anÁlise do espaÇo luis viana filho como fator de aderÊncia a prÁtica de atividades fÍsicas por...

58
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO/ CAMPUS II ALAGOINHAS CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA CLEIDISON MACHADO SANTANA ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS Alagoinhas 2011

Upload: gepefelunebalagoinhas

Post on 24-Jun-2015

1.347 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

CLEIDISON MACHADO SANTANA

TRANSCRIPT

Page 1: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO/ CAMPUS II – ALAGOINHAS CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

CLEIDISON MACHADO SANTANA

ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR

DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

Alagoinhas 2011

Page 2: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

CLEIDISON MACHADO SANTANA

ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR

IDOSAS

Monografia apresentada ao curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade do Estado da Bahia – Campus II. Como requisito para obtenção do grau de Licenciado em Educação Física. Orientador: Prof. Dr. Mauricio Maltez Ribeiro. Coorientador: Prof. Dr. Francisco José Gondim Pitanga.

Alagoinhas 2011

Page 3: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

A

Jeová, Deus querido e adorado, por tanta ternura, compaixão, sabedoria e proteção.

A Maria Alice Machado, vó querida e amada, por me ensinar uma filosofia de vida.

Page 4: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

AGRADECIMENTOS

São tantos e tão especiais...

Ao soberano senhor Jeová, criador do céu e da terra, obrigado Deus por tudo, só o

senhor sabe o quanto labutei até chegar aqui. E ao seu filho amado Jesus Cristo.

A Maria Alice, amada vó, pela criação e filosofia de vida que me ensinas-te.

A Maria Davina Machado, Dona Didi, bisavó materna, única e inesquecível em

minha vida, sinto muitas saudade.

A Lucinalva e Alonso pelo o dom da Vida.

A Larissa e Thiago, irmãos maternos, espero que um dia sigam o meu exemplo

nesse sentido.

A Acydalia, vó paterna, e a todos os meus irmãos paternos, tios e tias, primos e

primas, sobrinhos e sobrinhas, enfim, a toda a galera de Saubara – Bahia. Saudade

de vocês.

A Jorge, grande tio, em muitos momentos grande pai.

A Cristiane, tia querida, e aos meus primos Rafael e Andrey.

A todos da minha família, apesar de tantas divergências sempre foi à base de tudo.

Ao meu neném, Michelle, grande amor da minha vida, obrigado por tudo. E a toda a

sua família: seu Manoel, dona Valdelice e seus irmãos Danielle e Jadyson.

Aos meus AMIGOS Cristãos de Salvador: Edison, Edilson, Evanilson, Rodrigo,

Ubirajara, Zelito e ao meu primo Anderson. Muitos babas bons e momentos de paz e

alegria tivemos.

Page 5: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

A Dona Célia, Rubens, Jessé e Amós, por me acolher na cidade de Entre Rios-Ba,

quando sair de Salvador-Ba no momento em que tanto precisei de um lar, em um

lugar mais próximo da Universidade. Muitos momentos bons lá vivenciei e tantas

pessoas especiais e inesquecíveis tive o prazer de conhecer. Aqui deixo minha

singela homenagem e gratificação.

A república Prison Break, por me acolher ainda no 1º semestre quando sair da

cidade de Entre Rios-Ba e vim para Alagoinhas-Ba. Obrigado a todos vocês que

fizeram parte dessa família.

A atual república Parque Floresta, pela a amizade e boa convivência: Álvaro, André,

Marcelo, Marcus, Max Danilo e Moreno.

A turma 2007.2, em especial aos meus queridos colegas que aqui estão: André

Rodrigues, Helder Josué, Raimundo Júnior, Raul Carneiro, Rodrigo Barros. E aos

desistentes: Carlos Henrique, João Gabriel, Leo Henry, Paulo (cabeça), Paulo Lobo

e Sergio Rios. Equipe do mal, sempre juntos e misturados. Um enorme carinho

tenho por todos vocês.

A professora Doutora Mônica Benfica, por me ajudar, enquanto havia tantas dúvidas,

a escolher o tema que se encaixaria melhor ao que estava escrevendo para a

realização da Monografia.

A singular Cintia, mestre em Excel, paciente e atenciosa ao me ajudar a tabelar os

dados.

A Mauricio Maltez Ribeiro, Professor Doutor, orientador querido sempre tão

atencioso, exemplo de profissional que desejo seguir, obrigado por acreditar em mim

e no meu projeto.

Ao inoxidável Francisco José Gondim Pitanga, Professor Doutor, coorientador,

obrigado por tudo.

A Universidade do Estado da Bahia (UNEB), pelo o apoio, a infraestrutura, a

Page 6: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

qualidade e simpatia dos seus professores, pesquisadores e funcionários.

Aos meus amigos do movimento estudantil e a todos que fizeram parte do diretório

acadêmico “debater para evoluir” gestão 2009/2010.

A todas as caronas concedidas no trajeto Universidade-Centro e Alagoinhas-

Salvador.

A todas as senhoras que eu apliquei o questionário, pela confiança e pelo tempo

concedido.

A todos que fizeram e fazem parte da minha história e vida. Muito obrigado por

possibilitarem essa experiência enriquecedora e gratificante, da maior importância

para o meu crescimento como ser humano e profissional.

Page 7: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

Somos o que fazemos, mas somos

principalmente o que fazemos para

mudarmos o que somos.

Eduardo Galeano

Page 8: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

RESUMO

Esse estudo com características descritivas e abordagem quantitativa, teve por objetivo analisar o Espaço Luís Viana Filho localizado na cidade de Alagoinhas/BA como fator de aderência a pratica de atividades físicas por idosas. A amostra não probabilística foi composta por 30 idosas, freqüentadora do espaço estudado, com a média de idade de 60,2 ± 4,9 anos. Foram aplicados questionários estruturados e os dados obtidos foram analisados utilizando-se a estatística descritiva. Os resultados evidenciam que a renda familiar do grupo estudado é relativamente alta, dos que recebem mais que três salários mínimos somam-se 37%. Mostra que as idosas aderem um exercício em busca de: saúde 23%, bem-estar 22%, qualidade de vida com 22%, auto-estima com 21% e estética com 12%, haviam dez opções que também foram citadas, sendo nesse estudo delimitada as cinco prioridades. Em relação à atividade que pratica no local 100% respondeu caminhada e sobre a distância da residência da praticante até o espaço na sua maioria 63% consideraram pouca. Sobre os fatores que poderiam contribuir para uma maior aderência no espaço foram encontrados: boa segurança por todo o percurso 28%, boa condição e manutenção dos equipamentos de ginástica e musculação 20%, profissional de saúde presente 18%, boa iluminação 18% e pouca distância da residência para o espaço 16%, haviam treze opções sendo delimitadas as cinco prioridades. Perguntado se prefere outro espaço 73% responderam que não, se pensam em desistir da atividade física 100% responderam que não e se já notaram algum beneficio da pratica da atividade física regular 100% responderam que sim. Os resultados apontam que a adoção de um estilo de vida ativo, e ainda mais, num espaço que incentive sua aderência, é uma importante estratégia para a promoção da atividade física, saúde e qualidade de vida durante o processo natural do envelhecimento. Palavras-chave: Aderência, Idosas, Atividade Física.

Page 9: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

ABSTRACT This study of descriptive characteristics and quantitative approach, aimed at assessing the Space Luis Viana Filho in the city of Alagoinhas / BA as a factor in adherence to physical activity for older adults. The non-probabilistic sample was composed of 30 elderly, who frequents the area studied, with a mean age of 60.2 ± 4.9 years. Structured questionnaires were applied and the data were analyzed using descriptive statistics. The results show that family income in the study group is relatively high, those who receive more than three minimum wages add up to 37%. Shows that the elderly join an exercise in search of: health 23%, 22% well-being, quality of life with 22%, self-esteem and aesthetics with 21% to 12%, had ten options which were also mentioned, and this study defined the five priorities.In relation to the activity that practices at the site walk and 100% answered on the distance from the residence of the practitioner to the space mostly 63% considered low. About the factors that could contribute to greater adherence were found in space: good security all the way 28% good condition and maintenance of fitness equipment and weights 20%, health professional present 18%, 18% good lighting and little distance from home to place 16%, had thirteen options being defined the five priorities. Asked if he prefers another space 73% said no, if you think about giving up physical activity 100% responded no and if you have noticed any benefit from the practice of regular physical activity 100% said yes. The results show that adopting an active lifestyle, and even more in a space that encourages adherence is an important strategy for the promotion of physical activity, health and quality of life during the natural aging process. Keywords: Adherence, elderly, physical activity.

Page 10: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AF ATIVIDADE FÍSICA EF EDUCAÇÃO FÍSICA EP ESPAÇOS PÚBLICOS IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICAS OMS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE ONU ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PP POLÍTICAS PÚBLICAS

Page 11: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS

TABELA 1 Esperança de vida média das mulheres 1910/2000 21

GRÁFICO 1 Renda Familiar 31

GRÁFICO 2 Objetivos para a prática de Atividades Físicas 32

GRÁFICO 3 Tempo total de utilização do espaço 35

GRÁFICO 4 Frequência semanal de utilização do espaço 35

GRÁFICO 5 Distância da residência/local da pratica 37

GRÁFICO 6 Fatores que contribuiria para incentivar a aderência 38

Page 12: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 12

2 OBJETIVO GERAL....................................................................................... 14

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................ 14

3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 15

4 FUNDAMENTOS TEÓRICOS....................................................................... 17

4.1 ATIVIDADES FISICA E SAÚDE.................................................................. 18 4.2 IDOSOS E ATIVIDADE FISICA................................................................... 20

4.3 ADERÊNCIA A PRÁTICA DA ATIVIDADE FISICA..................................... 23

5 METODOLOGIA............................................................................................ 26

5.1 MODELO DE ESTUDO.............................................................................. 26

5.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA....................................................................... 26

5.3 LOCAL DO ESTUDO................................................................................. 26

5.3.1 Descrição do espaço................................................................................. 27

5.4 INSTRUMENTO DE MEDIDA.................................................................... 29

5.5 COLETAS DE DADOS............................................................................... 29

5.6 ANÁLISE DE DADOS................................................................................ 29

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................. 31

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 45

REFERÊNCIAS............................................................................................ 47

APÊNDICE A................................................................................................. 52

APÊNDICE B ............................................................................................... 55

Page 13: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

12

1 INTRODUÇÃO

A atividade física (AF) que antes estava diretamente ligada à sobrevivência

encontra-se em uma fase na qual a sociedade vigente vem buscando cada vez mais

adquirir determinado padrão de beleza imposto pela mídia. Não é difícil observar

academias super lotadas e um grande número de adeptos em busca de um corpo

esteticamente perfeito.

Em detrimento a isso, existem ainda pessoas que procuram a AF como forma

de lazer, saúde, bem-estar e qualidade de vida, não só no âmbito da academia, mais

fora das mesmas. As avenidas, calçadas e ruas vêm sendo freqüentemente usadas

por indivíduos de ambos os gêneros e faixas etárias diferentes para a prática da AF.

Alguns estudos apóiam a afirmação e evidenciam que uma grande parte dos

males atribuída à idade pode ser explicada pela tendência de uma pessoa se

exercitar menos à medida que envelhecem.

Mesmo considerando que os avanços alcançados pela medicina confirmam a

importância de um programa de exercícios físicos, muitas mulheres ainda continuam

mantendo hábitos de vida inadequados, o que aumenta o risco de doenças

degenerativas.

A vida sedentária, somada a uma dieta desequilibrada, ao fumo, ao álcool, e

a outros comportamentos de risco para a saúde, eleva a quantidade de mortes

causadas por doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e outros distúrbios

crônicos, cujas origens estão ligadas, muitas vezes, ao estilo de vida e a falta de AF.

