direito econômico regulatório

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Direito Direito econômico econômico regulatório regulatório Aula 11 Aula 11 Ordem Constitucional Ordem Constitucional Econômica Econômica Estatais, planejamento e Estatais, planejamento e regulação regulação

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Direito econômico regulatório. Aula 11 Ordem Constitucional Econômica Estatais, planejamento e regulação. A participação direta do Estado na atividade econômica. Os serviços públicos (art. 175, CF/88) Os monopólios públicos (art. 177, CF/88) - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Direito econômico regulatório

Direito Direito econômico econômico regulatórioregulatório

Aula 11Aula 11

Ordem Constitucional Ordem Constitucional EconômicaEconômica

Estatais, planejamento e Estatais, planejamento e regulaçãoregulação

Page 2: Direito econômico regulatório

A participação direta do A participação direta do Estado na atividade Estado na atividade

econômicaeconômica

Os serviços públicos (art. 175, CF/88)Os serviços públicos (art. 175, CF/88)

Os monopólios públicos (art. 177, CF/88)Os monopólios públicos (art. 177, CF/88) Parcelas da indústria do petróleo e gás natural Parcelas da indústria do petróleo e gás natural

(incisos I a V)(incisos I a V)

Atividades econômicas em sentido estrito Atividades econômicas em sentido estrito (relevante interesse coletivo / imperativo da (relevante interesse coletivo / imperativo da segurança nacional – exigência de lei – art. 173, segurança nacional – exigência de lei – art. 173, CF/88)CF/88)

Page 3: Direito econômico regulatório

Participação direta do Participação direta do EstadoEstado

Art. 173, §1º.Art. 173, §1º. “ “A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;sociedade;II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;comerciais, trabalhistas e tributários;III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública;alienações, observados os princípios da administração pública;IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;minoritários;V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.”responsabilidade dos administradores.”

Page 4: Direito econômico regulatório

Participação direta do Participação direta do EstadoEstado

Estatal prestadora de serviços públicosEstatal prestadora de serviços públicos

X X

Estatal prestadora de atividade Estatal prestadora de atividade econômica econômica stricto sensustricto sensu

Page 5: Direito econômico regulatório

RE RE 229.696229.696

“ “1. À Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, 1. À Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, pessoa pessoa jurídica equiparada à Fazenda Públicajurídica equiparada à Fazenda Pública, é aplicável o , é aplicável o privilégio da impenhorabilidade de seus bens, rendas e privilégio da impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços. Recepção do artigo 12 do Decreto-lei nº 509/69 e serviços. Recepção do artigo 12 do Decreto-lei nº 509/69 e não-incidência da restrição contida no artigo 173, §1º, da não-incidência da restrição contida no artigo 173, §1º, da Constituição FederalConstituição Federal, que submete a empresa pública, a , que submete a empresa pública, a sociedade de economia mista e outras entidades que explorem sociedade de economia mista e outras entidades que explorem atividade econômica ao regime próprio das empresas privadas, atividade econômica ao regime próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias. 2. inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias. 2. Empresa pública que não exerce atividade econômica e Empresa pública que não exerce atividade econômica e presta serviço público da competência da União Federal e presta serviço público da competência da União Federal e por ela mantidopor ela mantido. Execução. . Execução. Observância ao regime de Observância ao regime de precatório, sob pena de vulneração do disposto no artigo precatório, sob pena de vulneração do disposto no artigo 100 da Constituição Federal100 da Constituição Federal. Recurso extraordinário . Recurso extraordinário conhecido e provido.”conhecido e provido.”

