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PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍ - PDTIC ANÁLISE JURÍDICA DO MODELO DE GESTÃO DO PARQUE TECNOLÓGICO DO PÓLO DE TIC DO PIAUÍ - RELATÓRIO FINAL Apresentação O presente relatório constitui o Produto – Levantamento, Análise e Sugestão de Estrutura Jurídica para a Gestão do Pólo de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Piauí (Parque Tecnológico de TI). Documento complementar ao Plano Diretor de TIC do Estado do Piauí, de acordo com o contrato de prestação de serviços, firmado entre o Centro de Excelência em Tecnologia de Software do Recife - SOFTEXRECIFE e o escritório de advocacia André Carvalho – Advocacia & Consultoria. Dentro do Convênio nº 21/2008-SEAD firmado com a Secretaria de Administração do Estado do Piauí com apoio da Unidade de Coordenação Estadual do PNAGE-PI. O relatório está estruturado em dois capítulos. O primeiro capítulo trata da Visão Geral dos Parques Tecnológicos e da Situação Atual da Legislação do Estado do Piauí acerca do assunto. O segundo capítulo se refere a proposta de estrutura jurídica para a gestão do parque tecnológico e a criação de legislações para dar suporte a esta gestão. De acordo com a proposta técnica submetida pelos consultores do PDTIC do Piauí para realização do estudo solicitado, este relatório foi concebido e formatado como uma “Proposta Inicial ” para uma reunião estruturada com representantes dos principais atores do projeto, onde serão selecionadas definições preliminares relativas à concepção do arranjo institucional a ser proposto para a organização gestora do Parque Tecnológico. Recife/PE, Outubro de 2008. ___________________________________ André Carvalho – Advocacia & Consultoria André Vinícius Guimarães de Carvalho Advogado – OAB/PE nº 14.805

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PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNIC AÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍ - PDTIC

ANÁLISE JURÍDICA DO MODELO DE GESTÃO DO PARQUE

TECNOLÓGICO DO PÓLO DE TIC DO PIAUÍ - RELATÓRIO FIN AL Apresentação O presente relatório constitui o Produto – Levantamento, Análise e Sugestão de Estrutura Jurídica para a Gestão do Pólo de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Piauí (Parque Tecnológico de TI). Documento complementar ao Plano Diretor de TIC do Estado do Piauí, de acordo com o contrato de prestação de serviços, firmado entre o Centro de Excelência em Tecnologia de Software do Recife - SOFTEXRECIFE e o escritório de advocacia André Carvalho – Advocacia & Consultoria. Dentro do Convênio nº 21/2008-SEAD firmado com a Secretaria de Administração do Estado do Piauí com apoio da Unidade de Coordenação Estadual do PNAGE-PI. O relatório está estruturado em dois capítulos. O primeiro capítulo trata da Visão Geral dos Parques Tecnológicos e da Situação Atual da Legislação do Estado do Piauí acerca do assunto. O segundo capítulo se refere a proposta de estrutura jurídica para a gestão do parque tecnológico e a criação de legislações para dar suporte a esta gestão. De acordo com a proposta técnica submetida pelos consultores do PDTIC do Piauí para realização do estudo solicitado, este relatório foi concebido e formatado como uma “Proposta Inicial ” para uma reunião estruturada com representantes dos principais atores do projeto, onde serão selecionadas definições preliminares relativas à concepção do arranjo institucional a ser proposto para a organização gestora do Parque Tecnológico. Recife/PE, Outubro de 2008. ___________________________________ André Carvalho – Advocacia & Consultoria André Vinícius Guimarães de Carvalho Advogado – OAB/PE nº 14.805

RELATÓRIO FINAL LEVANTAMENTO, ANÁLISE E SUGESTÃO DE ESTRUTURA JURÍDICA PARA A GESTÃO DO PÓLO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍ (PARQUE TECNOLÓGICO DE TIC).

PLANO DE TRABALHO PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍ - Levantar, analisar, organizar e sistematizar a legislação estadual que trata sobre Organizações Sociais, e Pólos Tecnológicos, com vistas a elaboração do Projeto de Estruturação do Arranjo Tecnológico Local de TIC. - Elaborar as minutas dos atos de aprovação legal do documentos e da política de gestão da Tecnologia da Informação e Comunicações do Estado do Piauí.

Capítulo I VISÃO GERAL DOS PARQUES TECNOLÓGICOS E DA SITUAÇÃO ATUAL DA LEGISLAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍ Dos trabalhos realizados, com visita as instalações da ATI-PI e Assembléia Legislativa do Estado do PIAUI e OAB-PI, não conseguimos identificar nenhuma legislação pertinente a propiciar um desenvolvimento do ambiente jurídico que abrigue a instalação do Pólo de TIC no Estado do Piauí. No caso específico do Estado do Piauí, o poder público através da Secretaria de Administração e a ATI-PI, devem ser os responsáveis pela implantação e manutenção de uma bem sucedida rede de instituições de desenvolvimento tecnológico, que agregue um parque tecnológico concentrando empresas inovadoras de todos os portes. Pretende-se assim, dar ênfase a criação de um Parque Tecnológico, tomando-o simultaneamente como empreendimento criado para promover pesquisa e inovação tecnológica, mas sem esquecer sua possível formatação de projeto urbano e imobiliário. Nesse sentido, imaginamos que as circunstâncias políticas e econômicas levarão a considerar o Poder Público antes com um papel indutor, do que propriamente empreendedor – embora essa última hipótese possa ser necessária para viabilizar a constituição inicial do projeto. Isso significa que o Estado deve atuar para induzir a reunião, em um mesmo espaço físico, das competências de entidades como Universidades, Faculdades, Escolas Técnicas, Empresas e Institutos de Pesquisas. Além de outras entidades públicas federais, estaduais e municipais.

Para alcançar esses objetivos, a política pública piauiense para o referido Parque Tecnológico concebe-o como entidade com personalidade jurídica própria e objeto social específico. Devendo dispor de modelo de gestão que apresente viabilidade econômico-financeira e que seja adequado às competências científicas e tecnológicas das entidades locais e às vocações econômicas regionais. Mas, além dessas características, é importante ter clareza que a dimensão desse empreendimento foge à capacidade de investimento isolado do setor público: ele precisa ser constituído em parceria com o setor privado, para assegurar sua sustentabilidade econômico-financeira. Para garantir esta viabilidade, o Parque também pode ser concebido como empreendimento mobilizador de grande projeto imobiliário, com previsão de áreas para atividades tecnológicas, aliadas a áreas para residências e serviços. É a mescla de usos que vai viabilizar o interesse privado e os necessários investimentos na infra-estrutura do Parque Tecnológico. Um reforço adicional a este Projeto por parte do Governo do Estado está na forma de inserção do mesmo como um dos projetos considerados estratégicos pelo executivo piauiense. Além disso, e como decorrência direta do Projeto, necessária a formalização da existência do Parque Tecnológico de TIC, por meio de Decreto Estadual, que definirá como objetivos os de “fomentar, impulsionar e apoiar as iniciativas do Parque Tecnológico de TIC do Estado do Piauí”. Este decreto, além de definir os objetivos gerais do Parque, dispõe sobre os critérios a serem observados por cada um dos empreendimentos que desejem se candidatar a participar dessa política do Estado de incentivo à inovação. Para concluir, cabe antecipar um pouco o futuro. Os impactos sociais e econômicos que se esperam deste programa são de tal ordem que irão mudar de forma radical a fisionomia do Estado do Piauí. Essa é uma agenda do presente com uma visão de futuro, capaz de gerar novos espaços de investimento e que representará uma marca inconteste da ação governamental. O desenvolvimento de um parque tecnológico pressupõe a existência de um projeto de C,T&I que defina de forma clara os setores nos quais o poder público irá investir e os equipamentos públicos que serão necessários para incentivarem o desenvolvimento de determinado setor industrial. Um parque tecnológico gera sinergias entre seus diversos atores. Parte dessas sinergias pode ser apropriada em favor dos objetivos comuns e permanentes do parque. Essas sinergias podem ser de natureza imobiliária, de serviços, infra-estrutura, recursos humanos ou de legislação. O sucesso de um parque tecnológico deve ser medido no longo prazo pelo impacto que ele tem no desenvolvimento regional, na economia estadual e nacional, bem como na eficácia com que o parque implantou a política definida pelo poder público. Essa realidade só se constrói com uma política bem-sucedida de atração de empresas.

