anatomia respiratorio

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  • ANATOMIA Lvia Gomes Martins

    Respiratrio 1

    NARIZ

    1. Introduo

    Poro do trato respiratrio acima do palato duro que contm o rgo perifrico do olfato. Possui uma rea olfatria e outra respiratria. Suas funes so:

    Olfao Respirao Filtrao da poeira Umidificao do ar Recepo de secrees proveniente dos seios paranasais e ductos lacrimonasais

    2. Nariz externo

    Projeta-se a partir da face. O dorso do nariz se estende da raiz (ngulo superior) at o pice do nariz. A face inferior do nariz possui as narinas (aberturas nasais anteriores), que so limitadas, lateralmente, pelas asas do nariz e, medialmente, pela coluna. A pele que reveste o nariz estende-se at o vestbulo do nariz (parte anterior das fossas nasais), onde possui vibrissas (plos rgidos). As vibrissas impedem a passagem de corpos estranhos trazidos com a corrente de ar.

    2.1. Esqueleto do nariz externo O esqueleto recoberto por tegumento e revestido por mucosa. A parte ssea consiste em:

    Ossos nasais

    Processos frontais das maxilas

    Parte nasal do frontal e sua espinha nasal A parte cartilagnea (cartilagem do tipo hialina) consiste em cinco peas:

    Duas cartilagens nasais laterais

    Duas cartilagens alares maiores (dilatam ou constringem as narinas quando os msculos que atuam sobre o nariz se contraem)

    Uma cartilagem do septo (pode se prolongar posteriormente entre o vmer e o etmide, constituindo o processo esfenoidal)

    Vrias cartilagens alares menores OBS:

    O ramo medial da cartilagem alar maior, juntamente com o tegumento e o tecido subjacente, formam o septo mvel do nariz.

    2.2. Septo nasal

    parcialmente cartilagneo e parcialmente sseo. Divide a cmara do nariz um duas

    cavidades (direita e esquerda). composto de:

    Parte Superior Parte Pstero-inferior Parte ntero-inferior

    Lmina perpendicular do etmide Vmer Cartilagem do septo nasal

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    Respiratrio 2

    Imediatamente do conduto nasopalatino (canal incisivo), est uma depresso: o recesso nasopalatino. Junto a este recesso um orifcio abre-se posteriormente em uma bolsa cega: o rudimentar rgo vomeronasal de Jacobson, que apoiado pela cartilagem vomeronasal. OBS:

    A lmina perpendicular do etmide desce da lmina cribriforme e continua acima desta como crista etmoidal.

    A cartilagem do septo nasal possui uma articulao do tipo macho-fmea com as

    margens do septo sseo.

    3. Cavidade Nasal A cavidade nasal dividida pelo septo mediano nas fossas nasais. As aberturas anteriores das cavidades nasais so as narinas e as posteriores, as coanas que se abrem na nasofaringe. Internamente s narinas, h o vestbulo, uma ligeira dilatao limitada lateralmente pelo ramo lateral da cartilagem alar maior e medialmente pelo ramo medial da mesma cartilagem. Estende-se at o lmen do nariz. revestido por pele e contm plos (vibrissas) e glndulas sebceas. As cavidades nasais so revestidas pelas tnicas mucosas que esto presas ao peristeo e ao pericndrio dos ossos e cartilagens do nariz, respectivamente. A regio olfatria constituda pela concha superior e a parte oposta do septo; a regio respiratria compreende o restante da cavidade. Os processos centrais das clulas olfatrias, situadas no epitlio olfatrio, se unem para formar os feixes nervosos que passam atravs da lmina cribriforme e entram no bulbo olfatrio do crebro.

    3.1. Limites da cavidade nasal

    Teto Dividido em trs partes: frontonasal, etmoidal, esfenoidal

    Assoalho Processo palatino da maxila e lmina horizontal do palatino

    Parede Medial Septo nasal

    Parede Lateral Conchas nasais

    3.2. Conchas nasais

    As conchas nasais (superior, mdia, inferior) dividem a cavidade nasal em quatro partes:

    Recesso esfenoetmoidal Spero-posterior concha superior Recebe a abertura do seio

    esfenoidal

    Meato nasal superior Entre a concha superior e mdia Recebe a abertura dos seios etmoidais

    Meato nasal mdio Entre a concha mdia e inferior O seio frontal drena atravs do ducto frontonasal passando pelo infundbulo etmoidal, se abrindo no hiato semilunar. O seio maxilar tambm se abre no meato mdio, atravs do stio maxilar

    Meato nasal inferior nfero-lateral concha inferior O ducto lacrimonasal drena as lgrimas a partir do seio lacrimal

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    Respiratrio 3

    OBS: Quando infectada, a tnica mucosa que reveste a concha inferior pode aumentar,

    bloqueando ao nariz.

