anÁlise e validaÇÃo do modelo conceitual da...
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ANÁLISE E VALIDAÇÃO DO MODELO
CONCEITUAL DA CADEIA PRODUTIVA
DO FUTEBOL DO BRASIL
Rosiane Serrano (IFRS )
Daniel Pacheco Lacerda (UNISINOS )
Ricardo Augusto Cassel (UFRGS )
Luis Henrique Rodrigues (UNISINOS )
Aline Dresch (UNISINOS )
O futebol deixou de ser apenas um esporte praticado por muitos
brasileiros, verifica-se que é uma indústria de alto perfil e com
característica profissionalizada. Tendo uma significativa cadeia de
atividades econômicas que o envolve. Assim ao identificar e ter o
entendimento da natureza dos elementos que compõe esta cadeia,
possibilita que os formuladores e tomadores de decisão realizem
julgamentos corretos sobre questões pertinentes as suas necessidades.
Por sua vez, este estudo tem como objetivo a validação do modelo
conceitual (framework) da cadeia produtiva do futebol apresentado
por Serrano et al. (2015). Para responder aos objetivos propostos
nesse artigo foi realizado um estudo de caso exploratório, por meio de
entrevistas com especialistas no contexto em estudo. Desse modo, as
análises das entrevistas apontaram o modelo conceitual aproximava-se
da realidade, ou seja, da cadeia produtiva do futebol. Sendo
constituído sob duas perspectivas de análise: principal e auxiliar.
Seguindo esta característica alguns atores foram realocados e
inseridos, observando o retorno das entrevistas. Bem como, a forma de
apresentação destes foi reajustada, pois as entrevistas apontaram que
o modelo parecia confuso. Sendo atribuídas cores para o entendimento
dos relacionamentos na cadeia e as mesmas foram postas em
sequência. Observa-se que esta cadeia produtiva apresenta-se
dinâmica e com vários inter-relacionamentos, sua estruturação
mostrou-se válida, suscitando encaminhamentos de estudos futuros,
sob o contexto da sustentabilidade.
Palavras-chave: Cadeia produtiva do futebol, estudo de caso,
validação modelo conceitual
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.
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1. Introdução
A indústria esportiva apresenta um segmento com alto potencial de receitas (KLAYMAN,
2008). Somente o futebol mundial movimenta valores entre US$ 400 bilhões de dólares e US$
1 trilhão de dólares (BELO; PAOLOZZI, 2013; BENEVIDES et al., 2015). No futebol
brasileiro, alguns clubes chegam a faturar cerca de R$ 300 milhões de reais ao ano
(LANGONI, 2013). Dimensionando os fluxos monetários, toda a cadeia do futebol brasileira
somou R$ 3,5 bilhões em 2009 (BLUMENSCHEIN, 2013). Em termos quantitativos, dos
1,9% de participação do esporte no produto interno bruto (PIB) brasileiro, o futebol representa
53% deste total, aproximando-se de R$ 36.000 bilhões de reais (PLURI CONSULTORIA,
2011).
Assim, o futebol deixou de ser apenas um esporte praticado por muitos brasileiros e findou-se
o pressuposto da economia de subsistência, instaurada até meados de 1987 (AIDAR;
FAULIN, 2013). Verifica-se que a indústria do futebol é considerada de alto perfil e com
característica profissionalizada. Desse modo, um ótimo desempenho fora de campo exige que
características especiais da indústria sejam reconhecidos nas práticas de gestão (KAUPPI;
MOXHAM; BAMFORD, 2013). Neste sentido, torna-se importante combinar o talento dentro
de campo com a competência fora, ou seja, modernizar a gestão do futebol em todos os níveis,
conciliando razão com emoção (LANGONI, 2013). Isso é necessário uma vez que há uma
significativa cadeia de atividades econômicas que envolve o futebol, considerando sua
popularidade mundial e importância sociocultural, o que gera impactos diretos e indiretos na
economia brasileira (BENEVIDES et al., 2015; BLUMENSCHEIN, 2013).