Para isto, todas as rotas de atração devem ser buscadas: empresas ou instituições âncoras que têm a capacidade de atrair ou gerar outras empresas; empresas de base tecnológica nacional ou internacional; micro e médias empresas; incubadoras e pós-incubadoras, capazes de transformarem idéias em negócio. As sinergias também podem apontar para a consolidação de clusters em temas específicos, onde a proximidade beneficie a todos. Metodologicamente, definimos três fases de implantação para o parque tecnológico para orientar a estratégia de atração de empresas: estruturação, expansão e consolidação. Essas fases são definidas em função do grau de maturidade do empreendimento. A fase de estruturação é determinante para a captação de investimentos e é a fase mais intensa em divulgação. Durante essa fase, as premissas devem ser consolidadas, as demandas das empresas mapeadas e as soluções para questões como infra-estrutura, serviços tecnológicos, incentivos e necessidade de recursos humanos, entre outras, devem ser buscadas. A fase de expansão é uma fase de intensa concretização de negócios, mas centrada em informações qualificadas. Finalmente, a última fase representa o momento de consolidação do parque, quando as ações de captação são seletivas e visam a aperfeiçoar a ocupação do espaço e melhorar a qualidade das empresas instaladas. Cada uma das fases demanda uma estratégia de atuação e também a análise das características do parque. O setor público tem diversas responsabilidades das quais não pode se furtar, principalmente quando se leva em conta políticas de indução do desenvolvimento de um país ou região. Dentre as diversas responsabilidades nas quais o estado tem um papel preponderante, duas se destacam: o projeto de TIC e a política de atração de empresas. Os dois primeiros elementos – Projeto de TIC e Atração de Empresas são prioritariamente ações do Estado, associadas às políticas públicas estaduais de ciência e tecnologia e de desenvolvimento industrial. Os outros elementos podem ser desenvolvidos pelo setor privado, em consonância com as políticas de desenvolvimento regional estabelecidas pelo poder público. As empresas de base tecnológica são as principais usuárias do parque e consequentemente as maiores geradoras de receitas durante a fase operacional. Essas empresas irão se utilizar do parque para desenvolverem projetos de alta tecnologia, podendo ainda se utilizar de equipamentos públicos instalados para suportarem seus projetos.

Definidas as principais premissas para a estruturação do projeto de um parque tecnológico e as competências do poder público e do setor privado, podemos definir com mais clareza os principais papéis envolvidos no processo de estruturação e operação de um parque tecnológico. Parque Tecnológico – Entidade Gestora: Entidade central e definidora do Parque Tecnológico, tendo como principal responsabilidade a implementação do projeto de TIC do parque visando a atração e desenvolvimento de EBTs (empresas de base tecnológica) e geração de riqueza. Para isso, torna-se responsável pela articulação com os Governos, Centros de Pesquisas, Universidades, Incubadoras, EBT e empreendedores, com interesse no Parque, como também pela gestão e manutenção da política governamental de TIC para a região. Poder Público: São as Prefeituras, Governo do Estado e União, inclusive agências de fomento e financiamento, inclusive a ATI-PI. Com papéis específicos e complementares desde a articulação para determinar as diretrizes do empreendimento, como vocações, prioridades, metas quantitativas e qualitativas, incentivos, até aporte de recursos e consolidação das políticas para a viabilização dos Parques Tecnológicos. Parque Tecnológico – Incorporador Master: Responsável pelo empreendimento imobiliário. Atua na construção de espaços físicos com infra-estrutura urbana adequada à atividade de pesquisa, desenvolvimento e inovação, visando a instalação de empresas. Obtém receitas através de negócios envolvendo terrenos e possui visão de longo prazo, objetivando a valorização regional da área, pode ser a própria Entidade Gestora. Developers – Incorporadores: Aqueles agentes que alinhados às Diretrizes do Parque Tecnológico e através de negócios imobiliários específicos com o Incorporador Master, será responsável por construir e vender ou alugar espaços para empresas (EBT) e prestadores de serviços, incluindo hotéis, auditórios, restaurantes, serviços gráficos, etc. Possui visão de curto prazo e geralmente não investe grande soma de recursos próprios. Universidades, Centros de Pesquisas, Incubadoras e outros: Agentes geradores de conhecimento e de recursos humanos que podem dar grande contribuição na implementação do projeto de TIC do Parque, sobretudo por sua proximidade geográfica ao Parque Tecnológico. Mercado/Empresas: São as EBTs com potencial de instalação no Parque Tecnológico, variando de micro empresas incubadas a empresas âncoras, preferencialmente associadas ao conteúdo tecnológico definido para o Parque. Como existem diversas interfaces em um projeto de parque tecnológico e muitas vezes as ações dos envolvidos se confundem, é necessário que se definam claramente as obrigações e limites de atuação de cada um, para evitar que haja conflitos futuros durante a operação do parque. Após debates com as equipes locais, este projeto propõe um elenco de atribuições para alguns dos principais envolvidos com o projeto: a Entidade Gestora e o Master Developer.

Entidade Gestora – modelo jurídico A estrutura proposta para os parques tecnológicos envolve a relação de distintas pessoas jurídicas. A pessoa central – Entidade Gestora - cuja existência vem caracterizar o empreendimento como um parque tecnológico é uma entidade que tem por objetivo gerenciar o parque, formulando e aplicando seu projeto de TIC, e zelando para que seus objetivos sejam atingidos. A entidade Gestora deve se relacionar com ao menos outras cinco espécies de pessoas: a) um master developer do parque, com atuação tipicamente empresarial voltada aos aspectos imobiliários do negócio, sendo o responsável por empreender o parque, sempre respeitando as diretrizes da entidade de TIC em matéria do objeto e das finalidades do parque; b) um ou mais developers, igualmente com atuação empresarial imobiliária, atraindo negócios e clientes para o parque; c) o Estado, nos seus diversos níveis federativos, de modo que o parque possa ser o espaço de concretização de parcerias entre o poder público e o setor privado, com vistas à implantação de políticas públicas na área de TIC; d) as instituições, públicas ou privadas, que atuem em matéria de TIC (universidades, institutos de pesquisa, incubadoras), que são parceiros essenciais do parque, tanto no sentido de para lá permitirem trânsito de pessoas e conhecimentos, como no sentido de fisicamente estarem presentes no parque; e e) as entidades do setor privado, que instalarão seus negócios no parque, ou nele farão seus investimentos. Em princípio, a entidade gestora foi concebida de modo a não se confundir com as espécies de pessoas acima referidas. Todavia, não há, em tese, obstáculo jurídico para que a entidade gestora e o dito master developer constituam uma única pessoa, dentro da qual convivam essas distintas funções (ex.: havendo um conselho técnico-científico com poder decisório em determinadas matérias). O modelo de estrutura jurídica mais adequado como veremos mais detalhadamente no capítulo seguinte é de uma entidade privado sem fins lucrativos. Estrutura privada sem fins lucrativos Cogita-se, neste tipo de estrutura, de conceber a entidade gestora como pessoa privada, revestida das figuras previstas na lei civil para entidades sem fins lucrativos: fundações ou associações, preferencialmente uma Associação. Desse modo, a entidade pode contar com aporte de recursos privados, porém sem a característica de investimento visando ao lucro. Nessa hipótese, necessariamente as pessoas estatais não precisam associassem à entidade gestora – o que, seria possível no modelo de OS – Organização Social –

buscando-se assim maior flexibilidade para repasses de recursos estatais para as atividades da entidade. Este tipo de estrutura parece ser de mais pronta possibilidade de implantação e mais adequado para ambiente em que não esteja madura a cultura empresarial voltada à TIC. Por tratar-se de uma iniciativa pública, o Estado pode participar da estruturação do negócio Parque Tecnológico desde a abertura da empresa com aporte de capital até sua saída da sociedade - por meio da venda progressiva de sua participação – caso seja considerado conveniente. CAPÍTULO II PROPOSTA DE ESTRUTURA JURÍDICA PARA A GESTÃO DO PARQUE TECNOLÓGICO DO PÓLO DE TIC DO ESTADO DO PIAUÍ Com o objetivo de alcançar melhores resultados na Administração Pública, criaram-se novos instrumentos no âmbito do Direito Público, para conferir maior autonomia aos entes administrativos ou estabelecer parcerias com entidades privadas sem fins lucrativos. Dentre tais medidas, sobressaem o contrato de gestão e o termo de parceria. Entendemos que esses modelos atuais de eficiência e de eficácia da gestão do interesse público, além de proporcionarem ao Estado uma maior mobilidade e resultado na execução das políticas públicas, possibilita uma maior participação da iniciativa privada, reduzindo o custo operacional das empresas de base tecnológica, alcançando novos mercados e ampliando a competitividade das empresas locais nele instaladas. Outra significativa contribuição é referente ao aumento e aquecimento da economia local, através da captação de várias fontes de recursos independentemente do aporte de recursos do Governo Estadual, como a renúncia fiscal de impostos federais através de empresas com regime de tributação no lucro real, recursos federais nos diversos programas do Governo, principalmente através da FINEP – Financiadora de Projetos, CNPq, MCT e outros, recursos Municipais para a modernização da gestão municipal, doações internacionais de organismos fomentadores do desenvolvimento tecnológico como, por exemplo, a Fundação Bill Gates, implementando assim a economia local com outras fontes paralelas as captadas pelo próprio Governo Estadual. Assim, acreditamos que o fomento e criação do Parque Tecnológico do Pólo de TIC do Estado do Piauí dentro dos objetivos traçados pelo Plano Diretor de TIC, direcionam a gestão do mesmo por uma organização de direito privado sem fins lucrativos, seja ela com titulação de OS para o fomento de um contrato de gestão, ou com a titulação de OSCIP para a realização de um termo de parceria, tornando a execução da política pública planejada pela ATI – Agência de Tecnologia da Informação do Estado do Piauí mais célere e eficiente.