Este estudo tem como objetivo geral analisar e discutir o espaço Luís Viana

Filho, localizado na cidade de Alagoinhas-Bahia, como fator de aderência a prática

da atividade física por idosas, determinando as vertentes que influenciariam essa

faixa etária a procurar esse espaço para tal prática.

Com o intuito de embasar melhor o estudo o referencial teórico foi dividido em

três partes. A primeira parte a respeito da AF e saúde contextualizam a AF desde os

seus primórdios até os dias atuais e como esta tem diminuído ao longo da nossa

evolução e com o passar da idade, além de conceituar atividade física e saúde. A

segunda parte sobre idosas e AF, mostra o aumento significativo da expectativa de

vida do povo brasileiro principalmente da terceira idade e a importância e os

benefícios de um envelhecer ativo. A terceira parte sobre aderência a pratica da AF

Page 14: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

13

mostra as dificuldades de aderir um programa de exercício físico e alguns

pressupostos teóricos que levam uma pessoa a aderir à prática de um exercício

físico regular por todos os períodos da vida.

A escolha da faixa etária parte do pressuposto de que mulheres com o

avanço da idade têm uma redução da capacidade cardiovascular, massa muscular,

força e flexibilidade, sendo que esses efeitos são exacerbados pela falta de

exercício, além de uma queda acentuada de hormônios (estrógeno), gerando a

menopausa, que é em termos simples o termino da menstruação. O que pode

acarretar patologias, como a osteoporose entre outras.

É do senso comum que a AF é um dos fatores de intervenção na ruptura com

padrões sedentários de vida, e o objetivo final da promoção da AF é a saúde. A falta

de aptidão física é a principal causa de baixa qualidade de vida nos idosos. Para

essas mulheres, como também homens, a prática da AF em um espaço que

incentive a sua aderência e regularidade, proporciona múltiplos benefícios para uma

longevidade com menos riscos e maior qualidade.

Portanto, o presente estudo tem como questão de investigação: Como o

espaço Luis Viana Filho se constitui como fator de aderência a pratica de atividades

físicas por idosas?

Page 15: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

14

2 OBJETIVO GERAL

Analisar o espaço Luís Viana Filho como fator de aderência a prática de

atividade física por idosas.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Analisar os objetivos de idosas ao aderir um exercicio físico;

Identificar quais são as atividades preferidas praticadas por idosas nesse

espaço;

Discutir a influência da renda familiar na adesão a programas de atividades

físicas.

Page 16: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

15

3 JUSTIFICATIVA

O envelhecimento é um processo natural e irreversível, em que as mudanças

biológicas e psicossociais estão inter-relacionadas, alterando as atividades

realizadas cotidianamente, pois as aptidões físicas, aos poucos, vão deixando de ser

as mesmas. Existem grandes mudanças que ocorrem da transição do ser adulto

para idoso. Segundo Nieman:

O processo varia bastante entre as pessoas e é influenciado tanto por estilos de vida quanto por fatores genéticos. Os especialistas em envelhecimento acreditam que o ser humano em geral poderia viver até 115 a 120 anos se o estilo de vida e o seu perfil genético fossem ideais. [...] (NIEMAN, 1999, p. 290).

Com intuito de incentivar a pratica da atividade física, locais públicos e de fácil

acesso favorece a inclusão de pessoas com um nível sócio-econômico mais baixo,

pois requer pouco material, e isso é de extrema importância para a promoção da

saúde. A atividade física (AF), realizada de maneira regular, como a caminhada,

corrida, musculação e outras atividades recreativas e de lazer, é fator de grande

importância no processo de envelhecimento saudável.

Os espaços públicos (EP) vêm sendo amplamente procurado para a pratica

de exercícios físicos em todas as faixas etárias e gêneros, são as chamadas

academias ao ar livre. É do senso comum que a pratica de exercícios regulares

fazem bem para o corpo e mente. Favorece a sua aderência um espaço gratuito com

qualidade, em que o individuo não precise gastar para estar.

Neste pressuposto, políticas públicas (PP) direcionadas à apropriação, pelo

cidadão, dos EP de esporte e lazer, na gama das condutas e/ou comportamentos

individuais e coletivos, podem desencadear transformações de valores, cujas

ressonâncias se fazem sentir em seu estilo de vida. Sobre estas idéias, Pellegrini

assinala que:

Tais espaços devem ser compreendidos como oportunidade de encontro com o inusitado e com o diferente, de relacionamento interpessoal, de práticas culturais, de criação, transformação e de vivências diversas, no que diz respeito a valores, conhecimentos e experiências. (PELLEGRINI, 2004)

As iniciativas para aumentar o nível de AF em instalações públicas devem

considerar as características e preferências dos usuários para serem mais efetivas e

Page 17: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

16

assim atingir um maior número de pessoas. A falta de recursos para a utilização de

academias e outras instalações privadas para a prática de AF é uma das principais

barreiras para a sua aderência. Portanto, a criação e melhorias de EP para

atividades físicas e lazer como os parques, praças, calçadas e ruas, pode ser uma

importante estratégia para a promoção da AF. EP bem planejados e estruturados

exercem uma função importante em facilitar e estimular a AF e aumentar a interação

social entre as pessoas.

Uma vez dentro desses espaços, diversos fatores relacionados ao ambiente

construindo, podem influenciar na aderência de uma AF, como a proximidade e

disponibilidade de equipamentos dentro desses espaços. Essas mudanças acabam

mexendo diretamente na qualidade de vida de uma pessoa. Para Nahas qualidade

de vida é:

[...]“a condição humana resultante de um conjunto de parâmetros individuais e sócio-ambientais, modificáveis ou não, que caracterizam as condições em que vive o ser humano”; a "[...] satisfação, realização pessoal, qualidade dos relacionamentos, opções de lazer, acesso a eventos culturais, percepção de bem-estar geral e outros”. (NAHAS, 2001).

Estilo de vida, para este autor, relaciona-se àquelas maneiras pessoais de

ser, escolher e se comportar, sendo "um conjunto de ações habituais que refletem

as atitudes, os valores e as oportunidades na vida das pessoas" (NAHAS, 2001).

A cidade de Alagoinhas – Bahia, objeto desse estudo, que segundo os

primeiros dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE)

em 2010, conta com uma população de 142, 160 pessoas, sendo que 67, 381 são

homens e 74, 779 são mulheres. Mesmo com um considerável número de

habitantes essa cidade registra no seu âmbito poucos EP destinados à prática de

AF. Sendo que, segundo relatos, o espaço que era mais usado anteriormente, é o

que se situa em volta do Estádio Municipal Antônio Carneiro (Carneirão). Tal espaço

vem deixando de ser usado, pois, além de relatos de constantes assaltos, foi

inaugurada no primeiro trimestre de 2010, a pista de Cooper, localizada na Avenida

Luís Viana Filho, Centro da cidade.

Essa pesquisa centra-se no público feminino, com uma idade igual ou

superior a 55 anos, a terceira idade. As mulheres, de forma geral, além de ser

maioria nessa cidade, segundo o último censo do IBGE são aparentemente as mais

assíduas freqüentadoras desse espaço. (IBGE, 2010)

Page 18: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

17

A escolha de um espaço para a pratica de exercícios físicos e a construção

do "lugar" que este vai representar para cada indivíduo acaba denotando todos os

aspectos de valores subjetivos, à medida que o espaço, tornando-se conhecido,

incorpora valores a ele atribuídos pelos sujeitos que deles se utilizam. Isso acaba

concretizando algumas possíveis idéias, pela convivência e experiência de estar

quase que diariamente no espaço, para a transformação do local em um lugar

„melhor‟ para se praticar atividades físicas.

É exatamente nessas vivências, permeadas pela espontaneidade, pelo prazer

e pelo elemento lúdico, que este estudo explora alguns fatores que poderiam

contribuir para uma maior aderência a prática de atividades físicas por idosas no

espaço Luis Viana Filho.

Page 19: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

18

4 REFERENCIAL TEORICO 4.1 ATIVIDADES FISICA E SAÚDE A atividade física (AF) sempre esteve presente na história e rotina da

humanidade. No período pré-histórico precisava-se de um corpo forte e ágil para

garantir a sobrevivência. Vitor Marinho cita que:

[...] durante a maior parte de sua existência, o homem dependia de sua força, velocidade e resistência para sobreviver. Suas constantes migrações em busca de moradia faziam com que realizassem longas caminhadas, ao longo das quais lutavam, corriam, saltavam e nadava [...] (MARINHO, 2004, pág. 7).

Ter um corpo viril com habilidades motoras treinadas como saltar, lançar e

arremessar é de supor que facilitaria na caça e pesca.

Os gregos, povos civilizados do ocidente, abriu novas perspectivas no

caminho da AF a relacionando com práticas desportivas e a busca de um corpo

perfeito. Grandes jogos gregos foram criados e posteriormente desenvolvidos,

Marinho cita que:

[...] A origem dos famosos Jogos Gregos - entre eles, os Olímpicos - está situada neste período e materializada nos "jogos fúnebres''. Entre estes destacam-se os que foram mandados celebrar por Aquiles em homenagem a seu amigo Pátroclo, morto por Heitor. Estes Jogos constaram de oito provas: corrida de carros, pugilato, luta, corrida a pé, combate armado, arremesso de bola de ferro, arco e flecha e arremesso de lança, demonstrando o ecletismo a que estavam submetidos os atletas-heróis nesse período. (MARINHO, 2004, pag. 11).

Marinho ressalta ainda que:

Os exercícios físicos praticados pelos gregos tinham um caráter natural. Os seus esportes eram basicamente fundamentados no atletismo (correr, saltar e lançar) e realizados em total estado de nudez (ginástica significa a "arte de desenvolver o corpo nu"). Isto tudo sem o descuido dos aspectos fisiológicos que as atividades merecem e, principalmente, o cuidado estético que distinguia o homem grego [...] (MARINHO, 2004, pag. 13).

Os primeiros moradores do Brasil, também faziam com que a prática da AF

servisse de grande valia para a sua sobrevivência, Marinho lembra que eles:

[...]eram muito hábeis e, na luta pela sobrevivência, praticavam diversas atividades físicas. O arco e flecha, natação, luta, caça, pesca, montaria,

Page 20: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

19

canoagem e corridas faziam parte do seu dia-a-dia. Tudo leva a crer que a primeira prática esportiva introduzida no Brasil foi o remo (1566), apesar de sua conotação lendária. [...]. (MARINHO, 2004, pag. 23).

Mas essa relação entre a AF e o homem em sua rotina diária parece ter

diminuído gradativamente ao longo de nossa evolução. A AF é definida como

“qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética que resulta

em um gasto energético”. (PITANGA, 2008, p.16). Hoje, a AF regular, tem sido

recomendada para reduzir o risco de doenças crônicas e promover bem-estar físico

e psicológico. Nesse sentido, uma das atuais prioridades das organizações públicas

de saúde tem que ser a promoção da AF. Em relação à definição de saúde Nieman

explica que “[...] A definição apareceu no preâmbulo da constituição da OMS no final

dos anos de 1940: a saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e

social, e não meramente a ausência de doença ou enfermidade”. (NIEMAN, 1999, p.

4). Embora existam evidências dos benefícios da AF, existe uma grande prevalência

de inatividade física tanto nos países desenvolvidos quanto em países em

desenvolvimento. Nieman cita que “menos de quatro em cada dez norte-americanos

se exercitam suficientemente” (NIEMAN, 1999, p. 3).

