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Avenida Brasil, 8247, Centro, Cascavel – Paraná Fones (45) 3037-2714 (45) 9833-3461
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DE MUNICÍPIO – PR
AUTOS: 0002491-79.2015.8.16.0083
Luciano Andrey Schädler, Engenheiro Civil, Professor Universitário de graduação e pós graduação, na condição de Assistente técnico da parte REQUERIDA EMP. TEC. E CONSTRUÇÕES LTDA, vem, por meio deste, mui respeitosamente:
Apresentar
PARECER
TÉCNICO
DE
ENGENHARIA
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SUMÁRIO
1. PRELIMINARES 3
2. OBJETO DOS TRABALHOS 3
3. LOCALIZAÇÃO DOS IMÓVEIS 3
4. PADRÃO CONSTRUTIVO DO EMPREENDIMENTO SEGUNDO A NBR 12721 6
5. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO DOS AUTORES 6
6. ANÁLISE E COMENTÁRIOS ACERCA DO PARECER TÉCNICO FORNECIDO PELO
ENG. REQUERENTE 6
7. ANÁLISE E COMENTÁRIOS ACERCA DA PROPOSTA N. 531 FORNECIDO PELO ENG.
REQUERENTE 74
8. CONCLUSÕES 78
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1. PRELIMINARES
Trata-se de ação ordinária com pedido liminar, proposta por CONDOMÍNIO DO EDIFÍCIO
REQUERENTE em face de REQUERIDA ________________________
____________________________LTDA.
Os autores alegam danos nas áreas comuns do condomínio supra e responsabilização pelos
mesmos da ré.
Vistoriei a edificação e eventuais danos vícios construtivos, examinei documentos à luz do
acervo normativo, da legislação pertinente, de instrumentos formais administrativos.
2. OBJETO DOS TRABALHOS
Os trabalhos tiveram por base as informações existentes nos Autos, inspeções “in loco” na
edificação objeto desse parecer, medições, levantamentos entrevistas, requerimentos aos
órgãos competentes, sendo seguidos tópicos emanados pelas normas técnicas brasileiras.
3. LOCALIZAÇÃO DO IMÓVEL
Rua ___________________________.
___________________________– Paraná
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4. PADRÃO CONSTRUTIVO DO EMPREENDIMENTO SEGUNDO A NBR 12721
Segundo os parâmetros utilizados para enquadramento do CUB “Especificações dos
acabamentos do projeto-padrão conforme a ABNT NBR 12721:2006”, a edificação objeto
desse parecer enquadram-se como:
Entre R8-N e R8-A
5. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO DOS AUTORES
O pedido dos autores IMPROCEDE jurídica e tecnicamente, conforme restará demonstrado
ao longo desse trabalho.
6. ANÁLISE E COMENTÁRIOS ACERCA DO PARECER TÉCNICO FORNECIDO PELO ENG.
REQUERENTE
Foi juntado ao processo o parecer técnico intitulado:
LAUDO TÉCNICO DAS PATOLOGIAS ENCONTRADAS EM
INSPEÇÃO ÀS ÁREAS COMUNS DO CONDOMÍNIO.
Autor:
REQUERENTE
Engenheiro Civil
CREA – ______________/D
Endereço do edifício: Rua ________________ .
______ - Cep. MUNICÍPIO – Paraná
O Eng. REQUERENTE ______________ em seu parecer técnico, forneceu inúmeras
informações, as quais tecerei considerações, jamais com o intuito de enfrentamento ou
contrariedade, mas visando o entendimento e a cooperação. Com o intuito de facilitar a
compreensão dessas exposições, os trechos extraídos do laudo do Eng. REQUERENTE estão
em preto, e, meus comentários, em azul.
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FACHADAS:
Representadas pelas fotos 03 à 60 do anexo I
1. Houveram várias alterações nas cores dos rejuntes aplicados nas fachadas. Este fato fica
muito evidente quando se olha para as regiões onde as cerâmicas azuis foram assentadas.
Isso demonstra falhas na administração da obra, que não orientou os funcionários da
construtora a aplicar sempre o rejunte de cor específica para cada cor de cerâmica, como era
de se esperar. Isso fica evidenciado nas fotos 09, 10 e 54.
CONSIDERAÇÕES:
O serviço de colocação de pastilhas não foi executado pela REQUERIDA. O serviço previsto
em contrato e, previsto no memorial descritivo era PINTURA. A imagem abaixo foi extraída
do Memorial Descritivo.
O condomínio decidiu que substituiria a pintura pelo revestimento com PASTILHAS
CERÂMICAS.
Alguns condôminos se posicionaram contra essa medida, como faz prova o e-mail abaixo:
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Não cabia à REQUERIDA questionar essa decisão, pois o regime contratado era de
ADMINISTRAÇÃOi. O condomínio contratou a empresa que executou o revestimento das
fachadas. Era o condomínio quem pagava os serviços de execução do pastilhamento. A
responsabilidade técnica, nesse caso, cabe à empresa que executou os serviços, ou até
mesmo, à empresa que executava as limpezas, pois, alguns procedimentos, tais como
utilização de produtos ácidos ou muito alcalinos ou ainda de hidrojateamento, encerram o
período de garantia. Vejamos o “Manual de Garantias”, documento desenvolvido pelo
Sinduscon-PA, com base na norma NBR 5674/99:
Analisemos os cuidados necessários:
O mesmo documento preceitua a periodicidade de inspeção:
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E ainda prescreve situações que acarretam perda da garantia:
Entre os fatores que provocam perda da garantia, temos reformas e limpeza que utilize
aplicação de produtos abrasivos e alcalinos. A imagem abaixo é de recibo emitido por
autônomo que efetuou limpeza e reforma no revestimento de pastilhas.
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Da mesma forma que na fachada, no hall de entrada o condomínio também efetuou
interferências, conforme fazem provas os recibos abaixo:
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Os recibos acima se referem ao Contrato de Empreitada firmado entre o Condomínio e
terceiros.
O contrato acima faz prova de que houve interferência na obra tal qual como foi entregue
originalmente.
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Vejamos trecho extraído de documento intitulado: “Manual do proprietário”1:
E ainda:
Além disso, o condomínio teria contratado pessoa física/jurídica para realizar assentamento
de pastilhas cerâmicas na fachada. Além de terem incorrido para a perda do direito de
cobrança sobre eventuais danos, ainda restou configurado o exercício ilegal da engenharia,
pois esse serviço é exclusivo de empresas/profissionais que tenham registro no CREA/PR. A
Lei n. 5.194, que regulamenta a profissão de engenharia assim prescreve:
E, ainda, o CREA-PR, em decorrência do ato 02/2006 do Confea:
1 Esse manual não foi fornecido pela REQUERIDA. Se trata de manual utilizado em empreendimento
realizado no estado de Santa Catarina.
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Não há que se falar de responsabilização da REQUERIDA, pois o regime de Contratação, para
acabamentos, era de ADMINISTRAÇÃO.
O regime de Administração diferencia-se do regime de Empreitada Global. No regime de
Administração, a mão de obra é responsabilidade da Contratante. Extraímos do site
http://www.felsberg.com.br/contrato-de-construcao-pelo-regime-de-administracao-ou-a-
preco-de-custo/
Logo, a Contratação de empresa sem registro no CREA para efetuar colocação ou reforma
na fachada, acarreta em Exercício ilegal da profissão.
A decisão abaixo é do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura que responsabilizou o
síndico por exercício ilegal da profissão.
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E, ainda, o CREA-PR, em decorrência do ato 02/2006 do Confea:
A atividade de Reforma de edificações e/ou adaptação de fachada necessita de
profissional/empresa com registro no CREA. Seu descumprimento pode acarretar em multa:
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http://www.sindiconet.com.br/27523/6/TiraDuvidas/Juridico/O-condominio-pode-ser-
responsabilizado-por-exercicio-ilegal-de-engenharia-por-contratar-pintores/?qs=1
Não se trata de simples pintura, mas de construção ou reformas de fachadas, que implica
em serviços de alta periculosidade.
Convicto da tese de responsabilização do condomínio por exercício ilegal da profissão,
requeri ao CREA-PR, posicionamento acerca da situação em tela. Vejamos a tratativa:
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O CREA-PR respondeu:
Logo, resta inconfundível a hipótese de que, o condomínio deva ser responsabilizado
tecnicamente pelo exercício ilegal da profissão.
O condomínio tentou imputar a culpa pelos danos do pastilhamento à Construtora, porém,
o preposto dessa, manifestou-se expressamente em contrário. Vejamos a ata da reunião
realizada dia 25 de junho de 2013:
O posicionamento do preposto da REQUERIDA, Senhor Eduardo, com relação ao
pastilhamento (item7), é de que não cabia à Contratada (REQUERIDA) realizar os serviços
pretendidos pela Contratante (Condomínio).
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....porém afirmou que a Construtora entende que a parte dela já foi feita...Se todo acima
não bastar, resta ainda tratar da decadência. A primeira reclamação feita pelo condomínio
à REQUERIDA foi realizada em Janeiro de 2013.