Passaremos a seguir a tecer alguns comentários e explicações acerca dos modelos sugeridos e suas implicações legais, colecionando em anexo uma minuta de legislação de proporcione ao Estado a realização dos referidos instrumentos de gestão. Contrato de Gestão Com a Emenda Constitucional nº 19/98, o contrato de gestão passou para a alçada constitucional com previsão no art. 37, § 8º: “a autonomia gerencial, orçamentária e financeira da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: I – o prazo de duração do contrato; II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III – a remuneração do pessoal”. Diante desse panorama, pode-se separar três situações distintas frente ao instituto contrato de gestão: contrato entre o Poder Público e entidades da Administração Indireta; “contrato” entre órgãos; contrato entre o Poder Público e “organizações sociais”. Vamos trabalhar apenas com o último, visto a lógica do trabalho, tratar da relação entre o poder público e a iniciativa privada. Existe a possibilidade de celebração de um contrato de gestão do Poder Público com entidades privadas sem fins lucrativos que exercem atividade de interesse público. O Contrato de gestão, neste caso, seria um ajuste entre o Estado e a entidade qualificada como organização social, com o intuito de formar uma parceria entre as partes para fomento e execução de atividades de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, cultura, saúde e preservação do meio ambiente, conforme se apreende da Lei nº 9.637/98 (art. 1º e art. 5º). Nesta hipótese de contrato, também serão fixadas metas a serem alcançadas pela organização social que receberá, em contrapartida, uma série de benefícios do Estado como verbas orçamentárias e servidores públicos trabalhando em suas atividades, mas sendo pagos pelos cofres públicos. Observe-se que o contrato de gestão, “quando celebrado com entidades da Administração Indireta, tem por objetivo ampliar a sua autonomia; porém, quando celebrado com organizações sociais, restringe a sua autonomia, pois, embora entidades privadas terão que sujeitar-se a exigências contidas no contrato de gestão. Termo de Parceria O Termo de Parceria é uma das principais inovações da Lei das OSCIP´s. Trata-se de um novo instrumento jurídico criado pela Lei 9.790/99 (art. 9º) para a realização de parcerias unicamente entre o Poder Público e a OSCIP para o fomento e execução de projetos. Em outras palavras, o Termo de Parceria consolida um acordo de cooperação entre as partes e constitui uma alternativa ao convênio para a realização de projetos entre OSCIP´s e órgãos das três esferas de governo, dispondo de procedimentos mais simples do que aqueles utilizados para a celebração de um convênio.

A escolha da OSCIP para a celebração de Termo de Parceria pelo órgão estatal poderá ser feita por meio de concurso de projetos. Embora não seja obrigatório, o concurso de projetos representa uma forma mais democrática, transparente e eficiente de escolha. De qualquer maneira, seja qual for a forma de seleção, o órgão estatal tem sempre a obrigação de verificar o regular funcionamento da OSCIP antes de celebrar um Termo de Parceria. Assim, é responsabilidade do órgão estatal averiguar com antecedência a idoneidade, a regularidade, a competência e a adequação da OSCIP aos propósitos do Termo de Parceria. Quanto ao projeto a ser implementado, governo e OSCIP negociam um programa de trabalho que envolve, dentre outros aspectos, objetivos, metas, resultados, indicadores de desempenho e mecanismos de desembolso. Ainda antes da assinatura do Termo de Parceria, o órgão estatal deve consultar o Conselho de Política Pública da área de atuação do projeto, caso ele exista (Lei 9.790/99, parágrafo 1º do art. 10 e Decreto 3.100/99, art. 10). O monitoramento e a fiscalização da execução do Termo de Parceria é dever do órgão estatal parceiro (que o assinou), além do Conselho de Política Pública da área a que está afeto. É importante que o órgão estatal mantenha esse Conselho informado a respeito de suas atividades de acompanhamento do Termo de Parceria. O Conselho de Política Pública, por sua vez, deve encaminhar suas recomendações e sugestões ao órgão estatal para que o mesmo adote as providências cabíveis (Decreto 3.100/99, art. 17). O Termo de Parceria também é fiscalizado pelo sistema de controle da Administração Pública, formado por auditorias internas (por exemplo, a Secretaria Federal de Controle no Governo Federal) e externa (Tribunais de Contas). Uma importante análise foi feita pelo Tribunal de Contas da União sobre a Lei 9790/99 e o Termo de Parceria, em sua Decisão nº 931/99. Além de legitimar o novo instrumento de parceria, o TCU determinou, dentre outras, que a Secretaria do Tesouro Nacional disponibilize no Sistema Integrado de Administração Financeira - SIAFI, as informações sobre o Termo de Parceria. A qualificação como OSCIP não significa necessariamente que a entidade irá firmar Termo de Parceria com órgãos governamentais e, portanto, receber recursos públicos para a realização de projetos. Para firmar o Termo de Parceria, o órgão estatal tem que manifestar interesse em promover a parceria com OSCIP´s. Além disso, o órgão estatal indicará as áreas nas quais deseja firmar parcerias e os requisitos técnicos e operacionais para isso, podendo realizar concursos para a seleção de projetos. A própria OSCIP também pode propor a parceria, apresentando seu projeto ao órgão estatal. Nesse caso, o órgão governamental irá avaliar a relevância pública do projeto e sua conveniência em relação a seus programas e políticas públicas, tanto quanto os benefícios para o público alvo.

De qualquer modo, a decisão final sobre a efetivação de um Termo de Parceria cabe ao Estado, que deverá atestar previamente o regular funcionamento da OSCIP (Decreto 3.100/99, art. 9º). Pela Lei 9.790/99, parágrafo 2º do art.10, as cláusulas do Termo de Parceria devem obrigatoriamente explicitar: a) o objeto, com especificação do programa de trabalho; b) as metas e resultados previstos com prazos de execução e cronograma de desembolso; c) os critérios objetivos de avaliação de desempenho com indicadores de resultado; d) a previsão de receitas e despesas detalhadas por categorias contábeis segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade, inclusive as remunerações e benefícios de pessoal a serem pagos com recursos do Termo de Parceria; e) a publicação pelo órgão estatal do extrato do Termo de Parceria na imprensa oficial do Município, Estado ou União, conforme modelo citado no parágrafo 4º do art. 10 do Decreto 3.100/99; f) a obrigação de prestação de contas ao Poder Público, ao término de cada exercício, incluindo: g) relatório sobre o objeto do Termo de Parceria contendo comparativo das metas com os respectivos resultados; h) demonstrativo dos gastos e receitas efetivamente realizados; i) publicação pela OSCIP na imprensa oficial do Município, Estado ou União de demonstrativo da sua execução física e financeira, até sessenta dias após o término de cada exercício financeiro, conforme modelo citado no art. 18 do Decreto 3.100/99. O programa de trabalho mencionado é o projeto detalhado que a OSCIP se compromete a desenvolver, devendo conter o objeto da proposta, as metas a serem alcançadas, os indicadores de avaliação de desempenho, o cronograma de execução e de desembolso, previsão de receitas e despesas, além de outras informações pertinentes, como justificativa, metodologia de trabalho etc. O programa de trabalho é parte integrante do Termo de Parceria, devendo necessariamente expressar os quesitos determinados pela Lei 9.790/99. Além disto, a OSCIP deverá publicar na imprensa oficial do Município, Estado ou União, até trinta dias após a assinatura do Termo de Parceria, regulamento próprio contendo os procedimentos que adotará para a compra de bens e a contratação de obras e serviços, seguindo os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Trata-se de um regulamento interno próprio da OSCIP para disciplinar as contratações e aquisições de bens feitos com recursos do Poder Público

(Lei 9.790/99, art. 14). A OSCIP deve enviar uma cópia desse regulamento para o órgão estatal parceiro (Decreto 3.100/99, art. 21). Para todo Termo de Parceria, a OSCIP deve indicar pelo menos um responsável pela administração dos recursos recebidos, cujo nome será publicado no extrato do Termo de Parceria e no demonstrativo da sua execução física e financeira, conforme modelos citados nos art. 10, parágrafo 4º, e art. 18 do Decreto 3.100/99. Vale observar que não há impedimento legal para a realização de convênios entre OSCIP´s e Governos, desde que cumpridas as exigências para tal. No entanto, a opção pelo Termo de Parceria oferece várias vantagens comparativas, como veremos a seguir. Independentemente, dos contratos de gestão ou termos de parceria, a instituição gestora poderá contratar convênios, ou ainda prestar serviços e ter como fonte de receita a locação de espaço do Parque Tecnológico. Orientações gerais acerca das contratações Convênio, contratos de gestão, protocolo de intenções, termos de parcerias são instrumentos que disciplinam a relação entre as mais diversas instituições para a execução de projetos, atividades ou eventos de interesse recíproco, significando também a obtenção de recursos materiais e financeiros imprescindíveis ao desenvolvimento das atividades no parque tecnológico. O nosso objetivo é oferecer orientações sobre os procedimentos relativos a celebração dos diversos acordos, observando-se as normas legais que regem a matéria, visando promover condições para o melhor atendimento, facilitando e agilizando o exame pelas instâncias competentes. Protocolo de Intenções Instrumento genérico que precede, não obrigatoriamente, o convênio, termo de parceria ou contrato de gestão; Do Protocolo de Intenções não deve decorrer nenhuma obrigação imediata, ou encargo para os partícipes; Não existe legislação que estabeleça limites precisos; Convênios "Instrumento, qualquer que disciplina a transferência de recursos públicos e tenha como partícipe órgão da administração pública federal direta, autárquica ou fundacional, empresa pública, sociedade de economia mista ou organizações de direito privado sem fins lucrativo, que estejam gerindo recursos dos orçamentos da União, visando à execução de programas de trabalho projeto/unidade ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação". (Instrução Normativa STN 001/97). Na realização do objeto, o interesse dos partícipes é recíproco, comum e coincidente;