Page 6: Direito econômico regulatório

Regime jurídico da Regime jurídico da PETROBRASPETROBRAS

Lei nº 9.478/97Lei nº 9.478/97Art. 61. A Petróleo Brasileiro S.A. - PETROBRAS é uma Art. 61. A Petróleo Brasileiro S.A. - PETROBRAS é uma sociedade de economia mista vinculada ao Ministério de sociedade de economia mista vinculada ao Ministério de Minas e Energia, que tem como objeto a pesquisa, a lavra, Minas e Energia, que tem como objeto a pesquisa, a lavra, a refinação, o processamento, o comércio e o transporte de a refinação, o processamento, o comércio e o transporte de petróleo proveniente de poço, de xisto ou de outras rochas, petróleo proveniente de poço, de xisto ou de outras rochas, de seus derivados, de gás natural e de outros de seus derivados, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos, bem como quaisquer outras hidrocarbonetos fluidos, bem como quaisquer outras atividades correlatas ou afins, conforme definidas em lei.atividades correlatas ou afins, conforme definidas em lei.§ 1º As atividades econômicas referidas neste artigo serão § 1º As atividades econômicas referidas neste artigo serão desenvolvidas pela PETROBRÁS desenvolvidas pela PETROBRÁS em caráter de livre em caráter de livre competição com outras empresascompetição com outras empresas, em função das condições , em função das condições de mercado, observados o período de transição previsto no de mercado, observados o período de transição previsto no Capítulo X e os demais princípios e diretrizes desta Lei.Capítulo X e os demais princípios e diretrizes desta Lei.§ 2° A PETROBRAS, diretamente ou por intermédio de suas § 2° A PETROBRAS, diretamente ou por intermédio de suas subsidiárias, associada ou não a terceiros, poderá exercer, subsidiárias, associada ou não a terceiros, poderá exercer, fora do território nacional, qualquer uma das atividades fora do território nacional, qualquer uma das atividades integrantes de seu objeto social.integrantes de seu objeto social.

Page 7: Direito econômico regulatório

Regime jurídico da Regime jurídico da PetrobrasPetrobras

Lei 9.478/97Lei 9.478/97

Art. 62. A União manterá o controle acionário da Art. 62. A União manterá o controle acionário da PETROBRAS com a propriedade e posse de, no PETROBRAS com a propriedade e posse de, no mínimo, cinqüenta por cento das ações, mais uma mínimo, cinqüenta por cento das ações, mais uma ação, do capital votante.ação, do capital votante.Parágrafo único. O capital social da PETROBRAS é Parágrafo único. O capital social da PETROBRAS é dividido em ações ordinárias, com direito de voto, e dividido em ações ordinárias, com direito de voto, e ações preferenciais, estas sempre sem direito de ações preferenciais, estas sempre sem direito de voto, todas escriturais, na forma do art. 34 da Lei voto, todas escriturais, na forma do art. 34 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976.nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976.

Page 8: Direito econômico regulatório

Regime jurídico da Regime jurídico da PETROBRASPETROBRAS

Desempenha atividade econômica em sentido estrito => Desempenha atividade econômica em sentido estrito => Confirmado pelo STF, MC na ADIn 3273-DF, voto-vista Confirmado pelo STF, MC na ADIn 3273-DF, voto-vista do Min. Eros Grau:do Min. Eros Grau:

““Embora, na dicção do Ministro Carlos Britto, possa ser Embora, na dicção do Ministro Carlos Britto, possa ser tida como ‘expressão do setor público, e não do setor tida como ‘expressão do setor público, e não do setor privado da Economia’, privado da Economia’, explora atividade econômica em explora atividade econômica em sentido estrito, estando sujeita, portanto, ao disposto no sentido estrito, estando sujeita, portanto, ao disposto no §1º, II, do artigo 173 da Constituição do Brasil§1º, II, do artigo 173 da Constituição do Brasil. Vale . Vale dizer, está sujeita ‘ao regime jurídico próprio das dizer, está sujeita ‘ao regime jurídico próprio das empresas privadas’. Atua em regime de competição com empresas privadas’. Atua em regime de competição com empresas privadas que se disponham a disputar, no empresas privadas que se disponham a disputar, no âmbito dos procedimentos licitatórios, as contratações âmbito dos procedimentos licitatórios, as contratações previstas no §1º da Constituição do Brasil”previstas no §1º da Constituição do Brasil”

Page 9: Direito econômico regulatório

PETROBRAS e regime PETROBRAS e regime simplificado de licitaçãosimplificado de licitação

Art. 173, §1º, III, CF – dever de licitar Art. 173, §1º, III, CF – dever de licitar

Lei nº 9.478/97 - “Art. 67. Os contratos Lei nº 9.478/97 - “Art. 67. Os contratos celebrados pela PETROBRAS, para aquisição de celebrados pela PETROBRAS, para aquisição de bens e serviços, serão precedidos de bens e serviços, serão precedidos de procedimento licitatório simplificadoprocedimento licitatório simplificado, a ser , a ser definido em decreto do Presidente da República”definido em decreto do Presidente da República”

Decreto nº 2.745/98 => Deve obediência à Lei Decreto nº 2.745/98 => Deve obediência à Lei 8.666/93? Existe violação ao art. 173, §1º, III, da 8.666/93? Existe violação ao art. 173, §1º, III, da CF?CF?

