angola'in ed.06

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ANO IV - SÉRIE II REVISTA Nº06 - 2012 3,50 EUR 450 KWZ 5,00 USD ISSN 1647-3574 UPGRADE, Já! Visitamos o MLXe e ficamos nas ‘nuvens’. A revolução da Microsoft na visão de um ‘viciado em eletrónica’ 20 ANOS NUM CONTENTOR Latão e comodidade não combinam? Descubra como é possível aliar conforto e segurança na construção das casas de sonho do futuro TERRA MãE O investimento da diáspora como fonte de progresso no continente Vela, judo, canoagem, boxe e taekwondo. Cinco modalidades de eleição à conquista da medalha em Londres. A família angolana está unida e promete elevaro desporto nacional no maior palco mundial. ECONOMIA & NEGÓCIOS · MARCAS ID · SOCIEDADE · FOTOREPORTAGEM · ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO · INOVAÇÃO & DESENVOLVIMENTO · DESPORTO · LIFE & STYLE · CULTURA & LAZER · PERSONALIDADES antónio monteiro, vice-presidente coa TALENTO EM BRUTO Conheça os novos ‘heróis’ no especial Jogos Olímpicos 2012 Honra e glória

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Vela, judo, canoagem, boxe e taekwondo. Cinco modalidades que aspiram à conquista de uma medalha em Londres. A Angola'in dedica este mês aos novos 'heróis' do país numa edição repleta de talento. Não perca a reportagem no Comité Olímpico e saiba os desígnios para o desporto nacional

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ANO IV - SÉRIE IIREVISTA Nº06 - 2012—3,50 EUR450 KWZ5,00 USD—ISSN 1647-3574

· Nº0

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Upgrade, já! Visitamos o MLXe e ficamos

nas ‘nuvens’. A revolução da Microsoft na visão de um

‘viciado em eletrónica’

20 anos nUm contentor

Latão e comodidade não combinam? Descubra como é

possível aliar confortoe segurança na construção

das casas de sonho do futuro

terra mãe O investimento da diáspora

como fonte de progresso no continente

Vela, judo, canoagem, boxe e taekwondo. Cinco modalidades de eleição à conquista da medalha em Londres. A família angolana está unida e promete elevaro desporto nacional no maior palco mundial.

ECONOMIA & NEGÓCIOS · MARCAS ID · SOCIEDADE · FOTOREPORTAGEM · ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO · INOVAÇÃO & DESENVOLVIMENTO · DESPORTO · LIFE & STYLE · CULTURA & LAZER · PERSONALIDADES

antónio monteiro,vice-presidente coa

TalenTo em bruTo

Conheça os novos ‘heróis’ no especial Jogos Olímpicos 2012

Honra e glória

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SUMÁRIO

Esta revista é escrita ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

envie as suas para o seguinte endereç[email protected]

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72INOVAÇÃO & DESENVOLVIMENTOPrata Para Projeto nacional—Têm 16 anos e foram notícia pela capacidade excecional de idealizarem um projeto que fomenta a prática da agricultura e permite poupar água. A Angola’in foi conhecer Ray Almeida Bragança e Victor Kennedy Nogueira, dois jovens que ficaram em segundo lugar na Olimpíada Ambiental, no Azerbaijão

CULTURAÍcone da música clássica—Nelson Ebo, tenor, é um caso ímpar de êxito internacional e apesar de estar radicado em Filadélfia, América, não esquece a terra-natal. No último mês, esteve no país e deu vários concertos na casa que o acolheu enquanto artista. Conheça a história de um promissor cantor lírico, que chegou, viu e venceu!

esPaço leitor—Quando vi a última capa da Angola’in comprei de imediato. Na imprensa diária é complicado acompanhar ao pormenor o que se passou no Fórum Africano de Finanças & Investimento. É importante que o continente esteja unido e que à semelhança da Europa tenha uma estrutura comum e políticas de cooperação que incentivem o crescimento privado e que tragam estabilidade à condução dos investimentos públicos. RAFAEL FONTES

—Gostei imenso da vossa qualidade editorial. Tem temas abrangentes e não se centram apenas na vida económica do nosso país ou na área do lazer. É importante ver áreas tão importantes como as nossas obras, a arquitetura e as inovações angolanas nas bocas do mundo. JOÃO TEIxEIRA

—Que beleza. Micaela Reis é divinal! Em Moçambique também temos mulheres lindas que desfilam encanto. Parabéns à produção deste editorial! FERNANDO CARLOS BILA

—É com orgulho que vejo jovens talentos nacionais a brilhar noutros países. O Fredy Costa e a Micaela Reis são exemplos disso, de que o profissionalismo e força de vontade abrem muitas portas. Estou em Portugal e tenho acompanhado com muito agrado a participação da atriz Micaela em séries de sucesso, como foi a novela da RTP Voo Direto. LUíSA SANTOS

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MOSAICO

INSIDE

MUNDO

IN FOCO

SOCIEDADE

FOTOREPORTAGEM

LIFE&STYLE

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081 01418466476

IN FOCOsoares da costa no soyoNo rescaldo da adjudicação do projeto da LNG para o Soyo, Castro Henriques, presidente da Soares da Costa, fala sobre os planos da empresa para Angola e da aposta em mercados emergentes. Conheça as metas de uma das grandes construtoras portuguesas

BANCA & SEGUROSFinanças em altaO sistema financeiro nacional e a importância da sua estabilidade estão em destaque. Os requisitos, as garantias e as mais-valias de uma estrutura coesa são essenciais para uma economia sólida. A não perder, o consultório da KPMG

ARQUITETURA & CONSTRUÇÃOPrata Para ambiente São uma mistura de casas modulares com aproveitamento de matérias-primas improváveis. A moda chegou ao país. A Container Solution é um exemplo de empresa que transforma contentores em habitações, escritórios e até restaurantes

UM DIA COM…

‘ViVer nas nuVens’—Inovador, viciante e altamente interativo. Assim é o novo conceito dos escritórios da Microsoft em Lisboa, Portugal. O MLxe pretende assumir-se como porta de entrada para todos os apaixonados por tecnologia e espaço privilegiado de troca de experiências entre europeus e africanos. A Angola’in falou com Luís Azeredo, o angolano que chegou a diretor da Divisão de Grandes Empresas e Parceiros e que idealizou as novas instalações.

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06 2012

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AngolARua Rainha Ginga, nº 228 – 2º andarMutamba – LuandaTEL 923 416 175 / 923 602 924

PortugAlParque Tecnológico Inova.GaiaAvenida Manuel Violas, nº 476 – Sala 214410-136 São Félix da MarinhaVila Nova de GaiaTEL 00 351 222 431 902

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Direção EditorialManuela Bá[email protected]

Direção de researchANGOLA - Lisete [email protected] - Jorge [email protected]

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redaçãoIsabel Santos · Maria Sá

ArteBruno Tavares · Patrícia [email protected]

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Serviços Administrativos e AgendaPatrícia [email protected]

PubliCiDADEInterpublishingRua Sanches Coelho, nº 03 – 10º andar1600-201 LisboaTlf:. 00 351 217 937 205

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EDITORIAL

Esta revista utiliza papel produzido e impresso por empresa certificada segundo a norma ISO 9001:2000 (Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade)06 2012

—ISSN 1647-3574DEPÓSITO LEGAL Nº 297695/09—Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias e ilustrações, sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais

Angola será a maior economia africa-na em 2016. A notícia é recente e enche de orgulho todos os angolanos, que a prever pelo estudo apresentado terão o segundo país do continente com maior investimento, logo depois da África do Sul, e o quarto maior em dimen-são. Quem imaginaria um crescimento tão grande? Se há uns anos lhe disses-sem que Angola ultrapassaria a África do Sul acreditaria? A verdade é que a informação divulgada pelo relatório ‘Para dentro de África: Oportunidades de Negócio Emergentes’ do Economist Intelligence Unit (EIU) aponta para esse desenvolvimento. O mesmo documen-to conclui que o papel das economias africanas ainda representa apenas 3% da economia global e que a África sub-saariana (excluindo a África do Sul) re-presenta menos de metade do Produto Interno Bruto do continente. No entan-to, o relatório sublinha que este grupo de países está a crescer mais depressa do que qualquer outro no mundo e que os investidores estão a despertar para o enorme potencial da região: ‘A corrida para participar no crescimento africano já começou’.

Os setores com maior potencial de desenvolvimento são a agricultura e a agroindústria, as infraestruturas, os serviços e os bens de consumo. Contu-do, os responsáveis recordam que ainda há grandes dificuldades, a começar pela corrupção, que continua a aumentar, a ineficiência dos serviços públicos, o ris-co política e a falta de mão de obra qua-lificada. Questões que também Angola procura ultrapassar com novas políti-cas dirigidas a cada uma destas áreas. Paralelamente a estes indicadores, o EIU adverte que África não é um país, mas

sim 56, com outros tantos sistemas e go-vernos, pelo que aconselha os investido-res a prepararem-se convenientemente para as oportunidades, mas também pa-ra os riscos e o potencial. De acordo com as estimativas, pelo menos 28 países do continente africano deverão crescer a um média anula superior a 5% nos pró-ximos cinco anos. Angola surge no grupo das economias com crescimentos previstos de 5 a 7,5%, enquanto Moçambique aparece no gru-po seguinte, com crescimentos anuais médios de 7,5 a 10%, juntamente com a Etiópia, a Libéria, o Níger e o Uganda. O relatório identifica os dez mercados que deverão ter os melhores desempenhos na próxima década em quatro catego-rias: os países com menor risco político, os maiores reformistas, os países com maior investimento e os maiores em território. O país é o segundo com maior investimento, depois da África do Sul, e o quarto maior em dimensão, enquanto Moçambique surge em três das quatro categorias: é o segundo com mais poten-cial na rapidez com que faz reformas, o sétimo com menor risco político e o décimo com maior investimento. “As reformas estão a acontecer depressa, encabeçadas pela Etiópia, Moçambique, Namíbia, Zâmbia e Uganda, enquanto as economias gigantes de Angola e Nigéria, que deverão ultrapassar a África do Sul em 2016, oferecem vantagens significa-tivas aos investidores”, conclui o EIU. Temos ou não bons indicadores para continuar um caminho de crescimento e prosperidade para todos?

A Direção

2016 tão perto

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MoSAiCo Patrícia Alves Tavares

—O FUTURO QUE QUEREMOS—O Rio de Janeiro esteve no epicentro do universo ambiental durante uma semana. Mais de 63 mil pessoas de 193 países contribuiram, através de uma plataforma inovadora, com recomendações para os líderes mundiais.Pela primeira vez na história das conferências das Nações Unidas, representantes da sociedade civil tiveram a oportunidade de apresentar aos altos dignatários das grandes potências mundiais sugestões para um desenvolvimento sustentável. O evento, que aconteceu 20 anos depois da Rio 92, serviu para os políticos avaliarem os avanços alcançados até ao momento e delinearem novas metas para o crescimento das próximas décadas. Mais de uma centena de chefes de Estado e de Governo marcou presença, onde se destaca a participação angolana na figura do vice-Presidente, Fernando Dias dos Santos, que abordou o desafio da erradicação da pobreza. O país é uma das nações que adotaram o documento final “Nossa Visão Comum”, que inclui temas como o justo crescimento económico e a promoção do desenvolvimento social inclusivo.

Leila Lopes, Miss

Universo, foi uma

das presenças mais

notadas na cimeira

do Rio, no Brasil.

Nomeada embaixadora

da ONU para as zonas

áridas do planeta, a

angolana ‘mais bonita

do mundo’ entregou

o prémio de combate

à desertificação e

deixou o alerta para a

necessidade de cuidar

do meio ambiente.

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Maior centro de água—Tem capacidade para 20 mil metros cúbicos, quatro eletrobombas instaladas e é o maior centro de distribuição de água potável alguma vez construído na capital. Enquadrado no âmbito da melhoria do abastecimento de água a Luanda, a infraestrutura, que foi inaugurada há menos de um mês, vai abastecer os municípios de Viana, Cazenga e Cacuaco.

País quer aPosta sustentável—A ministra do Ambiente, Fátima Jardim, participou na Cimeira da ONU Rio+20 e anunciou ao mundo que o país tem registado uma grande evolução sustentável no domínio ambiental, através da avaliação dos impactos ambientais e da gestão do setor baseado num plano nacional específico. Referiu ainda que estão concluídos o Plano Nacional de Adaptação e a Comunicação Nacional, programas que visam a elaboração de estratégias adequadas para combater as alterações climáticas nos próximos 20 anos. O país registou melhorias ao nível das áreas de conservação, devido à criação de novos parques nacionais. A malha é atualmente de 10,2% e a sua diversidade deverá ser alargada. Foram ainda abordados temas como a educação comunitária e o plano estratégico para resíduos, que está em elaboração e vai contribuir para um desenvolvimento sustentável.

Ministros da sadc eM luanda—Os ministros responsáveis pelas infraestruturas da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) estiveram em Luanda para participar numa reunião que se destinou a debater as necessidades inter-regionais deste setor. Foram discutidos os planos e estratégias a implementar conjuntamente nas áreas dos transportes, telecomunicações e tecnologias de informação, urbanismo, construção, hotelaria e turismo. A reunião foi antecipada por um encontro entre especialistas dos vários países.

diPloMatas italianos isentos de visto —Angola e Itália suprimiram os vistos de curta duração em passaportes diplomáticos e de serviço. O acordo de isenção recíproca foi rubricado em Roma, Itália, pelo ministro angolano das Relações Exteriores e pelo representante dos Negócios Estrangeiros italiano. Foi ainda formalizado o primeiro programa executivo de cooperação cultural, tecnológica e científica, que terá vigência até 2016 e coloca em prática o documento assinado em 2002. O plano destina-se a simplificar a circulação dos cidadãos dos dois países.

novo hosPital no Zaire—

O município de Mbanza Kongo, no Zaire, terá um novo hospital já a partir de agosto. A

infraestrutura ocupa três mil metros quadrados e terá capacidade para 86 camas. Serão

criadas oito salas de internamento, banco de urgência, secretaria, seis consultórios médicos,

laboratório, farmácia, sala de microcirurgia, salas de espera, de observação, de parto,

um berçário e uma enfermaria. O projeto resulta do programa de

investimentos públicos do governo provincial e vai permitir

resolver a atual incapacidade de atendimento dos doentes.

inSiDE Patrícia Alves Tavares

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centro ecológico troPical—Será uma realidade muito em breve e vai nascer na capital. O futuro Centro de Ecologia Tropical é uma iniciativa da petrolífera Total e conta com o apoio do ministério do Ambiente. A parceria entre as duas entidades sairá reforçada e irá fomentar os estudos sobre a fauna e flora nacionais. O centro, cuja construção está quase a arrancar, deverá colmatar uma das falhas neste âmbito e será uma mais-valia para o cumprimento dos compromissos de manutenção da sustentabilidade da biodiversidade. É mais um passo na linha de atuação da empresa no âmbito da sua política de responsabilidade social.

17Novas escolas em cabiNda—Entre 2009 e 2011, a delegação provincial de Educação, Ciência e Tecnologia construiu 17 novos estabelecimentos escolares na província de Cabinda. A entidade concluiu recentemente que no mesmo período foram reabilitadas 25 escolas, sobretudo primárias. Com estas medidas, a região conseguiu alargar a oferta e facilitar o acesso da população à educação. As melhorias refletiram-se no aproveitamento, cuja taxa de conclusão do ensino primário e secundário rondou os 83%.

BoMBeiros coM novos Meios—Todos os quarteis do país serão equipados com os meios necessários para uma atuação rápida e eficaz do corpo de bombeiros, que poderão responder de forma mais célere às ocorrências. A garantia foi dada pelo presidente da Direção Nacional de Proteção Civil e Bombeiros, Joaquim Fernandes. O organismo está a estudar a realização de ações de formação para uma melhor preparação dos profissionais face a resgates e atendimentos médicos de emergência. O objetivo é que as vítimas tenham assistência imediata no local e durante o transporte até ao hospital.

coca-cola quer Mudar iMageM de áfrica —“Mil milhões de razões para acreditar em África” é o tema da campanha lançada pela multinacional de refrigerantes Coca-Cola. A empresa quer mostrar ao mundo uma imagem positiva do continente, evidenciando os ganhos dos vários países ao longo dos últimos anos. A ação será veiculada através dos meios de comunicação social, de publicidade, de músicas e de outras ações. “O mundo vê África como um local escuro, sem esperança, com conflitos, doenças e pobreza. Os órgãos de informação internacionais concentram-se em notícias negativas, porque é isso que vende. Os africanos estão cansados desta imagem, porque África tem muitas notícias positivas para oferecer”, indica o comunicado da empresa. A campanha durará três anos e conta com a colaboração de atores, jovens artistas, universitários e profissionais da comunicação. O mote do desafio consiste em incentivar a juventude a mostrar as suas capacidades e a revelar casos de sucesso. As três melhores histórias serão premiadas numa gala agendada para setembro. Em Angola, Anselmo Ralph será o rosto da campanha.

acordo entre ua e Provedores —A Associação dos Ombudsman, Mediadores e Provedores de Justiça Aficanos (AOMA) esteve reunida em Luanda com a União Africana para coordenar e discutir a implementação do Acordo de Entendimento entre as duas entidades. Foram discutidas áreas prioritárias para a concretização da parceria e foi definido o quadro operacional para a implementação do

memorando. Recorde-se que a organização representativa de todos os provedores judiciais do continente nasceu em 2001 e promove a cooperação entre os membros dos vários países e a discussão de ideias para a justiça africana.

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urBanisMo nacionalna Bélgica—Elizabeth Simbrão, embaixadora de Angola na Bélgica, apresentou no parlamento europeu o plano de urbanização que está em curso na cidade de Luanda. Enquanto dissertava na conferência “When Energy becomes Space”, organizada pela Beyond Entropy, a responsável lembrou que a capital tem sete milhões de habitantes e estima-se que atinja, em 2030, os 16 milhões, 80% quais viverão em musseques. Tal deve-se ao crescimento urbano extremamente rápido e desordenado, que começa a ser invertido devido aos planos de urbanização racionada e cada vez mais adaptados à realidade da região. Frisou que o Executivo está bastante atento a esta matéria e tem procurado incluir as exigências de gestão ambiental nos projetos de reordenamento e na promoção de políticas habitacionais. Stefano Rabolli Pansera, diretor de Beyond Entropy, afirmou que é notório o esforço nacional na boa gestão urbanística e a existência de políticas concretas habitacionais, de saneamento, de água potável e de energia. Acrescentou igualmente que as novas tecnologias urbanísticos podem reverter rapidamente o desordenamento do território.

inSiDE

117 Projetos na caála—Nos próximos cinco anos, serão executados 117 projetos com impacto socioeconómico para o município da Caála, no Huambo. O programa engloba a criação de escolas, unidades de saúde, espaços de lazer e áreas verdes, melhoria nas vias de acesso, apoio à agricultura e aperfeiçoamento da rede de distribuição de energia e água potável. Calenga, Catat e Cuima são as comunas mais beneficiadas. Vão receber metade dos projetos previstos.

defender direitos huManos—Apolinário Correia, embaixador angolano junto da ONU e das Organizações Internacionais em Genebra, representou o país na XX Sessão do Conselho dos Direitos Humanos para analisar com os parceiros o relatório da Alta Comissária para esta matéria. O responsável aproveitou a ocasião para alertar para a supressão dos financiamentos de vários programas humanitários e sociais e apelou à comunidade internacional para que continue a auxiliar economicamente esses organismos.

“saúde Mulher”no Bengo, Zairee Kuando KuBango—O projeto “Saúde Mulher” é já uma realidade. A primeira fase, que abrangeu as províncias do Bengo, Zaire e Kuando Kubango, terminou em julho e levou consultas médicas às comunidades mais carenciadas. O programa, que se destina a prestar cuidados de saúde às mulheres mais vulneráveis, foi promovido pela Organização da Mulher Angolana (OMA) e contou com a colaboração do comité de especialidades dos médicos do MPLA. Durante quase três semanas, as mulheres tiveram ao seu dispor consultas de ginecologia, pediatria, neurologia e clínica geral.

eleições oBservadas—A observação nacional e internacional das eleições presidências, agendadas para agosto, terá início em simultâneo com a campanha eleitoral e fica concluída assim que sejam publicados os resultados oficiais. Recorde-se que a nível externo caberá à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e ao Presidente da República convidar as organizações e personalidades que vão assumir a tarefa. Os órgãos de Estado, partidos políticos e coligações concorrentes podem ainda solicitar a convocação de determinados observadores. Em termos nacionais, existem várias categorias de observadores, desde ONGs a associações socioprofissionais e indivíduos singulares.

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MunDo Patrícia Alves Tavares

Museu do cháeM Marrocos—O museu nacional do chá em Essaouira, no sul de Marrocos, resulta de uma parceira dos governos de Marrocos e da China e abre ao público nos próximos meses. O espaço, idealizado pela associação Essaouira-Mogador (antigo nome da cidade antiga portuária), será erguido numa área de 2300 m2. Em exposição estarão objetos de arte alusivos ao tema do chá, como forma de valorizar o património marroquino. A participação da China está relacionada com o facto dos “dois países partilharem uma tradição ancestral do chá”, ao que acrescem as elevadas importações de chá verde chinês.

Guiné-Bissau teM Governo de transição—Está já em vigor a nova estrutura que compõe o governo provisório da Guiné-Bissau. O presidente de transição anunciou que a comitiva será composta por 14 ministérios e 13 secretarias de Estado, menos dois ministérios que no período de Carlos Gomes Júnior, que foi deposto no golpe de Estado de 12 de abril.

PriMeira estação esPacial chinesa— “Tiangong – 1” (Palácio Celestial) é o protótipo da primeira estação espacial chinesa. Recentemente recebeu os primeiros três astronautas da “Shenzhou – 9” (Nave Divina), numa transmissão que ocorreu em direto na televisão. É a primeira experiência da China e um marco no início do manuseamento de uma tecnologia que só a Rússia e os Estados Unidos da América detinham até ao momento. O “Tiangong-1” é um minilaboratório, com 10,4 metros de comprimento e 3,35 metros de diâmetro, que está em órbita da terra desde setembro. A “Shenzhou-9” acoplou com o “Tiangong-1” 44 horas depois de ter sido lançada para o espaço. A primeira estação espacial chinesa será construída em 2020.

PortuGal eM MoçaMBique—O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Pedro Santana Lopes, esteve em Moçambique para assegurar a continuidade da exploração dos jogos Sojogo naquele país. A entidade portuguesa é a principal sócia do organismo moçambicano e quer reforçar a aliança com o parceiro. As receitas angariadas nos jogos são aplicadas em áreas sociais, especialmente em projetos no domínio da saúde.

caBo verde aPosta nos renováveis—As obras do futuro Centro de Formação Profissional para as Energias Renováveis, em Cabo Verde, começaram há menos de um mês e serão executadas em ano e meio. O projeto, financiado pela cooperação Luxemburguesa, contempla um edifício com dois pisos, que terá uma cobertura que permite que o sol incida diretamente no edifício. O empreendimento vai permitir melhores condições para a formação profissional e incrementar a taxa de empregabilidade. “Esta é uma área bastante inovadora e vai dar uma resposta qualitativa para o país, mas também concretizar a nossa ideia de internacionalização das competências cabo-verdianas. Temos todos os mercados da CEDEAO que precisam de mão -de -obra e competências nesta área”, considerou a ministra da Juventude, Emprego e Desenvolvimento dos Recursos humanos cabo-verdiana, Janira Almada.

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três aeroPortos no Brasil—O governo brasileiro rubricou os contratos de concessão para ampliação e operação de três aeroportos internacionais. Estes ficarão nas mãos de privados durante 30 anos. Os aeroportos de Brasília e Campinas vão receber conjuntamente 770 milhões de euros em investimentos das concessionárias Engevix e Aeroportos Brasil, respetivamente. O valor a investir em Guarulhos não foi dado a conhecer pela concessionária Invepar. Os governantes brasileiros afirmaram durante a assinatura dos documentos que ainda não decidiram se vão proceder a mais privatizações nesta área.

Grécia coM novo Governo—A Grécia foi novamente a eleições após o ato eleitoral inconclusivo de 6 de maio. O partido de centro-direita Nova Democracia foi o mais votado nas legislativas, com 29,7% dos votos contra os 26,9% do Syriza. Após a divulgação dos resultados, Antonis Samaras, afirmou que “gregos votaram para continuar na via europeia e na zona euro. Não vai haver mais aventuras, o lugar da Grécia na Europa não será posto em causa”. Acrescentou que o novo governo será formado logo que possível.

lixo no Museu de arte Moderna—Vik Muniz, artista plástico brasileiro, recriou a baía do Rio de Janeiro partindo de garrafas, latas, sacos de plástico, tampas e pacotes de leite. A obra esteve patente no Museu de Arte Moderna do Rio, numa exposição alusiva à conferência Rio+20. Foi criada com o objetivo de incentivar a participação da população, que aderiu em massa, especialmente o público da Cúpula dos Povos que trazia diariamente lixo para fazer crescer a baía. “É um espaço para refletir sobre a cidade, para nos questionarmos sobre o que podemos fazer com estes resíduos, aos quais não damos a mínima importância”, explicou Vik Muniz.

ensino BilinGuede criouloe PortuGuês—O presidente de Cabo Verde tem razões para estar orgulhoso da transmissão da língua materna a povos internacionais. Jorge Carlos Fonseca esteve em Portugal, numa escola da Moita, onde ficou a conhecer o projeto de ensino bilingue do crioulo e do português. O programa, que começou há quatro anos, abrangeu 22 alunos que têm aprendido conteúdos nas duas línguas. Para o responsável cabo-verdiano este poderá ser o “caminho para o futuro”, funcionando como exemplo de que é possível duas línguas coabitarem harmoniosamente. “Temos em Cabo Verde uma língua materna, que é o crioulo, e uma língua oficial que é o português. Existe um problema de indefinição e articulação do uso de uma língua ou outra. É um problema político-social e esta é uma experiência concreta com crianças, em que os resultados de integração social e aprendizagem são muito positivos”, esclareceu, em declarações à comunicação social.

296 Mil euros—Por um computador da Apple. Um dos primeiros aparelhos da ‘maça’ foi leiloado por 375 mil dólares (296 mil euros). O Apple I ainda funciona e faz parte das duas centenas de unidades que foram montadas por Jobs e Wozniak, entre 1976 e 1977, e que marcam o início do lançamento mundial da Apple. A entidade do comprador, que fez a licitação por telefone, não foi revelada.

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MunDo

carvão será coMBustível—O acordo entre o ministério da Energia de Moçambique e a Clean Carbon Industries (CCI) é uma realidade desde junho. O país prepara-se para desenvolver combustível a partir de carvão, atividade que deverá arrancar após a elaboração de um estudo de viabilidade para a construção de uma central. A infraestrutura irá produzir 40 mil barris de combustível para transportes e subprodutos químicos. A matéria-prima será retirada da Bacia de Tete, em Moçambique. O estudo de pré-viabilidade está bastante avançado, a pesquisa de viabilidade bancária ficará concluída até finais de 2014 e em outubro de 2015 todos os estudos serão finalizados. A construção da central está prevista para o primeiro trimestre de 2016.

vacina contra a esquistossoMose—A notícia foi divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os cientistas brasileiros desenvolveram uma vacina contra a esquistossomose, uma doença parasitária que surge em zonas onde o saneamento básico é precário. O produto foi testado em 20 voluntários no Laboratório Esquistossomose Experimental da Fiocruz, no Rio de Janeiro, e não foram encontrados efeitos secundários graves. Recorde-se que a doença é a forma mais grave de parasitose por organismos multicelulares e que provoca a morte de milhares de pessoas por ano. A vacina será testada em grande escala em zonas de risco do Brasil e de África.

PortuGuesa exPõe eM versalhes—Joana Vasconcelos, artista portuguesa, é a primeira mulher convidada pelo Palácio de Versalhes, Paris (França), a expor as suas obras. A mostra de 17 peças estará aberta ao público até 30 de setembro, num confronto entre a arte contemporânea e a arquitetura do palácio do século XVII. No próximo ano, a “estrela lusa da arte contemporânea” vai representar pela primeira vez Portugal na Bienal de Arte Veneza, em Itália. Entre as obras criadas para a exposição, destaca-se a grande tapeçaria “Vitrail” (2012), de 13 m2, que foi executada pela Manufatura de Tapeçarias de Portalegre, um dos últimos centros de produção artística contemporânea de tapeçaria mural do mundo.

França quer cresciMentoPara euroPa—O presidente francês François Hollande propôs aos chefes de Estado europeus um plano de medidas de crescimento avaliadas em 120 mil milhões de euros. As propostas “com efeito imediato” dizem respeito ao relançamento da economia, que deverá incidir em projetos na área das energias renováveis e biotecnológicas. As medidas deverão ser acompanhadas de programas de criação de emprego, que beneficiem os mais jovens.

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in FoCo

angola tem sido claramente uma aposta desde que assu-miu a direção. Já foi concreti-zada a parceria com o grupo angolano?Já o era antes de assumir a lide-rança executiva da empresa. Só passámos a dar uma continui-dade reforçada. Os processos negociais têm vindo a evoluir ao longo do tempo e estamos permanentemente a avaliar e a ponderar as oportunidades de associação. Temos em fase final de licenciamento, junto da ANIP, o processo de estabe-lecimento de uma empresa de pleno direito local na qual se concentrará o principal da nos-sa atividade no país e em cujo capital se poderão estabelecer, a seu tempo, uma ou mais parce-rias com grupos angolanos. é vosso objetivo alargar o po-sicionamento que detêm nes-te país?Temos procurado diversificar em áreas de negócio relaciona-das com o desenvolvimento das infraestruturas do país, atuando cada vez mais não só nos princi-

pais centros, mas também nas novas centralidades e pólos de desenvolvimento da economia. quais as obras mais relevan-tes que estão a decorrer? Estão em curso obras relevan-tes em Luanda, para clientes do setor público e privado, sejam edifícios de habitação e, sobre-tudo, escritórios, sejam infraes-truturas, em projetos confiados integralmente à Soares da Costa ou a consórcios que lideramos ou integramos. Poderia desta-car a construção do Museu de Ciência e Tecnologia, da nova sede do INE, da nova torre de escritórios da Total, das Luanda Towers, da torre do BESA ou a re-qualificação da Baía de Luanda e das encostas do Sambizanga. Acrescento que nos foi adjudi-cado, através de consórcio, um conjunto de importantes obras para a LNG, no Soyo, onde esta-mos estabelecidos há diversos anos. Atualmente, marcamos ainda presença no Huambo e no Lobito, pelo que esperamos em breve estar cada vez mais pre-sentes no todo nacional.

Falou na recente adjudicação das obras no soyo. em que consiste o projeto e quais as mais-valias para a empresa já que se trata de um investi-mento de 189 milhões de eu-ros?Foi celebrado um contrato para a empreitada deste projeto e pa-ra a construção das instalações sociais dos quadros da Angola LNG (1ª fase). A obra será exe-cutada em consórcio com MSF, tendo a Soares da Costa uma participação de 50%. Tem um prazo de execução de 36 meses e destina-se a alojar os técni-cos e suas famílias da unidade industrial de recolha e armaze-nagem e distribuição de gás na-tural da Angola LNG no Soyo. Os edifícios do respetivo com-plexo industrial já foram cons-truídos pela Soares da Costa. O plano prevê a construção de 417 habitações de várias tipolo-gias, numa área habitacional to-tal de cerca de 100.000 m2, e de diversas infraestruturas e equi-pamentos de apoio (sociais, am-bientais e de lazer).