É possível caracterizar o futebol como uma indústria dinâmica, podendo ser compreendido
por meio da concepção de uma cadeia produtiva (BENEVIDES et al., 2015). O entendimento
da natureza dos elementos que compõe esta cadeia, possibilita que os formuladores e
tomadores de decisão realizem julgamentos corretos sobre questões pertinentes às suas
necessidades. Ao entender os enlaces que envolvem a cadeia, é possível identificar o público
relacionado, evidenciando que estes são a essência do esporte (BORLAND; MACDONALD,
2003) e, por consequência, de toda a cadeia produtiva.
Neste sentido, Leoncini (2001) salienta que ao estudar a cadeia do futebol é requerido uma
visão dinâmica dos processos, dentre estes a identificação dos principais agentes envolvidos.
Este estudo tem como objetivo a validação do modelo conceitual (framework) da cadeia
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produtiva do futebol apresentado por Serrano et al. (2015). Para tanto foi realizado um estudo
de caso exploratório, por meio de entrevistas com especialistas no contexto em estudo.
Assim, este trabalho está estruturado em quatro seções além desta introdução. A seção a
seguir apresenta o referencial teórico, o qual versará sobre cadeia produtiva e modelos
desenvolvidos para o futebol. Em seguida apresentam-se os procedimentos metodológicos
adotados para a condução deste estudo. A quarta seção expõe os resultados do estudo de caso
e o modelo final validado da cadeia produtiva do futebol. Por fim, são apresentadas as
conclusões e as oportunidades de trabalhos futuros.
2. Cadeias produtivas e o futebol
Cadeia produtiva é definida como uma sequência de fluxos de materiais e processos para
fabricação de bens e serviços, realizados por diversas empresas, em diferentes estágios
(BRONZERI, 2009; FIGUEIREDO, 2013). Há diversas abordagens teórico-metodológicas
para definição de cadeia produtiva, a exemplo filière, cadeia de suprimentos e a cadeia
produtiva global (LEÃO; VASCONCELLOS, 2015).
A abordagem filière, possui seu conceito ligado ao Agronegócio, pois na década de 1960
passou-se a estudar a agricultura comercial e sua integração vertical na França, posterior este
termo disseminou em países em desenvolvimento (RAIKES; JENSEN; PONTE, 2000). A
análise filière é utilizada para mapear os fluxos de mercadorias, identificar os agentes e
atividades, ou seja, apresenta um fluxograma físico dos produtos de base e transformações
(LEÃO; VASCONCELLOS, 2015). Raikes; Jensen e Pontes (2000) expõe que a análise
fílière concentra-se principalmente em nível local e nacional na cadeia, focando na
importância do lado técnico dos fluxos de materiais do que o papel social dos atores ali
presentes.
Neste sentido, a abordagem de cadeia produtiva global busca compreender como as indústrias
se organizam, identificando o conjunto de atores que estão envolvidos na produção e
distribuição de determinado bem ou serviço, assim como mapear os tipos de relação existente
entre eles (BAIR, 2005). Refere-se a uma perspectiva que enfoca a configuração de cadeia de
produção no mercado global, atuando com ênfase econômica, empreendendo análises para
melhorar a eficiência e a competitividade (LEÃO; VASCONCELLOS, 2015).
No que tange as cadeias de suprimentos estas possuem diferentes estruturas e princípios
operacionais, variando conforme o que elas entregam ao mercado (APPELQVIST et al.,
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2013). Essa abordagem enfatiza os métodos, instrumentos e técnicas de gerenciamento de
suprimentos, a fim de possibilitar a análise da integração da produção e distribuição de bens
(LEÃO; VASCONCELLOS, 2015). Seu objetivo é reduzir a incerteza e variação em
operações ao longo da cadeia de fornecimento (APPELQVIST et al., 2013).
Porém, independente da abordagem teórica, a definição de cadeia produtiva diz respeito a
todos os atores, instituições, operações e atividade relativas a produção, distribuição, consumo
e descarte de bens e serviços (LEÃO; VASCONCELLOS, 2015). Além disso, a visão sobre
os elos que compõe a cadeia permitem perceber os fluxos econômicos, materiais do ponto de
vista da logística e eficiência quanto as relações sociais injustas e iníquas no contexto da
saúde, trabalho e ambiente (LEÃO; VASCONCELLOS, 2015; MONTAIGNE; COELHO,
2012).
