assembleia municipal de lisboa sessÃo...

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------------------------- ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ---------------------- ----- SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA, INICIADA NO DIA 13 DE ABRIL DE 2010. --------------------------------- ---------------------------------- ACTA NÚMERO TREZE ----------------------------------- ----- No dia 13 de Abril de 2010, reuniu na sua Sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, a Assembleia Municipal de Lisboa, sob a presidência da sua Presidente efectiva, Excelentíssima Senhora Dra. Maria Simonetta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, coadjuvada pelo Excelentíssimo Senhor Nelson Pinto Antunes e pela Excelentíssima Senhora Dra. Deolinda Carvalho Machado, respectivamente Primeiro Secretário e Segunda Secretária. ----------------------------------------------------- ----- Assinaram a “Lista de Presenças”, para além dos mencionados, os seguintes Deputados Municipais: --------------------------------------------------------------------------- ----- Adolfo Miguel Baptista Mesquita Nunes, Alberto Francisco Bento, Aline Gallasch Hall, Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana Bela Burt Magro Pires Marques, Ana Maria Gaspar Marques, Ana Rita Teles Patrocínio Silva, André Nunes de Almeida Couto, António José do Amaral Ferreira de Lemos, António Manuel, António Manuel Dias Baptista, António Manuel de Freitas Arruda, António Manuel Pimenta Prôa, António Maria Almeida Braga Pinheiro Torres, António Modesto Fernandes Navarro, António Paulo Duarte de Almeida, António Paulo Quadrado Afonso, Armando Dias Estácio, Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho, Belarmino Ferreira Fernandes da Silva, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira, Diogo Feijó Leão Campos Rodrigues, Diogo Vasco Gonçalves Nunes de Bastos, Duarte D’Araújo Jorge Cardoso da Mata, Ermelinda Lopes da Rocha Brito, Fernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Fernando Pereira Duarte, Filipe António Osório de Almeida Pontes, Filipe Mário Lopes, Francisco Carlos de Jesus Vasconcelos Maia, Francisco David Carvalho da Silva Dias, Gonçalo Maria Pacheco da Câmara Pereira, Gonçalo Matos Correia Castro Almeida Velho, Hugo Filipe Xambre Bento Pereira, Idália Maria Jorge Poucochinho Morgado Aparício, Inês de Drummond Ludovice Mendes Gomes, Inês Lopes Cavalheiro Ponce Dentinho de Albuquerque D’Orey, Ismael do Nascimento Fonseca, João Augusto Martins Taveira, João Cardoso Pereira Serra, João Diogo Santos Moura, João Manuel Costa de Magalhães Pereira, João Mário Amaral Mourato Grave, João Paulo Mota da Costa Lopes, Joaquim Emanuel da Silva Guerra de Sousa, Joaquim Lopes Ramos, Joaquim Maria Fernandes Marques, John Law Rosas da Costa Jones Baker, Jorge Telmo Cabral Saraiva Chaves de Matos, José Alberto Ferreira Franco, José António Nunes do Deserto Videira, José Filipe de Mendonça Athayde de Carvalhosa, José Joaquim Vieira Pires, José Manuel Rosa do Egipto, José Manuel Marques Casimiro, José Maria Bento de Sousa, José Maximiano de Albuquerque Almeida Leitão, José Roque Alexandre, Luís Filipe da Silva Monteiro, Luís Filipe Graça Gonçalves, Manuel António de Sena Rosa Falcão, Manuel Luís de Sousa Silva Medeiros, Maria Albertina de Carvalho Simões Ferreira, Maria Alexandra Dias Figueira, Maria Cândida Rio de Freitas Cavaleiro Madeira, Maria Clara Currito Gargalo Ferreira da Silva, Maria da Graça Resende Pinto

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Page 1: ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA SESSÃO …1998-2013.am-lisboa.pt/fileadmin/ASSEMBLEIA_MUNICIPAL/AML/Actas/... · ----- Foi justificada a falta e admitida a substituição dos seguintes

------------------------- ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ---------------------- ----- SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA, INICIADA NO DIA 13 DE ABRIL DE 2010. --------------------------------- ---------------------------------- ACTA NÚMERO TREZE ----------------------------------- ----- No dia 13 de Abril de 2010, reuniu na sua Sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, a Assembleia Municipal de Lisboa, sob a presidência da sua Presidente efectiva, Excelentíssima Senhora Dra. Maria Simonetta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, coadjuvada pelo Excelentíssimo Senhor Nelson Pinto Antunes e pela Excelentíssima Senhora Dra. Deolinda Carvalho Machado, respectivamente Primeiro Secretário e Segunda Secretária. ----------------------------------------------------- ----- Assinaram a “Lista de Presenças”, para além dos mencionados, os seguintes Deputados Municipais: --------------------------------------------------------------------------- ----- Adolfo Miguel Baptista Mesquita Nunes, Alberto Francisco Bento, Aline Gallasch Hall, Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana Bela Burt Magro Pires Marques, Ana Maria Gaspar Marques, Ana Rita Teles Patrocínio Silva, André Nunes de Almeida Couto, António José do Amaral Ferreira de Lemos, António Manuel, António Manuel Dias Baptista, António Manuel de Freitas Arruda, António Manuel Pimenta Prôa, António Maria Almeida Braga Pinheiro Torres, António Modesto Fernandes Navarro, António Paulo Duarte de Almeida, António Paulo Quadrado Afonso, Armando Dias Estácio, Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho, Belarmino Ferreira Fernandes da Silva, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira, Diogo Feijó Leão Campos Rodrigues, Diogo Vasco Gonçalves Nunes de Bastos, Duarte D’Araújo Jorge Cardoso da Mata, Ermelinda Lopes da Rocha Brito, Fernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Fernando Pereira Duarte, Filipe António Osório de Almeida Pontes, Filipe Mário Lopes, Francisco Carlos de Jesus Vasconcelos Maia, Francisco David Carvalho da Silva Dias, Gonçalo Maria Pacheco da Câmara Pereira, Gonçalo Matos Correia Castro Almeida Velho, Hugo Filipe Xambre Bento Pereira, Idália Maria Jorge Poucochinho Morgado Aparício, Inês de Drummond Ludovice Mendes Gomes, Inês Lopes Cavalheiro Ponce Dentinho de Albuquerque D’Orey, Ismael do Nascimento Fonseca, João Augusto Martins Taveira, João Cardoso Pereira Serra, João Diogo Santos Moura, João Manuel Costa de Magalhães Pereira, João Mário Amaral Mourato Grave, João Paulo Mota da Costa Lopes, Joaquim Emanuel da Silva Guerra de Sousa, Joaquim Lopes Ramos, Joaquim Maria Fernandes Marques, John Law Rosas da Costa Jones Baker, Jorge Telmo Cabral Saraiva Chaves de Matos, José Alberto Ferreira Franco, José António Nunes do Deserto Videira, José Filipe de Mendonça Athayde de Carvalhosa, José Joaquim Vieira Pires, José Manuel Rosa do Egipto, José Manuel Marques Casimiro, José Maria Bento de Sousa, José Maximiano de Albuquerque Almeida Leitão, José Roque Alexandre, Luís Filipe da Silva Monteiro, Luís Filipe Graça Gonçalves, Manuel António de Sena Rosa Falcão, Manuel Luís de Sousa Silva Medeiros, Maria Albertina de Carvalho Simões Ferreira, Maria Alexandra Dias Figueira, Maria Cândida Rio de Freitas Cavaleiro Madeira, Maria Clara Currito Gargalo Ferreira da Silva, Maria da Graça Resende Pinto

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Ferreira, Maria de Lurdes de Jesus Pinheiro, Maria Elisa Madureira de Carvalho, Maria Filomena Dias Moreira Lobo, Maria Idalina de Sousa Flora, Maria Irene dos Santos Lopes, Maria João Bernardino Correia, Maria José Pinheiro Cruz, Maria Luísa Rodrigues das Neves Vicente Mendes, Maria Teresa Cruz de Almeida, Maria Virgínia Martins Laranjeiro Estorninho, Mariana Raquel Aguiar Mendes Teixeira, Miguel Alexandre Cardoso Oliveira Teixeira, Nuno Roque, Paula Cristina Coelho Marques Barbosa Correia, Paulo Alexandre da Silva Quaresma, Pedro Alexandre Valente Assunção, Pedro Miguel de Sousa Barrocas Martinho Cegonho, Pedro Miguel Ribeiro Duarte dos Reis, Rodrigo Nuno Elias Gonçalves da Silva, Rogério da Silva e Sousa, Rui Jorge Gama Cordeiro, Rui Manuel Pessanha da Silva, Salvador Posser de Andrade, Valdemar António Fernandes de Abreu Salgado, Vasco André Lopes Alves Veiga Morgado, Vítor Manuel Alves Agostinho, José Marcelino Carvalho, Vítor Manuel Palmilha, Hugo Alberto Cordeiro Lobo, Renata Andreia Lajas Custódio, Paulo Miguel Correia Ferrero Marques dos Santos, João Francisco Marques Capelo, Ana Maria Lopes Figueiredo Páscoa Baptista e Joana Rodrigues Mortágua. ------------- ----- Faltaram à reunião os seguintes Deputados Municipais. ------------------------------- ----- Ana Maria Bravo Martins de Campos e Jorge Manuel da Rocha Ferreira. ---------- ----- Pediram suspensão do mandato, que foi apreciada e aceite pelo Plenário da Assembleia Municipal nos termos da Lei 169/99, de 18 de Setembro, com a redacção dada pela Lei 5-A/2002, de 11 de Janeiro, os seguintes Deputados Municipais: --------- ----- Rita Susana da Silva Guimarães Neves e Sá (PS), por 1 dia, tendo sido substituída pelo Deputado Municipal Hugo Lobo. ------------------------------------------- ----- Patrocínia César, Pedro Biscaia, Margarida Mota e Rui Paulo Figueiredo, todos Deputados Municipais suplentes do PS, pediram a suspensão do mandato por um dia. (13 de Abril de 2010).----------------------------------------------------------------------------- ----- Maria do Céu Guerra Oliveira e Silva (IND-PS), por 1 dia, tendo sido substituída pelo Deputado Municipal Paulo Ferrero Santos. --------------------------------------------- ----- Ana Sofia Pedroso Lopes Antunes (IND-PS), por 1 dia, tendo sido substituída pela Deputada Municipal Renata Custódio. --------------------------------------------------- ----- Rita da Conceição Carraça Magrinho (PCP), por 1 dia, tendo sido substituída pela Deputada Municipal Ana Páscoa Baptista. ---------------------------------------------- ----- Carlos Carvalho, Deputado Municipal suplente do PCP, pediu a suspensão do mandato por um dia. (13 de Abril de 2010). --------------------------------------------------- ----- João Álvaro Baú (BE), entre 13 de Abril e 23 de Abril, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Joana Mortágua. ---------------------------------------------------- ----- Foi justificada a falta e admitida a substituição dos seguintes Deputados Municipais, Presidentes de Junta de Freguesia: ----------------------------------------------- ----- João Neves Ferro (PSD), Presidente da Junta de Freguesia da Lapa, por José Marcelino Carvalho. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Maria Isabel Faria (PSD), Presidente da Junta de Freguesia de Alcântara, por Vítor Palmilha. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Carlos Lima (PCP), Presidente da Junta de Freguesia do Castelo, por João Marques Capelo. ----------------------------------------------------------------------------------

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----- Jorge Ferreira (PCP), Presidente da Junta de Freguesia da Madalena, não tendo sido substituído.. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- A Câmara esteve representada pelo Sr. Presidente, pelo Sr. Vice-Presidente, e pelos Srs. Vereadores: Manuel Brito, Graça Fonseca, Catarina Vaz Pinto, Maria João Mendes, Sá Fernandes e Helena Roseta. ------------------------------------------------------- ----- Estiveram ainda presentes os Srs. Vereadores Victor Gonçalves, António Monteiro e Madalena Teixeira . ----------------------------------------------------------------- ----- Às 15 horas e 25 minutos, constatada a existência de quorum, a Senhora Presidente declarou aberta a reunião. --------------------------------------------------------- ----- Seguidamente, nos termos regimentais, abriu o período destinado à intervenção do público. ----------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------ INTERVENÇÃO DO PÚBLICO ------------------------------ ----- O Sr. Nuno Pedro de Azevedo Sampaio, Rua Almirante Barroso, nº 3, Lisboa, fez a seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------- ----- “Tendo já feito intervenções em reuniões anteriores, seja na reunião pública da Assembleia Municipal, seja na do Executivo Camarário, o plenário de trabalhadores reunido no dia 7 de Abril decidiu trazer hoje aqui o ponto da situação dos trabalhadores da EMEL, pois o nível de cansaço e o número de baixas devidas ao desgaste físico, psicológico e emocional dos trabalhadores a isso obriga. ---------------- ----- Os trabalhadores precisam do apoio e da intervenção desta Assembleia Municipal, porque a Câmara Municipal de Lisboa é a única accionista da EMEL e nessa medida responsável pelos destinos da empresa, para ajudar a resolver e a desbloquear os seus problemas. ----------------------------------------------------------------- ----- Na EMEL, nos últimos meses, tem existido um conjunto de situações incompreensíveis para os trabalhadores: ------------------------------------------------------- ----- As condições de segurança e higiene em vários locais de trabalho têm-se mantido inaceitáveis, apesar de sucessivos compromissos das administrações da empresa em as melhorar e resolver. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Ainda que algumas alterações tenham sido feitas, os problemas de fundo mantiveram-se sem resolução. Depois de muita insistência e compromissos assumidos que não foram cumpridos, solicitámos a inspecção da ACT na maioria dos locais de trabalho e aguardamos a qualquer momento o resultado dessas inspecções e com elas a resolução dos graves problemas de higiene, segurança e saúde no trabalho. ----------- ----- É sabido que os trabalhadores da EMEL são vistos como ameaça para alguns automobilistas que violam as regras fixadas pela Câmara para o estacionamento na Cidade. A EMEL sabe que por mais que uma vez os trabalhadores foram verbalmente ameaçados, injuriados, em vários casos fisicamente agredidos, quando desempenhavam a sua função profissional. --------------------------------------------------- ----- Ora, fixar como factores de avaliação profissional e de atribuição de prémios, objectivos de multas e bloqueamentos, a nosso ver, devia ter sido muito ponderado e discutido, porque já se constatou que transpira para os cidadãos e torna-os menos tolerantes e mais agressivos, passando de incumpridores para acusadores dos trabalhadores, por estarem a multar e a bloquear para ganharem prémios. ---------------

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----- Admitimos que num ou noutro caso possa gerar maior agressividade, o que é indesejável, mas não é isso mesmo que a Administração pretende e promove? ---------- ----- Em paralelo, a Administração da EMEL, pressionada para retomar a negociação do Acordo de Empresa que se arrasta há pelo menos 5 anos, aceita com uma relutância bem visível regressar à mesa negocial. Acorda num calendário mas passado pouco tempo já era visível que o que pretendia era arrastar o processo. ------------------ ----- Pelo meio começou a fazer alterações unilaterais das relações de trabalho, exactamente nas matérias que estavam sobre a mesa negocial, nomeadamente nos horários praticados há anos, o que revela manifestamente má fé negocial e falta de respeito pela parte sindical, ou como se pode observar, desenvolve uma estratégia de confronto e conflito com os trabalhadores, que só pode ser entendida visando desestabilizar e degradar a imagem e desvalorizar a empresa. ------------------------------ ----- Os trabalhadores pretendem consagrar no Acordo de Empresa os horários há anos praticados na empresa e que, conforme a prática está a demonstrar, são aqueles que melhor respondem às necessidades funcionais dos serviços. ------------------------------- ----- A Administração pretende aumentar e desorganizar os horários a todo o custo. --- ----- Na verdade, as alterações unilaterais, provocatórias, que a Administração vem introduzindo unilateralmente não só prejudicam gravemente os trabalhadores como estão a ter efeitos perturbadores e disfuncionais na empresa. ------------------------------- ----- É preciso ter presentes as condições em que os trabalhadores da EMEL são forçados a exercer as suas funções profissionais, sujeitos a andar na rua com diferentes condições climatéricas, com um trabalho de comprovado desgaste físico, psicológico e emocional. ------------------------------------------------------------------------- ----- É a estes trabalhadores que a Administração quer impor um aumento da jornada diária de trabalho, de 6 horas consecutivas, jornada contínua, para 8 horas acrescidas de um intervalo para refeições e de 30 para 40 horas por semana. Está ainda a tentar impor a prestação de trabalho ao sábado, passando de 5 para 6 dias a semana de trabalho. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A invocação da cláusula de contrato individual de trabalho subscrita há vários anos foi derrogada pela prática laboral posterior de horários em jornada contínua de 6 horas diárias, que dura consecutivamente há vários anos. ----------------------------------- ----- Não sendo o contrato de trabalho sujeito a forma escrita, uma cláusula escrita constante do contrato inicial pode perfeitamente ser revogada por comportamentos laborais posteriores em sentido diverso e até oposto ao da tal cláusula, com claro efeito revogatório da mesma. -------------------------------------------------------------------- ----- Também nesta matéria solicitámos a intervenção da ACT. Os trabalhadores têm estado a praticar os horários impostos, sob protesto, e não abrirão mão do pagamento de todo o trabalho extraordinário que têm estado a fazer. ----------------------------------- ----- Em relação às negociações do Acordo de Empresa, a postura da empresa é verdadeiramente incompreensível ou completamente vazia de capacidade negocial, porque não havendo acordo em relação a uma matéria, suspende as reuniões negociais, exigindo como condição para prosseguir a prévia alteração unilateral da posição da outra parte, em vez de procurar formas de ultrapassar as divergências. ------

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----- Na prática revela uma completa falta de vontade de regular, através da negociação, as relações de trabalho, de tal sorte que querem escolher uns interlocutores e afastar outro. ------------------------------------------------------------------- ----- Neste sentido, solicitamos a intervenção da Assembleia Municipal de Lisboa na resolução dos problemas dos trabalhadores desta empresa municipal, confiantes que com essa intervenção se possa desbloquear este processo. ---------------------------------- ----- Muito obrigado.” ---------------------------------------------------------------------------- ----- O Sr. António Brotas, Av. Manuel da Maia, nº 56, 5º Esq., 1000-203 Lisboa, fez a seguinte intervenção: --------------------------------------------------------------------------- ----- “O que venho aqui fazer é repetir um apelo que fiz em 16 de Junho do ano passado, para esta Assembleia promover um encontro de esclarecimento sobre as grandes obras ferroviárias na região de Lisboa. ---------------------------------------------- ----- Nós estaremos todos desaparecidos e os nossos bisnetos terão a vida facilitada ou complicada pelas obras que vão ser feitas nestes 10 anos mais próximos. ---------------- ----- A sociedade portuguesa está muito mal informada sobre o que se passa. Alguns sectores, nomeadamente na Sociedade de Geografia, no LNEC e noutros órgãos especializados na Ordem dos Engenheiros, o assunto tem sido debatido, mas não transpareceu ainda para a comunicação social. ----------------------------------------------- ----- A Assembleia da República já debateu este assunto, mas acontece que as grandes obras ferroviárias são na região de Lisboa e, portanto, esta Assembleia pode ter um papel decisivo no esclarecimento dos próprios Deputados e da população. -------------- ----- O apelo é simples: --------------------------------------------------------------------------- ----- Numa tradição que é desta Assembleia, de fazer encontros sobre saúde, educação, transportes, obras públicas, promover esse encontro para o qual sejam chamados os especialistas portugueses que existem sobre este assunto. ------------------ ----- Espero que este apelo tenha o vosso acolhimento, porque considero que isto é extremamente importante e neste momento, numa larga medida, depende da posição que tomar esta Assembleia.” -------------------------------------------------------------------- ----- O Sr. Nuno Fernando Ramos Monteiro, Rua Cidade Quelimane, nº 3A, 1800-121 Lisboa, fez a seguinte intervenção: -------------------------------------------------------- ----- “Hoje vai ser votada a proposta de alteração do Regulamento de Taxas, Preços e Outras Receitas do Município de Lisboa. Esta proposta inclui aumentos exponenciais das taxas municipais. No caso dos cemitérios ascendem em média a 545%. A simples exumação em sepultura temporária tem um aumento de 73%, passando de 47 euros para 81.40 euros. A cremação de um cidadão falecido ou recenseado na Cidade de Lisboa passa de 59.39 para 142.36, um aumento de quase 140%, mas se este mesmo cidadão estiver recenseado fora da Capital e aí falecer, o preço passa dos referidos 59.39 para 415.01, um aumento de quase 600%. --------------------------------------------- ----- Tais aumentos são totalmente injustificados. Nenhum investimento excepcional foi feito ou previsto para os cemitérios da Capital, tratando-se assim de uma medida totalmente discriminatória e que visa tão somente aumentar as receitas do Município à custa dos sobrecarregados munícipes. ---------------------------------------------------------

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----- Analisando as Contas da edilidade e o respectivo Plano Plurianual de Investimentos 2009-2012 verificamos não apenas que os cemitérios são auto-sustentáveis, como geradores de lucro, em que a receita é superior ao dobro dos respectivos custos anuais de gestão. ------------------------------------------------------------ ----- Estes aumentos são totalmente injustificados e inoportunos, atentas as implicações massivas de tal proposta nos encargos cemiteriais, com os previsíveis aumentos significativos do valor dos funerais e a crise económica profunda que atravessamos. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Por outro lado, verificamos que a fundamentação económica dos aumentos propostos enferma de profundas incoerências. É incompreensível que os custos de mão-de-obra sejam diferentes para quando o mecanismo de concessão é exactamente o mesmo, independentemente do prazo da concessão. --------------------------------------- ----- Quanto aos custos denominados como “outros”, a proposta não esclarece a que se refere mas são responsáveis pela maior fatia das despesas, pretensamente justificada. Será que esta é forma mais transparente de explicar ao munícipe a formação da taxa? - ----- Outras taxas são majoradas por critérios subjectivos. ---------------------------------- ----- Com a aprovação da proposta da Câmara Municipal de Lisboa, pretende multiplicar os lucros provenientes da gestão dos cemitérios de Lisboa. Será que está igualmente disponível para aplicar as receitas na melhoria dos equipamentos cemiteriais? Certamente que não, a fazer fé no Plano Plurianual de Investimentos já aprovado. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Não podemos ainda esquecer que as nossas empresas associadas sediadas em Lisboa vão ainda, com esta proposta, sofrer aumentos de igual grandeza nas licenças de publicidade, reclames, taxas de direitos de passagem, saneamento, resíduos sólidos, na derrama e já para não falar no IMI. --------------------------------------------------------- ----- Se esta proposta for hoje aprovada, vai ser um luxo viver e morrer em Lisboa. ---- ----- Por último, gostaríamos de entregar à Senhora Presidente da Assembleia Municipal, para que faça o favor de distribuir por todos os grupos municipais, um pequeno caderno com o conteúdo desta intervenção e com os valores actuais e propostos das taxas cemiteriais e os respectivos aumentos constantes desta proposta.” ----- O Sr. António Cerqueira, Rua D. João I, lote 276-B, 2865-641 Fernão Ferro, fez a seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------------------- ----- “Venho aqui como comerciante do Mercado de Benfica e venho mostrar a minha indignação com a aprovação, se for aprovado nesta Assembleia, do Regulamento de Taxas Municipais. Isto porquê? Porque o papel dos mercados municipais em Lisboa é muito importante, faz com que todos nós possamos ter o nosso mercado no bairro, faz com que o comércio dos bairros se dinamize e os Presidentes de Junta de Freguesia sabem isso muito bem. --------------------------------------------------------------------------- ----- Para nós, comerciantes, o aumento destas taxas será para muitos letal. Qual o impacto que estes aumentos têm nas PME dos mercados? É elevado. Podemos ver aumentos de 15% ao ano e estamos a falar de 10 anos consecutivos, estamos a falar de 27%, estamos a falar de 32%, tudo isto durante 10 anos consecutivos. Estamos no ano

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zero, como se costuma dizer, mas para nós não é o ano zero, é um ano de 32% de aumentos, é muito para nós. --------------------------------------------------------------------- ----- Pensando que as receitas e os custos dos mercados terão que ser iguais, para nos ser tributados, venho pedir novamente ao Sr. Presidente da Câmara que publique quais são os custos que os mercados têm, porque é que nos tributam tanto dinheiro que nós não conseguimos pagar, sinceramente. -------------------------------------------------------- ----- Na fundamentação económica falam em transparência, igualdade e justiça. Transparência? Os comerciantes não sabiam deste aumento, os próprios serviços não sabem informar deste aumento. Igualdade? Nós nunca fomos iguais a ninguém, nem parceiros conseguimos ser. Justiça? Não há justiça se num lugar de 100 euros, se for para lá um novo comerciante vai pagar 300. Então a justiça que fala neste Regulamento é que de 100 passe a pagar 300, mas o de 100 não tem culpa disso. Quem paga 100 euros está lá se calhar há 20 ou 30 anos, mas o que vai pagar 300 aceitou ir para lá pagar 300, não temos que obrigar o que paga 100 a ter que pagar 300. Isto não é justiça. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Acho que devemos olhar para os mercados com coerência. Se pensam que está tudo bem, é mentira, está muita coisa mal. ---------------------------------------------------- ----- Dou-lhes só algumas ideias: o que é que querem fazer com os mercados? Sejam claros. Existem projectos em maqueta nos gabinetes? Mostrem esses projectos, sejam transparentes. Façam uma reciclagem a todo o serviço, que é pesado, não se consegue fazer nada, tem que se pedir a toda a gente para mudar uma lâmpada, para mudar uma porta, tudo. Melhorem-nos as condições de saneamento, de estacionamento, da estrutura dos mercados. -------------------------------------------------------------------------- ----- Transparência nas contas, é isso que pedimos em primeiro lugar, e depois actualizem as rendas de forma coerente e de forma pensada, não assim.” ---------------- ----- A Sra. Maria Fernanda Mota Póvoa, Estrada do Forte da Ameixoeira, Quinta do Vimieiro, nº 2A, 1750 Lisboa, fez a seguinte intervenção: ------------------------------ ----- “Venho por este meio, embora já tenha alguns processos directos à Câmara, porque infelizmente vivo numa barraca onde nem sequer tenho água ou luz, antes pelo contrário. Chove lá dentro, até onde eu durmo com o meu marido. Eu sofro dos pulmões, o meu marido também. --------------------------------------------------------------- ----- Agradecia que nos pudessem dar uma casinha, por favor. ----------------------------- ----- As paredes são só água, está tudo preto, o chão é de terra. ---------------------------- ----- Agradecia poder ter uma casa e viver o resto da minha vida com o meu marido decentemente.” ------------------------------------------------------------------------------------ ----- O Sr. Luís Manuel Nunes Ferreira, Rua de Alcântara, nº 44, 1º Dto., 1300-027 Lisboa, fez a seguinte intervenção: ------------------------------------------------------------- ----- “Eu venho aqui, sucintamente, trazer três pontos: -------------------------------------- ----- Eu sou comerciante na Rua de Alcântara e o primeiro ponto que eu pedia à Câmara era para quando o repavimento da rua, porque basta virem as primeiras chuvas de Inverno para a Rua de Alcântara se tornar num buraco onde as pessoas não podem transitar, porque ao passar os autocarros expelem a água e as pessoas molham-se, tomam duche, além de sujarem as montras e evitar que as pessoas passem na Rua

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de Alcântara. É uma rua emblemática do Bairro de Alcântara, nem sei qual é que deu o nome primeiro, se foi a rua ou o bairro. ----------------------------------------------------- ----- O segundo ponto é a iluminação. Aquilo é uma rua fantasma e, portanto, eu pedia à Câmara para pôr mais candeeiros, ou lâmpadas mais fortes, até por uma questão de segurança. Alcântara, como se sabe, está próxima de bairros problemáticos. ------------ ----- Agora vamos ao terceiro ponto, que é o mais caricato. Desde o Dr. Santana Lopes, desde o Dr. Manuel Maria Carrilho, desde o Engº. Carmona Rodrigues, desde o Dr. João Soares, com quem já falei pessoalmente duas vezes em Alcântara, desde o Dr. Ruben de Carvalho, já falei com todos acerca do “mamarracho”, permitam-me a brejeirice, da Rua de Alcântara com o nº 33, que está preso por arames, vulgo vigas de ferro. Está há 7 ou 8 anos assim e eu julgo saber que a proprietária é uma senhora de grande poder económico. Eu pergunto: será desleixo da Câmara? Será tráfico de influência? Será corrupção? Atenção que eu pergunto, não afirmo. ----------------------- ----- Acontece que já morreu naquele local um agente da PSP. A rua é estreita e os autocarros cruzam-se nos dois sentidos. Alcântara é um bairro antigo, as pessoas de idade para passarem ali têm grandes problemas. --------------------------------------------- ----- A minha terceira e última pergunta era para quando, porque eu já falei com todos e todos iam resolver, mas há 8 anos que está na mesma.” ----------------------------------- ----- A Senhora Presidente saudou os munícipes presentes e disse ter muito gosto que estivessem e que viessem muitas vezes à Assembleia Municipal. -------------------- ----- Queria explicar que por determinação do Regimento, que era uma espécie de carta do trabalho da Assembleia e que determinava a forma como se relacionavam, era expressamente proibido que a bancada do público se manifestasse, pelo que agradecia que ajudassem a cumprir essa regra. ----------------------------------------------------------- ----- O Sr. Vítor Manuel Machado Sarmento, Rua Rainha do Congo, nº 18, 1º Dto., 1400-310 Lisboa, fez a seguinte intervenção: ------------------------------------------------- ----- “Eu venho aqui na qualidade de primeiro subscritor de uma petição que na passada sexta-feira foi entregue no Parlamento, por causa do anunciado encerramento da Repartição de Finanças da Rua dos Lusíadas, no Bairro de Alcântara. ---------------- ----- Em meados do ano passado iniciou-se uma pretensa divulgação do seu encerramento. A Assembleia de Freguesia de Alcântara na altura aprovou uma moção contra esta intenção. Eu, em Setembro, dirigi-me pessoalmente à Repartição e a Chefe da Repartição de Finanças sabia apenas que havia uma coisa escrita das hierarquias em que orientavam para ainda durante o ano ser encerrada a Repartição. Entretanto, por vias mágicas, o 6º Bairro juntou-se com o 7º Bairro Fiscal e neste momento o que está anunciado para o final do mês de Maio é que Alcântara, que há dezenas de anos tem no seu território uma Repartição de Finanças, terá que se deslocar ao 7º Bairro Fiscal, no Alto do Restelo. Este 7º Bairro Fiscal já resultou de uma cisão do 6º Bairro, há uns anos atrás. --------------------------------------------------------------------------------- ----- Quer dizer que os 14 mil eleitores, mais de 20 mil cidadãos da Freguesia de Alcântara, terão que se deslocar ao Alto do Restelo para tratar dos seus assuntos fiscais sem uma explicação, nem aos cidadãos, nem aos autarcas locais. -----------------

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----- Foi uma petição entregue com 3266 assinaturas, maioritariamente da Freguesia de Alcântara, porque é importante referir que foram cidadãos anónimos que na rua recolheram como forma de protesto. ---------------------------------------------------------- ´ ----- O que nós vimos aqui fazer é tão só solicitar que a Assembleia Municipal de Lisboa se pronuncie sobre uma matéria que nós entendemos de gravidade, porque isto tem a ver com a centralização de alguns serviços públicos, contra uma política de aproximação do cidadão. No fundo, o que se está a fazer é concentrar serviços e desconcentrar da proximidade dos cidadãos e nós humildemente entendemos, porque a Assembleia Municipal decidirá o que bem entender, mas será de bom tom que a Assembleia Municipal pudesse também pronunciar-se sobre esta concentração de serviços e a penalização para os moradores de Alcântara, dos Prazeres e também, se me permitem, da Freguesia de Santos.” -------------------------------------------------------- ----- A Sra. Lídia de Azevedo Gomes Barros Coelho, Rua General Humberto Delgado, nº 14, 3º Dto., 2825 Monte da Caparica, fez a seguinte intervenção: ---------- ----- “Em nome de todos os comerciantes do Mercado de Alcântara, venho falar-vos das consequências que enfrentamos com a concorrência directa do supermercado LIDL. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Quando nos foi apresentado o projecto do novo mercado e a presença do supermercado LIDL dentro do mesmo, a Câmara Municipal de Lisboa garantiu-nos que esta superfície comercial ia constituir uma parceria e não um concorrente. A sua existência seria uma mais-valia para a nova imagem do mercado, assim como uma nova esperança de reaver clientes já há muito perdidos. ------------------------------------- ----- Também garantiram que dentro do horário de funcionamento do mercado, o LIDL não teria qualquer autorização para vender os nossos produtos, ou seja, os frescos, o que não aconteceu, pois como é do conhecimento de todos, a partir da 14 horas o LIDL tem a venda de todo o tipo de frescos, desde carne, aves, frutas e legumes. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Com esta situação, sentimos na pele a falta de venda dos nossos produtos no nosso espaço, agravado com o alargamento do horário. ------------------------------------- ----- Apelamos, deste modo, para a vossa intervenção urgente afim de acabar com esta concorrência desmedida e desleal, para que os comerciantes do Mercado de Alcântara consigam sobreviver e continuar com os seus postos de trabalho tão necessários. ------ ----- Um outro ponto que queremos apresentar é que se verifica a olho nu que a entrada do mercado foi invadida com logótipos do LIDL, sem qualquer menção à existência do mercado, o que faz com que os clientes do LIDL entrem e saiam sem visitar os nossos espaços comerciais. ---------------------------------------------------------- ----- Somos pequenos comerciantes a ser engolidos por este tipo de superfícies. Apelamos para que nos dêem oportunidade de existirmos. --------------------------------- ----- Por último, gostaria de apelar para que a actualização das taxas de ocupação que estão em vias de ser aprovadas pelo Município sejam postas em consideração, para que não seja mais um contributo para a asfixia dos comerciantes.” ------------------------ ----- A Sra. Maria da Trindade Ferreira Louzada Dâmaso, Av. Prof. Dr. Egas Moniz, nº 11, 3º Dto., 2745-763 Massamá, fez a seguinte intervenção: -------------------

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----- “É com todo o respeito que dirijo a minha palavra a V. Exa. e desde já peço desculpa se elevar o meu tom de voz, que não é intencional, mas característica do meu nervosismo. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Sou comerciante no Mercado de Benfica, no sector avícola, e pertenço a uma geração quase maioritária de descendentes de antigos comerciantes, alguns já falecidos, que tanto lutaram para pôr de pé o que é hoje o Mercado de Benfica, que a Câmara Municipal tanto se orgulha de afirmar ser o melhor mercado de Lisboa. ------- ----- Pois saibam V. Exas. que se realmente é um grande mercado, isso deve-se à sua arquitectura, à sua localização, mas não é só mérito da CML e sim do esforço e empenho daqueles que diariamente madrugam e chegam a fazer 12 ou mais horas consecutivas de trabalho árduo e em condições bem precárias para fazer chegar os produtos frescos e em óptimas condições de higiene aos nossos consumidores. --------- ----- Também para isso contribuiu a mudança no nível de educação dos comerciantes actuais, que se traduz não só no convívio pacífico entre colegas, como se transmite um clima e ambiente agradável aos clientes que, tanto quanto sei, gostam e vêm até de longe às compras ao nosso mercado. ----------------------------------------------------------- ----- No entanto, como é certamente do conhecimento de V. Exas., o decréscimo de clientes e a baixa de vendas devida à crise económica e não só, é de tal forma evidente que muitos de nós já tivemos que reduzir colaboradores e actualmente lutamos com toda a garra para assegurarmos um modesto ordenado, para mantermos as despesas em dia e o nosso posto de trabalho. ------------------------------------------------------------ ----- Somos uma geração de comerciantes já de si sacrificada desde a infância, quando ainda acompanhávamos a luta dos nossos pais, pois já estudávamos e trabalhávamos para os ajudar. Fomos as vítimas de uma época conturbada no pós 25 de Abril, pois estudámos e não havia empregos nem novas oportunidades. Nós não cruzámos os braços, nem pedimos subsídios, antes fomos à luta pelos nossos meios, dando continuidade ao projecto dos nossos pais. ----------------------------------------------------- ----- Hoje concluímos que nos querem tirar o ganha-pão, questionando-nos se alguém está a ceder aos interesses dos grandes grupos económicos. Primeiro licenciaram o Modelo a escassos metros do mercado, depois o Pingo Doce que abrirá em breve e a seguir o que pretendem V. Exas. ao aumentar as rendas de uma forma escandalosa e certamente colocar umas centenas de pessoas no desemprego? Pretendem fechar de vez o mercado para facilitar a vida aos grandes grupos económicos? --------------------- ----- Lembro que este mercado, neste espaço físico actual, existe há já mais de 40 anos, sem contar que o mesmo havia sido transferido há uns bons anos. ----------------- ----- Em nome de todos os colegas do Mercado de Benfica pergunto de quem partiu semelhante proposta, para este escalabroso aumento de rendas. Terão essas pessoas consciência da realidade dos mercados? Fica a pergunta e peço a quem de direito que reflicta bem sobre as consequências desta medida de aumento de rendas na situação actual, que poderá provocar o caos colectivo com centenas de pessoas no desemprego, a somar aos 10% de desempregados já existentes em Portugal. ---------------------------- ----- Quererão fazer-nos ver que os mercados dão prejuízo? Que eu saiba, os mercados são instituições públicas que visam servir o cidadão comum sem fins lucrativos.