Nieman citando o American College off Sports Medicine (ACSM), relata que o

ponto importante é:

Se as pessoas que levam uma vida sedentária adotassem um estilo de vida mais ativo, haveria um enorme benefício para a saúde pública e para o bem-estar individual. Um estilo de vida ativo não requer um programa vigoroso e padronizado de exercícios. Ao contrário, pequenas alterações que aumentam a atividade física diária permitirão que os indivíduos reduzam seus riscos de doenças crônicas e poderão contribuir para uma

melhoria da qualidade de vida (NIEMAN, 1999, p. 18).

Em relação a que AF praticar a escolha deve ser feita respeitando as

individualidades, limite e restrições de cada um, levando-se em conta a preferência

pessoal, pois os benefícios e a continuidade da atividade são conseguidos com a

prática regular da mesma e o prazer em realizá-la. Portanto, é necessário que a

pessoa se sinta bem em praticar a atividade que escolheu.

É vital lembrar que toda e qualquer atividade deve ser controlada

preferencialmente, se possível, por profissionais qualificados da área de Educação

Física (EF), que está associada diretamente a melhorias da saúde e condições

físicas dos praticantes.

Page 21: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

20

4.2 IDOSAS E ATIVIDADE FÍSICA

Em virtude dos constantes apelos veiculados pela mídia no sentido de

estimular a prática regular de atividades físicas, verifica-se um despertar de

interesse na busca de se alcançar uma boa forma física e a obtenção de um perfil

bem delineado e corpo atrativo. No entanto, este estímulo ao cultivo da estética

perfeita, acaba renegando os reais benefícios que estas atividades trazem a saúde,

tendo isso ficado em segundo plano e ainda mais, abaixo desse contexto, ficam

exclusos “o grupo da terceira idade” que vem aumentando significativamente em

virtude do aumento da expectativa de vida do povo brasileiro.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a

Organização das Nações Unidas (ONU) divide os idosos em três categorias: os pré-

idosos (entre 55 e 64 anos); os idosos jovens (entre 65 e 79 anos - ou entre 60 e 69

para quem vive na Ásia e na região do Pacífico); e os idosos de idade avançada

(com mais de 75 ou 80 anos). (OMS apud IBGE)

Ainda segundo o IBGE a população de idosos representa um contingente de

quase 15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade (8,6% da população

brasileira). Nos próximos 20 anos, a população idosa do Brasil poderá ultrapassar os

30 milhões de pessoas e deverá representar quase 13% da população ao final deste

período. Em 2000, segundo o Censo, a população de 60 anos ou mais de idade era

de 14.536.029 de pessoas, contra 10.722.705 em 1991. O peso relativo da

população idosa no início da década representava 7,3%, enquanto, em 2000, essa

proporção atingia 8,6%. (IBGE, 2000).

A proporção de idosos vem crescendo mais rapidamente que a proporção de

crianças. Em 1980, existiam cerca de 16 idosos para cada 100 crianças; em 2000,

essa relação praticamente dobrou, passando para quase 30 idosos por 100

crianças. A queda da taxa de fecundidade ainda é a principal responsável pela

redução do número de crianças, mas a longevidade vem contribuindo

progressivamente para o aumento de idosos na população. Um exemplo é o grupo

das pessoas de 75 anos ou mais de idade que teve o maior crescimento relativo

(49,3%) nos últimos dez anos, em relação ao total da população idosa. (IBGE,

2000).

No Brasil, em média, as mulheres vivem oito anos a mais que os homens. As

Page 22: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

21

diferenças de expectativa de vida entre os sexos mostram: em 1991, as mulheres

correspondiam a 54% da população de idosos; em 2000, passaram para 55,1%.

Portanto, em 2000, para cada 100 mulheres idosas havia 81,6 homens idosos.

(IBGE, 2000).

O IBGE projetou a esperança de vida ou vida média das mulheres do ano de

1910 a 2000, é notável nitidamente nos dias atuais mais que o dobro da expectativa.

PERÍODO ESPERANÇA DE VIDA OU VIDA MÉDIA - MULHERES 1910/2000

1910 34.6

1920 35.2

1930 37.3

1940 43.1

1950 52.3

1960 52.3

1970 63.1

1980 64.7

1990 69.1

1991 69.8

2000 72.6 Tabela 1: Esperança de vida média das mulheres 1910/2000

Ainda segundo o IBGE a Organização Mundial de Saúde prevê que, lá pelo

ano 2025, pela primeira vez na história, teremos mais idosos do que crianças no

planeta. Como principal motivo dessa elevação da expectativa média de vida, temos:

o avanço da medicina e a melhora na qualidade de vida. A tendência pelo

envelhecimento da população brasileira apresenta desafios significativos para a

sociedade e especificamente para o idoso, entre eles, a atenção à pessoa idosa

para redescobrir possibilidades de viver sua própria vida com a máxima qualidade

possível. (IBGE, 2000).

Antagonicamente a isso Lorda (1995), relata que hoje 70% das pessoas

acima de 60 anos no Brasil são sedentárias. Esta estatística é assustadora se

considerarmos as conseqüências deste sedentarismo, que variam desde o risco de

infarto do miocárdio até acidentes vasculares e o câncer. Este problema se agrava

nas pessoas de terceira idade. Pois nesta fase o organismo já não é mais como

antes.

A velhice traz consigo a redução das aptidões físicas e consequentemente

Page 23: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

22

diversas patologias. Com a aposentadoria chegando acompanha também, muitas

vezes a sensação de inutilidade. A saúde frágil e a perda gradativa da autonomia e

independência, dentre outros agravantes, acabam incitando os idosos a buscarem

uma nova perspectiva de vida com qualidade.

Existe um consenso entre os estudos realizados (MATSUDO & MATSUDO,

1992; SHARKEY, 1998; NIEMAN, 1999; OTTO, 1987; WEINECK, 2000 e etc.) de

que a AF constante traz benefícios incontestáveis para a prolongação dos anos de

vida com uma melhor qualidade. A AF é um das principais vertentes para a

afirmação da expectativa da OMS mesmo com o número absurdo de idosos

sedentários.

Segundo Otto (1987) o idoso tem perda de até 5% da capacidade física a

cada 10 anos e pode recuperar 10% através de atividades físicas adequadas.

Okuma ressalta que “A atividade física regular incrementa o pico de massa óssea,

ajudando na manutenção da massa óssea existente e diminuindo sua perda

associada ao envelhecimento”. (OKUMA, 1998. p.73).

Mas que tipo de atividade física é mais apropriado para pessoas na terceira

idade? Vários autores afirmam que a melhor atividade para pessoas idosas é

caminhada com duração de 30 minutos por dia, três a cinco vazes por semana.

(MATSUDO & MATSUDO, 1992; SHARKEY, 1998; NIEMAN, 1999).

O exercício é um poderoso remédio, muito diferente de qualquer pílula

disponível. Um “elixir mágico” que prolonga a extensão e a qualidade de vida diminui

o risco de doenças cardíacas, diabetes e câncer, alivia a ansiedade a depressão

mental, aumenta o tônus muscular à função cardíaca e a diminui a pressão arterial,

conforme muitos estudos já demonstraram.

Tal poção existe, mas exige tempo e esforço – duas barreiras que podem

transformar qualquer atividade regular numa pílula amarga a ser engolida. De

qualquer maneira, para aqueles que estão dispostos ao sacrifício, esse

medicamento caseiro poupador de saúde proporciona benefícios excitantes com

poucos efeitos colaterais.

Page 24: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

23

4.3 ADERÊNCIA A PRATICA DE ATIVIDADE FISICA

A crescente propagação de informações na sociedade vigente a respeito de

saúde, corpo e todas as formas de movimento, resultam num aumento pela procura

da atividade física, mas não garantem a real adesão continuada à mesma. Com isso,

as pessoas são incitadas a iniciar a prática de uma atividade física por vários

motivos pessoais, mas seguidamente não conseguem incorporá-la efetivamente no

seu cotidiano, deixando-a de lado seguidas vezes. Para a manutenção e promoção

da saúde seria de grande valia que a prática de atividade física ocorre-se de forma

ininterrupta, por todos os períodos da vida, sem este movimento de desistência,

dias, semanas, ou até alguns meses após o início de um programa de exercícios.

Como muitos sabem ajudar as pessoas a se tornarem mais ativas é uma

tarefa árdua. Exige de certa forma uma maior compreensão sobre o que motiva

diferentes pessoas, cada qual com suas individualidades, a aderir a pratica regular

de exercícios físicos.

Sabe-se que a aderência não ocorre imediatamente após o inicio da prática.

Há um processo lento da inatividade até a manutenção da prática. Pessoas

sedentárias não se tornam ativas da noite para o dia, nem a que são ativas se

tornam sedentárias todas de uma vez, há uma progressão para frente ou para trás

através de uma serie de estágios de mudança.

A aderência, segundo Saba (2001, p.71) pode ser entendida como ápice de

uma evolução constante, rumo à prática do exercício físico. O exercício físico é um

processo comportamental complexo, que envolve diversos vertentes, portanto, não

deve ser considerado como um simples fenômeno de “tudo ou nada”. Pitanga define

exercício físico como: “[...] atividade repetitiva, planejada e estruturada, que tem

como objetivo a manutenção e melhoria de um ou mais componentes da aptidão

física”. (PITANGA, 2008, p.16).

Nunomura (1998) divide em quatro (quatro) possibilidades os

comportamentos frente à adoção da prática do exercício físico, sendo estas:

Adoção: Crença dos benefícios proporcionados à saúde; é provável que a

motivação esteja mais relacionada ao bem-estar.

Page 25: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

24

Manutenção: mais automotivados, estabelecendo as suas próprias metas,

tem apoio familiar, a adesão está mais relacionada às sensações de bem

estar e prazer, não percebem inconveniência nos exercícios.

Desligamento: falta de tempo, e a inconveniência, falta de motivação, fatores

situacionais, ocorre em maior número nos que tem histórico de inatividade ou

baixas capacidades físicas e motoras.

Retomada da atividade: melhor habilidade de administração do tempo,

sensação de controle e autoconfiança, metas mais flexíveis e pensamento

positivo.

Os benefícios do exercício à saúde mental como sensação de relaxamento,

redução da ansiedade e melhora do humor, parecem atuar intensamente para que

haja um envolvimento continuo favorecendo, portanto, a manutenção em

determinada prática. Kimiecik (1991) anteriormente havia relatado exatamente isso,

em concordância com Nunomura, citando que a motivação por trás deste

envolvimento continuo, dessa aderência, está mais relacionado à sensação de bem-

estar e prazer.

Saba (2001) nos coloca como determinantes da aderência:

Fatores pessoais;

Fatores ambientais;

Características do exercício físico.

As individualidades nesse contexto pesam, algumas pessoas têm facilidade

em aderir à prática de uma atividade física do que outras. A mídia tem um papel

fundamental nesse contexto no que diz respeito à adesão ou pelo menos a

experimentação, dando o primeiro passo para a aderência. Figueira Junior (2000)

mostra que a parceria com a mídia é muito importante para a redução do estilo de

vida sedentário, pois é um meio muito rápido e possível formador de opinião

(principalmente a mídia televisiva).

Antagonicamente a isso Malysse (2002) diz que a mídia brasileira nos convida

a pensar no corpo como arte, este deve ser desenhado e esculpido de acordo com o

modelo que estiver na moda, instaurando uma luta constante contra o corpo real. Em

contraposição, Saba (2001) acredita que a mídia coloca o corpo sadio e belo como

Page 26: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

25

um objeto de desejo, inserindo um estilo de vida mais saudável.