MErCADoSEMErgEntESangola, Moçambique, Brasil e eua são mercados estra-tégicos. a que se deve esta orientação?São, na sua maioria, os países em que a Soares da Costa apos-tou quando apresentou o seu Plano Estratégico, Ambição Sus-tentável, em 2007. Como apre-sentou resultados, resolvemos continuar nessa linha, embo-ra importe realçar que Angola e Moçambique eram já consi-derados mercados naturais. A presença em Angola remonta a 1980 e, desde essa data, a sua atividade foi apresentando ta-xas de crescimento do negócio muita atrativas na área da cons-trução, potenciadas mais recen-temente com os projetos na área das infraestruturas. Nos EUA detemos a Prince, que opera so-bretudo no setor das infraestru-turas rodoviárias em diversos estados do sudeste, com realce para a Florida, e que vem apre-sentando níveis de crescimento interessantes. Em 2012, a nossa

“o conjunto dos mercAdos externos representA 70% do negócio de construção e 80% dA cArteirA, AproximAdAmente

Patrícia Alves Tavares

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“400 MilhõES Até DEzEMbro”“esperamos em breve estar cada vez mais presentes em todo o território nacional”. é com determinação que o ceo da construtora portuguesa, soares da costa, fala dos projetos da empresa, que encara os mercados de angola, brasil, eua e moçambique como fortes apostas. castro henriques faz o balanço de quase um ano de direção e salienta a vontade de estar presente em todo o território angolano. com positivismo revela satisfação pela conquista de projetos importantes para o país, como é o caso da adjudicação das obras da lng, no soyo, mostrando-se confiante de que o mercado irá crescer em linha ou até acima do seu desempenho económico.

produção neste mercado deverá atingir cerca de 200 milhões de dólares. O Brasil é uma aposta mais recente. Pareceu-nos fazer sentido iniciar atividades nes-te mercado, com o qual temos evidentes afinidades. Por outro lado, oferece uma vastíssima gama de oportunidades, que se refletem em taxas de crescimen-to muito atrativas e índices de rendibilidade potencialmente satisfatórios. Estamos a iniciar os primeiros projetos. Também estamos implantados em Mo-çambique desde os anos 1980. O país atravessa uma fase mui-to promissora, com inúmeros projetos em desenvolvimento na área da exploração dos recur-sos minerais e energéticos. As-piramos manter uma posição de liderança neste mercado, o que vai exigir o enfoque no reforço continuado da nossa capacidade de intervenção comercial e ope-racional. quanto representa atualmen-te o mercado externo no volu-me de negócios da empresa e na carteira de encomendas?

O conjunto dos mercados exter-nos representa 70% do negócio de construção e 80% da cartei-ra, aproximadamente. Para a So-ares da Costa faz cada vez menos sentido falar de mercado domés-tico para designar o mercado português e mercado externo para nos referirmos ao resto do mundo. Os nossos “mercados domésticos” são aqueles que consideramos “estratégicos”. E neles operamos com os mesmos níveis de exigência e qualidade, senão superiores, que desenvol-vemos no mercado de origem do Grupo, com respeito pelas características, especificidades e requisitos de cada geografia.

Moçambique e eua foram os mercados externos que regis-taram maior crescimento no último ano. angola estabili-zou?Sim, fizemos em 2011 um volu-me idêntico ao alcançado no ano anterior. Mas, com os pro-jetos em carteira e as oportuni-dades que estamos a perseguir esperamos que a atividade cres-ça em linha ou um pouco acima

do crescimento da própria eco-nomia. existe algum setor por explo-rar? qual o volume de negó-cios em angola? Existem sempre setores para ex-plorar em economias em desen-volvimento como a angolana. O volume de negócios total do gru-po em Angola, incluindo a ativi-dade da Soares da Costa e da sua participada Clear, que se dedica às instalações especiais (eletri-cidade, hidráulica, ar condicio-nado, segurança, etc.) deverá atingir, em 2012, cerca de 400 milhões de euros. na sua opinião, a necessida-de de infraestruturas per-durará durante os próximos anos? de que forma a soares da costa pretende explorar estas oportunidades? Perdurará, tudo indica que sim. As oportunidades serão explora-das com o máximo de profissio-nalismo e competência, como sempre procuramos fazer, com as nossas equipas locais e com o reforço das mesmas, quando se

“o plAno [projeto do soyo de 189 milhões de euros] prevê A construção de 417 hAbitAções, numA áreA hAbitAcionAl totAl de cercA de 100.000 m2 e de diversAs infrAestruturAs e equipAmentos de Apoio pArA os quAdros dA AngolA lng

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“em 2015, esperAmos estAr AdequAdAmente dimensionAdospArA servir os mercAdos estrAtégicos, com um portfolio de AtividAdes suficientemente diversificAdAs, refletindo umA forte exposiçãoA economiAs de elevAdo potenciAlde crescimento

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justificar. Angola tem necessi-dades próprias e procuraremos estar à altura das mesmas por-que temos o sentido de respon-sabilidade de quem está neste mercado praticamente desde a independência do país. decidiu desmobilizar estru-turas em áreas geográficas como o norte de áfrica e áfri-ca ocidental. Porquê? não são mercados rentáveis?Desmobilizámos pequeníssi-mas equipas comerciais que estavam concentradas em ativi-dades de penetração de novos mercados com, ainda, peque-na expressão no nosso portfo-lio. Na mais recente revisão do plano estratégico escolheu-se um caminho de concentração de esforços, evitando a disper-são, o que não quer dizer que se surgirem projetos que de facto mereçam a nossa atenção não estejamos preparados para os desenvolver.

líDEr há uM Ano

é presidente executivo da so-ares da costa há quase um ano. qual o balanço que faz deste período?Fará um ano em agosto. A equipa executiva que coordeno tem atua-do de modo muito articulado e em grande união de esforços, fazendo face a algumas circunstâncias ex-cecionalmente difíceis, contando com a colaboração dedicadíssima de excelentes quadros do Grupo e com o apoio das instituições fi-nanceiras, em Portugal e em An-gola, sobretudo. É cedo para fazer balanços. A hora é de demonstrar capacidade para pôr em prática os planos que anunciámos. qual o plano estratégico da empresa para este ano, tendo em consideração o atual con-texto de crise económica e fi-nanceira?O Plano Estratégico foi revisto em finais de 2011. Os principais desafios a que nos lançámos fo-ram a restruturação das opera-

ções, sobretudo em Portugal; a estabilização das condições de financiamento da atividade cor-rente; o lançamento de novas se-mentes de crescimento renovado nas geografias que elegemos co-mo estratégicas; a suspensão de novos investimentos fora da área de negócio principal (a Constru-ção) e das geografias principais e a alienação de alguns ativos não maduros ou não estratégicos. Es-tamos a percorrer o caminho de-lineado. O contexto de crise exige escrutínio profundo dos riscos e oportunidades, rigor acresci-do na afetação de recursos e um suplemento de determinação e energia na atuação das equipas de gestão. No final do horizonte deste plano, em 2015, esperamos estar adequadamente dimensio-nados para servir os mercados estratégicos, com um portfolio de atividades suficientemente diversificadas, refletindo uma forte exposição a economias de elevado potencial de crescimen-to, gerando meios financeiros pa-ra autossustentar o crescimento e o serviço da dívida.

numa entrevista que deu quan-do tomou posse afirmou que gostaria de dentro de um ano dizer que a “soares da costa continua a ser um dos grupos mais sólidos e bem-sucedi-dos”. o desejo foi alcançado? Está a sê-lo, mas há que reconhe-cer que o desafio está em curso. A Soares da Costa apresenta sem dú-vida os requisitos e características necessárias para vencer os desa-fios da competitividade em am-biente internacional. quais os objetivos da empresa para Portugal?Desenvolver projetos rentáveis; permanecer entre os líderes do setor; reestruturar a orgâni-ca, a capacidade instalada e os processos adequando-os à di-mensão esperada do mercado. Temos ainda como meta desen-volver o núcleo corporativo de apoio ao grupo na sua expressão internacional, bem como man-ter o centro de decisão do grupo dotando as operações locais de acrescida capacidade de decisão e intervenção.

Ponte da Catumbela, Angola

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taxa caMBial estável —O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, anunciou recentemente a estabilidade da taxa de câmbio no país. Para sustentar esta informação o responsável baseou-se nos primeiros cinco meses do ano em curso, cuja taxa variou menos de 0,5 por cento, tendo concorrido para o efeito a oferta regular de divisas ao mercado. De acordo com o mesmo, no presente ano foram já disponibilizados pelo BNA pouco mais de 7,5 mil milhões de dólares, cerca de 19 por cento superior ao que tinha sido vendido no mercado em período igual, no ano passado. Referiu que apesar das reservas cambiais do país terem crescido e cobrirem cerca de sete meses e meio de importações, é necessário que se continue a estimular a produção e a capacidade empresarial, para que a estabilidade macroeconómica se acentue com ganhos sociais abrangentes. O governador do Banco Central referiu ainda que as perspetivas de crescimento da economia angolana permanecem firmes, podendo o PIB crescer em torno dos nove por cento, destacando-se o setor não petrolífero. “Os preços na economia terão encontrado uma melhor trajetória e de maior estabilidade, se medidos pelo comportamento positivo da taxa de inflação que no ano apresenta um acumulado de 3,4 por cento, trazendo a inflação homóloga no final do mês de Maio para (…) 10,5%”, observou em declarações à Angop.

lucros eM Português—Em 2013, a capital angolana vai ser palco do 3º Congresso do Empreendedor Lusófono, uma iniciativa que pretende potenciar globalmente o crescimento dos negócios em Língua Portuguesa. A segunda edição decorreu no estado do Espírito Santo, no Brasil, onde Angola participou com 15 empresários. Este evento é organizado pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE – Portugal) em colaboração com as congéneres associativas do Brasil, Angola, Moçambique e Cabo Verde. Entre os países da lusofonia convidados encontram-se ainda a Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau.

EConoMiA&nEgÓCioS

suBida de 8,2%—O projeto LNG (gás natural liquefeito) irá conferir um impulso significativo à economia nacional, facto que, associado à retoma da plena capacidade operacional de alguns campos petrolíferos, fará com que a mesma possa vir a crescer 8,2%, em 2012. A informação é divulgada no último relatório denominado Perspetivas Económicas para África (PEA) 2012. O documento, elaborado em conjunto pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), pela Comissão Económica da ONU para a África (UNECA) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), refere que ‘em 2011, o forte crescimento do setor não petrolífero foi contrabalançado por uma descida nas receitas do petróleo, como resultado da baixa produção e das exportações’. No entanto, ‘espera-se que o PIB real cresça substancialmente, num momento em que os campos petrolíferos estão a retomar a operacionalidade e novos projetos começam a produzir”, esclarece. O documento situa ainda a inflação em Angola em 14, 5%, em 2010, e 13,5% em 2011, atribuindo estes valores ao forte crescimento da procura interna. Contudo considera, em linha com as projeções das autoridades angolanas e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que se encontra em rota descendente, devendo cair para 10%, em 2012, existindo a expectativa de atingir 9,4%, em 2013. O relatório salienta também que o crescimento económico e a sustentabilidade orçamental do país se encontram ainda muito dependentes das receitas petrolíferas, adiantando que, apesar do peso que tem na economia, o setor petrolífero emprega menos de 1% da força de trabalho total. ‘Tal facto restringe a diversificação económica e impede a tão necessária criação de emprego. A taxa de desemprego está estimada em cerca de 26% e a incidência da pobreza permanece elevada, em 36%’. De acordo com o mesmo documento, apesar dos progressos significativos verificados no plano da melhoria das condições sociais desde 2002, o país ainda enfrenta desafios nos domínios da redução da pobreza, do desemprego e do desenvolvimento humano. O relatório adianta que o governo continua a destinar mais de 30% do orçamento a gastos sociais. Em 2012, as despesas sociais orçamentadas crescerão para 33,3%, o dobro do que será gasto em segurança, defesa e ordem pública e os orçamentos da educação e da saúde registarão acréscimos de 10%.

Manuela Bártolo

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iPc aBaixo do Padrão saZonal —O comité de investimentos e de avaliação macroeconómica do Banco Valor concluiu que a inflação média apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), em Luanda, nos meses de abril e maio, ficou abaixo do seu padrão sazonal. O índice avançado pelo presidente do conselho de administração do Banco Valor, Rui Minguês de Oliveira, é considerado positivo, uma vez que revela a ausência de pressões inflacionárias no âmbito da atividade interna, que possam provocar um desvio acentuado em relação à meta anual de 10 por cento. De acordo com este responsável, é de se ‘esperar um aumento da inflação em junho em relação ao mês de maio, mas com certa redução na variação acumulada em 12 meses’. O Banco Valor avalia ainda que melhoraram as condicionantes dos preços dos ativos internacionais, na véspera da reunião de junho do Comité de Política Monetária (CPM) do BNA, comparativamente ao cenário prospetivo analisado em maio. ‘Desde o início deste mês (junho), ocorreu recuperação dos preços das commodities, excluindo o preço do petróleo das bolsas internacionais’, salientou. Apesar de ‘reconhecer o impacto deflacionista dos preços das commodities no ano passado, deve-se ressaltar a transmissão desse movimento de queda e da desvalorização do euro para a redução da inflação em doze meses para 10, 5 porcento até maio. Esse contexto ratifica um recuo do balanço de riscos da convergência em relação ao CPM”, explicou à comunicação social. A redução da inflação “dessazonalizada”, em particular, ‘combina com a demanda interna em recuperação gradual e com canal de transmissão de preços externos ainda deflacionário. O Banco Valor avalia que existe uma boa oportunidade para a redução da taxa básica de juros em 0,25 por cento, de 10,25% para 10 por cento.

standard BanK cresce —O presidente do Conselho Executivo do Standard Bank, Pedro Pinto Coelho, anunciou no Lubango, capital da província da Huíla, que o banco está a preparar um aumento do seu capital, que deve passar de 50 para 100 milhões de dólares. O facto foi revelado durante a inauguração da primeira agência do banco no Lubango, que é também a primeira fora de Luanda. Pedro Pinto Coelho afirmou que, com o aumento do capital, o banco abre, até ao final do ano, novas agências noutros pontos do país, para atingir os 25 balcões e mais de 300 trabalhadores. A agência do Lubango, inaugurada pelo governador provincial da Huíla, Isaac dos Anjos, vai apoiar projetos agropecuários e industriais. O Standard Bank aderiu aos programas institucionais angolanos de concessão de microcrédito destinado a apoiar o fomento do agro-negócio e da atividade económica individual, cujo objetivo é formalizar a economia por via do autoemprego.

eMissão de novas notas—O BNA vai emitir e pôr em circulação, a partir do primeiro trimestre do próximo ano, novas notas e moedas metálicas. A Assembleia Nacional autorizou o Banco Central a emitir e pôr em circulação as notas em kwanzas de um, cinco, dez, 50, 200, 500, 1.000, 2.000, 5.000 e 10.000. As moedas são de cinco e dois kwanzas e 50 e dez cêntimos de valor facial. O diploma foi aprovado com votos a favor do MPLA, contra das bancadas parlamentares da UNITA e PRS e abstenção da FNLA e Nova Democracia. O governador do banco, José Massano, afirmou que o objetivo do lançamento da nova família de notas e moedas metálicas é contribuir para a sustentar o crescimento da atividade económica e inserir o kwanza num padrão de validade internacional, com maior “segurança, beleza estética, conferindo mais confiança e credibilidade à moeda nacional”. A introdução das novas notas e moedas metálicas será progressiva, particularmente as de cinco e dez mil kwanzas, uma vez que só podem ser lançadas “apenas e quando as condições de desenvolvimento económico assim o aconselharem”, referiu à Angop.

CASH-FLOW

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HUÍLAMaior Bolsade negócios —Centro e trinta empresas nacionais e estrangeiras vão participar, de 15 a 19 de Agosto, naquela que é considerada a maior bolsa de negócios do sul do país - a Expo Huíla. Segundo fonte oficial da Associação Agropecuária, Comercial e Industrial da Huíla (AAPCIL), estão a ser criadas condições para que as empresas presentes possam não só expor os seus produtos, mas também fomentar parcerias junto de diferentes entidades com o objetivo de melhorar o seu desempenho e gerar novos empregos para a região. A Expo Huíla perspetiva atingir um volume de negócios na ordem dos dois milhões de dólares.

KWANZA NORTE “conta Banquita” BoaPara econoMia faMiliar —Os munícipes de Ndalatando, capital da província do Kwanza Norte, consideram positiva a aposta do executivo em implementar o projeto bancário e financeiro ‘conta banquita’. Num inquérito efetuado à população, a maioria considera-o um instrumento eficaz de apoio ao desenvolvimento da economia das famílias e educação financeira dos cidadãos. O plano do governo apela à criação de poupanças junto dos bancos, onde as pessoas podem guardar os seus fundos pessoais em segurança. A ‘conta banquita’ tem também um papel formativo, pois esclarece os cidadãos sobre o procedimento habitual das instituições bancárias, bem como apoia os cidadãos de baixa renda, sendo esta uma das vias encontradas pelo executivo para reforçar o combate à fome e à pobreza. A política financeira do projeto permite aos cidadãos, mesmo não sendo funcionário público, usufruir da oportunidade de abertura de uma conta bancária mediante a realização de um depósito inicial de apenas 100 Kwanzas. Para além desta vantagem a conta permite a obtenção do cartão multicaixa, bem como efetuar transferências internas e externas. Esta é uma iniciativa do BNA destinada a contribuir para a elevação do nível de educação financeira dos cidadãos e promoção da cultura de poupança junto dos bancos.

PROVÍNCIAS

Planos agrícolas aPoiaM Milhares—Mais de 630 mil famílias camponesas da Huíla foram, nos últimos quatro anos, enquadradas em projetos agrícolas no âmbito do programa de combate à pobreza. Em declarações ao Jornal de Angola, o vice-governador da Huíla para a área social afirmou que o enquadramento de 631.186 famílias em vários programas de apoio à produção agrícola, desenvolvidos por intermédio da direção provincial da agricultura e por parceiros, permitiu intensificar a produção alimentar, alargar as áreas de cultivo e aumentar o rendimento das famílias. Arão Nataniel disse que os níveis de produção são substancialmente mais elevados do que nos últimos quatro anos devido ao apoio prestado aos camponeses em sementes, instrumentos de trabalho e outros equipamentos. A direção provincial da agricultura revelou a distribuição de 486.818 enxadas, 263.128 catanas, 12.874 charruas, três mil pás, 83.202 limas e 2.972 toneladas de adubo simples. Até agora, referiu, as áreas mecanizadas e semeadas por hectares aumentaram para 1.842.412 contra os 355.630 em 2008, como resultado do apoio direto às famílias e o programa de fomento de criação de animais para tração permitiu distribuir 1.860 cabeças. Nos oito projetos financiados, até ao ano passado, no âmbito do programa de investimentos públicos, foram aplicados mais de 734 milhões kwanzas.

CASH-FLOWEConoMiA&nEgÓCioS

AGRO-NEGÓCIO

café internacional—A elevada qualidade da produção de café realizada na localidade de Gabela, situada na província de Kwanza Sul, foi premiada em Ultricht, na Holanda. O projeto ganhou a distinção de melhor empresa incubadora, numa competição que contou com a participação de 30 concorrentes africanos. De acordo com Anastácio Gonçalves, representante da fábrica Porto Amboim de café, a mesma é orientada para a produção ecológica, facto que ajudou à conquista do prémio. O responsável enalteceu ainda a melhoria da imagem do país através da apresentação de projetos de qualidade para financiamento internacional.

Manuela Bártolo

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EConoMiA&nEgÓCioS

Diáspora

—MAIS DE 40 MIL MILHõES DE DóLARES NORTE-AMERICANOS FORAM REMETIDOS PELA DIÁSPORA AFRICANA PARA OS SEUS PAíSES DE ORIGEM EM 2010. DE ACORDO COM OS DADOS MAIS RECENTES, O DINHEIRO ENVIADO ‘PARA CASA’ PELOS EMIGRANTES AFRICANOS SUPERA O INVESTIMENTO DIRETO ESTRANGEIRO E A AJUDA OFICIAL AO DESENVOLVIMENTO DOS PAíSES RICOS. PARA A MAIORIA DOS ESTADOS, O VALOR DAS REMESSAS SURGE LOGO ATRÁS DA qUANTIA INDICADA PELO COMÉRCIO, SENDO O PRIMEIRO APONTADO COMO UM DOS MAIS IMPORTANTES NãO Só DEVIDO à INFLUêNCIA qUE TEM NO CRESCIMENTO DAS FAMíLIAS, MAS TAMBÉM FACE AO IMPACTO POSITIVO qUE REPRESENTA PARA O PROGRESSO DAS DIFERENTES NAçõES. A UNIãO AFRICANA (UA) JÁ RECONHECEU OS AFRICANOS qUE VIVEM FORA DO CONTINENTE COMO UMA FORçA IMPORTANTE NO SEU DESENVOLVIMENTO E A DIÁSPORA COMO A ‘SEXTA REGIãO’ CONTINENTAL.

InvestIr na terra mãe

Segundo o último relatório con-junto do Banco Mundial (BM) e Banco Africano de Desenvolvi-mento (BAD), as remessas têm, em primeira instância, como objetivo o apoio à família, so-bretudo a ajuda aos mais velhos. Na ausência de pensões ou de regimes que promovam o bem-estar público, o dinheiro envia-do tanto pelos filhos, como por outros parentes a viver no ex-terior é, muitas vezes, a princi-pal garantia de sobrevivência dos cidadãos idosos em África. Apesar da valiosa importância das remessas, o documento in-forma que o enorme potencial da diáspora de contribuir para o desenvolvimento africano é ainda grosseiramente subutili-zado e subvalorizado. Parte do valor remetido serve também como auxílio à educação e paga-mento dos cuidados médicos de milhões de pessoas. No fim da cadeia de prioridades encontra-se a construção de casas, a com-pra de terras ou outras formas de investimento produtivo.

Manuela Bártolo

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OUTSIDE

‘FuGa de céreBros’A emigração de milhões de jo-vens africanos, muitos deles com habilidades críticas para o desenvolvimento dos seus paí-ses, constitui atualmente uma significativa perda para os di-versos estados. Na verdade, África é apontado como o con-tinente mais afetado pela deno-minada ‘fuga de cérebros’, que mais não é do que o ‘fluxo uni-direcional de pessoas altamente qualificadas que se deslocam de seu país de origem para destinos fora do continente em busca de melhores empregos, salários ou condições de vida’. Desde o iní-cio da década de 1980, tem ha-vido um movimento em massa dos africanos altamente quali-ficados, principalmente para a Europa e América do Norte, que procuram melhores condições de vida. A última estimativa aponta para cerca de 12 milhões de africanos a viver fora do con-tinente. A saída, por exemplo, de profissionais de saúde, como médicos ou enfermeiros, tem especial impacto negativo em muitos países africanos, sendo que a este nível a África Subsa-ariana carrega o maior fardo no que respeita ao movimento internacional de médicos qua-lificados para países ricos. A par deste setor, estão os da edu-cação, profissões técnicas e da indústria transformadora. Es-tes indicadores permitem con-cluir que, apesar das enormes remessas enviadas para África, o balanço da migração ainda é muito desfavorável para o conti-nente, uma vez que os custos da ‘fuga de cérebros’ são tidos em conta no cálculo final. Por este motivo, vários especialistas in-ternacionais afirmam que ‘Áfri-ca continua a ser um exportador líquido de capital de desenvol-vimento’.

A análise aponta para que a emigração de talentos conti-nue a aumentar, pese embora a crescente democratização e estabilidade social e política do continente. A razão apre-sentada é simples - ainda não existem empregos suficientes, apesar da melhoria das taxas de crescimento económico,

mo investir produtivamente o ‘nosso’ dinheiro ‘dentro de ca-sa’? A solução aponta para um investimento nos mercados de capitais. Segundo o relatório, os países subsaarianos poderiam aumentar cerca de 5 a 10 bili-ões de dólares/ano em títulos da diáspora. Nesse sentido, o continente precisa de criar ins-tituições permanentes para pro-mover essa ligação, sobretudo através de um maior diálogo. A principal vantagem de investir em mercados de capitais é que o dinheiro é disponibilizado para os investidores que precisam de capital para concretizar as su-as ideias empreendedoras. Ao investir, é possível aumentar a disponibilidade de capital para o desenvolvimento económico, já que a falta de fundos de inves-timento tem sido identificada como um dos maiores entraves para o progresso em África.

O ministro para o Comércio e Investimento da Nigéria anun-ciou recentemente um plano para estabelecer um Fundo da Diáspora, que permitirá aos nigerianos a viver fora do país investir em projetos e infraes-truturas específicas, que os ca-pacita de fazer bons retornos sobre os seus investimentos. Es-ta iniciativa deverá ser imitada por outros países africanos, tan-to no setor público, como no pri-vado. Além disso, os africanos no exterior podem emprestar dinheiro aos bancos para em-préstimos de microcrédito de apoio a pequenos comerciantes, artesãos e agricultores, espe-cialmente mulheres. Pequenos empréstimos têm-se revelado uma das ferramentas mais efi-cazes de combate à pobreza e ao crescimento das mulheres em países menos desenvolvidos. O objetivo agora é que os formula-dores de políticas e gestores de instituições financeiras encon-trem a melhor forma de vincu-lar as remessas dos emigrantes aos sistemas de microfinanças em países africanos. Dar bom uso a todo este capital humano é por isso uma responsabilida-de dos governos. Investir nestes ativos em seu benefício, uma necessidade!

formulação de políticas sobre a diáspora. O continente tem de encontrar maneiras de transfor-mar o desespero da ‘fuga de cé-rebros’ em ‘ganho de cérebros’. Os setores público e privado devem, por isso, empenhar-se ativamente na diáspora através da criação de um quadro insti-tucional para a participação dos seus cidadãos no exterior em todo o processo de desenvolvi-mento.

investir no Mercado de caPitalAtualmente, a maioria do di-nheiro enviado pela diáspora vai para o consumo. No entan-to, o mesmo documento aconse-lha o seu investimento em ações e projetos produtivos. Mas co-

A falta de fundos de investimento

tem sido identificada

como um dos maiores

entraves para o progresso em

áfrica

áfrica continua a ser um exportador líquido de capital de desenvolvimento

que promovam a integração de milhões de graduados em ins-tituições de ensino secundário e superior. Estes factos devem impor aos governos africanos um novo senso de realismo na

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EConoMiA&nEgÓCioS

De olho

no risco

É disso exemplo, o setor segurador, para o qual contribuiu o aparecimen-to de novas seguradoras e a criação de mais e melhor legislação. Os aspe-tos positivos referentes ao sistema fi-nanceiro destacam-se sobretudo ao nível do aumento do PIB, das reser-vas obrigatórias de 15 para 20% e da taxa de redesconto de 19,75% para 25%, entre 2009 e 2010, anos apon-tados como críticos a nível interna-cional. Indicadores como a taxa de câmbio, taxa de inflação e o PIB me-recem, por isso, cada vez mais uma atenção especial. Também no que se refere ao setor bancário, é notó-rio o aumento da taxa de bancariza-ção dos angolanos, o que constitui uma alavanca para o desenvolvimen-to do sistema. Sabe-se a este nível que a aplicação constante das nor-mas internacionais é uma necessi-dade urgente, apesar de já se notar um esforço dos responsáveis da área para a melhoria da sua performance em todos os quadrantes, o que re-

presenta uma maior aposta na cria-tividade e inovação, assim como na diferenciação através de novos produtos fi-nanceiros e qualida-de dos serviços. Em relação ao setor se-gurador, o mesmo protagoniza um cres-cimento que apesar de ser ainda lento por vá-rias razões, é liderado pelo ramo automóvel e acidentes de trabalho, sendo notória a sua im-portância no sistema financeiro, tanto para a proteção das famí-lias, como para a ge-ração de emprego, já que como se sabe a re-dução dos riscos e das incertezas constituem pilares fundamentais para assegurar o desenvolvimento económico e social de qualquer pa-

ís. Para este setor espera-se um de-senvolvimento constante dos seus

serviços, maior efici-ência e eficácia, assim como melhor forma-ção profissional e ade-quação à tecnologia, com o objetivo de se atingirem boas perfor-mances e resultados líquidos mais condi-zentes com as necessi-dades do país.

PrESSão INtErNAcIoNAlTodos temos conheci-mento que o sistema financeiro internacio-nal tem vindo a sofrer inúmeras transfor-mações, o que impli-ca não só uma maior

operacionalidade do sistema, mas também uma maior diversidade de

operações a serem desenvolvidas pela atividade financeira, procuran-do assim satisfazer os desafios de uma economia em mutação per-manente. Cada setor, por sua vez, contribui de maneira substancial e diferente para o desenvolvimento do sistema financeiro. Por conseguinte, a banca e os seguros representam grandes intervenientes no mercado financeiro. Ora, o desenvolvimento desenfreado das economias é (qua-se sempre) acompanhado de riscos que podem ser controlados pelo se-tor segurador. Este afigura-se como um setor importante na economia, daí a importância capital de supervi-são, o que implica controlo de riscos devido ao seu elevado grau de com-plexidade. E é precisamente neste capítulo que se encontra o Executi-vo angolano.

O desenvolvimento do mercado fi-nanceiro nacional tem registado consecutivas alterações com vista à

É importante que os bancos tenham a capacidade de investigar os negócios aos quais se expõem e devem fazê-lo com a noção de que o seu principal negócio ainda continua a ser a recolha de depósitos e a concessão de empréstimos

—O sistema financeiro nacional tem tido um crescimento constante nos últimos

cinco anos. Apesar da economia ter sofrido um abrandamento em 2009, devido à

conjuntura económica dos mercados mundiais e a fatores como a redução do preço

do petróleo, o aumento da inflação, a redução da procura externa ou a depreciação

da moeda (kz) face ao dólar, que exerceram uma influência negativa, estudos

revelam que houve crescimento em muitos setores angolanos.

Manuela Bártolo

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BANCA & SEGUROS

De olho

no risco

sua modernização e adequação aos padrões financeiros internacionais. A necessidade de dar resposta às exigências que caracterizam o dina-mismo da economia de mercado, fez com que, entre 2000 e 2009, o país aplicasse diferentes ferramentas de apoio à evolução dos diversos mer-cados do sistema financeiro angola-no , entre eles, instituiu-se o sistema de pagamento de Angola (SPA), com o intuito de supervisionar e regular o sistema de pagamentos interbancá-rio. Para além da harmonização do setor financeiro nacional com os pa-drões internacionais de referência do setor, tem sido mobilizado um con-junto de ações multissetoriais com vista à integração regional nos vá-rios domínios do setor financeiro, em particular no domínio da moder-nização do sistema financeiro, nome-adamente o bancário, resultante da integração do estado angolano não só na organização da SADC, mas também em outras organizações in-

ternacionais. No contexto dos mer-cados esteve em curso durante este período um conjunto de ações ten-dentes à criação do quadro legal específico para instituições financei-ras, com vista a adequá-los aos prin-cípios atualmente consagrados. Este é, por isso, segundo a análise da co-munidade internacional, um sistema em constante mutação, cuja evolu-ção tem conduzido a um desenvolvi-mento do sistema bancário gradual.