A execução se dá sob o regime de mútua cooperação, mesmo que nos resultados a serem alcançados haja a participação mais ativa de um; É obrigatória a apresentação do Plano de Trabalho; Há Prestação de Contas, conforme previsto em Lei; Aos Convênios aplicam-se o disposto na Instrução Normativa STN 01/97, no que couber o Decreto nº 93.872/86 e a Lei 8.666/93; Os partícipes são classificados em: - Concedente: partícipe responsável pela transferência de recursos financeiros destinados à execução do objeto do convênio; - Convenente: partícipe que pactua a execução do objeto do convênio; - Interveniente: entidade que participa do convênio para manifestar consentimento ou assumir obrigações em nome próprio; - Executor: partícipe responsável diretamente pela execução do objeto pactuado no convênio. Contrato de Gestão "Quando os participantes tenham interesses diversos e opostos, isto é, quando se desejar, de um lado, o objeto do acordo ou ajuste, e de outro lado, a contraprestação correspondente, ou seja, o preço, o acordo ou ajuste, constitui contrato", porém com metas, e indicadores previamente ajustados, privilegiando o resultado das ações. • Na realização do objeto os interesses são opostos, enquanto uma parte quer o objeto

do contrato, a outra quer a contraprestação - o preço - correspondente; • A execução, via de regra, ficará a cargo da parte Contratada; • O contrato, obrigatoriamente, é acompanhado do Projeto ou Proposta; • As partes são designadas: Contratante e Contratada; Aos contratos aplicam-se o disposto no Decreto nº 93.872/86 e a Lei 8.666/93 especialmente o art. 24, inciso XXIV. (Licitações). Alguns contratos podem ser objeto de dispensa ou inexigibilidade de licitação. No caso, deve ser previamente justificado pela autoridade competente, ratificado e publicado no Diário Oficial dentro de cinco dias, como condição para eficácia dos atos. (Art. 26, Lei 8.666/93). O Processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos: I - Caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso; II - razão da escolha do fornecedor ou executante; III - justificativa do preço; IV - documento de aprovação dos projetos;

Termo de Parceria Instrumento jurídico para a celebração de acordos unicamente entre o Poder Público e a OSCIP; Os procedimentos são mais simples que para a celebração de convênios; São regulamentados pela Lei 9790/1999; Podem ser firmados por organizações que se dediquem à prestação de serviços nas áreas de saúde, educação e assistência social, à defesa de direitos de grupos específicos da população, à proteção ao meio ambiente, à concessão de micro-crédito e ao trabalho voluntário. Termo Aditivo Recurso usado, via de regra, para alterar o instrumento principal, exceto o objeto, na forma e nos limites da Lei. Relatório final e prestação de contas Ao término de convênios, contratos e demais instrumentos congêneres, deverão ser elaborados o Relatório de cumprimento do objeto e a Prestação de Contas Final ao Setor de Convênios Plano de Trabalho Cada órgão tem o seu modelo para apresentação do Plano de Trabalho que deve ser obtido na Internet ou com o interlocutor na Instituição Parceira. Deve conter as seguintes informações: a) Nome completo da Instituição e de outros órgãos ou entidades, que participarão

como executor ou interveniente; b) CNPJ ou CPF - indicar o número de inscrição; c) E.A - registrar a esfera administrativa a qual pertence; d) ENDEREÇO - registrar o endereço completo; e) CEP - registrar o código de endereçamento postal f) DESCRIÇÃO DO PROJETO 1 - Título do projeto - indicar o título do programa ou evento a ser executado; 2 - Período e execução - indicar as datas de início e término de execução; 3 - Identificação do objeto - descrever sucintamente o produto final do projeto qualificando-a e localizando-o. Ex: construção de 500 metros de rede de esgoto sanitário no diâmetro de 250 milímetros na avenida São João, do bairro tal na sede do município; 4 - Justificativa da proposição- descrever com clareza e sucintamente as razões que levam à proposição do projeto, evidenciando os benefícios econômicos e sociais a serem alcançados pela comunidade, a localização geográfica a ser atendida, bem como os resultados a serem obtidos com a realização do projeto, programa ou evento. g) CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO (meta, etapa ou fase) - permitir visualizar a

implementação de um projeto em suas metas, etapas ou fases, os respectivos

indicadores físicos e prazos correspondentes a cada uma delas; 1 - Meta - indicar como meta os elementos que compõem o objeto;

2 - Etapa/fase - indicar como etapa ou fase cada uma das ações em que se pode dividir a execução de uma meta; 3 - Especificação - relacionar os elementos característicos da meta, etapa ou fase; 4 - Indicador físico - refere-se à qualificação física do produto de cada meta, etapa ou fase. 5 - Unidade - indicar a unidade de medida que melhor caracterize o produto de cada meta, etapa ou fase; 6 - Quantidade - indicar a quantidade prevista para cada unidade de medida; 7 - Duração - refere-se ao prazo previsto para a implementação de cada meta, etapa ou fase; 8 - Início - registrar a data referente ao início de execução da meta, etapa ou fase; 9 - Término - registrar a data referente ao término da execução da meta, etapa ou fase. 10 - Plano de Aplicação - Refere-se ao desdobramento da dotação e sua conseqüente utilização em diversas espécies de gastos, porém, correspondentes aos elementos de despesas de acordo com a legislação vigente; 11 - Natureza da despesa - refere-se ao elemento de despesa correspondente à aplicação dos recursos orçamentários; 12 - Código - registrar o código referente de cada elemento de despesa correspondente de cada código; 13 - Total - registrar o valor em unidade de milhar, por elemento de despesa; 14 - Concedente - registrar o valor de recurso orçamentário a ser transferido pelo órgão ou entidade federal responsável pelo programa, projeto ou evento; 15 - Proponente - indicar o valor do recurso orçamentário a ser aplicado pelo proponente; 16 - Total geral - indicar o somatório dos valores atribuídos aos elementos de despesa. 17 - Cronograma de Desembolso - refere-se ao desdobramento da aplicação dos recursos financeiros em parcelas mensais de acordo com a previsão de execução das metas do projeto, se for o caso; 18 - Concedente - registrar o valor mensal a ser transferido pelo órgão/entidade responsável pelo programa; 19 - Proponente - registrar o valor mensal a ser desembolsado pelo proponente. BASE LEGAL DE OUTRAS MODALIDADES DE CONTRATAÇÃO ENT RE O SETOR PÚBLICO E A INICIATIVA PRIVADA Os contratos entre o setor público e o privado possuem um regime jurídico próprio, regulado por diversas legislações, estruturado por inúmeras formas e modalidades desenvolvidas de acordo com as mudanças no modelo de Estado. No panorama jurídico atual ainda vigoram as seguintes normas que regulamenta a contratação do setor privado pelo Estado: I. Lei n°. 8.666, de 21.06.1993 - Licitações e Contratos da Administração Pública; II. Lei nº. 8.987, de 13.02.1995 – Concessões e permissões de serviços públicos; III. Dec. Lei nº. 271 de 28.02.1967 – Concessão de uso e espaço do solo;

IV. Lei nº. 11.079 de 30.12.2004 – Regulamentação das Parcerias Público-Privadas; CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Conhecimento e riqueza A capacidade de gerar conhecimento está ligada à de formação de recursos humanos altamente qualificados, tanto ao nível de mestrado como de doutorado, na disponibilidade de universidades e centros de pesquisa de padrão internacional, no apoio à pesquisa, na consolidação de grupos de pesquisa, dentre outros fatores. O mesmo não se pode dizer a respeito de sua capacidade de usar conhecimento, isto é, de transformar conhecimento em riqueza, inserindo na economia produtos e processos, novos ou melhorados. Os poucos exemplos empresariais de sucesso foram induzidos pelo Estado ou surgiram de ações individuais de pessoas com visão empreendedora. É importante que o Estado continue atuando neste processo como catalizador e indutor de demandas da sociedade. Parques tecnológicos são empreendimentos privados de interesse público. É fundamental que o interesse público seja explicitado na estruturação inicial de um parque e que o Estado seja o indutor do processo. Um parque tecnológico é um ambiente de inovação, associado às políticas públicas e próximos as universidades ou centros de pesquisa. Visa, portanto, transformar conhecimento em riqueza, gerando novos produtos e processos, criando empregos bem remunerados, novas empresas, bem-estar social e ambiental e impostos. Estes objetivos permanentes devem ser preservados e garantidos na estrutura de gestão dos parques. A entidade gestora como personalidade jurídica privada e autônoma Sua existência vem caracterizar o empreendimento como um parque tecnológico. É uma entidade tendo por objetivo gerenciar o parque, formulando e aplicando seu plano de TIC, e zelando para que não se desvie de suas finalidades. Pode ser constituída como uma entidade privada sem fins lucrativos, com titulação de OS ou OSCIP. Cabe ao Estado conduzir, com a participação de todos os atores, a construção de sua caracterização jurídica e institucional, a definição dos mecanismos que assegurem os objetivos institucionais da referida entidade e auxilie a viabilizar sua implantação. Política de Desenvolvimento Econômico É fundamental que o setor empresarial perceba os parques tecnológicos como instrumentos relevantes do Estado para desenvolver e aperfeiçoar sua agenda econômica. Avaliação de desempenho dos parques É atribuição do Estado realizar avaliação anual de desenvolvimento e desempenho do Parque Tecnológico. Os investimentos devem ser decididos em função dos resultados da avaliação e do desempenho demonstrado.