Segundo Freitas et al (2007), a busca pela prática de exercícios físicos em

programas para promoção de saúde vem crescendo na atualidade, porém a procura

pelos indivíduos idosos ainda é menor quando comparada com indivíduos mais

jovens.

Como o mercado começa a exigir profissionais cada vez mais especializados

para atender este público, é importante considerar que a competência profissional

não só demanda do domínio técnico, mas também da capacidade de motivar, ajudar

e orientar adequadamente, proporcionando uma permanência prazerosa dos idosos

nas AF. Sendo assim, cabe ao profissional de EF buscar mais conhecimentos

teóricos no campo do envelhecimento para poder compreender as necessidades

dessa clientela e desenvolver um trabalho mais direcionado, de acordo com seus

interesses.

Page 27: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

26

5 METODOLOGIA

5.1 MODELO DE ESTUDO

Este estudo tem características descritivas, pois exige do pesquisador

informações sobre do que se deseja pesquisar: o espaço Luís Viana Filho como fator

de aderência a pratica da atividade física por idosas. O estudo descritivo descreve

os fatos e fenômenos de determinada realidade. A pesquisa descritiva tem como

objetivo descobrir com precisão a freqüência em que um fenômeno ocorre e sua

relação com outros fatores (TRIVINOS, 1987) Essa pesquisa tem caráter quantitativo

“a razão para se conduzir uma pesquisa quantitativa é descobrir quantas pessoas de

uma determinada população compartilham uma característica ou um grupo de

características”. (MARCONI; LAKATOS, 2003)

5.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população foi composta por amostra não probabilística de 30 pessoas do

sexo feminino, com idade igual ou superior a 55 anos, no que categoriza a

Organização Mundial de Saúde como idosos: pré-idosos (entre 55 e 64 anos); os

idosos jovens (entre 65 e 79 anos - ou entre 60 e 69 para quem vive na Ásia e na

região do Pacífico); e os idosos de idade avançada (com mais de 75 ou 80 anos),

todas freqüentadoras do espaço público Luís Viana Filho na cidade de Alagoinhas -

Bahia. A escolha do espaço tem como pressuposto a proximidade e a sua imensa

utilização, e a freqüência e assiduidade do pesquisador nesse espaço para a prática

de exercícios físicos. Até o presente momento, este é o único espaço público

destinado especificamente para a prática da atividade física nessa cidade.

5.3 LOCAL DO ESTUDO

O estudo ocorreu no município de Alagoinhas, localiza-se na região leste da

Page 28: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

27

Bahia, a 93 km da capital baiana, com uma população estimada segundo os

Primeiros Resultados do Censo 2010 do IBGE de 142,160 habitantes, com extensão

territorial de 7733,97 km². A cidade de Alagoinhas é um dos municípios baianos em

que a Universidade do Estado da Bahia tem um dos seus 24 campi. É uma cidade

territorial, composta por pequenos distritos e pequenas cidades que se aninham

formando uma região, que se encontra em aparente desenvolvimento como em

outras realidades Brasil afora.

5.3.1 Descrição do espaço

Em busca de informações sobre quando foi inaugurado o local de estudo e o

que havia anteriormente nesse espaço, foi encontrado no Jornal Gazeta dos

Municípios, uma referência do que se chamava uma obra polêmica, o trecho dizia:

[...] A obra do Luis Viana é polêmica porque promoveu a retirada da grama para fazer a pista de cooper. Os críticos de plantão apontam a retirada da grama como uma agressão, e que aquela área, com um enorme fluxo de veículos, não é o local ideal para tal prática. Perde-se calorias e ganha-se alguns poluentes expelidos pelas descargas dos veículos [...]. (Gazeta dos municípios, Alagoinhas (BA), 1º de setembro de 2009, pág. 2.).

Segundo o site do portal oficial da prefeitura de Alagoinhas em matéria

divulgada pela a Assessória de Comunicação (ACOM) o Secretário Eduardo

Alvarenga de Infraestrutura, relatou que o espaço seria entregue à população até o

final do mês de março de 2010. (PORTAL OFICIAL DE ALAGOINHAS, 2010).

Dessa forma foi divulgada, ainda segundo a mesma fonte oficial que mesmo

não finalizado, a população já usufruía do espaço, que teria quiosques comerciais,

bancos para descanso e equipamentos de ginástica, além de nova iluminação. O

local seria provido de esteiras ergométricas, bicicletas, entre outros equipamentos de

malhação. Em sua extensão, a Pista de Cooper iria também reunir dois quiosques

em pontos estratégicos, com venda de coco e outras iguarias e um posto de

atendimento à saúde, disponibilizando profissionais para, por exemplo, verificar

pressão e dar orientações médicas. O usuário do espaço usufruiria de qualidade,

conforto e segurança durante a sua caminhada e o novo espaço seria também um

lugar de encontro para as famílias, transformando-se em mais uma área de lazer do

Page 29: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

28

município. (PORTAL OFICIAL DE ALAGOINHAS, 2010).

Na integra, a realidade é extremamente diferente do que se planejou para

esse espaço. Apenas em Maio de 2011, foi assinado o termo de cessão do uso dos

quiosques da pista de Cooper, mais ainda não entrou em vigor de fato, e os dois

quiosques ficam em total abandono, sendo apenas ponto de resenhas dos

estudantes do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães que fica de frente para o

espaço.

A instituição responsável por gerir os quiosques foi dada segundo a ACOM

pelo o prefeito Paulo Cezar a Primeira Igreja Batista de Alagoinhas, para

comercialização de lanches, como água de coco, sucos, salgados e afins e também

para disponibilização de técnicos de enfermagem que ficariam disponíveis no local

para aferir a pressão daqueles que freqüentam o local. (PORTAL OFICIAL DE

ALAGOINHAS, 2011).

Bancos para descanso até o presente momento não existem no espaço, e a

iluminação parece ser um problema principalmente para as pessoas que só podem

utilizar o espaço a noite.

Um ponto positivo é que no espaço encontra-se uma profissional de saúde.

Em uma entrevista informal esta profissional relatou que esta no local pela prefeitura

municipal, através da iniciativa do Secretário de saúde da cidade –

José Edésio Cardoso, é formada em Técnica em Enfermagem e Serviço Social e

está no local desde o inicio do ano de 2011, trabalha no turno matutino e vespertino.

Pela manhã segundo ela fica das (05h45min às 10h30min) e à tarde das (17h:00min

às 20h:30min). No local ela Verifica Pressão Arterial, Glicemia Capilar e faz

Avaliação.

Em relação aos equipamentos de musculação nota-se que existem no espaço

em aparente boa conservação: 2 barras fixa, 2 mesa abdominal em posição

declinada, 2 barra paralela, 3 pares de argolas – que podem servir como aparelho

de musculação ou apenas de diversão e um brinquedo de lazer infantil.

No decorrer do espaço, que tem uma boa arborização e as gramas são

cortadas constantemente, encontram-se 5 lixeiras espalhadas sendo que desse

valor uma localiza-se em um dos quiosques. Em todo o espaço há apenas duas

placas indicativas de velocidade, fixadas no mesmo poste, sendo a velocidade

máxima permitida no local de 30 km/h. Infelizmente nota-se a falta de respeito dos

motoristas com os pedestres que estão no local em atividade e com as leis de

Page 30: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

29

trânsito, pois passam na área muito acima da velocidade permitida na avenida, que

no decorrer do espaço, não há nenhum redutor de velocidade, levando risco de

morte aos praticantes do local e estudantes do Colégio Modelo Luís Eduardo

Magalhães, um dos maiores de Alagoinhas, que fica de frente para o espaço.

No espaço delimitado, observam-se linhas demarcativas de 50 metros, caso

os usuários queiram treinar especificidades como potência (tiros), entres outras

valências físicas, sendo que o espaço destinado à prática no seu total, ou seja, a

volta completa é de 800 metros.

5.4 INSTRUMENTOS DE MEDIDA

Buscando qualificar o espaço do entendimento dos entrevistados foi aplicado

um questionário estruturado. O uso de questionário tem vantagens que possibilita

atingir grande número de pessoas, implica menores gastos com pessoal, garante o

anonimato das respostas, permite a resposta no momento de conveniência das

pessoas, não expõe os pesquisado à influência das opiniões e do aspecto pessoal

do entrevistado, mas tem suas limitações que exclui os analfabetos, impede o auxílio

ao pesquisado, impede o conhecimento das circunstâncias em que foi respondido,

não garante que a maioria das pessoas preencha devidamente, os itens podem ter

significado distinto para cada sujeito pesquisado. (GIL, 1999). Caracteriza-se,

portanto, uma pesquisa de abordagem quantitativa por se adequar na apuração de

atitudes e opiniões explícitas e conscientes dos entrevistados.

5.5 COLETAS DE DADOS

Foi utilizado um questionário estruturado composto de 11 (onze) perguntas,

buscando coletar as variáveis sócio-demográficas (idade, renda familiar) e dados

comportamentais (tempo de prática no espaço, freqüência da atividade semanal)

necessárias para realização da pesquisa. A linguagem utilizada no questionário foi

simples e direta para que a entrevistada compreender-se com clareza o que estava

Page 31: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

30

sendo perguntado. Antes da aplicação do questionário foi explicado o objetivo do

estudo e pedido o consentimento. A abordagem foi direta, pedindo ao voluntário um

pouco do seu tempo ao termino da sua atividade para a aplicação do questionário. O

questionário somente foi aplicado a mulheres que se enquadraram no que

categoriza a OMS como idosos, para isso o pesquisador ficou em um ponto

estratégico em um dos dois quiosques localizado no local de estudo. O questionário

passou por uma etapa de pré-teste, num universo reduzido, para que se necessário

corrigi-se eventuais erros de formulação. A sua aplicação ocorreu em diferentes dias

da semana nos três turnos no mês de Junho e Julho de 2011.

5.6 ANÁLISE DE DADOS

A partir das informações coletadas os dados foram analisados através da

estatística descritiva (média, desvio padrão, percentagem), utilizando-se o software

Microsoft Excel 2007 e os seus resultados serão demonstrados na forma de gráficos.

Page 32: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

31

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados coletados serão aqui apresentados, com o diagnóstico

descritivo e estatístico realizados. Primeiramente serão apresentados em tópicos os

dados referentes às respostas das perguntas solicitadas, abordando e as

justificando sobre o que diz a literatura com intuito de embasar o estudo e por

conseqüência explicar as respostas dadas.

A amostra foi formada por 30 pessoas do sexo feminino e a média de idade

do presente estudo foi de 60,2 ± 4,9 anos. Alguns autores alegam que a faixa etária

não tem sido inteiramente relacionada à adesão de um programa de exercício físico

(COMOSS, 1988; OLDDRIDGE, 1988).

De acordo com o gráfico 1 a renda familiar encontrada demonstra que o

percentual de pessoas que tem uma boa condição financeira e que utilizam o local é

alto. Mesmo por que, esse espaço localiza-se no centro da cidade, onde comporta,

aparentemente, uma grande quantidade de pessoas com o nível econômico

elevado. Esse resultado corrobora com a de outras pesquisas demonstrando que

quanto menor o nível econômico e escolaridade menor o nível de atividade física do

individuo. No estudo realizado por Ford et al. (1991) foi constatado, também,

associação entre nível sócio-econômico e atividade física no lazer, sendo homens e

mulheres com menor nível sócio-econômico menos ativos fisicamente.

Segundo Troiano et al (2001) em geral, quanto maior o poder aquisitivo e a

Page 33: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

32

escolaridade de um indivíduo, maior será a sua chance de praticar atividades físicas

no seu tempo destinado ao lazer. Um dos fatores limitantes do presente estudo foi o

fato de não ter sido incluso no questionário a pergunta sobre o nível de escolaridade

das idosas entrevistadas, o que impossibilita o desenvolvimento e aprofundamento

de algumas análises por falta de detalhamento de informações.