Os serviços foram prestados entre Janeiro e Março de 2012. Vejamos o quadro resumo das
notas fiscais:
E a reclamação foi realizada em:
NOTAS FISCAIS
ARQUIVO NÚMERO DATA EMIS. EMITENTE PRODUTO UD QTDE R$ UM. R$ TOTAL
nf 8.651-1 27/03/2012 TECNOCOLA AC-I 20KG TECNOSOFT SC 99,00 4,51 446,49
nf3 7.840-1 22/02/2012 TECNOCOLA AC-II 20KG TECNOSOFT SC 240,00 10,83 2.599,20
nf9 7.630-1 10/02/2012 SAINT-GOBAIN AC-I 20KG TECNOSOFT SC 99,00 4,25 420,75
nf9 7.630-1 10/02/2012 REJUNTE CINZA CLARO 1KG SC 10,00 23,58 235,80
nf11 7.074-1 20/01/2012 SAINT-GOBAIN AC-II 20KG TECNOSOFT SC 320,00 10,83 3.465,60
nf12 6.976-1 17/01/2012 SAINT-GOBAIN AC-I 20KG TECNOSOFT SC 99,00 4,25 420,75
nf13 41.547-4 24/01/2012 CECRISA CER. 20X20 QUARTER AZUL m² 943,92 16,90 15.952,25
nf14 41.548-4 24/01/2012 CECRISA CER. 20X20 QUARTER AZUL m² 943,92 16,90 15.952,25
nf15 41.546-4 24/01/2012 CECRISA CER. 20X20 QUARTER AZUL m² 702,24 16,90 11.867,86
nf16 41.137-4 14/01/2012 CECRISA CER. 20X20 QUARTER CINZA m² 857,28 14,55 12.473,42
nf21 41.138-4 14/01/2012 CECRISA CER. 20X20 QUARTER CINZA m² 943,92 14,55 13.734,04
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O Alvará de Habite-se fornecido pela PMMM data de 18/07/2012 e abrange o alvará de
construção n. ___/2008 para o edifício, com área de ______,47m² e o alvará de construção
n. ___/2012, relativo à ampliação, com área de __,75m². A inicial também comprova que a
entrega da totalidade do edifício ocorreu em “meados de 2012”2.
No documento intitulado “ATA 01 CONVENÇÃO DO CONDOMÍNIO”, que data de 18 de
dezembro, nada cita a respeito de reclamações ou defeitos. Portanto, resta comprovado
que, todos os defeitos tratados pela legislação como vícios aparentes, nessa ocasião já
estavam fulminados pelo instituto da decadência.
2 Trecho extraído da página 02 da Petição Inicial
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Da mesma forma, em 13 de janeiro de 2013, ocorreu nova reunião, onde, igualmente, não
se registrou nenhuma reclamação acerca de danos aparentes. Nessa data, já se passara,
praticamente, seis meses.
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Somente em 25 de janeiro é que há registro documental onde se registra a reclamação do
serviço de assentamentos de pastilha na fachada. Dano aparente, segundo as fotografias
apresentadas no parecer do Eng. REQUERENTE.
Logo, decorreram no mínimo dez meses de fato e seis meses a contar da data do habite-se,
da entrega dos serviços de revestimento da fachada até que fosse realizada a formalização
da reclamação.
Vejamos a tratativa do CDC (Código de Defesa do Consumidor):
Noventa dias, seja para vício aparente, seja para vício oculto.
Assim, mesmo que fosse imputada a culpa à Construtora, o que já figura como distorção,
pois não foi ela quem realizou a execução desses serviços, o direito à cobrança estaria
abarcado pelo instituto da decadência.
É importante trazer à baila, aprofundamento sobre a matéria temporal. Quando se trata de
prazos de garantias, prazos decadenciais ou prazos prescricionais devemos inicialmente
separar cada instituto separadamente para que possamos situar cronologicamente os fatos
e suas consequências. Elaborei o quadro abaixo:
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GARANTIAS CÓDIGO CIVIL-lei n. 10.406/2002 CDC-lei n. 8.078/1990
ESTÉTICOPAGOU-PERDEU (ART. 614 §1°) OU 30
DIAS APÓS VERIFICAÇÃO (ART. 614
7a180 dias, se convencionado (Art 18
§2°, art. 50 e art. 107)
APARENTE FUNCIONAL -7a180 dias, se convencionado (Art 18
§2°, art. 50 e art. 107)ESTRUTURAL 5 ANOS/ART. 618 -
ESTÉTICO -7a180 dias, se convencionado (Art 18
§2°, art. 50 e art. 107)
OCULTO FUNCIONAL -7a180 dias, se convencionado (Art 18
§2°, art. 50 e art. 107)ESTRUTURAL 5 ANOS/ART. 618 -
DECADÊNCIAS CÓDIGO CIVIL CDC
ESTÉTICOPAGOU-PERDEU (ART. 614 §1°) OU 30
DIAS APÓS VERIFICAÇÃO (ART. 614 90 dias (art 26-II)
APARENTE FUNCIONAL - 90 dias (art 26-II)
ESTRUTURAL 180 DIAS/ART. 618 § ÚNICO -
ESTÉTICO - 90 dias (art 26-II)
OCULTO FUNCIONAL - 90 dias (art 26-II)
ESTRUTURAL 180 DIAS/ART. 618 § ÚNICO -
PRESCRIÇÕES CÓDIGO CIVIL CDC
ESTÉTICO 10 anos (art. 205) 5 ANOS (ART. 27)
APARENTE FUNCIONAL 10 anos (art. 205) 5 ANOS (ART. 27)
ESTRUTURAL 10 anos (art. 205) 5 ANOS (ART. 27)
ESTÉTICO 10 anos (art. 205) 5 ANOS (ART. 27)
OCULTO FUNCIONAL 10 anos (art. 205) 5 ANOS (ART. 27)
ESTRUTURAL 10 anos (art. 205) 5 ANOS (ART. 27)
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O quadro acima traz, de forma clara e resumida, o posicionamento legal sobre os prazos.
A próxima consideração efetuada pelo Eng. REQUERENTE ______________ foi:
2. Foi constatada a falta de cerâmica em algumas regiões das fachadas, o que nos sugere
que estas cerâmicas se desprenderam das fachadas, devido provavelmente, à utilização da
argamassa colante após o seu tempo em aberto. Tempo em aberto é o período de tempo
que pode variar para cada fabricante de argamassa colante, mas, que deve ficar próximo a
20 minutos. Se, este período de tempo não for respeitado, e a cerâmica for assentada após
os 20 minutos do tempo em aberto, forma-se um filme de cor cinza claro na superfície dos
cordões da argamassa, impedindo que o processo de adesão da argamassa colante com a
cerâmica, se processe de maneira confiável e segura. Isso fica evidenciado nas fotos 33, 40
e 55.
CONSIDERAÇÕES:
Como já foi exaustivamente registrado, a atribuição da responsabilidade técnica não cabe à
REQUERIDA, que não executou os serviços. Além disso, a própria limpeza, caso tenha
utilizado produto químico, pode ter comprometido a qualidade do rejunte, e, em
consequência disso, a aderência da pastilha ao substrato.
3. Ainda, devemos considerar, que a argamassa colante que a construtora deveria ter
utilizado é a argamassa ACII. Esta argamassa tem características próprias para suportar
dilatações térmicas e gradientes térmicos, comuns em dias de sol, seguidos por
resfriamentos bruscos de temperatura.
CONSIDERAÇÕES:
Apesar de o Condomínio ter fornecido a mão de obra, quem forneceu os materiais foi a
REQUERIDA. Foram fornecidos 560 sacos de 20 Kg de Argamassa AC-II. Vejamos a notas fiscal
7.840-1
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E, a nota fiscal 7.074-1
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4. Outro fator a ser considerado, é a qualidade do emboço externo que deveria garantir a
ponte de adesão com a argamassa. Conforme o que prevê a NBR 8214 da ABNT, o traço
recomendado seria o que garante um consumo médio de cimento próximo dos 150 quilos
por metro cúbico de argamassa, com traço de 1:1:6 (cimento, cal hidratada e areia). Ainda,
conforme o que afirma a NBR 8214 da ABNT, vale lembrar, que o emboço necessita de um
intervalo de tempo para a sua cura, superior a 14 dias. Este período de tempo poderá ser
maior, conforme o acréscimo na espessura da argamassa aplicada. Antes deste prazo, o
processo de adesão da argamassa colante poderá ficar prejudicado, devido à evaporação da
umidade interna da argamassa do emboço que costuma carregar sais minerais e depositá-
los na superfície externa do emboço.
CONSIDERAÇÕES:
O Eng. REQUERENTE descreve com propriedade informações da NBR 8214. Entretanto,
depois de executado o emboço, sua eficiência somente pode ser aferida com ensaios, e,
mesmo assim, como uma razoável margem de erros.
5. Não ficou evidenciada nas fachadas, a criação de juntas de dilatação conforme o que
prevê a NBR 13755 da ABNT, que recomenda a execução de juntas de dilatação superficial
em fachadas com áreas iguais ou superiores a 24m², ou quando a fachada tiver comprimento
igual ou superior a 6 metros. Isso fica evidenciado nas fotos 29 e 31.
CONSIDERAÇÕES:
O Eng. REQUERENTE provavelmente se refere às juntas de dessolidarização, que estavam
previstas na NBR 13755 a cada 3,0m na horizontal e, a cada 6,0m na vertical.
Juntas de dilatação são tema de outra norma, a NBR 6118, que assevera:
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30,00 metros
6. Também pude constatar a falta de alinhamento vertical das faixas de rejunte, o que
evidencia falhas no acompanhamento e fiscalização dos serviços, e a falta de preparo da
mão de obra que executou o trabalho. Isso fica evidenciado nas fotos 05 e 07.
CONSIDERAÇÕES:
Vício aparente fulminado pela decadência e, executado por empresa diversa da REQUERIDA.
Mesmo assim, o Eng. REQUERENTE, enquanto assistente técnico do Condomínio pode fazer
todos os comentários técnicos que julgar necessário, porém, afirmar que há “falhas no
acompanhamento e fiscalização dos serviços, e a falta de preparo da mão de obra que
executou o trabalho” invade a esfera subjetiva quanto ao trato da metodologia de
construção da empresa. Tal afirmativa fere preceitos determinados pelo Conselho de Ética
do CREA-PR, que estabelece:
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b. referir-se preconceituosamente a outro profissional ou profissão;
c. agir discriminatoriamente em detrimento de outro profissional ou profissão;
Supor que houve falhas no acompanhamento e fiscalização dos serviços sem que se tenha
acompanhado os serviços é julgamento depreciativo.
7. Em algumas regiões das fachadas, aparecem formações de eflorescências. A eflorescência
é o depósito de sais minerais solúveis em água, que se depositam na superfície do
revestimento cerâmico. Os sais são transportados pelo fluxo de água que atravessa a placa
cerâmica. Este fluxo pode ser decorrente da má execução do rejunte das placas cerâmicas,
trincas e fissuras nas paredes e elementos estruturais, falhas nas vedações das esquadrias,
desprendimento de placas cerâmicas, falha na impermeabilização das áreas molhadas dos
banheiros, possíveis vazamentos nas tubulações hidráulicas, dentre outros. Isso fica
evidenciado nas fotos 37, 39, 41, 42 e 43
CONSIDERAÇÕES:
Nem a execução do pastilhamento da fachada, nem sua limpeza, nem os reparos efetuados
na mesma foram efetuados pela REQUERIDA.