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Reconhecemos, no entanto, que os mesmos devem ser auto-suficientes no seu financiamento. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Sou alheia à realidade de outros mercados, no entanto, conheço suficientemente o Mercado de Benfica para afirmar que o mesmo é auto-suficiente, ou pretenderão que o Mercado de Benfica pague a factura de outros mercados? Assim sendo, analisem caso a caso e ajam em conformidade. ---------------------------------------------------------------- ----- Gratos pela atenção dispensada.” --------------------------------------------------------- ----- O Sr. António José Ribeiro de Oliveira Rebordão, Rua António Nobre, nº 8, 10º Dto., 2800-249 Almada, fez a seguinte intervenção: ------------------------------------ ----- “A Associação Ginásio Ópera, que eu aqui represento, é uma instituição sem fins lucrativos com 10 anos de actividade e reconhecida pelo Ministério da Cultura como de interesse cultural. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Desde o nosso início que estamos sediados em Lisboa. Nunca recorremos a quaisquer apoios públicos nestes 10 anos de existência, mas com muito esforço temos conseguido realizar centenas de colóquios, concertos, inclusivamente nesta casa, e óperas ao longo deste período. ------------------------------------------------------------------ ----- Neste momento procuramos o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, com vista à cedência de instalações para a nossa sede, local de ensaios e armazém. A premência deste pedido de apoio prende-se com o facto de estarmos neste momento a desenvolver um projecto único no País e na própria Europa, que consiste na construção de um grande palco aquático, com cerca de 200 m2 e uma tonelagem de 15 toneladas. É para ser construído em módulos e ser utilizado em piscinas, lagos, rios, açudes, barragens, docas e até mesmo em praias. -------------------------------------------- ----- A ausência de instalações impede-nos de uma gestão e de uma logística que nos permita levar este projecto para a frente. Em boa verdade, nós temos o nosso equipamento dividido pela Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental em Pêra, temos na Ordem dos Médicos, temos numa ONG sediada em Lisboa e temos na casa dos membros dos corpos sociais da Associação Ginásio Ópera. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Gostaríamos imenso de poder desenvolver a nossa actividade e com este projecto verdadeiramente inovador, porque, como disse, não existe em Portugal, não existe na Península e, tanto quanto se saiba, não existe na Europa. ----------------------------------- ----- Resta-me agradecer o vosso interesse e paciência e desejar-vos uma boa tarde a todos” ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Sra. Ana Cristina Ramos Mota, Av. Paulo VI, 9º C, 1950-202 Lisboa, fez a seguinte intervenção: ----------------------------------------------------------------------------- ----- “Já não é a primeira vez que eu estou aqui, já são inúmeras vezes, já nem têm conta, em representação de 16 famílias residentes nos fogos geridos pela CML na Av. Paulo VI, lotes 1, 3, 5, 7 e 8. -------------------------------------------------------------------- ----- Vimos pela presente apresentar a V. Exa. os nossos respeitosos cumprimentos e lembrar que se encontra ainda pendente de resolução, desde há vários anos, uma questão de justiça social relativa à compra e venda das fracções. --------------------------

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----- Nesse sentido, estamos mais uma vez perante V. Exa., em conformidade com as legítimas expectativas fundadas nos vários actos administrativos que foram sendo praticados com o intuito de resolverem em definitivo a questão em apreço, atendendo ao facto da sua situação se arrastar desde 1999 e das condições para a contratação de empréstimo bancário para aquisição de habitação se estarem a agravar de dia para dia, conforme é do conhecimento do público, e do agravamento das idades dos moradores, que já poderiam estar a pagar essas fracções há cerca de 10 anos. ------------------------- ----- É do conhecimento dos moradores que em 21 de Abril de 2009 foi aprovada por unanimidade e publicada no Diário Municipal a proposta nº 269/2009, de permuta de áreas com a maioria das cooperativas de habitação que edificaram na Av. Paulo VI, tendo apresentado também eles uma proposta no sentido de não consideração de quaisquer rendas vencidas desde 1999, como devidas e obedecendo ao preço dos fogos, as rendas pagas após aquela data. ------------------------------------------------------- ----- Após eventual encontro de contas, com encargos de condomínio por pagar, consolidação dos preços dos fogos nos valores comunicados aos moradores em 27 de Junho de 2000 e posteriormente confirmados pelo despacho da Sra. Vereadora Helena Lopes da Costa, proferido em 29 de Maio de 2005, e da Sra. Vereadora Maria José Nogueira Pinto em 25 de Outubro de 2006. A efectivação das escrituras logo que possível, nomeadamente no momento subsequente à transmissão da propriedade pelas cooperativas a favor da CML. ------------------------------------------------------------------- ----- Passado um ano sobre a aprovação desta proposta, continuamos a aguardar respostas que tardam em chegar, ou seja, mas ia passo de caracol, muito lento. --------- ----- É certo que quando há eleições nos dão palmadas nas costas, mas quando se trata de resolver problemas ignoram-nos completamente, como se nunca existíssemos. ----- ----- Certos de continuarmos a contar com a compreensão da Assembleia Municipal para que se possa mais uma vez junto da Câmara de Lisboa resolver esta questão, aguardamos muito serenamente a efectivação das escrituras destas fracções.” ----------- ----- A Senhora Presidente, terminado o período de intervenção do público, deu-o por encerrado, declarando aberto o período de Antes da Ordem do Dia ------------------ ------------------------------- ANTES DA ORDEM DO DIA -------------------------------- ----- APRECIAÇÃO E VOTAÇÃO DAS ACTAS NÚMEROS Nº.S 5, 6, 7, 8 , 9 e 10; -------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Deputada Municipal Rita Silva (BE), no uso da palavra, disse que tinha uma pequena alteração na acta nº 8, havia uma troca entre EMEL e EPUL, na página 31. --- ----- A Senhora Presidente referiu que podiam passar à votação com essa correcção. - ----- Seguidamente, submeteu à votação as actas 5, 6, 7, 8, 9 e 10, tendo a Assembleia deliberado aprová-las, por unanimidade. ------------------------------------------------------ ----- Depois informou que havia hoje três votos de pesar. Um do Prof. Dagoberto Lobato Markl, apresentado pelo PCP; outro das figuras públicas da Polónia, apresentado pelo MPT; outro do Dr. Henrique Narciso Nascimento Rodrigues, apresentado pelo PSD e pelo MPT. ------------------------------------------------------------ ----------------------------- VOTO DE PESAR NÚMERO UM ----------------------------- ----- “Faleceu no passado dia 4 de Abril Dagoberto Lobato Markl. ------------------------

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----- Historiador de Arte, Investigador no Museu Nacional de Arte Antiga, Membro da Academia Nacional de Belas Artes, bem conhecido no meio académico, a nível nacional e internacional, foi um intelectual desassombrado, que não hesitava em pôr em causa as verdades instituídas, mantendo-se sempre fiel às suas convicções. --------- ----- Comunista convicto, deixa-nos a memória de um ser humano que se afirmava pela nobreza de carácter e pela simplicidade que só os grandes praticam. ---------------- ----- Autor de muitos trabalhos de investigação, destacou-se pelos estudos na área da pintura portuguesa do século XVI e da iconografia, nomeadamente, dos Painéis de São Vicente, mas também na área da história do Xadrez em Portugal, tendo colaborado nas mais recentes publicações de História e História de Arte, sendo um dos colaboradores do Dictionary of Art (Londres). ------------------------------------------ ----- Entre as suas publicações evidenciam-se o 6º volume, da História da Arte em Portugal, «O Renascimento» (em co-autoria com Fernando António Baptista Pereira), «Alfa» (1986), o «Livro de Horas de D. Manuel», Imprensa Nacional - Casa da Moeda (1983), «O retábulo de S. Vicente da Sé de Lisboa», ed. Caminho (1988), «Os ciclos: Da Oficina à Iconografia» e «O humanismo nos Descobrimentos. O impacto nas artes», in História da Arte Portuguesa, 2º volume, Circulo de Leitores, (1995). ---- ----- Em 1984 é distinguido com o Prémio José de Figueiredo da Academia Nacional de Belas Artes. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Foi colaborador assíduo do jornal “O Diário” de 1975 a 1979, bem como, na revista Vértice e O Militante. -------------------------------------------------------------------- ----- Apaixonado pelo xadrez, foi ainda director da revista Peão Distante, membro do conselho de Redacção da Revista Portuguesa de Xadrez e do Grupo de Xadrez Alekhine, e vice-presidente da Assembleia-geral da Federação Portuguesa de Xadrez, tendo sido um dos fundadores da Associación Ibérica de Coleccionistas de Motivos de Ajedrez, tendo publicado entre outros artigos “Xeque-Mate no Estoril. A morte de Alexandre Alekhine”. ---------------------------------------------------------------------------- ----- A Assembleia Municipal de Lisboa, na sua reunião de 13 de Abril de 2010, presta sentida homenagem a Dagoberto Markl, manifesta à sua família profundo pesar pela perda sofrida, guardando um minuto de silêncio em sua memória, e decide recomendar ao Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa que diligencie no sentido de homenagear condignamente a sua memória, bem como, recomendar à Câmara Municipal de Lisboa que atribua o seu nome a uma artéria da cidade. ---------- ----- O Deputado Municipal do PCP - António Modesto Navarro” ------------------------ ----- A Senhora Presidente submeteu à votação o Voto de Pesar nº 1, tendo a Assembleia deliberado aprová-lo, por unanimidade. ----------------------------------------- -------------------------- VOTO DE PESAR NÚMERO DOIS ----------------------------- ----- “Na sequencia de um acidente de aviação na Rússia no passado sábado dia 10 de Abril de 2010, faleceram 96 pessoas, figuras públicas da Polónia, incluindo o Presidente da República e sua esposa, o Governador do Banco Central, o Vice-Presidente do Parlamento, o antigo líder da Resistência Polaca durante a Segunda Guerra Mundial entre demais outros. --------------------------

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----- Esta tragédia assolou a classe política polaca e deixou dezenas de famílias de luto e um país sem Chefe de Estado. -------------------------------------------------------- ----- A Assembleia Municipal de Lisboa, reunida em 13 de Abril de 2010, manifesta o seu pesar pela morte de todas as vítimas desta tragédia, guardando um minuto de silêncio em memória de todos aqueles que faleceram, e apresenta às suas famílias e à Embaixada da República da Polónia as mais sentidas condolências. ----------------------- ----- Lisboa, 12 de Abril de 2010 - John Rosas e António Arruda.” ------------------------- ----- A Senhora Presidente submeteu à votação o Voto de Pesar nº 2, tendo a Assembleia deliberado aprová-lo, por unanimidade. ----------------------------------------- -------------------------- VOTO DE PESAR NÚMERO TRÊS ----------------------------- ----- “Foi com profunda consternação que publicamente se tomou conhecimento do falecimento, no passado dia 11 de Abril, do Dr. Henrique Nascimento Rodrigues. ----- ----- O Dr. Nascimento Rodrigues integrou o movimento de homens e mulheres fundadores do PPD. Um homem com profundas convicções humanistas que ajudaram a marcar de forma indelével o ideário político do Partido Popular Democrático. Nesse âmbito, foi um dos grandes responsáveis pela redacção do programa do partido no que concerne às relações no mundo laboral, procurando estabelecer os princípios da valorização e dignificação do papel dos trabalhadores na realidade empresarial, defendendo uma visão marcadamente social-democrata. ------------------------------------ ----- Foi dirigente do PPD, deputado na Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Lisboa em 1979, de 1982 a 1983 e de 1987 a 1991. Na legislatura 1979-80, foi presidente da Comissão Parlamentar do Trabalho, assumindo o cargo de Ministro do Trabalho em 9 de Janeiro de 1981, no 7º Governo Constitucional. --------- ----- Entre 1992 e 1996, foi eleito pelo Parlamento para presidente do recém-criado Conselho Económico e Social. Foi o primeiro português a ser eleito Presidente da Conferência Internacional do Trabalho e enquanto docente universitário, produziu diversos estudos sobre questões relacionadas com a problemática do trabalho e das relações industriais. ------------------------------------------------------------------------------- ----- Reconhecidamente um Jurista íntegro, o Dr. Nascimento Rodrigues, desde cedo que se empenhou na sua vida profissional, política e cívica em preservar os seus valores, imbuídos de uma forte consciência social. Pelo seu percurso de vida pública, foi distinguido com a Ordem de Mérito (Grande Oficial) em 1994, a Légion d´Honneur (Officier) em 1995 e a Grã Cruz da Ordem Militar de Cristo em 2008. ----- ----- Nomeado Provedor de Justiça, cargo que exerceu durante quase 10 anos com elevado sentido de Estado, reflectindo no seu desempenho as suas preocupações em defesa dos valores da democracia e dos direitos fundamentais dos cidadãos. ------------ ----- A Assembleia Municipal de Lisboa, na sessão de 13 de Abril de 2010, aprova um voto de pesar pela morte do Dr. Henrique Nascimento Rodrigues, manifestando à sua família profundo pesar pela sua perda, guardando um minuto de silêncio em sua memória. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Reconhecendo publicamente o valor do homem, que como político honrou, com elevada estatura moral, o desempenho da causa pública e que com dedicação

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exemplar prestou relevantes serviços ao País decide, igualmente, recomendar à Câmara Municipal de Lisboa que atribua o seu nome a uma artéria da cidade. ---------- ----- O Deputado Municipal do PPD/PSD – António Proa ---------------------------------- ----- O Deputado Municipal do MPT - John Rosas.” ---------------------------------------- ----- A Senhora Presidente submeteu à votação o Voto de Pesar nº 3, tendo a Assembleia deliberado aprová-lo, por unanimidade. ----------------------------------------- ----- (Neste momento a Assembleia, de pé, aguardou um minuto de silêncio em memória do Dr. Nascimento Rodrigues) ------------------------------------------------------ ----- A Senhora Presidente disse que iria pôr à consideração da Assembleia uma decisão tomada na Conferência de Representantes e que gostaria de partilhar. Por solicitação sua, muitas vezes os Srs. Secretários iam apresentar moções ou recomendações e, pelo Regimento, teriam que abandonar a Mesa. Ia pedir, uma vez que se tornava muito complicado por vezes ficar só com uma pessoa na Mesa, se autorizavam que os Srs. Secretários se levantassem, apresentavam a moção ou recomendação e regressavam à Mesa no período do PAOD. ------------------------------- ----- Seguidamente, disse que tomava o silêncio da Assembleia por aprovação. --------- ----- Informou que havia algumas alterações e substituições desde que foram distribuídas as moções e recomendações, para que tivessem em boa conta quando chegasse a respectiva discussão e votação: ---------------------------------------------------- ----- A moção nº 1 do BE, sobre o Mercado de Alcântara, tinha uma nova versão, que fora distribuída; ----------------------------------------------------------------------------------- ----- A moção nº 2 do BE, “Contra o Encerramento da Repartição de Finanças de Alcântara”, tinha uma nova versão, que fora distribuída; ----------------------------------- ----- A moção nº 9, “Estudo das Opções Relativas às Grandes Infra-estruturas de Transportes”, tinha uma pequena alteração que leria em voz alta antes da votação, não tinha havido tempo de fazer a substituição; --------------------------------------------------- ----- A recomendação nº 1, “Casa Ventura Terra”, tinha uma nova versão; -------------- ----- A recomendação nº 4, assinada pelos Srs. Deputados Municipais Independentes sobre a Carta Estratégica de Lisboa, fora retirada a pedido dos Deputados Municipais que a assinaram; ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Tinha sido acrescentada uma saudação nº 2, por iniciativa da Mesa, a respeito do recente galardão que a Cidade de Lisboa recebera como a cidade mais agradável para viajar. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------------- MOÇÃO NÚMERO UM ------------------------------------ “----- Considerando que: ------------------------------------------------------------------------- ----- O Mercado de Alcântara foi recentemente alvo de obras profundas que levaram à reestruturação de todo o edifício e à construção de um Supermercado Lidl. ------------- ----- Pelo que é do domínio público, todas as obras foram pagas pelo Lidl. -------------- ----- De modo a responder às novas exigências, à necessidade de modernização e de acordo com as sugestões dos técnicos da CML, a generalidade dos comerciantes adquiriram novos equipamentos e realizaram investimentos avultados. Ainda que diferenciado, o resultado desse investimento está à vista, numa tentativa assumida de contrariar a diminuição das vendas no Mercado, facto que se verifica há anos. ----------

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----- O Lidl obteve o espaço depois de ter ganho um concurso público promovido pela CML, no qual constava que os produtos concorrenciais aos do Mercado só poderiam ficar disponíveis para venda após o fecho deste, que à altura era às 14:00H. ------------- ----- Posteriormente, entendeu a CML que o Mercado de Alcântara passaria a responder ao novo conceito de Mercado Municipal, impondo aos comerciantes um novo horário de funcionamento - das 07:00H às 20:00H. ----------------------------------- ----- Paralelamente, confrontou os responsáveis pelo Lidl com esta nova realidade na expectativa de assegurar que aqueles aceitassem prescindir da venda dos produtos concorrenciais depois das 14:00H, tal como tinha sido estabelecido entre as partes. Tal condição não foi aceite, justificando-se essa recusa com o argumento de que a CML estaria a alterar as regras do contrato, o que na altura destes acontecimentos motivou alguma perturbação nas obras que estavam em curso e tanto quanto se sabe esta situação continua a perturbar a relação entre as partes. -------------------------------------- ----- O Supermercado Lidl foi inaugurado no passado dia 18/2, vendendo os produtos concorrenciais apenas depois das 14:00H. Este facto, associado a uma intenção declarada da CML de actualizar as rendas dos comerciantes, em alguns casos com valores quatro vezes superiores, tem vindo a fomentar um descontentamento generalizado e um irregular cumprimento do novo horário, pela clara maioria dos comerciantes. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, na sua reunião de 13 de Abril de 2010, delibere: -------------------------------- ----- 1. Que a CML até final de 2011 não proceda a qualquer agravamento das mensalidades e que as actualizações venham a ser feitas de forma faseada, entre os anos 2012 e 2014, permitindo a avaliação do impacto deste novo conceito de Mercado Municipal; ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- 2. Que a CML tome as medidas possíveis de negociação com o Supermercado Lidl, a fim de poder garantir que esta concorrência seja evitada; a médio prazo, a conjugação destes factores podem ditar a falência de vários comerciantes e, a curto prazo, poderá revelar-se injustificada a imposição dos novos horários; ------------------- ----- 3. Que a CML providencie junto dos responsáveis do Supermercado Lidl a melhoria da rampa na entrada principal, dotando a pedra de calçada de um sistema antiderrapante para os cidadãos e cidadãs, bem como para os carros de compras, dado que se verificam dificuldades evidenciadas pela sua falta, sobretudo na descida; ------- ----- 4. Que a CML coloque uma sinalética capaz de evidenciar o Mercado e o seu funcionamento a par do que fez o Lidl. -------------------------------------------------------- ----- 5. Que o Executivo da Junta e a CML coordenem diligenciar junto da Carris para que a paragem de transportes públicos na Rua Leão de Oliveira, recolocada há uns tempos, incompreensivelmente apenas para alguns serviços ao fim de semana, possa voltar a ser claramente para os diferentes meios de transporte todos os dias da semana. ----- Lisboa, 13 de Abril de 2010 --------------------------------------------------------------- ----- Pelo Grupo Municipal do Bloco de Esquerda. ------------------------------------------- ” ---------------------------------- MOÇÃO NÚMERO DOIS ---------------------------------- “--------- Contra o encerramento da Repartição das Finanças de Alcântara ---------------

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----- Considerando que: -------------------------------------------------------------------------- ----- O Ministério das Finanças decidiu proceder a uma reorganização administrativa que levou ao encerramento do 6º Bairro Fiscal que funcionava na Rua dos Lusíadas, transferindo-a para o Alto do Restelo; --------------------------------------------------------- ----- Ao que parece, esta nova Repartição continuará a funcionar em Alcântara, o mais tardar até ao final do próximo mês de Maio; -------------------------------------------------- ----- Com esta medida, a freguesia de Alcântara deixará de ter no seu espaço geográfico qualquer repartição de Finanças, penalizando assim milhares de cidadãos da freguesia, em particular, mas também os das freguesias dos Prazeres e Santos o Velho; ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- No anterior mandato, tanto esta Assembleia Municipal como a Assembleia de Freguesia aprovaram deliberações que contestavam esta medida; ------------------------- ----- Ainda, por iniciativa de um grupo de cidadãos, foi entregue no Parlamento um abaixo-assinado em forma de petição que já recolheu na freguesia mais de 3000 assinaturas que contestam esta medida; -------------------------------------------------------- ----- Não é aceitável que os órgãos e eleitos locais sejam afastados de decisões tomadas pelo poder central, que envolvam a vida dos cidadãos da sua freguesia, como é o caso em apreço. ------------------------------------------------------------------------------- ----- O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, na sua reunião de 13 de Abril de 2010, delibere: -------------------------------- ----- 1. Contestar a decisão do encerramento da repartição de Finanças na freguesia de Alcântara ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 2. Solicitar com carácter de urgência ao Ministério das Finanças todos os esclarecimentos sobre esta decisão; ------------------------------------------------------------ ----- 3. Que CML se empenhe no acompanhamento desta situação, apoiando a vontade dos alcantarenses em relação à continuação em funcionamento de uma repartição de Finanças na freguesia de Alcântara e que a médio prazo possa vir a ser equacionada a sua transformação num espaço com mais serviços públicos; ------------------------------ ----- 4. Dar a conhecer ao Ministério das Finanças, Assembleia da República e às Assembleias de Freguesias afectadas, Alcântara, Prazeres e Santos o Velho. ------------ ----- Lisboa, 13 de Abril de 2010 --------------------------------------------------------------- ----- Pelo Grupo Municipal do Bloco de Esquerda-------------------------------------------- ” ---------------------------------- MOÇÃO NÚMERO TRÊS --------------------------------- “-------------------------Moção sobre o 25 de Abril e o 1º de Maio -------------------------- ----- Há 36 anos, a Revolução de Abril abriu as portas à Liberdade. ---------------------- ----- O dia 25 de Abril de 1974 e o processo libertador que desencadeou, unindo o Povo e o Movimento das Forças Armadas, ficará para sempre ligado ao que de mais progressista regista a História de Portugal. ---------------------------------------------------- ----- A pide, a repressão, a prisão, a tortura, o assassínio, a censura, a guerra com o seu rasto de destruição e morte, a corrupção, o Estado ao serviço de uma pequena minoria, a pobreza, a miséria, a fome, as gritantes injustiças sociais, o analfabetismo, e o atraso foram marcas desse tempo sinistro. ------------------------------------------------------------

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----- Há 36 anos, a Revolução de Abril pôs fim a esse período de má memória e abriu caminho a um tempo de alegria, progresso, desenvolvimento, liberdade e democracia. Um tempo extraordinário que em poucos meses promoveu avanços progressistas sem paralelo. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Importa recordar conquistas que são de Abril, que estão plasmadas na Constituição da República Portuguesa e que fazem parte das nossas vidas: -------------- ----- Liberdade sindical, de reunião, de associação, de expressão, de imprensa e de direito à greve; ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Eleições livres e livre formação de partidos políticos; --------------------------------- ----- Autarquias Locais democraticamente eleitas e criação das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira; ------------------------------------------------------------------------ ----- Fim das guerras coloniais e independência das ex-colónias; -------------------------- ----- Salário mínimo nacional, subsídios de férias e de natal: ------------------------------- ----- Subsidio de desemprego, pensões e reformas, protecção social para todos; -------- ----- Direito de voto aos 18 anos; --------------------------------------------------------------- ----- Igualdade de direitos entre mulheres e homens; ---------------------------------------- ----- Direito à saúde, ao ensino, à educação e à habitação; ---------------------------------- ----- Hoje com o desenvolvimento da política de direita e a aguda crise económica e social, consequência do sistema capitalista, assistimos à tentativa de destruição de direitos e liberdades que milhares de portugueses, arduamente conquistaram. ----------- ----- Na primeira linha dos que sofrem na pele as consequências desta devastadora política de classe estão as/os trabalhadores, as/os que produzem a riqueza nacional. --- ----- As lutas pelo emprego e pelos salários levadas a cabo, nos últimos tempos, tanto no sector público como no privado, sempre muito participadas e combativas, expressam claramente uma notável disponibilidade dos trabalhadores e das trabalhadoras para continuar a exercer um direito que a Constituição da República Portuguesa lhe confere, o de lutar pelos seus direitos e por uma vida mais digna, como ficará demonstrado, uma vez mais, no próximo dia 1º de Maio. --------------------------- ----- O 25 de Abril é a Revolução, são as suas realizações e conquistas, são os seus valores e o projecto. O 25 de Abril é o exemplo do combate à resignação, ao conformismo, às impossibilidades e inevitabilidades. O 25 de Abril é a imensa força transformadora da participação e da luta contra as injustiças, pela construção de um futuro melhor. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Como diz o poeta “o povo é quem mais ordena” e sejam quais forem as condições, as dificuldades, os obstáculos, será a vontade e a força das/dos trabalhadores e do povo que acabará por triunfar, com Abril, para cumprir Abril, por um Portugal com futuro. ------------------------------------------------------------------------- ----- Assim, o Grupo Municipal do Partido Comunista Português, propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, reunida em 13 de Abril de 2010 delibere: ------------ ----- 1. Saudar as comemorações populares do 25 de Abril e 1º de Maio e apelar à participação de todas e todos os democratas, às trabalhadoras e trabalhadores, bem como ao povo de Lisboa, para que façam engrossar o caudal das/dos que defendem o Portugal de Abril, a Liberdade e a Democracia; ----------------------------------------------

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----- 2. Enviar esta moção aos Órgãos de Soberania, nomeadamente, Presidente da República, Assembleia da República e Grupos Parlamentares, Governo, Centrais Sindicais CGTP-IN e UGT e ao Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa; ----- 3. Proceder à divulgação desta moção através dos meios ao serviço do Município. ----- P’lo Grupo Municipal do PCP - Deolinda Machado ------------------------------------ ” -------------------------------- MOÇÃO NÚMERO QUATRO ------------------------------ “--------------Comemoração do Centenário do Dia Internacional da Mulher -------------- ----- No dia 8 de Março assinalou-se o Centenário do Dia Internacional da Mulher. ---- ----- Desde a sua proclamação na 2ª Conferência Internacional de Mulheres, realizada em Agosto de 1910 em Copenhaga, após proposta de Clara Zetkin, no contexto das reivindicações do movimento operário e dos movimentos sufragistas, cem anos são decorridos de lutas intensas pela afirmação dos direitos económicos, sociais e políticos, e contra todas as formas de exploração e discriminação das mulheres. -------- ----- Embora se tenham verificado um pouco por todo o mundo inúmeros e muito significativos avanços no sentido da libertação e do progresso social, a mulher é ainda sujeita, em muitos países, a intoleráveis formas de exploração e opressão. --------------- ----- As Nações Unidas propuseram como lema para a comemoração de 2010, “Direitos iguais, oportunidades iguais: Progresso para todos” e tal facto significa que, mais do que ultrapassado, o tema dos direitos da mulher continua a ser uma questão do presente, e uma componente indissociável da luta mais geral por uma sociedade mais livre, mais justa e mais democrática. ----------------------------------------------------- ----- No nosso país, os dados disponíveis mais recentes sublinham que uma reivindicação tão antiga como “trabalho igual, salário igual” continua ainda a ser dramaticamente actual para muitos milhares de mulheres e em inúmeros e diversificados sectores da actividade económica. -------------------------------------------- ----- Ao mesmo tempo, as mulheres, incluindo aquelas com formação superior, são as mais atingidas pela crescente precarização das relações de trabalho, as mais visadas pelo desemprego, e uma parte muito significativa dos que, nessa situação, não têm acesso ao subsídio de desemprego. ------------------------------------------------------------- ----- Em vários domínios da vida social direitos importantes consagrados na Constituição e na lei carecem de políticas vigorosas que assegurem e promovam a sua efectiva aplicação. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Os órgãos do poder devem por isso colocar a promoção dos direitos da mulher e a igualdade de direitos e oportunidades como eixo central de uma política orientada para a redução das desigualdades e a promoção da justiça social. ------------------------- ----- O Grupo Municipal do Partido Comunista Português propõe que a Assembleia Municipal, na sua reunião de 13 de Abril de 2010, delibere -------------------------------- ----- 1. Saudar todas as mulheres portuguesas por ocasião da passagem do Dia Internacional da Mulher, e exortá-las ao prosseguimento da luta pela igualdade em todas as esferas da vida e da sociedade; ------------------------------------------------------- ----- 2. Reclamar dos órgãos de soberania competentes e outros órgãos do poder político a promoção de políticas económicas, sociais e culturais que visem combater

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as desigualdades salariais entre mulheres e homens, nomeadamente o desemprego, a precariedade e a pobreza, e assegurar a participação em igualdade das mulheres; ------- ----- 3. Reclamar igualmente dos órgãos de soberania competentes a adopção de políticas que garantam o exercício e o cumprimento de todos os direitos e garantias consagrados na Constituição da República Portuguesa. ------------------------------------- ----- A Deputada Municipal do PCP - Lurdes Pinheiro--------------------------------------- ” -------------------------------- MOÇÃO NÚMERO CINCO --------------------------------- “-------Pelo Respeito dos Direitos das/dos Trabalhadores do Município de Lisboa ----- ----- Entre os dias 5 e 7 de Abril de 2010 as/os trabalhadores do Município de Lisboa que exercem funções sujeitas a factores de penosidade, insalubridade e risco aderiram de forma expressiva a uma greve convocada pela sua organização sindical. ------------- ----- Estes trabalhadores reivindicam a actualização do Subsídio de Penosidade, Insalubridade e Risco, que não é actualizado desde 2003, suplemento que se destina aos trabalhadores que diariamente estão envolvidos na limpeza urbana da capital, no trabalho dos cemitérios, no canil, os calceteiros, os operários das oficinas mecânicas e motoristas. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Subsídio de Penosidade, Insalubridade e Risco que os trabalhadores auferem tem por base uma decisão da Câmara Municipal de Lisboa de 1987 que contemplou, não só a sua atribuição, mas também a sua actualização tendo como referência os aumentos salariais anuais para a Função Pública, facto que ocorreu, efectivamente só até ao ano de 2002. ------------------------------------------------------------------------------- ----- O Grupo Municipal do Partido Comunista Português propõe que a Assembleia Municipal, na sua reunião de 13 de Abril de 2010, delibere: ------------------------------- ----- 1. Saudar a coragem e determinação das/dos trabalhadores do Município de Lisboa pela luta que desenvolvem em defesa dos seus direitos; ---------------------------- ----- 2. Recomendar à Câmara Municipal de Lisboa que negoceie efectivamente com as/os representantes das/dos trabalhadores a actualização do subsídio de penosidade, insalubridade e risco; ----------------------------------------------------------------------------- ----- 3. Dar conhecimento desta Moção ao Presidente da República, ao Governo, à Assembleia da República e ao Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa. -- ----- 4. Proceder à divulgação desta moção através dos meios ao serviço do Município. ------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Deputada Municipal do PCP - Deolinda Machado ----------------------------------- ” -------------------------------- MOÇÃO NÚMERO SEIS ------------------------------------- “----- Na sequência da negociação do caderno reivindicativo para 2010 e após recusa da Administração dos Hotéis Tivoli em fazer a actualização salarial, impondo uma série de medidas de gestão que implicaria a retirada de um conjunto de direitos, as/os trabalhadores do hotel Tivoli estiveram em greve no passado fim-de-semana e concentraram-se em frente ao hotel da capital. ----------------------------------------------- ----- A Administração tentou fazer entrar trabalhadores estranhos à empresa para substituir as/os grevistas o que contou com a resistência e vitória do piquete de greve, fazendo cumprir a Lei da Greve, não sem antes ter havido alguns confrontos físicos perpetrados pelos seguranças do hotel perante a passividade da polícia. ------------------

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----- A greve foi suspensa na sequência da Administração dos Hotéis Tivoli ter assumido publicamente abertura para negociar e ponderar a sua posição ----------------- ----- O Grupo Municipal do Partido Comunista Português propõe que a Assembleia Municipal, na sua reunião de 13 de Abril de 2010, delibere: ------------------------------- ----- 1. Saudar a coragem e determinação das/dos trabalhadores do hotel Tivoli pela luta que desenvolvem em defesa dos seus direitos; ------------------------------------------ ----- 2. Dar conhecimento desta Moção ao Presidente da República, ao Governo, à Assembleia da República, à Comissão de Trabalhadores do Hotel Tivoli, à Administração dos Hotéis Tivoli, à Associação dos Hotéis de Portugal e ao Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Hoteleira, Turismo e Similares do Sul. ------------------- ----- A Deputada Municipal do PCP - Deolinda Machado ----------------------------------- ” -------------------------------- MOÇÃO NÚMERO SETE ----------------------------------- “----- Comemorou-se no passado dia 28 de Março mais um DIA NACIONAL DA JUVENTUDE! ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Não podíamos deixar de assinalar hoje nesta Assembleia Municipal esta data, assim como recordar o Dia do Estudante que se comemorou no dia 24 de Março. São dias associados à luta pelos direitos individuais e colectivos dos jovens trabalhadores e por melhores condições de vida e de trabalho. ---------------------------------------------- ----- Ao comemorarem o Dia Nacional da Juventude, os jovens também reafirmam que não se conformam com os problemas da sociedade, com a precariedade e lutam por emprego com direitos, por salários justos e dignos, horários de trabalho que permitam uma mais plena e menos alienada realização humana e pela garantia de um futuro melhor. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- É bom ver demonstrada de forma muito clara no âmbito das comemorações do Dia Nacional da Juventude e do Dia do Estudante que os jovens não querem continuar a ser a geração dos trabalhadores com vínculos precários, baixos salários e com menos direitos, exemplo dessa mostra de força e vitalidade foi a Grande Manifestação de Jovens Trabalhadores que na tarde de 26 de Março desfilaram em protesto desde a Praça do Município até à Assembleia da República. ----------------------------------------- ----- Lamentando e denunciando a falta de uma política de juventude no Município de Lisboa, este é mais um ano em que não se realiza a Semana da Juventude de Lisboa, iniciativa essa que era da responsabilidade do Pelouro da Juventude da Câmara Municipal, e que contava com a participação imprescindível do Movimento Associativo Juvenil da cidade, para assinalar o Dia do Estudante e o Dia Nacional da Juventude. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- O Grupo Municipal do PCP propõe que a Assembleia Municipal, na sua reunião de 13 de Abril de 2010, delibere: --------------------------------------------------------------- ----- 1. Saudar o Dia 24 de Março, Dia do Estudante e a luta dos estudantes pela defesa do ensino público tendencialmente gratuito e de qualidade. ------------------------ ----- 2. Saudar o Dia Nacional da Juventude e a luta dos jovens trabalhadores por melhores condições de trabalho, por melhores salários, contra a precariedade e pelo emprego estável e com direitos; ----------------------------------------------------------------

