, 35 cm de largura e 35 cm de altura. Cada caixa comporta as

seguintes quantidades de ayes: jacu-guacu, 2 ayes; jacupemba. 2 ayes; jacutinga, 2 ayes;

macuco. 2 ayes: nambu-guacu, 4 ayes; nambu-xinta, 6 ayes; e nambu-chororo, 6 ayes.

.\'.\7/ Sen indrio Nacional de GrandesBarragens 81

Page 6: Animais Silvestres CESP - Companhia Energetica de Sao Paulo DE AVES.pdf · ciliares da empresa. Manejo dos ovos Os ovos sao coletados diariamente nos viveiros e depois levados para

Adaptac6o

Apos a soltura, sao tomados alguns cuidados especiais que subsidiarao a sobrevivencia das

ayes no novo "habitat", durante o periodo de adaptacao. Estes cuidados consistem no

fomecimento de agua e alimentos em cevas localizadas em pontos fixos, preferencialmente nos

locais de soltura, durante aproximadamente 04 meses. Neste periodo, a oferta de alimentos e

diminuida gradativamente, para que elas possam aprender a encontra-los na natureza, de acordo

com a seguinte frequencia: primeiro mes, 2 vezes por semana; segundo mes, 1 vez por semana;

terceiro e quarto meses, 1 vez a cada quinze dias.

Para cracideos a fornecido frutas, frutos silvestres, verduras e milho. Com excecao do milho,

que a jogado a lango, as frutas e verduras deverao ser amarradas em galhos e troncos de

arvores.

Para os tinamideos a fornecido milho, jogado a lanco.

Locals de soltura

Os repovoamentos sao feitos em ilhas e areas marginais aos reservatorios que foram

reflorestadas ou que possuem remanescentes de florestas primarias e secundarias, de

propriedade da CESP, respeitando-se as exigencias ecologicas de cada especie em termos de

"habitat. Desta forma, os tipos de ambientes para as ayes sao: jacu-guacu, mata natural ou

capoeirao com pelo menos 15 anos; jacupemba, mata natural ou capoeirao com pelo menos 15

anos; jacutinga, mata natural; macuco, mata natural com agua em abundancia; nambu-guagu,

mata natural ou capoeira com pelo menos 6 a 8 anos; nambu-xinta, capoeira; e nambu-chororo,

campo sujo ou inicio de capoeira.

Monitoramento

Para se constatar a eficiencia dos repovoamentos das ayes silvestres, a estudada a interacao e

adaptacao das mesmas nas areas de soltura, atraves do monitoramento de campo. Numa

primeira fase, ele consiste no acompanhamento de campo dos animais , atraves de observaroes

diretas, utilizando-se meios apropriados como pelo use de pios e binoculos; ou indiretas, por

meio de rastros, restos de fezes e penas, e presenca de ninhos entre outros. Dados sobre a

alimentacao, comportamento, reproducao, sobrevivencia e aumento populacional, tais como:

82 XXII Semindrio Nacional de Grandes Barragens

Page 7: Animais Silvestres CESP - Companhia Energetica de Sao Paulo DE AVES.pdf · ciliares da empresa. Manejo dos ovos Os ovos sao coletados diariamente nos viveiros e depois levados para

estrato utilizado na alimentacao, acompanhamento por filhotes , numero de individuos e tipos

de atividades , sao registrados a cada localizacao e anotados em urn caderno de campo.

Na segunda fase , a feito o acompanhamento semanal atraves de cevas durante 03 meses, em 03

pontos diferentes . Findo este prazo, a ceva a trocada de local . Apos 15 dias de preparacao da

ceva , comecam as visitas pars captura e estudos . A ave capturada a pesada e e feita a

visualizacao de seu aspecto quanto ao estado geral de saiide . Se a mesma for anilhada, e

anotado o numero de sua anilha , se nAo for a feito o anilhamento corn anilhas do CEMAVE

apos a sexagem . Depois das anotag6es no caderno de campo , as ayes sao soltas imediatarnente.

CONCLUSOES

Corn base nas observacoes feitas nos trabalhos de monitoramento, foi comprovado que os

repovoamentos com ayes silvestres efetuados pela CESP tern apresentado bons resultados em

termos de sobrevivencia e reproducao dos individuos reintroduzidos . 0 processo de criacao e

reprodugAo destes animais , entre outros programas ambientais que desenvolve , demonstra a

preocupacao da CESP para com a conservacao da vida silvestre , urn compromisso com a

qualidade ambiental , fator fundamental para a qualidade de vida.

BIBLIOGRAFIA

COMPANHIA ENERGETICA DE SAO PAULO (CESP). Conservacao e Manejo de Avifauna

pela CESP. Sao Paulo, 1992. 10 p.

COMPANHIA ENERGETICA DE SAO PAULO (CESP). Piano Diretor do Reservatorio de

Paraibuna. Sao Paulo, 1992.2= ed., 94 p.

COMPANHIA ENERGETICA DE SAO PAULO (CESP). Manual de Procedimentos da

Secao de Animais Silvestres. Paraibuna, 1996. 2' ed., 42 p.

.\XI1 Seminn rio Nacional de Grandes Barragens 83

Page 8: Animais Silvestres CESP - Companhia Energetica de Sao Paulo DE AVES.pdf · ciliares da empresa. Manejo dos ovos Os ovos sao coletados diariamente nos viveiros e depois levados para

I