Page 10: Direito econômico regulatório

PETROBRAS e regime PETROBRAS e regime simplificado de licitaçãosimplificado de licitação

Entendimento do TCUEntendimento do TCU

. Inicial (Acórdão TCU 121/98): atividades-fim. Inicial (Acórdão TCU 121/98): atividades-fim

. A partir de 2002 (Acórdão 633/2002): decreto é . A partir de 2002 (Acórdão 633/2002): decreto é inconstitucional porque trataria de matéria inconstitucional porque trataria de matéria reservada à lei => na ausência de lei, aplicação do reservada à lei => na ausência de lei, aplicação do regime geral da L. 8.666/93regime geral da L. 8.666/93

Page 11: Direito econômico regulatório

Participação direta do Participação direta do EstadoEstado

Art. 173, §1º.Art. 173, §1º. “ “A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;sociedade;II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;comerciais, trabalhistas e tributários;III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública;alienações, observados os princípios da administração pública;IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;minoritários;V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.”responsabilidade dos administradores.”

Page 12: Direito econômico regulatório

Lei 8.666/93Lei 8.666/93

““Art. 1Art. 1o.o.  Esta Lei estabelece normas gerais sobre   Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.Federal e dos Municípios.Parágrafo único.  Subordinam-se ao regime desta Parágrafo único.  Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as públicas, as empresas públicas, as sociedades empresas públicas, as sociedades de economia mistade economia mista e demais entidades e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.”Estados, Distrito Federal e Municípios.”

Page 13: Direito econômico regulatório

PETROBRAS e regime PETROBRAS e regime simplificado de licitaçãosimplificado de licitação

Argumentos favoráveisArgumentos favoráveis

. CF deseja um regime dual para licitações: adm direta, . CF deseja um regime dual para licitações: adm direta, autárquica e fundacional vs. sociedades de economia mista e autárquica e fundacional vs. sociedades de economia mista e empresas públicasempresas públicas - art. 173, §1º, III e 22, XXVII, CF/88- art. 173, §1º, III e 22, XXVII, CF/88

Art. 22. Compete à União legislar privativamente sobre:Art. 22. Compete à União legislar privativamente sobre:(...)(...)XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;

. .

Page 14: Direito econômico regulatório

PETROBRAS e regime PETROBRAS e regime simplificado de licitaçãosimplificado de licitação

. . Art. 67, L. 9478/97 afasta incidência da L. 8.666/93, com fundamento no Art. 67, L. 9478/97 afasta incidência da L. 8.666/93, com fundamento no art. 22, XXVII, CFart. 22, XXVII, CF

. Licitação não é tema afeto à reserva de lei => pode ser . Licitação não é tema afeto à reserva de lei => pode ser disciplinada em regulamento – matéria típica da Administração disciplinada em regulamento – matéria típica da Administração (organização e funcionamento)(organização e funcionamento)

. Inconstitucionalidade parcial, sem redução de texto, do art. 1o, p. . Inconstitucionalidade parcial, sem redução de texto, do art. 1o, p. um. da Lei 8.666 a estatais exploradoras de atividade econômicaum. da Lei 8.666 a estatais exploradoras de atividade econômica

. Dever de sujeição às normas de direito privado no que tange à . Dever de sujeição às normas de direito privado no que tange à contrataçãocontratação

. TCU não tem mais competência para declarar . TCU não tem mais competência para declarar inconstitucionalidade de norma (necessidade de revisão da S. inconstitucionalidade de norma (necessidade de revisão da S. 347 do STF)347 do STF)

Ref.: BINEMBOJN, Gustavo. “Regulamentos simplificados de licitação nas Ref.: BINEMBOJN, Gustavo. “Regulamentos simplificados de licitação nas estatais: o caso Petrobras”. Palestra proferida no Fórum Internacional de Direito estatais: o caso Petrobras”. Palestra proferida no Fórum Internacional de Direito Público da Economia. RJ, 24.11.2006Público da Economia. RJ, 24.11.2006

Page 15: Direito econômico regulatório

Fiscalização, incentivo e Fiscalização, incentivo e planejamentoplanejamento

Artigo 174Artigo 174

““Como agente normativo e regulador da Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.”indicativo para o setor privado.”

