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Anexo 2 – Contributo enviado por José Crisóstomo Figueira, Gabinete de Desenvolvimento Organizacional, EPAL Ao Serviço Municipal de Proteção Civil de Lisboa, Em primeiro lugar, a EPAL, ao tomar conhecimento que se encontrava em Consulta Pública a revisão do Plano Municipal de Emergência, considerou atinente promover uma análise da proposta apresentada, e através do seu elemento de ligação ao Centro de Coordenação Operacional do Município de Lisboa (indicado na carta de 11 de setembro de 2009, como resposta ao v/ ofício de 23 de julho de 2009), levar ao v/ douto conhecimento o nosso parecer sobre as condições de resposta às situações de emergência consignadas no PME/Versão para Consulta Pública. A EPAL reconhece a insuprível necessidade de articulação e compatibilização de interesses para operacionalizar algumas das atividades consignadas no PME/Versão para Consulta Pública, evidenciando, desde já a sua disponibilidade para a realização de uma eventual reunião para esclarecimentos e clarificações de temas de relevante significado para a proteção das pessoas, a preservação dos bens patrimoniais, a mitigação de impactes ambientais e a saúde pública. Perante o exposto, apresentamos o nosso contributo. Após análise efetuada à Versão para Consulta Pública do Plano Municipal de Emergência de Lisboa, surgem algumas questões que consideramos poderem vir a ser analisadas e debatidas conjuntamente com a Proteção Civil Municipal de Lisboa para que seja estabelecida uma eficaz resposta conjunta e compatível em caso de ocorrência de um evento de emergência, questões que oportunamente foram anteriormente analisadas com a ANPC no âmbito de Planos de Emergência em que a EPAL é uma das entidades intervenientes. Em relação ao conteúdo do PME em Revisão, encontra-se mencionado que a elaboração do Plano teve em consideração a articulação com os instrumentos de planeamento e ordenamento existentes, assim como a existência de diversos planos, nomeadamente o Plano de Emergência da EPAL (pág. 10,11), o qual se encontra a ser integralmente revisto, sendo oportuno obter contributos da Proteção Civil Municipal para que a sua compatibilização entre Planos venha a ser a mais adequada para a Cidade em caso de acionamento do Plano Municipal de Emergência. Considera-se relevante a metodologia explicitada no ponto 8 “Programa de Exercícios” no que diz respeito à realização de exercícios e de simulacros que visam o treino das forças de 1ª e 2ª intervenção, das entidades públicas e privadas e do público em geral, bem como a transmissão de competências e conhecimentos necessários para o desempenho das ações que sejam conferidas a cada Entidade, com o objetivo de melhorar a coordenação e mobilização

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Anexo 2 – Contributo enviado por José Crisóstomo Figueira, Gabinete de Desenvolvimento Organizacional, EPAL Ao Serviço Municipal de Proteção Civil de Lisboa, Em primeiro lugar, a EPAL, ao tomar conhecimento que se encontrava em Consulta Pública a revisão do Plano Municipal de Emergência, considerou atinente promover uma análise da proposta apresentada, e através do seu elemento de ligação ao Centro de Coordenação Operacional do Município de Lisboa (indicado na carta de 11 de setembro de 2009, como resposta ao v/ ofício de 23 de julho de 2009), levar ao v/ douto conhecimento o nosso parecer sobre as condições de resposta às situações de emergência consignadas no PME/Versão para Consulta Pública. A EPAL reconhece a insuprível necessidade de articulação e compatibilização de interesses para operacionalizar algumas das atividades consignadas no PME/Versão para Consulta Pública, evidenciando, desde já a sua disponibilidade para a realização de uma eventual reunião para esclarecimentos e clarificações de temas de relevante significado para a proteção das pessoas, a preservação dos bens patrimoniais, a mitigação de impactes ambientais e a saúde pública. Perante o exposto, apresentamos o nosso contributo. Após análise efetuada à Versão para Consulta Pública do Plano Municipal de Emergência de Lisboa, surgem algumas questões que consideramos poderem vir a ser analisadas e debatidas conjuntamente com a Proteção Civil Municipal de Lisboa para que seja estabelecida uma eficaz resposta conjunta e compatível em caso de ocorrência de um evento de emergência, questões que oportunamente foram anteriormente analisadas com a ANPC no âmbito de Planos de Emergência em que a EPAL é uma das entidades intervenientes. Em relação ao conteúdo do PME em Revisão, encontra-se mencionado que a elaboração do Plano teve em consideração a articulação com os instrumentos de planeamento e ordenamento existentes, assim como a existência de diversos planos, nomeadamente o Plano de Emergência da EPAL (pág. 10,11), o qual se encontra a ser integralmente revisto, sendo oportuno obter contributos da Proteção Civil Municipal para que a sua compatibilização entre Planos venha a ser a mais adequada para a Cidade em caso de acionamento do Plano Municipal de Emergência. Considera-se relevante a metodologia explicitada no ponto 8 “Programa de Exercícios” no que diz respeito à realização de exercícios e de simulacros que visam o treino das forças de 1ª e 2ª intervenção, das entidades públicas e privadas e do público em geral, bem como a transmissão de competências e conhecimentos necessários para o desempenho das ações que sejam conferidas a cada Entidade, com o objetivo de melhorar a coordenação e mobilização