8. Em algumas regiões das fachadas, houve a aplicação de cerâmica com cores diferentes
do padrão escolhido para os revestimentos. Cerâmicas de cor branca onde deveria ser
aplicada a de cor gelo, cerâmica azul escuro brilhante onde deveria ter sido aplicada a de
cor azul acetinado. Isso fica evidenciado nas fotos 10, 11, 12 16, 28, 36, 51, 54, 56 e 57.
CONSIDERAÇÕES:
Nem a execução do pastilhamento da fachada, nem sua limpeza, nem os reparos efetuados
na mesma foram efetuados pela REQUERIDA.
9. Foram constatados pontos de percolação de substâncias provenientes da diluição dos
materiais de impermeabilização com a água das chuvas nas regiões das floreiras. Isso
comprova que existem pontos de falhas na aplicação do rejunte e falhas na aplicação dos
produtos de impermeabilização. Isso fica evidenciado nas fotos 58 e 59.
CONSIDERAÇÕES:
Esse dano, além das causas apresentadas pelo Eng. REQUERENTE, também pode decorrer
de uso inadequado ou ainda falta de manutenção. Somente análises pormenorizadas podem
responder, com satisfatória clareza, essa questão. De qualquer forma, trata-se de vício
abarcado pelo instituto da decadência.
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A NBR 5674 posiciona-se a respeito da matéria:
Logo, vejamos:
“a) padrões de operação que assegurem a preservação do desempenho e do valor das
edificações ao longo do tempo;
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A norma conceitua manutenção rotineira como sendo aquela para a qual somente são
necessários equipamentos e pessoal permanentemente disponíveis nas edificações. E,
ainda, que, as inspeções devem ser feitas em intervalos regulares. E, prossegue, na
realização das inspeções devem ser consideradas as condições de uso e exposição ambiental
relevantes ao desempenho da edificação.
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10.Foi constatada que a mureta da divisa com o vizinho da esquerda possui altura de 65 cm.
A altura mínima permitida em divisas deve ser de 180 cm. Além de não observar este
parâmetro construtivo, a pequena altura apresentada nesta mureta transfere a região riscos
de queda por estar com dimensões inferiores à 110 cm, conforme o que consta na norma
NBR – 14718 e conforme Lei Nº 2498/96 art. 173 da ABNT. Foto 49.
CONSIDERAÇÕES:
A NBR 14718 trata de “Guarda-corpos para edificações”. Em nenhuma parte essa norma se
refere a muros.
A altura mínima de 1100 mm é do guarda corpo, mas a norma se refere até a muretas de
200mm de altura.
A Lei Nº 2498/96 art. 173 não é da ABNT, e sim da Prefeitura Municipal de MUNICÍPIO e, em
nenhum trecho refere-se a altura mínima de muros.
Segue a íntegra do art. 173:
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O art. 173 trata de terraços, balcões, varandas e outras. Não se trata de muro de divisa.
O Art. 2° da Lei n. 2498/96 – PMMM, inclusive assevera que, muros de divisa com até 1,20m
dispensam a apresentação de ART e de taxas de Alvará, o que, subentende da permissão
para execução com alturas inferiores.
11. Verificada que existe uma parede em alvenaria demolida com sobra de concreto no
terreno do vizinho da esquerda. Esta parede deveria ser reparada, e o excesso de concreto
e restos de madeira deveriam ter sido retirados deste local antes da entrega do edifício pela
construtora. Este fato retrata a falta de cuidado com a obra, má administração dos serviços
e o descaso com a propriedade e patrimônio dos vizinhos. Foto 46.
CONSIDERAÇÕES:
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Afirmar que, uma construtora com __ anos de experiência, nenhum registro de falta
disciplinar perante o CREA, atuou com “falta de cuidado com a obra, má administração dos
serviços e o descaso com a propriedade e patrimônios dos vizinhos”, caracteriza infração ao
código de ética da profissão.
12. Constatado tubo de captação de águas pluviais na lateral do muro de divisa mal
posicionado, tendo a sua outra extremidade avançando no terreno do vizinho. Este tipo de
instalação como podemos observar, evidencia a inexistência de sistema de
impermeabilização que impeça a penetração de umidade tanto na laje quanto na alvenaria
da mureta. Além do fato que o tubo que avança no terreno vizinho está totalmente irregular.
Fotos 44 e 45.
CONSIDERAÇÕES:
Tubo de captação de águas pluviais na lateral do muro de divisa mal posicionado não implica
necessariamente em “inexistência de sistema de impermeabilização”.
A afirmativa de irregularidade do tubo que avança no terreno vizinho carece de
fundamentação técnica, e, foi aprovada por vistoria da PMMM.
Isso não quer dizer que não esteja irregular, mas que, caso esteja, a PMMM divide
solidariamente a responsabilidade técnica pelo vício.
13.Foram constatados vários pontos onde ficam evidentes fissuras nos forros de gesso onde
aparecem infiltrações devido à entrada de água da chuva por falhas nos rejuntes das peças
cerâmicas. Fotos 34 e 35.
CONSIDERAÇÕES:
Serviço realizado por sub contratado. Se fosse imputado à Construtora ela teria o direito de
chamar a prestadora de serviços à lide, juntamente com a qual, dividiria a responsabilidade
técnica. De qualquer forma, é dano abarcado pelo instituto da decadência.
CAIXAS D’ÁGUA:
Representadas pelas fotos 61 à 72 do anexo I
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1. Evidenciadas várias fissuras na lajes e vigas da cobertura da caixa d’água. Estas fissuras
são provavelmente ocasionadas pela dilatação térmica. Esta patologia estrutural, foi
agravada pelo fato da construtora ter aplicado imprimação na cor preta, para
impermeabilizar a laje, não tendo o cuidado de proteger a superfície com um contra piso
com função de proteção térmico-mecânica, que teria a função de proteger a camada de
impermeabilização evitando a evaporação dos materiais voláteis e a consequente redução
das características de flexibilidade e da camada de impermeabilização, conforme prevê a
NBR 9574 da ABNT. Fotos 62 até a 69.
CONSIDERAÇÕES:
A NBR 9574 trata fixa as condições exigíveis na execução de impermeabilização, portanto,
ela é pré executiva e não pós. Já a NBR 9575, que aborda o tema sob o enfoque do projeto,
preceitua:
Ao contrário do que sugere o Eng. REQUERENTE, a norma recomenda o mínimo de
intervenção nos revestimentos sobrepostos a ela, com o intuito de se favorecer as
manutenções.
2. Foram verificados vários pontos de oxidação das armaduras das lajes de cobertura da
caixa d’água. Este processo de corrosão pode ter ocorrido pela pequena espessura de
recobrimento de concreto que deveria proteger as armaduras. Ainda, como um segundo
motivador desta patologia, um ao grau de porosidade do concreto acima do normal,
gerando espaços vazios de dimensões microscópicas, mas suficientes para reter e
possibilitar que a umidade do ambiente tenha contato com as superfícies das armaduras
dos elementos estruturais. Fotos 64, 67 e 68.
CONSIDERAÇÕES:
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O concreto foi fornecido por concreteira, que divide a responsabilidade técnica. Além do
mais, as fotos não demonstram sinais de que esteja ocorrendo corrosão. O condomínio tem
a obrigação de executar manutenções periódicas. O controle de fissuramento decorrente
de movimentação higroscópica do concreto é de responsabilidade dos usuários. As
espessuras das fissuras parecem estar dentro do limite autorizado pela norma NBR 6118.
3. Foram encontradas fissuras nas paredes de alvenaria, provocadas possivelmente pelo
elevado grau das dilatações térmicas que ocorrem na laje da cobertura das caixas d’água.
As causas destas dilatações já foram descritas anteriormente no item 1 acima. Fotos 71 e
72.
CONSIDERAÇÕES: O controle de fissuração provocadas por movimentação térmica é de
responsabilidade do condomínio. Decorre de parecer emitido em ocasião de vistoria técnica
periódica.
BARRILETE:
Representadas pelas fotos 73 à 80 do anexo I
1. Evidenciada má execução da fixação das tubulações, as passagens das tubulações pelas
lajes e paredes não receberam o devido preenchimento com argamassa de areia e cimento,
possibilitando a ocorrência de infiltrações, oxidação das armaduras e proliferação de mofo
e bolor devido à umidade. Fotos 74 e 75.
CONSIDERAÇÕES: O assistente utiliza a expressão “má execução”, que difere de “erro de
execução” pelo seu caráter discriminatório. As fotos 74 e 75 apresentam imagens que não
caracterizam patologias. É dano aparente envolvido pelo instituto da decadência.
2. Foi verificado a existência de uma tubulação de combate e prevenção de incêndios
atravessando a laje da escada e percorrendo o piso da escadaria. Também não é permitido
pelas normas de segurança, no espaço da escadaria enclausurada, a passagem de qualquer
tipo de tubulação.
CONSIDERAÇÕES:
A Instalação foi aprovada e vistoriada pelo Corpo de Bombeiros e pela Prefeitura Municipal,
esta, inclusive, forneceu o habite-se.
3. Foi registrada uma fissura no sentido diagonal na alvenaria de blocos cerâmicos que tem
origem provável em esforços provocados pela movimentação dos elementos estruturais
como pilares e vigas. Fotos 78 e 79.
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CONSIDERAÇÕES:
A fissura mostrada nas imagens das fotos 78 e 79 é passiva, não estrutural. Deve ser aplacada
com os serviços de manutenção.
PISO TÉRREO
Representadas pelas fotos 81 à 103 do anexo I
1. No projeto arquitetônico aprovado pela Prefeitura Municipal de MUNICÍPIO em
18/01/2012 sobre o nº de processo 204/12 consta uma rampa com largura de 100 cm onde
hoje existe uma escada que dá acesso à loja de plotagens. No projeto, o acesso para loja
seria através do pavimento térreo.