O país tem hoje 19 bancos comer-ciais, que são constituídos tanto por capital nacional, como por capital estrangeiro. A eficiência do setor fi-nanceiro teve um aumento a partir de 2006. Nesse ano, a eficiência era de 47,9%, sendo que em 2009 o va-lor já é de 34,5%. Essa evolução sig-nifica que o crescimento do produto bancário foi superior à evolução dos custos, posicionando o nível de efi-ciência do setor financeiro angolano ao nível de outros mercados.

Indicadores como fundos próprios, depósitos a prazo, provisões específicas sobre o crédito total ou rendibilidade dos ativos médios tiveram um aumento considerável nos últimos anos

2009 | 2008 | 2007 | 2006 | 2005 | 2004

34,5% 37,7% 44,3% 47,9% 40,1% 40,2%

2,7% 2,9% 3,7% 4,2% 3,8% 5,5%

COSt tO INCOmE

CUStOS OPERACIONAIS (% Activos)

indicadores de eFiciência angola

FONTE: Deloitte

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EConoMiA&nEgÓCioS BANCA & SEGUROS

A performance dos bancos tem me-lhorado significativamente, condu-zindo a um aumento do depósito de clientes e, por conseguinte, a maio-res índices de satisfação.

Contudo, o risco é um elemento in-dissociável da atividade bancária. Presente nas funções de interme-diações básicas, a confiança desde sempre reconhecida como pedra de toque do negócio bancário, encon-tra-se intimamente associada à ca-pacidade de gestão do mesmo. Um dos riscos mais frequentes aponta-dos ao setor bancário angolano é o de crédito, que respeita à possibi-lidade das pessoas (residentes ou não residentes, singulares ou coleti-vas) não pagarem integral e pontual-mente, quer capital em dívida, quer juros correspondentes aos emprésti-mos que lhe foram efetuados. Muito assíduo e quase inevitável em qual-quer sistema bancário e em qualquer tipo de economia, este tem sido um sério e grave problema para Angola, tendo em conta que muitas pessoas tendem a furtar-se para cumprir as suas responsabilidades com o banco, alegando muitas vezes que não têm como pagar. Assim, é importante que os bancos tenham a capacidade de investigar os negócios aos quais se expõem e devem fazê-lo, cada vez mais, com a noção de que o seu prin-cipal negócio ainda continua a ser a recolha de depósitos e a concessão de empréstimos, já que estes últimos continuam a ser a principal fonte de geração de proveitos.

De salientar também que a maioria das instituições angolanas apresen-ta um processo de gestão de risco de crédito totalmente centralizado ao nível da decisão das operações de crédito, segundo dados da con-sultora Deloitte (2009). Os bancos enfrentam ainda obstáculos gigan-tescos à expansão do mercado para o crédito a prazo. Alguns dos cons-trangimentos prendem-se com a es-cassez de fontes de financiamento a médio e longo prazos, um ambiente institucional desfavorável para ga-rantir a execução dos contratos de crédito e instituições de má quali-dade para registo de propriedade, facto que mina a disponibilidade co-lateral para garantir os empréstimos a prazo. Por este motivo, o Banco Na-cional de Angola (BNA) criou o pro-jeto central de informação de risco de crédito para permitir uma maior

generalização do acesso ao crédito. Também o Governo tem feito, nos últimos anos, várias campanhas de sensibilização para melhorar o siste-ma financeiro.

Outro dos riscos subjacentes é o operacional, que está relacionado com as possíveis perdas como resultado de sistemas e/ou controlos inadequados, falhas de gestão e erros humanos. O mesmo constitui um dos quatro grandes grupos de risco, ao lado do risco de crédito, risco de mercado e risco legal

O risco operacional pode ser dividido em três grandes áreas: organizacional, de operações e de pessoal. O primeiro está relacionado com a ineficiência das organizações, a inconsistência e a falta de objetivos a longo prazo bem definidos pelas administrações e a deficiência do fluxo de informações internas e externas. Responsabilidades mal definidas, fraudes e acesso a informações internas pela concorrência são outros dos problemas apontados neste capítulo. O segundo risco prende-se com questões como

overloads de sistemas (telefónico, elétrico, computacional), processamento e armazenamento de dados passíveis de fraude e erro, confirmações incorretas ou sem verificação criteriosa, entre outros. Por último, o risco de pessoal é inerente a colaboradores não qualificados e/ou pouco motivados, personalidade e ambição baixa. Este risco tornou-se um tema atual desde as novas orientações internacionais de Basileia II. Contudo, o mesmo representa um obstáculo ao qual os bancos angolanos têm de se adaptar melhor através de uma gestão sistematizada do risco. A fiscalização e controlo destes fatores permite estabilizar a economia e, por conseguinte, equilibrar outro dos perigos - o risco cambial.

A taxa de câmbio é um dos preços mais globais da sociedade, que es-tá relacionada com todos os fatores das transações externas, absorven-do todas estas perturbações. Este risco tem tido expansão fruto da va-riação da taxa de câmbio, pelo que se exige maior rigor nas políticas mo-netárias e na regulamentação bancá-ria. Com uma maior eficiência desta última é possível garantir a seguran-ça e a solidez dos bancos, mantendo a confiança doméstica e internacio-nal, protegendo depositantes e pre-servando a estabilidade financeira, de forma a possibilitar um sistema bancário eficiente e competitivo, impedindo, por um lado, fusões e

aquisições anti-competitivas para o setor, e por outro, proteção dos con-sumidores face a abusos por parte das instituições de crédito.

ImPortâNcIA do SEguroPelos motivos apresentados, o se-tor segurador afigura-se como uma área cada vez mais importante para o sistema financeiro angolano. Esta sinergia constitui um pilar decisivo para o desenvolvimento de qualquer economia, já que os seguros contri-buem grandemente para a estabi-lidade dos mercados de capitais e consequente aumento dos índices de confiança dos agentes económicos. Ao conseguir a redução da incerteza dos mesmos, o seguro permite a re-alização do cálculo económico sem necessidade de atribuir probabilida-des aos cash- flows futuros. Sem este bem intangível, não será evidente-mente possível um crescimento sus-tentável. O setor segurador tem a capacidade de cobrir os riscos pelos quais a sociedade está exposta. Uma cobertura eficiente do risco promove o desenvolvimento económico e per-mite uma melhor utilização dos ca-pitais, assim como também se torna uma importante fonte de geração de emprego diretos e indiretos. Consti-tui um facto a importância do setor segurador e dos fundos de pensões em Angola, uma vez que este vem acompanhado de vários sistemas que têm como objetivo a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

Risco cambial é a possibilidade de afetação negativa dos resultados das empresas resultantes da flutuação imprevista das taxas de câmbio

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EConoMiA&nEgÓCioS

REFORmA tRIBUtÁRIA

AlterAções introduzidAsAo impostode Consumo

tram em processo de consolidação orçamental.

A situação económica de Angola na-da tem de semelhante com a daqueles países, pelo que importa refletir sobre os fundamentos e objetivos da apro-vação das alterações ao Regulamento do Imposto de Consumo no âmbito do conjunto dos primeiros diplomas conhecidos do Programa da Reforma Tributária em curso.

De entre os desígnios subjacentes à Reforma Tributária em curso encon-tram-se dois que merecerem especial destaque: (i) a modernização do sis-tema fiscal angolano e (ii) o aumento da receita fiscal não petrolífera.

Um dos instrumentos mais eficazes e equitativos para a arrecadação de re-ceita fiscal consiste na tributação em sede de impostos indiretos, em parti-cular os que incidem sobre o consu-mo, dado que o esforço contributivo apenas recai sobre os consumidores diretos de bens ou serviços. Pelo fac-to de, regra geral, atingirem um nú-mero significativo de transações, as alterações ao nível dos impostos que incidem sobre o consumo têm efei-tos imediatos no aumento das recei-tas fiscais. Daí que esta seja a via que está presentemente a ser imposta/recomendada pelo Fundo Monetário Internacional e pela União Europeia nos países europeus – Portugal, Itá-lia, Grécia e Espanha – que se encon-

angola | receita de imPosto em 2010/11

PetrolÍFero 60% consumo 11%

industrial 10% imPort./exPort. 7%

selo 6% trabalho 5%

diamantÍFero 1% caPitais 0%

Património 0%

—POR Luís MAgALhães, HEAD OF TAX DA KPMG EM ANGOLA

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Consultório

a Imposto de Consumo.No essencial, trata-se de um mecanis-mo de reverse charge típico dos im-postos plurifásicos, o qual coloca no adquirente dos serviços o ónus da li-quidação e entrega do Imposto de Consumo. Na nossa opinião, a introdução deste mecanismo era inevitável para asse-gurar que os serviços prestados por sociedades localizadas em Angola que passaram a estar sujeitos a Imposto de Consumo não eram objeto de um re-gime de tributação mais desfavorável quando comparados com situações em que esses mesmos serviços são prestados por sociedades não resi-dentes no país. De facto, tendo em conta que al-guns destes serviços têm um carác-ter desmaterializado (v.g. serviços de advocacia e consultoria), podendo, frequentemente, ser prestados fora do território, a ausência deste meca-nismo de reverse charge faria com que as sociedades que os pretendessem adquirir procurassem fazê-lo junto de empresas não residentes evitando, deste modo, o encargo com o Imposto de Consumo.Como é evidente, o conjunto de alte-rações que foram efetuadas obriga as empresas angolanas a um esforço de adaptação às novas regras que não se esgota numa mera conformação face às mesmas pelos seus departamentos de back office; exige que estas sejam conhecidas por todos, desde os que lidam com clientes e fornecedores, passando pelos seus gestores e che-gando até aos respetivos acionistas.De facto, estas alterações podem condicionar processos negociais com terceiros, afetar decisões estra-tégicas sobre se apostar no desenvol-vimento da oferta num determinado tipo de serviço e condicionar a rendi-bilidade global das empresas e, con-sequentemente, o retorno para os seus acionistas. Para além dos desafios que um pro-cesso desta natureza coloca, acres-ce o facto de a entrada em vigor do diploma em causa se ter reportado ao dia 1 de Janeiro de 2012, tendo o mesmo sido apenas publicado pela Imprensa Nacional no final de Feve-reiro de 2012 através do Suplemento ao Diário da República do dia 30 de Dezembro de 2011, suscitando, natu-ralmente, dúvidas junto das empresas quanto ao momento a partir do qual as novas regras devem produzir os seus efeitos.

tiPo de serViços taxaServiçoS de Hotelaria e SimilareS 10%ServiçoS de telecomunicaçõeS 5%conSumo de Água 5%conSumo de energia 5%locação de ÁreaS eSpecialmente preparadaS para recolHa ou eStacionamento colectivo de veículoS 5%locação de mÁquinaS ou outroS equipamentoS,

bem como oS trabalHoS efectuadoS Sobre benS móveiS corpóreoS 10%locação de ÁreaS preparadaS para conferênciaS, colóquioS, expoSiçõeS, publicidade ou outroS eventoS 10%ServiçoS de conSultoria, compreendendo deSignadamente a conSultoria jurídica, fiScal, financeira, contabilíStica, informÁtica, de engenHaria, arquitectura, economia, imobiliÁria, ServiçoS de auditoria, reviSão de contaS e advocacia 5%ServiçoS fotogrÁficoS, de revelação de filmeS e tratamento de imagenS, ServiçoS de informÁtica e conStrução de pÁginaS de internet 5%ServiçoS portuÁrioS e aeroportuÁrioS e ServiçoS de deSpacHanteS 5%ServiçoS de Segurança privada 5%ServiçoS de turiSmo e viagenS promovidoS por agênciaS de viagenS ou operadoreS turíSticoS equiparadoS 10%ServiçoS de geStão de cantinaS, refeitórioS, dormitórioS, imóveiS e condomínioS 5%aceSSo a eSpectÁculoS ou eventoS culturaiS, artíSticoS ou deSportivoS 5%tranSporteS rodoviÁrio, marítimo, ferroviÁrio e aéreo de cargaS e contentoreS, incluSive armazenagem relacionada com eSteS tranSporteS, bem como tranSporteS de paSSageiroS, deSde que realizadoS excluSivamente em território nacional 5%

A análise da tabela acima apresen-tada permite confirmar o que acima afirmamos e ainda não tínhamos de-monstrado. Em primeiro lugar, esta lista evidencia um alargamento da base de incidên-cia objetiva do Imposto de Consumo a realidades que, em qualquer sistema fiscal moderno, se encontram sujeitas a tributação indireta. Em segundo lugar, a importância des-tes serviços no funcionamento da eco-nomia angolana permite antecipar um crescimento significativo na receita fiscal deste imposto, contribuindo, as-sim, para a diversificação das fontes de receitas fiscais do país.Finalmente, como é evidente, os prin-cipais adquirentes dos serviços acima elencados são as empresas, pelo que a população em geral é poupada a es-te esforço.Tendo como objeto o setor empresa-rial, as alterações ocorridas ao nível do Imposto de Consumo - ainda que mantendo o seu caráter monofásico - vão tornar inevitável uma tributação cumulativa, uma vez que este imposto, ao contrário do que geralmente carac-teriza um imposto monofásico sobre o consumo, não incide apenas quando ocorre o consumo pelo utilizador final.De outro ponto de vista, deve sa-lientar-se que uma das alterações introduzidas pelo Decreto Legislati-vo Presidencial n.º 7/11, de 30 de De-zembro, no Código do Imposto de Consumo é um novo mecanismo de liquidação que obriga a procederem à liquidação deste imposto as entidades residentes em Angola sujeitas a Im-posto Industrial que contratem junto de entidades não residentes aqueles serviços que passaram a estar sujeitas

para uma reforma mais profunda que mais cedo, ou mais tarde, poderá vir a ocorrer e que consiste na introdução de um imposto plurifásico não cumu-lativo (isto é, um imposto devido em todas as fases do circuito económico em que a cada um dos intervenientes na cadeia de valor cabe apenas a par-te correspondente à sua intervenção), cujo exemplo mais conhecido é o IVA. Vejamos então como é que tudo isto se materializa no Decreto Legislativo Pre-sidencial n.º 7/11, de 30 de Dezembro.

Nos seus traços principais, o Impos-to de Consumo baseava-se na tribu-tação de bens no momento da sua entrada no processo produtivo ou de consumo. Com excepção dos serviços de hotelaria e similares, bem como os de abastecimento de água e forneci-mento de electricidade, os serviços encontravam-se fora do âmbito de tributação em sede de Imposto de Consumo.Com as alterações introduzidas pelo Decreto Legislativo Presidencial aci-ma referido passam a estar sujeitos a Imposto de Consumo um leque alarga-do de serviços, destacando-se, a títu-lo meramente ilustrativo, os elencados na tabela seguinte:

Estes dois aspetos acabam por estar umbilicalmente ligados entre si, uma vez que constitui condição essencial de qualquer sistema fiscal desenvolvi-do a existência de um “mix” de vários impostos a contribuírem para a receita total de imposto.

No que toca a este aspeto em particular - e tal como ilustra o gráfico aqui apre-sentado - importa ter presente que, de acordo com dados publicados pelo Ministério das Finanças, o Imposto de Consumo representou apenas 11% do total da receita de imposta arrecadada pelo estado angolano em 2010/11 e que o Imposto sobre Produtos Petrolíferos constitui 60% da mesma.

À luz destes dados a introdução de al-terações ao Imposto de Consumo afi-gurava-se como algo incontornável; daí que se tenham introduzido altera-ções no Regulamento do Imposto de Consumo que conduziram ao alarga-mento da respetiva base de incidên-cia objetiva. Tais alterações - apesar de cirúrgicas - conseguem atingir os objetivos que acima fizemos referência e, ainda, in-troduzir um mecanismo totalmente inovador que constitui a antecâmara

Tendo como objeto o setor empresarial, as alterações ocorridas ao nível do Imposto de Consumo vão tornar inevitável uma tributação cumulativa

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EConoMiA&nEgÓCioS Patrícia Alves Tavares

Dias após ter assinado um protocolo com a Multiparques para a criação de plataformas logísticas em todo o país, Eduardo Rangel, presidente do grupo Rangel, falou à Angola’in do novo posicionamento estratégico. A representante da transportadora internacional FedEx prepara-se para apostar seriamente no mercado interno de entregade mercadorias.

“Gatewayda Áfricasubsariana”

estão em angola com três empresas. ainda há margem para crescer?Sim. Embora estejamos no país desde finais de 2006, altura em que compra-mos uma empresa que já tem muitos anos em Angola, ainda estamos a dar os primeiros passos. O início não foi fácil, sobretudo para estabilizar uma equipa e o projeto em termos de es-tratégia. Hoje, está a andar muito bem. A empresa principal é a Rangel Angola Expresso e Trânsitos, que re-presenta tudo o que é transporte ex-presso internacional (a FedEx) e que trata dos transportes aéreos e maríti-mos. Somos o único operador que tem um terminal aeroportuário dentro das instalações do aeroporto de Luanda e que tem o estatuto aduaneiro de de-pósito temporário.

tinham como meta serem líderes do mercado angolano…Não há estatísticas que nos permitam afirmar essa liderança. Temos uma quota de mercado bastante impor-tante e, se não formos líderes, esta-mos muito próximos disso. Há outros concorrentes, sobretudo multinacio-nais, que estão há mais anos no país e são muito fortes. Mas estamos a cons-truir um projeto que vai ao encontro dos interesses públicos do país, que é a construção das plataformas logísticas e de distribuição em todo o território. Fizemos no último mês uma sociedade com a Multiparques, uma empresa de exploração do porto seco em Luanda, em que vamos desenvolver platafor-mas logísticas. Queremos fazer a ges-tão de stock de produtos dentro dos nossos armazéns e depois distribuí-los por todo o país. É o grande objetivo da sociedade. Estamos muito volta-dos para o mercado internacional e a partir de agora vamos estar vocacio-nados sobretudo para o mercado in-terno. Dá-nos outro posicionamento de mercado.

quanto é que já investiu no país e qual o peso no volume de negócios do grupo?Até hoje foram cerca de cinco milhões de euros. O peso é de cerca de 10%, mas temos a expectativa de que, den-tro de cinco anos, venha a representar 25% do negócio do grupo.

qual a estratégia a curto prazo?Estamos convencidos que o projeto com a Multiparques vai evoluir bastan-te, bem como a distribuição dentro de Angola por objeto/ volume. Queremos fazer uma rede de distribuição e acho

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TELECOMUNICAÇõES

que dentro de cinco anos teremos mais uma grande etapa, que foi toda a parte da logística e distribuição dentro do país. A área internacional continua-rá a crescer, sobretudo nas indústrias petrolíferas que são um dos nossos grandes negócios, pois movimentam muitos materiais e estamos a fazer al-guns desses movimentos entre Angola e os EUA e França e outros territórios.

quais são as principais mercadorias transportadas?Em termos de transporte aéreo, direi que são mercadorias muito urgentes ou que carecem de transporte mais especializado, que seguem por FedEx ou frete aéreo. São os medicamentos (no terminal temos um pequeno arma-zém de frio para receber também pe-recíveis), os produtos de informática, de eletrónica, as roupas, etc. Por via marítima, temos um escritório junto ao Porto de Luanda e aí recebemos produtos alimentares, cervejas, vinho, produtos de construção civil, móveis, todo um conjunto de bens para con-sumo interno.

e em relação aos clientes?São muito diversificados, desde a área da construção civil à farmacêuti-ca, eletrónica ou moda. Temos muitos clientes que são empresas angolanas que já recorrem aos nossos serviços e várias estrangeiras, com incidência nas portuguesas, brasileiras, espanho-las, belgas, libanesas…

angola pode ser a porta de entrada para a áfrica lusófona?Angola é sem dúvida um país que se está a desenvolver e a criar boas in-fraestruturas. Pode dizer-se que o novo aeroporto de Luanda poderá fa-cilmente assumir-se como grande up para a África subsariana e ser uma por-ta de distribuição para toda a África subsariana. Aliás, estamos a candida-tar-nos a instalações na nova infraes-trutura. Fala-se ainda na construção do porto de Luanda, que poderá ser outro caminho para o crescimento e para ser uma gateway da África sub-sariana. O país tem condições para tal.

a criação de vias rodoviárias e infra-estruturas é uma mais-valia para a vossa atuação?Sem dúvida. As vias terrestres melho-ram todos os dias. Lobito-Cabinda e Luanda são portos importantes, bem como as vias de comunicação entre eles. Mas, é importante que existam ainda mais portos.

mENoS ExPAtrIAdoSem 2009 disse que o mapa logístico iria mudar nos próximos cinco anos. está a acontecer?Comparando com 2009, já temos al-gumas linhas de caminhos-de-ferro a funcionar, pelo que começa a ser possível transportar mercadorias por essa via. As estradas estão a ficar melhores e o novo aeroporto está em construção. Portanto, considero que o mapa logístico está mesmo a mu-dar. Estão a surgir zonas dentro das grandes cidades destinadas à logísti-ca, o que é muito bom. Neste projeto com a Multiparques vamos construir um terminal com 10mil m2, em Luan-da, e vamos aplicar este modelo no Lobito, Huambo e Lubango. Um dos grandes interesses do Governo é de que todas as plataformas logísticas se interliguem entre si, que existam mais depósitos com terminais de frio.

é uma evolução que traz natural-mente criação de emprego. é funda-mental para um país jovem que a sua população esteja apta para desem-penhar cargos de topo?Temos investido muito em formação. A nossa estratégia não é ter muitos expatriados. Gostávamos de ter cada vez menos. Temos responsáveis por áreas de negócio que têm a vocação de treino das equipas nacionais para que facilmente venham assumir a di-reção dos negócios em Angola. Será

uma grande vantagem. Temos cerca de 90 pessoas, em que existem à vol-ta de cinco expatriados.

a captação de talentos visa também angolanos que estudam em Portu-gal?Sim. Aliás, temos conseguido enviar alguns jovens que estão em Portugal desde muito pequenos e outros que estão em formação nas universidades lusas. Estão a ter bons resultados.

ProcurAr ExPortArem termos globais o grupo cresceu mais de 13% neste trimestre. como explica o resultado?Portugal em termos de exportação tem crescido bastante. Crescemos mais 2% que aquilo que foi o cresci-mento geral da exportação em Portu-gal. Em contrapartida, temos grandes quedas na importação. Portanto, esta-mos a compensar o nosso crescimento com a exportação.

exportar para países de língua por-tuguesa é mais eficaz?É muito importante que todas as em-presas procurem a exportação. É uma tendência crescente e uma necessida-de já que o mercado interno congelou. A saída é a exportação.

é portanto é a melhor opção…Sim, nós internacionalizamos tam-bém em Moçambique com um proje-

to idêntico ao que temos em Angola e estamos no Brasil com um plano de desenvolvimento na mesma linha.

são os países mais apetecíveis?É mais fácil a nossa relação comer-cial com países com que nos ligamos através da língua. Por isso, Angola tem muitas empresas portuguesas ali instaladas, o Brasil também tem muitas a querer internacionalizar-se. Moçambique pode vir a ser uma boa surpresa, pois começa a ter poder económico.

lisboa poderia assumir-se como o elo de ligação comercial entre a eu-ropa e os mercados emergentes afri-canos?Lisboa já é um pouco isso. Por exem-plo, todos os produtos que são ex-pedidos pela rede FedEx em todo o mundo usam Lisboa como up para Luanda. Tudo o que vai para Ango-la passa pela capital lusa, quer venha dos EUA ou da China. É verdade que temos as melhores rotas aéreas pa-ra Angola e Brasil e há que aprovei-tar mais isso. Mas, quando falamos de Portugal no contexto europeu sa-bemos que não é fácil fazer acordos com países terceiros. Não podemos quebrar os protocolos europeus. De qualquer forma, está a transformar-se numa porta de entrada para a Eu-ropa, algo que se verifica já com os passageiros e é natural que venha a acontecer com as mercadorias.

“Queremos fazer a gestão de stock de produtos dentro dos nossos armazéns e depois distribuí-los por todo o país”

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Áfricamercadoem alta

EConoMiA&nEgÓCioS Manuela Bártolo TELECOMUNICAÇõES

Relacionar o continente africano à inovação e tecnologia de ponta pa-rece, na atualidade, um pensamen-to inverosímil, se atendermos ao seu défice infraestrutural. No entanto, o setor das telecomunicações começa a ser uma área que atrai, cada vez mais, investidores a África. Recen-temente esta região superou a Ásia no que respeita ao crescimento em conexões de telemóvel. De acordo com o relatório Wireless Intelligen-ce, o continente vai alcançar a marca dos 700 milhões de conexões no fim do primeiro semestre deste ano. Os dados mais recentes sobre o merca-do, que conta com uma população de mais de um bilião de pessoas (13% da população mundial), indicam uma penetração de pouco mais de 62%. O crescimento médio do continente foi de 19% em 2011, o que significou, entre janeiro e abril desse ano, um acréscimo de mais de 26 milhões de conexões.

Embora o crescimento notável se-ja generalizado, o sul da África, que tem uma penetração de incríveis 131% – o que é 16 pontos percentu-ais maior que a média do continente americano –, mantém constante um forte crescimento de 21% ao ano, en-quanto o leste africano, com uma pe-netração de apenas 42%, responde por um recente crescimento de 26%. Em simultâneo, o mercado egípcio, com uma penetração de 101%, não dá sinais de saturação e começa a atu-ar em benefício dos consumidores, na medida em que se desenvolve a competição por maiores quotas de mercado e a procura por incluir os setores mais desfavorecidos da eco-nomia. O mercado africano é con-duzido pelo volumoso aumento das conexões pré-pagas, que significam mais de 95% do total de conexões – a título de comparação, nas Américas, esse percentual é de 81,5% e, na Eu-ropa ocidental, de 50,3%. Esses da-

dos são dos principais responsáveis pelo facto da receita líquida média por cliente (ARPU, da sigla em inglês) na Europa ser de pouco mais de 27 dólares, e, na África, ser de oito dó-lares. Deve-se pesar, contudo, que, segundo dados do Banco Mundial em 2010, o PIB per capita na Euro-pa supera 25 mil dólares, enquanto, na África, é de apenas 1500 dólares.

Entretanto, a margem EBITDA (ga-nhos depois de juros, impostos, de-preciação e amortização, da sigla em inglês), que representa o lucro da empresa, varia de 27%, na Europa, para 45% em África. Outro indicador a salientar prende-se com a descida da mesma margem na Europa, que tem vindo lentamente a diminuir. Ao contrário, em África, é registado um aumento anual. Em 2001, a margem era de “apenas” 34%. Esse dado ex-plica-se através de dois fatores: o alto custo oriundo do excesso de re-

gulação na Europa e o baixo custo de operar em larga escala no continente africano.

Mesmo sem considerar o grande po-tencial de aumento da escala dos serviços, o mercado africano tem ainda espaço para grandes investi-mentos em tecnologia. 89% de to-das as conexões no continente é 2G e apenas 1% desses 11% restantes responde pela tecnologia LTE, que é um padrão de ponta para transfe-rência em alta velocidade de dados. Enquanto o crescimento anual de 2G é de 14%, a tecnologia 3G expande-se a um ritmo de 44%. Dessa forma, embora a região ainda esteja atrasa-da em relação ao padrão mundial de tecnologia, África caminha rapida-mente para a convergência.

Do ponto de vista do investidor, as telecomunicações são, por isso, um mercado particularmente atrativo, tendo em vista que o risco do in-vestimento é relativamente baixo, especialmente em mercados pouco penetrados e com poucos atores. Além disso, os modelos de negócios baseados na expansão do pré-pago têm de lidar com baixíssimos pro-blemas de crédito e inadimplência, o que torna o pré-pago fundamental para a difusão dos serviços. A atra-tividade do cenário africano, aliás, garantiu que quatro dos cinco prin-cipais grupos investidores no merca-do de telecomunicações fossem de fora do continente.

GRUPO

MNT

France Telecom

Vodacom

Etisalat

STC

ORIGEm dO CAPItAl

África do Sul

França

Reino Unido

Emirados Árabes

Arábia Saudita

PrinciPais gruPos investidores em telecomunicações na África

NúmERO dE CONExõES

130.813.244

79.045.750

47.835.000

36.905.935

9.180.165

FONTE: Wireless intelligence (2012)

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EConoMiA&nEgÓCioS Manuela Bártolo

UMA AÇÃO FORMATIVA CAPAz DE DETETAR AS NECESSIDADES LOCAIS, EM COLABORAÇÃO COM OS RESPONSáVEIS INSTITUCIONAIS E EMPRESARIAIS, TANTO REGIONAIS, COMO NACIONAIS, é PRIMORDIAL PARA O DESENVOLVIMENTO QUALIFICADO DE QUALQUER PAíS.

—Quando o mercadoreclama—

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pazes de dar aconselhamento em matéria de gestão e de aspetos téc-nicos e pedagógicos-profissionais, tendo como objetivo o melhora-mento contínuo da qualidade dos seus serviços e prestarem infor-mação necessária, sobretudo aos jovens. Só com um levantamento efetivo de dados relativos ao mer-cado de trabalho podem ser exer-cidas as respetivas reflexões sobre as apostas mais prementes. Impor-ta proceder, por isso, à definição de perfis profissionais e programas de qualificação dirigidos aos mesmos. Requisitos fundamentais para se implementar uma gestão de quali-dade na formação profissional dire-cionada para o emprego.

PriMeiroeMPregoUma das grandes di-ficuldades com que muitos jovens se de-batem é a obtenção do primeiro empre-go. Os empregado-res exigem que o candidato ao posto de trabalho tenha experiência profis-sional. Por isso, o sonho de encontrar o primeiro empre-go é muitas vezes adiado pela falta de experiência pro-fissional. Para fazer face a esta situação o governo an-golano criou centros de formação profissional em vários pontos do país, que permitem aos jovens aliar a teoria ao trabalho prático. Um dos centros mais procurados é o do Centro de Formação de Construção Civil, de Viana, que é considerado um grande desafio, dada a necessi-dade de técnicos especializados no setor da construção civil no país. O espaço disponível para jovens não qualificados ou desempregados tem acessíveis cursos como o de condutor manobrador, manuten-ção de edifícios, electrónica de po-tência e industrial, desenhador de construção, encarregado de obras,

EMPREGO & FORMAÇÃO

o governo criou centros de formAção profissionAl

que AliA A teoriA Ao trAbAlho

prático

Criar mecanismos de participação entre os parceiros sociais é, por isso, uma prioridade, que visa garantir o cumprimento dos direitos e deve-res entre empregadores e colabo-radores e fornecer mais informação aos cidadãos. A par deste objetivo importa promover o impacto po-sitivo da formação profissional na atividade laboral das organizações, com uma lei do emprego eficaz e adaptada à realidade do mercado, que una atores estatais (do setor económico, câmaras de comércio e indústria, associações e empresas à sociedade civil. A fase de cres-cimento económico impressionan-te que o país regista implica uma maior atenção para estas duas áre-as, com a questão dos recursos hu-manos a tomar a dianteira.

Nos últimos anos foram registados bons investimentos no alargamen-to da oferta de formação profissio-nal, em especial nas infraestruturas físicas. No entanto, o país enfrenta agora um outro obstáculo – a qua-lidade do sistema de formação pro-fissional, uma vez que começa, por um lado, a existir uma dissociação da oferta de formação profissional face às necessidades do mercado e, por outro, uma formação deficiente dos atuais formadores e consulto-res nacionais. Os dados estatísticos sobre o setor rareiam, assim como as análises credíveis sobre o de-senvolvimento registado em ter-mos demográficos, económicos e de mercado de trabalho, contudo é consensual a importância de au-mentar a qualidade e relevância da diversidade da formação e consul-toria em setores económicos sele-cionados, como por exemplo o da construção civil. Este dado é cru-cial se atendermos à necessida-de de orientação profissional e de emprego.

