análise quantitativa no direito regulatório - docs.ndsr.org · coopanest/go, coopanest/mt,...
TRANSCRIPT
Análise quantitativa no Direito Regulatório
Ricardo Medeiros de Castro
http://oglobo.globo.com/brasil/camara-exclui-manifestacoes-sociais-de-lei-que-tipifica-terrorismo-1-18742312
LEI Nº 13.050, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2014.
LEI Nº 13.101, DE 27 DE JANEIRO DE 2015.
Ninguém foi preso no cartel de gases, nem mesmo multado. Ninguém foi preso no cartel dos genéricos, nem mesmo multado. O CADE foi condenado em ambos os casos e terá que pagar honorários.
Questão: O que isso tem a ver com o preço dos produtos?
CADE perde cartel dos gases
http://edicao.jornalpequeno.com.br/impresso/2013/01/06/apadrinhado-de-sarney-ex-chefe-de-agencia-ajudou-grupo-ligado-a-senadorp/ O dono da Rodrimar é Antônio Celso Grecco, que tem ligações c o clã Sarney e é amigo pessoal de Fialho, que conheceu no mercado portuário. O grupo costuma se encontrar nos gabinetes de órgãos públicos e em festas em Brasília e no Maranhão. Sarney e Grecco foram padrinho de casamento de Maria Vandira Peixoto, uma das principais assessoras do peemedebista, na capital federal. Em janeiro de 2011, meses antes de ser beneficiado c a decisão da Antaq, o empresário foi um dos convidados da festa de casamento de Lia Fialho, filha do ex-diretor-geral da Antaq, em São Luís. Além de Sarney, um dos padrinhos foi o ex-senador Gilberto Miranda (PMDB-AM), indiciado na Porto Seguro
por integrar o suposto esquema de cpra de pareceres.
para ilustrar o problema, o Ministério Público, no âmbito do processo administrativo 08012.005644/2004-07, noticiou ao CADE que “quando o Estado do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, deflagrou concursos públicos para preenchimento de cargos de médicos das especialidades do tipo daquelas reunidas em formas de cooperativas (anestesiologistas, cirurgiões gerais, ortopedistas, angiologistas, cirurgiões pediátricos, cirurgiões plásticos, neurologistas, onco-hematologistas, intensivistas, etc.), estas sistematicamente exerceram um poder de pressão sobre os seus membros, a fim de que não se inscrevessem nos certames, já tendo inclusive ocorrido caso de ameaça de morte a um médico do Estado do Rio de Janeiro que veio ao ES para se inscrever para um desses concursos “ (folha 528 do processo) No Amazonas, a Cooperativa de Anestesistas do Estado registrou em cartório (i) que sabia que estava fazendo cartel (ii) que não queria que o CADE desconfiasse; (iii) que os anestesistas iriam combinar o preço da consulta, dentro e fora da cooperativa, tornando artificial a multimilitância. Ou seja, a cooperativa servia como fórum de discussão que visava explicitamente eliminar a concorrência. Ironicamente, a própria Cooperativa entregou o referido documento, registrado em cartório, para o CADE. E estes são apenas alguns exemplos de casos de cooperativas, que foram analisados quase que exclusivamente do ponto de vista de conduta. O CADE, por outro lado, fez, recentemente, acordo com a
Coopanest/GO, Coopanest/MT, Coopanest/ES, Coopanest/PB, Coopanest/AM e Coopanest/RN, em que as mesmas pagaram quantias que variaram de
15 a 30 mil Reais (Vide Ata da Assembleia Geral Ordinária da COOPANEST – Cooperativa de Anestesiologistas do Amazonas, realizada em 31 de março de 2003 – fl. 1648 do processo administrativo 08012.013467/2007-77).