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----- 3. Manifestar o seu desagrado pelo facto de, mais um ano, o Município de Lisboa, não realizar a Semana da Juventude, confirmando uma total ausência de uma política de juventude na Cidade de Lisboa por parte da Câmara; -------------------------- ----- 4. Recomendar que o Pelouro da Juventude da Câmara Municipal de Lisboa retome o contacto e o trabalho com as associações de estudantes e juvenis, apoiando-o no respeito pela sua independência e autonomia; --------------------------------------------- ----- 5. Dar conhecimento desta Moção à Interjovem, à organização de jovens da UGT, às organizações das juventudes partidárias, aos Grupos Parlamentares e ao Movimento Associativo Juvenil da Cidade de Lisboa. -------------------------------------- ----- O Deputado Municipal - Paulo Quaresma------------------------------------------------ ” -------------------------------- MOÇÃO NÚMERO OITO ----------------------------------- “----------------------- Operacionalizar a Reabilitação Urbana ------------------------------- ----- 1. Situação ----------------------------------------------------------------------------------- ----- 1.1.O Parque Habitacional público e privado em Lisboa continua a apresentar situações muito graves como provam, entre outros aspectos, as recentes derrocadas. Nas informações apresentadas em sessão de CML de 24.02.2010 pela vereadora da Habitação, podemos ver que num universo de cerca de 55 mil edifícios, quase 7 mil (12%) estão em mau estado e mais de 1000 em muito mau estado. Obviamente, estas derrocadas foram provocadas pelas fortes e longas chuvadas; no entanto, aconteceram em consequência do estado de grande fragilidade dos edifícios, havendo muitos mais que ameaçam ruína. ------------------------------------------------------------------------------ ----- 1.2. No fim da década de 1980, em todos os Invernos as derrocadas eram frequentes. Durante a década de 90 a Câmara fez um esforço grande, reabilitando cerca de 17 mil fogos, 8 mil dispersos pela cidade e 9 mil concentrados nos bairros históricos, travando, deste modo, as derrocadas. Nesta prática, os Gabinetes Técnicos Locais (GTL) foram pioneiros na área da Reabilitação ao privilegiarem a execução de obras de forma pragmática e eminentemente operacional, trabalhando em contacto estreito com as populações residentes. --------------------------------------------------------- ----- 1.3. Na década seguinte, apesar de a reabilitação urbana ter continuado a ser definida como prioridade, o ritmo diminuiu drasticamente, retiraram-se aos GTL o seu carácter operacional e as suas competências, que permitiam uma abordagem integrada e criaram-se estruturas de substituição do sector público pelo privado. Falharam quase todas com excepção da Sociedade de Reabilitação Urbana Ocidental (SRU Ocidental). Além do mais, os recursos financeiros foram canalizados para outros fins, o que, igualmente ajudou à paragem da reabilitação. ------------------------------------------------ ----- 1.4. Esses recursos foram obtidos com um endividamento que não deixou margens para o relançamento da reabilitação. Para completar o quadro criou-se uma nova legislação (Decreto-Lei nº 307/2009, de 23 de Outubro), à margem da experiência acumulada nos GTL que intervinham de forma flexível, operacional, pragmática, com meios modestos, e que lançaram mãos à obra sem peias administrativas, para além das próprias ao sector público. O novo modelo de contratação pública também veio dificultar uma intervenção mais directa e imediata por unidades descentralizadas. ------------------------------------------------------------------

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----- 1.5. Os procedimentos eram apoiados numa legislação abrangente, eficaz e simples. Foi revogada. Substituída por um conjunto de regras que consegue ultrapassar em complicação as adoptadas para as Sociedades de Reabilitação Urbana (SRU). A criação de «Áreas de Reabilitação Urbana», recheada de regras de procedimentos, parte do princípio falso de que, em reabilitação, tudo é previsível como na urbanização nova. Quando no fim de muitos estudos, discussões e aprovações tivermos «Áreas de Reabilitação Urbana» aprovadas, verificar-se-á que as intervenções necessárias e urgentes terão em muitos casos ficado de fora. Porque a reabilitação não decorre como uma intervenção delimitada no espaço e com prazo. É uma actividade contínua e adaptativa e que pode ser necessária em qualquer ponto do tecido urbano. Estamos convencidos que a substituição das «Áreas Críticas» da anterior legislação (Lei de Solos, Decreto-Lei n.º 794/76, de 05 de Novembro) pelas «Áreas de Reabilitação Urbana» reduzirá a eficácia da actuação e alongará os procedimentos. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- 1.6. A reabilitação do edificado antigo deve servir para dar respostas às necessidades reais de habitação existentes, obviamente desprezadas pelo «boom» imobiliário que provocou a crise actual, e que não tem hipótese de se repetir. Uma reabilitação modesta, com derrogações assumidas em relação às regulamentações tecnocráticas, permite dar resposta às necessidades reais das classes média e baixa, que são as populações que não encontram no mercado habitação acessível, e que engrossam os fluxos pendulares. ---------------------------------------------------------------- ----- 1.7. O edificado construído de 1755 até ao início do século passado, com as estruturas de madeira que o caracteriza, reúne potencialidades de resistência aos sismos que têm de ser aproveitadas. São construções leves, com grande coesão e flexibilidade. A sua reabilitação deve procurar reduzir os pesos nos pisos superiores e reforçar as ligações entre elementos respeitando os modelos de estruturas feitos para resistir aos sismos. -------------------------------------------------------------------------------- ----- 1.8. Torna-se necessário que a Administração Central crie um Programa Nacional de Reabilitação Urbana que apoie municípios e particulares na realização de obras de reabilitação urbana. É uma necessidade que tem o apoio de todos os quadrantes políticos e de todos os intervenientes no sector e que não pode ser postergada pelas medidas de austeridade que se anunciam, sob pena de graves consequências económicas, sociais e urbanas. ------------------------------------------------------------------ ----- 2. Justificação -------------------------------------------------------------------------------- ----- Face a esta situação apresenta-se a seguinte moção: ----------------------------------- ----- 2.1. Considerando a necessidade de avançar com urgência com operações de reabilitação do edificado em função das necessidades que surgem, e em harmonia com os objectivos definidos no Eixo C das Grandes Opções do Plano 2010-2013 da Câmara Municipal de Lisboa; ------------------------------------------------------------------- ----- 2.2. Considerando que, para tal, é indispensável dispor de procedimentos flexíveis, pragmáticos e operacionais que devem poder ser desencadeados rapidamente em qualquer parte da cidade; ----------------------------------------------------

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----- 2.3. Considerando que o Decreto-Lei nº 307/2009, de 23 de Outubro, ao criar a figura de «Áreas de Reabilitação Urbana» (ARU’s) que mesmo nas denominadas «simples» exigem uma série de diligências demoradas, e que limita a essas áreas as medidas de reabilitação urbana antes vertidas em disposições legais mais abrangentes e que foram por ele revogadas; ------------------------------------------------------------------ ----- 2.4. Considerando que é necessário dispor de Equipas Técnicas com competências municipais alargadas para intervenção integrada, num trabalho local com as populações residentes e em articulação com as Freguesias segundo o definido no Eixo F das Grandes Opções do Plano 2010-2013 da Câmara Municipal de Lisboa; - ----- 2.5. Considerando que o Decreto-Lei nº 307/2009, de 23 de Outubro, estabelece algumas medidas positivas que deveriam ser generalizadas a toda a cidade e não apenas às «Áreas de Reabilitação Urbana» (ARU’s): ---------------------------------------- ----- 2.5.1. A exclusão da reabilitação urbana dos limites de endividamento municipal (introdução), o que tornará possível ao Município fazer face à sua comparticipação nos RECRIA, eliminando-se todos os entraves criados à aprovação das candidaturas. Assim evitar-se-á a necessidade de alterar o financiamento da reabilitação, e serão maiores os incentivos à reabilitação; ----------------------------------------------------------- ----- 2.5.2. As regras da «protecção do existente», conforme disposto pelo artigo 51º, do Decreto-Lei nº 307/2009, de 23 de Outubro; ---------------------------------------------- ----- 2.6. Considerando que a reabilitação do edificado antigo deve constituir a grande ocasião para tirar partido da resistência aos sismos das estruturas de madeira, reforçando-as. Ao mantê-las, terão de se assegurar as protecções contra o fogo, e estas levarão igualmente à melhoria do comportamento térmico e acústico dos edifícios;----- ----- 2.7. Considerando que as obras de reabilitação são mão-de-obra intensiva e adaptadas às pequenas e médias empresas, o que faz desta uma actividade favorável ao emprego e à luta contra a crise; -------------------------------------------------------------- ----- 2.8. Considerando que é necessário que a Administração Central crie um Programa Nacional de Reabilitação Urbana que apoie municípios e particulares na realização de obras de reabilitação urbana. ---------------------------------------------------- ----- 3. Deliberação ------------------------------------------------------------------------------- ----- Os Deputados Municipais Independentes abaixo indicados, propõem que a Assembleia Municipal de Lisboa delibere: ---------------------------------------------------- ----- 3.1. Obter do Governo as seguintes alterações ao Decreto-Lei nº 307/2009, de 23 de Outubro, no sentido do o tornar mais operacional e eficiente, na linha do Eixo C das Grandes Opções do Plano 2010-2013 da Câmara Municipal de Lisboa, e do Eixo F deste mesmo documento, referente à Reforma da Organização Administrativa empreendida na aplicação do Decreto-Lei nº 305/2009, de 23 de Outubro: -------------- ----- 3.1.1 Que as «operações de reabilitação urbana simples» sejam definidas pela Câmara Municipal, aprovadas pela Assembleia Municipal, justificando-as pela necessidade de intervenção urgente. ----------------------------------------------------------- ----- 3.1.2 Que a exclusão da Reabilitação Urbana dos limites de endividamento municipal seja extensível a todos os encargos camarários com reabilitação nomeadamente as comparticipações municipais no RECRIA. -----------------------------

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----- 3.1.3. Que as regras de «protecção do existente» (conforme disposto pelo artigo 51º, do Decreto-Lei nº 307/2009, de 23 de Outubro) se apliquem a todas as obras de Reabilitação Urbana. ----------------------------------------------------------------------------- ----- 3.1.4. Que as unidades de gestão de Reabilitação Urbana que venham a ser criadas e devem estar na proximidade das áreas de intervenção e em articulação com as juntas de Freguesia, sejam estabelecidas para o território dum grupo de Freguesias, para intervir, à medida das necessidades e para todas as operações de Reabilitação Urbana nesse território. -------------------------------------------------------------------------- -----3.1.5. Que, com vista a evitar acidentes e derrocadas, ao fazer face às necessidades urgentes de intervenção, as operações de Reabilitação Urbana possam ser definidas enquanto são iniciadas as obras com procedimento coercivo, e tomada de posse administrativa. ----------------------------------------------------------------------------- ----- 3.1.6. Que os edifícios municipais possam beneficiar das mesmas regras da Reabilitação Urbana e do RECRIA, mesmo que não haja contrato de arrendamento e aumento extraordinário de renda. --------------------------------------------------------------- ----- 3.2. Insistir junto da Administração Central para que seja criado um Programa Nacional de Reabilitação Urbana que apoie municípios e particulares na realização de obras de Reabilitação Urbana com meios financeiros à medida da tarefa que se impõe. ----- Lisboa, 13 de Abril de 2010 --------------------------------------------------------------- ------ Os Deputados Municipais Independentes, Ana Maria Gaspar Marque, Filipe Mário Lopes, Paula Cristina Coelho Marques Barbosa Correia, José Alberto Ferreira Franco, Ana Sofia Pedroso Lopes Antunes, Paulo Miguel Correia Ferrero Marques dos Santos ------------------------------------------------------------------------------------------ ” -------------------------------- MOÇÃO NÚMERO NOVE ---------------------------------- “----- Estudo das opções relativas às Grandes Infra-estruturas de Transportes fundamentais na orgânica da Cidade de Lisboa e da Área Metropolitana ----------------- ----- Sendo que vão ser reprogramados os lançamentos das obras das Grandes Infra-estruturas de Transportes. E dado que as opções feitas para estas obras levantam críticas em certos casos originadas por decisões tomadas prescindindo de estudos por falta de tempo, há que aproveitar este compasso de espera para tomar decisões mais fundamentadas e criteriosas. --------------------------------------------------------------------- ----- 1. A propósito das decisões sobre os investimentos em grandes obras públicas multiplicaram-se, por toda a comunicação social, notícias sobre a urgência de avançar com: ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- 1.1.O TGV para Madrid e para o Porto(TGV) ------------------------------------------ ----- 1.2.O Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) ------------------------------------------------ ----- 1.3. A Terceira Travessia do Tejo (TTT) ------------------------------------------------ ----- 1.4. A Ampliação do Terminal de Contentores (ATC) --------------------------------- ----- 1.5. O Terminal de Navios de Cruzeiro (TNC) ----------------------------------------- ----- 2. Sendo evidente que estas cinco infra-estruturas se condicionam entre si, e têm um impacto considerável sobre a vida de Lisboa e da sua Área Metropolitana, e a sua orgânica territorial. ------------------------------------------------------------------------------- ----- 2.1. Entre si: ---------------------------------------------------------------------------------

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----- a localização do NAL condiciona o traçado do TGV e a localização da TTT; ----- ----- a localização da ampliação do terminal de contentores liga-se mal à rede ferroviária e condiciona a localização do terminal de Navios de Cruzeiro ---------------- ----- 2.2. Com a Cidade e a Área Metropolitana: --------------------------------------------- ----- O TGV do Porto pela margem direita entra pelo norte. O TGV de Madrid pela TTT entra pelo nascente. A TTT prejudica o aproveitamento do Estuário. O terminal de contentores em Alcântara pela deficiente ligação ferroviária congestiona a cidade no seu funcionamento rodoviário. Empurrando o Terminal de navios de Cruzeiros para montante reduz os fundos e impede a utilização racional das gares marítimas. ---- ----- 3. Sendo que nesta equação complicada ficam de fora duas variáveis capitais: ---- ----- 3.1. O problema da rede ferroviária nacional é reconhecidamente o da bitola ibérica, que Espanha está a passar para a europeia. É uma mudança indispensável para, tendo a ligação para a Europa, o tráfego de mercadorias poder ser feito por via-férrea, o que permite às empresas portuguesas serem competitivas. Por outro lado, para o transporte de mercadorias os declives têm de ser mínimos, o que obriga a nova linha para o norte a seguir pela margem esquerda do Tejo, o que, ao mesmo tempo, permite uma entrada/saída única em Lisboa que pode servir igualmente o NAL, e contribuir para uma significativa redução de custos. ----------------------------------------- ----- 3.2. A Administração do Porto de Lisboa tem estudos que prevêem a possibilidade duma grande extensão portuária no sentido do crescimento que tem sido aplicado em muitos portos, que consiste na aproximação da foz. O fecho da Golada entre a Trafaria e o Bugio, é uma obra fácil, indispensável para evitar o assoreamento da barra do Tejo e estabilizar a praia da Caparica, e que permite obter um grande terrapleno com um longo cais de águas profundas, facilmente ligado à rede ferroviária internacional. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- 4. Sendo que todas estas constatações levam a considerar que antes de tomar decisões, de consequências negativas irreversíveis, há que reflectir e ponderar, compatibilizando toda esta problemática com as opções urbanas de localização da Estação Central de Lisboa e de prioridade aos transportes públicos e ferroviários. Trata-se de um conjunto de opções que consideramos justificarem esta Moção. -------- ----- 5. Deste modo: ------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que estavam anunciadas decisões para o lançamento de grandes obras publicas com investimentos que iriam esgotar as capacidades de endividamento por longo prazo ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que essas obras afectariam de forma definitiva a orgânica territorial de Lisboa e da Área Metropolitana ------------------------------------------------- ----- Considerando que certos elementos não parecem ter entrado em linha de conta, como o transporte de mercadorias (percurso e bitola), a potencialidade do estuário com o fecho da Golada, e o impacto na orgânica da Cidade -------------------------------- ----- Os Deputados Municipais Independentes abaixo indicados, propõem que a Assembleia Municipal de Lisboa delibere: ----------------------------------------------------

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----- 1. Promover uma reflexão sobre este tema que permita manifestar ao Governo uma posição da Câmara e se possível da Área Metropolitana em relação às soluções que melhor sirvam o País, a Cidade e a Região. ---------------------------------------------- ----- Lisboa, 13 de Abril de 2010 --------------------------------------------------------------- ----- Os Deputados Municipais Independentes, Ana Maria Gaspar Marques, Filipe Mário Lopes, Paula Cristina Coelho Marques Barbosa Correia, José Alberto Ferreira Franco, Ana Sofia Pedroso Lopes Antunes, Paulo Miguel Correia Ferrero Marques dos Santos ------------------------------------------------------------------------------------------ ” -------------------------------- MOÇÃO NÚMERO DEZ ------------------------------------- “--------- SAUDAÇÃO AO ACORDO ENTRE ANTÓNIO COSTA E RUI RIO-------- ----- Considerando que: -------------------------------------------------------------------------- ----- i) a propósito da mudança do local da realização da corrida aérea “Red Bull Air Race” se procurou criar um conflito entre o Norte e o Sul, e, especificamente entre as cidades de Lisboa e do Porto; ------------------------------------------------------------------- ----- ii) os presidentes das duas Câmaras Municipais, António Costa e Rui Rio acordaram que a realização daquela corrida seja feita alternadamente entre o Porto e Lisboa, realizando-se este ano no Porto; ------------------------------------------------------- ----- iii) o acordo realizado entre os Presidentes das Câmaras Municipais de Lisboa e do Porto é a confirmação de que a Câmara Municipal de Lisboa nunca pretendeu prejudicar aquela cidade e que a mudança de local da realização da corrida foi sugerida pelos promotores e não pela CML; -------------------------------------------------- ----- iv) o acordo celebrado entre António Costa e Rui Rio põe fim a uma guerra sem sentido e permite garantir a realização da corrida em Portugal por quatro anos. --------- ----- Pelo que, a Assembleia Municipal de Lisboa, hoje reunida delibera: ---------------- ----- Saudar os Presidentes das Câmaras Municipais de Lisboa e do Porto, respectivamente Dr. António Costa e Dr. Rui Rio pela realização do acordo que permitirá realizar, alternadamente, nas duas cidades a corrida aérea “Red Bull Air Race”, demonstrando a sua capacidade em enfatizar aquilo que é mais importante, a defesa dos interesses das respectivas autarquias e desvalorizando as pequenas querelas que apenas provocam ruído de fundo. --------------------------------------------------------- ----- Lisboa, 9 de Abril de 2010 ----------------------------------------------------------------- ----- O Líder da Bancada – (Miguel Coelho) -------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal – (António Dias Baptista) -------------------------------------- ” -------------------------------- MOÇÃO NÚMERO ONZE ----------------------------------- “--------------------------------------- 25 de Abril ------------------------------------------------ ----- Dentro de dias Lisboa verá renovadas, na Avenida da Liberdade, a alegria e a esperança que acordaram Portugal na madrugada de 25 de Abril de 74. ------------------ ----- Lisboa, que acolhe a comemoração popular mais significativa do País, verá milhares dos seus pais e filhos, e amigos doutros lugares, marchar uma vez mais reforçando o significado da Revolução dos Cravos. ----------------------------------------- ----- Neste ano em que se comemoram 36 anos de Democracia, e com eles a sua maturidade, devemos renovar o compromisso de Abril. -------------------------------------

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----- Assim o Partido Socialista, propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa reunida em 13 de Abril de 2010 delibere: ----------------------------------------------------- ----- 1. Saudar os Capitães de Abril e todos os militares do M.F.A.; ----------------------- ----- 2. Louvar a coragem do povo português que saiu à rua em apoio à Revolução; ---- ----- 3. Saudar as conquistas de Abril e manifestar a sua disponibilidade para que o seu espírito permaneça presente junto das novas gerações; -------------------------------------- ----- 4. Apelar a todos os Lisboetas para que participem nos diversos eventos comemorativos desta data. ----------------------------------------------------------------------- ----- Lisboa, 9 de Abril de 2010 ----------------------------------------------------------------- ----- O Líder da Bancada – (Miguel Coelho) -------------------------------------------------- ----- A Deputada Municipal – (Rita Neves) ---------------------------------------------------- ” -------------------------------- MOÇÃO NÚMERO DOZE ----------------------------------- “-------------- Mobilidade para todos na Frente Ribeirinha Ocidental ---------------------- ----- Considerando que: -------------------------------------------------------------------------- ----- A frente ribeirinha entre Algés e o Cais do Sodré com cerca de 8,5 km, configura actualmente uma barreira física praticamente intransponível para pessoas com mobilidade reduzida em virtude da presença da linha-férrea; ------------------------------- ----- À excepção do próprio Cais do Sodré e através da Estação da CP de Algés (já no Município de Oeiras), a transposição entre a Cidade e o Rio para pessoas com mobilidade reduzida, designadamente em cadeira de rodas, só se pode efectuar através da passagem de nível sem guarda ainda existente em frente ao museu de Arte Antiga ou em frente à Docapesca, ambas situações que configuram níveis de perigosidade por demais conhecidos; ---------------------------------------------------------- ----- À semelhança da passagem de nível encerrada em Santos, também a passagem de nível em frente ao Museu de Arte Antiga configura o seu encerramento e substituição por uma solução aérea; --------------------------------------------------------------------------- ----- Excluindo o Cais do Sodré e Algés, uma pessoa com mobilidade reduzida não pode, pura e simplesmente, aceder ao rio, nem em Santos, nem em Alcântara, nem em frente à Antiga FIL, nem na Estação de Belém, nem em frente ao Centro Cultural de Belém nem em frente à Torre de Belém, consistindo no impedimento de acesso a todo um conjunto de equipamentos que se encontram nessa área, incluindo-se nestes o acesso a Estações de Comboio, à Estação Fluvial de Belém mas também a Áreas de Embarque de Cruzeiros e ainda várias zonas comerciais e de serviços; ------------------- ----- As passagens aéreas e subterrâneas descritas no ponto anterior são da responsabilidade da Câmara Municipal de Lisboa, mas também de outras Entidades, no caso a REFER, e envolvem o acesso directo a áreas geridas pela APL; -------------- ----- Apesar de terem sido conhecidas algumas soluções prévias para discussão, no âmbito de Planos de Requalificação da frente ribeirinha, que previam discutir o enterramento de alguns troços de linha férrea, e dessa forma resolver parcialmente a questão central desta Moção, a situação em presença não pode esperar mais, sob pena de se manter esta situação de exclusão; -------------------------------------------------------- ----- A intervenção no rampeamento de algumas das passagens aéreas ou subterrâneas envolve pouco investimento e reduzida dificuldade técnica; -------------------------------

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----- O Grupo Municipal do Partido Socialista vem propôr que a Assembleia Municipal de Lisboa, reunida em Plenário no dia 13 de Abril de 2010, delibere: -------- ----- Manifestar a sua preocupação e consequente intenção de que a actual situação de impossibilidade de acesso para pessoas com mobilidade reduzida, designadamente em cadeiras de rodas, que se verifica entre a Cidade e a sua Frente Ribeirinha no troço compreendido entre o Cais do Sodré e Algés, seja rapidamente alvo de uma intervenção de requalificação nas suas passagens aéreas e subterrâneas visando mobilidade e acesso para todos, sendo dinamizada pela Câmara Municipal de Lisboa mas envolvendo sempre que aplicável outras entidades com responsabilidade na área. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Lisboa, 9 de Abril de 2010 ----------------------------------------------------------------- ----- O Líder da Bancada – (Miguel Coelho) -------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal – (Duarte Mata) -------------------------------------------------- ” -------------------------------- MOÇÃO NÚMERO TREZE --------------------------------- “-------------------------------------- EPUL JOVEM -------------------------------------------- ----- A EPUL, EPE – Empresa Pública de Urbanização de Lisboa, foi fundada em 1971, através de Decreto-Lei, por iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, com o objectivo de auxiliar e desenvolver a acção da autarquia no estudo e execução de projectos urbanísticos. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Em 1996, a empresa lançou o Programa EPUL Jovem, tendo como principal missão a colocação de fogos no mercado habitacional da capital, a preços competitivos e exclusivamente direccionados para jovens. --------------------------------- ----- Nesse sentido, foram lançados empreendimentos em zonas da cidade como o Paço do Lumiar, Encosta de Telheiras, Alto da Faia, Martim Moniz e Entrecampos entre outros, sendo que alguns já terminados e alguns, como é o caso dos últimos mencionados, ainda se encontram em desenvolvimento. ------------------------------------ ----- Em Dezembro de 2003, a empresa lança o projecto do Paço do Lumiar, para execução de 84 fogos, ainda não estão concluídos o que já motivou a desistência de muitos concorrentes e à obrigação, por parte da CML, de devolver os montantes investidos pelos sorteados. ---------------------------------------------------------------------- ----- Em Setembro de 2005, a EPUL Jovem lança o projecto para a Praça de Entrecampos, com vista ao sorteio de 305 apartamentos. O programa em causa ficou conhecido pela centralidade do local enquanto pólo revitalizador da cidade, pela a qualidade do projecto e pelo número recorde de inscrições. -------------------------------- ----- Entretanto e dado o atraso nas construções dos referidos empreendimentos, 88 sorteados desistiram, tendo a EPUL colocado de novo no mercado um novo sorteio para suprir as vagas criadas. --------------------------------------------------------------------- ----- A EPUL decidiu assim modificar as regras do processo, alterando o habitual e transparente processo de sorteio por atribuição de fogo por hasta pública, favorecendo assim os concorrentes que apresentarem o preço mais alto. --------------------------------- ----- O CDS não pode reconhecer mérito às inconstantes decisões da administração da empresa, as quais revelam falta de rumo e orientação, gerando nos concorrentes a total

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desacreditação no projecto EPUL Jovem e um sentimento de impunidade, descredibilizando a empresa. -------------------------------------------------------------------- ----- O próprio site da EPUL continua sem uma única informação sobre o concurso, alimentando a discussão em torno deste tão arrastado processo. --------------------------- ----- Após a polémica criada com a desorientação estratégica demonstrada pela empresa e que poderá levar por um caminho que culmine na especulação imobiliária e utilização indevida das fracções, nomeadamente com a rentabilização através de aluguer clandestino ou venda, a EPUL anuncia o retorno ao processo de sorteio. ------- O Vice-Presidente e Vereador do Urbanismo Arqt. Manuel Salgado, confrontado com a situação, decide recomendar à administração da EPUL que as casas sejam arrendadas em vez de vendidas, afirmando aos jornalistas que o acordado com a EPUL não está a ser cumprido. ----------------------------------------------------------------- ----- A Assembleia Municipal de Lisboa, enquanto órgão fiscalizador da actividade camarária e do seu sector empresarial, não pode deixar de pedir responsabilidades à administração da empresa. ----------------------------------------------------------------------- ----- Relembramos que ainda há pouco tempo, a CML apresentou uma proposta de alteração dos estatutos da empresa e que não obteve o consenso da Assembleia Municipal, proposta essa efectuada após a aprovação de um perdão de dívida à EPUL no valor de € 9,5 milhões de euros e da nomeação do seu Conselho de Administração, afinal evidenciando que nem a CML nem a própria EPUL se entendem quanto ao caminho a seguir no futuro. --------------------------------------------------------------------- ----- Face ao exposto e porque a Assembleia Municipal de Lisboa não pode descurar do rigor e eficiência da gestão do sector empresarial municipal, o Grupo Municipal do CDS-PP solicita que: ----------------------------------------------------------------------------- ----- 1. O Conselho de Administração da EPUL entregue à Assembleia Municipal toda a documentação relativa ao processo do concurso referido, em particular a fundamentação da decisão de proceder ao sorteio para venda e ignorando a anterior recomendação da CML a esse respeito; -------------------------------------------------------- ----- 2. A Câmara Municipal apresente, com urgência, a situação económico-financeira da empresa e de que forma pretende intervir perante decisões da empresa contrárias às advertências da equipa que lidera a Câmara; ---------------------------------- ----- 3. A Comissão Permanente de Urbanismo e de Acompanhamento da Gestão da Intervenção na Zona Ribeirinha e Baixa de Lisboa acompanhe o processo em causa. -- ----- Lisboa, 12 de Abril de 2010 --------------------------------------------------------------- ----- O Grupo Municipal do CDS/PP ----------------------------------------------------------- ” ------------------------------ MOÇÃO NÚMERO CATORZE ------------------------------ ----- No passado dia 11 de Março de 2010, na discussão e votação do Orçamento de Estado do corrente ano, o ministro das finanças, Teixeira dos Santos, proferiu o seguinte comentário em torno da proposta de alteração da Lei das finanças locais: ----- ----- “Isto é MONEY for the BOYS”, ---------------------------------------------------------- ----- Estas afirmações referiam-se aos eleitos locais, nomeadamente, os primeiros eleitos na Assembleias de Freguesia, consequentemente os Presidentes de Junta de Freguesia Eleitos em Portugal. ------------------------------------------------------------------

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----- A Proposta de alteração do Orçamento foi aprovada na Assembleia da Republica, repondo a justiça, para todas as Freguesias do País, a quem o PS tinha prejudicado, retirando capacidade financeira e de intervenção às Freguesias. --------------------------- ----- Considerando que: -------------------------------------------------------------------------- ----- 1. As Freguesias são os pilares de sustentação da Democracia em Portugal. ------- ----- 2. Os Presidentes de Junta de Freguesia são os primeiros eleitos da lista mais votada sendo por definição os políticos que mais próximos estão dos eleitores. --------- ----- 3. Os Presidentes de Junta de Freguesia, os membros dos seus executivos e das Assembleias de freguesia, têm funções fundamentais no desenvolvimento sustentado do País e, na sua grande maioria vivem, no anonimato mediático sem os louvores e as regalias que outros, nomeadamente, na esfera de influência no governo ostentam. ----- ----- 4. A dedicação destes eleitos à causa pública é de exemplar realce e de admiração. Deveria ser o governo o promotor desse relevo, em vez do desdenho, do centralismo e da falta de respeito pelo exercício de tão nobre actividade. ---------------- ----- 5. Não é só do Governo que advém Patriotismo, responsabilidade e desígnio Nacional, as declarações do Ministro Teixeira dos Santos são ofensivas para os todos os Autarcas, bem como para todos os que defendem a Democracia. ---------------------- ----- A Assembleia Municipal de Lisboa, reunida 13 de Abril de 2010, delibera -------- ----- 1. Exigir ao Sr. Ministro das Finanças que se retrate publicamente pelas afirmações por si produzidas, por estas serem impróprias e ofensivas para com os eleitos locais. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- 2. Que a AML proceda ao envio desta Moção a Sua Excelência, o Presidente da República, ao Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República, ao Senhor Primeiro-ministro, ao Ministro das Finanças e à Associação Nacional das Freguesias. - ----- Assembleia Municipal de Lisboa, em 12 de Abril de 2010 ---------------------------- ----- O Presidente da Direcção do Grupo do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa - António Proa ------------------------------------------------------------------------------------- ” -------------------------- RECOMENDAÇÃO NÚMERO UM ---------------------------- “------------------------------ CASA VENTURA TERRA ------------------------------------- ----- Considerando que: -------------------------------------------------------------------------- ----- Miguel Ventura Terra, arquitecto de renome, com vasta obra na cidade de Lisboa, da qual destacamos as obras de remodelação do Palácio de São Bento e, de sua autoria, o Palacete Valmor, a Sinagoga de Lisboa, a sede do Banco Totta & Açores na Rua do Ouro, o Teatro Politeama, a Maternidade Alfredo da Costa e os Liceus Pedro Nunes e Camões; ---------------------------------------------------------------------------------- ----- O distinto arquitecto foi coroado com o Prémio Valmor pelos imóveis Casa Ventura Terra (1903), Casa Viscondes de Valmor (1906), Palacete Mendonça (1909) e o nº 25 da Rua Alexandre Herculano (1911); ----------------------------------------------- ----- A Casa Ventura Terra, imóvel de sua propriedade sita no nº 57 da Rua Alexandre Herculano, servia de atelier do artista; --------------------------------------------------------- ----- O mesmo imóvel, para além de agraciado com o Prémio Valmor foi, em 1983, classificado Imóvel de Interesse Municipal pelo despacho de 24 de Janeiro e

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homologada a reclassificação para Imóvel de Interesse Público por despacho de 21 de Abril de 1999; ------------------------------------------------------------------------------------- ----- À data da sua morte (1919), o arquitecto doou o imóvel às Faculdades de Belas Artes de Lisboa e de Arquitectura do Porto, propriedade do Estado sendo que o valor das rendas deverá reverter para alunos com dificuldades financeiras; --------------------- ----- Actualmente, o edifício encontra-se em avançado estado de degradação, com o telhado e persianas podres, com infiltrações em particular no último andar, anteriormente utilizado como atelier do arquitecto; ------------------------------------------ ----- No que respeita à conservação dos imóveis, o Estado tem a obrigação de dar o exemplo de recuperação do seu edificado, ainda mais quando se trata de um imóvel de elevado interesse arquitectónico, histórico e artístico. --------------------------------------- ----- Assim, porque a Assembleia Municipal de Lisboa não pode descurar da oportunidade e até da legalidade das intervenções de requalificação e salvaguarda do património arquitectónico e histórico da cidade, o Grupo Municipal do CDS-PP propõe à Assembleia Municipal que recomende à Câmara Municipal que: -------------- ----- 1. Informe a Assembleia Municipal dos registos detidos pela Câmara Municipal de Lisboa relativos a intervenções efectuadas no imóvel em causa; ----------------------- ----- 2. Caso existam, especificar se foram de iniciativa do proprietário e/ou de intimação camarária; ----------------------------------------------------------------------------- ----- 3. Informe que mecanismos pretende a CML utilizar para salvaguardar um edifício de renome da cidade de Lisboa. ------------------------------------------------------- ----- 4. Proceda ao levantamento do estado de conservação do edificado classificado como Imóvel de Interesse Público e Municipal, bem como os premiados com Prémio Valmor, de modo a salvaguardar o património arquitectónico, histórico e cultural de Lisboa. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Lisboa, 12 de Abril de 2010 --------------------------------------------------------------- ----- O Grupo Municipal do CDS/PP ----------------------------------------------------------- ” -------------------------- RECOMENDAÇÃO NÚMERO DOIS -------------------------- “-----------------------------FUNDAÇÃO JOSÉ SARAMAGO ------------------------------ ----- O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa assinou em Julho de 2008, em nome do Município de Lisboa, um Protocolo com a Fundação José Saramago, ainda sem o estatuto de utilidade pública, nos termos do qual a autarquia cede gratuitamente a Casa dos Bicos à Fundação que leva o nome do único escritor português galardoado com o Prémio Nobel da Literatura. ------------------------------------------------------------- ----- A cedência do edifício decorre pelo período de dez anos, renovados automaticamente, e tem por finalidade única, acolher e servir o desenvolvimento das actividades da fundação. ------------------------------------------------------------------------- ----- O Presidente do Município Lisboeta Dr. António Costa considerou a assinatura deste protocolo como “um momento histórico”, “um contributo para a revitalização do Campo das Cebolas e da Baixa”. ----------------------------------------------------------- ----- Por várias vezes o CDS se pronunciou no sentido de evidenciar que estas decisões políticas da Câmara Municipal de Lisboa não só pecavam por falta de