das várias entidades intervenientes, bem como testar os procedimentos e comunicações, para além de avaliar e mitigar as oportunidades de melhoria e articulação. Os exercícios previstos encontram-se segmentados em 2 tipologias diferentes:

LIVEX (meios no terreno): exercícios de ordem operacional, que permitem avaliar e testar as disponibilidades operacionais e as capacidades de execução das entidades envolvidas;

CPX (posto de comando): exercício específico para pessoal de direção, coordenação e comando, em que se exercita o planeamento e conduta de missões e treinar a capacidade de resposta de todos os participantes.

De acordo com a informação presente no PME de Lisboa, os exercícios a realizar pela Proteção Civil de Lisboa nos quais a EPAL deve participar são os seguintes:

Em alguns dos cenários – Inundações, Sismos, Danos graves, Tsunamis, Movimento de Massas, Acidentes de Mercadorias Perigosas, apresentados não se encontra muito evidente quais são os meios a envolver ou os objetivos relacionados com a EPAL. Mais, a EPAL não dispõe de equipamentos de purificação de água para consumo humano, considerando que o Plano Municipal deve fazer uma separação entre água parta consumo humano e água para uso humano, pois que a água para consumo obriga a uma desinfeção dos equipamentos de transporte, armazenamento e distribuição de água, algo complexa e morosa, e um adequado controlo na sua distribuição e qualidade compatível com a preservação da saúde dos consumidores finais. Em relação às responsabilidades da EPAL perante uma situação de emergência, no PME, a EPAL encontra-se enquadrada no Grupo de Obras Públicas (pág.46), podendo-se destacar a responsabilidade de avaliar os eventuais danos ocorridos em infraestruturas de abastecimento, existência de equipas responsáveis pela reparação das infraestruturas e pelo restabelecimento de água nas zonas afetadas e o cumprimento do Plano de Abastecimento de Água,

Plano que a EPAL desconhece e que mesmo que tenha existência encontrar-se-á desatualizado, devido às alterações que o seu Sistema de Abastecimento foi objeto nos últimos anos:

No PME a missão da EPAL como Entidade de Apoio é a seguinte:

Fase de Emergência – Corte e/ou reparação de condutas para fornecimento de água – situação que confirmamos se encontrar dentro das nossas atribuições;

Fase de Reabilitação – Restabelecimento do normal funcionamento após análises – situação que confirmamos se encontrar dentro das nossas atribuições.