para ilustrar o problema, o Ministério Público, no âmbito do processo administrativo 08012.005644/2004-07, noticiou ao CADE que “quando o Estado do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, deflagrou concursos públicos para preenchimento de cargos de médicos das especialidades do tipo daquelas reunidas em formas de cooperativas (anestesiologistas, cirurgiões gerais, ortopedistas, angiologistas, cirurgiões pediátricos, cirurgiões plásticos, neurologistas, onco-hematologistas, intensivistas, etc.), estas sistematicamente exerceram um poder de pressão sobre os seus membros, a fim de que não se inscrevessem nos certames, já tendo inclusive ocorrido caso de ameaça de morte a um médico do Estado do Rio de Janeiro que veio ao ES para se inscrever para um desses concursos “ (folha 528 do processo) No Amazonas, a Cooperativa de Anestesistas do Estado registrou em cartório (i) que sabia que estava fazendo cartel (ii) que não queria que o CADE desconfiasse; (iii) que os anestesistas iriam combinar o preço da consulta, dentro e fora da cooperativa, tornando artificial a multimilitância. Ou seja, a cooperativa servia como fórum de discussão que visava explicitamente eliminar a concorrência. Ironicamente, a própria Cooperativa entregou o referido documento, registrado em cartório, para o CADE. E estes são apenas alguns exemplos de casos de cooperativas, que foram analisados quase que exclusivamente do ponto de vista de conduta. O CADE, por outro lado, fez, recentemente, acordo com a
Coopanest/GO, Coopanest/MT, Coopanest/ES, Coopanest/PB, Coopanest/AM e Coopanest/RN, em que as mesmas pagaram quantias que variaram de
15 a 30 mil Reais (Vide Ata da Assembleia Geral Ordinária da COOPANEST – Cooperativa de Anestesiologistas do Amazonas, realizada em 31 de março de 2003 – fl. 1648 do processo administrativo 08012.013467/2007-77).
SALÁRIOS “Regulações” de preços?
PROIBIÇÕES
Matemática no banco dos réus?
Conhecimentos de Matemática podem ser “delegados” a Peritos, experts, testemunhas?
75.517
Direito e Ciências “exatas”
John Rawls (máx. +pobre) Princípio da Diferença Ronald Dworkin (= oportunid) Igualitarismo de recursos John Roemer ( = ) Igualitarismo estrito Richard Posner (máx. Riquezas) Eficiências “Law and Economics” Nozick (máx. liberd. Contratual) Libertarianismo
Prisão comum Prisão especial (295 CPP)
PM - RJ
http://oglobo.globo.com/politica/mensalao-do-dem-mesmo-sem-mandato-arruda-seguira-em-prisao-especial-3038414
Jogo do bicho Bingo ilegal Lei nº 9.981 /00 Título de capitalização Jogos da caixa
Roubo galinhas = 4 a 10 anos – S/direito art.44 CP CARTEL = Pena máx 5 anos = retira bilhões de reais da
Economia- provavelmente suspensão da pena – art.44, 77 CP
Matemática identifica diferenças
Lei do pobre ≠ Lei do Rico
Apelação 70036223766 R$ 248.800 Apelação 70040591067 R$ 12.000 Apelação 70036223766 R$ 248.800 Apelação 70040591067 R$ 12.000
-
50.000,00
100.000,00
150.000,00
200.000,00
250.000,00
300.000,00
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5
Indenização - dano morte (TJRS / 21 casos / 2012 e 2013)
DIREITO CIVIL e MATEMÁTICA: Quanto vale (PREÇO) uma vida?
PENAL E MATEMÁTICA: Quanto vale (PREÇO) a liberdade?
Hipótese Casos do
TJ/RS (Exemplo)
1 Sem prazo máximo (interpretação pró-prevenção)
70055390314
2 30 anos independentemente do delito
70024935348
3 20 anos independentemente do delito
70044752541
4 Pena máxima em abstrato do delito
70044255347
5 Pena em concreto do delito
70045110889
6 Pena diminuída Pena em concreto do delito, com diminuição de 1/3 a 2/3 da pena PARA SEMI-IMPUTÁVEL
(interpretação pró-reu)
70055321293
Pena máxima
Internação
José Walmir Suteles
Khronhardt 70028328029
2 meses 10 anos, 11
meses e 07
dias
Jorge Antonio Silva de
Souza 70060387271
3 meses 7 anos
Luiz Trindade 70030439434 3 meses
13 anos e 1
mês
Valmir Gomes 70047881107 1 ano ??
Estrutura da apresentação MÉTODOS QUANTITATIVOS • 1 - No Direito em Geral:São importantes? (Corte epistemológico) Extremamente
• 2 – Na Academia Jurídica brasileira:São utilizados? (Hipótese nula) Muito pouco. Inclusive, sua pouca utilização
acadêmica gera empobrecimento do diálogo científico. • 3 – No Direito regulatório (estudo de caso) - Quais são os efeitos da regulação de preços de fármacos
no Brasil? (Hipótese nula) Não se verifica diminuição de preços no Brasil.