Esta questão obriga a uma nova abordagem integrada no denomi-nado desenvolvimento de capaci-dades, o que implica a criação de instituições qualificadas no domí-nio da formação profissional e de emprego, com colaboradores ca-

topografia, entre outras especiali-dades ligada à construção civil. As condições mínimas exigidas para a frequência dos cursos são a nona classe como habilitações mínimas, idade compreendida entre os 16 e 33 anos e aprovação no teste de seleção. O centro tem capacidade para formar 500 estudantes. Termi-nado o curso, o formando regressa ao Centro de Emprego que o enca-minha para as empresas interessa-das em mão-de-obra qualificada.

Método dacuMCom a sigla inglesa Develop a cur-riculum, este método está a ser usado cada vez mais no país para fazer face aos desafios atuais. Para

os especialistas na área, é im-portante apos-tar na inovação através de no-vos métodos e técnicas inter-nacionalmente reconhecidas. Esta metodolo-gia foi desen-volvida nos EUA e no Canadá, na década de 60, e desde então tem sido muito usa-da por gover-nos, instituições de educação e de formação

profissional e empresas de diver-sos países, destinando-se à análise ocupacional baseada em compe-tências profissionais para identi-ficar as necessidades do mercado de trabalho e do trabalhador (ou vice-versa), criação de currículos, certificação de competências, ela-boração de cursos e planeamento de carreira. O Inefop, através dos centros de empreendedorismo e in-cubadoras de empresa, tem vindo a oferecer a formação de que estas precisam, uma vez que é objetivo do executivo angolano criar boas condições para fomentar o empre-go no mercado de trabalho. Neste momento, estão a ser criados me-

canismos e equipas especializadas para fomentar os cursos sobre em-preendedorismo. A implementação do método Dacum vai oferecer re-sultados positivos, visto que a sua utilização noutros países é bem-sucedida, nomeadamente nos Es-tados Unidos, França ou Espanha. Esta metodologia tem a vantagem de permitir uma rápida revisão ao processo da sua utilização e a sua criação em pouco tempo. Por con-seguinte, permite que, a qualquer momento, seja possível fazer os de-vidos ajustamentos. O sucesso de toda a atividade de formação pro-fissional passa necessariamente pela qualidade do pessoal que dá essa formação.

Parcerias PúBlicasou PrivadasOutra das apostas do país é o esta-belecimento de parcerias entre em-presas públicas ou privadas, sendo esta uma necessidade prevista no âmbito do Plano Nacional de Em-prego e Formação Profissional. O objetivo do referido documento passa pela promoção de ativida-des e ações conducentes à identi-ficação das reais necessidades da formação profissional e do merca-do de trabalho, bem como o reforço das metodologias de participação, implementação e avaliação dos parceiros, proporcionando assim a racionalização dos cursos de for-mação profissional e uma maior e melhor resposta as carências de mão-de-obra qualificada às orga-nizações. Também as relações com empresas detentoras de tecnologia é fundamental para o país, pelo que importa envolvê-las no processo de adequação, nos croquis de for-mação, na conceção, monitoração e avaliação das qualificações dos profissionais. Certo é para já que o país precisa cada vez mais de qua-dros especializados nas diversas áreas da esfera nacional e em par-ticular no domínio das tecnologias, devido ao grande volume de inves-timentos públicos e privados que o executivo tem vindo a efetuar em todo território nacional.

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EConoMiA&nEgÓCioS EMPREGO & FORMAÇÃO

FormAção,A ArtE dEdIgNIFIcArPESSoASE ProFISSõES —POR MAfALDA CArLos, ADMINISTRADORA E DIRETORA DA FORMAçãOPROFISSIONAL DA FINACCOUNT ANGOLA E PORTUGAL

Este novo paradigma da formação, como a ar-te de dignificar pessoas e profissões, leva a uma nova abordagem, abordagem exigente e metó-dic, mas também criativa e abrangente, de forma a dar respostas às novas oportunidades, permi-tindo desenhar novos e estimulantes caminhos a serem percorridos. Esses caminhos, são obrigato-riamente algo mais do que importar um modelo já existente ou um olhar para o passado. Devem sim passar por uma reflexão sobre a realidade atual, pelos novos paradigmas e pelo futuro que se de-seja. E se ao falar de formação falamos de pessoas, pessoas com apetências e competências, devemos priveligiar processos criativos e adaptativos, mas que respeitem a herança cultural da sociedade em que se encontram inseridos. O saber ser, saber fa-zer e saber saber, encerram uma triangulação de competências pessoais, profissionais e de conhe-cimento, que devem ser desenvolvidas e dissemi-nadas dentro de uma estratégia coordenada entre ensino académico e a formação profissionalizante.

A capacidade de gerar empregabilidade também passa por um ensino que valoriza as diferentes capacidades, motivações e necessidades de cada pessoa, permitindo desenvolver os seus talentos e vocações na sua profissão.

Com esta visão da formação, nomeadamente da formação profissional assente no princípio de “aprender fazendo”, que está também vocaciona-da para os quadros intermédios, desenvolvendo a aquisição de conhecimentos teóricos e potencian-do a sua aplicabilidade com o contacto com a re-alidade profissional, temos uma estratégia eficaz para ter pessoas preparadas e motivadas para en-contrar trabalho e para participar de forma ativa e solidária na sociedade. Esta ligação, da formação com a sociedade, dos talentos com as profissões, do ensino com a experiência, fundamentará um crescimento baseado no conhecimento e inova-ção, sustentável e inclusivo. Afinal de que outra forma se escreverá o futuro?

devemos priveligiar processos criativos

e adaptativos que respeitem a

herança cultural da sociedade em que se encontram inseridos

“Vivemos tempos de mudanças rápidas, tempos de novos paradigmas e como tal tempos de grandes oportunidades. O novo paradigma da formação exige a conjugação da dignificação da pessoa como ser social integrado numa comunidade, com a capacidade de exercer as suas aptidões e competências no mercado de trabalho dignificando a sua profissão”.

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EConoMiA&nEgÓCioS Patrícia Alves Tavares

No remoto ano de 1952 chegava ao mercado uma cerveja exclusiva-mente nacional que acabaria por se tornar num ícone. A Cuca é par-te integrante da história do país e assume-se como das poucas marcas que soube posicionar-se num perío-do da história em que o marketing e as ferramentas de comunicação em-presarial eram praticamente desco-nhecidos. Contudo, já na década de 60 a marca estava um passo à fren-te, pois tinha percebido o valor da publicidade e que uma boa estra-tégia de divulgação dos seus pro-dutos era meio caminho percorrido para o sucesso e reconhecimento do consumidor. Muitos consideram que o emblema da cerveja palanca está presente em todos os momen-tos da vida.

A ‘velhinha’ Cuca completou seis dé-cadas de existência e prova que o aproximar da terceira idade não lhe tirou jovialidade. Atenta às recentes tendências da comunicação, não pa-ra de surpreender os consumidores, mantém-se no topo do seu segmen-to e continua a ser uma referência. E não descuida a componente de res-ponsabilidade social, um requisito imprescindível em qualquer empre-sa. Projetos como a Arena Atlântida, no âmbito da cultura e do desporto ou a Academia da Cerveja são exem-

—É A PREFERIDA DE TODOS, INDEPENDENTEMENTE DO ESTRATO SOCIAL, IDADE OU REGIãO. OPERAçãO DE MARKETING OU NãO, É CONSENSUAL qUE A CUCA É A MARCA DE REFERêNCIA NO SEGMENTO DAS CERVEJAS. A SUPERBRANDS JÁ O COMPROVOU E A EMPRESA SEGUE A TODO O VAPOR, COM NOVOS INVESTIMENTOS E IDEIAS. UMA MARCA ATUAL, DINâMICA E EM CONSTANTE EVOLUçãO. NINGUÉM DIRIA qUE JÁ TEM 60 ANOS!

o Que é nacIonal é bom

plos de ações para dar novas opor-tunidades aos jovens.

Porém, falar da Companhia União de Cervejas de Angola (CUCA) é igual-mente sinónimo de Nocal e Eka, bem como das internacionais 33 Export, Castel e Doppe Munich. Em 2011, venceram a operação de charme junto das marcas N’Gola, Castle e Peroni, com os sul-africanos da Sab Miller a entregaram à Cuca a gestão dos seus negócios no nosso país. No mês passado, ainda na ressaca de um espetáculo de comemoração dos seus 60 anos, a Cuca lançou a cerveja histórica Skol. A luanden-se Nocal, que foi fundada em 1958, tem atualmente a melhor marca do grupo, uma quota de 16% e a Eka, proveniente do Dondo, ocupa 4,8% de mercado. A notoriedade junto do mercado tem conferido ganhos avultados à marca que não para de investir na sua expansão. Em cinco anos, a Cuca construiu quatro novas fábricas, no valor de 700 milhões de dólares e tem programada a edifica-ção de mais quatro, em Luanda.

um superbrandÉ a marca preferida de todos. A Cuca conseguiu assumir-se como um exemplo de notoriedade e de vendas, já que representa 48% do mercado. Cem por cento nacional,

“grande show cuca

60 anos” Puto Português,

Anselmo Ralph, Eddy Tussa, Yola Araújo e Mamukueno foram alguns dos artistas que se associaram à

marca para celebrar o seu 60º aniversário. Envergando o lema

da defesa das raízes e da ‘massa’ nacional, a Cuca desafiou os talentos do país a

juntarem-se à festa. O “Grande show

Cuca 60 anos” teve a participação exclusiva de músicos angolanos,

de forma a valorizar os artistas nacionais. O evento, que juntou

mais de 10 mil pessoas na Cidadela, encerrou os festejos do mês da Juventude. Os jovens

são aliás um dos principais visados

pelos projetos sociais promovidos pela

marca.

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MARCAS ID

aposta forte na união dos angola-nos e na elevação dos produtos ma-de in Angola. Nem a estratégia de marketing escapa a essa visão. As campanhas são concebidas em so-lo nacional e normalmente estão a cargo da TBWA. As campanhas têm a particularidade de colocarem a marca na ‘voz’ dos consumidores. Muitas evidenciam-se pelo pendor artístico, como é exemplo a colorida série “Ritmos da Cuca” ou o quadro da Baía de Luanda feito com caricas. Ou até a grande operação de marke-ting de há dois anos, quando a marca rejuvenesceu a forma da garrafa da Cuca. Casos que ficaram na memória e captam a atenção dos mais distra-ídos. Ações que permitiram à marca acompanhar a evolução do merca-do e ir conquistando uma quota im-portante. Atualmente, o consumo de cerveja ronda os nove milhões de hectolitros por anos. Sete milhões e meio são de marcas angolanas. O restante refere-se às importações. Apesar do país importar cervejas e outros refrigerantes, a Cuca é já au-tossuficiente na produção. A marca destaca-se como a mais forte entre as cervejas. A agência internacio-nal Superbrands nomeou a empresa após analisar critérios como a fa-miliaridade, relevância, satisfação, lealdade e comprometimento. O fó-

rum composto por diretores de em-presas, responsáveis de marketing e comunicação de referência elegeu, em 2010, a Cuca como marca de ex-celência, uma Superbrand.

novos mercadosA empresa é propriedade da Sab Mil-ler, o segundo maior grupo mundial do setor, que tem sede no Reino Uni-do. A gestão da Cuca está ao car-go dos franceses Castel BGI, desde 1992. Conhecido pela forte imple-mentação em África, nesta empresa, a posição do grupo francófono re-sulta de uma parceria com o Ucerba (50% do capital), uma sociedade de vários investidores angolanos. Após vários investimentos em fábricas e recuperação de novos produtos, a marca prepara-se para exportar a Cuca para Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Namíbia e Portugal. O objetivo da empresa consiste em projetar-se noutros países lusófo-nos e chegar aos angolanos que es-tão nessas regiões. Recorde-se que o grupo detentor da marca herdou da Sab Miller a gestão da Coca-Cola Bottling e de outras marcas de re-frigerantes, lançou a linha de refri-gerantes Top (para rivalizar com a Blue, da Refriango) e está a delinear o relançamento da Youki, um produ-to que tem tradições no país.

Património imaterialAbril 1952 foi fundada a fábrica cuca, por Manuel Vinhas. coMeçou por produzir as Marcas cuca, cuca especial, skol, sagres e cuca preta1979-1992período de dificuldades financeiras que terMinariaM coM a passageM da gestão para o grupo castel, eM 19922002concluída priMeira fase da linha cuca eM lata, eM luanda2004criação da fábrica de soba catuMbela2005concluída segunda linha da cuca eM lata, eM luanda2006priVatização da sociedade e realização de inVestiMentos de carater produtiVo2008alcança o estatuto de uMa das industrias Mãos desenVolVidas. abreM as fábricas de cabinda e boM Jesus2009arranca a produção da cuca no huaMbo2010préMio superbrand angola

‘em cinco anos, a cuca construiu quatro

novas fábricas, no valor de 700 milhões

de dólares e tem programada a edificação

de mais quatro, em luanda’

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EConoMiA&nEgÓCioS MARCAS IDManuela Bártolo

Atualmente, todos os profissionais res-ponsáveis pelo planeamento estratégi-co de uma marca devem estar sempre atentos aos novos comportamentos do consumidor. Esqueça, por favor, velhos padrões como o consumidor são homens, com mais de 25 anos, da classe ABC. Es-tes parâmetros, sobretudo no marketing digital, deixaram de fazer sentido. Hoje, fala-se de seres humanos que são mui-to mais do que isso. São essencialmen-te pessoas que têm um porquê em cada ação que fazem. Porque compram? Por-que interagem com uma marca? O que desejam receber no Twitter? Estas são questões universais a fazer a um consu-midor moderno que não fica parado à es-pera que as coisas aconteçam. Apesar de obviamente ainda continuar a ser impac-tado pela mensagem, hoje também twit-ta, dá opinião, indica, recomenda de uma forma, cada vez mais, global e de longo alcance. As pessoas procuram conteúdo e as palavras ‘relevante’ e ‘exclusivo’ en-caixam-se perfeitamente neste novo ra-ciocínio e modo de estar.

De acordo com um estudo recente do Google, 79% das pessoas procuram sa-ber neste motor de pesquisa mais infor-

mação sobre determinada marca após verem uma campanha publicitária no offline (TV, rádio, jornal,..) ou seja, os meios de comunicação social são im-portantes, claro, mas se não tiver uma continuidade no online, a marca pode perder um potencial cliente. Este dado levanta uma questão atual muito impor-tante: gasta-se milhões nos media tradi-cionais para fazer chegar ao consumidor conhecimento sobre a marca, mas não se investe no digital o suficiente, havendo inclusive empresas a afirmar que 50% do seu investimento nos meios foi inú-til. A verdade é que ainda muito poucas marcas sabem trabalhar a comunicação como um todo porque não entendem a importância de o fazer.

Hoje, cerca de 60% dos acessos a um site vem do Google porque quase 95% dos usuários de internet usam este motor. Se assim é, não está no Google porquê? Pre-fere estar na rádio ou nos jornais, mas esquece o Facebook, o Twitter, o blog ou mobile? Acha essa presença arrisca-da? Tudo bem, a decisão é sua, mas para a concorrência talvez possa não ser. Ao aprofundar mais o dado citado acima: 79% das pessoas conectam-se ao Goo-

gle após receber uma mensagem publi-citária, dessas 53% vão ao Google após terem acesso a informação através do boca-a-boca ou por indicação. Mais um vez qual a presença da marca no Twitter para estimular que as pessoas falem de-la? Nem todas estão, ou melhor, nem to-das sabem como estar. Monitorar e fazer promoção é não saber explorar também o lado social que o Twitter, Facebook e YouTube possuem na sua essência. Um anúncio de TV representa 51%, jornais e revistas 35% e lojas físicas 27%. Dessas pessoas, 47% vão atrás do nome do pro-duto ou serviço e só 30% atrás do nome da empresa, mais uma vez, se dá a im-portância de saber trabalhar as palavras-chave e assim o Google.

As marcas precisam de ser as criadoras de conteúdo dentro do digital. Dessa for-ma tornam-se referência nos seus seg-mentos e com isso conquistam o lugar da primeira marca que surge na mente do consumidor. Depois? Pode procurar no Google ou pesquisar a Fan Page da marca. O certo, é que ele vai querer vi-sualizar um vídeo e toda a restante infor-mação disponível. O consumidor mudou. Ainda não percebeu?

—Não há mais como fugir. A comunicação está integrada. Se a sua marca ainda não percebeu isso, o consumidor, que é o seu principal centro de atenção, já está integrado há muito tempo. Não adianta lutar contra. Quanto mais ações as marcas fizerem na TV, rádio e jornais, mais acessos o seu site terá e mas seguidores nas redes sociais e visualizações no YouTube conquistará. é um facto. Renda-se! Não acredita que a internet é uma plataforma que mesmo sem venda direta (e-commerce) vende? Que promove interação e aumenta o conhecimento da sua marca e produto? Como dizia um antigo slogan da FIAT ‘está na hora de rever os seus conceitos...’.

o consumIdor mudou. não percebeu? 

‘O cOnsumidOr mOdernO é uma pessOa cOm um

pOrquê em cada açãO que faz’

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SoCiEDADE Patrícia Alves Tavares

—Combater iliteracia

pela cidadania—“Era uma vez uma menina muito curiosa chamada Tchiloia que morava no meio

do bairro. Quando a Tchiloia saía da escola, encaminhava-se para casa para ajudar a mãe que trabalhava o dia inteiro no mercado.

Depois de cozinhar, dar de comer aos irmãos e pô-los a dormir, a Tchiloia agarrava-se aos pedaços de jornais, revistas e tudo mais que tivesse letras impressas (…) Um dia, a professora Dona Antónia emprestou um livro à

Tchiloia, pois tinha pena da menina que gostava tanto de ler livros e tanta dificuldade tinha em tê-los entre as mãos.”

—in site Intasa

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A história é fictícia, mas foi a pen-sar em todas os casos de crianças desfavorecidas que não têm acesso à leitura e ao ensino, que apareceu o Intasa (Instituto Angolano de So-lidariedade, Artes e Saber). Um or-ganismo que nasceu da vontade de jovens profissionais, também eles conhecedores de situações de meni-nos e meninas que sonham com uma mão cheia de livros e não vivem sem uma viagem pelo imaginário das his-tórias literárias.

Focado em combater a iliteracia, o Intasa resulta do esforço de vá-rios voluntários, que após uma sé-rie de conversas e tertúlias sobre o nível escolar da juventude, resolve-ram avançar com o projeto que há muito fervilhava na cabeça destes empreendedores das letras: “per-mitir o acesso a livros e materiais

que incentivem o gosto pela leitu-ra, reconhecendo o contexto social, contribuindo para a criação de co-munidades mais fortes, conscientes e autossuficientes”.

É uma associação de natureza filan-trópica, caritativa, artística, literária, científica, cultural, educacional e de saúde. Aposta nas atividades lúdico-educativas para criar uma cultura de leitura e procura de conhecimento constante.

Atualmente, são os maiores dinami-zadores das bibliotecas infanto-juve-nis e da promoção de ações junto de crianças entre os seis e os 18 anos, nomeadamente na promoção do contacto entre escritores e jovens, quer estejam nas escolas ou interna-dos em hospitais e afastados do con-texto escolar.

cluBe de leituraÉ uma das atividades educativas-culturais mais reconhecidas por pais e alunos. O “Clube de leitura” não é mais que um conjunto de encontros interativos que despertam o interes-se das crianças para os livros e os alertam para a importância da leitu-ra, fundamental para desenvolver a capacidade de interpretação daquilo que leem.

A mais recente ocorreu no Hospital Divina Providência, no bairro Gol-fe, em Luanda, e contou com a par-ticipação da escritora Isabel Vicente Ferreira. A palestra “Criança e Lite-rariedade” juntou todos os jovens in-ternados naquela unidade, bem como as suas famílias, e foi uma das muitas iniciativas que assinalaram o mês da criança, comemorado em junho.

O ciclo de palestras arrancou no iní-cio do mês passado, com a “História e dimensão arquitetónica da Chicala II” e “Da casa ao bairro”, encontros que reuniram a população do bair-ro e que integra um projeto que está a ser desenvolvido por um arquiteto português e que estuda a evolução do município. O Intasa aproveitou o mote para fomentar a socialização das crianças com os conhecedores da história do bairro e orientá-las na descoberta da sua própria urbaniza-ção, através da elaboração de mapas e da construção de um pequeno edil imaginário (com casas de papel), au-xiliados pelos alunos de arquitetura do 3º e 4º ano do Instituto Superior Metropolitano de Angola.

José carlos de almeida também se Juntou ao “clube de leitura”O autor do livro “Ensaboado & Enxaguado” foi um dos convidados do ciclo “Clube de leitura”. José Carlos de Almeida foi um dos primeiros escritores a juntar-se às conferências do Intasa, participando no encontro “O valor da literatura na educação”, que ocorreu na Praia do Bispo e Samba, em Luanda. O evento serviu para aproximar as crianças das escolas da região dos autores que apenas conhecem dos livros e dar-lhes a possibilidade de colocarem pessoalmente as suas dúvidas e impressões.

FilosoFia:conhecimento é o futuro A associação tem uma lista específica de objetivos que considera essenciais para que a criança cresça de forma saudável. O conhecimento, a exploração do imaginário e a leitura são fundamentais para a sua integração social e conceção do mundo. Conheça alguns dos ideais do Intansa:

A ludoteca assenta no direito que toda a criança tem de brincar. Os materiais didáticos são de todos;

A ludoteca oferece diversão e apresenta um plano anual de atividades com objetivos adaptados à população alvo, tendo por base a literatura e os livros;

O programa anual deve incluir formação e discussão de temas, envolvendo familiares e colaboradores;

Brincar, desenhar, ler e conviver são mecanismos de aprendizagem que despertam todos os sentidos. As atividades propostas estimulam as diversas componentes (sensoriais, motoras, cognitivas, socio-afetivas, entre outras);

A participação da comunidade, na realidade quotidiana hospitalar, através do voluntariado e de uma equipa multidisciplinar, é fundamental, bem como o envolvimento de associações, bibliotecas, escolas e outras instituições;

A ludoteca é um espaço intergeracional e de relação social entre as crianças;

A formação profissional dos educadores de infância é contínua.

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SoCiEDADE

No caso concreto do Hospital Pedi-átrico David Bernardino, a equipa espera, além da requalificação dos espaços recreativos infantis, contri-buir para uma mais rápida recupera-ção das crianças internadas, para o acompanhamento dos pais e promo-ver o relacionamento social e aqui-sição de conhecimentos. A unidade está distribuída por três espaços de recreação que foram cedidos ao In-tasa para criar áreas específicas de leitura, jogo, audiovisual e formação, concebidos de acordo com a faixa etária do público-alvo.

Metas do MilénioMais de 40% da população tem me-nos de 14 anos e a idade média do país ronda os 18 anos. São motivos suficientes para esta organização continuar a aposta na educação destes futuros ‘obreiros’ do país. Ao perceberem que o Índice de Desen-volvimento Humano era tem muito para evoluir, o Intasa dedicou boa parte do seu trabalho à dinamização das bibliotecas nacionais e ao seu alargamento aos hospitais.

Consideram-se agentes da mudan-ça e pretendem instituir as bases da aprendizagem, dando aos mais no-vos os meios necessários para que construam o seu próprio conheci-mento e adquiram competências que irão trazer-lhes uma melhor qualida-de de vida. O plano faz todo o senti-do especialmente quando se fala em jovens de meios desfavorecidos, que apesar das capacidades intelectuais não têm o mesmo acesso às ferra-mentas do conhecimento.

“Reconhecemos que todas as crian-ças angolanas têm o direito à literacia, e que as suas dificuldades financeiras não se podem traduzir em barreiras para uma vida com mais e melhores oportunidades”, explicam os funda-dores do movimento.

A prioridade do Intasa é a criação de centros de leitura inovadores e adaptados, para jovens com idades entre os seis e os 18 anos. Acreditam que com o seu contributo será mais uma pequena ajuda para alcançar os objetivos do milénio: universalizar o ensino primário em ambos os sexos até 2015 e eliminar a disparidade de género em todos os níveis de ensino até 2015.

Quer ser voluntÁrio?O Intasa tem como principal missão a promoção e

formalização de uma rede de voluntariado que apoie e acompanhe as atividades da instituição. Apesar de ter parceiros públicos e privados, são as equipas de

voluntários que materializam os projetos. quem quiser inscrever-se pode fazê-lo em www.muintasa.org

“A requalificação dos espaços do

Hospital Pediátrico Bernardino, em

Luanda, foi o primeiro passo.

Pacientes, familiares e agentes

hospitalares têm uma convivência

mais estreita, graças às ludotecas

hospitalares”

Menina dos olhos do itasaTêm como missão implementar uma cultura de leitura e de procura de co-nhecimento. Para atingir esse fim, o Intasa apostou num programa de ati-vidades lúdico-educativas, cujo pon-to de partida são os livros. A leitura é, segundo a organização filantrópica, o suporte para o de-senvolvimento do potencial huma-no, social e profissional das crianças, aguçando naturalmente o seu espí-rito indagador e as suas competên-cias inatas.

A criação de ludotecas é o grande projeto do Instituto Angolano de So-lidariedade, Artes e Saber. Empenha-dos em contribuir da melhor forma para o futuro da sociedade, os men-tores deste grupo solidário resolve-ram apostar na requalificação dos espaços existentes em hospitais. O Intasa detetou falhas neste domínio e tem-se esforçado por colmatar o deficiente acesso das crianças inter-nadas à literatura.

A requalificação dos espaços exis-tentes no Hospital Pediátrico Ber-nardino, em Luanda, foi o primeiro passo. Uma decisão segura e pon-derada que começa a dar frutos. Pacientes, familiares e agentes hos-pitalares têm atualmente uma con-vivência mais estreita, graças às ludotecas hospitalares. Neste caso, os jovens estão melhor integrados, pois apesar de serem pacientes sen-tem que não deixam de ser crianças e de aproveitar o tempo livre de forma idêntica à dos seus pares.

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SoCiEDADE Patrícia Alves Tavares

—COMBOIOS NO LUENA, UMA REVOLUçãO NO PORTO DE CABINDA E NOVAS PONTES NO HUAMBO. O PROGRAMA DE INVESTIMENTOS PúBLICOS PROSSEGUE A PLENO GÁS UM POUCO POR TODAS AS PROVíNCIAS. AS RECENTES INTERVENçõES NAS INFRAESTRUTURAS qUE SERVEM OS PRINCIPAIS MEIOS DE CIRCULAçãO ABREM UMA NOVA ETAPA NAS TROCAS COMERCIAIS DAS MAIORES REGIõES DO PAíS. ANGOLA ESTÁ CADA VEz MAIS ABERTA AO EXTERIOR.

ProvíNcIASmAIS uNIdAS quE NuNcA

SAbIA quE...A REABILITAçãO DOS CAMINHOS-DE-FERRO DE BENGUELA COMEçOU EM 2008 E FICARÁ CONCLUíDA ESTE ANO. SERãO ASSEGURADAS OS TRAJETOS LOBITO/ BENGUELA E CALENGA/ HUAMBO, FAzENDO LIGAçãO COM A zâMBIA E CONGO. O INVESTIMENTO DESTINA-SE SOBRETUDO A APROXIMAR AS LOCALIDADES DA ÁFRICA AUSTRAL E FACILITAR O ESCOAMENTO DA PRODUçãO PARA O LITORAL.

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É a contagem decrescente para o empre-sariado da região austral do continente. Em agosto, o comboio dos Caminhos-de-Ferro de Benguela (CFB) voltará a percorrer os trilhos do Luena (Moxico). Até ao final do ano, as composições vão chegar ao Luau, na mesma província, as-segurando de forma definitiva a ligação das regiões da fronteira com a Zâmbia. São apenas 30 quilómetros (que serão ativados brevemente), mas cruciais, pois vão permitir a ligação ferroviária com o país vizinho, uma situação que catapul-tará uma série de investimentos nas duas regiões. A consequência da obra é pro-missora: facilitar largamente o trajeto de bens, serviços e pessoas. A par da inter-venção nas vias, a empresa CFB tem in-vestido na aquisição de locomotivas e na execução de ramais. O investimento nes-ta vai irá permitir a circulação de quatro milhões de passageiros e de 20 milhões de toneladas por ano. É um impulso im-portante para as trocas comerciais entre as nações vizinhas e o resto do mundo. Uma alavanca que conta igualmente com a recente entrada em funcionamento do novo porto de Cabinda e que promete dinamizar a economia nacional.

SalooS para navioSde grande porte“Estamos em condições de receber os navios de longo curso”, anunciou o go-vernador de Cabinda, João Baptista, após a chegada do primeiro navio de grande porte à nova ponte cais de Ca-binda. Batizada de Saloos, a infraestru-tura põe termo à dependência do porto de Ponta-Negra, no Namibe. Idealiza-da para apoiar regiões vizinhas como o Congo, a nova ponte reúne as condições necessárias para as manobras de gran-des embarcações, manuseamento das respetivas cargas e circulação de cami-ões. Foram acautelados os meios técni-cos necessários para a receção de navios de grande porte com cargas em conten-tores importadas pelos empresários da província. Na cerimónia de inauguração, os responsáveis pela gestão do espaço destacaram que os custos serão inferio-res aos praticados em Ponta Negra. E foi precisamente desse cais que chegou o primeiro barco, que atracou com 101 con-tentores a bordo de variada mercadoria.

revolução viária no HuamboBoa parte do investimento desencadea-do pelo Programa de Investimentos Pú-blicos está a ser aplicado na reabilitação rodoviária das províncias. Ligar o país é

urgente para este Executivo. No Huam-bo, o principal desejo passa por criar as condições adequadas à circulação entre campo e centros urbanos. Entre estradas secundárias e reabilitação de vias prin-cipais, há que destacar a construção de três pontes definitivas sobre os rios Lu-vulu e Mutuacuva. Até agosto, o municí-pio do Mungo e a comuna de Calussinga, no Bié, ficarão interligados. Esta estrada estava inoperacional há mais de três dé-cadas. Com as novas pontes, finalmente voltará a ser calcorreada por pessoas e a ser o meio privilegiado para as trocas comerciais.

eStradaS na Huíla e CuneneNa Huíla e no Cunene ainda paira no ar o cheiro do alcatrão novo. Já se circula nas estradas de Chiange, na região dos Gambos (Huíla), de Cahama/Tchibem-ba (Cunene e Huíla) e de Cacula/Nego-la, Negola/Caluquembe e Caluquembe/Cusse (Huíla). As recém-inauguradas in-fraestruturas rodoviárias foram aplau-didas euforicamente pelas populações locais, que vêm assim encurtada a dis-tância que separa as vilas do Lubango. A reabilitação de vias terciárias como os troços da estrada nacional número 120, Cacula/Negola/, Negola/Caluquembe ou Caluquembe/Cusse coloca os mora-dores mais próximos dos hospitais e das escolas. O ministro do Urbanismo, Fer-nando da Fonseca, que tem andado num périplo por diversas regiões, inauguran-do vias e estradas complementares, dei-xa agora o apelo aos empresários locais para que se instalem nas circunscrições das aldeias, uma vez que têm as infra-estruturas adequadas para movimentar as suas mercadorias. Comodidade e ra-pidez são as palavras mais ouvidas pelos utilizadores dos novos acessos. Integra-das no Programa de Investimentos Pú-blicos, o problema de circulação entre o município da Cahama, no Cunene e de Lubango, na Huíla, ficou finalmente re-solvido. Atualmente bastam apenas du-as horas para percorrer um trajeto que antigamente demorava cinco horas. Até ao final do ano, o ministro promete re-abilitar a maioria das vias terciárias do país. A meta governamental consiste em impulsionar o crescimento do interior, através de infraestruturas rodoviárias, ferroviárias e portuárias, que facilitem a circulação de pessoas e sobretudo de mercadorias, incentivando os empresá-rios a desmobilizarem da sobrelotada ca-pital e procurar negócios em localidades circundantes.

oPErAçõES PortuÁrIAS

mAIS bArAtAS

O BALANçO PROVISóRIO DA

NOVA PONTE CAIS DE CABINDA É

ANIMADOR. O SALOOS COLOCARÁ UM

PONTO FINAL NOS CONSTRANGIMENTOS

DECORRENTES DAS OPERAçõES PORTUÁRIAS E

ADUANEIRAS DE MERCADORIAS

IMPORTADAS qUE OCORRIAM qUANDO

OS BARCOS ERAM OBRIGADOS A

ATRACAR EM PONTA NEGRA, NA NAMíBIA.

