anÁlise e reduÇÃo dos custos logÍsticos da coleta de … · resultados satisfatórios para...

13
ANÁLISE E REDUÇÃO DOS CUSTOS LOGÍSTICOS DA COLETA DE LEITE A GRANEL PELA UTILIZAÇÃO DE UM MODELO DE ROTEAMENTO William Azalim do Valle (UFMG) [email protected] Thiago Henrique Nogueira (UFMG) [email protected] Raiane Ribeiro Machado (UFV) [email protected] O presente trabalho é o resultado de uma busca por melhorias no roteamento de veículos e, conseguintemente, redução dos custos de suprimento de leite nas cooperativas. Neste artigo, é realizado um estudo sobre a situação atual do setor de llogística de tal segmento, a adaptação de um modelo de programação, nos moldes do problema do caixeiro viajante, e uma comparação dos resultados obtidos com a política já existente. Este trabalho obteve um ganho positivo na expansão do horizonte de planejamento da coleta de leite a granel. Palavras-chaves: Roteamento, Custo de Transporte, Leite XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

Upload: vokhanh

Post on 11-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

ANÁLISE E REDUÇÃO DOS CUSTOS

LOGÍSTICOS DA COLETA DE LEITE A

GRANEL PELA UTILIZAÇÃO DE UM

MODELO DE ROTEAMENTO

William Azalim do Valle (UFMG)

[email protected]

Thiago Henrique Nogueira (UFMG)

[email protected]

Raiane Ribeiro Machado (UFV)

[email protected]

O presente trabalho é o resultado de uma busca por melhorias no

roteamento de veículos e, conseguintemente, redução dos custos de

suprimento de leite nas cooperativas. Neste artigo, é realizado um

estudo sobre a situação atual do setor de llogística de tal segmento, a

adaptação de um modelo de programação, nos moldes do problema do

caixeiro viajante, e uma comparação dos resultados obtidos com a

política já existente. Este trabalho obteve um ganho positivo na

expansão do horizonte de planejamento da coleta de leite a granel.

Palavras-chaves: Roteamento, Custo de Transporte, Leite

XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.

São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

2

1. Introdução

Com as modificações do cenário econômico mundial, a formação de blocos econômicos e a

abertura de novos nichos no mercado nacional, os consumidores estão exigindo novas

reestruturações nas maneiras pelas quais as empresas organizam suas atividades produtivas

(MARTINS et al, 2004). É fundamental a aquisição e desenvolvimento de novas

competências, bem como a ampliação das dimensões da competividade, tornando-se global.

Ferraes Neto (2001) afirma que a concorrência passa a acontecer entre cadeias produtivas e,

não mais, entre empresas isoladas. Nesse contexto, as vantagens e os diferenciais

competitivos são cada vez mais efêmeros, tornando a rapidez e flexibilidade como

obrigatórios.

Hoje, para grande maioria dos setores econômicos do Brasil, buscar eficiência é alcançar

competência logística, destacando-se as atividades de transporte. No setor dos lácteos, a coleta

a granel, que ocorre principalmente por meio do transporte rodoviário, em estradas primárias

e secundárias, apresenta-se como o principal gargalo do sistema logístico. Justo (2005) aponta

que a importância do suprimento, um dos elementos-chave do sistema logístico, pode ser

observada por meio dos custos inerentes e da qualidade do serviço prestado. Além disso, as

decisões tomadas no suprimento tendem a ser complexas e oneram o sistema produtivo.

Segundo Ribeiro et al (2003), a logística é responsável pela movimentação geral dos produtos,

que pode acontecer em três áreas: suprimento, apoio à produção e distribuição física;

enfrentando problemas de tempo, custo, comunicação, movimentação e transporte de

materiais e produtos. Afirma, ainda, que a meta estratégica é a melhoria na movimentação e

armazenagem de materiais e de produtos, através da integração das operações necessárias

entre as três áreas, avaliando sua eficiência em termos de seu custo total e do desempenho

operacional. Portanto, conclui-se que, além de integrar a cadeia de suprimento, a logística

auxilia na definição das metas estratégicas da empresa e no equacionamento de eventuais

problemas operacionais. De acordo com Sobrinho, Coutinho et Coura (1995), o custo de

transporte do primeiro percurso representa de 4 a 25% do preço final do leite, podendo chegar

a 40% em algumas regiões. Essa diferença, atribuída à densidade de produção, expressa razão

entre a quantidade produzida e a quantidade de quilômetros percorridos pelo veículo.

Assim, o presente trabalho utiliza dados e informações provenientes do setor de logística de

uma cooperativa de produtores de leite, com o objetivo geral de estabelecer um modelo de

utilização eficiente de frota, por meio de um planejamento do roteamento da coleta a granel

do leite. Dessa forma, planeja-se minimizar custos totais (fixos e variáveis) e os tempos de

movimentação. Com base no modelo, comparações entre rotas atuais e as propostas são

realizadas, definindo suas respectivas viabilidades econômicas e, com isso, traçando a rota

ótima para o transporte a granel de leite.