Pelo contrário, a regulação – no Brasil - gera incentivos à colusão.
Mensurações no Direito
http://www.iped.com.br/direito
A ideia de Direito é intimamente ligada à noção de medidas em uma balança
Mas... há fatores que dificultam o uso de métodos quantitativo
• (A)Matemática, Econometria, Estatística não são matérias do currículo do Direito
• (B) Tais matérias não são cobradas em concursos públicos para Juiz, MP, dentre outros
• (C) No vestibular para Direito, a matemática geralmente tem menor peso
http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/dificuldade-aprender-matematica.htm
D-Desavenças: Economistas vs. Juristas
• Segundo Octávio Paz “além das injustiças e desigualdades que produz, o mercado danifica moral e espiritualmente os homens, pois substitui a antiga noção de valor pela de preço. De outro lado, as coisas mais elevadas e melhores – a virtude, a verdade, o amor, a fraternidade, a liberdade, a arte, a caridade, a solidariedade, não tem preço”.
• Aparte de las injusticias y desigualdades que produce, el mercado daña moral y espiritualmente a los hombres pues substituye la antigua noción de valor por la de precio. Ahora bien, las cosas más altas y mejores –la virtud, la verdad, el amor, la fraternidad, la libertad, el arte, la caridad, la solidaridad– no tienen precio. De acordo com o site https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=4&cad=rja&uact=8&ved=0CDMQFjAD&url=http%3A%2F%2Ffredalvarez.blogspot.com%2F2008%2F05%2Fjulio-sherer-y-octavio-paz.html&ei=3ZqAVM71JoyyggTL4YHYDg&usg=AFQjCNH_yVD4RNH-PrYlDAFKTy6AHI7U-g, verificado em 06/12/2014
E - Matemática, Ciência e Direito
Direito é uma Ciência? A Ciência é importante no Direito? Alguns Juristas, em seus “trabalhos científicos”, acham que NÃO:
• Visão científica no Direito para ABRÃO (2011) significa univocidade interpretativa
ABRÃO, B. F. (2011). Repercussão geral e acesso à Justiça: consequência dos institutos diante dos direitos e garantias individuais. Tese de doutorado em Direito. São Paulo: USP.
• ABE (2011)acredita que “cientificismo” no Direito é encomendado pelos detentores do poder
ABE, M. I. (2011). Franchising, terceirização e grupo econômico: a responsabilidade solidária como instrumento de combate à precarização das relações trabalhistas. Tese de Doutorado em Direito. São Paulo: USP.
• Para ACCA (2009), (i) não há consenso sobre o que é ciência e (ii) no Direito, os doutrinadores não estão interessados em descrever o mundo, mas em prescrever condutas
ACCA, T. d. (2009). Uma análise da doutrina brasileira dos direitos sociais: saúde, educação e moradia entre os anos de 1964 e 2006. Dissertação de Mestrado em Direito. São Paulo: USP.
Matemática, Ciência e Direito
Direito é uma Ciência? A Ciência é importante no Direito? Alguns Juristas, em seus “trabalhos científicos”, acham que NÃO:
• Visão científica no Direito para Abrão significa univocidade interpretativa
ABRÃO, B. F. (2011). Repercussão geral e acesso à Justiça: consequência dos institutos diante dos direitos e garantias individuais. Tese de doutorado em Direito. São Paulo: USP.
• ABE acredita que “cientificismo” no Direito é encomendado pelos detentores do poder
ABE, M. I. (2011). Franchising, terceirização e grupo econômico: a responsabilidade solidária como instrumento de combate à precarização das relações trabalhistas. Tese de Doutorado em Direito. São Paulo: USP.
• Para ACCA, (i) não há consenso sobre o que é ciência e (ii) no Direito, os doutrinadores não estão interessados em descrever o mundo, mas em prescrever condutas
ACCA, T. d. (2009). Uma análise da doutrina brasileira dos direitos sociais: saúde, educação e moradia entre os anos de 1964 e 2006. Dissertação de Mestrado em Direito. São Paulo: USP.