    A bolha etmoidal uma elevao arredondada localizada acima do hiato semilunar, na concha mdia. formada pelas clulas etmoidais que formam os seios etmoidais.

    O trio uma depresso do meato mdio acima do vestbulo.

    O hiato semilunar se abre no infundbulo, que limitado inferiormente pela borda do

    processo uncinado do etmide e superiormente pela bulha etmoidal.

    3.3. Vascularizao e inervao da cavidade nasal

    Artrias O suprimento arterial das paredes medial e lateral proveniente dos ramos:

    Da artria esfenopalatina

    Da artria etmoidal anterior e posterior

    Da artria palatina maior

    Da artria labial superior e dos ramos nasais laterais da artria facial rea se Kiesselbach, na parte anterior do septo nasal, uma regio rica em capilares, onde todas as cinco artrias que suprem o septo se anastomosam.

    Veias Profundo tnica mucosa, um plexo de veias drenam para as veias esfenopalatinas, facial e oftlmica. Participa da termorregulao do corpo.

    Nervos Nervo maxilar N. nasopalatino septo nasal N. palatino maior parede lateral N. etmoidal anterior e posterior

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    Respiratrio 4

    OBS: Os nervos olfatrios esto relacionados apenas com o olfato, originam-se de clulas

    olfatrias bipolares, desprovidas de bainha de mielina, situadas no epitlio olfatrio que passam atravs da lmina cribriforme e terminam no bulbo olfatrio.

    4. Correlaes antomo-clnicas

    4.1. Fraturas do nariz

    Fraturas graves do nariz so potencialmente perigosas, pois a lmina do etmide tambm

    pode sofrer fraturas, que podem lacerar as meninges cranianas permitindo que bactrias situadas na mucosa do nariz entrem na cavidade craniana, produzindo meningite.

    4.2. Rinorria de LCR Resulta da fratura da lmina cribriforme, dilacerao das meninges cranianas e

    extravasamento de LCR pelo nariz. Isso aumenta o risco de meningite.

    4.3. Rinite Inflamao e intumescncia da mucosa do nariz durante infeces do trato respiratrio

    superior e reaes alrgicas. Essa infeco das cavidades nasais pode se espalhar para: Fossa anterior do crnio lmina cribriforme Nasofaringe Orelha mdia tuba auditiva Seios paranasais Aparelho lacrimal

    4.4. Epistaxe causada por trauma, infeces e hipertenso. Jatos de sangue provenientes do nariz

    resultam da ruptura das artrias (rea de Kiesselbach).

    SEIOS PARANASAIS

    1. Introduo

    So extenses cheias de ar da parte respiratria da cavidade nasal no interior dos ossos frontal, etmide, esfenide e maxila.

    2. Seios frontais

    Entre as lminas externa e interna do frontal, posterior aos arcos superciliares e raiz do nariz. Cada seio drena atravs do ducto frontonasal para o infundbulo no hiato semilunar do meato nasal mdio. So inervados pelos ramos dos nervos supra-orbitais.

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    3. Seios etmoidais Compreendem diversas cavidades, as clulas etmoidais, localizadas na massa lateral do etmide entre a cavidade nasal e a rbita. As clulas etmoidais anteriores drenam para o meato mdio do nariz atravs do infundbulo. As clulas etmoidais mdias se abrem no meato nasal mdio e formam a bolha etmoidal. As clulas etmoidais posteriores se abrem no meato superior do nariz. A inervao feita pelos ramos dos nervos nasociliares.

    4. Seios esfenoidais Derivam de uma clula etmoidal posterior que comea a invadir o esfenide aos dois anos de idade. Drenam para o recesso esfenoetmoidal. As artrias posteriores e o nervo etmoidal posterior suprem os seios esfenoidais.