A DIMINUIçãO DOS CUSTOS IRÁ

CERTAMENTE AGILIzAR O

CRESCIMENTO DAS ATIVIDADES DE

CABOTAGEM. TUDO INDICA qUE SERÁ O ESPAçO PREFERIDO

PELAS OPERADORAS NÁUTICAS E EMPRESAS

PETROLíFERAS, DEVIDO à EFICIêNCIA.

PARA BREVE ESTÁ O INíCIO DA CONSTRUçãO DE

UM qUEBRA-MAR E DA DRAGAGEM DE

MANUTENçãO.

45 mil milhõesde Kwanzasusados para reabilitaro troço entre a comunado cuima e o sectordo ngove, no municípioda caála

20 milhões de toneladas por ano vão circular nos troços ferroviárioslobito/ benguelae calenga/ huambo

101 contentores transportados por um navio de grande porteque atracou em saloos,em cabinda

101 metros É a eXtensão da ponde cais de cabinda, que tem 8,5 metrosde profundidade

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INFORMAÇÃO

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Texto Manuela Bártolo e Patrícia Alves TavaresuM DiA CoM… LUíS AzEREDO, MIcROSOfT PORTUgAL

—De olhar tranquilo e sereno, luís azereDo, Diretor Da Divisão De granDes empresas e parceiros Da microsoft portugal, é o anfitrião iDeal - um ‘viciaDo’ em eletrónica que ‘vive nas nuvens’ e gosta. imagine-se! a verDaDe é que ele é a pessoa inDicaDa para nos falar Da evolução tecnológica no segmento Das telecomunicações. só um verDaDeiro apaixonaDo por tecnologia consegue explicar sistemas complexos com simpliciDaDe. numa conversa, que incluiu uma visita às instalações Da empresa no país, o responsável apresenta-nos o novo conceito mlxe e refere o objetivo Da marca De se tornar, caDa vez mais, um ‘trusteD aDvisor’ Dos seus clientes e parceiros, colocanDo a tecnologia ao serviço Dos seus requisitos De negócio e Da socieDaDe.

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INFORMAÇÃO

Comando em terra...

...para ‘vivernaS nuvenS’

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Comando em terra...

...para ‘vivernaS nuvenS’

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O que é O clOud cOmputing?—O cOnceitO de cOmputaçãO em nuvem (em inglês clOud cOmputing) refere-se à utilizaçãO da memória e das capacidades de armazenamentO e cálculO de cOmputadOres e servidOres cOmpartilhadOs e interligadOs pOr meiO da internet, seguindO O princípiO da cOmputaçãO em grade. O armazenamentO de dadOs é feitO em serviçOs que pOderãO ser acessadOs de qualquer lugar dO mundO, a qualquer hOra, nãO havendO necessidade de instalaçãO de prOgramas Ou de armazenar dadOs. O acessO a prOgramas, serviçOs e arquivOs é remOtO, através da internet - daí a alusãO à nuvem. O usO desse mOdelO (ambiente) é cOnsideradO mais viável dO que O usO de unidades físicas. num sistema OperaciOnal dispOnível na internet, a partir de qualquer cOmputadOr e em qualquer lugar, pOde-se ter acessO a infOrmações, arquivOs e prOgramas num sistema únicO e independente de platafOrma. O requisitO mínimO é um cOmputadOr cOmpatível cOm Os recursOs dispOníveis na internet. O pc tOrna-se apenas um chip ligadO à internet

— a “grande nuvem” de cOmputadOres — sendO necessáriOs sOmente

Os dispOsitivOs de entrada (tecladO e ratO) e saída

(mOnitOr).

—Fonte: Wikipédia

qual a origem e objetivos inerentes à criação do Microsoft lisbon experience?Este conceito nasce de uma ne-cessidade de negócio, que radi-ca na estratégia de lançamento de novos produtos, sobretudo na área do consumo. Um setor em que queremos, cada vez mais, marcar uma presença próxima dos clientes, sejam eles consu-midores, grandes, pequenas ou médias empresas. A principal causa desta mudança está, no entanto, relacionada com a for-te vontade da empresa se voltar para o exterior e poder receber os seus parceiros e amigos num espaço tecnologicamente ideali-zado para se trabalhar de forma

eficiente, criativa e produtiva. Estes foram os fatores que

influenciaram a criação do espaço MLXe.

em que se inspiraram para realizar o projeto?

Tivemos em considera-ção alguns princípios ba-

se, como um que já referi e que está intrinsecamente re-

lacionado com a vontade de aber-tura ao exterior. Apesar do peso desse desejo, quisemos também extrair o máximo valor daqui-lo que o próprio país tem para nos oferecer, tanto ao nível das características, como dos mate-

riais que melhor o representam. Assim, quando recebemos as pessoas é óbvio que mostramos a nossa oferta tecnológica, mas em simultâneo podemos apre-sentar o potencial e a qualida-de de outras empresas parceiras portuguesas. Este espaço é, por isso, uma montra, que queremos transformar num importante ‘hub’ internacional, onde possa-mos ter clientes de nível mun-dial. Esperamos atrair as várias subsidiárias da Microsoft e con-vida-las a visitar-nos, fazer reu-niões e trazer novos clientes. Seja do ponto de vista do conceito, do design ou da tecnologia, este es-paço constitui sem dúvida uma importante exposição de apre-sentação de tudo quanto a Mi-crosoft tem de bom no mercado.

Falou há pouco do progresso que promove a implementação deste novo conceito na empresa. o que é que ele tem de diferenciador face ao tradicional? A Microsoft denomina esta forma de estar empresarial como ‘New World of Work’ (o Novo Mundo de Trabalho). Um conceito que conjuga uma forte capacidade de aproveitamento dos espaços ar-quitectónicos, com a necessidade de maximização da tecnologia e a abordagem ao ser humano como um todo, apto a interagir social e profissionalmente. São estes prin-cípios fundamentais que temos aplicado nos vários escritórios da marca em todo o mundo. Em Portugal, levamos o desafio ain-da mais longe porque incluímos a tal questão da portugalidade em todo o edifício e queremos também constituir-nos como um ‘hub’, que nos permita interagir o máximo possível com o exterior.

qual o montante do investimento e quais as expectativas em termos de retorno, não só financeiro, mas também no aumento das parcerias?Os nossos investimentos são sempre projetados com base no que denominamos de business

‘O MLXe terá um investimento total de 20 milhões de euros a 10 anos. O investimento inicial foi de 5,5 milhões de euros’

uM DiA CoM… LUíS AzEREDO, MIcROSOfT PORTUgAL

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case, logo este foi realizado se-gundo essa filosofia. Uma po-lítica da empresa que consiste em princípios bem definidos, nomeadamente no que respeita aos custos de controlo no final, o que não simboliza que não ha-ja um investimento inicial que é depois diluído durante a fase seguinte. O MLXe terá um inves-timento total de 20 milhões de euros a 10 anos, que correspon-de exclusivamente aos custos de mudança, à renda e aos investi-mentos fixos previstos para esse período. O investimento inicial foi de 5,5 milhões de euros.

considera que com este projeto há uma nova orientação de comunicação da marca?Sim, nitidamente. Dentro do pró-prio edifício criamos uma brand experience, ou seja, construímos valor através da experiência da marca. O piso 0 é o mais direcio-nado para o exterior, pelo que procuramos criar uma infraes-trutura que a nível tecnológico irá evoluir ao longo do tempo, permitindo aos nossos parceiros apresentar as suas novidades e soluções. Fazendo uma analogia simples, a Microsoft é uma em-presa que constrói cimento, não faz casas. É óbvio que apresen-tar cimento não é muito apela-tivo, bonito é mostrar o produto

acabado. Desse ponto de vista a infraestrutura que criamos per-mite mostrar não só o cimento, como a casa, ou seja o valor e a beleza do produto final. Nesse aspeto a Lisbon Experience é um projeto em constante mudança e evolução, quer pela mostra de novas tecnologias ao mercado, quer pela apresentação de ideias e ações realizadas em conjun-to com os nossos clientes e par-ceiros. Queremos que possam com a tecnologia da Microsoft construir e lançar para o merca-do novos produtos. Pode ser um sistema para a área da saúde, um entretenimento especial ou apli-cações para a televisão, o impor-tante é inovar.

micrOsOft lisbOn experience

A primeirA ‘hub’ internAciOnAl dA eurOpA

—O principal ObjetivO dO prOjetO mlXe - micrOsOft lisbOn eXperience - é tOrnar-se um

incOntOrnável ‘hub’ internaciOnal de atraçãO de reuniões/eventOs e captaçãO de investimentO para a ‘micrOsOft-mãe’. O espaçO fOi prOjetadO para se tOrnar uma mOntra

tecnOlógica única, capaz da criaçãO e prOmOçãO de um labOratóriO ‘vivO’ de tecnOlOgias, inseridO num cOnteXtO de prOdutividade, cOmunicaçãO e cOlabOraçãO, que, até à data, só era pOssível vivenciar na sede internaciOnal da empresa. paralelamente, O espaçO

pretende servir cOmO centrO de fOrmaçãO, aprendizagem e teste de nOvas tecnOlOgias para as empresas e Organizações públicas e privadas dO país. numa clara abertura e desafiO à sOciedade, a micrOsOft Oferece aOs seus parceirOs mundiais um impOrtante

labOratóriO eurOpeu de demOnstraçãO de tecnOlOgias e simulaçãO de cenáriOs empresariais para clientes, cOm fOrça de vendas e equipas técnicas especializadas.

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este conceito representa também um novo posicionamento da empresa?O MLXe é acima de tudo uma montra para os nossos parceiros de negócio, que têm neste espa-ço a oportunidade de expor em conjunto connosco. Podemos dizer que somos uma espécie de museu. O que construímos é o acervo, assente numa tecnolo-gia da marca que está em contí-nua mudança. Temos produtos acabados nossos e dos parceiros presentes em exposições fixas ou temporárias.

têm o objetivo de alargar a tecnologia a outras necessidades do mercado? qual o desenvolvimento que esperam vir a ter na europa?Do ponto de vista do crescimen-to, os objetivos são muito mais de negócio e apoio a Portugal e restantes países. Para além des-tes dois, queremos fazer com que os nossos parceiros cresçam porque o nosso negócio assenta sobretudo no crescimento deles. Se eles não tiverem um bom pro-duto acabado também não con-seguimos crescer.

que tipo de parceiros esperam captar?A nossa prioridade é o cloud computing. É esse projeto que estamos a desenvolver a nível empresarial e para o qual já te-mos um conjunto de parceiros, que tencionamos projetar inter-nacionalmente. Essa é a princi-pal área que iremos potenciar no país. A outra diz respeito ao setor do consumo, ou seja, a to-das as ações que estamos a rea-lizar ao nível dos novos devices, como o Windows 8 ou os smar-tphones. Aliás, essa é uma área de forte aposta, uma vez que nos permite mostrar toda a tecnolo-gia e fomentar parcerias não só com os fabricantes de hardware, mas também com as empresas que constroem aplicações. Que-remos, sobretudo, desenvolver um ecossistema de aplicações. É importante que as empresas percebam, por exemplo, que no âmbito do Windows 8, no mo-mento em que este é lançado, há todo um market place (merca-

do) mundial que funciona como uma grande montra para todos os que desenvolvem aplicações em conjunto com a marca. Au-tomaticamente usufruem dessa exposição. Por outro lado, captar atenção para aquela que é a base instalada da tecnologia no país é fenomenal. Qualquer empresa, seja angolana ou portuguesa, pe-quena ou grande, pode aprovei-tar essa montra para multiplicar as suas ideais, ações e projetos, algo que queremos definitiva-mente potenciar no MLXe. Uma terceira área importante para a Microsoft é a da televisão e entre-tenimento, onde estamos a reali-zar alguns projetos importantes e para a qual queremos amplifi-car parcerias. Cooperamos com a Portugal Telecom no canal Meo e é nosso intuito estendê-la o má-ximo possível até outras regiões. No setor da televisão temos o tal cimento e fizemos com a PT o de-senvolvimento do negócio que é inovador. O conjunto dessas duas ações permite à PT e à Microsoft apresentarem-se como empresas capazes de ajudar outras entida-des a desenvolver um serviço do género ao nível tecnológico e de negócio, pois sabemos como se implementa e quais os serviços adicionais que compensa ter.

Virtual...mas pouco!

—A Kinect pArA A XBOX 360 é A mAis recente tecnOlOgiA lAnçAdA

pelA micrOsOft que veiO revOluciOnAr O entretenimentO.

este sensOr recOnhece 19 pOntOs dO cOrpO humAnO, O

que permite AOs jOgAdOres mAiOr liBerdAde, dAndO-lhes A

sensAçãO de se mOvimentArem cOmO se estivessem ‘dentrO dO

jOgO’, AO dispensAr cOmAndOs e OutrOs dispOsitivOs. A mArcA

dispOniBilizOu recentemente O sensOr pArA ser cOntrOlAdO

pOr pc’s WindOWs, Bem cOmO O códigO dO prOdutO, O que

permite A OutrAs empresAs incOrpOrAr estA tecnOlOgiA de

recOnhecimentO de mOvimentOs AOs seus própriOs prOdutOs.

estA nOvidAde prOmOve A suA AplicAçãO em cenáriOs e

cOnteXtOs distintOs dO entretenimentO, mAs muitOs úteis,

cOmO A sAúde, educAçãO Ou indústriA.

sensor O sensOr Kinect é cOmpOstO pOr umA câmArA pOlicrOmáticA e

um prOjetOr de infrAvermelhOs. segundO A micrOsOft, este

sensOr permite AO Kinect ver A três dimensões, sejAm quAis

fOrem As cOndições de luminOsidAde. O sensOr mOvimentA-

se pArA pOder vAlidAr A AlturA de tOdOs Os pArticipAntes,

desde criAnçAs A AdultOs. O sistemA cAptA Até seis pessOAs,

incluindO dOis jOgAdOres AtivOs, detetA Até 20 pOntOs pOr

cAdA jOgAdOr AtivO e cOnsegue mApeAr Os jOgAdOres AtivOs

AOs seus AvAtArs.

‘É importante que as empresas percebam que quando lançamos um produto há todo um market place (mercado) mundial que funciona como uma grande montra para todos os que desenvolvem aplicações em conjunto com a marca’

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raiO Xde AngOlA pArA O mundOluís azeredO nasceu e cresceu em angOla. defensOr da multiculturalidade, é um hOmem marcadO pOr uma visãO glObal dO mundO. há 20 anOs na micrOsOft, esperava quandO entrOu sair três a quatrO anOs depOis. a verdade é que passadO tOdO este tempO, a ‘quantidade de desafiOs diferentes’ fez cOm resistisse. Os seus víciOs sãO....eletrónicOs, sObretudO O da música, que O acOmpanha sempre. há sete anOs que O seu cOnsumO é feitO eXclusivamente de fOrma digital. de restO, admite ‘há um cOnjuntO de atividades que só faz Online, desde cOmpras, pagamentOs de impOstOs Ou transações bancárias. ‘sOu um cOnsumidOr eXperimentalista. até a cOncOrrência eXperimentO e cOmparO, mas cOnfessO que sOu ‘religiOsO’ quantO à sua atualizaçãO efetiva’, ri-se. hOmem de cOnvicções, acredita que O futurO da humanidade será frutO de uma integraçãO cOm as máquinas. ‘a evOluçãO que estamOs a ver da tecnOlOgia vai ser, cada vez mais, na nOssa vida e em nós própriOs. algO que já perceciOnamOs hOje e que nãO admitimOs Ou nãO queremOs pensar’. questiOnadO sObre O que pensa a esse respeitO é peremtóriO: ‘acreditO que há funções dO hOmem impOssíveis de substituir, sObretudO a individualidade e capacidade de pensar de determinada maneira. a esse nível ainda estamOs muitO distantes de ter um big brOther Ou de alguém que cOnsiga fazer alguma cOisa desse génerO’. felizmente.

na sua opinião, quais são as grandes tendências de futuro? assistimos a um mercado global com, cada vez mais, empresas a apostarem na customização. essa é também a vossa estratégia?É óbvio que não nos podemos esquecer que estamos num mer-cado global e que queremos que

aquilo que fazemos tenha um impacto o mais alargado possí-vel. No entanto, devemos tam-bém ter em atenção aquelas que são as necessidades locais e o que é importante para as pessoas de determinada região, cidade e até mesmo casa ter ao seu alcance. Acredito, por isso, que a tendên-cia é aproveitar as boas oportuni-dades comuns a todos e dar-lhes

a capacidade de poder usufruir de soluções individuais, de gru-po ou de uma cidade. Neste ape-to, penso que há um mundo por explorar, uma vez que já há tra-balho realizado, mas também muitas oportunidades.

essa viragem da marca para o mundo representa uma maior aposta da empresa em alguns países em particular, como é o caso dos PaloP?É óbvio que esses países são sem-pre especiais para a Microsoft Portugal; não só falam a mesma língua, como também os laços que nos une são muito maiores. Por essas duas razões, acredito que esses sejam os países que quererão interagir mais con-nosco e que poderão visitar-nos com mais frequência. A questão da língua facilita a apresentação da empresa e dos seus produtos. Contudo, temos tido reuniões com clientes de outras regiões, nomeadamente da Europa.

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Gostamos de estar em todos os países que estejam sintonizados nesse modo de pensar. Quere-mos e achamos que Angola tem essa oportunidade.

apesar de reportarem à áfrica do sul, há uma tendência dos angolanos recorrerem mais à Microsoft Portugal por causa da língua?Não temos nenhum tipo de rela-ção hierárquica, nem comercial. Aquilo que fazemos em Portugal em conjunto com a Microsoft An-gola é assente numa política de cooperação. Alguns clientes são comuns e trabalhamos em con-junto. No entanto, são mercados completamente independentes, que têm as suas próprias estra-tégias delineadas e com os quais temos uma grande interajuda, no sentido de percebermos que existe o potencial de ajudá-los nas mais variadas vertentes pela questão da língua. Ajudamos es-sencialmente as empresas portu-guesas e angolanas a mostrarem aquilo que valem para poderem amplificar a sua atuação em qual-quer país.

a cooperação é realizada através da partilha de ideias ou há também colaboração no apoio a projetos de formação de recursos humanos e transmissão de conhecimento?A esse nível, Portugal está mais distante porque a Microsoft An-gola já tem uma estrutura especí-fica no país que pode prestar esse tipo de apoio. Estamos abertos a essa interação, mas ainda não o fizemos. Existe uma autonomia completa e estruturas em terri-tório angolano, mas não há nada em concreto a esse respeito. Mais uma vez aqui foco a importância da língua e o seu aproveitamento em benefício de todos. Dispomos de uma infraestrutura naquela que é a implementação da Micro-soft na região africana, pelo que estamos totalmente disponíveis a este tipo de cooperação. Se existi-rem necessidades podem utilizar as nossas instalações, para que ha-ja maior transmissão de conhe-cimento junto de parceiros ou clientes angolanos. Temos acom-panhado o país à distância.

A micrOsOft pOrtugAl tem...

—cerca de quAtrO mil pArceirOs que pOdem visitar e utilizar O mlXe para

aprender, demOnstrar e usar a mais recente tecnOlOgia da empresa;

cerca de 200 instituições de sOlidAriedAde sOciAl a quem dispOnibiliza gratuitamente O seu sOftWare;

mais de 350 stArt-ups tecnOlógicAs, que ajudOu a criar desde 2008 e a quem dispOnibilizOu tecnOlOgia gratuitamente, que pOdem inspirar-se agOra nO mlXe

para cOntinuar a desenvOlver Os seus negóciOs tecnOlógicOs;

95 mil prOfessOres e AlunOs universitáriOs, que usam O seu sOftWare, sem custOs, aO abrigO dO prOgrama dreamspark e que pOdem ver nO mlXe a materializaçãO de muitOs dOs cOnceitOs e tecnOlOgias que aprendem nas

universidades;

cem mil técnicOs de desenvOlvimentO de sOftwAre, que usam as ferramentas de desenvOlvimentO e prOduçãO de cOnteúdO micrOsOft para

criarem prOgramas de sOftWare e Web.

Já receberam uma comitiva angolana neste espaço. qual foi o feedback?Foi extraordinário. Tivemos um feedback muito bom, sobretudo por dois motivos: primeiro, por-que gostaram da forma como fo-ram recebidos e segundo, porque tiveram interesse em perceber e conhecer os projetos da Micro-soft para a sua língua-natal.

angola tem um ritmo de crescimento diferente, com dissonâncias tecnológicas muito fortes. como encara o desafio e abordagem a este país?Fazendo uma outra analogia, diria que não vou considerar Angola co-mo uma start-up, mas sim como um país com a força e capacidade do ponto de vista de investimento ideal para gerar riqueza e desen-

volvimento. O país tem a capaci-dade de curto-circuitar muitos passos e de fazer bem logo de iní-cio, ou seja, está habilitado a fazer a passagem imediata para qualquer tecnologia sem necessariamente realizar um conjunto de procedi-mentos anteriores, como dita a lógica. As empresas angolanas de-vem aproveitar as últimas ideias que estão a surgir no mercado e desenvolvê-las, com o objetivo de serem as mais avançadas logo no arranque. Penso que Angola tem a possibilidade de o fazer.

é essa a estratégia da Microsoft para o país?A estratégia que está a ser segui-da é a de aproveitar e estimular essas atividades. Somos uma em-presa que se baseia no conceito de inovação e que quer ultrapas-sar barreiras em tudo o que faz.

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‘Temos uma nova

orientação de comunicação

para o mercado.

Quisemos criar neste espaço

uma brand experience,

ou seja, construímos

valor através da experiência

da marca’

línguA pOrtuguesA é ApOstA—O mldc - micrOsOft language develOpment center - é O primeirO centrO de investigaçãO criadO pela micrOsOft (fOra de redmOnd) dedicadO a desenvOlvimentOs-chave na área da linguagem natural e dO recOnhecimentO e síntese de fala. à criaçãO deste espaçO, em lisbOa, nãO é alheiO O factO dO pOrtuguês ser uma das línguas mais faladas em tOdO mundO. cOm cerca de 235 milhões de falantes, esta é a língua Oficial de nOve estadOs independentes - angOla, brasil, cabO verde, guiné bissau, mOçambique, pOrtugal, sãO tOmé e príncipe e timOr. também a situaçãO pOlítica estável de pOrtugal, bem cOmO a sua ligaçãO estratégica à uniãO eurOpeia cOntribuíram para a sua criaçãO.

a empresa prOcura sempre enraizar-se em países que pOssuem uma cOmunidade académica e empresarial empreendedOra, cOmO é O casO pOrtuguês. cOm este centrO, a micrOsOft prOmOve a i&d em tecnOlOgias de fala e de prOcessamentO da língua pOrtuguesa, recOnhecida internaciOnalmente. para O efeitO, cOntOu cOm O apOiO de lOngO termO (mais de dez anOs) dO gOvernO lusO a esta áreas. fatOres determinantes para a realizaçãO dO investimentO. a fundaçãO dO mldc teve também em cOnsideraçãO a necessidade, cada vez mais, sentida pela empresa de eXpandir O númerO de centrOs de desenvOlvimentO de sOftWare assOciadOs aOs grupOs de desenvOlvimentO de prOdutO fOra dOs estadOs unidOs.

cOm esta eXpansãO, a micrOsOft prOpOrciOna um acessO mais diretO aO talentO eXistente, nOmeadamente na eurOpa e em pOrtugal, das áreas da engenharia infOrmática, das ciências da cOmutaçãO e de linguística, que a cOmpanhia tantO precisa para investigar, desenvOlver e melhOrar Os seus prOdutOs. pOr OutrO ladO, nO casO pOrtuguês, através das ligações privilegiadas cOm a investigaçãO académica em tecnOlOgias de fala e linguística e ainda das ligações estreitas cOm Os parceirOs instituciOnais públicOs e privadOs da micrOsOft, tem-se tOrnadO pOssível O desenvOlvimentO lOcal da língua pOrtuguesa falada e a sua incOrpOraçãO nOs prOdutOs da empresa, bem cOmO de funciOnalidades que satisfazem especificamente O mercadO lusófOnO, em geral, e O pOrtuguês, em particular.

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uM DiA CoM… LUíS AzEREDO, MIcROSOfT PORTUgAL

quAndO trAbAlhAr é...experimentAr e viver nOvO—Já imaginou como seria trabalhar num espaço onde lhe é dada total liberdade de expressão e movimento? Onde existem divãs para partilhar, tabuleiros de xadrez para ganhar e ‘salas de brainstorming’ para criar? Sem secretárias fixas ou hierarquias inacessíveis? Se nunca imaginou, esta notícia é para si! A Microsoft fundou um novo conceito de trabalho baseado numa interação inovadora de pessoas, tempo e espaço. Assente no melhor que a tecnologia tem para oferecer, os escritórios da empresa em Lisboa são, antes de tudo, incubadores de sonhos e ideias. Convencidos que a produtividade da organização depende da capacidade de alcançar níveis ímpares de motivação, a MLXe tornou-se uma montra viva de observação e inspiração de conceitos aberta a todos. O objetivo é simples: colocar a tecnologia ao serviço da inovação, da eficiência e da competitividade. Senão vejamos:

d A organização é centrada nas pessoas e na procura de processos capazes de as tornar mais produtivas, respeitando os seus ritmos biológicos, o contexto geo-espacial da sua esfera pessoal/privada e a conciliação casa/trabalho;

d A MLXe é um espaço que vive de tecnologia, respira tecnologia e onde a tecnologia é colocada ao serviço da produtividade. 90% das pessoas que trabalham nestes escritórios usam 100% de tecnologias móveis (laptop, telefone, móvel, tablet, acesso à rede wireless, videoconferência, etc). As aplicações e ferramentas de produtividade e colaboração estão na cloud e são baseadas em sistemas de comunicação por voz, dados e vídeo, assentes na web e acessíveis via browser;

d Este é também um espaço livre de papel, onde 90% dos colaboradores não tem lugar fixo atribuído, podendo circular entre ‘vizinhanças’ onde ‘moram’ outras áreas funcionais, leia-se departamentos. Para isso tem a política em vigor de ‘clean desk’, ou seja, cada colaborador possui um cacifo individual onde pode guardar os seus objetos pessoais, devendo as mesas permanecer limpas;

d A empresa é gerida pelos próprios colaboradores através de uma aplicação móvel (Windows Phone App ou Windows 8 App) através da qual podem localizar ‘vizinhanças’ funcionais ou gerir a marcação das salas de reuniões p.e. Toda a operação assenta num modelo cloud computing;

d Na MLXe coexiste um laboratório imersivo de tecnologias empresariais com uma ampla zona de demonstração de tecnologias de grande consumo, dirigida ao cidadão comum, bem como um centro de investigação e desenvolvimento em tecnologias de reconhecimento de fala e síntese de texto e um centro europeu de suporte telefónico que opera em todo a Europa. Convencido?! Só falta visitar ou quem sabe tentar a sua sorte num dos estágios que a empresa disponibiliza.

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rer ‘cavalgar’ assim que existam infraestruturas para além da província de Luanda. No nosso negócio é fundamental existir essa capacidade, sobretudo ao ní-vel das infraestruturas de teleco-municações que são sem dúvida, hoje em dia, uma pedra basilar para o nosso negócio prosperar. Não quer dizer que não progri-da de outras maneiras porque é sempre possível levar um tablet ou um smartphone, mas atual-mente todas estas ferramentas são muito menos eficazes se não estiverem ligadas. Outra questão urgente para o país é o melhora-mento das condições da popu-lação e um maior investimento na formação dos cidadãos face a um potencial crescimento do nível médio de literacia. Estes são fatores importantes a ter e a abraçar no país, uma vez que a Microsoft é uma empresa apai-xonada por educação. Estamos disponíveis para fazer em Ango-la as mesmas ações e iniciativas que realizamos em Portugal. Se o país quiser partilhar da nossa experiência, podemos ajudá-lo a desenvolver programas edu-

nOs 6369 m2 dA mlxe há…

106 salas de reunião

78 internas e 28 externas

50 para brainstorming e produção de ideias

18 para telecomunicação

1 centro de briefing tecnológico

1 centro de demonstração de tecnologias de consumo

1 centro de investigação e desenvolvimento

1 centro de suporte técnico europeu sedeado em Lisboa

que negócios esperam vir a fazer no país?Como disse, não temos responsa-bilidade direta pelo negócio. O nosso posicionamento principal é o de cooperação com a congé-nere e amiga Microsoft Angola. Uma subsidiária recente, que do ponto de vista tecnológico consi-deramos que possa vir a ter um bom volume de negócio. Há, portanto, uma grande expecta-tiva em relação ao seu desenvol-vimento. Qualquer negócio ou empresa angolana que prospe-re é bom para nós e para o país, uma vez que o valor que traze-mos agregado tem efeitos cola-terais. Nesse sentido, temos sem dúvida a preocupação de alar-gar a todo o país, de uma forma que seja economicamente viá-vel. Não podemos, contudo, es-quecer que muitos dos serviços e do software que temos e da evo-lução que antevemos para essa tecnologia é muito cloud based, o que implica que exista toda uma infraestrutura de telecomu-nicações no país. Não podemos ser nós a ‘montar’, mas seremos com certeza nós que iremos que-

‘O ‘New World of Work’ (o Novo Mundo de Trabalho) é um conceito que conjuga uma forte capacidade de aproveitamento dos espaços arquitectónicos, com a necessidade de maximização da tecnologia e a abordagem ao ser humano como um todo, apto a interagir social e profissionalmente’

Os númerOs xl dA lxe

580 m2 de smart glass

40 kms de cabos de telecomunicações

1096 m2 de espaço para reuniões internas

1500 m2 de espaço para reuniões externas

425 m2 de mostra de tecnologia

A Certificação energética

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uM DiA CoM… LUíS AzEREDO, MIcROSOfT PORTUgAL

cativos que apoiam a diminui-ção da literacia, em particular a digital. A extinção desse desco-nhecimento permite às pessoas aprender e usar melhor as no-vas tecnologias, tirando partido das vantagens que proporciona. Mais uma vez Angola pode saltar alguns passos.