Ciência não significa univocidade! A “doutrina” não é melhor ou mais neutra que a Ciência. O fato de não haver consenso sobre o que é Ciência não retira a sua validade, nem se pode negar o progresso científico vivenciado pela humanidade
Para Parsons, a racionalização é um “ instrumento de repressão, no sentido que nega cognitivamente a existência de conflito e tenta se apresentar como um figura coerente, de acordo com standards normativos de orientação própria”. Mas a ausência total de pensamento econômico-racional é menos repressivo?
Kelsen
Parsons
Habermas
Min. Oliver W. Holmes
“At present, in very many cases, if we want to know why a rule of law has taken its particular shape, and more or less if we want to
know why it exists at all, we go to tradition. We follow it into the Year Books, and perhaps beyond them to the customs of the Salian Franks, and somewhere in the past, in the German forests, in the needs of Norman kings, in the assumptions of a dominant class, in the absence of generalized ideas, we find out the practical motive for what now best is justified by the mere fact of its acceptance and that men are accustomed to it. The rational study of law is still to a large extent the study of history. History must be a part of the study, because without it we cannot know the precise scope of rules which it is our business to know. It is a part of the rational study, because
it is the first step toward an enlightened scepticism, that is, towards a deliberate reconsideration of the worth of those rules. When you get the dragon out of his cave on to the plain and in the daylight, you can count his teeth and claws, and see just what is his strength. But to get him out is only the first step. The next is either to kill him, or to tame him and make him a useful animal. For the
rational study of the law the blackletter man may be the man of the present, but the man of the future is the man of statistics and the master of economics. It is revolting to have no better reason for a rule of
law than that so it was laid down in the time of Henry IV. It is still more revolting if the grounds upon which it was laid down have
vanished long since, and the rule simply persists from blind imitation of the past. .” THE PATH OF THE LAW 10 HARVARD LAW REVIEW 457 (1897)
“At present, in very many cases, if we want to know why a rule of law has taken its particular shape, and more or less if we want to
know why it exists at all, we go to tradition. We follow it into the Year Books, and perhaps beyond them to the customs of the Salian Franks, and somewhere in the past, in the German forests, in the needs of Norman kings, in the assumptions of a dominant class, in the absence of generalized ideas, we find out the practical motive for what now best is justified by the mere fact of its acceptance and that men are accustomed to it. The rational study of law is still to a large extent the study of history. History must be a part of the study, because without it we cannot know the precise scope of rules which it is our business to know. It is a part of the rational study, because
it is the first step toward an enlightened scepticism, that is, towards a deliberate reconsideration of the worth of those rules. When you get the dragon out of his cave on to the plain and in the daylight, you can count his teeth and claws, and see just what is his strength. But to get him out is only the first step. The next is either to kill him, or to tame him and make him a useful animal. For the
rational study of the law the blackletter man may be the man of the present, but the man of the future is the man of statistics and the master of economics. It is revolting to have no better reason for a rule of
law than that so it was laid down in the time of Henry IV. It is still more revolting if the grounds upon which it was laid down have
vanished long since, and the rule simply persists from blind imitation of the past. .” THE PATH OF THE LAW 10 HARVARD LAW REVIEW 457 (1897)
Jurimetria e ciência jurídica
Lee Loenviger
What is the nature of law? What is the end or aim of law? What is property? Why should people perform promises? Why should we punish criminals? Why should a man be held liable for negligence? These are questions that seek ultimate answers, like the "Why" of a curious child. These are not questions that can be asked in or answered by any scientific discipline. In so far as there are answers to such questions as these, the answers are those of philosophy, ethics, aesthetics, or theology.
In response to such questions man can offer only speculation, preference or faith.
The unanswerable questions of life belong to the realm of philosophy,' and jurisprudence is the philosophy of law. On the other hand, in science a question is meaningless unless it is possible to find some operation by which an answer may be given to it.' While form is certainly not determinative, the questions of science, in contrast to those of philosophy, are likely to be of the "How?" variety: How do you know that? How do you do this?
Jurisprudence is concerned with such matters as the nature and sources of the law,1 the formal bases of law,'" the province and function of law,'9 the ends of law and the analysis of general juristic concepts." Jurimetrics is concerned with such matters as the quantitative analysis of judicial behavior, the application of communication and information theory to legal expression, the use of mathematical logic in law, the retrieval of legal data by electronic and mechanical means, and the formulation of a calculus of legal predictability.2 ' Jurisprudence is primarily an undertaking of rationalism; jurimetrics is an effort to utilize the methods of science in the field of law.