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transparência como igualmente colocavam em causa a aplicação dos princípios da imparcialidade e da igualdade na actividade administrativa. -------------------------------- ----- Afinal de contas, questionou por várias vezes o CDS, a atribuição de um imóvel emblemático da cidade a uma novel fundação sem estatuto de utilidade pública sem que alguma especial afinidade desse imóvel com José Saramago o justificasse não podia deixar de ser uma decisão sindicável à luz desses princípios, tanto mais que os termos e condições dessa atribuição parecem pouco equilibrados na defesa do Município por contraponto com o benefício que é atribuído a tal fundação. ------------- ----- Agora, face à degradação deste edifício emblemático da Cidade de Lisboa, e tendo sido enquadrada pelo executivo municipal a sua remodelação nas Grandes Opções do Plano, nomeadamente na Reabilitação Urbana, a Câmara Municipal de Lisboa aprovou a Proposta nº 76/2010 para efectuar o restauro e remodelação da Casa dos Bicos para a instalação da Fundação José Saramago no valor de 2.200.000,00 (dois milhões e duzentos mil euros), com medidas excepcionais de contratação pública. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Uma vez mais, no entendimento do CDS, se colocam, no procedimento de formação dessa vontade política da autarquia, problemas de legalidade que indiciam um tratamento desproporcionadamente favorável à Fundação José Saramago, agora independentemente dos méritos que, com ou sem utilidade pública, se possam reconhecer a tal fundação. ----------------------------------------------------------------------- ----- Nestes termos, o Grupo Municipal do CDS-PP entende que estão por esclarecer um conjunto importante de questões: ---------------------------------------------------------- ----- 1. Por que razão o valor do projecto de remodelação da Casa dos Bicos passou de 595 mil euros previstos inicialmente para 2,2 milhões de euros? -------------------------- ----- 2. Qual a razão para a CML ter dispensado o lançamento de um Concurso Público, tendo recorrido a um Concurso limitado por prévia qualificação? -------------- ----- 3. Porque razão não foi apresentado à CML o Plano de Actividades a desenvolver por esta Fundação, bem como, porque não foram esclarecidos quais os recursos financeiros desta instituição para suportar todos os custos de manutenção e gestão da Casa dos Bicos? ----------------------------------------------------------------------------------- ----- 4. Tendo em conta que o edifício da Casa dos Bicos é um Monumento Nacional, existindo a obrigatoriedade de em qualquer intervenção ter a autorização do Instituto Português do Património Arquitectónico bem como do IGESPAR, por que razão não existe essa autorização das entidades competentes? ----------------------------------------- ----- Atendendo à ausência de resposta a estas perguntas, os Deputados da Assembleia Municipal de Lisboa, eleitos pela lista do CDS-PP vêm, ao abrigo do disposto no art.º 38º, n.º 1, alínea f) do Regimento deste órgão, propor à Assembleia Municipal de Lisboa, atendendo aliás a que o Procedimento de Restauro e Remodelação da Casa dos Bicos para a Instalação da Fundação José Saramago põe em causa as normas legais e regulamentares aplicáveis em sede de contratação pública e boa gestão da Cidade, pelo que recomenda à Câmara Municipal de Lisboa: ------------------------------ ----- a) a imediata suspensão de todo o processo de restauro e remodelação da Casa dos Bicos; ------------------------------------------------------------------------------------------

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----- b) suspensão essa que deve cessar quando a Câmara Municipal de Lisboa (i) lograr responder às perguntas que, ainda sem resposta, acima ficaram identificadas e assim (ii) assegurar a legalidade da proposta (iii) também através da obtenção das autorizações dos organismos competentes. ---------------------------------------------------- ----- Lisboa, 13 de Fevereiro de 2010 ---------------------------------------------------------- ----- Pelos Deputados do CDS-PP – Adolfo Mesquita Nunes ------------------------------- ” ------------------------- RECOMENDAÇÃO NÚMERO TRÊS --------------------------- “ --------MERCADOS DA FREGUESIA DE SANTA MARIA DOS OLIVAIS -------- ----- Recentemente, têm surgido algumas situações preocupantes em relação ao futuro dos quatro Mercados existentes na Freguesia de Santa Maria dos Olivais. --------------- ----- Os comerciantes destes mercados enfrentam, desde há muito, situações graves quer na falta de manutenção e reabilitação dos espaços, quer com o pagamento de inúmeros serviços, bem como das rendas e da respectiva área, despesas incomportáveis para a maior parte destes pequenos comerciantes. ------------------------ ----- Com o eventual aumento das taxas de ocupação, a situação destes comerciantes irá certamente ser agravada, podendo nalguns casos levar ao encerramento de mercados por parte da Câmara Municipal de Lisboa. ---------------------------------------- ----- É incontornável que o comércio de proximidade, com as diferentes características com que se apresenta, é um factor muito importante para tornar os bairros mais vivos e sustentáveis. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Torna-se imperioso que se proceda à requalificação dos mercados, bem como ao apoio a um comércio aberto e variado, dinamizador de emprego e iniciativas económicas, de proximidade aos bairros e às pessoas, de acordo com os seus tempos e necessidades. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Grupo Municipal do Partido Comunista Português propõe que a Assembleia Municipal, na sua reunião de 13 de Abril de 2010, delibere: ------------------------------- ----- 1. Que a Câmara Municipal de Lisboa intervenha no sentido da manutenção dos mercados Encarnação Norte, Encarnação Sul, Célula B/Cidade Lourenço Marques e Célula E/Almada Negreiros; -------------------------------------------------------------------- ----- 2. Que tome medidas de protecção e segurança dos pequenos comerciantes destes mercados, principalmente os das Células B/Av. Cidade Lourenço Marques e E/Rua Almada Negreiros. -------------------------------------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal do PCP - António Modesto Navarro -------------------------- ” ------------------------- RECOMENDAÇÃO NÚMERO QUATRO --------------------- ----- (A recomendação nº 4 foi retirada a pedido dos proponentes) ------------------------ ------------------------- RECOMENDAÇÃO NÚMERO CINCO ------------------------ “---------------------------------- Antigo Paço do Lumiar -------------------------------------- ----- Considerando a importância histórica do núcleo urbano designado por Conjunto do Paço do Lumiar, designadamente pela existência comprovada nos hoje designados Largo do Paço, Paço e Quinta do rei D Afonso III, que mais tarde haveriam de ser doados por D. Dinis ao seu filho ilegítimo, D. Afonso Sanches, e, posteriormente, com D. Afonso V, confiscados pela coroa, que procedeu ao seu parcelamento,

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povoamento e transformação em núcleo residencial, permanecendo isolado até aos nossos dias (fonte: IGESPAR) ------------------------------------------------------------------ ----- Considerando que essa importância arquitectónica e patrimonial tem expressão física nas antigas quintas senhoriais que ainda subsistem na zona, não só a nível da morfologia e decoração desse edificado, mas também dos respectivos logradouros, elementos chave do designado Parque Periférico e, por arrastamento, da Estrutura Ecológica da cidade, cuja preservação importa garantir com urgência; ------------------- ----- Considerando que o Conjunto do Paço do Lumiar, que compreende actualmente a Quinta dos Azulejos, a Quinta das Hortênsias, a Quinta do Marquês de Angeja, a Quinta do Monteiro -mor e a Capela de São Sebastião, é classificado Imóvel de Interesse Público (Decreto n.º 67/97, DR n.º 301, de 31-12-1997) ------------------------- ----- Considerando o importante património religioso existente no Conjunto do Paço do Lumiar, designadamente a Capela de São Sebastião e Igreja de São João Baptista, que importa proteger, valorizar e divulgar; ---------------------------------------------------- ----- Considerando a importante oferta museológica existente naquele local, designadamente a nível do Museu Nacional do Traje e do Museu do Teatro, cujo inegável potencial e interesse não correspondem à procura que daí se esperaria, para o que contribuirão certas deficiências em termos promocionais e, inegavelmente, em termos de acessos; -------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando as indiscutíveis potencialidades cultural e turística que advêm para a cidade do facto de neste conjunto urbano subsistirem as casas onde viveu Júlio de Castilho (propriedade municipal) e morreu Cesário (privada); ----------------------------- ----- Considerando que no caso da casa onde viveu Júlio Castilho, é do conhecimento público o interesse da CML em proceder à cedência em direito de superfície ao Grupo dos Amigos de Lisboa; --------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando a importância de se preservar as antigas azinhagas e os caminhos rurais ainda existentes, memória de uma ruralidade tão característica do local; --------- ----- Considerando que a zona compreendida entre a Avenida Padre Cruz e a Calçada de Carriche, a Estrada do Paço do Lumiar e o Pólo Tecnológico do Lumiar, apresenta manifestos problemas de mobilidade (congestionamento de tráfego, falta de locais para estacionamento, deficiente oferta de carreiras de autocarro, deficiente dimensão dos passeios, má sinaléctica, deficiente semaforização, maus acessos ao cemitério do Lumiar, aos museus, etc.), espaço público (estacionamento abusivo, ausência de árvores de alinhamento, ausência de locais para circulação pedonal, mobiliário urbano incaracterístico, deficiente iluminação pública, ausência de arranjo paisagístico no cruzamento da Estrada do Lumiar com a Avenida Padre Cruz/Calçada de Carriche); -- ----- Considerando também o potencial turístico da zona se devidamente acarinhada e geradora de pólos de comércio de carácter e tradição, artesanato, percursos pedonais, desenvolvimento de projectos culturais em algumas das antigas quintas senhoriais, abertura ao público da Capela de São Sebastião, fruição da Quinta de Nossa Senhora da Paz, etc. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que o Paço do Lumiar - tal como os núcleos de Carnide, da Rua do Lumiar, da Ameixoeira e de Olivais Velho - foi objecto e área de intervenção de um

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Gabinete Técnico nos anos 1990. E que este definiu, à altura, um plano de actuação e procedeu a diversas obras urgentes, inclusivamente no edifício da Quinta de Nossa Senhora da Paz. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Finalmente, considerando que a recuperação da Quinta de Nossa Senhora da Paz, propriedade municipal, é hoje considerada como prioritária pela Câmara Municipal de Lisboa, tardando, contudo, a divulgação do eventual projecto de recuperação, e de exploração futura, que já tenha sido desenvolvido pelos serviços camarários respectivos; ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Os Deputados Municipais Independentes abaixo indicados, propõem que a Assembleia Municipal de Lisboa delibere recomendar à Câmara Municipal de Lisboa: ----- 1. Inicie de imediato os procedimentos necessários à elaboração de um Plano de Pormenor para o Conjunto do Paço do Lumiar, cujos termos de referência dêem adequada e expressa resposta às necessidades de protecção e recuperação de património, e às necessidades de mobilidade e de reabilitação do espaço público mencionadas nos considerandos acima referidos. -------------------------------------------- ----- 2. Estude a possibilidade de conduzir e acompanhar no local as operações necessárias à elaboração e monitorização desse Plano de Pormenor para o Conjunto do Paço do Lumiar. ------------------------------------------------------------------------------- ----- 3. Garanta, em sede de revisão de PDM, a inventariação e a preservação dos logradouros ainda existentes como parte integrante e vital da Estrutura Ecológica da cidade. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Lisboa, 13 de Abril de 2010 --------------------------------------------------------------- ----- Os Deputados Municipais Independentes, Ana Maria Gaspar Marques, Filipe Mário Lopes, Paula Cristina Coelho Marques Barbosa Correia, José Alberto Ferreira Franco, Ana Sofia Pedroso Lopes Antunes, Paulo Miguel Correia Ferrero Marques dos Santos ------------------------------------------------------------------------------------------ ” ------------------------- RECOMENDAÇÃO NÚMERO SEIS ---------------------------- “---------------------------- Jardins do Palácio Mendonça ------------------------------------- ----- Considerando que o Palácio Mendonça, também conhecido por Casa Ventura Terra, Prémio Valmor e sito na Rua Marquês de Fronteira, n.º 20, Freguesia de São Sebastião da Pedreira, está classificado como Imóvel de Interesse Público (Dec. nº 28/82, DR 47 de 26 Fevereiro 1982); ---------------------------------------------------------- ----- Considerando que deste importante palácio lisboeta, com projecto do Arq. Ventura Terra, de 1902, faz parte integrante a sua envolvente, constituída por parque frondoso composto de variadíssimos especímenes de invulgar beleza e porte, que só por si ocupam uma posição de relevo no chamado Corredor Verde de Lisboa; ---------- ----- Considerando que o estado destes extensos e agradáveis jardins e das 13 obras de arte contemporânea que nele existem, ao longo de um percurso paisagista de inegável valor estético e lúdico, constituindo-se em trilho de inegável interesse, inspira grande apreensão pelo grau de sujidade acumulada e ar de abandono que ostenta; -------------- ----- Considerando que o conjunto do Palácio e Jardins Mendonça são referência obrigatória no conjunto urbano modernista designado por Bairro Azul, e recente classificado pela Câmara Municipal de Lisboa como Imóvel de Interesse Municipal; --

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----- Considerando que os jardins referidos se revestem, desde que convenientemente limpos, sinalizados e usufruídos, de inegável potencial turístico e de lazer para a generalidade do público e em particular dos moradores da zona; -------------------------- ----- Considerando, finalmente, que o Palácio e Jardins Mendonça são propriedade da Universidade Nova de Lisboa; ------------------------------------------------------------------ ----- Os Deputados Municipais Independentes abaixo indicados, propõem que a Assembleia Municipal de Lisboa delibere recomendar à Câmara Municipal de Lisboa que: ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Se estabeleça um protocolo com a Universidade Nova de Lisboa no sentido de se requalificar este jardim, permitindo que os trilhos e os equipamentos existentes (bancos, fontes, pérgolas, etc.) sejam devidamente usufruídos pelos visitantes. --------- ----- Lisboa, 13 de Abril de 2010 --------------------------------------------------------------- ----- Os Deputados Municipais Independentes, Ana Maria Gaspar Marques, Filipe Mário Lopes, Paula Cristina Coelho Marques Barbosa Correia, José Alberto Ferreira Franco, Ana Sofia Pedroso Lopes Antunes, Paulo Miguel Correia Ferrero Marques dos Santos ------------------------------------------------------------------------------------------ ” ------------------------- RECOMENDAÇÃO NÚMERO SETE --------------------------- “----------------------------- Associação Ginásio Ópera ---------------------------------------- ----- A Associação Ginásio Ópera, fundada em 2001, é uma instituição sem fins lucrativos, reconhecida pelo Ministério da Cultura como de interesse cultural relevante (Lei do Mecenato Cultural). --------------------------------------------------------- ----- Esta Associação, criada por um conjunto de pessoas ligadas à vida cultural e artística em Portugal, tem como preocupação combater e contrariar o esvaziamento cultural da vida artística no país, particularmente no âmbito do teatro musical. O seu objectivo é promover o estudo, o ensino e a divulgação da ópera e de outras áreas musicais, tais como o jazz, a literatura e o cinema, enquanto espaços de confluência das diferentes vertentes da criatividade artística pretendendo, deste modo, desenvolver a interdisciplinaridade artística. ----------------------------------------------------------------- ----- Outras prioridades desta instituição são a criação de novos espaços de actuação para os artistas portugueses e a criação de novos públicos para a arte musical nas suas diversas manifestações, nomeadamente para a ópera, procurando aproximar a arte musical da população em geral, particularmente das camadas mais jovens, associando a sua actividade a uma vertente pedagógica, presença constante nas suas actividades. - ----- Considerando que a actividade da Associação Ginásio Ópera corresponde a uma das principais conclusões do Colóquio “Ser Artista em Portugal”, realizado em 2000, com a participação do Ministério da Cultura, que refere a necessidade de criar uma instância vocacionada para a profissionalização e internacionalização dos alunos de música, após a conclusão da sua formação. --------------------------------------------------- ----- Considerando que os artistas líricos em geral, e especificamente os jovens, não encontram com facilidade um local onde actuar, dificultando a sua carreira que, por vezes, corre assim o risco de ser inevitavelmente interrompida. Esta é, aliás, uma situação que afecta outras classes profissionais do espectáculo musico-teatral,

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designadamente, bailarinos, maestros, encenadores, técnicos de iluminação, entre outras. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que a Associação Ginásio Ópera tem mantido uma programação bastante rica, tendo realizado ao longo dos últimos anos centenas de concertos, colóquios, recitais e óperas, e que apresenta inúmeros projectos futuros, como a realização da ópera “Der Stein der Weisen” e concertos em meio aquático. Mantém protocolos de âmbito cultural com o Teatro da Malaposta e com a Secção Sul da Ordem dos Médicos e é o principal mentor e impulsionador do Projecto Solidarte, que reúne instituições e empresas com preocupações sociais. ----------------------------------- ----- Considerando que a Associação não possui uma sede física onde possa reunir, armazenar nas devidas condições os equipamentos ou proceder aos ensaios, factor essencial ao pleno funcionamento da Associação e concretização dos projectos a que se propõe desenvolver. --------------------------------------------------------------------------- ----- A Assembleia Municipal de Lisboa delibera, na sequência da presente proposta do Partido Ecologista “Os Verdes”, recomendar à Câmara Municipal de Lisboa que: -- ----- 1 – Estabeleça diálogo com a Associação Ginásio Ópera no sentido de, com a maior brevidade possível, procurar uma solução no que concerne à disponibilização de uma sede que reúna as condições necessárias à sua actividade. ------------------------- ----- 2 – Se mostre disponível para cooperar com esta Associação de forma a auxiliar na prossecução das suas actividades alcançando, deste modo, os objectivos e propósitos para os quais foi fundada. ---------------------------------------------------------- ----- Assembleia Municipal de Lisboa, 13 de Abril de 2010 ------------------------------- ----- O Grupo Municipal de “Os Verdes” - Cláudia Madeira -------------------------------- ” ------------------------- RECOMENDAÇÃO NÚMERO OITO --------------------------- “----- Considerando que: ------------------------------------------------------------------------- ----- As obras decorrentes da ampliação da Linha Vermelha do Metropolitano de Lisboa entre as estações Alameda e São Sebastião deram-se como concluídas no passado mês de Agosto. -------------------------------------------------------------------------- ----- Estas mesmas obras causaram grandes perturbações entre a Alameda D. Afonso Henriques e a Avenida António Augusto de Aguiar para os residentes bem como os comerciantes e utilizadores das zonas envolventes. ------------------------------------------ ----- O Vereador da Mobilidade e Infrastruturas Urbanas, Fernando Nunes da Silva, afirmou recentemente que o Plano de Envolvente para a Avenida Duque de Ávila encontra-se actualmente em fase de reapreciação. ------------------------------------------- ----- A Câmara Municipal de Lisboa havia assumido que o anterior projecto assentava na criação de áreas de lazer e convívio com a criação de uma zona pedonal entre a Alameda D. Afonso Henriques e a Avenida Marquês de Sá da Bandeira. ---------------- ----- A Câmara Municipal de Lisboa também afirmara que iria prosseguir com a replantação de todas as árvores arrancadas da faixa central da Avenida Duque de Ávila entre a Avenida Defensores de Chaves e a Avenida da República. ----------------- ----- A Assembleia Municipal de Lisboa, por Recomendação do Grupo Municipal do MPT – Partido da Terra, delibera que: ---------------------------------------------------------

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----- Os Vereadores da Mobilidade e do Ambiente, Fernando Nunes da Silva e José Sá Fernandes, esclareçam qual é a política da Câmara Municipal de Lisboa em relação a esta matéria, incluindo a data prevista para a adjudicação dos trabalhos da recuperação destes espaços, bem como os planos finais para a recuperação dos mesmos. ------------ ----- Assembleia Municipal de Lisboa --------------------------------------------------------- ----- Grupo Municipal MPT – Partido da Terra ----------------------------------------------- ----- Lisboa, 12 de Abril de 2010 --------------------------------------------------------------- -----John Rosas------------------------------------------------------------------------------------- ” -------------------------------- SAUDAÇÃO NÚMERO UM --------------------------------- “------------------------36º Aniversário do 25 de Abril e 1º de Maio ------------------------- ----- Comemora-se este ano o 36º Aniversário da Revolução do 25 de Abril de 1974, que representou a queda do regime fascista que assombrou Portugal durante 48 anos, trazendo princípios como a Liberdade, a Democracia, a Justiça e a Igualdade. ---------- ----- Com o 25 de Abril foram conquistados Direitos fundamentais para uma vida digna e livre, como a Constituição da República Portuguesa, e o acesso universal à Saúde, ao Trabalho, à Educação, à Cultura, à Justiça, à Habitação. ------------------------ ----- O Dia Internacional do Trabalhador, 1º de Maio, celebra a luta dos trabalhadores por condições de trabalho mais justas, dignas e democráticas. Nesta data comemoram-se os direitos conquistados, reafirmando a luta pelo Direito ao trabalho, a um emprego estável, contra as injustiças e a precariedade laboral. ---------------------------------------- ----- As dificuldades e os problemas dos portugueses continuam a crescer, o desemprego continua a alastrar atingindo milhares de cidadãos, o que condiciona o acesso aos Direitos fundamentais. -------------------------------------------------------------- ----- A Assembleia Municipal de Lisboa, reunida em 13 de Abril de 2010, homenageia todos os portugueses que construíram o 25 de Abril e todos os trabalhadores que lutaram e continuam a lutar pelos seus Direitos, e saúda o 36º Aniversário do 25 de Abril e o 1º de Maio e exorta a população à participação nas comemorações destas marcantes datas para a Liberdade e a Democracia em Portugal. --------------------------- ----- Assembleia Municipal de Lisboa, 13 de Abril de 2010 -------------------------------- ----- O Grupo Municipal de “Os Verdes” ------------------------------------------------------ ” -------------------------------- SAUDAÇÃO NÚMERO DOIS ------------------------------- “----- Considerando a eleição da Cidade de Lisboa enquanto 2010", pela Associação dos Consumidores Europeus; ------------------------------------------------------------------- ----- Considerando ser aquela associação uma entidade reconhecida e independente, sedeada em Bruxelas, que na sequência deste reconhecimento procederá à promoção da Cidade distinguida, permitindo a utilização e divulgação do mesmo pelas autoridades responsáveis pela actividade turística local, neste caso o Turismo de Lisboa; --------------------------------------------------------------------- ----- Considerando que esta eleição representa um acréscimo da exposição internacional da Cidade de Lisboa, sublinhado pela descrição de "uma cidade que soube preservar toda a sua alma e oferecer uma porta de entrada ao turismo, sem esquecer as suas riquezas sociais e culturais "; -----------------------------------------

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----- Considerando que a distinção em causa é devida à Cidade, mas bem assim àqueles que nela vivem, trabalham e a visitam, empenhando-se na sua permanente melhoria e embelezamento. ------------------------------------------------------- ----- A Assembleia Municipal de Lisboa, na sua reunião de 13 de Abril de 2010, delibera congratular publicamente a Cidade, na pessoa de todos aqueles que contribuíram, nos sectores público e privado, ou no mero exercício dos seus direitos e deveres de cidadania e urbanidade, para a eleição de Lisboa enquanto "Melhor Destino Europeu 2010", pela Associação de Consumidores Europeus. ----------- ----- Lisboa, 13 de Abril de 2010 -------------------------------------------------------------- ----- A Mesa da Assembleia Municipal -------------------------------------------------------- ” ----- O Deputado Municipal António Prôa (PSD), no uso da palavra, disse que no passado dia 30 de Março esta Assembleia tinha votado a proposta de Orçamento para o ano 2010, apresentada aqui pelo Sr. Presidente da Câmara e que, no ver do PSD, o tinha feito demonstrando pouco empenho em tornar essa proposta uma boa proposta para a Cidade. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Aliás, começava a ser cada vez mais perceptível que tinha havido uma intenção estratégica por parte do Sr. Presidente, quer antes da apresentação da proposta do Orçamento, quer no decurso do debate neste Plenário, para criar as condições necessárias que permitissem esconder o que era um mau Orçamento. -------------------- ----- Assim foram as proto-tentativas de um diálogo com a oposição assumidas pelo Dr. António Costa, mas que na verdade não passavam de um jogo de sombras para parecer que era mas não era, porque na verdade a escassa informação enviada apenas servira um objectivo: fazer de conta. ----------------------------------------------------------- ----- Pelo caminho vira-se os Srs. Vereadores a proferir cenários falsos sobre uma virtual impossibilidade em aplicar as suas competências e funções enquanto Membros do Executivo com pelouros atribuídos, devido a um previsível chumbo da proposta de Orçamento. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Também a afirmação de que se pretendia cumprir o Estatuto do Direito de Oposição não era mais do que matéria para fazer de conta, porque de facto, como todos os partidos da oposição afirmaram, esse estatuto fora violado. ---------------------- ----- Com procedimentos muito pouco dignos para com toda a oposição e com uma má proposta de Orçamento para a Cidade, o PSD só tinha uma opção a fazer. No exercício das suas competências, que eram criticar alertando para os erros de que a proposta era portadora, agir em conformidade com as análises produzidas, quer em sede de Câmara, quer na Assembleia Municipal, recusando ser cúmplice de um mau Orçamento para Lisboa. -------------------------------------------------------------------------- ----- Recordava que no debate produzido no dia 30 de Março, por diversas vezes fora solicitado ao Sr. Presidente da Câmara que retirasse a proposta. Temendo a humildade do reconhecimento de uma derrota política, teimosamente quisera levar até ao fim a contenda com a maioria deste órgão, o que resultara no inevitável, a reprovação da proposta de Orçamento. -------------------------------------------------------------------------- ----- O que fizera o Presidente da Câmara perante esse resultado? Tinha começado a trabalhar numa alternativa? Numa nova proposta? Não parecia. Alegremente tornava

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público que este mau Orçamento, ao não ser aprovado, deixava a Câmara com um Orçamento de 2009 ainda pior, sublinhava pior, mas curiosamente da sua inteira responsabilidade. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Tentara a retórica dos bons de um lado e os maus do outro, querendo fazer uma autêntica quadratura do círculo, alegando que o PSD falaria a duas vozes, como se o voto contra em sessão de Câmara fosse diferente do voto contra do PSD aqui no órgão de fiscalização. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- De diferente apenas a postura do Sr. Presidente. Na Câmara Municipal, onde tinha maioria absoluta, confundia com poder absoluto, com o poder do “quero, posso e mando”, enquanto na Assembleia Municipal o Sr. Presidente não tinha o elemento essencial para o seu característico exercício de poder. Aqui podia querer até mandar, mas os lisboetas disseram em eleições que aqui não podia. --------------------------------- ----- Por último entrara na fase da vitimização e resignação. Apontara o dedo à oposição, lamentara o facto dela cumprir as suas funções, que não era o de fazer Orçamentos, mas sim fiscalizá-los, aprová-los se fossem bons para a Cidade e recusá-los se fossem prejudiciais a Lisboa. ------------------------------------------------------------ ----- Que ficasse claro e não se cansava de o repetir sempre que necessário, se Lisboa ainda não tinha um Orçamento para 2010, isso devia-se única e exclusivamente à teimosia do Sr. Presidente da Câmara. --------------------------------------------------------- ----- Da parte do PSD sempre fora postura ser exigente com este terceiro Orçamento da maioria socialista. Antes da discussão aqui em Assembleia quisera-se exercer os direitos de oposição responsável, mas o Sr. Presidente da Câmara recusara corresponder. Neste fórum apresentaram-se as críticas, como deviam ser feitas, segundo aquilo que era obrigação do PSD. Reafirmara que em cada uma das críticas estava implícita uma chamada de atenção para que o Sr. Presidente, responsável do Orçamento, corrigisse a proposta apresentada de modo a torná-la menos penalizante para os lisboetas. Nessa matéria tinham sido absolutamente transparentes. -------------- ----- O PSD considerava que não era apresentado um programa estruturado, que procedesse a uma real redução da despesa corrente da Câmara Municipal de Lisboa, prevendo, ao contrário, o seu incremento em perto de 6%. --------------------------------- ----- O PSD dissera que assentava numa perspectiva irrealista de obtenção de receita de capital proveniente da alienação de património e que, ao promover a sua alienação num contexto económico adverso, corria o risco de a desbaratar e a sua expectativa ficaria seguramente aquém do previsto. ------------------------------------------------------- ----- Nesse terceiro Orçamento, o Executivo de António Costa não esclarecia como pretendia financiar os compromissos fixados nas Grandes Opções do Plano, nomeadamente no que respeitava ao Plano Plurianual de Investimentos. ----------------- ----- Por último, era um Orçamento que retirava às Juntas de Freguesia capacidades financeiras para poderem prosseguir a sua função na Cidade de Lisboa, pois viam diminuídas as transferências por parte da Câmara Municipal no valor de 1,4 milhões de euros. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Chegados a este ponto, o que esperava o Dr. António Costa? Queria ou não queria apresentar uma nova proposta à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal

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que correspondesse de forma efectiva a essas preocupações apresentadas pela oposição? ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Como desde sempre fora a sua posição, o PSD estava disponível para viabilizar um Orçamento que respeitasse os seguintes princípios: credibilidade, eficiência administrativa, reforço da descentralização. Nesse sentido, o PSD apresentava cinco condições que condicionavam a sua posição perante uma nova proposta orçamental: -- ----- Em primeiro lugar, uma actualização do Plano Plurianual de Equilíbrio Financeiro da Câmara Municipal. Urgia fazer uma reavaliação desse Plano já em curso, atendendo ao facto de se ter assistido a algumas situações que configuravam a derrapagem dos objectivos propostos; --------------------------------------------------------- ----- A segunda condição era a apresentação de um plano de reestruturação dos serviços, orgânica e funcionamento da Câmara, que assegurasse uma maior eficácia. Todos sabiam que essa reestruturação decorria de uma obrigatoriedade legal, que definia a sua concretização até ao final do presente ano. Existindo um grupo de trabalho já em funções há largos meses, devia o Executivo Municipal apresentar uma proposta resultante desse estudo, permitindo que se pudesse fazer uma análise atempada das suas implicações na gestão do Município; ------------------------------------ ----- Como terceira condição fundamental, a transparência e valorização da alienação do património municipal. Como sempre afirmara, o PSD não era contra a alienação do património municipal. Tendo em conta o vasto património imobiliário da Câmara Municipal, muito dele ocioso para o Município pela incapacidade em ser recuperado e utilizado, devia ser efectuada uma cuidada análise do que deveria manter-se na esfera municipal e o que poderia ser alienado. O que o PSD não aceitava era o desbaratar do património municipal como recurso de emergência orçamental. A alienação do seu património devia ser presidida por uma estratégia de valorização destinada ao reequilíbrio sustentado das contas da CML. --------------------------------------------------- ----- Sendo competência da Assembleia Municipal autorizar a Câmara a alienar bens imóveis, devia pois o Executivo, na tabela apresentada da alienação de património para 2010, referir expressamente em que fase se encontrava cada um dos processos de alienação indicados, de modo a que se pudesse aferir da razoabilidade dos valores previstos em Orçamento, atendendo a que a taxa de execução nesse âmbito obtida em 2009 fora apenas de 8,7%; ----------------------------------------------------------------------- ----- Em quarto lugar, na nova proposta de Orçamento devia ser evidente a preocupação de contenção efectiva da despesa corrente do Município. O PSD considerava que o Orçamento de 2010 devia aplicar uma estratégia de contenção da despesa. Em 2006 fora possível baixar os ratios das despesas correntes por habitante para valores próximos de 82 euros. A proposta que o PS apresentara, que o PSD tinha recusado, apontava para uma previsão de despesas por habitante de cerca de 115 euros, representando um acréscimo face ao valor anteriormente referido de cerca de 40%. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Se tinha sido possível em 2006, o PSD considerava que era possível fazer o mesmo esforço em 2010, até porque era um sinal que se devia dar ao País de que

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Lisboa não era nenhum oásis cor-de-rosa, mas sim que acompanhava o esforço que todo o País tinha que fazer para cumprir a redução do défice previsto até 2013; -------- ----- A quinta e última condição que o PSD apresentava referia-se ao necessário desenvolvimento do processo de descentralização para as Freguesias. A descentralização de competências nas Juntas de Freguesia vinha sendo um caminho percorrido ao longo dos últimos anos, a Câmara encontrava nas Juntas de Freguesia parceiros na governação da Cidade, sendo que elas representavam a verdadeira realização de uma política de proximidade, com comprovados ganhos de eficiência e vantagens para os munícipes. O PSD não podia aceitar um retrocesso nesse processo. - ----- Na proposta de Orçamento apresentada era clara uma diminuição do valor das transferências do Município para as Juntas de Freguesia, demonstrando de forma clara, no ver do PSD, uma intenção por parte do Sr. Presidente da Câmara em querer condicionar a capacidade interventiva das Juntas, realçando-se a veia centralista do Executivo Municipal socialista. Para o PSD só havia um caminho nesta matéria, o reforço das competências delegadas nas Juntas de Freguesia por parte da Câmara Municipal. Nesse sentido devia o Executivo, numa nova proposta de Orçamento para 2010, inscrever a título de protocolo de transferências para as Freguesias as dotações a definir previstas no Plano Plurianual de Actividades apresentado. ------------------------ ----- Por outro lado, atendendo a que a participação do Município nos impostos do Estado aumentaria cerca de 4% de 2009 para 2010, o PSD considerava que a participação das Freguesias nas receitas municipais devia crescer pelo menos de igual forma. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O PSD assumia as suas responsabilidades perante um único escrutinador, o povo de Lisboa. Para o PSD Lisboa estava primeiro e não abdicaria de ser uma oposição responsável e empenhada na fiscalização do desempenho do Executivo Municipal. Cabia agora ao Sr. Presidente da Câmara, Dr. António Costa, decidir qual o caminho que queria dar à Cidade. ------------------------------------------------------------------------- ----- Da parte do PSD Lisboa já sabia, os maus Orçamentos para Lisboa só podiam ter um fim. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Miguel Coelho (PS), no uso da palavra, disse que se tinha assistido ao PSD tentar explicar o inexplicável, querendo justificar porque é que na semana passada tinha chumbado o Orçamento Municipal, o primeiro deste mandato. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- De facto, era qualquer coisa de inusitado a principal força da oposição, um partido que fazia a alternância do poder, chumbar o primeiro Orçamento de uma força política que acabara de ver reforçada a sua confiança junto do eleitorado, uma vez que quando o PS tinha sido eleito para a Câmara em, 2007, vencera sem maioria absoluta e agora ganhara com maioria absoluta. -------------------------------------------------------- ----- O PSD sentia uma grande dificuldade e percebera que tinha cometido um erro ao ter votado contra o Orçamento sem explicar porque votava contra o Orçamento. De facto o PSD não era um partido qualquer, era um partido da oposição, mas era um partido com responsabilidades de Estado. -----------------------------------------------------