Em relação aos motivos para a adesão, tomamos como base o percentual

delimitando as 5 (cincos) mais votadas. Dentro as opções listadas estavam: saúde,

bem-estar, qualidade de vida, auto-estima, estética, lazer, relação interpessoal,

vivências diversas, falta de recurso para estar em uma academia e outros motivos.

As opções foi listada de 1 (um) a 10 (dez) e os participantes marcaram todas

as alternativas por ordem de prioridade, sendo a numeração 1 (um), prioridade

máxima e a 10 (dez) prioridade mínima.

Gráfico 2 – Objetivos para a prática de Atividades Físicas.

De acordo com o gráfico 2 saúde foi o principal motivo citados pelas idosas

como fator de adesão no espaço estudado, e a única alternativa que apareceu nos

30 questionários aplicados entre as 5 prioridades que delimitamos, totalizando um

total de 23%. Com valor parecido mais abaixo se encontra os outros motivos mais

citados: Bem-estar e Qualidade de vida com 22%, auto-estima com 21% e estética

com 12%.

A adesão relacionada à saúde é consistente com as informações disponíveis

na literatura. Como já relatado anteriormente cientistas enfatizam cada vez mais a

inclusão da atividade física em programas mundiais de promoção da saúde, devido

Page 34: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

33

às inúmeras evidências epidemiológicas que sustentam um efeito positivo de um

estilo de vida ativo na prevenção e minimização dos efeitos deletérios do

envelhecimento.

Já existe um consenso de que a atividade física regular pode prevenir ou

minimizar complicações decorrentes do processo de envelhecimento, como por

exemplo, o aparecimento das doenças crônico-degenerativas ou outras que venham

limitar o idoso na execução de suas atividades da vida diária.

Esses resultados corroboram com os achados de Freitas et al (2007) e Mazo

et al (2006). Nos estudos o principal motivo de adesão a atividade física foi,

respectivamente, “melhorar a saúde” (84,2%).

O bem-estar na perspectiva subjetiva traz benefícios múltiplos, pois liberam

hormônios responsáveis pela sensação de prazer. Este foi citado como uma das

prioridades logo após saúde e teve um percentual igual ao de qualidade de vida. O

bem-estar centra-se na avaliação que as pessoas fazem, com base nos seus valores

e necessidades pessoais. Identifica conceitos como “Felicidade”, “Satisfação com a

Vida” e “Experiências Emocionais” como componentes da qualidade de vida. (RYFF,

1989, 1995; KEYS, RYFF, SHMOTKIN, 2002).

Nesta faixa etária, as pessoas procuram livrar-se de situações estressantes,

querem desfrutar de todos os benefícios de sua aposentadoria e viver mais

relaxadas, fato recorrente na permanência a respeito das variáveis relativas ao

exercício, ao ambiente e ao próprio bem-estar, que é compreendido como o direito à

qualidade de vida.

Em relação à qualidade de vida Vieira (1996), cita que alguns fatores

favoráveis como aceitar mudanças, prevenir doenças, estabelecer relações sociais e

familiares positivas e consistentes, manter um senso de humor elevado, ter

autonomia e um efetivo suporte social contribuem para a promoção do bem-estar

geral do idoso e conseqüentemente, influenciam diretamente numa melhor

qualidade de vida.

Esses conceitos andam juntos. Como afirma Saba (2001), a qualidade de vida

proporciona o bem-estar por meio de sensação de conforto físico e mental, alívio,

leveza, dever cumprido, originado pelo prazer, pela satisfação pessoal. Assim como

para Lorda (2001), que também considera qualidade de vida como fator

multidimensional, pois envolve bem-estar, felicidade, sonhos, dignidade e cidadania.

Page 35: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

34

Em relação à variável auto-estima citada os autores Davis (1997), Fox (1997)

e Hasse (2000), afirmam que com o processo de envelhecimento há uma diminuição

da auto-imagem e da auto-estima. O ser humano é dependente do seu corpo, das

habilidades, roupas, cabelos, bem como da integração e harmonia com relação ao

“eu”. A atividade física se constitui em uma forma de envelhecer ativo, para que as

idosas possam ter autonomia e independência por mais tempo com melhor auto-

estima.

Estética foi o último item citado nos cinco (5) que delimitamos mais não

menos importante, lembrando que houve dez (10) opções para serem marcadas por

ordem de prioridade. A aparência corporal tem sido, apropriadamente, vista como

fundamental. O culto ao corpo, pela dieta, roupas, aparência e outros fatores, é uma

qualidade comum de atividade de estilo de vida na sociedade vigente. Portanto, um

cuidado continuado com o desenvolvimento corporal é parte essencial do

comportamento social moderno.

No estudo de Santos e Knijnik (2006) apesar do principal motivo de adesão

dos avaliados não ser de cunho estético, os mesmos demonstraram preocupação

com a imagem corporal, pois o motivo “estética” foi citado por 11% dos 30

entrevistados como determinante a adesão. Os mesmos tinham idade entre 40 e 60

anos. Esse resultados não diferem dos achados do presente estudo onde o

percentual relativo à estética foi igual a 12%.

As informações obtidas sobre os motivos de adesão a atividade física em

idosas tornam-se importante para auxiliar os profissionais de Educação Física no

direcionamento das diferentes intervenções e programas de atividade física para

esta população específica.

Outra questão solicitada às idosas foi em relação ao tempo de pratica delas

no local. De acordo com o gráfico 3 abaixo, em sua grande maioria, o percentual

referente a pratica por mais de um ano foi verificado, o que mostra a permanência

dessas idosas nesse espaço. Paralelamente a isso demonstra que o grupo

pesquisado tem consciência dos benefícios que a pratica da atividade física,

independente qual seja se respeitado os limites fisiológicos melhora ou mantém o

estado de saúde.

Page 36: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

35

Gráfico 3 - Tempo total de utilização do espaço.

Foi observado que grande parte 54% pratica exercícios físicos no local por

mais de um ano. Aliado ao tempo de utilização foi perguntado ao grupo sobre o

tempo de freqüência semanal no local, conforme gráfico 4 abaixo:

Gráfico 4 - Frequência semanal de utilização do espaço.

No estudo de Monteiro e Fogagnoli (2010) em quanto ao nível habitual de

atividade física dos idosos ficou constatada que entre os homens predominou a

classificação de pouco ativo e as mulheres como moderadamente ativas,

demonstrando que estes precisam se preocupar mais com a prevenção e promoção

da saúde em relação a pratica da atividade física.

Antagonicamente a isso, Nieman relata que: “[...] estudos nacionais indicam

que somente cerca de 37 por cento dos homens idosos e 24 por cento das mulheres

Page 37: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

36

idosas participam de atividades físicas três ou mais vezes por semana durante 30

minutos ou mais.” (NIEMAN, 1999, p. 291).

Independentemente da faixa etária ou do gênero praticar exercícios físicos é

fundamental, diria que inerente ao ser humano, pensando numa perspectiva de uma

vida saudável e prolongada com qualidade.

Guedes e Guedes (1995), afirmam que as práticas de exercícios físicos

habituais além de promover a saúde, reconhecem também que as vantagens da

pratica de atividade física ajuda na melhora da qualidade de vida, tendo assim

influencia na reabilitação de determinada patologias associadas ao grande numero

de índices de morbidade e mortalidade de um indivíduo sedentário.

Perguntado sobre o tipo de atividade física que essas idosas praticam no local

foi constatado que 100% praticam apenas caminhada. Havia a alternativa

musculação, ciclismo, corrida e a opção outras, mais nenhuma delas foi citada.

A caminhada além de ser uma modalidade democrática é auto-regulável em

termos de intensidade, duração e freqüência e tem um baixo impacto, sendo uma

excelente opção para aumentar o nível de atividade física em idosas. Era de supor

que o exercício mais praticado pelas as idosas seria a caminhada, por ser um

exercício aeróbico, por não implicar em riscos maiores a saúde e por adequar-se a

cada caso. Além disso, níveis moderados de AF, como a caminhada, segundo

Feskanich; Willett; Colditz (2002) são associados significativamente à redução do

risco de fratura do quadril em mulheres após a menopausa.

Em contraposição, em estudo recente realizado por Pitanga et al (2010)

chegou-se a conclusão que, provavelmente, a caminhada isoladamente não seria

uma boa estratégia para prevenção da diabetes. No presente estudo a caminhada

não se apresenta como preditora da ausência de diabetes em nenhum dos domínios

de atividade física analisados: trabalho, deslocamento, atividades doméstica, tempo

livre. São necessários novos estudos que identifiquem a intensidade e o volume de

atividades físicas mais adequadas para a proteção de outros agravos metabólicos e

cardiovasculares.

Nieman lembra que:

Embora haja alguma confusão, existe um sentimento crescente dos pesquisadores que a maioria dos benefícios é proveniente do acúmulo 30 minutos ou mais de atividade física de intensidade moderada durante a maioria dos dias da semana. No entanto, benefícios adicionais para a saúde e para a longevidade ocorrem quando as pessoas realizam uma quantidade

Page 38: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

37

maior de exercícios mais intensos. (NIEMAN, 1999, p. 296).

Portanto, vale ressaltar que, as outras formas de treinamento também são de

grande valia para idosos no geral. Em relação à musculação, por exemplo, Nieman

ressalta que:

[...] nas pessoas idosas, a fraqueza muscular pode diminuir a capacidade de realizar as atividades cotidianas, acarretando a dependência de outras pessoas. Além disso, a redução das forças das pernas pode aumentar o risco de lesão em razão de quedas. (NIEMAN, 1999, p. 292).

Só que o espaço é limitado enquanto a aparelhagem e essas idosas, de certa

forma, não são motivadas a realizar exercícios de musculação, entre outros.

Como até o presente momento, esse é o único espaço público, destinado

especificamente para a pratica de exercícios físicos “no geral”, na cidade de

Alagoinhas-Bahia, foi perguntado qual a distancia do local da residência do

praticante até o espaço. As opções encontradas foram: pouca - menor que 1 km;

razoável - de 1 km a 2 km; grande - acima de 3 km.

De acordo com gráfico 5 a maioria das idosas afirmaram morar perto do local

de prática, por isso, outro fator apresentado como determinante para a prática da

atividade física é a proximidade do local de moradia do local da prática. Este

resultado é consistente com os resultados de outras pesquisas (REIS, 2001).

Hoje em dia, as pessoas dispõem de pouco tempo para a prática de atividade

física, e um local que não seja próximo à sua residência, mesmo público, dificilmente

será escolhido pelo praticante, devido à dificuldade de deslocamento.

Gráfico 5 - Distância residência/local da pratica

Page 39: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

38

Outra pergunta solicitada as idosas e que alude ao objetivo geral desse

estudo foi sobre o que poderia contribuir para elas se sentirem mais motivadas em

estarem utilizando o espaço para a prática de atividades físicas. Houve 13 (treze)

opções, todas foram marcadas por ordem de prioridade, em uma numeração

crescente, sendo o número 1 (um) prioridade máxima e o 13 (treze) mínima.

As opções foram: pouca distância da sua residência até esse espaço, boa

segurança por todo o percurso, boa iluminação, um profissional da área de saúde

presente, uma boa condição e manutenção dos equipamentos de ginástica e

musculação, bom funcionamento dos quiosques e bancos para descanso, sanitários

públicos em lugares estratégicos e com uma boa manutenção, uma menor poluição

do ar nessa área, menos problemas de saúde e uma boa condição física, fatores

climáticos favoráveis, falta de recurso de estarem em um lugar melhor, o convívio

com outras pessoas e vivências diversas, outros motivos.