O roteamento de veículo, neste trabalho, é modelado baseando-se em alguns conceitos

demonstrados na programação matemática do problema definido por Larsen (1999). São

adaptadas e inseridas algumas restrições, visando adequar os modelos praticados pela empresa

nesse problema específico.

A apresentação deste trabalho se organiza como segue. A seção 2 mostra uma

contextualização breve do setor de atuação da empresa. A seção 3 apresenta a revisão

bibliográfica, com o foco específico no problema de roteamento de veículos. A seção 4

descreve a metodologia utilizada para a obtenção dos resultados. A seção 5 analisa os

3

resultados comparativos entre os custos atuais e os propostos, aplicando a metodologia

apresentada. As conclusões finais são realizadas na seção 6.

2. Contextualização

Nas últimas duas décadas, a produção de leite brasileira sofreu relevantes modificações. A

estabilização econômica, devido ao Plano Real, permitiu um aumento significativo da

produção primária, o que implicou na colocação do Brasil como um dos maiores produtores

mundiais de leite. Paralelamente, a demanda por laticínios também cresceu rapidamente,

obrigando o país a importar grandes quantidades de leite, se tornando um dos maiores

importadores do mesmo (MARTINS et al, 2004).

Hunt et al. (2009) apresenta outra mudança importante no setor lácteo, que causou impactos

substanciais em sua estrutura: a adoção de novos métodos de armazenamento e deslocamento

dos produtos. Em setembro de 2002, o Ministério da Agricultura estabeleceu novos padrões

de transporte e resfriamento do leite, por meio da Instrução Normativa 51 (SCHIAVI, 2010).

As novas exigências contribuíram para que o padrão de qualidade no setor lácteo brasileiro se

aproximasse dos padrões internacionais, aplicados no comércio mundial. No mercado

nacional, esses novos padrões, como a difusão do leite UHT, ampliaram a participação dos

grandes produtores de leite. Os avanços, na logística e no resfriamento, permitiram transportar

o leite e seus derivados por distâncias mais longas, além de elevar o poder de mercado de

grandes empresas nacionais e multinacionais, em detrimento de pequenas empresas e

cooperativas processadoras de leite. Entre os produtores de leite, a introdução e a difusão de

novos métodos de resfriamento e transporte (coleta granelizada), geraram pressões para se

expandir a escala de produção, para compensar a instalação de novos tanques de resfriamento

nas propriedades.

Esses novos métodos foram disseminados rapidamente, considerando que a coleta a granel é

utilizada pela grande maioria dos produtores brasileiros atualmente. Esse processo consiste

em recolher o produto cru em caminhões com tanques isotérmicos, diretamente do tanque de

refrigeração dos produtores rurais. Ou seja, o leite é extraído , armazenado em recipientes

resfriados na propriedade, aguardando o veículo que irá transportá-lo para os

estabelicementos de beneficiamento. Com isso, pode-se eliminar postos de resfriamento,

considerando que, antigamente, a extração era feita e o leite encaminhado diretamente para

esses postos. Assim, foi possível reduzir custos de coleta, aumentando a produtividade do

sistema e a qualidade do produto.

Uma característica marcante da coleta a granel é a necessidade de o tempo transcorrido entre a

ordenha inicial e seu recebimento no estabelecimento, que vai beneficiá-lo, ser no máximo de

48 (quarenta e oito) horas (segundo dados do Regulamento Técnico da Coleta de Leite Cru

Refrigerado e seu Transporte a Granel). Por isso, a coleta deve ser planejada respeitando essa

restrição, de tal forma que o produto não seja armazenado por mais de dois dias, considerando

o tempo estocado na propriedade e no veículo de transporte.

Dessa forma, todas essas mudanças implicaram numa reestruturação no segmento industrial

das empresas de lácteos. A aquisição das pequenas empresas regionais, por parte das grandes

empresas do ramo, acarretou na estruturação de novas plantas, com capacidades de

processamento bem maiores. Além disso, ocorreu uma racionalização da distribuição, com a

formação de novas rotas de coleta, mais oportunas em relação as novas tecnologias e a nova

realidade.

4

No entanto, as empresas se deparam com muitos problemas na formulação de suas rotas, tais

como definição das linhas de coleta e tamanho de frota. Muitas das decisões logísticas, de

coleta e distribuição, das corporações que atuam no Brasil, são empíricas ou se baseiam em

softwares customizados, que não representam a realidade na qual as mesmas estão inseridas.

Devido a isso, a produtividade do sistema é negativamente afetada, com custos existentes de

maneira desnecessária.