Page 16: Direito econômico regulatório

PlanejamentoPlanejamento Originalmente ligado ao Estado planificador Originalmente ligado ao Estado planificador

socialistasocialista

Mudança de enfoque após positivação dos direitos Mudança de enfoque após positivação dos direitos sociais (Pós-guerra)sociais (Pós-guerra)

Previsto no Decreto-lei nº 200/67Previsto no Decreto-lei nº 200/67““Art. 7º. A ação governamental obedecerá a planejamento que Art. 7º. A ação governamental obedecerá a planejamento que vise a promover o desenvolvimento econômico-social do País e a vise a promover o desenvolvimento econômico-social do País e a segurança nacional, norteando-se segundo planos e programas segurança nacional, norteando-se segundo planos e programas elaborados na forma do Título III e compreenderá a elaboração elaborados na forma do Título III e compreenderá a elaboração e atualização dos seguintes instrumentos básicos: a) plano geral e atualização dos seguintes instrumentos básicos: a) plano geral de governo, (b) programas gerais, setoriais e regionais, de de governo, (b) programas gerais, setoriais e regionais, de duração plurianual, c) orçamento – programa anual; d) duração plurianual, c) orçamento – programa anual; d) programação financeira de desembolso.”programação financeira de desembolso.”

Page 17: Direito econômico regulatório

Planejamento na Planejamento na Constituição de 1988Constituição de 1988

O Plano Plurianual – art. 165O Plano Plurianual – art. 165

Lei de diretrizes e bases orçamentáriasLei de diretrizes e bases orçamentárias

Lei do orçamento anualLei do orçamento anual

=> Plano é lei à qual deve ser dada eficácia=> Plano é lei à qual deve ser dada eficácia

=> Lei fornece diretrizes mas não esgota o plano=> Lei fornece diretrizes mas não esgota o plano

=> Controle das metas de entidades da => Controle das metas de entidades da Administração Pública através dos contratos de Administração Pública através dos contratos de gestãogestão

Page 18: Direito econômico regulatório

Incentivo/FomentoIncentivo/FomentoBenefícios e incentivos tributáriosBenefícios e incentivos tributários

SubsídiosSubsídios

Empréstimos em condições favoráveis (ex. BNDES, BB, CEF Empréstimos em condições favoráveis (ex. BNDES, BB, CEF etc)etc)

Assistência técnica estatal (estudos, pesquisas, bancos de Assistência técnica estatal (estudos, pesquisas, bancos de dados)dados)

Privilégios especiais (selo de origem nacional, selo verde, Privilégios especiais (selo de origem nacional, selo verde, estímulo à produção agrícola...)estímulo à produção agrícola...)

Proteção à produção nacional (imposto de importação), Proteção à produção nacional (imposto de importação), quotas de importação...quotas de importação...

FonteFonte: Marcos Juruena Villela Souto, : Marcos Juruena Villela Souto, Direito Administrativo EconômicoDireito Administrativo Econômico, p. 41 e ss., p. 41 e ss.

Page 19: Direito econômico regulatório

Estudo de caso – planejamento na Estudo de caso – planejamento na Constituição de 1988Constituição de 1988

Racionamento de 2001/2002Racionamento de 2001/2002

Houve falha de planejamento no setor elétrico?Houve falha de planejamento no setor elétrico?

Se o planejamento é indicativo para o setor Se o planejamento é indicativo para o setor privado, pode o usuário do serviço público ser privado, pode o usuário do serviço público ser chamado a colaborar para evitar dano maior chamado a colaborar para evitar dano maior (falta de energia)? (falta de energia)?

Pode a falta de colaboração ser sancionada?Pode a falta de colaboração ser sancionada?