    5. Seios maxilares Limites do seio maxilar:

    pice: em direo ao zigomtico

    Base: parte inferior da parede lateral da cavidade nasal

    Teto: assoalho da rbita

    Assoalho: parte alveolar da maxila

    6. Correlaes anatomo-clnicas

    6.1. Sinusite Uma infeco pode se espalhar a partir das cavidades nasais, produzindo inflamao e

    tumefao da tnica mucosa dos seios, sinusite, e dor localizada. Se houver a inflamao concomitante de outros seios, chamamos de parasinusite.

    6.2. Infeco das clulas etmoidais Se a drenagem nasal for bloqueada, as infeces das clulas etmoidais podem abrir

    caminho atravs da frgil parede medial da rbita. Infeces graves originrias desta fonte podem causar cegueira, porque algumas clulas etmoidais posteriores se situam prximo ao canal ptico, que d passagem para o nervo ptico e a artria oftlmica. A difuso da infeco tambm pode afetar a bainha nervosa dural do nervo ptico, causando neurite ptica.

    6.3. Infeco dos seios maxilares So os mais comumente infectados. Os seus stios possuem uma localizao inadequada

    para a drenagem natural do seio. Quando a tnica mucosa est congestionada, os stios

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    Respiratrio 6

    maxilares so frequentemente obstrudos. Devido alta localizao dos stios, quando a cabea est ereta impossvel para os seios drenarem at que estejam cheios. Como os stios se situam dos lados mediais, apenas o stio superior drena quando situado no paciente de lado.

    6.4. Relao dos dentes com o seio maxilar A proximidade dos dentes molares maxilares com o seio

    maxilar representa problemas potencialmente graves. Durante a remoo de um dente molar, pode ocorrer a fratura de uma raiz, criando uma comunicao entre a cavidade da boca e o seio maxilar, ocasionando infeco. A inflamao do seio maxilar frequentemente acompanhada dor nos dentes molares, pois o suprimento nervoso dessas estruturas feito pelo mesmo nervo, alveolar superior.

    6.5. Transiluminao dos seios Tcnica usada para os seios frontais e maxilares. A luz que passa aparece como um brilho

    opaco. Se o seio contm liquido em excesso, massa, ou uma tnica mucosa espessada, o brilho diminui.

    FARINGE

    1. Introduo

    Localizada posteriormente s cavidades do nariz e da boca (a abertura para a boca chama-se istmo da fauce), estendendo-se para baixo atrs da laringe. Vai da base do crnio at a margem inferior da cartilagem cricidea, anteriormente, e a margem inferior de C6, posteriormente, continuando com o esfago. A poro posterior se situa contra a lmina pr-vertebral da fscia cervical. A parede da faringe possui trs tnicas:

    Mucosa: contnua com as cavidades do nariz, da boca, da laringe e a cavidade timpnica (atravs da tuba auditiva)

    Fibrosa: entre a mucosa e a muscular; prende-se base do crnio

    Muscular: formada pelos msculos circulares e longitudinais A faringe dividida em trs partes:

    Nasofaringe

    Orofaringe

    Laringofaringe OBS:

    O intervalo entre a borda superior do msculo constritor superior e a base do crnio conhecido como seio de Morgagni.

    Sete cavidades se comunicam com a faringe: duas cavidades nasais, duas cavidades

    timpnicas, boca, laringe e esfago.

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    2. Partes da faringe

    2.1. Nasofaringe (ou rinofaringe) Tem funo respiratria. Localizada posterior cavidade nasal, estendendo-se at o palato

    mole. O nariz se abre nessa regio atravs das coanas. O teto e a parede posterior da nasofaringe formam uma superfcie contnua que se situa abaixo do corpo do esfenide e da poro basilar do occipital. As tonsilas farngeas (adenides) encontram-se nessa regio. O arco anterior do atlas faz relao posteriormente.

    A prega salpingofarngea recobre o msculo salpingofarngeo, que abre o stio da tuba auditiva durante a deglutio. Atrs deste, encontramos a tonsila tubria. Posterior ao toro farngeo e prega salpingofarngea, o recesso farngeo (ou de Rosenmller) se estende lateral e posteriormente. Este ltimo formado pela fscia bucofarngea + fscia faringobasilar + tnica mucosa.