Portanto, a obra executada está em desacordo com o projeto aprovado pela Prefeitura
Municipal de MUNICÍPIO. Foto 83.
CONSIDERAÇÕES:
A discrepância acima pode ser corrigida com o “as built”, mas não gera necessidade de
reparação ou indenização. Não caracteriza dano, vício ou patologia. Sequer deprecia a
edificação.
2. O corredor de acesso à Loja _______________ apresenta largura de 83 cm entre o pilar
e a parede. No projeto arquitetônico aprovado pela Prefeitura Municipal de MUNICÍPIO,
consta uma largura de 100 cm. Portanto, a o projeto não foi obedecido. Fotos 84 e 85. Ainda,
vale ressaltar, que a largura mínima para circulação de pedestres deve ser de 120cm (ver
Tabela 2 NBR 9050/1994).
CONSIDERAÇÕES: A NBR 9050/1994 está cancelada.
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Também estão canceladas as NBR´s 9050/1995 e 9050/2004. Está em vigor a NBR
9050/2004, versão corrigida 2005.
Mesmo assim, a regra de largura mínima com 1,20m continua valendo (não mais na tabela
2)
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Mas cabe frisar que essa largura mínima é exigida em “rampas em rotas acessíveis”. Isso não
implica que todas as rampas tenham que possuir o mínimo de largura de 1,20m. Somente
quando não houver outra rota de acessibilidade.
3. Foi constatado que a tubulação dos drenos das duas floreiras não ficaram embutidas nas
alvenarias. A água das chuvas escorre pela cerâmica, deixando o local com má aparência.
Fotos 94 e 95.
CONSIDERAÇÕES: Não encontrei correspondente normativa exata sobre o assunto. Creio
que a norma que mais se aproxima de: “tubulação de dreno de floreira” seja a NBR 10844.
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Que preceitua:
Não fazendo, portanto, em nenhum momento, assertivas sobre embutimento em alvenaria.
Isso reduz o objeto da pretensão a seu aspecto puramente aparente, portanto, nem
funcional, nem estrutural e, sem amparo normalizado.
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4. Verificadas deficiências na aplicação dos rejuntes dos pisos, apresentando vários pontos
de falhas e mesmo a inexistência do rejunte na união das peças cerâmicas e de granito.
Provavelmente, foi utilizado ácido muriático (HCL) para a limpeza dos pisos. Este ácido, com
fortes características corrosivas, pode retirar ou desagregar o rejunte que une as peças
cerâmicas e de granito. Fotos 82, 91, 92, 102.
CONSIDERAÇÕES:
Possibilidade de mau uso. De qualquer forma, é vício aparente abarcado pela decadência.
ESCADARIA INTERNA
Representadas pelas fotos 104 à 127 do anexo I
1. Em toda a escadaria, foi constatada má execução dos serviços de revestimento com
argamassa de emboço, reboco e pintura. Fotos 108 até 120.
CONSIDERAÇÕES:
Informação subjetiva que carece de tecnicidade. Todas as imagens dão conta de aspectos
relacionados puramente com a estética, sem danos estruturais, logo, abarcados pelo
instituto da decadência.
2. Evidenciada má execução das fixações das tubulações de prevenção de incêndio,
conforme foi registrado nas fotos 121 e 122.
CONSIDERAÇÕES:
Informação subjetiva que carece de tecnicidade. As imagens não demonstram existência de
dano ou patologia. Novamente o Eng. REQUERENTE fez uso de afirmações depreciativas
acerca da construtora. Citou no comentário da foto 121: “Isto transfere ao trabalho aspecto
de desleixo e falta de inspeção da supervisão de obra por parte da construtora”.
3. Foram verificadas várias fissuras no sentido diagonal e horizontal nas alvenarias que tem
origem provável em esforços provocados pela movimentação dos elementos estruturais
como pilares e vigas. Fotos 123 até a 126.
CONSIDERAÇÕES:
As imagens sugerem que sejam trincas passivas não estruturais. Confirmando-se a hipótese,
são de fácil resolução. Controle de fissuração passiva é atribuição do usuário em
manutenção periódica.
HALL DOS ELEVADORES
Representadas pelas fotos 128 à 144 do anexo I
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1. Evidenciada em vários pavimentos, a instalação de rodapés cerâmicos, não obedecendo
o padrão do condomínio que é o rodapé de madeira pintado com tinta na cor branca. Isso
demonstra que a construtora não seguiu um padrão definido para a instalação dos rodapés.
Fotos 129, 136 e 144.
CONSIDERAÇÕES:
Não caracteriza dano ou patologia. É vício aparente superado pela decadência.
2. Verificado acabamento mal executado na pintura das paredes do hall de vários
pavimentos. É comum encontrar os rodapés com restos de tinta das paredes. Fotos 130 e
132.
CONSIDERAÇÕES:
Vício aparente fulminado pela decadência.
3. Em alguns locais, foi verificado a ausência da instalação dos rodapés de madeira. Isso
demonstra que não houve uma vistoria final por parte da construtora antes da entrega da
obra. Fotos 133 e 143.
CONSIDERAÇÕES:
Vício aparente fulminado pela decadência.
Afirmar que “Isso demonstra que não houve uma vistoria final por parte da construtora
antes da entrega da obra” é julgamento que afasta-se do papel de limitar-se ao aspecto
técnico do parecer. A emissão do alvará de habite-se configura, ainda que subjetivamente,
uma vistoria final.
4. Evidenciado em vários pavimentos, mal acabamento nos detalhes do forro de gesso. Fotos
133, 134 e 139.
CONSIDERAÇÕES:
Vício aparente fulminado pela decadência.
5. Verificado má execução das instalações elétricas no 4º andar. Os espelhos não foram
devidamente fixados às caixas de distribuição. Foto 140.
CONSIDERAÇÕES:
A informação quanto à “má execução das instalações elétricas no 4° andar” é subjetiva e
necessidade de especificidade e quantificação. A informação de que “Os espelhos não foram
devidamente fixados às caixas de distribuição”, apesar de objetiva é vício é aparente
abarcado pelo instituto da decadência.
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6. Evidenciado mal acabamento nas paredes do hall do 2º andar. A construtora não seguiu
o padrão de acabamento dos demais pavimentos. Foto 141.
CONSIDERAÇÕES:
A informação quanto à “mal acabamento nas paredes do hall do 2º andar. A construtora não
seguiu o padrão de acabamento dos demais pavimentos” é subjetiva e necessidade de
especificidade e quantificação. De qualquer forma, é vício aparente abarcado pela
decadência.
SUBSOLO II
Representadas pelas fotos 145 à 279 do anexo I.
1. Evidenciadas em todas as paredes do subsolo, infiltrações decorrentes da má execução
da drenagem vertical da superfície em contato com o solo em todo o perímetro do terreno.
É provável também que a captação das águas do subsolo que descem pelo lado externo das
paredes esteja obstruída por sedimentos. A foto 153, e 255 dentre outras fotos, demonstra
o que foi comentado.
CONSIDERAÇÕES:
A informação quanto às “infiltrações decorrentes da má execução da drenagem vertical da
superfície em contato com o solo em todo o perímetro do terreno” é subjetiva e necessidade
de especificidade e quantificação. A informação quanto à “É provável também que a
captação das águas do subsolo que descem pelo lado externo das paredes esteja obstruída
por sedimentos” remete à manutenção.
2. Verificados em vários pontos, a má execução dos acabamentos de pintura das paredes,
conforme registrado nas fotos 147 à 151e 243 dentre outras fotos.
CONSIDERAÇÕES:
A afirmativa quanto à “má execução dos acabamentos de pintura das paredes” é subjetiva
e necessidade de especificidade e quantificação. De qualquer forma, é vício aparente
abarcado pela decadência.
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3. Em várias regiões da laje e vigas do pavimento do subsolo I, aparecem fissuras com
infiltrações. Estas fissuras permitem que a percolação das águas de limpeza do piso do
subsolo I, trazendo consigo agentes químicos que aceleram o processo de oxidação das
armaduras, pondo em risco a estabilidade dos elementos estruturais que suportam as cargas
do pavimento. Além disso, a umidade constante do concreto acaba por acelerar o processo
de falência estrutural. Também foram evidenciados em vários pontos, um processo
acentuado de oxidação das armaduras que suportam o piso do subsolo I. Conforme
evidenciado nas fotos 166, 186, 234,272 e 273 dentre outras fotos. É uma patologia de
grande importância para a estabilidade dos elementos estruturais do edifício.
CONSIDERAÇÕES:
A fissuração se poderia evitar com a realização de Inspeção predial prevista pela NBR 5674
e de manutenção
Mesmo que não seja o caso acima ventilado, a NBR 6118 preceitua em seu sub item13.4.1:
E, ainda:
Por fim:
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A tabela 13.4 atribui o limite máximo permitido relativo à fissuração em 0,4mm.
A norma técnica brasileira NBR 6118 - Projetos de Estruturas de Concreto, que substituiu a
antiga NB1 - Projeto e Execução de Obras de Concreto Armado da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), regulamenta o cálculo estrutural dos elementos em concreto
armado, a confecção e controle de produção do concreto nas obras e usinas, a qualidade e
especificações do aço empregado na construção civil, as espessuras de recobrimento
mínimo das armaduras, o grau de porosidade máximo permitido na mistura de agregados,
suas características físicas e geométricas, características químicas do cimento e água de
amassamento. Mais recentemente, as características químicas e físicas da água de
amassamento foram normatizadas na NBR 15.900. É importante salientar os cuidados
relativos ao grau de retração admitido para os vários tipos de concreto, responsável pelo
aparecimento de micro-fissuras, que constitui em caminho aberto para a ação corrosiva da
atmosfera e precipitações pluviométricas, que sempre carregam elementos oxidantes que
podem vir a atacar a superfície das armaduras, aliadas a deficiências no desempenho da
camada de impermeabilização. Importantíssimo também é o controle através de
rompimentos de corpos de prova de concreto para se constatar a resistência mínima aos 28
dias de cura do concreto empregado na obra. Esta resistência é medida pela resistência
característica do concreto à compressão (fck).