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----- Não sendo de admirar que o PSD tentasse agora justificar o inexplicável, o que mais espantava a todos era que, apesar de tudo, o PSD insistia em trazer aqui à colação argumentos que não eram verdadeiros, argumentos que de facto consubstanciavam uma falsidade política. ----------------------------------------------------- ----- Começando pelas Freguesias, dizia-se que diminuíam as verbas transferidas para as Juntas de Freguesia. Sabiam muito bem que isso não era verdade, ou então não sabiam ler Orçamentos, mas se não sabiam tinham que aprender e não era quem lhes ia explicar. Sabia-se muito bem que não era verdade porque estava bem explícito no Orçamento qual era a verba transferida e onde é que iria a outra verba ser buscada. As verbas a definir provinham da aprovação do saldo de conta/gerência e não havia memória nenhuma nesta Assembleia Municipal que o saldo de conta/gerência não fosse aprovado. Não havia memória, era um pró-forma e, portanto, a Câmara tinha esse plafond financeiro e já o estava a comprometer para as Freguesias. ----------------- ----- Estava-se aqui perante uma situação de absoluta má fá política, de mistificação, de dizer que as verbas diminuíam quando a Câmara dizia precisamente que não e que aumentavam em cerca de 1,7 ou 1,8%. Era a primeira falsidade política com a qual o PSD, desesperadamente, tentava explicar o inexplicável. ----------------------------------- ----- A segunda questão também tinha a haver com a transparência, porque se alguma coisa penalizara o PSD e o tinha feito colocar na situação em que hoje estava era precisamente a matéria de transparência. Se alguma coisa porventura contribuíra para a grande vitória do PS e do Dr. António Costa na Cidade de Lisboa fora precisamente o rigor e a intransigência perante as questões da transparência. Também nessa matéria o PSD ousara ir longe de mais, mas cada um ousava escolher os caminhos que queria.- ----- Terceira mistificação tinha a haver com esse argumento que no PSD agora inventara, que aumentaram as despesas correntes e que no seu tempo, em 2006, elas tinham diminuído. Sabiam porque é que tinham diminuído? Porque o PSD não pagava as contas, a Câmara Municipal não pagava as dívidas e, portanto, se não pagava as dívidas não tinha despesa, se não tinha despesa ela diminuía, mas era uma Câmara caloteira, uma Câmara de má fama, uma Câmara que permitira que fossem à falência algumas dezenas de empresas que tinham obra na Câmara e que tiveram que paralisar por não serem pagas. Era uma Câmara que prejudicara a Cidade, porque as obras, ao serem paralisadas, prejudicavam os cidadãos de Lisboa. ------------------------------------ ----- Era fácil dizer que nessa altura a despesa não aumentava. Pois não aumentava porque não pagavam as contas e quando não se pagava as contas não se fazia despesa, era evidente, mas contraíam dívida. Essa era a terceira mistificação. ---------------------- ----- A intervenção aqui feita não era mais do que o desenvolvimento e a leitura do comunicado difundido pela comunicação social. O que se podia constatar era que o PSD continuava, apesar de tudo, a mostrar uma grande incapacidade em apresentar propostas concretas. O que é que o PSD retirava do Orçamento anterior? O que é que o PSD acrescentava? O PSD continuava a demonstrar aqui uma enorme incapacidade em apresentar propostas concretas. ------------------------------------------------------------- ----- Isso tinha a haver com o próprio comportamento político do PSD na anterior Assembleia Municipal, onde fazendo constar que o sentido de voto dependia da

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intervenção do Sr. Presidente da Câmara, e antes que o Sr. Presidente fosse falar, pediram a palavra para dizer que iam votar contra. Todos se aperceberam que o PSD já sabia ao que vinha, porque era um mandato político que tinha que votar contra. O PSD sabia perfeitamente que esse era o caminho que estava escolhido, mas pretendera fingir que não, que estavam aqui para ouvir quando de facto não quiseram ouvir. ------ ----- O PSD estava confrontado com um grande dilema e teria que optar. Ou se queria assumir, como esperava que assim viesse a acontecer, como uma oposição aguerrida mas responsável e construtiva, que apresentasse propostas concretas e que sabia muito bem que daqui a 3 ou 4 anos todos iam a jogo eleitoral e seriam julgados pelo papel que fizessem neste mandato, ou o PSD queria continuar a ser um partido de “bota-abaixismo”, que o faria confundir com outro tipo de oposição, também legítima, mas sabendo que nunca chegaria ao poder dizia o que queria e fazia o que queria, então isso passaria a confirmar o estilo que vinha assumindo até aqui nestes anos todos. ----- ----- Isso era um problema do PSD, não era o PS que podia resolver esse problema, mas tinha uma grande esperança que o PSD soubesse retornar rapidamente ao seu grande sentido de responsabilidade e soubesse assumir como um partido de Estado que agora estava na oposição e tinha que ter paciência, porque ia estar na oposição durante quatro anos. ------------------------------------------------------------------------------ ----- A Deputada Municipal Lurdes Pinheiro (PCP), Presidente da Junta de Freguesia de Santo Estevão, no uso da palavra, disse que tinham passado 100 anos desde a proclamação do 8 de Março como Dia Internacional da Mulher, na Segunda Conferência Internacional de Mulheres realizada em Agosto de 1910, em Copenhaga, após a proposta de Clara Zeting no contexto das reivindicações do movimento operário e dos movimentos sufragistas. -------------------------------------------------------- ----- Não tinha havido possibilidade de assinalar o centenário nesta Assembleia e fazia-o hoje, para homenagear todas as mulheres que lutaram e ainda lutavam pela igualdade plena. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Clara Zeting, em 1889, escrevera: “A emancipação da mulher significa a completa modificação da sua posição social, uma revolução do seu papel na vida económica.” --------------------------------------------------------------------------------------- ----- As Nações Unidas propuseram como lema para a comemoração de 2010 “Direitos Iguais, Oportunidades Iguais, Progresso Para Todos” e tal facto significava que o tema dos direitos da mulher continuava a ser uma questão de presente e uma componente indissociável da luta mais geral por uma sociedade mais livre, mais justa e mais democrática. ------------------------------------------------------------------------------- ----- Em Portugal, os dados mais recentes sublinhavam que uma reivindicação tão antiga como trabalho igual - salário igual continuava ainda a ser dramaticamente actual para muitos milhares de mulheres. Ao mesmo tempo as mulheres, incluindo aquelas com formação superior, eram as mais atingidas pela crescente precarização das relações de trabalho, as mais visadas pelo desemprego e uma parte muito significativa dos que nessa situação não tinham acesso ao subsídio de desemprego. ---- ----- O Dia Internacional da Mulher era também um símbolo da luta heróica de muitas gerações de mulheres e homens pela liberdade e contra a opressão, pela justiça e

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contra a exploração, pela dignidade das mulheres e contra a humilhação, pela igualdade e contra a discriminação, pela educação e contra o obscurantismo, pela paz e contra a guerra, pela emancipação social e contra a submissão económica e familiar das mulheres. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Os órgãos de poder deviam, por isso, colocar a promoção dos direitos da mulher e a igualdade de direitos e oportunidades como eixo central de uma política orientada para a redução das desigualdades e a promoção de justiça social. ------------------------- ----- Propunha que a Assembleia aprovasse a moção sobre esta matéria. Estariam assim a assinalar o centenário e a afirmar o empenho das eleitas e dos eleitos municipais para que, a esse nível, a igualdade avançasse mais alguns passos.------------ ----- O Deputado Municipal Diogo Moura (CDS-PP), no uso da palavra, disse que o CDS trazia hoje a discussão o estado de degradação em que se encontrava o nº 57 da Rua Alexandre Herculano. O imóvel projectado pelo Arqtº. Miguel Ventura Terra, que era utilizado como seu atelier, fora deixado em testamento às Faculdades de Belas Artes de Lisboa e de Arquitectura do Porto, estando actualmente na propriedade do Estado. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Casa Ventura Terra, pelo seu interesse arquitectónico, cultural e histórico, fora agraciada com o prémio Valmor em 1903 e classificada como imóvel de interesse municipal e posteriormente como imóvel de interesse público. ----------------------------- ----- Actualmente o edifício era habitado e encontrava-se em avançado estado de degradação, com o telhado e persianas podres e com infiltrações, em particular no último andar, anteriormente utilizado como atelier do Arquitecto. ------------------------ ----- Mas esse era apenas um dos muitos imóveis de que o Estado era proprietário na Cidade de Lisboa e que se encontravam, ou em mau estado de degradação, ou simplesmente em ruína, ou devolutos. Se o Estado era exigente com os contribuintes no respeito pela legalidade, deveria então ser o primeiro a dar o exemplo no seu edificado, em conforme com as obrigações legais de conservação e reabilitação. ------- ----- Assim, o CDS pretendia que a Câmara informasse de todas as intervenções efectuadas no imóvel até à data e que mecanismos pretendia accionar para salvaguardar um dos emblemáticos símbolos da Cidade. ----------------------------------- ----- Em relação à moção nº 1, apresentada pelo BE sobre o Mercado de Alcântara, o CDS não poderia estar mais de acordo. O CDS já havia questionado a Câmara da difícil situação em que se encontravam os comerciantes do mercado, que se sentiam descrentes e enganados pela Câmara em relação às promessas aquando da instalação do supermercado LIDL. Mas nada espantava, enquanto a Câmara não decidisse que rumo, que estratégia operacional, comercial e de marketing para os mercados que pretendia ter. Entretanto, como se vira na proposta de Orçamento, ia tomando intervenções avulsas de tapar buracos e a Câmara, em vez de ajudar os comerciantes, aumentava as taxas e a carga fiscal. ------------------------------------------------------------ ----- O CDS apresentava também nesta sessão uma moção relativa ao rocambolesco processo que envolvia os procedimentos do concurso EPUL-Jovem para os empreendimentos da Praça de Entrecampos e Paço do Lumiar. Os referidos empreendimentos, sorteados respectivamente em 2003 e 2005, depararam-se com a

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desistência de muitos dos sorteados face ao atraso sistemático das obras de construção. Assim, a EPUL decidira relançar o concurso para suprir essas desistências, modificando as regras do processo, alterando o habitual e transparente processo de sorteio por atribuição de fogo por hasta pública, favorecendo assim os concorrentes que apresentassem um preço mais alto. ---------------------------------------- ----- O CDS não podia deixar de considerar um atentado ao objectivo principal da empresa o de colocar fogos no mercado habitacional da Capital a preços competitivos e exclusivamente direccionados a jovens. ----------------------------------------------------- ----- Entretanto, o Sr. Vereador Manuel Salgado interpelava a Administração da EPUL, recomendando que as casas fossem arrendadas em vez de vendidas, mas a EPUL adiantara-se a anunciar a retoma do processo por sorteio, facto que o Sr. Vereador não pudera deixar de manifestar aos jornalistas como um incumprimento do acordado com a mesma Administração. ------------------------------------------------------- ----- Mais uma vez a EPUL fazia o que bem entendia, sem dar ouvidos à Câmara e principalmente gerando desacreditação no projecto EPUL-Jovem e um sentimento de impunidade e instabilidade nos concorrentes que durante anos se empenharam para pagar empréstimos e juros. ---------------------------------------------------------------------- ----- Desta forma, o CDS exigia que o Conselho de Administração da EPUL fornecesse à Assembleia toda a documentação relativa ao processo do referido concurso e que a Câmara apresentasse, com carácter de urgência, a situação económico-financeira da empresa e de que forma pretendia intervir perante decisões da empresa contrárias às orientações do Executivo que liderava o Município. ----------- ----- A Assembleia Municipal e os seus eleitos não podiam permitir que essa empresa continuasse a trilhar caminhos que culminariam na especulação imobiliária e uso indevido das fracções. ---------------------------------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal José Casimiro (BE), no uso da palavra, disse que concordando com a generalidade das moções propostas, vinha falar de duas situações na Freguesia de Alcântara: ----------------------------------------------------------------------- ----- A primeira sobre o encerramento da Repartição de Finanças de Alcântara, decidido pelo Ministério das Finanças, que funcionava na Rua dos Lusíadas e transferindo-a para o Alto do Restelo. Com esta medida a Freguesia de Alcântara deixaria de ter no seu espaço geográfico qualquer Repartição de Finanças, penalizando assim milhares de cidadãos da Freguesia em particular, mas também das Freguesias dos Prazeres e Santos-o-Velho. ---------------------------------------------------- ----- No anterior mandato, tanto esta Assembleia Municipal como a Assembleia de Freguesia de Alcântara aprovaram deliberações que contestavam essa medida. Não parecia aceitável que os órgãos eleitos locais fossem afastados de decisões tomadas pelo Poder Central, que envolvessem a vida dos cidadãos da sua Freguesia, como era o caso em apreço. --------------------------------------------------------------------------------- ----- Destacava também que por iniciativa de um grupo de cidadãos fora entregue no Parlamento um abaixo-assinado em forma de petição, que já recolhera na Freguesia mais de 3200 assinaturas que contestavam essa medida. ------------------------------------

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----- Esperava que a Câmara Municipal de Lisboa se empenhasse no acompanhamento dessa situação, apoiando junto do Ministro das Finanças a vontade dos alcantarenses em relação à continuação em funcionamento do 6º Bairro Fiscal na Freguesia de Alcântara, para bem dos seus moradores, dos de Prazeres e de Santos-o-Velho. -------- ----- A segunda questão que levantava era em relação ao Mercado de Alcântara, que fora recentemente alvo de profundas obras que levaram à reestruturação de todo o edifício e à construção de um supermercado LIDL. Como era do domínio público, todas as obras foram pagas pelo LIDL. -------------------------------------------------------- ----- De modo a responder às novas exigências, à necessidade de modernização e de acordo com as sugestões dos técnicos da CML, a generalidade dos comerciantes adquirira novos equipamentos e realizara investimentos avultados, numa tentativa assumida de contrariar a diminuição de vendas no mercado, facto que se verificava há anos. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- O LIDL obtivera o espaço e depois de ter ganho o concurso público promovido pela CML, no qual constava que produtos concorrenciais aos do mercado só poderiam ficar disponíveis para a venda após o fecho desse, após as 14 horas. Posteriormente entendera a CML que o Mercado de Alcântara passaria a responder ao novo conceito de mercado municipal, impondo aos comerciantes um novo horário de funcionamento, das 7 às 20. Paralelamente, confrontara os responsáveis do LIDL com essa nova realidade, na expectativa de assegurar que aqueles que aceitassem prescindir da venda de produtos concorrenciais depois das 14 horas, tal como tinha sido estabelecido entre as partes. Tal condição não fora aceite, justificando-se essa recusa com o argumento de que a CML estaria a alterar as regras do contrato. ---------------------------------------- ----- O supermercado LIDL tinha sido inaugurado no dia 18 de Fevereiro, vendendo os produtos concorrenciais apenas depois das 14 horas. Esse facto, associado a uma intenção declarada da CML em actualizar as rendas dos comerciantes, em alguns casos com valores quatro vezes superiores, tinha vindo a fomentar um descontentamento generalizado e irregular do cumprimento do novo horário pela clara maioria dos comerciantes, pelo que vinha propor que a CML, até ao final de 2011, não procedesse a qualquer agravamento das mensalidades e que as actualizações viessem a ser feitas de forma faseada entre 2012 e 2014, permitindo a avaliação do impacto desse novo conceito de mercado municipal. -------------------------------------------------- ----- Que a CML tomasse medidas possíveis de negociação com o supermercado LIDL, afim de poder garantir que essa concorrência fosse evitada. A médio prazo, a conjugação dos factores podia ditar a falência de vários comerciantes e, a curto prazo, podia revelar-se injustificada a imposição de novos horários. ------------------------------ ----- Que a CML colocasse a sinalética capaz de evidenciar o mercado e o seu funcionamento a par do LIDL. ------------------------------------------------------------------ ----- Por último, que o Executivo da Junta e da Câmara Municipal de Lisboa coordenassem diligenciar junto da Carris para que essa recolocasse a paragem dos transportes públicos na Rua Leão Oliveira, preferencialmente junto do mercado. ------- ----- Eram medidas fundamentais na dinamização do mercado, determinantes para as pessoas e para os comerciantes. -----------------------------------------------------------------

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----- O Deputado Municipal Gonçalo da Câmara Pereira (PPM), no uso da palavra, disse que se aproximavam as comemorações dos 36 anos do 25 de Abril. A maioria dos grupos parlamentares aqui representados apresentava saudações relativas a essas comemorações e o PPM, como partido democrata que era, não podia deixar passar essa data em branco e aproveitava para expressar a sua opinião sobre esse acontecimento tão importante para o Portugal contemporâneo. ---------------------------- ----- O 25 de Abril mais não fizera do que repor a liberdade, a democracia e o regime parlamentar vigente à data do 5 de Outubro de 1910. Sem o 25 de Abril não teria existido o direito à liberdade de discussão que permitisse aos monárquicos escrever e dizer o que pensavam. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Por vezes, correntes de opinião deturpadas tendiam a associar o fascismo à monarquia e a Revolução do 25 de Abril como um exclusivo comunista. No entanto, lembrava que diversos vultos da monarquia portuguesa foram activos defensores da liberdade e colaboraram com os perseguidos pelo regime. ---------------------------------- ----- O PPM, Partido Popular Monárquico, era um filho do 25 de Abril mas fora criado a 23 de Maio de 1974 por proposta do Conselho Nacional da Convergência Monárquica. Agrupara o Movimento Monárquico Popular, a Liga Popular Monárquica, a Renovação Portuguesa, a Juventude Monárquica Revolucionária, o Grupo Monárquico de Acção Universitária e o Grupo Monárquico do Ensino Secundário. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Era com orgulho que o PPM tinha como fundadores destacados amantes da liberdade, como por exemplo João Camossa, que, falecido recentemente, fora um notável combatente anti-fascista e militante anti-salazarista e anti-marcelista. Fora várias vezes interrogado, perseguido e torturado pela PIDE. Depois do 25 de Abril fora representante do PPM nesta Assembleia Municipal e pertencera aos serviços de apoio jurídico da Assembleia da República durante o período da Aliança Democrática. ----- Sendo assim, vinha o PPM apoiar a saudação apresentada pelo Grupo Municipal “Os Verdes”, que no fundo mais não eram do que a expressão da interligação que existira sempre entre o PPM e o PCP, fruto de vários anos de luta anti-fascista e pelos ideais ecologistas. “Os Verdes” eram um pouco um produto do primeiro partido ecologista português, que era o PPM. ---------------------------------------------------------- ----- Na senda das conquistas de Abril, o PPM promovia uma petição pública para que finalmente se pudesse repor uma das promessas do regime iniciado em 25 de Abril de 1974, na qual pedia para todos os verdadeiros democratas aderirem e mudarem a expressão “forma de governo republicano” para “forma democrática de governo”, como actualmente estava no artº. 288, alínea b) da Constituição de 1975. ---------------- ----- O Deputado Municipal John Rosas (MPT), no uso da palavra, disse que o Grupo Municipal do MPT apresentava a Recomendação nº 8 devido ao facto da situação das Avenidas Novas continuar sem resolução. Um dos eixos principais da Cidade, desde a Alameda D. Afonso Henriques até à Rua Marquês da Fronteira, continuava praticamente inutilizável. ----------------------------------------------------------

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----- Essa situação continuava há mais de 8 anos, apesar do prolongamento da linha vermelha do metropolitano entre as estações Alameda e São Sebastião já estar concluída desde o passado mês de Agosto. ---------------------------------------------------- ----- A Câmara, na altura, assegurara que existia um plano de intervenção para a Av. Duque de Ávila, informara que iria criar espaços de lazer e convívio e uma zona pedonal entre a Alameda D. Afonso Henriques e a Av. Marquês Sá da Bandeira. Informara também que iria replantar todas as árvores arrancadas do eixo central da Av. Duque de Ávila, entre a Av. Defensores de Chaves e a Av. da República. Continuava-se à espera. -------------------------------------------------------------------------- ----- Os moradores dessas zonas continuavam sem lugares de estacionamento perto de casa, os comerciantes que ainda não faliram continuavam sem clientes. ------------------ ----- Havia uma geração de alunos do Técnico que não sabia o que era conseguir ver a Fonte Luminosa a partir da Av. Manuel da Maia. -------------------------------------------- ----- Agora, quando questionado, o Vereador da Mobilidade, Nunes da Silva, informava que o plano envolvente estava em fase de apreciação. Perguntava-lhe como é que isso era possível. Supostamente, as obras de requalificação deveriam ter começado logo no passado dia 29 de Agosto. ------------------------------------------------- ----- Perguntava ao Vereador até quando é que os lisboetas teriam que continuar à espera, qual era a data prevista para o início das obras, como é que iriam ser as obras, qual seria o aspecto final desse eixo. ----------------------------------------------------------- ----- Ao Vereador do Ambiente perguntava quando é que iria replantar as árvores, se as fosse replantar, especialmente dada a sua propensão de abater árvores pela Cidade toda. ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- As Avenidas Novas eram uma parte emblemática da história da expansão da Cidade e eram especialmente lindas. Estava farto de ver os vestígios de obras já há muito tempo concluídas. ------------------------------------------------------------------------- ----- Quando fazia obras em casa costumava limpar e arrumar, para que pudesse desfrutar daquilo que fazia. Não seria a altura também de arrumar e limpar as Avenidas Novas para que pudessem todos desfrutar da sua beleza? ----------------------- ----- A Deputada Municipal Cláudia Madeira (PEV), no uso da palavra, disse que “Os Verdes” apresentavam hoje a esta Assembleia uma recomendação sobre a Associação Ginásio Ópera e uma saudação ao 25 de Abril e ao 1º de Maio. ------------- ----- A recomendação sobre a Associação Ginásio Ópera referia-se a uma instituição sem fins lucrativos, fundada no ano de 2001 e reconhecida pelo Ministério da Cultura como sendo de relevante interesse cultural. Criada por um conjunto de pessoas com ligação à vida artística e cultural, procurava combater o esvaziamento da vida artística no nosso País, e promovia o estudo, o ensino e a divulgação da ópera e de outras áreas como o jazz, a literatura e o cinema, pretendendo desenvolver a interdisciplinaridade artística, uma vez que a ópera tinha a particularidade de aclamar a si todas as artes. ---- ----- O Ginásio Ópera tinha igualmente como prioridades criar novos espaços onde os artistas portugueses, com especial relevo os jovens, pudessem actuar, e criar novos públicos para a arte da ópera, aproximando, assim, a ópera das camadas mais jovens. -

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----- A Associação procurava colmatar uma grande dificuldade que os alunos de música encontravam em Portugal que era o facto de, após concluírem a sua formação, não haver uma instância vocacionada para a profissionalização e internacionalização. - ----- Não podia deixar de referir que estava instalada uma crise no sector do teatro musical e do canto lírico, e que os cantores, por muito talento que tivessem, não tinham um espaço onde pudessem actuar com regularidade, o que representava grandes obstáculos às suas carreiras, juntando-se-lhes outras profissões que também se deparavam com dificuldades como os encenadores, maestros, bailarinos, etc. -------- ----- A essa instituição cultural que vinha mantendo uma vasta e rica programação e que apresentava inúmeros projectos futuros, alguns inéditos, tal como se pudera constatar, pela intervenção feita há momentos pelo representante dessa associação, era-lhe conferido um perfil singular na intervenção cultural em Portugal. ---------------- ----- O facto de não possuir uma sede física onde pudesse fazer reuniões, conferências, guardar devidamente os equipamentos e onde os cantores pudessem ensaiar – factores importantíssimos tendo em conta a sua actividade – dificultava o funcionamento dessa Associação e a concretização dos seus projectos. -------------------------------------------- ----- Considerando, finalmente, que a Câmara Municipal de Lisboa se comprometera a desenvolver uma política cultural tendo como objectivo a criação de condições para que a produção e fruição cultural acontecesse em toda a sua diversidade, reconhecendo a importância incontornável que a cultura assumia na vida e no desenvolvimento da Cidade. -------------------------------------------------------------------- ----- Por essas razões, “Os Verdes” recomendavam que a autarquia cooperasse com a Associação Ginásio Ópera no sentido de trabalharem em conjunto para se encontrar a melhor solução para essa situação, sabendo que a vida cultural de Lisboa e do País só teria a beneficiar. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Finalmente, com a Saudação apresentada “Os Verdes” pretendiam associar-se e congratular-se com as comemorações do 25 de Abril e do 1º de Maio, e do que estas datas representavam, apelando à participação nesses dias comemorativos. --------------- ----- Votariam também favoravelmente os restantes documentos alusivos a essas comemorações. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- O Deputado Municipal Filipe Lopes (IND.-PS), no uso da palavra, disse que, dado o estatuto de Deputados Independentes, tinham pouco tempo para apresentar o trabalho que consistia em duas moções e três recomendações que já foram reduzidas para duas. Tinha sido retirada a Recomendação nº 4, sobre a Carta Estratégica. --------- ----- A Moção nº 8 tratava de operacionalizar a reabilitação urbana. Algumas das moções tinham sido feitas antes da votação na última reunião e, portanto, havia uma falta de contextualização da Moção nº 8 e, para ela não ficar “manca” do ponto de vista da realidade, pedia autorização para alterar na parte final, que era uma observação que fora feita recentemente. No ponto 3.1 da deliberação dizia-se”obter do Governo as seguintes alterações ao Decreto-Lei 307/2009…”, depois tinham relacionado isso com ideias que estavam nas Grandes Opções do Plano. Como elas não foram aprovadas, dado que o Orçamento também não fora aprovado, retirava-se essa parte do ponto 3.1. --------------------------------------------------------------------------

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----- O sentido da moção era que, dada a importância reconhecida da reabilitação urbana, tentar-se fazer aproveitar da experiência de 10 anos de reabilitação urbana, porque o Decreto-Lei actual, 307/2009, enquadrava essa actividade como se tudo fosse previsível na reabilitação urbana. Isso não era assim e quem tinha experiência de reabilitação urbana sabia que não era assim. Portanto, para que a reabilitação urbana tivesse sucesso, devia dar resposta às necessidades reais da Cidade, que eram criar ou melhorar a habitação das populações que viviam nesse património imobiliário em mau estado. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Por outro lado, grande parte desses edifícios tinha estruturas de madeira, que tinham necessidade de ser revistas e estudadas. Eram bons elementos para resistência aos sismos, no entanto, tinham que ter estudos próprios. ------------------------------------ ----- A flexibilização do Decreto-Lei 307/2009, não ia ler porque eram coisas bastante técnicas, no entanto, a moção tinha em vista conseguir obter alterações. ----------------- ----- Quanto à Moção nº 9, também tinha alterações no sentido de simplificar e até de harmonizar mais com o pedido que fora feito pelo Prof. António Brotas nas intervenções do público, que era essencialmente promover uma reflexão sobre as grandes infra-estruturas de transporte que condicionavam a Cidade e que necessitavam de ser debatidas. Vinham sendo debatidas em vários círculos profissionais de especialistas, mas não atingiam o sector mais politizado e, portanto, as decisões mereciam e deveriam ser mais ponderadas. ------------------------------------- ----- As alterações eram na parte já deliberativa, “promover uma deliberação sobre estes temas que permita manifestar ao Governo uma posição da Câmara e se possível da Área Metropolitana em relação às soluções que melhor sirvam o País, a Cidade e a Região”. Suprimir os pontos 2 e 3, por serem inúteis nesse contexto. --------------------- ----- A Recomendação nº 4 tinha sido retirada porque seria tratada quando fosse apreciada a Carta Estratégica. Simplesmente, correspondia à colaboração nesse ponto, um documento importante, que não puderam dar porque não estavam nas comissões. Essa recomendação iria aparecer na altura própria. ------------------------------------------ ----- As outras eram preocupações pontuais, uma relativa ao antigo Paço do Lumiar, que tinha que ser preservado como património e também o seu grande jardim, que era um espaço verde importante, juntamente com o pequeno palácio estavam muito abandonados. Na recomendação nº 6 eram os jardins do Palácio Mendonça, que estavam no centro da Cidade e que necessitavam de ser preservados. --------------------- ----- O Deputado Municipal Magalhães Pereira (PSD), Presidente da Junta de Freguesia dos Prazeres, no uso da palavra, disse que o assunto era relativo ao Programa Praia-Campo Infância que se iria iniciar em Julho próximo. Não era areia para os olhos, era caso concreto e era isso que se tinha que tratar aqui nesta Assembleia, de casos concretos. ---------------------------------------------------------------- ----- Permitissem que transmitisse a grande preocupação que suscitava às Juntas de Freguesia as normas técnicas recentemente emitidas para o Programa Praia-Campo. Era um programa com um grande alcance social e cuja execução sempre se pautara por muito cuidadosa regulamentação, tendo sempre em vista e sobretudo a segurança das crianças. ---------------------------------------------------------------------------------------

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----- Progressivamente, porém, a Câmara tinha vindo a transferir para as Juntas de Freguesia a responsabilidade de todas as acções técnicas e logísticas, ao ponto de já no ano passado nem sequer contratar os seguros, atirando para as Juntas o respectivo processo burocrático. Talvez com fundamento em credibilidade financeira, não se sabia, o facto era que assim tinha sido. -------------------------------------------------------- ----- Esse programa fora concebido e obedecera sempre a um rígido princípio de equidade social. Não segregava a origem das crianças e adoptava, isso era muito importante, a gratuitidade total. ----------------------------------------------------------------- ----- Nem sequer era permitida a existência de uma pequena taxa de fidelização, que poderia ser utilizada pela Junta para equilibrar as custas nos programas lúdicos e culturais de qualidade promovidos durante a tarde e para os quais a Câmara nunca contribuíra com um cêntimo que fosse e eram muito caros. Vissem os preços, por exemplo, do Jardim Zoológico e verificariam o preço que tal coisa custava. Para a Câmara, aparentemente, podia servir que as crianças fossem durante a tarde postas num pinhal qualquer gratuito. Programas atractivos com carácter pedagógico, a Junta que os fizesse. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Agora pretendia-se cobrar às crianças, sob o extraordinário critério do escalão do apoio à família, verbas muito relevantes para as bolsas de famílias que eram carentes, com dificuldades económicas e sociais, que chegavam aos 50 euros, aparentemente apenas para poupar alguns cobres à Câmara Municipal. Que a Câmara precisava de poupar, parecia óbvio a toda a gente, mas que o fizesse à custa das famílias, à custa da única capacidade das crianças fazerem férias e gozarem o sol em segurança, num programa que a Câmara criara, era totalmente insuportável. -------------------------------- ----- Mas ainda se pretendia mais, pretendia-se que as Juntas servissem de “cobradores de fraque” à Câmara e também de fiscais da regularidade da documentação familiar, com recolha, organização e envio de cópias à Câmara. Lamentava, mas as Juntas de Freguesia não tinham vocação para cobradores da Câmara e muito menos para colocar dificuldades às crianças que sonhavam com essas férias o ano todo. ---------------------- ----- Mas o despautério ainda não tinha acabado. Não sabia se por imposição legal ou por outra qualquer razão, o facto era que haveria que submeter a execução desse programa à supervisão da ASAE. Estava-se mesmo a ver os fiscais da ASAE a surpreender as crianças na praia, calcorreando as areias e abrindo as lancheiras abruptamente para assegurar a pureza organolética dos produtos que lá estavam dentro. Ainda ia algum preso porque o sombreiro era contrafeito. ------------------------- ----- Se era assim, então a Câmara que fizesse o programa, que ficasse com esse odioso e já não precisaria de exigir às Juntas que dissessem alto e bom som que era um programa originário da Câmara. ------------------------------------------------------------ ----- Não podia falar por todos os Presidentes de Junta, como era evidente, mas falava por aqueles que se dedicavam ao bem-estar e à felicidade das crianças das suas Freguesias e tinha a certeza que eram todos. -------------------------------------------------- ----- Pedia à Sra. Presidente da Assembleia que usasse a sua influência e grande prestígio pessoal para alterar esse estado de coisas. ------------------------------------------

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----- O Deputado Municipal Diogo Leão (PS), no uso da palavra, disse que o PS apresentava a Moção nº 11, de que muito se orgulhava, saudando a Revolução de Abril, cuja data comemorativa se aproximava. ----------------------------------------------- ----- O PS considerava que todos os democratas deviam estar unidos em torno dos ideais, princípios e valores que nasceram no 25 de Abril de 1974, valores como a tolerância, a liberdade de opinião, a liberdade de reunião, a liberdade de pensamento, o direito à pluralidade no campo das acções e opções políticas, que deviam ser hoje recordados de forma particular, para que nunca voltassem a ser postos em causa, como foram durante os 48 anos de regime autoritário em Portugal. ----------------------- ----- O PS queria saudar os capitães de Abril e os militares do MFA, obreiros da intervenção militar que instaurara a democracia. Queria assinalar a coragem do povo português que em Lisboa e no resto do País viera para a rua manifestando o direito e o amor à liberdade. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- O PS apelava a que todos participassem nas múltiplas comemorações, de várias ordens, que exaltavam os valores e partilhavam uma vez mais os ideais de Abril, em especial a marcha que iria ocorrer no dia 25 de Abril em Lisboa, na Av. da Liberdade. ----- Vinha também aqui explicitar a posição do PS face à Moção nº 7 do PCP, em que votaria contra os pontos 3 e 4. Essa moção traçava uma série de críticas nesses pontos específicos, como a falta de uma política de juventude no Município de Lisboa, uma falta de apoio ao movimento associativo na Cidade. ----------------------------------------- ----- A política de juventude da Câmara Municipal para este ano já tinha sido anunciada em muitos pontos. Por exemplo, o lançamento do Programa Orquestra Geração, programa de orquestras sinfónicas, que também tentava construir um projecto de desenvolvimento de competências sociais; o lançamento do Programa Sol Maior, que iria iniciar-se em Maio nas piscinas da Ameixoeira e do Oriente, sendo em Setembro também transposto para o espaço da juventude no Bairro do Armador; o concurso municipal de Lisboa “A Letra”, que seria relançado a seguir às férias de Verão e promovido pela Câmara Municipal; a participação e o apoio à Futurália, a Feira do Emprego, Educação e Juventude que decorrera em Março e fora um compromisso estabelecido que tinha sido cumprido. ---------------------------------------- ----- Também a nível dos espaços de juventude esta Câmara tinha intenção de levar a bom porto um velho projecto, de abrir no Caleidoscópio conjuntamente com as associações, com gestores, com parceiros, um grande centro de juventude, mantendo-se outros centros de juventude que estavam já activos na Cidade. ------------------------- ----- Em relação ao Dia do Estudante, que era também uma das datas visadas e onde se sugeria que tinha falhado algum tipo de comemoração, no dia 24 tinha havido nos Paços do Concelho uma cerimónia com estudantes “Erasmus” para os receber na Cidade de Lisboa e, mais do que isso, apresentara-se e distribuíra-se o Guia do Estudante para todos os estudantes da Cidade de Lisboa, independentemente das idades e das formações. Esse guia fora criado em formato bilingue e com certeza seria um instrumento mais do que útil, que estaria online nos próximos dias e estava disponível na sua versão em papel para todas as associações de estudantes e outras associações juvenis que o quisessem requerer para disponibilizar aos seus associados. -

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----- A falta de contacto com o movimento estudantis e juvenil também era visada e sobre isso podia dizer, até porque fora dirigente associativo do Ensino Superior até há pouco tempo, que a Câmara sempre recebera os dirigentes associativos, continuava a receber e muitas associações académicas eram apoiadas através de meios maioritariamente técnicos e logísticos. Sabiam todos a crise que atravessava o País e que também limitava, obviamente, a instância municipal, mas os dirigentes associativos vinham estando em diálogo com a Câmara Municipal. ----------------------- ----- Essas críticas eram infundadas, de forma que o PS votaria contra os pontos 3 e 4 da moção. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- O Deputado Municipal Modesto Navarro (PCP), no uso da palavra, disse que o PCP apresentava nesta sessão, para além do voto de pesar sobre Dagoberto Markl, uma grande figura da intelectualidade portuguesa, moções sobre o 25 de Abril e o 1º de Maio, a comemoração do Dia Internacional da Mulher, uma moção pelos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras do Município de Lisboa, uma moção de saudação à greve e ao comportamento dos trabalhadores do Hotel Tivoli, ao Dia Nacional da Juventude e uma recomendação sobre os mercados da Freguesia de Santa Maria dos Olivais. -------------------------------------------------------------------------------- ----- O PCP defendia que a Câmara interviesse no sentido da manutenção dos mercados de Encarnação-Norte, Encarnação-Sul, célula B Cidade de Lourenço Marques e célula E Almada Negreiros. Para além disso, que tomasse medidas de protecção e segurança dos pequenos comerciantes desses mercados, principalmente os da célula B Cidade de Lourenço Marque e célula E Almada Negreiros. ------------------ ----- Gostava de falar também da questão do Mercado de Alcântara. As obras realizadas no Mercado de Alcântara foram para melhorar as condições e instalar o supermercado LIDL, dentro de determinadas condições e não prejudicando os comerciantes do mercado, respeitando condições de venda dos produtos frescos só quando o mercado estivesse encerrado. Ao mesmo tempo, as taxas camarárias só levariam aumentos dois anos após a reabertura do mercado, ou seja, a partir de 2013, faseadamente e avaliando o desenvolvimento dos resultados ao longo desse período, tendo em conta que as ditas obras e a instalação do LIDL tinham também como objectivo revitalizar o mercado, aumentar a frequência de utentes e melhorar as condições de utilização aos moradores de Alcântara. ---------------------------------------- ----- A anterior Junta de Freguesia, de maioria CDU, apoiara as justas reivindicações dos comerciantes que foram acordadas com a Câmara de Lisboa e o LIDL. Estranhamente, a Câmara de Lisboa contactara agora os comerciantes, avisando que as referidas taxas iriam entrar em vigor 6 meses após a reabertura do mercado, com aumentos que rondavam mais de três vezes as rendas que pagavam actualmente. Por outro lado, a Câmara não intervinha no não cumprimento do acordado quanto aos horários de venda dos produtos hortícolas no LIDL, que não estava a ser respeitado. -- ----- Ia ler a cláusula 13ª da proposta aprovada em Câmara e que dizia o seguinte: ----- ----- “No espaço concessionado não poderão ser comercializados os produtos frescos tradicionais dos mercados municipais, peixe, carne e horto-fruticulturas, exceptuando fora do horário de funcionamento do mercado.” ---------------------------------------------