O papel relevante das Prefeituras Municipais Um parque tecnológico é um projeto de desenvolvimento regional. Por essa razão, é fundamental que o poder público municipal esteja articulado e seja partícipe do projeto. As diversas prefeituras envolvidas no projeto podem ter perfis distintos; algumas têm mais capacidade de intervenção do que outras. Nestes casos, o poder público municipal pode tornar-se um stakeholder significativo do empreendimento; mas, em outras circunstâncias, a presença da prefeitura sempre será essencial pela importância que o parque tem como elemento estratégico de desenvolvimento urbano, econômico e social. Assim o Estado deverá sempre que possível fomentar a aliança com os municípios através de consórcios públicos para o desenvolvimento de ações de base tecnológica e inovadora. Prospecção tecnológica A prospecção tecnológica integra o portfolio de projetos das grandes empresas e dos governos. Saber e acompanhar o avanço da ciência e os resultados em termos de aplicações e impactos econômicos e sociais, bem como poder se antecipar a estes avanços é algo importante em termos de planejamento estratégico e de ocupação de mercado. Dois estudos prospectivos foram realizados, auxiliando no planejamento estratégico dos parques tecnológicos. O Estado do Piauí, dentre outros aspectos, deve incorporar a realização de contínua prospecção tecnológica nos mais variados setores e segmentos tecnológicos. Diretrizes ambientais A preocupação com os impactos ambientais de um empreendimento como este sempre esteve presente no desenvolvimento do projeto. Normas para ingresso no parque tecnológico foram propostas e servirão de subsídio no detalhamento de cada empreendimento. É importante que em cada parque, desde a implantação do projeto urbanístico à seleção das empresas, sejam implantadas regras claras de ingresso centradas em projetos que sejam ambientalmente sustentáveis e cujas atividades gerem alto valor agregado. Este deve ser um fator de atração de investimentos públicos e privados. Modelagem financeira A modelagem financeira de projetos de Parques Tecnológicos pode assumir formas bastante distintas, dependendo do modelo de negócio desenhado e da forma da participação dos atores envolvidos, de suas capacidades de investimento e expectativas de risco e retorno. Assim face às inúmeras alternativas possíveis e viáveis, à definição do modelo de financiamento do Parque Tecnológico, deve preceder o processo de definição e desenho do modelo de negócios, com clara identificação e negociação com os atores envolvidos, incluindo a acomodação de suas expectativas em termos de investimento, risco, retorno e papéis desempenhados.

A definição de uma organização sem fins lucrativos como gestora do parque tecnológico, facilitaria uma importante redução de custo, ampliação de novos mercados gerando mais competitividade as empresas locais, esta redução de custos seria inclusive superior a renúncia de impostos pelo Estado, que pode ter no Parque Tecnológico um modelo revolucionário de condomínio consorciado de produção.

ANEXO I MINUTA DE LEGISLAÇÃO PARA REGULAMENTAR A TRANSFERÊN CIA DE RECURSOS DO ESTADO PARA A INICIATIVA PRIVADA SEM FINS LUCRATIVOS. LEI Nº 0.000 DE 00 DE DEZEMBRO DE 2008.

Dispõe sobre a Qualificação, Concessão, Manutenção e Cancelamento das Titulações de Utilidade Pública - UP, de Organização Social - OS e de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP. Sistematiza a prestação de serviços públicos não exclusivos para o terceiro setor, e o fomento às atividades sociais, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ. Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei: TITULO I DO SISTEMA INTEGRADO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NÃO EXCLUSIVOS E FOMENTO AS ATIVIDADES SOCIAIS. Art. 1º - Fica instituído o Sistema Integrado de Prestação de Serviços Públicos não exclusivos e fomento as atividades sociais através das organizações sem fins econômicos e/ou lucrativos, com a finalidade de disciplinar a atuação conjunta dos órgãos e entidades públicas, das entidades qualificadas ou não como Utilidade Pública, Organização Social ou como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, na realização de atividades públicas não exclusivas, mediante o estabelecimento de critérios para sua atuação, qualificação ou credenciamento e de mecanismos de coordenação, fiscalização e controle das atividades delegadas. §1º - Constituirão objetivos do Sistema: I - assegurar a prestação de serviços públicos específicos com autonomia administrativa e financeira, através de descentralização com controle de resultados; II - garantir o acesso aos serviços pela simplificação das formalidades e implantação de gestão participativa, integrando a sociedade civil organizada; III - redesenhar a atuação do Estado no desenvolvimento das funções sociais, com ênfase nos modelos gerenciais flexíveis e no controle por resultados, baseado em metas e indicadores de desempenho; e IV - possibilitar a efetiva redução de custos e assegurar a transparência na alocação e utilização de recursos públicos.

§ 2º - O Sistema Integrado de Prestação de Serviços Públicos não exclusivos será implantado por uma Comissão Especial de Trabalho, designada especificamente para esse fim, vinculada diretamente ao Gabinete do Governador. Art. 2º - Para os fins da presente Lei, são consideradas: I - atividades públicas exclusivas, aquelas que só podem ser exercidas diretamente pelo Poder Público; e II - atividades públicas concorrentes ou não exclusivas, de interesse público, aquelas que, exercidas pelo Poder Público, sem caráter de exclusividade, são, também, por previsão constitucional, exercidas por pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas; e III - entidades sem fins econômicos e/ou lucrativos: a pessoa jurídica de direito privado que não distribui, entre associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades meio, e que os aplica integralmente na consecução dos seus objetivos sociais. TITULO II DAS ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PODER EXECUTIVO Art. 7º O Poder Executivo atuará, de forma sistêmica e integrada, através de programas, especialmente nas seguintes áreas: I - Exclusivas: a) Segurança Pública; b) Representação Judicial e Extrajudicial do Estado; c) Defensoria Pública; d) Arrecadação, Fiscalização Tributária e Controle Interno; e) Fiscalização Sanitária e Agropecuária; f) Fiscalização e Controle do Meio Ambiente; e g) Regulação e Fiscalização de Serviços Delegados. II – Concorrentes ou não exclusivas: a) Educação; b) Saúde; c) Cultura; d) Trabalho; e) Direitos da cidadania; f) Urbanismo; g) Habitação; h) Saneamento; i) Gestão ambiental; j) Ciência e Tecnologia; k) Agricultura e Organização Agrária; l) Indústria, Comércio e Serviços;

m) Comunicações, Energia e Transportes; e n) Desportos e Lazer, o) Segurança privada. TITULO III DAS FORMAS DE ATUAÇÃO DO PODER EXECUTIVO Art. 8º O Poder Executivo exercerá as atividades públicas, exclusivas e concorrentes, de sua competência: I - diretamente, através dos órgãos integrantes de sua estrutura organizacional e de suas entidades descentralizadas, nestas incluídas as autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista; e, II - indiretamente, através de: a) consórcio e delegação a outros entes federados; b) contratos de gestão com organizações sociais; c) termos de parceria com organizações da sociedade civil de interesse público; d) convênios com entidades de direito público e privado; e) contratos de prestação de serviços com entidades privadas; f) concessão, permissão e autorização de serviços públicos; e, g) credenciamento de pessoas físicas e jurídicas para fins determinados. CAPÍTULO I DA QUALIFICAÇÃO E DO CREDENCIAMENTO DAS ORGANIZAÇÕE S Art. 3º - A qualificação das organizações sem fins econômicos e/ou lucrativos, para a titulação como Utilidade Pública, Organizações Sociais ou como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, dar-se-á por decreto, observadas as disposições desta Lei, da legislação federal e estadual, pertinente e dos respectivos regulamentos. Art. 4º - O credenciamento das organizações mencionadas no artigo acima far-se-á através de processo específico, em que se assegure igualdade de acesso e oportunidade, observado o disposto nesta Lei e no respectivo regulamento. SEÇÃO I DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS Art. 5º - As pessoas jurídicas de direito privado, sem fins econômicos e/ou lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas à promoção ou execução das atividades públicas não exclusivas definidas no inciso I do artigo 2º desta Lei, poderão habilitar-se à qualificação de titulação como organização social - OS, para fins de assunção e execução, tão somente no seu âmbito de atuação, de atividades e serviços atualmente desempenhados por órgãos públicos e entidades vinculadas ao Poder Público Estadual, desde que comprovem o registro de seu ato constitutivo e atendam os seguintes requisitos: I - natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação; II - finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades;