CONSIDERAÇÕES:
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A tabela 13.4 da NBR 6118 atribui o limite máximo permitido relativo à fissuração em
0,4mm. E ainda, em outros trechos, trata de outros temas, como:
Logo, para se exigir garantia em situações de desacordo com prerrogativas normativas, há
que se realizar o conjunto de procedimentos estabelecidos, tais como as obrigatórias
inspeções.
O manual de garantias, desenvolvido pelo Sinduscon/PA estabelece:
O serviço perde a garantia se não houve Inspeção anual.
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Da mesma forma, ocorre a perda da garantia caso tenha ocorrido alguma das situações
acima. Vejamos trecho do documento intitulado “Manual do proprietário3”:
Da mesma forma, ocorre a perda da garantia caso tenha ocorrido alguma das situações
acima. Vejamos trecho do documento intitulado “Manual do proprietário4”:
3 Esse documento não foi fornecido pela REQUERIDA. O documento em tela foi elaborado e fornecido por uma construtora que executou um empreendimento no estado de Santa
Catarina, semelhante ao objeto da lide em apreço. Serve somente como exemplo.
4 Esse documento não foi fornecido pela REQUERIDA. É um exemplo. O documento em tela foi elaborado e fornecido por uma construtora que executou um empreendimento no
estado de Santa Catarina, semelhante ao objeto da lide em apreço. Serve somente como exemplo.
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E, ainda, o mesmo manual:
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FREQÜENTES CAUSAS DA OXIDAÇÃO DAS ARMADURAS:
O processo de oxidação das armaduras do concreto armado se dá por diferentes causas a
seguir:
1. Ausência de recobrimento mínimo das armaduras por camada protetora de concreto.
2. Umidade interna no concreto armado dos elementos estruturais, motivada por
infiltrações de agentes externos como a água das chuvas, vazamentos de tubulações das
instalações hidro sanitárias, evaporações e condensações nas superfícies afetadas pela
oxidação provenientes de ambientes saturados de umidade, atmosfera com elevado grau
de elementos de características oxidantes, agravadas pela ausência ou ineficiência de
mecanismos naturais ou artificiais de ventilação. Esta atmosfera é característica dos
subsolos enterrados como os subsolos do condomínio vistoriado.
3. Presença de agentes corrosivos nas proximidades das áreas das armaduras afetadas pela
corrosão.
4. Presença de atmosfera agressiva, proveniente dos gases gerados pelos escapamentos dos
automóveis, aliada à umidade natural existente nos ambientes de subsolo dos edifícios.
Ainda, como um terceiro motivador desta patologia, um ao grau de porosidade do concreto
acima do normal, gerando espaços vazios de dimensões microscópicas, mas suficientes para
reter e possibilitar que a umidade do ambiente tenha contato com as superfícies das
armaduras dos elementos estruturais.
CONSIDERAÇÕES:
O Engenheiro REQUERENTE expôs com propriedade as possíveis causas da corrosão.
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4. Constatadas várias trincas e fissuras no piso das garagens e circulação. A falta de critério
na definição e execução das juntas de movimentação, para garantir a liberação das
deformações do maciço de concreto do piso, na região próxima aos pilares, e em todo o
subsolo, permitiu o aparecimento de várias trincas e fissuras no piso. Também, não existem
caixas e rede de captação aparente das águas pluviais das periferias das cortinas. Com isso,
não é possível afirmar que o solo está drenado, impermeabilizado, e livre de umidade de
capilaridade proveniente do subsolo. Esta umidade confere ao concreto uma saturação
elevada de umidade. A saturação promove dilatações volumétricas. Com isso, aparecem
fissuras e trincas em profusão no piso, conforme evidenciado nas fotos 181 até a 185, 189,
190, dentre outras fotos.
CONSIDERAÇÕES:
Considero que as trincas e fissuras existentes no piso das garagens e circulação possam ter
outras causas, que não remontem somente à “falta de critérios na definição e execução das
juntas de movimentação”, que inclusive é afirmativa preconceituosa do assistente contra os
projetistas e executores do empreendimento.
5. Evidenciada a inexistência de ventilações naturais entre o piso do subsolo II e o subsolo I.
o piso do subsolo I deveria ter várias passagens abertas e liberadas para permitir a
movimentação da atmosfera agressiva criada pelos escapamentos dos automóveis. Uma
atmosfera sem a renovação do ar limpo de impurezas em suspensão, pode facilmente vir a
provocar acidentes gravíssimos, inclusive com risco de morte. Seria aconselhável estudar
locais onde seja possível a abertura de passagens nas lajes do subsolo I, para permitir e
garantir a ventilação natural dos subsolos.
CONSIDERAÇÕES:
6. Foi constatado em vistoria no local, que a locação dos espaços destinados às vagas de
garagem, não obedeceu o projeto aprovado pela Prefeitura de MUNICÍPIO. Existe um
número de vagas superior ao número que foi aprovado em projeto. A disposição das vagas
também não obedeceu à locação das vagas aprovada em projeto. Alguns condôminos
reclamaram que não é possível utilizar o seu espaço de garagem, porque se as utilizarem,
não haverá espaço suficiente para as manobras dos veículos.
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CONSIDERAÇÕES:
O condomínio tem autonomia para adequar as distribuições das vagas das garagens.
7. Encontrados restos de sacos plásticos envolvidos no concreto das lajes em vários locais.
Provavelmente este material plástico ficou preso ao concreto na fase de construção do
prédio. Isso evidencia que a construtora não teve o devido cuidado com a limpeza e
organização do local de trabalho. Fotos 232 e 233.
CONSIDERAÇÕES:
O Eng. _____________utiliza linguagem preconceituosa e afirmativas ofensivas contra a
capacidade de gerenciamento dos profissionais da Construtora. Utilizar um fato isolado, tal
qual relatado acima, para generalizar como “não teve o devido cuidado com a limpeza e
organização do local de trabalho” extrapola a sua prerrogativa enquanto assistente técnico
restrito às considerações técnicas.
8. Evidenciada tubulação de captação de águas de limpeza do subsolo I sem o devido
cuidado no acabamento do entorno da tubulação. Além disso, ar armaduras não estão
protegidas contra oxidações. O que demonstra falta de cuidado na execução da obra. Fotos
152, 226 até 228.
CONSIDERAÇÕES:
A mesma situação em que um fato isolado é utilizado para generalizar uma suposta situação
de falta de cuidado na execução da obra.
RAMPA DE ACESSO AOS SUBSOLOS
Representadas pelas fotos 280 à 294 do anexo I.
1. Rampa de acesso ao subsolo II com altura livre de 194 cm. Esta altura de pé direito está
abaixo das normas previstas nos parâmetros construtivos, que é de 240 cm, conforme lei --
----/--- ; art.15 que substituiu o art.--- da Lei -----/-- (código de obras) que dispõe o seguinte:
os compartimentos deverão ter pé direito de 2,4 metros (dois metros e quarenta
centímetros) - Secretaria de Urbanismo da cidade de MUNICÍPIO. Foto 281.
CONSIDERAÇÕES:
A exigência somente se efetiva à parte correspondente à área mínima obrigatória para o
compartimento. O §2° da referida Lei permite exceções.
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Além do que, a Prefeitura Municipal emitiu o alvará de habite-se após vistoria. No mínimo,
ela seria parte na culpa, se houvesse, em se tratando de responsabilização.
2. Evidenciadas infiltrações decorrentes da má execução da drenagem vertical da superfície
em contato com o solo em todo o perímetro do terreno. É provável também que a captação
das águas do subsolo que descem pelo lado externo das paredes esteja obstruída por
sedimentos. A foto 284 demonstra o que foi comentado.
CONSIDERAÇÕES:
Há que se chegar a um determinante antes de afirmar que houve má execução. O próprio
assistente admite a hipótese de obstrução por sedimentos, o que, caracterizaria, falta de
inspeção/manutenção.
3. Verificado o desnível entre a rampa de acesso ao Subsolo II e o piso do Subsolo I com
possibilidade de provocar acidentes. Fotos 288 e 289.
CONSIDERAÇÕES:
Desníveis de piso são normalizados pela NBR 15575-3 e pela NBR 9050. Vejamos a primeira:
A norma recomenda sinalização que se garanta a visibilidade do desnível.
Quanto a NBR 9050:
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A mesma trata de “rotas acessíveis”, portanto é específica e não, generalista.
Obviamente, que, trechos entre a rampa de acesso ao Subsolo II e o piso do Subsolo I, não
se reportam ao caso.
Em se tratando de cadeirantes, para os quais, inclusive, a NBR 9050 foi elaborada, o edifício
dispõe de elevadores.
4. Trincas no piso da rampa de acesso ao Subsolo II com desgaste acentuado do concreto.
Evidenciando possível baixa resistência superficial do concreto. Não existem estrias
superficiais no piso para melhorar o atrito dos pneus com o piso. Portanto, constantemente,
os moradores têm dificuldade de movimentar os veículos na ascensão do subsolo II ao
subsolo I. Fotos 290, 292 e 294.
CONSIDERAÇÕES:
A resistência do concreto tem que ser aferida por ensaios em laboratório. Quanto às
medidas que visam aumentar o índice de abrasão do piso, as mesmas também são de
responsabilidade do condomínio.
5. Inexistência de ventilação natural no portão de acesso às garagens. Quando o portão está
fechado, a entrada de ar para os subsolos fica impedida. Somado à ausência de ventilação
natural nas lajes dos Subsolos I e térreo, criando uma atmosfera insalubre e altamente
perigosa. Sugerimos a abertura de ventilações no portão urgentemente. Foto 293.
CONSIDERAÇÕES:
O projeto foi aprovado junto ao Corpo de Bombeiros. Inclusive tendo ocorrido vistoria por
parte do técnico habilitado. Medidas que visam, inclusive, atenuar desconfortos ou
insalubridade, também são de responsabilidade do condomínio.