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----- Ora, isso não estava efectivamente a ser cumprido, como já aqui fora dito. -------- ----- O PCP queria aqui manifestar aos comerciantes do Mercado de Alcântara toda a sua solidariedade e todo o apoio para que a Câmara revisse as posições que estava a tomar, o aumento gravoso de taxas e a sua aplicação, seguindo aquilo que efectivamente fora acordado. -------------------------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Mesquita Nunes (CDS-PP), no uso da palavra, disse que iria intervir de forma muito sintética, até porque a Ordem de Trabalhos para hoje e o Regulamento de Taxas mereciam a maior atenção. -------------------------------------- ----- Quanto à recomendação sobre a Fundação José Saramago, tentara-se que ela fosse o mais objectiva possível, para que fossem melhor entendidas do que pelos vistos vinham sendo as questões relativamente aos apoios concedidos a essa Fundação. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Fazia aqui quatro perguntas à CML, que ainda não estavam respondidas: ---------- ----- Por que razão o valor do projecto de remodelação da Casa dos Bicos passara para 2,2 milhões de euros? ---------------------------------------------------------------------------- ----- Por que razão fora dispensado o lançamento do concurso público? ------------------ ----- Por que razão não fora apresentado à CML o plano de actividades a desenvolver por essa Fundação, bem como quais os recursos financeiros dessa instituição para suportar os custos de manutenção e gestão da Casa dos Bicos? ---------------------------- ----- Tendo em conta o estatuto da Casa dos Bicos como monumento nacional, o que é que se passava com a ausência de pareceres do Instituto Português do Património Arquitectónico, bem como do IGESPAR? ---------------------------------------------------- ----- Eram perguntas muito concretas e objectivas, que não colocavam sequer em causa a Fundação que recebia esses apoios. Gostava que a Câmara pudesse responder. ----- Depois, porque a Moção nº 10 apresentada pelo PS era uma saudação ao acordo entre o Presidente da Câmara de Lisboa e do Porto relativamente ao “Red Bull”, chamado de “querelas que provocam ruído de fundo” a tudo aquilo que fora dito nesta Assembleia sobre esse evento e porque fora o CDS que mais trouxera esse evento e as recomendações à Assembleia Municipal de Lisboa, gostava de dizer o seguinte: ------- ----- Aquilo que essa moção pretendia era trazer uma nova verdade para os factos que ocorreram e que eram do conhecimento geral. Em primeiro lugar havia uma deliberação da CML, ou afirmações e declarações do Presidente da CML, que afirmara um acordo igual ao acordo celebrado no Porto. Vira-se depois que a coisa não era assim, que as Câmaras de Gaia e do Porto pagavam 800 mil euros e a de Lisboa pagaria 3 milhões. ------------------------------------------------------------------------ ----- Depois vira-se que as despesas no Porto com bombeiros, ambulâncias, segurança pública e privada eram às custas da organização e que em Lisboa não eram. ------------ ----- Vira-se depois que havia já contratos assinados com a Associação de Turismo de Lisboa sem que a CML fosse tida ou achada. ------------------------------------------------- ----- Depois viera-se a saber que nem sequer havia autorização para que o percurso pudesse ter lugar no sítio em que era suposto que ele tivesse lugar. ----------------------- ----- Aquilo que tinha acontecido nesse acordo que era saudado pelo PS, entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Câmara Municipal do Porto, era apenas o culminar

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de mais umas trapalhadas relativamente a esse procedimento e que por fim, de certa forma ocorria uma ironia, a recomendação aprovada por esta Assembleia de que este evento não tivesse lugar em Lisboa durante este ano, acabava por ter sido concretizada com este acordo. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- A Deputada Municipal Aline Hall (PPM), no uso da palavra, disse que a polémica sobre as obras da Fundação José Saramago era, infelizmente para o prestígio internacional do único português Prémio Nobel da Literatura, o que o PPM classificava de perfeito exemplo de gestão pouco transparente da coisa pública. Um processo que rigor não tivera nenhum. --------------------------------------------------------- ----- Propunha-se a utilização de um monumento nacional sem ter autorização, dispensando concurso público. Deixava chegar as obras a um valor astronómico, o que era demonstrativo de um esbanjamento de dinheiro sem qualquer estudo prévio numa época de crise indiscutível e o bem público, neste caso um edifício da Câmara, não podia ser tratado como se fosse um bem privado do Sr. Presidente da Câmara. ---- ----- Havia todo um conjunto de procedimentos que deviam ser cumpridos e não foram. Se essas irregularidades provinham da própria Câmara, que moral teria a mesma de exigir taxas, concursos públicos e rigor quando tivesse que tratar de assuntos dos munícipes? Era esse o exemplo que se devia seguir? Se a própria Câmara não cumpria os propósitos legais, que moral teria ela para exigir fosse o que fosse dos seus concidadãos? -------------------------------------------------------------------------------- ----- Era essa a forma republicana de governo? Era assim que queriam construir a Lisboa Capital da República, como afirmavam na Carta Estratégica? Era essa a forma que encontraram para dignificar o trabalho da República? ---------------------------------- ----- Não se estava aqui a discutir nem a colocar em causa a excelência do escritor e a importância da sua obra. Aliás, era exactamente pela admiração e reconhecimento pela sua figura que achava ser José Saramago merecedor de um local com maior dignidade, demonstrativo do seu estatuto e desprovido de irregularidades, ilegalidades e polémicas. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Essa polémica já extravasara o limite do razoável. Não ia referir o espanto que lhe causara ver uma espanhola à frente do projecto da Fundação, era uma escolha do próprio autor e era coerente, já que afirmara que Portugal, mais cedo ou mais tarde, seria uma província espanhola. Pilar era sua representante, tudo bem, Dona Teresa, mãe de D. Afonso Henriques era leonesa. ----------------------------------------------------- ----- Referia-se sim ao espanto causado pelas considerações negativas às dúvidas que se levantaram. A jornalista espanhola Pilar Del Rio classificava essa polémica de rasca, absurda e estúpida. Seria rasca querer saber como é que uma obra, cuja previsão inicial não chegava aos 600 mil euros, passava como que por artes de magia, para 2.2 milhões de euros? Já agora, seria que ia ficar por aí? ---------------------------------------- ----- Seria absurdo querer-se saber porque não tinha havido concurso público, ou porque não existia uma autorização do IGESPAR? ------------------------------------------ ----- Seria estúpido mostrar preocupação sobre quais os recursos financeiros da instituição para suportar custos na manutenção e gestão da Casa dos Bicos? ------------

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----- Como viam, a Fundação José Saramago era algo que já nascia torto, mas por culpa de quem? ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Apesar de Saramago não ser monárquico, o PPM sabia ver para além disso e não o ia excomungar, qual Baltazar no seio da sociedade “alfacinha”. Queria sim que Lisboa, como Capital de Portugal, tivesse uma fundação com o nome do único português Prémio Nobel da Literatura. -------------------------------------------------------- ----- Sugeria a zona do Chiado. Afinal, fora o próprio Saramago que tinha dado essa ideia ao escrever o seguinte na sua obra de 1984, “O Ano da Morte de Ricardo Reis”: ----- "Parece isto obra do destino, que tendo Ricardo Reis procurado tão insistentemente e de tão longe, veio a encontrar, já na quarta-feira, um porto de abrigo, por assim dizer, mesmo ao pé da porta, no Camões, e com tanta fortuna que se achou instalado em gabinete com janela para a praça, é certo que se vê D'Artagnan de costas, mas as transmissões estão asseguradas, os recados garantidos, do que logo fez demonstração um pombo voando da sacada para a cabeça do vate, provavelmente foi-lhe segredar ao ouvido, com malícia columbina, que tinha ali atrás um concorrente, mente, como a sua, às musas dada, porém, braço não mais do que às seringas feito, a Ricardo Reis pareceu que Luís de Camões encolhera os ombros, nem era o caso para menos" --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Também o PPM aqui dizia que nem era o caso para menos. Por isso votava a favor desta recomendação. ----------------------------------------------------------------------- ----- A Deputada Municipal Deolinda Machado (PCP), Segunda Secretária da Mesa da Assembleia, no uso da palavra, começou por saudar todos e todas as trabalhadoras da Cidade e do País, para convidar a que pudessem participar naquilo que eram as comemorações do 25 de Abril, que trouxera a liberdade e a democracia, o direito de estarem aqui a falar em liberdade, os direitos sindicais, o direito por uma vida digna e de a poderem afirmar no quotidiano. ------------------------------------------- ----- Convidava a engrossar as fileiras das comemorações que se iriam fazer por todo o País, na Cidade de Lisboa em particular, e saudar o respeito pelos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras do Município de Lisboa, saudar a sua luta por aquilo que fizeram e continuavam a fazer, porque estavam concretamente a reivindicar a actualização do subsídio de penosidade, a insalubridade, o risco, que não era actualizado desde 2003. Essas e esses trabalhadores mereciam. --------------------------- ----- Era por eles que continuavam a lutar e também os trabalhadores da EMEL mereciam, tal como aqui colocaram as questões, e os trabalhadores dos hotéis Tivoli, que também eram públicas as suas lutas. ------------------------------------------------------ ----- Eram esses trabalhadores e todos os outros que continuavam a lutar pelos seus direitos, pela dignidade de uma vida e que queria continuar a partilhar. ------------------ ----- O Deputado Municipal António Prôa (PSD) disse que há pouco, deliberadamente, entendera intervir após a intervenção do PS relativamente ao conjunto de questões colocadas quanto ao Orçamento, porque a postura que o PSD quisera trazer aqui hoje fora a de se distanciar dessa discussão que não parecia nesta altura ser construtiva. -----------------------------------------------------------------------------

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----- O que presidira à intervenção do PSD era a preocupação no sentido de contribuir para que a Cidade, caso fosse essa a vontade da Câmara Municipal, pudesse ter um Orçamento aprovado em 2010 e fora nessa estrita medida que fizera a sua intervenção. Achava que era essa a atitude correcta, depois de se terem enunciado as objecções na última reunião, hoje enunciar de forma clara, inequívoca, quais eram as condições para a viabilização do Orçamento, se assim fosse vontade do Sr. Presidente da Câmara. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Estava neste momento nas mãos do Sr. Presidente da Câmara e do Executivo decidir se queria ou não contar com a opinião do maior partido da oposição aqui presente para ter um Orçamento viabilizado. Cabia essa resposta ao Sr. Presidente da Câmara, era dele que dependia essa vontade e gostaria de saber se estava na disposição ou não de corresponder a essa proposta. Ao Sr. Presidente da Câmara e não a outros. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Presidente da Câmara, no uso da palavra, disse que das diversas questões que foram colocadas ao longo da tarde havia duas que justificavam uma palavra em particular. Em primeiro lugar relativamente a diversas intervenções que foram aqui feitas no período de intervenção dos cidadãos a propósito do Regulamento de Taxas que estava em apreciação na Assembleia Municipal. ----------------------------- ----- Queria começar por manifestar a sua surpresa pelo teor das intervenções feitas, que aparentemente desconheciam as alterações entretanto acordadas entre si próprio, a União das Associações de Comerciantes e Serviços e a Associação dos Comerciantes dos Mercados de Lisboa, cuja Presidente via na sala e aproveitava para cumprimentar. ----- Gostaria de esclarecer que a Lei impunha que as taxas municipais, todas elas, passassem a ser claramente distintas do pagamento de impostos. Para que assim fosse, era necessário que as taxas não fossem fixadas de uma forma arbitrária, para financiar a Câmara, mas correspondessem efectivamente à contrapartida de um serviço que era prestado. Significava isso que o montante a cobrar por cada serviço ou por cada bem disponibilizado não podia ser um valor arbitrário, tinha que ser um valor calculado e a taxa fixada em função desse valor. ------------------------------------------------------------- ----- Isso tinha implicado um trabalho gigantesco por parte dos serviços do Município, porque nunca até hoje a Câmara tinha feito o exercício de procurar identificar o custo dos serviços e o valor dos seus bens e, como não dispunha de contabilidade analítica, esse exercício implicava testes sucessivos, simulações sucessivas para identificar aquilo que eram os custos e a estrutura de custos dos serviços da Câmara. --------------- ----- Fora com base nesse trabalho que tinha sido feita uma proposta de Regulamento, que tinha o mérito de permitir consolidar mais de 2 mil taxas que o Município cobrava em pouco mais de 200 taxas. Esse trabalho tinha sido feito durante mais de um ano pelos serviços do Município, fora apreciado na Câmara, fora posto em discussão pública, voltara à Câmara, fora alterado na Câmara e apresentado na Assembleia Municipal. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Já depois desse período verificaram-se algumas queixas que não tinham surgido no período de debate público e fora por isso que tinha reunido com a UACS, com a

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ARESP e com a Associação dos Comerciantes dos Mercados de Lisboa, para ter em conta e ver as queixas que apresentavam. ----------------------------------------------------- ----- A primeira pergunta colocada era saber como é que se tinha chegado a essas taxas. Era simples. Aquelas taxas correspondiam ao valor efectivo do bem. ------------- ----- A segunda questão era que não se podia ignorar o impacto que isso tinha nessa actividade económica. Fora por isso que se estabelecera um princípio de transição, que na proposta aprovada em Câmara era um período de transição de 5 anos e que nos termos agora acordados seria um período de transição de 10 anos. ------------------------ ----- Havia depois uma outra dificuldade, era que a situação de partida dos diferentes comerciantes nos mercados não era exactamente a mesma. Aqueles que eram comerciantes antes de 18 de Julho de 2005 tinham pago, a generalidade deles, uma chamada taxa de compensação “em contrapartida” de terem uma renda de valor inferior. Os que se tornaram comerciantes nos mercados após 18 de Julho de 2005 pagavam uma renda superior mas não tinham pago a taxa de compensação. Portanto, o nível de partida de cada um deles era claramente distinto, uns já pagavam mais e outros pagavam menos, mas aqueles que pagavam menos já tinham pago a tal taxa inicial de compensação. -------------------------------------------------------------------------- ----- Acordara-se que o período de transição era igual para todos, mas relativamente àqueles que pagaram a taxa de compensação ia-se deduzir mensalmente 1/120 avos da taxa que pagaram, de forma a que ao fim de 10 anos estivessem todos em situação de igualdade. Isso era o que tinha sido acordado e parecia-lhe ser um bom acordo, que permitia à Câmara cumprir a Lei, evitava esses aumentos astronómicos que foram referidos e criava um período de transição confortável para todos e procurando resolver o problema daqueles que tinham pago a taxa de compensação. ------------------ ----- Segunda questão que fora aqui colocada neste debate de hoje pelo Sr. Deputado Municipal António Proa. Em primeiro lugar gostaria de registar e felicitá-lo por isso, que o tinha falado em nome da maioria e ninguém viera negar que lhe tivesse passado mandato para falar em nome da maioria. Por isso queria cumprimentá-lo, visto que aritmeticamente o PPD-PSD e os seus coligados não tinham maioria nesta Assembleia Municipal, só se podia arrogar a falar em nome de maioria porque outras bancadas, pelo silêncio, consentiam que o Sr. Deputado Municipal assumisse a liderança e a maioria nesta Assembleia Municipal. Queria-lhe tirar, figurativamente, o seu chapéu, por ter conseguido esse feito. -------------------------------------------------------------------- ----- Ficara a saber também que o feito era facilitado pelo facto de haver essa ponte entre o PPM e o PCP que constituía o PEV. Certamente que isso não seria alheio à facilidade com que o Sr. Deputado Municipal assumira a liderança de uma nova maioria que se tinha constituído na bancada, entre a bancada do PPD-PSD e os seus coligados e aqueles que pelo silêncio consentiam ser liderados pelo Sr. Deputado Municipal António Proa. ------------------------------------------------------------------------- ----- Vinha agora, a más horas, procurar dar uma justificação para aquilo que era injustificável, que era a atitude que tiveram de pura revenge política e de mau perder nas últimas eleições autárquicas. ---------------------------------------------------------------

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----- O que dissera e repetia era que se alguma das forças políticas representadas na Câmara Municipal, em particular o PPD-PSD ou o PCP, que eram as duas forças políticas que tinham condições aritméticas de fazerem com o PS uma maioria nesta Assembleia Municipal, apresentassem propostas para se alterar a proposta de Orçamento apresentada, estivera, estava e estaria até ao dia 31 de Dezembro, depois disso não seria útil, disponível para negociar alterações à proposta de Orçamento. ----- ----- Agora os Srs. Deputados Municipais é que teriam que ter a gentileza de perceber que já tinha cumprido a sua parte do trabalho, que era apresentar uma proposta. Dizia mais, era uma proposta de que gostava, achava que era uma boa proposta e não tinha nada a alterar, mas tinham a liberdade de achar precisamente o contrário, que achavam má e queriam que alterasse. Pois muito bem que apresentassem as propostas de alteração, iam sentar à mesa e ver quais eram as melhores, como é que se aproximavam para fazer uma proposta que tivesse viabilidade para passar na Assembleia Municipal. --------------------------------------------------------------------------- ----- Não faziam isso. Já tinha feito o seu trabalho de casa e agora queriam que ainda fizesse o trabalho de casa que deviam fazer. Isso desculpariam, mas não era pago para fazer o trabalho de casa de outros, era pago para fazer o seu trabalho. -------------------- ----- Depois vinham dizer que havia cinco princípios. O primeiro princípio era actualizar o Plano de Saneamento Financeiro, mas esse não precisava de actualização. O Plano de Saneamento Financeiro estava a ser cumprido e as alterações relativamente ao previsto, as derrapagens de que se falava eram derrapagens de conforto. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O que se vinha verificando era que, graças à forma de rigor com que este Município vinha sendo gerido desde que o Sr. Deputado Municipal deixara de ser Vereador desta Câmara, todos os anos se conseguia ter um saldo orçamental superior àquilo que estava previsto no Plano de Saneamento Financeiro, todos os anos ter um saldo estrutural superior àquilo que estava previsto no Plano de Saneamento Financeiro. Era isso que vinha permitindo investir mais do que aquilo que se tinha previsto, diminuindo a dívida, diminuindo o défice e melhorando as condições financeiras do Município. ------------------------------------------------------------------------ ----- Não se precisava de rever, precisava era de cumprir e continuar com rigor a cumprir aquilo que se comprometeram no Plano de Saneamento Financeiro. ------------ ----- Dizia o Sr. Deputado Municipal sobre reestruturação da Câmara Municipal de Lisboa, mas como sabia, essa reestruturação estava em curso. Designara-se uma unidade de projecto, que estava a trabalhar. Como sabia, anunciara-se que em Junho seria apresentada para discussão a proposta de reestruturação da Câmara. Definira no seu discurso de posse essa como uma das prioridades da acção do Município ao longo deste ano. A partir de Junho iriam negociar com os sindicatos e com as forças políticas a reestruturação dos serviços e só esperava que nessa altura, no momento decisivo em que fosse necessário viabilizar uma reestruturação efectiva e séria dos serviços do Município, que o PPD-PSD não se encolhesse e não contribuísse também para inviabilizar uma reforma absolutamente essencial na estruturação dos serviços da Câmara. --------------------------------------------------------------------------------------------

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----- Uma coisa dizia, era que tinha para comparar a gestão do PPD-PSD com esta gestão e, só no que dizia respeito a empresas municipais, esta gestão tinha duas SRUs extintas, a EMARLIS extinta, a AMBELIS morta e enterrada. Estava feita essa reestruturação. A do PPD-PSD era bem conhecida. ------------------------------------------ ----- Outro tema que trazia para cima da mesa era transparência e valorização na alienação de património. Estava disponível para analisar um a um. ----------------------- ----- Quanto à transparência, não se tinha limitado a prever 81 milhões de receitas de venda de património. Identificaram-se e anexaram-se à proposta quais eram os bens que se pretendia alienar e o valor que se estimava para cada um. Aliás, os senhores tinham sempre “a faca e o queijo na mão”, porque, como se sabia, não era possível alienar nada sem autorização desta Assembleia Municipal. --------------------------------- ----- O Sr. Deputado Municipal admitisse por um segundo que tinha razão e a Câmara não tinha razão. Nesse momento chumbavam a autorização e não se podia alienar por um preço inferior ao que era razoável, mas achava que estavam disponíveis para desbaratar património? Se visse o que tinha acontecido nos últimos dois anos, sabia que tinham sido hiper-conservadores na alienação de património, precisamente porque nunca se alienara nada que estivesse abaixo do preço do mercado e o preço do mercado era aquele que se estabelecera na previsão. ---------------------------------------- ----- O que não fazia, porque seria completamente irresponsável, era estar aqui a fazer um favor a quem quisesse vir comprar bens ao Município, estando já a subavaliar o seu valor para baixar o seu preço no mercado e facilitar a aquisição abaixo do seu valor de bens que eram do Município e de todos os lisboetas. Isso não fazia e não contariam consigo para desvalorizar os bens do Município. -------------------------------- ----- Depois dizia a “contracção efectiva da despesa”. Já tinha recordado aqui, e não o obrigasse sempre a recordar, que este Orçamento era 200 milhões de euros abaixo do último Orçamento elaborado e aprovado pelo Sr. Deputado Municipal António Prôa. Este Orçamento era mesmo inferior ao Orçamento com que se ia viver, por terem inviabilizado o Orçamento. Aliás, conseguiram uma coisa extraordinária com essa genial condução política de gestão desse tema, que era querer impedir de ter um Orçamento de 666 milhões para confiar um Orçamento de 781 milhões. Para quem queria reduzir a despesa, o Sr. Deputado Municipal andava um pouco baralhado quanto ao mais e quanto ao menos, 781 era mais que 666. ---------------------------------- ----- Se queria reduzir a despesa, aprovasse o Orçamento e não mantivesse a viver com um Orçamento que dava uma folga orçamental de 120 milhões de euros relativamente ao que era proposto para este ano. --------------------------------------------- ----- Finalmente, sobre a diminuição das transferências para as Freguesias, mais uma vez o Sr. Deputado Municipal baralhava-se com o mais e o menos. As transferências para as Freguesias aumentavam e já tinha sido explicado que a inclusão das verbas para as Freguesias na coluna do “a definir” era absolutamente irrelevante, porque a aprovação das Contas de Gerência de 2009 consolidaria um generoso saldo orçamental que cobria largamente aquilo que havia a transferir para as Freguesias. ---- ----- Também queria tranquilizar as Freguesias. Como os Srs. Deputados Municipais deviam saber, os Srs. Presidentes de Junta sabiam, entre ontem e hoje já tinha sido

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transferida parte importante das transferências do segundo trimestre e podia mesmo dizer que amanhã estariam concluídas integralmente as transferências do segundo trimestre. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A Cidade, os trabalhadores do Município e as Freguesias podiam estar tranquilos, que não obstante o gesto absolutamente irresponsável, politicamente arrogante, de terem chumbado sem qualquer alternativa a proposta de Orçamento apresentada, não seriam prejudicados. ------------------------------------------------------------------------------ ----- À Cidade podia garantir que nenhum dos compromissos eleitorais ficaria por cumprir por causa da decisão da Assembleia Municipal. Amanhã levaria à Câmara a Alteração Orçamental que tinha feito por despacho para começar a adequar o Orçamento de 2009 às necessidades de 2010 e levava também a proposta de 3ª Alteração Orçamental para adequar o Orçamento de 2009 às necessidades de 2010 e, por alteração orçamental, viveriam até ao final do ano para cumprir o programa com que se apresentaram aos lisboetas e que os lisboetas votaram. O primeiro recado era muito simples, não paralisariam a execução do programa apresentado aos lisboetas. --- ----- A segunda garantia queria dar aos trabalhadores do Município. A grande reivindicação do PPD-PSD era diminuir as despesas com o pessoal, era não pagar as progressões, não pagar a actualização de vencimentos, não pagar as actualizações de serviço a que os trabalhadores do Município tinham direito, não contratar 260 homens e mulheres para o Regimento de Sapadores Bombeiros, não contratar mais efectivos para os cantoneiros de limpeza. ----------------------------------------------------------------- ----- Aquilo que queria aqui dizer aos trabalhadores do Município era que nenhum trabalhador do Município teria os seus direitos sacrificados. O concurso aberto para o Regimento de Sapadores Bombeiros prosseguiria, o concurso aberto para cantoneiros de limpeza prosseguiria. A segurança e a limpeza da Cidade não seriam sacrificadas à votação que aqui fora feita na Assembleia Municipal. --------------------------------------- ----- A terceira e última garantia que queria dar era às Senhoras e aos Senhores Presidentes de Junta. Amanhã teriam nas suas contas a totalidade das verbas relativas às transferências do segundo trimestre. Estava marcada uma reunião para dia 26 à noite, para se começar a discutir o novo protocolo de delegação de competências, com base no qual se fixaria definitivamente aquilo que desde já devia crescer nas transferências, não obstante as limitações orçamentais decorrentes de se ter ficado com um Orçamento que previa uma transferência para as Juntas de Freguesia inferior àquilo que se propunha para este ano. ---------------------------------------------------------- ----- Aquilo que queria dizer a todos os Srs. Presidentes de Junta, mesmo àqueles que votaram contra o novo Orçamento, era que as Juntas de Freguesia e as suas populações não seriam prejudicadas pela gestão partidária que faziam da presença nesta Assembleia Municipal. -------------------------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Modesto Navarro (PCP), no uso da palavra para um protesto, disse que o Sr. Presidente devia acertar as ideias com o Deputado Municipal Miguel Coelho, porque na sua intervenção inicial tinha chamado à atenção do PSD como sendo um partido de poder e afastando todos os outros das áreas do poder. Esse era o Bloco Central. ------------------------------------------------------------------------------

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----- Depois vinha o Sr. Presidente juntar outro bloco, que obviamente se juntava quando entendia que se devia juntar. Juntara-se, por exemplo, hoje, também com a concordância do PS, para que as matérias que o Sr. Presidente enviara à Sra. Presidente da Assembleia sobre um acordo que tinha feito com associações relativo às taxas, as levasse primeiro, como era seu dever, à Câmara Municipal. --------------------- ----- Se estava irritado por aí, arranjasse-se e não se irritasse, porque também não estava irritado ao fazer este protesto. ----------------------------------------------------------- ----- Ao fazer a ponte do PPM com “Os Verdes” só lhe apetecia dizer “Viva o 25 de Abril, Viva a República”. Já agora, o Sr. Presidente que fizesse o favor de na próxima, ao intervir, que não entrasse nesse circo das provocações, que respondesse efectivamente às questões que eram colocadas nesta Assembleia pelas forças políticas. ----- O Deputado Municipal António Prôa (PSD), no uso da palavra para um protesto, disse que registava, entre outras coisas menos interessantes que o Sr. Presidente da Câmara tivera oportunidade de dizer, acabara por dizer que concordaria com a maioria das questões aqui colocadas. Se houvesse bom senso e humildade da parte do Sr. Presidente, obviamente que o caminho não seria aquele que decidira aqui seguir hoje e que era o da mentira. ------------------------------------------------------------- ----- O Sr. Presidente, à falta de melhores argumentos, resolvera aqui dizer, por exemplo, que se tinha insinuado como líder de qualquer maioria aqui. Não. O Sr. Presidente ouvira muito bem, como os Srs. Deputados Municipais ouviram muito bem, que apenas tinha dito “maior partido da oposição”. Sabia que custava, mas fora tão só isso que dissera e, portanto, escusava de mentir deliberadamente para desviar a atenção das questões que eram relevantes e que aqui tinha procurado trazer com seriedade. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Por outro lado, à falta também de melhores argumentos, o Sr. Presidente tinha utilizado a mistificação, quando quisera aqui insinuar que os partidos na Assembleia Municipal teriam que se entender para formular propostas alternativas ao mau Orçamento que aqui fora chumbado por todos os partidos da oposição. O Sr. Presidente sabia muito bem, e por isso se tratava de uma mistificação, que a esta Assembleia não competia sequer legalmente, mas também não competia por princípio, substituir-se a quem tinha essa obrigação legal e essa obrigação política de apresentar Orçamentos. Essa era do Sr. Presidente e, portanto, tinha utilizado mistificação, o que lhe parecia lamentável. --------------------------------------------------------------------------- ----- Por fim, tinha utilizado também de arrogância na sua intervenção. Aliás, já tinha deixado patente, esse sinal era infelizmente a sua postura, que não se conformava que o povo de Lisboa não lhe tivesse concedido a maioria absoluta, que sistematicamente confundia com poder absoluto que tinha na Câmara Municipal. Aqui não o tinha e, portanto, deixasse a arrogância à porta da Assembleia Municipal cada vez que aqui entrasse. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Sr. Presidente tinha recusado o diálogo com a oposição, recusara uma primeira vez ao violar o Estatuto da Oposição, recusara uma segunda vez quando fora desafiado a retirar a proposta de Orçamento no passado dia 30, recusara hoje aqui uma

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terceira vez quando o PSD concretizara as condições sob as quais estaria disposto a alterar o sentido de voto. ------------------------------------------------------------------------- ----- Lamentava profundamente que sistematicamente, à falta de argumentos, o Sr. Presidente utilizasse a referência a questões históricas que já foram sancionadas pelos lisboetas mais do que uma vez e, para além disso, utilizasse a teimosia, a mentira, a mistificação e arrogância. Os votos que aqui deixava eram de que o País rapidamente se livrasse deste PS, mentiroso, mistificador e arrogante. ----------------------------------- ----- O Deputado Municipal Miguel Coelho (PS) disse que o PSD estava completamente desnorteado e o Sr. Deputado António Prôa também estava. Ainda na semana passada tinha dito que era bom haver aqui um dicionário para saber interpretar bem as palavras, felizmente não era preciso porque depois o Sr. Deputado Municipal Gonçalo da Câmara Pereira encarregara-se aqui de desmentir. ----------------------------- ----- Tinha desta Assembleia Municipal uma prática de vários anos e nunca, enquanto líder da oposição, ousara chamar mentiroso a algum Presidente da Câmara aqui em exercício do seu mandato. Pela primeira vez verificava que o Sr. Deputado Municipal António Prôa não tinha pejo em usar a linguagem que não se usava aqui dentro. ------- ----- Podiam ter pontos de vista diferentes, podiam ter ideias diferentes, podiam ter até uma percepção da realidade completamente contraditória um com o outro, mas tinham que ter aqui a elegância, tinham que ter aqui o sentido cívico e democrático de saber até que ponto poderiam ir na linguagem que se usava. Esse tipo de linguagem não honrava o PSD, nem a sua posição. ------------------------------------------------------------ ----- De facto, não era verdade aquilo que tinha dito aqui e isso transformava ainda mais em realidade a grande dificuldade que o PSD tinha em explicar ao eleitorado e ao povo de Lisboa porque é que tinha chumbado o Orçamento. --------------------------- ----- O PSD tinha sido chamado ao abrigo do Estatuto da Oposição, como aqui demonstrara o Sr. Presidente da Câmara na semana passada e também a Sra. Vereadora. Não tinham ido à reunião, não quiseram fazer propostas, fizeram constar que estavam aqui para ouvir o Sr. Presidente da Câmara e que só depois iriam determinar o sentido de voto, mas, antes do Sr. Presidente da Câmara usar da palavra, o Sr. Deputado Municipal António Prôa viera aqui dizer que iriam votar contra, como se porventura tivesse sido telecomandado de repente do exterior a dizer que votassem contra antes que o Presidente da Câmara falasse porque depois podia não haver espaço para poderem intervir. ------------------------------------------------------------------- ----- Não havia dúvidas nenhumas de que o PSD estava num beco sem saída e numa situação muito difícil. Estavam confrontados aqui com uma enorme responsabilidade. Ou continuavam a cair na tentação de facto de liderarem uma santa aliança que de vez em quando se criava aqui espontaneamente, quiçá tão espontânea como preparada nos bastidores, ou assumiam-se como partido de oposição responsável, que um dia poderia chegar ao poder e que teriam com certeza que tomar decisões e assumir responsabilidades. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Aquilo que o PSD fazia nessa matéria era assumir-se no campo do partido de “bota-abaixismo”, do partido que não tinha propostas e que era do contra por ser do

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contra. Com este PSD assim, muito dificilmente alguma vez recuperariam credibilidade na Cidade de Lisboa. ------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, terminadas as intervenções, iniciou o processo de votação dos documentos, tendo a Assembleia deliberado: ---------------------------------- ----- Nota: As alterações que foram sendo anunciadas pela Sra. Presidente antes da votação de cada documento, assim como aquelas que foram sugeridas ao longo do debate e aceites pelos proponentes, encontram-se já inseridas nos respectivos textos, integralmente transcritos nesta acta no início do período de Antes da Ordem do Dia. --- ----- Aprovar, por maioria a Saudação n.º 1, apresentada pelo PEV, com a abstenção do PSD e CDS-PP, e votos favoráveis das restantes forças políticas. --------------------- ----- Aprovar, por unanimidade, a Saudação n.º 2, apresentada pela Mesa. -------------- ----- A Moção n.º 1, apresentada pelo BE, foi votada ponto por ponto, tendo a Assembleia deliberado: -------------------------------------------------------------------------- ----- Ponto 1 – Aprovado, por maioria, com a abstenção do PS e 6 IND-PS, e votos favoráveis das restantes forças políticas. ------------------------------------------------------ ----- Ponto 2 – Aprovado, por maioria, com a abstenção dos 6 IND-PS e MPT, votos contra do PS, e votos favoráveis das restantes forças políticas. ---------------------------- ----- Pontos 3, 4 e 5 – Aprovados, por maioria, com a abstenção dos 6 IND-PS, e votos favoráveis das restantes forças políticas. ----------------------------------------------- ----- Aprovar, por maioria, a Moção n.º 2, apresentada pelo BE, com a abstenção do PS e um PSD, e votos favoráveis das restantes forças políticas incluindo um Deputado Municipal do PS. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Rejeitar, por maioria, a Moção n.º 3, apresentada pelo PCP, com votos contra do PSD, PS, CDS-PP, PPM, MPT e um Deputado Municipal IND, e votos favoráveis do PCP, 5 IND-PS, BE e PEV. --------------------------------------------------------------------- ----- Aprovar, por unanimidade, a Moção n.º 4, apresentada pelo PCP. ------------------ ----- A Moção n.º 5, apresentada pelo PCP, foi votada ponto por ponto a solicitação dos IND-PS, tendo a Assembleia deliberado: ------------------------------------------------- ----- Ponto 1 – Aprovado, por maioria, com votos favoráveis do PSD, PCP, 6 IND-PS, BE, PPM e PEV, e a abstenção do PS, CDS-PP e MPT. ------------------------------- ----- Ponto 2 – Aprovado, por maioria, com a abstenção do PS, 6 IND-PS e MPT, e votos favoráveis das restantes forças políticas. ----------------------------------------------- ----- Ponto 3 – Aprovado, por maioria, com votos favoráveis do PSD, PCP, BE, PPM e PEV, e a abstenção do PS, 6 IND-PS, CDS-PP e MPT. ----------------------------------- ----- Ponto 4 – Aprovado, por maioria, com a abstenção do PS, 6 IND-PS, CDS-PP e MPT, e votos favoráveis das restantes forças políticas. ------------------------------------- ----- A Moção n.º 6, apresentada pelo PCP, foi votada ponto por ponto a solicitação dos IND-PS, tendo a Assembleia deliberado: ------------------------------------------------- ----- Ponto 1 – Aprovado, por maioria, com votos favoráveis do PCP, 6 IND-PS, BE e PEV, votos contra do PPM e MPT, e a abstenção do PS, PSD e CDS-PP. --------------- ----- Ponto 2 – Aprovado, por maioria, com a abstenção do PSD, PS, 6 IND-PS, CDS-PP e MPT, votos contra do PPM, e votos favoráveis das restantes forças políticas. -----