    2.2. Orofaringe Tem funo digestria. Estende-se do palato mole at a margem superior da epiglote e das

    pregas faringoepiglticas. Limitada superiormente pelo palato mole, inferiormente pela base da lngua e o intervalo entre esta e a epiglote. Nesta regio se encontra as tonsilas linguais. Relaciona-se lateralmente com os arcos palatoglosso e palatofarngeo, que recobrem os respectivos msculos, e so separados pela fissura tonsilar. As tonsilas palatinas se localizam entre os arcos palatinos, no seio tonsilar, (o assoalho da fissura). O seio tonsilar formado pelo msculo constritor superior da faringe e pela fscia faringobasilar. Anteriormente, a orofaringe est relacionada com o istmo da fauce. Posteriormente relaciona-se com os corpos de C2 e C3.

    OBS:

    A tnica mucosa da lngua se reflete sobre a epiglote formando as pregas glossoepiglticas lateral e mediana e entre estas uma pequena depresso de cada lado, as valculas.

    Tonsilas palatinas Massas de tecido linfide localizadas nas paredes laterais da parte oral da faringe, nos seios tonsilares. Sua margem medial livre projeta-se na cavidade da faringe. A face lateral coberta por uma cpsula. Possui criptas na sua superfcie. Relaes:

    Anterior: arco palatoglosso

    Posterior: arco palatofarngeo

    Superior: palato mole

    Inferior: tero posterior da lngua

    Medial: cavidade da orofaringe

    Lateral: cpsula, separada do msculo constritor superior Suprimento:

    Arterial: artria tonsilar (ramo da artria facial)

    Venoso: o sangue vai para as veias palatina externa, farngea ou facial

    Linftico: os vasos linfticos se unem aos linfonodos cervicais profundos superiores (linfonodo jugulodigstrico)

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    Respiratrio 8

    2.3. Laringofaringe Posterior laringe, estendendo-se da margem superior da epiglote e das pregas

    faringoepiglticas at a margem inferior da cartilagem cricidea. Est relacionada posteriormente com os corpos de C4, C5 e C6. A laringofaringe se comunica anteriormente com a laringe atravs do adito da laringe. De cada lado dessa abertura, encontramos os recessos piriformes, com os seguintes limites:

    Medial: separados do adito da laringe pela prega ariepigltica

    Lateral: face medial da cartilagem tireidea e membrana tireohiidea OBS:

    Os ramos internos do nervo larngeo superior e os ramos do nervo larngeo recorrente situam-se no recesso piriforme e esto sujeitos a leses quando um corpo estranho se aloja nesse local.

    3. Msculos da faringe

    Camada externa Msculos circulares - Constritor superior - Constritor mdio - Constritor inferior

    - Todos pelo plexo farngeo

    Camada interna Msculos longitudinais - Palatofarngeo - Salpingofarngeo - Estilofarngeo

    - Plexo farngeo - Plexo farngeo - Glossofarngeo

    OBS:

    Os constritores so revestidos internamente pela fscia faringobasilar e externamente pela fscia bucofarngea.

    Contraem-se voluntariamente e sequencialmente de cima para baixo. So supridos pelo plexo nervoso farngeo: ramos farngeos do nervo vago + ramos

    farngeos do nervo glossofarngeo + ramos simpticos do gnglio cervical superior. Anel de Waldeyer uma faixa circular incompleta de tecido linfide situada na parte superior da faringe. formado por massas de tecido linfide agregado, as tonsilas:

    ntero-inferior: tonsila lingual

    Lateral: tonsilas palatinas e tubrias

    Spero-posterior: tonsila farngea

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    4. Suprimento nervoso feito principalmente pelo plexo farngeo. O suprimento nervoso motor deriva da parte craniana do nervo acessrio que transportado pelo vago para suprir todos os msculos da faringe, exceto o estilofarngeo, inervado pelo glossofarngeo. O suprimento nervoso sensitivo: Nasofaringe nervo maxilar Orofaringe nervo glossofarngeo Laringofaringe larngeo interno (ramo do nervo vago)

    5. Suprimento sanguneo O suprimento arterial feito pelos ramos das artrias farngea ascendente, palatina ascendente, facial, maxilar e lingual. As veias drenam para o plexo venoso farngeo que por sua vez drena para a veia jugular interna.

