anexo xvi - transporte no xilema e floema

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A água e os iões minerais, uma vez chegados ao xilema por absorção radicular, constituem a seiva bruta, ou seiva xilémica, que agora pode ser distribuída pela planta. Transporte no xilema O movimento ascendente da seiva bruta é explicado por duas hipóteses: Hipótese da pressão radicular; Hipótese da tensão-coesão-adesão. Postula que existe uma pressão formada na raiz (pressão radicular) que impele a seiva bruta para cima. A acumulação de iões nas células radiculares (por transporte activo), faz com que a concentração de solutos aumente no interior das mesmas, pelo que a água entra na raiz por osmose. A acumulação de água na raiz provoca então uma pressão radicular que força a água a subir. Dois fenómenos apoiam esta teoria: Exsudação: saída da água pela zona de cortes efectuados, resultado da realização de podas tardias, consequência da pressão radicular. Gutação: libertação de água sob a forma de gotículas pelas folhas através de hidátodos ou estomas aquíferos (estruturas especializadas), ocorre devido à elevada pressão radicular. Transporte no xilema Hipótese da Pressão Radicular

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Page 1: Anexo XVI - Transporte No Xilema e Floema

A água e os iões minerais, uma vez chegados ao xilema por absorção

radicular, constituem a seiva bruta, ou seiva xilémica, que agora pode ser

distribuída pela planta.

Transporte no xilema

O movimento ascendente da seiva bruta é explicado por duas hipóteses:

Hipótese da pressão radicular;

Hipótese da tensão-coesão-adesão.

Postula que existe uma pressão formada na raiz (pressão radicular) que impele a seiva bruta para cima.

A acumulação de iões nas células radiculares (por transporte activo), faz com que a concentração de solutos aumente no interior das mesmas, pelo que a água entra na raiz por osmose.

A acumulação de água na raiz provoca então uma pressão radicular que força a água a subir.

Dois fenómenos apoiam esta teoria:

Exsudação: saída da água pela zona de cortes efectuados, resultado da realização de podas tardias, consequência da pressão radicular.

Gutação: libertação de água sob a forma de gotículas pelas folhas através de hidátodos ou estomas aquíferos (estruturas especializadas), ocorre devido à elevada pressão radicular.

Transporte no xilema – Hipótese da Pressão Radicular

Page 2: Anexo XVI - Transporte No Xilema e Floema

Exsudação Gutação

Transporte no xilema – Hipótese da Pressão Radicular

Transporte no xilema – Hipótese da Pressão Radicular

Limitações da Hipótese da Pressão Radicular:

A pressão radicular participa na ascensão da seiva xilémica, contudo, há outros factores que colaboram neste fenómeno.

Os valores da pressão radicular não são suficientes para explicar a ascensão de água até ao topo de certas árvores.

Existem várias espécies de plantas que não apresentam pressão radicular.

Page 3: Anexo XVI - Transporte No Xilema e Floema

Baseia-se em três princípios:

1 – Na Coesão entre as moléculas de água, força que as mantém unidas umas às outras, possibilitando a formação de colunas contínuas;

2 – Na Adesão das moléculas de água às paredes do xilema;

3 – Na Tensão gerada nas células do mesófilo; esta força é também designada por força de sucção. É tanto maior quanto maior for a taxa de transpiração e de fotossíntese. Estes dois fenómenos fazem aumentar a pressão osmótica das células das folhas, que absorvem a água das células vizinhas e estas do xilema. Esta força, que é gerada nas folhas, transmite-se até à raiz onde a água é absorvida do solo.

Transporte no xilema – Hipótese da Tensão-Coesão-Adesão

Transporte no floema

A ascensão xilémica resulta no transporte de água e de sais minerais até às

folhas, necessários à realização de fotossíntese. Contudo, a fotossíntese não

ocorre em todas as células. Deste modo, os compostos orgânicos produzidos

neste processo têm de ser transportados pelo floema para as restantes

células.

Assim, a seiva floémica ou elaborada difere da seiva xilémica, pois contém

compostos orgânicos resultantes da fotossíntese, o que lhe confere uma certa

viscosidade. Pode também incluir, substâncias minerais e hormonas vegetais.