Salienta-se que a cadeia produtiva é utilizada como nível de análise de diversas pesquisas,
pois o seu melhor gerenciamento pode promover melhorias a todos os elos (BRONZERI,
2009). Neste sentido, por meio da revisão sistemática de literatura, foram elencados estudos
que abordaram a cadeia produtiva do futebol. Destes estudos, 4 apresentam a cadeia produtiva
do futebol do Brasil e 1 expõe o futebol Europeu.
Assim, Leoncini (2001) apresenta um modelo que mostra as características do processo de
transformação nos clubes de futebol do Brasil. Leoncini e Silva (2005) aprimoram o modelo
apresentado por Leoncini (2001), reorganizando o posicionamento de alguns agentes. Ferreira
(2012), por sua vez, estabelece seu modelo de cadeia produtiva considerando os processos que
ocorrem antes, durante e depois do jogo. Blumenschein (2013), propõe que a cadeia produtiva
do futebol apresenta como eixo principal um conjunto de empresas e instituições, das quais
participam diretamente da organização e realização do futebol no Brasil. Ducrey et al. (2003),
apresentam o negócio futebol como um grupo de atividades comerciais realizadas pelos atores
na indústria do futebol europeia, trazendo como pilares desta os clubes de futebol e a equipe
nacional.
Analisando os estudos apresentados, esta pesquisa mostra-se relevante, pois os estudos
abordam a cadeia sob uma perspectiva econômica e sob a ótica dos clubes de futebol. Esta
pesquisa propõe um olhar sistêmico para a cadeia produtiva do futebol, ou seja, considera
todos os atores/elos, e não expõe uma segmentação de análise dentro do futebol brasileiro.
Assim, os estudos listados auxiliarão na validação do modelo conceitual desenvolvido,
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salientando a identificação e posicionamento dos atores.
3. Procedimentos metodológicos
Marconi e Lakatos (2008) evidenciam que não há ciência sem o emprego de métodos
científicos. Pesquisa é um trabalho imprevisível e com variáveis incontroláveis (SILVA;
MENEZES, 2005). Assim, Dresch, Lacerda e Antunes Jr. (2015), descrevem a necessidade de
adotar procedimentos para garantir a confiabilidade dos resultados de uma pesquisa científica.
Para conduzir uma pesquisa científica, existem métodos que podem ser adotados, cada um
deles apresenta vantagens e desvantagens e sua escolha é dependente do tipo de questão de
pesquisa, controle sobre os eventos que decorrerão ao longo da mesma, foco e objetivo do
estudo (YIN, 2010).
O método de pesquisa utilizado para condução deste trabalho foi o estudo de caso, o qual é
definido como uma pesquisa empírica que busca compreender um fenômeno contemporâneo,
complexo, em seu contexto real (YIN, 2010). Para tanto será usada a sequência esboçada por
Miguel (2007) a mesma esta apresentada na Figura 1.
Figura 1: Condução do estudo de caso
Fonte: Adaptado de Miguel (2007)
A definição de uma estrutura conceitual-teórica foi apresentada no artigo denominado:
Proposição de um Modelo Teórico para Análise da Cadeia Produtiva do Futebol (SERRANO
et al., 2015). Neste contexto, esta pesquisa inicia na fase dois do método de estudo de caso,
refere-se a validação do modelo conceitual.
Para o planejamento dos casos foram, primeiramente, selecionadas as unidades de análise,
sendo indústria, empresas de serviços, entidades, associações, pessoas atuantes e etc., no
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segmento do futebol da região sul do Brasil, a saber, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa
Catarina. Posteriormente, foram contatados os atores que atuam no segmento do futebol e que
os pesquisadores possuíam contato. Em seguida foi utilizada a técnica “Bola de Neve”
(BALDIN; MUNHOZ, 2011), na qual cada participante faz referência a outros participantes
potenciais e assim sucessivamente. Por fim, para a constituição das entrevistas foi elaborado
um roteiro de entrevistas, composto por questões semi-estruturadas, as quais abordavam a
representatividade do modelo conceitual da cadeia produtiva do futebol.