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----- A Moção n.º 7, apresentada pelo PCP, foi votada ponto por ponto a solicitação do PSD e dos IND-PS, tendo a Assembleia deliberado: ------------------------------------- ----- Ponto 1 – Aprovado, por maioria, com a abstenção do PSD, CDS-PP e MPT, e votos favoráveis das restantes forças políticas. ----------------------------------------------- ----- Ponto 2 – Aprovado, por maioria, com a abstenção do CDS-PP e MPT, e votos favoráveis das restantes forças políticas. ------------------------------------------------------ ----- Ponto 3 – Aprovado, por maioria, com a abstenção dos 6 IND-PS e CDS-PP, votos contra do PS, e votos favoráveis das restantes forças políticas. --------------------- ----- Ponto 4 – Aprovado, por maioria, com a abstenção do CDS-PP e MPT, votos contra do PS, e votos favoráveis das restantes forças políticas. ---------------------------- ----- Ponto 5 – Aprovado, por maioria, com a abstenção do CDS-PP e MPT, e votos favoráveis das restantes forças políticas. ------------------------------------------------------ ----- Aprovar, por maioria, a Moção n.º 8, apresentada pelos IND-PS, com votos contra do PPM, e votos favoráveis das restantes forças políticas -------------------------- ----- Aprovar, por maioria, a Moção n.º 9, apresentada pelos IND-PS, com a abstenção do PCP, e votos favoráveis das restantes forças políticas. ---------------------- ----- Aprovar, por maioria, a Moção n.º 10, apresentada pelo PS, com votos favoráveis do PS, votos contra do PCP, BE, CDS-PP, PPM, MPT e uma Deputada Municipal do PSD, e a abstenção do PSD e 6 IND-PS. ------------------------------------- ----- Aprovar, por unanimidade, a Moção n.º 11, apresentada pelo PS. ------------------- ----- Aprovar, por unanimidade, a Moção n.º 12, apresentada pelo PS. ------------------- ----- A Moção n.º 13, apresentada pelo CDS-PP, foi votada ponto por ponto a solicitação dos IND-PS, tendo a Assembleia deliberado: ----------------------------------- ----- Ponto 1 – Aprovado, por maioria, com votos favoráveis do PSD, PCP, 5 IND-PS, CDS-PP, BE, PPM, MPT e PEV, a abstenção de um Deputado Municipal do IND-PS, e votos contra do PS. ------------------------------------------------------------------------ ----- Ponto 2 – Aprovado, por maioria, com a abstenção dos 6 IND-PS, votos contra do PS, e votos favoráveis das restantes forças políticas. ------------------------------------- ----- Ponto 3 – Aprovado, por maioria, com a abstenção de 2 IND-PS, votos contra do PS, e votos favoráveis das restantes forças políticas. ---------------------------------------- ----- Aprovar, por maioria, a Moção n.º 14, apresentada pelo PSD, com a abstenção de dois Deputados Municipais do PS e um IND-PS, votos contra de 5 IND-PS, e votos favoráveis das restantes forças políticas presentes. ------------------------------------------- ----- Acabada a votação das moções iniciou-se o processo de votação das recomendações, tendo a Assembleia deliberado: --------------------------------------------- ----- Aprovar, por unanimidade, a Recomendação n.º 1, apresentada pelo CDS-PP. --- ----- Rejeitar, por maioria, Recomendação n.º 2, apresentada pelo CDS-PP, com votos contra do PS, PCP, BE e PEV, votos favoráveis do PSD, CDS-PP, PPM e MPT, e a abstenção de 5 IND-PS. ---------------------------------------------------------------------- ----- Aprovar, por unanimidade, a Recomendação n.º 3, apresentada pelo PCP. -------- ----- A Recomendação n.º 4, apresentada pelos IND-PS, foi retirada por decisão dos próprios. --------------------------------------------------------------------------------------------

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----- Aprovar, por maioria, a Recomendação n.º 5, apresentada pelos IND-PS, com votos favoráveis do PSD, PCP, IND-PS, CDS-PP, BE, PPM, MPT, PEV e um Deputado Municipal do PS, e a abstenção do PS. -------------------------------------------- ----- Aprovar, por unanimidade, a Recomendação n.º 6, apresentada pelos IND-PS. -- ----- A Recomendação n.º 7, apresentada pelo PEV, foi votada ponto por ponto, tendo a Assembleia deliberado: ----------------------------------------------------------------- ----- Ponto 1 – Aprovado, por maioria, com votos contra do PS, e votos favoráveis das restantes forças políticas. ------------------------------------------------------------------------ ----- Ponto 2 – Aprovado, por unanimidade. -------------------------------------------------- ----- Aprovar, por maioria, a Recomendação n.º 8, apresentada pelo MPT, com votos favoráveis do PSD, PCP, IND-PS, CDS-PP, BE, PPM, MPT, PEV e um Deputado Municipal do PS, e a abstenção do PS. -------------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Miguel Coelho (PS) fez a seguinte declaração de voto: - ----- “Sobre a moção nº 1, novo mercado municipal de Alcântara, dizer que o nosso sentido de voto contra o 2º ponto e a abstenção no 1º ponto é porque entendemos que estas matérias têm mais a haver com a questão da fiscalização e também porque esta nova situação foi objecto de uma negociação que a Câmara fez em devido tempo com as entidades e que não se pode de momento, e não se deve, estar sempre a pôr em causa aquilo que a Câmara negociou. Nós entendemos que o problema é de fiscalização, foram feitos ali grandes investimentos e que a situação no Mercado de Alcântara, porventura, poderá ser melhorada, mas não está como estava, estará porventura até melhor. --------------------------------------------------------------------------- ----- Em relação à moção do PCP sobre o 25 de Abril, nós lamentamos e temos muita pena de não termos podido votar a favor ou pelo menos abster, porque o PCP quis através desta sua moção, que deveria ser uma moção de unidade, aproveitar-se para, o que também é legítimo, fazer uma moção de combate político interno, combate político nacional contra o Governo do PS. Portanto, como devem calcular, nós não podemos aprovar uma moção desse teor e daí o nosso sentido de voto. ------------------- ----- Em relação à moção do PCP sobre o Dia Nacional da Juventude, nós achamos que os pontos 3 e 4 também são pontos gratuitos, visavam apenas fazer política interna de ataque à Câmara Municipal de Lisboa, infundados e com os quais nós não nos identificamos, mas estamos solidários com os pontos 1, 3 e 5. ------------------------ ----- Em relação à moção do CDS sobre a EPUL-Jovem, apenas para dizer que é uma moção falaciosa e que não corresponde à realidade. Não há nenhuma decisão no sentido de ser como o CDS diz naquela moção, a Câmara não aprovou junto da Administração da EPUL as alterações que um administrador da EPUL quis fazer a título individual e que declarou a título individual e, portanto, a Câmara voltou a colocar este assunto nos seus devidos parâmetros. Não faz sentido nós estarmos a votar aqui uma moção sobre uma situação hipotética que não aconteceu nem acontecerá. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Em relação à moção nº 14, apresentada pelo PSD, embora nós possamos não nos rever exactamente num ou outro ponto dos considerandos, achamos que ela é justa. O Sr. Ministro das Finanças não deveria ter dito aquilo que disse, porventura disse-o

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impensadamente e não sentidamente, mas foi dito e nesse sentido nós não temos dúvidas nenhumas que os Presidentes de Juntas de Freguesia correspondem ao melhor que há nas autarquias. Daí nós votarmos a favor desta moção. ----------------------------- ----- Em relação à moção do CDS sobre a Fundação José Saramago, nós apenas lamentamos dizer que porventura seremos um País muito pequenino quando não honramos um Prémio Nobel e não temos por aí aos pontapés. É mais que justo que a Cidade de Lisboa tenha tomado a iniciativa que tomou nesta matéria. -------------------- ----- Em relação à moção do PEV sobre a Associação Ginásio Ópera, nós achamos que o trabalho dessa associação é com certeza meritório, mas votámos contra o ponto 1 apenas por uma razão. Esse ponto 1 a ser aprovado, e foi aprovado mas não com o nosso acordo, transfere para a Câmara Municipal o ónus de arranjar uma sede para esta associação e nós achamos que a Câmara deve ajudar a arranjar uma sede mas não deve ficar com a responsabilidade de arranjar sedes para as associações culturais que se formam. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Em primeiro lugar porque tal é perigoso e pode criar aqui um precedente em que qualquer associação cultural passa a exigir da Câmara uma sede. ------------------------- ----- Em segundo lugar porque nós defendemos, e a Câmara também aprovou esse Regulamento, que este tipo de atribuições deve ser feito por concurso. Nesse sentido nós também pensamos que é uma prática de transparência e boa gestão e aprovar esse ponto nº 1 seria perigoso porque criava aqui um precedente e entregava à Câmara Municipal a responsabilidade de arranjar a sede. Nós achamos que isso não deve ser assim consagrado. --------------------------------------------------------------------------------- ----- Com certeza que a Câmara tem o dever de, em diálogo, tentar encontrar as soluções e daí nós termos aprovado o ponto nº 2.” ------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Modesto Navarro (PCP) fez a seguinte declaração de voto: ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- “A nossa declaração de voto tem a haver com a moção nº 3 sobre o 25 de Abril e o 1º de Maio e para dizer que lamentamos o resultado da votação e esta moção ter sido rejeitada. Os períodos mais problemáticos, se quiserem, vou lê-los: ---------------------- ----- «O dia 25 de Abril de 1974 e o processo libertador que desencadeou, unindo o Povo e o Movimento das Forças Armadas, ficará para sempre ligado ao que de mais progressista regista a História de Portugal. ---------------------------------------------------- ----- A pide, a repressão, a prisão, a tortura, o assassínio, a censura, a guerra com o seu rasto de destruição e morte, a corrupção, o Estado ao serviço de uma pequena minoria, a pobreza, a miséria, a fome, as gritantes injustiças sociais, o analfabetismo, e o atraso foram marcas desse tempo sinistro.» ----------------------------------------------------------- ----- Depois há outro parágrafo: ----------------------------------------------------------------- ----- «As lutas pelo emprego e pelos salários levadas a cabo, nos últimos tempos, tanto no sector público como no privado, sempre muito participadas e combativas, expressam claramente uma notável disponibilidade dos trabalhadores e das trabalhadoras para continuar a exercer um direito que a Constituição da República Portuguesa lhe confere, o de lutar pelos seus direitos e por uma vida mais digna, como ficará demonstrado, uma vez mais, no próximo dia 1º de Maio.» --------------------------

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----- As matérias concretas de resolução de proposta dizem o seguinte: ------------------ ----- «1. Saudar as comemorações populares do 25 de Abril e 1º de Maio e apelar à participação de todas e todos os democratas, às trabalhadoras e trabalhadores, bem como ao povo de Lisboa, para que façam engrossar o caudal das/dos que defendem o Portugal de Abril, a Liberdade e a Democracia; ---------------------------------------------- ----- 2. Enviar esta moção aos Órgãos de Soberania, nomeadamente, Presidente da República, Assembleia da República e Grupos Parlamentares, Governo, Centrais Sindicais CGTP-IN e UGT e ao Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa; ----- 3. Proceder à divulgação desta moção através dos meios ao serviço do Município.» ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- De facto, mesmo com o 25 de Abril, há ainda coisas que não se afastaram dos olhos de certas pessoas.” ------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, seguidamente, deu por encerrado o período de Antes da Ordem do Dia da presente Sessão Extraordinária, dando início ao Período da Ordem do Dia, que tinha para discussão e votação os seguintes pontos: --------------------------- ----- Ponto 1 – Proposta nº 104/2010 --------------------------------------------------------- ----- Ponto 2 – Proposta nº 26/2010 ----------------------------------------------------------- ----- Ponto 3 – Proposta nº 87/2010 ----------------------------------------------------------- ----- Ponto 4 – Proposta nº 1196/2009 -------------------------------------------------------- -------------------------------------- ORDEM DO DIA ----------------------------------------- ----- PONTO 1 – PROPOSTA Nº 104/2010 - APROVAR O PROJECTO DE REGULAMENTO GERAL DE TAXAS, PREÇOS E OUTRAS RECEITAS DO MUNICÍPIO DE LISBOA, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA A) DO N.º 2 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDACÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO; ----------------------------------------------------------------------------------- “-------------------------------------------- PARECER ------------------------------------------- ------------------------------------- Proposta Nº 104/2010 --------------------------------------- ----- A Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, reuniu em 12 de Abril de 2010, para análise e parecer sobre a Proposta nº 104/2010 – Regulamento Geral de Taxas, Preços e outras receitas do Município de Lisboa – com a presença da Senhora Vereadora Maria João Mendes, que prestou os esclarecimentos solicitados pelos Senhores Deputados, após uma intervenção inicial sobre a mesma. ------------------------------------------------- ----- A Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, recebeu anteriormente uma representação da ANEL – Associação Nacional de Empresas Lutuosas, em 22 de Março de 2010, que manifestou a sua oposição à presente proposta, em relação às taxas referentes à sua área de actuação. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Igualmente, a Comissão teve conhecimento que a AHRESP – Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, UACS – União de Associações Empresariais do Comércio e Serviços e a ACML – Associação dos Comerciantes dos Mercados de Lisboa manifestaram à Câmara Municipal de Lisboa várias

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preocupações sobre o conteúdo da proposta, nomeadamente a um conjunto de problemas relativos à aplicação do Regulamento ao comércio e mercados. -------------- ----- Por sua vez, no seguimento das preocupações manifestadas pelos parceiros sociais referidos, o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e a Senhora Vereadora das Finanças apresentaram um conjunto de alterações, em conformidade. -- ----- Neste contexto, a Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo entende que a presente proposta está em condições de ser debatida e votada em Plenário, desde que sejam incorporadas as referidas alterações e, caso sejam aprovadas, que as mesmas sejam ratificadas em posterior reunião de Câmara. -------------------------------------------------------------------- ----- O presente parecer foi aprovado por unanimidade. ------------------------------------- ----- Assembleia Municipal de Lisboa, em 12 de Abril de 2010 ---------------------------- ----- O Presidente da Comissão - Rui Pessanha da Silva ------------------------------------- ” ----- A Senhora Presidente informou que no decurso da Conferência de Representantes, por proposta do PCP e do PSD, fora decidido e estava a ser posto agora à consideração que esta proposta começasse a ser discutida hoje, com as intervenções que houvesse sobre a mesma, e se pudesse dar-lhe continuidade no próximo dia 20. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Desta forma podia-se, por um lado, obter também já a votação em Câmara amanhã e, além disso, acomodar algumas outras pequenas alterações a que houvesse eventualmente lugar. ----------------------------------------------------------------------------- ----- Esta proposta seria trabalhada entre a sessão de hoje e a sessão de dia 20. --------- ----- A Senhora Vereadora Maria João Mendes, no uso da palavra, disse que a proposta que vinha hoje aqui decorria da legislação publicada, nomeadamente a Lei 53-E/2006, de 29 de Dezembro, que introduzira novos requisitos a cumprir pelos municípios, nomeadamente na justificação económico-financeira para aplicação das taxas a cobrar aos munícipes. ------------------------------------------------------------------- ----- Anteriormente não existia um Regulamento que definisse o enquadramento das diversas taxas e preços e essa Lei viera definir o novo Regime Tributário das Autarquias Locais. -------------------------------------------------------------------------------- ----- O Regulamento fora preparado tendo em conta diversas premissas, tendo sido constituído um grupo de trabalho com a missão de recolher todos os elementos disponíveis e proceder a um custeio de todos os serviços prestados pelo Município, no sentido de apurar o seu custo e a partir daí fazer a análise do custo a que se chegasse e definir subvenções ou agravamentos em função das políticas que viessem a ser definidas relativamente a cada um dos sectores. ---------------------------------------------- ----- A Câmara tinha aproveitado essa oportunidade para integrar, codificar e simplificar os processos subjacentes à cobrança de taxas e ao mesmo tempo para os tornar mais transversais, no sentido de os dotar de uma maior eficiência e também aí aproveitar para, sempre que possível, melhorar os próprios procedimentos e reduzir os seus custos. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Fora efectuada a separação da Tabela de Taxas da Tabela de Preços, no sentido de integrar na Tabela de Preços todos os serviços que não sendo exclusivos da Câmara

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Municipal, a Câmara oferecia-os em paralelo com outros agentes no mercado e em condições idênticas. Não estavam ligados a nenhuma utilização de bens do domínio público, procedendo assim de uma forma que permitia dotar de maior flexibilidade a gestão desses serviços. --------------------------------------------------------------------------- ----- Falava fundamentalmente de bens que eram oferecidos nas lojas dos museus, de procedimentos administrativos que não utilizavam o bem público, nem se justificava estarem integrados num processo que só em termos de decisão era ele próprio muito mais moroso, o que dificultava e não agilizava todo o processo. --------------------------- ----- Essa separação tinha como princípio o conceito definido na Lei Geral Tributária, de que a aplicação das taxas se referia à prestação dos serviços que tinham por base os bens do domínio público e semi-público, sendo que os restantes preços eram aplicados a outros serviços prestados em concorrência com outras entidades externas à Câmara, sendo inclusivamente nesse caso a sua aplicação passível de incidência de IVA. ------- ----- Por outro lado, a aplicação das taxas tinha também por objectivo a remoção de obstáculos jurídicos, como fosse o caso da Taxa de Ruído, assim como a aplicação do princípio da autoridade quando se estava a falar de taxas de fiscalização. ---------------- ----- Tinha havido, simultaneamente, uma grande preocupação, aliás obrigatória pela aplicação da própria Lei, que era apurar quanto é que os serviços prestados pela Câmara efectivamente custavam ao Município. Daí que se tivesse desenvolvido todo um trabalho muito transversal com todos os serviços da Câmara no sentido de identificar para cada actividade quais eram os seus custos directos e depois fazer uma imputação dos custos indirectos de primeiro e de segundo nível, no sentido de ter um custeio total e, face à obtenção desse valor, avaliar o seu significado face à política do Município e definir então uma taxa. ------------------------------------------------------------ ----- Tinha havido durante todo esse período de análise e trabalho efectuado uma preocupação com a própria receita do Município, na medida em que as taxas constituíam também uma retribuição pelo custo dos serviços prestados, ou seja, uma receita que permitia colmatar o custo desses serviços, impedindo que quando a Câmara estava a subvencionar as taxas, automaticamente estava a deixar de aplicar financeiramente montantes noutras actividades com cariz social que também entendia interessantes colmatar. Todas essas questões estiveram presentes na análise feita. ------ ----- Para salvaguardar consequências que pudessem ainda assim ser nefastas para os munícipes com a aplicação de taxas que nalguns casos, embora se achassem justas face à situação actual e face aos valores a que se tinha chegado, taxas que se achavam adequadas aos preços desses serviços mas que apresentavam crescimentos muito significativos, a Câmara tinha adoptado num conjunto de situações medidas de crescimento intercalar que possibilitavam um crescimento progressivo até atingir o nível das taxas gerais que foram definidas. ---------------------------------------------------- ----- A regulamentação económico-financeira fora elaborada tendo em conta todos os elementos de informação, contabilísticos e outros, e de acordo com o exigido por Lei, sendo que tentara imputar a cada taxa todos os custos directos e indirectos suportados pela Câmara. ---------------------------------------------------------------------------------------

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----- Este Regulamento incorporava também as definições concretas para a aplicação da redução de isenções das respectivas taxas, de forma a tornar mais transparente e clara a sua aplicação. No Regulamento anterior existiam muitas isenções que estavam vertidas no próprio Regulamento mas que depois resultavam da aplicação das taxas. Aquilo que se procurara era tornar todo o processo mais transparente. As isenções estavam contempladas em termos de Regulamento, evitando que fossem objecto de uma aprovação avulsa pela própria Câmara. -------------------------------------------------- ----- As reduções e isenções tiveram sempre em mente, em geral, acautelar situações sociais. O Regulamento previa também de forma clara a aplicação que até aqui não existia, do pagamento em prestações. ---------------------------------------------------------- ----- A Lei 53-E/2006, aquando da sua publicação, previa que todos os municípios tinham obrigatoriamente que adequar os seus regulamentos às regras que eram definidas até 2009, primeiro era 2008 e depois a Lei fora prorrogada por mais um ano e em Dezembro fora prorrogada para 30 de Abril. Todos os municípios que não tivessem os seus regulamentos ajustados aos princípios definidos na Lei 53-E/2006 não podiam continuar a liquidar as suas taxas após 30 de Abril. A partir de 1 de Maio era obrigatório ter o Regulamento aprovado, para poder fazer a liquidação das taxas, nos moldes da Lei 53-E/2006. Daí que fosse muito urgente fazer-se esta apreciação e poder ter um documento aprovado para poder ser publicado. ------------------------------ ----- O Regulamento tinha sido aprovado inicialmente na Câmara para ser posto à discussão pública, fora contactado um conjunto de entidades que pela sua relevância mereciam uma aproximação mais cuidada, foram ouvidos todos os contributos que fizeram chegar e foram incorporadas algumas melhorias que tinham a haver com os contributos chegados. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Já após terminar a apreciação pública foram apresentados, nomeadamente na última sessão pública de Câmara, novos contributos pela Associação de Comerciantes e pela Associação de Comerciantes dos Mercados. Daí que tivesse sido realizada uma reunião na passada quinta-feira com essas associações, tendo-se chegado a consenso para introduzir algumas medidas que o Sr. Presidente fizera chegar ao conhecimento da Sra. Presidente da Assembleia Municipal e a todos os partidos, no sentido das mesmas poderem vir a ser propostas em Câmara amanhã e desde logo, caso assim a Assembleia o entendesse, assumidas também na discussão ao nível da Assembleia Municipal. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Eram medidas que basicamente se prendiam com as taxas de esplanadas e toldos e com a própria designação comercial dos estabelecimentos comerciais, que definiam que as taxas se mantivessem inalteradas durante o ano de 2010 e que a partir daí passasse a existir, em simultâneo com a apresentação da proposta de Orçamento, uma proposta à Câmara e à Assembleia Municipal sobre esse domínio específico de taxas. - ----- Tinha sido também definido o alargamento do período intercalar para os mercados, como aqui já fora referido hoje pelo Sr. Presidente da Câmara, no sentido de diminuir o impacto dos acréscimos relativamente aos contratos anteriores a 2005. -- ----- Era de realçar que no novo Regulamento tinha havido uma grande preocupação ao nível de uma maior clarificação, quer ao nível dos conceitos subjacentes, quer ao

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nível das próprias taxas, com um grande esforço que fora realizado em termos de avaliação e de sistematização das matérias. Fora na realidade possível reduzir o número de taxas existentes, que eram cerca de 2200, para cerca de 190 taxas simples e, quando conjugadas com as isenções e as reduções, cerca de 400. ----------------------- ----- Isso tinha sido possível a partir de uma análise. Havia algumas taxas que pura e simplesmente já não tinham aplicações e essas foram reduzidas naturalmente, havia outras taxas que sistematicamente eram objecto de uma procura em termos associados. Dava um exemplo simples: nas capelas dos cemitérios havia uma taxa para o espaço, uma taxa para os paramentos, uma taxa para as flores, mas tudo isso funcionava em bloco e, portanto, não tinha sentido. ----------------------------------------- ----- Também existia um conjunto muito grande de taxas que no fundo diziam respeito às mesmas matérias mas aplicadas a finalidades distintas. Era o caso do espaço nos mercados municipais, em que o valor por metro quadrado, independentemente da categoria dos mercados, era visto mercado a mercado e multiplicava brutalmente as taxas. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Tinha havido uma preocupação grande em termos de eficiência, porque a aplicação das taxas era um processo que requeria afectação de recursos e que depois também tirava eficiência ao próprio processo. Tinha havido um esforço, que lhe parecia bem conseguido, de envolver todas as áreas e que se apresentava em termos de resultado do próprio Regulamento que agora estava em apreciação. ------------------- ----- A Câmara ia também fazer um esforço grande no sentido de disponibilizar todo o processo de taxas no seu site, de tal maneira que pudesse ser consultado como hoje se fazia em relação à maioria da prestação de serviços com outras entidades, como fossem as entidades bancárias. Estava também a trabalhar no sentido de, inclusivamente, o pagamento poder ser sempre efectuado através de multibanco, facilitando a relação com o munícipe de forma a simplificar todo o funcionamento. --- ----- Era basicamente isso que estava para apreciação. O Regulamento de Taxas já tinha sido discutido em Comissão de Finanças, foram avaliados vários parâmetros, várias questões foram colocadas por todos os partidos que assim o entenderam e, portanto, tinha sido feita toda a clarificação em relação propriamente aos conteúdos específicos. Hoje estavam aqui em condições de poder apreciar todo o conjunto das peças que faziam parte do Regulamento. ------------------------------------------------------ ----- O Deputado Municipal Rui Pessanha da Silva (PSD), Presidente da Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, no uso da palavra, disse que a Comissão tinha reunido no dia anterior para debater a proposta nº 104/2010, com a presença da Sra. Vereadora Maria João Mendes, para prestar todos os esclarecimentos que foram solicitados pelos Srs. Deputados Municipais. --------------------------------------------------------------------------- ----- A Comissão tinha recebido anteriormente uma representação da Associação Nacional de Empresas Lutuosas, representação essa que manifestara a sua oposição à presente proposta. --------------------------------------------------------------------------------- ----- A Comissão tivera conhecimento que entretanto a Câmara Municipal tinha tido uma reunião com várias associações do comércio e mercados, que manifestaram

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várias preocupações sobre o conteúdo da proposta e colocaram um conjunto de problemas relativos à aplicação do Regulamento em relação ao comércio e aos mercados. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- No seguimento dessas preocupações, o Sr. Presidente da Câmara e a Sra. Vereadora das Finanças apresentaram um conjunto de alterações que, como já deviam ter reparado, estavam anexas ao presente parecer. A Comissão, em conformidade com essas alterações, entendera que a presente proposta estava em condições de ser debatida e votada em Plenário, desde que fossem incorporadas as referidas alterações. Agora fazia aqui uma pequena ressalva, porque a Comissão pensava que poderia ser discutida e votada hoje e por isso tinha colocado a frase “caso sejam aprovadas, que as mesmas fossem rectificadas em posterior reunião de Câmara”. ---------------------------- ----- O parecer fora aprovado por unanimidade em sede de Comissão. ------------------- ----- O Deputado Municipal António Prôa (PSD) disse que a primeira nota era para lamentar a ausência do Sr. Presidente da Câmara nesta discussão, porquanto lhe parecia que se tratava de matéria tão sensível para a Cidade e com impacto para todos os munícipes e também com impacto nas receitas arrecadas pelo Município, justificava-se a presença do Sr. Presidente da Câmara. Não gostaria de deixar por começar a fazer esse reparo, com todo o respeito e consideração pela Sra. Vereadora, que aqui tinha feito a apresentação da proposta. ---------------------------------------------- ----- Relativamente à proposta, começaria por dizer que o PSD estava de acordo com o princípio, era pacífico, de que os serviços prestados tivessem o seu custo como referência para a elaboração do preço, sublinhava a referência e não mais que a referência. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Concordava também, naturalmente, com a simplificação que aqui fora apresentada e que decorria dessa profunda alteração à Tabela de Taxas, nisso nada os dividia. Tendo em conta precisamente que se operava com esta proposta uma alteração profunda à Tabela de Taxas da CML, preocupavam duas questões desde logo: ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Tendo em conta que o processo tinha sido conduzido de forma a que ainda não houvesse conclusão do processo e se estivesse à beira da necessidade imposta pela Lei, de ter que se aplicar essa profunda alteração, se os serviços estariam em condições de, também de forma eficaz, rapidamente aplicar todas essas alterações. Sem querer recorrer a nenhum “Canal História”, dizia isso com a experiência de quem sabia que aplicação de taxas era uma tarefa com uma burocracia associada pesada, com hábitos enraizados muito profundos em pessoas que estavam muito habituadas a utilizar determinados procedimentos. Tendo em conta que havia uma alteração profunda, conceitos diferentes, fusão de taxas com designações diversas, se não haveria o risco da Câmara, no curto prazo, poder ter algumas dificuldades na aplicação dessas taxas. --------------------------------------------------------------------------- ----- Perguntava, concretamente, se teria havido acções de formação junto dos serviços, que procurassem obviar a essa circunstância. -------------------------------------- ----- Por outro lado, no que dizia respeito à fiscalização, era matéria que também lhe parecia importante e que devia colher a atenção do Executivo. As taxas representavam

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a arrecadação de uma receita significativa para a Câmara e era importante que houvesse também eficácia, para além da aplicação, na fiscalização da sua aplicação. Nessa medida gostaria que a Sra. Vereadora pudesse esclarecer se essa questão tinha sido também prevista e devidamente tida em conta. ----------------------------------------- ----- Em relação ao processo, a Sra. Vereadora tivera aqui oportunidade de explicar a razão de ser da alteração com que eram hoje confrontados. De facto, o processo tivera início em final de 2006, com a Assembleia da República a aprovar uma Lei que obrigava todos os municípios a alterarem as suas taxas e a aplicação das suas taxas. Essa Lei previa um prazo para entrada em vigor, posteriormente alterado por dificuldades manifestadas por diversos municípios. O processo que inicialmente culminaria em 2008 fora depois, por decisão da Assembleia da República, adiado para 2009 e depois uma vez mais adiado para o prazo que havia hoje, que era Abril de 2010. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Isso para dizer que a CML sabia desde o final de 2006 a necessidade de proceder a uma profunda alteração na Tabela de Taxas. Nessa medida, parecia-lhe que não era fácil encontrar uma justificação para que a Câmara tivesse deixado deslizar todos os prazos, com todos os prolongamentos de prazo, para se chegar hoje com a pressão de ter o final do mês como prazo limite, sob pena de se deixar de poder aplicar taxas. ---- ----- A Sra. Vereadora estava no exercício de funções com apenas alguns meses, mas o facto era que o Sr. Presidente era o mesmo, a actual maioria era a mesma e por isso não lhe parecia haver justificação para que a CML não tivesse aproveitado todo o prazo que lhe fora dado para ter cumprido todos os passos com alguma serenidade, que não tinha havido, como à frente explicaria. Portanto, a primeira nota de crítica dizia respeito à conclusão tardia desse processo, quando a Câmara teria condições de o fazer atempadamente. Isso tinha provocado a pressão com que hoje eram confrontados. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Tinha provocado também a pressão de algumas associações que já tinham sido referidas, quer pelo Sr. Presidente quando ainda estava presente na reunião, quer pela Sra. Vereadora, quer também pelo Sr. Presidente da Comissão de Finanças, um conjunto de entidades que reivindicaram recentemente algumas alterações. Algumas delas teriam sido, inclusivamente, atendidas. ------------------------------------------------- ----- O facto era que tinha havido um período de discussão pública previsto na Lei, imperativo, no qual todas as entidades tiveram ocasião de se pronunciar. Curiosamente, algumas das entidades que aqui foram referidas agora e cujos argumentos foram agora atendidos, também se pronunciaram e na altura a Câmara não teria sido sensível aos seus argumentos. ------------------------------------------------------- ----- Na opinião do PSD, revelava alguma ligeireza na forma como o processo fora tratado. A pressão e o trabalho tardio com que fora conduzido esse processo levara a que hoje estivessem confrontados com uma situação que era absolutamente excepcional, que era estar-se a apreciar uma proposta que se sabia que iria ser alterada mas que ainda não tinha sido e que supostamente até se poderia dar o caso de estar aqui a votar uma coisa que ainda não fora aprovada. ----------------------------------------

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----- Compreenderiam a confusão que isso fazia. Não fazia sentido nenhum. Não havia necessidade do processo ter sido tratado com esse atabalhoamento e para isso bastava que a Câmara tivesse tratado atempadamente a questão. ------------------------------------ ----- Relativamente às alterações que iriam ser introduzidas, elas resultavam de uma segunda audição a algumas entidades, algumas das quais tiveram oportunidade de se pronunciar no período de intervenção do público. A questão que colocava era saber se a partir do momento em que fora aberto um precedente e que a Câmara permitira que, ao arrepio do que era o decurso normal do processo, que era ter havido, e tinha havido, um período para que as entidades se pronunciassem, depois de fechado esse processo a Câmara abrira de forma arbitrária outro período para a audição de entidades. Não era por si só uma crítica a essa atitude, porque se servira para corrigir uma proposta que tinha erros ou omissões, então ainda bem que tinha havido essa alteração. Agora, a questão que colocava era se não seria pertinente reivindicar para todas as entidades que tivessem alterações a colocar à Câmara, se não seria legítimo haver a obrigatoriedade da Câmara dar também oportunidade a que outras entidades se pronunciassem e que a Câmara pudesse acolher, ou pelo menos analisar outras preocupações manifestadas por outras entidades. Aliás, algumas entidades que se pronunciaram aqui hoje e que se sabia que ainda não tiveram o acolhimento da Câmara. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O apelo que aqui fazia à Câmara Municipal era que, já que a Assembleia Municipal entendera não votar hoje a proposta por manifestamente não se encontrar em condições de ser votada, dadas essas alterações, então que a Câmara abrisse as portas a outras entidades para que elas pudessem expor as suas questões. Esse era o primeiro apelo que faria ao Sr. Presidente, que não estava presente, e à Sra. Vereadora. A Câmara e a Cidade teriam a ganhar com a sensibilidade de todas as entidades e não apenas algumas, ou ficaria sempre a dúvida do critério arbitrário que fora utilizado para atender a umas e não atender supostamente a outras. O apelo era que ouvissem todas as entidades que reivindicavam ainda alterações à proposta de taxas que estavam aqui presentes. -------------------------------------------------------------- ----- Para finalizar, no que dizia respeito ao conteúdo da proposta, os seus colegas do PSD iriam pronunciar-se de forma mais detalhada, e até sistemática, sobre algumas reservas que tinham, mas não queria deixar de enunciar uma questão genérica e que condicionava fortemente a posição do PSD relativamente a esta matéria. ---------------- ----- Não se compreendia e não era admissível que perante a actual situação económica do País a Câmara desse um exemplo contrário no que dizia respeito ao esforço que pedia todos os dias aos cidadãos. Quando se pedia contenção de despesas, contenção de gastos, o que era aqui patente era que os cidadãos seriam penalizados uma vez mais pela Câmara Municipal, não se sabia bem em quanto, mas de acordo com a informação da Sra. Vereadora, prestada ontem, seriam penalizados em média pelo menos em cerca de 12% com o agravamento das taxas do ano passado para este ano. Ou seja, de acordo com a informação ainda não completa, que a Sra. Vereadora ainda não tivera oportunidade de transmitir, havia à partida que os munícipes de Lisboa iam ser penalizados pela Câmara Municipal, num ano de crise financeira e