Lee Loevinger, Jurimetrics: The Methodology of Legal Inquiry, 28 Law andContemporary Problems 5-35 (Winter 1963) Available at: http://scholarship.law.duke.edu/lcp/vol28/iss1/2
O que o cientista acha de si mesmo? O que é ciência?
´NÍVEL 1 - epistemológico
SUBJETIVIDADE VS
OBJETIVIDADE
Hipóteses: Interpretação 1 Interpretação 2
Hipóteses: Interpretação 1 Interpretação 2
Resposta: Interpretação 1 porque... (i) Marco teórico X? (ii) jurisprudência? (iii) Preferência pessoal?
Resposta: Interpretação 1 porque... (i) Marco teórico X? (ii) jurisprudência? (iii) Preferência pessoal?
Modelo matemático
Modelo matemático
Teoria econômica
Teoria econômica
Modelo Estatístico
Modelo Estatístico
Coleta de dados
Coleta de dados
Estimação Estimação
plausibilidade do resultado
Validade do modelo & discussão paramétrica
possibilidade computacional
Acesso
Interpretação Interpretação
Robustez
Pergunta de pesquisa?
Pergunta de pesquisa?
JURIMETRIA PELA VISÃO ECONOMÉTRICA
O que é Direito?
Jusnaturalismo? Juspositivismo? Posmodernismo? Constitucionalismo? Neoconstitucionalismo?
Visão dogmática 0176073-33.2011.8.19.0001 - APELACAO – 14ª.Câmara Cível
magistrado dirigindo um veículo sem placas identificadoras e sem a Carteira Nacional de
Habilitação
NÍVEL 2 - Empírico Origem do estudo de correlações e implicações morais
Sir Francis Galton Karl Pearson
X Y
Juízes com característica X decidem de forma Y?
Efeito X decorre de uma lei Y?
Efeito X decorre de uma decisão Y?
Fatores X facilitam a ilicitude Y?
Fatores X facilitam a aprovação da norma Y?
CORRELAÇÕES NO DIREITO
3 – Nível prognóstico PREDIÇÃO DO PRÓPRIO DIREITO
http://www.economist.com/node/18557594
PREDIÇÃO DO OBJETO REGULADO -Modelo de riscos de autorização de algo: fusão de empresas, regulação, punição ótima, incentivos em um acordo, etc.
2
MÉTODOS QUANTITATIVOS NO DIREITO BRASILEIRO
Experimento
Termos x1 chi-quadrado x2 desvio-padrão x3 p-valor x4 grupo de controle x5 p = x6 logarít x7 logarit x8 mínimos quadrados x9 logit x10 probit x11 tobit x12 regressão quantílica x13 vetor autoregressivo x14 vetor de correção de erros x15 heteroscedastidade x16 multicolinearidade x17 bayes
PASSOS
1 Foram selecionadas Universidades com nota 6 da CAPES na pós-graduação de Direito
2 Destas Universidades foram selecionadas amostras de teses e dissertações (incluindo os resumos), do Direito e de outras faculdades
3 De tais amostras, buscou-se contar o uso de 17 termos quantitativos
4 Criou-se um índice referente à soma destes 17 termos = índice de termos quantitativos =
𝑋𝑘
17
𝑘=1
bayes 4286 .2494167 4.167787 0 181
multicolin~e 4286 .0401307 .6127958 0 22
heterosced~e 4286 .0002333 .0152747 0 1
vetordecor~s 4286 .0060663 .1464016 0 6
vetorautor~o 4286 .0009333 .0305388 0 1
regressoqu~a 4286 .0079328 .2671123 0 14
tobit 4286 .0571629 1.713083 0 91
probit 4286 .1110593 1.936394 0 93
logit 4286 .160056 2.460052 0 78
mnimosquad~s 4286 .1903873 1.516817 0 40
logarit 4286 .3065796 2.54239 0 76
logart 4286 .135091 1.005096 0 28
p 4286 1.658656 10.84435 0 390
grupodecon~e 4286 .0758283 .9449684 0 31
pvalor 4286 .1437238 1.483434 0 36
desviopadro 4286 .2601493 2.476538 0 83
chiquadrado 4286 .0072329 .1423062 0 5
