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SERVIÇO AUTÔNOMO MUNICIPAL DE ÁGUA ESANEAMENTO AMBIENTAL DE TRÊS BARRAS/SC

ANÁLISE E PARECER TÉCNICO DE ESTUDOS E PROCEDIMENTOSDE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE - PMI, NAS ÁREAS RELATIVASAO ESGOTAMENTO SANITÁRIO E AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA

APRESENTADOS AO MUNICÍPIO DE TRÊS BARRAS

PROCEDIMENTO LICITATÓRIO Nº 004/2014CONTRATO Nº 003/2014

JANEIRO / 2015

SERVIÇO AUTÔNOMO MUNICIPAL DE ÁGUA E

SANEAMENTO AMBIENTAL DE TRÊS BARRAS/SC

ANÁLISE E PARECER TÉCNICO DE

ESTUDOS E PROCEDIMENTOS DE

MANISFESTAÇÃO DE INTERESSE – PMI,

NAS ÁREAS RELATIVAS AO

ESGOTAMENTO SANITÁRIO E AO

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

APRESENTADOS AO MUNICÍPIO DE TRÊS

BARRAS

PROCEDIMENTO LICITATÓRIO N° 004/2014 CONTRATO N° 003/2014

JANEIRO/2015

ANÁLISE E PARECER TÉCNICO DE ESTUDOS E PROCEDIMENTOS DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE

SERVIÇO AUTÔNOMO MUNICIPAL DE ÁGUA E SANEAMENTO AMBIENTAL

DE TRÊS BARRAS/SC

Emilio Gazaniga Neto – Diretor Executivo

EQUIPE TÉCNICA E DE APOIO DA CONTRATADA

COORDENAÇÃO TÉCNICA

Pablo Rodrigues Cunha – Engenheiro Sanitarista e Ambiental

Rafael Meira Salvador - Engenheiro Sanitarista e Ambiental

EQUIPE DE APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO

Clarissa Soares - Engenheira Sanitarista e Ambiental

Daniel Meira Salvador - Engenheiro Civil


APRESENTAÇÃO DA CONSULTORA

A Premier Engenharia e Consultoria, sediada em Florianópolis/SC, é uma

empresa especializada na prestação de serviços nas áreas de engenharia sanitária e

ambiental, engenharia civil e engenharia de segurança do trabalho.

Primando pela ética, responsabilidade e comprometimento com o Meio Ambiente, a

empresa conta com profissionais capacitados, em constante aperfeiçoamento,

buscando sempre a excelência na prestação de seus serviços.

Entre os serviços prestados pela Premier na área ambiental, destacam-se:

elaboração de Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB); elaboração de Plano

Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS); elaboração de Plano

de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS); projetos de

Abastecimento de Água, Esgotamento Sanitário, Drenagem Urbana e Resíduos

Sólidos Urbanos; e licenciamento ambiental.


SUMÁRIO

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................................. 9

2 DIAGNÓSTICOS ................................................................... 11

2.1 DIAGNÓSTICO GERAL DO MUNICÍPIO................................................ 11

2.1.1 JZ ENGENHARIA .................................................................................. 11

2.1.2 SERRANA ENGENHARIA LTDA ............................................................. 12

2.1.3 SOLVÍ SANEAMENTO ........................................................................... 12

2.2 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA .............. 13

2.2.1 JZ ENGENHARIA .................................................................................. 13



2.3 DIAGNÓSTICO DO SERVIÇO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ............. 16

2.3.1 JZ ENGENHARIA .................................................................................. 16



3 ESTUDOS EXISTENTES ........................................................ 19

3.1 JZ ENGENHARIA .................................................................................. 19

3.2 SERRANA ENGENHARIA ...................................................................... 20

3.3 SOLVÍ SANEAMENTO ........................................................................... 20

4 ESTUDO DA PROJEÇÃO POPULACIONAL ............................. 22

4.1 JZ ENGENHARIA .................................................................................. 22

4.2 SERRANA ENGENHARIA LTDA ............................................................. 23


5 PROGNÓSTICO DOS SISTEMAS ........................................... 24

5.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA (SAA) .................................. 24

5.1.1 JZ ENGENHARIA .................................................................................. 24

5.1.1.1 Captação ...................................................................................... 25

5.1.1.2 Adutora de Água Bruta ................................................................. 26

5.1.1.3 Estação de Tratamento de Água (ETA) ......................................... 26

5.1.1.4 Leito de Secagem do Lodo............................................................ 26

5.1.1.5 Adução de Água Tratada .............................................................. 26


5.1.1.6 Reservação ................................................................................... 27

5.1.1.7 Distribuição .................................................................................. 27

5.1.1.8 Programa de Diminuição de Perdas ............................................. 28

5.1.1.9 Considerações .............................................................................. 30

5.1.2 SERRANA ENGENHARIA ...................................................................... 31

5.1.2.1 Critérios e Parâmetros Adotados ................................................. 31

5.1.2.2 Concepção do Sistema Proposto .................................................. 33


5.1.3.1 Critérios e Parâmetros Adotados ................................................. 40

5.1.3.2 Intervenções Propostas ............................................................... 41

5.1.3.3 Considerações .............................................................................. 43

5.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO (SES) .................................. 44

5.2.1 JZ ENGENHARIA .................................................................................. 44

5.2.2 SERRANA ENGENHARIA ...................................................................... 50


6 ESTIMATIVA DOS INVESTIMENTOS (CAPEX) ...................... 62

7 ESTIMATIVA DE CUSTOS OPERACIONAIS (OPEX) .............. 64

7.1 JZ ENGENHARIA .................................................................................. 64

7.1.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA SPE ............................................. 64

7.1.2 CUSTOS DE OPERAÇÃO DOS SERVIÇOS PRESTADOS (OPEX) ............. 65

7.1.3 DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS (G&A) ................................ 66


7.2.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA SPE ............................................. 68

7.2.2 DESPESAS COM OPERAÇÃO DOS SISTEMAS ....................................... 68

7.2.3 DESPESAS ADMINISTRATIVAS ........................................................... 69


8 IDENTIFICAÇÃO DE ALTERNATIVAS DE GESTÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO ..................................................... 71

8.1 JZ ENGENHARIA .................................................................................. 71



9 INDICADORES DE EVOLUÇÃO ............................................. 78

9.1 JZ ENGENHARIA .................................................................................. 78


9.2 SERRANA ENGENHARIA LTDA ............................................................. 78

10 APRESENTAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SUSTENTABILIDADE E EQUÍLIBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS ................................................................................. 80

10.1 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA .............................................. 80

10.2 ESTUDO DA EMPRESA JZ ENGENHARIA .............................................. 82

10.3 ESTUDO DA EMPRESA SERRANA ENGENHARIA .................................. 83

10.4 ESTUDO DA EMPRESA SOLVÍ SANEAMENTO ....................................... 85

10.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS ESTUDOS DE VIABILIDADE APRESENTADOS ................................................................................................... 86

11 DEMAIS ASPECTOS APRESENTADOS NAS PROPOSTAS DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE ................................................ 87

11.1 JZ ENGENHARIA .................................................................................. 87



12 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................. 92

13 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ........................................... 96


ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Concepção do SAA (Estudo da Serrana Engenharia) ........................... 34

Figura 2 – Localização dos reservatórios (Estudo da Serrana Engenharia) .......... 36

Figura 3 – Localização módulos ETE (Estudo da JZ Engenharia) .......................... 47

Figura 4 – Contribuição Subsistema Centro (Estudo da JZ Engenharia) .............. 49

Figura 5 – Contribuição Subsistema São Cristóvão (Estudo da JZ Engenharia) ... 50

Figura 6 – Concepção do SES proposto (Estudo da Serrana Engenharia)............. 51

Figura 7 – Localização da ETE (Estudo da Serrana Engenharia) ........................... 54

Figura 8 – Fluxograma do tratamento (Estudo da Serrana Engenharia) .............. 55

Figura 9 – Fluxograma do SES para Três Barras (Estudo da Serrana Engenharia)56

Figura 10 – Concepção do SES (Estudo da Solví Saneamento) ............................ 58

Figura 11 – Layout da ETE proposta (Estudo da Solví Saneamento) .................... 60

Figura 12 – Estrutura organizacional da SPE (Estudo da JZ Engenharia) ............. 65

Figura 13 – Formas de prestação de serviços públicos (Estudo da JZ Engenharia) ............................................................................................................................. 72

Figura 14 – Pilares do sistema de gestão de saneamento básico (Serrana Engenharia) .......................................................................................................... 73

Figura 15 – Formas de prestação do serviços apresentadas pela Empresa Serrana ............................................................................................................................. 74


ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 – Ampliação na capacidade de reservação (Serrana Engenharia) ........ 36

Quadro 2 – Ampliação e substituição de rede (Serrana Engenharia) ................... 37

Quadro 3 – Programas e ações institucionais ...................................................... 39

Quadro 4 – Atendimento urbano com rede coletora (JZ Engenharia) .................. 45

Quadro 5 – Etapas de implantação de rede coletora de esgoto (JZ Engenharia) . 48

Quadro 6 – Atendimento urbano com sistema de coleta e tratamento (Serrana Engenharia) .......................................................................................................... 53

Quadro 7 – Sub-bacias e elevatórias (Solví Saneamento) .................................... 59

Quadro 8 – Valor de Investimento por Habitante ................................................ 63

Quadro 9 – Composição das despesas (JZ Engenharia) ....................................... 66

Quadro 10 – Composição das despesas (Serrana Engenharia) ............................ 69

Quadro 11 – VPL e TIR - Cenário 1 (JZ Engenharia) ............................................ 83

Quadro 12 – VPL e TIR – Cenário 2 (JZ Engenharia) ............................................ 83

Quadro 13 – VPL e TIR - Cenário 1 (Serrana Engenharia) ................................... 84

Quadro 14 – VPL e TIR – Cenário 2 (Serrana Engenharia) ................................... 84

Quadro 15 – VPL e TIR - Cenário 1 (Solví Saneamento) ...................................... 85

Quadro 16 – VPL e TIR – Cenário 2 (Solví Saneamento) ...................................... 86


9

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O documento aqui apresentado tem por fim prover a análise dos estudos

apresentados no Processo de Manifestação de Interesse referente aos serviços

públicos de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto sanitário,

oriundos do EDITAL DE CHAMAMENTO PÚBLICO PARA MANIFESTAÇÃO

DE INTERESSE Nº 002/2014 elaborado pelo Serviço Autônomo Municipal de

Água e Saneamento Ambiental (SAMASA) de Três Barras/SC, sendo abaixo

listadas as empresas que manifestaram interesse na elaboração dos referidos

estudos:

JZ ENGENHARIA, com sede na Rua Dona Germaine Burchard, 389 –

Perdizes, São Paulo/SP;

SERRANA ENGENHARIA LTDA, situada à Rua Ottkar Doerffel, 841 –

Joinville/SC;

SOLVÍ SANEAMENTO, com sede na Rua Bela Cintra, 967, 10º Andar –

Bela Vista, São Paulo/SP.

Posteriormente ao protocolo dos estudos pelas empresas acima citadas, mais

precisamente no dia 24 de outubro de 2014, o SAMASA de Três Barras realizou

processo licitatório (Convite nº 004/2014) com o objetivo de contratar empresa

especializada para avaliar tecnicamente os estudos apresentados. O processo

licitatório supracitado definiu a Empresa PREMIER ENGENHARIA E

CONSULTORIA SS LTDA como a responsável pela avaliação do conteúdo do

estudo proposto.

Conforme o Edital da Licitação Convite n° 004/2013 e Contrato Nº 003/2014, os

serviços de engenharia e assessoria técnica especializada pela Consultora

compreenderão os seguintes itens:

a) Análise e parecer técnico de estudos e Procedimentos de Manifestação de

Interesse – PMI, nas áreas relativas ao esgotamento sanitário e ao

abastecimento de água, apresentados ao Município de Três Barras;


10

b) Realização da Apresentação, em evento único, dos resultados do item “a”

junto ao Poder Público. O referido evento deverá contar somente com os

membros da Consultora e do Poder Público ligado à área de saneamento.

Sendo assim, este documento – “Análise e parecer técnico de estudos e

Procedimentos de Manifestação de Interesse – PMI, nas áreas relativas ao

esgotamento sanitário e ao abastecimento de água, apresentados ao Município

de Três Barras” – compreenderá a avaliação conjunta dos estudos

apresentados pelas três empresas proponentes, desde os diagnósticos

contendo as informações gerais do município e os dados dos sistemas de

abastecimento de água e esgotamento sanitário, assim como as referentes

premissas e metas estabelecidas nos estudos. Os investimentos previstos e o

estudo de viabilidade econômico financeiro, de cada proponente, também serão

objetos de análise neste documento.


11

2 DIAGNÓSTICOS

De forma inicial, serão aqui descritos (brevemente) e avaliados os diagnósticos

apresentados nos Estudos, primeiramente o Diagnóstico Geral do Município e

depois os Diagnósticos Setoriais (Água e Esgoto).

2.1 DIAGNÓSTICO GERAL DO MUNICÍPIO

2.1.1 JZ ENGENHARIA

O Diagnóstico Geral do Município apresentado pela Empresa JZ Engenharia,

denominado de “INFORMAÇÕES GERAIS DO MUNICÍPIO”, contemplou dados

de cunho geográfico (meio físico), econômico e social de Três Barras de forma

satisfatória, utilizando informações de órgãos (IBGE, Agência Nacional das

Águas - ANA, FIRJAN, entre outros) de grande relevância e com conhecimento

notório nos assuntos abordados no referido item.

Os itens que seguem apresentam os dados abordados no Estudo:

a. Caracterização do Meio Físico: abrangendo clima, geologia,

geomorfologia, hidrografia, vegetação, bem como a unidade de

conservação existente no município;

b. Aspectos Econômicos: dados relativos à atividade econômica e ao

produto interno bruto;

c. Aspectos Sociais: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M)

e o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal.

Embora os itens citados tenham sido apresentados a contento, registra-se que

dados referentes à população, à demografia e à infraestrutura do município

(principalmente relativos à saúde e a educação) não foram contemplados no

diagnóstico.


12

2.1.2 SERRANA ENGENHARIA LTDA

A Empresa Serrana Engenharia, no seu capítulo “CARACTERIZAÇÃO

MUNICIPAL”, abordou aspectos variados relacionados ao município, tais como

sua caracterização física, econômica e social, bem como aspectos relacionados

à infraestrutura existente, utilizando informações já existentes em diversas

fontes, como o IBGE e a EPAGRI, e outras instituições de competência

reconhecida.

No que concerne ao meio físico, descreveu-se sobre a localização e acessos do

município, o clima, a geologia, a geomorfologia, a hidrografia na área do

município, bem como a vegetação da região na qual está inserida a cidade de

Três Barras. Os aspectos sociais e econômicos também foram levantados, com

a caracterização das principais atividades econômicas do município e a

apresentação de diversos indicadores, fundamentais na avaliação das condições

de vida da população. Informações relacionadas à infraestrutura, como energia

elétrica, transportes, comunicação, educação e saúde completam o rol de

informações que caracterizam o município.

Diante do relatado, pode-se constatar que a Proponente conseguiu retratar a

realidade municipal quanto aos aspectos e aos temas relacionados, entretanto

salienta-se que dados populacionais e demográficos poderiam ter sido

trabalhados no presente item.

2.1.3 SOLVÍ SANEAMENTO

A exposição dos assuntos relativos ao diagnóstico geral do município foi

intitulada pela Empresa Solví Saneamento, na sua Proposta de Manifestação de

Interesse, como “CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO”, trazendo dados com

base em informações extraídas do Plano Municipal de Saneamento Básico

(PMSB) de Três Barras e de outras entidades, estruturadas da seguinte forma:

a. Informações sobre localização e acessos;

b. Aspectos Socioeconômicos: histórico da cidade, dados de população e

demografia, atividades econômicas, infraestrutura (destacando os temas


13

de saúde, educação e energia) e uma caracterização breve dos setores

de saneamento básico (água, esgoto e resíduos sólidos);

c. Aspectos Físicos: informações do clima, de pedologia, da geomorfologia,

do relevo, da vegetação, da unidade de conservação, da hidrografia e da

hidrogeologia da cidade (ou região), assim como das estações de

monitoramento de qualidade de água próximas ao município.

A descrição como um todo foi de grande valia e com um bom grau de

detalhamento, principalmente quanto aos aspectos físicos descritos pela

Proponente. Porém, aspectos complementares referentes à infraestrutura

municipal (como transporte e comunicação) não foram englobados no estudo.

2.2 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Os diagnósticos apresentados pelas proponentes do sistema de abastecimento

de água de Três Barras foram fundamentados, em grande parte, pelas

informações constantes no Plano Municipal de Saneamento Básico (finalizado

em 2011), complementadas também por visitas técnicas e pela consulta a

outros documentos discriminados nas Propostas.