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económica sentida por todas as famílias, com um agravamento de taxas brutal, que não se compreendia à luz das preocupações e da situação económica frágil do País. Essa era a primeira nota, incontornável na actual situação económica do País e das famílias. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Relativamente ao argumento da associação do custo económico do serviço para a construção dos preços definidos na Tabela de Taxas, podia servir de desculpa para os agravamentos de taxas, mas não era uma boa desculpa. O que a Lei determinava era que houvesse essa referência, mas a Câmara era livre de impor todas as reduções que entendesse a partir da estimativa e do encontro desse valor. Por isso fazia também um apelo à Sra. Vereadora, que era a que ponderasse a possibilidade de que a Câmara não fosse responsável por onerar tão fortemente as famílias lisboetas com a aplicação destas taxas, que eram, como se ouvira por parte de algumas entidades que tinham voz, porque muitas outras havia que não tinham voz, a começar pelos cidadãos individualmente, mas que não os penalizasse. ------------------------------------------------ ----- Se o PSD podia ser útil nessa matéria, era por vir aqui dar voz ao cidadão individual, que não tinha por si só voz suficiente para protestar contra esse agravamento desumano que era imposto pela Câmara Municipal. ------------------------- ----- O Deputado Municipal Hugo Chambre (PS), Presidente da Junta de Freguesia do Beato, no uso da palavra, disse que a proposta 104/2010 pretendia aprovar o Regulamento de Taxas do Município de Lisboa. Tratava-se da aplicação na Câmara de Lisboa do disposto na Lei 53-E/2006, aprovada em 2006, mas só agora aplicada no Município de Lisboa e com necessidade legal de ser aprovada nesta Assembleia até ao dia 30 de Abril, sob pena do Município de Lisboa não poder aplicar de forma legal as taxas que eram sua competência. --------------------------------------------------------------- ----- Assim, esta proposta era uma das mais importantes de aprovar e fazia recair sobre esta Assembleia uma grande responsabilidade para que a Câmara Municipal de Lisboa continuasse a cumprir a sua função. --------------------------------------------------- ----- Havia algo claro neste Regulamento, que era o reconhecimento de todos os partidos, de todos os Vereadores dos vários partidos, dos Deputados Municipais na Comissão de Finanças, dos Deputados Municipais neste Plenário de todos os partidos, pelo magnífico trabalho efectuado pelos técnicos da CML e pela Vereadora responsável pelo pelouro, um trabalho que tivera que ser efectuado rapidamente, que só começara em 2009 mas tinha sido feito de forma competente, como todos reconheciam, e aproveitando os recursos internos, sem recurso a outsourcing, como alguns municípios fizeram nesta matéria. ----------------------------------------------------- ----- Já podia ter sido feito, era um facto, mas era óbvio que a confusão no mandato anterior prejudicava qualquer reforma de fundo, como era esta reforma. Era óbvio também que logo no ano de 2006 se podia ter começado a fazer essa reforma e a Câmara Municipal na altura não começara. --------------------------------------------------- ----- A Lei 53-E/2006 fora um instrumento importante para que todos os órgãos autárquicos tivessem que perceber quais os custos directos e indirectos associados aos vários serviços que prestavam ao cidadão. Tivera ainda a vantagem de haver uma forma mais clara de conseguir definir essas mesmas taxas, ou definir fórmulas de

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cálculo para todas as taxas cobradas, reflectindo a estrutura de custos de cada Câmara Municipal e de cada Junta de Freguesia. ------------------------------------------------------- ----- Não se estava a falar de uma invenção que a CML tivesse feito, que o seu Executivo tivesse feito, mas sim da aplicação de um Regulamento legalmente consagrado. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Esse Regulamento permitia simplificar e agrupar um vasto conjunto de milhares de taxas previstas até agora no Município de Lisboa, para reduzir de 2000 para 290 taxas que abarcavam todos os serviços e competências próprias do Município de Lisboa. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Regulamento permitia ainda uma tradução mais fiel dos reais custos que a Câmara de Lisboa tinha com os serviços que prestava aos seus munícipes. Era algo que em muitos casos não estava com a correcção devida, umas vezes em prejuízo dos munícipes, outras vezes em prejuízo da própria Câmara Municipal. ---------------------- ----- A figura da Câmara, de conseguir minorar ou majorar as várias taxas, dava sentido à componente política, agravando os comportamentos que não eram úteis ao todo da Cidade de Lisboa e baixando as taxas nos vários serviços com uma forte componente social, em que parte do custo devia ser também suportado pela Câmara Municipal. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- A abordagem de custeio utilizada tornava-se importante e impiedosa de ser aplicada, de forma a saber quanto custavam os vários serviços, de forma realista e com valores os mais actuais possíveis, para que se conseguisse perceber qual a estrutura de custos e se era afectado por maiores custos também directos de pessoal, de instalações, ou por maiores custos indirectos. --------------------------------------------- ----- O Regulamento tinha, desse modo, uma função também de melhorar a gestão da CML, permitindo estudar os centros de custo e como se podia ou não melhorar ao nível de eficácia e de rentabilização vários serviços que eram função de uma Câmara Municipal. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Assim, várias realidades saltavam à vista, com uma enorme percentagem de custos fixos na estrutura de despesa na Câmara Municipal, o que levava a que várias taxas tivessem, até pela tradução da Lei que norteava esse Regulamento, um valor superior a outros municípios, sem grande hipótese de intervenção do Executivo Municipal, uma vez que as fórmulas de cálculo e de imputação estavam definidas numa Lei que já referira. ------------------------------------------------------------------------- ----- Com este Regulamento ficavam mais uma vez claros os custos de Lisboa ser a Capital, o que por um lado podia ser aproveitado, mas que também tinha algum tipo de inconvenientes. Não era correcto que a Câmara Municipal utilizasse a figura de minorar algumas taxas em alguns tipos de serviços que não eram socialmente úteis. Devia-se conseguir com este Regulamento equilibrar o conjunto de serviços que a Câmara Municipal prestava e que não tinham uma função eminentemente social. ------ ----- Também ficava mais uma vez claro que a despesa fixa da Câmara devia merecer uma atenção especial por parte de todos os vários partidos, para manter a capacidade de investimento por parte do Município de Lisboa. No entanto, considerava que não se devia misturar o conjunto de discussões. ---------------------------------------------------

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----- Realçava que no período de discussão pública, que todos consideravam que podia ser mais largo, mas que não devia servir de desculpa para a não participação de todos os que tinham propostas de alteração a propor, o enorme número de contributos que várias associações, partidos e munícipes deram a este Regulamento e que estavam em anexo à proposta, mostrava que não havia desculpas plausíveis para que todos os que tivessem propostas não as tivessem apresentado. Só se conseguia melhorar quando havia propostas em concreto e não só intenções ou críticas a aumentos. ------------------ ----- Os grupos municipais representados nesta Assembleia receberam associações de cidadãos pedindo contributos, que em muitos casos foram dados. Tinha havido esse cuidado e todas as várias alterações propostas foram consideradas no estudo necessário à última versão do Regulamento, que seria aprovado amanhã em reunião de Câmara, de forma a que o conjunto de contributos dados tivessem realidade na proposta que ia ser aprovada. ------------------------------------------------------------------- ----- Quem optara por criticar alguns aspectos, mas sem propor alterações, não podia ser atendido, como era compreensível por parte de todos. ---------------------------------- ----- Lendo o Regulamento, era também de sublinhar as várias isenções previstas. Eram várias e visavam actividades de desenvolvimento da Cidade do ponto de vista económico, de reabilitação urbana, entre outras. Era importante referir as isenções previstas nas actividades de requalificação para incentivar a participação de privados nas operações de qualificação para incentivar a participação de privados nas operações de qualificação e reabilitação de espaços definidos previamente pela CML, a isenção nos projectos de investimento para incentivar o investimento produtivo na Cidade de Lisboa, bem como outras isenções para os desempregados e deficientes, previstas não só nos artigos do capítulo 2, como em outras regulamentações legais aplicadas ao presente Regulamento. ------------------------------------------------------------ ----- Com este Regulamento havia também a separação clara entre o que era uma taxa, um imposto e um preço. A diferença entre aquilo que se pagava como taxa para uma operação de ocupação do espaço público ou para um qualquer licenciamento, só para dar esses exemplos, e o preço que se pagava no Museu Municipal para adquirir um qualquer livro. Antes havia uma mistura e uma confusão muito grande entre esses conceitos, que deviam ser distintos, porque uma coisa era uma taxa, outra coisa era um imposto, outra coisa era um preço. Conseguira-se definir um Regulamento que apenas focava ao nível das taxas. --------------------------------------------------------------- ----- Como não se devia confundir o que era uma taxa com um preço, como vinha sendo feito, este Regulamento devia estar num plano macro, devia ser um instrumento estruturante para que mantivesse a sua base por vários anos, independentemente da cor política dos vários executivos municipais. ------------------------------------------------ ----- Vários complementos podiam ser dados para aperfeiçoar o processo de aplicação do documento que estavam a discutir. Um deles, e a Câmara Municipal podia fazer isso, era conseguir explicar nos meios de comunicação social as alterações ao nível das taxas, para evitar que sob o pretexto das várias notícias da entrada em vigor do Regulamento pudesse haver algumas empresas, se calhar menos honestas, a aumentar

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preços sem motivo para isso em alguns ramos de actividade, sendo o cliente final prejudicado. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Essa explicação devia ser acompanhada de um simulador de taxas por serviço, por actividade, no sítio da internet da Câmara, tal como a Sra. Vereadora já tivera oportunidade de referir, para que o cidadão soubesse quanto ia pagar e ao que correspondia o pagamento. O PS defendia que qualquer aplicação de taxas aos munícipes devia ser clara, transparente e com a capacidade do cidadão saber quanto iria pagar e ao que correspondia. --------------------------------------------------------------- ----- Outro aspecto importante para o Grupo Municipal do PS era a componente do investimento camarário em certos sectores onde se cobravam taxas para melhorar a sua qualidade. Falava-se do impacto das taxas nos vários serviços prestados, no entanto, as taxas eram apenas para conseguir manter serviços com equilíbrio financeiro, equilibrando os custos directos e apenas alguns custos indirectos imputados, de forma a que o Município não tivesse constantemente, em alguns ramos de actividade, um prejuízo brutal. -------------------------------------------------------------- ----- Eram várias entidades que reconheciam que alguns serviços tinham um custo muito superior para a Câmara Municipal do que o valor da taxa cobrada a quem o usava. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Para que ficasse claro, o PS defendia que em alguns serviços a Câmara devia intervir de forma a minorar as taxas, mas outros tinham um custo que se devia manter, nomeadamente para actividades com fins económicos. ------------------------------------- ----- Ao nível de investimentos, esperava que este Regulamento contribuísse para se conseguir um maior equilíbrio financeiro, para que a Câmara Municipal pudesse investir em melhorar as condições de vários serviços, como por exemplo melhorar o conjunto dos mercados de Lisboa, libertando verbas que permitissem uma clara aposta na sua requalificação, manutenção e promoção. ---------------------------------------------- ----- O problema para muitos comerciantes, só para focar esse sector como exemplo, não eram as taxas que pagavam, mas a falta de condições para conseguirem fazer a sua actividade, mas como não se faziam “omeletas sem ovos” só conseguindo equilibrar as receitas com o conjunto de despesas se tornava possível efectuar o referido investimento. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Este Regulamento, como qualquer outro, não era 100% perfeito e com certeza seria aperfeiçoado nos próximos anos, tal como já ia ser feito por proposta da Câmara Municipal, recolhendo contributos de várias associações da sociedade civil e de outros partidos, com a proposta que seria votada na próxima quarta-feira. ----------------------- ----- O PS, ao aceitar a recomendação que o PCP tinha feito, de poder votar o presente Regulamento na próxima terça-feira, mostrava que devia haver uma atitude prudente, de forma a ter um Regulamento que fosse o melhor possível. No entanto, o estudar incluir as várias propostas apresentadas não podia servir para impedir um passo importante para Lisboa, que era poder ter um Regulamento de Taxas que iria aumentar a transparência da relação CML versus munícipe. Um Regulamento que até se podia considerar tardio e era pena que só fosse aplicado por força de uma

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disposição legal, mas que era um passo que tinha que ser dado, de forma a que a Câmara Municipal pudesse manter a sua competência legal de cobrar taxas. ------------ ----- Reforçava a importância desta proposta e da responsabilidade que esta Assembleia tinha na sua aprovação até ao dia 30 de Abril, algo que o Grupo Municipal do PS iria assumir, procurando contribuir e melhorar as propostas recebidas da sociedade civil, para melhorar ao máximo esta proposta, de forma a que na próxima terça-feira se pudesse votar a favor. ------------------------------------------------- ----- O Deputado Municipal Paulo Quaresma (PCP), Presidente da Junta de Freguesia de Carnide, no uso da palavra, disse que vinha hoje à discussão da Assembleia Municipal a proposta de Regulamento Geral de Taxas. As taxas a aplicar por uma autarquia, mais que instrumentos de maximização do retorno económico das opções de gestão económica e financeira do património municipal, constituíam no seu todo a expressão numérica e monetária da política municipal preconizada pelos eleitos locais em prol das populações nas mais diversas vertentes, social, cultural, ambiental, económica ou urbanística. ----------------------------------------------------------------------- ----- Assim sendo, a implementação de um processo de discussão pública desta proposta de Regulamento de Taxas que garantisse as condições de participação efectiva dos munícipes de Lisboa era para o PCP condição determinante para a aprovação final. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Não falara da obrigatoriedade legal de a colocar em discussão pública durante um mês, fixá-la numa qualquer parede do Município ou na página da internet. Falara-se de um processo amplamente divulgado nos órgãos de comunicação social, nas Juntas de Freguesia, entre outros locais. --------------------------------------------------------------- ----- Falara-se ainda da aprovação de uma metodologia que garantisse uma discussão pública eficaz e eficiente em termos de audição dos mais diversos contributos dos cidadãos de Lisboa, bem como a participação de todas as forças políticas representadas nos órgãos deliberativos do Município. Uma metodologia que garantisse a audição de todos os sectores profissionais mais significativamente atingidos por este projecto. Uma metodologia que garantisse a discussão pública temática dos projectos em causa. --------------------------------------------------------------- ----- Num documento que o PCP, através do Vereador Ruben de Carvalho, enviara a 16 de Dezembro ao Sr. Presidente da Câmara Municipal, considerava-se fundamental para o sentido de voto a questão de como seria implementado o processo de discussão pública da proposta, uma vez que se tratava de um Regulamento da máxima importância para todos os cidadãos e transversal aos mais directos sectores profissionais da Cidade. -------------------------------------------------------------------------- ----- Como resposta a esse documento e essa proposta, um mês e meio depois era distribuída uma proposta onde, mercê de um subterfúgio legal, se estabelecia que o prazo de discussão pública não obedeceria sequer aos 30 dias previstos no Código do Procedimento Administrativo, abreviando-se o período da sua discussão para o dia 5 de Março. O encurtamento do prazo fundamentava-se num superior interesse público, que residia tão somente na caducidade da Tabela de Taxas actualmente em vigor a partir de 30 de Abril, se qualquer outra tabela não fosse aprovada entretanto. -----------

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----- Os referidos documentos estavam em elaboração há dois anos. Os munícipes e os comerciantes de Lisboa não podiam ser lesados no seu direito à participação por força de atrasos injustificados de colocação dos referidos documentos em discussão pública. Era lamentável que tal argumento fosse utilizado e todo esse processo não dignificava os seus responsáveis. ----------------------------------------------------------------------------- ----- Para o PCP, a Tabela de Taxas constituía um dos mais poderosos instrumentos da política municipal e não podia ser tratado como um mero instrumento técnico de gestão que, por imperativos legais, tinha que ser aprovado pelos órgãos políticos eleitos. Não era essa a concepção do PCP de Poder Local Democrático. ----------------- ----- Mais uma vez a opção desta maioria fora por uma discussão pública muito restrita, limitativa da participação, nada pró-activa no sentido de chamar os partidos da oposição e a sociedade civil a pronunciarem-se. Fora uma discussão pública realizada à pressa. --------------------------------------------------------------------------------- ----- Havia uma questão que o Sr. Presidente tentara explicar mas que não tinha ficado clara. Porque é que não foram atendidas as propostas apresentadas pelas associações de comerciantes durante o tal mini-período de consulta pública e foram agora atendidas algumas dessas propostas, depois de uma reunião agendada à pressa no final da semana passada? ------------------------------------------------------------------------------- ----- Era também preciso explicar porque é que umas foram ouvidas e outras não foram ouvidas, qual o critério para a escolha de umas associações e outras associações, de determinados sectores, não terem sido ouvidas. --------------------------- ----- Apesar da abolição de centenas de taxas e preços, facto que considerava em si mesmo positivo, esta nova Tabela de Taxas previa um aumento total, como a Sra. Vereadora referira ontem, das receitas municipais dela decorrente na ordem dos 12 a 15%. Um aumento que acontecia em plena crise económica que tinha vindo a penalizar muitos lisboetas e os pequenos e médios comerciantes. ------------------------- ----- As taxas propostas, segundo informação constante da fundamentação económica, foram objecto de uma complexa recolha de informação, por ausência de uma contabilidade analítica implementada, e de um laboroso cálculo de que não duvidava. Partiam, contudo, do princípio de que os custos directos e indirectos apurados para cada serviço, orgânica municipal, custos a partir dos quais derivara o cálculo da respectiva proposta de taxas, mas eram custos de actividades desenvolvidas em condições de normal eficiência, não se tendo considerado o sub-aproveitamento dos recursos ou ganhos de produtividade na sua utilização. ------------------------------------- ----- Aliás, o conceito de normal eficiência era interessante, embora suficientemente abstracto para não ter qualquer significado objectivo. Mandaria a prudência que as taxas propostas não ultrapassassem genericamente os valores actualmente em vigor, sem prejuízo de poderem vir a ser estudadas e aprofundadas posteriormente. Para os munícipes e para os comerciantes, em muitos sectores autárquicos, a maior parte das taxas actualmente em vigor eram já excessivas face à eficácia e eficiência do serviço prestado. Dificilmente se compreendia porque deviam aumentar, em vez de tudo o resto permanecer imutável. ----------------------------------------------------------------------

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----- O argumento de que deviam aumentar por imperativos da nova Lei das Finanças Locais e do Regime Geral de Taxas das Autarquias Locais era um argumento político insustentável, sendo também bastante discutível do ponto de vista técnico. Efectivamente, ambas as Leis evocadas permitiam maior amplitude política e técnica do que isso. Aliás, a própria fórmula genérica apresentada para o cálculo das taxas demonstrava isso mesmo. ------------------------------------------------------------------------ ----- As taxas propostas foram calculadas à centésima de euro, preciosismo que no entender do PCP transformava a tabela em causa num problema impenetrável e até às vezes anedótico. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- As isenções e desincentivos nas taxas e preços eram por natureza uma questão estritamente política. Verificava-se, contudo, que a proposta de Regulamento de Taxas apresentado pela maioria propunha isenções e agravamentos cientificamente calculados, que iam dos 16 ou 17% até 323, 330, 500%. Não compreendia qual a política de incentivos e desincentivos que se pretendia implementar com este Regulamento, quais os fundamentos que estiveram na sua base e que não se encontravam justificados em nenhum dos documentos apresentados, nem de que forma podiam essas percentagens constituir uma expressão de política municipal, qualquer que ela fosse. --------------------------------------------------------------------------- ----- Como já referira, este Regulamento era um importante instrumento de actuação da política municipal a vários níveis. Por exemplo, o Município podia dar aqui mais uma vez um sinal, com políticas de apoio a quem mais sofria com a actual crise económica. Por exemplo, nas isenções ou reduções de taxas não eram tidas em conta as pessoas que viviam em situações complicadas do ponto de vista social e económico, como os desempregados, à semelhança do que acontecia, e muito bem, com as pessoas com deficiência. Eram medidas como essas que ajudavam a compreender quem realmente estava preocupado com quem mais sofria na pele esta crise. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- A leitura e ênfase atribuídas na presente proposta à figura do benefício do particular, prevista na Lei e embora, quanto ao PCP, não nos termos considerados nesta proposta, e a sua inclusão como uma possibilidade de acréscimo nas receitas funcionaria, em termos de consequências futuras, mais como um factor de distúrbio e de contestação jurídica dos particulares do que como um factor de acréscimo das receitas municipais. Tratava-se de um conceito abstracto, impossível de quantificar em termos concretos, que não dependia da concepção colectiva de benefício. ----------- ----- O PCP vinha chamando a atenção para o facto de ter sido aprovada no anterior mandato uma proposta subscrita pela Vereadora Rita Magrinho, Vereadora Ana Sara Brito e Vereador Cardoso da Silva, relativa à aprovação do novo Regulamento e nova Tabela de Taxas a aplicar às lojas municipais e mercados, deliberação essa que estes documentos pareciam ignorar. Ainda para o facto de ter sido adiada no mandato anterior a discussão em Câmara de dois Regulamentos Municipais, o de Ocupação e Utilização do Espaço Público e de Ocupação do Espaço Público Resultante de Obras, adiamento inteiramente justificado face aos timings da discussão propostos, que entroncavam nos documentos agora propostos. ----------------------------------------------

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----- O trabalho desenvolvido nessas propostas não deveria ser ignorado nos documentos agora em discussão, mas parecia terem sido, nomeadamente no que dizia respeito ao processo de liquidação e cobrança de receitas neles previstos, fosse quanto aos momentos inerentes aos pedidos de autorização e ao pagamento prévio desses pedidos. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Também a possibilidade de aprovação e pagamento de informações prévias e a sua cumulação com as taxas a aplicar, nos pedidos de licenciamento definitivos, pareciam mal resolvidos, independentemente dos valores excessivos previstos para ambos nos actuais documentos. ----------------------------------------------------------------- ----- Embora os documentos agora apresentados tivessem sofrido melhorias significativas, nomeadamente o Regulamento que se encontrava melhor organizado e mais legível, onde foram eliminadas algumas isenções incompreensíveis, bem como a Tabela de Taxas, onde foram racionalizadas muitas sub-taxas, muitos dos seus problemas originais, apontados no documento já citado, subsistiam e alguns já aqui referira. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Os problemas relativos à fundamentação económica das taxas mantinham-se iguais e podiam ter consequências futuras indesejadas. Falava, nomeadamente, na forma de cálculo de muitas taxas que incorporavam uma quota parte de benefício particular e ainda o conceito de normal eficiência a partir do qual os custos directos e indirectos foram calculados. --------------------------------------------------------------------- ----- Derivado dessa fundamentação, havia muitas taxas que sofriam aumentos muito acentuados e nalguns casos injustificados. Falava em particular das taxas de publicidade, ocupação do espaço público, dos cemitérios, mas outras poderiam ser igualmente mencionadas. ------------------------------------------------------------------------ ----- Os valores propostos na Tabela de Taxas permaneciam calculados à centésima de euro, o que tornava a sua leitura e aplicação no mínimo insuportáveis. ------------------- ----- As taxas e isenções a aplicar aos mercados, feiras e lojas continuavam imperceptíveis e a proposta de unificação dessas taxas, aprovadas pela proposta 269/2009, permanecia por cumprir. ------------------------------------------------------------ ----- A justificação apresentada para as isenções e reduções de taxas era muito superficial e ligeira, ficando por explicar na sua maior parte. ------------------------------ ----- Havia uma questão na separação entre taxas e preços, que era uma questão política e de fundo para esta Assembleia Municipal. Com esta separação, a Assembleia Municipal deixava de se pronunciar sobre uma parte significativa da política municipal, com a separação das taxas e dos serviços. A Assembleia Municipal perdia aí poder, passava a ser a Assembleia Municipal das lutuosas, porque tomava posição sobre os valores das cremações e dos funerais. ------------------------------------- ----- Continuava a ser a Assembleia Municipal que decidia os valores da peixaria, do talho, etc., mas perdia por completo o poder de decidir as políticas culturais e desportivas da Cidade, através das taxas. ------------------------------------------------------ ----- Parecia-lhe que a Sra. Presidente da Assembleia seria sensível a esse argumento, que os Srs. Deputados Municipais também seriam sensíveis a esse argumento e não fazia sentido que esta Assembleia Municipal, através dessa separação das taxas e dos

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preços, deixasse de se pronunciar sobre as entradas nos museus da Cidade, deixasse de se pronunciar sobre a entrada nas piscinas, os incentivos que deviam ser feitos na promoção da política desportiva da Cidade e que todas essas discussões deixassem de ter lugar na Assembleia Municipal, porque através da aprovação deste Regulamento essa passava a ser uma competência única e exclusiva da Câmara Municipal. ----------- ----- Não podiam aceitar essa separação, porque iam perder poder. A Câmara Municipal tinha outra maioria e se calhar por isso lhe dava jeito que houvesse essa separação e a Assembleia Municipal deixasse de ter a discussão sobre as questões da política cultural e política desportiva da Cidade, que aqui era um elemento fundamental e essencial. Deixavam de se poder pronunciar sobre se devia ou não a Câmara Municipal de Lisboa ter incentivos para a entrada de idosos nas piscinas, sobre a utilização de infra-estruturas desportivas, porque isso deixava de ser, segundo esta proposta, competência da Assembleia Municipal. -------------------------------------- ----- Enquanto Deputado Municipal, enquanto Presidente de Junta, não podia aceitar que essa competência deixasse de ser uma competência da Assembleia Municipal. ---- ----- O Deputado Municipal Mesquita Nunes (CDS-PP), no uso da palavra, disse que o Regulamento Geral de Taxas que a CML hoje apresentava representava, de um ponto de vista formal, um esforço de compilação e de organização que não podia passar despercebido e que não devia ser ignorado, nomeadamente no esforço de contabilidade analítica que tinha sido feito. Portanto, desse ponto de vista formal, o CDS não tinha objecções de maior ao trabalho que era apresentado e tinha antes, isso sim, uma palavra de reconhecimento e de incentivo pelo trabalho que fora realizado e que devia ser realçado aqui. --------------------------------------------------------------------- ----- No entanto, o Regulamento de Taxas que hoje era apresentado não podia ser olhado apenas sob o ponto de vista formal e era na materialidade do documento, nas opções que ele apresentava, nas políticas que evidenciava, que estavam as objecções do CDS. Eram objecções políticas, que espelhavam as duas concepções sobre Finanças Locais que repetidamente se vinham opondo nesta Assembleia. A socialista, que era a desta Câmara, e a liberal, que era a do CDS, mas eram opções técnicas também, que já afastavam as objecções do ponto de vista político e iam ao coração da legalidade da proposta. --------------------------------------------------------------------------- ----- Começava pelas políticas, porque era importante que se espelhasse de um ponto de vista político e uma vez mais nesta Assembleia a política socialista, que era a do PS, e a alternativa que o CDS aqui assumia. Custava a compreender que num contexto social de desemprego e de ausência de aumentos salariais, num Município que primava pela derrama máxima, o IRS máximo, o IMI máximo, que este Regulamento e esta nova Tabela de Taxas viessem mais uma vez sobrecarregar a vida dos cidadãos. ----- Podia-se pensar que de um ponto de vista de política orçamental, que à obstinação desta Câmara em não reduzir os impostos viria uma compensação orçamental pela diminuição da despesa, por um lado, e pela redução das taxas a pagar pelos lisboetas, por outro. Mas não, este Executivo, pelos vistos, não conhecia compensações dessa ordem e mesmo em ano de crise, que tudo justificava, nem baixa de impostos, nem diminuição de despesa, nem redução de taxas. --------------------------

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----- Onde estava, afinal, o esforço desta Câmara correspondente ao esforço que era imposto aos lisboetas? Não era nos impostos, não era no Orçamento, não era no Regulamento de Taxas. Onde estava o esforço desta Câmara destinado a compensar os munícipes pelo esforço que por eles era feito? -------------------------------------------- ----- Não encontrava esse esforço em lado nenhum. Ainda tinha esperança de encontrar neste Regulamento uma qualquer pista, norma, opção, destinada a resolver a ineficiência da cobrança, que resultava na perda de muitos milhões de euros em cada ano por estas taxas, mas nem isso encontrara. Aumentos de taxas sim, medidas para combater a ineficácia na sua cobrança não. --------------------------------------------------- ----- Nem sequer se tinha aproveitado o esforço que já aqui reconhecera e louvara, de contabilidade analítica, para saber quais os custos excessivos que a Câmara tinha na prestação de determinados serviços para orientar a Câmara na sua redução. Nem isso tinha sido feito. O aumento de taxas, isso sim, fora feito e fora opção. ------------------- ----- Era este o preço que os cidadãos de Lisboa pagavam por ter escolhido um executivo socialista. Socialista nos impostos, socialista no peso da despesa, socialista nas taxas que cobrava, socialista na indiferença pela eficiência da cobrança. Socialista, no fundo, porque à Câmara tudo pertencia e tudo lhe era devido e assim se alimentava um gigante que teimava em não parar de crescer. -------------------------------------------- ----- O CDS tinha sobre estas matérias, como era sabido, uma posição diferente. A Câmara era para o CDS um instrumento ao serviço dos cidadãos e se a sua intervenção não dava retorno, havia que repensar. Se a sua intervenção custava mais do que oferecia, havia que repensar. Se a sua intervenção perpetuava os vícios e não cuidava da racionalidade, havia que repensar. ------------------------------------------------ ----- Era nessa óptica que em relação aos preços e taxas propostos, aceitando o princípio de que deviam ter valores que permitissem cobrir os respectivos custos, tinha as maiores reservas quanto à oportunidade de, numa situação de crise profunda e sem se ponderarem devidamente os seus impactos sociais, se proceder à sua aprovação para o ano 2010 sem que a Câmara apresentasse ao mesmo tempo, num documento ao lado ou no mesmo documento, um pacote de medidas de agilização e racionalização da cobrança, por um lado, e da redução dos custos dos serviços prestados, por outro. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Era bom que ficasse claro que, por opção deste Executivo, a aprovação do presente Regulamento em sede de Assembleia iria resultar num aumento de taxas efectivo que, em termos globais, seria porventura superior aos 15% que eram assumidos pela actual maioria que governava a CML. Um aumento compensado por nada, nem por baixa de impostos, nem por esforço de redução da despesa, nem por medidas de racionalidade na cobrança. -------------------------------------------------------- ----- Como exemplo deste agravamento já foram salientados, pelos Deputados Municipais que o antecederam, vários exemplos. Já se estivera mais longe, com os valores que constavam no Regulamento de Taxas, de ver particulares a recorrer aos tribunais relativamente à CML, alegando que não se estava perante taxas, mas simplesmente de impostos. Não seria a primeira vez que o Tribunal Constitucional,

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perante taxas municipais, se veria forçado a declarar a inconstitucionalidade da sua determinação, por elas se tratarem, a final de contas, de impostos. ------------------------ ----- A partir de determinado valor, com aumentos que em muitos casos iam acima dos 1000%, já não havia qualquer relação de contrapartida entre o valor que era cobrado e o serviço que era prestado. Não havia nenhuma relação de sinalagma, como se costumava dizer em Direito Fiscal, e aquilo que havia de facto era um aumento da receita da Câmara à conta das taxas e à conta dos lisboetas. -------------------------------- ----- Era importante referir o impacto, num momento em que se discutia a Carta Estratégica, num momento em que se discutia o Plano Director Municipal, o impacto que tinha este Regulamento de Taxas sobre as actividades económicas. Como é que se queria fixar empresas aqui se nem nas taxas se conseguia dar uma ajuda? Como é que se queriam fixas as empresas e as pessoas em Lisboa com cobranças destas e taxas com estes valores? -------------------------------------------------------------------------------- ----- Agora as objecções técnicas. Eram, no ver do CDS, arriscadas e muito frágeis as opções tomadas nos presentes documentos quanto à classificação das receitas como preços ou taxas, que o PCP acabava de referir. Em muitos dos casos, ela configurava um desrespeito por regras jurídicas que fixavam taxativamente a competência exclusiva da Assembleia Municipal no que respeitava à criação e definição do Regime de Taxas. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O PCP falara do assunto mas não tinha usado um exemplo que lhe parecia mais perigoso, que eram as taxas de saneamento mensal que deixaram de ser taxas. Isso significava, relativamente ao saneamento, que os cidadãos que não tinham qualquer liberdade de escolha em relação ao prestador do serviço e que eram obrigados a ter esse serviço, teriam que pagar aquilo que agora era um preço. Isso era perda de poderes desta Assembleia, mas era também a perda do carácter público que estava na base da fixação desses montantes. -------------------------------------------------------------- ----- Passariam a ter preços, relações meramente contratuais e o impacto que isso poderia ter na futura definição dos preços e na protecção dos consumidores, neste caso cidadãos de Lisboa, era muito maior do que essa singela divisão que vinha no Regulamento de Taxas. Aliás, era extraordinário que por simples opção política de um executivo camarário se deitassem fora décadas e décadas de entendimento sobre aquilo que era uma taxa e aquilo que era um preço. ----------------------------------------- ----- Não era por mero acto de vontade política, não era por mero capricho, não era por vontade de dar a uma empresa o poder de fixar por ela própria o seu preço que se mudava o carácter que, doutrinalmente e jurisprudencialmente, era dado a matérias como estas. As taxas eram aquilo que eram, os preços eram aquilo que eram e não conseguia compreender como é que, para além de todos estes exemplos que aqui havia, as taxas de saneamento ou até as cedências de espaços públicos fossem agora, a final de contas, meros preços cobrados pela CML. ------------------------------------------ ----- Teria sido preferível que esta Câmara tivesse tido algum cuidado a mais na elaboração do Regulamento de Taxas. Estes exemplos que aqui dera, e tencionava dar outros se a discussão continuasse na próxima reunião, evidenciavam a falta de cuidado, pesassem embora os elogios que tinha feito à proposta na sua intervenção. ---

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----- Por mais que a CML, e bem, viesse aqui demonstrar o esforço que estava a fazer no sentido de acomodar as orientações e os pedidos que eram feitos por várias associações, era caso para perguntar se em matéria em que lidava com o bolso dos contribuintes, que lidava com as actividades económicas desta Cidade, se não teria sido preferível todo o cuidado antes para impedir este “anda para cá e anda para lá” de um Regulamento que era essencial ser aprovado e publicado até ao final do mês. ------ ----- Pela parte do CDS teria sido preferível, mas isso tinha que ver com aquilo que muitas vezes repetia nesta Assembleia, com entendimentos diferentes sobre o papel da Câmara na vida das pessoas. Havia um entendimento que era o socialista e que era este. Havia um entendimento que era o do CDS, muito mais subsidiário e que provavelmente teria impedido alguns dos tormentos deste Regulamento. ---------------- ----- A Senhora Presidente informou que havia ainda sete intervenções solicitadas e presumia que estivessem de acordo em terminar hoje a sessão e retomar, com os tempos que estavam, a continuação das intervenções dos outros partidos, no próximo dia 20. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Nota: As propostas votadas na presente reunião foram aprovadas, em minuta, nos termos da deliberação tomada pela Assembleia, por unanimidade, na reunião realizada no dia 2 de Março de 2006, inserida a páginas 40 da respectiva acta (acta n.º 6). ------- ----- Seguidamente, a Senhora Presidente submeteu à votação a prorrogação desta Sessão por mais uma reunião, tendo a Assembleia Municipal deliberado aprová-la, por unanimidade. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Depois deu por encerrada a reunião informando que a Sessão prosseguiria, em segunda reunião, no próximo dia 20 de Abril, pelas 15 horas. ------------------------------ ----- Eram 19 horas e 30 minutos. -------------------------------------------------------------- ----- E eu, , Primeiro Secretário, fiz lavrar a presente acta que subscrevo juntamente com o Segundo Secretário, . ---------