Page 20: Direito econômico regulatório

A Medida Provisória A Medida Provisória 2152-2/20012152-2/2001

Bases para racionamento:Bases para racionamento:

1. Redução da meta de consumo: 80% para 1. Redução da meta de consumo: 80% para consumidores residenciais acima de 100kwh/mês => consumidores residenciais acima de 100kwh/mês => ameaça de suspensão do fornecimento àqueles que ameaça de suspensão do fornecimento àqueles que desrespeitassem a metadesrespeitassem a meta

2. Sobretarifa: para consumo superior a 200 kwh e 2. Sobretarifa: para consumo superior a 200 kwh e inferior a 500 kwh => tarifa fixada pela ANEEL inferior a 500 kwh => tarifa fixada pela ANEEL acrescida de 50%; para consumo acima de 500 kw: acrescida de 50%; para consumo acima de 500 kw: acréscimo de 200%acréscimo de 200%

3. Bônus para consumidor residencial cujo consumo 3. Bônus para consumidor residencial cujo consumo for inferior à metafor inferior à meta

Page 21: Direito econômico regulatório

Ação Declaratória de Ação Declaratória de Constitucionalidade 9-Constitucionalidade 9-

6/DF6/DF Diversas ações e liminares em todo o país Diversas ações e liminares em todo o país

Instabilidade do marco regulatórioInstabilidade do marco regulatório

UrgênciaUrgência

Presidente da República ingressa com Presidente da República ingressa com ADC, com objetivo de ver declarada ADC, com objetivo de ver declarada constitucionalidade da “MP do constitucionalidade da “MP do Racionamento”Racionamento”

Page 22: Direito econômico regulatório

ADC 9-6/DFADC 9-6/DF Questões:Questões:

1. Constitucionalidade da imposição de meta de 1. Constitucionalidade da imposição de meta de consumoconsumo

2. Constitucionalidade da cobrança de sobretarifa2. Constitucionalidade da cobrança de sobretarifa

3. Constitucionalidade da suspensão temporária 3. Constitucionalidade da suspensão temporária do fornecimentodo fornecimento

Page 23: Direito econômico regulatório

Art. 175, CFArt. 175, CF

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre:Parágrafo único. A lei disporá sobre:I - o regime das empresas concessionárias e I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;rescisão da concessão ou permissão;

          II - os direitos dos usuários;II - os direitos dos usuários;          III - política tarifária; III - política tarifária;           IV - a obrigação de manter serviço adequado.IV - a obrigação de manter serviço adequado.

Page 24: Direito econômico regulatório

ADC 9-6/DFADC 9-6/DF Voto do Min. Relator Néri da Voto do Min. Relator Néri da

SilveiraSilveira Voto do Min. Relator Neri da Silveira - vencidoVoto do Min. Relator Neri da Silveira - vencido

- Tarifa é contraprestação por serviço público- Tarifa é contraprestação por serviço público

- Consumidor tem direito ao serviço adequado e - Consumidor tem direito ao serviço adequado e à sua continuidade (art. 175, CF c/c art. 7º, I, à sua continuidade (art. 175, CF c/c art. 7º, I, 8987/95)8987/95)

Page 25: Direito econômico regulatório

ADC 9-6/DFADC 9-6/DF Voto do Min. Relator Néri da Voto do Min. Relator Néri da

SilveiraSilveira ““Do exposto, não há, destarte, espaço a invocar-se, Do exposto, não há, destarte, espaço a invocar-se, no sistema do art. 5º, XXXII, combinado com o art. no sistema do art. 5º, XXXII, combinado com o art. 170, V, bem assim com o art. 175, II e IV, todos da 170, V, bem assim com o art. 175, II e IV, todos da Constituição, legitimidade constitucional para a Constituição, legitimidade constitucional para a suspensão do fornecimento de serviço essencial suspensão do fornecimento de serviço essencial concedido, como o de energia elétrica, àqueles concedido, como o de energia elétrica, àqueles usuários, consumidores finais, e, no caso concreto, usuários, consumidores finais, e, no caso concreto, tão-só porque, em seu consumo mensal, tão-só porque, em seu consumo mensal, ultrapassaram o número de kwh pré-estabelecido, ultrapassaram o número de kwh pré-estabelecido, com base em plano de contingenciamento de gasto, com base em plano de contingenciamento de gasto, em medida provisória que, assim, se entremostra em medida provisória que, assim, se entremostra sem amparo na Constituição e revela evidente sem amparo na Constituição e revela evidente caráter punitivo.”caráter punitivo.”