Quanttot 4286 3.410639 14.14551 0 390
paginas 4286 158.426 97.91089 2 1162
Variable Obs Mean Std. Dev. Min Max
Algumas estatísticas descritivas
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Term
os
qu
anti
tati
vos
Páginas
Termos quantitativos por área do conhecimento
ARQUEOLOGIA DIREITO
0
50
100
150
200
250
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Term
os
qu
anti
tati
vos
Páginas
Termos quantitativos por área do conhecimento
ARQUEOLOGIA DIREITO ECONOMIA ENGENHARIA
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Term
os
qu
anti
tati
vos
Páginas
Termos quantitativos por área do conhecimento
ARQUEOLOGIA DIREITO ECONOMIA ENGENHARIA FARMÁCIA MEDICINA
Hipótese 1 É possível rejeitar a hipótese de que o Direito usa termos do
“Índice Quantitativo” de forma semelhante a outras faculdades da amostra
Pearson chi2(1) = 1.1e+03 Pr = 0.000
Continuity corrected:
1-sided Fisher's exact = 0.000
Fisher's exact = 0.000
Pearson chi2(1) = 1.1e+03 Pr = 0.000
Total 2,100 2,186 4,286
yes 985 64 1,049
no 1,115 2,122 3,237
median 0 1 Total
than the nome==DIREITO
Greater
Median test
_cons -1.039976 1.176875 -0.88 0.377 -3.347262 1.26731
paginas .004971 .0022028 2.26 0.024 .0006524 .0092896
Veterinária 3.923687 1.316121 2.98 0.003 1.343407 6.503966
Medicina 9.233683 1.227144 7.52 0.000 6.827844 11.63952
Letras .1373638 1.491739 0.09 0.927 -2.78722 3.061947
História -.1292143 1.909107 -0.07 0.946 -3.872056 3.613627
Geografia -.0527458 2.483716 -0.02 0.983 -4.922118 4.816626
Farmácia 2.401853 1.514474 1.59 0.113 -.5673018 5.371008
Engenharia 8.618479 1.278109 6.74 0.000 6.112721 11.12424
Enfermagem 2.877417 2.028669 1.42 0.156 -1.099827 6.85466
Economia 16.8468 1.269522 13.27 0.000 14.35788 19.33573
Direito .2797608 1.083648 0.26 0.796 -1.844752 2.404273
Quanttot Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval]
Total 857409.275 4285 200.095513 Root MSE = 13.187
Adj R-squared = 0.1310
Residual 743192.91 4274 173.88697 R-squared = 0.1332
Model 114216.364 11 10383.3059 Prob > F = 0.0000
F( 11, 4274) = 59.71
Source SS df MS Number of obs = 4286
REGRESSÃO OLS Termos quantitativos= bo+b1Direito +b2 Economia + b3Enfermagem + b4Engenharia + b5Farmácia + b6Geografia + b7História + b8Letras + b9Medicina + b10Veterinária + b11Páginas
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
0 200 400 600 800 1000 1200
Cit
ação
do
ter
mo
"D
irei
to"
Páginas
Termo “Direito” por área do conhecimento (autorreferência)
DIREITO
LEE EPSTEIN
Estudo do Direito por “não-juristas” Mapas da criminalidade
Mapa da criminalidade em MG ALMEIDA ET.AL. THE SPATIAL PATTERN OF CRIME IN MINAS GERAIS
SANTOS; FILHO - Convergência das Taxas de Crimes no Território Brasileiro
DESIGUALDADE
Araújo Junior & Fajnzylberd
QUANT.POLICIAIS
EDUCAÇÃO
Kalinca Léia Becker
CRIMES
CARACT. DA VÍTIMA
Marcelo Justus Santos
Mário Jorge Mendonça
Estudos com correlações diversas
USP – Economia – Uso Prop.Score Match RODRIGO MANTAUT LEIFERT
Sugere e calcula efeito de imposto sobre alimentos engordativos
Além de descrição, estudos econômicos sugerem modificação do sistema
Quais os problemas da ausência de métodos
quantitativos na Academia Jurídica?