A EPAL ao integrar o Grupo de Obras Públicas, tem como áreas de responsabilidade a administração de meios e recursos e apoio logístico no âmbito de cumprimento da sua missão:

Na Versão para Consulta Pública do PME, na tabela 27 – “Critérios e âmbito para a declaração das situações de alerta, contingência ou calamidade”, página 95, no âmbito previsto encontra-se a seguinte referencia: A racionalização da utilização dos serviços públicos de transporte, comunicações e abastecimento

de água e energia, bem como do consumo de bens de primeira necessidade. Esta referência suscita dúvida em relação ao facto de, eventualmente, já estar em curso algum plano/estudo sobre a origem e quantidade mínima de água para consumo humano, bem como para uso humano, a fornecer à população, que se encontre a ser desenvolvido pela Proteção Civil, Governo e/ou ERSAR, mas que a EPAL desconhece e não perceciona como será implementada. Em relação às questões que gostaríamos de analisar em conjunto com a Proteção Civil de Lisboa, sobressaem as seguintes: No ponto 7.2 “Critérios de Ativação do Plano” encontra-se referido que foi construída uma matriz relacional de risco onde se encontra assinalado o grau de prontidão e de mobilização dos meios e recursos a envolver no reforço de cada tipo de ocorrência ou risco. Seria útil a EPAL saber se nesta matriz existe alguma informação sobre os meios e recursos da Empresa, para que em caso afirmativo exista sincronia entre as Entidades. Em caso de emergência que coloque em causa o normal abastecimento da água à população, como por exemplo interrupção de fornecimento de água prolongada a parte do Concelho de Lisboa devido a danos estruturais graves, sismos, entre outros, com impacte na quantidade e/ou qualidade de água para consumo humano e eventualmente para uso humano, deverá ser clarificado qual a Entidade responsável por algumas atividades, nomeadamente de apoio para viabilizar o fornecimento de água à população:

Promover o abastecimento de água por meios alternativos à população (cisternas, reservatórios móveis, garrafas de água, outros). A EPAL sugere que seja ponderada a exequibilidade de proceder à celebração de protocolos com outras Entidades como por exemplo indústrias alimentares para transporte de água em cisternas de transporte de leite, fornecimento de recipientes para água, garrafas ou reservatórios de água, tendo em consideração o referido no PME;

Definir locais de fornecimento de água e quantidades a disponibilizar nessas zonas;

Identificar possíveis pontos de captação de água subterrânea existentes no Município de Lisboa, acessibilidades, autorizações e adequada monitorização sistemática da quantidade existente e da sua qualidade;

Divulgação de informação à população sobre o fornecimento de água em situações extraordinárias, como por exemplo fornecimento de água via cisternas, fornecimento de quantidade de água pré-definida, fornecimento de água com restrições para consumo humano, cuidados a ter em relação ao consumo ou uso de água, tendo em consideração a missão do Gabinete de informação Pública (página 38);

Determinar se a proteção de infraestruturas críticas relacionadas com o sistema de abastecimento de água, é estudada e assegurada em conjunto com a Proteção Civil e com as Forças de Segurança;

Quais os meios e os recursos que a Proteção Civil estima que a EPAL detém, ou deveria deter, para intervir numa situação de emergência e de que forma está arquitetada a intervenção conjunta, ou seja, quais as responsabilidades da EPAL e da Proteção Civil numa situação de emergência.

É nosso entendimento que a Versão para Consulta Pública do PME de Lisboa evidência uma interessante e adequada estrutura organizativa para preparar os recursos para dar cabal resposta a situações de emergência que abranjam a Cidade de Lisboa, situação que nos leva a rever e compatibilizar os Planos de Emergência da EPAL, relevando-se:

O conteúdo e a estruturação apresentada no PME – considera-se que é muito bem conseguida e deverá ser tida em consideração na revisão do Plano Geral de Emergência da EPAL e do Manual de Gestão de Eventos de Crise e na elaboração dos Planos de Contingência;

Nos Planos de Emergência da EPAL deverá ser ponderada a integração das conclusões compatibilizadas do que a Proteção Civil Municipal, Distrital e Nacional venham a ter descrito nos seus Planos de Emergência sobre a participação da EPAL e a forma de articulação com estas Entidades;

Criação de Equipas de Emergência integradas, mas com adequada definição de funções e responsabilidades para cada uma das Equipas das diferentes Entidades;