Pode-se perceber, assim, que a adoção em massa da coleta a granel, pelas empresas que atuam

no Brasil, alterou consideravelemte as características relativas às decisões de suprimento e

transporte. Dados, da tabela a seguir, demonstram a abrangência da utilização dessa

tecnologia de coleta, que tende a se tornar um padrão:

Fonte: Nogueira Netto (2003)

Figura1: Porcentagem de granelização da coleta nos estados brasileiros 2002

Enfim, pode-se perceber o quanto se torna substancial a determinação de ferramentas

logísticas para otimizar o sistema de coletas a granel. Por isso, apresenta-se aqui, neste artigo,

um modelo para captação de leite nas propriedades produtoras por parte de uma cooperativa,

que utiliza a coleta a granel. O modelo segue os moldes do problema do caixeiro viajante e

visa minimizar os custos de suprimento e de transporte.

3. Revisão Bibliográfica

Introduzido por Dantzig e Ramser (1959), o roteamento de veículos é, conforme Ballou

(1993) e Hiller (2005), um dos problemas mais impactantes no custo logístico. A resolução

desses problemas requer diversas ferramentas de suporte à decisão. Existe uma vasta

bibliografia, capaz de fornecer base teórica para o auxilio na modelagem e na obtenção de

resultados satisfatórios para problemas de roteirização de veículos.

Em destaque, os seguintes problemas clássicos de roteamento: General Pickup and Delivery

Problem (SAVELSVERGH et SOL, 1995), consiste em veículos com capacidade limitada,

partindo de um depósito e retornando ao mesmo, sendo que, para efetuar o transporte, é

necessário especificar previamente o tamanho da carga a ser transportada, o depósito onde ela

se encontra e o seu destino. Express Delivery Problem (MONTANÉ, 1997), no qual o grande

diferencial é o fato de o cumprimento da demanda ser composto pela fase de coleta e pela fase

da entrega. Sendo assim, nesse problema, as rotas de coleta e entrega não coincidem

necessariamente. The Multiple Vehicle Routing Problem with Simultaneous Delivery and

Pickup Points (MIN, 1989), busca reduzir os esforços e custos em ambas as atividades (coleta

5

e entrega), executando-as simultaneamente, em busca de sinergias. Parallelization of the

Vehicle Routing Problem with Time Windows (LARSEN, 1999), consiste em definir janelas

de tempo para coleta com múltiplos veículos, considerando que esses podem ser homogêneos

ou heterogêneos.

Segundo Laporte et al.(2000), o problema de roteamento de veículos pode ser definido como:

dado um conjunto de n cidades (ou consumidores), cada qual com uma demanda qi, por um

produto, e um depósito com k veículos de capacidade Q, deseja-se encontrar as rotas para os

veículos, minimizando os custos de transporte (veículos, distância ou tempo) e obedecendo as

restrições de capacidade de cada veículo e do sistema em análise.

A literatura apresenta algumas classificações do problema. Tais classificações são propostas

de acordo com as características específicas dos principais problemas e de acordo com os

níveis de complexidade de resolução. Os problemas de roteamento são do tipo NP-hard

(GAREY et JOHNSON, 1979), portanto, de difíceis resolução computacional.

Conforme constata Znamensky et al.(1999), as principais características do problema de

roteamento de veículos, que dificultam sua resolução por métodos exatos de resolução, são:

(i) limitação da capacidade de transporte do veículo; (ii) restrições de precedência, ou seja, o

veículo deve passar num determinado local de origem para depois passar em um local de

destino; (iii) o tempo computacional de resolução deve ser compatível ao tempo disponível

para a decisão; (iv) frota heterogênea (capacidade, velocidade, etc.) de veículos; (v) restrições

temporais, como, por exemplo, o intervalo de horários para o atendimento de cada ponto de

demanda.

A complexidade do problema de roteamento e a necessidade de resolução destes problemas,

em tempo computacional compatível com a tomada de decisão, acarretaram no

desenvolvimento de diversas pesquisas para solucioná-los. Nessas, destacam-se os métodos

de otimização e as heurísticas. Os principais métodos de otimização utilizados são:

programação dinâmica, relaxação lagrangeana e geração de colunas (WOLSEY, 1998).

Enquanto, nas heurísticas, destacam-se busca tabu (NANRY et BARNES, 2000, CARICATO

et al, 2002, e HO et HAUGLAND, 2004), algoritmo genético (CREPUT et AL,2004, e JUNG

et HAGHANI 2000), simulated annealing (REIMANN et al, 2002, e GHAZIRI et OSMAN,

2003) e outras buscas locais (HO et HAUGLAND, 2004).

Alguns exemplos, de aplicações reais do roteamento de veículos, podem ser vistos na

literatura corrente. Em Santos et al.(2004), estuda-se a programação de horários de aulas em

uma escola. Neste problema, consideram-se os professores, como veículos, e as turmas, como

cidades clientes. Em Bodin et al. (1983), discute-se a aplicação em problemas que consideram

restrições temporais e espaciais.