É pertinente registrar que determinados dados (como por exemplo, o índice de

perda física na distribuição) diferem de uma empresa para outra em virtude da

utilização de tempos referenciais distintos.

A descrição que segue apresenta uma análise dos principais pontos levantados

por cada empresa.

2.2.1 JZ ENGENHARIA

As informações apresentadas pela Empresa JZ Engenharia contemplou desde o

histórico da prestação do serviço no município até uma análise pontual e crítica

de determinados componentes do sistema, demonstrando um bom

conhecimento da realidade do serviço realizado no município.

Além das informações extraídas do Plano Municipal de Saneamento Básico

(PMSB), a Proponente apresentou dados recentes e de importância relevante


14

quanto à infraestrutura, operação e a gestão do serviço (até então alguns não

apresentados no PMSB), tais como:

A extensão da rede de distribuição de água no município;

A atual vazão tratada pela estação de tratamento do Sistema Centro,

equivalente a 27 l/s, superando assim a capacidade estabelecida em

projeto para a mesma (no caso, 20 l/s); e

Dados dos volumes distribuídos e utilizados (fornecidos pela Empresa

Serrana Engenharia1 para os 12 meses do ano de 2012) para ambos os

sistemas (Centro e São Cristóvão), obtendo-se e informando na sua

proposta o índice de perdas total na distribuição.

Cabe aqui salientar, ainda, que a empresa poderia ter apresentado (no mínimo)

dados financeiros mais completos (mensais) relativos ao faturamento e a

arrecadação dos últimos 3 (três) anos (2011, 2012 e 2013) e as despesas

incorridas em cada ano supracitado, o que resultaria numa melhor

compreensão do balanço financeiro da prestação do serviço. Entretanto,

independentemente da ausência constatada, a Empresa comprovou possuir

conhecimento satisfatório do sistema, apresentando dados, fluxogramas e

fotografias dos diversos componentes que formam o sistema de água do

município.


A Empresa Serrana Engenharia apresentou um diagnóstico enxuto e objetivo

sobre o sistema de água de Três Barras, contemplando informações do Plano

Municipal de Saneamento Básico e do SAMASA.

De forma a permitir um melhor entendimento, a Proponente apresentou, em

desenho (em escala 1:50), a concepção atual do sistema de água do município,

apresentando as captações, as adutoras, as estações de tratamento e os

reservatórios que integram os sistemas Centro e Distrito São Cristóvão,

1 Empresa responsável atualmente pela operação e manutenção do sistema.


15

podendo-se ter um conhecimento claro da infraestrutura hoje disponível na

operação.

De forma geral, registra-se que a empresa, com exceção de alguns itens (“rede

de distribuição”, “ligações prediais”, “número de economias” e “estrutura

tarifária”), utilizou como base apenas o Plano Municipal de Saneamento, não

trazendo novas informações oriundas de documentos recentes ou coletadas por

meio de visita técnica.


A Proponente em questão elaborou seu diagnóstico delineando cada parte dos

sistemas existentes (Centro e Distrito de São Cristóvão), em especial

descrevendo a infraestrutura e as características operacionais do serviço de

abastecimento de água do município.

Além do citado acima, a Empresa Solví Saneamento abordou preliminarmente a

organização institucional do serviço hoje prestado, finalizando seu diagnóstico

com uma avaliação das unidades do SAA com base em pesquisas realizadas em

campo (visitas técnicas) e apresentando questões relacionadas a gestão

operacional (operação/manutenção, controle de perdas e controle de qualidade

das águas).

No contexto geral, o diagnóstico mostrou-se bastante didático (com a

apresentação de fotografias, fluxogramas, tabelas e figuras), todavia algumas

informações não foram informadas por completo ou não foram observadas, a

saber:

Quanto ao sistema de reservação do Sistema Centro, a Proponente cita

apenas a existência de um reservatório (de 370 m³), não relatando os

outros dois reservatórios existentes (um de 30 m³ e outro de 50 m³);

Quanto a dados financeiros (faturamento, arrecadação e despesas)

relativos à prestação dos serviços não há menção no referido

diagnóstico; e


16

Aspectos administrativos do operador (como número de empregados,

frota de veículos, etc.) poderiam ter sido elencados no contexto do

diagnóstico.

2.3 DIAGNÓSTICO DO SERVIÇO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

2.3.1 JZ ENGENHARIA

A Empresa JZ Engenharia, no seu capítulo “O SISTEMA DE ESGOTAMENTO

SANITÁRIO”, citou que apenas que o Conjunto Habitacional Waldemar Hack, no

Bairro Vila Nova, possui sistema de coleta e tratamento de esgoto doméstico.

Detalhou a rede coletora bem como o tipo de tratamento, enfatizando também

que a operação é de responsabilidade do SAMASA.

A empresa ainda destacou que as demais localidades não possuem sistema de

coleta e tratamento de esgotos, sendo assim lançados atualmente em sistemas

individuais constituídos por fossa séptica e sumidouros, ou encaminhados sem

qualquer tratamento às galerias de águas pluviais ou diretamente aos corpos de

água da região.

Foi ressaltando ainda pela Proponente, que a ausência de coleta e tratamento

de esgotos tem sido um dos principais fatores de poluição do município.

Por fim, a descrição aponta ainda a existência de um estudo de concepção

contratado pela FUNASA, que subdivide as áreas correspondentes ao Centro e

ao Distrito de São Cristóvão em 24 bacias hidrossanitárias, que levam o esgoto

gerado nessas bacias até uma área de propriedade da empresa MWV RIGESA,

porém a empresa não constatou a conclusão deste estudo.

Diante do relatado, pôde-se constatar que a Proponente conseguiu descrever a

realidade da situação do sistema de esgotamento sanitário do município.

Contudo, a mesma poderia ter apresentado o número de domicílios que

apresentam fossa e sumidouro, dados de fácil obtenção junto ao Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


17

Por se tratar de um município desprovido de sistema público de coleta e

tratamento de esgoto, a empresa também poderia ter apresentado uma tabela

com os casos de doenças de veiculação hídrica registrados na cidade (que

podem ser levantados junto à Secretaria Estadual de Saúde ou a secretaria

municipal responsável), evidenciado, dessa forma, o impacto direto na saúde

pública derivada da falta de saneamento básico adequado.


A empresa apresentou, no item “SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO”, a

existência somente de um pequeno sistema de coleta e tratamento, o qual está

situado no Bairro Vila Nova. Apresentou detalhes da rede coletora e como é

feito o tratamento do esgoto, bem como demonstrou, através de uma figura, a

localização das áreas urbanas e rurais apontando o sistema existente.

No que diz respeito às demais localidades, o estudo citou que não possuem

sistema de coleta e tratamento de esgotos e que os mesmos são encaminhados

para fossa séptica e sumidouro ou ainda galeria de água pluvial e cursos

d’água. Porém, a Proponente deixou de apresentar o número de domicílios que

apresentem sistemas individuais, esses encontrados no site do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística.

A empresa ainda mostrou o significado de fossa séptica e enfatizou de que a

ausência de um sistema de coleta e tratamento de esgotos adequado é a

responsável pela poluição dos mananciais da região.

De maneira geral, a Proponente abordou o tema a contento, porém deixou de

apresentar dados relacionados à ausência de SES público (como por exemplo,

casos de doenças de veiculação hídrica no município), cujo grau de importância

foi explicitado no item 2.3.


O item “ESGOTAMENTO SANITÁRIO”, descrito pela Empresa Solví Saneamento,

cita, em seu primeiro parágrafo, o atual sistema existente – no Conjunto


18

Waldemar Hack - o quantificando quanto à abrangência, bem como, apontando

o destino final do efluente tratado. A Proponente ainda aborda

equivocadamente que a CASAN é responsável pela operação do sistema

referenciado (o SAMASA é atualmente o responsável).

No parágrafo derradeiro, a Proponente afirma que a demais localidades do

município não possuem sistema de coleta e tratamento de esgotos. Nesse caso,

os efluentes são encaminhados para fossa séptica e sumidouro ou ainda galeria

de água pluvial e cursos d’água.

Conforme já explanados nos itens 2.3 e 2.3.2, a empresa poderia ter

quantificado os domicílios que apresentam sistemas individuais, assim como ter

apresentado os casos de doenças de veiculação hídrica registrados em Três

Barras.


19

3 ESTUDOS EXISTENTES

O Município de Três Barras atualmente é provido de algumas ferramentas

relacionadas ao planejamento dos sistemas de água e esgoto em âmbito

municipal, sendo estas abaixo destacadas:

Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), incluindo além das

áreas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, os setores de

limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, bem como de manejo de

águas pluviais e drenagem urbana. O referido plano foi finalizado em

dezembro de 2011;

Projeto Executivo para Ampliação do Sistema de Abastecimento

de Água do Município de Três Barras, elaborado em 2013; e

Encontra-se em andamento, o Projeto do Sistema de Esgotamento

Sanitário do Município de Três Barras, financiado pela FUNASA.

Em relação aos estudos elencados, as proponentes efetuaram algumas

menções sobre os mesmos, podendo ser visualizados a seguir.

3.1 JZ ENGENHARIA

A Empresa JZ Engenharia, em sua Proposta de Manifestação de Interesse, no

item “Projetos e Estudos Existentes”, relaciona tanto o Plano Municipal de

Saneamento como os projetos de ampliação do sistema de água e o projeto do

sistema de esgotamento sanitário (este último ainda não finalizado), abordando

de forma sintética os conteúdos constantes nos referidos documentos.

Com relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico, a Proponente cita

inicialmente os objetivos gerais do Plano e os objetivos específicos do

planejamento para os setores de água e esgoto. Posteriormente, a Empresa

apresenta o conjunto de metas, programas e ações propostos no Plano para

cada setor (água e esgoto), evidenciando as prioridades no planejamento para

cada área respectiva.


20

Mais adiante, a Proponente menciona o Projeto de Ampliação do Sistema de

Abastecimento de Água de Três Barras, retratando por unidade componente

(captação, adução, estação de tratamento e reservação) a demanda prevista no

projeto. Já na parte final do item, encontra-se descrita a concepção prevista no

Projeto de Esgotamento Sanitário financiado pela FUNASA, o qual ainda não

está finalizado, com a apresentação de fluxogramas contendo a implantação do

sistema no Distrito de São Cristóvão e no Centro. Registra-se que ambos os

projetos foram utilizados como referência (com determinadas adequações) no

Estudo produzido pela Empresa JZ Engenharia.

Conforme exposto, pôde-se constatar a preocupação da Proponente em

informar seu conhecimento com o planejamento já existente (ou em

andamento) para o município, expondo de forma objetiva as principais

diretrizes explicitadas no PMSB e nos projetos.

3.2 SERRANA ENGENHARIA

O Estudo da Empresa Serrana Engenharia não apresenta um capítulo exclusivo

referente aos estudos e projetos existentes. Entretanto, a Proponente cita, ao

longo de sua proposta, algumas ações do Plano Municipal de Saneamento

Básico.

Quanto aos projetos de ampliação do sistema de abastecimento de água e de

esgotamento sanitário não há menção específica na referida proposta. No

entanto, pôde-se constatar que o projeto de esgoto referenciado foi utilizado

como base para o planejamento (nesse setor) na sua Proposta de Manifestação

de Interesse.

3.3 SOLVÍ SANEAMENTO

O documento apresentado pela Empresa Solví Saneamento traz, em item único,

um detalhamento das principais intervenções propostas no Plano Municipal de

Saneamento Básico, inclusive contemplando uma análise crítica sobre as

proposições propostas no PMSB.


21

O item supracitado relata os cenários construídos no Plano (tendencial, realista

e ideal), os programas, projetos e ações previstos para os diferentes períodos

de planejamento (imediato, curto, médio e longo prazo) nos setores de água e

esgoto, culminando numa análise crítica das intervenções discriminadas no

PMSB. Sobre esta análise, a Proponente produz algumas observações

importantes, dentre elas, cita que alguns prazos estipulados no Plano não

foram atendidos até o momento (em especial, a implantação do sistema público

de coleta e tratamento de esgoto).

Em relação ao aos projetos de abastecimento de água e esgotamento sanitário,

destacados no início do presente item, a Proponente menciona a existência dos

mesmos, ressaltando inclusive a utilização desses nas intervenções propostas

em seu Estudo, embora a empresa cite a realização de alguns ajustes nos

projetos com o objetivo de garantir a proximidade com a realidade, primando

pela qualidade final do que está sendo proposto.


22

4 ESTUDO DA PROJEÇÃO POPULACIONAL

Diante do expressivo volume de investimento, verifica-se a necessidade de

elevado tempo de contrato para que seja possível atingir a viabilidade

econômico-financeira para o gerenciamento de sistemas de abastecimento de

água e esgotamento sanitário. Desse modo, os estudos de projeção

populacional elaborados pelas proponentes consideraram um período de

planejamento igual ou superior a 30 anos.

A seguir, são analisados os métodos utilizados por cada proponente para a

projeção populacional do Município de Três Barras.

4.1 JZ ENGENHARIA

O estudo populacional foi realizado com base nos dados do Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE), sendo utilizados dados dos últimos quatro

censos demográficos (1980, 1991, 2000 e 2010).

Para a projeção da população total foram empregados diferentes métodos,

quais sejam: método aritmético, método geométrico, método da taxa de

crescimento decrescente e método da curva logística. Após a comparação entre

os diferentes métodos, foi adotada a projeção baseada no método geométrico

por melhor retratar o histórico de crescimento populacional do município. Com

relação à população urbana, foram calculados percentuais em razão da

população total para cada ano de projeção. Já a projeção da população rural foi

obtida pela simples subtração da população total pela população urbana. Assim,

a projeção adotada considera que o crescimento populacional ocorrerá

basicamente na área urbana do município.

Numa comparação com a projeção populacional apresentada no Plano

Municipal de Saneamento Básico (PMSB), a projeção da população total

adotada pela proponente utilizou uma taxa de crescimento anual menor que as

taxas utilizadas no PMSB.

A projeção populacional considerou um período de planejamento de 35 anos.


23

4.2 SERRANA ENGENHARIA LTDA

Em virtude de existir uma projeção populacional para o Município de Três

Barras, apresentada no Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB),

elaborado no ano de 2011, a Proponente considerou prudente adotar tal

projeção.

A projeção populacional apresentada no PMSB utilizou os dados do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes aos censos demográficos

e contagens populacionais realizados entre os anos de 1991 e 2009.

Através das taxas de crescimento geométrico anual da população, obtidas com

os dados do IBGE, foram realizadas projeções para o município, adotando-se no

final a taxa de crescimento de 1,42% ao ano.

Como o horizonte de projeto adotado pela proponente é de 35 anos (2015 –

2049) e como no PMSB a projeção foi realizada para um período de

planejamento de 20 anos (2011 – 2030), foi necessário realizar a extrapolação

da projeção para os anos não contemplados na estimativa, ou seja, de 2031 a

2049. Essa extrapolação deu-se pela adoção dos mesmos critérios definidos

pela projeção do Plano.

Por fim, analisando a projeção apresentada pela proponente, observou-se que a

projeção efetuada para a população rural a partir do ano de 2020 não está de

acordo com a projeção apresentada no PMSB.


A proponente reavaliou a projeção populacional apresentada no Plano Municipal

de Saneamento Básico (PMSB) e no Projeto Executivo para Ampliação do

Sistema de Abastecimento de Água do Município de Três Barras, e optou em

efetuar uma nova estimativa. No entanto, a proponente não mencionou os

métodos empregados para a projeção.

A projeção populacional considerou um período de planejamento de 30 anos.


24

5 PROGNÓSTICO DOS SISTEMAS

5.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA (SAA)

5.1.1 JZ ENGENHARIA

Para a elaboração dos investimentos e ações a serem realizadas, visando à

ampliação e melhoria no Sistema de Abastecimento de Água do Município de

Três Barras, o Estudo elaborado pela Empresa JZ Engenharia considerou as

ações propostas no Plano Municipal de Saneamento Básico e no Projeto

Executivo para Ampliação do Sistema de Abastecimento de Água do Município

de Três Barras elaborado em 2013 pela Empresa Ecoeficiência.

O Estudo, assim como o projeto executivo existente, considera que o Distrito

São Cristóvão que atualmente é abastecido pelo sistema de distribuição do

Município de Canoinhas, operado pela Companhia CASAN, passará a ser

atendido pelo mesmo sistema que atende o Centro da cidade de Três Barras,

tornando assim o município independente com relação ao abastecimento de

água.

Observa-se, porém, que para que sejam mantidos os índices de atendimento

atuais da população urbana do município, que já alcança a 100%, alguns

índices e parâmetros necessitaram de atualização, ou ainda precisaram ser

inseridos nos cálculos para dimensionamento das unidades do sistema de

produção e distribuição de água, como, por exemplo, o índice de perdas que

não havia sido considerado nos cálculos de dimensionamento apresentados no

Projeto Executivo.