Conforme prevê o método do estudo de caso, deve ser conduzido um teste piloto. Assim, foi
realizada uma entrevista inicial, possibilitando o aprimoramento do roteiro de entrevistas.
A coleta de dados foi iniciada por meio do contato com os respondentes. O Quadro 1 apresenta
o perfil dos respondentes, expondo sua área de atuação e sua atuação no futebol. No que tange
ao número de entrevistados foi utilizada a exaustividade, ou seja, quando as respostas passam
a ser repetitivas e são suficientes para o entendimento do problema. Para o registro dos dados
foi solicitado o uso do gravador, visando a posterior transcrição e facilitar a análise dos dados.
Ademais, anotações foram feitas pelos pesquisadores para eventual comparação e/ou
confirmação das respostas dos entrevistados.
Quadro 1: Respondentes Tipo de Atividade: Área de formação: Função:
Tempo de atuação no setor esportivo:
Entrevistado 1 Indústria de Confecção Gradução em Administração Diretor Administrativo 10 anos
Entrevistado 2 Clube de Futebol
Atleta profissional Gradução em Administração
Pós-Graduação em Gestão Empresarial
Diretor executivo de futebol
13 anos atleta + 13 anos cargos de
direção
Entrevistado 3 Consultoria em esporte
Post Graduation, Strategy, Marketing, Innovation, Design
Specialist, Finance and economic analysis
Graduation, Business, Management, Marketing, Strategy
Proprietário/Consultor 10 anos
Entrevistado 4 Consultoria Graduação em Administração
Pós-Graduação em Gestão de empresas Diretor 8 anos
Entrevistado 5 Comercio/varejo Graduação em Engenharia Elétrica Diretor 10 anos
Entrevistado 6 Ensino
Graduação em Engenharia Eletrônica Pós-Graduação em Administração
Mestre e doutor em Engenharia de Produção Coordenador de PPG Torcedor
Entrevistado 7 Clube de Futebol
Graduação em Engenharia Civil Pós-graduado em Gestão Empresarial
Mestrado em Marketing e Negócios
Executivo de clube de futebol
2,6 meses
Entrevistado 8 Franquias Graduação em Administração Holding de oprações 13 anos
Entrevistado 9 Administradora de
Cartões
Graduação em Administração Pós-graduação em Governança Corporativa e
Gestão de Riscos
Pós-graduação Administração da Tecnologia da Informação
Gerente de Riscos e Compliance
10 anos
Entrevistado 10 Industria e Comércio Graduação em Administração
Administração Administrador 11 anos
Fonte: Os autores (2016)
A análise dos dados seguiu a análise de conteúdo proposta por Bardin (2011). Neste sentido,
Bardin (2011), considera a codificação como a unidade de registro, ou seja, seleção de
palavras e temas com o significado para o objetivo; a categorização é denominado um
processo estruturalista classificatório, devendo conter exclusão mútua, homogeneidade,
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pertinência, objetividade e fidelidade, produtividade.
As entrevistas foram analisadas com o auxílio do software Atlas.ti. Assim, as entrevistas
foram analisadas por meio de categorização e codificação, utilizando assim como forma de
estruturação da análise. Para tanto, foram consultadas as formas apresentadas por Miles;
Huberman e Saldanã (2014). O Quadro 2, apresenta as questões abordadas, as respostas diretas
e os códigos criados para posterior análise por inferência e interpretação.
Quadro 2: questionário aplicado e códigos para análise da entrevista
Perguntas Respostas diretas Códigos
1) O modelo acima representa a cadeia produtiva
do futebol? Por que?
(representa totalmente) (representa)
(representa parcialmente) (não representa)
Representatividade do modelo
2) Há algum ator/elos importante que não está
representado em cada um dos elos? Por que?
(sim) (não)
(parcialmente)
Novos atores/elos
3) Você reclassificaria algum elo/ator? Por que?
(sim) (não)
(parcialmente)
Reclassificação
Fonte: Os autores
A última etapa do estudo de caso, que é a geração do relatório será feita justamente por meio
da elaboração desse artigo. Na seção a seguir consta a análise das entrevistas e o modelo final
proposto e validado.