As opções oferecidas tiveram um olhar do pesquisador sobre as demandas

do espaço: o que já tem e não está em funcionamento ou o que ainda poderá ter, a

fim de melhorar a estrutura, socialização e os valores do lugar e de quem dele se

apropria.

A fim de embasar melhor os dados obtidos, a luz da literatura e de outros

estudos. De acordo com o gráfico 6 foi delimitado as 5 (cinco) prioridades votadas

pelas idosas que contribuiriam como fator de motivação em aderirem o espaço,

conforme gráfico abaixo:

Gráfico 6 – Fatores que contribuiria para incentivar a aderência.

Page 40: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

39

Boa segurança por todo o percurso 28%, esse foi o principal motivo citado

pelas idosas como fator de aderência no espaço. O desejo humano de sentir-se

seguro precisa ocupar a atenção cotidiana e, assim, superar a dimensão da

marginalidade. O espaço citado, tem a fama de perigoso, principalmente a noite,

onde há relatos de constantes assaltos.

As autoridades públicas, uma vez tendo acesso a essa informação, precisam

melhorar a segurança no local, guarnições da Guarda Municipal – precisam fazer

ronda inteligente no local ou até mesmo deslocar parte do seu contigente para o

espaço, o direito de ir e vir precisa ser respeitado.

Segundo Alves (2001) a segurança da cidade e das pessoas é intrinseca a

condição cidadã; em vez de ser instrumento externo para garanti-la, efetivamente é

parte dela. Destarte, na sua inesistência ou ruptura, só pode degenerar-se em

insegurança.

Segundo Jacobs (2000) os parques, praças, espaços culturais e mesmo as

calçadas sofrem do mesmo problema das ruas sem olhos e seus riscos espalham-se

pela vizinhança, de modo que as ruas que os margeiam ganham fama de perigosas

e evitadas.

Portanto, é fundamental que o nivel de segurança aumente no local, para que

cada vez mais idosas, e todas as pessoas que se apropriam do espaço, possam

praticar sua atividade tranquila e o seu direito de ir e vir não seja violado.

Uma boa condição e manutenção dos equipamentos de ginástica e

musculação foi o segundo item citado pelas idosas com 20%. Isso pode estar

relacionado diretamente com a pergunta anterior sobre a atividade que pratica no

local. A infra-estrutura do espaço, na parte que diz respeito aos equipamentos de

ginástica e musculação parecem ter sido projetado visando o público masculino. São

aparelhos que exigem força, onde a resistência é o próprio corpo em detrimento da

gravidade – Barra fixa, barra paralela e mesas abdominais declinadas. Por estar em

uma espaço aberto, há ainda uma exposição grande da figura feminina, isso é uma

fator que pode acabar inibindo as mulheres e ainda mais as mulheres idosas em

usar os equipamentos.

Marcellino (2006) lembra que muitas vezes a solução não está na construção

de novos equipamentos, mas na recuperação e revitalização de espaços

destinando-os a sua própria função original, ou, com adaptações necessárias, a

outras finalidades.

Page 41: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

40

Portanto, algumas iniciativas poderiam ser tomadas nesse sentido. Mas,

muito mais pode ser feito, e na maioria das vezes, dependendo de recursos bastante

menores do que os necessários para novas construções. Assim a idéia de uma

estrutura física totalmente diferenciada pode ser feita. Equipamentos podem fugir do

modelo vigente dos espaços públicos de ginástica e musculação conhecidas pela

maioria da população. Além de proporcionar diversos tipos de exercícios físicos,

oportunizariam novas experiências corporais. Tais espaços atenderiam a população

idosa, mais isso não impediria que fosse utilizado por outras faixas etárias.

Seria interessante que as autoridades públicas ao realizar o planejamento do

espaço, entrassem em contato com a comunidade local para haver uma nova forma

de planejar e estruturar os equipamentos de forma democrática, de acordo com as

aspirações da população. Pois há uma necessidade na proposição de equipamentos

de ginástica, musculação e até mesmo de lazer que venham possibilitar

diversificadas experiências a todos.

Profissional de saúde presente foi uma das prioridades também solicitadas

pelas as idosas estudadas com 18%. O interessante é que no local encontra-se uma

profissional de saúde. Tomando como base os dados fui ao encontro da mesma

apenas no intuito de saber a sua formação, tempo no local, o serviço ofertado e em

que horários. Fui autorizado a divulgar o nome da mesma e os dados solicitados.

Maricélia1, é formada em técnica de enfermagem e serviço social, está no espaço

desde o começo do ano de 2011, fica no local no turno matutino e vespertino, sendo

que pela manhã fica das (05h45min às 10h30min) e à tarde das (17h:00min às

20h:30mn). No local ela Verifica Pressão Arterial, Glicemia Capilar e faz Avaliação

como já relatado anteriormente.

A mesma comentou que trabalha pelo município no Programa de Saúde da

Família e que está lá pela iniciativa do atual secretário da saúde da cidade de

Alagoinhas-Bahia, José Edésio Cardoso.

Bodstein lembra que:

A experiência cotidiana com as instituições públicas de assistência à saúde faz com que a população usuária elabore significados sobre o papel do Estado, das políticas assistenciais, dos serviços públicos e sobre a própria identidade de quem utiliza os serviços. (BODSTEIN, 1996: 2).

1 Maricélia S.S, Cardoso de Souza.

E-mail: [email protected]; [email protected]

Page 42: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

41

Portanto é de fundamental importância que o serviço público oferecido atenda

a expectativa da população. Muitas idéias nesse contexto têm sido ofertadas, como

o programa Academia da Saúde criado pela Portaria nº 719, de 07 de abril de 2011,

que tem como principal objetivo contribuir para a promoção da saúde da população

a partir da implantação de pólos com infraestrutura, equipamentos e quadro de

pessoal qualificado para a orientação de práticas corporais e atividade física e de

lazer e modos de vida saudáveis. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011)

São idéias como essa, oferecida pelo Ministério da Saúde que se adaptada a

realidade de cada município traz múltiplos benefícios a população que se apropria

do espaço, favorecendo a pratica regular orientada por uma equipe de profissionais

de saúde, principalmente os de Educação Física, melhorando a qualidade de vida

dos praticantes.

Outro item citado pelas idosas como prioridade referente ao espaço é a

questão da boa Iluminação no local 18%. É de suma importância que o local da

pratica e o seu entorno tenha uma iluminação satisfatória. Lugar com baixa

iluminação transforma-se em locais marginalizados, perigosos e frequentados para o

uso de drogas que, ao invés de melhorar a qualidade urbana de seu entorno, têm o

efeito contrário e colaboram para a discriminação e desvalorização do bairro em que

o espaço se encontra. Sendo assim, certamente tais espaços serão evitados

principalmente à noite, e ainda mais por idosas.

Em entrevista pela Assessória de Comunicação (ACOM) no Portal Oficial da

cidade registrada no dia 08 de Julho de 2011 no Site da Prefeitura de Alagoinhas o

atual Secretário de Serviços Públicos da cidade Roberto Torres relata que:

Os recursos do programa são oriundos da CIP- Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública, instituída pela Lei Complementar 011/2001 de 27 de dezembro de 2004, alterada pela Lei Complementar 054/2009 de 18 de dezembro de 2009. O recurso destinado ao Banho de Luz está planejado em aproximadamente R$ 1.440.000,00/ano. (PORTAL OFICIAL DE ALAGOINHAS, 2011).

Fica evidente, portanto, que grande parte do dinheiro dos impostos que

pagamos se destinam a iluminação pública das nossas cidades. Então, temos

deveras o direito de usufruir de uma iluminação com qualidade. Sem duvidas que

uma iluminação moderna além de oferecer um manto de segurança é agradável as

pessoas, fazendo com que haja uma maior aderência no espaço proporcionando

Page 43: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

42

experiências diversas.

Pouca distância da residência até o espaço 16% é o último ponto citado pelas

idosas que aqui consideraremos das 5 (cinco) que delimitamos. Sem dúvidas que a

proximidade do local da pratica é um dos fatores que pode determinar a sua

aderência. Diversos estudos corroboram o achado até mesmo em espaços privados

como em academias. (BAPTISTA, 2001; ROJAS, 2003; CHECA et al., 2006).

Na pergunta anterior procuramos saber qual a distância estipulada da

residência do praticante até o espaço. O grupo que respondeu razoável e grande

correspondeu a 37% o que pode explicar a pouca distância da residência até o

espaço ter aparecido como um das prioridades para a aderência.

Outra pergunta solicitada as idosas tinha haver com a satisfação com o

espaço ou até mesmo a possibilidade, hipótese, perspectiva e tantos outros

sinônimos, de haver novos locais públicos destinados especificamente a pratica de

exercícios físicos, que talvez fossem próximo a sua residência. A maior parte das

entrevistadas 73% respondeu que preferem o mesmo espaço, 23% responderam

que não. Em relação a isso Puppi (1981), relata que a quantidade adequada deve

estar combinada com a ordenação de um sistema, de modo que toda a população

possa desfrutar dos espaços abertos públicos eqüitativamente, com mais ou menos

a mesma facilidade de acesso.

Segundo o IBGE (2010) Alagoinhas tenho uma Unidade Territorial de 752,

389 km² e a densidade demográfica (hab/km²) de 188,66. Certamente que um único

espaço não atenderia a todo contingente da cidade que necessita dos mesmos para

a pratica regular com qualidade de um exercício físico. Enquanto isso, as avenidas,

calçadas, ruas, praças e onde haver um “pedaço de terra” vem sendo usados para

suprir a necessidade de um espaço público adequado.

Bartalini (1986) lembra que os valores associados aos espaços coletivos não

são excludentes, pelo contrário, é importante que estejam interligados para que

esses espaços alcancem melhor desempenho dentro do sistema urbano, levando

em consideração a adequação ambiental e os usuários.

Enfim, enquanto não houver a possibilidade de existir novos espaços é

fundamental que haja manutenção e adequação nos já existentes, para que as

idosas e todas as faixas etárias possam usufruir do mesmo com qualidade.

Pensa em desistir? Foi a outra pergunta solicitada às idosas, salientando que

o pesquisador na hora da aplicação do questionário explicou que era desistir de

Page 44: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

43

praticar atividades físicas, não do espaço. Portanto foi constatado que 100% das

idosas não pensam em desistir de praticar exercícios físicos.

É de suma importância para os idosos no geral a pratica regular de

exercícios, até mais do que os indivíduos jovens, Neto lembra que:

[...] os nossos músculos literalmente atrofiam com a falta de uso. Um dos principais efeitos do envelhecimento é exatamente a perda de massa muscular. Assim sendo, no individuo mais idoso e sedentário, existe uma soma de efeitos determinantes da perda de massa muscular: idade e inatividade (NETO, 1997, p. 49).

Em pesquisa realizada por Lissner et al (1996), observou-se que as taxas de

morte por todas as causas foram reduzidas em mais de 50% entre aquelas que eram

fisicamente ativas, foi acompanhado um grupo de cerca de 1.400 mulheres durante

20 anos.

Como já relatado há um consenso entre os estudos realizados (MATSUDO &

MATSUDO, 1992; SHARKEY, 1998; NIEMAN, 1999; OTTO, 1987; WEINECK, 2000

e etc.) de que a AF constante traz benefícios incontestáveis para a prolongação dos

anos de vida com uma melhor qualidade.

Portanto é necessário tempo, esforço e persistência. Mesmo com algumas

adversidades no espaço é importante ter continuidade, para uma longevidade ainda

maior, com qualidade, pois múltiplos benefícios aparecerão e já estão aparecendo.