A seguir, são apresentados os principais índices e parâmetros utilizados pelo

Estudo para projetar as demandas do sistema de abastecimento de água no

período de 35 (trinta e cinco) anos.

a) Consumo Per Capita de Água

O consumo per capita adotado foi de 146,6 l/hab.dia (valor adotado para todo

o período de 35 anos). Este valor foi calculado com base no histograma de


25

consumo da SAMASA de Três Barras (referentes aos meses de 01/2014 a

04/2014).

b) Coeficiente do Dia de Maior Consumo - k1

O coeficiente do dia de maior consumo - k1 - foi estabelecido com base no

valor recomendado na norma NBR 9649 (ABNT), a qual sugere o valor de 1,2

para quando não há dados disponíveis.

c) Índice de Perdas do Sistema

O índice de perdas utilizado foi de 50% para o primeiro ano. Este valor foi

calculado com base no Relatório de Indicadores de Água de 2013 da

concessionária dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário

de Três Barras.

Entretanto, foi estabelecida a meta de redução de perdas para 30% até o ano

de 2025, meta esta que está de acordo com critério constado no Manual para

Apresentação de Propostas para Sistemas de Abastecimento de Água e

Esgotamento Sanitário do Ano de 2012 – SNSA/Ministério das Cidades, por se

tratar de um sistema que apresenta índice atual de 50%.

Analisando as premissas acima apresentadas, observa-se que os parâmetros

considerados no Estudo condizem com o recomendado e observado em outros

projetos semelhantes.

Os itens a seguir apresentam os investimentos e as ações necessárias para que

se garanta esta independência e a universalização do sistema de abastecimento

de água do município para os próximos 35 anos.

5.1.1.1 Captação

O Estudo prevê a ampliação da capacidade de captação que atualmente é de

20 l/s para 70 l/s já no ano de 2015. Para tal, devem ser instalados dois

conjuntos moto-bomba com potência de 100 cv.


26

5.1.1.2 Adutora de Água Bruta

A Proponente observa, conforme consta no Projeto Executivo, que não haverá

necessidade de ampliação na adutora de água bruta, pois a atual adutora, que

possui 1.670 metros de extensão e diâmetro de 200 mm, tem capacidade de

aduzir uma vazão de até 165 l/s (vazão esta que atende a demanda calculada

para o período de 35 anos).

5.1.1.3 Estação de Tratamento de Água (ETA)

O Estudo realizado pela Proponente aponta a necessidade de ampliar a ETA

com a instalação de um módulo de tratamento de 50 l/s, totalizando assim uma

capacidade de tratamento de 70 l/s. Este novo módulo deverá entrar em

operação no ano de 2016. Ainda segundo o Estudo, esta vazão seria suficiente

para atender a demanda do Distrito São Cristovão e do Centro, contemplando

assim toda a população urbana no período de concessão estipulado.

Observa-se que a vazão de tratamento do novo módulo proposto pela Empresa

JZ Engenharia (50 l/s) é superior ao proposto pelo projeto executivo (30 l/s),

pois, como citado anteriormente, o projeto não considerou as perdas de água

existentes no sistema.

5.1.1.4 Leito de Secagem do Lodo

Com relação ao leito de secagem, a Proponente prevê a instalação do leito com

os mesmos valores de dimensionamento do projeto executivo existente.

Contudo, ressalta-se que a Empresa não mencionou porque não alterou as

dimensões da unidade de secagem do lodo existente no projeto executivo, em

virtude de ter ampliado a vazão de tratamento para 50 l/s.

5.1.1.5 Adução de Água Tratada

O Estudo elaborado pela Empresa JZ Engenharia, assim como o projeto

executivo, prevê que o novo sistema será composto por uma canalização de

6.662 metros que liga a ETA ao reservatório de 750 m³ e, após este


27

reservatório, a canalização apresenta um comprimento de 5.298 metros

terminando no Distrito de São Cristóvão (todos os 11.960 metros de adução

possuem diâmetro de 200 mm). Desta forma, os conjuntos moto-bomba terão

uma capacidade de 70l/s e potência instalada de 30 cv.

Esta adução deverá ser instalada já no ano de 2015 em tubo de ferro fundido

com diâmetro igual a 200 mm.

5.1.1.6 Reservação

Assim como o projeto executivo, o Estudo realizado pela Proponente aponta a

necessidade de desativação dos dois reservatórios existentes na cidade (um de

30 e outro de 50 m³). Já com relação à capacidade total de reservação do

sistema, para atender o mínimo de um terço da vazão máxima diária, como

recomendado por norma, o Estudo aponta a necessidade de instalação de mais

um reservatório com capacidade de 400 m³, além dos outros dois reservatórios

(350 m³ e 750 m³) já previstos no projeto executivo existente, totalizando

assim um volume de reservação de 1850 m³, o suficiente para garantir a

demanda para os próximos 35 anos.

5.1.1.7 Distribuição

Como o município já possui 100% da população urbana atendida pelo sistema

de distribuição de água, a Proponente considerou que os investimentos

necessários em rede de distribuição e em novas ligações serão somente para

suprir a demanda do crescimento vegetativo. Para tal, o Estudo dimensionou a

instalação destas novas redes, ano a ano, ao longo do período de 35 anos, com

diâmetros que variam de 50 a 250 mm, considerando para o cálculo o valor de

aproximadamente 20 metros por ligação, perfazendo um total de 33.350

metros de rede.

Ainda devido ao crescimento vegetativo, também foram previstas a instalação

de 1.711 novas ligações de água na zona urbana do município para que o

índice de atendimento urbano mantenha-se em 100%.


28

5.1.1.8 Programa de Diminuição de Perdas

Para poder melhorar o alto índice de perdas encontrado no diagnóstico, em

torno de 50%, o Estudo prevê uma redução gradativa das perdas, ano a ano,

alcançando o valor de 30% no ano de 2025 e mantendo este índice nos demais

anos de planejamento.

Para que isto ocorra, a Proponente aponta algumas ações e investimentos que

visam a diminuição dos índices de perdas, descritas abaixo:

a) Elaboração de Plano de Combate a Perdas

O Estudo aponta a necessidade de elaboração, já no primeiro ano (2015), de

um plano de combate de perdas, para que as ações necessárias tenham a

eficácia necessária.

b) Cadastro de Rede

Para que haja o correto planejamento e um melhor controle operacional e de

gestão do sistema, o Estudo aponta a necessidade de se realizar o

cadastramento georreferenciado de todos os componentes do sistema,

principalmente das redes de abastecimento, iniciando no ano de 2015.

c) Cadastro de Consumidores

Assim como o cadastro de redes, o Estudo aponta a necessidade de elaboração,

já no ano de 2015, de um cadastro de consumidores em um sistema de

informações geográficas (SIG), que deve ser realizado com o intuito de facilitar

o planejamento, facilitar a gestão comercial e ter um melhor controle sobre o

sistema de abastecimento.

d) Substituição de Redes

A Proponente aponta que os vazamentos nas redes de distribuição podem ser

um dos motivos para o elevado índice de perdas existente atualmente no

sistema. Estes podem ser ocasionados devido ao desgaste natural das

canalizações ou ao rompimento das mesmas devido as obras realizadas nas

vias e nos passeios do município.


29

Por esta razão, o Estudo prevê a substituição de 1% ao ano do total de redes

nos dois primeiros anos e de 0,2% ao ano nos demais anos, totalizando assim

um total de 10.013 metros de rede a serem substituídos no período de 35 anos.

e) Substituição de Ligações

Outra fonte de perdas de água no sistema, apontada pelo Estudo, são as

ligações prediais, por seu desgaste natural ou por que algumas podem ter sido

mal executadas. Por esta razão, está se prevendo a substituição de 1% ao ano

das ligações nos dois primeiros e de 0,2% ao ano nos demais anos, totalizando

a troca de 514 ligações no período de 35 anos.

f) Substituição e Aferição de Hidrômetros

A Empresa JZ Engenharia cita que os erros de medições de hidrômetros podem

ser uma das causas dos altos índices de perdas apresentados.

Esses erros devem-se a defeitos nos hidrômetros, oriundos principalmente: da

pressão a que o hidrômetro está submetido, da idade do hidrômetro e de

alterações nos padrões de consumo das ligações.

Diante disso, e também visando atender a portaria nº 246 do INMETRO, o

Estudo estabelece a substituição preventiva de todos os hidrômetros que

atingirem mais de 05 anos de funcionamento, o que totaliza 40.519

hidrômetros a serem substituídos no período de 35 anos.

g) Centro de Controle Operacional

A Proponente prevê a instalação de um Centro de Controle Operacional no

primeiro ano (2015), tendo em vista que o sistema de abastecimento de água

já está em operação e este deve ter um controle rigoroso desde o início, para

que desde já, sejam atingidos os valores de redução de perdas e redução do

consumo de energia, pois assim, o sistema tornar-se-á sustentável

financeiramente e ambientalmente.

Segundo o Estudo, através do CCO será possível:


30

I. Identificar online eventuais problemas nas redes de água e esgoto,

diminuindo significativamente o risco de vazamentos;

II. Reduzir os gastos com energia elétrica em cerca de 20%, o sistema

automatizado, que confere maior segurança e eficiência à operação dos

sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, pois

possibilita verificar, em tempo real, variáveis como vazão, pressão,

corrente, nível e alertas de segurança operacional;

III. Ter segurança patrimonial das instalações da Empresa;

IV. Como 100% das estações elevatórias, tanto de água, quanto de esgoto,

estarão automatizadas, será possível ligar e desligar equipamentos à

distância, além de ser possível identificar as possíveis falhas do sistema.

Ainda é possível verificar os níveis dos reservatórios, vazão e pressão do

sistema e obter um controle da performance dos equipamentos;

V. Controlar os extravasamentos de PVs e poços de sucção das EEE,

evitando o que aconteça extravasamento de esgoto pelas vias públicas

quando há queda de energia elétrica;

VI. Programar as Ordens de Serviços das equipes de operação e

manutenção;

VII. Gerenciar o programa de manutenção, preventiva, preditiva e corretiva

das unidades eletromecânicas.

Observa-se ainda que além dos investimentos e das ações apresentadas

anteriormente, o Estudo elaborado pela Empresa JZ Engenharia apresentou um

cronograma físico completo contendo todas as ações e quantitativos a serem

implantados, ano a ano, no decorrer do período de 35 anos.

5.1.1.9 Considerações

De maneira geral, pode-se concluir que o prognóstico para o SAA aponta

soluções extremamente importantes para todos os setores que compõem o


31

sistema de abastecimento de água de Três Barras, atendendo as necessidades

para o adequado fornecimento de água tratada para a população local.

5.1.2 SERRANA ENGENHARIA

O Estudo apresentado pela Empresa Serrana Engenharia tomou como base os

investimentos e ações apresentados no Plano Municipal de Saneamento Básico

do Município.

Portanto, assim como no Plano Municipal, a Proponente considera que o

Município de Três Barras deva ter total independência no que se refere ao

sistema de produção e abastecimento de água. Para tal, o município deve

ampliar seu sistema de abastecimento de água, passando a ter condições de

atender ao Distrito São Cristovão (que atualmente é abastecido pelo Sistema do

Município de Três Barras operado pela CASAN).

A seguir são apresentados os investimentos e as ações necessárias, assim como

os critérios e parâmetros adotados nos dimensionamentos do sistema, para que

o mesmo tenha capacidade de atender 100% da população urbana e para que

amplie o índice de atendimento da população rural de 65,9% para 78,16%,

totalizando 1.157 famílias atendidas.

5.1.2.1 Critérios e Parâmetros Adotados

A Proponente apresentou os seguintes critérios e parâmetros utilizados pela

Empresa para dimensionar as unidades a serem implantadas ou ampliadas do

Sistema de Abastecimento de Água do Município de Três Barras:

a) Período de Projeto

Objetivando a viabilidade econômica financeira, frente aos altos investimentos

necessários, o Estudo considerou o horizonte de projeto de 35 anos (2015 a

2048), divididos, assim como no Plano Municipal de Saneamento Básico, em

quatro períodos distintos: imediato (2015 a 2017), curto prazo (2018 a 2024),

médio prazo (2025 a 2034) e longo prazo (2035 a 2049).


32

b) Coeficientes de Variação de Vazão

O Estudo considerou os coeficientes recomendados na norma NBR 9.649,

sendo: vazão máxima diária (K1) igual a 1,2; vazão máxima horária (K2) igual a

1,5 e vazão mínima horária igual a 0,5.

c) Índice de Atendimento

A Empresa Serrana Engenharia prevê em seu Estudo, como já apresentado

anteriormente, que o índice de atendimento da população urbana se mantenha

em 100% e que o índice de atendimento da população rural seja ampliado

(alcançando o valor de 78,16% da população rural ao fim do período de

planejamento).

Portanto, o índice de atendimento da população total passará dos atuais 94,8

% para 96,2% da população total.

d) Consumo Médio Per Capita de Água

O consumo médio per capita apresentado pela Empresa Serrana Engenharia foi

calculado com dados fornecidos pelas operadoras dos Sistemas Centro e

Distrito São Cristóvão, no período de janeiro a dezembro de 2013, obtendo um

consumo médio per capita de 100 l/hab.dia.

Porém, após comparar os dados do volume faturado real com o obtido por meio

de estimativas, a Empresa observou uma defasagem de 25% do valor,

acrescendo-se este no consumo médio per capita calculado, resultando em

125,00 l/hab.dia.

Contudo, como o Plano Municipal de Saneamento ponderou para planejamento

um valor de 150 l/hab.dia e com o intuito de compatibilizar os dois estudos, a

Serrana Engenharia considerou um aumento gradual e anual do consumo per

capita que partiu de 125 l/hab.dia e atingiu o valor 150 l/hab.dia no ano de

2021, mantendo este valor constante até o final do período de planejamento.

Analisando o exposto acima, podemos considerar coerente o aumento do

consumo médio per capita adotado pela Proponente, visto que pode ser


33

justificado pela expectativa de aumento na qualidade de vida da população e

pela existência de uma demanda reprimida no município. Além disso, o valor de

150 l/hab.dia para o consumo médio per capita é recomendado pelo Ministério

das Cidades (2012) para municípios com características semelhantes.

e) Perdas na Distribuição

As perdas na distribuição foram calculadas analisando os dados referentes ao

período de janeiro a dezembro de 2013, obtendo-se um valor de 51,2% de

perdas totais no sistema (considerando o Centro e o Distrito de São Cristovão).

Todavia, para efeito de dimensionamento das unidades que compõe o sistema

de abastecimento de água, a Proponente considerou que deste total (51,2%)

de perdas, 15% são referentes a perdas aparentes e 31,2% são perdas físicas,

que foram consideradas para os cálculos de demanda e dimensionamento.

Ao longo do período de planejamento, a Empresa prevê, que ambas as perdas

sofram redução. As perdas aparentes atingirão 0% no início do período de

curto prazo e as perdas reais atingirão um percentual de 25% no ano de 2021,

mantendo este índice até o final do período de planejamento.

Observa-se que esta redução nos índices de perdas é recomendada pelo

Ministério das Cidades, que sinaliza que em cidades onde o índice de perdas na

distribuição está entre 30% e 40%, deva-se considerar uma diminuição das

perdas para percentuais inferiores ou, no máximo, iguais a 25%.

f) Demandas Estimadas

A Proponente apresentou as demandas totais ano a ano para o Município de

Três Barras e também separadamente para o Centro e para o Distrito São

Cristovão.

5.1.2.2 Concepção do Sistema Proposto

Conforme já apresentado anteriormente, a concepção proposta pela Empresa

Serrana Engenharia prevê a total independência do sistema de abastecimento


34

de água, deixando, portanto, o Distrito de São Cristovão de ser atendido pelo

Município de Canoinhas.

Figura 1 – Concepção do SAA (Estudo da Serrana Engenharia)

FONTE: Estudo SERRANA ENGENHARIA, 2014.

A seguir serão apresentados os investimentos e as ações sugeridas pela

Proponente para que o sistema de abastecimento de água tenha capacidade de

atender ao Distrito de São Cristovão e ao Centro, além de manter os índices de

atendimentos propostos.

a) Manancial Abastecedor

A Empresa sugere que seja mantido o Rio Negro como sendo o manancial que

abastecerá o Sistema no período de planejamento.

Porém, observa, que como o Rio Negro passa por dois estados (Santa Catarina

e Paraná), não foi possível a realização do cálculo da vazão outorgável.

b) Captação e Recalque de Água Bruta

Diferente do que está sendo proposto pela Empresa JZ Engenharia, a Empresa

Serrana Engenharia LTDA está apontando há necessidade de se realizar obras


35

de ampliação e melhorias nas unidades de captação e de recalque de água

bruta já no ano de 2017.