    6. Drenagem linftica Drenam para os linfonodos cervicais profundos.

    7. Correlaes anatomo-clnicas

    7.1. Adenoidite Inflamao das tonsilas farngeas (adenides) podendo obstruir a passagem de ar da

    cavidade nasal para a nasofaringe, tornando necessria a respirao pela boca. Essa inflamao pode se espalhar para as tonsilas tubrias, causando tumefao e fechamento das tubas auditivas. Se a infeco se disseminar a partir da nasofaringe para a orelha mdia, pode causar otite mdia com conseqente diminuio ou perda da audio.

    LARINGE

    1. Introduo

    A laringe fica na parte anterior do pescoo. responsvel pelo mecanismo de fonao projetado para a vocalizao, conecta a orofaringe com a traquia e protege as passagens de ar.

    Produo de voz A liberao intermitente do ar expirado entre as pregas vocais aduzidas resulta na sua

    vibrao e na produo de som. A frequncia da voz determinada pelas mudanas no comprimento e na tenso dos ligamentos vocais.

    Funo esfinctrica Existem dois esfncteres na laringe: na entrada e na rima. O esfncter de entrada usado

    durante a deglutio. No esforo abdominal, defecao, parto, tosse ou espirro a rima da glote serve como esfncter.

    usuarioRealce

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    Respiratrio 10

    dito da laringe A abertura limitada:

    Anteriormente: margem superior da epiglote

    Lateralmente: prega ariepigltica

    Posteriormente: tnica mucosa que se estende entre as cartilagens aritenideas

    2. Esqueleto da laringe

    Nove Cartilagens

    3 mpares - Tireidea - Cricidea - Epigltica

    3 pares - Aritenideas - Corniculadas - Cuneiformes

    2.1. Cartilagem tireidea Suas lminas se fundem anteriormente no plano mediano para formar a proeminncia

    larngea (pomo de Ado). Acima e abaixo dessa proeminncia, as lminas se separam para formar a incisura tireidea superior e a incisura tireidea inferior. A margem posterior de cada lmina se projeta superiormente como corno superior e inferiormente como corno inferior. Este ltimo se articula com as faces laterais da cartilagem cricidea nas articulaes cricotireideas. Na face externa de cada lmina est a linha oblqua que corre do tubrculo tireideo superior para o tubrculo tireideo inferior.

    A membrana tireohiidea fixa o osso hiide aos cornos superiores e margem superior da

    cartilagem tireidea. A poro mediana desta membrana o ligamento tireo-hiideo mediano e as partes laterais compem os ligamentos tireo-hiideos laterais.

    2.2. Cartilagem cricidea A parte posterior da cartilagem cricidea a lmina e a anterior o arco. Fixa-se na

    margem inferior da cartilagem tireidea por meio do ligamento cricotireideo mediano e no 1 anel traqueal pelo ligamento cricotraqueal.

    2.3. Cartilagem aritenideas So pares pirmides de trs lados que se articulam com a margem superior da lmina da

    cartilagem cricidea. Cada cartilagem possui um pice, superiormente, um processo vocal, anteriormente e um processo muscular que se projeta lateralmente a partir da sua base. Essas estruturas se relacionam com:

    pice cartilagem corniculada e prega ariepigltica

    Processo vocal fixao posterior para o ligamento vocal

    Processo muscular fixao dos msculos cricoaritenideos posterior e lateral

    2.4. Cartilagem epigltica uma cartilagem elstica e cordiforme situada atrs da raiz da lngua e do hiide e na

    frente do adito da laringe. A cartilagem epigltica forma a margem superior do adito da laringe. Sua extremidade inferior denominada pecolo. Est fixada:

    Inferiormente: ao ligamento tireoepigltico, no ngulo formado pelas lminas tireideas

    Anteriormente: ao hiide, pelo ligamento hioepigltico

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    Respiratrio 11

    A membrana quadrangular estende-se entre as faces laterais das cartilagens aritenideas e epigltica. Suas margens livres formam:

    Inferiormente: ligamento vestibular, que recoberto pela prega vestibular

    Superiormente: ligamento ariepigltico, que recoberto pela prega ariepigltica OBS:

    A prega vestibular fica acima da prega vocal e se estende da cartilagem tireidea at as cartilagens aritenideas.