Isso corrobora com a última pergunta solicitada indagando se já haviam notado

algum beneficio da pratica da AF regular, onde 100% responderam que sim.

Já se sabe que a AF regular na terceira idade proporciona múltiplos efeitos

benéficos a nível antropométrico, neuromuscular, metabólico e psicológico, o que

além de servir na prevenção e tratamento das doenças próprias desta idade

(Hipertensão arterial, enfermidade coronariana, osteoporose, etc.), melhora

significativamente a qualidade de vida do indivíduo e sua independência, o que foi

evidenciado mais uma vez nesse estudo.

Neto enfatiza que:

Felizmente os programas de atividade física na terceira idade têm cada vez mais se difundindo na população e podemos ter a expectativa de, num futuro próximo, observar os resultados, inclusive na melhor capacidade de trabalho, produtividade e, sobretudo, auto-estima do idoso (NETO, 1997, p. 49).

Conclui-se, portanto, que a atividade física regular e a adoção de um estilo de

Page 45: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

44

vida ativo, e ainda mais, num espaço que incentive sua aderência, são necessárias

para a promoção da saúde e qualidade de vida durante o processo natural do

envelhecimento.

Page 46: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

45

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados mostraram que os principais motivos que poderiam contribuir

para uma maior aderência no espaço são nessa ordem: boa segurança por todo o

percurso, uma boa condição e manutenção dos equipamentos de ginástica e

musculação, um profissional da área de saúde presente, boa iluminação e pouca

distância da residência do praticante até o espaço. Outros itens foram citados, mais

delimitamos as cinco prioridades que para essas idosas são fundamentais para uma

maior aderência no espaço estudado.

O desejo humano de sentir-se seguro precisa ser respeitado. É fundamental

que o nível de segurança aumente no local, para que cada vez mais idosas, e todas

as pessoas que se apropriam do espaço, possa praticar sua atividade tranquila e o

seu direito de ir e vir não seja violado.

Em relação aos equipamentos de ginástica e musculação as autoridades

públicas ao realizar o planejamento do espaço, entrassem em contato com a

comunidade local para planejar e estruturar os equipamentos de forma democrática,

de acordo com as aspirações da população. Seria importante se a estruturar atual

saísse do modelo vigente dos espaços públicos de ginástica e musculação

conhecidas pela maioria da população. Além de proporcionar diversos tipos de

exercícios físicos, oportunizariam novas experiências corporais.

É de fundamental importância que o serviço público ofertado pelo o

profissional de saúde presente atenda a expectativa da população e se possível que

se insira no local, outros profissionais de saúde qualificados.

Seria de grande utilidade se o local da pratica e seu entorno tenham uma

iluminação satisfatória. Lugar com baixa iluminação transforma-se em locais

marginalizados, o que aumenta o nível se insegurança e colaboram para a

discriminação e desvalorização do bairro em que o espaço se encontra. A

iluminação pública é custeada pelo o dinheiro dos impostos que pagamos, então,

temos o direito de usufruir de uma iluminação com qualidade. Uma iluminação

moderna além de oferecer um manto de segurança é agradável as pessoas, fazendo

com que haja uma maior aderência no espaço.

Por fim, é importante desfrutar dos espaços públicos, com uma boa facilidade

de acesso. Todavia, enquanto não houver a possibilidade de existir novos espaços

próximos a nossa residência é fundamental que haja manutenção e adequação nos

Page 47: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

46

já existentes, para que as idosas e todas as faixas etárias possam usufruir do

mesmo com qualidade.

No que tange os objetivos específicos nota-se que as idosas aderem um

exercício em busca de: saúde, bem-estar, qualidade de vida, auto-estima e estética.

E que as idosas estudas tem como atividade física preferida a caminhada.

Independente do objetivo buscado e de que atividade pratica é incontestável que se

faça exercícios, dando estímulos diferenciados ao corpo.

Diversos estudos, inclusive esse, demonstraram que há múltiplos benefícios

em aderir uma atividade física, atuando essa na prevenção e melhoria de diversas

patologias associadas ao envelhecimento.

A adoção de um estilo de vida ativo, e ainda mais, num espaço que incentive

sua aderência, é importante para a promoção da saúde e qualidade de vida durante

o processo natural do envelhecimento. A escolha destes espaços e a construção do

"lugar" denotam todos os aspectos de valores subjetivos, nos quais o processo de

transformação se concretiza, à medida que o espaço, tornando-se conhecido,

incorpora valores a ele atribuídos, pelo sujeito que dele(s) se utiliza, proporcionando

uma permanência prazerosa das idosas e todas as faixas etárias e gêneros na

realização de exercícios físicos, fazendo com que se adquiram resultados no âmbito

físico, psicológico e social. Portanto, a criação e melhorias desses espaços públicos,

como o Luis Viana Filho, é uma importante estratégia para a promoção da Atividade

Física e saúde, com a finalidade de desfrutar a longevidade com qualidade.

Recomendam-se futuros estudos que abranjam maior número de pessoas,

gêneros e faixas etárias diferentes, e que sejam ampliadas as variáveis aqui

expostas com intuito de comparar idéias e valorizar o espaço estudado.

Page 48: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

47

REFERÊNCIAS ALVES, L. R. A segurança pública como direito de cidadania. Caderno de pequisa. Ano 2, nº4, pag.5; Imes, 2001. Disponível em: http://www.uscs.edu.br/revistasacademicas/caderno/caderno4.pdf#page=38.Extraído no dia 30 de Julho de 2011. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE: Guidelines for graded exercise testing and prescription. Philadelphia: Lea & Febiger, 1995. BAPTISTA, T. J. R. Procurando o lado escuro da lua: implicações sociais da prática de atividades corporais realizadas por adultos em academias de ginástica de Goiânia. Dissertação (Mestrado em Educação Brasileira) - Faculdade de Educação, Universidade Federal de Goiás, Goiânia. 2001. 200 f. BARTALINI, V. Áreas verdes e espaços livres urbanos: paisagem e ambiente. São Paulo: Ensaios, 1986. BODSTEIN, R. C. de A., Cidadania, Direitos e novas representações sobre o direito à saúde in XX. Encontro Anual da ANPOCS. Caxambu, 1996. CHECA, F. M.; FURLAN, T. E.; FIGUEIRA J. A. Fatores Determinantes para a Aderência em Programas de Atividade Física em Academias de São Caetano do Sul. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, São Caetano do Sul, v. 10, p. 42-4, out./dez. 2006. ISSN 1678-054X. Disponível em: http://www.uscs.edu.br/revistasacademicas/revista/sau10.pdf. Extraído no dia 04 de Agosto de 2011. COMOSS, P.M. Nursing strategies to improve complience with life-style changes in a cardiac rehabilitation population. The Journal of Cardiovascular Nursing, 2 (3), pág 23-36, 1988. DAVIS, C. Body Image, Exercise, and Eating Behaviors. In Kenneth R. Fox (Editor). The Physical Self - From Motivation to Well-Being. (pp. 143-174) E.U.A.: Human Kinetics. Cap. 06; 1997. FESKANICH, D.; WILLETT, W.; COLDITZ, G. Walking and leisure-time activity and risk of hip fracture in postmenopausal women. JAMA 288 (18) 2300-2306 (2002). FREITAS C.M.S.M; SANTIAGO M.S; VIANA A.T; LEÃO A.C; FREYRE C. Aspectos motivacionais que influenciam a adesão e manutenção de idosos a programas de exercícios físicos. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. 2007; 9:92-100. FORD, E. S.; MERRITT, R. K.; HEATH, G. W.; POWELL,K. E.; WASBURN, R. A.; KRISKA, A. & HAILE, G. Physical activity behaviors in lower andhigher socioeconomic status populations. American Journal of Epidemiology. 133:1246-1256, 1991.

Page 49: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

48

FOX, K. R. The Physical Self and Processes in Self-Esteem Development. In Kenneth R. Fox (Editor). The Physical Self - From Motivation to Well-Being. (pp. 111 - 139) E.U.A.: Human Kinetics. Cap. 11; 1997.

GUEDES; GUEDES. Exercício Físico na promoção da saúde. Londrina: Midiograf, 1995.

HASSE, M. (2000). O corpo e o envelhecimento: imagens, conceitos e representações. In: Faculdade de Motricidade Humana. Envelhecer Melhor com a Actividade Física. (pp. 161 – 174). FMH. Lisboa. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICAS. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/link.php?uf=ba extraído no dia 23 de janeiro de 2011. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICAS. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1 Extraído no dia 04 de Agosto de 2011 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICAS. Disponível em: http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?vcodigo=POP209 extraído no dia 25 de fevereiro de 2011. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICAS. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/25072002pidoso.shtm extraído no dia 25 de fevereiro de 2011. JACOBS, J. Morte e vida das grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2000. KEYES, C., RYFF, C., & SHMOTKIN, D. Optimizing Well-Being: The Empirical Encounter of Two Traditions. Journal of Personality and Social Psychology, 83 (6), 1007-1022; 2002. KIMIECIK, J.C. A practitioner‟s Guide to Exercise Motivation. Journal of Physical Education, Recreation, and Dance, v.62, n.7, p.38-48, 1991. LISSNER, L.,BENGTSSON, C.,BJÖRKELUNG,C.,WEDWL,H. Physical activity levels and changes in relations to longevity: a prospective study of Swedish women. American Journal of Epidemiology, 143, 54-62. 1996. LORDA, R. C. Recreação na terceira idade. Rio de Janeiro: Sprint, 1995. LORDA, R. C Recreação na terceira idade. 3 ed. Rio de Janeiro: Sprint; 2001. MALYSSE, S. As construções corporais nas academias. In: GOLDENBERG, M. (org). Nu & Vestido. Rio de Janeiro: Record, 3 ed. 2002 MARCELLINO, N. C. Lazer, Espaço Urbano e Transversalidade. Lazer no espaço urbano: transversalidade e novas tecnologias. / João Eloir Carvalho (Org.) – Curitiba:

Page 50: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

49

Champagnat: 71-82, 2006 MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia Científica. 5ª edição. São Paulo: Atlas, 2003. MARINHO, V. O que é Educação Física. São Paulo: Editora Brasiliense, 2004. MATSUDO, S. M. & MATSUDO, V. K. R. Exercício, Densidade óssea e Osteoporose. Revista Brasileira de Ortopedia, vol. 27, n. 10, p. 730-742, 1992. MAZO G, CARDOSO F, AGUIAR D. Programa de Hidroginástica para idosos: motivação, auto-estima e auto-imagem. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desenvolvimento Humano. 8:67-72, 2006. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=37078. Extraído no dia 03 de Agosto de 2011. MONTEIRO C.A. FOGAGNOLI A. H. Nível de conhecimento sobre atividade física e barreiras enfrentadas pele terceira idade do Centro de Apoio do Idoso de Mamborê, PR. Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 140 Enero de 2010. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd140/atividade-fisica-e-terceira-idade.htm. Extraído no dia 26 de Julho de 2011. NAHAS, M.V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 2. Ed. Londrina: Midiograf, 2001. NIEMAN, D.C. Exercício e saúde. Como se prevenir de doenças usando o exercício como seu medicamento. 1. Ed. São Paulo: Ed. Manole, 1999. NETO, T.L. de B. Exercício, saúde e desempenho físico. São Paulo: Editora Atheneu, 1997. NUNOMURA, M. Motivos de adesão à atividade física em função das variáveis idade, sexo, grau de instrução e tempo de permanência. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, vol. 3, nº 3, 1998. OKUMA, S.S. Idoso e a atividade física. Campinas-SP: Papirus, 1998. (Coleção Vivaidade). OLDDRIDGE, N.B. Cardiac rehabilitation exercise programme: compliance and compliance-enhancing strategies. Sports medicine. V.6, p.30-36, 1988. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE apud IBGE. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/idoso/preocupacao_futura.html. Extraído no dia 25 de fevereiro de 2011. OTTO, E.R. de C. Exercícios físicos para a terceira idade. São Paulo: Manole, l987.