Para tal, a Empresa apresenta projeto para a captação por meio de flutuante,

devido a grande variação existente no nível de água do Rio Negro.

O Estudo ainda prevê a instalação de duas bombas de recalque de água bruta

de 50 HP e altura manométrica de 100 m.c.a. O Estudo ressalta que não há

necessidade de ampliar a adutora de água bruta, visto que a mesma comporta

a vazão requerida pelo sistema no período projetado.

c) Estação de Tratamento de Água

Para que a ETA suporte a demanda do Distrito São Cristovão, a Serrana

Engenharia está propondo uma ampliação na estação, já no período imediato

de 30 l/s (no ano de 2017). Além desta ampliação deverão ocorrer obras e

melhorias nas estruturas existentes.

Já no período de curto prazo, mais precisamente no ano de 2023, deve ser

realizada outra ampliação no sistema produtor de mais 10 l/s, ampliando assim

a capacidade total de produção da estação para 60 l/s, vazão esta que deve

suprir a demanda até o ano de 2048.

Observa-se que a Empresa apresentou a planta baixa da ETA, porém sem

maiores detalhes e indicação das unidades, o que dificulta o seu entendimento.

d) Recalque e Adução de Água Tratada

Devido à nova concepção do Sistema, o Estudo prevê a ampliação do recalque

de água tratada, tanto para encher o reservatório de 1.000m³ como para poder

atender ao Distrito de São Cristóvão.

Ainda para poder atender adequadamente o Distrito de São Cristóvão, a

Proponente aponta a necessidade de construção de uma adutora, com

extensão de 9.000 metros e de diâmetro de 150 mm, interligando o Sistema de

Três Barras (Centro) ao Distrito de São Cristóvão no ano de 2017 e mais 100


36

metro de adutora de 150 mm de diâmetro para atender um dos novos

reservatórios previstos.

e) Reservação

No que diz respeito ao volume de reservação a ser instalado, a Proponente

apresenta apenas uma tabela, contendo o volume, o ano de instalação e qual

sistema vai atender (Centro ou São Cristovão), além de uma figura contendo os

possíveis locais de instalação destes reservatórios e de plantas com os seus

detalhamentos.

Quadro 1 – Ampliação na capacidade de reservação (Serrana Engenharia)

Descrição Capacidade (m³) Ano de

Implantação Sistema

R4 1.000 2017 São Cristóvão

R5 250 2018 Centro

R6 100 2027 Centro

Total 1.350 - - FONTE: Estudo SERRANA ENGENHARIA, 2014.

Figura 2 – Localização dos reservatórios (Estudo da Serrana Engenharia)



37

Cabe aqui salientar que a Empresa não apresentou, no prognóstico do sistema,

o cálculo da demanda de reservação para que o sistema atenda ao volume

mínimo de reservação de um terço da vazão máxima diária, conforme

recomendado por norma.

f) Rede de Distribuição

Segundo a Proponente, como a rede de distribuição já atende toda a área

urbana do município, o único incremento de rede a ser realizado será para

atender o crescimento vegetativo da população que crescerá fora da área que

atualmente é atendida pelo sistema de abastecimento.

Para este incremento, a Empresa considerou que 40% da população ficará

instalada fora da área onde existe rede.

Além disso, a Proponente prevê um percentual de substituição de redes

precárias de 0,05% da rede existente ano a ano, até o final do período de

planejamento. Esta medida de controle e manutenção da rede existente e

projetada tem por objetivo o auxílio ao combate às perdas de água no sistema.

O quadro a seguir apresenta a extensão de rede a ser incrementada e

substituída.

Quadro 2 – Ampliação e substituição de rede (Serrana Engenharia)

Período

Extensão de Rede (m)

Incremento Substituição

Imediato (2015 – 2017) 1.348 145

Curto Prazo (2018 – 2024) 2.876 345

Médio Prazo (2025 – 2034) 3.671 509

Longo Prazo (2035 – 2049) 4.746 795 FONTE: Estudo SERRANA ENGENHARIA, 2014.


38

g) Ligações Prediais de Água

O Estudo aponta que o número de ligações se elevará das atuais 4.950 ligações

para 6.588 no ano de 2049.

A Proponente considera ainda em seu Estudo que o índice de hidrometração

será mantido em 100%, além de prever a substituição de 0,05% das ligações

ao ano, somando 409 ligações trocadas no período de planejamento.

Com relação aos hidrômetros, o Estudo considera uma renovação do parque de

hidrômetros de forma que nenhum hidrômetro tenha mais que 5 (cinco) anos

de vida. No entanto, a Empresa não demonstrou o quantitativo de hidrômetros

que deverão ser trocados no período de planejamento.

Cabe aqui ainda observar que a Proponente apresentou um detalhamento de

como devem ser realizadas as ligações de água padrão.

h) Atendimento da População Rural

A Proponente prevê um incremento no atendimento da população residente na

área rural onde o índice de atendimento subiria dos atuais 65,9% para 78,2%

no ano de 2049. Isto representa 1.157 famílias a mais sendo atendidas na área

rural.

Porém, devido às características peculiares das áreas rurais, a solução prevista

para o abastecimento nestas áreas considera sistemas descentralizados a serem

instalados nas vilas e regiões mais habitadas e sistemas individuais para as

onde só existam residências isoladas.

i) Programas e Ações Institucionais

Além dos investimentos e ações descritos anteriormente, o Estudo prevê uma

série de programas e ações institucionais com vias a aumentar o controle do

sistema, promover a recuperação e controle ambiental, promover e garantir a

qualidade dos recursos hídricos, promover aumento da eficiência do sistema,

reforçar a comunicação com a sociedade, promover a educação ambiental,


39

dentre outros. Os programas e ações propostos são apresentados no quadro

abaixo.

Quadro 3 – Programas e ações institucionais

Programas e Ações

Programa de proteção do manancial

Programa de manutenção periódica

Cadastro georeferenciado do Sistema de Abastecimento de Água

Banco de dados com informações sobre as reclamações e solicitações de

serviços

Programa de controle de perdas

Capacitação e treinamento de pessoal

Regularização do atendimento na área rural

Automação e telemetria no Sistema de Abastecimento de Água

Adequação das licenças ambientais e outorga de uso da água

Setorização do Sistema de Abastecimento de Água

Campanhas periódicas e atividades com a participação da comunidade relativas

ao uso racional da água

Monitoramento da qualidade da água nos padrões da Portaria MS 2.914/2011 no Sistema de Abastecimento de Água



A proposta, de melhorias e ações a serem implantadas no Sistema de

Abastecimento de Água do Município de Três Barras, apresentada pela Empresa

Solví Saneamento, teve como base o projeto elaborado pela Empresa

Ecoeficiência em 2013.

Sendo assim, a concepção do sistema apresentada pela Empresa Solví

Saneamento, bem como as concepções apresentadas pelas Empresas JZ

Engenharia e Serrana Engenharia, também aponta como alternativa a

integração do Distrito de São Cristóvão ao sistema que abastece o Centro. Com

esta integração, o Município de Três Barras deixará de importar água de

Canoinhas, passando a ser totalmente independente no quesito abastecimento

de água.


40

O Estudo observa que se fizeram necessárias algumas alterações e/ou

correções no Projeto da Empresa Ecoeficiência, com o objetivo de garantir a

proximidade com o cenário real e a qualidade final da proposta.

A seguir são apresentados os critérios e parâmetros adotados, assim como os

investimentos e as ações necessárias.

5.1.3.1 Critérios e Parâmetros Adotados

A Proponente apresentou os seguintes critérios e parâmetros utilizados para

dimensionar as unidades a serem implantadas ou ampliadas do Sistema de

Abastecimento de Água do Município de Três Barras:

a) Período de Projeto

O período de concessão apresentado pela Proponente foi de 30 anos (2014 a

2044), período este que pode ser considerado adequado para projetos de

saneamento.

No entanto, como concluiu o estudo de viabilidade financeira que será

apresentado mais adiante, este período poderia ter sido estendido, em razão

dos grandes investimentos que deverão ser realizados nos Sistemas de

Abastecimento de Água e Coleta e Tratamento de Esgotos.

b) Consumo Médio Per Capita de Água

O Estudo apresentou dois valores para consumo médio per capita, variáveis ano

a ano, sendo que o primeiro considera as perdas reais e varia de 214 l/hab.dia

em 2015 a 193 l/hab.dia em 2044 e o segundo, que desconsidera as perdas,

variando de 163 l/hab.dia em 2015 a 149 l/hab.dia. em 2044.

Observa-se, porém, que o Estudo apresentado pela Proponente não expôs a

forma que foi utilizada para a obtenção destes valores e tão pouco explicou o

motivo do consumo ser decrescente nos cinco primeiros anos e após este

período se apresentar de maneira crescente.


41

c) Perdas na Distribuição

A Proponente apresentou como meta um índice de perdas decrescente, que

varia de 45,69% em 2015 a 29,54% em 2044.

Todavia, a Empresa não apresentou quais ações e investimentos serão

realizados para que ao longo do período de planejamento as perdas no sistema

sofram esta redução gradual.

d) Coeficientes de Variação de Vazão

O Estudo considerou os coeficientes recomendados na norma NBR 9.649,

sendo: vazão máxima diária (K1) igual a 1,2; vazão máxima horária (K2) igual a

1,5 e vazão mínima horária igual a 0,5.

e) Índice de Atendimento

A Empresa não é clara quanto aos índices de atendimento da população pelo

Sistema de Abastecimento de Água.

Contudo, após analise do quadro 5.2 apresentado no Estudo, chegou-se a

conclusão que o índice de atendimento pelo sistema de abastecimento de água

para a população urbana do município, adotado pelo Estudo, para o período de

planejamento é manter os atuais 100% de atendimento.

f) Demandas Estimadas

A Proponente apresentou, em forma de quadro, as demandas anuais para o

Município de Três Barras.

5.1.3.2 Intervenções Propostas

a) Captação e Recalque de Água Bruta

A Proponente aponta a necessidade de substituição da balsa flutuante,

melhorias na casa de comando e a substituição do conjunto moto-bomba (1 +

1) de 50CV.

Ainda no que diz respeito à captação e com o intuito de preservar a qualidade

da água bruta e os componentes que compõe a coleta de água bruta, a


42

Empresa assinala a necessidade de fechamento da área e da recuperação da

mata ciliar à montante da captação.

b) Estação de Tratamento de Água (ETA)

Conforme proposta apresentada pela Empresa Solví Saneamento, para que o

sistema produtor de água atual tenha capacidade de abastecer também o

Distrito de São Cristóvão, há a necessidade de se ampliar a ETA em 30 l/s,

ampliação esta que vai de encontro com o apontado no projeto existente.

No entanto, diferente do que se está sendo sugerido no referido projeto, a

Proponente está propondo que o novo módulo seja construído em fibra de

vidro, tendo em vista o melhor custo benefício e a maior agilidade na

construção.

Observa-se que a Empresa não é clara quanto a data em que entrará em

operação o novo módulo da estação, entretanto, analisando o quadro 5.2 que

consta na Proposta, chegou-se a conclusão que este módulo deverá entrar em

operação no ano de 2018 (que é o ano em que o município deixará de importar

água do sistema de abastecimento que pertence ao Município de Canoinhas).

c) Tratamento do Lodo da ETA

Diferente do que aponta o projeto existente como solução para tratamento do

lodo gerado na estação (que é a utilização de desidratação do lodo por leito de

secagem), a Proponente propõe uma centrífuga de desidratação de lodo,

justificando que esta alternativa é mais adequada as condições climáticas da

região, oferecendo assim uma melhor eficiência para o tratamento do lodo.

d) Adutora de Água Tratada

Segundo a Proponente, a adutora de água bruta existente encontra-se em mal

estado de conservação e por este motivo deverá ser substituída e ampliada

para poder abastecer o Distrito de São Cristóvão.

O Estudo apresentado pela Empresa aponta a necessidade de implantar 11.960

metros de adutora com diâmetro 200 mm. Porém, diferente do proposto pelo


43

projeto executivo, a Proponente prevê que no trecho entre a ETA e a ERAT (por

gravidade) seja implantada rede de PVC De F°F°, e no trecho entre a ERAT e o

reservatório considerou adutora de ferro fundido, devido à resistência requerida

do material.

e) Estação de Recalque de Água Tratada (ERAT)

O Estudo apresentado pela Empresa Solví Saneamento prevê a instalação de

uma ERAT com conjunto moto-bomba de 50 CV, assim como está previsto no

projeto existente.

A referida estação será responsável por recalcar a água tratada desde o ponto

inferior da linha adutora até o reservatório de 750 m³ projetado.

f) Reservação

No que diz respeito ao volume de reservação a ser instalado, segundo a

Proponente, os dois reservatórios previstos no projeto existente garantirão o

volume mínimo de reservação recomendado por norma.

Portanto, a Empresa propõe que sejam instalados mais dois reservatórios (um

de 750 m³ e outro de 350 m³), que juntamente com o reservatório existente

junto a ETA (de 350 m³), totalizarão um volume de reservação de 1.100 m³.

O Estudo aponta ainda a necessidade de reforma do reservatório existente

junto à ETA, já que o mesmo apresenta rachadura aparente em sua estrutura.

5.1.3.3 Considerações

O Estudo apresentado pela Empresa Solví Saneamento apresentou-se muito

superficial, deixando de apresentar informações importantes, como as datas de

implantação de algumas intervenções propostas.

Com relação ao consumo per capita, não foi apresentada a metodologia ou

justificativa para a obtenção do consumo per capita adotado e tão pouco para

que o mesmo seja decrescente nos cinco primeiros anos e crescente nos

demais anos de planejamento.


44

Abaixo, segue algumas considerações relativas às ações e/ou investimentos que

não foram abordados no Estudo e, portanto, não foram consideradas na

estimativa de custo, a saber:

Não apresentou investimentos relativos à implantação de rede devido ao

crescimento vegetativo ou a substituição de redes precárias, visando

diminuir vazamentos e consequentemente as perdas no sistema;

Não considerou ou quantificou as novas ligações, ligações a serem

substituídas ou mesmo a troca do parque de hidrômetros;

Não apresentou quais ações serão realizadas para o combate às perdas;

Não considerou as ações institucionais previstas no Plano Municipal de

Saneamento do Município de Três Barras, ações estas que são

necessárias para que se forneça um serviço de qualidade.

5.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO (SES)

5.2.1 JZ ENGENHARIA

O Estudo apresentado pela Empresa JZ Engenharia considerou o Projeto do

Sistema de Esgotamento Sanitário do Município de Três Barras, financiado pela

FUNASA (o qual ainda não está totalmente finalizado), abrangendo toda a área

urbana do município e prevendo a instalação de um sistema de tratamento de

esgoto de forma modular, atendendo primeiramente o Centro e depois o

Distrito de São Cristóvão.

O Estudo adotou a concepção do projeto citado, dividindo o sistema de

esgotamento sanitário do município em 2 (dois) subsistemas de esgotamentos

(Centro e Distrito de São Cristóvão) que, por sua vez, foram subdivididos em

sub-bacias (denominadas de MB), o que proporciona um melhor detalhamento

das intervenções a serem realizadas para a implantação dos componentes

básicos de um sistema de coleta e tratamento de esgoto. Segue detalhamento:

Centro (13 sub-bacias): MB-1, MB-2, MB-3, MB-3.1, MB-3.2, MB-3.3,

MB-4, MB-4.1, MB-5, MB-6, MB-7 e MB-8, além da MB-existente;


45

Distrito de São Cristóvão (11 sub-bacias): MB-9, MB-9.1, MB-9.2,

MB-9.3, MB-9.4, MB-9.5, MB-9.6, MB-9.7, MB-9.8, MB-9.9 e MB-10.

O Estudo tem como final de plano o ano de 2049, adotando como referência o

estudo populacional elaborado pela própria empresa (comentado no item 4.1

deste relatório). Observa-se no quadro a seguir que a Empresa prevê o início de

implantação em 2017 e o atendimento pleno da população urbana com rede

coletora de esgoto até o ano de 2029, permanecendo este índice uniforme até

o fim do período de planejamento.

Quadro 4 – Atendimento urbano com rede coletora (JZ Engenharia)

Ano População Urbana

(habitantes)

Índice de Atendimento

(%)

2014 16.414 0,91

2017 16.868 6,92

2018 17.018 18,06

2019 17.169 34,83

2020 17.319 40,22

2021 17.469 42,70

2022 17.619 42,70

2023 17.769 42,70

2024 17.919 70,18

2025 18.069 78,56

2026 18.220 87,72

2027 18.370 94,03

2028 18.520 99,03

2029 18.671 100

2030 18.822 100 2031 18.973 100 2032 19.125 100 2033 19.277 100 2034 19.429 100 2035 19.581 100 2036 19.734 100 2037 19.887 100 2038 20.041 100 2039 20.195 100 2040 20.350 100 2041 20.505 100


46

Continuação do Quadro 1.