III - previsão expressa de ter, como órgãos de deliberação superior e de direção, um Conselho de Administração e uma Diretoria definidos nos termos do estatuto, asseguradas àquele composição e atribuições normativas e de controle básicas previstas nesta Lei; IV - previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral; V - composição e atribuições da diretoria; VI - obrigatoriedade de publicação anual, em jornal de grande circulação e inclusive pela internet, dos relatórios financeiros e do relatório de execução do contrato de gestão; VII - no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do estatuto; VIII - proibição, em qualquer hipótese, de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou membro da entidade; e IX - previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que lhe forem destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas atividades, em caso de extinção ou desqualificação: a) ao patrimônio de outra organização social qualificada na mesma área de atuação; ou b) ao patrimônio do Estado, na proporção dos recursos e bens por este alocados. Art. 6º - O Conselho de Administração deve estar estruturado nos termos que dispuser o respectivo estatuto, observados, para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, os seguintes critérios básicos: I - ser composto por: a) 20% (vinte por cento) a 40% (quarenta por cento) de seus membros natos, representantes do Poder Público, definidos pelo estatuto da entidade; b) 20% (vinte por cento) a 30% (trinta por cento) de seus membros natos, representantes de entidades da sociedade civil, definidos pelo estatuto; c) até 10% (dez por cento), no caso de associação civil, de membros eleitos dentre os membros ou os associados; d) 10% (dez por cento) a 30% (trinta por cento) de membros eleitos, pelos demais integrantes do Conselho, dentre pessoas de notória capacidade profissional e reconhecida idoneidade moral; e e) até 10% (dez por cento) de membros indicados ou eleitos na forma estabelecida pelo estatuto; II - os membros eleitos ou indicados para compor o Conselho devem ter mandato de quatro anos, admitida uma recondução; III - o primeiro mandato de metade dos membros eleitos ou indicados deve ser de dois anos, segundo critérios estabelecidos no estatuto; IV - o dirigente máximo da entidade deve participar das reuniões do Conselho, sem direito a voto; V - o Conselho deve reunir-se, ordinariamente, no mínimo, três vezes a cada ano e, extraordinariamente, a qualquer tempo; VI - os Conselheiros não devem receber remuneração pelos serviços que, nesta condição, prestarem à organização social, ressalvada a ajuda de custo por reunião da qual participem; VII - os Conselheiros eleitos ou indicados, para integrar a diretoria da entidade, devem renunciar ao assumirem funções executivas.

Parágrafo único - Os representantes, previstos nas alíneas "a" e "b", do inciso I, devem corresponder a mais de 50% (cinqüenta por cento) do Conselho de que trata o caput do presente artigo. Art. 7º - Para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, devem ser atribuições privativas do Conselho de Administração, dentre outras: I - fixar o âmbito de atuação da entidade para consecução do seu objeto; II - aprovar a proposta de contrato de gestão da entidade; III - aprovar a proposta de orçamento da entidade e o programa de investimentos; IV - designar e dispensar os membros da diretoria; V - fixar a remuneração dos membros da diretoria, respeitados os valores praticados pelo mercado, na região e setor correspondentes à sua área de atuação; VI - aprovar e dispor sobre a alteração dos estatutos e a extinção da entidade por maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros; VII - aprovar o regimento interno da entidade, que deve dispor, no mínimo, sobre a estrutura, forma de gerenciamento, os cargos e respectivas competências; VIII - aprovar por maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros, o regulamento próprio, contendo os procedimentos que devem ser adotados para a contratação de obras, serviços, compras e alienações, e o plano de cargos, salários e benefícios dos empregados da entidade; IX - aprovar e encaminhar, ao órgão supervisor da execução do contrato de gestão, os relatórios gerenciais e de atividades da entidade, elaborados pela diretoria; e X - fiscalizar o cumprimento das diretrizes e metas definidas e aprovar os demonstrativos financeiros e contábeis e as contas anuais da entidade, com o auxílio de auditoria externa. Art. 8º - A qualificação da organização será dada mediante decreto, à vista de requerimento da interessada, contendo a indicação do serviço que pretende executar, os meios, recursos orçamentários, equipamentos e instalações públicas necessários à sua prestação, além de manifestação expressa de submissão às disposições desta Lei e de comprometimento com os seguintes objetivos: I - adoção de modelos gerenciais flexíveis, autonomia de gestão, controle por resultados e adoção de indicadores adequados de avaliação de desempenho e da qualidade dos serviços prestados; e II - redução de custos, racionalização de despesas com bens e serviços e transparência na sua alocação e utilização. SEÇÃO II DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚ BLICO Art. 9º - A qualificação para a titulação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público somente poderá ser conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins econômicos e/ou lucrativos, cujos objetivos sociais tenham como finalidade a promoção ou execução gratuita de, pelo menos, uma das atividades públicas não exclusivas definidas no inciso I do artigo 2º desta Lei. § 1º - Para os fins deste artigo, a dedicação às atividades nele previstas configura-se mediante previsão, em seus estatutos sociais, de disposição que possibilite a execução

direta de projetos, programas, planos de ações correlatas, por meio da doação de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda, pela prestação de serviços intermediários de apoio a outras organizações, sem fins lucrativos, e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins. § 2º - O pedido de qualificação será indeferido quando: I – a requerente tratar-se de: a) sociedades comerciais; b) sindicatos, associações de classe ou de representação de categoria profissional; c) instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais; d) organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações; e) entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios; f) entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados; g) instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras; h) escolas privadas dedicadas ao ensino formal não-gratuito e suas mantenedoras; i) organizações sociais; j) cooperativas; k) fundações públicas; l) fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações públicas; e m) organizações creditícias que tenham qualquer tipo de vinculação com o Sistema Financeiro Nacional a que se refere o artigo 192 da Constituição da República. Art. 10 - Atendido o disposto no artigo anterior, exige-se ainda, para qualificarem-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham sobre: I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência; II - a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação no respectivo processo decisório; III - a constituição de Conselho Fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade; IV - a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social da extinta, ou ao patrimônio do Estado; V - a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação instituída por esta Lei, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social, ou ao patrimônio do Estado; VI - a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços

específicos, respeitados, em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região e setor correspondentes à sua área de atuação; e VII - as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que determinarão no mínimo: a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade; b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, inclusive internet no encerramento do exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para exame de qualquer cidadão, inclusive na Internet; c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o caso, da aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento; e d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme determina o § 2º do artigo 29 da Constituição Estadual. Art. 11 - Cumpridos os requisitos estabelecidos, a pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, interessada em obter a qualificação instituída por esta Lei, deverá formular requerimento por escrito. I - estatuto social registrado em cartório; II - ata de eleição de sua atual diretoria; III - balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício; IV – recibo de entrega da declaração de imune/isenção do imposto de renda; e V - inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ. VI – Balanço socioambiental em conformidade com a Norma Brasileira de Contabilidade – NBC T-15 do Conselho Federal de Contabilidade. VII – registro no conselho profissional competente Art. 12. - Recebido o requerimento previsto no artigo anterior, o Secretário de Administração do Estado decidirá, no prazo de 30 (trinta) dias, deferindo ou não o pedido. § 1º - No caso de deferimento, o Secretário de Administração do Estado encaminhará expediente ao Governador do Estado para edição de decreto de qualificação da requerente como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. § 2° - Após a publicação do decreto que trata o parágrafo anterior, o Secretário de Administração do Estado emitirá o competente Certificado de Qualificação. § 3º - Indeferido o pedido, dar-se-á ciência da decisão, no prazo previsto no parágrafo anterior, mediante publicação no Diário Oficial do Estado. § 4º - O pedido de qualificação será indeferido quando: I - a requerente não atender aos requisitos descritos nos artigos 9º a 11 desta Lei; e II - a documentação apresentada estiver incompleta.

SEÇÃO III DAS ORGANIZAÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA Art. 13 - As pessoas jurídicas de direito privado, sem fins econômicos e/ou lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas à promoção ou execução das atividades de utilidade pública, poderão obter qualificação para titulação como organização de utilidade pública, para efeito de incentivos, dotações, doações, isenções fiscais e recebimento de auxílio e subvenção, pelo Poder Público Estadual, desde que comprovem o registro de seu ato constitutivo e atendam os requisitos mínimos desta Lei. Art. 14 - Será cancelada a titulação de utilidade pública da organização que: I - deixar de atender as exigências previstas no artigo anterior; II - não apresentar, durante dois anos consecutivos o relatório demonstrativo e demais documentos contábeis exigidos por esta Lei; III - deixar de executar, por período superior a seis meses contínuos, as atividades que lhe são próprias, ou delas se desviar; IV - tenha suas contas rejeitadas pela autoridade e órgão competente. Parágrafo Único - Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas neste artigo, fica o Chefe do Poder Executivo fica autorizado a suspender, provisoriamente, os efeitos do reconhecimento de utilidade pública, até seu definitivo cancelamento. Art. 15 - As organizações já reconhecidas e tituladas como de utilidade pública deverão comprovar, no prazo de cento e oitenta dias, o atendimento às disposições da presente Lei, sob pena de suspensão provisória dos efeitos do reconhecimento. Art. 16 - Declarada a suspensão provisória dos efeitos do reconhecimento da titulação de utilidade pública, o Poder Executivo proporá, à Assembléia Legislativa, o cancelamento deste. Art. 17 - Cancelado o reconhecimento da titulação de utilidade pública, cópia do processo que o instruir será encaminhada ao Ministério Público, para a adoção das providências cabíveis. CAPÍTULO III DA DOCUMENTAÇÃO MÍNIMA EXIGIDAS DE TODAS AS ORGANIZAÇÕES. Art. 8º - Qualificadas as organizações a titulação será dada sempre mediante decreto, à vista de requerimento da interessada, ou ainda no caso de utilidade pública também através de ofício da Câmara Municipal desde que aprovado pela mesa diretora. Parágrafo único: Além de declaração expressa de submissão às disposições desta Lei e de comprometimento dos seguintes objetivos: I - adoção de modelos gerenciais flexíveis, autonomia de gestão, controle por resultados e adoção de indicadores adequados de avaliação de desempenho e da qualidade dos serviços prestados; e