Para além da educação, a empresa tem outras preocupações sociais?A responsabilidade social é uma aposta da Microsoft. Em Portu-gal, temos estado muito atentos a esta questão e vamos continu-ar agora com um papel, cada vez maior, ao nível de Angola, Mo-çambique ou outros países que têm maior afinidade com este. O objetivo é percebermos como é que podem aproveitar aquilo que já desbravamos. Estamos um pouco mais à frente e queremos ajudar nesse sentido, mas tam-bém desejamos aprender por-que temos bem presente que há projetos dos nossos potenciais parceiros que vamos querer in-corporar e trazer esse benefício para Portugal.

uma das formas de apoiar essa interação é promover estágios. há essa possibilidade?Há abertura. Diria até melhor: neste momento temos total aber-tura. Fazêmo-lo através de pes-quisa junto das universidades

nacionais, que são obviamente frequentadas por pessoas de ou-tras nacionalidades, muitas de-las oriundas de países de língua oficial portuguesa. Estamos atu-almente ativamente a fazê-lo. Nos PALOP ainda não se estão a produzir as competências neces-sárias para conseguirmos absor-ver aqui na empresa. O Brasil já tem, por exemplo, licenciaturas fantásticas nesta área, o mesmo não se passa infelizmente nou-tros países. Estamos à procura de jovens estagiários que tenham na Microsoft a sua primeira ex-periência para continuarmos a apostar na questão da multicul-turalidade. Um dos pontos prin-cipais não só no estágio, mas também na contratação de pes-soas, é precisamente termos o máximo possível de diversidade de género e de cultura. É ela que nos traz valor adicional, ideias e perspetivas diferentes e que nos faz avançar, razão pela qual es-tamos sempre muito atentos ao que fazemos seguindo esta filo-sofia. Para a marca é muito im-portante haver essa capacidade e diversidade.

sAbiA que...NOS úLTiMOS 10 ANOS, A MiCrOSOfT fOi CONSECuTivAMENTE CONSidErAdA umA dAs 3 melhOres empresAs pArA trAbAlhAr EM POrTugAL E 2 vEzES A MELhOr SubSidiáriA dA EMPrESA EM TOdO O MuNdO.

‘Estamos à procura de jovens que tenham na Microsoft a sua primeira experiência para continuarmos a apostar na questão da multiculturalidade. Somos uma empresa apaixonada por educação’

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FotorEPortAgEM Texto Patrícia Alves Tavares | Fotografia Escola Portuguesa de Luanda

Arte nA escolA—

QUADROS, ESCULTURAS E CERâMICAS. SÃO 34 PEÇAS DE ARTE CONCEBIDAS E IDEALIzADAS POR ARTISTAS APARENTEMENTE INExPERIENTES. QUEM VISITOU A ExPOSIÇÃO “ARTE NA ESCOLA 2”, EM

LUANDA, ESTARIA LONGE DE IMAGINAR QUE AS OBRAS COLORIDAS E REVELADORES DE GRANDE PODER CRIATIVO ERAM RESULTADO DA CAPACIDADE TéCNICA DE CRIANÇAS E JOVENS QUE FREQUENTAM A

ESCOLA PORTUGUESA DE LUANDA. TENDO COMO PONTO DE PARTIDA A CELEBRAÇÃO DO DIA DE PORTUGAL, A MOSTRA DEU UM ‘CHEIRINHO’ DAQUILO QUE é A CULTURA LUSA. OS MATERIAIS USADOS, COMO PINTURA A óLEO, PASTEL SECO E DE óLEO, TéCNICAS ESPECíFICAS DE CERâMICA E PAPEL MACHé, ASSEMELHAM-SE AOS RECURSOS DE QUE SE VALEM OS GRANDES ARTISTAS. PARA QUEM PERDEU A ExPOSIÇÃO, A ANGOLA’IN DEIxA NESTA EDIÇÃO UMA MEMóRIA FOTOGRáFICA DAS CRIAÇõES DESTAS CRIANÇAS, QUE REVELAM OS

SEUS DOTES PARA AS ARTES PLáSTICAS.

g“CARDUME”,técnica de papel maché.Trabalho realizado pelos alunos do 5º ano de escolariedade,na disciplina de educação visual e técnológica

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painel com pintura de azulejos sobre

“REGISTOS HISTóRICOS E CULTURAIS”.Trabalho realizado pelos alunos do 6º ano,na disciplina de educação visual e técnológica.

h

a“MENINOS DE TODOO MUNDO”,desenho, pintura e colagemem tecido, realizadospelos alunos do pré-escolar

a“A FUGA”,peça tridimensional que representa a relação entre o homem e o espaço que o rodeia. Trabalho executado em rede de arame, pelos alunos do 11º ano, na disciplina de desenho A

g“ESTUDO DO NU”, estudo baseado na obra de amadeo souza cardoso, etude du nu” 1912.Técnica mista de tinta da china com pastel seco. trabalho realizado pelos alunos do 12º ano, na disciplina de desenho A

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FotorEPortAgEM

e“PAMELLY”,

escultura feita com a reutilização de materiais. Trabalho realizado pelos alunos do 12º ano, na disciplina de

oficina de artes

d“AUTO-RETRATO”, desenho e pintura a pastel seco. Trabalhos realizados pelos alunos do 12º ano, na disciplina de oficina de artes

g“MENINOS DE TODO O MUNDO”,

desenho, pintura e colagem em tecido, realizados pelos alunos do pré-escolar

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a“O PENSADOR”

estudo do corpo humano com carvão e caril. Trabalho realizado pelos alunos do 11º ano,

na disciplina de desenho A

e“TRIBUTO A VINCENT VAN GOGH”,

pinturas a acrílico e a óleo. Trabalhos realizados pelos alunos do 9º ano, na disciplina de educação visual

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Patrícia Alves TavaresArQuitEturA&ConStruÇÃo

a vIda duplado contentorCasas pré-fabricadas são obra do passado. O setor da construção está a mudar e os edifícios modulares são a técnica da moda. Contudo, há um novo material que está a revolucionar o mercado:o contentor. Hoje em dia é possível construir uma casa ou um escritório a partir de um contentor velho. E desengane-se quem pensa que latão e comodidade não combinam. Descubra como é possível aliar conforto, segurança e… contentores.

À lupAcontAiner solutionFundação: 2006Funcionários: 32Faturação em 2011: 4,8 milhões de dólaresPreço do contentor: 850 dólares m2

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Quando um arquiteto francês resolveu apro-veitar contentores usados para construir a sua casa de sonho, muitos pensaram que tinha en-louquecido. Qualquer leitor poderá associar o velho latão usado para transportar merca-dorias, desgastado e maltratado nas viagens às madeiras pouco fiáveis que antigamente eram aplicadas nas casas pré-fabricadas. Ter uma casa modular já não é um estigma. Para a maioria é sinal de escolha inteligente. São mais baratas, de instalação rápida e com dura-bilidade idêntica à construção tradicional. O mesmo se aplica aos contentores. Estes módu-los de latão têm tudo para conquistar o públi-co. Retomando a história do arquiteto francês, com oito contentores (previamente equipados com isolamento térmico e acústico) o visioná-rio ergueu uma luxuosa casa de 240 metros quadrados, com dois andares. A obra pode ser apreciada em Lille, no norte de França, e foi montada em apenas três dias. O tempo su-ficiente para ‘desenhar’ uma sala de estar, co-zinha, três quartos, duas casas de banho, um escritório, um quarto para visitas, lavandaria e garagem. O pensamento sustentável deu corpo a uma casa mais eficiente, mais barata e com durabilidade mínima de 20 anos.Arrojada e ecológica. A moda dos contentores veio para ficar. A Europa há muito que ficou rendida à nova modalidade de construção e África segue os mesmos passos. Os france-ses descobriram a técnica em 2009, quando a crise, nomeadamente do setor imobiliário, estagnou a construção civil. A solução barata começou a conquistar a população francófona, que viu nas casas erguidas com contentores uma forma de adquirir habitação permanen-te a um custo mais acessível. Em Cabo Verde, por exemplo, a reciclagem de contentores em fim de vida tem sido proposta para colmatar o défice habitacional.

oferta dIversIfIcadaCafetarias, escritórios, balneários, estaleiros, caravanas, moradias ou lojas comerciais. É possível encontrar de tudo um pouco na ofer-ta da Container Solution. A primeira empresa nacional especializada em construção com contentores labora desde 2006 e o sucesso das suas vendas indica que esta moda veio para fi-car. A empresa pegou numa fórmula que teve sucesso na Europa e América e adaptou-a ao contexto nacional. O que não foi difícil. En-quanto país importador, Angola tem matéria-prima em abundância. Nas zonas portuárias proliferam contentores marítimos abandona-dos, que não regressam aos países de origem.

Romualdo Lucena, diretor da Container Solu-tion, resolveu aproveitar os objetos que acaba-riam no lixo e cuja degradação teria impactos ambientais negativos e deu-lhes nova vida. Um escritório com casa de banho e ar condi-cionado fica por 850 dólares por metro qua-drado. Na construção tradicional, oscilaria entre os 1400 e 1500 dólares por metro qua-drado. Aliás, as construtoras são os principais clientes desta ideia, que procuram escritórios, armazéns, portarias e casas para seguranças. As mais-valias são mais que muitas. Rapidez de execução (entre uma semana a dez dias), mobilidade (especialmente para habitações temporárias), sustentabilidade (em voga nos domínios da arquitetura e design) e eficiên-cia ambiental (a maioria é composta por pai-néis solares, lâmpadas LED, etc.), durabilidade (mínimo de 20 anos) e conforto (os contento-res são revestidos a lã de rocha, que absorve o calor e o ruído). Para quem procura uma mo-radia e obviamente tem outras exigências, a Container Solution tem capacidade para su-perar as expectativas. O cliente pode perso-nalizar a casa, pois a empresa não produz em stock, mas por encomenda e tendo em consi-deração as preferências do comprador. Os do-nos do empreendimento também deixam de gastar dinheiro com materiais de construção e reduzem os custos com a obra, já que a estru-tura já está pronta, basta adaptá-la. Pode ainda optar pela compra do contentor transformado ou adquirir a construção da infraestrutura on-de este assentará. A empresa está apta a prepa-rar o terreno e é responsável pela alvenaria e instalação do depósito de água, caso o cliente assim entenda. A MF/PV é outra das constru-toras que se dedica à transformação de conten-tores. A promotora imobiliária começou por comprá-los à Container Solutions, mas hoje já dispõe de stock próprio e tem duas fábricas de betão, em Talatona, Luanda. Apresenta igual-mente soluções distintas, desde escritórios a portarias e casas para os seguranças.

solução em cabo verde O Partido do Trabalho e da Solidariedade (PTS) levou a proposta ao Executivo cabo-verdiano. Com o intuito de “colmatar o défice habitat na ilha de São Vicente”, o partido po-lítico da oposição pegou nos casos de sucesso de reciclagem de contentores e sugeriu esta solução para resolver a necessidade de quatro mil casas, uma vez que o programa do Gover-no cabo-verdiano apenas consegue construir 850 fogos. “São Vicente é uma ilha portuária e recebe contentores de última viagem que são

destinados à sucata, mas que podem ser reci-clados e transformados em habitações econó-micas, ecológicas e de longa duração”, afirmou João do Rosário, líder do PTS, à imprensa local. Esta aposta permitiria a aquisição de casas mo-dernas, com painéis solares (logo, mais ami-gas do ambiente), soalho revestido de madeira e material isotérmico. O preço também é um motivo extra para este investimento. O baixo custo coloca-as acessíveis aos mais desfavore-cidos e dinamizaria as indústrias a jusante da construção, criando postos de trabalho.

cIdades de contentoresA Urban Space Management é um projeto ame-ricano que pretende desenvolver autênticas cidades de contentores. A empresa criou um sistema de construção modular que tem como material base os contentores. A partir destes, pode-se desenvolver escritórios, lojas ou apar-tamentos, com acomodações confortáveis. Para impressionar os futuros clientes, o orga-nismo quer construir uma pequena cidade com módulos de contentores velhos, que são reciclados e podem ser modificados ao longo dos anos. O design e a segurança são assegura-dos pelo fabricante. Mobilidade, durabilidade, redução de custos (especialmente nos mate-riais e no transporte) e soluções sustentáveis são algumas das vantagens dos contentores face à construção tradicional. Contudo, nem todos os climas são propícios para este tipo de material. Nesse caso, há que apostar num siste-ma de aquecimento mais eficiente.

é o preço do contentor básicoé A durAbilidAde médiAdestA construção 12 mil USD20 anoS

stArbucks tAmbém AderiuFoi a 13 de dezembro do ano passado que a conhecida cadeia mundial inaugurou uma loja feita de contentores. O novo modelo de café inclui um “drive thru”. A empresa espera reduzir a sua pegada ecológicaonde encontrAr cAsAs feitAs com contentores?www.containercity.com

‘o pensamento sustentável deu corpo a uma casa mais eficiente, mais barata e com durabilidade mínima de 20 anos’

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ArQuitEturA&ConStruÇÃo Patrícia Alves Tavares

ArchDaily premeia portugueses—Três projetos lusos venceram o prémio internacional “Edifício do Ano 2011”, um galardão atribuído pelo site de arquitetura ArchDaily. A Capela da Vida, em Braga, a MIMA House, em Viana do Castelo e a sede da Associação Fraunhofer, no Porto, foram as obras portuguesas eleitas. O site escolhe anualmente 70 finalistas e contempla 14 categorias, que são votadas online e que recebeu mais de 65 mil participações. A competição conta com a colaboração de especialistas de todo o mundo. A decoração da associação portuense foi distinguida na categoria “Interiores”, enquanto a Capela Árvore da Vida, construída com 20 toneladas de madeira, venceu em “Religião” e a casa com 36 metros quadrados, inspirada na tradição chinesa, MIMA House, foi a escolhida na área “Casas”.

Estudo da Chicala vence galardão—O arquiteto Paulo Moreira foi o grande vencedor da sétima edição do Prémio Fernando Távora com a proposta “Exploratório Urbano da Chicala: um percurso alternativo pela topografia pós-colonial de Luanda”. O estudo resulta de um trabalho conjunto entre o arquiteto, a Faculty of Architecture and Spatial Desing e instituições nacionais, como o departamento de arquitetura da Universidade Agostinho Neto e a Faculdade de Arquitetura da Universidade Lusíada de Angola. O projeto incide na pesquisa de um dos musseques mais centrais da capital e permite a elaboração de um conjunto de práticas para consolidação do bairro. O vencedor do galardão, atribuído por um município português, pretende passar uma temporada no país para complementar o seu estudo.

Palácio no Kwanza Sul—O governador provincial do Kwanza Sul, Serafim Maria do Prado, já inaugurou o palácio municipal do Ebo. Avaliado em mais de um milhão de dólares, o espaço é composto por quatro suites, sete quartos, duas salas, gabinetes, sala de estar e cozinha. A infraestrutura será ocupada pelos administradores municipais e destina-se a acomodar os responsáveis governamentais que visitem a região.

600 milhões para Luanda—A ligação Gamek/Antigo Controle, a autoestrada Viana/Cabolombo e Viana/Cacuaco são as mais recentes artérias inauguradas em Luanda. As novas estradas são vias estruturantes e custaram 600 milhões de dólares. Parte do investimento resultou do Programa de Investimentos Públicos (PIP) e o restante foi colmatado com financiamento externo, que permitiu ao Governo reabilitar três eixos rodoviários que vão possibilitar a ligação rápida entre os pólos industriais e as novas áreas urbanas. Uma maior mobilidade de pessoas e mercadorias, será uma mais-valia para a atividade das empresas.

Parques infantisem Alvalade—O projeto de reabilitação do bairro de Alvalade, na Maianga, em Luanda, lançado em abril, não esquece os mais novos. Na zona verde serão erguidos dois parques infantis, compostos por baloiços, carrosséis, pirâmides de corda para trepar e caixas de areia. Além de assegurar a manutenção do espaço, a administração local irá implementar quatro balneários e dois quiosques para venda de produtos infantis. A área ajardinada de Alvalade será ainda dotada de um polidesportivo para a prática de futebol de salão e de um ginásio. Mantém-se igualmente o antigo pavilhão para a prática de andebol e basquetebol.

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são medalha de Prata e têm aPenas 16 anos. ray almeida bragança e Victor Kennedy nogueira estaVam longe de imaginar que iriam assumir destaque nacional quando resolVeram ParticiPar

na Vi olimPÍada ambiental, que decorreu em baKu, no azerbaijão. a ideia de aProVeitar a água do ar condicionado Para a agricultura tem tudo Para ser exequÍVel e Valeu-lhes o segundo lugar no

concurso de ProPostas inoVadoras.

mentes brilhantes

inoVAÇÃo&DESEnVolViMEnto Patrícia Alves Tavares

A sugestão partiu de um professor do Colégio Esperança In-ternacional, que desafiou dois dos seus melhores alunos a desenvolver um projeto inovador, capaz de surpreender o júri do concurso internacional. A meta foi superada e os futuros “engenheiros” conseguiram vencer os mais de 400 partici-pantes, oriundos de 42 países. Apenas o romeno Bidesteanu Alexandru ultrapassou a dupla nacional, conquistando a me-dalha de ouro após apresentar um software que deteta fura-cões no mundo inteiro, através de satélite. A Angola’in conversou com Ray e Kennedy, os dois estudan-tes que se apresentaram ao mundo com um projeto de fer-

tilização de terras, que recorre à água do ar condicionado, dando-lhe um novo aproveitamento. Dinâmicos e empreendedores, anunciaram que têm uma nova ideia que poderá materializar-se a breve prazo. Da experiên-cia no Azerbaijão, recordam os dias que viveram num país distante, com uma cultura muito específica. “Visitamos locais históricos e vários pontos turísticos. Cada um de nós apren-deu culturas estrangeiras e os habitantes de Bakú também fi-caram a conhecer a nossa”, lembra Ray, durante a entrevista. Já Kennedy não esquece a importância de “viver novas aven-turas” e de “mostrar ao mundo que há mais ideias”.

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como surgiu a oportuni-dade de participarem na olimpíada ambiental?ray bragança (rb): As Olimpíadas da INEPO são realizadas anualmente e nela participam estudantes de várias partes do mundo. As ins-crições são feitas voluntaria-mente pelo participante. Este ano, eu e o meu colega Victor Nogueira fomos indicados pe-los nossos professores devido ao nosso destaque académico. Aceitamos o convite para repre-sentar o nosso colégio, mas prin-cipalmente o nosso país.Kennedy nogueira (Kn): Tínhamos que escolher o tema e desenvolver o trabalho. Eles aceitaram a nossa proposta e tivemos esta oportunidade.

o que significou o segundo lugar atribuído por um júri internacional num concurso onde concorreram jo-vens de 42 países?rb: Pessoalmente, o segundo lugar significa muito para mim porque foi um desafio para testar as minhas capacidades e tentar exceder os meus próprios limites. Queríamos trans-mitir uma mensagem para os outros países presentes: que em Angola temos grandes ta-lentos que não recebem atenção suficiente. As memórias ficaram connosco para o resto da nossa vida.Kn: Sem dúvida que o prémio significou mui-tas coisas. Percebi que nada é impossível... Basta crer e ter fé.

esperavam obter esta classificação?Kn: Na verdade, eu e o Ray es-perávamos ter uma medalha de bronze devido aos nume-rosos projetos fenomenais que lá estavam. Mas, a nossa explicação perante o júri foi boa e o nosso trabalho foi bem apresentado. Para a minha família foi uma emoção, por-que fomos para o Azerbaijão mentalizados de que íamos ganhar o bronze e voltamos prateados.rb: foi uma alegria muito

grande. No aeroporto, fomos recebidos por familiares, amigos, e pelo subdiretor do colé-gio. Quando voltamos às aulas, fomos para-benizados por quase toda a escola. Estavam todos muito contentes com o resultado.

apresentaram um pro-jeto de fertilização de terras fazendo uso da água do ar condiciona-do. falem-nos da vossa proposta…rb: O nosso projeto consiste em fazer uso da água do ar condicionado em vez de a deitar fora. Para provar que esta água pode ser usada para outros motivos fizemos o se-guinte: primeiro, cultivamos três plantas em três vazos distintos. cada vazo foi rega-

do com três tipos de água diferente, ou seja, da torneira, água mineral e água do ar condicio-nado. O resultado ficou claro depois de duas semanas de cultivo. A planta que havia sido regada com a água do ar condicionado cresceu mais do que a outra que foi alimentada com água mineral. A ideia surgiu quando vimos que a distribuição de água era muita má e que mesmo assim as pessoas ainda desvalorizam a água do ar condicionado, pois não sabiam que ela tem propriedades benéficas.Kn: O nosso projeto foi inspirado no facto de estarmos a viver num país quente. Quería-mos poupar a água da torneira e utilizar a do ar condicionado, que é muito desperdiçada. A ideia simplesmente surgiu enquanto pensáva-mos no nosso país.

tiveram acompanhamento da escola e dos professores?

Kn: Sim, tivemos o acompa-nhamento do diretor do colégio Esperança Internacional e da sua mulher, juntamente com o professor Mustafa Bostepe.

está prevista a partici-pação noutros concur-sos?rb: De momento, ainda não te-mos nada previsto. Porém, já te-mos um plano elaborado para o próximo projeto, que será sobre a redução de radiação de com-putadores e telefones.

gostavam de ver o vosso projeto a ser utilizado em culturas nacionais? quais as mais-valias pa-

ra a economia local?rb: Definitivamente, gostaríamos de ver o nos-so projeto a ser usado em culturas nacionais.Kn: As vantagens são variadíssimas. Angola não é o único país quente e onde há calor, há sempre a tendência de recorrer ao ar condi-cionado. Se esta água é muitas vezes desper-diçada, encontramos uma maneira de fazer o seu aproveitamento para a fertilização das plantas.Economicamente, muitos países podem sair a ganhar com esta ideia porque assim pou-pam água da torneira e, quanto mais plantas tivermos, mais oxigénio existirá e teremos um mundo melhor.

têm 16 anos e certamente muitos so-nhos. já decidiram que profissão que-rem seguir?rb: Penso formar-me em engenharia. Ainda estou indeciso entre engenharia informática e engenharia de telecomunicações.Kn: De certa forma sei que serei engenheiro informático. Basta ter o sonho, projetar, estu-dar e alcançar.

“ Queríamos poupar a água Da torneira e utilizar a Do ar conDicionaDo, Que é muito DesperDiçaDa. a iDeia simplesmente surgiu enQuanto pensávamos no nosso país ”KENNEdy NOGUEIRA

“ Já temos um plano elaboraDo para o próximo proJeto, Que será sobre a reDução De raDiação De computaDores e telefones ”RAy BRAGANçA

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inoVAÇÃo&DESEnVolViMEnto Patrícia Alves Tavares

PréMio odeBrecht—Está a chegar a terceira edição do Prémio Odebrecht. O evento destina-se a promover e incentivar a nova geração a investir no conhecimento, especialmente nas áreas da engenharia. O concurso é anual e visa a difusão das tecnologias junto da comunidade académica e da sociedade. Os participantes podem concorrer individualmente ou em grupos de três, sendo obrigatório que um dos membros frequente o curso superior de engenharia, arquitetura ou agronomia numa das instituições académicas nacionais. Os projetos devem conter propostas de engenharia, soluções tecnológicas ou inovações que tenham viabilidade de execução. As inscrições encerram a 15 de agosto e podem ser feitas em www.premioodebrecht.com/angola.

aPPle e toMtoM juntos—

A americana Apple e a TomTom vão cooperar na criação de serviços

cartográficos para lançar o operativo móvel iOS6, que será dotado da aplicação

de mapas chamada “Maps” e terá navegação em tempo real, dados e rotas alternativas de

trânsito, indicações sonoras e visão 3D. A notícia surge após ter sido divulgado que os inventores do iPhone estão a desenvolver a primeira aplicação de mapas, que vai disponibilizar mais de 100 milhõesde empresas.

Política nacionalde tecnologia—O diretor nacional do Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia (MESCT), Gabriel Luís Miguel, lembrou recentemente que a Política Nacional de Ciência e Tecnologia está assente em quatro pilares fundamentais para a atividade dos inventores nacionais. Formação de recursos humanos, especificidade de identificação, seleção e motivação de talentos e criação e reforço da base material são fulcrais para o trabalho conjunto com universidades e outras instituições. O responsável acrescentou que o plano irá contribuir no futuro para o desenvolvimento de parques tecnológicos e incubadoras de empresas.associações e universidades.

tics cresceM eM três anos—A opinião é do diretor da empresa Equilibrium Sistema de Informação, Manuel Pedro. Os produtos e serviços de tecnologias de informação e comunicação (TICs) crescerão certamente dentro de dois ou três anos. O responsável teceu este comentário à margem do primeiro Salão Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação de Angola. Partindo da sua experiência, o empresário acredita que existem indícios claros de aumento da procura de serviços e produtos de TICs por parte de empresas e utilizadores domésticos, exemplo que saiu reforçado na feira pois verificou-se um notório interesse das instituições pelas ferramentas de comunicação.

internet Mais acessível—O Ministério da Educação, a Unitel e a Huawei desenvolveram o E-Net, um projeto que se destina a levar Internet a todos os alunos do segundo ciclo de ensino secundário. O programa terá cobertura nacional, é gratuito e irá beneficiar 18 mil jovens. Com esta medida, que se enquadra na responsabilidade social, a Unitel pretende incutir nos mais novos o hábito de recorrer à Internet para pesquisa académica e dotá-los dos conhecimentos necessários para usar a ferramenta. A Huawei, fornecedora de computadores, e o Ministério da Educação serão os parceiros da operadora telefónica, que vai gerir e supervisionar o projeto. Cada escola participante recebe computadores com instalação completa.

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eLife&Styleeíndice

{ TURISMO }BaliA ilha de Bali é o destino perfeito para as suas férias. Entre tradições, lendas, um mar que é uma tentação e um clima feito à medida dos seus sonhos, Bali é uma festa permanente onde cada um tem direito a um lugar especial.

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96 102106 108 112 114

{ BOcA A BOcA }Saiba o que passa pelo mundo e se escreve em tinta d’ouro. Deixe voar a imaginação por sítios onde a palavra mágica é prazer!

{ LUXOS }Carros Acelera dos 0 aos 100 km/h em 2,8 segundos, alcança os 310 km/h de velocidade máxima. Não é ficção, mas sim o primeiro superdesportivo elétrico «a sério». Nome? Rimac Concept One!

Gadgets Pequenos luxos para quem sabe o quer. Objetos que oferecem uma qualidade acima da média e um design único.

Relógios Haverá relógios feitos para cada pulso? Relógios que “vestem” esse pulso com glamour especial? Veja as nossas ofertas.

Joias São joias! Precisiodades que dão charme ao mais cinzento dos ambientes. Atreva-se a brilhar!

{ ESTILOS }Blue… se é azul é feito para sonhar! A nossa proposta é feita neste tom que pinta o céu e o mar e que traz até ao imaginário de cada um momentos escritos com a palavra felicidade.BaliSe há um paraíso na terra, Bali é um dos destinos que mais se aproxima desse conceito. Na mala não se pode esquecer de levar roupa desportiva para o dia e peças que tenham associadas a si um charme com a sua identidade.

{ gOURMET }Gourmet…que sensações lhe provocam esta palavra? Qual a evolução do conceito ao longo das últimas décadas? Seja um gourmet no verdadeiro sentido da palavra.

{ ARTE }Angola está presente na Expo Yesou 2012, na Coreia do Sul, com um programa cultural bastante atrativo e muito diversificado.

{ cULTURA & LAzER }Conheça a Orquestra Kapossoca, o grupo de música clássica, composto apenas por crianças, que conquistou o terceiro lugar num dos concursos mais importantes da América Latina.

{ PERSONALIDADES }A história de Fernando Alvim que traz na sua bagagem profissional a vivência em Bruxelas (Bélgica) e foi o dinamizador da primeira Trienal de Luanda

{ AgENDA }Um pouco por todo o mundo há um conjunto de ofertas diversificadas e válidas para as pessoas ocuparem o seu tempo livre. Concertos, exposições, filmes a oferta é variada e para todos os gostos.

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Life&Style Carla Marques

luxo no “w london” —

Situado no vibrante West End de Londres, o W London - Leicester Square apresenta quartos luxuosos e um elegante bar de cocktails. Dispõe de um spa sumptuoso, centro de beleza e também de um restaurante.Com janelas do chão ao teto, os quartos de 5 estrelas do W London têm base de ligação para iPod, televisão com ecrã

plano de 94 cm e uma impressionante biblioteca de media. Todos os quartos têm roupões e roupa de cama de luxo, alguns

com vista de Leicester Square.O Spa Away do W London Leicester Square dispõe de sauna,

jacuzzi e sala de vapor. Situado no coração de Theatreland, o W London Hotel

encontra-se a poucos metros das animadas áreas de Chinatown e Soho.

www.wlondon.co.uk

CutGenic rejuvenesce —Acabaram-se as dolorosas operações plásticas! O CutGenic for Women da Bodyraise é a forma mais saudável, rápida e eficaz de conseguir o corpo que deseja.A Bodyraise criou o mais completo pack de emagrecimento constituído por CutGenic Caps, CutGenic Creme e Cutgenic Ripped Fast. Desenvolvido para atuar cirurgicamente nas zonas mais difíceis do corpo da mulher, elimina os depósitos de gordura que ano após ano se foram acumulando nas ancas, coxas, glúteos e braços. Os efeitos drenantes e diuréticos eliminam o excesso de líquidos e toxinas que se acumulam um pouco por todo o corpo. Em seguida, o seu efeito eliminador de gordura atua incisivamente, transportando-a até ao interior das células onde se transforma em energia. CutGenic for Women é ainda enriquecido com os famosos Açai e Resveratrol, dois poderosos anti-oxidantes, que têm sido divulgados por centenas de estudos que comprovam a sua eficácia na luta contra o envelhecimento.

Puto português compra carro de luxo

—Puto Português que completou 25 anos de idade

no mês passado, presenteou-se com um fabuloso automóvel Dodge Charger, do fabricante

norte-americano Chysler.O carro tem um motor de 4700cc, SOHC (Single

Overhead Camshaft) de 16 válvulas, 329 cavalos (DIN), V8- transmissão manual de 5 velocidades,

com alavanca pistol-grip. O conceito charger R/T é um automóvel que se mantem fiel ao

lendário estilo dos anos 60, embora com adaptações próprias deste século. O motor V8 dá força às rodas

traseiras de modo convencional, mas recorrendo ao gás natural, logo com escassas emissões.

O automóvel terá custado ao cantor a quantia de 90 mil dólares.

Recorde-se que Puto português ficou conhecido graças ao sucesso do seu primeiro álbum

“Geração do Semba”, para além de composições que faz para outros artistas, tem ainda contrato com a Blue, para realizar o Blue Road Show

por Angola.

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dieselmitoloGia

do Quotidiano—

Uma nova mitologia quotidiana que fala sobre os valores fundamentais, a auto-expressão e as diferentes linhas de produto dedicadas ao dia-a-dia: este é o coração da “Mitologia do Quotidiano”, um conto de fadas narrado

pela Diesel no Fuorisalone 2012 em parceria com a Moroso para o mobiliário. ClishClash é um sofá que estuda as semelhanças e diferenças

entre os materiais. Surge a partir da separação inicial dos elementos do sofá, de modo a imaginar cada um como se fosse um corpo só, com as suas próprias

características e personalidade. A parte traseira é macia e convidativa, o braço da base é durável, simples e sólido. Tudo está coberto com tecidos que enfatizam estas características: linho, feltro, fundindo tecido e couro que se

complementam um ao outro numa perceção de tons e acabamentos. Quando eles estão juntos dá-se a harmonia! O sofá ClishClash possui um sistema

em que múltiplas combinações que exageraram a relação entre os elementos. O resultado final é uma série de combinações fáceis, confortáveis e singulares.