(habitantes)

Índice de

Atendimento (%)

2042 20.660 100 2043 20.816 100 2044 20.973 100 2045 21.130 100 2046 21.287 100 2047 21.446 100 2048 21.604 100 2049 21.764 100

FONTE: Estudo JZ ENGENHARIA, 2014.

Embora haja implantação de rede coletora a partir de 2017, registra-se que o

início de operação do sistema será somente no ano de 2018, quando ocorrerá

então a implantação da unidade de tratamento de esgoto.

Em relação ao tratamento, o Estudo prevê a execução de estações de

tratamento modulares, de forma a atender cada subsistema, contemplando:

Um módulo de 25 l/s: para atender o Subsistema Centro, a partir de

2018; e

Um módulo de 25 l/s: para atender o Subsistema São Cristóvão, a partir

de 2024.

Totalizando uma capacidade total de tratamento equivalente a 50 l/s.

A unidade de tratamento proposta pela Empresa JZ Engenharia, cujo tipo de

tratamento foi definido com a composição de Reator UASB seguido de Filtro

Biológico de Alta Carga para ambos os subsistemas, alocará seus módulos em

uma área intermediária às zonas de atendimento (conforme Figura 3),

justificando tal escolha de modo que as áreas residenciais não sejam afetadas

pelo mau cheiro ou pelos ruídos provocados pela operação de uma ETE.


47

Figura 3 – Localização módulos ETE (Estudo da JZ Engenharia)


Além da rede coletora e da estação de tratamento, o Estudo ainda contempla a

implantação de 24 (vinte e quatro) estações elevatórias, o que corresponde a

uma elevatória para cada sub-bacia, assim como com 24 (vinte e quatro)

emissários de recalque (que somados alcançam uma extensão total de 22,2

Km).

A respeito das etapas de implantação, ressalva-se que as primeiras áreas a

serem atendidas serão aquelas que possuem uma maior concentração

populacional, onde a ausência de um tratamento de esgotos adequado pode

comprometer a qualidade das águas dos corpos hídricos existentes.

A proposta contempla o atendimento em 3 (três) etapas, atendendo

primeiramente algumas sub-bacias do Subsistema Centro (sub-bacias mais

densas, tendo como base os setores censitários do IBGE). Para uma melhor

compreensão, o Quadro 5 apresenta as etapas de implantação com os

respectivos atendimentos previstos.


48

Quadro 5 – Etapas de implantação de rede coletora de esgoto (JZ Engenharia)

Etapa Sub-Bacia Ano de

Implantação

1

MB-6 2017

MB-3.3 2018

MB-3 2019

MB-7 2019

MB-1 2020

MB-2 2020

MB-5 2021

2

MB-9.3 2024

MB-9 2025

MB-9.2 2026

MB-9.9 2026

MB-9.7 2027

MB-10 2027

MB-9.8 2027

3

MB-4 2028

MB-3.1 2028

MB-3.2 2028

MB-9.5 2028

MB-9.5 2028

MB-9.6 2029

MB-9.4 2029

MB-9.1 2029

MB-8 2029 FONTE: Estudo JZ ENGENHARIA, 2014.

De acordo com o exposto, apresenta-se a seguir os fluxogramas de

atendimento propostos no Estudo para ambos os subsistemas.


49

Figura 4 – Contribuição Subsistema Centro (Estudo da JZ Engenharia)


De acordo com a concepção proposta, a Sub-Bacia MB-6 receberá as

contribuições de esgotamento das demais sub-bacias e, posteriormente, o

efluente será encaminhado para a estação de tratamento de esgotos, como

mostra a Figura 4. Já para o Subsistema São Cristóvão, a Sub-Bacia MB-9.3

ficará encarregada de encaminhar as contribuições das demais sub-bacias para

a unidade de tratamento (ver Figura 5).


50

Figura 5 – Contribuição Subsistema São Cristóvão (Estudo da JZ Engenharia)


Analisando, de forma global, o Estudo em discussão apresentou informações

ricas em detalhes, incluindo ainda a extensão de rede coletora a ser implantada

em cada sub-bacia, as populações de início e final de plano por sub-bacia e as

respectivas vazões de contribuições. Além disso, pôde-se constatar que as

melhorias e as metas propostas para o SES até 2049 condizem com a realidade

de Três Barras, prevendo que a implantação do sistema de esgotamento

sanitário seja de forma escalonada.

Cabe aqui ainda comentar que, em relação ao índice de atendimento da

população proposto pelo Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), o

estudo da empresa foi mais audacioso, prevendo um índice de atendimento da

população urbana de 100% já para o ano de 2029, enquanto o Plano de

Saneamento prevê para esse mesmo ano um atendimento de 80,88% da

população urbana.

5.2.2 SERRANA ENGENHARIA

O Estudo da Empresa Serrana também tem como referência o Projeto do

Sistema de Esgotamento Sanitário do Município de Três Barras, financiado pela

FUNASA (o qual ainda não está totalmente finalizado), dividindo a área urbana


51

do município em 10 (dez) microbacias de esgotamento, como pode ser

observado na figura que segue.

Figura 6 – Concepção do SES proposto (Estudo da Serrana Engenharia)


O Estudo da Proponente tem como concepção básica a instalação de uma

estação de tratamento (em módulo único), situada entre as zonas de ocupação

urbana (parte Central e Distrito de São Cristóvão), com o princípio básico de

atendimento das áreas com maior densidade populacional dentro do perímetro

urbano, atendendo assim a uma maior quantidade de economias com a mesma

extensão de rede.

De modo a dimensionar a infraestrutura mínima do sistema para os 35 anos

previstos (2015-2049), o Estudo definiu inicialmente alguns parâmetros de

projeto, a seguir elencados:

Utilização da projeção populacional do Plano Municipal de Saneamento

Básico, utilizando os mesmos critérios de crescimento para os anos de

2031 a 2049 (visto que o PMSB tem como ano final de planejamento o

ano de 2030);


52

Adoção da relação 3,42 habitantes/ligação de esgoto, compatibilizando

com o número de ligações de água;

Consumo médio per capita variando de 125 l/hab.dia até 150 l/hab.dia

(conforme critério estabelecido no planejamento para o sistema de

abastecimento de água);

Coeficiente de retorno2 equivalente a 0,80 (com base na NBR 9649 da

ABNT);

Coeficientes de variação3 de vazão K1, K2 e K3 iguais a 1,20; 1,50 e

0,50, respectivamente (com base na NBR 9649 da ABNT);

Taxa de infiltração de 0,0002 L/m.s (referente às águas de infiltrações

indevidas nas redes de esgoto que são originadas do subsolo).

Analisando de forma geral os critérios supracitados, pode-se constatar que os

valores adotados são adequados a realidade do município, sendo obtidos

conforme dados operacionais existentes e/ou das normas que norteiam a

elaboração de projeto para o setor.

De modo a dimensionar o sistema de esgoto a ser implantado, a Proponente

definiu o índice de atendimento urbano a ser contemplado com sistema de

coleta e tratamento de esgoto. Ver Quadro 6.

2 Relação entre o volume de esgotos recebido na rede coletora e o volume de água efetivamente fornecido à população. 3 K1 = coeficiente de máxima vazão diária; k2 = coeficiente de máxima vazão horária; k3 = coeficiente de mínima vazão horária.


53

Quadro 6 – Atendimento urbano com sistema de coleta e tratamento (Serrana Engenharia)


(habitantes)

Índice de

Atendimento

(%)

População

Urbana Atendida

(habitantes)

2014 16.947 0,00 0

2015 17.150 0,00 0

2016 17.350 0,00 0

2017 17.545 0,00 0

2018 17.737 0,00 0

2019 17.926 36,60 6.561

2020 18.111 58,20 10.541

2021 18.293 76,00 13.903

2022 18.472 78,50 14.501

2023 18.648 85,20 15.888

2024 18.821 98,00 18.445

2025 18.991 99,10 18.820

2026 19.159 99,60 19.082

2027 19.325 100 19.325

2028 19.488 100 19.488

2029 19.648 100 19.648

2030 19.807 100 19.807

2031 19.982 100 19.982

2032 20.140 100 20.140

2033 20.296 100 20.296

2034 20.450 100 20.450

2035 20.602 100 20.602

2036 20.752 100 20.752

2037 20.900 100 20.900

2038 21.047 100 21.047

2039 21.192 100 21.192

2040 21.335 100 21.335

2041 21.477 100 21.477

2042 21.617 100 21.617

2043 21.755 100 21.755

2044 21.892 100 21.892

2045 22.028 100 22.028

2046 22.162 100 22.162

2047 22.295 100 22.295

2048 22.426 100 22.426

2049 22.556 100 22.556 FONTE: Estudo SERRANA ENGENHARIA, 2014.


54

De acordo com o Quadro 6, pode-se perceber que o Estudo prevê o início do

atendimento urbano com serviço de coleta e tratamento de esgoto para o ano

de 2019, alcançando 100% da população urbana no ano de 2027. Para tal, a

Proponente projeta:

A instalação de uma estação de tratamento de esgoto com capacidade

de tratamento de 50 l/s em módulo único (com início de operação em

2019), localizada entre os bairros São Cristóvão e o Centro, em uma área

rural do município, a uma distância de aproximadamente 1.300 metros

da Rodovia SC-303 e a 1.380 metros do Rio Negro (que será o corpo

receptor do efluente tratado). Ver Figura 7;

Figura 7 – Localização da ETE (Estudo da Serrana Engenharia)


Quanto ao tratamento previsto, o Estudo menciona a utilização do

seguinte sistema: Tratamento Preliminar, Reator Anaeróbio de Fluxo

Ascendente com Manta de Lodo seguido por Lodos Ativados, Decantador

Secundário, Desinfecção e Desidratação do Lodo por meio de Leitos de

Secagem. A utilização do referido sistema pela Proponente tem como

justificativa a grande eficiência desse na remoção dos principais

poluentes encontrados no esgoto doméstico, um baixo custo de energia


55

elétrica para seu funcionamento, bem como a não necessidade de uma

área física de grande porte. Ver fluxograma a seguir.

Figura 8 – Fluxograma do tratamento (Estudo da Serrana Engenharia)


Em relação à rede coletora, estima-se a implantação de 90.205 metros

em toda a área urbana, sendo que 79.234 metros serão implantados

inicialmente (entre 2018 a 2024) para atender as microbacias de

esgotamento, 10.971 metros relativos ao incremento de rede necessário

até 2049 e 6.502 metros referentes às substituições a serem realizadas

até o final do período de planejamento. A Figura 9 apresenta a

concepção proposta para o atendimento das 10 (dez) microbacias (MB-1

a MB-8 – Centro; MB-9 e MB-10 – Distrito de São Cristóvão), onde o

Estudo aponta como prioridades de atendimento (em curto prazo) as

microbacias MB-1, MB-3, MB-4, MB-6, MB-7, MB-9 E MB-10, ficando as

demais (MB-2, MB-5 e MB-8) para serem atendidas em médio prazo.


56

Figura 9 – Fluxograma do SES para Três Barras (Estudo da Serrana Engenharia)


Por último, mencionam-se as ligações e as elevatórias previstas no

Estudo, estipulando-se 6.588 novas ligações para atendimento pleno de

toda a área urbana (trocando 0,2% das ligações existentes a partir do

11º ano de planejamento) e uma elevatória para cada microbacia (sendo

a maioria de pequeno porte).

Além das partes aqui abordadas, registra-se que a Proponente apresenta em

sua Proposta de Manifestação de Interesse um grande detalhamento

relacionado ao sistema de esgotamento sanitário, trazendo em seu Estudo:

Plantas de toda a rede coletora a ser implantada;

Plantas, cortes e detalhes das estações de recalque;

Perfil hidráulico e planta da urbanização da estação de tratamento de

esgoto; e

Detalhes do tipo de ligação predial.

Ainda de forma a realizar uma analogia ao proposto no Plano Municipal de

Saneamento Básico (PMSB), pôde-se constatar que faz parte do Estudo da

Proponente o atendimento da população rural de Três Barras por meio de

sistemas individuais do tipo fossa séptica, atingindo um percentual de cobertura

de 75% até o ano de 2049, dando continuidade, portanto, no crescimento do

referido atendimento já previsto no PMSB (que contempla atender 46,97% até

2030). Com relação ao atendimento na área urbana com sistema coletivo, a


57

Empresa planeja atender toda a população dessa área até o ano de 2027,

enquanto o Plano prevê para esse mesmo ano um atendimento de 80,62%,

dessa maneira, registra-se um adiantamento da meta pré-estabelecida no PMSB

pela Proponente.


O Estudo apresentado pela Empresa Solví Saneamento, assim como os estudos

das demais proponentes, também tem como referência a concepção do Projeto

do Sistema de Esgotamento Sanitário do Município de Três Barras, financiado

pela FUNASA (ainda não finalizado), com algumas adequações realizadas, as

quais a empresa julgou pertinente.

Em termos gerais, a concepção proposta pela Empresa apresenta uma unidade

de tratamento centralizada (do ponto de vista geográfico), atendendo a Sede

(Centro) e o Distrito de São Cristóvão.

O Estudo tem como final de plano o ano de 2044, adotando como referência o

estudo populacional elaborado pela própria empresa (item 4.3 deste relatório).

Outros critérios adotados podem ser elencados abaixo:

Consumo médio per capita variando anualmente, partindo de 214

l/hab.dia em 2014 e chegando até 193 l/hab.dia em 2044 (observa-se

que a variação do consumo per capita é irregular, oscilando de forma

decrescente e crescente ao longo do período de planejamento, conforme

já comentado no item 0);

Coeficiente de retorno equivalente a 0,80 (com base na NBR 9649 da

ABNT);

Coeficientes de variação de vazão K1, K2 e K3 iguais a 1,20; 1,50 e 0,50,

respectivamente (com base na NBR 9649 da ABNT); e

Taxa de infiltração de 0,1 L/s.Km (referente as águas de infiltrações

indevidas nas redes de esgoto).


58

Adentrando na concepção exposta pela Proponente, a qual pode ser observada

na Figura 10, constata-se a existência de 26 (vinte e seis) sub-bacias de

esgotamento (denominadas de MB) a serem atendidas, sendo 15 (quinze) no

Centro e 11 (onze) no Distrito de São Cristóvão. Em relação à concepção

apresentada, pode-se perceber a existência das sub-bacias MB-11 e MB-11.1,

ao sul do município e integrando o Sistema Centro, contemplando as

populações que ocuparão aquelas áreas ao longo do período de planejamento.

Figura 10 – Concepção do SES (Estudo da Solví Saneamento)

FONTE: Estudo SOLVÍ SANEAMENTO, 2014.

Dando continuidade a concepção proposta, menciona-se a existência de uma

estação elevatória em cada sub-bacia, de modo que se recalque o esgoto bruto

até a unidade de tratamento. O quadro a seguir exemplifica a proposta da

Empresa Solví Saneamento em relação ao encaminhamento dos efluentes

domésticos gerados em cada sub-bacia.


59

Quadro 7 – Sub-bacias e elevatórias (Solví Saneamento)

Sistema Sub-Bacia Estação Elevatória

Nome Quantidade Recalca para

Centro

MB-1 ER-1 1 ER-2

MB-2 ER-2 1 ER-3

MB-3 ER-3 1 ER-3.3

MB-3.1 ER-3.1 1 ER-3.3

MB-3.2 ER-3.2 1 ER-3.3

MB-3.3 ER-3.3 1 ER-6

MB-4 ER-4 1 ER-3.3

MB-4.1 ER-4.1 1 ER-3.3

MB-4.2 ER-4.2 1 ER-3.3

MB-5 ER-5 1 ER-3.3

MB-6 ER-6 1 ETE

MB-7 ER-7 1 ER-6

MB-8 ER-8 1 ER-6

MB-11 ER-11 1 ER-6

MB-11.1 ER-11.1 1 ETE

MB-9 ER-9 1 ER-9.3

Distrito São

Cristóvão

MB-9.1 ER-9.1 1 ER-9.3

MB-9.2 ER-9.2 1 ER-9.3

MB-9.3 ER-9.3 1 ETE

MB-9.4 ER-9.4 1 ER-9.3

MB-9.5 ER-9.5 1 ER-9.3

MB-9.6 ER-9.6 1 ER-9.5

MB-9.7 ER-9.7 1 ER-9.3

MB-9.8 ER-9.8 1 ER-9

MB-9.9 ER-9.9 1 ER-9.3

MB-10 ER-10 1 ER-9 FONTE: Estudo SOLVÍ SANEAMENTO, 2014.

Conforme o Quadro 7, percebe-se que a ER-6 e a ER-9.3 serão as responsáveis

por recalcar o esgoto bruto até a estação de tratamento de esgoto, sendo o

esgoto tratado lançado, posteriormente, no Rio Negro (para o qual a

Proponente elaborou um Estudo de Autodepuração).