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6. Em várias regiões da laje e vigas do pavimento do térreo, aparecem fissuras com
infiltrações. Estas fissuras permitem que a percolação das águas de limpeza do piso do
térreo, trazendo consigo agentes químicos que aceleram o processo de oxidação das
armaduras, pondo em risco a estabilidade dos elementos estruturais que suportam as cargas
do pavimento. Além disso, a umidade constante do concreto acaba por acelerar o processo
de falência estrutural. Também foram evidenciados em vários pontos, um processo
acentuado de oxidação das armaduras que suportam o piso do térreo. Conforme
evidenciado nas fotos 285 até a 287 e a 291.
CONSIDERAÇÕES:
A NBR 6118, conforme já foi relatado anteriormente, estabelece parâmetros máximos para
fissuras.
O limite permitido, nesse caso, é de 0,4mm.
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SUBSOLO I
Representadas pelas fotos 295 à 446 do anexo I.
1. Evidenciadas em todas as paredes do subsolo, infiltrações decorrentes da má execução
da drenagem vertical da superfície em contato com o solo em todo o perímetro do terreno.
É provável também que a captação das águas do subsolo que descem pelo lado externo das
paredes esteja obstruída por sedimentos. As fotos 297 até a 300, 318 e 319, dentre outras
fotos, demonstra o que foi comentado.
CONSIDERAÇÕES:
Novamente, além do emprego de linguagem discriminatória “má execução da drenagem”,
o Eng. REQUERENTE admite a hipótese de obstrução por sedimentos, o que caracteriza falta
de manutenção.
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2. Em várias regiões da laje e vigas do pavimento do térreo, aparecem fissuras com
infiltrações. Estas fissuras permitem que a percolação das águas de limpeza do piso do
térreo, trazendo consigo agentes químicos que aceleram o processo de oxidação das
armaduras, pondo em risco a estabilidade dos elementos estruturais que suportam as cargas
do pavimento. Além disso, a umidade constante do concreto acaba por acelerar o processo
de falência estrutural. Também foram evidenciados em vários pontos, um processo
acentuado de oxidação das armaduras que suportam o piso do subsolo I. Conforme
evidenciado nas fotos 303, 304, 309 e 310 dentre outras fotos. É uma patologia de grande
importância para a estabilidade dos elementos estruturais do edifício. A norma técnica
brasileira NBR 6118 - Projetos de Estruturas de Concreto, que substituiu a antiga NB1 -
Projeto e Execução de Obras de Concreto Armado da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), regulamenta o cálculo estrutural dos elementos em concreto armado, a
confecção e controle de produção do concreto nas obras e usinas, a qualidade e
especificações do aço empregado na construção civil, as espessuras de recobrimento
mínimo das armaduras, o grau de porosidade máximo permitido na mistura de agregados,
suas características físicas e geométricas, características químicas do cimento e água de
amassamento. Mais recentemente, as características químicas e físicas da água de
amassamento foram normatizadas na NBR 15.900. É importante salientar os cuidados
relativos ao grau de retração admitido para os vários tipos de concreto, responsável pelo
aparecimento de micro-fissuras, que constitui em caminho aberto para a ação corrosiva da
atmosfera e precipitações pluviométricas, que sempre carregam elementos oxidantes que
podem vir a atacar a superfície das armaduras, aliadas a deficiências no desempenho da
camada de impermeabilização. Importantíssimo também é o controle através de
rompimentos de corpos de prova de concreto para se constatar a resistência mínima aos 28
dias de cura do concreto empregado na obra.
CONSIDERAÇÕES:
As afirmações feitas pelo eng. REQUERENTE devem requerem prova por meio de análise de
projetos e laudos de ensaios emitidos por laboratórios.
FREQÜENTES CAUSAS DA OXIDAÇÃO DAS ARMADURAS:
O processo de oxidação das armaduras do concreto armado se dá por diferentes causas a
seguir:
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5. Ausência de recobrimento mínimo das armaduras por camada protetora de concreto.
6. Umidade interna no concreto armado dos elementos estruturais, motivada por
infiltrações de agentes externos como a água das chuvas, vazamentos de tubulações das
instalações hidro sanitárias, evaporações e condensações nas superfícies afetadas pela
oxidação provenientes de ambientes saturados de umidade, atmosfera com elevado grau
de elementos de características oxidantes, agravadas pela ausência ou ineficiência de
mecanismos naturais ou artificiais de ventilação. Esta atmosfera é característica dos
subsolos enterrados como os subsolos do condomínio vistoriado.
7. Presença de agentes corrosivos nas proximidades das áreas das armaduras afetadas pela
corrosão.
8. Presença de atmosfera agressiva, proveniente dos gases gerados pelos escapamentos dos
automóveis, aliada à umidade natural existente nos ambientes de subsolo dos edifícios.
Ainda, como um terceiro motivador desta patologia, um ao grau de porosidade do concreto
acima do normal, gerando espaços vazios de dimensões microscópicas, mas suficientes para
reter e possibilitar que a umidade do ambiente tenha contato com as superfícies das
armaduras dos elementos estruturais.
CONSIDERAÇÕES:
3. Constatadas várias trincas e fissuras no piso das garagens e circulação. A falta de critério
na definição e execução das juntas de movimentação, para garantir a liberação das
deformações do concreto do piso, na região próxima aos pilares, e em todo o pavimento,
permitiu o aparecimento de várias trincas e fissuras no piso. Fotos 313 até a 317, dentre
outras fotos.
CONSIDERAÇÕES:
Há que se chegar a um determinante antes de afirmar que houve “falta e critério na
definição e execução das juntas de movimentação”.
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4. Evidenciada a inexistência de ventilações naturais entre o piso do subsolo I e o térreo. O
piso do térreo deveria ter várias passagens abertas e liberadas para permitir a
movimentação da atmosfera agressiva criada pelos escapamentos dos automóveis. Uma
atmosfera sem a renovação do ar limpo de impurezas em suspensão, pode facilmente vir a
provocar acidentes gravíssimos, inclusive com risco de morte. Seria aconselhável estudar
locais onde seja possível a abertura de passagens nas lajes do térreo, para permitir e garantir
a ventilação natural dos subsolos.
CONSIDERAÇÕES:
Após a liberação efetuada pela PMMM e pelo CB, esse tipo de modificação, desde que
acompanhada por um técnico habilitado, cabe ao Condomínio. Somente se os moradores
estivessem recebendo agora esses serviços e, os mesmos não tivessem sido aprovados junto
aos órgãos competentes, seria o caso de responsabilização da construtora.
5. Foi constatado em vistoria no local, que a locação dos espaços destinados às vagas de
garagem, não obedeceu o projeto aprovado pela Prefeitura de MUNICÍPIO. Existe um
número de vagas superior ao número que foi aprovado em projeto. A disposição das vagas
também não obedeceu à locação das vagas aprovada em projeto. Alguns condôminos
reclamaram que não é possível utilizar o seu espaço de garagem, porque se as utilizarem,
não haverá espaço suficiente para as manobras dos veículos.
CONSIDERAÇÕES:
6. Em todas as lajes do térreo, na região frontal do edifício, existem pontos de infiltração e
consequentemente, oxidações das armaduras das lajes. Isso demonstra que existem muitas
infiltrações nos setores descoberto das lajes do térreo, conforme demonstram as fotos 341
até a 347 dentre outras fotos.
CONSIDERAÇÕES:
As imagens demonstram fissuração em estágio inicial, acompanhada de eflorescência. Pode
ter sido em decorrência de erro de projeto ou execução, entretanto é inequívoco que
também houve falha de manutenção.
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7. Verificados em vários pontos, a má execução dos acabamentos de pintura das paredes,
conforme registrado na foto 360, dentre outras fotos.
CONSIDERAÇÕES:
Vício estético, aparente, abarcado pelo instituto da decadência.
8. Mau acabamento nas demarcações das vagas de garagens. A pintura das faixas foi feita
sem cuidado. Isso demonstra que não houve acompanhamento técnico na execução dos
serviços. Fotos 369 e 370, dentre outras fotos.
CONSIDERAÇÕES:
Vício estético, aparente, abarcado pelo instituto da decadência.
9. A vaga 504 está presa pelo pilar, evidenciando que a demarcação das vagas atuais não
segue projeto original aprovado pela Secretaria de Urbanismo da Prefeitura de MUNICÍPIO.
Foto 382.
CONSIDERAÇÕES:
As vagas têm que serem remarcadas. A partir do momento que o condomínio recebe a
edificação, lhe é repassado autonomia para resolução de assuntos administrativos.
10. Piso com sobras de argamassa na vaga 603. Isso demonstra que não houve
acompanhamento técnico na execução dos serviços. Foto 385.
CONSIDERAÇÕES:
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Vício estético, aparente, abarcado pelo instituto da decadência.
11. Armaduras cortadas, aparentes e oxidadas na laje do pavimento térreo sobre a vaga 503.
Evidenciada tubulação de captação de águas de limpeza do térreo sem o devido cuidado no
acabamento do entorno da tubulação. Além disso, em outros locais, as armaduras não estão
protegidas contra oxidações. Existem ainda, infiltrações entorno das tubulações. Isso
demonstra que não houve acompanhamento técnico na execução dos serviços. Foto 390
até 394, 397, dentre outras fotos.
CONSIDERAÇÕES:
A afirmação de que “não houve acompanhamento técnico na execução dos serviços” é
discriminatória. O fato de haver um dano não implica necessariamente que o
empreendimento não contava com o acompanhamento de seus gestores/executores.
Outros fatores podem ter ocasionado os defeitos.
As oxidações relatadas estão em estágio inicial e podem facilmente serem tratadas. Falha
com relação às vistorias e manutenções previstas em normas.
12. Sobras de madeira da forma quando da concretagem da laje do piso do térreo sobre a
vaga 301. Foto 399.
CONSIDERAÇÕES:
13.Armaduras expostas e oxidadas sem o recobrimento mínimo de 2,5 centímetros de
concreto. Foram utilizadas sobras de blocos cerâmicos e gesso no preenchimento das
passagens elétricas, onde deveria ser utilizado apenas concreto. O gesso tem a propriedade
de acelerar o processo de oxidação das armaduras, portanto em hipótese alguma, deveria
ter sido utilizado para este fim. Laje do pavimento térreo sobre a vaga 801. Fotos 442 até a
445.