{ BOcA A BOcA }

Johnnie Walker com novo traje

— A Porsche Design e a Cosfibel

criaram uma coleção para a Johnnie Walker composta por três objetos de luxo, dois deles

de edição limitada, para guardar as garrafas de Blue Label,

o uísque premium da marca.

O The Chiller e o The Cube são duas caixas em titânio, aço inoxidável e

couro, cuja tampa pode ser usada como balde de gelo. A caixa The Cube

engloba uma garrafa de Johnnie Walker Blue Label numerada

individualmente, quatro copos de cristal e uma pinça para gelo, enquanto

o The Chiller possui apenas a garrafa de uísque.

Edwin Collins desenha Liberty para Barbour —É notável a camisa Jackdaw com um estampado Liberty, de tema ornitológico, desenhada pelo conhecido cantor Edwin Collins, autor do tema “A Girl like you”. Em 2005 o cantor sofreu uma hemorragia cerebral e como parte da sua reabilitação, começou a frequentar aulas de arte e aprendeu a desenhar diferentes espécies de pássaros. O seu trabalho artístico é apresentado na capa do seu ultimo álbum, Losing Sleep. A Liberty of London teve conhecimento da sua história e não hesitou em tornar os seus desenhos em estampados para a coleção Primavera/Verão 2012 da Barbour.

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Life&Style Carla Marques

“the wild ones” da Gucci —Frida Gianinni surpreendeu uma vez mais o universo fashion com a apresentação das novas peças “The Wild Ones”, uma linha de acessórios chic que faz parte da coleção Spring/Summer’12 da Gucci.O detalhe principal tem por base uma cabeça de tigre, moldada em metal dourado e decorada com acabamento esmaltado preto e cristais coloridos, que simulam os atraentes olhos dos felinos. Bolsas, calçados e algumas peças de joalharia foram confecionadas tendo como pano de fundo este novo motivo, que revela que o instinto animal segue como high-trend para a estação na Gucci. Produzidas na Itália, as novas peças da linha “The Wild Ones” já podem ser adquiridas nas boutiques Gucci, ou através da Gucci Luxury Digital Flagship – a online store da grife italiana

Portugal fora do MOTOGP 2013 —

O próximo mundial de MotoGP provavelmente não terá uma prova em Portugal para o próximo ano.

A situação foi confirmada por Carmelo Ezpeleta, CEO da entidade promotora do mundial, DORNA, durante a apresentação do próximo

Grande Prémio de Espanha, em Jerez dela Frontera. A ser assim Portugal estará afastado desta competição

que normalmente se realiza no Autódromo do Estoril e apresenta alguns dos melhores pilotos e marcas da modalidade.

No próximo ano, o número de corridas na Península Ibérica será reduzido das atuais cinco para três.

Ouro para Angolae Portugal—A Super Bock e a Água das Pedras são campeãs na competição pela qualidade. Na edição de 2012 do prestigiado concurso Monde Selection de la Qualité, as duas marcas da Unicer receberam várias distinções com medalhas de ouro.

De referir que a empresa angolana de refrigerantes Refriango também já tem visto a sua qualidade ser reconhecida internacionalmente através deste prémio, com marcas como a Blue, Nutry, Welwitschia e Pura.

A Refriango já ganhou, até agora, oito medalhas de Monde Selection, em apenas dois anos. Cinco medalhas foram concedidas em 2011 às marcas Blue, Nutry e Pura e Cuia Welwitschia, e três medalhas outros em 2010, com Blue, Nutry e Welwitschia.

{ BOcA A BOcA }

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Life&StyleBali a diversidade encanta

por entre a praia

e os vulcões…

Este paraíso tropical tem uma mistura única de equipamentos turísticos modernos e um passado histórico assinalável, tendo preservado a cultura Hindu em contraponto ao islamismo predominante em toda a Indonésia, o que se reflete nos rituais e magníficos templos e palácios existentes.Encontram-se aqui algumas das melhores praias para snorkelling e para a prática de surf do mundo e o lado oriental é um maravilhoso refúgio para famílias, possuindo belas praias de areias brancas e mar suave.quando o sol se põe, as escolhas ainda são difíceis – um jantar romântico iluminado por uma bela lua, assistir à espetacular Balinese Fire Dance ou Dança Kecak, ou para aqueles que se querem divertir, a Ilha de Bali possui uma infinidade de restaurantes (para provar não só as iguarias locais, como Goreng Nasi e Campur Sate, como também a cozinha chinesa, malaia, japonesa entre outras), bares e discotecas.Esta ilha é também um paraíso para compras, nomeadamente artesanato, joias e produtos feitos em couro, tudo a preços inacreditáveis. Mas Bali oferece ainda a paz e a tranquilidade de Ubud no alto das colinas, o Templo Mãe no Besakih, a antiga capital de Bali, Singaraja e o palácio flutuante em Ujung perto da bonita praia área de Candi Dasa.

história de um nomeA palavra Bali, com a qual a ilha foi batizada no século IX, deriva da palavra Wali, que era o termo dado pelos nativos ao ato de adoração dos deuses. Wali é uma palavra do sânscrito que significa “sacrifício oferecido ao deus”, “adoração”, “culto” ou “oferenda”. Bali foi povoada antes da Idade do Bronze, por volta de 3000 a.C. tendo sofrido depois disso inúmeras invasões e conquistas. O hinduísmo foi introduzido na ilha por comerciantes indianos que se perderam no Oceano índico.

dias de festaA superfície da ilha é repleta de montanhas e vulcões alguns deles ativos. O ponto mais alto de é o Monte Gunung Agung, um vulcão cuja última erupção ocorreu em 1963. A quantidade de vulcões origina um solo rico em nutrientes e sais minerais.

Bali é tão pitoresca que parece um quadro com os seus arrozais por baixo das encostas, os vulcões pairando por entre as nuvens, a floresta tropical densa, as longas praias de areia branca, água morna e azul, ondas que quebram e pessoas amigáveis. Em Bali todos os dias são de festa.

A Ilha de Bali é o destino de férias perfeito. Uma das 13 667 ilhas da Indonésia, encontra-se entre as ilhas de Java, a oeste, e Lombok, a leste, tendo por capital Dempassar.

Carla Marques

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{ TURISMO }

Laguna, Resort & SPAuma viaGem eterna em bali—A Laguna, um Luxury Collection Resort & Spa, Nusa Dua, Bali é um paraíso para quem quer relaxar num ambiente de qualidade reconhecida, pois oferece ao visitante um serviço personalizado ao mais alto nível. Localizado dentro do exclusivo Nusa Dua, na mais bonita praia de Bali. é um resort onde o luxo predomina, oferecendo um tranquilidade proporcionada por verdejantes jardins tropicais e lagoas espumantes e únicas . As suas cinco estrelas oferecem 257 quartos, 19 suites e 11 villas que refletem um estilo balinês contemporâneo, proporcionando em todos os quartos acessos diretos das varandas privadas às lagoas de águas cristalinas. O resort oferece serviços permanentes e personalizados a todos os hópedes.O Laguna Resort & Spa oferece uma ampla gama de opções de restaurantes com culinária típica de várias regiões do mundo. O Banyubiru

tem uma vista privilegiada para uma lagoa e para os jardins tropicais, disponibilizando uma gastronomia pan-asiática e cozinha internacional com buffets e uma ementa à carta. O Arwana tem como pano de fundo o Oceano índico e oferece uma extensa e incomparável cozinha costeira com mariscos frescos e ainda um sushi bar. O Cornerstone possui uma sala de vinho com um cenário único para um jantar privado destacando-se a possibilidade de degustar cinco sambals autênticos das várias províncias indonésias. De realçar ainda a piscina Kul Bar Kul, Garden Lounge Cascade e Bar, Bar e Lagoa Sapphire onde pode consumir coquetéis, vinho, bebidas espirituosas e refeições ligeiras.

Para mais informações, visite www.luxurycollection.com/bali

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Life&Style

Meliá BaliIndonésiabeleza exótica—Localizado nas margens de Nusa Dua, Bali enclave da prestigiada estância, este resort é um santuário único de beleza exótica e conforto para aqueles que procuram umas férias de sonho. Toda a propriedade ocupa 24 hectares de exuberantes jardins tropicais, com uma arquitetura contemporânea tropical, decoração arrojada e jardins espaçosos expressar a essência de Bali. O Melia Bali mergulha os seus hóspedes no coração e na alma da exótica ilha de Bali. Tudo, desde os vastos jardins tropicais os telhados de palha e a sinuosa piscina estilo lagoa, evocam o ambiente do santuário e trazem a essência de Bali.Duas deusas de pedra grandes e uma fonte de flor de lótus cumprimentam os recém-chegados na entrada. O átrio principal da estância dá o tom balinês com pisos polidos, agudos e reluzentes tetos e móveis de teca. Os hóspedes podem caminhar até aos seus quartos sob palmeiras imponentes, jardins exuberantes com flora tropical e pontes de pedra acentuadas pelas lagoas do koi.A estância possui 54 quartos disponíveis exclusivamente ao nível do solo, com amplos pátios e terraços especialmente desenhados para captar as vistas do resort e dos seus luxuriantes jardins tropicais. Equipado com TV LCD de 32 polegadas, os quartos superiores possuem uma atmosfera acolhedora e contemporânea.Os 247 quartos de luxo pretendem garantir o conforto de todos os hóspedes, assim como os 60 Quartos Familiares do Meliá.

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{ TURISMO }

Grand Avenue Villas

Baliluxo e

reQuinte—

O Grand Avenue Villas é um dos hotéis de luxo em Bali, possui villas com piscina privada e dotadas de uma atmosfera fabulosa, para o que em muito contribui o bijou e verdejante jardim tropical rodeado de estilo balinês de

parede composto irá maximizar o seu conforto e privacidade.

Em sintonia com o ambiente, este hotel projetado numa arquitetura minimalista consegue uma

harmonia com detalhes locais O Grand Avenue Villas é constituído por 6

moradias de um quarto e piscina; 2 villas de dois quartos e piscina ; suite com dois quartos e

piscina, duas villas deluxe com vista para a piscina e 5 quartos Deluxe Villas. Fica situado em uma

vila tranquila e tropical oferecendo um ambiente perfeito para as suas férias, negócios e até uma estadia romântica.

O hotel disponibiliza ainda serviços de SPA, bar e restaurante. E porque para além de descanso Bali é um ótimo destino de compras,

a equipa do hotel ajuda os seus hóspedes a explorarem o tesouro escondido e o paraíso de compras que esta ilha é, fornecendo serviços

de transporte diário gratuito para Seminyak, Denpasar city tour aos domingos e transferência de Ubud

Um toque de luxo refinado para uma estadia no paraíso!

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RIMAC CONCEPT ONE

exótico e exclusivo

742 Mil EuroS!

ACELERA DOS 0 aos 100 km/h em

2,8 segundos, ALCANÇA OS 310 KM/H

DE VELOCIDADE MáxIMA (LIMITADA

ELETRONICAMENTE) E TEM UMA

AUTONOMIA DE 600 KM.

Life&Style Carla Marques

Não é ficção, mas sim o primeiro superdesportivo elétrico «a sério». Um carro exótico no seu todo e que tem o nome de Rimac Concept One.Este carro desenvolvido pela companhia croata Rimac Automobili consegue debitar uma potência equivalente a 1088 cavalos de potência e 1600 N.m de binário e foi criado com o propósito de combinar as performances de um superdesportivo de eleição com as virtudes de um novo modelo de propulsão. Para tal, o Concept One recorre a um conjunto de quatro motores, um por cada roda, que no conjunto lhe permitem chegar aos 100 km/h (com arranque parado) em apenas 2,8 segundos. A velocidade máxima está limitada a 310 km/h (embora os compradores possam encomendar versões mais extremas) para uma autonomia de 600 quilómetros. A marca revelou ainda o novo pneu de elevadas performances desenvolvido pela Vredstein.Exótico é também o preço de cada unidade deste Rimac Concept One, qualquer coisa como 742 mil euros!

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1088 CAVAloS DE PotênCiA

tAl CoMo QuAlQuEr

SuPErDESPortiVo ExÓtiCo,

tAMbéM o ConCEPt onE

tEM uMA ProDuÇÃo

liMitADA, nEStE CASo DE

APEnAS 88 uniDADES.

{ LUXOS }cArros

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PEUGEOT 508 RxH

cArrinhA de luxo

A nova carrinha Peugeot 508 RXH chega ao mercado numa versão única. Possui uma aptidão especial para cada um dos três traços de iluminação led que exibe na frente, por baixo das óticas principais. A versão topo de gama da carrinha Peugeot 508 passa a ser esta RxH Hybrid4: híbrida, 4x4 e muito refinada.A 508 RxH mostra bem no exterior a sua diferenciação face às restantes versões da gama. As jantes de 18 polegadas, as vias mais largas e o acréscimo de 5 centímetros na altura distinguem-na na pose, enquanto as proteções

periféricas em plástico denunciam a vocação aventureira.Esta orientação crossover é assegurada por um sistema de tração às quatro rodas muito curioso, que é proporcionado pela tecnologia Hybrid4, estreada no 3008 com a mesma designação.Trata-se de um sistema híbrido em paralelo, com o conhecido bloco turbodiesel 2.0 HDi de 163 CV ligado ao eixo da frente, e um motor elétrico ligado ao eixo traseiro que dá uma ajuda de 27 CV em situações normais ou de 37 CV nas solicitações mais

exigentes. O rendimento máximo de 200 CV.Esta solução técnica tem a vantagem de não aumentar o consumo de combustível quando entra em cena a tração integral, que é elétrica, mas também permite à RxH a locomoção elétrica pura e outras soluções de condução, que são comandadas num botão rotativo colocado na consola.Graças à bateria de níquel colocada no fundo da mala, e que é carregada pelo motor elétrico nas desacelerações, a Peugeot RxH pode andar até quatro quilómetros sem sequer ligar o motor diesel, até uma

MéDiAS DE 4,1 litroS AoS 100

Life&Style Carla Marques

velocidade de 60 km/h. O terceiro programa é o Sport, que utiliza o rendimento máximo de ambos os motores e programa a caixa de seis velocidades pilotada para puxar mais pelas rotações do motor.O programa mais aconselhável é o automático (Auto), em que a eletrónica se encarrega de usar os dois motores, a caixa de velocidades e a tração integral da forma mais económica e ecológica. é precisamente neste programa que a Peugeot 508 RxH Hybrid consegue médias de de 4,1 litros aos cem, o que corresponde a uma taxa de CO2 de apenas 107 gramas por quilómetro.

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VOLKSWAGEN POLO MATCH

inconfundível…

VErSõES DE 3 E 5 PortAS

Personalidade própria, testemunho de um estilo de vida, um automóvel inconfundível: o novo Volkswagen Polo Match mantém inalterado o estatuto deste autêntico bestseller de vendas, traduzido agora numa personalização distinta face às restantes versões mas continuando a apresentar uma concorrencial

relação preço / equipamento. Os preços variam entre os 15.861 euros (Polo Match 1.2 de 70 Cv / 3 portas) e os 23.678 euros (Polo Match 1.6 TDI DSG / 5 portas).O novo Volkswagen Polo Match é uma série especial – em versões de 3 e 5 portas - que continua a fascinar pela sua carroçaria simples e de forte personalidade e um

interior apelativo, extramente bem equipado e pleno de conforto e espaço. Também as motorizações se destacam por baixos consumos de combustível e de emissões, transmitindo muito mais prazer de condução.O Volkswagen Polo Match é oferecido com duas motorizações a gasolina (1.2 litros de 70 Cv e 1.2 litros TSI de 90 CV) e três blocos diesel: 1.2 TDI de 75 Cv, 1.6 TDI de 90 Cv Bluemotion Technology e 1.6 TDI de 90 Cv. A nível da transmissão a versão

a gasolina menos potente é proposta com uma caixa manual de 5 velocidades, enquanto na variante 1.2 TSI a oferta é ainda extensível a uma transmissão automática de embraiagem dupla “DSG”. Nos motores diesel, o Polo Match está também equipado com uma caixa manual de 5 velocidades nas variantes de 75 Cv e de 90 Cv Bluemotion Technology, sendo exclusiva da versão 1.6 TDI a transmissão automática de embraiagem dupla “DSG”.

{ LUXOS }cArros

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Life&Style cArros

HONDA AvAliAr o potenciAl do congestionAmento de tráfego

A tradicional marca britânica de carros Morgan foi contagiada pela moda de automóveis «zero emissões», tendo apresentado o Plus E, um desportivo cem por cento elétrico, com a particularidade de contar com uma caixa manual de 5 velocidades.O Plus E está equipado com um motor elétrico da zytek que oferece 95 cv e um binário máximo de 300 Nm. No que diz respeito a performances, a marca britânica anuncia uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 6 segundos e uma velocidade máxima de 185 km/h. A autonomia anunciada é de 193 km.

A Mercedes-Benz requisitou mais uma vez os serviços da piloto experiente no DTM, Susie Wolff, para a época de 2012. A mulher mais veloz das corridas de automóveis de turismo compete neste campeonato desde 2006. Em 2012, Wolff conduz o Mercedes-Benz C Coupé AMG, patrocinado pela revista “TV Spielfilm”, mantendo-se na Team Persson Motorsport, à qual se juntou em 2008. Wolff obteve sucesso imediato entre os fãs ao estrear-se no DTM em Hockenheim na temporada de 2006, terminando no Top 10. A piloto de 29 anos alcançou os seus primeiros pontos no campeonato com o sétimo lugar em 2010, na corrida de Lausitzring. Susie repetiu este resultado no mesmo ano na final da temporada, que teve lugar em Hockenheim. A sua melhor prestação até agora foi em 2010 ao obter quatro pontos – o suficiente para terminar em 13º lugar na classificação de pilotos.Susie Wolff: “Desde a minha estreia no DTM em 2006 sempre me senti em casa com a família Mercedes-Benz, por isso fico muito satisfeita por manter esta parceria em 2012. Estou realmente motivada e tenho trabalhado arduamente durante o inverno a fim de me preparar a nível físico e mental para o que será uma temporada exigente e competitiva ”.

MORGAN NA MODA

plus e 100% elétrico

A Honda Motor Co., Ltd. anunciou o desenvolvimento da primeira tecnologia mun-dial de avaliação de potencial de congestionamento de tráfego.A tecnologia parte do princípio que, o comportamento de aceleração e desacelera-ção de um veículo poderá influenciar o seu comportamento na retaguarda e focos de congestionamento.A Honda, em parceria com o Centro de Pesquisa do Departamento de Ciência e Tec-nologia Avançada da Universidade de Tóquio, realizou estudos experimentais desta tecnologia que demonstraram que, o sistema consegue aumentar em 23% a veloci-dade média e melhorar em 8% a eficiência do consumo de combustível dos veículos. Mais do que o fornecimento de informação que permita ao condutor evitar conges-tionamentos com base no trafego atual, o sistema monitoriza os padrões de acele-ração e desaceleração do veículo para assim determinar se, o comportamento do mesmo é passível de criar tráfego adicional. Os congestionamentos de tráfego causam também um aumento do nível de emis-sões de CO2 e um aumento do potencial de colisões.

MERCEDES-BENz

susie Wolff no dtm

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{ LUXOS }H2o

O Extreme Sailing Series é um conceito único que reúne algumas das melhores equipas profissionais de vela do mundo que competem em ca-tamarãs idênticos – Extreme 40 -, em percursos curtos e extremamente táticos, e proporcionam um espetáculo singular para o público, semelhan-te ao vivido num estádio. O circuito mantém o alto potencial desportivo da prova ao mesmo tempo que garante um evento especialmente concebido para os espetadores – um conceito que não está habitualmente associado aos desportos de vela.No ano em que o Extreme Sailing Series comemora a sua 6ª edição, o circuito visita três continentes e oito destinos icónicos: Muscat (Omã), Qingdao (China), Istambul (Turquia), Porto (Portugal), Cardiff (Inglater-ra), Trapani (Itália), Nice (França) e finalmente, Brasil. O circuito começou em Fevereiro e terminará em Dezembro de 2012.A ação dentro d’ água é complementada com programas VIP personali-zados e atrai a atenção dos media internacionais, incluindo uma série de TV distribuída por mais de 100 países.O Extreme Sailing Series é um dos quatro eventos no mundo que detém a distinção de “Special Event Status” concedida pelo ISAF, o organismo internacional que tutela os desportos de vela, e que proativamente leva o desporto de vela a novos mercados e a novos públicos.Os Extreme 40 são os atores principais na água, apoiados por outros mo-mentos de espetáculo aquático, tais como o NeilPryde Racing Series, 49er Class e o Youth Sailing Programme; bem como diversos pa-cotes de entretenimento onde se incluem espetáculo ao vivo, dj s, música, atividades para crianças, espaços de restaura-ção, garantindo que este é um evento para toda a família.

eXtreme sailing series

espetÁculo na ÁGua—Com provas no mar durante a manhã e no rio Douro à tarde, entre 6 e 8 de Julho passou pelo Porto, em Portugal, a etapa lusa do circuito de Extreme Sailing Series, ficando a parte profissional da prova centrada no cais de Gaia, na região norte do país

AS EQuiPAS Uma constelação de estrelas que reúne o top de velejadores profissionais in-

cluindo 21 atletas Olímpicos, 36 American s Coup, 7 circum-navegação, e 47 campeonatos do mundo, competem na água.

As oito equipas irão disputar o título e, em algumas etapas, poderemos contar com a participação de uma equipa convidada e ainda uma equipa

nacional, o que significa que em algumas das provas a linha de parti-da estará completa com 8 a 10 barcos. Os velejadores presentes, de

nove nacionalidades diferentes, são alguns dos mais talentosos do mundo, tendo já participado na America’s Cup, Jogos Olímpicos,

entre outros.

o ExtrEME 40 Os criadores do Extreme 40 utilizaram o barco mais rápi-

do dos jogos Olímpicos – e duplicaram o seu tamanho e a velocidade. O objetivo do Extreme 40 é trazer a vela

para o grande público, e não o contrário.O Extreme 40 é uma versão melhorada do olímpico

Tornado, mas duas vezes maior e incrivelmente mais rápido.

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um estilo único—Fazem a diferença, encantam o olhare deixam-nos a divagar. Alguns são apenasuma ideia, outros o concretizar de um sonho.Entre o papel e a realidade muitasvezesestá apenas o desejo de se ter.

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borsetta bolsa sena luxo em couro Para iPadEsta bolsa com o corpo em cruz é por si só uma tentação. Apresenta a eficiência própria de uma carteira de negócios aliada ao estilo de uma bolsa de grife. Feita a partir de materiais alta qualidade tem ainda um elevado nível de funcionalidade.

samsung smart tv es8000

Futuro inteligente

A Samsung dá um passo à frente ao adicionar alguns aplicativos que permitem

controlar a sua televisão usando os seus sentidos…muito simples

através do gesto, da voz ou do reconhecimento facial, a sua

televisão vai cumprir os seus desejos. O futuro está já aqui.

wrenz birdies uma noVa dimensão

do somA designer Yvette Yeo Gavio criou colunas

de som compactas, elegantes e sem fios, com a forma de pequenos pássaros. Com o

slogan “Take a flight... to a new dimention of sound” , este aparelho é todo ele um elogio à

criatividade.

keramos armários de excelência

Os armários “Keramos” são feitos de cerâmica vidrada e madeira e este olhar inovador resulta da

cooperação entre Adriano Design e Castellamonte La (Coprodotto), uma empresa de excelência nos fogões

de cerâmica, cuja tradição remonta ao século xIII.

jon helgi holmgeirsson jonofon música de PaPelJón Helgi Hólmgeirsson criou um gira-discos de vinil acústico feito a partir de um copo e uma corneta feita de papel para amplificar a música do disco de vinil. Jonofon foi a forma encontrada pelo designer eliminar as tecnologias complicadas, voltando ao sistema básico.

Life&Style Carla Marques

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nas asas do tempo —Porque há tempos diferentes, porque há horas felizes. Um relógio é mais, muito mais do que um simples mecanismo. É uma obra de arte que conduz a um mundo de sonhos e sensações.

kegworks brewcave “the dream oF

beer drinKers ”Imagine Um “closet de bebidas”…

um espaço por onde possa andar para organizar ao seu gosto as suas bebidas. O site norte-americano KegWorks

tem para venda o BrewCave um refrigerador que comporta mais

de trinta caixas de cerveja e quatro barris de bebida.

Jaeger-LeCoultre Master Chronograph

na Torres DistribuiçãoPorsche DesignP’6620 Dashboard

na Torres Distribuição

Franck MullerCasablanca Chronograph

na Torres Distribuição

LacosteTokyo2012

na Lacoste Watches Portugal

Tommy HilfigerWatches

na Visão do Tempo (Grupo Cronos)

ElettaDual

na Visão do Tempo (Grupo Cronos)

mobiado cpt003 um conceito

d’ouradoCouro italiano, fechos

dourados e tudo cosido em fios de ouro, além da tela touch ser feita em cristal

de safira. Falamos de moda sim, mas não de alta costura! Em linhas gerais

esta é a caraterização do novo conceito de

smatphones da Mobiado CPT003, com assinatura do designer Peter Bonac.

{ LUXOS }relÓGiosGAdGets

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{ LUXOS }JoAlHAriACarla Marques

Brilho em forma de sorriso

—Apesar de serem um brilho externo, as joias refletem globalmente o brilho que paira no

interior de cada pessoa. São o reflexo do riso que transporta toda a alegria de quem a usa.

Pulseira Island Girl,

Tommy Hilfiger na Visão do Tempo

(Grupo Cronos)

Brincos Pandora na Visão do Tempo (Grupo Cronos)

anel Purple Rose

Pulseira dinh-Van

Pulseira Montblanc

anel dinh-Van

Bracelet Pandora na Visão do Tempo (Grupo Cronos)

Life&Style Carla Marques

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Life&Style Carla Marques

1 b CASACO Miu Miu, NA FAShION ClINIC 2 b VEStIdO Missoni, NA FAShION ClINIC 3 b COlAR Miu Miu, NA FAShION ClINIC 4 b SANdÁlIAS Miu Miu, NA FAShION ClINIC 5 b SANdÁlIAS HerMès NA xN BRANd dyNAmIC 6 b Custo BarCelona, NA BRANd dyNAmIC

7 b OCUlOS dE SOl italia independent, NA FAShION ClINIC 8 b ClUtCh Miu Miu, NA FAShION ClINIC 9 b CARtEIRA Miu Miu, NA FAShION ClINIC10 b CAmISA Custo BarCelona, NA xN BRANd dyNAmIC 11 b CAlçA Custo BarCelona, NA xN BRANd dyNAmIC

12 b RElÓGIO VersaCe, NA tORRES dIStRIBUIçãO 13 b ANEl VersaCe diVine, NA tORRES dIStRIBUIçãO

Blue…just like sky!

—Há cores que são eternas. Que vivem no nosso armário,

mas que povoam também a nossa imaginação. Azul. Como na suavidade de um sonho, o azul é uma das cores

que nos abraça nos dias frios e nos contamina de alegria nos dias mais quentes.

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1 b CAmISA BarBour, NA xN BRANd dyNAmICS 2 b CAmISA GuCCi, NA FAShION ClINIC 3 b CASACO BarBour, NA xN BRANd dyNAmICS 4 b FAtO dior, NA FAShION ClINIC 5 b GRAVAtA Jil sander, NA FAShION ClINIC 6 b CINtOS HerMès, NA xN BRANd dyNAmICS 7 b PÓlO BarBour, NA xN BRANd dyNAmICS 8 b PORtA BlaCkBerry dsquared2, NA FAShION ClINIC 9 b SAPAtOS CoHiBa

10 b Carrés HerMès, NA xN BRANd dyNAmICS 11 b BlUSãO CaMel 12 b CAlçA CaMel 13 b RElÓGIO laCoste- Goa, NA lACOStE PORtUGAl

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{ ESTILOS }tendÊnciAs

and the sea…is also Blue!

—Há aromas que nunca esquecemos. O cheiro a maresia preenche estes dias que se querem quentes e plenos de azul! Brincamos com

tonalidades que nos deixam uma mão cheia de combinações possíveis. Depois, depois é só acreditar que com o azul podemos alcançar

aquele brilho que nos deixa tão perto da felicidade!

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Life&Style Carla Marques

1 b t-ShIRt Custo BarCelona, NA xN BRANd dyNAmICS 2 b ShORt Custo BarCelona, NA xN BRANd dyNAmICS 3 b ChINElOS prada, NA FAShION ClINIC 4 b PORtA-mOEdAS Miu Miu, NA FAShION ClINIC 5 b VEStIdO Custo BarCelona, NA xN BRANd dyNAmICS

6 b SACO stella MCCartney, NA FAShION ClINIC 7 b SABRINAS JiMMy CHoo, NA FAShION ClINIC 8 b SACO HerMès, NA xN BRANd dyNAmICS 9 b t-ShIRt stella MCCartney, NA FAShION ClINIC 10 b ChAPEU Melissa odaBasH 11 b CASACO stella MCCartney, NA FAShION ClINIC

12 b COlAR MaliparMi, NA lOjA dAS mEIAS 13 b PUlSEIRA MaliparMi, NA lOjA dAS mEIAS 14 b EChARPé 100 % SEdA dA MaliparMi, NA lOjA dAS mEIAS

Bali, a “ ilha dos deuses”, exala charme e beleza. Prepare-se para conhecer algumas das centenas de ilhas que constituem o arquipélago da Indonésia, passando por Bali, claro. Na bagagem roupa leve, alegre e que lhe permita usufruir de tudo o que este paraíso tem para oferecer.

bAli… A portA pArA o pArAíso

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{ ESTILOS }destino

1 b BlUSãO dsquared, NA FAShION ClINIC 2 b CAlçA etro, NA FAShION ClINIC 3 b BlUSãO BarBour, NA xN BRANd dyNAmICS4 b t-ShIRt arMando CaBral, NA ShOwPRESS 5 b t-ShIRt arMando CaBral, NA ShOwPRESS 6 b BOlSA G-star, NA xN BRANd dyNAmICS

7 b BERmUdAS G-star, NA xN BRANd dyNAmICS 8 b t-ShIRt G-star, NA xN BRANd dyNAmICS 9 b lENçO MulBerry, NA FAShION ClINIC 10 b ChAPéU G-star, NA xN BRANd dyNAmICS 11 b SAPAtOS arMando CaBral, NA ShORPRESS

12 b CAmISA BarBour, NA xN BRANd dyNAmICS 13 b SAPAtOS dolCe & GaBBana, NA FAShION ClINIC

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Life&Style Carla Marques

A reinauguração da BOSS Store da Avenida da Liberdade, em Lisboa, confirma a apetência que as grifes de luxo têm pela capital portuguesa.

Com a presença de vários convidados especiais, como o Diogo Infante, Luísa Beirão, Astrid Werdnig e Paulo Pires, Kalaf, Raquel Strada, Rui Pêgo e Sofia Cerveira, entre outros, esta loja vende exclusivamente as coleções masculinas das linhas premium da marca, a BOSS Black e a BOSS Selection. “A moda e as nossas marcas estão em constante evolução e a imagem e o ambiente da loja faz parte da experiência de compra BOSS. Considerámos que era altura de alinhar novamente a imagem da loja com a atual imagem da marca e, por estar situada numa das principais avenidas da Europa, foi tratada como um projeto especial”, comenta Tiago Baptista, Diretor Comercial e de Retail em Portugal.A celebração da reabertura da BOSS Store enfatiza, deste modo, a solidez da marca e crescimento no mercado nacional, oferecendo sempre extrema qualidade e sofisticada elegância aos seus fiéis consumidores em Portugal.