Quanto ao tipo de tratamento adotado, a Empresa optou por um sistema por

lodos ativados com tratamento terciário (para remoção de nutrientes), uma vez

que o Estudo de Autodepuração apontou há necessidade de remoção de fósforo


60

com 98% de eficiência. Sendo assim foi proposta uma estação de tratamento,

contendo as seguintes unidades, as quais foram pré-dimensionadas (conforme

anexo apresentado no Estudo), a saber:

Tratamento Preliminar;

Tanque de Aeração (para degradação da matéria orgânica e para o início

da remoção do fósforo);

Decantador Secundário (para separação de fases do efluente);

Desinfecção (hipoclorito de sódio); e

Unidade de Desidratação de Lodo.

A figura que segue apresenta o layout do sistema de tratamento proposto.

Figura 11 – Layout da ETE proposta (Estudo da Solví Saneamento)


Analisando de forma global o Estudo apresentado, pôde levantar alguns pontos


61

positivos e negativos em relação ao conteúdo da PMI. Como positivo, podemos

citar a elaboração de estudo de autodepuração do corpo receptor, a realização

de pré-dimensionamento das unidades que compõem o sistema de tratamento

e a apresentação de orçamento das obras necessárias a implantação da rede

coletora, das estações elevatórias e da estação de tratamento (todos esses

itens apresentados como anexos do Estudo), além da apresentação de matriz

de avaliação de impacto ambiental relacionada as fases de implantação e

operação do SES.

Entretanto, a PMI é deficiente em alguns aspectos que poderiam contribuir para

um melhor entendimento do que está sendo proposto. Elenca-se:

Inexistência de informações quanto à capacidade de tratamento (vazão

de projeto) da ETE, assim como da sua forma de implantação (em etapa

única ou de forma modular);

Não apontamento dos índices de atendimento anuais quanto à cobertura

do serviço de coleta e tratamento (nem mesmo indicando uma previsão

de atendimento de cada sub-bacia), impossibilitando, dessa forma, uma

análise comparativa com os índices estabelecidos no Plano Municipal de

Saneamento Básico;

Ausência do número de ligações a serem implantadas em cada sub-

bacia, bem como da extensão de rede coletora a ser substituída ao longo

do período de planejamento.


62

6 ESTIMATIVA DOS INVESTIMENTOS (CAPEX)

A análise de investimento tem o propósito de estudar todo o capital investido

em um determinado projeto e mapear os seus resultados futuros. Segundo

Megliorini & Vallim (2009), análise de investimento é o modo de antecipar, por

meio de estimativas os resultados oferecidos pelos projetos, empregando um

conjunto de técnicas que possibilitem comprovar os resultados de diferentes

alternativas e auxiliar a tomada de decisões.

Para a análise das estimativas de investimentos previstos no Estudo, utilizou-se

como instrumento norteador a NOTA TÉCNICA SNSA Nº 492/2010, Resumo

01/2011, do Ministério das Cidades, a qual apresenta indicadores de custos de

referência e de eficiência técnica para análise técnica de engenharia de

infraestrutura de saneamento nas modalidades de abastecimento de água e

esgotamento sanitário.

De modo a atualizar os valores da Nota Técnica, acrescentou-se 52,17% nos

valores unitários da Nota Técnica, uma vez que os valores têm como referência

o ano de 2008. Sendo assim, adotou-se como parâmetro de reajuste o INCC

(Índice Nacional de Custo da Construção, um dos três itens que compõem o

Índice Geral de Preços, representando 10% do índice), aplicando os índices

anuais acumulados entre agosto de 2008 e agosto de 2014.

A presente análise se fundamentará no valor por habitante para a implantação

dos sistemas de abastecimento de água e coleta/tratamento de esgotos,

incluindo desde a parte de captação de água bruta, rede e acessórios até as

estruturas de tratamento.

Como nenhuma das três empresas que apresentou a Proposta de Manifestação

de Interesse expôs um custo global por habitante, foi necessário extrair dos

textos e tabelas apresentados pelas proponentes, o custo total de investimento

para os sistemas de Abastecimento de Água e Coleta/Tratamento de Esgotos e

dividir pela população a ser atendida no final de plano prevista pela projeção

populacional de cada empresa.


63

O quadro a seguir apresenta o valor global de investimento pelo número de

habitantes atendidos para os Sistemas de Abastecimento de Água e

Esgotamento Sanitário de cada proponente, além do valor apresentado pela

Nota Técnica (corrigido conforme apresentado anteriormente).

Quadro 8 – Valor de Investimento por Habitante

SISTEMAS

VALOR DE INVESTIMENTO POR HABITANTE (R$/HAB)

Empresas Nota Técnica SNSA Nº

492/2010 JZ Engenharia Serrana

Engenharia

Solví

Saneamento

Abastecimento de Água

1.054,48 742,11 319,98 777,59

Esgotamento Sanitário

1.947,65 1.303,41 1.852,53 1.333,01

FONTE: Elaboração Própria, PREMIER ENGENHARIA, 2014.

Observa-se que apesar do custo de investimento por habitante no Sistema de

Abastecimento de Água da Empresa Solví Saneamento ser bem menor do que o

apresentado pelas outras proponentes, este valor foi desconsiderado, pois

como já foi comentado anteriormente a Empresa Solví Saneamento não

considerou em suas ações e investimentos itens imprescindíveis para a

prestação de serviços de abastecimento de água de boa qualidade.

Analisando os custos de investimentos por habitante para os Sistemas de

Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário apresentado pelas

proponentes no quadro acima e confrontando com o valor da Nota Técnica

pode-se observar que os valores que mais se aproximam com o da Nota

Técnica são os apresentados pela Empresa Serrana Engenharia.

Todavia, ressalta-se que os valores apresentados pelas outras proponentes,

excluindo apenas o valor apresentado pela Solví para o Sistema de Água como

já explicado anteriormente, podem ser considerados condizentes visto que os

investimentos e ações propostos pelas empresas não são os mesmos.


64

7 ESTIMATIVA DE CUSTOS OPERACIONAIS (OPEX)

7.1 JZ ENGENHARIA

Este tema foi abordado pela proponente no item 11 (MODELO OPERACIONAL E

PROJEÇÃO DE DESPESAS DE EXPLORAÇÃO) do Estudo apresentado.

O estudo desenvolvido considerou, para a elaboração do modelo operacional,

parâmetros atualmente aplicados nas companhias estaduais de saneamento,

sistemas municipais, nas concessões e Parceria Público-Privada - PPPs de água

e esgoto atualmente existentes.

O cálculo de despesas de exploração levou em consideração diversos fatores

operacionais, como o tipo, quantidade, capacidade e localização dos mananciais

de captação, tratamento necessário para abastecimento, distribuição, volume

de esgoto tratado, a extensão da rede coletora a ser operacionalizada, o

número de estações de tratamento de esgotos e estações elevatórias e o

número de clientes a serem atendidos.

Os direcionadores de custos unitários diferem de acordo com a natureza do

custo e da operação. Os componentes de Despesas de Exploração foram

divididos em dois grupos: Custos de Operação dos Serviços Prestados (OPEX) e

Despesas Gerais e Administrativas (G&A).

Os referidos grupos estão descritos na estrutura da Sociedade de Propósito

Específico - SPE, apresentada na sequência.

7.1.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA SPE

Os parâmetros adotados para a estrutura organizacional são baseados na

concepção organizacional de uma empresa prestadora de serviços voltada à

prestação e comercialização dos serviços de abastecimento de água e

esgotamento sanitário, onde o foco está voltado à operação, manutenção,

comercialização e ampliação do sistema pelo período da concessão,

considerando o tempo e porte das obras necessárias.

A estrutura organizacional da SPE foi concebida de forma linear. O


65

organograma da SPE é apresentado na figura que segue.

Figura 12 – Estrutura organizacional da SPE (Estudo da JZ Engenharia)


A interação entre as unidades subordinadas às diferentes áreas será

estimulada, bem como a interação entre as gerências e os órgãos de

assessoramento da Diretoria, com o propósito de obter ganhos de agilidade e

eficiência, respeitadas as competências decisórias de cada área.

7.1.2 CUSTOS DE OPERAÇÃO DOS SERVIÇOS PRESTADOS (OPEX)

O Estudo traz com detalhes a composição dos custos com pessoal, manutenção

do sistema, produtos químicos, energia elétrica, gerenciamento de resíduos e

serviços de terceiros.

A Proponente teve o cuidado em estabelecer valores anuais para cada processo


66

de operação, baseado nas técnicas operacionais e níveis de atendimento

planejados.

7.1.3 DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS (G&A)

O Estudo aborda diversas despesas gerais e administrativas, incluindo seus

componentes e valores previstos. Observa-se que as despesas foram projetadas

de forma minuciosa e em função das ações a serem realizadas.

O quadro a seguir apresenta a composição das despesas.

Quadro 9 – Composição das despesas (JZ Engenharia)

Despesa Composição

Pessoal

Considerou-se uma estrutura organizacional com

variações do efetivo ano a ano, incluindo todos os

encargos incidentes no salário mensal com base em valores SINAP-SC.

Vigilância, Segurança e Limpeza

Despesas com vigilância, segurança e limpeza das estações de tratamento, estações elevatórias, sede

administrativa e centros de atendimento.

Viagens/Hospedagem

Despesas com viagens/deslocamentos/hospedagem/

alimentação para os colaboradores e consultores da Concessionária.

Licenciamento Ambiental

Despesa composta pelos custos dos relatórios das condicionantes das licenças das estações de

tratamento de água e esgoto e demais sistemas necessários, com a finalidade de identificar

conformidades ambientais nas suas unidades.

Veículos

Foram considerados o tipo e quantidade de equipes, turnos de trabalhos, especificidade dos trabalhos,

quantidade de serviços prestados com os mesmos

para adequar sua vida útil e seus respectivos consumos e gastos com locação e manutenção.

Equipamentos e Ferramentas

Compostas pelos equipamentos e ferramentas

necessários à execução dos serviços, que serão dimensionados de acordo com os parâmetros de

projetos.

Sistemas

Leva em consideração as atribuições de espaço necessárias por funcionário, número de clientes

atendidos, tipo de sede, quantidade de material armazenado e tipo de software a ser implantado.



67

Continuação do Quadro 9.


Seguros e Garantias Foram utilizados fatores trabalhados no mercado, fazendo uma ligação com os investimentos e custo

operacional.

Fiscalização

Foram estimadas as despesas de fiscalização que ao

longo de todo prazo de concessão deverão ser recolhidos e que serão destinadas à cobertura de

despesas com a fiscalização da concessão.

Aluguéis de Prédios Despesas com aluguéis de prédios da SPE (sede e

almoxarifado/manutenção).



Para elaboração da proposta e estimativa de despesas de exploração (OPEX), a

proponente utilizou parâmetros que são comumente adotados pelas

companhias estaduais de saneamento e em sistemas municipais de água e

esgoto existentes.

A estimativa com despesas de exploração levou em consideração diversos

fatores operacionais do sistema de abastecimento de água e esgotamento

sanitário de Três Barras, como a localização do manancial para captação de

água bruta, o tipo e necessidade de tratamento, conformação da rede de

distribuição, volume de esgoto a ser tratado, extensão da rede coletora a ser

operacionalizada, número de estações elevatórias e o número de clientes

atendidos. Dessa forma, os custos unitários diferem de acordo com a natureza

do custo e da operação.

Os componentes de Despesas de Exploração foram divididos em dois grupos:

Despesas com Operação dos Sistemas e Despesas Administrativas. Os referidos

grupos estão descritos na estrutura da Sociedade de Propósito Específico - SPE,

apresentada na sequência.


68

7.2.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA SPE

A estrutura organizacional proposta diz respeito à constituição de uma

Sociedade de Propósito Específico voltada à prestação e comercialização dos

serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, onde o foco está

voltado à operação, manutenção, comercialização, ampliação e modernização

do sistema por período estabelecido, considerando o tempo e porte das obras

necessárias.

A estrutura organizacional da SPE foi concebida pela Diretoria, apoiada pelas

gerências de Operação e Manutenção, Administração e Financeiro, e Comercial.

São atribuições de cada uma delas:

Diretoria: Funções de direção e coordenação geral, com assessoria

jurídica, comunicação, de controle da qualidade, gestão de pessoas,

dentre outras.

Gerência de Operação e Manutenção: Responsável pela manutenção

e funcionamento das diversas unidades que compõe os sistemas como

estações de tratamento de água e esgotos, laboratório, rede de

distribuição de água e esgoto, dentre outros.

Gerência de Administração e Financeiro: Possui departamento de

pessoal, contábil, setor de compras e almoxarifado.

Gerência Comercial: Responsável pela leitura, cobrança, cadastro

comercial, programação, call center e serviço de atendimento ao

consumidor (SAC).

7.2.2 DESPESAS COM OPERAÇÃO DOS SISTEMAS

O Estudo traz detalhes dos custos com produtos químicos, com energia elétrica,

com transporte, tratamento e disposição final do lodo, e com serviços de

terceirizados (despesas com vigilância, segurança e limpeza das estações de

tratamento, estações elevatórias, sede administrativa e centros de

atendimento).


69

7.2.3 DESPESAS ADMINISTRATIVAS

As despesas administrativas são compostas pelos itens relacionados no quadro

a seguir.

Quadro 10 – Composição das despesas (Serrana Engenharia)


Pessoal Despesas com salários, encargos, benefícios, horas extras e demais despesas diretamente relacionadas.

Manutenção em Informática Composta pelos links de comunicação entre as unidades dos sistemas e a Central de Atendimento.

Viagem/Hospedagem/Refeição Despesas com viagens/hospedagens/refeições para colaboradores e eventuais consultores contratados.

Veículos, Equipamentos e

Ferramentas

Foram definidos parâmetros para a locação e manutenção de veículos, equipamentos e sistemas, conforme o tipo de serviço a ser prestado. Englobam locação de veículos, equipamentos e ferramentas necessárias ao pleno funcionamento dos sistemas como um todo.

Locação de Imóveis Despesas com aluguéis de prédios da SPE (sede, central de atendimento ao consumidor e almoxarifado).

Comunicação Despesas internas da SPE com correio, internet e telefone.

Seguros e Garantias

Relacionam-se aos seguros e garantias necessários a execução do contrato. Os valores utilizados estão de acordo com os praticados no mercado brasileiro.

Fiscalização

As despesas decorrentes de fiscalização do contrato estão relacionadas ao que estabelece a Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento, entidade de regulação definida em Três Barras.

Despesas Diversas

Despesas com energia elétrica (da sede e central de atendimento), água e gás, uniformes e EPI, recrutamento e seleção de pessoal, treinamento, consultorias jurídicas, informática e etc.



70


A Empresa Solví Saneamento, dentro do item “ANÁLISE DA VIABILIDADE

ECONÔMICA FINANCEIRA DA CONCESSÃO PLENA”, relata os componentes de

custos que formam o custeio dos serviços (OPEX), sendo cada item modelado

anualmente, sendo abaixo discriminados:

Pessoal;

Energia elétrica;

Produtos químicos;

Despesas com a manutenção do parque de hidrômetros;

Manutenção de áreas operacionais;

Despesas com a aquisição de materiais operacionais e administrativos;

Despesas com o recebimento de contas dos usuários;

Despesas com a administração local dos serviços;

Serviços de apoio (folha de pagamento, contabilidade, suprimentos,

etc.);

Taxa de administração;

Taxa de regulação; e

Outras despesas.

Todos os itens relacionados acima (OPEX) juntamente com os investimentos

necessários (CAPEX) mais os impostos são determinantes para o fluxo de caixa,

o qual a Proponente apresenta, com valores de ano em ano, no seu item 7.4 da

PMI.


71

8 IDENTIFICAÇÃO DE ALTERNATIVAS DE GESTÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO

8.1 JZ ENGENHARIA

Através do item “IDENTIFICAÇÃO DE ALTERNATIVAS DE GESTÃO DOS

SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO”, a Empresa JZ Engenharia

introduziu seu estudo com o conceito da Lei nº 11.445/2007, ressaltando seu

art. 3° com os conceitos de saneamento básico, bem como em seu art. 9° onde

o município é o titular dos serviços de saneamento básico. Em geral, resumiu

oportunamente os referidos artigos da Lei nº 11.445/2007, documento legal

este que se tornou um marco regulatório para o setor.

Após estas considerações iniciais, que balizam todos os serviços de

saneamento, a empresa analisou especificamente os serviços de abastecimento

de água e esgotamento sanitário. A Proponente fez uma caracterização dos

serviços de abastecimento de água e esgoto conforme o art. 3° da Lei nº

11.445/2007, bem como ressaltou a interligação desses serviços e a prestação

desses com qualidade (dentro dos padrões estabelecidos por determinadas

portarias e normas técnicas).