Em geral, na resolução de problemas exatos, a distância percorrida é o único objetivo a ser

minimizado, sendo a distância e o tempo truncados. Este artigo obtém uma rota ótima que

minimiza os custos de coleta de uma cooperativa de leite, utilizando, como base, a

modelagem de Larsen(1999), com as devidas adaptações à realidade modelada.

4. O Problema abordado

A cooperativa, em análise, tem algumas peculiaridades no processo decisório. O problema

estudado consiste na definição da frota de veículos a ser alocada na coleta de leite dos

produtores, visando reduzir o custo de roteamento. Devido a questões regulatórias e internas,

o leite deve ser coletado e entregue à cooperativa num prazo de 48 (quarenta e oito) horas,

contadas a partir da disponibilidade do produto. Atualmente, para resolver essa problemática,

6

realiza-se o planejamento somente considerando um horizonte de dois dias. Esta redução do

horizonte de planejamento (sendo que as ofertas dos produtores são bem conhecidas e

confiáveis no curto prazo – uma semana) leva a subutilização dos recursos.

Outro ponto, de grande impacto, é considerar somente a distância total, percorrida para

definição das rotas. A empresa possui, atualmente, uma frota limitada e, por isso, apresenta

contratação de fretes externos, tanto para coleta de leite, quanto para a distribuição de

produtos. Assim, o uso, de uma grande quantidade de caminhões, gera um custo fixo, sendo

este relativo à necessidade de contratação de fretes externos, na ausência de caminhões

próprios. Visando um problema que minimize os custos totais, fixos e variáveis, foi

desenvolvido um modelo que considera questões econômicas e particulares da empresa.

O problema, aqui abordado, pode ser classificado como de roteamento e programação, pois o

mesmo leva em consideração restrições relacionadas ao tempo total de coleta, ou seja, deve

atender todos os clientes, em um período de tempo determinado. Em poucas palavras, resumi-

se: (i) Denominação: Roteamento; (ii) Número de roteiros: dependente da oferta e do número

de caminhões disponíveis; (iii) Localização dos clientes: nos nós; (iv) Frota: Heterogênea; (v)

Limite de capacidade dos veículos: dependente do tipo do veículo (entre 25 e 35 mil litros);

(vi) Número de bases: uma; (vii) Número de clientes (produtores): 9; (viii) Número de

veículos analisados: 20; (ix) Tempo de permanência nas cidades: 1 hora; (x) Demanda:

determinística ; (xi) Relevância de restrições temporais: tempo máximo para coleta e entrega,

ou seja, deve atender todos os clientes num intervalo de tempo pré-determinado.

O problema encontrado, no setor de logística, é que a rota percorrida para entrega de produtos

deve ser traçada sem levar em conta o horizonte completo de tempo (existe informação

confiável para 1 semana de suprimento), ou seja, não analisa, de forma completa, a

possibilidade de alocação de caminhões ao longo de toda semana. Esta ineficiência leva a

subutilização dos recursos, o que faz com que o setor acabe enviando para a mesma rota um

número maior de caminhões, resultando em maiores custos.

Dada essa situação, este trabalho busca definir uma ferramenta de suporte a decisão, que,

paralelamente, permita a redução dos custos e mude a estrutura de tomada de decisão para o

planejamento das coletas (aumentar o horizonte de planejamento). Consideram-se algumas

restrições temporais relacionadas às questões particulares da coleta do leite, além de

determinar o número e os tipos de caminhões alocados no suprimento. Posteriormente, será

realizada uma comparação de resultados com a situação atual da empresa.

Uma das grandes dificuldades, encontradas neste trabalho, foi como obter o seqüenciamento

das coletas considerando um horizonte de tempo. Uma das abordagens clássicas é o modelo

de Larsen (1999), o qual define o problema de roteamento com janela de tempo. No entanto,

esse problema trabalha com janelas de tempo para cidades distintas. No caso particular, há um

conjunto de demandas que podem, ou não, estar alocadas no mesmo produtor, ou seja, o

mesmo produtor poderá ter diversas janelas produtivas. A tabela abaixo ilustra esse problema:

Produtor \ Dia 1 2 3 4 5

A 500 0 0 0 500

B 0 0 500 500 0

Tabela 1: Produtor e oferta de produtos ao longo de 5 dias

Na tabela 1, o produtor A tem oferta de leite nos dias 1 e 5, enquanto o produtor B tem oferta

de leite nos dias 3 e 4. Para resolver essa questão, utilizou-se a lógica do pensamento da

7

modelagem de Manne (1960), a qual define um conjunto de Jobs, que devem ser

seqüenciados no tempo e podem, ou não, ter janelas de tempo. Portanto, determinou-se, a

cada produtor, uma demanda em um dado dia como um nó a ser visitado pelo caminhão.