Estabelecer um eficaz e objetivo Plano de Comunicação, com uma adequada definição de canais, interlocutores e segregação de níveis de informação a transmitir (a EPAL tem um “call center” para os seus Clientes e consumidores) na gestão da informação para o exterior;

Na Versão para Consulta Pública do PME é referido que em situação de emergência as Entidades envolvidas, e por conseguinte a EPAL, deverão elaborar um relatório sobre o ponto de situação periódico (aproximadamente 4em 4 horas) para a Proteção Civil Municipal, opção que iremos consignar no nosso Plano Geral de Emergência;

Riscos em Lisboa apresentados na Versão para Consulta Pública do PME que a EPAL, eventualmente, deverá ter em atenção na elaboração dos seus PEI:

Inundações - Causadas por roturas em infraestruturas de saneamento ou de abastecimento de água, rebentamento de barragens existentes na bacia do Rio Tejo

Risco sísmico moderado – maior probabilidade de ocorrerem sismos de menor intensidade que o terramoto de 1755. Existe uma carta de vulnerabilidade sísmica dos solos do Município de Lisboa, estabelece que a zona de maior vulnerabilidade é a zona ribeirinha e a zona ao longo das antigas ribeiras – documento que deve ser disponibilizado à EPAL;

Acidente grave de trafego aéreo – segundo a Versão para Consulta Pública do PME, pode afetar grande parte do concelho se ocorrer um acidente com uma aeronave, com especial relevo para a zona situada sob os corredores de aproximação ou descolagem. A EPAL tem instaladas duas relevantes condutas de água (DN 1.500 e DN 1.000) nas duas faixas da 2ª circular e que são atravessadas por tráfego aéreo;

Acidente com transporte de mercadorias perigosas – o transporte de mercadorias perigosas pode ser realizado por barco ou por comboio (zonas mais vulneráveis são: Oriente/Olivais), segundo a Versão para Consulta Pública do PME inclui o transporte de grande quantidade de contentores com líquidos inflamáveis e gases, os quais podem ter impacte negativo no nosso Recinto dos Olivais (localização num quarteirão delimitado por Avda de Pádua / Avda Infante Santo e Avda de Berlim).

Danos em infraestruturas – na Versão para Consulta Pública do PME referem-se as obras de arte de engenharia e o facto de existir gestão partilhada entre várias entidades, como por exemplo, a EPAL, a CML, a CP, ML e Estradas de Portugal – explicitação que gostaríamos de aprofundar, pois que consideramos demasiado complexa para não ser articulada e compatibilizada entre Entidades e a Proteção Civil Municipal;

Na Versão para Consulta Pública do PME encontra-se referido que a causa apontada para a maioria dos danos que podem ocorrer em obras de arte de engenharia, infraestruturas viárias enterradas ou aéreas decorrem do seu grau de fragilidade, em termos de localização, grau de concentração, estado de conservação, avarias, roturas, outras. Neste sentido a EPAL considera pertinente listar os pontos críticos do Sistema de Abastecimento localizado em Lisboa, mas considera atinente obter prévia informação sobre a forma tipológica de disponibilizar a informação requerida;

Incêndios florestais no Parque de Monsanto – A EPAL tem no Parque Municipal de Monsanto um recinto com um Reservatório e uma Estação Elevatória para abastecimento a todas as instalações localizadas na zona alta do Parque. Adicionalmente e numa zona periférica temos os Arcos do Aqueduto das Águas Livres que em caso de catástrofe podem colapsar e bloquear uma área de acesso ou de saída da Cidade.

Com os cumprimentos, José Crisóstomo Figueira DSO - Gabinete de Desenvolvimento Organizacional Avenida da Liberdade, 24 - 3º andar, sala 331 - 1250-144 LISBOA Telef: 21 325 1700 Telem: 91 758 56 42 Fax: 21 325 1397 E-mail: [email protected]

Antes de imprimir este e-mail pense bem se tem mesmo que o fazer. Há cada vez menos árvores.