Adentrando ao tema em destaque neste presente item, o Estudo da Empresa JZ

Engenharia aborda as formas de prestação dos serviços existentes no Brasil

referente à área de saneamento (conforme o Art. 38 do Decreto Federal nº

7.217/2010), a seguir observadas na Figura 13 e apresentadas na proposta.


72

Figura 13 – Formas de prestação de serviços públicos (Estudo da JZ Engenharia)


Resumidamente, o Estudo define que a prestação direta é o modelo onde o

titular (município) presta diretamente os serviços públicos de saneamento

básico e subdivide-se em prestação centralizada e descentralizada; a prestação

indireta, a forma onde o Poder Público Municipal pode delegar a prestação dos

serviços para terceiros, sempre por meio de licitação e está subdividida em

concessão, permissão pública e parceria público-privada; e a gestão associada,

modo a ser instituído por meio de lei, por convênio de cooperação e consórcios

públicos celebrado entre os entes federados, a qual é subdivida em convênio de

cooperação e consórcio público.

A proponente também apresenta uma conclusão preliminar sobre os modelos

jurídicos de prestação de serviços, apontando os modelos de concessão e de

parceria público-privada para os municípios que requerem investimentos

volumosos para implementação ou regularização dos serviços prestados

(abastecimento de água e esgotamento sanitário) onde a Administração Pública

não possui recursos financeiros para suprir tais investimentos. Mais adiante, o

Estudo concluiu que o modelo da concessão comum é o mais adequado para os


73

municípios acima caracterizados, desde que as tarifas sejam capazes de

suportar com os custos operacionais, os investimentos em infraestrutura e a

remuneração do concessionário privado.


O Estudo apresentou no item “ALTERNATIVAS DE GESTÃO DOS SERVIÇOS DE

SANEAMENTO” que a Lei n° 11.445/2007 pode ser considerada um marco legal

para o setor de saneamento no Brasil, deixando claro que o município é o

titular dos serviços públicos de saneamento básico, devendo, entre outras

atribuições: elaborar os planos de saneamento básico; prestar diretamente ou

autorizar a delegação dos serviços; definir o ente responsável pela sua

regulação e fiscalização; estabelecer mecanismos de controle social;

estabelecer sistema de informações sobre os serviços; e intervir e retomar a

operação dos serviços delegados, por indicação da entidade reguladora, nos

casos e condições previstos em lei e nos documentos contratuais.

A Proponente apresentou também, conforme figura abaixo, o sistema de gestão

de saneamento básico instituído pela Lei nº 11.445/2007.

Figura 14 – Pilares do sistema de gestão de saneamento básico (Serrana

Engenharia) FONTE: Estudo SERRANA ENGENHARIA, 2014.


74

Ainda neste item a Proponente abordou os princípios norteadores para o setor

de saneamento, segundo a referida lei, bem como caracterizou os serviços de

abastecimento de água e de esgotamento sanitário. A empresa citou também a

importância da qualidade dos serviços ao usuário e da qualidade do produto

principal nomeada de água potável, complementado ainda que os serviços de

esgotamento sanitário também devem atender a legislação vigente.

Quanto ao item de interesse foram abordados os tipos de prestação de

serviços, caracterizando cada uma delas: a) prestação direta, b) a prestação

indireta, mediante delegação por meio de concessão, permissão ou autorização

e c) a gestão associada, conforme preceitua os art. 8º e 9º, II, da referida lei.

A figura abaixo mostra a divisão e caracterização desses tipos de prestações,

conforme ilustrado no Estudo.

Figura 15 – Formas de prestação do serviços apresentadas pela Empresa Serrana



75

Em relação ao apresentado, o Estudo da empresa detalhou apenas as formas

de prestação indireta sob a forma de concessão e a gestão associada, onde

foram caracterizadas cada uma destas formas (e suas subdivisões), a seguir

explanadas:

A Proponente entendeu que sob a modalidade de prestação dos serviços

por meio de concessões públicas existe a possibilidade dos serviços

serem prestados com maior qualidade e eficiência pelo concessionário

privado, com a alocação de recursos públicos na ampliação e

modernização dos bens necessários. Também apontou que a falta de

fiscalização e de controle pelo Poder Público, para que se mantenham

cumpridas as regras estabelecidas no contrato administrativo são seus

pontos negativos;

No caso da gestão associada na forma de convênio, o Estudo destaca

que esta modalidade acaba apresentando traços muito próximos à

prestação dos serviços públicos na forma direta e descentralizada, pois é

o Poder Público quem prestará os serviços, através de uma estrutura de

outro ente da Federação, como ocorre com as concessionárias estaduais

de água e esgoto, agravando-se pelo fato que o conhecimento e a

experiência não ficam com a Administração Pública Municipal, na medida

em que estrutura pública alheia ao Município, de outro ente da

Federação, executará os serviços ofertados à população;

Sobre os consórcios públicos, a Proponente relata que estes mostram-se

como nova e importante ferramenta para a prestação dos serviços

públicos, onde o consórcio pode ser o prestador material do serviço

público ou seu mero gestor, permitindo, inclusive, que o consórcio

público celebre o contrato de concessão ou de PPP em nome dos entes

consorciados.

Diante das modalidades expostas, o Estudo conclui que as concessões

apresentam-se como principal alternativa para a universalização dos serviços

frente aos grandes investimentos necessários, em razão da maior eficiência e


76

agilidade da iniciativa privada na viabilização dos recursos financeiros e na

realização das obras fundamentais para satisfação do interesse público.

Finalizando o capítulo, a empresa apresenta ainda:

O atual prestador de serviços do Município de Três Barras, onde os

serviços de abastecimento de água são prestados pelo Serviço Autônomo

Municipal de Água e Saneamento Ambiental (SAMASA), sendo a

operação realizada pela empresa privada Serrana Engenharia LTDA;

As leis do município que tratam direta e indiretamente da prestação de

serviços aqui sob análise; e

A regulação dos serviços de saneamento no município, cabendo esta à

Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (ARIS), além da

incumbência da fiscalização dos mesmos em Três Barras.


No que diz respeito ao item “MODALIDADE INSTITUCIONAIS PARA PRESTAÇÃO

DOS SERVIÇOS”, a Empresa Solví Saneamento apresentou primeiramente o

objetivo da proposta de interesse manifestada pelo município, que contemplou

também os aspectos referentes aos regimes de prestação.

O Estudo ainda citou os tipos de intervenções que atinge a prestação dos

serviços, como: de natureza física, técnico-operacional, gerencial, político-

institucional e econômico-financeira.

Diante dessas colocações supracitadas e das diferentes modalidades existentes

no arcabouço jurídico, a empresa julga que a alternativa que reúne as melhores

condições de atendimento a requisitos fundamentais (regularidade,

continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na

prestação e modicidade tarifária) é o da Concessão dos Serviços de

Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário às empresas privadas e

suas variações que incluem as Parcerias Público-Privadas (PPP).


77

Por fim, a Proponente apresenta um quadro com um resumo dos eventos de

concessões privadas já realizados no Brasil nesse setor, constatando-se um

grande número desses eventos nos estados de Mato Grosso e São Paulo.


78

9 INDICADORES DE EVOLUÇÃO

Com o intuito de definir uma base de referência para avaliação futura da

evolução da situação dos sistemas de saneamento, são utilizados diversos

indicadores. Esses indicadores devem ser aplicados de forma sistemática,

mostrando o progresso de execução dos serviços, avaliando a eficiência e a

eficácia dos componentes de cada sistema, além de verificar se sua qualidade

atende às Normas e aos padrões vigentes e às expectativas dos usuários.

A proponente Solví Saneamento não apresentou indicadores de evolução em

seu Estudo. A seguir são analisados os indicadores apresentados pelas demais

proponentes.

9.1 JZ ENGENHARIA

A Proponente apresentou para o serviço de água, indicadores financeiros,

indicadores de desempenho técnico-operacional e indicadores de qualidade, ao

passo que, para o serviço de esgoto, indicadores financeiros e de desempenho

técnico-operacional.

No Estudo a Proponente ressalta que foram apresentados apenas os

indicadores de maior relevância. No entanto, o Índice de Atendimento de Água

(população atendida com abastecimento de água, expresso em %), que pode

ser considerado um indicador de extrema relevância, não foi relacionado.

Apesar disso, os indicadores apresentados para cada sistema são suficientes

para a averiguação das metas definidas, permitindo verificar a evolução da

qualidade dos serviços prestados.

9.2 SERRANA ENGENHARIA LTDA

A Proponente apresentou, tanto para o sistema de abastecimento de água

quanto para o sistema de esgotamento sanitário, indicadores relacionados aos

aspectos operacionais. Indicadores de qualidade e indicadores relacionados ao

aspecto financeiro não foram elencados.


79

Quanto aos aspectos operacionais, os indicadores apresentados são suficientes

para a averiguação das metas definidas, possibilitando averiguar a evolução da

qualidade dos serviços prestados.


80

10 APRESENTAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SUSTENTABILIDADE E EQUÍLIBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS

A elaboração de planejamentos e de projetos de engenharia deve ser precedida

de estudos de viabilidade técnica, social, ambiental e econômica. Considerando

que o projeto é viável, sob o ponto de vista técnico, social e ambiental, é

imprescindível a realização de estudos de viabilidade econômica, visto que,

normalmente, os custos envolvidos nos projetos de engenharia são bastante

elevados.

Na área de saneamento básico, a necessidade de estudos criteriosos de

viabilidade econômica ocorre em, praticamente, todos os projetos, por

envolverem somas elevadas de investimentos para suas implantações, como

também, custos acentuados de exploração, no que diz respeito às ações de

operação e manutenção das instalações físicas.

Os estudos de viabilidade econômica podem ser realizados por intermédio de

métodos de avaliação, os quais proporcionam respostas, representadas por

números, cujos valores subsidiarão a decisão de realização ou não de

determinado investimento correspondente ao projeto considerado. Os métodos,

ou indicadores, normalmente empregados nos estudos de viabilidade

econômica estão apresentados no item a seguir.

10.1 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA

Elencam-se 4 (quatro) métodos de avaliação:

I. Valor Presente Líquido (VPL): geralmente aplicado quando se deseja

comparar várias alternativas de projeto mutuamente excludentes. Todos os

benefícios e custos envolvidos no projeto, ao longo de seu alcance, são

transformados em valores presentes (instante zero). Dentro do critério de

maximização dos benefícios, a alternativa que oferecer o maior VPL

(benefícios menos os custos envolvidos) será a mais atrativa. Quando as

alternativas de projeto possuem os mesmos benefícios, aquela que


81

proporcionar o menor VPL dos custos envolvidos será a mais atrativa. A

expressão geral para a determinação do VPL pode ser definida pela

seguinte fórmula:

VPL = Benefícios (valor presente) – Investimentos – Custos (valor presente)

Para avaliação do VPL (exclusivamente financeira), tem-se:

VPL > 0 → atrativo;

VPL < 0 → não atrativo;

VPL = 0 → indiferente.

II. Valor Anual Líquido (VAL): da mesma forma que o VPL, o método do

VAL é indicado para comparar alternativas de projeto mutuamente

excludentes. O VAL é uma alternativa ao método do VPL. Todos os

benefícios e custos envolvidos no projeto, ao longo de seu alcance, são

distribuídos em valores uniformes anuais. A expressão geral para a

determinação do VAL pode ser definida pela seguinte fórmula:

VAL = VPL x FRC (fator de recuperação de capital)

Para avaliação do VAL (exclusivamente financeira), tem-se:

VAL > 0 → atrativo;

VAL < 0 → não atrativo;

VAL = 0 → indiferente.

III. Relação Benefício/Custo (B/C): relação entre todos os benefícios e

custos envolvidos no projeto, contabilizados numa mesma referência de

tempo (valores presentes ou anuidades). Para determinação da relação B/C,

para um determinado fluxo de caixa, basta dividir o valor presente dos

benefícios pelo valor presente dos custos.

Para avaliação da relação B/C (exclusivamente financeira), tem-se:


82

B/C > 1 → atrativo;

B/C < 1 → não atrativo;

B/C = 1 → indiferente.

IV. Taxa Interna de Retorno (TIR): é a taxa de juros que zera o Valor

Presente Líquido (VPL), ou anual (VAL), do empreendimento. É a taxa de

desconto que iguala o valor presente das receitas (benefícios) aos valores

presentes dos custos de investimento e operação do projeto. É um método

amplamente recomendável para analisar a viabilidade econômica de um

projeto isolado (por si mesmo), sem comparação com alternativas

excludentes.

Para avaliação da TIR (exclusivamente financeira), tem-se:

TIR > i → atrativo;

TIR < i → não atrativo;

TIR = i → indiferente.

Sendo, i = taxa de juros do mercado ou de referência.

Uma maneira de se avaliar a viabilidade através da TIR é compará-la com a

Taxa Mínima de Atratividade (TMA). A TMA é a expectativa mínima de

lucratividade em termos de taxas de juros, que se espera de um investimento.

Na prática a TMA pode ser considerada como a taxa de juros equivalente à

maior rentabilidade das aplicações correntes de pouco risco.

10.2 ESTUDO DA EMPRESA JZ ENGENHARIA

O Estudo apresentado pela Empresa JZ Engenharia utilizou para avaliação das

condições de viabilidade econômico-financeira dos serviços de saneamento

básico de Três Barras os métodos do Valor Presente Líquido (VPL) e da Taxa

Interna de Retorno (TIR), em virtude das vantagens expostas no item anterior.


83

O Estudo aponta como uma situação viável, para concessão dos serviços de

água e esgoto em Três Barras, uma Taxa Interna de Retorno (TIR) compatível

às Taxas Internas de Retorno de projetos similares na área de saneamento.

Diante do exposto, o Estudo estabeleceu dois cenários:

Cenário 1: considerando a manutenção da tarifa média de água atual

uniforme ao longo do período de projeto e a relação tarifa água/esgoto

equivalente a 50%, resultando num cenário não atrativo, em razão dos

resultados apresentados no Quadro 11.

Quadro 11 – VPL e TIR - Cenário 1 (JZ Engenharia) VPL DO PROJETO (Água + Esgoto) – Taxa

de Desconto = 10,00% (R$ x 1.000) TIR DO PROJETO (Água

+ Esgoto)

-19.925,46 1,73%


Cenário 2: diante do Cenário 1, o Estudo sugeriu uma recomposição da Tarifa

Média de Água no segundo e no terceiro de planejamento (15% em cada ano

citado) e alteração da Relação Tarifa Água/Esgoto de 50% para 100% a partir

no primeiro ano, mantendo-se esta estável até o último ano de projeto. O

resultado do Cenário 2 é apresentado no quadro que segue.

Quadro 12 – VPL e TIR – Cenário 2 (JZ Engenharia) VPL DO PROJETO (Água + Esgoto) – Taxa

de Desconto = 10,00% (R$ x 1.000) TIR DO PROJETO (Água + Esgoto)

2.398,83 10,82%


10.3 ESTUDO DA EMPRESA SERRANA ENGENHARIA

O Estudo da Empresa Serrana Engenharia também utilizou para avaliação das

condições de viabilidade econômico-financeira dos serviços de saneamento


84

básico de Três Barras os métodos do Valor Presente Líquido (VPL) e da Taxa

Interna de Retorno (TIR).

O Estudo considera que os investimentos na área de saneamento básico são

atrativos quando a Taxa Interna de Retorno (TIR) estiver próxima a taxa SELIC,

taxa esta, de acordo com o Banco Central (2014), encontrava-se em torno de

11,00% ao ano.


Cenário 1: considerando a manutenção da tarifa média de água atual


equivalente a 80%, resultando num cenário não atrativo, em razão do Valor

Presente Líquido (VPL) obtido. Ver Quadro 13.

Quadro 13 – VPL e TIR - Cenário 1 (Serrana Engenharia) VPL DO PROJETO (Água + Esgoto) – Taxa

de Desconto = 10,00% (R$ x 1.000)

TIR DO PROJETO (Água

+ Esgoto)

-1.122 9,25%


Cenário 2: diante do Cenário 1, o Estudo sugeriu uma readequação da

Relação Tarifa Água/Esgoto de 80% para 100% a partir no primeiro ano,

mantendo-se esta estável até o último ano de projeto. O resultado do Cenário 2

é apresentado no quadro que segue.

Quadro 14 – VPL e TIR – Cenário 2 (Serrana Engenharia) VPL DO PROJETO (Água + Esgoto) – Taxa


1.640 11,06%



85

10.4 ESTUDO DA EMPRESA SOLVÍ SANEAMENTO

O Estudo da Empresa Solví Saneamento, assim como das demais empresas

apresentadas, também utilizou para avaliação das condições de viabilidade

econômico-financeira dos serviços de saneamento básico de Três Barras os

métodos do Valor Presente Líquido (VPL) e da Taxa Interna de Retorno (TIR).

O Estudo considera que os projetos na área de saneamento básico são atrativos

quando a Taxa Interna de Retorno (TIR) não for inferior a 9,00% e o VPL maior

ou igual a ZERO (com taxa de 9,00% de desconto ao ano).