• Juízes relegam o “trabalho estatístico” para os peritos. Todavia, há importantes questões
sobre ônus da prova na metodologia! http://maverickphilosopher.typepad.com/.a/6a010535ce1cf6970c01b7c6fa54cc970b-pi
Bafômetro Margem de erro de 0,04
Sóbrio Valor crítico penal 0,33 Bêbado
Em X vezes
testadas
o bafômetro mediu
exatamente 0 (zero) em Y vezes
Mediu errado (em 0,05) suficiente para
condenar, em W vezes
Tendo um desvio padrão
determinado pelo Inmetro
52 vezes 51 vezes 1 vez 0,007
102 vezes 101 vezes 2 vezes 0,007
152 vezes 151 vezes 3 vezes 0,007
202 vezes 201 vezes 4 vezes 0,007
252 vezes 251 vezes 5 vezes 0,007
7σ 99,9999999997440% 0,000000000256% 1 / 390.682.215.445
Qual a possibilidade de erro tipo 1 e tipo 2, de uma prova-forense científica? De um bafomêtro? De um controlador de velocidade? De um teste biométrico? De um teste de DNA? De uma elasticidade da demanda? De um teste de fonética forense? De um teste de balística?
Valor crítico Valor crítico COERÊNCIA NA FORMULAÇÃO DA HIPÓTESE NULA? -quem deve provar o quê?
COERÊNCIA NA FORMULAÇÃO DA HIPÓTESE NULA? -quem deve provar o quê?
0043979-85.2007.4.01.3400/JFDF
“motivos por si só não constituem condutas. Muitas pessoas têm motivos para cometerem ilícitos. No entanto, não se pode presumir que,
exclusivamente por tais motivos, elas efetivamente os cometeram”
Teoria do paralelismo plus afastada no Antitruste em comprovada campanha contra genéricos!
Teoria usada para fundamentar condenações no mensalão em processo penal! Ação Penal 470
Regra da razão, condutas ilícitas per se, condutas suspeitas
Preços e valores morais
REGULAÇÃO
JP Morgan Rockfeller A.Carnegie
Public Interest
PREÇO TETO • Preço teto: Preço limite autorizado pelo
governo. Não se admite que pessoas precifiquem acima do referido limite
PREÇO TETO BAIXO
Para pessoas físicas e algumas empresas
lucros/juros acima de 20% é crime!!
(Lei de Economia popular)
Para BANCOS: lucros/juros acima de 20% é o padrão!!
(Lei de Economia popular não se lhes aplica, segundo a “Constituição Federal”)
PROIBIÇÃO DE LUCROS (PREÇOS) PARA UNS... MAS NÃO PARA OUTROS
Art. 4º, alínea a, da Lei n.º 1.521⁄51
E o preço teto alto? Colusão tácita?
• PUIG-JUNOY (Impact of European Pharmaceutical Price Regulation on Generic Price Competition. A Review, 2010)
• ANIS, DP & WOLCOTT, (Lowering generic drug prices: less regulation equals more competition, 2003)
• DANZON, P.M.; CHAO, L. (Does regulation drive out competition in pharmaceutical markets?, 2000)
• DANZON, P.M., (Reference Pricing: Theory and Evidence, 2001)
• DANZON PM, FURUKAWA MF. Prices and availability of biopharmaceuticals: an international comparison. Health Aff (Millwood), 25(5), 2006, p.1353–1362.
• LANJOUW, J.O. "Patents, Price Controls and Acess to New Drugs: How Policy Aspects Global Market Entry". NBER Working Paper No. 11321. 2005.
• THOMAS, L.G., III "Industrial Policy and International Competitiveness in the Pharmaceutical Industry". In: Helms, R. (ed.) Competitive Strategies in the Pharmaceutical Industry. Washington (DC): AEI Press., 1996.
• UNIÃO EUROPEIA. Commission Staff Working Document (Technical annex to the Commission Communication)., 2009. De acordo com http://ec.europa.eu/competition/sectors/pharmaceuticals/inquiry/staff_working_paper_part2.pdf, verificado em 14 de setembro de 2014.
Reportagem do Fantástico “A Máfia das Próteses”
http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/01/mafia-das-proteses-coloca-vidas-em-risco-com-cirurgias-desnecessarias.html
MÉDICOS SÃO IMPEDIDOS DE LUCRAR NO PREÇO DOS MEDICAMENTOS POR DETERMINAÇÃO DO CFM.... E ESTE LUCRO É VISTO COMO “NEGOCIATA”
E os hospitais? Lucram quanto?