4. Resultados obtidos: validação do modelo da cadeia produtiva do futebol
Conforme apresentado na seção anterior, as entrevistas foram analisadas seguindo as etapas
propostas por Bardin (2011). Neste contexto, a Tabela 1 expõe a frequência dos comentários de
cada entrevistado nas questões propostas. Estando na linha os códigos atrelados à cada uma
das questões, nas colunas à relação dos entrevistados e à quantidade de respostas encontradas.
Desse modo, os entrevistados apontaram 9 comentários sobre a representatividade do modelo,
à possibilidade de inserção de 27 atores/elos e a reclassificação de 12. Na sequência é exibido
estes retornos graficamente e o extrato dos comentários.
Tabela 1: Valores encontrados por código Representatividade
do modelo Novos atores/
elos Reclassificação
Total por entrevistado
Entrevistado 1 0 4 4 8
Entrevistado 2 2 2 0 4
Entrevistado 3 2 3 1 6
Entrevistado 4 1 4 2 7
Entrevistado 5 0 1 2 3
Entrevistado 6 1 6 0 7
Entrevistado 7 3 2 0 5
Entrevistado 8 0 2 2 4
Entrevistado 9 0 3 0 3
Entrevistado 10 0 0 1 1
Total por código 9 27 12 Fonte: Os autores
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A primeira questão abordava a representatividade do modelo conceitual. No que tange a
representatividade do modelo, o Gráfico 1 mostra que 6 entrevistados concordam que o modelo
conceitual apresentado representa a cadeia produtiva do futebol, 2 entrevistados salientam que
o mesmo representa totalmente e 2 parcialmente. Na visão do Entrevistado 2: “o modelo
representa parcialmente, pois muitos agentes dependem da área de atuação”. O Entrevistado
3, por sua vez, afirma que “no geral o modelo esta bem distribuído”. O Entrevistado 4 afirma
que “é representativa, pois expõe desde a fase inicial, com a formação do jogador, e por que
envolve todo o segmento”. O Entrevistado 6, a seu turno, salienta que “está bem organizada,
mas precisa de mais reflexão, pois a classificação utilizada é tipicamente industrial em algo
intangível”.
Gráfico 1: Representatividade do modelo
Fonte: Os autores (2016)
O Gráfico 2 mostra que 6 dos entrevistados concordam que existem atores a serem incluídos,
ou que não estão representados, 3 acreditam que os atores estão representados, mas
parcialmente, ou seja, falta uma conexão e 1 acredita que todos estão representados. O
Entrevistado 1 salienta que “na indústria de bens inserir investidores como pessoas físicas,
donos de clubes e na cadeia secundária inserir cursos e profissionais envolvidos”. O
Entrevistado 7 afirma que “o cliente de jogo, torcedor de campo, ou seja, aquele que não é
sócio, mas vai assistir o jogo”. O Entrevistado 8, por sua vez, destaca a “inserção do ex-atleta
na cadeia secundária, como exploração de sua imagem”. O Entrevistado 9 aponta a “venda do
direito federativo do jogador, pois representa 20 a 30% do orçamento anual dos clubes e
inserção do empresário parceiro no elo distribuição, pois o jogador não é detentor do passe
sozinho, o empresário capta e faz a venda do jogador”. A seu turno, o Entrevistado 4, sugere a
“inserção na indústria de bens (cadeia secundária) venda de planos de saúde”. O Entrevistado
2 aponta a “inclusão dos agentes de investimento, ou seja, os patrocinadores, pois este podem
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determinar o orçamento do clube. E inserção do departamento jurídico e profissionais do
direito esportivo e tributário, pois tem papel fundamental por gerenciar passivos e causas
trabalhistas”. O Entrevistado 4 ressalta os “clubes de fachada, pois são clubes com foco na
lapidação e melhoria do jogador para depois irem para o mercado”. Por fim, o Entrevistado 6
sugere os “profissionais analistas de jogos e desenvolvimento de software para o mercado
esportivo”.