    2.5. Cartilagem corniculada ( de Santorini) e cuneiforme (de Wrisberg) Esto situadas na parte posterior das pregas ariepiglticas. As cartilagens corniculadas se

    fixam nos pices das cartilagens aritenideas, as cuneiformes no se fixam diretamente a outras cartilagens. OBS:

    Articulaes cricoaritenideas: entre as bases das cartilagens aritenideas e as faces spero-laterais da lmina da cartilagem cricidea.

    O ligamento vocal a margem superior, espessada e livre do ligamento cricotireideo.

    Constitui o esqueleto para a prega vocal. Estende-se da juno das lminas da cartilagem tireidea at o processo vocal da cartilagem aritenidea.

    3. Interior da laringe

    Estende-se do dito da laringe at a margem inferior da cartilagem cricidea. A cavidade da laringe est dividida em trs partes:

    Vestbulo da laringe: acima das pregas vestibulares

    Ventrculo da laringe (seio larngeo): entre as pregas vestibulares e vocais

    Cavidade infragltica: das pregas vocais at a margem inferior da cartilagem cricidea OBS:

    A partir do ventrculo da laringe um pequeno divertculo, o sculo da laringe, passa para cima entre a prega vestibular e a cartilagem tireidea.

    As pregas vocais controlam a produo do som. Elas tambm servem como principal esfncter inspiratrio da laringe. Cada prega vocal possui:

    Um ligamento vocal (margem livre e medial do ligamento cricotireideo lateral)

    Um msculo vocal A glote o aparelho vocal da laringe, compreende as pregas vocais + a rima da glote (abertura entre as pregas vocais). O formado da ima varia:

    Durante a respirao comum: estreita e cuneiforme

    Durante a respirao forada: larga (forma de pipa)

    Durante a fonao: fenda estreita OBS:

    A amplitude mais baixa da altura do som da voz dos homens resulta do comprimento maior das pregas vocais.

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    Respiratrio 12

    As pregas vestibulares (falsas cordas vocais) se estendem entre as cartilagens tireidea e aritenideas. Tm funo protetora. Elas recobrem os ligamentos vestibulares. O espao entre eles a rima do vestbulo. Entre as pregas vocais e vestibulares esto os ventrculos da laringe.

    4. Msculos da laringe Divididos em dois grupos:

    Extrnsecos: movem a laringe como um todo

    Intrnsecos: movem partes da laringe

    - Cricotireideo Nervo larngeo externo

    - Cricoaritenideo posterior - Cricoaritenideo lateral - Tireoaritenideo - Aritenideos oblquo e transverso - Vocal

    Nervo larngeo recorrente

    5. Suprimento sanguneo

    Suprimento arterial para:

    Metade superior da laringe ramo larngeo superior da artria tireidea superior

    Metade inferior da laringe ramo larngeo inferior da artria tireidea inferior Suprimento venoso:

    Veia larngea superior tireidea superior veia jugular interna

    Veia larngea inferior tireidea inferior veia braquioceflica esquerda

    6. Drenagem linftica Os vasos linfticos drenam para o grupo de linfonodos cervicais profundos.

    7. Suprimento nervoso So os ramos larngeos superior e inferior do nervo vago. O nervo larngeo superior divide-se em interno e externo:

    O ramo interno o nervo sensitivo da laringe O ramo externo supre o msculo cricotireideo O nervo larngeo inferior a continuao do larngeo recorrente. Ele o nervo motor

    da laringe, suprindo todos os msculos da laringe, exceto o msculo cricotireideo

    8. Correlaes anatomo-clnicas

    8.1. Leso aos nervos larngeos Como o nervo larngeo inferior inerva os msculos que movem a prega vocal, a paralisia da

    prega vocal ocorre quando o nervo lesado. Isso tambm produz anestesia da tnica mucosa da parte superior da laringe. Como resultado, o mecanismo de proteo projetado para manter os corpos estranhos fora da laringe fica inativo.

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    Respiratrio 13

    TRAQUIA

    1. Introduo

    um tubo fibrocartilagneo formado por anis traqueais incompletos posteriormente, onde se encontra o msculo traqueal. Estende-se a partir da extremidade inferior da laringe, borda inferior da cartilagem cricidea (C6), e termina no ngulo do esterno (T4/T5), onde se divide em brnquio principal direito e esquerdo. OBS:

    A carina uma projeo cartilagnea do ltimo anel da traquia. Fica entre os orifcios dos brnquios principais. A mucosa que reveste a carina muito sensvel e est associada com o reflexo da tosse.