Fonte:http://www.fehosp.com.br/v2/servicos/eventos/congresso/congresso/galeria2013/pre-congresso/aumento_js.pdf
PREÇO TETO
A=Preço B=Preço Teto C=Lucro Hosp.=B-A
Referência R$80 R$100 R$20
Genérico R$50 R$65 R$15
DECISÃO DO HOSP.: O Hospital escolhe o medicamento mais caro!!
Ou seja, a regulação causa distorção no mercado.
Preços teto muito elevados
(TC 034.197/2011-7 do TCU)
Decisões arbitrárias: Preços teto diferentes para o mesmo produto, nas mesmas condições.
Somado a uma esdrúxula tese de “direito adquirido” a um pricecap. “Um problema identificado no atual modelo regulatório brasileiro é a impossibilidade de revisar os preços dos medicamentos utilizando critérios diferentes do ajuste anual, que é vinculado à inflação. (...) TC
034.197/2011-7 do TCU
Atmos 0,75 R$/g Eupressin 0,3 R$/g Enalapril 0,003286 R$/g
Evolução de preços saúde - CMED
Fonte: http://sindusfarma.org.br/arquivos/apresentacao_leandro_cmed_12set2014.pdf
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
94 95 96 97 98 99 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
IPCA - POR ITEM (1994/2015)
TV, Som e Informática Roupa Infantil Produtos Farmacêuticos Óculos e Lentes
REAÇÃO - ANVISA • 2009 - Parecer N.1 da Secretaria da Fazenda do Rio de Janeiro e da Orientação Interpretativa
5 da CMED e Resolução 3/2009 tentam impedir o uso do price cap para reembolso (ação 2009.34.00.040618-0 com recurso 0061895-64.2009.4.01.3400)
ANS • A Confederação Nacional da Saúde (CNS) alegou que o “preço máximo ao consumidor” PMC
é uma referência “largamente aplicada como fator de remuneração para contratação de serviços médicos hospitalares, atuando expressamente sobre a maioria dos contratos entre operadoras e prestadores”.
• A Federação dos Hospitais do Sul (Fehosul) informou que todos os hospitais da região usam este parâmetro de remuneração (Preço máximo autorizado).
• http://www.cns.org.br/links/menup/infor_jur_10/infor_01.htm, verificado em 23/02/2015
• De acordo com o site http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=5&idnot=3955, verificado em 18 de fevereiro de 2015.
• 2010 - ANS edita 241/2010, permitindo cobrança taxa acima do preço teto
• 2012 – ANS indica o preço de fábrica como uma possível solução para acordo sobre preço de medicamentos
• Instrução Normativa DIDES nº 49, de 17 de maio de 2012 –
• 2014 - art. 5º., VIII, da Resolução Normativa 363/2014 da ANS, veda a prática de estabelecer formas de reajuste que mantenham ou reduzam o valor nominal do serviço contratado.
• Tabela é necessária e o IPCA é o reajuste padrão do preço de medicamentos
FONTE: http://www.sindhesulms.com.br/upload/saudeSuplementar/PALESTRA_SAUDE_SUPLEMENTAR_MAC_.ppt
Resposta de ofícios
BRASINDICE PF BRASINDICE PMC
BRASINDICE S/E NÃO RESPONDEU
SIMPRO SIMPRO E BRASINDICE
TABELA PRÓPRIA
Amostra:contratos de 1.073 hospitais
Tabelas de preços utilizadas
0
.02
.04
.06
.08
0 10 20 30 40
Density kdensity MARGEM
Histograma
Preço máximo hospitalar
Margem negociada - Brasíndice PF
0.1
.2.3
.4
-20 0 20 40
Density kdensity MARGEM
Histograma
Preço máximo ao consumidor ( farmácia )
Margem negociada - PMC
Obs Média Std Min Máx BR PF 132 20,64 13,52 0 40
BR PMC 583 0,11 2,81 -20 38
BR S/E 313 8,2 12,73 0 38,5
NR 19 0 0 0 0
SIMPRO 3 15,66 16 0 32
TAB.PRÓP. 6 0 0 0 0
SIMP. E BR 14 17 21 0 42,5
CONCLUSÕES
• Métodos quantitativos são extremamente relevantes para análise do Direito
• Hipótese 1 - Sim, há pouca pesquisa empírico quantitativa no Direito.
• Hipótese 2 – Há razoáveis indícios de que a regulação gera distorções no mercado, em especial colusão.
MUITO OBRIGADO