BOSS StOrerenOva imagem em LiSBOa

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Uslu Airlinesverniz na Fashion Clinic

Givenchy Blue Label

perfume

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{ ESTILOS }cosméticA

É pele?É seda?

—“Diz-me espelho meu há alguém que tenha a pele mais sedosa do que eu?”Cremes, sérum, perfumes, maquilhagem,

nunca como hoje homens e mulheres tiveram tanta ajuda ao aspirarem à perfeição.

Corpo e rosto resistem à passagem do tempo e contam com a ajuda da cosmética para

conseguirem alcançar tal desiderato.

Chanel nº 5perfume

Kenzol’eau

Prada perfume na Fashion Clinic

Giorgio Armani Athlete

perfume Estee Laudersmaquilhagem

YSLverniz

Kiehl’sFashion Clinic Coffret

Elie Saab le parfum

Diorgloss

Kiehl’sfortifying sKin therapyna Fashion Clinic

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Life&Style Carla Marques

A arte também passa pela gastronomiaSeja gourmet…q

qE se lhe alguém lhe fala em gourmet, qual é a primeira

coisa que lhe vem à ideia?Inovação? Beleza? Originalidade?

Podemos falar de arte quando falamos no conceito gourmet? A arte do efémero, a beleza que num momento

nos encanta o olhar e a seguir conquista as papilas gustativas de uma forma plena!

Será o gourmet uma tentação perfeita para todos os sentidos? Uma tentação que se prolonga

pelo tempo e no tempo!

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mais exigentes e, acima de tudo, com gosto pe-lo requinte e pela arte de bem-fazer.Gourmet também possui outras definições, como um produto de produção limitada, com um design exclusivo e arrojado, com caracte-rísticas únicas, sendo geralmente designado como produto “Premium”, possuidores de um forte valor agregado.Comer é cada vez mais uma arte que exige con-sumidores educados para apreciarem o que de novo se pode oferecer.

Esta é uma aventura para verdadeiros apreciadores, para quem acredita que uma refeição pode ser um prazer para todos os sentidos. Saboreie. Aventure-se no mundo gourmet!

ViAGem{ gOURMET }

qq

A palavra gourmet tem sotaque e origem francesa e se come-çou por ter aplicação aos ver-dadeiros apreciadores de bom vinho, rapidamente a sua utili-zação se expandiu e estendeu-se quer em termos geográficos quer no seu alcance, servindo hoje para designar todos os prazeres da mesa, desde que atentos os parâmetros de au-tenticidade e qualidade.Cosmopolita por excelência, este conceito enquadra-se ple-namente no estilo de vida que caracteriza os primeiros anos deste século XXI.Trata-se de uma aposta gas-tronómica em algo mais elaborado, enriquecido e que corresponde às exigências de consumidor mais exigente e em busca de qua-lidade. O gourmet não se define pela quantida-de que é oferecida, mas sim, e principalmente, pela qualidade e apresentação do produto que irá ser consumido.Degustar paladares diferentes (quer em via-gem, quer viajando sem sair de determina-do local), valorizando sabores tradicionais e genuínos é a essência do verdadeiro gourmet, tendo, no entanto, associado um cuidado es-pecial na preparação do prato ou da bebida, nomeadamente na sua decoração e no carinho que se tem ao criar e confecionar menus de degustação, sem esquecer a frescura dos pro-dutos utilizados.A ideia comum de que ao gourmet estão as-sociados custos elevados e uma quantidade reduzida nem sempre é real. O que define o conceito gourmet na sua base é criar algo que o diferencie de todos os outros.

Associados ao ritual gourmet estão muitos outros aspetos, nomeadamente o tempo para se poder apreciar devidamen-te o que nos é oferecido Tudo mudou, a atenção aos pormenores é no dicionário gourmet uma mais-valia e faz com que o consumidor se ren-da ao apelo feito.Paralelamente ao que já foi referido há vantagens acresci-das a ter em conta, desde logo convém realçar que a “moda” gourmet incentiva a utilização dos produtos regionais, com uma aposta acentuada em so-luções ecológicas e saudáveis como a cultura biológica, que permitem introduzir um to-que de novidade na refeição

mais simples e, porque a época do ano não nos deixa esquecer, abre todo um novo leque de opções para se ser diferente, criativo e exigen-tes ao nível da qualidade. A associação do deleite gastronómico com a possibilidade de evasão resulta numa fórmula tão bem sucedida que deu origem a uma nova classe de consumidores. Pessoas mais atentas,

Comer é cada vez mais uma arte que exige consumidores

educados para apreciarem o que de

novo se pode oferecer.Esta é uma aventura

para verdadeiros apreciadores, para quem acredita que

uma refeição pode ser um prazer para todos os sentidos. Saboreie.

Aventure-se no mundo gourmet!

Fala-se de gourmet, fala-se de alta qualidade.

Produtos reservados a

paladares mais avançados e a experiências

gastronómicas mais elaboradas. Em suma falamos de prazer à mesa,

respeitando sempre a autenticidade e a qualidade daquilo

que se serve.

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Life&Style { gOURMET }sHoppinG

E porque não apostar na qualidade e inovação. Uma mesa pode ser algo banal, ou então captar a atenção de todos, basta que, para isso lhe dê aquele toque original. Uma flor colorida, um prato distinto e produtos

de primeira qualidade. Prime pela elegância, seja um anfitrião de luxo.

Elegância e qualidade

dGENEVIéVE LETHUPratos e individuais para um Verão colorido

dSESIMBRA Licores artesanais

aGENEVIéVE LETHU

Pratos azuis Cyclades

gBOA BOCA

Amêndoa frita

eINDROGalheteiro-gourmet

hVISTA ALEGREPratos

dBEECHICK

Mel

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Life&Style Patrícia Alves Tavares

Expo Yesou 2012

AngolA MArCA PontoS—Angola está presente na Expo Yesou 2012, com um programa cultural bastante atrativo e muito diversificado. Trata-se de um programa preparado de uma forma minuciosa, com vista a atrair de forma animada todos os que visitarem esta feira que decorre na Coreia do Sul.

Desde a abertura da expo que a comitiva angolana tem realizado 2 a 3 performances diárias, com a atuação de um grupo tradicio-nal de dança, o Kina Kumoxi, in-tegrado por seis bailarinas, dois percussionistas e os cantores Gerson Castro e Gizela Silva.Kayaya Júnior, diretor operativo e de eventos culturais garan-tiu que este grupo vai manter o pavilhão sempre com animação cultural ao longo de toda a ex-posição, procurando ser um dos principais polos de atração deste evento.No que concerne à programa-ção da organização da Expo re-lativamente aos palcos fora do pavilhão vão ser realizados 8 es-petáculos por um grupo de artis-tas provenientes de Luanda.Integram a caravana artística o grupo Nguami Maka, o duo Ca-

nhoto, Walter Ananás, Nicol Ana-nás, Lulas da Paixão, Canícia, o grupo de música e de dança Kin-tuene, da província de Cabinda, e a estilista Nadir Tati.Para o dia de África, a presença de artistas angolanos foi uma das mais valias. A presença de Angola nesta exposição tem sido marcante, havendo já muitas pessoas que procuram saber o que o país vai apresentar em termos de anima-ção cultural, por forma a marca-rem presença no pavilhão. Isto é demonstrativo da dinâmica existente e que tem cativado e contagiado o público que visita a Expo.Angola traz para este certame o tema “Desenvolvimento Susten-tável, o Nosso Compromisso”.E através das diferentes inicia-tivas programadas vai procu-

rar mostrar Angola cultural ao mundo.O embaixador Albino Malungo em declarações à Angop afirmou que a presença de Angola na Ex-po Yeosu 2012, que decorre na Coreia do Sul, “é bastante dignifi-cante e mostra que este é um país e uma economia a ter em conta no conjunto das nações. O nosso país está, de uma maneira geral, a representar a África Austral nesta edição da exposição uni-versal”. Por isso, disse que o espaço angolano representa também a Sadc e o faz de forma condigna, mostrando as riquezas do mar e as costas enquanto a Sonangol está presente com o seu projecto de gás natural liquefeito, a partir do Angola LNG que interessa so-bremaneira a Coreia do Sul.O embaixador angolano afirmou

a propósito que “teríamos feito uma exploração mais eficiente de toda a riqueza mineral que temos e esse desempenho que temos dos últimos dez anos mostra as nossas verdadeiras potenciali-dades”.“Angola hoje é a vigésima nona economia com mais reservas in-ternacionais. É de facto um país que orgulha todos os seus cida-dãos”, notou Albino Malungo. Por outro lado, defendeu que a cultura angolana é também um elemento de grande atração ao interesse sul-coreano pelo que é pretensão da representação di-plomática angolana incrementar ações neste domínio, levando a esse país mais caravanas artís-ticas, incluindo músicos e bai-larinos porque os sul-coreanos sentem-se atraídos e animados pela cultura angolana.

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{ ARTE }

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A Argentina ficou rendida ao talento nacional. A Orquestra Kapossoca, formada apenas por crianças, conseguiu numa única atuação colocar Samba no mapa africano e internacional. São a única formação do género no país e muitos questionam se existe uma formação musical com tamanha qualidade em terras africanas. Afinal, os jovens artistas apenas se dedicam a esta área há cerca de quatro anos e demonstram uma segurança em palco impressionante.

Life&Style Patrícia Alves Tavares

Fazem milagres com pouco. Não têm mais de 12 anos, mas têm a resiliên-cia de músicos profissionais com lar-gos anos de carreira. Nesta edição contamos a história de uma forma-ção musical que nasceu num pequeno município de Luanda, exclusivamen-te com crianças da Samba, que nun-ca tiveram contacto com a música ou o canto, mas que em cinco meses de trabalho já eram capazes de ler uma partitura. O dom para a música e a sen-sibilidade estavam apenas adormeci-dos no interior destas crianças, filhas de pais mais carenciados. O projeto da Orquestra Sinfónica apenas veio dar voz ao talento escondido.A Orquestra Infantil de Kapossoca foi criada em 2008, um plano idealizado

pelas Gingas do Maculusso, e aplau-diu de pé a atuação dos angolanos. O feito inédito foi conquistado na ter-ceira edição do Festival Internacional de Iguazú, que decorreu nas Cataratas de Iguazú e na selva Misionera, na Ar-gentina. Foi a primeira vez que parti-ciparam num concurso mundial e o balanço não podia ser mais promissor. Arrecadaram o terceiro lugar, levando para casa o prémio de ‘Esforço, Dedica-ção e Rapidez de Aprendizagem’ e uma ação de formação com um maestro de renome. Só a Rússia e China superaram a execução da orquestra angolana, pois venceram os troféus de ‘Inovação e Ati-tude’ e ‘Pontualidade e Disciplina’. Paí-ses que revelam uma longa tradição no género musical e têm uma longa expe-riência em competições similares.

talento natoA premiação dos jovens da Samba, que tiveram ainda oportunidade de dar um outro concerto na Argentina, é resultado de quatro anos de trabalho intenso, com as ajudas de algumas en-tidades e o empenho das crianças, cuja maioria não tinha contacto com a mú-

ORqUEStRA KAPOSSOCA

peQuenos Grandes músicos

e dinamizado pelo administrador do município, Pedro Fançony. O respon-sável contou com a preciosa ajuda do maestro Mário Gama, que viu na ideia audaz a possibilidade de concretizar uma série de ideias que já tinha pro-posto ao Ministério da Cultura e aca-baram por ficar na gaveta.

prova superadaEram 20 países a concurso, 700 crian-ças oriundas dos cinco continentes. Não foi o suficiente para intimidar as crianças da Orquestra Kapossoca. Após os primeiros acordes da música “Filhas de África”, a plateia mostrou-se deslumbrada com o desempenho dos jovens músicos, que levaram uma adaptação do hino do continente feita

“Uma caraterística comum à maioria destas crianças, que têm idades entre os quatro e os 12 anos, é que provêm de famílias mais carenciadas, que não têm recursos para colocar os filhos em escolas de música”

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{ cULTURA&LAzER }

sica até ingressar na orquestra. A apos-ta em jovens até aos 12 anos deveu-se a dois motivos: pela sua capacidade de aprendizagem rápida e por ainda não terem os vícios típicos de artistas adul-tos e já com experiência. O primeiro recrutamento foi efetuado junto das escolas primárias do município e o grupo acabou por ficar com uma cen-tena de crianças. Atualmente mais de 600 jovens compõem a orquestra. To-dos frequentam as escolas públicas das cinco comunas da Samba. O leque de ofertas também foi alargado. O projeto tem igualmente uma escola de teatro e aulas de desporto.

Uma caraterística comum à maioria destas crianças, que têm idades entre os quatro e os 12 anos, é que provêm de famílias mais carenciadas, que não têm recursos para colocar os filhos em escolas de música. A orquestra tem fei-to esse papel e orgulha-se de ensinar violino a meninos que habitam uma zona mais pobre, nas redondezas da capital. Aliás, a maioria dos artistas de palmo e meio é natural da Samba. São filhos de pescadores, peixeiras e professores do ensino primário, que foram retirados das ruas e inseridos num modelo de ensino, que lhes trou-xe regras e disciplina. O resultado é visível: convites para atuar em vários eventos nacionais, uma promissora apresentação no estrangeiro e uma ocupação saudável dos tempos livres.

Em pouco tempo, o projeto do admi-nistrador municipal estava já a funcio-nar em pleno. A rápida capacidade de aprendizagem demonstrou que exis-

tem muitos talentos escondidos nas al-deias das províncias e que a música é uma linguagem universal. Inspirados nos modelos de ensino das Filipinas, os professores (oriundos desse país) con-seguiram em cinco meses de ensaios autênticos milagres. Com o contribu-to e empenho dos alunos, que apro-veitam os tempos livres para ensaiar e levam o violino para todo o lado.

resilientesO projeto ganhou forma através do fundo de apoio das administrações municipais. Contudo, são ainda mui-tas as dificuldades que o grupo musi-cal enfrenta. Têm sido as entidades privadas, sensibilizadas pelas mais-valias do projeto, que têm auxiliado a Orquestra, mediante doações finan-ceiras e distribuição de materiais e alimentos. Há que realçar que os ins-trumentos musicais têm custos ele-vados, impossíveis de suportar pela maioria das famílias. Foi com o apoio da União dos Escritores Angolanos que, em 2010, conseguiram comprar 30 violinos, no valor de 2100 dólares, numa ação de apadrinhamento dos pe-quenos músicos, que desde então têm tido a oportunidade de atuar em reci-tais periódicos de música clássica. O município tem conseguido fazer mui-to com pouco. No ano passado, o Go-verno Provincial de Luanda ofereceu à Kapossoca um mini-autocarro para facilitar a deslocação das crianças que vivem em zonas distantes e para asse-gurar a participação em todos os espe-táculos para os quais são convidados.

Sabia que…Além das aulas de canto e violino, os alunos da Orquestra Sinfónica da Samba têm ainda aulas de boas maneiras, história contemporânea e educação religiosa. A escola oferece igualmente lições de teatro e atividades desportivas.

FIGURApedro FançonyO administrador municipal da Samba é um dos mentores do projeto Kapossoca e tem muitos motivos para sorrir. Foi o responsável pela ideia que se materializou numa orquestra nacional de música sinfónica, o mentor que procurou o maestro Mário Gama, após um concerto da Orquestra Sinfónica de Cuba. É com orgulho que fala do seu conjunto de meninos-prodígio, único em Angola, e provavelmente na maioria dos países africanos. Agora tem mais um motivo para dizer que o projeto é uma aposta ganha. Apesar das dificuldades, os jovens conseguiram o terceiro lugar no Festival Internacional de Iguazú, na Argentina, logo na primeira participação.

Patrícia Alves Tavares

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Life&Style

O tenor angolano, talvez o único a bri-lhar nos grandes palcos internacio-nais, esteve em Angola no último mês para três concertos na Casa 70 e apro-veitou o regresso ao espaço que o viu “crescer” para desmistificar alguns preconceitos que ainda perdurem em relação à música clássica, que é atual-mente um género apreciado por todos. Numa das suas melhores performan-ces, apresentou-se com um espetácu-lo interativo, repleto de energia e de bons motivos para incentivar o país a apostar neste estilo e cativar os mais novos. Acompanhado por Chloe Mo-ore e David Lofton, colegas da Acade-my of Vocal Arts, apresentou-se com músicas de ópera, de Zarzuela, estilos líricos populares e canções típicas dos musicais americanos. Apaixonado por ‘gigantes’ da música lírica, como Lucia-no Pavarotti e Plácido Domingo, Nel-son Ebo é um exemplo de sucesso e de dedicação constante ao trabalho. No currículo consta uma atuação peran-te os reis de Espanha. Além do prémio Incentivo, atribuído pela Giulio Gari

Fundação, em 2010, alcançou no mes-mo ano o primeiro lugar no Connecti-cut Concert Opera e o segundo lugar no concurso Internacional de Canto, em 2011.

radicado no mundoNelson Ebo deixou o país no início de 2001, rumo a Espanha para estudar música. O sonho foi sempre apoiado pela família, natural da Coreia, Bairro da Samba, em Luanda. Aliás, foi na pe-quena aldeia que o menino apaixona-do pelo canto teve o primeiro contacto com o estilo lírico. Começou a cantar no Coro da Santa Bárbara da paróquia da Praia do Bispo e foi no périplo por diversas atuações em igrejas que co-nheceu Mário Gama, um visionário que viu um ‘diamante em bruto’. O co-nhecido tenor lírico influenciou deci-sivamente a carreira de Nelson Ebo ao levá-lo ao palco da Casa 70, onde teve o seu primeiro début artístico, aos 17 anos. A partir daí, ficou responsável pela abertura de todos os concertos or-ganizados pelo espaço. Estas atuações

acabariam por lhe dar passaporte para o estrelato internacional. A embaixada de Espanha em Angola reparou na qua-lidade do artista e a Cooperação espa-nhola ofereceu a possibilidade de fazer uma audição no Conservatório de Mú-sica de Madrid, que passou com dis-tinção, e uma pequena bolsa. Porém, foi na Vila Alice, a prestigiada escola da Avenida da Liberdade, nos EUA, que Nelson Ebo deu os maiores pas-sos numa carreira que orgulha todos os patriotas, pois poucos conseguem atingir tal patamar na música clássica. Conquistou uma bolsa na Academia de Artes Vocais de Filadélfia, um projeto único no universo lírico e de onde saí-ram as grandes vozes de ópera que atu-am nos principais teatros do mundo. É, aliás, o objetivo de Nelson Ebo.

inspiração bantuNelson João Hebo, 28 anos, transfor-mou-se em Ebo após um erro admi-nistrativo no seu cartão de residência, quando chegou a Espanha, em 2001. Os espanhóis reiteradamente omitiam o “h” do seu nome por ser mais prático e de escrita mais simplificada. O jovem artista encarou a falha de escrita como uma oportunidade e optou por Ebo pa-ra nome artístico. Hoje, o apelido de inspiração bantu percorre o mundo intimamente associado ao leque res-trito de vozes ímpares e inimitáveis, os grandes tenores.

Vive nos Estados Unidos mas traz na voz as raízes de Angola e a cultura dos seus ancestrais. Nelson Ebo, tenor, é um caso ímpar de êxito internacional e apesar de estar radicado em Filadélfia, América, não esquece a terra-natal. A história de um promissor cantor lírico, que chegou, viu e venceu!

“Nelson Ebo conquistou uma bolsa na Academia de Artes Vocais de Filadélfia, um projeto único no universo lírico”

NElSON EBO

herdeiro do canto

lírico

Patrícia Alves Tavares

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{ cULTURA&LAzER }breVes

Kuduro tem associação profissional

A ADEKA é uma realidade desde junho. A associação nacional de músicos do género Kuduro foi criada com o intuito de auxiliar os seus associados no lançamento

de CDs mediando o contacto com produtoras locais, na formação profissional e académica, prestando apoio

na defesa dos direitos e interesses dos artistas. De acordo com o presidente da ADEKA, Luís Amaro Pinto de Andrade, a organização tem como maior finalidade

o incentivo da prática do Kuduro e estudo do estilo musical. A curto prazo, a direção pretende impulsionar

o desenvolvimento do género, propiciando encontros entre os praticantes, a troca de informações e

valorização do Kuduro. O movimento, que surgiu na década de 90, quer apostar na internacionalização.

especialista defende gestão

culturalO especialista inglês Christopher

Maughan esteve na capital para participar na conferência

internacional sobre a “Educação Patrimonial e sua Gestão” e

sugeriu que a gestão cultural traria vantagens ao país. O professor da

Universidade Montfort apontou como mais-valias a criação de

uma base cultural forte, assente na compreensão e conhecimento de

todos os aspetos deste domínio. O docente explicou que no caso da

sociedade britânica os estudos demonstram que quando

bem planificada, a gestão cultural

conduz a maior riqueza e

contribuiu para um maior nível de

comprometimento da população.

angola tropical show percorre paísDe Cabinda ao Cunene, o Angola Tropical Show vai percorrer todas as províncias entre novembro e dezembro. O projeto do músico Caló Pascoal vai entrar em digressão nacional e envolve a participação de uma série de artistas de renome. Sem divulgar os músicos convidados, Caló Pascoal esclareceu a imprensa que tem como objetivo levar a música aos locais mais distantes do país, onde as populações têm poucas oportunidades de se deslocarem para ver espetáculos. O Angola Tropical Show, iniciado em 2010, é composto por Caló Pascoal, Beliche dos Santos, Zemuele Kuto, Kintino, John Fonseca, Pirica, Njunjobre; Nanuto, Ebra, Dina Medine e Elena.

Kalibradinhos nas bancas

É o mais recente projeto do grupo musical Kalibrados. A Kalibradinhos

foi apresentada no último mês e promete ser um sucesso entre os

mais novos. A revista de banda desenhada destina-se a todos os

amantes da BD e quer afirmar-se enquanto produto cómico, educativo

e de fácil leitura. Recorde-se que a banda de hip-hop estreou-se em

2005 e alcançou o sucesso em curto tempo. Mr. K., Vui Vui, MuKadaff e

Laton já conquistaram vários prémios e aventuram-se agora no mercado

editorial, num registo cómico.

18 delegações da unacÉ objetivo da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC) abrir uma representação do organismo em cada província. Contudo, a meta não tem uma data definida devido às dificuldades financeiras da associação. O organismo indicou em comunicado que instalou delegações em Cabinda, Zaire, Malanje, Kwanza Sul, Benguela, Huambo, Huíla e Cunene. Existem ainda comissões instaladoras no Uíge, Namibe, Lunda Sul, Moxico e Kuando Kubango. A UNAC tem contado com o apoio das entidades oficiais para cumprir o desejo antigo.

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Life&Style Patrícia Alves Tavares { PERSONALIDADES }

O seu nome ecoa em nações, como Portugal, França, Espanha, Áfri-ca do Sul, Estados Unidos, Cuba, Senegal, Israel ou México. Afi-nal, Fernando Alvim tem no cur-rículo mais de meia centena de exposições internacionais. Um percurso que começou em 1979 e cuja qualidade ultrapassou fronteiras e alcançou as princi-pais cenas artísticas do mundo. Fernando Alvim é comissário cultural e um dos grandes dina-mizadores do movimento das ar-tes nacionais. O administrador da SOSO | LAX_arte contemporâ-nea e software culturais é cofun-dador e coprodutor da Fundação Sindika Dokolo_coleção africana de arte contemporânea.

bolseiro da gulbenKianOriundo de uma família portu-guesa, o ícone das artes nas-ceu em Luanda, em 1963, e foi aí que despertou os sentidos para as manifestações culturais. Até 1987, viveu e trabalhou na ca-pital. Esse ano acabaria por re-presentar uma viragem no seu destino. Recebeu uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian e mudou-se para Bruxelas, na Bélgica, onde viveu até 2002. No ano seguinte regressou às raízes e, em 2005, organizou a primeira

ArtiStA Do MunDo—Impulsionador de luanda como centro cultural e defensor da cidade enquanto espaço artístico de relevo internacional. Fernando Alvim é o homem por detrás desta ideologia. O artista plástico que traz na sua bagagem profissional a vivência em Bruxelas (Bélgica) foi o dinamizador da primeira trienal de luanda. Um visionário que ainda tem muito para dar ao país…

Trienal de Luanda, a convite do Ministério da Cultura. O evento, que ocorre de três em três anos, consiste na produção de um la-boratório destinado a observar e analisar as mudanças estéticas e emocionais de uma sociedade.

Durante a estadia no centro po-lítico europeu, Fernando Alvim desenvolveu dois projetos de destaque: fundou o grupo Sus-suta Boé, em 1990, na Bélgica, e o Camouflage, o primeiro Centro de Arte Contemporânea Africana na Europa, replicando o modelo de Joanesburgo. Do currículo impressionante constam ainda as suas pinturas, colagens e a produção de audio-visuais, onde se elegem as obras “Memórias íntimas Marcas” (1997), “Morfina” (1997), “Kilem-be – Tree of Knowledge” (2001) e “Unconscious Skin” (2001).

sonhadorFernando Alvim é um homem preocupado com a sociedade e a política atual. Elevar o nome do seu país além-fronteiras é uma missão que tem cumprido com êxito. Foi o único a conseguir le-var Angola à Bienal de Veneza, com o projeto “Check List – Lu-anda Pop”, baseado na coleção da Fundação Sindika Dokolo.

O artista referiu numa das últi-mas entrevistas concebidas à comunicação social que sonha com uma rede de museus e casas da cultura. O ideal, para si, seria ter um espaço de referência em cada uma das grandes cidades e municípios. Afinal, arte e cul-tura são igualmente veículos da educação.

Fernando alvim fundou o grupo Sussuta Boé, em 1990, na Bélgica, e o Camouflage, o primeiro Centro de arte Contemporânea africana na europa, replicando o modelo de Joanesburgo

quem é Fernando alVim?

artista plástico, curador e consultor de arte contem-porânea

responsável pela criação e direção da trienal de arte de luanda

técnicas: pintura, instalação, fotografia/ vídeo

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2012 113FEVEREIRO 2012 113

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114 2012

Super Bock Super Rock uM cartaZ de luxoSão 18 anos. 18 anos de concertos que fizeram dos palcos do Super Bock Super Rock um dos pontos mais altos da sua carreira. Entre estreias e re-gressos este Festival já se afirmou como um dos pontos obrigatórios em cada verão. 2012 não é um ano de exceção. Das revelações mais faladas como Lana del Rey e Skrillex, aos ar-tistas de referência da música do nosso tempo como Peter Gabriel, passando pela apresentação ao vivo de trabalhos mais recentes co-mo M.I.A., de estreias como os The Shins, ou dos sempre presentes Portugueses como Wraygunn ou Supernada, mantém-se a certeza de que as atuações que estão para vir continuarão a integrar as listas pessoais de “melhores concertos”. Nos dias 5, 6 e 7 de julho, todos os caminhos vão dar à Herdade do Cabeço da Flauta junto à Praia do Meco em Sesimbra, e a Música vai ser sempre Super!

Life&Style AgendaCarla Marques

Centro Pompidou, em ParisexPõe gerhard richterOs amantes da pintura podem ver uma grande retrospetiva no Centro Pompidou dedicado ao grande artista alemão, Gerhard Richter (1932, Dresden).Mais de 130 pinturas do artista estarão em exposição durante três meses na Galerie 1 apresentando obras desde os anos 1960 até os dias atuais. Algumas dessas obras são parte da história da pintura, como Ema, nu em uma escada, 1964, Betty, 1988 ou setembro de 2005.Os visitantes também podem descobrir, durante esta visita, obras menos conhecidas do artista.A exposição no Centro Pompidou, em Paris é co-produzida com a Tate Modern de Londres e pela galeria de Berlim NeueNational.

24 até

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Do Grand Palais para… “d’intense ProxiMité”

A terceira edição da Trienal de Arte Contemporânea (anteriormente denominada “La Force de l’Art”) decorre até ao próximo dia 26 agosto no Palais de Tokyo em Paris e, a partir de setembro em locais localizados nos subúrbios da capital francesa: le Crédac, Galliera – musée de la Mode de la Ville de Paris, le Grand Palais, les Instants Chavirés, les Laboratoires d’Aubervilliers et le Musée du Louvre. A terceira edição da Trienal de Arte Contemporânea sairá do Grand Palais divulgando o conceito “d’Intense Proximité”, o que significa no contexto atual da arte francesa criar algo diversificado e globalizado.

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Festival Hard Rock CallingnoMes sonantes no hyde ParKO Hard Rock Calling 2012 é um evento genuíno de música ao ar livre que tem no seu programa nomes bem conhecidos do mundo do espetáculo a nível internacional, bem como a presença de algumas lendas do Rock no Hyde Park. Trata-se de um Festival que decorre durante três dias, de 13 a 15 de julho.Bruce Springsteen é o grande nome para a noite de sábado, enquanto que domingo vai aquecer com a voz de Paul Simon a cantar alguns dos seus maiores sucessos, sendo acompanhado em palco por Hugh Masekela, Jimmy Cliff, e Ladysmith Mambazo Preto. Também confirmados estão Tom Morello, The Mars Volta, Iggy & The Stooges, John Fogerty, Alison Krauss, Cold Chisel, Lady Antebellum, Christina Perri, Black Stone Cherry, Amy MacDonald, Big Country, a Kids in Glass Houses, Karima Francis, The Dirty Juventude, Lawson, Ryan Sheridan, a noite, e Dylan LeBlanc. Dawes, Guillemots e Skindred, Gary Clark Jr, Punch Brothers, Life In Film, Needtobreathe, Robert Randolph, A Noite, Robert Ellis, Jonathan Wilson, Roudette Marlon e Marcus Foster.

International Abstraction and the Guggenheim, 1949–1960 art of another KindAté ao próximo dia 12 de Setembro estará patente uma exposição subordinada ao tema “Art of Another Kind” que reúne artistas pioneiros do pós-Segunda Guerra Mundial que desenvolveram uma arte alternativa e que abraçaram a liberdade artística, baseados em estilos específicos, materiais não tradicionais e contra-referências culturais. Com cerca de 100 obras de Louise Bourgeois, Burri Alberto, Asger Jorn, Willem de Kooning, Jackson Pollock, Soulages Pierre, Antoni Tàpies, e Zao Wou-Ki, entre outros, esta exposição procura explorar as afinidades e diferenças entre os artistas que trabalham em vários continentes numa época de transição e mudança, com um desenvolvimento criativo rápido.

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ANO IV - SÉRIE IIREVISTA Nº06 - 2012—3,50 EUR450 KWZ5,00 USD—ISSN 1647-3574

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Upgrade, já! Visitamos o MLXe e ficamos

nas ‘nuvens’. A revolução da Microsoft na visão de um

‘viciado em eletrónica’

20 anos nUm contentor

Latão e comodidade não combinam? Descubra como é

possível aliar confortoe segurança na construção

das casas de sonho do futuro

terra mãe O investimento da diáspora

como fonte de progresso no continente

Vela, judo, canoagem, boxe e taekwondo. Cinco modalidades de eleição à conquista da medalha em Londres. A família angolana está unida e promete elevaro desporto nacional no maior palco mundial.

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antónio monteiro,vice-presidente coa

TalenTo em bruTo

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Honra e glória