Portanto, se há um produtor i com demandas em dois dias consecutivos, existirão dois nós

distintos a serem visitados, i e j, mas com distância nula e janelas de tempo diferenciadas.

O problema de roteamento abordado consiste em: (i) n: número de pontos de demandas (nós)

a serem visitados pelos veículos, os quais partem e retornam a uma base (cidade, depósito);

(ii) V: número de veículos; (iii) qi: Oferta de leite no produtor i, ou seja, o que é coletado no

nó i; (iv) Qv: Capacidade do caminhão v; (v) Dij: Distância em tempo do transporte do

veículo entre os nós i e j; (vi) Pi: Tempo de processamento da coleta na cidade i; (vii) Cijv:

Custo por unidade métrica de deslocamento do veículo v; (viii) Cv: Custo fixo da frota ser

alocada a coleta (poderia ser alocada a distribuição); (ix) M: Valor muito grande, usado para

zerar variáveis na logíca matemática do modelo. (x) Ri: Data de disponibilização do leite pelo

produtor; (xi) Dl: tempo total máximo permitido pela rota; (xii) Vm: Velocidade média do

veículo em unidades métricas por unidade de tempo; (xiii) Xijv: variável de decisão que

define qual a seqüência da viagem pelos nós, com i,j = 1,2,...,n para cada veículo v. (xiv) Yv:

variável de decisão que define se o veículo será utilizado ou não para o suprimento (xv) Siv:

variável de decisão que define qual o tempo que o veículo v inicia o processo de coleta no

produtor i. (xvi) Minimizar o custo total do roteamento: minimizar os custos fixo de

alocação mais os custos variáveis relacionados ao deslocamento.

A função objetivo responsável pela busca do menor custo total (variável e fixo) pode ser

definida como:

Sujeito à:

a) Somente um veículo chega e sai de cada nó:

b) Todos os veículos que chegam a uma cidade devem sair dela:

c) Cada veículo, com sua capacidade própria (frota heterogênea), não deve coletar mais

que sua capacidade:

d) A data da coleta deve ser superior a disponibilidade do produto:

e) A soma da data da última de coleta no nó j,com o tempo de processamento da coleta

em j e com o tempo gasto no deslocamento entre o nó j e a base, deve ser menor que

48 (quarenta e oito) horas da data do primeiro produto disponível no caminhão v. Estas

restrições advém da necessidade de um produto ser coletado e entregue em até 48

(quarenta e oito) horas da disponibilização do produto.

8

f) A data de início de processamento numa cidade j pelo caminhão v deve ser superior a

distância percorrida entre i e j mais o tempo de processamento em i mais a data de

início do processamento em i:

g) Todo veículo só deve passar numa dada cidade no máximo uma vez, portanto garante

a não extrapolação da disponibilidade de veículos:

h) Proíbe a formação de subrota entre duas cidades:

i) Variáveis binárias:

j) Variáveis positivas:

A seguir, serão apresentados os resultados obtidos, avaliando o tempo computacional.

Também será estimado o ganho na redução de custos totais em relação a algumas decisões

praticadas pela empresa.

5. Resultado

Nesta seção, são apresentados os resultados obtidos com o modelo matemático definido. Para

resolvê-lo, utiliza-se a linguagem de modelagem algébrica GAMS (BROOKE et al., 1992),

com o solver CPLEX (versão 11). Para realização dos testes computacionais, foi utilizado um

microcomputador com processador Intel 1.6 Mhz, com 4 Gb de memória RAM e sistema

operacional Windows XP.

Inicialmente, para verificar a consistência do modelo, foram realizados diversos testes com

exemplos simplificados. O tamanho do horizonte de tempo, o número de produtores e a oferta

foram reduzidos, considerando que os parâmetros foram estimados, com o objetivo de

demonstrar que os resultados se comportam de acordo com os valores esperados. Um

exemplo das instâncias utilizadas será descrito a seguir.

9

Produtores Dia 1 Dia 2 Dia 3

Produtor A - Oferta em litros 10.000 10.000 0

Produtor B - Oferta em litros 0 10.000 10.000

Produtor C - Oferta em litros 10.000 0 10.000

Distância entre as cidades

(Matriz simétrica)

Base - A

Base - B

Base - C

A-B

A-C

B-C

Unidade: 100km

5

10

15

5

10

5

Tabela 2 – Dados fictícios dos produtores e da base

A instância fictícia, ilustrada acima, contém 3 (três) produtores, com demandas distribuídas

ao longo de 3 (três) dias de produção e com a matriz de distâncias simétrica.