Fonte: Voto do Min. Relator, p. 45.Fonte: Voto do Min. Relator, p. 45.

Page 26: Direito econômico regulatório

ADC 9-6/DFADC 9-6/DFVoto do Min. Relator Néri da Voto do Min. Relator Néri da

SilveiraSilveira Política tarifária deve obediência ao art. 13 da Política tarifária deve obediência ao art. 13 da

Lei nº 8.987/95: Lei nº 8.987/95:

““As tarifas poderão ser diferenciadas em função das As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas e dos custos específicos características técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento a distintos segmentos de provenientes do atendimento a distintos segmentos de usuários”.usuários”.

Ausência de previsão legal ou constitucional para Ausência de previsão legal ou constitucional para diferenciação em razão do volume consumido: diferenciação em razão do volume consumido: discriminação entre usuários que igualmente discriminação entre usuários que igualmente pagam contas em dia.pagam contas em dia.

Page 27: Direito econômico regulatório

ADC 9-6/DFADC 9-6/DFVoto do Min. Relator Néri da Voto do Min. Relator Néri da

SilveiraSilveira ““Dessa maneira, não cabe compreender o acréscimo de Dessa maneira, não cabe compreender o acréscimo de 50% a 200% (..) como sobretarifa, pois não guarda 50% a 200% (..) como sobretarifa, pois não guarda pertinência nem destinação com a prestação do serviço, pertinência nem destinação com a prestação do serviço, mas comporá reserva que tem terceiros como mas comporá reserva que tem terceiros como beneficiários. Sua natureza, em conseqüência, ou será de beneficiários. Sua natureza, em conseqüência, ou será de um tributo novo com destino certo a ser pago pelos um tributo novo com destino certo a ser pago pelos consumidores que descumprirem a meta de consumo consumidores que descumprirem a meta de consumo mensal de energia elétrica que lhes foi estipulada, e, mensal de energia elétrica que lhes foi estipulada, e, então isso somente poderia se dar por lei complementar então isso somente poderia se dar por lei complementar (...), ou se se cuida, aqui, tão-só, de sanção pecuniária por (...), ou se se cuida, aqui, tão-só, de sanção pecuniária por descumprimento de determinação administrativa, ainda descumprimento de determinação administrativa, ainda aí, não se poderia admiti-la imposta por medida aí, não se poderia admiti-la imposta por medida provisória, pelo caráter penal de que se reveste.”provisória, pelo caráter penal de que se reveste.”

Voto do Min. Relator, p. 46Voto do Min. Relator, p. 46

Page 28: Direito econômico regulatório

ADC 9-6/DFADC 9-6/DFArgumentos vencedores (pela Argumentos vencedores (pela

constitucionalidade)constitucionalidade) Possibilidade de uso político, extrafiscal da tarifa Possibilidade de uso político, extrafiscal da tarifa

admitida pela Constituição de 1988admitida pela Constituição de 1988

Não é tributo pois não se destina aos cofres Não é tributo pois não se destina aos cofres públicos (e sim às concessionárias)públicos (e sim às concessionárias)

Finalidades da sobretarifa: (i) remunerar Finalidades da sobretarifa: (i) remunerar concessionárias pelos gastos de implantação das concessionárias pelos gastos de implantação das decisões do CGE; (ii) redistribuir decisões do CGE; (ii) redistribuir isonomicamente custos do fornecimento em isonomicamente custos do fornecimento em tempos de escassez; (iii) compensação de futuros tempos de escassez; (iii) compensação de futuros reajustes da tarifareajustes da tarifa

Page 29: Direito econômico regulatório

ADC 9-6/DFADC 9-6/DFArgumentos vencedores (pela Argumentos vencedores (pela

constitucionalidade)constitucionalidade) Energia elétrica não é serviço essencial (admite Energia elétrica não é serviço essencial (admite

corte)corte)

Proporcionalidade da medidaProporcionalidade da medida

Limites em termos de kwh e % da sobretarifa Limites em termos de kwh e % da sobretarifa seriam decisões típicas da Administraçãoseriam decisões típicas da Administração

Princípio constitucional da solidariedade socialPrincípio constitucional da solidariedade social