    2. Relaes da traquia

    No pescoo, relaciona-se com:

    Anteriormente: istmo da glndula tireide, arco venoso jugular, veias tireideas inferiores

    Posteriormente: esfago

    Lateralmente: artrias cartidas comuns, lobos da glndula tireide, nervos larngeos recorrentes

    No trax, relaciona-se com:

    Anteriormente: manbrio do esterno, timo, arco artico, veia braquioceflica esquerda

    Posteriormente: esfago

    Lateralmente: pleura, artrias cartidas comuns, nervos vagos, tronco braquioceflico ( direita), artria subclvia ( esquerda)

    3. Suprimento nervoso

    Ramos dos nervos vagos, larngeo recorrente e tronco simptico.

    4. Correlaes anatomo-clnicas

    4.1. Traqueostomia Inciso transversa atravs da pele do pescoo e da parede anterior da traquia para

    estabelecer uma via aerfera adequada em pacientes com obstruo da via aerfera superior ou deficincia respiratria. A abertura feita entre o 1 e o 2 anel traqueal ou atravs do 2 at o 4 anel.

    BRNQUIOS

    1. Brnquios principais

    Os brnquios principais (ou primrios) passam nfero-lateralmente da bifurcao da traquia para os hilos pulmonares.

    Brnquio principal direito: mais largo, mais curto, mais vertical

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    Respiratrio 14

    Brnquio principal esquerdo: passa abaixo do arco da aorta e anterior a poro torcica desta

    OBS:

    As caractersticas do brnquio principal direito aumentam a probabilidade de corpos estranhos se alojarem nele ou em seus ramos

    2. rvore bronquial

    Ao penetrarem nos hilos dos pulmes, os brnquios principais se ramificam constantemente.

    (20 a 25 geraes de ramos depois)

    Os sacos alveolares so guarnecidos de alvolos, que so as unidades estruturais bsicas de trocas gasosas no pulmo. OBS:

    O segmento broncopulmonar um segmento piramidal do pulmo, com seu pice olhando a raiz do pulmo e sua base na face pleural. suprido independentemente por um brnquio segmentar e um ramo tercirio da artria pulmonar.

    O brnquio para o lobo superior do pulmo direito chamado de epiarterial, pois

    passa acima da artria pulmonar. Este se origina antes do brnquio principal penetrar no hilo. Os demais brnquios lobares so denominados hipoarteriais.

    3. Correlaes anatomo-clnicas

    3.1. Bronquite araqudica Inflamao qumica dos brnquios resultante da substncia liberada pelo amendoim.

    Causa dispnia.

    PLEURA

    1. Introduo

    Brnquios principais (primrios)

    Suprem cada pulmo

    1 esquerdo

    1 direito

    Brnquios lobares (secundrios)

    Suprem os lobos do pulmo

    2 esquerdos

    3 direitos

    Brnquios segmentares (tercirios)

    Suprem os segmentos

    broncopulmonares

    Bronquolos terminais

    Bronquolos respiratrios

    Ductos alveolares

    Sacos alveolares

  • ANATOMIA Lvia Gomes Martins

    Respiratrio 15

    So as membranas serosas que revestem a cavidade pulmonar. Divide-se em pleura visceral e parietal. A cavidade pleural o espao entre essas lminas. Contm o lquido pleural que lubrifica as membranas pleurais, proporcionando uma superfcie escorregadia e lisa que facilita o deslizamento entre elas durante a respirao. A tenso superficial mantm a face do pulmo em contato com a parede torcica, assim, ele acompanha o movimento da caixa torcica.

    2. Pleura visceral Reveste intimamente o pulmo, incluindo as suas faces entre as fissuras interlobares. Ela contnua com a pleura parietal no hilo do pulmo.

    3. Pleura parietal Reveste a cavidade pulmonar e, assim, adere parede torcica, ao mediastino e ao diafragma. Consiste em quatro partes: costal, mediastinal, diafragmtica e a cervical.