II - redução de custos, racionalização de despesas com bens e serviços e transparência na sua alocação e utilização, III - As organizações deverão anexar ao requerimento cópia devidamente autenticada dos seguintes documentos: a) - estatuto social registrado em cartório; b) - ata de eleição de sua atual diretoria; c) - registro no órgão fazendário municipal; d) - funcionamento contínuo e efetivo há pelo menos 01 (um) ano, apenas para a titulação de utilidade pública; e) - item obrigatório do estatuto social que indique a não remuneração para o exercício dos cargos de Diretoria, Conselho de Administração, Conselho Fiscal ou órgãos equivalentes; f) - item obrigatório do estatuto social que indique a não distribuição de lucros, bonificações ou vantagens a administradores, dirigentes, mantenedores ou associados, a qualquer título; g) - item obrigatório do estatuto social que indique o não exercício de atividades político-partidárias, nem delas participem, sob qualquer modalidade; h) - publicação anual, ou encaminhamento à autorização competente, de relatórios demonstrativos das receitas obtidas e das despesas realizadas no exercício anterior, detalhando os recursos recebidos do poder público e sua aplicação, quando a instituição tiver mais de 01 (um) ano; i) - declaração de pelo menos 02 (duas) autoridades de que seus diretores possuam conduta ilibada. j) - balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício anterior; l) - recibo da última entrega da declaração de imune/isenção do imposto de renda; m) - inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ; e n) - Balanço socioambiental em conformidade com a Norma Brasileira de Contabilidade – NBC T-15 do Conselho Federal de Contabilidade. CAPÍTULO IV DOS INSTRUMENTOS DE DELEGAÇÃO SEÇÃO I DO CONTRATO DE GESTÃO Art. 18 - A execução das atividades públicas não exclusivas, através de organizações sociais, dar-se-á mediante contrato de gestão, firmado entre o Poder Público e a organização assim titulada, por acordo de vontades, que discriminará as atribuições, responsabilidades e obrigações das partes. § 1º - O contrato de gestão observará as condições da proponente, atendidas as exigências do ato que determinar essa contratação. § 2º - A organização social fará publicar, no prazo máximo de 90 (noventa) dias contado da assinatura do contrato de gestão, regulamento próprio contendo os procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público.

Art. 19 - Além dos princípios elencados na Constituição Federal, do Estado do Piauí, da Lei Orgânica do Estado e das cláusulas obrigatórias dos contratos administrativos, serão ainda observados, na elaboração do contrato de gestão de que trata o artigo anterior, os seguintes preceitos: I - especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, a exclusividade no desempenho das atividades delegadas, a estipulação de metas a serem atingidas e os respectivos prazos de execução, e a previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados mediante indicadores de qualidade e produtividade;e II - a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens de qualquer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações sociais, no exercício de suas funções públicas. Art. 20 - O contrato de gestão deve permitir ao Poder Público requerer a apresentação, pela organização social, de relatório pertinente à execução do contrato ao término de cada exercício, ou, antes disto, a qualquer tempo que entender necessário ao interesse público. SEÇÃO II DO TERMO DE PARCERIA Art. 21 - A execução das atividades públicas não exclusivas, através de organizações da sociedade civil de interesse público, dar-se-á mediante termo de parceria, firmado entre o Poder Público e a organização assim titulada, por acordo de vontades, que discriminará as atribuições, responsabilidades e, se destina à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse público definidas no inciso I, do artigo 2º, desta Lei. Art. 22 - O Termo de Parceria firmado de comum acordo entre o Poder Público e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público discriminará direitos, responsabilidades e obrigações das partes signatárias. Parágrafo único - São cláusulas essenciais do Termo de Parceria: I - a do objeto, que conterá a especificação do programa de trabalho proposto pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público; II - a de estipulação das metas e dos resultados a serem atingidos e os respectivos prazos de execução ou cronograma; III - a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de resultado; IV - a de previsão de receitas e despesas a serem realizadas em seu cumprimento, estipulando, item por item, as categorias contábeis usadas pela organização e o detalhamento das remunerações e benefícios de pessoal a serem pagos, com recursos oriundos ou vinculados ao Termo de Parceria, a seus diretores, empregados e consultores;

V - a que estabelece as obrigações da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, entre as quais a de apresentar ao Poder Público, ao término de cada exercício, relatório sobre a execução do objeto do Termo de Parceria, contendo comparativo específico das metas propostas com os resultados alcançados, acompanhado de prestação de contas dos gastos e receitas efetivamente realizados, independente das previsões mencionadas no inciso anterior; e VI - a de publicação, na imprensa oficial do Estado, de extrato do Termo de Parceria e de demonstrativo da sua execução física e financeira, conforme modelo simplificado estabelecido no regulamento desta Lei, contendo os dados principais da documentação obrigatória do inciso anterior, sob pena de não-liberação dos recursos previstos no Termo de Parceria. Art. 23 - A organização parceira fará publicar, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contado da assinatura do Termo de Parceria, regulamento próprio contendo os procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público, observados os princípios estabelecidos no inciso I, do artigo 10, desta Lei. Art. 24 - Caso a organização adquira bem imóvel com recursos provenientes da celebração do Termo de Parceria, este será gravado com cláusula de inalienabilidade. Parágrafo único - Na hipótese de extinção ou desqualificação da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, o bem imóvel de que trata o caput reverterá ao Patrimônio do Estado, na proporção aos investimentos por ele alocados. SEÇÃO III DO CONVÊNIO Art. 25 - O Convênio é o instrumento que disciplinará as relações entre o Poder Público e a organização de direito privado sem fins econômicos e/ou lucrativos, independente de titulação credenciada para a gestão e/ou execução de serviços públicos não-exclusivos e o fomento a atividades sociais. Parágrafo único - Na realização dos convênios, as organizações deverão incondicionalmente observarem todas as regras estabelecidas pelo artigo 116 da Lei 8.666/93, bem como, da Instrução Normativa nº 01/1997 do STN – Secretaria do Tesouro Nacional, além das exigências em relação as contrapartidas contidas na LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias do Estado do Piauí. SEÇÃO IV DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Art. 25 - O Contrato de Prestação de Serviços é o instrumento que disciplinará as relações entre o Poder Público e a organização de direito privado sem fins econômicos e/ou lucrativos, credenciadas no Sistema Integrado de Prestação de Serviços Públicos não exclusivos e fomento as atividades sociais independente de titulação, observados os seguintes critérios para a contratação:

I – Nas ações referentes a programas e atividades já devidamente planejadas e orçamentadas, havendo mais de uma organização credenciada para aquela área de atuação, o poder público municipal deverá realizar processo licitatório com base na Lei 8.666/93, entre as referidas organizações, garantindo assim principalmente o princípio da isonomia e do menor preço, visto tratar-se nestes casos de atividade meio das organizações. II – Nas ações de cunho inovador e que os projetos, programas ou atividades representem ações exclusivas e de relevante interesse público, além de, se enquadrarem nas hipóteses dos artigos 24 e 25 da Lei 8.666/93, poderá o poder público contratar diretamente a organização credenciada, através de dispensa ou inexigibilidade, sempre precedida de justificativa e fundamentação legal a referida contratação. Parágrafo único - Nas contratações de prestação de serviços as organizações credenciadas o poder público deverá incondicionalmente observar todos os procedimentos, processos e regras estabelecidas pela Lei 8.666/93. CAPÍTULO IV DO ACOMPANHAMENTO DOS INSTRUMENTOS DE AJUSTE Art. 26 - A execução do objeto dos instrumentos de ajuste de que cuida esta Lei será acompanhada e fiscalizada pelo órgão do Poder Público da área de atuação correspondente à atividade fomentada, e pela Comissão Especial de Trabalho, com o auxílio do órgão Estadual de controle interno e Procuradoria Geral do Estado. § 1º - Os resultados atingidos com a execução dos instrumentos de ajuste devem ser analisados, periodicamente, por comissão de avaliação, composta por especialistas de notória capacidade e adequada qualificação, indicada pela autoridade supervisora da área correspondente. § 2° - A comissão encaminhará, à autoridade competente, relatório conclusivo sobre a avaliação procedida. Art. 27 - Os responsáveis pela fiscalização dos ajustes, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública, darão imediata ciência ao Tribunal de Contas do Estado e ao Ministério Público Estadual, sob pena de responsabilidade solidária. Art. 28 - Sem prejuízo da medida a que se refere o artigo anterior, havendo indícios fundados de malversação de bens ou recursos de origem pública, os responsáveis pela fiscalização representarão ao Ministério Público, e à Procuradoria Estadual, para que requeiram ao juízo competente, a decretação da indisponibilidade dos bens da entidade e o seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem como, de agente público ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público, além de outras medidas consubstanciadas na Legislação vigente. § 1º - O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos artigos 822 a 825 do Código de Processo Civil.