Capacidade dos veículos

Veículo A

Veículo B

Veículo C

Custo Fixo

Custo Variável por km

Litros

20.000

10.000

30.000

$100

$1

Tabela 3 – Dados fictícios dos veículos

Essa instância contém, também, 3 (três) veículos com capacidades distintas. No entanto,

utilizou-se, como aproximação para esta análise, um custo fixo e variável padrão para ambos

os veículos. Ao executar o modelo, obteve-se a seguinte solução ilustrada a seguir.

A

B

C

Base

Oferta dia 1

Oferta dia 2

Oferta dia 3

A

B

C

Figura 2 – Resposta do modelo para instância fictícia

O modelo utiliza três rotas para resolver o problema fictício, sendo estas “Base-AAC”,

“Base–BB” e “Base-C”. Esse roteamento busca aproveitar a utilização de recurso ao longo

dos 3 (três) dias do horizonte de tempo, o que é evidenciado pela rota “Base-BB”. Nesta rota,

10

o caminhão é orientado a pegar o montante do segundo dia, porém com uma visão do

horizonte de tempo superior, de 3 (três) dias. Assim, o mesmo aguarda para coletar mais em B

e, depois, se destina para base.

A solução é coerente com a realidade e viável, como foi descrito sumidamente na modelagem:

as restrições temporais (produto deve chegar à base no máximo em 48 horas) são atendidas,

evitando que um produto espere para ser coletado durante três (3) ou mais dias distintos. As

restrições de proibição de formação de sub-ciclo são atendidas, conforme evidenciado na

figura 1. As restrições de disponibilidade e capacidade de veículos também são atendidas,

pois, nesse caso, os três veículos disponíveis foram utilizados devido à necessidade de coleta.

Pelas análises realizadas, notou-se que o modelo é consistente com a realidade modelada.

A seguir, são apresentados os resultados da aplicação do modelo com dados reais. Os dados

escolhidos retratam um mês típico, em que se evitou analisar interferências extremas. O

modelo apresentado é rodado com informações advindas do IBGE (base de dados de latitude

e longitude de cidades), do setor logístico da empresa e de dados de mercado (gasolina, pneu,

dentre outros), objetivando a composição dos custos fixos e variáveis do roteamento dos

veículos. Na realização dos testes reais, optou-se pela utilização dos 4 (quatro) principais

produtores regulares, de modo a validar os ganhos esperados pela modelagem. As tabelas, a

seguir, descrevem as principais informações fornecidas pela empresa.

R$/Veículo(fixo) R$/Km(variável)

Tipo A 25000 Lts 310,10 0,555

Tipo B 35000 Lts 403,10 0,721

CustoVeículo Capacidade

Tabela 3 – Custo dos veículos fornecida pela empresa

A tabela anterior descreve os tipos de veículos distintos analisados, com seus respectivos

custos fixos e variáveis. Como se percebe, a empresa basicamente trabalha com 2 tipos de

veículos.

Base Cidade B Cidade C Cidade D Cidade E

Base 0 287 524 673 253

Cidade B 287 0 358 710 366

Cidade C 524 358 0 700 463

Cidade D 673 710 700 0 435

Cidade E 253 366 463 435 0

Distâncias(km)

Tabela 4 – Matriz de distâncias

A tabela 4 é uma matriz de distância, a qual descreve a distância entre os pares produtores-

produtores e base-produtores.

Cidade Oferta (Litros)

Cidade B 16.360,9

Cidade C 9.970,6

Cidade D 20.399,5

Cidade E 11.413,7

11

Tabela 5 – Oferta dos produtores média

A tabela 5 descreve a oferta média de litros de leite dos principais produtores analisados.

Segundo informações da empresa, este valor descreve bem o comportamento da oferta de leite

dos produtores analisados.

Diante das informações levantadas anteriormente, foram realizados diversos testes

computacionais do modelo, confrontando os resultados obtidos com as decisões tomadas pela

logística da empresa. O foco da análise será comparar, para diversos tamanhos de horizonte

de tempo, a tomada de decisão. Por fim, demonstrar a comparação, de ambos resultados, em

horizontes de 2, 3, 4 e 6 dias. A tabela abaixo apresenta o resultado dessa comparação.

Dados / Horizonte 2 dias 3 dias 4 dias 6 dias

Decisão empresa (Custo em R$ Mil) 7.830,20$ 12.574,20$ 15.660,40$ 33.695,80$

Modelo

Resultado (Custo em R$ Mil) 6.405,10$ 9.988,19$ 11.731,12$

Tempo Computacional(min) 3,20 32,77 1073,74 Não Convergiu

% de Ganho 18,20% 20,57% 25,09%

Tabela 6 – Resultados e Ganhos

Analisando esses dados, são percebidas as reduções substanciais de custos, ao utilizar o

modelo aqui proposto. Mesmo com horizonte de tempo de dois dias, houve um ganho de

18,20%. Isso ocorre devido às considerações de custos fixos e variáveis nas decisões do

modelo, visto que as decisões da logística da empresa não possuem um foco tão grande na

razão desses custos.