Gráfico 2: Inserção de novos atores/elos
Fonte: Os autores (2016)
No que tange a reclassificação dos atores/elos, 6 entrevistados evidenciam a necessidade de
reclassificação e 3 acreditam que não há necessidade de reclassificar. A resposta
parcialmente, evidencia que o entrevistado não concorda com alguns dos atores/elos listados,
tais como os olheiros de futebol presentes nesta cadeia, mas não propõe alterações que
justifiquem sua reclassificação. O Gráfico 3 apresenta o quantitativo de respostas. Para o
Entrevistado 1 “a avaliação física não é realizada na indústria extração”. O Entrevistado 3
sugere “rever o posicionamento dos empresários”. O Entrevistado 4 aponta que o “clube
amador deve estar na indústria de transformação, pois são de desenvolvimento e na indústria
de bens já existe a base”, bem como “substituir médicos por profissionais de saúde, em função
da diversidade de de profissionais”. O Entrevistado 5 afirma que “na indústria de
transformação trazer as federações e confederações, são atores importante na organização dos
campeonatos, antes de sua efetividade, por isso a inserção anterior.”
Gráfico 3: Reclassificação atores/elos
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Fonte: Os autores (2016)
Com base nestes retornos, e com a ampliação feita a partir da literatura, o modelo conceitual
proposto foi avaliado e foi realizada a inserção de novos atores/elos. A Figura 2 apresenta esta
nova organização, onde os atores inseridos e reclassificados estão destacados em itálico e na
cor vermelha. As cores apresentadas em cada ator significa a sua atuação ao percorrer a
cadeia produtiva. Assim, o laranja representa os clubes de futebol, o azul os produtos oriundos
deste e o lilás a mídia.
Figura 2: Cadeia Produtiva do Futebol
Indústria Extração
Indústria Transformação
Indústria de Bens Distribuidor Varejo Clientes
Campos de
futebol amador
Escolinha de
futebol
Colégios
conveniados
Parceiros
conveniados
Olheiros de
clubes
Clube/time
amador
Escolas de
formação do
clube
Escolas de
formação
parceiras
Empresários
parceiros
Federações e
confederações
Clube
profissional
Empresas de
bens
licenciados
Empresas de
materiais
esportivos
Equipamentos
para prática
esportiva
(estádios,
quadras, CTs.
Jogos de
futebol/
campeonatos
Licenciamento
de marca
Grandes redes
varejistas
Detentora dos
direitos de
transmissão
Empresas de
comunicação
(TV, Radio,
Jornal, etc.)
Varejo direto
Físico/Virtual
Lojas
especializadas
Consulados
dos clubes Quadro social
Torcedor de
campo
Tour e visitas
Clientes de
produtos
licenciados
Clientes de
material
esportivo
Clientes de
transmissão
fechada/
aberta
Profissionais Prof. Educação Física
Gestores
Prof. Educação Física Gestores
Empresários
Prof. Educação Física Gestores
Empresários Analistas de jogos
Investidores
outros
Gestores Empresários
Investidores Jornalistas
Arbitragem
Guias Vendedores
Gestores Empresários
Investidores Jornalistas
outros
Vendedores Outros
Alimentação
Suplementos alimentares
Isotônicos outros
Suplementos alimentares
Isotônicos outros
Suplementos alimentares
Lanches outros
Suplementos alimentares
Lanches outros
Segurança Segurança privada Segurança pública
Sistemas de segurança
Segurança privada Segurança pública
Sistemas de segurança
Segurança privada Segurança pública
Sistemas de segurança
Saúde Avaliação física
Análise laboratorial
Avaliação física Análise laboratorial
Planos de saúde Área médica
Avaliação física Área médica
Transporte Transporte terrestre Transporte Terrestre
Transporte Terrestre Transporte aéreo
Transporte carga e equipamentos
Transporte Terrestre Transporte aéreo
Transporte carga e equipamentos
Transporte público
Transporte Terrestre Transporte aéreo
Transporte carga e equipamentos
Transporte público
Transporte Terrestre Transporte aéreo
Transporte carga e equipamentos
Transporte público
Capacitação técnica
Cursos licenciatura Cursos formação
Cursos licenciatura Cursos de formação
Cursos licenciatura Cursos de formação
Cursos licenciatura Cursos de formação
Infraestrutura Desenvolvimento
Sistemas de
informática/software
Desenvolvimento Sistemas de
informática/software
Jogos de entretenimento (vídeo
game)
Patrocínio
Público/privado
Departamento
jurídico
Ca
deia
Secu
ndá
ria
Fonte: Os autores (2016)
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A cadeia apresentada na Figura 2 segue a lógica apresentada em Serrano et al. (2015), sendo
expressa em 2 perspectivas. A primeira, denominada cadeia principal, é formada por seis
eixos, a saber: i) a indústria extrativa, que representa a base para a formação do atleta; ii) a
indústria de transformação, ou seja, quando este atleta aprimora seus conhecimentos passando
a ter uma representatividade para os envolvidos; iii) a indústria de bens, quando o atleta está
formado, há um interesse de empresas no que tange licenciamento de marca, produção de
equipamentos e materiais esportivos; iv) o distribuidor, que representa o processo de
disseminação e promoção do atleta e da marca envolvida, por meio dos produtos,
licenciamento, do clube e das competições; v) varejo, representa o processo de
comercialização dos bens tangíveis e intangíveis; vi) clientes, é composta pela apropriação do
que é ofertado pela cadeia do esporte.