§ 2º - Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações mantidas pelo demandado, no País e no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. § 3º - Até o término da ação, o Poder Público permanecerá como depositário e gestor dos bens e valores seqüestrados ou indisponíveis e velará pela continuidade das atividades sociais da organização. CAPÍTULO V DO CANCELAMENTO DA TITULAÇÃO E DESCREDENCIAMENTO Art. 25 - Constatado, a qualquer tempo, o descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão, o Poder Executivo promoverá sua apuração em processo regular, em que se assegure ampla defesa, podendo proceder à desqualificação da entidade como organização social, respondendo os seus dirigentes, individual e solidariamente, pelos danos ou prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão. Parágrafo único - A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e dos valores disponíveis entregues à utilização da organização social, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. Art. 26 - A qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público se perde a pedido ou mediante decisão proferida em processo administrativo ou judicial, de iniciativa popular, ou do Ministério Público, assegurados o contraditório e a ampla defesa. Parágrafo único - Qualquer cidadão, vedado o anonimato, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público e desde que amparado por fundadas evidências de erro ou fraude, é parte legítima para requerer, judicial ou administrativamente, a perda da qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Art. 27 - O Descredenciamento de entidades privadas integrantes do Sistema Integrado de Prestação de Serviços Públicos Não exclusivos dar-se-á pelo Poder Público, face à constatação de descumprimento de cláusula essencial do convênio celebrado, assegurada ampla defesa. CAPÍTULO VI DO FOMENTO ÀS ATIVIDADES SOCIAIS Art. 28 - As entidades qualificadas como organizações sociais são declaradas entidades de interesse social, para todos os efeitos legais. Art. 29 - Para o cumprimento do contrato de gestão, poderão ser destinados, às organizações sociais, pessoal, serviços, recursos orçamentários e bens públicos, através de permissão de uso, dispensada a licitação, consoante cláusula expressa do contrato de gestão. § 1º - São assegurados às organizações sociais os créditos previstos no orçamento e as respectivas liberações financeiras, de acordo com o cronograma de desembolso previsto no contrato de gestão.

§ 2º - Poderá ser adicionada, aos créditos orçamentários destinados ao custeio do contrato de gestão, parcela de recursos para compensar desligamento de servidor cedido, desde que haja justificativa expressa da necessidade. Art. 30 - Os bens móveis permitidos para uso poderão ser permutados por outros de igual ou maior valor, condicionado a que estes passem a integrar o patrimônio do Estado, após prévia avaliação e expressa autorização do Poder Público. Art. 31 - É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidor ou empregado público para as organizações sociais, sem ônus para o órgão de origem, pelo prazo de dois anos, prorrogável por igual período. § 1º - A cessão de que trata o caput deste artigo obedecerá às seguintes normas: I – o servidor público a ser cedido requererá licença para trato de interesse particular; e II – o empregado público requererá sua suspensão de contrato de trabalho. § 2º - Findo o período de cessão concedido pelo Poder Executivo, o servidor ou empregado deverá optar entre a sua permanência na organização social, ou seu retorno ao órgão de origem ou a outro órgão equivalente, no caso de extinção do seu órgão de origem. § 3º - Havendo opção pela permanência na organização social, tratando-se de servidor público, pedirá demissão do cargo efetivo e, sendo empregado público, rescindirá seu contrato de trabalho. § 4º - O servidor que permanecer na administração pública estadual será lotado em órgão similar, no caso de extinção do seu órgão de origem. Art. 32 - As disposições constantes dos artigos 29 a 31 são extensíveis às entidades qualificadas como organizações sociais pela União e Municípios, quando houver reciprocidade e desde que a legislação local não contrarie os preceitos desta Lei e a legislação federal e municipal específica. Art. 33 - Para cumprimento do Termo de Parceria, o Poder Público poderá destinar, às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, pessoal, sem ônus para a origem, e recursos orçamentários, necessários à execução dos serviços e custeio operacional da entidade, estritamente vinculados ao ajuste celebrado. Parágrafo único - Aplica-se à cessão de que trata este artigo, no que couber, o disposto nos §§ 1º a 5º, do artigo 31, desta Lei. Art. 34 - Sempre que possível, e a valores inferiores aos dispendidos diretamente, o Poder Público, para atendimento às necessidades de suplementação e complementaridade das ações nas áreas objeto da presente Lei, valer-se-á da malha de serviços privados, credenciada junto ao Sistema Integrado de Prestação de Serviços Não-exclusivos.

Art. 41 - Ficam criados os seguintes Cargos de Provimento em Comissão, e Funções Gratificadas: I – 01(uma) Superintendência de Coordenação Geral, cargo de nível de Diretoria Executiva, Símbolo CCS-4; II – 01 (uma) Gerência de Divisão, função gratificada, símbolo FGG-2; III - 01 (uma) Secretária de Diretoria, função gratificada, símbolo FSG-1; IV - 02 (duas) Funções Gerenciais Gratificadas, de símbolo FGG-2, a serem alocadas, mediante decreto do Governador do Estado, no âmbito da SEPLANDES; e V - 01 (uma) Função Gratificada, de símbolo FSG-1, a ser alocada, mediante decreto do Governador do Estado, no âmbito da SEPLANDES. Parágrafo único – Para preenchimento dos cargos e funções referidos nos incisos I a III, do caput deste artigo, serão observadas as seguintes normas: I – o Superintendente será escolhido mediante lista tríplice indicada pelo Conselho Deliberativo da SUPORD, e, depois de aprovada pelo Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Social, será nomeado pelo Governador do Estado para exercício do respectivo cargo em comissão; II – o Gerente de Divisão e a Secretária Executiva serão indicados pelo titular da Superintendência de Assuntos Relativos às Pessoas Portadoras de Deficiência – SUPORD e designados pelo Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Social, para o exercício da função gratificada correspondente; e III – os titulares dos cargos referidos nos incisos anteriores serão preferencialmente pessoas portadoras de deficiência, com reconhecida experiência no trato das questões específicas a estas relativas, e suas atribuições serão especificadas em Regimento Interno, na forma prevista pelo § 2º, do artigo 38, desta Lei. Art. 42 - Para compor a estrutura organizacional de que trata o artigo 38, além dos membros expressamente previstos nos artigos 39 e 40, a SUPORD contará com: I – servidores com funções administrativas, de apoio técnico e outras; e II – especialistas, para o atendimento de necessidades específicas. CAPÍTULO VII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 44 - É vedada, às entidades qualificadas e tituladas como Utilidade Pública, Organizações Sociais ou Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, a participação em campanhas de interesse político-partidário ou eleitorais, sob quaisquer meios ou formas. Art. 45 - O Poder Executivo permitirá, mediante requerimento dos interessados, livre acesso a todas as informações pertinentes às Organizações Sociais e às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público. Art. 46 - As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, qualificadas com base em outros diplomas legais, poderão qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, desde que atendidos os requisitos para tanto exigidos, sendo-

lhes assegurada a manutenção simultânea dessas qualificações, até 02 (dois) anos contados da data de vigência desta Lei. § 1º - Findo o prazo de dois anos, a pessoa jurídica interessada em manter a qualificação prevista nesta Lei, deverá por ela optar, fato que implicará a renúncia automática de suas qualificações anteriores. § 2º - Caso não seja feita a opção prevista no parágrafo anterior, a pessoa jurídica perderá, automaticamente, a qualificação obtida nos termos desta Lei. Art. 47 - A extinção dos órgãos e entidades da administração direta e indireta autorizada por lei específica, bem como a absorção de atividades e serviços por organizações sociais observará os seguintes preceitos: I - os servidores, integrantes dos quadros permanentes dos órgãos e entidades extintos, serão alocados em quadro suplementar ao quadro de pessoal permanente do Poder Executivo, em extinção, podendo ser cedidos a organizações sociais, na forma desta Lei e do respectivo regulamento; II - a desativação das unidades extintas será realizada mediante inventário de seus bens imóveis e de seu acervo físico, documental e material, bem como dos contratos e convênios, com a adoção de providências dirigidas à manutenção e prosseguimento das atividades sociais a cargo dessas unidades, nos termos da legislação aplicável; III - os recursos e as receitas orçamentárias de qualquer natureza, destinados às unidades que venham a ser extintas, serão utilizados nos processos de inventário e para a manutenção e o financiamento das atividades sociais até a assinatura do contrato de gestão; e IV - a organização social que tiver absorvido as atribuições das unidades extintas poderá adotar os símbolos designativos destas, seguidos da expressão "OS". § 1º - A Secretaria de Administração do Estado realizará o processo de inventário das entidades extintas. § 2º - Durante o processo de inventário e até assinatura de contrato de gestão transferido bens e serviços à organização social, a continuidade das atividades das entidades extintas serão coordenadas e supervisionadas pelas Secretarias de Estado a que se vinculavam. Art. 48 - Poderá o Poder Executivo, a qualquer tempo, conceder estímulo para a demissão voluntária dos servidores e empregados públicos da administração direta e indireta, respeitados, no mínimo, as condições e benefícios previstos em Lei. Art. 49 - Serão automaticamente canceladas, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, as atuais subvenções conferidas às entidades consideradas de utilidade pública que não fizerem o cadastramento no Sistema Integrado de Prestação de Serviços Públicos não exclusivos e fomento as atividades sociais de acordo com as especificações, na forma desta Lei. Art. 50 - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias. Art. 51 - As despesas com a execução da presente Lei correrão à conta das dotações orçamentárias próprias.

Art. 52 - A presente Lei entra em vigor na data de sua publicação.