Cenário 1: considerando a manutenção da tarifa vigente de água


equivalente a 100%, resultando num cenário não atrativo, em razão dos

valores obtidos. Ver Quadro 15.

Quadro 15 – VPL e TIR - Cenário 1 (Solví Saneamento) VPL DO PROJETO (Água + Esgoto) – Taxa

de Desconto = 9,00% (R$ x 1.000) TIR DO PROJETO (Água

+ Esgoto)

-6.385 4,43%


Cenário 2: diante do Cenário 1, o Estudo sugeriu uma recomposição da tarifa

atual em 3,4% a partir do primeiro ano (o que, segundo a Proponente, igualaria

a tarifa praticada pela CASAN em Santa Catarina) e que os investimentos

necessários à implantação do sistema de esgoto no Distrito de São Cristóvão

seja de responsabilidade do Poder Concedente, cabendo a Concessionária

apenas a operação e a manutenção do SES naquela localidade (além do

Sistema Centro). O resultado do Cenário 2 é apresentado no quadro que segue.


86

Quadro 16 – VPL e TIR – Cenário 2 (Solví Saneamento) VPL DO PROJETO (Água + Esgoto) – Taxa


634 9,65%


10.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS ESTUDOS DE VIABILIDADE APRESENTADOS

Diante dos estudos de viabilidade, pôde-se concluir que, do ponto de vista

econômico-financeiro (atendendo toda a área urbana do município), a melhor

proposta é a da Empresa Serrana Engenharia, pois não estipula recomposição

tarifária real durante o período de concessão.

Faz-se necessário observar que o período de planejamento proposto pela

Empresa Solví Saneamento difere das outras duas empresas, sendo que a

mesma propõe um período de 30 (trinta) anos, enquanto as demais projetam a

concessão para 35 (trinta e cinco) anos, o que interfere diretamente nos

resultados da Taxa Interna de Retorno (TIR) e do Valor Presente Líquido (VPL),

visto que os investimentos mais volumosos são realizados nos primeiros anos

de concessão e que um período maior como concessionário possibilitaria um

maior retorno do dinheiro aplicado.


87

11 DEMAIS ASPECTOS APRESENTADOS NAS PROPOSTAS DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE

Serão considerados aqui os itens não comuns entre os estudos apresentados

e/ou específicos de cada Proponente (ou ainda itens não correlatos entre as

PMI’s), abordando os assuntos dissertados nas respectivas propostas de

manifestação de interesse.

11.1 JZ ENGENHARIA

A Empresa JZ Engenharia, em seu Estudo, elenca alguns assuntos de

importância relevante, perfazendo na apresentação dos aspectos legais

relacionados à prestação dos serviços (de saneamento) no município, a

proposta da Empresa para Três Barras, a exposição de um modelo de edital de

concessão (que poderia ser utilizado no certame a ser realizado), uma proposta

de minuta de contrato de concessão para prestação dos serviços e algumas

peças gráficas (como anexos) contendo a situação existente dos sistemas (água

e esgoto) bem como ao planejamento para os setores.

Inicialmente, no item denominado de “Análise Legal da Prestação de Serviço de

Três Barras”, a Proponente cita que a prestação dos serviços de abastecimento

de água e esgotamento sanitário é realizada de forma direta pelo Serviço

Autônomo Municipal de Água e Saneamento Ambiental de Três Barras

(SAMASA), o qual foi criado através da Lei Complementar nº 143/2010. Além

desta lei, outros dispositivos legais no setor também foram destacados, dentre

estes, a Lei Municipal nº 2.934/2010, que trata da Política Municipal de

Saneamento Básico. A Proponente apresentou ainda neste item a Agência

Reguladora Intermunicipal de Saneamento – ARIS, bem como sua função e

competência dentro do município, a qual realiza os serviços de regulação e

fiscalização dos serviços de saneamento em Três Barras (normatizado pela Lei

nº 2.982/2011).

Todo o grupo de instrumentos legais elencados no parágrafo anterior (e demais

instrumentos citados na PMI) é de grande relevância no entendimento da


88

situação legal dos serviços de saneamento em que o município encontra-se

atualmente, sendo observado satisfatoriamente pela Proponente.

Também foi exposto pela Empresa o item “Proposta para Três Barras:

Concessão Comum dos Serviços”. Neste, apontou-se, através de estudo de

viabilidade econômico-financeira, que o modelo mais interessante para a

prestação dos serviços (aqui discutidos) no município é o regime da concessão

comum, onde o risco da prestação dos serviços é da concessionária privada, a

qual deverá realizar todos os investimentos no prazo exigido no Plano Municipal

de Saneamento Básico.

No que tange ao SAMASA, a Proponente delineou (um cenário provável) sua

readequação mediante a concessão dos serviços (de água e esgoto), onde o

SAMASA funcionaria como Poder Concedente (designando a competência para

delegar os serviços para terceiros), atuando como importante organismo

funcional dentro da Administração Pública, diante das novas atribuições

decorrentes da concessão dos serviços públicos de abastecimento de água e

esgotamento sanitário.

Cabe citar, ainda, a apresentação no Estudo de um Modelo de Edital (como

forma de auxiliar na elaboração do processo de concessão proposto) e um

Modelo de Minuta de Contrato (para auxílio nas diretrizes contratuais a serem

definidas entre as partes).

Por fim, no item “Anexos”, algumas peças gráficas são apresentadas. Nestas, a

Empresa apresenta um retrato da situação atual do sistema de abastecimento

de água, assim como, de forma interessante, a permitir uma analogia,

apresenta a concepção proposta nos projetos existentes (ou em andamento)

para os sistemas de água e esgoto, bem como a concepção proposta pela

Empresa para ambos os sistemas.


89


Além dos assuntos já apresentados neste documento, produzidos pela Empresa

Serrana, outros temas foram elencados pela Proponente em sua Proposta

(PMI), contendo desde aspectos referentes ao Plano Municipal de Saneamento

Básico propriamente dito até a exposição de uma análise de risco do modelo

proposto para o município pela Empresa.

No item 6 da PMI, intitulado de “Ações para Emergência e Contingência”, a

Empresa, de forma a contribuir com o PMSB, apresenta algumas ações de

emergência e contingência que poderiam ser incluídas no Plano, além de

apresentar outros mecanismos que integram o conjunto de ações referentes ao

tema, inclusive com a adoção de uma tarifa de contingência para consumidores

que excederem os limites de consumo estabelecidos para racionamento de

água (quando este institucionalizado).

Outros temas levantados foram:

As Fontes de Financiamento dos Serviços de Saneamento:

citando os 4 (quatro) tipos existentes e suas aplicações e formas de

repasse;

A Proposta para Prestação dos Serviços: onde o conteúdo é similar

ao apresentado pela Empresa JZ Engenharia (item 11.1), ratificando o

modelo de concessão comum como a melhor alternativa para a

prestação dos serviços de água e esgoto de Três Barras e sugerindo

como seria a readequação administrativa do SAMASA. Além desses

aspectos, a Empresa elenca alguns modelos de concessão já

consagrados em Santa Catarina, assim como expõe os requisitos

necessários a serem constados no edital de licitação para concessão dos

serviços.

O Estudo ainda apresenta, de forma muito interessante, o item “Análise de

Risco do Modelo Proposto”, definindo parâmetros a serem analisados quanto ao

risco de negócios e a respectiva dimensão do grau de risco de cada parâmetro.


90

No item “Anexos”, a Empresa apresenta todas as plantas do projeto da rede

coletora de esgoto proposta para o município (muito bem detalhadas), uma

minuta de edital de concessão dos serviços de água e esgoto e uma minuta do

contrato de concessão dos serviços de água e esgoto (minutas sugeridas pela

Proponente em caso de realização do certame).


A Empresa Solví Saneamento, além do escopo já apresentado, discorreu outros

tópicos complementares ao conteúdo já analisado anteriormente.

O primeiro item destes citados refere-se ao subitem chamado de “Avaliação do

Impacto Ambiental das Alternativas” (componente do item “CARACTERIZAÇÃO

E DETALHAMENTO DAS INTERVENÇÕES PROPOSTAS” da PMI) onde foi

mostrado o objetivo desta avaliação e a identificação preliminar dos impactos

decorrentes da ampliação do sistema de água, bem como para implantação do

sistema público de esgoto. A metodologia empregada foi através de matriz de

identificação de potenciais impactos, sendo estes apresentados em quadros

relativos a cada setor, respectivamente.

Outro item a destacar, denominado de “Modelagem Jurídico-Institucional do

Projeto”, citou-se a concepção e a justificativa do modelo proposto, onde o

Estudo conclui a concessão comum como o modelo ideal. Ainda em relação à

modelagem apresentada, a Empresa detalhou outros componentes desta, a

seguir mencionados:

Os eminentes riscos contratuais num modelo de concessão comum,

expondo a redação (a ser proposta na minuta de contrato de concessão)

no que se refere aos investimentos e a obrigação da operação e

manutenção dos serviços, evidenciando as responsabilidades e os riscos

da concessionária e do Poder Concedente; e

A estrutura de garantias (de participação do certame e de contrato),

propondo critérios e percentuais a serem contemplados numa potencial

licitação de concessão.


91

Ao fim da Proposta de Manifestação de Interesse, a Proponente apresenta 7

(sete) anexos de forma a complementar e auxiliar o entendimento do proposto

pela empresa. Nesse sentido, planilhas orçamentárias do planejamento do

sistema de água e do sistema de esgoto foram apresentadas minuciosamente

(em nível de projeto), bem como o pré-dimensionamento (memorial de cálculo)

da estação de tratamento de esgoto a ser implantada. Fazem parte do corpo de

anexos também: as minutas de edital e de contrato de concessão, a Resolução

n° 30/2013 da Agência Nacional de Águas (ANA) referente a outorga do uso da

água do Rio Negro para abastecimento do Município de Três Barras e o Estudo

de Autodepuração elaborado pela Proponente (tendo o Rio Negro como ponto

de lançamento do esgoto tratado).


92

12 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A escolha de critérios para comparar diferentes projetos (estudos envolvendo

planejamento) deve ser feita com cuidado, pois, de acordo com o conjunto

escolhido, pode-se definir o resultado do processo de decisão entre as

alternativas disponíveis.

Os critérios aqui estabelecidos para escolha da melhor proposta de

manifestação de interesse, para os setores de abastecimento de água e

esgotamento sanitário de Três Barras, levarão em consideração os aspectos

técnico e ambiental, assim como o fator econômico-financeiro.

Diante do conteúdo exposto e analisado e com base nos critérios acima,

decidiu-se descartar, de forma inicial, a Proposta apresentada pela

Empresa Solví Saneamento, sendo tal decisão justificada a seguir:

O Estudo define que a implantação do sistema de esgotamento

sanitário (SES) no Distrito de São Cristóvão ficará a cargo do

Poder Concedente, cabendo à incumbência, por parte da Proponente,

somente a operação do SES naquela área;

Mesmo com o planejamento de implantação do sistema de esgotamento

sanitário apenas no Centro, a Empresa ainda estipula em seu Estudo (no

seu item de viabilidade econômico-financeira) um aumento da tarifa

no primeiro ano de concessão, de forma que a estrutura tarifária

fique equivalente à atualmente cobrada pela CASAN;

O Estudo apresentado pela Empresa não pontuou algumas

informações importantes em relação ao planejamento dos

setores (água e esgoto), como as datas de implantação de

determinadas intervenções, impossibilitando um melhor entendimento

quanto ao cronograma de execução das atividades;

Omissão da metodologia para determinação do consumo per

capita de água ao longo do período de planejamento, o qual ser

comporta no Estudo de forma variável, sem a apresentação de uma


93

justificativa (consumo decrescente nos cinco primeiros anos e crescente

nos demais anos de planejamento);

Não apresentação dos investimentos relativos à implantação de rede de

distribuição de água (devido ao crescimento vegetativo) ou referentes à

substituição de redes precárias (visando diminuir vazamentos e

consequentemente as perdas no sistema);

Não considerou ou quantificou as novas ligações e as ligações a serem

substituídas tanto para o setor de abastecimento de água quanto para o

sistema de esgotamento sanitário;

Não considerou as ações institucionais previstas no PMSB de

Três Barras, ações estas que são necessárias para que se forneça um

serviço de qualidade;

Inexistência de informações quanto à capacidade de tratamento (vazão

de projeto) da ETE, assim como da sua forma de implantação (em etapa

única ou de forma modular);

Não apontamento dos índices de atendimento anuais quanto à

cobertura do serviço de coleta e tratamento de esgoto (nem

mesmo indicando uma previsão de atendimento de cada sub-

bacia), impossibilitando, dessa forma, uma análise comparativa com os

índices estabelecidos no Plano Municipal de Saneamento Básico.

Descartada a Proposta da Empresa Solví Saneamento, procedeu-se a análise

comparativa entre as duas propostas restantes (JZ Engenharia e

Serrana Engenharia). A seguir, será apresentada uma analogia dos

estudos, a saber:

O planejamento exposto pelas empresas é semelhante quanto à

concepção dos sistemas (água e esgoto), sendo prevista (em ambas as

propostas) a independência do município quanto ao sistema de produção

de água (não dependendo mais do Município de Canoinhas) e o

atendimento integral da população urbana com sistema de coleta e


94

tratamento de esgoto, inclusive com a responsabilidade de cobrir todos

os custos necessários à implantação dos sistemas;

Em relação às metas de atendimento, registra-se que as duas empresas

propõem manter o atendimento pleno da população urbana (previsto no

Plano Municipal de Saneamento Básico) no que tange ao abastecimento

de água. No que concerne à universalização do serviço de

coleta/tratamento de esgoto na área urbana, a Empresa

Serrana apresenta uma proposta mais audaciosa do que a

apresentada pela Empresa JZ Engenharia (e também em relação

ao PMSB), alcançando a plenitude do atendimento no ano de

2027;

Quanto ao atendimento da zona rural de Três Barras com

serviços adequados de abastecimento de água e esgotamento

sanitário, pôde-se constatar que a única empresa que mencionou

tal atendimento, em seu planejamento, foi a Empresa Serrana

Engenharia;

O Estudo da Empresa Serrana Engenharia apresentou um maior

detalhamento do sistema de esgotamento sanitário proposto em

relação a outra Proponente, trazendo em seu Estudo: plantas de toda a

rede coletora a ser implantada; plantas, cortes e detalhes das estações

de recalque; perfil hidráulico e planta da urbanização da estação de

tratamento de esgoto; e detalhes do tipo de ligação predial;

Apesar de ambas as empresas proporem uma readequação da Relação

Tarifa Água/Esgoto para 100%, somente o Estudo de Viabilidade

Econômico-Financeiro da Empresa Serrana Engenharia não

planeja aumento real da estrutura tarifária para o período de

concessão, sendo menos onerosa ao usuário dos serviços;

Diante dos argumentos apresentados, a Empresa Premier Engenharia e

Consultoria concluiu que a Proposta de Manifestação de Interesse


95

apresentada pela Empresa Serrana Engenharia é a mais vantajosa (do

ponto de vista técnico, ambiental e econômico-financeiro) para o

Município de Três Barras.


96

13 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BRASIL / IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades. 2010. Disponível em:<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Acesso em: 18 dez.2014.

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MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Municipal Brasileiro. 16ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2008.

MINISTÉRIO DAS CIDADES - Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Nota Técnica SNSA Nº492/2010 – Resumo 01/2011. Brasília, 2011.

MOTA, Carolina. Saneamento Básico no Brasil – Aspectos Jurídicos da Lei Federal nº 11.445/07. São Paulo: Quartier Latin, 2010.

MPB ENGENHARIA. Sistema de Esgotamento Sanitário do Município de Três Barras/SC. Estudo de Concepção. Florianópolis/SC, 2012.

PREFEITURA MUNICIPAL DE TRÊS BARRAS/SC. Plano Municipal de Saneamento Básico de Três Barras. Três Barras, 2011.

SERRANA ENGENHARIA LTDA. Estudos de Viabilidade Técnica, Ambiental, Econômico-Financeira e Jurídica para os Setores de Água e Esgoto - Município de Três Barras/SC – Procedimento de Manifestação de Interesse. Joinville, 2014.

SOLVÍ SANEAMENTO. Manifestação de Interesse Nº 002/2014, para Apresentação de Estudos de Viabilidade Técnica, Ambiental, Econômico-Financeira e Jurídica, bem como Projetos que contenham Nível de Detalhamento Suficiente para Composição do Edital de Contratação de Parceria Público-Privada dos Sistemas de


97

Abastecimento de Água – SAA e Sistema de Esgotamento Sanitário – SES – do Município de Três Barras (SC). São Paulo, 2014.

anÁlise e parecer tÉcnico de estudos e … · anÁlise e parecer tÉcnico de estudos e...

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