    3.1. Parte costal Cobre as faces internas da parede torcica e separa-se desta pela fscia endotorcica.

    3.2. Parte mediastinal Cobre as faces laterais do mediastino. No hilo do pulmo, a parte mediastinal passa

    lateralmente, envolvendo as estruturas da raiz do pulmo, e contnua com a pleura visceral. Inferior raiz do pulmo, a parte mediastinal passa lateralmente como uma lmina dupla at o pulmo, onde ela continua com pleura visceral como ligamento pulmonar. A funo desse ligamento permitir o movimento dos vasos pulmonares e dos brnquios durante a respirao.

    3.3. Parte diafragmtica Cobre a parte superior (torcica) do diafragma de cada lado do mediastino. Uma lmina da

    fscia endotorcica, a fscia frenicopleural, une a parte diafragmtica s fibras musculares do diafragma.

    3.4. Parte cervical ( ou cpula da pleura) Estende-se atravs da abertura superior do trax at a raiz do pescoo, formando uma

    abbada pleural cupuliforme sobre o pice do pulmo (acima da 1 costela). reforada por uma extenso da fscia endotorcica, a membrana suprapleural (fscia de Sibson).

    4. Linhas de reflexo pleural Formam-se quando a pleura parietal muda de direo. Assim, temos:

    Linha esternal de reflexo pleural: parte costal (anterior) parte mediastinal

    Linha costal de reflexo pleural: parte costal parte diafragmtica

    Linha vertebral de reflexo pleural: parte costal (posterior) parte mediastinal, corre no plano paravertebral

    OBS:

    A linha esternal de reflexo pleural do lado esquerdo cria uma incisura, permitindo que uma parte do pericrdio fique em contato direto com a parede torcica anterior. Isso importante para a pericardiocentese.

    5. Espaos pleurais potenciais

  • ANATOMIA Lvia Gomes Martins

    Respiratrio 16

    Durante a respirao calma, existem locais onde os pulmes no ocupam totalmente as cavidades pleurais:

    Recessos costodiafragmticos: entre a pleura costal e diafragmtica, separadas p uma lmina capilar de lquido pleural.

    Recessos costomediastinais: ao longo da margem anterior da pleura. Espao entre as pleuras costal e mediastinal, separadas por uma lmina capilar de lquido pleural.

    6. Suprimento nervoso

    Pleura parietal:

    Costal: nervos intercostais

    Mediastinal: nervo frnico

    Diafragmtica: nervo frnico e nervos intercostais inferiores Pleura visceral:

    Plexo pulmonar

    PULMO

    1. Introduo

    Sua funo principal oxigenar o sangue (hematose). O hilo pulmonar a rea na face medial do pulmo por onde as estruturas que formam a raiz entram e saem do pulmo. A raiz do pulmo formada pelos brnquios e pelos vasos pulmonares, portanto, ela conecta o pulmo com a traquia e o corao.

    2. Fissuras

    Pulmo direito 2 fissuras: - Oblqua - Horizontal

    3 lobos: - Superior - Mdio - Inferior

    Pulmo esquerdo 1 fissura: - Oblqua

    2 lobos: - Superior - Inferior - (Lngula)

    OBS:

    A incisura cardaca, na margem anterior do pulmo esquerdo, indenta a face ntero-inferior do lobo superior (impresso cardaca). Isso cria a lngula que, durante a respirao, ocupa o recesso costomediastinal.

    3. Impresses

    Pulmo direito: sulco esofgico, impresso cardaca, veia braquioceflica, arco da veia

    zigo, esfago, veia cava superior Pulmo esquerdo: impresso cardaca, arco da aorta, parte descendente da aorta,

    artria subclvia, 1 costela

    4. Estrutura

  • ANATOMIA Lvia Gomes Martins

    Respiratrio 17

    Cada pulmo possui:

    Um pice

    Trs faces: costal, mediastinal, diafragmtica

    Trs margens: anterior, inferior, posterior

    4.1. Faces do pulmo Costal: relacionada com as costelas, cartilagens costais, msculos intercostais, corpo

    das vrtebras torcicas Mediastinal: relacionada com o mediastino mdio (pericrdio e corao), hilo,

    ligamento pulmonar Diafragmtica: relacionada com o diafragma

    4.2. Margens do pulmo Anterior: encontro da face costal e mediastinal anteriormente (marcada pela incisura

    cardaca) Inferior: circunscreve a face diafragmtica do pulmo Posterior: encontro da face costal e mediastinal posteriormente