Page 4: Anexo XVI - Transporte No Xilema e Floema

Transporte no floema – Experiência de Malpighi

a – Remoção de um anel do caule.

b – Formação de um inchaço na zona imediatamente acima do corte, devido à acumulação de seiva floémica.

c – Morte da raiz e consequente morte da planta.

Transporte no floema – Experiências em afídios

O conteúdo floémico encontra-se sob pressão e flui em todas as direcções.

A composição da seiva elaborada varia de espécie para espécie mas, na generalidade, contém 10% a 20% de sacarose, ou outros açúcares, ácidos aminados, nucleótidos, hormonas e iões inorgânicos.

Page 5: Anexo XVI - Transporte No Xilema e Floema

Transporte no floema – Hipótese do fluxo de massa ou do fluxo sob pressão

Os glícidos sintetizados nas folhas são convertidos em sacarose antes de entrarem no floema.

A sacarose passa das células das folhas para as células de companhia do floema por transporte activo.

Através de pontes citoplasmáticas (plasmodesmos), a sacarose passa das células de companhia para os tubos crivosos do floema.

O aumento da concentração de sacarose nas células dos tubos crivosos provoca uma entrada de água provinda do xilema, ficando estas túrgidas.

A pressão de turgescência obriga a solução de sacarose a deslocar-se através da placa crivosa para a célula seguinte do tubo e assim sucessivamente.

Transporte no floema – Hipótese do fluxo de massa ou do fluxo sob pressão

Este fluxo gera um gradiente de concentração decrescente, desde o local de produção (folhas) até ao local de consumo/reserva (fruto, caule, raiz...)

Esta hipótese foi formulada por Münch em 1930.

Modelo Físico de Münch Modelo do Fluxo de Massa

Água destilada

Solução de

sacarose diluída

Solução de sacarose

concentrada

Page 6: Anexo XVI - Transporte No Xilema e Floema

Transporte no floema – Hipótese do fluxo de massa ou do fluxo sob pressão

Esta teoria considera que os movimentos se devem à existência de um gradiente de concentração de sacarose, que se estabelece entre um órgão produtor de açúcar e um local de consumo desse mesmo açúcar.

Münch usou um modelo físico para explicar a sua teoria: usou dois recipientes, A e B, de membrana permeável à água e impermeável à sacarose. O recipiente A é cheio com solução concentrada de sacarose e o recipiente B com solução diluída de sacarose. Os recipientes são ligados por um tubo e mergulhados numa tina com água destilada.

O que se verifica é que a entrada de água para o recipiente A, com a solução hipertónica, causa um aumento tal de pressão que a solução se desloca no tubo até ao recipiente B, arrastando consigo a sacarose. No recipiente B a água sai novamente para a tina. Este fluxo pára quando as concentrações se igualam nos recipientes A e B, mas se for adicionada sacarose ao recipiente A, este fluxo continua.

Transporte no floema – Hipótese do fluxo de massa ou do fluxo sob pressão

Objecções a esta hipótese:Segundo esta teoria, o papel dos elementos dos tubos crivosos é relativamente passivo, o que não parece de acordo com o facto de estes serem células vivas, ainda que altamente modificadas. Esta teoria também não permite explicar deslocações simultâneas de seiva elaborada, no mesmo tubo floémico, em sentidos opostos (para baixo da folha e para cima de um órgão de reserva, por exemplo, em épocas de crescimento intenso), bem como o facto de as placas crivosas serem obstáculos importantes, que necessitariam de uma pressão floémica bem mais elevada do que a registada para serem ultrapassadas.

Deste modo, vários autores consideraram que deveria existir transporte activo no interior dos tubos crivosos, o que parece comprovado pelo facto de substâncias inibidoras da respiração celular causarem importante redução de velocidade na deslocação da seiva elaborada. No entanto, os estudos realizados não permitiram, até agora, descobrir um outro mecanismo que permita explicar melhor o processo de translocação no floema, pelo que se permanece na dúvida.

Page 7: Anexo XVI - Transporte No Xilema e Floema

http://bcs.whfreeman.com/thelifewire/content/chp36/36020.html

http://www.biology.ualberta.ca/facilities/multimedia/uploads/alberta/transport.swf

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