CONSIDERAÇÕES:
Não se tratam das mesmas regras da NBR 6118. Instalações elétricas possuem regramento
estabelecido pela NBR 5410, que estabelece:
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14.Fissura no encontro da viga e alvenaria na parede do elevador evidenciando má execução
do encunhamento e adesão com argamassa expansiva da alvenaria na superfície inferior da
viga. Foto 446.
CONSIDERAÇÕES:
A fissura relatada pode ser proveniente de dilatação diferenciada entre a alvenaria e o
concreto armado. Não caracteriza necessariamente “má execução”. Se trata de dano
estético, não estrutural.
CONCLUSÃO:
Após analisadas as patologias relatadas e que estão aparentes, e as patologias que estão
documentadas através das fotos, posso afirmar que o edifício necessita de reparos em
relação a todos os problemas e vícios apontados ao longo deste documento, pois há falhas
na execução dos respectivos projetos e erros construtivos evidentes.
CONSIDERAÇÕES:
As falhas apontadas são praticamente todas elas estéticas aparentes e, nem todas elas
foram decorrentes de execução de mão de obra fornecida pela REQUERIDA. Outras
empresas/pessoas prestaram serviço ao condomínio, tanto na construção, como na limpeza
e como em reformas.
Os serviços foram acompanhados por muitos dos condôminos, tiveram seus projetos
aprovados nos órgãos competentes, os quis, inclusive, vistoriaram os locais para emissão de
certificados, alvarás de conclusão, habite-se, conformidade, etc. no mínimo, todos esses
órgãos e profissionais envolvidos (projetistas, executores, vistoriadores, enfim, qualquer um
que tenha fornecido documento previsto na Lei 5.194/66 em seu Art. 7º, que, de uma ou de
outra forma, tenha sido partícipe do empreendimento, são co-responsáveis.
O Alvará de Habite-se fornecido pela PMMM data de 18/07/2012 e abrange o alvará de
construção n. ---/20-- para o edifício, com área de -----,47m² e o alvará de construção n. ---
/2012, relativo à ampliação, com área de --,75m².
A edificação, para ter amparo legal, no que tange à procedência dos pedidos, deveria ter
sido objeto de vistorias anuais e manutenção periódica, conforme previsto nas normas 5674
e 15575.
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De qualquer forma, todas as reclamações já foram abarcadas pelo instituto de decadência
previsto no CDC.
Ademais, recomenda-se urgentemente intervenções no sistema de impermeabilização do
piso do térreo e de manutenção especializada nas armaduras que já apresentam elevado
grau de corrosão nas vigas e lajes dos pavimentos dos dois subsolos. O contra piso do
subsolo I, apresenta vários pontos de desplacamento e desgaste acentuado. O contra piso
deverá ser substituído. Deverão ser executadas juntas de dilatação no contra piso do subsolo
I e no piso do subsolo II que permitam dissipar as tensões geradas pelo trafego dos veículos
e movimentações estruturais.
CONSIDERAÇÕES:
Todos os sistemas comprometidos devem ser revisados e, se for o caso, substituídos. Cabe
apurar responsabilidade, cumprimento de procedimentos normativos e prazos. Entretanto,
a prova, conforme rege o art. 333 do código de processo civil, cabe ao autor. Vejamos.
No entanto, o CDC (código de defesa do consumidor, em seu art. 6°, permitiu que, em
determinadas circunstâncias, fosse invertido o ônus, cabendo o mesmo, ao fornecedor.
Vejamos:
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Entretanto, o legislador, manteve de forma clara e inequívoca, duas condições:
verossimilhança e hipossuficiência. A primeira refere-se a inquestionabilidade dos fatos, ou
seja, quando não paira dúvida sobre o mesmo, e, a segunda, quando o autor não dispõe de
suficiência técnica nem financeira. Quanto à verossimilhança, atesto que paira dúvida sobre
a alegação do Eng. REQUERENTE de que “o contra piso deverá ser substituído”, pois, para
que fosse tomada essa decisão, o autor deveria apresentar laudo de análise de projetos e
ainda ensaios de laboratório que comprovassem que o piso não atendeu às especificações
previstas.
Quanto à hipossuficiência técnica, não é possível sua aplicação pois o condomínio possui
assistente técnico.
Quanto à hipossuficiência financeira, não é possível sua aplicação pois o condomínio objeto
da lide em discussão, obviamente, possui recursos suficientes para arcar com provas
periciais.
Logo, todo e qualquer pedido de reparo/substituição por parte da assistência técnica de
engenharia do condomínio, que, implique em dúvida acerca de seu desempenho, eficiência
ou atendimento às prescrições técnicas (normativas ou administrativas), deverá
NECESSARIAMENTE, ser provido das respectivas PROVAS, ou seja, laudos de ensaios ou
documentos similares que, atestem de forma inequívoca a necessidade de
reparo/substituição.
A direção do condomínio deverá providenciar com urgência os reparos estruturais
necessários, através da contratação de uma empresa especializada para solucionar as graves
evidências de desgaste das armaduras pela oxidação, citados neste laudo técnico.
CONSIDERAÇÕES: A pauta “reparos estruturais necessários” é controversa. Sua qualificação
e quantificação dependem de estudos e análises aprofundados.
Não evidenciei nenhuma grave evidência de desgaste das armaduras pela oxidação. Vistoriei
um edifício aqui em Cascavel há duas semanas e, conforme mostrado nas imagens abaixo,
aqui sim, posso chama-las de graves.
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Vejamos outro caso ainda, de edificações por mim vistoriadas:
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Com isso, de forma alguma quero subdimensionar o problema, ou até mesmo alegar que
nada deva ser realizado. Entretanto, se deve, nesse caso, ouvir os profissionais envolvidos,
principalmente o calculista estrutural e, que, engenheiros especialistas em cálculo estrutural
e segurança dêm seus pareceres baseados em procedimentos normativos. O CDC é
extremamente exigente contra o fornecedor. Vejamos:
Se, segundo as normas legais, existe dano, não importa se houve dolo ou culpa
(responsabilidade objetiva). O consumidor é, dessa forma, amparado pela lei. No entanto,
quando se tratam de prazos para agir, todos os diplomas são, da mesma forma, igualmente
severos. O legislador estipulou prazos a serem cumpridos e, determinou de forma clara e
objetiva, portanto, sem margens às interpretações. O código de defesa do consumidor
estipulou:
Tratam-se de regras que, em caso de descumprimento, fulminam o direito à pretensão
(garantia). Vejamos o código civil:
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Nesse aspecto, o diploma estabelece o prazo irredutível de cento e oitenta dias para
propositura de ação contra o fornecedor. Ou seja, em termos de garantia, CDC e CC são
unânimes (cinco anos), porém, em termos de decadência, o primeiro estabelece o prazo
último em 90 (noventa) dias e, o segundo, em 180 (cento e oitenta) dias. O condomínio não
obedeceu nenhum dos prazos.
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Estas providências se fazem urgentes e necessárias, para garantir a segurança das pessoas
que frequentam as dependências do edifício, bem como, restabelecer as condições normais
de estabilidade estrutural do prédio.
CONSIDERAÇÕES:
Ao prescrever: “Estas providências se fazem urgentes e necessárias, para garantir a
segurança das pessoas que frequentam as dependências do edifício, bem como,
restabelecer as condições normais de estabilidade estrutural do prédio” a impressão que se
passa é que o prédio está com ameaça de desabamento. Essa afirmativa é absolutamente
depreciativa acerca do trabalho dos demais profissionais que estiveram envolvidos, desde
calculistas, executores, vistoriadores, etc.
O Eng. REQUERENTE não apresenta argumentos baseados em análise de projetos, ensaios
laboratoriais ou trabalho desenvolvido por equipe multidisciplinar, que, seria, o mínimo
necessário para atestar a estabilidade da edificação.
Ao menos, pelo que restou demonstrado em seu parecer técnico, suas análises se pautaram
em inspeção visual.
Ainda, foi verificado no subsolo II, alturas de pé direito livre entre o piso e a viga, no pé da
rampa, que estão abaixo da cota mínima de 240 centímetros. Portanto, não atende a lei
3375/2007; art.15 que substituiu o art.135 da Lei 2498/96 (código de obras) que dispõe o
seguinte: os compartimentos deverão ter pé direito de 2,4 metros (dois metros e quarenta
centímetros) - Secretaria de Urbanismo da cidade de MUNICÍPIO.
CONSIDERAÇÕES:
A exigência somente se efetiva à parte correspondente à área mínima obrigatória para o
compartimento. O §2° permite exceções.
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Constou na inicial:
A afirmativa que “poderá vir a ocasionar graves problemas de suporte de cargas de
compressão e tração do solo em relação às fundações do edifício” deve ser vista como um
positivo alerta, entretanto, é prudente que o assistente técnico do condomínio o embase
com fundamentação em análise de projetos, ensaios “in loco” e laboratoriais acerca da
metodologia empregada, dos materiais bem como onde foi exatamente que os profissionais
envolvidos erraram.
Ainda na inicial:
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Conforme restou demonstrado, com base em informações extraídas das notas fiscais, o
material utilizado era de boa qualidade, sendo: Argamassa Tecnoflex AC-II, Saint-Gobain;
Conforme também restou demonstrado, com base em informações extraídas das notas
fiscais, o material utilizado era de boa qualidade, sendo: Pastilhas CECRISA/PORTINARI;
Não cabe, portanto a alegação de que hajam sido empregados materiais de qualidade
inferior. Pois, se tratam de fornecedores conceituados que, inclusive publicam ensaios de
eficiência de seus produtos. Vejamos:
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A argamassa testada (mesmo tipo e marca que a utilizada na obra objeto desse parecer),
obteve em ensaios efetuados por empresa credenciada para tal. Nele, o índice de “Tensão
Média de Aderência”, ensaio que afere a resistência ao arranchamento da pastilha na
parede, obteve a média de 1,6 Mpa. A norma exige o mínimo de 0,5 Mpa. Portanto, o
produto alcançou mais de 3 (três) vezes a resistência mínima exigida por norma.