O aumento do horizonte de tempo reflete, também, nos resultados. Quanto maior o número de

dias, maior será a redução percentual de custos, pois mais combinações, que não são previstas

pelo modelo da empresa, poderão ocorrer. Por exemplo, coleta de quantidades nos dias 2 e 3,

no horizonte de 4 (quatro) dias. Isso ocorre porque, ao se planejar a coleta de dois em dois

dias, fica impossibilitada a opção de ir no segundo dia e esperar a coleta do terceiro.

Assim, para horizontes de tempo de 3 (três) e 4 (quatro) dias, as reduções percentuais de custo

serão, respectivamente, 20,57% e 25,09%, com diminuições de R$2.586,00 e R$3.929,28.

Para intervalos de tempo tão pequenos, tais valores são muito relevantes, considerando, ainda,

que se trata de apenas quatro cidades. Ou seja, ao aumentar o numero de cidades abrangidas

pelo modelo, espera-se um ganho maior ainda.

Contudo, além das reduções de custos, o tempo computacional do modelo também deve ser

considerado. O ganho conseguido com essa modelagem, demonstrado acima, necessita de um

tempo computacional relevante. Isso ocorre devido à altíssima complexidade do modelo, que,

para considerar todas as restrições reais, mescla conceitos do problema de scheduling e do

problema do caixeiro viajante. Assim, o custo computacional cresce rapidamente com o

aumento do número de dias do horizonte de tempo. Além disso, quanto maior o número de

propriedades nas quais ocorrerá coleta, maior será a dificuldade também, acarretando num

maior tempo de máquina.

Com isso, o planejamento da coleta para 6 (seis) dias, considerando que os dados nesse

horizonte de tempo são muito confiáveis, não foi possível, visto que o resultado não

convergiu. No entanto, limites superiores, apresentados durante a resolução do computador, já

demonstravam resultados satisfatórios, com ganhos expressivos. Considerando que, para

12

realizar as coletas, o planejamento necessitará de, no máximo, duas instância de dados por

semana, considera-se viável a utilização desse modelo, pois as reduções de custos,

conseguidas com o mesmo, são extremamente substanciais.

6. Conclusão

A utilização, da modelagem aqui proposta, resultou numa solução melhor do que a adotada

pela empresa estudada, considerando que o menor ganho, num horizonte de tempo de 2 (dois)

dias, foi de 18,20% e o maior ganho, para 4 (quatro) dias, foi de 25,09%. Tal economia é

relativa ao exemplo demonstrado neste artigo, sendo que, para um número maior de cidades,

espera-se um ganho ainda maior. Isso é esperado porque as decisões logísticas, da

cooperativa, são baseadas num cálculo matemático que prioriza os custos variáveis, em

detrimento dos fixos, num horizonte de tempo de apenas dois dias. Assim, essas decisões

dificilmente alcançariam o ótimo, ou uma solução próxima dele.

O modelo matemático, proposto neste artigo, garante a obtenção de uma rota ótima,

considerando custos fixos e variáveis e horizontes de tempo maiores do que os utilizados nas

decisões logísticas da empresa. Portanto, pode-se afirmar que há muitos benefícios na

utilização de uma modelagem mais robusta, que auxilia esses problemas de suprimento. A

difusão desses modelos seria de suma importância, pois possibilitaria melhores decisões dos

setores de logística das empresas, sendo de grande valor para o sucesso dessas organizações.

Devido à limitação temporal, torna-se necessária a utilização de métodos que reduzam o

tempo computacional do modelo, de tal forma que a qualidade da solução seja mantida.

Visando trabalhos futuros, aconselha-se a utilização de técnicas de solução que possibilitem a

redução do tempo computacional para tomada de decisão. Em primeiro momento, sugere-se a

implementação de formulações fortes, de modo a possibilitar a criação de cortes na região de

viabilidade do problema relaxado, proporcionando a resolução do problema em tempo hábil,

sem perda de qualidade da solução.

Referências Bibliográficas

BALLOU. R. H. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 1993.

BODIN, L.D.; GOLDEN B.; ASSAD A.; BALL E. M. Routing and scheduling of vehicles and crews: The

state of the art. Computers and Operations Research, Vol.10, n.2, p.63-67, 1983.

BROOKE, A.; KENDRICK, D.; MEERAUS, A. GAMS: a user's guide (release 2.25). San Francisco: The

Scientific Press, 1992.

CARICATO, P.; GHIANI, G.; GRIECO, A.; GUERRIERO, E. Parallel tabu search for a pickup and

delivery problem under track contention. Parallel Computing: Vol. 29, nº 5, p. 631-639, 2003.