Page 51: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

50

PELLEGRINI, A. De. Espaço de Lazer. In: Dicionário crítico do lazer. Christiane Luce Gomes (Org.), Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2004. PITANGA, F.J.G. Testes, medidas e avaliação em educação física e esportes. 5. ed. Editora phorte, 2008. PITANGA, F.J.G; ALMEIDA, L.A.B; FREITAS, M.M; PITANGA, C.P.S; BECK, C.C. Padrões de atividade física em diferentes domínios e ausência de diabetes em adultos. Motricidade 2010, vol. 6, n. 1, pp. 5-17. PORTAL OFICIAL DE ALAGOINHAS. Disponível em: http://alagoinhasbahia.com.br/index.php?link=visualiza_noticia&id_noticia=1263. Extraído no dia 16 de Julho de 2011. PORTAL OFICIAL DE ALAGOINHAS. Disponível em: http://alagoinhasbahia.com.br/index.php?link=visualiza_noticia&id_noticia=2718. Extraído no dia 18 de Julho de 2011. PORTAL OFICIAL DE ALAGOINHAS. Disponível em: http://www.alagoinhas.ba.gov.br/index.php?link=visualiza_noticia&id_noticia=2852. Extraído no dia 03 de Agosto de 2011. PUPPI, I. C. Estruturação sanitária das cidades. São Paulo: CETESB, 1981. REIS, R. S. Determinantes ambientais para realização de atividades físicas nos parques urbanos de Curitiba: uma abordagem sócio-ecológica da percepção dos usuários. Dissertação (Mestrado em Educação Física), Centro de Desportos, Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina – SC, 2001. Disponível em: http://www.nucidh.ufsc.br/teses/dissertacao_rodrigo_reis.pdf. Extraído no dia 27 de Julho de 2011. RYFF, C. Happiness is everthing, or is it? Explorations on the meaning of psychological well-being. Journal of Personality and Social Psychology, 57 (6), 1069-1081, 1989. RYFF, C; KEYES, C. L. M. The structure of psychological well-being revisited. Journal of Personality and social psychology, 69 (4), 719-727, 1995. ROJAS, P. N. C. Aderência aos Programas de Exercícios Físicos em Academias de Ginástica na Cidade de Curitiba – PR.. Dissertação (Mestrado EM Educação Física), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 2003. 203 f. SABA, F. K. F. Aderência: à prática do exercício físico em academias. São Paulo: Manole, 2001. SANTOS, S.C; KNIJNIK, J.D. Motivos de adesão à prática de atividade física na vida adulta intermediária I. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. 5: 23-34, 2006. SHARKEY, B. J. Condicionamento Físico e Saúde. 4. Ed. Porto Alegre: Artmed,

Page 52: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

51

1998. SOARES, V. As obras, enfim, começam a “pingar” em Alagoinhas. Gazeta dos municípios. Alagoinhas (BA). 1 set. 2009. p.2. Disponível em: http://www.movimentolinhaverde.com.br/gazeta.pdf. Extraído no dia 16 de Julho de 2011. TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais – A pesquisa qualitativa em Educação. São Paulo: Atlas, 1987. TROIANO, R. P.; MACERA, C. A. & BALLARD-BARBASH, R. Be physically active each day. How can we know? Journal of Nutrition, 131:451S-460S, 2001. VIEIRA, E.B. (1996). Manual de gerontologia: um guia prático para profissionais, cuidadores e familiares. Rio de Janeiro, RJ: Revinter, 1996. WEINECK. J. Biologia do Esporte. Editora Manole Ltda. São Paulo, 2000.

Page 53: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

52

APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclarecido para a

realização da pesquisa.

Page 54: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

53

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título da Monografia: Análise do espaço Luís Viana Filho como fator de aderência

a prática da atividade física por idosas - Como requisito para obtenção do grau de

Licenciado em Educação Física da Universidade do Estado da Bahia (UNEB),

campus II, Alagoinhas.

Pesquisadores Responsáveis: Professor Doutor Maurício Maltez Ribeiro

(orientador), Professor Doutor Francisco José Gondim Pitanga (Coorientador) e

Cleidison Machado Santana (graduando do Curso de Licenciatura em Educação

Física da Universidade do Estado da Bahia - UNEB).

Este estudo tem como objetivo analisar e discutir o espaço Luís Viana Filho,

localizado na cidade de Alagoinhas-Bahia, como fator de aderência a prática da

atividade física por idosas, determinado as vertentes que levam idosas a procurar

esses espaços para tal prática. Contextualiza a atividade física desde os seus

primórdios até os dias atuais e como esta tem diminuído ao longo da nossa evolução

e com o passar da idade. Mostra o aumento significativo da expectativa de vida do

povo brasileiro principalmente da terceira idade, a importância da atividade física

para esta faixa etária e alguns pressupostos teóricos que levam uma pessoa a aderir

à prática de uma AF regular.

E tem como questão de investigação: Como o espaço Luis Viana Filho se

constituí como fator de aderência a pratica de atividades físicas por idosas?

O referido trabalho procura ainda: Analisar os objetivos de idosas ao aderir

um exercicio físico; Identificar quais são as atividades preferidas praticadas por

idosas nesse espaço; Discutir o espaço público como meio alternativo e importante

para a prática da AF e promoção de saúde; Discutir a importância da prática da

atividade física para idosas.

Para que o objetivo deste estudo seja alcançado, será necessária a

realização de perguntas referentes a informações pessoais, sociais e físicas. É de

grande importância que as questões sejam respondidas respeitando o enunciado de

cada uma e que se não deixe nenhuma questão em branco.

Inicialmente a participante responderá a um questionário composto por 10

Page 55: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

54

(dez) perguntas fechadas e 1 (uma) questão aberta – referente apenas à idade,

onde suas respostas ajudarão no alcance dos objetivos.

Considerando a simplicidade dos métodos acima dos procedimentos, somado

ao fato de que esse procedimento será monitorado atentamente por um profissional

da área de Educação Física, conclui-se que estes não apresentam riscos a saúde e

integridade física da participante e será usado exclusivamente para fins de pesquisa.

Os resultados da pesquisa serão divulgados. Entretanto, a identidade dos

participantes será preservada.

Após ler e receber explicações sobre a pesquisa, e ter meus direitos de:

1. Receber resposta a qualquer pergunta e esclarecimento sobre os procedimentos,

riscos, benefícios e outros relacionados à pesquisa;

2. Retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo;

3. Não ser identificado e ser mantido o caráter confidencial das informações

relacionadas à privacidade.

Tendo recebido as informações acima e ciente dos meus direitos, concordo

em participar voluntariamente da pesquisa.

Alagoinhas, _____de_______ 2011.

_______________________________ ______________________________

Assinatura da participante Assinatura do pesquisador

Endereço do pesquisador: Parque Floresta, Rua C, nº 131 – Centro. Alagoinhas/BA Telefone para contato: (75) 8186-9743; (71) 9307-0737; (71) 3211-3186.

Page 56: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

55

APÊNDICE B – Questionário respondido pelas idosas usuárias do

espaço Luís Viana Filho.

Page 57: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

56

QUESTIONÁRIO 1 – IDADE: ________ 2 – RENDA FAMILIAR: ( ) MENOS DE UM SALÁRIO MÍNIMO. ( ) 1 (UM) SALÁRIO MÍNIMO. ( ) 2 (DOIS) SALÁRIOS MÍNIMOS. ( ) ACIMA DE 3 (TRÊS) SALÁRIOS MÍNIMOS. 3 - POR QUE UTILIZA ESSE ESPAÇO PARA PRATICAR ATIVIDADE FÍSICA? (DE 1 A 10 – POR ORDEM DE PRIORIDADE (SENDO 1 O MÁXIMO E 10 O MÍNIMO). ( )SAÚDE. ( )BEM ESTAR. ( )QUALIDADE DE VIDA. ( )AUTOESTIMA. ( )ESTÉTICA. ( )LAZER. ( )RELACIONAMENTO INTERPESSOAL. ( )VIVENCIAS DIVERSAS. ( )FALTA DE RECURSO PARA ESTAR EM UMA ACADEMIA. ( )OUTROS MOTIVOS. 4 - HÁ QUANTO TEMPO VOCÊ UTILIZA ESSE ESPAÇO? ( )0 A 3 MESES. ( )3 A 6 MESES. ( )6 A 9 MESES. ( )9 A 12 MESES. ( )ACIMA DE 12 MESES. 5 - QUANTAS VEZES POR SEMANA UTILIZA ESSE ESPAÇO? ( ) 1 A 2 DIAS. ( ) 3 A 4 DIAS. ( ) 5 A 6 DIAS. ( ) TODOS OS DIAS. 6 - QUAL A ATIVIDADE FÍSICA QUE VOCÊ PRATICA NESSE LOCAL? ( )CAMINHADA. ( )CORRIDA. ( )CICLISMO. ( )MUSCULAÇÃO.

Page 58: ANÁLISE DO ESPAÇO LUIS VIANA FILHO COMO FATOR DE ADERÊNCIA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS POR IDOSAS

57

( )OUTRAS. 7 - QUAL A DISTÂNCIA DO LOCAL DA SUA RESIDÊNCIA ATÉ AQUI? ( )POUCA (MENOR QUE 1 KM). ( )RAZOÁVEL (DE 1 KM A 2 KM). ( )GRANDE (ACIMA DE 3 KM). 8 – O QUE PODERIA CONTRIBUIR PARA VOCÊ SE SENTIR MAIS MOTIVADO EM ESTAR UTILIZANDO ESSE ESPAÇO? ? (DE 1 A 13 – POR ORDEM DE PRIORIDADE (SENDO 1 O MÁXIMO E 13 O MÍNIMO). ( ) POUCA DISTÂNCIA DA SUA RESIDÊNCIA ATÉ ESSE ESPAÇO. ( ) BOA SEGURANÇA POR TODO O PERCURSO. ( ) BOA ILUMINAÇÃO. ( ) UM PROFISSIONAL DA ÁREA DE SAÚDE PRESENTE. ( ) UMA BOA CONDIÇÃO E MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE GINÁSTICA E MUSCULAÇÃO. ( ) BOM FUNCIONAMENTO DOS QUIOSQUES E BANCOS PARA DESCANSO. ( ) SANITÁRIOS PÚBLICOS EM LUGARES ESTRATÉGICOS E COM UMA BOA MANUTENÇÃO. ( ) UMA MENOR POLUIÇÃO DO AR NESSA ÁREA. ( ) MENOS PROBLEMAS DE SAÚDE E UMA BOA CONDIÇÃO FÍSICA. ( ) FATORES CLIMÁTICOS FAVORÁVEIS. ( ) FALTA DE RECURSO DE ESTAREM EM UM LUGAR MELHOR. ( ) O CONVÍVIO COM OUTRAS PESSOAS E VIVÊNCIAS DIVERSAS. ( ) OUTROS MOTIVOS. 9 – PREFERE OUTRO ESPAÇO? ( )SIM. ( )NÃO. 1O - PENSA EM DESISTIR? ( )SIM. ( )NÃO. 11 - JÁ NOTOU ALGUM BENEFÍCIO DA PRÁTICA DA ATIVIDADE FÍSICA REGULAR? ( ) SIM. ( ) NÃO.