A perspectiva 2, identificada como cadeia auxiliar, apresenta o suporte ao atleta e ao clube,
sendo dividida em sete elementos de análise, cada qual atendendo aos eixos da cadeia
principal. Desse modo, os profissionais apresentam ligação com todos os elos da cadeia
principal, sofrendo variação conforme a intensidade e perfil do profissional. No elemento
alimentação, verifica-se que a indústria de extração não possui indicações sobre tipos de
alimentos, pois o atleta é considerado “amador”. A segurança apresenta-se relevante nos eixos
onde há comercialização de produtos e eventos esportivos. No que tange o elemento saúde,
verifica-se que sua atuação esta centrada nos eixos transformação, bens e distribuição, pois
visa o suporte à formação do atleta e a atuação nos jogos/campeonatos. O transporte apresenta
intensidades diferentes, porém, está presente em todos os eixos.
Os elementos capacitação técnica e infraestrutura foram inseridas nesta versão, o primeiro
representa a formação do profissional que atuará com o jogador e os cursos de capacitação
específicos, tais como arbitragem, gerenciamento, entre outros. O segundo, infraestrutura,
relaciona-se com a disponibilidade de software para análise de jogos e a criação de jogos de
entretenimento.
Salienta-se que este estudo foi fundamental para a validação do modelo conceitual
apresentado inicialmente por Serrano et al. (2015). Contudo apresenta-se incompleto, pois
existem elementos novos a acrescentar devido a dinâmica desta cadeia. Além disso, o nível de
profundidade pode influenciar o relacionamento destes.
5. Conclusões e Oportunidades de Estudos Futuros
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Conforme exposto, este artigo propõe a validação do modelo conceitual da cadeia produtiva
do futebol. Assim, verificou-se que o modelo conceitual aproximava-se da realidade, ou seja,
da cadeia produtiva do futebol. Alguns atores foram realocados e inseridos, observando o
retorno das entrevistas. Bem como, a forma de apresentação destes foi reajustada, pois as
entrevistas apontaram que o modelo parecia confuso. Sendo atribuídas cores para o
entendimento dos relacionamentos na cadeia e as mesmas foram postas em sequência.
Como salientado, esta cadeia produtiva apresenta-se dinâmica e com vários inter-
relacionamentos, assim propõem-se como trabalho futuro a representação da mesma
utilizando o modelo de ecossistema de negócios, proposto por Moore (1996). Cabe destacar
que os ecossistemas de negócios abrangem diversas indústrias, no qual estas co-desenvolvem
capacidades de inovação e trabalham cooperativa e competitivamente para respaldar novos
produtos. Propõe-se, também, a construção de um modelo sistêmico da cadeia produtiva do
futebol do Brasil, objetivando sua contínua agregação de valor de modo sustentável. Para
tanto, propõe-se o uso da dinâmica de sistemas como ferramenta de aprendizagem e
entendimento dos relacionamentos existentes.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao CNPq (Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico) pelo suporte financeiro ao desenvolvimento do presente trabalho.
Referências
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