CREPUT, J.C.; KOUKAM, A.; KOZLAK, J.; LUKASIK, J. An evolutionary approach to pickup and

delivery problem with time windows. In: Lecture Notes in Computer Science, vol. 3038, p.1135-1142, 2004.

DANTZIG, G. B.; RAMSER, J. H. The Truck Dispatching Problem. Management Science. Vol. 6, nº 1, p. 80-

91, 1959.

FERRAES NETO, F. A logística como estratégia para a obtenção de vantagem competitiva. Revista FAE

Business: nº 1, p. 1 – 4, 2001.

GAREY R. M., JOHNSON S. D. Computers and Intractability: A Guide to the Theory of NP – Completeness.

Freeman, 1979.

GHAZIRI, H. E OSMAN, I. H. A neural network algorithm for the traveling salesman problem with

backhauls. Computers and Industrial Engineering: Vol. 44, nº 2, p. 267–281, 2003.

HILLIER, F. S.; LIERBERMAN, G. J. Introduction to Operations Research. New York: McGraw-Hill, 7ª

Edição, 2005.

13

HO, S. C. E HAUGLAND, D. Tabu search heuristics for the probabilistic dial-a-ride problem. In: The Ninth

Meeting of the Nordic Section of the Mathematical Programming Society, 2004.

HUNT, D.; SHIKI, S.; RIBEIRO, R.; BIASI, D.; FARIA, A. P. Comparação de indicadores de desempenho

de produtores de leite localizados dentro e fora de assentamentos de reforma agrária no Triângulo Mineiro.

Revista de Economia e Sociologia Rural, Vol.47, nº.1, Jan./Mar. 2009.

JUNG, S.; HAGHANI, A. A genetic algorithm for a pick-up and delivery problem with time windows.

Transport Research Rec : Vol. 1733, p.1–7, 2000.

JUSTO, L. MBA Em Gestão Estratégica De Transporte, Universidade católica de Salvador. Disponível em:

http://coppel.ucsal.br/logistica.htm. Acessado em 21/11/2005.

LAPORTE, G.; GENDREAU, M.; POTVIN, J.Y.; SEMET, E. F. Classical and modern heuristics for the

vehicle routing problem, International Transactions in Operational Research, Vol.7, n4-5, p.285-300, 2000.

LARSEN, J. Parallelization of the vehicle routing problem with time window. Department of Mathematical

Modelling, Technical University of Denmark, Phd Thesis, 1999.

MANNE, A. S. On the job-shop scheduling problem. Operations Research. Vol. 8, nº 2, p.219-223, 1960.

MARTINS, R. S.; LOBO, D. S.; ROCHA JÚNIOR, W. F. da; OLIVEIRA, H. F. de; MARTINS, P. do C.;

YAMAGUCHI, L. C. T. Desenvolvimento de uma ferramenta para a gestão da logística da captação de leite

de uma cooperativa agropecuária. Revista Gestão e Produção. Vol, 11, nº 3, p. 429-440, 2004.

MIN, H. The multiple vehicle routing problem with simultaneous delivery and pick-up points Transportation

Research: Part A, Vol. 3, Nº 5, P. 337-386, 1989.

MONTANÉ, F. A. T., GALVÃO, R. D. Determinação de rotas para empresas de entrega expressa. Pesquisa

Operacional : Vol. 17, nº 2, p 107–135, 1997.

NANRY, W. P., BARNES J. W. Solving the pickup and delivery problem with time windows using reactive

tabu search. Transportation Research: Part B, Vol. 34, p. 107-121, 2000.

REIMANN, M.; STUMMER, M.; DOERNER, K. A savings based ant system for the vehicle routing problem.

In: Proceedings of the Genetic and Evolutionary Computation Conference. San Francisco: p.1317-1326, 2002.

SANTOS, H.G.; OCHI, L.S.; SOUZA, M.J.F. An Efficient Tabu Search Heuristic for the School Timetabling

Problem. Lecture Notes in Computer Science. Vol. 3059, p. 468-481, 2004.

SAVELSBERGH, M. W. P.; SOL, M. The General Pickup and Delivery Problem. Transportation Science.

Vol. 29, Nº. 1, p. 17-29, 1995.

SCHIAVI, S. M. de A. O setor lácteo. 2005. Disponível em:

http://www.finep.gov.br/PortalDPP/relatorio_setorial/impressao_relatorio.asp?lst_setor=14 .Acesso em: abril,

2010.

SOBRINHO, F.F.; COUTINHO, G.H.; COURA, J.D. Coleta de leite a granel. Belo Horizonte: Fundação

João Pinheiro, Monografia, 1995.

WOLSEY, L.A.. Integer Programming. New York: Wiley, 1998.

ZNAMENSKY A.; CUNHA, C.B. Um Modelo para o Problema de Roteirização e Programação do

Transporte de Deficientes. In: XIII Congresso de Pesquisa e Ensino em Transportes. São Carlos, 1999.