Com relação às pastilhas cerâmicas foi requerido via e-mail, em 15 de Abril de 2015, após
contato telefônico, à fabricante que envie, se for do seu interesse, representante para
acompanhar o recolhimento de amostra do produto que será ensaiado.
Portanto, o julgamento antecipado, pode conduzir a erros, que, certamente seriam evitados
caso se utilize do acervo procedimento normativo. Se os ensaios apurarem que o produto
não atingiu as recomendações normativas, então a fabricante, poderá responder pelas suas
falhas.
Entretanto, como o condomínio extrapolou o prazo decadencial, deve-se aguardar decisão
do magistrado para a efetiva realização dos ensaios.
Outros pedidos aduzidos na inicial, mas que foram extraídos do laudo fornecido pelo
assistente técnico do condomínio:
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Como já foi fartamente demonstrado, todas as intervenções somente devem ser efetuadas
após estudos conduzidos por profissionais que apresentem laudos e pareceres embasados
em análises dos projetos e ensaios realizados “in loco” e em laboratórios.
As garagens foram vistoriadas e aprovadas tanto por técnicos da Prefeitura Municipal
quanto por técnicos do Corpo de Bombeiros. A sua troca depende de deliberação do
condomínio, às suas expensas. O pedido não tem amparo legal pois refere-se a serviço cujo
prazo está amputado por caducidade.
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A requerente perdeu o direito ao pedido acima por vários motivos:
a) Todos os prazos foram abarcados pelo instituto da decadência;
b) A requerente não efetuou as inspeções/manutenções nos prazos exigidos pelas normas
pertinentes;
c) A requerente interviu nos serviços através de empresas de limpeza e reformas;
d) A requerida não efetuou o serviço de execução da colocação de pastilhas na fachada;
f) Os serviços foram vistoriados e liberados pelos órgãos competentes.
7. ANÁLISE E COMENTÁRIOS ACERCA DA PROPOSTA N. 531 FORNECIDO PELO ENG.
REQUERENTE/REQUERENTE ENGENHARIA
Passarei agora às análises acerca da proposta de preços fornecida pelo eng. REQUERENTE.
Meu objetivo, de forma alguma, é contestar os valores apresentados, mas sim, a
metodologia pelo qual se chegou a esse valor, sendo que, em se tratando de processo
judicial, no qual se encontram litigiosamente condomínio e construtora, há que se trilhar
não apenas os caminhos fornecidos pela coleção de normas que pertinem à matéria
orçamentária, como também as técnicas reconhecidamente conhecidas e revestidas de
eficiência, enfim, aceitas e aclamadas pela comunidade técnica de engenharia.
A NBR 14653-2, que trata de avaliações de imóveis urbanos, estabelece critérios para
elaboração de orçamentos e quantificações. O grau III, mais rigoroso, exige que sejam
elaborados orçamentos, no mínimo sintético e, quando é o caso de reformas/reparos,
calculada por levantamento do custo de recuperação do bem.
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A empresa apresentou proposta sem detalhamento mínimo para apreciação da outra parte.
Sem esse nível de aprofundamento, que inclua inclusive, quantificação do BDI, não há
nenhuma possibilidade de se tecer julgamento técnico apropriado.
Vejamos o modelo apresentado pela proponente:
Sugiro que o orçamento, seja ele fornecido por qualquer empresa com a qual o condomínio
deseje cotar, siga os seguintes padrões técnicos:
PLANILHA DE SERVIÇOS - CONSTRUÇÃO CIVIL
Munic.:_______________ - PR.
Projeto:REFORMA EM EDIFÍCIO ÁREA TOTAL DE 22.855,76m2
Local:PARQUE______, LOTE __, QUADRA ___ - ________________ - PR.
DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOSUNID QUANT
(a)
unitário
(b)
parcial
(c = a . b)subtotal R$ M. Obra R$ Materiais *Notas
11 REFORMA E SUBSTITUIÇÃO DE PISOS, RODAPÉS, SOLEIRAS E PEITORIS 253.830,17
11.1 PISOS 249.497,24
11.1.1 Armadura em tela soldada de aço CA 60 B m² 2.103,16 5,45 11.462,22 1.146,22 10.316,00
11.1.2 Aterro apiloado manualmente m³ 519,79 16,00 8.316,64 7.900,81 415,83
11.1.3 Lastro de pedra britada apiloada manualmente, e=5cm m² 2.463,03 2,83 6.970,37 2.091,11 4.879,26
11.1.4 Lastro de concreto simples com impermeabilizante, e=5cm m² 359,87 28,50 10.256,30 3.076,89 7.179,41
11.1.5 Base de concreto fck=25MPa c/ micro-fibra de aço - 20 Kg/m³ - p/ Piso de , e=10cm m² 2.103,16 78,00 164.046,48 16.404,65 147.641,83 Concreto usinado
11.1.6 Piso de cimento alisado, e=2cm m² 2.103,16 12,00 25.237,92 2.523,79 22.714,13 Concreto usinado
11.1.7 Regularização de piso com argamassa de cimento e areia, traço 1:4, e=2cm m² 770,47 8,90 6.857,18 685,72 6.171,46 Concreto usinado
11.1.8 Piso cerâmico liso de 1ª assentado em pasta de argamassa colante, inclusive rejunte m² 594,55 27,50 16.350,13 4.905,04 11.445,09
11.2 DEGRAUS, RODAPÉS, SOLEIRAS E PEITORIS 4.332,93
11.2.1 Rodapé de cerâmica, h=7 cm, assentado com argamassa mista m 292,73 9,20 2.693,12 1.346,56 1.346,56
11.2.2 Soleira de granito, e=2cm, assentado com argamassa mista m² 19,98 43,00 859,14 85,91 773,23 Serviço terceirizado
11.2.3 Peitoril cerâmico, l=15cm, assentado com argamassa mista m 22,36 21,40 478,50 143,55 334,95
11.2.4 Peitoril em argamassa de cimento e areia, e=5cm, largura até 25cm, inclusive formas m 93,55 3,23 302,17 90,65 211,52
PREÇO (R$)
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Expressos detalhadamente em planilhas de serviços, onde os preços são apurados a partir
da especificação detalhada, levando-se em conta os seguintes fatores, dispostos em
colunas:
1. Item;
2. Serviço;
3. Unidade;
4. Quantidade;
5. Preço unitário;
6. Preço parcial;
7. Sub total;
8. Preço parcial referente à mão de obra;
9. Preço parcial referente a materiais;
10. Eventuais notas/esclarecimentos.
Seguindo a mesma lógica de eficiência orçamentária, cada serviço deve ser “esmiuçado”,
que, em linguagem de engenharia, quer dizer: Composição de preços unitários, conforme
apresentado na planilha abaixo, onde, no exemplo abaixo apresentado, para 01 (um) metro
quadrado de colocação de azulejo, são necessários os seguintes insumos:
1 – 3,00 horas de trabalho de um azulejista;
2 – 0,55 horas de trabalho de um servente;
3 – 0,02 m³ de argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia, traço 1:2:8;
4 – 1,10m² de azulejo esmaltado liso;
5 – 0,25 Kg de cimento branco não estrutural.
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Por sua vez, seguindo o caminho de apresentação de um orçamento quantitativo sob o qual
não paire dúvidas, na esteira do exemplo acima, deve-se apresentar a composição unitária
da produção de 1 (um) m³ de argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia, traço 1:2:8.
Vejamos:
Esse “desdobramento” dos serviços deve seguir até que se chegue aos insumos unitários.
Por último, deve-se apresenta o cronograma físico financeiro dos serviços. É mostrado
abaixo um modelo:
É evidente que, projetos, memoriais, contratos e outros instrumentos são utilizados, porém,
em meu entendimento, o mínimo necessário, em se tratando de orçamento quantitativo,
são esses acima mostrados, ou seja, orçamento detalhado, composição unitária de custos e
cronograma físico financeiro.
7. CONCLUSÕES
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a) O serviço de execução de pastilhamento foi executado às expensas da REQUERIDA.
A responsabilidade cabe à empresa executora. Caso ela não possua registro no CREA-
PR, a responsabilidade cabe ao condomínio por exercício ilegal da profissão;
b) Os danos no pastilhamento podem ter ocorrido em função de limpeza com produtos
químicos e hidrojateamento;
c) A reforma executada no pastilhamento bem como os serviços de
acabamento/modificação no hall de entrada do edifício cancelaram a garantia dos
mesmos;
d) O Condomínio tinha a obrigação de contratar técnicos que efetuassem vistorias
periódicas no edifício. Nessas vistorias seriam apontadas as necessárias
manutenções para preservação dos direitos. Sua omissão acarreta em perda de
garantia;
e) Alguns serviços são de competência do próprio condomínio, por exemplo, a decisão
acerca de abertura de vão no portão de acesso à garagem;
f) Todos os serviços que obtiveram licença junto aos órgãos competentes, ou que
foram realizados por empresas sub contratadas, geraram corresponsabilidades dos
mesmos (Prefeitura, Corpo de Bombeiros);
g) As afirmativas depreciativas sobre a condução dos trabalhos realizados na ocasião
da construção do edifício implicam em responsabilização por falta de ética perante
o conselho de classe;
h) A afirmativa de que há a necessidade urgente de reestabelecer a estabilidade
estrutural da edificação gera desconforto dos ocupantes bem como implica em
responsabilização por falta de ética perante o conselho de classe;
i) Todos os pedidos da autora esbarram em prazos decadenciais elencado nos
diplomas legais Código civil e Código de Defesa do Consumidor;
j) Sugiro que a proposta apresentada nos autos seja complementada por instrumentos
consagrados da técnica orçamentária, tais como: orçamento analítico detalhado,
composição unitária dos custos e cronograma físico financeiro.
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Cascavel/PR, 19 de Abril de 2015
Luciano Andrey Schädler
Engenheiro Civil